Pancreatite felina aspectos diferenciais
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Pancreatite felina aspectos diferenciais
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Veterinary Compendium, Oct. p.766-775, 2005. Prof. Msc. Alexandre G. T. Daniel Universidade Metodista de São Paulo H.V. Santa Inês – SP Consultoria Especializada em Medicina Felina e-mail: [email protected] Dúvidas, sugestões e informações sobre nossos Informativos Técnicos, por favor entrem em contato pelo e-mail: [email protected] HYPOALLERGENIC 500g e 2kg N°8 • Agosto/2011 17 - GERHARDT, A.; STEINER, J.M.; WILLIAMS, D.A.; KRAMER, S.; FUCHS, C.; JANTHUR, M.; HEWICKER-TRAUTWEIN, M.; NOLTE, I. Comparsion of the sensitivity of different diagnostic tests for pancreatitis in cats. Journal of Veterinary Internal Medicine, v.15, p.329-333, 2001. 19 – FORMAN, M.A.; MARKS, S.L.; De COCK, H.E.V.; HERGESSEL, E.J.; WISNER, E.R.; BAKER, T.W.; KASS, P.H.; STEINER, J.M.; WILLIAMS, D.A. Evaluation of serum feline pancreatic lipase immunoreactivity and helical computed tomography versus conventional testing for the diagnosis of feline pancreatitis. 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Em gatos, esse é o principal e frequentemente único ducto pancreático aberto para a luz duodenal, em contigüidade com o ducto biliar1-3. A proximidade destes sítios predispõe o paciente felino com um sistema acometido ao desenvolvimento de enfermidades associadas aos demais sítios, caracterizando por vezes, acometimento pancreático, hepatobiliar e intestinal associados, caracterizando assim, a tríade felina. Existe uma crescente evidência de que a pancreatite ocorra muito mais que o estimado, porque mesmo com o diagnóstico clínico sendo pouco realizado, o diagnóstico post mortem é frequente, mostrando a deficiência de diagnóstico definitivo desta enfermidade2,4-7. Nenhuma predisposição etária ou sexual foi encontrada em gatos com 1,4,5,8 pancreatite . A idade encontrada varia de cinco semanas de vida até 20 9 anos . A real etiologia da pancreatite felina, em 90% dos casos, permanece incerta, sendo assim considerada idiopática1,9,10. Afecções no trato biliar que se localizem distalmente ao ducto biliar comum (inflamação, infecção, cálculos) podem predispor à pancreatite aguda em virtude da relação funcional entre o ducto biliar comum e o ducto pancreático no felino10. WEISS “e colaboradores” referiram a presença significativa de pancreatite e concomitantemente doença inflamatória intestinal (DII) em gatos portadores de colangiohepatite. Traumas como quedas de grandes alturas ou atropelamentos também são reconhecidos como causa de pancreatite em felinos, assim como o trauma9. Os achados hematológicos verificados na pancreatite felina são inespecíficos. Esses achados podem incluir discreta anemia (não regenerativa), aumento do hematócrito (em virtude da desidratação), leucopenia ou leucocitose, não necessariamente com neutrofilia. Desvio a esquerda pode ocorrer em casos onde os animais estejam em choque 12 séptico secundário . A contagem plaquetária não costuma mostrar alterações, embora os tempos de protrombina e tromboplastina parcial 4 estejam significativamente aumentados em cerca de 20% dos animais . Achados bioquímicos incluem aumento nos valores de bilirrubina, colesterol, alanino aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA), uréia, creatinina e hipoalbuminemia12. Embora a amilase e a lipase tenham sido usadas por muito tempo como indicadores diagnósticos de pancreatite, seus valores não têm especificidade ou sensibilidade no diagnóstico da doença em gatos. Os níveis podem estar aumentados em doenças renais, corticoideterapia (podendo estar aumentada mais que cinco vezes os valores de referência), 12,13 doença gastrintestinal, peritonite e desidratação . A amilase e a lipase derivam não somente do pâncreas felino, mas também de outros órgãos do próprio trato gastrintestinal, por exemplo13. A hipercolesterolemia foi encontrada em 64% dos gatos com pancreatite aguda, podendo ser correlacionada com doenças associadas à pancreatite, como a lipidose hepática e endocrinopatias4. As anormalidades eletrolíticas mais comumente encontradas são a 1 Vets TODAY Vets TODAY 13 hipocalemia e a hipocalcemia . A hipocalcemia é um achado associado a 14 um mau prognóstico . Cerca de 66% dos gatos com pancreatite aguda são hipocalêmicos, mesmo na ausência de manifestações gastrintestinais4. Técnicas de radioimunoensaios espécie-específicas foram desenvolvidas recentemente para a mensuração da imunorreatividade de anticorpos anti-tripsina e anti-tripsinogênio em gatos (fTLI). Esse teste visa detectar os níveis de anticorpos contra a tripsina e tripsinogênio séricos que, em teoria, aumentariam significativamente em casos de inflamação pancreática e conseqüente extravasamento da enzima para o espaço extra-vascular. Da compilação experimental de diversos autores, este exame tem sensibilidade entre 33% e 86% em animais com alterações pancreáticas (macroscópicas e microscópicas) confirmadas por histologia15 – 17. O desenvolvimento e a validação analítica de radioimunoensaio específico para a mensuração da concentração da lipase pancreática felina específica (fPLI) foi realizado por STEINER18. Baseados nesta validação, realizou-se a comparação da sensibilidade e especificidade da 19 fTLI frente à fPLI, em estudo realizado com 10 gatos . A sensibilidade da fTLI foi de 80% para animais com p a n c r e a t i t e moderada a severa, e especificidade de 75% para animais s a d i o s , n a dependência do valor de corte utilizado (com a redução do valor de corte, os valores percentuais diminuíam); a sensibilidade e Foto: arquivo pessoal do autor. especificidade da fPLI FIGURA 1: Aspecto macroscópico de animal com foi de cerca de 100% pancreatite aguda e lipidose hepática, submetido a para ambos. Embora laparotomia exploratória para classificação histológica e lavagem de cavidade. Observar órgão aumentado de este tenha sido o tamanho, áreas com petéquias e pontos hemorrágicos. primeiro e único trabalho avaliando a e f i c á c i a d a determinação da fPLI em gatos com pancreatite, e o número de gatos tenha sido reduzido, este teste mostrou-se muito superior aos demais, merecendo maiores estudos e testes com um maior número de animais. Mesmo com todos esses estudos, o exame ainda considerado “gold standard” no diagnóstico da enfermidade continua sendo a biópsia pancreática, com realização posterior de exame histopatológico7,20. O exame ultra-sonográfico vem se mostrando, cada vez mais, uma ferramenta útil no diagnóstico da pancreatite felina21. Tendo o examinador o conhecimento da topografia, ecogenicidade e relação anatômica das estruturas, além de um aparelho com um transdutor de alta resolução, o exame ganha acurácia e aumento na sua 22 sensibilidade . Diversas alterações de ecogenicidade pancreática são relatadas em gatos com pancreatite, incluindo um pâncreas ultra-sonograficamente normal; órgão hipoecóico em virtude de necrose; órgão hiperecóico em decorrência de fibrose e massas; mesentério hiperecóico por esteatonecrose; hipoecogenicidade ao redor do pâncreas, por inflamação e edema, e efeito de massa (abscesso pancreático, 2 pseudocistos); mudanças nas estruturas biliares (ducto biliar comum dilatado, espessamento da b ile na v esícu la b iliar, d u cto pancreático dilatado); dilatação do ducto pancreático por edema do órgão, com conseqüente obstrução ductal1,13,21. A manifestação mais comum em gatos com pancreatite é a anorexia (100%), seguido por letargia (97%) e 4,14 desidratação (92%) ; no entanto, estes não são patognomônicos de pancreatite, sendo comuns à maioria das enfermidades que acometem os felinos. Outros achados de exame físico são taquipnéia (74%), hipotermia (68%), icterícia (64%), taquicardia (48%), dor abdominal (25%), presença de massa em região epi/mesogástrica (23%), dispnéia 4,5,14 (20%), ataxia (15%) e febre (7%) . Uma importante diferença entre gatos e cães com pancreatite, é a menor ocorrência de vômito e dor abdominal. Entretanto, a avaliação da presença de dor abdominal na espécie felina pode ser difícil, podendo tornar subestimado este parâmetro na 13 maioria dos trabalhos . 22 FERRERI e colaboradores afirmam que a pancreatite aguda e a crônica não podem ser distinguidas entre si somente pela história clínica, sintomatologia, tempo de aparecimento, achados do exame físico, exames laboratoriais, radiográficos e ultrassonográficos. São necessários exames específicos e o histopatológico. O tratamento da pancreatite felina é complexo e envolve atenção frente às muitas facetas da doença. De maneira geral, recomenda-se a reposição de fluidos e correção do desequilíbrio ácido-base, manejo nutricional, controle do vômito e tratamento analgésico13. Se a causa de base é encontrada, também deve ser tratada/removida. Os mais importantes indicadores clínicos da gravidade da pancreatite são as múltiplas anormalidades sistêmicas, especialmente a 13 hipoalbuminemia e a hipocalcemia . A recomendação de NPO (“nil per os”, ou nada por via oral) é bastante utilizada em cães, para promover a menor ativação pancreática possível, com redução na estimulação e produção de enzimas pancreáticas 20. Porém, o jejum prolongado gera imunossupressão, Foto: arquivo pessoal do autor. FIGURA 2: Realização de biópsia pancreática redução da cicatrização de feridas, aumento da translocação bacteriana, atrofia de vilosidades intestinais, sepse e redução da expectativa de vida12. Gatos não devem ser privados de alimentação, pois não existe nenhum benefício comprovado do jejum frente à pancreatite felina, além de poder ocorrer a 11,12 exacerbação da lipidose hepática . Se o animal é incapaz de se alimentar ou ingerir água por mais de 2 a 3 dias, vias alternativas de suporte nutricional devem ser consideradas, para prevenir o aparecimento a instalação da lipidose hepática, má nutrição, atrofia de vilosidades e translocação 12,13,20 bacteriana . Alternativas para esta indicação são a sonda nasoesofágica (período máximo de cerca de quatro a seis dias), tubo de esofagostomia ou tubo de gastrostomia. Os tubos de esofagostomia e gastrostomia têm boa aplicabilidade e aceitação, com fácil manuseio e entendimento frente ao proprietário; podem ficar fixados por um longo período de tempo. Embora para a maioria dos cães se recomende o jejum como parte do tratamento da pancreatite, gatos têm exigências nutricionais e metabólicas únicas e o jejum/anorexia por mais de três dias é inaceitável13. É importante entender e ressaltar que, mesmo com pancreatite, os gatos podem e devem ser alimentados. Se o gato está com crises eméticas de difícil controle ou incoercíveis, a jejunostomia ou nutrição parenteral como a nutrição parenteral parcial (NPP) ou nutrição parenteral total (NPT) devem ser utilizados13. O controle da dor é crucial no sucesso do tratamento da pancreatite. A principal opção nesses casos são os opiódes, tendo como únicos efeitos colaterais a disforia e constipação12,13. Opióides de eleição são o fentanil (24 ìg/kg em bolus, e após, 1-4 ìg/kg/hora em infusão constante), buprenorfina (0,01-0,02 mg/kg a cada 4-8 horas IV/IM), meperidina (1-2 mg/kg a cada 2-4 horas IM), tramadol ( 2mg/kg a cada 12 horas, IM). A morfina (0,1-0,2 mg/kg a cada 8-12 horas) também exerce um ótimo efeito analgésico, porém como pode produzir náusea, além de causar espasmo do ducto pancreático, deve ser evitada23. Anti-inflamatórios não esteroidais não são recomendados, devido aos seus efeitos colaterais gastrintestinais e renais, especialmente em animais 13,23 hipovolêmicos . Embora bactérias não tenham reconhecidamente um papel primário no desenvolvimento da pancreatite, a necrose pancreática ocorre em muitos gatos acometidos, ocorrendo a translocação bacteriana e tornando este ambiente ideal para o crescimento bacteriano. Os antibióticos de escolha para gatos com alterações ultra-sonográficas sugestivas de abscessos pancreáticos, ou em animais com manifestações sistêmicas de sepse (leucocitose com desvio a esquerda, neutrófilos tóxicos, hipoglicemia, febre) devem ser de amplo espectro e com boa penetração em tecido pancreático. Opções indicadas são a amoxicilina com ácido clavulânico, 13,23 ampicilina e a clindamicina . Outro importante ponto no controle da pancreatite em gatos é a terapia medicamentosa no controle da náusea e vômito. A metoclopramida possui ação pró-cinética, útil em animais com redução da velocidade de esvaziamento gástrico ou íleo paralítico13. É um fármaco de grande valia, porém, não é o mais potente dos inibidores do vômito13. Os inibidores da serotonina devem ser os fármacos de primeira escolha, seguidos pela metoclopramida. Os inibidores da serotonina de comum utilização são a ondansetrona (0,5 a 1 mg/kg a cada 12-24 horas PO ou IV) ou o dolansetron (0,3 a 0,5 mg/kg a cada 12-24 horas, SC ou IV). A associação dos inibidores da serotonina com a metoclopramida também é indicada (0,2-0,5 mg/kg a cada 8 horas, SC; ou em infusão contínua na dose de 1 a 2 mg/kg/dia ou 0,1 a 0,3ìg/kg/min)10,13,23. Alguns animais que não respondem a terapêutica medicamentosa, e apresentam evolução desfavorável do quadro clínico, podem se beneficiar da intervenção cirúrgica para, além de realização de exame histopatológico, efetuar a lavagem da cavidade, reduzindo com isso a ação degradante das enzimas no peritônio e suas consequências sistêmicas. Foto: arquivo pessoal do autor. FIGURA 3: Animal com pancreatite crônica agudizada – notar nódulos esbranquiçados entremeados por pontos hemorrágicos. 3