um dia de estudos no campo

Transcrição

um dia de estudos no campo
Tamuz / Av 5773
UM DIA DE
ESTUDOS NO CAMPO
1
Ano XXI • Nº 126
Tamuz / Av 5773 • Jun / Ago 13
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Tamuz / Av 5773
Tamuz / Av 5773
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Tamuz / Av 5773
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Tamuz / Av 5773
Editorial
Quando o Iluminismo
Quando o Iluminismo surgiu na Europa,
rebelou-se contra o poderoso exército grego.
muitos judeus foram atraídos pelas novas
Também houve vezes que nosso povo se julgou
ideias da época, desviando-se do caminho de
em situação de superioridade física e, apesar
seus pais e abandonando a sabedoria eterna
disso, os efeitos foram desastrosos.
da Torá. Infelizmente, quando essa filosofia
Essencialmente, as guerras do povo judeu
deixou de ser moderna e se revelou incapaz de
nunca obedeceram critérios físicos, leis da na-
ditar um modo correto de vida, o mal já esta-
tureza – mesmo em tempos recentes.
va feito e milhares de judeus completamente
assimilados.
Muitos destes “maskilim”, “iluministas”,
tentavam influenciar outros judeus. Um des-
e guerras sem perder sua identidade já é o
maior dos milagres.
ses grupos, certa vez organizou uma repre-
Até a destruição do Primeiro Templo a Pre-
sentação com o intuito de ridicularizar uma
sença Divina se mostrava de forma mais reve-
passagem da Torá. A peça mostrava como de-
lada, por meio de milagres constantes. Hoje,
veriam ser os preparativos para uma batalha
vivemos numa situação de “hester”, onde a
conforme as leis da Torá. Um grande grupo de
Presença Divina se mostra de forma encoberta.
judeus se preparava para a guerra. Um homem
Isso, porém, não quer dizer que nossas lutas e
representando um sacerdote entrava em cena
nossa existência não continuem dependendo
e começava a selecionar os soldados, como
exclusivamente da ajuda do Todo-Poderoso.
consta na Torá (Devarim 20):
Nossos antepassados, ao contrário do que
“Que o homem que edificou uma casa nova
a representação dos “maskilim” queria fazer
e não a estreou, ande e volte para sua casa,
crer, preparavam-se sim para as guerras. Não
talvez morrerá na batalha e outro homem a
esperavam pelos milagres. Alistavam exérci-
estreie”. Assim, uma pequena parte do grupo
tos, forjavam armas, arquitetavam estratégias.
saía do palco, abandonando o cenário. O ho-
Mas sabiam que esse não seria o ponto princi-
mem continuava dizendo: “Que o homem que
pal e determinante. O que ganhava a batalha,
plantou uma vinha...”, e a cada nova frase,
ou não, era a fé do povo, seu nível espiritual e
mais uma parte do suposto exército abandona-
os integrantes do povo que ficavam estudando
va o cenário. Finalmente, do grande exército,
a sagrada Torá enquanto o exército guerreava.
restavam poucos homens, velhos, apoiados em
Talvez o maior perigo para nosso povo seja
suas bengalas. Assim terminava a encenação.
justamente o excesso de confiança. Julgar que
Um dos judeus que ficou sabendo da peça,
somente com nosso poderio militar podemos
contou-a para um dos maiores sábios daquela
vencer nossos inimigos não é o que a Torá es-
geração e espantou-se com sua resposta: “A
pera de nós. Neste caso, fica difícil esperar que
peça me parece correta”, disse o rabino, “mas
D’us ajude – sem que se confie em Sua ajuda...
eles se esqueceram de contar o final. Aqueles
Quando nosso povo se encontra em dificul-
velhos iam para a guerra e venciam-na!”.
Tamuz / Av 5773
A própria existência de um povo que resistiu durante milhares de anos a perseguições
dades, devemos voltar nossos olhos para D’us,
A verdade é que as guerras do povo de
intensificar nosso estudo de Torá e suplicar
Israel realmente ocorriam de forma milagro-
para que Ele nos envie Sua salvação. Isso não
sa. Somente no livro de Shofetim encontramos
deve ser considerado um ato desesperado, uma
vários exemplos de como exércitos, aparen-
última opção. Em qualquer situação, otimista
temente fracos e pouco numerosos, venceram
ou pessimista, é somente por intermédio dessa
batalhas contra reis poderosos. No milagre de
atitude que podemos ter esperança e confiar
Chanucá, uma única família, os chashmonaim,
na vitória!
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Ano XXI • Nº 126
Tamuz / Av 5773 • Jun / Ago 13
Nº 126
Capa:
UM DIA DE
ESTUDOS NO CAMPO
Tamuz / Av 5773
Um Dia de Estudos
no Campo,
Congregação,
pág. 16.
30 Nossa Gente
Acontecimentos que foram destaque na colônia.
1
Expediente
A revista Nascente
é um órgão bimestral de divulgação da
Congregação Mekor Haim.
Rua São Vicente de Paulo, 276
CEP 01229-010 - São Paulo - SP
Tel.: 11 3822-1416 / 3660-0400
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supervisão: Rabino Isaac Dichi
diretor de redação: Saul Menaged
colaboraram nesta edição:
Ivo e Geni Koschland, Abraão Roizenblit
e Silvia Boklis
projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente
editora: Maguen Avraham
tiragem: 11.500 exemplares
O conteúdo dos anúncios
e os conceitos emitidos nos artigos
assinados são de inteira responsa­bilidade
de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião da diretoria da
Congregação Mekor Haim ou
de seus associados.
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anunciados não são de responsabilidade da
Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar
sobre a supervisão rabínica.
A Nascente contém termos sagrados.
Por favor, trate-a com respeito.
46 Datas e Dados
Datas e horários judaicos,
parashiyot e haftarot para
os meses de tamuz e av.
11 Dinheiro em Xeque
“Viagens de Ônibus”.
A lei judaica sobre casos
monetários polêmicos do
dia a dia.
50 De Criança
para Criança
“Alegria no Lar dos
Velhos”. Chayim Walder
13 Pensando Bem II
“Reflexo”.
39Educação
“Entre Paredes
Descascadas”.
53Infantil
“Rashi e o Bispo”.
44 Leis e Costumes
“O Comportamento de
Quem Chegou Atrasado
na Tefilá”.
Rabino I. Dichi
8
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20Comemorando
“Lag Baômer em Meron”.
42 Maguen Avraham
“Três Pilhas e Mil Dólares!”.
15Variedades
“Mercadoria Proibida”.
14Mussar
“Ações e Vitalidade”.
Rabino Zvi Miller
10 Pensando Bem I
“Pensamentos”
16Congregação
“Yom Limud Torá” – Um dia de estudos e lazer no campo.
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Pensando Bem I
Pensamentos
Se você não escolher um caminho para a vida,
a vida escolherá um caminho para você!
Não faça da sua vida um rascunho,
poderá não ter tempo de passá-la a limpo.
A vida só pode ser entendida ao se olhar para trás,
mas precisa ser vivida olhando para a frente!
Matar o tempo não é assassinato;
é suicídio!
Rabino Ezriel Tauber
10
Tamuz / Av 5773
Dinheiro em Xeque
Viagens de Ônibus
Dois casos interessantes de viajantes
que não pagaram a passagem.
O Rav Yitschac
O Rav Yitschac Zilberstein Shelita ouviu
dois casos curiosos sobre passageiros de ônibus que não tiveram a oportunidade de pagar
por suas viagens:
no mesmo ponto em que havia subido!
Ele achou muito estranho, porque sentia-se
bem melhor da bebedeira.
Depois de alguns instantes, confuso, decidiu olhar o relógio. E ficou ainda mais atrapa-
Ônibus 1
lhado! Constatou que haviam se passado quase
Aconteceu com Efráyim, que num fim de
quatro horas desde o momento que subira no
tarde tinha “tomado todas”.
Ao anoitecer, decidiu pegar um ônibus de
Benê Verak para Jerusalém.
ônibus!
Começou a imaginar por que o ônibus ainda não tinha partido...
Completamente bêbado e cambaleante,
Olhou ao seu redor, imaginando para quem
conseguiu subir no ônibus. Sentou-se no últi-
faria a pergunta. Mas logo percebeu que não
mo banco ao lado de um jovem e adormeceu.
eram as mesmas pessoas que estavam no ôni-
Quando despertou de seu sono profundo,
Efráyim percebeu que... o ônibus ainda estava
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bus quando ele subira.
Foi então que “caiu a ficha” – percebeu o que
11
Dinheiro em Xeque
ocorrera. Ele simplesmente dormira “pe-
com uma dúvida. Ligou para o rabino
sado” durante todo o trajeto de ida e volta!
e perguntou: “Eu não paguei pela via-
No dia seguinte, Efráyim foi per-
gem. Será que preciso pagar?
guntar ao rabino: “Eu paguei apenas a
passagem de ida para Jerusalém. Será
Os Veredictos
que também tenho que pagar a passa-
Efráyim, o bêbado, deve pagar a via-
gem de volta para Benê Verak?”.
gem de volta para Benê Verak também.
Ele ocupara um lugar no ônibus
Ônibus 2
que poderia ter sido vendido a outro
Reuven estava esperando o ônibus
passageiro.
expresso para Jerusalém.
Quando o ônibus chegou no ponto,
ele colocou seus pertences e compras
no bagageiro, que ficava na parte inferior do ônibus.
A companhia de transporte não
precisa sair perdendo devido à sua falha – por ele estar bêbado.
Reuven não precisa pagar a viagem de ida a Jerusalém.
Como havia comprado objetos gran-
Apesar de ter chegado ao seu destino
des e frágeis, ele resolveu entrar dentro
são e salvo, ele não precisa pagar nada.
do bagageiro para ajeitá-los melhor.
Ele não teve um proveito propria-
Neste momento o motorista olhou
mente dito, pois ninguém pagaria um
pelo espelho retrovisor e, ao constatar
tostão para viajar nas condições sofríveis
que não havia mais ninguém em tor-
em que ele viajou. Ninguém aceitaria
no do ônibus, apertou um botão que
viajar nestas condições nem de graça!
fechou automaticamente o bagageiro.
Ninguém percebeu que Reuven ficara preso lá dentro.
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12
Reuven entrou em desespero. Começou a gritar e bater na porta do
bagageiro. Mas ninguém o escutou. O
motor do ônibus já estava ligado e o
ônibus começou a mover-se.
Para piorar a situação, o local era
desconfortável, frio escuro e assustador.
Graças a D’us, Reuven chegou no
seu destino são e salvo!
Quando chegou em casa estava
Do semanário “Guefilte-mail”
([email protected]).
Traduzido de aula ministrada pelo
Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados
no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são
facilmente mal-entendidos. Qualquer
detalhe omitido ou acrescentado pode
alterar a sentença para o outro extremo.
Estas respostas não devem ser utilizadas na
prática sem o parecer de um rabino
com grande experiência no assunto.
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Pensando Bem II
Reflexo
Certa vez,
Certa vez, um comerciante judeu foi conversar com o
rabino “Divrê Chayim”. O homem começou por lamentarse em consequência da inauguração de uma loja em frente
à sua. A nova loja seria sua concorrente, tirando-lhe assim
os poucos fregueses que ele tinha.
O rabino escutou pacientemente os protestos do homem e depois perguntou-lhe:
– Você alguma vez já andou de carroça?
– Claro Rabi! Muitas vezes, mas o que isso tem a ver
com o meu problema?
O rabino fingiu não ouvir o homem e continuou
perguntando:
– E alguma vez você já se desviou da estrada para que
o cavalo pudesse beber água no rio?
– Sim, Rabi. Mas eu continuo sem entender...
– Você já reparou – interrompeu-o o rabino – que o
cavalo, antes de beber a água do rio, bate com as patas
dianteiras nas águas, revolvendo-as?
Esquecendo-se por um instante dos seus problemas,
o homem refletiu intrigado sobre a observação curiosa do
rabino. Realmente, ele já havia notado por vezes que o cavalo, invariavelmente, agia daquela forma. Porém, só agora
que o rabino levantara o problema, o fato despertara sua
curiosidade.
– Você sabe por que o cavalo faz isso? – continuou
o sábio. ­– Quando o cavalo abaixa a cabeça para beber
água, ele vê seu reflexo no rio. Então ele acredita que lá,
“do outro lado”, existe um outro cavalo tentando beber sua
água. Assim, temendo que a água do rio não seja suficiente
para ambos, o cavalo chuta o rio, tentando expulsar seu
concorrente. O que acontece de fato é que o cavalo agita
a água e ela fica turva. Desta forma, o cavalo não vê mais
seu concorrente e bebe a água tranquilamente.
O homem ouviu divertido a explicação do rabino e riu
da tolice do animal.
– Você entendeu o exemplo? – concluiu o rabino com
um sorriso. – O segundo cavalo só existe na imaginação
do primeiro! E mesmo que ele realmente existisse, haveria
água suficiente no rio para os dois. Apesar disso, o cavalo,
na vã tentativa de expulsar seu oponente, revolve a terra
próxima à margem do rio. Tudo o que ele consegue no
final, é beber a água, antes límpida, cheia de lama.
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Mussar
Vitalidade
A importância das ações e da vitalidade
em nosso dia-a-dia.
“Yehudá ben Temá
“Yehudá ben Temá disse: ‘Seja valente como
de praticar as mitsvot por falta de estímulo.
o leopardo, leve como a águia, ágil como o cervo
Em vez disso, devemos nos sentir confiantes
e forte como o leão para cumprir a vontade de
de que podemos realizá-las com a “ousadia de
seu Pai que está no Céu’” (Pirkê Avot, 5:23).
um leopardo”.
Esta passagem revela o segredo da energização e vitalidade.
Um período de exercícios físicos gera exaustão. No entanto, a pessoa que está engajada em
Normalmente, quando alguém despende
uma boa ação, em uma mitsvá, não se cansa-
suas energias, ele precisa descansar para recu-
rá. Ao contrário, será “ágil como um cervo”.
perar suas forças. Embora isto seja verdade em
Além disso, sua determinação para completar
relação aos esforços e empenhos do dia-a-dia,
as mitsvot será tão poderosa como a “força de
os assuntos espirituais seguem uma dinâmica
um leão”.
diferente. O Todo-Poderoso concede uma medi-
Não só a fé nos ajuda a ter sucesso em nos-
da extra de energia e proteção às pessoas que
sos negócios e iniciativas, mas ainda desper-
se dedicam à espiritualidade.
ta novos suprimentos de energia de modo que
O profeta Yesha’yáhu disse: “Aqueles que
possamos ter um desempenho além de nossos
confiam no Todo-Poderoso experimentarão
limites naturais. Portanto, quando estivermos
uma renovação de suas forças”. Isto é, quan-
cansados, devemos pedir por novas reservas de
do aqueles que se dedicam ao Todo-Poderoso
força e o Todo-Poderoso as renovará.
cansam, eles se voltam a Ele por ajuda. D’us
Que sejamos abençoados com o amor por
então aumenta e recarrega suas forças para
fazer o bem, tanto para os Céus como para nos-
que possam realizar mais boas ações.
sos semelhantes. Ao nos despertarmos para
Assim, o texto acima nos ensina: “Seja va-
cumprir a vontade de D’us, Ele nos fornecerá
lente como um leopardo” – Inspire-se a si e aos
suprimentos infinitos de energia, força e vigor!
demais a estudar Torá e praticar boas ações.
Sabendo que o Todo-Poderoso nos concederá
um superavit de força, não devemos desistir
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Baseado no comentário sobre o
Pirkê Avot do Rabênu Yoná (Espanha, *–1263)
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Variedades
Mercadoria Proibida
Rabi Levi Yitschac de Berditchev foi um dos grandes discípulos
do Maguid de Mezritch e também um dos mais famosos líderes
chassídicos. Ele faleceu no ano de 1810 e é lembrado pelo
seu imenso amor pelo Povo de Israel e por suas insistentes
Certa vez,
manifestações em defesa de seu povo.
Certa vez, na véspera de Pêssach, Rabi Levi
Yitschac estava passando por uma feira e pediu
a um dos comerciantes de tecidos:
– Você poderia me vender um tecido de
seda?
judeu, que fazia suas últimas compras para a
festividade.
O rabino cumprimentou o homem sorridente e perguntou-lhe:
– Querido, você tem chamets em casa?
O comerciante se assustou com a pergun-
– O quê?! Como pode o rav duvidar de mim?
ta ingênua e começou a sussurrar, enquanto
Claro que não! Há muito tempo que venho lim-
olhava para os lados:
pando a casa e retirando qualquer vestígio de
– Shshshshsh! Eu tenho, sim. Mas os fiscais
chamets!.. E Agora faltam poucas horas para
não podem ficar sabendo! Você não sabe que é
o Sêder de Pêssach! Como eu poderia ainda
proibido vender tecidos de seda! Ninguém pode
possuir chamets?!
importá-los legalmente! Venha até minha casa
que eu lhe mostrarei alguns.
– Não, obrigado – disse o rabi – e continuou seu caminho.
Imediatamente o sábio levantou os olhos
para o céu, dizendo:
– Veja só, Criador do Universo! Apesar de
inúmeros fiscais circularem pela cidade, os co-
Um pouco mais à frente o sábio fez a mesma
merciantes da feira possuem mercadorias proibi-
pergunta a outros dois comerciantes e obteve
das. Os judeus, por outro lado, apenas por causa
quase a mesma resposta.
de uma ordem Sua, não possuem nenhuma mi-
Logo em seguida, Rabi Levi encontrou um
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galha de mercadoria proibida!
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Congregação
Yom Limud Torá
Um dia de estudos e lazer no feriado de Primeiro de Maio
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Yom Limud Torá
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Yom Limud Torá
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Yom Limud Torá
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Comemorando
HAMODIA
LAG BAÔMER
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EM MERON
Quem já esteve
em Meron no dia
de Lag Baômer
sabe de fato o que
é “ahavat Yisrael”
o amor ao próximo.
Lag Baômer é uma data
comemorada em todo o mundo.
Certamente em nenhum lugar ela
é festejada mais do que em Meron,
no norte de Israel, no lugar do
sepultamento do grande sábio da
Mishná, Rabi Shim’on bar Yochay.
Rabi Shim’on é o autor do
Zôhar Hacadosh – o livro base da
Cabalá. Ele foi um dos cinco alunos
mais importantes de Rabi Akivá.
Lag Baômer é o 33º dia da
contagem do Ômer – a contagem
dos 49 dias entre Pêssach e
Shavuot. Este dia é tido como o dia
em que faleceu Rabi Shim’on – o dia
18 de iyar.
Apesar disso, no livro Sháar
Vista parcial da multidão
presente em Lag Baômer
28 de abril de 2013
Tamuz / Av 5773
21
Hacavanot Lag Baômer somente
é mencionado como o “dia da
alegria de Rabi Shim’on” (simchat
Rabi Shim’on), já que neste dia lhe
foram revelados grandes segredos
da Torá. Estes segredos foram
transmitidos por Rabi Shim’on
para seus alunos. Algumas fontes
judaicas explicam que, por um erro
de impressão em um livro posterior,
a letra chet da palavra hebraica
simchat (alegria) foi omitida,
passando a ser lida como “yom
shemet Rabi Shim’on” – o dia em
que “faleceu” Rabi Shim’on.
Mas a tradição indiscutível é
que esse é um dia de celebração
para todos os judeus do mundo.
Mais de meio milhão de judeus
de toda Israel vão alegrar-se
em Meron, onde sente-se uma
santidade especial de união,
alegria e espiritualidade.
22
Entrada
da caverna
com uma
árvore de
alfarrobas
muito
antiga
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Na época que o Império Romano
dominava Israel, eles decretaram sob
pena de morte o estudo da Torá. Rabi
Shim’on bar Yochay e seu filho, Rabi
El’azar, não deram ouvidos ao decreto.
Eles foram perseguidos e refugiaram-se em uma caverna em Pekiin no norte do Galil. Por milagre, nasceu uma
árvore de alfarrobas na entrada da
caverna e no lugar aflorou uma nascente de água. Hoje, no lugar, há uma
caverna com uma árvore de alfarrobas
muito antiga e uma nascente de água
corre por ali.
Rabi Shim’on e seu filho Rabi
El’azar permaneceram na caverna por
doze anos estudando a Torá. No final
dos doze anos receberam a revelação
de Eliyáhu Hanavi anunciando sobre a
anulação do decreto contra eles.
Quando saíram da caverna, depararam-se com pessoas que aravam
seus campos. Eles ficaram indignados, por que estas pessoas estavam
deixando de estudar a Torá para
ocupar-se com trabalhos mundanos.
Seu olhar era tão penetrante que reduzia tudo a cinzas. Uma voz celestial
exclamou: “Vocês saíram da caverna
para destruir Meu mundo? Voltem à
sua caverna”.
Eles retornaram à caverna por mais
um ano. Em uma sexta-feira, os dois
saíram e viram um idoso com pressa,
levando dois feixes de murta fresca. “Por
que você está carregando isso?”, eles
perguntaram. “Para honrar e lembrar do
Shabat”, explicou o velho. Nesse dia,
Rabi Shim’on e seu filho conseguiram se
inserir novamente no mundo, pois viram
que para muitas pessoas, as ações do dia
a dia eram nada mais que uma forma de
respeitar os mandamentos Divinos.
Dr. Jones Gomide e família
Agradecem aos grandes rabinos de são paulo
pelo nível do judaísmo de nossas kehilot.
Tamuz / Av 5773
23
Durante toda a noite, centenas de milhares de pessoas
chegam em ônibus e carros,
que estacionam ao pé da
montanha. O fluxo de entrada
e saída não se esgota até o
amanhecer. É uma oportunidade única em todo o ano.
Bandas tocam famosas
canções em honra a Rabi
Shim’on. Todos unidos,
judeus de todos os grupos
e comunidades, dançam
com grande alegria. Alguns
fazem malabarismos, giram
com energia, outros dançam
em rodas ou simplesmente
batem palmas, mas todos
são contaminados com uma
enorme alegria.
O famoso sábio Arizal
escreveu que Rabi Shim’on
fica de pé, na caverna do seu
kêver, e recebe com bendições
todos os que chegam para
alegrar-se com ele.
Muitos se esforçam para
entrar na sinagoga onde está
o túmulo de Rabi Shim’on
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para rezar e pedir a Hashem
que solucione seus problemas
pelo mérito do tsadic e deste
dia tão sagrado. Alguns
recitam Tehilim. Os mais
eruditos estudam parágrafos
do Zôhar. Há os que
derramam lágrimas de um
coração em prece a Hashem.
Muitos doam de seu dinheiro
para tsedacá. Todos sabem a
importância deste momento
e que multidões já foram a
Meron durante quase dois
mil anos para pedir favores
pelo mérito de Bar Yochay.
Muitos deles viram milagres
depois disso. Graças a suas
rezas, à proximidade do sábio
e ao dia sagrado, jovens
têm encontrado shiduchim,
doenças têm desaparecido,
mulheres rotuladas como
estéreis têm dado à luz,
necessitados encontraram
um sustento respeitável,
muitos foram agraciados com
sabedoria, espiritualidade,
felicidade e muito mais.
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Alguns dias antes de Lag Baômer, muitas pessoas já se instalam
em tendas de acampamentos próximos do local. No começo da noite de
Lag Baômer acendem-se as tradicionais fogueiras do dia e muitas velas
para a elevação da alma de Rabi
Shim’on. Além de serem acesas pela
elevação da alma de Rabi Shim’on, as
fogueiras representam a luz da Cabalá e da Torá que iluminam o mundo.
Tamuz / Av 5773
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Existe uma antiga tradição conhecida a muitos em Meron. Aquele que
necessitava que Hashem o ajudasse em
algo específico, distribuía em Meron
comida e bebida a todos os que iam
rezar junto ao túmulo de Rabi Shim’on.
Como o lugar se encontra no meio de
um bosque e em cima da montanha, os
que vinham de longe não tinham como
prover suas necessidades básicas de
alimentação. É assim que começou a
“hachnassat orchim de Meron”, conhecida como a entidade que distribuía a
maior quantidade alimentícia gratuita
26
em todo o mundo. Todos sabem que
podem “subir” a Meron sem se preocupar com a alimentação. Ricos e pobres,
em qualquer época do ano, dias de
semana, Shabat ou yom tov, encontram
o tempo todo alimentação gratuita,
graças às doações de tanta gente que
sabe que por esta mitsvá terá muitos
méritos e será querida por Hashem de
forma especial.
Em Lag Baômer a organização é
surpreendente. É servido café da manhã, almoço e jantar de carne ou de leite,
bebida fria e quente, bolos e biscoitos.
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De madrugada, após dançarem toda a noite, os presentes
vestem o talet e os tefilin e rezam Shachrit com o amanhecer.
Durante todo o dia a
música não pára. O fluxo da
multidão só aumenta. Mesmo
quando escurece as danças
continuam, a alegria, as rezas,
as fogueiras e as comidas.
Muitos perguntam: Por que
é tão especial esta comemoração no túmulo de Rabi Shim’on
bar Yochay? Houve incontáveis
sábios importantes no judaísmo, cujos túmulos são pouco
conhecidos.
A resposta é que Rabi
Shim’on revelou a Cabalá ao
mundo. Apesar de que são
pouquíssimos os indivíduos
preparados para estudarem-na
e entenderem seus segredos,
todos demonstram neste dia
que reconhecem sua enorme
santidade, a importância de
seu estudo e que por seu mérito virá a redenção prontamente
em nossos dias, amen.
Tudo isso causa um ambiente de união, fraternidade,
sorrisos... Onde o que importa
é alegrar-se e preocupar-se
com o próximo, onde todos
juntos honram o sagrado taná
Rabi Shim’on bar Yochay.
Texto de Rav Naftoly Zelt,
www.shiurim.tk
Fotos de Shlomo Goldfarb
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“Quando te habituares com a virtude da modéstia,
acanhando-te diante de todas as pessoas, temendo o Criador e
o pecado, pairará sobre ti o espírito da Shechiná – a Presença
Divina – e o esplendor de Sua glória no Mundo Vindouro.”
Iguêret Haramban
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28
Tamuz / Av 5773
Após o café da manhã, começa o tradicional “chalake”. Meninos
que completaram 3 anos de idade
são levados a Meron para cortar
seus cabelos pela primeira vez.
Este costume tem significados
cabalísticos. O primeiro corte de
cabelo simboliza o começo da educação da criança no cumprimento
das mitsvot. Por isso, muitos o fazem neste lugar, esperando que o
menino seja influenciado para fazer
o bem, imbuído de kedushá.
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29
Nossa Gente
Nascimentos
• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: Joseph Telio, Mark Kattan, Ovadya Talgam, Tzur Albus e Uriel Neuah.
• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para as famílias: R. Levi Slonim, Ezra Zilkha, Gerson Kogan, Iossi Dana e Levi Yitzhak Yom Tov.
No berit milá do filho de Joseph Telio
No berit milá
do neto do
Rabino Moshê
Dlin em Israel,
filho de Uriel
Neuah
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Tamuz / Av 5773
Nossa Gente
No berit milá do filho de Mark Kattan
Tamuz / Av 5773
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Bar Mitsvá
• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Daniel Freund, Haim Esses Souccar, Iossef Abadi, Isaac de Andrade, Isroel Ende, Mendi Eliezer,
Mike Hakim, Nathan Mordechai Nowosiolski, Nathan Mordechai Rosenberg, Rafael Matalon, Sasson Dayan, Shaul Kassab, Shimon Sutton
e Simcha Dajialovski.
No bar mitsvá de Rafael Matalon
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Tamuz / Av 5773
Nossa Gente
No bar mitsvá de Mike Hakim
Tamuz / Av 5773
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Nossa Gente
No bar mitsvá de Nathan Mordechai Nowosiolski
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Nossa Gente
No bar mitsvá de Haim Esses Souccar
No bar mitsvá de Shaul Kassab
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Nossa Gente
Casamentos
• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Dayan e Hayfaz (Jacques e Esther), Farkash e Michaan (Shaykee e Deby), Katz e
Eskinazi (Daniel e Tsipora), Harari e Khafif (Phillipe Albert e Renée), Said e Goldfeld (Yacov e Chaya Libi), Laskowsky e Gross (Meir Tuvia e
Adina), Begun e Branover (Simcha e Dvora), Negrin e Harari (Morris e Julie), Woller e Matalon (Ricardo e Juliana), Savetman e Levinzon (Uri
e Renata), Dresdner e Junger (Zeev e Chaya Reizel), Hassid e Marciano (Eliyahu e Cokhava), Harari e Michanie (Dan e Rachel), Levi e Belits
(Natan e Rivcá Ester), Heimlich e Oberlander (Eli e Toby), Sturm, Sharovsky e Tawil (Roberto e Paula), Levi e Shwarzon (Daniel e Rivcá).
No casamento de Rafael e Esther Dayan
No próximo mês de julho, dez moças integrantes do grupo Shorashim da Congregação viajarão para Israel a fim de participar de um
programa intenso de atividades na Midreshet Shaarei Biná.
Nossa Gente
No casamento de Alexandre e Brenda Wajnsztejn
Nossa Gente
Em Lag Baômer
38
Tamuz / Av 5773
Educação
Entre Paredes
Descascadas
Um emocionante relato do filho do grande tsadic
Rabi Shelomô Zalman zt”l. Em poucos minutos, palavras
e atitudes aparentemente simples de seu pai
que marcaram o resto de sua vida.
Eu tinha apenas
Eu tinha apenas oito anos quando mamãe
poderia comprar um pouco de farinha para a
me mandou buscar aquele dinheiro minguado,
massa das chalot em honra do Shabat, o peixe,
a subvenção mensal da yeshivá, num total de
a cevada para o tcholent, as batatas...
sessenta grushim de então.
Na realidade, papai sempre ficava na dúvi-
Era quinta-feira. Mesmo assim, em casa
da se aceitava este dinheiro ou não, porque
ainda não havia nada para o Shabat. Mamãe
não desejava ter proveito da “coroa da Torá”,
esperava esse dinheiro escasso, com o qual
de seus conhecimentos sagrados, que trans-
Tamuz / Av 5773
39
Educação
m it i a de c oraç ão. Con hec endo a
de mamãe esperando minha chegada
seu costume, para recitar as preces
terrível necessidade da casa, não se
para consegu ir encontrar algu ma
de Ticun Chatsot. Mamãe também se
opôs quando naquela quinta-feira,
venda aberta e comprar dois quilos
levantou de salto ao meu encontro.
um genuíno dia de inverno em Jeru-
de farinha. Quando finalmente che-
Parece que ainda nem tinha dormido,
salém do princípio do século, mamãe
guei em casa já era cerca de meia-noi-
esperando meu regresso; ou quem
me enviou ao escritório da yeshivá
te. Mamãe já se havia deitado, frustra-
sabe despertou quando entrei.
para retirar o dinheiro para as ne-
da sua ilusão após horas de espera em
“Estive esperando todo o dia, Ne-
cessidades de Shabat, das quais não
vão. Fazia pouco que ela fora dormir
chumke!... Você se esqueceu de trazer
havia nem vestígio em casa.
na profundidade da noite. Certamente
o dinheiro para a farinha! Esqueceu?!
Cumpri a missão e, voltando das
as vendas já estavam todas fechadas
Nu!?...”
aulas do chêder no Talmud Torá da
e seria impossível preparar os pães
Churvá de Rabi Yehudá Hechassid,
naquele dia.
Sobressaltei-me como se tivesse sido picado por uma cobra. Eu
na Cidade Velha, dirigi-me ao es-
“Pelo menos que traga o dinhei-
tinha me esquecido completamente
critório e coloquei dentro de meu bol-
ro... Amanhã será sexta-feira e há
do dinheiro, das chalot, de mamãe
so os 60 grushim que mamãe estava
armazéns que madrugam em abrir;
esperando com os olhos encharcados.
esperando.
então, logo de manhãzinha sairei para
Rapidamente coloquei a mão trêmula
Naquele dia, devido à chegada da
comprar farinha... O que posso fazer
no bolso de minha calça... no outro
festa de Chanucá, depois das aulas
agora?... Uma criança é uma crian-
bolso... e no outro...
houve um evento no talmud Torá,
ça... Deve ter se esquecido... O impor-
Esvaziei os bolsos do paletó, os
que se prolongou até altas horas da
tante é que temos o dinheiro!...” teria
bolsos das calças, e novamente os bol-
noite. No entusiasmo da festa, entu-
dito mamãe.
sos do paletó, enquanto meu coração
siasmo de uma criança, esqueci-me
Quando entrei em casa, papai já
totalmente do dinheiro, das chalot e
se dispunha a levantar-se, como era
parecia partir em prantos.
“E se eu tivesse perdido o dinheiro?” Oh! Que pensamento terrível!
Que desgraça para um menino de
oito anos, quando sabia que nos 60
grushim estavam contidos todos os
preparativos para o Shabat... O sentimento de culpa começou a apoiar
sobre mim todo o seu peso, com uma
presença terrível na fantasia de uma
criança.
Procurei e procurei em todos os
bolsos... até que em um deles encontrei... um rasgo! Um buraco suficientemente grande para deixar passar os
Fotolivro Basic
redondos grushim, sessenta no total.
Nenhum se salvou. Nem mesmo um!
Esperei pelo pior. Não me atrevi a
olhar para a cara de mamãe na luz titubeante da única vela que iluminava
o quarto com paredes descascadas ao
lado do pequeno corredor. Um silêncio
gelado se ouvia no quarto. Mamãe entendeu o que havia acontecido, ainda
que não precisei explicar uma palavra. Minha mão cravada no bolso e
minha face congelada atestavam como
40
Tamuz / Av 5773
Educação
mas especiais, totalmente diferentes.
cem testemunhas o ocorrido. Dei-me
Esperou que eu trocasse de roupa e
conta de que mamãe não ia me bater,
então, de repente, começou a cantaro-
A porta da rua se fechou. Papai
e quem sabe nem bronquear... e isso
lar, com convicção emocionada, à luz
havia saído. Mas as paredes descasca-
era o pior! A culpa me asfixiava. A
dançante da vela as palavras “gam zu
das, frias, sem calefação, continuavam
sensação de culpa de um menino que
letová!”, obrigando-me a acompanhá-
vibrando o “gam zu letová”, que até
imaginava muito bem as consequên-
-lo: “Isto também é para o bem, Ne-
hoje me acompanha e me orienta nas
cias de perder 60 grushim, dinheiro
chumke. Isto também é para o bem!”
encruzilhadas e perplexidades da vida.
para alimentar a família durante uma
Papai derreteu o gelo de meus
Da culpa à superação, do medo à
semana... Como explicar a tolice de
nervos. A depressão paralisante de
esperança, da angústia à reverência
deixar-me levar pelo entusiasmo da
minha culpa também aliviou seu peso
pela vida e por Quem a concede: o ver-
festa e esquecer a casa, o Shabat e
porque, afinal de contas, isso também
dadeiro D’us, que tudo faz para o bem.
mamãe esperando?!...
era unicamente para o bem.
Logo, papai se aproximou de mim
e com sua voz serena rompeu o silên-
Eu estava deitado em minha cama
e papai sentado ao meu lado.
Pobre; muito pobre era nossa
casa. Havia dias que sofríamos, literalmente, o opróbrio da fome. Mas o
cio, sussurrando: “Troque a roupa,
Que vivência única e maravilhosa!
“gam zu letová” revestia nossa casa.
Nechumke. Já é muito tarde. Vá para
Até hoje me é muito difícil descrevê-la.
Papai, Rabi Shelomô Zalman zt”l, não
a cama e cantemos juntos. Cantemos,
Este pacote de poucas palavras lavaram
nos pôde dar luxos nem comodidades,
Nechumke: ‘Isto aconteceu para o
a culpa... Foi para mim nascer de novo.
mas certamente nos deu o principal;
“Recite o ‘Shemá’, Nechumke, e
com essas três palavras herdamos a
bem. Gam zu letová! Isto também é
para o bem!’”.
depois feche os olhos e durma.”
Eu ainda estava parado teso, ten-
Papai, que descanse em paz, foi
tando captar, perplexo, o sentido de
recitar Ticun Chatsot; e aquela noite
suas palavras. Papai segurou minha
também foi para mim Ticun Chatsot...
mãozinha e levou-me para a cama.
derramando lágrimas. Mas eram lágri-
Tamuz / Av 5773
verdadeira riqueza.
“Joveret”
Yeshivat Jajam Nissim Cohen
Adaptado de Emuná 5734
41
Maguen Avraham
Três Pilhas e Mil Dólares
Lembro-me que certa vez dobrei minha vontade
duas vezes para obedecer papai.
O lucro foi realmente incrível!
R. Meir Behar
Nasci em Buenos
Nasci em Buenos Aires, sendo o caçula da
família.
Estudei na escola Hechal Hatorá à qual
devo muito.
para o Brasil.
A educação de meus pais em casa foi decisiva em minha formação. Creio que o que mais
Após a escola, com 12 anos, entrei na yeshi-
contribuiu com isso foi o exemplo prático ad-
vá ketaná Chafets Chayim, do Rav Shemuel Ariê
mirável que observei em meus pais. Conto, a
Levin Shelita, onde estudei durante seis anos.
seguir, uma pequena história para dar uma
Lá aprendi os verdadeiros valores de um “ben
noção de como o exemplo dos pais é decisivo e
Torá” e também como se estuda Guemará.
marcante na formação interior dos filhos:
Entre os rabanim que marcaram a minha
vida, estão o Rav Hagaon Shemuel Ariê Levin, o
Certa vez, meu pai pediu-me que comprasse
algumas pilhas.
Rav Gabriel Davidovich, o Rav Isser Rubinstein,
Eu perguntei-lhe:
o Rav Tsiyon Shama e o Rav Shelomô Shamen.
– Qual tamanho de pilhas devo comprar?
Esses dois últimos são hoje meus cunhados.
Ele pegou um aparelho de som, abriu uma
Quando eu tinha quase 18 anos surgiu a
portinha e mostrou-me o compartimento de in-
dúvida se eu iria para Êrets Yisrael completar
serção das pilhas. Pediu-me que comprasse três
meus estudos em uma yeshivá, ou se ficava na
pilhas que coubessem naquele receptáculo.
Argentina para trabalhar.
Observei o compartimento e disse-lhe:
Meus pais, com grandes esforços, decidi-
– Papai, o senhor não acha que são neces-
ram que eu viajaria para Israel. Lá, estudei na
sárias quatro pilhas para este aparelho fun-
Yeshivá Kenêsset Shalom do Rav Eliyáhu Rafful,
cionar?
onde permaneci por três anos sem voltar para
Mas meu pai respondeu:
casa e ver minha família. Nestes anos, nos sha-
– Não me parece. Por favor, compre três.
batot ajudei a cuidar de crianças no instituto
Não insisti. Peguei o dinheiro e segui para
Kêren Hayêled, que se ocupa de crianças órfãs
uma loja que vende pilhas.
ou cujos pais são doentes e não conseguem dar
Comprei três pilhas.
a atenção necessária para seus filhos.
Chegando em casa, entreguei as pilhas a
Quando voltei à Argentina, fui dar aulas na
papai. Ele colocou-as no aparelho e exclamou:
mesma yeshivá ketaná que estudei. Neste mes-
– Você tinha razão! São quatro pilhas! Por
mo ano noivei e fui convidado a fazer um teste
para ser professor na escola Maguen Avraham
42
no Brasil. Três semanas após o casamento vim
favor, compre mais uma.
Hesitei por alguns momentos. Depois, disse:
Tamuz / Av 5773
Maguen Avraham
– Posso ir depois? Agora estou um
pouco cansado.
– Estou aguardando para constatar se alguém volta para cá a procura
Mas novamente papai discordou:
do dinheiro perdido, para podermos
– Eu gostaria de testar o som ago-
devolvê-lo a seu verdadeiro dono.
ra. Quero saber se é um bom aparelho.
Fiquei um pouco confuso:
Vá agora, por favor.
– Mas nós estudamos que, confor-
Não insisti. Peguei o dinheiro e fui
novamente para a loja.
Quando estava voltando de minha
me a halachá, algo como dinheiro, que
não tem sinais de identificação, não
precisa ser devolvido...
missão, encontrei mil dólares na rua.
– É verdade, querido – disse pa-
Cheguei em casa muito contente.
pai levantando as sobrancelhas. –
Entreguei a pilha para papai, o troco
Mas pense no sofrimento da pessoa
e... mil dólares!
que perdeu tanto dinheiro. Imagine o
Ele pegou a pilha, o dinheiro, acariciou-me com carinho e disse:
– Será que estamos recebendo um
presente dos Céus?
Mekor Haim pelo empenho na
divulgação da herança
judaica
99625-2394
hoje. O Nome de Hashem será muito
elogiado se conseguirmos devolver
esse dinheiro!
Eu tinha acabado de aprender
que dava vista para a calçada. Ficou
mais uma maravilhosa lição de papai.
E ele ainda acrescentou:
– O que você está procurando, pa-
– Nós também estudamos que uma
pai? – Cheguei a imaginar que ele pen-
mitsvá vale mais do que qualquer di-
sasse que havia mais dinheiro na rua.
nheiro, querido.
Tamuz / Av 5773
Parabenizam a Congregação
“kidush Hashem” que podemos fazer
Depois disso, foi para a varanda,
cerca de meia hora olhando para baixo.
Jacob Schipper
e Família
43
Leis e Costumes
O Comportamento
de Quem Chegou
Atrasado na Tefilá
Como proceder quando chegar, esporadicamente,
atrasado na oração da manhã.
Rabino Isaac Dichi
Amidá com minyan
O principal de “tefilá com minyan” é rezar
a Amidá junto com o público.
poderá dizê-los no final.
a) Se houver tempo suficiente, seguirá a seguinte ordem: dirá todas as berachot de Birchot
Portanto, é necessário que a pessoa chegue
Hasháchar, Baruch Sheamar, Ashrê, Halelu et
em tempo ao Bêt Hakenêsset para poder rezar
Hashem Min Hashamáyim, Halelu El Becodshô
todas as partes da tefilá com o público e assim
e Yishtabach. Depois dirá as berachot que an-
dar início à Amidá conjuntamente com o tsibur,
tecedem o Shemá (trecho que começa com Ba-
evitando desta maneira ter que pular trechos
ruch Atá Hashem yotser or), Shemá Yisrael e as
da tefilá.
berachot que seguem o Shemá Yisrael.
De yotser or uvorê chôshech até gaál Yisrael
Quem chegou atrasado
não é permitido pular absolutamente nenhuma
A conduta que se segue não deverá ser apli-
parte.
cada comumente, mas sim de forma esporádi-
b) Se constatar que se disser todas as partes
ca, quando acontecer a eventualidade de a
acima citadas irá perder Tefilat Amidá betsibur,
pessoa ter-se atrasado.
dirá somente as berachot de Birchot Hasháchar
Caso tenha chegado atrasado e constatado
citadas no início deste item (a berachá de ne-
que se for rezar na ordem, sem pular nenhuma
tilat yadáyim, o trecho Elocay Neshamá e as
parte da tefilá, não poderá rezar a Amidá junto
Berachot da Torá) e dirá Keriat Shemá com suas
com todos, deverá fazer o seguinte:
devidas berachot (que começa com Baruch...
Primeiramente recitar Birchot Hasháchar
Depois da tefilá dirá o resto das Birchot Ha-
trecho Elocay Neshamá e as Berachot da Torá),
sháchar e os Pessukê Dezimrá que foram omiti-
colocar talet e tefilin.
Para recitar a berachá de netilat yadáyim
44
yotser or).
(pelo me­nos a berachá de netilat yadáyim, o
dos, exceto o Baruch Sheamar e Yishtabach que
somente poderá dizê-los sem Shem umalchut.
deve ter recém feito a própria ablução das mãos.
“Sem Shem umalchut” significa dizer Ba-
As partes de Birchot Hasháchar que não
ruch Hael av harachman... (no meio do Baruch
fizer antes da tefilá deverão ser feitas no final.
Sheamar, em vez de Baruch Atá Ad-nay Elokênu
Mas se não fez a bênção de netilat yadáyim,
mêlech haolam Hael av harachman...), e Baruch
Elocay Neshamá ou as bênçãos da Torá antes
mêlech mehulal batishbachot (no final do Ba-
da tefilá – conforme recomendado acima – não
ruch Sheamar, em vez de Baruch Atá Ad-nay
Tamuz / Av 5773
Leis e Costumes
mêlech mehulal batishbachot). Analo-
dizer Yishtabach sem antes dizer Ba-
deve interromper para recitar Baru-
gamente no Yishtabach.
ruch Sheamar e pelo menos parte de
ch Sheamar.
c) Porém, se perceber que mesmo
Pessukê Dezimrá. O mesmo se aplica
começando de Yotser Or não poderá al-
no Shabat, que não poderá iniciar com
No Shabat
cançar o tsibur e rezar a Amidá (ou pelo
Nishmat Col Chay (que contém o tre-
Para poder rezar a Amidá de Sha-
menos a Chazará) com o tsibur, não pu-
cho Yishtabach) antes de dizer Baruch
bat com minyan, seguirá o mesmo
lará nenhuma parte da tefilá, fazendo-a
Sheamar.
critério citado anteriormente, dando
Quem esqueceu de dizer Baruch
sempre prioridade aos Pessukê Dez-
d) Há ainda quem sustente que
Sheamar e lembrou-se depois de ter
imrá dos dias da semana. Se tiver mais
não se deve pular Baruch Sheamar e
terminado os Pessukê Dezimrá (con-
tempo, dirá os seguintes mizmorim de
em particular em sua ordem habitual.
Yishtabach para rezar a Amidá com o
cluído “Az Yashir”) não poderá mais
Shabat (se perceber que haverá tempo,
tsibur. Neste caso, não deve esquecer
dizer Baruch Sheamar. Neste caso,
acrescentar em seus devidos lugares
de dizer também mais um mizmor de-
com respeito a Yishtabach há duas
e não depois de Yishtabach!): Lame-
pois de Baruch Sheamar, pois a hala-
opiniões diferentes:
natseach, Ledavid Beshanotô e Tefilá
Lemoshê.
chá prescreve que deve recitar ao me-
a) O Mishná Berurá sustenta que
nos um mizmor entre Baruch Sheamar
deverá dizer Yishtabach, apesar que
Em relação a se Nishmat Col Chay
e Yishtabach.
normalmente não se pode recitá-lo
tem preferência no Shabat sobre os
sem antes dizer Baruch Sheamar e
Pessukê Dezimrá habituais (os que
parte de Pessukê Dezimrá.
falamos todos os dias) ou não, há a
e) A ordem de prioridade depois de
ter dito Birchot Hasháchar é a seguinte: Baruch Sheamar, Ashrê, Yishtabach.
b) Já do Shulchan Aruch e do Caf
respeito duas opiniões: O Mishná Be-
Se ainda houver tempo, acrescentar (se
Hachayim transparece que neste caso
rurá sustenta que Nishmat tem pri-
perceber que haverá tempo, acrescen-
também não dirá Yishtabach. Assim
oridade. Outros possekim sustentam
tar em seus devidos lugares e não depo-
os sefaradim devem-se portar.
que os Pessukê Dezimrá habituais têm
is de Yishtabach!) pela seguinte ordem
Quem esqueceu de dizer Baruch
de prioridade: 1. Halelu El becodshô, 2.
Sheamar e lembrou-se antes de ter-
Halelu et Hashem min hashamáyim, 3.
minar de recitar os Pessukê Dezimrá,
os outros haleluyot, 4. Vayvárech David,
deverá recitar Baruch Sheamar no
5. Hodu Lashem Kir’u Bishmô.
lugar onde estiver e depois continuar a partir do lugar onde interrom-
Baruch Sheamar
peu. Mesmo que já esteja recitando
Durante a semana não se deve
os últimos pessukim do Az Yashir,
prioridade.
Do livro “Vaani Tefilá”.
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citadas na referida obra.
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Datas e Dados
Tamuz
5773
09 de Junho de 2013 a
07 de Julho de 2013
ROSH CHÔDESH
Sábado e domingo, dias 8 e 9 de junho.
Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
Não se fala Tsidcatechá em Minchá de Shabat.
Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.
Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.
Acrescenta-se Mussaf.
BIRCAT HALEVANÁ
PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi):
Sábado, 15 de junho, a partir das 18h07m
(horário para São Paulo).
Final: Domingo, 23 de junho, até 6h48m
(em São Paulo).
JEJUM - 17 DE TAMUZ
Terça-feira, dia 25 de junho.
Início: 05h37m. Término: 17h59m (em São Paulo).
Nesta data ocorreram, em épocas diferentes,
cinco trágicos acontecimentos:
•Moshê quebrou as Pedras da Lei ao ver o
bezerro de ouro que o Povo de Israel havia feito.
•Foi suspensa a oferenda diária
(Corban Tamid, de manhã e à tarde) no Primeiro Templo.
•Foram rompidas as muralhas de Jerusalém
na época do Segundo Templo.
•Apóstomos, o Malvado (um oficial romano), queimou a Torá.
•Um ídolo foi colocado no Templo.
Reserve o seu espaço na
edição de Rosh Hashaná da
Informações: (11) 3822-1416
[email protected]
46
Tamuz / Av 5773
Datas e Dados
Av
5773
08 de Julho de 2013 a
06 de Agosto de 2013
ROSH CHÔDESH
Segunda-feira, 8 de julho.
Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.
Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.
Acrescenta-se a oração de Mussaf.
JEJUM - TISH’Á BEAV
Terça-feira, dia 16 de julho.
Início: segunda, às 17h36m. Término: terça, às 18h07m.
Nove de Av é o aniversário de 5 trágicos
acontecimentos da história judaica:
•D’us decretou que os homens com mais de
20 e menos de 60 anos de idade não entrariam na
Terra Prometida. Isso foi consequência de terem pecado no
episódio dos espiões enviados à Terra de Israel no final do
primeiro ano no deserto, após o Êxodo do Egito. Em vez de
entrarem na Terra de Israel depois de um ano no deserto,
levariam 40 anos. Nestes quarenta anos no deserto, todos os
homens com mais de 20 e menos de 60 anos na oportunidade
do pecado morreriam. As mortes ocorreriam somente em um
dia a cada ano – no dia 9 de av.
•Foram destruídos os dois Templos Sagrados.
O Primeiro Templo foi destruído pelos babilônios e o Segundo,
pelos romanos.
•No ano de 134 da Era Comum, quando o Império Romano
estava sob o domínio de Adriano, a grande cidade
de Betar sucumbiu, último reduto de Bar Cochvá, e morreram
dezenas de milhares de pessoas.
Esta tragédia foi considerada igual à destruição do Templo.
•Tornus Rufus, o Malvado, passou o arado no local e ao redor
do Templo, cumprindo assim a profecia (Yirmeyáhu 26:18 e
Michá 3:12): “Tsiyon será lavrada como um campo”.
TU BEAV
Segunda-feira, 22 de julho.
Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
BIRCAT HALEVANÁ
PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (em São Paulo, conforme costume sefaradi):
Madrugada de segunda-feira, 15 de julho, a partir das 4h18m.
Final: Segunda-feira, 22 de julho, até as 22h40m (em São Paulo).
Tamuz / Av 5773
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Datas e Dados
HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE
SHABAT E YOM TOV EM SÃO PAULO
14 de junho- 17h07m
21 de junho- 17h08m
28 de junho- 17h10m
05 de julho - 17h13m
12 de julho - 17h15m
Próximas Comemorações Judaicas
19 de julho - 17h18m
26 de julho - 17h21m
02 de agosto-17h24m
09 de agosto-17h27m
16 de agosto-17h30m
PARASHAT HASHAVUA
15 de junho -
22 de junho -
29 de junho -
06 de julho -
13 de julho -
20 de julho -
27 de julho -
03 de agosto -
10 de agosto -
17 de agosto -
Parashat: Chucat
Haftará: Veyiftach Haguil’adi
Parashat: Balac
Haftará: Vehayá Sheerit Yaacov
Parashat: Pinechás
Haftará: Divrê Yirmeyáhu ben Chilkiyáhu
Parashat: Matot - Massê
Haftará: Shim’u Devar Hashem
Parashat: Devarim
Haftará: Chazon Yesha’yáhu ven Amots
Parashat: Vaetchanan
Haftará: Nachamu Nachamu
Parashat: Êkev
Haftará: Vatômer Tsiyon
Parashat: Reê
Haftará: Aniyá Soará
Parashat: Shofetim
Haftará: Anochi Anochi
Parashat: Ki Tetsê
Haftará: Roni Acará
HORÁRIO DAS TEFILOT
Shachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê).
Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil). e 08h45m (ashkenazim).
Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m.
Minchá - De domingo a quinta - 15min. antes do pôr do sol.
Arvit - De domingo a quinta - 10 min. após o pôr-do-sol e 19h00m.
MINCHÁ DE ÊREV SHABAT
14 de junho - 17h07m
21 de junho - 17h08m
28 de junho - 17h10m
05 de julho - 17h13m
12 de julho - 17h15m
19 de julho - 17h18m
26 de julho - 17h21m
02 de agosto- 17h24m
09 de agosto- 17h27m
16 de agosto- 17h30m
48
MINCHÁ DE SHABAT
15 de junho- 16h45m
22 de junho- 16h45m
29 de junho- 16h50m
06 de julho - 16h50m
13 de julho - 17h55m
20 de julho - 16h55m
27 de julho - 17h00m
03 de agosto-17h05m
10 de agosto-17h05m
17 de agosto-17h10m
Tamuz / Av 5773
Datas e Dados
Tabela de Horários • Tamuz / Av 5773
Agosto
Julho
Junho
Alot
São Dia HasháPaulo char
9 5:33
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10
11
12
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14
15
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17
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21
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26
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28
29
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Tamuz / Av 5773
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5:30
5:30
Nets
Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá
Zeman Hachamá
Minchá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá
Chatsot
de
alot
de
alot
a
do
nets
de
alot
do
nets
Tefilin (nasc. Sol)
Guedolá de alot do nets do nets de alot (pôra tset tset (72m) à shekiá a tset à shekiá
a tset à shekiá à shekiá a tset do-sol)
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De Criança para Criança
“Alegria no Lar dos Velhos”
Chayim Walder
Meu nome é Efráyim.
Estudo na quinta série. Sou bastante bom nos estudos e muito bem aceito pela turma.
Sou baixinho, mas isso não me atrapalha em nada na vida. Mamãe diz que o que a
altura não faz, o cérebro faz, e vejo que ela tem razão. É um fato: apesar de ser o mais
baixo da classe, sou o chefe da comissão da classe e organizo o coral da escola.
Um dia, um garoto entrou na classe e exclamou:
– O diretor está chamando o Efráyim!
Sobressaltei-me. O que eu poderia ter feito?
Toda a classe olhou para mim com pena e eu me dirigi vagarosamente para a sala do
diretor, tentando recordar-me – será que merecia algum castigo ou bronca?...
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Tamuz / Av 5773
O diretor não parecia nem um pouco irritado. Ele até me convidou a sentar à sua
frente. Depois ele disse:
– Ligaram-me agora do lar dos velhos e pediram-me que mandasse um coral de
crianças para alegrarem os velhinhos na festa de Chanucá.
Foi como se um peso saísse de meu coração. Um suspiro de alívio escapou de meus lábios.
O diretor sorriu. Ele entendeu o que se passara em minha mente e perguntou:
– Você topa?
– Claro! – respondi, dando-lhe os nomes dos garotos que se adequavam, a meu ver,
àquela missão.
Mas os meninos não se entusiasmaram como eu para aquela tarefa. Quando lhes
contei aonde pretendíamos ir, disseram:
– Que coisa enjoada! O que já dá para se fazer num lar de velhos?
Foi então que eu também fiquei confuso. Como seria? Como os velhinhos reagiriam?
Será que iríamos conseguir alegrá-los? Será que eles colaborariam conosco? Mas, a
despeito de tudo isso, tentei animar meus amigos.
No dia seguinte uma perua veio à escola e levou-nos ao lar dos velhos.
Ao chegarmos no salão, os velhinhos já estavam sentados em seus lugares. Parte
deles estava conversando, enquanto a outra tinha o olhar perdido no vazio, sem nos dar
atenção alguma. Percebi que meus colegas estavam desesperados. Eu também não estava
entusiasmado com o que vi.
Mas foi então que decidi dominar a situação. Peguei o microfone e disse-lhes: “Imaginem
que somos seus netos e cantem junto conosco!”.
Então a banda começou a tocar uma música de Chanucá e nós começamos a cantar.
O que aconteceu então... – nem consigo descrever!
Os velhinhos batiam palmas com força, balançavam-se e cantavam de acordo com o
ritmo. Alguns deles até se levantaram de seus lugares e começaram a dançar! E todos, sem
exceção, estavam sorrindo. Foi o máximo! Nunca vi pessoas tão felizes!
Foi então que percebi, com o canto do olho, uma velha senhora. Seus olhos mal estavam
abertos e ela parecia indiferente ao que acontecia – como se não se importasse com o que
ocorria à sua volta. No começo, achava que ela estivesse dormindo, mas depois vi seus olhos
se mexendo. Sabia que ela estava acordada e prestando atenção.
Decidi aumentar o volume da música e pedi aos garotos para cantarem mais alto. De
fato, a velhinha como que despertou para a vida e começou a balançar e bater com a mão
levemente em sua cadeira, ao ritmo da música.
Eu sabia que fiz uma mitsvá!
Depois da apresentação, o diretor da instituição nos disse que nunca houve tamanha
alegria naquele local, desde sua fundação.
– Vi velhinhos que não falavam há anos rindo! – ele acrescentou.
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No caminho, os garotos me agradeceram:
– Você tinha razão. Nunca tivemos uma experiência tão alegre e emocionante!
Todos nós decidimos que velhinhos são pessoas muito interessantes. É só saber como
falar e se comportar com eles. Eles sabem se divertir como qualquer ser humano. Se houver
quem os alegre!...
À noite, enquanto tentava adormecer, fiquei pensando justo naquela senhora que de
início não reagia ao que acontecia à sua volta e que conseguimos alegrar.
Aquele instante me emocionou mais do que todos os outros momentos tocantes daquela
apresentação.
Ao pensar nisso, entendi que aquela sensação maravilhosa não era a de saber que os
velhinhos são pessoas interessantes, mas sim, pelo fato de ter conseguido fazer com que
alguém muito só e alienado ficasse alegre por alguns momentos. Com esse pensamento
adormeci... com um sorriso em meus lábios.
Tradução de Guila Koschland Wajnryt
Permissões exclusivas para a Nascente
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Infantil
Rashi e o Bispo
Durante muitos anos, antes de ser reconhecido como um dos
maiores sábios de sua geração, Rabi Shelomô Yitschaki, o Rashi,
viajou por terras distantes da sua casa.
Sem que ninguém soubesse da sua verdadeira grandeza, o Rashi ia
de cidade em cidade, conhecendo as várias comunidades judaicas
espalhadas pelo mundo, seus costumes e seu estudo da Torá.
Em suas viagens,
Em suas viagens, Rabi Shelomô Yitschaki
midrash – o centro de estudos da Torá para
chegou até países distantes no Oriente. Como
estudar e ouvir o estudo dos judeus que lá mo-
era seu costume, sempre quando chegava em
ravam.
uma nova cidade, Rashi logo procurava o bair-
Certo dia, quando o sábio se encontrava
ro onde moravam os judeus e entrava no bêt
sozinho estudando no bêt midrash de uma des-
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Infantil
tas longínquas cidades, percebeu que
um pouco com o padre. Rashi logo
semanas, no entanto, o padre repen-
outra pessoa estava entrando na casa
percebeu que o padre era uma pessoa
tinamente deixou de comparecer aos
de estudos. Quando Rashi levantou os
inteligente e culta. O padre, por sua
encontros com Rabi Shelomô. Após
olhos para ver quem era o homem que
vez, ficou impressionado com a imen-
alguns dias de ausência, Rashi, pre-
vinha em sua direção, ficou surpreso.
sa sabedoria do judeu, sua facilidade
ocupado, resolveu procurar o homem
Ele percebeu com espanto que o estra-
para responder todas as suas pergun-
no lugar onde ele estava hospedado.
nho não era judeu, mas sim um padre,
tas e sua habilidade em contestar os
com uma longa batina e um grande
seus argumentos.
crucifixo pendurado no pescoço.
O que estaria um padre fazendo
Para seu espanto, Rabi Shelomô
encontrou o padre muito doente, dei-
Durante vários dias o padre con-
tado sozinho em seu quarto, suando
tinuou frequentando o bêt midrash
e delirando com uma forte febre. O
e debatendo com o rabi sobre vários
pobre homem parecia muito abatido e
– Não se assuste! – disse o padre,
aspectos religiosos. Nesse tempo,
gemia de dor constantemente.
percebendo o sobressalto do rabino.
o Rashi conseguiu fazer com que o
Rashi possuía vastos conhecimen-
– Eu estudei muitos anos nos maio-
padre abandonasse vários dos pre-
tos em várias ciências e, entre elas, em
res centros de estudos religiosos e
conceitos que comumente eram im-
medicina – apesar de não praticá-la.
teológicos do mundo. Porém, ainda
pingidos aos judeus. O padre pediu
Logo, pois, o rabi começou a exami-
não pude conhecer de perto as várias
também para que o sábio judeu lhe
nar o doente e a preparar remédios
crenças e religiões existentes. Assim,
ensinasse a língua hebraica. Desta
que diminuíssem seu sofrimento. Rabi
resolvi viajar pelo mundo para conhe-
forma, ele poderia ler e entender o Ta-
Shelomô logo percebeu que a doença
cer melhor o povo de cada lugar e sua
nach na sua concepção original e não
do padre era muito grave. Apesar de
religião. Eu tenho vontade de conhe-
seria obrigado a estudar as traduções
suas poucas chances de sobrevivên-
cer um pouco mais da religião judaica
existentes naquela época, que con-
cia, Rashi permaneceu durante mui-
também. Por isso, resolvi entrar nesta
tinham muitos erros e imprecisões.
tos dias cuidando com empenho do
numa sinagoga?
Assim, passaram-se várias sema-
doente. Seus esforços não foram em
nas nas quais o padre ia estudar com
vão; graças a eles, depois de algumas
Ao ouvir as palavras serenas e
o Rashi. O rabi lhe explicava as mui-
semanas o padre conseguiu vencer a
tranquilizadoras do homem, Rabi She-
tas dúvidas que ele possuía em várias
terrível doença e restabeleceu-se com-
lomô se acalmou e aceitou conversar
passagens do Tanach. Após algumas
pletamente.
sinagoga para conversar com algum
judeu sobre suas crenças.
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Infantil
Assim que o homem ficou curado
casa em Troyes, na França.
ber tão grande gaon não tinha limites.
e pôde levantar da cama, Rashi deci-
No caminho de volta, porém, Rashi
O duque da cidade de Praga, no
diu que sua estada naquela cidade já
tinha que passar pela cidade de Praga,
entanto, não gostou nada de ver a
havia se prolongado muito. O sábio
onde havia uma grande comunidade
alegria dos judeus com a chegada do
resolveu que já era hora de seguir seu
judaica. Os judeus de Praga, que toma-
rabino. Seu ódio aos judeus era co-
caminho para outras terras e conhe-
ram conhecimento da notícia da che-
nhecido. Ele sempre procurava novas
cer novos lugares.
gada do grande sábio em sua cidade,
maneiras de prejudicar os judeus de
– Como poderei lhe agradecer,
prepararam uma grande recepção. O
Praga e tornar sua vida mais difícil.
meu amigo, por todo o bem que você
povo da cidade veio todo, homens, mu-
Sendo assim, o malvado nobre não
me fez? – perguntou o padre, emocio-
lheres e crianças, receber o rabi para
podia suportar a idéia de que o Rashi
nado, quando o rabi foi ao seu encon-
dar-lhe as boas vindas e observar seu
recebesse tamanha honraria em sua
tro para se despedir. – Com certeza,
semblante santo. Sua alegria em rece-
cidade.
nunca poderei pagar seus esforços
por salvar a minha vida. Porém, ainda assim, gostaria que você soubesse como lhe sou grato e aceitasse um
pequeno presente.
– Você não me deve nada – disse
Rashi humildemente. –­ Eu cuidei de
você porque minha obrigação como
ser humano é a de ajudar qualquer
pessoa que esteja em perigo. Apesar
de nossas religiões e crenças serem
diferentes, todos fomos criados à semelhança do Todo-Poderoso, e a Torá
nos obriga a ajudar-nos uns aos outros. Porém, existe algo que você pode
fazer por mim. Quando você vir um
judeu em perigo, precisando de ajuda, por favor, ajude-o assim como eu
ajudei você.
– Mais uma vez você me surpreende com a grandeza de sua alma!
– disse o padre. – Não lhe interessa
nenhum valor material senão o bem-estar de seus irmãos judeus! Pois eu
lhe garanto que farei sempre tudo que
estiver ao meu alcance para ajudar e
proteger seu povo.
Assim, os dois homens se separaram, cada um seguindo seu caminho.
Passaram-se vários anos e Rashi
se tornou conhecido como um dos
maiores sábios da sua geração. Seus
escritos já tinham se espalhado por
todos os cantos do mundo onde havia
judeus estudando Torá e chegara a
hora do grande tsadic voltar para sua
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Infantil
Logo que Rabi Shelomô chegou em
Uma comitiva de três dos mais impor-
e encarcerado, sem saber qual seria
Praga, o duque ordenou que ele fosse
tantes membros da comunidade foi
seu futuro, rezou para que o Todo-Po-
preso e trazido à sua presença ime-
eleita para ir até o palácio do duque e
deroso ajudasse seu povo e salvasse-o
diatamente. O duque mandou também
implorar para que este soltasse o sá-
das mãos dos perversos inimigos.
chamar o bispo de Praga, para que ele
bio. Eles estavam dispostos a pagar a
O duque, por sua vez, ainda espe-
discutisse com o rabi e demonstras-
soma que fosse necessária para liber-
rava pelo bispo, que havia sido cha-
se para todos que o sábio judeu era
tar o rabi. Seus esforços, no entanto,
mado às pressas. Quando o homem
na realidade um grande tolo. O du-
foram em vão. O duque nem mesmo
finalmente chegou ao palácio, o duque
que desejava que o bispo provasse em
quis recebê-los e ordenou que os se-
explicou-lhe em poucas palavras o mo-
público que as crenças judaicas não
guranças do palácio os expulsassem
tivo de seu chamado. Logo ele ordenou
passavam de falsidades. A intenção do
imediatamente.
que seus soldados trouxessem o rabino
para que o bispo pudesse discutir com
nobre era causar um grande constran-
Uma parte da população de Praga
gimento à comunidade judaica local,
era inimiga dos judeus. Eram pesso-
envergonhando-os e humilhando-os
as que odiavam mortalmente e sem
Antes que o bispo pudesse dizer
ainda mais.
motivos o Povo de Israel. Aproveitan-
qualquer coisa, os soldados entraram
ele e humilhá-lo.
Os soldados do duque, cumprindo
do-se da infelicidade causada com a
no salão trazendo Rashi. Qual não foi
suas ordens, foram até a casa onde
prisão de Rashi, muitos destes inimi-
a surpresa do duque ao ver o bispo de
Rashi se hospedara, amarraram-no
gos dos judeus se reuniram rapida-
Praga, um dos maiores líderes cristãos
e arrastaram-no para fora, enquan-
mente e resolveram que era uma hora
do mundo, correr em direção ao rabi-
to gritavam e xingavam o sábio pelas
propícia para atacar impunemente a
no, abraçando-o e beijando-o caloro-
ruas da cidade. Os judeus que saíram
comunidade judaica. Então, o bairro
samente. O bispo era ninguém menos
das suas casas para ver o que estava
judeu foi invadido por uma horda de
que o padre que anos antes tinha fei-
acontecendo, acompanharam o epi-
furiosos bandidos, que quebraram e
to amizade com o grande tsadic. Ele
sódio com grande tristeza, sem que
saquearam as propriedades e as lojas
reconheceu imediatamente o homem
nada pudessem fazer para ajudar o
dos judeus, enquanto espancavam to-
que salvara sua vida e não escondeu
tsadic.
dos que encontravam pela frente, es-
sua emoção ao avistá-lo novamente no
palhando pânico e terror pelas ruas
palácio do duque.
Logo, uma comissão dos judeus
mais importantes da cidade se reu-
Depois que o bispo se recuperou
da cidade.
niu para tentar descobrir o motivo
A tristeza de Rashi, que ficou sa-
um pouco da emoção do reencontro
da prisão do grande sábio e planejar
bendo da infeliz situação de seus ir-
com Rashi, virou-se para o espanta-
algo que pudesse fazer para salvá-lo.
mãos, não tinha limites. Mesmo preso
do duque e contou-lhe em detalhes
Lembretes Para
Quando Estiver na Sinagoga
O respeito pelo bêt hakenêsset é uma mitsvá da Torá.
Conversas sobre negócios, mesmo não sendo conversas fúteis,
também são proibidas no recinto da sinagoga.
Ao entrar na sinagoga para chamar um amigo, deve-se primeiro ler
um capítulo de Tehilim ou estudar Torá.
Não se dorme nem se cochila no bêt hakenêsset.
É proibido entrar por uma porta da sinagoga e sair pela outra para
cortar caminho, exceto para realizar uma mitsvá.
É preferível rezar em um bêt hakenêsset
onde haja muitas pessoas (berov am) rezando.
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Ben Ish Chay, Parashat Vayêshev
ZARAPLAST
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Infantil
toda a história sucedida entre eles.
possível para cumpri-la.
Concluindo suas palavras, o bispo
O duque, que era um homem mui-
disse que aquele homem tratara dele
to religioso, ficou bastante impres-
como um irmão na hora que mais
sionado com o respeito que o bispo
precisara e que devia sua vida ao sá-
despendia ao sábio judeu. Ele acabou
bio judeu.
concordando com os pedidos do bispo
– Se é assim – disse o duque um
para ajudar os judeus de Praga. Além
tanto decepcionado – soltarei imedia-
disso, a Igreja era muito poderosa e o
tamente o rabino e deixarei que ele
bispo era um homem muito influente,
volte para sua casa.
de forma que não valia a pena contra-
– Diga-me uma coisa, meu querido
riar suas vontades.
amigo – disse o bispo a Rabi Shelomô
Assim, o duque perseguiu e pren-
antes da despedida. – Existe algo que
deu todas as pessoas que haviam sa-
eu possa fazer por você?
queado o bairro judeu naquela opor-
– Sim, parece que sim – respondeu
tunidade. Os invasores foram casti-
o rabi. – Meus irmãos têm sido per-
gados e os judeus foram ressarcidos
seguidos, torturados e humilhados
de seus prejuízos.
nesta cidade. Por favor, peça ao du-
A imensa bondade de Rabi Shelo-
que que impeça essas barbaridades e
mô com todas as pessoas e seu amor
acabe com o sofrimento de meu povo.
irrestrito para com seus irmãos judeus
– Eu me lembro muito bem da pro-
deram frutos. A partir de então, du-
messa que lhe fiz há tantos anos – dis-
rante muitos anos, os judeus de Praga
se o bispo. – Certamente farei todo o
puderam viver em paz.
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Markos Iossif Vital ben Rachel z’’l
Nathan Halevi ben Mercada z’’l
Nissim ben Emilie z’’l
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