Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 2-15. ISSN 0000-0000
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Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 170-178. A PSICOMOTRICIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA APRENDIZAGEM DO ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN THE PSYCHOMOTILITY AS EDUCATIONAL RESOURCE IN THE LEARNING WITH STUDENT WHO HAVE DOWN SYNDROME Regiâne Ribeiro Leite Zanoti1 Resumo Refletir sobre a importância da psicomotricidade no desenvolvimento da criança aumenta a consciência sistematizada no processo de ensinoaprendizagem, bem como a reflexão sobre limitações que podem ocorrer durante a aquisição do conhecimento. Um dos aspectos da evolução psicomotora da criança é que ele engloba a aprendizagem da leitura e da escrita. Para conseguir fixar a atenção, uma criança deve ter domínio do próprio corpo e inibição voluntária. Para escrever, necessita de desenvolvimento neuro-psicomotor que envolve desde a independência dos ombros, dos braços e dos dedos, até a integridade das funções psicológicas. A psicomotricidade se refere ao movimento humano e é através desse movimento que as pessoas transmitem emoções, sentimentos, comunicam suas descobertas e criações. Sendo assim a psicomotricidade é a ciência que contém conceitos teóricos e aplicações práticas estudando a criança através de seu corpo em movimento em relação ao seu mundo interno e externo, objetivando proporcionar melhoria na qualidade de vida do ser humano. Por ser concebida como a ciência da educação, que procura educar o movimento ao mesmo tempo em que desenvolve as funções da inteligência, esse trabalho tem o objetivo de demonstrar que a educação psicomotora sistematizada bem aplicada é de grande valor tanto para crianças de inteligência normal como também para as com síndrome de Down. Palavras-chave: Psicomotricidade. Síndrome de Down. Ensinoaprendizagem. Abstract Reflect about the importance of psychomotility in the development of the child increases the systematized conscience in the process of teaching and learning, as well as a reflection on limitations that may occur during the acquisition of knowledge. One aspect of the psychomotor development of the child is that it involves the learning of reading and writing. To get fix attention, a child must have domain of own body and voluntary inhibition. To write, the child needs to neuro-psychomotor development that involving since independence shoulders, arms and fingers, until the integrity of 1 Graduada em Pedagogia, Dom Bosco, História, UNIPAR, Pós-Graduada em Psicicopedagogia Clinica e Institucional, Arte e Educação, Didática e Metodologia do Ensino Superior, Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais, Educação Especial: LIBRAS, Educação Especial: Área da Deficiência Mental, ESAP. Professora do CENSUPEG, Estadual e Municipal. Escola Padre Anchieta, APAE de Goioerê; Duque de Caxias: Curso de Formação de Docentes e das séries iniciais do Ensino Fundamental. 170 Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 170-178. psychological functions. The psychomotility refers to human movement and it is through this movement that the people transmit emotions, feelings, communicate their discoveries and creations. Thus the psychomotility is the science that contains theoretical concepts and practical applications by studying the child through your body in movement in relation to internal and external world, aiming to provide a better quality of life for human. To be conceived as the science of education, which search to educate the movement while developing the functions of intelligence, this paper has the objective to demonstrate that the education psychomotor systematized well applied is of great value for both children with normal intelligence also for those with Down syndrome. Keywords: Psychomotility. Down syndrome. Teaching and learning. INTRODUÇÃO Estudos recentes têm mostrado que as pessoas com Síndrome de Down, apesar de apresentarem um ritmo mais lento, podem vir a ser socialmente capazes e independentes quando participam de programas educativos adequados. Na verdade, o ritmo de desenvolvimento cognitivo é mais lento e, isto também se estende ao desenvolvimento global. Algumas crianças podem apresentar um período de latência maior, demorando mais para dar respostas conhecidas. A elaboração do pensamento na pessoa com Síndrome de Down pode não seguir as mesmas etapas habituais do raciocínio. Ela apresenta dificuldades de generalização e abstração, dentre outros aspectos que merecem uma melhor compreensão pelos profissionais que atuam na área da educação, uma vez que alguns fatores implicados no desenvolvimento podem ser minimizados se a criança tiver oportunidades de vivenciar as mais variadas experiências de vida. Não se deve pré-estabelecer limites. Acredita-se, pois na necessidade de criar facilidades para transpor as dificuldades que podem surgir neste processo. Merece destaque o fato de que os alunos com Síndrome de Down, apesar de apresentarem um ritmo mais lento de desenvolvimento cognitivo e motor, podem vir a ser socialmente capazes e independentes quando participam de programas adequados às suas necessidades, conforme relata Fonseca (1983, p. 50), O corpo é uma totalidade e uma estrutura interna fundamental ao desenvolvimento mental, afetivo e motor da criança. São experiências e vivências corporais que organizam a personalidade das mesmas. A vivência corporal não é senão o fator gerador das respostas adquiridas, onde se inscrevem todas as tensões e as emoções que caracterizam a evolução psicoafetiva da criança. Assim, parte-se do pressuposto de que as dificuldades características do processo de desenvolvimento desses alunos podem ser minimizadas caso sejam oferecidas a eles oportunidades de vivenciar as mais variadas experiências de vida, como coloca Papalia e Olds (2000, p. 57): O desenvolvimento humano pode ser analisado sob prisma dos aspectos físicos, cognitivos, motores e psicossociais. Embora estes aspectos pareçam perfeitamente distintos eles são completamente indissociáveis no que tange ao 171 Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 170-178. desenvolvimento. Portanto um déficit motor pode influenciar no desenvolvimento psicossocial, físico, cognitivo ou afetivo da criança. Esse artigo tem como objetivo, demonstrar a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre o assunto, onde o mesmo poderá contribuir com os educadores em suas práticas pedagógicas, com uma atuação voltada para o ensino de qualidade, podendo possibilitar ao desenvolvimento desses alunos a criatividade, bem como o alargamento de suas potencialidades, através da psicomotricidade e seus benefícios para o desenvolvimento global, e suas contribuições no processo de ensino-aprendizagem. Os estudos foram realizados na Escola “Padre Anchieta”, APAE de Goioerê – Paraná, tendo como suporte atividades aplicadas com os alunos Downs da escola supracitada. 1 PSICOMOTRICIDADE A história do corpo é construída com a história da humanidade. Ao longo da sua história, o corpo foi marcado por significações diversas, atribuídas ora pela ciência em sua evolução constante, ora pela cultura de diferentes povos e épocas, ora pelo social carregado de suas crenças e mitos. Foi alvo de questionamentos entre os povos orientais e ocidentais através do pensamento filosófico. A Neuropsicologia e a Neurologia foram as primeiras a estudá-lo de forma sistemática e experimental, na tentativa de compreender a estrutura e funcionamento cerebral, bem como suas patologias. Mais tarde, o corpo passou a ser estudado pela Psicologia e pela Psicanálise a fim de compreender a evolução da inteligência e suas perturbações. As dificuldades enfrentadas pela Neurologia para explicar tais perturbações motivaram Dupré (1909) a buscar uma relação entre o sintoma e a localização cerebral. Nesse momento, ele cria pela primeira vez o termo psicomotricidade, que significa a relação entre o movimento, o pensamento e a afetividade. Nas suas observações o autor conclui que as perturbações psicológicas tinham estreitas relações com as perturbações motoras. Concordando com Dupré, Fonseca (apud OLIVEIRA, 1997, p. 35) afirma que se deve tentar evitar uma análise desse tipo, para não cair no erro de se enxergar dois componentes distintos: o psíquico e o motor. A este respeito ele declara: Defendemos, através da nossa concepção psicopedagógica a inseparabilidade do movimento e da vida mental (do ato ao pensamento), estruturas que representam o resultado das experiências adquiridas, traduzidas numa evolução progressiva da inteligência, só possível por uma motricidade cada vez mais organizada e consciencializada. Os estudos ligados a Psicomotricidade continuam e a pesquisa ganha força, dando lugar à publicação de inúmeros trabalhos, com variados pensamentos alusivos ao tema. A variedade de pensamento sobre as questões psicomotoras foi muito observada por Fonseca (1983). A Psicomotricidade deixa de ser estudada isoladamente; hoje se encontra enriquecida com os estudos da via instintivo-emocional, com os da linguagem, com os da imagem do corpo, com os aspectos perceptivosgnósicos e toda uma rede interdisciplinar, que vieram dar ao estudo do 172 Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 170-178. movimento humano uma dimensão mais científica e menos mecanicista (FONSECA, 1983, p. 8). A evolução da Psicomotricidade no homem se dá de forma natural. Em sua evolução, como área do conhecimento vem adquirindo uma relação técnico-prática que valoriza a unidade em detrimento da dualidade, do reducionismo e do separatismo. Na visão unívoca, faz parte e é representada pela tríade: social, psicológica e orgânica, enriquecida por conhecimentos de ordem emocional, lingüística e psicanalítica. Nessa discussão, Wallon (apud FONSECA, 1987) é um dos pioneiros nos estudos da Psicomotricidade, ele salienta a importância do aspecto afetivo como anterior a qualquer tipo de comportamento. Pode ser definida como o campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e influências recíprocas e sistemáticas entre o psiquismo e a motricidade. Possui as linhas de atuação educativa, reeducativa, terapêutica e relacional. Nesse sentido, parece-nos oportuno a afirmação de Le Boulch (1982 apud NEGRINE, 1995), Ao explicar que a educação psicomotora é formadora indispensável a toda criança, pois tem como objetivo assegurar o desenvolvimento funcional, levando em as suas possibilidades, propiciando, também, através das relações interpessoais, a expansão e o equilíbrio de sua afetividade. Com essa afirmação Falkenbach (2002),coloca que a finalidade da prática da educação psicomotora consiste em: 1º promover um meio lúdico-educativo para a criança expressar-se por intermédio do jogo e do exercício, devendo possibilitar-lhe a exploração corporal do espaço, dos objetos e dos materiais; 2º facilitar a comunicação das crianças por intermédio da expressividade motriz; 3º potencializar as atividades grupais e favorecer a liberação das emoções e conflitos por intermédio do vivenciamento simbólico. 1.1 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL SOB A ÓTICA PSICOMOTORA Quando a criança nasce, entra em um ambiente novo e desconhecido e, com o passar do tempo, interage com ele, adquirindo novas capacidades. A este processo continuo e progressivo denominamos de desenvolvimento humano. Nesse sentido, entendemos que por esse processo não ser estático, o indivíduo sofrerá mudanças no decorrer de sua vida, mais significativas e intensas nos primeiros anos, Fonseca (1983) relata que os fatores da motricidade se encontram em interações recíprocas com os fatores da personalidade. E, nesse sentido, a psicomotricidade tem sua aplicabilidade primordial no processo de construção do indivíduo, porque a dinâmica de sua prática pressupõe uma abordagem afetivo-social, cognitiva e motora. O desenvolvimento psicomotor compreende todo o processo maturacional da estrutura anatomo-neurológica e emocional da criança, desde o seu primeiro movimento reflexo, passando pelos seus gestos, até os movimentos mais complexos e intencionais. Ajuriaguerra (1980) vem consolidar as bases da evolução psicomotora, voltando sua 173 Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 170-178. atenção mais especificadamente para o corpo em sua relação com o meio. Para ele, a evolução da criança está na consciencialização do seu corpo. O corpo é uma totalidade e uma estrutura interna fundamental ao desenvolvimento mental, afetivo e motor da criança. São experiências e vivências corporais que organizam a personalidade da criança. A vivência corporal não é senão o fator gerador das respostas adquiridas, onde se inscrevem todas as tensões e as emoções que caracterizam a evolução psicoafetiva da criança (FONSECA, 1983, p. 50). A educação psicomotora é básica, e o corpo deve ser instrumento mediador entre o meio e o objeto numa relação vivencial adequada. Oliveira (1997) afirma que para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, precisa ter seu corpo organizado para que o conhecimento desse corpo seja consciente e intelectual, e advém das experiências táteis e das demais sensações do corpo e da própria imagem corporal, que é o resultado de suas experiências com o meio ambiente. É através desta imagem que a criança toma seu corpo em ponto de referência estável, tão importante no processo de aprendizagem (MORAIS, 1986). Portanto, à medida que a criança começa a conhecer seu próprio corpo por partes, evoluirá obtendo uma visão do todo, passando a vê-lo de forma completa, contextualizada. 2 SINDROME DE DOWN E APRENDIZAGEM A Síndrome de Down é uma condição associada à alteração cromossômica caracterizada por uma trissomia do cromossomo 21. Essa anomalia cromossômica, segundo Lefévre (1981, p.28), “pode estar associada basicamente ao mecanismo da não disjunção ou da translocação”. Bissoto (2005), relata que a Síndrome de Down se caracteriza, em sua etiologia, por ser uma alteração na divisão cromossômica usual, resultando na triplicação – ao invés da duplicação - do material genético referente ao cromossomo 21, que pode ocorrer de três modos diferentes, segundo Cruz (1997): Trissomia simples, Translocação e Trissômicos. É causada por uma anomalia genética, que leva a um atraso do desenvolvimento, tanto motor como mental (BISSOTO, 2005). A característica mais frequente na síndrome de Down é o atraso mental, hipotonia (fraqueza) muscular, baixa estatura, anomalia cardíaca, perfil achatado, orelhas pequenas com implantação baixa, olhos com fendas palpebrais oblíquas, língua grande, protrusão e sulcada, encurvamento dos quintos dígitos, e aumento da distância entre o primeiro e o segundo artelho e prega única nas palmas. O desenvolvimento cerebral é deficiente, assim, ao nascer as crianças apresentam microcefalia. É observado um decréscimo do peso total do cérebro, além da simplificação em seu padrão giriforme. Para Werneck (1993), síndrome quer dizer conjunto de sinais e de sintomas que 174 Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 170-178. caracterizam um determinado quadro clínico. Em razão do excesso de material genético, provocado pela anomalia cromossômica, várias reações químicas essenciais ao bom desempenho dos sistemas do organismo, das razões de ordem biológica, outras fatores, de ordem ambiental, podem exacerbar ou limitar a função intelectual. Crianças com Síndrome de Down têm desenvolvimento intelectual limitado, sendo que a maioria apresenta retardo mental leve ou moderado. A mesma variação na função cognitiva, notada na população normal, também é observada na Síndrome de Down. Alguns indivíduos são mais vivos, outros já não têm a mesma vivacidade (WERNECK, 1993, p. 63). Deve ser também ressaltado que as habilidades intelectuais do Down têm sido historicamente subestimadas. Estudos contemporâneos mostram que a maioria dos Downs tem um desempenho na faixa de retardo mental entre leve e moderado. A melhor capacidade cognitiva tem sido atribuída ao mosaicismo cromossômico, além de outros fatores como o conjunto genético do indivíduo e a influência de fatores epigenéticos e ambiental. Feuerstein interpreta o desenvolvimento cognitivo como decorrente da interação da criança com o ambiente e da experiência de aprendizagem mediada, proporcionada por pessoa próxima, que leva a criança a processar conhecimentos significativos para o seu crescimento intelectual. Essa interpretação se aproxima da abordagem da inteligência de Vygotsky (1991), que estabelece que o ambiente sociocultural intermédia a aprendizagem da criança, e é decorrente da interação da criança com o ambiente familiar e social, onde o meio se faz como um mediador da aprendizagem visando um desenvolvimento significativo. Isso pode ser comprovado em um estudo, realizado por Niccols; Atkinson; Pepler (2003, apud SILVA; KLEINHANS, 2006) que verificou a capacidade das crianças em solucionar problemas cotidianos quando o ambiente familiar e escolar se mostravam acolhedor e promovia estimulação adequada das funções cognitivas. Assim o processo de aprendizagem implica respostas que podem ser de ordem motora, verbal ou gráfica. Por apresentarem limitações em seu desenvolvimento, as crianças com Síndrome de Down podem apresentar dificuldades no processo de aprendizagem, dificultando funções como: habilidade para usar conceitos abstratos; memória; percepção geral; imaginação; relações espaciais; esquema corporal; raciocínio e transferência na aprendizagem, apesar disso a possibilidade de ampliar e determinar certas respostas estarão condicionadas à influência do meio, uma vez que o ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. A criança Down tem idade cronológica diferente de idade funcional, desta forma, não devemos esperar uma resposta idêntica à resposta das ditas "normais", que não apresentam alterações de aprendizagem. Esta deficiência, segundo Schwartzman (1999) decorre de lesões cerebrais e desajustes funcionais do sistema nervoso: [...] o fato de a criança não ter desenvolvido uma habilidade ou demonstrar conduta imatura em determinada idade, comparativamente a outras com idêntica condição genética, não significa impedimento para adquiri-la mais tarde, pois é possível que madure lentamente (SCHWARTZMAN, 1999, p. 246). 175 Revista Científica CENSUPEG, nº. 1, 2013, p. 170-178. Segundo Silva (2002), o fato de a criança estar apta para a aprendizagem depende da complexa relação dos processos neurológicos e da harmoniosa evolução de funções específicas, tais como a linguagem, percepção, esquema corporal, orientação têmporo-espacial e lateralidade. Para a autora, é comum observar na criança Down, alterações rigorosas de internalizações de conceitos de tempo e espaço, que podem dificultar a aquisição de muitas habilidades, especialmente, em relação à memória e planificação, além de dificultar, também, a aquisição da linguagem. Entre outras deficiências que acarretam repercussão sobre o desenvolvimento neurológico da criança com síndrome de Down, podemos determinar dificuldades na tomada de decisões e iniciação de uma ação; na elaboração do pensamento abstrato; no cálculo; na seleção e eliminação de determinadas fontes informativas; no bloqueio das funções perceptivas (atenção e percepção); nas funções motoras e alterações da emoção e do afeto. Contudo, as crianças Down apresentam grandes probabilidades de desenvolverse e executar atividades diárias e até mesmo adquirir formação profissional. Ao que se refere ao enfoque evolutivo, à linguagem e as atividades como leitura e escrita podem ser desenvolvidas a partir das experiências da própria criança, onde o desenvolvimento psicomotor é à base da aprendizagem (SILVA, 2002). Pensando nisto, essa pesquisa objetivou relatar sobre a Psicomotricidade e os benefícios que a mesma traz no processo de desenvolvimento global da criança, onde através de uma educação psicomotora sistematizada e bem aplicada é de grande valor, no sentido que é possível minimizar as dificuldades de aprendizagem através de intervenções em que sejam utilizadas atividades lúdicas. Em relação à atuação do profissional, faz-se necessário que o mesmo atue de forma eficiente, e para que isso ocorra é preciso que se tenha uma formação sólida, para saber como utilizar os recursos que dispõe para alcançar os objetivos desejados, visto que a qualidade de atuação de um profissional não pode ser avaliada pela quantidade de atividades que aplicar, e sim pela qualidade dessas atividades que se preocupou em pesquisar e selecionar para o bom desenvolvimento dos seus alunos. REFERÊNCIAS AJURIAGUERRA, J. de. Manual de psiquiatria infantil. Trad. De Paulo César Geraldes e Sonia R. Pacheco Alves. Rio de Janeiro. Editora Masson do Brasil Ltda, 1980. BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília – MEC, 9394/96. BOSSA, N. A psicopedagogia no Brasil. 2. ed. Porto Alegre, Editora Artmed, 2000. COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia Psicomotricidade, pontos de interseção nas dificuldades de aprendizagem. 3. ed. Petrópolis, RJ. 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