Auto-Estima e Auto-Conceito x Drogas

Transcrição

Auto-Estima e Auto-Conceito x Drogas
Valéria Cristina Fidélis
CRP. 06/45.571-5
Psicóloga
AUTO-ESTIMA E AUTO-CONCEITO X DROGAS
Diante dos objetivos educativos de nossa escola, pretendemos Ter
uma educação “que valorize a liberdade, a dignidade e o respeito às
diferenças individuais”.
Na procura de um ambiente sadio e favorável ao desenvolvimento
do educando como um todo estaremos neste momento pedindo sua
atenção para um momento de reflexão, e que venham ao encontro das
nossas preocupações enquanto educadores, pais, vizinhos e toda nossa
comunidade; frente à problemática em que vivemos em relação às
drogas.
“Desde o nascimento, a criança em contato com o ambiente,
amplia e modifica seus reflexos inatos. Utiliza-se da inteligência para
adaptar-se ao meio. Em cada estágio da vida de cada criança, esta tem
uma maneira particular de visualizar e explicar o mundo de acordo com
as experiências que vivenciar”.
Essas experiências, positivas ou negativas, vão atuar diretamente
sobre dois aspectos, determinantes para o desenvolvimento da AutoEstima e Auto-Conceito. É importante salientar que todo processo de
nossa Auto-Estima e Auto-Conceito vem sendo desenvolvido
conjuntamente com o desenvolvimento psíquico, que começa quando
nascemos e termina na idade adulta, é comparável ao crescimento
orgânico; como este, essencialmente importante para o equilíbrio. Da
mesma maneira que o corpo do bebê/criança está em evolução até
atingir um nível relativamente estável, caracterizado pela conclusão do
crescimento e pela maturidade dos órgãos, também a vida mental, pode
ser concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio
final, representada pelo espírito adulto.
O desenvolvimento mental, é uma construção contínua
comparável à edificação de um grande prédio que à medida que se
acrescenta algo, ficará mais sólido, ou à montagem de um mecanismo
delicado, cujas fases gradativas de ajustamento conduziriam a uma
flexibilidade e a uma mobilidade das peças tanto maiores mais estável
se tornasse o equilíbrio (Jean Piaget)”.
Auto-Estima – um sentimento positivo de segurança e bem estar
que constitui o interior de cada indivíduo desde o seu nascimento.
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Valéria Cristina Fidélis
CRP. 06/45.571-5
Psicóloga
Auto-Conceito – um pensamento, uma imagem mental uma
idéia. Quem nós pensamos que somos decorrentes do que nós
aprendemos de nossas experiências passadas.
Como vimos acima, a auto-estima é o “GOSTAR-SE” e o autoconceito é “A IMAGEM QUE CONSTRUO DE MIM MESMA”.
Dessa forma, podemos interferir no auto-conceito das pessoas,
produzindo em conseqüência, uma valorização de sua auto-estima.
Desde pequenas as crianças iniciam esse processo. Nosso papel, como
pais e educadores, é fundamental nessa caminhada. Através de
posturas ponderadas, um relacionamento aberto e com diálogo,
podemos desenvolver a auto-estima de nossos filhos e alunos. Para
tanto salientamos:
Atitudes em Conjunto: pergunte e/ou descubra atividades que
possam realizar juntos, tais como: ouvir música, ir ao cinema, nadar,
jogar futebol. Peça sugestões ou opiniões. Isto é uma boa forma de
mostrar que valoriza suas ações e tem o prazer de estar junto.
Tolerância a Erros: adultos cometem erros – crianças e
adolescentes também. É importante criar um clima em que se possa
falar com calma sobre erros cometidos. Faça do erro uma oportunidade
para aprender. Fale sobre a experiência pessoal já obtida com o mesmo
erro. Questionar juntos como o incidente poderia Ter sido diferente.
Ofereça ajuda e orientação. (Inclui-se erros, não apenas de ação, mas
de julgamento). Ex: não corrija a criança na frente dos outros dando
margem a diminuí-lo enquanto pessoa.
Confiança: seja transparente e deixe seu filho saber que confia
nele mesmo errando algumas vezes. Estabeleça regras claras, discutaas e depois deixe seu filho segui-las.
Delegação de Responsabilidades: as pequenas tarefas e o
trabalho desenvolve o senso de responsabilidade e confiança na própria
capacidade de resolver problemas e tomar decisões.
Elogios: O elogio é uma forma de avaliação positiva tanto quanto
a crítica ou repreensão são uma forma de avaliação negativa. Assim o
elogio é uma forma de aumentar o auto-conhecimento e a auto-estima.
Deve ser expresso com generosidade sempre que couber ou se referir a
um comportamento positivo real ou intencional. É preciso prestar
atenção e observar tendo o que a criança e o adolescente fazem bem ou
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fazem de bom para não perderem a oportunidade de elogiá-los e assim
reforçar o comportamento positivo correto.
Valorização do Esforço: e não Apenas das “Vitórias” ou
Resultados: Ser o 1º é menos importante do que fazer melhor que se
pode dentro de sua realidade ou limitações. A vida não é uma
competição esportiva. O que importa, é o grau de esforço e
comprometimento real e o grau de reconhecimento deste esforço por
parte dos pais ou adultos envolvidos.
Encorajamento a encontrar alguma coisa que efetivamente
goste de fazer: muitos jovens não sabem do que gostam ainda e não
se dão bem ou não encontram prazer nas alternativas mais disponíveis
à sua volta, ex: esportes, artes, dançar, tocar um instrumento, hobbies,
colecionar, etc.
É preciso ajudá-lo e encorajá-lo a encontrar algo que goste,
mesmo que não seja o que a maioria goste, antes que a bebida alcoólica
ou a droga se apresentem como primeira ou última alternativa. É
preciso descobrir algo que possa fazer bem feito e que o faça sentir-se
especial e lhe dê ou reforce sua identidade.
Crítica ou Censura à Ação e não à Pessoa: seja firme e direto
na crítica a ações que estão sendo consideradas erradas ou negativas,
mas mantenha o foco no motivo, razões ou princípios pelos quais a ação
não é permitida ao invés de criticar a pessoa da criança/jovem seu
julgamento ou sua inteligência.
Assuntos “Tabu” ou Proibidos: A criança/o jovem deve sentir
que pode falar com os pais sobre QUALQUER ASSUNTO. De roupas a
esportes, drogas e sexo – qualquer assunto de interesse ou preocupação
pode ser expresso ou questionado junto aos pais, como a certeza de que
não haverá censura, zanga ou deboche de sua parte. Pais que não
querem falar sobre “certas coisas” ou fogem do assunto, logo perderão
a confiança de seus filhos e estarão propiciando que eles busquem estas
respostas junto a outras fontes nem sempre as melhores.
VOCÊ PODE ESTAR SE PERGUNTANDO:
O que será que este texto, tem a ver com minha criança, ela é
ainda tão pequena? Concordamos com você, porém, baseando-se no
texto acima, quando Piaget, fala que o “desenvolvimento psíquico
começa quando nascemos e termina na idade adulta”; julgamos
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importante refletirmos sobre nossos comportamentos e postura diante
de nossas crianças. Pois os mesmos estarão atuando diretamente no
interior da percepção de si mesmo.
Acreditamos que a educação frente a drogas deva começar
também, desde o seu desenvolvimento mais primário, pois o ser
humano como um ser racional tem a capacidade de aprendizagem e
partindo deste princípio, diante das possibilidades que temos em mãos
precisamos atuar de maneira a desenvolver em nossas crianças um
sentimento positivo (auto-estima) em relação a si mesma.
Pois todo resultado negativo advém de um processo negativo, ou
seja, é verificado que nossos jovens hoje em dia buscam a droga por
não identificarem neles próprios uma razão maior para se desenvolver
enquanto
pessoa, e
se
verificarmos/analisarmos o contexto
socioeconômico em que estamos vivendo temos poucos recursos, ou
nenhum recurso, para revertermos à situação vigente, em todas as
classes sociais.
Acreditamos que o processo para acabar com a crescente evolução
do consumo de drogas pelos adolescentes começa desde agora, onde
vossos filhos certamente terá uma percepção do mundo através de sua
MATRIZ DE IDENTIDADE que são vocês PAIS (mãe/pai). E é por este
motivo que estamos pedindo um pouco de reflexão sobre o assunto,
pois por mais recursos financeiros que qualquer família disponha de
nada adiantará se o indivíduo não possuir uma auto-estima positiva.
Estamos passando por um momento histórico em nosso país, onde
em detrimento da evolução geral: empresas, educação, saúde entre
outros; pensasse pouco no ser humano. Por isso a tendência do
processo Político-Sócio-Econômico tende a muitas vezes a fazer com
que nos esqueçamos que somos seres humanos, mecanizando todas as
nossas ações e pensamentos.
“Quanto maior a nossa Auto-Estima, mais inclinados
estaremos a tratar os outros com respeito, benevolência e boa
vontade, pois não o vemos como ameaça, não os sentimos como
“estranhos e amedrontados num mundo que (nós) jamais
criamos” (citando o poema de A.E.Housman), uma vez que o
auto-respeito é o fundamento do respeito pelos outros”.
PENSE NISSO...
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