Gislleyne de Lourdes Costa Nogueira - Entrevista

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Gislleyne de Lourdes Costa Nogueira - Entrevista
REVISTA CAMBIASSU
Publicação Científica do Departamento de Comunicação
Social da Universidade Federal do Maranhão - UFMA - ISSN 0102-3853
São Luís - MA, Ano XVIII, Nº 4 - Janeiro a Dezembro de 2008
Gislleyne de Lourdes Costa Nogueira
EMOCORE - GRUPO COMO LEITURA SOCIAL
Graduada em Letras (inglês/português) e respectivas literaturas pela Universidade
Estadual do Maranhão. Especialista em Jornalismo Cultural pela Universidade
Federal do Maranhão.
RESUMO: Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), várias reações foram
desencadeadas ao redor do mundo, em que grupos de caráter rebelde manifestaram-se
de forma agressiva contra o sistema político e toda a situação que alastrava o mundo.
Esses movimentos fizeram nascer dezenas de grupos “subalternos” ou simplesmente
subculturas, que, tendo como suporte a música, expunham letras politizadas, em virtude
das conseqüências da Grande Guerra. Punks aparecerem, dando origem ao Hardcore
Punk – gênero musical enraizado do rock e grande influenciador para a formação do
Emocore. No primeiro momento, este artigo tentará definir e fazer alguns apontamentos
sobre a estética da moda do grupo Emocore traduzida pelo estilo de vida que levam e
suas características comportamentais.
1. INTRODUÇÃO
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), várias reações foram
desencadeadas ao redor do mundo, em que grupos de caráter rebelde manifestaram-se
de forma agressiva contra o sistema político e toda a situação que alastrava o mundo.
Esses movimentos fizeram nascer dezenas de grupos “subalternos” ou simplesmente
subculturas, que, tendo como suporte a música, expunham letras politizadas, em virtude
das conseqüências da Grande Guerra. Punks aparecerem, dando origem ao Hardcore
Punk – gênero musical enraizado do rock e grande influenciador para a formação do
Emocore.
No primeiro momento, este artigo tentará definir e fazer alguns apontamentos
sobre a estética da moda do grupo Emocore traduzida pelo estilo de vida que levam e
suas características comportamentais. Neste percurso, o estudo fará uma abordagem
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histórica do caminho que o Grupo percorreu até seu surgimento no espaço público,
analisando seu contexto social, psicológico e cultural, ou seja, os aspectos
correspondentes à efetivação de um movimento criticado e discriminado por outros
grupos, principalmente pelos punks, gênero que os influenciou. Serão apresentados os
reflexos contemporâneos da atitude Emo, a partir das mudanças ocorridas nesse
processo de afirmação da tribo111 desencadeada no fim da década de 70 e início dos
anos 80, sob forte influência de outros gêneros híbridos. A intenção pós-moderna do
grupo será ressaltada, por meio das suas atitudes e aspectos sociais, assim como a sua
estruturação calcada nas transformações ocorridas em seu processo de concretização.
A intenção deste artigo não é simplesmente abordar alguns aspectos sobre o
grupo, mas enfatizar as interpretações decorrentes do seu vestuário como um conjunto
de signos que sintetizam e enquadram o Emocore como um gênero híbrido norteamericano presente na cultura brasileira, sobretudo através da mídia virtual – internet -,
onde o grupo se disseminou.
2. ABORDAGEM HISTÓRICA DO EMOCORE
As décadas de 70 e 80 foram responsáveis por uma série de acontecimentos que
se sucederam na criação de vários grupos sociais, as chamadas tribos - que, sob o ponto
de vista do sociólogo Michel Maffesoli, em o Tempo das Tribos (1987), são formadas
quando há uma identificação dos componentes com a causa, um sentimento de pertença.
Que no caso dos emos é a sensibilidade, ou subculturas urbanas que estabelecerem um
conceito diferenciado em suas posturas, atitudes, comportamentos e interesses comuns,
especialmente a música. O cenário em que esses grupos nasceram foi a periferia, mais
especificamente a periferia britânica, a partir de movimentos diversos de protestos ou de
rebeldia, sendo por isso discriminados até hoje. Hebdige (1996), em seus estudos sobre
o movimento punk britânico define subcultura como:
111
Tribo foi um termo batizado na década de 80 e atribuído às subculturas para indicar a idéia
de pertencimento de um grupo, ou seja para demarcar seu território.(PALOMINO, 2003, p.44)
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“Subculturas são, então, formas expressivas, mas o que elas expressam é, em
última instância, uma tensão fundamental entre aqueles no poder e aqueles
condenados a posições subordinadas e vidas de segunda classe. Essa tensão
é expressa figurativamente na forma de estilo subcultural [...] Durante este
livro, eu interpretei subcultura como uma forma de resistência em que as
contradições e objeções experimentadas a esta ideologia dominante são
obliquamente representadas através de estilo. Especificamente eu usei o
termo “ruído” para descrever o desafio à ordem simbólica que aqueles
estilos parecem constituir. (HEBDGE, 1996, P. 132 e 133)”.
Nesta análise, o autor caracteriza a subcultura como uma forma de expressão, de
sobrevivência e de existência em que as idéias coletivas são contrárias ao sistema
dominante da sociedade, gerando, muitas vezes, conflitos culturais. As divergências
geralmente revelam a indignação dos grupos frente aos problemas sociais e políticos, a
partir de um comportamento identitário próprio traduzido na postura agressiva de “ser e
de estar”, na auto-afirmação de um estilo, de uma etnia ou na valorização de um gênero
musical. Deste modo, uma subcultura traça o aspecto subversivo de uma dada ordem
social por estar ligada às aparências, às atitudes e aos estilos de vida que alguns grupos
levam. A rebeldia é facilmente notada no vestuário e nos comportamentos geralmente
grotescos, exóticos e pitorescos que tentam romper com os padrões regulamentados pela
sociedade que, de certa forma, dão coesão aos valores determinados, aprendidos e
seguidos desde o início do processo de sociabilização e que proporciona a base da
identidade cultural do ser humano.
O Emo é um movimento que retrata a vida do adolescente de uma forma
contraditória, inspirado nos elementos pertencentes à cultura norte-americana, onde teve
início o radicalismo dos punks, grupos que os jornais denominaram de “grupos
marginais, subalternos”. Uma época, em que boa parte dos americanos tentava resistir à
Guerra do Vietnã depois de assistir as duas Guerras Mundiais que abalaram o mundo,
gerando turbulência e revolta na população. Estes aspectos foram favoráveis ao
aparecimento dos grupos punks que surgiram com toda sua fúria e indignação,
expressando em letras de música as questões políticas que provocavam o caos no
mundo, cujo ritmo era caracterizado pelo som pesado e forte das guitarras.
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O estilo Emo é uma fusão da rebeldia comportamental e estética dos grupos punk
do final dos anos 70 e do indie-rock, bastante visível na década de 60, que estampava
um vestuário comportado, considerado “cafona” cujas peças mais comuns eram os
blazers, paletós, xadrez e skinny jeans, variando entre o socialmente bem vestido,
comportado e o aspecto baderneiro dos grupos que ali nasciam. Foi nessa fusão estética
que o Emo se estabeleceu no Brasil, provocando nos adolescentes um processo de
identificação e de reconhecimento diante do comportamento e do modo de vestir dos
grupos americanos. Mais do que uma troca cultural, houve um deslocamento dessa tribo
dos Estados Unidos para o Brasil, inserida na cultura nacional, sem apresentar
contrastes ou adaptações aos moldes regionais característicos da sociedade. A
caracterização do grupo no Brasil mantém o formato norte-americano, sendo bem aceito
aqui com suas características de origem.
Estes parâmetros foram imprescindíveis para a criação de uma tribo inovadora,
que virou um movimento, no qual os novos pensamentos e posturas expressivas no
modo de agir e pensar, foram difundidos e revelados a partir das emoções e conceitos
obtidos pelas pessoas que arriscavam se tornar seguidores do estilo Emocore. Nesta
perspectiva, a subcultura Emo tem sua terminologia estabelecida nos Estados Unidos,
mais especificamente no sul da Califórnia, região periférica do Estado, onde bandas
como Rites Of Spring e Embrace, consideradas do gênero Hardcore punk - um estilo
musical, vertente do Rock - introduziram letras suaves e melódicas em suas canções e
performances emocionais. Apresentaram-se de forma ostensiva contra a sonoridade
lenta do Rock and Roll tradicional, inclusive a negação de bandas do movimento New
Wave que utilizava este modelo do Rock para aparecer na mídia, no caso o rádio,
veículo que valorizava muito o estilo pela própria aceitação do público.
O contraste de “som pesado” da guitarra ligado a uma agressividade extrema
exteriorizada nas letras das músicas, caracterizou posteriormente aquilo que o fanzine
Maximum Rock´n Roll e a revista Skate Trasher publicariam como uma roupagem da
nova geração Emotional Hardcore, que tem seu termo legitimado no cenário musical
em uma das bandas Emo de grande expressão na atualidade, o Dashboard Confessional.
Em meados de 2003, esse formato chegou ao Brasil, primeiramente na cidade de São
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Paulo e, logo se disseminou por todo o país, com o modelo Emotional das músicas e o
modo de vestir, de ser e de estar. A banda gaúcha Fresno foi uma das primeiras a aderir
esta nova corrente, traduzindo na música toda a ternura da composição melódica das
letras e do som pesado dos acordes da guitarra e da bateria. Assim, entre os grupos com
a proposta Emotional, o de maior sucesso e visibilidade na mídia atualmente é o grupo
paulista NX zero, que encanta milhares de adolescentes onde quer que se apresente.
Os adeptos do Emocore são reconhecidos facilmente por seu vestuário. Em
uma reportagem do jornal hoje sobre o Emo, a jornalista Maria Manso declarou que eles
parecem punks pelas roupas e olhos pretos e botas, mas a diferença é que, por trás desta
aparente rebeldia, escondem um universo infantil quando usam figuras da Hello Kitty,
sainhas quadriculadas, acessórios cor rosa, laços parecidos com os da personagem
Wilma do desenho os Flinstons, bijuterias de bola, camisetas pretas com fotos de astros
do rock e a característica principal que é o uso de uma longa franja lisa escorrida no
rosto. (Ver anexo 1)
Além dessas características, há outro aspecto que leva à disseminação do
Emocore pelo país: o tipo de linguagem que os adolescentes usam para se comunicar.
As particularidades se resumem em frases, cujas palavras ficam no diminutivo sintético
(amorzinho, lindinho); erros propositais da gramática, como por exemplo: eu quero
dizer que eu amo você, transformando-se em kero dixer q eu ti amu. O Emo respeita a
tolerância sexual, já que as meninas usam termos como minha marida para demonstrar o
carinho que as jovens sentem uma pela outra, além de outros comportamentos
parecidos.
Esse movimento ganhou força após uma década de seu aparecimento em 1980,
quando o mercado fonográfico descobriu a música. O mundo observou que algo novo
aparecia na sociedade americana e que rapidamente se propagava ao assumir uma forma
bem diferente da original, principalmente pelo aspecto comportamental, que se afastava
ainda mais de suas raízes inglesas, conquistando o público teen, isto é, adolescentes
cheios de conflitos, que viam e ainda vêem no Emocore, um escape para todos os tipos
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de sentimentos internalizados. Os anos posteriores só confirmaram a efetivação dessa
tribo que, além da leitura musical, produziu uma outra: a estética.
3. A ESTÉTICA E A ESTETICIZAÇÃO DA MODA EMO
Quando analisamos um conceito como o de estética, pressupomos a idéia do
belo, justificado inicialmente no discurso sobre o corpo, mas neste artigo o conceito de
estética será estudado como um elemento versátil, contemporâneo, resultado de uma
experiência fragmentada no tempo e no espaço, cujo pressuposto é o uso do vestuário
do grupo Emo. A base de análise será a semiótica voltada à relação e a interpretação da
roupa, enquanto objeto de significação social e cultural.
No contexto contemporâneo, a moda é vista como um universo simbólico, no
qual seus códigos revelam muito mais do que aquilo que é percebido logo de imediato.
Suas linguagens são produzidas no momento em que o pensamento crítico da sociedade
moderna passa a ser determinante na compreensão do mundo e das relações
interpessoais. A moda passa a ter uma postura interpretativa compatível à primeira
impressão que o indivíduo tem do Outro e do seu contexto, pois o olhar humano tornase estético no momento em que registra o vestuário como um dos fatores de
identificação do grupo, segmentando-o e colocando-o numa posição de exclusão social.
Aqui, o olhar já não é mais só direcionado a esse aspecto, mas ganha força
quando se confronta com uma realidade social preconceituosa e curiosa, passando a
descobrir elementos enriquecedores que compõem o perfil do grupo, como as atitudes e
os comportamentos sociais nos meios em que estão inseridos. O olhar de fora confirma
o olhar interno ao grupo, motivo que leva os adeptos das chamadas tribos alternativas a
seguirem um determinado estilo de vida, diferente do padrão estabelecido pela cultura
onde estão localizados.
É oportuno esclarecer que o vestuário usado pelo grupo Emocore traduz uma
linguagem específica, cujos signos situam a roupa como um objeto específico que serve
para moldar e identificar a natureza semântica do movimento. Dessa forma, a
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compreensão da roupa como um signo e, portanto, como um objeto da semiótica112,
possibilita a análise social do grupo, a partir dos seus elementos singulares. Sob essa
perspectiva, autores ressaltam esse processo nas seguintes linhas:
As conclusões que podem ser extraídas disso parecem óbvias:
(a) não há comunicação sem intercâmbio de algum tipo de conteúdo; (b) todo
conteúdo se expressa em uma mensagem; (c) toda mensagem encarna-se em
signos; (d) não há intercâmbio de mensagens sem um canal de transporte.
Todos esses aspectos são aqueles que revelam, em um nível básico, as interrelações entre comunicação e semiótica (Santaella e Nöth, 2004, p. 160).
É importante ressaltar que a moda não é simplesmente um modelo ou um
sistema determinado pelo número de pessoas que a usam ou se identificam com ela, mas
que, principalmente define uma tendência a ser seguida, denota uma forma de ser e de
estar no mundo, isto é, propõe uma leitura além do que inicialmente projeta. A moda é
uma linguagem do comportamento, da personalidade e dos sentimentos que são formas
de comunicação provenientes da Idade Média, cujas regras foram estabelecidas para
diferenciar as classes existentes na época, como superior e inferior muito evidente no
período.
Gilles Lipovetsky (1999) cita que, com a moda, a sociedade inicia a disputa
pelo poder social dos signos ínfimos, o espantoso dispositivo de distinção social
conferido ao porte das novidades sutis, do predomínio de classe. A análise de
Lipovetsky remonta à época das navegações, período em que as trocas culturais
influenciam as grandes metrópoles e estimulam uma Corte que já ostentava riqueza e
luxo, evidenciados nos trajes e no design sempre bem recortados como um traço de
distinção, altivez e superioridade em relação à maioria desprivilegiada.
O vestuário passa a representar as classes sociais dos grupos no mundo
Ocidental e evolui conforme as tradições de cada período, acompanhando todas as
mudanças, ideologias e esperanças do surgimento do novo. Dessa forma, a moda
112
Para Santaella e Noth , semiótica é uma ciência da significação e de todos os tipos de
signos (2004, p. 7).
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acompanha o avanço tecnológico da mídia, passando a ser notícia na televisão, no rádio,
nos jornais, nas revistas e na internet, veículos que ajudaram a transformar esse “novo”
como produto de um consumo proposto pela Indústria Cultural. Com o estilo Emo
vívido nos dias de hoje não foi diferente, pois as tribos atuais são uma reinvenção e
adaptação dos grupos anteriores, mesmo que configurem a mesma tipologia, não
surgem por acaso.
Como um grupo ou movimento, o Emo teve a sua formação expandida pela
força da mídia o que acabou influenciando os jovens pela insistência na veiculação de
sua imagem, por meio de matérias e reportagens especiais que chamam a atenção das
pessoas por sua persistência e repetitividade. O efeito mais evidente deste processo é a
adesão dos jovens, atraídos por aquilo que vêem, ouvem e lêem, tornando-se seguidores
do grupo, pela afinidade que têm com a forma de pensamento e atitudes deste estilo
comportamental – o que pode ser percebido inclusive no Brasil em sites de internet
como o youtube, blogs, orkuts, flogs ou flogão.
É importante ressaltar que a internet é o principal veículo de comunicação
direcionado aos adeptos e simpatizantes do Emocore, que, tem como função divulgar
tudo o que é e não é padronizado pela indústria fonográfica. As comunidades estão se
disseminando a cada novo comentário ou aparição, pois além de vídeos que expõem
novas bandas com características Emo, há aquelas que não aceitam a nomeação de Emo,
para não se restringirem à sua atuação pública.
O vocalista Lucas Silveira da banda gaúcha Fresno, uma das favoritas do
circuito gaúcho e que mais se aproxima do estilo Emo, diz temer a moda, pois a
estigmatização pode “queimar” a produção da sua música, porque quem não gosta do
estilo não ouve a sua música. Aliás, não é só a banda Fresno que teme o rótulo, já que a
maioria teme ser caracterizada de Emo ou de qualquer outra designação, justamente
para não perder público. As bandas não querem ser exclusivas de um segmento, mesmo
que tenham traços típicos de um determinado estilo, o pensamento é mercadológico.
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Mesmo com a forte ascensão do movimento nos últimos anos, ainda não há no
Brasil bandas do estilo Emocore em grandes gravadoras, o que faz com que os músicos
se preocupem em divulgar seus trabalhos apenas pelos sites virtuais. O estilo garante
números expressivos de vendas, o que é inusitado para quem está fora da indústria
cultural. O diretor do Departamento Internacional da gravadora TRAMA Eduardo
Ramos, comentou em entrevista à revista Época que existem bandas que, somente com
a divulgação na internet e shows vendem 10 mil CD´s, um número muito maior do que
a produção de grandes artistas. Isso mostra que o Emo não depende necessariamente do
papel das grandes gravadoras para divulgar o seu trabalho. Há o receio evidenciado
pelas gravadoras de apoiar as bandas sob o argumento de que o mercado não absorve o
novo produto e suas peculiaridades.
Vale lembrar que a produção estética no Brasil, em especial a década de 20,
estava concentrada no Rio de Janeiro e São Paulo, onde eram realizados os principais
ensaios culturais do país. Foi uma época de grandes transformações culturais em que os
MCM já influenciavam os comportamentos e os estilos de vida. A moda alinhada às
silhuetas das senhoras e dos senhores que compunham a elite brasileira acompanhavam
as manifestações sociais, tornando-se o stopin de uma nova leitura sobre a realidade e
tempo.
Neste sentido, uma mudança proporcionada pelo comportamento dos grupos que
usavam determinada indumentária, poderia tornar-se um produto, uma mercadoria a ser
vendida e consumida, como o próprio Appadurai (1996) aponta. A relação entre a moda
e o consumo em muitos momentos cria um simulacro do tempo e do comportamento
que podem ser transformados em mercadoria, mesmo que este consumo esteja
relacionado à “ilusão” de um mundo possível, sobretudo a partir do momento em que
estes produtos tornam-se comercializáveis e acessíveis a todos. Na verdade, a passagem
ou transição do tempo está calcada na forma, isto é, no modo como as pessoas
codificam a roupa, cuja apropriação mantida é dominada pela tribo que dá forma à
proposta de mudança e postura.
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“Ela é de opinião que a linguagem consiste de palavras, gramática e sintaxe, e
que está ali somente para expressar conceitos e significados. Trata-se de uma
visão mecanicista do significado, que conduz a uma explicação mecanicista
do significado em moda e indumentária, em que os significados dos trajes
parecem preexistir, sendo selecionados e combinados para compor um
conjunto ou ensemble”. (Barnard, 2003, p.50-51)
Isso indica que a roupa usada pelos Emos expressa um leque de informações,
com significados variados embutidos em sua apresentação, às vezes de forma
pejorativa, preconceituosa, de resistência ao diferente, não aceitando o novo como uma
expressão metafórica, mas baseada num estilo musical e transformada no modo de vida
discutido anteriormente. Desde o final da Idade Média, uma nova visão fez criar uma
atitude
moderna,
característica
do
Ocidente,
expressando
um
dinamismo
comunicacional ligada à apreciação do novo, do prazer em ver e ser visto e, portanto,
em provocar uma reação crítica do vestuário usado.
A moda sob a análise de Amaral (1989) é cercada de ambigüidades, começando
pela etimologia da palavra, cuja origem é do francês mode, que significa uso, hábito ou
estilo geralmente aceito, variável no tempo e resultante de determinado gosto, idéia,
capricho e das inter-afluências do meio em que o indivíduo está associado. Isto
demonstra que a moda gradativamente passou por várias transformações, com
interpretações próprias e singulares, conforme as épocas, devido, principalmente à
necessidade de tornar visível o estilo adotado de grupos que convivem ou são
simplesmente influenciados pelo modismo daquilo que é novo e diferente. E, isto é
ocasionado pela globalização dos mercados e das culturas, em função do consumo desse
produto e da sua exaltação.
Com tantas influências e manifestações, a moda tornou-se uma mercadoria de
venda e compra muito ascendente no período de urbanização nas grandes metrópoles.
Em São Paulo, a moda ganhou força na semana da Arte Moderna, em que a arte
nacional aflorou com as idéias inovadoras dos artistas, enquanto os trajes sofreram
mudanças benéficas, principalmente em relação à postura e ao comportamento. Os
trajes passaram a representar o desenvolvimento das indústrias têxteis interessadas no
formato do vestuário e dos seus novos caminhos e intencionalidades, configurando
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criações cada vez mais “atrevidas” e voltadas à atualidade do vestuário. Sob esse
aspecto, nota-se a forte presença de um produto que, com o tempo, muda sua forma e
finalidade, determinando um novo modo de pensar a roupa e suas linguagens,
contextualizando-a, conforme a aparente disseminação de grupos e de estilos que
surgem como uma forma de identificação específica, dando à moda uma existência
única, própria de sua autenticidade.
Deste modo, a produção estética da moda torna-se cada vez mais exigente e
transparente, expandindo-se a partir dos MCM e das relações grupais estabelecidas pela
sociedade de massa, que busca mostrar as tendências criadas para revelar a
expressividade de cada indivíduo ou grupo. Com a chegada da modernidade113,
impulsionada pelo processo urbano das cidades, e pelo desenvolvimento das indústrias e
das artes, a renovação tornou-se constante pela necessidade de reproduzir o novo e
torná-lo atual, contemporâneo, um estilo identitário ou de um grupo como é o caso da
moda Emo, cuja caracterização é fácil de ser percebida pelo vestuário e posturas. Mais
do que moda, o Emo quebra regras pré-estabelecidas, estruturadas e padronizadas pela
sociedade, tal como pressupõe a pós-modernidade, confirmada pelo francês JeanFrançois Lyotard (1979) que explica a ruptura, a desarticulação de criações e a
descontinuidade dos processos sociais.
4. ANÁLISE SEMIÓTICA DA INDUMENTÁRIA EMO
A leitura do estilo Emocore exige uma análise singular dos seus vários
aspectos que se configuram a partir do processo evolutivo da moda, da terminologia
Emo, do caráter de identificação do grupo; dos seus elementos híbridos e da sua estética
que remete ao novo e ao recente. Vale lembrar que o grupo Emocore ou simplesmente
Emo estabelece um conjunto de significados presentes em seu vestuário que funciona
como referência simbólica de vida, de atitude, de coragem, de rebeldia, de transgressão,
de estilo.
113
Para David Harvey, a modernidade implica não apenas “um rompimento impiedoso com toda
e qualquer condição precedente”, mas como “caracterizada por um processo sem fim de
rupturas e fragmentações internas no seu próprio interior” (1989, p.12).
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O vestuário é um elemento característico de um processo temporal, provocado
pelas mudanças comportamentais de uma sociedade em certo período, e assim a sua
especificação é tida como um signo representativo por sua produção e trocas simbólicas,
cuja identidade requer o reconhecimento e o pertencimento, a partir de um ponto
comum de um grande número de pessoas. A expressividade e a forma como se
apresentam tornam-se singulares para um determinado grupo como o Emo que surge
não somente como uma forma de expressão, mas como um comportamento proveniente
do estilo musical, que é a alma dessa tribo.
As representações significativas da roupa traduzem uma linguagem peculiar,
uma forma de comunicação íntima do grupo. A comunicação se relaciona com a
semiótica, nas tentativas de interpretação das mensagens expressadas na moda e não há
como separá-los. Dessa forma o estudo do vestuário da Emo é analisado pelos
determinantes presentes nos gostos, valores, marcas de distinção social e de classe, na
atração e na estética calcada naquilo que é diferente, representativo de uma nova
aparência. Muitos teóricos têm definido a semiótica, e Jakobson é um deles afirmando
que o signo é conceituação nos clássicos:
“Signans e signatum, sendo o primeiro o aspecto material, encarnado do
signo e o segundo, seu aspecto inteligível, o significado do signo. O signo é
assim definido como aliquid stat pro aliquo, algo que está em lugar de outra
coisa para alguém”. (SANTAELLA e NOTH apud JAKOBSON, p. 78,
2004)
Percebe-se nessa definição que o signo tem duas dimensões, o objeto em si a
ser estudado e a sua interpretação. Em virtude disso, é possível notar que o vestuário é
um signo, cuja linguagem é bastante diversificada, como, por exemplo, no Emo, cuja
visibilidade é fácil de ser identificada, já que, o objeto é um conteúdo em que seu
significado tem como finalidade a sua compreensão dialógica, como Bakhtin ressalta:
“Não existe nenhum significado, nenhum pensamento que não seja dialógico,
pois “tudo significa e é compreendido como parte de um todo maior – há
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uma interação constante de significados; todos trazem, em si, o potencial de
determinar os demais”. (BAKHTIN 1981: 426)
Vale apontar que a moda não é um signo isolado, mas uma extensão mais ampla
de uma linguagem comunicativa do Emo, de uma autenticidade da palavra, calcada em
elementos contemporâneos que desafia a estrutura social através de uma imagem,
observada nos diversos canais de divulgação virtual como blogs, sites e comunidades. O
Emo é uma tendência que se fortaleceu nos últimos anos por ter uma linguagem
particular e contribuir para a distinção social, mesmo que a diferença confronte com as
idéias e atitudes do grupo. Nessa perspectiva, é importante ressaltar que o vestuário é
uma linguagem com variadas leituras, conforme as interpretações e conhecimentos da
ideologia da tribo, gerando nas pessoas atitudes grotescas como o olhar desconfiado, o
franzir da testa, o “torcer o nariz e a boca”, comportamentos que comprovam a
predominância da manutenção do habitual e do rotineiro. É importante ressaltar que
algumas pessoas quando se deparam com o diferente, o novo e o moderno agem
negativamente até que passam a conviver com a diferença, mesmo que os sentimentos
contradigam o seu real desejo ou pretensão.
A formação inconsciente do sujeito é determinada pelos sistemas de
representação simbólica que inclui a língua, a cultura e a diferença social. E, é a partir
desse momento que a identidade é deflagrada como ponto principal do movimento Emo,
seja na linguagem, na livre expressão dos sentimentos que praticam ou em até nos
comportamentos feitos. Stuart Hall aponta:
“Uma vez que a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é
interpelado ou representado, a identificação não é automática, mas pode ser
ganhada ou perdida. Ela tornou-se politizada. Esse processo é, às vezes,
descrito como constituindo a mudança de uma política de identidade (de
classe) para uma política de diferença”. (Hall, 2004, p.21).
Neste discurso, a identidade tem forma processual, já que a sua caracterização
dá-se de maneira gradual entre as classes e suas diferenças, constituindo uma cultura
particular não homogênea, apesar da tentativa em torná-la específica. Assim, o Emo é
uma tribo contemporânea que não se restringiu somente à música, definindo uma
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personalidade peculiar, em que o estilo é de extrema originalidade, inclusive da
roupagem feita de outros estilos como o Hardcore Punk e Indie Rock. O Emo tornou-se
um movimento atual pela composição e divulgação do grupo que expressa uma forma
de pensamento que se enquadra na pós-modernidade. Terry Eagleton chama esse
movimento de cultura contemporânea, um estilo de pensamento. Nesta perspectiva, tudo
que é atribuído ao novo, ao contemporâneo, ao moderno ou pós-moderno vem
deslocando as identidades nacionais, culminando em mudanças nos mais variados
campos da globalização. No argumento de Hall sobre a globalização e seus efeitos
culturais, ressalta sob o enfoque de Anthony McGrew (apud Hall,2001):
“ (...)a “globalização” se refere aqueles processos, atuantes numa escala
global, que atravessam as fronteiras nacionais, integrando e conectando
comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo,
tornando o mundo, em realidade e em experiência, mais interconectado. A
globalização implica um movimento de distanciamento da idéia clássica da
“sociedade” como um sistema bem delimitado e sua substituição por uma
perspectiva que se concentre na forma como a vida social está ordenada ao
longo do tempo e do espaço. (Giddens,1990, p.64) Essas novas
características temporais e espaciais, que resultam na compressão de
distâncias e de escalas temporais, estão entre os aspectos mais importantes
da globalização a ter efeito sobre as identidades culturais”. (Hall,2001:68)
O processo temporal é responsável pelo aparecimento de novas formas de pensar
e agir diante do surgimento de novos produtos, mercados e culturas cada vez mais
ligadas à tecnologia crescente. Isso acontece porque o indivíduo passa a preferir sempre
o que é mais atual, o reinventado, sintetizando, portanto, a necessidade de experimentar
novas formas de produção, de pensamento, de comportamento, fazendo com que uma
cultura procure pela outra, não como uma substituição, mas como uma maneira de estar
atento a algo que está se projetando.
Assim ocorreu com o Emocore, um estilo proveniente do subúrbio californiano,
mas que sofreu uma intensa disseminação virtual no Brasil, misturando-se à cultura
local, mas mantendo-se como parte de uma cultura deslocada, uma tendência não
permanente, que é aceita por jovens de 13 a 18 anos que são influenciados pelo que
denominam de o “modismo da hora” para dizer que a moda a ser adotada é a que está
acontecendo no momento. Portanto, o que pode ser observado é que qualquer mudança
tem causas e efeitos diversos, o que não é diferente na contemporaneidade com o grupo
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Emocore, resultado direto do processo de fragmentação de códigos culturais, de
multiplicidade de estilos, ênfase no efêmero, no flutuante, no inconstante, na diferença e
no pluralismo cultural.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O período pós-guerra trouxe protestos em todo o mundo, além de aguçar o
comportamento dos jovens, que diante de todo o caos instaurado, formaram grupos
considerados subalternos, em sua maioria rebelde, e que passaram a ser caracterizados
por sua postura agressiva. Esses grupos uniam-se pelo gosto musical e pela forma como
as letras eram produzidas, sempre politizadas e sob o contexto social do momento que
viviam. Um desses grupos que se destacou foi o Punk, grande influenciador do estilo
Emocore.
Desde o início do estudo, pretendeu-se interpretar aspectos pertinentes que
envolviam o grupo. A postura desse artigo foi revelar como o Emocore, enquanto
gênero musical ligado não somente a essa tipologia, mas ao estilo de vida que dezenas
de adolescentes seguem, no qual a indumentária e o jeito de ser passam a ser os pontos
predominantes do grupo, pôde ser interpretado, tendo a preocupação em se posicionar
diante do que era apresentado e caracterizando-o de modo que fosse rápida a sua
identificação e compreensão.
Foi possível perceber a presença constante da semiologia da indumentária do
Emo que, enquanto signo expressa uma infinidade de interpretações muito além da
estética, por ser emblemática no que concerne à posição social que teve durante séculos.
Hoje tem um caráter prático calcado nos aspectos comportamentais, nos usos e gostos
do indivíduo, refletindo em sua personalidade e intencionalidade, na maioria das vezes
conflituosas e discriminadas por uma boa parte da sociedade que desconhece sua
essência por não ser padronizada e por estar fora dos valores e hábitos do qual está
acostumada. Isso de certo modo é natural, já que, quando se rompe ou se quebra regras
gera-se uma série de opiniões contrárias até que a sociedade se habitue e passe a
respeitar as diferenças imbuídas no grupo.
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Entre tantos aspectos abordados, não se deve esquecer a importância da mídia
nesse contexto, já que a aparência do Emo pelas principais metrópoles do país (Rio de
Janeiro e São Paulo) e veículos de comunicação é constante, principalmente em sites de
internet, por tudo que já foi explicado anteriormente (a musicalidade, a roupa que
mistura rebeldia e inocência, a atitude que os adeptos têm com o outro), elementos que
atraíram o público jovem a aderir o estilo Emocore. Além desses fatores, o artigo foi
esclarecedor, no que diz respeito ao hibridismo presente nele, por ter sido criado no
subúrbio da Califórnia e se deslocado pela América e Europa, estabelecendo contato
com identidades culturais diferentes e tornando-se um gênero importado e aceito por
uma parcela de adolescentes que se identificaram com o estilo que varia da roupa,
música até o comportamento imbuído de sensibilidade múltiplas e plurais.
6. REFERÊNCIAS
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filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
BAUDRILLARD, Jean. A Sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 1991.
BOURDIEU, Pierre. A Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Ed. Perspectiva,
1987.
GORENDER, Jacob. Marxismo sem utopias. São Paulo: Ática, 1999.
HALL, Stuart. A identidade Cultural na pós-modernidade. 9ª Ed – Rio de JaneiroRJ, 2000
LYOTARD, J. F. A Condição Pós-Moderna. trad. José Bragança de Miranda. Lisboa:
Gradiva, 2003, do original francês La Condition Postmoderne Paris: Editions de Minuit,
1979.
LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades
modernas-São Paulo: Companhia das Letras, 1989
MAFFESOLI, Michel. O Tempo das Tribos. O declínio do individualismo na
sociedade da massas. Forense Universitária, Rio de Janeiro, 1987.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural,
1983.
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BURKE, Peter, Hibridismo Cultural. São Leopoldo: Unisinos, 2001.
PALOMINO, Érika. A moda – 2. ed. – São Paulo: Publifolha ,2003
SANTAELLA, L. A teoria Geral dos Signos: como as linguagens significam as
coisas: São Paulo, Pioneira, 2000.
SANTAELLA, Lucia, NÖTH, Winfried. Comunicação e semiótica – São Paulo:
Hacker Editores, 2004
Sites:
http://www.uff.br/mestcii/renata2.htm
http://www.fecap.br/portal/Arquivos/Extensao_Rev_Liceu_On_Line/adorno.htm
http://www.mondobizarre.com/a_emocore1.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/emo
Reportagem sobre o emo no jornal Hoje (05/06/2006):
http://www.youtube.com/watch?v=OjwjWo1slFk&mode=related&search=
ANEXO 1
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