Crie o Seu Próprio Carrinho de Mão

Transcrição

Crie o Seu Próprio Carrinho de Mão
A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • JULHO DE 2008
A Liahona
De Nossas Mãos
para as Suas,
p. 38
Conheça o Presidente Eyring e o
Presidente Uchtdorf, pp. 6, 14
Uma Caminhada de 40 Quilômetros
até a Igreja, p. 22
Deus É Capaz de Guiar as Nações —
Ele Pode Guiar Você, p. 30
Um Missionário de Nove Anos,
p. A12
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Julho de 2008 Vol. 61 Nº. 7
A LIAHONA 02287 059
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias
A Primeira Presidência: Thomas S. Monson, Henry B. Eyring,
Dieter F. Uchtdorf
Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer,
L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks,
M. Russell Ballard, Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott,
Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, David A. Bednar,
Quentin L. Cook, D. Todd Christofferson
Editor: Jay E. Jensen
Consultores: Gary J. Coleman, Yoshihiko Kikuchi,
Gerald N. Lund, W. Douglas Shumway
Diretor Gerente: David L. Frischknecht
Diretor Editorial: Victor D. Cave
Editor Sênior: Larry Hiller
Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg
Gerente Editorial: R. Val Johnson
Gerente Editorial Assistente: Jenifer L. Greenwood
Editores Associados: Ryan Carr, Adam C. Olson
Editor(a) Adjunto: Susan Barrett
Equipe Editorial: Christy Banz, Linda Stahle Cooper,
David A. Edwards, LaRene Porter Gaunt, Carrie Kasten, Jennifer
Maddy, Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, Judith
M. Paller, Joshua J. Perkey, Jan U. Pinborough, Richard M.
Romney, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe,
Julie Wardell
Secretário(a) Sênior: Laurel Teuscher
Gerente Gráfico da Revista: M. M. Kawasaki
Diretor de Arte: Scott Van Kampen
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Equipe de Diagramação e Produção: Cali R. Arroyo, Collette
Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett, Thomas S.
Child, Kim Fenstermaker, Reginald J. Christensen, Kathleen
Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Scott M. Mooy,
Ginny J. Nilson
Pré-impressão: Jeff L. Martin
Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick
Diretor de Distribuição: Randy J. Benson
A Liahona:
Diretor Responsável: André B. Silveira
Produção Gráfica: Eleonora Bahia
Editor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605)
Tradução: Edson Lopes
Assinaturas: Marco A. Vizaco
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Impresso no Brasil.
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2420, 50 East North Temple Street, Salt Lake City,
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A “Liahona”, termo do Livro de Mórmon que significa
“bússola” ou “orientador”, é publicada em albanês,
alemão, armênio, bislama, búlgaro, cambojano, cebuano,
chinês, coreano, croata, dinamarquês, esloveno, espanhol,
estoniano, fijiano, finlandês, francês, grego, haitiano, hindi,
húngaro, holandês, indonésio, inglês, islandês, italiano,
japonês, letão, lituano, malgaxe, marshallês, mongol,
norueguês, polonês, português, quiribati, romeno, russo,
samoano, sinhala, sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tâmil,
tcheco, télugo, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita.
(A periodicidade varia de um idioma para outro.)
A LIAHONA, JULHO DE 2008
P A R A O S A D U LT O S
2
6
14
6 Chamado por Deus
22
25
38
44
14 Um Homem de Família,
um Homem de Fé, um
Homem Preordenado
48
Mensagem da Primeira Presidência:
Dar Ouvidos à Voz dos Profetas
Presidente Dieter F. Uchtdorf
Presidente Henry B. Eyring: Chamado por Deus
Élder Robert D. Hales
Presidente Dieter F. Uchtdorf: Um Homem de
Família, um Homem de Fé, um Homem
Preordenado Élder Russell M. Nelson
Fé a Cada Passo … e o Cântico no Coração
Deirdre M. Paulsen
Mensagem das Professoras Visitantes: Todos os
Seres Humanos Foram Criados à Imagem de Deus
A Criação das Revistas da Igreja
Vozes da Igreja
Samaritano com Chave de Fenda
Heidi Bartle
À Sombra de Suas Asas Paul B. Hatch
A Moedinha do Muchacho Natalie Ross
Jesus Visitou Mesmo as Américas?
Carlos René Romero
Comentários
38
A Criação das
Revistas da Igreja
IDÉIAS PARA A NOITE FAMILIAR
Estas idéias podem ser usadas
em sala de aula ou para
ensinar em casa.
“Receita para um Lar
Feliz,” p. 26: Conte a
história da família Ronndahl,
que procura os ingredientes para fazer seu
lar feliz. Sugere-se uma refeição
especial para a família antes da
noite familiar. Ao prepararem essa
refeição, conversem sobre como
cada ingrediente contribui para
que a comida fique gostosa, e compare a como cada membro da
família é necessário para que o lar
seja feliz.
“A Mão Orientadora de
p. 30: Começe contando algumas das experiências que o Élder Paul teve
com a oração. Leia em
voz alta as promessas
que ele fez na seção “Guiar a
Vida das Pessoas”. Leia Alma
34:18–26 e converse sobre o que
Amuleque ensinou aos Zoramitas
sobre a oração. Peça aos membros
da família que contem experiências
nas quais a oração os ajudou.
Deus”,
A8 Crie o Seu Próprio
Carrinho de Mão
A12 Quer Ir à Primária
Comigo?
30 A Mão Orientadora
de Deus
PA R A O S J O V E N S
26
30
34
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Receita para um Lar Feliz Paul VanDenBerghe
A Mão Orientadora de Deus Élder Wolfgang H. Paul
Agora É o Momento Janessa Cloward
O A M I G O : PA R A A S C R I A N Ç A S
A2
A5
A6
A8
A10
NA CAPA
Ilustrações fotográficas: John Luke.
A12
A15
CAPA DE O AMIGO
Travessia do Sweetwater: David
Koch, reprodução proibida.
A16
Vinde ao Profeta Escutar: A Dádiva do Evangelho
Presidente Henry B. Eyring
Tempo de Compartilhar: Um Missionário Já Eu
Posso Ser Linda Christensen
Da Vida do Profeta Joseph Smith:
Joseph Muda-se para Ohio
Crie o Seu Próprio Carrinho de Mão
De um Amigo para Outro: Filhos e Filhas de Deus
Élder Paul K. Sybrowsky
Quer Ir à Primária Comigo? Reneé Harding
Procurar Ser Como Jesus: Jejum da Família
Regina Moreira Monteiro
Página para Colorir
Enquanto você procura pelo anel indonésio do
CTR que está escondido nesta edição, pense no
que poderia fazer para escolher o que é certo e
partilhar o evangelho.
TÓPICOS NESTA EDIÇÃO
“Agora É o Momento,” p. 34:
Falem das três maneiras que
Sasha utilizou para ler o Livro
de Mórmon. Em que a terceira
maneira era diferente das outras
duas? Leiam Morôni 10:4–5, e discutam a promessa de Morôni.
“Quer Ir à Primária Comigo?”
p. A12: Converse com os seus
filhos sobre o que eles gostam na
Primária. Resuma a história desse
artigo junto com sua família. Será
que existe alguém que seus filhos
gostariam de convidar para ir à
Primária? Façam a meta de convidar
alguém para ir à reunião dominical
da Primária ou a uma de suas
atividades.
“Jejum da Família”, p. A15:
Leia o artigo e considere a possibilidade de criar uma “jarra da cortesia” com sua família. Conversem
sobre como o sacrifício e o jejum
de Leonardo e de Mariana foram
uma bênção para eles e para
outras pessoas. Outra idéia seria
jejuar em família por alguém que
precisa de uma bênção especial e,
depois, fazer algo para ajudar a
pessoa.
Os números representam a primeira página de cada artigo.
Noite familiar, 1, 26
A=O Amigo
Batismo, 34
O Livro de Mórmon, 47
Bênçãos, 30
Obra missionária, 22, 34,
46, A2, A4, A10, A12,
Conversão, A12
A16
Corpo, 25
Criação, 25
Oferta de jejum, 46
Criatividade, 38
Oração, 30, 45, 47, A10
Dedicação, 22
Pioneiros, A8
Espírito Santo, 44, 45, 47
Primária. A12
Exemplo, 34
Profetas, 2
Família, 2, 26
Sacerdócio, A10
Fé, 30, 34
Serviço, 34, 44
Inspiração, 38, 44, 45
Smith, Joseph, A6
Jejum, A15
Templo, A6
Jesus Cristo, 47
Testemunho, 34, 47
Natureza divina, 25, A10
A LIAHONA JULHO DE 2008
1
MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
Dar Ouvidos à
Voz dos Profetas
P R E S I D E N T E D I E T E R F. U C H T D O R F
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND
Q
ue alegria e privilégio é fazermos
parte desta Igreja mundial e sermos
ensinados e edificados por profetas,
videntes e reveladores! Nós, membros da
Igreja, falamos muitos idiomas diferentes e
somos procedentes das mais diversas culturas, mas desfrutamos as mesmas bênçãos do
evangelho.
A Igreja é verdadeiramente universal,
com membros espalhados pelas nações a
proclamar a mensagem universal do evangelho de Jesus Cristo a todos, sem distinção de
língua, raça ou origem étnica. Somos todos
filhos espirituais de um Deus vivo e amoroso, nosso Pai Celestial, que deseja que
tenhamos sucesso em nossa jornada de
volta à presença Dele.
Em Sua bondade, concedeu-nos profetas
para nos ensinar Suas verdades eternas e
guiar-nos para que soubéssemos como
seguir Seu evangelho. Este ano, despedimonos de um profeta amado, o Presidente
Gordon B. Hinckley (1910–2008), que nos
liderou durante muitos anos até que o
Senhor o chamou para junto de Si. Agora
prosseguimos sob a direção do novo profeta que o Senhor chamou para nos conduzir, o Presidente Thomas S. Monson. Devido
a Seu grande amor por nós, o Pai nos mandou profetas em nossa época para nos dirigir numa sucessão ininterrupta desde a
Restauração desta obra grandiosa, realizada
por intermédio do Profeta Joseph Smith
no início do século XIX. Sempre recordaremos com carinho e gratidão os pioneiros da
Restauração: seus sacrifícios, pesares e lágrimas, mas também sua coragem, fé e confiança no Senhor ao seguirem o profeta
Dele em sua época.
Não tenho antepassados entre os pioneiros do século XIX. Contudo, desde que me
tornei membro da Igreja, senti-me muito
próximo desses santos que atravessaram as
planícies norte-americanas. São meus antepassados espirituais, como o são para todos
os membros da Igreja, seja qual for sua
nacionalidade, língua ou cultura. Eles não
só estabeleceram um refúgio no Oeste, mas
firmaram também os alicerces para a edificação do reino de Deus em todo o mundo.
Somos Todos Pioneiros
À medida que a mensagem do evangelho
restaurado é aceita mundo afora, somos
todos pioneiros em nossa própria esfera e
circunstância. Eu vivia na Alemanha nos tempos conturbados que se seguiram à II Guerra
Mundial quando minha família conheceu A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias. George Albert Smith (1870–1951) era o
presidente na época. Eu era criança, e minha
família perdera todos os bens materiais duas
D
evido ao
grande amor
que nos tem, o
Pai deu-nos profetas
para liderar-nos em
nossa época em uma
sucessão ininterrupta desde a
Restauração desta
obra grandiosa no
início do século XIX
por meio do Profeta
Joseph Smith.
A LIAHONA JULHO DE 2008
3
permitem que nossos temores assumam o controle de
nossa vida nesta época de tensão internacional, incertezas
econômicas e políticas e desafios pessoais?
vezes no espaço de apenas sete anos. Éramos
refugiados e tínhamos um futuro incerto. No
entanto, durante esses mesmos sete anos,
ganhamos algo cujo valor transcende o de
qualquer tesouro terreno. Encontramos um
maravilhoso refúgio, um antídoto contra o
desespero: o evangelho restaurado de Jesus
Cristo e Sua Igreja, dirigida por um profeta
verdadeiro e vivo.
As boas novas de que Jesus Cristo realizara a Expiação perfeita por toda a humanidade, redimindo todos da morte física e recompensando
cada um segundo suas obras, foram o bálsamo benigno
que devolveu esperança e paz a minha vida.
Sejam quais forem os desafios da nossa vida, nossos fardos podem ser aliviados se crermos em Cristo e em Sua
capacidade e poder de nos purificar e consolar. Nossa vida
é curada ao aceitarmos Sua paz.
O Presidente David O. McKay (1873–1970) era o profeta durante a minha adolescência. Tinha a impressão de
conhecê-lo pessoalmente. Sentia seu amor, sua bondade e
dignidade; ele me inspirou confiança e coragem na minha
mocidade. Embora morasse na Europa, a milhares de quilômetros de distância, eu sentia que ele confiava em mim
e não queria decepcioná-lo.
Outra fonte de revigoramento era a epístola redigida
pelo Apóstolo Paulo na prisão e destinada a Timóteo, seu
assistente e amigo mais leal. Ele escreveu:
“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de
fortaleza, e de amor, e de moderação.
Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso
Senhor” (II Timóteo 1:7–8).
Essas palavras de um dos antigos apóstolos do nosso
Salvador tiveram uma importância toda especial para mim
no pós-guerra e ainda têm hoje. Contudo, quantos de nós
4
Uma Voz Constante
Deus nos fala constantemente. Interage
igualmente com toda a família humana. Pode
ser que pertençamos a uma ala grande ou um
pequeno ramo, o clima ou a vegetação pode
mudar, a origem cultural e a língua podem
variar e a cor da nossa pele pode diferir. Mas
o poder e as bênçãos universais do evangelho
restaurado estão ao alcance de todos, independentemente de cultura, nacionalidade, sistema
político, tradições, idioma, situação econômica
ou grau de instrução.
Hoje em dia, temos mais uma vez apóstolos, videntes e reveladores que são atalaias na
torre, mensageiros da sublime e alentadora
verdade. Deus fala conosco por intermédio deles. Eles
conhecem a fundo as diferentes circunstâncias vividas
por nós membros. Estão neste mundo, mas não são
dele. Mostram o caminho e oferecem auxílio para nossas
dificuldades — não por meio da sabedoria do mundo, mas
da que provém de uma Fonte divina.
Há poucos anos, numa Mensagem da Primeira
Presidência, o Presidente Thomas S. Monson afirmou:
“Os problemas de nossos dias pendem ameaçadoramente sobre nós. Cercados pela sofisticação da vida
moderna, olhamos para o céu para encontrar aquele
infalível senso de direção a fim de traçarmos e seguirmos
um curso sábio e adequado. Aquele a quem chamamos
de nosso Pai Celestial não deixará nossa sincera solicitação sem resposta”.1
Temos novamente um profeta vivo na Terra, sim, o
Presidente Thomas S. Monson. Ele conhece nossos desafios e receios. Tem respostas inspiradas. Não há motivo
para temer. Podemos ter paz no coração e no lar. Cada de
um de nós pode exercer influência positiva no mundo
guardando os mandamentos de Deus e valendo-se do
verdadeiro arrependimento, do poder da Expiação e do
milagre do perdão.
Os profetas falam a nós em nome do Senhor e com
ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: MATTHEW REIER
E
stamos
seguindo
os conselhos inspirados
dos profetas? O
fortalecimento
de nossa própria
família é um
exemplo muito
benéfico a ser
deixado para a
humanidade
como um todo.
simplicidade divina. Como confirma o Livro de Mórmon:
“Pois o Senhor Deus dá luz ao entendimento; porque fala
aos homens de acordo com sua língua, para que compreendam” (2 Néfi 31:3).
Cabe a nós não só ouvir, mas também agir de acordo
com Sua palavra a fim de fazermos jus às bênçãos associadas às ordenanças e aos convênios do evangelho restaurado. Ele garantiu: “Eu, o Senhor, estou obrigado quando
fazeis o que eu digo; mas quando não o fazeis, não tendes
promessa alguma” (D&C 82:10).
Há momentos em que nos sentimos sobrecarregados,
magoados ou desanimados em nosso grande empenho de
ser membros perfeitos da Igreja. Mas não se preocupem:
há bálsamo em Gileade. Demos ouvidos aos profetas de
nossa época, que nos ajudam a nos concentrar nos aspectos primordiais do plano do Criador para o destino eterno
de Seus filhos. O Senhor nos conhece, nos ama, deseja
que tenhamos sucesso e nos incentiva, dizendo: “E vede
que todas [as] coisas sejam feitas com sabedoria e ordem;
porque não se exige que o homem [ou a mulher] corra
mais rapidamente do que suas forças o permitam. (…)
[Mas] é necessário que (…) seja diligente” (Mosias 4:27).
sadias. A despeito de quão dignas e adequadas sejam
outras exigências ou atividades, não se deve permitir que
substituam os deveres divinamente determinados que só
podem ser desempenhados adequadamente pelos pais e
pelas famílias”.4
Renovemos, com humildade e fé, nossa dedicação e
comprometimento na obediência diligente aos profetas,
videntes e reveladores. Escutemos aqueles que possuem
todas as chaves do reino e sejamos instruídos e edificados
por eles. À medida que lhes damos ouvidos e os seguimos, que nosso coração se transforme a ponto de termos
o grande desejo de fazer o bem continuamente (ver Alma
19:33). Assim, seremos pioneiros na edificação de um alicerce espiritual sobre o qual a Igreja se estabelecerá em
todo o mundo, a fim de que o evangelho de Jesus Cristo
se torne uma bênção para cada filho de Deus e una e fortaleça a nossa família. ■
NOTAS
1. “Navegando em Segurança pelos Mares da Vida”, A Liahona,
novembro de 1999, p. 7.
2. Citado em J. E. McCulloch, Home: The Savior of Civilization, 1924,
p. 42; Conference Report, abril de 1964, p. 5.
3. Ver “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004,
p. 49.
4. “Carta da Primeira Presidência”, A Liahona, dezembro de 1999, p. 1.
Seguir os Conselhos Deles
Será que somos diligentes na observância dos mandamentos de Deus, sem darmos passos maiores que as pernas? Ou estamos oferecendo menos do que poderíamos?
Estamos utilizando nosso tempo, talentos e recursos
com sabedoria? Dedicamos a devida atenção ao que é
mais importante? Acatamos os conselhos inspirados dos
profetas?
O fortalecimento de nossa própria família é um exemplo muito benéfico a ser deixado para a humanidade
como um todo. O princípio da noite familiar nos foi apresentado em 1915. O Presidente McKay relembrou os pais
em 1964: “Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso
no lar”.2 Em 1995, os profetas modernos convidaram o
mundo inteiro a fortalecer a família como unidade fundamental da sociedade.3 E em 1999, a Primeira Presidência
e o Quórum dos Doze Apóstolos nos exortaram com
amor: “Aconselhamos os pais e os filhos a darem o
máximo de prioridade à oração familiar, noite familiar,
estudo e ensino do evangelho e atividades familiares
I D É I A S PA R A O S M E S T R E S F A M I L I A R E S
Em espírito de oração, estude esta mensagem e transmita-a
usando um método que incentive a participação das pessoas que
você estiver ensinando. Seguem-se alguns exemplos:
1. Pergunte às crianças o que precisariam fazer se estivessem
num local distante e tivessem de viajar de volta para casa. Mostre
como um mapa e um guia podem ser úteis. Explique-lhes que os
profetas são guias mandados pelo Pai Celestial para nos ajudar a
regressar à Sua presença. Leia um trecho da mensagem que
saliente essa idéia.
2. Relate uma lembrança sua sobre o homem que era presidente da Igreja na época da sua infância ou adolescência. Diga
como os ensinamentos dos profetas vivos o guiaram no decorrer
da sua vida.
A LIAHONA JULHO DE 2008
5
Presidente
Henry B. Eyring
É L D E R R O B E R T D. H A L E S
Do Quórum dos Doze Apóstolos
A
lguns anos depois de se
tornar reitor da Ricks
College (hoje Universidade
Brigham Young – Idaho), Henry
Bennion Eyring recebeu uma proposta de emprego de elevada
remuneração e prestígio no sul
da Califórnia.
“Parece uma oportunidade
excelente”, comentou o Presidente Spencer W. Kimball
quando Henry descreveu a oferta e seus benefícios.
“Se um dia precisarmos de você, saberemos onde o
encontrar”.
Henry achava que o Presidente Kimball, seu tio, lhe
pediria que ficasse na Ricks. Na verdade, ficou óbvio
que caberia a Henry e sua esposa, Kathleen, orar e
jejuar para tomar a decisão, e foi o que fizeram.
Dentro de uma semana, o Espírito sussurrou a Henry
que ele teria o privilégio de ficar na Ricks College
“por mais algum tempo”.
Assim, telefonou para Jeffrey R. Holland, na época
Comissário do Sistema Educacional da Igreja, e contou-lhe que recusara a proposta. Na mesma noite,
Henry recebeu um telefonema do Presidente
Kimball.
“Vejo que decidiu ficar”, constatou o
Presidente Kimball.
“É verdade”, respondeu Henry.
6
“Acha que fez um sacrifício?”,
perguntou o Presidente Kimball.
“Não”, replicou Henry.
“Tem razão!”, tranqüilizou-o o
Presidente Kimball. Com isso, o
Presidente Kimball encerrou a
conversa.
Para quem conhece Henry B.
Eyring, sua disposição de seguir
os sussurros do Espírito (mesmo
quando isso significa abrir mão
do que o mundo considera importante) não constitui
surpresa alguma. Ele aprendeu por si mesmo que a fé e
a humildade, aliadas à obediência, tornam os filhos de Deus
dignos de bênçãos mais preciosas do que todas as riquezas do
mundo.
Após o falecimento do
Presidente Gordon B. Hinckley
em 27 de janeiro de 2008, o
Presidente Thomas S. Monson
chamou o Presidente Eyring para servir como
primeiro conselheiro na Primeira Presidência.
Anteriormente, o Presidente Eyring servira
como segundo conselheiro durante quatro
meses, ocupando a vaga deixada pela morte
do Presidente James E. Faust.
“Hal”, como é conhecido pelos familiares e
amigos, nasceu em 31 de março de 1933, em
EMBAIXO, à ESQUERDA: FOTOGRAFIAS CEDIDAS PELA EAST HIGH SCHOOL DE SALT LAKE CITY; à DIREITA: à DIREITA: FOTOGRAFIA TIRADA POR CRAIG DIMOND; FOTOGRAFIAS DE HENRY
EYRING E MARY BOMMELI CEDIDAS PELOS LDS CHURCH ARCHIVES; AO FUNDO: FOTOGRAFIAS TIRADAS POR J. SCOTT KNUDSEN E ALLAN DAVEY/MASTERFILE
Chamado por Deus
Página ao lado, a partir do alto: A família do Presidente
Eyring. A partir da esquerda: seu pai, Henry; seus irmãos,
Ted e Harden; o jovem Henry ou “Hal”; e a mãe, Mildred.
Hal, num anuário da escola secundária de 1951. À direita:
Os bisavós, Henry Eyring e Mary Bommeli.
Princeton, Nova Jersey. Foi o segundo dos três filhos de
Henry Eyring e Mildred Bennion Eyring, sua família dava
grande valor tanto à instrução secular como à espiritual.
Seu pai era um químico renomado que lecionava na
Universidade de Princeton. A mãe, professora adjunta que
chefiara o departamento feminino de Educação Física na
Universidade de Utah, tirara licença para fazer um doutorado na Universidade de Wisconsin quando conheceu o
futuro marido. Juntos, transmitiram aos filhos sua confiança no Senhor e a fé em Seu evangelho.
Legado de Fé
O Presidente Eyring atribui a origem do legado de fé
da família a antepassados que ouviram e seguiram os
sussurros do Espírito e a orientação dos líderes do sacerdócio. Seu bisavô, Henry Eyring, que saíra da Alemanha
em 1853 aos 18 anos de idade, conheceu a Igreja no ano
seguinte em St. Louis, Missouri. Seu desejo de receber
uma revelação sobre a Igreja foi concedido em um
sonho no qual o Élder Erastus Snow, do Quórum
dos Doze Apóstolos, que só viria a conhecer mais
tarde, ordenava a ele que se batizasse. Um
sonho semelhante, no qual viu o Presidente
Brigham Young pela primeira vez, adveio
depois em 1860, durante a época em que
servia como missionário na área que
hoje é constituída pelos estados de
Oklahoma e Arkansas.1
Após a missão, esse seu bisavô conheceu a imigrante suíça Mary Bommeli ao se
integrar à mesma companhia de pioneiros
que ela, a caminho de Utah. Mary, cuja família
se filiara à Igreja quando ela estava com 24
anos, fora presa em Berlim, Alemanha,
por pregar o evangelho. Na noite em que
foi detida, escreveu uma carta ao juiz
responsável por seu caso. Falou a ele
(que era “um homem do mundo”) sobre
a Ressurreição e o mundo espiritual,
incentivando-o a arrepender-se para poupar “grande pesar” a ele e a sua família. Logo
depois o juiz arquivou o caso e Mary foi posta em
liberdade.2 Henry e Mary se casaram pouco depois de
chegarem ao Vale do Lago Salgado.
Da Europa aos desertos do sul de Utah e do Arizona
às colônias do norte do México, os antepassados do
Presidente Eyring desbravaram o deserto, propagaram o
evangelho, fugiram de perseguições, fundaram escolas e
educaram os filhos.
A Influência da Esposa
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o racionamento de gasolina impedia a família Eyring de fazer o trajeto de 27 quilômetros até o Ramo de New Brunswick
para as reuniões dominicais. Assim, receberam autorização para fazer as reuniões em casa, em Princeton, Nova
Jersey. Hal dizia em tom de brincadeira que nunca faltou a
A LIAHONA JULHO DE 2008
7
8
de seguir o exemplo do pai quando se deparou com um
dilema semelhante, anos depois.
Preparação para o Futuro
“Na adolescência, percebi o quanto meu irmão era diferente dos demais jovens”, conta Harden Eyring, que considera o irmão mais velho tanto um mentor quanto um
amigo. Na época da escola secundária, lembra Harden,
Hal mergulhou nas escrituras e leu o Livro de Mórmon
cinco vezes.
Hal não se considerava superior aos outros, mas recusava-se a participar de atividades que perturbassem sua
espiritualidade. Apesar de jogar basquetebol no time da
escola (a East High School em Salt Lake City), sua prioridade eram os estudos.
“Quando adolescente, eu ia às sorveterias
que eram o ponto de encontro dos jovens”,
recorda Harden. “Hal, por sua vez, não saía à
noite com os amigos. Preferia ler e estudar”.
Seu irmão mais velho, Ted (hoje professor de Química na Universidade de Utah),
estava no último ano de estudos na instituição quando cursou algumas disciplinas com
Hal. Observou que o jovem Hal não ficava
atrás de ninguém na classe. “Quando Hal se
dedica, consegue qualquer coisa”, ressalta.
“Ele é muito divertido e mantém o bom
humor mesmo em situações sérias e difíceis.
É muito parecido com o nosso pai”.
Com o passar dos anos, porém, Hal descobriu uma
grande diferença entre ele e o pai.
Henry Eyring incentivou os filhos a estudarem física e a
se prepararem para uma carreira científica. Obediente, Hal
matriculou-se nesse curso na Universidade de Utah, mas
certo dia, quando pediu ajuda ao pai para um complexo
problema matemático, Henry percebeu claramente que
Hal não partilhava sua paixão.
“Meu pai estava escrevendo no quadro-negro que tínhamos no porão”, lembra o Presidente Eyring. “De repente,
parou. ‘Hal’, disse ele, ‘lidamos com o mesmo tipo de problema semana passada. Não me parece que esteja entendendo melhor agora. Não estudou nesse meio tempo?’”
Hal disse que não. Então, admitiu ao pai que a física não
À ESQUERDA: QUADRO CEDIDO PELA UNIVERSIDADE DE UTAH; FOTOGRAFIA CEDIDA PELA FAMÍLIA EYRING; À DIREITA: FOTOGRAFIA COM O PRESIDENTE E A IRMÃ PACKER CEDIDA PELA BYU–IDAHO
uma reunião da Primária lá — uma façanha não tão difícil,
pois ela foi realizada apenas uma vez na casa deles.
O Presidente Eyring sempre recorda o agradável Espírito
que reinava nas reuniões sacramentais desse pequeno
ramo, composto por sua família e visitantes ocasionais. Ele
não se importava que seus familiares fossem os únicos presentes às reuniões ou que ele e seus irmãos constituíssem
a totalidade do Sacerdócio Aarônico do ramo. Contudo, à
medida que os meninos chegavam à adolescência, sua mãe
passou a almejar
viver com a família
num local com
maior concentração de membros
da Igreja.
Em 1946,
Henry estava
feliz com sua
vida profissional e
o sucesso que alcançara em Princeton.
Recebera vários títulos de doutor honoris
causa e a maior parte dos grandes prêmios
de química. Graças a seu aplicado trabalho
acadêmico com cientistas de renome internacional, tinha excelentes chances de ser indicado ao Prêmio Nobel.
Nessa época, Henry recebeu um telefonema de A. Ray Olpin, reitor da Universidade
de Utah, que o convidava para ser o coordenador da pós-graduação lá e continuar suas pesquisas na área
da química. Sua esposa, Mildred, deixou a decisão nas mãos
de Henry, mas lembrou-o de uma promessa que ele lhe
fizera anos antes: mudar-se com a família para mais perto da
sede da Igreja quando os meninos crescessem. Quando
Henry recusou a proposta, Mildred, que se criara em Utah,
pediu-lhe que orasse a respeito da decisão e entregou-lhe
uma carta para que lesse ao chegar ao laboratório.
Depois de ler a carta, na qual Mildred expressava sua
decepção, e depois de orar e ponderar, Henry telefonou
para o reitor e aceitou a missão de reforçar o departamento de ciências da Universidade de Utah. O aparente
sacrifício de deixar Princeton revelou-se uma bênção para
ele e a família. Uma dessas bênçãos foi a disposição de Hal
ocupava seus pensamentos
constantemente.
O pai fez uma pausa e, em
seguida, com palavras ternas que liberavam o filho
para seguir seu próprio
caminho profissional,
declarou: “Escolha uma
área que o atraia a tal
ponto que, quando não
tiver nada para pensar, seja
ela que lhe venha à mente”.3
Ainda assim, Hal se formou em física em
1955 antes de ingressar na Força Aérea americana. A Guerra da Coréia acabara fazia pouco
tempo e o número de rapazes chamados para
serem missionários de tempo integral em
cada ala fora limitado. A Casa da Missão de
Salt Lake City permaneceu fechada durante
algum tempo e nenhum missionário partiu
para o campo. Contudo, numa bênção, seu
bispo prometeu-lhe que o serviço militar
seria sua missão. Duas semanas depois de
chegar à Base Sandia perto de Albuquerque,
Novo México, Hal foi chamado para ser missionário de distrito na Missão dos Estados do
Oeste — um chamado que cumpriu à noite e
nos fins de semana durante os dois anos de
serviço militar.
Depois de dar baixa da Força Aérea, Hal
matriculou-se na Escola de Pós-Graduação
em Administração de Harvard, onde obteve o
mestrado em 1959 e o doutorado em 1963,
ambos em Administração de Empresas.
Embora tivesse capacidade intelectual para
brilhar numa carreira científica, Hal descobriu
que sua paixão era ensinar, inspirar e fortalecer os outros.
Dar Ouvidos ao
Espírito
Quando ainda estudava em Harvard, no
semestre de verão de 1961,
Hal conheceu Kathleen Johnson, filha de
J. Cyril e LaPrele Lindsay Johnson, de Palo
Alto, Califórnia. Ela estava fazendo um curso
de férias em Boston e, para Hal, foi amor à
primeira vista. Na presença dela, sentia o
desejo instantâneo de dar o melhor de si —
e esse desejo não esmoreceu ao longo de
sua vida em comum.
Eles namoraram no verão e continuaram o
relacionamento por telefone e cartas depois
do retorno de Kathleen à Califórnia. Casaramse em julho de 1962 no Templo de Logan, e
o selador foi o Élder Spencer W. Kimball. No
mesmo ano, Hal tornou-se professor adjunto
na Escola de Pós-Graduação em Administração
de Stanford.
Nove anos depois, Hal era professor titular em Stanford e servia como bispo da Ala
Stanford I; e, como os familiares da esposa
moravam nas redondezas, “tudo parecia perfeitamente nos eixos”, recorda. Contudo, em
1971, Kathleen o acordou no meio da noite
com duas perguntas inusitadas. A primeira:
“Tem certeza de estar fazendo a coisa certa
com a sua vida?”
Sem saber como poderiam ser ainda mais
Página ao lado: Os pais
do Presidente Eyring e
um retrato de seu pai
em 1969. No alto: Na
época em que era reitor
da Ricks College. À
esquerda: Com a esposa,
Kathleen, na recepção de
seu casamento. No alto,
à esquerda: Como reitor
da Ricks College na
entrega do Prêmio Mulher
Exemplar do Ano à Irmã
Donna Packer, em 1973.
Na foto também se
encontram o Presidente
Boyd K. Packer e Denece
Hansen Johnson, na
época presidente da
Associated Women
Students.
A LIAHONA JULHO DE 2008
9
coisa para os jovens pós-graduandos”.
Depois de alguns instantes de silêncio,
Kathleen pediu: “Vai orar a respeito?”
A essa altura de seu casamento, Hal sabia
muito bem que não devia ignorar os conselhos da esposa. Levantou-se da cama, ajoelhou-se e fez uma oração. “Não obtive
resposta”, conta ele, “e adorei, pois não
tinha vontade de ir para lugar algum”.
No alto: Como membro
do Quórum dos Doze
Apóstolos em 1997. À
direita: Durante uma
visita recente ao sul de
Utah. Na extrema direita:
Com o Élder M. Russell
Ballard, do Quórum dos
Doze Apóstolos numa reunião mundial de treinamento de liderança em
junho de 2004. Página ao
lado: Retrato da família
em 1995. Sentados, a
partir da esquerda: Mary
Kathleen, o Presidente e
a esposa, e Elizabeth. Em
pé, a partir da esquerda:
John, Matthew, Stuart e
Henry.
felizes, Hal indagou: “O que quer dizer com
isso?”
Kathleen respondeu: “Não poderia fazer
estudos para Neal Maxwell?”
Neal A. Maxwell acabara de ser nomeado
Comissário do Sistema Educacional da
Igreja. Nem Hal nem Kathleen o conheciam,
mas Kathleen sentiu que talvez o marido
pudesse fazer mais para mudar a vida das
pessoas.
“Fazer estudos para Neal Maxwell neste
estágio da minha carreira?”, admirou-se Hal.
“Afinal de contas”, pensou, “‘fazer estudos’ é
10
No dia seguinte, durante a reunião de
bispado, Hal ouviu mentalmente uma voz
que viria a conhecer muito bem e que o
repreendeu por não levar a sério a inspiração
da esposa. “Não sabes o que te aguarda em
tua carreira”, foi-lhe dito. “Caso recebas outra
proposta de emprego, apresenta-a a mim”.
Desconcertado com a experiência, Hal voltou imediatamente para casa. “Temos um problema”, anunciou ele a Kathleen. Achava que
errara ao recusar várias propostas de trabalho
recebidas enquanto estava em Stanford.
“Nunca orei a respeito de nenhuma delas”,
admitiu. Consciente de seus limites, começou
a orar acerca de seu futuro.
Menos de uma semana depois dos questionamentos levantados por Kathleen no
meio da noite, o Comissário Maxwell telefonou para Hal e o convidou para uma reunião
em Salt Lake City. Ele pegou o avião na
manhã seguinte, e os dois homens se
À ESQUERDA: FOTOGRAFIAS TIRADAS POR JED A. CLARK E CHRISTINA SMITH
encontraram na casa dos pais de Hal. As
primeiras palavras saídas da boca do
Comissário Maxwell foram: “Gostaria de
convidá-lo para ser o reitor da Ricks College”.
Nem mesmo a inspiração da esposa ou a
censura espiritual que recebera o haviam preparado para tal surpresa. Avisou ao Comissário
Maxwell que precisaria orar a respeito. Afinal,
sabia muito pouco sobre a Ricks College. Na
manhã seguinte, reuniu-se com a Primeira
Presidência. Depois disso, o Comissário Maxwell confirmou que a vaga seria dele caso a aceitasse.
Ao voltar para a Califórnia, Hal continuou a orar com
fervor. A resposta veio, mas por pouco não passou despercebida. “Ouvi uma voz tão sutil que mal lhe dera atenção”,
recorda. “A voz dizia: ‘É minha escola’.” Telefonou para o
Comissário Maxwell e anunciou: “Estou a caminho”.
Sem hesitar, Hal abriu mão de sua situação confortável
como professor titular em Stanford para viver num trailer
em Rexburg, Idaho. Só depois da posse como reitor da
Ricks College, em 10 de dezembro de 1971, é que se mudou
com a família para a nova casa, que ajudara a construir.
“Fui para Ricks consciente de algumas coisas”, conta.
“Uma delas é que eu não era tão importante quanto
achava devido a minha posição de destaque em Stanford.
Outra é que eu tinha ciência de que minha esposa recebera a revelação antes de mim. E, por fim, sabia que tinha
sorte de estar ali. Assim, não respondo à pergunta: ‘Como
eu poderia abandonar minha carreira em Stanford?’ Na verdade, digo: ‘O Pai Celestial está por trás disso. Nunca tive a
impressão de que foi um sacrifício’”.
Os seis anos que o Presidente Eyring foi reitor em
Rexburg revelaram-se uma bênção para sua família e a faculdade. Os conselhos sábios de um humilde mestre familiar
ajudaram a tornar esse período memorável. O mestre familiar, um fazendeiro de grande fé, incentivou-o a sair de seu
gabinete na reitoria para conhecer e incentivar os professores, funcionários e alunos e para expressar-lhes sua gratidão.
Hal orou acerca desse conselho, sentiu-se inspirado a
segui-lo e começou a passar mais tempo com os alunos,
professores e funcionários dedicados da faculdade. Com a
ajuda de outro professor, até deu aulas de religião. Em seu
empenho diligente para moldar os alicerces espirituais e
acadêmicos da instituição, ele e Kathleen aprenderam a
amar a comunidade do campus e os moradores de
Rexburg.
A Família em Primeiro Lugar
Durante os anos que passou em Rexburg, a família
Eyring tornou-se ainda mais unida. A essa altura, Hal e
Kathleen tinham quatro filhos: Henry J., Stuart, Matthew e
John. Depois foram abençoados com duas filhas: Elizabeth
e Mary Kathleen. Mesmo numa cidadezinha da zona rural,
Hal e Kathleen precisavam ser vigilantes. Uma das preocupações era a quantidade e a qualidade da programação a
que os filhos assistiam na televisão. Henry J., o filho mais
velho, lembra-se de uma experiência que fez uma diferença significativa no espírito da família Eyring.
“Eu e meu irmão estávamos assistindo à televisão numa
noite de sábado por volta da meia-noite”, conta Henry J.
“Era um programa humorístico de gosto duvidoso que não
deveríamos ver. Estávamos no escuro: a única luz no porão
era a do televisor. Nossa mãe chegou sem avisar. Estava
usando uma camisola branca e esvoaçante, com uma
tesoura na mão. Sem fazer barulho, foi para trás do televisor, pegou o fio e então cortou-o com um único golpe.
Voaram faíscas e o aparelho parou de funcionar, mas antes,
ela já dera meia volta e se retirara sorrateiramente”.
Sem se alterar, Henry J. se preparou para ir deitar-se.
Contudo, seu criativo irmão cortou o fio de um aspirador
quebrado e ligou-o à televisão. Pouco depois, os meninos
estavam de novo sentados em frente à televisão, sem
terem perdido quase nada do programa.
“Porém, foi nossa mãe que riu por último”, conta Henry J.
“Ao voltarmos da escola na segunda-feira seguinte, achamos o televisor no chão com um uma rachadura enorme
A LIAHONA JULHO DE 2008
11
no espesso vidro da tela. Desconfiamos imediatamente da
nossa mãe. Quando a consultamos, respondeu com a
expressão mais séria do mundo: ‘Estava passando o espanador embaixo da televisão, e ela escorregou’”.
O Presidente Eyring atendeu ao desejo da esposa; e
os filhos, o da mãe.
E esse foi o fim da
televisão na casa da
família Eyring. “Em
geral, nossa mãe
lidera pelo exemplo
sereno”, observa
Henry J. “Contudo,
também é inspirada e destemida.
Sua firmeza é uma grande bênção para seus filhos e netos.
Tanto em momentos críticos
como no dia-a-dia, ela mudou para
sempre o curso de nossa vida”.
O Presidente Eyring também
ressalta que foi a esposa que despertou nele o desejo de dar sempre
o máximo de si e ser o melhor possível como pessoa, e é grato por ela ter suscitado
nos filhos o mesmo desejo. Ele sempre reconhece e elogia
o seu exemplo e a influência espiritual que ela exerce
sobre a família. E ela faz o mesmo, externando gratidão
pela sensibilidade dele ao Espírito e seu modo eficaz de
ensinar e viver o evangelho no lar.
“Não havia dúvidas na mente de Hal sobre quem tinha
prioridade em seu coração”, garante ela. “Ele trabalhava
num ambiente competitivo e cheio de colegas competentes
em Stanford, mas sempre colocava a família em primeiro
lugar. Ao fim de cada dia, quando nos encontrávamos ao
cair da noite, ele perguntava: ‘Para quem não telefonamos?’
Então, guiado pelo Espírito, ia ao telefone e falava com um
membro da família que precisava de contato naquela noite”.
Sem televisão em casa, os membros da família tinham
mais tempo para se dedicar uns aos outros e a interesses
diversos, desenvolver talentos, praticar esportes e realizar outras atividades em família. Ao longo dos anos, o
Presidente Eyring aperfeiçoou suas aptidões culinárias
(faz seu próprio pão), descobriu um talento para a
12
escultura em madeira e aprendeu a pintar aquarelas. Às
vezes, manda um cartão de agradecimento ou uma aquarela como lembrança.
Hoje, a casa da família Eyring é cheia de quadros, esculturas e móveis que ele criou com o auxílio de mestres
talentosos. Muitos desses objetos foram inspirados por
conceitos morais ou impressões espirituais. Além disso, ele
acha tempo para mandar e-mails todos os dias, algo que
chama afetuosamente de “Placas Menores”, para a família,
que hoje conta com 25 netos.
“O diário da família redigido por nosso
pai e enviado por e-mail diariamente com
fotos e contribuições dos filhos nos dá a
impressão de estarmos juntos à mesa do
jantar todas as noites, contando histórias”, declara Henry J.
Disposição para Servir
Na época, o Presidente Eyring
ainda não sabia, mas ao aceitar o
cargo de reitor da Ricks College abandonara
definitivamente sua carreira secular. Sua atuação na reitoria e o serviço simultâneo como representante regional e
membro da Junta Geral da Escola Dominical propiciaram
maior contato entre ele e os líderes da Igreja, que reconheceram seus talentos e dons espirituais. O Senhor, por Sua
vez, conhecia a disposição dele para servir.
Ao confiarem ao Presidente Eyring importantes chamados após seus seis anos na Ricks College, os líderes da
Igreja simplesmente seguiram a inspiração que pediram a
Deus. Durante o período de preparação para esses chamados, ele era instruído pelo Espírito ao trabalhar, buscava
conhecer a vontade do Senhor, ouvia respostas e, como
seus antepassados, agia segundo a inspiração recebida.
Quando os chamados chegavam, ele estava pronto.
Em 1977, Jeffrey R. Holland, novo Comissário do SEI,
chamou o Presidente Eyring para servir como Comissário
Adjunto. Três anos depois, quando o Comissário Holland se
tornou reitor da Universidade Brigham Young, Hal substituiu-o como Comissário do SEI. Serviu nesse cargo até ser
chamado para ser o primeiro conselheiro no Bispado
Presidente em abril de 1985. Nessa atribuição, usou seus
muitos talentos para fazer contribuições importantes nas
À ESQUERDA: FOTOGRAFIAS CEDIDAS PELA FAMÍLIA EYRING
áreas de administração e supervisão de propriedades, planejamento, projetos, construção
de templos e outros assuntos temporais. Em
setembro de 1992, voltou a ser o Comissário
do SEI e, um mês depois, foi chamado para o
Primeiro Quórum dos Setenta.
Em 1° de abril de 1995, Henry B. Eyring foi
apoiado para integrar o Quórum dos Doze
Apóstolos. Desde essa época, vem buscando
uma porção maior do Espírito do Senhor e
vem abençoando os membros da Igreja em
todo o mundo com seus discursos sinceros,
serviço amoroso e testemunho contundente
do Salvador e de Seu evangelho.
Uma Qualificação Única
Na conferência geral de outubro de 2007,
ao dar testemunho das bênçãos resultantes
de buscarmos a mão de Deus em nossa
vida, o Presidente Eyring falou
por experiência própria.
Ele manteve um diário
das intervenções do Pai
Celestial em sua vida e,
com isso, sentiu seu testemunho crescer e adquiriu
“uma certeza ainda maior de
que o Pai Celestial ouve e responde a nossas orações”.4
A chave para ouvir essas
respostas e saber que Deus
Se interessa por nossa vida,
realça ele, é desenvolvermos
um ouvido atento. “Devemos
ficar calmos, em silêncio, e
ouvir. Sempre que deixei de
receber uma impressão inequívoca ou de ouvir a voz do
Espírito é porque estava demasiado ocupado, com os pensamentos muito inquietos ou
imerso em meu próprio
mundo”.
O Presidente Eyring sempre viveu os
preceitos da décima terceira regra de fé.
Os membros da Igreja têm mesmo muita
sorte por contarem com ele para servir ao
lado do Presidente Thomas S. Monson e
do Presidente Dieter F. Uchtdorf. Uma rara
combinação de talentos, seu legado de fé,
sua vida de preparação, sua dedicação ao
serviço e determinação de buscar a Deus
e Sua vontade o qualificam de modo único
para servir na Primeira Presidência. ■
Página ao lado: Cópia
impressa das “Placas
Menores” da família,
busto de madeira
talhado pelo Presidente
Eyring e algumas de
suas aquarelas. No alto:
Com a esposa, após a
conferência geral de
outubro de 2007. À
esquerda: A Primeira
Presidência: o Presidente
Thomas S. Monson (no
centro); o Presidente
Henry B. Eyring,
Primeiro Conselheiro;
e o Presidente Dieter F.
Uchtdorf, Segundo
Conselheiro.
NOTAS
1. Ver Henry J. Eyring, Mormon Scientist: The Life and
Faith of Henry Eyring (2007), pp. 127–130.
2. Ver Henry B. Eyring, “A Força da Doutrina”,
A Liahona, julho de 1999, pp. 85–88.
3. Ver Gerald N. Lund, “Élder Henry B. Eyring:
Moldado por ‘Influências Determinantes’”,
A Liahona, abril de 1996, p. 28.
4. Henry B. Eyring, “Oh! Lembrai-vos, Lembrai-vos”,
A Liahona, novembro de 2007, p. 67.
A LIAHONA JULHO DE 2008
13
Presidente
Dieter F. Uchtdorf
ÉLDER RUSSELL M. NELSON
Do Quórum dos Doze Apóstolos
C
onseguem imaginar o terror no coração de
Dieter Uchtdorf aos 11 anos de idade quando
sua família abandonou sua
casa na Alemanha Oriental1 em
1952 em busca de liberdade na
Alemanha Ocidental? Por motivos
políticos, a vida de seu pai corria
extremo perigo. Teria de fugir sozinho para diminuir os riscos para a
esposa e os filhos. Para não levantar suspeitas, os outros membros
da família não poderiam viajar
juntos, mas fariam a tentativa
separadamente.
Assim, elaboraram um plano. Os dois irmãos
mais velhos de Dieter, Wolfgang e Karl-Heinz,
tomaram o rumo norte ao saírem de sua cidade
natal de Zwickau. A irmã, Christel, embarcou com duas
outras jovens num trem que faria uma breve passagem
pela Alemanha Ocidental a caminho do destino final na
Alemanha Oriental. Quando o trem passou pela Alemanha
Ocidental, elas convenceram o condutor a abrir a porta e
saltaram.
Dieter, o caçula, que na época tinha 11 anos de idade,
seguiu uma rota diferente com a corajosa mãe. Levaram
apenas um pouco de comida e preciosos retratos de
14
família que tinham sido preservados da destruição durante a II
Guerra Mundial. Depois de andarem longas horas, os joelhos da
mãe de Dieter começaram a se
enfraquecer. Dieter carregou os
pertences de ambos e ajudou a
mãe a subir a última colina rumo
à liberdade. Pararam então para
fazer uma parca refeição e foi
aí que perceberam, ao verem
militares russos, que ainda não
haviam cruzado a fronteira.
Mãe e filho terminaram o
lanche, pegaram as bagagens
e subiram ainda mais alto
antes de atingirem sua meta.
Dieter e a mãe continuaram a jornada como refugiados, pedindo
carona e caminhando até chegarem ao destino: um
subúrbio perto de Frankfurt. Depois de muitos longos e
perigosos dias de separação, a família finalmente estava
reunida. Os irmãos chegaram primeiro e o pai veio logo
depois. Dieter e a mãe chegaram em seguida e a irmã foi
a última a unir-se a eles. A grandiosa reunião da família
foi um momento de júbilo.
O fato de terem deixado para trás quase todos os seus
bens era para eles secundário.
FOTOGRAFIAS CEDIDAS GENTILMENTE PELA FAMÍLIA UCHTDORF, EXCETO QUANDO INDICADO EM CONTRÁRIO; NO ALTO:
FOTOGRAFIA TIRADA POR CRAIG DIMOND; AO FUNDO: FOTOGRAFIAS TIRADAS POR MATTHEW REIER E J. SCOTT KNUDSEN
Um Homem de Família, um Homem
de Fé, um Homem Preordenado
O apartamento de um cômodo da família perto de
Frankfurt era pequeno e infestado de ratos. O jovem
Dieter ficava intrigado com esses roedores que circulavam
pela casa. Os transportes coletivos em Frankfurt eram relativamente baratos, mas as condições da família não permitiam que todos fossem à Igreja todas as semanas. Assim,
revezavam-se.
Não é de admirar que o Presidente Uchtdorf tenha sentimentos tão fortes pela instituição sagrada da família. Com
grande sinceridade, testifica que a família foi ordenada por
Deus. A família tem suma importância para ele. Foi no seio
da família que as sementes da sua fé inabalável foram plantadas, germinaram e cresceram. Com ela, começou a se
preparar para o cumprimento
de sua preordenação para
líder do sacerdócio na Igreja
de Deus.
Um Homem de Família
À esquerda, a partir do alto: Os pais do Presidente Uchtdorf,
Hildegard e Karl, no Templo de Berna Suíça. Aos 12 anos de
idade. Aos 2 anos de idade (o segundo a partir da direita)
com a irmã, Christel (à direita) e dois amigos. À direita, a
partir do alto: Dieter (à direita) com amigos na frente da
capela de Frankfurt. Numa reunião de jovens adultos solteiros (fileira de trás, na extrema esquerda); Harriet, sua futura
esposa, está na frente, a segunda a partir da esquerda. Com
o carro de um amigo em Frankfurt.
Sete anos antes, perto do fim da II Guerra Mundial, já
tinham fugido uma vez, devido à aproximação de tropas
estrangeiras. Agora eram refugiados de novo.
Mais uma vez, estavam totalmente privados
de recursos materiais. Mais uma vez, tinham
que começar do nada. Mas tinham uns aos
outros. Tinham também profunda fé em
Deus e tinham A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, da qual eram
membros havia apenas cinco anos.
Dieter Friedrich Uchtdorf
nasceu de bons pais,
Karl Albert e Hildegard
Else Opelt Uchtdorf,
no dia 6 de novembro
de 1940 em MährischOstrau, Tchecoslováquia.
A família saiu desse país
em 1944 e mudou-se
para Zwickau, na
Alemanha. Entre 1949 e
1990, a cidade de Zwickau
pertenceu à Alemanha Oriental e era um centro de produção de carvão. Devido a sua importância estratégica
durante a II Guerra Mundial, tornou-se um dos principais
alvos dos bombardeios dos aliados. Dieter, aos quatro
anos de idade, sentia medo, mas também fascinação ao ver a luz dos aviões
que sobrevoavam a cidade.
Recorda-se de sua mãe levando-o
a abrigos antiaéreos para se protegerem. O marido da Irmã
Uchtdorf fora convocado pelo
exército alemão, e ela cuidou
A LIAHONA JULHO DE 2008
15
corajosamente da família enquanto a guerra na Europa
seguia seu curso implacável.
Depois da guerra, o pai de Dieter trabalhou nas minas
de carvão e urânio de Zwickau em condições insalubres, o
que o predispôs a uma enfermidade maligna que lhe tirou
a vida aos 62 anos de idade, na Alemanha. O Presidente
Uchtdorf recorda que o pai era um homem afável e amoroso, forte e terno, um portador do sacerdócio
que honrou suas responsabilidades de diácono,
mestre, sacerdote e élder.
Sua mãe, Hildegard, falecida em
1991, não era apenas corajosa, mas
também uma verdadeira conversa ao
evangelho e uma discípula dedicada
que serviu em inúmeros chamados
na Igreja.
A família foi selada no Templo de
Berna, na Suíça em 1956. De lá para cá,
Wolfgang e Karl-Heinz, seus irmãos,
faleceram. A irmã, Christel Uchtdorf
Ash, que serviu como missionária na
Alemanha, atualmente reside no Texas, no
sul dos Estados Unidos.
O Presidente Uchtdorf conheceu sua
futura esposa, Harriet Reich, nas reuniões da
Associação de Melhoramentos Mútuos da Igreja.
Harriet foi batizada com quase 13 anos de
idade, juntamente com a mãe e
a irmã, depois de os missionários baterem a sua porta e
lhes ensinarem o evangelho.
O pai de Harriet morrera de
16
câncer apenas oito meses antes. Tanto a mãe como a
irmã já são falecidas.
Uma bênção notável adveio ao Élder Gary Jenkins,
um dos missionários que ensinaram e batizaram a família
Reich. Que imensa alegria sentiu quando, décadas
depois, no dia 16 de fevereiro de 2008, sua neta, Crystal,
foi selada ao marido, Steven, no Templo de Salt Lake
por um membro da Primeira Presidência, o Presidente
Dieter F. Uchtdorf.
Harriet e Dieter foram selados em
14 de dezembro de 1962, no Templo de
Berna, na Suíça. Ele diz que Harriet é
o sol da sua vida. O apoio dela é uma
fonte contínua de força. Ela é o amor
da vida dele. Harriet diz que o marido
tem um grande coração. “Ele é bondoso. É um líder bom e compassivo.
Esse elogio é feito com freqüência
por seus antigos colegas de trabalho
e também por amigos da Igreja.
É um marido maravilhoso, sempre
em busca de maneiras de me apoiar.
É um homem de grande humor e
perspicácia. Sou muito abençoada por ser sua
esposa.”
Os Uchtdorf têm
dois filhos. Antje, a
filha, é casada com
David A. Evans e o
casal tem três filhos:
os gêmeos Daniel e
Patrick, de 19 anos, e Eric, de oito anos.
Vivem em Darmstadt, Alemanha.
O filho do casal Uchtdorf, Guido, serviu na
Missão Washington D.C. Sul. Casou-se com
Carolyn Waldner, de Basiléia, na Suíça. Guido
e Carolyn hoje moram perto de Zurique, na
Suíça, onde ele é o bispo da Ala Wetzikon,
da Estaca St. Gallen Suíça. São pais de três
filhos: Jasmim, de sete anos de idade; Robin,
de cinco; e Niklas Ivan, de um ano.
Ao lhe perguntarem sobre seu pai e o
novo chamado que recebeu, Antje declarou:
“Somos abençoados por termos pais tão
maravilhosos. Quando eu era mais nova,
nem me dava conta do quanto meu pai era
atarefado, pois sempre tinha tempo para
nós. Nunca éramos relegados ao segundo
plano. Quando temos um problema, pedimos conselhos a ele e nossos filhos sentem
que seu Opa (avô) terá resposta para qualquer pergunta. Agora que ele faz parte da
Primeira Presidência, sentimos uma responsabilidade ainda maior de dar o melhor
de nós”.
Guido tem lembranças semelhantes. Cita
uma ocasião há muitos anos em que ele, a
irmã, a mãe e o pai fizeram aulas de esqui. Foi
o início de uma agradável tradição familiar:
esquiar juntos. Guido sabia que a profissão
de aviador exigia que seu pai se ausentasse
por longos períodos. “Mas quando nosso pai
voltava para casa, brincávamos, conversávamos e ríamos juntos”, ressalta Guido. “Isso
é que era tempo de qualidade!”
Guido e Antje aprenderam com os pais
a importância de dedicar tempo à família.
Instrutivos ou recreativos, os passeios ajudavam a fortalecer os laços familiares. A atuação
de Dieter e Harriet Uchtdorf como pais e
avós à distância agora é facilitada pela tecnologia moderna. A troca de e-mails e telefonemas é complementada pela transmissão de
clipes de vídeo e fotografias pela Internet.
No entanto, continuam a valorizar os
momentos passados juntos. Algo de significado especial para Guido foi comparecer à
conferência geral de abril de 2008 e ver o
pai ao púlpito do Centro de Conferências.
Ao ensinar a família, o Presidente
Uchtdorf sempre salientou os princípios
fundamentais. Como explicou Guido:
“Nosso pai nos ensina quais as bênçãos
advindas da oração, do estudo das escrituras, da obediência aos mandamentos e de
uma atitude positiva. Isso é muito mais
importante para ele do que conjecturas
sobre a localização de Colobe”.
Por ocasião de seu aniversário de 40
anos de casamento, o Presidente e a Irmã
Página ao lado: Depois
de seis anos na Força
Aérea Alemã, Dieter foi
também credenciado
como piloto pela Força
Aérea dos Estados
Unidos e recebeu o
Troféu de Comandante.
No alto: Embora a profissão de piloto exigisse
longos períodos de
ausência, seus dois
filhos (na fotografia
com os pais) lembram
que o pai sempre dava
prioridade a ficar com
a família.
A LIAHONA JULHO DE 2008
17
Antes de ser chamado
para o Primeiro
Quórum dos Setenta
em 1996, o Presidente
Uchtdorf trabalhava
para a companhia
aérea Lufthansa.
Página ao lado: A
família Uchtdorf em
2006. De pé, a partir
da esquerda: Patrick
Evans (neto), Harriet,
Dieter e Daniel Evans
(neto). Sentados: David
Evans (genro), Antje
Evans (filha), Eric
Evans (neto), Robin
Uchtdorf (neto), Carolyn
Uchtdorf (nora), Guido
Uchtdorf se reuniram no Templo de Berna
Suíça com os filhos, o genro, a nora e os
netos mais velhos para realizarem juntos
ordenanças sagradas. Harriet e Dieter têm
enorme carinho por esse templo, pois
seus pais, eles e seus filhos foram todos
selados nele.
Uchtdorf (filho) e
Jasmin Uchtdorf (neta).
Um Homem de Fé
O neto mais novo do
Não se pode estudar a vida desse grande
homem sem perceber sua fé única e inabalável. Ele tem fé absoluta em Deus, fé no
Senhor Jesus Cristo, fé na Igreja e fé em
que receberá auxílio celeste quando
necessário.
Seus pais arriscaram a própria vida por
sua liberdade e fé. Seu pai honrou o sacerdócio que lhe fora confiado. Aprendeu com a
mãe — principalmente durante a arriscada
fuga da Alemanha Oriental — a orar e a confiar no Senhor.
O Presidente Uchtdorf qualifica sua mãe
de brilhante. Explica que ela era capaz de
efetuar mentalmente cálculos matemáticos
e ensinou-o a fazer o mesmo. Embora por
duas vezes, na condição de refugiados de
guerra, tivessem perdido todos os bens
materiais, observavam a lei do dízimo.
Sabiam que o Senhor abriria as janelas do
céu e derramaria bênçãos sobre os cumpridores fiéis desse mandamento.2
Presidente e da Irmã
Uchtdorf, Niklas Ivan
Uchtdorf, nasceu em
2007.
18
O Presidente Uchtdorf tem um afeto
especial pelo falecido Élder Theodore M.
Burton (1907–1989), que foi presidente da
Missão Alemã Ocidental. Numa época em
que muitos bons membros da Igreja estavam
emigrando, a família Uchtdorf deu ouvidos
ao conselho do Élder Burton de ficar na
Alemanha e edificar a Igreja ali. Foi o Élder
Burton que ordenou Dieter F. Uchtdorf ao
ofício de élder e deu instruções memoráveis
que Dieter seguiu à risca. A Irmã Harriet
Uchtdorf compreendeu a importância de
seguir o conselho do Élder Burton e permanecer na Europa com a família para fortalecer a Igreja local. Eles levaram a sério esse
conselho, bem como seus filhos. Agora, em
tom de brincadeira, os filhos repreendem
os pais por terem ido morar nos Estados
Unidos, enquanto eles ficaram na Europa.
À ESQUERDA: FOTOGRAFIAS DO DIÁRIO DE BORDO DA LUFTHANSA, CEDIDAS GENTILMENTE PELA FAMÍLIA UCHTDORF; À DIREITA: FOTOGRAFIA: WELDEN C. ANDERSEN
É claro que o Élder Burton não foi o único líder a
exercer uma influência determinante sobre o Presidente
Uchtdorf. Dieter se lembra de seu presidente de ramo na
época em que foi designado presidente do quórum de diáconos. O presidente do ramo deu instruções detalhadas
sobre os deveres e responsabilidades de um novo presidente de quórum. Dieter recorda o grande impacto que
tiveram esses ensinamentos, algo que um líder menos
dedicado teria simplesmente negligenciado, pois havia
somente mais um membro no quórum de diáconos.
A fé dessa família é exemplificada pela fé da avó do
Presidente Uchtdorf. Ela estava numa fila para conseguir
comida após a II Guerra Mundial quando uma irmã solteira idosa, que não tinha família, a convidou para uma
reunião sacramental. A avó e os pais dele aceitaram o convite. Foram à Igreja, sentiram o Espírito, foram edificados
pela bondade e gentileza dos membros e inspirados pelos
hinos da Restauração.3 Em 1947, os pais de Dieter se batizaram em Zwickau; Dieter foi batizado quase dois anos
depois, aos oito anos de idade. O compromisso da família
para com a Igreja tornou-se sólido e duradouro.
O alicerce de fé de Dieter contribuiu para sua confiança em sua capacidade de ter êxito. Sua carreira começou com estudos de engenharia e, depois, seis anos na
Força Aérea alemã. Em seguida, graças a acordos firmados entre o governo da Alemanha e dos Estados Unidos,
fez curso de piloto em Big Spring, no Texas, onde recebeu credenciamento de aviador na força aérea de ambos
os países. Ganhou o cobiçado Troféu de Comandante por
ser o aluno de destaque da classe. Em 1970, aos 29 anos
de idade, Dieter F. Uchtdorf recebeu o grau de capitão
na companhia aérea Lufthansa. Com o passar do tempo,
tornou-se piloto-chefe e vice-presidente sênior das
operações aéreas da companhia.
Em 2004, antes de ser chamado para o Quórum dos
Doze e por pura coincidência, eu e o Élder Uchtdorf viajamos juntos num vôo da Lufthansa para a Europa. Não é
raro que passageiros reconheçam e venham cumprimentar uma autoridade geral presente no mesmo vôo. Mas
dessa vez, as saudações foram bem diferentes. Quase
todos os membros da tripulação da Lufthansa vieram
cumprimentar entusiasticamente o antigo piloto-chefe.
A LIAHONA JULHO DE 2008
19
Fizeram fila para ter o privilégio de apertar-lhe a mão.
Ficou clara para mim a profunda e merecida admiração
que eles tinham a ele. Pareciam perceber sua grande fé,
bem como o carinho que nutria por eles.
A fé do Presidente Uchtdorf no Senhor transparecia
à medida que aceitava chamados para servir na Igreja.
Em 1985, foi chamado para ser o presidente da
Estaca Frankfurt Alemanha. Em seguida, quando os
limites mudaram, foi chamado para presidir a Estaca
Mannheim Alemanha. Em 1994, foi chamado para o
Segundo Quórum dos Setenta, embora tenha continuado na Alemanha e à frente de suas responsabilidades
profissionais na Lufthansa. Em 1996, tornou-se autoridade geral em tempo integral para servir no Primeiro
Quórum dos Setenta. Três anos depois, o Élder e a Irmã
Uchtdorf mudaram-se para Utah, algo que encararam
como sua vez de receber um “cargo no exterior”.
Quando o Élder Uchtdorf foi chamado para o santo
apostolado em outubro de 2004, alguns veículos de
imprensa o chamaram de “Apóstolo alemão”. Mas ele
salientou, com toda a razão, que foi chamado para representar o Senhor perante as pessoas, e não o contrário.
Essa é de fato a sua missão sagrada. Ele deve ensinar e
20
dar testemunho do Senhor Jesus Cristo a “toda nação,
tribo, língua e povo”.4
O Élder David A. Bednar foi chamado para o Quórum
dos Doze Apóstolos na mesma época que o Élder
Uchtdorf. Quando o Presidente Uchtdorf foi chamado
para a Primeira Presidência, o Élder Bednar comentou:
“Sentar-me ao lado do Presidente Uchtdorf e servir e
aprender com ele foram bênçãos grandiosas na minha
vida. Seus ensinamentos e sua personalidade envolvente
e afável me inspiram a trabalhar com maior diligência e a
me aperfeiçoar. Amo e apóio o Presidente Uchtdorf em
suas responsabilidades sagradas”.
Um Homem Preordenado
Não é possível estudar a vida desse grande homem sem
também se dar conta de sua preordenação para as grandes
responsabilidades a ele confiadas. Essa doutrina é ensinada
por profetas antigos e modernos. Alma afirmou que o os
líderes do sacerdócio “foram ordenados — sendo chamados e preparados desde a fundação do mundo, segundo a
presciência de Deus”.5
O Presidente Joseph F. Smith (1838–1918) revelou que
os líderes (como o Presidente Uchtdorf) “também estavam
entre os grandes e nobres que foram escolhidos no princípio para serem governantes na Igreja de Deus.
Mesmo antes de nascerem, eles, com muitos outros,
receberam suas primeiras lições no mundo dos espíritos
e foram preparados para nascer no devido tempo do
Senhor, a fim de trabalharem em sua vinha pela salvação
da alma dos homens”.6
Não seria interessante poder perguntar à mãe do
Presidente Uchtdorf se pressentira que seu filho mais
novo viria um dia a servir na Primeira Presidência da
Igreja? O que será que ela sentiu ao criá-lo, proporcionar-lhe a liberdade e salvar-lhe a vida? Certa vez, ela e os
filhos estavam num auditório público. Ela foi inspirada a
retirar-se imediatamente. Por causa desse sentimento
urgente, pegou um carrinho, colocou Dieter dentro e
saiu correndo com as crianças o mais rápido possível.
Pouco depois, o edifício foi destruído por um bombardeio durante a guerra. A maioria dos ocupantes do
auditório morreu. A Irmã Uchtdorf e seus filhos foram
poupados.
À ESQUERDA: FOTOGRAFIA: WELDEN C. ANDERSEN; À DIREITA: FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND
Como passou a infância no pós-guerra, o
Presidente Uchtdorf se lembra de brincar em
ruínas de casas e descobrir pistolas, munição
e outras armas na floresta próxima. Todos
esses anos, conviveu com os efeitos onipresentes da II Guerra Mundial e a consciência
de que seu próprio país infligira terríveis
aflições a outras nações. E ele e sua família
foram igualmente vítimas de uma ditadura
opressora.
Tempos depois, quase perdeu a vida
quando, ao pilotar um avião, o manche
parou de funcionar como deveria. Se não
fosse solucionado, esse problema faria o
avião perder totalmente o controle e cair.
Ele fez várias tentativas infrutíferas de destravar o manche. Repetidas vezes, seu instrutor de vôo lhe deu a ordem de saltar. Por
fim, Dieter F. Uchtdorf, um piloto de força
fora do comum, conseguiu vencer a resistência e fez uma aterrissagem de emergência bem-sucedida. O Presidente Uchtdorf
reconhece a mão do Senhor, que lhe permitiu sobreviver a tal provação.7
A probabilidade matemática de um
menino nascido na Tchecoslováquia numa
família de conversos e que sobreviveu a uma
vida cheia de riscos ser chamado na fase
adulta para servir na Primeira Presidência é
ínfima. Mas o Senhor conhece e ama esse
homem extraordinário desde antes da criação do mundo. Sim, ele foi preordenado
para seus deveres como líder na Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Agora ele está ao lado do Presidente
Thomas S. Monson em seu chamado
sagrado. O Presidente Henry B. Eyring e o
Presidente Dieter F. Uchtdorf são grandes
servos do Senhor, dedicados e capazes de
aconselhar o Presidente da Igreja. Esses
três sumos sacerdotes presidentes se
complementam. Os membros da Igreja
seguirão com alegria e gratidão sua liderança inspirada. ■
Página ao lado: O
Presidente Uchtdorf e o
Élder David A. Bednar
foram chamados para
o Quórum dos Doze
Apóstolos em outubro
de 2004. No alto:
A nova Primeira
Presidência foi anunciada numa entrevista
coletiva em Salt Lake
City no dia 4 de fevereiro de 2008.
NOTAS
1. O nome oficial do país era República Democrática
Alemã.
2. Ver Malaquias 3:10; 3 Néfi 24:10.
3. Ver Dieter F. Uchtdorf, “A Oportunidade de
Testificar”, A Liahona, novembro de 2004, p. 74.
4. Mosias 3:20; ver também Apocalipse 14:6; 1 Néfi
19:17; 2 Néfi 26:13; Mosias 15:28; 16:1; Alma 37:4;
D&C 133:37.
5. Alma 13:3.
6. D&C 138:55–56.
7. Ver Jeffrey R. Holland, “Élder Dieter F. Uchtdorf:
Rumo a Novos Horizontes”, A Liahona, março de
2005, p. 13.
A LIAHONA JULHO DE 2008
21
Fé a Cada Passo...
22
...e o Cântico
no Coração
Quarenta quilômetros de caminhada
não era o bastante para impedir o
membro brasileiro Paulo Tvuarte de
freqüentar a Igreja.
D E I R D R E M . PA U L S E N
“Que distância ele percorre?”, perguntei, sem fazer a
menor idéia da resposta que ouviria do Irmão Sousa.
“Ah, 40 quilômetros”, respondeu ele sem se alterar. “Ele
sai de casa às 3h da madrugada para chegar na hora às reuniões. Leva oito horas.”
Ao converter rapidamente quilômetros em milhas,
FOTOGRAFIAS: JOHN KENDALL, EXCETO QUANDO INDICADO EM CONTRÁRIO
S
empre que canto ou ouço as palavras “Semeando dia a
dia, semeando o bem e o mal” ou “Aonde mandares
irei, Senhor”, é impossível não pensar em Paulo
Tvuarde.
Conheci o Paulo num dia quente no Sul do Brasil. As
reuniões da Igreja tinham acabado, e a capela estava quase
vazia, com exceção de alguns membros sentados no
saguão. Meu marido, que na época servia como presidente
da Missão Brasil Curitiba, estava reunido com Edson
Lustoza Araújo, presidente do Distrito de Guarapuava,
Paraná.
“Irmã Paulsen”, disse o Irmão Jason Sousa, que servia
como conselheiro do meu marido, “viu o irmão sentado
na entrada com as botas cheias de lama?”
Há muitas estradas de terra vermelha no Sul do Brasil,
assim não é incomum ter lama nos sapatos.
“Refere-se ao homem magro e moreno com pouco
menos de 30 anos?”, indaguei.
“Exatamente. O nome dele é Paulo Tvuarde. Ele vem a
pé para a Igreja quase todos os domingos, exceto quando
a lama está espessa demais e o impede de caminhar. Ele
faz isso há 14 anos: desde os 15 anos de idade.”
Ao arar seus campos no Sul do Brasil, Paulo Tvuarde planta
sementes do evangelho cantando hinos da Igreja “a plenos
pulmões”, o que desperta o interesse dos vizinhos.
percebi que o Irmão Tvuarde andava 25 milhas para assistir
às reuniões da Igreja em Guarapuava!
“Por que ele faz isso?”, perguntei, incrédula.
“Por acreditar que a Igreja é verdadeira.”
“Claro”, respondi, um pouco constrangida por ter formulado uma pergunta tão óbvia. “O que eu queria dizer
era: por que ele tem de andar tanto?”
A LIAHONA JULHO DE 2008
23
24
Paulo estuda o evangelho à luz do lampião em sua fazenda,
situada a 40 quilômetros da capela da Igreja mais próxima.
uma ala com uma capela próxima. Contudo, depois de um
namoro à distância que culminou com seu casamento com
Paulo no Templo de São Paulo em 2003, Rita foi morar com
ele na fazenda.
Ela se adaptou bem à vida no interior e é grata pela bênção de um casamento no templo. “O mais difícil foi achar
um marido”, conta. “Posso me habituar ao restante.”
Hoje, ao trabalhar em sua propriedade, Paulo ainda
tenta plantar sementes do evangelho cantando hinos
para os vizinhos. E continua a percorrer 40 quilômetros até a capela em Guarapuava. Mas agora, viaja
acompanhado de Rita e do filho, Saulo. Em vez de saírem domingo de madrugada, tomam o último ônibus
da semana na sexta-feira à noite. Depois de um fim
de semana de reuniões e convívio com os membros
da Igreja, tomam a condução de volta para a fazenda
segunda-feira de manhã — felizes por terem indo
aonde mandou o Senhor. ■
NOTAS
1. “Semeando”, Hinos, 165.
2. “Aonde Mandares Irei”, Hinos, 167.
FOTOGRAFIA DE FAMÍLIA DE MARIA ODETE G. ARAÚJO
O Irmão Sousa explicou que Paulo morava no interior,
administrando a fazenda da família para permitir que sua
mãe, de 74 anos de idade e com problemas cardíacos,
morasse em Guarapuava a fim de receber atendimento
médico. O Presidente Lustoza era o cardiologista dela.
“O Paulo mora sozinho, cuida da lavoura e alimenta os
poucos animais que eles possuem”, prosseguiu o Irmão
Sousa. “A fazenda não tem eletricidade nem água encanada
e fica a oito quilômetros do ponto de ônibus mais próximo. Mas o pior é que não há ônibus no sábado ou
domingo. Então ele vem a pé para a Igreja.”
O Presidente Lustoza, que estava em reunião com meu
marido, disse que o Paulo costumava comparecer pelo
menos três domingos por mês. “Ele nunca falta, a menos
que as estradas estejam intransitáveis”, contou. “Ele pernoita na cidade no domingo para voltar de ônibus na
segunda.”
Se Paulo ia à Igreja
pelo menos três domingos por mês, passava por
ano mais de 300 horas
andando quase 1.600
quilômetros só para freqüentar as reuniões!
Quando está na
fazenda, Paulo achou
Paulo e Rita Tvuarde com o
uma maneira de partilhar
filho, Saulo.
o evangelho. “Decidi
que, ao arar a terra com meu cavalo, cantaria hinos a plenos pulmões”, disse, sorrindo. “Os vizinhos que estão trabalhando em seus campos me ouvem e perguntam o que
estou cantando. Assim posso falar do evangelho.”
A caminhada para a Igreja não era o único trajeto regular que Paulo fazia como demonstração de sua fé. Duas
vezes por ano, viajava 530 quilômetros para freqüentar
o Templo de São Paulo Brasil. Numa dessas viagens, foi
apresentado a Rita de Cássia de Oliveira, que trabalhava
no templo. A Irmã Odete, esposa do Presidente Lustoza,
conhecera Rita anteriormente no templo e incentivara
Paulo a escrever para ela.
Rita estava acostumada com a vida na cidade grande e
gostava de seus amigos e das bênçãos de ser membro de
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
Élder Joseph B. Wirthlin, do
Todos os Seres Humanos Foram
Criados à Imagem de Deus
Ensine as escrituras e
citações que atendam
às necessidades das
irmãs que você for
visitar. Preste testemunho da doutrina. Convide as irmãs visitadas
a externarem o que sentiram e
aprenderam.
O que Sabemos sobre o Fato de
Sermos “Criados à Imagem de
Deus”?
“E eu, Deus, criei o
homem a minha própria imagem, na
imagem de meu Unigênito criei-o;
homem e mulher criei-os”.
Moisés 2:27:
Presidente Gordon B. Hinckley
“Nosso corpo é
sagrado. Foi criado à imagem de
Deus. É maravilhoso, o ápice da criação divina. Câmera alguma jamais
se igualou à maravilha que é o olho
humano. Nunca se fabricou uma
bomba capaz de funcionar por tanto
tempo e de modo tão intenso como
o coração humano. O ouvido e o
cérebro são um milagre. (…) Esses
órgãos, juntamente com as outras
partes do corpo, exemplificam o
gênio divino e onipotente de Deus”
(“Be Ye Clean”, Ensign, maio de
1996, p. 48).
ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: DANILO SOLETA; NO CANTO: DETALHE DE JESUS CRISTO, DE HARRY ANDERSON
(1910–2008):
Presidente Thomas S. Monson:
“Deus, nosso Pai, tem ouvidos para
escutar nossas orações. Tem olhos
para ver nossos atos. Tem boca para
falar conosco. Tem coração para sentir compaixão e amor. Ele é real. Ele
Quórum dos Doze Apóstolos:
“Devemos conhecer o ‘único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
[Ele enviou]’ (João 17:3)’. (…)
Conhecer a Deus é pensar como
Ele pensa, sentir como Ele sente, ter
o poder que Ele tem, compreender
as verdades que Ele compreende e
fazer o que Ele faz. Quem conhece
Deus se torna semelhante a Ele e
tem o tipo de vida que Ele tem, ou
seja, a vida eterna. (…) Ele ensinou
a Seus discípulos nefitas: ‘Que tipo
de homens devereis ser? Em verdade
vos digo que devereis ser como eu
sou’ (3 Néfi 27:27)” (“Our Lord and
Savior”, Ensign, novembro de 1993,
p. 7).
Susan W. Tanner, ex-presidente
vive. Somos Seus filhos, criados a
Sua imagem. Parecemo-nos com Ele,
e Ele Se parece conosco”. (“I Know
That My Redeemer Lives”, Tambuli,
abril de 1988, p. 6).
Como o Fato de Saber que Fui
Criada à Imagem de Deus Pode Ter
uma Influência Positiva na Minha
Vida?
Élder LeGrand Richards (1886—
1983), do Quórum dos Doze
“Muitos acham que o
corpo lhes pertence e que podem
fazer com ele o que bem entenderem, mas Paulo esclareceu que não
é o caso, pois fomos comprados
por bom preço. Ensinou ainda: ‘Se
alguém destruir o templo de Deus,
Deus o destruirá; porque o templo
de Deus, que sois vós, é santo’
[I Coríntios 3:17]” (A Marvelous
Work and a Wonder, edição revisada em 1966, p. 380).
Apóstolos:
“Sua mãe ou seu
pai alguma vez já lhes disse, (…)
‘lembre-se de que você é filha de
Deus e precisa agir de modo condizente’[?] Os missionários usam uma
plaqueta como constante lembrete
(…) [de] que devem vestir-se de
modo recatado e asseado. Tratar as
pessoas com educação e esforçar-se
para ter a imagem de Cristo em seu
semblante. (…) Por convênio, todos
também tomamos sobre nós o nome
de Cristo. Seu nome deveria estar
gravado em nosso coração. Da
mesma forma, espera-se que ajamos
como filhas dignas do Pai Celestial,
que nos enviou à Terra com esta
admoestação, ao menos figurativamente: ‘Lembrem-se de quem vocês
são!’” (“Filhas do Pai Celestial”, A
Liahona, maio de 2007, p. 107).
Para aprofundar o estudo, ver Jó
7:17; D&C 110:2–3; Joseph Smith —
História 1:17. ■
geral das Moças:
A LIAHONA JULHO DE 2008
25
Receita para um
Lar Feliz
A união, o evangelho e a
diversão em conjunto: eis
os ingredientes desta
família sueca para um
bem-sucedido modelo
de amor.
PA U L VA N D E N B E R G H E
Revistas da Igreja
S
uponha que acorde de manhã ao
som de uma música cantada em
falsete por uma vozinha fina e estranha
na cozinha. É bem provável que fique um
pouco confuso e pense numa das seguintes
possibilidades: (1) “É a minha irmãzinha procurando bolachas na cozinha” ou (2) “Vim parar na
casa errada”. Mas se por acaso você pertencer à família Ronndahl em Kavlinge, Suécia, não há motivo para
espanto. Na verdade, você aguarda com ansiedade esse
momento todas as semanas: não necessariamente a
música, mas o que a família chama de “desjejum de hotel”.
“Adoro o desjejum do sábado de manhã”, entusiasmase Isabelle Ronndahl, de 14 anos, quando lhe perguntam
quais são algumas das coisas de que mais gosta na sua
família. “É o meu pai que sempre prepara, e toda vez é
delicioso.” Os outros filhos da família Ronndahl dizem
que sim em coro, confirmando entusiasmados.
“Acordamos com nosso pai cantando”, explica Andreas,
de 16 anos. Alguns dos irmãos logo se encarregam de
imitar, e todos riem, inclusive os pais, Brynolf e Kristina.
26
Na casa da família
Ronndahl as risadas são uma constante. Descrevem então
como, depois da música, o cheiro de bacon e ovos frescos
impele a família a saltar da cama todos os sábados de
manhã. Ainda mais do que partilhar a refeição, eles
gostam de simplesmente estar juntos.
FOTOGRAFIAS DA FAMÍLIA RONNDAHL:
PAUL VANDENBERGHE; OUTRAS FOTOGRAFIAS: JOHN LUKE
Citam outro ingrediente para a sua receita
de lar feliz: a noite familiar. Mas nem sempre
foi tão simples. “Recordo quando nossas noites familiares se resumiam a longas aulas”,
conta Christoffer, de 18 anos, lançando um
olhar maroto para a mãe.
“Às vezes, eu ficava entediado e dormia”,
acrescenta Andreas, que na época tinha apenas cinco anos. “Mas depois, acordava para o
lanche.”
O irmão Ronndahl explica que,
quando os filhos eram pequenos, a
esposa costumava preparar lições
de mais de uma hora de duração,
e as crianças pequenas tinham
dificuldade para acompanhar.
Agora, a família Ronndahl tem
oito filhos, com idades entre 8 e 23
anos. A mais velha, Rebecka, serviu como
missionária de tempo integral e agora faz
faculdade nos Estados Unidos.
Os pais decidiram mudar a maneira
de realizar a noite familiar. “Reunimos a
família e perguntamos: ‘O que gostariam
de fazer?’”, conta a irmã Ronndahl. Os pais
não ficaram nada surpresos ao verificarem
que as crianças gostavam do lanche, das
brincadeiras e dos hinos. Elas até gostavam
da idéia de uma lição, desde que fosse
curta. O irmão Ronndahl resume bem a
situação ao dizer que os ingredientes certos estavam presentes, mas talvez não na
quantidade correta. “Constatamos que era
preciso também enfocar o lado divertido”,
afirma.
A irmã Ronndahl decidiu preparar um
jantar mais caprichado do que o de costume para que a noite de segunda-feira
já começasse de uma maneira especial.
CARIDADE
A escritura favorita de
Isabelle, de 14 anos, é
Morôni 7:45–48. São versículos que tratam da
caridade, o puro amor de
Cristo. “E gosto principalmente do versículo 45”,
diz Isabelle. “Nele aprendemos sobre as qualidades maravilhosas da
caridade e do amor. Isso
me ajuda a lembrar que
a caridade é o que realmente importa para voltarmos à presença do
Pai Celestial.”
A LIAHONA JULHO DE 2008
27
COMO BRINCAR
DE GUIA CEGO
A brincadeira favorita da
noite familiar de Josefin,
de 12 anos, é simples e
muito divertida. Todos
formam um círculo, e
uma pessoa é escolhida
para ser o “guia”. Recebe
uma venda nos olhos e
vai para o centro da roda.
Apontando o dedo, o guia
manda as pessoas do
círculo andarem para a
direita ou para a esquerda
— mudando o sentido de
rotação do círculo sempre
que mudar a direção de
seu dedo. Quando o guia
levanta as mãos, todos
param. Então, o guia
aponta, às cegas, para
o círculo. A pessoa que
o guia apontar precisa
fazer um barulho qualquer: forte ou fraco,
engraçado ou o que seja.
Se o guia adivinhar quem
foi a pessoa que fez o
ruído, ela se torna o
novo guia. Caso não
acerte, o jogo continua
com o mesmo guia.
28
Acrescentaram também muitas brincadeiras, canções e hinos. Além disso, diminuíram a lição para uns 10 minutos. A receita
deu certo. “As crianças começaram a aguardar a segunda-feira com ansiedade”, rejubila-se Kristina. “Todos passaram a adorar.”
Agora que os filhos estão maiores, as
lições ficaram um pouco mais longas e
profundas. Rosanna, de 20 anos, comenta:
“Hoje conseguimos dar lições excelentes.
Adoramos falar do evangelho e outros
assuntos. É empolgante, pois temos muitas
opiniões e idéias. É mais interessante agora
porque falamos sobre o que temos vontade
de falar”. Mas a música, as brincadeiras e
o lanche ainda fazem parte integrante da
receita.
“Minhas partes prediletas
são o lanche e as brincadeiras”, revela Josefin, de 12
anos.
“O lanche e as brincadeiras,
sem dúvidas”, concorda
Christoffer.
“Para mim, a melhor parte
é a música”, diz Rosanna.
“A lição”, sugere Isabelle
timidamente. De imediato, os
irmãos põem em dúvida, em
tom de brincadeira, a sinceridade de Isabelle. “Mas é verdade”, garante ela, séria.
“A minha parte preferida é a noite familiar
inteira”, afirma Andreas. “A lição, as músicas,
as brincadeiras, o lanche — tudo junto é
muito divertido. Se fizéssemos a noite familiar sem lição ou sem brincadeiras ou hinos,
pareceria estar faltando algo.”
“Adoro quando eu e o Brynolf não temos
nenhuma incumbência na
noite familiar”, diz a irmã
Ronndahl. “Podemos, então, ser
meros espectadores enquanto as crianças dirigem, dão aula e se encarregam do
lanche. Eles fazem tudo. São meus dias
preferidos.”
Outro ingrediente essencial na receita
da família Ronndahl para um lar feliz é o
conselho de família que realizam todos os
domingos depois das reuniões da Igreja. Eles
tratam das atribuições de cada pessoa para
a noite familiar seguinte. Como alternam os
encargos, todos têm a oportunidade de fazer
tudo — da lição ao lanche, passando pelas
escrituras. Nessa ocasião, falam também das
tarefas domésticas regulares e de como está
cada membro da família.
Contudo, as reuniões não acontecem
só no domingo e na segunda-feira. Tanto
Samuel, de 10 anos, como Johannes, de
UNIÃO
FAMILIAR
“A família deve orar junta,
ajoelhando-se à noite e de
manhã para agradecer pelas
bênçãos e fazer pedidos relativos a problemas
comuns a todos.
A família deve adorar o Senhor junta, participando das reuniões da Igreja e devocionais
da família.
Os membros da família devem estudar e
aprender juntos. (…)
A família deve trabalhar em conjunto. (…)
Deve também se divertir em conjunto, para que
experiências recreativas felizes sejam associadas às atividades familiares.
A família deve reunir-se em conselho, abordando todos os assuntos que digam respeito a
ela e seus integrantes.
A família deve fazer as refeições reunida. A
hora das refeições é um momento privilegiado
para a família se reunir e se comunicar.”
também freqüentam o seminário.
8 (o caçula), declaram que gostam
No passado, tanto o pai como a
dos passeios e piqueniques em
mãe serviram como professores
família. O pai concorda. “Todos
desse programa, e é claro que tamnós adoramos nadar, seja onde
bém participam ativamente de suas
for: lagos, mar, rios”, conta o irmão
classes e quóruns na Igreja.
Ronndahl. Também se reúnem para
Esses são os ingredientes que,
cantar e tocar instrumentos, formisturados com cuidado, ajudam
mando um conjunto musical, pois
essa família a ter tanta harmonia.
quase todos tocam um ou mais
Do mais novo ao mais velho, de
instrumentos.
pai a filho, todos adoram estar
Toda essa união acabou por transjuntos, pois se amam. E são inúformá-los em melhores amigos, e
meras as atividades familiares
não apenas membros da mesma
preferidas, como nadar no mar
família. Eles se amam e se apóiam
ou brincar de guia cego na noite
mutuamente. Fortalecem uns aos
familiar (ver detalhe). “Uma
outros. Talvez seja por isso que pasÉlder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze
Apóstolos, “Parental Leadership in the Family”,
das coisas de que mais gosto na
sam tanto tempo juntos.
Ensign, junho de 1985, pp. 10–11.
nossa família é a música”,
Ao se fortificarem mutuamente,
revela a irmã Ronndahl.
os membros da família Ronndahl
“Somos uma família
também fortalecem a ala e a estaca.
musical. Adoramos cantar.”
“Vamos a todas as atividades da estaca e todos os passeios
É verdade: todos na família Ronndahl
e conferências para os jovens”, ressalta o irmão Ronndahl.
adoram cantar. Gostam também de ouvir os
“Incentivamos nossos filhos a participarem de todos os
outros cantarem — principalmente a hilária
eventos da estaca e ala. Como as alas aqui não são muito
vozinha em falsete que ecoa na cozinha no
grandes, há atividades de estaca para reunir os jovens
sábado de manhã. ■
com a maior freqüência possível.” Os filhos mais velhos
A LIAHONA JULHO DE 2008
29
A Mão
Orientadora
de Deus
Dos Setenta
C
O Senhor moldará a
sua vida segundo os
propósitos Dele, se
você permitir. E
grandes bênçãos
resultarão.
30
omo vai ser a sua vida daqui a 10 ou
20 anos? Que tipo de emprego ou
carreira você vai ter? Que chamados
vai receber na Igreja? Como vai ser a sua
família?
Posso responder a todas essas perguntas
com certeza absoluta: tenho certeza de que
não sei. Mas estou igualmente convicto de
que Deus, por Sua vez, o sabe. E se você
confiar Nele e entregar sua vida nas mãos
Dele, verá que Ele o levará em direções inesperadas, dando-lhe experiências e oportunidades maravilhosas.
“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos,
e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios
3:5–6).
O mesmo Deus que comanda o destino
das nações Se importa o bastante com
você, um de Seus filhos, para abençoá-lo
individualmente. Testemunhei e vivenciei
esses dois exemplos da mão orientadora de
Deus.
Abençoar Nações Inteiras
Na minha infância e adolescência, a
Alemanha era uma nação dividida. A parte
ocidental, onde eu vivia, era livre e democrática e se tornou próspera. A metade
oriental era governada por um regime
comunista aliado à União Soviética. Uma
fronteira separava a Alemanha Oriental da
Alemanha Ocidental, com muros, arame farpado, campos minados e torres vigiadas por
guardas com metralhadoras. Encurralados
no Leste e separados por essa fronteira
havia vários santos dos últimos dias que
ansiavam por liberdade de culto e pelas
bênçãos do templo.
Nós, membros da Igreja, sabíamos que
um dia — como cumprimento de profecias
— o evangelho seria pregado em todas as
nações (ver Mateus 24:14). Mas como os
exércitos pareciam tão poderosos e os
ILUSTRAÇÕES: GREGG THORKELSON
É L D E R W O L F G A N G H . PA U L
O
mesmo Deus
que fala aos
profetas e
altera o curso das
nações está disposto
a falar a seu coração por meio de Seu
Espírito. Ele guiará
a sua vida e o ajudará a tornar-se
algo maior do que
jamais seria capaz
sozinho.
governos, tão duros de coração, temíamos
que somente um grande conflito internacional ou outra calamidade planetária
pudesse provocar as mudanças necessárias
na Alemanha Oriental, Polônia e demais países sob dominação soviética.
Mas o Senhor sabia que não seria assim. O
Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985)
desafiou todos os membros da Igreja a orarem para que as fronteiras se abrissem.
E de modo lento, mas decerto miraculoso,
as coisas começaram a mudar. O governo
da Alemanha Oriental permitiu a construção
de um templo em seu território, e o Templo
de Freiberg Alemanha foi dedicado em 1985.
Então, em 1988, depois de solicitações dos
líderes da Igreja, o governo concordou em
deixar os missionários entrarem no país e
os missionários da Alemanha Oriental servirem no exterior. Em novembro de 1989, o
governo da Alemanha Oriental abriu o Muro
de Berlim, que logo foi demolido. O governo
caiu, e a Alemanha se reunificou sob um
regime democrático.
Os historiadores apontam muitas causas
para esses eventos extraordinários. Contudo,
não tenho dúvidas de que, por trás de tudo
isso, o Senhor estava guiando o destino dessas nações a fim de cumprir Seus desígnios.
Guiar a Vida das Pessoas
Esse mesmo Deus Se interessa por você
pessoalmente e guiará e moldará a sua vida
para a sua própria bênção e a de outras pessoas — caso você O convide a fazê-lo. Sei
disso porque Ele transformou a minha vida
e cumprirá Sua promessa de que, se eu O
puser em primeiro lugar, Ele me abençoará
com as coisas de que necessitar. Vi isso acontecer muitas vezes ao longo dos anos.
Nossa família era a única da Igreja em
nossa cidade de 60.000 habitantes. Fazíamos
o melhor possível para viver o evangelho.
Eu sentia o Espírito com freqüência, e nunca
32
duvidava da veracidade do evangelho.
Contudo, ao fazer o serviço militar, senti o
forte desejo de saber por mim mesmo se o
Livro de Mórmon era verdadeiro. Assim, isolei-me num local e fiz exatamente o que
aconselha o Livro de Mórmon (ver Morôni
10:4–5): perguntei a Deus. E recebi um testemunho — uma cálida sensação espiritual de
consolo, paz e grande felicidade que jamais
esquecerei.
Depois do serviço militar, fiz estudos
de administração militar no governo da
Alemanha Ocidental. Foi muito difícil, mas
adquiri uma sólida formação em áreas
como finanças, imóveis, direito e assim
por diante. Tinha também um chamado
na presidência do distrito. Enquanto meus
colegas estudavam intensivamente aos
domingos, eu cumpria responsabilidades
da Igreja e me dedicava à família. Foi
penoso, mas as promessas do Senhor são
verdadeiras e podemos confiar nelas. Saíme tão bem quanto meus colegas.
Depois de me formar, trabalhei para o
governo durante oito anos. Tinha um
emprego estável e um ótimo plano de aposentadoria. Estava numa situação confortável e meu futuro parecia garantido. Então,
o Bispado Presidente da Igreja me perguntou se estaria disposto a mudar-me
para Frankfurt para trabalhar como representante de
área para a Europa. Teria de abandonar o emprego
seguro e a vantajosa aposentadoria. Mas quando orei a
respeito com minha esposa, sentimos que era a decisão
certa. A partir de então, minha vida seguiu um curso
diferente, mas muito abençoado.
Minha experiência anterior como funcionário público
me preparou para muitas das minhas novas responsabilidades, e aceitar aquele emprego me permitiu servir
posteriormente como presidente de missão, algo que
seria impossível se eu tivesse permanecido no serviço
público.
Conto essas coisas com profunda gratidão. Não o
faço para me vangloriar, mas para mostrar que o Senhor
mudará a sua vida segundo os propósitos Dele, se você
permitir. E grandes bênçãos resultarão. Posso prometerlhe que Ele não somente o
abençoará em questões
importantes como a
carreira, mas caso O
busque em oração,
concederá auxílio
também nos pequenos desafios do
dia-a-dia. Constatei
isso em inúmeras
ocasiões.
Abençoados Dia a Dia
Lembro-me de quando servia como presidente de
ramo e estava preenchendo nosso relatório anual de
dízimo. Era um belo dia de inverno, e minha esposa
estava à minha espera para um passeio. Eu tinha o
hábito de fazer relatórios financeiros no serviço público,
assim não havia mistérios para mim. Mas a cada vez que
eu comparava os valores, o total não batia. Fiz várias tentativas, mas nada funcionou, e comecei a ficar frustrado.
Pedi ajuda ao Pai Celestial.
Depois de me ajoelhar e orar, não percebi mudança
nenhuma. Mas me senti inspirado a reexaminar uma parte
específica do arquivo de recibos de doações. Naquela
época, as papeletas vinham coladas em blocos, e verifiquei
então que dois recibos tinham ficado grudados e pareciam
um único. O problema estava resolvido.
Os seus desafios podem ser tão corriqueiros quanto o
que enfrentei recentemente. Comprei um modem de alta
velocidade para o meu computador, mas quando conectei
todos os cabos de acordo com as instruções, o aparelho
não funcionou. Consultei a seção de dúvidas, reconectei
tudo e telefonei para a central de atendimento, mas ainda
assim não deu certo. Até levei o equipamento de volta à
loja, mas os testes não detectaram nenhum problema.
Assim, levei o modem de novo para casa. Mas dessa vez
me lembrei de orar. Foi a única coisa de diferente que
fiz. Então o aparelho funcionou e continua em boas condições até agora.
Alguns eventos afetam nações inteiras. Alguns alteraram por completo os rumos da minha vida. Já outros são
bem pequenos, se mantivermos a perspectiva correta. Mas é justamente isso que desejo
ressaltar. O mesmo Deus que fala
aos profetas e muda o curso da
história das nações está disposto
a falar a seu coração por meio de
Seu Espírito. Ele guiará a sua vida
e o ajudará a tornar-se algo maior
do que jamais seria capaz sozinho,
e Ele o ajudará com seus desafios
cotidianos caso confie e se apóie
Nele.
Ele o conhece, Ele o ama e Suas
promessas são certas. ■
A LIAHONA JULHO DE 2008
33
Agora É o M
Ser santo dos últimos dias na Ucrânia significa
servir e liderar na Igreja — agora.
J A N E S S A C LO WA R D
I
magine que seja membro da Igreja num local em que
todos são conversos. Os missionários chegaram ao país
há poucos anos. E ao fazer 17 anos, em vez de se tornar
presidente das Lauréis, é chamada como presidente da
Primária.
Para Oksana Fersanova, a Igreja é exatamente assim.
Oksana, que mora em Khmelnitski, Ucrânia, foi uma das
primeiras pessoas a serem batizadas quando sua cidade
foi aberta para a obra
missionária em 2006.
Pouco tempo após seu
batismo, foi chamada
para servir como presidente da Primária do
pequeno grupo que se
reúne na sua cidade.
Oksana é bem
representativa dos
adolescentes da Igreja locais: profundamente envolvidos
no serviço e ávidos para partilhar o evangelho num país
onde a mensagem do evangelho começa agora a se estabelecer. Em áreas como Khmelnitski, os jovens conversos são cheios de energia, otimismo e um testemunho
inabalável do evangelho, o que fortalece a Igreja na
Ucrânia.
Esperando o Evangelho
Oksana tinha um testemunho de Jesus Cristo, mas foi
só quando amigos lhe deram um Livro de Mórmon que
adquiriu um testemunho de Seu evangelho restaurado.
“Ao ler as palavras de Jesus Cristo aos nefitas, tive um
sentimento muito forte, e soube que Ele me amava. Orei e
recebi um testemunho de que Ele é o meu Salvador e de
que o Livro de Mórmon é verdadeiro”, relata Oksana.
34
“Eu sabia que, se Joseph traduzira o Livro de Mórmon e
o Livro de Mórmon era verdadeiro, ele era incontestavelmente um profeta de Deus e restaurara o evangelho de
Jesus Cristo”, conclui.
Seus amigos lhe ensinaram mais sobre o evangelho
porque não havia na época missionários em Khmelnitski.
Durante quatro anos, ela estudou o evangelho e viveu os
princípios da melhor forma possível, orando pela vinda
dos missionários.
Por fim, em março de 2006, eles chegaram. Oksana e
seu amigo Sasha Kubatov foram as primeiras pessoas batizadas em Khmelnitski.
Sasha tinha apenas 14 anos quando ganhou um Livro
de Mórmon de suas irmãs mais velhas, que tinham se
filiado à Igreja em outra cidade.
“Elas chamaram atenção para o fato de que eu tinha
14 anos, assim como Joseph Smith ao receber a Primeira
Visão. Ele fora imensamente abençoado ainda bem jovem,
Bielorrússia
• Chernihiv
Polônia
•Kiev
• Lviv
Eslováquia
FOTOGRAFIAS CEDIDAS GENTILMENTE POR MYREEL LINTON
e o mesmo poderia acontecer comigo”, diz.
Assim, começou a ler. Leu até chegar
aos capítulos relativos a Isaías em 2 Néfi e
depois parou. Um ano depois, releu o Livro
de Mórmon, mas como documento histórico, e não com o desejo de saber se era
verdadeiro.
Contudo, quando leu o Livro de Mórmon
pela terceira vez, Sasha se concentrou
menos nos aspectos
históricos e mais na
obra de Deus nele
registrada.
“Ao ler o livro, soube
que era verdadeiro,
mas ainda não tinha
um testemunho firme”,
admite. “Queria conversar com os missionários.”
Quando os élderes
chegaram alguns anos
depois, sanaram todas
•
UCRÂNIA
Khmelnitski
Hungria
via
ldá
Mo
omento
Rússia
Romênia
as suas dúvidas e o ajudaram a se preparar
para ser batizado e confirmado.
“Ao entrar nas águas do batismo, todos os
meus questionamentos desapareceram, e
soube que Joseph Smith era um profeta e
que o evangelho é verdadeiro”, relata. “Não
senti medo, embora soubesse que o restante
da minha vida seria diferente.”
E, de fato, a vida dele agora está muito
diferente. Como mestre familiar, Sasha está
aprendendo a magnificar o sacerdócio que
possui e a servir no reino do Senhor.
Menos de um ano depois de seu
batismo, Sasha batizou a mãe e o avô.
Agora toda a sua família entrou para a
Igreja, e Sasha está animado para levar o
evangelho a outras pessoas.
“Estou preenchendo os papéis para a
missão a fim de pregar o evangelho aonde
for chamado e conduzir as pessoas a
Deus”, entusiasma-se. “Sua obra deve
seguir avante.”
Mar Negro
Página ao lado:
Oksana Fersanova,
conversa à Igreja
que adora ensinar na
Primária. Um grupo de
crianças em Chernihiv
segura números da
Liahona. À esquerda:
Sasha Kubatov levou o
evangelho à família e
agora está se preparando para a missão.
Abaixo: O centro da
cidade de Lviv.
familiares. Na Ucrânia, as pessoas são, em
sua maioria, membros desde o nascimento
da religião apoiada pelas autoridades. E a
família dele não era a exceção.
Sua mãe queria que ele adiasse o batismo
por alguns anos, assim ele concordou em
esperar completar 16 anos. Nesse meio
tempo, freqüentou a Igreja semanalmente e
começou a servir como pianista do ramo.
“Isso me motivava a ir todos os domingos,
pois se não comparecesse não haveria ninguém para tocar”, conta Misha.
Quando a espera finalmente acabou,
Misha foi batizado no Rio Desna, em 1o de
julho de 2006. Naquela altura, nem fazia
idéia da velocidade com a qual sua família
seguiria o seu exemplo.
Sua mãe, Olga, começou a freqüentar a
Igreja para aprender mais sobre a nova religião do filho. Ia com tanta freqüência que o
presidente do ramo lhe pediu que tocasse
órgão na reunião sacramental para que o
Misha fosse chamado como regente.
No alto: Depois de ser
batizado aos 16 anos
de idade, Misha contou
o seguinte sobre a confirmação: “Senti um
poder recair sobre
mim quando as mãos
se impuseram sobre
a minha cabeça, e foi
uma sensação maravilhosa”. À direita: Misha
batizou a mãe, Olga,
seis meses após seu
próprio batismo.
Seguir a Liderança do Senhor
Abaixo: Os missioná-
Misha Sukonosov nunca imaginou que,
ao assistir a aulas de inglês dos missionários
em Chernihiv, acabaria sendo conduzido ao
evangelho restaurado de Jesus Cristo. Mas a
mudança ocorreu depois de vários meses
de curso.
Misha adorava o espírito que sentia
ao aprender inglês com os missionários.
E quando, por fim, aceitou o convite de
acompanhá-los às reuniões dominicais,
ficou surpreso ao sentir esse mesmo
espírito na Igreja.
Finalmente, um dos élderes o convidou a simplesmente fazer o que sabia
ser certo e batizar-se.
Misha sabia que precisaria de muita
coragem para ir de encontro às tradições
rios, membros do ramo
e familiares foram
apoiar Olga no dia de
seu batismo. Página ao
lado: Yuri Voynarovich
adora servir como líder
da missão do ramo e
secretário.
36
Depois de ouvir por seis meses o testemunho dos
membros, inclusive o do filho, Olga adquiriu o seu próprio
testemunho. Misha batizou a mãe em dezembro de 2006.
Olga ainda toca órgão todas as semanas. Misha, agora
com 17 anos, está sempre atarefado ajudando a presidência do ramo, servindo como missionário de ramo e
regendo os hinos na sacramental.
“Sei que a Igreja precisa de mim”, reconhece ele. “Sou
muito grato por essas oportunidades de servir. A Igreja me
ajuda quando ajudo os outros.”
Achar a Fé
Em Lviv, cidade do Oeste da Ucrânia, Yuri Voynarovich
e sua família começaram a buscar a verdade quando ele
tinha apenas 10 anos de idade. Ao longo dos anos, visitaram diversas igrejas. Então, seu tio os convidou às reuniões de um ramo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, e os pais de Yuri logo foram batizados e confirmados.
“No início, não os acompanhei”, conta Yuri. “Prossegui
minha busca sozinho.”
Mas os pais, que sabiam que a Igreja era verdadeira, não
desistiram do filho. Sempre convidaram Yuri para as aulas
de inglês e atividades dos jovens, bem como para as reuniões dominicais. Por fim, os próprios missionários o convidaram para as aulas de inglês.
“Não consegui dizer ‘não’ para eles”, conta Yuri. Assim,
foi. Depois, visitou também a Igreja. E acabou sendo
batizado.
“Desde esse dia, passei por muitas experiências que fortaleceram e moldaram meu testemunho e caráter e me transformaram em quem
sou hoje”, declara.
“Vejo muitas pessoas que sofrem
devido a más escolhas que fizeram”,
constata. “Entendo que às vezes é difícil,
devido às tentações e pressão dos amigos, mas não devemos desistir. No
futuro colhemos as bênçãos resultantes da obediência.”
Yuri, agora com 17 anos de idade,
serve como líder da missão e secretário do Ramo de Lviv.
“Sou muito grato pela Igreja e
tudo o que fez por mim”, diz Yuri.
“Amo esta Igreja. Exorto todos a se
apegarem à barra de ferro e nunca a
soltarem.” ■
A LIAHONA JULHO DE 2008
37
Um ano antes da data de publicação de A Liahona: inicia-se
o planejamento. Os artigos são selecionados ou escritos.
J
Dez meses antes da data de publicação: os artigos escritos por membros da
equipe de redação e por membros das presidências de auxiliares ou por
Autoridades Gerais são editorados. As contribuições dos leitores também são
editoradas nessa fase.
á se perguntou como é produzida A Liahona? Ao examinar a revista que tem em
mãos, já teve a curiosidade de
saber quem a criou e como foi
esse processo?
Vamos conduzi-lo a uma visita
pelos bastidores das revistas da
Igreja, para que conheça como
são criadas essas publicações.
Enquanto você lê esta revista, já estão sendo feitos planos para a edição que será impressa daqui a um ano. Na
fase de preparação, os redatores seguem a orientação de
vários membros dos Setenta que, por sua vez, transmitem os conselhos do Quórum dos Doze Apóstolos e da
Primeira Presidência sobre os
assuntos a serem abordados para fortalecer os
membros. Com base
na orientação das
Autoridades Gerais,
são escolhidos ou
criados os artigos
para a revista.
A CRIAÇÃO
das Revis
Os gerentes editoriais de A Liahona e da Ensign conversam sobre um artigo a ser usado em uma futura edição.
Um redator das revistas
da Igreja em geral tem
curso superior, normalmente Jornalismo ou
Letras, e vários anos de
experiência em redação,
edição ou publicação.
38
Nove meses antes da data de publicação:
os artigos são examinados por um comitê
encarregado e pelas Autoridades Gerais.
Oito meses antes da data de publicação: define-se a posição dos artigos na
revista. (O prazo para as revistas Friend, New Era e Ensign são dois ou três
meses mais tarde.)
stas da Igreja
FOTOGRAFIAS: WELDEN C. ANDERSEN
Quatro Principais Fontes de Artigos das Revistas
Os discursos ou escritos do profeta
e outras Autoridades Gerais e líderes da Igreja podem ser transformados em artigos.
Membros dos Setenta e da presidência das auxiliares redigem
artigos para dar suporte aos programas de estudo da Igreja.
Os redatores das revistas da Igreja
redigem artigos depois de pesquisarem um tema ou visitarem os membros da Igreja de determinado local.
Vocês, leitores, escrevem artigos. Suas contribuições permitem que a voz de santos dos
últimos dias do mundo inteiro
seja ouvida nas revistas.
Planejamento de uma Edição
O planejamento sempre começa pela revista
A Liahona, que é publicada em 51 idiomas.
Mensalmente, ela circula em 21 línguas. Nos
idiomas com menos assinantes, a periodicidade
é de quatro a seis vezes por ano. Nas línguas
com um público ainda menor, a revista é
publicada uma, duas ou três vezes por ano.
A Liahona traz artigos para adultos, jovens
e crianças e uma seção local que inclui, entre
outras coisas, notícias voltadas para os membros de determinada área da Igreja.
Os líderes da Igreja pedem que, na
medida do possível, o conteúdo usado
em A Liahona corresponda ao que
figura nas revistas da Igreja publicadas
exclusivamente em língua inglesa:
Ensign, New Era e Friend. Ao planejarem as edições mensais de A Liahona,
os redatores procuram determinar,
em espírito de oração, quais artigos
são mais necessários para os membros
da Igreja do mundo inteiro. A escolha
dos artigos é submetida à aprovação
das Autoridades Gerais que servem
de consultores no Departamento de
Currículo.
A LIAHONA JULHO DE 2008
39
CONHECER O
P Ú B L I C O - A LV O
Os membros da equipe
de redação que escrevem e
editoram os artigos para
adultos, jovens e crianças
precisam ter em mente as
diferenças básicas entre os
diversos grupos de nossos
leitores. Quem prepara artigos para as crianças sabe
que, entre os 6 e os 12 anos
de idade, elas passam por
grandes mudanças em sua
capacidade intelectual e
desenvolvimento emocional.
Os redatores estão cientes
de que isso também acontece à medida que os adolescentes amadurecem. Os
produtores de artigos para
adultos procuram lembrar
que seus leitores diferem em
idade, fase da vida, estado
civil e situação familiar.
Além disso, como é
muito complexo procurar
atender às necessidades
de leitores do mundo inteiro,
nossa missão parece quase
impossível. Embora seja
impraticável contemplar
todos os leitores em uma
única edição, empenhamonos ao longo das edições
de cada ano para fornecer
materiais úteis e inspiradores
para todos os nossos assinantes em diferentes fases
da vida ou faixas etárias.
40
Sete a oito meses antes da data de publicação: a equipe de design gráfico elabora o projeto visual e faz a
diagramação; desenhos, gravuras e fotografias são encomendados a ilustradores e fotógrafos.
Composição Gráfica e Produção
Redatores de A Liahona e da Ensign
discutem a inclusão e ordem de artigos
em uma futura edição.
Os designers escolhem um formato,
as fotografias e outras obras de arte
para ensinar os princípios espirituais
abordados nos artigos. Aqui, o diretor de arte de A Liahona mostra
layouts propostos a redatores e
artefinalistas do escritório.
Ao diagramarem os artigos, os
designers gráficos encomendam
ilustrações ou fotografias, conforme a necessidade, a desenhistas e fotógrafos profissionais.
Produção
Em qualquer dia do ano, encontramos os
funcionários da equipe de redação preparando várias edições diferentes para meses
futuros. Vemos diferentes etapas desse trabalho: desde o planejamento inicial até a revisão das provas da edição do mês seguinte.
(O centro gráfico da Igreja em Salt Lake City,
Utah, imprime as revistas de língua inglesa e
a maioria das edições de A Liahona.) A redação e a edição dos artigos de cada número da
revista são concluídas aproximadamente oito
meses antes da data de publicação. Contudo,
se nos três ou quatro meses seguintes houver
eventos que mereçam ser abordados nas
revistas da Igreja, os redatores podem retirar
um artigo que constava da programação prévia e substituí-lo por um novo.
Todas as revistas da Igreja passam por
várias fases de revisão de conteúdo. Depois
de editorados, os artigos são lidos pelos revisores encarregados, que incluem membros
dos Setenta. Depois de aprovado, o texto é
encaminhado para a equipe de design gráfico, que faz a diagramação. Eles podem
escolher fotografias e outras obras de arte já
existentes ou encomendar novas. Como as
páginas da revista A Liahona precisam levar
em conta o fato de que ao ser traduzido para
diversos idiomas o texto pode ficar maior,
cada artigo é concebido com espaço adicional. Ao fim do projeto gráfico, as páginas são
submetidas à aprovação de membros dos
Setenta e de um ou mais membros do
Quórum dos Doze Apóstolos.
O processo de produção reserva
aproximadamente um mês para a
tradução dos artigos da revista
A Liahona. Os tradutores são
membros da Igreja que moram
em diversos lugares do mundo.
A partir da sede da Igreja, os artigos de A Liahona são enviados
para os tradutores e recebidos de
volta por meio eletrônico.
Seis meses antes da data de publicação: várias
Autoridades Gerais aprovam o layout dos artigos
de A Liahona. Os artigos são enviados aos
tradutores.
Seis meses antes da data de publicação: versões eletrônicas das páginas de
A Liahona, em inglês, começam a ser encaminhadas aos encarregados da préimpressão. As versões das páginas nos demais idiomas seguem depois de traduzidas
e diagramadas.
Na extrema direita: Trabalhando por e-mail, os artistas de produção comunicam-se com tradutores do
mundo inteiro e recebem a aprovação da diagramação das páginas. À direita: A produção das revistas
em até 51 línguas exige que as páginas sejam diagramadas no computador e que se faça a revisão
das provas em cada idioma.
Os designers gráficos das revistas da Igreja criam eletronicamente
o layout das páginas de cada artigo em inglês. Os artistas da produção reproduzem então esses layouts com o texto traduzido.
Um designer das revistas da Igreja costuma
ter diploma universitário, vários anos de
experiência num estúdio de design e domínio
de vários programas de
computação gráfica e
produção.
Dois meses antes da data de publicação: começa a impressão.
As revistas Friend, New Era e Ensign são enviadas depois de
A Liahona às impressoras do centro gráfico da Igreja em
Salt Lake City, Utah.
A impressora digital do centro
gráfico da Igreja, em Salt
Lake City, pode imprimir de 8
a 64 páginas frente e verso,
depois cortar e dobrar as
páginas impressas em “cadernos” (grandes folhas impressas de páginas múltiplas que
se dobram, formando as páginas individuais). Em média, a
impressora digital faz 3.000
impressões por hora. Funciona
24 horas por dia, de segunda
a sábado, com equipes de
quatro pessoas que trabalham
em turnos rotativos.
Esse operador desdobrou um
caderno de 16 páginas e o
está inspecionando para
“registro” adequado (garantir
que as placas de impressão
estejam alinhadas corretamente) e correspondência
cromática. Essa máquina
imprime todas as cores vistas
nas revistas combinando apenas quatro cores: azul, vermelho, amarelo e preto.
Um a dois meses antes da data de publicação: algumas edições de
A Liahona são impressas no país de distribuição.
A impressora digital imprime em rolos de papel de mais de 1.200 quilos que contêm
cerca de 24 quilômetros de papel. A impressão da Ensign de junho de 2008 precisou
de 105 rolos de papel — cerca de 2.560 quilômetros. O papel mostrado abaixo está
passando por uma secadora ao sair da
impressora. O papel aparece desfocado
por estar-se movendo em alta velocidade.
Exige-se de um operador
de impressora do centro
gráfico da Igreja pelo
menos cinco anos de
experiência e a conclusão de um curso de seis
meses a um ano na
Graphic Arts Technical
Foundation.
Idiomas de A Liahona (2008)
42
Albanês
Espanhol
Italiano
Samoano
Alemão
Estoniano
Japonês
Sueco
Armênio
Fijiano
Letão
Tagalo
Bislama
Finlandês
Lituano
Tailandês
Búlgaro
Francês
Malgaxe
Taitiano
Cambojano
Grego
Marshallês
Tâmil
Cebuano
Haitiano
Mongol
Tcheco
Chinês
Híndi
Norueguês
Télugo
Cingalês
Holandês
Polonês
Tonganês
Coreano
Húngaro
Português
Ucraniano
Croata
Indonésio
Quiribati
Urdu
Dinamarquês
Inglês
Romeno
Vietnamita
Esloveno
Islandês
Russo
Um a dois meses antes da data de publicação: começa a impressão, o armazenamento e a distribuição. As
revistas são enviadas primeiramente para os locais mais distantes de Salt Lake City. Em muitos países, elas
são entregues aos assinantes pelo correio local. Em outros, elas são distribuídas pelas alas e ramos.
Impressão e Distribuição
Os cadernos impressos passam por
uma máquina que os intercala, adiciona a capa e depois os grampeia.
Em seguida, corta-se o excesso de
papel de cada revista.
As revistas prontas são acondicionadas para serem enviadas, por via
aérea ou marítima, do centro de
distribuição central da Igreja em
Salt Lake City.
No armazém em que são
estocados outros materiais
impressos da Igreja, um
empregado inspeciona as
revistas acondicionadas
para envio.
Distribuição
As páginas da revista com a diagramação
final são entregues aos redatores para a revisão das provas impressas. Em seguida, são
enviadas eletronicamente ao centro gráfico,
cinco meses antes da data de circulação, no
caso da revista Liahona em inglês, dois
meses antes, no caso das
edições de A Liahona em
outras línguas, e dois meses antes,
no caso das revistas Ensign, New
Era e Friend. As seções de notícias de
A Liahona vão para o prelo uns dois
meses antes da data de lançamento e, no
caso da Ensign, por volta de um mês antes.
As revistas impressas são acondicionadas e
remetidas para fora dos Estados Unidos e distribuídas por diversos meios, inclusive pelo
serviço postal local. Nos Estados Unidos, elas
são entregues pelo correio. As revistas são
enviadas, em primeiro lugar, para áreas distantes e, por último, para os leitores de Utah.
O planejamento prevê que as revistas cheguem aos destinatários antes do primeiro
domingo do mês da edição, mas pode haver
variações.
Agora que você está com esta revista em
mãos, esperamos que a considere proveitosa
para seu crescimento espiritual. Os artigos
podem versar sobre a saúde física, as finanças
ou outros temas que digam respeito a todos
nesta vida mortal, mas o objetivo principal é
fortalecer os membros da Igreja espiritualmente.
Se tiver comentários sobre os artigos que
ler, teremos a satisfação de recebê-los (ver
nosso endereço à direita). Caso tenha sugestões sobre como podemos atender melhor
a suas necessidades espirituais, também gostaríamos de ouvi-las. Tudo o que pudermos
aprender para servir melhor os leitores se
reverterá no seu benefício e igualmente no
nosso. ■
COMO
CONTRIBUIR
COM SEUS
ARTIGOS
Muitos membros não
sabem como enviar contribuições às revistas da Igreja.
Você pode nos enviar manuscritos sobre assuntos variados, mas já deve ter notado
que os artigos que ensinam
o significado da doutrina ou
das escrituras geralmente
são escritos por Autoridades
Gerais.
Seu artigo terá mais chance
de ser publicado se abordar
suas reflexões ou experiências
espirituais. Quando você
escreve sobre coisas que
conheceu e vivenciou, suas
palavras se revestem de veracidade e autenticidade. Lembrese de que sua contribuição
deve, via de regra, aplicar-se a
leitores de muitas nações e
culturas.
Se desejar, entre em contato conosco para saber de
nosso interesse, antes de
escrever um artigo. Dessa
forma, poderemos informarlhe se o tema condiz com
nossos planos editoriais. O
endereço postal das revistas
da Igreja é Liahona (ou Ensign
ou New Era ou Friend), 50 E.
North Temple St., Rm. 2420,
Salt Lake City, UT 841503220, USA. O endereço
eletrônico é o nome da revista
seguido de @ldschurch.org,
por exemplo:
[email protected].
A LIAHONA JULHO DE 2008
43
VOZES DA IGREJA
O
irmão
explicou
que, ao se
preparar pela
manhã para as
reuniões dominicais, tivera a estranha inspiração de
que devia levar
uma chave de
fenda para a
Igreja.
Heidi Bartle
E
u estava ocupada arrumando
minhas coisas, depois de dar
aula para as Meninas-Moças, e
meu marido, Garry, estava no fundo
da sala, com nosso bebê de um ano
no colo. Nosso filho de três anos,
Zach, escapou de nossa vista, foi parar
no corredor cheio de gente e seguiu
alguém até as portas da capela. Como
tanto eu quanto o meu marido achássemos que o Zach estivesse com o
outro, demoramos alguns minutos
para nos dar conta de sua ausência.
Assim que demos pela falta do
Zach, nós o avistamos no final do
corredor. Mas havia algo de
errado. Seu rosto estava vermelho, e ele estava chorando
e apertando a mão direita.
Nosso bispo, que tentava
conduzi-lo até onde estávamos, parecia preocupado. Tive um profundo
sentimento de culpa. Meu
filho se machucara, e eu não
estava por perto para socorrê-lo.
O bispo ouvira os gritos aflitos
de Zach e correra para acudir.
Imediatamente percebeu o problema, mas não sabia o que fazer.
Zach havia prendido os dedos no
vão da pesada porta externa da
capela. Tentar abrir ou fechar a porta
apenas piorava a situação: o movimento apertava ainda mais seus
dedos, prensando-lhe a mãozinha e
provocando imensa dor.
44
Enquanto o bispo
e um casal da ala tentavam desesperadamente achar um meio de
soltar os dedos do Zach,
um irmão de outra ala que
se reunia na nossa capela viu
o que estava acontecendo.
Tirou uma chave de fenda do
bolso e a inseriu no vão entre a
porta e o batente. Depois, usando a
chave de fenda como alavanca, alargou a fenda o suficiente para soltar
a mão do Zach.
Em meio a suspiros de alívio, o
irmão explicou que, ao se preparar
pela manhã para as reuniões dominicais, tivera a estranha inspiração de
que devia levar uma chave de fenda
para a Igreja. A impressão fora tão
forte e clara que ele pôs a ferramenta
no bolso da calça do terno.
Aquele bondoso ato de serviço
resultante de uma inspiração celestial me tocou profundamente e me
encheu o coração de agradecimento.
O Pai Celestial estava velando por
meu filho de três anos e inspirou
um bom irmão a agir. ■
À Sombra de
Suas Asas
Paul B. Hatch
L
ogo após haver terminado
meu treinamento básico de
piloto em Phoenix, Arizona,
e de ter cumprido as horas de vôo
solo, recebi permissão para atravessar
o estado, pela primeira vez, desacompanhado. Isso significaria um trajeto
de duas horas, de Phoenix até
Tucson, e depois, o retorno.
Entusiasmado com a idéia de
voar sozinho a 3.000 metros de altitude, contemplando a beleza das
nuvens, montanhas, vales e deserto,
nem pensei muito na minha falta de
ILUSTRAÇÕES: DOUG FAKKEL
Samaritano com
Chave de Fenda
experiência e nos possíveis perigos
que poderia enfrentar.
Consultei as previsões meteorológicas, registrei meu plano de vôo
e peguei o rádio, a bússola e os instrumentos básicos de vôo. Como
costuma acontecer nessa fase de
treinamento de pilotagem, ainda
não havia recebido instruções sobre
o uso de instrumentos avançados.
No entanto, o velho avião que eu
pilotaria não utilizava nenhum dos
instrumentos sofisticados que permitem voar sem referências visuais.
Fiquei um pouco nervoso ao decolar sozinho em meu monoplano
monomotor, mas o vôo de Phoenix
até Tucson transcorreu bem. Vibrei
com minhas novas habilidades.
Eufórico e confiante e com apenas mais 190 quilômetros pela
S
egundos
depois, o
Espírito me
sussurrou: “Confie
no rádio, na bússola e em seu
painel de instrumentos e diminua
a altitude”.
frente, decolei de Tucson para
Phoenix ao final da tarde. Contudo,
pouco depois de alçar vôo, fui surpreendido por fortes ventanias que
dificultavam o controle do avião.
Uma tempestade de areia logo me
envolveu, e não consegui enxergar
mais nada. Impelido de um lado
para outro, perdi o controle e fiquei
totalmente desorientado e em
pânico, pois sabia estar perigosamente próximo da cadeia de montanhas Catalina.
Aflito, pensei em minha vida.
Estava noivo e com casamento marcado para o mês seguinte no Templo
de Mesa Arizona. Cumprira uma
honrosa missão de tempo integral.
Sempre me empenhara para guardar
os mandamentos e ouvir os sussurros do Espírito Santo. Mais do que
nunca, naquele momento, estava
precisando de orientação divina.
Quase em desespero, fiz uma oração
silenciosa. Segundos depois, o
Espírito me sussurrou: “Confie no
rádio, na bússola e em seu painel de
instrumentos e diminua a altitude”.
Sem tardar, desci várias dezenas
de metros. A visibilidade ainda
estava ruim, mas consegui enxergar,
lá embaixo, uma rodovia e uma ferrovia. Usando meus instrumentos
e seguindo pontos de referência
visual, por fim consegui aterrissar
no aeroporto de Phoenix após uma
experiência angustiante de duas
horas.
Sempre serei grato pelos sussurros do Espírito Santo e pela promessa
em Salmos: “À sombra das tuas asas
me abrigo” (Salmos 57:1). ■
A Moedinha do
Muchacho
Natalie Ross
E
u e minha companheira missionária estávamos decidindo
onde fazer contatos porta a
porta quando vimos uma senhora
entrando em uma casa. Tínhamos
certeza de que estava chegando
para preparar o almoço, pois àquela
hora o subúrbio de Buenos Aires,
Argentina, já estava em peso
fechando as portas para a sesta.
Quase sem nos darmos conta,
minha companheira já estava a ensinar-lhe um princípio do evangelho,
e eu estava prestando testemunho
de sua veracidade. Narda gostou do
que ouviu e convidou-nos para voltar na semana seguinte.
Quando chegamos à casa de
Narda, seus cinco filhos estavam
sentados em volta da mesa nos
aguardando. Nem o pai nem a
mãe tinham emprego fixo, e sentimos um aperto no coração ao
46
mais velhos haviam começado a ler
o Livro de Mórmon e a freqüentar a
Igreja, tinham perguntas que precisavam ser respondidas.
“Irmã”, perguntou o Cristian, “na
Igreja e no Livro de Mórmon, todos
falam do jejum. O que significa
jejuar?” Ensinamos e testificamos
sobre a importância do jejum e
depois fizemos uma oração silenpercebermos que
ciosa para que a família aceitasse
mal tinham o bastante
aquele mandamento.
para a sobrevivência.
Algum tempo depois, Cristian
O chão era de terra batida, não
nos contou seu testemunho: “Há
havia água encanada, e as paredes
poucos dias, minha mãe me deu
consistiam em tábuas unidas precadinheiro para comprar doces. A
riamente com pregos. A única fonte
caminho da loja, lembrei da lição
de calor era um pequeno fogão de
sobre o jejum e tive vontade de
uma só boca.
experimentar. Mas tinha apenas
Por mais pobres que fossem,
20 centavos. Decidi jejuar assim
eram ricos no desejo de aprender
mesmo e guardar aquelas moedimais sobre Deus. Narda tinha amor
nhas para minha oferta”.
à Bíblia e a estudava, e queria que
Narda tentou disos filhos também tivessem
suadir Cristian, por se
esse alicerce. Cristian, de
empre que
tratar de uma quantia
doze anos, era um dos que
acho que
tão pequena, mas ele
mais gostava de ouvir as
não tenho
estava determinado.
lições missionárias. Depois
condições de fazer
Queria viver todos os
de deixarmos um Livro de
as ofertas de
mandamentos de Deus
Mórmon com a família,
jejum, lembro-me
e dar o que podia.
ele leu os primeiros livros
do Cristian e de
Algumas semanas
com grande entusiasmo. O
sua fidelidade e
depois, ele e dois dos
marido de Narda também
percebo que tenho
seus irmãos foram batise interessou, mas era
mais do que o sufizados. Os pais se filiatímido e ouvia do quarto.
ciente para doar.
ram à Igreja no ano
Em virtude da situação
seguinte.
financeira deles, relutamos
Hoje, sempre que
em ensinar sobre as oferacho que não tenho
tas de jejum e o dízimo.
condições de fazer as
Queríamos que tivessem
ofertas de jejum, lembro-me do
um firme testemunho de Jesus
Cristian e de sua fidelidade e percebo
Cristo e da Restauração antes de
que tenho mais do que o suficiente
apresentarmos princípios que exipara doar. A oferta dele me faz pensar
gissem mais fé. Mas como os filhos
S
na moeda da viúva (ver Marcos
12:42–44). A contribuição pode ter
sido pequena, mas Cristian a fez porque verdadeiramente amava a Deus e
queria obedecer. ■
Jesus Visitou
Mesmo as
Américas?
Carlos René Romero
E
m 1960, conheci numa festa
um rapaz que me disse
que Jesus Cristo visitara as
Américas após a Ressurreição. Achei
a idéia incrível e quis saber mais,
de modo que comecei a pesquisar
em bibliotecas e a consultar várias
denominações religiosas da minha
cidade de San Miguel, El Salvador.
Procurei durante quase três anos,
mas sem sucesso. Ao comentar com
vários líderes religiosos que ouvira
falar da visita de Cristo às Américas,
disseram-me que eu havia sido enganado. Como minhas buscas foram
infrutíferas, acabei achando que eles
tivessem razão.
Certo dia, dois missionários da
Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias vieram à minha
casa e disseram que tinham uma
mensagem importante para a minha
família. Recordei de imediato meus
questionamentos anteriores e perguntei: “Sabem se Jesus Cristo veio
às Américas?”
Um dos rapazes respondeu:
“Testificamos que sim”.
Naquele momento, senti grande
entusiasmo na mente e no coração e
perguntei: “Como sabem disso?”
Ele tirou um livro da bolsa e
declarou: “Sabemos que Cristo
esteve aqui por causa deste livro,
o Livro de Mórmon”.
O que os missionários ensinaram
naquela primeira palestra me deixou
perturbado, e duvidei do relato da
visão do Pai e do Filho feito pelo
Profeta Joseph Smith. Contudo, o
Livro de Mórmon me intrigava,
e os missionários continuaram as
lições.
Certa tarde, os élderes me perguntaram: “Orou para saber se o que
estamos ensinando é verdade?”
Respondi que sim, mas que não
obtivera resposta.
“É preciso orar com real intento”,
replicaram.
Eu estivera estudando o Livro
de Mórmon por várias noites e lera
sobre a aparição de Jesus Cristo
aos nefitas e acreditara nela, mas
ainda não conseguia aceitar a visão
de Joseph Smith. Meus conflitos
internos eram terríveis.
Certa noite, ajoelhei-me sozinho e
abri o coração a Deus. Disse que precisava saber se Ele de fato Se manifestara a Joseph Smith. Se a resposta
fosse sim, prometi que me batizaria
na Igreja e que O serviria por toda a
vida.
Quando me levantei, na manhã
seguinte, recebi a resposta por meio
do Espírito Santo. Minha mente
ficou límpida e meu coração se
encheu de paz. A partir daquele
momento, não tive mais dúvida
alguma de que Joseph Smith era
mesmo um profeta de Deus, de que
o Livro de Mórmon era outro testamento de Jesus Cristo e de que
Jesus Cristo é o nosso Salvador e
Redentor.
Sei que Cristo veio às Américas
após Sua Ressurreição. Minha alma
se deleita nesse conhecimento maravilhoso que me foi transmitido de
modo incontestável pelo poder do
Espírito Santo. ■
A LIAHONA JULHO DE 2008 47
COMENTÁRIOS
A Melhor Decisão
Em dezembro de 2005, minha
mulher e eu recebemos a visita de
alguns parentes que são membros da
Igreja, na Colômbia. Antes de voltar
para casa, meu tio me deu dois presentes maravilhosos: uma combinação tríplice e algumas edições antigas
de A Liahona.
Comecei a ler a edição de novembro de 2004, com os discursos da
conferência geral de outubro. Li “A
Condição da Igreja”, do Presidente
Gordon B. Hinckley, e “Profetas,
Videntes e Reveladores”, do Élder
Jeffrey R. Holland. O testemunho
daqueles grandes homens me
impeliu a começar a ler o Livro
de Mórmon e a Bíblia.
O resultado foi a coisa mais maravilhosa que já nos aconteceu. Minha
mulher e eu tomamos a melhor decisão da nossa vida: fomos batizados e
nos tornamos membros de A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
confirmou a veracidade
dos artigos e me encheu
de gratidão.
Devido a essas experiências espirituais, senti o desejo
de partilhar as mensagens da revista
com outras pessoas. Presenteei um
primo com uma assinatura. Ele me
disse que adora a revista e que sempre a lê. Espero que isso o ajude a
compreender a importância de fazer
e guardar convênios.
Também envio exemplares de
A Liahona a uma amiga e professora
que mora em outro país. Ela me contou que gosta da revista e deseja continuar a recebê-la. É assim
que estou preparando o
terreno para que, um dia,
ela ouça e aceite o evangelho restaurado.
Penélope B. Woodward,
Texas, EUA
O Espírito da
Conferência
Quando recebo a
edição de conferência
de A Liahona, gosto de ver as fotografias de cada página. Adoro ver o
rosto das pessoas e todas as várias
fotografias da conferência. Isso me
ajuda a sentir o espírito que reina
no mundo inteiro na época desse
evento. Como são belos todos os
filhos do Pai Celestial! A edição da
conferência sempre me deixa feliz.
Recebam meus agradecimentos por
todo o trabalho feito nos bastidores.
Muito obrigada pela Liahona.
Jung YeJi, Coréia
O Elias Honesto
Gostaria de dizer-lhes o quanto
gostamos de A Liahona. Meu filho
Elias (que na época estava com dois
anos de idade) adorou a história
“O Morgan Honesto”, da edição de
março de 2007. Eu a li para ele várias
vezes. Ele até conseguiu recontá-la corretamente. Ficaria muito
grata se continuassem
a publicar historinhas
desse tipo.
Quanto a mim,
sempre leio a Liahona
de capa a capa e
gosto das notícias, dos
artigos e das sugestões.
Obrigada pela oportunidade de receber esse alimento
espiritual.
Sonja Görgen, Alemanha
Preparar o Terreno
Gostaria de externar minha
profunda gratidão pela revista
Liahona. Meu testemunho muito se
fortalece com a leitura atenta de
cada revista inspirada. Em inúmeras
ocasiões, o Espírito Santo me
48
Envie seus comentários por e-mail para:
[email protected]. Ou para:
Liahona, Comment
50 E. North Temple St., Rm. 2420
Salt Lake City, UT 84150-3220, USA
O texto das contribuições poderá ser corrigido e
sintetizado por motivo de espaço ou clareza.
FUNDO © COMSTOCK.COM
Edgar Henry Muñoz Porras, Colômbia
PA R A A S C R I A N Ç A S • A I G R E J A D E J E S U S C R I S TO D O S S A N TO S D O S Ú LT I M O S D I A S • J U L H O D E 2 0 0 8
OAmigo
VINDE AO PROFETA
ESCUTAR
A DÁDIVA DO EVANGELHO
PRESIDENTE HENRY B. EYRING
data para encontrar alguém para ser ensinado pelos missionários. Mas cada uma
dessas pessoas orou para saber como
sábado é um dia de mercado no mundo
proceder.
inteiro. Em Gana, no Equador e nas
Para agirmos de modo adequado e eficaz,
Filipinas, as pessoas levam seus produprecisamos tornar-nos semelhantes a esses
tos agrícolas e suas obras de artesanato para
irmãos em pelo menos dois aspectos.
vender na cidade. Conversam com as pesPrimeiro, eles sentem que são filhos amados
soas que encontram no caminho. Entre elas,
de um Pai Celestial amoroso. Por causa disso,
há santos dos últimos dias. Grande parte
dos assuntos abordados são os mesmos que O Presidente Eyring oram a Ele com freqüência e facilidade.
Segundo, as pessoas que falam facilmente
ouviríamos em qualquer lugar do mundo.
nos incentiva a
do evangelho são gratas seguidoras de Jesus
No entanto, há uma diferença em relação
partilhar o
Cristo. Dão grande valor ao que o evangelho
aos membros da Igreja. Pode-se notar isso
evangelho.
significa para elas. A lembrança da dádiva que
tanto em seu olhar quanto em suas palavras.
receberam faz com que anseiem que os outros também
Eles ouvem atentamente com a expressão de alguém
a alcancem. Sentiram o amor do Salvador.
que se importa.
Orem pela oportunidade de encontrar pessoas que
Se a conversa durar mais de alguns minutos, pasaspiram a algo melhor na vida delas. Orem para saber o
sará a tratar de temas de profunda importância para
que podem fazer para ajudá-las. Suas orações serão resas duas pessoas. Vão conversar sobre o que acreditam
pondidas. Vocês conhecerão pessoas preparadas pelo
que proporciona felicidade e o que traz tristezas. Às
Senhor. E vão sentir-se mais próximos do Pai Celestial,
vezes, as pessoas perguntam aos santos dos últimos
conscientes de terem feito o que Ele lhes pediu, porque
dias: “Por que vocês parecem ter tanta paz na vida?”
Ele os ama e confia em vocês. ●
Virá então uma resposta serena. Talvez seja sobre o
Extraído de um discurso da conferência geral de abril de 2003.
Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo, que apareceram
ao jovem Joseph Smith. Pode ser sobre o amoroso
ministério do Salvador ressuscitado, conforme desCOISAS EM QUE PENSAR
crito no Livro de Mórmon.
1. A seu ver, o que significa “ouvir atentamente com a
Pode ser que vocês perguntem: “Como fazer isso?
expressão de alguém que se importa”? Como isso faz parte
Como posso compartilhar melhor a minha fé?”
do processo de compartilhar o evangelho?
Estudei cuidadosa e fervorosamente o exemplo de
2. Como você pode se sentir mais perto do Pai Celestial e
algumas pessoas que são testemunhas fiéis e eficazes
saber que é filho Dele?
do Salvador e de Sua Igreja. Não há um modo único
3. Por que você é grato por ser membro da Igreja?
de agir. Algumas levam sempre consigo um Livro de
Consegue pensar em pessoas que talvez estejam procurando
Mórmon para oferecer. Outras estabelecem uma
as mesmas bênçãos na vida delas?
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
A2
ILUSTRAÇÃO: SHERI LYNN BOYER DOTY
O
Ore para ter
oportunidades missionárias.
Convide
seus amigos
para atividades da
Igreja.
Seja
um bom
exemplo.
Compartilhe
o evangelho com os
outros.
Nota: Se não quiser
arrancar páginas da
revista, copie esta atividade ou imprima-a da
Internet em www.lds.org.
Para o inglês, clique em
“Gospel Library”. Para os
demais idiomas, clique
em “Languages”.
Seja um
bom
amigo.
Um Lar que Prega o
Evangelho
TEMPO DE
COMPARTILHAR
Um Missionário Já Eu Posso Ser
“E, se (…) trouxerdes a mim mesmo que seja
Idéias para o Tempo de Compartilhar
uma só alma, quão grande será vossa
1. Reúna objetos para tarefas simples que exijam
preparação para serem realizadas. (Por exemplo:
lavar a louça — objetos como sabão e pano de prato;
cozinhar — uma receita e ingredientes.) Prepare
uma bolsa com uma tarefa diferente para cada
grupo. Peça a um deles que abra a bolsa, determine
qual tarefa precisa ser realizada e explique por que
cada artigo é necessário para isso. Convide cada
classe para fazer uma apresentação ao restante da
Primária. Explique às crianças que, assim como
precisamos de certas coisas para nos preparar para
realizar uma tarefa, devemos fazer certas coisas para nos preparar para ser bons missionários. Coloque as fotografias 605 (Um
Menino Orando) e 617 (Examinar as Escrituras) do Pacote de
Gravuras do Evangelho no quadro-negro e escreva embaixo delas:
“Vou me preparar para ser um missionário orando e lendo as
escrituras todos os dias”. Peça às crianças que digam como a prática desse princípio pode prepará-las para a missão. Resuma a
história de Alma, o Filho, e dos filhos de Mosias. Ajude as crianças
a acharem Alma 17:2–3 e leiam juntos essa passagem. Sublinhe
as frases “haviam examinado diligentemente as escrituras para
conhecerem a palavra de Deus” e “haviam-se devotado a muita
oração”. Preste testemunho do poder da oração e do estudo
diário das escrituras e de como isso pode nos preparar para ser
missionários.
2. Ponha num recipiente vazio a etiqueta “Fiel e Obediente”.
Prepare vários estudos de caso sobre a fé e a obediência para
as crianças menores e as maiores (ver Ensino, Não Há Maior
Chamado [1999], pp. 161–162). Comece o tempo de compartilhar
escrevendo no quadro-negro: “Vou me preparar para ser um missionário sendo fiel e obediente”. Leia essa frase com as crianças.
Peça a alguém que escolha um estudo de caso. Deixe a criança
ou a classe responder o que fazer. Ressalte que a resposta exige
fé e obediência e deixe a criança pôr alguns pequenos objetos
(grãos de feijão ou pedrinhas, por exemplo) no recipiente. Depois
de cada estudo de caso, cante “Seguindo a Jesus, verdade e luz
ao mundo anunciarei”, de “A Igreja de Jesus Cristo” (Músicas
para Crianças, 48). A frase “verdade e luz ao mundo anunciarei”
significa que seremos missionários. Continue até encher o
recipiente. ●
alegria” (D&C 18:15).
L I N DA C H R I S T E N S E N
O Apóstolo Paulo foi um grande
missionário. Ele disse: “Não me
envergonho do evangelho de
Cristo” (Romanos 1:16). Viajou por muitos
lugares para pregar o evangelho. Sentia alegria ao proclamar o evangelho e ao ajudar as
pessoas a serem felizes.
Samuel, irmão do Profeta Joseph Smith, foi o primeiro missionário nos últimos dias. Desde aquela
época, mais de um milhão de homens e mulheres
serviram como missionários. Cada missionário, como
Samuel Smith e Paulo, tem um testemunho do evangelho e quer partilhá-lo com os outros.
O Presidente David O. McKay (1873–1970) disse:
“Todo membro é um missionário”.1 Isso quer dizer que
você pode ser um missionário agora! Partilhar o evangelho com as pessoas ajudará você a ter em mente o seu
convênio batismal de recordar sempre de Jesus Cristo.
Lembre-se destas palavras:
§
Um missionário já eu posso ser,
Não preciso esperar crescer.
Um bom exemplo sempre eu serei
E, assim, que tenho um testemunho mostrarei;
Que tenho um testemunho mostrarei.2
ILUSTRAÇÕES: THOMAS S. CHILD
Atividade
Retire a página A4. Recorte a casa e as cinco janelas.
Cole cada janela no respectivo contorno existente na
casa da família que prega o evangelho. Com a sua família, converse sobre as idéias da casa. Decidam juntos o
que podem fazer para ser missionários desde já.
Coloque a ilustração do lar que prega o evangelho num
local bem visível para toda a família.
NOTAS
1. Conference Report, abril de 1959, p. 122.
2. “Um Missionário Já Eu posso Ser”, Músicas para Crianças, p. 90.
O AMIGO JULHO DE 2008
A5
DA VIDA DO PROFETA JOSEPH SMITH
Joseph Muda-se para Ohio
Sou Joseph, o
Profeta. Você orou para
que eu viesse até aqui.
Newel K. Whitney!
Era você que eu estava
procurando!
Joseph tivera uma visão da família Whitney
orando para que ele fosse a Kirtland.
Reconheceu o Irmão Whitney por causa
daquela visão.
Você leva vantagem sobre mim. Não
sei o seu nome, mas
você sabe o meu.
Nessa época, a Igreja contava
com cerca de 400 membros.
A maioria deles morava em
Kirtland. Outros membros
mudaram-se para lá a fim de
ficarem perto do Profeta.
O que deseja
de mim?
Este é o
Profeta Joseph.
Joseph e Emma ficaram hospedados na
casa do casal Whitney durante algumas
semanas.
A6
Joseph!
Joseph!
ILUSTRAÇÕES: SAL VELLUTO E EUGENIO MATTOZZI
Em 1831, Joseph e Emma
viajaram para Kirtland,
Ohio. Quando chegaram à
loja de Newel K. Whitney,
Joseph saltou do trenó para
cumprimentar aquele membro da Igreja que ainda não
conhecera pessoalmente.
Alguns meses depois, Joseph e sua família
mudaram-se para Hiram, Ohio, onde ele e
Sidney Rigdon teriam tranqüilidade para
dedicar-se à revisão inspirada da Bíblia.
Joseph e a família moraram em Hiram durante um ano.
Quando Joseph voltou para Kirtland, o Senhor deu aos
santos o mandamento de construir um templo naquele
lugar. Joseph teve uma visão de como deveria ser o templo.
Tenho o projeto da casa do
Senhor, que Ele próprio
me confiou.
Os santos trabalharam com
afinco e fizeram muitos sacrifícios para edificar o templo.
Por fim, os santos terminaram o
belo templo. Joseph dedicou-o em
27 de março de 1836.
Realizamos esta obra em
meio a grandes provações e, apesar
de nossa pobreza, doamos de nosso
próprio sustento para erguer uma casa
ao nome do Senhor.
Adaptado de Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, ed. Preston Nibley (1979), p. 230; Keith W. Perkins,
“From New York to Utah: Seven Church Headquarters”, Ensign, agosto de 2001, pp. 54–55; “House of Revelation”,
Ensign, janeiro de 1993, p. 33. Ver também Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (2007),
pp. xvii–xviii, 11, 13–14, 159–160, 199, 207–208, 271–273, 307–308.
O AMIGO JULHO DE 2008
A7
E
m 1856, a primeira companhia de
carrinhos de mão de pioneiros da
Igreja começou a jornada rumo ao
Vale do Lago Salgado. Nos quatro anos
seguintes, mais de 3.000 pessoas puxaram e empurraram carrinhos de mão
ao longo das planícies dos Estados
Unidos. Para fazer o seu próprio carrinho de mão, siga estas instruções. Ao
preparar a bagagem, pense no que
você teria carregado na viagem.
Instruções
Retire estas páginas da revista, cole-as em cartolina e recorte os pedaços.
Para fazer o fundo e as laterais do carrinho de mão, dobre os lados, a frente
e traseira do desenho parecido com um caixote e cole as orelhas deixadas
para facilitar a montagem. Cole uma roda e um cabo de cada lado para
puxar o carrinho. Cole a barra transversal na extremidade dos cabos. Dobre
as bordas do restante das figuras para que fiquem de pé. Ponha o pai e a
mãe do lado de dentro da barra transversal. (Cole o braço do pai fora do
cabo para que pareça que ele está puxando o carrinho.) Ponha a filha e os
mantimentos em cima do carrinho e coloque o filho onde possa ajudar a
empurrar. Não se esqueça de pendurar a panela no fundo!
CRIE O SEU PRÓPRIO
CARRINHO DE MÃO
A8
ILUSTRAÇÕES: VAL BAGLEY
Nota: Se não quiser arrancar
páginas da revista, copie esta
atividade ou imprima-a da
Internet em www.lds.org.
Para o inglês, clique em
“Gospel Library”. Para os
demais idiomas, clique em
“Languages”.
O AMIGO JULHO DE 2008
A9
DE UM AMIGO
PARA OUTRO
Filhos e Filhas
de Deus
“Não temos nós todos um mesmo Pai?”
(Malaquias 2:10).
N
De uma entrevista
com o Élder Paul K.
Sybrowsky, dos
Setenta, que serve
atualmente como
presidente da Área
Austrália, realizada
por Melvin Leavitt.
A10
asci de bons pais. Meu pai e minha
mãe respeitavam os valores de honestidade e integridade ensinados pelo
evangelho, mas não eram ativos na Igreja.
Mas como meus amigos iam à Primária, eu
os acompanhava. Sentia-me feliz lá e nunca
tinha vontade de faltar.
A Primária se tornou a minha família da
Igreja. Todas as semanas, eu ia à reunião
sacramental com os meus amigos da
Primária. Não compreendia totalmente o
significado do sacramento, mas sabia que
sentia algo especial quando o tomava.
Entendi os sentimentos ligados a um convênio antes mesmo de aprender essa palavra.
Quando fiz 12 anos, meu quórum do
Sacerdócio Aarônico se tornou minha
segunda família da Igreja. Sentia grande
amor e reverência pelo sacerdócio. Como
presidente do quórum de diáconos, dirigia as reuniões do quórum e, quando era
ordenado um novo diácono, eu lhe dava
as boas-vindas com um pequeno discurso.
Lembro-me de dizer nessas ocasiões:
“Este é o sacerdócio de Deus. Você precisa honrá-lo”.
Depois da escola secundária, alistei-me
no exército. Meu oficial comandante deume a oportunidade de me tornar oficial
comissionado do Exército dos Estados
Unidos. Ele era gentil, mas também muito
grande e imponente. As pessoas não conseguiam recusar seus pedidos. Perguntei
se poderia pensar no assunto em casa.
Orei naquela noite e veio-me à mente
a oração batismal que se encontra em
Doutrina e Convênios 20:73: “Tendo sido
comissionado por Jesus Cristo, eu te
batizo em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo”.
Na manhã seguinte,
disse ao oficial
comandante
que decidira
aceitar uma
comissão, mas
que seria comissionado pelo Pai
Celestial e Seu
Filho, Jesus Cristo.
Expliquei que ia servir
como missionário para
a minha Igreja.
A sensação de receber
resposta a essa oração foi
ILUSTRAÇÃO: ROBERT A. MCKAY; FOTOGRAFIA GENTILMENTE CEDIDA PELA FAMÍLIA SYBROWSKY
O Élder Sybrowsky com a família em 2006.
maravilhosa e vivenciei-a várias outras vezes ao orar
sobre decisões importantes. Tenho a impressão de sempre ter tido consciência de que o Pai
Celestial e Jesus Cristo me conhecem
e me amam. Minha conversão deve
ter começado assim que passei a
freqüentar a Primária e lá senti o
Espírito. Isso continuou nos
meus quóruns do Sacerdócio
Aarônico e no campo missionário. E prossegue ainda hoje.
Somos todos filhos do Pai Celestial. Ele nunca Se
esquece disso, mas nós, às vezes, sim. Por isso Ele nos
deu o princípio da fé para nos lembrar. Para nos ajudar a
desenvolver fé Nele, o Pai Celestial nos concede o dom
da experiência. Ao pensar na minha vida até agora, sinto
gratidão pelas experiências que ajudaram a aumentar a
minha fé.
Aproveitem as experiências que o Pai Celestial
lhes conceder. Aprendam com
elas o que Ele deseja que aprendam. O Pai Celestial dá a cada
um de nós experiências que
ajudarão a fortalecer nossa
fé Nele e em Seu Filho.
Se algumas de suas experiências forem tristes, lembrem que vocês são filhos
do Pai Celestial e que Ele
os ama. Essa é uma âncora
segura que nunca será removida. Jamais! Ela é eterna
e está fincada no plano
de salvação. Apeguemse a ela custe o que
custar. ●
Quer Ir
à Primária
Comigo?
“É por meio de coisas pequenas e
simples que as grandes são realizadas”
(Alma 37:6).
RENEÉ HARDING
Inspirado numa história verídica
T
“Os missionários
mais eficazes, tanto
membros quanto de
tempo integral, sempre agem por amor”.
Élder Dallin H. Oaks,
do Quórum dos
Doze Apóstolos,
“Compartilhar
o Evangelho”,
A Liahona, janeiro
de 2002, p. 8.
A12
odos na terceira série concordavam,
inclusive eu, que a Christy era a
melhor nos jogos de balanço e trepatrepa. Ninguém subia mais rápido ou
balançava tão alto quanto ela. E também
era imbatível nos jogos com bola. Mas,
para mim, o mais importante era que eu
e a Christy éramos boas amigas. Certo dia
na escola, durante o recreio, ela me perguntou: “Quer ir à Primária comigo?”
Eu nunca ouvira falar da Primária antes.
“O que é isso”?, indaguei.
A Christy explicou: “A Primária é algo
especial na minha Igreja, apenas para as
crianças. Se você for, vai cantar músicas,
fazer amigos, aprender coisas novas e
conhecer a minha professora da
Primária, que é um amor de
pessoa”.
“Tanto quanto a Sra.
Palmer?”, perguntei,
convencida de que nenhuma professora
poderia ser tão simpática quanto a nossa
da terceira série.
A Christy deu uma risada. “É sim! Tão
simpática quanto a Sra. Palmer”.
Depois da aula, corri para casa e perguntei a minha mãe se poderia ir à Primária. Ela
não ficou tão entusiasmada com a idéia
quanto eu. “Preciso me informar um
pouco mais”, avisou. “Qual é o
nome da igreja da Christy?”
Foi uma pergunta difícil
para começar e eu disse a
minha mãe: “Não lembro. É um nome
comprido que
nunca ouvi
antes”. Ao ver a
expressão de preocupação da minha mãe,
percebi que não era um
bom sinal.
“Espere aí. Vou telefonar
para a Christy agora mesmo!” Corri
para o telefone e disquei o número dela
antes de minha mãe poder dizer qualquer
outra coisa.
ILUSTRAÇÕES: STEVE KROPP
O telefone tocou duas
vezes antes de Christy atender. “Alô?”
“Christy!”, exclamei. “Qual é
mesmo o nome da sua igreja?” Ouvi
com atenção e depois repeti: “Mãe, o
nome da igreja da Christy é A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”.
Como a fisionomia da minha mãe não
mudou, eu sabia que precisava de ajuda.
Perguntei pelo telefone: “Christy, acha
que a sua mãe poderia falar com a minha
sobre a Primária?”
Acho que a Christy sentiu o desespero
da minha voz, pois exatamente cinco
segundos depois sua mãe estava na linha.
Em poucos instantes minha mãe e a da
Christy estavam conversando e rindo como
velhas amigas. Então, a minha mãe disse à
mãe da Christy que, sim, eu poderia ir à
Primária!
Quando fui à Primária pela primeira
vez, vi que tudo era como Christy havia
descrito, e ainda melhor. A Christy tinha
mesmo razão: a nossa professora da
Primária era excelente. Tanto quanto a
Sra. Palmer. Até me deu um livreto.
Voltei para casa naquele dia e mostrei o livro a minha
mãe e lhe contei tudo o que vira na Primária. Até cantei
a música “Olá” (Músicas para Crianças, 130) para ela e
meus dois irmãos, assim como todas as crianças tinham
cantado para mim. Ao olhar a gravura de Jesus Cristo na
capa do meu livreto e ler algumas páginas, minha mãe
ficou com um olhar sereno e pensativo. Então, disse
que eu poderia ir com a Christy para a Primária todas as
semanas, se eu assim quisesse.
Eu queria muito, mas acabei indo apenas mais algumas vezes, pois entramos de férias de fim de ano e
nossa família viajou. Pusemos as bagagens no carro e
percorremos os quase 3.000 quilômetros que separam
a Califórnia da fazenda da minha avó no Illinois.
No segundo dia de viagem, ao passarmos por Utah,
vimos painéis na estrada com o nome da igreja da
Christy. Eles convidavam as pessoas a verem algo chamado Centro de Visitantes de Salt Lake City. Minha mãe
disse que gostaria de ir lá para conhecer melhor a Igreja.
Quando entramos no centro de visitantes, fomos
saudados por um homem gentil com uma plaqueta
com seu nome. Enquanto ele nos mostrava o local, a
minha mãe fez muitas perguntas, e ele respondeu a
A14
todas com muito entusiasmo.
Ao fim da visita, minha mãe
deixou por escrito no livro de
visitantes seu nome e endereço e marcou “sim” na opção
ao lado, indicando assim, que
gostaria de receber mais informações sobre a Igreja.
Quando voltamos das férias, dois
rapazes que chamavam a si mesmos de
élderes vieram ao nosso apartamento. Disseramnos que eram missionários que tinham recebido do
Centro de Visitantes de Salt Lake City o pedido da
minha mãe de informações sobre a Igreja. Indicaram
que teriam grande prazer em ensinar a nossa família
sobre o plano do Pai Celestial e o evangelho de Jesus
Cristo. Foi então que os missionários começaram a
ensinar a nossa família.
Na primeira vez que fomos à Igreja juntos, eu disse a
minha família que deveríamos cruzar os braços quando
entrássemos na capela. Eu tinha aprendido na Primária
que essa era uma maneira de demonstrar reverência.
Naquele dia, todos tentamos manter os braços cruzados, mas como muitas pessoas vieram apertar nossa
mão e nos dar as boas-vindas à Igreja, não foi possível
por muito tempo.
Ao fim das lições com os missionários, perguntaram
a minha mãe se ela gostaria de ser batizada e se tornar
membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ela respondeu que precisava orar a respeito.
Na manhã seguinte, às 6h da manhã, telefonou para os
élderes e disse que orara a noite inteira para saber se
deveria ser batizada e a resposta tinha sido afirmativa!
Eu e meus irmãos também dissemos que queríamos
ser batizados.
Ainda me lembro de quando entrei na água da
fonte batismal. Estava vestida de branco e sentindo
tanta felicidade interior que tive vontade de rir e gritar
ao mesmo tempo. Olhei para cima e vi minha mãe
chorando de alegria. Em seguida, olhei para a Christy,
que estava tão animada quanto eu, pois na verdade
tudo começara com sua pergunta: “Quer ir à Primária
comigo?” ●
PROCURAR SER COMO JESUS
Jejum da Família
“Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).
á alguns anos, nossa família resolveu fazer um
jejum especial pelas vítimas de uma catástrofe
natural ocorrida num país distante. Sugeri que,
após o jejum, doássemos ao fundo humanitário da
Igreja as moedas das nossas jarras de economias.
Temos em casa duas jarras em que colocamos moedas. Uma delas é a jarra da cortesia: sempre
que alguém ajuda o outro ou faz uma boa
ação, coloco uma moeda lá dentro.
No fim do ano, costumamos usar o
dinheiro dessa jarra para realizar um
passeio em família. A outra é a jarra da
descortesia: sempre que alguém eleva o
tom de voz ou briga, precisa pôr nela uma
moedinha. Esse dinheiro é doado a
crianças carentes.
H
Quando demos início ao jejum, começamos
também a contar nossas moedas. O Leonardo, de
nove anos de idade, foi buscar o seu próprio cofrinho.
Esvaziou-o por completo e ainda separou alguns de
seus brinquedos, dizendo que queria doá-los também.
A Mariana, de 12 anos, também acrescentou de seu
próprio dinheiro à doação. Embora a soma oferecida
pelas crianças fosse modesta, era tudo o que
possuíam.
O jejum é um sacrifício para o Leonardo
e a Mariana, assim como abrir mão do dinheiro
da jarra. Mas quando os vi contribuir com as
suas próprias economias, tive a confirmação
de que se importavam de verdade
com os filhos do Pai Celestial
que sofriam do outro lado
do mundo. ●
ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: MATTHEW REIER
Regina Moreira Monteiro, Brasil
O AMIGO JULHO DE 2008
A15
ILUSTRAÇÕES: APRYL STOTT
PÁGINA PARA COLORIR
COMO EU SEI QUE SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS, VOU PARTILHAR O EVANGELHO COM OS OUTROS
“E, se trabalhardes todos os vossos dias clamando arrependimento a este
povo e trouxerdes a mim mesmo que seja uma só alma, quão grande
será vossa alegria com ela no reino de meu Pai!” (D&C 18:15).
A16
Estátua de bronze de Samuel H. Smith: Dee Jay Bawden
Samuel H. Smith, irmão fiel de Joseph e Hyrum Smith, foi um dos primeiros missionários
da Igreja. Do primeiro semestre de 1830 até dezembro de 1833, Samuel caminhou mais de
6.400 km distribuindo os exemplares do Livro de Mórmon que levava na mochila.
O dia 13 de março de 2008 marca o bicentenário do nascimento de Samuel.
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á se perguntou como é produzida A Liahona? Ao
examinar a revista que tem em mãos, já teve a
curiosidade de saber quem a criou e como foi
esse processo? Vamos conduzi-lo a uma visita pelos
bastidores das revistas da Igreja, para que conheça
como são criadas essas publicações. Ver “A Criação
das Revistas da Igreja”, p. 38.

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