2015 – anais v semana acadêmica integrada

Transcrição

2015 – anais v semana acadêmica integrada
ISBN 9788561586409
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REALIZAÇÃO:
COMISSÃO EXECUTIVA:
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Adriana Letícia Barbosa dos Santos
Constantino Pedro de Alcântara Neto
PROMOÇÃO:
Fabiana Ribeiro Pimentel
Núcleo de Pesquisa e Extensão
Núcleo de Apoio Discente e Docente
APOIO:
Assessoria de Comunicação
COMISSÃO ORGANIZADORA:
Artur Vicente da Costa
Josiana Kely Moreira
Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo
Juliana Conceição Dias Garcez
Érika Simone da Silva Bentes
Katarine Antonia Dos Santos Barile
Etiane Prestes Batirola Alves
Lidiane de Souza Silva
Felipe Porttela Neves
Márcia Bittar Portela
Gilson Scholl Pires
Márcia Cristina dos Santos Guerra
Ivete de Fátima Ferreira Brabo
Mônica Martins Hagedorn
Jevane Mendonça Moraes
Nahima Castelo de Albuquerque
José Antonio Cordero da Silva
Smayk Barbosa Sousa
José Wilson Nunes Fernandes
Valéria Chicre Quemel Andrade
ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS:
Etiane Prestes Batirola Alves
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ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA
INTEGRADA DA FAMAZ
ISBN 9788561586409
BELÉM—PARÁ
2015
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SUMÁRIO
1. SESSÃO BANNER
1.1 CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
6
1.2 CATEGORIA ENSINO
30
1.3 CATEGORIA PESQUISA
37
1.4 CATEGORIA EXTENSÃO
45
2. SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL
2.1 CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
46
2.2 CATEGORIA PESQUISA
82
6
SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
RESPONSABILIDADE SOCIAL E BIOMEDICINA – RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DO PROJETO
BIOMEDICINA EM AÇÃO NA COMUNIDADE DA VILA DA BARCA
Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo1, Andréa Luciana Soares da Silva1, Lívia Trindade
Lobo2, Amanda Vasconcelos Soares1, Katarine Antônia dos Santos Barile1.
1
Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 2Doutor em Química.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: A integralidade da atenção à saúde é um princípio norteador para elaboração das políticas
de saúde. Este princípio deve estar presente no processo de formação de profissionais da área da saúde,
enfatizando o pensar e fazer saúde (OLIVEIRA, 2007). No modelo de competências mobilizadas – que
consiste no trio saberes, saber-fazer e saber-ser – o saber-fazer é aquele que designa as noções relacionadas à prática profissional (MANGINI; MIOTO, 2009). A prática pedagógica, quanto dinâmica, deve conduzir à visão política de cidadania, integrando arte, cultura, valores e interação, permitindo o ensinar de
forma significativa (GOMES et al., 2006). Neste contexto destaca-se a extensão universitária, que quanto
processo metodológico, permite o contato imediato da comunidade universitária com a sua comunidade
externa, aquela à qual está mais próxima, na perspectiva de uma relação dialógica baseada na troca de
saberes (DIVINO et al., 2013), tendo reflexo direto na qualidade do desempenho acadêmico e favorecendo a auto-reflexão crítica, a emancipação teórico-prática e o significado de responsabilidade social
(PIVETTA et al., 2010). Objetivo: este trabalho irá relatar uma experiência do Projeto Biomedicina em
Ação, realizada junto a Comunidade da Vila da Barca (Belém, Pará, Brasil), envolvendo discentes do curso de Bacharelado em Biomedicina, de uma Faculdade particular, da cidade de Belém (Pará), em celebração ao Dia da Responsabilidade Social. Descrição da experiência: em um sábado de setembro
(25/09/2014) foi realizada uma atividade prática, de caráter extensionista, envolvendo docentes e discentes do curso de Bacharelado em Biomedicina (FAMAZ) e moradores da Comunidade da Vila da Barca,
situada no bairro do Telégrafo, na cidade de Belém do Pará. Previamente, realizou-se a divulgação da
atividade do Projeto Biomedicina em Ação através da rádio comunitária, que informou a disponibilização
de quarenta senhas para realização de exames de sangue (indivíduos com idade compreendida entre 2059 anos); e vinte senhas/frascos coletores para realização de exame parasitológico de fezes (indivíduos
com idade compreendida entre 0-18 anos), bem como, as orientações para coleta de amostras. Os discentes de Biomedicina foram convidados a participar das diversas etapas da ação, de acordo com o período em que se encontravam no curso: 1º, 2º e 8º períodos – cadastramento de amostras e atuação no
Setor de Parasitologia; 4º período – atuação nos Setores de Imunologia, Parasitologia e Hematologia; 6º
período – cadastramento e coleta de amostras de sangue e atuação nos Setores de Bioquímica e Parasitologia. No total, participaram da atividade quarenta e três discentes. O espaço disponibilizado para realização das atividades na Vila da Barca foi a Sede da Associação de Moradores, no qual se organizou os
setores de cadastramento de pacientes, identificação de amostras e coleta/recebimento de material biológico (sangue e fezes). Os discentes foram orientados pelos docentes quanto à conduta profissional: (i) na
recepção do paciente; (ii) na realização de questionamentos para o cadastramento da amostra; (iii) no
processo de comunicação com o paciente antes e após punção venosa; e (v) no processo de comunicação de liberação do paciente. Ao término da coleta – ocorrida das 8h00 às 9h30 –, as amostras biológicas foram acondicionadas e transportadas até a FAMAZ. No ambiente laboratorial os discentes foram
orientados pelos docentes sobre: (i) o uso de equipamentos de proteção individual (EPI); (ii) assepsia e
organização das bancadas; (iii) utilização correta de instrumentos laboratoriais; e (iv) orientação teórica
sobre os métodos utilizados na determinação laboratorial, sendo distribuídos nos setores laboratoriais
para realização das seguintes determinações: colesterol total, triglicerídeos, glicose de jejum (Setor de
Bioquímica); classificação do sistema ABO (Setor de Hematologia); teste rápido para detecção de anticorpos contra o vírus da Dengue (Setor de Imunologia); exame direto de fezes pelo método Hoffmann
(Setor de Parasitologia). Após a finalização da execução dos métodos, os docentes realizaram a elaboração dos laudos laboratoriais, que serão entregues aos pacientes, em momento oportuno, juntamente com
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
a realização de uma atividade visando à promoção à saúde. Resultados: o Projeto Biomedicina em
Ação proporcionou aos discentes do curso de Bacharelado em Biomedicina, da FAMAZ, o envolvimento
com uma atividade de caráter sócio-comunitário, acadêmico e científico, reafirmando a indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão. A troca de saberes emergiu da relação estabelecida entre a comunidade (saber popular) e os discentes participantes da ação (saber acadêmico-científico), oportunizando a
aplicação e integração do conhecimento acadêmico-científico, sendo um diferencial na formação acadêmica e cidadã dos discentes. Adicionalmente, a atividade favoreceu a ação-reflexão-ação da prática profissional Biomédica, a partir das situações que emergiram no contato com a comunidade e durante a execução das práticas laboratoriais, permitindo aos discentes vivenciar situações cotidianas da profissão,
bem como, a troca de experiência com os docentes, colaborando significativamente para o processo formativo dos participantes. Considerações Finais: a utilização de práticas pedagógicas interativas, como
a atividade extensionista desenvolvida no Projeto Biomedicina em Ação, que determinam relações entre
a comunidade acadêmica e a comunidade externa, reforça a ideia de que a utilização de métodos ativos
de ensino-aprendizagem, visando o aprendizado interdisciplinar, possibilitam o aprofundamento da compreensão da relação teórico-prática, contribuindo para formação crítico-reflexiva. Contudo, tal formação
depende da autonomia discente, que pode ser alcançada mediante motivação pessoal e argumentação
racional para o estudo teórico e realização das atividades práticas, como observado no projeto. Expor os
discentes a novos paradigmas estimula o desenvolvimento do espírito crítico e de responsabilidade social, o que permitirá uma atuação profissional consciente e voltada para a integralidade da atenção à saúde, no âmbito da Biomedicina.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
PROJETO CINEMA & CIÊNCIA: UMA FERRAMENTA PARA CONSTRUÇÃO DOS SABERES
Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo1, Márcia Cristina S. Guerra2, Katarine Antônia S.
Barile1.
1
Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 2Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias da
Amazônia.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: Rubem Alves (2002) disse que ―Nietzsche dizia que a primeira tarefa da educação é ensinar
a ver. O educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de encanta crianças e adolescentes, o que é bem
diferente de simplesmente dar aula. Dar aula é só dar alguma coisa. Ensinar é muito mais fascinante‖.
Para Paulo Freire ―Estudar é desocultar, é ganhar a compreensão mais exata do objeto, é perceber suas
relações com outros objetos. Implica que o estudioso, sujeito do estudo, se arrisque, se aventure, sem o
que não cria nem recria‖. A interdisciplinaridade, como um enfoque teórico-metodológico surgiu na segunda metade do século passado, com o objetivo de romper a hiperespecialização e a fragmentação dos
saberes, em função do empirismo, naturalismo e mecanicismo científico do início da modernidade, tendo
por base uma perspectiva de dialogicidade e integração das ciências e do conhecimento (PIRES, 1998;
VILELA & MENDES, 2003; POMBO, 2005; THIESEN, 2008; MANGINI & MIOTO, 2009). A interdisciplinaridade chegou ao Brasil pela obra de Georges Gusdorf, Eric Jantsch e Jean Piaget. Contudo, ainda hoje,
inexiste uma única definição para tal terminologia. Na visão brasileira, a interdisciplinaridade é uma forma
de realização humana; onde crescimento humano e capacidade de emancipação (saber-ser/polo-sujeito)
justificariam a construção continuada dos indivíduos com base em quatro princípios: humildade, expectativa, coerência e audácia (MANGINI & MIOTO, 2009). O processo educativo interdisciplinar possibilita o
aprofundamento do entendimento da relação entre teoria e prática, contribuindo à formação mais crítica,
criativa e responsável, colocando estudantes e educadores diante de novos desafios (MORIN, 2000;
AMORIM & GATTÁS, 2007; THIESEN, 2008). Entende-se o cinema (conhecido como sétima arte) como
instrumento de função político-pedagógica, capaz de estabelecer relações indispensáveis entre os conteúdos e as ―leituras‖ do cotidiano (KLAUS, 2003), posto que, o cinema respeita a interdisciplinaridade, integrando diversos conhecimentos (LEAL, 2011). Segundo Marco Scarassatti (2007): ―O cinema, em qualquer campo em que seja aproveitado, desenvolvido, produzido ou consumido, é sempre educativo e formativo. É formal, na medida em que a sala de projeção é o espaço da socialização e divulgação do filme;
ao mesmo tempo é não-formal, pois, é espaço de alteridade em relação à escola e, também, informal,
pois, é espaço de fruição singular e plural, porque é grupal‖. Objetivo: Este trabalho irá relatar uma experiência de ensino-extensão que utilizou o cinema como ferramenta do processo de aprendizagem ativa,
em um curso de Bacharelado em Biomedicina, de uma Faculdade particular, situada na cidade de Belém,
Pará. Descrição da experiência: Foram realizados debates temáticos, que abrangeram diversas áreas
de conhecimento das Ciências Biomédicas, tendo como cenário lúdico o cinema mundial (filmes comerciais e documentários). Tal experiência se baseia na promoção do desenvolvimento de competências/
habilidades, previstas nas Diretrizes Curriculares do Curso de Biomedicina (CNE/CES nº 2, 2003), que
define o perfil de formação do profissional Biomédico como generalista, humanista, crítica e reflexiva,para
atuar em todos os níveis de atenção à saúde com base no rigor científico e intelectual. Resultados: Foram realizados nove debates (de caráter mensal, e ocasionalmente, em datas especiais e/ou comemorativas), com base em temas relacionados às diversas áreas do conhecimento. Os debates tiveram duração de quatro horas, contemplando exibição do filme e debate, sendo orientados/dirigidos por um
―debatedor‖, o qual era um profissional com experiência e domínio do tema em questão, com auxílio dos
discentes bolsistas envolvidos no projeto. Os temas abordados durante o debate foram previamente definidos pelo debatedor, sendo de total responsabilidade deste, juntamente com os bolsistas do projeto, o
preparo de qualquer material didático para distribuição aos participantes do debate. O projeto foi aberto à
comunidade acadêmica e todos os discentes participantes dos debates, com frequência mínima préestabelecida, receberam certificação na categoria ―ouvinte‖. Estiveram vinculados ao projeto de ensino -
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extensão, três alunos do curso de Biomedicina os quais eram responsáveis por: disponibilizar o material
filmográfico para o dia do debate; providenciar quaisquer solicitações do debatedor, realizando uma reunião com o mesmo, uma semana antes do evento; providenciar material didático para distribuição no dia
do debate; adquirir conhecimentos técnico-científicos dos temas que foram debatidos nos encontros realizados. Conclusão: A formação crítico-reflexiva é dependente do processo de autonomia discente. Esta
só é alcançada, quando: os alunos são nutridos de recursos motivacionais internos; se oferece explicações racionais para o estudo de determinado conteúdo ou para a realização de determinada atividade; se
usa de linguagem informacional, não controladora (REEVE, 2009). Do ponto de vista gramatical, o verbo
ensinar é um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um objeto direto – alguma coisa – e um objeto indireto – a alguém (FREIRE, 2002). O professor é uma ferramenta que pode promover o desenvolvimento
humano, a conquista de níveis complexos de pensamento e de comprometimento nas ações, favorecendo a autonomia dos alunos (BERBEL, 2011). O projeto Cinema & Ciência permitiu o desenvolvimento do
conhecimento acadêmico, dando oportunidade aos discentes envolvidos de se familiarizarem com os desafios da sociedade contemporânea, com os entes sociais que integram esta sociedade e com a produção do conhecimento a partir da reflexão teórica mediada por docentes vinculados aos projetos. A extensão acadêmica permitiu, também, aos discentes bolsistas, uma visão mais ampla dos conhecimentos adquiridos de maneira aplicada e integrada com a sociedade em que estão inseridos; tendo sido um diferencial na formação dos mesmos, tanto academicamente, quanto como cidadãos. Projetos de extensão
acadêmica são elementos essenciais na formação dos discentes do curso de Biomedicina, uma vez que
permitem a relação destes com a sociedade, com profissionais experientes em diversas áreas de formação, colaborando significativamente para o processo formativo dos participantes. Finalmente, o Projeto
Cinema & Ciência é um instrumento de grande importância para o processo de ensino-aprendizagem,
reforçando a ideia de que a utilização de metodologias ativas, que visem um aprendizado interdisciplinar
e autônomo, possibilita o aprofundamento do entendimento da relação teoria-prática, contribuindo à formação mais crítica, reflexiva e responsável, colocando estudantes e educadores diante de novos paradigmas, dotando o discente do espírito crítico e responsabilidade, que permitirão uma atuação profissional consciente, dirigida para a melhoria da qualidade de vida da população humana.
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NÃO ADESÃO DE LUVAS POR TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DO SETOR DE INJETÁVEIS EM UM
PRONTO SOCORRO MUNICIPAL EM BELÉM DO PARÁ
Carla Andressa Morais de Freitas¹; Eliane Ferreira Santos¹; Camila Chagas Madeira de Souza¹; Cleide
Alves Viana ²
¹Acadêmico de Enfermagem; ²Enfermeira Especialista em Enfermagem Nefrológica
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
[email protected]
Introdução: A luvas compõem o Equipamento de Proteção Individual (EPI) e tem como principal função
a proteção dos profissionais da saúde a exposição de secreções corporais e excretas, reduzindo o contato das mãos do profissional com o paciente (BOYCE e PITTET, 2009). Deve ser trocado entre o cuidado
entre diferentes pacientes e a cada diferente procedimento no mesmo paciente, sendo descartadas sempre após o uso (FERREIRA et al,2009). Objetivos: Relatar a vivência dos acadêmicos de Enfermagem
de uma Faculdade privada, em um Pronto Socorro municipal de Belém/PA. Método: Relato de experiência, ocorrido durante o período de estágio em um hospital público de urgência e emergência em Belém/
PA. Durante uma semana se observou como era a rotina dos técnicos de enfermagem que trabalhavam
no setor de injetáveis durante o período da tarde. Resultados/ discussão: Percebeu-se que os profissionais que ali estavam não utilizavam luvas de proteção durante o atendimento ao usuário e nem mesmo
durante o preparo de medicações. Eram aderidas somente quando o paciente se encontrava com extravasamento sanguíneo devido a perda do acesso venoso periférico. As justificativas dadas para não utilizar as luvas foram: para evitar a troca constante a cada procedimento, causando interrupção do serviço,
a escassez de luvas no setor, a qualidade do material das luvas, fazendo com que utilizem as luvas somente quanto havia algum sangramento abundante. Conclusão: Existe resistência quanto o uso do equipamento pelos funcionários associado ainda a falta desde material de proteção. A capacitação dos funcionários e implantação de normas pode melhorar a prática destes funcionários, além de que o hospital
deve exercer uma eficaz gestão fornecendo materiais de qualidade e subsídios aos colaboradores.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
MOSTRA BIO EM CENA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA VIVENCIADA NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE BIOMEDICINA
Etiane Prestes Batirola1; Lívia Trindade Lobo2; Márcia Cristina dos Santos Guerra3; Bruna Pedroso Tamegão Lopes4; Katarine Antônia dos Santos Barile4.
1
Mestre em Odontologia; 2Doutora em Química; 3Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias da Amazônia;
4
Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: A construção da sociedade contemporânea mudou muito nos últimos anos, em decorrência
de diversos fatores, principalmente a revolução tecnológica e suas interferências no processo de comunicação, assistência e qualidade de vida da população. A interferência da tecnologia demanda novos graus
de especialização funcional e técnica dos profissionais, recrutando um processo de modernização da
educação para acompanhar estas transformações ocorridas no mundo. Sendo assim, métodos ultrapassados de ensino empobrecem a criatividade, a inteligência e a eficiência da aprendizagem nas universidades e na capacitação de profissionais. Neste sentido, o emprego de metodologias ativas, baseadas em
estratégias de ensino fundamentadas na concepção pedagógica crítico-reflexiva, possibilitam uma leitura
e intervenção acerca da realidade, contribuindo e favorecendo a interação entre os diversos atores envolvidos no processo de formação do conhecimento. Objetivo: O presente trabalho visa relatar a experiência pedagógica de utilização de tecnologias de comunicação e informação do tipo audiovisual, no âmbito
das metodologias ativas, em um curso de graduação em Biomedicina na cidade de Belém-Pará-Brasil.
Descrição da experiência: O relato descritivo-qualitativo desta experiência pedagógica ocorre no contexto de que a incorporação de recursos tecnológicos nas novas metodologias ativas, no processo de ensino aprendizagem, tem mostrado uma transformação significante na forma de aprender e ensinar, estimulando a aquisição de competências e habilidades previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
o Curso de Graduação. A utilização de tecnologias de comunicação e informação (TIC) não é a solução
de todos os problemas em sala de aula, mas quando bem empregadas podem melhorar significativamente o processo de ensino, valorizando a construção coletiva do conhecimento. Dentro desta perspectiva, a
disciplina de Bioética e Biossegurança, ministrada no curso de Bacharelado de Biomedicina da Faculdade Metropolitana da Amazônia, propôs aos discentes do 2º período a produção de vídeos com temáticas
previstas no plano de ensino da disciplina, sendo cada integrante solicitado a participar da confecção do
trabalho levando em consideração suas habilidades e respeitando seus limites pessoais. Os discentes
foram divididos em equipes, receberam um roteiro de orientações e todo o material produzido foi exibido
na mostra denominada Bio em Cena e avaliado pelos docentes do curso. Resultados: A atividade oportunizou a produção de 20 materiais de TIC do tipo audiovisual (formato digital), nos quais foi perceptível o
desenvolvimento da capacidade crítica, reflexiva e criativa dos discentes. Na avaliação da atividade os
discentes participantes relataram: a) Aquisição de novas experiências, b) Utilização de TIC, c) Auxilio na
complementação da construção do conhecimento e d) Estímulo no processo de enriquecimento conceitual das temáticas teórico-práticas vistas em sala; para os docentes que avaliaram e participaram do processo de seleção dos melhores vídeos foi: a) Notório o estímulo da originalidade e criatividade dos discentes, b) Trabalho em equipe; c) Novo instrumento de avaliação no curso, sendo um recurso que introduz novas questões no processo educacional. Conclusão: A experiência do Bio em Cena ratifica a importância do educador em descobrir a forma de aprender de cada aluno e de reconstruir sua prática pedagógica. A incorporação de metodologias ativas aliadas a utilização de TIC, é um instrumento a ser explorado para valorizar os distintos saberes existentes e os diversos cenários de aprendizagem que podem ser desfrutados e criados para uma educação superior de excelência.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDADE DA VILA DA BARCA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS
DESAFIOS ENFRENTADOS
Etiane Prestes Batirola1, Márcia Cristina dos Santos Guerra2, Katarine Antônia dos Santos Barile3.
1
Mestre em Odontologia; 2Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias da Amazônia; 3Doutora em Biologia
de Agentes Infecciosos e Parasitários.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: No Brasil, a assistência primária está relacionada às concepções de saúde presentes em
diversas estratégias adotadas no modelo assistencial do Sistema Único de Saúde. A Estratégia Saúde da
Família (ESF) constitui-se, como uma proposta inovadora, com dimensões técnica-política-administrativa,
cuja finalidade é reorganizar os serviços, reorientar as práticas profissionais na lógica da promoção da
saúde, prevenção e reabilitação. Também possibilita articulação dos saberes da população e profissionais da saúde, implicando no princípio da Vigilância à Saúde, interdisciplinaridade, multidisciplinaridade,
integralidade do cuidado e educação em saúde, uma prerrogativa preconizada nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para cursos de graduação na área da saúde, reafirmando a necessidade de profissionais acessíveis e interativos com outros profissionais e serviços de saúde. Objetivos: Este trabalho visa relatar a
experiência pedagógica de utilização de visitas domiciliares na Vila da Barca, com acadêmicos de Biomedicina e Tecnologia em Radiologia, para educação em saúde sobre dengue e a articulação de saberes
preconizada nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Descrição da experiência: O relato descritivoqualitativo desta experiência pedagógica ocorre no contexto da incorporação de metodologias ativas no
processo ensino-aprendizagem, estimulando a aquisição de competências e habilidades discentes. Nesta
perspectiva, foram realizadas visitas domiciliares na comunidade da Vila da Barca, com acadêmicos de
Biomedicina e Tecnologia em Radiologia, como uma proposta para a complementação da construção do
conhecimento, estimulação do processo de enriquecimento conceitual, promoção do desenvolvimento
reflexivo dos participantes, estimulação da originalidade, criatividade e trabalho em equipe. Além do estabelecimento de vínculos com a sociedade e aprendizagem mútua, envolvendo multiplicidade de valores,
práticas, saberes e percepções de mundo. Resultados: A atividade oportunizou a divulgação de medidas
de prevenção da dengue com folhetos explicativos; articulação e interação entre acadêmicos de cursos
distintos; compreensão das atribuições e responsabilidades comuns entre suas futuras profissões; desenvolvimento da capacidade crítica-reflexiva-criativa; enfrentamento das dificuldades das práticas educativas em saúde. Também vivenciaram que a educação em saúde pressupõe uma combinação de oportunidades que favorecem a manutenção e a promoção da saúde, e não apenas, uma forma de transmissão
de conteúdo acrítico e descontextualizado, a quebra do pressuposto de que doença é apenas falta de
cuidado e responsabilidade do indivíduo com sua saúde. Segundo os discentes a experiência de realizar
vigilância em saúde in loco oportunizou o reconhecimento da sociedade como um agente de ação coletiva na lógica da promoção da saúde, prevenção e reabilitação de doenças. Diversas famílias visitadas recusaram-se a recebê-los e a participar do processo educativo para a vigilância da dengue, omitindo e/ou
negando suas responsabilidades individuais e coletivas, chegando a afirmar em alguns casos, que a tarefa é apenas do Estado, reforçando o modelo biomédico, centrado na cura-tratamento. A falta de interesse, participação e responsabilidade da população, é refletida nas condições ambientais encontradas, em
diversas ruas foi possível encontrar lixo acumulado, oferecendo risco potencial para criadouros do vetor
da dengue. Conclusão: Por meio da educação em saúde, é possível proporcionar a emancipação dos
sujeitos, dotando-os de autonomia e consciência quanto a suas corresponsabilidades no processo saúdedoença; estimular sua participação ativa na leitura e reflexão crítica da sua realidade. Neste sentido, o
ESF permite aos trabalhadores o desenvolvimento de uma prática assistencial humanizada, dinâmica,
renovadora e integral, voltada para a família inserida em uma comunidade, e que dentro de processo
contínuo, é necessária a participação conjunta das agências governamentais e de toda a sociedade.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
REDE CEGONHA: ATENÇÃO DE ENFERMAGEM NA REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE
Isabelle Bianca Barlete Oliveira1; Maicon de Araujo Nogueira2; Andrea Nogueira Otoni1; Liliane Sacramento da Silva1
1
Acadêmico(a) de Enfermagem; 2Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: o Ministério da Saúde, visando propiciar a humanização da assistência ao usuário do SUS
estabelece a criação de redes, dentre elas, o Governo Federal lançou em março de 2011, a Rede Cegonha. Implantada pela portaria n° 1.459 de 24/6/2011, que traz um novo modelo de atenção à Saúde Materno-infantil, com assistência focada desde o planejamento reprodutivo até os dois anos de vida da criança, este modelo apresenta caráter de acolhimento e resolutividade, tendo como foco a redução da
mortalidade de mulheres, crianças e recém-nascidos, estando o enfermeiro como personagem indispensável nesse processo. Destaca-se que o enfermeiro tem papel relevante na Rede Cegonha, visto que são
profissionais habilitados e capacitados para o atendimento de pré-natal de baixo risco, prestando a assistência necessária à parturiente e ao recém nascido, de forma humanizada e baseada em políticas públicas de saúde, na ―perspectiva da integralidade, utilização tecnologias, valorização de crenças e modos
de vida‖, desenvolvendo ações para o cuidado integral à mulher, ao recém nascido e a família, melhorando assim a qualidade da assistência. Objetivos: conhecer os objetivos da rede cegonha e caracterizar
esse modelo de assistência, elucidando a atuação do Enfermeiro junto ao programa. Métodos: trata-se
de um relato de experiência, de acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem na construção do
trabalho de conclusão de disciplina, tendo como foco a produção de conhecimento sobre a rede cegonha,
elucidando a atuação do Enfermeiro junto ao programa contribuindo para a concretização de formação
qualitativa e crescimento dos alunos e futuros profissionais de enfermagem. Resultados/Discussão: a
experiência da rede cegonha, sob a ótica discente demonstrou que a implantação do programa favoreceu
a aproximação dos hospitais junto à atenção primária, fortalecimento o vínculo com as usuárias e melhoramento da qualidade de assistência no pré-natal, focando a realização da educação em saúde da gestante. Sabemos que vários fatores interferem no funcionamento da rede, tais como: problemas sociais,
resistência de alguns profissionais na quebra dos paradigmas biomédicos, hospitalocêntrico e práticas
curativas e precárias infraestruturas dos serviços. Conclusão: no ambiente da atenção primária a saúde,
existe uma carência de insumos e infraestrutura para o atendimento qualitativo aos pressupostos da política dessa rede temática. Os elementos fundamentais para a concretização do trabalho da equipe são
praticados de maneira fragmentada, porém mesmo com tais problemáticas, os processos são desenvolvidos tais como: acolhimento, promoção da equidade, atendendo as diversidades culturais, étnica e racial.
Evidencia-se com isso, que a prática conjunta tão designada pelo programa tem problemas que influenciam de forma direta e indireta na atenção à saúde da mulher e da criança, mas que tentam ser supridos
da melhor maneira possível pela equipe multiprofissional e gestores.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA E SEPSE: A ÓPTICA DOS FUTUROS ENFERMEIROS
Isabelle Bianca Barlete Oliveira1; Maicon de Araujo Nogueira2; Andrea Nogueira Otoni1; Liliane Sacramento da Silva1
1
Acadêmico(a) de Enfermagem; 2Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: a sepse é motivo de grande preocupação por ser a principal causa de morte nas Unidades
de Terapia Intensiva (UTI), totalizando 400 mil casos da doença por ano, com taxa de mortalidade entre
10% e 64%. O diagnóstico da sepse é clínico, baseado nas alterações que constituem a síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). A não identificação do quadro de sepse retarda, e muitas vezes impede o tratamento adequado, resultando em progressão para múltiplas disfunções orgânicas, o que compromete gravemente o prognóstico dos pacientes. Assim deve ser feita uma assistência especializada e
de qualidade, de forma precisa e ágil, embasada em conceitos, para que se identifique as medidas eficazes dessa forma auxiliando no tratamento adequado. Diante disso, a enfermagem em especial o enfermeiro, trabalha no sentido de promover o restabelecimento da saúde do paciente. O enfermeiro é um
educador, pois além de ter conhecimentos para atuar no cuidado direto ao paciente, ainda atua como um
agente disseminador de informação e medidas preventivas, visando proporcionar bem estar em vários
contextos. Assim, torna-se de fundamental importância saber o grau de conhecimento dos acadêmicos
do curso de enfermagem, no que tange a assistência ao pacientes com sépse. Objetivos: identificar ocnheimtds uroegadçãmnfuistçãodenprvaBelém-Psobre sepse. Métodos: trata-se de um relato de experiência, com observação participativa da vivência dos
discentes do curso de graduação em Enfermagem na construção do trabalho de conclusão de disciplina
tendo como tema de estudo o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre Sepse. Resultados/
Discussão: verificou-se que os discentes possuem conhecimentos fundamentais para identificar os sinais e sintomas, mas como não estão familiarizados com os pormenores da doença, não sabem como
proceder diante do diagnóstico, não verbalizando com clareza a sequência correta para tratamento da
síndrome, o que se pode atribuir à carências existentes em sua formação acadêmica e o pouco contato
que os mesmos tem com o tema durante a formação. Desta forma, demonstrou-se que os discentes não
possuem uma visão ampla sobre o processo de enfrentamento da doença, inferindo-se que estas carências estejam associadas às lacunas de conhecimento durante a formação o que culmina com uma práxis
não fundamentada em conhecimento científico o que pode contribuir para um fazer profissional não embasada em evidencias. Conclusão: entende-se, que para efetuar assistência de enfermagem capaz de
atender à demanda do paciente, faz-se necessário o suporte terapêutico e conhecimento específico acerca da patologia e tratamento empregado. O enfermeiro busca assistir o doente com sepse de forma cada
vez mais científica e fundamentada, sobretudo por meio de processos de sistematização de enfermagem,
até mesmo por exigência legal. Se a enfermagem deseja promover mudanças na prática assistencial, há
necessidade de valorização do conhecimento e da sistemática aplicada ao cotidiano. Somente o conhecimento e o acesso às informações científicas servem como guia no estabelecimento de ações que possam conduzir com segurança o cuidado prestado pela equipe de enfermagem. Dessa forma, o enfermeiro
somente poderá garantir seu espaço na equipe de saúde quando tiver consciência do reflexo de suas
ações no estado de saúde do paciente sob seus cuidados.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
ORIENTAÇÃO SOBRE HIGIENE CORPORAL: CONSTRUINDO UMA CULTURA DE HÁBITOS
SAUDÁVEIS EM CRIANÇAS E FAMILIARES NO HOSPITAL METROPOLITANO DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA, ANANINDEUA-PA
Maicon de Araujo Nogueira1; Isabelle Bianca Barlete2; Andrea Nogueira Otoni2; Liliane Sacramento da
Silva2
1
Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: para manter a saúde, a higiene é um dos requisitos fundamentais, pois se refere a um
conjunto de normas que devem ser seguidas a fim de evitar a proliferação de doenças. A educação para
saúde surge como uma ferramenta facilitadora, que visa preparar os indivíduos para exercer a tomada de
decisão com relação a sua saúde, tornando-se capazes para colaborar nos processos de mudança, com
vista à adoção de estilos de vida saudáveis. O enfermeiro como membro da equipe de saúde tem como
responsabilidade técnico-política e social o desenvolvimento de práticas educativas em saúde, seja em
âmbito hospitalar ou da saúde coletiva. Vale ressaltar que a prática educativa em saúde não é de
responsabilidade exclusiva do enfermeiro, ela deve contar com a participação multiprofissional e
transdisciplinar, ou seja, todos os profissionais devem entender a educação como um processo social e
histórico e que se dá ao longo da vida pela interação com meio e com os atores envolvidos. Objetivos:
descrever a experiência de docentes e discentes do curso de enfermagem no componente curricular
―Enfermagem em Pediatria‖ quanto às práticas educativas em saúde no contexto hospitalar e seus
benefícios para aprendizado e saúde da criança em fase de amplo desenvolvimento. Métodos: trata-se
de um relato de experiência, com observação participativa da vivência de docentes e discentes do curso
de graduação em Enfermagem FAMAZ, quanto ao uso de metodologias ativas na construção de hábitos
de higiene das crianças no contexto hospitalar. Resultados/Discussão: acredita-se que nada adianta
apenas ensinar, é preciso sensibilizar as crianças para esse aspecto tão importante, pois se os
profissionais de saúde apenas falarem da higiene, torna-se difícil a assimilação pelas crianças e
continuidade a esses hábitos fora dos muros do hospital. Sabe-se que é na educação infantil que as
crianças recebem os primeiros ensinamentos para convívio social, comportamentos morais, e também,
através de atividades adequadas aprimora suas capacidades cognitivas e motoras. Durante a atividade
observamos que as crianças foram bastante participativas e observadoras durante os ensinamentos das
boas praticas de higiene, o que facilitou o desenvolvimento da atividade, fazendo com que as crianças
pudessem aprender brincando. No segundo dia por meio de conversas descontraídas com as crianças
percebemos que o resultado foi positivo para equipe e para as crianças e que as mesmas tiveram uma
facilidade maior no aprendizado, a partir do momento em que cada uma relatou parte da peça teatral,
construindo assim bons hábitos de higiene. Conclusão: nesses momentos que passamos junto às
crianças, pudemos ensinar e, sem dúvida, aprender com elas, através de gestos, palavras e atitudes,
bem como ampliar horizontes para o processo de construção de uma assistência integral e humanizada.
Acreditamos que, ao oferecer uma atividade educativa às crianças hospitalizadas, estamos contribuindo
para a conscientização da relevância do auto-cuidado, visando uma melhor qualidade de vida. A
experiência da atividade de educação em saúde foi válida e extremamente rica, tanto em nível pessoal,
como em nível profissional, e serviu para mostrar a relevância da utilização da criatividade e da
renovação por parte do enfermeiro no planejamento de uma assistência de saúde, sinalizando a
importância de educar crianças desde a primeira infância até a idade pré-escolar para que estas possam
desfrutar de uma infância saudável e consequentemente ter uma idade adulta menos fragilizada.
Descritores: educação em saúde, cuidado infantil, promoção da Saúde.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
PRÁTICAS ALTERNATIVAS OU COMPLEMENTARES: UMA NOVA VISÃO HOLÍSTICA DE ENFERMAGEM PARA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Isabelle Bianca Barlete Oliveira1; Inara Mariela da Silva Cavalcante²; Andrea Nogueira Otoni¹; Liliane Sacramento da Silva¹
1
Acadêmico(a) de Enfermagem; ²Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: o profissional de enfermagem tem papel muito relevante na rotina de um hospital, seja na
prevenção de doenças, orientações, cura e reestabelecimento de pacientes. No contexto atual, a enfermagem vem agregando a visão holística da saúde para a cura dos pacientes, pois não limita seu cuidado
apenas em instrumentos científicos, mas passou a adotar as práticas complementares, evidenciando com
isso, um momento de redirecionamento, ―de um novo olhar diante dessas práticas que possibilita vislumbrá-la também como objeto da Enfermagem‖. cuja finalidade, é prestar uma assistência de saúde ao indivíduo, de caráter preventivo e de tratamento, considerando-o como um todo e não apenas como um conjunto de órgãos ou partes isoladas. Dessa maneira, as práticas alternativas ou complementares dão ao
enfermeiro uma outra percepção sobre o processo saúde doença, proporcionando assim, um cuidado
mais qualificado e humanizado. Objetivos: descrever a experiência de docentes e discentes do curso de
enfermagem sobre terapias alternativas ou complementares, quanto ao conhecimento, utilização e a importância sobre a temática na formação do enfermeiro . Métodos: trata-se de um relato de experiência,
de acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem na construção do trabalho de conclusão de disciplina, tendo como foco a produção de conhecimento sobre terapias alternativas ou complementares, como uma nova visão holistica de enfermagem para atenção básica em saúde. Resultados/Discussão: é
de conhecimento de docentes e discentes que as terapias alternativas são eficazes nos tratamentos dos
pacientes, principalmente porque apresentam características que os tratamentos da medicina tradicional
não contam com a visão integral do paciente, maior bem estar, ausência de medicamentos, equilíbrio do
corpo e da mente e outras características. Conclusão: apesar de ser uma prática nova na enfermagem,
a mesma tende a avançar bastante, acredita-se que se pode contribuir para a promoção da saúde dos
pacientes com as práticas alternativas adotando-as na assistência de enfermagem, visto que, a mesma
foi pioneira no reconhecimento das práticas complementares dentre as diferentes profissões da área da
saúde, isso só acontece quando o profissional tem uma visão holística, não se limitando ao cuidado convencional, nem negligenciando a visão do paciente como uma pessoa total. Portanto, com as terapias
complementares o enfermeiro poderá ampliar seu conceito e abrangência nos cuidados de enfermagem,
indo além da forma alopata de cuidar.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE DETECÇÃO DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES DE UMA FACULDADE PRIVADA DE BELÉM - PA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Itamar Reis Montelo¹ ; Elisete da Silva Amorin¹ ; Lourdes Oliveira Gomes²; Daniela Maria Nantes Boução³
¹Acadêmicos de Enfermagem ; ²Mestre em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários ; ³Enfermeira
Especialista em UTI
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: O câncer primário possui uma história natural e o seu padrão de disseminação é previsível
onde o mecanismo normal do crescimento e proliferação está comprometido, resultando dessa forma em
alterações morfológicas e em aberrações nos padrões histológicos. Dados levantados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que para o ano de 2014 são esperados 57.120 casos novos de câncer de
Mama (CM), com risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres - sendo que 830 casos desse
quantitativo deverão ocorrer somente no estado do Pará. O controle depende de ações voltadas à promoção da saúde, proteção específica e diagnóstico precoce, sendo a educação em saúde o principal instrumento em que se apoiam as referidas ações. As estratégias adotadas para o controle CM são: prevenção
(diminuir os fatores de riscos), detecção precoce (identificar o câncer mais cedo possível), tratamento do
câncer, reabilitação e cuidados paliativos. Objetivo: Descrever a experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem na elaboração de uma atividade interna de ensino, avaliação e estímulo à pesquisa.,
com colaboradoras do setor administrativo de uma faculdade privada de Belém-PA sobre as medidas de
detecção do câncer de mama. Metodologia: Estudo descritivo, qualitativo do tipo relato de experiência
realizado por seis acadêmicos de enfermagem, tendo como embasamento teórico manuais do ministério
da saúde e artigos científicos atualizados encontrados em busca no Google acadêmico. Resultados/
Discussão: Foram realizadas 43 entrevistas no mês de março de 2014 com colaboradoras do setor administrativo de uma faculdade privada de Belém-PA, na faixa etária de 19 a 45 anos originando uma
amostra significativa do quadro funcional total que é de 59 mulheres. Foram realizadas perguntas referentes aos métodos de diagnósticos do CM, onde se pode observar que as entrevistadas possuíam um
conhecimento prévio no que se diz respeito ao CM e as suas medidas de detecção precoce. Em contrapartida, apesar de possuir tais informações não realizavam com periodicidade os exames de prevenção e
rastreamento cabíveis de acordo com a faixa etária preconizada pelo ministério da saúde. Conclusão:
De forma unânime os acadêmicos de enfermagem consideram importante uma prática educativa dessa
magnitude voltada para os profissionais da instituição em que estão inseridos, haja vista a parcela significativa de mulheres colaboradoras atuantes na função. O enfermeiro tem um papel ativo na prevenção
primária do câncer de mama e desde a academia deve sensibilizar-se que estas atividades acadêmicas
permitem o desafio ao seu senso crítico como pesquisador e cidadão. Observamos que na Instituição de
Ensino Superior não dispõe de projetos de extensão voltados à orientação da promoção e prevenção a
saúde. Reiteramos a necessidade do incentivo a realizações de atividade de cidadania com esclarecimento á população, beneficiando desta forma as colaboradoras com uma gama de conhecimento a respeito da patologia.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: PORTA DE ENTRADA NA REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DO SUS
EM BELÉM-PA
Itamar Reis Montelo¹ ; Elisete da Silva Amorin¹; Lourdes Oliveira Gomes2
¹Acadêmicos de Enfermagem; ²Mestre em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: Para organizar a rede de urgência e emergência de forma resolutiva no Brasil, levou-se em
consideração a mudança no perfil de morbimortalidade em nosso país, no qual houve redução da mortalidade por doenças infecciosas, passando a existir um predomínio das doenças crônicas degenerativas e
de mortes por causas externas nas últimas décadas. Evidencia-se a violência, os traumas, e as doenças
crônicas não transmissíveis, ocorrendo um relevante número de óbitos por infarto agudo do miocárdio e
por acidente vascular encefálico. Em contrapartida, os serviços de urgência e emergência têm representado a principal porta de entrada ao sistema de saúde, o que gera sobrelotação nas unidades. Esta é
agravada pela deficiência encontrada na atenção primária, bem como a falta de preparação da equipe
para receber e organizar tal contingente. Objetivo: Descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem na elaboração de uma atividade educativa como critério de avaliação e ensino, esclarecendo as
principais portas de entradas de urgência e emergência do SUS a população presente em uma unidade
básica de saúde. Metodologia: Estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência, realizado a
partir de relatos de cinco acadêmicos de enfermagem, tendo como embasamento teórico manuais do ministério da saúde e artigos científicos. Resultados/Discussão: Foram realizadas palestras educativas
nas dependências da unidade básica de saúde durante o mês de dezembro de 2014 para a população
presente que aguardava atendimento, sendo distribuídos panfletos informativos sobre a temática exposta
e utilizado banners, que de forma didática e ilustrativa explicava todo o fluxo da rede de urgência e emergência na cidade de Belém-PA e seu direcionamento em casos específicos de saúde. Observou-se que
há um importante déficit de informações sobre o tema exposto em relação à população presente. Durante
a ação surgiram perguntas do tipo: ―Se meu filho tiver febre, eu levo ele logo pro pronto socorro da 14, ta
certo isso? ‖, sendo que a resposta mais adequada seria a unidade de pronto atendimento mais próxima
da sua residência, fazendo com que diminua o fluxo nos hospitais de retaguarda. Conclusão: Percebeuse através de relatos dos acadêmicos de enfermagem, a importância que a educação em saúde apresenta a comunidade quando o tema em questão pode interferir de maneira positiva numa situação de fluxo
de pacientes nas urgências e emergências de uma capital. Atividades dessa magnitude proporcionam
agregar a teoria e a prática dos alunos, enriquecendo dessa forma o conhecimento e a percepção da atuação do enfermeiro como agente multiplicador de informações. Reinteramos aqui, a importância da continuação de ações desse tipo em outros serviços de saúde, para que a população seja esclarecida sobre o
fluxo e direcionamento da rede de urgência e emergência.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
VIVÊNCIAS DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA EM EVENTO DE MASSA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2;
Rosilene Ferreira de Sousa3; Lúcia Menezes de Medeiros4
1
Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico de Enfermagem; 3Enfermeira Especialista em UTI; 4Enfermeira Especialista em Saúde do Trabalhador
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: a RDC n° 13, de 28/03/2014 da diretoria colegiada, artigo 5º, inciso I conceitua evento de
massa como ―toda atividade coletiva de natureza cultural, esportiva, comercial, religiosa, social ou política, por tempo pré-determinado, com concentração ou fluxo excepcional de pessoas, de origem nacional
ou internacional, e que, segundo a avaliação das ameaças, das vulnerabilidades e dos riscos à saúde
pública exijam a atuação coordenada de órgãos de saúde pública da gestão municipal, estadual e federal‖. Um dos grandes eventos em massa do Brasil acontece durante a ―Quadra Nazarena‖, na cidade de
Belém-PA, quando ocorrem eventos religiosos, como novenas e transladações no Círio de Nazaré, uma
manifestação religiosa católica de forte valoração popular, realizada anualmente desde 1793 a partir do
segundo domingo do mês de outubro. A Cruz Vermelha brasileira filial Belém-Pa participa ativamente das
festividades fortalecendo a rede de atenção às Urgências na região metropolitana de Belém-Pa, através
do atendimento em postos estrategicamente montados durante o trajeto das procissões em parceria com
instituições de ensino. Objetivando formar profissionais enfermeiros conscientes de seu papel em uma
sociedade que exige cada vez mais trabalho criativo, crítico e reflexivo, os docentes do curso de enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia têm desenvolvido ao longo de seis anos atividades que
extrapolam os muros da academia. Objetivos: descrever a vivência dos docentes e discentes de Enfermagem no atendimento de emergência em eventos de massa e socializar as experiências no ensino do
cuidar em Emergência. Métodos: trata-se de um relato de experiência vivenciado por docentes e discentes no atendimento de Emergência durante eventos de massa em parceria com a Cruz Vermelha brasileira. Resultados/Discussão: a vivência ocorreu no período de setembro e outubro de 2014, desde o processo de treinamento dos voluntários até os dias do evento, possibilitando conhecer o trabalho da Cruz
Vermelha brasileira como suporte indispensável em eventos de massa, possibilitando vivenciar as ações
que se desenrolam e as principais dificuldades enfrentadas no atendimento de vítimas das mais variadas
entidades clínicas em meio à multidão. Nos postos de socorro os discentes desenvolveram procedimentos de suporte básico de vida. Enfatiza-se que tal experiência se constitui de estratégia que valoriza a
construção de conhecimentos de forma participativa e questionadora, possibilitando o contato direto com
o usuário, conferindo uma oportunidade ímpar de aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos na academia, desenvolver habilidades e destreza nas ações de enfermagem, além de trabalhar em equipe com os
diversos atores da rede municipal de Urgência e Emergência, acompanhados dos docentes que desenvolvem o mesmo trabalho, possibilitando a troca de saberes e vivências num cenário realístico. Conclusão: na busca de estratégias para formação de profissionais enfermeiros que atendam as exigências do
mercado, constatamos que a academia deve proporcionar ao discente, oportunidades de aprendizagem
que possibilitem o desenvolvimento para além do campo cognitivo, ampliando a reflexão crítico-científica,
capacidade na tomada de decisões em situações nem sempre previsíveis, e inserção no contexto social
destes cenários de aprendizado, não apenas realizando ações pontuais para cumprir as tarefas que são
demandadas, mas demonstrando interesse em implementar ações relevantes para o desenvolvimento do
cuidado de qualidade independente do contexto de atuação.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
ENSINO-APRENDIZAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: USO DE SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO FERRAMENTA FACILITADORA DO PROCESSO
Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2;
Rosilene Ferreira de Sousa3
1
Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem; 3Enfermeira Especialista em UTI
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: o laboratório se constitui em um espaço para treinamento, objetivando desenvolver no discente, habilidades técnicas e emocionais antes de enfrentar uma situação real. É enfatizando o uso do
laboratório de enfermagem como complementação da aprendizagem, para discentes que necessitam desenvolver habilidades psicomotoras. O uso de simulação realística em saúde permite maior retenção do
conhecimento, e a medida que ocorre em ambiente educacional participativo e interativo, o aluno é convidado à construção do seu aprendizado. Muitas vezes em sala de aula utilizando-se apenas modelos tradicionais de ensino focado na transmissão do conhecimento e de experiências, não é possível proporcionar subsídios para a tomada de decisão nas situações práticas que permeiam a vida profissional, assim,
a simulação realística se reveste de grande importância e torna-se uma forte aliada no desenvolvimento
de competências e habilidades. Objetivos: descrever a experiência de docentes e discentes do curso de
enfermagem quanto ao uso de simulação realística como metodologia de ensino facilitadora do processo
ensino-aprendizagem no componente curricular ―Enfermagem em Urgência e Emergência‖. Métodos:
trata-se de um relato de experiência, com observação participativa da vivência de docentes e discentes
do curso de graduação em Enfermagem quanto ao uso de metodologias ativas na construção do ensino
em Urgência e Emergência. Resultados/Discussão: Os laboratórios propiciam a articulação de saberes
diversos e a superação da dicotomia entre formação profissional e formação geral do educando. Isso facilita a aprendizagem e gera reflexão sobre as práticas, mais do que garantir simplesmente treinamento
para exercício de funções. Nesse processo de ensino-aprendizado com a metodologia de simulação de
espaços reais, os professores protagonizam um papel fundamental, atuando como facilitadores, enfatizando o aprendizado autodirigido, centrado no discente. Tais experiências proporcionam aos atores envolvidos, enxergar o ensino em laboratório como um espaço privilegiado, que requer constante interação
entre os protagonistas, acadêmicos e professores no momento de integrar a teoria aprendida em sala de
aula com a prática. Para os discentes o contato com os manequins para simulação de uma ressuscitação
cardiopulmonar, por exemplo, ajuda a trabalhar a postura, ergonomia, controle da força e técnica a serem
aplicadas durante esse procedimento e outras recomendações que seriam quase impossíveis e de certa
forma perigosas de ensinar/aprender em um ambiente real. No campo prático, após aulas com repetições
de técnicas, uma vez que o ambiente da simulação propicia erros e aprendizado com eles, os alunos
apresentam-se seguros na execução das tarefas, situação vivenciada em prática supervisionada onde os
alunos que se depararam com uma parada cardiorrespiratória ou a avaliação de pacientes nas várias entidades clínicas, não se apresentaram intimidados e temerosos em interagir com a equipe multiprofissional assistente, mostrando a eficácia do treinamento prévio em laboratório. Conclusão: o uso de simulação realística como metodologia ativa de ensino citadas nesse relato, contribui para aumentar a autoconfiança, autoconhecimento e habilidades psicomotoras dos discentes na prática, além de proporcionar diálogo teórico-prático. Os enfermeiros docentes do século 21 devem buscar estratégias para inovar o ensino, sendo a simulação uma ferramenta efetiva na educação e no contexto moderno do cuidado à saúde.
São espaços privilegiados que simulam cenários da prática de cuidados à saúde. Os estudantes realizam
atendimentos em pacientes simulados (manequins e/ou bonecos), sempre acompanhados por um facilitador que avaliará o desempenho das capacidades voltadas ao perfil do profissional a ser formado.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE ADOLESCENTES FEMININAS EM BELÉM: ABRIGO DULCE
ACCIOLI
Rosiane Torres1; Carina Macedo2; Patrícia Nayara3; Pamela Santos4; Renné Campos5; Silvia Modesto6
1
Mestre em Serviço Social; 2Academica de Serviço Social; 3 Acadêmica de Serviço Social; 4Acadêmica de
Serviço Social; 5Acadêmica de Serviço Social; 6 Acadêmica de Serviço Social
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: Este estudo aborda o Acolhimento Institucional de adolescentes do sexo feminino em Belém, como medida de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 101, parágrafo primeiro: ―O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. (Parágrafo incluído pela Lei nº
12.010, de 29 de julho de 2009), a intervenção do Serviço Social, a partir de visita institucional realizada
pelas discentes do quarto período do Curso de Serviço Social da FAMAZ, além de pesquisa bibliográfica
sobre o assunto, partindo–se do pressuposto que o problema da infância e da adolescência na sociedade
brasileira está diretamente associado à perspectiva do desenvolvimento do modo capitalista de produção,
a medida em que esse desenvolvimento imprime o processo de expansão de acumulação e a ampliação
da capacidade da força de trabalho. Objetivos: Apresentar uma breve concepção do atendimento institucional destinado à infância e adolescência, situando o Estatuto da Criança e do Adolescente como um
marco no processo de construção de cidadania, e as Medidas Especificas de Proteção com ênfase ao
Acolhimento Institucional e finalmente a compreensão da intervenção do Assistente Social junto às adolescentes institucionalizadas; Contribuir para a construção da consciência crítica do(a) discente, a fim de
que possa compreender de forma crítica a realidade sócio- histórica e contemporânea, inerente a trajetória da prática profissional do Assistente Social e em consonância com o projeto ético-político profissional.
Metodologia: O estudo foi elaborado por meio de pesquisas bibliográficas e de campo in loco ao espaço
de Acolhimento Institucional Dulce Accioli que acolhe adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 12
a 18 anos incompletos que encontram- se em situação de risco e violação de direitos, sendo realizada
pelas discentes do quarto período do Curso Bacharelado em Serviço Social mediante a Disciplina Política
Social I, ministrada pela Professora Mestre Rosiane Torres. Resultado/discussão: O estudo efetivado
oportunizou-nos a apreensão da leitura crítico-reflexiva acerca da vida cotidiana das adolescentes acolhidas institucionalmente, bem como da prática do Serviço Social no âmbito de Acolhimento Institucional
que deve pautar-se em uma concepção crítica acerca do cotidiano. Conclusão: Considera-se que nessa
trajetória, as classes dominante e trabalhadora vão se situando no bojo da contradição, produzindo de
um lado, a valorização do capital e de outro a exploração da força de trabalho. Logo, essa contradição
estabelecida no processo das relações sociais, geridas a partir do capital, configura um modelo econômico nas formações sociais capitalistas. O Assistente Social que atua na alta complexidade tem um papel
importante na restauração dos vínculos familiares no sentido de assegurar direitos para a demanda atendida.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
UTILIZAÇÃO DE SOFTWARE E HARDWARE OPEN SOURCE: UM ESTUDO PARA SMART CASA
Alexandre Guimarães1, David Gerivazo1, Gabrielle Mendes1, Gérson Cunha1, Isaac Fernandes1, Noemí
Maia1, André Bueno2
1
Acadêmico de Engenharia Civil; 2 Engenheiro Civil
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: Podemos ainda não estar todos inseridos nesse novo conceito de lar, mas aos poucos, está
ganhando espaço em nosso cotidiano e capturando interesses mais diversos. O conceito de smart casa,
é para que seu usuário possa verificar o funcionamento de seus eletrodomésticos a fim de obter um menor consumo de energia e o total conforto possível. Pois o mesmo manda para o dono uma leitura detalhada do consumo que todos os seus eletrodomésticos, e tomando as devidas diretrizes. Poupado de verificar cada aparelho ligado a energia elétrica. Desde a melhoria da usabilidade, com a inclusão de controle de voz ou gestos, até a atualização ou aprimoramento dos recursos dos produtos por todo o seu ciclo de vida, os produtos inteligentes têm o potencial de melhorar, consideravelmente, os produtos existentes. Apesar das muitas oportunidades de negócio propiciadas pela casa inteligente, essa visão enfrenta muitos desafios, especialmente porque os consumidores precisam ser convencidos do seu valor. Alguns elementos da tecnologia de casa inteligente como interruptores e reguladores de luz controlados
remotamente já estão disponíveis há vários anos, mas têm pouca adoção fora dos usuários do tipo nerds,
pois poucos consumidores enxergam um valor suficiente. Os projetistas de produtos devem se esforçar
para criar um valor que vá além da novidade tecnológica e de funções de controle simples. Além disso,
os produtos inteligentes serão mais complexos internamente do que seus predecessores, mas para ter
sucesso, o produto deverá parecer simples e útil para pessoas não tecnológicas. Objetivos: Este projeto
vai se basear em algumas tecnologias da smart casa, como as lâmpadas de LED que obedecerão a comandos de voz de seu usuário e sensores de movimento. A fim de demonstrar a praticidade de seu empenho na vida do cotidiano, pois ela estará a controlar, além do comando de voz, o nível de movimento
de cada ambiente, pois se a área estiver vazia ele automaticamente desligará a lâmpada. Resultados/
Discussão: Sigla LED, light emitting diode, ou seja, diodo emissor de luz, já é aplicado há algum tempo
em aparelhos eletrônicos e agora, também, em iluminação, como semicondutores que convertem corrente elétrica em luz. É o que se apresenta como mais moderno em iluminação no mercado. No Brasil já é
possível encontrar fabricantes e fornecedores deste tipo de produto, com grande aceitação pelos arquitetos e projetistas e, gradativamente, junto ao consumidor final. O portfólio de iluminação LED, com opções
que possuem vida útil muito longa e consomem menos energia que as lâmpadas convencionais incandescentes e fluorescentes. Chegam a durar em torno de 50.000 horas, o que pode representar 40 vezes
mais duração em relação a outras lâmpadas. Além de serem até 80% mais energeticamente eficientes,
pois produzem mais luz, consumindo menos energia elétrica. O custo-benefício é positivo, pois, apesar
de inicialmente o valor do LED ser um pouco acima das demais alternativas, o investimento se transforma em retorno à medida que a conta de luz e a necessidade de manutenção do produto serão reduzidas.
Sensores de movimento ou sensores de presença são os Sensores denominados Infravermelhos. Estes
sensores detectam movimento e massa corpórea. Normalmente são colocados em vários locais estratégicos do imóvel para monitorar a entrada ou movimento de pessoas neste ambiente. Os sensores servem
para acionar a central de alarme ou no caso das portas automáticas, abrir portas. Essa detecção acontece através da emissão e reflexão de raios de luz infravermelha. O aparelho aciona o circuito elétrico a
partir da medição de fótons que foram refletidos e detectados. Dessa forma o sensor é capaz também de
medir a distância desses objetos através de cálculo de frequência do sinal refletido. Alguns dispositivos,
inclusive, já vêm com um sensor de proximidade que fica localizado no canto superior frontal do aparelho,
ao lado da câmera frontal, e que permite desbloqueá-lo ao passar o dedo por cima. Um uso prático pode
ser visto na imagem abaixo. Quando em uma chamada, ao reconhecer uma aproximação o sensor desliga a tela para evitar um toque indesejado em outras funções. Conclusão: A tecnologia smart casa já esta no mercado, encantando diversos usuários pela sua praticidade e sofisticação. Chega-se a conclusão
que esta tecnologia está crescendo e se adaptando, oferecendo conforto ao dono. Este projeto veio demonstrar o funcionamento e praticidade de uma das tecnologias da smart casa. Ajudando-nos a ampliar
nossa visão sobre as varias aplicações que a tecnologia arduino pode oferecer.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
SEMÁFORO INTERATIVO COM BOTÃO E EFEITO SONORO PARA DEFICIENTES VISUAIS
Nelson Dutra Jr1, Ertelhes Phelipe1, Ana Carolina1, Fabiano Gomes1, Duan Silva1, Grunerval Barra1, José
Daniel Jr1, Carlos Natan1, André Bueno2
1
Acadêmico de Engenharia Civil; 2 Engenheiro Civil
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: Num mundo em profundas e aceleradas transformações, a tecnologia assistida emerge como uma área do conhecimento e de pesquisa que se tem revelado como um importante horizonte de novas possibilidades de autonomia e inclusão social das pessoas com deficiência. Na busca de entender e
discutir como a sociedade tem percebido e vivenciado essas possibilidades em suas praticas e processos, principalmente com as relações de educação inclusiva este trabalho veio observar, o processo de
apropriação e uso das tecnologias assistida pela sociedade nas vias publicas. O trabalho foi operacionalizado por meio de observações em pontos estratégicos de Belém tais quais as faixas de pedestre em três
pontos diferentes de nossa cidade (Av. Pedro Miranda em frente ao CESEP, Tv. Mauriti com Pedro Miranda em frente a feira, Av. Marques de Herval com Mauriti). Como resultado desta observação destacase, além da constatação de que existe uma grande deficiência e obstáculos de eficiência nas campanhas
de conscientização da sociedade como um todo. Pois assim como os motoristas os pedestres tem como
dever entender que a educação no transito depende de todos para que haja uma eficiência no sistema
nosso que já é bastante defasado. Objetivos: Descrever os aspectos dos problemas da comunidade de
Belém onde foram feitos alguns estudos e observações em pontos estratégicos chegando a algumas soluções que serão apresentadas no decorrer do trabalho. Metodologia: 1) Etapas do desenvolvimento: O
desenvolvimento deste trabalho foi em etapas, a saber: estudo de caso, planejamento da parte técnica,
montagem de circuito com a ajuda do software Arduino, montagem de maquete. 2) Estudo de caso: Primeira etapa que foi realizada, a etapa de pesquisas, registro fotográficos. Foi o momento em que o grupo
descobriu a necessidade de cumprimento da lei 10.098/2000 e da implementação de novos métodos de
acessibilidade, mais eficientes que os atualmente já existentes e que por sinal, são precários. 3) Planejamento da parte técnica: Este momento se refere às decisões tomadas quanto ao modo que faríamos
este trabalho. Decidimo-nos pela colocação de sinais sonoros, para melhor atenção em quando a pessoa
portadora de deficiência visual estiver atravessando o sinal. 4) Montagem dos circuitos: Na montagem
dos circuitos usaremos: Programa Arduino, Planca Arduino e Protoboard, Resistores, Leds vermelho,
Leds verde e Leds amarelo, 1 Botão (do tipo pushButton), Equipamento que emite sinal sonoro. 5) Montagem da maquete: A maquete para a representação de uma situação real de travessia foi montada sobre uma superfície de isopor (papel 40kg) que fora coberta por papel preto. Resultados/discussão: O
enorme trânsito nas grandes cidades há tempos é motivo para aborrecimento e perda de tempo. Existem
diversas situações nas quais o fluxo de veículos e pedestres podem ser melhorados. Um exemplo é em
cruzamentos, onde, por vezes, os veículos devem parar quando o semáforo está fechado para ele, sendo
que não há veículos na rua perpendicular à dele. Ele poderia atravessar tranquilamente sem risco de acidentes, porém com risco de ser multado. Outra problemática do trânsito atual de nossa cidade em especial é a situação da acessibilidade precária. Os pedestres, portadores de deficiências, em especial a visual, são privados de seus direitos de locomoção. No atual tráfego urbano, tão inchado de veículos, necessitamos de uma solução para melhorar o fluxo de carros. Os semáforos interativos são a solução. Eles
reduzem os congestionamentos, proporcionando ganho de tempo para motoristas e passageiros, além de
contribuir para a redução dos níveis de poluição e de uso de combustível. Introduz maior segurança para
a travessia de pedestres. Contribui para a diminuição do nível de stress do condutor, e, por conseguinte,
para o aumento de sua saúde e qualidade de vida. A lei 10.098/2000 estabelece critérios básicos e normas gerais para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência. Com relação aos
semáforos, ela enuncia (grifo nosso): ―Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão
estar equipados com mecanismos que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com
mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.‖
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O ponto positivo de um semáforo interativo por meio de placa Arduino para a travessia de uma pessoa
portadora de deficiência visual, é a segurança do pedestre, fazendo usar o direito de locomoção, trânsito
mais organizado, visando custo beneficio. Conclusão: Concluímos que locais com grandes movimentações e concentrações de pessoas interferem diretamente no processo de implantação de nossa pesquisa, pois onde há muito trafego fica muito mais nítido a necessidade de que haja uma interação maior entre pedestres e motoristas. Já que em ambientes deste tipo pessoas com algum tipo de deficiência necessitam de uma atenção maior devido as suas necessidades. A proposta apresentada neste trabalho
tem o intuito de acrescentar e conscientizar a sociedade de que existe uma carência muito grande na interação nos semáforos e de que a maior ferramenta para que isso seja mudado é a reeducação de ambos os lados, pois para que haja uma melhoria todos devemos colaborar e aprender que dependemos
uns dos outros.
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POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E A ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM
NA PREVENÇÃO DE DSTs: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Luci Selma Ferreira de Freitas Farias¹; Ellen Vanessa Martins Soares¹; Jocastra Silva Sousa¹; Selma Borges Araujo¹; Aline de Lima Carvalho¹; Mayra Sunamita de Freitas Pardauil Silva Farias¹; Maria Rute de
Souza Araújo²; Euzébio Oliveira³
¹Acadêmicos de Enfermagem; ²Mestre em Enfermagem; ³Doutor em Medicina/ Doenças Tropicais
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Universidade Federal do Pará (UFPa)
Introdução: As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) tornaram-se um dos grandes problemas
contemporâneos da Saúde Pública, trazendo implicações objetivas e subjetivas para a sociedade em diversas dimensões. Pela sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade e possível de controle, as DSTs
devem ser priorizadas enquanto agravos em saúde pública. Além das internações e procedimentos necessários para tratamento de suas complicações, as DSTs causam ainda grande impacto social que se
traduz em elevados custos para a economia do país (BASTOS et al 2012). Com o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), ficou evidente a sua relevância enquanto fator de risco para a
mesma, e desta forma passaram a ser reconhecidas e valorizadas pelas autoridades de saúde. Algumas
DSTs quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até
mesmo para o óbito (RENATA KARINA REIS E ELUCIR GIR 2002). Segundo o Ministério da Saúde
(2010) orienta-se aos profissionais de saúde da Atenção Básica realizar ações educativas, preventivas e
assistenciais em saúde sexual e saúde reprodutiva, adequadas à realidade e especificidades desse grupo. Promover o respeito à orientação sexual e aos diferentes estilos de vida, na unidade de saúde e junto
às famílias e à comunidade. Quando for necessário e indicado, realizar encaminhamentos a unidades de
atenção especializada e manter acompanhamento sobre a situação de saúde da pessoa. O mesmo autor
refere que o enfoque educativo é um dos elementos fundamentais na qualidade da atenção prestada em
saúde. Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua
construção. A partir dessa concepção, recomenda-se que as práticas educativas façam uso de metodologia participativa, com abordagem pedagógica centrada no sujeito. Para se obter bom resultado, no que
se refere à saúde sexual é importante considerar o conhecimento e experiência dos participantes, permitindo a troca de ideias sobre sexualidade, reprodução, relacionamento humano e sobre os fatores socioeconômicos e culturais que influenciam nessas questões. Para Jardim (2012) o enfermeiro atua diretamente na educação na consulta de enfermagem realizada de forma individual, na visita domiciliar que possibilita conhecer melhor o contexto de vida do indivíduo ou através de grupos educativos atingindo um número maior de pessoas, facilitando a expressão de sentimentos, a troca de informações e experiências, bem
como a busca de soluções para seus problemas com compartilhamento de saberes. O envolvimento de
enfermeiros nesta causa contribui para detecção de situações de risco e para educação dos indivíduos
portadores de uma DST bem como de seus parceiros sexuais. Objetivo: Relatar descrever e divulgar a
experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem e docentes na qualidade de educadores e expositores de uma ação cuidativa e educativa, ―CUIDAMAZ‖ da Faculdade Metropolitana da AmazôniaFAMAZ, como uma estratégia da Política Nacional de Educação em Saúde. Metodologia: Este estudo é
uma pesquisa de origem descritiva com abordagem qualitativa desenvolvida a partir do relato de experiência vivida por acadêmicos de enfermagem, utilizando para embasamento teórico pesquisas realizadas
na biblioteca da Faculdade Metropolitana da Amazônia-FAMAZ e biblioteca virtuais nos quais foram consultados e extraídos materiais de revistas, artigos científicos e manuais do ministério da saúde. A execução desta atividade está incorporada a ação educativa e cuidativa de enfermagem ―CUIDAMAZ‖ realizada pela FAMAZ na comunidade da Vila da Barca bairro da cidade Metropolitana de Belém/PA no ano de
2014. No dia 20 de setembro do referido ano foi realizada a visita na comunidade em questão onde ocorreu a montagem de barracas a partir das 8:00h para apresentação temática pela equipe sobre DSTs,
utilizando folders como material de apoio, preservativos masculinos e femininos. Primeiramente iniciamos as atividades com diálogo, intermediado por uma linguagem acessível para todos sobre o conceito
de doenças transmissíveis.
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Em seguida, apresentamos as formas de contaminação e num terceiro momento explicamos as formas
de prevenção, utilizando folders contendo figuras ilustrativas sobre DSTs, conceito, sinais e sintomas e
método de prevenção, além de preservativos masculinos e femininos. À medida que o conteúdo era explicado foi permitindo a oportunidade para que o indivíduo participasse da temática, proporcionando o
esclarecimento de dúvidas, estabelecendo vinculo e propiciar liberdade para abordarem o assunto. Por
fim eram entregues os folders e os preservativos, estes mediante a aceitação dos indivíduos. Resultados/Discussão: Em meio às informações sobre DSTs na população em questão, constatou-se a ocorrência de alguns fenômenos. Apesar de estar bem estabelecido na literatura que, em geral os homens
apresentam menos interesse em cuidar da saúde em relação às mulheres, e que a falta de informação
por conta disso contribui de forma significativa para o aumento do índice de DSTs. Foi percebido um interesse significativo da comunidade masculina em relação aos meios de prevenção bem como informações
sobre como proceder em casos de contaminação. Outro fenômeno observado desta vez em relação ao
público feminino foi que a maioria das mulheres mencionou não fazer uso do preservativo feminino.
Apontando como principais motivos o desconhecimento sobre o método de utilização e também desconforto antes durante e após o ato sexual. E por conta disso esperavam por parte de seus parceiros a prevenção. Nos atendimentos com as mulheres idosas demonstraram esperar que os homens fizessem o
uso do preservativo deixando-o totalmente responsáveis pela proteção de ambos. Outro ponto relevante
que caracterizou este evento, apesar de toda a complexidade que envolve a assistência de saúde em
ambientes ao ar livre, foi à receptividade de forma acolhedora da comunidade no decorrer da realização
das atividades, também o envolvimento mútuo entre os acadêmicos e a comunidade através de questionamentos e dúvidas mostrando interesse em todo momento em absorver conhecimento, como por exemplo, o de uma mãe preocupada, perguntou num dado momento, qual seria a melhor forma dela explicar
para seu filho a importância da prevenção quando este chegasse do trabalho, pois a mesma referia-se
preocupada com a frequência na mudança de parceiros adotada por seu filho. Em outra oportunidade
ocorreu dúvidas a respeito da realização do exame pare teste de HIV. Evidenciando com isto a relevância
deste estudo, bem como o alcance do objetivo da ação. Conclusão: As ações educativas frente às DST/
AIDS, sobretudo as do enfermeiro, consistem em orientar, retirar as dúvidas e conscientizar o indivíduo
para atitudes seguras, que diminuam ou anulem os riscos de contaminação, promovendo, desse modo,
hábitos comportamentais mais saudáveis, sendo essa meta conquistada por meio do diálogo e de críticas
sobre ações de risco, mostrando que a educação ainda é o melhor meio de prevenção das doenças. A
ação ―CUIDAMAZ‖ pode ser considerada não somente um projeto que visa à disponibilização de cuidados e orientações em saúde para a população da Vila da Barca, mas também um espaço para oportunidade de trocas de experiências de vida, um momento de correlacionar o empirismo social com o olhar
científico. Educar em saúde é uma das funções de maior relevância no trabalho do enfermeiro, uma vez
que por seu intermédio, as pessoas, sujeitos da aprendizagem, podem ser motivadas a transformarem
suas vidas (TREZZA; SANTOS; SANTOS, 2007). Assim, ao término desse relato de experiência, nos ficam várias certezas: a primeira é que a comunidade atendida está á vontade para compartilhar e receber
informações; a segunda, e a mais importante, é que habita em cada um de nós, enfermeiros, sujeitos
desta sociedade, o instrumento para a produção da promoção da saúde humana.
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A UTILIZAÇÃO DO ARDUÍNO NA IRRIGAÇÃO
Jones Silva Amanajas Pimenta¹; Jebson Damasceno Cruz¹; Daniel Victor S. Nascimento¹; Ericka Machado de Freitas¹; Cristovam Elias Filho¹; André Ricardo Bueno2
¹Acadêmico de Engenharia Civil; ²Mestre em Construção Civil
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: A agricultura é considerada a alavanca principal para o desenvolvimento econômico de um
país. Sendo assim, quando maior for à tecnologia empregada na agricultura, maior será a sua produção.
Neste ponto, a irrigação se torna muito importante, por que além de aumenta a produtividade, reduzir a
sazonalidade da oferta de alimentos onde a falta de chuvas é um fator limitante. A irrigação se torna uma
tecnologia importante não só para o aumento e estabilidade na produção, mas também para o crescimento econômico regional. Usando projetos eletrônicos para auxiliar na irrigação, podemos evitar desperdício e reduzir custos. Objetivo: Demonstrar como o Arduino pode auxiliar na agricultura, controlando
o nível de umidade necessário e na administração do tempo de irrigação para cultivo de diversas culturas, por meio do controle da quantidade de água necessária eliminando com isto o desperdício. O controle da umidade do solo, através da irrigação, pode contribuir substancialmente para a melhoria de rendimento da produção de algodão no Nordeste do Brasil, permitindo a sua produção, principalmente nas
áreas semiáridas da região. No entanto, o uso da irrigação implica necessariamente a acumulação gradativa de sais na superfície do solo, o que pode trazer reflexos negativos sobre a produção agrícola, este
acúmulo gradativo de sais na superfície do solo, também conhecido como salinização pode ser minimizado com a utilização do arduino como ferramenta de controle durante o processo. Metodologia: O projeto
tem como público alvo os ambientalistas, pecuaristas, agricultores e a todos os cidadãos de modo geral,
pois quando se trabalha com agricultura irrigada é importante estabelecer o momento certo de iniciar as
irrigações e quanto de água aplicar a uma cultura. Estes são os princípios básicos do manejo ―racional‖
da irrigação. Do mesmo modo, o conhecimento de solos, fisiologia da cultura, períodos críticos de consumo de água e seus reflexos na produtividade são essenciais para o bom manejo de aplicação de água.
Resultados/Discussão: Este tópico foi escolhido visando a preservação da natureza por meio da utilização dos seus recursos de maneira consciente no processo irrigatório, No cultivo de Hortaliças por exemplos como são culturas muitas das vezes frágeis, necessitam de cuidados e muita atenção... Imaginemos
uma fazenda que tenha um produção diária de 5000 KG de diversas hortaliças, isso requer além da mão
de obra especializada e cuidados, um rigoroso manejo dessas culturas, aqui introduzimos o nosso Software, programando o horário exato e tempo que cada cultura precisaria de irrigação e nebulização para
se manter na temperatura e umidade relativa do ar para que se desenvolva de forma eficaz esperada,
poderíamos ainda controlar dentro de uma estufa a luminosidade, temperatura do solo que se entenda
como ideal para tais cultivos. Importante para o desenvolvimento dos vegetais, a água é determinante em
diversos fatores que afetam a produção agrícola. Por esse motivo, a irrigação assume um caráter essencial nas plantações, uma vez que pode elevar um pequeno produtor rural a categoria de grande empreendedor. Dentre os diversos benefícios trazidos pela irrigação está o aumento dos lucros. Segundo especialistas da área, isso acontece porque os riscos de falta de água são bem menores. O resultado é
o aumento da produtividade e a qualidade dos produtos, além da produção na entressafra, ou seja, mais
de uma safra por ano, o que gera maior a rentabilidade. A incorporação de novas áreas ao sistema produtivo também se constitui como benefício do uso da irrigação. Isso porque, lançando mão desta técnica,
existe a possibilidade de implantação de lavouras em regiões mais secas, castigadas pela falta de chuva
e baixa produtividade. Casos semelhantes a esses vêm acontecendo no norte de Minas Gerais e no Nordeste brasileiro. Nesses lugares, a intensificação da agricultura é permitida pela viabilização de sistemas
de irrigação. Sem eles, a produção seria praticamente impossível, devido às características físicas e climáticas do local. Outro benefício derivado da implantação de sistemas de irrigação é o da redução de
riscos de perda da produção em função das estiagens, pois, de acordo com o tipo de plantação e a época em que a mesma ocorre, a perda da produção pode ser total. O manejo racional da irrigação demanda
estudos que considerem os aspectos sociais, econômicos, técnicos e ecológicos da região.
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Quanto aos aspectos ecológicos, tanto a total desconsideração quanto a supervalorização do impacto
ambiental não são benéficas ao desenvolvimento sustentado da irrigação. Deve-se aglomerar esforços
no sentido de obter dados confiáveis que permitam quantificar com precisão a magnitude do impacto ambiental ocasionado pela irrigação, de modo a ser considerado na implementação e manejo dos projetos.
Tal procedimento possibilitará um crescimento saudável da irrigação no Brasil, evitando, assim, um crescimento baseado exclusivamente em benefícios financeiros, sem considerar os problemas relacionados
ao meio ambiente. O crescimento demográfico brasileiro, associado às transformações pelas quais passou o perfil da economia, refletiu de maneira notável sobre o uso dos recursos hídricos na segunda metade do século XX. A migração da população do campo para a cidade e a industrialização, além de exercerem significativa demanda das águas dos mananciais, também exigiram o crescimento do parque gerador
de energia elétrica, que, por sua vez, implicou na necessidade de aproveitamentos hidrelétricos. Adicionalmente, o aumento da população reclamou maior produção de alimentos, o que veio encontrar na agricultura irrigada o canal apropriado para satisfazer a essa demanda. O Código das Águas de 1934, ao incluir a indústria de energia elétrica entre os serviços de utilidade pública e instituir o regime de concessão
para sua exploração, criou condições para as grandes obras hidráulicas no país. Em todos os aproveitamentos hidráulicos concebidos, o objetivo predominante era a geração de energia elétrica. Todavia, inspirados na experiência americana do Vale do rio Tennessee, os planos de aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos foram elaborados em São Paulo nas bacias dos rios Tietê e Paraíba do Sul, e, na região
Nordeste, no vale do Rio São Francisco. Como a construção das obras hidráulicas contemplou prioritariamente a geração de energia elétrica, as obras de irrigação desenvolveram-se lentamente em razão de
recursos insuficientes. Conclusão: Tendo em vista a grande e crescente necessidade de cada vez mais
economizarmos recursos naturais tais como, à água entre outros, novas técnicas, mecanismos e métodos têm sido introduzidos nas já conhecidas técnicas agrícolas, com o objetivo de diminuirmos os desperdícios e cortamos os custos com mão de obra e serviços, para isso mostraremos nesse experimento como ―Software Arduino‖ pode ser um importante aliado nesses novos horizontes. Tendo um vasto campo e
sendo a segunda responsável pelo PIB (Produto Interno Bruto) à agricultura vem se expandindo e aumentando o seu campo de atuação e assim requerendo novas formas e métodos de trabalhos. Tendo em
vista a seca contemporânea que vem assolando o sudeste, nordeste e parte do centro oeste do país, cuja essas regiões são as maiores produtoras de frutas, legumes e hortaliças do Brasil, vêm a oportunidade
de introduzirmos nessa área, o nosso instrumento de aprendizado arduino, que nos apresenta o amplo e
vasto leque de utilidades.
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CANTANDO E ENSINANDO: APRESENTAÇÃO MUSICAL E EDUCATIVA SOBRE A VACINA PENTAVALENTE EM SALA DE AULA, COMO PÚBLICO-ALVO ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DO 6º PERÍODO DA FACULDADE METROPOLITANA DA AMAZÔNIA.
Andréa Letícia de Aviz Saraiva¹; Vanessa de Fátima Santos Vilhena²; Edineia Brito da Silva³; Maria Rute
Araújo4; Simone Batista da Silva dos Santos5
¹Acadêmica de Enfermagem; ²Acadêmica de Enfermagem; ³Acadêmica de Enfermagem; 4Docente e Msc.
do curso de Enfermagem; 5Acadêmica de Enfermagem
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: O presente estudo trata-se de um relato de experiência realizado durante a oferta da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia – FAMAZ. Como objetivo compartilhar uma dinâmica musical divertida apresentada em sala de aula
no âmbito da Saúde Pública, mostrando a importância e a forma correta de administração da vacina Pentavalente, proporcionando um aprendizado voltado para a comunidade acadêmica. Para melhor memorização e aceitação dos discentes, trabalhamos com a música, dança, figurino e folhetos com a letra
adaptada da música que foram distribuídos aos presentes em sala. A vacina Pentavalente é uma vacina
combinada do tipo injetável. Que imuniza contra as seguintes doenças: Difteria, Coqueluche, Meningite e
outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b e a Hepatite B (MS, 2014). Objetivo: Tivemos como objetivo compartilhar uma dinâmica de aprendizagem que prendesse a atenção dos colegas e
ao mesmo tempo entretê-los na dinâmica feita em sala de aula em sala. Métodos: Segundo Mitre e outros (2006), o atual contexto social, no qual os meios de comunicação estão potencializados pelo avanço
das novas tecnologias e pela percepção do mundo vivo como uma rede de relações dinâmicas e em
constante transformação tem-se discutido a necessidade de urgentes mudanças nas instituições de ensino superior visando, entre outros aspectos, à reconstrução de seu papel social. Através disto, buscamos
a diferenciação para exposição do estudo, visando melhorar entretenimento com público-alvo. No qual,
optamos por realizar uma encenação com dança, figurino e com música de cunho popular (funk
―Pararatibum‖ - MC Tati Zaqui) que adaptamos para o contexto educativo da vacina Pentavalente. Resultados/Discussão: A prática adotada mostrou-se bastante eficaz, pois a comunidade acadêmica participou efetivamente. Conclusão: Conclui-se que no âmbito da educação em saúde, ações educativas com
novas tecnologias devem ser incorporadas à rotina diária na vida acadêmica, ressalta-se também que a
atividade serviu para aprendizagem do calendário vacina.
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR: HÁBITOS OCUPACIONAIS E RISCOS DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO BENZENO
Etiane Prestes Batirola Alves1; Danielle Cristinne Azevedo Feio2; Amanda Mendes Silva3; Ingrid Viviane
Ferreira Lustosa3; Jean Lucas Monteiro Batista3; Lailson Lustosa3; Larissa Kelly Viana de Lemos3; Paula
Valéria Souza Vasconcelos3.
1
Mestre em Odontologia; 2Doutora em Neurociências e Biologia Celular; 3Acadêmico de Biomedicina.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: O benzeno (BZ) é um composto líquido inflamável constituído por hidrocarbonetos e um anel
aromático, muito utilizado como solvente químico em indústrias petroquímicas e siderúrgicas. O organismo humano absorve BZ pela via oral, cutânea e respiratória. Dependendo da concentração a que o individuo foi exposto, este poderá sofrer uma intoxicação aguda ou crônica, denominado benzenismo. No
benzenismo agudo o individuo pode apresentar sonolência, tontura e cefaleia; no crônico são diversas
complicações no sistema hematopoiético, que ocorrem a médio ou longo prazo (trombocitopenia, anemia
aplástica, leucopenia e leucemias). Desta forma, por tratar-se de uma substância carcinogênica e hematotóxica, a exposição ao BZ é alvo de Vigilância em Saúde (VS), em todo o mundo. Objetivo: O presente
trabalho visa descrever os hábitos e riscos da exposição ocupacional ao benzeno, no contexto da vigilância em saúde do trabalhador. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, com levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida na Atividade Integrada
do curso de Biomedicina (Biointegra). O Biointegra é uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão Biomédica, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação docente. Resultados/Discussão: A intoxicação pelo BZ ocorre durante a exposição do individuo a emissões da queima
de carvão/óleo, escape de veículos automóveis, evaporação da gasolina e serviços que utilizam solventes industriais, sendo o sistema respiratório a principal via de absorção. O vapor de BZ inalado circula em
altas concentrações na corrente sanguínea. Em poucos minutos as concentrações decaem pela distribuição do composto nos tecidos adiposos e sítios de biotransformação (fígado). A biotransformação ocorre
por duas hipóteses: 1ª) Oxidação (ocorre pela ação do citocromo P-450) e 2ª) Hidroxilação
(desencadeará a abertura do anel aromático). As duas hipóteses originam o fenol, um composto que sofre duas transformações: uma hidrólise do complexo instável que resulta na formação do ácido Transtrans mucônico e uma hidroxilação que irá resultar na síntese de outras duas substâncias (hidroquinona e
o catecol), ambas sofrerão oxidação. A hidroquinona será reduzida a P-benzoquinona, e o catecol a triidroxibenzeno. A síntese de um sexto metabólito é decorrente da conjugação da molécula instável benzeno epóxido com glutationa formando o fenilmercaptúrico. Dos 100% de BZ inalado pelo indivíduo, 12% é
exalado sem biotransformação (inalterado), de 50-90% é absorvido e biotransformado. A biotransformação do BZ gera 6 metabólitos, porém, o indivíduo excreta na urina apenas 0,1-0,2% destes metabólitos (o
P-benzoquinona é o único a não ser excretado). Os metabólitos acumulados no organismo são monitorados por indicadores de exposição (biomarcadores), para o BZ é o ácido Trans-trans mucônico na urina
(AttM-U), por técnica de cromatografia líquida de alta eficiência. Conclusão: O monitoramento dos metabólitos acumulados no organismo é uma forma de vigilância da saúde do trabalhador exposto ao BZ. A
vigilância é em decorrência do crescimento incontrolado de blastos tanto no sangue periférico como no
interior da medula óssea após um longo período de exposição ao BZ, podendo levar a leucemia mielóde
aguda, sendo predominante os tipos: M3 prómielocitica hipergranular, M5 monoblástica. Mediante a gravidade da exposição ao BZ, foi proposto o acordo nacional (Portaria nº 776) entre Governo Federal, empresas e trabalhadores, que regulamenta as condições de saúde e segurança dos trabalhadores, sugerindo uma ação em conjunto para redução dos agravos decorrentes da exposição ocupacional ao benzeno.
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TALASSEMIA: UMA ANEMIA HEREDITÁRIA
Etiane Prestes Batirola Alves1; Wellenice da Silva Barroso2; Gleyciane Machado da Costa2; Ana Paula
Queiroz Brito2; Dayse da Silva Alves2; Aryanne Hayanne dos Santos Monteiro2; Danielle Cristinne Azevedo Feio3.
1
Mestre em Odontologia; 2Acadêmico de Biomedicina; 3Doutora em Neurociências e Biologia Celular.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: As talassemias constituem um grupo heterogêneo e numeroso dentro das anemias hereditárias, sendo consideradas como as mais comuns dentre as alterações genéticas monogênicas na população mundial. Esta patologia altera a síntese de uma ou mais cadeias polipeptídicas da hemoglobina, gerando um desequilíbrio entre essas subunidades, dificultando o processo de eritropoese e causando hemoglobinização deficiente dos eritroblastos, ou seja, produção de quantidades muito pequenas de hemoglobina. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, com levantamento de dados acerca
da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida na Atividade Integrada do curso de Biomedicina,
uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão Biomédica, realizada semestralmente,
sob a orientação e avaliação docente. Resultados/Discussão: A hemoglobina é responsável principalmente pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono dos tecidos para
os pulmões. A proteína Hb possui uma estrutura complexa, quaternária, com 4 cadeias globinícas alfa e
beta enroladas ao redor de um grupo heme com um átomo de ferro no centro. Cada átomo liga-se reversivelmente a uma molécula de oxigênio formando a oxihemoglobina, no processo inverso, o O2 dissociase da Hb e difunde-se para as células que por sua vez libera o CO2 que se combina com a hemoglobina
livre formando o composto denominado carboxemoglobina. A talassemia é a mais comum das hemoglobinopatias, caracterizada por uma deficiência na síntese de cadeias globinícas, provocando alteração da
função da Hb devido a uma menor produção ou ausência de cadeias normais alfa ou beta, dificultando a
distribuição de oxigênio ao organismo. A mutação que origina a patologia está presente em um ou dois
cromossomos específicos 11 e 16, em resposta a medula óssea para de produzir um dos tipos de cadeia
de globina. A talassemia pode ser classificada de acordo com a cadeia atingida sendo as principais ALFA
e BETA, podendo causar anemia profunda, esplenomegalia, alterações ósseas, e atraso no crescimento.
A alfa talassemia acomete o cromossomo 16 sendo a menos comum, decorrente da deleção de um ou
mais genes alfa, os sintomas manifestam-se apenas com mais de 3 deleções. Já a mais comum é a beta
talassemia, que acomete o cromossomo 11, e pode ser homozigotica ou heterozigótica. A talassemia homozigotica pode ser dividida em talassemia maior e menor. A talassemia maior, também conhecida como
anemia de Cooley, pode comprometer a produção de cadeias beta totalmente (B+) ou parcialmente (Bo).
A talassemia menor (heterozigotica), é formada por 2 genes defeituosos um do pai e outro da mãe, geralmente assintomática. Costuma ser descoberta em exames de rotina, o controle é feito por transfusões
sanguíneas continuas de concentrado de hemácias, o que pode causar sobrecarga de ferro, sendo necessário o tratamento com quelantes de ferro, por via oral com o uso de deferiprona. A cura das talassemias já é possível, entretanto consiste em um transplante de medula óssea. Conclusão: As complicações decorrentes das talassemias tratadas com vitaminas, tônicos, medicamentos e dietas não têm efeito
benéfico. O tratamento adequando ocorre através de transfusões periódicas de sangue de 2-4 semanas,
mantendo os valores sanguíneos próximos do normal, proporcionando ao paciente uma melhora na qualidade de vida por vários anos, além disso, as transfusões sanguíneas ajudam na prevenção de mudanças
na aparência facial e óssea. Entretanto essas medidas são apenas de prevenção e tratamento da sintomatologia, cura somente com transplante de medula óssea.
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MALÁRIA: CONHECENDO SEUS ASPECTOS PARA MELHOR PREVENÇÃO
Rosa Ibiapina Ibiapina1; Mayra Sunamita Pardauil Silva Farias de Freitas2; Sibelle Machado Barreirinhas
Figueiredo2; Ezequias da Silva Trindade2; Joseane Socorro da Silva Lameira2; Nelma Franco2; Luci
Selma Ferreira de Freitas Farias2
1
Mestre em Administração; 2Acadêmico de Enfermagem
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Introdução: No Brasil, mais de 60% do território é favorável a malária, sendo que 95% dos casos
ocorrem na Amazônia Legal, onde estão situados os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão,
Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A doença é favorecida pelo clima tropical. A malária,
também conhecida como paludismo, febre terçã (benigna ou maligna), febre quartã, tremedeira,
batadeira,e febre, é uma doença causada por um protozoário do gênero Plasmodium, com cerca de 125
espécies, das quais somente 4 infectam o homem: P. falciparum, P.vívax, P.malarie e o P.ovale. É a
protozoose de maior impacto no mundo, sendo a mais comum, causada pelo P.vívax e a mais grave pelo
P. falciparum. A transmissão ocorre através da picada de um mosquito fêmea do gênero Anopheles,
cujas principais espécies de vetores no Brasil são A. darlingi, A. aquasalis, A. cruzii e A. bellator.
Segundo relatório Mundial da Malária anualmente, quase 3,2 bilhões de pessoas vivem em áreas de
risco, sendo 90% na África e dois terços dos casos no Brasil, Índia e Sri lanka, o país que concentra
maior número de casos no continente americano é o Brasil, com 250 milhões de novos casos de doença
por ano, que levam a um milhão de mortes. Objetivo: Analisar o tratamento, destacando a enfermagem
no cuidar da doença. Métodos: A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa bibliográfica, que de
acordo com o objetivo é explicativa. Resultados/Discussão: A malária é um problema global, com
características locais, sendo de suma importância o conhecimento de sua epidemiologia em cada local
onde a doença se manifesta, implantando medidas de prevenção e controle adequados, para o não
desenvolvimento da patologia.A malária causada pelo P. falciparum, considerada a mais grave é uma
emergência médica,e assim que diagnosticada,deve ser realizado seu tratamento em nível de unidade de
terapia intensiva, sendo necessário o início precoce do mesmo, utilizando medidas necessárias para
evitar ou amenizar as complicações. Tendo em vista, que realizando o acompanhamento com medidas
ditas adequadas, e o diagnóstico rápido diminuem a letalidade relacionada à enfermidade. Contudo, as
medidas de controle e vigilância se fazem necessárias sempre no sentido de prevenir as áreas tropicais,
consideradas de riscos em todo mundo.contribuições/implicações para a enfermagem: Este estudo vem
mostrar que a enfermagem não está alheia a estas questões; contudo, como representante do cuidar
pela ciência, como jus deve praticá-la, incentivá-la, enfatizando o tratamento adequado com bases
científicas. Atualmente, deve-se buscar especialistas de saúde para o tratamento adequado, além de um
trabalho de pesquisadores e profissionais, mediante divulgação, cartilhas e políticas públicas de saúde de
forma a intensificar o adequado tratamento. Conclusão: Existe uma demora e a pouca precisão no
diagnóstico, o tratamento apresenta complexidade diferentes ,medicamentos em diferentes regimes
terapêuticas educação variáveis ,o emprego de terapêutica inapropriada e o uso indiscriminado de
antimaláricos também contribuem para alta incidência de malária e desenvolvimento de resistência, de
grande importância estudos que subsidiem opções na adoção de mecanismo de controle que reduzam o
índice de transmissão e a mortalidade por malária.
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RADIOTERAPIA EM CABEÇA E PESCOÇO: SEUS EFEITOS COLATERAIS E A IMPORTÂNCIA DO
CIRURGIÃO-DENTISTA NA EQUIPE MULDISCIPLINAR DESTE TRATAMENTO
Marianne Raquel Arraes do Amaral¹; Neiliane Lopes Freitas²; Márcia Cristina dos Santos Guerra3; Etiane
Prestes Batirola4
Acadêmica de CST em Radiologia¹; Acadêmica de Biomedicina²; Mestre em Saúde, Sociedade e
Endemias da Amazônia3; Mestre em Odontologia4
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Faculdades Integradas Brasil Amazônia (FIBRA)
Introdução: O câncer consiste no crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos
e órgãos, tendo seu nível de gravidade imposto pelo poder de multiplicação das células neoplásicas e
infiltração em outros tecidos e vasos (metástases). Um dos tratamentos para o câncer, mais utilizados no
mundo, tem sido a radioterapia, em virtude das diversas formas de cura que proporciona: diminuição do
volume dos tumores, exterminação total do carcinoma e alívio de outros sintomas (dor). Este tratamento
emprega feixes de radiação ionizante no volume de tecido que engloba o tumor, eliminando células
neoplásicas e sadias circunvizinhas. Assim como outras doenças degenerativas, quanto antes for
realizado o diagnóstico, maiores as chances de cura e recuperação. Objetivos: O presente trabalho visa
informar os profissionais da área da saúde sobre os efeitos colaterais da técnica de radioterapia em
pacientes oncológicos de cabeça e pescoço, e destacar a importância do cirurgião-dentista na equipe
multidisciplinar deste tratamento. Métodos: Revisão bibliográfica com base na literatura disponível sobre
o assunto referido. Resultados/Discussão: Os tumores de cabeça e pescoço estão localizados na:
cavidade oral e/ou nasal, faringe, seios paranasais e glândulas salivares. As causas estão relacionadas
ao uso de álcool e tabaco, contaminação com HPV, predisposição genética e habito alimentar, etc. Os
métodos mais utilizados para combater o câncer de cabeça e pescoço são: cirurgia, radioterapia e
quimioterapia. O médico é o responsável por escolher um ou mais métodos, e em muitos desses casos a
radioterapia está entre as opções mais eficientes. Vítimas do efeito direto da radiação, o DNA da célula
maligna morre no mesmo instante ou fica marcada para morrer descrevendo o efeito tardio. Todavia, as
células sadias, de maneira diferente, também são afetadas o que pode levar esse paciente a ter alguns
efeitos colaterais do tratamento com radioterapia. Algumas dessas reações são: Mucosite (inflamação da
mucosa com eritema e ulceração); Xerostomia (atrofia dos ácinos serosos); Disgeusia (alteração do
paladar); Trismo: (dificuldade na abertura da boca); Cáries (desmineralização tecidual);
Osteorradionecrose (necrose isquêmica do osso). A radioterapia também pode causar reações nos
tecidos sadios circunvizinhos a área irradiada, tendo a equipe multidisciplinar, a função de informar o
paciente sobre o tratamento. A melhor forma de atenuar os efeitos colaterais da radioterapia é a
preparação da cavidade oral do paciente por um cirurgião-dentista desde a etapa pré-operatória, com
exames e ações preventivas, até a pós-operatória e pós-radiação, oferecendo suporte para a
sintomatologia do efeito colateral. O profissional deverá manter em dia os exames preventivos como
radiografia panorâmica, periapical e complementares, preparo da cavidade bucal para minimizar a
severidade das complicações; reduzir as dores na boca; manter as condições de saúde bucal; promover
educação sobre higiene e diminuir os custos do tratamento curativo pós-radioterapia. Será ainda de sua
competência avaliar possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de sequelas, tais como: defeitos
em restaurações, cálculo dentário, placa bacteriana, dentes fraturados, doença periodontal, etc.
Conclusão: O diagnostico de câncer gera a convivência com o risco de morte, dores e efeitos colaterais
da radioterapia. Quando o paciente tem um acompanhamento odontológico, os efeitos podem ser
atenuados por meio da análise do quadro clinico, minimização dos efeitos colaterais e de novas
experiências traumáticas.
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A INFORMÁTICA NA RADIOLOGIA
Etiane Prestes Batirola Alves1; Michel Ângelo da Frota Lima2; Andreia Dias Benicio Monteiro2; Gioavanna
Abitbol Caetano2; Gislainne Abitbol Caetano2; Fabiel Oliveira de Souza2; Felipe Melo do Nascimento2
1
Mestre em Odontologia; 2Acadêmico do CST em Radiologia
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: O Tecnólogo em Radiologia é um profissional que é capacitado por meio de disciplinas
como biologia, anatomia, informática, gestão, física radiológica, entre outras, que ensinam as
propriedades da radiação, viabilizando a produção da imagem e aplicação das técnicas radiológicas. A
profissão é regulamentada pela Lei nº 7.394 de 1985, e segundo as Resoluções CONTER n°6 (28 de
maio de 2009) e n°3 (de 5 de junho de 2012), possibilita ao tecnólogo em radiologia atuar nas áreas de
radiologia convencional, tomografia computadorizada, mamografia, densitometria óssea, ressonância
magnética, manipulação de softwares usados nas estações de trabalho (workstations); radiologia
veterinária, industrial, odontológica; radioterapia e medicina nuclear. Objetivo: O presente trabalho visa
abordar a importância da disciplina informática no contexto do profissional Tecnólogo em Radiologia.
Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, realizada por meio de levantamento de dados
acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida no Projeto Interdisciplinar do CST em
Radiologia (Prointer). O Prointer é uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão de
CST em Radiologia, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação docente. Resultados/
Discussão: No início da década de 70, surgiu a Tomografia Computadorizada, iniciando o
desenvolvimento tecnológico de diversas modalidades diagnósticas, e posteriormente o uso de imagens
digitais no diagnóstico. As imagens geradas são importantes dentro do processo saúde-doença e de um
contexto de atenção à saúde humana, possibilitando o arquivamento de informações acerca dos
pacientes. Para a vinculação dessas informações, podem ser utilizados por estudantes, instituições de
ensino-pesquisa e assistência, Sistemas de Informação Hospitalares (SIH). Os SIH possuem um grande
conjunto de informações digitais, as quais incluem dados financeiros, gerenciais, informações de paciente
(PEP – Prontuário Eletrônico de Paciente e RIS– Radiology Information System). Devido ao tipo de
tecnologia empregada, as imagens médicas são consideradas como um sistema à parte, e são
organizadas em um sistema de transmissão e arquivamento de imagens médicas, denominado PACS. As
vantagens dos sistemas de radiografias digitais: 1º) Facilidade de exibição da imagem; 2º) Redução da
dose de raios-X; 3º) Facilidade de processamento de imagem; 4º) Facilidade de aquisição,
armazenamento e recuperação da imagem. Neste sentido, a disciplina de informática na grade curricular
do curso superior de Radiologia é de grande importância, uma vez que a tendência é cada vez mais ser
utilizada em equipamentos, possibilitando a informatização da aquisição de imagens, otimizando a rotina
nos serviços de Hospitais e clínicas Radiológicas. Conclusão: A evolução tecnológica que vem
ocorrendo na Radiologia nos últimos 40 anos, trouxe grandiosos ganhos para a sociedade, ratificando a
necessidade da busca pelo conhecimento, e desafiando os tecnólogos a aquisição de novos
conhecimentos e uma participação ativa no processo de formulação de novas tecnologias na área
radiológica e das subáreas relacionadas.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO CONTEXTO DA INFORMÁTICA NA SAÚDE
Etiane Prestes Batirola Alves1; Ronald Augusto Lima Gama2; Layse Emília Silva Lopes2; Nerian da Silva
Ramos2; Danilo Gonçalves Freitas2; Juliana Carolina Rodrigues Reis2; Lucas Teles Martins2; Maria Do
Socorro Ferreira da Silva2; Rogério Trindade Moraes2; Thainara Cíntia Rodrigues de Lima2
1
Mestre em Odontologia; 2Acadêmico do CST em Radiologia
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: A Tecnologia em Radiologia é uma área de conhecimento e atuação profissional relacionada
ao radiodiagnóstico. Para o exercício profissional nesta área, o tecnólogo deve estar inscrito no Conselho
Regional de sua jurisdição, podendo habilitar-se em diversas áreas. Segundo CONTER (2009) compete
ao tecnólogo em radiologia realizar procedimentos para geração de imagens, por meio da operação de
equipamentos específicos, sendo um destes equipamentos o tomógrafo, utilizado para visualização de
órgãos internos. Objetivo: O presente trabalho visa abordar a importância da disciplina informática no
contexto do profissional Tecnólogo em Radiologia. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica
narrativa, realizada por meio de levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos,
desenvolvida no Projeto Interdisciplinar do CST em Radiologia (Prointer). O Prointer é uma atividade
acadêmica do conhecimento pertinente à profissão de CST em Radiologia, realizada semestralmente,
sob a orientação e avaliação docente. Resultados/Discussão: O tomográfo é um equipamento que
realiza exames de Tomografia Computadorizada (TC), por meio da emissão de raios-X, em giros
helicoidais de 360°, fazendo radiografias em secções (―fatias‖). O equipamento funciona a partir da
utilização de softwares computacionais, como o Imagelab, utilizado para a realização de exames com alta
definição, como a angiotomografia de coronária. A primeira máquina de tomografia foi criada em 1972 na
Inglaterra, por Godfrey Newbold Hounsfield e foi evoluindo até os dias de hoje:
1ª Geração (apenas um detector); 2ª Geração (6 à 30 detectores); 3ª Geração (feixe em forma de cone
com detectores em arco); 4ª Geração (conjunto de detectores em todo o anel do gantry). Para que a
imagem seja gerada, os detectores do tomógrafo (localizados na extremidade oposta a ampola de raiosX), captam os raios-X que atravessam o corpo do paciente, e por meio de um software os dados
captados são processados, são analisadas as variações de absorção ao longo da secção observada, e o
computador reconstrói esses dados sob a forma de imagens. Os benefícios da informática na área da
saúde são notórios. Um estudo de Martins e Moura Junior (2011), aplicado em São Paulo, tem sugerido a
utilização de novo programa, para facilitar o cotidiano do radiodiagnóstico: Sistema de Transcrição
Automática de Laudos (STAL). O STAL possibilita por comando de voz, laudar em apenas 5 minutos. A
confecção de laudos tradicional (digitação) leva em média 20 minutos e o médico precisa rever as TC
para confirmar o laudo. Conclusão: A informática tem contribuindo cada vez mais para o
desenvolvimento e aperfeiçoamento da área da saúde, possibilitando melhor qualidade de vida para a
população, bem como a criação de tecnologias para melhorar a assistência e o diagnóstico das doenças.
A informática tem possibilitado avanços, dinamismo e diminuição do tempo de espera de atendimento do
paciente.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO
A IMPORTÂNCIA DA MAMOGRAFIA NO CONTEXTO DA SAÚDE COLETIVA
Etiane Prestes Batirola1; Ellen Regina do Carmo Pereira2; Bianca Angelica Borges dos Santos2
1
Mestre em Odontologia, 2Acadêmico do CST em Radiologia
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: De acordo com o Conselho Nacional dos Técnicos em Radiologia no uso de suas
atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei nº 7.394/1985, o tecnólogo em radiologia
está habilitado a desenvolver atividades técnicas cientificas nas áreas da saúde e indústria, atuando nas
diversas áreas, como a mamografia. A realização de mamografia é uma habilitação do tecnólogo, de vital
importância, especialmente para as mulheres, o exame auxilia no diagnóstico do câncer de mama,
mesmo quando a sua dimensão ainda é pequena. Objetivo: O presente trabalho visa abordar a
importância da mamografia no contexto da saúde coletiva envolvendo o profissional Tecnólogo em
Radiologia. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, realizada por meio de
levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida no Projeto
Interdisciplinar do CST em Radiologia (Prointer). O Prointer é uma atividade acadêmica do conhecimento
pertinente à profissão de CST em Radiologia, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação
docente. Resultados/Discussão: A mamografia é realizada em um aparelho de raios-X apropriado, que
permite a detecção precoce do câncer, devendo ser realizada anualmente, por mulheres acima de 35
anos de idade ou conforme a recomendação médica. Segundo o INCA, em 2014, a estimativa é de
57.120 novos casos de Câncer de mama, destes, 13.345 irão a óbito, sendo 13.225 do sexo feminino e
120 do sexo masculino. A mamografia torna-se, portanto, um exame muito importante para o diagnóstico
da doença, e o tecnólogo em mamografia deverá ter sensibilidade (identificando o grau de ansiedade da
paciente), respeito (preservando a privacidade da paciente), compreensão (explicando os procedimentos
realizados durante o exame com empatia), humanização (sendo afável para que o exame se torne menos
incomodo) e educação (tratando com cordialidade) na execução de suas habilidades e competências
relacionadas a esta habilitação. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam
elevadas, devido o diagnostico em estágios avançados. Para combater a doença, o SUS criou politicas
públicas específicas: financiamento de pesquisas e novas tecnologias; intensificação das ações de
promoção da saúde e prevenção de doenças e ampliação da assistência à saúde da população. Neste
contexto, os Tecnólogos em Radiologia necessitam de uma formação adequada às exigências do
mercado de trabalho, atentos ao cuidado individualizado dos seus clientes, mas também nas ações de
saúde coletiva propostas no SUS. Conclusão: A saúde coletiva é uma área de conhecimento que
capacita o tecnólogo para atuar no SUS e também ser ator de mudança, difundindo informações acerca
da doença e de seus riscos, bem como as medidas preventivas e de diagnostico precoce.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
BALANÇO CONTÁBIL DAS NAÇÕES (BCN): UM ESTUDO DE CASO NO ESTADO DO PARÁ
Jerfson Farias da Silva1; Leila Márcia Elias2; Ynis Cristine Ferreira3; José Roberto Kassai4 ; Bruno
Alencar5
1
Acadêmico de Ciências Contábeis; 2Doutoranda em Gestão e Desenvolvimento Regional; 3 Doutoranda
em Administração; 4 Doutor em Contabilidade 5Doutorando em Administração
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Universidade do Estado do Pará (UEPA); Universidade
de São Paulo (USP)
Introdução: Este artigo é parte de pesquisas desenvolvida pelo Núcleo de Estudo em Contabilidade e
Meio Ambiente (NECMA/USP) em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e Faculdade
Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) e tem como objetivo analisar o Balanço Contábil do Estado do Pará
por meio da metodologia do Balanço Contábil das Nações (BCN). Objetivo: é evidenciar a conta que
cada cidadão supostamente teria que arcar diante dos fenômenos de mudanças climáticas globais e
aquecimento global, em virtude do aumento da concentração dos gases de efeito estufa e da diminuição
dos estoques de recursos naturais existentes. Procurou-se mostrar as situações de superávit ou deficit e
permitir reflexões sobre ações globais, regionais e locais em relação a políticas públicas, estratégias
empresariais e comportamentos individuais sobre as externalidades e os e mecanismos de
sustentabilidade. Métodos: Esta pesquisa é de natureza exploratória, com abordagem qualitativa dos
dados, com uma pesquisa de campo por meio da coleta de dados das instituições de pesquisa e
científicas regionais e nacionais. A pesquisa justifica-se pela importância que a contabilidade tem
assumido diante do processo de mensuração econômica dos fenômenos naturais e a sua importância
para a formulação de políticas públicas. Os dados coletados foram relativos à: Produto Interno Bruto
(PIB), Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Dados Censitários relativos à 2000 e 2010, Área
Desflorestada, Focos de Calor, dados sobre finanças públicas do Finanças Públicas Municipais (FINBRA)
da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Resultados/Discussão: Como resultados preliminares,
verificou-se que o Pará é o Estado com o segundo maior saldo superavitário (20.2%), atrás apenas do
Estado da Amazônia (64.6%) e ambos são responsáveis diretamente pela posição que o Brasil assume
diante do cenário mundial e um dos poucos com possibilidades reais de tornar-se uma economia verde,
ou seja, com crescimento econômico em harmonia com o meio ambiente. Conclusão: Com base
reflexões do estado do Pará, as principais vantagens competitivas são: estar inserido na região Norte,
detentora de 90% do Patrimônio Líquido Natural do Brasil. E as principais externalidades são: uma
economia baseada em exploração e exportação de produtos primários com baixa agregação de valor. As
atividades que se destacam na economia paraense são a exploração mineral, a agropecuária e a
agricultura, todas altamente degradantes ao meio ambiente. O grande desafio é desenvolver políticas
públicas que garantam ações economicamente viáveis, socialmente justas, ambientalmente corretas e
respeito às especificidades locais.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA E PARASITOLÓGICA DA ÁGUA DA COMUNIDADE DE VILA DA
BARCA, BELÉM, PA.
Andréa Luciana Soares da Silva1, Rafael Azevedo Baraúna2, Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro
de Macedo1, Katarine Antônia dos Santos Barile1.
1
Doutor em Biologia de agentes Infecciosas e parasitários; 2Doutor em Genética e Biologia Molecular
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Introdução: A água serve como veículo para alguns agentes biológicos e químicos, levando ao
desenvolvimento de algumas doenças causadas por microorganismos patogênicos de origem entérica,
transmitidos pela via fecal-oral, o grupo coliforme é de grande importância para avaliar as condições
sanitárias da água. A região escolhida para a realização deste estudo foi a comunidade da Vila da Barca,
um conjunto populacional formada desordenadamente à beira do rio Guamá em Belém-Pará. Objetivo: O
estudo teve por finalidade a detecção de bactérias do grupo coliformes fecais e totais e também a
pesquisa da presença de enteroparasitos, além à resistência a diferentes classes de antibióticos.
Métodos: Foram escolhidos quatro pontos para a coleta, sendo uma amostra obtida do fornecimento
público de água e as demais amostras do ambiente, sendo classificadas como: margem do rio 1 e rio 2
(MR1 e MR2), área domiciliar alagada (ADA) e água encanada (AE). Foi coletado 1,5 L de água em
garrafas estéreis de cada ponto, selecionou-se, aleatoriamente, residências do entorno, visando à coleta
de dados epidemiológicos. O método para análise parasitológica consistiu através do método de
Hoffman, para detectar a presença de E. Coli e coliformes totais e fecais utilizou-se o kit Aquatest coli,
uma alíquota de 100 µl de cada amostra foi inoculada em meio ágar MacConkey. Após o crescimento
seis colônias foram selecionadas para as provas bioquímicas utilizando o Enterokit C, por fim, dois
isolados foram selecionados para verificar a resistência a diferentes classes de antibióticos. Resultados
e Discussão: Foram coletados dados epidemiológicos de quatorze residentes de áreas do entorno dos
pontos de coleta de água, grau de escolaridade igual ao ensino fundamental (42,9%), com renda familiar
variando entre dois e três salários mínimos (42,9%). A maioria das residências era do tipo palafita
(64,3%), com acesso a água encanada (85,7%) e sem acesso a esgoto sanitário (71,4%). Na análise
parasitológica pelo método de Hoffman não foi encontrado nenhum enteroparasito. No teste
microbiológico para detecção de E. Coli e coliformes totais, as amostras do ambiente (MR1, MR2 e ADA)
apresentaram resultados positivos, enquanto AE apresentou ausência de coliformes. O gênero
Salmonella sp. isolado no presente estudo apresentou-se resistente ao antibiótico ceftazidina.
Conclusão: Os dados demonstraram que a água obtida a partir do Rio Guamá na região da comunidade
de Vila da Barca é é provavelmente o principal veículo de disseminação de doenças causadas por
enteropatógenos na região, evidenciando a necessidade da implementação de medidas que evitem a
ocorrência de doenças de veiculação hídrica.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
ESTUDO DOS EFEITOS
MICRORGANISMOS BUCAIS
DE
FRUTOS
DA
BIODIVERSIDADE
AMAZÔNICA
SOBRE
Etiane Prestes Batirola1, Tâmea Lacerda Monteiro2, Danielle Tupinambá Emmi3, Mileide da Paz Brito4,
Regina Fátima Feio Barroso5.
1
Mestre em Odontologia; 2Cirurgiã-Dentista; 3Doutora em Dentística; 4Mestre em Ciências Farmacêuticas;
5
Doutora em Odontologia Social.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ), Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA),
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Introdução: Anualmente, produtos com ingredientes de origem vegetal geram US$14 bilhões no
mercado global de medicamentos, fato que desperta interesse na biodiversidade amazônica e seus
produtos naturais utilizados na medicina popular. Os estudos destes produtos que possam interferir em
fatores etiológicos como os da cárie dentária, uma doença que afeta cerca de 50-99% das pessoas na
maioria das comunidades do mundo, podem reduzir sua prevalência por meio da busca por produtos
antimicrobianos com boa substantividade e que sejam adjuvantes na terapia anticárie são cada vez mais
frequentes no meio científico. Objetivo: Este estudo objetivou estudar in vitro a gordura do bacuri
Platonia insignis Martius (Clusiaceae) e o óleo da castanha-do-Brasil Bertholletia excelsa (Lecythidaceae)
sobre microrganismos da microbiota bucal. Métodos: Os resultados foram obtidos por determinação da
concentração inibitória mínima pelo método de incorporação e contagem das UFC; análise de aderência
quanti-qualitativa em blocos de esmalte dental imersos em sistemas de aderência confeccionados com
tubos de ensaio e volume padronizado de meio de cultura acrescidos dos inoculos, incubados a 37ºC por
10 e 21 dias. O ensaio foi realizado em duplicatas e após a incubação, os espécimes foram removidos do
sistema de aderência e submetidos à microdureza (KHN) e preparação para realização da Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV). Resultados/Discussão: Os valores obtidos foram avaliados pela análise
de variância ANOVA e Tukey das intervenções e tempos de cultivo, com intervalo de confiança de 95%
(p > 0,05). Os resultados da análise de aderência in vitro confirmam que os microrganismos aderem às
superfícies de teste em uma distribuição semelhante à observada qualitativamente por MEV e indicada
na análise quantitativa de aderência. Os resultados da análise de aderência in vitro confirmam que os
microrganismos aderem às superfícies de teste em uma distribuição semelhante à observada
qualitativamente por MEV e indicada na análise quantitativa de aderência. A adesão das bactérias às
superfícies dentais constitui um processo complexo multifatorial, influenciado pelo ambiente bucal,
morfologia dental, superfície bacteriana e hábitos do hospedeiro e superfície do substrato. A resistência
bacteriana frente aos antimicrobianos é o que motiva a busca por novas terapias eficazes. A GSB e o
OCP não podem ser considerados alternativas viáveis para novos produtos com princípios bioativos no
controle da cárie. Conclusão: Os produtos estudados contrariam as expectativas para serem
considerados alternativas viáveis para novos produtos com princípios bioativos no controle da cárie.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
AVANÇOS E ENTRAVES NO PROCESSO DE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:
ESTUDO COM UM GRUPO DE ENFERMEIROS
Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2;
Rosilene Ferreira de Sousa3
1
Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem; 3Enfermeira
Especialista em UTI
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: os serviços de urgência e emergência constituem importante componente da assistência à
saúde no Brasil. Nos últimos anos, houve crescimento da demanda destes atendimentos devido,
principalmente ao aumento no número de eventos traumáticos e violência urbana. A realidade da
superlotação dos prontos socorros é agravada por problemas organizacionais como o atendimento por
ordem de chegada, sem estabelecimento de critérios clínicos, o que pode acarretar graves prejuízos aos
usuários. Corriqueiramente nos deparamos com denúncias nos meios de comunicação a cerca da
situação caótica em que se encontra a saúde, em especial os serviços de emergência dos hospitais
públicos. Diante de tais problemas, o Ministério da Saúde lançou em 2004, a cartilha da Política Nacional
de Humanização, na qual aponta o acolhimento com classificação de risco como dispositivo de mudança
no trabalho da atenção e produção de saúde. A classificação de risco é um processo dinâmico de
identificação de pacientes que necessitam de tratamento imediato de acordo com o potencial de risco,
agravos à saúde ou grau de sofrimento. Objetivos: conhecer a visão de um grupo de enfermeiros do
curso de pós-graduação latu sensu em Enfermagem em Urgência e Emergência de uma Instituição de
Ensino Superior pública de Belém, sobre os avanços e entraves no processo de acolhimento com
classificação de riscos. Métodos: trata-se de um estudo transversal, descritivo, qualitativo. Resultados/
Discussão: a falta de compreensão dos usuários e a falta de infraestrutura foi descrito nas falas dos
entrevistados como principais entraves para a consolidação desse dispositivo. Demostrou-se que os
pesquisados estão bem orientados acerca do papel do enfermeiro nesse contexto. No que tange as
estratégias para melhorar a participação do Enfermeiro nesse processo, os pesquisados foram unânimes
em elencar a educação permanente como ferramenta indispensável para a consolidação dessa diretriz.
Conclusão: o estudo possibilitou uma análise a respeito da visão dos enfermeiros acerca da temática,
proporcionando evidencias consistentes que apontam as potencialidades, fragilidades e deficiências da
diretriz. Destaca-se como principais entraves a demanda de atendimento que excede o aparato material
e humano, falta de infra-estrutura, inadequada capacitação, déficit de formação dos profissionais e a falta
de conhecimento da população a respeito do tema.
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41
SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE EM HOSPITAIS DA REDE PÚBLICA DA
CIDADE DE BELÉM-PA: PROCESSO DE TRABALHO DAS CIHDOTTS
Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2;
Rosilene Ferreira de Sousa3
1
Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico de Enfermagem; 3Especialista em UTI
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: transplante é a retirada parcial ou total de uma estrutura corpórea ou órgão e seu implante
na mesma pessoa ou em outro indivíduo. É descrito como um procedimento que oportuniza reabilitação e
aumento da expectativa de vida, atualmente reconhecido como uma terapêutica eficaz em diversas
patologias crônicas e incapacitantes. A história dos transplantes sempre foi marcada por inúmeras
dificuldades para a efetiva implantação. O Brasil dispõe do maior programa público de transplantes do
mundo. O processo de doação exige recursos humanos dedicados a essa atividade, capacitação
adequada e atualizações periódicas. Porém, as estratégias adotadas têm-se mostrado insuficientes para
sanar as carências existentes, desde a primeira etapa do processo, que vai da busca ativa dos potenciais
doadores, diagnóstico de morte encefálica e entrevista familiar para doação, até a realização do
transplante, esse quadro encontrado é compreensível uma vez que, no Brasil, são raras as instituições
de ensino superior com componentes curriculares específicos voltados para esse processo. Objetivo:
identificar as principais dificuldades vivenciadas pelas Comissões Intra-hospitalares de Doação de
Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT‘s) que atuam nos hospitais da rede pública de Belém-Pa.
Métodos: pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa. Foram selecionadas cinco
instituições hospitalares da região metropolitana de Belém-Pa de acordo com a classificação descrita no
artigo 14 da portaria nº 2.600/09, dessas somente duas possuiam essas comissões em pleno
funcionamento. Participaram da pesquisa os coordenadores das CIHDOTT‘s. A técnica de coleta de
dados foi entrevista semi dirigida. Para preservar a confidencialidade as falas foram substituidas por
codinomes com as seguintes denominações: ―CIHDOTT coração‖ e ―CIHDOTT pulmão.‖ A pesquisa foi
realizada seguindo as normas que regulamentam pesquisa envolvendo seres humanos contidas nas
Resoluções nº 466/12 do CONEP. Resultados/Discussão: das cinco instituições selecionadas somente
duas possuem CIHDOTTs em funcionamento, revelando uma disparidade entre a legislação vigente e o
cenário de Belém. A pesquisa revelou que muito ainda precisa se caminhar, para alcançar um grau de
excelência de doação e transplante. Como fatores limitantes, observou-se a falta de conhecimento de
alguns profissionais em relação ao protocolo de Morte Encefálica, relatado pela coordenadora da
CIHDOTT coração ―Nosso maior problema é a falta de capacitação, desconhecimento ou envolvimento
de alguns médicos, quando nós temos uma ME, no sentido de poder colaborar pra abrir o protocolo”;
falta de engajamento das equipes em relação ao processo doação e o preconceito com os possíveis
doadores com diagnóstico de ME enfatizado pelo coordenador da CIHDOTT pulmão ―Temos muito
preconceito principalmente com o paciente de ME[...] por exemplo: o paciente evoluiu pra ME, os
médicos, enfermeiros toda a equipe no geral, pensam; há o paciente é ME já morreu, no caso aqui na
UTI eu tenho dez leitos, tem mais nove pacientes pra cuidar esse aqui já deixa um pouco de lado[...]”.
Conclusão: O resultado que mais chama a atenção é que a prática dos profissionais distoa de forma
negativa do que é preconizado nas legislações que versam sobre esse processo. Foi possível perceber a
necessidade da sensibilização e educação contínua dos profissionais de saúde envolvidos no processo,
iniciando desde a vivência acadêmica para melhor compreensão do processo de doação, o que,
contribuirá de maneira positiva para a redução do tempo nas filas de transplantes.
ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
TRAJETÓRIAS DE UM GRUPO DE MULHERES EM BUSCA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
DAS PATOLOGIAS MAMÁRIAS
Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins²; Itamar Reis Montelo2; Elisete Silva Amorim2; Rosilene
Ferreira de Sousa3; Daniela Maria Nantes Boução3
1
Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem; 3Especialista em UTI³
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: Atualmente, o câncer de mama constitui-se como um greve problema de saúde pública em
todos os países do mundo, pois são grandes as dificuldades encontradas na práxis, no sentido de
prevenir sua ocorrência e detecção precoce a nível de atenção primária. Essa patologia representa o
segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por
22% dos casos novos nesse grupo. Estimativas para o Brasil no ano de 2014 foram de aproximadamente
576 mil novos casos, e embora seja considerado um câncer de bom prognóstico, trata-se da maior causa
de morte entre as mulheres brasileiras, principalmente na faixa etária de 40 e 69 anos, com mais de 11
mil mortes/ano, isso porque na maioria dos casos a doença é diagnosticada em estádios avançados. O
diagnóstico precoce das doenças mamárias pode ocorrer com êxito, se forem desenvolvidos programas
de rastreamento organizados, e a ampliação do acesso à consulta especializada para essa clientela.
Objetivo: objetivou-se com o presente estudo analisar a trajetória de um grupo de mulheres em busca do
diagnóstico e tratamento de patologias mamárias em uma instituição privada conveniada com o Sistema
Único de Saúde (SUS). Métodos: estudo exploratório, transversal de natureza quantitativa, no qual
participaram 30 mulheres, sendo adotado como instrumento de coleta de dados um questionário
estruturado. A pesquisa foi realizada seguindo os pressupostos contidos na Resolução 466/2012CONEP que dispõe sobre a pesquisa envolvendo seres humanos. Resultados/Discussão: observou-se
que a faixa etária foi de 16 a 49 anos com média de 31,5 anos. Analisando a história familiar e câncer de
mama 10 (33,33%) responderam que sim e 20 (66,67%) responderam não. A cerca da sintomatologia,
das 30 mulheres pesquisadas 6 (20%) relataram ter sentido dor na mama, 2 (6,67%) apresentaram
edema seguido de dor, 3 (10%) referiu sinais flogísticos e, 19 (63,33%) descreveram que a detecção do
nódulo foi por acaso. Em relação à realização de exames complementares das 30 mulheres, 22 (73,33%)
fizeram ultrassonografia e 8 (26,67%) realizaram ultrassonografia e mamografia. O presente estudo
mostra que o maior atraso na condução dos casos de patologias mamárias ocorreu entre a descoberta
do nódulo mamário até a primeira consulta com o mastologista. Também sugere que um dos motivos de
demora no diagnóstico está relacionado com a falta de conhecimento das mulheres acerca do problema
e a não valorização das alterações. Conclusão: as pacientes com patologias mamárias sofrem atrasos
em várias etapas do seu diagnóstico e tratamento. Em nosso meio, o maior atraso consiste no intervalo
entre a primeira consulta e a intervenção cirúrgica. Prover uma gestão de qualidade do fluxo de
atendimento para essas mulheres em geral é de suma importância, porém é imperativo que o sistema
tenha meios e organização para atuar sobre as anormalidades encontradas neste grupo de pacientes.
Acreditamos que assim reduziremos a progressão das patologias mamárias para estádios mais
avançados e incuráveis.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
RISCOS OCUPACIONAIS: A ÓPTICA DE ENFERMEIROS QUE ATUAM NA CENTRAL DE MATERIAL
E ESTERILIZAÇÃO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE BELÉM-PA
Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2;
Rosilene Ferreira de Sousa3
[email protected]
1
Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico de Enfermagem; 3Enfermeira
Especialista em UTI
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: as doenças profissionais constituem um grave problema de saúde pública em todo o mundo,
mas historicamente os profissionais de saúde não foram considerados categoria de alto risco. Essa
situação tomou novo rumo mediante vários estudos que confirmaram que os mesmos, principalmente os
que trabalham nas unidades hospitalares, estão sujeitos a maior número de riscos ocupacionais do que
outras categorias. Os trabalhadores de enfermagem estão expostos a inúmeros riscos ocupacionais
causados por fatores químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, que podem
ocasionar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. O trabalho da enfermagem é caracterizado por
exigências organizacionais múltiplas, sobrecarga de trabalho, situações conflitantes, tensão constante e
estresse. Objetivos: identificar a percepção dos enfermeiros acerca dos riscos ocupacionais aos quais
estão expostos no cotidiano de suas atividades laborais na Central de Material e Esterilização-CME.
Métodos: trata-se de um estudo descritivo, exploratório, qualitativo. Resultados/Discussão: Observouse que os pesquisados encontram-se bem orientados e detém de conhecimentos fundamentais para a
prevenção dos riscos ocupacionais. No que diz respeito aos riscos de maior exposição, é descrito que
por se tratar de CME estão expostos com maior frequência a riscos químicos, físicos, ergonômicos e
psicossociais. Demostrou-se o interesse dos gestores em diminuir a exposição e vulnerabilidade dos
colaboradores. Ficou claro que tanto gestores quanto colaboradores entendem a importância de se
prevenir a ocorrência de tais riscos, e que ambos estão engajados na causa. Conclusão: evidenciou-se
a importância dos fatores ambientais e ergonômicos, os quais, de forma direta ou indireta proporcionam
um ambiente insalubre. Destaca-se a importância dos impactos econômicos e laborais ocasionados à
instituição e aos profissionais, principalmente como causadores de absenteísmo e de sequelas. Verificouse que os fatores de riscos ambientais encontram-se presentes diariamente, cabendo aos gestores fazer
uma avaliação dos mesmos de forma a minimizarem seus impactos.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOBRE O ESTRESSE
OXIDATIVO EM ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA TERAPIA RETROVIRAL
Amanda Soares de Vasconcelos1; Vinícius Maia dos Santos2; Erilene Cristina da Silva Furtado2; Leila
Pinheiro2; Elicleia Marques2; Sandro Percário3
1
Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 2Acadêmico de Biomedicina; 3Livre-docente
em Ciências
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Universidade Federal do Pará (UFPA)
Introdução: A introdução da terapia antirretroviral é considerada o cuidado padrão global no tratamento
da infecção pelo HIV. Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao tratamento, o
uso prolongado desses medicamentos traz consigo efeitos adversos decorrentes como um quadro de
estresse oxidativo sistêmico. Além da alta produção de radicais livres, os indivíduos HIV positivos
apresentam uma redução na sua capacidade antioxidante total, consequência da própria infecção e
também pela baixa capacidade de absorção dos micronutrientes. Neste contexto, muitos alimentos,
dentre eles os cogumelos da ordem Agaricales, são ricos em micronutrientes e possuem como uma de
suas propriedades a atividade antioxidante. Sendo assim, a suplementação alimentar de micronutrientes
com atividade antioxidante poderia ser um complemento ao tratamento dos indivíduos infectados com
sinais e sintomas da doença causada pelo HIV. Objetivo: verificar o efeito da suplementação nutricional
do cogumelo Agaricus sylvaticus sobre as alterações oxidativas em adultos infectados pelo HIV e que
fazem uso da terapia antirretroviral. Métodos: Para realizar este estudo, selecionou-se 24 adultos entre
21 e 50 anos de idade, de ambos os sexos que receberam a suplementação de Agaricus sylvaticus por
um período de seis meses. Foram obtidas amostras de sangue antes do início da suplementação e após
seis meses de uso da mesma e fez-se análise dos marcadores do estresse oxidativo, as Espécies
Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS). Resultados/Discussão: Observou-se que os valores de
TBARS nos indivíduos que receberam a suplementação de Agaricus sylvaticus diminuíram de forma
significante após os seis meses de ingesta do suplemento. Tais resultados indicam que a suplementação
antioxidante de Agaricus sylvaticus pode amenizar o estresse oxidativo caracterizado por aumento das
Espécies Reativas de Oxigênio e diminuição da capacidade antioxidante observada nos indivíduos
infectados pelo HIV e que fazem uso da terapia antirretroviral. Conclusão: Os resultados sugerem o
envolvimento do estresse oxidativo nas alterações causadas pela infecção por HIV e pelo uso da terapia
antirretroviral, sendo que o uso de uma suplementação antioxidante provavelmente ajudaria a amenizar
as consequências do estresse oxidativo sobre a fisiopatogenia desta doença.
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SESSÃO BANNER—CATEGORIA EXTENSÃO
BIOMEDICINA NA ESCOLA: A UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO PROCESSO DE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Lívia Trindade Lobo1; Bruna Pedroso Tamegão Lopes2; Andréa Luciana Soares da Silva2; Katarine
Antônia dos Santos Barile2; Etiane Prestes Batirola3.
1
Doutora em Química; 2Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 3Mestre em
Odontologia.
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ)
Introdução: O processo de formação de estudantes do ensino superior tem como finalidade preparar
para o exercício profissional. A extensão universitária é um instrumento que permite o contato imediato
do discente com a comunidade externa, estabelecendo uma relação dialógica baseada na troca de
saberes. O projeto ‗Biomedicina na Escola‘ é um instrumento de ensino-extensão, cujo objetivo é permitir
que discentes do Curso de Biomedicina, da FAMAZ, atuem junto a uma comunidade escolar de ensino
fundamental e médio, visando à promoção a saúde. Objetivo: Desenvolver a conscientização da
importância individual na resolução de problemas comunitários a fim de dar conta de situações e/ou
problemas sociais e de saúde, para formação de um profissional mais consciente e preparado a
situações que envolvam doenças emergentes e endêmicas com orientação de medidas concretas que
promovam saúde e bem estar ao meio social que esteja inserido. Métodos: As atividades do projeto
foram realizadas na E.E.E.F.M. Pinto Marques, aos sábados, e incluíram 141 discentes (8ª série do
ensino fundamental). Resultados/Discussão: Os discentes do curso de Biomedicina foram responsáveis
pela elaboração/definição do material didático e pela apresentação oral-dialogada de temas previamente
definidos, de acordo com a orientação do coordenador do projeto e outros docentes envolvidos. Dentre
os participantes, 43,3% (61/141) realizaram a avaliação do projeto, sendo que 75,4% (46/61)
consideraram as atividades propostas excelentes e 93,4% (57/61) gostariam de ter mais atividades na
escola como as executadas pelo projeto. Conclusão: O projeto „Biomedicina na Escola‟ permitiu, através
de metodologias ativas, explorar e construir conhecimentos, junto aos discentes da E.E.E.F.M. Pinto
Marques, favorecendo a promoção a saúde, bem como, reforçou a importância do desenvolvimento de
competências/habilidades entre os discentes do curso de Biomedicina, reconhecendo o papel do
biomédico, no pensar e intervir no processo saúde-doença junto à comunidade, reforçando a atuação
com base na responsabilidade social.
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E O DESENVOLVIMENTO DE
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS PELA ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Aline de Lima Carvalho
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Adilson Pinheiro de Castro
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Jocastra Silva Sousa
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Maria Silvana Lola de Oliveira
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Luci Selma Ferreira de Freitas Farias
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Maria Rute de Souza Araújo
Mestre em Enfermagem
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Euzébio Oliveira
Doutor em Medicina Tropical
e-mail: [email protected]
Universidade Federal do Pará
INTRODUÇÃO
A partir de muitas práticas comunitárias e reflexões de cunho teórico e acadêmico, foram surgindo
as bases do que hoje se constitui Educação Popular em Saúde, isto é, uma conjunção de saberes,
vivências e práticas que se opõem à situação de opressão e exclusão social existente, apostando na
construção do inédito viável.
Esse processo imprime direcionalidade política às práticas de educação popular em saúde para um
projeto de sociedade, no qual a saúde se insere como direito de cidadania e dever do Estado (BRASIL,
2012).
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
A educação popular em saúde vem permitindo ao enfermeiro e aos profissionais de saúde
incorporar os aspectos da subjetividade dos indivíduos, além de oferecer oportunidade de potencializar
construções e experiências coletivas e inovadoras do modelo tradicional de educar. No entanto, os
profissionais da saúde passaram a implantar e implementar a metodologia da educação popular no seu
cotidiano de trabalho, nas suas atividades como sala de espera, consulta de enfermagem e nos grupos
de educação em saúde (JAHN et al, 2012).
A educação em saúde representa um importante instrumento facilitador para a capacitação da
comunidade, contribuindo para a promoção da saúde. Assim, trabalhadores de saúde e usuários
precisam estabelecer uma relação dialógica pautada na escuta terapêutica, no respeito e na valorização
das experiências, das histórias de vida e da visão de mundo. Para desenvolver estas ações, é necessário
o conhecimento destas práticas educativas por parte destes trabalhadores, considerando que é essencial
conhecer o olhar do outro, interagir com ele e reconstruir coletivamente saberes e práticas cotidianas
(CERVERA; PARREIRA; GOULART, 2011).
Em dezembro de 1998, profissionais de saúde e algumas lideranças populares criaram a Rede
Nacional de Educação Popular em Saúde, contando com apoio institucional da Escola Nacional de
Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Apresentava como objetivos a formação ampliada de
trabalhadores da saúde na perspectiva da Educação Popular; a apuração da metodologia adequada à
conjuntura; a busca de integração mais intensa entre os diversos profissionais e lideranças populares
envolvidos em práticas educativas espalhadas na América Latina e a luta pela reorientação das políticas
sociais para torná-las mais participativas (BRASIL, 2012).
A Política Nacional de Educação Popular em Saúde foi pauta das reuniões a partir da
problematização da realidade vivenciada na saúde pelos atores sociais, construindo um processo de
trabalho democrático e participativo em sua formulação e muitos caminhos foram percorridos pelos
movimentos e educadores populares, que fazem parte da trajetória de conquista, que proporcionam as
bases para a implementação da PNEPS. Este Relato de Experiência tem como proposta evidenciar o
desenvolvimento de tecnologias educacionais em saúde, realizadas em sala de aula, por acadêmicos de
enfermagem, na intenção de aprimorar técnicas populares para facilitar o trabalho na Atenção Básica de
Saúde.
OBJETIVOS
Produzir uma tecnologia para auxiliar o trabalho da enfermagem na Atenção Básica de Saúde e
Educação Popular sobre o Calendário Nacional de Vacinação Infantil.
MÉTODOS
O presente estudo é uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. A motivação para
realização dessa atividade partiu da identificação, por parte da discente da disciplina Assistência de
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
Enfermagem à Saúde da Criança e do Adolescente, da necessidade de se desenvolver tecnologias
educacionais que pudessem ser utilizadas para capacitar os profissionais da Atenção Básica em Saúde,
bem como a população, no que diz respeito ao Calendário Nacional de Vacinação Infantil.
A turma do sexto período de enfermagem noturno foi dividida em cinco grupos e cada grupo
deveria expor uma ferramenta de tecnologia educacional produzida pelos próprios acadêmicos, ao
restante da turma e posteriormente redigir um relato de experiência para ser entregue a orientadora, de
forma que fosse integrado à avaliação da disciplina naquele bimestre.
Devido a isto, a atividade foi realizada no dia 23 de março de 2015 (segunda-feira) de 19:00hs às
20:30hs, em sala de aula da própria Instituição de Ensino Superior da Faculdade Metropolitana da
Amazônia - FAMAZ, na cidade de Belém, Estado do Pará. O material utilizado foi: uma apresentação em
Power Point, contendo uma paródia sobre o esquema de imunização contra a Poliomielite, na qual o
ritmo original foi extraído da Letra ―ACELERAÊ‖, interpretado pela cantora Ivete Sangalo, montado pelos
acadêmicos com informações objetivas, precisas e direcionadas ao esquema contra Pólio e a Campanha
de Imunização, de forma científica e lúdica com objetivo de chamar atenção e fixar as informações que
foram disseminadas naquela atividade. Esta letra e ritmo original foi selecionado pelo grupo, por ser de
conhecimento popular, envolvente e de fácil acesso pela veiculação através das mídias.
A tecnologia educacional foi deixada no Computador da Instituição para consultas futuras e
norteamento das atividades acadêmicas realizadas durante o decorrer da disciplina. A atividade envolveu
momento de lazer e descontração do grupo com os demais acadêmicos, estreitando os laços e
aumentando a credibilidade entre os profissionais.
Os 02 professores orientadores e coordenadores da ação supervisionaram o material utilizado,
realizaram reuniões com os acadêmicos antes e após a Apresentação da Tecnologia, com o intuito de
instruir, nortear, coletar e analisar os dados qualitativos obtidos, direcionando a melhor forma de
abordagem que se adequasse tanto aos estudantes como, futuramente, a profissionais de uma
Estratégia Saúde da família e a população atendida pela mesma, e no final solicitaram Relatório
contendo todas as informações sobre o decorrer da Atividade.
RESULTADOSS/DISCUSSÃO
Os acadêmicos durante todo momento da realização da atividade com a tecnologia educacional
mostraram-se atentos e interessados ao tema abordado, participando ativamente com questionamentos,
relatos de casos e trocas de experiências em relação aos melhores formas de divulgação de informações
pertinentes a comunidade e ao público alvo da Tecnologia Educacional criada, público este com suas
peculiaridades, visto que se trata de profissionais da atenção básica de saúde, contendo um certo
entendimento sobre o tema norteador, bem como a população amparada, que em sua maioria é
desprovida de educação de qualidade e orientações sobre a manutenção de sua própria saúde, devendo
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
portanto, ser abordado de forma adequada para que se repassem as informações sobre a prevenção
contra Poliomielite e sobre a Campanha de Imunização.
CONCLUSÃO
Portanto, abordar a temática da produção e utilização da Tecnologia Educacional durante o
processo de formação acadêmica superior no curso de enfermagem, para auxiliar o trabalho de
Enfermeiros da Atenção Básica de Saúde junto comunidade, foi a problemática que emergiu a partir do
atual cenário sócio, histórico, político, econômico e cultural em que as teorias e práticas de saúde se
manifestam em nosso Estado.
A partir de obras de autores sobre o tema, concordamos com o que escrevem quando dizem que:
cabe ao enfermeiro melhor valorizar-se perante seus companheiros de classe, profissionais da equipe
multidisciplinar e principalmente da população leiga, pois será a partir das práticas corretas e da
disseminação das competências de enfermagem que a profissão será melhor valorizada.
Todos os autores citados, concordam que a educação em saúde classifica-se como uma das
intervenções potencialmente decisivas na promoção da saúde, pois se faz a partir da análise,
problematização e proposição da própria equipe e comunidade, que se constituem como sujeitos do
processo.
Acreditamos que este estudo poderá contribuir para uma reflexão a respeito do tema na prática,
podendo assim possibilitar a construção de um novo olhar sobre a educação em saúde, pautado em
relações dialógicas e na valorização do saber popular.
REFERÊNCIAS:
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Política Nacional de
Educação Popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2012, 26 p.
CERVERA, D. P. P.; PARREIRA, B. D. M.; GOULART, B. F. Educação em Saúde: percepção dos
enfermeiros da atenção básica em Uberaba-MG. Ciência e Saúde Coletiva. Minas Gerais, v. 16, n. 01,
p. 1547-1554, 2011.
JAHN, A. C. et al. Educação em Saúde Popular: Metodologia Potencializadora das Ações do Enfermeiro.
Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. Rio Grande do Sul, v. 02, n. 03, p.
547-552, set a dez 2011.
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
CAPACITAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE COMO DIRETRIZ DA POLÍTICA NACIONAL
DE HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
Juliana Conceição Dias Garcez
Mestre em Enfermagem
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Euzébio Oliveira
Doutor em Medicina Tropical
[email protected]
Universidade Federal do Pará
Rodrigo Conceição Mendes
Especialista em Matemática do Ensino Básico
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Thais Monteiro Goes
Mestre em Enfermagem
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Aline de Lima Carvalho
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Luci Selma Ferreira de Freitas Farias
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Selma Maria Borges Araújo
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
RESUMO: Pesquisas comprovam que a Política de Humanização parte de conceitos e dispositivos que
visam à reorganização dos processos de trabalho em saúde, propondo centralmente transformações nas
relações sociais, que envolvem trabalhadores e gestores em sua experiência cotidiana de organização e
condução de serviços e transformações nas formas de produzir e prestar serviços à população. Diversos
trabalhos tratam a PNH como uma estratégia de qualificação da atenção e gestão do trabalho, a
humanização almeja o alcance dos usuários e também a valorização dos trabalhadores; seus indicadores
devem, portanto, refletir as transformações no âmbito da produção dos serviços (mudanças nos
processos, organização, resolubilidade e qualidade) e da produção de sujeitos (mobilização, crescimento,
autonomia dos trabalhadores e usuários). Para o Ministério da Saúde, o agente comunitário de saúde é
um trabalhador que faz parte da equipe de saúde da comunidade onde mora. É uma pessoa preparada
para orientar famílias sobre cuidados com sua própria saúde e também com a saúde da comunidade. O
presente relato de experiência, tem como objetivo expor as trocas de experiências que ocorreram durante
a Capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde de uma Unidade de Saúde da Família no Município
de Belém do Pará em 2014, sobre o Papiloma Vírus Humano – HPV e Campanha Nacional de
Imunização.
Palavras-Chaves: Política. Humanização. ACS. HPV. Enfermagem.
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
INTRODUÇÃO
A Política Nacional de Humanização (PNH) tem proposto a si própria a condição desafiadora de
se constituir efetivamente como uma política pública, o que requer estratégias para a sua própria
constituição como movimento social e político (BRASIL, 2010).
―A Política de Humanização tem compreendido, em sintonia com as discussões atuais nos
espaços de gestão e acadêmico, que a atenção básica é espaço significativo para a qualificação do SUS
como política pública‖ (BRASIL, 2010, p. 07).
Os profissionais de saúde que atuam diretamente na Atenção Básica devem estar preparados
para abordar o tema, pois esta passa a ser compreendida como espaço de produção de mudanças no
sistema de saúde, como elemento organizador e articulador do cuidado em saúde, o que se apresenta
ainda como um enorme desafio aos sistemas de saúde.
Por humanização compreendemos a valorização dos di-ferentes sujeitos implicados no processo
de produção de saúde, inclusive a do Agente Comunitário de Saúde (ACS), cuja discussão do perfil,
atribuições e competências é um pouco polêmica e ainda não se conseguiu determiná-los de maneira
clara e efetiva (TOMAZ, 2002).
A atribuição fundamental do ACS é servir de elo entre a comunidade e o sistema de saúde, que
podem ser resumidas no tripé: identificar sinais e situações de risco, orientar as famílias e comunidade e
encaminhar/ comunicar à equipe os casos e situações identificadas, contudo por falta de uma clara
delimitação de suas atribuições, seu papel tem sido distorcido, sobrecarregando seu trabalho. O ACS não
é e não deve ser um super-herói! Suas atribuições devem ser claramente estabelecidas, como
profissional, como parte de uma equipe de saúde (TOMAZ, 2002).
Posto isto, o presente relato de experiência visa revelar como o acadêmico de enfermagem pode
se utilizar do processo de educação, que, diga-se de passagem, é uma das atribuições do Profissional
Enfermeiro, devidamente justificado por uma das diretrizes de uma Política Nacional de Humanização,
para valorizar, dignificar, incentivar, atribuir qualidade a um grupo de profissionais da área da saúde, que
estará futuramente sob sua gestão na área da atenção Básica em Saúde.
Dados epidemiológicos implicaram há muito tempo um agente sexualmente transmissível,
atualmente conhecido como HPV (Papiloma Vírus Humano), sendo principal causador do carcinoma
cervical. Por essa descoberta, a associação da presença dos HPV‘s de alto risco com o desenvolvimento
oncogênico, Harald zur Hausen recebeu o Prêmio Nobel em 2008 (ROBBINS; COTRAN, 2010).
A grande importância das pesquisas em relação HPV deve-se ao papel que desempenha no
contexto das doenças sexualmente transmissíveis e na capacidade de causar doença crônica com
potencial oncogênico (PASSOS et al, 2008).
Os profissionais de saúde devem estar preparados para abordar o tema, que engloba desde a
forma de transmissão do HPV até medidas preventivas como a vacinação, sendo esses processos
realizados
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
por meio de mídias sociais, pelos meios de comunicação tradicionais, como campanha de massa,
distribuição de materiais educativos e manuais, que estejam adequadamente elaborados aos diferentes
públicos como professores, adolescentes, pais, responsáveis, população em geral (BRASIL, 2014).
Na Região Norte, por ser a mais afetada pela doença, o Ministério da Saúde recomenda utilizar
não só os espaços das escolas, mas também das unidades básicas de saúde, em especial às
Estratégias Saúde da Família (ESF) com adaptação a realidade regional, para que se atinja o público
alvo da Campanha de Imunização contra o HPV (BRASIL, 2014).
Dessa forma, no que se refere à educação e capacitação do Agente Comunitário de Saúde (ACS),
essa atividade priorizou: prestar orientações educacionais ao público alvo; promover interação e
estabelecer vínculo respeitando a autonomia do profissional; detectar a melhor forma de abordagem do
tema, de forma clara e objetiva; adaptar às informações sobre o tema para o grau de escolaridade, de
forma com que os ACS se sintam envolvidos; ampliar a adesão do público alvo a Campanha de
Imunização em Belém do Pará, com intuito de redução dos indicies alarmantes das doenças
desencadeadas pela infecção por HPV em nossa Região, através da disseminação de informações e
conhecimentos pelos Agentes Comunitários de Saúde na unidade saúde da família pesquisada.
OBJETIVO
Capacitar e promover trocas de experiências junto aos Agentes Comunitários de Saúde de uma
Unidade de Saúde da Família no Município de Belém do Pará em 2014, sobre o Papiloma Vírus Humano
– HPV e Campanha Nacional de Imunização.
METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
A motivação para realização dessa ação partiu da identificação, por parte da enfermeira da
Equipe da Estratégia Saúde da Família, da necessidade de capacitar e ampliar os conhecimentos dos
ACS devido à proximidade do acontecimento da segunda fase da Campanha Nacional de Imunização
contra o HPV, que ocorreu no dia 01 de setembro de 2014 e do interesse dos acadêmicos de
Enfermagem que estavam em aula prática supervisionada sobre a Estratégia Saúde da Família e que se
identificaram com o tema, bem como a atividade em si, pois configura uma das atribuições do enfermeiro,
o que promoveu oportunidade de enriquecimento teórico/prático aos acadêmicos e aos ACS‘s.
Devido a isto, a atividade foi realizada no dia 28 de agosto de 2014 (quinta-feira) de 9:00hs às
11:30hs, na sala multidisciplinar da própria Unidade de Saúde da Família, na cidade de Belém, Estado do
Pará. Esta Unidade é contemplada por duas Equipes de Estratégia Saúde da Família, as quais lotam um
total de 14 ACS‘s, participando da atividade de Capacitação um total de 12 ACS‘s.
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O material utilizado foi: Guia Prático de Perguntas e Respostas sobre o HPV para Profissional de
Saúde produzido pelo Ministério da Saúde e uma tecnologia educacional em formato de painel impresso
e montado pelas acadêmicas com informações objetivas, precisas e direcionadas ao HPV e a Campanha
de Imunização, de forma científica e lúdica com objetivo de chamar atenção e fixar as informações que
foram disseminadas naquela atividade. Tanto a tecnologia educacional como uma cópia impressa e
encadernada no Guia do Ministério da Saúde foi deixada na Unidade após a Capacitação para consultas
futuras e norteamento das atividades de busca ativa e recrutamento populacional realizada pelos ACS‘s.
No final da Capacitação foi realizado um coffe break na sala multidisciplinar que envolveu
momento de lazer e descontração das acadêmicas com os ACS‘s, estreitando os laços e aumentando a
credibilidade entre os profissionais. Os professores orientadores e coordenadores da ação
supervisionaram o material utilizado, realizaram reuniões com as acadêmicas antes e após a
Capacitação com o intuito de instruir, nortear, coletar e analisar os dados qualitativos obtidos,
direcionando a melhor forma de abordagem que se adequasse tanto aos ACS‘s como a estrutura que
dispunha a Unidade e no final solicitaram Relatório contendo todas as informações sobre o decorrer da
Capacitação.
RESULTADOS
Os ACS‘s durante todo momento da capacitação mostraram-se atentos e interessados ao tema
abordado, participando ativamente com questionamentos, relatos de casos e trocas de experiências em
relação aos melhores locais a se realizar a busca ativa e divulgação de informações pertinentes a
comunidade e ao público alvo da Campanha Nacional de Imunização, público este com suas
peculiaridades, visto que se trata de meninas entre 09 a 13 anos (infanto-juvenil) que deve ser abordado
de forma adequada para que se repassem as informações sobre sua saúde e sobre a Campanha de
Imunização, contudo sem despertar o interesse ao início precoce de uma vida sexual, já que ao falarmos
de HPV estamos falando de uma Doença Sexualmente Transmissível – DST/IST.
A adesão, o comprometimento e a satisfação relatada pelo grupo de ACS com a atividade
realizada junto a estes, confirma que o profissional da área da saúde necessita estar amparado durante
todo seu processo laboral, por Políticas Públicas de Saúde, como a Política Nacional de Humanização.
A Atenção Básica é também considerada um lugar privilegiado de ensino-aprendizagem, um
campo de práticas a ser consolidado e continuamente transformado a partir das experimentações
concretas, inclusive pelo ensino formal (técnico, graduação e pós-graduação). Uma das propostas que a
PNH faz, a partir de experiências concretas é a de que é possível construir uma ―zona de comunidade‖,
um ―comum‖ entre os distintos interesses dos gestores, trabalhadores e usuários (BRASIL, 2010).
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CONCLUSÃO
Portanto, abordar a temática da produção e utilização da Tecnologia Educacional durante
Capacitação sobre a campanha de Imunização conta o HPV na USF do Parque Verde, para auxiliar o
trabalho de Enfermeiros da Atenção Básica de Saúde junto aos Agentes Comunitários de Saúde, foi a
problemática que emergiu a partir do atual cenário sócio, histórico, político, econômico e cultural em que
as teorias e práticas de saúde se manifestam em nosso Estado.
A partir de obras de autores sobre o tema, concordamos com o que escrevem quando dizem que:
cabe ao enfermeiro melhor valorizar-se perante seus companheiros de classe, profissionais da equipe
multidisciplinar e principalmente da população leiga, pois será a partir das práticas corretas e da
disseminação das competências de enfermagem que a profissão será melhor valorizada.
Através do estudo de bibliografias de diversos autores, foi possível entender que o Ministério da
Saúde do Brasil implantou a Política Nacional de Humanização (PNH) da Atenção e da Gestão à saúde
no sistema Único de Saúde, como uma possibilidade de qualificar o sistema de saúde vigente em que a
humanização pode ser entendida como a valorização dos diferentes sujeitos envolvidos no processo de
produção a saúde, quais sejam os usuários, os trabalhadores e os gestores.
“De acordo com essa política, humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando os
avanços tecnológicos com acolhimento, melhoria dos ambientes de cuidado, e das condições de trabalho
dos profissionais” (BECK et al, 2009, p. 55).
REFERÊNCIAS
BECK, C. L. C. et al. HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: percepção de enfermeiros
nos serviços de saúde de um município. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre, v. 1, n. 30, p.
54 - 61, mar 2009.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia Prático de Perguntas e
Respostas sobre o HPV para Profissional de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014, 44 p.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização e
Gestão do SUS. O HumanizaSUS na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2010, 40 p.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização e
Gestão do SUS. Cadernos HumanizaSUS Volume II. Brasília: Ministério da Saúde, 2010, 256 p.
GOOGLE IMAGENS. Google Imagens. Disponível em: <http://www.google.com.br/ imghp>. Acesso em:
15 out. 2014.
PASSOS, M. R. L. et al. Papilomavirose Humana em Genital, Parte I. DST – Jornal Brasileiro de
Doenças Sexualmente Transmissíveis. Rio de Janeiro, v. 20, n. 02, p. 108-124, 2008.
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ROBBINS, S. L.; COTRAN, R. S. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 8 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010. 1458 p.
TOMAZ, J. B. C. O Agente Comunitário de Saúde não deve ser um Super-herói. Comunicação, Saúde e
Educação. Fortaleza, v. 6, n. 10, p. 75-94, fev 2002.
Figura 1 – Logotipo da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde.
Fonte:.https://www.RedeHumanizaSUS&ei=pgxIVOz3EInLgwSTyIKwAw&psi0
Figura 2 – Capacitação sobre HPV e Campanha de Imunização dos ACS de uma USF em
Belém do Pará.
Fonte: Acadêmicas de Enfermagem da FAMAZ.
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DISCIPLINA CONTABILIDADE AMBIENTAL E CONCEITOS DE ICMS
ECOLÓGICO, RELATOS INTEGRADOS E BALANÇO CONTÁBIL DAS
NAÇÕES: UM ESTUDO COMPARATIVO EM DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
EM BELÉM-PA
Alinne Chaves Murrieta
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Ynis Cristine de Santana Martins Lino Ferreira
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Bruno Alencar da Costa
[email protected]
Universidade da Amazônia
RESUMO : O presente artigo buscou verificar se os discentes do curso de Ciências Contábeis do 8º
período possuem o conhecimento dos conceitos básicos da disciplina Contabilidade Ambiental e de
alguns assuntos contemporâneos relacionados á problemática ambiental: ICMS Ecológico, Relatos
Integrados e Balanço Contábil das Nações. Utilizou-se uma abordagem metodológica de caráter
exploratório, com aplicação de questionários em duas Instituições de Ensino (IES) em Belém-PA,
sendo adotado como procedimento científico o levantamento. O universo desta pesquisa
corresponde a todos os discentes do matriculados no 8º período do Curso de Ciências Contábeis
das IES pública e privada e a amostra foi de 57 discentes (13 da IES privada e 44 da IES
pública),por se disponibilizarem em responder o questionário. O tratamento dos dados foi feito pelo
software SPSS (Statistical Package for Social Science), por meio da estatística descritiva. Observouse que os discentes da IES privada possuem o domínio do conceito básico da disciplina
contabilidade ambiental e dos assuntos contemporâneos e a maioria dos discentes da IES pública
não possui estes conhecimentos citados anteriormente. Porém, ressalta-se que para os alunos da
IES pública, no ano que ingressaram na graduação (2011), a disciplina contabilidade ambiental não
era obrigatória na matriz curricular, sendo apenas optativa.
Palavras-chaves: Contabilidade Ambiental. ICMS Ecológico. Relatos Integrados. Balanço Contábil
das Nações.
INTRODUÇÃO
A problemática relacionada ao meio ambiente vem ganhando visibilidade. Observa-se atualmente
que as organizações poluentes e ineficientes na gestão estratégica vêm constantemente agredindo o
meio ambiente, ocasionando transformações no ecossistema, que causam impactos para toda a
sociedade e para a própria organização. Diante dessa realidade, surgiram novos conceitos a respeito de
proteção e preservação ambiental.
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Partindo desse pressuposto, é notória a necessidade de desenvolver um processo educativo, que
qualifique profissionais com conhecimentos mútuos e interdisciplinares, abordados em disciplinas como a
contabilidade ambiental.
O impacto das atividades empresariais no meio ambiente tornou-se visível, o que incentivou a
população mundial a buscar soluções para os problemas ambientais. A partir da década de 1990 se
desenvolveu os pressupostos da Contabilidade Ambiental como um conjunto de informações sobre as
interações das organizações e o meio ambiente que modificam seu patrimônio. Para atingir o objetivo de
fornecer informações úteis e relevantes aos usuários da informação contábil, a Contabilidade Ambiental
abrange considerações sobre os mais diversos assuntos, de forma multi e interdisciplinar e pode tratar de
como por exemplo: ICMS Ecológico (ICMS-E), Relatos Integrados, Balanço Contábil Das Nações, entre
outros, colocando-se em pauta, informações necessárias para que haja um equilíbrio na preservação
ambiental e social. Diante dos problemas ambientais e sociais, o presente artigo buscou identificar se os
discentes do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis de duas Instituições de Ensino (IES) de
Belém possuem o conhecimento do conceito básico de Contabilidade Ambiental e temas
Contemporâneos.
A CONTABILIDADE AMBIENTAL
A constituição dos elementos naturais modificadas pelo homem desperta o interesse pelo
conhecimento ambiental com a finalidade de procurar soluções de desperdício e preservação,
minimizando os impactos ambientais que atingem, não só o meio ambiente, mas, também o ser humano.
A aplicação da contabilidade e dos temas contemporâneos que envolvem a questão ambiental
busca promover reflexões críticas, que influenciam nos problemas relacionados ao meio ambiente, pelo
estudo das interações entre as atividades empresariais e as questões ecológicas. Segundo Ferreira apud
Ferreira (2011, p. 53),
É importante frisar que a Contabilidade Ambiental não se refere a uma nova contabilidade,
mas a um conjunto de informações que relatem adequadamente, em termos econômicos,
as ações de uma entidade sobre o meio ambiente que modifiquem seu patrimônio. Esse
conjunto de informações não é outra contabilidade, mas uma especialização.
Com impactos ambientais ocasionados pelo homem, torna-se necessário a introdução de novos
métodos que acompanhem a degradação ambiental, para produzir informações que auxiliem o
aparecimento de vários temas dentro da contabilidade ambiental. O desenvolvimento da contabilidade
ambiental é resultado da necessidade de oferecer informações adequadas às características de uma
gestão ambiental, De acordo com Ribeiro (2010, p. 45),
[...] o objetivo da Contabilidade Ambiental é identificar, mensurar e esclarecer os eventos
e transações econômico-financeiras que estejam relacionados com a proteção,
preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período, visando à
evidenciação da situação patrimonial de uma entidade.
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A partir desse conceito, nota-se que o meio ambiente impõe certos deveres aos cidadãos,
propiciando benefícios à sociedade, minimizando os impactos ambientais.
As questões ambientais, ecológicas e sociais, hoje presentes nos meios de comunicação,
vêm fazendo com que os contadores e os gestores empresariais passem a considerá-las
nos sistemas de gestão e de contabilidade, dando ensejo ao reconhecimento da
Contabilidade Ambiental. Todavia, essa contabilidade é ainda muito pouco utilizada nas
empresas, mesmo no contexto mundial (KRAEMER; TINOCO, 2011, p 45).
Portanto, a contabilidade ambiental tem por objetivo avaliar as informações econômicas da
empresa, conforme sua responsabilidade social com o meio ambiente e contribuir para a preservação,
proteção e recuperação de um ecossistema. Essa contribuição propicia informações regulares a
sociedade e a entidade, acerca das ocorrências ambientais que causaram ou causam modificações na
situação patrimonial da entidade (RIBEIRO, 2010).
A contabilidade ambiental é um conjunto de informações que relatam adequadamente, em termos
econômicos, as ações de uma entidade, relativas à área ambiental, que modificam seu patrimônio. Esse
conjunto de informações é uma especialização, não uma nova contabilidade, estando relacionada
estritamente a registros em relatórios financeiros dessas entidades (FERREIRA, 2003 apud FERREIRA,
2011).
ICMS ECOLÓGICO
Em nível internacional, atualmente somente o Brasil e Portugal (recentemente) instituíram
transferências fiscais intergovernamentais para a conservação da biodiversidade. Destaca-se, porém,
que em outros países (Suíça, Alemanha, Austrália, Indonésia), esses tipos de transferências têm sido
propostos (SAUQUET; MARCHAND; FÉRES, 2014).
O ICMS-E consiste na adoção de critérios ambientais na distribuição de ICMS pelos estados
brasileiros aos municípios, de acordo com o disposto no art. 158 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
Assim, o ICMS-E advém da institucionalização de um novo imposto, e consequentemente, não há ônus
financeiro para o estado e nem se configura no aumento da carga tributária aos contribuintes. Atualmente
existem 15 experiências de utilização do ICMS-E no Brasil.
O conceito de ICMS-E tem assumido diferentes conotações que, por sua vez, influenciam sua
aplicabilidade nos estados que o assumem. Existe a conotação da compensação ambiental, onde o
ICMS-E possui o objetivo de compensar municípios que possuem parcelas ou o todo de seus territórios
ocupados por UC, mananciais de abastecimento de água e/ou terras indígenas. Os estados Brasileiros
que utilizam este instrumento com essa lógica fazem uso do princípio do Protetor-Recebedor: ―[...]
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possibilidade do agente público ou privado, que de alguma forma protege o bem ambiental em benefício
da comunidade, receba uma compensação ou prêmio pela conservação ou proteção do bem
ambiental‖ (SMITH apud MENDES, 2009).
O Paraná foi o primeiro estado brasileiro a instituir esse instrumento na década de 1990, e
conforme Quadro 1, existem atualmente 17 experiências no Brasil.
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No Pará O ICMS Ecológico é denominado de ICMS Verde e Segundo IDESP (2013), considera
para estabelecimento das cotas-parte de ICMS aos municípios, a adoção de medidas de mitigação do
desmatamento, a existência de Áreas Protegidas e a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR),
compensando municípios que possuem áreas protegidas em seus territórios e objetiva incentivar aos
municípios a adotarem iniciativas de conservação e desenvolvimento sustentável. Destaca-se que o
ICMS Verde foi instituído pela Lei 7.638, de 12 de julho de 2012, regulamentada pelo Decreto 775, de 26
de junho de 2013 e pela Portaria SEMA 1.562, de 27 de junho de 2013. Para receber o ICMS Verde é
requisito que o munícipio possua um Sistema de Gestão Ambiental com no mínimo: Conselho Municipal
de Meio Ambiente, de caráter deliberativo e composição socialmente paritária; Fundo Municipal de Meio
Ambiente; Órgão público administrativo executor da Política Municipal de Meio Ambiente; Instrumentos
de política pública necessárias à plena execução da Política Municipal de Meio Ambiente (IDESP, 2013).
RELATOS INTEGRADOS
A classe contábil possui um padrão de excelência na criação de comunicação. Desde 1930 até
hoje, há um histórico bem sucedido da evolução contábil de maneira clara e, especialmente, quanto à
normatização, cuja dificuldade não está na norma, mas sim, na transação.
O primeiro evento mundial relacionado ao meio ambiente ocorreu em 1972, denominado de
Conferencia de Estocolmo. Anos depois, foi promovida a RIO-92 e duas décadas depois a RIO+20, que
resultou em um documento com título ―The Future We Want‖, cujo parágrafo 47 reconhece o Relato
Integrado.
O Relato Integrado é relativamente novo no mundo da comunicação corporativa e ganhou impulso
significativo a partir de 2004. O Conselho Internacional de Relatórios Integrados (IIRC) o define como um
processo fundado no pensamento integrado que resulta em um relatório integrado periódico por uma
organização sobre a criação de valor ao longo do tempo e as comunicações relacionadas relativas a
aspectos de criação de valor. Uma comunicação concisa sobre como a estratégia, governança,
desempenho e perspectivas, de uma organização no contexto de seu ambiente externo, levam à criação
de valor no curto, médio e longo prazo (SERAFEIM,2014).
Nesse sentido, são integrados dados de financeiros, sociais e de sustentabilidade em um Relato
Integrado. Segundo a IIRC (2014), visa: a) melhorar a qualidade da informação disponível a provedores
de capital financeiro, permitindo uma alocação de capital mais eficiente e produtiva; b) promover uma
abordagem mais coesa e eficiente do relato corporativo, comunicando os fatores que afetam, de forma
material, a capacidade de uma organização de gerar valor ao longo do tempo; c) melhorar a
responsabilidade pela e a gestão da base abrangente de capitais (financeiro, manufaturado, intelectual,
humano, social, de relacionamento e natural) e fomentar o entendimento de suas interdependências e d)
apoiar a integração do pensamento, da tomada de decisão e das ações que focam na geração de valor
no curto, médio e longo prazos.
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Porém, segundo Serafeim (2014), cresce o número de empresas que praticam algum tipo de relato
integrado e cada vez mais investidores estão começando a usar os dados relatados. Porém, há uma
compreensão muito limitada dos efeitos de do Relato Integrado, ou seja, a evolução de relatórios já
existentes, em que há uma harmonia de comunicações coerentes de um relatório para o outro.
BALANÇO CONTÁBIL DAS NAÇÕES (BCN)
O BCN é uma metodologia para a elaboração de relatórios financeiros de países ou regiões, por
meio do método inquired balance sheet (Kassai et al, 2010, p. 6) e da equação básica da contabilidade:
ativo menos passivo é igual ao patrimônio líquido, composto por dados físicos (recursos florestais) e
financeiros.
Este método tem por objetivo evidenciar a conta que cada cidadão terá que arcar, direta ou
indiretamente, diante dos fenômenos de mudanças climáticas globais, do aquecimento global e do
aumento da concentração dos gases de efeito estufa. A metodologia demonstra situações de superávit
ou déficit e permite reflexões individuais e coletivas sobre ações globais, regionais e locais em relação a
políticas e mecanismos de preservação ambiental (KASSAI et al, 2010, p. 7).
Segundo Feltran et al (2012), nos resultados evidenciados nos próprios BCN fica evidenciado que
os Estados que possuem grande patrimônio florestal o substituem por sistemas pecuários ou agrícolas
ineficientes com progressiva tendência de comportamento dispendioso em termos energéticos. Porém,
Estados mais urbanizados consolidam suas riquezas em aumentos de consumo progressivo, incluindo
neste a energia, com emissões, especialmente pela frota veicular e resíduos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa possui caráter exploratório. Uma pesquisa exploratória, segundo Gil (2010), tem
como objetivo a formulação de questões ou de um problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a de
construir hipóteses, Essas hipóteses, têm como propósito, buscar maior familiaridade com o problema.
Primeiramente, foi realizada pesquisa bibliográfica nas principais fontes, teses, dissertações e
artigos científicos por se tratar de temas contemporâneos. Segundo Gil (2010), a pesquisa bibliográfica
tem como base fornecer informações de material já publicado dando suporte ao tema escolhido, os quais
foram: Contabilidade Ambiental, ICMS Ecológico, Relatos integrados e Balanço Contábil das Nações.
O procedimento científico a ser adotado para esta pesquisa foi o levantamento. Esse tipo de
pesquisa é caracterizado pela interrogação direta, que formula perguntas, a fim de obter informações,
dados, motivos e opiniões de um determinado grupo que desejaremos conhecer.
O instrumento de coleta de dados para a pesquisa de campo utilizado foi o questionário fechado,
aplicado em duas Instituições de Ensino em Belém-PA, uma pública e uma privada, para os alunos do 8º
semestre do curso de Ciências Contábeis, supondo-se que possuem conhecimento para os temas
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abordados (Contabilidade Ambiental, ICMS Ecológico, Relatos Integrados e Balanço Contábil das
Nações). A escolha das IES pública e privada por se deu por serem universidades, tendo uma oferta de
cursos maiores e um corpo docente de especialistas, mestres e doutores.
O questionário fechado foi constituído por 8 perguntas, sendo 4 fechadas, sobre o perfil do
entrevistado e 4, em que se buscou identificar se os discentes possuem o conhecimento dos conceitos
básicos da disciplina contabilidade ambiental e dos assuntos contemporâneos que a envolvem. Para
cada conceito foram apresentadas três alternativas, porém, os respondentes deveriam assinalar apenas
a alternativa que julgassem correta, visto que, uma das alternativas foi entendida como correta, e as
demais, incorretas.
O universo desta pesquisa corresponde a todos os discentes do matriculados no 8º período do
Curso de Ciências Contábeis das IES pública e privada. A amostra foi de 57 discentes, com 13 de IES
privada e 44 da IES pública, por se disponibilizarem a responder o questionário. O tratamento dos dados
foi realizado pelo software SPSS (Statistical Package for Social Science), através da estatística
descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi realizada em duas turmas do 8º Semestre do curso de Ciências Contábeis em dois
turnos da IES Pública e Privada. Foram analisadas as respostas de 57 respondentes, sendo 13 (22,8%)
de IES privada e 44 (77,2%) de IES pública. A Tabela 1 apresenta a tabulação do questionamento de que
tipo de IES o discente está vinculado.
A Tabela 2 demonstra que a maioria (52,60%) dos respondentes não participou de alguma
disciplina associada à contabilidade ambiental. Na IES privada, 13 alunos (22,8% do total de respostas)
responderam que a disciplina contabilidade ambiental foi ministrada, sendo obrigatória na matriz
curricular. Na IES pública, dos 44 (77,2% do total de respostas) alunos respondentes, apenas 14 alunos
(31,81% do total da IES pública) cursaram a disciplina contabilidade ambiental, sendo esta optativa na
matriz curricular. Desta forma, a maioria dos discentes da IES pública não participou da aprendizagem
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formal de contabilidade ambiental através de disciplinas ofertada no curso de graduação de Ciências
Contábeis, ao passo que todos os 13 alunos respondentes frequentadores da IES privada (100%) cursou
a disciplina de contabilidade ambiental.
Segundo respondentes da IES Pública, em 2011, ano de ingresso dos mesmos na Universidade, a
disciplina contabilidade ambiental não fazia parte do currículo obrigatório. A mesma era optativa, com
número maior de discentes interessados em realizá-la do que vagas disponíveis. Desta forma, apenas a
partir do ano de 2012, a disciplina em questão, passou a ser obrigatória na matriz curricular.
A Tabela 3 evidencia a titulação dos docentes da disciplina contabilidade ambiental nas respectivas
IES. Verificou-se que dos 57 (100%) respondentes, todos os 13 (22,8% do total de respostas)
respondentes da Universidade privada apresentaram a titulação de Especialista para o docente,
enquanto 14 (31,81%) da IES pública afirmaram que os docentes são Mestres e 30 (68,18%) da IES
pública não souberam responder. Nenhuma das instituições pesquisadas apresentou docentes para a
disciplina contabilidade ambiental com doutorado. Dessa forma, subentende-se que, dentre a
amostragem pesquisada nas duas IES, não há oferta de docentes com níveis de titulação de doutores na
área de contabilidade ambiental.
Os resultados da Tabela 4 demonstram que dos 57 respondentes, 5 (11,36%) da instituição pública
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responderam que o nível de satisfação com a disciplina contabilidade ambiental é insuficiente, enquanto
nenhum dos alunos matriculados instituição privada indicou tal nível de satisfação. Para o nível regular,
apenas 1 (7,69%) da universidade privada e 4 (9%) da pública, indicaram tal nível. 8 (61%) da IES
privada e 6 (13,63%) da IES pública responderam que o nível é Bom. Na IES Pública 2 (4,54%)
responderam que o nível é Excelente e na IES privada 4 (30,77%). Destaca-se que 27 (61,36%) da IES
pública não quiseram opinar, sendo tal abstinência explicada pela significativa quantidade de alunos que
não frequentaram a disciplina. Observou-se um grau de satisfação mais homogêneo na IES privada, na
qual cerca de 91% dos alunos demonstram estarem satisfeitos com a disciplina ministrada. Já na IES
pública a situação evidenciada denota maior complexidade de análise considerando a maior amplitude
entre os níveis de satisfação no que concerne à disciplina.
O Gráfico 1 demostra a percepção dos discentes em relação ao assunto contabilidade ambiental.
Dos 57 (100%) respondentes, 3 (23%) da Instituição privada e 31 (70,45%) da pública não souberam
responder sobre o conceito de contabilidade ambiental. Porém, 10 (77%) da IES privada e 11 (25%) da
pública responderam corretamente ao questionamento.
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Em relação ao tema contemporâneo ICMS Ecológico (Gráfico 2), dentre 57 (100%) respondentes, 9
(69,23%) da IES privada e 40 (90,9%) da IES pública não souberam responder sobre o que trata o
conceito de ICMS Ecológico. Em contrapartida, 4 (30,77%) da Universidade privada e 4 (9,09%) da
pública responderam corretamente sobre o que trata o ICMS Ecológico. O Pará implementou o ICMS
Ecológico em 2013, assim, dada sua implementação recente, esse quadro demonstra uma fragilidade e
ao mesmo tempo necessidade de se tratar desse tema em sala de aula.
No Gráfico 3, demonstra o domínio do conceito dos discentes em relação ao assunto Relatos
Integrados. Dos 57 (100%) respondentes, 10 (76,92%) da universidade privada e 37 (84,09%) da pública
não souberam responder. Somente 3 (23,07%) da IES privada e 7 (15,90%) da pública conceituaram
corretamente Relatos Integrados.
O Gráfico 4 demonstra o conhecimento dos discentes sobre o conceito do BCN. Entre 57 (100%)
respondentes, 6 (46,15%) da Instituição privada e 40 (90,90%) da pública não souberam conceituar.
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Porém, 7 (53,84%) da privada e 4 (1,0%) da universidade pública responderam corretamente sobre o
conceito de Balanço Contábil das Nações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada constatou carência no conhecimento dos discentes em relação aos assuntos
básicos da disciplina Contabilidade Ambiental e sobre os temas contemporâneos, tendo como universo
todos os discentes regularmente matriculados nas IES pesquisadas, que cursam o 8º período de
Ciências Contábeis.
Ficou evidenciado que os discentes da IES privada possuem um maior nível de conhecimento em
relação aos assuntos abordados nessa pesquisa (Contabilidade Ambiental, ICMS Ecológico, Balanço
Contábil das Nações e Relatos Integrados) do que os discentes da universidade pública, podendo ser
explicado pela aprendizagem formal da disciplina Contabilidade Ambiental de forma obrigatória na grade
curricular da IES privada.
Essa pesquisa limitou-se a identificar e descrever o domínio que os discentes de duas IES de
Belém possuíam sobre o conceito de contabilidade ambiental e sobre os temas contemporâneos. Sugere
-se para pesquisas futuras uma abordagem qualitativa para identificar as causas do não domínio pelos
alunos dos conceitos e, além disso, sobre o processo ensino aprendizagem, formação do docente da
disciplina, condições de trabalho e qualidade do material utilizado.
Principalmente para o Estado do Pará, inserido em um ambiente de complexidade pela
necessidade de equilíbrio entre a preservação ambiental e desenvolvimento, fica evidente a necessidade
de reformulação da do processo de ensino-aprendizagem nas IES, tendo em vista o fato de que apesar
da regulamentação do ICMS Ecológico no Pará, os discentes questionados não dominavam esse
conceito. Assim, além da Contabilidade Societária, é pertinente a inserção da Contabilidade Ambiental,
indo além do tradicional, abordagem de conceitos de ativo e passivo ambiental, mas abrangendo na
prática assuntos contemporâneos que envolva a contabilidade ambiental.
Entende-se também que seja necessária, tendo em vista o melhor desempenho dos alunos da IES
privada, a inclusão da disciplina Contabilidade Ambiental como obrigatória nas matrizes curriculares, para
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
que todos os discentes tenham a oportunidade da aprendizagem formal em contabilidade ambiental em
um processo educativo que vise profissionais qualificados com conhecimento mútuos e interdisciplinares.
REFERÊNCIAS
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm> . Acesso em: 12 out. 2014.
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empíricas segundo seus Balanços Contábeis de 2002-2008. In: Encontro Internacional sobre Gestão
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Macapá, 2009.
NERY, M. A. ICMS Ecológico: Análise do Desenho Brasileiro de um Subsídio Ambiental. 2006. 98 f.
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Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
RIBEIRO, Maísa de Souza. Contabilidade Ambiental. 2. ed. [S.n.: S.l.], 2010.
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Ambiental. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
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BRINCANDO E APRENDENDO: ATIVIDADE EDUCATIVA EM SALA DE AULA PARA OBTER MAIOR
ENTENDIMENTO E APRENDIZADO SOBRE O CALENDÁRIO DE VACINAS.
Maria Rute de Souza Araujo
mrutearaujo@ hotmail.com
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Helem do Socorro Macedo dos Santos
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Mayra Sunamita Pardauil Silva Farias de Freitas
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Sibelle Machado Barreirinhas Figueiredo
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Ezequias da Silva Trindade
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Joseane Socorro da Silva Lameira
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Nelma Franco
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Luci Selma Ferreira de Freitas Farias
Luci [email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Aricélia de Sarges Lima
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Erika de Nazareth teles da Rocha
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
RESUMO: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido a partir da proposta da Disciplina Enf. na
Atenção a criança e adolescente do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia,
sendo o foco principal o assunto Vacinas. Teve como objetivo facilitar o entendimento e o aprendizado do
discente sobre o calendário de vacinas, de forma criativa, lúdica e interativa com a turma.
Palavras chave: Enfermagem; vacinas; prevenção.
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA
INTRODUÇÃO
Desde o começo da humanidade o ser humano era e é um ser criativo, nascendo com essa
habilidade, a qual pode ser desenvolvida através do meio em que vive, independente da cultura e do
desenvolvimento interno de seu ser, assim explorando e estimulando sua criatividade em seu cotidiano
(SANS, 2001).
A criança como um ser em profunda aprendizagem, tem mais facilidade para o senso de
observação e em diversas ocasiões, chama atenção de pormenores observados pelos adultos, por tanto
usando sua liberdade de expressão e de indagação, conclui com ajuda dos adultos suas aprendizagens e
desenvolve sua expressão ao ver o mundo (SANS, 2001).
A arte desenvolve o pensamento artístico, deixando o particular dar sentido às experiências do
exterior, onde a criança aumenta a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. A criança sem
o conhecimento das artes tem uma aprendizagem limitada, escapando o faz-de-conta, as cores do seu
mundo, os gestos e as luzes (BRASIL, 1997)dentro da lógica da promoção de saúde bucal.
O objetivo desse estudo centra-se na divulgação da experiência educativa em saúde bucal,
realizada no âmbito da disciplina de Tópicos Integradores I, do Curso de Enfermagem, da Faculdade
Metropolitana da Amazônia – FAMAZ. imaginação. A criança sem o conhecimento das artes tem uma
aprendizagem limitada, escapando o faz-de-conta, as cores do seu mundo, os gestos e as luzes
(BRASIL, 1997).
A Educação em Saúde no Brasil possui dois pressupostos, sendo primeiro referente às medidas
preventivas e curativas que visam à obtenção da saúde e o enfrentamento das doenças. Já, o segundo
diz respeito às estratégias da promoção da saúde e objetiva a construção social da saúde e do bem
estar. (VIANNA; FIGUEIREDO, 2012).
OBJETIVOS
O objetivo desde estudo foi de facilitar o entendimento e o aprendizado dos discentes sobre o
calendário de vacinas, de forma criativa, lúdica e interativa com a turma .
METODOLOGIA
Esta atividade foi desenvolvida com o objetivo de facilitar um melhor um melhor entendimento e
aprendizado sobre o conteúdo de vacinas da Disciplina.Foi desenvolvida em sala de aula, com a
participação da turma do 6º período de Enfermagem do turno vespertino, sendo a prática demonstrada
por uma equipe contendo 08 oito, acadêmicos.
Foram determinadas algumas etapas para o desenvolvimento da atividade, levando-se em
consideração o aprimoramento do conhecimento sobre o conteúdo e a apreensão da atenção da turma
no momento proposto. Primeiramente foi reunido com a equipe para analisar qual o melhor método para
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abordar o assunto, chegando-se à conclusão de que cores e figuras associadas ao conteúdo seria a
melhor proposta.
Em seguida analisamos qual figura iria se relacionar melhor com cada vacina e qual a melhor cor a
ser utilizada. Partiu-se então para a escolha do material, aonde chegamos à conclusão que o eva seria a
melhor proposta levando-se em consideração que a apresentação seria na forma de painel. A equipe
então se reuniu para a confecção do painel, onde um grupo realizava os desenhos e outro grupo fazia o
resumo do conteúdo teórico a ser escrito no eva. Por fim o painel foi montado em sala de aula, exposto
pela equipe e disponibilizado para os integrantes da turma.
RESULTADOS
Foi possível perceber a atenção e a interação da turma com a equipe durante a exposição do painel
e ficou evidenciado grande interesse em obter fotos do mesmo para ser usado como material de estudo
para as avaliações.
CONCLUSÃO
Considerando que a proposta baseava-se na criatividade, concluímos que a associação de figuras
e cores ao conteúdo em estudo, proporciona um melhor entendimento e assimilação do mesmo, levando
o discente a desenvolver maior interesse pelo assunto em foco.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997.
GRANGEIRO, G.P.; ALMEIDA, P.V.B.; DOMINGUES, C.M.; SILVA, R.C.M.S. Caderneta de saúde da
criança. 9. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
SANS, P.T. C. Pedagogia do Desenho Infantil. São Paulo: Átomo, 2001.
VIANA, D.L.; LEÃO, E.R.; FIGUEIREDO, N.M.A. Especializações em Enfermagem – Atuação,
intervenção e cuidados de Enfermagem. Vol. II. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2012.
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CUIDANDO E BRINCANDO: UM PROJETO DE ENFERMAGEM FUNDAMENTADO NA
POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO E CULTURA TRADICIONAL ALIMENTAR
EM COTIJUBA, 2013
Juliana Conceição Dias Garcez
Mestre em Enfermagem
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Euzébio Oliveira
Doutor em Medicina Tropical
[email protected]
Universidade Federal do Pará
Rodrigo Conceição Mendes
Especialista em Matemática do Ensino Básico
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Thais Monteiro Goes
Mestre em Enfermagem
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Aline de Lima Carvalho
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Luci Selma Ferreira de Freitas Farias
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
Selma Maria Borges Araújo
Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ
RESUMO: O Direito Humano à Alimentação Adequada é composto por duas partes inseparáveis. Toda a
pessoa tem o direito de estar livre da fome e da má-nutrição e, além disso, ter acesso a uma alimentação
adequada. Este direito não deve ser interpretado no sentido estrito ou restritivo, equacionando-o em um
pacote de calorias, proteínas e outros nutrientes. A importância da escola como espaço de produção de
saúde, autoestima, comportamentos e habilidades para a vida de seus alunos, funcionários e
comunidade, ou seja, como sendo o espaço propício à formação de hábitos alimentares saudáveis e à
construção da cidadania. Entende-se que o ambiente escolar e não apenas a alimentação como indutor
de práticas alimentares saudáveis, a avaliação de seu impacto a partir da análise de seus efeitos em
curto, médio e longo prazo, a promoção da alimentação saudável na escola trabalha e insere em um de
seus eixos as Ações de Educação Alimentar e Nutricional, com respeito à alimentação regional.
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Os acadêmicos conseguiram realizar em torno de aproximadamente 300 atendimentos, entre crianças e
adolescentes com idade variando entre 5 a 16 anos, o que originou uma amostra significativa para dar a
devida credibilidade a este relato de experiência. A alimentação e nutrição constituem requisitos básicos
para a promoção e proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e
desenvolvimento humano com qualidade de vida e cidadania. Desta forma, promover saúde passa
necessariamente pela eliminação da forme, da má nutrição e dos agravos relacionados ao excesso de
peso, meta essencial para a qualidade de vida das coletividades.
Palavras-Chaves: Política. Alimentação. Regionalização. Enfermagem.
INTRODUÇÃO
Segundo Brasil (2013), a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS) foi
apresentada e aprovada no Conselho Nacional de Saúde, na reunião de julho de 2012 e em 2013 foi
apresentada no Grupo Técnico de Gestão da Comissão Intergestores Tripartite para discussão e
pactuação na CIT.
No Brasil o campo da saúde, a emergência da Educação Popular ocorre especialmente a partir da
década de 1970, no contexto da inacessibilidade das camadas populares aos precários serviços públicos,
da inserção marginal no mercado de trabalho que excluía os trabalhadores dos benefícios da seguridade
social (previdência, assistência social e 6 saúde), bem como das péssimas condições de renda, moradia
e alimentação. As organizações populares que conseguiam algum nível de organicidade apresentavamse como focos de resistência social, além de representar coletivos de luta e mobilização contra a
opressão política e o cerceamento das liberdades civis. Diante desta realidade foi desencadeado um
processo de mobilização política paralelo ao processo de resgate da cultura popular como afirmação
desses sujeitos, demarcando a emergência de novos movimentos sociais (BRASIL, 2012).
Na 13ª Conferência Nacional de Saúde, em 2007, propostas foram reafirmadas à proposta de
inserção da Educação Popular em Saúde nos processos de ensino-aprendizagem realizados nas escolas
do ensino fundamental, foi deliberado que Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Educação (MEC)
deveriam se articular para criar uma linha de financiamento permanente para subsidiar os processos de
educação popular em saúde, com objetivo de formar e qualificar a população para a participação e o
controle social no SUS (BRASIL 2013).
A PNEP-SUS reafirma o compromisso com a universalidade, a equidade, a integralidade e a
efetiva participação popular no SUS. Propõe uma prática política pedagógica que perpassa as ações
voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a partir do diálogo entre a diversidade de
saberes valorizando os saberes populares, a ancestralidade, o incentivo à produção individual e coletiva
de conhecimentos e a sua inserção destes no SUS (BRASIL 2013).
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Os
valores
e
princípios
presentes
nas
práticas
populares
de
cuidado
contribuem
significativamente para a promoção da autonomia do cidadão no que diz respeito à sua condição de
sujeito de direitos, autor de seus projetos de saúde e modos de andar a vida (BRASIL, 2012).
Para o Ministério da Saúde (2008) o Direito Humano à Alimentação Adequada é composto por
duas partes inseparáveis. Toda a pessoa tem o direito de estar livre da fome e da má-nutrição e, além
disso, ter acesso a uma alimentação adequada. Este direito não deve ser interpretado no sentido estrito
ou restritivo, equacionando-o em um pacote de calorias, proteínas e outros nutrientes. Ele tem significado
mais amplo, na medida em que se refere à segurança sanitária dos alimentos, à qualidade, à diversidade,
à sustentabilidade de práticas produtivas e ao respeito às culturas alimentares tradicionais.
Para o mesmo autor a promoção de práticas alimentares saudáveis está inserida no contexto da
adoção de modos de vida saudáveis, sendo, portanto, componente importante da promoção da saúde e
qualidade de vida, constitui um eixo estratégico da Política Nacional de Promoção da Saúde e uma das
diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, além de estar pautada na concretização do
direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas e na garantia da Segurança Alimentar e
Nutricional da população.
A importância da escola como espaço de produção de saúde, autoestima, comportamentos e
habilidades para a vida de seus alunos, funcionários e comunidade, ou seja, como sendo o espaço
propício à formação de hábitos alimentares saudáveis e à construção da cidadania. O Ministério da
Saúde e da Educação instituíram pela Portaria Interministerial nº 1.010 as diretrizes para a promoção da
Alimentação Saudável nas escolas de Educação Infantil, Fundamental e nível Médio das redes públicas e
privadas, em âmbito nacional (BRASIL 2008).
Nesta percepção entende-se que o ambiente escolar e não apenas a alimentação como indutor
de práticas alimentares saudáveis, a avaliação de seu impacto a partir da análise de seus efeitos em
curto, médio e longo prazo, a promoção da alimentação saudável na escola trabalha e insere em um de
seus eixos as Ações de Educação Alimentar e Nutricional, com respeito à alimentação regional, o
estímulo à produção de hortas escolares, a partir da realização de atividades com os alunos e o uso dos
alimentos produzidos na alimentação escolar, estímulo à implantação das boas práticas de manipulação
nos serviços que ofertam alimentação escolar, bem como a restrição ao comércio de alimentos e
preparações com altos teores de gordura saturada, gorduras trans, açúcar livre e sal e incentivo ao
consumo de frutas, verduras e legumes e o monitoramento da situação nutricional dos escolares
(BRASIL 2008).
De acordo com o Painel de Indicadores do SUS (2006) dados apontam ainda, uma forte
desigualdade regional e inter-regional na oferta de serviços, bem como toda uma série de iniquidades de
gênero e de classe social. O enfrentamento dessas iniquidades, junto com a ampliação da participação e
do controle social, deve estar no centro do planejamento, da execução, do monitoramento e da avaliação
das políticas e ações de saúde.
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OBJETIVO
Relatar e descrever a experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem e docentes na
elaboração e participação de uma ação cuidativa e educativa, como uma estratégia da Política Nacional
de Educação em Saúde de populações ribeirinhas, na Ilha de Cotijuba no ano de 2013.
METODOLOGIA
Este estudo é de origem descritivo qualitativo realizado a partir de relatos de acadêmicos de
enfermagem e docentes supervisores, tendo como embasamento teórico a pesquisa bibliográfica
realizada na biblioteca da Faculdade Metropolitana da Amazônia, nas quais foram consultados e
extraídos materiais de livros, revistas, artigos científicos e teses de mestrado e doutorado sobre o
processo de cuidar e educar em saúde e a atuação da enfermagem como ciência primordial na
disseminação desse processo, objetivando uma pesquisa atualizada do material coletado.
No dia 16 de novembro (sábado) de 2013 das 8:00 ás 17:00h foi realizada uma visita em uma
escola pertencente à comunidade de Cotijuba, ilha localizada no interior de Belém do Pará, onde foram
realizadas as seguintes atividades educativas e cuidativas junto à população escolar local: Com crianças
da 1ª à 4ª série: a)saúde bucal: higienização escovação correta dos dentes b) alimentação saudável:
orientações educativas com demonstração das frutas da região local expostas em artesanatos da região.
c) trabalho lúdico para todas as faixas etárias utilizando como prêmio das atividades de competições
frutas da região.
No primeiro momento antes da chegada dos alunos a sala foi caracterizada com cartazes fixados
em paredes composto de temas decorativos sobre alimentação saudável. Em seguida utilizou-se uma
mesa ornamentada com toalhas e desenhos de frutas diversas e sobre a mesa frutas naturais da região,
além de um painel com o tema alimentação saudável fixado na parede.
Depois desta fase as alunas usaram como instrumento visual para chamar atenção dos alunos
roupas e chapéu ornamentados de frutas coloridas caracterizando-as de mestre cuca. No segundo
momento foi realizada a apresentação das alunas de forma bem descontraída como estratégia para obter
a atenção das crianças.
Em seguida foi perguntado a elas se reconheciam as frutas dispostas sobre a mesa, se comiam se
gostavam o que achavam delas. Com a intensão de observar o nível de conhecimento e aceitação das
frutas por parte das crianças. Após isto cada aluna apresentou uma fruta de cada vez e seus benefícios.
Para reforço e memorização foi realizada uma atividade contendo perguntas e respostas sobre o assunto
exposto, permitindo a observação do nível de assimilação do assunto pelas crianças. E em seguida foi
ofertada as crianças frutas como lanche.
As salas de aulas foram os espaços utilizados para a exposição das atividades, sendo
disponibilizada uma sala para cada atividade, e ainda a copa da escola como espaço para o preparo das
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refeições. À medida que as crianças eram atendidas as mesmas eram conduzidas em direção à outra
atividade possibilitando o atendimento de todas.
A realização deste projeto foi mediante a solicitação por ofício junto à FAMAZ (Faculdade
Metropolitana da Amazônia) pela professora da escola em questão com coordenação do curso de
enfermagem e a docente da disciplina Tópicos Integradores I.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi enfatizada pelos acadêmicos a importância das atividades educativas e cuidativas fora de sala
de aula assunto que compõe a disciplina em curso. A vivência de experiências junto à comunidade
amplia a visão do acadêmico e o torna mais humano no estabelecimento de cuidados e educação de
populações carentes de assistência em saúde.
Tornando-o consciente das dificuldades que irão enfrentar, porém seguros de que não existem
barreiras para a prática da enfermagem, já que a escola alvo encontra-se localizada dentro de uma ilha,
região na qual apresenta dificuldades geográficas em relação ao acesso, tanto para os alunos como para
os professores que utilizam diariamente meios de transporte diferenciado como uso de embarcações,
―bondinhos‖ (transportes rebocados por tratores) charretes e canoas. Sendo que este último precisa do
favorecimento da maré.
Os acadêmicos ainda referem nunca terem vivenciado tal experiência, de elaborar e construir
e executar ações cuidativas e educativas, especialmente ambientes como estes, o que evidencia a
grande relevância deste estudo, uma vez que apresenta e divulga experiências únicas que poderão ser
utilizadas, inclusive, como forma de estímulo para criação de projetos similares a este, estreitando laços
entre meio acadêmico e a realidade social.
Os resultados coletados através de relatos dos acadêmicos e docentes apontam que a maioria
conseguiu compreender a importância do desenvolvimento de habilidades e destreza manual e
intelectual em cuidados e educação em saúde e que apenas as aulas teóricas não conseguem suprir
essa necessidade.
Em relação à atividade Alimentação Saudável, observou-se por parte das crianças certo
desconhecimento da importância das frutas disponíveis na região, onde as mesmas referiram parte de
seu cardápio diário, porém desconhecia seu real benefício. As crianças ainda demonstraram-se bastante
à vontade e curiosos frente ao ambiente construído de cartazes ilustrativos, acadêmicos com roupas
combinando com uma mesa estrategicamente atrativa.
O que contribuiu para o alcance dos objetivos da equipe responsável por essa atividade. Os
acadêmicos conseguiram realizar em torno de aproximadamente 300 atendimentos, entre crianças e
adolescentes com idade variando entre 5 a 16 anos, o que originou uma amostra significativa para dar a
devida credibilidade a este relatos de experiência.
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CONCLUSÕES
É durante o período acadêmico que o profissional de enfermagem deve se preparar para lidar
com a coletividade. Educar em saúde é uma das funções de maior relevância no trabalho do enfermeiro,
uma vez que por seu intermédio, as pessoas, sujeitos da aprendizagem, podem ser motivadas a
transformarem suas vidas (TREZZA; SANTOS; SANTOS, 2007).
As pessoas continuam a desenvolver habilidades interpessoais, durante toda a vida, através de
um processo natural de imitação de modelos sociais. Isto é fundamental, porque nem todos trazem as
habilidades em sua bagagem pessoal, embora seja imprescindível na relação enfermeiro/paciente
(KESTENBERG et al, 2007). O “PROJETO DE EXTENSÃO CUIDANDO E BRINCANDO I” pode ser
considerado não somente um projeto que visa a disponibilização de cuidados e orientações em saúde
para alunos da escola da comunidade de Cotijuba, mas também um espaço para oportunidade de trocas
de experiências de vida, um momento de correlacionar o empirismo social com o olhar científico.
Ressalta-se a necessidade de incentivar a realização de programas de educação nutricional nas escolas,
uma vez que foram identificados neste trabalho, resultados positivos para aceitação de uma alimentação
saudável. Sugere-se que temas voltados para promoção à saúde sejam inseridos na grade curricular,
promovendo parceria entre a família e a instituição, exercendo dessa forma papel determinante no
processo de implantação de hábitos alimentares saudáveis, facilitando a intermediação entre os saberes,
na medida em que os alunos assumem a condição de multiplicador de conteúdos.
Os desafios encontrados: primeiramente, a aproximação da unidade de saúde com a escola.
Segundo, os materiais necessários para a construção das atividades, visto que a secretaria de saúde não
dispunha de materiais e assim, atraso nas atividades. Porém, utilizamos de estratégias para que tudo
ocorresse bem, utilizando materiais reciclados e muitas vezes comprados pelos profissionais da equipe.
As atividades educativas oportunizaram as crianças conhecerem sobre como se alimentar de forma
saudável, explicando com linguagem simples e direta o conhecer sobre os alimentos saudáveis e não
saudáveis que, se ingeridos de forma inadequada podem trazer riscos à saúde, tais como obesidade,
hipertensão, diabetes e outros riscos à saúde. As crianças relatavam suas experiências e esclareciam
suas dúvidas quanto a sua alimentação e aos poucos, construindo conceitos do que realmente era
saudável.
A alimentação e nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e proteção da saúde,
possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento humano com qualidade
de vida e cidadania. Desta forma, promover saúde passa necessariamente pela eliminação da forme, da
má nutrição e dos agravos relacionados ao excesso de peso, meta essencial para a qualidade de vida
das coletividades. Assim, o êxito para a consecução das ações de promoção da alimentação saudável
nas escolas depende do compromisso de gestores, profissionais de saúde e de educação e da
participação ativa da comunidade escolar (MANUAL OPERCIONAL PARA SAÚDE E EDUCAÇÃO MS
2008).
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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS
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Operacional para Profissionais da Saúde e Educação: Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas.
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BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Política Nacional de
Educação Popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2012, 26 p.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de atenção Básica.
Política Nacional de Educação Popular em Saúde: Nota Técnica 16/2013. Brasília: Ministério da
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KESTENBERG, C. C. F. et al. Cuidando do estudante e ensinando relações de cuidados de enfermagem.
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TREZZA, M. C. S.; SANTOS, R. M.; SANTOS, J. M. Trabalhando educação popular em saúde com a arte
construída no cotidiano da enfermagem: um relato de experiência. Texto e Contexto em Enfermagem.
Florianópolis, 2007.
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AÇÃO CUIDATIVA E EDUCATIVA SOBRE A VACINAÇÃO DE CRIANÇAS: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Maria Rute de Souza Araújo
mrutearaujo@ hotmail.com
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Maria do Socorro do Nascimento Santos
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Nelma Franco Rocha da Silva
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Bruna Beatriz Lacerda dos Santos
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Edilene Aranha
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Gizela Coelho Bezerra
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Luziane Pontes da Costa
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Poliana de Castro Esteves
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Simone Campos Machado
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Mayra Sunamita Pardauil Silva Farias deFreitas
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
RESUMO: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência realizado durante a oferta da
disciplina Enfermagem na atenção a saúde da criança e do adolescente do curso de Enfermagem da
Faculdade Metropolitana da Amazônia. Tem como objetivo subsidiar a divulgação da experiência sobre a
importância, esquemas, doses, vias de administração e insumos adequados utilizados na vacina para
proporcionar aprendizados para acadêmicos sobre o tema abordado realizado com acadêmicos da
Faculdade Metropolitana da Amazônia – Belém/Pa. A tutoria foi compartilhada, estabelecendo-se o
desafio de realizar uma didática de aprendizado com acadêmicos de modo a proporcionar uma melhor
fixação de conteúdo pelos acadêmicos. A prática adotada mostrou-se bastante eficaz, uma vez que os
acadêmicos participaram efetivamente, gerando troca de ideias importantes para ambas as partes
envolvidas. Conclui-se que no âmbito da Enfermagem na atenção Saúde da Criança e Adolescente
contribuiu para o fortalecimento acadêmico, quanto para o profissional enfermeiro que é parte importante
para a troca de conhecimentos que podem desenvolver no seu dia-a-dia.
Palavra-Chave: Enfermagem; Vacinação; Ação educativa; Educação em Saúde; Imunização.
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INTRODUÇÃO
A introdução de vacinas e campanhas de vacinação em massa no brasil ocorreu no final do século
XIX, mais precisamente no Estado do Rio de Janeiro para combater a epidemia de varíola instalada na
época. Houve resistência da população, fato este que desencadeou o episódio da Revolta da Vacina
considerada como crucial na configuração de novas políticas e novas compreensões sobre o papel da
imunização na saúde pública e seu lugar na sociedade brasileira (HOCHMAN, 2011).
De acordo com Hochman (2011, p. 376): (OMS) entre 1967 e 1980, ano em que a varíola foi
declarada erradicada. As vacinas e as campanhas de Esta se deu no âmbito do Programa de
Erradicação da Varíola da Organização Mundial da Saúde vacinação contra a febre amarela, da BCG e
da poliomielite também foram importantes nesse processo.
Neste sentido, vários programas de vacinação foram sendo criados afim de prevenir e erradicar
doença que atingiam em massa a população. O Estado buscava alternativas para fazer com que a
sociedade participasse ativamente deste processo, fazendo-as entender a importância da imunização de
crianças (SILVA, 2013).
Vale ressaltar que a gama de vacinas disponíveis pelo sistema de saúde brasileiro é maior do que o
recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e maior do que o ofertado em outros países,
com isso o Brasil sai na frentes no que diz respeito a imunização de pessoas (HOCHMAN, 2011).2
MATERIAL E METODOLOGIA
Este estudo consiste em um relato de experiência, o qual se iniciou pela fundamentação sobre a
temática de metodologia educativa, com enfoque diferenciado para facilitar o aprendizado em relação aos
imunobiológicos. O público alvo da ação educativa foi acadêmicos de enfermagem.
O mesmo emergiu da proposta de executar ação educativa por meio de atos que visam
proporcionar a um melhor aprendizado para esse público dentro da disciplina ―Enfermagem na atenção à
Saúde da criança e adolescente‖ do sexto período de enfermagem da Faculdade Metropolitana da
Amazônia – FAMAZ, com envolvimento direto de oito acadêmicos de enfermagem, sendo quatro
escolhidos para realizar este relato de experiência.
Para criação da metodologia educativa foram estabelecidas algumas etapas com a finalidade de
proporcionar o aprendizado dos acadêmicos para uma melhor assimilação do conteúdo em relação aos
imunobiológicos. Para ministrar a ação utilizou-se materiais com o intuito de aprimorar e enriquecer o
envio de conhecimento para o público.
Os materiais foram confeccionados pelos próprios acadêmicos. Neste sentido, foram estabelecidas
duas etapas para uma melhor organização da equipe. Na primeira etapa construiu-se um painel
informativo das vacinas infantis, bem como suas doses e vias. Na segunda etapa foi instruída orientações
quanto aos cuidados na sala de vacinação, aplicação e o uso de insumos adequados com a finalidade de
ajudar no aprimoramento acadêmico.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Através dos resultados alcançados com a ação educativa voltada para facilitar o aprendizado sobre
aspectos relacionados a vacinação em geral, haja vista que tornou-se possível evidenciar a dificuldade
de se aprender com facilidade sobre vacinas, processo de vacinação, assim como a importância de
conhecer os esquemas, doses e administração da mesma.
Observou-se que mais campanhas informativas devem ser realizadas a fim de elucidar as questões
envolvidas na imunização da população, principalmente a criança. Tal assertiva reitera a noção de que,
na prática dos imunológicos, tivemos desafios que nos levaram a construir uma didática diferenciada, de
forma a tornar compreensível o conteúdo proposto, o que contribuiu significativamente para o
entendimento dos acadêmicos de enfermagem sobre o tema da ação. Além disso, verificou-se que os
profissionais da área de enfermagem precisam ter um conhecimento amplo e humanizado no que tange o
atendimento de crianças em campanhas de vacinação, bem como informar aos pais a importância de
cada dose de vacina que o menor está tomando.
Foi percebido por meio da ação educativa um grande entendimento dos acadêmicos de
enfermagem, pois evidenciava que haviam captado de forma positiva todo conhecimento oferecido na
ação educativa e preventiva, visto que em pouco tempo de ação educativa, a interação entre a estratégia
didática e o aprendizado proporcionou, através da criatividade, o interesse dos acadêmicos de conhecer
e aprender sobre as vacinas e seus desdobramentos.
Segundo Silva et al (2013), as atividades coletivas são estratégias utilizadas em campanhas de
vacinação no Estado do Pará como meio de captar o maior público possível que tenha interesse em
Educação à saúde. Desta forma, as campanhas de vacinação oficial adotaram este tipo de atividade para
melhorar o desempenho e o alcance do mesmo com relação a gama de público atingida. Em campanhas
de vacinação voltadas para crianças foram utilizados temas lúdicos, que ao final da ação tiveram uma
boa aceitação tanto das crianças, como dos responsáveis.
CONCLUSÃO
As ações informativas e educativas são de suma importância para promover a saúde coletiva com
isso devem ser incorporadas á rotina diária dos acadêmicos. Além disso, ressalta-se que a atividade
implementada serviu para a consecução da noção dos imunobiológicos enquanto parte integrante da
saúde geral e da importância da ativação do enfermeiro como promotor da saúde.
Por meio da ação proposta verificou-se que essa fundamentação foi de total importância para o
público alvo, uma vez que puderam ampliar os conhecimentos sobre as vacinas, importância e cuidados
que devem tomar com sua aplicação, pois o profissional de enfermagem e o acadêmico são peças
fundamentais neste processo de promoção à saúde da criança e do adolescente.
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Portanto, conclui-se que no âmbito da Enfermagem na atenção Saúde da Criança e Adolescente
contribuiu para o aprendizado dos acadêmicos envolvidos, quanto para o profissional enfermeiro que é
parte importante para a troca de conhecimentos que podem desenvolver no seu dia-a-dia. Além de nos
proporcionar experiência que iremos levar para a vida toda.
REFERÊNCIAS
HOCHMAN, G. Vacinação, varíola e uma cultura da imunização no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v.
16, n. 2, p. 375-386, 2013.
SILVA, M. D. M et al. Atividades coletivas em campanhas de vacinação: integrando cuidados. An Congr
Bras Med Fam Comunidade, Belém, v. 12, n. 399, maio 2013.
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LOGÍSTICA REVERSA: UM ESTUDO NA CADEIA PRODUTIVA DA LINHA BRANCA
Jorlane Clisse Silva da Costa
Acadêmica de Administração da Famaz
Gilson Scholl Pires
Mestre em Administração
Faculdade Metropolitana da Amazônia
RESUMO: O presente artigo faz referência à logística reversa, a qual se encontra dentro da nova
demanda mundial que tange a ordem da sustentabilidade. A pesquisa foi apresentada de forma
qualitativa e descritiva, com o objetivo de verificar se uma empresa de grande porte do segmento da
linha branca (segmentos de equipamentos eletrônicos) possui algum sistema de logística reversa
implantado e voltado para o pós consumo. Obteve-se informações que explanam como a logística
reversa é um diferencial para a organização e como ela auxilia o processo logístico no fluxo inverso,
no qual a mesma é efetiva no descarte correto e adequado dos produtos ofertados no mercado para
a linha branca.
Palavras-chave: Logística Reversa. Sustentabilidade. Cadeia Produtiva, Pós consumo. Linha
Branca.
INTRODUÇÃO
A logística reversa faz relação com todas as operações interligadas a reutilização de produtos e
materiais, se referindo a todas as atividades de coletar, desmontar e processar produtos e/ou materiais e
peças usadas a fim de assegurar uma recuperação sustentável do meio ambiente.
Atualmente, esse processo vem sendo entendido como um diferencial para as organizações e é
visto como um grande meio para obtenção de vantagens competitivas diante de seus concorrentes.
Muitas empresas buscam essas vantagens através da legislação ambiental, dos benefícios
financeiros e dos gastos de insumos, além de despertarem a conscientização ambiental dos
consumidores.
Bowersox e Closs (2001) apontam que a logística reversa não é apenas um fator para desenvolver os
fluxos de produtividade da logística, mas é visto como um fator social e deve compor o planejamento
logístico organizacional. Dessa forma, a logística reversa só trará vantagem para as empresas se estas
trabalharem com planejamento e desenvolverem os melhores planos estratégicos, com o intuito de
atenderem a melhor eficiência do processo.
Além disso, trazendo para essas organizações uma redução de custo considerável em seus
processos, como na economia em recursos, na geração de novos produtos, além de proporcionar uma
gestão inovadora para a empresa. Com a implantação do processo de logística reversa nas empresas, a
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possibilidade de adquirir um diferencial competitivo vai muito além de agregar valor ao produto,
promovendo às mesmas um aumento positivo de rentabilidade, para satisfazer o empreendedor e o seu
público-alvo (LEITE, 2009).
Em outro âmbito, o ecológico, as empresas necessitam de uma adaptação dentro da legislação
ambiental, a qual aponta que as indústrias produtoras são consideradas responsáveis por todo ciclo de
vida dos produtos ofertados ao mercado e, também, a mudança da consciência dos consumidores, que
desejam que as empresas reduzam os impactos, que estas causam no meio ambiente (LACERDA,
2002).
Diante das normas da legislação ambiental e suas diversas esferas políticas, as empresas se
tornam obrigadas a desenvolverem processos para o destino final dos seus resíduos, para, dessa forma,
evitarem punições. Nesse sentido, é importante fazer com que essas organizações tratem da
responsabilidade socioambiental durante e depois da inserção de tal produto no mercado consumidor.
Infelizmente, a logística reversa ainda é vista de maneira geral como uma área de baixa prioridade
para os diversos empresários, como no caso dos grandes fabricantes voltados para a linha branca, que
trata da fabricação de bens duráveis como: fogão, fornos micro-ondas, ar-condicionado, lava roupas e
refrigeradores em geral. Um dos fatores críticos que influenciam na implementação e eficiência desse
processo é a falta dos controles de entrada, pois é necessário que os processos sejam padronizados e
mapeados, além disso, é preciso que o tempo dos ciclos sejam reduzidos, bem como a rede de logística
tem que ser planejada, a relação entre cliente e fornecedores deve ser colaborativa criando um sistema
de informação que traz a capacidade de rastreamento de retornos desses bens duráveis para os
fabricantes.
Deste modo, no presente projeto, foi feito o seguinte questionamento: a logística reversa pode ser
introduzida dentro de um sistema pós consumo na cadeia produtiva das linhas brancas? Logo, diante
deste questionamento é necessário entender como funciona a logística reversa, o que ela traz de
vantagem e benefícios para uma empresa de grande porte do segmento da linha branca.
Portanto, o objetivo geral foi verificar se uma organização de grande porte, que produz produtos da
linha branca, tem algum sistema de logística reversa implantado e voltado para o pós consumo. E os
objetivos específicos do trabalho foram: analisar se a logística reversa de pós consumo gera alguma
redução dos custos na produção organizacional da indústria a ser estudada; compreender como ocorre a
separação dos resíduos e o descarte dos elementos no processo da logística reversa de pós consumo na
linha branca; e delinear o fluxo reverso de pós consumo para os produtos da linha branca.
A importância do artigo está na sua possibilidade de contribuir positivamente para o estudo da
logística reversa, visto que, se tornará fonte de pesquisa para alunos, professores e profissionais do
campo da administração. Além de ser fonte de pesquisa, este estudo tem o intuito de ampliar o
conhecimento das organizações e sociedade em geral a respeito deste tema ainda pouco difundido.
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LOGÍSTICA REVERSA
Para Leite (2009), a logística reversa é uma área da logística empresarial que planeja, opera e
controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes do retorno dos bens de pós venda e de pós
consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio de canais de distribuição reversos,
agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômicas, ecológico, legal, logístico, de imagem
corporativa, entre outros.
Com isso, a logística reversa objetiva tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais
constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios, para dessa forma, poder tratar e mover o produto ou
material para seu destino final e ainda sim fazer o retorno ao ciclo de negócios ou dar a disposição final
adequada. Outros trazem a proposta do conceito de logística reversa ou logística verde como uma
vantagem estratégica que evidencia um grande sinergismo entre a gestão ambiental de resíduos sólidos
e a logística, não deixando de ser uma categoria ambiental ligada ao universo corporativo da
responsabilidade social e ambiental (SHARMA; AMMONS; HARTMAN, 2007).
Com as crescentes pressões socioambientais e legais, viu-se a necessidade de ampliar a vida útil
dos insumos e com isso as empresas passam a se conscientizar da responsabilidade em fazer o retorno
adequado de materiais, promovendo com maior intensidade as ações reversas dentro da sua logística.
Segundo Liva, Pontelo e Oliveira (2003), no âmbito de sua importância, a logística reversa vem
gradativamente se tornando importante para a empresa e essa consideração se dá em vista da
oportunidade para recuperação do valor, bem como economias de custo em potencial. Tendo assim um
objetivo estratégico econômico ou de agregação de valor monetário, que vem a ser o mais evidente na
implementação da logística reversa nas empresas e sofrendo variações entre os setores empresarias e
em seus diversos segmentos de negócios tendo sempre como fator dominante a competitividade e o
ecológico.
Apesar dos problemas que a logística reversa enfrenta na sua implementação, as empresas
precisam passar por estruturações para poderem implementar as práticas reversas na cadeia de
suprimento e buscarem parcerias, para dessa forma terem uma relação custo benefício vantajosa (LIVA;
PONTELO; OLIVEIRA, 2003)
Para Lacerda (2002), por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o
do ciclo de vida, onde a vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao
cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados ou não funcionam e devem retornar ao seu ponto de
origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados.
O esquema de representação a seguir mostra como o processo de logística reversa deve lidar com
o reaproveitamento de materiais, tendo o envolvimento com atividades como a coleta, a seleção de
materiais, a consolidação de carga, a seleção do destino, seu reuso, desmanche, reciclagem,
remanufatura e disposição final (Figura 1).
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O CICLO REVERSO PÓS VENDA
Leite (2002) afirma que dentro do ciclo reverso pós venda encontra-se uma área de atuação que se
ocupa do equipamento e da operacionalização do fluxo físico e das devidas informações logísticas dos
correspondentes bens de pós venda. Sendo eles descartados pela sociedade de diferentes maneiras e
possuindo um ciclo de vida útil, podendo ser reciclados ou reutilizados.
O ciclo pós venda tem como objetivo estratégico agregar valor a um produto logístico, sendo
devolvido por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante,
defeitos ou falhas de funcionamento, dentre outros motivos. Devendo portanto, atuarem planejando,
operando e controlando o fluxo de retorno dos produtos de pós venda por motivos agrupados não
classificados como: garantia/qualidade, comerciais e de substituição de componentes.
O CICLO REVERSO PÓS CONSUMO
Diferentemente do ciclo reverso pós venda, o ciclo reverso de pós consumo faz referência na área
da logística reversa equacionando e operacionalizando o fluxo físico e as informações correspondentes
de bens de pós consumo descartados pela sociedade em geral e que retornam ao ciclo de negócios ou
ao ciclo produtivo por meio de canais de distribuição reverso específicos (LIVA; PONTELO; OLIVEIRA,
2003).
De acordo com Leite (2009), são descritos bens de pós consumo todos aqueles produtos em fim de
vida útil ou usados com possibilidade de utilização e os resíduos industriais em geral. Tendo como
objetivo estratégico o de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao
proprietário original ou que ainda possuam de alguma maneira, condições de utilização, sejam por
produtos descartados ou por terem atingido o fim de vida útil e/ou por resíduos industriais.
A visão de Pereira et al (2012) ressalta a importância de se fazer distinção entre a logística reversa
de pós consumo e a de pós venda, em virtude das diferentes destinações dos resíduos oriundos de cada
uma delas. Os bens de pós consumo são aqueles que podem ser enviados aos destinos tradicionais, tais
como aterros sanitários ou incineradores ou ainda retornar ao ciclo produtivo e negócios por meio de
desmanche, reuso ou reciclagem, buscando o prolongamento de sua vida útil.
Esse tipo de logística é viável, pois visa a reintegração de certos materiais utilizados para produzir
um bem, como substitutos para a fabricação de outros itens, estando seus objetivos ligados a economia,
custos/redução e a sustentabilidade. No sentido econômico, a economia é obtida com a venda de
resíduos ou a reutilização dos insumos no processo produtivo.
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Com relação aos custos, há a redução de energia utilizada para beneficiar um produto a ser reintroduzido
na atividade ou reciclado essa redução é ainda menor do que um insumo novo; e na sustentabilidade é
feita a reutilização dos recursos antigos (reciclagem), com o intuito de se evitar a extração de recursos
virgens da natureza (ROSA et al, 2012).
Em outra visão, Porter e Linde (1993) também defendem que os recursos precisam ser usufruídos
de forma eficiente e produtiva, mas isso somente ocorre por meio da inovação, do emprego de novas
tecnologias e métodos mais avançados de gerenciamento, que trazem como benefícios as reduções do
consumo de energia, do desperdício de água, da poluição ambiental e o aumento da demanda de
emprego e o aproveitamento mais adequado e sustentável dos insumos para produção.
Para as empresas implantarem um sistema de logística reversa voltada para o pós consumo, elas
precisam saber executar o processo, além de precisarem ter dimensão dos valores recuperados dentro
deste processo. É importante que essas empresas apostem em um consumo consciente, onde essa
conscientização e a destinação ambiental adequada de um produto pode trazer aos seus consumidores
uma marca muito mais responsável e preocupada e, que de uma forma, procura integrar à sua política a
responsabilidade ambiental.
Vale destacar que no dia dois de agosto de 2010 foi promulgada, depois de duas décadas, a lei n.º
12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Trazendo uma abordagem
avançada, que prioriza e compartilha com todas as partes relacionadas ao ciclo de vida de um produto a
responsabilidade pela gestão integrada assim como pelo gerenciamento ambientalmente correto dos
resíduos sólidos. E, dessa forma, o setor público, iniciativa privada e a população ficam sujeitos à
promoção do retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga o poder público a realizar
planos para o gerenciamento do lixo. A lei também consagra o viés social da reciclagem, com o estímulo
à participação formal dos catadores, organizados em cooperativas (BRASIL, 2010).
Dentre as diversas determinações da lei, destacam-se: fechamento dos lixões, somente rejeitos
poderão ser encaminhados aos aterros sanitários e a elaboração de planos de resíduos sólidos nos
municípios.
CADEIA DE SUPRIMENTO
A cadeia de suprimento é compreendida como a sinergia entre empresas e seus setores, onde
essa cadeia é interligada a cadeia produtiva, desde o fornecedor do início dessa cadeia até o fornecedor
do produto acabado. Sendo considerada como uma rede logística que desempenha um papel de ligar os
setores, em seus níveis estratégico, tático e operacional.
De acordo com Ballou (2006), tal processo de sinergia ligados a interação, colaboração e
coordenação traz diversos benefícios aos membros, como oportunidades de redução de custos, mais
eficiência e eficácia no processo, criação de vantagens competitivas, melhor atendimento ao consumidor
e, portanto, maior satisfação do cliente.
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A importância da cadeia de suprimento dentro do processo reverso se dá ao seu gerenciamento,
que abrange o planejamento e a gestão de todas aquelas atividades envolvidas no fornecimento e
aquisição, conversão e todas as atividades de gestão logística, sendo importante destacar e incluir a
coordenação e colaboração com parceiros do canal, que podem ser os fornecedores, intermediários,
prestadores de serviços terceirizados e clientes. Dessa forma, a gestão da cadeia de suprimento integra
a gestão da demanda e do fornecimento dentro e entre as empresas (CSCMP, 2009).
Na visão de Picelli e Georges (2011), a cadeia de suprimento apresenta um novo modelo de
negócio, buscando a máxima eficiência logística das empresas envolvidas no fornecimento do produto,
expandindo as operações logísticas e as decisões de modo a envolver todos os elos participantes, de
modo que o produto ou serviço cheguem às mãos do consumidor final ao menor custo e com níveis de
serviço elevados.
Enquanto a logística, de uma maneira geral, concentra-se nas operações da própria empresa, a
cadeia de suprimentos olha desde o início até os elos finais da corrente de fornecedores e clientes.
Tendo uma visão mais ampla e panorâmica, diferentemente da visão logística. Dessa forma, para
que a cadeia de suprimento flua, é necessário um intenso grau de colaboração entre as empresas ao
logo dessa cadeia para que se atinja maior eficiência (MACHLINE, 2011).
É importante destacar que a empresa que implanta um sistema de logística reversa, tem a
necessidade de analisar a cadeia de suprimento como um todo. Visto que, o conhecimento da cadeia de
suprimentos e o seu correto planejamento pode levar a importantes ganhos para todos os que estiverem
envolvidos, principalmente em se tratando da redução de custos logísticos.
A ABRANGÊNCIA DA LINHA BRANCA
A linha branca é uma das categorias em que faz referência aos equipamentos eletroeletrônicos,
sendo todos aqueles produtos cujo funcionamento depende do uso de corrente elétrica ou de campos
eletromagnéticos. A classificação abaixo mostra os produtos que são encontrados nas categorias da
linha
branca,
verde, marrom e
azul,
assim
como a média de
vida útil desses
produtos e suas
respectivas
composições
(Figura 2).
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Para Alcântara e Albuquerque (2008), o nome linha branca foi atribuído a esses produtos em
função da cor que eles costumavam apresentar, sendo internacionalmente conhecidos como white
goods. Em meados da década de 1990, por conta das grandes transformações que as indústrias
passaram, transformações essas de ordem tecnológica e organizacional, devido as exigências da
globalização e do surgimento de novos mercados, a dinâmica do setor da linha branca e a demanda para
esses produtos passou a apresentar exigências cada vez mais diversificadas, desde seu design às
tecnologias mais econômicas, por exemplo.
Os produtos da linha branca são constituídos por componentes metálicos, plásticos, isolantes (lã de
vidro e poliuretano) e de vidro. E o impacto que o descarte desses produtos pode causar ao meio
ambiente é preocupante, principalmente quando é analisado o período estimado de decomposição do
seus componentes (Quadro 1). Dessa forma, esse período de decomposição de um componente pode
variar de acordo com as condições do solo ou ambiente em que esses materiais foram descartados
(MAGALHÃES,
2011).
Nesse âmbito os produtos da linha branca ao atingirem o grau máximo de vida útil, não podem ser
descartados diretamente em aterros sanitários ou em lixões, visto que é necessário planejar, operar e
controlar para que dessa forma seja criado e desenvolvido um canal de distribuição reverso para os itens
que compõe a linha branca.
Sendo assim, vale ressaltar que a logística reversa trabalha de modo a recondicionar esses
produtos usados, recolhendo-os e transformando-os em novos produtos para o mercado. Nesse
processo, a logística reversa lida com questões que estão envolvidas com o meio ambiente, a sociedade
e o econômico, pondo em destaque a gestão das organizações, pois ao focarem no desenvolvimento
sustentável, transformarão as etapas produtivas em processos mais eficientes e ecologicamente mais
corretos (BARBIERE; DIAS, 2002).
METODOLOGIA
CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A presente pesquisa foi apresentada de forma qualitativa e descritiva, pois teve como intuito
analisar como a logística reversa pode ser implantada dentro do sistema pós consumo, como no caso do
setor da linha branca e realizar a descrição do processo e das etapas da logística reversa na empresa
estudada.
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Como aponta Cervo e Bervian (2002), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e
correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. De acordo com Teixeira (2009), a
pesquisa qualitativa visa à análise interpretativa e descritiva dos fatos, no qual o pesquisador busca uma
profunda compreensão do contexto da situação.
No âmbito investigativo, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, assim como, também foi utilizada a
pesquisa documental, no qual os dois modos de pesquisa auxiliaram sobre as discussões teóricas
existentes, com intuito de encontrar explicações que fazem sentido para determinados problemas ou
fenômenos.
A pesquisa bibliográfica foi escolhida porque traz um conjunto de dados que norteou o andamento
da pesquisa, com os diversos posicionamentos dos autores referente ao tema abordado. Com a pesquisa
documental, foi possível a obtenção de informações sobre o sujeito da pesquisa, no qual os dados
colhidos foram fundamentais para o desenvolvimento do trabalho.
Segundo Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. E para Cellard (2008), a análise documental
favorece a observação do processo de maturação ou de evolução de indivíduos, grupos, conceitos,
conhecimentos, comportamentos, mentalidades, práticas, entre outros.
SUJEITO DA PESQUISA
O sujeito da pesquisa foi uma grande indústria do setor de bens duráveis, empresa americana, líder
em seu segmento, com mais de 14 mil funcionários no Brasil, presente no país com várias marcas, a qual
atuam no ramo de eletrodomésticos, entre eles os da linha branca. A organização é inovadora, possui
liderança em produtos, talentos extraordinários e trabalha com a questão da sustentabilidade. Sendo
esse alguns dos pilares que representam a sua essência.
São mais de 14 mil colaboradores imbuídos da missão de, cada vez mais, não só atender, mas
antecipar as necessidades dos consumidores e traduzi-las em produtos e serviços que sejam
sustentáveis, pioneiros, únicos e que façam a vida das pessoas cada dia melhor.
Sua missão é criar demanda e conquistar confiança todos os dias. Sua visão é oferecer as
melhores marcas e produtos para o consumidor, em todos os lares ao redor do mundo. Seus valores
estão ligados ao respeito, integridade, diversidade e inclusão, trabalho em equipe e espírito de vitória
(WHIRLPOOL, 2014).
É a única empresa que oferece ao mercado brasileiro um portfólio completo de produtos em todos
os segmentos de linha branca. Destaca-se pelo investimento em pesquisa e inovação, buscando sempre
antecipar e atender os desejos dos seus consumidores, característica já reconhecida por diferentes
meios e instituições.
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E investir em inovação passa, também, por investir em sustentabilidade. A empresa é guiada pelo
conceito de inovação sustentável, ou seja, desenvolver produtos e processos cada vez mais
sustentáveis, considerando sempre os fatores sociais, ambientais e econômicos, de forma responsável..
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
De acordo com Yin (2005), a coleta de dados é importantes para um estudo de caso. Assim, o
instrumento de coleta de dados utilizado para este artigo foi um questionário, no qual o entrevistado
responde um roteiro estabelecido. O questionário foi realizado por meio de e-mail e quem respondeu o
questionamento foi um funcionário no cargo de analista de logística da empresa.
O principal objetivo de se estabelecer uma entrevista semiestruturada para coleta de dados é
mostrar como a logística reversa funciona de forma efetiva dentro de uma organização. O roteiro de
perguntas da entrevista foi desenvolvido após o estudo bibliográfico sobre a logística reversa. Foram
utilizadas perguntas abertas, em que no caso o interrogado responde com suas próprias palavras e sem
restrições. As perguntas abertas possibilitaram uma investigação profunda e precisa (LAKATOS;
MARCONI, 2001).
O questionário foi elaborado de maneira que se tem uma sequência lógica dentro do tema
abordado. Tendo como base o referencial teórico, foram desenvolvidas treze perguntas, as quais são:
1º) Há quanto tempo a empresa possui implantado o sistema de logística reversa?
2º) Como foi projetado o sistema de logística reversa dentro da empresa?
3º) Quais foram os impactos positivos que a logística reversa proporcionou na gestão da logística
da empresa?
4º) Quais foram as dificuldades encontradas dentro do sistema de implantação da logística
reversa?
5º) Um dos fatores críticos que influenciam na eficiência do processo de logística reversa são os
bons controles de entrada, no qual são identificados corretamente o estado dos materiais que
retornam para empresa, para que estes possam seguir o fluxo reverso. E dentro dessa questão,
como a empresa faz esse controle de entrada?
6º) A empresa possui um sistema de informação, com capacidade de fazer o rastreamento de
retorno dos produtos? E como funciona?
7º) Com a implantação da logística reversa, é considerável a redução de custos para a empresa
e/ou aumento dos custos operacionais? E onde estão essas reduções e/ou estas despesas?
8º) De que forma a empresa informa aos seus consumidores, que a mesma atua com o
recolhimento dos bens duráveis inseridos no mercado?
9º) Cite alguns problemas que atrapalham o processo da logística reversa dentro do setor da linha
branca.
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10º) Quais são as vantagens que a logística reversa trouxe para a empresa de uma forma geral?
11º) E quais são as desvantagens desse processo para a empresa?
12º) Como a empresa trata as questões de informação advindas do mercado em se tratando da
logística reversa?
13º) Como funciona o suporte de logística reversa dentro do planejamento logístico da empresa?
ANÁLISE DOS DADOS
Os dados obtidos foram analisados de forma estruturada para tornar o processo de compreensão
das respostas mais simplificado. As perguntas abordaram o posicionamento da empresa no mercado,
com o objetivo de analisar as situações críticas e situações de sucesso frente o mercado. As questões
referentes à logística reversa levantaram um questionamento sobre a avaliação e desenvolvimento desse
processo, com o intuito de destacar os fatores positivos do uso desse sistema implantado na empresa.
Dessa forma, os dados foram examinados e comparados com o referencial teórico, afim de realizar
uma discussão e análise crítica das informações alcançadas.
Pode-se dizer que análise de conteúdo é uma técnica refinada, que exige muita dedicação,
paciência e tempo do pesquisador, o qual tem de se valer da intuição, imaginação e criatividade,
principalmente na definição de categorias de análise, para tanto a disciplina, a perseverança e o rigor são
essenciais para a obtenção, alinhamento e ordenação dos resultados e das respostas para o alcance dos
objetivos do estudo (FREITAS; MOSCAROLA; CUNHA, 1997).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com as informações obtidas por meio da pesquisa, constatou-se que a empresa estudada tem seu
sistema de logística reversa implantado há mais de 15 anos no mercado e seu processo reverso foi
projetado de acordo com os processos de saída, necessidades do cliente e da companhia. O projeto de
logística reversa da empresa foi proveniente dos programas de trocas realizadas por distribuidoras de
energia elétrica.
Em 2005, a empresa montou uma célula de desmontagem, com uma unidade em Joinville (SC)
para evitar os riscos relacionados à destinação e ao tratamento inadequado dos resíduos sólidos. Para
Liva, Pontelo e Oliveira (2003), a implementação de processos logísticos reversos requer a definição de
uma infraestrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos
de saída de materiais processados.
Ainda, segundo Liva, Pontelo e Oliveira (2003), essas instalações de processamento,
armazenagem e sistemas de transporte devem ser desenvolvidas para ligar de forma eficiente os pontos
de fornecimento, onde os materiais a serem reciclados devem ser coletados até as instalações em que
serão processados.
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A organização avaliada, quando questionada sobre os impactos positivos que a logística reversa
proporcionou na gestão de logística da organização, a mesma expõe a redução de custo, satisfação do
cliente e adequação ao processo de responsabilidade ambiental como fatores principais de impactos
positivos para a logística em geral da empresa. A sua unidade de Joinville foi responsável, em 2009, pela
reciclagem de aproximadamente 838 toneladas de resíduos de pós consumo, sendo recolhidos de
geladeiras, freezers e ar-condicionado o equivalente a 779 quilos de gases clorofluorcarbono (CFC) e
hidrofluorcarbono (HFC).
Com relação à redução de custo, as empresas que procuram se esforçar em desenvolvimentos e
melhorias nos seus processos de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que
justificam os investimentos realizados. No âmbito da satisfação do cliente, eles normalmente valorizam
empresas que possuem políticas mais liberais de retorno de produtos, políticas que envolvam uma
estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados. Dentro do processo das
questões ambientais, as empresas precisam ser legalmente responsáveis pelo seu destino após a
entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente (LACERDA,
2002).
Para uma empresa implantar um sistema de logística reversa é comum o surgimento de algumas
dificuldades, adequar o custo ao nível de serviço desejado para esta operação foi dito como uma
dificuldade encontrada na empresa pesquisada. Dependendo de como o processo de logística reversa é
planejado e controlado, este terá uma maior ou menor eficiência para a empresa. É importante que a
empresa desenvolva bons relatórios de ciclo de vida do produto, onde evidenciam todo o conjunto de
receitas e despesas associadas a cada produto. É preciso também que seja destacado o percentual de
custos totais incorridos nos primeiros estágios e permitir que as relações entre as categorias de custo da
atividade se sobressaiam (HORNGREEN; FOSTER; DATAR, 2000).
Um dos fatores críticos que influenciam na eficiência do processo de logística reversa são os bons
controles de entrada, no qual são identificados corretamente o estado dos materiais que retornam para a
organização, para que dessa forma, esse mesmo material possa seguir o fluxo reverso. E dentro dessa
questão, a empresa realiza os controles de entrada por meio de relatórios de avaliação desses produtos
em várias etapas do processo (início do ciclo, meio e fim de todo o sistema reverso).
O controle ocorre da seguinte maneira:
1- Na célula de desmontagem da unidade de Joinville os gases CFC e HFC são removidos,
armazenados e enviados para empresas que o reutilizarão; e
2- Em Joinville o eletrodoméstico é desmontado e as partes são separadas por categorias de
materiais (aço, alumínio e plástico). Após essas duas etapas, restam apenas dez por cento do
produto resultante da reciclagem que é destinado a aterros industriais certificados.
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De acordo com Lacerda (2002), os sistemas de logística reversa que não possuem bons controles
de entrada dificultam todo o processo subsequente, gerando dessa maneira retrabalho para a empresa.
Podendo igualmente ser fonte de atrito entre fornecedores e clientes pela falta de confiança sobre as
causas de retornos desse material, levando em consideração também, o treinamento de pessoal para
obtenção de bons controles de entrada.
Analisando a empresa com relação ao sistema de informação, a mesma confirma que possui um
sistema de informação com capacidade de fazer o rastreamento de retorno dos produtos por meio de um
portal eletrônico com troca de informações com parceiros e clientes, no qual os mesmo descrevem em
quê estados e condições se encontram os produtos recolhidos, para que dessa forma, a empresa
obtenha uma estimativa da quantidade real de itens e materiais a serem reaproveitados.
O processo de logística reversa necessita do suporte da tecnologia da informação (TI), a fim de
viabilizar o atendimento de requerimentos necessários para a operação. Entre as funcionalidades
requeridas pode-se listar: Informação centralizada e confiável, rastreabilidade, avaliação de avarias, além
da medição dos tempos de ciclo. É claro que construir ou mesmo adquirir estes sistemas de informação é
um grande desafio para a organização. Praticamente inexistem no mercado tais sistemas capazes de
lidar com o nível de variações e flexibilidades exigidas pelo processo de logística reversa (LACERDA,
2002).
É comum com a implantação da logística reversa ocorrerem reduções e/ ou aumento das despesas
e dos custos operacionais. Para a empresa o aumento dos custos operacionais foram em função do nível
de serviço desejado pela própria empresa, porém, houveram reduções de custos nos desperdícios, como
por exemplo nos extravios de material e avarias.
A visão de Liva, Pontelo e Oliveira (2003), aponta que cada vez mais a logística reversa tem se
tornado importante para a empresa, uma vez que as mercadorias devolvidas oferecem oportunidades
para recuperação do valor, bem como economias de custo em potencial. Apesar dos problemas
relacionados ao retornos das mercadorias, como custos de transporte e armazenagem de produtos, se
as empresas se estruturarem para as práticas reversas na cadeia de suprimento e buscarem parceiros, a
relação custo benefício será mais vantajosa.
A empresa possui parcerias com transportadoras, assistências técnicas de todo o Brasil e envolve
seus fornecedores na busca por uma atuação sustentável, estimulando o compartilhamento de seus
valores por meio da aproximação entre as partes envolvidas, onde eles desempenham um papel de
divulgação do recolhimento desses bens duráveis inseridos no mercado e as assistências atuam como
pontos de coletas para que o consumidor dê o melhor destino aquele bem durável em seu fim de vida útil,
através dos pontos de coletas nas assistências cadastradas com a empresa, o recolhimento desse
material é feito pela transportadora. Além dessa divulgação, a organização informa seus consumidores
em site próprio que possui projetos de recolhimento de resíduos sólidos.
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É importante que os gestores das empresas saibam investir em estudos de viabilidade como em
parcerias e alianças, financiamentos, aspectos ambientais, além dos investimentos nos processos de
coletas de materiais, processamento desse material e nos canais de reutilização. De acordo com Moura
(2000), os elos entre desempenho ambiental, competitividade e
resultados financeiros finais estão
crescendo a cada dia. Empresas de pontas estão transformando o desempenho ambiental em uma
poderosa arma competitiva.
Para a empresa a malha logística e o fornecedor especializado foram citados como problemas que
atrapalham o processo da logística reversa dentro do setor da linha branca. Segundo Oliveira et al
(2012), a gestão eficiente do fluxo só será possível em função de alguns fatores importantes como o
planejamento da malha logística de transporte. É preciso que sejam feitos estudos, mapeamentos e
padronizações de toda a malha logística, para atender o fluxo de retorno de itens pós consumo ao centro
consolidador de capitação.
Além de buscar as parcerias necessária, como operadores e fornecedores especializados, sem
destacar a necessidade de se utilizar os serviços de um consultor em logística ou mesmo do apoio do
Conselho de Logística Reversa do Brasil (CLRB).
Ao tratar-se das vantagens que a logística reversa traz para uma corporação, a que foi estudada
em questão, alegou que a satisfação do cliente apresentou uma considerável vantagem para a imagem
da empresa. A companhia enxerga seus clientes como uma oportunidade de influenciar seus públicos de
interesse, no que diz respeito à disseminação de seus valores e à adoção de uma conduta ética e
responsável, calcada nos princípios da sustentabilidade.
Lacerda (2000) defende que os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de
produtos, pois isso garante a eles o direito de devolução ou troca de produtos. Este processo envolve
uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos. Desta forma, empresas que
possuem um processo de logística reversa bem gerido tendem a se sobressair no mercado, uma vez que
estas podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciadas de seus concorrentes.
Quando tratadas as desvantagens sobre a logística reversa, a empresa colocou em pauta a
redução de desperdícios. Contudo, pressupõe-se que a redução de desperdício não cabe as
desvantagens dentro do sistema da logística reversa, visto que a desvantagem da logística reversa está,
em grande parte, relacionada ao custos adicionais para a empresa, que por suas vezes são custos muito
elevados.
Souza, Medeiros Filho e Rodrigues (2009) corroboram que as desvantagens da logística reversa
são provenientes dos custos que o sistema proporciona para a sua implementação numa indústria, é
preciso que o sistema seja implementado de forma planejada, com prévia elaboração, além de uma
gerência adequada. Os custos adicionais para as companhias, em sua maioria, são altos, uma vez que
os processos de armazenagem, conferência e distribuição serão feitos em duplicidade e, dessa forma,
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como os processos, os custos também serão duplicados para a empresa.
Nas questões de informações advindas do mercado em se tratando de logística reversa, foi
perguntado para a empresa como ela trata desse assunto. O qual foi verificado que são através das
áreas de novos projetos e nas áreas de atuação de sustentabilidade que a empresa desenvolve meios
para continuar atuante nos seus projetos socioambientais no mercado em geral. Para a empresa, não
basta centrar seus esforços apenas no desenvolvimento de produtos. A mesma procura, aproveitando-se
de sua posição de líder de mercado, dar início a movimentos de responsabilidade socioambiental mais
amplos, influenciando outras companhias do setor em que atua e órgãos responsáveis pela definição de
políticas públicas mais adequadas.
Porém, satisfazer acionistas, clientes, fornecedores, funcionários, comunidade local, governo,
enfim, seus stakeholders, que avaliam a empresa sob diferentes perspectivas, é praticamente impossível
ignorar os reflexos negativos que o retorno de crescentes quantidades de produtos de pós venda e de
pós consumo podem causar nas operações empresariais (e consequentemente na rentabilidade), e a
saturação dos sistemas tradicionais de disposição final (aterros sanitários, ferro-velho, lixões, e em áreas
de descarte inadequado), o que pode vir a provocar poluição por contaminação (OLIVEIRA et al, 2012).
Ao fim do questionário o gestor da empresa relatou sobre o funcionamento do suporte de logística
reversa dentro do planejamento logístico da companhia, o qual é vinculado a ele como qualquer outro
processo, cuja a empresa planeja desde o volume adequado de devolução versus faturamento, até o
tempo de retorno.
Para as empresas coordenarem de forma eficiente e eficaz o processo logístico, é de suma
importância que estas ampliem sua visão e gerenciamento, para, deste modo, incluírem no seu processo
os clientes e fornecedores de serviços e de matérias-primas, visto que a ideia da logística vai muito além
da empresa em si. E a logística reversa, quando vinculada ao sistema de logística da empresa,
representa não apenas um fator para desenvolver os fluxos de produtividade da logística, mas sim,
representa um fator de desenvolvimento sustentável e que deve constar no planejamento organizacional
(BOWERSOX; CLOSS, 2001).
Nota-se claramente, pelos dados alcançados com a pesquisa, que existe uma dedicação
expressiva por parte da empresa avaliada no que diz respeito à sustentabilidade dos seus processos e
nesse âmbito a logística reversa traz para a organização uma proposta de reutilização dos produtos pós
consumo que são descartados pela sociedade em geral da pior maneira.
Observa-se por meio dos dados coletados que a logística reversa propõe vantagens e
desvantagens para o plano organizacional da empresa. A redução dos custos de desperdícios foi vista
como uma das vantagens e o gasto com o sistema de logística reversa foi apontado e questionado como
uma desvantagem dentro da pesquisa.
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Diante dos resultados, compreendemos que a logística reversa é uma estratégia que coloca a
vantagem competitiva como um diferencial na produção e/ou no produto ou no mercado alvo da empresa.
Além disso, quando o sistema é implementado da melhor forma, respeitando as normas e o meio
ambiente, a empresa tende a ganhar mais visibilidade e credibilidade diante de seus concorrentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa mostrou como uma organização de grande porte implantou o sistema de
logística reversa voltado para o pós consumo e como ele funciona dentro da cadeia produtiva do
segmento da linha branca. É importante destacar que a empresa que não possui um sistema de logística
reversa implantado na sua cadeia produtiva, dificilmente estará apta a competir com mercado, visto que a
logística reversa propõe a diminuição dos custos na cadeia de produção, desde o recebimento da
matéria-prima até o escoamento dessa produção.
A metodologia da pesquisa propôs uma análise de dados recolhidos por um questionário formulado
com treze perguntas abertas o qual foi encaminhado para um analista de logística reversa da empresa,
além disso, foram feitas pesquisas bibliográficas com obras referentes ao assunto, assim como foi feito
também pesquisa em sites relacionados com o tema do presente artigo.
Ao analisar os dados recolhidos, destaca-se três pontos importantes observados nesta pesquisa
sobre a logística reversa. Primeiro, a logística reversa traz para a empresa a vantagem no que concerne
à imagem positiva da empresa diante do cliente. Ficou claro que esta imagem positiva da organização
representa uma oportunidade de influenciar seus parceiros, fornecedores, seus públicos de interesse de
um modo geral ao que se remete à propagação de valores e a adoção de uma conduta ética e
responsável, empenhada e apoiada nos princípios da sustentabilidade.
Segundo, os sistemas de informação são essenciais para que o processo de logística reversa
possa operar da melhor maneira possível, e para muitas empresas viabilizar estes sistemas de
informação é um grande desafio pelo seguinte fato da falta de sistemas informatizados na maioria das
empresas nacionais, sistema esse onde o objetivo é fazer a integração da logística reversa ao fluxo
normal de distribuição. Diferenciando-se da maioria das empresas brasileiras, a empresa estudada aqui
desenvolveu seu próprio sistema de informação, no qual criaram um portal eletrônico com capacidade de
fazer todo o rastreamento de retorno dos seus produtos.
Terceiro, a malha logística de transporte precisa ser planejada para que a gestão do fluxo do
retorno dos produtos seja de um modo geral eficiente para a empresa. A malha logística é incumbida por
atender o fluxo de retorno dos itens pós consumo ao ponto consolidador de recebimento desses
produtos, contudo ela precisa ser mapeada, estudada e padronizada para assim atender esse fluxo de
retorno, ao contrário disso, a ineficiência da malha logística nacional pode atrapalhar o processo da
logística reversa dentro do setor da linha branca, no qual foi citada como um problema para empresa.
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No tocante, o presente artigo foi voltado para o estudo da cadeia produtiva da linha branca que mostrou
de uma maneira simples e concisa que a logística reversa contribui para a tomada de consciência dos
gestores, além da melhoria nos processo internos e na qualidade dos produtos e da vantagem
competitiva em relação aos seus fornecedores, juntamente com a implantação de ações corretivas a
partir das necessidades e expectativas dos clientes e fornecedores.
Este artigo é uma sugestão para futuras pesquisas sobre a logística reversa, tornando-se
interessante, pois aborda um tema totalmente em voga, haja vista que num futuro mais do que breve este
tipo de logística será imprescindível para a implementação e o funcionamento do sistema da
sustentabilidade que fará parte de um novo sistema global. Este trabalho também visa o desenvolvimento
de estudos para a inclusão de novos produtos no ciclo reverso associando à expansão do consumo de
bens duráveis dentro das diversas organizações.
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TRABALHADORES (AS) NA INFORMALIDADE: UM ESTUDO DOS PROCESSOS DE TRABALHO NA
FEIRA DO VER-O-PESO EM BELÉM-PARÁ
Rosiane Costa de Souza
[email protected]
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Celina Alves dos Santos Furtado da Silva
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Danielly Silva Vieira
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Giane Ellen Alves de Souza
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Lidiane Ribeiro Ferreira
Faculdade Metropolitana da Amazônia
RESUMO: O artigo objetiva debater o campo do trabalho informal revelando alguns aspectos do
processo de trabalho que incidem na vida do trabalhador informal da maior feira da Região Norte do
Brasil: o Ver-o-Peso. O trabalho sem um vínculo empregatício, sem formalização em carteira de trabalho
e o trabalho por conta própria, assumem essencialmente o caráter de trabalho informal no contexto do
capitalismo contemporâneo. A partir da pesquisa de campo, realizada através de entrevista
semiestruturada com trabalhadores (as) do Ver-o-peso, privilegiou-se o diálogo com alguns aspectos do
processo de trabalho com categorias como identidade, mercadoria, preço e lucro, tempo de serviço e
sistema de seguridade social. Os resultados da pesquisa apontam a ausência de vínculos desses
trabalhadores com as políticas sociais e, portanto a exigência de um debate no interior do Serviço Social
que legitime o aporte teórico e metodológico da teoria critica para compreender as particularidades dos
processos de trabalho que precarizam a vida do trabalhador no modo de produção capitalista.
Palavras-Chave: trabalho, informalidade, precarização.
INTRODUÇÃO
No presente artigo explanamos o olhar do Serviço Social para os trabalhadores do mercado
informal do Ver-o-Peso, onde o nosso objetivo é perceber esse modelo do capitalismo que é recente no
Brasil, onde a riqueza e a miséria se relacionam e estão presentes em nossa formação social, e,
apreender, buscando elementos que nos auxiliem na compreensão desse capitalismo recente e das
principais mudanças que vem ocorrendo no universo do trabalho onde a mundialização, a
transnacionalização e financeirização dos capitais vem ditando atualmente o modelo produtivo, industrial
e de serviços no Brasil, onde esse entendimento irá nos possibilitar visualizar amplamente os
desdobramentos dessas novas formas de organização do trabalho. Para isso, as análises conceituais na
pesquisa foi o embasamento teórico em categorias analisadas por autores da teoria crítica como Antunes
(2006) que discute o campo da informalidade e do trabalho, bem como inclui uma pesquisa de campo
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realizada junto aos trabalhadores informais do Ver-o-Peso, com o objetivo de como esse modelo
produtivo vem afetando a vida desses trabalhadores informais.
Observamos também que a categoria do trabalho continua sendo a mais importante no capitalismo
contemporâneo apesar da burguesia e do Estado tentarem – e vêm obtendo êxito em vários aspectos –
desqualificar o trabalhador, reestruturar atividades para melhor explorar, combatendo as organizações de
classe e os que se mantêm na luta para transformar o trabalho de opressão em liberdade.
Tanto nos ―Manuscritos‖ quanto no ―O Capital‖, Marx faz referência ao trabalho como a categoria
que dá origem a um novo tipo de ser que é o ser social. Duas citações ilustram essa afirmação:
Nos Manuscritos, Marx diz o seguinte (2004, p. 84): Pois primeiramente o trabalho, a
atividade vital, a vida produtiva mesma aparece ao homem apenas como um meio para a
satisfação de uma carência, a necessidade de manutenção da existência física. A vida
produtiva é, porém, a vida genérica. É a vida em engendradora de vida. No modo da
atividade vital encontra-se o caráter inteiro de uma espécie, seu caráter genérico e a
atividade consciente livre é o caráter genérico do homem.
Fica claro, aqui, que o trabalho é a atividade essencial na produção do ser humano. E em O Capital temos
aquela célebre passagem em que Marx define o que é trabalho em geral. Nas palavras dele (1975, p. 202):
...“o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o
ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material
com a natureza. (...) Não se trata aqui das formas instintivas, animais, de trabalho. (,,,
Pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana. Uma aranha executa
operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao
construir sua colmeia. Mas, o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele
figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo
do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do
trabalhador‖.
Estas poucas, mas importantíssimas passagens parecem não deixar dúvida de que o trabalho é a
categoria fundamental do ser social. Todas elas fazem referência aos elementos essenciais e universais
do trabalho. Ao trabalho que, como produtor de valores de uso será uma necessidade eterna da
humanidade.
Como apreendemos anteriormente, é da essência do trabalho que surge o fato de que ele é a
única categoria que tem por função social transformar a natureza para criar os bens materiais
necessários à existência humana. Com isso ele se constitui no fundamento ontológico do ser social. Além
disso, por ser também uma necessidade que não se pode abolir da vida humana, ele permanecerá
sempre, em alguma forma concreta, como o fundamento de qualquer forma de sociabilidade.
Dessa constatação segue, como consequência, que o trabalho é a raiz do ser social e que,
portanto, toda transformação radical da sociedade pressupõe, necessariamente, uma alteração essencial
na natureza dessa atividade.
Somos forçados a começar constatando que o primeiro pressuposto de toda a existência
humana e, portanto, de toda a história, é que os homens devem estar em condições de
viver para poder ―fazer história‖. Mas, para viver, é preciso antes de tudo comer, beber, ter
habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, portanto, a
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produção dos meios que permitam a satisfação destas necessidades, a produção
da própria vida material, e de fato este á um ato histórico, uma condição fundamental de
toda a história... (Marx e Engels, 1984. p. 39).
Aqui se resgata a verdadeira centralidade do trabalho, na velha lição de Marx, que ademais
aprofundava o que já houvera sido anunciado desde os filósofos da Antiguidade clássica: os homens e a
sociedade são determinantes e determinados pelo trabalho. Não restará nenhuma dúvida depois da
pesquisa de campo que fizemos, onde velhas e novas formas de exploração se juntam para manter
submisso o trabalhador e o produto do seu trabalho.
2. A NOVA ORDEM DO MERCADO DE TRABALHO: “IMFORMATIZAÇÃO E INFORMALIDADE”
Com base no texto ―A era da informatização e a época da informalização: riqueza e miséria do
trabalho no Brasil‖ de Antunes (2006) elaboramos um artigo sobre a riqueza e miséria dos processos de
trabalho no Mercado informal do Ver-o-Peso.
Foi na década de 1980 que os primeiros impulsos do processo de reestruturação produtiva
aconteceram. As empresas começaram a adotar novos padrões organizacionais e
tecnológicos, como por exemplo, o just-in-time¹. Também, nesse período, começou a
implantação de métodos que o autor chama de ―participativos‖, ou seja, métodos que
visavam o envolvimento dos trabalhadores com o plano da empresa. A reestruturação
produtiva, nessa época, obteve diminuição de custos, através da diminuição da força de
trabalho. Foi em meados da década de 80 que o fordismo existente em nosso país
começou a se abrir para o toyotismo, através da recuperação parcial da economia,
ampliando assim, as tecnologias, introduzindo a automação industrial (ANTUNES, 2006).
Para muitos teóricos sociais e também economistas, a década de 80 foi considerada como a
"década perdida", mas para o mundo do trabalho foi um período de criação e de avanço. Já nos anos 90,
tivemos privatizações, alto índice de informalidade, desindustrialização e uma crescente financeirização.
Nessa fase de financeirização, do capital-dinheiro, do avanço tecno-científico, do mundo digital, o Brasil
vivenciou uma mutação no campo de trabalho, da qual a informalidade, precarização e desemprego são
expressões, e então chegamos à era da informatização e à época da informalização, segundo Antunes
(2006).
No capítulo XXIII do primeiro volume de O Capital, Marx inicia a discussão a respeito da ―Lei geral
de acumulação capitalista‖. Neste ponto são dadas às bases de como deveria ocorrer o desenvolvimento
da acumulação capitalista. Neste capítulo também se evidenciam algumas características marcantes do
mercado de trabalho e suas funções dentro da teoria marxista. Em relação ao mercado de trabalho:
Mas, se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acumulação ou
do desenvolvimento da riqueza com base no capitalismo essa superpopulação torna-se,
por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista, até uma condição de existência do
modo de produção capitalista. Ela constitui um exército industrial de reserva disponível,
que pertence ao capital de maneira tão absoluta, como se ele o tivesse criado a sua
própria custa‖, para Marx (1985, p. 200).
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Segundo a lógica da acumulação capitalista, a economia informal faria parte do ―exército de
reserva de mão-de-obra‖ (o qual determinaria o seu surgimento), e serviria para expandir o processo de
exploração da mão-de-obra. Entendemos então que a economia informal teria a capacidade de absorver
parte do exército de reserva criado durante os momentos de dificuldade e com isso proporcionaria certa
estabilidade social.
Concluímos que esta estabilidade seria mantida através da criação de renda para aqueles que por
ventura encontravam-se fora do mercado formal (mesmo sendo uma renda geralmente inferior a dos
trabalhadores formais) e por meio da produção de bens e serviços mais baratos, o que reduziria o custo
de reprodução da força de trabalho.
Antunes (2006) diz que especialmente na década de 1990, com Collor e com Fernando Henrique
Cardoso que o processo de reestruturação produtiva no Brasil se ampliou. Nessa época o número de
empresas de terceirização de trabalho temporário aumentou para atender à demanda por trabalhadores
temporários, sem vínculo empregatício e sem gastos burocráticos. Isso acarretou em problemas sérios,
como redução de postos de trabalho que mudava de acordo com os movimentos do mercado e com a
reorganização produtiva e com isso problemas econômicos.
Para Antunes, (2006), foram profundas as transformações ocorridas no capitalismo recente no
Brasil, particularmente na década de 1990, quando, com o advento do receituário e da pragmática
definidos no Consenso de Washington, desencadeou-se uma onda enorme de desregulamentação nas
mais distintas esferas do mundo do trabalho.
Houve também um conjunto de transformações no plano da organização sócio-técnica da
produção, presenciando-se, ainda, um processo de reterritorialização e mesmo de desterritorialização da
produção, entre tantas outras consequências da restruturação produtiva e do redesenho da divisão
internacional do trabalho e do capital. Isso foi o que aconteceu na década de 90 com as indústrias de
calçados, com o ramo automotivo e com o setor têxtil, (Antunes, 2006), mas que afetou também de forma
geral todo o país resultando na explosão do desemprego e nas distintas modalidades de precarização do
trabalho, onde traremos como exemplo nesse artigo os trabalhadores do mercado informal do Ver-oPeso, que também não deixam de ser um resultado desse novo processo de restruturação produtiva do
capital.
Para tanto, é importante conhecermos como se desenvolveu o capitalismo brasileiro no século XX,
seu processo de acumulação industrial e seus três principais grandes saltos que se iniciou especialmente
a partir do getulismo com o primeiro salto verdadeiramente industrializante, com Juscelino Kubitschek,
em meados da década de 1950, o padrão industrial deu o seu segundo salto. Já o terceiro salto foi
experimentado a partir do golpe militar, quando se acelerou fortemente a industrialização e a
internacionalização do Brasil.
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Esse padrão de acumulação, desde JK e especialmente durante a ditadura militar,
vivenciou amplos movimentos de expansão, com altas taxas de acumulação, entre os
quais a fase do ―milagre econômico‖ (1968-1973). O país vivia, então, sob os binômios
ditadura e acumulação, arrocho e expansão‖. (Antunes, 2006).
Todo esse processo de acumulação capitalista e sua dinâmica se estruturam através da super
exploração da força de trabalho e da precarização do mesmo, onde o trabalhador é visto simplesmente
como uma mercadoria barata, tendo a sua força de trabalho sendo sugada até as últimas gotas, devido a
uma extensa jornada de trabalho, obtendo com isso a mais valia, tanto absoluta quanto relativa.
Segundo o Autor, estamos na era da informatização do trabalho, na era digital e vivemos a época
da informalização do trabalho, caracterizada pelo aumento dos trabalhadores terceirizados, trabalhadores
sem direito aos direitos de um trabalhador com carteira assinada, ou seja, gera a riqueza e se obtém a
miséria
do
trabalho.
Em meio a essa era da informalização do trabalho, o desafio hoje é maior do aquele que se
impunha nos anos do desenvolvimentismo. Isso se deve ao fato de que enquanto a situação anterior se
caracterizava por uma troca desigual que poderia ser vencida pela industrialização, a globalização hoje é
um sistema financeiro tendo então como elemento estruturante o euro e o dólar, dinheiro global que
financia a atividade produtiva latino-americana.
Sabemos que até pouco tempo, as relações de trabalho eram caracterizadas por meio de contratos
formais realizados entre ‗patrões‘ e ‗empregados‘, que normalmente se colocavam em pólos opostos
(com interesses divergentes, quando não antagônicos): os sindicatos tendiam a ser fortes e a defender
os interesses dos seus associados. Quanto mais tempo o trabalhador ficasse em uma empresa, maiores
eram suas chances de ‗fazer carreira‘ e menor a possibilidade de ser rompido o vínculo trabalhista. O
perfil do trabalhador médio era constituído por indivíduos do sexo masculino, de baixa escolaridade,
formado ‗no chão de fábrica‘, que trabalhava nas indústrias, diretamente nas linhas de produção.
Vemos que hoje a situação é bem diferente. O trabalhador da indústria já não é mais dominante,
está mais escolarizado, não tem a garantia do emprego para toda a vida, interessa-se menos pela
associação junto aos sindicatos tradicionais, está submetido a pressões crescentes para aumentar sua
produtividade, corre mais riscos de se ver desempregado, tem maior possibilidade de negociar seus
rendimentos em função do valor que agrega à produção.
Em outras palavras, as noções de trabalho/emprego/segurança social, tratadas quase como
sinônimas, mudaram com o passar do tempo, em interação com a evolução da sociedade e das
condições da produção. Assim como mudaram as realidades que se escondem por trás dessas noções.
Vários são os fatores que, conjuntamente e em interação, contribuíram para a construção desta
nova realidade do trabalho. Entre eles a globalização² econômica e a disseminação das inovações
tecnológicas e organizacionais; as transformações no papel dos estados; a disseminação do
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individualismo como valor nas sociedades contemporâneas e o crescimento da participação feminina no
mercado de trabalho.
(...) O resultado é o individualismo burguês: a redução da coletividade a mero instrumento
para o enriquecimento privado dos indivíduos. (LESSA; TONET, 2001).
(…) Ao seu lado, porém, outra mentalidade surgiu: a de formar a personalidade feminina,
dando-lhe pleno desenvolvimento, tornando-a apta a cumprir de modo eficaz o seu papel
no lar e fora dele. (IAMAMOTO, 1983).
O impacto desses fatores, por sua vez, pode ser percebido na nova configuração do mercado de
trabalho, com o aumento do nível de desemprego, o crescimento da informalização nas relações
trabalhistas, o deslocamento setorial do emprego, e a transformação nos requisitos funcionais, com a
exigência de novas habilidades e competências, bem como da polivalência funcional.
Nas empresas observa-se, ainda, o recurso ao desenvolvimento e manutenção de um núcleo
sólido de trabalhadores, altamente capacitados e qualificados, que auferem maiores benefícios e salários
e com os quais as relações tendem a ser mais estáveis; segue-se um estrato de trabalhadores ―mais
flexíveis‖, em boa parte terceirizáveis, com relações mais precárias e com menos garantias trabalhistas,
acompanhado ainda de trabalhadores satélites, de baixa qualificação, facilmente substituíveis.
De fato, o chamado "mercado de trabalho" vem sendo radicalmente reestruturado - e
todas as "inovações" levam à precarização das condições de vida da massa dos
vendedores de força de trabalho: a ordem do capital é hoje, reconhecidamente, a ordem
do desemprego e da "informalidade". (NETTO, 2012).
Em continuidade, passemos agora à categoria ―trabalho informal‖: O uso da expressão trabalho
informal tem suas origens nos estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no
âmbito do Programa Mundial de Emprego de1972. O trabalho informal é o tipo de trabalho desvinculado
a qualquer empresa, ou seja, é o trabalho indireto onde não há vínculo empregatício por meio de
documentação legalizada. Esse tipo de trabalho teve grande crescimento na década de 90 quando a
competitividade fez com que as empresas optassem por mão-de-obra qualificada e também frente à crise
econômica, as empresas tiveram que diminuir seu quadro de funcionários e baixar o valor de suas
mercadorias.
(...) “um fator poderoso para que um grande número de pessoas entre no mercado
informal é a pressão do desemprego, as pessoas desempregadas saem em busca de uma
forma de sobrevivência ou sustento de suas famílias, afirma ainda que aliada a pressão do
desemprego está a falta de credibilidade em relação aos sindicatos, o que permite que
empresas contratem funcionários através de acordo verbal, sem garantia, com tempo prédeterminado e com baixos salários‖. (RODRIGUES, 2007).
Contextualizando com Rodrigues (2007), há estudos indicando que a maioria dos homens entra
no mercado informal porque precisa trabalhar para sustentar a si próprio e a sua família e não
conseguindo lugar no mercado formal partem para a informalidade. Já as mulheres, encontram no
mercado informal a possibilidade de aumentar a renda familiar através do trabalho, podendo conciliá-lo
às tarefas domésticas. Apesar de serem múltiplos e complexos os motivos que levam os trabalhadores à
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informalidade, é grande a quantidade de autores que acreditam que, invariavelmente, a deterioração do
emprego e o aumento do mercado informal estão relacionados com as mudanças estruturais, a baixa
capacidade de geração de postos de trabalho formais e a presença gradual do desemprego. Assim, o
mercado de trabalho informal tornou-se uma alternativa de sobrevivência e complemento de renda para
aqueles que têm dificuldade em inserir-se no mercado formal, seja por causa da idade, sexo, habilidade,
condições físicas ou pela redução de custos das empresas.
Segundo o DIEESE, o trabalho informal atinge aproximadamente 49% da ocupação dos
brasileiros.
TRABALHO INFORMAL EM BELÉM – PA.
No Brasil, esse tipo de comércio informal tem grande apelo, tanto por nossa produção
agropecuária como pelo potencial extrativista de plantas tropicais.
O Mercado Ver-o-Peso, em Belém, é uma das maiores atrações turísticas da capital paraense.
Construído em 1625, tem cerca de 35 mil m2 e destaca-se especialmente pelo comércio de peixes da
bacia Amazônica e pela arte indígena e comércio de bens da floresta.
Gerada nos braços da grande feira do Ver -o- Peso a cidade tem sua história marcada pela força
cultural e econômica das feiras livres e mercados municipais, por isso, 70% dos empregos na capital
paraense estão na informalidade, informa o DIEESE.
A informalidade faz parte do mundo do trabalho na sociedade pós-industrial. Quem vive em
Belém, ou visita a cidade pela primeira vez não consegue deixar de notar o grande comércio informal que
inunda as ruas. A grande movimentação de pessoas permite que trabalhadores informais, não
cadastrados, possam comercializar suas mercadorias. Mas, em Belém, ser ―camelô‖ é mais que uma
forma de ganhar o sustento. É uma questão sociocultural. O trabalho já se projetou como herança
familiar, e passa de geração a geração.
É comum presenciar conflitos entre os setores públicos e os trabalhadores, que por não serem
regulamentados criam entraves, tanto aos comerciantes legais, quanto à população em geral.
Porém, a falta de sintonia dos projetos com as necessidades e a quantidade desses
trabalhadores promove um embate cada vez maior, pois as políticas públicas voltadas à regularização e
ordenamento urbano não ―resolvem‖ ainda a questão.
A seguir serão apresentados alguns dados obtidos na pesquisa de campo realizada diretamente
com trabalhadores informais do Ver-o-Peso, local de grande concentração de vendedores ambulantes.
TRABALHADORES INFORMAIS DO VER-O-PESO
Identificação
―Considero-me um autônomo e estou há 10 anos nessa atividade de ambulante. não faço
parte de sindicato e nem de associação meu produto é adquirido no município de
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Barcarena (pupunha). meus clientes são principalmente trabalhadores daqui da feira e
minha renda diária é de até 120 reais, não tenho filhos.‖
Dos trabalhadores que foram entrevistados, a maioria são homens na faixa etária entre 30 a 50
anos, onde dessa totalidade 90% considera-se trabalhador autônomo, mas que vemos que nem eles
próprios sabem se identificar, posto que todos são trabalhadores informais e vendedores ambulantes,
pois segundo dispõe a Lei Federal nº 8.212/91, trabalhador autônomo é a pessoa física que exerce por
conta própria atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não.
―Palavra que serve de qualificativo a tudo o que possui autonomia ou independência, isto
é, de tudo quanto possa funcionar ou manter-se independentemente de outro fato ou ato‖.
(PLÁCIDO E SILVA)
Tempo de Profissão
―Me considero vendedor ambulante. Comecei a trabalhar com 8 anos como feirante ajudando meus
pais na barraca (os pais eram dono de barraca). Estou a 30 anos como vendedor ambulante aqui na
feira e atualmente eu tenho 50 anos. Não pago o INSS e nem sindicato, porem pago a funerária.
Compro meus produtos para revenda aqui mesmo (gel de massagem, presto-barba, tesoura, etc...).
Meus produtos variam de R$ 2,00 a R$ 8,00 e chego a faturar R$ 200,00 por semana sendo variada
as pessoas que adquirem meus produtos, com exceção de turistas, que nunca compraram meus
produtos.
Observamos que a média do tempo de trabalho exercido por metade dos entrevistados nos
reforça a ideia que para esse contingente a informalidade não é um rendimento complementar, mas a
sua renda familiar onde é repassado de pai para filho que é mais vantajoso desempenhar essa atividade
informal do que ficar desempregado.
Sistema de Seguridade
―Me considero vendedor ambulante e estou no local há 30 anos. Pago o INSS e mesmo
quando me que me aposentar continuarei com as minhas vendas, pois gosto do que faço.
Os fornecedores dos meus produtos são aqui da feira mesmo (sorvete e picolé). Todos os
sexos e classes sócias adquirem meus produtos e no final do dia chego a faturar R$
60,00. Apesar de gostar do que faço, não incentivo meus filhos a seguir esta vida”.
Como maneira mais fácil e honesta, as pessoas se tornaram trabalhadoras de rua e apesar de
não lhes oferecer garantias e benefícios, como férias, décimo terceiro salário, hora extra remunerada,
FGTS, licença maternidade-paternidade, seguro desemprego e outros conseguem o sustento da família
mantendo assim seu padrão de vida. Dos entrevistados 99% não paga INSS, mas todos tem consciência
dos benefícios garantidos pela Seguridade, pois em outro relato, um vendedor ambulante nos disse que
se preocupa com seu futuro, já que não paga a Previdência e que por isso vai verificar a sua situação pra
continuar a contribuir, já que ele já havia trabalhado de carteira assinada.
Segundo o autor liberal José Pastore,
―A resolução dos problemas de desproteção social depende de uma reforma trabalhista e
previdenciária. A trabalhista, através de negociação e redução de despesas de
contratação, especialmente para as micro e pequenas empresas, estimulando-as a
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contratação, especialmente para as micro e pequenas empresas, estimulando-as a
contratar mais empregados com proteções legais mínimas. A previdenciária, voltada
principalmente para os trabalhadores por conta própria, com vistas a estender para eles os
benefícios previdenciários fundamentais. Combinadas, as duas ajudariam a reduzir o
problema da informalidade e o déficit público, o que, por sua vez, estimularia os
investimentos públicos e privados e o emprego e o trabalho de boa
qualidade.‖ (PASTORE, 1997).
Mercadoria
―Como vendedor ambulante, pois fui expulso pela SECON do local fixo em que trabalhava,
não podendo ficar com a mercadoria estacionada, pois os fiscais recolhem os produtos e,
neste caso é melhor deixar pra lá, pois é mais custoso tentar recuperar a mercadoria do
que comprar outras. Estou há três anos como vendedor ambulante, não sou sindicalizado
e nem pago INSS. Os produtos que vendo, são adquiridos aqui mesmo, entre eles óculos,
que atualmente é o que estou vendendo. Meus clientes são tanto homens quanto
mulheres, ricos ou pobres. Acho injusto a perturbação dos fiscais em relação aos
vendedores ambulantes, é por isso que muitos preferem o mundo do crime do que
continuar trabalhando assim. Jamais incentivarei meus filhos a trabalhar como vendedor
ambulante na feira‖.
―Meu nome é Gabriela da Silva, 46 anos, sou autônoma há 14 anos, não pago INSS,
compro meus produtos do nas lojas de importados. Meus produtos é pente, alicate de
unha, tesoura, piranha, prestobarba e outros. O preço vai de R$ 1,00 a R$ 8,00. Quem
compra é as pessoas em geral e turista também.‖
Dos entrevistados, a maioria adquire seus produtos na própria feira do Ver-o-Peso e tem como
consumidores pessoas de ambos os sexos, de toda classe social, incluindo turistas. Dentre eles são
vendidos desde pentes e agulhas a genêros alimentícios como lanches, água de coco e biscoitos. É da
venda dessas mercadorias que eles abstraem o sustento de seu lar. Percebemos que entre eles não
existe uma disputa acirrada pela venda de seus produtos como acontece com as grandes empresas que
através do marketing, fetichizam seus produtos. Perguntado sobre a concorrência, um vendedor nos
disse : ―Não, aqui a gente está com o mesmo objetivo que é garantir o nosso sustento‖.
A mercadoria é a forma mais singular que se tem do capital porque toda produção
capitalista toma forma de mercadoria. A mercadoria é em primeiro lugar um valor de uso
que expressa o trabalho como mediação do homem para com a natureza. (Marx,1985).
Aqui entra um outro personagem que interage diretamente e ostensivamente contra os
vendedores ambulantes: os fiscais da Secon. A maioria dos entrevistados disseram-nos que tinham um
ponto fixo dentro da feira, mas foram expulsos pela SECON (Secretaria de Economia de Belém) e desde
então não tem ponto fixo e também não podem vender dentro da feira e por isso ficam afastados.
Disseram também que a fiscalização e a polícia estão sempre de olho neles. Todos os entrevistados
questionaram a fiscalização e normas proibitivas da (SECON), e um vendedor disse ―é uma perturbação
esses fiscais...‖.
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Preço e Lucro
―Me considero autônomo e estou a 15 anos trabalhando aqui no Ver-o-Peso. Não pago
sindicato. Meus produtos são adquiridos por aqui mesmo (bombons, cigarros, controles,
agulhas, etc). Meus produtos variam de preço entre R$ 0,10 a R$ 25,00. Meus fregueses
são variados e algumas vezes chego a faturar R$ 1.500,00 no mês. Meus filhos não são
incentivados a virem para cá.
―Me chamo Geraldo Sá Rodrigues, tenho 47 anos, sou autônomo, vendedor de lanches, já
trabalho há dois anos aqui. Sou eu mesmo junto com a minha esposa que fabricamos os
nossos lanches pra eu vender. Vendo suco de frutas e salgados variados, vendo o
completo no preço de R$ 2,50 o completo. Quem compra é turista, viajante e o pessoal em
geral. Já trabalhei de carteira assinada como carpinteiro e saí por motivo próprio, pois
trabalhando aqui eu tiro uns R$ 150,00 por dia e ganho mais que um salário. Eu tenho a
oitava série incompleta.‖
No seu discurso ―Valor, preço e lucro" Marx, diz:
―Os preços do mercado não fazem mais do que expressar a quantidade social média de
trabalho que, nas condições médias de produção é necessária para abastecer o mercado
com determinada quantidade de um certo artigo.‖ (MARX,1985).
Marx afirmava que o lucro se obtém vendendo a mercadoria pelo seu valor. ―A origem do
lucro e a explicação do mecanismo da formação dos preços das mercadorias se encontra
na esfera da produção e não da circulação das mercadorias‖ (...).A palavra lucro é usada
por Marx "para exprimir o montante total de mais-valia extorquida pelo capitalista".
Aqui chegamos ao objetivo central de nosso artigo, pois diante da real situação dos trabalhadores
informais, o resultado de seu trabalho, que são seus rendimentos. De acordo com as entrevistas, mais de
50% dos vendedores ambulantes recebe por semana em lucro das vendas mais de R$ 60,00 por dia e
chega a lucrar até R$ 220,00 por semana, configurando um rendimento maior que o dos trabalhadores
que ganham um salário mínimo desempenhando uma atividade formal. É aqui que se coloca em xeque a
ideia da informalidade desempenhando apenas uma atividade complementar, mas na verdade, apesar de
em determinados períodos esse rendimento seja baixo, ele é muito importante para a manutenção dos
trabalhadores informais e suas famílias.
O olhar do Serviço Social
Portanto, concluímos então que o olhar do serviço social para essa categoria deve ser embasada
no respeito mútuo entre a formalidade e a informalidade do trabalho, exercendo uma perspectiva de
integralidade desses trabalhadores, onde esse respeito seja pautado na dignidade da pessoa humana,
onde seus direitos sejam plenamente viabilizados e garantidos, pois vimos nesses trabalhadores os seus
sonhos, os seus medos, os seus anseios, e principalmente a sua vontade de trabalhar e de viver.
Esse contexto é condicionado pelo neoliberalismo que, por meio da desregulamentação e
flexibilização do trabalho, incita a fragmentação da classe trabalhadora e reduz seus direitos já adquiridos
para atingir a reconstituição do mercado com o mínimo de intervencionismo estatal, incluindo o setor de
proteção social. A elaboração, gestão e aplicação de políticas, programas e projetos sociais, bem como a
produção científica voltada à temática mostram-se como possibilidades de contribuição do assistente
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social na garantia de direitos dos sujeitos usuários de seus serviços. O desvendamento das contradições,
a socialização de informações e o incentivo à organização política dos que estão na informalidade incita o
debate sobre este controverso tema, que exige, além da abordagem do Serviço Social, a interlocução
com as demais políticas públicas e categorias profissionais voltadas ao social, em prol do efetivo acesso
aos direitos universais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A informalidade ganhou um novo papel como um dos últimos recursos em meio a uma economia
cada vez pior. Isso se deve por que os trabalhadores autônomos não pagam os impostos trabalhistas, e
economizam para algumas emergências, o que resulta em menos consumo casual, diminuindo o impacto
da atividade econômica. Mas isto mudou, pois o Brasil, como país emergente, apresenta um crescimento
econômico, e a informalidade passou a empregar mais pessoas, fazendo com haja um fluxo grande
dinheiro, fazendo a economia fluir.
Portanto foi através de todo esse processo de acumulação que se iniciou no século XX, que o
trabalhador informal passou a disputar o seu espaço dentro desse mercado competitivo e desigual, onde
ele se enxerga como um trabalhador autônomo que luta por um lugar dentro do mercado, que sofre com
as ―perseguições‖ dos órgãos de fiscalização, onde muitas vezes as suas mercadorias são apreendidas e
destruídas (por não serem legalizadas), mas que também sonham com melhores condições de vida, e
por isso sobrevivem desse meio de trabalho, que, aliás, é o seu único meio de sobrevivência e de sua
família. Em nível de Belém, de acordo com o Dieese/PA, mais de 400 mil pessoas trabalham no setor
informal na Região Metropolitana de Belém, sendo 240 mil somente na capital, que é de 59,9% do
pessoal ocupado. As principais causas do crescimento da economia informal na Região Metropolitana de
Belém são o desemprego e a falta de qualificação profissional.
Possivelmente, o processo de desemprego, exclusão social e de pauperização que vem atingindo
as sociedades tornar-se-á ainda mais agudo. Mas permanece a esperança de que os atores sociais,
organizados em instituições políticas e civis, busquem soluções para minimizar estes efeitos. Por um
lado, a necessidade de abrir espaços de reflexão sobre ‗que trabalho‘ e ‗para quem‘, traz a esperança de
que os homens, no exercício de sua racionalidade, encontrarão novas respostas para os problemas que
criam.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo. A era da informatização e a época da informalização: riqueza e miséria do trabalho
no Brasil. Riqueza e Miséria do trabalho no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2006.
MARX, Karl. O Capital - Crítica da economia política. Livro I, 1985.
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA
NETTO, J. Paulo. Palestra proferida na mesa de abertura ("Crise do capital, particularidades da questão
social no Brasil e a organização dos trabalhadores em seu estágio atual") do 5º Seminário Anual de
Serviço Social: Crise do capital, particularidades da questão social no Brasil e a organização dos
trabalhadores em seu estágio atual (São Paulo, maio de 2012). Serv. Soc. Soc. no.111, São Paulo July/
Sept. 2012.
RODRIGUES, Vivian Machado de Oliveira. Causas do Avanço do Trabalho Informal no Brasil e
Regiões Metropolitanas Brasileiras a Partir da Década de 1990. FAECO, Santo André, 2007.
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA
ALIENAÇÃO PARENTAL: INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO JUDICIÁRIO
Ana Flavia De Lima Farias
[email protected]
Luana Silva Ruiz
s.ruiz @hotmail.com
Ivete De Fátima Ferreira Brabo
[email protected]
Patrícia Nayara de Seixas Negrão
[email protected]
Maria Carolina Chaves Souza
RESUMO: O trabalho apresentado aborda um tema relativamente novo para a profissão que é a
alienação parental, explicitando o seu significado na relação dos genitores ou responsáveis quando de
forma abusiva tentar afastar os filhos do relacionamento com outro genitor ou responsável, buscando
destruir a com a criança e ou adolescente. Para desenvolver o tema abordamos o convívio e proteção
familiar e conceito de alienação parental. Além disso, apresentaremos relatos das experiências e
dificuldades enfrentadas por profissionais de Serviço social no âmbito sóciojurídico para o atendimento
destes casos, como ocorre as intervenções quando constatado o fenômenos da Síndrome de Alienação
Parental e analisa as mudanças e impactos resultantes da Lei que define a Alienação Parental.
Palavras-chave: Vínculo Familiar; Alienação Parental; Serviço Social.
INTRODUÇÃO
O presente artigo pretende mostrar de maneira geral a importância da família na vida de
crianças e adolescentes, dos direitos que estes possuem em serem criados e educados por suas
famílias. Neste sentido estudaremos a Alienação Parental, a Síndrome da Alienação Parenta com base
no Serviço Social no Fórum Cível de Belém, enquanto espaço de atuação do Assistente Social, na
expectativa de viabilizar o conhecimento das atribuições e competências do profissional de Serviço Social
na área sóciojurídica. Desta forma, apresentado conceito e origem deste termo que chegou ao Brasil em
2002, pela associação de Mães e Pais Separados- APASE e posterior disposto na Lei n° 12.318
sancionada no ano de 2010.
Desta feita, apresentaremos a importância dos vínculos familiares e o direito que a criança e o
adolescente possuem ao convívio e proteção familiar. Relações familiares que muitas vezes se
apresentam fragilizadas diante de uma separação onde é privado do convívio familiar e tornam-se
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________
1
O termo Síndrome da Alienação Parental foi descrito inicialmente na década de 80, pelo norte americano Richard
Alan Garden, professor de Psiquiatria Clínica de Divisão de Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia nos
Estados Unidos. Considera-se uma disfunção nos relacionamentos estabelecidos no sistema familiar que vem
sendo discutida por profissionais de saúde mental que atuam na clínica, e especialmente aqueles que lidam no
ambiente forense, é a chamada Síndrome da Alienação Parental (SAP).
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA
O conceito de Alienação Parental, como prática em que o pai, mãe ou responsáveis pela criança
ou adolescente, de forma abusiva, afasta o filho do relacionamento com o outro genitor e sua família.
Por fim, o relato e analise de entrevista sobre a alienação parental nos Fórum Civil de Belém,
bem como, o papel do profissional de Serviço Social quando constatada a alienação parental, tendo em
vista o bem estar da criança ou adolescente. E verificar a realidade e as dificuldades que os profissionais
enfrentam no dia a dia do trabalho com as famílias com relação a esta situação; conhecer a intervenção
destes profissionais quando constatado a Alienação Parental e analisar quais os impactos e as
mudanças decorrentes da Lei que define a Alienação Parental nos relacionamentos familiares, a partir de
suas experiências enquanto profissionais.
O DIREITO QUE A CRIANÇA E ADOLESCENTE TÊM AO CONVÍVIO E PROTEÇÃO FAMILIAR
A Alienação Parental é uma violência que pode causar grandes prejuízos ao desenvolvimento
psicossocial da criança e do adolescente, considerando que a família, a escola, cenários políticos e
sociais são de extrema importância no processo de desenvolvimento do infante e que estão inseridos em
um contexto multideterminado que envolvem dimensões sociais, afetivas, cognitivas e biológicas (MOTA,
2005, p.106). A diversidade de ambientes e subsistemas, certamente vai influenciar este processo em
que o indivíduo vai interagir e também sofrer interferência do meio social em que está inserido.
Na família são estabelecidas relações que influenciaram o desenvolvimento do indivíduo, os
vínculos constituídos nesta fase familiar servirão como base para relacionamentos posteriores, portanto,
há que se considerar que a interação e estabilidade familiar proporcionam um ambiente saudável ao
desenvolvimento da criança e do adolescente. Mas, deve-se considera que a família apresenta suas
complexidades passando por transformações que são resultados dos impactos sofridos por fatores
econômicos, históricos e culturais, ao longo dessas transformações constatam-se a consolidação das
alterações nos papéis exercidos nas relações de afeto e o surgimento de novos arranjos familiares.
O estudo aponta que numa relação de convivência familiar, quando ocorre a separação
geralmente resta aos envolvidos o legado de sentimentos de dor, magoa e raiva que causam sofrimento
a todos que fazem parte desta família, e a dinâmica mal estabelecida pode interromper a função de
proteção e promoção de saúde à criança e ao adolescente.
O Estatuto da Criança e do Adolescente ECA- Lei nº 8.069 prevê, que a criança e o adolescente
têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
leis. (Art. 15). Direitos que estão fundamentados pelas conquistas obtidas nas lutas para um único fim, o
benefício do desenvolvimento biopsicossocial do infante.
Segundo Estatuto da Criança e do Adolescente Art. 5º, ações que se configuram como violência
podem ocorrer pela ação ou pela omissão, no seio familiar, pela sociedade e pelo Estado, e daí a
necessidade da promoção de mecanismos que mantenham a infante a livre o de qualquer tipo de
violência e/ou negligencia.
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Para Verônica (2007) é fundamental que seres humanos tenham consciência da magnitude e
sintam-se preparados para trazer ao mundo o fruto de um relacionamento afetivo. Deveriam, com o
termino da relação, despir-se de todo animosidade para que, pudessem acompanhar a educação e
desenvolvimento biopsicossocial de seus filhos.
ALIENAÇÃO PARENTAL
Destaca-se, que família exerce papel de extrema importância para o desenvolvimento da criança
e do adolescente, nela se constroem pessoas com autoestima e que aprendem a enfrentar desafios e
assumir responsabilidades. Sendo nas transformações sociais, culturais, políticas, econômicas, as quais
geram grandes impactos sobre as famílias, como consequência em suas relações é possível citar o
crescente número de separações conjugais. A partir deste momento surge às disputas pela guarda da
criança, nesse sentido, é necessário estudar a alienação parental como consequência da disputa
desarmônica entre o casal no que diz respeito aos cuidados e a guarda para com os infantes, o que
ocasiona grandes problemas para os pais, mas, principalmente para as crianças e aos adolescentes.
Mesmo se tratando de um fenômeno antigo, estudos sobre o tema ainda são recentes no Brasil,
a abordagem sobre o assunto teve início por meio da Associação de País e Mães Separados, que
tiveram participação na criação da lei de guarda compartilhada, em junho de 2008 e posteriormente na
elaboração do projeto de lei que foi sancionado em agosto de 2010 e determinado Alienação Parental
(SOUSA, p.93).
Desta feita, a Alienação Parental fica configurada como a implantação de falsas memórias,
campanha que apresenta como objetivo macular a imagem do outro genitor ou responsável, ao provocar
sentimento de raiva e desprezo por parte dos filhos ao genitor alienado provocando o afastamento entre
estes.
Antelo (2011) destaca que na alienação parental:
[...] a Psicologia Jurídica tem sido grande aliada na intervenção das disputas em
que claramente se constata a Síndrome da Alienação Parental. O profissional desta área
atua com normas jurídicas e da psicologia para alcançar uma solução mais saudável à
criança e aos genitores, visando o bem estar da crianças [...] Nos casos do direito de
Família, se busca garantir o cumprimento de deveres e direitos dos país em relação à
criança. A psicologia se ocupa em atuar nos aspectos que podem comprometer o
desenvolvimento psicoemocional da criança, assim como nas futuras relações familiares
(t.d., p. 03-05)
Em 26 de agosto de 2010 o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei
nº 12.318, que dispõe sobre a Alienação Parental. Porém os debates que circundam este tema remetem
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
2
―nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão aos seus direitos
fundamentais‖.
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA
genitores, avos, tios e outro parentes com o objetivo de deturpar ou até mesmo provocar o rompimento
dos vínculos do genitor alienado com a criança; e a Síndrome da Alienação Parental é considerada um
estágio avançado da Alienação Parental, condutas de comportamento, sequelas emocionais deixadas
pelo processo alienador, consideradas patologias.
A lei da Alienação Parental não considera o termo Síndrome da Alienação Parental,
esta
temática tem sido motivo de diversas discussões acerca da existência ou não da síndrome (patologia).
Certamente essas críticas estão baseadas no fato de que a Organização Mundial da Saúde (OMS não a
reconheceu como patologia e, portanto não foi registrada no Manual Diagnostico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-IV). Desta forma, tanto as varas da infância e da juventude, Família e
sucessões tem como base a Lei nº 12.318 de 2010, que utiliza o termo Alienação Parental.
Como percebemos a alienação parental, configura-se como um conjunto de ações e ou
omissões praticada por um dos genitores ou parente próximo, com intuito de destruir a imagem do genitor
alienado, enfraquecendo seu vínculo afetivo com o infante. A própria lei exemplifica um rol de práticas
que configuram atos de alienação parental e que são verificadas cotidianamente, presentes no Art. 2º:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da
Paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar
contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício do direito
regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente a genitor informações
pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e
alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares
deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou
adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a
dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares
deste ou com avós (BRASIL, Op.Cit.)
Neste ―jogo manipulatório‖, em que a criança e adolescente são envolvidos e utilizados como
uma verdadeira ―arma‖ pronta para atingir o outro genitor, existe alguns casos que são considerados
leves, moderados e severos, que Gardner definiu como estágios ou níveis e descritos por Sousa (2010,
p.106):
Nível Leve: a criança alienada apresenta apenas algumas manifestações, difíceis de
serem identificadas.
Nível Moderado: é considera o nível mais comum quando identificado, em que os
sintomas são mais evidentes e ocorre a difamação da outra figura familiar.
Nível Severo: os sintomas são exacerbados, a criança fica na presença apenas do
alienador e rejeita visitas do outro genitor e pode até desenvolver uma doença emocional.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
3
No Art. 2º, configura-se como ato de Alienação Parental: À interferência na formação psicológica da criança e do
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento
ou à manutenção de vínculos com este. (BRASIL,2010)
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Outro fato importante e que o genitor alienado pode contribuir, mesmo que de forma involuntária,
com essa prática alienante. Por se tratar de um embate desgastante, na medida em que se sente
impedido de participar da vida cotidiana da criança e ou adolescente, começa a diminuir a frequência das
visitas, ligações passeios e etc., quando se afastas do filho (a) contribui com o objetivo do alienador.
Tendo como base pesquisas e estudos, não se pode afirmar que o genitor alienante é o detentor
da guarda ou não. A atitude, no cotidiano, que objetiva a exclusão do outro genitor é que vai caracterizar
o alienador, assim criando formas de bloquear a convivência entre o outro genitor e a criança.
Segundo Maria Berenice Dias (2010, p.455),
Muitas vezes, quando da ruptura da vida conjugal, quando um cônjuge não consegue
elaborar adequadamente o luto da separação e sentimento de rejeição, de traição, surge o
desejo de vingança que desencadeia um processo de destruição, de desmoralização, de
descrédito do ex-parceiro.
Para Fonseca (2006), as ações do genitor alienante podem começar de modo silencioso e não
explicito, como: não comunicar eventos e fatos importantes da vida dos filhos, tomar decisões sem prévia
consulta do outro genitor, inventar desculpas para evitar as visitas do genitor alienado, como febre, dor
de cabeça, dor de garganta, visita de familiares, festinha de amigos, não demonstrar contentamento
durante a presença do genitor alienado, faz questionamentos ao filho a respeito de quem mais ele gosta,
ou que deve gostar apenas dele e não do outro responsável, etc.
Para melhor compreensão do assunto selecionou-se algumas ações mais detalhadas, Não,
porém, não estáticas de atos praticados pelo genitor alienante, tais como:
Exclui o outro genitor da vida dos filhos: Não comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados à vida dos filhos (escola, médico, comemorações, etc.); toma decisões sobre a vida dos
filhos, sem prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha ou mudança de escola, de pediatra,
etc.); transmite seu desagrado diante da manifestação de contentamento externada pela criança em estar
com o outro genitor.
Interfere nas visitas: controla excessivamente os horários de visita; organiza diversas atividades para o
dia de visitas, de modo a torná-las desinteressantes ou mesmo inibi-la; não permite que a criança esteja
com o genitor alienado em ocasiões outras que não aquelas prévia e expressamente estipuladas.
Ataca a relação entre filho e o outro genitor: recorda à criança, com insistência, motivos ou fatos
ocorridos que levem ao estranhamento com o outro genitor; obriga a criança a optar entre a mãe ou o
pai, fazendo-a tomar partido no conflito; transforma a criança em espiã da vida do ex-cônjuge; quebra,
esconde ou cuida mal dos presentes que o genitor alienado dá ao filho; sugere à criança que o outro
genitor é pessoa perigosa.
Desvirtua a imagem do outro genitor: faz comentários desairosos sobre presentes ou roupas
compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele oferece ao filho; critica a
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competência profissional e a situação financeira do ex-cônjuge; emite falsas acusações de abuso sexual,
uso de drogas e álcool.
Esta ação alienatória causa muito sofrimento aos genitores, mas, principalmente à criança e ao
adolescente, que se tornam verdadeiras vítimas nesse processo de implantação de falsas memórias,
podendo apresentar sentimentos de raiva em relação ao genitor alienado, e consequentemente por sua
família também. Começa a desenvolver desinteresse em visitar o pai ou a mãe em questão, ou até
mesmo, na visita não dá a devida atenção ao genitor.
Em nível severo, em que os sintomas da alienação estão exacerbados a criança e ao
adolescente estão propensos a desenvolver alguns comportamentos que certamente podem acarretar
sequelas ao seu desenvolvimento psicossocial, e que podem ser de difícil reversão, são elas: a)
Apresenta distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico; b) Utiliza drogas e álcool como
forma de aliviar a dor e culpa da alienação. c) Comete suicídio. d) Apresenta baixa alto-estima. e) Não
conseguir uma relação estável, quando adulto. f) Possuir problemas de gênero, em função da
desqualificação do genitor atacado.
Destacamos que o Art. 3o da Lei aborda, que a Alienação Parental fere o direito natural da
criança e do adolescente, à convivência familiar:
Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do
adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações
com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o
adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou
decorrentes de tutela ou guarda (BRASIL, 2010).
O direito à convivência familiar, antes de ser uma atribuição dos pais, consiste na possibilidade
da criança e do adolescente poder conviver com seus genitores e familiares em ambiente de ideal
harmonia e respeito que possibilite ao mesmo pleno desenvolvimento psicológico e social. Segundo Art.
227:
É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL,1988).
A lei da Alienação Parental trouxe para o nosso ordenamento jurídico, formas de punição para
os pais e guardiãs dos menores de idade que venham dificultar o exercício da autoridade parental,
usando os filhos como instrumento de vingança pelo fim do sonho do amor eterno. Quando da ruptura da
vida conjugal, se um dos cônjuges não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, o
sentimento de rejeição ou a raiva pela traição, surge um enorme desejo de vingança, desencadeia um
processo de destruição, de desmoralização, de descrédito do ex-parceiro perante os filhos, passando
com que os filhos passem a ignorá-lo, e acreditem de fato em tudo o que o parceiro alienante fale sobre o
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outro, introduzindo na cabeça desses filhos e fazendo com que eles acreditem nas mais bárbaras
mentiras. (CEZAR-FERREIRA, 2002)
A partir dos indícios de atos de alienação parental o juiz determinará a realização de perícia
psicológica ou biopsicossocial, quando o laudo pericial terá base em ampla avaliação, compreendendo,
inclusive, a entrevista pessoal com as partes e exame de documento, histórico do relacionamento do
casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da
forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra o genitor. A
perícia será realizada por um profissional ou uma equipe multidisciplinar habilitada e, seu resultado
deverá ser apresentado em até 90 dias, seguido da indicação de eventuais medidas necessárias para
preservação da integridade da criança nos termos do artigo (Art. 5º)
Constatado a prática de Alienação Parental (Art. 6º), o juiz poderá declarar sanções ao
alienador, sem prejuízo da posterior responsabilidade civil e criminal, tais como: 1. Declarar a ocorrência
de alienação parental e advertir o alienador; 2. Estipular multa ao alienador; 3. Ampliar o regime de visitas
em favor do alienado; 4. Determinar intervenção psicológica monitorada; 5. Alterar as disposições
relativas à guarda; 6. Declarar a suspensão ou perda do poder familiar (BRASIL, 2010).
Priscila M. P. da Fonseca também elenca algumas providencias judicias que podem ser
adotadas pelo juiz, a depender do estágio da alienação parental, a saber:
Ordenar a realização de terapia familiar, nos casos em que o menor já apresenta repulsa
ao genitor alienado; determinar o cumprimento do regime de visitas estabelecido em favor
do genitor alienado, valendo-se, se necessário, da medida de busca e apreensão;
condenar o genitor alienante ao pagamento de multa diária, enquanto perdurar a
resistência às visitas ou à prática que enseja alienação; alterara a guarda do menor,
principalmente quando o genitor alienante apresentar conduta que se possa reputar como
patologia, determinando, ainda, a suspensão das visitas em favor do genitor alienante, ou
que elas sejam realizadas de forma supervisionada; dependendo da gravidade do padrão
de comportamento de genitor alienante ou diante da resistência dele perante o
cumprimento das visitas, ordenarem sua respectiva prisão. (FONSECA, 2006)
Considerando que a referida Lei ainda é muito recente, sua prática nos Fóruns do Brasil ainda é
pouco utilizada e, por isto, quase não existem estudos sobre a sua operacionalidade e consequentes
resultados. Sendo assim, o objeto de estudo do nosso trabalho que é o de verificar como se dá na prática
no Fórum de Justiça-Serviço Social do Município de Belém do Pará, poderá contribuir para que se
conheça um pouco mais sobre esta Lei, sua aplicabilidade e resultados obtidos.
A INTENVENÇÃO OS ASSISTENTES SOCIAIS NO FORUM DE BELÉM, QUANDO CONSTATADA A
ALIENAÇÃO PARENTAL.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para compreender a dinâmica que envolve o trabalho do Serviço Social junto aos casos em que
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é possível diagnosticar os indícios de alienação parental, realizou-se pesquisa para coletar dados
qualitativos, envolvendo uma investigação empírica. Utilizou-se entrevista semi estruturada que foi
realizada de maneira coletiva com Assistentes Sociais forenses do município de Belém do Pará, lotados
no Fórum Civil da capital.
A pesquisa teve como objetivo verificar a quantidade de profissionais que atuam na área da
família e que vivenciam em suas práticas profissionais a temática abordada na pesquisa. Para tanto, foi
feito um levantamento prévio e constamos que o fórum da comarca de Belém conta a atuação de nove
Assistentes Sociais em seu corpo técnico.
A amostra para pesquisa foi de três Assistentes Sociais forenses que já atuavam há bastante
tempo com o tema proposto. Para que tivéssemos acesso às Assistentes Sociais do fórum, fizemos
contato com a Coordenação da Divisão de Serviço Psicossocial do fórum. Retornamos ao fórum da data
agendada e logo após nossa apresentação, entramos em contato com três Assistentes Sociais que se
mostraram interessadas na produção de novos conhecimentos e solicitaram que deixássemos o roteiro
das questões e marcaram o dia para realização da entrevista coletiva, que ocorreu em um prazo de cinco
dias.
Com posse dos resultados obtidos através das entrevistas, procederemos com a análise dos
mesmos, que relataremos a seguir.
Chegado o dia em que foi agendada a entrevista, nos dirigimos ao fórum da comarca de Belém,
onde já estávamos sendo aguardadas. Como instrumento de coleta utilizamos à entrevista semiestruturadas com roteiro pré-elaborado, que se desenvolveu de maneira coletiva, as respostas obtidas
foram gravadas mediante autorização das entrevistadas, para que posteriormente pudéssemos
transcrevê-las e, assim, organizar os dados coletados.
As Assistentes Sociais sentiram-se mais à vontade no decorrer da entrevista, assim relataram
suas vivências no campo jurídico e que durante o relato e questionamentos, certamente teríamos as
respostas para as nossas indagações.
ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
A análise e interpretação de dados serão apresentados a parti de cada questionamento que foi
surgindo no decorrer da entrevista.
Quanto à visão dos profissionais sobre o tema Síndrome da Alienação Parental
Através de nossos estudos e entrevista percebemos que a Alienação Parental pode iniciar por
via de disputas judiciais, tanto após o termino da vida conjugal ou mesmo depois de anos. No judiciário,
os processos em que a alienação parental se manifesta geralmente correspondem às ações de Guarda,
Modificação de Guarda e Regulamentação e Visita.
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A princípio, para apreendermos o conhecimento dos profissionais de Serviço Social que atuam
no judiciários, fizemos o questionamento acerca da compreensão do termo Síndrome da Alienação
Parental por parte desses profissionais.
Nenhuma de nossas entrevistadas apresentou dificuldades em descrever o conceito da
Síndrome da Alienação Parental definido por Richard Garden, deixando muito claro que se trata de uma
demanda no cotidiano de atuação desses profissionais. Como bem percebemos no depoimento a seguir:
Termo descrito, a princípio, por um psiquiatra dos Estados Unidos, chamado
Richard Garden, na metade dos anos 80, onde a criança é induzida ao ódio e
repudio em relação ao genitor alienado. Mas não quer dizer que a alienação
parental só passou a existir no mundo a partir de então, condutas alienatórias são
bem mais antigas. (ASSISTENTE SOCIAL 1).
Quanto a Lei nº 12.318, pólo e sua aplicabilidade no Poder Judiciário:
Relataram que no Brasil a Alienação passou a ser reconhecida nos tribunais, através da lei que
define a existência da alienação parental, pois mesmo se tratando de um fato que envolve questões de
ordem objetiva e principalmente subjetiva, a lei tem a intenção de prevenção e garantia de direitos para a
criança e ao adolescente. Mas, que, no entanto, não consideram a existência de uma síndrome por falta
de bases comprobatórias que definam a existência de uma doença (ainda não possui CID),
Ainda não existe na classificação Internacional de Doenças uma numeração atribuída para
esse fenômeno e nem no manual DSM-IV, devido à questão científica ainda não ter sido
bem trabalhada, porém o Brasil é um dos poucos países que reconhece a alienação como
conduta violenta e para tanto criou uma lei‖. (ASSISTENTE SOCIAL2).
Mesmo sendo um tema complexo que envolve diversas discussões e que ainda requer
mais estudos no diz respeito ao campo científico, a lei da alienação parental veio para dá
ordenamento jurídico, e através das medidas descritas na lei promoverem a proteção à
criança e ao adolescente, pois, este é o principal foco de atuação da equipe
técnica‖ (ASSISTENTE SOCIAL3).
Quanto aos Instrumentos utilizados para verificação da ocorrência de alienação parental
Todas as Assistentes Sociais entrevistadas informaram que já atuaram em casos em que foi
possível detectar a ocorrência do fenômeno alienatório, como pode ser observado no depoimento abaixo:
Quando detectados os indícios de alienação parental a equipe, que é composta por
assistentes sociais e psicólogos, utiliza os instrumentais técnicos para elaboração de
laudo que irá subsidiar o parecer do juiz diante de cada caso. ―As medidas adotadas
devem preservar a integridade da criança e do adolescente, buscando restabelecer o
vínculo que foi quebrado junto ao genitor alienado‖ (ASSISTENTE SOCIAL 1).
Às Assistentes Sociais realizam os procedimentos que são necessários para que, através
do estudo, se chegue a um diagnóstico, que são: a observação da criança e dos pais, a
oitiva, analise documental presentes nos altos do processo, a visita domiciliar, etc. Com o
diagnóstico elaborar um laudo que será utilizado pelo juiz no momento da
audiência‖ (ASSISTENTE SOCIAL 2).
Diante dos depoimentos é possível perceber a importância do trabalho realizado pela equipe
psicossocial no fórum. Quando aborda este tema, em seu artigo, Lima (2012) destaca que cabe ao
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SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA
Assistente Social detectar que procedimento quando diagnosticada a real presença da alienação
parental, deve avisar o magistrado competente da ação judicial em que observou os indícios, solicitar
tratamento psicológico para obtenção de laudo profissional para confirmação da Síndrome de Alienação
Parental, e nível em está se apresenta. A qualificação e competência profissional do agente do serviço
social profissional evitarão o agravamento da alienação.
A prática da Síndrome Alienação Parental por parte dos pais
Em algumas pesquisas bibliográficas, percebemos que diversos autores afirmam que a mãe é
quem, na maioria dos casos, está mais propensa a prática alienadora devida esta geralmente ser a
detentora da guarda do infante. Mas ao indagarmos as assistentes sociais acerca dessa discussão todas
tiveram a mesma opinião, afirmaram que é prematuro afirmar que a mãe é a grande manipuladora pois:
―Não é possível fechar esta percepção, pois, diversos familiares podem praticar
esta violência. Até mesmo, o genitor que não detém a guarda pode alienar a criança pois
convive com esta nas visitas regulamentadas, ou em casos que são considerados
gravíssimos ambos praticam a alienação parental ―(ASSISTENTE SOCIAL 3).
Aqui é importante ressaltar a existência e o aumento da Família de famílias monoparentais
chefiadas por mulheres. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - 2014 mostra que:
Em 2000, as mulheres comandavam 24,9% dos 44,8 milhões de domicílios
particulares. Em 2010, essa proporção cresceu para 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios –
um aumento de 13,7 pontos percentuais. O IBGE considera como responsável aquela pessoa
reconhecida como tal pelo demais moradores do domicílio.
Guarda Compartilhada como medida de intervenção
Do ponto de vista em que a alienação parental pode promover a violação do direito que a
criança possui em conviver com ambos os genitores, de tal forma que ao repudiar o genitor alienados o
restabelecimento dos laços afetivos se tornam muito difícil.
As Assistentes Sociais apresentam posicionamento bastante consistente ao relatarem que, ao
fazer uso da modalidade de Guarda Compartilhada, entende-se que esta ação tão ―danosa‖ possa ser
atenuada devido o compartilhamento do poder familiar [...] a justiça e técnicos especialistas consideram a
Guarda Compartilha como maneira mais igualitário para se preservar a convivência entre os ex-cônjuges
e a prole‖ (ASSISTENTE SOCIAL 2).
Mas eles também destacam que não é possível afirmar que a guarda compartilhada excluirá a
alienação.
Geralmente, na Modalidade de Guarda unilateral o pai que detém a guarde toma
o filho para si como se este fosse uma propriedade. Mas sabemos que nossos filhos não
são propriedade de ninguém. No entanto, não é possível afirmar que a Modalidade de
Guarda Compartilhada é a melhor medida para combater a alienação parental.
(ASSISTENTE SOCIAL 1).
Para elas não é o recurso da guarda que vai impedir a ação resultante do processo alienador.
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Independente da modalidade de guarda que pode ser compartilhada ou unilateral, o mais importante é
dar início ao processo de conscientização para os responsáveis, ao assumir uma nova postura no sentido
de primar pelo bem estar da criança e do adolescente tenham plena consciência de seus atos e dos
enormes prejuízos que podem causar aos seus filhos.
A conscientização como medida de prevenção
Quando os genitores conseguem organizar a dinâmica que envolver a ruptura do casamento,
assim, se tornarão capacitados para proteger seus filhos de qualquer prejuízo emocional que o fim da
vida conjugal possa oferecer. Quando terminado o afeto e respeito ocorre o fim da vida matrimonial, mas,
jamais deixarão o posto privilegiado de serem pais.
As Assistente Sociais acreditam que mesmo que a lei proporcione sanções para atos praticados
que se configurem como alienação parental, o ideal seria que ao invés de buscar o recurso da efetivação
da lei, os responsáveis pela criança e pelo adolescente deveriam entrar em um acordo no diz respeito à
guarda e quanto à relação de convivência. Mesmo estando a sociedade inserida em um contexto
econômica, social e cultural bastante conturbado, pais e ou responsáveis deveriam, sempre que possível,
fazer alto analise de suas atitudes, deixando de lado todo egoísmo e rancor para os infantes fiquem a
salvo desse ―jogo manipula tório‖ chamado Alienação Parental.
Em minha opinião, o corpo técnico que atua nos tribunais deve estar capacitado para
reconhecer casos que apresentam a alienação parental. Mas o ideal seria que os pais
(separados ou não), a família e a sociedade pudessem refletir acerca de suas ações,
assim, evitando que esta violência seja praticada. (ASSISTENTE SOCIAL 3).
CONSIDERAÇÕES
É de suma importância compreender os fenômenos que geram a violência familiar, pois o que
entendemos é limitado se comparado a amplitude que abrange toda estrutura, através de estudos e
pesquisas que nos fazem enxergar a essência do fenômeno, analisar a totalidade histórica em que o
indivíduo está inserido, e não apenas o que se apresenta na aparência.
Como no presente artigo foi possível discorrer sobre a Alienação Parental, seu conceito e
definição, e alienador, consequências para os alienados e os desafios enfrentados pelos profissionais de
Serviço Social que atuam para efetivação e garantia de direitos.
Certamente é constatada a complexidade do trabalho, para tanto é necessário a atuação de
equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais e psicólogos. Destacamos que a alienação
parental envolve questões de ordem objetiva e subjetiva, no qual o Assistente Social pode detectar seus
indícios no cotidiano das relações familiares e o psicólogo a afirmação desse fato. Mesmo com suas
especificidades cada profissional pode colaborar para que, em equipe, possam intervir junto ao alienador,
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alienado e principalmente objetivando o bem estar da criança e do adolescente ao proporcionar o
restabelecimento dos vínculos familiares que foram desgastados.
A visita ao Fórum Cível da Comarca de Belém nos mostrou a amplitude dos processos de
alienação parental. Casos explícitos, mas que a sociedade desconhece, são situações que nos remetem
a violências envolvendo familiares que impedem o pleno desenvolvimento biopsicossocial da criança.
Torna-se de grande importância que estudos a respeito deste tema tomem dimensões maiores e que
possam ultrapassar o âmbito jurídico atingindo: as escolas, nas universidades e nas comunidades a fim
de socializar o tema e consequentemente assegurar o direito à convivência familiar. Considerando que a
família e uma instituição essencial à vida em sociedade.
Em muitos casos, a ação alienadora por ser silenciosa e implícita é difícil percepção, porém, ao
ser percebido os métodos interventivos devem ser eficazes para poder desenvolver o processo
interventivo. Assim, os assistentes sociais por meio da escuta qualificada conseguem traçar meios e
métodos que irão ajudar o infante nesta etapa turbulenta.
Percebemos que é um processo doloroso, pois o próprio alienador muitas vezes não percebe
suas atitudes, pois, devido ao desgaste do termino da vida conjugal, que muitas vezes acontece de
maneira tumultuada, utiliza a criança como instrumento para descarregar a sua dor sobre o outro genitor
e ou parceiro e familiares.
Como importante medida contra atos de Alienação Parental pode destacar a divulgação, estudo
e discussão das consequências entre profissionais e pais. Em caso em que a Alienação Parental é
constatada, é importante que o genitor alienado procure profissionais (psicólogos, psiquiatras, assistentes
sociais) capacitados para lidar com esse tipo de situação, e caso necessário, ingresse junto ao Poder
Judiciário, a fim de tomar as medidas necessárias para eliminar esta prática tão danosa e responsabilizar
o genitor alienante.
REFERÊNCIAS
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/ato2007/2010/Lei/L123418.htm>. Acesso: 30 out de 2014.
ANTELO, Geiziane. Síndrome de Alienação Parental: os filhos como munição. Disponível em: http://
www.apase.org.br. Acesso em: 17 abr 2011.
BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Estatuto da criança e do adolescente(Lei nº
8069/1990): Convenção sobre os direitos da criança, lei de criação do Conanda (Lei nº 8.242/1991),
regimento interno do Conanda (resolução nº 99/2004). 3. Ed. Brasília: Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente, 2004,160p.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível em: http://www.senado.gov.br/legislação/const/
con1988/CON1988_05.10.1988/index.shtmAcesso em: 30 de out 2014.
DIAS, Maria Berenice. Manual de direitos das famílias. 6ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,2010.
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FONSECA, Priscila. M. P. Corrêa Da. Síndrome de Alienação Parental. São Paulo, 2006. Disponível
em: http://www.priscilafonseca.com.br/?d=59&artigo=6.acesso em:06 out de 2014.
LIMA, Carmem Tassiany Alves de.A Síndrome da Alienação Parental: Um novo enfrentamento para o
assistente social no Poder Judiciário. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11079&revista_caderno=12
PARENTAL, SINDROME DA ALIENAÇÂO. O que é Alienação Parental. Disponível em:<http://
www.alienaçãoparental.com.br/o-que-e>. Acesso: 05 nov de 2011.
SOUSA, Analicia Martins de. Síndrome da Alienação Parental: um novo tema nos juízos de família.
São Paulo: Cortez, 2010.
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O ASSISTENTE SOCIAL, A MORTE E OS CUIDADOS PALIATIVOS
Daniela Pinto de Oliveira
Discente do Curso de Serviço Social
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Dayse Caroline Costa Trindade
Discente do Curso de Serviço Social
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Sheila Cristina Araújo Franco
Discente do Curso de Serviço Social
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Valquíria da Conceição Nascimento da Silva
Discente do Curso de Serviço Social
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Lúcia Cristina Cavalcante
Docente do Curso de Serviço Social
Faculdade Metropolitana da Amazônia
Resumo: Este artigo tem como objetivo realizar uma reflexão preliminar sobre o setor de cuidados
paliativos, revelando quais os desafios e possibilidades no exercício profissional. Para tanto, foi realizada
uma pesquisa qualitativa, com base na exploração da literatura cientifica sobre o tema, bem como,
entrevista com uma Assistente Social atuante na área de cuidados paliativos, orientado por um roteiro
com dezenove questões, que versaram sobre os seguintes temas: dados pessoais e profissionais;
atuação profissional em cuidados paliativos; um caso significativo atendido, dificuldades e motivação para
trabalhar em cuidados paliativos; instrumentais utilizados e, descrição da equipe que compunha o setor.
A entrevista foi gravada em áudio e seu conteúdo foi transcrito e analisado de acordo com os temas
acima e a literatura estudada. A partir dos quais se pode concluir sobre a importância da equipe
interdisciplinar para o atendimento do cuidado paliativo e a atuação do Assistente Social pautado no
projeto ético político e no código de ética profissional.
Palavras-chave: Cuidados Paliativos; Qualidade na morte; Serviço Social.
INTRODUÇÃO
Ao longo da história ocorreram diversas transformações na relação do homem com a morte, na
Idade Média a morte era vista como algo natural, tanto que se esperava a morte de uma pessoa em casa
com todas as pessoas que eram importantes na sua vida, como um ritual para findar o ciclo da vida.
Desde então, muitas transformações ocorrem até os dias atuais, quando a morte se tornou algo
indesejado e, de certa forma, inaceitável (MARTINELI, 2011).
Portanto, de todas as fases da vida a morte é considerada a mais difícil, devido ás pessoas não
se preparem para saber lidar com a finitude, são poucos os estudos voltados a este assunto e no
cotidiano a maioria das pessoas ignora o tema, por sempre verem e tratarem a morte como assunto
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futuro e distante. O estudo nos possibilitou a compreensão de que, apesar de não pensar-se sobre essa
fase da vida, não há como lutar contra a natureza, no entanto, podemos nos proteger e cuidar para que
não exista apenas qualidade de vida, mas também qualidade na morte (SIMÃO, 2010).
Apesar de todo o avanço da medicina há um momento em que o processo curativo de um
paciente não é mais possível, tais pacientes que não possuem chance de cura são denominados de
várias formas: pacientes terminais, pacientes fora de possibilidade terapêutica e pacientes gravemente
enfermos. Atualmente, utiliza-se mais frequentemente o termo ―paciente gravemente enfermo‖, devido às
discussões que os outros termos têm gerado, já que implicam à condenação do paciente e a
naturalização do sofrimento (CREMESP, 2008).
Sabemos que vamos morrer, apesar de não pensarmos sobre o assunto acontecerá com todos
nós, apenas não sabermos de que forma a morte chegará, de câncer, doença cardíaca, doença
pulmonar, acidentes, mas sabemos que todos nós morreremos. No entanto, há uma particularidade
quando abordamos a morte com pacientes gravemente enfermos, aqueles cuja morte está anunciada,
este paciente e sua família, se constituem em usuários do Assistente Social, profissional que trabalha na
área de saúde.
A atuação do Assistente Social com a família e o paciente gravemente enfermo.
Segundo Martinelli (2011) o Assistente Social, trabalha não apenas como trabalho individual, mas
como expressão necessária de um sujeito coletivo. E enfatiza que:
[...] a atuação na área da saúde, demanda este cuidado não somente por força da política
de humanização, mas, sobretudo porque esta é uma área em que pulsam valores
humanos candentes e onde trabalhamos com a vida em suas múltiplas manifestações,
desde o nascimento, passando pela infância, juventude, vida adulta, processo de
envelhecimento, até a finitude.
É no contexto da finitude que esta inserida a intervenção do Assistente Social nos cuidados
paliativos, estes cuidados têm o propósito de garantir a qualidade de vida do usuário e controlar o
sofrimento em sua totalidade, visto que o sofrimento não é só físico, mas também emocional social e
espiritual, enfatizando a pessoa doente e não é somente a doença (CREMESP, 2008).
A essência dos cuidados paliativos é garantir a qualidade de vida. Sobre esta questão,
CREMESP (2008):
Nos programas de Cuidados Paliativos a morte deixa de ser oculta para se tornar visível,
sendo mais aceita pelos profissionais. São importantes as habilidades para administrar as
contingências da morte. É uma tarefa difícil para o paliativista transformar a morte negada
e interdita em um evento social aceito. (p.555)
O autor enfatiza ainda que:
A ajuda no processo de morrer não significa cometer o ato da eutanásia. Trata-se de
diminuir ao máximo o sofrimento, os sintomas incapacitantes e permitir a expressão de
sentimentos, as despedidas, o término de assuntos inacabados, o alívio e o controle de
sintomas, principalmente, da dor e do desconforto respiratório. (p.555)
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Os cuidados paliativos estão para além de aliviar a dor e o sofrimento físico, são cuidados para
salvar histórias de vidas, resgatar o ―eu‖ de cada usuário e restaurar seus ―laços‖ afetivos. Não é uma
forma de ―embelezar‖ a morte, porque a vida é que é ‖bonita‖, mas é uma forma de tratar com respeito e
dedicação o usuário em todos os estágios da vida.
O papel da família é fundamental neste processo, o que ressalta a importância dos cuidados
paliativos sempre abordar não somente o usuário, mas também a sua família. Para Andrade (2008)
[...] é possível notar que o cuidado denominado paliativo se apresenta muito mais do que a
única alternativa para quem já não possui mais indicação de tratamentos curativos, mas
constitui-se em uma proposta de atenção ampla, consciente e organizada, em que os
profissionais de diferentes áreas unem-se com o objetivo de oferecer a paciente e família
a atenção que requerem em momento tão especial. Tal proposta perpassa, sim, o
tratamento clínico, mas abrange uma gama de ações que busca oferecer conforto,
esperança, escuta efetiva, atenção às ―dores‖ emocionais e sociais, resolução para as
causas prementes e a certeza sempre presente de que o homem é um ser único com
necessidades, desejos, possibilidades e limites que o fazem sempre e a cada vez
especial. (p. 73)
Por conta dessas características de múltiplos cuidados, a equipe de cuidados paliativos é
necessariamente multiprofissional: Médico, Psicólogo, Assistente Social, Nutricionista, Enfermeiro,
Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Dentista, Farmacêutico. Estes profissionais devem atuar com
qualidade oferecendo técnicas com humanidade, garantindo uma melhor qualidade de vida ao usuário
(SIMÃO, 2010).
A equipe deve ser competente e crítica para justamente oferecer um atendimento que possibilite a
qualidade de vida e a dignidade na morte. Esta equipe precisa estar devidamente preparada para atender
o usuário gravemente enfermo, proporcionando a este usuário e sua família um redimensionamento da
sua própria existência por meio da compreensão deste processo, respeitando as vontades do paciente e
não agindo de acordo com as suas próprias vontades, pois o cuidado não é fazer para o outro o que
faríamos por nós mesmos, deve-se ouvir o outro como gostaríamos de ser ouvidos, assim exercendo de
fato a ética profissional.
Andrade (2008) assevera que:
Conhecer paciente e família, em situação tão singular, no momento de finalização da vida
requer o entendimento de quem é este paciente inserido naquela específica família, qual o
lugar que ocupa quais os vínculos construídos e consolidados, qual o tipo de relação que
mantém com seus pares e em especial com seus cuidadores; significa entender como a
família em questão encontra se organizada e qual rede de suporte social, se existente,
poderá ser acionada nos momentos mais críticos. (p.73)
Segundo Martineli (2011), o Serviço Social é uma profissão que em seu processo histórico
diferencia-se de muitas profissões, devido à construção de sua identidade. A profissão tem como base
um projeto Ético-Político voltado para o compromisso com o usuário, o que é explicito e reforçado no
Código de Ética da profissão, destacando a importância da aliança do Serviço Social com outras
profissões que possuem os mesmos ideais societários e a forma de enxergar e lidar com o ser humano.
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Na área da Saúde, os princípios éticos que norteiam a profissão nas mediações e expressões da
práxis humanas, contribuem para um atendimento mais humanizado, comprometido com o usuário, já
que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, como rege a Constituição Federal de 1988
(MARTINELI, 2011).
A atuação do Assistente Social é fundamental neste processo devido a sua capacidade de escuta
e a sua leitura da realidade, garantindo os direitos sociais aos usuários e seus familiares em todas as
esferas da sociedade. Portanto, o Assistente Social é devidamente reconhecido como um profissional da
saúde pelo Conselho Nacional de Saúde e pelo Conselho Federal de Serviço Social, uma vez que os
usuários são sujeitos de direitos, que merecem assistência integral à saúde pelo Sistema Único de Saúde
(MARTINELI, 2011).
Refletindo na importância da aliança da Medicina com o Serviço Social, pois ambos se importam
com o ser humano, visto que ele é mais que um corpo. Sobretudo nos casos em que os pacientes
gravemente enfermos vêm de uma história de vulnerabilidade social, o Assistente Social pode contribuir
para que a qualidade na morte seja garantida. Não há como fugir da realidade, das expressões da
―questão social‖ e dos impactos que elas causam na vida de todos, principalmente daqueles que não
possuem poder aquisitivo e que já se encontram ―fragilizados‖ por esse processo.
Neste sentido, Carvalho (2008):
Na literatura, é bastante estudada a correlação entre a variável, baixo nível de
escolaridade e as condições socioeconômicas precárias. Para esses segmentos da
população, o impacto da doença é ainda mais grave, porque esses usuários e seus
familiares já se encontram numa condição de vulnerabilidade social, enfrentando
dificuldades de acesso a bens e serviços para satisfação de necessidades básicas. (p. 98)
É neste contexto que o Assistente Social deve atuar, para que possa compreender que além de
um sofrimento físico existem também outros sofrimentos que precisam ser cuidados. O assistente social
trabalhará com pacientes e principalmente com a família, auxiliando que esta família possa aprender a
cuidar e ser cuidada. É no cotidiano que os profissionais devem cuidar para que a técnica e o
atendimento humanizado ―caminhem juntos‖. (MARTINELI, 2011)
Outrossim, a autora enfatiza a necessidade do cuidado deste profissional consigo mesmo e deste
ponto de vista recomenda:
 Manter um Estado de espírito positivo;
 Alimentar uma paz de espírito e a tranquilidade;
 Dedicar-se a práticas que permitam o recriar das energias e que estimulem a criatividade;
 Manter a chama acesa da busca do conhecimento, da prática, da pesquisa;
 Buscar permanentemente o aprimoramento profissional, tanto na perspectiva multidisciplinar
quanto na profissão de origem;
 Lembrar-se, a cada de um momento, do permanente compromisso que devemos ter no sentido da
consolidação do Projeto Ético-Político da Profissão.
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A pesquisa indicou que são poucas as literaturas sobre a atuação do Assistente Social nos
cuidados paliativos, o que é reafirmado por Martinelli e Simão, bem como, há poucos profissionais
trabalhando nesta área. Apesar do número de Assistentes Sociais na Saúde ter aumentado com o
Sistema Único de Saúde SUS e o Sistema Único de Assistência Social. Segundo (BARROS, 2012),
pouco se produz na área de cuidados paliativos, o que reflete a baixa inserção destes profissionais nesta
área.
PERCURSO METODOLÓGICO
O presente artigo nasceu de uma pesquisa qualitativa, que se valeu na exploração da literatura
cientifica sobre o tema, bem como, de entrevista com uma Assistente Social atuante na área de cuidados
paliativos. A entrevista com a profissional foi orientada por um roteiro com 19 questões, que versaram
sobre os seguintes temas: dados pessoais e profissionais; atuação profissional em cuidados paliativos;
um caso significativo atendido, dificuldades e motivação para trabalhar em cuidados paliativos;
instrumentais utilizados e, descrição da equipe que compunha o setor. A entrevista foi gravada em áudio
e seu conteúdo foi transcrito e analisado de acordo com os temas acima e a literatura estudada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Assistente Social entrevistada é formada pela Instituição Universidade Federal do Pará (UFPA)
com 13 anos de atuação em cuidados paliativos, sendo uma das pioneiras na implantação do Serviço em
um Hospital, referência em Oncologia no Estado do Pará.
Ao perguntarmos sobre a atuação profissional em cuidados paliativos, ela inicia sua resposta
relatando que, a maioria dos usuários considera que a morte é ruim, mas trata-se de uma visão do senso
comum, pois devemos buscar também qualidade na morte. Ela define os cuidados paliativos não como
uma sentença de morte e, sim o cuidar bem, promovendo qualidade de vida para minimizar os
sofrimentos, aliviando dores e sintomas até a sua finitude.
E os pacientes que se enquadram no perfil dos cuidados paliativos, que ficam internados no
hospital ou que recebem cuidados em casa, também o atendimento com a família, realizando a escuta
com os usuários e dando as orientações que cabem ao profissional. No Hospital onde trabalha a maioria
dos usuários em cuidados paliativos são beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pois
está trabalha num hospital publico que atende pacientes com câncer, e que também é um segmento que
é vitima de uma situação de pauperização, o que confirma a análise de Carvalho (2007) que diz que a
doença se agrava diante da condição de vulnerabilidade social a qual se encontra a população atendida.
A profissional relatou um caso significativo que ela acompanhou um senhor com câncer, que
havia saído de casa a mais de vinte anos e acabou se tornando morador de rua, dialogava com a equipe
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por meio da escrita devido o seu grave estado de saúde, esse senhor foi internado no Hospital e como
não tinha nenhuma documentação dificultou sua identificação e possíveis formas de inseri-lo em algum
programa social, como o BPC. Por meio da imprensa a equipe conseguiu entrar em contato com seus
familiares, sua mãe, uma senhora idosa, almejava muito esse reencontro com o filho. Após ter recebido
alguns cuidados, o senhor retornou à sua casa com o acompanhamento da equipe, para morrer junto à
sua família. O que nos confirma a importância do envolvimento do Assistente Social com a família e com
o paciente.
Quando perguntamos o que dificulta o trabalho com os cuidados paliativos, a Assistente Social
nos afirmou que são as políticas públicas, pois elas deveriam ser mais eficazes e eficientes e a não
visibilidade dos serviços. E quando perguntamos sobre o que lhe motiva a continuar com esse árduo
trabalho, ela, certa do trabalho que realiza, nos diz: ―é o comprometimento ético da profissão com o ser
humano, por acreditar que todo ser humano possui seu valor até sua finitude‖. Essa fala nos remete a
afirmação de Martineli (2011) sobre os princípios éticos que norteiam a profissão, contribuem para um
trabalho humanizado.
Sobre a pergunta de quais instrumentais são utilizados dentro desse processo, ela nos respondeu
que é a intervenção junto ao usuário, as visitas domiciliares, a escuta do paciente e da família, a
abordagem social, entrevistas, orientações sobre direitos sociais, o apoio à equipe multidisciplinar, o
encaminhamento para a inserção em programas sociais como: Bolsa Família, Benefício de Prestação
Continuada. Segundo a assistente social, a intervenção com a família do usuário que busca o
reestabelecimento dos laços afetivos, ela entende que a cura física não será mais possível, mas a cura
emocional e sentimental é possível.
CONSIDERAÇÕES
A realização deste trabalho abalizou que existe pouca literatura sobre o assunto em que pese o
aumento da atuação do assistente social na área de saúde, apontou também a importância da existência
de uma equipe interdisciplinar para atuação na área dos cuidados paliativos, formada de profissionais
comprometidos.
Para o Assistente Social, atuar no cuidado paliativo demanda a atuação a necessidade de
apreender e compreender a essência do fenômeno, considerar e analisar cada situação no contexto de
uma totalidade histórica em que o indivíduo está inserido e atuar junto a família buscando amenizar a dor
da morte, ou seja da finitude, como uma das fases da vida.
Com a entrevista realizada junto a Assistente Social que atua na área, possibilitou ainda que de
forma ainda restrita discorrer sobre a atuação do assistente social, no cuidado paliativo, seu conceito e
definição, e os desafios enfrentados pelos profissionais de Serviço Social que atuam nesta área.
Certamente este primeiro trabalho aponta para a necessidade de continuidade, pois possibilitou a
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constatação inicial e a complexidade do trabalho dos profissionais que atuam nos cuidados paliativos, e
confirma a necessidade da atuação de equipe multidisciplinares composta por médicos, assistentes
sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas, enfermeiros, nutricionistas e
farmacêuticos para uma intervenção qualificada.
A partir da análise da entrevista com a Assistente Social, conhecendo a realidade do trabalho em
cuidados paliativos pode-se constatar suas possibilidades e desafios, e essencialmente a importância do
trabalho humanizado, que se constitui na materialização do projeto ético político da profissão.
Ressalta-se que a importância de um trabalho humanizado está para além do profissional de
Serviço Social, almeja-se que toda a equipe técnica, constituída de diversos profissionais como
detectado, trabalhem de forma humanizada, pratiquem a ética no seu exercer profissional, garantindo a
qualidade de vida e a qualidade na morte para todo e qualquer ser humano, independente de classe
social, cor ou raça, buscando outro ―olhar‖ sobre a morte, para que esse usuário se sinta vivo até seu
último suspiro.
Assim, torna-se importante que as discussões sobre o tema se alarguem, suscitando futuras
pesquisas e perspectivas para a vasta área da Saúde e do setor de cuidados paliativos, desvendando a
contribuição fundamental do Serviço Social para a realização deste trabalho.
Aponta ainda a necessidade do profissional em cuidar de si mesmo, para que no cotidiano de sua
atuação com o cuidado paliativo, possa colocar em prática o projeto ético político da profissão, atuando
com base na garantia dos direitos humanos, humanização do atendimento, e essencialmente no
compromisso com o usuário, lembrando-se, a cada momento, do permanente compromisso que devemos
ter no sentido da consolidação do Projeto Ético-Político da Profissão.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Letícia. Serviço Social. CREMESP. Cuidado Paliativo. São Paulo: CREMESP, 2008, p.6973.
BARROS, Carlos. A questão da morte no âmbito do Serviço Social. 2012. Disponível em <http: //
www.sabereseolhares.com> Acesso em: 07 set.2014.
CARVALHO, Célia da S. Ulysses. A necessária atenção à família do paciente oncológico. Revista
Brasileira de Cancerologia. 2008
MARTILENI, Maria Lúcia. O trabalho do assistente social em contextos hospitalares: desafios cotidianos.
Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n.107, p.482-508, jul/set 2011.
SIMÃO, Andrea Branco. A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações.
Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n.102, p. 152-164, abril/jun 2010.
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