HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS - 2 OS FENÍCIOS Navegadores e

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HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS - 2 OS FENÍCIOS Navegadores e
HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS - 2
OS FENÍCIOS
Navegadores e comerciantes - Os fenícios também habitavam Canaã (Palestina), em uma região onde se cruzavam diversas rotas comerciais. Ocupavam uma estreita faixa de terra, cercada pelo Mar Mediterrâneo e por montanhas, com litoral formado por várias ilhas e
portos. Como outros povos antigos, os fenícios praticavam a agricultura, a caça e a pesca, mas as características geográficas de sua
região favoreceram o desenvolvimento do comércio marítimo. A escassez de terras para cultivo, o contato direto com o mar, a necessidade de comunicação entre as ilhas e a existência de bons portos fizeram dos fenícios excelentes navegadores. Assim, se os egípcios
inventaram o barco a vela, por volta de 1200 a.C., foram os fenícios que desenvolveram e aprimoraram as técnicas de navegação.
Artesanato e comércio - A madeira foi uma das maiores fontes de riqueza do povo fenício. As montanhas da região eram cobertas por
florestas de cedro, madeira leve e resistente, apropriada para a construção de embarcações. Além da construção naval, os fenícios
desenvolveram a metalurgia, a tecelagem e a tinturaria. Produziam cerâmica, vidro, tecidos, joias, perfumes, armas e, principalmente,
corante púrpura para tecidos, seu principal produto. Faziam comércio com povos de línguas e culturas diversas, por toda a extensão do
Mar Mediterrâneo.
O alfabeto - A atividade comercial exige controle, organização e comunicação. É preciso registrar entradas e saídas de mercadorias,
bem como encomendas e preços. Para facilitar o seu trabalho e a administração dos negócios, por volta de 1000 a.C. os fenícios desenvolveram um novo sistema de escrita. Esse sistema foi o alfabeto, que deu origem a praticamente todos os alfabetos usados em nossos
dias.
As cidades-Estado - Os fenícios não criaram um Estado unificado. Embora seja costume denominar sua região de Fenícia, não existiu um
reino com esse nome, mas um grupo de cidades-Estado — como Tiro, Biblos e Sidon —, que eram independentes e rivais entre si. Cada
cidade-Estado tinha o seu rei, cujo poder político era limitado por um Conselho de comerciantes e armadores. Em cada uma, havia dois
grupos distintos: um grupo dominante, composto de ricos comerciantes, proprietários de terras, armadores e sacerdotes; e os demais
membros da população, ou seja, o grupo dos artesãos, camponeses e escravos.
Os deuses fenícios - Os fenícios eram politeístas. Eles adoravam várias divindades associadas aos astros, à fertilidade e às forças da natureza, como Baal, deus das montanhas e das chuvas, e Astarté, deusa da fertilidade, da Lua e da guerra. Cada cidade tinha seus próprios
deuses. Cultuavam seus deuses com oferendas de vegetais e animais e, às vezes, sacrifícios humanos.
As colônias fenícias - Os mercadores-navegadores fenícios fundaram colônias e dominaram portos comerciais estratégicos no norte da
África, na Península Itálica e em várias ilhas mediterrâneas. A mais importante dessas colônias foi Cartago, que chegou a dominar grande parte do comércio no Mar Mediterrâneo. A partir do século VIII a.C., as cidades-Estado fenícias foram conquistadas por vários povos,
até que, em 539 a.C., toda a região foi transformada em uma província persa.
OS PERSAS
O império dos medos e dos persas - Aproximadamente em 2000 a.C., a leste da Mesopotâmia, na região onde hoje se localiza o Irã, dois
povos se destacavam: os medos e os persas. Os medos fixaram-se no norte do Planalto do Irã, em uma região fértil, favorável à agricultura. Por volta do século VIII a.C., os medos unificaram-se, formando o Reino da Média. Já os persas ocuparam uma região mais ao sul,
de solo menos fértil. Por essa razão, o comércio foi uma atividade de grande importância para eles, assim como a guerra.
Os persas conquistaram povos de origem, língua, costumes e religiões muito diferentes, incluindo os babilônios, os egípcios, os fenícios
e os judeus.
Nascimento e expansão do Império Persa - Durante muitos séculos, os medos dominaram os persas. Por volta de 550 a.C., o príncipe
persa Ciro II, conhecido como Ciro, o Grande, conquistou o Reino da Média, unificando-o com a Pérsia. Pouco depois, em 539 a.C., ampliou seus domínios com a conquista do Império Babilônico. Surgia, no Planalto do Irã, um grande Estado, comparável ao Egito.
Ciro exigia o pagamento de pesados tributos dos povos que dominava, provocando grande insatisfação e revoltas. Mesmo assim, conseguiu manter a unidade do vasto império. Quando morreu, em 529 a.C., seus domínios se estendiam da Ásia Menor, a oeste, às fronteiras da índia, a leste. O sucessor de Ciro, seu filho Cambises, reinou por apenas sete anos, de 529 a.C.-522 a.C., mas fez uma importante contribuição para a expansão imperial: o domínio do Egito. No reinado de Dario I (522 a.C.-486 a.C.), ocorreram novas conquistas e o
Império Persa atingiu sua extensão máxima.
A administração do império - Para garantir o controle e melhorar a administração no interior das vastas fronteiras persas, Dario I dividiu
o império em províncias, chamadas satrapias, cada uma com seu próprio governador, o sátrapa, e um corpo de funcionários reais.
Todos os cargos importantes — comandante de tropas militares, inspetor, arrecadador de impostos, entre outros — eram ocupados
por pessoas da nobreza, escolhidas por sua lealdade ao imperador. Essa nobreza ficou conhecida pela busca de prazer, como os excessos no comer e beber e pelo uso de roupas finas e joias.
Para facilitar a circulação de informações e o transporte de mercadorias, o imperador Dario I mandou construir uma grande rede de
estradas. A mais importante delas ligava a capital do império, Susa, a Sardes, na Ásia Menor. Era a Estrada Real, com 2.500 quilômetros
de extensão. As estradas persas contavam com entrepostos e estalagens em pontos estratégicos. Em cada entreposto havia um mensageiro e um cavalo, descansados e preparados para levar a mensagem. Dessa forma, o rei, instalado na capital, era informado pelos
sátrapas de tudo o que acontecia nas províncias e, se necessário, podia tomar rapidamente as providências cabíveis.
O comércio - As transações comerciais eram intensas no interior do enorme Império Persa: mercadores de diversas civilizações, carregados com os mais diferentes produtos, iam e vinham pelas estradas reais. Além disso, o uso do dárico, a moeda criada por Dario I, facilitou e agilizou as trocas e foi muito importante para a expansão do comércio persa, tanto com outros povos quanto dentro do próprio
império.
O zoroastrismo - A religião dos persas baseava-se nos ensinamentos do sábio Zoroastro (ou Zaratustra, como ficou conhecido no Ocidente), que viveu no século VI a.C. Os princípios do zoroastrismo, também chamado mazdeísmo, foram reunidos no livro sagrado Avesta.
O zoroastrismo pregava a existência de um deus do Bem e da luz, Ahura Mazda, e de um deus do Mal e das trevas, Ahrimã. O primeiro,
Mazda, simbolizado pelo fogo, travava uma luta eterna contra Ahrimã, simbolizado pela serpente. Nessa luta, a vitória final do Bem
precisava da ajuda dos seres humanos, que deviam praticar boas ações. Para os persas, o destino das pessoas dependia da escolha
entre o Bem e o Mal. Após a morte, havia o julgamento da alma: os bons ganhavam o paraíso; os maus iam para um lugar de sofrimento. Como não existiam templos dedicados aos deuses, os cultos ocorriam em lugares altos, a céu aberto. Os quatro elementos da natureza (água, terra, fogo e ar) eram considerados sagrados.
A decadência do império - Na tentativa de conquistar a Grécia, no início do século V a.C. os persas invadiram as colônias gregas da Ásia
Menor, começando um período de guerras contínuas. Mas os enormes batalhões persas, compostos de soldados de línguas, tipos de
armamento e graus de disciplina muito diferentes entre si, não conseguiram vencer os bem treinados guerreiros gregos. Os persas
sofreram sucessivas derrotas, em terra e no mar, o que acabou por enfraquecê-los. A paz foi assinada em meados do século V a.C. Em
330 a.C., o Império Persa foi conquistado por Alexandre da Macedônia.
Lembre-se
Pode-se conhecer um pouco sobre os hebreus ao se ler os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamados de Torá pelos judeus.
Os hebreus eram monoteístas, ou seja, acreditavam em um único deus.
Outro povo palestino — os fenícios — criaram o alfabeto, que originou quase todos os alfabetos da atualidade.
Os persas dispunham de pouco espaço para a agricultura e o pastoreio. Voltaram-se então ao comércio e ao aprimoramento das técnicas de
guerra, pelas quais conquistaram vários povos.

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