Volume I – O Israelismo Britânico

Transcrição

Volume I – O Israelismo Britânico
Primeira Edição Fevereiro de 2012
Existem milhões de guardaores do
shabat espalhados em centenas de
organizações. Cento e setenta e uma
delas celebram as festas bíblicas e
acreditam que a Inglaterra e os
Estados Unidos descendem de
Efraim e Menasche, os dois filhos de
Yosef e receberam a influência direta
de Herbert Armstrong (1892-1986),
um homem à frente de seu tempo.
Conheça a Igreja de Deus Universal
uma das mais poderosas
organizações sabatistas e saiba por
que ela explodiu em tantas
organizações diferentes.
Volume I – O Israelismo
Britânico
Baruch Ben Avraham
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Volume I – O Israelis mo Britânico
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Índice
I-O que é o Israelismo Britânico – Pag 6
6
8
11
12
15
18
29
40
41
45
46
47
49
As Origens do Movimento Britânico Israelita
Autoridades e Ministros que Abraçam o Israelismo Britânico
Nenhuma Nação Influenciou o Mundo como a Inglaterra
A Luz Transformadora Emanada das Missões Britânicas
Sobre a Limitação e Imperfeição das Traduções Bíblicas
Um Nome Misericordiosamente Preservado
Seria a Septuaginta uma Obra Confiável?
Profetizado o Abandono do Nome dos Ídolos
Israel Torna-se Gentio
Richard Brothers Paladino do Israelismo Britânico
Ainda não Chegou o Ano da Conversão da Casa de David
A Ignorância dos Inimigos de Yehudáh de Todos os Tempos
Yerushalaim Será Preparada Para Receber de Volta a Yeshua
II - As Bases Históricas do Israelismo Britânico. Pag. 50
51
52
56
59
62
64
66
68
71
77
78
82
Onde Estão as Dez Tribos Perdidas?
Israel o Povo Mais Numeroso da Terra
A Multiplicação é Contada em Efraym e não em Yehudá
Teria o Reino Sido Tirado dos Judeus?
Efraym e Yehudáh Esperam a Reconciliação
Entre o Veneno Talmúdico e a Toxina Luterana
O Maschiach e a Busca das Ovelhas Perdidas
A Trajetória de Efraym Segundo o Israelismo Britânico
O Argumento da Explosão Populacional
O Israelismo Britânico e as Tribos de Israel na Europa
Portugal um Pais com Muito Sangue Judeu
Quando o Israelismo Britânico Peca Por Resumir
III - Armstrong Muda a Face do Israelismo Britânico. Pag 84
85
Homem Chocado com a Falta de Crescimento da Igreja de Deus
91
O Anjo Morto de Sardes Salva a Fé de Armstrong
93
Armstrong “Prova” que a Igreja Adventista não é a “Igreja de Deus”
97
A Concorrência Com Outras Churches of God (Igrejas de Deus)
99
O Verdadeiro Nome do Povo de Elohim
101
As Divisões da Church of God (Igreja de Deus)
102
Armstrong Abre a “Única Porta”
107
Nasce a “Igreja de Deus da Radio”
110
As Denúncias Contra Armstrong
114
O Polêmico Casamento com uma Divorciada e o Descanso Final
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Volume I – O Israelis mo Britânico
IV - Garner Ted Armstrong Ancora da TV Universal. Pág 116
117
118
121
126
128
129
132
Stanley Rader x Ted Garner
Ted Garner se Opõe ao Historicismo de Armstrong
Al Carrozzo, Abala a Influência de Garner Ted Armstrong
O Derradeiro Escândalo Sexual aos 65 Anos
Este é o Mundo Onde os Justos Pecam
A Queda dos Santos e Reerguimento dos Santos
O Tropeço Irremediável dos Maus
V - O Legado de Armstrong pag 138
139
140
143
145
Igrejas de Deus do 7º Dia x Igreja de Deus Universal
A Metodologia de Trabalho do Sr. Armstrong
Propriedades e Edifícios da Igreja de Deus Universal
As Suntuosas Construções da Igreja de Deus Universal
VI A Igreja de Deus Universal e os Três Dízimos Pag. 149
150
153
155
159
161
163
165
170
172
Os Patriarcas Dizimaram Antes de Haver Levitas e Santuário
Surge o Sacerdócio Levítico
Maassser Rishon - O Primeiro Dízimo do Povo Para os Levitas
Maassser Rishon - O Primeiro Dízimo do Levita Para o Sacerdote
Maasser Sheni ‫רשעמ ינש‬- O Segundo Dízimo (Para as Festas)
Financiando as Festas Fora de Yerushalaim
O ‫ רשעמ ינע‬Maassser Ani – O Dízimo dos Pobres
Discutindo Sobre o Dízimo Para os Pobres
Conclusão a IDU e o Dízimo dos Pobres
VII A Origem do Mal e a Criação de Satan 174
174
177
180
182
184
185
187
189
190
191
A Queda de Satan na Visão de Herbert Armstrong
Satan Nunca Foi um Bom Menino
O Homem Entre o Bem e o Mal
A Morte não é do Diabo
A Enfermidade e o Sofrimento Também Procedem do Eterno
O Mal Revela o Bem Assim como a Luz Revela as Trevas
A Redenção Eterna das Ovelhas
A Ação do Anjo da Morte
O Criador Fez Homens Sãos e Homens com Defeito
Espíritos Maus Operam Sob o Controle do Criador
VIII A Doutrina da “Família de Deus” 195
196
199
200
202
204
205
208
O Criador é Único não no Sentido de Solidão mas de Soberania
Adonay Cria Através de Seu Filho
Yeshua em Visões Não Trinitarianas
Armstrong Populariza a a Doutrina da “Bilindade”
A Doutrina da Divindade em Expansão
O Sentido Bíblico da Palavra Elohim “Traduzida” por “Deus”
A Subordinação, Dependência e Procedência de Yeshua
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Volume I – O Israelis mo Britânico
IX Pós Destinação e Salvação Depois da Ressurreição 211
213
216
218
219
219
220
211
224
225
Conversão e Salvação na Ressurreição é Possível?
A Doutrina da Predestinação de Herbert Armstrong
A Redenção não Depende de Nosso Querer
Fomos Individualmente Escolhidos Para a Salvação
Elohim é que Opera o Querer do Homem
A Escolha de Elohim é Livre e Soberana
A Seita Judaica dos Essênios e Predestinação
O Criador Endurece o Coração dos Não Eleitos
Quando as Previsões de Armstrong Falharam
X Previsões de Armstrong Falham 225
226
228
231
Armstrong – Evangelista ou Profeta
Erros na Interpretação Levam a Falha em Previsões
Lições Aprendidas com os Fracassos de Ellen White e Armstrong
XI- O Fracasso da Visão de Armstrong Sobre a Igreja 231
XII As 14 Grandes Herdeiras da Igreja de Deus Universal 235
235
239
243
253
260
265
269
274
283
283
289
293
296
298
302
306
Tkach, Sucessor de Armstrong – Uma Breve Biografia
Tkach Errou Sobre a Torah Como Armstrong Sobre a Graça
001 - Igrejas Cristãs de Deus Conferência Mundial.
002 - Igreja de Deus Unida, uma Associação Internacional
003 - Igreja do Deus Vivente
004 - Igreja de Deus Uma Associação Universal
005 - Igreja de Deus Filadélfia
006 - Igreja Cristã e Bíblica de Deus
007 - Igreja de Deus, uma Comunidade Internacional
008 - Igreja de Deus Internacional
009 - Igreja de Deus Restaurada
010 - Igreja de Deus Preparando Para o Reino de Deus
011 - Igrejas de Deus Ministérios de Alcance
012 - Igreja de Deus Intercontinental
013 - Igreja de Deus Independente (Ministério Educacional Cristão
014 - Igreja de Deus Global
XIII As 4 Pequenas Alianças Congregacionais Saídas da IDU 309
309
314
317
319
015 - Igreja do Grande Deus.
016 - A Igreja de Deus Ministérios Internacionais
017 - Comunidade Igreja de Deus
018 - Igreja de Deus Ministérios Novo Mundo
XIV As 29 Alianças de Congregações Interdependentes Saídas da IDU 321
XV As 129 Congregações Independentes Derivadas da Igreja de Deus Universal 326
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I – O que é o Israelismo Britânico
O british israelism ou israelismo britânico é um movimento que
histórico que assumiu contornos doutrinários e implica na crença de
que nações europeias, principalmente a Inglaterra e com ela sua
casa real são os verdadeiros israelitas, descendentes das tribos
perdidas do reino do norte de Israel.
De acordo com o israelismo britânico as tribos perdidas do
norte de Israel lideradas pela Beit Yosef ou Casa de José e suas duas
meia tribos, Efraym e Menashe, percorreram um longo caminho até
chegarem à Inglaterra e Estados Unidos. Sendo que nesse caso
Efraym a mais numerosa das tribos perdidas se fixou na Inglaterra e
alcançou o poderio universal enquanto sua irmã menor, a tribo de
Menashe teria utilizado a Inglaterra como trampolim para se lançar
aos Estados Unidos criando o duplo poder anglo-americano. Não
era difícil pensar assim quando se pensa nas promessas feitas a
Yakov de que ele prosperaria à direita e à esquerda, ao sul e ao
norte e se compara à expansão da Inglaterra no início do século XX
ao terminar a Primeira Guerra Mundial.
As Origens do Movimento Britânico Israelita
O conceito descrito pelo israelismo britânico aparece por
primeira vez no livro A Rights of A Kingdom (Os Direitos do Reino)
publicado em 1649 pelo acadêmico inglês John Sadler (1615-1679)
parlamentar inglês e secretário privado de Oliver Cromwell (15991658) o líder responsável pela derrubada da monarquia britânica e
pela permissão para que os judeus expulsos da Inglaterra em 1290
voltassem ao país em resposta ao pedido do rabino Menasse Ben
Israel, cujo nome civil, Manuel Dias Soeiro (1604-1657), denunciava
sua origem portuguesa.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Não parece haver dúvidas de que a tolerância para com os
judeus determinada por Cromwell em 1650, depois de 360 anos
banidos do Império foi um evento marcante da curta República
Inglesa, por trás da qual esteve a influência da visão pró-judaica de
John Sadler, que se julgava então, israelita, e irmão dos judeus.
No século XVIII a doutrina voltou a ser defendida
energicamente, desta vez por Richard Brothers (1757-1824) e John
Wilson (1779-1870). Wilson, publicou diversas obras, sendo a
principal delas: “Our Israelitish Origin. Lectures on ancient Israel, and
A Israelitish origin of A modern nations of Europe.” (Nossa Origem
Israelita. Leituras do Israel Antigo e a Origem Israelita das Modernas
Nações da Europa). Os estudos se aprofundavam e é claro, o debate
também.
Outra obra importante a defender a origem israelita dos
Estados Unidos foi escrita pelo Reverendo Ezra Stiles (1727-1795)
que presidiu o Yale College de 1778 até sua morte em 1795. Seu
livro ―The United States Elevated to Glory and Honor” (Estados Unidos
Elevados à Glória e a Honra) publicado em 1783 talvez foi o que
mais influenciou o conceito de uma América Israelita e de uma nova
identidade para o povo americano.
Já no século XIX com a doutrina sendo popularizada vieram os
ataques, destacando-se na oposição a figura de George Rawlinson
(1812-1902) formado em Oxford University, que considerava a
doutrina uma fantasia sem fundamento escriturístico e histórico.
Mas isso não arrefeceu os ânimos dos que a adotaram e como
reação Edward Hine (1825-1891) publicou em 1874 o livro FortySeven Identifications of A British Nation With A Lost Ten Tribes
(Quarenta e Sete Identificações da Nação Britânica com as Tribos
Perdidas). Hine defendeu a tese com tanta paixão que sua defesa se
tornou um pilar para o movimento da supremacia branca nos
Estados Unidos abrindo caminho para seitas fanáticas como a Ku
Kus Klhan, racismo e antissemita. Muitos começaram a ver nos
americanos os verdadeiros judeus. Esse foi um desdobramento
lamentável, mas que felizmente não se fortaleceu.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Defensores da supremacia branca concluíram que os judeus
eram provavelmente os cananeus que antes infelicitavam o povo de
Israel. Uma vez mais se aprende que mesmo uma boa doutrina pode
ser distorcida para o mal. Felizmente esse foi um desvio que teve
pouca força. Vindo da Inglaterra à América em 1884 Hine definiu
finalmente que os americanos constituíam a tribo de Menashe e os
ingleses a tribo de Efraym. Trinta e cinco anos mais tarde a doutrina
do israelismo britânico já era levada a sério por gente influente.
Assim, em 1919 foi fundada a A British-Israel-World Federation
(Federação Mundial Israelo-Britânica).
A Família Real Britânica Abraça ao Israelismo Britânico
A ideia teve importantes patrocinadores, inclusive na Casa real
Britânica como a Rainha Vitória I. A própria rainha Vitória (18191901) cria ser descendente do Rei David, e fez circuncidar os seus
filhos e netos. A prática só foi interrompida quando Diana, a
Princesa de Gales (1961-1997) decidiu não circuncidar nem ao
Príncipe William (1982 -) e nem ao Príncipe Harry (1984 -). Bem,
Diana por certo não se sentia israelita, ao contrário da Rainha
Vitória.
Autoridades e Ministros que Abraçam o Israelismo Britânico
Várias igrejas aderiram ao israelismo britânico. A mais antiga, a
Igreja Cristã Israelita, fundada em 1822 pelo profeta John Wroe
(1782-1863). O grupo ensina o batismo por imersão para remoção
dos pecados e a circuncisão física para entrar na aliança de Avraham.
Ecléticos, santificam o sábado e o domingo simultaneamente. Se
abstêm não só das comidas impuras como também pregam o
vegetarianismo à semelhança dos adventistas da Reforma e de
alguns grupos judaico chassídicos. Exige que seus homens deixem
crescer a barba e cortem o cabelo. Homens e mulheres parecem
usar um uniforme próprio para irem à igreja e a elas está proibido o
corte do cabelo.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Mas além de John Wroe, muitos outros líderes cristãos
aderiram ao israelismo britânico. Entre eles pode-se mencionar o
eminente astrônomo Charles Piazzi Smyth (1819 - 1900), o
Reverendo Rev. William H. Poole autor do livro Anglo-Israel or a
Saxon Race? Proved to be a Lost Tribes of Israel (Anglo- Israelismo ou
Raça Saxônica. Provadas as Tribos Perdidas de Israel), o pastor norteamericano John Harden Allen (1847- 1930 ) da Igreja de Deus
(Pentecostal), o professor de táticas militares Charles Adelle Lewis
Totten (1851 - 1908), o pastor metodista Richard Reader Harris,
(1847 - 1909) pai do moderno movimento pentecostal em Londres e
William Ferguson Massey, (March 1856 1925), primeiro-ministro da
Nova Zelândia de 1912 1 1925, cuja foto aparece ao lado.
Destacam-se ainda o jornalista britânico William Comyns
Beaumont (1873–1956) e o especialista em profecias bíblicas, Roger
Rusk (1906-1994), irmão de Dean Rusk (1909-1994) secretário de
Estado dos Estados Unidos durante os governos de John Kenedy e
Lyndon Johnson e o pastor pentecostal Alan Campbell (1949).
Talvez nenhum aderente seja, porém tão notório como o
pastor Charles Fox Parham (1873-1929), considerado o pai do
moderno movimento pentecostal. Parham, pastor da Igreja
Metodista, se notabilizou por acrescentar as duas bênçãos da visão
metodista (conversão e santificação) uma terceira benção, o batismo
com o espírito santo manifesto através do dom de línguas e da cura
divina. Como se pode ver o israelismo britânico atraiu gente de
todas as esferas e se revelou um dos mais abrangentes movimentos
religiosos
A Federação Mundial Israelo-Britânica sediada em Bishop
Aukcland em County Duhan congrega clérigos protestantes e
reformados e autoridades políticas em várias partes do mundo, e
tem como principal meta o ensino de que as tribos perdidas se
encontram, espalhadas pela Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia,
África do Sul, Canadá e Estados Unidos, e onde quer que haja
descendentes destes povos, o que incluiria todos os países
anglofónos.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Esta lista de nações é enorme. Dezenas de países da América à
Europa e da África à Ásia têm ainda hoje no inglês, senão a primeira,
pelo menos a sua segunda língua devido ao fato de possuírem um
alto grau de populações com ancestralidade britânica. Os
proponentes do israelismo britânico vêm, pois nas duas
superpotências inglesas os novos desdobramentos do mapa de
Israel, que não se resume mais a estreita faixa de terra prometida a
Yakov, mas se estende por cerca de 30 milhões de quilômetros
quadrados nos cinco continentes. Os lugares por onde os ingleses
passaram e deixaram descendentes. Um mapa mais que extenso,
uma terra universal.
Mas ninguém projetou o israelismo britânico como Herbert
Armstrong (1.892-1.986) fundador da Igreja de Deus Universal.
Armstrong não soube apenas criar instrumentos para que milhões
de pessoas conhecessem a visão de que a Inglaterra e os Estados
Unidos descendem de Efraym e Manassés, mas também convencer
centenas de milhares a santificar sua vida pela observância do
sábado, das festas bíblicas e da comida kasher. Com razão ele se
destaca no movimento pela vigorosa defesa dessa visão como pelo
alcance que sua proclamação teve em seus dias. Se Adonay usou
alguém para chamar Efraim no século XX, esse foi Armstrong.
Por influência de Herbert Armstrong centenas de milhões de
livro, jornais, revistas e periódicos publicaram aos quatro ventos que
Israel está na Inglaterra e nos Estados Unidos. O poder da igreja que
ele fundou a Igreja De Deus Universal permitiu que essa doutrina se
tornasse conhecida através do rádio e da televisão. Sua igreja hoje
abandonou essa crença, mudou de nome, se distanciou dói shabat,
das festas bíblicas e da comida kasher. Deixou de se sentir israelita e
atura como tal, assumiu-se como gentílica a passou a viver como
uma igreja dos gentios. No entanto, vários dos ministros mais
influentes da Igreja de Deus Universal e centenas de líderes locais
reorganizaram ministérios, associações unidas e congregações
independentes que somam no seu conjunto mais de 100 mil
adeptos e ainda hoje guardam o shabat, celebram as festas, comem
kashrut e ensinam a doutrina israelita britânica.
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Nenhuma Nação Influenciou o Mundo como a Inglaterra
O Império Britânico governado a partir de Westiminster por
cerca de mil anos era em 1919 foi o único reino onde o sol jamais se
punha, pois atingia desde o Canadá no extremo norte-americano
até a Nova Zelândia no extremo sul da Oceania, próximo ao
Continente Gelado. Uma extensão de 14.887 quilômetros. O
Império podia traçar uma linha de 9.645 quilômetros de Londres a
Hong Kong no extremo da Ásia ou de 9.694 quilômetros de Londres
a Capetown na África do Sul.
Investigando as profecias e olhando para um fenômeno
jamais visto em toda a história, o crescimento de um Império para
todas as latitudes e longitudes, um Império que se tornara uma
verdadeira ―Aldeia Global‖ parecia não haver dúvida os ingleses, e
nenhum outro povo eram a sombra visível das promessas feitas a
nosso pai Yakov.
Eles não só se estendiam do polo norte ao polo sul, como
faziam com que para eles, literalmente não houvesse nem oriente e
nem ocidente, nem hemisfério sul e hemisfério norte. Seus domínios
eram literalmente de mar a mar.
Além disso, fora através do Império Britânico que a poderosa
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira se empenhou para que as
Escrituras Hebraicas fossem traduzidas a um número cada vez maior
de idiomas, à medida que a influência do Império crescia. Dessa
maneira o mundo era abençoado pelo povo britânico e as grandes
missões mundiais partiam de Londres.
A projeção da Inglaterra no mundo, e a difusão da luz vinda a
partir dela, levou aos defensores do israelismo britânico a concluir
que não era através dos judeus, poucos em número e fechados em
si mesmos que a profecia se estava cumprindo. Para eles não havia
dúvida, o povo que unia a terra ao céu e dissipava os horrores do
paganismo e diminuiu a influência da semi pagã igreja católica era o
povo britânico.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Partiu, pois, Yakov de Beer-Sheva e se foi em direção a Haran; e
chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se havia posto; e,
tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça, deitouse ali para dormir. Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada,
cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Elohim subiam e desciam
por ela; por cima dela estava YHWH, que disse: Eu sou YHWH, o Elohim
de Avraham teu pai, e o Elohim de Ytzchak; esta terra em que estás
deitado, eu a darei a ti e à tua descendência; e a tua semente será como
o pó da terra; dilatar-te-ás para o ocidente, para o oriente, para o norte e
para o sul; por meio de ti e da tua descendência serão benditas todas as
famílias da terra.‖ Bereishit/Gn 28:10-14.
Mas de forma geral, o israelismo britânico sustenta que a
Inglaterra, como parte do povo eleito, foi utilizada pelo Altíssimo
para que através dela a semente de Avraham chegasse às nações.
A Luz Transformadora Emanada das Missões Britânicas
Soma-se como argumento do israelismo britânico a poderosa
influência exercida pelas missões estrangeiras inglesas e a forma
como essas transformaram as nações onde chegaram abrindo
caminho para que a palavra dos profetas e do maior deles, Yeshua
fosse conhecida. O mundo pagão testemunhou a força de fé e
coragem de homens que deram sua vida por povos que nada
sabiam sobre o Elohim de Israel.
O Dr. James Hudson Taylor (1832-1905). Estabelecido na
China por 50 anos, consegui o milagre de ganhar o coração do povo
chinês. Depois de viajar de barco por muitos canais da China
anunciando as boas novas e distribuindo Bíblias, Hudson Taylor
encerou sua vida.
Atribui-se a ele a conversão direta de 18.000 chineses a Yeshua
e a instalação de 300 postos avançados no interior da China onde
serviam mais de 500 colaboradores. O Filme biográfico ―Uma Vida
Pela China‖ reconstitui a epopeia de seu poderoso ministério em
arrancar milhares de vidas das trevas da superstição e da idolatria e
levá-los à luz que emana da Bíblia.
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Se o ministério da Taylor foi uma vida pela China a do Dr.
David Livingstone (1813-1873), foi ―Uma Vida Pela África‖ Em seus
34 anos no interior da África cortou o continente desde Luanda em
Angola até Quelimane no Moçambique. Findou sua existência no
interior da Rodésia (Zimbábue), depois de converter dezenas de
tribos ao Messias Yeshua. Seu corpo foi levado à Inglaterra, mas seu
coração descansa ainda em solo africano, entre aqueles que amou
pela maior parte de sua vida e em cuja honra o Zimbábue erigiu
uma estátua.
O explorador inglês fez a diferença ao viajar pela África
desacompanhado de exército, como então faziam os missionários
ingleses pelo justificado temor de serem mortos pelos nativos. A
pequena força que o acompanhava em suas expedições e a muita
confiança que tinha no poder da providência inspiravam o respeito e
admiração de inúmeros chefes tribais que impressionados por seu
amor por eles abriram os ouvidos para sua mensagem. A Zâmbia
que não lhe é menos grata dedicou-lhe esta estátua junto às quedas
do Lago Victória por ele visitada e rebatizada com o nome da Rainha
da Inglaterra.
Outro pais pagão que deve muito a influência de missionários
ingleses é a Índia que recebeu em seu solo a abençoadora presença
de William Carey (1761-1834). Se há um motivo pelo qual a Índia,
suas mulheres viúvas, bem como os filhos destas precisam ser gratos
é a proibição da horrenda cerimônia do Sati, que consistia em
amarrar a viúva à pira funerária para ser queimada juto com o corpo
morto do marido. Milhares de viúvas eram vítimas anuais do
costume.
As que quisessem sobreviver tinham que fugir da aldeia,
quando então eram caçadas pelos familiares do finado marido
convencidos de que só assim e memória do morto seria honrada. Ao
assistir impotente a imolação de uma jovem viúva, o horrorizado
missionário sentiu que devia fazer alguma coisa. Afinal aquilo era a
mais ensandecida prática que os demônios maquiavélicos haviam
imposto à mentalidade do povo indiano.
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Mulheres e por vezes crianças eram imoladas num sacrifício
tolo em honra a seus ídolos pestilentos. O caso foi ainda mais
chocante quando a esposa de converso assassinado por bandos que
resistiam ao missionário e sua esposa foi caçada para morrer.
William Carey ofereceu-lhe proteção e jurou fazer tudo ao
alcance para que as autoridades inglesas, tementes de uma
insurreição proibissem aquele horror. Ele trabalhou intensamente
para o seu fim, salvando assim virtualmente milhares de mulheres.
Um gênio assistido com o dom de aprender e traduzir as línguas
asiáticas, William Carey traduziu a Bíblia em seu todo ou em parte
para 27 idiomas da Índia, inclusive o sânscrito, considerado sagrado
e o bengali, um dos mais falados. Em 1969 o Correio Indiano
reconheceu a importância de sua obra através de um selo postal que
recordava a inauguração do Serampore College, por ele fundado
com o apoio do Rei da Dinamarca e onde se fornecia educação a
estudantes de todos os níveis sociais do país.
Da Inglaterra partiram missionários não só para a Índia, mas
para outros países da Ásia. Novo reconhecimento, dessa vez
explícito foi prestado em 1993 quando o Correio Indiano emitiu um
selo postal comemorativo aos 200 anos da chegada do homem que
transformou a educação na Índia e a resposta desse povo à dor de
suas viúvas.
A vida prolífica de William Carey foi convertida no filme
biográfico ―Candle in The Dark‖ (Uma Luz na Escuridão) que
reconstitui sua carreira incansável iniciada por um aparente fracasso
em não conseguir em oito anos de trabalho converter a um único
nativo, e logo sucedida por um sucesso que o mundo nunca mais
esquecerá. Estima-se que graças a seu prodigioso trabalho como
tradutor as Escrituras Sagradas alcançaram em seu tempo as línguas
faladas por um terço da humanidade. Estas Bíblias não foram
perfeitas, continham erros de tradução, e não raro, ignoravam que o
Elohim de Israel tem um nome santo que deveria ser mantido
intocado e jamais substituído pelos nomes dos deuses das nações a
que se desejava alcançar.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Da mesma forma, estas Bíblias deixaram de lado o nome de
Yeshua que pelo anjo foi comunicado a Miriam. Mas estes homens
ainda fizeram o melhor que podiam e o Eterno esteve por trás de
sua obra, sem a qual os pagãos jamais poderiam chegar a imaginar
que o Elohim de Israel e seu filho devem ser corretamente
nominados.
Sobre a Limitação e Imperfeição das Traduções Bíblicas
Há quem diga que o tradutor é sempre um traidor. De fato
nãoe existe tradução exata de uma língua para a outra. Há sempre
palavras, expressões idiomáticas, e compreensão específica de um
povo que não são traduzíveis, mas precisam de um certo grau de
interpretação para que seu verdadeiro sentido possa ser
apresentado a outro povo. Isso é particularmente verdade quando
falamos da tradução das Escrituras e acontece com todos as
traduções da Bíblia.
Isso não importa quem a tenha feito judeu ou gentio, católico
ou protestante. Tome por exemplo Gênesis 48:16. Lá diz que os
filhos de Yosef devem se multiplicar como peixes no meio da terra.
Ora, essa é uma expressão hebraísta usada por Yakov para descrever
o desenvolvimento prodigioso que a família de seus dois netos,
então adotados como filhos virá a ter. Ocorre que peixes não são
animais de terra, precisam da água para fazer as trocas gasosas
necessárias à sua sobrevivência. A única exceção é o peixe-gato,
também conhecido por bagre ou cascudo, uma família de peixes de
couro com esqueleto ósseo, e, portanto sem espinhas, capazes de
respirar fora d`água. Ainda assim, precisam da água para se
reproduzir.
Quando Yakov diz:
vê`ydegú (e como peixes)
larov
bekerev (se multipliquem no meio da)
há´aretz (terra) nem
todos os tradutores souberam o que fazer. Algumas decidiram
mesmo deixar os peixes de fora para facilitar o entendimento das
pessoas.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Essa tendência ocorre em várias línguas, não só no português.
Bem, o patriarca está usando uma linguagem metafórica. Não está
se referindo a nenhuma espécie de peixe em particular, e muito
menos ao imundo peixe-gato. A terra aqui é o ecossistema onde os
homens, nascem e vivem, e se reproduzem e morrem. Os peixes
aqui são uma figura das duas tribos de Israel que mais deveriam
crescer, Efraym e Menashe. A multiplicação acentuada destas tribos
é que está em causa aqui. O autor precisava apenas traduzir. Mas a
maioria deles optou por interpretar.
Esse fenômeno de interpretação não é apenas cristão. Judeus
tem também interpretado a seu bel prazer e as vezes com a
deliberada intenção de perverter na mente do leitor o sentido claro
das Escrituras. Isso é patente, por exemplo na Bíblia Hebraica,
editada no Brasil pela Sefer. Tome por exemplo Yeshayahú ou Isaías
capítulo 53, um dos textos mais messiânicos da Bíblia. Ali o autor
abusa não pela omissão, como nas versões consultadas em relação
aos peixes citados por Yakov, mas pelo acréscimo puro e simples de
sujeitos inexistentes no texto original. Isso é particularmente
verdade em relação ao verso 8. Ali o autor sugere um diálogo entre
os gentios e Israel para que não haja espaço para o único diálogo do
caso, o do povo de Israel com o Messias. A Bíblia Hebraica da Sefer
diz: “Com opressão e juízo iníquo foi aprisionado; acaso alguém (das
nações) argumentou para com sua geração: „Ele (Israel) foi exilado da
terra dos vivos pela transgressão do meu povo, e por isso recebeu esse
duro golpe?‟” Yeshayahú/Is 53:8. O texto hebraico não cita Israel e
muito menos as nações e não cita Israel. Mas o autor, como não crê
em Yeshua optou por interpretar o texto, ―corrigindo‖ as imprecisões
que permitam apontar Yeshua como o servo sofredor. Isso apesar de
o texto dizer simplesmente:
Ki
(porque) nigzár (ele foi cortado) meérets (da terra) chaim (dos vivos)
mipêsha (da rebelião) ami (do meu povo) nega (um golpe) lamô
(recebeu)‖ Yeshayahú não está falando dos gentios, que não são
nem o povo do Eterno e nem o seu próprio povo. Está falando do
seu povo que no texto é chamado de meu povo, quer fale por si,
quer fale pelo Eterno. Não há base nenhuma para a sustentação de
tal teoria.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Dois textos além a interpretação é ainda mais aviltante quando
sugere que o servo não faz oferta pelo pecado (asham) mas apenas
uma indefinida restituição. O tradutor então verte assim: “Contudo,
aprouve ao Eterno oprimi-lo para testar se sua alma se oferecia como
restituição, para que pudesse ver prolongados os dias de sua semente,
e sentir prosperar, por seu intermédio, os desígnios do Eterno”.
O texto hebraico diz:
VeYHVH (e o Eterno) chafêtz
(agradou) dakô (quebrantá-lo) hechelí (enfermá-lo) im-tassim
(quando o colocar) ashâm (como oferta pelo pecado) naf‘shô (a
alma dele) yreê (verá) zéra (sua semente) yarích (prolongará) yamim
(os dias) vechfêts (e deleite) YHVH (ADONAI) beyadô (pela mão
dele) ytslách (prosperará).
Bem, isso nos leva de volta às traduções produzidas pelos
cristãos, muito mais abundantes e para milhares de línguas e
dialetos ao redor do mundo. Inclusive as de William Carey. A obra de
Carey no interior da Índia e do Bangladesh e sua prodigiosa
tradução da Bíblia para línguas onde nunca havia sido impresso
qualquer coisa foi apenas o nascer do sol, com raios ainda tênues e
difusos. Mas foi um importante começo. Por meio dele foram dados
os primeiros passos.
Ele não pode não ter dado a conhecer aos indianos a
plenitude do nome do Eterno e de seu filho Yeshua, mas sua
tradução da Brit Chadashá em bengali com certeza tornou possível o
conhecimento do caráter salvador e regenerador do Pai e do Filho. E
esse foi o grande passo, o pontapé inicial. Uma tradução da Bíblia,
mesmo com suas limitações, erros de interpretação e tradução
provê ao leitor uma ferramenta a partir da qual pode erigir um
grande edifício. E preciso reconhecer que William Carey encerrou
sua existência em 1834, precisamente quando os adventistas ainda
então dominguistas e comedores de porco estavam sendo
despertados por William Miller a uma excitação momentânea ditada
por supostas comprovações de que o Maschiach viria à terra. Uma
excitação de dez anos que findaria em decepção e novo engano.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Nem mesmo o adventismo do sétimo dia, tal como o
conhecemos hoje existia. Não sendo batista do sétimo dia, Carey,
naturalmente não via a necessidade da guarda do shabat. Menos
ainda a da restauração dos nomes sagrados apresentados nas
Escrituras. Suas dezenas de traduções evidentemente erravam nesse
ponto. Como a dos demais missionários e intérpretes cristãos saíram
contaminadas com os nomes dos ídolos das nações. A imperfeição
dessas traduções limita os esforços do retorno das tribos perdidas e
da conversão dos gentios, isso é um fato que não deve ser
esquecido e que não posso deixar de tocar aqui. Contudo, graças a
essas traduções, mesmo imperfeitas os crentes puderam no tempo
certo aprazado pelo Criador se dar por conta da proibição ao uso
dos nomes dos deuses das nações e da necessidade de nomear ao
Eterno e a seu filho por meio de palavras sagradas.
Um ramo surgido a partir do israelismo britânico, hoje
presente em mais de cinquenta países, inclusive na Índia vem
empreendendo esforços para que esse erro seja banido e o Elohim
de Israel não seja invocado pelo nome dos ídolos das nações. É
preciso que entendamos que em certo sentido o crescimento da luz
se assemelha ao nascer do sol. Pela manhã, nossos olhos não
conseguem ainda divisar todas as cores do ambiente por que a luz
do amanhecer ainda é tênue. Aqueles que lançam as setas
inflamadas da crítica contra tudo o que os santos de Adonay fizeram
no passado, denunciando-os como idólatras e como se nada de
bom tivessem feito precisam saber que e restauração só é possível
hoje por que estas mesmas bíblias declaram que um dia os nomes
dos ídolos das nações serão tirados dos lábios dos crentes.
Um Nome Misericordiosamente Preservado
Como parte do movimento de restauração somos plenamente
a favor não só do banimento de todos os nomes de origem pagã
para se referir ao Eterno e a seu filho como ao uso dos nomes
corretos, na língua kasher, que é o hebraico bíblico. Uma nota do
Wikipedia simples, mas muito interessante pode ser citada aqui:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―A forma capitalizada do termo Deus quanto o diminutivo, que simboliza
divindades, deidades em geral, tem origem no termo latino para deus,
divindade ou deidade. Português é a única língua românica neo-latina
que manteve o termo na forma original com o final do substantivo em
"us", diferentemente do espanhol dios, francês dieu, italiano dio e do
romeno, língua que distingue Dumnezeu, criador monoteísta e zeu, ser
idolatrado. O latim deus e divus, assim como o grego διϝος = divino
descendem do Proto-Indo-Europeu deiwos = divino, mesma raiz que
Dyēus, a divindade principal do panteão indo-europeu, igualmente
cognato do grego Ζευς (Zeus). Na era clássica do latim o vocábulo era
uma referência generalizante à qualquer figura endeusada e adorada
pelos pagãos. A palavra Deus (latim) traduz-se para o inglês god que
continua desde o inglês antigo god (guþ, gudis em gótico, gud no
escandinavo moderno, God em neerlandês, e Gott no alemão moderno),
que deriva do proto-germânico *ǥuđán.‖ Wikipedia, a Enciclopédia Livre.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus_%28palavra%29)
Bem, isso explica por que uma palavra tão universal como
Deus, usada tão inocentemente pelos santos no Messias precisa ser
repensada, e gradativamente posta de lado em favor de Elohim.
Logo, proclamar a restauração gradual dos nomes sagrados faz
parte de nossa obra. Temos empreendido essa missão basicamente
desde o início dessa obra a cerca de oito anos atrás. Entretanto
temos repetido sempre que nosso ministério é o do ensino e não o
da censura, é o da instrução e não o do julgamento. Bem sendo
assim, com amor e ternura trago esse tema complexo para essa obra
sobre o Israelismo Britânico.
Como crentes em Yeshua passamos a maior parte de nossas
vidas chamando-o pelo nome greco-romano de Jesus e a seu pai
pelo nome Deus derivado da religião indo-persa. Entretanto vimos
como o Eterno em sua bondade atendeu nossas preces e nos
chamou a sua graça. Não temos dúvida alguma de que não há
salvação em outro nome, que o Eterno estabeleceu redimir a seu
povo, todos os que são chamados pelo seu conselho através do
nome de Yeshua há Maschiach. Nesse nome, muito antes de surgir
os nomes gregos e romanos criados para difundir a mensagem
pregavam os discípulos e nele faziam milagres. Está claro que não há
outra pessoa, e não há outro nome.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel,
que em nome de Yeshua há Maschiach, o nazareno, aquele a quem
vós crucificastes e a quem Elohim ressuscitou dentre os mortos,
nesse nome está este aqui, são diante de vós. Ele é a pedra que foi
rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta como pedra
angular. E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu
nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos
ser salvos.‖ Atos 4:10-12.
Uma pergunta então se faz necessária: Pode o Eterno salvar
aqueles que lendo suas bíblias chamam seu filho por outro nome,
em vez daquele que foi dado por meio do anjo a Miriam? Bom, é
claro que ninguém é salvo por nomes que o Eterno não se
apresentou a si mesmo e nem deu a seu filho. O nome que salva é
Yeshua ou as Escrituras estariam erradas.
Mas é preciso levar em conta que a misericórdia do Altíssimo
estabeleceu que os homens sejam salvos por misericórdia e não por
conhecimento. Somos salvos pela palavra de Elohim, pela sua
pronunciação que diz: ―Ainda que estás no teu sangue vive. Sim,
ainda que estás no teu sangue vive. Não somos salvos por nossas
próprias palavras e pela forma de nossa pronúncia.
É em nome de Yeshua que significa salvação que o Eterno
redime a seu povo e é por amor de seu próprio nome que ele o faz.
Na sua longa noite de trevas e rebeliões a Casa de Israel não tem
feito outra coisa senão profanar o nome do Eterno no meio das
nações para onde foi enviada. E não obstante a isso vem sendo
salva, apensar de haver profanado o nome do Há Kadosh Baruch Hu.
―E, chegando às nações para onde foram, profanaram o meu
santo nome, pois se dizia deles: São estes o povo do Senhor, e
tiveram de sair da sua terra. Mas eu os poupei por amor do meu
santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para
onde foi. Dize portanto à casa de Israel: Assim diz YHWH Elohim:
Não é por amor de vós que eu faço isto, o casa de Israel; mas em
atenção ao meu santo nome, que tendes profanado entre as
nações para onde fostes.‖ Ezequiel 36:2-22.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Não há fato mais claro do que isso. Israel não é salvo pelo que
faz, nem mesmo pelo uso no nome do Eterno, que sistematicamente
tem profanado, mas pelo amor que o Eterno tem à glória de si
mesmo, de seu grande nome. Particularmente tenho visto que
mesmo entre ferrenhos defensores do nome de Yeshua, aqueles que
não conhecendo o caráter de Elohim para nada a ponto de dizerem
que todos os que não invocam seu nome em hebraico estão
perdidos, muitas vezes eles se referem ao Eterno, que é maior que
Yeshua pelo nome pagão ―Deus‖. Se eu os julgasse pela forma como
julgam nossos irmãos cristãos chamando-os ―deuistas‖ como
chamam os demais pejorativamente de ―jesuítas‖ não os ajudaria em
nada.
Acho que o único caminho correto a ser seguido aqui é
ensinar, ensinar e ensinar, com amor e com paciência. Adonay teve
misericórdia de nós, nos chamou à ele, à sua graça e à sua santidade
quando não sabíamos nada destas coisas. Se sendo seus servos o
vimos perdoar uma grande dívida, por que não perdoaríamos a
dívida de nossos conservos?
―Sucede com o Reino dos céus o mesmo que com um rei que quis ajustar
contas com seus servos. De início, trouxeram-lhe um que devia dez mil
talentos. Como não tivesse com que pagar, o senhor deu ordem para que o
vendessem, bem como sua mulher, seus filhos e tudo o que possuía, em
pagamento da dívida. Atirando-se-lhe então aos pés, o servo, prostrado, lhe
dizia: ‗Tem paciência comigo, e tudo te pagarei‘. Tomado de compaixão, o
senhor deste servo deixou-o partir e lhe perdoou a dívida. Ao sair, este servo
encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia cem moedas de prata
ele o agarrou pela garganta, apertando-a a ponto de estrangulá-lo, dizendo:
‗Paga o que deves‘. Então o companheiro atirou-se-lhe aos pés e suplicavalhe: ‗Tem paciência comigo, e te pagarei‘. Mas o outro não só recusou, como
mandou trancafiá-lo na cadeia, até que pagasse o que devia. Vendo o que
acontecera, os seus companheiros ficaram profundamente contristados e
foram informar o senhor de tudo o que sucedera. Então, mandando-o vir, o
senhor lhe disse: ‗Servo mau , perdoei toda a tua dívida, porque mo tinhas
suplicado. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro,
como eu mesmo me compadecera de ti?‘ E, cheio de cólera, seu senhor o
entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos tratará
meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão do fundo do
coração." Matytyahú/Mt 18:23-25.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Naturalmente estas pessoas
esperam ser salvas por misericórdia,
o
que
também
creio
que
acontecerá. Mas a misericórdia vai
além. Somos salvos, não pelo que
fazemos, mas pelo que Yah é,
grande em perdoar e em suportar
seu povo. E ao ensinar os demais
precisamos ter em conta o longo
tempo em que Adonay nos
suportou, apesar de que ainda não
tínhamos restaurado o uso dos
nomes sagrados. A Palavra ainda
precisa ser seguida:
Na verdade, aqueles que
julgam a salvação dos demais em
virtude de não terem feito as coisas
certas, são eles mesmos pessoas
infelizes que ainda não descobriram
a graça e a bondade do Criador.
O Nome de Yeshua, o Filho de
Yah do Original às Nações
Língua
Escrita
Translite
ração
Hebraico
Congolês
Árabe
Kurdo
Esloveno
Igbo
Italiano
Vietanamita
Yoruba
Ysishosa
Asturiano
Inglês
Grego
Russo
Holandês
Polonês
Sueco
Tagalog
Espanhol
Português
‫עושי‬
Yesu
Îsa
Ježiš
Jisọs
Gesù
Giêsu
Jésù
Uyesu
Xesús
Jesus
Ιησούς
Jezus
Jezus
Jesus
Hesus
Jesus
Jesus
Ieshua
Iesu
Izá
Iza
Iesis
Jisos
Jesú
Jiesu
Jesu
Uiesu
Chesus
D`sus
Iesus
Iesus
Iesus
Iesus
Iesus
Resus
Resus
Jesus
Preciso dizer isso, preciso que meus irmãos evangélicos, talvez
feridos pela forma desapiedada como a questão do nome do
Maschiach chegou a seus olhos através de um folheto ou a seus
ouvidos por meio de uma pregação, de um debate, reinvestiguem o
assunto, não em virtude do mensageiro (homem), mas do ator da
mensagem (Elohim).
É fácil constatar que nomes próprios não se traduzem, que
Barack Hussein Obama não recebe um nome nos Estados Unidos,
outro no Japão e outro ainda no Brasil. Bem, seu nome Barack em
Suahili, a língua oficial do Quênia, a terra de seu pai significa
abençoado, e bem ele é um homem abençoado. O primeiro negro a
se eleger presidente da nação mais poderosa que o mundo já
conheceu. No entanto, nem por isso Lula ou Dilma o chamam de
Abençoado.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Por que Barack continua a ser chamado assim no Brasil, na
China ou na Indonésia? Porque nomes próprios não se traduzem.
Ora, Yeshua significa salvação na língua de seu pai e de sua mãe, na
língua dos profetas e na língua dos anjos.
Não é de estranhar que não apenas não traduzimos o nome
de Yeshua para Salvador, mas que ainda o tenhamos pronunciado
de acordo com a língua grega que não era a sua e que fez seu nome
apreoximar-se de Zeus, o deus supremo do povo grego? Não é de
estranhar que à medida que percorremos as nações ele passa de
Yeshua, o nome que o anjo mandou que lhe fosse dado para Iesu
em congolês, Isá em árabe, Iesis em esloveno, Iesus em grego, russo,
alemão Jisos em Igbo, Resus em espanhol, D`zus em inglês, Jesu em
italiano e Jesus em português? Bem, essas são perguntas que não
paramos para fazer. Temos sido apenas sinceros em seguir a
corrente. Se kardecistas, rosa-cruzes, umbandistas, católicos,
protestantes, pentecostais, batistas, testemunhas de Jeová, mórmons
e adventistas juntos abençoam o nome de Jesus, e ninguém discute
sua autoridade imaginamos que tem de ser assim até o dia em que
ouvimos dizer que em hebraico é Yeshua. Sei que estou tocando
num ponto muito sensível, e sinceramente gostaria que vocês
ouvissem minha oração agora: E oro:
―Oh, pai, senhor do céu e da terra, permita-me tocar o coração dos
meus irmãos para com a necessidade de restaurar o nome de teu filho
sem que eles se ofendam, sem que eles considerem isso algo sem
importância já que a tua palavra diz que não há outro nome dado entre
os homens pelo qual importa que sejamos salvos e que tu o exaltaste
soberanamente e lhe deste um nome que está acima de todo o nome,
para que ao nome de Yeshua há maschiach se dobre todo o joelho no
céu e na terra. Queiras o Bendito de Israel tocar teus filhos para que se
apercebam que o nome que será erguido sobre todas as nações não é o
de um árabe chamado Izá, de um espanhol chamado Resus, de um
italiano chamado Jesu, ou de um brasileiro chamado Jesus. Não permitas
que eles acalentem sua consciência com o argumento de que o nome
não é importante enquanto elevam orações num nome que tu não
consagraste, enquanto entoam hinos e louvores num nome que não lhe
concedeste. Amén v`amén em nome de Yeshua há Maschiach, o nome
que erguestes acima de todo o nome.‖
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Amados pastores, pastoras e missionários. Nossa missão não é
julgar vossa sinceridade e relacionamento com Elohim e muito
menos o dele com vocês. Nossa missão é ajudar em vosso desejo de
avançar no rumo da restauração de forma a que cada um saiba por
que Elohim é preferível a Deus e Yeshua é preferível a Jesus. Vocês,
como servos de Adonay desejam de todo o coração se afastar de
tudo o que foi inventado pela velha e decrépita senhora de Roma.
Logo, quando se aperceberem que tais nomes substituíram os
verdadeiros, se voltarão para os verdadeiros.
Sabemos que isso não será tarefa fácil. Nossa alma está
acostumada com os nomes das nações. Nossas igrejas e nossos
ministérios nos ensinaram a amar o Elohim de Israel e a seu filho,
mas não souberam nos ensinar a amar seus nomes. Não houve na
esmagadora maioria dos casos culpa ou maldade nisso. As próprias
versões da Bíblia que eram disponíveis até pouco tempo no Brasil
nem mesmo nos ajudavam a pensar de forma diferente. Nesse
sentido o Novo Testamento Judaico primeiro e a Bíblia Judaica
depois editada pela Editora Vida se constituíram na primeira e
grande ferramenta que Elohim dispôs para restaurarmos pelo menos
em parte os nomes mais importantes, ainda que a palavra Deus foi
mantida na maior parte dos casos. Também isso deve ser visto como
uma preparação para uma maior kasherização (purificação) dos
nossos lábios.
Quase cem por cento dos crentes atuaram até agora como nós
no passado. Aprendemos e assim ensinamos que o nome de Deus
era tão santo que nem mesmo devia ser tomado em vão, isso apesar
de termos sido ensinados que havia uma multidão de deuses
gregos, romanos, celtas, indianos etc que não deviam ser temidos.
Bem, éramos meninos, amávamos como meninos, falávamos- como
meninos. Nem mesmo nos apercebíamos que a palavra Deus não faz
parte das línguas originais das Escrituras (hebraico e aramaico) e que
o anjo Gabriel não ordenou a Yosef que chamasse o menino de
Jesus, palavra que não teria qualquer sentido profético em sua
língua, mas Yeshua, Salvação, por que ele salvaria seu povo dos
pecados deles. Matytyahu/Mt 1:21.
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Bem, gostaria de dizer-lhes que deixar de orar em nome de
Jesus foi um desafio difícil para a maior parte de nós que estamos
restaurando seu nome original. Imagino que não será diferente para
vocês. No princípio pode parecer que estamos renegando o Messias
abraçando um novo Ungido, mas nada disso é verdade, pelo
contrário, estamos conhecendo melhor a nosso Messias e nos
dispondo a deixar os apelidos pelos quais o Pai bondosamente nos
aceitou cientes de que ele tem um nome e uma identidade hebraica
e judaica.
É ainda provável que seus irmãos se ofendam com sua ―atitude
fanática‖ em deixar de orar em nome de Jesus ou de ler esse nome
na Bíblia e o substituir pelo nome hebraico. Elohim não queira que
seja assim, no entanto, Yeshua profetizou que um dia seríamos
odiados de todas as nações por causa de seu nome. Esperemos que
o Brasil não seja essa nação, que o Brasil seja israelita. Mas se não
for o caso estejamos preparados. Por último, não impomos isso a
ninguém, apenas oremos para que o entendam.
Uma palavra mais sobre a questão. Tenho ouvido integrantes
do movimento do nome sagrado dizer que as pessoas não estão
sendo salvar por não conhecerem o nome correto. Não posso
concordar com atitudes realmente fanáticas. Estamos aqui para os
despertar em amor e simpatia pela verdade e não em temor de que
sois salvos por obras, por que senão a graça já não é graça. Uma
coisa é despertar os crentes ao dever de melhor servir aquele que os
salvou honrando seu nome e o nome que ele deu a seu filho, nome
que aparece nos escritos originais, tanto hebraicos como aramaicos,
ainda que Roma nos vendeu a mentira quase universal de que a Brit
Chadashá foi toda escrita originalmete em grego, e outra coisa é
ignorar a graça que nos salvou apesar de nossos deméritos. Bem
sobre os originais pergunte a si mesmo: Você é um judeu, mora na
província que os romanos chamavam de Judéia, a língua de seus
pais é o aramaico e a língua do Templo é o hebraico. Então lá vem
Paulo ou Apolo e lhe escreve uma epístola aos hebreus em grego?
Afinal a epístola é para gregos da Grécia ou para hebreus da Judéia?
Essa é uma pergunta que não quer calar.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Mas bem, se há salvação no nome do senhor como podem os
crentes das nações terem sido salvos se Roma substituiu o nome de
Yah por Kurios e o de Yeshua seu filho por Jesus, e o fez de forma
tão magistral que os crentes podem até jurar que o anjo Gavriel
chegou a Yosef e lhe disse: Lhe porás o nome Jesus? Para responder
isso recorramos aos profetas. Nos surpreenderemos com o amor de
Elohim pelos gentios chamados por seu nome. Muito tempo antes
de estender seu chamado à Casa de Israel para que voltasse e aos
gentios para que se convertessem a ele o grande Elohim de Israel
prometeu por meio do profeta: “E há de ser que todo aquele que
invocar o nome de YHWH será salvo.‖ (Yoel 2:32).
A pergunta é: Como poderia essa promessa se cumprir se até
mesmo os judeus a quem foram confiados os oráculos em sua
apostasia deixaram de pronunciar o nome do Eterno? Aqui há um
maravilhoso segredo. Por todo o lado, em todas as línguas e em
todos os dialetos há uma palavra que não pode ser apagada e esta
palavra é
Halleluyah. Louvem a Yah.
Paraguaios e brasileiros, ingleses e indianos, japoneses e
coreanos, etíopes e sul-africanos. Enfim, todos os povos da terra
sobre os quais quis o Eterno que brilhasse a luz da bessorat, ainda
que o chamem muitas vezes pelo nome dos ídolos ou deuses das
nações erguem sua voz em uníssono e sob a condução da ruach há
kodesh, quase sem saber por que dizem: Halleluya! Louvem a Yah!
Quem já não se emocionou ao ouvir o som de Aleluia de Georg
Friedrich Händel (1685-1759) o célebre compositor alemão
naturalizado britânico cuja religiosidade embora não pareça
fortemente definida lhe permitiu escrever compor para católicos,
luteranos, calvinistas e anglicanos? Não fosse pela presença da
palavra Jesus, certamente não inspirada no coro dos anjos, dir-se-ia
que sua música estava além da perfeição humana. Atrevo-me a
corrigi-la para que alcance o resultado que aqueles para quem brilha
a luz da meschudesh possam apreciá-la em todo o seu valor. Mas
antes de tudo recordo, que através de sua letra uma vez mais
cumpriu-se a promessa do Eterno de que seu nome seria conhecido
em toda a terra e por todos os povos.
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O Reino deste mundo
Já passou a ser do nosso Senhor
E de seu Maschiach, e de seu Maschiach
E Ele reinará para sempre
E Ele reinará para sempre
Rei dos Reis (Pra sempre e sempre, Hallelu Yah, Hallelu Yah)
E grande Senhor (Pra sempre e sempre)
Rei dos Reis (Pra sempre e sempre, Hallelu Yah, Hallelu Yah)
E grande Senhor (Pra sempre e sempre)
Rei dos Reis (Pra sempre e sempre, Hallelu Yah, Hallelu Yah)
E grande Senhor (Pra sempre e sempre)
Hallelu Yah,
Hallelu Yah,
Hallelu Yah,
Hallelu Yah,
Hallelu Yah,
Hallelu Yah,
Hallelu Yah é a palavra que une os crentes de todas as matizes.
Tem sido cantada por judeus tradicionais e judeus caraítas, por
judeus messiânicos e judeus negros, por israelitas nazarenos e por
israelitas britânicos, por cristãos católicos e por cristãos evangélicos,
por protestantes históricos e por pentecostais, por cristãos de
fronteira e por cristãos separados. Aqui está a senha universal
daqueles que estão sendo salvos e redimidos. A composição cuja
letra encantou e emociona multidões a 250 anos testifica do poder
invencível da palavra traduzida e levada a quase todos os povos do
mundo. ―Todo o que invocar o nome de Yah será salvo.‖
Isso é um milagre, o milagre da chesed, por que a palavra é
mencionada apenas 24 vezes no Tanach, mas pronunciada dezenas,
centenas ou mesmo milhares de vezes em cada culto e em cada
serviço de louvor. Este é um dos cerca de 1000 mandamentos dados
depois de Moshe que tem sido cumprido universalmente, apesar das
muitas profanações da Casa de Israel.
Baruch YHWH Elohey Yisrael mim há`olam vê`ed há`olam vê`amar
kol há`am amen haleluyah
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28
Volume I – O Israelis mo Britânico
Bendito seja YHWH, Elohim de Israel, de eternidade em
eternidade! E diga todo o povo: Amém. Louvai a Yah.” Tehilim/Sl
106:48.
Não tenho aqui o desejo de passar a impressão de que alguém
é salvo simplesmente por cantar Aleluayah de Händel ou por
pronunciar emocionalmente a palavra. Um ateu pode cantar essa
música com tanta maestria que pode fazer chorar até mesmo o mais
empedernido dos descrentes e pode dar a impressão de que ele foi
elevado ao céu em espírito.
O que estou afirmando é simplesmente que o Eterno abriu um
caminho para que mesmo em período de trevas e apostasia, pessoas
sinceras possam invocar seu nome com o coração, mais do que com
os lábios em resultado de haverem sido remidas. Essa é a obra
maravilhosa da graça que nos salvou não segundo as nossas
próprias obras. HalleluYah.
Quando afirmo que a redenção de Israel se baseia unicamente
na chesed ou misericórdia pela qual o Eterno entende sua chem ou
graça imerecida a seu povo pecador, e que ele determinou uma
forma para que os que não conhecendo o nome de seu filho
escondido pelos gentios ou a plenitude de seu nome esquecida
pelos judeus não é para justificar o uso do que é indevido.
Quando descobri que a palavra Deus não é oriunda da palavra
sagrada, que jamais foi pronunciada pelos profetas, sendo antes de
origem pagã, achei que era ora de não usá-la mais, pelo menos nas
minhas liturgias. O mesmo se refere a palavra Jesus. Quando
descobri que Iesous foi criada apenas por motivos políticos, por uma
comunidade que fraquejando em sua fé original, voltou a andar nos
caminhos de Efraym baseada apenas no propósito de atrair
rapidamente as massas gentílicas acostumadas com o seu Zeus, a
abandonei definitivamente. Estou convencido de que a santidade de
uma palavra não é determinada nem mesmo por seu uso universal,
mas por aquele que santifica as coisas. E bem, se é aquele que
santifica as coisas que dá valor a uma palavra, a decisão é dele.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Ora, o Eterno deu um dia de repouso a Israel, e através do
profeta lembrou-lhes a causa de por que deveriam tonar esse dia
santo em suas vidas. ―Santificai os meus sábados para que saibais
que eu sou Yah que vos santifica.‖ Ezequiel 20:20. Se o Há Kadosh
Baruch Hu não santificou o domingo como dia de guarda não há
decreto da terra ou do inferno que torne esse dia mais sagrado que
qualquer outro. Ele jamais será shabat.
Isso deveria ser suficiente para nos lembrar que não há uso ou
decreto no mundo que tenha tornado a palavra Deus uma palavra
santa. Ela não se tornou santa por que os pagãos a usaram para a
consagrar a seus ídolos e por que passaram a ter grande reverência
por ela.
Se o Ha Kadosh Baruch Hu (O Santo Bendito Seja ele) não a
santificou ela é apenas uma palavra usada pelos gentios para
nominarem os seu ídolo luminoso que era comparado ao Dia, daí a
palavra Deus.
Seria a Septuaginta uma Obra Confiável?
A situação com relação ao nome Iesous não é diferente, por
mais que alguns insistam que ele foi criado, antes de Roma, e antes
da Era cristã por 70 sábios judeus em Alexandria lá por volta do ano
320 e ainda nos dias de Alexandre. O argumento nesse caso seria a
septuaginta. Dedicarei algum espaço a isso dada a aparente força
que tal argumento tem no debate em favor do nome Iesous como
uma forma de demonstrar que ele não foi o resultado nem de
conspiração gentílica e nem de erro ou inocência na hora de
traduzir.
De acordo com essa visão, a palavra Iesous como substituta de
Yeshua na língua grega teria surgido justamente entre judeus cultos,
alguns dizem que eram sacerdotes, que viram nessa palavra a mais
adequada para transliterar o nome hebraico de Yeshua Bem Num no
livro de Ezra, e, portanto adequada também a Yeshua Ben Yosef.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Hoje, vários eruditos cristãos discordam que alguma vez sábios
judeus tenham produzido a famosa septuaginta. Citarei aqui o artigo
de um cristão protestante sobre o assunto se a septuaginta pode ser
usada para corrigir ou modificar texto massorético hebraico.
―Primeiramente, não, porque ela não é o inspirado e preservado
Texto das Escrituras e sua historia e caráter são questionáveis.
Segundo, ela não deve ser usada porque é inadequada como
tradução. Jack Moorman observa: ―..O Pentateuco é geralmente bem
feito, mas às vezes parafraseia antropomorfismos ofensivos aos Judeus
Alexandrinos, desrespeita coerência em termos técnicos e religiosos, e
mostra sua impaciência com as descrições repetitivas e técnicas em
Êxodo, por erros, abreviações e omissões por atacado. Poucos livros
comparativamente alcançam o padrão do Pentateuco; a maioria é de
qualidade medíocre, alguns são muito pobres. Isaías como uma tradução
é má; Ester, Jó, Provérbios são paráfrases livres. A versão LXX original de
Jó ficou mais curta do que a do Hebraico; foram acrescentadas
subseqüentemente interpretações de Teodósio. Provérbios contém
matéria que não está no texto Hebraico, e sentimentos hebraicos são
livremente alterados para agradar o ponto de vista Grego. A tradução de
Daniel foi tão parafraseada que foi substituída, talvez no primeiro século
d.C., por uma tradução posterior e a LXX original só é encontrada agora
em dois MSS e na Siríaca. Um dos tradutores de Jeremias às vezes
traduzia as palavras Hebraicas com palavras Gregas, que tinham um som
semelhante, mas um sentido totalmente diferente.‖ (Moorman, Forever
Settled). Dr. Donald Waite concluiu: ―Pode ser visto claramente… que a
Septuaginta é incorreta, inadequada e deficiente como tradução. Tentar
reconstruir o Texto Hebraico (como muitos com conexão às versões
modernas estão procurando a fazer) a partir de uma tradução tão relapsa
e inaceitável seria como tentar reconstruir o Texto Grego do Novo
Testamento a partir da Bíblia Viva de Ken Taylor!!‖ (Waite, A Defesa da
Bíblia King James).‖ (QUE TAL A SEPTUAGINTA (LXX)?, David Cloud,
http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-Traducoes/QueTalSeptuaginta-LXX-DCloud.htm)
David Cloud acrescenta ainda:
Não há evidência manuscrita do Velho Testamento em Grego com
data anterior a Cristo. Quando muito, existe um fragmento de uma
pequena porção da Lei. O mais antigo dos manuscritos existentes da
tradução do Velho Testamento em Grego data a 200 anos depois de
Cristo. Uma possível exceção é o Papiro Ryland (No. 458), que tem
algumas porções de Deuteronômio 23-28.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
É possível que este fragmento date de 150 a.C., mas não é
certo. Assim, a evidência manuscrita atual, na melhor hipótese, é
inconcludente. O melhor que podemos assumir da evidência manuscrita
existente é que possivelmente houvesse uma tradução da Lei em Grego,
antes do tempo de Cristo.
A história de que um grupo de eruditos traduziu o Velho
Testamento em Grego, em 250 a 150 a.C., tem a natureza apenas de uma
lenda. A carta de Aristeas é duvidosa ao máximo, contendo declarações
cuja falsidade é imediatamente visível. ―A carta, afirmando ter ser escrita
por um certo Aristeas a seu irmão Philocrates, no reino de Ptolomeu
Philadelphus (285-246 a.c.), relata como Philadelphus, persuadido por seu
bibliotecário a adquirir uma tradução das Escrituras Hebraicas para sua
biblioteca real, apelou ao sumo sacerdote em Jerusalém, o qual
despachou setenta e dois anciões (seis de cada uma das doze tribos)
para Alexandria, com uma cópia oficial da Lei.
Lá, durante setenta e dois dias, eles fizeram uma tradução, que foi
lida à comunidade Judaica, com grande aplauso, e depois apresentada ao
rei. A partir do número dos tradutores ela ficou conhecida (embora não
exatamente) como a Septuaginta‖ (Moorman). ―Suas reivindicações à
autenticidade foram demolidas por Dr. Hody, há dois séculos (De
bibliorum textibus originalibus, Oxon., 1705). Claramente o escritor não é
Grego, mas um judeu, cujo alvo é glorificar sua raça e disseminar
informação sobre os seus livros sagrados‖ (Internacional Standard Bible
Encyclopedia). Desse modo, o nome Septuaginta está baseado numa
fábula. Por essa razão ele é também chamado o Texto Egípcio. (QUE TAL
A SEPTUAGINTA
(LXX)?,
David
Cloud,
http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-
Traducoes/QueTalSeptuaginta-LXX-DCloud.htm)
De fato a septuaginta está muito mais para lenda do que para
fato. O Testemunho de Flávio Josefo de que o Rei Ptolomeu do
Egito ordenou a 72 sábios que traduzissem as Escrituras está longe
de apoiar a septuaginta. Ele fala de um cuidadoso trabalho feito por
7 sábios, que juntos revisaram a tradução.
―Três dias depois, Demétrio levou-os por uma estrada longa sete
estádios, pela ponte que une a ilha a terra firme, a uma casa situada à
beira-mar, do lado norte, afastada de qualquer barulho, para que nada
pudesse perturbá-los em seu trabalho, o qual exigia muita atenção e
cuidado, ...
Eles o fizeram com toda a dedicação e constância,
trabalhando assiduamente para que a tradução fosse exatíssima. ...
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Empregaram apenas setenta e dois dias para traduzir toda a Torah.
Terminada a obra, Demétrio reuniu todos os judeus e leu-lhes a tradução
na presença dos setenta e dois intérpretes. Eles a aprovaram, elogiaram
muito Demétrio por haver imaginado uma coisa tão proveitosa para eles
e rogaram-lhe que também mandasse fazer aquela leitura aos chefes de
sua nação. Eliseu, sacerdote, o mais idoso dos intérpretes e os
magistrados constituídos para governo do povo pediram em seguida que
nada mais se viesse a mudar naquela obra, que fora concluída com tão
raro êxito. Essa proposta foi aprovada, dando a esse ato força de lei,
porém com a condição de que antes seria permitido a cada um examinar
a tradução, para ver se nada havia a acrescentar ou a suprimir e a fim de
que, tendo sido o assunto muito bem ponderado, nunca mais se tivesse
de voltar a ele.‖ História dos Hebreus de Flavio Josefo.
Bem, está mais que claro que Josefo se refere à Torah e não ao
Tanach. Teria sido essa Torah produzida pelos tais sábios sido
introduzida na septuaginta? A resposta é um não absoluto. Ora, um
trabalho perfeito, cuidadosamente revisado traria como resultado
precisão. E precisão é tudo o que a septuaginta não tem. Tudo leva a
crer que tal obra, se realmente produzida se perdeu na poeira do
tempo assim que os judeus se refiram da influência helenista
Abunda em erros e lhe faltam centenas de versos e orações do
Tanach. O Talmud confirma na sua coleção de lendas que realmente
houve a tal empreitada dos 72 sábios, mas diz que eles traduziram
apenas partes da Torah, e partes saltadas para que ele não
conhecesse toda a verdade dada a Israel. Dessa maneira os sábios
teriam atuado para que o Rei ficasse confundido e jamais soubesse a
palavra de Adonay.
"R. Judá disse: "Quando a nossos professores foi pedido que
traduzissem para o grego, permitiram apenas um rolo da Torah.‖ Isso foi
por conta do incidente relacionado com o rei Ptolomeu, tal como foi
ensinado: ". Relata-se que o rei Ptolomeu reuniu setenta e dois anciãos e
os colocou em setenta e dois quartos [separados], sem dizer por que ele
os reuniu, e entrou em cada um deles e disse-lhe: Traduzam para mim a
Torá de Moisés, seu mestre. D'us então atuou em cada um deles e todos
eles conceberam a mesma ideia e escreveram para ele: D-us criou no
início. Vou fazer o homem à nossa imagem e semelhança. E terminou no
sexto dia. E descansou no sétimo dia. Homem e mulher os criou. Vem,
deixe-me descer e confundir suas línguas. E Sara riu entre seus
parentes....‖ Talmud Megilah 9
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O Talmud segue relatando mais alguns desses ―saltos‖. A
diferença entre as lendas talmúdicas que falam de uma Torah
produzida em fragmentos e a pretensão de que alguma vez 72
sábios judeus traduziram um Tanach completo em grego baseado
no texto hebraico é mais que evidente. A prova disso é que a
septuaginta com suas centenas adições, subtrações e erros se
desaprova a si mesma.
Além disso, não nem mesmo comprovação histórica da
existência de tal empreitada como a tradução completa de uma
Bíblia para o grego. Diversos críticos protestantes tem posto isso e
juízo e tem afirmado que não são os textos do Novo Testamento
grego que se basearam na Septuaginta, um documento jamais
citado pelos sábios judeus, mas pelo contrário que a própria
septuaginta, sendo uma tradução pobre baseou as ocorrências do
Tanach na Brit Chadashá no texto grego da mesma, talvez para
buscar uma harmonia nos textos. Isso liquida a questão quanto a
suposta autoridade da palavra Iesous e um sem número de outros
nomes de origem helênica usados no NT Grego.
Não se pode provar que Yeshua Ben Yehotsadak ou mesmo
Yeshua Ben Nun foram alguma vez denominados como Iesous por
judeus. David Cloud, que não é nenhum defensor do nome sagrado,
é um cristão para quem essa luz ainda não brilhou, termina com um
argumento de fazer pensar a qualquer um. Ainda que a septuaginta
fosse autentica, não foi inspirada, e portanto, não seria elemento de
prova:
―Dr. D. A. Waite oferece um comentário importante e definitivo
sobre este assunto: ―Mas suponhamos que você rejeite este
pensamento. Só porque há uma semelhança nas palavras e em alguns
casos talvez siga o VT Grego mais exatamente, qual é a prova de que
o VT Grego seja, de alguma forma, superior ao Texto Massorético?
Claro que não! Nem para esta passagem, nem para todo o VT
Grego. Deus não inspirou as palavras gregas do VT, mas somente as
palavras em Hebraico! Essa distinção é muito importante e devemos
ter cautela nesse assunto de tradução do VT.‖ (QUE TAL
A SEPTUAGINTA
(LXX)?,
David
Cloud,
http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-
Traducoes/QueTalSeptuaginta-LXX-DCloud.htm)
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Quanto à Brit Chadashá existem inúmeras provas de que ela
não foi originalmente escrita em grego, mas em hebraico e
aramaico, sendo que está provado que o livro de Matyatyahú
(Mateus foi escrito originalmente em hebraico. Em ambos os casos o
nome empregado para o Maschiach é invariavelmente Yeshua e com
raras exceções o nome pleno Yehoshua escrito com duas variações.
Vários testemunhos reunidos por Eusébio de Cesaréia (256349), um dos mais antigos historiadores do cristianismo confirmam
que o autor de Matytyahú, sendo hebreu, escreveu seu livro em
hebraico para seu próprio povo, e que depois ele foi traduzido para
outras línguas, cada um como podia.
A seguir estes testemunhos ordenados conforme os capítulos
de sua História Eclesiástica Editada no Brasil pela Casa Publicadora
das Assembleias de Deus
“VIII [De como Irineu menciona as diversas Escrituras]: Posto
que ao dar início a esta obra348 prometemos citar oportunamente as
palavras dos antigos presbíteros e escritores eclesiásticos, nas quais
nos transmitiram por escrito as tradições chegadas até eles sobre as
Escrituras canônicas, e como Irineu era um destes, citemos também
suas palavras; e em primeiro lugar as que se referem aos sagrados
evangelhos; são as seguintes: "Mateus publicou entre os hebreus, em
sua própria língua, um Evangelho também escrito349, enquanto Pedro
e Paulo estavam em Roma evangelizando e lançando os fundamentos
da Igreja.‖
“X [De Panteno, o filósofo]: Destes foi também Panteno, e diz-se
que foi à Índia, onde é tradição que descobriu que o Evangelho de
Mateus havia-se adiantado à sua chegada entre alguns habitantes do país
que conheciam Cristo: Bartolomeu, um dos apóstolos, teria pregado para
eles e havia-lhes deixado o escrito de Mateus nos próprios caracteres
hebreus, escritos que conservavam até o tempo mencionado.‖
“XXIV [Da ordem dos evangelhos]: Com efeito Mateus, que
primeiramente tinha pregado aos hebreus, quando estava a ponto de ir
para outros, entregou por escrito seu Evangelho, em sua língua materna,
fornecendo assim por meio da escritura o que faltava de sua presença
entre aqueles de quem se afastava.‖
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Volume I – O Israelis mo Britânico
“XXV [Como Orígenes mencionou as escrituras canônicas]:
"Acerca dos quatro Evangelhos, que também são os únicos que não
foram discutidos na Igreja de Deus que está sob o céu, por tradição
aprendi que o primeiro a ser escrito foi o Evangelho de Mateus, que foi
por algum tempo arrecadador e depois apóstolo de Jesus Cristo, que o
compôs em língua hebraica e o publicou para os fiéis procedentes do
judaísmo.
XXXIX [Dos escritos de Papias]: Isto é o que conta Papias sobre
Marcos. Referente a Mateus, diz o seguinte: "Mateus ordenou as
sentenças em língua hebraica, mas cada um as traduzia como melhor
podia."
Estes testemunhos são importantes por que sabemos que o
anjo Gavriel foi enviado a Yosef com a estrita missão de ordenar que
ele aceitasse a Miriam como esposa e que desse ao menino que
havia de nascer o nome de Yeshua. O texto hebraico tal como
ocorre no Mateus de Shem Tov diz:
V`teled ben vê`tkera shemo Yeshua ki hu yoshia et ami meeonotem.
Ela dará a luz um filho ao qual porás o nome Yeshua por que ele salvará
seu povo dos pecados dele.‖
(http://adventistas.ws/matay-bilingue-1-shem-tov.pdf)
O livro de Mateus em hebraico foi preservado e chegou até
nossos dias graças à obra de Shem Tov ben Isaac Ibn Shaprut, um
erudito judeu envolvido em polêmicas em defesa da fé judaica
contra os cristãos católicos. Shem Tov encontrou a versão hebraica
num escrito sefardita do século XIV titulado Even Bojan. A partir daí
ele o copilou lá por volta de 1385 em Rarazona de Aragón ma
Espanha e o trabalho existe até hoje. Há outros manuscritos
hebraicos da Brit Chadashá ou Novo Testamento que foram
preservados como o texto de Sebastian Münster (1537), Jean du
Tillet (1555), Milchamot Hashem de Iaaqov Ben Reuven (1170) e
Nizahon Vetus (final do século 13). Bem, que judeus tivessem
preservado o texto de Matytyahu ou Matay em hebraico não deveria
causar estranheza a ninguém, afinal, não só os testemunhos citados
por Eusébio, mas até mesmo os testemunhos de Jerônimo um
devotado papista confirmam isso.
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"Mateus, o apóstolo também chamado Levi, o publicano, compôs
as boas novas do Maschiah publicado pela primeira vez em Yehudáh
(Judéia) em hebraico para o bem daqueles da circuncisão que creram,
mas esse foi depois traduzido em grego, apesar de que o autor seja
incerto. A palavra hebraica em si tem sido preservada até os dias atuais
na biblioteca de Cesaréia que Pamphilus tão diligentemente reunida. Eu
também tive a oportunidade de tomar o volume descrito para mim pelos
nazarenos de Beréia, uma cidade da Síria, que o usam. Nesta matéria, é
de notar que sempre que o Evangelista, quer por sua própria conta ou na
pessoa de nosso Senhor, o Salvador cita o testemunho do Antigo
Testamento, ele não segue a autoridade dos tradutores da Septuaginta,
mas o hebraico. Portanto estas duas formas existem "Do Egito chamei
meu
filho",
e
"ele
será
chamado
Nazareno."
(Eusébio
Sofrônio Jerónimo, Vidas de Homens Ilustres, ano 393)
Este é um testemunho de grande impacto. Eusébio
Sofrônio Jerónimo (347-420), um papista romanizado, que defendeu
a primazia do grego sobre todo o resto do Novo Testamento, isso
apesar de que os crentes do oriente o refutassem, testemunha duas
coias normalmente ignoradas, a primeira é que o livro de Mateus foi
escrito primeiro em hebraico e a segunda é que os judeus a quem
ele dirigiu a epístola eram zelosos da lei, ainda que ele desprezasse
esse último fato.
Eusébio dá ainda testemunho de que havia duas seitas ligadas
ao judaísmo na sua época, ambas crentes em Yeshua, os nazarenos
e os ebionitas. Isso é evidente a partir do seu comentário ao texto
grego de Mateus 12:13 que acabara de produzir.
Jerônimo, por Matt. 12:13 (398 AD) "No Evangelho, que o uso
nazarenos e ebionitas (que eu tenho recentemente traduzido para
o grego do hebraico, e que é chamado por muitos (ou quase) as
pessoas o original de Mateus), este homem que tinha a mão
atrofiada é descrito como um pedreiro, que reza por ajuda em
palavras como esta: "Eu era um pedreiro busca de um sustento com
minhas mãos. Peço-te, Yeshua, para restaurar a saúde me meu, que
eu não posso pedir para mesquinhamente minha comida. " (Citação
de O Novo Testamento Apócrifo, Montague Rhode James, (Oxford:
Clarendon Press 1924), 1-8.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Além disso é importante que se diga de que a crença de que o
NT foi escrito em grego, muito disseminada no ocidente se deve ao
fato de que a Igreja de Roma reinou soberana sobre estas terras.
Essa suposição sempre foi contestada pelas igrejas do oriente, e
inclusive há varias igrejas católicas de rito não latino que preservam
seu culto e orações em aramaico.
Há inúmeras cópias da Peshita aramaica preservadas, tão
antigas, ou mais velhas que as cópias gregas. O aramaico tem sido
usado como língua litúrgica em várias comunidades cristãs do
Oriente. Estas comunidades orientais jamais engoliram a tese
católica da supremacia do grego. O Dr. Paul Yunan afirma:
A Peshitta é a Bíblia oficial da Igreja do Oriente, o nome Peshitta,
em aramaico, significa "Simples, Puro", em outras palavras, o texto
original e puro do 'Novo' Testamento. A Peshitta é o único e autêntico
texto que contém os "Escritos dos Nazarenos" ('Novo' Testamento) que
foi escrito em Aramaico. A língua do Messias (Lishana d'Meshikha) e de
seus discípulos (Talmideh).
Em referência à originalidade da Peshitta, as palavras de Mar Eshai
Shimum, Patriarca dos Católicos da Igreja do Oriente, estão sumarizadas
abaixo:
"Em referência a originalidade dos textos da Peshitta, como
Patriarca e Líder da Sagrada Apostólica Igreja do oriente, gostaria de
afirmar que a Igreja do Oriente recebeu as Escrituras das mãos dos
próprios abençoados apóstolos no original em Aramaico, a língua falada
pelo Nosso S-nhor Jesus Cristo (Maran Yisho' Mshikha), e assim a Peshitta
é o texto da Igreja do Oriente que veio dos tempos bíblicos sem nenhuma
mudança ou revisão."
Em referência ao Aramaico, o Patriarca Latino Máximo no
Vaticano, disse: "Cristo, depois de tudo falou na língua de seus
contemporâneos. Ele ofereceu o primeiro sacrifício da eucaristia em
Aramaico, a língua compreendida pelas pessoas que o ouviam. Os
Apóstolos e os discípulos fizeram o mesmo e nunca em outra língua..."
Estes são tópicos altamente contestados no Cristianismo
ocidental. A comum e errada concepção de que o 'Novo' Testamento
foi orginalmente escrito em Grego, ainda persiste hoje em vasta maioria
das denominações católicas e protestantes.
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A maioria dos acadêmicos e teólogos afirmam que Yeshu'a
Meshicha (Yeshua O Messias ), os Apóstolos, discípulos e os judeus em
geral falavam em Aramaico, apesar de muitas instancias do Aramaico
sobreviverem nos Manuscritos do 'Novo' Testamento em Grego. Mesmo
assim, eles ainda mantém a opinião de que o 'Novo' Testamento foi
escrito em Grego, pelos Apóstolos e pelos discípulos de Meshicha
(Messias).
A Igreja do Oriente sempre rejeitou essa possibilidade. Nós
acreditamos que os livros do 'Novo' Testamento foram originalmente
escritos em aramaico e depois traduzidos para o grego pelos fiéis do
ocidente no final do 1o séc, mas nunca dos fiéis do oriente, onde o
aramaico
era
a
língua
franca
do
Império
Persa.
Nós também defendemos que depois dos livros serem traduzidos
para o Grego, osoriginais em Aramaico foram descartados pela
Igreja do Ocidente (Romana) que era completamente adepta do
Grego.
Este não foi o caso da Igreja do oriente, que tinha em sua maioria
judeus (especialmente na Babilônia e Adiabene) por um período muito
maior. Mesmo quando a Igreja do Oriente se tornou mais gentílica, o
Aramaico foi preservado e usado, ao invés da tradução em várias línguas
vernaculares das regiões do leste do rio Eufrates.
Até o oeste do rio Eufrates, na terra Santa, a língua principal era o
Aramaico. As cerimônias semanais na sinagoga, chamadas de Sidra ou
Parashah, com a Haftorah, eram acompanhadas por um tradutor de
Aramaico, de acordo com as traduções estabelecidas.‖ (Historia da Peshitta
Aramaica, Por Paul D. Younan Traduzido por Caru Muricca e Adaptado por Nyudraá Bar
Avraham, http://nyudraa.blogspot.com.br/2008/04/historia-da-peshitta-aramaica-por-paul.html)
O uso constante do aramaico bem como a crítica textual revela
que os textos gregos procedem do aramaico e não o contrário. É
bom que se diga que até mesmo os cristãos do Líbano, que são
católicos na sua maioria cantam o Pai nosso em aramaico e todas as
demais liturgias. Yeshua é pois o nome do Maschiach e não Iesous e
menos ainda Jesus. Tudo isso depõe contra a santidade e autoridade
do quase universalmente aceito nome de Jesus. Uma aproximação
com Zeus. Por mais chocante que isso possa parecer, é tempo da
igreja cristã se lembrar que ela não nasceu num berço ocidental,
mas numa cidade encravada no Oriente Médio, em Israel, terra onde
se falava hebraico e aramaico.
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É importante recordar que no chamado de Shaul ocorrido na
Estrada de Damasco ele mesmo disse, durante seu julgamento, num
discurso proferido aos de sua nação:
―E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em
língua hebraica dizia: Shaul, Shaul, por que me persegues? Dura coisa te
é recalcitrar contra os aguilhões. E disse eu: Quem és, Senhor? E ele
respondeu: Eu sou Yeshua, a quem tu persegues.‖ Atos 26:14-15
Desde logo seria impossível que essa voz em língua hebraica
se apresentasse a ele, um judeu como Iza, Iesus, Ressus ou Jesus.
Isso o senso comum impede que qualquer pessoa acredite tal coisa
quando levada a confrontar-se com os fatos da narrativa, ainda que
normalmente se ignore isso.
Bom quanto ao Theos da septuaginta e das cópias gregas da
Brit Chadashá pesam objeções ainda mais graves, pois de Iesous é
um nome inventado que nada tem a ver com Yeshua, Theos é
comprovadamente o nome de uma divindade pagã dos gregos. Não
é, pois uma palavra sagrada, senão para quem ignora a história.
Convém lembrar ainda que Israel antes de partir para a gulat
recebeu por meio do profeta Yehoshua a ordem de que nem mesmo
se mencione o nome dos elohim das nações. Logo, se o Eterno não
moveu William Carey, João Ferreira de Almeida ou qualquer outro
tradutor a avançar nesse ponto, não estamos aqui para depreciarlhes a obra, para dizer que Adonay não os dirigiu apesar dessas
deficiências, mas para afirmar que chegou a hora de romper a
barreira do costume.
Estamos sendo chamados a ir mais longe do que eles. A
necessidade de restaurar os nomes sagrados é mais que clara nesse
tempo quando a luz cresce.
―Que não vos mistureis com estas nações que ainda restam entre
vós; e dos nomes de seus elohim (seres poderosos) não façais menção,
nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem a eles vos inclineis.‖
Yehoshua/Js 23:7.
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Tivesse esse mandamento sido cumprido e a nação santa
jamais teria sido levado ao exílio. Claro que não se pode esquecer
também, que se tivessem sido fiéis o mundo não teria sido inserido
com os ramos da boa oliveira. Poderia ser salvo, sim, mas não como
parte de Israel. Já Yeshua tinha dito: ―Em verdade, em verdade vos
digo: Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas
se morrer, dá muito fruto.‖ Yochanan/Jo 12:24.
A queda de Israel volta, pois a ser definida como um mal
necessário aos gentios. A dureza do coração deles foi por
ferramenta para redimir os gentios através da semente de Avraham
e não somente pela fé de Avraham. A morte espiritual de Efraym e
mesmo de grande parte de Yehudáh foi o meio providencial pelo
qual as nações foram erguidas de sua maldade e pecado para a
justiça e de suas trevas para a luz.
Deve servir de alerta o fato de que Adonay olha muito mais
para a nossa intenção, ou seja, para a kavanah que brota do coração
do que para nossas ações. É por essa razão que vem atendendo seus
filhos quando o invocam por nomes equivocados, pelos nomes dos
ídolos das nações. Esta tem sido a situação da Casa de Efraym
nesses anos todos em que tem estado espalhada entre as nações.
Lamentavelmente, mesmo quando se volta para o Elohim cujo
caráter se revela na Bíblia, Efraym, como um bolo que não foi virado
não tem conseguido se libertar dos nomes dos ídolos que tomou
emprestado dos gentios com quem se misturou e no que se
converteu.
Profetizado o Abandono do Nome dos Ídolos
É certo que David, um judeu vivendo na época de maior
fidelidade de Israel, fidelidade que foi agraciada pelo Eterno com o
apogeu do Reino, quando Israel se estendeu até ao Eufrates sem se
inclinar aos ídolos dos povos, e nem mesmo usar seus nomes para
se referir ao Criador tal prática seria inaceitável. David havia jurado
não tomar o nome dos Elohim das nações em seus lábios.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Estava fora de questão chamar a Yah, o Elohim de Israel pelo nome
do ídolo grego Theos, do ídolo indiano Deivos de onde deriva o ―Deus‖
da língua portuguesa, o ―Dios‖ da língua espanhola ou o ―Dio‖ da língua
italiana. Isso era impensável. No entanto, punido por seus pecados,
Israel foi ao exílio e tomou o nome dos ídolos. A mudança veio mais
tarde como se pode ver na declaração do grande profeta:
―Aqueles que escolhem a outros Elohim terão as suas dores
multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei
os seus nomes nos meus lábios.‖ Tehilim/Salmos 16:4.
Está profetizado porém que essa mesma casa que caiu por
adorar os ídolos das nações, e foi levada a elas para assim resgatálas se voltará para o Eterno tão intensamente que já não ousará usar
o nome de seus ídolos em seus lábios. O retorno é pois gradual,
primeiro dos elohim das nações para o Elohim de Israel e logo do
nome dos Elohim das nações para nome do Elohim de Israel. A
primeira fase está bastante avançada, quanto à fase segunda está
apenas começando.
―E naquele dia, diz YHWH, ela me chamará meu marido; e não me
chamará mais meu Baal. Pois da sua boca tirarei os nomes dos baalins, e
não mais se fará menção desses nomes.‖ Hoseha/Os 2:16-17.
Breve a Grande Casa de Efraym, que vem se voltando em
massa para o Elohim de Israel apanhada pela rede do Grande
Pescador viverá em santidade e falará em santidade. A Casa de
Efraym que rompeu com os ídolos das nações, virá a romper
também com os nomes desses mesmos ídolos. Para isso o Eterno
tem apelado a ela.
―Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Sou eu que respondo, e
cuido de ti. Eu sou como a faia verde; de mim é achado o teu fruto.‖
Hoshea 14:8.
É importante notar que o mundo não foi abandonado às
trevas absolutas do paganismo que queima mulheres vivas ou que
sacrificava jovens aos seus ídolos. O mundo cristão, mesmo o
católico, pôs fim a essas monstruosidades.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O espírito da restauração jamais pode prevalecer o exemplo
desses notáveis homens e da obra que realizaram como desculpa
para não avançar na compreensão e na prática da verdade. Graças
ao Eterno, missões no interior do Continente Indiano começam a
restaurar os nomes sagrados. Eles estão agradecidos pelas traduções
de William Carey, mas sabem que mais luz brilha agora ante nossos
olhos do que a que brilhou em seu tempo. O movimento
missionário partido da Inglaterra teve como foco principal o início
da obra, que é o abandono da idolatria e o ensino de que o homem
é redimido e salvo por graça, e não por obras.
Isso é um passo pequeno, mas gigantesco em seus resultados.
Na origem do paganismo e da idolatria está o conceito de que o
homem alcança favor diante do Criador por meio de suas obras. Os
missionários atacaram, pois, os dois baluartes do paganismo que
havia levado Israel ao exílio. O resto viria mais tarde. É verdade que a
obra dos grandes pregadores ingleses se limitava por não entender
ainda a necessidade de ampliar o número dos mandamentos da
Torah que os gentios e bem assim os filhos de Israel que retornam
devem guardar.
Entretanto ninguém deve esquecer que Israel quando partiu
para as nações havia se esquecido virtualmente do Criador e
cometido um pecado muito mais grave que comer porco ou violar o
shabat, eles havia adorado os ídolos das nações.
Por outro lado, é preciso que se destaque que o povo judeu,
apesar de ter preservado a Torah a fim de servir de referência ao
retorno de Efraim não tem vivido a santidade e a fidelidade que
neófitos lhe atribuem. Como veremos mais tarde, há muito mais
incredulidade e desprezo à toda a Torah entre as massas judaicas
que entre as massas efraimitas.
Não há pecado que a Casa de Efraim cometa que não seja
abundante na Casa de Yehudá. Se em Efraim a doutrina da trindade
é tão forte, (não universal) a situação da maior parte dos judeus
americanos não é nada melhor.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Se a maior parte dos cristãos imagina erroneamente que o
Elohim da Bíblia se compõe de três seres essencialmente iguais e tão
perfeitamente unidos que eles podem dizer que são três e que são
um ao mesmo tempo, mais da metade dos judeus americanos
acredita que a Bíblia é um amontoado de lendas estúpidas e que o
Elohim da Bíblia nunca existiu. Se as lideranças cristãs foram
incapazes de levar as pessoas a depositarem plena fé nas Escrituras,
as lideranças rabínicas não conseguiram fazer melhor. Judeus e
cristãos incorrem no mesmo pecado. Não há vantagem natural em
ser judeu.
A situação em relação a dieta kasher é um outro exemplo. Na
casa de Efraym existem centenas de organizações que não permitem
seu uso, e mais de 70 milhões de cristãos não comem porco. Na
Casa de Yehudáh judeus chassídicos e judeus ortodoxos abominam
seu consumo. No entanto, 170 mil porcos são abatidos todos os
anos por judeus em Israel em kibutzim localizados em terras árabes
para atender a crescente demanda de carne suína por parte dos
judeus não religiosos que são maioria no Estado de Israel. Aliás, um
estado fundado em grande parte por judeus ateus e agnósticos. O
que Shaul diz continua sendo tão verdade hoje como o era a dois
mil anos.
―Porque Elohim encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim
de usar de misericórdia para com todos.‖ Romanos 11:32.
Bom, por tudo isso, a análise do movimento israelita britânico
se revelará bastante interessante. Afinal, Israel tem duas faces, dois
lados e os dois precisam ser explorados não apenas quando erram,
mas também quando começam a acertar. Claro que antes de falar
do retorno de Efraym à plenitude de sua identidade, e ai
precisamente ai, entra o israelismo britânico é preciso falar de seu
distanciamento. O Eterno primeiro os fez tornar-se não Israel, para
depois fazê-lo o Pleno Israel. Primeiros os fez ir caídos às nações
para depois torná-los a trazer erguidos à sua terra. ―Porque, se a sua
rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão,
senão a vida dentre os mortos? Romanos 11:15
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Israel Torna-se Gentio
Os defensores do israelismo briânico recordam que as tribos
do reino do norte, chamada de Casa de Israel, Casa de Yosef ou Casa
de Efraym foram levadas ao cativeiro por Salmanaser III da Assíria e
jamais retornaram à sua terra. Pelo menos não na medida em que as
profecias falam que elas devem voltar. Pelo contrário, elas se
misturaram aos gentios, e passaram a ser consideradas como tais,
inclusive pelos profetas. Relevo preservado até hoje, testemunha a
verdade revelada no Tanach, ( Bíblia hebraica), de que o reino de
Israel se curvou ante a monarquia assíria.
Assim perdeu Israel gradativamente sua identidade cultural,
nacional e espiritual. Lamentavelmente o povo de Israel bem como o
povo judeu vieram a reverenciar não apenas os reis dos gentios,
diante dos quais jamais precisariam se inclinar se tivessem sido fiéis,
mas o que é pior, viram a reverenciar e a adorar os mitológicos seres
poderosos dessas nações, seus ―deuses‖ ou seres iluminados por
suas próprias cabeças corrompidas.
Claro que faz parte da índole de Efraym a mistura de cultos e
de propósitos, e o serviço a Elohim feito pela metade. Não é de
estranhar que hoje a Casa de Israel viva literalmente de costas
voltadas para sua terra, nem mesmo se lembrando dela e comendo
manjares imundos. Este seria um dos frutos claros resultantes de seu
exilo, de seu cativeiro e humilhação. Sobre isso o profeta Hoshea
fala:
―Na terra de YHWH não permanecerão; mas Efraim tornará ao
Egito, e na Assíria comerão comida imunda‖ Hoshea/Os 9:4.
Contudo, tão certo como a Casa de Israel foi levada ao exílio
por conta de seus mui tos pecados, esquecendo-se de seu Criador
e abandonando as suas leis, entregando-se assim à idolatria das
nações e a imundícia de suas comidas, também é certo que esta
mesma casa está destinada a voltar para seu Elohim, para sua Torah
e para sua terra.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
E para o cumprimento disso estamos aguardando apenas o
som da grande trombeta,quando Adonay reunirá seu povo
espalhado por toda a terra, os filhos de Israel dispersos como está
escrito.
―Naquele dia YHWH padejará o seu trigo desde as correntes do
Rio, até o ribeiro do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a
um. E naquele dia se tocará uma grande trombeta; e os que andavam
perdidos pela terra da Ashur (Assíria), e os que foram desterrados para a
terra de Mistraym (Egito) tornarão a vir; e adorarão a YHWH no monte
santo em Yerushalaim.‖ Yeshayahú 27:12-13.
Richard Brothers Paladino do Israelismo Britânico
Ora, o israelismo britânico toma, pois as profecias bíblicas e
procura identificar a Casa de Israel perdida entre as nações como
estando preferencialmente na Inglaterra e em suas ex-colônias ao
redor do mundo. Paralelamente ao conceito de que os Estados
Unidos e a Grã Bretanha são parte das tribos perdidas do Reino de
Israel foi sendo desenvolvido outro conceito, o da futura restauração
dos judeus ao favor de Elohim, e do reconhecimento por parte
destes que Yeshua é o Messias. Isso foi ensinado por Richard
Brothers em 1795 no seu livro ―Revelado o Conhecimento da
Profecia.‖ Naturalmente isso exigia primeiro que os judeus voltassem
para sua terra. E isso acabava por criar na opinião pública britânica
primeiro e americana depois uma onda favorável aos judeus, coisa
que se revelaria vital 153 anos depois quando Israel proclamasse a
sua independência.
―Quando os exércitos Heatan invadirem a terra de Israel, será com
a resolução de tomar cada coisa que move e destruir o povo, e os judeus,
em seguida, reconhecerão o Messias, como Deus, e irmão e acreditarão,
sob excesso de tristeza, que ele é o crucificado. Sensibilizados por seu
perigoso estado, e sabendo que só ele pode salvá-los, irão, cada homem
e cada família, implorar por compaixão e libertação.‖ (Richard BroArs,
Revealed Knowledge of Prophecies, (U. S. reprint: W. Springfield MA, 1797,
pág 44 A obra pode ser lida na internet através do site Olivers Bookshelf.
http://olivercowdery.com/texts/brot1797.htm#2pg086).
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Nessa oportunidade um cristão proeminente não apenas
entende, mas passa a ensinar que o Messias não virá antes que os
judeus voltem à sua terra, e que eles não se converterão a Yeshua
antes de seu regresso. ma nova mentalidade estava sendo formada.
Judeus não deviam ser forçados à conversão, mas deixados livres até
que retornassem à terra e o próprio Elohim operasse para sua
redenção de forma irresistível.
Ainda não Chegou o Ano da Conversão da Casa de David
A mensagem de Richard Brothers era: ―Deixem que o Messias
volte para converter os judeus. Isso não é tarefa nossa. Por agora,
trabalhemos para eles voltem para sua casa, e para Yerushalaim, do
jeito que estão, sem crer no Maschiach, por que se eles não
voltarem, o Messias também não pode voltar para convertê-los.‖
Para ele a missão primordial era fazer com que a Casa Efraym
recobrasse sua identidade. A Casa de Judá teria ainda de esperar
para identificar o Maschiach.
Evidentemente se há uma coisa que ninguém pode esperar é
que a Casa de Yehudáh, mal grado o preço altíssimo que pagou por
rejeitar os dois profetas que antecederam imediatamente a
destruição da cidade santa é que ela se converta agora, antes da
descida triunfal de Maschiach. E bem, se todos se converterem
agora, as profecias falharão. É claro que a conversão massiva da
Casa de Yehudáh não se dará mediante nenhum esforço missionário,
por mais vigoroso que esse se manifeste e por mais amor que revele
ao povo judeu. Essa não é obra para nós. É obra para Elohim.
Embora a conversão de um judeu a Yeshua seja uma conquista
importante é preciso saber que a Casa de Yehudáh não se
converterá por argumentos, mas mediante a poderosa atuação da
Ruach há Kodesh que converterá a homens e a mulheres por
separado, e os levará ao choro e ao pranto de amor por aquele a
quem agora desprezam em sua cegueira antes que todos
proclamem sua fé naquele que foi transpassado pela por causa de
suas muitas iniquidades.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Quis o Eterno que primeiro a Casa de Efraym voltasse em peso
para a Bíblia, apesar das limitações impostas pela falta de certos
aspectos da luz nos mensageiros que a trouxeram às boas novas.
Primeiro a festa é para o filho pródigo, para a Casa de Efraym e só
depois, o será para a o filho mais velho, para a Casa de Yehudáh só
volte quando a hora soar, e a hora ainda não é agora. Bom, é
exatamente o que as profecias dizem que acontecerá:
―Mas sobre à casa de David, e sobre os habitantes de Yerushalaym,
derramarei a ruach de chesed (graça) e de súplicas; e olharão para mim, a
quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo
filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora
amargamente pelo primogênito. Naquele dia será grande o pranto em
Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom no vale de Megido. E a
terra pranteará, cada família à parte: a família da casa de David à parte, e
suas mulheres à parte; e a família da casa de Natan à parte, e suas
mulheres à parte; a família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à
parte; a família de Simei à parte, e suas mulheres à parte.‖ Zachariah
12:10-13).
A Ignorância dos Inimigos de Yehudáh de Todos os Tempos
A Casa de Yehudáh se converterá na hora certa, mediante uma
aflição tremenda, e quando os habitantes de Yerushalaim estiverem
votados à aniquilação muito mais severa do que aquele que os
malditos cruzados a impuseram. Será em meio à dor, ao desespero,
à ameaça de aniquilamento final da raça judaica que Yah lhes
enviará o ruach chem, o espírito da graça para que olhem para o
Eterno a quem transpassaram na figura de se bendito Maschiach.
Tivesse a cristandade entendido esse conceito e jamais teria
perseguido os judeus em Yerushalaym, como aconteceu no tempo
das cruzadas, mas ao contrário, os teriam encorajado a partir, teria
protegido o seu retorno. Soubessem eles que o retorno do
Consolador de Israel e libertador das nações está diretamente
dependente disso jamais teria corrido sangue judeu sem se misturar
com ele, do mesmo lado da trincheira o sangue dos cristãos. Isso é
claro, teria criado tal elo, que muitos cristãos teriam ido a Yeshua.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Aquele negro capítulo da história em que sacerdotes
corruptos, monges degradados e papas ambiciosos abençoavam
guerreiros estúpidos para marcharem contras os judeus não teria
sido escrito. Aquele bando de facínoras perversos, sanguinários vis e
estupradores não teriam partido em direção à cidade santa
encarcerando, estuprando e assassinando no meio de sua
caminhada. Os anais que ainda mancham de um vergonho negro a
história do cristianismo não existiriam.
Tomada a cidade fogo foi posto a mesquitas e a sinagogas
com os adoradores encarcerados dentro dos seus templos. Um
sacrifício horrendo, em que o cheiro da carne dos mortos se
misturava aos gritos lancinantes de homens mulheres e crianças que
iam sendo devorados em honra ao ―deus cristão‖ irado com os
judeus, eu por suposto não era nem o Elohim dos judeus e nem o
Elohim de Yeshua, o Messias judeu. Ah, como dó pensar que tudo
aquilo foi feito em nome de um Messias que naturalmente deplorou
com asco tal oferenda depravada. Isso foi tudo o contrário do que
Yeshua mostrou que devia ser feito. Se há uma recompensa
guardada para os cristãos é para aqueles como o católico Oscar
Schindler que com o risco de sua vida gastou toda a sua fortuna
para salvar os infortunados judeus, seus escravos-operários. Quanto
a estes malvados nem as orações dos padres nem a benção dos
papas lhes valerá de coisa alguma. Os que não trataram bem dos
irmãos de Yeshua, independentemente de seus méritos ou
deméritos só podem esperar uma coisa: serem colocados À
esquerda do grande Rei.
―Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartaivos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para Satan e seus
anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me
destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me
vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então também estes
perguntarão: Adon (Senhor), quando te vimos com fome, ou com sede,
ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que
lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de
fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão
eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.‖
Matytyahú/Mt 25:41-46.
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Yerushalaim Será Preparada Para Receber de Volta a Yeshua
De fato, a cristandade deveria saber que a casa de
Yerushalaym, deserta de seu próprio povo e de seus próprios donos
em punição por seus pecados, voltará a ver Yeshua, o Melech Yisrael,
e já reconciliada com ele dirá que é o Bendito de Yah.
―Yerushalaym, Yerushalaym, que matas os profetas, e apedrejas os
que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a
galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que
a vossa casa vai ficar-vos deserta; porque eu vos digo que desde agora
me não vereis mais, até que digais: Baruch Habá B`Shem Yah (Bendito o
que vem em nome do Senhor.‖ Matytyahú/MT 23:37-39.
Felizmente, a partir do desenvolvimento da doutrina do
israelismo britânico, mesmo quando foi exagerada, já que nem
todos os britânicos são israelitas, houve o despertar da simpatia em
relação aos irmãos judeus desprezados e perseguidos.
Afinal de contas quando se descobre que Israel tem duas casas
e que a maioria dos cristãos são israelitas os judeus deixam de ser
considerados como deicidas (assassinos de Deus), nossos inimigos e
Criador, e passam a serem vistos como a parte de seu povo
destinada a receber o Maschiach somente quando ele volte em
glória. Essa convicção que hoje toma conta dos cristãos,
principalmente dos pentecostais, em grande parte se deve aos 360
anos de pregação do israelismo britânico.
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II - As Bases Históricas do Israelismo
Britânico
Os proponentes do israelismo britânico tem estudado diversas
nuances da doutrina, e procurado fazer tantas perguntas sobre o
tema que não é de estranhar que tantas pessoas ao procurar
respondê-las tenham chegado a se convencer da mesma. Esse
trabalho sobre esse segmento do protestantismo não estaria
completo se não expusesse essas questões na ótica de seus próprios
defensores. Recorri para isso à exposição da página da British-Israel,
que em parte será transcrita nesse artigo.
Eles começam por falar da dispersão de Israel apontando para
o fato de que depois da dispersão de Israel uma nação que pelas
suas contas tinha uma população de 5 milhões de pessoas, a
esmagadora maioria jamais voltou para a casa, e que os poucos que
voltaram eram principalmente os membros das duas tribos de
Yehudáh e Byniamin acompanhados dos levitas e sua família
sacerdotal. A Bristish Israel pergunta onde foram parar os demais.
―As populações de Israel e Judá antes da época de seus cativeiros
da Assíria e da Babilônia foram cerca de cinco milhões (1.230.000 homens
valorosos (2 Sam.24: 9,15) + 1.230.000 2.460.000 mulheres + crianças =
4.920.000 no total). No entanto, em Esdras 2:64, encontramos que apenas
42.360 pessoas voltaram à Palestina depois do cativeiro. Isso é um por
cento! 5.000.000 divididos por 50.000 é igual a 100. Noventa e nove por
cento nunca mais voltou! Onde os outros 4.950.000 israelitas foram
parar?‖ (Os Estados Unidos e o Império Britânico Preditos na Profecia).
Mesmo somando estas 42.360 pessoas as outros 12.010 judeus
(2.402 homens + 2.402 mulheres + 4.408 crianças=12,010 pessoas),
que partiram com Ezra no 7° ano de Artarxerxes para cuidar do
Templo chegamos apenas a 54.370 pessoas, ou seja a 1,1% do total
das duas deportações.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A doutrina visa portanto explicar o destino dos restantes 98,9%
dos israelitas, uma vez que não houve dois genocídios, mas duas
deportações. A British Israel levanta ainda outras intrigantes
perguntas:
―Além disso, Israel e Yehudáh eram compostas de um total de
doze tribos separadas. O Reino de Yehudáh foi composto de Yehudáh,
Bynyamin e parte do Levi (2 Chr.11 :13-14). (Simeão, provavelmente
espalhados no momento da separação - Gen.49: 7). O Reino de Israel era
composto de Reuven, Gad, Yosef, Yshakar, Zevulon, Naftali, Dan,
Asher, Shimeon e mais de Levy. No entanto, em Ezra 1:5, 4:1, 10:9 e
Nehemiah 11:4-18 vemos que apenas uma parte das tribos de Yehudáh,
Byniamin e Levy voltou para a Palestina. Isso é apenas uma pequena
parte do total das cheio! Nem mesmo um quarto do total. Onde é que os
outros três quartos foram parar?‖ (Os Estados Unidos e o Império
Britânico Preditos na Profecia).
Feitas estas duas perguntas básicas eles partem para a
montagem do quebra cabeças recorrendo a autoridades judaicas,
primeiro ao historiador Flávio Josefo, depois à Enciclopédia Judaica,
e por fim à Bíblia.
Onde Estão as Dez Tribos Perdidas?
―Josefo responde: "Só há duas tribos na Ásia e Europa (Palestina)
sujeitas aos romanos, enquanto que as dez tribos estão no ALÉM Eufrates
até agora, e uma imensa multidão, que não pode ser numericamente
estimada" (Ant.11: 5:2). Eles estavam em cativeiro na Assíria até este dia
"(o dia em que os judeus voltaram) (1 Crônicas 5:26; 2. Ki 17:23). "Se as
dez tribos desapareceram, o cumprimento literal das profecias seria
impossível. Se eles não desapareceram, obviamente, eles devem existir
sob um nome diferente" (Enciclopédia Judaica, 12:249). "Pois, eis que ...
peneire a casa de Israel entre as nações, assim como o milho é peneirada
em uma peneira, mas não cairá pelo menos grãos sobre a terra" (Amós
9:9).‖ (Os Estados Unidos e o Império Britânico Preditos na Profecia).
A argumentação é que Josefo no primeiro século negava que
as dez tribos estivessem sujeitas a Roma e afirmava que elas
estavam além de seu alcance, em regiões jamais conquistadas e que
eram uma multidão incontável.
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A Bíblia mostra que quando os judeus, (tribo de Judá e
Benjamim) voltaram os israelitas ainda eram cativos na Assíria. Uma
vez que profecias não são metáforas as dez tribos não podem
desaparecer sem que elas falhem, pelo que a tese do
desaparecimento é posta de lado em favor da tese de que estão
perdidas e assimiladas aos gentios, mas não aniquiladas. A partir daí
vem a resposta a pergunta mais importante: Onde estão as tribos
perdidas?
―Desde que os israelitas foram levados cativos "para Ashur (
Assíria)" (2 Reis 17:23.) E "nas cidades dos medos" (2 Ki.17: 6), os
historiadores gregos, naturalmente os chamavam de "Assírios" e "
MEDAS" Portanto, Diodoro da Sicília, 2:43 diz: "Muitos povos
conquistados foram removidos para outras terras, e dois deles
tornaram-se colônias muito grande: um era composto por assírios e
foi removido para a terra entre Paphlagonia e Pontus (norte da
Turquia), e a outra foi levada da Média e plantada ao longo das Tanais
"(Rio Don na região da Ucrânia).
Estes "assírios" na Turquia são as pessoas a quem Kefa escreveu
(1 Ped.1: 1), então eles devem ter sido israelitas (Gal.2: 7). Shaul não
foi permitido ir a eles porque eram circuncidados (Atos 16:7-8). "Os
Capadócios são conhecidos pelos gregos com o nome de .... sírios e
tinham sido sujeitos aos medos" (Her. 1:72). Estrabão chamou de
"sírios brancos" na Capadócia (5:383) (Turquia do Leste), uma vez que
Israel era conhecida como a Síria na época (7:285). Heródoto disse que
"os sírios da Palestina" praticam a circuncisão (2:104)‖ (Os Estados
Unidos e o Império Britânico Preditos na Profecia).
Israel o Povo Mais Numeroso da Terra
A 2.290 anos atrás, quando Israel estava para entrar na terra da
promessa Moshe Rabeinú estava muito feliz, e se deu por satisfeito
em ver naqueles cerca de 2,4 milhões de pessoas o cumprimento da
promessa profética feita a Avraham de que suas zerah ou semente
se multiplicariam como as estrelas do céu. Mas deixou claro que isso
era apenas a milésima parte do que eles deveriam vir a ser, que a
benção maior ainda estava para o futuro, para seus descendentes.
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―YHWH vosso Elohim já vos tem multiplicado; e eis que em
multidão sois hoje como as estrelas do céu. YHWH Elohim de vossos pais
vos aumente, ainda mil vezes mais do que sois; e vos abençoe, como
vos tem falado.‖ Devarim/Dt 1:10-11.
Essa
é
uma
profecia tremenda. Os
filhos de Israel deviam
atingir 2,4 bilhões de
almas e se multiplicar
por 1,000.
População Judaica Mundial
1882-2010 em Milhares
2010
13.300
2000
13.191
1990
12.870
1980
12.840
Mas 2,100 anos
1970
12.630
depois, em 1882, a
1955
11.800
população judaica era
1948
11.500
de apenas 7,8 milhões
1939
16.728
ou
3
vezes
o
1925
14.800
prometido. De lá para
1922
14.400
cá houve avanços e
1914
13.500
retrocessos, mas nada
1900
10.600
que faça dos judeus
1882
7.800
um povo numeroso.
Em 1939, iniciado o
0
5.000
10.000
15.000
20.000
holocausto era 16,7
milhões, ou 7 vezes a população inicial. Mas se nos 47 anos
transcorridos entre 1882 e 1939 esta população cresceu 144%, de
1948 ela cresceu apenas 21% apesar de terem se passado 62 anos.
Assim, os 13,3 milhões de judeus da atualidade representam apenas
5,5 vezes a população de Israel ao chegar à terra prometida. 1
Em resumo, para que os judeus representassem apenas 1% da
promessa de serem multiplicados mil vezes mais eles teriam de ser
24 milhões, uma população que os judeus jamais tiveram. Aliás,
mantidas as atuais taxas de crescimento tal população só seria
atingida no ano 2.196.
1
Os dados do gráfico acima correspondem a estatísticas oficias do Israeli Central Bureau of Statistics e
estão disponíveis também em Jewish Virtual Library sob o título: World Jewish Population (1882-2008).
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/History/worldpop.html
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Volume I – O Israelis mo Britânico
E olha que estamos falando de atingir apenas 1% do que foi
prometido através de Moshe Rabeinú aos 2,4 milhões de israelitas
que saíram de Mitzraym (Egito) e aguardavam a ordem para entrar
em Eretz Yisrael (Terra de Israel).
A situação é realmente dramática quando se olha a profecia
contemplando apenas a Casa de Judá. A posição atual da população
judaica é tão preocupante que os demógrafos judeus traçam dois
quadros.
O quadro ―otimista‖ pinta os judeus chegando a 18 milhões
em 2050, caso reflitam, diminuam os casamentos mistos, decidam
ter mais filhos e os criem dentro da tradição judaica. O rabinismo
estabelece que o filho de um judeu não será judeu, mesmo que seja
praticante do judaísmo e que o filho de uma mãe judia, mesmo que
esta não seja religiosa ou mesmo que seja ateísta, será um judeu,
mesmo que siga os passos de sua mãe. Assim, muitas crianças filhos
de pais judeus não são considerados judeus. Um dado preocupante,
já que os casamentos mistos são muito mais freqüentes nessa época
que em qualquer outra da história, salvo quando Israel se formou.
O quadro pessimista, observa que mantidas as taxas de
crescimento atuais da ordem de 0,3% contra 1,4% do crescimento
mundial a população judaica chegará a 2050 com 1,3 milhões de
pessoas a menos, ou seja 12 milhões. Não é preciso ser um
matemático para nos apercebermos que mesmo no mais otimista
dos quadros, Israel crescerá 20,03% a cada 40 anos.
E para que esse quadro otimista aconteça é necessário que os
judeus decidam ter filhos, que os rabinos reconheçam os filhos de
casamentos mistos, que as crianças judias sejam criadas na tradição.
Bem, se esse quadro otimista se configurar, a promessa de uma
multiplicação por mil em relação aos dias de Moshe só seria atingida
daqui a um milênio, lá por volta do ano 2.960. Nem o mais
pessimista e longânime dos estudiosos pode supor que o mundo
tenha esse tempo antes de iniciar a era de Maschiach. Se a promessa
tem de ser olhada nos judeus ela fracassou. Mas esse não é o caso.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
É evidente que precisamos olhar noutra direção se quisermos
encontrar evidências do cumprimento das promessas de crescimento
espantoso da semente de Avraham, e de seus filhos Ytzchak e Yakov. As
provas são avassaladoras e são objeto de análise pela Britsh Israel:
―Elohim disse a Avraham: "Farei de ti uma grande nação, e te
abençoarei, e engrandecerei o teu nome ... E eu os abençoarei os que te
abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti (e seus
descendentes) serão abençoados todas as famílias da terra "(Gen.12 :2-3).
"Eu vou ... te multiplicar extremamente ... serás pai de muitas
nações ... e reis sairão de ti" (Gen.17 :2-6).
" Avraham certamente virá a ser uma grande e poderosa nação e
todas as nações da terra serão abençoados nele (seus descendentes)"
(Gen.18: 18).
―Elohim disse a Avraham: "Na bênção te abençoarei, e
multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia
que está na praia do mar, e a tua descendência possuirá a porta dos seus
inimigos e em tua semente todas as nações da terra serão abençoados,
porque tu obedeceste à minha voz "(Gen.22 :17-18).
“Elohim disse a Isaque: "Farei a tua descendência multiplicar
como as estrelas dos céus, e darei à tua descendência, todos esses países
(Egito, Palestina, etc), e em tua semente todas as nações da terra serão
abençoados "(Gen.26: 4).
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Volume I – O Israelis mo Britânico
"E abençoaram a Rivika, e lhe disseram: Tu és a nossa irmã, sê tu a
mãe de milhares de milhões, e que a tua descendência possua a porta
daqueles que os odeiam" (Gen.24: 60).
Em Gênesis 35:10-11 Elohim disse: "Teu nome não será mais
chamado Yakov, mas Israel será o teu nome. E Elohim lhe disse: Sede
fecundos e multiplicai, uma multidão de nações sairá de ti, e reis sairão
de teus lombos. "
A Multiplicação é Contada em Efraym e não em Yehudá
Os números relativos á população de Israel nos dias de Moshe,
mostram que ela não era distribuída de forma regular entre as tribos
e que o crescimento tribal não era igualitário. A população das duas
duas meia tribos de Yosef, Menashe e Efraym somavam juntas
72.700 homens com mais de 20 anos, isso é, menos de 1.900
homens que a tribo de Yehudáh.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Entretanto, esses números estavam destinados a se inverter
trazendo um crescimento vertiginoso para a Beit Yosef, composta
por Efraym e Menashe, um crescimento que fizesse com que Efraym
viesse a se tornar naquilo para o qual ele foi abençoado por Yakov
antes de partir desse mundo para o vindouro. As duas meia tribos,
que respondiam por menos de 12% da população de Israel
deveriam crescer muito mais.
Um gráfico permite comparar o percentual de cada tribo em
relação à população geral. Na nação ainda unida as duas tribos que
formarão a futura Beyt Yehudáh (Casa de Judá) equivaliam então a
17,9% da população geral, que somados aos cerca 0,3 dos levitas
que se espalhavam dentro de todo o Israel chegavam a 18,2%. Os
restantes 81,8% do povo estavam recenseados nas Dez Tribos que
viriam mais tarde a se tornar a Beit Yisrael (Casa de Israel), o reino do
norte com sua capital em Shomeron ou Samaria.
Mas bem, o israelismo britânico está consciente que a
multiplicação de Israel não é um simples exercício de aritimética em
que se toma os cerca de 110 mil homens das tribos de Judá e Efaym,
se multiplica por quatro para determinar em 440 mil o número de
habitantes das duas tribos e logo se multiplica por 1.000 para
estimar a população final de Yehudá e Binyamin em 440 milhões por
ocasião do início do reinado da Era Messiânica.
Eles estão conscientes de que as coias não são tão simples
assim. Que a projeção populacional das doze tribos segue padrões
diferentes, ainda que não se saibam exatamente quais esses
padrões, pelo que intentar contá-las seria uma tolice. Por causa
disso a British Israel analisa então a forma como Yakov, decide
abençoar os netos, adotando-os como sendo seus filhos e para
surpresa de Yosef, cruza as mãos concedendo a primogenitura a
Efraym, em vez de dá-la a Menashe, neto mais velho. Isso os permite
concluir que Efraym, junto com as outras tribos que o
acompanharam se perde entre as nações, e reaparece no momento
em que o povo britânico e os que dele descendem redescobrem sua
origem em Avraham Avinu
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Agora Yakov teve doze filhos e as promessas de GRANDEZA
NACIONAL foram dadas a Yosef. Como Hebreus 11:21, diz: "Pela fé,
Yakov, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de
Yosef". Como 1 Crônicas 5:02 diz: "a primogenitura foi de Yosef".
"E Yakov disse a Yosef ... os teus dois filhos, Efraim e Menashe
são meus ... ... como Reuven e Shimeón (o mais velho dos filhos de
Yakov) eles serão meus" (Gen.48 :3-5). (Por costume o filho mais velho
recebia uma porção dupla da herança.) "E abençoou a Yossef e disse ...
que meu nome seja chamado neles (ou seja, Israel) ... e deixá-los crescer
em uma multidão no meio de a Terra ... (Menashe) se tornará um povo e
ele também será grande, mas o seu irmão menor (Efraim) deve ser
superior a ele, ea sua descendência se tornará uma multidão de nações.
Estas foram algumas das "promessas feitas aos pais" (Rom.15: 8).
Os "pais" são definidos em Atos 3:13 como Avraham, Ytschak e Yakov.
Estas promessas incondicionais feitas aos pais têm tudo a ver com os
Estados Unidos e o Império Britânico. Eles também são dirigidas aos
judeus. As promessas e profecias são explicadas em Genesis 49 e
Deuteronômio 33, bem como os livros proféticos da Bíblia. (Os Estados
Unidos e o Império Britânico Preditos na Profecia).
Dito isso eles concluem que a rejeição dos judeus foi
programática com o fim de restaurar Efraym de volta à verdadeira
adoração.
É uma doutrina da substituição virada ao avesso, isso é para
dentro em favor do próprio israelismo britânico que toma então
diversas palavras de Yeshua na Brit Chadashá como sendo uma
referência direta às dez tribos de Israel, especialmente no emprego
da linguagem figurada das parábolas, que segundo eles indicam a
volta das tribos perdidas e o distanciamento de Yehudáh que e
então suplantado por Efraim.
―O Maschiach "veio ao seus (Judeus), e os seus próprios (os
judeus) não o receberam" (João 1:11). O Maschiach profetizou sobre esta
nação de judeus dizendo: "Que nenhum fruto cresça em ti daqui em
diante para sempre. E a figueira secou." (Matt.21: 19). Sua interpretação é:
"O Reino de Elohim vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os
seus frutos" (Matt.21: 43). É por isso que é tão difícil para os judeus a crer
em Yeshua o Messias. "Seus cidadãos (judeus) odiaram" mas os "dez
servos" eram mais rentáveis (Lucas 19:11-27).
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Estas "Dez Virgens" (Matt.25) ou "dez moedas de prata" (Lucas
15:8) ou "Dez leprosos" (Lucas 17:12) referem-se as Dez Tribos Perdidas.
O Reino de Elohim (Novo Testamento ou Evangelho) foi dado a eles, aos
que se perderam de Israel. (Os Estados Unidos e o Império Britânico
Preditos na Profecia).
Teria o Reino Sido Tirado dos Judeus?
Não deixa de ser enigmático o fato de que passados os
primeiros anos, a crença em Yeshua como Maschiach encontrou,
mais acolhida entre os ―gentios‖ que entre os judeus. Contudo, não
posso deixar de sinalizar um desvio ante a afirmação da Bristh Israel
de que o reino foi tirado dos judeus e dado aos gentios de Efraim,
ou seja aos israelitas que adotaram uma identidade estrangeira e
que a prova seria a rejeição dos judeus a Yeshua e a crença nele
pelos britânicos. A Brit Chadashá não permite essa abordagem tão
simplista por vários motivos que a seguir observaremos.
Em primeiro lugar por que não se pode ignorar que entre os
doze shalichim (enviados) de Yeshua às nações não havia um único
que não fosse judeu e que a estes ele declarou: ―Não temas o
pequeno rebanho, por que a vosso agradou dar-vos o reino.‖ Lucas
12:32. De igual maneira não se pode negar que ―crescia a palavra de
Elohim, e em Yerushalaim se multiplicava muito o número dos
discípulos, e grande parte dos kohanim (sacerdotes) obedecia a
emuná (fé).‖ Atos 6:7.
Ou seja, os judeus que abraçavam a Torah a cada shabat em
suas sinagogas, foram a base do movimento nazareno. Judeus que
não viraram ―cristãos‖, mas permaneceram judeus apesar de crerem
em Yeshua, apesar de se tornarem messiânicos. Nunca houve e nem
há incompatibilidade entre ser judeu e ser crente em Yeshua. Além
do mais é preciso que se recorde que quando Shaul chegou
Yerushalaim num momento em que era acusado falsamente de
ensinar judeus a não circuncidarem seus filhos e a viverem em
apostasia em relação à Lei de Moshe, Yakov (Tiago), olhando em
seus olhos disse:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares de judeus que
creem e todos são zelosos da Torah.‖ Atos 21:20.
Por que a maior parte dos sacerdotes, que se compunham de
24 equipes que oficiavam em média 15 dias por ano acreditava que
Yeshua era o Maschiach? Por que havia em Yehudáh dezenas de
milhares de judeus crentes em Yeshua que eram zelosos
observadores da Torah?
A resposta é simples. Nos primeiros momentos a mensagem
era pregada a judeus e por judeus. A aritmética não permite dúvidas.
Quando Yehudáh se suicidou os talmidim de Yeshua entenderam
que a coesão do número 12 não podia ser rompida. Em
consequência disso, solenemente reunidos na cidade santa de
Yerushalaim, e em número de 120 discípulos, decidiram lançar sortes
entre dois candidatos a ocupar a 12ª vaga, Yosef e Matyah, tendo
sido escolhido Matyah.
Os 12 ministravam a judeus e prosélitos (Atos 6:2), mas a
profecia precisava ser cumprida e as ovelhas perdidas entre os
gentios tinham de ser achadas. Isso não era apenas uma profecia
dada por Yeshua. Era conhecida desde os dias de Ezequiel. Para que
esse objetivo fosse alcançado com maior rapidez Shaul, escolhido
desde o ventre (Galátas 1:15) se tornou o 13º shaliach, e foi enviado
a pregar aos goym ou gentios. (Gálatas 2:9) Bem isso todos sabem!
O que muitos ignoram é que Shaul como o primeiro rei de Israel era
um israelita, da tribo de Bynyamin (Filipenses 3:5).
Ignora-se comumente que apesar seu amor por Yeshua e de
seu vínculo notório com a seita dos nazarenos, Shaul há Shaliach
acreditava em tudo o que está escrito na Lei e nos profetas (Atos
24:14) e se identificava como um religioso judeu e zeloso da Torah
(Atos 22:3) como qualquer outro membro do judaísmo. Shaul na
verdade nunca deixou de ser fariseu, pois já quase ao fim de seu
ministério declarou peremptoriamente ser um deles. (Atos 23:6) Ou
seja, Shaul permaneceu judeu e fariseu apesar de se ter tornado
nazareno.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
É provável que Shaul fizesse parte do Beit Din (Supremo
Concílio) que era presidido por Yakov há Tsadik (Tiago o Justo) e
que escolheu a ele para ministrar aos gentios (Galátas 2:9) quando
todos os demais 12 apóstolos trabalhavam exclusivamente com os
da circuncisão. Em números matemáticos isso significa que a
proclamação da mensagem aos não judeus ocupava menos de 5%
da liderança ministerial. Logo, afirmar-se que no primeiro século o
reino foi tirado dos judeus e dado aos efraimitas seria no mínimo
temerário, e não encontraria amparo na Brit Chadashá.
Aqui cabe salientar um erro que deixa a porta aberta para que
os
judeus
sejam
considerados
rejeitados,
ao
menos
temporariamente. O povo a que Yeshua se referiu ali de quem o
reino seria tirado não eram os judeus, e sim os escribas e fariseus, e
não todos, mas apenas os hipócritas, pois muitos fariseus creram
nele.
O povo a quem o reino seria dado não eram os efraimitas ou
israelitas das tribos perdidas, mas pessoas simples dentre os judeus,
haja visto que a liderança do ministério messiânico esteve
inteiramente nas mãos de judeus no início da obra. Ainda que seja
preciso reconhecer que a Casa de Israel veio a assumir isso mais
tarde, o que já estava determinado, posto que Yeshua veio buscar
primeiro as ovelhas perdidas de Israel, e a extensão da fé no
Maschiach aos judeus está reservada em grande escala para o final
dos tempos.
É preciso recordar que o mesmo Shaul, o único entre os treze
que foi separado para pregar a não judeus, disse claramente que as
vantagens pertencem aos judeus e na utilidade à aos da circuncisão:
―Por que aos judeus foram confiadas as palavras de Elohim.‖
Romanos 3:2. Além do mais se deve recordar que o retorno de
Efraim está implícito na parábola da drácma que é buscada por sua
dona até ser encontrada, na da ovelha perdida que é trazida de volta
ao aprisco e principalmente na parábola do Filho Pródigo que volta
para casa sendo recebido com festa por seu Pai, mas com
indignação por seu irmão.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Efraym e Yehudáh Esperam a Reconciliação
Na parábola do Filho Perdido Efraym é o irmão mais jovem,
que perdulário havia desperdiçado os bens da Torah e da verdadeira
adoração vivendo entre os gentios e desejando comer a comida dos
porcos. Quem quer que se recorde do que os profetas falaram não
pode deixar de ignorar que Hoshea já falara: ―Efraym será levado ao
Egito e na Assíria comerá comida imunda.‖
Guercino pinta com maestria singular o momento em que pai
e filho se encontram sob o teto da casa sem que o filho fiel queira
admitir a cena ou correr para abraçar o irmão. Deve, pois ficar claro
que a Casa de Israel não substitui a Judá, não lhe toma o lugar,
apenas rompe sua irmandade com ele de acordo com o propósito
soberano de Elohim até que ambos voltem a se reconciliar de novo
sob a mediação de Yeshua, o Maschiach e Moshia de Israel. A duas
casas são, pois instrumentos paralelos do Eterno através dos quais
ele termina por enriquecer as nações.
Basta olhar para o mundo hoje, para o abandono da
prostituição cultual, dos sacrifícios humanos, do abandono dos
bebês recém nascidos à morte pelo simples fato de nascerem com
um defeito físico, e bem se pode notar a grandiosa obra feita no
mundo mediante a Casa de Efraim e a versão de judaísmo por ela
adotada e chamada de cristianismo. Não é, pois sem causa que o
profeta Zecaryah surpreso, vê duas oliveiras em torno da menorah
quando estava preparado para ver uma só. Há ali um profundo
mistério envolvido, um mistério que as duas casas de Israel precisam
decifrar.
Nem Efraym pode operar sem Yehudáh e nem Yehudáh pode
operar sem Efraym. Se o cristianismo transformou as nações foi
graças ao que aprendeu dos judeus, principalmente de Yeshua e
seus talmidim. Se os judeus encontram hoje um mundo melhor,
mais acolhedor e respeitoso para com eles isso se deve a Efraym. As
duas oliveiras santificam o mundo. Definitivamente uma não pode
subsistir sem a outra.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Estes fatos estão implícitos na visão do profeta Zecaryah
quando ele vê um castiçal de ouro que parece representar a justiça,
um vaso de azeite que representa a graça, o poder e a unção da
ruach, as sete lâmpadas que representam a plenitude da luz que
deve incidir sobre as nações. Este óleo que flui por canais diferentes
são os sete olhos do Altíssimo que cuidam de sua obra em todo o
mundo e que nunca dependeu apenas de Yehudáh. Logo nada
deveria nos surpreende tanto como as duas oliveiras que o profeta
vê uma à direita e outra à esquerda.
Quis o Altíssimo que o povo de Israel permanecesse em dois
extremos desde 920 AM quando as duas casas se separaram. Por
vezes há uma reaproximação breve como a a ocorrida nos dias dos
enviados de Yeshua, para logo prevalecer a separação, mas em todo
os casos sempre se deve lembrar que Israel e Judá são os dois povos
que o Eterno ungiu para erguer a Terra.
―Ora o anjo que falava comigo voltou, e me despertou, como a um
homem que é despertado do seu sono; e me perguntou: Que vês? Respondi:
Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em cima, com sete
lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas que estão em cima dele;
e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua
esquerda. Então perguntei ao anjo que falava comigo: Meu senhor, que é isso?
Respondeu-me o anjo que falava comigo, e me disse: Não sabes tu o que isso
é? E eu disse: Não, meu senhor. ... pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo
na mão de Zorobavel. São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por
toda a terra. Falei mais, e lhe perguntei: Que são estas duas oliveiras à direita e à
esquerda do castiçal? Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são aqueles dois
ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si
azeite dourado? Ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isso? E eu disse:
Não, meu senhor. Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que assistem junto
ao Senhor de toda a terra.‖ Zecaryah/Zc 4.
Estas duas oliveiras estão separadas à muito tempo, mas
devem voltar a se entrelaçar para se tornarem uma só árvore.
Verdade é que agora Efraym e Yehudáh estão de costas voltadas, e
que mesmo quando Efraym se descobre, intenta manter-se
separado de Yehudáh como o faz o israelismo britânico ou mesmo
ignorá-lo como o faz o judaísmo negro ou o que é muito pior
aborrecê-lo como o fazem os seguidores da Identidade Cristã.
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Entre o Veneno Talmúdico e a Toxina Luterana
Mas que ninguém se esqueça que se o antissemitismo que
resultou nas horrendas perseguições e extermínio de judeus por
pessoas controladas por Satan, é completamente indesculpável nas
Escrituras.
É importante ressaltar também que o antijudaísmo
desenvolvido pelos cristãos tem um irmão gêmeo no outro lado da
barricada desenvolvido por judeus. Esse veneno vem sendo
absorvido mesmo por gentios convertidos pela halachá ou em
processo de conversão e se chama antigentilismo. É expresso
reiteradas vezes no livro das lendas judaicas, o Talmud cujo veneno
impede o Judaísmo de reabsorver a Efraym.
Não é difícil encontrar no Talmud descrições tão horrendas e
imundas sobre os gentios como as barbaridades profanas de Martin
Lutero em ―Os Judeus e Suas Mentiras.‖ Judeus não podem criticar
Lutero sem denunciar o Talmud. Cristãos não podem criticar o
Talmud sem denunciar Lutero. O que a aqui é dito não deve ser
interpretado como se o Talmud precisasse ser lançado no lixo e as
obras de Lutero no incinerador. Em ambos os casos podem se
encontrar preciosas gemas de conhecimento, de luz e de verdade.
Porém, em ambos os casos se encontram lamentáveis declarações.
A autocrítica tem de ser feita pelas duas casas. Basta de
antissemitismo, como basta do antigentilismo que alimentou-se no
mesmo ódio vertido nalguns dos tratados talmúdicos. É mais do
que tempo do judaísmo romper a barreira do preconceito e do
desprezo contra os crentes em Yeshua. A simples outorga do
Diploma de Gentio Justo Entre as Nações concedida aqueles que com
o risco da sua vida salvaram judeus durante o horrível holocausto é
um passo, mas não é o único. No momento em que a
desumanidade das autoridades nazistas pôs de manifesto a
crueldade de parte do povo alemão bestializado pelo poder foi
também o momento em que a bondade e a humanidade de muitos
alemães mostrou que não existem povos irremissíveis.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A ação de centenas de alemães que se empenharam para
salvar judeus mostrou que apesar de que a maioria do povo virou as
costas a seus vizinhos, sem se importar se viviam ou morriam
mostrou que gentios não são bestas desalmadas. Até hoje, 495
alemães, foram condecorados em vida ou postumamente como
salvadores de judeus. O Capitão Gustav Schröder (1885-1959) por
que tentou desesperadamente salvar 7 centenas de judeus à bordo
de seu navio. O militar Wilhelm Hosenfeld Adalberto (1895-1952)
que salvou judeus e poloneses no gueto de Varsóvia, tendo sido
imortalizado no filme ―O Pianista‖. O diploma conferido à polonesa
Maria Kotarba's (1907-1956) concedendo-lhe a honra de mulher
gentia justa entre as nações é uma prova disso. Katorba`s nunca
renunciou a sua fé em Yeshua e a sua condição de crente católica,
mas depois de assistir horrorizada a um massacre de judeus jurou
em nome do mesmo Elohim de Avraham que ela os judeus fiéis
adoravam que ela salvaria a todos os filhos de Avraham que
pudesse.
Cumpriu a sua palavra e provou que as impuras lendas
rabínicas sobre a ausência de alma e espiritualidade nos gentios
nem sempre são verdadeiras e não raro se revelam enganosas. Claro
que nesses momentos de restauração é preciso que se tenha em
conta que o rompimento da fraternidade entre as duas casas foi um
processo profetizado. Ainda não chegou a hora em que cristãos
releguem as barbaridades que Lutero pronunciou sobre nossos
irmãos judeus. O mesmo pode-se dizer em relação ao que o Talmud
diz acerca dos gentios.
Esse momento difícil que hora vivemos, quando Efraym ainda
se sente substituto, rejeita e por vezes ignora Judá e quando Judá
olha com desdém os esforços de Efraym por voltar à Torah como se
não fosse seu irmão foi simbolizado no ato de Zecaryah quando ele
toma a segunda vara que está em sua mão e a quebra, para
demonstrar que as duas casas estariam separadas por séculos.
―Então quebrei a minha segunda vara União, para romper a
irmandade entre Judá e Israel.‖ Zecariah 11:12.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Este simbolismo das varas na mão do profeta representando
as duas casas será empregado também pelo profeta Ezequiel, mas
com um componente adicional, o retorno da irmandade, da unidade
e do amor entre as duas casas para que se tornem de novo uma só e
nunca mais sejam duas casas. Breve, tomara que seja em nossos
dias, e nos dias de toda a grande Casa de Israel e no decurso da
vida de todos os justos entre as nações muitos dos trechos do
Talmud à par de parte das obras de Lutero estarão relegadas à
lixeira da história e as duas varas se reunirão como diz a profecia. .
―Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira, e escreve
nele: Por Yehudáh e pelos filhos de Israel, seus companheiros. E toma outro
pedaço de madeira, e escreve nele: Por Yosef, vara de Efraim, e por toda a casa
de Israel, seus companheiros. E ajunta um ao outro, para que se unam, e se
tornem uma só vara na tua mão. E quando te falarem os filhos do teu povo,
dizendo: Porventura não nos declararás o que significam estas coisas? Tu lhes
dirás: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu tomarei a vara de José que esteve na
mão de Efraim, e a das tribos de Israel, suas companheiras, e as ajuntarei à vara
de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha mão.‖
Ezequiel 37:16-19.
A luz de tudo isso devemos nos retrair de dizer que Efraym
substituiu a Judá no reino, ou melhor, na proclamação do mesmo.
Efraym, através de Yeshua é isso sim reconciliado com Israel e
reenxertado na boa oliveira para que possa produzir os mais
abundantes e saborosos frutos. O plano de Adonay nunca foi
substituir um pelo outro, mas unir um ao outro.
Assinalado esse ponto que me parece um desvio perigoso e
irreal voltemos agora à visão da British Israel no que ela tem de mais
acertado, que é quando examinam as palavras de Yeshua para
entender o alvo prioritário de sua vinda que é o alcance das ovelhas
perdidas da Casa de Israel localizadas no aprisco dos gentios.
O Maschiach e a Busca das Ovelhas Perdidas
Uma das características mais marcantes do ministério cristão
hoje é a ignorância quase generalizada sobre o que o Maschiach
veio realizar.
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67
Volume I – O Israelis mo Britânico
Ninguém precisa especular acerca de sua verdadeira missão.
Ele veio buscar as ovelhas perdidas de Israel, não para com elas fazer
um redil aparte, e separado da Torah e dos profetas, mas para trazêlas de volta a um só redil. Nesse sentido a British Israel tem um
ponto bem claro em sua visão da missão primordial de Yeshua que é
a busca e redenção eterna dessas ovelhas perdidas do povo eleito.
―o Maschiach disse: "Ainda tenho outras ovelhas que não são
deste aprisco (Dez Tribos Perdidas), essas também me importa
conduzir, e elas ouvirão a minha voz" (João 10:16). Yeshua disse:
"Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel"
(Matt.15: 24). Israel é "uma ovelha dispersa" (Jer.50: 17). O
Maschiach disse a seus discípulos: "Ide não no caminho dos
gentios, e nas cidades dos samaritanos não entrai, mas ide antes às
ovelhas perdidas da casa de Israel" (Matt.10: 6). Esta é a outra razão
"porque quis guardar o juramento que jurara a vossos pais (por
causa de sua obediência a Elohim)" (Deut.7 :7-8). Foi uma
promessa incondicional para ajudar os descendentes físicos de
Avraham (caucasianos) (Gen.12 :2-3; 22:17-18).
Uma série de fatores contribuíram para que a mensagem da
bessorat visse a ter mais acolhida entre as ovelhas perdidas da Casa
de Israel que entre os judeus. Primeiro o fato de que quando Roma
arrasou completamente a cidade santa de Yerushalaim no ano 130
foi proibido aos judeus, sob pena de morte entrarem nela. Segundo
por que Efraym tateava nas trevas em busca da luz, e quando essa
brilhou ele encontrou o que buscava. A partir daí, somente líderes
messiânicos não judeus podiam ter acesso a ela.
Isso preparou o caminho para o declínio da influência dos
judeus sobre a proclamação da bessorat. Em segundo lugar a
ascensão do Bispo de Roma, imposto sobre todos os crentes em
Yeshua por decreto imperial abriu caminho para uma apostasia
gritante e grosseira que distanciou os judeus da fé em Yeshua.
Afinal, o que agora se impunha estava muito longe do modelo de
vida adotado pelo mestre judeu e por todos os profetas que vieram
antes dele. Um novo personagem tomara o lugar da pessoa, Jesus
assumira a identidade de Yeshua.
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68
Volume I – O Israelis mo Britânico
Restava-lhes então duas opções, ou a abraçar Yeshua
publicamente apostando da verdadeira fé judaica, renegando o
shabat, as festas, a circuncisão, a comida kasher e o orar para o lado
da cidade santa como os profetas da Bíblia o faziam ou então
abraçá-lo secretamente em suas sinagogas sem serem tidos como
messiânicos. Esclarecido que Yeshua veio buscar e salvar o que se
havia perdido, e nesse caso não se referem apenas à redenção
escatológica e à expiação, mas também ao retorno da identidade
espiritual das ovelhas perdidas de Israel, o próximo passo é tentar
explicar onde estão essas ovelhas.
A Trajetória de Efraym Segundo o Israelismo Britânico
Para explicar a possível rota de Efraym em sua longa
caminhara até a Inglaterra, o Israelismo Britânico recorre primeiro as
promessas proféticas que falam que a luz viria a um povo em trevas,
e que essas trevas não seriam apenas espirituais, e que as próprias
palavras usadas pra descrever esse negrume seriam um código. Se
esse dódigo puder ser decifrado a pesquisa dos nomes dos locais
por onde Israel passou antes de se encontrar com a luz de
Maschiach levaria a identificação desse povo. Entre estes lugares são
sugeridos a Frígia na atual Turquia, o Mar Negro e a região da
Criméia na Ucrânia. A primeira parte portanto confronta história e
geografia à luz da Bíblia ou da forma como a Bíblia é entendida.
"As pessoas que estavam nas trevas" (Mt 4:16; Lc 1:79). "Viram
uma grande luz" ou em grego, "As pessoas que se sentaram em
Skotos" SCYTHIA. O grego "SCOTOS" significa "escuridão". Será que
Yeshua visitou a SCYTHIA? O grego "KIMEROS", significa uma névoa
ou escuridão "e a palavra latina CIMMERIUS é aplicada a qualquer
coisa escura ou preta. Será que Yehsua visitou a Criméia? Quando
Isaías 09:02 menciona "povo que andava nas trevas", bem pode estar
se referindo ao estado espiritual e localização física dos israelitas
dispersos. É desta forma que o Mar Negro tem o seu nome? A palavra
hebraica CHEMARIM ocorre em 2 Reis 23:5, Hosea10: 5 e 1:4 Sofonias
e é aplicado aos sacerdotes idólatras da Casa de Israel, porque eles
usavam vestes pretas, em vez de estar vestido com "roupa branca".
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O notório rei de Israel chamado OMRI criou o sistema idólatra
entre as dez tribos. Sim "Efraim é um bolo que não foi virado" (Oséias
7:8) - portanto, queimados ou escurecidos (KYMRY). Mesmo a frase
bíblica "trevas exteriores" pode se referir a " SCYTHIA" ou PHRYGIA ou
PELOPPONESIA, ", todos os locais onde habitou Israel, que também
significa preto. Dan filho de Husim, que viveu na Grécia, também
significa preto. Eles deixaram a luz de Israel e amaram mais as trevas.
Elohim disse que iria obstruir o seu caminho com espinhos para que
não encontrassem seu caminho de volta. Isto é, constantemente
orientada para oeste por um vento do leste em direção às ilhas
britânicas.‖
Partindo de dados relativos ao exílio, os defensores do
isralismo britãnico finalmente decifram o local para onde os
israelitas teriam ido fixar morada permanente. Esta localização será
fundamental para a sua divulgação da mensagem de que a
Inglaterra é parte da nação eleita. Da Ásia Central, mais
precisamente das proximidades da Criméia na Ucrânia e do Mar
Negro eles teriam ido para as regiões da França, Espanha e
Inglaterra. O significado da palavra Britain é então explorado à luz
da língua hebraica e identificada como sendo ―povo da aliança‖ ou
também como os ―navios da aliança.‖
A palavra hebraica "Berith" ou "Brith" significa "aliança", que
ocorre ao longo de cem vezes no Velho Testamento e é sempre
traduzido como "pacto". Que pacto? A aliança da promissora
grandeza nacional dada incondicionalmente (Gn 15:18, 17:4-8).
"Ish" é a palavra hebraica para "homem"; Assim, "british" significa
"aliança do homem". Também a palavra hebraica "AIN" significa
"terra" e a palavra hebraica "ANNIA" significa "navios". Então "Great
Britain‖ (Grã-Bretanha)" é a "Terra do Pacto" e "Britania" significa
"navios da Aliança." O nome "Britain", na Idade Média foi, por
vezes, escrito na Inglaterra como "BRITTAMMIA". Isaías 42:6 diz:
"Eu, o Eterno ... te guardarei, te darei para BRIT`AM ( aliança do
povo), e para luz das nações". Isaías 49:8 diz: "Eu te guardarei, e te
darei por BRIT`AM (a aliança do povo), para restaurares a terra, para
fazer com que herdem as herdades assoladas." Segundo Jakob
Grimm, "M" e "N" são intercambiáveis sons nasais. No hebraico
antigo, as duas são quase idênticas e poderiam ser confundidas
uma com a outra.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Finalmente eles arrematam demosntrando por várias fontes
históricas que onde quer que Israel chegou a palavra Brit (aliança)
esteve presente para identificar os lugares de sua moradia ao redor
do mundo. (Britain) ou Inglaterra teriam sido apenas o seu porto
final, ou o lugar de onde partiriam não mais como exilados,
expiando suas culpas, mas como pecadores redimidos por Yeshua,
como poderosos conquistadores que marchariam sobre os gentios
cpara levar ao mundo a luz da bessorat ou evangelho trazendo-os
ao Criador.
Ptolomeu menciona Birtha e BARAANA como cidades na Arábia
(5:18). Partia poderia ser derivado de BARTHIA. Mas onde quer que os
israelitas foram levados, encontramos este nome. Do Bretti perto do lago
Baikal (Procópio 4:24) eles fugiram para o Líbano Berytus, no Libano situado na Bahia de Saint George, uma velha cidade fenícia, local do
santo padroeiro da Grã-Bretanha, St. George -, em seguida, ao sul da
Itália é conhecida a BRUTTIUM. Depois há Eburobrittium na Espanha e há
também uma cidade chamada BRITONIA (Mondonedo na atualidade)
localizada no noroeste da Espanha (mapas Dr. Karl von Spruner da França
e da Espanha para o século VI) como Bretanha e BRETAGNE. Também
Plínio menciona 4:106 os "continental Britanni" que vivem às margens do
Somme. ... . Procópio em Gothic Wars 4:20 menciona a ilha (a península
da Jutlândia foi então considerada como uma ilha) de "Brittia", que se
situa entre o Reino Unido (Albion) e Thule (Escandinávia), a cerca de 200
estádios do Reno. É habitado por Angles e pelos frísios "BRITTONES. Os
gauleses antigos ao chegar no País de Gales se chamavam" BRYTH
BRYTHAN r "ou ingleses da Grã-Bretanha." Os primeiros habitantes (da
Inglaterra), foram os britânicos, que vieram da Armênia "(Anglo-saxão
Crônica - c.891 dC) Capadócia e da Galácia, onde habitavam os israelitas
(Her. 1:72, 2:104) Gildas, o historiador refere aos britânicos como "estes
seus israelitas" (De Excedio Britania, 02:26) Se o. palavra para a Ilha da
Grã-Bretanha veio de Baratanac Terra do significado da lata, por causa
das minas de estanho da Cornualha, por que havia tantos outros lugares
chamados Brit? confundido com um outro.‖
Essa visão deu ao israelismo britânico vasto campo de
trabalho, pois nem o Império Romano em sua maior glória se
aproximou da Inglaterra em extensão e poder. De fato não se pode
negar que nenhum país criou tantas missões que revolucionaram o
mundo e transformaram sociedades pagãs como a Grã Bretanha o
fez.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Além dissso nunca houve e jamais haverá um império tão
vasto e poderoso como o Império Britânico que chegou a ter 33
milhões de quilômetros quadrados sob seu domínio e que não via o
por do sol sobre todas as suas terras. De Londres na Inglaterra à
Otawa no Canadá, do Cairo no Egito o à Cidade do Cabo na África
do Sul, de Jerusalém em Israel a Bagdá no Iraque, de Hong Kong na
China à Camberra na Austrália, das Bahamas às Ilhas Falkland
(Malvinas) a bandeira de sua majestade tremulava em cada palácio,
porto e navio. Mesmo hoje a Comunidade Britânica de Nações é a
maior associação de países depois da ONU.
Congregando 55 países com 1,921 bilhão de habitantes, uma
extensão territorial de 31,462 milhões de quilômetros quadrados e
movimentando 30% da economia mundial a Comunidade Britânica
de Nações é chefiada por sua majestade a Rainha Elisabeth II e
testemunha ainda os resquícios daquele que foi o maior império que
o mundo já conheceu. O Império sobre o qual o sol jamais se punha
e que mais contribuiu para que a luz da bessorat brilhasse sobre o
maior número de povos em toda a terra.
O Argumento da Explosão Populacional
Outro argumento do Israelismo Britânico diz respeito ao fato
de que os ingleses e juntamente com eles os povos por eles
colonizados se multiplicaram como nenhum povo na Europa. Não se
pode considerar esse um argumento definitivo, posto que outras
nações também chegaram a exibir um crescimento notável, inclusive
fora da Europa. A Índia que em 1800 tinha 255 milhões de
habitantes cresceu 4,2 vezes e chegou a 1,170 bilhão de almas e a
China que tinha 295 milhões cresceu 4,56 vezes e chegou a 1,345
bilhão nos duzentos e dez anos que vão de 1800 até agora. Mas
nem estes gigantes da população mundial chegaram perto do
crescimento espantoso dos povos britânicos. Logo, o argumento da
explosão populacional da Inglaterra não deve ser considerado um
argumento desprezível já que a multiplicação física é sim um dos
sinais que acompanham o povo eleito.
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72
Volume I – O Israelis mo Britânico
Assim, eles começam por lembrar que Israel estava destinado
a ser um povo supernumeroso.
―Gênesis 22:17 diz, "com bênção te abençoarei, e multiplicarei
a tua descendência como as estrelas do céu (" milhares de milhões
"- 24:60), e como a areia que está na praia do mar ( compare com
Hoshea 1:0) Esta foi uma promessa dada a primogenitura a raça de
Avarham (confira Gen.13:16 e 26:3-4) "Avraham" na verdade
significa "pai de uma grande multidão" e "Sarah" "princesa",
porque "ela será mãe de nações, reis de povos sairão dela" (17,1516) "Yosef é um ramo frutífero .... O Todo-Poderoso te abençoará...
com bênçãos dos seios e da madre.‖ Israel florescerá e brotará, e
encherá a face de todo o mundo com frutos "(Isa.27:6, Gen.49
22,25, Isa 49:20; 54:1-3; 61:9-11; Ez.17:.. 23; Hos.1: 10 & Zech.10: 8).
Depois dessas observações eles comparam o crescimento
populacional britânico em relação a outros países da Europa bem
como a progressão populacional das colônias inglesas e o
crescimento vertiginoso dos falantes da língua inglesa que
aumentou 500% no século XIX, o século da revolução industrial.
―Em 1700, o número de falantes da língua inglesa era inferior a 6
milhões. Em 1800 havia aumentado para 20 milhões e em 1880 para 100
milhões. De 1919 em diante a população da Grã-Bretanha dobrava a
cada 55 anos, a dos Estados Unidos a cada 25 anos.... A Alemanha ficou
em terceiro com 95 anos. A Áustria e a Rússia ficaram em quarta posição
alcançando o dobro em 100 anos. A Espanha ficou em quinto lugar com
112 anos, a Itália em sexto lugar com 125 anos e a França em sétimo com
140 anos.‖
Sabemos que Israel deveria crescer e se multiplicar mais que
os outros povos a quem não foi prometida tal multiplicação.
Contudo, se o crescimento de um povo deve ser tomado como
vestígio da origem israelita da multiplicação da zerah (semente) de
Avraham, outros países devem ser tomados em conta. Como os 7
impérios europeus ultramarinos cresceram a taxas variadas, vamos
analisar cada um deles em ordem decrescente. Nesse quesito, a
Inglaterra pode não ter sido o campeão, mas emplaca um honroso
segundo lugar.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Em primeiro lugar vem o Reino da Holanda, ou Países Baixos, o
campeão invicto, que cresceu 8,2 vezes e passou de 1,892 milhões
de habitantes em 1800 para 15,5 milhões no ano 2.000. O segundo
lugar cabe justamente à Inglaterra que cresceu 5,91 vezes passando
de 8,308 para 49,138 milhões de habitantes. Após a Inglaterra viria o
Império Russo, que não é aqui incluído. Em terceiro lugar vem a
Espanha que cresceu 3,75 vezes passando de 10,5 milhões para 39,4
milhões.
Portugal ocupa o quarto no ranking, tendo crescido 3,44 vezes
e passado de 2,9 para 10 milhões de almas. Em quinto lugar está a
Alemanha, que ao crescer 3,31 vezes passou de 25 para 82,8 milhões
de habitantes. Justamente a Alemanha que por mil anos acolheu os
judeus antes da loucura nazista vir a cegar boa parte de seu povo.
No sexto lugar temos a Bélgica que cresceu 2,53 vezes e saltou de
4,035 para 10,2 milhões, e que chegou como se sabe a colonizar o
Congo-Belga na áfrica exemplo. O país é 40% francófono e 59%
neerlandês.
Em sétimo está a França, uma grande potência ultramarina que
atuou na América, na África e na Ásia, além da Oceania, e que
cresceu em sua pátria apenas 1,97 passando de 29,361 para 58,518
milhões. O gráfico abaixo ilustra o crescimento das potências
ultramarinas da Europa em cinco etapas nos últimos 200 anos a faixa
em azul representa a população inicial em 1800, o vermelho a
população em 1850, o verde em 1900 na virada para o século XX, o
lilás em 1950 após as grandes perdas humanas provocadas por duas
guerras mundiais, e o azul mar na virada do terceiro milênio.
O Império Russo não foi incluído por que sua influência, nunca
se fez sentir no além mar. Em 1800 a Rússia era o mais populoso
império da Europa com 35 milhões de almas. Essa população passou
a 68,5 milhões em 1850, subiu a 71,117 em 1900, alcançou 101,431
milhões em 1950 e atualmente é de 146 milhões de almas. Sua
população que cresceu 4,17 vezes nos últimos 200 anos entrou em
declínio a mais de 15 anos, apresentando taxas de crescimento
inferiores às de mortalidade.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
79,2
82,8
90
80
58,5
2000
29,4
36,5
40,7
42,8
54,6
1950
35,3
1900
25
1850
10,5
12,2
18,6
28,1
39,4
1800
8,3
16,8
60
50
40
30
20
10
0
30,5
41,1
49,1
70
1,9
3,4
5,1
10,1
15,5
2,9
3,8
5,4
8,4
10,1
4,1
4,4
6,7
8,6
10,2
74
É fácil constar que o crescimento populacional europeu
estagnou a partir da II Guerra, e só não entrou em colapso devido às
grandes ondas migratórias da Turquia dos países da África. Uma
situação que preocupa os demógrafos, e deve romper o equilíbrio
da Europa, uma vez que o controle da natalidade por parte das
populações alheias à Europa, principalmente as muçulmanas é muito
menor que o dos europeus de gerações.
Estima-se que boa parte da Europa Ocidental será muçulmana
dentro de 50 anos a menos que este quadro se inverta, o que parece
muito difícil. A situação é preocupante na Bélgica, na França, na
Holanda, mas não só. A própria Alemanha, a Locomotiva da Europa
também corre riscos de ser um estado de maioria islâmica em pouco
mais de 50 anos. Os muçulmanos derrotados depois de dominarem
partes de Portugal, Espanha e França durante séculos durante a
monarauia do amohadas bem como partes importantes da Europa
Oriental sob o domínio do Império Turco Otomano como Sérvia,
Bugária, Romênia e outros parecem estar prontos para voltar, dessa
vez sem invasões e sem espadas. A Torre do Ouro construída pelos
muçulmanos na Sevilha Espanhola ainda olha em todas as direções
como se deixasse um aviso: ―Vamos voltar e vamos reconquistar
essa terra, já não pela espada, mas pelo nascimento de nossos filhos.
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75
Volume I – O Israelis mo Britânico
É preciso que a civilização cristã europeia, em grande parte
descendente das tribos perdidas de Israel acorde para o perigo que
bate outra vez não às suas portas, mas dentro de sua própria casa. A
islamização crescente de uma Europa cada vez menos voltada para a
fé não é uma miragem, é um fato. Tudo leva a crer que Adonay
usará Ismael para atribular seu irmão Israel e levá-lo de volta à fé e a
expiação de seus crimes perpetuados contra a Torah e contra
aqueles que a representavam, fossem os judeus ou os cristãos novos
judaizantes, que bem desejavam um espaço para a Torah ao lado de
Yeshua a quem a princípio abraçaram apenas à força, mas que mais
tarde veio a ser parte de suas almas.
Houve uma época em que cresceram, que foram abençoadas
por Elohim com o poder para que através dele pudessem arrancar
os povos pagãos da idolatria. O propósito ainda não foi plenamente
cumprido, ainda que a Inglaterra protestante tenha feito um
trabalho imenso de restauração da adoração entre povos que jaziam
na região das trevas da morte.
Quanto a Portugal e Espanha, e a conversão a que forçaram
centenas de milhares de judeus, fazendo deles cristãos novos o
propósito do Criador não foi menos nobre ao permitir tal
impropério. Por esse meio a semente sagrada de Yakov Avinu se
espalhou por diversos lugares do mundo, mas principalmente nos
21 países da América Latina. Estes países que foram colônias das
duas metrópoles e onde atualmente vivem 569 milhões de
habitantes, muitos dos quais descendentes de
anusim que
esperavam a hora de reconhecerem sua identidade perdida.
Quando chegar a hora, esse grão precioso de trigo que parece
ter morrido para a pureza da fé provinda a Torah, dos profetas e de
Yeshua o Maschiach de Israel se erguerá do solo na forma de uma
nova planta. É justamente ai que reside o segredo de por que o
Eterno permitiu a colonização da maior parte do Novo Mundo por
parte de Portugal e Espanha enquanto entregou a América do Norte
as nações saxônicas. Isso é uma situação difícil de ser admitida, eu
percebo isso perfeitamente.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Os colonizadores, como antes já foi dito desejavam sobretudo
extorquir riquezas, ampliar seus domínios e competir na Aldeia
Global que então estavam descobrindo. Nessa empreitada
cometeram crimes de grande monta e nações indígenas inteiras
foram destruídas. Seus algozes por certo serão julgados pelo Criador
por cada excesso cometido.
Mas a mão do Criador governa os eventos tendo em vista não
apenas os acontecimentos pontuais, mas os resultados. Sua
providência embala as nações no curso de sua acidentada história
preparando a cada derrapagem do caminho o redirecionamento de
sua trajetória no sentido de aproximá-las de si, de sua justiça e de
seu amor. E ninguém pode por em dúvida, que mal grado os erros e
ambição que acompanharam muitos dos exploradores do Novo
Mundo, das Áfricas e da Ásia, foi através da mesma colonização que
o mundo foi transformado.
Por isso
é
importante destacar
que nem a Inglaterra
e nem as outras ex
potências coloniais;
França,
Espanha,
Holanda, Bélgica e
Portugal devem ser
vistas isoladamente.
Pelo contrário é
preciso
que
se
busque no contorno
de suas possessões
ultramarinas o verdadeiro escopo do projeto de Yah Tsebaot. É aqui
que surge a grande se seu plano que a tudo governa e a todos
contém. Estes cinco países com uma população conjunta de 183,5
milhões de habitantes levaram suas respectivas línguas, inglês
francês, espanhol, holandês e português a toda a parte. Como
resultado 2,308 bilhões de pessoas, (1 em cada 3 habitantes do
planeta) falam uma destas línguas europeias.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O inglês se destaca como campeão isolado, sendo falado por
1,375 bilhões de pessoas. Cerca de 6 em cada 10 pessoas que usam
línguas europeias de caráter extra continental tem no inglês senão a
sua língua materna, pelo menos a sua língua mais importante, mas
outras línguas europeias como espanhol, português e francês
tiveram notável projeção no mundo. Isso nos obriga a pensar na
presença israelita noutros povos da Europa.
O Israelismo Britânico e as Tribos de Israel na Europa
A British Israel vê nas bênçãos dadas pelo patriarca Yakov que
disse a seus filhos: ―ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de
suceder no fim dos dias,‖ (Bereishit/Gn 49:1) pistas que se decifradas
revelam exatamente onde Israel estaria no fim dos tempos. Estas
pistas incluiriam além das suas atividades comerciais, industriais,
culturais e religiosas a própria terra de sua habitação.
Se pensamos que a prodigiosa expansão demográfica da
Inglaterra é um sinal identificador do Israel Disperso, então o
crescimento do Brasil deve nos impressionar muito mais, inclusive
quando comparado ao crescimento da Metrópole. Afinal se Portugal
passou de 2,9 para 10,1 milhões de habitantes nos duzentos anos
que separam 1800 do ano 2000, o Brasil passou de 2 para 165
milhões.
Ou seja, enquanto Portugal multiplicou sua população por 3, o
Brasil a multiplicou 85 vezes decolando de 2 para 170 milhões. Um
crescimento espantoso se comparado ao da Inglaterra que apesar
de ficar numa posição vantajosa na Europa mal conseguiu crescer
seis vezes. Bom, mas o israelismo britânico reconhece que Portugal é
um dos destinos das doze tribos, ainda que atribuam essa presença
à Casa de Judá. Esse é um dado muito importante acerca do qual
esperamos voltar a falar. Até hoje, vilas inteiras em Portugal e
Espanha testemunham de forma inegável a presença judaica na
Península Ibérica. A Rua da Judiaria é um bom exemplo disso, mas
existem outras evidências ainda mais poderosas.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Tribos de
Yakov
Genesis 48-49 Identificação
Bíblica
Moderna Localização
Reuven
Primeiro filho de Yakov "Impetuoso
Norte de França
como a água"
Shimeon
"Espalhados dentro de Israel"
País de Gales e judeus
Levi Levi
"Espalhados dentro de Israel"
(sacerdócio)
(Israelitas espalhados em Israel, ou seja. - Em
Edimburgo, Escócia)
Yehudáh
"O cetro não se apartará de Judá"
Inclui as linhagens reais da Irlanda, Escócia e
Inglaterra. Israelitas étnicos ocidentais (branco),
judeus sefarditas e ashkenazim, também filhos de
Selá:
Dan
"Serpente junto ao caminho"
Irlanda & Dinamarca
(marinheiros,colonos aventureiros)
Naftali
"Gazela solta: ele diz belas
palavras"
Gad
"Alargada será Gad como um leão" Suíça
Asher
"Delícias reais"
A República da África do Sul
Ishakar
"Jumento de fortes ossos, deitado
entre dois fardos"
Finlândia-
Zevulun
“(mercadores / calígrafos / inventou
(Holanda), Países Baixos
a imprensa)
Efraim
"Multidão de Nações"
Comunidade das Nações Britânicas
Menashe
Primeiro filho de Yosef "Um
Grande Povo. (Nação)
Estados Unidos da América
Byniamin
Byniamin é um lobo:" (marinheiros
mercadores comerciantes /
Vikings)
Noruega, Islândia, Quebecois,
Suécia
Sabe-se hoje que o marcador genético comum aos povos do
Oriente Médio foi encontrado em larga escala tanto em Portugal
como na Espanha. E esse fato prova que os povos que o habitaram
não foram embora, apenas se misturaram à população local para
sobreviverem.
Portugal um Pais com Muito Sangue Judeu
O título deste tópico não se reporta ao fato de que milhares
de judeus (cristãos novos) foram massacrados por fanáticos
católicos (cristãos velhos) no que ficou conhecido como o massacre
de Lisboa de 1506.
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79
Volume I – O Israelis mo Britânico
Hoje uma nação envergonhada, mas cônscia de sua
responsabilidade histórica reconhece esta faceta asquerosa de sua
história através de um monumento no centro velho de Lisboa como
uma forma de lembrar aos cerca de 3.000 judeus que lá teimam em
viver e espera que tamanha crueldade não se repita.
Um historiador português narra em detalhes aqueles dias de
horror, do qual se envergonha lembrando que a gente decente se
manifestou para proteger os cristãos novos escondendo-s em suas
casas, já que nas suas próprias os cristãos novos estavam sendo
abusados sexualmente, torturados, e mortos por todos os meios.
―No mosteiro de São Domingos da dita cidade estava uma capela
a que chamava de Jesus, e nela um crucifixo, em que foi então visto um
sinal, a que davam cor de milagre, com quanto os que na igreja se
acharam julgavam ser o contrário dos quais um cristão-novo disse que
lhe parecia uma candeia acesa que estava posta no lado da imagem de
Jesus, o que ouvindo alguns homens baixos o tiraram pelos cabelos de
arrasto para fora da igreja, e o mataram, e queimaram logo o corpo no
Rossio.
Ao qual alvoroço acudiu muito povo, a quem um frade fez uma
pregação convocando-os contra os cristãos-novos, após o que saíram
dois frades do mosteiro, com um crucifixo nas mãos bradando, heresia,
heresia, o que imprimiu tanto em muita gente estrangeira, popular,
marinheiros de naus, que então vieram da Holanda, Zelândia, e outras
partes, ali homens da terra, da mesma condição, e pouca qualidade, que
juntos mais de quinhentos, começaram a matar todos os cristãos-novos
que achavam pelas ruas, …tirando-os delas de arrasto pelas ruas, com
seus filhos, mulheres, e filhas, os lançavam de mistura vivos e mortos nas
fogueiras, sem nenhuma piedade, e era tamanha a crueza que até nos
meninos, e nas crianças que estavam no berço a executavam, tomandoos pelas pernas fendendo-os em pedaços, e esborrachando-os de
arremesso nas paredes. …
Tornaram terça-feira este danados homens a prosseguir a sua
crueza, mas não tanto quanto nos outros dias porque já não achavam
quem matar, pois todos os cristãos-novos que escaparam desta tamanha
fúria, serem postos a salvo por pessoas honradas, e piedosas que nisto
trabalharam tudo o que neles foi.‖ Damião de Gois, «Chronica do
Felicissimo Rey D. Emanuel da Gloriosa Memória».
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80
Volume I – O Israelis mo Britânico
É preciso recordar que o episódio nada teve a ver com o
Governo Português. A peste varria então Portugal, e a corte para se
proteger se transferira para Abrantes. A caminho da casa da mãe, o
Rei Dom Manoel I foi informado do massacre e do banho de sangue
e ordenou que ele parasse imediatamente. Mas os agentes
governamentais enviados eram insuficientes para pôr fim à matança.
Quando a ordem foi estabelecida cerca de 3.500 judeus ou
mesmo 5.000 estavam mortos durante os três dias que durou o
massacre durante a semana santa de 19 a 21 de Abril de 1506.
Frades dominicanos haviam prometido perdão dos últimos 100 dias
de pecado aos que matassem os hereges que teriam atraído a seca
e a peste a Lisboa. O rei mandou enforcar-lhes a todos. Os que
participaram no massacre e foram identificados tiveram os bens
confiscados. Bons tempos eram aqueles em que a Coroa Portuguesa
via nos judeus convertidos (cristãos novos), cidadãos cujo direito à
vida e a propriedade devia ser respeitada.
Mais tarde, com a introdução da Inquisição Portuguesa, por
certo muito mais branda que a Espanhola, mas nem por isso menos
cruel e que vigorou de 1540 a 1821 muitas vidas de cristãos novos
sofreram profundas interrupções com encarceramento, tortura e
ocasionalmente execução. O terror da inquisição fez com que
milhares de judeus mantivessem suas práticas judaicas escondidas
(critpto-judaísmo) e inclusive deixasse de ensinar seus filhos na ―Lei
de Moises‖ a fim de garantir a sobrevivência de sua família. E essa
assimilação forçada que fará com que os judeus sobrevivam, não
como tais mas como cristãos autênticos. Assim, quando me refiro a
Portugal como um país de muito sangue judeu falo de uma outra
coisa, falo daqueles que convertidos ao cristianismo pela pressão de
ordens imperiais foram assimilados cultural e religiosamente ao
resto da população portuguesa passando a seus descendentes o
mesmo DNA que haviam recebido, o de judeus. E isso ficou
claramente apontado em pesquisa recente levada a cabo nos dois
países da Península Ibérica. Se esperava uma forte presença do DNA
de árabes e norte africanos, pois estes povos em muito contribuíram
na formação dos povos ibéricos.
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81
Volume I – O Israelis mo Britânico
Afinal a península Ibérica e especialmente Portugal estiveram
sob o domínio do Império Almohadzi (Almoada) durante séculos.
Em 1212 como mostra o mapa ao lado este Império dominava da
Líbia ao Marrocos no norte da África e no Sul da Europa todo o
baixo Alentejo em Portugal e Andaluzia na Espanha.
Quando estes povos foram vencidos como se sabe hoje, uma
parte deles não tinha para onde o Califado de Andalus como os
árabes chamavam o sul de Portugal e Espanha era a sua casa. Ali
ficaram, foram cristianizados e ali estão até hoje. O que não se
esperava era a preponderância do marcador genético típico dos
judeus que superou o dos árabes na proporção de 2 para 1 e
chegou a seu pico no sul te Portugal, justamente onde os árabes
dominaram alcançado um em cada 3 habitantes.
Para detalhes consulte o site: Brasil Sefarad, sob o item:
―Portugal e Espanha: muito mais judeus e mouros do que se pensava”
cujo parágrafo mais importante transcrevo aqui:
―Um grupo de pesquisadores de diversas universidades
europeias e de renomados institutos de pesquisa analisou
haplótipos (tipos de sequencias de DNA) do cromossomo Y de
1140 homens da Península Ibérica e das Ilhas Baleares. Os
resultados surpreendentes demonstraram que em média 19,8% da
população masculina ibérica descende diretamente de judeus
sefarditas (judeus ibéricos) e 10,6% descende de mouros (berberes
do Norte da África).... O que surpreendeu foi a alta
proporção média de descendentes de judeus sefarditas, variando
de zero% em Minorca a 36,3% no sul de Portugal...‖
(http://www.brasilsefarad.com/joomla/index.php?option=com_content&view=arti
cle&id=119:mais-judeus-do-que-se-pensava&catid=50:genetica&Itemid=101 )
E se isso é verdade em relação às metrópoles não será menos
verdade em relação às suas colônias ultramarinas, entre elas o
imenso Brasil. A presença judaica em Portugal, Espanha e mais
especificamente no Brasil será tratada noutro momento. Pode-se
notar que o israelismo britânico construiu argumentos sólidos que
resultaram na adesão de destacadas pessoas da história inglesa e
americana. Mas nem sempre o israelismo britânico acerta.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Quando o Israelismo Britânico Peca Por Resumir
Embora pareça incontestável que os israelitas foram a GrãBretanha, nem todos os ingleses descendem de Israel e nem a
Inglaterra foi seu único destino. Além disso, embora o israelismo
britânico se constituiu num braço estendido em direção aos judeus
com a tolerância para o retorno dos mesmos à Grã Bretanha, nem
todos os que se declaram parte do movimento são tolerantes para
com os judeus, e eventualmente podem se encontrar anti semitas
entre eles. A razão já antes foi explicada, o movimento foi usado
para justificar a teologia da substituição, nesse caso, não de Israel
pelos gentios como muitos cristãos acreditam, mas dos judeus pelos
ingleses, ou israelitas perdidos.
Outro ponto a ser salientado é que o israelismo britânico
comete o erro de ensinar que todos os descendentes de ingleses,
escoceses, holandeses e dinamarqueses são israelitas. O mais
sensato é dizer que boa parte deles tem ascendência efraimita.
Entretanto, se o israelismo britânico erra em generalizar, acerta em
evidenciar uma outra coisa, ainda que esse aspecto tenha sido em
parte descuidado, a maioria dos crentes em Yeshua descende das
tribos perdidas de Israel. O próprio Yeshua deixou muito claro que
sua missão era dirigida justamente às ovelhas perdidas da Casa de
Israel.
―E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel.‖ Matytyahú/Mt 15:26.
Outro grave erro inicial foi não investigar a fundo as doutrinas
herdadas da influencia romana a fim de que o Israel Restaurado se
afastasse de doutrinas inadequadas como a trindade, a santificação
do domingo e a purificação das comidas impuras. O Israel
restaurado tem de viver da Torah e dos profetas e precisa
reconhecer que a judeus como David e Yeshua foram confiados os
oráculos divinos e que é com judeus que se aprende a celebrar as
festas e a adorar em espírito e verdade. A Casa de Efraim precisa
desesperadamente voltar para a casa para que como o filho pródigo
não mais deseje se alimentar da impureza das nações.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Efraim precisa voltar para casa se penitenciando dos mesmos
pecados que a levaram e a mantém na gulah (exílio) até ao dia de
hoje. Lamentavelmente uma série de grupos que aderem ao
israelismo britânico vive, contudo como gentios. Mas a doutrina
tinha sim algo de bom, despertava o povo para a busca de sua
identidade, apesar de lhe faltar equilíbrio e santidade.
Afinal, o Israel Restaurado não há de viver como os gentios,
não há de viver distante da Torah, ou ignorando o mais elementar
princípio judaico revelado no Adonay Echad (O Eterno é um). Mas
bem, a verdade se constrói aos poucos, e uma proposta bem mais
equilibrada seria construída a partir de um norte-americano nascido
na última década do século XIX.
Nota: Em todos os parágrafos citando a British Israel a tradução foi feita através
de programas eletrônicos, buscando, é claro, o melhor sentido possível para
cada frase. O texto em inglês configura quase sempre as palavras GOD e JESUS.
Em todos estes casos, já que é uma tradução, substitui-se as palavras pelo
correspondente correto na lashon há kodesh (língua sagrada) que é Elohim para
God em vez de Deus e Yeshua em vez de Jesus. O mesmo se dá em relação a
outros nomes bíblicos. Onde essa tradução foi configurada a palavra foi grafada
em negrito e itálico. A fonte original do texto em todos estes casos é a mesma:
Os Estados Unidos e o Imério Britânico Preditos na Profecia (The United States
and a British Empire
FORETOLD in A Bíblica). http://www.britishisrael.us/01.html
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Volume I – O Israelis mo Britânico
III - Armstrong Muda a Face do Israelismo
Britânico
Herbert Armstrong nasceu em Des Mones no Iowa no dia 31
de julho de 1892. O século XIX dera ao mundo influentes líderes
religiosos que alterariam a forma de pensar de milhões de pessoas
por se apresentarem como evangelistas, apóstolos, conselheiros ou
profetas, a serviço do Eterno. Armstrong seria um deles, ainda que
sua estrela só brilharia no século XX, posto que na vira do século era
ainda uma criança evangélica como tantas outras da América.
Filho de uma família Quaker, frequentou regularmente a Escola
Dominical. Em 1910, decide trabalhar no Departamento de Anúncios
do Daily Capital, um jornal de Des Mones. Ali Armstrong se
familiarizou com a indústria da publicidade, com suas técnicas de
divulgação e assim foi sendo preparado para sua maior missão, a
pregação, missão com a qual ainda não sonhava. Em 1917
Armstrong conheceu a Loma Dillon (1891-1967) com quem se casou
aos 31 de julho, ao completar 29 anos. Dessa união Armstrong teve
duas filhas; Beverly Lucile Armstrong (1918) e Dorothy Jane
Armstrong (1920-2010), e dois filhos; Richard David Armstrong
(1928-1954) e Ted Garner Armstrong (1930-2003). Dificuldades nos
negócios fizeram-no mudar para Eugene, no Oregon no ano 1924
onde ele continuou trabalhando com a propaganda. Naquela época,
passando por Washington sua esposa conheceu a Igreja de Deus do
Sétimo Dia, uma pequena organização de guardadores do sábado, e
que não obstante a seu insignificante número de membros passara a
proclamar que era não só a única igreja de Deus na face da terra,
mas mais do que isso, que era a igreja fundada pelo próprio
Messias. Não raro, eles afirmavam que fora deles não havia salvação.
Uma marca indelével do sabatismo do sétimo dia. A ideia do grupo
era de que a Igreja que emergira do adventismo do sétimo dia
sobrevivera aos 1.260 anos de perseguição papal, sendo assim a
―Igreja do Deserto‖.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A idéia atraiu à esposa de Armstrong que se uniu ao grupo.
Armstrong, porém resistia ao sábado, e a uma série de outros
ensinos bíblicos. Não se pode negar que por trás da obra de
Armstrong esteve a força de sua esposa. Loma Dillon, passou a
ofensiva, o desafiou a encontrar apoio bíblico para a guarda do
domingo. Em pouco tempo ele se convencia da falsidade daquela
instituição papal, e logo concentrou seus estudos na doutrina da
evolução. Quando se convenceu de que também era falsa batizou-se
ao que parece, na Igreja Batista, embora não a tenha frequentando.
Em 1927 se uniu formalmente à Igreja de Deus do Sétimo Dia
sendo ordenado ministro pela Conferência de Oregon em 1931. As
relações com a ―única igreja‖ foram, no entanto curtas. Armstrong
havia estudado a doutrina do israelismo britânico com Dodd, e
também a vigência das festas bíblicas. Abraçou ambas as doutrinas,
e não apenas para si, considerava que o povo deveria ser informado
e ensinado quanto a isso.
Nesse sentido Armstrong foi mais autêntico que seu mentor,
que alegava que a igreja não estava pronta para essas verdades.
Logo ele estava ensinando ao povo o que Dodd achava que deveria
ser apresentado apenas aos ministros da Igreja de Deus, então um
corpo minúsculo de observadores do shabat. Sua ação parece ter
sido a primeira tentativa série de dar a Igreja de Deus do Sétimo Dia
uma identidade realmente própria que justificasse seu
distanciamento da então poderosa Igreja Adventista do Sétimo Dia e
a fizesse crescer com verdades distintivas.
Homem Chocado com a Falta de Crescimento da Igreja de Deus
É importante ressaltar que apesar de serem apenas algumas
centenas de crentes, eles se apresentavam como a única ―igreja de
Deus,‖ sucessora histórica de uma família de grupos supostamente
guardadores do sábado como catáros, albingenses, valdenses, e
outros mais. Na verdade dizer sucessora, é dizer pouco, eles se
consideravam mesmo continuadores da ―igreja fundada por Jesus.‖
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O problema é que esses grupos que chegaram a dominar
regiões inteiras da Europa jamais foram um corpo coeso no que
quer que seja, exceto em sua oposição ao papado, a maioria deles
eram trinitarianos e dominguistas e muitos batizavam crianças,
inclusive por aspersão. Quem quer que leia a confissão de fé dos
valdenses se dará por conta que não há ali nada que a ligue, nem
remotamente a qualquer grupo da Igreja de Deus do Sétimo Dia.
Logo, a despeito das afirmações múltiplas nunca foi provado que
eles guardavam como um corpo sequer o shabat e muito menos as
festas perpétuas, instrumento permanente da identidade espiritual e
nacional do povo eleito.
Os grupos cristãos anti-papistas eram sinceros, estavam
dispostos a lutar e a sofrer pelas suas convicções, mas viviam de
acordo com a luz de seu tempo entre os cristãos e esta luz
raramente incluía o shabat, as festas bíblicas ou uma posição correta
sobre a natureza de Yeshua. Normalmente crentes em Yesgua que
cumpriam tais requisitos viviam sua fé em segredo, nas sinagogas,
que os gentios nunca viram com bons olhos, mas toleravam, pelo
menos de tempos em tempos quando a presença judaica lhes era
comercialmente favorável, já que eram os judeus que tendo suas
almas ―condenadas ao inferno‖ os que manejavam os bancos e
emprestavam a juros dinheiro do Estado e para o Estado. Assim, os
opositores de Roma eram católicos melhorados, precursores da
Reforma, não restauradores e não continuadores de nada que
Yeshua tivesse fundado.
É verdade que hoje, devido a projeção que o judaísmo
messiânico tem alcançado no mundo, os membros da Igreja de
Deus do Sétimo Dia tem se saído pela tangente afirmando que se as
festas são perpétuas, isso é para os judeus, não para os gentios, e
que por isso estão desobrigados de as cumprir. Aqui a emenda saiu
pior que o soneto. Como podem eles ser o único povo de Elohim
sendo gentios e estando separados dos elementos que identificam
esse povo? Como poderiam constituir a verdadeira igreja se
rejeitavam coisas tão elementares como a perpetuidade das festas
bíblicas, tão evidente na Torah como a perpetuidade do shabat?
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Como poderiam ser uma espécie de Israel espiritual se
careciam das marcas dadas pelo Criador a seu povo? Armstrong
tinha de fato motivos para estar preocupado com um povo que
alegava ser Israel, mas não vivia como israelita. Os papeis da Igreja
de Deus estavam longe de serem definidos. Uma outra coisa
segundo narra Armstrong o chocou muito era o marasmo e falta de
crescimento da ―igreja única‖ como se o Criador se comprazesse em
que seu povo estivesse colocado no mundo como calda e não
como cabeça.
Isso o conduziu a um impasse. Ele estava fortemente inclinado
a crer que a ―Igreja de Jesus‖ nunca caíra, e que essa Igreja era a
que adotara o nome de Igreja de Deus of Sevent Day, a qual se filiara.
Mas também era um homem pragmático e empreendedor. Se a
mensagem que pregavam não era capaz de ultrapassar as fronteiras
do Missouri, não se mostrara potente para incendiar a América, não
chegaria às nações e jamais abalaria o mundo como esperavam.
Armstrong concluiu que nessa situação sua posição de igreja
única e protegida pelo Eterno se tornaria indefensável. Ele não podia
deixar de se impressionar com o rápido crescimento de sua mais
importante concorrente na proclamação da guarda do Shabat, a
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Como poderia ele alegar que
procede de um povo com linhagem e ao mesmo tempo
descaracterizado de sete oitavos dos dias sagrados dados por
Elohim a seu povo?
Afinal a Igreja de Deus violava sistematicamente 7
mandamentos perpétuos. Ele se valeu do esforço desesperado dos
dirigentes da Igreja de Deus para justificar sua debilidade e sua
incapacidade de crescer. Haviam recorrido à mensagem as sete
kehilot da Ásia e supunham que aquelas mensagens descrevessem
sete eras da igreja.
Essa interpretação permitia justificar o fato de que por 400
anos houvesse tão poucos observadores do shabat que não eram
capazes sequer de estabelecer congregações.
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―Os sete períodos da Igreja - A igreja tinha nesse momento
passado por cinco períodos, Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, e Sardes, e
apenas dois permaneceram em frente... A história dos primeiros tempos
da Igreja na América Latina, de cerca de 1620-1789 é coberto pela última
parte do período de Sardes. A palavra "Sardes" significa ―o que
escapou‖, e a eles é dada a mensagem como "Tu tens alguns nomes,
mesmo em Sardes que não contaminaram as suas vestes, e andarão
comigo em branco, pois eles são dignos" (Ap. 3:4). Este versículo mostra
como a verdadeira igreja seria reduzida pela perseguição em um
pequeno fragmento "(Dugger AN, Dodd Co. A History of A True Church
Traced From 33 A.D. to Date, A História da Verdadeira Religião Traçada
33 A.D. Até o Presente ed. Johnson Graphics, Decauter (MI), reimpresso
em 1995, pp. 250-251).i
A posição de Andrew N. Dugger (1886-1975) e Clarence Orvil
Dodd (1899-1955) era a única capaz de explicar como a Igreja
Batista do Sétimo Dia possuía milhares de membros e a Igreja
Adventista do Sétimo Dia milhares de igrejas, enquanto ―Igreja
Verdadeira‖ não passava de um punhado de grupos divididos, e sem
autoridade. Gente incapaz de converter a quem quer que fosse.
Uma igreja familiar que pouco fizera apesar de mais de meio
século de trabalho e da pretensão de existir a exatos 1900 anos.
Bom, mas ele estava convencido de que havia uma solução lógica
para essa falta de crescimento. A igreja estava em Sardes, e era
verdadeira entre outras coisas por ser pequena, mas ele reparou que
depois de Sardes havia Filadélfia, que em grego significa
fraternidade, amor.
Em sua autobiografia2, Armstrong recorda haver pedido que a
Sra. Runcorn, considerada por sua esposa como uma mãe espiritual
lhe indicasse uma única pessoa trazida de fora para a igreja por
algum ministro de Stamberry, no Missouri, sede da desorganização
chamada ―Igreja de Deus do Sétimo Dia.‖
2
A auto bigrafia de Hebert Armstrong em dois volumes pode ser localizada na internet.
Volume I
http://www.herbert-armstrong.org/Miscellaneous/Autobiography%20of%20HWA%20vol%20I%20%28text%29.pdf
Volume II
http://www.herbert- http://www.herbertarmstrong.org/Miscellaneous/Autobiography%20of%20HWA%20vol%20II%20%28text%29.pdf
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Mas para sua decepção a Sra. Runcorn não conhecia. Ele
estava chocado. A Igreja de Deus, a única igreja da face da terra,
aquela que atravessara os séculos só existia nos Estados Unidos e
em nenhum outro lugar. Como poderia ser a única igreja de Yeshua
quando este havia dito que seus talmidim lhe seriam por discípulos
até os confins da terra?
Afinal a Igreja Adventista do Sétimo Dia não só estava viva,
mas passava muito bem e vivera uma experiência de crescimento
constante durante os últimos 70 anos. Armstrong não podia deixar
de ignorar que a outra igreja sabatista, a Igreja Adventista do Sétimo
Dia avançara largamente por todos os continentes, mas
especialmente na América do Norte, pelo que a estagnação do
grupo não podia se atribuída à pregação do shabat ou da não
imortalidade da alma.
Parecia-lhe claro que os problemas da Igreja de Deus do
Sétimo Dia fundada em 1860 por Gilbert Cranmer (1814-1903), que
aceitara o movimento milerita em 1842 e se separara dos
adventistas do Sétimo Dia em 1860, por discordar da influência da
Sra. White no movimento era de natureza diferente. Era necessário
explicar por que o grupo de Crammer não avançara.
Os adventistas do sétimo dia estavam ganhando milhares de
membros por ano, avançando de cidade em cidade, não só na
América, mas nos cinco continentes. Centenas de milhares de
cristãos diziam orgulhosamente: ―Somos adventistas do sétimo dia,
pertencemos à Igreja Remanescente, somos uma igreja profetizada e
estamos pregando a verdade e preparando um povo para a volta do
Senhor‖.
Esse crescimento estava sendo apresentado aos desalentados
e isolados membros da Igreja de Deus do Sétimo Dia como ―prova‖
de que os adventistas tinham sido erguidos pelo Criador para
restaurar o shabat e estavam certos na escolha de seu nome,
―adventistas do sétimo dia‖, e na adoção dos pontos de fé que
sustentavam.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Consideravam-se um povo abençoado e próspero, dono de
uma estrutura que incluía muito mais do que editoras espalhadas
pelos cinco continentes, mas também escolas, universidades,
hospitais e fábricas alimentícias. Uma estrutura com a qual a Igreja
de Deus mal podia sonhar.
Nos raros confrontos com a minguada Igreja de Deus do
Sétimo Dia, a Igreja Adventista apontava a falta de crescimento de
sua rival como evidência de seu abandono por Adonay. A final não
era um insignificante grupo americano restrito ao Missouri, mas uma
igreja mundial, que enriquecia a cada ano. Isso perturbava o jovem
Armstrong que em 1928, embora recém chegado à Igreja de Deus
do Sétimo Dia, devido à sua experiência com publicações escrevia
no jornal da igreja:
―Tem essa mensagem, até agora, saído com o poder, com ousadia,
e os resultados convertem...?... Não pode ser porque Deus não está
fazendo sua parte... Gente, vamos voltar à vida! Vamos acordar desse
estado de coma. Vamos arrancar da inércia que nos prende ... Talvez
precisemos de mais energia! (Hebert Armstrong, Será que Detemos o
Poder de Levar a Mensagem do Terceiro Anjo? A Bíblica Advocate, O
advogado Bíblia, LXII, 41, 16 de outubro de 1928, pp. 431-434).
Este era um momento crucial. Armstrong ainda estava
fascinado pelo conto de fadas de que a Igreja de Deus tinha sido
organizada no ano 31 por Yeshua, ou Jesus como eles chamavam.
Contudo, perturbava-o fato de que nem a garantida de ampla
liberdade de expressão e culto da América permitiram o crescimento
da sua organização. Não era difícil constatar que em 60 anos de
atividade a IASD de James e Ellen White e Uriah Smith crescera 62
vezes, passando de 4,000 para 250,000 membros enquan-to a IDSD
crescera apenas 6 vezes, passando de 300 para 1800 e além disso
estava profundamente dividida quanto ao trabalho. Armstrong
poderia ter varrido para o lixo toda aquela fantasia de igreja única,
autoridade inquestionável de seus ministros e sucessão apostólica
que tinha que se apropriar de uma história que não era deles, mas
de grupos protestantes para ―provar‖ sua linhagem apostólica
ininterrupta.
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Mas ele preferiu salvar a fé na organização justificando suas
fraquezas e assim estimulando o povo a arregaçar as mangas e ir à
luta para fazer discípulos. Nesse sentido se revelaria um líder
carismático e um discipulador eficiente. Estava para produzir um
milagre. Fazer com que um movimento moribundo e pobre se
tornasse vivo, rico e influente.
O Anjo Morto de Sardes Salva a Fé de Armstrong
Armstrong Optou por colocar remendos novos em panos
velhos explorando a lenda de que a igreja era uma organização e
que jamais poderia ter perdido sua autoridade, apesar de ter
perdido sua energia, auto confiança e vida espiritual. Para explicar
isso Armstrong se voltara para a história das sete kehilot da Ásia, e
mais especificamente para Sardes, na Turquia, onde outrora
florescera uma importante comunidade judaica e uma imponente
sinagoga. Por certo, sendo um local que abrigava tantos judeus, até
que a Sinagoga foi destruída pelos persas sassanidas em 616 a
mensagem dirigida ao anjo que governava Sardes tem um valor
ainda não estimado.
A mensagem a sardes, a quinta kehilot da Ásia denunciava
uma situação alarmante por parte de seu guia, ele se declarava cheio
de vida espiritual quando na realidade estava morto.
―E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem
os sete espíritos de Elohim, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que
tens nome de que vives, e estás morto.‖ Revelação 3:1.
Estudando essa sequencia, tal como outros tinham feito antes
dele, Armstrong concluiu que a direção da Igreja de Deus do Sétimo
Dia estava certa em se apresentar como a única igreja, mas seu
estado espiritual era o de Sardes, tinha nome de que estava viva,
mas estava morta. Não demorou em começar a ensinar que eles
precisavam rapidamente encontrar uma porta de saída que os
levasse a uma situação melhor.
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Ele se apercebeu que havia uma severa advertência contra
Sardes, a advertência de que ela seria visitada como uma casa por
um ladrão, numa hora inesperada, o que historicamente bem pode
ser a invasão sassanida do ano 616 com a destruição da
comunidade judaica ali presente. Mas também se apercebeu que na
kehilah de Sardes havia pessoas honestas que estavam destinadas a
um futuro promissor.
―Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não
contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são
dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira
nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome
diante de meu Pai e diante dos seus anjos.‖ Apocalipse 3:4-5.
Fazendo uma aplicação eclesiológica à sua organização,
Armstrong concluiu que havia fiéis na IDSD prontos a andar de
branco, a vencer e a deixar para trás sua direção agora morta. Desde
a muito a IASD explicava as cartas as sete kehilot da Ásia desde uma
perspectiva historicista que justificava as mudanças de estado
espiritual e doutrinário desde o ―cristianismo apostólico até o
movimento milerita apelidado de ―Clamor da Meia Noite,‖ quando a
Igreja teria saído de Sardes para entrar em Filadélfia, a era do amor
fraternal.
Claro que isso trazia um problema. Filadelfia não era o último
grupo. Havia ainda Laodicéia, o anjo morno, que bem poderia ser
vomitado, isso é rejeitado. A Igreja Adventista esqueceu de fechar
essa porta, e consequentemente enfrentaria na Primeira Guerra
Mundial sua primeira dissidência séria e realmente efetiva, o
Movimento de Reforma que alegava justamente isso. A IASD tinha
sido vomitada e o Movimento de Reforma a substituíra. Bem a
teologia da substituição é uma constante na cristandade, de forma
que facilmente pode surtir efeito.
Os católicos acreditam que a Igreja Católica substituiu a Igreja
Judaica. Os reformadores acreditam que a Igreja Reformada
substituiu a Católica. Os adventistas que eles substituíram os
reformados. Por que os reformistas não os substituiriam também?
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Bom, os adventistas ensinaram que Filadelfia abriu as portas
do conhecimento. Armstrong usaria a mesma interpretação, mas
daria a ela um colorido próprio segundo o qual, nunca houve mais
que uma organização, uma igreja reconhecida por Elohim, uma
igreja que passaria por sete eras e que morrera em Sardes para
ressuscitar em Filadélfia. Ele, precisamente ele seria o apóstolo, o
Elias, o homem a quem se daria a chave para guiar o pequeno
rebanho da morte para a ressurreição do marasmo para a nova vida.
Esse pensamento o dominava com tal força que em breve
convenceria a muita gente.
Os muitos erros doutrinários do movimento surgido com
William Miller (1872-1949) que vão desde fantasias para marcar a
data da volta do Messias como a guarda do domingo e o consumo
de coisas imundas impediam-no de ver qualquer coisa de tão boa
que pudesse ser considerado uma passagem de Sardes para
Filadélfia. Para ele o adventismo não podia ser o que pretendia, não
era uma igreja substituindo outra. Era uma nova igreja partida do
meio de uma não igreja.
Armstrong “Prova” que a Igreja Adventista não é a “Igreja de
Deus”
Armstrong não ignorava a força do adventismo sabatista, mas
fazia questão de mostrar que o adventismo havia nascido entre
dominguistas e não dentro da Igreja de Deus. Fundada a partir dos
esforços de William Miller, os adventistas originais existem até ao
dia de hoje, sob dois corpos diferentes. O maior é o Advent Crhistian
Church (Igreja Cristã do Advento) que possui 293 congregações e
25,617 membros nos Estados Unidos e outros 25.000 ao redor do
mundo, especialmente na África. O segundo, grupo, bem menor é o
Primitive Advent Christian Church (Igreja Cristã Primitiva do
Advento) que possui 10 congregações e 345 membros nos Estados
Unidos. Foram estas igrejas, guardiãs do domingo, comedoras de
suínos que deram origem ao adventismo do sétimo dia, eles não
tinha uma ―Boa origem‖.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
E se isso não fosse pouco, o adventismo do sétimo dia
justificava as loucuras de Miller em vez de reprová-las. Isso facilitou
sua crítica. Armstrong não via nada de proveitoso naquele
movimento, nada que pudesse ser elogiável. Aquilo era apenas
sandice desatada pensava.
―Naquela época um indivíduo carente de inspiração divina
chamado Guilherme Miller iniciou o movimento adventista em certas
igrejas que observavam o domingo. Em 1843 vários dos seguidores de
Miller residentes em Washington e New Hampshire, conheceram a
verdade do sábado.‖
―Apesar disso não foi senão após o lamentável desapontamento
de 1844 que se fez saber ao corpo geral de adventistas a questão do
sábado. Muito poucos aceitaram o sábado e logo se uniram com o
pequeno corpo de irmãos e irmãs que restava da Igreja de Deus e que
havia se recusado a filiar-se a Conferência Batista do Sétimo Dia. Os
irmãos desta Conferência se auto-nomearam ―Igreja de Deus‖ e
começaram a publicar a ―Revista Adventista‖ e o ―Arauto do Sábado.‖ Seu
primeiro hinário foi dedicado à ―Igreja de Deus Dispersa.‖ (La Verdadera
Historia de la Verdadera Iglesia, 21)
Armstrong não podia ignorar a força avassaladora de uma
mulher fantástica que já não vivia ao iniciar ele o seu ministério, mas
cuja vida e obra tinham influenciado meio milhão de pessoas ao
redor do mundo, pessoas que guardavam o shabat e se abstinham
de comer bagre, porco ou camarão. Tratava-se de Ellen Gould White,
(1827-1916) nascida em Gorhan no Maine e que se tornara a mais
influente líder protestante do século XIX. Ele precisava dizer alguma
coisa, pois essa mulher e sua organização, a Igreja Adventista do
Sétimo Dia eram uma pedra em seu caminho. Então ele afasta
qualquer hipótese de Ellen ter sido usada de forma especial pelo
Criador, e é claro, a sua Igreja Adventista, considerada uma
ramificação saída de igrejas caídas:
―Cada ano que passava a Sra. Elena G. de White ia introduzindo
novas e diferentes doutrinas para poder explicar o fracasso adventista do
dia 22 de outubro de 1844. ―A Igreja de Deus original, geralmente não
seguia os ―testemunhos inspirados‖ da Sra. White.‖ (La Verdadera
Historia de la Verdadera Iglesia, 22)
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Armstrong aponta uma enorme diferença entre os adventistas
do sétimo dia, que adotaram esse nome em 1860 e os membros da
―Verdadeira Igreja de Deus‖ que se recusaram a fundar uma ―nova
organização.‖ Não lhe era difícil demonstrar que os adventistas
recusaram o nome Igreja de Deus, a própria Sra. White o provava.
"Me foi mostrado que quase todo o fanático que se tem erguido,
que deseja ocultar seus sentimentos de possibilidade de desencaminhar
a outros, reclama pertencer a Igreja de Deus. Tal nome despertaria
suspeitas imediatamente; porque se emprega para ocultar os erros mais
absurdos" (Origem e Progresso dos Adventistas do Sétimo Día, cap. XIX,
pág. 227). Citado por Herbert Harmstrong em La Verdadera Historia de la
Verdadera Iglesia, 22.
Bem, não é que Ellen não tivesse razão. O nome Igreja de Deus
(Igreja de Deus) nada representava, afinal todos, dos fanáticos aos
bem intencionados sempre se apresentavam como Igreja de Deus.
Acrescentar esse nome à sigla denominacional não iria mudar as
coisas. Mas Armstrong soube disparar um tiro certeiro contra a Sra.
White por conta dessa declaração.
―Presumivelmente o anterior faz do apóstolo Paulo um fanático,
por que ele chamou a igreja de ―Igreja de Deus.‖ Na primavera de 1861
foi realizada uma outra conferência num esforço anti-bíblico por
reorganizar congregações locais. Se recomendou para esta nova
organização eclesiástica, o seguinte pacto: "Nós os que abaixo firmamos
nos ASSOCIAMOS COMO UMA IGREJA, adotando o nome de Adventistas
do Sétimo Dia. Uma vez mais os homens esqueceram que não podem se
auto organizar dentro da Igreja de Deus. Só podem organizar-se por si
mesmos fora da Igreja de Deus!‖ (La Verdadera Historia de la Verdadera
Iglesia, 22)
Ele argumentaria que o Criador nunca tivera outro povo além
daquele que sempre se chamara Igreja de Deus. Aprendera isso
muito bem com N. Dugger, o homem que pôs os crentes de
Stanberry de volta à luta ao dar-lhes um instrumento de combate, a
defesa do nome de sua instituição. Afinal a Bíblia inglesa menciona
muitas vezes a expressão Church of God e nenhuma vez SEvent Day
Adventist Church. Assim ele usaria isso de forma muito hábil sob a
seguinte sequencia.
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1) Atos 20:28. A admoestação aos anciãos é "pastorear A IGREJA
DE DEUS".
2) I Coríntios 10:32. "No sejais tropeço nem a judeus, nem a
gentios, nem à IGREJA DE DEUS".
3) I Coríntios 11:22. "... Ou desprezais a Igreja de Deus, e
envergonhais aos que nada tem?
4) I Coríntios 15:9. Paulo escreveu: "Porque persegui a Igreja de
Deus" 5) Gálatas 1:13. Este versículo repete ao anterior--"perseguia...a
Igreja de Deus".
Colocados esses e outros textos ele declara então:
―Os versículos anteriores comprovam o NOME da Igreja
Verdadeira. As denominações que não levam este nome não poderiam
ser a Igreja de Deus.‖ (La Verdadera Historia de la Verdadera Iglesia, 22)
Para ele a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja Batista do
Sétimo Dia ou qualquer outro grupo com qualquer outro nome que
não seja o de ―Igreja de Deus‖ não passa de uma organização
humana e não reconhecida pelo Criador. Isso facilitava as coisas,
pois assim podia simplesmente ignorar grupos sabatistas antigos
como os Seventh Day Baptists (German) (Batistas do sétimo Dia
Alemães) que fundaram a primeira congregação em Ephrata na
Pensilvânia em 1764 e que contava 500 membros em 1935. Os
batistas do Sétimo Dia tem a mais antiga igreja sabatista. De igual
forma podia deixar de lado os sabatistas de fala inglesa da Seventh
Day Baptist General Conference of A Unida States and Canada
(Conferência Geral dos Batistas do Sétimo Dia dos Estados Unidos e
do Canadá) e que contava com 6,751 membros em 1935.
Isso apesar de terem se organizado em 1800, muito antes de
qualquer Igreja de Deus e de terem iniciado sua história nos Estados
Unidos em 1665, e que poderem apontar o local e o prédio onde
seus membros construíram a primeira igreja em New Port, Rhod
Island em 1729.
Com essa invenção de que a Igreja de Deus atravessara os
séculos, ele pretendia aniquilar no primeiro round qualquer
adversário adventista que ousasse enfrentá-lo apenas com a Bíblia e
sem o uso das complexas interpretações do milerismo com relação a
1844 e ao juízo investigativo.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Nem mesmo a força incontestável dos 149,595 membros que a
Igreja Adventista do Sétimo Dia tinha nos Estados Unidos em 1935,
e que provavam que ninguém colecionava mais guardadores do
sábado e abstêmios de carne de porco do que ela o assustavam. Ele
cortara o debate pela raiz. Se uma organização não tinha nem
mesmo o nome correto, se recusara a aceitá-lo é por que não era a
Igreja de Deus em definitivo, mas uma organização humana, nascida
da autoridade humana.
A Concorrência Com Outras Churches of God (Igrejas de Deus)
O problema da abordagem de Armstrong é que 1935 ao
fundar a Radio Igreja de Deus havia outras 21 organizações nos EUA
que se titulavam Igreja de Deus (Igreja de Deus) e outras 2 com
outro nome igualmente bíblico Ihrejaof A Living Deus (Igreja do
Deus Vivente).
Isso apesar de que apenas 3 delas guardavam o shabat, 2 se
absterem de porco e nenhuma delas celebrar as festas bíblicas. Em
resumo, mais de 406 mil americanos se consideravam parte da Igreja
Única e Verdadeira, a Igreja de Deus, pelos mais diversos motivos,
mas apenas 1,5% deles, ou seja, pouco mais de 6 mil eram
sabatistas.
Pelo menos uma dessas organizações a Igreja de Deus General
Conference Oregon, IL and Morrow, GA (Igreja de Deus Conferencia
Geral Oregon Ilinois e Morrow na Gerórgia), com 10,000 membros a
altura podia lhe trazer sérios problemas, pois além do pomposo
nome Igreja de Deus organizara sua primeira conferência em 1828,
bem antes do surgimento das primeiras igrejas de Deus sabatistas.
Fazia muito que a Igreja de Deus do Sétimo Dia negava
categoricamente o óbvio, que era uma ramificação não trintariana
da Igreja Batista do sétimo Dia. Passar por uma ramificação sabatista
de uma Igreja de Deus dominical era ainda pior, pois o colocaria o
nível de sua rival a Igreja Adventista.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Armstrong fecha habilmente essa porta. Recorre a outro
expediente, não basta conhecer o nome da verdadeira igreja, é
preciso ter a verdade caracterizadora da verdadeira igreja, caso
contrário será apenas uma dissidência qualquer. Então ele arremata
dizendo que havia uma única igreja verdadeira. Ele apenas virara o
exclusivismo adventista ao avesso.
―E de todas as igrejas que levam o nome somente uma pode ser a
verdadeira igreja de Deus – a que OBEDECE TODOS OS MANDAMENTOS
DE DEUS e Mantém a fé dada uma vez para sempre— a que acredita na
verdade. Todas as demais são impostoras, mesmo que talvez tenham
conhecimento sobre o verdadeiro NOME da Igreja de Deus.‖ (La
Verdadera Historia de la Verdadera Iglesia, 22)
O problema é que seu próprio grupo era uma dissidência de
duas organizações sabatistas com as quais trabalhara, a Igreja de
Deus do Sétimo Dia de Stanberry, Missouri da qual se retirara por
volta de 1933 e a Igreja de Deus do Sétimo Dia de Salem na Virgínia
que acabaria por abandoná-lo passado apenas um ano. A Igreja de
Deus de Stamberry rejeitara o que ele considerava a restauração do
sistema legítimo de governo, a de Salem as festas perpétuas de
Adonay cuja vigência e obrigatoriedade pareciam mais que claras a
ele pela Palavra.
Como poderia ele sustentar a tese da igreja única tendo sido
banido de uma dissidência da mesma organização e justamente por
que esta decidira a não dar mais passos em direção à verdade e
restauração do verdadeiro culto? Simples! Filosofa ele. As verdades
que lhe foram reveladas eram demasiado claras. Quem o seguiu
entrou na Era de Filadelfia, quem o rejeitou estava em Laodicéia e foi
vomitado. Ele podia agora usar o nome Igreja de Deus com a certeza
de que sua organização e nenhuma outra tinha a autoridade para o
fazer. Os dirigentes de Stamberry e de Salem tinham rejeitado a
verdade, a autoridade lhes tinha sido revogada, o castiçal tinha sido
removido. Ele não fundara uma nova igreja. Apenas se apoderara do
castiçal da verdade. Ele pensava ter o nome e a doutrina da
verdadeira igreja. Numa época em que o movimento de restauração
era embrionário sua tese funcionaria.
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O Verdadeiro Nome do Povo de Elohim
Hebert Armstrong, Pai da Igreja de Deus Universal, como
tantros outros grupos, ao enfatizar que o nome do povo santo só
pod ser um ignorou que a kahal ou Igreja tinha um nome, e que
esse nome não era nem mesmo Kehilah Elohim, quanto mais Eklesia
ton Teon, Church of God, Gemeinde Gottes, Iglesia de Dios ou Igreja
de Deus, pois se eklesia é uma palavra gentílica, Theos e suas
traduções Got, Deus, Diu, Dio, Dios ou Deus são termos pagãos,
nome de ídolos e seres mitológicos indo-europeus que jamais
serviriam de sinal e identificação de seu povo como instituição.
Tinha se deixado guiar por Dugger mais do que deveria.
Tivesse ele investigado as Escrituras por si só, e se desprendido do
desejo de defender o indefensável, ou seja, que uma organização
repleta de erros doutrinários, alguns dos quais ele se empenharia
por corrigir fosse o povo que atravessou os séculos com
inquestionável autoridade apostólica.
Um pouco mais de estudo, e tivesse ouvido melhor a Clarence
Orvil Dodd (1899-1955), o pai do movimento do nome sagrado nos
Estados Unidos, também ele saído da Igreja de Deus do Sétimo Dia,
e teria descoberto que nomes pagãos jamais teriam identificado a
verdadeira Kahal Elohim (Igreja de Elohim) e que a restauração
exigia um passo a mais. Ele teria sabido que esse povo tem um
nome, e não um mero adjetivo, e que esse nome é Israel como as
Escrituras revelam de maneira incontestável em dezenas de
versículos tanto do Tanach como da Brit Chadashá (Novo
testamento) com os exemplos a seguir demonstram.
―
Kafer La amechá Yisrael (sê propício ao teu povo
Israel), que tu, ó YHWH, resgataste, e não ponhas o sangue inocente no
meio do teu povo Israel. E aquele sangue lhes será expiado.‖ Devarim/Dt
21:8
―
Vatekonan lechá et
amechá Yisrael lechá le`am ad olam (e confirmaste a teu povo Israel por
teu povo para sempre), e tu, YHWH, te fizeste o seu Elohim.‖ Shmuel
Beit/2Sm 7:24.
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Sim é verdade que quando o gentio se volta para o Criador é
tratado como filho do Eterno e recebe as bênçãos que solicita como
ocorre com Israel. Mas mesmo assim, se estabelece a diferença entre
o estrangeiro ou prosélito que não é de Israel, o povo de Elohim.
―
Ve`Gam el há`nakeriy asher
lo me`amechá Yisrael hu (E também ouve ao estrangeiro, que
não for do teu povo Israel), quando vier de terras remotas, por
amor do teu nome. Melachim Alef/1Rs 8:41.
É igualmente verdade que Yeshua derrubou a parede de
separação feita pelos rabinos entre Israel e os gentos, e fez de
ambos um só povo, já que desde os tempos de Moshe o goy foi
sempre bem vindo à santidade da Torah, ao shabat e à aliança. Mas
mesmo assim é preciso que se entenda que o gentio é iluminado
por ele, mas o povo de Elohim, que é Israel é por ele glorificado,
pois Yeshua foi enviado para ser:
―Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel.‖
Lucas 2:32
Não ignoramos que existe uma situação em que o gentio se
torna parte integral de Israel como se tivesse nascido israelita. Mas
isso só ocorre quando ele faz conversão ao Elohim de Israel para
viver como parte desse povo estando disposto a andar nos seus
caminhos. Quando isso ocorre pode ele dizer como Ruth, a moabita:
" Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te;
porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali
pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Elohim é o meu Elohim."
(Ruth 1:16)
Sim, um não judeu tem o direito de se tornar israelita.
Infelizmente não foi essa a bandeira que Armstrong ergueu. Embora
tenha feito o resgate da identidade perdida do Israel angloamericano, ele preferiu erguer o estandarte de uma organização
decrépita e desvalida em vez de a bandeira do povo de Israel salvo
pelo sacrifício de Maschiach.
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Logo, faltou-lhe trazer a verdadeira identidade do povo eleito
que não é a de Igreja de Deus (Igreja de Deus), mas a de Am Yisrael
(povo de Israel), o povo que se chama pelo nome do Eterno. Tivesse
feito isso teria dado um passo muito maior, muito mais seguro e
muito mais beneficiador em favor da reunião dos dispersos, pois
não teria havido espaço para o orgulho e arrogância do exclusivismo
que na terceira década do século passado erguia duas bandeiras
distintas, onde mal havia espaço para uma.
As Divisões da Church of God (Igreja de Deus)
Não bastasse o exclusivismo da Igreja Adventista do sétimo
dia da profetisa Ellen White, o da Igreja de Deus dos Santos em
Cristo do profeta Wiiliam Cowdry, a Igreja de Deus do Sétimo Dia,
débil como era e com umas poucas congregações ligadas à
Conferência Geral de Stamberri organizada em 1899 se dividiria em
1933. Metade das congregações optou por estabelecer um governo
de doze apóstolos assessorados por outros 70 e estabelecer sua
sede em Salem na Virgínia.
A igreja única, que contava com pouco mais de 3.000
observadores do sábado possuía agora 2 corpos e duas cabeças.
Isso sem contar as congregações que optaram por uma completa
independência imitando o sistema batista de governo. Armstrong
fechou com os de Salem. Armstrong esperava que um grupo
disposto a mudanças implementasse os câmbios necessárias a nova
identidade filadelfiana que ele apaixonadamente estava a defender.
Ele cria que isso faria a Igreja de Deus renascer e crescer.
Convencido de que as festas bíblicas deviam ser restauradas,
apesar de que a igreja ―com linhagem‖ as havia ―abandonado.‖ É
claro que não há provas em favor da tese de que valdenses,
albingenses, batistas do sétimo dia, cristãos do sétimo dia ou outros
observassem festas bíblicas, pelo contrário há provas de que esse
não era o caso. Isso depõe claramente contra a esdrúxula tese da
linhagem apostólica desses grupos. Apesar disso o mito persiste.
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As Igrejas de Deus do Sétimo Dia, não eram apenas grupos
desconexos com diferentes nomes e que não constituíam um corpo,
eram também grupos que mal se aproximavam da Torah, à
semelhança dos batistas e adventistas do sétimo dia. Na verdade a
proposta de restauração das festas bíblicas era a proposta de
Armstrong para levar a igreja de volta par ao judaísmo e não a um
pretenso passado que existia apenas na mente fantasiosa de
Dugger.
Armstrong, que em 1934 aceitara o posto de um dos 70
anciões da Igreja de Deus de Salem, levou a proposta de que elas
fossem praticadas. A proposta teve eco em algumas localidades.
John Kiesz (1903-1996) registra estas celebrações entre 1934 e 1935.
Mas para nova decepção de Armstrong a aceitação não foi geral.
Pelo contrário, a maioria da igreja em concílio decidiria mais tarde
contra tais celebrações. Armstrong não suportaria isso.
Armstrong Abre a “Única Porta”
Yeshua disse: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim,
salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens." (Yochanan/Jo
10:9) Em todos os tempos, e em todos os lugares houve uma única
porta pela qual os homens podiam se aproximar de Elohim, os
méritos de Maschiach e isso jamais dependeu de estruturas
humanas. Armstrong contudo, aprendera de Dugger que o povo de
Elohim era uma organização, não uma nação. Nem sua adesão ao
israelismo britânico que pressupõe que esse povo estava nos países
anglicanos o livrou dessa incomoda carga. Armstrong passaria o
resto da vida apontando para sua igreja como uma espécie de porta
para a vitória, e por conseguinte para a salvação, o que sem dúvida
alguma veio a se constituir o elemento mais objetável de sua obra.
Convencido de que tinha sido ungido pela única ―Igreja de Deus‖
com poder para ordenar ministros, sem os quais nenhum serviço
seria válido, passou a pregar que tinha não só a chave do
(conhecimento), mas também a autoridade da legítima unção, do
poder de batizar salvadoramente e todas estas teses esdrúxulas.
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A Igreja de Deus do Sétimo Dia jamais conseguira recuar na
história além de 1850, e quando o fazia apropriava-se da história da
Igreja Batista do Sétimo Dia, dizia que era sua própria história e
contra as evidências que os batistas aprenderam com eles. Num
mundo de novas organizações sabatistas dominadas por profetas,
Armstrong privilegiou uma suposta sucessão apostólica neoprotestante, que pela sua própria natureza de igreja moderna nunca
foi provada e jamais o será. Isso é lamentável, pois ele tinha
elementos muito mais importantes como a restauração da fé
apostólica para pregar.
Mas se o papa, com tantas e horrorosas mentiras apregoadas
pela sua igreja se apresenta com as chaves do reino, por que não
Armstrong? Essa chave abriria a porta para que os crentes mortos de
Sardes (Igreja de Deus do Sétimo Dia) ligados a Stamberry ou a
Salem ressuscitassem para a nova vida em Filadélfia. Competiria de
igual para igual com outros grupos exclusivistas, e mais do que isso,
poderia se assegurar que as pessoas permanecessem ligadas a seu
grupo.
Em certo sentido ele fez com suas ovelhas como Roma faz
com as dela prendendo as almas a ela por ser a única igreja
construída supostamente sobre a tumba de Kefa o apostolo
conhecido por Pedro. Assim, Armstrong passou a pregar que quem
o seguisse como apóstolo da última era seria participante dessa
ressurreição e provaria as delícias da última era da igreja. Em nome
da autoridade da igreja que o ungiu ele se insurgiria contra ela
alegando que não podia mais ser governado por mortos e que
deixaria tanto os féretros de Salem na Virgínia como os cadáveres
de Stamberry no Missouri. Não se pode negar que Armstrong
descobrira grandes verdades, que estava restaurando coisas
indispensáveis para qualquer grupo que desejasse pelo menos se
considerar sucessor dos apóstolos quanto mais continuador de sua
obra. Não resta dúvidas de que esteve mais perto da verdade de
que seus antecessores, que ultrapassara em muito o ponto de luz a
que a Sra. White chegara e deixara o adventismo estancado sem
poder dar um passo além do que ela mesma supôs ser correto.
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Mas ao propor que aquelas igrejas separadas ou em conjunto
tivessem qualquer tipo de sucessão ele ultrapassou os limites do
bom censo. A única sucessão apostólica, que apesar de fraudulenta,
está esquentada por ―provas‖ é a da Igreja Católica Apostólica
Romana que recua de Bento XVII supostamente o 266° Papa até
Kefa, o judeu que chamam de São Pedro e a quem arbitrariamente
denominam Papa.
Um católico tem mais motivos para acreditar na lenda da
sucessão apostólica, pois lhe é apresentada uma lista que recua até
Pedro do que um membro da Igreja de Deus que crê nisso somente
por fé. Quanto ao católico ele só se desprende dessa tolice quando
descobre biblicamente que o primeiro líder da kehila de Yeshua foi
Moshe quando sua kahal (igreja) ainda estava no deserto. Quando
se apercebe que quando Yeshua ascendeu a liderança não foi
confiada a Kefa (chamado Shimon), mas a Yakov há Tsadik (Tiago o
Justo).
Além disso o católico descobre, (vide Atos 15) que jamais
houve supremacia dos zakenim (Bispos) de Roma, já que a sede
espiritual do movimento nazareno foi a cidade santa de Yerushalaim,
e não a ímpia cidade de Roma. Já um membro de qualquer das
igrejas de Deus exclusivistas, e hoje são dezenas delas, não tem
motivo algum para acreditar no conto de fadas da sucessão
apostólica. Basta que ele peça ao MINISTRO que o vai imergir ou
consagrar que trace o caminho de seu apostolado para descobrir
que no máximo ele sabe quem ungiu aquele que o sagrou. Nenhum
deles consegue recuar mais do que 150 anos, e isso para ser muito
otimista.
Mas infelizmente Armstrong usou a verdade a seu favor, para a
glória de seu nome, mais do que devia, e não quero dizer que ele
buscou apenas a sua glória, quero dizer que enquanto exaltava a
Adonay e a sua Torah e ele o fez como apóstolo e como profeta,
como uma espécie de papa sabatista, talvez ainda mais vaidoso do
que a Sra. White a quem ele quis evitar, e com razão, mas não como
servo dos servos.
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―Eu estava com comunhão, trabalhando com a última parte da era
de Sardes, conforme descrito nas próprias palavras de Cristo em
Apocalipse 3:1-5. O tempo tinha chegado para a era da Filadélfia
começar. Ela começou uma semana mais tarde, com o término das
reuniões em Firbutte, e o estabelecimento de uma nova Igreja local de
Deus começando com 19 membros! Chegara a era da Filadélfia que
Cristo disse que iria abrir as portas e que o seu Evangelho estaria no
mundo inteiro, em todas as nações, e em poder. Isso não poderia ter
começado, enquanto eu estava sendo utilizado por homens, governado
por homens, e sem a liberdade de servir a Deus plenamente, em seu
caminho!‖ (Herbert Armstrong, Autobiografia, pág. 450). ii
Adotara o princípio batista congregacional que lhe permitia
sentir-se ao mesmo tempo uma parte da igreja única e dela
separado por um corpo ministerial Independente. Esse expediente
em breve seria provado. As pessoas teriam de acreditar que ele
separado estava unido à igreja. Como a Igreja de Roma ele alegava
estar operando sob uma sucessão ininterrupta de bispos e papas, e
em base da autoridade que lhe conferia tal organização ele
conduziria sua pequena congregação, da morte laodiceana para a
gloriosa ―Era de Filadélfia.‖ O curioso é que apesar de estar
literalmente instituindo uma nova organização ele não se sentia
separado da Igreja de Deus ―fundada por Yeshua‖.
―Durante o mês e os anos seguintes, Armstrong começou a
ter uma opinião sincera sobre o seu entendimento do British
Israelism (isralismo Britânico) e das festas hebraicas. Os irmãos o
encorajaram a apresentar sua opinião sobre estes assuntos como
um todo ao órgão ministerial, em vez de continuar a pregar e a
promover com mais força a sua posição pessoal. Foi em Detroit,
Michigan, que o material do Sr. Armstrong sobre os festivais
hebraicos foi apresentado. O órgão ministerial, deu tratamento
completo para as exposições do Sr. Armstrong e uma maioria
rejeitou a doutrina como não bíblica. Mas o Sr. Armstrong foi mais
insistente e continuou a apresentar os seus pontos de vista de uma
forma antagônica. Assim, em 1938 a organização da Salem
revogou as credenciais de Armstrong. Registros oficiais mostram
que a disputa doutrinária foi a razão para o despedimento‖ (Bíblica
Advocate Press, citado em Transformado pela Verdade, Capítulo
12). iii
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Armstrong estava estupefato! A verdade das festas bíblicas foi
rejeitada por aquela que se titulava arrogantemente a Igreja de
Deus, a única Igreja Verdadeira, a única com linhagem, a única cujo
batismo salva, a única que representava Israel e a única que jamais
havia perdido seu brilho e sua doutrina recebida pura das mãos do
Senhor. Havia duas soluções possíveis. Ou a conclusão de que a
organização nunca fora a Kehilah de Elohim, e por isso rejeitara uma
verdade que a ele se afigurava tão clara, ou essa igreja era o que
pretendia, mas se encontrava em cegueira ou não era nada.
Armstrong passou a ensinar que ela era, mas que a igreja tinha
sete fazes, e que ela ainda não se apercebera da abertura de uma
nova porta, a porta de Sardes para Filadélfia que a reconduziria de
volta ao primeiro amor experimentado nos dias dos apóstolos. Ora,
se a Igreja de Deus do Sétimo Dia não fosse o que pretendia,
Armstrong teria de se apresentar com o mesmo argumento
adventista, o de que sua missão profética era restaurar a identidade
da igreja e não a de melhorar sua condição. Mas para tal Armstrong
teria de se apresentar não como um restaurador, mas como o
fundador de uma igreja, o que desagradaria o grupo onde
encontrara as bases para lançar seu movimento triunfalista e
arrogante.
Decidiu manter a tese de Dodd e Dugger de que a Igreja
atravessou os séculos e as portas do inferno jamais prevaleceram
contra ela, avançando a partir da própria Igreja de Deus do Sétimo
Dia e e enfrentando com autoridade não só a já poderosa Igreja
Adventista do Sétimo Dia, que então contava com centenas de
milhares de membros, mas também os demais cristãos que seriam
tratados como ramos ou galhos desviados do verdadeiro
cristianismo primitivo cuja chave de volta a ele lhe havia sido
confiada. Resolveu ensinar que a Igreja de Deus do Sétimo Dia,
sendo verdadeira passou-lhe a autoridade espiritual enquanto o por
sua cegueira não se apercebera que o castiçal tinha sido removido.
A partir dali ele afirmaria que sua missão pessoal como apóstolo do
tempo do fim era devolver a ela suas vestes primitivas e a sua
autoridade inquestionável.
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107
Volume I – O Israelis mo Britânico
Foi assim que ele se apresentou como o apóstolo da última
era, como o Elias dos últimos tempos. Apregoou com sucesso a seus
combalidos irmãos que começava uma nova era para essa igreja que
saía da morte em Sardes para a vida e o amor em Filadélfia.
Apostaria todas as cartas em sua interpretação das sete eras. O
tempo mostraria que ele ganharia esse jogo de virada.
Nasce a “Igreja de Deus da Radio”
Retornando um pouco no tempo, ao ano 1933, cinco anos
antes dele ter sido rejeitado pela Igreja de Deus de Salem, tanto por
causa das festas como por causa do israelismo britânico, é preciso
que se diga que se por um lado as convicções de Armstrong
estavam em alta e ele sentia firmemente que tinha uma mensagem
para alimentar ―o pequeno rebanho‖, e para ergue-lo de sua morte
espiritual, sua condição financeira era desastrosa. Ele havia falido, e
assim faltavam-lhe os meios para proclamar o que descobrira.
Armstrong precisava de um milagre que a Era do Rádio viria a
proporcionar numa época em que a televisão embrionava e o rádio
competia com a imprensa e se tornava o mais novo e empolgante
instrumento formador de opinião. No fim daquele ano o
proprietário de uma pequena rádio ofereceu a vários ministros um
espaço de 15 minutos para testar a audiência que cada um teria.
Armstrong acumulara experiência na publicidade e na imprensa
escrita, e talvez nem ele esperasse êxito falando ao vivo. Mas a
reação do público a sua mensagem foi muito positiva. Logo o
proprietário o convidava para dirigir seu próprio programa que
estreou no primeiro domingo de 1934.
O homem que havia ficado órfão de sua igreja, e que havia se
juntado a uma dissidência da igreja de Deus que também não
vingaria terminou ficando só na Igreja de Deus da Rádio, que
patrocinou o programa ―World Tumorrow‖ (Mundo de Amanhã)
estreiado por ele. Armstrong soube aproveitar bem a era do rádio.
Mais tarde iniciou as transmissões numa super rádio para a época.
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108
Volume I – O Israelis mo Britânico
Era uma estação com 50 mil Watts de potência capaz de cobrir
a maior parte da América. Muito em breve a Igreja de Deus da Rádio
compraria espaço nas mais poderosas emissoras de ondas curtas do
mundo e faria sua mensagem chegar aos cinco continentes. O grupo
que nascera num programa radial de domingo viária a dar o mais
ousado dos passos em 1950. Armstrong não seria apenas uma voz, a
Igreja de Deus da Rádio, mas também uma imagem em movimento,
um movimento que chegaria a milhões de lares americanos.
A organização agora era também a Igreja de Deus da
Televisão, com programas transmitidos regularmente pela ABC
Television Network. Um programa em preto e branco, mas um
grande passo. Era a Igreja de Deus da Revista ―Pura Verdade‖, e mais
do que isso, havia ganhado o mundo, fundando congregações nos
cinco continentes. A Igreja se expandiu, e os programas radiais eram
transmitidos de várias partes e incluíam Russo, Francês, Espanhol,
Italiano e Alemão. Através da voz Richard David Armstrong, a Igreja
de Deus da Rádio estava ganhando o coração da Europa e da
América espanhola também. Ele mesmo conta essa experiência.
―Em janeiro de 1958, o programa ―Mundo de Amanhã‖ estava sendo
transmitido a todos os continentes, habitados na Terra. Estávamos usando
mais e quatro milhões de watts de potência de rádio por semana. Estávamos
transmitindo a partir de Okinawa, Moçambique, República da África do Sul,
Índia,
Birmânia
e
Índias
Orientais,
e
para
o
Leste
da
África pela superpotência de três frequencias da Rádio do Ceilão, além da
Rádio Luxemburgo, a mais estação do mundo na Europa - e das Ilhas
britânicas. Estas estações eram muito poderosos - chegando até 2.000
milhas (3200 quilometros) e abrangendo grandes áreas. Com a nossa
cobertura na América do Sul, fomos chegando às áreas que continhamcerca
de metade da população do mundo inteiro.‖ (Autobiography of HERBERT W.
ARMSTRONG, Vol II, Capitulo 70, Pág. 209.
Mas 1958 não trouxe apenas êxitos a Armstrong. Um acidente
de automóvel trouxe uma perda irreparável. David Armstrong, um
de seus dois filhos e o mais destacado evangelista da organização
morreu e Garner Ted teria de fazer o trabalho do irmão. As
implicações dessa tragédia e da substituição do evangelista seriam
sentidas por toda a organização.
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109
Volume I – O Israelis mo Britânico
Mas a obra avançou e sua força cresceu. A verdade é que o
programa radial, a revista a Pura Verdade e os demais órgãos de
comunicação da organização eram muito onerosos, mas também
resultavam em vultuosas ofertas. Estas provinham de membros da
organização, de simpatizantes e ouvintes que escutavam a
mensagem indo de carro para o trabalho, ou de caminhoneiros em
viagem pelas auto estradas americanas.
Não se pode negar aqui que ele era um homem de visão. Ele
não era apenas um evangelista, mas também um empreendedor. A
organização gastava muito em semear, mas recebia ainda mais, o
que permitia lançar empreendimentos educacionais e de divulgação.
Desde 1947 o Pasadena Campus formava jovens e dirigentes para
atuar no mundo num trabalho paralelo aos êxitos alcançados pelo
rádio, pela revista e logo também pela televisão. Outro passo
ousado foi dado em 1960 quando Armstrong comprou a mansão de
Bricket Wood, na Inglaterra a fim de promover a obra na Europa. O
Campus operou de 1960 a 1974.
Particularmente creio que o Eterno pôs sua mão nessa ação.
Afinal, a Casa de Israel espalhada nos países anglo-saxônicos estava
recuperando não apenas sua identidade, mas uma parte de suas
liturgias e obrigações graças a ação do Pastor Geral, como era
chamado. Isso permitiu a aquisição de edifícios como o de Bricket
Wood, que era um dos três Campus do Colégio Embaixador.
Nos Estados Unidos, um Campus foi estabelecido no Texas, o
Ambassador College, em Big Sandy. O Campus aberto em 1964
esteve em atividades entre 1964 e 1977 quando encerrou suas
atividades até ser reaberto em 1981 e fechado definitivamente em
1997, quando Armstrong já havia sido levado ao descanso.
Os avanços foram tantos, e em tantos lugares que 52 anos
depois de fundada a organização, o nome igreja de Deus da Radio já
não fazia sentido. Armstrong escolheu um nome mais ousado que
abrangesse o que ele entendia ser sua missão, uma missão universal.
Em 1968, a organização adotou o nome de Igreja de Deus Universal.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Os avanços prosseguiam e Armstrong queria dedicar-se mais a
escrita e a administração. Dois anos depois entregou a direção da TV
a seu filho Ted Gerner Armstrong. O evangelista, que já não era tão
jovem, dispunha de força, experiência e dinamismo para projetar a
imagem da organização. Poderia operar ainda por muitos anos, mas
o faria por apenas oito anos. Ninguém sabe o que Mark Armstrong,
o irmão morto em acidente teria feito, mas a obra de Ted se revelou
tão gloriosa como infame, tão elevadora como abissal. Ciúmes dos
homens em quem seu pai confiava como colaboradores mais
íntimos associados a uma conduta moral reprovável que expunha as
mais belas meninas vindas dos diferentes países para estudar no
Ambassador Institut onde ele era reitor às suas cantadas e ao seu
assédio obrigaram a IDU a afastá-lo e pai e filho brigaram para
nunca mais se reconciliarem de forma definitiva.
As Denúncias Contra Armstrong
A partir daí a Igreja de Deus Universal estaria sob ataque. A
conduta de Garner proporcionou munição para seus adversários e
mais tarde o próprio Armstrong seria alvo de todo o tipo de
denúncias. Seria acusado de incesto contra sua filha caçula Dorothy
ao enriquecimento ilícito às expensas da vigorosa organização
sabatista. De fato, a Igreja de Deus Universal começa a cair junto
com Garner Ted Armstrong. As acusações foram tornadas públicas
por David Robinson em seu livro ―Herbert Armstrong's Tangled
Web‖ publicado em 1980 alegadamente com base em informações
fornecidas pelo próprio Ted Gerner. Robinson um antiarmstronguista assumido afirma:
"A verdade é que este homem é tão depravado, tão
persistentemente mentiroso, tão mal que só pode ser um servo direto de
Satanás, o diabo. Ele opera em nome de Deus para servir ao seu próprio
mau, assim como ele tomou sua própria filha adolescente e abusou dela
durante 10 anos, em nome de Deus! Muitos de seus ministros sabem
disso e impedem que isso se diga. Ele trouxe vergonha em nome de
Deus sobre as verdadeiras religiões. "- (David Robinson, Herbert
Armstrong's Tangled Web) http://www.exitsupportnetwork.com/index.htm
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A estas denúncias se juntariam acusações de desvio de verba
do terceiro dízimo que por preceito bíblico e estatuto da
organização era destinado aos mais pobres de seus membros.
Armstrong foi acusado também de desviar cerca de 70 milhões de
dólares da instituição, o que a colocou sob a mira e intervenção da
justiça.
Durante
semanas
Armstrong
via
investigadores
governamentais que a mando de juízes vasculhavam cada
documento, bloquearam cada conta da instituição, escutavam cada
chamada telefônica. O pobre homem não pensara que viveria para
na sua velhice ver a sua obra infamada por notícias nos jornais, na
rádio e na televisão que tornavam sua Igreja de Deus Universal ainda
mais famosa do que ele desejava.
As investigações, porém nada puderam provar. Armstrong
emergiu do abismo ainda mais forte. Era um herói, havia enfrentado
os desmandos de uma justiça que ousara atropelar o direito à livre
expressão religiosa. Seus adeptos confiaram mais nele ainda e uma
chuva de dólares caia a cada dia nas contas da Igreja de Passadena.
Por ocasião da sua morte as denúncias deixavam apenas um
vácuo de dúvidas sobre os reais motivos de sua ação à frente de
uma das organizações mais vigorosas que os Estados Unidos jamais
conheceram. Até o Presidente dos Estados Unidos com quem ele se
avistara
mandou
condolências.
Instituições
evangélicas,
assombradas com o autoritarismo de um Estado democrático que se
imiscuiu nos assuntos de uma igreja, mesmo não gostando dela
saíram em defesa de Armstrong.
Estava em causa a liberdade de culto tão prezada pelo povo
americano. Sinceramente temo que Armstrong tenha sido alvo de
calúnias motivadas por intrigas, ciúme, inveja e mesmo revolta
provocada por seu próprio autoritarismo como ―último apóstolo‖
para essa era. Ademais sua defesa de Israel e das festas bíblicas
pode ter motivado outros adversários tanto do povo eleito como da
Torah a dar rédeas soltas às denúncias contra Armstrong.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A verdade, porém, nunca se saberá até o dia do juízo. Além
disso é preciso recordar que o Eterno abraça seus filhos apenas por
graça e bondade e não por méritos próprios. Talvez Armstrong não
tivesse uma noção clara disso, mas nós o temos. Somos conscientes
de que a língua má é ainda mais pecaminosa se exercida contra
quem já partiu e não pode se defender. Por isso não tomarei partido
considerando-o homem de caráter ilibado ou um libertino profano.
Deixo ao leitor a tarefa de julgá-lo se tiver instrumentos para
isso. Mas seria incorreto falar de Armstrong e de seu conhecido
sucesso sem tocar nesse ponto já que ele inunda a internet graças
aos sites anti-IDU. Sabemos que pressionados pelas denúncias,
adeptos de Armstrong procederam uma extensa investigação.
Acredito que eles sinceramente estavam passando a vida de seu
herói a limpo, a fim de estarem seguros de que podiam continuar
apostando em sua imagem cercada de controvérsias. Na questão do
suposto incesto de Armstrong contra sua filha Doroth o resultado foi
o seguinte:
―Talvez eu deva mencionar que, desde que um aspecto dessas
acusações é comumente atribuída a um comentário supostamente feito
por Garner Ted Armstrong (GTA) filho de Herbert W. Armstrong 's sobre
seu pai e um outro parente. Eu, pessoalmente liguei para o escritório de
Garner Ted Armstrong em 12 de dezembro de 2002 para saber mais
sobre essa acusação particular. Eu não pude falar diretamente com GTA,
mas um funcionário-chave da Associação Evangelística Garner Ted
Armstrong depois de discutir com ele me passou sua resposta que trouxe
até mim. Através de seu porta-voz, GTA se recusou a comentar a não ser
para passar a mensagem de que: "Tudo o que você realmente precisa
saber sobre meu pai está contido em sua Autobiografia (de Herbert W.
Armstrong)". Como GTA não iria se pronunciar sobre uma declaração
atribuída a ele sobre este assunto? Assim como qualquer pessoa pode
acreditar nisso? (A Journal: News of A Churches of Deus, February 28,
2003, pp. 6-7 sob o título "Consider candid responses to 15 accustations
about Herbert W. Armstrong" http://www.cogwriter.com/hwaacc.htm)
Sob a alegação de que Dibar Apartian (1916-1920), que fora
assistente de Herbert Armstrong por 30 anos havia confirmado
saber da denúncia de incesto contra o líder e que ela era procedente
e conhecida nos altos círculos da IDU o relator declara:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Em dezembro de 2006, eu vi uma postagem num site anti-Igreja
de Deus que afirmou que Dibar Apartian supostamente confirmou que
ele se apercebeu que Herbert W. Armstrong era culpado de incesto. Em 3
de janeiro de 2007, falei com Dibar Apartian sobre isso. Ele sabia mais
sobre a vida de Herbert W. Armstrong nos últimos 30 anos do que
Herbert W. Armstrong sobre a sua vida. Dibar Apartian claramente negou
a alegação de que alguma vez tenha dito que sentiu que Herbert W.
Armstrong era culpado de incesto. Toda vez que eu fui às fontes
alegadas para estas informações sobre este assunto de incesto, nenhuma
dessas "fontes" que sustentavam as declarações que os críticos antiHerbert W. Armstrong apresentaram foram confirmadas. Eu gostaria de
acrescentar que, naquela época Dibar Apartian era da idade de 88 anos e
meio e ele me disse especificamente que deveria ficar claro para todos
que ele não tinha nada a ganhar em negar isso. Dibar Apartian também
me disse que ele nunca fez nenhuma vez qualquer
declaração
confirmando as alegadas faltas pessoais Herbert W. Armstrong e,
especificamente, que ele nunca afirmou haver pensado que Herbert W.
Armstrong era culpado de incesto.‖ (A Journal: News of A Churches of
Deus, February 28, 2003, pp. 6-7 sob o título "Consider candid responses to
15
accustations
about
Herbert
W.
Armstrong"
http://www.cogwriter.com/hwaacc.htm)
Em resumo as denúncias nunca foram provadas. Doroth, a
última dos filhos de Armstrong morreu em 2010 e jamais veio à
público para confirmar as denúncias. O silêncio de Ted pode indicar
que tudo não passou de lashon hará (língua má), e de instrumento
de um homem magoado para atrair adeptos para seu novo grupo. A
resposta dele de que tudo o que precisavam saber sobre seu pai
estava escrito em sua autobiografia por outro lado pode ser o sinal
de um filho desejoso de reabilitar a memória de seu pai de ataques
contra os quais ele poderia tê-lo protegido em vida. Outros há que
pensem justamente o contrário, que o silêncio de Garner aponta que
aquilo pode mesmo ter acontecido. Por outro lado, as denúncias de
que Armstrong aproveitava suas viagens missionárias para dar
expansão a seus desejos libidionosos permanecem não provadas.
Mesmo a acusação de Bernard Kelly's publicado em Bible
Expositor newsletter of Oct. 19, 2001 de que em 1957 ele teria
tentado sem sucesso recrutar Suzanne Black, uma jovem senhora
para lhes prestar serviços sexuais parece não proceder. Dezoito anos
depois das denúncias ela ainda era membro da IDU.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Segundo seus críticos, enquanto se preparava para o encontro
com chefes de Estado e de governo, como quando saudava a
Primeira-Ministro de Israel Sra. Golda Meir, ou quando
cumprimentava o Presidente Indiano V.V Giri e tinha de se hospedar
em hotéis de luxo ele seduzia as belas jovens da organização que
muitas vezes o acompanhavam como secretárias ou tradutoras.
Estas denúncias, porém nunca foram provadas e parecem
completamente destituídas de qualquer seriedade. Os que
conviveram com o Pastor Geral dizem que ele era um homem sério
e circunspeto, e que nunca viram em seu comportamento nada que
abone tais acusações.
Porque então incluí essas denúncias aqui? Por que acredito
que é minha missão informar, deixando ao leitor que tome suas
próprias conclusões. Se me proponho a escrever sobre alguém,
preciso ampliar o leque e não me centrar apenas nos aspectos
positivos. De minha parte, porém temo que isso seja apenas
boataria insensata motivada pelo anti-sabatismo ou por ministros
que se retiraram da organização magoados por questões pessoais e
dispostos à vingança. Se eu estiver errado, que estes me perdoem.
O Polêmico Casamento com uma Divorciada e o Descanso Final
Viúvo desde 1968, Armstrong voltou a se casar em 1977, em
meio à crise com seu filho Ted. A escolhida era Ramona Martin, 38
anos mais jovem. Essa paixão avassaladora do velho caudilho tinha
posto a prova um de seus ensinamentos, a rejeição do recasamento
a qualquer pessoa, e em qualquer circunstância que não fosse a
morte do ex-conjuge, mas Ramona Martin era divorciada e seu
marido vivia ainda.
De acordo com as regras criadas pelo Pastor Geral ela não podia se
casar com ninguém, muito menos com ele. Apesar do espanto de
muitos e descontentamento de alguns, Armstrong casou-se em
segundas núpcias com a jovem e bonita mulher e teve tempo de
aprender que havia ensinado um erro.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
É bom que se diga que esse casamento com uma mulher
completamente livre de seu esposo. Ademais essa mulher havia sido
unida apenas pela lei dos homens, e não em nome e pela lei do
Criador. Logo não era um pecado bíblico no sentido do termo, mas
apenas um pecado armstronguiano. Afinal a Bíblia reconhece o
direito de divórcio em algumas circunstâncias.
A dureza do coração de homens e mulheres que decidem
infelicitar, trair ou abandonar seus cônjuges pode não sacramentar o
divórcio, e torná-lo um evento festivo, mas o justifica de acordo com
a Torah. O Eterno se encarregara de provar ao próprio Pastor Geral a
necessidade de mudança. Dali em diante a Igreja passou a assumir
uma posição bem mais equilibrada sobre o assunto. Uma pena é
saber que os que casaram antes tinham sido excluídos e famílias que
chegaram recasadas à igreja tinham sido separadas por uma ação
estúpida. Lamentavelmente seu casamento terminou em divórcio no
ano 1982, um divórcio que lhe teria custado cerca de 5 milhões de
dólares, já que Armstrong, segundo vários biógrafos era um homem
rico na altura. Quatro anos mais tarde Herbert Armstrong passava
para a eternidade. Fora chamado ao descanso aos 94 anos de idade.
Fizera uma grande obra. Sobre ela falaremos nos próximos capítulos
e estamos certos de que há muito a aprender com ele.
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IV - Garner Ted Armstrong Ancora da TV
Universal
Garner Ted Armstrong (1930-2003) foi um dos mais
fascinantes personagens da IDU e do Armstronguismo. Garner conta
que havia declarado a seu pai que não desejava ser ministro, ao que
ele respondeu que justamente o seu desejo de não ser era a
indicação de que ele estava pronto para o ministério.
Assim, seu pai Herbert Armstrong o ungiu como ministro em
1955, aos 25 anos de idade. Ted logo se revelaria uma peça chave na
divulgação da doutrina da organização. Já em 1957 seu pai
começava a ser aliviado das suas responsabilidades radiais para se
concentrar na administração da igreja que experimentava um
crescimento espantoso. Garner Ted Armstrong assumiu o programa
Word Tumorrow e fluente em espanhol abriu o El Mundo de
Manãna (O mundo de Amanhã).
Dois anos mais tarde a organização estava determinada a
erguer a obra na Europa, e assim em 1959 Garner Ted e o pai viajam
Dinamarca, Inglaterra, Itália e Mônaco. Dessa viagem resultou a
aquisição do Bricket Wood, UK Campus nos arredores de Londres
que muito contribuiu para o avanço do grupo na Europa, pois ali
eram formados obreiros e obreiras entusiastas que depois
retornavam a seus países de origem no velho mundo.
Esse Campus operou entre 1964 e1974. Ainda em 1959 o
jovem Armstrong se dirigiria a Austrália e Filipinas que se tornariam
importantes polos do desenvolvimento do grupo na Ásia e Oceania.
Mas o mais importante empreendimento, na era do
radioevangelismo foram as transmissões de 15 minutos da super
poderosa emissora francesa Rádio Monte Carlo, que a partir do
Principado de Mônaco irradiava para o resto da Europa em
Espanhol, inglês e russo.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Na busca de projeção radial, ele foi a Alemanha em 1961,
durante a construção do Muro de Berlim. Mas talvez nenhuma
cobertura tenha tido o sucesso da sua transmissão feita em 1963. O
Presidente John Fitzgerald Kennedy acabara de ser assassinato e Ted
fez uma emocionante declaração no programa o Mundo de Amanhã
que em 1967 estreava na TV.
Stanley Rader x Ted Garner
O destacado evangelista atuou na TV até 1977 quando sua
imagem terminou definitivamente arranhada por acusações de
supostas investidas e assédios sexuais contra as mais belas jovens
do Instituto Ambassador a par de suas lutas políticas com o pai
motivadas pela crescente influência de Stanley Rader (1930-2002),
contador e advogado da organização junto ao velho Armstrong.
Influência que Garner Ted via como perigosa, ainda que não se sabe
se para si, ou para a obra. Ainda que a história de Ted demonstre ter
sido um homem muito ambicioso em alcançar seus objetivos de
liderança.
Seu rival Rader convenceu Armstrong a construir o
Ambassador Auditorium, um anfiteatro luxuoso com 1.266 lugares e
onde não penas se realizavam os eventos da organização que eram
filmados dando a impressão de uma instituição sólida e poderosa,
que de fato era, mas também serviam a shows dos mais renomados
cantores.
Lá se apresentaram o grande tenor italiano Luciano Pavaroti
(1935-2007), o famoso pianista judeu polonês Arthur Rubisntein
(1887-1982), o popular cantor e ator norte-americano Bing Crowsby
(1903-1977), o cantor, dançarino e ator Sammy Davis Junior (19251990) e o também cantor e ator Franck Sinatra (1915-1998). O
magnífico salão custou 24 milhões de dólares, pois incluía pedras de
Ônix importadas do Iran, madeira de teca da África, tapetes persas
que decoravam o solo do auditório, tapetes de lã vindos da Índia e
uma esplendida decoração em ouro.
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Enfim, Ambassador Auditorium era um auditório de superluxo
que enchia os olhos dos visitantes. Inaugurado a mais de 35 anos, a
preços de hoje a construção não ficaria em menos de 150 milhões
de dólares ou 235 milhões de reais. Sem dúvida uma das mais
suntuosas construções erigidas por uma organização religiosa até
então.
Lastimosamente, organização na qual se transformara a IDU,
esvaziada de seus membros e desacreditada por haver abandonado
aquilo que a tornara poderosa, não encontraria razão alguma para
manter o luxuoso prédio, e veio a vender o auditório à prefeitura
local, que o converteu num dos mais prestigiosos símbolos
arquitetônicos e culturais de Pasadena. O prédio, orgulho da IDU
hoje serve a uma igreja evangélica. Fora esse prédio, erguido sob a
liderança de Armstrong a conselho de Rader, uma espécie de
tesoureiro consultor jurídico da organização que despoletara a luta
sucessória na Instituição com Garner Ted receoso de que não seria
ele a conduzir a IDU quando o pai se fosse. Por outro lado,
enquanto isso, Rader promovera o velho caudilho ao posto de
embaixador mundial da paz sem credenciais. Nessa posição
Armstrong viajou pelo mundo, entrevistou-se com chefes de Estado
e de Governo de vários países, sempre acompanhado por sua
equipe de televisão.
Ted Garner se Opõe ao Historicismo de Armstrong
Ted, não só se opunha a tudo isso, mas discordava da ênfase
profética de Armstrong, tanto na questão do israelismo britânico
como de um suposto ciclo de 19 anos que terminaria em 1975 e que
levaria os membros da igreja a viajarem para um refúgio no Oriente
Médio para escaparem à grande tribulação. Era um tema
apaixonante e é claro chamava a atenção do povo. Uma vez mais
um grupo empregaria o sensacionalismo para provocar um
avivamento e uma vez mais fracassaria como os judeus no ano 130
ao promover o pai da mentira como o Messias ou os adventistas ao
acreditarem na volta do Messias em 1844.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Segundo os líderes este local poderia ser a cidade de Petra,
escavada na rocha pura e que fora sede do antigo reino de Edom,
antes que esse, segundo eles entrasse em decadência e
abandonasse o Oriente Médio. Segundo eles Edom voltaria para
dominar não só a Jordânia, mas Israel seu maior rival. Foi Aqui eles
parecem haver copiado lenda rabínica de que Edom mudou-se
para sua nova sede em Roma e estaria se preparando para voltar a
dominá-la. Armstrong imaginava que a batalha final no Oriente
Médio estava às portas. E que repetiria a história. Roma voltaria para
atacar o povo judeu, retomaria a cidade santa, mataria muitos de
seus habitantes antes de ser aniquilada pela espada afiada da boca
de Maschiach.
Ora, no ano 70 Roma atacara Yerushalaim destruindo o
Templo em meio à revolta liderada pelos zelotes. No ano 130 os
mesmos romanos atacaram a cidade santa, a destruíram
completamente e depois mandaram passar o arado sobre ela
arrasando-a até seus fundamentos. Antes de Yerushalaim, só
Cartago, no norte da África recebera um tratamento tão severo. Mas
também, depois de Cartago, só Yerushalaim e o povo judeu deram
tanto trabalho a Roma e despertara tanto ódio da então senhora do
mundo. Quem imagina que os judeus foram apenas vítimas da
crueldade de Roma não sabe nada da história. Eles se mostraram
figadais inimigos do Império e mataram meio milhão de inimigos.
Era o fim sangrento da segunda revolta que recrudesceu com
ascensão de Bar Kosba, o falso Maschiach abençoado pelo
fanatizado Rabi Akiba. Akiba reverenciado como o maior sábio da
história judaica revelou-se paradoxalmente o mais louco dos
investigadores. Falto de visão espiritual a ponto de ver em Yeshua
um falsário por que pregava a paz e no maior embusteiro da história
de Israel um profeta por que pregava a libertação do jugo romano
pela espada. Akiba depositou fé na proposta tresloucada de que o
Novo Reino seria estabelecido e edificado sob pilhas de cadáveres
daqueles que na sua ignorância chamavam de edomitas apenas para
fazer supor que seriam facilmente derrotados como a palha diante
do fogo israelita.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Alusão à profecia de Obadias que diz: ―A Casa de Esaú será
palha e Casa de Israel será fogo.‖ Mas é necessário que se diga que
não há evidências plausíveis de que o reino de Edom tenha se
transferido para Roma. Provavelmente a profecia se cumpriu 100
anos antes do Maschiach vir a esse mundo. As provas históricas
apontam noutro sentido. Edom foi praticamente convertida ao
judaísmo em meio a um banho de sangue promovido pelos
asmoneus no ano 103 AEM em que os não conversos foram
assassinados e os deuses de Edom desfeitos em pedaços. Desde
então os edomitas tem sido judeus, tem vivido com eles, e tem sido
declarados como tais.
Sabe-se que quando os revoltados e bandidos zelotes
sublevaram os judeus contra Roma, os edomitas lutaram ao lado dos
judeus contra o invasor romano, pois na altura, através do judaísmo,
haviam resgatado já sua origem em Abraham e Ytzchak seus pais. O
conceito de que Roma é Edom não passa, pois de mera fantasia
talmúdica que tem por objetivo fazer supor que o Eterno odeia os
romanos na mesma intensidade que os judeus passaram a odiá-la
depois das revoltas que custaram cerca de 2 milhões de vidas
judaicas. Compreensiva, pois do ponto de vista humano e
sociológico, mas historicamente indefensável já que os idumeus
também são judeus.
O grande Rabi veio a perecer junto a 580 mil judeus na
devastação produzida pela maior campanha militar que Roma já
promovera desde as Guerras Púnicas contra os grandes generais
irmãos, Aníbal e Asdrubal. A diferença e que estes souberam levar a
guerra as portas de Roma, a capital, antes de verem Cartago
arrasada enquanto os exércitos judeus só conheceram a derrota em
sua própria terra depois de um rápido e efêmero sucesso militar.
Viajando em certo sentido na mesma lenda rabínica pensava o
velho caudilho da Igreja de Deus Universal que o povo israelita
deveria estar lá, por ocasião da grande tribulação, que deveria
ocorrer em breve a fim de se refugiar até a volta de Maschiach. Isso
era algo que desagradava profundamente a Ted.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Mas como ocorre com as antecipações historicistas, a previsão
de Armstrong fracassou, e Ted conduziu habilmente o programa
televisivo da escatologia para a doutrina sistemática, contra a
vontade de seu pai que considerava a escatologia o pilar principal
sobre o qual erguer seu movimento.
Costuma-se dizer que o galho não cai longe da árvore. A Igreja
de Deus do Sétimo Dia saíra da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
uma igreja que nascera em meio as contas fantasiosas de Samuel
Snow um louco que se apresentava como profeta e que concluiu sua
vida como um alienado segundo a própria Enciclopédia Adventista.
Ora, a Igreja de Deus Universal saíra da Igreja de Deus, e embora
deplorasse a loucura milerita preservou a mesma metodologia.
Se não aprendemos com a história estamos fadados a passar
pelos mesmos entusiasmos arrebatadores, mas também sofrer de
novo as mesmas desanimadoras decepções. Armstrong tinha no
repertório de sua mensagem música suficiente para encantar
multidões de estudiosos da Bíblia. Definitivamente não precisava
enveredar pelo historicismo que já dera tão decepcionantes
resultados no passado. Mas se negara a aprender. Bem, o tempo
mostrou que Garner Ted estava certo. As previsões não se
concretizaram e o sabor de vitória envaideceu o jovem e feriu a seu
pai.
Al Carrozzo, Abala a Influência de Garner Ted Armstrong
Ted, filho de Armstrong, era um jovem carismático e atraente,
uma atração que segundo seus críticos era usada não só a serviço
do reino, mas também de seus desejos sexuais. O tele-evangelista
chegou a 1978 colecionando não apenas êxitos surpreendentes, mas
também erros. Al Carrozzo, batizado na IDU em 1956, nomeado
primeiro Pastor, e depois Diretor Regional Ocidental da IDU nos
Estados Unidos, Diretor do Escritório de Aconselhamento em
Pasadena e Professor do Ambassador relatou a extensão do mal de
forma tão pública que já não podia se escondida.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
AL Carrozzo, desapontado pelo fato de Herbert sempre
apostara na recuperação do filho, facultando assim o mal, renunciara
a seus postos ministeriais na Igreja de Deus Universal em 8 de
fevereiro de 1974 e tornava pública a causa em carta enviada aos
ministros. Segundo Carrozzo As escapadas sexuais do evangelista
teriam começado 20 anos antes de conhecidas e apuradas pelo
ministério a 30 de janeiro de 1972 quando seu pai e líderes teriam
ido à sua casa para o disciplinar e ele confessara ter se envolvido
com 200 mulheres jovens, tanto solteiras como casadas. Segundo as
revelações de Carrozzo, um ministério aturdido acordou para a
enormidade do dano.
Há quem diga que os próprios pastores ao ouvirem os relatos
das seduções bem sucedidas de Ted passaram a temer que suas
próprias esposas, que oficiavam próximos a Garner tivessem sido
seduzidas. A desconfiança tomara conta dos dirigentes. Jà não
conseguiam olhar Ted com bons olhos e o foi disciplinado e enviado
ao deserto do Colorado, oficialmente ―de férias para se recuperar do
excessivo estresse causado por sua intensa carga de trabalho.‖
Ted ficaria em observação até seu arrependimento se revelar
genuíno. O escândalo foi parar na prestigiosa revista Time, que não
podia deixar de noticiar acontecimentos ligados a uma pessoa que
segundo eles estava a frente de um poderoso projeto de
evangelismo radial, televisivo e escrito. Assim, em sua coluna sobre
religião, a Time publicou uma nota sob o título: Garner Ted
Armstrong, Cadê Você?
―Seu programa chamado A World Tumorrow (O Mundo de
Amanhã foi realizado em cerca de 400 rádios e 99 emissoras de TV.
Sua revista, mensal gratuita, chamada A Plain Truth (Pura Verdade)
foi enviada a 2,1 milhões de assinantes.... Em princípio Herbert e
outros membros da IDU disseram que Garner Ted estava tirando
simplesmente uma licença para uma ausência prolongada. Então,
em fevereiro, os membros da igreja, cerca de 75.000 pessoas,
ouviram uma carta interna de Pasadena tão secreta que os seus
ministros receberam ordens para queimá-la após a leitura. Sua
mensagem:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Garner Ted estava "nos laços de Satanás." No final de abril,
Armstrong pai, fez uma declaração mais pública para a igreja e
―colaboradores‖, que inclui simpatizantes, como o campeão de
xadrez Bobby Fischer, explicando que Garner Ted confessou ter
algum tipo de transgressão contra "Deus , contra a sua igreja e seu
apóstolo, com a mulher que Deus me deu na minha juventude,
contra todos os meus amigos mais próximos." (Leia o artigo da
Time Religion: Garner Ted Armstrong, Where Are You? na íntegra:
http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,903502,00.html)
Como Ted era o âncora das programações radiais e televisivas
sua súbita ausência foi lesiva aos cofres da organização. As ofetas
diminuíram rapidamente pondo em risco a manutenção da obra.
Ainda segundo Carrozzo, um dos mais íntimos colaboradores de
Armstrong, ao fim de maio daquele ano o jovem Ted tivera uma
reunião com seu pai na qual evidenciara forte arrependimento. O pai
teria acreditado nele e Herbert Armstrong viria a reintegrá-lo na
obra a 20 de julho de 1972.
Mas a chaga não havia sido sarada, como veremos mais tarde.
Herbert Armstrong apenas adiara por mais seis anos, o que deveria
ter sido feito imediatamente, remover Ted definitivamente do
ministério, pois a julgar por tantas denúncias, ele não reunia
qualificações ministeriais. Armstrong tão ousado em denunciar
publicamente o pecado dos transgressores para que o
―Acampamento de Israel‖ permanecesse puro não fizera seu dever
de casa. Pelo menos não se todos os boatos fossem verdadeiros.
Escândalos sexuais o desgastavam.
No já famoso Instituto Ambassador, orgulho da instituição, e
para onde moças e rapazes do mundo inteiro vinham formar-se
como obreiros corriam rumores de que Ted, seu Presidente de 1975
a 1978 assediava e seduzia as mais belas jovens, solteiras ou casadas
e com elas se prostituía ou adulterava de acordo com essas fontes
que alegam ter sido testemunhas presenciais das denúncias. Isso
tudo, mais a luta política e doutrinária com seu pai, tornavam a
situação muito delicada para toda cúpula da igreja. Não só pai e
filho estavam em guerra, mas a sede toda em polvorosa.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
As rusgas entre Herbert e Ted se tornaram cada vez mais
frequentes e intensas. Os estudiosos do movimento afirmam que em
1972, num momento delicado, Armstrong dissera que seu filho
estava nas mãos do diabo. Mas o auge do conflito se deu em 1977.
Nesse ano a situação se tornou insustentável para Garner Ted. Seu
nome estava no olho de um furacão de escândalos que iam de
denúncias de assédio sexual contra jovens alunas do seminário a
tentativa de adultério ou mesmo prática com moças casadas com
ministros que serviam na administração da obra.
Com fortes setores da IDU decepcionados com a forma
opulenta como Armstrong, e por extensão a própria organização se
apresentava ao mundo, o jovem Armstrong podia se dar ao luxo de
rejeitar a disciplina imposta por seu pai e pela direção, sem se
considerar acabado. As provas apresentadas contra ele eram
testemunhais, sustentadas pelos seus inimigos e nunca foram
admitidas, portanto ele se decidiu a resistir e não esteve sozinho.
Mesmo um pai que amava a seu filho Sabia que tinha que
tomar uma atitude. A obra que ele elevara como um a obra pura e a
salvo do pecado estava ameaçada. Armstrong, segundo seus
colabradores confessaria mais tarde que havia siso excessivamente
tolerante para com o filho, que o amor o havia cegado. Mas aos 26
de julho de 1978 uma atitude firme tinha de ser tomada ou
Armstrong passaria por um novo Eli. Ted foi desassociado.
Seu pai ordenou a destituição dele de todos os cargos na
organização. Garner não mais teria acesso ao Instituto, fossem
verdadeiros ou falsos os rumores, o mal estava sendo cortado pela
raiz. Além do mais, por mais decepcionante que fosse não vê-lo
mais à frente dos programas televisivos, Armstrong também estaria
fora da TV. Outras vozes e imagens seriam testadas. Assim, Garner
Ted Armstrong se mudou para Dallas no Texas, onde pouco depois
fundou a Igreja de Deus Internacional, que não obstante atraiu
diversos ministros descontentes pela influencia crescente do
advogado Rader na direção da IDU.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Estes ministros fortaleceram a causa de Ted, acreditavam que
ele havia sido injustiçado e que as acusações tinham motivação
política e não eram verdadeiras. A Igreja de Deus Internacional,
fundada em 1978 e hoje sediada em Tyler no Texas é em certo
sentido a mais liberal das IDU`S, e a única dissidência surgida
durante a vida do Pastor Geral. Sobreviveu graças ao prestígio de
seu filho. Armstrong proibiu todo o contato entre membros da IDU
e da recém formada Igreja de Deus Internacional.
Hábil, canalizou o debate para posições doutrinárias como
voto em eleições políticas; que não via como abominável, terceiro
dízimo; que achava abusivo, divórcio e recasamento; que
considerava aceitáveis quando houvesse motivo justo, e sobretudo
sobre as interpretações proféticas de seu pai que considerava serem
absurdas e perigosas para a instituição.
Armstrong era uma figura venerada na organização. Era tão
forte e poderosa na Igreja de Deus Universal como Charles Russel
nas Testemunhas de Jeová, Ellen White nos adventistas ou Josef
Smith nos mórmons. Só que a revolta de Ted não era a de um líder
congregacional desconhecido, de um administrador que apareceia
uma vez por outra nas fotos das revistas, mas do homem que tinha
sido a voz e a imagem da organização a mais de 25 anos.
Assim Garner Ted Armstrong teve um êxito surpreendente.
Conseguira o apoio inicial de quase 10% da igreja, uns 7.500
membros, a maioria nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, países
ricos, onde uma membresia abastada doava grandes somas de
dinheiro à organização. Isso permitiu sua rápida volta à televisão,
onde reconstruiu parte de sua influência e de sua imagem.
A instituição prosperou sob sua direção e graças a sua atuação
vigorosa na rádio e na televisão. Garner Ted liderou o Conselho de
Ministros dessa nova instituição durante vinte longos anos, desde
sua fundação em 1978 até 1998 quando foi afastado da direção. A
organização que ele fundara e que o relançara na televisão voltava
agora às costas a seu mentor.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O Derradeiro Escândalo Sexual aos 65 Anos
Em 1995 Suerai Robertson, uma enfermeira licenciada teria
sido alvo de suas investidas sexuais. Garner Ted tinha então 65 anos,
e se esperava que a essa altura tivesse aprendido com a vida, mas os
fatos revelariam o contrário. Suas investidas libidinosas contra a
massoterapeuta foram dadas como provadas mediante uma fita de
vídeo gravada por Suerai Robertson e exibida na CNBC, um canal
comercial de televisão apresentado por Geraldo Rivera. O Alegado
assédio sexual teria acontecido em 1995.
O escândalo tomou contornos inaceitáveis, e a liderança da
Igreja que ele fundara, a Igreja de Deus Internacional foi obrigada a
demiti-lo em 1998 para não ser arrastada para a lama junto com seu
fundador e tele-evangelista. Dessa vez não caberia desmentido, a
Igreja de Deus Internacional o afastou de todas as
responsabilidades. Foi um episódio lamentável, que seria explorado
a exaustão pelos adversários das IDU`s.
Um dos maiores comunicadores do tele-evangelismo de todos
os tempos, e o que por mais de 30 anos comunicara a beleza do
shabat, o valor das festas bíblicas e a presença de Israel entre as
nações, especialmente no mundo britânico parecia estar fora de
combate. Mas Ted não desanimou. Era um comunicador capacitado,
um orador eloquente e um homem carismático. Venerado por
muitos crentes, e ousou dar mais um passo. Afastado da Igreja de
Deus Internacional ele usou, um departamento autônomo desta, que
levava seu próprio nome, a Garner Ted Evangelistic Association e
que estava sob seu controle para manter-se à frente daqueles que
ainda confiavam nele. Fundava assim aos 68 anos de idade a Igreja
de Deus Intercontinental. Já não teria a força que tivera na IDU com
ampla exposição em centenas de emissoras de rádio e TV e nem
mesmo a que tivera na IDI que ele mesmo fundara e onde se
afundara. Apesar de tudo, centenas de crentes nos Estados Unidos,
Canadá e Inglaterra decidiram que ele ou merecia o benefício da
dúvida acerca de se era culpado ou não, ou merecia uma segunda
oportunidade ainda que tivesse pecado.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Quedas morais não são novidades. No Tanach a narrativa do
pecado de David, que não ousou fechar os olhos ante a nudez
estonteantemente bela de Bet Sheva, apesar de ser ela casada se
esboça em todas as cores. Igualmente lamentável é ver como
Shlomo se entregou ao desenfreio de seu coração a ponto de
mandar assassinar seu irmão Adony por causa de uma mulher,
tendo ele tantas e tantas esposas e concubinas, e o que é pior,
sendo arrastado à idolatria pela pressão de mulheres pagãs.
Entretanto, sabemos que seu arrependimento foi tão profundo
quanto seu desvio. Estes exemplos estão ai para mostrar que o
pecado jaz á porta, que é nosso dever dominá-lo, ou então seremos
vencidos. Mas se não prestamos atenção não fechamos as portas.
Isso tem sido frequente ao longo da história. Assim,
lamentavelmente um dos poucos tele-evangelistas a defender
verdades tão candentes como o shabat, os moedim (festas bíblicas)
e a transcendência de Israel sobre as nações foi apanhado na teia de
suas próprias paixões não vigiadas e não reprimidas. Preso com a
―boca na botija‖, sua defesa se tornara impossível. Sua organização
tinha um nome maior a zelar que o dele.
O episódio da queda de Ted Garner foi explorado à exaustão
pelos adversários do israelismo britânico no desejo de semear a
idéia de que a santidade não advém do apego à Torah. Isso em
parte é verdade. A Torah não santifica o caráter de ninguém, ela
apenas aponta o caminho reto. Ela nos indica o que está certo e o
que está errado, e nos põe na dependência da graça se quisermos
evitar o que ela condena e cumprir o que ela enaltece. O problema
não era Ted anunciar a Torah, era não vigiar sobre si mesmo.
Mas é importante desmistificar o conceito de que quem
proclama a lei está mais sujeito a cair que os demais. Garner Ted não
foi o primeiro homem a cair em pecados lascívios e nem o último.
Não caiu por que era um defensor da Torah, mas por que não zelou
pela doutrina que pregava, por que não se refugiou na fonte de
poder que é Adonay. Além disso é preciso que se diga que ele não
foi o primeiro e nem será o último evangelista a cair.
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Antes de Ted Garner, evangelistas pentecostais que tinham
tanto a ver com o israelismo britânico como o papa com o
adventismo haviam passado por rumorosos escândalos sexuais que
fizeram estremecer a fé de muitos. No entanto, quando nos
levantamos para defender a Torah, é claro que nossas faltas tornamse mais graves e nossos pecados mais rumorosos. Que aqueles que
hoje estão se empenhando em restauração tomem a vida de Garner
Ted como um exemplo do que não deve ser feito quando somos
abençoados com o sucesso, com a fama e com o brilho na
proclamação da mensagem. Que todos se lembrem que quando
maior for a altura, mais desastroso pode ser o tombo.
Este é o Mundo Onde os Justos Pecam
Ao analisarmos a triste história dos fracassos de Garner Ted e
de tantos outros evangelistas é preciso que se diga que pecar é a
tendência natural do ser humano. As Escrituras declaram em alto e
bom som que o justo não é um homem sem pecado, mas um
homem que peca, apesar de confiar na graça. Esse é um dos
ensinamentos de Shlomo ha Melech (o Rei Salomão).
―Na verdade que não há homem justo sobre a terra que faça o
bem e que nunca peque.‖ Kohelet/Eclesiastes 7:29
Se houve um erro em Garner Ted era imaginar que estaria livre
de escândalos, quando deixou de considerar sua natureza, de vigiar
sobre ela e de tomar medidas para que fosse depurado do mal que
o assediava a ponto de se tornar um vaso para uso honroso. Ora,
nenhum de nós pode decidir ser um vaso de misericórdia, isso é
uma questão de concepção, de nascimento e, sobretudo de
predestinação. Quem nasce para a misericórdia jamais será um vaso
da ira. A predestinação de Adonay fixa o destino de tal forma que os
eleitos podem caminhar em qualquer direção, menos na direção do
Sheol. Mas isso não no isenta de nossas responsabilidades e nem
dos juízos certos por tomarmos a estrada errada. Em suma, ser vaso
de honra, ou de desonra é conosco e para isso fujamos das paixões.
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―Ora, numa grande casa, não somente há vasos de ouro e de
prata, mas também de madeira e de barro; e uns, na verdade, para uso
honroso, outros, porém, para uso desonroso. Se, pois, alguém se
purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e útil a Adonay,
preparado para toda boa obra. Foge também das paixões da mocidade,
e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro,
invocam a Adonay.‖ 2 Timóteo 2:20-22.
A Queda dos Santos e Reerguimento dos Santos
A queda dos santos em graves pecados propiciando
rumorosos escândalos não é coisa corriqueira. As Escrituras apontam
casos surpreendentes de homens que ciente de suas
responsabilidades diante de Elohim e dos seus semelhantes ousaram
dizer não ao pecado quando este poderia ser cometido às
escondidas e havia todos os indícios de que jamais poderia ser
revelado.
Yosef é um caso destes. Jovem, com apenas 17 anos, época
em que os hormônios estão na flor da pele, ele soube dizer não à
seus próprios desejos e à mulher de Potifar, mesmo quando essa
provavelmente já estava nua e depois dela investir contra ele e
desnudá-lo com fins de manter relações sexuais. Sua pergunta a ela
é um exemplo de que não há tentação invencível quando se coloca
o dever e o temor a Elohim em primeiro lugar: "...como, pois,
cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Elohim?" No
entanto, nem sempre é assim.
As vezes, seduzido pela sua própria concupiscência e desejo os
santos correm para o pecado em vez de correrem do pecado. Disso
a conhecida vida de David dá testemunho, primeiro do que não
deve ser feito, e depois do que fazer em caso de se haver pecado,
isto é, sempre recordar que ainda existe amor e perdão no nosso
criador. Devia ser claro para os santos que o fato de haver alguém
caído em grave pecado não indica que ele não seja um eleito ou que
sua ação na obra de Adonay terminou por conta dessa falta. No
entanto, os homens nem sempre pensam assim.
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As Escrituras enfatizam isso claramente, não só os santos
caem, como podem cair várias vezes, no entanto eles sempre se
levantam de novo.
―Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará.‖
MIshley/Provérbios 24:16 Logo, não se deve ignorar que os santos caem por vezes em
horríveis pecados, cujas conseqüências amargas serão sentidas por
toda a sua vida e cuja história será perpetuada para sempre. Que o
diga o rei David. Os quando caem passam por uma frustração mais
amarga do que a morte, e por uma dor mais intensa que o prazer
que o pecado lhes proporciona. Um crente pode correr avidamente
atrás do jantar delicioso do pecado para descobrir que a sobremesa
é mais desagradável que o sacrifício de seu desejo.
―[Salmo de David para o músico-mor, quando o profeta Natan
veio a ele, depois dele ter possuído a Bate-Sheva] Tem misericórdia de
mim, ó Elohim, segundo a tua benignidade; apaga as minhas
transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.Lava-me
completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está
sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é
mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando
julgares. Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu
minha mãe.Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes
conhecer a sabedoria. Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me, e
ficarei mais branco do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para
que gozem os osso que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus
pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Elohim,
um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora
da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a darme a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.
Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti
se converterão.Livra-me dos crimes de sangue, ó Elohim, Elohim da
minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça.
Abre, Adonay, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor.
Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em
holocaustos. Os sacrifícios para Elohim são o espírito quebrantado; a um
coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Elohim.
Salmos 51:1-17
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A razão é que um vaso de misericórdia foi escolhido e
predestinado para a am kadosh (vida santa) e quando ele envereda
pelo chatáh (erro do alvo) que é o pecado, ele sente profundamente
não só em sua alma, mas também em seu corpo. Gozo no pecado é
algo que se combina perfeitamente nos perdidos, mas nunca
naqueles que foram chamados pela graça soberana para viverem
uma vida de renúncia, de santidade. Isso deve ser claro para todos.
Se não quisermos chorar como David pedindo que Adonay nos
devolva o gozo da salvação, e nos faça viver de novo em santidade
para que possamos ensinar os pecadores a viverem a pureza
precisamos ter em conta que o pecado nos apartará das bênçãos,
arruinará nossa reputação e nos fará sofrer enormemente.
Conhecemos o caso daquele homem na kehila de Corinto que
chegou ao descaramento tal de se prostituir com a mulher de seu
próprio Pai. Shaul estava convencido que ele não era um vaso da ira
destinado à perdição, embora atuasse como tal. Sabia que ele havia
perdido o fato de que deveria se comportar como um vaso de honra
na presença de Adonay. Sabia que este deveria agora ficar separado
do escudo protetor das setas inflamadas dos anjos maus. Ah, os
anjos maus estão afiando suas setas contra nós, estão enchendo
suas aljavas, entesando seus arcos para os deferir e só há um poder
que os detêm, a nossa santidade. Se essa santidade falhar, se nos
emporcalharmos com o pecado e com a perversidade estas setas se
encravarão em nossa alma, em nossa carne e trarão uma angústia de
morte como consequência.
Por vezes ignoramos isso. Ignoramos que alguém que vive em
pecado precisa ser suspendido de suas responsabilidades e mesmo
de sua comunhão na congregação, que temos de parar de orar em
favor dele, para orar contra ele, orar assim, não para que se perda,
mas para que os arqueiros da justiça de Adonay que operam sob a
condução de sua majestade satânica possam trazer sofrimento a
essa alma e arrependimento. Esse foi o problema da kehila de
Coríuntios pro algum tempo, e a meu ver foi o problema da Igreja
de Deus Universal. Enquanto sua cúpula protegia Ted, esse se
afundava ainda mais.
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―Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal,
que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da
mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos
entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.‖
1 Coríntios 5:1-2
Não podia a organização ter feito pior trabalho para o jovem
Ted que mantê-lo em plena comunhão enquanto as denúncias se
acumulavam contra ele. Em vez de ajudar um pecador com a nossa
complacência nós o prejudicamos ainda mais enquanto oramos com
ele e por ele, enquanto pedimos que ele seja abençoado numa vida
irregular. Antes deve ser nosso dever, quando alguém não se
abstém do mal entregá-lo a Satán para que o faça sofrer a fim de
que lhe advenha o arrependimento salutar que o conduz a redenção
do espírito. A ordem de Shaul para a kehilah de Corinto ainda é o
caminho a ser seguido em relação aos eleitos que caem no mal.
―Em nome de nosso Adon Yeshua há Maschiach, juntos vós e o
meu espírito, pelo poder de nosso Adon Yeshua há Maschiach, seja
entregue a Satan para destruição da carne, para que o espírito seja salvo
no dia do Adon Yeshua. ― 1 Coríntios 5:4-5
O Tropeço Ireemediável dos Maus
Já vimos como os santos, apesar de suas quedas e pecados
são erguidos de novo, ainda que para isso Adonay tenha de ordenar
o ataque cerrado de seus guardas armados, os anjos maus que o
servem na sua obra de ataque contra os crentes descarados. Vimos
que o justo cai sete vezes, e sempre se levanta. Agora veremos outra
situação, o tropeço dos ímpios que é sempre irremissível como
também está escrito.
―.... mas os ímpios tropeçarão no mal.‖ MIshley/Provérbios 24:16 -
A diferença é que quando os santos caem eles estão se
afastando do alvo, estão buscando para si mesmos um caminho de
espinhos que lhes furará os pés e os fará voltar ao bom caminho.
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O pecado que provoca tanta desordem de morte na alma dos
santos, porém, não faz mal nenhum àqueles que para ele foram
criados. Disso Yeshua deu claro testemunho ao orar a seu pai
terminada a sua missão:
―Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome.
Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu,
senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.‖
Yochanan/Jo 17:12
Quando um perverso como Yehudah trai a verdade e se
entrega às concupiscências de sua alma, o máximo que isso lhe
pode trazer é uma dor por saber que está afastado das bênçãos,
mas nunca a dor pelo mal que fizeram. O mal de fato não faz mal
aos maus. O ditado popular: ―Tomara que essa cobra venenosa
morda sua língua e morra com seu próprio veneno,‖ pode se revelar
verdadeiro quando o caluniador sofre os efeitos de uma calúnia,
mas não tem nada a ver com o mundo das cobras. Estas podem
matar criaturas de outras espécies, mas não podem matar-se a si
mesmas. São autoimunes.
Acho que podemos comparar o pecado aos grandes lagartos
da Indonédia. Estava assistindo ainda ontem à noite com a minha
família um documentário sobre o Dragão-de-Komodo, os maiores
lagartos do mundo, capazes de atingir os 126 kg de peso. Este é um
animal tão magnífico como horrível. Começa a devorar vítimas ainda
vivas, despedaçando-as com suas poderosas mandíbulas e quando
ataca um animal maior, um búfalo, por exemplo, apenas o morde
com seus dentes imundos portadores de bactérias letais e fica a
espreita, seguindo o animal até que este, vencido pela infecção
generalizada que se segue à sua mordida detestável cai prostrado.
Então, ele e seus companheiros se lançam sobre a vítima com
fúria dragoniana. Nesse momento se revela uma coisa
surpreendente. Aquelas bactérias terríveis não produzem danos uns
nos outros apesar das mordidas que se dão durante a divisão da
presa, as feridas saram rapidamente por que são imunes às suas
próprias bactérias.
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Isso é exatamente o que acontece com os filhos da perdição,
os ímpios. Quando eles tropeçam no mal, esse não lhes causa dor
maior do que o eventual resultado físico de suas ações, como por
exemplo quando dois comparsas trocam tiros e se matam um ao
outro. A dor da alma lhes é desconhecida no sentido de
arrependerem-se do mal, de sentirem que fizeram algo nefasto, que
prejudicaram os demais. Dos criminosos nazistas julgados em
Nuremberg, por exemplo, a maioria defendeu seus crimes até ao
final sob a alegação de que cumpriam ordens ou simplesmente
negando a autoria. Assim, é com os ímpios, o pecado está tão
configurado a eles que é impossível separar suas almas depravadas
de seus atos maus.
E claro que os maus não são todos assassinos cruéis e
desapiedados. Alguns dos que jamais fariam mal a seus semelhantes
se caracterizam por uma maldade ainda maior que é a negação da
soberania de Adonay sobre suas vidas. No entanto, há uma
característica comum, o pego ao pecado, mesmo quando protestam
piedade e inocência. Não tendo os maus a atuação da ruach sobre
suas vidas grosseiras não são por vezes nem mesmo capazes de
reconhecer o mal.
Isso inclui mesmo a alguns que a si mesmos se declaram
apóstolos, mas que passam a vida inteira concentrados em suas
próprias paixões e desejos infames, arrastando almas débeis ao
pecado. Estes são os ímpios, eles tropeçam no mal, eles amam o mal
e eles vivem no mal. Noutras palavras, um justo pode cair nos
mesmos pecados de um ímpio, mas não tropeçarão neles, isso é não
serão arrebatados de amor pelo mal de forma que já não possam
mais deixá-lo.
Não falo daqueles que caíram em pecado e foram renovados
pelo arrependimento, mas daqueles que tropeçaram de tal forma
que eles o mal vieram a constituir uma massa informe e pegajosa.
Logo, há uma diferença enorme entre cair no pecado e viver nele,
entre provar o mal e amar o mal, entre o pecado que é a
transgressão da Torah e a iniquidade que é se opor à Torah.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Aliás, isso explica bem a situação daqueles que por certo
tempo dão a impressão de serem pessoas justas e boas e depois
quando caem já não conseguem mais se erguer. Kefa fala dessas
pessoas como sendo as nuvens sem água, são aquelas nuvens para
as quais o sertanejo olha com esperança de que lhe molhem o
campo, matem a sede a seu gado, façam nascer o molho sob o
torrão, mas ao final frustram todas as suas expectativas. Na verdade,
embora pareçam ter caído em pecado, estas pessoas apenas
tropeçaram no mal que sempre amaram, pois sua justiça não é o
resultado da comunhão com Adonay, mas das suas dissimulações
para parecerem boas enquanto planejam o mal.
―Mas estes, como criaturas irracionais, por natureza feitas para
serem presas e mortas, blasfemando do que não entendem, perecerão
na sua corrupção, recebendo a paga da sua injustiça; pois que tais
homens têm prazer em deleites à luz do dia; nódoas são eles e máculas,
deleitando-se em suas dissimulações, quando se banqueteiam
convosco; tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar;
enganando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na
ganância, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito,
desviaram-se, tendo seguido o caminho de Balaão, filho de Beor, que
amou o prêmio da injustiça, mas que foi repreendido pela sua própria
transgressão: um mudo jumento, falando com voz humana, impediu a
loucura do profeta.Estes são fontes sem água, névoas levadas por uma
tempestade, para os quais está reservado o negrume das trevas. Porque,
falando palavras arrogantes de vaidade, nas concupiscências da carne
endeusam com dissoluções aqueles que mal estão escapando aos que
vivem no erro.‖ 2 Pedro 2:12-18.
Sim, nem tudo o que brilha é ouro. E o que se espera é que
no fim dos tempos haja enganos e enganadores cada vez mais
portentosos. Com vemos há muitos que apesar de se cobrirem com
a capa da aparente santidade, de parecerem estar cobertos de dons
espirituais, o seu esforço para parecerem virtuosos é sua principal
denúncia. Há pessoas insaciáveis no pecar cuja a alegria não é
resistir à tentação, mas arrastarem outros em seus enganos e
perversidades. E isso pode incluir aqueles que ocupam posições de
responsabilidade. Um dos males do tempo presente é não denunciar
isso.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos
penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos,
ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes,
cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos
dos deleites do que amigos de Elohim, tendo aparência de piedade,
mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses. Porque deste
número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas
mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias
concupiscências; sempre aprendendo, mas nunca podendo chegar ao
pleno conhecimento da verdade. E assim como Janes e Jambres
resistiram a Moshe, assim também estes resistem à verdade, sendo
homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.Não irão,
porém, avante; porque a todos será manifesta a sua insensatez, como
também o foi a daqueles.‖ 2 Timóteo 3:1-9.
São pastores que se apascentam a si mesmos, que não se
envergonham de enfraquecer ainda mais aqueles que deveriam
fortalecer. Criaturas infames cujo desejo maior não é servir ao
Eterno, mas viverem em aparente piedade apenas para que através
disso possam enganar e seduzir mulheres néscias e carregadas de
pecado. Dessa gente devemos nos guardar.
Uma tragédia que aqueles que se travestem de criaturas
incendiadas por um suposto ―fogo divino‖ que impregna suas
palavras e seus gestos, são apesar disso como bestas irracionais
feitas para serem presas e mortas. Ovelhas por fora, lobos por
dentro. Inocentes na aparência e maliciosos no comportamento.
São fontes sem água, nuvens sem peso e estão reservados
para as trevas eternas. São filhos da perdição, ainda que se
apresentem como filhos da luz.
Logo, é preciso, pois que se estabeleça uma diferença entre o
pecado dos santos e eleitos que é sempre seguido de verdadeiro
arrependimento que se traduz em mudança de vida e o pecado dos
imundos, que é seguido de dor pelos resultados do pecado, mas
não pelo pecado em si. Lamentavelmente a vida de alguns
pregadores parece indicar uma natureza impura.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Se Garner Ted Amstrong deve ser classificado assim ou não, é
algo que, como expectadores à distância não nos compete dizer.
Seu nome ainda é lembrado com saudosismo por milhares de almas
que aprenderam a guardar o shabat, a celebrar as festas bíblicas a
santificar suas mesas pela abstinência de não alimentos, de comidas
dos gentios. Entre estes os que acreditam em sua culpa e não
obstante a isso ainda o admiram se perguntam: como pode o
evangelista cair tão fundo? Os que acreditam na sua queda e
detestam sua imagem se recordarão apenas dos seus males
presumíveis ou reais.
Quanto a mim, apenas informo estes dados por que não seria
um historiador imparcial se não o fizesse. A meu ver, julgando pela
aparência que os rumorosos escândalos envolvendo seu nome
provocara, Garner Ted Armstrong deve ser estudado como um
exemplo do um missionário não pode fazer, descuidar de sua
própria santidade enquanto apela aos outros por uma vida mais
santa. Sua vida ensina que verdades por si sós não santificam a alma,
apenas fortalecem o intelecto. Para que haja santidade precisamos
que a ruach há kodesh faça a verdade morar em nossos corações e
dite o rumo de nossos passos.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
V - O Legado de Armstrong
O legado de Herbert Armstrong (1892-1986) incluiu os erros
aprendidos do adventismo, da Igreja de Deus do Sétimo Dia e do
pentecostalismo. Do adventismo herdou sua crença na inexistência
da alma como entidade separada do corpo, a aniquilação dos maus.
Da igreja de Deus herdou o conceito de igreja única, ainda que
melhorado sob a ótica
do israelismo britânico. Do
neopentecostalismo absorveu as doutrinas da prosperidade e da
confissão positiva, e sobretudo a facilidade como alguns pseudo
pentecostais se atrevem a ―prever‖ o futuro com a mesma facilidade
com que deixam de lado suas previsões.
O fazer prognósticos em base de acontecimentos que se
desenham ante nossos olhos buscando encontrar nas Escrituras um
embasamento para tais previsões é um fato relativamente comum.
Mesmo muitos dos Críticos de Herbert Armstrong erraram nesse
ponto, pelo que esses erros não deveriam ser potencializados a
ponto de se ignorar os benefícios que sua mensagem trouxe para
muitas vidas. Naturalmente eles devem ser mencionados para que
ninguém pense de Armstrong mais do que deve. Ele foi um homem
sujeito a erros doutrinários e equivocadas interpretações proféticas.
Errou ao se apresentar ao mundo como se fosse um apóstolo, e
talvez ainda mais quando deixou a impressão de que tinha
revelações como as que um profeta tem.
Apesar disso seríamos preconceituosos se o julgássemos
apenas por seus erros, por seus desvios e pela sua vaidade em
apresentar seus escritos como uma espécie de ―espírito de profecia,‖
à semelhança da Sra. Ellen White, o que lamentamos. Tais desvios
resultaram em ambos os casos, tanto para Ellen White como para
Herbert Armstrong em lamentáveis cultos à personalidade. Mas sua
biografia tem lições positivas a oferecer, tanto pelos erros como
pelos acertos que não são poucos.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Igrejas de Deus do 7º Dia x Igreja de Deus Universal
Em contato com outros membros da Igreja de Deus noto que
ele é visto por parte destas organizações apenas como um igrejista
teísta renegado, orgulhoso e fanfarrão que ousou se separar da
―santa madre igreja‖ para se promover a si mesmo e nada mais. Esta
atitude a meu ver tem muito mais a ver com o revanchismo do que
com uma análise fria e imparcial da biografia do Pastor Herbert
Armstrong. Seria brutal não reconhecer que o homem que pregou
seu primeiro sermão em 1928 numa igreja de Salem no Oregon que
mais parecia um galpão transformou completamente a forma de
operar da Igreja de Deus do Sétimo Dia.
Verdade é que a metodologia de Armstrong conduzir as coisas
da obra não a solidificou a ponto de a manter unida, mas apesar
disso sua herança ainda perdura e centenas de ministérios seguem a
mesma linha traçada por ele com apenas algumas variações.
Armstrong precisa ser medido não apenas pelo que deixou de fazer
como o revanchismo das igrejas de Deus insinua, mas também pelo
que chegou a fazer. Observa-se certa tendência a estereótipos que
levam à conclusão de que ele foi apenas um homem que criou para
si doutrinas enquanto abandonava outras. Essas críticas quando
veem do seu próprio meio, as demais igrejas de Deus parecem ter
consistência, mas mesmo elas precisam ser ponderadas.
Numa mensura precipitada, as Igrejas de Deus do Sétimo Dia
mais radicais tendem a separar a Igreja de Deus Universal desse
corpo pelo fato de que Armstrong não incluía nas suas doutrinas o
uso do véu por parte das mulheres ou a proibição ao uso de joias.
É preciso que se diga que o uso do véu durante as orações ou
o exercício profético por parte das mulheres é uma característica do
povo santo, uma tradição profundamente arraigada no judaísmo
bíblico, mas não é tão importante como abster-se do fermento
durante a festa dos pães ázimos ou de jejuar no dia do Yom Kyppur,
obrigações sem a qual nenhum grupo pode ostentar com liberdade
o título de povo exclusivo de Elohim.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
“No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães
ázimos até vinte e um do mês à tarde. Por sete dias não se ache fermento
algum nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, esse
será cortado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural
da terra.‖ Shemot/Ex 12:18-19.
―Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis
santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta
queimada a YHWH. Nesse dia não fareis trabalho algum; porque é o dia
da expiação, para nele fazer-se expiação por vós perante YHWH vosso
Elohim. Pois toda alma que não se afligir nesse dia, será extirpada do seu
povo. Também toda alma que nesse dia fizer algum trabalho, eu a
destruirei do meio do seu povo.‖ Vaykrá/Lv 23:27-30.
Para sermos imparciais precisamos admitir que o legado de
Armstrong inclui coisas muito positivas que se não ocultam, ofuscam
o brilho de seus erros. Duas características sem a qual nenhum
grupo pode pretender ser a comunidade de Elohim a saber a
abstinência do fermento e o jejum no Yom Kyppur foram praticados
por Herbert Armstrong e ainda o são pelos grupos dele derivados.
Assim, ao assinalar o erro da Igreja de Deus Universal em
desobrigar a mulher em usar o véu durante suas liturgias é preciso
que se diga que nem a Torah e nem os profetas jamais
determinaram seu uso e que lamentavelmente as igrejas de Deus do
Sétimo Dia que porventura o criticam nesse ponto estão a colher
mosquitos e a engolir camelos. Isso não quer dizer que não possam
reparar no argueiro do olho de Armstrong, podem sim, mas
primeiro, e antes disso, precisam arrancar a trave que se prende a
seus próprios olhos.
A Metodologia de Trabalho do Sr. Armstrong
Se há algo que deve ser estudado pelos que buscam
proclamar a verdade com êxito é a metodologia de trabalho do
―Pastor Geral.‖ O avanço de sua obra não se deveu apenas e tão
somente às doutrinas que proclamou.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Houve por trás desse êxito um sistema de organização e
divulgação que merece ser estudado. Sua metodologia de trabalho é
um exemplo notório do que um pequeno ministério pode chegar a
ser. Autor de dezenas de folhetos e livros, Armstrong se esforçou
para que sua obra fosse conhecida, lida e investigada. Sucinto em
seus estudos básicos como um colunista de jornal, ele evitava os
temas longos. Quando o leitor parecia cansado seu texto estava
acabando. A maioria de seus livros eram na verdade apenas folhetos
encapados. A âncora desse trabalho foi como já se sabe a revista
Plain Truth, que em seu auge alcançou a fantástica soma de 8,5
milhões de exemplares por mês.
Ousado e vaidoso, sabia projetar a imagem de sua
organização como ninguém. Quando visitou o primeiro ministro
japonês Yasuhiro Nagasone fez questão de presenteá-lo com um
exemplar da Plain Tuuth e de fazer-se fotografar com ele. É
importante lembrar que a vaidade que leva os homens a falarem
com graça, se vestirem com elegância e atraírem a atenção não é em
si mesma pecaminosa, a menos que essa atração desvie os olhares
de Adonay (o Senhor) para o Ebed (o Servo). Isso precisa ser dito por
que a simples menção da palavra vaidade parece causar calafrios em
alguns cristãos. Se obervarmos a ordem dada a Aharon, por
exemplo, nos daremos por conta que a temerosa contra a vaidade
que tomou conta de alguns pregadores resulta da ignorância da
Torah e não de seu conhecimento.
―Também farás túnicas aos filhos de Arão, e far-lhes-ás cintos;
também lhes farás tiaras, para glória e ornamento.‖ Shemot/Ex 28:40.
Se olharmos para o mishkan, a pequena tenda que servia de
santuário a Israel durante sua jornada pelo deserto veremos que ele
foi programado não apenas para realizar rituais, mas para causar a
maior e melhor impressão no povo, e o Templo não foi diferente. A
inauguração do suntuoso templo que Shlomo edificou ao Eterno e
de que falaremos ainda em mais detalhes é uma prova de que o
culto pode e deve ser harmonizado com a beleza e a estética.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Sim, a Torah mostra que na honra ao Eterno a beleza, a
formosura e a elegância entram como ferramentas, e não como
entraves. Estamos conscientes de que mesmo isso pode ser
perigoso, quando a glória se desvia do Criador para a Criatura, mas
isso não é desculpa para que o emissário da bessorat recuse a roupa
e o sapato de qualidade, um belo talit de seda ou um kipá
belamente ornamentado. Precisamos ter em conta que as pessoas
olharão para nós a fim de que possam avaliar a mensagem que
representamos.
Armstrong parece ter prestado atenção nesse fato. Em
resultado disso cada evento, cada viagem, cada publicidade e cada
impresso eram programados minuciosamente para que dela
resultassem novos instrumentos de projeção de sua obra e de sua
organização. Suas aparições públicas eram feitas em lugares onde
ele pudesse ser visto e ser notado. Nesse quesito ele levou a sério as
palavras de Yeshua Rabeinu.
―Não se acende uma candeia e se põe abaixo do Alqueire, mas no
velador para que alumie a toda a casa.‖ Matytyahú 5:15.
Evidentemente algumas de suas aquisições lhe renderam um
turbilhão de críticas, como o jatinho comprado pela organização
para suas viagens nacionais e internacionais que foi posteriormente
vendido por seu sucessor por 12 milhões de dólares numa
demonstração de aparente humildade. O fato porém é outro, se
tratava apenas de um instrumento de propaganda para desacreditar
a imagem do velho líder.
Nesse jatinho Gulfstream II ele acomodava sua comitiva e a
enfermeira que devido a seu delicado estado de saúde derivado de
sua longa idade precisava acompanhá-lo constantemente. A
organização acreditava que Armstrong precisava desse conforto e
privacidade enquanto viajava sem precisar recorrer a um jato de
carreira para suas missões pela paz mundial. Os membros da Igreja
de Deus Universal que doavam por ano o suficiente para a compra
de dez jatinhos não se importavam com as prestações de um leasing
que nem mesmo se aproximava disso.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Propriedades e Edifícios da Igreja de Deus Universal
Armstrong foi cuidadoso na hora de adquirir propriedades e
construir edifícios. Via nisso a oportunidade de projeção do
movimento. Essa obra iniciou-se cedo, seu primeiro edifício, o
Alvodore Schoolhouse, conquanto simples já ditava a tendência que
seguiria pelas próximas décadas.
Em 1949, passados 15 anos do início da Igreja de Deus da
Rádio, Armstrong adquiria a Mayfair, uma propriedade que servia de
centro de atividades estudantis e de dormitório para homens e
mulheres. Seguir-se-iam outras propriedades de valor financeiro
cada vez maior e de estilo arquitetônico cada vez mais arrojado. O
próprio Mayfayr seria remodelado e se tornaria numa residência
para moças estudantes cercada de belos jardins e fontes d‘água.
A organização se consolidava, e Armstrong fazia questão de
oferecer a seus membros a satisfação de estarem não apenas em
edifícios, mas em centro agradáveis de convívio e lazer. A forma
como Armstrong vai erigir os edifícios que servirão à promoção da
Igreja de Deus Universal, então Igreja de Deus da Rádio será uma
vitrine de sua filosofia de divulgação. Assim em 1956 ele erguerá os
jardins do Ambassador Hall, uma obra suntuosa que não poderia
deixar de produzir admiração.
Em 1958, quando a obra na TV se havia consolidado e
organização fincara os pés na Inglaterra, Armstrong investia na
Inglaterra com a aquisição de uma luxuosa e histórica casa de
campo em Yule. Infelizmente naquele ano o homem que havia sido
a grande aposta de Herbert Armstrong, seu filho, Richard David
morreu. Em homenagem a ele Armstrong batizaria a propriedade
como Memorial Hall. Ainda que menor, mas não menos suntuoso foi
o prédio do Ambassador College em Bricket Wood inaugurado em
1960 na Inglaterra. Dízimos não faltavam para adquirir e manter tais
estruturas. A instituição implementou as ordenanças da Torah
vigentes na época do Templo e ensinou o povo a dar, não um,, mas
três dízimos.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Claro que é importante ressaltar que o costume de arrecadar
três dízimos, embora se espelhe na Torah que determina um dízimo
para os pobres (trienal), um dízimo para a celebração das festas (que
é para o consumo do próprio indivíduo e de seus amigos) e um
dízimo para o sacerdócio não se aplica exatamente ao Israel da
diáspora.
Embora tais aquisições estiveram sempre na mira dos críticos
de Herbert Armstrong, e foram alvo de ferozes ataques, de invejas
gratuitas e inclusive de injustificadas acusações, posto que
Armstrong não adquiria para si, mas para a igreja, ele prosseguiu em
seus projetos. Em 1964 fez construir a Lower Library Grounds, uma
biblioteca cercada de jardins que serviria de referência para a
organização.
Naquele mesmo ano Herbert Armstrong decidiu que era época
da organização ter o seu próprio local para a celebração da festa
dos tabernáculos que então reunia já mais de 4.000 pessoas por ano
durante sete dias. Era dispendioso e difícil contar com um local para
reunir tantas pessoas. Para isso iniciou o Big Sandy Ambassador
Campus no Texas.
Naturalmente o povo aplaudiu semelhante decisão, pois era
necessária a uma instituição em franco crescimento. Evidentemente
que uma propriedade tão dispendiosa por um único período anual
não se justificava. Ali ele fez construir então o Big Sandy Campus,
onde construiu uma universidade. De um lado no Texas estava o Big
Sandy Ambassador Campus e de outro estava a sede de convenções
da Igreja de Deus Universal que agora tinha onde realizar seus mega
eventos sem se preocupar com aluguel do prédio principal.
Mas sua grande façanha foi a aquisição dos 31 acres de terra
em Pasadena na Califórnia onde construiu o principal Campus
Universitário da instituição e que fez cercar de uma série de edifícios
subjacentes que no total vieram a somar dezenas de milhares de
metros quadrados de área construída. Na propriedade construiu em
1968 o Ambassador Hall, em homenagem a sua esposa falecida..
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O local servia de sala de leitura bem como de anfiteatro para
os recitais de peças artísticas e musicais dos estudantes. Claro que
tais edifícios suntuosos não eram apenas o resultado de sonhos.
Sonhos altos custam caro e para erigir tais prédios a organização
gastava milhões de dólares por ano. A imagem do Ambassador Hall
inaugurado em 1968, assim chamado em honra a sua esposa, Loma,
dá-nos uma ideia de quanto o velho líder prezava o visual
arquitetônico de suas instituições que se tornavam cada vez mais
fantásticas, especialmente em Pasadena para onde foi
gradativamente sendo centralizada a obra seguindo a tendência
usada pelos adventistas nos dias da Sra. White de colocar tudo o
que podiam e Batle Creeck no Michigan.
A mais fantástica das obras viria em 1972 com a inauguração
do Ambassador Auditorium que consumiria 24 milhões de dólares e
impingiria à organização o prestígio de ser uma instituição não
apenas religiosa, mas também cultural.
Ali se apresentariam cantores, orquestras e artistas de renome
internacional. Ainda hoje, a Ambassador Auditorium, vendido pela
Igreja de Deus Universal continua sendo uma construção imponente
que chama a atenção pela sua modernidade, apesar de ter sido
inaugurada a quase 40 anos. Uma lástima que seus sucessores no
comando da instituição primeiro destruíram seu nome, logo a sua
organização e por último o patrimônio vendendo-o à Rock Church,
embora isso também deixe uma lição.
As Suntuosas Construções da Igreja de Deus Universal
Quem quer que olhe para o complexo de edifícios erigido pela
Igreja de Deus Universal em Pasadena na Califórnia não pode deixar
de se impressionar. Mas é justamente por essas construções que
Herbert Armstrong recebeu severas críticas de seus oponentes.
Segundo eles essas obras se constituíam em excessos
desnecessários realizados as expensas do erário da organização que
se constituía de doações de seus membros e simpatizantes.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A meu ver essas críticas não tem procedência em si mesmas,
embora se deva considerar que uma melhor distribuição da renda
organizacional teria evitado tanta centralização e ostentação num
lugar enquanto outros ficavam carentes. No entanto gostaria de
dizer que não vejo as construções em si como uma ofensa ao
Criador. Acredito firmemente que as críticas devem ser feitas ao
modelo administrativo em si, que depalperava os campos em si para
benefício da sede geral. Se pudesse ver as coisas nesse enfoque não
poderia olhar com favor ao templo de Shlomo onde foram
empregados meios que a preços de hoje seriam não de milhões, ou
de dezenas de milhões de dólares, mas de bilhões.
Acho que nesse sentido ele estava correto. Penso que
devemos fazer o melhor para honrar ao Eterno se ele nos der os
meios para isso. A escolha dos locais onde localizaremos nosso
trabalho, e em caso de podermos edificar, a forma como o faremos
faz parte também da filosofia de Israel. Isso nos ensinou Shlomo há
Melech de abençoada memória. Afinal, se servimos ao Rei do
Universo devemos fazer isso honradamente, oferecendo sempre o
melhor quando o assunto é adoração.
E se temos em alvo que o local seja o foco da atenção de
personalidades como era o que almejava Armstrong, isso será ainda
mais premente. Contudo, estremo cuidado deve ser prestado no
sentido de que nosso coração não se envaideça por causa dos dons
que recebemos como o rei de Israel se orgulhara do Templo, da
cidade e dos seus tesouros.
Yeshua foi muito claro em dizer que onde estiver nosso
tesouro ai estará também o nosso coração. Também se existe uma
forma péssima de agradecer ao Altíssimo pelo que nos concede é
desviarmos as atenções dele que nos deu para nós que recebemos.
Aprendemos isso muito duramente quando olhamos a experiência
de Tsedekiah que mostrou toda a glória de Yerushalaim, toda a
beleza de seus edifícios e todo o peso de seu ouro, mas deixou de
honrar como devia aquele que o havia feito subir do leito de morte
para que testemunhasse de seu grande nome.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O resultado foi a trágica perda de tudo com a destruição do
Templo e da cidade propiciada pelos mesmos caldeus cuja cobiça
ele excitara em lhes mostrar sua grandeza sem conceder a devida
glória ao Eterno que possibilitara tais aquisições. Parece que aqui a
Igreja de Deus Universal espelhou tristemente a mesma história.
Os bens que foram acumulados na era Armstrong foram
vilipendiados e profanados por seus sucessores que os venderam a
outras organizações religiosas que não tinham nenhuma afinidade
com as festas bíblicas, com a comida kasher ou com a perspectiva
do reino de Yeshua nesse mundo. Adonay está ensinando uma cara
lição, ou nos humilhamos ou ele nos humilhará. Que ninguém
imagine que a glória do homem pode ser colocada no lugar em que
deveria estar a glória do Criador.
No entanto, mesmo esse fracasso póstumo não justifica que
congregações prósperas se reúnam em locais inapropriados para a
renda que seus membros recebem. O local de reunião deve refletir
os dons dados pelo Eterno tanto quanto refletirão o grau de
interesse se seus membros na causa que defendem. Nesse sentido
muitas vezes o local, a forma de divulgação e a natureza do evento
parecem testemunhar que o pregador não deseja ser visto por
muitas pessoas, e muito menos por aqueles que têm influência e
que estariam em melhores condições de abençoar uma causa, no
que se refere a doação de tsedaká (ofertas). Se aprendemos dos
erros de Armstrong devemos também aprender de seus acertos. E
do acerto aprendemos a ousadia de sua obra.
Claro que existem comunidades pequenas e carentes de
recursos. Nem todas as congregações e ministérios conseguirão
acesso às camadas sociais mais abastadas e em melhores condições
de doar para a cauda. Isso não significa que nada deve ser feito a
menos que haja recursos para uma obra ostentosa. No interior da
África se pode erguer a mais bela choupana, nos Andes a mais bela
casa de sal e na Selva Amazônica a mais oca de palhas. O que
estamos dizendo é que se deve fazer sempre o melhor com os
recursos matérias e físicos de que dispomos.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Os falash mura, os judeus crentes da Etiópia que praticam a
Torah não podem sonhar com a suntuosidade de uma Beit Knesset
de alvenaria com lavabos de cerâmica, mas podem ainda assim fazer
o melhor com os recursos que têm, construindo sinagogas de barro
e palha para demonstrar seu amor pelo Criador. Mesmo Armstrong
iniciou sua obra com a modéstia que os primeiros recursos lhe
permitiam. As primeiras edições da Plain Truh saíram de um prédio
modesto. Armstrong estava consciente de que o medo não
costuma ser uma boa arma de combate e por isso sabia ousar. Aqui
há muito a aprender com ele.
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VI A Igreja de Deus Universal e os Três Dízimos
Quem quer que conheça a história e as doutrinas da Igreja de
Deus Universal sabe que ela não construía prédios de arquitetura
arrojada, não comprava espaço nos canais de televisão, não emitia
programas radiais que cobriam a maior parte do globo e não
distribuía gratuitamente 10 milhões de cópias mensais de suas
revistas em cores em 9 idiomas diferentes por mero acaso.
A Igreja de Deus Universal foi um dos maiores fenômenos de
arrecadação de dízimos proporcionais de todos os tempos. Segundo
Gerald Flurry, Pastor Presidente da Igreja de Deus Filadélfia, uma das
ramificações fiéis surgidas a partir do movimento de apostasia
instaurado após a morte de Herbert Armstrong os 88.455 membros
que a igreja tinha em 1.987 doaram 192 Milhões de dólares. Eram
mais de 525 mil dólares ao dia de contribuição. A maior parte desse
dinheiro provinha dos dízimos de seus membros que eram
percentualmente maiores que os dízimos devolvidos pela
esmagadora maioria dos crentes de outras instituições.
No entanto, sabe-se que o tema dos dízimos ainda suscita
acirrados debates, com igrejas que o defendem e igrejas que o
rejeitam. A maior parte das igrejas cristãs dizem que a Torah de
Moisés foi abolida e que os escritos dos profetas foram tornados
sem efeito nas suas ordenanças, valendo agora só as ordens do
Novo Testamento, mas paradoxalmente empregam os escritos dos
dízimos contidos na Torah e nos profetas para sustentar seus
ministérios e estruturas organizacionais. Minorias importantes como
as testemunhas de Jeová, e os cristãos no Brasil em contrapartida
dizem que o sistema de dízimos estava preso ao Templo e que
tendo sido destruído e seus serviços tornados sem efeito já não há
causa alguma para seu emprego. Por isso vamos primeiro À Torah.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Argumenta-se com frequência que o dízimo era apenas de
produtos agrários não beneficiados, da semente do campo ao fruto
das árvores, dos cereais ao gado e ao rebanho. E que esse dízimo
não incluía dinheiro. Isso pode facilmente rebatido considerando-se
a compreensão hebraica milenar acerca do que constituem os
dízimos. Observe que o patriarca Avraham tomou todos os bens de
Sodoma, e depois Avraham dizimou todos os bens (Bereishit/Gn
14:20. Da mesma forma Yakov jurou solenemente que daria o
dízimo de tudo o que recebesse de Adonay. (Bereishit/Gn 28:22).
Os Patriarcas Dizimaram Antes de Haver Levitas e Santuário
É um fato que antes mesmo do dízimo ser regulamentado
como uma prática da Torah ele já era dado pelos patriarcas, ainda
que nesse caso não por ordenança, mas por pura dadivosidade.
Assim, Avram, ainda antes de ter seu nome mudado, depois de
enfrentar os reis de Sodoma, tendo tomado despojos de guerra e
tendo sido abençoado pelo
kohen le`El Elion (sacerdote
do Elohim Altíssimo) decidiu entregar-lhe os dízimos de tudo.
"E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de
ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de
Savé, que é o vale do rei. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e
vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse:
Bendito seja Avram pelo Elohim Altíssimo, o Possuidor dos céus e da
terra; e bendito seja o Elohim Altíssimo, que entregou os teus inimigos
nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.‖ Bereishit/Gn 14:17-20:
A narrativa é conclusiva,
va`yiten ló maaser
mi`kol (e deu-lhe o dízimo de tudo) e nos permite concluir que
muito tempo antes do sacerdócio levítico tomar o lugar o
sacerdócio dos primogênitos, Avraham já entregava o maaser, ou
seja o dízimo ao sacerdote Melktsedek. Isso torna óbvio que
qualquer crente, abençoado em seu pai Avraham pode alegremente
contribuir para que o sacerdócio de Melktsedek, que não é outro
senão o do Maschiach Yeshua seja sustentado através de dízimos
voluntariamente dados para a sua obra.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Nota-se que esse sacerdócio a quem Avraham dizimou era tão
elevado que o próprio patriarca, pai de uma nação sacerdotal que
haveria de começar com seus descendentes devolveu o dízimo a ele
de tudo quanto possuía. A importância desse sacerdócio por meio
do qual Avraham foi abençoado nessa terra será depois usada pelo
autor da carta dirigida exclusivamente ao povo hebreu como
elemento de prova em favor da busca de um sacerdócio de maior
valor que o sacerdócio levaita. O sacerdócio de Melktsedek, lembra
o autor foi recebedor dos dízimos do sacerdócio levitíco quando
este existia apenas no DNA de Avraham Avinu.
―Porque este Melktsedek, que era rei de Shalém, sacerdote do
Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava
da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Avraham deu o
dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e
depois também rei de Shalém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito
semelhante ao Filho de Elohim, permanece sacerdote para sempre.
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Avraham
deu os dízimos dos despojos. E os que dentre os filhos de Levi recebem o
sacerdócio têm ordem, segundo a Torah, de tomar o dízimo do povo,
isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de
Avraham, e abençoou o que tinha as promessas. Ora, sem contradição
alguma, o menor é abençoado pelo maior. E aqui certamente tomam
dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que
vive. E, por assim dizer, por meio de Avraham, até Levi, que recebe
dízimos, pagou dízimos. Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai
quando Melkitsedk lhe saiu ao encontro." Irim/Hb 7:1-10.
Vemos claramente pela midrash que o sacerdócio de
Melktsedek é superior ao de Levy e que este sacerdócio, que
precede ao Templo procede a ele, pois é o sacerdócio de Yeshua, já
que ele sendo da tribo de Yehudáh não podia ser sacerdote. Bem,
esse é o nosso sacerdócio, e é para sua manutenção que os crentes
podem doar livremente, e mesmo a isso serão compelidos pelo
amor à causa. Bem, o exemplo de Avraham Avinu não é de forma
alguma o único na era patriarcal. Tudo indica que o costume de
oferecer uma parte da renda para o serviço do Eterno existia desde
os tempos de Noach ou talvez antes.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Como sabemos, inspirado pelo exemplo de seu avô que
voluntariamente entregou 10% de seus bens ao kohen que acabara
de abençoá-lo espiritualmente depois que Elohim o abençoara
fisicamente com a vitória estrondosa sobre seus inimigos, Yakov seu
neto decidiu também ser um dizimista. O pai de Israel votou
solenemente através, que se ele fosse abençoado em tudo conforme
as promessas que acabara de receber, então ele também devolveria
a Adonay uma parte de suas bênçãos materiais. O valor dessa
devolução seria a mesma que seu avô Avraham havia dado,
exatamente 10%. Mais uma vez ficava patente o dízimo como uma
entrega voluntaria de parte da renda.
―E Yakov fez um voto, dizendo: Se Elohim for comigo, e me
guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para
vestir; e eu em paz tornar à casa de meu pai, Yah me será por Elohim; E
esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Elohim; e de tudo
quanto me deres, certamente te darei o dízimo.‖ Bereshit/Gn 28:20-22:
À luz dessas declarações se nota quão distantes estão aqueles
que consideram o dízimo como uma prática ligada ao templo e aos
levitas unicamente. Todo o crente pode voluntariamente, sem ser
compelido por nada mais do que o amor a causa que abraça dizimar
em sua congregação para que ela possa sustentar seu local de culto,
suas tarifas de serviço, seus tributos, seus ministros e funcionários e
para que ela possa edificar seus locais de adoração e reunião e
manter seus programas de divulgação da mensagem seja ela escrita,
radial, televisiva ou virtual.
É lamentável quando pessoas que fizeram votos de dizimar
suas rendas quando estavam na igreja romana ou numa organização
neopentecostal, quando se aproximam mais da luz decidem não
contribuir mais. Deveria ser justamente o contrário. Quanto mais nos
apercebermos da luz, e de quanto ela foi importante para nós, mais
deveríamos doar para que a causa seja fortalecida. Claro que
quando dizemos apenas que o crente pode dizimar estamos nos
baseando nos dízimos de Avraham entregues voluntariamente a
Melktsedek e os de Yakov prometidos também voluntariamente
ainda que não nos seja informado o destinatário.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A Torah nos fornece outras fontes acerca das quais podemos
nos assessorar para estabelecer uma correta compreensão das leis
do dízimo.
Surge o Sacerdócio Levítico
Adicionalmente, inaugurada a aliança do Sinai, e pouco depois
da veneração do bezerro de ouro por parte dos israelitas, o
sacerdócio dos primogênitos de Israel foi removido deles pela sua
infidelidade e posto sobre os levitas.
―Eu, eu mesmo tenho tomado os levitas do meio dos filhos de
Israel, em lugar de todo primogênito, que abre a madre, entre os filhos
de Israel; e os levitas serão meus, porque todos os primogênitos são
meus. No dia em que feri a todos os primogênitos na terra do Egito,
santifiquei para mim todos os primogênitos em Israel, tanto dos homens
como dos animais; meus serão. Eu sou Yah.‖ Bamdbar/Nm 3:12-13.
Logo dessa comunicação Adonay determinou que fossem
contados todos os homens levitas, a começar pelos bebês maiores
de 30 dias um contagem que resultou em 22 mil almas.
―Todos os que foram contados dos levitas, que Moisés e Arão
contaram por mandado do Senhor, segundo as suas famílias, todos os
homens de um mês para cima, eram vinte e dois mil.‖ Bamdbar/Nm
12:39.
Isso não significa que os primogênitos deixaram de ser
importantes. Adonay havia salvado todos os primogênitos de Israel,
homens e Animais e se tornaram a sua propriedade. Assim eles
também foram contados. A soma revelou 273 primogênitos com
mais de 30 dias de vida a mais que os 22 mil levitas.
―Moshe, pois, contou, como Yah lhe ordenara, todos os
primogênitos entre os filhos de Israel. E todos os primogênitos, pelo
número dos nomes, da idade de um mês para cima, segundo os que
foram contados deles, eram vinte e dois mil duzentos e setenta e três.‖
Bamdbar/Nm 12:42-43..
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Terminada a contagem nascia uma nova lei em Israel, o
resgate dos primogênitos. O primeiro resgate foi dos 273
primogênitos que excediam aos levitas. Mais tarde Adonay ordenou
que todo o primogênito fosse resgatado. O primogênito das cabras,
vacas e ovelhas, a até mesmo de animais impuros como cavalos e
jumentos que não podem ser ofertados também pertenciam a
Adonay, e tinham de ser comprados para passar a seus donos. No
caso de um animal impuro, se o dono não o quisesse remir tinha de
sacrificá-lo, mas de modo algum se beneficiar se seu serviço sem
pagar o preço devido a Adonay.
Quando se trata de um menino nascido na família, o
primogênito é resgatado mediante o pagamento dos ‫םישמ לקש‬
mishim shekel ou cinco siclos de prata que equivalem a cerca de 101
gramas ou 193,42 reais hoje (20/3/2012). Esta é uma prática que
alguns crentes que vivem no campo mantém até hoje em algumas
comunidades cristãs. Aqueles que se sentem chamados pela ruach a
praticar essa mitzvah hoje podem usar a escala de preço de 3% para
animais comparado ao preço de um macho adulto e de 2% das
colheitas.
Entrei nesse campo por que alguns judaizantes, especialmente
os que renegam Yeshua, tecem comentários negativos em relação
aos crentes messiânicos que dizimam suas rendas na atualidade.
Afirmam que isso é coisa de goy por que não há sacerdócio ou
templo de pé e tais somas não podem ser trazidas à uma
congregação local sem incorrer em delito. Essa é uma desculpa
esfarrapada para aqueles que se apegam mais ao dinheiro que à
causa. O shemá, a mais importante oração judaica determina que
amemos a Adonay com todo o nosso coração, com toda a nossa
alma e com todas as nossas posses. Depois do templo temos o
dever de amar a Adonay com nossas posses como os patriarcas o
fizeram antes dele e cuidar para que sua causa não sofra um dano
ainda maior. Verdade é que o judaísmo rabínico cancelou a prática
do Maasser rishon ou primeiro dízimo que era a doação de 10% das
colheitas para os levitas, bem como do maasser sheni que era a
entrega do segundo dízimo dos levitas para os sacerdotes.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A alegação é de que o templo não está de pé. No entanto,
mesmo não dizimando para os sacerdotes eles mantiveram Maasser
Ani o dízimo para os pobres sobre o qual falaremos adiante bem
como o resgate dos primogênitos, cujo preço deve ser pago em
qualquer lugar como ensina a Beit Chabad.
―Cada judeu (exceto cohen ou levi) deve redimir seu filho
primogênito nascido (de parto natural, sem aborto anterior) de mãe judia
(não filha de cohen ou levi) no 31º dia de vida, com cinco shecalim
(moedas de prata equivalentes a 101 g de prata pura). Esta quantia de
resgate deve ser entregue, em prata, ao cohen durante a cerimônia. Se o
31º dia coincidir com Shabat ou Yom Tov, (que proíbe transações
comerciais) deve ser adiada para o dia seguinte.‖ (Pidyon Haben: a
mitsvá de redimir o primogênito, Chabad.Org.br, página visitada em
19/3/2012. http://www.chabad.org.br/ciclodavida/pidyon_haben/pidyonHaben.html )
A Revista Morasha, que representa o caminho do meio no
judaísmo religioso mostra que tal valor pode ser dado para a
caridade como podemos ler na sua página visitada a 19/3/2012.
―O pagamento do resgate é fixado pelas Escrituras em 5 shekelim
de prata (equivalentes a 101 gramas de prata pura. Nos Estados Unidos
usa-se 5 dólares de prata e o dinheiro geralmente destina-se a uma
instituição de caridade). Aqui em São Paulo costuma-se colocar as
moedas em leilão. O dinheiro arrecadado vai para caridade.‖
(http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=7&p=0 )
Maassser Rishon - O Primeiro Dízimo do Povo Para os Levitas
Se o resgate do primogênito deve ser dado por que não o
dízimo para o sustento do ministério imitando nossos patriarcas de
abençoada memória? Esclarecido que mesmo os judeus rabínicos
fazem o resgate monetário do primogênito em sua congregação
com o seu equivalente as 101 gramas de prata, fica mais que
evidente que o fato deles não destinarem mais dízimos aos levitas
como os messiânicos fazem a seus ministros é uma questão de
interpretação. Dito isso falemos agora do Maasser Rishon, ou
Primeiro Dízimo que era dado anualmente pelo povo aos levitas.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
"Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do
fruto das árvores, são de Yah; santas são ao Yah. Porém, se alguém das
suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre
ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que
passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se
investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma
maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão
resgatados." Vaykrá/Lv 27:30-33.
Notas-se aqui que o dízimo era integral sobre o produto de
cada ano. E é muito interessante a forma de se dizimar o rebanho.
Ele passava debaixo de uma vara, no curral. Se contava do 1 ao 9
como sendo nosso, o 10º, fosse gordo ou magro, feio ou bonito era
de Adonay. Esse é um exemplo para os que votam dizimar hoje.
Você não pode ir para a feira e dizer: Vou dizimar as galinhas, mas
não os patos que vender. Você não pode dizer, vou dizimar meu
salário, mas não as férias. Bem, a não ser que você não se tenha
comprometido com os dízimos.
Há de se notar que a Torah fala daquilo que os filhos de Israel
produziam e que era a base de sua economia. Isso não é desculpa
alguma para que aqueles que não plantam oliveiras, não criam vacas
e não produzem trigo se sintam desobrigados de seus deveres para
com a causa. Isso seria muito cômodo para o comerciante da
farmácia que se sentiria desobrigado de sustentar a congregação e
muito incomodo para o criador de ovelhas que a teria de carregar
sozinho como se ela só fosse dele.
Como já vimos no caso das primícias, cada ser humano e
animal tinha seu valor monetário. Além disso o próprio uso da
valores monetários substitutos está presente na ordenança. Suponha
que você morasse a 700 km de Yerushalaim e tivesse que levar 10%
das 1500 vacas, ovelhas e bois que nasceram no último ano e ainda
10% das 20 toneladas de cereais que foram produzidas. Isso
envolveria gasto com transporte e pagamento de pessoal para o
serviço. Estes gastos não podiam ser deduzidos dos dízimos. Eles
tinham de ser tirados de seu bolso. Isso quer dizer que produto dos
dízimos era intocaével.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Se você concluísse que gastaria o equivalente a 30% desses
dízimos para levá-los ao santuário poderia diminuir esse gasto
transformando todo o valor desses dízimos em prata, ouro ou
qualquer outro valor facilmente transportável, só que nesse caso,
para prevenir a usura a Torah determina que o remidor tinha de
acrescentar 20% a mais sobre esse valor.
Bom isso nos remete de novo ao dízimo para os levitas que
eram os destinatários perpétuos dos dízimos do templo já que só
eles podiam se achegar ao Templo, e que a eles não lhes era
permitido ter terras rurais, apenas lotes urbanos para construírem
suas casas nas 48 cidades destinadas a eles. Ou seja, os levitas estão
privados da maior fonte de renda que é a terra.
―E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel
por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da
congregação. ... Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem a
Yah em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu
lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança
terão.‖ Bamdbar/Nm 18:21-24
Logo os dízimos para os levitas não podiam ser retidos por
parte do ofertante, não podiam ser tomados emprestados para
serem devolvidos no próximo ano, não podiam ser consumidos. Eles
pertenciam a Adonay que havia feito dos levitas os seus sacerdotes
desde o momento em que pelo pecado das tribos diante do bezerro
de ouro eles haviam perdido o direito de ter seus primogênitos
como kohanin. Qualquer uso das coisas santas exigia reparação com
um acréscimo de 20% sobre o valor. Este era um dízimo anual.
Deixar de entregar todos os dízimos era considerado um
roubo de seu legítimo dono. E o resultado era a maldição sobre os
campos e sobre as finanças. Por outro lado, cumprir fielmente com o
dever resultava em bênçãos sobre as fontes de produção. Esta
benção abriria os olhos das nações verem Israel como um povo
bem-aventurado. Temos razões de sobra para acreditar que Adonay
ainda honra com bênçãos aqueles que voluntariamente abençoam
sua causa, ainda que o texto seguinte diga respeito ao Templo.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Roubará o homem a Elohim? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em
que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois
amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. 10 Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha
casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz Yah Tsebaot, se eu não vos
abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que
não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós
repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a
vossa vide no campo não será estéril, diz Yah Tsebaot. E todas as nações
vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa,
diz o SENHOR dos Exércitos. Malachy 3:8-12:
Reconhecemos que as maldições decorrentes da subtração
dos dízimos diziam respeito apenas ao Templo e este não está de
pé. Usá-lo com a veemência que os marqueteiros da fé o empregam
para explorar o povo a doar milhões para seus empreendimentos
milionários ameaçando-os com maldições sem fim, com o alcance
de bruxedos e demônios, com a fila do desemprego, com o
descalabro familiar, com ―ou dá o desce‖, ou o ―se não der pra Deus
vai dar pro diabo‖ da célebre frase do Edir Macedo, foge ao escopo
das Escrituras, estimula o egoísmo em vez do altruísmo.
Um crente messiânico não deve ser levado a contribuir para a
causa confundindo congregação com igreja ou Beit Knesset com
Beit Há Mikdesh. Além, do mais ninguém deve ser coagido a doar
por que ama as bênçãos resultantes de sua doação. O crente
iluminado pela palavra doará por amor à causa que ele abraça. Ele
considerará que as bênçãos já vieram, e que por isso ele está
doando seus dízimos e ofertas. Isso é claro não precisa excluir o
desejo e a espera de maiores bênçãos de corrente do cumprimento
de nossos votos. O que a Torah nos ensina é que se votamos servir a
Adonay com nossas rendas, devemos ser tão fiéis em nossos votos
como desejamos que ele seja fiel conosco abençoando nosso
trabalho e tornando-o produtivo.
Logo, não há nenhuma
incompatibilidade entre a fé na Torah e a entrega de maasser numa
congregação, tanto quanto não o há em resgatar o primogênito e
dá-lo a um kohen ou a uma creche da congregação. Ambos os
casos são manifestações de zelo pela Torah, ainda que cada grupo
entenda seu dever de maneira diferente.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Maassser Rishon - O Primeiro Dízimo do Levita Para o Sacerdote
Por sua vez os levitas também se convertiam em dizimistas.
Computados os valores que entravam anualmente nos celeiros, os
levitas separavam 10% de tudo isso e o davam aos sacerdotes. Se
tratava ainda do Maasser Rishon ou Primeiro Dízimo, por que era
um dízimo anual. O Dízimo dos levitas para os sacedotes eram pois
apenas a redistribuição dos dízimos. Assim como 90% da renda
ficava com o povo e 10% eram dados aos levitas, também estes
participavam alegremente da dádiva da doação separando 90% para
eles e entregando os outros 10% aos kohanin ou sacerdotes par a
manutenção de suas famílias.
Claro que o povo também experimentava a alegria de doar
diretamente para os sacerdotes. Isso acontecia especialmente nas
festas quando o povo ia à Yerushalaim com cestos cheios dos
primeiros frutos de sua colheita e os doava ao sacerdote que os
depositava diante do altar enquanto o festival prosseguia. Essa era a
oferta do bikurim ou primícias. A descrição de como elas eram
dadas se encontra em Devarim/Dt 5. A ordenança era: ―As primícias
dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus.‖
Shemot/Ex 23:19. Além disso, o sacerdócio recebia cerca de 2º das
colheitas na forma de terumah guedolah. Como já vimos
anteriormente todos os primogênitos de Israel eram remidos através
de 101 gramas de prata. O valor dessa remissão, o Peidyon há Ben
ou Resgate do Filho também era destinado aos sacerdotes.
Achei muito inspirador quando uma família de nossa
congregação, tendo colhido o primeiro cacho de uma bananeira do
quintal apareceu durante uma das festas bíblicas na congregação
com diversas pencas de banana e as distribuiu entre os irmãos,
separando uma poção dupla para nossa família por nos dedicarmos
mais integralmente ao serviço. Esse é um exemplo de como o
espírito da Torah pode ser cumprido para que seus valores se
perpetuem entre nós e nos recordemos que nossas colheitas são o
resultado da benção de Adonay que nos deu um solo para plantar e
cuidou de nossa semente até virar fruto.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Para os dias de hoje, reservar um dia de seu salário a cada
quatro meses para abençoar aquele que se dedica à ministração da
palavra a orar com as famílias e a prestar auxílio espiritual, alguém
que você sente que atua como um sacerdote para ser beneficiado
por essa oferta extra pode ser uma alternativa para conservar o
mesmo espírito dos dias da Torah. Recordemos que a Torah é
espiritual é que não é seu cumprimento literal, hoje até impossível o
que vale, mas nosso mover em seu espírito. Nesse caso, porém não
confunda os papéis. A Terumah guedolah não é o mesmo que
tsedakah ou ajuda aos pobres. Se bem que ajudar aos pobres
também seja um dever sagrado, se você se sente inclinado a dar
Terumah esta tem de ser destinada diretamente aos que dedicam
sua vida à causa de Adonay.
Assim, se a Tesadakáh pode ser dada a qualquer pessoa mais
pobre, de preferência da mesma fé, a Terumah é exclusiva para os
que ministram, sejam eles ou não carentes. No entanto, essa é uma
doação que vem do coração. Não creio que deva ser imposta hoje,
ainda que certamente a disposição de cumpri-la resultará em
bênçãos, por que todos os que semeiam em benção, em benção
também ceifarão.
―E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o
que semeia em abundância, em abundância também ceifará‖ (2 Co 9.6).
Os sacerdotes por sua vez, não tendo em Israel uma
autoridade espiritual maior que a deles, estavam isentos de
dizimarem, mas não do dever de ofertar a Adonay, de dar tsedakah
aos mais pobres e de hospedar os sem teto. No reino todos são
doadores, principalmente os que mais recebem. Um exemplo disso
era o que acontecia com os assassinos involuntários, aqueles que
por serem do tipo: ―não levo desaforo para casa‖, revidavam ou
provocavam brigas que resultavam na morte do adversário, mesmo
não tendo a intenção de o fazer. Estas pessoas, por serem de
temperamento violento podiam ser mortas pelo vingador de
sangue, e por isso fugir para as irei miklat (cidades de refúgio) e a
tradição diz que os mais violentos se hospedavam com o sacerdote.
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Maasser Sheni ‫רשעמ ינש‬- O Segundo Dízimo (Para as Festas)
Outro dízimo mencionado na Torah é o ‫ רשעמ ינש‬Maasser
Sheni, o Segundo Dízimo dedicado integralmente à celebração das
festas bíblicas cujo produto era dedicado inteiramente ao serviço de
Adonay. Era uma reserva em produtos para que as pessoas
pudessem estar preparadas para irem a Yerushalaim, cidade sagrada
e centro de todo o turismo religioso de Israel.
“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que
cada ano se recolher do campo. E, perante Yah teu Elohim, no lugar que
escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu
grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e
das tuas ovelhas; para que aprendas a temer a Yah teu Elohim todos os
dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas
levar, por estar longe de ti o lugar que escolher Yah teu Elohim para ali
pôr o seu nome, quando Yah teu Elohim te tiver abençoado; então
vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher Yah
teu Elohim; e aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por
vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te
pedir a tua alma; come-o ali perante Yah teu Elohim, e alegra-te, tu e a
tua casa; porém não desampararás o levita que está dentro das tuas
portas; pois não tem parte nem herança contigo.‖ Devarim/Dt 14:22-27.
Diferentemente do primeiro dízimo, que era anual, este
segundo dízimo era separado no primeiro, segundo, quarto e quinto
ano do ciclo sabático. Significa que quatro em cada sete produções
anuais eram dizimadas para serem consumidas durante as festas
que se realizavam três vezes por ano em Yerushalaim. Ou seja, o
segundo dízimo era fixo, mas sua separação não era regular, e por
isso não era consagrado no terceiro, no sexto e no sétimo ano do
ciclo sabático. Isso dava uma média de 5,71% da produção anual.
Vemos também que esse dízimo se somava ao que já se dava
aos levitas. Ou seja, ele não podia ser deduzido daquele dízimo que
tinha de ser dado para sustentar os levitas que, não sendo donos de
extensões de terra, ficariam desamparados e incapazes de viver e
muito mais de celebrar festa diante de Adonay. Logo o dízimo para
os levitas era uma obrigação sagrada e permanente.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Claro que havia uma diferença básica em relação ao primeio
dízimo, o dízimo para as festas não era entregue. Era retido pela
família em suas dispensas até a hora de vendê-lo com o fim
expresso de ir à Yerushalaim ou então de o transportar ao lugar
sagrado. Por outro lado o dinheiro da venda, caso ela tivesse sido
efetuada tinha de ser outra vez convertido em produtos que a
pessoa desejasse quando chegasse em Yerushalaim. Desta forma
quem cultivava trigo podia converter parte do produto em vinho,
quem pisava lagares podia converter uma parte em azeite, quem
vendia o azeite podia comprar gado.
Isso alimentava também a economia de Yerushalaim uma
cidade que dependia naquele tempo como hoje em grande parte do
turismo religioso. Vemos que era desígnio de Adonay que o povo
satisfizesse todo o desejo de suas almas no que se relaciona ao
apetite por comidas kashrut, por vinho e por cervejas elaboradas de
frutos ou de cereais. É notável a ordem de que esse dízimo
convertido em dinheiro podia ser reconvertido em vacas, ovelhas,
vinho e bebida forte para que houvesse alegria diante de Adonay.
Pretender que o culto de adoração e louvor seja destituído de
alegria deve tudo à cabeça dos homens e nada à palavra do Criador.
Ele queria alegria em sua presença na festa dos pães ázimos
quando também se fazia a festa da sega, na festa do shavuot
(pentecostes) e na festa de sukot (tabernáculos). Eram as chagim
regalim ou festas de peregrinação.Estas festas que exigiam a ida ao
lugar que o Eterno escolhesse, primeiro onde estivesse santuário
móvel e mais tarde Yerushalaim se realizavam três vezes por ano. E o
povo não podia ir de mãos vazias.
―Três vezes no ano me celebrarás festa: A festa dos pães ázimos
guardarás: sete dias comerás pães ázimos como te ordenei, ao tempo
apontado no mês de abibe, porque nele saíste do Egito; e ninguém
apareça perante mim de mãos vazias; também guardarás a festa da sega,
a das primícias do teu trabalho, que houveres semeado no campo;
igualmente guardarás a festa da colheita à saída do ano, quando tiveres
colhido do campo os frutos do teu trabalho. Três vezes no ano todos os
teus homens aparecerão diante de Yah Elohim.‖ Shemot/Ex23:14-17.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Sobre o segundo dízimo resta apontar que ele não era um
dízimo para ser entregue a outros, mas para ser consumido
alegremente pela própria família, já seja diretamente ou através dos
produtos que sua venda pudesse comprar. Os 5,71% de dízimo das
colheitas que Adonay exigia anualmente em média de cada família
eram um patrimônio da família, só que havia uma restrição, eles não
podiam ser consumidos de outra forma que não fosse festejando
em honra a Adonay que lhes dera as colheitas. Além disso, estas
festividades deveriam ser celebradas na cidade santa.
Financiando as Festas Fora de Yerushalaim
A ordem para que as festas fossem celebradas em Yerushalaim
excitou os debates entre os judeus durante o exílio. Como
dizimariam para que pudessem comer nas festas com seus familiares
e amigos se a cidade escolhida havia sido tomada e eles haviam sido
afastados para tão longa distância? A queda e o exílio os levou a
concluir que se deixassem de celebrar as festas depressa o povo se
esqueceria delas.
Os judeus messiânicos, embora prezassem muito a presença
na cidade santa por ocasião das festas, seguindo o exemplo de
Yeshua que subia à Yerushalaim para as celebrar entenderam ainda
mais rápido que os judeus rabínicos a necessidade de celebrá-las
também na diáspora, incluindo os prosélitos do judaísmo sempre
que ir a Yerushalaim fosse impossível. Por essa razão Shaul apelou
aos irmãos de Corinto que participassem da festa do Pessach, ainda
que limpos do fermento, não apenas do pão, mas também do
pecado. As celebrações no início eram trabalhosas. O uso do vinho,
que sempre acompanhou as celebrações judaicas por ordenança de
Adonay contida na própria Torah devia ser limitado a alegrar o povo.
Os recém chegados mais entusiasmados se embriagavam e se
empanturravam e deixavam os mais tímicos com fome. Nada que
Shaul não considerasse passível de correção. Shaul aproveita a
ordenança justamente para lhes dar uma grande lição, os símbolos
nada são sem o entendimento do mesmo.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Purificai o velho fermento, para que sejais uma nova massa, assim
como sois sem fermento. Pois, na verdade, o Maschiach, que é nossa
páscoa, foi imolado. Por isso celebremos a festa, não com o velho
fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os
asmos da sinceridade e da verdade.‖ 1 Coríntios 5:7-8
Claro que para celebrar estas festas, ainda que em memória é
necessário que cada família da congregação dedique uma parte de
sua renda para isso. O dízimo das festas está intimamente ligado
elas. Elas são festas perpétuas e se as celebramos, devemos fazê-lo
alegremente e com meios. Se os filhos de Israel separavam em
média 5.71% das suas colheitas para essa celebração, além dos
dízimos entregues regularmente par ao sustento do ministério por
que os membros da congregação não deveriam também dar ofertas
especiais para tornar possível a celebração de tais festas?
Bem essa parece ter sido a proposta inicial do movimento de
Armstrong. As festas são perpétuas, devem ser celebradas por Israel
onde ele estiver, e se as festas são perpétuas, também devem ser
perpétuos os dízimos que as acompanhavam. Assim, os membros
compareciam a locais especiais escolhidos para celebrar as festas e
trariam seu segundo dízimo. Este serviria não só para os gastos de
organização da mesma, que eram elevados, pois se escolhiam locais
de fácil acesso e que pudessem oferecer conforto aos membros,
mas também reforçaria o caixa da organização. Sou de parecer que
os ministérios de restauração devem evitar esse caminho.
O problema com esse método a meu ver é que ele fazia os
irmãos doarem mais do que era necessário. Isso criava uma carga
adicional para as famílias às voltas com a prestação da casa própria,
com a mobília, com as parcelas do carro, com o vestuário, com a
alimentação, com o ensino dos filhos e com um sem número de
outras despesas. Não creio que os doadores deixaram de ser
abençoados e prosperados. Era um ato de fé, e por certo pode ter
sido galardoado, principalmente por que eles tinham em mente
divulgar algumas das mais fascinantes verdades que quase nenhum
outra igreja pregava, e que só a IDU o fazia de forma massiva pelos
meios de comunicação.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Se não houvesse um retorno maior em bênçãos, pelo menos
eles muito se alegravam em ver a organização investindo no rádio,
na televisão, num poderoso parque gráfico que consumia milhares
de toneladas de papel industrial por ano e nos mais suntuosos
prédios que alguma vez uma igreja nos Estados Unidos já ousaram
investir. Apesar disso, uma organização não pode se edificar e
prosperar a si mesma às expensas do povo que a sustenta. Além
disso, devemos aprender a não ir além do que a Palavra ensina. Criar
mais um tributo espiritual regular significa retirar 10% da renda das
famílias e criarmos um gerenciamento mercantilista da obra que
cedo ou tarde se revelará um fracasso.
A Torah é clara, aquele dízimo era para ser consumido
alegremente na presença de Adonay. Ele não deve ser empregado
para encher as burras da organização de dinheiro. Que cada
congregação estude um método de financiar suas próprias festas
sem a ingerência da sede. E bem, ainda que decidam fazer festas
associando várias congregações, que estas decidam as quotas de
cada membro e reúnam seus esforços sem dilapidar as verbas dos
irmãos. A cobrança de um segundo dízimo, seja ele de 5,7% ou de
10% não se sustenta na Torah e deve ser completamente
descartada.
O ‫ רשעמ ינע‬Maassser Ani – O Dízimo dos Pobres
A Igreja de Deus Universal foi um dos maiores fenômenos de
arrecadação de dízimos proporcionais de todos os tempos. Segundo
Gerald Flurry, Pastor Presidente da Igreja de Deus Filadélfia, uma das
ramificações fiéis das IDU`s surgidas a partir do movimento de
apostasia instaurado após a morte de Herbert Armstrong os 88.455
membros que a igreja tinha em 1.987 doaram 192 Milhões de
dólares. Estima-se que nos cinco anos que precederam à grande
apostasia conduzida pelo Pastor Geral Joseph Tkach (1927-1995)
substituto de Herbert Armstrong cerca de 1 bilhão de dólares
entraram nas contas da Igreja de Deus Universal. Foram 201 milhões
em 1988, 214 milhões em 1989 e 222 milhões em 1990.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Nada menos que 607 mil dólares entraram por dia nos cofres
da Igreja de Deus Universal no último ano antes da Grande
Dispersão, como a apostasia é chamada pelos que se mantiveram
fieis à doutrina de seu fundador. Isso lhe permitia não só manter
seus templos e ministros, sua suntuosa sede e seus programas
educacionais como também a distribuição gratuita de quase 10
milhões de revistas mensais com elevada qualidade gráfica e em
oito línguas diferentes, seus programas sonoros em 398 estações de
rádio e seus programas de televisão em dezenas de canais através
do mundo. Cada membro da igreja, então presente em 80 países,
dizimou ou ofertou em 1988 uma média de 2.170 dólares, isso
quando a renda per capta americana era de apenas 20 mil dólares.
Como podia a Igreja de Deus Universal manter arrecadações tão
altas?
Herbert Armstrong, primeiro e as igrejas que se consideram
suas continuadoras depois como a Igreja de Deus Filadélfia de
Gerald Flurry e Igreja de Deus Restaurada de David C. Pack bem
como outras da família perseveram em ensinar a seus fiéis a
dizimarem três vezes. Isso em parte explica por que a Igreja de Deus
Filadélfia com apenas 5.500 membros teve uma arrecadação de 20,6
milhões de dólares em 2010, uma média de 3.745 dólares por
membro.
Armstrong foi de parecer que a restauração de toda a verdade
passava por trazer de volta aos dias de hoje a prática de dizimar
trienalmente para os pobres, as viúvas e os órfãos. Bem, se existe um
ponto onde o judaísmo tradicional dos rabinos se encontrou com a
igreja cristã foi justamente esse. Embora o judaísmo tradicional
acredite que na atualidade tanto o Maasser Risshon (primeiro
dízimo) como o Maasser Sheni (segundo dízimo) não podem ser
dados enquanto o templo estiver em ruínas e pague seus rabinos e
sustente suas congregações por meio de tsedakah, eles acreditam
que o maasser ani, o dízimo dos pobres está de pé e deve ser doado
regularmente. Obviamente já falamos que não precisamos recorrer
ao maasser sheni para o sustendo do ministério. Nosso sacerdócio é
o de Melktsedek a quem Avraham abençoou.
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No entanto esbarramos diante de outro tributo religioso que
se junta ao masser rishon (Primeiro dízimo), ao maasser sheni (Ao
segundo dízimo), à Terumah guedolah (oferta alçada), ao peidion há
ben (resgate do primogênito), à tsedakah (caridade) e ao bikurim
(primícias). A pergunta é o que fazemos com essa ordenança?
―Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no
mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Então virá o levita
(pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a
viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para
que Yah teu Elohim te abençoe em toda a obra que as tuas mãos
fizerem. Deuteronômio 14:28-29
Se trata aqui de um dízimo doado irregularmente de acordo
com o ciclo de sete anos que concluía com o ano sabático. Só que
diferentemente do maasser sheni, o segundo dízimo, que era dado
no primeiro, no segundo, no quarto, no quinto e no sétimo ano, o
maasser ani, o dízimo dos pobres era dado no terceiro e no sexto
ano. Isso resultava numa média menor, da ordem de 3,3%.
Antes de prosseguirmos convém citar que o judaísmo rabínico
entende que a prática de dizimar é uma faca encostada na garganta
de nosso egoísmo. É importante ressaltar que os argumentos
tecidos por cristãos de que o dízimo envolve apenas produtos do
campo não tem a ver com o judaísmo. Este sempre entendeu que
colheita e renda são frutos das bênçãos de Adonay. A propósito cito
um comentário do judaísmo chassidico:
―Tudo o que possuímos é um empréstimo de D'us. Na
realidade, tanto a colheita, como a renda monetária de cada
indivíduo é um presente Divino. A Torá não quer que nos
esqueçamos disto. Por isso, instituiu que um décimo da colheita, ou
da renda, fosse doada. Este é um lembrete de que na realidade
nenhum bem material é nossa propriedade eterna, e temos de usar
o que temos agora para o bem. A Torá nos ordena dar um décimo
de nossa renda líquida. É meritório dar 20% (Shulchán Aruch Yore
Dea 249:1). (Beit Chabad, Ética e Sabedoria, Maasser,
http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/maasser/home.html visita em 20
de março de 2012)
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Portanto não procede o conceito de que judaísmo não dizima
e menos ainda que não dizima com dinheiro. O que o judaísmo
rabínico fez foi fundir os preceitos ligados à Maasser. Uma vez que o
Templo não está mais de pé e que o sacerdócio levítico não está em
operação, eles não doam esse dízimo para a manutenção do
ministério (rabinato) e de seus templos (sinagogas). Estas são
sustentadas por tsedakáh ou ofertas voluntárias. Da mesma forma
eles deixaram de separar o segundo dízimo destinado às
festividades em Yerushalaim, celebrando as festas por meio de
tsedakah. Mas para que não se tornassem egoístas durante o
período que vivessem sem templo eles direcionaram o dízimo que
dariam aos levitas para os pobres.
―Uma vez que não há mais pessoas da tribo de Levi trabalhando
no Templo Sagrado, todo judeu tem a obrigação de dar um décimo de
seu lucro para caridade e ajuda aos necessitados. Isto inclui desde
comida para pobres, até bolsas de estudos e projetos e a qualquer
indivíduo ou instituição beneficente de nossa escolha.‖ (Beit Chabad,
Ética e Sabedoria, Maasser, página visitada em 20 de março de 2012
http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/maasser/home.html)
Observe que não se faz referência ao simples maasser sheni
(dízimo para os pobres, ainda que eles o titulem assim. Eles
mencionam uma substituição de deveres. Não há sacerdotes para
receberem 10% da renda liquida de cada judeu em forma de
maasser rishon, então toma-se esse dízimo e se destina aos mais
pobres, seja para alimentá-los, vesti-los ou estudá-los. Estes 10%
são considerados dever sagrado, a doação meritória porém, é que
atinge os 20% que eram usados durante a época do segundo
templo. Portanto, é evidente que judeus religiosos são tão dizimistas
como cristãos religiosos.
A diferença é o destino dos dízimos. Cristãos gentios e judeus
e israelitas messiânicos entendem que devem dizimar para a
pregação, para o sacerdócio messiânico que é o de Melktsedek,
judeus não messiânicos entendem que tem de dizimar para os
pobres. Cada um se arranjou como pode. Efraim dizimou para a
pregação, com inegáveis frutos e Judá para os pobres.
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Dito isso voltemos ao que nos prende agora, o maasser ani,
que durante a época do templo os judeus deviam dar aos pobres
separando 10% de suas rendas trienalmente (média de 3,3% ao ano)
e que hoje os judeus hoje decidiram aumentar para 10% ao ano a
fim de não ficarem em falta com o Criador de quem se consideram
sócios já que antes tinham de dar 10% anual para o templo, além
dos 3,3% em média para os pobres.
Deve a congregação dizimar para os pobres como fazia a
Igreja Universal separando 3,3% de sua renda além dos dízimos que
destina ao sustento da congregação e do ministério? E em caso
efetivo, deve esse dinheiro ser regido pela tesouraria da chavurah
(grupo de estudo), da kehilah (igreja) ou da Beit a Sinagoga ou cada
um deve gerir sua própria forma de fazer caridade?
Acredito que caso uma organização decida, ambos os
caminhos podem ser válidos. Se uma congregação dispuser de uma
instituição de caridade, de apoio a moradores de rua, viciados em
drogas, crianças desamparadas, apoio a missões estrangeiras em
países pobres etc, ela pode decidir em assembleia que os membros
acrescentem essas ofertas e que elas sejam geridas por uma
comissão por ela nomeada. Mas essa não é uma obrigação. O
membro também pode, como o judaísmo rabínico sugere, escolher
qual família pobre ou que criança da própria congregação ele vai
ajudar com os estudos ou coisa parecida. Naturalmente não vale
escolher o próprio filho, pois um investimento em nossos filhos é em
ultima análise um investimento em nós mesmos.
Lembre que o dízimo para os pobres era guardado em casa e
não podia nem ser comido pelo dizimista e nem levado à porta da
tenda da congregação. Quando chegava o terceiro ano os menos
favorecidos eram chamados a comer dentro das portas daquele que
havia recebido maiores bênçãos. Isso significava que ele podia,
liberto da necessidade de comprar parte de sua alimentação
melhorar suas condições de vida com a economia que esse dízimo
dado pelo irmão mais próspero lhe proporcionava. O Terceiro ano
era um ano de divisão das bênçãos.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O dízimo aqui referido era distribuído trienalmente em
porções iguais entre viúvas, órfãos, estrangeiros e levitas. Por outro
lado um dízimo dado trienalmente jamais sustentaria o ministério
dos levitas, mas os manteria em condição de penúria nos dois anos
que o precediam. Por causa disso o Eterno determinou um outro
dízimo que deveria ser entregue regularmente a cada ano aos
levitas, que por sua vez também dizimavam dele aos sacerdotes.
Mas sobre ele já falamos acima.
Discutindo Sobre o Dízimo Para os Pobres
Trata-se de um dízimo acerca do qual pouco se discute na
atualidade seja por que a igreja imagina que não tem mais
obrigação para com os pobres por que esses são legalmente
assistidos pelo Estado, ou seja, por uma razão completamente
espúria, a suposição de que não deve haver pobres entre os crentes,
pois pobreza será sempre sinal de maldição e desamparo por parte
do Criador. Assim, a igreja sente-se livre para arrecadar montanhas
de dinheiro, mesmo entre os mais pobres que são estimulados a dar
sob a suposição de que se o fizerem poderão ―encostar Deus na
parede‖ dizendo:
―Deus não aceito essa pobreza para a minha vida‖. Isso apesar
de Yeshua dizer: ―Sempre tereis convosco os pobres.‖
(Matytyahú/Mt 26.11). Ainda de acordo com essa visão, Elohim que
prometeu dar a quem lhe pedir tratará de fazer com que a pessoa
enriqueça arrancando de sua vida os demônios da pobreza.
Esta visão tem sido responsável pela formação de uma
corrente de opinião que bem poderia ser chamada de teologia da
avareza por que leva o povo a buscar avidamente os bens desse
mundo e ver a ausência desses bens como sinal seguro de
desaprovação do céu desprezando aqueles que estão destituídos de
bens desse mundo. Como isso difere daquilo que o Maschiach falou
e do que os talmidim de Yeshua ensinavam ao povo, a saber que a
pobreza era uma parte do plano de Adonay para seu povo.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a
traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói,
e onde ladrões não escavam, nem roubam‖ (Mat.6.19,20)
―De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento.
Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos
levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.
Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas
concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na
ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e
alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram
com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Elohim, foge destas coisas;
antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão‖.
(ITm 6.4-11)
Ao contrário do que ensina a doutrina perversa da
prosperidade de que a pobreza foi criada por Satan e que quem
empobrece está sob ação do maligno e debaixo de maldição as
Escrituras dizem que ―o rico e o pobre se encontram; a todos fez
YHWH.‖ (Mishlei/Pv 22:2). Sabemos que dele procedem tanto a
pobreza como a riqueza, e que é Adonay que faz enriquecer e
também faz empobrecer exatamente como está escrito.
―O YHWH empobrece e enriquece; abaixa e também exalta.‖
(Shmuel Alef/1 Sm 2:7).
A Brit Chadashá lembra que assim como nada trouxemos
quando chegamos a esse mundo, também nada levaremos, e que
por isso mesmo devemos sempre ter em conta que nosso maior
bem é o tesouro celestial da vida eterna e que o amor ao dinheiro é
a raiz de todo o tipo de males, que o digam os falsos apóstolos.
―Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar
dele; tendo, porém, sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.
Os que querem ficar ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si
mesmos com muitas dores‖ (1 Tm 6.7-10).
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É claro que os crentes não precisam se conformar com a sua
pobreza no sentido de nada fazerem ou de se entregarem à
mendicância. Se o Eterno empobrece, mas também enriquece,
estamos na liberdade de pedir que afaste de nós a pobreza, mas que
fique bem claro é um pedido que fazemos a ele, um pedido que
encerramos sempre com a frase: ―seja feita a tua vontade.‖
Além disso, devemos estar conscientes de que uma das razões
pelas quais o Eterno empobrece a certas pessoas é prover o nosso
caráter de instrumentos capazes de desenvolver o dom da caridade.
Para isso a Torah prescreve um dízimo extra, que era dado
trienalmente a fim de que os mais pobres da nação, juntamente com
suas viúvas, órfãos e estrangeiros, e inclusive os levin (levitas) fossem
auxiliados.
Conclusão a IDU e o Dízimo dos Pobres
Apesar de que a Igreja de Deus Universal tem sido muito
criticada pela cobrança do terceiro dízimo, aquele que era destinado
aos pobres precisamos recordar que a assistência aos pobres da
comunidade é um dever sagrado por parte de todos os crentes.
Atualmente esta prática é mais conhecida no judaísmo como
tsedaká, comumente traduzida como caridade. Apesar disso doar é
um ato de justiça, pois quando doamos estamos ou apenas
repassando recursos que o Criador nos concedeu em bênçãos. Isso
nos leva de volta à questão do Maasser Ani ou dízimo dos pobres
que era dado no terceiro e no sexto ano do siclo sabático de anos.
Muitos levantaram fortes críticas a Armstrong por ter trazido
zelosamente essa questão de volta. É necessário que se diga em
honra à verdade e em respeito à memória de Herbert Armstrong
que a cobrança do terceiro dízimo, o que é canalizado para os
pobres, órfãos, viúvas e estrangeiros que amam ao Eterno e à sua
Torah era usada para o fim adequado tanto como se pode apurar.
Um exemplo disso foi a construção do Liberty Bell Park em
Jerusalém para ajudar crianças pobres, tanto árabes como judias.
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Herbert Armstrong ao se encontrar com a Rainha da Tailândia
doou considerável soma para projetos assistências no país asiático. É
justamente isso o que explica o fato de que mesmo pessoas que não
tinham qualquer ligação orgânica com o movimento de Herbert
Armstrong não raro enviavam ajuda à instituição. No judaísmo
ortodoxo e mesmo entre os religiosos mais liberais é prática comum
a doação de recursos para instituições de caridade.
A prática da Igreja de Deus Universal foi uma experiência
fantástica, mas que se revelou em certo sentido inadequada, pois
em nossas sociedades o Estado toma em mãos o cuidado daqueles
que provem ser realmente necessitados e incapazes de gerar renda
por razões ligadas à incapacidade física ou mental. Assim, a doação
do terceiro dízimo deveria ser deixado por conta de cada um, como
uma dádiva voluntária a ser dada aos menos favorecidos e sem que
isso implique em mais uma rubrica financeira para a organização
gerir.
Ha indícios de que com o correr do tempo o próprio Pastor
Geral veio a se aperceber como veremos ao tratar da Igreja de Deus
Unida, uma organização emergida da era pós Armstrong que o
terceiro dízimo era desnecessário em nações com um bom sistema
de previdência social governamental, como a do Brasil, por exemplo,
onde todo o deficiente tem direito à ajuda estatal.
Na ausência do templo, e especialmente vivendo em países
onde os tributos são altos e o cuidado dos pobres, viúvas, órfãos e
enfermos está a cargo do governo a entrega de um dízimo para que
a organização cuide dos pobres não faz muito sentido, a menos é
claro que tal dízimo seja entregue às igrejas de países pobres onde
tal assistência é inexistente. Sendo assim, o método de Armstrong,
não deve ser aplicado de forma obrigatória.
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VII A Origem do Mal e a Criação de Satan
Ensinava o profeta persa Zaratustra ou Zoroastro que o
mundo era governado por dois poderes opostos, em em contante
guerra o Aura-Mazda, Senhor Sábio e o Angra Mainyu ou Arihman,
o princípio do mal e governante dos demônios que exercem
domínio sobre as plantas daninhas, sobre os animais predadores e
sobre os homens maus. Esta luta seria incessante até que finalmente
o senhor do bem pudesse derrotar o senhor do mal.
Para ele a recompensa de Aura Mazda o autor do bem é
concedida aos que diariamente lutam contra o Angra Mainyu, o
autor do mal, o qual um dia será derrotado. Como os pagãos
zoroastristas, os mestres da confissão possitiva afirmam igualmente
que Satan é o anjo rebelde uma vez puro e santo que se fez diabo a
si mesmo e se tornou inimigo do Criador vivendo para atasanar os
homens até que estes o reprendam em ―nome de Jesus.‖ Nessa
ocasião os demônios recuariam. Por isso o pandemonismo tomou
conta das igrejas neo-pentecostais. Orações afastam demónios da
pobreza, do divórcio, da dor de cabeça e etc. Bem a visão de
Armstrong sobre Satan não chega a ser pandemônica, mas contém
sérios desvios.
A Queda de Satan na Visão de Herbert Armstrong
Em sua obra ―God Creat a Devil?”, publicada em 1958 Herbert
Armstrong declara que a terra possuia um trono onde Lúcifer
governava em santidade e justiça no jardim do Éden, que esse
governo se corrompeu e o anjo santo, se converteu em Satan. Claro
que tudo isso é um mito por razões que logo vamos expor. Gostaria
de recordar que não estamos em campanha contra Armstrong, mas
certos conceitos que ele expõe sobre Satan são quase universais no
mundo cristão e precisam ser depurados.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Resumamos o que tempos estabelecido até agora: A terra foi
criada perfeita; os anjos gritaram de alegria quando Deus a criou, e desde
então esteve povoada por anjos. Nela havia um trono a partir do qual
Lúcifer governava, um superanjo, um querubim. Havia sido cabalmente
instruído na administração do governo divino, estando ante o próprio
trono de Deus no céu. Deus o havia posto no trono da terra para que
administrasse ali o GOVERNO DIVINO sobre os anjos. Havia felicidade,
paz, alegria no planeta. Em Ezequiel 28.15 lemos: ―Perfeito eras en todos
os teus caminhos desde o dia que foste criado, até que se achou
maldade em ti.‖.
Deus NÃO CRIOU AO DIABO, mas um superarcanjo formoso e
perfeito. Mas deu-lhe livre arbítrio, o direito de escolher por si mesmo.
Dotou-lhe de uma mente para pensar e raciocinar livremente. Lúcifer
permitiu que sua beleza e perfeição o enchessem de vaidade. Sentiu
inveja do poder de Deus e ressentimento por sua autoridade sobre ele.
Conspirou com seus anjos e os guiou a formar um exército para invadir o
céu e destronar a Deus. Ele queria ser Deus, e sua influência enganosa
sobre o ―príncipe de Tiro‖ será o que produzirá que este personagem
afirme que ele, um homem, é Deus.‖ Deste modo, Lúcifer não é mais um
―PORTADOR DE LUZ‖, mas um ADVERSÁRIO, um agressor, um
competidor, um inimigo. O nome Satanás quer dizer ―Adversário‖. Os
anjos que lhe seguiram se converteram em DEMÔNIOS. ―(Herbert
Armstrong,
Deus
Criou
ao
Diabo?
http://www.cog21.org/site/cog_archives/booklets/spanish_language/creo
diosaldiablo.htm )
Estas declarações são comuns a Charles Russel, Ellen White,
Martinho Luero e tantos outros. Elas se projetam no ideario de
quase todas as igrejas cristãs sejam católicas, reformadas, batistas
ou fonteiriças (testemunhas de Jeová, mórmons, cristãos no Brasil,
adventistas e outras). Apesar disso precisam ser investigadas e
postas de lado por uma série de motivos.
Em primeiro lugar por que o Ha Kadosh Baruch Hu não tem
adversários, pois é rei e soberano. Como Criador formou todas as
suas criaturas, umas como vasos de honra, outras como de desonra.
Elohim, sendo Onipotente e Onisciente, não criou para si inimigos.
Bestas do campo, pássaros do céu e peixes do mar todos lhe servem
e obedecem quando ele assim o determina. Homens, anojs, tanto
bons como maus também o servem de igual forma.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Logo Satan, cujo nome na Bìblia é desconhecido, mas que na
literatura rabínica é conhecido como Samalael ou Samael na forma
mais curta é nosso adversário, como bem o define Kefa, mas não
adversário de seu Criador, somos nós que precisamos estar em
guarda para que ele não possa exerer autoridade de juízo sobre nós:
―Sede sóbrios; vigiai; porque Satán, vosso adversário, anda em
derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.‖ Kefa
Alef/1Pd. 5:8.
Em segundo lugar por que Lúcifer é uma palavra latina que
significa Luzeiro. Considerá-lo como sendo o Rei de Tiro exige a
presuposição de que houve uma época em que Satan era bom,
justo, verdadeiro e luminoso. A verdade porém é outra, homicida
desde o princípio, ele foi criado mal e para o mal e para a mentira.
Nunca, em nenhum momento de sua história aquele anjo jamais
amou a verdade. Ao nos voltarmos para a Bíblia devemos nos
desfazer dos mais acariciados mitos populares para nos fixar na
verdade.
―Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de
vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade,
porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe
é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.‖ Yochanan/Jo. 8:44.
Em terceiro lugar, porque isso envolve a suposição de que o
mal foi um invasor nos domínios do Rei do Universo, um invasor não
ordenado, um intruso indesejado para o Criador. Para muitos o mal
é uma desagradável supresa que invadiu a terra e para a qual o
Eterno anda agora buscando solução. Tudo isso é uma tolice.
A Bíblia nos ensina o contrário. Tudo foi ordenado por ele de
acordo com seus sábios e misteriosos propósitos. O Eterno faz
todas as coisas, tanto as boas como as más para revelar sua vontade
através delas.
―Nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido
predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas
segundo o conselho da sua vontade.‖ Efésios 1:11.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Satan Nunca Foi um Bom Menino
As Escrituras não ensinam em lugar algum que o mal se
originou com a criatura. Pelo contrário, o próprio Criador se assume
como originador do mal. A razão é simples, não existe nada,
absolutamente nada, fora de Yah. Ainda que isso nos seja
misterioso, mesmo a concretização do mal é o reflexo de sua
vontade. Assim se revela o contraste entre o prêmio e o castigo,
entre a luz e as trevas, entre o bem e o mal.
Por meio da ação do mal são punidos os homens que o irritam
e atraem sobre si sua ira e inimizade. Também por essa ação são
corrigidos os filhos do Reino que intentam assemelhar-se aos
cidadãos do ―príncipe desse mundo.‖ Logo, Yah é o autor, não de
parte das ações do universo, mas de todas elas. Não há nada que
ocorra no mundo visível ou invisível, material ou espitrital, no céu ou
no sheol (inferno) que não esteja sob a administração de seu
conselho e de sua soberania.
―Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu,
YHWH, faço todas estas coisas.‖ Yeshayahú/Is. 45:7.
Não ignoramos que Satan, o opositor, o adversário não é o
nome do anjo mau, mas representa mais bem um ofício, um
ministério de anjos opositores que são colocados à mão direita
daqueles que se opõem a vontade do Criador, e mesmo de seu
povo quando esse abriga o pecado do orgulho.
Não há ímpio que faça o mal contra o pecador, nem Satan que
se coloque à sua mão direita para a ele se opor e nem anjo mau que
venha contra os inimigos de Israel que não tenha sido mandado
pelo Criador.
―Põe sobre ele um ímpio,
vê`satan yamod al
yeminu (e Satan se levante à contra a sua mão direita).‖ Tehilim/Sl 109:6.
“E atirou sobre eles o ardor da sua ira, o furor, a indignação, e a
angústia,
mishelachat malachey raym (mandando contra
eles maus anjos).‖ Tehilim/Sl 78:49
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Sabemos também, como testifica o profeta Zecharayah que
quando os homens se comportam mal este anjo os acusa na
presença do Eterno, como aconteceu com o sumo sacerdote
Yehoshua (Josué) razão pela qual lemos:
ve`ha´satan omed al yemenu (e Satán estava a sua mão direita para
lhe resistir).‖ Zecharyah/Zc 3:1. Estamos, pois conscientes de que
sua missão é trazer correção e sofrimento ao homem, tentando-o a
fazer o mal, a fim de que seu caráter se desenvolva na escolha do
bem como aconteceu com o rei David que ao crescer em orgulho,
foi por Satán conduzido a fazer o censo de Israel sem pagar ao
Eterno o resgate por seu povo.
―
Vayamod Satan al Yisrael (Então Satanás
se levantou contra Israel), e incitou Davi a numerar Israel.‖ 1
Cornicas 21:1.
Esse é um detalhe muito importante, pois nele se revela que
Satán operou não contra a vontade, e por conseguinte não como
opositor ao Eterno, mas de acordo com a sua vontade, e tendo em
vista alcançar um objetivo que era ferir a Israel em seu orgulho e
fazê-lo entender que seu exército estava no mundo invisível e não
no visível. Por essa razão a ação de tentar, de incitar a Davi para que
fizesse o censo coube a Satán, e, no entanto, a autoria desse ato se
atribui também ao Criador que o comanda, ordena ou contém
segundo seu propósito.
―A ira do Senhor tornou a acender-se contra Israel, e YHWH
incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Yehudáh.‖
Shmuel Beit/2 Sm 24:1.
A missão de Satán é pois acusar de dia e de noite os servos do
Eterno para que os anjos que o defendem possam apresentar seu
arrependimento, e mesmo seus motivos a fim de que o Eterno possa
justificá-los. Essa é sua missão. A palavra hebraica
Satán tem
exatamente esse sentido, o de acusador ou promotor. Ele serve ao
Eterno tanto quanto os anjos bons, mesmo cumprindo missão
diferente. Satan não é, pois inimigo do Criador, mas opositor dos
homens e prevalece acusando-os quando estes estão em pecado.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Mas quando o arcanjo Michael, discutindo com Satán, disputava a
respeito do corpo de Moshe, não ousou pronunciar contra ele juízo de
maldição, mas disse: Adonay te repreenda.‖ Yehudáh/Jd v 9.
Também é sua missão levar os homens ao engano quando não
amam a verdade para que assim eles creiam na mentira. Nessas
ocasiões ele recebe autoridade para se tornar um anjo de luz, para
que o poder de seu fascínio seja mais abundante e o engano se
torne ainda maior. Se ele não puder se apresentar em pessoa, coisa
que raramente faz, usa para isso seus ministros, que adquirem a
aparência da santidade.
―E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em
anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se
disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas
obras.‖ II Coríntios 11:14-15.
Claro está que um dia essa missão acaba. Ele será expulso do
Céu para nunca mais entrar. Quando o Eterno não mais se lembrar
das iniquidades de Israel, quando transformar sua natureza fazendo
com que cada um de seus filhos se torne santo, justo e bom, seu
trabalho terá terminado para sempre. A antiga serpente já não era
motivo algum para acusá-los. Terá sido banida para sempre do céu,
junto com todos os anjos que a servem em sua obra satânica
(opositora) e já não terá missão alguma a cumprir.
―Então houve guerra no céu: Michael e os seus anjos batalhavam
contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não
prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o
grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satan, que
engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram
precipitados com ele.‖ Apocalise 12:7-9.
Esclarecido que Satán opera exclusivamente sob as ordens do
Criador, e que ao trazer o mal sobre os homens, o faz sob a
administração de sua soberana vontade, precisamos por de lado o
mito de que um dia os anjos representados por Satan foram
meninos bons, justos e misericordiosos. Acerca disso Yeshua não
deixa dúvida alguma quando diz:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de
vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na
verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala
do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.‖
Yochanan/Jo 8:44.
Está, pois sobejamente claro que Satán não era um menino
bonzinho, sem nenhum desejo de fazer o mal, e que subitamente
sem que nem ele possa explicar os motivos, se tornou uma criatura
má e perversa. Em tempo, não havendo nenhuma maldade para ele
e seus anjos maus realizarem, é claro que fazia somente o bem, mas
quando se apresentou a primeira oportunidade ele revelou o mal
que trazia oculto e si, por isso é chamado de Satan (opositor) e
também é considerado a antiga serpente. Foi ali no Eden que ele
manifestou por primeira vez sua missão como opositor do homem.
O Homem Entre o Bem e o Mal
É importante ressaltar que mal é um conceito humano que se
define em função do sofrimento ou da privação que nos atinge.
Nesse sentido apenas é que pode ser dito que mal e bem não
existem como elementos separados um do outro e que na verdade
são a mesma coisa vista sob ângulos diferentes. A espada de um
anjo pode ser boa para o justo que é salvo e má para o ímpio que é
destruído. É por não entender estes fatores que a cristandade se
assume como defensora de Elohim, ao afirmar que ele não criou o
mal, e que esse surgiu em demônios desgovernados. Ora no mundo
físico o que é bom para você pode ser mal para mim e o inverso
também é verdadeiro. Para um cidadão justo, uma polícia eficiente,
incorruptível e fiel ao seu dever, é coisa boa; mas para um meliante é
o maior mal que lhe pode ocorrer. O dono de um automóvel
devidamente documentado se alegra ao avistar a patrulha da polícia
rodoviária depois de notar que está sendo seguido por um veículo
suspeito a vários quilômetros. Para ele a viatura lhes transmite
segurança, mas para o condutor do veículo sem placas que o segue,
esta viatura é o símbolo do mal. É assim que mal e o bem interagem
para a realização dos propósitos de Elohim.
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Os anjos maus que Yah enviou com a espada da morte contra
a terra de Mitzraym para trazer pragas e males sobre os egípcios,
matando seus primogênitos e enchendo suas casas e cidades de
prantos foram os melhores anjos para os israelitas. Para os egípcios,
porém foram agentes do mal que lhes trouxeram a mais amarga das
dores.
Assim, bem e mal são elementos conceituais, e não uma
realidade crua que só pode ser vista sob um ângulo, mas pelo
contrário tem de ser vista dentro do escopo do propósito. A ideia de
que Satan opera por conta própria no mundo, que viva em oposição
ao onipotente Criador que o trouxe a existência não é a visão
judaica que possa ser extraída do Tanach, pois o próprio Criador diz
que criou o mal, e o profeta diz claramente que mal algum chega à
cidade sem que Adonay seja o seu autor final, posto que tudo está
em sua mão e nenhum poder opera sem ele.
―Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá?
Sucederá algum mal na cidade, sem que YHWH o tenha feito?‖ Amós 3:6
Apesar disso, o zoroastrismo ainda lança sua sombra impura
sobre os conceitos de soberania de Elohim e divulga o mito de que
Satan governa esse mundo, como se sua ação não estivesse a
serviço do Rei dos Reis, e como se seu principado não prestasse
suserania ao Melech Haolam (Rei do Universo) esperando sempre
em suas ordens antes de desferir qualquer golpe nesse mundo onde
o poder do Criador se mantêm de forma tão suprema hoje como se
manteve ao longo de toda a história.
Contudo ao supor que o mundo opera sem governo e que o
Eterno apenas de vez em quando está no comando, isso é quando
os homens oram, é o mesmo que dizer que o Altíssimo, bendito seja
o seu nome, atua soberanamente só de vez em quando. É o mesmo
que ensinar que na verdade o mundo está sob o comando de dois
seres supremos. As pessoas dizem que o mal se originou com Satán
por que tem de dificuldade de assumir que o Rei e soberano, que
governa sobre tudo, e que o próprio Satán está sob seu comando.
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Mas o criador dispensa esta ação advocatícia, pois ele mesmo
diz que criou todas as coisas, boas ou más. Nenhum anjo feriu
jamais alguém a menos que tenha sido primeiramente autorizado a
isso por seu Criador.
Ocorre que do mesmo modo que Armstrong bebeu sua
doutrina da cura divina dos mestres do movimento Azuza, também
colheu deles o conceito de um diabo rei, criador do pecado, da
morte e do mal. Quando na verdade Satan serve ao Criador como
anjo da morte e como castigador daqueles que se entregam ao mal.
Assim lembre, da próxima vez que se aperceba que Satán está tendo
algum poder o autoridade sobre alguém, antes de repreender o anjo
que trás o mal, repreenda primeiro o pecado que lhe deu autoridade
para fazer este mal.
Shaul ordenou que o homem que se prostituia com a mulher
de seu pai, fosse entregue a Satán para o sofrimento do corpo, a fim
de que seu espírito pudesse ser salvo. (1 Coríntios 5:5).Este fato por
si só não só desmente que Satán opere a revelia da vontade do
Criador, mas mostra que este opera de acordo com o desígnio e que
na hora certa esse é usado como açoite de El Sahaday para ferir os
transgressores, inclusive os eleitos quando se desviam do caminho
da justiça.
A Morte não é do Diabo
Apesar dessa clara afirmação, Essek W. Kannyon, pai da
Confissão de fé Positiva, movimento neo-pentecostal surgido nos
Estados Unidos nos anos 20 do século passado, ensinava na mesma
época em que Armstrong se preparava para criar a Igreja de Deus da
Rádio que Satán foi o criador ou o originador da morte. Uma
perspectiva desanimadora para todos os homens que sabem que à
causa do pecado todos hão de morrer:
―A morte é do diabo.‖ (E. W. Kenyon, Dois Tipos de
Justiça, ―A Mais Importante Mensagem Já Oferecida a Igreja‖
Título original: Two kind of righteousnessm, pág. 12. )‖
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Sabemos que Yeshua declarou que os que vieram antes dele
eram ladrões e salteadores, e que a função do ladrão é matar,
roubar e destruir. Essa declaração tem sido muito empregada pelos
apóstolos da confissão positiva no intuito de provar que a morte é
do diabo, ainda que o contexto não mencione Satán, mas os mestres
religiosos que se levantaram sem unção e que roubam a fé, matam a
confiança e destroem a certeza na vida eterna. Uma certeza que
aliás, muitos dos mestres da confissão positiva nem sequer
conhecem. A leitura do contexto mostra que o alvo ali não é Satán,
embora ele possa ocasionalmente ser usado como instrumento de
sofrimento do homem.
―Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores;
mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por
mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem
senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância.‖ Yochanan/Jo 10:8-10.
Quando Hagin diz que a morte é do diabo ele deseja que as
pessoas vejam a morte como um invasor dos domínios do Criador,
como um adversário que opera sem sua ordem, como um ladrão
foragido que faz o que bem lhe entende. Claro que para afirmar isso
Kenyon teve não só que reinterpretar, mas literalmente ignorar as
Escrituras. Como poderia ser a morte de Satán se ela quando alcança
seus santos é preciosa ao Criador como está escrito?
Yakar be`eyney YHWH ha`mavetah La`chasidayv.
Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos
Tehilim/Sl 116:15.
Infelizmente as más doutrinas não subsistem sozinhas, estão
sempre amarradas a enganos ainda mais especiosos. Kenneth
Haggin, o mais fervoroso discípulo de Kannyon, afirmava:
―A doença e a enfermidade procedem de Satanás...‖
(Kenneth Hagin, citado por John Ankerberg e John Weldon,
em Os Fatos sobre o Movimento da Fé)
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Como ele Jorge Tadeu da Igreja Maná, de Portugal, assume o
pan-diabolismo que atribui todo o mau a ―divindade do mal‖ e todo
o bem à ―sua divindade boa‖, chamada de ―Deus. Isso é patente no
Terceiro ponto de sua cartilha titulada ―Segredos que o Ajudam a
Rceber a Cura Divina:‖
―Há pessoas que quando veem alguém morrer pensam que Deus é
o culpado. Mas, eu quero lhe dizer: Deus não é culpado. O diabo é que
tem a culpa. O diabo é que veio para matar, para roubar, para destruir. O
diabo nunca conseguiu arranjar nada. Ele só sabe partir, aquilo que
alguém construiu. ... Diga comigo: O diabo é mau, mas Deus é muito
bom. ... Então a culpa de uma pessoa estar doente não é de Deus, é do
diabo. Primeira coisa que um doente precisa saber é isto: DEUS NÃO É
CULPADO, MAS SIM O DIABO. Declaração de fé de Jorge no site da Igreja
Maná: http://www.igrejamana.com/estudos/mensagens/3segredos.html)‖
"Já vimos que as doenças não vêm de Deus, mas sim do diabo."
(Jorge Tadeu, Cura Divina, p.26.
Isso é maniqueísmo puro. É a mesma doutrina persa de que as
coisas boas são produzidas pelo ―deus bom‖ e as coisas más pelo
―deus mal.‖ Essa crença impede as pessoas de entenderem que
manifestações como doença e morte procedem do Eterno, tanto
como a cura e a vida.
A Enfermidade e o Sofrimento Também Procedem do Eterno
Quando o homem trangrediu a ordenança de não comer da
árvore da ciência do bem e do mal sua natureza tornou-se sujeita a
morte e ao sofrimento. A partir daí não é necessária nenhum
intervenção direta ou indireta de Satan para que o homem adoeça e
morra. Aliás, mesmo que o homem jamais adoeça, ele virá a morrer
pelo efeito da entropia, do envelehcimento e falência natural de
seus órgãos. Claro que Satán também pode trazer doenças, e que a
enfermidade pode ser atribuída por vezes sua ação sireta, e não
apenas a fatores naturais, como ocorreu com Shaul a quem Adonay
feriu para que não se orgulhasse pelas revelações que lhe foram
dadas, ainda assim, essa operação ocorre segundo a administração
do Criador e não de Satán como nos informa o próprio shaliach.
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―Pois, se quiser gloriar-me, não serei insensato, porque direi a
verdade; e, para que me não exaltasse demais pela excelência das
revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro
de Satán para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais;
acerca do qual três vezes roguei a Adonay que o afastasse de mim; e ele
me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas
fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder do Maschiach. Pelo
que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias por amor do Maschiach. Porque quando
estou fraco, então é que sou forte.‖ I Coríntios 12:6-10.
Sim, todas e cada uma das operações do mal resultarão
sempre no maior bem ainda que isso nos pareça misterioso.
Verdade é que nossa mente finita, capaz de ver o momento e não o
programa, o instante e não a eternidade tem naturais dificuldades
de conciliar as tragédias com o propósito e a ira com a bondade.
Mas isso é uma questão do momento. Por agora é suficiente que
entendamos a razão de algumas manifestações más.
O Mal Revela o Bem Assim como a Luz Revela as Trevas
A lógica filosófica exige que o mal exista para que o bem pssa
ser revelado. Você não pode entender o valor da luz se nunca viu a
escuridão. O amanhecer é desejado depois de uma longa e escura
noite. Assim, embora isso pareça difícil de ser percebido, é preciso
que se diga que o Eterno determinou que o mal se manifestasse
para que assim a bondade e a justiça de seu caráter fossem
revelados.
Como Elohim revelaria o dom da cura se não houvesse o mal
da enfermidade? Como revelaria seu poder de ressuscitar se não
houvesse a tragédia da morte? Como libertaria as almas se não
permitisse a opressão dos shidim (demônios)? Como poderíamos
manifestar a bondade do perdão sem que ninguém nos ofendesse?
Como poderíamos oferecer salvação se os homens não estivessem
perdidos? Como faríamos caridade se não houvessem órfãos ou
desamparados incapazes de sobreviver sem a nossa ajuda?
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Nessa fase da existência precisamos do bem e do mal, embora,
essa seja uma fase transitória, dias virão em que não precisarei do
bem da cura por que não haverá doenças, não precisarei do bem de
expulsar shidim por que estes estarão amarrados junto com os anjos
rebeldes, não precisarei exercer o bem do perdão por que já não
ninguém me ofenderá. Naquele tempo, passada a era de Maschiach
e chegado o olam rabá, Elohim será tudo em todos. O pensamento
judaico, oriundo das Escrituras, contraria completamente essa visão
neopagã e maniqueísta sobre o mal e suas manifestações. Um
israelita, quando é guiado pela Bíblia nesse ponto, precisa acreditar
que o mal e o bem procedem do mesmo Criador. Isso não significa
que estejamos capacitados a explicar todas as implicações desse
fato. Mesmo que não sejamos capazes de entender completamente
o propósito de cada uma dessas manifestações, posto que muitas
delas permanecem ainda misteriosas devemos abençoar o Criador
quando recebemos algo bom, como o nascimento de um bebê.
Nessa ocasião tradicionalmente o israelita exclama:
Baruch ata Adoany, Eloheinu Melech haolam, hatov vehametiv.
Bendito és tu Adonay Rei do universo que é bom e faz o bem.
Mas em contrapartida, se uma cirurgia de risco resulta na
morte do paciente, se aconteceu um acidente fatal, se alguém morre
assassinado ou qualquer outra tragédia se manifesta ainda assim
abençoamos o Criador dizendo:
Baruch ata Adoany, Eloheinu Melech haolam, Dayan há`emet.
Bendito es tu Adonay Rei do universo, o Juiz verdadeiro.
A razão disso é que a verdadeira fé vê em cada bem que
acontece no mundo uma manifestação da bondade de Elohim e em
cada mal uma manifestação de seus juízos. Afinal, quando Satã
trouxe sofrimento a Yob, matando seus filhos, roubando seus bens e
destruindo sua casa estava sob a autoridade de Yah e nada fazia
sem antes consultá-Lo e receber autorização para cada ato. Em
síntese não há fé onde se crê em dois poderes no universo. Adonay
engloba todas as forças sendo por isso chamado Elohim (poderes).
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―Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela
não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.‖ Bereishit/Gn 2:17.
―Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Elohim há
além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e
ninguém há que escape da minha mão.‖ Devarim/Dt 32:39.
Sim, o Criador, Bendito seja seu nome é tudo em todos. De sua
mão procede o bem e o mal, a benção e a maldição, a vida e a
morte, inclusive a morte de seus santos, que é preciosa à sua vista e
por meio do qual suas almas partem desse mundo e se juntam a ele
livres do pecado que habita em seus corpos podendo então morar
no olam nefesh (mundo das almas) e adentrar no Gan Eden, o
Jardim do Éden.
O que mais faz falta aos fundadores e propagadores da
doutrina da confissão positiva é discernimento espiritual das
Escrituras. Seu erro não é necessariamente em atribuir certos males
a Satán, aos anjos maus e aos demônios. Por certo estes operam nas
manifestações do mal. Ainda que grande parte do mal possa e deva
ser atribuído ao próprio homem, caso contrário ele jamais seria
responsabilizado por seus atos. Além disso, o sofrimento presente
da humanidade é uma consequencia natural dos atos de seus
antepassados, de seu próximo e de seus próprios erros já que o
Eterno promete visitar ―a maldade dos pais nos filhos até a terceira e
quarta geração‖ (Shemot/Ex 20:6) daqueles que o aborrecem.
A Redenção Eterna das Ovelhas
Já vimos que Yeshua disse que o ladrão vem para matar,
roubar e destruir, e que os defensores da confissão positiva ensinam
que o ladrão é o diabo e Yeshua veio para destruir suas obras. Mas,
quando estas palavras são lidas em seu contexto descobre-se que
Yeshua não se referiu exclusivamente a doença, à pobreza ou a
morte física.
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O tema ali é a redenção final das ovelhas, o resgate da morte
espiritual inserida nesse mundo por conta do espírito mau do qual
somos libertos graças à intervenção de Yeshua que diz:
―Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas
ovelhas.‖ Yochanan 10:11.
Estamos sim livres dos sofrimentos eternos. Mas insinuar que
estamos livres de sofrimento físico e espiritual além de enganar a
nos mesmos é uma distorção grosseira da verdade da Providência.
As ovelhas estão sim seguras no que se refere a seu destino eterno,
estão salvas para sempre da ira vindoura, mas erram todos os que
supõem que elas estão livres de sofrimentos ou de penas temporais.
Ao supor que as ovelhas estão livres de sofrimento eles distorcem
grosseiramente o sentido das palavras de Yeshua, cujo enfoque
central é a vida eterna para a alma e que ele concede a seu povo,
hoje aqui e a gora, e não a ausência de sofrimento e morte,
inexoráveis no tempo presente.
A verdade é que agora não estamos ainda a salvos nem do
sofrimento, nem da doença e nem da morte biológica, mas da
condenação eterna. E dessa condenação todas as ovelhas que
Adonay deu a Yeshua, o Sumo Pastor estão segura e eternamente
salvas.
―As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheçoas, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de
perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que,
mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las
da mão de meu Pai.‖ Yochanan/Jo 10:27-29.
Portanto, é salvação o tema de Yeshua, e não a ausência de
pobreza, enfemidade, dor ou morte, que são conseqüências naturais
da presença do pecado no mundo. Além disso, atribuir todas as
coisas más ao diabo e todas as coisas boas ao Criador não é apenas
uma visão simplista, é mais do que isso, é maniqueísmo, e
maniqueísmo é paganismo, uma espécie de idolatria disfaraçada da
qual os salvos precisam se livrar o quanto antes.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Ora, presumir por que Yeshua veio para destruir as obras do
diabo temos que ser ricos nesse mundo, não experimentar a dor, a
tristeza, a enfermidade, seria exatamente como dizer que uma vez
que ele morreu e deu a vida por nós, não deveríamos morrer.
Entretanto, os promotores da doutrina da prosperidade jamais
ensinaram que a primeira coisa que é aniquilada por meio de
Yeshua é a morte, e não fazem por que é uma constatação de que a
morte é inevitavel.
A Ação do Anjo da Morte
Contudo, mesmo quando o anjo da morte é enviado para
colher nossas almas, nem por isso ele deixa de nos prestar um bem,
pois que, deixando a morada já cansada do corpo, parte para um
lugar incomparavelmente melhor. Assim, ainda que Satan roube
todas estas coisas, e outras mais, como fez com Yob, ele não opera
soberanamente. Em última instância os danos trazidos por ele são
atribuídos ao Criador e não à criatura, como se fala a respeito de
Satã quando atacou cruelmente a Yob.
―E disse YHWH a Satan: Eis que tudo quanto ele tem está na tua
mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satan saiu da
presença de YHWH... Então Yob se levantou, e rasgou o seu manto, e
rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou. E disse: Nu saí do
ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; YHWH o deu, e YHWH o
tomou: bendito seja o nome de YHWH. Em tudo isto Jó não pecou, nem
atribuiu a Elohim falta alguma.‖ Yob/Jó 1:15, 20-22.
Assim, embora ele roube, mate e destrua como fez com Yob
contra quem ergueu ladrões que lhe furtaram os rebanhos, e em
suas mãos esteja o poder da morte, esse poder está à serviço do
Criador, que pode restringi-lo a hora que bem deseje. Tão certo
como os mestres da confissão positiva estão errados quanto à
origem da morte, também o estão quanto à origem da enfermidade
que é um instrumento do Criador, mesmo quando trazida por um
anjo mau. Afinal, anjos maus são agências a serviço do Rei e operam
para castigar, para corrigir e mesmo para destruir.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O Criador Fez Homens Sãos e Homens com Defeito
Para os confessores da fé positiva não há nada de mal que
ocorra nesse mundo que não seja o resultado único da vontade dos
seus semi-deuses demoníacos. Lembro de um jovem que me
perguntou o que eu fazia quando tinha dor de cabeça. Quando lhe
respondi que tomava aspirina ele me disse: Isso é falta de fé.
Segundo ele toda a for de cabeça é produzida por um
demônio que precisa ser repreendido, o demônio da dor de cabeça.
Para essas pessoas uma dor de cabeça não pode provir de uma
ensolação, de um mal estar estomacal, de uma ansiedade ou de um
medo, mas apenas e tão somente de um poder espiritual maligno.
Esse dualismo doentio e infantil atribui a mudez, a cegueira e a
pobreza aos demônios, mas isso não passa da idólatra suposição de
que o Eterno está dividindo seu trono e seu poder com criaturas
baixas como os shidim. A verdade é outra. O Eterno assume a
responsabilidade direta pela existência e criação de todas as pessoas
perfeitas e imperfeitas.
―E disse-lhe YHWH: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o
mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, YHWH?‖
Shemot /Exodo 4:11.
Por isso quando um judeu vê uma pessoa anormal como um
anão, por exemplo, ele glorifica o Criador dizendo:
―Baruch ata Adonay, elohenu Melech haolam, meshanê haberyot.”
Bendito es tu Adonay Nosso Elohim Rei do Universo que transformas as
criaturas.
É claro que é mais fácil ensinar às massas desavisadas que o
mal do mundo decorre exclusivamente da malignidade de Satán, ao
invés de dizer que o mal é usado por Elohim para punir homens
maus ou para tornar possível a operação de suas maravilhas. Pregar
dessa maneira parece eliminar as dificuldades lógicas decorrentes da
questão mais difícil que já se formulou: Por que coisas más
acontecem a pessoas boas? Mas isso é só aparência.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Também é mais fácil pregar o engano, que dá ao homem a
ilusão de que ele pode fazer alguma coisa e de que o mal opera no
mundo senão de forma soberana, pelo menos furtivo. Dessa forma,
toda a vez que uma desgraça acontece culpamos o diabo por ela, ao
invés de culparmos a nós mesmos por a termos provocado, ou nos
submetermos ao silêncio quando nos apercebermos que sua causa é
inexplicável. O que os evangelistas de hoje mais querem é evitar
dificuldades lógicas decorrentes da doutrina da soberania absoluta
do Criador. Assim, as pessoas deixarão de pensar que o mal é
consequência natural do pecado e se voltarão para sessões de
exorcismo, na maior das vezes desnecessárias. É pensando assim
que R.R Soares, o tele-evangelista da Igreja Internacional da Graça e
que ainda arrasta multidões não só aos seus templos, mas também a
assistênbcia de seus programas afirma:
―Não importa o mal que esteja lhe atacando. Todo e qualquer mal
não vem de Deus. Vem do diabo. ‖ R. R. Soares, Como Tomar Posse da
Benção, Graça Editoral 5ª Edição – 1997, pág. 26.
Ora, essa é uma meia verdade, e uma meia verdade é também
uma mentira, pois as Escrituras ensinam que o Criador detém o
domínio sobre os espíritos maus de tal maneira que ele mesmo os
envia contra os homens como instrumentos de sua ira ou correção
quando estes desobedecem a sua vontade como veremos agora.
Espíritos Maus Operam Sob o Controle do Criador
Olhe para o Egito, acossado por toda a sorte de males e você
verá que quando um anjo mau ou mesmo um demônio ataca uma
pessoa, ele é enviado por Adonay para sacudir essa vida, ou destruíla de acordo com o desígnio divino como ensina David ha Melech.
―Lançou sobre eles o ardor da sua ira, furor, indignação, e
angústia, mandando maus anjos contra eles. Preparou caminho à sua ira;
não poupou as suas almas da morte, mas entregou à pestilência as suas
vidas. E feriu a todo primogênito no Egito, primícias da sua força nas
tendas de Cão.‖ Tehilim/Sl 79-49-51.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Os espíritos maus são controlados pelo Eterno. O Rei Achab,
havia se rebelado contra o Criador e feito Israel pecar. Que
ferramenta mais apropriada para castigá-lo que os espíritos maus?
―Então ele disse: Ouve, pois, a palavra de YHWH: Vi a YHWH
assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele,
à sua mão direita e à sua esquerda. E disse YHWH: Quem induzirá Achab,
para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e
outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante de YHWH,
e disse: Eu o induzirei. E YHWH lhe disse: Com quê? E disse ele: Eu sairei,
e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E ele
disse: Tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim.‖ Melachim
Alef/1Rs 22:19-22.
Como vemos aqui é um desses espíritos que o Criador decide
usar para levar Achab à ruína. Estes espíritos maus vindos da parte
do Criador, podem ser usados também contra os eleitos de Elohim
que se atrevem a viver uma vida de arrogãncia e orgulho separados
da fonte da vida. Um exemplo dessa atuação é o profeta Shaul,
escolhido para ser rei de Israel e ungido pela Ruach para ser o
pastor de Israel. Quando Shaul cedeu lugar a seu orgulho e vaidade,
deixando que o ciúme dominasse sua vida, desprezando a David por
ter sido ungido rei estando ele ainda vivo, sem reconhecer que a
soberania é de Elohim, e que seu reinado era dele, o Criador enviou
contra um espírito mau que o atormentava enormemente.
―E o Espírito de YHWH se retirou de Shaul, e atormentava-o um
espírito mau da parte de YHWH. Então os criados de Shaul lhe disseram:
Eis que agora o espírito mau da parte de Elohim te atormenta.‖ Shmuel
Alef/1Sm 16:14-15
Derrotados ante os claros testemunhos do Tanach, os adeptos
da Confissão Positiva se refugiam no engano de que agora estamos
na graça, e hoje as coisas são diferentes. Um perfeito disparate, pois
a dispensação da graça começou no Éden e não no Calvário, caso
contrário nenhum pecador seria salvo de Adam até Yeshua. Além
disso vemos que depois da morte de Yeshua, Hananiah e Safira são
mortos, Elimas o encantador fica cego e as pragas vêm não apenas
por que Satã, o quer, mas por que o Criador o determina.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Então Kefa lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes
para tentar a ruach de Adonay? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram
o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés, e
expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto
de seu marido. Maasei Shalichim/At 5:8-9.
―Eis aí, pois, agora contra ti a mão de Adonay, e ficarás cego, sem
ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas
caíram sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela
mão.‖ Maasei Shalichim/At 13:11
―E os homens foram abrasados com grandes calores, e
blasfemaram o nome de Elohim, que tem poder sobre estas pragas; e
não se arrependeram para lhe darem glória.‖ Guiliana/Revelação 16:9.
Portanto, ensinar que os demônios operam apenas de acordo
com sua própria vontade, ou pior ainda, que estão desgovernados
até que oremos, é mais um enDeuso desmentido pela Brit Chadahá.
Basta ler o que Shaul diz a respeito dos que rejeitam o amor da
verdade para que isso fique patenteado.
―E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque
não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Elohim
lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira.‖ 2
Tessalonicenses 2:10-11.
Ao ignorar que Elohim é soberano e, exerce onipotente
domínio sobre as obras de suas mãos, o espírito do erro e do
engano tem conduzido muitos a crerem em especiosas mentiras a
ponto de imaginar como R.R. Soares, que basta ordenar que o diabo
suma da vida, para que todo o sofrimento acabe.
―Diga agora ao diabo para ele desaparecer da sua vida com tudo o
que é dele. Deus não lhe promete a cura. Ele declara que você já foi
curado — pelas feridas de Jesus... Porém, ao aprender a determinação,
comecei a exigir que o diabo saísse do meu corpo com as suas doenças.
Resultado:
Saiu — estou curado. Glória a Deus!‖ R. R. Soares, Como Tomar
Posse da Benção, Graça Editoral 5ª Edição – 1997, pág. 22.
Essa é uma situação simplista que dá ao homem a impressão
de que ele tem Olhem para Yob, contra quem o Eterno tinha
enviado a Satã. Ele poderia se sentar e clamar:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Elohim eu não aceito isso na minha vida, não aceito essas
misérias que lapidaram meus bens, me empobreceram, levaram
meus filhos e agora me consumem a carne! Mas Yob nada sabia da
confissão positiba. Para ele Elohim lhe havia dado tudo, e tinha
direito a tomar tudo de volta. Num ato de verdadeira adoração ele
disse:
―Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; YHWH o
deu, e YHWH o tomou: bendito seja o nome de YHWH.‖ Yob 1:21.
Claro que o Eterno que dá e tira, é também o Eterno que
restitui nossas perdas, e isso se vê claramente na vida de Yob
quando é restaurado à sua antiga riqueza e dignidade. O crente
aprende com a vida de Yob que deve estar prontoa receber,
disposto a perder, e esperançoso em reaver o perdido. E essa
esperança o move à oração suplicante, não a ordens insensatas.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
VIII A Doutrina da “Família de Deus”
Uma das visões mais controversas de Herbert Armstrong,
fundador da Igreja de Deus Universal era a forma como ele
apresentava o Criador, que para ele era uma família, onde cada um
assume seu nome, sendo Pai e Filho os elementos mais elevados
dessa família, que é claro, sendo ele anti trinitário convicto não
incluía a Ruach Há kodesh. Era antes uma família, atualmente
composta do Pai e do Filho, mas que destinava-se a se expandir até
alcançar o seu projetado tamanho.
Esta visão é exposta no seu livro Mistery of Ages, (O Mistério
dos Séculos) do qual foram publicados milhões de exemplares, e
que naturalmente despertaram furor em círculos protestantes,
embora a razão principal do furor tenha sido sua negação da
doutrina da trindade. No livro, ainda se possam notar desvios
pontuais, erros que levam à suposição de que o próprio homem
poderá a ser um Elohim no pleno sentido do termo, existem outras
nuances que precisam ser investigadas.
Sua visão deve ser vista por inteiro, considerando que em
alguns aspectos está correta e inclusive responde certas dificuldades
lógicas deixadas pelo texto sagrado. Leiamos, pois para analisar:
―Pode haver um homem chamado John. E John pode estar com o
homem chamado Smith e John também pode ser John Smith, porque é o
filho de Smith e Smith é o nome da família. No entanto, são duas pessoas
distintas. O único ponto de diferença na analogia é que a Palavra, na
época de João 1:1, não foi, contudo, o Filho de Deus. Mas ele estava com
Deus, e ele também era Deus.
Eles ainda não eram pai e filho, mas eles eram o reino de Deus!
Essa família é composta, agora, de Deus Pai, e Jesus Cristo, seu Filho, e
muitos seres humanos gerados já que, agora, são filhos Unigênito de
Deus (Rm8:14, 16; I João 3:2), formando a Igreja de Deus.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Esse aspecto familiar da família de Deus é de vital importâbcia, e
isso vai ser muito bem explicado mais tarde. Mas agora, onde estamos?
Muito antes que existisse qualquer coisa, existiam dois seres supremos,
imortais, que sempre tiveram existência. Sua mente não consegue
conceber o que é "sempre", mas tampouco pode imaginar com precisão
o que é eletricidade! No entanto, você sabe que a eletricidade existe e é
real!‖ (Herbert Armstrong, Mystery of A Ages, páginas 56-57)
Armstrong, apresenta então os dois primeiros membros da sua
―família divina,‖ por ele considerados co eternos e auto existentes, o
Pai e o Filho. O Pai Criador, o filho o Operador dessa criação. Ele
afasta decididamente a presença de um terceiro membro inicial
dessa família. Isso o afasta definitivamente do pano de fundo cristão
tal como herdado da Igreja Católica Romana, o trinitarianismo. Isso
deve ser imputado a seu mérito.
―Então, de volta à nossa pergunta, "Quem, e o que é Deus?" Antes
de mais nada, o Verbo não veio à existência, eram Deus e o Verbo,
compostos de espírito, não da matéria, mas no entanto, muito reais. Duas
pessoas e não três. E, o versículo 3 de João 1, todas as coisas (o Universo)
foram feitas pela Palavra.‖ (Herbert Armstrong, Mystery of A Ages,
páginas 57)
O Criador é Único não no Sentido de Solidão mas de Soberania
Herbert Armstrong não via qualquer lógica no argumento de
muçulmanos, judeus não crentes em Yeshua e cristãos renegados de
que sendo que se o Eterno é Criador a Brit Chadashá não pode ser
verdadeira ao atribuir a Yeshua ações criadoras. Para ele essa
abordagem era fruto da ignorância e não da lógica aplicada ao texto
sagrado.
Bem, esse é um assunto vital, e demandará nossa atenção
especial enquanto incursionamos pelos meandros da doutrina da
antiga Igreja de Deus Universal. A questão fundamental é: Como
poderíamos conciliar estas declarações dos profetas em que o
Eterno afirma ter feito tudo só com as afirmações de que Yeshua fez
tudo e sem ele nada foi feito?
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Assim diz YHWH, teu Redentor, e que te formou desde o ventre:
Anochi YHWH osse kol noteh (Eu sou YHWH que
faço todas as coisas), que sozinho estendi os céus, e espraiei a terra
(quem estava comigo?).‖ Yeshayahú/Is 44:24.
―Porque assim diz YHWH,
Boré
há`shamayim hu há`Elohim yotser há`aretz (que criou os céus, o Elohim
que formou a terra), que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser
um caos, mas para ser habitada:
Ani YHWH vein od Eu
sou YHWH e não há outro .‖ Yeshayahú/Is 45:18.
Três coisas são notáveis aqui. O Eterno se apresenta como
aquele sozinho estendeu os céus, como aquele que
boré há shamaim (criou os céus) e como aquele que
yotser há aretz (criou a terra).
Os que negam Yeshua como Maschiach e a Brit Chadashá
(Novo Testamento) como revelação do verdadeiro Maschiach
supõem aqui uma prova definitiva contra ambos. Infelizmente se
pode constatar que eles vivem para o engano, para a tagiversação
e para a perversão das Escrituras. Não há contradição alguma entre
o que o Eterno fala de si mesmo através de Yeshayahú e o que a
Brit Chadashá diz a respeito de Yeshua.
Ora, Adonay diz que sozinho estendeu o céu, e indaga quem
estava com ele. Naturalmente nenhum homem estava com ele
naquele momento inicial. Embora isso não se constitua em
problema. Naquele momento especial o Maschiach ainda era um
ser espiritual, ainda não era o filho do homem. O próprio Eterno se
dirigiu a Yob falando exatamente isso. Indagando-o onde ele
estava quando lançou os fundamentos da terra, quando os filhos
de Elohim (os anjos) bradavam de júbilo.
―Agora cinge os teus lombos, como homem; porque te
perguntarei, e tu me responderás. Onde estavas tu, quando eu lançava
os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento. Quem
lhe fixou as medidas, se é que o sabes? ou quem a mediu com o
cordel? Sobre que foram firmadas as suas bases, ou quem lhe assentou
a pedra de esquina, quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e
todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?‖ Yob/Jo 38:3-7.
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Não há, pois incompatibilidade alguma entre a Brit Chadashá
e o profeta Yeshayahú. O fato de YHWH dizer que fez o mundo
sozinho não significa que ele estava desacompanhado e muito
menos que o espírito de Maschiach não estava com ele naquele
momento, ou que esse espírito não se movia ao lado do Criador
enquanto ele realizava sua obra. E ainda que ele tenha criado
através de instrumentos, entre os quais o próprio Maschiach, nem
por isso ele deixa de ser o Criador único, posto que a determinação
de criar partira dele, e demais ninguém.
É preciso que se tenha em conta que Adonay é tudo em
todos, que não existe nada e nem ninguém além dele, e que, por
conseguinte, ninguém jamais fez qualquer coisa, sem que sua ação
não tenha sido determinada, confirmada e conduzida pelo. Isso é
tornado claro já no início da criação, quando o Eterno determinou
trazer o homem a existência dizendo:
―
Vayomer Elohim (E disse Elohim):
naasse Adam betsalmenu (façamos o homem à nossa imagem),
ki`demutenu (conforme a nossa semelhança); domine ele sobre os
peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e
sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.
Ve`ybrá Elohim) é Criou, pois, Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Lendas rabínicas tem tentado em vão justificar o fato de que
Elohim disse
naasse Adam betsalmenu (façamos o
homem à nossa imagem), referindo-se a si mesmo no plural, um tal
de pluralis maiestatis pelo fato dele englobar todas as forças e
poderes do universo não obstante estar ele completamente só
naquele momento.
Não há tal exemplo nas Escrituras. O plural de majestade
jamais foi empregado por um Rei que não tivesse súditos, até por
que só pode haver malchuto (reino) onde há um rei que governa
sobre os súditos. O sentido da declaração é evidente. O Eterno
determina a alguém que está a seu lado que o homem seja feito
conforme a semelhança deles.
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Nada poderia ser mais claro do que isso. Adonay está aqui a
falar com o espírito de Maschiach, que era de acordo com a
imagem dele. Logo o sentido em que o Criador é único, o sentido
em que não há ninguém além dele não é o da ausência de outros
seres, mas o de que ele é o único que dispõe de soberania.
Adonay Cria Através de Seu Filho
É unicamente a tolice resultante do grosso véu que o Eterno
pôs sobre os olhos de parte da casa de Yehudáh que lhes induz a
imaginar que a Brit Chadashá não contenha revelação e esteja em
contradição com a Torah. O fato é que o Eterno criou juntamente
com seu Filho.
Armstrong se pronuncia sobre isso de uma forma que pode
gerar debate e controvérsia, mas que não deixa de ser interessante.
O fato de que um operário dê forma a um projeto arquitetônico,
que engenheiros, pedreiros, carpinteiros, escultores e pintores
tenham trabalhado na edificação de uma obra jamais diminuirá o
mérito de quem o planejou.
O argumento pode ser ilustrado na história de Brasília, por
exemplo. Quando consultamos a história do Palácio da Alvorada,
residência oficial do Presidente da república, veremos sempre o
mérito do maior arquiteto que o mundo já conheceu, o ilustre
Oscar Niemayer (1907 - ), que ainda trabalha aos 102 anos de
idade. Ele é o Criador da Obra. O desenho trás o seu nome, apesar
que Presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) é reputado como
construtor e que quem pôs a mão na massa foram os edificadores.
os esquecidos pedreiros, carpinteiros, eletricistas e tantos mais
cujos nomes não figuram na placa inaugural. Armstrong usa essa
mesma lógica para falar do Eterno como Criador do universo, que
ordena sua criação, de Yeshua como seu construtor ou executor do
projeto e do poder da Ruach como instrumento ou ferramenta
dessa criação. Assim como Henry Ford é o criador dos carros Ford
e os construtores eram seus operários.
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200
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Agora entendo isso, adicionando Efésios 3:9: ". . . Deus, que criou
todas as coisas através de Jesus Cristo. " Deixe-me explicar. Na primeira
semana de Janeiro de 1914, eu fui enviado por uma revista nacional de
Detroit, Michigan, para entrevistar Henry Ford para obter material para
um artigo sobre a sua nova sensacional política salarial de 5 dólares por
dia. Vi Henry Ford no prédio da administração, vestindo
um terno com gravata e colarinho branco. Então eu olhei a brisa na
fábrica gigante (a fábrina na época era em Highland Park) e eu vi, talvez
milhares dos homens em macacões, trabalhando em máquinas com a
potência fornecida pela energia elétrica.
Ford foi chamado o criador dos carros Ford. Mas ele fez os carros
por meio desses trabalhadores, que usaram o poder da eletricidade e das
máquinas. Da mesma forma, Deus é o Pai Criador. Mas ele "criou todas as
coisas por Jesus Cristo." Jesus é a palavra. Está escrito: "Ele falou, e tudo
foi feito" (Sl 33:9). Deus diz a Cristo o que fazer (João 8:28-29). Jesus
depois fala, como o trabalhador, e o Espírito Santo é o poder que
responde e faz o que Jesus ordena.‖
Assim, como podemos ler mais, em Colossenses 1, no início do
versículo 12: "Dando graças ao Pai, que tem. . . nos transportou para o
reino do seu querido Filho. . . que é a imagem do Deus invisível [mesmo
aparência,] Forma e forma e caráter. . . por ele foram criadas todas as
coisas que estão no céu, e que estão na terra, as visíveis e as invisíveis,
sejam elas tronos, sejam soberanias, sejam principados, sejam
potestades: todas as coisas foram criadas por ele e para ele, e ele é antes
de tudo, e por ele todas as coisas subsistem "(versos 12-13, 15-17).‖
(Herbert Armstrong, Mystery of A Ages, páginas 58-59)
Yeshua em Visões Não Trinitarianas
A tentativa dos beney anusim e de seus irmãos beney Efraim
crentes em Yeshua de escapar à quase universal doutrina da
trindade que crassa entre os crentes é assinalada por desvios às
vezes à direita e por vezes a esquerda. Estes devios se manifestam
sob duas formas diferentes, super estimando o papel de Yeshua em
sua relação com o Pai a ponto de eliminar sequer a distinção entre
os dois ou sub estimando essa relação a ponto de tornar Yeshua
pouco mais que um homem, apenas um profeta Messias filho de
Mirian e Yosef, alguém que não merece nem a honra dada a Moshe.
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201
Volume I – O Israelis mo Britânico
Desde o início da era da restauração inaugurada a partir de
1882 quando começaram a surgir ois primeiros ministérios judaico
messiânicos na Europa foram postuladas diversas doutrinas para
escapar ao modismo católico que a maioria dos cristãos não
conseguiu abandonar. O anti trinitarianismo é pois a resposta a um
sistema teológico que ensina que a divindade se compõe de três
pessoas coeternas, formadas por assim dizer da mesma essência,
poder e dignidade, o Pai o Filho e o Espírito Santo. Esta resposta se
divide em diferentes propostas.
O modalismo ou sabelianismo surgiu com Sabélio (- 215
DM). Ensinou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um único ser
que se manifesta de três modos diferentes. Eliminam qualquer
distinção entre Yeshua e o Pai. A dominguista Igreja pentecostal
Unida (4 milhões de membros e 500 mil no Brasil) e sabatista
Verdadeira Igreja de Jesus (3,5 milhões de membros) são os maiores
grupos.
O Ebionismo (de ebion que significa pobre em hebraico)
rejeita a natureza divina e a pré-existência de Yeshua. Crê que ele é
o grande profeta, mas filho de uma relação sexual de Yosef com
Miriam. O maior grupo é a Igreja de Deus dos Santos em Cristo,
fundada em 1886 pelo profeta William Sauders Crowdy (1847-1908)
e hoje liderada pelo Rabi Rabbi Jehu August Crowdy, Jr (1970 -).
Tem cerca de 20 mil membros. Não são crentes em Yeshua no
sentido exato do termo, embora o vejam como um grande profeta,
uma espécie de Rei sem Coroa, mas celebram as festas e o shabat,
comem kashurut e praticam e a circuncisão.
O arianismo fundado por Ário (256-336) crê na pré-existência
de Yeshua ao seu nascimento virginal, e na sua autoridade sobre
toda a criação, mas não em sua co-eternidade e iguldade com o Pai.
O Maior grupo é a Iglesia ni Cristo fundada nas Filipinas em 1914
por Felix Manalo com cerca de 9 milhões de membros seguida pelas
Testemunhas de Jeová, de Charles Taze Russel (1852-1916) que tem
7,3 milhões de membros ativos, 800 mil deles no Brasil e se
espalham por 200 países.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Além das Testemunhas de Jeová que promovem encontros
gigantescos, como o que se vê aqui, há ainda outras entidades
cristãs não trinarias como a Igreja de Deus do Sétimo Dia sediada
em Denver no Colorado. Com 125.000 membros, a Igreja de Deus
do Sétimo Dia é a segunda maior igreja sabatista não trinitária. Mas
o arianismo não é recente nos movimentos sabatistas. Tivesse a
Igreja Adventista seguido de perto o que os pioneiros ensinavam e
ela jamais teria se tornado trinitariana; pois alguns dos mais notáveis
arianos do século XIX foram justamente os fundadores da Igreja
Adventista do Sétimo Dia como James Springer White (1921-1881),
esposo da Sra. Ellen White, Uriah Simith (1832-1903) por cerca de
50 anos redator principal da Reviel and Herald, a Casa Publicadora
Adventista e Joseph Bates (1792-1872) o homem que conduziu o
adventismo à guarda do Shabat. Estes quatro famosos pioneiros do
adventismo foram anti trinitarianos convictos.
James White declarou:
"Que uma pessoa seja três pessoas, e que três pessoas sejam uma
só pessoa, é uma doutrina que nós podemos proclamar ser contrária à
razão e ao senso comum." Adventist Review, 6 de Julho de 1869
Uriah Smith declarou:
―As Escrituras em parte alguma falam de Cristo como de um
ser criado, mas claramente afirmam que Ele foi gerado pelo Pai.
(Ver comentários a Apoc. 3:14, onde demonstramos que Cristo
não é um ser criado.) Mas conquanto, como filho gerado, não
possua com o Pai uma co-eternidade de existência pretérita, o
começo da sua existência é anterior a toda a obra da criação, em
relação à qual Ele foi criador juntamente com Deus. João 1:3; Heb. 1:3.
Armstrong Populariza a a Doutrina da “Bilindade”
Herbert Armstrong, porém, preferiu criar uma quarta via de
interpretação. Ele rejeitou além da trindade que todos os três grupos
rejeitam como instituição romana e pagã, também o modalismo
unicista de Sabélio e o ebionismo do Rabbi Jehu August Crowdy.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Quanto ao ebionismo é minha opinião que ele definitivamente
não pode ser provado pela Brit Chadashá e abre o caminho para a
descrença em Yeshua, a partir do momento em que supõe
alterações grosseiras na Brit Chadashá, ainda que nem todos os
ebionitas ponham em causa a messianidade e a salvação de Adonay
oferecida através de Yeshua. Infelizmente Asmstrong rejeitou
também o arianismo seguido não só pelas testemunhas de Jeová,
mas também pela Igreja de Deus do Sétimo Dia da qual saiu. Sua
posição é que Yeshua, antes de ser Filho era o Verbo co eterno e
auto existente como o Pai, ainda que o termo Deus ou Deus não
fosse costumeiramente aplicado a ele, Armstrong cria em sua mais
plena e absoluta divindade, ou seja ele era Elohim em seu sentido
mais amplo.
―Este Logos "era um personagem distinto. Ele existiu
"desde o princípio" o mesmo Deus. Ele sempre auto-existia.
Ele existiu com Deus. E ele, também, era Deus. Ambos
coexistiram sempre.
"Todas as coisas" (noutras palavras
traduzidas como "o universo") foram feitas por ele - a Palavra o porta-voz divino.‖ (Herbert Armstrong, A Família de Deus,
Plano Para a Humanidade)
Ou seja, o ensino de Armstrong aplica ao Pai e ao Filho tudo
aquilo que os pais da igreja romana aplicaram ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo. É como se ele trocasse a trindade (três seres divinos)
pela bilindade (dois seres divinos).
―Portanto Palavra de Deus revela que Deus e a Palavra os
dois supremos Personagens-coexistiram sempre e antes de
tudo que tinha sido criado, inclusive essa terra e todo o
universo. Na citação acima, Cristo é a imagem forma- a forma
de Deus. Talvez ele vai fazer Deus mais real para você quando
você percebe que ele está na mesma forma e a forma é como
um ser humano. Mais uma prova disto é que o
dada mais tarde. Houve um tempo, portanto, quando os dois
Personagens coexistiram e nada fizeram.‖
(Herbert
Armstrong, Mystery of A Ages, páginas 56-57)
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A Doutrina da Divindade em Expansão
Mas quando você pensa que Armstrong limitará seu conceito
de divindade a duas pessoas vem a surpresa. Ele combate a trindade
não por que essa apresente três seres divinos, mas por que ela limita
a divindade a três seres. Desde logo é ncessário cautela antes de
disparar flechas contra ele e o considerar um politeísta e crente em
milhares e finalmente em milhões de deuses.
Essa cautela é necessária para que ele não seja censurado mais
do que merece, ainda que nesse particular sua visão esteja
equivocada. Ele começa pois por reprovar a doutrina da trindade
dizendo que as Escrituras fazem referência apenas a dois seres. Mas
logo muda o rumo da coisa perguntando se a divindade se resume a
apenas duas pessoas e responde que não, que o objetivo final de
Elohim é ter uma grande família, o que ele chamara de God`s Family.
―Nenhuma terceira pessoa é mencionado- Espírito não ". ''É
então Deus , limitado a apenas duas pessoas? O falso ensino da
Trindade limita Deus a três Pessoas. Mas Deus é não é limitado.
Como Deus revela repetidamente, o seu propósito é reproduzir-se
naquilo que bem poderá tornar-se bilhões de pessoas a Deus. É
falso o ensino da Trindade.‖ (Herbert Armstrong, Mystery of A Ages,
páginas 60)
O armstronguismo afirma, pois, que Elohim se compõe de uma
família, sendo uma unidade composta de Pai e Filho. Yeshua seria o
Elohim Filho, que se despojou de sua natureza de Elohim, vestiu-se
com o manto da humanidade pecaminosa e depois da sua
ressurreição voltou a assumir sua posição na família de Elohim como
ser elevado. Claro que Armstrong encontra dificuldades para
entender Yochanan ao dizer que a Davar (Palavra) existia desde o
princípio e que ela era Elohim. O problema é que ele define Elohim a
partir do conceito anglo-saxônico de que God, (Deus) sempre se
refira ao ser supremo. Ele intenta resolver o dilema surgido da
declaração do Eterno:
Ani YHWH ve`eyn
od zulatiy ein Elohim. (Eu sou YHWH e nenhum outro, e fora de mim
não há Elohim).‖ Yeshayahú 45:7.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Daí imagina como seus demais irmãos cristãos que se Yeshua
é classificado como Elohim na Brit Chadashá, isso só pode significar
que ele seja o segundo membro de uma família de seres ―divinos‖.
Armstrong não quer que sua doutrina se pareça pagã, e por isso diz
que a divindade não se resume a mera trindade, que essa seria
muito pequena para conter a enorme ―família divina‖ que está em
constante aumento.
E tudo isso começa com uma leitura equivoca da palavra
Elohim empregada por Yochanan ao falar da davar ou palavra que
representa Yeshua. Ora, é um fato de que não existe nada além de
Elohim e que um dia os atributos do Eterno se manifestarão em nós
na medida certa em que uma criatura os pode suportar, mas isso
não significa que Elohim seja uma família de seres. Isso quebraria o
princípio mais elevado das Escrituras, a unicidade de Yah.
O Sentido Bíblico da Palavra Elohim “Traduzida” por “Deus”
Antes de mais nada gostaria de recordar que o inglês ―Deus‖, o
alemão ―gott‖, o latino ―dei‖, o italiano ―dio‖, o espanhol ―dios‖ ou o
português ―deus‖ não são palavras puras, todas elas derivam de
palavras pagãs usadas pelos idólatras para cultuarem suas
―divindades‖. O mesmo se refere a imunda palavra Teos usada nas
versões gregas da Bíblia. Oramos para que em breve o povo de
Elohim, sendo iluminado pelo conhecimento não as empregue mais
atendendo a um dos 613 mandamentos da Torah. Esse assunto virá
a ser tratado no capítulo titulado Sabatismo Exclusivista.
Armstrong, porém, ignorou em primeiro lugar que nas
Escrituras hebraicas, o termo Elohim, plural de El (poder) significa
poderes e é frequentemente usada em relação ao Criador, Ele o
Bendito, é quem forma e unifica todas as forças. Em segundo ele
ignorou que essa palavra tanto se aplica ao Rei do Universo de onde
emanam todos os poderes, como aos anjos bons e maus os quais
recebem autoridade para abençoar e amaldiçoar da parte do
Criador.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Se ele tivesse se apercebido disso, ter-se-ia convencido que a
palavra pagã Deus, empregada na versão King James, é usada
também em relação a seres criados e não somente ao TodoPoderoso. Na verdade, o sentido de Elohim é dado pelo contexto,
ela pode se referir sim ao Todo-Poderoso, que é o caso mais
frequente, mas também pode se referir aos anjos, tanto bons como
maus, a um homem profundamente abençoado.
Sabemos que o homem foi feito
me´at me´elohim
(menor que os anjos) Tehilim/Sl 8:5. Onde se vê que Elohim é uma
palavra que se aplica a anjos, e na brit chadashá, vemos que para
Shaul, Satan, o anjo mau, é o Elohim deste mundo, (2 Coríntios 4:4),
pois ele não pode exercer nenhum poder a menos que lhe seja dado
por Elohim.
Os visinhos de Avraham o chamam de
adony
nisi Elohim ou nosso príncipe Elohim (Bereishit/Gn 23:6), não por
que o adoravam, mas por que o tinham em conta de que ele
mantinha intima comunhão com a fonte de todos os poderes, que
sua autoridade derivava de Elohim e que sua natureza se relacionava
com o Arquiteto e Criador de todas as coisas.
O Eterno constituiu a Moshe como
Elohim Le Faro
ou Elohim para Faraó (Shemot/Ex 7:1). Não por que lhe tinha
tornado membro de uma ―bilindade‖ e muito menos de uma
trindade, mas porque havia-lhe concedido poderes extraordinários
para operar diante de Faro.
Quando um homem decide permanecer escravo, Moshe
determina:
vê`higyshu adonayv el há elohim (e
trarão este homem diante dos Elohim ou juízes). Shemot/Ex 21:6.
Mas talvez nada seja mais claro para evidenciar o amplo uso da
palavra Elohim na Bíblia Hebraica do que a declaração de David:
´Ani ´amarti elohim atem (eu disse vós sois Elohim).
Tehilim/Sl 82:6. Somos filhos do Altíssimo, e participando de sua
natureza recebemos parte de seus atributos e poderes, sendo por
isso chamados de Elohim.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
É exatamente nesse sentido que a palavra Elohim é aplicada
em relação a Yeshua. Acima de todos os homens, o Maschiach
recebeu poderes de seu Pai. Assim como Filho de Elohim, e não
como Elohim Filho ele é chamado Elohim. Mas ele é chamado de
filho para que se tenha em conta que como um filho é sempre
alguém menor, mais jovem, que recebe proteção, ajuda e dom de
seu Pai. Yeshua é não apenas herdeiro da vida de seu Pai, mas
também seu receptor.
―Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também
ao Filho ter a vida em si mesmo.‖ Yochanan/Jo. 5:26.
Avançar, além disso, supor que o Messias possuía vida
inerente, não derivada de ninguém, como Armstrong afirmou ao
dizer: “Ele sempre auto-existia”, é ir além do que ele mesmo
declarou, e mais do que isso, é criar um Messias à imagem e
semelhança de nossos gostos e inclinações e recusar o testemunho
do Messias de Israel. É certo que Yeshua tem uma origem e
formação que o distingue de todos os homens que são gerados
através da relação sexual de seus progenitores. Yeshua veio ao
mundo para proclamar o decreto de que fora gerado pelo Eterno.
Sua geração especial, diferenciadora e não sexual é uma
necessidade messiânica, um produto da palavra, e não de fantasias
pagãs como críticos desprezadores da palavra tem sugerido.
―Por que se amotinam as nações, e os povos tramam em vão? Os reis da
terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram
AL YHWH
vê`AL Meshiychú (contra YHWH e contra o seu Ungido), dizendo: Rompamos as
suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas. Aquele que está sentado nos
céus se rirá; YHWH zombará deles. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os
confundirá, dizendo: Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo
monte.
Asafera el chok (falarei do decreto do Senhor); ele me
disse:
bnei atá ani hayom yelidetichá (Tu és meu Filho,
hoje te gerei). Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades
da terra por possessão. Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os
despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes;
deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos
com tremor.
Nashku Bar (Beijai o Filho), para que não se ire, e pereçais
no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos
aqueles que nele confiam.‖ Tehilim/Sl 2.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A Subordinação, Dependência e Procedência de Yeshua
Yeshua não é auto existente. Sua vida eterna, abundante, vida
em si mesmo foi lhe dada pelo Pai, o que o coloca acima dos
homens e mesmo de anjos e querubins, mas certamente abaixo do
Eterno. Consciente disso, Shaul há Shaliach não põe Yeshua ao nível
dos demais homens, seus irmãos, e prefere dizer que:
―Elohim o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é
sobre todo o nome.‖ (Filipenses 2:9)
E isso inclui mesmo as potestades celestiais, pois ele foi ―feito
tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente
nome do que eles.‖ Ivrim/Hb 1:4. Como o mais perfeito e elevado
dos seres, Yeshua teve também um privilégio acima de todos os
outros, ser sua primeira criatura, razão pela qual Ele mesmo se
apresenta como ―o princípio da criação de Elohim,‖ (Apocalise 3:14)
ou seja, Yeshua é o início da obra geradora de vida de seu Pai. Ao
definir o conceito de que Yeshua é co eterno com o Pai, ele se
distancia terminantemente do arianismo para se aproximar da
trindade, mas como provinha de uma igreja não trinitária, estava
convencido que acreditar em três deuses é coisa de pagão.
Assim, apesar de Armstrong dar um claro colorido anti
trinitário à sua doutrina sobre o Pai e o Filho, infelizmente ele adere
ao binitarianismo, segundo o qual o Eterno e seu filho co existem
por toda a eternidade numa unidade que ele opta por chamar de
―família divina‖.
Bem, a doutrina fica maquiada, se distancia dos conceitos
pagãos mais comuns, que envolvem a crença na trindade romana
composta de três seres supremos; Júpiter, Juno e Minerva. Mas isso
ainda o mantém distante do conceito bíblico-judaico dado no
Adonay Echad. Yah não é uma família de Elohim, é o ser supremo
que concede poderes a quem Ele quer, e que por causa disso
amiúdo chama os homens de Elohim, pois esse é o sentido da
palavra: poderes.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Já vimos que Yeshua não era soberano, mas que o Pai o
exaltou soberanamente (Filipenses 2:9). E o que estamos dizendo é
exatamente aquilo que Yeshua disse de si mesmo:
―E, chegando-se Yeshua, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o
poder no céu e na terra.‖ Yochanam/Jo. 28:28.
Infelizmente, Armstrong ignorou estes fatos. O velho caudilho,
apesar de revelar sabedoria em muitos aspectos, não recebeu do Pai
conhecimento nesse ponto. Sua saída foi criar o que ele chamava de
―God`s family‖ (família de Deus), e ao fazer isso, abriu espaço para
que de forma indireta a doutrina da unicidade de Elohim terminasse
quase tão comprometida como a dos católicos e demais
protestantes.
Afinal de contas, se Elohim é uma família, e a trindade é uma
palavra muito estreita para definir essa família que por enquanto
inclui ao Pai e seu Filho co-eterno, mas no futuro há de incluir
também à ―igreja‖, então logo, está desfeita a unidade do Adonay
Echad (O Eterno é um).
Reconhecemos o progresso de Armstrong ao ensinar que a
ruach Elohim (espírito de Elohim), não é um ser aparte do Eterno e
de seu filho, como Roma ensina, da mesma forma como a ruach
Adam (espírito do homem), não é um ser aparte do homem.
E se o homem e seu espírito não fazem uma dualidade é claro
que Elohim e seu espírito tampouco fazem uma bilindade assim
como o Pai, o filho e os espíritos de ambos não fazem uma
quatrindade.
Mas é nosso dever apontar o fato de que transformar a
unicidade de Elohim numa grande família, é remendo novo em
panos velhos. Isso se opõe tanto ao ensino de Yeshua de que a vida
eterna consiste em reconhecer ao Pai como único Elohim
verdadeiro, bem como a emuná apostólica de que há um unico
Elohim, o Pai de Yeshua.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Ora, o texto aramaico da brit chadashá é claro:
Haleyn enun deyn chaye dal`alam
dnedunach anat elahá
d`sherará balchudeychá v`man d`shadart
Yeshua Meshichá.
―E a vida eterna é esta:
que te conheçam, somente a ti único Elohim verdadeiro,
e a quem enviaste
Yeshua Meshicha (Messias).‖
Yochanan 17:3.
Por conta dessa declaração, Shaul, de abençoada memória faz
sua inegociável confissão de unicidade de Elohim e abençoa a
Adonay o Elohim único de onde deriva todo o poder por nos ter
dado Yeshua. Há um só Elohim, o Pai. Isso é Conclusivo.
―Porque, ainda que haja também alguns que se chamem elohim
(seres poderosos ou deuses), quer no céu quer na terra ( como há muitos
elohim e muitos senhores ), todavia para nós há um só Elohim, o Pai, de
quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Adon, Yeshua há
Maschiach, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.‖ I Coríntios 8:5-6.
―Bendito seja o Elohim e Pai de nosso Adon Yeshua há Maschiach,
o Pai das misericórdias e o Elohim de toda a consolação.‖ II Coríntios 1:3
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Volume I – O Israelis mo Britânico
IX Pós Destinação e Salvação Depois da
Ressurreição
Segundo o arminianismo evangélico proposto por John
Wesley (1703-1791), fundador do metodismo, Elohim prevendo que
todos os homens pecariam e que como pecadores se tornariam
escravos do mal e sujeitos às agências de Satan decidiu conceder
graça a uma parte da humanidade. Esta dádiva seria responsável
pela pré-emancipação de todos aqueles que o Eterno previu que
creriam nas boas novas pela graça preveniente e perseverariam na fé
pela graça proveniente.
A doutrina de Wesley diverge a de seu antecessor Jacob
Harmenszoon ( 1560-1609) mais conhecido como James Arminius
ou simplesmente Arminioque dava ao homem mais poder do que
esse realmente possui. Para Wesley a depravação é total, mas em
contrapartida, o Criador para mostrar seu amor universal concede a
todos uma pré-emancipação da vontade que lhes permite responder
ao chamado de forma livre e responsável.
Nenhum mérito humano estaria envolvido na questão da
predestinação. O Eterno sabendo que ninguém jamais creria decidiu
livremente e não movido por nada que não seja o seu amor redimir
alguns. Mas eis que surge uma condicionante na hora dessa escolha.
O Eterno saberia quem seria capaz de crer e permanecer crendo até
ao fim, e a estes decidiu escolher.
Ou seja, não há lugar para o livre arbítrio do homem natural
no esquema de Wesley. A livre escolha do homem é o resultado da
libertação super natural produzida nele pelo espírito santo. Por isso
a doutrina wesleyana defendia mais tarde pelo professor e filósofo
Charles Finney seu principal herdeiro, é chamada de arminianismo
evangélico. A Elohim cabe a glória por libertar o homem.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O esquema tem lugar para a doutrina da regeneração supernatural e para a perseverança do crente até ao fim, de forma que
todos e cada um dos eleitos se há se de salvar. O problema é que
Charles Finney (1792-1875), do Oberlin College tal como Wesley
atribuem um certo mérito ao homem, ainda que não ao homem
natural, que é o mérito do desejo super naturalmente restaurado
O sistema por eles batizado de arminianismo evangélico não
falha em dar ao crente a plena e absoluta certeza da salvação.
Finney deixa claro que todos os eleitos serão salvos, e que a
perdição de qualquer um deles é absoltamente impossível.
O problema de Finney é supor que essa eleição considera o
desejo das criaturas de serem salvos, e não apenas o desejo do
Criador. Por mais evangélica que a doutrina se pareça ainda assim
ela dá ao homem um lugar de destaque no plano da salvação, mais
destaque do que ele merece. De forma que não se pode dizer como
no esquema defendido por outro Charles, o pregador batista
londrino Charles Hadon Spurgeon: ―Toda a obra é do Senhor.‖
Na hora de predestinar quem seria salvo e quem seria deixado
fora dessa salvação o Criador teria consultado de forma presciente o
uso que homens libertos do pecado viriam a fazer da sua libertação.
Os que desejariam ser eternamente livres permanecendo na graça
seriam os eleitos. Isso é pós-destinação, não é predestinação.
Pode-se dizer que Wesley de fato melhorou a doutrina de
Arminius, que a tornou ―mais evangélica‖, mas esse é o problema.
Um erro melhorado ainda é um erro. Uma parte pelo menos é do
homem, o desejo de ser salvo, e de permanecer sendo salvo. Essa é
a parte fundamental no esquema de Wesley. Os que uma vez
libertos desejam são eleitos antes da fundação do mundo. O
problema é que Não pode haver predestinação onde o Criador
consulta a vontade do Criador. Se a vontade for previamente
consultada antes que o Eterno tome sua decisão ele não está
predestinando, está pós-destinando. O destino nesse caso não é
fixado por Elohim, mas peo Criador.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Spurgeon que pregou no Metropolitan Tabernacle, um espaço
para 12.000 ouvintes e deve ter falado para um milhão e cem mil
pessoas deixou sempre claro que o mérito pela redenção do homem
não pode ser dividido entre Elohim e o Criador a menos que se
blasfeme contra a graça livre, irresistível e soberana. O homem que
pregou no Crystal Palace para exatos 23.654 pessoas jamais deixou
de proclamar a abso-luta depravação do homem ao lado da
absoluta soberania e irresistível poder da graça. Por essa razão
declarava não só que o homem é incapaz de caminhar para a graça
e de nela permanecer como que o Criador onipotente tem
autoridade para dar graça abundante ao maior dos pecadores.
Mas se o arminianismo evangélico ofende a graça e reduz seus
méritos por que deixa no homem espaço para a decisão acerca de
seu destino eterno, quão mais ofensivo é o esquema onde o homem
é o árbitro e mantenedor de sua salvação e que Eterno se limita a
respeitar sua vontade?
Que dizer daqueles que dizem que o Eterno predestinou
apenas os meios para a salvação como o envio de seu filho e
chamado universal, sem ter predestinado a ninguém em particular?
E mais ainda, que dizer daqueles que afirmam que a predestinação
destes meios se divide em duas fazes e que uns são predestinados
para serem chamados agora e outros depois da ressurreição? Essa é
justamente a mensagem proclamada por Armstrong.
Conversão e Salvação na Ressurreição é Possível?
Uma faceta curiosa da visão de Herbert Armstrong diz respeito
à salvação, pois apesar das Escrituras dizerem claramente que
depois da morte segue-se o juízo, ele ensinava que a ressurreição
trazida por Yeshua ao início do reino milenar, revelará a surpresa de
que nossos antepassados, tanto efraimitas como judeus que
morreram sem crer em toda a verdade, não estão nem salvos e nem
perdidos, simplesmente morreram sem serem chamados e serão
chamados e salvos durante a era messiânica.iv
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"Deus acabará por salvar a maioria da humanidade, depois do
regresso de Cristo - não agora." "Todo ser humano que viveu sempre
terá uma oportunidade de receber a salvação, para a maioria das pessoas
este tempo virá depois de ter vivido toda a sua vida, ter morrido e ser
trazidos de volta à vida em uma futura ressurreição." Herbert Armstrong.
Preestinação! Doutrina Bíblica?
É preciso que se diga que Armstrong está certo quando diz
que Adonay acabará por salvar a maior parte da humanidade no que
se refere aqueles que viverem a última era e sobreviverem ao
conflito contra Israel e a cidade santa. Mas não quando se refere ao
tempo dessa salvação.
De fato, sabemos que embora o número dos perdidos seja
como a areia do mar, o número dos salvos é numeroso como o pó
da terra. Isso foi tornado claro a Avraham, a descendência bendita é
tão abundante como o pó de nosso solo. Contudo, dizer que as
pessoas não salvas agora é o fruto claro da incapacidade humana de
entender a soberania da chesed ou misericórdia do Pai Eterno. Essa
graça pela qual somos salvos se levanta acima de nossa
incompreensão e nos redime não por que o conheçamos, mas por
que ele nos conhece.
Podemos sim, concordar que alguns dos salvos vão a Yeshua
agora e que outros redimidos pela mesma graça estão reservados
para irem a ele no dia da ressurreição clamando: ―Que feridas são
estas nas tuas mãos,‖ e recebendo como resposta do grande mestre:
―São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos.‖ São
pessoas tementes que procuraram servir ao Criador, mas ignoravam
que ele as salva por méritos alheios.
Mas isso, de forma alguma significa que é o homem que
decide o momento dessa ida ao Maschiach. Essa decisão é do Pai e
não dele. Ora, Yeshua ensinou que ninguém pode ir a ele por si
mesmo. Ir ao Maschiach não é, portanto uma questão de tempo,
mas de operação do poder invencível do Pai que traz os homens a
ele. Verdade é que o Pai poderia ressuscitar homens que partiram
sem o chamado, mas não parece haver sinal disso nas Escrituras.
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O que Yeshua diz é que não podemos ir a ele a não ser
trazidos pelo Pai. ―Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou
o não o trouxer, e eu o ressuscitarei no último dia.‖ Yochanan/Jo.
6:44. É bom que se diga que o homem não vai a Yeshua por que não
quer e não quer por que não pode ir. Ele de fato jamais irá à fonte
da vida a menos que seja trazido pelo Pai Eterno.
A ressurreição que resultará na vida abundante e incessante do
corpo é, pois, um ato que se segue à redenção do pecador pela
graça do Pai que o justifica em virtude dos méritos de Yeshua. Os
que hoje crêem, porém, obtém pela ruach a certeza de que suas
almas são vivificadas e salvas para sempre e que em hipótese
alguma podem vir a se desviar a ponto de serem condenadas à
morte eterna.
Porém, uma vez que só Eterno Pai Onipotente leva os homens
a Yeshua, não são os homens que vão a ele movidos pela mera força
de seu livre arbítrio. Assim, embora também creia que a maior parte
da humanidade será salva, não penso que seja necessário o milênio
e a ressurreição para que isso aconteça.
Noutras palavras, homem algum é salvo após a ressurreição,
mas ressuscita por que é salvo e para descobrir como essa salvação
lhe veio à alma. Ora, supor que o Onipotente precise outro tempo
para salvar quem quer que seja, ou que a predestinação é apenas
para determinar quem é chamado agora, é um expediente para
louvar exaltar a glória do livre-arbítrio.Isso apenas serve à causa da
exaltação do mérito e poder de criaturas inúteis, em detrimento da
soberania de Yah. As Escrituras põem de manifesto que só há um rei
em todo o universo, que ele reina só e de forma livre e soberana
sem compartir com ninguém nem a sua soberania e nem a glória.
Não há nada que os homens decidam que não seja o resultado de
sua ação sobre a alma. No que se relaciona a salvação Ele é
Onipotente, e quando as almas descem ao olam haze, que é esse
nosso mundo da ação, elas vêm para desenvolver o que acerca delas
estava determinado. Nesse particular vale ressaltar de novo o que
Yeshua ensina:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Todo aquele que o Pai me dá, esse virá à mim, e o que vem a
mim de maneira nenhuma eu o lançarei fora.‖ Yochanan/Jo. 6:37).
Armstrong, portanto falhou como evangelista, ou seja, como
proclamador da bessorat, as boas novas de que somos salvos por
um ato soberano de Yah, e não por nossas próprias ações e que Yah
não precisa nos dar uma segunda oportunidade, pois o dia da
salvação é hoje aqui e agora.
A verdade das Escrituras é que ninguém será salvo após a
ressurreição, mas ressuscitará salvo de acordo com o propósito
revelado no dia de hoje. A hora é agora, a redenção é hoje.
―(Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável E socorri-te no dia da
salvação; Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da
salvação)‖ II Coríntios 6:2
A Doutrina da Predestinação de Herbert Armstrong
Armstrong diz que no inicio do milênio, os milhões que nunca
ouviram a mensagem de Yeshua através da ―Igreja de Deus
Universal‖, que teria sido fundada por Yeshua e não por ele, terão
sua primeira chance e poderão se salvar. Segundo ele, não seria
justo que o Criador não desse a eles a oportunidade que não
tiveram por terem nascido num país pagão. Elohim quer salvar todos
os homens, e para provar isso chama, após a ressurreição aqueles
que não foram chamados antes de sua morte.
Claro que a partir daí ele desenvolve o mais estranho
pensamento de predestinação jamais visto. Segundo ele, ninguém
foi predestinado para ser salvo ou para se perder. Tudo isso está no
livre arbítrio do homem, exatamente como a maioria dos crentes
sabatistas que acredita sinceramente que a boa intenção do Criador
pode e é vencida pela soberania do livre arbítrio da criatura, e é
claro, mesmo no milênio o homem ainda poderá dizer não. Isso
tornaria o Criador apenas Potente, a espera que o homem o
ajudasse a fazer a grande obra, mas jamais onipotente.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Armstrong insiste que o Pai teria simplesmente predestinado
alguns para o chamado nesse tempo, denominado por ele de ―era
do diabo,‖ quando ele tem poder para cegar as mentes, e outros
teriam sido predestinados para serem chamados depois, na ―era do
Messias‖, quando o maligno estará amarrado e incapacitado para
continuar a cegar as mentes.
Claro que isso não é bíblico. A predestinação não é para o
chamado, mas para a salvação. Os que foram conhecidos foram
predestinados, os predestinados foram chamados, os chamados
foram justificados e os justificados foram glorificados. Toda a obra
de Elohim foi determinada e é descrita como se estivesse pronta e
acabada.
Armstrong diz que nem todos são chamados nessa era, que a
maioria foi reservada para ser chamada mais tarde, ou seja, depois
da ressurreição. Sim, pode haver salvos a quem as boas novas não
lhe são reveladas agora, mas isso não significa que eles ressuscitarão
para decidir se eles se salvarão ou não. A redenção acontece agora,
pelos méritos de Yeshua e é dada a todos os que são eleitos, quer
conheçam ou não esse chamado. Não há a mínima evidência de que
alguma vez pessoas que partem desse mundo, nem salvas e nem
perdidas tenham uma oportunidade vindoura.
―E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o
bem daqueles que amam a Elohim, daqueles que são chamados segundo
o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou
para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também
chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que
justificou a estes também glorificou.‖ Romanos 8:28-30.
São chamados os que Elohim conheceu antecipadamente e os
predestinou para serem conformes à imagem de seu filho. Não
haverá no Olam Rabá (mundo vindouro) aqueles que serão
conformes à imagem de seu filho, e aqueles que serão diferentes
dele. Portanto, a predestinação objetiva, a glorificação final e a
conformação de nossa natureza à natureza do Maschiach.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Não fomos eleitos para ouvir o chamado, e responder
segundo nos pareça em nosso livre-arbítrio. Tal doutrina despoja o
Soberano de sua glória e o torna um servo de nossa frágil e
revoltosa vontade.
A Redenção não Depende de Nosso Querer
Nossa vontade frágil e pusilâmine, jamais poderia promover a
doutrina da certeza da salvação nos moldes como era proclamada
pelos shalichim (enviados de Yeshua), que transmitiam a seus
talmidim (discípulos). Esta certeza era a de que não só a boa obra
começada neles seria terminada, mas também que o Eterno é
poderoso para guardar de tropeço e apresentar a cada um dos filhos
de seu povo irrepreensíveis diante de sua kvod. E isso acontecerá
não por que eles querem, mas por que ele o quer. E por que
querendo ele, ninguém o pode impedir. É por isso que acreditamos
firmemente que a obra de nossa redenção não ficará inacabada, mas
será eficientemente concluída. A razão é simples, salvação é obra do
Criador, não da Criatura. É obra de Elohim somente e não de uma
associação entre Criador e criatura. Salvação é pois uma certeza, não
uma possibilidade.
―Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a
boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Yeshua há Maschiach.‖ Filipenses
1:6.
―Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e
apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,‖
Yehudah 1:24
E esta mensagem que os shalichim proclamavam não era
novidade em sua doutrina. Muito antes Yeshua Rabeinú tinha
deixado suficientemente claro, não só que todos os que o Pai lhe dá
virão a ele, e indo a ele de forma alguma seriam lançados fora, como
também que nenhum deles pereceria, mas seriam guardados pelas
mãos do Onipotente que não falha em seus projetos e nem erra em
seus resultados.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de
maneira nenhuma o lançarei fora.‖ Yochanan/Jo 6:37
―As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas
me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém
as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que
todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.‖ Yochanan
10:27-29.
Fomos Individualmente Escolhidos Para a Salvação
Fora com a heresia de que o Eterno escolheu apenas aqueles a
quem ofereceria a salvação. A doutrina bíblica que infelizmente não
é ainda a doutrina da maioria das herdeiras do Armstronguismo é
que no princípio Elohim nos escolheu para a salvação. Não fomos
escolhidos meramente para ouvir o chamado para a salvação, até
por que o chamado de Elohim é eficaz e opera de maneira
irresistível sobre aqueles que são objeto da escolha. Além disso o
Eterno não predestinou um chamado para chegar ao ouvido de
todos, mas predestinou a pessoas que ouvirão o chamado e serão
infalivelmente salvas.
―Mas devemos sempre dar graças a Elohim por vós, irmãos
amados de Adonay, por vos ter Elohim elegido desde o princípio para a
salvação, em santificação da ruach (espírito) e emuná (fé) da verdade.‖ II
Tessalonicenses 2:13
Elohim é que Opera o Querer do Homem
Da mesma forma somos obrigados a dizer: fora com a
blasfêmia de que a salvação depende do arbítrio do homem e não
da soberania de Hashem. Que um homem pode estar a caminho do
paraíso hoje e a caminho do sheol amanhã. Rendamos toda a kevod
por nossa redenção unicamente aquele que é não só o autor, mas
também o consumador de nossa fé. Verdade é que somos exortados
a operar nossa salvação com temor e tremor, (Filipenses 2:12), mas
só fazemos isso por que Elohim no fez querer e nos fez atuar.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Porque Elohim é o que opera em vós tanto o querer como o
efetuar, segundo a sua boa vontade.‖ ―Filipenses 2:13
Nem mesmo essa maravilhosa operação pela qual a boa obra
se inicia nos santos para terminar gloriosamente no dia de poder de
Maschiach resulta de suas escolhas ou de sua vontade, pelo
contrário foram eles escolhidos antes que o universo existisse,
escolhidos não para serem meramente chamados, mas para serem
filhos de adoção. Isso não resulta da auto-determinação de um
suposto livre arbítrio da criatura, mas da liberdade do Criador.
―Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo,
para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos
predestinou para filhos de adoção por Yeshua há Maschiach, para si
mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.‖ Efésios 1:4-5.
A Escolha de Elohim é Livre e Soberana
Não há espaço nas Escrituras para o sistema desenvolvido por
Armstrong. A salvação é um ato soberano da graça daquele que
com justiça poderia condenar a todos e a cada um dos homens
cujas naturezas vendidas ao pecado e adversas ao bem se recusam a
servir-lhe com toda a sua força, alma e entendimento. O Criador não
tem obrigação para com a Criatura. Ele salva a quem ele quer. Está
escrito que ele livremente amou a Yakov e odiou a Esav, e que nem
a escolha que o levou a amar, e nem a rejeição que o levou a odiar
dependeram dos méritos de Yakov ou dos deméritos de Easav, pois
nenhum dos meninos sequer tinha nascido para que pudessem ter a
seu favor qualquer mérito ou contra si qualquer demérito. E o que é
verdade em relação a Yakov o é também em relação a seus
descendentes salvos só por graça.v
―E não somente esta, mas também Rivika, quando concebeu de
um, de Ytzchak, nosso pai; porque, não tendo eles ainda nascido, nem
tendo feito bem ou mal ( para que o propósito de Elohim, segundo a
eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que
chama ), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito:
Amei a Jacó, e odiei a Esaú.‖ Romanos 9:10-13.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Rebeldes por própria natureza, os homens enquanto não
forem guiados pela ruach, considerarão que não pode haver justiça
num Criador que toma uma parte de sua obra e a torna objeto de
seu amor eterno e toma outra parte e a converte em objeto de sua
perpétua ira. Tendo em conta essa objeção do coração natural,
Shaul se antecipa declarando que a salvação não é um ato de justiça,
mas de misericórdia de quem não está obrigado a ser
misericordioso. Deve ser claro a todos que a única coisa que a alma
que pecou merece é a morte, a eterna separação da fonte da vida.
A redenção do homem tem de envolver outro atributo, a
soberania da graça dee Adonay que ele manifesta a quem ele quer.
Por conta disso Shaul afirma:
―Que diremos pois? que há injustiça da parte de Elohim? De
maneira nenhuma. Pois diz a Moshe: Compadecer-me-ei de quem me
compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim,
pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Elohim,
que se compadece.‖ Romanos 9:14-16.
A Seita Judaica dos Essênios e Predestinação
A doutrina da sonerania irrestrita de Elohim, a doutrina que
apresenta um Rei em seu trono é uma verdade dura e impopular
que alimenta debates a mais de 2000 anos. Muitos a consideram
apenas uma invenção de Calvino e de Lutero, uma paixão de Charles
Hadon Spurgeon e nada mais. No entanto, a doutrina precede ao
próprio Shaul que a expôs magistralmente. Muito tempo antes de
Shaul há Shaliach surgir no cenário religioso judaico os essênios já
ensinavam que o Eterno controla todas as coisas. Inúmeros
documentos da biblioteca de Qunram provam isso de maneira
indiscutível.
Para eles as mãos do Criador traçaram o destino de todos os
homens ainda que a isso se opusessem as principais escolas dos
perushim (fariseus), e ainda mais ferrenhamente os tsadokim
(saduceus) como claramente nos é relatado por Yosef (Josefo).
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Os fariseus atribuem certas coisas ao destino, porém nem todas, e
crêem que as outras dependem de nossa liberdade, de sorte que
podemos realizá-las ou não. Os essênios afirmam que tudo geralmente
depende do destino e que nada nos acontece que ele não determine.‖
(Flavio Josefo, História dos Hebreus, CPAD, Capítulo IX, Parágrafo, 520).
―Os essênios, a terceira seita, atribuem e entregam todas as coisas,
sem exceção, à providência de Deus.‖ (Flavio Josefo, História dos
Hebreus, CPAD, Capítulo II, Parágrafo, 520).
Nos salmos essênios se pode ler a comprovação do que Flavo
Josefo escreveu:
―Eu sou pó e cinza,que posso projetar, se tu não o desejas?Que
posso maquinar sem teu consentimento? Como posso ser forte, se tu não
me estabeleces. Como posso ser instruído se tu não me modelas? Que
posso eu dizer, se tu não abres a minha boca?E com responder se tu não
me ensinas? Eis que tu és príncipe de Elohim e rei dos gloriosos, Adonay
de todo o espírito dono de toda a criatura. Sem tua vontade nada se faz
e nada é conhecido sem teu querer. Ninguém existe fora de Ti.‖ (Textos
de Qunram, Florentino Gacias Martinez, Editora Vozes, Petrópolis, 1995,
pág. 396).
Essa é a essência da doutrina de Qunram. Ninguém existe fora
do Criador. Logo ninguém pode fazer nada que não esteja sob seu
controle, sob a jurisdição de sua soberania e por conseguinte sob
sua administração. Logo ninguém faz nada fora dele, sem a sua
direção. Não há dúvidas, os essênios criam firmemente na dupla
predestinação, tanto daqueles que são chamados à bemaventurança eterna como daqueles que são entregues à perdição
perpétua. Diferentemente dos fariseus que acreditavam que o
homem escrevia seu destino com a cooperação de Elohim, eles
atribuíam todos os acontecimentos à soberania do Rei do Universo.
Logo dizer que a crença que Elohim decretou todas as coisas, e
que nada sucede aparte de seu desígnio é uma doutrina estranha ao
judaísmo, que foi desenvolvida por Shaul e mais tarde por
Agostinho como fruto da cultura grega é uma deturpação dos fatos
históricos e revela grande desconhecimento.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Muito tempo antes dos reformadores sistematizarem a
doutrina da predestinação entre os cristãos, os essênios já o haviam
feito entre os judeus.
―Do Elohim do conhecimento provém tudo o que há e tudo o que
será. Antes que existissem fixou todos os seus planos e quando existem
completam as suas obras de acordo com suas instruções, segundo seu
plano glorioso e sem mudar em nada. ... Do manancial da luz provêm as
gerações da verdade, e da fonte das trevas as gerações da falsidade. Na
mão do Príncipe da luz está o domínio sobre todos os filhos da justiça;
eles andam por caminhos de luz. E na mão do Anjo das Trevas está o
domínio sobre os filhos da falsidade; eles andam por caminhos de trevas.
Por causa do anjo das trevas se extraviam todos os filhos da justiça, e
todos os seus pecados, suas iniqüidades, suas faltas e suas obras
rebeldes estão sob seu domínio de acordo com os mistérios de Elohim,
até seu tempo; e todos os seus castigos e seus momentos de aflição são
causados pelo domínio de sua hostilidade; e todos os espíritos de seu
lote fazem cair os filhos da luz. Porém o Elohim de Israel e o anjo de sua
verdade ajudam todos os filhos da luz.‖ Textos de Qunram, Florentino
Gacias Martinez, Editora Vozes, Petrópolis, 1995, pág. 49.
Para eles tudo o que o homem faz já está predestinado e que
ao lado das almas predestinadas à bem-aventurança eterna
estavam às ímpias criadas para o tempo da cólera e predestinados
desde o ventre para a destruição. Isso é recorrente nos manuscritos
de Qunram.
―Porém eu, eu fiquei sabendo graças à tua inteligência, que não
por mão de carne é dirigido o caminho do homem, nem pode o ser
humano estabelecer seus passos, Eu sei que todo o espírito é formado
por tua mão, e todo o seu labor tu os estabeleceste antes mesmo de
criá-lo. Como poderá alguém alterar tuas palavras? Tu, somente tu,
criastes o justo, para ele estabeleceste desde o ventre o tempo do teu
favor, para que observe a tua aliança e ande por todos os teus
caminhos, para derramar sobre ele a multidão das tuas misericórdias,
para abrir toda a estreiteza de sua alma à salvação eterna, e paz sem
fim, sem deficiências. Sobre a carne tu erguestes sua glória. Porém aos
ímpios tu os criastes para o tempo da cólera, desde o ventre os
predestinaste para o dia da destruição.‖ Textos de Qunram, Florentino
Gacias Martinez, , Editora Vozes, Petrópolis, 1995, pág. 369.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O Criador Endurece o Coração dos Não Eleitos
O que o Tanach revela é que o Criador pode deixar os homens
entregues às suas próprias paixões e a idolatria dos seus corações,
tornando-os ainda mais empedernidos e num ato de justiça
endurecer-lhes os corações como fez com Faro, que disse
orgulhosamente:
―Quem é YHWH, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não
conheço YHWH, nem tampouco deixarei ir Israel.‖ Shemot/Ex 5:2.
E por que o fez? Por que o Eterno num ato de juízo disse:
―Mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.‖
Shemot/Ex 4:7.
Não há nada nas Escrituras além disso. Faraó se endureceu a si
próprio, isso é um fato! Mas por que o fez? O fez por que para isso
foi predisposto por aquele que reina sobre tudo e sobre todos. Nada
pode acontecer a menos que seja determinado pelo Criador que
está assentado em seu trono. Bom, é exatamente isso que Shaul
ensinou. O destino dos homens está nas mãos do Eterno, e somente
nas mãos dEle. É assim que ele explica por que Paro se manteve
endurecido até o final.
―Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para
em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em
toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a
quem quer.‖ Romanos 9:17-18.
O Eterno não manifesta sua misericórdia ao homem por que
este a busca com o seu livre-arbítrio. A verdadeira liberdade, que é a
capacidade de se inclinar para o bem e para a justiça, de caminhar
para o Maschiach, é conseqüência da escolha do Pai.
―Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de
maneira nenhuma o lançarei fora.‖ Yochanan/Jo. 6:37.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
X Previsões de Armstrong Falham
A interpretação das profecias e a sistematização exata dos
eventos e quando eles se darão nunca foi um exercício fácil. Por
imaginar que eles são especialistas em Messias, os rabinos do
judaísmo tem rejeitado em sua grande maioria todas as evidências
de que o Maschiach se manifestou na carne de Yeshua. Por outro
lado os mesmos seguidores das escolas rabínicas que supuseram
que Yeshua não podia ser o Messias acreditaram no mais famoso
dos embusteiros e falsos profetas da história da Casa de Yehudáh, o
infame Bar Kosba, mais tarde apelidado de Bar Koziba, o Filho da
Mentira.
Os que se negaram a crer em Yeshua seguiram o embusteiro
até a morte. Claro que o sangue dos 580.000 mortos judeus da
segunda revolta permanece como testemunho eloqüente de que o
rabinismo jamais entendeu perfeitamente o que seja Maschiach, e
que errou em seus juízos negativos quando rejeitou o Maschiach de
Israel e em seus juízos positivos quando acreditou num fanático
criminoso e oportunista.
Claro que isso não é problema só do judaísmo rabínico. O
cristianismo protestante também teve falhas gravíssimas, ainda que
não da mesma implicação e seriedade. Por imaginar que eles são
mestres em profecia os adventistas do sétimo dia ainda acreditam
firmemente que em 22 de outubro de 1844 Yeshua teria passado do
lugar santo para o santíssimo no santuário celestial. A crença é tanto
mais ridícula quando se comprova que jamais o Yom Kippur foi
celebrado em data tão tardia. Além do mais o judaísmo celebra o
chanuká 2.160 anos, justamente por que nessa época e não em 1844
foi purificado o santuário, não o celestial, mas o terreal, o de
Yerushalaim, que era justamente aquele a que o profeta fazia
referência em Daniel 8.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Os erros cometidos por judeus e cristãos na interpretação e
aplicação dos textos proféticos deveria ter soado como um alarma
para que ninguém se aventure no campo da interpretação dos
símbolos proféticos a ponto de vaticinar exatamente como vai
acontecer algo que nos é apresentado a mais das vezes em
linguagem figurada. O Eterno usa símbolos e metáforas para que os
sábios entendam, e para que aprendamos a depender dele, e
somente dele para explicar os acontecimentos. Muitos dos quais
estão selados para os acharit yoamim (últimos dias) e não para
nosso tempo. Não temos obrigação de entender profecias que não
se cumpriram, ainda que devamos estudar os acontecimentos para
ver se eles se encaixam exatamente com alguma profecia.
Armstrong – Evangelista ou Profeta
Armstrong proclamou mais verdades do que a maioria
esmagadora das igrejas sabatistas do seu tempo. Se o tivermos que
julgar apenas por seus deméritos não seremos juízes, mas
preconceituosos. Isso é um fato. Herbert Armstrong foi um grande
professor e um grande líder com uma capacidade nata para ensinar
e para conduzir.
Mas não se pode falar de Armstrong sem mencionar a
autoridade que seus seguidores lhe conferem, e que alguns o vêm
como uma espécie de profeta de última era. Não penso que essa
seja a forma correta de o ver. Herbert Armstrong acreditava que
estava sendo guiado por Elohim.
Nada de mais, já que todos os filhos de Elohim precisam ter
essa confiança. O problema é que Armstrong, se permitiu ser visto
como mais do que um homem guiado, e por vezes deixou que as
pessoas o vissem como um profeta. Infelizmente ainda é assim que
alguns o vêm. David Pack, da Igreja de Deus Restaurada, uma das
divisões que resultaram da Igreja de Deus Universal após a morte de
Herbert Armstrong deixa essa nítida impressão, a de que ele é um
profeta, e não um profeta qualquer, mas o Elias que deve voltar.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Neste capitulo, vamos examinar os versículos do Antigo e do
Novo Testamento que descrevem a profecia de Elias. Uma das razões
pelas quais muitos perderam o contato com este entendimento é por
que se esqueceram dos muitos versículos que o explicam. Temos que
revisá-lo cuidadosamente. Através deste capítulo, misturaremos
periodicamente algumas das provas de que o Sr. Armstrong, e não uma
das Duas Testemunhas nem ninguém mais, foi o último Elias.
Ocasionalmente, tomaremos certos pontos citados como ―probas‖ de
que uma das Duas Testemunhas será o Elias e aprenderemos que na
atualidade são provas do cumprimento no Sr. Armstrong. Em alguns
casos são provas PODEROSAS.‖... A Bíblia diz que as Duas Testemunhas
―são profetas‖ (Apo. 11:13, 10). O Sr. Armstrong foi um apóstolo. Isso
significa que ele foi ―más que um profeta‖ (I Cor. 12:28-29); Efe. 4:11) e ao
mesmo tempo era mais como João Batista que alguma das Duas
Testemunhas.‖
Um ponto relacionado necessita ser aqui examinado. O Sr.
Armstrong tem sido acusado de ser um ―falso profeta‖ muitas vezes. Aqui
está o ponto—e a maioria nunca pareceu realmente entender isto: O Sr.
Armstrong nunca foi um profeta. Ele sempre foi ―mais que‖ um profeta—
Ele foi um apóstolo! Para aqueles que aparentemente foram ―ver um
profeta‖, você não entendeu bem o ponto completo de uma das razões
mais importantes por que o Sr. Armstrong foi o Elias final. Esta é também
uma das razões pelas quais agora podemos ver, em retrospecto, que este
posto foi maior que o das Duas Testemunhas (e eu, como o resto da
Igreja, estávamos acostumados a pensar que ele seria um deles). Ele foi
um APÓSTOLO.‖ (David Pack, Yo os Envío Elías y Restaurará Todas las
Cosas.‖ (Leia o texto original na página da organização.
http://www.Arcg.org/es/sep/iwse-es.html )
Pode-se afirmar que não é isso que Armstrong disse sobre si, e
que essa posição é apenas a visão de um dos líderes das igrejas de
deus universal. Mas esse foi o problema. A Igreja de Deus Universal
permitiu que seu líder fosse visto como um homem acima de tudo e
de todos, e ele mesmo contribuiu para isso ao vincar a restauração
da autoridade da igreja, digo da sua autoridade. Por causa disso
alguns de seus seguidores pensam sobre ele mais do que deviam.
Mas, bem é importante que se diga que ele não era profeta, e nem
mais que profeta. Era apenas um investigador das Escrituras, um
investigador que pode encontrar muita luz em seus estudos, mas
ainda assim um investigador.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
E como investigador que tinha a seu cargo dizer sempre algo
novo, ele as vezes se precipitava, se empolgava e apregoava algo
que ao fim se revelava um engano.
Erros na Interpretação Levam a Falha em Previsões
Os que investigar as profecias deveriam ser extremamente
cuidadosos ao tornar suas investigações ao par dos acontecimentos
em previsões. O investigador pode dizer: ―Eu acho que a profecia se
cumprirá dessa ou daquela maneira,‖ sem se comprometer e sem
assumir dogmática posição. Mas quando ele diz: ―Isso se cumprirá
assim e assim, tenho a certeza disso,‖ extrapola os limites de um
professor para assumir a posição de um profeta, sua interpretação
deixa de ser posição, e para a ser previsão. A partir daí se arisca a
duas coisas, a primeira é que fecha espaço para outras
interpretações e a segunda é que abre espaço para ser rotulado
como falso profeta.
Herbert Armstrong foi além de assumir posições e passou ao
delicado papel de prognosticador, algo sério e muito
comprometedor. Alguns desses enganos se tornaram notórios, e
embora não creia que isso o caracterize como falso profeta, pois não
há indícios de que tenha se proclamado como tal. O problema foi
justamente o deixar que as pessoas pensassem de si mesmo mais do
que deviam. Também nisso há uma advertência para os
restauradores da verdade.
―Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós
que não tenha de si mesmo mais alto conceito do que convém; mas que
pense de si sobriamente, conforme a medida da fé que Elohim, repartiu a
cada um. Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem
todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos,
somos um só corpo no Maschiach, e individualmente uns dos outros. De
modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é
profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em
ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou que exorta, use esse
dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside,
com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.‖ Romanos 12:3-8.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Ao analisar sua obra sem paixão, isso é sem deixar de
reconhecer seus méritos é importante que se diga que Armstrong
não errou apenas como Mestre, mas também como apóstolo e
profeta que se proclamou. Primeiro por que um apóstolo é um servo
e não um ditador, e segundo por que as previsões de um profeta
não podem falhar, e várias de sua previsões fracassaram.
Como Ellen White se impressionara tanto com a Guerra Civil
Americana, que supôs que ela seria a última das guerras, ele deixouse impressionar pelas façanhas militares de Mussolini (1883-1945),
que tinha adotado o pomposo título de: "Sua Excelência Benito
Mussolini, Chefe de Governo, Duce do Facismo, e Fundador do
Império".
Armstrong viu em Mussoline a besta apocalíptica. Era preciso
não ser um profeta para imaginar que ele estava errado. Mussoline
era uma criatura carismática e desapiedade ao mesmo tempo.
Parecia um Júlio Cesar reencarnado. Muita gente pensava que ele
era o cavaleiro do Apocalipse. Armstrongo não foi excfeção. Ele
acreditou tanto nisso que vaticinou que Mussolini lutaria contra o
próprio Cordeiro como declarou em 1939:
"Sem dúvida, então, a Besta", que irá capturar metade da cidade
de Jerusalém, no combate do Armageddon contra Cristo em sua
Segunda Vinda, é MUSSOLINI, com os dez Ditadores Europeus e os seus
exércitos! Ele está vindo nesta geração! " ( Herbert W. Armstrong, A Plain
Truth, A Pura Verdade, janeiro de 1939, p. 4
Apesar disso, Mussoline que levou seu país ao crescimento e
fez os italianos voltarem a sonhar com o renascimento do Império
Romano conduziu seu país à ruína catastrófica e é claro, Herbert
Armstrong a rever sua capacidade como intérprete das profecias.
Bom, pelo menos é isso que desejamos que seus adeptos o façam.
Que o vejam como um homem notável em seus acertos, mas não
menos notável em seus erros. Outro ditador de infame memória que
muito o impressionou, como a qualquer mortal da época foi Adolf
Hitler (1889-1945). Não era só Herbert Armstrong que tinha maus
presságios sobre Hitler que dizia inagurar um reino milenar.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O monstro austríaco que odiava os judeus acima de qualquer
coisa, apesar de que investigações em seu DNA revelam que
descendia de judeus. O monstro que havia colocado metade da
Europa de joelhos e posto seu pé sobre a garganta de Josef Stalin.
Havia desferido um golpe mortal contra a França e sustentara uma
guerra contra a Inglaterra.
Assim como era preciso ser profeta para imaginar que a guerra
civil americana terminaria com a abolição da escravidão, que um dia
um negro, ou melhor um mestiço, filho de uma americana negra
com um descendente de quenianos com um nome para lá de
estranho, Barak Hussein Obama, seria o Presidente dos Estados
Unidos. A Sra, White, que não era profeta, e chegou a confessar isso
publicamente em 1905 e depois assinar essa confissão, arriscara um
palpite: ―Vi que o papel dessa guerra não é acabar com a escravidão,
mas conservá-la tal como é.‖ Errou, acabada a guerra com a vitória
dos exércitos sob o comandado do Presidente Abraham Lincoln a
escravidão foi abolida em todos os territórios americanos.
Da mesma foram era preciso ser profeta para se aperceber que
Hitler não seria o último ditador e que apenas dois anos depois o
homem mais poderoso e cruel que a Europa conhecera poria fim à
sua vida de forma inglória em seu bunker localizado no centro de
uma Berlim devastada que estremecia sob o ribombar de 20 mil
canhões soviéticos. Ele não lutou contra o Messias como Armstrong
previu. Os restos mortais do facínora jazem insepultos e semicalcinados a 65 anos. Seu reino nem durou mil anos e nem foi
aniquilado pelo Maschiach em pessoa. Pelo Maschiach lutaram os
exércitos aliados até que a glória do Terceiro Reich se viu reduzida a
escombros.
"E vi a besta e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos
para fazerem guerra - contra quem? Não a Grã-Bretanha ou a
América! Não contra Israel, mas contra o que estava assentado
sobre o cavalo e seu exército (Apocalipse 19: 19.) É contra Cristo e
os Anjos que Hitler vão lutar. ( Herbert W. Armstrong, A Plain Truth,
A Pura Verdade Março / Abril de 1943, p. 6
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Lições Aprendidas com os Fracassos de Ellen White e Armstrong
Mas assim como Ellen White imaginou que a escravidão nunca
cessaria na América e que fracassou sem saber que o general negro
Collin Powel (1937 -) viria a ser primeiro Chefe do Estado Maior das
Forças Armadas Americanas, e depois Secretário de Estado,
substituído por outra negra, Codoleeza Rice ((1954 -), e que
finalmente um negro, Barak Obama (1961 - ) ocuparia o cargo mais
elvado da nação americana, o de Presidente, Armstrong fracassaria
ao prever o destino do tirano alemão Adolf Hitler.
Contudo suas previsões falhadas não devem ser usadas por
nós como arma contra Armstrong. Assim como o fracasso da Sra.
White não deve ser usado como arma contra ela. Ambos erraram
por que não eram profetas, embora por vezes tenham errado em
dar a impressão de ser, parece que nesse caso o pêndulo da profecia
é mais para Ellen do que para Armstrong. Apesar dissso, quando
ovimos David Pack declarar que ele não era profeta, mas mais do
que profeta, parece que o vemos reeditar o que Ellen White dissera
no passado substituindo a humilide declaração: ―Não sou profetisa,
sou apenas a conselheira do senhor,‖ por uma muito mais
altissonante, ―minha obra inclui mais do que a obra de profeta.‖
É nosso dever pois mostrar a todos que tanto Ellen White
como Herbert Armstrong erraram em prever o futuro, não sendo
profetas, mas que apesar de tudo acertaram num número
considerável de coisas que muito ajudou no erguimento da Casa de
Efraym. Ele não foi o primeiro e nem será o último em se equivocar
na interpretação das Escrituras. A lição é para que não erremos no
mesmo ponto. Que sejamos, pois cuidadosos em fazer previsões, e
principalmente em obrigar as pessoas a acreditarem em nossas
antecipações futurísticas. Desmerecem suas previsões o conjunto de
sua obra? Acho sinceramente que não. Diferentemente de Ellen,
apesar dele se sentir um apóstolo de última era, não era do seu
estilo dizer: ―Deus me mostrou,‖ ou ―em visões da noite passaram
diante de mim estas cenas‖. Seus erros, quando atribuídos ao
simples conclusões são toelráveis. Mas é desse jeito que ele é visto?
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Volume I – O Israelis mo Britânico
XI- O Fracasso da Visão de Armstrong Sobre a Igreja
Armstrong conseguira captar a ideia de que o povo de Israel
estava espalhado pelo mundo, e na visão dele, principalmente nos
países anglófanos, mas não era capaz de entender que o povo de
Elohim era uma unidade multifacetada. Ele parecia fechar os olhos
para o fato de que a Casa de Israel se encontra em meio às centenas
de igrejas cristãs, e mesmo entre religiões não cristãs, como de resto
isso foi demonstrado no capítulo VII ―Em Busca das Tribos Perdidas.‖
É muito evidente que milhões de filhos de Yosef se encontram ainda
em nações que se voltaram da idolatria aberta para um conceito de
unicidade, embora não o da Bíblia e que atende pelo nome de
islamismo.
Sua visão de igreja única como sendo uma organização
dirigida de forma especial pelo Criador gerou no povo a certeza de
que Herbert Armstrong abrira a porta para a passagem de Sardes
para Filadelfia. O que eles não sabiam e que os dirigentes de
Pasadena caminhariam de volta a Sardes, ou pior, para Laodicéia.
Armstrong não viveu para ver o fracasso dessa visão da igreja.
Sua morte em 1986 deixara a igreja órfã de seu pai e fundador, mas
rica e abastada a tal ponto que poderia erguer a sua voz e dizer:
―Sou milionária e não tenho falta de nada.‖ Entretanto revelou uma
liderança perdida num meandro de legalismo com o fim de alcançar
o favor de Elohim. Quando essa direção descobriu o óbvio, que não
somos salvos por nossas obras, ela não sabia definitivamente o que
fazer com a santificação bíblica, e virtualmente a dispensou. O mais
visível reflexo do movimento de apostasia e abandono de algumas
das mais claras verdades das Escrituras capitaneado pela direção da
Igreja de Deus Universal em Pasadena a partir do ano 1995 foi a
proclamação da independência por parte de dezenas de
congregações vinculadas ao movimento fundado por Herbert
Armstrong. Sua organização se estilhaçou.
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233
Volume I – O Israelis mo Britânico
O gráfico nos permite traçar uma radiografia da situação atual
das igrejas herdeiras da visão de Armstrong em maior ou menor
grau. Numa distribuição desigual as primeiras 5 das 178
comunidades ainda remanescente repartem entre si mais de 60% da
membresia. No entanto, ainda se pode comemorar que estes 178
ministérios coordenem 3.071 congregações giram 86,5 milhões de
dólares e ministram a 93,8 mil membros.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
No que se relaciona a IDU, o que emergiu nove anos após a
morte de Armstrong foi uma corporação evangélica, não uma igreja
fundada sob o conceito errado de que a Torah era para os judeus ou
pior ainda que fora abolida. Se existe uma organização que
realmente pode ser chamada de apóstata esta é a Igreja de Deus
Universal, hoje chamada Comunidade Internacional da Graça. Ela
não nasceu no erro comum ao mundo evangélico de não apreciar as
virtudes da Torah. Sua situação é muito, muito pior, ela se converteu
numa igrejas apóstata no pleno sentido do termo, e não na mera
designação preconceituosa que os grupos cristãos às vezes
empregam em relação a seus rivais. Quando as verdades então
defendidas pela Igreja de Deus Universal através da Rádio, da
Televisão e dos Periódicos de grande circulação foi trocada pela
negação e apostasia dos princípios que fizeram dela uma igreja em
retorno os órfãos de Armstrong agiram.
A bem da verdade nenhuma igreja evangélica nascida a partir
das grandes confissões reformadas da Suíça, da Holanda, da
Alemanha, da Bélgica e da França, surgidas sob o desejo de reformar
a Igreja Católica e não sob o ímpeto de retornar a plenitude das
Escrituras pode ser considerada uma igreja apóstata. Apostasia é o
abandono da verdade conhecida. E estas igrejas somaram verdades
ao abolir a idolatria, a intercessão dos santos defuntos, as missas
pelas almas dos mortos, a compra de indulgências, o celibato
sacerdotal e a suposição de que o papa substitui Yeshua entre
outros erros. No mesmo patamar se encontram as igrejas
neoprotestantes, pentecostais e cristãs de fronteira. Estas
organizações avançaram em direção à verdade ao instituir o batismo
por imersão, ou ao negar a trindade ou a aderir a guarda do shabat
e a dieta kasher. Logo elas devem ser consideradas igrejas que
estacionaram em seu processo de restauração. Roma, ao contrário,
sim é uma igreja apóstata, pois foi refundada no quarto século com
o intuito claro de abolir os princípios judaicos que dominavam a
kehilah do primeiro século. Esta é a situação da Igreja de Deus
Universal, uma igreja que avançou no processo de restauração
aproximando-se das práticas do primeiro século e que subitamente
deu marcha à ré em relação ao judaísmo.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
XII As 14 Grandes Herdeiras da Igreja de
Deus Universal
Quando Herbert Armstrong (1896-1982) morreu milhares de
membros da Wordwide Church of God (Igreja de Deus Universal)
choraram sua morte perplexos como os filhos de Israel lamentaram
a morte de Moshe Rabeinu. Só que havia uma diferença, antes de
partir desse mundo, Moshe por ordem de Adonay havia escolhido
um sucessor à altura, Yehoshua Ben Nun, enquanto o pastor geral
nomeara um sucessor que se revelaria um dos maiores fracassos da
história da sucessão na direção de um povo.
Tkach, Sucessor de Armstrong – Uma Breve Biografia
Em 1957, Joseph W. Tkach (1927-1995) se juntou à Igreja de
Deus da Rádio que Armstrong fundara em 1.934. Quatro anos mais
tarde ele foi nomeado diácono da congregação de Chicago
iniciando uma carreira imparável. Logo a seguir, em 1963, Roderick
C. Meredith o consagrou como ancião. Três anos depois ele se muda
para Pasadena, na Califórnia a fim de estudar na Faculdade
Embaixador, onde se formavam os obreiros da organização, que
então decolava para o crescimento e a fama. Em 1974 era tornou-se
Pregador Mais Velho, posto apenas um pouco abaixo do de
Armstrong, que era o de Pastor Geral.
Por volta de 1978 a Igreja de Deus Universal esteve sob ataque
cerrado da justiça americana depois de uma disputa interna em que
ministros, entre eles o filho de Armstrong denunciavam o tesoureiro,
Pastor Stanley Rader (1930-2002) por improbidade administrativa
junto com o próprio Armstrong. A organização foi liquidada
financeiramente pelo Procurador Geral da Califórnia.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Numa ação sem precedentes na história americana, George
Deukmejian, o Procurador ordenou a ocupação da sede da obra e o
congelamente de todos os ativos financeiros. Herbert Armstrong e
seu tesoureiro Stanley Rader foi acusado de desviar 70 milhões de
dólares da poderosa Igreja de Deus Universal. O estilo opulento do
Pastor Geral com vistitas a chefes de estado, as construções
grandiosas e a forte presença na mídia chamaram a atenção dos
políticos a despertaram a ira de seus inimigos.
Joseph W. Tkach assumiu a defesa incondicional do líder
enquanto ele sofria as mais terríveis pressões. Trabalhando no seu
escritório ao lado de investigadores da justiça. Sobretudo se
mostrou eficiente em tomar as medidas judiciais cabíveis para
enfrentar a invasão judicial da Califórnia nos assuntos da igreja. A
intervenção foi anulada, as investigações aterrorizadoras não deram
em nada, o direito de culto prevaleceu, e mesmo igrejas nada
simpáticas a Asmstrong reconheceram o perigo e passaram a apoiar
a IDU na longa batalha judicial que lhe deu a vitória completa.
Armstrong reconheceu isso nomeado Joseph W. Tkach como
evangelista. Finalmente ele estava apenas a um posto do Pastor
Geral, e Armstrong estava com 80 anos. Era evidente que tinha de
preparar um sucessor. A sete de janeiro de 1986, já com 93 anos de
idade e com a saúde abalada, depois de meses sem aparecer em
público, Armstrong chamou seu conselheiro e comunicou que
Tkach seria seu sucessor. Nove dias depois ele estava morto.
Milhares de pessoas participaram do funeral e o Presidente dos
Estados Unidos mandou condolências à IDU e à família. Finalmente
Tkach era o Pastor Geral.
Tkach não seria um Yehoshua, mas uma espécie de Roboão
que arrastaria a IDU para a apostasia e o abandono de quase tudo
que a tornara o que ela era. A organização atingiria o pico de
membros em 1988 com 126.800 membros e as finanças
continuariam a crescer por mais 4 anos, atingindo 220 milhões de
dólares em 1992. Um povo fascinado doava e doava cada vez mais a
uma organização cujo pastor geral tramava destruí-la.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Foram mudanças graduais, a primeira delas feita em 1987 era
benéfica e necessária. Joseph Tkach havia acompanhado o declínio
gradual e inexorável da saúde de Herbert Armstrong. Testemunhada
o tratamento médico de seus problemas cardíacos e segundo
afirma, recebera dele mesmo a missão de reestudar o tema da cura
divina. Armstrong, tomando carona nos confessores da fé positiva,
ensinava que Yehua já tirou nossas doenças e que não precisamos
dos, médicos servos modernos de Baal-Zebude, o deus de Ecron.
Em 1988, Tkach passou a ensinar que a mulher podia usar
maquiagem, algo que Armstrong chegara a autorizar depois de
ensinar por anos que era pecado para logo proibir de novo. Essa
mudança assustou a velha guarda conservadora e legalista, ainda
presa tanto às verdades como às tolices ensinadas pelo Pastor Geral.
Diga-se de passagem, que Armstrong, apesar da tolice de considerar
as maquiagens pecaminosas pelo simples fato de que Jezabel se
pintou antes de receber Yehu (Jeú), esquecendo que ela também se
banhou e que também se vestiu, ainda assim foi um homem menos
supersticioso que a maioria dos líderes de religiões sabatistas.
Enquanto Ellen White, por exemplo, sugeriu que uma mulher
piedosa não deve despediçar dinheiro nem com uma aliança de
casamento e que joias ofendem ao Criador, Armstrong permitia à
sua esposa, Loma Dillon usar joias, cortar o cabelo e se vestir
elegantemente.
De todas as formas, alguns pastores ficaram assustados com a
velocidade das mudanças. Eles temiam, e estavam certos, que
Joseph Tkach não parasse por ai. Num movimento sem precedentes
dentro da IDU, dois dos evangelistas, Gerald Flurry e John Amos
publicaram em 1989 um panfleto denunciando perturbadoras
mudanças. Foram sumariamente desassociados. Tkach mostrou que
queria mudar a igreja e não toleraria oposição. Em resposta Gerald
Flurry e John Amos fundaram então a Igreja de Deus Filadelfia,
passaram a editar uma revista alternativa à Plain Truth que agora já
não falava mais a linguagem de Armstrong. Estava começando a
debandada. No entanto, as verdadeiras mudanças, as que
relegariam a Torah ao caixote do lixo ainda estavam por vir
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Artigos de Armstrong já não saiam mais na revista, seus livros,
editados aos milhões e enviados gratuitamente aos leitores das
revistas e aos ouvintes e telespectadores dos programas radiais e
televisido começavam a não ser mais publicados ou distribuídos. O
Pastorado aturdido achava que havia uma conspiração, que Tkach
estava refém do conselho supremo, não podiam crer que o próprio
Pastor Geral, escolhido pelo Apostolo, pudesse estar por trás dessas
ações consideradas sórdidas. Pensavam que um grupo de
conspiradores apóstatas o estavam pressionando, ou que talvez ele
ignorasse o que se passava. Mas a teoria da conspiração logo cairia
por terra. O conspirador era o próprio Pastor Geral. Se Armstrong
nunca entendera a graça, Tkacha não saberia, ao descobrir a
grandeza da graça salvadora atentar para as maravilhas da Torah.
Um novo Manual de Doutrina saiu em 1990. O Shabat, as
comidas limpas e as festas foram mantidas, mas o ministério estava
em dúvidas, muitos estavam se convencendo de que a liderança
estava mudando os rumos da fé. Estavam certos. Enquanto Tkasch
afastava lentamente da direção os pastores conservadores, se
cercava daqueles que desejavam uma mudança para o lado
evangélico. Finalmente a 7 de janeiro de 1995 Tkach gravou uma
mensagem em videocassete que foi enviada as cerca de 900
congregações locais da IDU. Eram congregações grandes com uma
média de 140 membros.
E sem participar às lideranças ele declarava que a Igreja de
Deus Universal era uma igreja da ―Nova Aliança‖, que não estava
mais presa à lei mosaica. Shabatot, dias de festas e observâncias
alimentares deviam ser facultativas, coisa para cada um decidir, e o
dízimo não seria mais obrigatório, a igreja se manteria com ofertas
como o NT sugeriria. Dali para a frente o programa o mundo de
amanhã que era a cara da IDU no rádio e na televisão foi
interrompido, a revista Plain Truth teve sua tiragem reduzida
drasticamente. Deixaria de ser uma revista grátis que custava 40
milhões de dólares anuais e passaria a ser vendida aos assinantes. A
circulação caiu de 9 milhões para 100 mil. Os concertos no Auditório
Ambassador foram cancelados.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A igreja começou a buscar compradores para o prédio que
fora o orgulho de Armstrong, da Igreja de Deus Unida e da própria
municipalidade de Pasadena. Centenas de funcionários do parque
gráfico estavam sendo demitidos. Esta não era mais a igreja para os
que haviam abraçado os ideias de santidade antes pregados
permanecessem. Tkach governou a igreja pro apenas 9 anos, e nos
últimos 4 tinha se dedicado a demolir o que fora construído durante
mais de 50 anos. A esta altura outras lideranças além de Gerald
Flurry e John Amos decidiram que era hora de abandonar um barco
que rumava para os portos de Roma. Enquanto isso, depois de suas
cirurgias da vesícula a saúde de Tkach arruinou, estava com câncer e
nomeou seu filho como Pastor Geral, era a garantia de que não
haveria volta à Torah quando ele se fosse. Tkach morreu em 23 de
dezembro de 1995. Seu filho assumiu a direção e continuou as
deformações que seu pai havia instituído.
Quanto a IDU ela se enfraqueceu sobremaneira. O povo a
estava abandonando, ou deixando de contribuir. Dos mais de 200
milhões de dólares em receitas em 1990 recuara para 50 milhões em
1996. Cada congregação se virava como podia. Sua receita hoje
talvez seja de 50 milhões de dólares, ainda é a maior da ―família‖,
com 47 mil membros e cerca de 1.000 congregações. Mas ela já não
representa quase nada do que antes pregava. Finalmente a mudança
se completou e seu nome foi mudado para Comunhão Internacional
da Graça. A organização já era.
Tkach Errou Sobre a Torah Como Armstrong Sobre a Graça
Antes de tecermos mais críticas a Tkach. Seria bom tentar
entender o fenômeno por que a ruína da IDU bate às portas dos
ministérios de restauração. A queda da ID é um grande campo de
prova e de estudo para os grupos que agora se consolidam
pregando a Torah como a Congregação Israelita da Nova Aliança, a
Igreja de Deus Israelita, os Israelitas do Novo Pacto, as Testemunhas
de Yehoshua, a Casa de Yahweh e tantos outros. Se a Torah for
enaltecida em detrimento da graça a ruína também os alcançará.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O Legalismo que leva as pessoas a suporem que são melhores
do que as outras por que se batizaram de forma diferente, por que
cumprem certos mandamentos que os outros ignoram, por que tem
um líder ―Guiado pelo céu‖ e todas essas vaidades são a própria
porta para a ruína. Temos um pastor Yeshua, um redentor, Yah e um
único povo Israel. Convém lembrar que depois de 50 anos pregando
a Torah sem enaltecer a graça, Armstrong falhara em fazer crentes
felizes. O próprio Tkach em seu livro Transformado Pela Graça, narra
o que é estar diante de um Elohim justo e exigente sem conhecer
que ele também é perdão, é amor. Os negócios da igreja iam de fato
excelenetemente bem na era Tkach, a divulgação da mensagem ia
de vento em popa, a tiragem da Plain Truth ia em aumento, o
programa televisivo chegva ao lar de milhões, mas os corações da
igreja não estavam bem.
A Igreja conhecia a Torah quase como nenhum outro grupo,
suas festas bíblicas por vezes atraiam mais gente que as grandes
festas nas maiores sinagogas judaicas dos Estados Unidos, milhares
de automóveis lotavam parques de estacionamento perto dos locais
de celebração, mas seus ocupantes não conseguiam entender que
em Sukot comemoramos atmbém o nascimento daquele que
tabernaculou entre nós para nos dar a certeza e a participação na
vida eterna. A Igreja conhecia a lei, mas não conhecia a graça que
supre suas transgressões, a graça que perdoa, redime e salva, a
graça que trás verdadeiro gozo à alma.
Tkach se enfrentou com um dilema terrível. De que valiam
komidas kashrut, shabatot, dízimos para o ministério, dízimos para
as festas, dízimos para os pobres e uma intensa campanha de
evangelização sem evangelho? De que valia se proclamar apóstolo
da graça e Pastor Geral se a doutrina do grande Pastor de que suas
ovelhas ouvem sua voz e lhe seguem, que recebem vida eterna e
jamais perecem e que ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai
não era proclamada? De que valia pregar a justiça da lei e deixar de
lado a justiça da fé, quando sabemos que o homem é justificado
pela fé sem as obvras da lei? Estou certo de que faltou a Tkach um
conselheiro amigo, alguém que lhe dissesse:
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Volume I – O Israelis mo Britânico
―Estivemos no rumo certo com relação à Torah, ela deve ser
guardada para agradar aquele que no salvou por graça e nos salvou
para sempre, mas erramos o alvo no que se relaciona à graça, vamos
corrigir isso‖. Mas Tkach não pode entender isso. Sua reação
desesperada foi em parte a resposta de um erro com outro erro.
Armstrong errara pregando obediência sem salvação e mantendo a
eficácia do sangue de Yeshua longe do seu maior propósito que era
salvar todo o que crê nele, não pelo que ele faz, não por que dizima,
como kashrut ou guarda dias sagrados. Tkach errara ao supor que a
graça tinha de anular a prática das ordenanças da Torah. Ele ignorou
que não somos salvos pelas obras, e não obstante a isso somos
salvos para as boas obras. Se Armstrong errara para a direita, Tkach
erraria para a esquerda, pregando a salvação sem a obediência, isso
é, sem que ela resulte na obediência.
É claro que desde o ponto de vista dos gentios todas aquelas
exigências não deviam jamais ser apresentadas como dever sem o
qual não somos aceitos, já que nem mesmo os judeus são aceitos e
salvos pelo que eles são. Por outro lado, Armstrong nunca disse que
eles eram gentios, se assumia como israelita, como descendente das
tribos perdidas, como um Israel que devia chamar o mundo à
santidade da Torah. Também aqui faltou equilíbrio.
Tivesse Armstrong entendido que a Torah é somente para
Israel não acusaria ninguém por não guardar a totalidade de seus
mandamentos, mas se limitaria a chamar o não Israel para unir-se
com o seu Israel, se é que o termo é correto, isso se assim o
desejasse, para ser abançoado, não com a salvação, que é pela
graça, mas com os favores prometidos ao povo eleito por que é
assim que os profetas chamavam os não israelitas a guardarem a
Torah. Mas bem Tkach também não entendeu as bases das boas
novas, que não são a celebração de uma nova aliança sem Torah e
com os gentios, já que a nova aliança é com a Casa de Israel e com a
Casa de Judá e com a implantação da Torah em seus corações. As
boas novas de fato não tem a ver com a Nova Aliança, mas com a
comunicaão de que Elohim salva por graça, tanto a judeus como a
gentios, que os salva de seus pecados.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Tkach simplesmente se comportou como o filho que ao
descobrir que o pai o incluiu num irrevogável testamento tornandoo co-herdeiro de seus bens decide que não é mais preciso trabalhar
na sua fazenda. Em certo sentido é assim que nossos irmãos
evangélicos têm se comportando. Eles imaginam que uma vez que a
Bíblia diz que somos salvos por graça, e que a justiça é pela fé e não
pelas obras segue-se então que não precisamos mais da obediência.
Esse tipo de redenção, ainda é a expressão do legalismo da
alma. É como se a pessoa dissesse: ―Bem, se a obediência servisse
para a salvação, então eu obedeceria de bom grado, e já que não
serve, então para que hei de obedecer? Ora, amados, nós o amamos
por que ele nos amou primeiro. Nós o servimos por que nascemos
em seu reino para o servir. Tkach não entendeu isso, assim como
Armstrong não entendera que não era salvo por obras. Foi por
ignorar em relação aos frutos da salvação o mesmo que Armstrong
ignorava em relação à sua raiz que Tkasch iniciou uma mudança que
foi considerada inédita na história americana.
―Vern Bullough, um editor secular humanista e sênior da Free
Inquiry , comentou sobre a importância das alterações observando: ―O
abandono de quase todas as doutrinas da Igreja Mundial de Deus, uma
vez agarrou-se a uma história quase sem paralelo na história religiosa
americana.‖ ("A vontade de acreditar Mantém a Igreja Mundial de Deus
Afloat, Free Inquiry, Volume 22, Número 4" . Retirado 2006/10/13. ,
Wikipedia, página visitada em 20/3/2012.
Sim, eu diria mais, algo que parece ter ocorrido uma única vez
na história, em Nicéia, em 325 quando a maioria capitulou ante os
interesses de Roma. Quanto às congregações locais, muitas
permaneciam na doutrina antiga outras não. A confusão se instalou
no acampamento. Os que acahvam que podiam abrir mão das
festas, mas não do shabat, da comida kasher, do lavamento dos pés
e de outras p´raticas buscaram os adevtistas, as outras igrejas de
Deus. Os que achavam que aquilo tudo podia ser posto de lado
fecharam com a grande apostasia. Nâo podiam entender que Tkach,
apenas levou à Igreja a marcar passo, um para a frente ao abraçar a
graça e outro para trás, ao renegar a santidade.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Então surgiram os pequenos e os grandes heróis. Os que pelo
menos faziam a Igreja andar com um pé só, o da obediência, ainda
que em detrimento do outro pé, o da graça. Apesar disso, esses
homens merecem nosso reconhecimento. Infelizmente é uma
constatação que Efraim, quando esteve perto da Torah não
endenteu a grandeza da graça, mesmo tendo sido salvo, e salvo pra
sempre pelo sangue de Yeshua. Por outro lado, quando Efraim
percebeu a gradneza do sangue que o salvou, raramente entendeu
que essa salvação o deve impelir à santidade.
Vários líderes influentes fizeram o mesmo que Gerald Flurry e
John Amos, mas diferenças de opiniões, ambições pessoais e outros
fatores os impediram de se unir numa só aliança tendo rejeitado as
propostas de Flurry. Roderick C. Meredith, que havia sido nomeado
apresentador do Mundo de Amanhã formou a Igreja Mundial de
Deus em 1992, esta por sua vez se enfraqueceria e ele formaria uma
das maiores igrejas armstronguistas da Grande Dispersão.
O que veremos agora é o surgimento destas grandes herdeiras
de Armstrong, organizações que em seu conjunto tem hoje mais de
80 mil membros, uns ¾ do que a IDU fora em 1988 o seu ano de
ouro. Algumas se mantiveram ligadas a Armstrong, outras nem
tanto, a maior delas, por exemplo, varreu o nome dele de sua
literatura, apesar de ensinar a maior parte do que ele dizia, como a
manutenção das festas bíblicas, a comida kashrut e a negação da
trindade.
001 - Igrejas Cristãs de Deus Conferência Mundial.
Fundada em Woden Act na Austrália, a 1 de Nisã de 1994, por
Wad Cox a Conferência Mundial das Igrejas Cristãs de Deus (Christian
Church of God World Conference) vem se expandindo rapidamente
e já está presente em mais de 35 países tendo empreendido
esforços consideráveis no que se relaciona com a proclamação da
restauração da primitiva fé.
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De forma geral as
demais
herdeiras
de
Armstrong e os sites
especializados
não
dedicam
tempo
à
organização de Wad Cox
por considerarem que ela
mudou tanto a doutrina
do seu fundador que não
merece ser considerada
como parte da família.
Apesar disso, reunindo 34,89% ds crentes que guardam as
festas bíblicas e cuja liderança foi formada durante a época de
Armstrong e sua estadia na Wordwide Church of God ela é de longe
a mais numerosa do grupo. Diferentemente de Armstrong o grupo
ensina 1) que a palavra Elohim é um substantivo uniplural e só pode
se referir a um ser, 2) que Yeshua foi gerado e não pode ser adorado
como Elohim, 3) que os cristãos não nascem de novo na volta de
Yeshua, como ensinou Armstrong, mas sim agora, 4) que os que
acreditam no trinitarianismo ou no binitarianismo não estarão na
primeira ressurreição, 5) e que a lua nova deve ser celebrada.
Ora, com relação ao julgamento de que os que acreditam na
trindade não estarão na primeira ressurreição, o que em linguagem
armstronguiana significa que não conheceram a verdade, e portanto
não podem ter a salvação assegurada, mas podem se salvar mais
tarde, passado o milênio acho que esse é o tipo de juízo que não
nos compete fazer. Isso é ainda mais verdade quando se têm ideia
de que a Casa de Israel que perdeu sua identidade e símbolos da
perfeita adoração está por todo o lado, procurando voltar-se para
Elohim como pode. Não se corrige erros com mais erros. A garça
pela qual somos aceitos no Amado, em Yeshua, é uma graça
incondicional em nada dependente de nós ou de nossa
compreensão sobre aquele que adoramos. Uma coisa é
questionarmos uma doutrina, uma forma de culto, e outra bem
diferente é julgarmos os crente numa doutrina.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Adonay não nos colocou no trono do juízo para proferirmos
sentenças acerca de seus adoradores. Ele nos confiou a palavra da
reconciliação. Apesar disso, no presente trabalho a classifico entre as
grandes herdeiras da IDU de Herbert Armstrong, não só por que
faltaria um subgrupo adequado para a classificar, mas também e
principalmente por que seu fundador pertenceu ao grupo, se
afastou da visão das IDU em questões administrativas e doutrinárias,
antes mesmo da dispersão, mas manteve a dieta kashrut, a
observância das festas bíblicas e inclusive a crença nas bases do
israelismo britânico ainda que sensivelmente modificado.
Com uma presença muito forte na África, a dissidência
australiana da IDU praticamente reina soberana no Continente
quando comparada às demais organizações oriundas do
armstronguismo. Basta lembrar que a Igreja de Deus Vivente tem 24
congregações na África, a Igreja de Deus uma Associação Universal,
apesar de haver arrastado uma boa parte dos membros no cisma
que a separou da Igreja de Deus Unida em 2011 tem 37
congregações e a própria Igreja de Deus Unida, a mais poderosa do
grupo tem 51 congregações. Sozinha as Igrejas Cristãs de Deus
contam com 1.055 congregações no Continente.
São 438 na República Democrática do Congo, 191 em Uganda,
154 no Quênia, 67 no Moçambique, 52 na Eritréia e Etiópia centenas
de outras localizadas em dezenas de nações da África. No entanto, é
de se lamentar que não haja qualquer informação disponível sobre o
tamanho e a composição dessas congregações, o que nos obriga
por hora a fazer um voo cego, imaginando que as congregações da
organização australiana tenham a mesma dimensão da média das
congregações ligadas às quatro maiores IDU`S que é de 30,32
membros. Isso daria as Igrejas Cristãs de Deus um rebanho de
32.745 almas. É igualmente impossível determinar o orçamento da
instituição, mas uma vez que sua base de operações principal é a
África e considerando-se a renda per capta de cada país isso lhes
deve facultar um orçamento global inferior a 3 milhões de dólares e
um orçamento central inferior a 300 mil dólares ou talvez 1 milhão
de dólares considerando as remessas australianas e neozelandesas.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Como conseguiu crescer tanto na África isso é algo que ainda
precisa ser avaliado. Teria o movimento contado com imediatas
deserções na África, para onde a Igreja de Deus Universal irradiava
seus programas de ondas curtas à muito tempo? Ou simplesmente o
esforço maciço dos australianos ganhou o coração dos africanos
antes das outras IDU`S? O Que se sabe é que o movimento se
antecipou em um ano ao início da Grande Dispersão, quando a
outro poderosa, rica e influente IDU entrou em colapso doutrinário e
decretou sua volta para Roma.
Antes mesmo dos ventos de apostasia sobrarem o líder
australiano propôs uma completa modificação no sistema de
governo rejeitando o sistema proposto pelo Pastor Geral que fazia
dele o canal direto de Elohim para o povo. Se suas mãos eram boas
ou não, cabe aos estudiosos fazerem seu julgamento. Os mérito de
Armstrong em proclamar as festas bíblicas, a dieta kashrut, a
presença de Efraim no mundo são tão importantes que pesam a seu
favor. Não resta porém a menor dúvida de que Herbert Armstrong
subestimou a capacidade do povo e dos pastores em buscar direta
conexão com o céu, e que super estimou a capacidade de manter a
verdade por parte do Pastor Geral. Felizmente, enquanto esteve vivo,
considerando-se o apóstolo da última era a IDU se manteve nos
trilhos e assim ele não viveu para ver, seu herdeiro e mais direto
colaborador cuspir em quase todas as verdades que ele proclamou.
Cox, porém se antecipou à desgraça rompendo com a IDU e seu
sistema de governo.
A política do grupo é que todo o povo se compõe de
sacerdotes e os postos diretivos são ocupados por pessoas não
assalariadas. Dízimos e ofertas sustentam o conjunto da obra e os
ministros, muitos deles trabalhando fora da organização, o que não
impede que recebam uma bonificação pelos serviços prestados. A
igreja é liderada pelo filósofo australiano Wad Cox. Creem que a
Casa de Israel está em toda a parte, misturada a todas as raças, o
que inclui naturalmente os povos da África, e que essa herança não
deve ser buscada apenas entre os povos que resultaram de
mestiçagem com os britânicos.
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247
Volume I – O Israelis mo Britânico
Em virtude disso o grupo pode ser classificado como um dos
mais moderados e ao mesmo tempo eficientes na proclamação da
mensagem aos povos de raça negra. Parte de sua obra é investigar a
origem das nações, tarefa a que dedicam grande parte de suas
energias.
Essa reformulação revitalizou sua obra na África, onde parece
concentrar 99% do seu rebanho, o que faz dela uma organização
virtualmente negra ou pelo menos africana, ainda que não se defina
como tal, até por que foi fundada por um australiano branco, tem
sua sede na Austrália e sua doutrina nada tem a ver com o judaísmo
negro. Apesar disso, na África ela continua a não ser páreo para
nenhuma igreja sabatista a exceção dos adventistas do Sétimo Dia.
Estados Unidos, e sua
A visão do grupo tem muito mais a ver com as duas casas do
que com o judaísmo negro ou com o israelismo britânico. Logo Esse
crescimento gigantesco na África comparado com as suas coirmãs
do armstronguismo que operam no continente se cabe a dois
fatores: Em primeiro lugar ao fato de que eles rejeitam o
semiexclusivismo do israelismo britânico, o que minimiza o efeito da
mensagem aos povos do mundo não anglo-saxônicos.
Em segundo lugar ao fato de que através de investigação
terem descoberto que a África é berço de muitos povos semitas e
bnei Israel cujos antepassados foram para lá levados. Como outros
grupos cristãos de restauração eles sustentam que com a morte de
Yeshua todos os sacrifícios especiais requeridos para os sábados,
luas novas e as festas cessaram, mas não a santidade desses dias e a
necessidade de sua observância.
Nesse sentido, é importante frisar que marcaram um avanço
sobre as demais herdeiras do israelismo britânico que entendem
que a festa da lua nova não é mais obrigatória, e que por conta
disso celebram-na apenas uma vez por ano, não por seu lua nova,
mas por que o Yom Teruah (Dia das Trombetas) cai em Rosh
Chodesh ou lua nova.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Claro que ainda estão presos à pressuposição de que Yeshua
aboliu parte da Torah, nesse caso os sacrifícios, sem ao menos ver
que sacrifício está plenamente cumprido, e quais ainda vigoram, mal
grado ao fato de não poderem ser feitos hoje pela ausência do
Templo. Nada mal para uma organização cristã que ainda não se
assumiu como um grupo na visão judaica da restauração.
Ora, Yeshua é claro em dizer que não veio para tirar nem
mesmo um yud da Torah e o Tanach fala do tempo em que os
gentios irão celebrar a festa dos tabernáculos em pleno reino
messiânico e ao mesmo tempo oferecer sacrifícios no altar na cidade
santa de Yerushalaim. Essa questão será abordada noutro livro, O
Judaísmo Messiânico.
Apesar disso a posição deles representa um grande avanço em
relação à cristandade que considera tudo cessado, não apenas os
sacrifícios oferecidos nos dias sagrados, mas os próprios dias que os
sacramentavam. Infelizmente, porém, parecem ter adotado um
sistema próprio de calendário que nem se baseia no método de
observação usado pelos caraítas e nem na datação provável
proposta pelo Calendário de Hillel II.
Ora ao afirmar que a lua nova é um fenômeno perfeitamente
previsível e que deve ser ajustado a partir da lua astronômica de
Yerushalaym eles parecem ter mergulhado num erro pelo simples
motivo de estabelecerem uma identidade própria entre tantas
igrejas que celebram as festas bíblicas. É algo que vale a pena
conferir. Entretanto, essa posição, que é um erro pontual não
compromete em definitivo a atuação dessa organização, que em
franca expansão vem conduzindo o coração do Israel negro à Torah.
Devo sinalizar que a meu ver o erro maior ainda é a falta de
uma linguagem kasher apropriada aos tempos que correm e que
demonstre nosso distanciamento da herança romana que não
apenas distorceu o caráter do Maschiach, trazendo sobre ele a
pecha de transgressor da Torah, mas também tudo fez para que seu
nome não fosse mais recordado.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Entretanto apraz-me saber que a questão da linguagem kasher
vem sendo cada vez mais discutida no grupo que pronto a
mudanças pode vir a dar esse importante passo, razão pela qual nos
manteremos em oração na esperança de que Wad Cox ceda a
avalanche de testemunhos em favor dos nomes sagrados. Apontado
esse erro, o de basearem suas festas na lua oculta, recordamos que
o grupo tem seus méritos que não devem ser esquecidos.
Ter conduzido milhares de pessoas, especialmente na África a
andarem no caminho em direção à Torah, celebrando o shabat, se
abstendo de alimentos impuros e se voltando para as festas, ainda
que com o mesmo erro de previsibilidade inserido pelo calendário
de Hillel é um deles.
Introduzir um sistema de governo que permita a liberdade das
congregações e o crescimento de seus líderes é outro mérito. Outra
observação que merece ser feita é sua declaração de que o
Maschiach não deve ser adorado a semelhança do Pai e que deve
ser dirigido ao Pai que o elevou a posição de Elohim, posição essa
que ele honra atribuindo toda a glória ao Pai. Assim eles se
demarcam do resto de suas irmãs.
Quanto à soberania de Elohim eles conseguem captar o que
nenhum dos grandes grupos armstronguianos parece ter entendido,
que a salvação é o resultado da escolha de Adonay e não de nossas
próprias escolhas. Para eles fica claro que o chamado da redenção é
dirigido aos eleitos, e somente a eles. Aos demais a mensagem lhes
chega em parábolas para que assim não entendam e não sejam
curados. Isso é avassalador, um progresso e tanto considerando que
Cox procedeu de uma escola antropocentrista onde o homem é uma
espécie de rei de sua vida e de seu destino. Uma posição por certo
rejeitada pela esmagadora maioria dos cristãos hodiernos mais
preocupados em superlotar os bancos de suas igrejas, ainda que
seja com falsos adoradores, orgulhosos e arrogantes que não
desejam ferir seu orgulho com a notícia de que Elohim é Rei e
governa sobre tudo e sobre todos. Que a ele, e somente a ele deve
ser dada a honra e a glória pela sua redenção.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Ao sustentar que a escolha é de Elohim o o grupo australiano
tem a seu lado as Escrituras nesse ponto. Yeshua não chamou a
todos e nem se esforçou para que todos entendessem sua
mensagem e fossem salvos. Inclui aqui o que eles dizem sobre a
doutrina da predestinação:
―É Elohim através de Maschiach, por meio da ruach há kodesh, que abre a
mente de todos os eleitos começando com os apóstolos, de modo que a Bíblia pode ser
entendida (Lc. 24:45). Maschiach falou em parábolas para que aqueles que não foram
escolhidos não viessem a entender e assim, eles viessem a ser salvos (Mat. 13:10-17)
antes de serem capazes de entrar em juízo. Elohim é misericordioso e não quer que
ninguém pereça. Assim, por sua presciência divina cada um é chamado segundo o seu
propósito. Para aqueles que de antemão conheceu, ―Predestinou para serem conformes
à imagem de Seu Filho para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E os que
predestinou, também os chamou, e os que chamou, também justificou e aos que
justificou também glorificou. O que diremos a isto? Se Elohim é por nós, quem será
contra nós? (Romanos 8:28-31).‖ Declaração de fé da Igreja Cristã Bíblica de Deus,
http://www.ccg.org/english/S/a1.html
Bem isso é exatamente o que as Escrituras dizem: ―E ele disse:
A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Elohim, mas aos
outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não
entendam.‖ Lucas 8:10.
Como todas as igrejas da família adventista, e mais ainda as
filhas da igreja de Deus, esse progresso termina sendo empalidecido
ante o exclusivismo enfermiço que os faz pensar que todos os
eleitos vêm a eles, e não ao Maschiach exclusivamente, ou que a ida
ao Maschiach pressupõe a ida a eles, e que aqueles que não
conseguem andar com eles não devem ser do número dos eleitos.
Trata-se de uma posição ambígua. Não se pode atribuir a redenção
unicamente à chesed e ao favor do Criador e ao mesmo tempo
tentar identificar quem é eleito em função de sua filiação religiosa,
por melhor que ela seja. Ou supor que os que não estão conosco,
podem ser eleitos, para uma salvação de segunda classe, no pós
milênio como supõem as organizações armstronguianas. Tomara
que as Igrejas Cristãs de Deus varram o exclusivismo para o lixo que
ele merece, e que dessa forma a kevod pela salvação não seja
dividida entre Elohim e o homem, entre o Maschiach e a Igreja.
Eleição e Exclusivismo são irreconciliáveis.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Ou cremos que os eleitos são levados a Yeshua de forma
misteriosa e sem em nada depender de sua ligação com grupos ou
igrejas ou nossa percepção da eleição termina comprometendo a
soberania e a liberdade de Yah em salvar suas ovelhas do modo que
lhe pareça pertinente, pois ele mesmo diz: ―Eu mesmo cuidarei das
minhas ovelhas.― De Elohim procede a salvação, e dele o poder de a
conservar. A ele, e somente a ele pois seja a glória pela redenção de
seus mui amado filhos.
Bem é ainda meritória a posição do grupo em relação a
Yeshua, e a sua afirmação categórica e única dentro do israelismo
britânico de que Yeshua não é coeterno como pai, ou seja que não é
Elohim no sentido como essa palavra é aplicada ao Santo de Isarel
que é um e único.
Ainda que esse progresso empalideça mais uma vez pela falta
de percepção da profundidade do amor incondicional de Elohim em
favor das ovelhas perdidas de Israel no que resulta uma virulenta
atitude com relação aos demais tanto os cristãos trinitarianos como
a seus irmãos das ex-IDU`s que segundo eles podem não estar na
primeira ressurreição. A graça ou chesed nos salva não em virtude
de nossas obras e de nosso entendimento. A eleição resultará sim na
final percepção da pura verdade por parte dos eleitos, as essa hora
ainda não chegou.
O grupo apregoa possuir membros no México, nos Estados
Unidos, no Canadá e na Letônia, mas não fornece dados quanto ao
número de congregações ou mesmo de membros localizados nesses
países. Na Ásia a organização australiana tem uma representação
exígua, estando presente na Malásia com 1 congregação, na
Indonésia com 1 congregação na ilha de Sumatra e nas ilhas
Filipinas com 2 congregações, uma em Manila e outra em Cebu. Na
Oceania há 3 congregações localizadas na Austrália, o pais sede,
uma em Sydney, uma em Melboune e outra em Rochedele. Mas não
as congregações da Ásia-Pacífico que fazem das Igrejas Cristãs de
Deus, as mais numerosas herdeiras do israelismo britânico de
Herbert Armstrong.
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É para o coração da África que estão voltados os grandes
esforços e é lá que a igreja australiana concentra 99% do seu
rebanho. Há indícios claros de que o grupo australiano correu na
frente, e conseguiu arrastar para sua influência a maior parte das
congregações da IDU africanas, e não só isso, mas também
multiplicá-las vertiginosamente, ainda que não seja claro de onde
vem retirando tantas centenas de congregações.
Se as informações estiverem corretas, o crescimento tem sido
espantoso para uma organização surgida pouco antes da Grande
Dispersão. Imagino que esse crescimento esteja fundamentado na
discipulação de grupos sabatistas, mas isso é algo que não posso
confirmar. De toda a forma a Igreja Adventista do Sétimo Dia com
seus milhões de membros sedentos pela verdade aguarda o
momento em que vencida a barreira do preconceito será
despertada. Como ex-adventista que sou, oro para que esse
momento chegue logo.
A julgar pelas informações contidas no site oficial do grupo a
mensagem das ICD entre o povo africano se espalha como fogo na
Savana, do Chifre da África ao Cabo da Boa Esperança e do
Madagáscar à Tunísia congregações negras abraçam alegremente a
convicção de que são descendentes de Avraham Avinu e que devem
viver à altura dos pactos feitos com Elohim e seu descendente Israel.
Ora, o povo eleito, tendo se misturado com todas as nações da
terra é hoje, uma nação multicultural, multirracial e multireligiosa
que não obstante deve chegar a ser uma só. Talvez por isso que as
Igrejas Cristãs de Deus puderam chegar mais efetivamente ao
coração do povo africano, proclamando que eles são filhos de
Avraham e devem viver como seus descendentes. Centenas de
congregações foram levantadas em apenas 18 anos de trabalho.
Imagina-se é claro, que esse avanço se faz também sobre outros
grupos sabatistas, como adventistas, batistas e pentecostais do
sétimo dia. Assim, embora o grupo australiano não seja páreo para
IDF, para IDV e para a IDU em termos de poder financeiro, tem tido
um inegável êxito em avançar no corçao da África.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Em lugares onde não depende da TV, da Internet ou das
publicações, mas apenas do convencimento corpo a corpo. E isso
tem sabido fazer com uma eficácia inegável.
Igrejas Cristãs de Deus
Nome
Oficial
Página
oficial
Fundador
Membros
Christian Churches of God
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
Inexistente
http://www.ccg.org/
Wade Cox
32.745
Inexistente
Sigla
Sede
New Act, Austrália
Ano 1995
Países
Entradas
284.800
USD
Inexistente
Ordem
Rádio
Alcance
Subordem
Família
Sabatista
Igreja de Deus
CCG
Igreja de Deus
Universal
35 Congregações 1080
Entradas
516.00
Reais
Inexistente
Inexistente
Subfamília
Revisionista
Arianocalvinista
Gênero
Exclusivista
002 - Igreja de Deus Unida, uma Associação Internacional
Fundada por Roy
Holladay em 1995 em
Cincinati no Ohio, a
Igreja de Deus Unida,
uma
Associação
Internacional
(United
Church of God, an
International
Association) é a mais
poderosa do grupo,
pois mesmo não sendo a mais numerosa tem 413 congregações,
está presente em 69 países, tem um orçamento de 18,5 milhões de
dólares e conduz 12.823 fiéis. Isso já refeita da grave crise que a
afetou recentemente quando o grupo se partiu em dois e perduu
quase 40% de sua membresia e 25% de suas receitas. Ainda assim,
seus 12.823 membros representam 12,05% das IDU´s
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A Igreja de Deus Unida foi até dois anos atrás a mais poderosa,
rica e influente das herdeiras de Herbert Armstrong. O grupo
alcançou seu auge no Sukot (tabernáculos) de 2009. Na altura
21.114 crentes compareceram à festa em diferentes locais
consagrados para isso ao redor do mundo. No ano 2010 a igreja já
estava em crise com um comparecimento total 19.662 atendentes
segundo o jornal United News, November 2010. Isso apontava uma
queda de 6,88% ou 1.452 crentes. Em 2011 com a crise no seu auge
o atendimento à festa dos tabernáculos havia caído 39,27% em
relação a 2009 e ficado em 12.823. O resto decidiu apoiar a nova
Igreja de Deus Associação Universal. A razão, para a maioria dos
analistas, inclusive especialistas em IDU e adeptos dela foi uma
disputa pela divisão das rendas da organização. A manutençãod a
obra no terceiro mundo inviablizava os projetos ambicionsos da IDU
para os Estados Unidos, como a cosntrução de uma sede apropriada
para a visão armstronguiana bem como a manutenção dos projetos
de divulgação no rádio, na televisão e na revista.
Nessa altura, é claro, as receitas da organização começaram a
diminuir, ainda que não na mesma proporção, posto que ela
conseguiu manter grande parte dos membros dos países ricos. A
dadivosidade dos membros das Igrejas de Deus sempre foi notória.
No último ano antes de sua apostasia colossal da era pós Armstrong
a organização chegou a arrecadar cerca de 220 milhões de dólares,
um milagre, pois falamos de 20 anos atrás e de apenas 120 mil
crentes.
Assim, em plena crise, em 2010 a Igreja de Deus Unida ainda
era suficientemente forte como para congregar numa festa menor
para o grupo, a dos pães sem fermento, 8,225 pessoas que doaram
no dia da abertura 560 mil dólares e no 7º dia o do encerramento
outros 565 mil dólares. O relatório de Aaron Dean‘s revelou que o
volume total de entradas no período 30/6/2008 – 30/6/2009 foi de
24.735.699 dólares, no balanço anual de 30/6/201caiu para
23.870.007 dólares (- 3,5%) em relação a 2009 e finalmente para
18.500.000 em 30/6/2011 (-25,21%) em relação a 2009, uma
diminuição e tanto.
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Isso levou os especialistas em Igreja de Deus a concluírem que
o racha do final de 2010, quando fracassaram as negociações para
evitar a separação foi altamente favorável para a Igreja de Deus
Unida, que mesmo já não tão unida, perdeu um quarto das receitas
contra a metade de sua folha de pagamentos. Isso lhe permitirá
continuar investindo pesado na mídia, tanto impressa como
televisiva, a menos que a crise alcance desdobramentos ainda não
antecipados. Tudo leva a crer que as diferenças doutrinárias
existentes entre os dois grupos são muito menores que as causas
administrativas e financeiras. Ray Holladay comandou por anos a
mais poderosa das herdeiras de Armstrong no que se refere a
finanças, a segunda maior em número de congregações e de
membros e provavelmente a que mais edita livros e revistas.
É também a maior organização em todo o mundo a
reconhecer a autoridade do Pastor Geral, já que a grande
organização australiana como já vimos, dedica pouco ou nenhum
espaço para falar de Armstrong, e tem uma visão crítica a alguns
aspectos de sua obra. Ao abrir a página principal da Igreja de Deus
Unida, o visitante pode ter a ideia de que o grupo renegou o velho
caudilho ao esquecimento, pois não publica suas obras. A razão é
outra e nada tem a ver com a falta de confiança no Pastor.
É que a maior parte dos títulos de Armstrong cujos direitos
autorais ficaram com a apóstata igreja que ele fundou foram
comprados à Igreja de Deus Universal pela Igreja de Deus Filadélfia
depois de um longo processo judicial com um custo milionário.
Desde então é a IDF que detém os direitos autorais sobre as
principais obras do Sr. Armstrong. Apenas pequenos ministérios
distribuem suas obras via internet, uma distribuição, um tanto ilegal,
digamos, mas que não ficaria bem à IDF impedir sob o pricípio de
quem não é contra nós é por nós. No entanto, mesmo sem publicar
as obras do Pastor Geral sua memória é relembrada em vídeos,
mencionada em sermões, publicada em estratos. A IDU nem por isso
é menos armstronguista que as demais herdeiras, apenas perdeu a
oportunidade áurea de publicar suas obras algo que Gerald Flurry da
IDF soube aproveitar, apesar do custo exorbitante.
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Por exemplo, ao transcorrer o aniversário da primeira
transmissão radial do Sr. Armstrong, um dos líderes, Darris McNeely
pregou um sermão que aparece na página oficial no qual titulou:
Uma chamada para uma Porta Aberta:
―Setenta e cinco anos atrás, neste fim de semana (primeiro
domingo de janeiro de 1934) Herbert Armstrong começou a transmitir na
estação de rádio KORE em Eugene, Oregon. É bom fazer uma pausa
e considerar a importância do evento como um lembrete da missão
central da Igreja. Nós todos conhecemos a história da autobiografia,
maravilhosamente contada no filme mostrado na festa dos Tabernáculos
do ano passado, de como o Sr. Armstrong corajosamente saiu no meio
de uma depressão econômica com um punhado de adeptos
para aproveitar as rédeas dos meios de comunicação e pregar o
evangelho. Demorou visão para ver o que poderia ser feito quando os
corações e mentes estão unidos em uma obra de proclamar o evangelho
de Cristo a todo o mundo.‖ (A Call for An Open Door, by Darris McNeely,
Submitted January 5, 2009, http://www.ucg.org/blog/call-open-door/)
Outro exemplo notável de quanto a figura de Armstrong ainda
é enaltecida pelos principais líderes pode ser dado no sermão
publicado em 2006 comemorativo aos 20 anos de sua morte
ocorrida em 1986.
―Vinte anos depois da morte de Herbert W.Armstrong, eu ainda
estou tentando fazer o que ele disse a todos. "Sopre a poeira sua Bíblia
e prove para si mesmo. Não acredite em mim, creia na Bíblia." Ele
esclareceu tantas verdades com as Escrituras que se tornou muito
fácil para todos nós. Sua morte foi o único momento mais importante da
minha vida. Não me lembro de nenhuma parte da minha vida, do
nascimento, da educação e do casamento que ele não desempenhou um
papel. Durante 12 anos eu o vi entregar mensagens aos chefes de
Estado e reis em todo o mundo, mas por ocaisão da sua morte,
seu desejo ainda era sobre o verdadeiro Corpo espiritual de Cristo - a
Igreja.
"Ajudar a purificar a Noiva" foi a última ordem dele para mim
depois de 12 anos de serviço direto para este patriarca especial. Eu nunca
percebi o quão desconcertante seria mesmo tentar realizar este fim além
de sua sepultura.‖ (News Article by Aaron Dean, Twenty years after Herbert W.
Armstrong's death, I am still trying to do what he told everyone.
http://www.ucg.org/news/blow-dust-your-bible-purify-bride-hold-fast-remembering-mr-armstrong/)
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Como outras herdeiras da Igreja de Deus Universal a Igreja de
Deus Unida agrega uma objeção firme ao porte de armas e ao
serviço militar em tempo de paz ou de guerra, além disso, se opõe à
participação de seus membros em assuntos ligados à política tal
como as testemunhas de Jeová ou os adventistas da Reforma no
que se firma como tradicional herdeira de Armstrong.
Contudo, no que se relaciona ao divórcio e ao segundo
Casamento a Igreja de Deus Unida deu um passo significativo.
Talvez considerando que o próprio Pastor Geral terminou casando
com uma divorciada, a organização reconhece, e legitimamente, que
existem situações em que o divórcio seguido de novo casamento é
possível.
Isso é tornado claro no seguinte artigo elaborado pelo
conselho de Pastores.
Liberdade para casar-se em segundas núpcias: A diferença do
mundo, existem muito poucas razões pelas quais os crentes podem estar em
liberdade de casar-se em segundas núpcias depois de um divorcio. Unicamente
duas razões podem (mas não necessariamente tem que) dissolver um
matrimônio em que participam dois crentes. A primeira razão é: "Porneia, ou
imoralidade sexual. Isto incluiria no sentido mais amplo todos os casos de
anormalidade sexual, entre eles o adultério. A implicação é que um mal
comportamento sexual habitual, mas não se limita a isto" (Declaração de crença
titulada "Divorcio y Segundas Nupcias", p. 10 O divórcio e o recasamento
Dentro da Igreja, artigo de Greg Sargent, Igreja de Deus Unida, página visitada
em 14 de março de 2012. http://www.ucg.org/marriage-and-family/divorceand-remarriage-within-church/).
Não sendo por considerar que um casamento realizado fora
do direito acima referido pode levar, segundo eles, à perdição da
alma, o que evidentemente fere o princípio de que a salvação é
eterna, e que não há nada que o pecador redimido faça que o leve a
perdição, não me parece haver objeções a essa posição. Muito
equilibrada, por sinal, pois considera as razões legítimas para o
divórcio e o recasamento dentro de uma kehilah crente em Yeshua e
mostra que elas vão além do adultério, da imoralidade sexual de
todo o tipo, mas passam também pela fraude de qualquer espécie,
pois o o adultério a que se tem em conta não é apenas sexual.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Essa importante mudança de rumo de uma organização que
surgiu no meio de severa oposição a novas núpcias é uma
refrescante lufada de ar e demonstra que a Igreja de Deus Unida
está disposta a mudanças. Tomara que elas se intensifiquem. Uma
característica essencial da Igreja de Deus Unida é a crença de que
ela é a continuação da Igreja de Elohim, enquanto a Igreja de Deus
Vivente se considera parte do remanescente de Laodicéia.
A visão da continuidade da igreja é uma herança da Igreja de
Deus do Sétimo Dia que solidifica o conceito de igreja única e
exclusiva fora da qual não pode haver salvação. Nesse sentido podese assinalar quase o mesmo desvio grave que permeou a obra do
Pastor Geral. A divisão hora ocorrida na Igreja de Deus Unida,
quando se pensava que a poeira tinha baixado e os grupos
devidamente consolidados é considerado pela IDV como uma
resposta ao erro da continuação.
Esta divisão diminuiu os esforços de divulgação da Igreja de
Deus Unida, mas ainda assim estes são muito fortes. Um exemplo
disso é a Good News Magazine, Revista Boas Notícias, um periódico
bimensal que atingiu 425.000 exemplares no seu auge, e que agora
(Março-abril) está em 382.000 exemplares. A IDU alega que fez uma
revigoração das assinaturas para evitar o desperdício, e que só as
pessoas que realmente estavam interessadas continuam a receber a
revista. No entanto, essa é uma redução pequena, considerada a
perda de membros e de receita. O trabalho ainda é estupendo, são
2,3 milhões de revistas enviadas gratuitamente a centenas de
milhares de pessoas todo o ano. As edições são em inglês, alemão,
francês, holandês e italiano. Outras revistas são a Vertical Thought
Magazine um trimensário de 20 páginas destinado sobretudo aos
jovens abordando temas como namoro, noivado, sexualialidade,
estudo e carreira para os jovens da igreja e cuja tiragem, o Bíblical
Study Course de doutrinação e o World News & Prophecy um
bimensário de 16 páginas destinado ao estudo das profecias. A
tiragem não é declarada, mas dado o tamanho da organização deve
ser de uns 30.000 exemplares, algo como 120.000 por ano. Outro
esforço considerável é o programa de TV a cabo.
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259
Volume I – O Israelis mo Britânico
O Beyond Today (Bem Vindo ao Dia de Hoje) alcança centenas
de cidades em dezenas de estados americanos e províncias do
Canadá. Sua emissão por satélite alcança ainda Europa e África. E o
mesmo programa é ainda divulgado em emissoras de rádio. Estimase que a Igreja de Deus Unida gaste em torno de 8 milhões de
dólares por ano em televisão e outros pojetos de divulgação.
Presidida desde 2010 pelo Sr. Dennis Luker (1941-) que
formou-se em Teologia no famoso Ambassador College, parte das
suntuosas obras do Sra. Herbert Armstrong depois entregadas às
baratas da apostasia pelos sucessores da IDU. O atual presidente
está a 50 anos ligado à obra de Armstrong. No entanto assume a
direção numa hora de crise cujos desdobramentos ainda não são
totalmente claros, apesar de que a organização ainda é forte nos
países ricos.
Esse é um diferencial importante para os esforços de
publicação de uma instituição que segue a política de Armstrong. A
organização mantém intacto o número de congregações nos países
ricos. Nos Estados Unidos, sua base principal a IDU manteve suas
209 congregações, apesar de que metade delas se partiu ao meio
para dar origem a Igreja de Deus uma Associação Universal. No
Canadá, a divisão foi menos acentuada, houve a perda de uma
congregação completa entre as 22 e a divisão de duas, reduzindo-se
assim a 21 congregações. Na Inglaterra manteve intactas 10 de suas
12 congregações e garantiu a metade das outras duas. Na Austrália
e Nova Zelândia, conseguiu manter as 28 congregações, apesar da
divisão de cinco delas.
As perdas foram grandes em países onde o aporte financeiro é
menor, no México as 23 congregações ficaram reduzidas a 4. Em
Gana, as 12 congregações se resumiram a uma única fiel à IDU. No
Chile a divisão atingiu 6 das 7 congregações. Apesar disso a IDU
continua presente em 60 países. E a membresia de 7.600 crentes nos
Estados Unidos, respondendo por 59,47% do total mundial deve
continuar a sustentar a instituição e seus ambiciosos projetos de
evangelização pela literatura, pela TV e pela Rádio.
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260
Volume I – O Israelis mo Britânico
Historiar todos os desdobramentos da crise demandaria mais
tempo do que esse trabalho permite e nos deteremos aqui pois
teremos de analisar sua dissidência a Igreja de Deus uma Associação
Universal.
Igreja de Deus Unida
Nome
Oficial
Página
oficial
Fundador
Membros
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
United Church of God, an International Sigla
UCGaIA
Association
(IDU)
Sede
http://www.ucg.org/
Denton, Ohio, Estados Unidos
Clyde Kilough
12.823
Ano
1995
Países
Entradas
18.500.000
USD
Good News Magazine, Vertical
Thought
Revista Boas Notícias
Magazine 30.000 (120.00
60
Congregações
413
Entradas
33.559.000
Reais
World News & Prophecy 30.000
(180.000)
382.000 (2.300.000)
Beyond Today (Bem Rádio
Vindo ao Dia de Hoje)
Alcance
140 milhões
Ordem
Subordem
Família
Beyond Today (Bem Vindo ao
Dia de Hoje)
Subfamília
Gênero
Sabatista
Armstronguista
Exclusivista
Igreja de Deus
Igreja de Deus
Universal
003 - Igreja do Deus Vivente
Sediada Charlotte,
North
Carolina
e
Fundada em 1998, pelo
Dr.
Roderick
C.
Meredith (1930-), um
dos colaboradores mais
próximos de Herbert
Armstrong que o ungiu
como
ministro
em
dezembro de 1952, a
Igreja do Deus Vivente (Living Church of God) é uma das mais ativas
da família. Com 306 congregações espalhadas por 44 países nos
cinco continentes e com um orçamento de 14,341 milhões de
dólares, a organização possui 8.962 membros ou 6,5% de todos os
crentes do israelismo britânico.
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261
Volume I – O Israelis mo Britânico
O grupo da Carolina do Norte mantém as principais doutrinas
da antiga IDU, celebra todas as festas da Torah está espalhado nos
cinco continentes e divulga sua doutrina em Afrikaner, francês,
croata, espanhol, alemão e holandês além do inglês, é claro. Seu
principal órgão de divulgação é a revista bimestral Tumorrows World
de 32 páginas e com tiragem de 326.000 exemplares que totalizam
1,956 milhões de cópias anuais.
Os temas abordados misturam a atualidade com a
investigação profética de acordo com a visão do israelismo britânico
como no tema de cada da resvista aqui apresentada: Ressurgent
Germany: A Fourth Reich (Alemanha Restaurada: O Quarto Reich?) O
artigo assinado por Douglas S. Winnail observa que registros
históricos antigos como a do historiador romano Plinio o Velho,
morto no ano 79 em Pompéia por ocasião da erupção do Vesúvio
dão conta que os assírios foram vizinhos do povo hebreu. Isso é um
dado interessante, pois a Assíria conheceu o seu fim por volta do
ano 650 AM, mas Plínio disse que havia uma tribo assíria na região
da Criméia perto do Mar Negro na atual Ucrânia.
Em seus estudos Herbert Armstrong já tentara explicar a causa
do ódio da nação alemã à nação hebraica como uma guerra
espiritual iniciada vários séculos antes. O artigo pode ser demasiado
estranho para a comunidade cristã brasileira que pouco pesquisa a
origem dos povos, mas não para o israelismo britânico. A propósito
incluo aqui parte dele.
―Os hititas e assírios também usaram uma águia de duas
cabeças para simbolizar os deuses do céu de tempestade, do
trovão e do sol. Estes símbolos reaparecem na cultura da Alemanha,
Prússia e Áustria, e especialmente do Terceiro Reich. Os hititas (a
quem, eventualmente a Assíria conquistou e absorveu) mostram
laços linguísticos e culturais com duas das tribos alemãs-Hessians e
prussianos. Ainda mais interessante, como o historiador José Bihl
nota, são lendas que a cidade mais antiga da Alemanha, Trier, foi
fundada em aproximadamente 2000 aM por Trebeta, filho de um
rei assírio chamado Nino (in Deutschen Landen, p. 69).
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262
Volume I – O Israelis mo Britânico
Os visitantes podem ainda ler uma inscrição em uma casa histórica
no mercado de Trier, afirmando que esta colônia assíria foi fundada 1300
anos antes de Roma. Alguns historiadores têm descrito os assírios como
os "prussianos do Mundo Antigo" (The Ideal and Destiny O Ideal e
Destino ", McCulloch, p. 224), submisso à autoridade centralizada, com
um" profundo sentimento de superioridade enraizado ", a idéia de ser
uma " raça " superior (Mass Deportations and Deportees in the NeoAssyrian Empire, Obed, p. 89).
Os assírios eram extremamente nacionalistas, com "um forte
sentido de participar de uma forma comum e natural da vida" (ibid., p.
66), semelhante à idéia de um volk alemão ou um povo. Após a queda do
Império Assírio, o historiador romano Plínio mencionou uma tribo dos
"Assyriani" entre os povos citas no norte da Crimeia Mar Negro (História
Natural, Bk IV. XII. 81).
O historiador Jerônimo, escrevendo em que o século 4, disse que
os "descendentes de Assur" estavam entre as hordas celtas e hunas que
então invadiam a Europa (Nicene e Post-Nicene, Jerome Carta 123, seção
16). O pesquisador Leon Poliakov registra a história antiga da Baviera e
afirma que o povo da Bavária foi para a Europa Central a partir da região
da Armênia, junto ao Mar Negro (The Aryan Myth - O mito ariano, p.
76). Diante dessas informações, não é surpreendente encontrar escritores
árabes medievais que descrevem os alemães como "assírios" (Israelites
und Hyksos - Israelitas e Hicsos por Germol, pp 89-90). As relações entre
Alemanha e Assíria podem ser encontradas, e não são nem rebuscadas
nem imaginárias.‖
(http://www.tomorrowsworld.org/cgi-bin/tw/tw-ag.cgi?category=Magazine50&item=1190061343)
É bom recordar que o povo alemão cumpriu no século XX a
mais miseranda de todas as tarefas jamais confiadas a um povo,
exterminar um em cada três judeus da face da terra. Paradoxalmente
a ira do Criador se ascendeu contra ele, mas também a misericórdia.
Abre-se uma porta de investigação para os que estudam as
profecias. Seria a Alemanha descendente da antiga Assíria? Se for
esse o caso que destino aguarda esta poderosa nação hoje acossada
pelo rápido crescimento das suas populações islâmicas? Esta
questão não chega a ser abordada por Winnail, mas ele não deixa
de registrar que há um plano positivo também para a Assíria. No
entanto, sou de opinião que os assírios são os cristãos do Iraque.
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263
Volume I – O Israelis mo Britânico
―No entanto, por mais incrível que possa parecer, a profecia bíblica
indica também que Deus usará, eventualmente, Assíria, o notável povo
alemão, como uma nação líder para a paz no Reino de Deus (Isaías 19.2325). Deus vai usar a força notável intelectual e cultural do povo alemão
para ajudar a enriquecer o mundo durante o reinado milenar de Jesus
Cristo. Como faz todos os povos da terra, os alemães têm em seu caráter
nacional, tanto os pontos fortes e fracos. Assim como Deus usará os
descendentes modernos da Assíria, para cumprir a profecia do fim dos
tempos, nos próximos anos, no mundo de amanhã Ele vai usar a força
marcante do povo alemão para servir os seus companheiros seres
humanos!‖
Para anunciar estas e outras perspectivas a Igreja do Deus
Vivente mantém ainda um programa televisivo com o mesmo nome,
apresentado por Richard F. Ames, Roderick C. Meredith, Wallace G.
Smith e Rod King. O programa vai ao ar 320 vezes por ano e em
211 estações de TV que cobrem 78 milhões de habitantes. Vários
dos vídeos de o mundo de amanhã podem ser acessados através da
internet, inclusive no Youtube.
Já seu programa radial é transmitido em 15 estações, tendo
uma audição em espanhol ―El Mundo de Manãna‖ na voz de Mário
Hernandez. Como a Igreja de Deus Internacional, eles parecem ter
aprendido a lição de que promover demasiado a figura de um
pastor geral é um perigo para qualquer organização. Seu líder o Dr.
Roderick C. Meredith, parece continuar em forma, ainda que aos 80
anos a liderança pareça ir recaindo sobre seus auxiliares. A doutrina
da salvação, tal como expressa em sua confissão de fé, não deixa
absolutamente explícito se o crente deve se sentir completamente
livre da culpa e salvo, mas sinaliza no sentido de que a salvação
começa quando cremos, e que as festas bíblicas não são um
instrumento para salvar o homem, mas para ajudá-lo a entender
melhor o plano da redenção. No entanto, parece subsistir o conceito
de regeneração através da imersão ou subsequente a ele, algo
comum a quase todas as igrejas derivadas da Igreja de Deus
Universal. Esperamos que em breve estas instituições aprofundem a
sua visão da graça e possam consequentemente anunciar em alto e
bom som que a salvação é uma obra de Elohim fora do homem e no
homem, e por isso mesmo soberana, livre e irresistível.
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264
Volume I – O Israelis mo Britânico
―A salvação é um dom de Elohim pela graça mediante a fé em
Yeshua ha Maschiach (Tito 3:5, 2 Coríntios 2:15, Romanos 5:10). A partir
do arrependimento e do batismo, Elohim nos justifica de nossos pecados
passados. Em seguida, começará um processo contínuo de "ser salvo"
porque nós crescemos na graça e no conhecimento de Maschiach (2
Pedro 3:18). Nossa salvação será completa na ressurreição (1 Coríntios
15:50-54). Ao observar as Festas bíblicas e sábados, passamos a
compreender mais profundamente o plano de salvação de Elohim, e os
passos para a salvação que tomamos como messiânicos.‖ (Official
Statement of Fundamental Beliefs, Declaração Oficial dos Pontos
Fundamentais da Fé)
Com 159 congregações nos EUA, 36 nas Filipinas, 33 no
Canadá, 17 na Inglaterra, 15 na Austrália e Nova Zelândia e outras 58
na Ásia, Europa, América do Sul, África e Oceania, a organização vem
experimentando forte crescimento. Trata-se, portanto de uma das
mais ativas da família e uma das que mais se expõe tanto pela mídia
eletrônica como pela impressa.
Oremos para que o grupo avance em direção à restauração
buscando um referencial judaico para sua adoração e para seu
serviço, não um judaísmo qualquer, mas aquele que procede da
Torah.
Igreja de Deus Vivente
Nome
Oficial
Living Church of God
Página
oficial
http://www.lcg.org/
Fundador
Roderick
Meredith
8.963
Membros
Revistas
Tiragem
(Soma anual)
TV
Alcance
Classe
Adventista
C.
Sigla
Sede
Ano
1998
LCG
IDV
Charlotte, Carolina do Norte,
Estados Unidos
Países
60
Congregações
306
Entradas
14.341.000
USD
Tumorrows
World
(Mundo de Amanhã) ,
326.000(1.960.000)
Tumorrows
World Rádio
(Mundo de Amanhã)
Alcance
78 milhões
Ordem
Subordem
Família
Entradas
Reais
Subfamília
Gênero
Sabatista
Armstronguista
Restauracionista
Igreja de Deus
Igreja de Deus
Universal
26.014.574
El Mundo de Mañana
15 Estações
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265
Volume I – O Israelis mo Britânico
004 - Igreja de Deus Uma Associação Universal
Nascida
em
dezembro de 2010 no
decorrer de uma grave
crise institucional na
qual 179 ministros da
Igreja de Deus Unida
renunciaram ou foram
demitidos, a mais nova
herdeira da Igreja de
Deus Universal estreia
com a força de uma dissidente que arrancou com 50% dos pastores
assalariados da IDU, 40% da membresia e 25% de seu orçamento.
Os desafios a serem defrontados por Jim Franks, o primeiro
presidente da história da debutante organização, porém não serão
poucos, a começar pela forma como a IDU se partiu tendo a
simpatia dos campos mais pobres se inclinado para sua liderança
enquanto os campos mais ricos se mostraram simpáticos com a
antiga liderança. Isso é mais patente nos Estados Unidos, onde a IDU
manteve 230 congregações, contra apenas 110 da IDAU. Essa
situação se repete na Europa com 26 a 4, na Ásia-Oceania onde as
diferenças se encurtam, com 55 a 27, mas ainda assim amplamente
favoráveis à IDU que manteve 25 congregações na Austrália, o país
mais rico da região e vem a inverter na áfrica com vantagem de 43 a
37 da IDAU sobre a IDU, na América Latina vantagem de 49 a 34 e
no Caribe com vantagem de 13 a 7. Não resta dúvidas de que
financeiramente a balança pende para o outro lado.
No entanto, o orçamento de 6,235 milhões de dólares
alcançado em 2011, permitirá a organização se estruturar embora no
momento talvez não possa sonhar com periódicos gratuitos,
programas na TV e suntuosas construções que são a marca deixada
por Armstrong que todos querem impor as suas respectivas
organizações. Levára anos para tais objetivos sejam alcançados, mas
a preferência pelo terceiro mundo pode se revelar positiva.
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266
Volume I – O Israelis mo Britânico
Do ponto de vista
doutrinário, o grupo,
sendo formado por
alguns dos mais fiéis
adeptos da doutrina do
Sr. Armstrong manteve
os elementos básicos
intactos. No primeiro
ponto a visão sobre a
natureza de Elohim como sendo uma família ainda incompleta e que
incluirá os salvos, mas deixando claro que a Ruach Há Kodesh não
faz parte dessa família, sendo antes o poder de Elohim, o sopro de
sua vida eterna.
―Elohim é uma família eterna atualmente composta por pai e
filho. O pai e o filho estão envolvidos no trabalho criativo de expandir
esta família trazendo muitas crianças (filhos e filhas) à glória. O Espírito
Santo é o poder de Elohim e do espírito da vida eterna, não uma
entidade separada ou ser. ― Fundamentos de Fé Ponto 1, A Divindade.
Como Armstrong, todas as Igrejas de Deus e as organizações
adventistas, a nova igreja nega que o homem possua qualquer
essência imortal no seu ser, ou que já possua imortalidade agora.
―Os seres humanos são seres mortais, contando com o sopro da
vida e estão sujeitos a corrupção e a decadência. Eles não têm uma alma
imortal,
nem
se
eles
possuem
a
vida
eterna
neste
momento.‖ Fundamentos de Fé Ponto 3, A Humanidade.
Aqui o grupo ignora que embora seja verdade que separada
de Elohim a humanidade está morta em seus delitos e pecados, uma
vez tocada pelo poder da chesed, tendo escutado a mensagem de
Yeshua, essa morte é vencida, o crente passa então da morte para a
vida e possui, adquire desde então a imortalidade, a vida de Elohim
passa a estar nele. Ele já está espiritualmente ressurreto:
―Quem ouve minha palavra e crê naquele que me enviou tem a
vida eterna, e não entra em condenação, mas já passou da morte para a
vida.‖ Yochanan/Jo 5:24.
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267
Volume I – O Israelis mo Britânico
Outro ponto onde Armstrong se aproxima do adventismo
radical reformista é a questão do serviço militar. A IDAU mantém o
ponto de vista de que os crentes não podem participar no serviço
militar ou portar armas, por que isso equivale a homicídio
intencional, além do mais seria difícil como militar observar os dias
santos.
―Por causa de Jesus ter ensinado que temos que amar nossos
inimigos e a instrução de Deus a respeito da vida humana, os cristãos
não devem servir nas forças armadas. O ensino bíblico é que, se alguém
ainda odeia seu irmão, ele é um assassino. Sendo militar criaria
problemas para manter o sábado e dias santos.‖ .‖ Fundamentos de Fé
Ponto 3, Serviço Militar e Guerra.
Ponto alto de todo o movimento é a questão das tribos
perdidas a IDAU considera que as promessas a Avraham são literais,
que os doze filhos de Yakov são importantes nações hoje, mas ao
mesmo tempo, ensina que qualquer que aceite Yeshua, a semente
de Avraham torna-se filho adotado do patriarca.
―Cumprimento de Elohim de suas promessas a Avraham, um
homem chamado o pai dos fiéis, representa fidelidade duradoura de
Elohim e fornece chaves importantes para a compreensão da profecia
bíblica. Como prometido, Elohim tem multiplicado os descendentes de
Avraham para que Avarham, literalmente, se torna-se pai de muitas
nações. Elohim prosperou materialmente seus descendentes: Ytzchak,
Yakov (também chamado de Israel) e os 12 filhos de Yakov foram os
progenitores das doze tribos do Israel antigo. Descendentes destes
povos continuam como proeminentes Nações hoje (especialmente os
descendentes de Efraim e Menashe) porque eles têm herdadas as
bênçãos físicas de Avaraham. Para complementar as bênçãos físicas
prometeu Abraham, outra promessa foi feita por Elohim para este
patriarca — uma promessa de salvação através da sua semente (Yeshua
ha Maschiach), que todas as pessoas, independentemente de sua
linhagem física, podem receber. Todos os que responderem ao chamado
de Elohim pertencem ao Maschiach e são considerados a semente de
Avraham. Noções básicas sobre estas promessas feitas a Avraham
fornecem uma compreensão mais precisa do mundo hoje e as
mensagens dos profetas.‖ Apoio bíblico: Gênesis 12:1-3; 32:28; Salmo
111:1-10; Romanos 4:12, 16; 9:7-8; Gálatas 3:16, 28-29. .‖ Fundamentos de
Fé Ponto 18, Promessas a Avraham.
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268
Volume I – O Israelis mo Britânico
Com relação a quem é a igreja, parece que o grupo, escaldado
por tantas separações na ―Igreja única,‖ abre uma janela para a
compreensão da kehilah como sendo os fiéis e não a organização.
―A Igreja de Elohim é um corpo espiritual composto de crentes
que têm e estão sendo conduzidos pelo Espírito Santo. A Igreja não é
uma denominação, uma organização humana ou um edifício, mas as
pessoas que Elohim está trabalhando com elas em qualquer idade. O
nome bíblico da Igreja é a "Igreja de Elohim." Sua missão é pregar o
evangelho do Reino vindouro de Elohim para todas as Nações e fazer
discípulos de todos os que responder ao chamado de Elohim, assistindoos em seu desenvolvimento espiritual e a reconciliação com Elohim.‖
Fundamentos de Fé Ponto 17, The Church of God ( A Igreja de Deus).
Aqui cabe assinalar o erro de imaginar que o nome do povo
santo seja Church of God (Igreja de Deus) quando se sabe que estes
são nomes pagãos e que a Kehilah de Elohim tem por nome Israel.
Outro ponto interessante é a visão do grupo sobre a ressurreição.
Eles dividem a ressurreição em três passos, mais ou menos como
Armstrong ensinava. Trata-se de algo curioso pela sua natureza, e
por isso incluo aqui a exposição.
―As Escrituras revelam que haverá três períodos distintos na futura
ressurreição para aqueles que já morreram. No retorno de Yeshua ha
MAschiach, uma primeira ressurreição para a vida eterna terá lugar para
todos os fiéis servos de Elohim, que morreram ao longo dos
tempos. Estes indivíduos se levantarão de suas sepulturas e, juntamente
com seres humanos vivos que têm a ruach ha kodesh residindo dentro
deles, serão transformados em seres imortais, do Espírito.
Após o reinado de 1.000 anos de Yeshua ha Maschiach na terra,
haverá uma segunda ressurreição à vida física para a maioria de todas as
pessoas que já viveram. Essas pessoas terão suas primeira e única
oportunidade de ouvir, entender e responder ao chamado de Elohim. Se
se tornam convertidos, receberão a vida eterna. Haverá uma terceira
ressurreição para os incorrigíveis para um breve período de consciência,
em que eles receberão o justo julgamento de Elohim — sua destruição
no Lago de fogo. Esta ressurreição é reservada para aqueles que têm
rejeitado a oferta de Deus de salvação, colhendo a morte eterna, também
chamada de segunda morte, da qual não há nenhuma ressurreição
adicional. Fundamentos de Fé Ponto 20, As ressurreições.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Igreja de Deus Uma Associação Universal
Nome
Oficial
Church of
Association
Página
oficial
Fundador
http://cogwa.org/
Sede
COGWA
ID-uAU
Dallas, Texas, Estados Unidos
Jim Franks
8.500
Ano
2010
Membros
Revistas
Tiragem
Indisponível
God,
a
Entradas
USD
Worldwide Sigla
6,235.000
Indisponível
Países
47
11.310.290
Entradas
Reais
Indisponível
(Soma anual)
TV
Alcance
Classe
Adventista
Indisponível
Ordem
Rádio
Alcance
Subordem
Família
Sabatista
Igreja de Deus
Restauradora denominacional
Indisponível
Igreja de Deus
Universal
Subfamília
Gênero
Não
005 - Igreja de Deus Filadélfia
Fundada a 20/12 de
1.989 por Gerald Ray Flurry
(1935-) atual Pastor Geral e
John Amos (1929-1993) em
Edmontom, Philadelphia, a
Igreja de Deus Filadélfia
(Philadelphia Church of
God) está em 69 países, tem
206 congregações, 94 delas
nos EUA e Canadá trabalha com um orçamento de 20,6 milhões de
dólares, sendo a mais rica de todas as grandes herdeiras de
Armstrong considerando que o grupo possui apenas 5.500
membros. Ela dispõe de ¼ de todo o orçamento das IDU`s e apenas
5.86% de seus membros.
Páginas hostis a Igreja de Deus Filadelfia falam de um número
de membros em torno de 4.000. Mas isso é completamente irreal
considerando a saúde financeira da instituição e os variados projetos
que vem tocando como o Ambassador Auditorium recentemente
inaugurado.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
O grupo sustenta, junto com Armstrong, a crença de que
haverá uma oportunidade para aqueles que morreram sem terem
sido chamados à graça e à obediência.
―Acreditamos que a única esperança de vida eterna para o homem
mortal, é a ressurreição. Ao final do Milênio, TODOS que viveram e que
não conheceram Deus, serão ressuscitados à vida física e terão uma
oportunidade de salvação (I Corintios 15:22; Apocalipse 20:5).
Acreditamos que haverá uma ressurreição dos justos e dos injustos (Atos
24:15; Daniel 12:2)- os justos como seres espirituais para a vida eterna
nesta terra, os injustos para a segunda morte no fogo do inferno
(Gehenna) no qual perecerão em punição eterna (Apocalipse 20:13-15).‖
Nossas Crenças, http://www.pcog.org/portuguese/doctrines.php )
Todavia, um ponto merece destaque na Igreja de Deus
Filadélfia, que é seu distanciamento da decrépita doutrina de que o
povo de Elohim é uma organização.
―Acreditamos que a Igreja é aquele corpo de crentes que está sendo
levado pelo Espirito Santo, que a verdadeira Igreja de Deus não é uma
denominação e que o nome inspirado para este organismo espiritual é ―A
IGREJA DE DEUS‖ (Atos 20:28); que a missão da Igreja hoje, é de anunciar o
Evangelho da vinda do Reino de Deus a todas as nações como testemunho
(Mateus 24:14), com ênfase em avisar os Estados Unidos da América e a Grã
Bretanha sobre as profecias que falam delas (Ezequiel 33:7); para que se
reconciliem com Deus e, por meio de Cristo, salvar pessoas chamadas agora
(João 6:44); e ministrar à Igreja de Deus. Membros da Igreja são ensinados
especialmente agora, para reinar junto com Cristo no Milênio (Apocalipse 20:6).‖
(Nossas Crenças, http://www.pcog.org/portuguese/doctrines.php )
Parabéns assim, a Gerald Flurry, por ter pelo menos na sua
declaração de fé varrido para o lugar merecido a doutrina romana e
pagã do exclusivismo, que é a lixeira. Infelizmente parece que na
prática a organização se considera a continuação única da kehilah
de Elohim. Quanto à definição de Elohim, o grupo ainda enferma
pela doutrina de Armstrong como se vê na sua declaração de fé:
―Acreditamos num Deus que existe desde a eternidade, que é o
Criador dos céus e da terra e tudo que neles há (Gênesis 1:1). Na verdade
Deus (Elohim) é composto de duas personagens: o Deus que veio a ser
Pai de Jesus Cristo, e a Palavra feita carne que se tornou Filho de Deus
(João 1:1-14). (Nossas Crenças, http://www.pcog.org/portuguese/doctrines.php )
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271
Volume I – O Israelis mo Britânico
A mensagem é divulgada em inglês, espanhol, alemão,
Francês, italiano, holandês, norueguês, português, afrikaner e
finlandês. A revista mensal Trumpet, com uma tiragem de 334.074
exemplares (Maço 2010) enviados gratuitamente aos assinantes
alcança 3,334,740 de exemplares por ano em inglês, espanhol,
Francês, alemão e italiano. Desde o seu início o grupo alega já ter
distribuído 44,2 milhões de exemplares gratuitos de sua revista
Trumpet.
Só no ano passado 3,825,741 envelopes com literatura foram
despachados desde Edmontom, na Filadelfia para diversas partes do
mundo. A organização recebeu 194,7 mil chamadas telefônicas em
2011 como resultado de seus programas de divulgação e comemora
um incremento de 35% no trafico de internet de suas páginas
oficiais comparando 2011 com 2010. Estas ações aproximam fazem
da IDF uma das mais próximas da antiga IDU da Plain Truth e da
World Tumorrow, e guardadas as devidas proporções não estão
longe disso.
Outro órgão de divulgação Royal Vision (Visão Real), com
tiragem bimestral de 17.500 exemplares ou 105.000 por ano.
Bastante se considerarmos que é um grupo jovem em busca da
autor-afirmação não só no mundo cristão, mas ante suas
concorrentes e co-herdeiras do israelismo britânico. Mais uma
mostra de como a organização segue apostando alto no ramo
editorial. Companheiro muito próximo de Armstrong, Flurry vê como
necessidade imitar o grande ator da ID não apenas como Pastor
Geral, mas como empreendedor, construtor e patrocinador
arqueológico. Recuperada da crise trazida pela apostasia dos
Tckach`s a organização acaba de investir 20 milhões de dólares na
construção do luxuoso Armstrong Auditorium, o local tem assentos
para 800 pessoas, e já está sendo palco para apresentações culturais,
como no passado o fazia Armstrong. Em seu número de Dezembro
de 2010 a revista principal da organização dedica sua capa à
inauguração em grande estilo da bela obra arquitetônica. A Igreja de
Deus Filadelfia mantém ainda o programa televisivo David Key (A
Chave de David) assistido regularmente por 256.000 pessoas.
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272
Volume I – O Israelis mo Britânico
Fortemente ligada à imagem de Herbert Armstrong a
organização estabeleceu o Herbert W. Armstrong Collegeem
Edmond, Oklahoma. Outras IDU`S no entanto tem criticado
fortemente os esforços de Flurry de parecer um substituto, um
continuador de Herbert Armstrong, uma espécie de segundo
apóstolo para essa época. Flurry fez um trabalho importante, não há
dúvidas de que ajudou a conduzir uma parte do rebanho da IDU
num momento de extrema crise e que seu carisma representou para
um povo que estava acostumado a figura forte de um pastor geral
um momento de alívio. A questão a interrogar: é até que ponto ele
espera ir? Flurry nascido em 1935 está completando 77 anos em
2012.
Uma vez mais a organização parece imitar a IDU com um
pastor geral acima de todos os demais, o que é preocupante para o
futuro. Tudo parece indicar que a organização de Oklahoma prepara
o filho de Flurry, Stephen Flurry para sucedê-lo. A obra por ele
publicada: Raising The Ruins (Levantando as Ruínas), embora seja
um tributo a Herbert Armstrong é também uma instrumentação
para erguer uma legenda sobre ele como substituto do pai que já se
considera um apostolo continuador da obra de Armstrong.
Não é uma tarefa em que ele esteja só. Outros três herdeiros
de Armstrong fizerem declarações semelhantes, o que é tão
chocante para alguns ex-integrantes da Igreja de Deus Universal
como um adventista como o búlgaro David Routeff se declarar
profeta em continuação a Ellen White. Apesar disso, quatro líderes
emanados da Igreja de Deus Universal pretendem estar numa
posição de pastor geral ou supremo.
Estes homens, são: William Dankenbring do Triunph Prophetic
Ministries, que se proclama o imediato substituto de Herbert
Armstrong, Ronald Weinland da The Church of God - Preparing for
the Kingdom of God que se proclama a última testemunha e
profetizou a volta de Yeshua para o Shavuot de 2012, David C. Pack
da Restored Church of God que se declara restaurador da função de
Pastor Geral e apóstolo e Gerald Flurry da Philadelfia Church of God.
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273
Volume I – O Israelis mo Britânico
Não sou um especialista em Herbert Armstrong, nunca
pertenci a Igreja de Deus Universal, embora tenha lido a Plain Truth
e sido assinante nos tempos do Pastor Geral. Por essa razão
declinarei de tecer comentários sobre Gerald Flurry. Quanto aos
outros três é evidente o exagero, assim como certamente se
aproxima a hora em que Ronald Weinland conduzirá centenas de
pessoas a um desapontamento idêntico ao que o falso profeta
Samuel Snow, também ele um Elias levou milhares ao fracasso em
1844. Entretanto é evidente que Flurry mais do que qualquer outro
líder das grandes herdeiras de Herbert Armstrong e da Igreja de
Deus Universal deseja passar a imagem de substituto do velho líder,
tanto que se assume como Pastor Geral.
Como parte dessa estratégia de se anunciar como o único
herdeiro de Herbert Armstrong, o único file depositário de sua obra,
Flurry conduziu sua organização a uma batalha judicial com os
dirigentes da apóstata IDU pelos direitos autorais das obras do
Pastor Geral que pertenciam a ela apesar de as abominar. Foram
pagos 3 milhões de dólares pelos direitos de Mystery of A Ages
(Mistério das Eras) e outras 18 obras. Essa batalha é considerada
crucial para estabelecer o vínculo estreito entre Gerald Flurry e
Herbert Armstrong. O vínculo está pois mais que provado.
Outra evidência de que a instituição quer mesmo avançar no
rumo deixado por Armstrong em Edmonton é o Colégio Imperial
cujo nome foi trocado para Herbert Armstrong College. O Colégio
com um campus de 27 acres formou sua primeira turma em maio de
2009. Com uma administração transparente o grupo anuncia ter
recebido 20,6 milhões dólares de contribuição no ano 2010. Esses
êxitos estão sendo assegurados por mais de 100 congregações
localizadas em países ricos o que a coloca mais uma vez em
destaque como herdeira da antiga IDU. Oremos para que eles
possam ultrapassá-lo deixando para trás os aspectos objetáveis do
―apostolo‖ e caminhar em direção à plena restauração, que ao que
parece era o que ele mais desejava. Afinal eles também acreditam
que só Yeshua foi constituído pelo Eterno como cabeça de sua
kahal, isso de sua igreja.
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274
Volume I – O Israelis mo Britânico
Igreja de Deus Filadélfia
Nome
Oficial
Philadelphia Church of God
Página
oficial
http://www.pcog.org/
Sede
Fundador
Gerald Flurry
Ano
Membros
5.500
Revistas
Tiragem
Entradas
USD
Royal Vision - Visão
Real
17.500
(Soma anual) (105.000)
TV
David Key – Chave
Alcance
de Davi (256.000)
Classe
Adventista
PCG
IDF
Edmonton, Philadelphia, Estados
Unidos
&
1989 Países
69/200
20.600.000
Sigla
congregações
Entradas
Reais
37.492.00
Trumpet – Trombeta Indisponível
334.000 (3.340.000)
Indisponível
Ordem
Rádio
Alcance
Subordem
Família
Subfamília
Gênero
Sabatista
Igreja de Deus
Armstronguista
Exclusivista
Igreja de Deus
Universal
006 - Igreja Cristã e Bíblica de Deus
Fundada por Fred R.
Coulter em 1983, a Igreja
Cristã Bíblica de Deus
(Christian Biblical Church of
God) sediada em Hollister
na Califórnia, surge sete
anos antes da morte de
Armstrong, por alegações
de que o apóstolo, como o
Pastor Geral era chamado, ―havia deixado de exaltar a Jesus‖ em
suas viagens missionárias. Com 70 congregações espalhadas em 10
países, um orçamento de 1,7 milhões de dólares, cerca de 3.000
membros a Igreja Cristã Bíblica de Deus de Fred R Colter representa
cerca de 3,2% dos fiéis que ainda estão doutrinariamente ligados ao
armstronguismo. Com poucos membros nos Estados Unidos
comparada às suas concorrentes, a ICBD trabalha com um
orçamento apertado. Estimei aqui em 1,164 milhão de dólares
considerando de contribuição por membros constatada entre as
primeiras quatro grandes herdeiras de Armstrong.
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275
Volume I – O Israelis mo Britânico
Esta prejeção foi feita apenas para os Estados Unidos não
sendo feita qualqeur estimativa para os países pobres. O grupo não
possui instrumentos de divulgação avançados como televisão e
rádio, mas edita vários livros em defesa da sua fé como o God`s Plan
em defesa do shabat e dos dias festivos ordenados pela Torah ao
povo santo. Outro livro bastante sugestivo do mesmo autor é
―Occult Holidays or God‘s Holy Days—Which?‖ Feriados Ocultos ou
Feriados de Deus.‖ No livro ele recorda que os cristãos americanos
não tem dificuldade alguma em celebrar páscoa, dia das bruchas,
natal e primeiro dia do ano, festas de origem sabidamente pagãs
vindas da Babilônia, de Roma e dos povos saxônicos da Europa.
Apesar disso ignoram ou mesmo rejeitam a importância dos dias
sagrados de acordo com a Bíblia em que acreditam.
Vale ressaltar que a Igreja Cristã Bíblica de Deus surgiu em
1983, em plena era Armstrong, e quando a Igreja de Deus Universal
vivia seu apogeu com seu líder sendo avistado por reis, presidentes
e chefes de governo das nações mais importantes do mundo. De
fato até hoje, nenhum líder religioso, conseguiu se avistar com
tantas autoridades mundiais como Herbert Armstrong. Mas aquilo
que era visto com bons olhos pela maioria da liderança foi visto de
forma muito crítica por Fred Coulter. Para ele as viagens
internacionais do Pastor Geral eram apenas um exercício de vaidade
em que o reino de Elohim não era anunciado.
Outra séria dissensão que levou ao surgimento da ICBD foi
quanto ao sistema de governo da IDU baseado num só homem e na
inquestionável autoridade de seus ministros, que eram vistos como
a manifestação visível do Governo de Elohim. Fred Coulter
questionou também os métodos de Armstrong, especialmente o
que ele chama de método de dar e receber, que custava segundo
ele milhões de dólares ao ano, mas já não gerava conversões por
que o líder Maximo se empenhava em viagens políticas e não em
viagens de evangelização. Coulter é portanto um opositor às
práticas do Pastor Geral que via como vaidoas e infrutíferas, mas não
necessariamete à sua doutrina que a via como positiva em grande
parte.
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276
Volume I – O Israelis mo Britânico
―Da mesma forma, se nós pregamos a verdade, Deus vai tirar as pessoas.
Pregar o Evangelho de base para novas pessoas não significa que
estamos a diluir a verdade. Em nossa experiência de igreja do passado,
nós vimos o que aconteceu quando o Evangelho de Jesus Cristo foi
enfraquecido. Em seu lugar, um falso evangelho de "dar" e "obter",
custando US $ 24 milhões de dólares por ano, foi pregado. A fim de não
ofender os líderes de governo do mundo, o todo-poderoso retorno
visível de Jesus Cristo foi mudado para "mão invisível" que estava vindo
para salvar o mundo. Este aguado evangelho estava deixando de fora a
cruz de Jesus Cristo e o arrependimento. Lembre-se, quando as palavras
são alteradas, o significado é alterado. Qual foi o resultado? Havia poucas
ou nenhuma conversões ou batizados, porque não ouviram o verdadeiro
Evangelho de Jesus Cristo, especialmente no exterior entre os chamados
"líderes do mundo" (Coulter Fred. CBCG Newsletter, 20 de julho de 2004
http://www.cogwriter.com/cbcg.htm ).
Nesse sentido a Igreja Cristã Bíblica de Deus optou pelo
congreacionalismo e o respeito as decisões congregacionais no que
se relaciona com a sua administração. Isso a aproxima do sistema de
governo usado pelos batistas a mais de 300 anos com inegável
sucesso:
―A CBCG não tem hierarquia ministerial, mas reconhece que os
anciãos são escolhidos pelas congregações locais que apoiam este
trabalho de pregação e publicação do Evangelho de Jesus Cristo e
alimentar o rebanho de Deus. A Igreja Cristã Bíblica de Deus está sediada
em Hollister, Califórnia, e mantêm escritórios na Inglaterra, Austrália,
Canadá, Nova Zelândia e África do Sul.‖ (CBCG, About Us,
http://www.cbcg.org/aboutus.htm)
Isso é um grande progresso. O rompimento com o sistema de
governo proposto por Armstrong anos antes de sua morte e do
desmoronamento da instituição por ele fundada foi não apenas
justo, mas se revelou uma benção para eles que se anteciparam à
grande dispersão. Infelizmente o grupo mantém outros erros do
armstroguismo como o conceito do Elohim família. Segundo Coulter
a maior parte dos membros são aposentadas ou empregados de
baixa renda, e apenas 1/3 comparece à festa dos tabernáculos, seja
por que escolhem ir a uma outra festa próximo de sua cidade ou por
que são impedidos por outros motivos alheios à sua própria
vontade.
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277
Volume I – O Israelis mo Britânico
No presente cálculo levou-se em conta 1.000 membros e a
média de doação de 1,164 dólares anuais por membro, tendo em
vista que a organização está presente em países de renda alta como
Estados Unidos, de renda elevada como Canadá, Inglaterra, Austrália
e Nova Zelândia e de renda baixa como África do Sul. No demais, o
grupo fundado por Fred Coulter é idêntico à sua predecessora.
Rejeita a doutrina da trindade como a IDU de Herbert Armstrong a
rejeitava. Entretanto o conceito do Elohim sendo uma família que
ainda não se completou, e do qual Pai e Filho são apenas uma parte
prevalece ainda nos ensinos de Fred Coulter. Isso o aproxima do
mormonismo, ainda que haja certa distância entre os conceitos
mórmons e os da ex-IDU, pois os mórmons afirmam que como
somos o Criador já foi e que como ele é nós seremos e Armstrong
ensinava que a família de Elohim ainda não se completou.
Cabe apontar aqui que os conceitos de Armstrong e de seu
herdeiro Fred Coulter sobre Elohim são mais avançados que o das
demais comunidades cristãs, por rejeitar a trindade, mas ainda assim
não é perfeito. De acordo com Amstrong, e mais tarde Fred Coulter,
Elohim é uma família ainda incompleta, hoje composta pelo Pai e
seu Filho, e que finalmente se completará quando a igreja, a esposa
do cordeiro nascer de novo. Ante a teoria de Armstrong de que
Elohim e Yeshua formam uma família, cabe perguntar: onde se
encontra a esposa já que ele apresenta apenas dois membros da
família, Yah e Yeshua? A resposta de Armstrong é que essa família
ainda não está completa, e que nós viremos a ser parte dela.
―Há apenas dois membros na família de Deus ou Reino Unido, no
momento presente - Deus, o Pai e Jesus Cristo, o Filho. Mas Deus está a
aumentar sua família! e você pode ser 'colocado' nela!" (Herbert
Armstrong, Correspondence Course, pág.10)
Nota-se que essa nota é a manifestação tácita de um sistema
doutrinário que privilegia a vontade da Criatura em vez de a vontade
do soberano. Já tivemos oportunidade de falar acerca disso, mas
gostaria de recordar que seu sistema de salvação sendo baseado em
pressupostos legalistas faziam depender a salvação quase que
inteiramente do arbítrio do homem.
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278
Volume I – O Israelis mo Britânico
Por causa disso mesmo a doutrina de Armstrong não envolve
certeza, mas possibilidades, não envolve promessas, mas hipóteces.
Ele dirá sempre, você pode fazer parte da família de Elohim, mas
nunca: Você fará parte dessa família. É ainda importante que se diga
que o conceito de vir a fazer parte no futuro da família de Elohim
está completamente equivocado no que diz respeito aos santos. As
Escrituras dizem:
―Amados, agora somos filhos de Elohim, e ainda não é
manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.‖
Yochanan Alef/1 Jo. 3:2.
Já somos da família, e como somos da família estamos a
espera da herança. Não duvidamos que Elohim tem um povo que
faz parte de sua grande família, pois os santos são seus filhos. O que
rejeitamos é que essa família seja como ele e que Yeshua sempre
tenha participado dos atributos do Pai e em idênticas condições
como Fred expressa em sua confissão de fé.
―Antes do Seu nascimento humano, o Deus da Família de Deus, que se
tornou o Filho, sempre existiu com o Deus da Família de Deus que se tornou pai.
Tudo foi criado por Deus, o Pai através do Filho de Deus. O Filho é revelada no
Antigo Testamento como o Deus Senhor e Legislador e no Novo Testamento
como a Palavra de Deus.‖ (CBCG, Beliefs and Doctrines of A New Testament
Church)
É evidente que a mudança de Armstrong hoje seguida por
centenas de ministérios e dezenas de milhares de discípulos,
melhorou a trindade, eliminando um de seus componentes, o
Espírito Santo que passa a ser visto não como uma pessoa, mas
como o poder operante do Criador. Mas infelizmente mantém um
conceito equivocado ao propor que existe mais de um ser a dividir
sempiternamente o comando e o trono do Universo.
Da mesma forma ele erra em dizer que Yeshua como ser
humano tinha a carne de pecado se com isso ele quer dizer que
Yeshua era assaltado pelos mesmos desejos que temos, já que
desejo de pecar, é em si mesmo um pecado.
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279
Volume I – O Israelis mo Britânico
Nesse caso ele não seria o Cordeiro Imaculado. Ainda se deve
registrar que ele erra quando diz que Yeshua é expiação por toda a
humanidade. Ora Yeshua mesmo disse que o cálice da nova aliança
em seu sangue era derramado em favor de muitos, o que
naturalmente exclui a todos.
―Como um ser humano com carne do pecado humana, ele era
sujeito às mesmas e tentações que qualquer ser humano, mas Ele nunca
pecou. Tal como o Cordeiro perfeito de Deus, entregou-se a Deus sendo
o sacrifício do Pai, especial exclusivo através da crucificação como uma
expiação pelos pecados de toda a humanidade. Depois de ser morto na
sepultura por três dias e três noites, ele ressuscitou para a vida eterna,
através do poder de Deus Pai, tornando-se o primogênito dentre os
mortos.‖ (CBCG, Beliefs and Doctrines of A New Testament Church)
Bem, mas numa coisa Coulter está certo, Yeshua reinará para
sempre nessa terra, sobre seus irmãos, que receberam o direito de
serem chamados filhos de Elohim, não por mérito próprio, como é o
caso do irmão mais velho, Yeshua, mas pelos méritos do Maschiach.
O reino do Maschiach sobre a terra, desde a sua volta, e não a
partir de um hipotético segundo regresso (terceira vinda) como
acreditam grande parte dos sabatistas (adventistas) é algo
firmemente estabelecido na profecia, tanto de forma direta como
indireta.
Em Daniel, revela-se claramente que a pedra que desce do Céu
e se choca com a estátua que representa os reinos do mundo, não
regressa ao céu, para voltar mais tarde, no pós mliênio, mas
imediatamente se torna um montão que enche toda a terra.
―Ele foi novamente investido com a natureza divina e de poder da
família de Deus. Subiu ao céu para sentar-se à direita de Deus Pai da
humanidade como Sumo Sacerdote, Advogado e Intercessor e chefe da
sua Igreja. Jesus Cristo voltará à terra no poder e na glória de seu Pai,
para estabelecer o Reino de Deus e seu governo sobre a terra. Como Rei
dos reis e Senhor dos senhores, Ele governará a terra para sempre com
seus irmãos e irmãs, filhos de Deus, o Pai. (Veja a salvação, a natureza da
humanidade e as ressurreições.)” (CBCG, Beliefs and Doctrines of
A New Testament Church)
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280
Volume I – O Israelis mo Britânico
Fred Coulter marcou um avanço importante, ainda que em
certo sentido empírico na questão da justificação e salvação do
crente, o que é raro dentro da família de descendentes da IDU. Sua
confissão de fé no ponto oito parece evidenciar que somos salvos
somente pela bondade de Elohim, justificados somente por fé e
preservados somente por graça.
VIII. A Graça de Deus
―A graça é o dom gratuito e imerecido de Deus Pai por Jesus Cristo. A graça de
Deus é a maior expressão do amor abundante de Deus Pai Todo Misericordioso e
abrangente. A graça é mais do que o perdão dos pecados. Estar debaixo da graça
significa estar continuamente a receber o amor divino de Deus como favor, e a bênção,
o cuidado piedoso, a ajuda, a boa vontade, os benefícios, presentes e a bondade. Deus
Pai é a fonte da graça que vem para o crente.
O único meio pelo qual a graça é concedida ao crente é através do nascimento,
vida, crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo como o sacrifício perfeito de
Deus Pai. O crente entra na graça de Deus pela fé no sacrifício de Jesus Cristo para o
perdão dos seus pecados. Deus, o Pai concede a Sua graça a cada crente sobre o
arrependimento dos pecados e do batismo por imersão, que é a manifestação externa
de arrependimento. Através da graça, os pecados do crente são perdoados e da justiça
de Jesus Cristo é imputada a ele ou ela. A graça estabelece uma nova relação
espiritual entre o crente e Deus, o Pai e Jesus Cristo. Através do presente
imerecido da graça, o crente não só é escolhido, chamado, perdoado e
aceito por Deus Pai através de Seu amado, mas também é gerado com o
Espírito Santo, fazendo com que ele ou ela seja um filho de Deus e um
herdeiro da eterna vida.
A partir deste ponto, o crente espiritualmente gerado começa uma
nova vida sob a graça. A graça não concede uma licença para praticar o
pecado, ignorando ou rejeitando os mandamentos de Deus. Somente
aqueles que guardam os Seus mandamentos podem permanecer em Seu
amor e permanecem sob Sua graça. Cada crente que recebe a graça de
Deus tem uma obrigação pessoal de Deus, o Pai e Jesus Cristo de negar a
si mesmos, seus pensamentos e práticas pecaminosas e viver uma vida
nova, diariamente crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.
Para cada crente que vive debaixo da graça, Jesus Cristo age como
Redentor, Sacerdote e Advogado. Se o crente comete um pecado, Ele
intercede para propiciar ante o Pai e para obter a Sua misericórdia e
graça. A graça de Deus, que vem através de Jesus Cristo, mantém o
crente arrependido em um estado contínuo de impecabilidade.‖ (CBCG,
Beliefs
and
Doctrines
of
A
New
Testament
Church,
http://www.cbcg.org/beliefs.htm )
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281
Volume I – O Israelis mo Britânico
Bem, é inegável o progresso. Há uma definição clara de que
somos aceitos por Elohim unicamente por graça, e que essa graça
está no coração do Pai, e de que o único meio pelo qual vem ao
crente é pelo nascimento, vida e morte de Yeshua. Trata-se de uma
ênfase equilibrada que dispensa tanto o antinomismo quanto o
legalismo. Dois venenos mortais.
Também há um progresso inegável em relação à doutrina
confusa de Armstrong sobre o que significa o novo nascimento. Ao
ensinar que este só se confirma na volta do Maschiach, Armstrong
deixa de enfatizar que a experiência a ser feita na volta de
Maschiach é apenas o cumprimento inexorável, infalível e final das
promessas feitas a todos os que já são filhos de Elohim através da fé,
os quais receberam sim uma nova geração.
Não se trata de uma geração que lhes outorga apenas poder
para obedecerem de tal forma que já não mais pequem, mas aquela
que lhes permite confiar na bondade do Pai, mesmo sendo
pecadores.
―Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para
que fôssemos como primícias das suas criaturas.‖ Yakov/Tg 1:18.
―Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da
incorruptível, pela palavra de Elohim, viva, e que permanece para sempre.‖ Kefa
Alef/1 Pd 1:23
Fred Coulter mais uma vez corrige os conceitos de Herbert
Armstrong e deixa claro que a graça é a garantia de que somos
escolhidos, chamados e perdoados. Para ele a graça também
garante que sejamos herdeiros da vida que se mede com a vida de
Elohim, a vida eterna que nos foi dada em Yeshua. Se trata da
declaração mais evangélica de toda a família.
―Através do presente imerecido da graça, o crente não só é escolhido,
chamado, perdoado e aceito por Deus Pai através de Seu amado, mas também
é gerado com o Espírito Santo, fazendo com que ele ou ela seja um filho de
Deus e um herdeiro da eterna vida.‖ (CBCG, Beliefs and Doctrines of A New
Testament Church)
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282
Volume I – O Israelis mo Britânico
Ele também parece insinuar a perseverança do crente após o
novo nascimento, ao dizer que ele não peca permanentemente, mas
é perdoado e guardado. Lamenta-se um ranço da Igreja de Deus do
Sétimo Dia, herdado de sua mãe romana presente no ensino de que
a salvação vem por meio do batismo: ―Deus, o Pai concede a Sua
graça a cada crente mediante o arrependimento dos pecados e o
batismo por imersão, que é a manifestação externa de
arrependimento.‖ (CBCG, Beliefs and Doctrines of A New Testament
Church)
Isso pode levar às seguintes perguntas: E se o crente não se
batizou ainda, recebeu graça, ou não? E o que é pior, se ele não teve
tempo de imergir, praticando essa obra está perdido ainda que a
salvação não decorra das obras, mas resulte em boas obras?
Aparentemente o problema fica resolvido no ponto XVI que dispõe
sobre a salvação: ―A salvação começa quando Deus o Pai, abre a
mente de uma pessoa de entendimento espiritual, que conduz ao
arrependimento para com Deus e a fé em Jesus Cristo como
Salvador pessoal.‖ (CBCG, Beliefs and Doctrines of A New Testament
Church) São questões sérias que podem levar a conclusão de que
sem batismo não há salvação, o mesmo erro deletério da Sé de
Roma e que fez tanto estragos em organizações filo-romanistas que
roubaram aos crentes a certeza de sua salvação desde o momento
que creram.
Igreja Cristã Bíblica de Deus
Nome
Oficial
Christian Biblical Church of God
Página
oficial
Fundador
http://www.cbcg.org/
Sede
CBCG
ICBD
Holister, Califórnia, Estados Unidos
Fred Coulter
Ano
1983
Membros
3.000
Revistas
Tiragem
Indisponível
Indisponível
Indisponível
Indisponível
Entradas
USD
Sigla
1.164.000
Países
&
congregações
10/70
Entradas
Reais
2.118.000
Indisponível
(Soma anual)
TV
Alcance
Classe
Adventista
Ordem
Subordem
Família
Sabatista
Igreja de Deus
Igreja de Deus
Universal
Indisponível
Subfamília
Revisioista
Gênero
Restauradora
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Aguardamos novos desdobramentos e oramos para que o
grupo de Fred Couter seja um instrumento para falar da chesed
olam (misericórdia eterna) às diversas co-irmãs, herdeiras do
armstronguismo. Presente nos Estados Unidos, Inglaterra, África do
Sul, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, o grupo avança, apesar das
dificuldades.
007 - Igreja de Deus, uma Comunidade Internacional
Fundada em 1998 por
David Hulme, a Igreja de
Deus
Comunidade
Internacional (Church of
God,
an
International
Community) sediado em
Pasadena, onde outrora a
rica e poderosa Igreja de
Deus Universal ostentava
seus belos prédios, estúdios de rádio e TV e um gigantesco parque
gráfico mantém a revista Vision (Visão), seu mais importante órgão.
Possui também oficinas em Oxfordshire, Inglaterra unindo dessa
forma os dois países berços do isralismo britânico, a mãe Inglaterra
e sua poderosa filha, a América do Norte. Seus 2.840 membros
correspondem a 3,03% do total das IDU´s.
Assim, apesar de pequena, é de fato uma comunidade
internacional e está em crescente atividade. É de se esperar que com
essas bases atinja importante crescimento nos próximos anos. David
Hulme trabalha para isso em seu edifício sede localizado em
Pasadena na Califórnia, Estados Unidos da América. Suas cem
congregações espalhadas por sete países (Estados Unidos, Reino
Unido, Suíça, África do Sul, Filipinas, Austrália e Alemanha) totalizam
cerca de 2.840 membros e seu orçamento, considerando que 70%
da membresia está em países ricos pode ser estimado 2,3 milhões
de dólares considerada a contribuição média por membro de cada
uma das quatro grandes herdeiras de Armstrong.
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284
Volume I – O Israelis mo Britânico
Com uma doutrina ligada umbilicalmente a IDU, o grupo
mantém presença em poucos países, mas apesar disso está nos
cinco continentes.
É de se destacar que Hulme tem a vantagem de ter 70% do
seu rebanho localizado em países ricos. Estas 70 congregações
espalhadas pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha,
Suíça e França podem lhe dar aporte importante para sustentar o
avanço em países pobres como Filipinas e África do Sul onde possui
outras 30 congregações.
A IDCM se identifica como um grupo não denominacional, o
que indica que parece não ensinar salvação por meio da igreja, cosa
tão comum entre as igrejas de Deus do Sétimo Dia e tão funesta em
suas conseqüências, pois leva o homem a confiar em instrumentos
humanos em vez de na bondade de Adonay para sua salvação.
Oremos para que Yah leve o rebanho de Hulme a maiores
mudanças, e que eles adotem um sistema cada vez mais perto do
judaísmo revelado na santa Torah dada a Israel para alimentar as
nações.
Igreja de Deus, uma Comunidade Internacional
Nome
Oficial
Página
oficial
Fundador
Church of God, an International Sigla
CGAIC
Community
IDCI
http://www.cogaic.org/lo Sede Passadena, Califórnia, Estados
gin
Unidos
e
Ano
Fred Coulter
1998 Países
7/100
congregações
Membros
2.840
Revistas
Tiragem
Vizion – Visão
50.000 (300.000)?
Indisponível
Indisponível
Indisponível
(Soma anual)
TV
Alcance
Classe
Adventista
Ordem
Sabatista
Entradas
USD
Subordem
Igreja de Deus
2.321.365
Entradas
Reais
4.224.884
Indisponível
Indisponível
Família
Subfamília
Igreja de Deus
Universal
Armstronguista
Gênero
Restauradora
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285
Volume I – O Israelis mo Britânico
008 - Igreja de Deus Internacional
A igreja de Deus
Internacional (Church of
God International), sediada
em Tyller no Texas, foi
fundada em 1978 por
Garner
Ted
Armstrong
(1930-2003),
filho
de
Herbert
Armstrong,
e
apresentador do programa
televisivo ―World Tumorrow‖ (Mundo de Amanhã). Seus 2.364
membros equivalem a 2,52% do total das IDU´s.
O grupo surgiu após a dissociação de Garner Ted da Igreja de
Deus Universal na sequencias de uma série de escandalosas
denúncias de assédio sexual, adultério e mesmo tentativa de
estupro. Garner Ted, apesar das suspeitas serem consideradas
procedentes e justificadoras da disciplina negou veementemente as
acusações. Alegou que era vítima de perseguição política por se
opor ao sistema de gerenciamento empregado por seu pai e pelo
pastor Stanley Rader, o braço direito de Herbert Armstrong.
Tal estratégia fez do vilão o mocinho e dezenas de pastores
descontentes com o rumo da obra em Pasadena lhe apoiaram. Sua
popularidade como tele-evangelista lhe valeram o apoio de milhares
de membros. Aguns falam de 10 mil, embora me pareça exagerada
essa cifra. De todas as formas a IDI se reorganizou e em pouco
tempo Garner estava à frente de um novo programa de TV, não com
os mesmos níveis de audiência, mas ainda assim importante.
Talvez por isso seja a organização que menos cultua a
memória do Pastor Geral. Sediada em Tyler no Texas, o grupo possui
membros espalhados pela Austrália, Jamaica, Canadá, Filipinas e
principalmente nos Estados Unidos onde concentra 70% de suas
igrejas. Apesar disso mantém as principais doutrinas do pai de seu
fundador.
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286
Volume I – O Israelis mo Britânico
Com 78 congregações e operando em cinco países (Estados
Unidos, Canadá, Jamaica, Austrália e Filipinas, o número de
membros da organização, calculados na base média de 30,32
membros por congregação é de 2.364 membros. No entanto, a
maioria de suas congregações se localiza no mundo rico. São 51 nos
Estados Unidos, 5 no Canadá e 2 na Austrália. Nos países pobres
contam-se 14 congregações na Jamaica e 6 nas Filipinas. Isso
permite à comunidade um orçamento razoável estimado em 2,7
milhões de dólares e a manutenção de suas estruturas de
evangelização.
A IDU se beneficiou durante anos da inegável capacidade de
Garner Ted como apresentador de TV e rádio. Apesar disso, os
escândalos sexuais que provocaram a derrocada de seu líder e a
desassociação da IDU, vieram a se repetir estrondosamente através
de uma fita de vídeo que teria registrado investidas sexuais do
evangelista contra sua massoterapeuta. Perderam ambos, a IDI que
teve que desassociá-lo e o próprio Garner Ted Armstrong.
Um exemplo lamentável de como um homem eficiente na
divulgação de uma mensagem pode ao mesmo tempo; construir um
nome com o seu talento também destruir sua influência com sua
intemperança, falta de domínio próprio em evitar a aparência do
mal.
Isso, entretanto, não abalou consideravelmente o grupo,
apesar de que é possível calcular que ao desassociar o seu âncora
televisivo, também tiveram que pagar um preço em número de
membros que seguiu o pastor geral convencidos de que a fita não
passava de uma armação, ou que a organização falhara em não lhe
dar uma nova oportunidade perdoando-o como o Criador perdoa
seus filhos. Digo isso considerando as dezenas de pequenos grupos
ainda hoje filiados à Igreja de Deus Intercontinental já considerada
atrás. Merece destaque por outro lado a forma como Ted
influenciou a Igreja de Deus Internacional a adotar o calendário
hebraico. É digno de nota seu reconhecimento de que os oráculos
estão com os judeus.
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287
Volume I – O Israelis mo Britânico
―A Igreja de Deus Internacional usa o calendário hebraico para
estabelecer os dias santos de Deus. O livro A Comprehensive Hebrew
Calendary, escrito por Arthur Spier, lista todos os dias sagrados do
calendário judaico de 1899-2100 dC, e explica minuciosamente todas as
regras que a Igreja tem constantemente usado por todos estes anos. O
Novo Testamento afirma que os judeus eram responsáveis pelos
"oráculos de Deus." Acreditamos que os oráculos incluíam não só as
Escrituras do Antigo Testamento, mas a manutenção do calendário
determinado por Deus, com suas regras e regulamentos. Este calendário
foi projetado para lidar com a natureza lunar-solar dos céus e dos dias
santos de Deus, e tem existido desde o início do Antigo Testamento.
Parece lógico que os cálculos foram desenvolvidos como um padrão
confiável para ser usado quando a lua nova não pôde ser observada.
Uma comissão especial do Sinédrio, com o seu presidente como
dirigente, tinha a incumbência de regular e equilibrar a energia solar com
o ano lunar.‖
Este método, contado do início das estações do ano, com base em
números astronômicos, que tinha sido decretada como uma amtiga
tradição.. No quarto século, quando a opressão e a perseguição
ameaçaram a existência do Sinédrio, o patriarca Hilel II deu um passo
extraordinário para preservar a unidade de Israel, tornando o sistema
público de cálculo do calendário. Hillel II. Hillel II formalmente santificou
todos os meses com antecedência, e intercalou todos os anos bissextos
futuro até que um novo e reconhecido Sanhedrin visse a se estabelecer.
(Romans 3:1–2 Romanos 3:1-2).‖ Declaration of Faith, http://www.cgi.org/
De nossa parte reconhecemos os progressos da IDI em
celebrar as festas da Torah. Apesar disso é preciso que se reconheça
que embora o calendário de Hillel II tenha representado uma
resposta em meio a aflitiva situação de judeus que esperavam por
uma corte rabínica para decidir quando seria lua nova e quando
seriam datadas as festas, ele não é perfeito e peca em três aspectos
básicos sendo os dois últimos muito graves.
1) Em determinar antecipadamente a lua nova correndo o risco de que
essa seja celebrada antes de surgir.
2) Em iniciar a contagem do omer não no primeiro dia após o shabat,
mas no primeiro dia após o pessach.
3) Em fazer arranjos para que o Yom Kippur seja adiado ou antecipado
para que jamais aconteça em Yom Shhishy (sexto dia) ou em Yom
Rishon (primeiro dia).
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288
Volume I – O Israelis mo Britânico
Penso que a melhor resposta para isso é a observação física da
lua. Isso pode até fazer com que a festa de rosh chodesh (lua nova)
seja proclamada numa região determinada num dia e na outra em
outro dia, mas ainda assim, isso é menos grave do que marcar uma
festa de lua nova sem a presença da unha lunar sobre as nossas
cabeças. Ora, não esperamos que alguém nos avise que o sol se pôs
em Yerushalaim para começar o shabat. Levamos em conta o por do
sol de nossa região. Da mesma forma em cada congregação podem
seus membros fitarem os olhos no céu para determinar a lua nova.
Uma vez que a lua jamais se oculta por mais de 3 dias, é evidente
que se ela não surgiu no segundo dia, depois de seu
desaparecimento, se pode dizer: Amanhã é lua nova. O método
caraíta de marcar as festas me parece mais apropriado.
Apesar dessa observação é evidente que a Igreja de Deus
Internacional segue fazendo um laborioso trabalho na divulgação da
perpetuidade dos moedim (tempos apontados). Ao fazer isso
empregam uma série de ferramentas muito úteis. Numa época em
que tão poucos ministérios supra congregacionais cristãos israelitas
realizam isso esse mérito não lhes pode ser retirado. Mantém até
hoje uma revista de um programa televisivo, com o mesmo nome
“Armour of God” (Armadura de Deus) que, no entanto não possui um
âncora como no estilo dos demais membros do grupo, mas antes é
gravado por três tele-evangelistas, Bronson James, Mike James e Bill
Watson. Os programas podem ser acessados na internet ou
solicitados pelos interessados que recebem-nos em DVD`S, uma
eficiente e econômica forma de divulgar a doutrina.
Para o uso interno a revista The International News, a mais
publicada trás para os membros da organização notícias sobre seu
trabalho e estudos bíblicos úteis a seus crentes. Seus principais
periódicos são o Armor of God (Armadura de Deus) de 36 páginas
excelentemente ilustrado o Infuse (Infusão) o A International News
(Notícias Internacionais) e o Prevail Magazine. Segundo o
International News estas publicações, inclusive o Armor of God
tiveram em seu conjunto uma circulação total anual de 86,000
exemplares com uma média de 7.200 por mês.
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289
Volume I – O Israelis mo Britânico
Igreja de Deus Internacional
Nome
Oficial
Church of God International
Página
oficial
Fundador
Membros
http://cgi.org/
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
Sede
Sigla
CGI
IDR
Tayller, Texas, Estados Unidos
Garner Ted Armstrong Ano 1978
Países
Entradas
2.764.050
2364
USD
Armor
of
God Prevail
Magazine
(Armadura de Deus) 3.000 (12.000)?
5.000 (60.000)?
“Armour
of
God” Rádio
(Armadura de Deus)
Alcance
Ordem
Subordem
Família
5 Congregações
78
Entradas
4.010.282
Reais
A International News (Notícias
Internacionais) 1.000 (12.000)
Subfamília
Gênero
Sabatista
Armstronguista
Exclusivista
Igreja de Deus
Igreja de Deus
Universal
Inexistente
009 - Igreja de Deus Restaurada
Fundada por David
Pack em 1999, a Igreja de
Deus Restaurada ao que
parece mantém intactas as
doutrinas de Armstrong, a
começar pela condução da
organização. Seu líder tal
como Gerald Flurry da Igreja
de Deus Filadélfia se assume
como Pastor Geral. Um titulo que a maioria das IDU`s consideram
impróprio, pois acreditam que Armstrong foi o último homem
levantado para restaurar a igreja cristã à sua primitiva pureza. Com
19963 membros estimados o grupo contém 2,12% dos crentes
ligados às IDU´s, e trabalha intensamente para atrair os demais a si.
Tal como Armstrong e as testemunhas de Jeová David Pack
mantém ainda a tradicional aversão a festas de aniversário e a
consulta aos médicos como forma de comunicação com o
paganismo. Rejeita também o sistema democrático de governo,
deplorando eleições de toda a forma, tanto governamentais como
eclesiásticas.
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290
Volume I – O Israelis mo Britânico
O sistema de governo da IDR é, portanto uma autocracia em
que ele como Pastor Geral detém o controle de tudo e de todos.
Para ele esse é legítimo governo, um governo vertical, exercido
nesse mundo a mando de Elohim. Da mesma forma ele mantém
uma visceral oposição à participação do crente em cargos
governamentais, especialmente os de natureza judicial ou policial.
Seguindo de perto Armstrong mais outro herdeiro qualquer se opõe
virulentamente ao serviço militar.
Sua organização fundada em 2006 em Wadsworth, Ohio, EUA,
presente aio que se sabe em dois países não fornece dados do
número de congregações a ele ligadas, mas sugere ultrapassar o
número de 50 ao dizer que David Pack fundou mais de 50 igrejas. O
número de membros também é um segredo de estado, mas nas
entrelinhas, pela declaração de David Pack de que 671 famílias estão
congregando o número de membros pode rondar os 1.993
considerando-se três membros por família. Isso permite calcular um
orçamento geral da ordem de 2,2 milhões de dólares considerandose o aporte médio per capta nas grandes IDU´s. A organização
celebrará a festa dos tabernáculos em 19 países diferentes agora em
2012.
Na América do Sul o único país onde a organização fará o
evento é o Peru. Os críticos à David Pack e sua Igreja de Deus
Restaurada minimizam bastante o efeito de sua obra, dizem que ele
é um fanfarrão exagerado que infla seus úmeros para parecer
grande, mas aqui e a li se pode notar, mesmo entre esses críticos a
convicção de que David Pack é ousado e que seu movimento está
em franco crescimento. Esforçando-se ao máximo para parecer com
seu mentor com quem foi treinado, David Pack acaba de comprar
um terreno extenso justamente onde planeja construir uma
suntuosa sede para a Igreja de Deus Restaurada inspirado no
modelo da antiga sede da IDU em Passadena. Ao escolher esse
estilo, Pack espera se consolidar como legítimo herdeiro, e
restaurador da Igreja de Deus Universal que o velho caudilho havia
construído e atrair assim os setores mais conservadores das
diferentes IDU`s para o seu lado.
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291
Volume I – O Israelis mo Britânico
O grupo considera estar restaurando a autoridade apostólica,
e naturalmente David Pack se considera o legítimo herdeiro da fé e
da autoridade de Armstrong visto como o apóstolo para esse
tempo. Isso é perfeitamente evidente no site do grupo que provê
informações em inglês, espanhol, holandês, francês e africâner.
David C. Pack faz questão de explicar que existem três Eliahu`s. O
primeiro literal, seria o próprio profeta que se levantou nos dias de
Achab para frear a apostasia de Israel, o segundo seria Yochanan, o
precursor da vinda do Maschiach. E finalmente o terceiro, Armstrong
precursor de sua volta. Estas afirmações não são simples
lucubrações de David Pack, pois Armstrong se considerava a si
mesmo como uma manifestação mística de Eliahú há Navi.
Pack por sua vez se orgulha de que a Internet fez a Igreja de
Deus Restaurada chegar a 216 países, ou seja, ela é hoje uma igreja
cuja mensagem chegou a todo o mundo habitado. De fato a página
oficial de sua comunidade provê informações em várias línguas, o
que não deixa de ser um dado interessante. Não obstante isso é tão
verdade quanto a ele, como a qualquer outro grupo das igrejas de
Deus, que ele naturalmente vê como grupos em apostasia que
precisam ser despertados. Apesar disso seu site recebe mais de 150
mil visitas por ano, um fato a comemorar entre organizações que
competem entre si para chegar mais perto do que alguma vez foi a
IDU.
Em minha opinião David Pack é de fato o mais radical dos
herdeiros da IDU, um discípulo disposto a imitar seu líder em tudo,
ainda que no presente lhe faltem os meios necessários. Contudo o
fato de ser um dos mais jovens integrantes da velha guarda, tendo
nascido em 1948, permite a ele, com seus 64 sonhar com uma obra
maior ainda em seus dias, se estes lhe forem prolongados. Seus
métodos são sem dúvida exagerados e tendentes ao extremo.
Apesar disso é preciso assinalar, que David Pack tem o mérito de
continuar a apresentar parte do melhor da Igreja de Deus Universal,
a saber, a celebração do shabat, das festas bíblicas e da comida
kasher e está empenhado que isso seja conhecido cada vez mais.
Esse méritos não devem ser ignorados.
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292
Volume I – O Israelis mo Britânico
Além do mais através de sua pena, David Pack tem chamado a
atenção do mundo para as profecias que se relacionam com o
Oriente Médio, lugar onde os grandes interesses do mundo serão
jogados e onde o próprio Yeshua intervirá para reinar para sempre
na cidade santa de Yerushalaim. Sua mais recente obra, The MidEast in Bible Prophecy parece ter como objetivo principal chamar a
atenção para esses fatos. Sem que se saiba ao certo o número de
exemplares de suas duas revista a Real Truth e a Pillar Magazzine, se
pode notar que ele segue a política editorial das IDU`s. Revistas
com temas atuais e uma ótima qualidade gráfica e jornalística.
A semelhança de Herbert Armstrong, David Pack dá grande
importância à formação de dirigentes que dominem plenamente a
visão da Igreja de Deus Restaurada. Como parte dessa estratégia, e
tomando carona na caminhada do grande líder ele fundou o
Ambassador Center. É a forma como demonstra que apesar de
pequena, sua igreja busca um lugar à sombra do armstronguismo.
Queira Adonay depurar o grupo dos exageros do exclusivismo
conduzindo-o paulatinamente a uma melhor compreensão do pacto
da graça e do contrato eterno com um povo, Israel, e não com uma
organização, a Igreja de Deus Restaurada. No entanto, é satisfatório
saber que eles celebram a festa dos tabernáculos em diferentes
partes da terra.
Igreja de Deus Restaurada
Nome
Oficial
Restored Church of God
Página
oficial
http://www.Arcg.org/ho
me.html
Fundador
Membros
David Pack
Revistas
Tiragem
Anual
Inexistente
TV
Alcance
Classe
Adventista
1.993
Sigla
Sede
Wadsworth,
Unidos
Ano 2006
Países
Entradas
2.203.445
USD
RCC
IDR
Ohio,
Estados
19 Congregações
55
Entradas
4.010.282
Reais
The Pillar Magazinne
Real Truth - Verdade A Revista Pilar
Real 50.000 (600.000)? 2.000 (24.000)?
Inexistente
Rádio
Alcance
Ordem
Subordem
Família
Inexistente
Subfamília
Gênero
Sabatista
Armstronguista
Exclusivista
Igreja de Deus
Igreja de Deus
Universal
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293
Volume I – O Israelis mo Britânico
10 - Igreja de Deus Preparando Para o Reino de Deus
Fundada por Ronald
Weinland a Igreja de Deus
Preparando o Reino de Deus
(The Church of God Preparing for the Kingdom of
God) sediada em Cincinat,
Ohio, Estados Unidos e
fundada em 1997 deve
possuir
cerca
de
49
congregações em diversos países, aproximadamente 1.500 membros
e operar com um orçamento da ordem de 1,7 milhões de dólares
anuais. A página principal da organização fala de 12 locais diferentes
onde são realizadas as festa do sukot. Seus 1.500 membros
equivalem a 1,6% do rebanho das IDU´s.
Esta associação congregacional é, pois uma das mais atuantes
entre as de médio porte e vem mantendo os princípios básicos da
doutrina de Herbert Armstrong, inclusive uma forte tendência
historicista que vem a ser o seu grande problema. Seu livro ―2008
God`s Final Witiness‖ vem causando sensação ao explorar como
diversos outros grupos cristãos e não cristãos possíveis
acontecimentos dantescos para o ano 2012. O Livro que fala do
declínio iminente dos Estados Unidos e de outras nações
descendentes de Israel afirma que somente a monarquia britânica
está autorizada a representar Israel no fim dos tempos. A obra de
sete capítulos e 249 páginas pode ser baixada na internet através de
um link fornecido pelo site End Times (Fim do Tempo), da
organização de Ronald Weinland.
O grupo vive uma verdadeira volta ao passado dos primórdios
do adventismo com uma forte Ênfase na relação entre as festas
bíblicas e os últimos eventos escatológicos. O autor se considera
uma das duas testemunhas para o último tempo, e é claro, profeta.
Segundo Weinland em 30 de setembro de 2008 encerrou-se o
assinalamento ou separação dos 144.000.
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294
Volume I – O Israelis mo Britânico
Ainda segundo ele a 14 de dezembro de 2008 foi aberto o
sétimo selo do Apocalipse e o Eterno levantou as duas testemunhas
para o fim do tempo. Estaríamos vivendo os 3 anos e ½ da profecia
e em compasso de espera para a volta do Messias. Como
William
Miller e Samuel Snow, patronos do adventismo se enganaram com
relação à data do retorno de Yeshua que foi fixada primeiro para a
primavera de 1844 e logo para o outono com a data final de 22 de
outubro, Weinland admite que errou nos cálculos, mas a diferença é
que ele corrigiu a data antes do evento. Ele mesmo diz:
―Em 14 de novembro de 2008, o Sétimo Selo foi aberto e em 14 de
dezembro de 2008, a primeira trombeta foi explodido e que Deus comissionou
o início das duas testemunhas do fim dos tempos. Embora tivéssemos
acreditado que esta fase do plano de Deus iria começar oito meses antes, Deus
usou esse período de tempo para revelar a verdade sobre Jesus Cristo
Cinquentenário realmente retornando no dia de Pentecostes de 2012, ao invés
de Trombetas de 2011.‖
Weiland conseguiu, como Miller e seus companheiros
sensibilizar muitas pessoas e convencê-las de que a hora chegou.
Lideranças emergidas da IDU o criticam como falso profeta. Sua
justificativa se assemelha a dos líderes adventistas do passado. Só
que no caso dele precise se registrar que ele alega que o o Criador
teria adiado o timing dos acontecimentos ouvindo as orações e
rogos que o povo fez durante dois dias pedindo misericórdia pelo
mundo (demais cristãos e não cristãos) e pela igreja dispersa (exmembros da IDU). Segundo ele, tudo o que foi previsto acontecerá
antes que Yeshua retorne no dia de pentecostes de 2012 que por
calendário rabínico está fixado para 27 de maio.
―Alguns que gostam de ridicularizar e zombar afirmaram que esta era a
prova que eu não era profeta de Deus. Pelo contrário, ele ajudou a
estabelecer. Todos os eventos profetizados que são escritas em 2008 pela Final
Testemunha de Deus acontecerão exatamente como está escrito. Os eventos
profetizados não mudaram e eles vão ocorrer como está escrita. O Timing
mudou só um pouco, mas não os eventos. O calendário devido à Verdade
número 50 está sob o controle de Deus, como todas as demais coisas. Só Deus
é responsável pela revelação da volta de Cristo e do calendário envolvido. Se
houver mudanças ou Deus de qualquer forma alterar o calendário envolvido,
então ele irá revelar por meio de seu profeta.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Deus também alterou o calendário da destruição maciça que está por
começar. Deus pode fazer isso sempre que Ele escolhe. Ele é Deus! E graças a
Deus Ele ouviu os gritos, petições e sinceras orações do Seu povo, Sua Igreja,
quando em jejum por dois dias consecutivos pediu para que Deus tenha
misericórdia sobre a humanidade e, através desse processo de misericórdia,
trazer mais pessoas ao arrependimento em ambos os lados tanto do mundo
como da Igreja dispersa. Deus é misericordioso para com o mundo ea Igreja
dispersa, mas isso não significa que vai realmente se arrepender quando tudo
estiver dito e feito. O tempo dirá. Todos os eventos profetizados afirmados no
livro acontecerão antes da volta de Jesus Cristo no dia de Pentecostes, 27 de
maio de 2012.‖
Naturalmente precisamos aguardar os acontecimentos. Mas
para quem já viu esse filme, como nós que conhecemos os dois
amargos desapontamento adventistas, o de março de 1844 e o de
22 de outubro não parece haver diferença. Vem novo
desapontamento por ai. Weinland cruzou a linha. Agora é esperar
para ver no que vai dar, ou melhor, como ele justificará o fracasso.
Ele tem pouco tempo para isso. Estamos em 2011. Falta pouco para
o shavuot ou pentecostes de 2012. No entanto, a página oficial da
congregação assinala um acontecimento tremendo, talvez a volta do
Messias para maio desse ano de 2012. Uma aposta mais que
arriscada e que demonstra o quanto uma pessoa auto sugestionada
pode chegar.
―O Sétimo Selo já foi aberto e o mundo está sendo mergulhado na
tribulação final para a humanidade. Ronald Weinland, que é o pastor da Igreja
de Deus na Terra, também foi nomeado pelo Deus de Abraão para ser Seu
profeta do fim dos tempos e uma das duas testemunhas do fim dos tempos (e
porta-voz de ambos), antes ao retorno de Jesus Cristo em 27 de maio de 2012.‖
(http://www.cog-pkg.org/ página visitada em 20/3/2012).
Já vimos esse filme por três vezes no adventismo nos seus
primórdios (1833, 1844 e 1855) e por duas vezes nas Testemunhas
de Jeová (1814 e 1975) e já sabemos no que resulta. Que Adonay
guarde seus filhos sinceros de acreditar nessas profetadas. Acerca
daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos e nem o Filho, mas
somente o pai. Rompendo com parte do grosso passado da Igreja
de Deus Universal, e considerando-se a si mesmo profeta, Weinland
determinou que chegou a hora de ungir mulheres para o ministério.
Isso é visto como sério desvio pelos demais.
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296
Volume I – O Israelis mo Britânico
Segundo ele, isso lhe foi revelado, e há quem diga que seu
primeiro ato foi ungir sua própria esposa Laura Weinland como
profeta ao seu lado. Ainda assim, é bom dizer que ele estabelece
uma clara diferença entre os ministérios masculino e feminino.
Segundo ele a mulher pode ser anciã e profeta, mas não pode ser
pastor e pregar nos serviços de shabat.
É no meio desta restauração que vem de Deus, através da Sua Igreja a
este mundo, que Deus já revelou que as mulheres podem ser ordenados para o
serviço ministerial em Sua Igreja. Como esta série mais recente sermão
("Ordenações e batismos") está dando a solidez eo equilíbrio da forma como
esta vai existir em Sua Igreja, existem distinções de serviço que irá ser diferente
entre homens e mulheres.‖
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Nome
Oficial
Página
oficial
Fundador
Membros
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
The Church of God - Preparing for the Sigla
COG-PKG
Kingdom of God
ID-PRD
http://www.cog-pkg.org/ Sede
Cincinanti, Ohio, Estados Unidos
Ronald (Ron Weinland) Ano 1997
Países
Entradas
1.747.500
1500
USD
19 Congregações
50
Entradas
3.180.450
Reais
Inexistente
Inexistente
Ordem
Rádio
Alcance
Subordem
Família
Subfamília
Gênero
Sabatista
Igreja de Deus
Armstronguista
Exclusivista
Profetista
Igreja de Deus
Universal
011 - Igrejas de Deus Ministérios de Alcance
Sediado em 1995 em Tulsa, Oklahoma, nos Estados Unidos e
fundado ao que parece por Ray Kur, a igreja de Deus Ministérios de
Alcance (Churches of God Outreach Ministries) segue vários princípios da
Igreja de Deus Universal de Armstrong, mas não o sistema de
Governo proposto por ele, que é considerado um sistema que não
deu certo e que se distancia das práticas do primeiro século. Se trata
protanto, de mais um grupo de comunidades que aceitam o que
lhes parece bom e legítimo de Armstrong e rejeita o resto.
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297
Volume I – O Israelis mo Britânico
Com
33
congregações
nos
Estados
Unidos,
na
Inglaterra e no Canadá e
uma estimativa de 1.120
tomando a média das
congregações
das
grandes herdeiras de
Armstrong
o
grupo
representa 1,19% de
todos os crentes ligados a estas comundiades e deve gerir um
orçamento da ordem de 1,3 milhões de dólares. É uma das poucas
associações de igrejas independentes a emergir da grande crise
revogando os conceitos de governo por um Pastor Geral proposto
por Armstrong.
Como qualquer grupo ligado ao armstronguismo eles, rejeitam
a consciência após a morte e o sofrimento eterno dos maus. Mas
tem a seu mérito a celebração das festas como eternas ordenadas
da Torah. Como defensores do autonomismo, a Igreja de Deus
Outreach Ministries, não é uma igreja propriamente dita, mas antes
uma associação de igrejas livres com 26 congregações nos Estados
Unidos e 6 congregações no estrangeiro.
O ponto alto do grupo como se vê é o congregacionalismo
nos moldes batistas de governo que à semelhança do Ministério
Educacional Cristão de Ronald Dart concede autonomia às
congregações. Se trata, portanto de uma associação de
congregações autônomas vinculadas pela mesma fé que decidem
livremente pela unidade orgânica para melhor poder divulgar suas
crenças e para proporcionarem a seus membros uma melhor vida
social.
Esse é o sistema adotado pelo judaísmo em suas sinagogas,
tanto tradicionais como caraítas e messiânicas, e não há dúvidas que
é o sistema de governo usado pelos primeiros crentes em Yeshua o
Nazareno.
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298
Volume I – O Israelis mo Britânico
Igrejas de Deus Ministérios de Alcance
Nome
Oficial
Página
oficial
Churches of God Outreach Ministries
Fundador
Membros
Ray Kur
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
http://www.cgom.org/ind
ex.htm
1.121
Inexistente
Ordem
Sabatista
Sede
Sigla
Tulsa,
Unidos
Ano 1995
Países
Entradas
1.305.965
USD
COG-OM
Oklahoma,
Estados
19 Congregações
33
Entradas
2.376.856
Reais
Rádio
Alcance
Subordem
Família
Inexistente
Subfamília
Gênero
Igreja de Deus
Armstronguista
(congregacional
)
Exclusivista
Igreja de Deus
Universal
012 - Igreja de Deus Intercontinental
Fundada em Tyler no
Texas em 1997 por Ted
Gerner
Armstrong,
após
renunciar à Igreja de Deus
Internacional por ele fundada
19 anos antes, a Igreja de
Deus
Intercontinental
(Intercontinental Church of
God) é o braço institucional
por trás da
Garner Ted Armstrong Evangelistic Association,
atualmente dirigida por Mark Amstrong, filho de Ted Garner.
Formada por 93 pequenas associações familiares, com uma
média de 10 membros cada uma, a Igreja de Deus Intercontinental
fundada por Garner Ted em 1995, em Witehaouse, Texas um ano
antes da Grande Dispersão, possui um orçamento provável de 1,16
milhões de dólares e cerca de 1.000 membros, aproximadamente
1,07% da membresia das IDU´s. A doutrina da IDI se afasta de alguns
dos mitos da IDU de Herbert Armstrong, como por exemplo, a
oposição a celebração de aniversários.
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299
Volume I – O Israelis mo Britânico
O argumento de que é um costume gentílico não é suficiente,
pois afinal de contas não há nada nas Escrituras contra tais
celebrações, e uma festa de aniversário pode ser ou não pagã, a
depender de quem é invocado para a festa, que pode bem ser o
Elohim de Israel. O importante para eles é que nenhuma celebração
ofusque o brilho dos dias sagrados, ordenados pelo Criador.
"A Igreja de Deus, da mesma forma, não tem indicação específica
de doutrina sobre o costume comum de celebração ou sobre a
observância de aniversários ... Em todas as nossas memórias, é seguro
dizer que algumas observâncias de aniversário mantiveram um
significado especial: talvez era um patamar de vida particular em que
uma certa realização ou poderia estar no horizonte, como entrar na
adolescência ou atingir a idade de responsabilidade legal. Naturalmente,
estes feriados nacionais ou pessoais nunca devem ofuscar o respeito a
Deus e aos dias sagrados. "(A CRISTÃ RELATIONSHIP WITH FELLOW MAN
http://www.intercontinentalcog.org/STP/stp26.htm ).
A IDU de Armstrong proibia a seus membros de ocuparem
cargos públicos, ignorando que Yosef foi primeiro ministro em
Mitzraym e Daniel na Pérsia, que Hadassa (Ester), foi rainha e que
Mordechai se tornou conselheiro do Rei Achashaverosh (Assuero).
Da mesma forma ignoram que Cornélio foi oficial do exercito
romano, e que Yochanan não proibiu o serviço militar. Garner Ted
Armstrong ousou depurar sua organização desses excessos
herdados de seu pai já que a antiga IDU somava às verdades que
extraíra das Escrituras sua própria doutrina baseada não na
simplicidade do texto bíblico, mas nas interpretações por vezes
mirabolantes de Hebert Armstrong. Assim a IDI não se opõe a que
seus membros ocupem cargos públicos. Isso a assemelha a posição
de Darth.
"Outra área de preocupação cívica é o da ocupação de cargos públicos e servir
em júris. A igreja, de modo algum proíbe tais atividades a seus membros, e
também a comunidade seria bem servida por ter verdadeiros cristãos a cumprir
estas funções. Porém, advertimos aqui; os cristãos podem encontrar momentos
em que tomarão decisões específicas que são difíceis, porque as leis de Deus
podem entrar em conflito com as leis dos homens, e sua principal
responsabilidade deve ser, à primeira "( A CRISTÃ RELATIONSHIP WITH FELLOW
MAN http://www.intercontinentalcog.org/STP/stp26.htm ).
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300
Volume I – O Israelis mo Britânico
Uma posição equilibrada, baseada na longa tradição bíblicojudaica que demonstra que os fiéis sempre ocuparam cargos
públicos.Mesmo antes da formação da nação vemos a Yosef elevado
ao posto de primeiro-ministro de Paró (Faraó). Depois da formação
da nação, e já durante a monarquia temos a Abner como
Comandante das tropas de Israel sob o reinado de Shaul e a Yoav
comandando as tropas de David. Depois disso temos a Daniel na
corte da Pérsia. Da mesma forma a doutrina seguida pelas
testemunhas de Jeová, adventistas da Reforma e membros das
demais herdeiras da IDU de que o voto nas eleições é pecado, foi
descartada pela IDI.
―Um cristão também está ciente das suas responsabilidades cívicas e
privilégios. Paulo escreveu que os cristãos devem estar sujeitos às
autoridades humanas constituídas. Isto incluiu o pagamento de impostos
e tornar o devido respeito aos símbolos dessa autoridade (Romanos
13:1). O próprio Jesus pagou um imposto de que legitimamente poderia
ter evitado (Mateus 17:24-27). José e Maria foram para Belém por causa
do decreto do imperador romano. O NT está cheio de exemplos do
cumprimento da legislação do governo nacional onde eles não entrem
em conflito com as leis de Deus. Membros da Igreja Deus sempre
demonstraram patriotismo saudando a bandeira e cantando o hino
nacional de seu próprio país. Em alguns países, o voto é colocado em pé
de igualdade com outras exigências governamentais. O NT não proíbe o
voto mais do que pagar impostos. A igreja não tenta legislar em matéria
de recenseamento eleitoral ou voto nas eleições locais, regionais ou
nacionais.‖ "(A CRISTÃ RELATIONSHIP WITH FELLOW MAN). (Fonte
http://www.intercontinentalcog.org/STP/stp26.htm )
A IDI soube somar talvez como nenhuma outra as virtudes de
Armstrong à mente aberta de seu filho Ted. Talvez por isso, tantas
famílias nos Estados Unidos ainda simpatisem e apóiem a última das
instituições fundadas pelo tele-evangelista. Infelizmente Garner Ted
viria a fracassar por segunda vez. Não seria feliz em sua nova
organização, não por muito tempo. Desassociado, por seu mau
testemunho, e pela força das acusações que pesavam contra ele,
Garner usou seu carisma como comunicador de radio e TV
transformando a Ted Garner Evangelistic Association numa nova
organização, a Igreja de Deus Intercontinental.
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301
Volume I – O Israelis mo Britânico
A organização sediada em Flint no Texas e criada para divulgar
as doutrinas de seu pai, ou a maior parte delas continua ativa. Ao
morrer aos 15 de setembro de 2003 aos 73 anos, a Associação
passou a ser presidida por Mark Armstrong, um de seus três filhos
de Garner Ted com Hammer Shirley Armstrong, que ocupa a vicepresidência da organização. Mark Armstrong não se aventurou a
gravar, limitando-se a reutilizar o enorme acervo de vídeo e áudio
deixado por seu pai.
O grupo lista cerca de 100 congregações, mas a julgar pelas
fotos uma média de 15 membros por congregação, ou mesmo
menos, não está fora de cogitação. Parece que na maioria dos casos
são duas ou mais famílias associadas, mas que mantém o costume
das IDU`S de comparecerem em massa na celebração de Sukot.
Assim a Igreja de Deus Intercontinental está longe de concorrer com
as demais herdeiras do armstronguismo, mesmo com a Igreja de
Deus Internacional, fundada anteriormente pelo próprio Ted Gerner,
mas nem por isso deixa de realizar sua missão, apontando às
ovelhas sob seu cuidado o caminho de volta à Torah, na medida é
claro, das limitações legadas por Garner Ted.
Igreja de Deus Intercontinental
Nome
Oficial
Churches of God Outreach Ministries
Página
oficial
http://www.intercontinen
talcog.org/index.php
Fundador
Membros
Garner Ted Armstrong Ano 1997
Países
Entradas
1.165.000
1.000
USD
19 Congregações
50
Entradas
2.120.000
Reais
Inexistente
Inexistente
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
Sede
Ordem
Rádio
Alcance
Subordem
Família
Sabatista
Igreja de Deus
ICG
IDI
Witehaouse, Texas, Estados
Unidos
Igreja de Deus
Universal
Sigla
Subfamília
Armstronguista
Gênero
Restaruração
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302
Volume I – O Israelis mo Britânico
013 - Igreja de Deus Independente
(Ministério Educacional Cristão)
Fundada por Ronald
Darts em 1995, a Igreja de
Deus
Independente
(Independent Church of
God) mais conhecida pelo
seu nome evangelístico
Ministério
Educacional
Cristão
(Christian
Educational Ministries) é um
exemplo de como a loucura
alienadora do exclusivismo pode ser posta de lado em favor da
fraternidade entre os filhos de Israel. Ronald Darts optou por um
trabalho intercongregacional em Whitehouse no Texas, o grupo
apóia através de programas radiais, literatura e audiovisuais diversas
congregações, e é ajudado por elas.
Estima-se que o Ministério Educacional Cristão disponha de 30
congregações com um orçamento total de 1,6 milhões de dólares
dos quais uns 220 mil devem ser enviados ao MEC. Com um número
de membros idêntico à da Igreja de Deus Restaurada, estima-se que
o MEC possua 1000 membros e represente 1,07% de toda a família.
Ex-ministro da IDU, Ronald Darts recusa qualquer exclusivismo
doentio das grandes herdeiras da Igreja de Deus Universal para se
concentrar na divulgação de suas doutrinas, o que o estabelece
como um estranho no ninho. Ronald tem apelado para que se tenha
cuidado com os demônios da segregação, o que faz dele um dos
mais sensatos herdeiros da ―dispersão.‖ Eis um exemplo a ser
imitado pelos demais grupos que precisam ser curados dessa
influência maléfica. Sua declaração, numa época que ainda se
levantam grupos de restauração que pensam que são únicos é
muito pertinente: Seu grupo inclusive não se proclama uma
denominação, e seu objetivo principal é a formação e o alcance do
público evangélico através por radio cd`s e DVD`S distribuídos pelas
igrejas que o apoiam.
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303
Volume I – O Israelis mo Britânico
―Um dos demônios da diferenciação é a vaidade. Somos melhores
do que você é. Nós temos a verdade e você não. Arrogância é o amargo
fruto da vaidade. Outro demônio é o exclusivismo. Outra é o
autoritarismo, necessário para nos manter esclusivos: "Você não pode
juntar-se diretamente à igreja de Cristo, nós temos que colocá-lo nele - o
que significa que temos de aprová-lo e podemos barrar você.‖ Eu não
acho que devemos ser impulsionados pelos espíritos da diferenciação.
Pelo contrário, devemos ser atraídos por Cristo, onde vamos encontrar as
nossas diferenças e aceitar ser corrigidos conforme a necessidade...
Alguns têm dificuldade de se relacionar com outros grupos Sabbatistas
porque eles perdem um pouco de sua identidade no processo (Dart R.
Cuidado com os demônios de diferenciação. A Journal, janeiro 31, 2003,
p.10).
Outra característica histórica do amostronguismo é sua
oposição ao porte de armas, ao serviço militar ou a qualquer
profissão pública ou privada que envolva o porte de armas. Dart
considera essa posição incongruente, afinal, os cidadãos desfrutam
da segurança contra os inimigos externos proporcionada pelas
forças armadas e contra os inimigos internos proporcionada pelas
forças policiais. Isso me faz recordar a história a mim contada na
porta de uma universidade onde eu tinha ido dar palestras sobre o
judaísdmo por um jovem da Igreja Adventista da Reforma, excluído
por que se tornou policial militar. Ele me contou que num shabat,
pela manhã, quando os irmãos chegaram constaram que a Igreja
tinha sido assaltada. Quando a maioria quis chamar a polícia ele lhes
lembrou que isso não fazia sentido, que a igreja que excluiu
policiais, por certo não precisava da sua proteção. Esse é um
exemplo caricato de como uma doutrina pode voltar-se contra nós
mesmos.
Segundo ele os que vivem sob a proteção dessas forças e que
recorrem a elas em caso de ameaça, interna ou externa, não podem
sem contradição se opor ao serviço militar. Assim, ele defende o
direito do Estado à guerra defensiva ou mesmo ofensiva em caso de
resposta a um ataque externo e o conseqüente dever dos cidadãos
que se abrigam sob as forças desse Estado de o apoiarem. E o que
vale para o exército, vale igualmente para a polícia. Isso o levou a se
manifestar como segue:
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304
Volume I – O Israelis mo Britânico
―Paulo foi certamente um cidadão do Reino de Deus, mas ele não
hesitou em exigir seus direitos como cidadão romano. Não hesite em
exigir nossos direitos como cidadãos americanos, mas como podemos
exercer nossos direitos enquanto evitamos as nossas responsabilidades?
Nosso país é um governo do povo, pelo povo e para o povo. Temos,
assim como Deus disse, juízes e policiais em todas as nossas portas. Por
que devemos, como santos, recusar-nos a servir como juízes e oficiais?
Quem é mais capaz de se sentar em um júri e ser juiz do povo de Deus? ..
Eu estou convencido de que não só é admissível para um cristão a fazer
parte de um júri, se chamado, é uma obrigação. Acho que Deus nos terá
por responsáveis das administrações responsáveis em nossas
comunidades, pelo menos, a ponto de fazer o que podemos ... Devemos
limpar o ninho de rato chamado de Taliban e vingar o assassinato de
nossos cidadãos. Para nós, como indivíduos, para dar a outra face,
precisamos de um governo que vai assumir a nossa causa e nos
defender. Isso não é um ato de vingança tomada com o coração
rancoroso. É um ato de justiça, e é certo. Deveríamos ter feito isso há
muito tempo (Ronald Dart, A Journal. 10/31/01).
Outra questão diz respeito ao dízimo. Na sua opinião embora
as congregações não devam obrigar ninguém a dar o dízimo, seus
membros podem ser estimulados a dar, pois como pessoas de fé
são filhos de Avraham que deu o dízimo num ato de adoração. Ele
vê em Avraham, mais que em Malachy as razões para um crente
dizimar. Para ele, nesse caso, mais importante é a gratidão do que o
desejo de receber bênçãos, e mais importante é doar para ser
abebçoado do que doar com medo de castigos.
Quando o tema é o terceiro dízimo dado às viúvas e órfãos, ele
lembra que nações avançadas possuem já um sistema
previdenciário. Esse sistema desconta compulsoriamente 20% do
salário do trabalhador a fim de manter viúvas, incapacitados e
doentes. Se a igreja cobrar o terceiro dízimo está lapidando a renda
de membros que já dão aos pobres uma parte do salário na forma
de contribuição previdenciária. Assim, Ronald transfere da igreja
para o Estado o cuidado dos órfãos e necessitados e dispensa os
membros de cumprirem tal tarefa, salvo em condições especiais,
uma vez que já compulsoriamente cumprem aquilo que a Torah
ordena ao tributarem ao Estado. Bem, sabe-se que a Torah ordena o
terceiro dízimo (tri-anual) quando não havia previdência pública.
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305
Volume I – O Israelis mo Britânico
A obra da CEM, justamente pelas suas posições não
exclusivistas e não denominacionacionais se destaca por ser a mais
extensa obra radial de todas as Igrejas de Deus, uma vez que seu
programa Born to Win, gravado na voz de Ron Dart é transmitido
em 26 estações cinco dias por semana, da Austrália aos Estados
Unidos e por meio de congregações que dão suporte a ele. O grupo
contabiliza ainda o envio de 70,000 CD`S e DVD`S em milhares de
pacotes no ano 2007 através de uma pequena equipe de nove
pessoas.
O ministério desenvolve ainda uma intensa atividade literária
fornecendo um catálogo de diversas obras que podem ser
adquiridas. Numa época em que o custo de um CD ou DVD é tão
pequeno, e os resultados de uma proclamação áudio-visual podem
ser tão importantes, o trabalho de Ron Dart não deixa de ser
inspirador para os que dispondo de poucos recursos desejam atingir
corações. Está ai um exemplo a ser imitado. Mas bem, a CEM é uma
das dezenas de ministérios e congregações que optaram por não
estar amarradas a nenhuma grande associação a fim de manterem a
sua independência local tanto no que se refere ao episcopado como
até mesmo ao aspecto doutrinário. Dezenas de congregações dão
suporte a CEM.
Igreja de Deus Independente
Nome
Oficial
Independent Church of God
Página
oficial
http://www.icogsfg.org/
Sede
http://www.cem.org.au/
http://www.borntowin.net/
Ronald Darts
Ano 1995
Países
Entradas
1.165.000
1.000
USD
19 Congregações
30
Entradas
2.120.000
Reais
Inexistente
Inexistente
Fundador
Membros
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
ICG
IDI
Portsmouth, Ohio, Estados
Unidos
Ordem
Rádio: Born to Win,
Alcance: 26 Estações
Subordem
Família
Sabatista
Igreja de Deus
Igreja de Deus
Universal
Sigla
Subfamília
Armstronguista
Gênero
Restaruração
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306
Volume I – O Israelis mo Britânico
014 - Igreja de Deus Global
Fundada em 1992
em San Diego, na
Califórnia a Igreja de
Deus
Global,
hoje
sediada em Derby, na
Inglaterra, tinha tudo
para ser uma das mais
poderosas da família.
Foi fundada por uma
das mais emblemáticas
figuras da Igreja de Deus Universal, por Roderick C. Meredith (1930 ), que como Garner Ted Armstrong pode fundar duas organizações
diferentes, ainda que no caso de Roderick as causas não envolviam
escândalos morais, mas apenas zelo pelas verdades que conheceu.
O grupo nasceu forte, arrastando sob o carisma de Roderick a
milhares de membros descontentes da IDU. No entanto hoje se
reduz a algumas dezenas de grupos pequenos. O grupo com cerca
de 1.000 membros representa 1,07% da família de Armstrong.
Meredith foi ordenado pelo próprio Armstrong em 1952. Na
década de 60 passou a integrar o conselho supremo de 12 anciões
da Igreja de Deus Universal. Fundou igrejas em vários estados antes
de ser chamado a Pasadena e incumbido por Herbert Armstrong de
ser Evangelista, um cargo muito importante na estrutura da
organização. Participou no conselho administrativo da organização
por mais de 25 anos (1958-1973).
Eloquente e carismático pastoreava a maior congregação da
Igreja de Deus Universal que ficava em Los Angeles, na Califórnia.
Roderick esteve no time daqueles que não acompanharam a música
profana de que a certeza da salvação pela graça exige o abandono
de esforços claros em direção à santidade que emana da Torah. Se
opôs ao movimento de apostasia conduzido por Joseph Tkach em
Pasadena e que alcançou seu auge através de seu tristemente
célebre Transformed by Church (Transformado Pela Verdade).
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307
Volume I – O Israelis mo Britânico
Mas seu mundo desmoronou junto com a nova Igreja de Deus
Universal dos Tckach`s. Foi demitido em 10 dezembro de 1992, por
ser considerado herético aos olhos da nova diretoria. Apenas 16 dias
depois Meredith reunido a outros 19 membros que não
concordavam com o rumo das coisas iniciou os serviços sabáticos
em sua própria casa. Um mês mais tarde eles já eram 42 e podiam
alugar um salão.
Isso era pouco para quem pastoreara uma igreja poderosa
com centenas de membros em Los Angeles, mas pelo menos de
acordo com sua consciência de que o crente tem de aprender a não
comer porco e a amar as festas bíblicas e não a reprová-las. Em
poucos meses ele resgatara mais de 1.500 almas das garras da
apostasia. Estava fundada a Igreja de Deus Global no outono de
1993.
Em junho de 1994 a sede da organização foi transferida para
San Diego, na Califórnia. Mas o que parecia ser excelente para a
organização recém formada e que vinha juntando os cacos restantes
da grande apostasia não era bom para a liderança. Houve uma
disputa pela liderança acerca do papel que Meredith deveria ter na
Igreja de Deus Global e o conselho supremo o demitiu por 3 a 2. A
maioria dos membros não concordou com essa decisão e o próprio
pastorado esteve contra.
Assim, apoiado por membros e pastores ele fundou a Igreja do
Deus Vivente na mesma cidade de San Diego que se tornou a
segunda mais vigorosa das organizações armstronguianas e que já
foi objeto de análise nesse capítulo. Com esse passo a Igreja de
Deus Global desmoronou, estima-se que na altura 80% da
membresia, umas 1.200 pessoas, tenham acompanhado a Meredith
que por sua vez teve êxito em arrastar outras milhares de pessoas
que perplexas buscavam uma saída da IDU que agora já não falava a
sua linguagem. Não dispomos de dados atuais. Mas a Igreja de Deus
Global, que mudou sua sede para Derby na Inglaterra deve possuir
cerca de 1.000 membros e 33 congregações nos Estados Unidos.
Canadá e Inglaterra.
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308
Volume I – O Israelis mo Britânico
Isso me permite projetar um orçamento de cerca de 1,16
milhões de dólares para o grupo. Esperamos que a organização
continue a proclamar o certo que aprendeu, não retorne jamais e
que avance de onde iniciou. Novas verdades precisam ser
descobertas e anunciadas.
Igreja de Deus Global
Nome
Oficial
Global Church of God
Página
oficial
Fundador
Membros
http://www.globalchurch
ofgod.co.uk/
Revistas
Tiragem
Anual
TV
Alcance
Classe
Adventista
Sigla
Sede
GCG
IDG
Derby, Inglaterra
Roderick C. Meredith
Ano 1993
Países
Entradas
1.165.000
1.000
USD
3 Congregações
29
Entradas
2.120.000
Reais
Inexistente
Rádio: Inexistente
Alcance:
Subordem
Família
Inexistente
Subfamília
Gênero
Igreja de Deus
Armstronguista
Restauração
Ordem
Sabatista
Igreja de Deus
Universal
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309
Volume I – O Israelis mo Britânico
XIII As 4 Pequenas Alianças Congregacionais
Saídas da IDU
Iniciada a dispersão,
muitos crentes da IDU
permaneceram
convencidos de que o
sistema de governo e de
doutrina apregoado por
Herbert Armstrong era
correto, mas que seria um
perigo se caísse nas mãos
erradas, um perigo que eles haviam acabado de presenciar.
Com medo de terem de vir a tomar outra vez uma amrgo
remédio estes grupos evitaram as grandes associações, os ―pastores
gerais‖, mas concordaram em se aliar a congregações próximas ou
distantes com quem tivessem afinidade para fazer a obra. Surgiram
dezenas dessas pequenas alianças. Nesse capítulo abordaresmos
apenas 4 delas. No total elas reúnem 64 congregações com uma
membresia estimada em 1965 membros ou 2,09% do total do
israelismo britânico sabatista e um orçamento de 2,28 milhões de
dólares
015 - Igreja do Grande Deus.
Sediada em Charlotte, South Caroline, a Igreja do Grande
Deus (Church of Great God) foi fundada em 1992 por John
Ritenbaugh, Richard Ritenbaugh, Martin Collins, John Reid, e Edward
Pope, que formaram uma associação baseada nos ideais e propostas
de Armstrong, sem, contudo, defender todas as teses do grande
líder. Seu fundador, John Ritenbaugh se considera um herdeiro de
Herbert Armstrong.
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310
Volume I – O Israelis mo Britânico
E a Armstrong e seus escritos que ele recorre ante dificuldades
doutrinárias. Ao se pronunciar se os cristãos podem ou não comer
em restaurante no sábado usou a autoridade do apóstolo, que em
suas muitas viagens ocasionalmente tinha de comer em restaurante
para respaldar sua posição a favor de tal prática em certas situações.
"Agora, nos nossos dias apenas Herbert Armstrong era um
apóstolo. Herbert Armstrong ocasionalmente comia no sábado (em
restaurante), e definiu a política para a Igreja de Deus que o permitiu....
"O ponto é este: que Deus usou Herbert Armstrong, um apóstolo, para
estabelecer o padrão sobre o assunto nesta era da igreja de Deus, não
Art Braidic e Dennis Fischer ... Este complexo sistema babilônico criou
situações que exigem um novo discernimento da Palavra de Deus sobre
este assunto. Herbert Armstrong fez que que o discernimento para a
igreja de Deus nesta era." (Mr Armstrong Has Spoken,
http://blowthetrumpet.org/mr.armstronghasspoken.htm)
Mas isso não o amarrou a todos os pontos de vista de Herbert
Armstrong. Pelo contrário, John Ritenbaugh propôs uma
modificação teológica assinalando algumas desas diferenças que o
distanciaram de Armstrong:
―Colocamos uma ênfase maior no "alimentar o rebanho", isto é,
instruindo seus membros sobre "todo o conselho de Deus" (Atos
20:27). Proclamamos o mesmo Evangelho do Reino de Deus que
fez Jesus (Mc 1:14-15), principalmente através dos nossos diversos
sites da Internet.
Apesar de empregar uma estrutura organizacional semelhante,
buscamos mais a liberdade dos membros do que o que era
prática da IDU em tempos passados.
Contamos Pentecostes diferentemente um ano, em nove, em
média, quando a Páscoa cai num sábado semanal.
Reconhecemos que ter fé em Deus para a cura não se opõe à
utilização da perícia médica para retornar à saúde.
Sobre a questão do divórcio, definimos porneia amplamente,
como "imoralidade sexual" de todos os tipos, isto é, a prostituição,
assim como o adultério e outros pecados sexuais.
Nós acreditamos que um cristão deve observar a passagem das
luas novas, como eles são fundamentais na determinação dos
sagrados dias de Deus dentro do calendário hebraico. A Bíblia
não descreve, porém, nenhum serviço específico, ordenado para
este festival.
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311
Volume I – O Israelis mo Britânico
Nossa percepção da profecia, embora baseado no modelo que
nos foi dado por Herbert Armstrong, está mudando lentamente á
medida que os eventos acrescentam o que já sabemos. Os
detalhes e os tipos virão de forma clara, não podemos esperar que
ele tenha imaginado tudo, devido à passagem do tempo. ―
(COGWRITER,
Igreja
do
Grande
Deus.
http://www.cogwriter.com/cgg.htm)
Nota-se que o grupo se distanciou de Armstrong na questão
do que é considerado porneia, como é mencionado no texto grego
de Mateus 19:9, que deixa de ser o mero adultério e assume uma
conotação muito mais ampla de pecados e aberrações sexuais.
Aposição abre a porta para que as igrejas descendentes da IDU
promovam um debate amplo sobre a questão. Tomara que esse
debate os leve à uma posição equilibrada.
É preciso que se entenda de uma vez por todas, que o
casamento é dissolúvel quando o marido ou a mulher cometam
pecados sexuais como incesto, pedofilia, pederastia, zoofilia,
homossexualismo, lesbianismo e outros que mancham o casamento.
É também necessário que se entenda que uma mulher tem direito a
requerer o divórcio daquele que não honrou sua posição de marido,
que a agrediu fisicamente, que atentou contra sua vida, e que se
delicia em torturá-la psicologicamente. Todas essas práticas são
tipos de violação do código do matrimônio e põe a esposa em
liberdade do casamento e o recíproco também é verdadeiro.
Yeshua deixou claro que o casamento não é apenas dissolvido
em face de tais abominações por um dos cônjuges, mas que o
inocente está livre para reiniciar sua vida sentimental e sexual com
quem ele quiser, naturalmente através de um casamento
devidamente consagrado.
A postura de Armstrong, de que o casamento era indissolúvel
foi trazida não do judaísmo e nem de Yeshua Rabeinú, mas da mãe
católica de quem pretendia estar completamente livre. Deve-se
repetir aqui que ele teve tempo de se libertar disso após se
apaixonar por uma mulher divorciada como antes consideramos.
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312
Volume I – O Israelis mo Britânico
É evidente que mulher nenhuma deve se considerar esposa do
homem que abusa sexualmente de suas próprias crianças, que se
atreve a dormir com outra mulher sem sua autorização e um
casamento formal, pois mesmo os santos patriarcas que
constituíram casamentos polígamos, como Avraham e Yakov, jamais
tiveram outra esposa sem a autorização de sua primeira esposa. Ou
seja, nem mesmo nas sociedades polígamas, que hoje se reduzem
ao Oriente ou a grupos tribais, a mulher deixava de ter sua
autoridade inquestionável em matéria de direito sobre o corpo de
seu homem.
Já vi casos gravíssimos, como de uma jovem mulher Portugal,
cujo marido se tornara amante de um rapaz quase 20 anos mais
jovem. Este amante, um gay pervertido olhando nos olhos dela
disse: ―Ele é casado com você, mas é comigo que ele se completa
sexualmente.‖ Oh, poderia haver humilhação maior para uma
mulher? Sim, poderia e houve. Os líderes da sua igreja dizerem que
ela tinha duas alternativas ou o perdoava, ou se separava dele aqui
na terra, mas sem poder casar com outro por que lá no céu ela
permaneceria esposa dele até que ela morresse ou ele deixasse esse
mundo. Este é mais um exemplo de como uma doutrina insana pode
se voltar contra todo o sentido de justiça, como se o céu certidões
de casamento com trastes uma coisa divinamente inquebrável.
Também é lógico que o céu não considera a prostituta que trabalha
num bordel como esposa do homem que foi fiel a ela. Isso são
fardos imundos atados pelos homens aos ombros dos seus
semelhantes.
Outro progresso interessante pode ser evidenciado quando se
nota a posição da Igreja do Grande Deus em relação à Europa, que
deixa de ser vista como a Besta, ou que pelo menos passa a ser
questionada como podendo não ser a besta.
― Ao longo dos meus 43 anos na igreja eu fui ensinado, e tenho ensinado, que
devemos olhar para a Besta surgir na Europa, mas onde está ela? Talvez o mais confuso
de tudo é que a Europa não está a agir bem como a Besta descrita no livro do
Apocalipse. Não, a Escritura diz: "Quem pode fazer a guerra contra a besta?" ... Você
sabe de alguém que teme a Europa? Internacionalmente, a Europa como um todo é
uma piada em termos de poder aterrador.
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313
Volume I – O Israelis mo Britânico
A Europa não está avançando junto da forma exata como nós antecipamos. A
Europa não está tornando-se o colosso que nós esperamos ver surgir. A Europa é, na
realidade, desunida em todos os planos, político, econômico, militar e religioso.‖ (Where
is A Beast Part I COGWRITER, Igreja do Grande Deus. http://www.cogwriter.com/cgg.htm )
Isso abre caminho para novos desdobramentos na
interpretação da profecia. John Ritenbaugh conseguiu se aperceber
daquilo que muitos crentes evangélidos desdenhados as vezes por
sua suposta incompreensão das profecias se tem apercebido a
tempo. O poder islâmico está ai se fortalecendo a cada dia,
ameaçando a Europa com uma nova jihad (guerra santa), por coisas
tão banais como o uso do véu por parte das garotas ou das charges
do profeta.
Não, a Europa não é a última besta, e se Edom (Jordânia) vier a
atacar a Israel, como creio que o fará, será montada na segunda e
mais terrível das bestas, o poder islâmico, a única religião em real
ascensão no mundo. Aliás, essa é a religião do povo jordaniano e
dos palestinos seus confederados que são também a maioria no
Reino Hachemita.
Outra questão que chama atenção é a contagem do Omer,
(dias que separam a festa do Pessach da festa de Shavuot), o que
parece indicar um rompimento com o sistema rabínico de
contagem, que inicia a conta invariavelmente no pessach, quando as
Escrituras mostram que essa contagem se inicia no yom rishon
(primeiro dia da semana) que se segue ao pessach. De fato, a Torah
é clara em mostrar que essa contagem se inicia após ao shabat
imediato ao pessach, e não antes como erroneamente determina a
tradição rabínica, mais apegada às suas próprias invenções que à
autoridade do Tanach. Se esses ventos de mudança continuarem a
soprar espera-se progressos por parte do grupo de John
Ritenbaugh. E eles são bem-vindos, afinal Israel precisa se alimentar
da Torah e dos Profetas e saber desterrar tudo aquilo que seja
apenas armstronguismo ou mesmo rabinismo. Espera-se que
avancem, tanto em conhecimento como em número, pois a
restauração precisa ser avivadas.
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314
Volume I – O Israelis mo Britânico
A Wikipédia sugere apenas 400 membros embora isso me
pareça excessivamente pessimista para um número de 29
congregações ou mais em 11 nações diferentes. Sem muitos
recursos para fazer a obra, a IGD tem empregado intensamente a
internet como ferramenta.
Seu principal órgão é o Forerunner, uma revista bimestral de 16
páginas que é enviada eletronicamente a 85.000 assinantes ao redor
do mundo. Pode-se dizer que apesar de poucos em número eles
não se têm intimidado, mas ao contrário. Oremos para que John
Ritenbaugh e seus companheiros na direção da Igreja do Grande
Deus continuem avançando de acordo com a fé que uma vez para
sempre foi entregue aos santos.
O grupo está presente em 11 países, com 29 congregações
com uma membresia estimada em 727 pessoas e um orçamento
provável de 466 mil dólares considerando 400 membros nos Estados
Unidos. Isso o faz uma das mais pequenas organizações
internacionais emergidas da IDU, um verdadeiro milagre de
sobrevivência.
Página Oficial: http://cgg.org/
016 - A Igreja de Deus Ministérios Internacionais
Sediado em Gretna LA, a Igreja de Deus Ministérios
Internacionais (Church of God Ministries International) foi fundada
por Bruce Chapman no ano 2006. O ministério de Bruce Chapman
vem se destacando por apontar o dedo diretamente contra o maior
perigo que ronda judeus e cristãos, o fundamentalismo islâmico e a
ameaça que ele representa não só para Israel, mas para todo o resto
do mundo livre. O mundo cristão precisa saber que foram
necessários apenas 70 anos para que o comunismo fosse morto e
enterrado, mas que passados 1.300 anos o islã se fortalece cada vez
mais, ganha cada vez mais adeptos e se impõe cada vez mais sobre
políticos corrompidos, prostituídos pelos petrodólares e cristãos
amedrontados pelas ameaças do terror religioso.
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315
Volume I – O Israelis mo Britânico
É importante que os crentes saibam que não existe islamismo
moderado, o que existem são muçulmanos que não levam a sério
sua religião que prega tanto a destruição de Israel como de todas as
formas de religião, principalmente o cristianismo. Ao denunciar o
fato de que o Gran Mufiti de Yerushalaim se aliou aos nazistas na
busca da solução final para o problema judaico nos países árabes,
que ajudou a formar a máquina de guerra de extermínio contra o
povo eleito com a ajuda de muçulmanos bósnios Bruce Chapman
está cumprindo um papel muito importante. Está advertindo o
mundo contra o perigo que se avizinha.
Mas não só de investigação profética vive o grupo dirigido
pelo Pastor Chapman. Um ponto alto que se destaca na IDMI é que
sua doutrina parece dispensar o exclusivismo defendido por
Armstrong e encarnado por David Pack e os líderes das
comunidades maiores que já consideraremos. Isso representa uma
brecha que se abre nos aspectos mais negativos do armstronguismo
ao passo que preserva o que ele tem de melhor. Essa é mais uma
evidência de que a separação e a fragmentação da IDU está sendo
empregada pelo Eterno como ferramenta de depuração dos erros
acariciados e implementação de novas verdades que precisam ser
juntadas às que o Pastor Geral tinha conhecido e divulgado.
O objetivo da aliança parece mais voltando no sentido de
facilitar os encontros da festa dos tabernáculos que é ponto alto de
praticamente todas as igrejas oriundas da IDU.
―A IGREJA DE DEUS - A igreja é o corpo espiritual de Cristo. Fisicamente, é um
grupo de pessoas chamadas por Deus e impregnada com Seu Espírito Santo. Como um
corpo espiritual, a igreja é composta de batizado, guiada pelo Espírito de pessoas
espalhadas pelo mundo. I Coríntios 12:12-14, 27, Colossenses 3:15‖ (Confissão de Fé da
Igreja de Deus Ministérios Internacionais.)
A celebração da festa dos tabernáculos feita por quase todos
os grupos da família, a exceção dos ministérios judaizados,
ritualmente tem pouco a ver com o judaísmo, sendo mais uma
oportunidade de confraternização e da profecia acerca do iminente
reino de Maschiach. No entanto, há uma essência, talvez mais
importante que o ritual que é profetizar a volta de Maschiach.
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316
Volume I – O Israelis mo Britânico
Nas fotografias se observa apenas encontros em saguões de
hotéis ou salões de eventos, por vezes luxuosos, pois é a maior
celebração espiritual do grupo. Apesar disso a festa não é esquecida,
e é melhor celebrá-la sem seus rituais do que a esquecer ou o que é
pior declarar que a festa cessou. Que cresçam pois as congregações
da Igreja de Deus Ministérios Internacionais. Enquanto isso oremos
em favor de Bruce Chapman para que o ministério de restauração
por ele dirigido continue avançando.
Quando todo o simbolismo do Sukot for melhor percebido
pelos grupos que emergiram da apóstata ―Igreja de Deus Universal‖,
mantendo a observância do festival eterno estabelecido pela Torah,
uma mudança surpreendente se fará sentir. Descobrirão antes e
tudo que essa é uma ordem para Israel, um sinal distintivo do povo
eleito, que evidenciará quem está no pacto, não por que está ligado
a alguma corporação religiosa ufanista e orgulhosa, mas por que
está cumprindo as mitzvot.
Este ponto que parece ter sido percebido já por dezenas de
congregações independentes, ainda se mantém distante das
grandes corporações que logo passaremos a analisar. Quando isso
for percebido, estará então morto o enfermiço exclusivismo, a fria e
mortal herança de Roma a que Armstrong deu ainda mais força. O
povo de Elohim não é uma organização, e nunca foi.
Este povo eleito é uma nação, Israel organizada por Moshe
Rabeinú ao pé do Monte Sinai e salva por Yah através de Yeshua
Rabeinu no cimo do Monte Calvário. Desde que Israel foi fundado
sob a promessa de Yah e estabelecido com base no compromisso
de que o sêmen de Avraham, que percorreu inumeráveis gerações
por meio da dispersão fica claro que o Eterno tem um povo, não
uma instituição. Se há uma coisa que fica desencorajada é o sentido
cristão de organização e se há uma coisa que se eleva é o sentido
sentido de nação eleita, de povo. As instituições são sim necessárias,
mas extrapolam seu sentido quando encorajam a divisão e não a
união, e quando fazem que Israel não reconheça a Israel a menos
que reme no mesmo barco.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Foi Roma, uma vez que não foi chamada, que nasceu o
conceito de igreja como sendo substituta do povo de Israel, foi a
igreja de Roma, cujos crimes anti-semitas bradam aos céus, que
criou essa heresia. Nós os que estamos restaurando não precisamos
dessas patranhas da Igreja Católica Apostólica Romana. E aqui incluo
por força das circunstâncias também a Igreja de Deus Ministérios
Internacionais. O que ela e nós precisamos é retornar humildemente
às raízes, não como povo exclusivo, mas como parte dele.
Com 16 congregações a membresia está sendo estimada em
485 e o orçamento em 565,16 mil dólares (1,028 milhão de reais).
Sempre considerando uma estimativa de 30,32 membros por
congregação que é a média das grandes IDU.
Página oficial: http://www.Acogmi.org/index.htm
017 - Comunidade Igreja de Deus
Fundada em 2006 por Harold Smith em Toledo Ohio, a
Comunidade Igreja de Deus (Church of God Fellowship), demonstra
uma capacitação e equilíbrio dignos de nota no que se refere a
identificação de quem é o povo de Elohim que para eles não é uma
instituição como se ver na sua declaração inicial. Embora este povo
possa estar em várias organizaçõs diferentes eles são pela fé e mais
ainda pela apreciação que Adonay tem deles.
―Desde que a Comunidade Igreja de Deus reconhece que o povo de
Deus pode ou não estar associada a vários órgãos sociais, no entanto, fazer
parte da Igreja de Deus, congratula-se com qualquer membro que gostaria de
encontrar comunhão com os outros membros do corpo de Cristo, que está em
acordo com as doutrinas, práticas e metas da Comunidade Igreja de Deus.‖ (Leia
a declaração na Página principal da Igreja de Deus Comunidade:
http://www.cgfnw.org/index.php )
O ministério é um dos poucos que abriu os olhos para o óbvio
ignorado, o povo de Adonay não é uma organização, como muitos
proclamam, mas os verdadeiros adoradores.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Harold Smith desenvolve uma intensa atividade literária que se
traduz na produção de importante material didático para o grupo.
Uma característica é sua série: ―Explorando a Bíblia‖, que é enviada
gratuitamente aos leitores que a desejem. A série analisa os livros de
Romanos e Coríntios como na capa ao lado, as epístolas gerais,
Daniel e Revelação, Yeoshua (Josué) e Shofetim (Juízes), Yeshayahú
(Isaías) e Bereishit (Gênesis) e Yirmiahú (Jeremias). Mas ele também
escreve sobre Perspectiva dos Escritos de Paulo, Festa dos
Tabernáculos, Morte de Yeshua, Julgamento Eterno e uma série de
outros temas relativos a perspectiva israelita britânica.
Outra posição interessante é sobre a identidade de Israel, que
consideram não ser essencial para a salvação, posto que esta
decorra da graça de Elohim e não do entendimento humano.
Afirmam, porém que ela é importante para a restauração, ainda que
se deva considerar que erram junto com Armstrong em supor que
Israel está localizado especialmente nos países de língua inglesa,
uma miopia que só a igreja australiana parece ter corrigido.
A identidade israelita do povo britânico e de suas ex-colônias
é importante sim e em nada deve ser diminuída, mas é apenas uma
parte do grande Israel sumido entre as nações como já antes foi
visto. Já é mais de que tempo dos israelitas britânicos se
aperceberem que existem israelitas chineses, israelitas japoness,
israelitas brasileiros e enfim, israelitas de todas as cores e de todas
as matizes tanto sociais como religiosas.
Afinal, o Eterno disse que espalharia a semente de Israel entre
todas as nações, o que é claro não reconhece limites e se estende
dos países negros às nações amarelas, dos escandinavos aos
kazares, dos indígenas aos semitas. Israel está onde a bessorat
chegou, e essa é o verdadeiro antídoto contra o antissemitismo e
também contra o anti-gentilismo.
―A promessa incondicional de Deus a Abraão, confirmada por Jesus Cristo,
incluíam tanto a graça como a raça: a salvação espiritual e vida eterna pela graça através
de Jesus Cristo, e grandeza nacional e prosperidade para os descendentes de Abraão.
Seus descendentes, os descendentes de Jacó (Israel), têm crescido em grandes nações
nestes últimos dias.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Deus prometeu a Davi que seu trono seria sempre existente, e Cristo deve
ocupar este trono quando Ele voltar. Desde que ele deve existir de forma contínua na
terra, só existe um trono que corresponda a promessa de Deus entre todas as nações
modernas e reside na Grã-Bretanha. As doze famílias do antigo Israel são hoje dispersas
no noroeste da Europa, o estado de Israel e as nações de língua Inglesa da América e da
Comunidade Britânica. José e Judá foram historicamente as tribos dominantes.
Embora o conhecimento da identidade de Israel não é essencial para a salvação,
no entanto, fornece uma compreensão mais clara da profecia bíblica. Ela não implica
superioridade racial, mas, pelo contrário, impõe maior responsabilidade.‖ (Leia a
declaração de Fé da Igreja de Deus Comunidade no ponto: IDENTITY OF
ISRAEL http://www.cgfnw.org/Misc/StmntOfBeliefs.htm#27 )
)
A instituição estadunidense reúne 15 congregações. Sua
membresia é estimada em 455 fiéis e seu orçamento em 529.842
dólares (964,3 mil dólares) Esperemos que eles acrescentem outros
progressos aos que já foram alcançados. O grupo presente só nos
EUA pode vir a cativar mais congregações que sintam necessidade
de se unir para melhor celebrar a festa dos tabernáculos como
ponto alto da comunhão.
Pagina Oficial http://www.cgfnw.org/
018 - Igreja de Deus Ministérios Novo Mundo
Sediada em Sevierville, no Tenessee, a Igreja de Deus
Ministérios Novo Mundo (Church of God, New World Ministries), foi
fundada por John Shelton recentemente, em 2006, sendo uma das
mais novas da família a reunir congregações dispersas. Ecléticos,
eles reuniram pessoas que admiravam tanto o gênio de Armstrong
como o de seu filho Ted como se pode notar na sua declaração:
Quem somos!
―Fundado em 2006, as nossas raízes baseiam-se na antiga Igreja Mundial
de Deus. Muitos dos nossos membros foram reunidos em primeira instância às
verdades de Deus apresentadas por Herbert Armstrong e seu filho, Garner Ted
Armstrong. Duas pessoas que fizeram a "redescoberta" de algumas das
verdades fundamentais de Deus, que estavam em vigor no tempo dos
Apóstolos, e falaram para fora, para aqueles que são chamados a reunir-se e
fazer o trabalho no mundo de hoje, tal como descrito pela Bíblia.‖ (Consulte a
declaração da Igreja de Deus, New World Ministries, Our History.
http://www.cognwm.org/ourhistory.php )
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320
Volume I – O Israelis mo Britânico
A particularidade do grupo, portanto é o respeito a ambas as
autoridades do israelismo britânico, o que lhes permite navegar
entre dois mares de pessoas, tanto os que admiravam o velho
caudilho como aqueles cujas preferências se desviaram para seu
filho.
A vantagem é que assim podem separar dos dois sistemas
propostos o que lhes parece mais acertado, descartando-se do que
não lhes é conveniente. Ressalte-se que isso lhes permite um debate
equilibrado de cada uma das propostas, afinal embos defenderam
coisas boas, e ambos erraram. Eleger Garner Ted em detrimento de
Herbert Armstrong limita a compreensão, e o recíproco também é
verdadeiro, e isso como se vê eles não fazem e nem querem fazer.
Ecléticos, creem nos dois e se permitem revisar os dois.
O grupo mantém praticamente intactas as doutrinas pregadas
por Armstrong, e reúne 10 congregações nos Estados Unidos e 1 no
Canadá. Com uma membresia estimada em 303 fiéis e um
orçamento também estimado de 353 mil dólares (642,4 mil reais) a
Igreja de Deus Ministérios Novo Mundo representa 0,44% dos
membros herdeiros do israelismo britânico.
Página oficial: http://www.cognwm.org/
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Volume I – O Israelis mo Britânico
XIV As 29 Alianças de Congregações
Interdependentes Saídas da IDU
Ao deixarem a IDU
que se diluía em sua
mensagem como uma
lesma flutuando sob o sal
muitas
congregações,
apesar de não abrir mão
de
sua
liberdade,
entenderam que algum
tipo de associação seria
importante para o seu crescimento ou mesmo para sua sustentação,
já que era uma tradição a realização da festa do sukot em locais de
fácil acesso, conforto e projeção, o que custa caro e seria inviável
sem uma aliança. Estes grupos que optaram pela interdependência
como alternativa para a independência reúnem 123 congregações
ligadas a 29 alianças diferentes que manejam um orçamento
provável de 4,3 milhões de dólares e pastoreiam um rebanho
estimado em 3.729 membros ou seja, 3,97% de todo o pessoaal das
IDU´s.
As vantagens é que algumas congregações associadas, cujo
orçamento era limitado, podiam assalariar um único líder capaz de
pastoraá-las. Outra facilidade é que em conjunto lhes seria mais fácil
manter algum tipo de estrutura de divulgação como periódicos,
programas radiais e mesmo televisivos. Logo as alianças ministeriais
surgiam como alternativa à completa independência por um lado e
à plena associação pelo outro.
Nesse sentido as dezenas de congregações separadas da
Igreja de Deus Universal e dispostas a manterem sua emancipação
organizativa e financeira, dispondo porém de fortes semelhanças
doutrinárias e na visão de seu trabalho fornecem as pequenas
congregações em teshuvá um exemplo notável.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
A experiência de centenas de congregações semiindependentes na América prova que é possível ser independente e
ao mesmo tempo estar associado. No total surgiram 29 dessas
pequenas alianças não incluídas aqui as que partiu para Judaísmo
Messiânico, para o Movimento Raízes Hebraicas e para o
Movimento do Nome Sagrado que por razões lógicas serão
incluídos noutro capítulo. Como já vimos a necessidade de
sobrevivência em relativa liberdade conduziu diversas congregações
a algum tipo de aliança que lhes permitisse ter espaço para
congregar e reeditar em pequena escala aquilo que era a própria
marca de Herbert Armstrong, um poderoso ramo editorial.
Algumas congregações entenderam que se a Plain Truth já
não era mais deles, e nem divulgava lá tão grandes verdades isso
não significava o fim. Um exemplo disso é o que faz a Igreja de Deus
do Pequeno Rebanho que associada a mais uma congregação edita
a revista The Philadelfia Remanent, uma publicação bimestral de 44
páginas que publica artigos diversos inclusive reeditando artigos de
Armstrong. Com dimensões semelhantes surgiu a Igreja de Deus em
Wales, uma associação de duas congregações fundada por Jonathan
Bowles que reúne uma igreja nos Estados Unidos e outra na
Inglaterra. Como ela outros grupos se associaram em unidades
locais, nacionais ou mesmo internacionais.
Já a Congregação de Deus do Sétimo Dia da Geórgia, apoiada
por outras cinco congregações patrocina um programa radial que
vai ao ar em dez estações de rádio de costa a costa dos Estados
Unidos bem como um bem elaborado programa de televisão
apresentado por seu evangelista John Pinkston`s. Subvenciona
também a publicação de livros e brochuras que chamam o público
cristão a abraçar as festas da Torah. Alianças ministeriais são
portanto a alternativa entre a associação plena que retira a liberdade
congregacional e a independência plena que muitas vezes limita a
expansão do reino. Essa foi também a conclusão da Igreja
Remanescente do Ultimo Período dirigida pelo pastor Henry Nix em
Lakeland na Florida que optou por se associar a outra duas
congregações.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Uma associação destas, ainda que modesta lhes permitiu
publicar dois livros em parceria, The Latter Rain Vol I com 416
páginas e The Latter Rain com 384 páginas, ambos de autoria de de
Henry Nix. Este trabalho dá uma ideia de como pode ser relevante
deixar de lado conveniências pessoais na busca de um propósito
mais elevado que é o da divulgação da mensagem.
Estas congregações apesar de adotarem uma emancipação
congregacional no estilo batista optaram pela interdependência. Ao
se desprenderem de um vínculo maior, estes grupos também
abriram a porta para que a investigação das Escrituras seja feita
liberta das amarras das grandes associações de igrejas. Um exemplo
notável disso é a posição equilibrada que a Igreja do Deus Eterno,
(uma associação de cinco congregações dos Estados Unidos,
Inglaterra e Canadá) assumiu sobre a Festa do Purim. Lembram que
a festa não é um mandamento dado por Elohim através de Moshe, e
que não obstante a isso sua observância não é contrária a Torah.
Yeshua como judeu teria observado a mesma. Sobre graça e obras
dizem: ―Acreditamos que os verdadeiros cristãos são salvos pela
graça de Elohim, não segundo as suas obras (Efésios 2:8-9), mas que
a recompensa está dependente das boas obras que executam
(Mateus 16:27, Apocalipse 22:12).‖ Declaração de Crenças da IDE.
Outra importante aliança é a Israel de Deus, um grupo que
associa sete congregações bem estruturadas e que se espalham da
Georgia ao Tennessee com um mínimo de 210 membros no total e
que é sediado em Chicago no Ilinois.
Liderada por Henry Buie, essa associação entre sete
comunidades lhes permite uma importante obra de publicações
quando considerado o seu diminuto tamanho. Uma destas obras de
destaque é: The Dietary Law (A Lei Dietética), que visa despertar o
povo para conhecer a dieta do Israel de Elohim. Na mesma linha, o
The Israel of God Clean Cookbook prove um número de receitas
adequadas à Torah. Ou seja, eles não apenas ensinam a comer
corretamente, mas como preparar esse alimento de forma adequada
e agradável.
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Volume I – O Israelis mo Britânico
Pequenas Alianças Ministeriais Derivadas da
Igreja de Deus Universal
019
020
021
022
023
024
025
026
Orçamento
1 000 USD
Congregação /
317
9 / 272
282
8 / 242
247
7/212
212
6 / 181
Modesto, California
http://www.cog-eim.org
212
6 / 181
Riusselville Arkansas
http://www.pointsoftruth.com/
212
6 / 181
Sorrento, Ilinois
http://www.gcww.org/
212
6 / 181
Little Rock, Arkansas
212
6 / 181
Grupo & Fundador,
Sede e Link Principal
Igreja de Deus do Sul do
Missouri
Igreja de Deus Israel Britânico,
Peter Salemi (28)
Pomona MO
http://icgwp.tripod.com/
Brooklin, Ontario, Canadá
http://www.british-israel.ca/
O Israel de Deus, Henry Buie
Congregação de Deus do Sétimo
Dia, Day John A. Pinkston
Igreja de Deus Estabelecida
em Modesto, Steven Le Blanc
Crusada Igreja de Deus
Comunidade, Larry R.
Lasiter,
Igreja de Deus Mundial, David
Moore
Igreja de Deus Sabática,
Conselho de Elderes.
Chicago, Illinois
http://www.AisraelofDeus.com/
Georgia
http://www.watchamerica.com/index.
htm
Membros
027
Igreja de Deus na Fé Pequeno
Rebanho, Alton Billingsley
Modesto, CA.
http://www.cog-ff.com
212
6 / 181
028
Igreja do Deus Eterno,
Conselho de Elderes.
Serviços Educacionais
Cristãos, G. Robertson e D.
Hill B.Min,
San Diego California
http://www.eternalgod.org
176
5/151
Rochedale, QLD Austrália
http://www.cesa.org.au/
176
5/151
Ministério Igreja de Deus,
David Campbell
Springfield, Missouri
http://www.cogministry.org/Hom
e.html
176
5/151
Bíblical Fund, J. Graham Davies
Alta Dena Califórnia
http://www.Bíblicafund.org/index.ht
ml
141
4/121
Toledo
http://www.afg-cog.org/
141
4/121
Wirral, Chester, UK (Inglaterra)
106
3/91
Lakeland, FL
http://www.endtimeassembly.org/def
ault.asp
106
3/91
106
3/91
029
030
031
032
033
034
035
036
037
Comunidade de Akron
Ron Masek
Igreja de Deus do
Noroeste
Assembleia de Deus dos Tempos
do Fim, Henry Nix
Igreja de Deus Voz no
Deserto, , Bill Goff
Tuckerton, NJ Nairobi, Kenya
http://voiceinthewildernesschurchof
god.org/index.html
Independente Igreja de Deus do
Sétimo Dia , Wayne
Holmes & Tim Hall
Yellville, Arkansas
http://www.icog7.org/
71
2/61
Igreja Filadelfia de Stoneforth
Pastor Bob Farr
Stonefort, IL
http://www.Aphiladelphiachurchstonefort.org/home.html
71
2/61
Edições Comunidade de Israel www.comunidadedeisrael.com.br
325
Volume I – O Israelis mo Britânico
Pequenas Alianças Ministeriais Derivadas da
Igreja de Deus Universal
Grupo & Fundador,
Sede e Link Principal
038
Comunidade Congregacional
de Deus, Don Wales
039
Igreja de Deus da Grande Comissão,
Oregon, Terry Bruns (2)
Hartford, WI
http://www.thinkDeus.org/
White Oak Trail
http://www.truecog.org/index.html
040
Igreja de Deus
Remasnescente, Rolland D.
Wile
041
042
043
044
045
046
047
Igreja de Deus,
Igreja de Deus do Cincinnati e
Igreja de Deus de Lexington,
Jim O'Brien
A Igreja de Deus em Wales,
Jonathan Bowles
- Igreja de Deus
Pequeno Rebanho - Don
Billingsley
Igreja de Deus dos Grandes
Lagos, John Blanchard (8)
Igrejas de Deus, James E.
Throgmorton (9)
Steneboro, PA
http://www.Aremnantchurch.org/
Ontario, Canadá
http://www.cogsd.org/
West Chester, OH
http://www.Ajournal.org/refdesk/
cogaddr/c2.html
Rehoboth Beach, DE. USA
http://www.cogiw.org/home.html
Modesto, Califórnia
http://cog-ff.com/index.html
Alberden NK
http://www.Agoodlaodicean.com/
Pokahontas, Arkansas
http://www.AchurchesofDeus.co
m/
Igreja de Deus, na Verdade
Kimberling City, Missouri
Truth,
http://www.postponements.com/
James Russell (10)
Total das Congregações 123 – Total de Membros 3.729
Total das Receitas em 1.000 dólares (USD 4.344.000)
Orçamento
1 000 USD
Congregação
71
2/61
71
2/61
71
2/61
71
2/61
71
2/61
71
2/61
71
2/61
71
2/61
71
2/61
220
2/61
4.344
123/
3.729
/
Membros
Uma aliança maior é a Igreja de Deus Britânico Israelita dirigida
pelo pastor canadense Peter Salemi, de Ontário e que reúne 8
congregações e no mínimo 240 membros nos Estados Unidos,
Canadá e Inglaterra. Este é um caso, em que a julgar pelas fotos do
grupo, a estimativa de 30 membros por congregação é substimada
em grande medida. Não tão bem estruturada é a Igreja de Deus do
Sudeste do Missouri, de Pamona, que não obstante está presente
não só nos Estados Unidos, mas também na Inglaterra e em Uganda
sendo uma voz para o Israel negro do interior da África.
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326
Volume I – O Israelis mo Britânico
XV As 129 Congregações Independentes
Derivadas da Igreja de Deus Universal
Apesar
da
―Grande Dispersão‖ a
maioria dos membros
da Igreja de Deus
Universal
não
foi
arrastada pela maré da
apostasia agitada pelos
ventos doutrinários que
passaram
a
soprar
violentamente
de
Pasadena. Cerca de 70% deles ficaram estupefatos ao descobrir que
a Universidade, os programas radiais e televisivos, o serviço editorial,
os templos e tudo o mais que havia sido adquirido com seus
generosos dízimos e ofertas dados para promover a doutrina de
Armstrong, já não serviam mais à causa que amaram intensamente.
Entre estas estão as 129 congregações independentes que manejam
um orçamento estimado de 4,3 milhões de dólares, reúnem 3.759
membros e associam 4% do rebanho das IDU´s.
Estes grupos se proclamaram independentes por que a
organização que antes apoiavam com todas as suas forças e seus
ganhos comunicava agora a voz escancarada que um verdadeiro
cristão não precisava diferençar entre um leitão e um bezerro, um
urubu e uma galinha ou um caranguejo e uma sardinha. Da mesma
forma apregoava que não faria mais separação alguma entre o
sábado e o domingo, entre o natal e o pessach. O Elohim da igreja já
não seria o da família divina de Armstrong que colocava o grupo
entre as seitas heréticas, mas a divindade trina da maioria.
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327
Volume I – O Israelis mo Britânico
Diante disso a maior parte dos membros se desligou de
Pasadena, enquanto os apóstatas tomavam medidas legais para que
as ―heresias‖ do velho caudilho fossem sufocadas e suas obras cujos
direitos autorais detinham não fossem mais publicadas por
ninguém. Coube a ousadia de enfrentar isso a quem mais tinha, a
Igreja de Deus Filadélfia, que continuou publicando as obras até ser
processada pela Igreja de Deus Universal que alegava direitos de
autor sobre obras que havia banido. Foram seis anos de intensa
batalha legal. O argumento da IDU é que tais obras eram como a
fórmula de um veneno perigoso, como o desenho de uma arma
terrorista, que uma vez que existia devia ser fechado a sete chaves.
Os advogados da IDF alegaram que isso ultrapassava todos os
limites do bom censo, que Armstrong não desenhava armas,
escrevia ideias, e que num país livre deveriam ser os leitores a julgar
se aquilo era ou não adequado. Que as alegações da IDU feriam o
direito da livre circulação de iséias e opiniões. Finalmente a IDU
concordou em vender os direitos autorais de obras que jurava nunca
mais querer publicar. Três milhões de dólares foram pagos por 19
títulos de todas as obras completas de Herbert Armstrong. Estes
títulos normalmente são distribuídos gratuitamente ou vendidos a
preços cômodos e assim, de certa forma todo o armstronguismo
declarado se supre de alguma forma com material da IDF.
O armstronguismo parecia ter recebido uma ferida mortal
como na figura mística de Apocalipse. Parecia não poder mais se
recuperar de tão grave crise. Mas as aparências eram enganosas.
Enquanto parte da organização mergulhava no caos da apostasia a
Igreja de Deus Universal fervilhava como uma panela. Em localidades
onde a maioria acolheu os ventos apóstatas que sopravam de
Pasadena parte dos membros tomou rumo ignorado.
Outros se filiaram a corporações sabatistas já existentes como
a Igreja de Deus do Sétimo Dia ou Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Alguns decidiram adorar em suas próprias casas antes que ser
sufocado pela apostasia de sua congregação Líderes iniciaram
campanhas pela volta às raízes do israelismo britânico e propuseram
uma unidade que não veio.
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328
Volume I – O Israelis mo Britânico
Dificuldades Estatísticas
Não foi tarefa fácil localizar tantos grupos diferentes, e é
provável que dezenas de congregações tenham ficado de fora na
presente edição. Quem quer que tenha dados mais apurados pode
entrar em contato conosco com vistas a correção das presentes
informações.
Como se pode notar uma segunda dificuldade é dispormos de
uma estatística real de cada congregação. Isso exigiria o contato
direto com cada um desses grupos e a disposição dos mesmos de
darem uma real condição de sua congregação. Sendo assim
partimos aqui de um pressuposto básico de 30,32 membros por
congregação, levando em conta o número médio de membros por
congregação entre as quatro grandes herdeiras, a IDU, a IDV, a IDCU
e a IDF. Este número pode ser subestimado para algumas e
superestimado para outras. Esperamos corrigir essas imprecisões
numa edição futura se dados mais concretos nos chegarem às mãos
e desde já agradecemos quem possa contribuir para essa exatidão.
No total umas 200 congregações optaram pela completa
independência. Aqui incluímos 124 delas, lembrando que pelo
menos outras 20 intensificaram o processo de teshuvá adotando
uma linguagem kasher com o abandono de termos pagãos ou
gentílicos como God e Jesus para se referir ao pai e ao filho. Estas
congregações são por isso listadas junto ao Movimento do Nome
Sagrado, embora tenham iniciado o processo de restauração como
filhas da IDU. Este é o caso da Assembleia de Yah de Maselies no
Ilinois, da Assembleia de Yahweh do Sétimo Dia e da de Romey no
Texas e das Assembleias do Elohim Vivo de Andra Pradesh na Índia.
Outras dezenas de congregações optaram pelo judaísmo messiânico
como a Congregação Ariel de Orange City na Flórida. Dezenas de
grupos cujos endereços podem ser achados na internet não
possuem página eletrônica, pelo que é completamente impossível
estabelecer sua fé, e sua filiação ou estimar o número aproximado
de seus membros. Creio, portanto que para efeitos estatísticos
presumir 30,32 membros por congregação é razoável.
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329
Volume I – O Israelis mo Britânico
Aqui focaremos a atenção nos grupos independentes
principalmente dos Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, embora
eles possam ser encontrados na Austrália, Filipinas, México ou
América Central e Caribe. Apesar de pequenos, isso não significa
que não façam uma obra proeminente em favor da restauração.
Passemos à lista dos grupos Independentes derivados da Igreja de
Deus Universal.
Como seria exaustivo falar de cada um desses grupos optei
por resumir os dados ao nome, fundador, sede e link principal
sempre que estes dados foram encontrados. Sabemos que a
variação doutrinária é mínima entre os grupos. Por isso não seria
necessário falar de cada uma em particular. Espero apesar disso
contribuir para que se tenha um panorama mais alargado do que
significou Herbert Armstrong após a Dispersão.
O exclusivismo perdeu fôlego entre estes grupos dispersos, o
que é uma benção, e muitos abraçaram a idéia de que o povo de
Elohim são os verdadeiros adoradores, não importa onde estejam e
não uma organização como falsamente ensinam a maioria das
―igrejas de Deus‖ organizadas. Vários optaram por dar suporte a um
organismo ministerial que divulga no todo ou em parte as suas
doutrinas como o Born to Win. Estas congregações completamente
Independentees, algumas das quais prestam suporte a ministérios
que proclamam as doutrinas históricas da IDU com algumas revisões
não são as únicas que optaram por uma independência.
Estes, desencantados com os rumos tomados após a sua
morte, se distanciaram definitivamente da administração
centralizada e autocrática proposta pelo Pastor Geral que se julgava
um profeta em vez de um servo, mas apesar disso, mantêm seu
apego às festas da Torah, principalmente a dos tabernáculos.
Embora a maioria dessas congregações continue a ignorar que o
crente está salvo para sempre e jamais perecerá, isso começa a
mudar. Da mesma forma um número crescente vem optando por
uma terminologia kadosh que elimine palavras gentílicas ou pagãs.
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330
Volume I – O Israelis mo Britânico
Congregações Independentes Derivadas
da Igreja de Deus Universal
Grupo & Fundador,
048
049
050
051
052
053
054
055
056
057
058
059
060
061
062
063
064
065
066
067
068
Igreja de Deus Sabatista,
Lyonel Bradley,
Associação Para o
Desenvolvimento Cristão, Ken
Westby
Igreja de Deus Bethel, Bryce
Clark Igreja de Deus (Cristãos)
Ballevile, Ontário, Canadá
Igreja de Deus – Downers
Grove, Illinois
Igreja de Deus Sendo
Bondoso, Salem, Oregon,
Michael Regan Ministérios Restauração
John Allen,
Igreja de Deus Stedfast, Arlen
Berkey
Ministério Profetico Triunfante,
Omak WA William Dankenbring,
Igreja de Deus Unida,
Igreja de Deus Mundial das
Ovelhas, Ronald W. Laughland,
Igreja de Deus Mundial, Robert J.
Elliot
Igreja de Deus Independente,
Don Berkey
Igreja de Deus Máximo Estudo na
Palavra de Deus, Wayne
Bedwell
A Igreja de Deus, Jamie McNab
Igreja de Deus Bíblia Ativa, Ray
Curtis
Igreja de Deus de Noroeste de
Ohio
Igreja de Deus de Chickamauga,
Georgia
Daniel E. Cohran
Venha a Água, Julian and Linda
Hickok,
Igreja de Deus do Centro do
Missouri, Hank Weinmeister
Ministérios Cristãos Pontos da
Verdade,
Pastor Larry R. Lasiter
Sede e Link Principal
Orçamento
1 000 USD
Membros
Missouri http://www.cogsab.org/
35,3
31
Des Mones
http://www.Deusward.org/
35,3
31
Eugene, Oregon
http://www.beAlcog.org/church/
35,3
31
http://www.cog-Cristãos.org/
35,3
31
35,3
31
35,3
31
http://www.destiny-worldwide.net/rcg/
35,3
31
Stedfast, OR
http://www.stedfastcog.org/
35,3
31
Omak WA http://www.triumphpro.com/
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
http://www.t-cog.net/html/espanol.html
Chicago (Hyde Park), Illinois
http://www.abcog.org/
Cincinati, Ohio
http://www.cogneo.org/
Chickamauga, Geórgia
http://www.holdfast2allthings.org/index.
html
Pueblo, Colorado.
http://www.cometoAwater.net/
North St. Eldon, MO
http://mmcg.org/category/general/
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
Russellville, AR
http://www.pointsoftruth.com/
35,3
31
Downers Grove, Illinois
http://www.wherecog.org/cogdg/
Salem, Oregon
http://www.belovedofDeus.org/index.ht
ml
Bloomington
http://www.wherecog.org/ucogb/
Goodlettsville, TN
http://wwcg.org/index.html
Sorrento, Fl
http://www.gcww.org/introductory_pack
et.htm
Greensburg
http://users.zoominternet.net/~snowma
n/COGreensburg.htm
Tucson AZ
http://www.studiesinAword.org/
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331
Volume I – O Israelis mo Britânico
Congregações Independentes Derivadas
da Igreja de Deus Universal
Grupo & Fundador,
069
070
071
072
073
074
075
076
077
078
079
080
081
082
083
084
085
086
087
088
Verdadeira Igreja de Deus
A Nova Jerusalém – Filadelfia
Igreja de Deus e de Jesus Cristo
Igreja de Deus Betel,
Prs. Bryce G. Clark & David L.
Carter
Comunidade Heartland,
Len Neubert
Igreja de Deus Independente –
Comunidade Grupo Sabático
Bill Bratt
Comunidade de Deus de Orange
County, Herb Solinsky
Igreja de Deus de Kansas City
Lenny Cacchio
Igreja de Deus Século Vinte e
Um, Raymond F. McNair
EliYah,
A Eterna Igreja de Deus
Igreja de Deus Duradoura,
Charles E. Bryce's
Congregação da Igreja de Deus,
Darryl Henson
Igreja de Deus de Belleville
Al Buchanan
Igreja de Deus, Beth-EL, Bill
Allen
Igreja de Deus Ministério – Em
Cristo, Carl Falzone
Igreja de Deus do Novo Mexico,
John Shavers
Igreja de Deus Associação
Evangelistica,
David J. Smith
A Igreja de Deus de Downers
Grove
A Igreja de Deus de Dallas-Ft
Worth,
Pastora Dianne D. McDonnell
41 - Igreja de Deus na Paz de
Verdade,
Don Eugene Haney
Sede e Link Principal
Webb City, Mo
http://www.mtcogsm.com/index.php.ht
m
Cubao, Quezon City, Filipinas
http://www.newjerusalem.name/
Eugene, Oregon
http://www.beAlcog.org/church/
IhrejaMiddletown, Ohio
http://www.heartlandComunidade.org/
Portsmouth, Ohio
http://www.zoomnet.net/~bbratt/icog.ht
ml
Orange County
http://www.ocComunidade.org/index.ht
ml
Kansas City
http://www.kccog.org/index.html
Temecula, CA
http://www.cog21.org/
Ava, MO http://www.eliyah.com/
Billings, MT
http://www.eternalcog.org/index.html
Chandler, TX
http://www.enduring.org/church.html
Anatoth, Arizona
http://www.accog.net/
Glen Carbon, IL
http://bellevillecog.org/
Madison Tn
http://www.neighborhoodlink.com/org/c
ogbeth-el/clubhome.html
Fort Worth, TX
http://www.cgministryinchrist.org/introbackground.html
Albuquerque, NM
http://www.cognm.org/cognm/index.htm
Waxahachie, TX
http://www.newswatchmagazine.org/se
rvices/index.htm
Downers Grove, IL, USA
http://www.cogdg.org/
Arlington, Texas
http://www.churchofDeusdfw.com/in
dex.shtml
Gold Hill, OR
http://www.ogaddr/c3.html
Orçamento
1 000 USD
Membros
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
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332
Volume I – O Israelis mo Britânico
Congregações Independentes Derivadas
da Igreja de Deus Universal
Grupo & Fundador,
089
090
091
092
093
094
Igreja de Deus Maranatha,
Ken Parker
Igreja de Deus dos Fiéis,
Robert Ardis
Igreja de Deus Novo Pacto
Do Sétimo Dia Igreja de Deus
Som da Trombeta,
Guardadores Cristãos dos
Mandamentos,
Mark Kaplan
095
Iglesia de Dios Universal
096
Igreja de Deus de Woodstock
097
098
099
100
101
102
103
104
105
Orçamento
1 000 USD
Membros
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
Valdosta, GA
http://www.unitysabbathdaycog.org/
35,3
31
Sevierville, TN,
http://www.cogwwm.org/
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
Sede e Link Principal
Ontario Canadá
http://www.maranathachurchofDeus.
com/
Harleyville, South Carolina
http://www.setapartbytruth.org/
Winterset, IA
http://www.nccog.com/
Knoxville, TN
http://www.7thdaychurchofDeus.co
m/
Monte Judah,Norman, OK
http://www.soundatrumpet.com/inde
x.htm
Celebration, FL
http://www.cck153.org/index.htm
México, Mexico
http://iglesia.org.mx/
Woodstock, Illinois
http://www.truthonAweb.org/
Mobile, AL
http://www.ucog.org/
Cristãos Unidos Alcançando a
Alemanha, John Burquist
Igreja de Deus Unida do Sétimo
Dia, Billy Latham &
Larry Eason
A Igreja de Deus Ministério
Universal, Bill Hillebrenner &
Benny McGarity
Unida Igreja de Deus,
Bloomington,
Merv Borkholder,
Assembléia Cristã do Sétimo Dia,
Ken Swiger
Fundação Cristã Alfa e Omega,
Grigore Sbarcea
Heartland, Ilinois
http://www.wherecog.org/ucogb/IND
EX.htm
Knoxville, Tenessee
http://www.sdca.org/index.htm
Berowra Heights, Austrália
http://www.ACristãherald.info/
Introspecção Bíblica,
Colin Heath
Queensland,
Austrália
http://www.Bíblicainsight.com/
Ministerios Corações Sedentos,
Elder Coleman
Igreja de Deus Norte Ocidental
106
Igreja de Deus do Mid-Missouri
107
- A Igreja de Deus Sétimo Dia
Jackson, TN
http://hungryhearts.tripod.com/index
.html
Birkenhead, Inglaterra
http://www.nwchurch-ofDeus.org.uk/index.html
Eldon, Minessota
http://mmcg.org/
Hope, Arkansas
http://come.to/AChurchInHope
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333
Volume I – O Israelis mo Britânico
Congregações Independentes Derivadas
da Igreja de Deus Universal
Grupo & Fundador,
108
109
110
111
112
113
114
115
116
A Igreja de Deus San Antonio,
Julian Cruz
Ministérios Unidade Cristã, Ray
Wooten e Alan Boyer
Ministérios Comunidade Cristã, F.
Paul Haney
Associação de Cristãos
Dedicados a Palavra de Deus,
Ken Westby
A Igreja de Deus
(La Iglesia de Dios), Don Roth
Igreja de Deus Restaurada, Mr.
Mardy Cobb
Origens da Fé, Rick Richardson
Igreja de Deus em Williamston,
Orest Solyma
Comunidade de Deus
Congregacional -, Don Walles
Sede e Link Principal
San Antonio, Texas
http://www.churchofDeussa.com/index.
php
Roanoke, Indiana
http://www.UnidaCristãministries.or
g/
Kensington, Kentake
http://www.cfministries.org/
Des Moines, WA
http://Deusward.org/
Hustisford, WI
http://www.t-cog.org/
Simi Valley, CA
http://www.cogRestaurada.org/index.ht
m
Auburn, WA,
http://www.originsofourFé.com/inde
x.html
Victoria, Austrália
http://home.Alfalink.com.au/~sanhub/in
dex_.htm
Hartford, WI
http://www.CongregacionalComunidad
e.org/
117
Igreja de Deus Independente - Grupo
da Comunidade Sabática, Bill Bratt
Portsmouth, Ohio
http://www.zoomnet.net/~bbratt/icog.html
118
Igreja de Deus de Terre Haute,
Jim and Sarah Osborn
Terre Haute, Indiana
http://terrehautecog.org/
Sharing Village, Filipinas
http://www.sharingvillageone.org/
Central, PA
http://www.cogcentralpa.org/
Grand Junction, Colorado
http://ccofDeus.org/delsbooklets.html
Boone, Iowa
http://www.DeusAfaAr.us/
Tampa, Florida
www.cotsg.org
Edmonton, Oklahoma
http://www.fcogl.org/
Houston, Texas
http://www.houston-church-ofDeus.org/
119
120
121
Igreja de Deus Sharing Village
Igreja de Deus Central PA, Pam
Dewey
Igreja Cristã de Deus de Grand
Junction, Del Leger
122
Igreja de Deus em Boone, Iowa
123
Igreja do Soberano Deus,
124
125
126
Igreja de Deu na Fé em
Laodicéia,
Igreja de Deus de Houston
79 - A Igreja de Deus
Independente de Atlanta, Chuck
Knight
Doraville, Geórgia
http://icgatlanta.org/
Orçamento
1 000 USD
Membros
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
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334
Volume I – O Israelis mo Britânico
Congregações Independentes Derivadas
da Igreja de Deus Universal
Grupo & Fundador,
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
Igreja de Deus Independente,
James e Jeanette Hicks
Igreja de Deus Reorganizada,
Craig Mortin,
Congregação de Deus, B.L.
Cocherell
Igreja de Deus Maranatha, Ken
Parker
Procurando as Escrituras, Frank
Brown
Igreja de Deus do Centro de
Arkansas
Comunidade Igreja de Deus do
Sétimo Dia,
Fred Porter
greja de Deus do Sábado,
Warren Zehrung
Casa do Deus Yahweh, Larry
Clayton Hamner
Comunidade Bíblica do Sabado,
Jack M. Lane
Igreja de Deus Santa Rosa, Scott
e Doug Royer
Igreja de Deus de Colorado
Springs
Igreja de Deus de Front Range,
Brian & Kristin Bettes
Igreja Cristã de Deus em
Lantana, Neville
Congregação de Deus, Apostolica
do Sétimo Dia, Richard
95 – Igreja Cristã de Rock Valley,
David Liesenfelt e Scott
Scharpen,
96 - Igreja de Deus do Noroeste,
Carl R. Dillenback & Dr. Donald
CarruArs
97 - Igreja de Deus de –
Belleville, Mr. Al Buchanan
98 - A Igreja de Fiiladelphia
Sede e Link Principal
Lexington, Kentucky,
http://www.zoomnet.net/~bbratt/icoglex.htm
Provo, Utah,
http://www.truesabbath.org/index.ht
ml
Santa Clara, California
http://www.Bíblica-prophecy.net/
Ontário, Canadá
http://www.maranathachurchofDeus.
com/index.html
Clarksville, Arkansas
http://www.search-A-scriptures.org/
Central, Arkansas
http://cogcentark.homestead.com/in
dex.html
Hot Springs, Arkansas
http://www.sdcog.org/
Little Rock, AR
http://www.childrenofDeus.net/
Oakland, California,
http://www.yahogo.org/index.html
Sacramento, Caifornia
http://livingAway.org/
Santa Rosa, California
http://www.cogsr.org/index.html
Colorado Springs, Colorado
http://churchlight.net/home.html
Northglenn, Colorado
http://frcog.net/
Lantana, Florida
http://stormloader.com/members/afs
scorp/flaccog.html
Leesburg, Florida
http://www.a7dcog.org/
Lake Elsinore, Califórnia
http://www.rockvalleyCristãchurch.o
rg/index.php
Hartford, Connecticut
http://www.norAastchurchofDeus.co
m/index.html
Baleville. Illinois
http://bellevillecog.org/
Port Austin, Michigan
http://www.philadelphiachurchportaustin.com/index.html
Orçamento
1 000 USD
Membros
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
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31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
Edições Comunidade de Israel www.comunidadedeisrael.com.br
335
Volume I – O Israelis mo Britânico
Congregações Independentes Derivadas
da Igreja de Deus Universal
146
147
148
149
150
151
152
153
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156
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158
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160
161
162
163
Grupo & Fundador,
Sede e Link Principal
Ministérios da Igreja de Deus em
Kansas City
Kansas City, Missouri
http://kansascitychurchofDeus.org/
Marble Hill
http://Awayitoughttobe.org/index.ht
ml
Wentzville, Missouri
http://www.passion-for-truth.com/
Albuquerque, New México
http://www.wrcog.net/
Charleston, West Virginia
http://www.zoomnet.net/~bbratt/cog
_swv.html
Clinton, North Caroline
http://www.getBíblicatruth.org/
Lincoln, England
http://www.spiritandtruthrevival.org/i
ndex.html
Croydon, England
http://www.holysabbath.org.uk/index
.php
Ilford, Essex,
http://www.treeoflifeComunidade.org
.uk/index.php?option=com_frontpag
e&Itemid=1
Sturgeon, MO 65284,
http://seventhdayCristãchurch.org/in
dex.htm
Port Austin, Texas,
http://www.servantsnews.com
Tulsa, Oklahoma
http://www.ribbonofblueministries.c
om/
Kingston, NY
http://www.angelfire.com/ny/Church
ofDeusCC/
Lafayette, LA.
http://www.masters-table.org/
Lexington, TN 38351
http://www.cogmessengers.org/inde
x.htm
NorAast Ohio
http://www.cogneo.org/
Igreja de Deus do Sétimo Dia de
Marble Hill, Pete Hornbuckle
Ministérios Paixão Pela Verdade,
Jim Staley
Igreja de Deus Região Oriental,
Phill Dunagan
A Igreja de Deus – Virginia
Ocidental, Frank Rogers & John
Havir
Igreja de Deus do Dia de Sábado
Ministério Reavivado Espírito e
Verdade, David Walters
Santo Sábado de Cristo – A
Grande Comissão
Comunidade Árvore da Vida,
Frank Kohen,
Igreja Cristã do Sétimo Dia
Novos Servos, Rick Beltz
Ministérios Cordão Azul, Alan &
Sharon Sanderson
Igreja de Deus, Clifford Catton
Igreja de Deus de Lafayette,
Timothy Youngblood
Mensageiros Igreja de Deus,
Gordon Neisler.
Igreja de Deus do Noroeste do
Ohio, Bill Ambrose
Igreja de Deus Proclamada,Feed
Back
Igreja de Deus Universal, Rob
Elliott
Pagosa Springs, CO
http://www.churchofDeusproclaimed
.org/
Clarcona, FL,
http://www.gcww.org/
Orçamento
1 000 USD
Membros
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
110
50
110
50
110
50
110
50
110
50
110
50
110
50
110
50
110
50
Edições Comunidade de Israel www.comunidadedeisrael.com.br
336
Volume I – O Israelis mo Britânico
Congregações Independentes Derivadas
da Igreja de Deus Universal
164
165
166
167
168
169
170
171
Orçamento
1 000 USD
Membros
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
35,3
31
Bridgetown, Barbados,
http://www.angelfire.com/wv/wwwcg/
35,3
31
Mc Cal Idaho
http://www.celebrationchurchofDeus
.org/fot.html
35,3
31
4.380
124/
3.759
Grupo & Fundador,
Sede e Link Principal
Ministérios Guardiões, David
Antion,
Long Island Igreja de Deus
Comunidade, Nick Viola/John
Marmero, Jr.
Pasadena, CA. 91115-0734
http://www.guardian-ministries.org/
Deer Park, NY.
http://sonsanddaughtersoflight.com/
index.html
Bucks , Unida Kingdom
http://www.midnightministries.org.u
k/
http://Sabbatarian.com/
Ministérios da Meia Noite de
Aylesbury, Malcolm Heap
Primeira Igreja de Deus Sabatista
, Daniel Love
Igreja de Deus do Pacífico, Rick
Railston
Ministérios Zion, Neville V.
Stevens
Igreja de Deus Universal
Igreja de Deus da Celebração,
Wes Higgins
Yakima, WA
http://pacificcog.org/index.php
Malaga, Australia
http://www.zionministry.com/
Total das Congregações 124 – Total de Membros 3.759
Total das Receitas em 1.000 dólares (USD 4.380.000)
Como se vê, nenhum líder sabatista nos últimos dois séculos
impingiu a marca de suas convicções sobre tantos pequenos grupos
como Herbert Armstrong. Estima-se que existam mais de 200
congregações e grupos derivados da Igreja de Deus Universal. A
presnte litsa não esgota todas as buscas. Dezenas de congregações
cujo nome ou endereço foram acahadas na internet não foram
incluídas dada a incapacidade de se definir se existiam ainda ou não.
Tomamos o cuidado de incluir apenas aquelas que dispõem de
um link na internet. No entanto, essa pesquisa foi realizada a mais
de dois anos, que foi o tempo empregado para a elaboração da
presente obra. É possível que alguns desses links já não estejam
mais ativos. Espero que o pesente trabalho satisfaça o desejo de
saber e a curiosidade sobre o israelismo britânico.
Edições Comunidade de Israel www.comunidadedeisrael.com.br
Volume I – O Israelis mo Britânico
337
i
Tradução eletrônica. Para mais detalhes recorra ao site da CGOWRITER.
http://www.cogwriter.com/cg7.htm
ii
Tradução eletrônica corrigida por mim. Para recorrer ao texto original em inglês acesse:
http://www.cogwriter.com/cg7.htm
iii
Para consultar em detalhes o conflito que opôs Herbert Armstrong e a Igreja de Deus de Salem acese o
site: http://www.cogwriter.com/cg7.htm
iv
Herbert Armstrong no pulpit da Wordwide Church of God. Blog Homage of Reason.
http://3.bp.blogspot.com/_Wyhr4UIQ4ig/TNcu0yRBehI/AAAAAAAAAV4/V7OuXBJsfHo/s1600/81pg2
25.jpg
v
: Jacob's Ladder to heaven. Fonte: Wikipedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:JacobsLaddertoHeaven.jpg
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