Relatório de Gestão 2003/2004

Transcrição

Relatório de Gestão 2003/2004
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Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
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Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
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Futebol Clube do Porto
1
111 anos de sucesso.
2 Taças dos Clubes Campeões Europeus
1 Taça UEFA
1 Taça Intercontinental
1 Supertaça Europeia
4 Campeonatos de Portugal
20 Campeonatos da Liga - Campeonato da 1ª Divisão
12 Taças de Portugal
14 Supertaças Cândido Oliveira
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Mensagem do Presidente
A temporada 2003/04 ficará para sempre na memória dos portistas. A nossa
equipa de futebol alcançou uma projecção planetária ímpar e venceu uma
competição que todos desejam, mas poucos têm qualidade para discutir.
O triunfo na UEFA Champions League provou que a F.C. Porto – Futebol,
SAD tem assumido as opções correctas, insistindo numa política desportiva
coerente e segura. O mercado de atletas é cada vez mais exigente e hostil.
Os investimentos não podem falhar, as escolhas devem ser criteriosas e
competentes. Cada emblema deve viver dentro das suas reais possibilidades,
sem cometer devaneios nefastos para o futuro.
A F.C.Porto – Futebol, SAD foi competente na hora de definir estratégias e
projectar as suas capacidades. O resultado do exercício de 24,8 milhões
de Euros constitui a garantia inequívoca de que a excelência dos feitos
desportivos teve reflexos claros nos resultados financeiros. Devemos estar,
por conseguinte, duplamente satisfeitos.
O exercício da sociedade gerou um cash-flow operacional próximo dos 44
milhões de Euros. As vitórias sucederam-se, a nossa pujança empresarial saiu
reforçada. A F.C. Porto – Futebol, SAD projectou os seus activos e concretizou
o retorno ambicionado. É com orgulho que constato, uma vez mais, aquilo
que sempre tive como certo: o rumo que traçámos é correcto e o futuro é
auspicioso.
Jorge Nuno Pinto da Costa
ooooo
oooollloo
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!!!
oolo
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o
o
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oo
oooooooooooooo
Índice
Relatório de Gestão
1. Mensagem do Presidente
2. Órgãos Sociais
3. Evolução dos Negócios da Sociedade
4. Factos Relevantes Ocorridos após o Termo do Exercício
5. Perspectivas Futuras
6. Proposta de Aplicação de Resultados
Demonstrações Financeiras Consolidadas e Anexos
1. Balanço Consolidado
2. Demonstração Consolidada dos Resultados por Naturezas
3. Demonstração Consolidada dos Resultados por Funções
4. Anexo às Demonstrações Financeiras Consolidadas
5. Demonstração Consolidada dos Fluxos de Caixa
6. Anexo à Demonstração dos Fluxos de Caixa
7. Certificação Legal das Contas
8. Relatório de Auditoria
9. Relatório e Parecer do Conselho Fiscal
Relatório sobre o Governo das Sociedades
1. Divulgação de Informação
2. Exercício do Direito de Voto e Representação de Accionistas
3. Regras Societárias
4. Órgão de Administração
Participações Qualificadas
Orgãos Sociais
Assembleia Geral
Presidente, Fernando Arnaldo Sardoeira Pinto
Secretário, Miguel Angelo Abreu Bismarck
Conselho de Administração
Presidente, Jorge Nuno Lima Pinto da Costa
Adelino Sá e Melo Caldeira
Fernando Soares Gomes da Silva
Reinaldo da Costa Teles Pinheiro
Rui Miguel Duarte Alegre
Conselho Fiscal
Presidente, Domingos José Vieira de Matos
Vogal, Ledo, Morgado & Associados - Sociedade de Revisores
Oficiais de Contas, representada por Jorge Bento Martins Ledo
Vogal, Joaquim Manuel Sousa Ribeiro
Suplente, Jorge Manuel Felizes Morgado
Conselho Consultivo
Secretário da Sociedade
Daniel Lorenz Rodrigues Pereira
Suplente, Urgel Ricardo Santos Brandão Horta Martins
Presidente, Alípio Dias
Adolfo Roque
Álvaro Pinto
Álvaro Rola
Américo Amorim
António Gonçalves
António Lobo Xavier
Armando Pinho
Artur Santos Silva
Domingos Matos
Fernando Pimenta
Fernando Póvoas
Ilídio Pinho
Ilídio Pinto
João Espregueira Mendes
João Pinto
Jorge Armindo
Jorge Nuno Pinto da Costa
Ludgero Marques
Rui Moreira
Evolução dos Negócios da Sociedade
Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
Futebol
A época 2003/2004 constituía um verdadeiro e exigente desafio, na procura de manter os altíssimos níveis de qualidade exibidos na
brilhante época de 2002/2003. De facto, a história tinha sido escrita a azul e branco, nomeadamente o inolvidável episódio de Sevilha,
onde perante um público entusiasta e num espectáculo de emoção e fantasia, o F.C.Porto conquistou pela primeira vez na sua história
a Taça UEFA.
Desta equipa saíram Hélder Postiga, Capucho e Clayton, sendo o grupo reforçado com as aquisições dos jogadores Benny McCarthy,
Pedro Mendes, José Bosingwa e Ricardo Fernandes. Foi ainda adquirido Bruno Moraes, jovem promessa do futebol brasileiro, que
iniciou a temporada integrado nos trabalhos da equipa B.
O arranque para a época 2003/2004 deu-se em Marienfeld, Alemanha, onde decorreu o estágio de pré-temporada. O ambiente de grande tranquilidade revelou-se ideal para preparar um ano que se antevia exigente e desgastante, bem como a forma ideal para integrar
os novos jogadores no grupo de trabalho. Durante este período a equipa disputou três jogos de preparação, com níveis de exigência
crescentes, com adversários como o Paderborn, Fortuna e Hannover. Antes do início das competições oficiais, o F.C.Porto defrontou
em Paris o PSG, na Corunha o Deportivo e finalmente, já em Portugal, o Groningen. Estes encontros particulares saldaram-se por cinco
vitórias e um empate.
A primeira competição oficial em disputa foi a Supertaça Cândido de Oliveira, num jogo que opôs o F.C.Porto à União de Leiria, no novo e
belo Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Viveu-se um ambiente fantástico, com os 30.000 espectadores que esgotaram os bilhetes para o jogo, a testemunhar a conquista de mais uma taça pelo F.C.Porto, como consequência da vitória por 1-0, golo de Costinha.
A época começava em grandes palcos. A 29 de Agosto, no Mónaco, a Supertaça Europeia colocou frente a frente o AC Milan e o
F.C.Porto, vencedores respectivamente da UEFA Champions League e da UEFA Cup. Num jogo extremamente equilibrado, a vitória
sorriu aos italianos por 1-0, que assim enriqueceram o seu já brilhante palmarés.
Na Superliga Galp Energia, todos viram com admiração a carreira vitoriosa e personalizada dum F.C.Porto verdadeiramente demolidor.
Em 34 jornadas da prova, 25 vitórias, 7 empates e 2 derrotas, 63 golos marcados e 19 golos sofridos. Fomos a equipa com mais
golos marcados e com menos golos sofridos, com mais vitórias e com menos derrotas; aliás o número de golos sofridos em toda a
competição atesta a qualidade da estratégia de jogo da equipa e a solidez do seu futebol.
Superliga
2001/2002
2002/2003
2003/2004
Classificação
3º
1º
1º
Pontos
68
86
82
Deco (13)
Postiga (13)
McCarthy (20)
Melhor Marcador FCP
Goal-Average
Europa
66-34
73 – 26
63 – 19
2ª Fase CL
Campeão UEFA
Campeão CL
O quadro apresentado ilustra a performance desportiva do F.C. Porto nas três últimas épocas.
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Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
O F.C.Porto dominou claramente o panorama futebolístico nacional nestes dois inesquecíveis anos mas é oportuno sublinhar que este
sector de actividade hoje tem um líder, líder este que nos últimos 20 anos ganhou mais títulos que os seus concorrentes no mercado
nacional todos juntos e que conquistou 7 dos últimos 10 campeonatos em disputa. Isto mesmo é cabalmente ilustrado no gráfico
seguinte
Campeões últimos 20 anos
FC
3
,1
r to
Po
,4
ca
nfi
Be
or
Sp
g,
tin
2
Bo
a,
ist
av
1
Na Taça de Portugal o F.C.Porto disputou a final da competição a 16 de Maio, num jogo disputado com o Benfica no Estádio Nacional
e donde saiu derrotado por 2-1.
No que respeita às competições europeias, a época 2003/2004 marcou o regresso do F.C.Porto à UEFA Champions League, e que
regresso! O sorteio para a 1ª fase da prova ditou como adversários o Real Madrid, Marselha e Partizan. A tarefa adivinhava-se difícil,
mas as decisivas vitórias com o Marselha abriram o caminho dos oitavos de final. Foram dois jogos de grande intensidade, dramáticos
até e disputados por duas equipas de futebol ofensivo e espectacular, que demonstraram em campo tudo aquilo que faz da UEFA
Champions League a mais importante competição entre clubes do mundo. Destacou-se ainda o empate 1-1 conseguido em Santiago
Bernabeu perante o Real Madrid, considerada por muitos a melhor equipa da prova. A sorte ditou que o adversário nos oitavos de final
da competição fosse o Manchester United, lendário e poderoso clube inglês. Os adeptos de futebol assistiram a 180 minutos de grande
qualidade, muito competitivos e com emoção até ao apito final. O jogo do Porto ficará na memória daqueles que se deslocaram ao
belo Estádio do Dragão como uma noite de pura magia. Em Manchester o golo de Costinha na recta final do jogo sentenciou a eliminatória e colocou o F.C.Porto nos quartos de final da prova. O sorteio ditou que o próximo adversário fosse o campeão francês Lyon,
um adversário de futebol ofensivo e cativante mas que se rendeu aos pés dum F.C.Porto demolidor. No Estádio do Dragão uma vitória
por 2-0, num jogo cerebral e terrivelmente eficaz. Golos de Deco e Ricardo Carvalho puseram a eliminatória a caminho da decisão. Em
Lyon, num jogo de grande qualidade, nova vitória por 3-2 e mais uma vez, na grande montra do futebol europeu os nossos jogadores
brilhavam intensamente, jogando e fazendo jogar e elevando o espectáculo até um patamar qualitativo quase inultrapassável.
Nas meias finais, o duelo do norte da Ibéria. Porto e Corunha, duas cidades em expansão, grandes capitais do futebol nos últimos anos.
Um encontro de povos amigos mas com um objectivo que só uma equipa poderia concretizar, a presença na final da UEFA Champions
League. Um jogo extremamente rico tacticamente no Porto resultou num empate sem golos e deixava a decisão para o Riazor. Aí, com
o apoio dum público fantástico que viajou desde Portugal, o F.C.Porto e o regressado Derlei fizeram história. Um rigor colectivo notável
permitiu impedir o jogo fluido dos galegos e a qualidade de Deco e Derlei nos metros finais, resolveram uma eliminatória equilibrada e
duma riqueza táctica impressionante. Gelsenkirchen, aí vamos nós.
A final da UEFA Champions League foi disputada na Alemanha, no Shalke Arena, um estádio moderno e uma referência neste tipo de
infra-estruturas, funcional, cómodo e preparado para receber todo o tipo de eventos. O palco estava à altura do jogo. F.C. Porto e
Mónaco disputariam uma final inédita e inesperada por muitos no início da competição. Mas no caso dos franceses, a astúcia do seu
treinador e a qualidade inegável dum grupo de jogadores que incluía Morientes, Giuly, Prso, Evra e Rothen, levaram esta equipa pela
primeira vez na sua história à final da prova.
O ambiente fora das quatro linhas era festivo e o espectáculo montado pela organização ajudava. O jogo começou e logo se percebeu
que iria ter qualidade. A velocidade de Giuly inquietava a defesa portuguesa e a qualidade técnica de Deco e Carlos Alberto não dava
sossego aos monegascos. Quando o jogo estava equilibrado surgiu a inspiração de Carlos Alberto a marcar o primeiro golo do jogo
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Evolução dos Negócios da Sociedade
e a mandar o F.C. Porto a ganhar para o intervalo. A festa estava pintada de azul e branco. A segunda parte veio evidenciar a nossa
eficácia. Alenichev entrou, sentenciou a final e entrou mais uma vez para a história do clube. Depois do magnífico golo de Sevilha
Dimitri Alenichev voltava a ser decisivo. Houve ainda tempo para mais um golo, um golo muito bonito e justo para Deco, a culminar um
ano sublime do mágico luso.
Estava já na história, o F.C. Porto era o Campeão Europeu e o País estava em festa. Portugal de lés a lés e muitas regiões do globo
regozijaram e demonstraram a grandeza do clube. Era o fim de uma etapa, que demonstrou que estivemos sempre certos que este era
o rumo a seguir. A UEFA Champions League é a maior e melhor competição planetária entre clubes e gera cash-flows fabulosos. Nós
queríamos lá estar e ambicionavamos chegar um dia ao fim em primeiro. E conseguimos.
Actividade Económica
A análise das contas respeitantes ao exercício fiscal de 2003/2004 comprova que é possível aliar excelentes resultados desportivos à
eficiência económica. Se na vertente desportiva a F.C.Porto-Futebol,SAD protagonizou a melhor época de sempre, a económica ficou
marcada pela viragem, que se espera definitiva, rumo aos superavites de exploração.
Antes da análise dos resultados consolidados, ou seja, do somatório dos resultados obtidos por cada uma das empresas do grupo
incluídas na consolidação, líquidas das transacções efectuadas entre elas, aqui fica um overview dos resultados obtidos por cada uma
das empresas individualmente:
Porto SAD
PortoComercial
PortoEstádio
PortoMultimédia
Proveitos Totais
110,04
7,15
3,58
0,39
Custos Totais
85,27
6,97
3,55
0,48
Resultado Líquido
24,72
0,17
0,03
-0,09
Cash-Flow
43,08
0,71
0,17
-0,08
EBITDA (CF Oper.)
43,86
0,74
0,25
-0,08
Como se pode verificar, três das quatro empresas incluídas no perímetro de consolidação apresentam resultados positivos, o que
traduz a eficiência económica individual de cada empresa, que permite uma performance consolidada ainda mais consistente.
De novo analisando o resultado consolidado, observe-se a evolução registada no resultado líquido ao longo das três últimas épocas
desportivas:
Resultado Líquido
2001/2002, -16,1
2002/2003, -18,1
2003/2004, 24,8
Esta evolução positiva do resultado líquido repercute-se também em termos do EBITDA, o que comprova a eficiência operacional deste
exercício, como se pode verificar no gráfico seguinte.
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Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
EBITDA (Cash-Flow Operacional)
44,8
3,4
-0,9
2001/2002
2002/2003
2003/2004
No que concerne ao Cash-Flow gerado, também aqui se verificou um crescimento galopante, passando dos 1,8M€ verificados em
2002/2003 para 43,9M€ neste exercício.
Cash-Flow
43,9
1,6
1,8
2001/2002
2002/2003
2003/2004
A evolução do EBITDA e do Cash-Flow da sociedade revelam a tendência para uma melhoria da conta de exploração da sociedade.
Os trofeus conquistados ao longo da época, designadamente a brilhante participação na UEFA Champions League e a qualidade evidenciada pelos jogadores traduzida nas mais valias com transferências, possibilitou um aumento exponencial dos proveitos, na ordem dos
117%. O maior impacto foi registado ao nível das receitas obtidas nas provas europeias e pelas transferências realizadas, respectivamente 21 e 44% do total dos proveitos operacionais.
Estrutura de Proveitos
Outros, 4%
Transferências e Empréstimos, 44%
Provas UEFA, 21%
Publicidade e Sponsorização, 7%
Bilheteira, 13%
Prov. Financ. Extra., 3%
TV, 5%
20
Vendas PC, 3%
Relatório e Contas Consolidado
As mais valias realizadas surgem num contexto de estagnação no mercado de transferências em toda a Europa. No entanto, a aposta
no apetrechamento da equipa com bons valores, que proporcionem excelentes resultados desportivos, tem também como contrapartida, a alavancagem da maioria das fontes de receita da sociedade, particularmente o crescimento das receitas com transferências,
factor essencial ao equilíbrio financeiro da sociedade.
O F.C.Porto obteve o título de campeão europeu, tendo vencido a edição de 2003/2004 da UEFA Champions League. Esta competição
assegura o pagamento de importantes quantias em função da participação na prova e também em função da performance evidenciada, das vitórias alcançadas, da passagem a fases mais avançadas da competição e ainda decorrente da distribuição dos valores do
mercado televisivo, pagos em proporção das verbas pagas pelo operador de televisão do respectivo país. A importância desta rubrica
está bem demonstrada no gráfico anterior.
As receitas de bilheteira que incluem os lugares anuais, os bilhetes vendidos para cada jogo e as quotas pagas pelos sócios do clube,
representaram 13% do total dos proveitos mas assumem um papel económico relevante pois são receitas com maior independência
face à performance desportiva.
As restantes rubricas, apesar de terem sofrido um aumento generalizado, tiveram, esta época, uma participação menor na estrutura
dos proveitos. A rubrica ‘Outros’, inclui as receitas da PortoEstádio e da PortoMultimédia que não foram anuladas na consolidação.
Analisando cada uma delas particularmente:
Transferências e Empréstimos
Transferências
00
2
Empréstimos
01
/2
Transferências
00
3
20
Empréstimos
02
/2
Transferências
20
03
/2
00
4
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Empréstimos
As mais valias com transferências foram consequência das vendas dos direitos desportivo dos jogadores Deco para o Barcelona
por 21 milhões de euros, Paulo Ferreira para o Chelsea por 20 milhões de euros e Ricardo Carvalho, também para o Chelsea por 30
milhões de euros. A estes valores deduz-se os custos decorrentes da concretização destas operações bem como o valor residual contabilístico. Em todos os casos a F.C.Porto, SAD não detinha cem por cento dos respectivos direitos, fruto de parcerias estabelecidas
com grupos de investidores como por exemplo a FP Football Players Fund. Os proveitos decorrentes da venda dos 11 jogadores que
serviram para perfazer o portfolio inicial de constituição do FP Football Players Fund - Porto estão também aqui contabilizados. Estes
jogadores são:
• Deco
• Ricardo Carvalho
• Paulo Ferreira
• Pedro Mendes
• Hugo Almeida
• Benny McCarthy
• Ricardo Costa
• Bruno Moraes
• Vieirinha
• Ivanildo
• Paulo Machado
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Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
As receitas obtidas com o empréstimo de jogadores comprova a sua qualidade, uma vez que apesar de não terem lugar no plantel do
F.C.Porto são desejados por outras equipas, nacionais e estrangeiras.
Provas UEFA
20
01
/
20
02
9,8
02
/2
00
3
8,8
20
03
/2
00
4
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25,1
No que respeita à participação em provas europeias, a excelente performance desportiva evidenciada no decorrer desta época permitiu
um encaixe financeiro assinalável, decorrente da vitória na UEFA Champions League, tendo ainda assegurado, de forma inequívoca,
a disputa da final da Supertaça Europeia, assim como da Taça Intercontinental. Assim sendo, os proveitos decorrentes da presença
nestas finais, que ascendem a cerca de 4,4M€, estão, de acordo com os princípios contabilísticos vigentes, inscritas no exercício em
análise.
20
01
/2
00
2
Sponsorship
20
02
/2
00
3
9,1
20
03
/2
00
4
10,4
8,5
Apesar das receitas decorrentes das parcerias comerciais terem vindo a crescer de forma sustentada, estas sofreram uma ligeira descida. Este decréscimo ficou a dever-se exclusivamente à diminuição da receita que decorre do contrato em vigor com a PortoComercial. Este valor foi manifestamente menor, uma vez que a PortoComercial se viu privada das receitas do Corporate Hospitality, conjunto
de serviços comercializados a empresas. O direito exclusivo a estas receitas foi atribuído ao clube em 2003/04 e nos restantes 14
exercícios à EuroAntas, ao abrigo do contrato celebrado entre várias empresas do grupo F.C.Porto, de forma a cumprir com o project
finance para a construção do Estádio do Dragão.
Os acordos com os principais parceiros comerciais do F.C.Porto como a Nike, Revigrés, PT e BES, têm-se revelado uma importante
fonte de receitas, cuja componente variável, em função das vitórias conquistadas na temporada, teve um incremento assinalável.
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Relatório e Contas Consolidado
Bilheteira
Bilhete anual
Quotas
20
01
/
20
02
Bilhetes
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02
/
20
03
Bilhetes
Bilhete anual
Quotas
Bilhetes
Bilhete anual
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03
/2
00
4
Quotas
A 26 de Novembro de 2003, o F.C.Porto inaugurou o seu novo palco, o Estádio do Dragão. Com capacidade para cerca de 50.000
espectadores, esta obra foi a mais importante do clube desde a sua fundação. Uma referência arquitectónica com a assinatura do Arq.
Manuel Salgado, está desde a sua inauguração a superar as expectativas quanto à sua performance económica. O rendimento resultante dos jogos de futebol são receitas da FCP-SAD, como são os casos dos lugares anuais ou bilheteira e o rendimento que provém
da exploração dos espaços comerciais, parking ou eventos e visitas são receitas operacionais da PortoEstádio, empresa criada para
a gestão de equipamentos desportivos.
Decorrente do início da utilização do novo Estádio do Dragão, foi possível obter um aumento de cerca de 65% no total das receitas
de bilheteira. A comercialização dos lugares-anuais no novo estádio foi um sucesso, permitindo um aumento na ordem dos 95%, em
relação a igual período do ano passado. Assinale-se que temos cerca de 32.000 detentores de lugares anuais, que representa 65%
do estádio vendido para toda a época. Foi introduzido no final da época, e de forma experimental, o conceito da revenda pelo detentor
do lugar anual, do direito de assistir a um jogo em particular. Estes testes decorreram de forma positiva e pretende-se dinamizar este
negócio nos próximos exercícios.
Nesta área em particular, bem como noutras áreas de negócio, a utilização do Estádio do Dragão teve como consequência, um aumento considerável do volume de negócios. Os espectáculos proporcionados aos adeptos subiram de qualidade, às vitórias juntaram-se
momentos de grande espectáculo, emoção e incerteza, e a equipa conseguiu uma brilhante carreira na UEFA Champions League. Todos
estes factores contribuíram decisivamente a obtenção de 7M€ na venda de bilhetes individuais por jogo.
TV
01
/2
00
2
5,9
02
/2
00
3
20
6,4
20
03
/2
00
4
20
6,2
Apesar do mercado televisivo ter sofrido um ligeiro arrefecimento, a FCP-SAD já tinha contratualizado um acordo de cedência dos
direitos de transmissão dos jogos da Superliga, que prevê receitas crescentes ao longo das épocas. O facto de em 2002/2003 se ter
verificado o valor mais elevado dos últimos 3 anos, justifica-se pelo facto de, nessa época desportiva o F.C.Porto ter participado na
Taça UEFA, cujo modelo financeiro atribui às equipas a comercialização dos direitos televisivos dos jogos realizados.
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Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
A estrutura de custos revela que os custos com pessoal têm um peso determinante no orçamento da sociedade. De facto, os salários
dos atletas são o factor que tem maior poder de influência sobre a sua performance económica. Estes custos representaram, no
exercício 2003/2004, um peso específico de 46% face aos respectivos custos totais. Neste período, os valores inscritos nos custos
com pessoal incluem os prémios pagos pela conquista da UEFA Champions League, Superliga e SuperTaça Cândido Oliveira, para
além dos valores da rescisão dos contratos de trabalho com vários atletas, nomeadamente, Quintana e Tiago. A estratégia de rescisão
contratual com atletas que não fazem parte do plantel antecipa custos e potencia melhores performances financeiras nos exercícios
subsequentes.
Estrutura de Custos
Custos Financeiros Extraordinários, 4%
Custos com Pessoal, 46%
Amortizações, 20%
Outros Custos, 14%
F.S.E.’s, 14%
CMV, 2%
Além dos custos salariais também aqueles respeitantes às amortizações, maioritariamente incorpóreas e que reflectem o investimento
realizado na aquisição de jogadores, têm um peso específico considerável, atingindo os 20% em 2003/2004.
Salários vs Proveitos Operacionais
01
/2
00
2
66%
37%
20
03
/2
00
4
20
02
/2
00
3
20
65%
Um indicador importante numa sociedade desportiva diz respeito aos valores do total de proveitos que são absorvidos pelos custos
salariais. Este rácio deverá preferencialmente situar-se abaixo dos 60%. É evidente o esforço realizado na persecução deste objectivo,
que permitiu que os custos salariais consumissem apenas 37% do total dos proveitos operacionais obtidos neste período. A estratégia
de gestão continua a apontar no sentido de estabilizar este rácio em valores próximos dos 55%.
Amortizações
01
/2
00
2
17,7
02
/2
00
3
20
19,2
20
03
/2
00
4
20
18,7
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Relatório e Contas Consolidado
As amortizações registadas neste exercício diminuíram relativamente ao ano anterior, o que traduz uma diminuição do investimento
realizado em imobilizado, maioritariamente composto pelos passes dos atletas.
Da análise da estrutura patrimonial da sociedade destaca-se a alteração da tendência de diminuição dos capitais próprios. A obtenção
de resultados francamente positivos permitiu o aumento dos capitais próprios em mais de 150%, sendo que estes são, em 30 de Junho
de 2004, de 40,9M€. Apesar do crescimento do passivo, o aumento verificado no activo mais que compensou os anteriores, permitindo o equilíbrio patrimonial. A principal responsável pelo forte aumento do activo é rubrica dívidas de clientes, onde se encontram
contabilizados os valores das transferências de jogadores efectuadas, mas que ainda não foram recebidas em função dos respectivos
prazos de pagamento.
30/06/2002
30/06/2003
30/06/2004
Activo Líquido
85.606.863
89.985.571
153.992.024
Capital Líquido
34.606.346
16.163.833
40.921.441
Passivo
51.000.517
73.821.738
113.070.583
40%
18%
27%
Autonomia Financeira
A estrutura qualitativa do passivo da sociedade sofreu alterações positivas. Apesar do seu aumento significativo, mais de metade refere-se a passivo de médio e longo prazo. Um dos motivos que justifica esta tendência assenta no empréstimo obrigacionista contraído
neste semestre no valor de 11,5 milhões de euros. A taxa de juro fixada foi de 5,35% e esta operação financeira foi montada de forma
a financiar despesas correntes, através do recurso a uma fonte de financiamento alternativa e só possível em função da credibilidade
da sociedade junto dos investidores.
A comprovar a inversão da tendência da estrutura patrimonial da sociedade está a autonomia financeira. Este rácio indica que os
capitais próprios equivalem, em 30 de Junho de 2004, a 27% do activo da sociedade. Esta percentagem torna-se merecedora de
maior destaque uma vez que, apesar de o activo ter aumentado cerca de 64M€, o aumento do capital próprio foi mais imponente, pois
permitiu consolidar a estrutura patrimonial da sociedade.
Valor Contabilístico do Plantel
30/06/2002
30/06/2003
30/06/2004
37.680.483
35.277.163
36.725.210
O valor contabilístico dos atletas sob contrato aumentou ligeiramente neste exercício. A tendência tem sido para a contenção gradual
deste montante, através da diminuição do número de jogadores sob contrato e do valor investido em novos jogadores.
PortoComercial
A PortoComercial é a empresa que desenvolve a componente comercial do futebol nas suas várias áreas, nomeadamente, merchandising, sponsorização e licenciamento e é detida em 93,5% pela F.C.Porto-Futebol,SAD.
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2
Volume de Negócios
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8,4
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03
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4
9,3
7,1
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Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
Uma análise exclusiva do volume de negócios desta empresa do grupo é inconclusiva. Na verdade o facto deste valor ter diminuído face
aos dois exercícios anteriores, deve-se ao facto de a comercialização do negócio Corporate Hospitality ter sido atribuído à EuroAntas
(excepcionalmente o F.C.Porto em 2003/04). Esta alteração está inserida no project finance desenhado para o financiamento da construção do Estádio do Dragão, ficando a Euroantas com os respectivos direitos de comercialização, mandatando a PortoComercial para
a efectiva comercialização dos lugares para empresas, tendo esta direito a uma comissão pela prestação do serviço.
Tendo em contas as outras áreas de negócio podemos concluir que apesar de estarmos ainda numa fase de estagnação económica,
a PortoComercial continua a expandir os seus negócios e a aumentar significativamente a sua facturação.
Merchandising
20
01
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2
2,2
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3
2,6
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4
3,3
De facto, as receitas inerentes à venda de produtos através dos diversos canais de distribuição existentes, nomeadamente da rede de
Lojas Azuis, teve um aumento significativo, na ordem dos 28%. Este crescimento de mais de 0,7M€ face ao período homólogo anterior
teve como principal responsável a abertura de uma nova loja no Estádio do Dragão. Como o início do funcionamento desta loja deu-se
apenas do segundo semestre deste ano fiscal, prevê-se ainda um aumento significativo das receitas obtidas com o merchandising para
o próximo período.
Royalties
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0,3
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0,5
Também as receitas inerentes ao licenciamento de produtos com a marca registada pelo F.C.Porto têm registado aumentos significativos, como se pode constatar no gráfico abaixo, que apresenta a evolução das receitas obtidas com os royalties entre 2001/2002 e
2003/2004 e que mostra uma taxa de crescimento de 66%.
26
Relatório e Contas Consolidado
PortoEstádio
A PortoEstádio é uma sociedade especialmente concebida e orientada para a gestão e exploração de equipamentos desportivos,
equipamentos que incluem o Centro de Treinos e Formação Desportiva e o novo Estádio do Dragão e é totalmente detida pela F.C.PortoFutebol,SAD.
Apesar de ter sido constituída e iniciado actividade em 2000, só neste exercício económico, com a inauguração do Estádio do Dragão,
a PortoEstádio assumiu verdadeiramente as funções para as quais foi concebida. No exercício de 2002/2003 houve já alguma actividade operacional devido ao início da utilização do Centro de Treinos e Formação Desportiva, mas representou um baixo volume de
negócios perante o potencial assumido para esta sociedade. Assim, não deverão ser feitas comparações com os exercícios anteriores
uma vez que toda a estrutura operacional da sociedade foi reformulada, como o comprova o volume de negócios da sociedade que
atingiu este exercício o valor de 3,4M€, sendo que o máximo apresentado nos outros exercícios não ultrapassou os 0,1M€.
Estrutura de Proveitos
Outras Prestações Serviços, 6%
Eventos, 44%
Euro 2004, 30%
Espaços Publicitários, 3%
Proveitos Suplementares, 5%
Espaços Comerciais + Parking, 12%
Ao analisarmos a estrutura de proveitos da PortoEstádio do exercício 2003/2004 torna-se evidente o impacto da realização de eventos para o total dos proveitos da sociedade, que ascende a 2,7M€. Estes, no entanto, incluem a realização de eventos desportivos,
os jogos da equipa principal do F.C.Porto, mas também as receitas obtidas pela cedência do Estádio do Dragão para a realização do
Campeonato Europeu de Futebol, o Euro 2004. A realização deste evento ultrapassou as expectativas da PortoEstádio até porque o
Estádio do Dragão obteve a nota máxima na organização, o que permitiu a obtenção do total do prémio variável. Com a realização do
Euro 2004 a PortoEstádio conseguiu arrecadar cerca de 1M€.
As receitas obtidas com a cedência de espaço para exploração comercial e para escritórios são a segunda maior fatia da estrutura de
proveitos, acumulando um total de 0,4M€. Na rubrica de proveitos suplementares incluem-se as visitas ao estádio e a exclusividade de
consumo paga pelos bares. As visitas ao estádio são um sucesso e permitem potenciar o volume de negócios gerado pela Loja Azul
situada no Estádio do Dragão.
Com menor expressividade no total dos proveitos encontram-se as receitas obtidas com a publicidade efectuada nos dois painéis
electrónicos que se encontram no interior do estádio, mas que estão capacitados dum sistema rotativo que possibilita a projecção de
imagem para o exterior, nomeadamente para a Via de Cintura Interna da cidade do Porto.
A marca Estádio do Dragão já está criada. A sua imagem é de modernidade, vanguarda e beleza. É uma obra de referência na região
e centro de atenções dos visitantes da cidade. Temos como objectivo consolidar a sua imagem de marca.
Estrutura de Custos
Amortizações, 4%
FSE’s, 68%
Custos com o Pessoal, 25%
Outros Custos Oper., 1%
Financ.+ Extraord., 2%
27
Relatório e Contas Consolidado 2003•2004
A estrutura de custos, que representa um total de 3,6M€, é quase exclusivamente composta pelos Fornecimentos e Serviços Externos
e pelos Custos com o Pessoal. Dos Fornecimentos e Serviços apresentados, mais de metade foram os necessários para a realização
dos eventos no estádio. Os restantes dizem respeito ao funcionamento diário da sociedade, dos seus colaboradores e infra-estruturas.
Neste exercício a PortoEstádio apresentou um volume de negócios de cerca de 3,4M€, apesar da inauguração do Estádio do Dragão
se ter dado já no decorrer do exercício em análise, em Novembro de 2003, e um Resultado Líquido do Exercício de aproximadamente
25.000 Euros.
No próximo exercício, o primeiro em que o Estádio do Dragão estará disponível desde o início do período, prevê-se um aumento do
volume de negócios superior a 50%.
Volume de Negócios
20
03
/2
00
4
3,4
Or
ç.
,2
00
4/
20
05
Re
a
l,
5,2
Este aumento de 1,8M€ é principalmente explicado por um maior período de exploração do Estádio do Dragão, o que permitirá à
PortoEstádio obter maiores receitas com a cedência de espaço para exploração comercial e escritórios. Apesar de não estar previsto
nenhum evento com a dimensão do Euro 2004, a realização de um maior número de jogos e de eventos não desportivos no estádio irá
permitir um valor global de serviços em eventos superior ao do exercício em análise.
PortoMultimédia
A actividade da PortoMultimédia consiste na gestão do website do F.C.Porto na internet (www.fcporto.pt)
Esta sociedade, participada em 59% pela F.C.Porto-Futebol,SAD, procura adequar os conteúdos às necessidades comerciais do
F.C.Porto e aos interesses dos adeptos do clube, possibilitando online, para além da comercialização dos produtos oficiais do
F.C.Porto, o serviço de venda de bilhetes e a renovação e aquisição de Lugares Anuais.
Com a inauguração do Estádio do Dragão, uma infra-estrutura desportiva moderna e preparada para receber os mais importantes jogos
de futebol, e que proporcionará aos seus visitantes excelentes condições de hospitalidade e conforto, surgiu uma nova oportunidade
de negócio para a PortoMultimédia. Esta sociedade, prepara o seu envolvimento na gestão de alguns negócios relacionados directamente com este palco, designadamente o sistema interno de televisão (CATV). Este activo permite a gestão de conteúdos, venda de
publicidade e serviços de MMS e SMS.
O F.C. Porto lançou também um conceito inovador para comercializar os lugares anuais do Estádio do Dragão criando o DragãoNET.
Este serviço vai permitir aos adeptos do F.C. Porto que não são sócios do clube assistir a todos os jogos da equipa na Superliga
e na primeira fase da UEFA Champions League, participando no espectáculo desportivo que certamente irá ter lugar no Estádio do
Dragão.
A PortoMultimédia desenvolveu o serviço de revenda de lugares anuais, produto comercializado pela F.C.Porto-Futebol,SAD que permite
aos respectivos titulares o acesso aos jogos disputados pelo F.C.Porto na qualidade de visitado, durante toda a temporada. Com este
serviço deverá ser possível potenciar maiores assistências nos jogos e ir ao encontro das expectativas dos adeptos do clube.
Esta sociedade está na fase final da implantação dos serviços online, através de um acesso directo ás bases de dados da gestão de
bilhética e associados. Estes serviços são a venda de bilhetes, pagamentos de quotas, inscrição de sócios e consulta da ficha de sócio
com possibilidade de actualização de dados.
Neste exercício a PortoMultimédia apresentou um volume de negócios de cerca de 0,4M€, que reflecte a especialização no exercício
do adiantamento recebido pela cedência à Sportinveste Multimédia, em regime de exclusividade e por um prazo de 10 anos, de um
conjunto de direitos susceptíveis de comércio online. O Resultado Líquido do Exercício foi de aproximadamente (-90.000 Euros).
28
Relatório e Contas Consolidado
4
Factos Relevantes Ocorridos após o Termo do Exercício
Depois do sucesso desportivo dos dois últimos anos, o mercado agitou-se, tendo os jogadores do F.C. Porto como principal alvo. De
facto, as saídas de jogadores como Deco, Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho (cujas mais valias estão contabilizadas neste exercício) ou
de Pedro Mendes (cujas mais valias apenas aparecerão em 2004/2005, já que esse acordo foi estabelecido em Julho) mas também
de Alenichev, motivaram a necessidade da aquisição de valores que permitam trabalhar no sentido de reconquistar o título nacional e
defender com dignidade o título europeu. Foi assim realizado investimento na aquisição dos passes dos jogadores Seitaridis, Pepe,
Diego, Luis Fabiano, Hélder Postiga e Ricardo Quaresma, entre outros. Aliás assume relevância a apresentação pública da contratação
de Diego e sobretudo Luís Fabiano, realizada no Estádio do Dragão e perante milhares de fãs, numa demonstração da grande dinâmica
e crença dos adeptos na qualidade inequívoca destes atletas.
A Supertaça Cândido de Oliveira foi disputada em Coimbra e opôs F.C. Porto e Benfica. O Campeão Nacional saiu vencedor com um
golo do novo ala direito da equipa, ex-Barcelona, Ricardo Quaresma.
A 27 de Agosto, disputou-se no Mónaco a final da Supertaça Europeia, num jogo que colocou frente a frente F.C. Porto, campeão
europeu e Valência, vencedor da Taça UEFA. A equipa espanhola saiu vencedora por 2-1.
Entretanto foram disponibilizados aos adeptos vários produtos como os lugares anuais para a época 2004/2005, sendo que as expectativas estão a ser cumpridas com a comercialização de cerca de 32.000 lugares, que corresponde a 64% do estádio vendido para
toda a temporada. Dado que o preço médio por lugar cresceu cerca de 18%, o cash-flow gerado já é quase 20% superior.
A estrutura patrimonial da sociedade melhorou consideravelmente nos primeiros meses do exercício 2004/05, em função da diminuição do passivo decorrente do cash-flow gerado com a campanha na UEFA Champions League e com as transferências concretizadas.
5
Perspectivas Futuras
A assembleia geral da sociedade reelegeu o Conselho de Administração para um mandato que terminará em 2007. os accionistas
elegeram os novos corpos sociais por unanimidade.
As projecções financeiras apontam para um exercício equilibrado em 2004/05.
Numa perspectiva mais alargada não podemos deixar de sublinhar o facto de na edição 2005/06 da UEFA Champions League dois
clubes portugueses terem acesso directo garantido e um terceiro ter direito a participar numa eliminatória de qualificação. Este facto,
concretizado em consequência da capacidade competitiva do F.C.Porto evidenciada nos últimos anos na Europa do futebol, faz diminuir
o risco financeiro da nossa actividade.
A estratégia para os próximos exercícios continua a apontar para uma maior aposta na negociação de contratos com jogadores que
privilegiem a componente variável da remuneração.
A FCP-SAD constituiu um grupo de trabalho que estudou o impacto das IAS na situação patrimonial e económica da sociedade. Daqui
resultou um plano de acção que está a começar a ser implementado. A utilização das IAS é obrigatória, no caso da FCP-SAD, a partir
de 1 de Julho de 2005.
Relativamente à questão recorrente do cumprimento do Artº35 do Código das Sociedades Comerciais, observa-se que a estrutura de
capitais da sociedade melhorou significativamente neste exercício, em função dos resultados apresentados. No final deste exercício
a FC Porto – Futebol, SAD cumpre esta obrigação, uma vez que o capital próprio da sociedade é 40,9M€, bem superior a metade do
capital social (37,5M€).
6
Proposta de Aplicação de Resultados
No exercício económico de 2003/2004, no que respeita às contas individuais, a Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD obteve um
Resultado Líquido do Exercício positivo de 24.722.913,64 Euros (vinte e quatro milhões, setecentos e vinte e dois mil, novecentos e
treze euros e sessenta e quatro cêntimos).
Nos termos do artigo 376º do Código das Sociedades Comerciais, o Conselho de Administração propõe a seguinte aplicação do lucro
apurado no exercício:
Para Resultados Transitados : 24.722.913,64 Euros
Porto, 1 de Outubro de 2004
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