Alta - Portal da Urologia
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Alta - Portal da Urologia
Ano XXIX • Edição Jan/Fev/Mar 2015 • nº 1 Órgão de Informação da Diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia. Fundado por Ewerton Amaral Entrevista Bexiga hiperativa: quando indicar cada tratamento? SBU estreita parceria com Bem Estar Global, da TV Globo Dicas sobre o que fazer em New Orleans, durante Congresso da AUA Recessão: quais os melhores investimentos para 2015? Editorial A recuperação da SBU Prezados colegas da SBU, Felizmente, após três anos de muita luta, iniciada pela diretoria 2012-2013 e continuada pela atual gestão, conseguimos finalmente colocar a nossa Sociedade em seu devido lugar, recuperando sua credibilidade e prestígio no cenário nacional, com a indústria médica e, principalmente, junto a seus associados. A recuperação da parte financeira foi muito difícil, com vários problemas herdados devido a uma gestão ineficiente e temerosa da diretoria 2010-2011, os quais todos já conhecem e que quase deixou a SBU em situação falimentar. Estamos realizando um planejamento de gestão de seis anos com os projetos, que se iniciaram com a do Aguinaldo Nardi e que continuará com a diretoria do Archimedes Nardozza, em 2016. A educação continuada continuou sendo colocada em destaque pela nossa diretoria, com vários cursos, aulas, publicações, levando conhecimento e atualização aos nossos associados. A modernização da comunicação com a criação do Portal da SBU, comandada pelos nossos diretores Carlos Sacomani e Alfredo Canalini, já é uma realidade trazendo maior visibilidade e agilidade no relacionamento com os associados, com o público leigo e com a imprensa, sendo um veículo de grande utilidade na pesquisa e na informação urológica. A Agência Vithal, comandada pela Aline Thomaz, que cuida da parte jornalística, deixa a Urologia diariamente na imprensa, trazendo prestígio e colocando a SBU e os urologistas sempre em evidência. O nosso tesoureiro Laurinei Muniz, junto com os outros diretores, teve um papel importante na recuperação financeira da Sociedade, cortando os gastos em quase 100%, racionalizando despesas e avaliando o custo de cada projeto com rigor. Agora com as finanças recuperadas, o nosso principal objetivo é a defesa profissional junto ao SUS, Ministério da Saúde, convênios e com os políticos através do escritório de Brasília, lutando por melhores honorários para os nossos associados e dando à Comissão de Defesa Profissional, comandada pelo Jorge Gabrich, todas as condições para estas ações junto a estes órgãos. Além de tudo isso descrito acima, a recuperação da paz e tranquilidade, que a SBU precisava, sem as desavenças que tanto a prejudicaram em passado recente, foi talvez a principal realização desta diretoria, que trabalha unida e com a consciência de sua responsabilidade e de seu trabalho em prol de nossos associados. Dr. Carlos Corradi Presidente da SBU Biênio 2014/2015 Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 1 Expediente BODAU • Edição nº 1 • 2015 Editor-Chefe Carlos Sacomani Diretoria Gestão 2014/2015 Presidente Carlos Eduardo Corradi Fonseca Vice-Presidente Valter Müller (RJ) Secretário-Geral Luis Augusto Seabra Rios (SP) 1° Secretário Giovani Thomaz Pioner (RS) 2°Secretário Luiz Sérgio Santos (PR) 3° Secretário José de Ribamar Rodrigues Calixto (MA) 1° Tesoureiro Laurinei Muniz da Cunha (RJ) 2° Tesoureiro Marcos Adriano Gomes de Oliveira (GO) 3º Tesoureiro Roberto Gonçalves de Lucena (PE) Diretor de Pesquisas Hans Joachim Barg (SC) Presidente Eleito Editores Associados Arlindo Monteiro de Carvalho Jr. Carlos Teodósio da Ros Conselho Editorial Membros do Departamento de Comunicação Diretor de Comunicação, Editor do BODAU e do SBU Online: Dr. Carlos Sacomani Editor do Portal da SBU: Dr. Alfredo Felix Canalini Editor de Mídias Sociais: Dr. Rui Nogueira Membro Auxiliar: Dr. José de Bessa Jr. Editor Assistente Ricardo de Morais Designer Gráfico Bruno Nogueira Secretária do BODAU Patrícia Gomes Tel.: (21) 2246-4003 – Ramal 17 E-mail: [email protected] Ex-Editores do BODAU José Ewerton Amaral – 1985/1987 • Sergio d’Ávila Aguinaga – 1987/1989 • Aday Coutinho – 1989/1991 • Lino Lima Lenz – 1991/1992 • Paulo Cesar Rodrigues Palma – 1993 • Emanuel Leal Chaves – 1993/1995 Paulo Cesar Nanci Carvalho – 1995/1997 • Ronaldo Damião – 1997/1999 • Eliseu Roberto Mello Denadai – 1999/2001 • Beatriz Helena de Paula Cabral – 2001/2003 • José Fernando Callijão Araújo – 2003/2005 • Geraldo Eduardo de Faria – 2006/2007 • André Guilherme L. da C. Cavalcanti – 2008 • Pedro Cortado – 2009 (janeiro a junho) • José de Ribamar Calixto – 2009 (julho a dezembro) • José Fernando Calijão Araújo – 2010/2011 • Carlos Alberto Bezerra – 2012/2013 Sociedade Brasileira de Urologia Rua Bambina, 153 – Botafogo – Rio de Janeiro – RJ – CEP 22.251-050 – Tel.: (21) 2246-4003 Fax (21) 2246-4194 – Horário de atendimento: das 9 às 18h e-mail: [email protected] – site: www.sbu.org.br Archimedes Nardozza Júnior (SP) Conselho de Economia Presidente Paulo Habib (MG) Membros Acival Lopes dos Santos Lúcio Flávio Gonzaga Silva José Carlos de Almeida Sidney Glina O Boletim da Urologia – BODAU – é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Urologia, distribuído gratuitamente a todos os urologistas brasileiros e membros correspondentes estrangeiros desta sociedade. O BODAU também é distribuído em faculdades de Medicina, bibliotecas médicas, hospitais, indústrias farmacêuticas e de comércio de equipamentos e produtos médicos. As afirmações e opiniões emitidas nos artigos do Boletim da Urologia são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da Sociedade Brasileira de Urologia. A publicação de anúncios comerciais não garante qualquer respaldo à qualidade, atividade, eficácia, segurança ou outros atributos expressos pelos anunciantes. O Boletim da Urologia e a Sociedade Brasileira de Urologia eximem-se de qualquer responsabilidade por lesões corporais ou à propriedade, decorrentes de ideias ou produtos mencionados neste boletim. Tiragem: 4.100 exemplares. Conteúdo Suplentes José Alberto Alves Rogério César Correia Bernardo w w w. v i t h a l . c o m . b r Jornalista responsável Reportagem Aline Thomaz (MTB 25937/RJ) Aline Thomaz e Janaína Soares Este símbolo indica que o papel utilizado neste impresso foi produzido com madeira de florestas certificadas FSC e outras fontes controladoras Nota do editor A bexiga hiperativa além dos medicamentos Desde que o presente conselho editorial assumiu o BODAU, tivemos a preocupação de tornar a revista atrativa para o associado. Por tal razão, sempre temos uma reportagem de capa que trate de assunto que gere alguma controvérsia. Nesta edição, optamos por falar de bexiga hiperativa. Nossa intenção é demonstrar ao urologista o que vai além do uso de antimuscarínicos. Como especialista na área de disfunção miccional, percebi que, muitas vezes, recebo pacientes aos quais não foi oferecido nenhum tratamento após a falha do antimuscarínico. Os doutores João Amaro, Fernando Almeida e Márcio Averbeck foram convidados para responder perguntas formuladas e escrever textos sobre o assunto. Creio que conseguimos uma abordagem bastante atual do tema. Nosso desafio tem sido manter a mídia escrita em foco, apesar da crescente procura por outras formas de comunicação. É nossa tarefa ser fonte de referência não só para o associado como para o leigo. O BODAU cumpre sua função institucional de discutir e informar os sócios da SBU. Em breve, esperamos que ele se integre mais ao nosso portal. Com respeito ao público em geral, é primordial atingi-lo. Falar em Urologia deve ser consultar a SBU. Não há maior e melhor “board científico” para questões que concernem à nossa especialidade que a SBU. Temos, entre nós, representantes de todas as escolas médicas do país, dos mais conceituados serviços de Urologia e colegas de destaque nacional e internacional. Precisamos ocupar nosso espaço junto à população. Ao associado, dedicamos mais este BODAU e esperamos que de novo lhe seja útil e interessante. Dr. Carlos Sacomani Editor-chefe do BODAU Biênio 2014/2015 Boa leitura! Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 3 Sumário Departamentos SBU 5 Cursos de atualização em endourologia 6 Departamento realiza treinamento em disfunções miccionais 7 Conheça os novos projetos do Departamento de Laparoscopia 16 SBU em Foco 8 SBU-SC representa nacional no Bem Estar Global 10 Presidentes de seccionais fazem balanço da gestão e anunciam 26 13 prioridades para 2015 Escritório de Representação em Brasília 12 Programação 2015 do escritório de representação da SBU Atualização Científica 13 SBU leva curso de endourologia a Campo Grande (MS) 14 PROTEUS: história de um projeto de sucesso Capa 16 Bexiga hiperativa: quando indicar cada tratamento? 18 Tratamentos fisioterápicos para bexiga hiperativa: quando indicar? 20 Entrevista: Dr. Fernando Almeida 22 Entrevista: Dr. Márcio Averbeck Em debate 24 A aplicação dos conceitos de marketing na saúde Saúde e bem-estar 26 Como aliviar o estresse? Cultura, lazer e turismo 32 New Orleans: a cidade do jazz e da culinária cajun e creole Nas horas vagas 34 Aproveite o tempo livre para assistir aos filmes que concorreram ao Oscar 36 Notas 40 Dicas 38 Período de estagnação econômica: qual o melhor investimento? Deguste e aprecie 40 La Vie en Rose 42 Cartas Calendários de Eventos 44 Fique atento à agenda de eventos da SBU 4 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 38 24 Departamentos SBU Cursos de atualização em endourologia Atividades foram realizadas em Campo Grande (MS) e em São Paulo (SP) por Ernesto Reggio* Médicos se reuniram em março em São Paulo para curso no Hospital Santa Marcelina o Departamento de Endourologia vem tentando fortalecer o ensino das técnicas endourológicas mais recentemente inseridas no cotidiano da prática urológica. A maior procura é por treinamento em ureterorenoscopia flexível e, em alguns centros, cirurgia renal percutânea e o acesso por minipercutânea. A parceria com a iniciativa privada foi bem definida após vários meses de conversações. Recentemente, realizamos curso em Campo Grande (MS) e, em março, no Hospital Santa Marcelina (SP), com ótima aceitação dos alunos e instituições organizadoras. Temos desejo de ampliar estes cursos, com maior oferta de treinamento, porém a organização e financiamento são os maiores desafios a serem superados. Já estamos trabalhando na organização das atividades do nosso Congresso no RJ, com planejamento de cursos, treinamentos, etc. Também pretendemos, caso haja apoio das empresas, editar um atlas de endourologia, muito prático e bem educativo, sobre imagens em diagnóstico, materiais e procedimentos endourológicos. Os membros do Departamento estão se esforçando para contribuir com o engrandecimento desta subespecialidade na nossa Sociedade. * Coordenador da subárea de Endourologia da SBU Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 5 Departamentos SBU Departamento realiza treinamento em disfunções miccionais Para 2015, Urologia Feminina e Uroneurologia preparam um Atlas de Urodinâmica por Márcio Averbeck* A Urologia Feminina é uma subárea da urologia voltada à avaliação e ao tratamento das patologias do trato urinário em mulheres. Frequentemente, as pacientes referenciadas ao urologista por outros especialistas são portadoras de disfunções do trato urinário inferior refratárias aos tratamentos convencionais. Destarte, exige dedicação intensa por parte do médico e de sua equipe multidisciplinar. O problema é que, em muitas circunstâncias, a remuneração por parte dos planos de saúde não é compatível com o grau de comprometimento que o urologista precisa oferecer às suas pacientes. Apesar das limitações inerentes à atual realidade brasileira, a Urologia Feminina é uma subárea em franca expansão e que atrai o interesse dos médicos residentes em processo de formação. Avanços no tratamento da incontinência urinária, como a introdução de técnicas minimamente invasivas, incluindo a aplicação de toxina botulínica e a neuromodulação sacral, bem como o surgimento de novos medicamentos para o tratamento dos sintomas do trato urinário inferior, fazem com que a atualização profissional constante seja imprescindível para os urologistas que se dedicam à Urologia Feminina. Durante o ano de 2014, o Departamento de Urologia Feminina da SBU trabalhou de maneira intensa na concretização de um projeto inovador: os Centros de Treinamento em Disfunções Miccionais. 6 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 Em novembro de 2014, os dois centros pioneiros (Fortaleza e Porto Alegre) acolheram urologistas de diversos estados da federação, com o objetivo de proporcionar treinamento de excelência na realização de procedimentos minimamente invasivos. Os temas abordados incluíram a disfunção neurogênica do trato urinário inferior, a incontinência urinária de esforço e a síndrome da bexiga hiperativa idiopática. Procedimentos foram transmitidos em tempo real e os participantes puderam fazer perguntas e interagir com os cirurgiões, esclarecendo dúvidas referentes às distintas abordagens cirúrgicas (neuromodulação sacral, injeção de toxina botulínica, implante de slings de incisão única e slings convencionais de uretra média). Nos últimos dois anos, o Departamento de Urologia Feminina também atuou em conjunto com o Departamento de Comunicação da SBU para divulgar o Dia Internacional de Conscientização sobre Incontinência Urinária, que ocorre no dia 14 de março. No ano de 2014, foram realizadas atividades em diversas capitais do país, que contaram com a presença de médicos urologistas para orientar a população em locais públicos de interesse e em hospitais de ensino. No corrente ano, o Departamento auxiliou na elaboração de um release informativo, que teve grande repercussão na mídia. Em Porto Alegre, houve também uma aula voltada ao público leigo no dia 14 de março, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esta atividade foi coordenada pelo Dr. Nelson Batezini, que é membro do Departamento de Urologia Feminina da SBU. Atualmente, o Departamento de Urologia Feminina está trabalhando, em conjunto com o Departamento de Uroneurologia, na elaboração de um Atlas de Urodinâmica, que será uma publicação didática e rica em ilustrações. A diretoria da SBU tem proporcionado apoio incondicional para que esta importante publicação seja concretizada. É importante mencionar que o programa científico do próximo Congresso Brasileiro de Urologia, que será realizado de 31 de outubro a 04 de novembro de 2015 no Centro de Convenções SulAmérica no Rio de Janeiro (www.cbu2015.com.br), vem sendo intensamente discutido nos últimos meses. O Departamento de Urologia Feminina está presente neste processo e buscará trazer atividades científicas de altíssimo nível para os membros da SBU. Contaremos com a presença do Prof. John Heesakkers como palestrante internacional. O Prof. Heesakkers é o atual chairman do Departamento de Urologia Feminina e Funcional da Associação Europeia de Urologia (EAU). Esperamos contar com a presença de todos no principal evento urológico brasileiro de 2015. Até lá! * Chefe do Departamento de Urologia Feminina da SBU Membros do Departamento: João Antonio Pereira Correia, Fernando Almeida, Leonardo Mendes, Júlio Resplande, Nelson Batezini. Conheça os novos projetos do Departamento de Laparoscopia A educação continuada é o foco por meio do “Step-by-Step”, “Tele Lap” e “Dicas e Truques” por Eliney Ferreira Faria* P resente na SBU como parte do Departamento de Cirurgia Minimamente Invasiva, o Departamento de Laparoscopia Urológica tem como principais objetivos: a estruturação e normatização da laparoscopia no Brasil; o treinamento, aperfeiçoamento e propagação da técnica para jovens cirurgiões, bem como para aqueles que já estão no mercado há mais tempo; o desenvolvimento de publicações oficiais; e melhorias gerais visando ao benefício da classe médica e dos pacientes submetidos a estes procedimentos. O Departamento de Laparoscopia possui projetos que visam à participação e integração de vários grupos dentro da SBU, com líderes dentro do Departamento designados para cada um deles. Novos outros projetos estão a todo vapor sob a gestão do urologista Dr. Eliney Ferreira Faria. Entre eles, a “Pesquisa Nacional sobre atuação Laparoscópica”, que objetiva conhecer através de questionários a situação atual da laparoscopia brasileira nas residências e na comunidade urológica de modo geral. Destaque também para o “Step-by-Step”, pelo qual serão realizadas aulas baseadas em vídeos que ficarão à disposição dos associados em português e inglês, aumentando ainda mais a projeção da SBU. O “Dicas e Truques” será um compilado de perguntas sobre pontos específicos da cirurgia, situações adversas de cada uma e como manusear complicações, ao qual os associados terão acesso ao PDF via site ou aplicativo. Estamos trabalhando na educação a distância através do “Tele Lap”. Também realizamos reuniões mensais via Skype com aulas e discussão de casos em diversos lugares no Brasil. Em entrevista ao BODAU, Dr. Eliney explica o “Lap $ Dim”. “O projeto incorporará todo o processo de certificação e inclusão nas tabelas do SUS e de diversos planos de saúde. Visamos a encontrar alternativas para incremento e ganhos para o urologista”. Existe atualmente uma comissão da Sobracil que tem como objetivo incorporar os códigos da laparoscopia na tabela do SUS junto ao Ministério da Saúde. “Dois diretores do IRCAD, Dr. Flavio Malcher e Dr. Armando Melani, estão juntos conosco à frente desta comissão, e estamos certos de que poderemos incluir vários procedimentos urológicos nestas negociações”. Nos dias 16 e 17 de julho de 2015, será realizado novamente em Barretos o projeto “Ilustre Visitante”, onde receberemos urologistas em geral, para que as práticas da cirurgia minimamente invasiva possam ser transmitidas com segurança e eficiência. Tambem no mês de julho, dias 10 e 11, teremos o curso de “Laparoscopia para Residentes”, que devido a uma parceria IRCAD-SBU não terá custos para os mesmos. Mas o projeto mais desafiador de 2015 será a realização do Difficult Cases: Minimally Invasive Surgery. O congresso será realizado no IRCAD América Latina e terá a presença de experts mundiais dando aulas de cirurgia laparoscópica e robó- tica urológica. Entre eles: Claude Abbou e Thierry Piechaud, que virão da França, e os professores Surena Matin e Vipul Patel, que virão dos Estados Unidos. Eles farão discussões de técnicas e demonstrações ao vivo diretamente do centro cirúrgico do Hospital de Câncer de Barretos. “Temos a nossa disposição no IRCAD a melhor tecnologia para realização de um evento desta magnitude e estamos otimistas com a grande procura por parte de urologistas de todo o Brasil e América Latina”, completa Eliney. Outro ganho da gestão atual foi ter conseguido descontos nos cursos do IRCAD para os staffs de residência de urologia de diferentes seccionais do país. “A ideia é que os jovens staffs possam replicar os conhecimentos adquiridos no IRCAD para os seus respectivos serviços”, diz. Além de cursos para residentes, a SBU também é parceira nos cursos de laparoscopia urológica avançada, que serão realizados em junho e setembro. No caso dos associados se interessarem, basta entrar em contato com a secretaria de cursos do centro, que também terão descontos significativos. Membros do Departamento também estarão presentes nos congressos AUA (American Urological Association) e CAU (Confederación Americana de Urología), buscando novas alternativas e expandindo os horizontes da SBU para eventos internacionais. *Diretor do Departamento de Laparoscopia da SBU Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 7 SBU em Foco SBU-SC representa nacional no Bem Estar Global Ação de esclarecimento da população realizada pela TV Globo, em janeiro, em Florianópolis, reuniu 5 mil pessoas por Aline Thomaz D ando continuidade à parceria entre a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o programa da TV Globo Bem Estar, a seccional de Santa Catarina participou no dia 30 de janeiro do Bem Estar Global, ação de esclarecimento da população leiga. Urologistas orientaram moradores de Florianópolis sobre a incontinência urinária. A atividade ocorreu das 8h às 17h no Trapiche, da Avenida Beira Mar Norte. O evento reuniu cerca de 5 mil pessoas, que, mesmo com chuva, foram tirar dúvidas sobre os mais diversos temas abordados. A TV Globo e o Sesi montaram uma estrutura com 14 tendas, que foram ocupadas por diferentes especialidades médicas. “Foi muito positivo do ponto de vista social. Muitas pessoas puderam tirar dúvidas, já que o sistema de saúde peca no acesso. Pudemos verificar mulheres com idade avançada que achavam normal perder RESULTADO NA IMPRENSA Durante o programa de TV, exibido das 10h20 às 11h, o urologista Waltamir Horn Hülse foi entrevistado, ao vivo, e falou sobre a importância de diagnosticar a incontinência urinária usando bexigas cheias de água como exemplo. Por meio da assessoria de imprensa da SBU, a Vithal Comunicação Integrada, Hülse também conversou com o Bom Dia SC (TV Globo) na manhã do dia 30 para explicar o que a tenda da SBU ofereceria. Veja no link: http://glo.bo/1vkTjpO Na matéria publicada no Diário Catarinense, jornal de maior circulação no estado, os serviços que a SBU ofereceria também foram destacados. Foi publicada ainda uma nota na coluna Visor, do mesmo jornal, sobre a participação da entidade no evento. 1 8 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 A Sociedade Brasileira de Urologia tem a obrigação de participar destes eventos justamente para divulgar a prevenção, assim como a terapêutica das patologias que afetam o aparelho urinário”, diz Rodrigo Monnerat, presidente da SBU-SC O urologista Waltamir Horn Hülse foi entrevistado no Bom Dia SC urina e as encaminhamos para as unidades básicas de saúde para poderem ser direcionadas aos serviços de urologia da cidade”, disse o coordenador da ação pela SBU-SC, Luiz Felipe Piovesan. De acordo com Piovesan, foram atendidas cerca de 400 pessoas na tenda da SBU. “Nosso atendimento era complexo, pois a pessoa passava por um circuito no qual ouvia o esclarecimento do urologista sobre o que era a incontinência urinária, depois conversava com fisioterapeutas sobre os exercícios para fortalecer o assoalho pélvico, em uma terceira etapa conhecia mais sobre as roupas para incontinência e ganhava uma garrafinha de água no final”, conta. Para o presidente da seccional, Rodrigo Monnerat, esses tipos de ações são importantes. “Acredito que só a informação pode mudar os hábitos de uma população. A Sociedade Brasileira de Urologia tem a obrigação de participar destes eventos justamente para divulgar a prevenção, assim como a terapêutica das patologias que afetam o aparelho urinário. O Bem Estar Global é uma iniciativa ímpar onde podemos levar esta informação aos brasileiros diretamente nas suas casas. A seccional de Santa Catarina apoia e agradece a oportunidade que nos foi dada este ano”, disse. A SBU tem sido sempre acionada pelo programa para participar dessa atividade. Em março, o programa foi até Belo Horizonte e, em abril, vai até Belém. Serão ainda mais seis edições do Bem Estar Global em 2015. 1. Urologistas e fisioterapeutas fizeram o esclarecimento sobre incontinência urinária 2. Waltamir Horn Hülse mostrava por meio de bexigas de plástico a falha do sistema urinário 2 3. Tenda da seccional atendeu cerca de 400 pessoas 3 Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 9 SBU em Foco Presidentes de seccionais fazem balanço da gestão e anunciam prioridades para 2015 SBU Online publica série de entrevistas com dirigentes por Janaína Soares Desde o início do ano, o SBU Online, newsletter semanal da Sociedade, vem entrevistando os presidentes das seccionais. O objetivo é informar aos associados as ações realizadas em 2014 e anunciar as metas de cada instituição para este ano. Veja os principais tópicos abordados por cada presidente e o respectivo link da entrevista, disponível no site da SBU. Vagner Gil (SBU-GO) http://bit.ly/vagnergil O primeiro entrevistado da série disse que uma das grandes conquistas da seccional de Goiás em 2014 foi conseguir o reajuste de cerca de 70% no valor pago pela litotripsia extracorpórea. Ele conta na entrevista como foi o processo que culminou no aumento, fala sobre as ações realizadas no ano passado e enumera os planos da seccional para 2015, como o Simpósio Goiano de Urologia, a ser realizado em agosto. 10 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 Rodrigo Monnerat (SBU-SC) http://bit.ly/rodrigomonnerat Este ano, a seccional de Santa Catarina realizará dois encontros no estado: em Florianópolis e em Treze Tílias, e apoiará a realização do Encontro Nacional de Urodinamicistas. O presidente fala também sobre as ações realizadas em 2014 e a criação da Associação de Urologistas de Santa Catarina (AUSC), que tem entre os objetivos lutar por melhores honorários no estado. Clovis Fraga Tenório Pereira (SBU-PE) http://bit.ly/clovispereira A Jornada Pernambucana de Urologia, agendada para setembro, contará com uma programação científica mais extensa, segundo o presidente da seccional. Ele também analisa as ações que fizeram parte do calendário da SBU-PE em 2014 e comenta a criação da Cooperativa de Urologia de Pernambuco, em funcionamento há cerca de três anos, e que tem como objetivo lutar por melhores condições de honorários. Helder Coelho Porto (SBU-BA) http://bit.ly/helderporto Entre os planos da seccional baiana para 2015 estão apoiar a cooperativa de urologistas para melhorar os honorários na região e priorizar a educação continuada, com a realização de reuniões científicas e da Jornada Bahiana de Urologia/Onco/Pediatria, prevista para junho. A SBU-BA pretende ainda realizar ações pelo Novembro Azul e trabalhar pela inserção da urologia na atenção global da saúde do homem no SUS. Deusmar Singui Filho (SBU-AC) http://bit.ly/deusmarsingui O presidente da seccional conta que dará continuidade a atividades de esclarecimento, consultas e exames em prol da saúde do homem. A seccional possui seis urologistas. De acordo com o dirigente, as tabelas apresentam valores muito baixos, tanto para a remuneração de honorários médicos quanto de indenização pelo uso dos equipamentos, gerando frequentes impasses entre as partes. Antônio Peixoto de L. Cunha (SBU-MG) http://bit.ly/antoniopcunha O presidente fala sobre a programação da SBU-MG para 2015, com cinco cursos, e afirma que pretende ainda intensificar ações que visam à valorização profissional dos urologistas do estado e à melhoria do atendimento da população pelo SUS, com o acesso às novas tecnologias. Em 2014, um dos destaques da seccional foi o retorno da publicação da revista científica Urominas. Márcio de Carvalho (SBU-PR) http://bit.ly/marciodecarvalho Levar eventos científicos para as cidades do interior, ampliar a divulgação de temas urológicos para a população e estabelecer metas para melhoria dos honorários médicos são alguns dos planos da SBU-PR para este ano. O presidente da seccional abordou ainda as principais atividades desenvolvidas pela entidade em 2014, englobando as áreas de educação continuada, responsabilidade social e defesa profissional. Theodorico F. da Costa Neto (SBU-AL) http://bit.ly/theodoricofernandes A seccional planeja dar continuidade às reuniões mensais com a discussão de temas de interesse dos urologistas com a presença de convidados de Alagoas e de outros estados. O presidente da SBU-AL comenta também o que é, em sua opinião, o maior desafio da Sociedade e suas seccionais na atualidade: “motivação dos colegas em torno de uma SBU que se reergue”. Guilherme Coutinho Borges (SBU-TO) http://bit.ly/guilhermecborges Além de investir nas atividades científicas, o presidente da seccional do Tocantins afirma que a entidade tem trabalhado para valorizar o urologista, inclusive na negociação com os convênios. Ele destaca as ações realizadas em 2014, como as referentes ao Novembro Azul, e sugere a criação de uma tabela de honorários que possa servir de referência aos urologistas de todo o Brasil. Aderivaldo Cabral Dias Filho (SBU-DF) http://bit.ly/aderivaldofilho O presidente da seccional defende que a Sociedade seja vista pelo urologista como um local para debates da área. Em 2014, teve início um programa multidisciplinar de educação continuada em urologia com encontros mensais, que terá continuidade este ano. A instituição realizou reuniões mensais com os residentes e preceptores de residência médica para discussão de temas variados. Até o fechamento desta edição, haviam sido publicadas dez entrevistas. Acompanhe os demais depoimentos dos presidentes das seccionais semanalmente no site da SBU (www.sbu.org.br). Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 11 Escritório de Representação em Brasília Programação 2015 do escritório de representação da SBU por Dr. Romulo Maroccolo Filho Juntamente com a FEMAMA, SEBRASGO e outras sociedades realizaremos o primeiro Fórum de Debates sobre Saúde Conjugal, também dentro das atividades da Frente Parlamentar” e m 2015, o Escritório de Brasília já tem reuniões agendadas no Senado e na Câmara para reforçar e ampliar o apoio dos novos parlamentares às ações da SBU no Congresso Nacional. Manteremos o foco nas campanhas de valorização do trabalho do urologista e na divulgação, prevenção de doenças e promoção da saúde urológica para a população brasileira, defendendo os projetos de lei apresentados pela Frente Parlamentar de Atenção Integral à Saúde do Homem, presidida pelo deputado federal Dr. Jorge Silva (PROS-ES). Iniciaremos as reuniões de elaboração da proposta da SBU para o Ministério da Saúde de criação dos Centros de Referência em Saúde do Homem e convocaremos os colegas urologistas que têm experiências exitosas nesta área 12 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 para apresentarem suas estratégias e seus resultados. A partir destas reuniões, será elaborado um documento da SBU para ser apresentado oficialmente ao Congresso Nacional e ao Ministério da Saúde. Juntamente com a FEMAMA, SEBRASGO e outras Sociedades realizaremos o primeiro Fórum de Debates sobre Saúde Conjugal, também dentro das atividades da Frente Parlamentar. Ampliaremos também no Ministério da Saúde as parceiras com a Coordenação de Saúde do Idoso, aproximando nossas ações e apresentando nossas propostas para esta área. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Brasileira de Psiquiatria e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, desenvolveremos protocolo de abordagem e tratamento da disfunção erétil. No segundo semestre, como parte das ações da Frente Parlamentar, realizaremos o VIII Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem, com foco na informação para os parlamentares sobre os problemas dos pacientes urológicos no SUS, e apresentaremos as propostas da SBU, realizando, assim, um Ciclo de Debates para Parlamentares sobre a urologia no SUS. Manteremos fortes as ações para realização do Novembro Azul, que, como em 2014, dará grande exposição na mídia às doenças urológicas e da saúde do homem. Esperamos que 2015 seja um ano de grandes realizações e conquistas para a SBU. Foto: Da esquerda para direita: conselheiros Dr. Mário Ronalsa (AL), Dr. Romulo Maroccolo Filho (DF), Dr. José Carlos de Almeida (DF), Dr. Carlos Eduardo Corradi (MG), Dr. Aguinaldo Nardi (SP), Dr. Fernandes Denardi (SP) e Dr. Marcio Turra (RS) Atualização Científica SBU leva curso de endourologia a Campo Grande (MS) Aulas ocorreram nos dias 4 e 5 de dezembro por Ernesto Reggio* Equipe médica faz aplicação da minipercutânea com transmissão ao vivo para alunos do curso o Departamento de Endourologia, em parceria com a SBU-MS, organizou o curso teórico prático de endourologia na cidade de Campo Grande, nos dias 4 e 5 de dezembro de 2014. O objetivo do curso foi atender a demanda dos associados locais por maior contato e familiaridade com técnicas endourológicas mais recentes e que demandam equipamentos que nem sempre são facilmente disponíveis fora dos grandes centros. O curso foi organizado com apresentações teóricas rápidas e objetivas, seguido de cirurgias ao vivo com participação de alunos. Foram programados casos de litíase renal de menor volume para treinamento de ureterorrenolitotripsia flexível e minipercutânea. Por um problema de transporte, os endoscópios flexíveis não foram entregues em Campo Grande na data do curso, sendo então os casos resolvidos por acesso percutâneo. Inicialmente, houve um desânimo por parte de toda a equipe, pois sabemos o quanto cada um se esforça para organizar, comparecer e aprender esses novos procedimentos. Entretanto, a aplicação da minipercutânea foi de grande aprendizado e uma grata surpresa para o grupo. Os casos foram resolvidos com este novo equipamento, de menor trauma e mais rápida recuperação pós-operatória. Todos os operados atingiram o objetivo maior da cirurgia, ou seja, totalmente livres de cálculo e sem nefrostomia ao término – tubeless. Pelo Departamento de Endourologia participaram Dr. Carlos Chagas (ES), Dr. Ricardo Tiraboschi (BA) e Dr. Ernesto Reggio (SC). A organização local, seleção e cuidados pós-operatórios foram realizados com o apoio da SBU-MS. A SBU teve o apoio da Strattner para realização do evento. Sala ficou lotada durante todo o evento * Coordenador da subárea de Endourologia da SBU Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 13 Atualização Científica PROTEUS: 1 história de um projeto de sucesso Edição de 2015 teve recorde de participantes, 407 por Roni Fernandes* o PROTEUS Intensivão, principal curso de preparação para a prova do Título de Especialista da SBU (TiSBU) e também importante ferramenta de reciclagem e atualização profissional, completa neste ano sua 17ª. edição, com uma história de sucesso dentro da Urologia brasileira. 14 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 No primeiro semestre de 1999, na gestão do Dr. Eric Wroclavsky, com a idealização e coordenação dos doutores Sidney Glina e Marcelo Vieira, a SBU-SP iniciou um programa de educação continuada direcionado ao urologista que se preparava para prestar a prova para a obtenção do título de especialista da Sociedade Brasileira de Urologia (TiSBU). Era um Programa de Reuniões Organizadas para preparação ao Título de Especialista em Urologia da Sociedade Brasileira de Urologia, que rapidamente ganhou o nome de PROTEUS. A primeira edição, que contou com cerca de 50 participantes, teve o formato de aulas semanais que revisavam os temas que compunham a prova oficial do título de especialista. Foi o pontapé inicial para esta história de sucesso. A partir daí, o PROTEUS passou a fazer parte do calendário oficial da SBU e vem sendo realizado ininterruptamente. Durante estes anos todos, o PROTEUS passou por algumas alterações, como em 2001, ano em que foi realizado na forma digital, com o participante podendo assistir às aulas pelo site da So- ciadas ao interesse destacado que os urologistas de uma forma em geral, não somente os candidatos ao título de especialista, demonstram pelo PROTEUS, na edição de 2010, foi entregue o livro Urologia Fundamental, uma obra abrangente e de fácil leitura. Em 2014, a incorporação de simpósios satélites na hora do almoço permitiu a viabilização econômica do evento e a corretas, durante a apresentação da aula de cada professor, responsável pela elaboração das questões da prova. Momento especial nesta última edição do PROTEUS foi a homenagem que a diretoria da SBU-SP prestou aos doutores Sidney Glina e Marcelo Vieira, que há 16 anos tiveram a feliz ideia de criar este projeto que tantos benefícios traz ao associado. 2015 Edição Recorde 1. Plateia lotada durante o PROTEUS 2015 2. Marcelo Vieira (segundo à esq.) e Sidney Glina (quarto da esq. para dir.) foram homenageados na última edição por terem idealizado o curso ciedade. Em 2006, pela primeira vez, foi fornecida aos participantes uma apostila com todas as aulas do curso. Já em 2007, a novidade foi a inclusão de uma prova simulada, para que o candidato ao título de especialista pudesse avaliar de uma maneira mais aprimorada como estava sua preparação. No ano de 2008, o número recorde de 371 participantes recebeu da organização o livro PROTEUS, com os detalhes de todas as aulas ministradas pelos renomados professores convidados para o curso. Com os crescentes conhecimentos, novas informações e tecnologias, asso- 2 apresentação de novos tratamentos com um formato de interação com a plenária e discussão de casos clínicos. Em 2015, em casa nova, próximo à sede da SBU-SP, com o PROTEUS atingindo quase a sua maioridade, ele mantém-se dinâmico, inovador e sempre com grande presença de público, o que reflete o sucesso do evento. Neste ano, foi batido novamente o recorde de inscritos, contamos com 407 participantes, 50 aulas ministradas por professores de profundo conhecimento em suas áreas de atuação, três simpósios satélites, e, como sempre, a esperada prova teórica e prática, com discussão das respostas A SBU-SP sente-se gratificada por poder oferecer aos urologistas de todo o Brasil este importante serviço, não só no preparo para a prova do TiSBU, como também para cada um que sente a necessidade de atualizar seus conhecimentos dentro de nossa especialidade. Ao mesmo tempo, a SBU-SP assume o compromisso de trabalhar cada vez mais para que projetos como o PROTEUS continuem melhorando a cada nova edição. * Presidente da SBU-SP Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 15 Capa 16 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 Bexiga hiperativa: quando indicar cada tratamento? BODAU traz panorama do que há hoje em dia à disposição do paciente por Aline Thomaz o tema de capa desta edição do BODAU é a bexiga hiperativa (BH). Para apresentar os principais tratamentos que existem hoje em dia e suas formas de aplicação caso a caso, a revista ouviu especialistas de notório reconhecimento na área. O urologista João Luiz Amaro e a fisioterapeuta Mônica Orsi Ga- meiro, ambos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), falam sobre o tratamento fisioterápico na BH. Nas páginas seguintes, o editor do BODAU, Carlos Sacomani, entrevista os urologistas Fernando Almeida, da Universidade Federal de São Paulo, e Márcio Averbeck, do Hospital Moinhos de Vento e da Santa Casa de Porto Alegre. Ambos apresentam um panorama do que se fazer caso as primeiras formas de conduta falhem. Entre as formas de tratamento destacadas estão a fisioterapia, o uso de medicamentos, a eletroestimulação do nervo tibial (PTNS), a toxina botulínica e a neuromodulação sacral. “Antes de indicar um ou outro método, é importante pensar novamente no diagnóstico diferencial e excluir doenças que poderiam justificar a refratariedade dos sintomas (ex.: infecção urinária, diabetes mellitus, poliúria noturna, tumores uroteliais, etc.)”, ressalta Márcio Averbeck em sua entrevista. Confira! Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 17 Capa Tratamentos fisioterápicos para bexiga hiperativa: quando indicar? por João Luiz Amaro*1 e Mônica Orsi Gameiro*2 a Bexiga Hiperativa (BH) é definida clinicamente pela presença de sintomas de urgência com ou sem incontinência urinária, geralmente com frequência e noctúria na ausência de fatores patológicos locais1. Trata-se de uma condição comum, que afeta aproximadamente 50 a 100 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, essa condição é altamente prevalente, estimada em 18% da população2. Pode comprometer a qualidade de vida e estar associada a outros sintomas3. Os sintomas de BH ocorrem provavelmente devido à contração do detrusor durante a fase de enchimento e o aumento da frequência das micções, como resultado da redução da capacidade funcional da bexiga4. Seu diagnóstico baseia-se na queixa clínica, exame físico geral específico e exames laboratoriais de rotina. O estudo urodinâmico está indicado em casos selecionados5. A história clínica é fundamental para o diagnóstico. A severidade e percepção dos sintomas podem ser avaliadas por escala específica denominada OABSS (Overactive Bladder Symptom Score). O exame físico deve incluir avaliação neurológica simplificada da sensibi- 18 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 lidade perineal e do tônus do esfíncter anal, para verificar sua integridade6. No exame ginecológico, será observada a presença ou não de prolapsos e atrofia genital. Em homens, o toque retal é necessário para descartar obstrução infravesical. O assoalho pélvico (AP) deve ser avaliado funcionalmente utilizando diferentes métodos, tais como: palpação bidigital da vagina, perineometria, entre outros, porém não existe consenso sobre o melhor. Essas avaliações permitem caracterizar a possível fraqueza dos músculos do assoalho pélvico (MAP), fator este que pode contribuir para que não ocorra o reflexo de inibição períneo – detrusor piorando os sintomas. O diário miccional pode fornecer informações relevantes sobre o volume e o número de micções em 24 horas6. O objetivo principal do tratamento é maximizar o controle dos sintomas e melhorar a qualidade de vida. O procedimento menos invasivo deve ser de primeira escolha e pode iniciar corrigindo as condições presentes que levam à BH, tais como: infecção urinária, deficiência hormonal local, uso de medicamentos que alteram a função miccional e diurese excessiva6,7. O tratamento fisioterápico da BH consiste em informação sobre sua condição, orientação de terapia comportamental, treinamento dos MAP utilizando ou não o biofeedback e estimulação elétrica utilizadas isoladamente ou associadas ao tratamento medicamentoso. A terapia comportamental com nível de evidência C é utilizada em um programa de educação e orientação, com restrição de alguns alimentos, estabelecendo intervalo inicial entre as micções, fixado de acordo com o diário miccional de cada paciente, sendo a micção orientada nos horários pré-estabelecidos. O intervalo inicial deve ser gradualmente aumentado (15 minutos por vez), com o objetivo de alcançar três a quatro horas entre as micções8. Nessa condição, ocorre contração do períneo para inibir contrações involuntárias da bexiga ou conter a urina até chegar ao banheiro6, portanto, é comum observarmos tônus elevado dos MAP nesses pacientes, incapacitando a contração seletiva e o relaxamento completo. Essa deve ser a primeira orientação para restauração do reflexo de inibição períneo – detrusor, cujo treinamento pode ser feito com ou sem auxílio do biofeedback com estímulos táteis, visuais, auditivos ou elétricos, com objetivo de conscientizar o indivíduo da função muscular correta. Na estimulação elétrica, ocorre a inibição do músculo detrusor por estimulação aferente de baixa frequência (2 a 12 Hz) do nervo pudendo, diminuindo o número de micções e aumentando a capacidade vesical7. A intensidade do estímulo deve ser perceptível e não pode ser desagradável ou causar dor. O programa de tratamento deve ser no mínimo de 12 semanas com duração de 20 a 30 minutos cada sessão. As contraindicações para o uso de estimulação elétrica são: gravidez, infecções vaginais, diminuição da percepção vaginal, menstruação e infecção urinária9. Pode ser feita por sonda vaginal ou corrente interferencial tetrapolar (2000Hz com diferencial de 10Hz) cujos eletrodos são colocados periumbilicais e nas tuberosidades isquiáticas10. A estimulação elétrica do nervo tibial posterior (PTNS) de baixa intensidade inibe a atividade vesical pela despolarização das fibras aferentes sacrais e lombares11. A estimulação elétrica é eficaz em 70% dos casos, desde que corretamente selecionados e quando comparada à terapia comportamental e exercícios perineais com ou sem biofeedback e deve ser uma importante modalidade considerada para esse tratamento, segundo a International Continence Society (ICS), com nível de evidência C7. A estimulação com sonda anal fica reservada aos casos em que haja contraindicação do uso da sonda vaginal ou no sexo masculino. As sondas devem ser individuais e desinfetadas após cada sessão em ácido peracético, pelo tempo determinado no rótulo do produto. A abordagem inicial de pacientes portadores de BH de causa não neurogênica deve ser comportamental e pouco invasiva, associada ou não ao tratamento medicamentoso. De acordo com algumas revisões da Cochrane, Cochrane ainda não há nenhuma abordagem de tratamento fisioterapêutico ou comportamental superior a outra12. *1 Professor Titular do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP- São Paulo *2 Fisioterapeuta do Serviço de Reabilitação da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP– Doutora em Ginecologia Referências Bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. 6. Abrams P, Cardozo L, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U, et al. The standardisation of terminology of lower urinary tract function: report from the Standardisation Sub-comitee of the International Continence Society. Neurourol Urodyn. 2002; 21:167-78. Teloken C, Caraver F, Webwe FA, Teloken PE, Moraes JF, Sogari PR, Grazottin TM. Overactive Bladder: Prevalence and Implications in Brazil. Eur Urol. 2006; 49:1087-92. Sand PK, Appell RA. Disruptive effects of overactive bladder and urgeurinary incontinence in younger women. Am J Med. 2006; 119: 16-23. Hampel C, Gillitzer R, Pahernick S, Hohenfellner M, Thuroff J W. Epidemiology and etiology of overactive bladder. Urologe A. 2003; 42 (6): 776-86. Rovner ES, Gomes, CM, Trigo-Rocha FE, Arap S, Wein AJ. Evaluation and treatment of the Overactive Bladder. Rev Hosp Clín Fac Med S Paulo. 2002; 57: 39-48. Trigo-Rocha F, Gomes CM. Bexiga hiperativa. In: Rubinstein I e col. Incontinência Urinária na Mulher. Rio de Janeiro: Atheneu. Séries Clínicas Brasileiras de Urologia. Vol 1, 2001. p. 89–100. 7. 8. 9. 10. 11. 12. Gormley EA, Lightner DJ, Faraday M, Vasavada SP. Diagnosis and treatment of overactive bladder (Non-Neurogenic) in adults: AUA/ SUFU Guideline Amendment. J Urol. 2015. 23 [Epub ahead of print]. Fornari A, Almeida GL. Terapia comportamental. In: Truzzi JC, Dambros M. Bexiga hiperativa: aspectos práticos. São Paulo: Nome da Rosa, 2009. p. 109-116. Gameiro MO, Amaro JL. Eletroestimulação. In: Amaro JL, Haddad JM, Trindade JCS, Ribeiro RM. Reabilitação do Assoalho Pélvico nas disfunções urinárias e anorretais. São Paulo: Segmento Farma; 2005.p.129-33. Laycok J, Green RJ. Interferential therapy in the treatment of incontinence. Physioth. 1988; 74 (4): 161-8. Ficher-Sgrott FO, Manfra EF, Busato Junior WSF. Qualidade de vida de mulheres com bexiga hiperativa refratária tratadas com estimulação elétrica do nervo tibial posterior. Rev Bras Fisioter. 2009, 13 (3): 480-6. Hartmann KE, McPheeters ML, Biller DH, Ward RM, McKoy JN, Jerome RN, Micucci SR, Meints L, Fischer JA, Scott TA, Slaughter JC, Blume JD. Treatment of overative bladder in women. 2009 Aug. AHRQ, n.187. Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 19 Capa Entrevista Para saber mais sobre os tratamentos existentes no mercado para bexiga hiperativa (BH) e suas formas de aplicação, o editor do BODAU, Carlos Sacomani, entrevistou dois expoentes urologistas com vasta experiência no assunto. São eles: o Prof. Dr. Fernando Almeida, professor livre docente pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM) e urologista dos Hospitais Sírio Libanês e Osvaldo Cruz; e o Dr. Márcio Averbeck, que tem especialização em Neuro-Urologia / Disfunções Miccionais pela Universidade de Innsbruck, na Áustria (EAU - Clinical Fellowship/2010), é urologista do Hospital Moinhos de Vento e da Santa Casa de Porto Alegre, membro do Comitê de Promoção da Neurourologia da ICS e chefe do Departamento de Urologia Feminina da SBU. Veja. Fernando Almeida, professor pela UNIFESP “Casos refratários são bastante frequentes” Carlos Sacomani – É comum na prática diária receber casos refratários de Bexiga Hiperativa (BH)? Fernando Almeida – O que observo na prática clínica é que os casos refratários são bastante frequentes. Pessoalmente, não gosto muito desse termo, refratário. Isso porque o limite do que é refratário não é claro e podemos ter pacientes com boa resposta, mas que poderia responder melhor a outra terapia. Por exemplo, pacientes que responderam e tiveram melhora de 60% dos sintomas são refratários ou não? Em teoria, podem ser considerados como sucesso de tratamento. Mas, e se houver uma terapia que pode melhorar os sintomas 90% ou até 100 %, devemos insistir com a terapia que levou a uma melhora parcial? E os pacientes que desistem de utilizar anticolinérgicos? Fato bastante comum podendo chegar a uma taxa de 80% de abandono, após 1 ano de tratamento. Esses pacientes interrompem o tratamento independente do resultado. Será que devemos insistir para continuarem ou voltarem ao uso de 20 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 medicação? Acredito que pacientes com bexiga hiperativa não devam ser tratados sequencialmente dependendo do julgamento do médico. Todos os meus pacientes recebem orientações sobre todas as opções de tratamento do problema, assim que tenho o diagnóstico de BH. Desta forma, podemos decidir juntos quando é o melhor momento de mudar a opção terapêutica. Carlos Sacomani – Ao diagnosticar a BH, qual a primeira opção de tratamento indicada? Fernando Almeida – Obviamente que para BH idiopática a tendência é iniciar com terapias não invasivas como primeira opção. Mas, o tempo que vamos tentar cada terapia depende da visão paciente, que, sabendo as opções que possui, pode vislumbrar outras alternativas e decidir mudar de terapia, uma vez que não se sinta confortável ou totalmente satisfeito com a abordagem realizada. Desta forma, o paciente pode optar por botox ou implante de neuromodular sacral, mesmo que tenha uma resposta satisfatória com anticolinérgico, mas não queira mais fazer uso de medicação que apresenta inúmeros efeitos colaterais. Ou ainda que tenha tido uma boa resposta com eletroestimulação do tibial posterior, mas não queira permanecer em um programa de manutenção pelo resto da vida. Carlos Sacomani – Com a falha da primeira opção, qual tratamento indica? Fernando Almeida – Basicamente, temos duas opções para tratamento da BH idiopática após tentativa de tratamento com medidas não invasivas. A Toxina Botulínica do tipo A (Botox ®) e o Neuromodulador Sacral (InterStim®). Ambas com ótimos resultados e cada uma delas com suas particularidades. Carlos Sacomani – Como age a toxina botulínica no tratamento da BH? Fernando Almeida – A toxina botulínica é uma neurotoxina que inibe a liberação pré-sináptica de acetilcolina, levando a uma diminuição da atividade neuronal no local em que ela atua. Os resultados descritos podem ser aplicáveis para mulheres e não devem ser extrapolados para homens, visto que vários estudos incluem homens no tratamento, mas quando avaliamos os resultados notamos que a população masculina tratada é insignificante. Em geral, sua aplicação é feita através de cistoscopia e injeção na submucosa vesical, em cerca de 20-30 pontos diferentes, evitando-se o trígono. Em pacientes com BH idiopática, a dose varia de 100-150 U; em paciente com BH neurogênica, pode-se aplicar até 300 U. O efeito de bloqueio neuromuscular dura em média 6-9 meses, mas alguns pacientes podem manter boa resposta por até 12 meses. Carlos Sacomani – Quais são os efeitos colaterais? Fernando Almeida – O principal efeito colateral é a retenção urinária, cujo risco aumenta com o uso de doses maiores. As pacientes devem ser orientadas quanto a este risco e sobre a possibilidade de realização de cateterismo intermitente limpo. Carlos Sacomani – O que dizem as pesquisas sobre o uso da toxina no tratamento de BH? Fernando Almeida – Em 2005, Sahai e colaboradores apresentaram sua experiência com os primeiros cem casos. Os autores utilizaram uma dose de cem unidades de botox aplicados em 30 pontos da bexiga. Após 12 semanas da aplicação, dois terços dos pacientes encontravam-se sem sintomas e 80% continentes. Houve desaparecimento das contrações vesicais involuntárias em 74% dos casos. Oito pacientes que apresentaram resposta insatisfatória tinham em comum uma grande redução da complacência vesical. Do total, apenas quatro pacientes cursaram com retenção urinária transitória. O tempo de duração dos efeitos da toxina foi de seis meses, em média. A reaplica- ção realizada em oito pacientes apresentou melhora semelhante à inicial. tratamento da bexiga hiperativa ou incontinência urinária por urgência miccional. Carlos Sacomani – Como é feita a neuromodulação sacral? Fernando Almeida – Este procedimento é realizado com a colocação percutânea de um eletrodo no forame sacral de S3, que é conectado por cabos a um gerador de pulsos localizado no tecido subcutâneo. Deve ser indicado para pacientes com SBH refratária ao tratamento com anticolinérgico. O InterStim® é um sistema implantável que estimula os nervos sacrais (S3), modulando os reflexos neurais que influenciam a bexiga, esfíncter e assoalho pélvico, sendo uma técnica minimamente invasiva bastante consolidada e introduzida em 1982. O primeiro implante realizado no Brasil somente ocorreu em 2005. Infelizmente, a aplicação tem caminhado lentamente em nosso país. Isso é facilmente compreendido e está associado ao custo elevado do neuromodulador. Entretanto, temos observado que os resultados justificam os custos. O implante cirúrgico do gerador para estimulação do nervo sacral consiste na estimulação do nervo sacral através de impulsos elétricos de baixa intensidade para o controle e Carlos Sacomani – Como é o passo a passo para implantação da neuromodulação? Fernando Almeida – O tratamento é realizado em duas etapas: Etapa I: Consiste em um teste em sala cirúrgica com anestesia local, onde se utiliza o eletrodo implantável no forame sacral (S3) através de técnica de punção, guiado por radioscopia. A finalidade desta etapa é a avaliação da resposta do paciente à terapia por um período de até 14 dias com gerador externo, para estimulação via enervação motora do nervo pudendo (proveniente das raízes sacrais, responsáveis pela eficácia das contrações esfincterianas). Quando o teste demonstra no mínimo 50% de melhora, o paciente passa para a segunda fase do procedimento. Etapa 2: Nesta etapa, será implantado o gerador de pulso definitivo InterStim® na região subcutânea. Os parâmetros de estimulação serão definidos pelo médico. A figura 1 mostra os principais estudos com o neuromodulador sacral no tratamento de BH refratária. Figura 1 | Ensaios clínicos controlados randomizados Grau de recomendação: A Nível de evidência: 1B Schmidt, 1999 Weil, 2000 Urgência incontinência urinária refratária (n=76) Incontinência urinária refratária (n=65) Cura: 47%; Melhora > 50%: 29% Resultados mantidos em 18 meses de acompanhamento ↓ no número e gravidade de episódios de incontinência diária, ↓ no uso de protetores versus controle (p<0,0001). Melhorias nos episódios de incontinência e no uso de protetores superior a 90% : 75% e 85%, respectivamente. Média de uso de protetores foi menor em 90% versus controle (p < 0,0005). Média dos episódios de incontinência foi menor em 88% versus controle (p < 0,0005). Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 21 Capa “Os tratamentos de terceira linha incluem a eletroestimulação do nervo tibial (PTNS), a toxina botulínica e a neuromodulação sacral” Carlos Sacomani – Quando a bexiga hiperativa pode ser considerada refratária ao tratamento conservador (medicamentos/fisioterapia)? Márcio Averbeck – A definição de refratariedade ainda não é consensual. Segundo as diretrizes da Associação Canadense de Urologia, o termo bexiga hiperativa refratária deve ser utilizado para os pacientes que apresentaram falha de pelo menos dois esquemas de antimuscarínicos em doses adequadas. A BH refratária permanece como um problema clínico complexo e desafiador na prática urológica. Carlos Sacomani – Qual a prevalência desta condição? Márcio Averbeck – Apesar de a epidemiologia da BH refratária ser desconhecida, acredita-se que os indivíduos que sofrem desta condição representam uma minoria da população acometida por sintomas de BH. Estima-se que cerca de 10% dos pacientes com diagnóstico de síndrome da bexiga hiperativa poderiam ser classificados como refratários às modalidades de tratamento conservador. A refratariedade não se deve somente à possibilidade de falta de eficácia dos antimuscarínicos, mas também ao perfil de efeitos colaterais desta classe de medicamentos. Acredita-se que introdução dos beta-3 agonistas na prática 22 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 clínica poderá impactar no tratamento deste grupo de pacientes. Carlos Sacomani – Quais são as opções de tratamento para os pacientes com bexiga hiperativa idiopática refratária? Márcio Averbeck – Segundo os guidelines da AUA (American Urological Asso- Segundo o algoritmo de tratamento preconizado pela Sociedade Internacional de Continência (ICS), após falha dos tratamentos conservadores, há indicação de avaliação urodinâmica. Este exame traz importantes informações sobre o padrão de disfunção do trato urinário inferior” ciation), os tratamentos de terceira linha incluem a eletroestimulação do nervo tibial (PTNS), a toxina botulínica e a neuromodulação sacral. A eletroestimulação do nervo tibial parece ser uma opção inicial menos invasiva, quando comparada às demais modalidades. A maioria dos estudos bem delineados que avaliou a eficácia da PTNS utilizou eletrodos percutâneos. Contudo, os resultados da eletroestimulação do nervo tibial com eletrodos de superfície parecem ser animadores. Carlos Sacomani – Como escolher entre a toxina botulínica (TB) e a neuromodulação sacral (SNM)? Márcio Averbeck – Antes de indicar um ou outro método, é importante pensar novamente no diagnóstico diferencial e excluir doenças que poderiam justificar a refratariedade dos sintomas (ex.: infecção urinária, diabetes mellitus, poliúria noturna, tumores uroteliais, etc.). Segundo o algoritmo de tratamento preconizado pela Sociedade Internacional de Continência (ICS), após falha dos tratamentos conservadores, há indicação de avaliação urodinâmica. Este exame traz importantes informações sobre o padrão de disfunção do trato urinário inferior. Carlos Sacomani – Quando se considera os tratamentos minimamente invasivos, é fundamental explicar ao paciente que a toxina botulínica (TB) e a neuromodulação sacral (SNM) têm características distintas em termos de eventos adversos e mecanismo de ação? Márcio Averbeck – Segundo o projeto recomendações da SBU, a efetividade da TB se expressa pelo aumento da capacidade vesical e pela melhora nos sintomas urinários de armazenamento, como observado em diversos ensaios clínicos randomizados. A eficácia demonstrada nestes estudos varia de 60 a 90%, com durabilidade do efeito entre três a 12 meses. Após este período de tempo, o paciente irá necessitar de reaplicações. A dose mais frequentemente utilizada de toxina botulínica onabotulínica para pacientes com bexiga hiperativa idiopática é de 100 U. De outro lado, a neuromodulação sacral (SNM) é realizada por meio de um dispositivo, cuja implantação é feita geralmente em dois estágios. O primeiro consiste no implante de um eletrodo no forame S3, ligado a um estimulador externo, com objetivo de avaliar a integridade dos nervos periféricos e a viabilidade da estimulação, permitindo teste terapêutico antes da implantação definitiva do gerador de pulsos. O dispositivo de teste (estimulador externo) permanece por uma a três semanas. Neste período, o paciente é reavaliado; havendo uma melhora maior ou igual a 50% nos sintomas, procede-se ao implante do estimulador definitivo no subcutâneo (“pocket”). Estima-se que o implante inicial de eletrodo quadripolar (eletrodo “tined-lead”) resulte em 50 a 75% de pacientes responsivos durante a fase de teste. Carlos Sacomani – Quais são as complicações no uso da TB e do SNM? Márcio Averbeck – O perfil de eventos adversos da TB e da SNM é diferente. Os principais eventos adversos relatados nos estudos clínicos da TB incluem a infecção urinária e a possibilidade de retenção urinária temporária (5 a 15% dos pacientes). Desta forma, é importante que o paciente candidato à aplicação de TB esteja apto para realizar cateterismo vesical intermitente (por alguns dias ou semanas), caso apresente este tipo de complicação. O evento adverso mais frequentemente relatado pelos pacientes submetidos à neuromodulação sacral é a dor (ou sensação de choque) no local do implante do gerador de pulsos (cerca de 15% dos casos). Felizmente, a telemetria permite realizar ajustes nos parâmetros da SNM, o que resulta em O evento adverso mais frequentemente relatado pelos pacientes submetidos à neuromodulação sacral é a dor (ou sensação de choque) no local do implante do gerador de pulsos (cerca de 15% dos casos)” melhora significativa para a maioria dos pacientes. Outros eventos adversos possíveis (< 10%) incluem infecção, migração do eletrodo, necessidade de remoção do dispositivo, entre outros. É importante ressaltar que a SNM pode ser uma modalidade efetiva também em pacientes que sofrem de dupla incontinência (incontinência fecal crônica idiopática e incontinência urinária de urgência). Em relação à TB, é interessante lembrar que este tratamento também pode ser empregado com sucesso em indivíduos com hiperatividade detrusora neurogênica (a SNM não é aprovada para este fim). Márcio Averbeck, chefe do Departamento de Urologia Feminina da SBU Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 23 Em debate A aplicação dos conceitos de marketing na saúde por Eduardo de Almeida Salles Terra* m udanças estruturais são cada vez mais observadas no mercado da saúde; temos um grande aumento da competitividade e uma busca por uma gestão cada vez mais profissional das empresas e instituições, públicas ou privadas. Neste novo contexto que vivemos no setor da saúde, diversas perspectivas da gestão de negócio passam a participar do dia a dia das empresas e dos profissionais do setor. Mesmo com tantas mudanças é comum ouvirmos no mercado da saúde a seguinte afirmação: “nós sempre fizemos as coisas desta forma e sempre deu certo”. Uma boa resposta a esta questão é uma outra frase que cada vez mais se aplica à dinâmica dos negócios da saúde: “os pacientes ganham cada vez mais status de cliente e as regras de mercado passam a dar as diretrizes deste segmento tão importante da economia de um país”. Independentemente de concordarmos ou não com estas mudanças, elas vêm se tornando uma realidade. 24 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 Durante muitos anos se associou o marketing a “algo” não aplicável ao mercado de saúde. O marketing e suas ferramentas sempre tiveram uma certa rejeição pelos profissionais e empresas da saúde. No entanto, o conceito correto de marketing é bem mais completo, ético e aplicável ao mercado da saúde que estas antigas referências e preconceitos. Segundo Peter Ducker, marketing é uma forma de pensarmos um negócio na perspectiva de seus clientes, ou seja, pensar, definir, criar e administrar uma empresa tendo como referência fundamental as necessidades de clientes potenciais. Um antigo ditado popular já dizia que o cliente compra um produto ou um serviço pelas razões dele e não pelas nossas. Muitas vezes percebemos que decisões, produtos e ideias nasceram pelas razões de seus criadores, e não de seus potenciais clientes ou usuários. A partir desses conceitos fica mais claro que fazer marketing é pensar, a partir de um grupo de clientes potencial, um produto ou serviço, vendido por um determinado preço, distribuído de uma determinada forma e comunicado ao seu mercado, ou seja, uma ideia ou um conceito muito útil e funcional para a saúde desde que respeitadas as normas e a ética do setor. Um primeiro conceito importante do marketing com aplicação direta para a saúde é a segmentação do mercado, que consiste em um processo de reconhecer junto a uma massa, aparentemente homogênea, partes semelhantes, grupos de pessoas que tenham necessidades parecidas e expectativas senão iguais, muito próximas. Uma vez identificados grupos e, portanto, tendo o mercado consumidor segmentado, é preciso agir. Não basta reconhecermos as diferenças, senão buscarmos ações que as atendam. Nesta segunda etapa é que as empresas da saúde podem buscar junto aos outros setores da economia ferramentas e ideias para atender de uma maneira “diferente” seus clientes. Quando oferecemos ao mercado da saúde um produto ou serviço “pouco segmentado”, passamos a concorrer basicamente no preço; quando conseguimos um chamado nicho, ou seja, um seg- mento mais específico, conseguimos, então, uma referência mais forte de diferenciação, já que serão poucas as empresas que irão oferecer aquele produto ou aquele serviço. Outro conceito importante é o chamado composto de marketing, que é formado pelas chamadas variáveis controláveis do marketing. São elas: produto, preço, praça e promoção. Neste conceito temos que definir: que produto ou serviços iremos oferecer para um segmento escolhido? A que preço? Distribuído de que maneira? E comunicado de que forma? Essas perguntas fazem parte da estratégia de marketing que toda empresa, seja ela Atualmente é de fundamental importância às empresas terem a orientação ao cliente e a utilização das ferramentas e conceitos de marketing como algumas de suas competências essenciais” pública ou privada, nacional ou estrangeira, pequena ou grande, com ou sem fins lucrativos, precisa responder se quiser sobreviver em um mercado de saúde tão competitivo. Atualmente é de fundamental importância às empresas terem a orientação ao cliente e a utilização das ferramentas e conceitos de marketing como algumas de suas competências essenciais. A orientação ao cliente e o marketing devem ser algo presente no dia a dia de cada um de seus colaboradores e uma filosofia de trabalho. Enfim, o marketing deve ser cada vez mais adotado e aprendido pelos profissionais da saúde para que nós possamos continuar caminhando em busca da profissionalização deste setor tão importante para o país. * Professor do MBA Economia e Negócios da Saúde da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 25 Saúde e bem-estar Como aliviar o estresse? Especialistas alertam para sintomas e orientam como lidar com o problema por Janaína Soares L 26 A importância dos exercícios físicos “Estudos publicados pela American College of Sports Medicine comprovam que a prática regular de exercícios físicos não somente é benéfica para a manutenção da saúde física, mas também na saúde mental, atuando na redução dos níveis de estresse e ansiedade”, afirma a professora de educação física especializada em educação e reeducação psicomotora e em geriatria e gerontologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro Giselle Tenório Soares. Ela acrescenta que, para reduzir o estresse, a atividade física deve ser praticada em intensidade leve a moderada. “Assim, o exercício seria uma estratégia de coping positivo, gerando no indivíduo um conjunto de esforços cognitivos e comportamentais destinados a reduzir, controlar ou tolerar as exigências internas e externas que ameaçam ou excedem os recursos adaptativos do indivíduo”, explica. A especialista afirma ainda que profissionais que permanecem sentados ou em pé por um longo período tendem a manter maior tensão na musculatura das costas, pescoço e membros inferiores, sendo indicados exercícios que fortaleçam e relaxem essas regiões. Mas é preciso trabalhar também abdômen e membros inferiores, fortalecendo-os e alongando-os. Entre as atividades indicadas está a natação e a hidroginástica. “Essas atividades, além de reduzirem o impacto (...) a prática regular de exercícios físicos não somente é benéfica para a manutenção da saúde física, mas também na saúde mental, atuando na redução dos níveis de estresse e ansiedade” Giselle Tenório Soares, professora de educação física nas articulações, permitem que haja aumento do tônus muscular e também têm grande eficácia no trabalho de relaxamento, visto que a entrada no meio líquido proporciona naturalmente esse efeito. É importante ressaltar que cada indivíduo deve procurar uma atividade física que não seja somente eficaz, mas que lhe gere prazer e identificação, já que a continuidade do trabalho garantirá o tão desejado resultado futuro”. Para os médicos que têm pouco tempo para frequentar a academia, a professora de educação física recomenda escolher um personal trainer, a fim de melhor ajustar o treinamento ao tempo disponível. “O que não deve ocorrer nunca é abrir mão da orientação do profissional, pois o exercício físico sem acompanhamento pode trazer grandes males aos praticantes, independente do nível de aptidão física”, ressalta. Dicas para evitar o estresse Organize o seu dia a fim de otimizar o tempo. Mantenha uma alimentação saudável. Pratique atividade física regulamente. Tenha horas regulares de sono. Reserve tempo para curtir a família e os amigos. Faça algumas pausas durante o dia para alongar-se. Friday, May 29, 2015 Prostate Cancer Morning 08.00 am Welcome to participants - Introduction Theoretical Session 08.10 am Rules and etic aspects in live surgery 08.30 am Lecture: Radical prostatectomy for High Risk or locally advanced PCA: technical aspects in Robotic and Laparoscopic approach Live surgery OR 1 - Live Operative Demonstration (according to 9.00 am patient availability): Laparoscopic Radical Prostatectomy (“maximal preservation”) 10.30 am Break Theoretical Session 11.00 am Robotic and Laparoscopic radical prostatectomy Videos and Discussion: Optimising urinary continence and potency recovery Troubleshooting and intraop complications Types of urethra, medium lobe, prostatic vessels, prostatitis, prior abdominal surgery, prior prostatic surgery Live surgery 11.40 am OR 2 - Live Operative Demonstration (according to patient availability): Robotic-Assisted Lap Rad Prostatectomy (High Risk) Renal Cancer Afternoon Theoretical Session 02.00 pm Videos and Discussion: Radical Nephrectomy: T2-T3 or T4 N enlargement Local invasion Vena cava thrombus 02.30 pm Lecture: Selecting cases for Robotic Lap Partial Nephrectomy: challenging the limits. 03.00 pm Videos and Discussion: Laparoscopic or Robotic Partial nephrectomy without vascular control / selective control Hilar and “bad positioned” tumors Partial for T1b Instruments and haemostatic agents, drains, sutures Troubleshooting and intraop complications Live surgery 03.00 pm OR 1: Live Operative Demonstration Laparoscopic Partial Nephrectomy 04.20 pm OR 2: Live Operative Demonstration Robotic Assisted Lap Partial Nephrectomy 06.00 pm End of session Saturday, April 30th, 2015 Bladder Cancer Morning Theoretical Session 8.00 am Lecture: Lap and Robotic Assisted Radical Cystectomy Where are we? Live Surgery – Robotic- Assisted Laparoscopic radical Cystectomy 8.30 am Live Operative Demonstration Robotic-assisted Laparoscopic Radical Cystectomy 10.30 am Break 11.00 am Continuing: Live Operative Demonstration Robotic-assisted Laparoscopic Radical Cystectomy 01.00 pm Lunch at the Institute Afternoon Other Cancers Theoretical Session 02.00 pm Laparoscopic Nephroureterectomy / Lymphadenectomy Lecture, Video and discussion 02.20 pm Robotic Nephroureterectomy / Lymphadenectomy Lecture, Video and discussion 02.40 pm Lap RPLND for residual mass (post quimo) in Testis Cancer Lecture, Video and discussion 03.00 pm Lap and Robotic salvage radical prostatectomy 03.20 pm VEIL for Penile cancer 03.40 pm Complications in Robotic and Lap Urological surgeries Videos and Discussion 04.20 pm End of session Cultura, lazer e turismo NEW ORLEANS: a cidade do jazz e da culinária cajun e creole Palco do AUA 2015, de 15 a 19 de maio, New Orleans tem atrações para todos os gostos por Aline Thomaz 32 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 C idade mais populosa de Louisiana, New Orleans se destaca pela boa cozinha e uma musicalidade peculiar. A cidade vai receber diversos urologistas, de 15 a 19 de maio, quando sediará o Annual Meeting da Associação Americana de Urologia (AUA). Nola, como é carinhosamente chamada, tem influência francesa e espanhola na arquitetura e africana na culinária. Seus pratos típicos levam o nome de cajun ou creole, dependendo de quem está por trás de seu desenvolvimento. Se originado dos descendentes dos franceses expulsos do Canadá é cajun, se feito pelos filhos dos colonos franceses nascidos em Lousiana, creole. O que varia entre uma e outra são os ingredientes. Não se preocupe em alugar carro, a maioria das atrações é possível se fazer a pé ou utilizando os street cars, espécie de bondinhos charmosos. O French Quarter é o centro histórico da cidade, onde se concentram bares, restaurantes e pontos turísticos. Ao centro do bairro fica a Jackson Square, onde está a Igreja de St. Louis. No local é possível ver artistas vendendo artesanato e peças de arte e músicos de jazz fazendo apresentações ao ar livre. A Bourbon Street concentra o burburinho da cidade. Há desde restaurantes e casas de jazz a lojas de souvenirs e doces. O agito começa por volta das 19h/20h. Entre os principais passeios de Nola estão: tour de observação de jacarés, realizado em botes, os swamp tours; visita a uma mansão mal assombrada – New Orleans é conhecida como a cidade mais mal assombrada dos EUA; tour em catamarã pelo rio Mississipi; visita a casas de jazz, já que a cidade é berço do ritmo e local onde nasceu Louis Armstrong. E também há um passeio que parece estranho, mas faz sucesso por lá: o conhecimento das práticas do vodu enquanto se caminha pelos labirintos de cemitérios. Uma atração para família é o Audubon Aquarium of the America (www. auduboninstitute.org), que fica aberto de terça a domingo das 10h às 17h. Nele está o Great Maya Reef, um túnel de 30 metros de comprimento que passa por baixo de uma cidade maia submersa com misteriosas ruínas e criaturas marinhas exóticas. É possível ainda mergulhar neste aquário, mas a um valor salgado, US$ 250. Uma festa típica de New Orleans é o Mardi Gras, que na tradução literal seria a terça-feira gorda, e é comemorada na terça-feira de Carnaval. Mas, para ter acesso a esse desfile de magia o ano inteiro, há um tour ao Mardi Gras World (www.mardigrasworld.com), que lhe mostra como é esta festa tradicional. Fundado em 1791, o French Market é o mais antigo mercado público no país. É um ótimo espaço para se provar a comida local cajun ou creole e conhecer um pouco mais da cultura da cidade. Entre os pratos típicos estão: a Jambalaya, uma espécie de paella bem temperada; o Gumbo, um ensopado com mariscos e carne acompanhado de arroz branco; a Muffuletta, sanduíche tipicamente siciliano; e o tradicional Praliné, espécie de cookie de açúcar, chocolate e nozes. Como chegar Saindo do aeroporto Internacional Louis Armstrong, as possibilidades são pegar um táxi, um shuttle ou o transporte público. O táxi custa US$ 33 para uma ou duas pessoas e vai até o CBD (Central Business District) ou US$ 14 por pessoa para mais de três passageiros. Podem cobrar por bagagens extras. O airport shuttle cobra US$ 20 uma viagem ou U$S 38 ida e volta por pessoa e leva até os hotéis do CDB. Já o transporte público é o meio mais barato, US$ 2, mas não vai até a porta do hotel. Onde ficar O mais perto possível da French Market. Mas tenha cuidado em observar se seu hotel não fica muito próximo ao burburinho do bairro, pois pode ser uma área barulhenta. Temperatura De setembro a maio tem uma temperatura agradável e amena variando entre 17º a 28º C. Mais informações www.neworleanscvb.com Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 33 Nas horas vagas Aproveite o tempo livre para assistir aos filmes que concorreram ao Oscar Grande vencedor da cerimônia, Birdman mistura comédia, drama e metalinguagem Da Redação a história de um ex-ator famoso, interpretado por Michael Keaton, que após viver um super-herói chamado Birdman resolve montar uma adaptação teatral na Broadway e recuperar seu sucesso, venceu na categoria de melhor filme na 87ª edição do Oscar 2015, em cerimônia 34 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 realizada no dia 22 de fevereiro no Dolby Theater, em Los Angeles (Estados Unidos). Com orçamento de US$ 18 milhões, Birdman ou (A inesperada virtude da ignorância), dirigido pelo mexicano Alejandro González Iñárritu, conquistou quatro das nove categorias para as quais foi indicado. Outros sete longas concorreram à estatueta de melhor filme: Sniper ameri- cano, Boyhood: Da infância à juventude, O grande hotel Budapeste, O jogo da imitação, Selma, A teoria de tudo e Whiplash: Em busca da perfeição (veja as sinopses de todos os indicados ao lado). Drama? Comédia? Que tal aproveitar as horas vagas para conferir todas as produções que concorreram ao Oscar e eleger as suas preferidas? CONHEÇA AS HISTÓRIAS DOS CONCORRENTES A MELHOR FILME DO ANO: A TEORIA DE TUDO – Baseado na história da vida de Stephen Hawking, um dos maiores astrofísicos da atualidade. Focado em sua vida pessoal, o filme, dirigido por James Marsh, mostra o romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones), suas descobertas científicas e o desafio de enfrentar uma doença motora degenerativa aos 21 anos. Eddie Redmayne, que interpreta o astrofísico, foi premiado como melhor ator. BIRDMAN ou (A inesperada virtude da ignorância) – No passado, Riggan Thomson (Michael Keaton) fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone cultural. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway, baseada no conto “De que falamos quando falamos de amor”, de Robert Carver. Em meio aos ensaios com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e ainda com seu superego. BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE – O filme levou 12 anos para ser gravado. Entre 2002 e 2013, o diretor Richard Linklater rodou um drama familiar com os mesmos atores. O filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo. Levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante (Patricia Arquette). O GRANDE HOTEL BUDAPESTE – Durante o período entre as duas guerras mundiais, um concierge de um famoso hotel na Europa faz amizade com um jovem empregado. Os dois se envolvem no roubo de uma pintura renascentista inestimável e na batalha por uma fortuna de família. Tudo isso em meio às mudanças ocorridas na Europa nos anos 20. O drama é dirigido por Wes Anderson. Conquistou as estatuetas de melhor figurino, melhor cabelo e maquiagem, melhor desenho de produção e melhor trilha sonora original. O JOGO DA IMITAÇÃO – Cinebiografia de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), que usou seus conhecimentos de matemática, lógica e computação durante a Segunda Guerra Mundial para ajudar os Estados Unidos durante o conflito. Para além do profissional se escondia um homem em conflito com sua homossexualidade. Foi premiado como melhor roteiro adaptado. SELMA – Dirigida por Ava DuVernay, a cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King, Jr (David Oyelowo) acompanha as marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de Selma (estado do Alabama) até a capital Montgomery, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana. Foi o ganhador da estatueta de melhor canção original com “Glory”. SNIPER AMERICANO – Baseado na autobiografia American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History, o filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), um atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Durante cerca de dez anos, ele matou mais de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação. O filme de Clint Eastwood explora os dilemas e danos psicológicos enfrentados por quem vive uma guerra. Ganhador do prêmio de melhor edição de som. WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO – Com direção e roteiro de Damien Chazelle, o filme narra a história de um jovem músico que luta para ser o melhor baterista de jazz de sua geração. Para isso, acaba sofrendo nas mãos de Terence Fletcher (JK Simons), um exigente professor, que acaba ultrapassando limites e o leva ao extremo. J.K. Simmons ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante. O filme conquistou ainda as estatuetas de melhor mixagem de som e melhor edição. Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 35 Notas Defesa de doutorado O urologista Dr. João Paulo da Cunha Lima defendeu no dia 1º de abril a tese de doutorado “Comparação dos slings Argus T® versus Advance® no tratamento da incontinência urinária pós-prostatectomia: ensaio clínico randomizado”, na Faculdade de Medicina do ABC. Seus orientadores foram os professores Dr. Antonio Carlos Lima Pompeo e Dr. Carlos Alberto Bezerra. Já a banca foi composta pelos professores doutores Dr. Sidney Glina, Dr. Marcos Tobias, Dr. Flavio Trigo e Dr. Carlos Alberto Sacomani. Dr. João Paulo da Cunha Lima (quarto da esq. para dir.) defendeu doutorado na Faculdade de Medicina do ABC CBU 2015: inscrição de trabalhos Vai até 1º de julho o prazo para inscri- ções para o evento têm valores variados ção de trabalhos científicos na 35ª edição de acordo com a data em que for feita. do Congresso Brasileiro de Urologia, que Quanto maior sua antecedência, maior sua será realizado de 31 de outubro a 4 de economia. Veja todas as informações em: novembro, no Rio de Janeiro. Já as inscri- www.cbu2015.com.br. Estágio nos Estados Unidos Parceria entre a AUA e a SBU vai se- documentação até 10 de junho. Programa lecionar dois urologistas para estágio ob- ocorrerá entre outubro e novembro. Veja servacional de até um mês em instituição como participar na seção de notícias do site americana. Os interessados devem enviar a da SBU: www.sbu.org.br. Educação continuada 36 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 Assista às aulas do Programa de Edu- temas da urologia. O material é ótimo para cação à Distância da SBU, o PEC-EAD. São manter-se atualizado na área. Acesse em: 12 módulos que abordam os mais variados www.sbu.org.br. XXXVCONGRESSO BRASILEIROUROLOGIA 33 11 / O U T A 4 / N O V D E 2 0 11 55 XXXV CONGRESSO BRASILEIRO DE UROLOGIA DIVULGA A PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PRELIMINAR DESCUBRA por que você não pode ficar de fora desse GRANDE evento! Acesse o site www.cbu2015.com.br Confira a programação científica preliminar da Plenária e os Cursos que estarão disponíveis em breve para inscrição. Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 37 Dicas Período de estagnação econômica: qual o melhor investimento? Com a expectativa de recessão, especialistas apontam alternativas por Janaína Soares C om a ameaça de recessão ou estagnação no Brasil e a desconfiança dos investidores na recuperação da economia brasileira, surge a dúvida sobre a melhor forma de investimento. Especialistas concordam que o momento é de cautela e orientam sobre quais aspectos levar em consideração na hora de investir. De acordo com o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Miguel Bruno, a economia brasileira entrará em recessão (queda do PIB em relação a 2014) ou permanecerá estagnada ao longo de 2015 (crescimento nulo). “Se houver alguma medida do governo que possa estimular a produção e atuar em sentido contrário às medidas de aumento de impostos e redução de benefícios sociais, a estagnação poderá ocorrer e não a recessão. As duas são socialmente ruins, mas a recessão é o caso pior”, analisa. Para o coach financeiro, agente de investimentos e educador financeiro Dalton Ferreira, neste momento de turbulência e com aumento da taxa Selic (taxa básica de juros brasileira), os investimentos em renda fixa e tesouro direto estão bem atrativos. “Na renda fixa, Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio 38 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 (LCA), por exemplo, possuem a mesma segurança da poupança, que é o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil, são isentos de IR, mas não possuem liquidez. São investimentos que podem durar de três meses a dois anos, sendo o período conhecido no momento da contratação”, explica. “Se puder ficar de um a dois anos, o ideal neste momento são os LCIs e LCAs, desde que com uma rentabilidade a partir de 90% do CDI”, acrescenta. Nos títulos públicos, a recomendação de Ferreira é investir naqueles atrelados à inflação, como os NTN-B, que garantem um ganho acima da inflação, mas é importante serem de curto prazo. Outra opção são as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que acompanham o aumento da taxa básica de juros. “Os títulos indexados à Selic devem proporcionar rendimentos substanciais em face da tendência de aumento dessa taxa para os novos títulos”, acrescenta Miguel Bruno. O professor da Uerj explica que a economia brasileira dos últimos 20 anos tem sido mais favorável a rendimentos com operações e ativos financeiros do que em ativos produtivos reais. “O mercado de títulos públicos e renda fixa oferece ganhos consideráveis com baixo risco ou risco zero. As aplicações financeiras proporcionam rentabilidade com alta liquidez. Então, é preciso ter um retorno esperado (taxa de lucro projetada) superior à obtida com ativos financeiros para justificar investimentos em atividades produtivas reais. E isso se torna mais concreto à medida que o governo vem aumentando a Selic, provocando uma subida das taxas de juros para os novos contratos e financiamentos”, justifica. Havendo a necessidade de liquidez, a orientação do coach financeiro é optar por fundos DI. “Fundos DI com taxa de administração de até 0,5% possuem rentabilidade diária e são melhores que a poupança, mesmo com IR”, exemplifica Ferreira – os fundos DI são investimentos em títulos pós-fixados que tendem a acompanhar a variação da taxa de juros. Os especialistas alertam que é preciso ficar atento à taxa de administração. “O ideal para fundos conservadores é uma taxa de até 0,5%”, orienta o educador financeiro. Preferida dos investidores mais conservadores, a poupança é condenada por Ferreira, pois hoje em dia tem um rendimento em torno de 0,6% ao mês, o que está abaixo da inflação. Ações e investimento em equipamentos De acordo com o professor da Uerj, as ações seriam o tipo de investimento de renda variável menos atrativo, porque seus ganhos caem quando as taxas de juros dos títulos sobem. A exceção seria para alguém que assumisse comportamento especulativo, isto é, pretenda comprar na baixa para vender na alta. “As ações da Petrobras, por exemplo, que tiveram queda. Pode-se considerar que essa queda não permanecerá porque as perspectivas de lucro com o pré-sal, uma vez confirmadas, farão as ações subirem de novo”, justifica. Para quem está pensando em adquirir novos equipamentos, os especialistas concordam que este é um momento de cautela. “Devido às alterações que estão sendo realizadas na economia, como aumento de impostos e do preço da energia, são necessários bom planejamento e capital de giro”, afirma Ferreira. “Se o investidor já tiver o capital disponível em mãos, talvez consiga obter descontos interessantes, se negociar para pagamento à vista ou em menor número de prestações, em face da queda de demanda por equipamentos que deverá ocorrer em 2015. Mas, se não tiver o capital, então precisará recorrer às linhas de financiamento bancário, e essas terão os juros acrescidos”, opina Miguel Bruno. Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 39 Deguste e aprecie La Vie en Rose por Giuliana Ferreira e Felipe Campos ... o Blending, ou a mistura de vinho tinto com vinho branco, é outra forma de fazer um vinho rosé, principalmente vinhos rosés baratos do Novo Mundo; porém não é permitida na Europa” a preciados por muitos, de leigos a conhecedores, este vinho singular tem sua origem ligada ao sul da França, mais precisamente à bela região da Provence. Por volta de 600 a.C., os gregos fócios estabeleceram-se na região e fundaram Massilia (Marselha), plantando em suas encostas as primeiras videiras, fazendo vinhos de cor clara aparentemente semelhante aos rosés, pois a técnica de contato com as cascas para dar cor ao vinho tinto (maceração) ainda era pouco valorizada. O vinho rosé começou a ganhar popularidade após a Segunda Guerra Mundial, quando a produção, massificada nas duas décadas seguintes, serviu para aplacar a sede de turistas e habitantes europeus, sem preocupação com incremento de qualidade. Qualquer que fosse o país, a ordem era produzir rosés... rosados na Espanha, claretes em Portugal (quem se lembra do Mateus e do Lancers???) e por aí foi... 40 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 Felizmente, como tudo na vida, no meio da produção em massa de rosés, começaram a se destacar os melhores produtores, e a busca contínua pela qualidade após um período de ostracismo culminou na criação das regiões demarcadas (AOC) Cotes de Provence em 1977, Coteaux d’Aix en Provence (1985) e Coteaux Varois en Provence (1993). Consequentemente, a Provence tornou-se a referência mundial para vinhos rosés, sendo atualmente responsável por aproximadamente 10% de todo rosé produzido no mundo (detalhe: exportam somente 11% da produção – os franceses bebem quase tudo!). Podemos dizer que nos últimos 20 anos, a região modificou seu perfil produtor de grandes quantidades e passou a ditar regras e normas de qualidade em vinhos rosés. Apesar do privilégio geográfico, a Provence não é o único local produtor de vinhos rosés de qualidade, incluindo outras regiões dentro da própria França, além da Itália, Espanha, Portugal e Novo Mundo. Tudo depende das questões básicas: local, produtor, método de vinificação, etc. Falando de métodos de vinificação, os rosés podem ser feitos de duas maneiras básicas: 1ª) Prensagem direta: as uvas tintas são esmagadas, o suco é mantido em contato com as cascas por 6-8h para não extrair muitos taninos e, então, separado por prensagem ou drenagem (trasfega) e conduzido à fermentação; este método extrai pouca cor, se bem executado, e produz rosés mais delicados, de coloração salmão-alaranjada. Se o período de contato com as cascas for mais longo, o rosé terá coloração mais intensa, e consequentemente, mais tanino. 2ª) Sangria ou saignée: as uvas tintas não passam pela prensa; ficam em contato com as cascas, segue-se a fermentação, como um tinto, e em um determinado momento (depende do produtor), somente o líquido é separado (ou “sangrado”) para prosseguir a fermentação. Quando TODO o líquido é retirado, este método é conhecido como Drawning Off ou Extração. Quando PARTE do líquido é retirado, o rosé é um subproduto da vinificação de um tinto, pois a fermentação irá prosseguir paralelamente à do rosé. Atenção: devemos considerar que as uvas escolhidas para fazer um rosé têm menos cor e mais acidez que aquelas escolhidas para os tintos, portanto, geralmente rosés feitos como subprodutos de tintos podem ser inferiores... Como estes vinhos passam tempo maior em contato com as cascas e com o início da fermentação, adquirem uma coloração mais intensa (groselha), bem como uma quantidade maior de taninos. Na “batalha” entre os dois métodos, não há vencedores e, sim, estilos de vinhos diferentes, pois desde que bem conduzidos, teremos bons exemplares em ambos. O primeiro de coloração mais pálida, com muito refinamento, leve e fresco. O segundo com uma paleta aromática muitas vezes complexa, mais intenso e amplo na boca. Observação: o Blending, ou a mistura de vinho tinto com vinho branco, é outra forma de fazer um vinho rosé, principalmente vinhos rosés baratos do Novo Mundo; porém não é permitida na Europa, com exceção de... Champagne Rosé! E para harmonizar tantos aromas e sabores desse vinho encantador, opte por pratos mais leves, pescados, frutos do mar e a harmonização clássica: uma paella. Algumas sugestões: Le Rosé de Floridene/ Denis Dubourdieu Bordeaux - França Cefiro Reserva Syrah Rosé/ Viña Casa Blanca Vale do Rapel - Chile Cava Gramona Pinot Noir Rosé Brut/ Gramona Penedés - Espanha Château de Porcieux/ Sainte Victoire Côtes de Provence - França Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 • BODAU 41 Cartas Quero aqui externar minha indignação com o valor cobrado pela SBU de seus associados. Um valor cobrado muito acima de todas as associações em toda a América Latina e certamente maior que a associação americana. Realmente a SBU está em outro mundo. Nas redes sociais se fala em um coro comum na saída de associados após essa cobrança aviltante. Mensagem enviada pelo Fale Conosco do portal da SBU Prezado associado, Obrigado pela sua mensagem, pois é nas críticas que crescemos e corrigimos nossos possíveis erros. Vamos analisar os fatos. Certamente o senhor não deve participar muito da vida da nossa (sua) Sociedade. O pior erro humano é ser alienado, deixar as coisas acontecerem sem tomar posição. A nossa SBU cresceu muito nos últimos tempos, sendo talvez a Sociedade mais presente no dia a dia de seus associados, principalmente na educação continuada, com importantes informações e atualizações de todo o mundo para o urologista, através de grandes congressos, pequenas reuniões, trazendo os mais renomados especialistas do mundo e os principais progressos em tratamentos e equipamentos urológicos atuais. Estamos presentes na política de saúde por meio da Frente Parlamentar da Saúde do Homem e do Escritório de Brasília, no Senado e na Câmara dos Deputados com alguns representantes e, apesar de todas as dificuldades, conseguindo importantes vitórias no Ministério da Saúde e na política de saúde do homem. Devido a essa atuação, para exemplificar, a presidenta Dilma Rousseff sancionou lei recentemente obrigando o SUS a prestar assistência ao homem nas doenças da próstata (pode ser caótica essa assistência, mas esse é outro assunto que não temos como agir). Novos procedimentos são incorporados para os convênios e ao SUS pela ação determinada de nosso Departamento de Defesa Profissional. Na parte de residência em Urologia, somos um modelo para as outras especialidades, pela fiscalização constante da Comissão de Ensino e Treinamento para que o nível de nossos residentes não caia e somos uma proteção para que os mesmos não virem mão de obra barata para muitos hospitais, alcançando um nível profissional diferenciado e com toda a condição de exercer a Urologia em sua plenitude. Referente a esse 42 BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 assunto, sempre defendemos o direito do urologista associado de atuar em todas as áreas de nossa especialidade, ao contrário do que querem os convênios, para limitar nossa atuação em cada área da Urologia. Nossas publicações de manuscritos, livros, atlas custam uma fortuna, mas os oferecemos sem nenhum ônus para os nossos associados. O Departamento de Relações Internacionais é muito atuante, relacionando a SBU a todas as grandes Sociedades importantes do mundo. Temos uma sede muito boa, estruturada para dar assistência aos nossos associados, com setor de publicações, serviço de contabilidade para todas as seccionais, Departamento Jurídico, etc. Não podemos esquecer as campanhas como Novembro Azul, Segura Aí e outras, que divulgam o trabalho do urologista e a necessidade do homem de fazer exames periódicos, cuidar de sua saúde, levando ao consultório novos pacientes e procedimentos urológicos. A diretoria trabalha sempre com comprometimento para entregar ao urologista essa Sociedade que descrevi acima, sacrificando seu trabalho, sua família, seu tempo e seu dinheiro. Não esperamos gratidão, pois é nossa obrigação realizar esse trabalho sem esperar reconhecimento de qualquer associado. Fazemos para o urologista com muita satisfação e comprometimento. Ficaria aqui o dia inteiro enumerando todas as atividades da SBU, mas, para terminar, esclareço o seguinte: a indústria, pela crise econômica atual, cortou muitos patrocínios, restringindo o nosso aporte financeiro. Apesar de cortarmos gastos, racionalizar custos, tudo isso custa muito dinheiro. Que vem de onde? Da nossa anuidade... Um grande abraço, Carlos Corradi Presidente da SBU Biênio 2014/2015 XXXVCONGRESSO BRASILEIROUROLOGIA 31/OUT A 4/NOV DE 2015 SUBMISSÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS Envie o seu Resumo até o dia 01 DE JULHO DE 2015 Não perca essa oportunidade para apresentar sua contribuição científica à comunidade Urológica. Programe-se para não ficar de fora! Acesse WWW.CBU2015.COM.BR e veja como apresentar seu trabalho nas modalidades: Pôster Moderado, Pódium (oral) ou Apresentação de Vídeo Local do evento: Centro de Convenções Sulamérica Eventos Calendário 2015 Fique atento à agenda de eventos da SBU Maio AUA Annual Meeting ICS 2015 15 a 19 de maio 6 a 9 de outubro New Orleans, LA, USA www.aua2015.org Montreal, Canadá www.ics.org/2015 Junho Congresso SIU 2015 VIII Jornada Mineira de Urologia SIU | Sociedade Internacional de Urologia 25 a 27 de junho Austrália www.siu-urology.org Minas Centro Belo Horizonte 42 44 Outubro BODAU • Janeiro/ Fevereiro/ Março 2015 15 a 18 de outubro Novembro III Congresso de Oncologia D`OR 13 a 14 de novembro Rio de Janeiro, RJ www.rvmais.com.br//oncologia-dor/ XXXV Congresso Brasileiro de Urologia 31 de outubro a 4 novembro Rio de Janeiro, RJ www.cbu2015.com.br Terapia InterStim® Para os Distúrbios do Assoalho Pélvico*: Incontinência de urgência Urgência frequencia Retenção urinária não-obstrutiva Incontinência fecal crônica Constipação ©Medtronic 2015. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil – Fevereiro/2015 • • • • • Medtronic Comercial Ltda. Rua Joaquim Floriano, 100 - 7º andar Itaim Bibi - São Paulo - SP +55 (11) 2182-9200 www.medtronicbrasil.com.br *Trato Intestinal e Urinário INTERSTIM II Sistema de Estimulácão Elétrica – Registro ANVISA n⁰ 10339190350 Eletrodo para Estimulador INTERSTIM Medtronic – Registro ANVISA n⁰ 10339190218
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