Leia - Associação Brasileira de Angus

Transcrição

Leia - Associação Brasileira de Angus
Angus @ newS
SETEMBRO/OUTUBRO 2012
ANO 13 - Nº 59
INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS
Impresso
Especial
9912270051 – DR/RS
Associação
Brasileira de Angus
CORREIOS
2
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
EDITORIAL
Angus não é produto de modismo,
mas sim de trabalho sério
A
Paulo de
Castro
Marques
raça Angus vive um dos
melhores momentos da
sua história no Brasil.
Graças ao trabalho de melhoramento
extremamente
bem direcionado, que une os
pecuaristas ao corpo técnico
da associação, atingimos um
momento muito especial e
o mercado reconhece que o
Angus não é um animal da
moda, e sim uma raça que
traz resultados significativos
ao produtor.
Não importa em que segmento da pecuária de corte
atue, o pecuarista tornou-se
empresário e, como tal, sabe
fazer conta, sabe medir resultados e, acima de tudo, sabe
planejar. Ele sabe que muito
mais importante do que ter
uma grande produção é ser
produtivo. E o Angus possibilita isso, sendo precoce em
todos os aspectos, tantos os
reprodutivos quanto na conformação para o abate. O resultado é certo, e o pecuarista
enxerga isso.
Este ano certamente entra
para os anais da raça como
um período fértil, que contribui para consolidar uma era
nova era da pecuária profissional. Afinal, atingimos uma
maturidade com o Programa
Carne Angus que nos permite
oferecer à indústria carne bovina com padrão de qualidade
realmente superior, em volume suficiente para atender à
forte demanda e com a regularidade que o varejo exige.
O que esperar para 2013?
Antes quero destacar a satisfação e a honra que me foi
concedida em presidir a Associação Brasileira de Angus
e ter ao meu lado amigos e
companheiros de diretoria
empenhados na valorização
da raça.
Nos últimos dois anos, o
foco da equipe foi o fortalecimento do Angus e a ampliação de sua presença País
afora. Nos próximos dois
anos entendo que o objetivo
tem de ser o mesmo. Afinal, o
mercado é dinâmico e é preciso multiplicar ações, buscar
novas parcerias, apresentar
mais resultados e persistir na
conquista da confiança dos
pecuaristas e, também, dos
consumidores de carne bovina.
Parceiros para esse avanço felizmente não faltam. São
universidades, centros de pesquisas e de desenvolvimento,
produtores, técnicos, colaboradores. Enfim, um time de
primeira e afinado trabalhando com a mesma finalidade.
Presidente Associação
Brasileira de Angus
HUMOR - LUCA RISI
NESTA
EDIÇÃO
Concurso de Carcaças 2012
Encontro de Produtores de Carne Angus
Artigo: IATF e Touros Melhoradores
Genética Nacional: Eu Acredito
Santa Catarina caça Angus
Expointer 2012, um novo sucesso
Perfil: Alberto de Abreu Medeiros
Leilões Chancelados
Informe: as notícias do setor
EXPEDIENTE
4
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28
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46
Associação Brasileira de Angus
Diretoria Biênio 2011/2012
Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1ºVice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Mariana Franco Tellechea - Diretor Vice Presidente:
Eduardo Macedo Linhares - Diretor Vice Presidente: Valdomiro Poliselli Junior - Diretor Administrativo e Financeiro: Marco Antônio Gomes da Costa - Diretor de Marketing: Felipe Moura - Diretor de
Núcleos: Sérgio Colaço da Silva - Diretor do Programa Carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato Zancanaro, Renato Ramirez,
Antonino de Souza Dornelles, Carlos Alberto Martins Bastos - Membros Natos (Ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto, Hermes Pinto, José Roberto
Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: João Francisco Bade Wolf, Ronaldo Zechlinski de Oliveira,
Fábio Luiz Gomes - Membros Suplentes: Roberto Soares Beck, Frederico Fittipaldi Pons, Elio Sacco - Conselho Técnico: Susana Macedo Salvador – Presidente ([email protected]), José Fernando Piva
Lobato, Ricardo Macedo Gregory, Rogério Rotta Assis, Roberto Vilhena, Ângela Linhares, Amilton Cardoso Elias - Representante ANC ([email protected]).
Angus@newS
Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes ([email protected])
Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834
Colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Ana Esteves, jorn. Marina Corrêa, Jorn. Nelson Moreira, Nicolau Balaszow e articulistas - Diagramação: Jorge Macedo
Departamento Comercial: Agência Ciranda - 51 3231.6210 // 51 8116.9784
Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS
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* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Capa: Arte a partir de foto de Fagner Almeida/Angus
Angus@newS
MUNDO
DA CARNE
CARNE
Setembro/Outubro2012
3
Por mais carne
“Premium” na mesa
multidão de novos consumidores passou a adquirir produtos,
bens e serviços de maior valor
agregado. E entre as transformações
observadas nos hábitos de consumo das famílias, o item alimentação aparece com enorme
destaque. E para este novo
Reynaldo Titoff
perfil de consumidor brasileiSalvador
ro, cada vez mais exigente por
qualidade, não basta apenas se
alimentar, é preciso comer bem.
surgimento da nova clas- Qualidade e preço competitivo
se média brasileira é, são hoje pré-requisitos para a
de fato, um dos grandes saída ou encalhe de produtos
e mais importantes fenôme- nas gôndolas dos supermercanos gerados pelo processo de dos. E que bom que seja assim.
fortalecimento da economia
Digo isso porque é graças
brasileira ao longo das últi- a essa quebra de paradigma
mas duas década. Com mais que uma nova consciência está
dinheiro circulando e maior em franca expansão entre os
acesso a linhas de crédito, uma produtores brasileiros de car-
O
ne bovina, a de que é preciso
avançar na qualidade e garantia dos processos de produção
para conquistar a preferência
do consumidor final. Surge dai
um mercado novo e extremamente promissor para os produtos chamados “Premium”,
que oferecem excelência, segurança alimentar, por um preço
justo.
Quando começamos, lá em
meados 2003, com o ousado
Programa Carne Angus Certificada, nem mesmo o mais otimista de nós poderia imaginar
que em 2012, menos de uma
década depois, a marca Angus
se tornaria o fenômeno de vendas e popularidade. Saltamos
de pouco mais de 20 mil animais certificados para 260 mil,
que é a estimativa para fecha-
mento dos abates neste ano.
O interesse do consumidor
pela carne Angus certificada
mostra reflexos em parcerias
importantes que matemos com
empresas como Grupo Marfrig,
Frigorífico Silva, Cia Zaffari,
VPJ Beef, CooperAliança e
McDonalds. Ao todo já são 16
unidades frigoríficas abatendo
e embalando produtos marca Angus Certificada, no Rio
Grande do Sul, Paraná, São
Paulo, Goiás, Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul. Entre as
marcas que comercializamos
estão: VPJ Angus Prime, Seara Angus, McDonalds Angus
Premium, Zaffari Angus, BestBeef Angus e Aliança Angus
Premium. Para dar conta dessa demanda, a Angus Brasil conta
com um time de primeira categoria formado por 30 profissionais espalhados pelo Brasil
para garantir a qualidade do
produto que mais prezamos: a
carne Angus.
Em síntese, a mensagem
que busquei passar neste artigo é a de que todo o investimento em genética Angus
e certificação dos processos
dentro da propriedade são, na
verdade, uma poupança que
tem retorno garantido. Seja
na forma de dividendos pagos
pela indústria, que já sabe reconhecer e valorizar a entrega
de um produto realmente diferenciado e certificado; seja
pelo reconhecimento e respeito do consumidor final. E
lembre-se: se a Carne é Angus,
prove!
Inovação na Cadeia Produtiva da Carne
Por Marcia Dutra
de Barcellos
E
m 2012 o Programa
Carne Angus Certificada
deverá abater 250 mil
animais, um aumento significativo de 36,6% em relação a
2011, quando atingiu 183 mil
cabeças. No entanto, o mais
impressionante diz respeito ao
seu histórico: quando nos remetemos ao ano de 2003, início do programa, pouco mais de
12 mil animais foram abatidos.
Mas o que explica todo este
crescimento? Como a Angus
conseguiu chegar lá?
Em primeiro lugar, eu destacaria o importante papel
das pessoas (produtores, técnicos, presidente e diretores),
que acreditaram na ideia de
valorização da raça, criação
de uma marca com qualidade
e credibilidade e atendimento
às necessidades do mercado, já
naquela época dando sinais de
disposição ao pagamento por
qualidade. A marca é uma promessa, e indica a procedência,
qualidade e valor de produto
ou de serviços. E nesse sentido,
a Angus sempre foi fiel ao seu
Reynaldo Salvador, Mauro Pilz, Joaquim Reiter e Cláudio Zaffari
posicionamento de valor: não
abrir mão da qualidade em prol
da quantidade.
Em segundo lugar, nada
disso seria possível, se não fosse a parceria entre os elos da
cadeia. Produtores, indústria
e varejo estão juntos nesse negócio, por mais difícil que esta
relação possa parecer. Lembro
muito bem da foto emblemática que tirei em 2004 dos Srs.
Cláudio Zaffari (Cia. Zaffari de
Supermercados), Mauro Pilz
e Joaquim Reiter (Frigorífico
Mercosul) e do então diretor
Reynaldo Titoff Salvador de
mãos dadas, em uma verdadeira cadeia, quando acordamos
no contrato de fornecimento
de carne com a Marca Zaffari
Angus para algumas lojas da
rede. Ali se concretizaram o
que considero duas grandes inovações para a cadeia produtiva
da carne:
1) O estabelecimento de uma
marca, certificada, que leva o
nome de uma raça junto à marca
própria de varejo, em uma clara
valorização dos produtores, da
qualidade e da origem da carne;
2) Uma nova forma de relacionamento organizacional, caracterizada pela tomada de decisão
conjunta de elos com diferentes
objetivos individuais, mas que
alinhados, produziram vantagens competitivas para todos.
Tais fatos, sem dúvida, caracterizaram os elos envolvidos
como inovadores e detentores de
competências estratégicas (tais
como visão de longo prazo e capacidade de identificar tendências de mercado) e organizacio-
nais (capacidade de gerenciar o
risco, cooperação, e envolvimento da empresa no processo de
mudança). A expertise adquirida
pela Angus na área de relacionamentos na cadeia foi-se aprimorando, e hoje são muitos os seus
parceiros no país.
Se tal mudança iniciou em
2003 no RS, apenas recentemente tais relações estão evoluindo no restante do país. Na
Conferência Internacional de
Confinadores de Goiânia (11 a
13/09), pela primeira vez participaram de uma mesa redonda
representantes dos produtores
(Eduardo Biagi - presidente da
Associação Brasileira de Criadores de Zebu), das indústrias
frigoríficas (Jerry O’Callagham
do JBS – pela Abiec) e do varejo nacional (Sussumu Honda – Presidente da Associação
Brasileira de Supermercados
- Abras). O que se viu, apesar
do clássico embate entre produtores e frigoríficos em relação
ao pagamento por qualidade,
foi uma sinalização por parte
do varejo de que está disposto
a participar das discussões da
cadeia produtiva da carne e a
compartilhar informações que
possam contribuir para um melhor alinhamento entre os elos.
A palavra-chave que melhor
resume o evento foi a “necessidade de mais transparência”.
Mesmo que pareça utópico, ficou a impressão que podemos
progredir nesta direção.
Mas por fim, o sucesso de
qualquer programa de carne
qualidade deve ser creditado
àquele que paga realmente a
conta: o consumidor. Graças
ao crescimento econômico do
nosso país e às novas tendências de consumo, a carne de
qualidade é hoje reconhecida
e muito valorizada no mercado doméstico. Em termos de
volume, mesmo representando
menos de 1% dos abates do
país, os programas de carne de
qualidade crescem a cada ano e
significam grandes oportunidades de qualificação e agregação
de valor para aqueles que puderem se diferenciar. E o segredo,
como dizia Abraham Lincoln,
“é andar devagar, mas nunca
andar para trás.”
Méd. Vet., Profa. Dra. do
Programa de Pós-Graduação em
Administração da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
(PPGA/UFRGS), Ex-Diretora do
Programa Carne Angus e atual
Membro do Comitê Carne Angus
[email protected]
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Angus@newS
CARNE
Setembro/Outubro 2012
Concurso de Carcaças 2012
Rumo à perfeição
Já está praticamente dominado. Os produtores
participantes do Programa Carne Angus
Certificada já fazem o acabamento das carcaças
de seus animais e chegam bem próximo ao ponto
ideal para o abate. A observação das carcaças
nos dias de abates nos frigoríficos, a insistência
dos técnicos rumo à perfeição no acabamento, os
exames das carcaças através da ultrassonografia.
Por Eduardo Fehn Teixeira
T
odo esse novo clima que
envolve a preparação e
apronte de animais em
busca das premiações na produção de carne de qualidade,
chega quase ao ponto ideal.
Isso ficou comprovado pela
qualificação das carcaças dos
quase 600 animais Angus e
cruzas Angus, divididos em
24 lotes de criadores do Rio
Grande do Sul, que participaram, em 14 de setembro,
do VII Concurso de Carcaça
Angus, que a Angus Brasil e
seu programa Carne Angus
Certificada promoveram na
unidade de São Gabriel, RS
do frigorífico Marfrig.
A escolha das melhores
carcaças contou com o apoio
de seis certificadores do Programa Carne Angus, que trabalharam durante os abates
na tipificação das carcaças e
identificação das mais corretas, nos vários quesitos exigidos. Esses técnicos também
tiraram as dúvidas dos produtores presentes na indústria,
Fotos: Fagner Almeida/Angus
que assistiram aos abates de
seus animais com vivo interesse.
Zona Sul
na liderança
O campeão do concurso,
na categoria Angus Definido,
foi um lote apresentado pelo
pecuarista Juliano Leon, da
Estância Pedra Só, de Pedro
Osório, RS. “Meu sistema de
produção busca animais precoces e pesados, daí a alta
qualidade das carcaças. E a
conquista deste prêmio prova
que o trabalho que desempenhamos há mais de 50 anos
está no caminho certo”, comemorou Juliano, lembrando
que seu lote teve peso médio
de 295,37kg. Ele, que participou pela primeira vez do
evento, inscreveu 22 animais
Angus definidos, todos com
dente de leite.
O reservado de campeão
no Angus Definido foi o lote
do pecuarista Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, da Estância Santa
Eulália, também de Pelotas,
RS, que registrou peso médio
de 289,96 kg. Daniel Mello,
filho de Joaquim, compareceu ao frigorífico e examinou
as carcaças abatidas. “Selecionamos para este concurso
os animais que apresentavam
potencial de alta produção de
carne. E nos abates, percebi
que nosso manejo está correto, pois os lotes estavam muito
uniformes”, comentou Daniel,
acrescentando que “ganhar
esta classificação nos sinaliza
que estamos com uma seleção
correta, manejo adequado,
boa terminação e sanidade em
dia”, explicou Daniel.
Já o 3º melhor lote foi levado ao concurso pela Agropecuária Correa Osório - Cabanha
Paipasso Red, de Sant’Ana do
Livramento, RS. O lote teve
peso médio de 284,79kg. Um
dos dirigentes da propriedade, Fernando Correa Osório,
que inclusive foi o primeiro
Fotos: Eduardo Fehn Teixeira/Agência Ciranda
Produtoras no Frigorífico
Daniel Mello
diretor do programa Carne
Angus Certificada, foi um
dos mais ativos no acompanhamento
dos
abates.
Ele inclusive
revisou todos
os lotes desde
os currais do
frigorífico, antes dos abates,
e depois examinou detidamente todas
as carcaças,
após a matança. “Essa premiação mostra
que estamos acertando, tanto
em seleção genética, como na
preparação – acabamento e
terminação de nossos animais,
sempre de olho numa relação
custo benefício o mais positiva
possível”, sentenciou Fernando, lembrando que “estamos
numa era de eficiência máxima, porque se não for assim,
estamos fora da atividade”.
Aqui os cruza Angus
Na categoria Cruza Angus
o campeão foi o pecuarista
Sergio Souza Fernandes, da
Estância Santa Maria, de Pedras Altas, RS. Ele participou
do concurso com um lote de
22 machos, com média de
284,08 kg.
O reservado campeão da
categoria foi o lote de 22 machos da Agropecuária Correa
Osório - Cabanha Paipasso
Red, com média de peso de
282,24 kg por animal. Já o 3º melhor lote foi do
pecuarista Stefano Scaglioni
Marini, da Agropecuária Marini, de Arroio Grande, RS.
Ele participou também pela
primeira vez do concurso, e vibrou com o resultado. “Acompanhei do primeiro ao último
lote de abates, e gostei muito
do que vi. Serviu para ter idéia
do nível genético do meu gado
na comparação com os outros
animais, de outras partes do
Estado”, disse Stefano, que
em seus 22 animais teve peso
médio de 256,25 kg.
Trio de destaque
Em meio a um punhado
de produtores observando as
carcaças na linha de matança do frigorífico, ganhou destaque especial a presença de
três produtoras, que se deslocaram de Livramento e Dom
Pedrito, especialmente para
ver as carcaças no frigorífico
e falar com os técnicos sobre
detalhes a serem melhorados
na terminação dos animais.
O trio era liderado por Margarida Albornoz Ferreira, da
Estância Garupa, que inscreveu 30 de seus animais para
o concurso.
Evolução
Para Fábio Medeiros, gerente do Programa Carne
Angus Certificada, este VII
Concurso de Carcaças Angus
e suas diversas edições anteriores bem mostram a evolução dos animais, a partir da
evolução dos conceitos e dos
sistemas de criação da raça
no Rio Grande do Sul.
“Está mais que comprovado o potencial da raça Angus para produção de carne
de qualidade, e o concurso
de carcaças vem valorizando o trabalho dos produtores
do Programa Carne Angus e,
principalmente,
integrando
produtores e indústria, proporcionando a troca de experiência entre os elos da cadeia
produtiva da carne”, sintetiza
o especialista.
Medeiros destaca ainda que o concurso também
funciona como uma grande
oportunidade de levar os produtores ao frigorífico no dia
dos abates, conseguindo, por
tabela, que eles entendam o
funcionamento, que gerem
uma melhoria ainda maior na
produção de suas carcaças, e
percebam a seriedade e profissionalismo do processo de
certificação.
>>>
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Setembro/Outubro 2012
CARNE
Angus@newS
Ferramentas para incrementar a produção
de carne de qualidade
Fotos: Fagner Almeida/Angus
e de genética britânica. A
demanda crescente no País
pela carne Angus está sendo
fundamental ao crescimento
do Programa Carne Angus
Certificada, e a conseqüente
melhor remuneração dos produtores.
Beber apontou caminhos
ao produtor. “Mais do que
nunca, é hora de tirarmos
vantagem da capacidade única dos ruminantes, de transFelipe Moura
formar pasto em carne”,
esperada. Os valores recebi- explica. Ele observa que os
dos por pecuaristas foram os gaúchos, herdeiros dos memaiores do País, sendo que lhores campos nativos do
historicamente o preço do boi País, têm dificuldade em traé de 6 a 8% menor do que tar o pasto como cultura. “É
o de São Paulo, por exemplo. fundamental vermos o pasto
Mas, nem sempre foi assim, como o agricultor de soja, milembrou Costa Beber. O Rio lho ou arroz vê suas plantas.
Grande do Sul já foi o maior Necessita das melhores varieprodutor de carne do Brasil e dades, solo bem nutrido, recehoje é responsável por apenas ber cobertura nitrogenada e,
6% do abate nacional.
se possível, ser rotacionado.
sistemas de produção. E nes- Gabriel, dia 14, além de paPor Marina Corrêa
Para tentar tirar o máxi- A pecuária pode ser competite sentido, a troca de experi- lestras sobre os programas
Eduardo Fehn Teixeira
mo de proveito do bom mo- tiva com a agricultura, desde
ências entre os produtores e Carne Angus Certificada e Fomento e deixar na história que esteja em mesmo nível
com os técnicos também con- mento Angus Marfrig, apreais de 200 pessoas ta na construção do conhe- sentadas por Fábio Medeiros a desvantagem competitiva tecnológico. Nutrição adeentre produtores, téc- cimento, enfatizou Reynaldo e pelo gerente de fomento do entre o Estado e o Centro do quada, começando pela cria,
nicos e investidores Salvador, diretor do Progra- Marfrig, Diego Brasil, o pecu- País, é necessário entender aliada à maior carga, são
em Angus participaram do ma Carne Angus Certificada. arista Fernando Costa Beber, os motivos que resultaram fundamentais à rentabilidade
VIII Encontro de Produto- Para ele, o produtor de Angus da Pulqueria Agropecuária, nesta “vantagem”. Como fa- da atividade”, argumenta.
Beber incentiva o produres de Carne Angus, que a tem de estar atento às exigên- de Santa Maria, RS, falou tores preponderantes, Beber
destacou
no
evento
que
“titor, deixando claro que a via
Angus Brasil realizou, com o cias da indústria e, sempre sobre seu trabalho, realizado
vemos
a
exportação
de
gado
é duas mãos: Está se vivenapoio do Frigorífico Marfrig, que possível, participar dos a partir de sistema intensivo
em
pé
para
países
da
Ásia
e
do um grande desafio e uma
no Sindicato Rural de São eventos de fomento à raça de produção de carne de quaEuropa
e
a
confinamentos
de
grande oportunidade. “EstaGabriel, RS, em 14 de setem- propostos pela Angus Brasil. lidade baseado em pastagens
São
Paulo”.
Estas
vendas
só
mos deixando de ser produtobro, e na Estância do Retiro,
Já o gerente do Programa de clima temperado. ocorreram,
segundo
ele,
pela
res de carne comum para serda Scalzilli Agropecuária, no de certificação da entidade,
Segundo ele, com a inviadisponibilidade
em
campos
mos produtores de um artigo
dia 15, em Cacequi, RS. Nos Fábio Medeiros, reforça que bilidade dos grãos, em função
>>>
gaúchos
de
animais
mochos
de luxo”, frisa.
eventos, um verdadeiro prê- este evento foi criado com o do elevado preço, é mais do
mio aos produtores: palestras intuito de integrar os pecu- que hora de tirarmos vantade especialistas sobre ferra- aristas gaúchos, de olho na gem da capacidade única dos
mentas e procedimentos ca- difusão de informações técni- ruminantes, de transformar
pazes de gerar o incremento cas de qualidade e a interação bom pasto em carne de quana produção de carne de qua- entre produtores e técnicos lidade”, saiu dizendo o artilidade, e a visita a uma estân- participantes do Programa culado pecuarista. A pecuácia (do Retiro) que prima por de carnes da Angus Brasil e ria gaúcha está passando por
ações aliando alta tecnologia a indústria.
um momento de importância
e conhecimento técnico para
histórica. Este ano foi marcaelevar ao máximo os índices
do por uma virada há muito
Em São Gabriel
de produção de gado Angus
No primeiro momento,
voltado ao Programa Carne no Sindicato Rural de São
Angus Certificada.
- A meta é que os partici- Os ruminantes têm capacidade
pantes levem às suas propriedades esses conhecimentos única de transformar bom
de aplicação imediata, que pasto em carne de qualidade
permitem a evolução de seus
M
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Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
CARNE
Intensidade de pastejo:
chave do sucesso
Fotos: Fagner Almeida/Angus
Já no sábado, 15 de setembro, as mais de duas centenas de pecuaristas
presentes acompanharam uma palestra com Carlos Nabinger, professor
da Universidade Federal do RS, especialista da área de forragicultura,
que discutiu e revelou alguns dos principais resultados de anos de
pesquisa e modernos conhecimentos sobre a intensificação de sistemas
de produção com níveis crescentes de tecnologia.
O
Pampa e os Campos
de altitude respondem
pela maior parte da
cobertura vegetal do Estado gaúcho. Por essa razão,
coloca Nabinger, a atividade
pecuária foi o início e a base
da economia do Estado e
também conforma a base da
nossa cultura. A diversidade
da flora forrageira determina
que a pastagem natural dessa região do globo apresente
não somente uma alta resiliência mas, também, a possibilidade de produzir uma carne
absolutamente diferenciada
em termos de composição de
ácidos graxos. Este, aliás, foi
o mote principal da palestra
do especialista em pastagens
Carlos Nabinger.
Ele destaca que a manu-
tenção dos campos é uma
necessidade de ordem ambiental, mas para cumprir
suas múltiplas funções (biodiversidade, sequestro de carbono, qualidade das águas,
entre outras) é preciso que
ele também assegure renda ao produtor. No entanto,
a falta de conhecimento de
como manejá-las adequadamente determina um baixo
desempenho da pecuária, que
produz menos de 1/3 do que
poderia e isso sem qualquer
adição de insumos. Isto é, em
sua condição natural.
O professor comenta que
resultados de muitos anos
de pesquisa demonstram que
apenas o ajuste da carga animal e o diferimento de potreiros podem levar a produções
anuais superiores a 230 kg
de peso vivo/ha, quando a
média do RS é da ordem de
60-70 kg/ha, em sistema de
recria e terminação.
Uma das conseqüências é
a substituição por alternativas de uso da terra consideradas de melhor desempenho
econômico, como a soja e a
silvicultura, ainda que muitas
vezes fora das regiões recomendadas para essas culturas. “Igualmente a pesquisa
tem demonstrado, e isso tem
sido comprovado na prática
de muitos produtores, que é
possível atingir níveis de produtividade ainda mais altos
se, por exemplo, fertilizarmos
os campos, quando então os
rendimento podem chegar a
cerca de 1.000 kg de PV/ha,
nesses mesmos sistemas de
recria/terminação”, explica.
Carlos Nabinger argumenta que a possibilidade da
utilização de áreas de campo
já convertidas para outros
usos ou altamente degradadas, com sistemas que integrem a lavoura e a pecuária,
sobretudo em plantio direto,
permite otimizar sistemas de
produção que mantenham o
restante da área com sua cobertura natural. “A chave do
sucesso será sempre o controle da intensidade do pastejo.
O produtor deverá capacitarse melhor. Acreditamos que
o futuro da pecuária no Sul
do Brasil passa pela diferenciação do produto. Já temos
a genética animal para isso
e nos falta diferenciar o sistema de produção em termos
de dieta alimentar e de sistemas de produção capazes de
serem de alta performance
econômica mas também ambiental”, diz o especialista.
Acompanhamento
diário
“A planta muda todos os
dias. Temos que acompanhála e manejá-la em harmonia
com o clima e com as condições carga animal que impomos a ela”, disse, no início de
sua apresentação, o também
especialista em pastagens
formado pela Esalq, Felipe
Moura, diretor técnico da
Scalzilli Agropecuária e diretor de Marketing da Angus
Brasil. “Por que irrigar o arroz e não irrigar o pasto? É
escolher as forrageiras adequadas a solo e clima, preparar o solo com os nutrientes
recomendados e irrigá-las no
verão, quando falta a chuva”,
resumiu o pecuarista, que no
dia de campo mostrou que
tanto entende de pastagens
como é de fato campeiro por
gosto.
“Nem a chuva atrapalhou
nosso dia de campo, parando
nos momentos certos em que
fomos visitar os trabalhos
com animais a campo”, comemorou Felipe. Ele observou
ainda que o grande incentivo
é a busca por informações sobre o Programa Carne Angus
Certificada e as vantagens
que o produtor pode tirar, incrementando seu trabalho na
propriedade, quando adere ao
programa da Angus Brasil.
“Abrir as porteiras da
fazenda dá credibilidade ao
sistema de produção, pois
aproxima a teoria à visão
prática, passando a imagem
da qualidade do produto que
fazemos”, disse, entusiasmado, Felipe Moura.
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Angus@newS
CARNE
Setembro/Outubro 2012
Foto: Eduardo Fehn Teixeira/Agência Ciranda
Água:
decisiva a qualquer cultura
A
ssim como uma só andorinha não faz verão,
o produtor precisa associar um bom número de
conhecimentos e procedimentos, utilizando-os como ferramentas para o incremento
da produtividade de carne
por hectare em sua propriedade. A água é decisiva para
qualquer cultura. O clima
gaúcho vem apresentando a
cada 10 anos pelo menos seis
com estiagens cada vez mais
severas. Na pecuária, a falta
de pastagens de qualidade
pode ser desastrosa para o
desenvolvimento do rebanho
e para o bolso do produtor.
Uma alternativa que vem ganhando força, principalmente
em propriedades da fronteira
Oeste e região da Campanha,
historicamente mais castigadas pela seca, é o uso de pivôs
de irrigação para o cultivo
de pastagens. Essa, segundo
o veterinário mestre em zootecnia, Jean Carlos dos Reis
Soares, é uma das ferramentas que, bem utilizada, pode
gerar a intensificação da produção de carne de qualidade,
gerando maior receita ao
produtor.
Assim, o produtor consegue garantir uma pastagem
de qualidade ao rebanho,
sem ameaças de intempéries,
permitindo a multiplicação
da produtividade animal.
Especialmente para quem
cria Angus, o pivô pode ser
decisivo na terminação dos
animais, tendo em vista que
possuem maior eficiência comendo menos numa pastagem de qualidade e ganhando mais peso, mais rápido. O número de adeptos de tecnologias de irrigação vem
crescendo, embora o desembolso seja alto, de R$ 4 mil
a R$ 6 mil por hectare para
implantação de pivô. Ou seja,
uma propriedade que desejar
irrigar 100 hectares de pastagens, vai ter um desembolso
de cerca de R$ 500 mil. Mas
a irrigação, somada a um pacote de conhecimentos e ferramentas envolvendo escolha
de plantas de acordo com o
clima e um manejo adequado
de plantas e gado, resultam e,
lucro certo.
Jean Soares alerta que o
sucesso da implantação de
sistemas intensivos de produção exige não apenas conhecimento técnico da atividade,
como também controle operacional e gerencial. Para ele,
que pesquisou por dois anos a
viabilidade econômica da terminação de bovinos em pastagem irrigada, é importante
que o produtor esteja pronto
ao investir no sistema. Mas,
o que significa estar pronto?
Soares indica que é preciso
ter uma genética boa, sanidade e manejo de pastagens
adequado. “E, claro, ter um
bom reservatório de água
para investir em um pivô. Tem
que começar com o reservatório cheio, com água para dois
anos”, ressalta o especialista.
Na pesquisa feita por Soares
alimentação da bovinocultura de corte no Rio Grande do
Sul. Soares observou que alguns produtores estão fazendo testes usando irrigação em
pastagem nativa. Apresentam
bom valor forrageiro na estação quente, porém, durante o
inverno, não crescem, ficam
envelhecidas e crestadas por
geadas e não suprem as necessidades para manutenção
do peso dos animais. Mas a
maioria utiliza a irrigação
para a produção de aveia,
azevém e as leguminosas
como trevos e cornichão. A
pesquisa apontou que a tifton
é a uma das forrageiras que
melhor respondem a irrigação, garantindo maior quantidade de matéria seca para
o rebanho. “Com o uso da irrigação, o fator água passa a
não ser mais limitante para o
crescimento das forrageiras,
de modo que a sazonalidade
Vantagens
As vantagens são várias, de produção passa a ser funobserva o técnico. “Dá para ção apenas da disponibilidade
fazer a intensificação dos da radiação solar e, princimódulos de produção e libe- palmente, da temperatura”,
ração de áreas para maior observa.
produção”, explica Soares,
Cuidados
acrescentando que, com a ircom manejo
rigação, o produtor consegue
Soares reforça que a ajuextrair o máximo da forrageira. “Se o produtor colocar da que não vem dos céus não
mais adubo, por exemplo, a serve de nada se o produtor
forrageira pode crescer mais. não atentar para o manejo.
Dá para explorar mais a for- “É necessário um conhecimento em manejo de pastarageira”, avalia.
Na região Sul, a termina- gens com o objetivo de otimição é caracterizada pela pro- zar o uso de uma pastagem
dução em pastagens nativas, irrigada, pois estas também
sendo a principal fonte de sofrem com manejos inadeem três propriedades de Uruguaiana, o ganho de peso dos
animais em pastagens com
pivô foi três vezes maior que
a média estadual de ganho de
peso em pastagens sem esta
tecnologia. Nas áreas de pastagens irrigadas, foram retirados 772 kg de carne por
hectare. Na região, a tecnologia de irrigação de pastagens
está ganhando a simpatia dos
produtores em função dos
constantes períodos de seca.
O foco é minimizar os efeitos
do stress hídrico da planta e
aumentar a produção forrageira. Soares comenta que
a presença de reservatórios
d’água, como barragens, açudes e represas existentes para
a cultura do arroz é um fator
que contribui positivamente
para a adoção da tecnologia
na fronteira Oeste.
quados”, constatou. O principal problema, aponta, é a
aplicação excessiva de água,
o que resulta em prejuízos
ao ambiente, consumo desnecessário de energia elétrica e de água, lixiviação de
nutriente e maior compactação do solo, repercutindo
na diminuição da produção
e vida útil da pastagem. “A
irrigação de pastagens é uma
tecnologia que supre apenas
um dos fatores envolvidos
na produção de alimentos: a
água. Para que ela se torne
uma tecnologia viável economicamente, é necessário
o conhecimento e o domínio
de todos os outros fatores”,
conclui.
No mundo
Os primeiros trabalhos
com irrigação de pastagens
no mundo surgiram na Alemanha e Nova Zelândia, na
década de 40. No Brasil, as
primeiras pesquisas foram realizadas nos estados de São
Paulo e Minas Gerais, nas décadas de 60 e 70, com o objetivo de resolver os problemas
de estacionalidade forrageira
durante o período seco do
ano.
No entanto, estas regiões
não proporcionavam as condições climáticas ideais para
o desenvolvimento das pesquisas e concluiu-se que a irrigação de pastagens era uma
tecnologia economicamente
inviável para as condições
brasileiras.
>>>
12
Angus@newS
CARNE
Setembro/Outubro 2012
Confinamento: no controle
D
entre as várias ferramentas tecnológicas à
disposição do produtor
para a intensificação da produção de carne de qualidade,
destaca-se também o confinamento. Esta tecnologia, desde
que empregada corretamente
e seguindo os protocolos adequados, permite não apenas
a terminação do animal com
maior ganho de peso e melhor distribuição da camada
de gordura, mas também a
padronização dos lotes que
vão para o abate, condição
importante para a qualidade
da carne e valorizada pelos
abatedouros.
Contudo, diversas etapas
devem ser seguidas anteriormente a este procedimento,
para que esta fase resulte
nos resultados desejados e o
produtor não tenha prejuízos
ao invés de lucros. O PhD em
Zootecnia, Mikael Neumann,
professor da Universidade
Estadual do Centro Oeste, em
Guarapuava, PR, e pesquisador da CooperAliança, dá
algumas dicas importantes
para que o produtor possa tirar o máximo proveito com o
uso desta prática.
“O confinamento é uma
tecnologia que permite o controle intensivo da produção
através do planejamento”, diz
Neumann. Para isto, contudo,
devem ser seguidos diversos
procedimentos que irão garantir o resultado positivo
do processo, adianta ele. “Os
animais devem ser preparados para o confinamento. Tem
que ser classificados por sexo,
raça, idade e formar lotes
homogêneos antes de serem
confinados”, destaca. Neumann ressalta a atenção para
a questão sanitária, afirmando que é imprescindível que
os animais passem por um
tratamento com vermífugos
antes de serem confinados e
Mikael Neumann
que haja muito cuidado com
o local onde a medicação seja
aplicada, para que os resíduos não venham contaminar o
local do confinamento.
Fase curta, porém importante, o confinamento deve
compreender um período inferior a 120 dias. O tempo
ideal, de acordo com o pesquisador, é de 70 a 90 dias
para se buscar o ponto de
equilíbrio na finalização dos
animais. “Mas se não tiver a
preparação anterior, esta fase
torna-se improdutiva”, assegura o especialista. De acordo com Neumann, a condição
ideal do animal para o confinamento inicia no nascimento
e a qualidade do produto deve
estar presente em todas as
fases anteriores ao processo
final de confinar. Para isto é
importante ter uma conduta
e aplicar os procedimentos
adequados de bem estar animal na propriedade e o uso
da rastreabilidade, para que
o animal possa expressar o
seu máximo potencial quando
confinado.
A maximização do ganho
de peso no confinamento também pode ser intensificada
com o uso de aditivos biológicos que a pesquisa científica comprova como eficientes,
como a homeopatia, os óleos
essenciais e os probióticos,
informa Neumann.
“Estes produtos já estão
no mercado, mas ainda há
muito descrédito por parte
do produtor nos resultados
que eles podem proporcionar.
Sabe-se porém que o valor do
investimento nesses produtos é menor do que o ganho
que se tem com o seu uso”,
destaca o pesquisador. O uso
destes aditivos também tem
que estar associado com outras práticas de manejo e
um balanceamento de dieta
adequado. “O animal confinado tem um custo diário que
deve ser inferior ao que ele
ganha em peso no seu dia a
dia. Hoje de maneira geral o
ganho líquido do confinador é
muito baixo e às vezes até negativo. Por isso muitas vezes
o produtor opta por aprontar
um animal de maior idade só
a pasto. Esta prática, porém,
gera uma despadronização
nos lotes que chegam no frigorífico” finaliza o pesquisador.
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Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação
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55 3412.5339 / 55 9977.7281
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14
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
CARNE
Lançado novo selo da carne Angus no Paraná
O município paranaense de
Guarapuava é o primeiro daquele Estado a possuir certificação de carne pelo Programa
Carne Angus Certificada, da
Angus Brasil. Com o selo Aliança Angus Premium, os animais
abatidos pela Cooperativa de
Carnes Nobres do Vale do Jordão (CooperAliança) passam
a integrar o seleto grupo de
produtos diferenciados com a
chancela da Angus Brasil.
O lançamento da nova mar-
ca aconteceu durante a 37ª
Feira Agropecuária de Guarapuava. Comemorando o lançamento, o diretor do programa
de certificação da Angus Brasil,
Reynaldo Salvador destacou:
“O selo terá somente carne Angus produzida no Paraná e por
paranaenses”, disse, mostrando
toda sua satisfação pela parceria ter sido oficializada.
A certificação da cooperativa faz parte do projeto de
expansão da carne Angus para
todo o Brasil, complementou
Salvador, que considera o Paraná um estado-chave para o
Programa Carne Angus. “Começamos atendendo Guarapuava, Cascavel e Curitiba. Num
futuro não muito distante atingiremos todo o Estado do Paraná”, previu o dirigente, pois
Marfrig, FSL Itu e Pfizer
avaliam cruzamento Angus
grama Fomento teve reflexos
também no mercado de sêmen
Angus. “De 2007 a 2011, o
crescimento das vendas de
sêmen Angus foi de 174%.
Para 2012, estima-se um
crescimento de 39%, com a
venda de mais de 3,3 milhões
de doses”, informou o gerente
de produtos corte taurinos da
Alta Genetics, Marco Antonio
Oliveira.
O zootecnista Tiago Cresti
“O cruzamento Angus x ma Fomento Angus Marfrig, Losi, da Lageado Consultoria,
Nelore é o verdadeiro casa- Luciano de Andrade, enfati- empresa habilitada para immento por interesse, que via- zou que o programa incentiva plantar o Programa Fomento
biliza a produção de carne de o uso da tecnologia e da ge- em propriedades, abordou as
qualidade em grande escala”, nética para fornecimento de principais vantagens econôdisse o pecuarista Antônio carcaças padronizadas den- micas do uso de tecnologia
Maciel Neto, da FSL Angus tro dos parâmetros de aca- na produção de animais de
Itu, na abertura do o 1º Se- bamentos de gordura, peso e cruzamento industrial, frente
minário Cruzamento Angus, idade, de acordo com as ca- aos custos requeridos por esta
uma parceria entre o Grupo racterísticas definidas pela atividade. Thiago demonstrou
Marfrig, FSL Angus Itu e Pfi- Angus Brasil. “Participando que os investimentos em teczer Saúde Animal, realizado do Programa, o pecuarista se nologia genética são recomem Itu, SP, dia 14 de setem- beneficia com segurança para pensados com valorização de
bro, um grupo seleto de mais produzir, garantia de compra mercado no momento da nede 100 pessoas, entre pecu- de qualquer categoria animal, gociação dos animais, dando
aristas e técnicos. O CEO do adiantamento financeiro para segurança ao produtor.
Marfrig Beef, James Cruden, uso de tecnologia genética
O seminário abordou ainda
destacou o fortalecimento da e desconto de acordo com a o manejo sanitário de animais
marca Seara Angus e a contri- performance no abate, contra- de cruzamento, pelo médico
buição do Programa Fomento tação de assistência técnica veterinário da Pfizer Saúde
Angus Marfrig, que incentiva assegurada, remuneração di- Animal, Élio Moro, e Manejo
o investimento dos produtores ferenciada e classificação de de Touros Angus a Campo, a
em genética e a premiação carcaça certificada”, pontuou cargo do experimentado técLuciano.
por qualidade de carcaça.
nico da Angus Brasil, Antônio
O fortalecimento do Pro- Chaves (Toninho).
Já o gerente do Progra-
os pecuaristas estão direcionando o rebanho azebuado à
genética Angus.
“As estatísticas mostram
que, em 2011, 42% de todas
as doses de sêmen vendidas no
Paraná foram de reprodutores
Angus. Isto prova que o pecuarista paranaense conhece e
valoriza as características da
raça”, conclui Salvador.
Destacando que a novidade permite agregar valor
ao produto comercializado e
aumentar a remuneração dos
produtores, o presidente da
CooperAliança, Edio Sander,
ressalta que esta oportunidade
atende aos anseios do consumidor, fornecendo carne de qualidade e origem comprovada.
Agradecendo a confiança
da Angus Brasil no trabalho
desenvolvido pela cooperativa
o dirigente almejou que ”esta
parceria contribua para o fortalecimento e a prosperidade
da cadeia produtiva da carne
Angus no Paraná”.
O projeto da cooperativa,
segundo Sander, abrange desde
o produtor até o cliente final.
Para o equilíbrio entre os elos
dessa cadeia produtiva, ele
destacou os pilares que sustentam o trabalho da empresa:
a garantia de rentabilidade e
sustentabilidade ao produtor;
a garantia de prestação de serviços à indústria; a oferta de
um produto de qualidade com
regularidade e preço competitivo ao varejo; e, por fim, o
atendimento aos anseios por
uma carne de qualidade e preço justo ao consumidor.
EUA realiza pesquisa sobre
genética Angus em marcas
certificadas no país
Segundo recente levantamento realizado pelo
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA), o requerimento inicial para mais de 80
marcas de carne bovina
certificadas pelo país atestarem a qualidade é possuir, pelo menos, certo grau
de sangue da raça Angus
na composição. “Isso prova que a genética Angus é
tendência mundial no que
diz respeito à produção de
carne de qualidade”, avalia
Reynaldo Salvador, diretor
do Programa Carne Angus
Certificada da Associação
Brasileira de Angus.
Porém, devido à fragmentação da indústria bovina americana, a captura
de dados mais concretos
sobre o número de animais
Angus na cadeia de fornecimento de carne dos Estados
Unidos, ou com algum grau
sanguíneo da raça, de acordo com o analista do CattleFax, Lance Zimmerman,
fica na mão dos frigoríficos.
No entanto, é sabido que
a genética Angus é usada
mundialmente para agregar
qualidade à carne. “Quanto
maior o grau desta genética
na carcaça do animal, mais
sabor, mais marmoreio e
mais suculência a carne
terá”, pontuou Salvador.
No Brasil, a Associação Brasileira de Angus
mantém desde 2003 o Programa Carne Angus Certificada, para garantir a
qualidade da produção da
carne da raça. O selo de
certificação da entidade garante aos consumidores, e
demais elos da cadeia, elevados padrões de qualidade
e a identifica os produtos
produzidos exclusivamente
a partir de animais Angus e
cruza Angus. Atualmente, a
certificação da associação
está presente em 14 plantas frigoríficas nos estados
do RS, PR, MS, MT, GO e
SP, com técnicos treinados
que realizam um processo
de certificação em padrões
internacionais para atestar
a qualidade da carne produzida com genética Angus.
Para ler o material produzido pela Cattlenetwork.
com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint,
acesse o site www.beefpoint.com.br.
16
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
PARCEIROS
IATF e Touros Melhoradores:
sinergismo para produzir terneiros de qualidade
Por Marcelo
Maronna Dias
A
viabilidade econômica de
um sistema de produção
de carne bovina depende
diretamente da eficiência reprodutiva dos rebanhos. Baixos
índices de produtividade estão associados a baixas taxas
de prenhez em vacas de cria,
salientando-se que, neste caso,
uma inadequada condição nutricional no pré e pós-parto passa a ser um fator importante.
O manejo de cada propriedade é um fator fundamental
para o sucesso da implantação
de tecnologias, visto que, o meio
exerce grande influência sobre
os resultados. No entanto, dependendo de alguns fatores inerentes da produção de carne a
pasto, adequar o manejo para o
uso destas tecnologias torna-se
um grande desafio. Ao analisar
produtividade: somos capazes
de avaliar eficiência reprodutiva? Como detectar falhas e
mais importante, como reagir?
Como medir benefícios do uso
de determinada tecnologia?
Quais os índices que a propriedade apresenta? Qual o ponto
de partida? Estas questões são
importantes, pois o emprego de
uma tecnologia deve incrementar desempenhos, mas não ser
responsável por milagres.
Visando progresso genético,
a IATF surgiu como uma grande alternativa para eliminar um
fator limitante para o uso da
inseminação artificial em uma
categoria extremamente importante que são as vacas com cria
ao pé.
Para aumentar a taxa de
desmame com terneiros de qualidade e uniformidade, acreditamos que os programas de IA
com repasse de touros sejam
uma associação extremamente importante nos programas
de reprodução nos sistemas de
gado de cria, aumentando o
peso de desmame, peso ao ano,
precocidade e qualidade de carcaça.
Partindo-se do princípio de
que a técnica e os protocolos de
IATF são de domínio dos técnicos e produtores, não cabe discutir critérios, limitações e vantagens da IATF. Admitindo-se
como um número aceitável de
fêmeas prenhes com IATF no
1º dia de um programa de IATF
seja ao redor de 50%, é possível constatar que teremos praticamente a metade das fêmeas
para serem cobertas no restante do período reprodutivo.
Nas vacas que foram implantadas e inseminadas pela
IATF, é possível adotar três tipos de manejo: fazer um diagnóstico de prenhez em 30 dias
com uso de ultrassom e insemina-las novamente tentando
atingir um percentual maior de
vacas prenhas por inseminação
(75%) e, depois desta segunda
IATF, colocar os touros para o
repasse ou fazer o diagnóstico
para apartar o lote das prenhas
concentrando o lote de vacas
que estão vazias para os touros
repassarem. Ainda, poderemos
inseminar as vacas e colocar
os touros para o repasse, claro
que numa concentração menor,
admitindo que metade do lote
esteja prenhe. Quando empregamos este tipo de manejo, os
touros geralmente entram no
gado ao redor de 14 dias (duas
semanas) após a IATF, concentrando suas ações no momento
em que deverão aparecer os
retornos de cio. Sabemos que a
inseminação artificial não deve
ter o intuito de suplantar índices conseguidos com monta natural, mas o uso da IATF veio a
cooperar muito no uso racional
de touros (utiliza-los no momento certo). Estabeleceu-se
uma consciência da necessidade
de separar as vacas de acordo
com a ordem cronológica de
parição e boa condição corporal para o emprego de IATF,
contribuindo muito no manejo
para concepção tanto pela IA
como pelos touros no repasse.
Isto porque, após o uso do implante de progesterona, muitas vacas que não emprenham
da IATF, saem da condição de
anestro e ciclam retornando no
período onde deveremos estar
atentos para efetuar o repasse. Isto minimiza uma situação
tantas vezes constatada em que
os touros são colocados em rodeios de vacas de cria que não
têm as menores condições de
mostrar estro.
Sabe-se que a fertilidade no
pós-parto pode ser influenciada
pela involução uterina atrasada,
ciclos curtos, subfertilidade ou
infertilidade e anestro, sendo o
anestro, devido, principalmente
a deficiências nutricionais ou a
presença da cria. Nisto, talvez
resida a grande vantagem do
uso da IATF, inseminar vacas
com cria ao pé, que mesmo em
anestro, tem a oportunidade de
conceber no primeiro dia estabelecido para começar a temporada reprodutiva.
Assim, necessitaremos de
um número menor de touros, o
que pode resultar para o produtor, em mobilizar recursos para
adquirir touros realmente melhoradores que reúnam todas as
condições para executar o serviço durante o período de monta
trabalhando de uma forma racional em um período menor e
em vacas que realmente tenham
condições de emprenhar.
Ressaltamos isto pelo fato
de que a proporção touro/vacas
utilizada dentro dos rebanhos
brasileiros apresenta variações
entre 1:25 (Pantanal MatoGrossense) a 1:50 em regiões
de pecuária mais intensiva.
As características de pureza e caracterização racial e
de crescimento como ganho de
peso devem ser levadas em consideração, mas não devem ser
mais valorizadas que o desempenho reprodutivo. O conhecimento da baixa fertilidade pode
ser mais importante do que o
da esterilidade, visto que, pode
haver animais com alta libido e
baixa fertilidade.
Na escolha de touros melhoradores (provados), temos ferramentas que devem ser levadas em consideração: linhagens
genéticas, índices de avaliações
de ganho de peso ao desmame
e ao ano e índices de progênies.
Por estas e tantas outras
considerações, torna-se desnecessário, ressaltar a importância do exame andrológico para
touros vendidos em feiras ou
nas propriedades, para indicar
os animais que são aptos à reprodução anexados dos devidos
exames sanitários, pois durante o serviço, estes entram em
contato com muitas fêmeas e
podem converter–se em portadores de agentes virais e bacterianos disseminando patologias
dentro dos rebanhos de cria.
Sob o ponto de vista econômico,
historicamente, podemos atribuir o valor de um touro ao redor de 1500 Kg de boi e com o
uso da IATF em vacas com cria
ao pé, utilizaremos um número menor de touros o que pode
propiciar a escolha de animais
de maior valorização genética.
Atribuir um valor para compra
de hormônios ou sêmen é mais
fácil, mas saber quanto custa
manter um touro na propriedade é uma tarefa bem mais
difícil. Neste sentido (BÓ et
al., 2006), estabelecendo o valor de compra de um touro em
1200 Kg de boi, consideraram
alguns fatores como: comissão
na compra, frete até a fazenda, depreciação do dinheiro em
quatro temporadas de uso, risco (mortalidade ou descartes),
valor residual, custo de oportunidade, nutrição, andrológico,
vacinações, mineralização, exames sanitários para estabelecer
o custo de um touro para ser
mantido na propriedade fora da
temporada de monta, chegando
a um valor de 584 Kg de boi
por ano. Isto mostra como devemos ser criteriosos na escolha
de touros para monta.
Considerações finais
Quando pensamos em usar
uma tecnologia temos que nos
preocupar com sua viabilidade
nos diferentes sistemas de produção. Geralmente ao definir
que vamos utilizar um protocolo de inseminação, a primeira
pergunta que surge é: quanto
custa? E o impacto de desembolso de capital que vai gerar
para a propriedade.
Na verdade, a tecnologia deveria ser considerada como um
investimento medindo seus riscos e com uma projeção real de
lucros. Sendo assim, pergunto:
Não deveríamos saber primeiro
o resultado que uma ou outra
tecnologia pode gerar ao invés
de quanto vai custar? Este protocolo vai melhorar os índices
de produtividade no rebanho em
questão? Qual a capacidade de
investimento desta propriedade
em função das suas prioridades
e objetivos?
Desta forma, poderemos
nos perguntar se o custo de
uma IATF com sêmen provado
é caro ou barato por vaca inseminada. Sabendo ser possível
fazer um diagnóstico precoce
da IATF com 30 dias de serviço
atingindo ao redor de 50% de
prenhez e reutilizar o implante
aumentando as vacas inseminadas para quem sabe uns 75%
de prenhez. Programando uma
IATF, anteciparemos o período
de serviço uniformizando a parição e ao classificarmos as vacas para IATF, neste momento,
poderemos decidir o que fazer
com as fêmeas de baixa condição corporal e lotear os touros
para o repasse de forma racional para ter-se o melhor desempenho possível.
Estas são apenas algumas
colocações como um exercício
de raciocínio. É aconselhável
lembrar que cada propriedade
possui suas particularidades
que devem ser respeitadas e levadas em consideração.
Médico veterinário,
Supervisor Regional da CRI
Genética Brasil RS/SC.
18
Angus@newS
MELHORAMENTO GENÉTICO
Setembro/Outubro 2012
Touros Angus Top 10 2012-2013
Por Leonardo
T. Campos
Os dois objetivos principais da
publicação desta relação de Touros
Top 10 na raça Angus são: (1) obter
uma maior conectabilidade entre os
diferentes rebanhos participantes do
PROMEBO® e (2) facilitar a identificação e localização de reprodutores
superiores na avaliação genética da
raça, pelos criadores que se mostram
interessados na genética Angus.
Para integrar a listagem Top 10
existem alguns critérios de classifica-
ção: ter comparecido na ultima edição do Sumário de Touros Angus; ser
considerado um touro em atividade,
ou seja, com descendência avaliada
pelo programa nos últimos quatro
anos; conter progênie distribuída por
três rebanhos no mínimo; e possuir
disponibilidade de sêmen para comercialização nas principais Centrais de
Inseminação Artificial estabelecidas
no país.
Como critério adicional, adota-se
as exigências de DEPs positivas para
duas outras características ponderais: ganho de peso do nascimento
a desmama (GND) e ganho de peso
do nascimento ao sobreano ou final
(GNS), bem como, Índices Desmama
e Final, também, positivos.
Adotar este critério adicional também para os Touros Top 10 para Peso ao
Nascer evidencia que se busca a identificação de touros que produzam filhos
de baixo ou razoável peso ao nascer, de parição facilitada, mas que acelerem
suas curvas de crescimento na fase pós-natal. Os touros qualificados como Top
10 para Peso ao Nascer estão em ordem crescente a partir da menor DEP
para peso ao nascer.
- Touros Angus Top 10 2012-2013 para Peso ao Nascer:
PN
GND
INDICE
APELIDO
REGISTRO DEP
D
DEP
D
DESMAMA
D
DO TOURO DO TOURO PEL CIA
BANDO 9074
IA-831
P
G -0,85 1 11,97 1
26,22
1
GNS
DEP D
INDICE
FINAL D
14,44
17,77
1
1
TESORO
IA-737
P
T
-0,83
1
3,20
2
5,83
3
6,28
2
5,91
3
LIDER
IA-679
P
D,O
-0,80
1
5,14
1
17,43
1
2,46
3
9,59
2
PIONEIRO
O089703
P
P,T
-0,75
1
1,86
3
7,69
3
3,80
3
6,60
2
COMBINATION
MAJOR
LEAGUE
JOCKEY
IA-978
V
A
-0,67
1
5,15
1
8,74
3
9,75
1
4,81
3
IA-762
V
G
-0,52
1
7,80
1
16,74
1
11,86
1
14,22
1
IA-676
P
D
-0,39
2
6,23
1
21,31
1
0,49
5
8,05
2
BROTHER
O079228
V
A
-0,36
2
4,14
2
11,15
2
0,46
5
2,07
4
TOUAREG
C255935
P
P,T
-0,36
2
3,12
2
8,77
3
4,68
3
7,33
2
CHEYENNE
IA-781
V
A
-0,13
4
8,45
1
22,08
1
14,81
1
19,10
1
Logo abaixo são apresentados os Touros Top 10 para Índice Final. Este índice tem como características componentes e fatores de ponderação: ganho de
peso, conformação, precocidade, musculatura e perímetro escrotal. Os touros
estão ordenados decrescentemente, a partir do maior índice final.
- Touros Angus Top 10 2012-2013 para Índice Final:
APELIDO
DO TOURO
ZORZAL
- Touros Angus Top 10 2012-2013 para Índice a Desmama:
APELIDO
DO TOURO
ZORZAL
REGISTRO DO
TOURO PEL CIA
IA-850
P
K
PN
GND
DEP
D
0,78
DEP
ÍNDICE
D
GNS
ÍNDICE
DESMAMA
D
DEP
D FINAL D
0 13,64 1
37,15
1
17,11
1
22,16
1
PN
GND
ÍNDICE
GNS
ÍNDICE
DEP
D
DEP
D DESMAMA D
DEP
D FINAL
D
0,78
0
13,64
1
37,15
1
17,11
1
22,16
1
QUEBRACHO
IA-755
V
K
1,05
0
9,88
1
29,30
1
10,82
1
19,81
1
LAPACHO
O104073
V
Y
0,25
8
6,15
1
32,79
1
7,01
2
19,50
1
GRID MAKER
IA-729
P
M
0,86
0
7,59
1
30,04
1
9,01
1
19,26
1
CHEYENNE
IA-781
V
A
-0,13
4
8,45
1
22,08
1
14,81
1
19,10
1
NET WORTH
IA-911
P
G
0,65
0
8,73
1
27,34
1
11,59
1
17,86
1
BANDO 9074
IA-831
P
G
-0,85
1
11,97
1
26,22
1
14,44
1
17,77
1
TRAVELER 004
IA-804
P
G
0,55
0
7,79
1
21,33
1
13,38
1
17,77
1
FIELD DAY
IA-814
V
M,R
-0,05
5
6,48
1
26,90
1
8,36
1
17,56
1
PUCARA
IA-929
V
K
1,07
0
7,16
1
26,85
1
5,96
2
15,97
1
Abaixo pode-se verificar a tabela que apresenta os componentes e fatores
de ponderação do índice final Angus, e ainda a tabela com as legendas de todas
as centrais de IA que apresentaram touros com avaliação genética no Sumário de Touros 2012-2013 da ANC. Assim, o criador pode identificar o melhor
touro para cada característica e onde obter sêmen deste.
- Componentes e Fatores de Ponderação do Índice Final Angus:
ÍNDICE FINAL
Ganho de peso do nascimento a desmama
Conformação na desmama
Precocidade na desmama
Musculatura na desmama
Ganho de peso da desmama ao sobreano
Conformação no sobreano
Precocidade no sobreano
Musculatura no sobreano
Perímetro escrotal
PONDERAÇÃO (%)
25
5
8
8
25
5
8
8
8
* FORNECEDORES DE SÊMEN
Código
Os Touros Top 10 para Índice a Desmama são apresentados logo abaixo.
Este índice desmama é composto por 50% para DEP Ganho de Peso ao Nascimento a Desmama (GND), e os outros 50% subdivididos para as DEPs nas
características visuais: Conformação (C) = 10% , Precocidade (P) = 20% e
Musculatura (M) = 20%, todas na fase pré-desmama. Os touros estão ordenados de forma decrescente, a partir do maior índice de desmama.
REGISTRO DO
TOURO PEL CIA
IA-850
P
K
Descrição
Fone
A
ABS PECPLAN - www.abspecplan.com.br
(34) 3366.5177
B
CENTRAL BELA VISTA www.centralbelavista.com.br
(14) 3883 1039
D
CIIADO www.ciiado.com
02924 – 420307
G
CRI GENÉTICA BRASIL www.crigenetica.com.br
(16) 3368 3800
K
SOLUÇÃO GENÉTICA SÊMEN E EMBRIÕES – www.solucaogenetica.com.br
(55) 3352 5051
L
LAGOA DA SERRA - www.crvlagoa.com.br
(16) 2105 2299
M
SELECT SIRES DO BRASIL - www.selectsires.com.br
(51) 3222 9688
N
AXELGEN I.A. - www.axelgen.com.br
(16) 3632 7700
O
PROMEGA BRASIL - www.promega.com.uy
(53)9971 8210
P
PROGEN – www.progen.agr.br
(53) 3243 1199
LAPACHO
O104073
V
Y
0,25
8
6,15
1
32,79
1
7,01
2
19,50
1
Q
GERA – www.ciiado.com.ar
(53) 3243 1546
GRID MAKER
IA-729
P
M
0,86
0
7,59
1
30,04
1
9,01
1
19,26
1
R
SEMBRA - www.sembra.com.br
(17) 3322 2888
QUEBRACHO
IA-755
V
K
1,05
0
9,88
1
29,30
1
10,82
1
19,81
1
T
ALTA GENETICS – www.altagenetics.com.br
(34) 3318 7777
NET WORTH
IA-911
P
G
0,65
0
8,73
1
27,34
1
11,59
1
17,86
1
U
ARAUCÁRIA – www.argen.com.br
(43) 3315 3500
FIELD DAY
IA-814
V
M,R
-0,05
5
6,48
1
26,90
1
8,36
1
17,56
1
V
VOLTA GENÉTICA – www.volta.com.br
(11) 3872 0322
PUCARA
IA-929
V
K
1,07
0
7,16
1
26,85
1
5,96
2
15,97
1
X
SEMEX - www.semex.com.br
(11)4589 6200
BANDO 9074
IA-831
P
G
-0,85
1 11,97 1
26,22
1
14,44
1
17,77
1
Y
CORT GENÉTICA BRASIL – www.cortgeneticabrasil.com
(55) 3414 0198
HORNERO
IA-849
P
K
0,97
0
8,66
1
24,85
1
8,33
1
13,92
1
HERDEIRO
O111950
V
A
-0,08
5
6,34
1
24,15
1
9,10
1
13,03
1
[email protected]
Coordenador Técnico do PROMEBO®
20
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
MELHORAMENTO GENÉTICO
Genética Nacional
“Eu acredito!”
O objetivo desta coluna do seu Angus@newS
é apresentar objetivamente o pensamento
de importantes selecionadores da raça que
defendem o uso de genética nacional na seleção
dos rebanhos Angus.
E também vamos dar mais
consistência e credibilidade ao
programa de seleção”, aponta
ele, acrescentando que, assim,
vamos aumentar a presença
de touros nacionais nas centrais de inseminação.
Fernando Osório critica o
fato de um grande número de
produtores ainda estarem focados no fenótipo, na beleza
exterior do animal, quando deveriam prestar mais atenção na
funcionalidade e nos dados de
performance dos exemplares.
Para ele, nossa pecuária
ainda está mais voltada à
paixão do que à razão. “Precisamos direcionar nosso foco
à eficiência econômica. É o
que já fazem produtores concorrentes dos Estados Unidos,
da Austrália e da Nova Zelândia, por exemplo. No primeiro
mundo, quem não se preocupa fundamentalmente com as
Fernando Correa Osório
características de relevância
econômica, está fora do contexto produtivo”, adverte.
om o aval do Conselho
FERNANDO
Para Fernando Osório,
Técnico e da direção
CORREA OSÓRIO
deveríamos ressaltar caracda Associação BrasileiCabanha Paipasso Red
terísticas como qualidade de
ra de Angus (Angus Brasil),
Sant’Ana do
carcaça, que tem retorno ecoeste espaço estará sempre
Livramento, RS
nômico certo através de boaberto a todos os criadores e
selecionadores de Angus que
Como tem sido mostrado nificações e premiações. Ele
desejarem manifestar suas nesta coluna, acreditar na ge- destaca ainda o encurtamenidéias e opiniões sobre este nética nacional Angus é uma to do ciclo de terminação e a
assunto. O resultado esperado realidade que vem sendo con- maior valorização da precocié o contínuo aperfeiçoamento firmada pelos criadores top dade sexual, que tem relação
da genética nacional da raça, da raça, e uma tendência que direta com a fertilidade.
“Uma boa vaca tem que
uma das metas que vem sen- cresce em todo o Brasil.
do perseguidas e incentivadas
Nesta linha, o conhecedor produzir um terneiro por ano
pela Angus Brasil.
de Angus e especialista em pe- por muitos anos. Vacas falhaNesta edição temos os ar- cuária de qualidade Fernando das devem ser sumariamente
gumentos do tradicional sele- Correa Osório, sai argumen- eliminadas, simplesmente porcionador de Angus e primeiro tando que os selecionadores que não estão cumprindo sua
diretor do Programa Carne devem usar reprodutores de função”, sentencia.
Outras
características
Angus Certificada, Fernando sua produção em seus rodeios,
que
para
ele
devem
ser valoCorrea Osório, da Agropecuá- e também usar o Promeria Correa Osório – Cabanha bo. “Utilizando esses touros rizadas são a preferência por
Paipasso Red, em Sant’Ana crioulos, ao mesmo tempo que animais de alta eficiência em
do Livramento, RS, e do tra- vamos prová-los, vamos tam- conversão alimentar e que
dicional criador Luiz Felipe bém aumentar a pressão sele- apresentem facilidade de parFerreira da Costa, da Tarumã tiva de nossos gados a partir to, o que reduz a mão de obra,
Agropecuária – Fazenda Que- de genéticas adaptadas às representando mais receita no
rência, em Alegrete, RS.
características de nosso meio. bolso do produtor.
C
LUIZ FELIPE
FERREIRA DA
COSTA FILHO
Tarumã Agropecuária /
Fazenda Querência
Quaraí/RS
exemplo, o Promebo”, explica
o criador. No entanto, o produtor observa que em plantéis
com o objetivo de produção
de touros, é importante testar algum reprodutor de fora
para oferecer opções de sanA raça Angus vem baten- gue para os criadores e prodo recordes na venda de sê- dutores de animais de corte.
men no Brasil pela qualidade “Contudo, fico preocupado
de carne que produz e pelas quando animais sem prova
diversas características que alguma em nosso ambiente
transmite à sua progênie, são utilizados massivamente
como precocidade de aca- em rebanhos puros e, prinbamento, fertilidade, apti- cipalmente, comerciais. Os
dão materna, entre outras. resultados buscados nestes
Proprietário da fazenda casos podem não ser os deseQuerência, Luiz Felipe Fer- jados pelo produtor”, alerta.
reira da Costa Filho alerta Recentemente, várias cenque dentro deste contexto, o trais de inseminação vêm
produtor deve ter cuidado na contratando e adquirindo
hora da escolha do reprodu- touros nacionais provenientes
tor que usará na inseminação de programas de seleção bem
durante a estação de monta. orientados com o objetivo
O sêmen importado, utiliza- de oferecer aos seus clientes
do em maior volume que o sêmen de animais adaptados
nacional, alerta ele, não dá a ao nosso meio e realmente
garantia de ganhos genéticos melhoradores. “Ficarei satisnum programa de produção feito e mais tranqüilo quando
de carne, pois estes repro- a quantidade de sêmen nadutores são selecionados em cional vendida for superior à
condições ambientais total- importada para uso em larga
mente diferentes das nossas escala, principalmente em rebanhos comercias no Brasil.
aqui no Brasil.
“Sendo assim, devemos Hoje em dia a nossa atividausar uma genética provada de não permite erros, princinas nossas condições, oriunda palmente em genética que inde reprodutores superiores, fluenciará a produtividade de
selecionados dentro de um nossos rebanhos por muitos
programa genético como, por anos”, conclui.
Luiz Felipe Ferreira da Costa Filho
22
MELHORAMENTO GENÉTICO
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
Santa Catarina
Busca voraz por genética Angus
Mais de 50% de toda a genética de embriões Angus importada e produzida
no Brasil vem sendo absorvida pelos criadores de Santa Catarina nos
últimos anos. A demanda é conseqüência direta das restrições sanitárias
impostas àquele estado, com barreiras que impedem a entrada de animais
de outros estados e restringem o trânsito de animais do próprio estado por
corredores sanitários rigorosamente vigiados.
Por Alexandre Gruszynski
S
e por um lado esta medida conduziu Santa
Catarina à condição
de estado livre de aftosa sem
vacinação, status reconhecido pela OIE – Organização
Internacional de Epizootias
– por outro dificultou aos
criadores a aquisição de reprodutores e matrizes em pé
para a ampliação e aperfeiçoamento de seus rebanhos.
A solução encontrada foi a
busca e importação de sêmen
e embriões das melhores procedências como forma de dar
continuidade à expansão de
seus criatórios.
Esta situação motivou
nesses últimos cinco ou seis
anos, uma verdadeira explosão no criatório Angus catarinense, com novos criadores
entrando na raça, ávidos por
animais das melhores linhagens, buscando as melhores
genéticas disponíveis e fazendo parcerias com cabanhas tradicionais de outros
Estados, com destaque para
as gaúchas. Impedidos de levar animais vivos para Santa
Catarina, os criadores adquirem matrizes e as deixam nas
propriedades de origem para
serem doadoras de embriões,
levando depois estes embriões
para barrigas de aluguel em
suas propriedades. Com este
sistema estão formando plantéis de excelente qualidade
zootécnica e dentro de mais
alguns anos sem dúvida possuirão um dos melhores rebanhos da raça Angus no País.
Poderão inverter o processo,
passando de importadores de
genética para exportadores.
Depoimentos
confirmam excelência
Esta perspectiva é plenamente confirmada pelos
depoimentos de técnicos e
criadores catarinenses que
buscam e encontraram no
Angus mais do que já haviam
conseguido com outras raças. De acordo com o técnico
da Angus Brasil, Adevolmir
Lima da Silva (Deva) a raça
teve um salto vertiginoso tanto em qualidade quanto em
quantidade nesses últimos
anos.
“Nos remates Angus, chegam a comparecer cerca de
600 criadores e os touros PO
chegam a fazer médias de
R$ 8 mil. Os cruzados alcançam R$ 6 mil e as fêmeas em
torno de R$ 4 mil”, atesta o
técnico. Deva afirma também
que o mercado é plenamente
comprador e vai permanecer
assim por mais alguns anos,
porque o rebanho catarinense
está em formação e a procura
por touros e matrizes de alta
qualidade é muito grande. O
marketing da raça Angus,
mostrando suas qualidades,
também motiva muito os
criadores e promove a entra-
da de novos, e o lançamento
do Programa Carne Angus
Certificada em Santa Catarina, previsto para acontecer
ainda este ano, amplia ainda
mais a busca e o interesse
pela raça.
As afirmações de Deva
são confirmadas pelo proprietário da Cabanha Corticeira,
de São Borja, RS, e um dos
diretores da empresa Solução Genética, Luiz Felipe
Cassol. “Santa Catarina tem
uma demanda específica por
qualidade. Eles são exigentes
quanto à origem dos embriões e do sêmen e só buscam
genética qualificada”, destaca Cassol, que tem em Santa
Catarina o maior mercado
comprador de animais de sua
propriedade e material genético da empresa que dirige.
Cassol também garante que o
rebanho catarinense não está
apenas crescendo quantitativamente, mas também qualitativamente. Ele destaca ainda uma peculiaridade: “Como
os criadores catarinenses estão isolados há muito tempo
e estavam acostumados com
as raças continentais como o
Simental, o Charolês e o Pardo Suíço, eles ainda tem restrições em relação ao Angus
preto, preferindo a variedade
vermelha. Mas aos poucos
vão acabar vendo que o preto
é tão bom quanto o vermelho,
como o resto do Brasil já descobriu,” conclui Cassol. Outro
depoimento, este do proprietário da Agropecuária Mafra,
em Mafra,SC, e da Fazenda
Tamanduá, em Canoinhas,
SC, Sadi Evers, confirma as
informações já citadas aqui.
Evers iniciou seu criatório
Angus há três anos. Antes
ele criava as raças Simental,
Pardo Suíço e Charolês, mas
ao ver a procura que o Angus tinha e o que se falava da
raça, resolveu fazer algumas
coberturas, viu os resultados
e decidiu ter seu rebanho próprio de Angus, que atualmente já soma 100 cabeças. >>>
Santa Catarina tem demanda
específica para qualidade
do sêmen e dos embriões
24
Setembro/Outubro 2012
MELHORAMENTO GENÉTICO
Angus@newS
Status sanitário
As barreiras levaram os criadores
a adquirir a melhor genética de
cabanhas vencedoras
“É
complicado, caro
e leva tempo fazer
um criatório nessas condições, mas por outro lado vamos ter o que de
melhor existe na genética da
raça”, informa o selecionador.
A genética mais procurada é a da Cabanha 3 Marias,
da Argentina, seguida pelas
origens norte americana e
gaúcha. “Nessas opções cada
criador procura as características que mais precisa
agregar aos seus animais:
mais altura, mais largura,
mais gordura, cor, etc, por
que o Angus se adapta bem
em todas as regiões”, conclui
Evers.
Já Nivaldo Dzyekanski, titular da Brasil Florestal Ltda,
de Itaiópolis, SC, iniciou seu
criatório Angus há cinco anos.
Ele tem um plantel de 230
produtos, nascidos de embriões puros, produzidos na sua
própria cabanha e 30 produtos resultado de inseminação
em novilhas puras. Quando
ouviu sobre a Angus pela primeira vez ficou interessado e
procurou comprar um lote de
50 novilhas para testar, mas
não encontrou. Era a maior
dificuldade se encontrar Angus em Santa Catarina, conta
ele. “Então a única forma de
fazer um plantel era buscar
embriões fora”.
Então, juntamente com
outros criadores catarinenses,
embarcou em uma excursão
da CRI Genética para os Estados Unidos, onde visitaram
diversas cabanhas em busca
de material genético. De lá
importou embriões da Schaff
Angus Valley e na volta buscou material da 3 Marias,
da Argentina e de cabanhas
gaúchas, como a Corticeira
e Agropecuária Reconquista.
“As barreiras sanitárias
se por um lado causaram dificuldades para os criadores,
por outro foram importantes
por que nos fizeram adquirir
o melhor de anos de trabalho daquelas cabanhas para
desenvolvermos em nossas
propriedades”, diz Nivaldo. O
objetivo dele é ter um plantel
de 400 animais até o final do
próximo ano, 200 matrizes e
200 reprodutores e aí abrir
mercado de comercialização
fora de Santa Catarina. “O
nosso mercado interno, embora bem aquecido, ainda está
em fase embrionária, tem
muito para crescer e para
muitos criadores o Angus
ainda é uma novidade”, diz o
selecionador.
Dorival Borga, proprietário da 3 Marias Agropecuária, em Videira, SC, concorda
que as barreiras sanitárias
encarecem o processo da formação de plantéis, mas por
outro lado estão ajudando a
expandir um criatório Angus
de excelente qualidade zootécnica.
“Vamos aproveitar nosso
status sanitário e desenvolver
um Angus de primeira linha”,
garante o criador. Ex-executivo da Perdigão, Borga iniciou
um criatório de Brahman há
quatro anos. Há três anos
ouviu muito sobre o Angus e
resolveu experimentar a raça.
“Como eu tenho pouco espaço precisava de uma raça
que agregasse qualidade, mas
foi difícil encontrar animais
para comprar”. Como já tinha
acontecido com outros criado-
res, ele também participou de
uma excursão da CRI para os
Estados Unidos em busca de
genética. Depois fez parceria
com as cabanhas Reconquista, Corticeira e Rincón Del
Sarandy, onde tem dez doadoras de embriões. Atualmente possui um plantel de 100
matrizes, todas PO, e acabou
de vender a segunda safra de
produtos próprios. Embora há
pouco tempo no criatório do
Angus, seu sucesso vem sendo
destacado. Na última Expolages, um touro da sua propriedade foi o Grande Campeão
da mostra e ele teve também
o 3º Melhor Touro e a Campeã
Vaca Adulta. “Com o Angus,
em um ano e meio de criatório
a gente já está comercializando os animais e com preços
excelentes”, comemora o criador.
Carne Angus Certificada em Santa Catarina
Uma reunião realizada
no dia 21 de setembro em
Santa Catarina, na cidade
de Campos Novos, deu um
importante passo para a implantação naquele estado do
Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil.
Na oportunidade, o gerente do Programa, Fábio
Medeiros, fez uma apresentação para uma assistência
de 120 criadores e representantes de frigoríficos da
região. Medeiros detalhou o
funcionamento do Programa, e destacou as vantagens
que traz aos pecuaristas participantes.
O próximo passo será um
levantamento para mapear
todos os elos da cadeia produtiva da região envolvidos
no processo, para assegurar
o perfeito funcionamento,
desde o apronte do gado nos
parâmetros do Programa
Angus, até o lançamento de
marca da carne e os abates
em frigoríficos credenciados.
Este trabalho será feito pela
Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão
Rural de Santa Catarina) e
tão logo seja concluído, será
dada continuidade as tratativas de implantação do Programa.
O presidente do Núcleo
Catarinense de Criadores de
Angus, Nelson Serpa, presente no encontro, acredita que
até o final do ano já se tenha
uma posição bem definida
com relação à logística para
a implantação do Programa
Carne Angus Certificada.
“Essa é a meta dos criadores de Angus de Santa Catarina”, sentenciou o dirigente.
26
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
OPINIÃO
Impacto ambiental da produção de
carne bovina no Rio Grande do Sul
estimativa da Pegada de Carbono por meio da
Avaliação do Ciclo de Vida
Por Clandio Favarini
Ruviaro1,2, Maria Eugênia
Andrighetto Canozzi2,3
& Júlio Otávio Jardim
Barcellos1,2,3
U
m mercado consumidor mais consciente
quanto à qualidade e
segurança dos produtos exige
critérios sustentáveis de produção. Questões inerentes ao
meio ambiente e, em particular, aquelas relacionadas com
o aquecimento global, atingiram o público em geral.
Nesse contexto, passou a
ser utilizado no agronegócio
a metodologia de Avaliação
do Ciclo de Vida, embora países grandes produtores de
carne, como Estados Unidos,
Austrália e Nova Zelândia, já
a usem por mais de dez anos
para qualificarem sua produçao de carne bovina. Este é
o primeiro estudo brasileiro
com essa metodologia e foi
realizado no Rio Grande do
Sul num sistema de produção
de ciclo completo, a fim de estimar o impacto ambiental da
produção de carne bovina em
relação ao potencial de aquecimento global que abrange
as emissões de gás carbônico
(CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) convertidas
em CO2 equivalente/kg carne
produzida (“pegada de carbono”).
Os cenários consistiram
de animais da raça Angus ou
cruza Angus e considerou o
ciclo de vida desde as vacas
prenhes (281 dias) até a fase
de terminação dos novilhos
com 430 kg de peso vivo, em
todos os cenários (Tabela 1).
I - Animais em pasto natural por um período de 840
dias;
II - Animais em pasto
natural melhorado por 510
dias;
III - Animais em pasto natural por 510 dias, mais 159
dias em pastagem de azevém;
IV - Animais em pasto
natural melhorada por 360
dias, mais 125 dias em pastagem de sorgo forrageiro;
V - Animais em pastagem
de azevém e sorgo forrageiro
por 502 dias;
VI - Animais em pasto natural suplementado com sal
mineralizado proteico-energético por 510 dias;
VII - Animais em pasto
natural suplementado com sal
mineral proteico por 660 dias.
Os resultados indicaram
que a pegada de carbono variou entre 18,47 a 37,18 kg
CO2-e/kg de ganho de peso,
num sistema incluindo o período de gestação das vacas
e, de 13,6 a 32,1 kg CO2--e/
kg de ganho de peso, excluindo as emissões das vacas pre-
nhes.
Os resultados sugerem
que, em determinadas condições alimentares, a produção de carne apresenta
baixa emissão de CO2 equivalente. Melhorias na qualidade dos pastos, na seleção
genética de animais com
melhores taxas de conversão alimentar, no manejo
das pastagens, no uso de
aditivos ou suplementos e
o estabelecimento de sistemas de integração lavourapecuária são fatores para a
mitigação de gases de efeito
estufa.
Tabela 1 – Resumo das emissões de CO2 equivalente em cada fase avaliada
12- 18
Emissões
18 - 24 24 - 30 totais
Emissões
excluindo
gestação das
vacas
8,07
5,52
8,55
6,66
37,18
32,31
3,34
3,83
6,63
-
-
18,67
13,80
4,87
3,51
8,07
5,52
3,80
-
25,77
20,90
IV
4,87
3,34
8,07
6,49
-
-
22,77
17,90
V
4,87
3,48
3,78
6,34
-
-
18,47
13,60
VI
4,87
2,20
8,05
5,18
-
-
20,30
15,43
VII
4,87
2,20
8,05
6,03
7,78
-
28,93
24,06
Cenário Vaca
0-6
6 - 12
CO2 equivalente, kg
CO2-e/kg ganho de peso
I
4,87
3,51
II
4,87
III
Idade (meses)
1 Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios (CEPAN), Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS)
2 Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPRO/
UFRGS)
3 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
28
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Momento maior
Fotos: Fagner Almeida/Angus
Expointer
O jurado Jack Ward foi objetivo ao escolher os campeões e pediu aplausos ao trabalho das cabanhas brasileiras
Não há a menor dúvida de que, para a raça
Angus, esta foi a maior e também a melhor
Expointer de todos os tempos. A raça apresentou
maior número e a mais alta qualidade entre
os animais, a maior quantidade e origem dos
expositores e ainda o maior número de eventos
promovidos pela Associação Brasileira de Angus
(Angus Brasil) durante a feira.
remates chancelados, a feira
da novilha e no Shopping Angus, arrecadando exatos R$
Angus literalmente rou- 1.851.735.00, o que reprebou a cena durante a senta 15% do faturamento
35ª Expointer, realizada total de toda a venda de anide 25 de agosto a 2 de setem- mais da Expointer 2012 (R$
bro, no parque de exposições 13,006 milhões), segundo daAssis Brasil, em Esteio, RS. dos da Federação de AgriculFez bonito na pista dos dois tura e Pecuária do Rio GranPor Eduarto Fehn Teixeira
A
de do Sul (Farsul).
Nos exemplares Rústicos,
que desfilaram nas pistas da
Exposição Nacional de Rústicos e no leilão específico de
rústicos, abrindo a mostra de
Angus na Expointer, foram 62
trios, distribuídos em 17 trios
machos PO, 14 trios machos
PC, 20 trios de fêmeas PO e
11 trios de fêmeas PC, levados por 22 expositores, contra os 18 de 2011, quando
este setor contou com tão somente 37 trios.
E na área da argola, foram 74 machos e 145 fêmeas, apresentados por 50 expositores de Minas Gerais, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Angus foi a maior representação de gado de corte
na Expointer, teve o animal
mais pesado da feira, e na
comparação com o ano passado, o crescimento médio foi
de 6%.
“Toda essa pujança resulta da dedicação dos criadores
e da equipe da Angus Brasil,
juntamente com os avanços
do Programa Carne Angus
Certificada e a descoberta
da eficiência da genética Angus pelo mercado brasileiro”,
define o articulado presidente da Angus Brasil, Paulo de
Castro Marques.
Campeonatos de argola: momentos máximos
A mesma segurança nas
decisões que caracterizaram a
atuação do jurado Jack Ward
nos animais rústicos, também
pontuou as eleições que fez
para a escolha dos campeões
de argola. E com um detalhe
que o caracterizou: sempre pedindo aplausos aos criadores.
Nos dias 28 e 29 de agosto
saíram os campeões da raça
entre as 145 fêmeas e os 74
Machos, levados à pista por
50 expositores de dos estados
do Rio Grande do Sul, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina
e Minas Gerais.
A Grande Campeã da Expointer foi a vaquilhona maior
com cria ao pé Rincon Muchas Gracias TE Del Sarady, da parceria Casa Branca
Agropastoril (de Fama, MG),
de Paulo de Castro Marques, e
Cabanha Rincon Del Sarandy,
de Claudia Silva, de Uruguaiana, RS.
Já nos machos, o grande
campeonato foi vencido pelo
touro sênior Rincon Al Capone Del Sarandy, da Cabanha
Rincón Del Sarandy, de Cláudia Indarte Silva.
A faixa do grande campeonato foi entregue pelo governador do Estado gaúcho,
Tarso Genro, acompanhado de
outras importantes autorida-
des e à frene de mais de 300
expectadores. Foi o momento
máximo, que fechou os campeonatos Angus na Expointer
2012.
O título de reservada de grande campeã
foi conquistado por
Luiz Anselmo Cassol,
da Cabanha da Corticeira, de São Borja,
RS), e o de 3ª melhor
fêmea ficou com Fábio
e Fabiana Gomes e Zuleika e Gonçalo Torrealba, da Cabanha Catanduva, em Cachoeira
do Sul, RS e Cabanha
da Maya, de Bagé, RS.
Já o prêmio de reservado
grande campeão foi para o
selecionador Antonino Souza
Dorneles, da Estância Olhos
d’Água, de Alegrete, RS, e o
de 3º melhor macho PO para
Sérgio Bastos Tellechea, da
Cabanha do Posto, de Uruguaiana, RS.
>>>
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Setembro/Outubro 2012
29
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA EXPOINTER 2012
Fotos: Fagner Almeida/Angus
Grande Campeão
Reservado de Grande Campeão
GRANDE CAMPEÃO
Nome: RINCON AL CAPONE TE1523 DEL SARANDY
Tat: TE1523 Registro: O135696 DENTE: 6
Nasc: 17/09/2009 Idade: 1080 Dias - 36 meses
ALT: 1,43 Pai: SAV NET WORTH 4200
Mãe: RINCON 950 DEL SARANDY
Perimetro Escrotal : 48,5 Peso: 1140
Ponderal: 1020
Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY
Expositor: CABANHA RINCON DEL SARANDY
Estabelecimento: CABANHA RINCON DEL SARANDY
Cidade: URUGUAIANA /RS
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO
Nome: ASD 1000 TE ZORZAL MILENIUM
Tat: TE1000 Registro: O142075 DENTE: 2
Nasc: 06/09/2010 Idade: 726 Dias - 24 meses
ALT: 1,43 Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE
Mãe: ASD 782 PAYADOR PCH ORIGEM
AOL: 99,70 EGS: 20,30 P8: 20,30
Perimetro Escrotal : 45 Peso: 906 Ponderal: 1200
Criador: ANTONINO SOUZA DORNELES
Expositor: ANTONINO SOUZA DORNELES
Estabelecimento: ESTANCIA OLHOS D’AGUA
Cidade: ALEGRETE /RS
TERCEIRO MELHOR MACHO
Nome: CARUMBE RED BRIGADIER 1217
Tat: 1217 Registro: O136594 DENTE: 6
Nasc: 19/09/2009 Idade: 1078 Dias - 35 meses
ALT: 1,45
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE
Mãe: EMPEROR DO CARUMBE 1311
Perimetro Escrotal : 44,5 Peso: 1165
Ponderal: 1050
Criador: AGROPECUÁRIA TELLECHEA LTDA.
Expositor: SÉRGIO BASTOS TELLECHEA
Estabelecimento: CABANHA DO POSTO
Cidade: URUGUAIANA /RS
GRANDE CAMPEÃ
Nome: RINCON MUCHAS GRACIAS TE1638 DEL
Grande Campeã
SARANDY
Tat: TE1638 Registro: O142067 DENTE: DL
Nasc: 19/07/2010 Idade: 775 Dias - 25 meses
ALT: 1,33
Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE
Mãe: RINCON MURALHA 1077 DEL SARANDY
AOL: 73,90 EGS: 17,80 P8: 25,10
Est. Gest.: C/Cria Peso: 712 Ponderal: 870
Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY
Expositor: PARC. PAULO MARQUES E RINCÓN DEL
SARANDY
Estabelecimento: CASA BRANCA E RINCÓN D. SARANDY Cidade: FAMA /MG
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ
Nome: LC TIFANI T1192 CANDOMBE
Tat: T1192 Registro: O141994 DENTE: 2
Nasc: 04/05/2010 Idade: 851 Dias - 28 meses
ALT: 1,32
Pai: TRES MARIAS 7033 CANDOMBE 6164 TE
Mãe: QUITELA 539 DA CORTICEIRA
Shopping Angus: uma nova
maneira de comercialização
O touro sênior Rincon Al
Capone Del Sarandy, da Cabanha Rincón Del Sarandy,
de Cláudia Indarte Silva, de
Uruguaiana, RS, foi a grande
estrela do Shopping Angus. O
animal foi vendido nesta revolucionária modalidade comercial por R$ 20 mil, porém
o negócio ocorreu no dia 26
de agosto, antes do exemplar
se sagrar Grande Campeão
Angus da Expointer 2012.
A partir do dia 26 de
agosto, a Angus Brasil abriu
sua programação de vendas
da 35ª Expointer, através
do Shopping Angus. Uma
modalidade de venda direta
de animais de argola (elite),
desenvolvida no Pavilhão de
Bovinos de Corte, que ofertou
20 animais de 15 expositores.
Todos os animais foram ofertados com valores pré-definidos e em 15 parcelas.
“Esta modalidade de
negócio foi uma boa oportunidade para aquisição de
animais com a chancela da
Angus Brasil, suporte técnico, prontos para exposições
ou para incorporação em
novos rebanhos”, observou
Fernando Velloso, da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha, empresa
responsável pelas vendas do
Shopping. Vale lembrar que
as vendas aconteceram até
31 de agosto. Na oferta estavam fêmeas jovens, fêmeas prenhes, machos jovens e
touros prontos para a reprodução.
Ofertaram animais no
Shopping Angus as cabanhas
Cambá Pytá, Cambá Pytá e
la Paz, da Corticeira, Rincon
del Sarandy, Santa Barbara e
ainda Corticeiras Agropecuária, Everton Luís Jaques, Frederico Fittipaldi Pons, Lindo
Cristaldo, Parceria Santa
Amélia Bayucuá, Ricardo
Macedo Gregory, Roberto
Soares Beck, Sérgio Bastos
Tellechea, Susana Macedo
Salvador e Walter Szortika
Tessmann.
Reservada de Grande Campeã
Est. Gest.: Prenha Peso: 740 Ponderal: 820
Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL
Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL
Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA
Cidade: SÃO BORJA /RS
TERCEIRA MELHOR FÊMEA
Nome: CATANDUVA TE418 UNIQUE GRAMATICO 1315
Tat: TE418 Registro: O143743 DENTE: 2
Nasc: 05/07/2010 Idade: 789 Dias - 26 meses
ALT: 1,32
Pai: CATANDUVA GRAMATICO STRYKER 4128-TE15
Mãe: CATANDUVA 1315 RIHANA 1102-76
AOL: 78,10 EGS: 14,00 P8: 18,50
Est. Gest.: Prenha Peso: 614 Ponderal: 730
Criador: FÁBIO LUIZ GOMES E FABIANA DEFFERRARI
GOMES
Expositor: CAB. CATANDUVA E ZULEIKA E GONÇALO
TORREALBA
Estabelecimento: CATANDUVA E MAYA
Cidade: CACHOEIRA DO SUL /RS
Selo Racial:
destaque comercial
O Leilão Selo Racial Reserva Especial, que ofertou
30 machos e fêmeas Angus
PO de argola, na noite de 27
de agosto, no restaurante Internacional do Parque de Exposições Assis Brasil, fechou
com fatura de R$ 732 mil.
Foi o mais importante evento
comercial desta Expointer, realizado pela parceria entre as
cabanhas Rincon Del Sarandy
(Uruguaiana, RS), Corticeira (São Borja, RS), Estância
Olhos D’Água (Alegrete, RS) e
Cia Azul (Uruguaiana, RS). O
maior comprador da noite foi
o novo criador de Angus Marco Antônio Vargas, da Cabanha Caxias (em Caxias do Sul,
RS). Ele investiu R$ 132 mil
na compra de exemplares selecionados no pregão.
As 23 fêmeas se venderam
à média de R$ 24.313,04 e
os três touros fizeram média
de R$ 27,2 mil. Já as quatro
eleições Angus, onde 50% de
qualquer animal nascido na
safra atual dos promotores estará disponível ao comprador,
tiveram média de R$ 22,8 mil.
>>>
30
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Os grandes campeões rústicos
Fotos: Fagner Almeida/Angus
Grande Campeão Machos PC
A extensa e vibrante agenda da raça Angus na Expointer
2012 foi aberta no setor das
pistas de eleição de campeões,
na manhã de 27 de agosto,
pela V Exposição Nacional de
Rústicos, considerada a mais
destacada feira da categoria
do ano, que contou pontos
para o Ranking Nacional de
Expositores. Sem dúvida os
melhores exemplares Angus
rústicos do Rio Grande do
Sul desfilaram na pista desta
promoção da Angus Brasil na
Expointer.
Ao todo foram inscritos 68
trios PO (Puro de Origem) e
PC (Puro por Cruza) para o
julgamento, conduzido com
segurança pelo selecionador
e juiz norte americano Jack
Ward. Ele foi assessorado e
Grande Campeão Machos PO
teve suas impressões traduzidas na pista pelo selecionador e diretor de marketing da
Angus Brasil, Felipe Moura. O
evento registrou um aumento
de 45% na participação de
expositores e de animais rústicos na Expointer em relação
ao ano passado.
Para garantir a qualidade
e uniformidade dos animais
apresentados na feira, todos
os Angus rústicos passaram
por criteriosa avaliação técnica, realizada diretamente
nas cabanhas pelo técnico da
entidade Flávio Montenegro
Alves.
Vencedores
O dia estava mesmo para
rústicos. Friozinho, vento e
uma garoa ora fina, ora mais
Pista limpa no leilão
Na tarde do dia 27 de agosto, os 36 trios de machos e 32
trios de fêmeas foram à pista do Leilão da Nacional de Rústicos, que registrou faturamento de R$ 442,95 mil, para 74
exemplares, fazendo a média de R$ 5.985,81.
Os 50 machos PO e PC alcançaram média de R$ 6,441
mil, e as 24 fêmeas PO e PC puxaram a média de R$ 5,037
mil. João Marques de Borba, que arrematou 13 animais pelo
valor de R$ 67,95 mil, foi o maior comprador. O diretor de
marketing da Angus Brasil, Felipe Moura, adquiriu os touros
PO de tatuagens TE 1346 (da Cia Azul Agropecuária) e TE
1665 (da Rincon Del Sarandy) para a Scalzilli Agropecuária
e Poderosa Angus Ranch.
“A contratação destes animais para a Scalzilli e Ponderosa vai agregar esta genética ao nosso sistema de criação, complementando nosso projeto de melhoramento em andamento
nas fazendas”, observou Felipe Moura. Diretor técnico dos estabelecimentos, ele avaliou que os animais ofertados durante
o remate apresentavam genética superior.
Grande Campeão Fêmeas PC
forte. Dos 62 trios de machos
e fêmeas levados a julgamento pelos 22 expositores do Rio
Grande do Sul, nos machos PO
(Puros de Origem) a vitória
ficou com a selecionadora Susana Macedo Salvador, da Cia
Azul Agropecuária, de Uruguaiana, RS. No trio reservado,
foi vencedora a Cabanha Rincón Del Sarandy, de Cláudia
Silva, também de Uruguaiana.
Já o terceiro melhor trio foi da
Cabanha Santa Amélia, de Helena Rodrigues Rotta, em Santa Vitória do Palmar.
Nas fêmeas PO, Cláudia
Silva, da Rincón Del Sarandy levou o premio máximo.
Já o lote reservado de grande
campeão ficou para o criador Frederico Fittipaldi Pons,
da Cabanha Santa Ângela,
de Uruguaiana, RS. E para o
terceiro melhor lote de fêmeas
rústicas, o jurado Jack Ward
apontou animais da tradicional criadora de Angus Carla
Sandra Schneider, da Cabanha
Santa Bárbara, de São Jerônimo, RS.
Nos machos PC (Puros por
Cruzamento) o selecionador
de Angus Eduardo Macedo
Linhares, da GAP Genética, de
Uruguaiana, RS, conquistou
com um trio rústico o grande
campeonato da categoria. O
prêmio para o trio reservado
de grande campeão foi para
Alberto de Abreu Medeiros, da
Agropecuária Maipú, de Ibirubá, RS. E a premiação para o
terceiro melhor trio de machos
PC ficou com os criadores Fernando e Antonio Carlos Osório,
Grande Campeão Fêmeas PO
da Agropecuária Corrêa Osório, Cabanha Paipasso Red Angus, de Livramento, RS.
Paulina Macedo Linhares
arrebatou o título de trio grande campeão fêmeas PC. Sua
propriedade é a Tradição Azul,
em Quaraí, RS. O trio reservado grande campeão foi para
Carlos Inácio Talavera Campos, da Fazenda Albardão, de
Santa Vitória do Palmar, RS).
E o premio de terceiro melhor
trio de fêmeas PC, ficou com
Helena Rotta, da Cabanha
Santa Amélia.
Os melhores animais individuais macho e fêmea, na categoria PO ficou com a Cabanha
Rincon Del Sarandy. Nos PC, o
melhor macho foi para a Agropecuária Maipú e a melhor fêmea para a Tradição Azul.
Feira da Novilha: temporada aquecida
A 8ª Feira de Novilhas
e Ventres Selecionados, realizada em 30 de agosto,
em parceria com a Farsul e
Santa Úrsula Remates em
Esteio, teve pista limpa, com
a comercialização de 591
fêmeas por R$ 676,7 mil.
A média geral ficou em R$
1,145 mil, 6,21% acima da
registrada na edição 2011.
O quilo vivo saiu por R$ 3,98
para as novilhas de dois anos
e por R$ 4,29 para as terneiras. “Foi um sucesso. Diminuiu a quantidade, mas melhorou a qualidade, e isso se
refletiu nos preços médios”,
avaliou o presidente da Comissão de Feiras, Exposições
e Remates da Farsul, Francisco Schardong. O dirigente
acrescentou que o resultado
aponta para pistas aquecidas
na temporada de primavera.
Segundo o gerente do
Programa Carne Angus Cer-
tificada, Fábio Medeiros, a
comercialização de animais
com padrão diferenciado é
essencial para fomentar a
raça Angus e suas cruzas e
qualificar cada vez mais os
rebanhos comerciais. “O sucesso deste evento, já consagrado na Expointer, deve-se à
qualidade do gado e à revisão
prévia dos animais, proporcionado uma oferta verdadeiramente diferenciada”, apontou o dirigente.
A feira é uma parceria en-
tre a Angus Brasil, através
do Programa Carne Angus
Certificada, a Farsul e a leiloeira Santa Úrsula Remates,
com trabalho ao martelo do
leiloeiro Alexandre Crespo.
Médias
nas
categorias
Novilhas CA prenhas: R$ 2.079
(R$ 5,06 kg/vv), Novilhas AD
prenhas: R$ 1.710 (R$ 4,71
kg/vv), Novilhas prenhas: R$
1.500 (R$ 3,96 kg/vv), Novilhas de dois anos: R$ 1.115
(R$ 3,98 kg/vv) e Terneiras: R$
>>>
848 (R$ 4,29 kg/vv)
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Angus Mirim: a
festa da gurizada
Setembro/Outubro 2012
31
Jurado jovem, curso
para conhecer melhor os
critérios de julgamento
Fotos: Fagner Almeida/Angus
Laura Dorneles voltou
a vencer o Campeonato
Angus Mirim
P
ela segunda vez consecutiva a menina e futura criadora de Angus
Laura Dorneles, filha de Átila
Dorneles e neta de Antonino
Dorneles, da Cabanha Olhos
D’Água, de Alegrete, RS, foi
a vitoriosa no Campeonato
Angus Mirim. O evento foi
realizado em 29 de agosto,
pela segunda vez na Expointer, pela Angus Brasil, com o
objetivo de avaliar os jovens e
as crianças quanto a condução/apresentação do animal
Angus dentro da pista de julgamento.
Nesta edição participaram Martina Rocha (2 anos),
Martina Jardim (9 anos),
Valentina Jardim (9 anos),
Laura Dorneles (11 anos) e
Felipe Xavier (12 anos) que
foram cuidadosamente avaliados pelo jurado Jack Ward.
“Esse evento mantém as tradições, fomenta a raça entre
os jovens e dá continuidade
ao trabalho familiar”, enfatizou Ward.
Para o julgamento foram
considerados itens como noções de manuseio, resposta
do animal, habilidade em puxar o Angus em pista, utilização correta do equipamento e capacidade de seguirem
instruções e atuar com senso
Jantar dos Tratadores
Para homenagear e agradecer o trabalho dos cabanheiros
- tratadores durante a Expointer, a Angus Brasil promoveu o
Jantar dos Cabanheiros. Neste
evento também é escolhida a
melhor equipe de tratadores da
exposição - o prêmio é conferido aos profissionais que mais
se de dedicaram na limpeza
dos corredores, pontualidade
em pista, cordialidade com os
colegas e equipe de técnicos da
Angus, espírito de equipe, entre
outros. Esta
avaliação é
realizada pelos técnicos
da entidade
responsáveis
pela exposição.
Além do jantar todos, os
tratadores ganham brindes da
associação e parceiros e a melhor equipe ganha, além dos
brindes, uma placa comemorativa.
Tratadores premiados em
2012: Glen Elen Carvalho de
Avila - Cia Azul; Sidnei Silveira Cardoso (Ney), Cabanha do
Posto e Jorge Luis Ferreira de
Oliveira - Cabanha Santa Bárbara.
de esportividade e cordialidade com outros competidores.
“Quero ser igual ao meu
pai. O trabalho que ele faz em
pista é muito legal. Desde que
eu tinha dois anos de idade,
vejo ele julgar e apresentar os
animais, e sempre tive vontade de entrar em pista. Creio
que estou no caminho certo”,
disse a pequena Laura. Ela
observou que chegou a ficar
muito nervosa antes de entrar
na pista, mas como já tinha
experiência em conduzir o
Angus, quando pisou na grama para o julgamento ficou
mais tranquila.
Foi um novo sucesso a realização, no final da programação Angus na Expointer 2012,
do VI Curso de Jurado Jovem.
A ação da Angus Brasil foi
promovida no dia 1º de setembro, no parque Assis Brasil,
destinada aos entusiastas da
raça interessados em aprender
os critérios para julgamento
da raça Angus nas pistas de
exposições, assim como conhecer os critérios para seleção de animais de acordo com
o seu padrão racial.
“Muitos dos 23 participantes deste ano por certo
não tem a pretensão de seguir
a carreira de jurado. Mas fazem o curso para terem ciência dos critérios da avaliação
dos animais durante os julgamentos da raça”, observou
um dos orientadores do curso,
Flávio Alves, técnico da Angus
Brasil e proprietário da Cabanha Santo Antão, de Alegrete, RS. Segundo ele, os temas
abordados estão relacionados
aos padrões raciais, aos programas de fomento da entidade e às características das
pistas de julgamento.
Juntamente com Além
de Flávio Alves, ministraram
o curso a gerente da Angus
Brasil, Juliana Brunelli, e o
gerente do Programa Carne
Angus Certificada, Fábio Medeiros. Igualmente constaram
da programação, palestras
do técnico da CRI Genética,
Marcelo Maronna Dias, sobre
o Programa Carnes Angus, a
funcionalidade e características da raça Angus, além de
regulamentação de exposições
da associação.
Curso de Cabanheiros
A quarta edição do Curso de Cabanheiros, realizado
dias 23 e 24 de agosto, foi a
primeira atividade da Angus
neste ano no parque de Esteio. A parte teórica (primeiro bloco) aconteceu na Casa
da Angus. E a parte prática
foi desenvolvida na pista central do parque.
“Novamente tivemos amplo sucesso, com ótima adesão de parte de novos criadores e inclusive contamos com
a participação conhecidos
selecionadores de Angus, que
fizeram o curso visando à reciclagem de conhecimentos”,
declarou Átila Dorneles, da
Cabanha Olhos D’Água, que
ministrou o curso juntamente
com Felipe Cassol, da Cabanha da Corticeira.
Ao todo 28 alunos participaram das aulas, ministradas na Casa da Angus, no
parque. “Nosso curso está
tão consolidado que até criadores de Brangus, Braford e
Charolês participaram das
aulas”, observou Átila.
“Estou na raça há menos
de seis meses e fazer este
curso foi altamente positivo. Durante as aulas aprendi algo mais sobre a rotina
de uma cabanha e também
dicas de como lidar com os
animais. Mas este é apenas
o “start” da minha experi-
ência. O aprendizado agora,
com a prática, será contínuo”, declarou o empresário
e novo criador Filipe Pavei,
diretor da Cabanha Pavei,
em Içara, SC.
A gerente da Angus Brasil, Juliana Brunelli, acrescentou que além de qualificar profissionais que já estão
trabalhando nesta área, a
Associação considera de
fundamental importância a
formação de novos e melhores cabanheiros, visando dar
atendimento a um mercado
em ampla expansão, formado
por selecionadores interessados em mostrar o máximo
potencial de seus animais.
32
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
CARNE
Workshop Angus na Expointer
Carne Angus: “case” de sucesso
Fotos: Fagner Almeida/Angus
dirigente.
“Por meio de nosso programa de certificação, já realizamos ações de integração
m sua nona edição este entre os distintos elos da caano na Expointer, o deia produtiva para atender
Workshop Carne Angus as demandas do consumidor
Certificada abordou “o mer- e agregar valor ao produto
cado para produtos premium final: carne de qualidade”,
no Brasil”. A já tradicional apontou Fábio Medeiros,
promoção da Associação gerente do Programa Carne
que
Brasileira de Angus (Angus Angus Certificada, Brasil) foi realizada no dia coordenou o evento. Segun30 de agosto, na Casa RBS, do ele, o workshop é o palco
no parque Assis Brasil, em de discussões e alinhamento
Esteio, RS, através de várias entre os distintos elos da capalestras e debates sobre o deia, para juntos vencermos
os desafios do mercado.
tema.
Durante o painel, parceiAo abrir os trabalhos, o
presidente da Angus Brasil, ros envolvidos desde a parte
Paulo de Castro Marques, produtiva até o varejo faladestacou que a raça Angus ram sobre as razões dessa
vem cumprindo com quali- opção. A nutricionista Licídade a função de oferecer nia de Campos, por exemplo,
ao mercado a melhor raça mostrou como a nutrição
de corte. A razão desse su- humana pode ser otimizada
cesso, segundo ele, é a busca a partir da raça Angus. Ao
permanente por bezerros pro- mesmo tempo, ela apresentou
dutivos, vacas férteis e retor- dados relativos às tendências
no efetivo ao criador. “Essa de consumo, onde a intensifisempre foi uma de nossas cação da globalização provopreocupações: oferecer me- cou maior preocupação com
lhores resultados em menor o bem estar e a saúde, auespaço de tempo. A raça é mentando a atenção aos proprecoce tanto na vida repro- dutos adquiridos. “E começa
dutiva como na terminação a despontar um consumidor
para o abate”, sentenciou o mais consciente e atento à
Por Eliana de
Freitas Mainieri
E
importância do consumo saudável, onde 80% dos jovens
preferem alimentos mais
nutritivos e saudáveis, 23%
preferem os alimentos orgânicos e 39% buscam os diet/
light”.
Hoje, conforme os dados
apresentados por Licínia de
Campos, o consumidor lê
mais o rótulo dos produtos, se
preocupa com a procedência
do alimento, sua embalagem,
etc. No passado, o consumidor não se preocupava com
marca de carne, ao contrário
do que acontecia com a linguiça e o peru, por exemplo.
Sobre a carne bovina, a
nutricionista comparou a si-
Miguel Cavalcanti
Futuro promissor
Para o diretor do portal
BeefPoint, Miguel Cavalcanti, a carne bovina está sempre
presente nos momentos cele-
brativos, e por isso tem boas
perspectivas para o futuro
do mercado de produtos premium no Brasil e no mundo,
em função de sua crescente
demanda entre todas as classes sociais. Na opinião dele,
dificilmente a carne bovina
poderá ser um produto barato no futuro, ao contrário do
que deve ocorrer com o peixe e o frango, que invariavelmente custarão menos, uma
vez que a produção de boi é
um processo caro, complexo
e mais demorado, e o bom
desenvolvimento do setor se
dará pela escassez e demanda por qualidade do produto
no mercado.
Cavalcanti apontou a preocupação com a fase de produção, ou seja, com os processos ainda no campo, como
um dos fatores de valorização da carne bovina. Segundo
ele, a qualidade do produto
começa dentro da fazenda, e
a questão do sabor e da confiança no que está sendo entregue ao consumidor são os
pontos a serem enfatizados
para vender uma carne de
qualidade.
“Temos muitas marcas de
luxo da cidade; agora vamos
trabalhar o luxo do campo”,
frisou. Para Miguel Cavalcanti, “a gente vai ser especial quando a gente for o que
a gente é na nossa melhor
forma. Sempre que vimos um
negócio de sucesso, alguém
ousou arriscar”.
>>>
Paulo de Castro Marques
Reynaldo Salvador
tuação do Brasil com a dos
Estados Unidos e definiu serem situações completamente diferentes. “No Brasil a
criação dos animais é extensiva, via pasto, e há preocupação com a produção, processamento e comercialização
de um alimento macio, com
sabor e quantidade de gordura adequada”. Ela apontou
o ferro, proteínas, fósforo,
vitaminas B6 e B12, zinco e
outros nutrientes como boas
razões para se consumir a
carne bovina nacional, sobretudo na fase de crescimento
infantil.
Licínia de Campos lembrou também que 51% da
gordura bovina brasileira é
monoinsaturada (mesma do
azeite de oliva, que faz bem
para a saúde) e 4% da gordura é polinsaturada, que melhora o colesterol. Isso tudo
sem falar na vitamina E, que
retarda o envelhecimento dos
órgãos internos.
A especialista frisou que
“é preciso conscientizar o
criador de que ele vende uma
carne e não um animal”, fazendo menção à necessidade
de aprimorar cada vez mais
o rebanho para garantir um
produto final de real qualidade ao mercado.
34
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
CARNE
Programa com crescimento contínuo
Diretor do
Programa Carne Angus Certificada, iniciado há dez anos,
Reynaldo Titoff Salvador disse que o Brasil possui hoje o
maior rebanho de gado comercial do planeta, com 215
milhões de cabeças, e destacou a importância da cadeia
da carne vermelha para o
País, que destina 90% da produção para o mercado interno. Segundo ele, nos últimos
seis anos houve um acréscimo
de 40 milhões de consumidores, devido ao aumento do poder de compra da população.
E o Programa Carne Angus
Certificada busca atender as
demandas do produtor, da
indústria e do varejo, proporcionando ganhos para todos
de modo que toda a cadeia se
mantenha saudável, e o que é
fundamental: a satisfação do
consumidor final.
Salvador informou que
atualmente existem no Brasil 15 plantas processando
carne Angus com certificação, havendo uma evolução
do volume de Angus abatidos,
que passou de 20 mil por ano
no início do Programa, e que
chegará a 250 mil animais
em 2012. Hoje, de cada cinco
terneiros nascidos para cruzamento, quatro são Angus.
Além disso, mais de 3 milhões
de coberturas têm a genética Angus, e nessa primavera estão nascendo mais de 2
milhões de bezerros Angus e
cruza Angus.
Para Salvador, o grande
desafio do Programa é garantir a origem desde a fazenda,
acompanhar a inseminação e
criação, assim como o confinamento, o desmame, o encaminhamento ao frigorífico.
“A missão do Programa é
provar a Angus como sabor,
como qualidade e conquistar
a confiança do consumidor”,
finalizou.
“Seara Angus: uma marca de carne de qualidade com
o Tamanho do Brasil” foi o
tema abordado por James
Cruden, CEO (Chief Executive Officer) do Grupo Marfrig
Beef. “Hoje o Brasil enfrenta
uma situação em que para
manter o mercado há necessidade de marcas realmente
fortes”, saiu dizendo Cruden.
Em 2007 a empresa decidiu que a meta é a carne de
qualidade, e hoje possui mais
de 10 plantas certificadas pelo
Programa Carne Angus, superando cem pessoas envolvidas
diretamente, e uma marca de
carne exclusiva. O Programa
de Fomento Angus Marfig,
no primeiro ano envolveu 18
mil vacas, e em 2012 a previsão é que ultrapasse 200 mil
animais. Cruden acredita que
a carne Angus seja a melhor
atualmente para certificação,
e que a carne com nome e sobrenome é um caminho sem
volta.
Parcerias de sucesso
Com 40 anos de existência
e em período de ampliação de
suas instalações, o Frigorífico
Silva abate atualmente 550
animais por dia, e em breve
atingirá a soma de 750 animais/dia, perseguindo o propósito de trabalhar cada vez
mais com carne certificada
como a Angus, a partir da
parceria que mantém com a
Angus Brasil. O representante
do Frigorífico Silva no evento, Ricardo Vaz, informou que
atualmente são abastecidos
pela empresa os mercados de
Porto Alegre, Florianópolis,
Curitiba e São Paulo.
Zaffari anuncia
novidades
Já a Companhia Zaffari
de Supermercados enfatizou
o lançamento de um novo selo
de qualidade para a carne
Angus, buscando celebrar o
sucesso da parceria iniciada
no ano de 2004 com a Angus Brasil. Segundo o gerente comercial de produtos perecíveis da empresa, Vilmar
Borsati, a rede Zaffari sempre demonstrou preocupação
com a qualidade da carne
oferecida aos consumidores,
desenvolvendo, desde 1970,
selos de garantia para uma
carne precoce. Nos anos 80
este selo evoluiu para o novilho jovem, nos anos 90 para
os cortes de bandeja e autoserviço e, a partir de 2004,
através da parceria com a
Angus, surgiu um selo para
a carne Angus Certificada.
Borsati disse que o Programa Carne Angus contempla
as exigências da rede em termos de certificação de garantia de origem, de uma carne
que tem suculência, sabor,
maciez e padrão, em busca
de uma fidelização do cliente.
Hoje o Programa Carne Angus está em todas as lojas da
rede Zaffari de Porto Alegre,
Vale do Sinos e em São Paulo
e loja já foi reconhecida como
uma referência de carnes e a
Angus contribuiu para isso.
Por outro lado, Borsati
afirma que existe a necessidade para uma maior oferta
de carne Angus para os cortes
de churrasco nos pontos de
venda, buscando um abastecimento mais regular, de modo
a manter a qualidade do produto final. “É preciso mostrar os diferenciais da carne
Angus, além de manter uma
regularidade no padrão de
cortes ”.
Mc Donald’s na pista
O diretor de Supply Chain
do Mc Donald’s Brasil, Celso
Cruz, informou em sua palestra que diariamente 1,6 milhão de pessoas passam pelas
lojas da rede no Brasil e vêem
a marca Angus estampada no
lanche Angus Premium, exclusividade do Mc Donald’s
e perfeito para clientes exi-
gentes. O lanche foi lançado
nos Estados Unidos há cerca
de três anos, onde também é
sucesso.
O dirigente informou que o
Angus Premium tem divulgação no Brasil, Chile e Argentina e é visto como produto
de um futuro promissor, tendo
em vista o sucesso que vem
obtendo junto aos consumidores.
Cooperaliança no páreo
O presidente da CooperAliança, de Guarapuava, PR,
Edio Sander, recordou que em
2008 os produtores iniciaram
as atividades com bovinos; no
ano 2000 o novilho precoce
foi apresentado aos produtores ligados à cooperativa,
onde o percentual recebido
pelo criador como bonificação estava acima do mercado.
Sander explicou que o mínimo de ganho de cada produtor ligado à CooperAliança
é de 10% acima do preço
de mercado, sendo que nos
anos de 2008 o ganho foi de
13,03%; 2009, de 14,86%;
2010, de 15,73%; 2011, de
14,95% e em 2012, chegou a
16,41%.
A cooperativa já está produzindo carne Angus com marca e juntamente com os criadores, alimenta uma crença
num enorme crescimento deste
tipo de produto, que o mercado
cada vez mais vai buscar e pagar o preço justo.
Povo prestigiou Vitrine da Carne Gaúcha
Fotos: Fagner Almeida/Angus
A Angus Brasil, por meio
do Programa Carne Angus
Certificada, realizou durante a Expointer sessões com
carne Angus (dias 25, 26, 27
de agosto e 1º de setembro),
na Vitrine da Carne Gaúcha,
no Pavilhão Internacional da
feira, reunindo em cada uma
delas mais de 200 pessoas,
atentas aos cortes e características demonstradas.
Na desossa, técnicos da
Angus destacaram principalmente a qualidade dos cortes
não tradicionais da carcaça certificada, valorizando o
dianteiro, além de destacar
a maciez e o marmoreio da
carne. Participam da vitrine
as marcas Seara Angus (Marfrig), Best Beef Angus (Frigorífico Silva) e Zaffari Angus.
Foi o quarto ano consecutivo da participação da Carne
Angus neste evento promovido
pela Federação de Agricultura
do Rio Grande do Sul (Farsul), em parceria com os programas de carne de qualidade
do RS.
“Durante todo o período
da feira, foram feitas sessões
de desossa e degustação com,
apresentações técnicas sobre a carne Angus”, explicou
Fabio Medeiros, gerente do
programa de certificação da
Angus Brasil.
36
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Expogua - agronegócio no palco
D
ando continuidade à
parceria firmada durante a Expo Londrina
2012, onde foi assinado o
contrato de acordo entre a
Associação Brasileira de Angus e a Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão
(CooperAliança), o Núcleo
de Criadores Angus do Oeste
do Paraná participou, juntamente com a cooperativa,
de 9 a 11 de agosto, da 37ª
Exposição Feira Agropecuária Industrial de Guarapuava
(Expogua).
Durante a exposição foi
realizado o lançamento da
primeira marca certificada
pelo Programa Carne Angus
do Paraná: o selo Aliança
Angus Premium da nova parceira do Programa, CooperAliança (veja matéria sobre
este lançamento nesta edição - seção Carne)
Segundo o Gerente do
Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, foi
extensa a programação rela-
cionada ao Programa, além
das atividades institucionais e
comerciais realizadas no Parque de Exposições Lacerda
Werneck, na próspera cidade
de Guarapuava, PR.
Da parceria com a Cooperaliança, nos dias 9, 10 e 11
fez sucesso na feira paranaense a Vitrine da Carne, uma
atividade interativa com o público que participa das ações
da feira, onde foi demonstrada desossa ao vivo, no stand
da cooperativa, apresentada
pelo consultor de cortes de
carne, o gaúcho Marcelo Bolinha. “Desossamos toda a
carcaça do animal, mostrando
que todo o boi pode ser considerado carne de primeira se a
matéria prima for de qualidade, como a carne de Angus”,
explicou Luciane Araújo, zootecnista da cooperativa.
Outra atividade oferecida
foi o Curso de Manipulação
de Carne, também a cargo de
Bolinha, dias 9 e 10, onde foram vistos quesitos como hi-
giene, manipulação, anatomia
e cortes dos animais.
Dia 10 de agosto realizouse o 1º Seminário de Produção de Carne de Qualidade
CooperAliança, abordando
questões como: Programa
Carne Angus Certificada –
Valorizando a carne de qualidade, ministrada por Fábio
Medeiros, gerente do Programa Carne Angus Certificada;
Avaliação de Touros e Seleção de Reprodutores, proferida por Cristiano Leal, gerente
de taurinos de corte da CRV
Lagoa; Manejo Reprodutivo
em Sistema de Produção de
Carne, com o médico veterinário, Fernando Dalla Costa;
e Manejo Racional do Creep
Feeding, articulado por Mikael Neumann, pesquisador
da UniCentros de Guarapuava.
Durante a intensa programação da feira, foi lançada a
nova marca da Carne Angus
Certificada produzida através
da parceria da Associação
Brasileira de Angus e CooperAliança.
Além da programação
proposta pelo Programa Carne Angus e CooperAliança, o
Núcleo de Criadores de Angus
do Oeste do Paraná destacou
as pistas de julgamento.
Os julgamentos de classificação de Angus (50 animais
Angus PO), a cargo de Marcos Berruti, ocorreram dias
10 (machos) e 11 (fêmeas).
E fechando a programação,
na noite de 11 de agosto,
foi promovido o 10º Leilão
Angus, chancelado pela Angus Brasil, com oferta de 25
touros PO rústicos e 200 animais cruza Angus.
Vitrine da pecuária
Para Cristopher Filippon, presidente do Núcleo
de Criadores Angus do Oeste do Paraná, mais que uma
feira, a Expogua é considerada um palco de negociações
no ramo agropecuário, tanto
em tecnologia de maquiná-
rios agrícolas como uma vitrine da pujante pecuária da
região. “A feira foi mais um
sucesso reprisando as edições
anteriores e mais uma vez a
Angus realizou o melhor remate da feira, com a melhor
média em relação ‘as demais
raças”, comemorou Fillipon.
10º Leilão Angus
O remate comercializou
23 touros com média geral de
R$ 8 mil. Nos animais cruza,
um plantel de 150 animais
foi arrematado pela média de
R$ 3,30 o quilo vivo nas fêmeas e R$ 4,00 nos machos.
“Isto mostra a liquidez
da raça Angus e a busca pelos animais cruza”, salientou
o presidente do Núcleo. Fillipon destaca que a região de
Guarapuava é um antigo e
tradicional reduto de pecuária no Estado onde a Angus
vem cada vez mais conquistando seu espaço e se consolidando na feira, assim como
nas fazendas da região.
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE GUARAPUAVA
GRANDE CAMPEÃO
Nome: JALISCO DA RIO DA PAZ
Tat: 736 Registro: O146716
Nasc: 20/05/2011
Idade: 447 Dias - 14 meses
Pai: Occ Headliner 661h
Perímetro Escrotal : 38 Peso: 515
Mãe: Hispana da rio da paz
Ponderal: 1070
Criador: ANTÔNIO ZANCANARO
Expositor: ANTÔNIO ZANCANARO
Estabelecimento: FAZENDA RIO DA PAZ
Cidade: CASCAVEL /PR
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO
Nome: RECONQUISTA 1738 REDOBRADO
PUC G. CANYON
Grande Campeão
Tat: TE1738 Registro: O144236
Nasc: 11/03/2010
Idade: 882 Dias - 29 meses
Pai: Tres marias 6927 pucara te
Perímetro Escrotal : 51,5 Peso: 1110
Mãe: Reconquista 593 gran canyon
bartolomé Ponderal: 1220
Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI
Expositor: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI
Estabelecimento: FAZENDA RECONQUISTA
Cidade: ALEGRETE /RS
3º MELHOR MACHO
Nome: PODER DA RIO DA PAZ
Tat: 726 Registro: O146709
Nasc: 17/05/2011
Idade: 450 Dias - 15 meses
Pai: Rubeta 3910 widespread te
Perímetro Escrotal : 39 Peso: 519
Mãe: Parceira da rio da paz
Ponderal: 1070 EGS:
Criador: ANTÔNIO ZANCANARO
Expositor: PARCERIA ANTÔNIO ZANCANARO
E JOSÉ FILIPPON
Estabelecimento: FAZENDA RIO DA PAZ
Cidade: CASCAVEL /PR
GRANDE CAMPEÃ
Nome: JAGUARY SOFIA 9533
Tat: TEI9533 Registro: O145066
Nasc: 21/06/2010
Idade: 780 Dias - 26 meses
Pai: Agromelu 2494 citation boom te
Est. Gest.: C/Cria Peso: 671
Reservado Grande Campeão
Mãe: Pastoriza 827 sofia te
Ponderal: 810
Criador: PEDRO LUIZ HERTER
Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES
Estabelecimento: FAZENDA ÁGUA LIMPA
Cidade: FAMA /MG
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ
Nome: EPV PATIENCE 862
Tat: 862 Registro: O135887
Nasc: 31/08/2009
Idade: 1074 Dias - 35 meses
Pai: Pastoriza 565 brigadier te
Est. Gest.: Prenha Peso: 756
Mãe: Umbu 373 patience
Ponderal: 670
Criador: JOSÉ FILIPPON
Grande Campeã
Expositor: JOSÉ FILIPPON
Estabelecimento: ESTÂNCIA PONCHE
VERDE Cidade: GUARANIAÇU /PR
TERCEIRA MELHOR FÊMEA
Nome: EPV CAMPECHE 1122
Tat: 1122 Registro: O150086
Nasc: 29/08/2011
Idade: 346 Dias - 11 meses
Pai: Tres marias 6743 aguilucho
Peso: 326
Mãe: Epv campeche 468
Ponderal: 830 EGS:
Criador: JOSÉ FILIPPON
Expositor: JOSÉ FILIPPON
Estabelecimento: ESTÂNCIA PONCHE
VERDE Cidade: GUARANIAÇU /PR
Reservada Grande Campeã
38
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
PARCEIROS
Ao comprar genética, cuide os parasitos
Por Octaviano
Pereira Neto
A
primavera é dos principais momentos no qual
o produtor buscam adquirir animais para melhorar
a genética de sua fazenda. Estima-se que sejam comercializados, somente no RS, mais de
4.500 touros por ano (Velloso
F., 2012, comunicação pessoal), os quais se distribuem por
diversas fazendas e regiões.
As parasitoses internas e
externas têm avançado e tendem a se tornar o principal
prejuízo da bovinocultura (Paiva et al. 2000), especialmente
em decorrência da resistência
parasitária. Deve-se ficar atento ao risco de introdução de
doenças e parasitos resistentes
através da compra desses animais portadores (infestados),
pois suas futuras gerações poderão se disseminar na fazenda
de destino, levando à resistência parasitária.
Da mesma forma do ocorrido com ovinos, o uso indiscriminado de produtos à base de
ivermectina tem desenvolvido
estirpes de Haemonchus spp,
Cooperia spp e Trichostrongylus spp resistentes (Soutello
et al. 2007), bem como de carrapatos (Klafke et al. 2010), o
que é preocupante, pois não se
tem notícia de lançamentos de
novas moléculas em um futuro
próximo, que devem ter mecanismos de ação diferentes daqueles já em uso.
No Estado de SP, Mendes
et al. (2011) avaliaram a resistência aos carrapaticidas em
seis regiões e observaram que
82,6% das populações possuíam resistência à cipermetrina, 86,36% à deltametrina
e 65,25% ao clorpirifós, com
50% delas, apresentando resistência tanto aos piretróides
sintéticos quanto aos organofosforados. No RS, Santos et al
(2009) levantaram a situação
em 11 municípios do Sul do
Estado e observaram que em
23% dos estabelecimentos estudados a eficácia do amitraz
era <69% e em 29% destes o
efeito foi “zero”, ou seja, sem
eficácia alguma, variando segundo a marca comercial analisada.
O uso contínuo e indiscriminado das avermectinas, tanto
como vermífugo quanto como
carrapaticida, têm resultado
na redução da eficácia contra
ambos os parasitos. Em um
estudo sobre o status da eficácia como anti-helmíntico para
bovinos, Soutello et al. (2011)
levantaram a situação em 25
fazendas, em 10 regiões do
Estado de SP, dessas, 23 demonstraram que a eficácia da
ivermectina já era inferior a
90%. Valores abaixo de 95%
indicam a presença de resistência à molécula.
Assessore-se, use produtos
de qualidade e adote medidas
preventivas (quarentena) e testes pós-tratamento para avaliar sua efetividade. Estas são
recomendações permanentes
e que trazem resultados positivos na prevenção, entrada
e disseminação de parasitos
resistentes nas propriedades.
Todo cuidado é pouco.
Méd. Vet., Mestre em Zootecnia
Gerente Técnico – Bovinos
Novartis Saúde Animal Ltda.
Todos os direitos reservados. É
proibida a reprodução total ou
parcial do conteúdo desta publicação sem a autorização da Novartis
Saúde Animal
As referências citadas estão à disposição dos interessados –
[email protected]
INTERNACIONAL
Novidade na pista do Prado 2012
Técnico da Angus Brasil, Flávio Alves, foi o jurado
R
ealizada de 5 a 16 de Setembro, a principal exposição uruguaia, Prado
2012 apresentou novidades na
pista. Afinal, a tradicional cabanha São José Del Yaguarí,
de Pablo Zerbino, venceu pela
primeira vez o grande campeonato de machos da raça Angus.
Filho de um fêmea da Bayucuá
e do touro americano Bismark, campeão da categoria dois
anos maior, provocou comoção
entre os proprietários, que ingressaram no Angus apenas
em 2008. Para Zerbino, de tradicional família de pecuaristas, um produto como este vem
melhorar a produção de carne,
um dos pilares da agropecuá-
Grande Campeã
Grande Campeão
ria do Uruguai.
Jurado de Angus, o técnico
da Angus Brasil, Flávio Montenegro Alves, criou alguma
ansiedade entre os presentes
antes de apontar o grande
campeão entre os machos. Ele
felicitou os expositores pelo
excelente nível da mostra e assinalou que todos os sete touros presentes à contenda final
servem para melhorar os planteis dos criadores de Angus.
“Pelo bom momento da carne
nos mercados internacionais,
temos uma excelente oportunidade para nos inserirmos com
qualidade buscada no mundo”,
afirmou.
O Reservado de Grande
Campeão, Campeão touro Jovem, RP 193, foi exposto por
Sierra Madera, vencedora de
2011. Já o Terceiro Melhor
Macho, RP 2201, foi criado e
exposto por Frigorífico Modelo
SA.
Nas fêmeas, um novo criador também festejou o grande
campeonato. Exposta por Martín Lopez Oliveri, a vaca de RP
8, foi considerada a Grande
Campeã e, ao final da competição, designada pelo jurado Flavio Alves como o melhor exemplar da raça sem distinção de
sexo. “É uma vaca de qualidade
excepcional, que pode ganhar
em qualquer pista do mundo,
tem pureza racial, conformação
carniceira, feminilidade, profundidade de costelas e um bom
andar, tudo em equilíbrio, resumiu o jurado brasileiro.
A Reservada de Grande
Campeã e Campeão Vaquilhona Maior, foi a vaca RP
8628, apresentada pela cabanha Bayucuá, de Salto, que
também expôs a Terceira Melhor Fêmea, Campeã Terneira
Maior, com RP 8811.
Ao final do evento, o presidente da Sociedade de Criadores de Angus do Uruguai,
Lucas Gremminger, assinalou
que “por esta pista passou a
genética que vamos incorporar à pecuária uruguaia nos
próximos cinco a seis anos”.
Para Gremminger, nas fêmeas
tivemos exemplares de animais férteis e produtivos, um
modelo perfeito para sermos
cada vez mais eficientes e
competitivos na pecuária uruguaia.
40
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
PERFIL
Apostando nos Rústicos
Alberto de Abreu Medeiros, a esposa Ana Paula, e a filha Betina no detalhe acima
Por Marina Corrêa
Q
uando o criador Alberto
de Abreu Medeiros, da
Agropecuária Maipú, de
Ibirubá, RS, fala no desempenho de seus exemplares Angus, sua voz muda de tom. Em
segundos, passa do comedido
ao entusiasmado! “Depois da
Expointer, ganhamos os prêmios máximos recentemente
na exposição de Cachoeira
do Sul com o trio de rústicos.
Dava gosto de vê-los”, diz eufórico. Se muitos produtores
apostam suas fichas em animais de argola, Medeiros tem
predileção pelos rústicos, que
lhe renderam uma vasta premiação em 22 anos de cabanha e reconhecimento no mercado pelo trabalho de seleção
genética que desenvolve.
A Maipú está encravada
no Km 72 da BR-293, distante 22 km de Ibirubá e 28
km de Cruz Alta, onde o criador mora com a esposa Ana
Paula e os dois filhos, Betina
e Felipe. Uma região cuja tradição está em amplas lavouras de grãos. Mas, Medeiros,
com histórico de família na
pecuária, resolveu dividir seu
tempo entre os grãos e o re-
banho. O gosto pela criação
estava no sangue.
“Nasci e me criei em fazendas com criação de gado.
Minha família criava Charolês, no tempo que era só
essa a atividade exercida nas
estâncias. Sempre tive contato com os animais e gostava
muito de ficar para fora. E
muito jovem assumi responsabilidades nos negócios da
minha família”, comenta.
Rusticidade como
expoente
O caminho na direção dos
rústicos foi natural. Medeiros
acredita na maior liquidez
desses animais, manejo facilitado, adaptação ao campo,
pronto para uso em rebanhos.
“Tenho muito envolvimento
com minhas lavouras, portanto preciso que meu rebanho
não necessite de cuidados
especiais. Considero que os
rústicos têm exercido papel
de destaque dentro do Angus,
assim como vem aumentando
sua importância para os criadores, despertando interesse
em novos mercados”, acredita o criador, acrescentando que o lado comercial e a
rusticidade são as principais
marcas da criação. “Também
destaco a precocidade dos
Angus rústicos, é uma das
principais características e
mais satisfatórias das tantas
que observo”.
Angus por opção
Por tradição, os animais
Charolês faziam parte da vida
de Medeiros. Mas, ao começar
sua própria cabanha, o produtor queria apostar suas fichas
em algo diferente. “Sempre
gostei muito da raça e eu queria mudar. Não foi fácil começar a criar uma raça nova
sozinho. No entanto, as qualidades do Angus ajudaram
muito”, observa. A precocidade, habilidade materna, facilidade de parto, qualidade superior de carne dentre outras
características estão na ponta
da língua do criador ao falar
da raça e só foram potencializadas a partir do momento
que a criação
foi aumentando.
O manejo
é parte importante dos resultados obtidos
pela cabanha.
Os animais são
mantidos em
potreiros perto da arborizada sede da
fazenda, com
pastagens de
milheto, tifton,
aruanã, aveia, azevém e suplementos com silagem de milho
feita nas próprias lavouras.
A reprodução dos animais é
100% por inseminação artificial, com sêmen de touros
de linhagens importantes. Em
função da lavoura, a peneira
para os animais é muito mais
fina. A seleção é rigorosa para
não comprometer o espaço
destinado para agricultura.
“Precisam ter boa genética e
boa conformação para dar resultados”, argumenta.
Hoje, com dezenas de prêmios nas prateleiras, vendo
seu rebanho cada vez mais
selecionado e sua família envolvida com as atividades da
cabanha, Medeiros comenta
que sua maior alegria com a
raça Angus foi descobrir que
a seleção que tem feito e escolhas pessoais deram tantos
prêmios, deram tanto certo.
Na Expointer, começou a levar os animais em 2005 e foi
pentacampeão com seus rústicos. O reconhecimento significa para o criador que lá
atrás, ele estava certo, quando teve que escolher as doses
de sêmen até o descarte de
alguns animais que não se enquadravam no perfil da raça.
“Minha esposa sempre disse
que se fosse para errar em
algo, que fosse por alguma
escolha minha, ao de outra
pessoa”. Quando o trabalho é
seleção e avaliação dos exemplares, Medeiros não conta as
horas examinando os animais.
“Me realizo e esqueço do
tempo vendo meus animais,
olhando os terneiros, analisando suas características
e observando suas heranças
genéticas e imaginando qual
será seu melhor cruzamento”, completa.
Garantia de
continuidade
Em tempos de altos e baixos na pecuária, se manter na
atividade e sustentar a família
são fatores de orgulho para o
produtor. Como está em meio
a uma região tipicamente
agrícola, ter a criação de Angus e obter sucesso com ela é,
para Medeiros, como manter
suas raízes vivas e deixar seu
lado de criador, que está em
sua essência, aflorar.
Passar seus erros e seus
acertos para os filhos Betina,
17 anos, e Felipe, 12 anos, é
seu sonho. A continuação do
trabalho parece estar garantida. Betina deve ingressar
na faculdade de veterinária.
“Lembro dela pequena aqui
comigo, as mãozinhas sujas de
terra, me ajudou a plantar todo
esse arvoredo que cerca a entrada da nossa fazenda. Foi no
campo que consegui tudo que
tenho e quero muito que meus
filhos sigam esses passos”, recorda Alberto Medeiros, com
todo o orgulho.
Abreu e o filho Felipe nas lavouras irrigadas
42
Setembro/Outubro 2012
LEILÕES CHANCELADOS
Leilão Marca
Angus:
R$ 300 mil
Angus Itu fatura alto
O faturamento de R$ 1.132.800,00 foi
o positivo resultado da venda de 84 lotes
entre machos e fêmeas, 755 doses de sêmen e uma eleição de 50%, no IV Leilão
FSL Angus Itu, realizado pelo selecionador de Angus Antonio Maciel Neto em 15
de Setembro, na propriedade, em Itu, SP,
sob a chancela da Angus Barsil.
Com média de R$ 14.844,71, foram
arrematadas 34 fêmeas que somaram
R$ 504.720,00, 48 machos obtiveram
média de R$ 11.635,00 e total de R$
558.480,00, duas prenhezes, média de R$
16,8 mil, somaram R$ 33,6 mil, 755 doses
de sêmen alcançaram R$ 61.420,00 com
média de R$ 81,35 a dose e 50% de uma
escolha foi vendida por R$ 36.000,00.
O lote de maior cotação foi a venda
de 50% do touro FSL Sultão por R$ 72
mil, adquirido pela MR Agropecuária. E
o maior comprador foi o pecuarista de
Uberlândia, MG, Jorge Luiz Caixeta da
Cunha, que investiu R$ 112.560 no remate.
Pista limpa no remate da GAP Genética
Foi um dos maiores leilões de gado já realizados nesta temporada, o da GAP Genética, no dia
23 de Setembro, chancelado pela Angus Brasil, na sede da Fazenda São Pedro, em Uruguaiana, RS. A oferta de 475 animais das raças Angus, Brangus, Braford e Hereford renderam R$
3.006,60, com média geral de R$ 6.329,68.
Na raça Angus foram ofertados 182 animais que somaram R$ 1.215,15, com média de
R$ 6.676,65. Ao todo foram arrematados 57 fêmeas por R$ 210,75 mil, com média de R$
3.697,37; e 125 touros PO por R$ 1.004,4 milhão, que saíram com média de R$ 8.035,20.
O diretor técnico da GAP,
João Paulo Schneider da Silva
(Kaju), comemorou o resultado. “Vendemos toda nossa
oferta em menos de 4h de
leilão. Liquidamos toda nossa
oferta Angus, alcançando médias excelentes para a raça”,
destacou.
A Cabanha dos Tapes, de
João Francisco Bade Wolf,
em Tapes, RS, faturou R$
295.930,00, em seu 10º Leilão Marca Angus, que realizou dia 29 de setembro, no
local do Sindicato Rural de
Camaquã. Chancelado pela
Angus Brasil, o pregão comercializou 141 animais da
raça Angus.
Ao todo foram vendidos
29 touros rústicos PO e PC
de 2 e 3 anos pela média de
R$ 6 mil; 10 fêmeas rústicas
PO à média de R$ 2,3 mil;
23 fêmeas PC pela média de
R$ 1,8 mil; 45 fêmeas cruzas Angus por R$ 1,2 mil de
média; e os 34 terneiros Angus puxaram a média de R$
860,00.
Angus@newS
Primavera
Angus Show
O Leilão Primavera Angus
Show, promoção do Núcleo
Centro Litorâneo de Criadores de Angus, com a chancela da Angus Brasil, realizado
em 18 de Setembro no local
Morungava Remates, em Viamão, RS, teve um faturamento de R$ 125.000,00, com a
venda de 65 exemplares da
raça Angus.
Os machos PO fizeram
média de R$ 5,25 mil e os PC
de R$ 4.2 mil, vaquilhonas tiveram média de R$ 1.75 mil
e vacas com cria ao pé R$
1,96 mil. Os terneiros cruzados puxaram R$ 520,00
de média. As Cabanhas Terra
Costa, Santa Bárbara e Fortaleza fizeram as melhores
médias de touros, alcançando
R$ 6,3 mil por animal, segundo informou o diretor do Núcleo Centro Litorâneo, criador Sérgio Colaço da Silva.
Genética Tropical VPJ
fatura R$ 502,77 mil
Rio da Paz e Ponche Verde
O 4º Leilão Produção Rio
Da Paz e Ponche Verde, realizado em 22 de setembro,
em Cascavel, PR, faturou R$
621.390,00, com a comercialização dos 327 exemplares da raça Angus ofertados.
Chancelado pela Angus Brasil, nas ofertas de Angus PO
o total arrecadado foi de R$
354,6 mil para a venda de 42
touros (média de R$ 7,114
mil) e 12 fêmeas (média de
R$ 4,65 mil). Destaque para
o touro “Apogeu da Rio da
Paz TE684”, de Antonio
Zancanaro, arrematado por
R$ 12 mil por Juraci Massoni, produtor que também foi
o maior comprador de touros
do leilão, segundo assinalou
Cristopher Filippon, da Estância Poche Verde. Ele lembrou que nas fêmeas o maior
preço foi R$ 8,25 mil, pagos
pela Casa Branca Agropastoril, pelo exemplar “Epv
Patience 1052”, também da
Ponche Verde.
Nos animais cruzas Angus, foram negociados 150
machos (com média de R$
1.073,00) e 123 fêmeas (à
média de R$ 860,00), que
totalizaram R$ 266.790,00.
“Ficamos muito satisfeitos
com nosso leilão deste ano,
pois comercializamos toda
nossa oferta. Contamos com
a participação de investidores do Mato Grosso do Sul,
Rio Grande do Sul e Minas
Gerais, além dos clientes da
região”, observou Cristopher
Filippon, destacando o reconhecimento pelo mercado do
trabalho em parceria realizado pelas duas cabanhas.
Com média de R$ 10 mil por 34 reprodutores e R$ 4,5
mil por onze matrizes, totalizando R$ 389.500,00 de faturamento somente pelos animais da raça Angus, o leilão Genética
Tropical VPJ, chancelado pela Angus Brasil, foi realizado no
dia 2 de setembro pela VPJ Pecuária, de Valdomiro Poliselli
Júnior, em Jaguariúna, SP.
A comercialização total do remate alcançou a quantia de
R$ 502.770,00, com a oferta de 112 animais, machos e fêmeas Brangus, e Brahman e ovinos das raças Dorper e White
Dorper. O animal de maior cotação do evento foi adquirido
pelo selecionador Paulo Golin, do Grupo Golin, que arrematou
o reprodutor Angus PO “VPJ Black Bread EXT 22B” por R$
16.500,00. Já o maior comprador do Leilão foi José Astor
Baggio, que investiu o montante de R$ 134.100,00 na compra
de reprodutores Angus.
44
Setembro/Outubro 2012
No Selo Racial, novo sucesso
O Remate Selo Racial Produção, venda conjunta das tradicionais cabanhas Cia Azul,
Rincón Del Sarandy, Corticeira
e Olhos D’Água, Chancelado
pela Angus Brasil e realizado
dia 28 de Setembro, em Quarai,
RS, foi um sucesso total.
Com pista limpa, o evento comercializou
415 exemplares das raças Angus, Braford,
Angus@newS
LEILÕES CHANCELADOS
Brangus e Hereford, atingindo
um faturamento de R$ 1,96
milhão e média geral de R$
4.738,00.
Na raça Angus, Reynaldo
Tittof Salvador, da Cia Azul,
comemorou as médias alcançadas, de R$ 6,5 mil, com
a comercialização dos 107 machos, e de R$
3.225,00 pelas 120 fêmeas.
3 Marcas fatura bem
Com faturamento de R$ 291 mil, pela venda de 140 animais
da raça Angus, foi realizado no dia 29 de setembro, no parque rural de São Borja, RS, o 12º Remate 3 Marcas. Chancelado pela
Angus Brasil, o tradicional pregão foi promovido pelas Cabanhas
Guajuvira, de Santo Antônio das Missões, RS; São João e Santa
Clara, ambas de São Borja.
Foram vendidos 30 touros PO e PC de 2 e 3 anos pela média
R$ 5, 8 mil, somando R$175,5 mil.
“O destaque foi a venda de dois exemplares a R$ 7,5 mil cada
um, aos pecuaristas Mauro Hamann e Edmundo Barbara Ferreira, disse Cláudio Roberto Nunes, da Cabanha Guajuvira. Além de
110 fêmeas, comercializadas por R$ 116,4 mil, e arrematas pelo
pecuarista Elias Fracalossi, que foi o maior investidor do leilão. Angus Trio
Com média geral de R$ 4.148,00, pela venda de 94 exemplares Angus, as propriedades Tolio´s Farm, de Formigueiro; Rodeio
do Rincão, de Restinga Seca e Aliança, de Dilermando de Aguiar,
todas do RS, somaram vendas no valor de R$ 390 mil no 8º Leilão Angus Trio. O remate aconteceu durante a 45ª Expofeira de
Santa Maria, RS, no dia 28 de Setembro.
Por categoria as médias foram as seguintes: novilhas PC R$
1.650.00; novilhas PO, média de R$ 3.750,00e os touros PO e
PC puxaram médias de R$ 6.539.
São Xavier vende mais de R$ 400 mil
Com oferta de animais
das raças Angus, Brangus e Limousin, a Cabanha
São Xavier, de Tupanciretã
(RS), obteve faturamento de R$ 402,2 mil, no seu
leilão chancelado pela Angus Brasil e realizado em
25 de Setembro, no parque
da UFSM, em Santa Maria,
RS.
O animal mais valoriza-
do do evento foi o touro Angus
“São Xavier Ébano”. O reprodutor foi valorizado por R$
8,2 mil, arrematado por Felipe
Paula Ribas. A oferta da raça
Angus era composta por 36
touros PO, que alcançaram
média de R$ 5,5 mil, 15 vacas PO, à média de R$ 3,8
mil, três touros PC que tiveram média de R$ 4,6 mil e
cinco vacas PC que fizeram
média de R$ 2,7 mil. Um
lote de 21 terneiras PO foi
valorizado pela média de R$
2,804 mil e três PC fizeram
média de R$ 3 mil.
OPINIÃO
Inflação na rentabilidade agrícola
Por Gustavo Aguiar
Anualmente a Scot Consultoria calcula as rentabilidades
das atividades agrícolas e estabelece um padrão de comparação entre elas, incluindo
outras opções de investimento
disponíveis no mercado, como
o ouro, fundos cambiais, renda
fixa e poupança, por exemplo.
Neste artigo analisamos o
desempenho médio de algumas
atividades agrícolas nos últimos oito anos. Após esta etapa, estabelecemos uma comparação com a inflação, medida
pelo Índice Geral de Preços –
Disponibilidade Interna (IGPDI), calculado pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV).
O IGP-DI é composto pelo
Índice de Preços no Atacado
(IPA), Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) e Índice
Nacional do Custo da Construção (INCC), que representam
60%, 30% e 10%, respectivamente, do indicador.
Correndo atrás
da inflação
Para a análise, optamos
pelos sistemas da pecuária de
corte (cria, recria/engorda e ciclo completo), pecuária leiteira, ambos com alta e baixa tecnologia, além do arrendamento
em regiões de cana-de-açúcar
e agricultura anual (milho e
soja). Veja Figura 1
O IGP-DI, mesmo sendo
uma base de comparação relativamente conservadora, acumulou uma variação superior a
90% das atividades agrícolas
no período analisado.
Entre as possibilidades de
uso da terra analisadas, a pecuária leiteira de alta tecnologia
teve a melhor rentabilidade média no período, de 8,1% ao ano.
O arrendamento para canade-açúcar teve o segundo melhor desempenho, com rentabilidade média anual de 4,8%.
As quatro atividades pecuárias com baixa utilização de
tecnologia tiveram os piores
Figura 1.
Rentabilidade anual média para as atividades agrícolas e variação anual média para o IGP-DI, de 2004 a 2011. AT = alta
tecnologia; BT = baixa tecnologia.
* desde 2006.
Fonte: FGV / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
resultados. Duas delas, pecuária de leite e cria, tiveram
prejuízos, na média do período.
Suas rentabilidades foram de
-1,1% e -1,6% ao ano, respectivamente.
Regra geral, as atividades
agrícolas são marcadas por
margens estreitas e rentabilidades reduzidas, em função do
alto capital investido.
Porém, fica claro que, na
média, as atividades pecuárias com aplicação crescente
de tecnologia têm tido os melhores resultados, inclusive superando o resultado médio da
agricultura anual.
Isto reforça a afirmação de
que a implantação de tecnologia, de forma racional, é essencial para aumentar a produtividade e diluir os custos fixos
envolvidos.
O resultado da pecuária
leiteira de alta tecnologia foi o
melhor dentre os analisados e
o único a superar o IGP-DI, ou
a inflação.
Para 2012, os cenários
para a pecuária e agricultura
têm boas chances de serem alterados, tanto para a atividade
de corte como para a leiteira,
com os preços mais baixos
para o boi gordo e leite e forte
alta para os grãos, o que deve
minar os resultados da atividade pecuária e contribuir para
um melhor resultado para a
agricultura.
Considerações finais
Mesmo em um cenário de
controle da inflação pelo governo, a contínua alta dos custos de produção e a pressão
baixista de preços pela ponta
compradora, concentrada, tendem a desafiar os resultados
econômicos para as commodities agrícolas.
Sendo assim, apesar de a
inflação anual acumulada ter
variação considerável, sendo inclusive negativa em alguns anos
(deflação), com base nos critérios utilizados, podemos afirmar que quando a rentabilidade
média anual supera a variação
média anual da inflação em longo prazo estamos diante de um
desempenho superior para as
explorações agropecuárias.
Zootecnista
Scot Consultoria
46
Setembro/Outubro 2012
Angus@newS
OPINIÃO
Ultrassonografia de carcaça
na raça Angus no Brasil
Por Ana
Carolina
Wider
Marques
A ultrassonografia já é
uma tecnologia consolidada
para predição das características de carcaça. Chegou ao
Brasil na década de 90 e hoje
já vem sendo utilizada pela
grande maioria dos programas de melhoramento genético do país.
As medidas feitas através
da ultrassonografia são: Área
de Olho-de-lombo: indicativo
de musculosidade e rendimento de carcaça; Espessura de Gordura Subcutânea
ou Gordura de Acabamento:
indicativo de precocidade de
acabamento da carcaça; e
Marmoreio ou Gordura Intramuscular: responsável pela
suculência e sabor da carne,
principalmente quando consumida na forma grelhada e
condição básica para atender
os mercados mais exigentes,
que remuneram por esta qualidade.
A raça Angus no Brasil
foi pioneira nas avaliações
de carcaça por ultrassom,
tanto para as pistas de julgamento como para os programas de avaliação genética.
Atualmente a ABA (Associação Brasileira de Angus)
incentiva aos criadores que
participam de programa de
melhoramento genético a
fazerem as medições de carcaça. Assim, tais informações
complementam as avaliações
rotineiras do programa e fornecem mais subsídios para
identificação dos melhores
reprodutores para produção
de carne de forma eficiente.
A UltraBeef acompanha
alguns rebanhos que utilizam
tais medidas como critério
de seleção e observa-se significativo aumento no peso
a desmama, ganho em peso,
rendimento de carcaça e precocidade de abate. Como a
raça Angus é mundialmente reconhecida por produzir
carne de qualidade superior,
o marmoreio é acompanhado
com cautela para manter e
melhorar esta característica
importante na maioria dos
rebanhos. Apesar das vantagens na avaliação das fêmeas, que são a base do rebanho
(permanecem por mais tempo na fazenda), a maioria dos
rebanhos ainda tem avaliado
somente os machos.
Temos encontrado boa variação em todas as medidas,
inclusive no marmoreio. E
isso é interessante pro melhoramento genético. Um exemplo claro é a variação de marmoreio: comparando animais
de mesmo sexo, idade e grupo
de manejo, o marmoreio variou de 0,80 a 3,00 (em escala de 0 a 10). O que nos mostra que é necessário avaliar
e selecionar para manter ou
fixar esta característica no
rebanho.
Esta tecnologia traz ga-
nhos consideráveis para a
raça, mas principalmente
intra-rebanho, já que promove aumento da produção de
carne e em menor tempo, o
que é mais rentável e exigido
pela pecuária moderna. Para
uma adequada comparação
de entre rebanhos o ideal é
que os criadores participem
de programa de melhoramento genético.
São tecnologias como
esta que vão permitir a sustentabilidade da atividade
pecuária, que exige cada vez
mais profissionalismo para
produção de carne de maneira eficiente e com a qualidade
que o consumidor exige.
Técnica Certificada UGC
Diretora da UltraBeef
[email protected]
INFORME
Cartão de
crédito Angus
Você já imaginou um cartão de crédito da raça Angus?
A American Angus Association
(AAA) sim. Através de uma
parceria com o Intrust Bank,
que é um banco tradicionalmente utilizado por produtores
rurais americanos, a AAA criou
o American Angus Association Credit Card Visa para os
seus 30 mil associados. Além
de cada compra com o cartão gerar fundos para a Angus
Foundation, cada Dólar gasto gera pontos que podem ser
transformados em milhas de
companhias áreas, cruzeiros
marítimos, estadias em hotéis
das principais redes mundiais,
pacotes de viagem aéreo mais
terrestre, créditos em grandes
redes de produtos eletrônicos e
Sites de compras, entre outros.
A Angus Foundation, por sua
vez, também aumenta a sua receita para a concessão de bolsas
de estudo, bolsas para pesquisas
científicas, o aprimoramento da
raça Angus e a proteção do futuro dos criadores americanos.
Alta & Progen em
Desfile de Touros
As centrais de inseminação
Alta Genetics e Progen realizaram dia 18
de agosto o
7° Desfile
de Touros, em Dom Pedrito,
RS, com presença de mais de
500 participantes. Além da
apresentação da bateria de reprodutores, foram realizadas
duas palestras sobre IATF (Inseminação Artificial a Tempo
Fixo) por Luciano Penteado e
José Ricardo Gama de Maio.
O desfile de touros apresentou
mais de 30 reprodutores das
raças Angus, Brangus, Hereford e Braford. Houve maior
representatividade de touros
selecionados através dos Testes de Touros Jovens e Sumários de Touros, com ênfase
a animais oriundos de pro-
gramas de
avaliação
genética e
por critérios
objetivos de
seleção.
Luciano
Penteado
(Firmasa)
apresentou resultados de campo de mais de 50 mil matrizes/
ano e demonstrou que com a
técnica da IATF é possível aumentar as taxas de prenhez,
antecipar e concentrar partos
e melhorar a qualidade dos
produtos nascidos na fazenda.
José Ricardo Gama de Maio
(Ouro Fino) abordou indicadores econômicos do uso da
IATF. Hoje a técnica da IATF
é responsável por mais de metade das vacas inseminadas no
Brasil e das 13 milhões de doses de sêmen comercializadas
em 2012, mais de metade foram usadas com a técnica.
Esalq: Lide de Agronegócios
Ao lado da Embrapa e da
Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), a Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” (USP/Esalq), recebeu
o prêmio Lide de Agronegócios
na categoria Tecnologia.
A premiação partiu de importantes lideranças políticas e
do agronegócio do Brasil, que
estiveram reunidas dias 21 e
22 de setembro, em Campinas, SP, no Fórum Nacional de
Agronegócios, cujo tema, “Os
novos rumos do agronegócio
sustentável no Brasil”, proporcionou a discussão de políticas
e ações para o desenvolvimento
do setor no País. O encontro foi
promovido pelo Lide Grupo de
Líderes Empresariais, presidido
por João Doria Junior, e pelo
Lide Agronegócios, liderado por
Roberto Rodrigues, ex-ministro
da Agricultura e Coordenador
do Centro de Agronegócios da
Fundação Getúlio Vargas.
O evento, aberto pelo ministro da Agricultura, Mendes
Ribeiro, e pela secretária de
Agricultura do Estado de São
Paulo, Mônika Bergamaschi,
contou com a primeira edição
do Prêmio Lide de Agronegócios, que destacou os principais
empresários do ramo e instituições, em 22 categorias. A Esalq
esteve representada na ocasião
pela diretora em exercício, Marisa Aparecida Bismara Regitano d’Arce. “Dividimos as honrarias com essas duas instituições,
fato que nos deixou orgulhosos
e que nos coloca num patamar
de reconhecimento de geração
de conhecimento e formação
dos futuros líderes do agronegócio”, comentou a diretora.
Outras categorias
premiadas
Crédito, Defensivos, Equipamentos, Fertilizantes, Seguro,
Sementes, Tecnologia, Tratores,
Café, Carnes, Comercialização
e Serviços, Distribuição, Entidades de representação, Fibras, Floresta plantada, Grãos,
Indústria de Alimentos, Leite,
Oleaginosas, Sucroenergéticos
e Transporte e Logística.
Angus@newS
INFORME
Congresso Brasileiro de Angus
O congresso também
terá espaço para momentos
importantes para discutir a
situação do Angus no Brasil,
os programas de cruzamento e os desafios para se ter
o Angus que o Brasil precisa.
Diversos aspectos relacionados aos programas de seleção e genética da raça Angus,
entre outros temas, estarão
em pauta durante o Congresso
Brasileiro de Angus, que a Associação Brasileira de Angus
(Angus Brasil) promove nos
dias 4 e 5 de Dezembro deste
ano, no Hotel Sheraton, em
Porto Alegre, RS.
Inscrições
abertas!
As inscrições já estão abertas na sede da Associação
(51.3328.9122) e será dada
amplo divulgação por outros
meios, com destaque ao site da
Angus Brasil.
Segundo o técnico Fernando Velloso, da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas
Rocha, empresa responsável
pela organização do evento, o
congresso vai reunir técnicos
e criadores de destaque em
seus países de origem, e trará
informações de interesse do
selecionador e usuário da raça.
Vai apresentar ainda temas
importantes e polêmicos como
seleção por dados ou por tipo;
temas modernos como seleção
por eficiência alimentar; temas de mercado relacionados
à Carne Angus e apresentação
de cases de plantéis de sucesso
no Brasil, Argentina e Estados
Unidos estarão na programação.
Na programação
Palestrantes do Brasil,
Argentina, Estados Unidos e
Nova Zelândia, em destaque.
Carne Angus no Brasil e
Estados Unidos; Qualidade
de carne e ultrassonografia de carcaças; avaliação
visual de animais e programas de seleção; seleção por
desempenho (dados) x seleção por tipo (visual); seleção por eficiência alimentar.
Plantéis de sucesso: alguns
cases no Brasil, Argentina
e EUA; O Angus na Nova
Zelândia e convite para o
Fórum Mundial de Angus
em 2013; Cruzamento com
Angus; O Angus que o Brasil
precisa.
Setembro/Outubro 2012
Novartis anuncia novo Diretor
Oclydes Barbarini Jr. é o
novo Diretor de Marketing da
Divisão de Saúde Animal para
a região sul da América Latina.
Graduado em medicina veterinária e com MBA em marketing
e gestão empresarial pela FGV,
Oclydes possui mais de 20 anos
de experiência no setor de Saúde
Animal e terá como meta a implementação de estratégias para
ampliar e consolidar a atuação
da Novartis no segmento. Antes
de ingressar na Novartis Saúde
Animal, o executivo atuou por
mais de 18 anos na divisão de
Saúde Animal da Pfizer.
A Novartis Saúde Animal
pesquisa, desenvolve e comercia-
Com apoio do Núcleo Bageense de Criadores de Angus,
os touros são avaliados em
suas características de desempenho animal, fenótipo como
conformação frigorífica, precocidade de terminação e musculosidade, além de área de olho
de lombo, espessura de gordura
subcutânea e marmoreio.
Vencedor contratado
O campeão da última prova,
o touro J Quest, foi contratado
pela Select Sires, central ame-
ricana de genética bovina. “Os
técnicos da Select queriam um
touro Angus brasileiro avaliado
a campo e com resultados excepcionais. Ganhar esta prova
indicou que nosso sistema de
produção, aliado às premissas do
mercado, está no caminho certo
da seleção genética. Por isso, eu
recomendo a participação na
prova”, avalia Felipe Moura, diretor técnico da Ponderosa Angus Ranch e Scalzilli Agropastoril (proprietária do J Quest).
Blokus Supra, sal mineral a campo
Partir de consultorias internacionais, a
Alisul Alimentos, detentora da marca Supra de
alimentos para animais,
está lançando uma linha de sais minerais no
formato de bloco, para
consumo a campo. São três
produtos indicados para gado
de corte: Blokus Proteinado
28, Blokus Proteinado 40 e
Blokus Recria. Entre as vantagens, a praticidade de uso, porque pode ser colocado a campo, dispensando cocho coberto.
E o atrativo para o consumo é
o melaço, um ingrediente pro-
curado pelos animais.
Segundo o gerente de Ruminantes da Alisul, Rubem Frosi, o Blokus 28 possui 28% de
proteína e é recomendado para
uso nas estações de primavera/
verão e outono, com pastos intermediários, entre completamente verde e seco. O produto
contém lasalocida sódica, um
promotor do crescimento,
que aumenta a eficiência
do uso de energia do animal, diminuindo as perdas energéticas comuns
à espécie. O Blokus 40
tem aplicação no inverno,
ou para pastagens secas,
quando a geada queima o pasto, podendo ser usado também
no verão, em caso de estiagens
longas. O terceiro, para recria,
é indicado para terneiros de
corte e leite até os 170 quilos,
com 20% de proteína e 5% de
fósforo, podendo ser usado em
todas as épocas do ano, informa Rubem Frosi.
liza produtos líderes para tratamento de animais de companhia,
atendimentos de médicos veterinários e criadores. Com sede em
Basiléia, Suíça, e presente em
aproximadamente 40 países, a
Novartis Saúde Animal possui
2.630 colaboradores em todo o
mundo.
As empresas do Grupo Novartis empregam 124 mil pessoas e operam em mais de 140
países. Em 2011, as operações
do grupo atingiram vendas líquidas de US$ 58,6 bilhões, com
investimentos da ordem de US$
9,2 bilhões em pesquisas e desenvolvimento. Em seu portfólio,
oferece medicamentos inovadores, para cuidados com os olhos,
genéricos, vacinas preventivas
e ferramentas de diagnóstico e
produtos de consumo em saúde
humana e saúde animal.
Remate Tres Marias
Começa mais uma prova de touros na Embrapa
Já estão a campo os touros
Angus da 3ª Prova de Avaliação a Campo de Reprodutores,
promovida pela Angus Brasil
em parceria com a Embrapa
Pecuária Sul, de Bagé, RS.
Nas mesmas condições de ambiente e alimentação, a meta é
comparar a performance dos
exemplares, identificando animais superiores para produção
em sistema de pastejo. Integram o teste 11 propriedade
de seis municípios gaúchos.
47
Fernando
Velloso e
Dimas Rocha
estiveram
presentes na
Tres Marias
Tres Marias
Pistera 8566
A Cabanha Tres Marias,
de Horacio Gutiérrez, realizou em 16 de agosto seu
remate anual, e comemorou
o 55° aniversário de seleção
em Angus. O leilão ofertou 3
eleições, 2 fêmeas em modalidade 50% e 54 fêmeas Angus PO, totalizando 59 lotes.
As eleições são lotes onde
compra-se o direito de escolha de qualquer animal nascido na Tres Marias em um
ano, neste caso na Geração
2012. O comprador fica com
50% do produto escolhido.
Eleições
Tiveram média de R$ 92
mil, com destaque à 1ª Elei-
ção por R$ 142 mil, pela Cabanha La Loma (Argentina),
comprando a primeira eleição de fêmea preta. O criador
Reno Paulo Kunz (Brasil) e a
empresa Solução Genética adquiriram a primeira eleição de
macho preto por R$ 80 mil.
Fêmeas 50%
A média foi de R$ 67 mil,
com destaque para a fêmea
Tres Marias Pistera 8566, adquirida por R$ 93 mil pela Casa
Branca Agropastoril (Brasil).
Fêmas PO
Fizeram média de R$ 23 mil,
com destaque para Tres Marias
8762 (irmã inteira de Cachafaz), vendida por R$ 60 mil.

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