Nulidade Matrimonial

Transcrição

Nulidade Matrimonial
Revista da Diocese de Caratinga
Ano LIX - Nº 894 - Março de 2016
Nulidade Matrimonial
1144444
R$ 5,00
Diocese realiza mudanças no clero | Instituto N. Sra. das Graças em festa!
santo
Santo do Mês
São José
EXPEDIENTE
DIRETOR
Dom Emanuel Messias de Oliveira
Bispo Diocesano de Caratinga
..............................................................................................
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Mons. Raul Motta de Oliveira
Registro de Jornalista: Nº 1788 - MTPS-DR
36090/71
..............................................................................................
REDATOR
Pe. José Geraldo de Gouveia
..............................................................................................
COLABORADORES
Itamar Batista Gouveia (Arte na Igreja), Pe.
Ademilson Tadeu Quirino (Pastoral do Dízimo),
Alba S. Soares (Editorial),Pe. Agrimaldo José
Teixeira (Capa), Dom Paulo Mendes Peixoto
(Dom Paulo).
..............................................................................................
CONSELHO EDITORIAL
Pe. Dione J. Vieira Leandro, Henrique
Geraldo Soares, Higor Luiz A. Nepomuceno,
José Geraldo da Silva, Malvino R. Pires Neto,
Heitor Soares Sanglard
..............................................................................................
REVISORA E ORGANIZADORA DE TEXTOS
Alba da Silva Soares
..............................................................................................
DIAGRAMADOR
Itamar Batista de Gouveia
..............................................................................................
IMPRESSÃO
Gráfica Editora Dom Carloto Ltda.
..............................................................................................
ASSINATURAS, CORRESPONDÊNCIA E
EXPEDIÇÃO:
Livraria Dom Carloto
Praça Cesário Alvim 156, CEP 35300-036
Caratinga MG
Tel: (33) 3321-2521 / (33) 3321-9558
E-mail: [email protected]
..............................................................................................
editorial
O Senhor Jesus é manso
e misericordioso juiz
No dia 8 de setembro de 2015, o Papa Francisco
assinou uma histórica reforma para simplificar e acelerar
os processos de nulidade do matrimônio. A inovação foi
apresentada no Vaticano por um grupo de quatro especialistas em direito canônico e um especialista em teologia. Somente dois papas na história recente da Igreja haviam feito uma reforma sobre as causas de declaração de
nulidade matrimonial: Bento XIV (1741) e Pio X (1908),
segundo explicou o decano da Rota Romana e presidente
da comissão encarregada, Dom Pio Vito. (Postado em:
http://pt.aleteia.org/2015/09/11)
Com essa decisão o Santo Padre acentua mais
ainda uma de suas principais características, a misericórdia. Temos consciência que para a Igreja não existe divórcio, mas a invalidade do matrimônio, ou seja, por um
motivo ou outro, muito sério, o sacramento foi inválido,
não aconteceu. Mas grande é o sofrimento e a angústia
daqueles que esperam por uma resposta para decidirem
suas vidas. Quem já passou por alguma situação que dependia da resposta de outra pessoa para que sua vida
caminhasse, sabe do que estamos falando. E é exatamente para agilizar e diminuir esta espera que o papa
Francisco decidiu fazer esta reforma.
Outro aspecto muito importante desta reforma
está centrado em dois itens: os pobres e a proximidade
da Igreja dos que sofrem. Papa Francisco com esta atitude
quer que todos compreendam que o amor de Deus vai
além de tudo que este mundo nos oferece. Talvez comparar o amor de Deus com os oceanos seria pouco. Ele
nos busca e nos resgata o tempo todo e nunca se cansa
ou desiste de nenhum de nós, mesmo os que deram um
passo em falso na vida. E se esse passo é passível de correção quem somos nós para dificultar essa chance, que
é de direito, de pisar corretamente e caminhar de forma
certa?
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo,
e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração;
e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o
meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mateus11: 2830). São exatamente essas palavras que nosso papa colocou em prática em setembro de 2015 e quer que também
tenhamos a mesma atitude diante daqueles que sofrem,
levá-los a estar novamente do lado Daquele cujo julgo é
suave e o fardo é leve. Esperamos com essa edição ajudar a esclarecer as decisões tomadas pelo santo Padre nos
documentos, “Mitis Iudex Dominus Iesus” (Senhor Jesus
manso juiz) e “Mitis et misericors Iesus” (Jesus manso
e misericordioso), em relação aos processos de nulidade
matrimonial. Uma boa leitura a todos !
Diretrizes 894 | Março de 2016
1
SUMÁRIO
08 CAPA
Nulidade Matrimonial
O Papa Francisco promulgou, no dia 08 de
setembro de 2015, duas Cartas Apostólicas,
em forma de “motu proprio”, reformando
os processos de nulidade matrimonial. Um
dos documentos tem o título: “Mitis Iudex
Dominus Iesus”...
03
| Eventos
18
04
| Mural do Leitor
20 |
06
| Palavra do Pastor
22
| Dízimo
08
| Palavra do Papa
24
| Dom Paulo
14
| Diocese
25
| Comentários Homiléticos
17
| Igreja Aqui Ali
34 |
| Reflexão
Arte na Igreja
Calendários
EVENTOS DA DIOCESE
2º Encontro Diocesano dos Grupos de Reflexão
Dia 13 de Março na UNEC I, Caratinga, a partir das 8 horas.
Mais informações no escritório paroquial
da Catedral São João Batista.
Venha participar !
Diretrizes 894 | Março de 2016
3
L
A
R
U
M
DO
Muito
importante o tema tratado na edição 892 sobre os Grupos de Reflexão; dá ânimo e incentivo a nossa caminhada de Igreja saber que
nosso trabalho está sendo valorizado.
Maria Soares, Inhapim. Mensagem enviada
na fanpage facebook
Parabéns, DIRETRIZES, sempre
dando o melhor de si para cumprir
o seu papel e desempenhar tão brilhantemente sua função!
Luiz Antônio – São Francisco do Glória.
Mensagem enviada pelo site.
Parabéns! A revista Diretrizes ficou muito bonita com seu novo formato. Diretrizes sempre
teve a função de evangelizar e agora com o novo visual vem atender muito melhor nossas expectativas. Ainda tem o encarte da Direkidis que muito contribui para os encontros
catequéticos. Estão de parabéns tanto pela arte visual quanto pelo conteúdo.
Maria José Silva, Caratinga. Mensagem enviada pelo facebook
4 Diretrizes 894
| Março de 2016
Com um novo jeito, a revista Diretrizes ficou ainda melhor.
Ela é um meio de evangelização que alcança
todas as comunidades de nossa diocese. Com a revista estamos sempre muito bem informados sobre nossa Igreja; as partes que
mais me chamam a atenção são Direito Canônico, Pastoral e Catequese
que, contribuem muito para nossa formação como leigos a serviço da Igreja. A
equipe de Diretrizes está
de parabéns!
Danillo Rodrigues, Coordenador do Grupo de Acólitos do Santuário do Senhor
Bom Jesus, Caratinga
ACESSE
www.revistadiretrizes.com.br
Parabéns, esta veio para ficar! Deus ilumine toda equipe!
Rogério Fernandes. Mensagem envida pelo facebook.
Diretrizes 894 | Março de 2016
5
PALAVRA DO PASTOR
Dom Emanuel Messias de Oliveira - Bispo Diocesano de Caratinga
NÃO EXISTE
divórcio na Igreja
P
or ocasião do Sínodo da
Família (outubro de 2015),
parece que muita gente,
mal informada, aguardava
ansiosamente uma Palavra
sobre os recasados, no sentido de
uma liberação para o casamento,
ou pelo menos a possibilidade dos
recasados receberem a comunhão.
É bom relembrar que o matrimônio
cristão é um sacramento. Está fundado na Palavra de Jesus. Não se
trata de uma disciplina da Igreja,
que ela pode alterar: “O que Deus
uniu o homem não separe” (Mc
10,9). A Igreja nunca altera um texto bíblico. É revelação divina: “Em
casa, os discípulos perguntaram a
Jesus de novo sobre isso. E ele lhes
respondeu: “Aquele que se divorcia
de sua mulher e casa com outra
comete adultério contra ela. E, se
ela se divorciar do marido e casar
com outro, comete adultério” (Mc
10,10-12). Aqui está a razão pela
qual sofremos por não poder acolher os recasados para a comunhão
sacramental.
O Sínodo tratou da família
sobre diversos aspectos. Sobre este
e outros casos, o Sínodo pede o
máximo de acolhida, de atenção,
de respeito pelas pessoas em situação difícil. A Igreja deve ser acolhedora, samaritana. Ela pede para
6 Diretrizes 894
| Março de 2016
atender atenciosamente estas pessoas, ouvi-las, orientá-las. Recomenda que elas não se afastem da
Igreja, pois a misericórdia de Deus
ultrapassa a Igreja; orienta que elas
devem participar da missa aos domingos e, no lugar da comunhão
sacramental, elas devem fazer uma
comunhão espiritual, que é muito
importante para a vida a dois. Os
recasados sabem disso, mas o desejo mesmo é a comunhão sacramental. Só este desejo já mostra o
valor que eles têm pela Eucaristia.
Isto já é um dado muito importante, que não deve ser menosprezado.
Mas
você,
querido(a)
leitor(a), pode dizer: “Eu já vi pessoas separadas de um primeiro
matrimônio casarem-se de novo”.
É verdade! Quando isso acontece é
porque a pessoa procurou o Tribunal Eclesiástico para averiguar se o
seu casamento foi válido ou não.
Para isso existe todo um Processo,
parecido um pouco com os processos civis. Se o Tribunal Eclesiástico chegar à conclusão de que faltou o necessário para a validez do
sacramento, ela declara a Nulidade
Matrimonial. Isto não é anulação
do casamento. Isto não significa
divórcio, mas significa que, apesar
da cerimônia bonitinha, não houve
sacramento. Então, “Declaração
de Nulidade Matrimonial” não é
separar o que Deus uniu, mas a
afirmação de que Deus não uniu,
ou seja, não houve sacramento por
alguma razão séria que neste artigo inicial não dá para explicar, pois
ao longo da revista deste mês será
bem esclarecido em outros artigos.
Se não houve sacramento, a pessoa está livre para um verdadeiro
casamento, ou seja, para receber o
sacramento do matrimônio.
[ “O que
Deus uniu o
homem não
separe”
(Mc 10,9). ]
PALAVRA DO PAPA
Papa Francisco. Audiência geral, quarta-feira, 24 de junho de 2014
Na FAMÍLIA, tudo
está INTERLIGADO
N
as últimas catequeses
falamos da família que
vive as
fragilidades da condição
humana, a pobreza,
a doença, a morte. Ao contrário,
hoje refletimos sobre as feridas
que se abrem precisamente no
seio da convivência familiar. Ou
seja, quando na própria família nos
magoamos reciprocamente. O aspecto mais negativo!
Sabemos bem que em
nenhuma história familiar faltam
momentos em que a intimidade
dos afetos mais queridos é ofendida pelo comportamento dos
seus membros. Palavras e ações (e
omissões!) que, em vez de exprimir
amor, o subtraem ou, pior ainda, o
mortificam. Quando estas feridas,
ainda remediáveis, são descuidadas, agravam-se: transformam-se
em prepotência, hostilidade, desprezo. E a este ponto podem tornar-se lacerações profundas, que
separam marido e esposa, que induzem a procurar alhures entendimentos, apoio e consolação. Mas
frequentemente estes «apoios»
não pensam no bem da família!
O esvaziamento do amor conjugal difunde ressentimento nas
relações. E muitas vezes a desunião
«desaba» sobre os filhos.
Então, os filhos. Gostaria
de analisar um pouco este ponto.
Não obstante a nossa sensibilidade
aparentemente evoluída, e todas
as nossas requintadas análises
psicológicas, pergunto-me se não
nos entorpecemos também em
relação às feridas da alma das crianças. Quanto mais se procura
compensar com presentes e docinhos, tanto mais se perde o sentido das feridas — mais dolorosas
e profundas — da alma. Falamos
muito sobre distúrbios de comportamento, saúde psíquica, bemestar da criança, ansiedade dos
pais e dos filhos... Mas sabemos
porventura o que é uma ferida da
alma? Sentimos o peso da mon-
tanha que esmaga a alma de uma
criança, nas famílias onde as pessoas se magoam reciprocamente
e causam mal umas às outras, até
quebrar o vínculo da fidelidade
conjugal? Que peso tem nas nossas escolhas — escolhas erradas,
por exemplo — quanta importância tem a alma das crianças? Quando os adultos perdem o raciocínio,
quando cada um só pensa em si
mesmo, quando o pai e a mãe se
ferem, a alma das crianças sofre
muito, prova um sentido de desespero. E são feridas que deixam a
marca para toda a vida.
[ Marido e
esposa são
uma
só
carne. ]
Na família, tudo está interligado: quando a sua alma está
ferida em qualquer ponto, a infecção contagia todos. E quando
um homem e uma mulher, que
se comprometeram a ser «uma
só carne» e a formar uma família, pensam obsessivamente nas
próprias exigências de liberdade e
de gratificação, este desvio corrói
profundamente o coração e a vida
dos filhos. Muitas vezes as crianças escondem-se para
chorar
sozinhas... Devemos compreender
bem isto. Marido e esposa são uma
só carne. Mas as suas criaturas são
carne da sua carne. Se pensarmos
na severidade com a qual Jesus
admoesta os adultos para que
não escandalizassem os pequeninos — ouvimos o trecho do Evangelho — (cf. Mt 18, 6), podemos
compreender melhor também a
palavra sobre a grande responsabilidade de preservar o vínculo
conjugal que dá início à família
humana (cf. Mt 19, 6-9). Quando o
homem e a mulher se tornam uma
só carne, todas as feridas e todos
os abandonos do pai e da mãe incidem sobre a carne viva dos filhos.
Por outro lado, é verdade que há
casos em que a separação é inevitável. Por vezes, pode tornar-se até
moralmente necessária, quando se
trata de defender o cônjuge mais
frágil, ou os filhos pequenos, das
feridas mais graves causadas pela
prepotência e a violência, pela humilhação e a exploração, pela
alienação e a indiferença.
Graças a Deus não faltam
aqueles que, apoiados pela fé e
pelo amor aos filhos, testemunham a sua fidelidade e um vínculo no qual acreditaram, embora
pareça impossível fazê-lo reviver.
Contudo, nem todos os separados
sentem esta vocação. Nem todos
reconhecem, na solidão, um apelo
que o Senhor lhes dirige. Ao nosso
redor encontramos diversas famílias em situações chamadas irregulares — eu não gosto desta palavra
— e colocamo-nos muitas interrogações. Como podemos ajudá-las?
Como podemos acompanhá-las?
Como podemos acompanhá-las
para que as crianças não se tornem
reféns do pai ou da mãe?
Peçamos ao Senhor uma fé grande,
a fim de ver a realidade com o olhar de Deus; e uma grande caridade, para aproximar as pessoas
ao seu Coração misericordioso.
Diretrizes 894 | Março de 2016
9
MATÉRIA DE CAPA
Pe. Agrimaldo José Teixieira
Reforma do processo de
Nulidade Matrimonial
O
Papa Francisco promulgou, no dia 08 de
setembro de 2015,
duas Cartas Apostólicas, em forma de
“motu proprio”, reformando os
processos de nulidade matrimonial. Um dos documentos tem o título: “Mitis Iudex Dominus Iesus” (O
Senhor Jesus, Juiz Clemente), sobre
a reforma do processo canônico
para as causas de declaração de
nulidade do matrimônio no Código de Direito Canônico. O outro traz o seguinte título: “Mitis et
misericors Iesus” (Jesus Clemente e
Misericordioso), que renova a disciplina dos processos matrimoniais
no Código dos Cânones das Igrejas
Orientais.
Neste artigo, apresentaremos a reforma que o Papa fez no
Código de Direito Canônico, que
nós, da Igreja Latina, temos que
seguir. No caso das Igrejas Católicas Orientais, que estão em comunhão com Roma e o Papa, elas
têm um Código próprio, que foi
promulgado pelo Papa São João
Paulo II, em 1990.
O objetivo do nosso Papa,
com essa reforma, é fazer com
que os processos se tornem mais
rápidos e acessíveis. O seu desejo
não é favorecer a nulidade dos
matrimônios, “mas a celeridade
dos processos, assim como uma
justa simplicidade, a fim de que,
por causa da demora na decisão
do juiz, o coração dos fiéis que
10 Diretrizes 894
| Março de 2016
aguardam o esclarecimento de sua
situação não mergulhe por muito
tempo nas trevas da dúvida” (Mitis
Iudex Dominus Iesus).
A Igreja Católica continua afirmando o princípio da
indissolubilidade do matrimônio.
As propriedades essenciais do
matrimônio são a unidade e a indissolubilidade (cf. cân. 1056), ou
seja, um homem se casa com uma
mulher, para formarem um consórcio de toda a vida. E a Igreja
Católica mantém esse princípio,
por causa da Palavra de Jesus, que
diz: “O que Deus uniu, o homem
não deve separar” (Mt 19, 6).
Porém, para que o
matrimônio seja válido, é preciso
que as pessoas que vão se casar
tenham liberdade para fazer a
sua escolha e tenham consciência
do que vão assumir. Se faltarem a
liberdade e a consciência do compromisso que se deve assumir,
o casamento poderá ser nulo. E
se uma das partes ou ambas não
prestarem um consentimento verdadeiro, isto é, se usarem de simulação, o matrimônio poderá ser
nulo. Na simulação, a pessoa que
se casa tem consciência do que
está assumindo, mas rejeita internamente o matrimônio como a
Igreja o propõe, ou rejeita alguma
propriedade essencial ou algum
elemento essencial do matrimônio.
Em alguns casos, também, a pessoa pode não ser capaz de prestar
um verdadeiro consentimento, ou
por falta de maturidade ou por
causas de natureza psíquica.
A
nulidade
de
um
matrimônio, no entanto, precisa
ser provada, pois o matrimônio
goza do favor do direito (cf. cân.
1060). Enquanto não se prove o
contrário, um matrimônio deve ser
considerado válido.
Por isso, temos na Igreja
Católica os Tribunais Eclesiásticos, que realizam os processos de
nulidade matrimonial e também
alguns outros tipos de processos. Esses processos já existem há
muito tempo na Igreja. Recentemente, o Papa Francisco fez algumas mudanças nesses processos,
para torná-los mais ágeis e mais
acessíveis às pessoas que desejam realizá-los. E as novas normas
entraram em vigor no dia 08 de
dezembro de 2015.
Para que haja maior acessibilidade das pessoas aos tribunais, o Papa pede que cada bispo
constitua, para a sua diocese, um
tribunal diocesano para as causas
de nulidade matrimonial, embora
o bispo possa agregar-se a outro
tribunal diocesano ou interdiocesano mais próximo (cf. Mitis
Iudex Dominus Iesus, Art. 1, cân.
1673 §2).
Para facilitar também o
acesso das pessoas aos tribunais,
foi feita uma mudança na norma
sobre o foro competente: “Nas
causas de nulidade do matrimônio
não reservadas à Sé Apostólica, são
competentes: 1. O tribunal do lugar
onde foi celebrado o matrimônio;
2. O tribunal do lugar onde uma
ou a outra parte têm domicílio ou
quase domicílio; 3. O tribunal do
lugar, em que, de fato, deve ser
recolhida a maior parte das provas” (cf. Mitis Iudex Dominus Iesus,
Art. 1, cân. 1672). Existem casos em
que a pessoa se casa em uma diocese e, depois, se muda para um
lugar distante, em outra diocese.
Com essa mudança na norma sobre o foro competente, torna-se
mais fácil realizar o processo onde
a pessoa reside.
Com essa reforma, é possível nomear mais leigos para
serem juízes nos tribunais eclesiásticos. O colégio judicante normalmente é composto por três juízes.
Na norma anterior, somente um
leigo poderia participar desse colégio; agora, podem ser dois leigos.
Uma mudança bastante relevante
é que já não existe mais a obrigatoriedade de enviar os processos
para a segunda instância. Na nor-
ma anterior, mesmo que o tribunal
da primeira instância declarasse a
nulidade de um matrimônio, era
necessário enviar os autos e a sentença para um tribunal de segunda
instância, para que fosse examinado todo o processo e realizado um
novo julgamento. Somente se o tribunal de segunda instância confirmasse a nulidade do matrimônio, é
que a sentença se tornava executiva
e as partes poderiam contrair novo
matrimônio. A partir de agora, o
tribunal de segunda instância será
somente tribunal de apelo mesmo.
Se alguma das partes se sentir
prejudicada por causa da decisão
do tribunal de primeira instância,
poderá apelar para o tribunal de
segunda instância, assim como o
promotor de justiça e o defensor
do vínculo (cf. Mitis Iudex Dominus
Iesus, Art. 4, cân. 1680 §1).
Além do processo ordinário nas
causas de nulidade matrimonial,
haverá também o chamado pro-
cesso mais breve, que é uma novidade trazida por esse documento
do Papa.
Para que se realize o processo mais breve, é preciso que: “1.
A petição seja proposta por ambos
os cônjuges ou por um deles, com
o consentimento do outro; 2. Concorram circunstâncias de coisas ou
de pessoas, apoiadas em testemunhos ou documentos que não
precisem de uma ponderação ou
investigação mais acurada e que
tornem evidente a nulidade” (cf.
Mitis Iudex Dominus Iesus, Art. 5,
cân. 1683).
Entre as circunstâncias que
permitem a realização do processo
mais breve, incluem-se, por exemplo: a falta de fé que pode gerar
a simulação do consentimento ou
um erro capaz de determinar a
vontade; a brevidade da convivência conjugal; o aborto procurado
Diretrizes 894 | Março de 2016
11
para evitar a procriação; a permanência pertinaz num relacionamento extraconjugal na época do
casamento ou imediatamente depois; a ocultação dolosa de esterilidade ou de doença grave contagiosa ou de filhos nascidos de união
precedente, ou de ter sofrido pena
de prisão; uma causa para contrair
completamente estranha à vida
conjugal ou a gravidez não prevista da mulher; a violência física
provocada para extorquir o consentimento; a falta de uso da razão
comprovada mediante laudos médicos, etc. (cf. Mitis Iudex Dominus
Iesus, Regras Processuais, Art. 14
§1).
O vigário judicial, ao receber o libelo, deve decidir se a
causa deve ser julgada pelo processo ordinário ou pelo processo
mais breve. Se for pelo processo
mais breve, o vigário judicial, no
mesmo decreto em que determina
a fórmula da dúvida, deve nomear
o instrutor e o assessor e fazer a
citação, para uma sessão a ser realizada num prazo não além de
trinta dias, de todos aqueles que
dela devem participar, ou seja, as
partes e o defensor do vínculo (cf.
Mitis Iudex Dominus Iesus, Art. 5,
cân. 1685).
Depois, o instrutor deve
recolher as provas, se possível
numa única sessão, e determinar
um prazo de quinze dias para a
apresentação das observações em
favor do vínculo e das defesas das
partes.
No processo mais breve,
o bispo é quem deve emanar a
sentença. Por isso, “recebidos os
autos, o bispo diocesano, após
ter consultado o instrutor e o assessor, e tendo ponderado as observações do defensor do vínculo e
as defesas das partes, se houver, se
chegar à certeza moral da nulidade
do matrimônio, emita a sentença.
Caso contrário, envie a causa à via
ordinária” (cf. Mitis Iudex Dominus
Iesus, Art. 5, cân. 1687 §1).
12 Diretrizes 894
| Março de 2016
No caso do processo mais
breve, contra a sentença do bispo,
apela-se ao Metropolita ou ao Tribunal da Rota Romana. E se a sentença tiver sido dada pelo próprio
Metropolita, apela-se ao sufragâneo mais antigo (cf. Mitis Iudex
Dominus Iesus, Art. 5, cân. 1687
§3). O Metropolita é aquele que
preside uma província eclesiástica, a qual é um agrupamento
de dioceses vizinhas. Na província
eclesiástica, há uma diocese principal, chamada de arquidiocese, e as
dioceses sufragâneas.
As propriedades
essenciais do
matrimônio são
a unidade e a indissolubilidade
Além do processo ordinário e do processo mais breve,
existe o processo documental. Esse
tipo de processo é realizado quando o matrimônio é nulo, por causa
de um impedimento dirimente ou
por falta da forma legítima. Impedimento dirimente é aquele que
torna nulo o matrimônio. Por exemplo, se dois primos em primeiro
grau desejam se casar, não é permitido, porque existe o impedimento de consanguinidade. Assim,
é necessário pedir uma dispensa
da lei. A forma canônica consiste
num conjunto de formalidades
jurídicas, que devem ser seguidas,
para que o matrimônio possa ser
contraído validamente. Se constar,
com certeza, que não foi dada a
dispensa do impedimento ou da
forma canônica, faz-se o processo
documental, que também é um
processo rápido.
Recebido o libelo, o bispo
diocesano ou o vigário judicial,
omitindo as formalidades do processo ordinário, mas citando as
partes e com a participação do
defensor do vínculo, pode declarar, por sentença, a nulidade do
matrimônio, se constar, por algum
documento, que o matrimônio foi
nulo por falta da dispensa de algum impedimento ou da forma
canônica (cf. Mitis Iudex Dominus
Iesus, Art. 6, cân. 1688).
Nesse tipo de processo,
pode-se também fazer a apelação.
Tanto a parte que se sentir prejudicada, como o defensor do vínculo,
se julgar que os vícios alegados ou
a falta de dispensa não são certos,
podem apelar ao juiz de segunda
instância (cf. Mitis Iudex Dominus
Iesus, Art. 6, cân. 1689).
Na sua Carta Apostólica,
o Papa pede que os bispos acompanhem, com solicitude pastoral,
os cônjuges separados ou divorciados. Eles compartilham com os
párocos o cuidado pastoral para
com esses fiéis em dificuldade. E
quando esses casais separados ou
divorciados duvidam da validade
do seu matrimônio ou estão convencidos de sua nulidade, devem
ser encaminhados para que realizem o processo de nulidade matrimonial.
Outra coisa que o Papa
pede é que os bispos invistam na
formação de pessoas que sejam
capazes de dar sua contribuição no
tribunal para as causas matrimoniais, pois os tribunais eclesiásticos
necessitam de pessoas com uma
formação especializada em Direito
Canônico, para que possam ser realizados os processos.
Libelo
Para se iniciar um
processo, é preciso que a
pessoa escreva um libelo,
isto é, um escrito breve, ordenado e claro, no qual a
parte demandante (aquela
que quer dar abertura a um
processo) indica o objeto
da controvérsia com outra
pessoa, e com o qual pede
explicitamente a intervenção do juiz competente (cf.
cân. 1502).
O libelo deve: “1.
Dizer diante de qual juiz se
introduz a causa, o que se
pede e de quem se pede; 2.
Indicar o direito em que se
fundamenta o autor e, ao
menos de modo geral, os
fatos e provas que possam
demonstrar o que é alegado; 3. Ser assinado pelo autor ou seu procurador, com
a indicação do dia, mês e
ano, do lugar onde residem
o autor ou o procurador ou
onde disserem residir, para
a recepção dos atos que
lhes devem ser comunicados; 4. Indicar o domicílio
ou quase domicílio da
parte demandada” (cân.
1504).
No caso do processo
de declaração de nulidade,
a parte demandante, ao
escrever o libelo, deve dizer, de forma breve, como
conheceu a outra parte,
como foi o tempo de nam-
oro e noivado, como foi o
dia do matrimônio e a vida
conjugal, quais os problemas surgidos durante
esse tempo e o que levou
o casamento ao fracasso,
indicando alguns motivos
pelos quais pensa que o
seu matrimônio seja nulo.
Com o libelo, faz-se, então,
uma petição formal para a
abertura de um processo.
“O libelo com o qual
se introduz o processo
mais breve, além das coisas
enumeradas no cân. 1504,
deve: 1. Expor, de modo
breve, íntegro e claro, os
fatos em que se fundamenta a petição; 2. Indicar
as provas que podem ser
coletadas imediatamente
pelo juiz; 3. Mostrar, em
anexo, os documentos em
que se apoia a petição” (cf.
Mitis Iudex Dominus Iesus,
Art. 6, cân. 1688).
Diretrizes 894 | Março de 2016
13
DIOCESE
Diocese realiza mudanças no clero
O bispo diocesano Dom Emanuel Messias de Oliveira realizou, no mês de janeiro
mudanças no clero da diocese, observando as necessidades pastorais da Igreja, e para
o bem do povo de Deus.
Pe. José Carlos de Oliveira deixou a Paróquia de N.Sra. da Conceição em Caratinga e assumiu a
Paróquia de São Judas Tadeu no dia 16/1, como pároco. E Pe. José Geraldo Gouveia se tornou seu
vigário paroquial.
Pe. Geziel José de Almeida deixou a Paróquia de São Judas Tadeu em Caratinga e assumiu a
Paróquia de Santo Estevão em Iapu, como pároco.
Pe. José Antônio Nogueira assumiu a Paróquia de Sta.Rita de Cássia, em Sta. Rita de Minas no dia
17/1, como pároco.
Pe. Ruimar Lopes Machado deixa a Paróquia de Divino, onde era Vigário, e passou a ser Vigário da
Paróquia de Sta. Rita de Cássia.
Pe. Moacir Ramos Nogueira deixa a Paróquia de Santo Estevão, em
Iapu, e assumiu a Paróquia de São João Batista, Catedral, no dia 16/1,
como pároco. E Pe. Agrimaldo Teixeira deixou a Paróquia do Senhor Bom Jesus do bairro Santa Cruz em Caratinga, onde era
pároco e foi apresentado como vigário da Catedral, também
no dia 16.
Pe. Marlone Pedrosa deixou a Paróquia de
N.Sra. da Conceição, em Vermelho Novo e
assumiu a Paróquia de N.Sra. da Conceição
em Caratinga no dia 23/1, como pároco.
Pe. Elias Garcia Moraes deixou a Paróquia do
Senhor Bom Jesus, em Caratinga, onde era
Vigário e assume a Paróquia de N.Sra. da Conceição de Vermelho Novo como pároco.
Pe. José Raul dos Santos Oliveira continua na
Catedral como vigário e assume a Paróquia de
Vermelho Velho no dia, 24/1 como Administrador Paroquial.
Pe. Flávio Ferreira asuumiu a paróquia do Se
nhor Bom Jesus em Caratinga, como administrador paroquial no dia 31/1.
14 Diretrizes 894
| Março de 2016
CURSO DE FÉRIAS SUPERA EXPECTATIVAS
“Quero ver o direito brotar
como fonte e correr a Justiça qual
riacho que não seca” (Am 5.24).
Com essas palavras lindas do Profeta Amós e com toda a disponibilidade e alegria do povo de Deus
iniciou-se o Curso de Férias para
Educadores Populares e Agentes
Pastorais da Diocese de Caratinga.
O curso aconteceu de 21 a 24 de
janeiro na UNEC I. Com o Tema
da Campanha da Fraternidade
Ecumênica que traz Ecumenismo
e Meio Ambiente “Casa Comum
nossa responsabilidade” , todos
foram conduzidos em um espaço
de cidadania, diálogo, aprendizado e unidade, com os irmãos evangélicos, afro-brasileiros, indígenas
e ortodoxos para promover ações
concretas de promoção à cultura
de paz e à proteção ao meio ambiente.
No dia 21 a apresentação
ficou por conta da Paróquia Nossa
Senhora do Carmo e a mística de
abertura foi conduzida pela Associação das Culturas Tradicionais,
Dom Emanuel e o Clero se uniram
em uma oração feita pelo Cacique
Ubiracy de Santa Cruz de CabráliaBA, e Padre Nelito Nonato, que
discursou sobre a Campanha da
Fraternidade 2016.
Na sexta-feira, de manhã,
a Professora Doutora Dulce Maria Pereira da UFOP (Universidade
Federal de Ouro Preto), explanou
sobre Políticas Econômicas e garantias de direitos sociais e ambientais. Desafios ambientais contemporâneos e o Saneamento
Básico. A aconteceu as oficinas: A
Arte de cuidar, água e agroecologia, audiovisual e comunicação
digital, capoeira, dança criativa
e afroconsciência, educação ambiental, inclusão da cidadania e
sustentabilidade, montador de
projetos, música e confecção de
instrumentos, naturoterapia, teatro e terapias: indígena, comunitária e corporal, e encerraram os
trabalhos com a noite cultural
No sábado os terapeutas
Marlene Rodrigues e José Galvão
da Silva, palestraram sobre Terapia Comunitária Integrativa: Uma
metodologia inovadora de cuidado e promoção a saúde. A tarde
continuaram as oficinas que consolidaram os projetos e atividades
para serem apresentadas na noite
cultural e no encerramento, no
domingo. A noite cultural contou
com o Bloco de Latas: Batuque
Batucada, reciclando vidas, lançamento do DVD, apresentação da
oficina de capoeira e oficina de
confecção de instrumentos, dança
do Grupo Afro-brasileiro de Cataguases e muita animação.
No domingo, o Pastor
Jaider Rodrigues Gonçalves, Secretário Municipal de Educação, palestrou sobre Ecumenismo e Meio
Ambiente. Em seguida Padre José
Geraldo de Gouveia discursou
sobre os Profetas, promotores da
Justiça, na defesa da vida e dos
direitos dos pobres. Logo após
houve a apresentação das oficinas
de Teatro, Dança Criativa e afroconciência e Terapia Indígena. Para
encerrar com chave de ouro foi
celebrada a Santa Missa presidida
por Dom Emanuel Messias de Oliveira. Ao final todos se dirigiram
para a EE Princesa Isabel para o almoço de confraternização.
Os organizadores do
evento agradece a todos que de
alguma forma ajudaram. “A terra
foi preparada, as sementes foram
plantadas e regadas... o segundo
curso de férias está sendo gestado
para 2017 e contamos com a colaboração de todos”, concluiu Giuliane Quintino Teixeira uma das
organizadoras do evento.
Instituto das Irmãs Missionárias de
Nossa Senhora das Graças em festa!
No dia 28 de janeiro as
Irmãs Gracianas comemoraram
os 25 anos de vida consagrada
das irmãs Cidisnem Garcia de
Matos,Heloísa Maria das Graças
Teixeira, Maria Aparecia Teixeira,
Júlia Faria, Eleusa Ferraz, Luzia Inês
Perine e Ângela Maria de Souza na
ocasião do aniversário de fundação
do Instituto. A solenidade aconteceu na capela Nossa Senhora do
Rosário na Casa de Formação Nossa Senhora do Rosário, bairro Santo
Antônio, em Caratinga. Estiveram
presentes familiares, benfeitores,
amigos e Leigos Missionários Gracianos.
Como se não bastasse a
alegria em festejar as bodas das
16 Diretrizes 894
| Março de 2016
irmãs e o aniversário de fundação
do Instituto as irmãs junioristas:
Vânia Danielle, Rosandes Sampaio,
Maria da Consolação e Juliana
Brum, fizeram a renovação dos votos em caráter permanente e também aconteceu a renovação dos
votos de um significativo grupo de
Irmãs.
A Celebração foi presidida
por Dom Emanuel e concelebrada
por Frei Francinaldo e os padres
Marlone, Humberto Borelli, José
Geraldo Gouveia, Agrimaldo, Patrício, Júlio César, Monsenhor Raul,
José do Carmo.
Em sua homilia Dom Emanuel destacou o trabalho missionário das irmãs e o Instituto
como referência na fé. Destacou
também a vida de serviço de cada
uma das irmãs e a alegria jubilosa em participar desse momento.
Após a homilia leu a carta dirigida a ele por irmã Maria Gorete,
demonstrando o desejo do Instituto em celebrar os votos perpétuos.
Após a leitura da carta, Dom Emanuel se dirigiu a Pe Agrimaldo determinando que todos os trâmites
canônicos sejam direcionados para
a realização deste desejo. Após a
Celebração foi servido um almoço
a todos os presentes.
IGREJA AQUI ALI
Diocese participa do IRPAC 2016
“Viver a misericórdia” a partir de
sua expressão infinita que é Jesus
Cristo e contemplá-la no nome de
Deus, é o convite do Papa Francisco a toda a Igreja, que foi adotado
para acompanhar a espiritualidade
do IRPAC 2016.
O Curso de especialização
catequética oferecido pela parceria Regional Leste II da CNBB e
PUC-MG, teve início no dia 03 de
janeiro durando doze dias e aconteceu na Casa de Retiro São José
em Belo Horizonte. Muitos leigos,
religiosas, seminaristas e padres
das dioceses que compõe o Regional participaram deste curso
que em 4 Módulos anuais, oferece
formação humana, intelectual, teológica e pastoral, no intuito de
ser uma escola de catequistas formadores de catequistas.
A diocese de Caratinga
sempre bem representada com
grande número de alunos, este
ano teve treze, sendo três irmãs
gracianas, dois seminaristas e leigas de variadas paróquias. Dois
concluíram o 4º Módulo: Viviane,
da paróquia N. S. da Conceição de
Caratinga, que é também, coordenadora da Forania de Caratinga e
membro da Equipe diocesana de
Catequese e o Seminarista Luiz
Antônio, 4º ano de Teologia e
membro da Equipe Diocesana de
Catequese.
Um presente para a Diocese e principalmente para os alunos do IRPAC foi a presença de
Dom Emanuel em todos os momentos do Curso. Ele é o Bispo
referência para a catequese no
Regional Leste II da CNBB; e, no
IRPAC este ano, além de sua contribuição para a equipe de coordenação do curso, dedicou-se
a favorecer momentos de reflexão
da Palavra e vivência Eucarística
em todos os dias Presidindo a Celebração Eucarística na Capela da
Casa de Retiros.
Os alunos do 4º Módulo
na missa de formatura fizeram
uma retrospectiva e síntese dos
últimos 4 anos do IRPAC: Para eles
o curso foi um retira-se de casa
e de sua comunidade de origem,
ingressar-se nesta formação, mediante um CHAMADO maior, uma
vocação. No primeiro ano buscaram entender a Igreja e a Catequese a partir de suas respectivas
histórias; também, deram passos
rumo à pessoa humana que somos
pela psicologia e a fé, e mergulharam na catequética, o que lhes
rendeu um NOVO OLHAR, e voltaram para casa cheios de anseios, alegrias e esperanças e maior
comprometimento ao trabalho de
Evangelização. No segundo ano
mergulharam na Tradição da Igreja e na Escritura, e firmes por suas
metodologias enfrentaram rupturas e perceberam que os conceitos mudam com a experiência.
E o terceiro ano foram convidados a viver a ARTE DA PACIÊNCIA
dando as mãos a Jesus e a Maria,
debruçaram-se sobre a Eclesiologia, a Bioética, na Catequética
e na Espiritualidade; para enfim,
poderem VIVER A MISERICÓRDIA,
por meio das necessidades e possibilidades para a ação catequética
e de forma clara, objetiva e catequética refletiram a Escatologia. E
para finalizar ressaltaram o amor e
dedicação como catequista, leiga,
mulher, coordenadora, professora
e amiga de Lucimara Trevisan, que
faz o Curso ser mais humano e
catequético.
REFLEXÃO
Alba S. Soares
O tempo da
misericórdia
O
bispo de Roma encontra os sacerdotes da sua diocese e conta acerca
da sua pequena
cruz que tirou do caixão do seu
confessor e que leva sempre
consigo.
Choras? Ou perdemos
as lágrimas? Choras pelo teu
povo? Recitas a oração de intercessão diante do Tabernáculo? Lutas com o Senhor pelo teu
povo? À noite, como concluis o
dia? Com o Senhor ou com a
televisão? Como é que te relacionas com as crianças, com os
idosos, com os doentes? Sabes
acariciá-los, ou envergonhas-te
de acariciar um idoso? E ainda:
Conheceis as feridas dos vossos
paroquianos? Intuí-las? Estais
próximos deles? O bispo de
Roma encontra os sacerdotes
da sua diocese para iniciar o
caminho quaresmal. Fala-lhes
da misericórdia, fazendo uma
série de perguntas diretas e
insistentes. E enriquece a sua
reflexão com algumas recordações pessoais, relacionadas
com a sua experiência de sacerdote e depois de bispo em
Buenos Aires.
Entre outras coisas,
18 Diretrizes 894
| Março de 2016
conta a história de uma pequena cruz que leva sempre consigo, mesmo se hoje “as camisas
de Papa não têm bolsos”, disse
sorrindo.
Conserva-a
num
saquinho de tecido que tem ao
peito, por debaixo da veste.
Revela que a tirou do caixão
do padre Aristi, um sacerdote
sacramentino, “confessor famoso” na arquidiocese argentina. Este homem – confidencia
– perdoou os pecados a todo o
clero de Buenos Aires, também
a mim. Teve até o privilégio de
confessar João Paulo II durante
uma das suas duas viagens ao
país.
Depois explica o que
significa ser sacerdotes da misericórdia a exemplo do bom
samaritano: isto é, capazes
de pôr as mãos na carne dos
irmãos feridos para os curar.
Mas para fazer isto, recorda, é
preciso imitar Jesus, o qual estava sempre a caminho. E era
capaz, diz ainda o Papa, de se
comover quando via as pessoas
cansadas e desnorteadas, como
ovelhas sem pastor.
Também hoje, admoesta, há tantas, tantas feridas
para curar no corpo da humanidade; e também na Igreja,
acrescenta. Eis que volta o tema
da misericórdia como remédio
para curar as feridas abertas. Depois, diz, far-se-ão as
análises, as curas de um especialista. Aqui é a substância do
sacramento da reconciliação,
um sacramento, adverte, que
antes de todos, os sacerdotes
devem aprender a amar para
o poder doar depois a quem
o pede. E a este ponto o Papa
Francisco recomenda que se
evitem duas atitudes que não
ficam bem a um confessor: o
laxismo(Doutrina em que predomina uma moral relaxada)
e o rigorismo(excessivo rigor;
severidade exagerada). Porque
a misericórdia verdadeira ocupa-se da pessoa, ouve-a atentamente, aproxima-se com
respeito e com verdade da situação e acompanha-a no caminho da reconciliação.
Papa Francisco
Texto adaptado de: http://
www.osservatoreromano.va/
pt/news/o-tempo-da-misericordia.
ARTE NA IGREJA
Itamar B. de Gouveia
O Milagre da Escada de
São José
20 Diretrizes 894
| Março de 2016
H
á na cidade de Santa Fé, no Estado do
Novo México, EUA,
uma capela conhecida como Loretto
Chapel. Nela destaca-se uma
bela e despretensiosa escada.
A piedade tradicional atribui
a construção a São José. Em
1898 a Capela passou por uma
reforma. Um novo piso superior
foi feito, porém faltava a escada
para subir. As Irmãs consultaram
os carpinteiros da região e todos
acharam difícil fazer uma escada
numa Capela tão pequena.
As religiosas, então,
rezaram uma novena a São José
para pedir uma solução. No último dia da novena, apareceu um
homem com um jumento e uma
caixa de ferramentas. Ele aceitou
fazer a escada, porém exigiu que
fosse com as portas fechadas.
Meses depois a escada
estava construída como queriam
as Irmãs. No momento de pagar
o serviço, o homem desapareceu
sem deixar vestígios. As religiosas puseram anúncios no jornal
local e procuraram por toda a
região sem encontrar quaisquer
notícias ou informações sobre o
ignoto carpinteiro. Nesse momento as Irmãs perceberam que
o homem poderia ser São José,
enviado por Jesus. Há vários elementos que reforçam a aura
de piedoso mistério que envolve
a construção da escada: A madeira utilizada não é da região, e
ninguém sabe como foi parar lá.
Também não foi utilizado prego
na escada, apenas pinos de madeira.
Além do mais, hoje soa
misterioso que ela se mantenha
em pé pois é do tipo caracol e
não tem apoio central. Na verdade apenas um apoio cola-
teral metálico foi acrescentado a
posteriori que não resolve a essência do incógnita. Diz-se que
engenheiros e arquitetos não
conseguiram desvendar a física
por trás da obra.
Por fim, a escada tem 33
degraus, a idade de Jesus Cristo,
o que reforça ainda mais a suposição de um fenômeno de
origem sobrenatural.
A Capela recebe em
média 200 casamentos e mais
de 250 mil visitantes por ano.
Ela ficou conhecida como a Escada Milagrosa. Grande número
de artigos e programas de TV
foram dedicados a ela e seus
“mistérios”.
DÍZIMO
Pe. Ademilson Tadeu Quirino
UMA PROPOSTA PARA TRABALHO DA
PASTORAL DO DÍZIMO NA PARÓQUIA
Objetivos: Deus por tudo que dele recebemos
Despertar a consciência e a respon- e é uma forma de sustentar a Igreja
sabilidade de cada fiel na manuten- e seus ministros como se pode verifição da comunidade paroquial, como car nas Sagradas Escrituras. O dízimo
sinal de sua doação e serviço a Deus é tão importante que a Igreja voltou
e a Igreja em que está inserido pela a adotá-lo, também em virtude das
graça do Sacramento do Batismo. múltiplas razões de natureza pas
toral que o aconselham em nossos
tempos.
Objetivo Específico: Estimular a substituição do Despertar para a unidade:
inconveniente sistema de manuten- ção da igreja através de taxas, por Quando todos se sentem
um sistema inspirado na Palavra de responsáveis pela comunidade, toDeus –A Pastoral da Partilha.
dos trabalham, todos contribuem,
todos ganham. E quando todos
Linhas de Ação: comungam dos mesmos ideais da
Produzir material de co- Cabeça que é Cristo, todo o corpo
municação contendo mensagens se coordena e se ordena para a Coque visem conscientizar da necessi- munhão, para a unidade.
dade da implantação e manutenção da Pastoral do Dízimo: comu- Missão do Dízimo:
nicação pelo jornal ou periódicos da Paróquia, testemunhos pessoais A grande missão do dízimo
de como a adesão ao dízimo acar- é evangelizar, como qualquer outra
retou bênçãos para o dizimista, for- pastoral. Toda a organização admação os agentes da Pastoral do ministrativa do Dízimo tem uma só
Dízimo sobre o aspectos Bíblico e origem nessa missão evangelizadodoutrinário e preparação de subsí- ra. O dízimo tem um destino certo
dios para as Celebrações do Dízimo, que são as 3 dimensões: Religiosa,
tanto na sua implantação como em Social e Missionária.
momentos subsequentes de ação de
graças.
Dimensão Religiosa
Transparência:
Reunimo-nos no templo
A equipe deve buscar a porque temos fé. Vamos à igreja a
transparência, assumindo como fim de viver esta fé profundamente
atitude fundamental a prestação de em nossa vida. E para que isto aconcontas aos fiéis da comunidade.
teça há as despesas necessárias desde a vassoura até a pequena hóstia
Conscientização e importância do e entre elas a manutenção da Igreja,
Dízimo:
luz, água, velas, flores, material de
O dízimo é um gesto de gratidão a catequese e os folhetos litúrgicos
22 Diretrizes 894
| Março de 2016
distribuídos nas missas. Nada deve
ficar esquecido.
Dimensão Social:
Toda comunidade cristã consciente
deve ter uma equipe de promoção
humana e Social. Os funcionários da
paróquia devem estar com a carteira
registrada e todos os encargos sociais recolhidos. Isso é promoção humana e social.
Dimensão Missionária:
Quando se contribui para
que a comunidade possa desenvolver um trabalho pastoral eficiente,
o Dízimo assume uma dimensão
especial na vida do dizimista. São
as despesas com ajuda para o seminário, preparação de Missionários
leigos, ajuda às Comunidades Missionárias, etc. Onde estiver o missionário, o dizimista estará junto.
Divulgação:
Na implantação da Pastoral do Dízimo a equipe procura
criar uma expectativa valorizando o
evento por antecipação, não com o
intuito de propagar fiéis, mas sim o
que ela poderá fazer com o anúncio
da mensagem de Jesus Cristo: “Tudo
o que vos digo na intimidade, vocês
devem anunciá-lo sobre os telhados.”
Depois disso é preciso mais ousadia
para fazer acontecer o Dízimo na Igreja, de acordo com a realidade decada paróquia. A Equipe da Pastoral
do dízimo, preparada para ajudar
a esclarecer as dúvidas,recadastrar
novos dizimistas, atualizar cadastros,
fica de plantão nas missas em que
acontece a entrega do dízimo (sábado e domingo) exclusivamente para
esta finalidade. A Pastoral do Dízimo prepara o ambiente para a celebração da partilha, com cartazes alusivos ao tema,
e com frases que ajudem os fiéis a
refletir sobre a importância de ser
dizimista.
Manutenção:
Uma vez alcançados estes
objetivos, a equipe continua trabalhando para conservar o que se conseguiu. Todo mês os agentes da Pastoral doDízimo se reunirá para rezar,
estudar avaliar os trabalhos do mês
anterior, entregar o relatório financeiro e procurar melhorar naquilo
que não está dando certos. Nesta
reunião os agentes da Pastoral receberão os envelopes do dízimo para
entregar aos dizimistas.
Os dizimistas receberão
agentes da Pastoral:
dos
1. Os envelopes ou carteirinha do
dízimo todo mês;
2. As correspondências e mensagens bíblicas;
3. Cartão de aniversário;
4. Cartão de natal e folhinha especial;
É muito sugestivo uma assembleias
anual da Pastoral do Dízimo para
rever a caminha e ce-lebrar este
momento de maneira fraterna
(oração, estudo, avaliação e confraternização).
DOM PAULO
Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba
Instituição Familiar
T
em sido muito difícil entender os rumos da cultura dentro da chamada
“mudança de época”. No
cenário visualizado dos
últimos tempos, conseguimos ver,
com muita facilidade, a crise de valores. Ficamos até nos interrogando se o que víamos como valor, era
realmente valor. Onde está o erro,
no passado, ou no presente. Nem
sei se isto pode ser medido a partir
das consequências apresentadas!
A família foi sempre compreendida como um grande valor.
Ela, sem dúvida nenhuma, deixou
um legado muito importante para
a sociedade do passado. Será que
podemos dizer o mesmo nos dias
de hoje? Existe a tentativa da formatação de novos valores familiares, provocando grandes crises,
que afetam fortemente o itinerário
social. Estamos passando da realidade para a prática de ideologias.
Entendo que o amor familiar, conforme os ensinamentos
do Evangelho, está desaparecendo.
Ele deixou de ser verdadeiro, de
comprometimento, e é praticado
como ato de satisfação imediata e
sem compromisso mútuo. O amor
exige sacrifício e doação de vida
de um para o outro. Deve crescer
com o tempo e não cair no esvaziamento, provocando situações
desagradáveis.
Alguns detalhes são fundamentais, isto é, valores que não
podem faltar na instituição familiar: o diálogo, o respeito mútuo, a
igualdade e a paz. Será que o individualismo, a cultura midiática e
virtual têm permitido que esses valores sejam realmente valores para
a família? Ou estamos num mundo
de inversão de valores!
Pela natureza humana, ninguém existe para viver na solidão e
nem numa situação abaixo dos an-
imais. Também não estamos num
contexto patriarcal familiar onde
um manda mais do que outro, dificultando a convivência. Não pode
haver submissão e nem desrespeito pela individualidade do outro.
Há, sim, unidade na diferença, no
diálogo e no discernimento.
Temos que saber entender os limites e os sofrimentos que
acompanham o ser humano, mas
encará-los com muita dignidade,
deixando-nos conduzir na busca
da perfeição. Certas facilidades
são enganosas e fazem a pessoa
perder a direção, o rumo e acaba
terminando a vida de forma totalmente infeliz.
COMENTÁRIOS HOMILÉTICOS - MARÇO DE 2016
Dom Emanuel Messias de Oliveira
6º Domingo da Páscoa - 1º/ 5/2016
Dia 2: At 16,11-15; Jo 15,26-16,4a
Dia 3: 1Cor 15,1-8; Jo 14,6-14
Dia 4: At 17,15.22-18,1; Jo 16,12-15
Dia 5: At 18,1-8; Jo 16,16-20
Dia 6: At 18, 9-18; Jo 16,20-23a
Dia 7: At 18,23-28; Jo 16,23b-28
1ª LEITURA – At 15,1-2.22-29
O texto de hoje não descreve o Concílio de Jerusalém
(acontecido no ano 49 d.C.) mas
apresenta a introdução com a
temática do Concílio e o resultado
prático através da carta ou decreto
apostólico. Temos, portanto, a introdução e a conclusão.
Introdução 15,1-2
Homens da Judeia sem
autorização apostólica (cf. v. 24),
ensinavam, em Antioquia, a necessidade da circuncisão para serem salvos. Isto para Paulo anulava o Evangelho de Jesus Cristo.
Paulo ensinava que os pagãos pela
fé são chamados a fazer parte do
povo de Deus, e é pela fé, independentemente das obras da Lei, que
eles são salvos. As normas da Lei
de Moisés caducaram. Estes dois
pontos de vista provocaram uma
grande agitação e controvérsia entre eles. A solução foi apelar para
os apóstolos e presbíteros de Jerusalém.
O decreto apostólico 15,22-29
A reunião conciliar foi
bastante agitada (v.7). Nela tomaram a palavra Pedro, Paulo e Barnabé e depois Tiago. As conclusões
foram redigidas numa carta e envi-
adas para Antioquia. Eis os pontos
principais:
- Deixa claro que os homens da
Judeia que ensinavam a circuncisão, perturbando a comunidade,
não tinham autorização apostólica
(v.24).
- Mostra a dignidade e a confiabilidade dos mediadores do conflito
(vv. 25-27). Paulo e Barnabé recebem um grande elogio, são considerados “amados” e expuseram
suas vidas pelo nome de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Judas e Silas
ficaram encarregados de relatar de
viva voz.
Diante dos conflitos e novos desafios pastorais, o Espírito Santo está
à frente para orientar as comunidades (v. 28).
- Os apóstolos só exigem o
necessário. E fica claro que para
se salvar não são necessárias a circuncisão nem a prática da Lei de
Moisés. O v. 29 traz as chamadas
cláusulas de Tiago que são recomendações transitórias para solucionar algumas dificuldades, em
comunidades mistas de judeus e
pagãos, para não escandalizar os
judeus: comer carnes imoladas aos
ídolos, aproveitar o sangue, comer
carnes sufocadas que retenham o
sangue. Além disso, deveriam abster-se da prostituição ou relações
sexuais ilícitas.
2ª LEITURA – Ap 21,10-14.22-23
“Um anjo leva João, em espírito,
a um grande e alto monte”. Estar
sobre uma montanha é estar mais
próximo do céu. A montanha é o
lugar onde se experimenta a presença de Deus. Dali ele mostrou
para João a Cidade Santa, a Jerusalém que descia do céu como
um dom divino e vinha com a
glória de Deus (vv. 10-11). Ela vinha como esposa, ornada para seu
esposo que é o Cordeiro. Aqui, o
texto a apresenta como puro dom,
como conquista do Cordeiro. Em
outros lugares, sabemos que a
nova sociedade se funda a partir do anúncio evangélico e como
resultado de sua vivência na luta
pela justiça e liberdade. No fundo,
podemos ver que a cidade santa,
chamada de esposa, parece ser a
antiga prostituta, que sobreviveria
às custas do abuso do poder, da
exploração, da violência e do derramamento de sangue (cf. cap. 17).
De fato os cap. 21-22 descrevem
a Jerusalém celeste com traços
paralelos com a antiga Babilônia
idolátrica: quadrada, atravessada
por uma avenida ao longo de um
rio com jardins. Se isso é verdade,
só pode ter acontecido pela conquista do Cordeiro imolado e pela
luta e testemunho dos seus santos.
Cabe a nós, hoje, a tarefa de transDiretrizes 894 | Março de 2016
25
formar com a força do Evangelho
a sociedade prostituída e idólatra
em esposa do Cordeiro.
Quais são as características da cidade vislumbrada por João? Ela
tem o esplendor de Deus (v. 11 =
jaspe cristalino, cf. 4,3). É uma sociedade perfeita e aberta a todos
os povos (v. 12) (muralha com 12
portas – 3 portas abertas para
cada um dos quatro pontos cardeais). A perfeição é indicada pelos números perfeitos: o 4 e o 3 e o
resultado de sua multiplicação que
é 12. A perfeição da cidade é também indicada pela perfeição de
suas medidas e pela qualidade do
material de sua constituição (cf. vv.
15ss). O Templo, lugar de encontro
com Deus, através de diversas mediações, foi substituído pelo próprio Deus e pelo Cordeiro a quem
o povo contempla face a face (v.
22). Sol e lua também desapareceram, pois a cidade resplandece
com a glória de Deus. Sua lâmpada
é o Cordeiro (v. 23).
Como transformar a nós mesmos e
a nossa comunidade em esposa do
Cordeiro? “Sem mim nada podeis
fazer”. Mas devemos esperar tudo
caindo do céu? Qual é a missão
que Cristo nos confiou?
EVANGELHO – Jo 14,23-29
a) Só o amor transforma
A pergunta de Judas - não o Iscari-
otes (v. 22) - implica numa manifestação de Jesus como Messias
glorioso só na linha política, transformando a sociedade através da
violência de um exército imbatível.
Jesus responde apontando com a
arma do AMOR. O compromisso
do amor vai transformar a sociedade. Esse compromisso do amor
a Jesus tem três consequências:
- Quem ama a Jesus guarda a sua
palavra e sua palavra é a palavra do
Pai (v. 24).
- Quem ama a Jesus é amado pelo
Pai.
- Quem ama a Jesus se torna habitação de Deus.
Estas três consequências podem
ser sintetizadas em uma só: quem
ama a Jesus assume com ele o projeto do Pai que é o mesmo projeto
do Filho: levar a vida divina a todos, principalmente, aos mais excluídos. Não foi para isso que ele
foi enviado? Sua vida não foi dada
para a transformação do mundo?
Quem quiser ser discípulo não
deve segui-lo?
b) A ação da parábola (v. 26)
Jesus está se despedindo
de seus discípulos, mas a herança
que Jesus deixou - seus gestos e
ensinamentos - não será esquecida. Em nome de Jesus ou junto
com Jesus, o Pai enviará o Espírito
Santo sobre os discípulos. Sua missão não é ensinar novidades, pois
Jesus, como plenitude da revelação
do Pai, já ensinou tudo. “Ensinar e
recordar tudo” significa trazer à
memória dos discípulos o sentido
profundo de todas as ações e palavras de Jesus. O Espírito substitui
a presença física de Jesus. É sua
presença espiritual junto aos discípulos. É mestre e advogado (=
Paráclito) para os discípulos. Ele os
capacita no discernimento do que
constrói e conduz à vida.
c) Jesus se despede, tranquilizando os seus discípulos (vv. 2729)
Diante da tristeza e medo
dos discípulos, Jesus lhes transmite
paz (= shalom), uma paz que não
é ausência de conflitos, mas uma
certeza da presença de Deus na
vida deles, dando-lhes serenidade
e coragem até mesmo diante da
morte, na convicção de que o bem
triunfa sobre o mal, a vida será
restituída para todos aqueles que
amam o Filho e fazem a vontade
do Pai. Eles não precisam ficar com
medo, pelo contrário, eles podem
ficar alegres, pois Jesus vai para o
Pai a quem ele se submeteu totalmente; por isso ele diz que o Pai é
maior do que ele. É preciso apenas
que eles tenham um amor confiante, pois, conforme ele disse, ele
retornará a eles através de seu Espírito Santo.
O que significa força transformadora do amor? É algo alienante ou revolucionário?
Domingo da Ascensão do Senhor – 8/5/2016
Dia 9: At 19,1-8; Jo 16,29-33
Dia 10: At 20,17-27; Jo 17,1-11a
Dia 11: At 20,28-38; Jo 17,11b-19
Dia 12: At 22,30; 23,6-11; Jo 17,20-26
Dia 13: At 25,13b-21; Jo 21,15-19
Dia 14: At 1,15-17.20-26; Jo 15,9-17
26 Diretrizes 894
| Março de 2016
Iª LEITURA – At 1,1-11
A obra de Lucas: Evangelho e Atos (vv. 1-5)
São Lucas escreve uma
obra em dois volumes. O primeiro
é o seu evangelho, ou seja, a atividade e ensinamentos de Jesus, sob
a força do Espírito Santo. O segundo é a atividade e ensinamento dos
apóstolos sob a força do mesmo
Espírito – os Atos dos Apóstolos.
Ele inicia o 2º volume relembrando
o primeiro que também foi destinado a Teófilo – o amigo de Deus –
ou a todos nós que somos amigos
de Deus. Nos primeiros versículos
ele faz referência à obra de Jesus e
sua instrução aos discípulos, após
a Páscoa, durante quarenta dias.
Este número quer indicar a plenitude dos ensinamentos de Jesus.
Depois Jesus pede que aguardem
a promessa do Pai de enviar-lhes o
Espírito Santo.
Não se preocupar com o tempo,
mas com o testemunho (vv. 6-8)
Os discípulos ainda estão
presos às ideias de um messianismo político de restauração da
realeza em Israel, e querem saber
se já chegou a hora. Jesus responde
que isto compete ao Pai. A eles
cabe o testemunho em Jerusalém,
na Judeia toda, na Samaria e até
os confins da terra. É esse, aliás, o
programa de atividade traçado por
Lucas nos Atos dos Apóstolos. Para
testemunhar a verdade sobre Jesus
os discípulos receberão a força do
Espírito Santo no Pentecostes. Assim como o Espírito atuou em Jesus, atua também na sua Igreja.
A ascensão e a missão
O v. 9 descreve a ascensão: Jesus é elevado e uma nuvem
o oculta aos olhos dos apóstolos.
Oculto pela nuvem, Jesus pertence
agora à esfera divina. Cabe agora
aos discípulos continuar a missão
de Jesus. Para isso Jesus vai enviar
junto com o Pai o Espírito Santo.
É isso que os dois anjos querem
anunciar. Eles não devem ficar o-
lhando para o céu. Agora começa
a missão deles, a missão da Igreja.
Jesus não estará mais fisicamentecom eles, mas sua presença continua através do Espírito Santo.
2ª LEITURA – Ef 1,17-23
Agradecimento e súplica
Nas
comunidades
de
Éfeso o amor estava presente e a
esperança, sem dúvida, animava
a caminhada das comunidades.
Podemos falar também da firmeza
da sua fé, mas havia ameaças perigosas para a fé. Apareceram alguns ensinando um Deus distante
das comunidades, atuando apenas
através de entidades intermediárias como soberanias, poderes, forças, dominações; e Jesus não passaria de uma dessas entidades. O
autor, provavelmente, um discípulo
de Paulo, vai, primeiramente, agradecer a Deus pelas virtudes da fé
e do amor presentes na vida das
comunidades. Depois vai suplicar
a Deus um espírito de soberania
e revelação para que as comunidades possam reconhecê-lo em
profundidade. Em seguida pede
luz para que elas tenham consciência da esperança a que Deus as
chamou, da herança que as aguarda e da extraordinária grandeza do
poder de Deus em favor dos que
crêem.
O poder de Deus em Cristo e o
poder de Cristo sobre tudo
A partir do v. 20 o autor
relembra o que Deus fez em Cristo,
mostrando-se próximo e presente
na vida das comunidades. Ele o
ressuscitou dos mortos e fê-lo assentar à sua direita nos céus. Esse
é um outro modo, o mais comum
no Novo Testamento, de falar da
“ascensão” de Jesus aos céus não
em termos de subida, mas em termos de glorificação. No v. 21, sem
polemizar contra as entidades intermediárias, mostra que Jesus está
muito acima de qualquer Principado, Autoridade, Poder e Soberania
e acima de qualquer nome que se
possa nomear não só neste mundo,
mas também no vindouro. Jesus é
o único Senhor que realizou o projeto do Pai, por isso o Pai colocou
todas as coisas debaixo dos seus
pés. Quer dizer, ele domina sobre
tudo (cf. 1Cor 15,14-18). Deus o
“colocou acima de tudo como Cabeça da Igreja, que é seu corpo”:
a plenitude daquele que plenifica
tudo em tudo. Essas ideias sobre
a soberania do Cristo estão também bastante claras em Cl 1,15-20.
A ideia da Igreja Corpo de Cristo
já foi amplamente desenvolvida
por Paulo em 1Cor 12. Você tem
consciência clara da majestade e
soberania de Nosso Senhor Jesus
Cristo?
EVANGELHO – Lc 24,46-53
Últimas instruções
Jesus,
primeiramente,
no final de suas aparições, abre a
mente dos seus discípulos para
que eles entendessem que estava se realizando tudo o que as
Escrituras falavam sobre ele. E os
primeiros versículos do texto de
hoje esclarecem que as Escrituras
falam de seu sofrimento, morte e
ressurreição ao terceiro dia e que
em seu Nome fosse proclamado o
arrependimento para a remissão
dos pecados a todas as nações, a
começar por Jerusalém. E os apóstolos são as testemunhas do cumprimento das Escrituras a respeito
de Jesus. Para isso o v. 49 faz referência à promessa do Pai, ou seja,
ao envio do Espírito Santo com a
força do Alto para ajudá-los a reler
as Escrituras, dar coragem, ativar
a memória e a disposição nos discípulos para a pregação, o testemunho e o martírio.
A ascensão de Jesus é vista como
o sumo-sacerdote que abençoa e
dá vida
Jesus primeiro leva seus
discípulos até Betânia, depois ergue as mãos e os abençoa (v. 50) e
Diretrizes 894 | Março de 2016
27
enquanto os abençoa, distanciouse deles e era elevado ao céu (v.
51). O v. 52 fala que os discípulos
se prostraram diante dele e depois
voltaram a Jerusalém com grande
alegria. Lucas tem em mente um
texto do Primeiro Testamento: Lv
9,22-24. Vejamos as palavras colocadas em negrito: Aarão levantou
as mãos em direção ao povo e
o abençoou. Havendo assim realizado o sacrifício pelo pecado...
entrou na Tenda da Reunião...
Diante do que via, o povo gritou de alegria e todos se prostraram com o rosto em terra.
Através desse paralelo percebemos a intenção de Lucas de ver
Jesus como Sumo Sacerdote em
plena comunhão com Deus. Dele
recebemos a bênção da vida. Esse
é o tema predileto da carta aos
Hebreus: Jesus é o Sumo Sacerdote que derramando seu sangue,
entrou no santuário da comunhão
definitiva com Deus (céu), por isso
tem uma bênção plenamente eficaz.
O v. 52 registra o retorno
dos discípulos para Jerusalém. O
evangelho de Lucas começa no
Templo (com Zacarias) e termina
no Tem-plo. O v. 53 diz que os discípulos estavam continuamente no
Templo, louvando a Deus. Com a
ascensão de Jesus e a vinda do Espírito Santo vai começar o tempo
da Igreja.
Pentecostes – 15/5/2016
Dia 16: Tg 3,13-18; Mc 9,14-29
Dia 17: Tg 4,1-10; Mc 9,30-37
Dia 18: Tg 4,13-17; Mc 9,38-40
Dia 19: Tg 5,1-6; Mc 9,41-50
Dia 20: Tg 5, 9-12; Mc 10,1-12
Dia 21: Tg 5,13-20; Mc 10,13-16
1ª LEITURA – At 2,1-11
Como a “Páscoa” recordava a libertação da opressão egípcia
e a “passagem” do povo de Deus
para uma nova terra, onde corre
leite e mel, também “Pentecostes”
relembrava o dia em que Moisés,
no monte Sinai, recebeu a Lei – 50
dias depois da Páscoa. O Pentecostes cristão também acontece 50
dias depois da Páscoa de Jesus. É o
nascimento da Igreja. Descrevendo
o Pentecostes cristão, Lucas quer
mostrar que o evangelho, graças a
força do Espírito Santo, chegou a
todos os povos, alcançou todas as
línguas, pois quando ele escreve,
o evangelho já tinha realmente se
espalhado por todo o mundo. Para
indicar a universalidade do anúncio
evangélico, Lucas usa a expressão
“todas as nações do mundo” (v. 5)
e enumera 12 povos (vv. 9-11): o
número 12 simboliza totalidade.
28 Diretrizes 894
| Março de 2016
Ex 19 apresenta a aliança do Sinai e entrega da Lei acompanhada de fenômenos da natureza.
São Lucas descreve o Pentecostes
cristão do mesmo jeito (vv. 2 e 3).
Ele quer mostrar que com o Pentecostes cristão está acontecendo
uma Nova Aliança, está surgindo o
Novo Povo de Deus regido não por
uma nova Lei, mas pelo próprio Espírito de Deus.
Nm 11,10-30 apresenta
Deus repartindo do Espírito dado
a Moisés aos 70 anciãos para que
pudessem organizar o povo. E
Moisés exprime seu desejo de que
todo o povo recebesse o Espírito
do Senhor (Nm 11,29). Lucas, aqui,
no Pentecostes, mostra este desejo
de Moisés se realizando, pois o Espírito Santo desce sobre todos os
presentes.
Gn 11 descreve o episódio
da torre de Babel, onde Deus confunde as línguas para mostrar que
a ambição e o orgulho prejudicam
a comunicação e a comunhão. Lá,
todos falavam a mesma língua e
ninguém se entendia; aqui, todas
as línguas diferentes conseguem
se entender (v. 11). Lá a linguagem
do orgulho e da ambição, aqui a
linguagem do amor. Com a linguagem do amor a Igreja é capaz
de falar a todos os povos da terra.
O que é mais importante: falar
muitas línguas, falar em línguas ou
falar a linguagem do amor?
2ª LEITURA – 1Cor 12,3b-7.1213
A comunidade de Corinto, rica
em dons espirituais chamados
carismas, experimentou também
divisões internas, vaidades, ambições, orgulho, exclusões. São
Paulo exorta seus fiéis à unidade e
comunhão de vida. Podemos dizer
que ele dá aqui dois exemplos:
O exemplo da Trindade
Existem dons dife r e n t e s ,
mas o Espírito é o mesmo.
Existem serviços diferentes, mas o
Senhor é o mesmo.
Existem diferentes modos de agir,
mas Deus é o mesmo.
Temos aqui uma formação trinitária. Pai, Filho e Espírito Santo
vivem uma profunda unidade, na
comunhão de três pessoas e um só
Deus. Nenhuma divisão. Absoluta
harmonia. Perfeita comunicação.
Infinito amor. Assim deve ser a
comunidade cristã. Todos os dons
do Espírito se destinam não à vaidade pessoal, mas para o bem da
comunidade, para a utilidade de
todos, para a edificação do Corpo
de Cristo.
O exemplo de Cristo
Como um corpo tem muitos membros e não perde sua unidade e harmonia, assim também o
corpo social da Igreja, que forma
o corpo de Cristo. Se não há divisões na vida trinitária, também
não poderá haver divisões na vida
da Igreja – Corpo de Cristo. Nós
fomos batizados num só Espírito
para sermos um só corpo. Todos
os povos, através do batismo, se
tornam irmãos, formam uma unidade, ficam fazendo parte de um
só corpo, a Igreja, que é o Corpo
de Cristo. E todos bebem de um
só Espírito. Tem sentido na comunidade cristã o espírito de divisão,
de violência, de ambição, de exclusão? O corpo não é uma unidade maravilhosa, uma harmonia
exemplar? A Trindade não é a comunhão perfeita? Pense em você,
no seu grupo, na sua comunidade.
O que está faltando?
EVANGELHO – Jo 20,19-23
Jesus traz paz e alegria
São João fala do Pentecostes – vinda do Espírito Santo –
não 50 dias depois da Páscoa como
Lucas, mas no próprio dia da ressurreição de Jesus, na tarde do Domingo da Páscoa. Os discípulos tinham se fechado numa sala, mortos
de medo das autoridades judaicas, que ligadas a uma sociedade
injusta e opressora, haviam matado Jesus. Jesus ressuscitado entra
na sala, pois não há barreiras após
a ressurreição. Jesus é o mesmo
(“mostrou-lhes as mãos e o lado”),
mas o seu corpo é espiritualizado.
Jesus deseja a paz messiânica para
seus discípulos, transformando o
medo deles em alegria.
Jesus traz o Espírito Santo e envia seus discípulos para a missão.
Jesus repete a saudação
de paz e envia seus discípulos em
missão. O Pai enviou o Filho, assim também o Filho envia seus
discípulos. Através dos discípulos
Jesus continua o projeto do Pai.
Quem vai garantir a missão dos
discípulos? O mesmo Espírito que
garantiu a missão do Filho. Por isso
Jesus sopra sobre os discípulos dizendo: “recebam o Espírito Santo”.
É o sopro de Deus. Acontece aqui
uma nova criação mais perfeita
que a primeira acontecida no paraíso (cf. Gn 2,7). Com este sopro
de vida nova surge a comunidade
messiânica, guiada não através da
Lei, mas através do próprio Espírito
de Deus. Os discípulos estão agora
capacitados para serem missionários, para formarem a nova comunidade messiânica.
O perdão é formador de comunidade
Como os discípulos vão
formar comunidades messiânicas?
Através do perdão. João distingue
entre pecado no singular, que é
participar de uma sociedade injusta e exploradora, que exclui e mata
e pecados no plural, que são atos
concretos daqueles que fizeram
esta opção contra a vida. Quem
estiver disposto a uma nova opção
receberá o perdão dos seus pecados. Quem quiser continuar na injustiça e exploração permanecerá
no pecado.
Quem estiver
disposto a
uma nova
opção receberá o perdão
dos seus pecados. Quem
quiser continuar na injustiça e
exploração
permanecerá
no pecado.
Diretrizes 894 | Março de 2016
29
Domingo da Santíssima Trindade – 22/5/2016
Dia 23: 1Pd 1,3-9; Mc 10,17-27
Dia 24: 1Pd 1,10-16; Mc 10,28-31
Dia 25: 1Pd 1,18-25; Mc 10,32-45
Dia 26: Gn 14, 18-20; Lc 9,11b-17
Dia 27: 1Pd 4,7-13; Mc 11,11-26
Dia 28: Jd 17.20b-25; Mc 11,27-33
1ª LEITURA – Pr 8,22-31
Temos aqui uma personificação literária da sabedoria. Outros textos semelhantes vemos em
Jó 28; Br 3,9-4,4; Pr 8-9; Eclo 24;
Sb 7-8,etc. O corpo do livro dos
Provérbios que vai do capítulo
10 ao 29 são coleções de sentenças anteriores ao exílio Babilônico
(séc. VI a.C.). São resultados das
experiências dos antepassados, escritas para servirem de orientação
para a geração presente. Estas experiências foram colecionadas no
pós-exílio, quando o povo vivia
sem a orientação de um rei. Quem
deveria orientá-los agora? O bom
senso, o senso da vida fruto da experiência do povo em ligação íntima com Deus. É essa sabedoria que
iria orientar o povo. Os capítulos 1
a 9 são uma espécie de introdução
ao livro dos Provérbios. Essa longa
introdução parece provir do mesmo colecionador dos provérbios
no pós-exílio.
No nosso trecho a sabedoria está intimamente ligada a Deus
e à criação. Sua importância está
em ser o primeiro fruto da obra
de Deus. Ela foi estabelecida desde a eternidade, antes que a terra começasse a existir, antes do
oceano, das fontes, das montanhas
e colinas (vv. 22-26). Um outro papel importante da sabedoria é ser
o mestre de obras, ou arquiteto na
criação de todas as coisas. Ela co-
30 Diretrizes 894
| Março de 2016
laborava com Deus, quando Deus
fixava o céu, condensava as nuvens, fixava as fontes do oceano,
punha limites para o mar e quando assentava os fundamentos
da terra (vv. 27-29). Os vv. 30-31
consideram a criação como um
jogo divertido, onde a sabedoria
brincava com a presença de Deus.
Ela era o encanto de Deus, sua inspiração, sua alegria. Os Padres da
Igreja serviam-se deste texto para
elaborar a teologia sobre o Verbo
de Deus e sobre o Espírito Santo.
Paulo chama Jesus de poder de
Deus e sabedoria de Deus (1 Cor
1,24). Para João, Jesus é a sabedoria de Deus que se fez carne (cf. Jo
1,1ss.14; Ap 3,14) para conduzir os
homens à plenitude de vida (Jo
10,10; 20,31).
2ª LEITURA – Rm 5,1-5
Nossa salvação vem pela
fé em Jesus Cristo. A garantia de
nossa salvação está no amor de
Deus e no dom do Espírito (v. 5), ou
seja, na obra da Trindade Santíssima.
Quais são os frutos da fé
ou os bens possuídos por aquele
que foi justificado pela fé em
Cristo? São:
- a paz com Deus, ou seja, a vida
vivida segundo a vontade de Deus;
- o acesso à graça de Deus, quer
dizer, o benefício da amizade de
Deus; agora, podemos nos aproximar dele;
- a esperança da glória de Deus.
Nosso desespero de uma vida
condenada se transformou na esperança de um dia viver a salvação
definitiva com Deus.
Quais são as consequências de
uma fé comprometida?
São as tribulações. Essa
palavra se refere às repressões sofridas pelo povo diante de um sistema injusto e anti-cristão. Mas essas tribulações, próprias de quem
quer seguir os passos de Jesus, não
levam ao desânimo, mas à perseverança, à fidelidade e à esperança.
E essa esperança não engana. Por
quê? Porque através do dom do
Espírito Santo o amor de Deus foi
derramado em nossos corações
(v. 5). O importante para nós é a
certeza da caminhada. A dúvida
perturba, desorienta e mata, mas
a certeza abre caminhos e gera
vida. Antes, no pecado, vivíamos
sem chance de vida e salvação.
Agora, através da fé na salvação
trazida por Jesus, caminhamos
seguros enfrentando com amor e
garra todo tipo de problema numa
esperança firme, pois a Trindade
caminha conosco. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do
Pai e a comunhão do Espírito Santo
estão conosco (cf. 2Cor 13,13). Precisamos de mais alguma coisa?
EVANGELHO – Jo 16,12-15
A função do Espírito Santo
Estamos dentro dos “Discursos de Despedida” que ocupam os capítulos 13-17 do evangelho de João. Nosso trecho fala
da função do Espírito Santo. É um
trecho todo trinitário, ou seja, fala
do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nos discursos de despedida, Jesus
vai completando os ensinamentos aos seus discípulos. Ele ensina
tudo o que ouviu do Pai (cf. 15,15),
mas muita coisa os discípulos não
conseguem captar em todo o seu
alcance (v. 12). Assim Jesus encarrega o Espírito Santo para interpretar o alcance de seus ensinamentos
ao longo da história. A função do
Espírito é, portanto, conduzir os
discípulos à verdade completa e
ao sentido profundo dos acontecimentos futuros (v. 13).
O Espírito da Verdade
Jesus é o caminho, verdade e vida. Aqui no v. 14, o Espírito Santo é chamado de Espírito da
Verdade”, pois o Pai e o Filho são
uma só coisa (17,11); cf. 10,30). O
termo verdade em João está associado à Aliança de amor que o Pai
fez com seu povo, aliança que se
torna perfeita e definitiva através
da revelação total do Pai através do
Filho que dá sua vida por amor. O
Espírito da verdade é o intérprete
das palavras de Jesus e a garantia
para os discípulos da fidelidade
de sua Igreja ao projeto do Pai
revelado no Filho. Cada vez que o
Espírito ajudar os cristãs a iluminar
as trevas do erro, transformandoas em caminho de luz, cada vez
que o Espírito encorajar os cristãos
a testemunhar a verdade através
da Palavra, do testemunho e até
mesmo do martírio; cada vez que
o Espírito eliminar divisões e provocar a comunhão, ele está manifestando a glória do Filho, na qual
também o Pai é glorificado.
A Trindade comunhão-perfeita
Há uma comunhão profunda entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Um não age independente do outro. Tudo que
pertence ao Pai pertence também
ao Filho (v. 15). O Espírito por sua
vez, recebe aquilo que também
pertence ao Filho e ele não fala em
seu próprio nome, mas em nome
do Pai e do Filho. Cada um é uma
pessoa distinta com funções diversas. Aqui a comunhão é total. Cada
pessoa é divina, mas as três pessoas são um só Deus. Nós, Igreja,
somos o Corpo de Cristo, cada cristão é Templo do Espírito Santo. O
que dizer das divisões entre nós?
9º domingo do tempo comum 29/5/2016
Dia 30: 2Pd 1. 2-7; Mc 12,1-12
Dia 31: Sf 3,14-18; Lc 1,39-56
Dia 1º/6: 2Tm 1,1-3.6-12; Mc 12,18-27
Dia 2: 2Tm 2,8-15; Mc 12,28b-34
Dia 3: Ez 34,11-16; Lc 15,3-7
Dia 4: Is 61,9-11; Lc 2,41-51
1ª LEITURA: 1Rs 8,41-43
O primeiro Testamento
discrimina abertamente os órfãos, as viúvas e os estrangeiros.
Só os profetas, praticamente, têm
uma mentalidade universalista,
abrindo a salvação de Deus a todos os povos. O trecho de hoje
é claramente universalista. Por
quê? É que estes quatro versículos são uma interpolação (um
acréscimo posterior colocado na
oração de Salomão). Salomão é
quem constrói o primeiro Templo de Jerusalém. Sua oração é
muito linda por ocasião da inauguração do primeiro Templo
de Jerusalém (1Rs 8,14-53). Vale
a pena ler. Salomão morreu em
931 a.C. Estes versículos de hoje
pertencem à época da construção do segundo Templo (515
a.C.). O primeiro foi destruído em
586 a.C. por Nabucodonosor, rei
da Babilônia.
O que nos diz a oração de Sa-
lomão?
Ele relembra a promessa
que Deus fez de construir uma
casa para Davi (2Sm 7), quando
Davi queria construir uma casa
para Deus (o Templo). A casa
que Deus promete construir
para Davi tem o sentido de dinastia, ou seja, a casa (dinastia)
de Davi continuaria no trono. O
Templo representa a presença de
Deus no meio de seu povo e Salomão se alegra com isto e louva
a Deus, enaltece seu nome entre
Diretrizes 894 | Março de 2016
31
as nações e pede para que Deus
mantenha a promessa feitas a
seu pai Davi. Além disso, pede a
Deus que, com sua presença, ele
estenda sua misericórdia a todo
israelita que invocar a Deus no
Tempo, quando estiver em pecado.
O que nos diz o texto de hoje?
O texto, praticamente,
estende este pedido a todo estrangeiro, que, ouvindo falar da
grandeza e do poder do Deus
de Israel, vier ao Templo para
rezar. Ele pede que Deus escute
o pedido do estrangeiro para
que todos os povos da terra possam conhecer o nome do Deus
de Israel e o temam, como também reconheçam que o nome
de Deus é invocado sobre este
Templo que ele (Salomão) construiu. Este texto, sem dúvida,
se transformou em profecia que
se realiza plenamente no novo
Templo de Deus que é Jesus, cuja
vida foi entregue para a salvação
de todos os po-vos.
2ª LEITURA: Gl 1,1-2.6-10
Surge um problema sério nas Comunidades da Galácia. Alguns judaizantes ( judeus
cristãos vindos do judaísmo, mas
ainda apegados à Lei) andaram
pregando a necessidade da circuncisão (prescrição judaica)
para a salvação. Isto significa que
o cristão para se salvar precisaria
passar pelos ritos judaicos e pela
estrita observância da Lei judaica. Se eu a observo, eu me salvo,
se não, eu me condeno. É a salvação através do mérito pessoal.
Isto, na prática, era a negação da
salvação através da fé em Jesus
Cristo e seu sacrifício salvífico,
estendido a todos os homens.
Paulo insiste em toda a carta
32 Diretrizes 894
| Março de 2016
que o que nos salva é a fé em
Jesus Cristo. Acreditar diferente
é eliminar esta revelação que
Paulo teve de Jesus ressuscitado,
que ele chama de seu evangelho,
ou o mistério a ele revelado, que,
agora, a salvação é dada a todos
os povos, independentes dos ritos judaicos. De todos os povos
Deus fez um povo só e a salvação
é dada a todos mediante a fé em
Jesus Cristo e não pelas obras
da Lei. No fundo, ou se acredita
no judaísmo ou em Jesus Cristo.
Paulo é categórico e diz que a Lei
não salva ninguém.
O que nos diz o texto?
Os vv. 1-2 nos apresentam o remetente ou os remetentes (Paulo e os irmãos que
estão com ele) e os destinatários:
as Igrejas da Galácia. Só que depois do seu nome, ele se chama
de apóstolo (aliás, comum também nas outras cartas), mas a
palavra apóstolo aqui é seguida
de um longo aposto para justificar a au-tenticidade do seu título
de apóstolo, pois os judaizantes
estavam negando que Paulo
fosse um apóstolo autêntico
e verdadeiro. Então ele afirma
que é apóstolo não chamado
por homem algum, mas diretamente pelo próprio Jesus Cristo
e por Deus Pai, que ressuscitou
Jesus Cristo dentre os mortos. É
uma alusão à sua conversão a
caminho de Damasco. O nosso
texto depois salta para o v. 6ss.,
no qual, em tom severo, ele se
mostra admirado que os gálatas
estão, tão depressa, mudando de
evangelho, ou seja, desprezando
Paulo e dando atenção aos falsos apóstolos (os judaizantes),
negando assim a gratuidade da
salvação pela fé em Jesus Cristo,
dando atenção aos que os estão perturbando, corrompendo
o evangelho de Cristo pregado
por ele. Nos vv. 8 e 9 ele considera anátemas, amaldiçoados
aqueles (e até ele mesmo ou um
anjo) que pregassem um evangelho dife-rente daquele que
ele pregou aos gálatas. O texto é
bastante pesado e até repetido:
“seja excluído”. É que para Paulo
é questão de vida ou de morte,
de salvação ou condenação negar que a salvação nos vem gratuitamente, ou seja, através da fé
na morte redentora de Jesus na
cruz. Neste caso, Paulo não vê
conciliação ou concessão. No v.
10 ele afirma que não quer agradar aos homens, mas quer
apenas a aprovação de Deus. Se
ele quisesse agradar aos homens,
conciliando as coisas, ele não seria servo de Cristo. O mistério
revelado a ele por Jesus Cristo
ressuscitado e que salva a todos,
inclusive os pagãos, é o amor
de Deus manifestado no sangue
de Cristo derramado na cruz. O
importante, portanto, é a fé no
Cristo crucificado e não no fiel
cumprimento das obras da lei.
EVANGELHO: Lc 7,1-10
O texto de Lucas tem
pormenores que Mt 8,5-13 não
traz, mas não vou entrar nesses
deta-lhes para ser mais objetivo.
Ambos narram este milagre depois do Sermão da Montanha
(Mt) ou Sermão da Planície (Lc).
O v. 1º lembra que Jesus terminava o seu sermão “ao povo que
o escutava” e localiza o milagre
da cura do servo do Centurião
em Cafarnaum. O protagonista
do episódio não é o miraculado,
mas o centurião, que é um estrangeiro. Podemos lembrar que
a primeira e a segunda leitura
também estão interessadas nos
estrangeiros para mostrar a uni-
“Senhor,
eu não sou
digno de que
entreis em
minha morada, mas
dizei uma
palavra e
serei salvo”.
versalidade da salvação de Deus.
Deus não pensa só no povo judeu, mas em todos os povos, sobretudo quando envia o seu Filho Amado para salvar o mundo.
Este centurião é um
pagão romano, mas temente
a Deus, ou seja, é simpatizante
do povo judeu, embora não
seguisse seus costumes. Também é curioso e bonito que ele
não está preocupado consigo
mesmo, mas com o seu empregado, que está à beira da morte,
por quem, na verdade, ele tinha
muita consideração. Outra curiosidade é que em Lucas (não
em Mt), ele envia mensageiros
a Jesus e esses mensageiros são
alguns anciãos dos judeus. Ora,
os judeus não se relacionam com
estrangeiros nem entram em
suas casas, para não se tornarem impuros. É que Lucas não é
judeu, mas grego (que para os
judeus significa estrangeiro) e
Lucas não concorda com a mentalidade fechada dos judeus. Os
mensageiros, inclusive, apresentam o centurião como uma pessoa boa, que merece o favor de
Jesus, porque ama o povo judeu
e até construiu uma sinagoga
para eles. Estamos percebendo
que fora do povo, cumpridor de
suas obrigações religiosas, existe
gente boa que merece respeito
e que não está fora da salvação.
Quando Jesus já está perto da
casa do centurião, ele manda
alguns amigos falarem com Jesus aquilo que em Mt 8,5-13 é
o próprio centurião quem fala.
Neste ponto, o texto de Lucas
ficou um pouco esquisito, desajeitado! Depois o v. 6 diz que
Jesus foi com eles para a casa do
estrangeiro. É Lucas antecipando
o que ele vai narrar nos Atos dos
Apóstolos: a Igreja abrindo as
portas da salvação para todos os
povos. É o universalismo de Lucas.
As palavras do centurião
se tornaram célebres. Nós até as
usamos antes de receber a comunhão: “Senhor, eu não sou
digno de que entreis em minha
morada, mas dizei uma palavra e
serei salvo”. É lógico! com umas
pequenas modificações. Em Lucas, o centurião não quer incomodar Jesus, pois ele se sente
indigno de que Jesus entre em
sua casa e justifica que foi por
isso que ele nem foi, pessoalmente, ao encontro de Jesus.O
centurião tem 100 soldados sob
seu comando, mas ele se mostra
muito humilde e diz ser um subalterno, mas quando ele dá uma
ordem a seus soldados ou a seus
escravos eles obedecem prontamente. Ele se coloca assim diante
de Jesus com muita fé, confiança
e humildade, reconhecendo que
Jesus é mais importante do que
ele e bastaria uma palavra de
Jesus para o milagre acontecer.
Tanto é verdade que Jesus se admira e diz: “Eu vos digo que nem
mesmo em Israel encontrei uma
fé tão grande”.
As palavras de Jesus são
uma pesada crítica ao povo de
Israel, de modo especial, aos seus
dirigentes, que, publicamente,
se consideravam melhores do
que os outros e os tachavam de
pecadores por não cumprirem a
lei. Também nos ajudam a evitar
nossos julgamentos e prepotências, achando-nos melhores do
que aqueles que não frequentam
a Igreja ou não têm nenhuma
religião.É interessante que Jesus
não fala mais nada e “aqueles
que tinham sido enviados voltam
para casa do centurião e encontram o servo em perfeita saúde”.
Jesus atendeu ao pedido do centurião e o milagre aconteceu.
Diretrizes 894 | Março de 2016
33
CALENDÁRIOS - [ Abril de 2016 ]
Calendário do Presbitério
02: Aniv. fal. de São João Paulo
II (2005).
05: Aniv. nat. Pe. Aníbal Borges
Sobrinho (1955), ex-prefeito de
Bom Jesus do Galho.
07: Aniv. nat. Pe. Valcy Ribeiro
Soares (1975), vigário paroquial
de Nª Sª da Conceição, de Caratinga; e aniv. fal. Pe. Deoclides
Casemiro Campos de Araújo
SDN (1981): Manhumirim.
08: Aniv. nat. Pe. Moacir Ramos
Nogueira (1979), pároco da Catedral São João Batista, Caratinga; e de José Eugênio Pereira.
09: Aniv. nat. Pe. Antônio Geraldo Alves SSS (1964), pároco
do Santuário da Adoração, Caratinga.
11: Aniv. nat. Pe. David José
Gonçalves (1952), vice-reitor e
ecônomo do Seminário Diocesano Nª Sª do Rosário e Vigário
paroquial do Senhor Bom Jesus,
Santa Cruz, Caratinga. - Aniv. fal.
Pe. Tiago Eussen SDN (1977):
Manhumirim.
12: Aniv. nat. Pe. Antônio Maurílio de Freitas (1970): missionário
pela Diocese de Caratinga, na
Diocese de Três Lagoas, Mato
Grosso Sul.
14: Aniv. nat. Dom Antônio
Afonso de Miranda SDN (1920),
bispo emérito de Taubaté, SP., e
de Pe. Raniel Carlos de Freitas
(1988), vigário paroquial de Simonésia. - Aniv. fal. Pe. Antenor Nunes Pimentel SDN (1981):
Manhumirim.
15: Aniv. nat. Frei Joilde de Sousa Lima OCD (1962), BH; e aniv.
fal. Pe. José Joaquim Waleck
(1946), 10º pároco da Catedral
de São João Batista; e de Pe. Léo
Schulze-Dinkelborg SDN (1997):
Carangola.
16: Aniv. nat. Francisco Célio da
Rocha (1961), Carangola; aniv.
fal. Pe. Dionísio Homem de Faria
(1957): Bom Jesus do Galho; e
de Mons. João de Barros (1941):
Mutum, Faria Lemos, Tombos.
17: Aniv. ord. Frei João Bonten
OCD (1966), missionário na Holanda.
18: Aniv. nat. Pe. Elias de Souza Dorneles (1979): pároco de
Tombos; e de Pe. Júlio César de
Souza Pereira, pároco de Santa
Margarida de Antioquia.
19: Aniv. ordenação episcopal de
Dom Emanuel Messias de Oliveira (1998), 6º bispo diocesano de
Caratinga.
21: Aniv. nat. Grimaldo Martins
de Souza (1972), Ponte Nova.
22: Aniv. natalício de Dom Emanuel Messias de Oliveira (1948),
6º Bispo Diocesano de Caratinga.
23: Aniv. nat. Pe. Fabrício Almeida de Moura (1976), pároco de
Sant’Ana do Imbé.
24: Aniv. fal. Pe. José Miguel
Arantes (1936): Inhapim.
25: Aniv. nat. Pe. José Paula
Vilela (1975), pároco de Bom
Jesus do Galho. Aniv. fal. Dom
Helvécio Gomes de Oliveira
(1960), arcebispo de Mariana; e
de Pe. Francisco Dias da Fonseca
(1978): Sacramento.
27: Aniv. nat. Pe. Raimundo Turíbio Costa (1951), pároco de
Caputira; e de Pe. Matias José
Pereira, pároco de Pocrane.
28: Aniv. nat. Pe. Vicente de
Paula Dornelas, PIME (1954).
Calendário pastoral
03: 2º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia.
08: Aniversário da criação da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida (2014), Carangola.
09: Aniversário da criação da Paróquia São João Batista (1963), São João do Oriente.
12: Aniversário da criação da Paróquia São José (1959), Vargem Alegre.
15-17: Encontro de formação da Pastoral da Sobriedade, Paróquia N.Sra. do Carmo, Caratinga.
21: Dia de Estudos sobre o IX Plano de Pastoral da Diocese: Padres e Leigos.
22-24: Encontro de formação para Assessores da Infância e Adolescência Missionária, Caratinga.
27: Lançamento do Livro “Padre Lanzilloti”, do Prof. Hélio Amaral, em Entre Folhas.
27: Reunião da Província de Mariana em Mariana.
28: Aniversário da criação da Paróquia Santo Estêvão (1932), Iapu.
34 Diretrizes 894
| Março de 2016
Datas Comemorativas
01: Dia da Mentira
02: Dia do Propagandista
07: Dia do Corretor
07: Dia do Jornalismo
07: Dia do Médico Legista
07: Dia Mundial da Saúde
08: Dia da Natação
08: Dia do Correio
08: Dia Mundial do Combate ao Câncer
09: Dia Nacional do Aço
10: Dia da Engenharia
10: Dia do Exército Brasileiro
12: Dia do Obstetra
13: Dia do Office-Boy
13: Dia dos Jovens
14: Dia Pan-Americano
15: Dia da Conservação do Solo
15: Dia Mundial do Desenhista
15: Dia do Desarmamento Infantil
18: Dia Nacional do Livro Infantil
18: Dia de Monteiro Lobato
19: Dia do índio
20: Dia do Diplomata
21: Tiradentes
21: Dia do Metalúrgico
22: Descobrimento do Brasil
22: Dia da Força Aérea Brasileira
23: Dia Mundial do Escoteiro
24: Dia do Agente de Viagem
24: Dia Internacional do Jovem Trabalhador
25: Dia do Contabilista
26: Dia da Primeira Missa no Brasil
27: Dia da Empregada Doméstica
27: Dia do Sacerdote
28: Dia da Educação
30: Dia do Ferroviário
Suplemento
Quatro reuniões e um plenário sobre:
Grupo de reflexão, fonte
de vida para a Igreja
Preparado pela equipe do MOBOM, Mariano
Caderno 408 março de 2016
ASSINE JÁ!
Para assinar basta enviar a ficha abaixo
devidamente preenchida para:
Gráfica - Editora Dom Carloto
Pça. Cesário Alvim 132, Centro
Caratinga / MG
35300-036
ou você pode assinar pelo e-mail:
[email protected]
ou pelos telefones
(33) 3321-2521 / (33) 3321-9558
A REVISTA DA DIOCESE DE CARATINGA
Receba por um ano inteiro a revista Diretrizes por apenas
R$ 50,00
FICHA DE INSCRIÇÃO
NOME: ________________________________________________________________
ENDEREÇO: ______________________________________________
Nº: _________
BAIRRO: _______________________________________________________________
CIDADE: __________________________________________________ UF: ________
CEP: _________________________ TELEFONE: (____)___________-_____________
E-MAIL: _______________________________________________________________
CPF: __________________________________________________________________
NÚMERO DE ASSINATURAS:________________________________________________
Não deixe
sua ideia
entrar em
extinção.
Pça. Cesário Alvim, 132
Centro - Caratinga / MG
Tel: (33)3321-9558
E-mail: [email protected]