Qual é de fato a função de um óleo de motor

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Qual é de fato a função de um óleo de motor
Qual é de fato a função de um óleo de motor?
O óleo do motor tem não só a função de lubrificar as suas peças móveis
(eixo de virabrequim, bielas, pistões, etc.) evitando o seu desgaste mas
também as de arrefecer os compenentes mais quentes, manter o motor
livre de depósitos e vedar os segmentos e válvulas contra a eventual
passagem dos gases resultantes da combustão. Essas últimas funções
são frequentemente esquecidas pelo comum dos utilizadores mas são
fundamentais para a longevidade do motor a prazo.
O sistema de classificação dos lubrificantes baseia-se na determinação do
seu índice de viscosidade, medido a alta temperatura no caso dos óleos
monograduados e tanto a baixa como a alta temperatura no caso dos
óleos multigraduados.
Numa embalagem de óleo a inscrição SAE 1OW-40, o que quer dizer o
SAE?
SAE é a sigla que designa a Society of Automotive Engineers, entidade
norte-americana responsável pela definição de inúmeros standards, com
especial incidência na áreas da indústria automóvel, aeronáutica e naval,
incluindo naturalmente as classificações da viscosidade dos óleos, tanto
dos motores como das transmissões.
O sistema de classificação dos lubrificantes baseia-se na determinação do
seu índice de viscosidade, medido a alta temperatura no caso dos óleos
monograduados e tanto a baixa como a alta temperatura no caso dos
óleos multigraduados.
O que são a viscosidade e o índice de viscosidade?
A viscosidade é a medida da resistência de um fluido ao seu próprio fluir.
Existe uma unidade de medida para a viscosidade absoluta (o poise) e
outra para a viscosidade cinemática (o stoke). No entanto, e como a
viscosidade varia na relação inversa da temperatura, não faz muito sentido
indicar um valor se não se indicar também a temperatura à qual ele foi
medido.
Já o índice de viscosidade não tem unidade, uma vez que resulta da
aplicação de uma fórmula que tem viscosidades tanto no numerador como
no denominador e é determinado por comparação com óleos cujas
viscosidades a temperaturas conhecidas servem de referência. São tidas
em conta as viscosidades a 40ºC e a 100ºC. No fundo, o índice de
viscosidade permite indicar qual a resistência de variação da sua
viscosidade face à variação de temperatura.
São necessários altos índices de viscosidade sempre que se pretende
uma viscosidade relativamente constante ao longo de uma gama de
temperaturas mais ou menos vasta. Num motor de automóvel, por
exemplo, o óleo tem que fluir de forma relativamente livre para permitir os
arranques a frio mas tem que manter uma viscosidade suficiente a quente
por forma a permitir uma lubrificação adequada.
O que são óleos multigraduados?
São óleos que cumprem mais do que um grau da tabela de viscosidades e
que, por isso, são adequados para uma utilização ao longo de uma gama
de temperaturas mais vasta do que um óleo monograduado, ou seja, um
cuja viscosidade especificada só tem esse valor a uma temperatura de
referência.
O que significa o 1OW-40?
Indica, antes de mais, que se trata de um óleo multigraduado. Depois,
esses óleos têm dois valores de índice de viscosidade. Por isso, o 10W-40
significa que se trata de um óleo que tem um índice 10 a baixas
temperaturas, próprias de um arranque de manhã num clima frio, e um
índice 40 a altas temperaturas, indicando uma viscosidade relativa elevada
para garantir a adequada proteção a temperaturas mais elevadas. O W
vem do inglês Winter, indicando que, mesmo no Inverno, esse óleo
garante um índice de viscosidade de 10.
Isto significa, em termos práticos que um óleo 5W-40 funciona melhor a
baixas temperaturas que um 10W-40. À semelhança disto, um óleo 10W45 também funcionará melhor que um 10W-40 a altas temperaturas.
Qual é o óleo melhor para o meu motor?
Não se pode dizer que haja um óleo mais indicado para um motor. O que
se deve dizer é que há especificações mínimas que um óleo deve cumprir.
E essas são as indicadas pelo fabricante do veículo. Daí para cima, todos
os óleos funcionarão bem.
Aquilo que temos que garantir é que o índice de viscosidade a baixa
temperatura (o da esquerda) é menor ou igual ao indicado pelo fabricante
do motor e que o índice de viscosidade a alta temperatura (o da direita) é
maior ou igual ao referido pelo fabricante do veículo. Por exemplo, se no
manual do carro vier indicado um óleo 15W-30 só temos que garantir que
lhe pomos um óleo cujas especificações não sejam maiores que 15W nem
menores que -30.
É evidente que se pode dizer, genericamente, que um óleo é tanto melhor
quanto mais amplo for o espectro da sua graduação. Mas, realisticamente,
não vejo vantagens especiais em se utilizar um óleo que ultrapasse
desnecessariamente as especificações do fabricante.
Nos automóveis antigos, o óleo tem um papel fundamental no
arrefecimento do motor e como o óleo mineral possui um bom índice de
troca térmico, a transferência das calorias do metal para o óleo será bem
superior que com um óleo sintético. A maioria dos jipes utilizados no todo
terreno já tem uns anos por isso recomenda-se a utilização de um óleo
mineral 15w-40.
E quanto às transmissões?
Normalmente, as transmissões usam óleos minerais de alta viscosidade e
longa duração. Isto aplica-se tanto aos diferenciais abertos como a muitas
caixas de velocidades manuais. Nestes casos, é ainda freqüente a
utilização de óleos monograduados, com índices de viscosidade na casa
dos 80/90. No entanto, cada vez mais a utilização destes óleos vem sendo
substituída pelos óleos do tipo EP, de extrema pressão e, por vezes, no
caso das caixas de velocidades mecânicas, de óleos iguais aos dos
motores.
O que são as classificações API?
API é a sigla que designa o American Petrolleum Institute. Esta
entidade, a partir dos dados fornecidos pela SAE e pela ASTM, elabora
uma outra classificação escalonando os óleos por tipos e requisitos,
classificando-os como SA, SB, SC, etc. para os destinados aos motores a
gasolina e como CA, CB, CC, etc. para os indicados aos motores diesel.
Atualmente, quase todos os fabricantes indicam especificações do tipo SJ
para os motores modernos a gasolina e de CF em diante para os motores
diesel.
Qual é a diferença entre óleos minerais e sintéticos?
Designa-se por mineral um óleo que é derivado diretamente do petróleo
por destilação. Por sua vez, os óleos sintéticos, como o próprio nome
indica, são fabricados por processos químicos de síntese que envolvem a
construção artificial de moléculas a partir de diferentes componentes-base.
A finalidade da obtenção de óleos sintéticos é a possibilidade de se obter
uma maior estabilidade em termos de viscosidade ao longo de uma mais
ampla gama de temperaturas.
Note-se, no entanto, que todos os óleos, mesmo os designados como
sintéticos (fully synthetic) têm sempre uma percentagem de óleos minerais.
É que estes funcionam como os "transportadores" dos aditivos, que são
cada vez mais freqüentes em qualquer tipo de óleos, incluindo os minerais.
E os óleos semi-sintéticos?
Os óleos semi-sintéticos resultam da mistura de percentagens de óleos
minerais e sintéticos. Teoricamente, deveriam ser melhores do que os
óleos minerais. Na prática, nem sempre é assim, até porque uma boa
parte dos óleos comercializados debaixo desta designação chegam a não
ter sequer 10% de óleos sintéticos na sua composição.
E é possível misturar óleos diferentes?
É possível mas não é aconselhável. A razão principal situa-se em torno
dos aditivos que, hoje em dia, todos os óleos usam e que podem ser
incompatíveis, resultando daí que se anulem ou, até, que ganhem
características cumulativas de efeito imprevisível. A situação é
particularmente mais complicada se estivermos em presença de óleos
sintéticos ou semi-sintéticos. É que, nestes casos, os componentes de uns
e outros vão por certo reagir quimicamente, provocando reações que se
podem tornar indesejáveis.
Quando se pretender trocar o óleo por outro de características diferentes,
o processo correto é o de drenar completamente o óleo antigo,
substituindo o respectivo filtro, e então proceder ao enchimento com o óleo
novo.
Pedropower

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