O período intertestamentárioO período intertestamentário ou

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O período intertestamentárioO período intertestamentário ou
O período intertestamentário
O período intertestamentário ou de Maláquias à Mateus (+/- 400 Anos).
A CONCLUSÃO do cânon do V.T. deixou Israel dividido. A maior parte da nação
se dispersou, espalhou-se pelo Império Persa, mais como colonizadores do que
como prisioneiros. Um remanescente, principalmente da tribo de Judá, com
Zorobabel, um príncipe da família de Davi, e os sobreviventes dos sacerdotes e
levitas retornou à terra sob os decretos de permissão de Ciro e os seus
sucessores, e restabeleceu o culto no templo. O interesse é centralizarmos
neste remanescente; e este interesse preocupa-se com a história religiosa e
política.
I. POLITICAMENTE.
O destino dos judeus da terra de Israel estão ligados à história dos poderes
mundiais gentios preditos por Daniel (Leia Dn. Capítulos 2 e 7).
1. O governo persa continuou durante cerca de um século depois da conclusão
do cânon do V.T. e parece que foi brando e tolerante, permitindo que o sumo
sacerdote, além de suas funções religiosas, tivesse certa medida de poder civil,
mas em obediência aos governadores da Síria*. Neste período desenvolveu-se
o culto rival em Samaria, que começara durante a monarquia israelita, e foi
construído o seu próprio templo.
2. Em 334.a.C. a Síria caiu sob o poder do terceiro dos impérios mundiais, “o
império Greco-Macedônio de Alexandre, o Grande”. Este conquistador foi
induzido a tratar os judeus com grande bondade; mas depois da ruptura ou
quebra do seu império, a Judéia (nome dado ao território todo de Israel naquele
tempo), ficou entre a bigorna e martelo da Síria e do Egito; primeiro sob o poder
da Síria, mas depois sob o Egito dos reis ptolemaicos. Durante este período
(323-198 a.C.), grande número de judeus estabeleceu-se no Egito e a
Septuaginta (LXX) do V.T. foi começada (cerca de 285 a.C.). A septuaginta foi a
tradução do Pentateuco para o grego. Com o passar do tempo, foi incorporada à
ela os outros livros do V.T..
Em 198 a.C. a Judéia foi conquistada por Antíoco III, o Grande, que a anexou à
Síria (*A Síria não era um poder mundial como a Assíria, Babilônia, Império
Medo-Persa e Grécia, mas sim, a devidos reveses em seu passado histórico,
passou a ser parte ou foi assimilada por essas nações, cronologicamente).
Nessa ocasião a terra foi dividida em cinco províncias familiares aos leitores dos
Evangelhos – GALILÉIA, SAMARIA, JUDÉIA (Estas três geralmente intituladas
de Judéia), TRACONITIS E PERÉIA. Os judeus no começo tiveram permissão
de regular suas próprias vidas com suas próprias leis sob o governo de um
sumo sacerdote e um concílio (Assembléia de prelados que delibera sobre
questões de doutrina ou disciplina).
Em 171 a.C. Antíoco Epifânio (o “pequeno chifre” de Dn. 8.9: “De um deles saiu
um pequeno chifre, que logo cresceu em poder na direção do sul, do leste e da
Terra Magnífica.” (NVI)), depois de repetidas interferências com o templo e o
sacerdócio, saqueou Jerusalém, profanou o Templo e matou muitos dos seus
habitantes.
Em 168 a.C., Antíoco ofereceu uma porca sobre o grande altar e erigiu um altar
a Júpiter. Esta é a “desolação” de (Dn. 8.13: “Então ouvi dois anjos
conversando, e um deles perguntou ao outro: “Quanto tempo durarão os
acontecimentos anunciados por esta visão? Até quando será suprimido o
sacrifício diário e a rebelião devastadora prevalecerá? Até quando o santuário e
o exército ficarão entregues ao poder do chifre e serão pisoteados?.” (NVI)). O
culto do Templo foi proibido; o povo foi condenado a comer carne de porco.
Os excessos de Antíoco Epifânio provocaram a revolta dos Macabeus, uma das
páginas mais heróicas da história. Matatias, o primeiro dos Macabeus, um
sacerdote de grande santidade e caráter enérgico, começou a revolta com um
bando de judeus piedosos e determinados que se comprometeram a libertar a
nação e restaurar o seu antigo culto. Ele foi sucedido por seu filho Judas,
conhecido na história como Macabeu, da palavra hebraica “martelo”. Ele foi
ajudado por quatro irmãos, dos quais Simão é o mais conhecido.
Em 165 a.C. Judas retomou Jerusalém, purificou e rededicou o Templo, um
acontecimento celebrado na festa Festa Judaica da Dedicação. Judas, que foi
morto na Batalha, foi sucedido por seu irmão Jônatas. Nele, Jônatas, se
reuniram a autoridade civil e sacerdotal (143 a.C.). Sob Jônatas, o seu irmão
Simão e o seu sobrinho João Hircano, foi estabelecida a linhagem hasmoneana
de sacerdotes-governantes através de um tratado com Roma. Uma narrativa da
história de Antíoco Epifânio e dos Macabeus encontra-se no livro apócrifo de I
Macabeus.
3. Após alguns anos, houve uma guerra civil na Judéia que acabou em 63 a.C.
com a entrada romana na Judéia e em Jerusalém por Pompeu. Pompeu deixou
João Hircano, o último dos hasmoneanos, como soberano nominal (que só
existe no nome) enquanto Antipater, um idumeu, desempenhava o verdadeiro
poder.
Em 47 a.C., Antipater foi feito procurador da Judéia por Júlio César. Antipater
designou seu filho, Herodes, governador da Galiléia. Depois do assassinato de
César, a desordem desencadeou-se na Judéia e Herodes fugiu para Roma. Ali,
em 40 a.C., ele foi designado rei dos judeus; com a sua volta, ele conciliou o
povo casando-se com Mariamne (38 a.C.), a neta de João Hircano e designou o
irmão dela, o Macabeu Aristóbulo III, como sumo sacerdote. Quando Jesus
nasceu, Herodes era rei.
II. A HISTÓRIA RELIGIOSA.
A história religiosa dos judeus durante o longo período de Malaquias (cerca de
400 a.C) até Cristo, seguiu o curso da turbulenta história política quanto ao
cerimonial externo, o ofício do sumo sacerdote e o culto no Templo. Mas de
maior importância do que estes, foram os esforços e os meios pelos quais a fé
de Israel foi alimentada e mantida viva.
1. A experiência do cativeiro parece que destruiu a tendência dos judeus à
idolatria. O seu problema durante o cativeiro, quando eles foram privados do
templo e dos sacerdotes, foi o de manter os altos ideais espirituais e morais
pelos antigos profetas. Depois, durante o período intertestamentário, o problema
continuou. Apesar do reavivamento do templo e do sacerdócio, a luta foi a de
preservar a fé profética dos judeus no meio da perseguição externa e sórdidas,
sujas, divisões internas.
2. O meio externo para atingir este fim foi a sinagoga, uma instituição que não
fazia parte da ordem Bíblica da vida nacional e que não se desenvolveu como
uma entidade separada até depois do período de Malaquias. Sua origem é
obscura, mas suas raízes retrocedem ao cativeiro quando os judeus que
estavam sem o templo e os seus rituais, reuniam-se aos sábados para orar.
Tais reuniões, que davam oportunidade à leitura da Escrituras, exigiam certa
ordem de procedimento como também autoridade para evitar a desordem. Seja
qual for a sua origem exata, a sinagoga sem dúvida cresceu a partir da
necessidade da situação na qual os judeus se encontravam durante os últimos
séculos da era cristã. Serviu de propósito vital de manutenção da familiaridade
com as escrituras inspiradas. O verdadeiro Israel alimentou sua vida espiritual
através dela (Rm. 9.6: “Não pensemos que a palavra de Deus falhou. Pois nem
todos os descendentes de Israel são Israel.” (NVI)).
3. Também durante este período foi criado esse conjunto de tradições,
comentários e interpretações conhecido como Mishna, Gemara (formando a
Talmude), Midrashim e Kabala, que foi de tal maneira sobreposto à lei que a
obediência foi transferida da lei propriamente dita para as interpretações
tradicionais.
4. Durante este mesmo período surgiram duas grandes seitas conhecidas
através das narrativas dos Evangelhos como a dos Fariseus e Saduceus. Os
Herodianos eram um partido político mais do que uma seita.
Nesse ambiente, entre os judeus governados por um usurpador (dic. - Apoderarse de, com fraude ou violência. 2. Exercer indevidamente; assumir de forma
ilícita.) idumeu, divididos pelas amargas controvérsias religiosas e mantendo um
elaborado ritual religioso, apareceu Jesus, o Filho de Deus, o Cristo e o
Salvador do mundo.
(Fonte: Bíblia de Scotfield – págs. 934-935).

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