informe - Sociedade Rural

Transcrição

informe - Sociedade Rural
informe
ª
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EXPOMONTES
PARQUE DE EXPOSIÇÕES JOÃO ALENCAR ATHAYDE
MONTES CLAROS - MG
Índice
Resgate Memorial
Festa da cidade
64
92
O objetivo da Sociedade Rural é dividir com a cidade
de Montes Claros parte dos documentos que contam a
sua história.
07Editorial
08 Diretoria Biênio 2015 / 2016
11 Tempo de união e trabalho
16Programação
18 A arte de crescer
19 Feirão da Safra
20 Milagres do Norte de Minas
21 Relação com o homem do campo
22 Vitrine do agronegócio
24 atendimento de urgência
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Informe Expomontes 2015
25 PORTAS ABERTAS
26Coopagro
27 Prazo para a recuperação
28 Tecnologia e inovação no campo
O COACHING E O DESENVOLVIMENTO
29 LOCAL
30
32
34
CADASTRO AMBIENTAL RURAL
Reprodução de Lucros e
Qualidade
Pecuária de Corte é a vocação
do Norte de Minas
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Durante dez dias a Feira,
movimenta R$ 350 milhões de
reais, gera 4 mil empregos,
promove 12 shows..
FRIGORÍFICO MINERVA
Polpa de citros peletizada na
dieta de vacas de leite
Genética Bovina
Torneio Leiteiro
Mais estandes, novos negócios
O mundo dos cavalos
PESQUISA COM EQUINOS
Odontologia Equina
CAIXA ACREDITA NO SUCESSO DO
AGRONEGÓCIO
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52
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CULTURA DO CÁRTAMO:
Vamos mudar o prato?
Novas Tecnologias na seleção
de embriões
Fiemg e AMS
Parceria Histórica
Sindicato rural
O novo desafio rural
PROSPERAR NAS ADVERSIDADES :
UM DESAFIO
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Yes, nós temos banana... e
muito mais
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60
62
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Solução pioneira para irrigação
CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL
FAVORECE COOPERATIVISMO DE
CRÉDITO
Cápsula do tempo
Memorial divulga história da
entidade
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FAZENDA DAS QUEBRADAS
A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DO
NORTE DE MINAS X MUDANÇAS
CLIMÁTICAS “NOVOS PARADIGMAS”
87EMATER-MG
88 Instituto Mineiro de Agropecuária
90 Senar Minas
91 Nova identidade da Rural
92 Potência no turismo
94 Programação Expomontes
97 Festa de arromba
98 Espaço para o pequeno produtor
100Depoimentos
101 Rádio Expomontes
102No ritmo do campo
para todas as
103Adrenalina
idades
104Educação rural 107CRMV-MG
108Uma Expomontes mais segura
110 PMMG NA EXPOMONTES 2015:
112 POLÍCIA CIVILl
114Bombeiros
116 Rainhas, Soberanas da Festa
Claros 158 anos com
120Montes
muita vivacidade!
122O novo olhar para os Gerais
acelera
124Câmara
desenvolvimento
dos Fazendeiros é
127Clube
sinônimo de Integração
128Juntos e fortes
e lançamento
129Posse
prestigiados
135Hora de semear
68MEMÓRIAS DO THEO, UMA
72 BARZINHO
TRADIÇÃO DE 30 ANOS
78
A Sociedade Rural e nosso
isolamento
80
Curiosidade de Montes Claros
História do Distrito de São João
da Vereda
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83
Raízes na Terra
Viver no sertão
116 Rainhas
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5
Expediente
Editoria e assessoria de marketing
Junia Rebello
Editoria e jornalista responsável
Andréa Fróes - JP-MG 08153
Reporteres
Zana Ferreira
Henrique Corrêa
Ana Maria Barbosa
Fotos
Solon Queiroz
Junia Rebello
Andréa Fróes
Zana Ferreira
Projeto Gráfico e diagramação
Jésus Ricardo de Faria Almeida
Revisao ortografica
Ana Teresa Rodrigues
Impressao
Rona Editora e Gráfica
Tiragem de 1.500 exemplares
Sociedade Rural
Av. Geral Athayde, 13.103, Alto São João,
Montes Claros, MG.
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Twitter: @socruralmoc
Instagram: @socruralmoc
Fotografia: Júnia Rebello
Editorial
A cada ano a Expomontes se reinventa. A Expomontes é viva!
Aos olhos desatentos pode não parecer assim, uma vez que seus
propósitos permanecem os mesmos, seus parceiros e suas estruturas se assemelham.
Vem como retrato de uma atividade econômica que construiu as
estruturas desta cidade e que vai além de suas fronteiras. Tem a intenção de contribuir para o futuro e com seu desenvolvimento. Reúne
quem se destaca na agropecuária, mas abre espaço a todos os segmentos de negócio. É palco para quem está crescendo e investindo,
mostra como a cidade se movimenta.
Expomontes é trabalho, é negocio, é pesquisa e é política no sentido mais amplo da palavra. Vem com o propósito de chamar a atenção
de todos para os desafios que encontrados na atividade rural. Tem
um discurso progressista, buscando inovações tecnológicas para o
campo e difundindo informação aos que querem aprimorar suas atividades. Discute água, energia, políticas públicas para o campo, para
as secas e para a viabilidade econômica do norte de Minas.
Expomontes é festa que vai além das apresentações artísticas. É
festa que acontece na alma das pessoas desta terra, que têm no Parque de Exposições um lugar de saudade e contínuo encantamento.
Quando editamos a Revista Expomontes, pitamos um quadro da
movimentação que rodeia a maior festa agropecuária do interior mineiro, mas nunca conseguiremos nos aproximar de toda a grandeza
que a EXPOMONTES traz consigo.
Aqui temos rainhas, temos memória e temos a valorização de muitas parcerias que trabalham junto ao homem do campo. Convidamos
os diretores da Sociedade Rural para descreverem suas participações
e informar sobre os trabalhos da entidade. Com eles deixamos “registrando” as movimentações durante o ano, as causas que abraçam
e os resultados alcançados no dia a dia.
Ao entregarmos mais uma edição desta revista, queremos reforçar nosso convite para um olhar diferente a tudo que ocorre no Parque de Exposições nesses dez dias de evento. E para que percebam
que a cada edição a EXPOMONTES vem de roupa nova, traz novos
sabores, novas possibilidades, novos encontros. Mas traz, cada vez
mais, o amor a terra e a Montes Claros.
Júnia Velloso Rebello
Assessoria de Marketing
Sociedade Rural de Montes Claros
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Diretoria Biênio 2015 / 2016
Presidente
1º Vice-Presidente
2º Vice-Presidente
3º Vice-Presidente
1º Secretário
2º Secretário
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
Osmani Barbosa Neto
José Luiz Veloso Maia
Antônio Soares dias
José Henrique de Carvalho Veloso
Sérgio Ricardo Peres Dias de Figueiredo
Durval Nunes Pereira Júnior
José Moacyr Guimarães Basso
Rodolpho Velloso Rebello
Diretoria de Serviços Gerais
Diretor de Relações Públicas
Diretor de Comunicação Social
Diretor de Informações
Diretor de Patrimônio
Diretor de Social
Diretor de Eventos
Diretor de Desportos
Diretor de Assuntos Creditícios
Diretor de Orientação Jurídica
Diretor Técnico de Assistência Veterinária
Diretor de Pecuária de Corte
Diretor de Agricultura
Diretor de Pecuária de Leite
Diretor de Feiras e Leilões
Diretor de Recursos Hídricos e Irrigação
Diretor de Difusão de Tecnologia
Diretor de Equídeos
Diretor de Agroindústria
Diretor de Meio Ambiente e Recursos Florestais
Diretor de Fruticultura
Leonardo Lima de Vasconcelos
Alexandre Antônio de Miranda Vianna
Leonardo Gentil Rocha Dias
Norberto Antônio de Assis
Maria Idalina Almeida Souza
Arnaldo Gonçalves da Fonseca Oliveira
Fernando César dos Santos Moura
Rômulo Augusto L’Abbate Marques
Renato Alencar Dias
Marcos Miguel Mendes
Cristina Athayde Rebello
Sérgio Rebello Athayde
Otaviano de Souza Pires Júnior
Avelino Ramalho Murta
Geraldo Bernardino Madureira
Roberto Murilo Peres Corrêa Machado
Rossini de Miranda Viana
Crisantino Almeida Borém Filho
João Gustavo Rebello de Paula
Dirceu Colares de Araújo Moreira
Conselho de Sindicância
Membro Efetivo
Membro Efetivo
Membro Efetivo
Suplente
Suplente
Suplente
Ricardo Quadros Laughton
Silene Maria Prates Barreto
Jair de Sá Miranda
Bernardo de Pimenta Pinheiro
Celmo Bernardino
Carlos Alberto Maia
Conselho Fiscal
Membro Efetivo
Membro Efetivo
Membro Efetivo
Suplente
Suplente
Suplente
Dario Colares de Araújo Moreira
Heli de Oliveira Penido
Paulo Roberto de Macedo
Lúcio Tolentino Amaral Júnior
Felipe Drumond de Souza pires
Danillo Velloso Ferreira Murta
Praça Lindolfo Laughton, nº 1373, Bairro Alto São João 39400-292, Montes Claros - MG
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Informe Expomontes 2015
Osmani Barbosa Neto
José Luiz Veloso Maia
Antônio Soares dias
José Henrique C. Veloso
Sérgio Ricardo Peres
Durval Nunes P. Júnior
José Moacyr G. Basso
Rodolpho V. Rebello
Leonardo L.Vasconcelos
Alexandre A. M. Vianna
Leonardo G. R. Dias
Norberto A. Assis
Maria Idalina Almeida
Arnaldo G. F. Oliveira
Fernando C. S. Moura
Rômulo A. L’Abbate
Renato Alencar Dias
Marcos Miguel Mendes
Cristina A. Rebello
Sérgio Rebello Athayde
Otaviano S.Pires Júnior
Avelino Ramalho Murta
Geraldo B. Madureira
Roberto M. P. Corrêa
Rossini M. Viana
Crisantino A. B. Filho
João Gustavo Rebello
Dirceu C. A. Moreira
Ricardo Q. Laughton
Silene Maria P. Barreto
Jair de Sá Miranda
Bernardo P. Pinheiro
Celmo Bernardino
Carlos Alberto Maia
Dario Colares A. Moreira
Heli de Oliveira Penido
Paulo R. Macedo
Lúcio Tolentino A. Júnior
Felipe D. Souza pires
Danillo V. F. Murta
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“A participação da Sociedade Rural no
desenvolvimento do Norte de Minas é
indiscutível.”
Osmani Barbosa Neto
Tempo de união
e trabalho
A
Sociedade Rural já é uma "senhora" entidade, mas
não entrou na 3ª idade. Ao contrário, a cada gestão reorganiza e atualiza suas idéias, revigorando
em força e espírito para lutar pela causa do produtor rural. Num momento de adversidades, para avançar
é preciso pulso firme, mas sem perder a amabilidade
do homem do campo. Com essas características, o presidente Osmani Barbosa segue na luta pelos benefícios
para a classe e para o Norte de Minas e fala sobre os
desafios e as alegrias de conduzir a entidade em tempos onde a força sertaneja eternizada por Euclides
da Cunha se destaca e se faz presente. Ainda hoje, o
estilo de vida sertanejo é ligado à terra, seja no cultivo de alimentos ou na criação de animais de corte e
de leite. Para vencer o atraso e impulsionar o desenvolvimento da região, os sertanejos do Norte têm a
Sociedade Rural de Montes Claros, que trabalha não
só nos interesses do homem do campo, mas pelo desenvolvimento de toda a região.
b Entrevista
Texto: Zana Ferreira
Junho, 2015
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R.E.: Como tem sido o desafio da Sociedade Rural de encampar as lutas
dos produtores rurais nesses últimos
anos, que têm sido difíceis?
Osmani Barbosa: Realmente é
grande a preocupação pelos desafios que estamos vivenciando. No
ano de 2011 choveu pouco, e aí veio,
2012, 2013, 2014 e 2015, e também
as perspectivas não são boas. Então, são anos de muita luta, mas ao
mesmo tempo percebemos o quanto
somos fortes. O Norte-mineiro é diferenciado. A força do produtor rural
daqui da região, com todos os problemas que a gente tem que ainda
culminou com essa crise econômica
que está no país desde 2014 e em
2015. O Norte de Minas tem um poder de recuperação impressionante.
Em outros tempos, vimos oscilações
no campo, mas agora temos confiança de que tudo será melhor. Agora,
por exemplo, tem sido um ano ruim,
seguido complexos. Uma luta tremenda, mas sairemos desse período
até mais fortes. Estamos articulando
incansavelmente, juntos aos órgãos
de fomento, lideranças e governos
Estadual e Federal projetos para ajudar a quem está com mais necessidade. Temos aqui na região muitos
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Informe Expomontes 2015
produtores “com a corda no pescoço”. Dívidas e mais dívidas. Não estamos parados. Tentamos viabilizar
novos créditos para o produtor rural.
Estamos também auxiliando quem
precisa. Temos buscando parcerias
até com o Nordeste, pois são regiões
muito parecidas, para que possa trabalhar juntos e conseguir a prorrogação dessas dívidas, galgar novos
financiamentos. Hoje é um momento
difícil, estamos tentando trazer esses benefícios, essas parcerias. Nós
precisamos de ações concretas. Não
essa “moda” de caminhão-pipa em
comunidades rurais. Precisamos de
medidas perenes e aplicação de recursos num Centro de Convivência
com a Seca, por exemplo. O que nos
falta é pesquisa, estratégias que viabilizem nossas produções. Temos os
melhores solos, excelente clima. O
ideal é organizar o uso de recurso. E
como conseguiremos impulsionar a
região? Somente com vontade política que acabe com iniciativas “politiqueiras”. É dever de todos reestruturar o Norte de Minas, e a Sociedade
Rural vai com força total desenvolver
mecanismos para que isso ocorra.
R.E.: O Centro de Convivência com
a Seca é um desejo de anos. Com
essa mudança de Governo, a conversa voltou ao zero?
O.B.N.: Acredito que vai começar do
zero. Não sei se a gente vai conseguir,
mas a saída nossa é esse Centro de
Convivência com a Seca, isso é uma
demanda antiga e não demanda de
alto recurso. Não sei por que motivo ainda não saiu do papel. Não sei
porque motivo ainda não temos uma
Embrapa aqui na região. Depois da
Expomontes – nossa grandiosa vitrine do agronegócio – já temos uma
agenda de reuniões e articulações
para tentarmos viabilizar esse sonho,
que se transformado em realidade
pode mudar a vida desse povo sertanejo, que luta de sol a sol para alimentar a nação. Não escolheremos
partido, nem autarquia. Vamos atrás
de lideres políticos, em Minas, em
Brasília-DF. O momento é de mobilização. O Vice-governador do Estado
é produtor rural. Creio que ele será
um grande parceiro nessa tentativa
de alavancar o desenvolvimento do
Norte de Minas por meio do agronegócio. Voltando ao Centro de Convivência com a Seca, além de ele ajudar o produtor num momento difícil,
fornecendo orientação, uma questão
até social para as famílias dos produ-
“O momento é de
mobilização”
tores num momento difícil, ajuda a
comercializar os produtos. É a nossa saída. Por exemplo, a Austrália,
lá tem região que é muito mais seca
que a nossa, mas lá se consegue sobreviver de maneira impecável.
R.E.: O fato da crise hídrica ter se instalado no principal centro econômico
do país, que é São Paulo, pode fazer
com que os governantes se tornem
mais sensíveis com essa causa?
O.B.N.: Um problema, que era exclusivamente do Norte de Minas, agora
afetou todo Estado. Agora, temos um
“coro” mais forte e coeso na busca de
medidas para solucionar o problema.
Mas lembro que cada um de nós deve
ser um fiscal da água. Devemos usar
o recurso de forma racional. Nada de
desperdício. São Paulo sofreu muito
por causa da falta de água. Porém lá
é uma região que tem bastante registro de chuva. Ano que vem tudo deve
ser normalizado, eu acredito. Preste atenção, olhe a forma como São
Paulo, ou melhor, o País se mostrou
preocupado depois do alerta feito
pelos paulistas. E nós? Convivemos
desde sempre com a seca e estamos
aí, firmes na batalha. Nenhuma parte
do Brasil teria condições de sobrevivência como nós e veja bem: precisamos de mais apoio. A seca existe, nós
não podemos fazer chover. Temos
SIM QUE ELABORAR ESTRATÉGIAS
DE CONVIVÊNCIA. O que falta pra dar
certo? VONTADE POLÍTICA! É preciso que contemos com apoio governamental, mas, principalmente, nos
educarmos para lidar com as intempéries do tempo. Temos um campo
rico, só falta água! O pior já passou,
vimos muitos problemas e prejuízos,
produtores endividados que querem
arcar com suas promessas. Precisamos reestruturar o Norte de Minas
e essa batalha é nossa. Vamos juntos
produtores rurais! A Sociedade Rural
tem realizado diversas ações importantes. A Faemg, há três meses, promoveu um grande encontro, em Belo
Horizonte. Uma audiência pública
para tratar do assunto, onde foram
apontadas também as soluções. Não
vamos medir esforços para vencer!
R.E.: A Rural sempre teve uma característica muito forte que é a de levantar bandeiras que são não apenas
dos produtores rurais, mas de toda a
região. Quais outras discussões, outras bandeiras a Rural tem discutido
em defesa do Norte de Minas?
O.B.N.: A participação da Sociedade
Rural no desenvolvimento do Norte
de Minas é indiscutível. Os principais
fatos dos últimos 71 anos têm a participação dessa magnífica entidade,
que tem orgulho em representar a
produção agropecuária. Ao longo
de sete décadas, tivemos homens
visionários que fomentaram a região
e alimentaram milhares de pessoas
através da produção de suas fazendas. A Rural é uma entidade classista
que não pensa somente no seu setor de atuação. Somos responsáveis
por contribuir com diversos nichos
de mercado. Nossas bandeiras reforçam nossa missão, de dar apoio
ao homem do campo, prestar assessoria e articular ações, programas e
projetos. Novamente, buscaremos
a criação do Centro de Convivência
com a Seca; atração de pesquisas
sobre a região por meio da Fundetec;
inovação tecnológica, extensão rural
pública e privada eficientes e crédito
rural adequado; modernização do
crédito rural; implantação de nova
legislação para o licenciamento
ambiental; reforma das rodovias
norte-mineira para escoamento da
produção; estudo do potencial de
água subterrânea e principais eixos barráveis; fazendeiro produtor
de água; e alternativas para exploração sustentável nas regiões semi-áridas –, seguindo exemplos de
outros países ou regiões.
R.E.: Mas além de desafios, também
existem oportunidades no Norte de
Minas. Como está a relação da Sociedade Rural com a implantação do
Frigorífico do grupo Minerva?
O.B.N.: Nós temos um dos melhores
plantéis do País. O gado do Norte de
Minas “vale ouro” e, por isso, acredito que a região tenha sido escolhida
para ter uma planta do Frigorífico.
Temos uma excelente relação com
os gestores. Antes da implantação
eles apresentaram o projeto para
nos, produtores rurais. Se bem que
chegaram à região num momento
complicado, mas cada vez eles têm
aumentado o número de abates. Cow w w.sociedaderural.com.br
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meçaram com 900 cabeças por dia e
agora dobraram a produção. Ganhou
Janaúba, que recebeu o empreendimento de braços abertos. Ganhamos
nós, que agora podemos brigar por
preços melhores e ganhou a empresa, que hoje também exporta o gado
tipicamente sertanejo para outros
Países. A nossa carne é de qualidade
inquestionável. Tamanha prova dessa afirmação são os leilões que realizamos na Expomontes. Ao adquirir a
planta do frigorífico, o Grupo abriu
novas oportunidades. O potencial
do Norte de Minas, principalmente
na área rural, é violento, é uma coisa fora do comum.
R.E.: Uma característica da Sociedade Rural é também a inclusão e valorização nos últimos anos da agricultura familiar?
O.B.N.: A Sociedade Rural é uma
entidade do produtor rural, sem distinção de tamanho ou mercado que
atua. Valorizamos o agronegócio e a
agricultura familiar. Essas nomenclaturas criadas pelo Governo são meramente para aguçar a disputa, o que
não concordamos. Compartilhamos
de ideias de que o pequeno produtor merece e carece de mais incentivo. A agricultura familiar é o homem
do campo trabalhando no campo.
Da mesma maneira, o agronegócio.
Deve ser revista essa divisão. Sabe
por quê? Nós temos os problemas e
queremos as mesmas coisas. Somos
produtores, lidamos com a terra, produzimos. Precisamos de incentivo, de
ajuda. Não de medidas que nos separem. Desde 2011, integramos a Feira
de Agricultura Familiar a Expomontes. Em parceria com a Emater-MG,
cadastramos os agricultores, que demonstram todo seu vigor e força. Objetivamos sanar qualquer aresta de
disputa. Entramos na quinta edição
da Feira e é com muito orgulho, que
lideramos integração, que só trouxe
benefícios. Cada ano temos registro
de aumento de produtores. Para os
próximos anos, acreditamos que o
desenho deverá revisto. A demanda
é crescente. É uma felicidade que
extrapola as porteiras do Parque de
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Informe Expomontes 2015
Exposições João Alencar Athayde.
Companheiros de luta que merecem todo nosso respeito e apoio.
[Encerra sorrindo]
R.E.: A defesa do produtor é constante para a Sociedade Rural. Quais
principais ações realizadas nos últimos tempos?
O.B.N.: É importante reconhecer
que a nossa força vem da tradição
secular. Aliado a isso, temos a importância da nossa região e uma dose
bastante significativa de homens visionários, que nunca fugiram à luta.
Sempre estiveram à frente dos tempos aqui nas Gerais. Por mais que –
muitas vezes - a história não tem sido
justa com o sertanejo lutamos, buscamos e assim que prosseguimos.
Com os olhos no passado e foco no
futuro, estamos construindo nosso
presente. Para reforçar nosso grupo
ampliamos o quadro social incorporando novos associados; realizamos
251 eventos no Parque de Exposições
João Alencar Athayde, demonstrando
que temos o melhor e maior complexo de eventos do Norte de Minas;
promovemos debate para negociação político-institucional com vistas
à prorrogação de débitos de financiamentos rurais vencidos em 2015
e 2016 com consultoria de Edvaldo
Brito, especialista em crédito rural e
Assessor Técnico da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil –
CNA; realizamos a festa dos 70 anos
da entidade, divulgando a história e
seus integrantes; Fizemos a 40ª Expomontes com a presença de chefe
de Estado e lideranças político-em-
“Ainda hoje, o
campo é a maior
força produtora
deste pais”
presariais; Inauguramos o Memorial
da Sociedade Rural, com o apoio da
Vallée - espaço para referenciar o trabalho do homem do campo por meio
de fotografias e objetos que retratam
a trajetória da instituição; tivemos o
reconhecimento da importância da
Rural em todos os veículos de comunicação do Norte de Minas e no
Diário Associados, mas foi a Inter TV
Grande Minas- afiliada Rede Globo,
que produziu uma série de reportagens, com diversos personagens que
contribuíram para a história da Sociedade Rural e referendaram sua contribuição para o progresso do Norte
de Minas; Buscamos colocar sempre
o produtor rural em evidencia; Articulamos junto aos Governos Estadual e
Federal medidas que prorroguem as
dívidas da classe. A mesma ação foi
realizada junto a agentes financeiros;
sugerimos alterações nas legislação;
fizemos gestão junto a diversas autoridades políticas no sentido da aprovação de Medidas Provisórias, com
relação aos endividamentos; Reunimos com autoridades políticas e empresariais buscando melhorias para
o ruralista; viabilizamos a instalação
de uma agencia do Sicoob/Credinor
no Parque; promovemos e participamos de inúmeras reuniões com produtores rurais e integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde
Grande objetivando a discussão da
cobrança de água do produtor rural;.
“sairemos
desse período
mais fortes!”
dos produtores do Nordeste que é
uma região parecida com a nossa e
cujas dificuldades são as mesmas,
para que a gente consiga.
R.E.: E mesmo com tantas adversidades você ainda acredita na força
da 41ª Expomontes?
Honrou-nos presidir a Sociedade Rural de Montes Claros neste ano histórico em que a entidade completou
70 anos e a EXPOMONTES esteve em
sua 40ª edição. Para coroar o trabalho de toda equipe, recebemos, em
Belo Horizonte, a Medalha da Ordem
do Mérito Legislativo, concedida pela
Assembleia de Minas Gerais. E nossa
luta não acaba. Estamos construindo um documento com proposições
e soluções para enviar a Presidente Dilma e ao Governador Pimentel
para que eles possam colaborar
com o Norte de Minas e para que
possamos, num futuro breve, voltar
a produzir com abundância. Temos
certeza de que logo logo poderemos
comemorar nossas conquistas.
É importante lembrar que o produtor
quer fazer tudo dentro da lei, mas os
processos demoram muito a serem
liberados para produzir. Acreditamos
que o vice-governador de Minas, que
é produtor rural, será um aliado na
nossa luta. A Ministra da Agricultura,
Kátia Abreu, que é do CNA, sempre
nos estendeu a mão e esperamos
uma audiência para afinarmos algumas demandas sobre a região. Esse
ano, é importante ressaltar que a
Deputada Federal, Raquel Muniz,
tem sido uma grande parceira do homem do campo, viabilizando diversas
ações para nossa região. Precisamos
de mais pessoas com esse espírito. A
luta é de todos. As autoridades devem ser mais sensíveis com as causas
do Norte de Minas.
R.E.: Nessa questão da representatividade política. Você acredita que a
Barragem de Congonhas já poderia
estar pronta?
O.B.N.: Com certeza, não tenho dúvidas. Com deputados atuantes já
teríamos conseguido. A barragem
de Congonhas é o projeto mais importante daqui. A barragem vai atender todos os produtores rurais e as
populações da cidades do Norte do
Estado. E isso ficou muito tempo no
papel, nós temos essa pendência.
Precisamos ver essa obra pronta.
R.E.: Durante a Expomontes é o
momento em que se recebem diversas autoridades, não apenas
regionais e estaduais, mas também
nacionais. O evento dá visibilidade a
essas demandas?
O.B.N.: Com certeza, é o nosso momento de fazer reivindicações, é o
momento certo. Convidamos, inclusive alguns, pessoalmente. Aguardamos todas as autoridades aqui, pois
é um momento importante. Divulgamos nossas produções. O Parque se
torna o palco das principais discussões do campo. Mas sozinhos a gente
não consegue, precisamos ter apoio
O.B.N.: Disso nós não temos dúvida.
Representamos um povo forte, guerreiro que nunca se abateu com as
adversidades. É nesse momento que
devemos lutar, mostrar nossa união
e provocar mudanças. Algumas pessoas chegaram a nos questionar se
era o momento de fazer a Expomontes. Continuamos firmes no propósito. A Exposição é um evento consolidado. Seríamos hipócritas de dizer
que está fácil financeiramente. O
custo para realizar a Exposição do tamanho da nossa é altíssimo. Não estamos no nosso melhor momento,
mas confiamos que faremos bons
negócios. A tradição move esse
povo forte. Esse é o momento de
nós demonstrarmos a nossa força.
A qualidade do gado disputa com
a qualidade do gado de qualquer
outra região do País. Temos grandes leilões, gado de alta qualidade
do Brasil todo, isso mostra a nossa
potencialidade. Tenham certeza,
novamente faremos a melhor de
todas as exposições agropecuárias
do Brasil. Pretendemos fomentar
cada vez mais o desenvolvimento e
prosperidade econômica e social da
nossa região a partir da Expomontes. O agronegócio mineiro, com
todas as suas cadeias produtivas,
rende bilhões por ano e não vai
ser agora que iremos fraquejar!
Animados, potencializaremos nossas ações e a mesa farta do brasileiro é o nosso limite.
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Programação
1º/07 – QUARTA-FEIRA
Milha, Appaloosa, Paint Horse
08 às 18 horas: Entrada de animais, exceto Mangalarga
Marchador
09 horas: Concurso de Marcha de Muares
02/07 – QUINTA-FEIRA
- Prova de Tambor
08 às 18 horas: Entrada de animais, exceto Mangalarga
Marchador
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
18 horas: Abertura Oficial da EXPOMONTES 2015, com
a presença de inúmeras autoridades
federais, estaduais e municipais.
19 horas: 7º Leilão Qualidade Total – Rodrigo Canabrava
22 horas: show: Skank
03/07 – SEXTA-FEIRA
Programação a cargo da Prefeitura de Montes Claros
(portões abertos, sem bilheteria)
10 horas: 3ª Etapa Inter TV de Team Penning
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
22 horas: Show do Michel Telo
04/07 – SÁBADO
08 às 18 horas: Entrada de animais, exceto Mangalarga
Marchador
– Início do julgamento de equídeos das raças Campolina
e Pampa
10 horas: 3ª Etapa Inter TV de Team Penning
11 horas: Abertura Oficial da 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
13 horas: 4º Leilão Fazenda Bhavnagar e Parceiros
19 horas: Leilão Quarto de Milha
10 horas: 3ª Etapa Inter TV de Team Penning
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
22 horas: show: Henrique e Juliano
06/07 – SEGUNDA-FEIRA
08 às 18 horas: Entrada de equídeos Mangalarga Marchador
- Entrada de animais do Torneio Leiteiro
- Saída de equídeos, exceto Mangalarga Marchador
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
19 horas: Leilão Futuro Novilho Precoce
22 horas: shows do Davidson Silva, da Celina Borges e
do Eros Biondine
07 /07 – TERÇA-FEIRA
08 às 18 horas: Entrada de equídeos Mangalarga Marchador
09 horas: Encontro Clientes Média Tensão, vamos falar
de energia! – CEMIG
11 horas: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
19 horas: 9º Leilão de Touros dos Criadores de Nelore
do Norte de Minas
21 horas: Classificação e Esgota dos animais que participarão do Torneio Leiteiro
22 horas: Show: Davi Sacer
08 /07 – QUARTA-FEIRA
22 horas: show: Bruno e Marrone
08 às 18 horas: Início do Julgamento da Raça Nelore e
de Caprinos e Ovinos
05/07 – DOMINGO
- Ordenhas e Pesagens Torneiro Leiteiro
08 às 18 horas: Continuação do julgamento de equídeos das raças Campolina e Pampa
08 horas: Início do II Workshop Silvicultura e Meio Ambiente – AMS (Associação Mineira de
- Início do julgamento de equídeos das raças Quarto de
Silvicultura)
16
Informe Expomontes 2015
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
raças de bovídeos
19 horas: Leilão Confboi e Convidados
- Divulgação dos resultados e entrega dos prêmios do
Torneio Leiteiro
22 horas: Quarta Universitária com É o Tchan
09/07 – QUINTA-FEIRA
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
08 às 18 horas: Continuação do julgamento da Raça
Nelore
11h 30min: Almoço para os Tratadores
13 horas: 22º Leilão Girolando do Norte de Minas
- Início do Julgamento da raça Mangalarga Marchador
19 horas: 10º Leilão Norte da Marcha
- Ordenhas e Pesagens Torneiro Leiteiro
22 horas: Show: Cabaré (Leonardo e Eduardo Costa)
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
12/07 – DOMINGO
13 horas: V Dia de Campo da Bovinocultura – AVZ/CRMV-MG com o apoio da
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
UFMG/EMATER/SICOOB-CREDINOR
22 horas: Show: Aviões do Forró
19 horas: 47º Leilão Noite do Nelore Colonial
22 horas: Show do Pablo do Arrocha
10/07 – SEXTA-FEIRA
08 às 18 horas: Continuação do julgamento da raça
Mangalarga Marchador
- Início do Julgamento das demais raças de Bovídeos
- Ordenhas e Pesagens Torneiro Leiteiro
11 horas: 5ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
13 horas: IV Atualização Zootécnica – AVZ/CRMV-MG
com o apoio da
14 horas: Show Infantil: Pepa Pig e Dora Aventureira
13/07 – SEGUNDA-FEIRA
08 às 18 horas: Saída de animais
14 /07 – TERÇA-FEIRA
08 às 18 horas: Saída de animais
LOCAIS DOS EVENTOS:
• Palestras: Auditório Osmani Barbosa
• Leilões: Tattersall de Leilões Daul Soares Dias e Centro de Eventos Sociedade Rural
UFMG/EMATER/SICOOB-CREDINOR
• Concurso de Marcha de Murares: Pista Gramada
18 horas: Apartação de Porteira do Mangalarga Marchador
• Torneio Leiteiro: Pavilhão de Bovinos
19 horas: Leilão de Corte Especial
22 horas: Show: Sorriso Maroto
• Team Penning: Pista de Areia
• Julgamentos: Pista Gramada
11/07 – SÁBADO
• Parque de Diversões: Praça de Eventos Fernando Re-
08 às 18 horas: Continuação dos julgamentos das raças
Mangalarga Marchador e das demais
• 5ª Feira da Agricultura Familiar: Quadra Poliesportiva
bello Athayde
Toninho Rebello
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17
A arte de crescer
V Texto: Zana Ferreira
Organização financeira é base do desenvolvimento
É
consenso entre a diretoria da Sociedade Rural que toda edição da Expomontes começa a
ser produzida assim que acaba a edição anterior. Pela responsabilidade e quantidade de
trabalho, não há como ser diferente. Para 10 dias
de festa, são 355 dias de trabalho para manter girando toda uma imensa engrenagem. E boa parte
da energia do motor que conduz essa roda para
frente vem dos esforços da diretoria financeira.
“A Sociedade Rural é uma entidade privada,
mas sem fins lucrativos. Nosso objetivo maior é
o fortalecimento dos produtores rurais. Por isso,
precisamos ter um equilíbrio entre receitas e despesas, para que possamos representá-los em várias do País, quando necessário, com passagens
áreas e estadia; para que possamos ter boas instalações, recebendo autoridades e exercendo representatividade. Organizar palestras e mostras
de tecnologia; e para que tenhamos condições de
realizar a Expomontes, nosso maior palco de reivindicações de mostra de tecnologia e negócios.
Mas os desafios de se fazer isso são ainda maiores
quando a instituição não visa o lucro. Para conseguirmos nos manter e crescer a cada ano, é preciso muita organização e visão estratégica”, explica
Moacyr Basso, diretor financeiro da Rural.
A Expomontes 2014 movimentou R$ 300 milhões, uma cifra volumosa e que enche de orgulho
qualquer tesoureiro. Mas ele destaca que a enti-
18
Informe Expomontes 2015
dade precisa de outros recursos para manter suas
finanças, uma vez que o valor total da feira não vai
exclusivamente para a Rural, mas alimenta toda
uma cadeia de negócios.
“Existem outros custos também. Um exemplo
são os subsídios que damos aos produtores rurais
na Exposição. O valor cobrado pela hospedagem e
pelos serviços que oferecemos aos animais em exposição é aquém do que os custos reais de manter o
animal no Parque durante a Expomontes, mas nosso
compromisso é ser um auxílio ao produtor, por isso
não abrimos mão de oferecer esse suporte. Queremos, inclusive, poder ampliar esse subsídio num futuro próximo. Para isso, é preciso diversificar nossos
negócios e ampliar nossas receitas”, pontua.
Uma das maneiras de se alcançar esse objetivo
é por meio do aluguel de espaços, como o salão do
Clube dos Fazendeiros e o Centro de Convenções.
Moacyr ressalta que além de serem espaços bem organizados e bonitos, ainda estão dentro do Parque,
oferecendo ainda estacionamento, segurança e conforto. Segundo o diretor, o Centro de Convenções
ainda está sendo pago, uma vez que foi construído
por meio de financiamento, mas a meta é construir
novos espaços assim que o valor for quitado.
Os planos voltados para o futuro não implicam
em falta de ações no presente que impulsionem
as atividades e finanças da Sociedade Rural. Como
uma forma de estimular a venda de stands na Ex-
pomontes 2015 foi idealizado um novo projeto, o 1º Feirão Rural da Safra, que será realizado em setembro e
os expositores do primeiro evento já têm participação
garantida no segundo.
portante: “A Sociedade Rural é um lugar de idéias e de
ações, estamos sempre voltados para melhorar a vida
daqueles que vivem do agronegócio. A organização e
o bom desempenho financeiro são partes importantes
desse processo, mas nunca perdemos de vista o objetivo de transformar o Norte de Minas e fazer nosso povo
prosperar”, conclui.
“Esse Feirão é uma parceria com a Emater-MG e é
voltado mais para o homem do campo, enquanto a Expomontes é uma festa que agrega todo tipo de público.
Então, com o mesmo produto que já tínhamos, conseguimos criar novas oportunidades, ampliar nossos negócios
e parcerias. É preciso criatividade, organização e compromisso para conseguir estes resultados. Não podemos deixar de trabalhar, pois são muitos aqueles que têm suas
vidas girando em torno das nossa atividades”, destaca.
“Criatividade, organização e visão
de Futuro; O feirão da safra
trará novas oportunidades para
produtores e parceiros.”
Mas, entre planilhas, contas e calculadoras, Moacyr
é firme em dizer que os números não são o mais im-
$
Feirão da Safra
U
m olhar sempre para a próxima safra, é assim
que trabalha o produtor rural. Com a intenção de ajudar e trazer vantagens para os produtores, a Sociedade Rural em parceria com
a Emater-MG realizará o I Feirão Rural da Safra do
Norte Minas.
“A agricultura e a pecuária são setores importantes
da economia do Norte de Minas e seu desempenho
tem um reflexo muito forte no bolso de todos. São alimentos que podem ficar mais caros e mais baratos, por
isso, o olhar constante nesse grupo”, explica Moacyr
Basso, Diretor Financeiro da Sociedade Rural.
Nos anos anteriores, a estiagem foi maior no
Norte de Minas e isso prejudicou o potencial de
produção da região.
“O produtor rural não pode deixar de produzir.
Isso é um dever que é mais forte que qualquer crise. Essa razão faz com que ele permaneça tentando,
mesmo com a falta de planejamento de combate a
seca”, afirma Moacyr.
O destaque dos números do agronegócio são
comprovados pela balança comercial brasileira. No
ano passado, esse setor teve um superávit de U$S 80
bilhões de dólares. Já os outros marcaram um déficit
de U$S 84 bilhões de dólares, entre eles está a indústria. No País todo, quase 60 milhões de hectares são
destinados a plantação de grãos.
O Feirão da Safra foi desenvolvido para proporcionar ao homem do campo a oportunidade
de adquirir produtos promocionais para o período
seguinte. “Expositores da Expomontes terão espaço
gratuito e a chance de comercializar e comprar produtos com preços especiais”, explica Mariah Carvalho Marketing de Negócios da Sociedade Rural.
A diferença do Feirão da Safra é a oportunidade
de qualificar e ajudar os produtores a planejar sua
futura produção. Cursos de capacitação farão parte
da programação. Também terá a mostra de produtos
inovadores e da comercialização de equipamentos.
O evento, que será no Parque de Exposições João
Alencar Athayde, vai utilizar todo o espaço do Parque
com estandes, agricultura familiar, leilão, campeonato
de team penning, rodeio, shows e mostras de tecnologia. A previsão de realização do evento é em setembro.
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19
Milagres do Norte
de Minas
Leilões movimentam grandes negócios e
mostram a força da pecuária da região
S
e em 2014 os leilões da Expomontes comercializaram 9 mil
animais e movimentaram R$
11 milhões, o diretor Avelino
Ramalho Murta considera esses
números uma meta a ser superada.
“A cada ano queremos fazer mais e
melhor, nunca regredir. Se tivemos
bons números no ano passado, esse
ano queremos ir além. Trabalhamos
sempre para isso”, revela.
Em 2015 são 10 leilões, todos de
animais de excelente qualidade, cujos
produtores investem em melhoramento genético. Para o diretor, os
leilões da Exposição se tornam ponto
de encontro, pois é para onde convergem produtores e compradores.
“Quando se fala em gado, não há
crise. Investir em boi é seguro e com
o preço mais alto como está, dá opção aos produtores de escolher para
quem vender. Esse cenário é reflexo
do défict de gado no mercado, pois
boa parte dos produtores tem preferido exportar, que rende um preço
melhor”, explica Vila Murta.
20
Informe Expomontes 2015
Assim, o sentimento desta Expomontes é de otimismo e de confiança. O diretor de leilões acredita que
quando se planta trabalho sério, se
colhe resultados positivos. Com esses sentimentos, Vila ressalta que o
ambiente durante a Feira não poderia ser outro que de festa.
“Tendo bons animais e bons
preços, tudo isso reflete no ânimo
da região, pois cada produtor quer
apresentar um animal melhor que
o outro. É uma disputa muito saudável”, destaca.
Quem confirma a boa perspectiva é Ailton dos Santos Souza, dono
do Confboi Leilões, parceiro da Sociedade Rural e neste ano promove
boa parte dos leilões da Mostra. Ele
se diz tranquilo em conduzir essa
tarefa tão exitosa, pois além de conhecimento das necessidades dos
produtores, a Expomontes possui
muita credibilidade, transparecendo
confiança para todos que estão envolvidos nas transações.
“Os produtores querem mostrar
Avelino Murta
Diretor de leilões
Sociedade Rural
suas produções, sabem que vender
da Expomontes dá visibilidade ao
negócio deles para o resto do ano.
Temos muitos criadores que não
possuem tantos animais em quantidade, mas cuja qualidade é excelente, e mostrar isso faz com que
o plantel seja valorizado como um
todo”, explica Ailton.
Segundo ele, com o melhoramento genético promovido na região, instalou-se uma pecuária de
ciclo curto, no qual as vacas estão
prontas para emprenhar aos 14 meses e capazes de parir aos 24, e no
caso dos bezerros, entre os 18 aos
24 meses já estão prontos para o
abate. “Com isso, há um maior rendimento na relação de quilo por hectare, o produtor tem um produto que
rende mais. Por isso que hoje um
bezerro está na casa dos R$ 1.500,
pois a rentabilidade dos animais da
região é excelente. Então tanto para
quem quer vender, quanto para
quem quer comprar, a Expomontes
é uma oportunidade ímpar”, define.
Relação com o homem do campo
H
á 22 anos como diretor da Sociedade Rural, Sérgio Rebello
Athayde considera que o atual cenário da agricultura representa
um desafio para os produtores rurais e para a entidade que
luta por eles. A frente da diretoria de agricultura, ele conta
que a entidade está motivada em encontrar soluções para aqueles
que vivem do campo.
Produtor rural desde 1983, Sérgio começou como pecuarista, depois passou a plantar milho, sorgo, feijão até que passou a plantar
também banana. A experiência no campo vem auxiliar os trabalhos
como diretor da Sociedade Rural, que tem enfrentado o desafio atual
com muito diálogo e informação.
“Com essa crise hídrica, temos investido na busca pelo cultivo de
gramíneas mais resistentes e na reserva de forrageiros, como açúcar,
sorgo de sequeiro e milho irrigado para silagem. Temos desenvolvido
bons resultados com a irrigação, trabalho nutricional e tratos culturais. Desse modo, tão importante quanto o cultivo é levar informações para os associados para saber a forma mais apropriada de se
alcançar esses objetivos”, pontua.
Assim, Sérgio destaca que a Sociedade Rural sempre apóia a realização de seminários e palestras que venham agregar novos conhecimentos para se ter êxito nos empreendimentos rurais. Segundo o diretor, os produtos da agricultura norte-mineira têm boa aceitação no
mercado, pois são de excelente qualidade, resultado tanto dos bons
produtores da região quanto do clima e solo da região, que colaboram com bons resultados.
“Temos em nossas mãos os elementos para contornar qualquer
adversidade, basta que estejamos unidos e busquemos, juntos, as soluções. E o conhecimento é sempre a chave de sucesso de qualquer
empreitada, por isso incentivamos muito para que nossos associados
participem de eventos que discutem novas tecnologias”, explica.
Para ele, este papel é cumprido integralmente durante a Expomontes, em que os produtores trocam experiências, ganham visibilidade para suas produções e têm a oportunidade de conhecer novas tecnologias. “Estamos muito animados para mais uma edição. A
perspectiva é boa sempre, e queremos que mais uma vez o produtor
da região possa se enriquecer de informação e mostrar a força dos
nossos produtos”, conclui.
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21
Vitrine do agronegócio
Expomontes apresenta demandas do produtor rural norte mineiro
M
ais que uma festa, a Expomontes é uma
vitrine dos produtos da região e o momento de apresentar as demandas dos
produtores rurais do Norte de Minas.
Para aproveitar ao máximo essas oportunidades,
é preciso trazer ao Parque de Exposições João
Alencar Athayde personalidades que possam
contribuir para valorizar a Feira e que possam
auxiliar a Sociedade Rural na luta pelo produtor.
Há três anos quem fica a frente de uma tarefa tão importante é o Diretor Executivo Sérgio Peres, que comanda equipe de seis pessoas
responsáveis pelo credenciamento dos expositores de gado e de estandes, autoridades civis
e militares, imprensa, associados da Sociedade
e Sindicato Rural e responsáveis pelas provas
funcionais e pelos shows. Para dar conta de tal
tarefa, um software foi especialmente desenvolvido para auxiliar os trabalhos e a equipe
passa por capacitação todos os anos.
“É um grande desafio, pois a emissão e entrega das credenciais acontece em cerca de 15
dias. Mas para conseguirmos isso, o trabalho
começa desde o momento em que acaba uma
edição da Expomontes, nós já pensamos na
edição seguinte. É preciso fazer um trabalho de
pré-seleção e então ir trabalhando melhor esses nomes”, explica o diretor.
Segundo ele, do público de mais de 300 mil
pessoas que passam pela Expomontes todos
os anos, apenas 2% é credenciado, por isso, os
nomes precisam ser muito bem selecionados,
para trazer à Mostra pessoas que contribuam
para a causa rural.
Dentre as reivindicações, Sérgio destaca a
seca, que há anos assola a região e se agravou
nos últimos anos, trazendo novos desafios para
a entidade e para os produtores. Para enfrentar essa questão, a diretoria da Rural vem se reunindo periodicamente com políticos e outras
instituições que possam ajudar na luta.
“Aos poucos as soluções vão aparecendo. O
produtor rural não quer deixar de pagar nada,
quer condições para que possa pagar e trabalhar, e é isso que queremos. Há ainda outras
questões relacionadas, como a necessidade
que temos de barragens e barraginhas, de diminuição de impostos para a classe e melhores
condições de crédito. São assuntos relacionados e que são os anseios da nossa classe, daí
a importância de ter os nomes certos credenciados para estarem conosco na Expomontes.
Esse é o nosso maior momento de luta e queremos pessoas que possam nos auxiliar nessas
conquistas”, finaliza.
Maior festa de Montes Claros está preparada para
atendimento de urgência
A
Exposição Agropecuária de
Montes Claros chega a sua 41ª
edição. Para receber a população diariamente, foi montada
uma estrutura com Posto Médico
e atendimento do Corpo de Bombeiros, no Parque de Exposições
João Alencar Athayde, em Montes
Claros. A intenção deste projeto é
trazer segurança para os visitantes e profissionais que trabalham
na Exposição. A Expomontes, que
é realizada desde 1957, é a maior
festa de Montes Claros.
O Corpo de Bombeiros está totalmente equipado com um Centro
Integrado de Comando e Controle
Móvel (CICCM) – uma carreta que
possui sistema completo de comu-
nicação e videomonitoramento.
Essa estrutura conhecida também
como Carreta Comando foi usada, em Belo Horizonte, durante a
Copa do Mundo do ano passado e
tem uma plataforma integrada de
inteligência para a gestão de grandes eventos e ocorrências.
“Essa carreta ajuda no gerenciamento das informações dentro
do Parque. Isso é um aperfeiçoamento da participação do grupo
da segurança”, afirma o Major
Waldeci Gouveia, comandante do
7º Batalhão de Bombeiros.
De acordo com ele, as ocorrências que podem surgir durante a
Exposição podem ser simples ou de
alta complexidade e por isso foi ne-
cessário um treinamento.
Outro espaço de atendimento é
um Posto Médico, que fica próximo
a quadra poliesportiva dentro do
Parque. De acordo com o médico e diretor da Sociedade Rural,
Celmo Bernardino, o espaço que
está sinalizado vai oferecer os primeiros socorros em caso de alguma necessidade.
“Estamos em um evento de
grande porte, nós não queremos
que aconteça nada, mas estamos
preparados para receber as pessoas em alguma eventualidade
e tomaremos as primeiras providências, que são importantes
para uma boa recuperação das
pessoas”, afirma.
PORTAS ABERTAS
S
ó uma estrutura de 100 mil m² e com esse porte
para receber diferentes eventos na programação
da Expomontes. Em curtas distâncias, as pessoas
saem dos estandes firmando negócios para um
auditório com palestras até um tattersall com leilões.
O Parque de Exposições João Alencar Athayde foi um
presente para Montes Claros, inaugurado no ano do
centenário da cidade. “Nosso desejo é oferecer melhores condições a cada ano e estamos fazendo por isso.
O ano de 1957 marcou o calendário da cidade.
Montes Claros completou seus 100 primeiros anos de
progresso com o presente de um grande Parque de
Exposições e a primeira Exposição Agropecuária, que
tem seu espaço garantido no calendário dos montes-clarenses. “Temos o maior espaço da cidade, isso faz
a diferença para nossa maior festa da região. A Expomontes é a nossa grande expressão e que continua se
consolidando com o passar do tempo”, afirma o diretor
de Eventos, Arnaldo Oliveira.
Mas, ao longo do ano, as portas dos diferentes espaços estão abertas para eventos próprios da Sociedade Rural ou são alugados para parceiros em outras
feiras, encontros ou festividades. “A entidade recebe no
Parque, eventos como a Fenics, campeonatos de team
penning, Exposição do Cavalo Mangalarga Marchador,
Vaquejada, Exposição do Cavalo Pampa, casamentos,
aniversários e diversas ações”, enumera Oliveira. São
oito diferentes tipos de espaço que facilitam a pessoa a
ter o ambiente adequado para seu evento.
A estimativa de público para a 41ª Expomontes é
de 380 mil pessoas nos dez dias de evento. Para receber o público o Parque recebeu as manutenções preventivas necessárias.
“O espaço que é asfaltado passou por observação
para manter um bom nível. A questão elétrica foi revista para evitar falhas de distribuições e lâmpadas dos
postes foram trocadas. O objetivo da entidade é oferecer garantia de um bom divertimento e negócios para
quem passar por aqui. A estrutura conta no andamento da Exposição”, afirma.
Uma nova medida para a Coopagro
O
Conselho Administrativo da
Cooperativa Regional Agropecuária de Montes Claros
(Coopagro), depois de realizar
diversas reuniões referentes às dívidas da instituição decidiu pela liquidação voluntária da instituição.
A medida foi determinante após a
consulta às diretorias das entidades classistas rurais e da análise do
atual quadro da Coopagro pelo Sistema Organização das Cooperativas
do Estado de Minas Gerais (Ocemg).
A medida adotada implica num divisor de águas para a Cooperativa,
explica o Presidente José Luiz Maia.
“Não se trata de liquidar a Cooperativa e sim liquidar seus passivos. Ficamos frustrados com os rumos, que
tivemos que aceitar para a Cooperativa. Mas vamos recomeçar para voltar
à fase de resultados satisfatórios. A
liquidez é uma medida legal”, afirma
José Luiz Maia.
A Coopagro, após a aprovação
pela Assembleia Geral Extraordinária
da liquidação voluntária, passa a existir dentro de um novo regime jurídico
especifico, o que implica em uma série de tratamentos diferenciados.
Patrimônio
Há um ano e meio a frente da
Cooperativa, o presidente afirma
que nesse tempo, todas as medidas
que possibilitassem a alienação dos
imóveis foram tomadas. No primeiro
momento, a intenção era saldar as
dívidas vendendo parte do patrimônio, avaliado em R$ 80 milhões, mas a
26
Informe Expomontes 2015
insegurança jurídica, aliada ao desaquecimento da economia impediram
a venda dos imóveis.
Dívidas
Hoje, as dividias estão na casa
dos R$ 50 milhões de reais.
“As dívidas foram renegociadas
em 2000, mas sem procurar a sustentação de gerar recursos financeiros para quitá-las no seu vencimento.
Só era feita a prorrogação, além disso, precisa também ser resolvido o
passivo trabalhista. A forma como as
execuções vem acontecendo com a
cooperativa levariam os bens da Coopagro para um leilão público por não
ter renda para bancar essas dívidas.
E todo bem que vai a leilão é vendido
por valor inferior ao valor real. A nossa estratégia evitou esse processo e
desvalorização”.
Assembleia geral
De acordo com o Presidente,
após quitar os débitos, uma assembleia será convocada pelo liquidante quando então será decidido o
futuro da Coopagro. A liquidação
das dívidas extra-judicialmente foi
aprovada em uma assembleia geral da Coopagro realizada no dia 1º
de junho. Segundo o presidente, o
processo jurídico é conhecido como
liquidação voluntária.
“Isso suspende, provisoriamente,
todas as execuções judiciais e estabelece um prazo de até dois para que
a venda dos imóveis, autorizada judicialmente, ocorram”, explica.
Os contratos firmados pela Coopagro permanecem em vigor da forma que foram realizados. Não haverá
quebra de contrato.
“A cooperativa continua a funcionar normalmente. Constam nas atas
das assembléias o compromisso de
se manter a unidade de laticínio em
funcionamento, que hoje atende a
mais de 300 pequenos produtores
rurais que fornecem leite a Coopnorte, atual arrendatária da indústria. Os
produtos Alvorada continuarão sendo produzidos”, descreve.
José esperava mais participação
dos 3 mil cooperados.
“Algumas pessoas se afastam da
cooperativa, mas isso não as deixa
fora do que é decidido. Fizemos uma
reunião e só 38 participaram, nós
queríamos todos. Esse momento é
triste, ainda mais para quem conheceu esse projeto nos tempos áureos.
A lição foi dada e a conta chegou. Espero que as pessoas não se afastem
da entidade. Agora é o momento de
esperança e reflexão”, reitera.
Associados
Atualmente, são 3320 associados. A Cooperativa foi fundada na
dia 23 de Outubro de 1954 por 43
produtores rurais que necessitavam de espaço para o beneficiamento da matéria gorda do leite
(creme do leite) produzido e o escoamento da produção.
Prazo para a recuperação
2015
vai ficar na história do povo brasileiro. Um susto chegou à casa
dos moradores da região sudeste
do País em decorrência da pouca
quantidade de chuva na região. Em São Paulo, reservatórios que abastecem os arredores da capital marcaram índices preocupantes que chamaram a atenção
dos paulistanos e brasileiros de todos os Estados. Mas,
a preocupação com os baixos índices pluviométricos já
é realidade, no Norte de Minas, especificamente, nos
quatro últimos anos.
No ano passado, o Rio São Francisco, conhecido
como o da integração nacional, estampou uma manchete triste. A nascente, que fica na Serra da Canastra,
região Centro-Oeste de Minas, secou pela primeira vez.
Situação que se repetiu em 200 afluentes em todo seu
curso. Os institutos de meteorologia indicam que este
ano não será diferente, no que diz respeito à estiagem.
O difícil quadro que a seca representa para a região vai
permanecer.
Segundo o presidente da Sociedade Rural Osmani Barbosa Neto, “os prejuízos são incalculáveis e isso
refletiu em dificuldades para pagar as dívidas. Os produtores, em muitos casos, não têm condições de recomeçar as atividades. Um novo prazo não significa pedir
para deixar de pagar os acordos, mas trazer condições
para que eles possam se recuperar”.
De acordo com dados da Faemg, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, o agronegócio mineiro emprega 20% da população economicamente ativa e gera anualmente R$ 142 bilhões. Isso
significa que um terço do Produto Interno Bruto (PIB)
vem do campo. O estado é o maior produtor de café,
batata e leite do Brasil. É segundo na produção de cana-de-açúcar, feijão e sorgo. O maior rebanho equino
está em pastos mineiros, que também tem o segundo
maior rebanho bovino. A entidade ainda cita Minas Gerais como principal estado reflorestador do Brasil.
Um documento elaborado pelas entidades ligadas a
agricultura e pecuária na área da Sudene destaca que a
situação foi irreversível aos produtores “levando muitos
a venderem seus rebanhos, reduzirem sua produção de
leite, além da perda das lavouras. Estes aspectos negativos afetaram fulminantemente a capacidade de pagamentos destes produtores, que necessitam de um novo
alongamento dos seus débitos, levando-se em conta o
tratamento diferenciado para a região da Sudene”. Essa
afirmação é do assessor especial da Sociedade Rural,
Luiz Guilherme Câmara.
A maior parte desses débitos está com vencimento
para este ano. Em 2012, essa realidade da seca justificou resoluções do Conselho Monetário Nacional para
renegociações. A intenção das entidades ligadas ao produtor rural é conseguir um prazo maior para começar
a pagar os compromissos. “Solicitamos que todos os
pagamentos das parcelas de crédito rural de custeio e
investimento vencidas e vincendas em 2012, 2013, 2014
e 2015 sejam reprogramadas para pagamento em 10
parcelas anuais, com o vencimento da primeira parcela
fixado para final de 2016”, afirma Rômulo L’Abatte, diretor de assuntos creditícios.
Uma resolução de março de 2013, que foi reeditada
em 18 de dezembro de 2014, autorizou a renegociação
de operações de crédito rurais contratadas até 31 de dezembro de 2008. Essa atitude favoreceu os produtores
por não adicionar encargos de inadimplência ou multas.
A imprensa destacou a perda de lavouras e rebanho
dos produtores rurais em função da seca. Os prejuízos
trouxeram dificuldades para arcar com o pagamento
das dívidas adquiridas. Hoje, em Minas Gerais, R$ 396
milhões em operações de crédito rural ainda precisam
ser regularizadas. Em toda a região abrangida pela Sudene, o valor de operações nessa situação ultrapassa
os R$ 6 bilhões.
“Somos uma região em que a agricultura e a pecuária, assim como em todo o estado, representa grande
parte da economia dos municípios. Essas resoluções
são importantes para que o produtor rural consiga regularizar sua situação financeira em relação às dividas
de crédito rural”, afirma Luiz Guilherme.
Tecnologia e
inovação no campo
H
á cerca de três anos, o produtor rural Renato Alencar Dias,
Diretor da Sociedade Rural,
estava em uma viagem ao Rio
de Janeiro quando recebeu uma ligação do vaqueiro de sua fazenda
para conversar sobre uma transação de gado. Após a desligar o
telefone, uma pessoa que estava
o lado puxou assunto, revelando
também ser produtor rural.
“Para minha surpresa, ele contou
que morava na Capital Carioca e dali
mesmo monitorava a propriedade
dele que ficava na Jaíba, Norte de Minas, por meio de um sistema de câmeras e de internet. Em tempo real,
ele conseguia detectar até mesmo
problemas no sistema de irrigação
antes dos funcionários da fazenda.
Tempos depois tive notícia de que a
fazenda dele era uma das mais produtivas da região”, conta Renato.
Desde então, não perdeu tempo
e acabou por adotar o mesmo sistema. Após um investimento de aproximadamente R$ 20 mil, hoje o criador
28
Informe Expomontes 2015
de gado de corte monitora a propriedade dele de 200 hectares, em São
João da Lagoa de modo virtual. Para
ele, o sistema representa mais segurança e zelo com o patrimônio, uma
vez que o problema da violência expandiu os limites urbanos e já chegou
ao campo. “Já existem na região muitos casos de roubo de gado, de assaltos aos moradores rurais. As câmeras não eliminam o risco, mas coíbem
a ação de criminosos”, explica.
Renato foi um dos primeiros da
região a adotar esse sistema de vigilância, mas ele conta que aos poucos
a ideia tem conquistado mais adeptos. Também é o que registra a Associação Brasileira das Empresas de
Sistemas Eletrônicos de Segurança
(Abese), cujos dados apontam que o
setor cresceu em média 10% nos últimos seis anos.
No entanto, a tecnologia não
anda sozinha na fazenda de Renato,
mas caminha lado a lado com velhos
hábitos adotados pelos produtores
rurais. Além do tradicional cadeado
no portão, dez cachorros andam
pela fazenda, atentos a qualquer
sinal de invasores. Quando alguém
aparece, logo no início já é alertado
de que a fazenda conta com sistema
de vigilância.
Renato explica o motivo de tantos cuidados: “É uma forma de prevenção. Por conta da falta de segurança pública na zona rural, acaba
que somos nós produtores que temos que nos prevenir e zelar pelas
nossas propriedades. Não podemos
ficar a espera de uma situação ruim
acontecer para só tomar as providências depois. Temos que estar um
passo à frente”.
Nesse sentido, ele já pensa com
os próximos passos. Tendo sua fazenda uma topografia plana, Renato
já imagina poder observá-la toda de
uma só vez. “Acho que vou construir
uma torre e colocar uma câmera
para ver em 360º. Vai trazer mais segurança, mas também vai ser uma
imagem bonita de se ver”.
O COACHING E O
DESENVOLVIMENTO LOCAL
V Artigo
Paulo Cezar Santos Ventura
U
m fenômeno econômico dos últimos tempos tem
sido fomentado pela reunião de empresas, grandes
empresas, formando conglomerados que, em princípio, parecem se armar melhor contra as crises
que se delineiam pelo mundo afora. Crises de diversos
matizes, provocadas por crescimento industrial acelerado,
pelas novas tecnologias que colocam um produto proveniente de qualquer lugar do mundo em sua porta poucos
dias após a compra, pela manipulação de preços por parte
de alguns mercados estrangeiros, entre outras causas.
Claro, muitos estão percebendo isso e começando a se
movimentar. Em algumas cidades a organização política local
começa a se mover para valorizar a produção local, seja ela
a carne, o pequi, a cachaça, o queijo, seja ela também constituída de produtos industrializados com grande valor agregado. A facilitação de criação de empresas locais permite maior
controle do fluxo financeiro na cidade: aqui se fabrica, claro,
dentro da vocação local, aqui se empregam funcionários diversos, aqui se gasta, aqui se acumulam riquezas, aqui se desenvolve. Isso se chama desenvolvimento local.
Em resposta a tais crises, esses conglomerados acenam com a globalização da indústria e dos mercados, com
a constituição de franquias que banalizam produtos e
marcas pelo mundo afora. Essa globalização faz com que
os centros de compras do mundo inteiro se pareçam, estejam eles em Manaus, Nova Iorque, Istambul ou Montes
Claros. Em quaisquer desses lugares podemos comprar
os mesmos produtos, em quaisquer desses lugares podemos comer o mesmo sanduíche insonso em lojas de lanches rápidos, com pães parecidos e de mesmo sabor. Os
cinemas são parecidos, os filmes que neles passam são os
mesmos, a pipoca que neles se come é parecida. Viajamos
milhares de quilômetros para nos sentirmos como se estivéssemos no sofá da sala.
É esse movimento que começamos a observar mundo afora, principalmente em cidades pequenas e de porte
médio. Favorecer o desenvolvimento local. Mas isso exige
uma ação coordenada pelas associações rurais, comerciais
e industriais dessas cidades, com apoio, evidentemente, do
poder político. Isso exige créditos dos sistemas financeiros
locais, exige sensibilidade dos gerentes desses sistemas financeiros. Exige, também, evidentemente, a união de esforços dos homens e mulheres colocados nos ambientes
de reunião e de decisão, esforço concentrado, aliás, porque
o tempo escoa muito rápido e, se não estivermos unidos e
atentos nesse propósito, nem ecos ouviremos.
Maravilhoso, certo? Errado. Além de estarmos perdendo
o valor da diversidade que nos faz diferentes pelo mundo
afora, há um outro fator que não permite que esse cenário
seja assim tão romântico: o dinheiro do negócio que realizamos com o comerciante do centro de compras nosso vizinho
não fica em nossa cidade. O dinheiro pertence aos conglomerados, então, apesar de ser depositado nas agências bancárias locais, ele vai parar em São Paulo, Nova Iorque, Berlim
e, mais recentemente, em Pequim. A globalização cuida dos
fluxos financeiros, conduzindo o dinheiro para os bolsos dos
donos de empresas unificadas, reunidas, conglomeradas.
Irá enriquecer os grandes centros financeiros. E o desenvolvimento local, como fica?
Logo, é necessário que as lideranças conversem e,
principalmente, se escutem. E essa escuta só será rica e
apropriada se todos tiverem o mesmo direito de serem
escutados. Essa é a essência do processo de Coaching
(empoderamento de sujeitos para a transformação): a escuta clínica, a reunião de processos de transformação e
crescimento de sujeitos (pessoas, empresas, instituições
e comunidades), a necessidade de crescimento de todos,
sem exceção. E esse processo de empoderamento permite que se vislumbre, a curto e médio prazos, o desenvolvimento local, ou seja, o desenvolvimento de sujeitos
(pessoas, empresas, instituições e comunidades) locais. E
que o dinheiro fique entre nós e deixe de se escoar entre
os dedos e ir parar nos cofres de grandes empresas com
sede em outros locais, distantes de nós.
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29
CADASTRO AMBIENTAL
RURAL
O
Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro
público, eletrônico, de abrangência nacional feito junto ao órgão ambiental competente. Criado
pelo Novo Código Florestal Brasileiro, Lei n.º
12.651 de 25 de maio de 2012, alterada e complementada pela Lei 12.727 e pelo Decreto nº 7.830, ambos de 17
de outubro de 2012, o registro é obrigatório para todos
os imóveis rurais e tem como finalidade integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais,
compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento.
No Estado de Minas Gerais, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) será feito no SICAR-MG, por
meio do Portal SisemaNet (ver bibliografia). A responsabilidade do Cadastro em Minas é da Secretaria
Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), sob a coordenação executiva do
Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Nas propriedades, os produtores rurais têm diferentes
tipos e quantidades de vegetação, bem como água nas suas
diversas formas de captação, e são eles que conservam o
meio ambiente no campo, pois dependem tanto da água
como do solo bem conservados para sua subsistência.
É importante registar o histórico e as origens do
CAR no Brasil, que de 1998 a 1999 no Mato Grosso
surge o Sistema de Licenciamento Ambiental de Propriedades Rurais – SLAPR, implementado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Entre 2005 e 2006
iniciou o Pró-Legal em Goiás através de iniciativas do
IBAMA. Iniciativas estaduais também no MT, PA,
RO, AC e outros até chegarmos a 2009 quando da edição do Decreto n. 7.029, de 10 de dezembro que instituía o Programa Federal de apoio à Regularização Ambiental de imóveis rurais, denominado de “Programa
Mais Ambiente”, que além da regularização tinha como
escopo a efetiva recuperação das áreas de preservação
permanente e reservas legais.
Depois foi criado o Decreto n.15/2010 que institui
30
Informe Expomontes 2015
o Plano de ação para prevenção e controle do desmatamento e queimadas no bioma Cerrado – PPCerrado, a
partir daí até a Lei Federal n.12.651, de 25 de maio de
2012 que tramitou por 13 anos no Congresso Nacional,
que foi chamada de “novo Código Florestal”, pois o Código anterior com quase 50 anos era de 1965. Em 17 de
outubro de 2012 é publicadaa Lei n. 12.727 que dispõe
sobre a proteção da vegetação nativa e o Decreto n. 7.830,
que dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural e estabelece normas de caráter geral aos Programas de
Regularização Ambiental. Em Minas Gerais surgi a Lei
Estadual n. 20.922, de 16/10/2013 que dispõe sobre as
políticas florestais e de proteção à biodiversidade no Estado, ou seja, o “Código Florestal Estadual”.
Já em 2014 são editados o Decreto n. 8.235, de 05
de maio de 2014, que estabelece normas gerais complementares aos Programas de Regularização Ambiental.
Em fim a Instrução Normativan.2/MMA, de 06 de
maio de 2014 que dispõe sobre os procedimentos para
a integração, execução e compatibilização do Sistema
de Cadastro Ambiental Rural – SICAR e define os
procedimentos gerais do Cadastro Ambiental Rural
– CAR, e estabelece prazo de 1 ano, prorrogável por
mais 1, para inscrição no CAR, contado a partir do
dia 06 de maio de 2014, segundo artigo 64.
O CAR tem procedimentos simplificados e é gratuito para imóveis com até 4 módulos fiscais. O poder público deverá prestar apoio técnico e jurídico para imóveis de: até 4 módulos (atividades agrossilvopastoris);
assentamentos de Reforma Agrária e Terras indígenas
demarcadas e áreas tituladas de povos e comunidades
tradicionais que façam uso coletivo do seu território.
Dessa forma o proprietário fará de maneira declaratória
todas as informações exigidas para o cadastramento da
propriedade, caso o produtor rural necessite de auxílio
poderá contar com órgãos públicos ou contratar profissionais autônomos capacitados por cursos específicos,
como o oferecido pela Universidade Federal de Lavras
– UFLA, é importante lembrar que esse profissional
contratado seja de confiança, a fim de evitar irregularidades e problemas futuros na declaração, pois todas as informações são de
responsabilidade do declarante.
No site disponibilizado pela SEMAD, o SICAR-MG disponível em:www.sisemanet.meioambiente.mg.gov.br , tem como etapas de preenchimento do CAR: identificação do imóvel, domínio,
documentação, mapas, áreas calculadas, informações adicionais e
por fim confirmação/recibo. É importante lembrar do georreferrênciamento do imóvel como todo e principalmente das áreas a
serem preservadas como: Vegetação Nativa, Uso Restrito,Reserva
Legal (RL), APPs Hídricas, APPs de Topo de morro, outras APPs
(como veredas e nascentes) e Áreas rural consolidada. No mínimo 20% da vegetação nativa tem que estar preservada e poderá
ser colocada como RL. As matas ciliares, aquelas às margens dos
rios e córregos tem um detalhamento específico de acordo com o
tamanho do imóvel e da largura do rio ou córrego, se ele é perene
ou não. Por exemplo, para cursos d’água menores que 10 metros
de largura em um imóvel de 1 módulo fiscal (MF) o mínimo é de
5 metros a serem preservados de cada lado do curso d’água, se o
imóvel for de 1 a 2 MF passa para 8 metros de mata ciliar, se for
de 2 a 4 MF essa mata a margem do rio deverá ser de no mínimo
15 metros de cada lado, se for de 4 a 10 MF, a mata ciliar deverá
ter no mínimo 20 metros de largura na margem do rio/córrego.
E se essa largura do rio/córrego for maior, ou seja, o rio tiver uma
largura superior a 10 metros e assim sucessivamente, haverá variação da área de preservação. É comum encontrarmos cultivos (áreas
agricultáveis) nas margens dos rios, principalmente em pequenas
propriedades e aquelas de subsistência, para isso existe a possibilidade de manutenção de atividades conforme critérios a serem
estabelecidos pelo PRA.
Numa perspectiva otimista o CAR contribuirá para a preservação e conservação de áreas nativas, assim mantendo ambientes
preservados para espécies vegetais e animais. Após a finalização
do Cadastro e envio ao Sistema Nacional (SICAR), será emitido
um recibo que servirá como comprovante de inscrição e garantirá
a manutenção da regularidade e demais direitos e benefícios. Caso
haja passivos ambientais referentes a APP e RL, o proprietário ou
possuidor poderá aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). Esse programa tem como propósito a regularização das
áreas de preservação permanentes, de reserva legal e de uso restrito, que poderá ser efetiva mediante recuperação, recomposição,
regeneração ou compensação, sendo a compensação aplicável somente às áreas de reserva legal.
De qualquer forma entendemos que o CAR veio para ficar e
para preservar áreas que sempre deveriam ter sido preservadas,
muitos animais e plantas, toda uma biodiversidade ainda existe
pelo pouco que preservamos. Assim conclamamos aos produtores a unir esforços nesta causa que além de tudo é preservacionista e é bom para o futuro dos nossos netos.
JOÃO SOARES NETO
Zootecnista (2002) é Licenciado em
Ciências Agrárias (2006), com mestrado em
Produção Animal (2011) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Também é Técnico em Agropecuária pelo
NCA/UFMG em Montes Claros (1994). Filho
do Produtor Rural João Soares Fonseca†, conhecido como “João Dionilha” em Brasília de
Minas e é de longa data um Produtor Rural
na Comunidade Rural de Riacho das Pedras.
Tem vários artigos científicos publicados
em revistas científicas na área das Ciências
Agrárias. Escreveu livro, capítulos de livros e
matérias para jornais e revistas. Foi professor em vários Colégios Agrícolas do Estado
do Rio de Janeiro, trabalhou por mais de 13
anos como Fiscal Agropecuário na Defesa
Agropecuária da Secretária de Estado de
Agricultura e Pecuária do Estado do Rio
de Janeiro (SEAPEC). Atualmente é Consultor técnico da empresa JD Agronegócios e
Professor da área de Zootecnia do IFNMG/
Campus Arinos. CONTATOS:jsn332004@
gmail.com / (038) 9958-2176 / 9131-1351.
Bibliografia recomendada:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Ambiental Rural. Instrução Normativa n.2/MMA, de 06 de maio de 2014.
SEMAD - Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Sistema Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SISEMA.Disponível em: http://sisemanet.meioambiente.
mg.gov.br/mbpo/portal.do
SOARES-NETO, J. Proprietários rurais têm
até 6 de maio para declarar o CAR. Montes Claros/MG: GAZETA NORTE MINEIRA.
Disponível em: gazetanormineira.com.br,
Duplicada em 10 de abril de 2015.
SODRÉ, A. de A.. Novo Código Florestal comentado. Leme/SP:J. H. Mizuno editora,
2013. 466p.
© endostock - Fotolia.com
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31
#53024902
Reprodução de Lucros e Qualidade
Produtores do Norte de Minas implantam técnicas de reprodução assistida
e driblam a crise causada pela má distribuição de chuvas na região.
“Se fosse em qualquer outro lugar do Brasil, muita gente já tinha morrido. Não tínhamos mais animais. Mas com o poder da terra,
do povo norte-mineiro e das ações desenvolvidas nas propriedades, os fazendeiros se mostram fortes diante das adversidades”,
afirma Avelino Murta, Diretor de Leilões da Sociedade Rural.
E
ficiência e boas características
no rebanho são os objetivos
dos produtores que procuram
esses mecanismos para aplicar
em suas propriedades. Essa seleção
genética permite ganhos especiais
na pecuária em áreas menores.
“Mas, para que todo trabalho
seja eficiente é necessário o acompanhamento de um profissional
qualificado para implantar todo o
processo”, descreve Osmani Barbosa Neto, Presidente da Rural.
Barriga de aluguel
Norberto Assis, produtor rural
e diretor da Sociedade Rural, afirma que o produtor de leite tem investido cada vez mais na criação de
um banco genético. Além de padronizar o plantel, a técnica aumenta
o lucro da atividade leiteira. O manejo adequado é muito importante
para a produtividade do rebanho.
A técnica utilizada é a transferência
de embrião. Após a fecundação,
é feita a transferência do embrião
para uma barriga de aluguel que
vai fazer a gestação completa do
feto até o nascimento.
32
Informe Expomontes 2015
Segundo Norberto, é comum
essas receptoras serem vendidas
prenhes em leilões, com um embrião de alta qualidade genética. Ele
se especializou na área. Na fazenda
dele, todo trabalho é voltado para a
reprodução de embriões através de
receptoras selecionadas e sincronizadas, acelerando assim o processo
de reprodução. Com isso, aumenta
o número de produtos com genética diferenciada.
“O uso tem o objetivo de trazer
uma melhoria genética que atenda
às exigências do mercado, que é
crescente na nossa região, pois as
tecnologias vão chegando e ficando
mais difundidas. Esse é o caminho
para melhorar a produtividade num
ambiente escasso de água como o
nosso”, afirma.
Nesse processo, o material genético escolhido é retirado e colocado em outras fêmeas, que emprestam a “barriga de aluguel”.
“Assim, uma única vaca pode ter
diversos filhotes em um curto espaço de tempo. As vacas que recebem
os embriões reproduzirão animais
com bom valor de mercado. Oriundos de doadores de alto poder genético, selecionados em rebanhos
de seleção tradicional com qualidade superior, o que propicia animais
de alta produção com precocidade,
tanto para o leite quanto para o corte”, explica Norberto.
Assis optou pela criação de vacas da raça Holandesa cruzadas
com touros GIR porque são mais
comercializáveis. De acordo com
ele, os comprados são diversas regiões do Estado. Mas a maioria está
no Sul de Minas.
“O cruzamos das raças produz
animais meio-sangue, gado espe-
cializado em produção leiteira. Buscamos matrizes de qualidade que
vão repassar as características dos
animais para seus óvulos.
o controle da ovulação”.
Um melhoramento genético
pode ser observado com a seleção
dos animais.
“Esse processo colabora para um
rebanho melhor tanto para o produtor leiteiro quanto para corte”.
Reprodução por
IATF
Um modelo de inseminação de
animais tem chamado a atenção
pela satisfação com os resultados.
A IATF, sigla para inseminação artificial em tempo fixo, é explorada em
propriedades do Norte de Minas,
trazendo facilidade no trabalho e garantia de bons valores no mercado
da pecuária. Doutor em medicina veterinária e diretor da Sociedade Rural, Danillo Murta tem acompanhado
o desenvolvimento da técnica na região desde 2009 e explica o funcionamento: “As vacas passam por uma
ultrassonografia para seleção dos
animais aptos a inseminação. Um
tratamento hormonal contribui para
As taxas de fecundação podem
chegar a 90% nesse processo.
“Eu acompanhei recentemente
um criador que fez a prenha de forma natural. A diferença de resultados é grande. Das 100 vacas que ele
possui, só oito vão parir na mesma
época. O benefício de definir esses
períodos ajuda a padronizar”, conta.
De acordo com Danillo, a definição do período de fecundação de
todos os animais ajuda a melhorar
o trabalho dentro da fazenda. “Com
as vacas parindo na mesma época,
o produtor consegue sincronizar as
atividades na propriedade colocando os esforços”. Para a parte financeira, a vantagem para o produtor
é de um rebanho similar na idade
e características genéticas para a
venda em um mesmo lote.
O processo de regularidade ajuda a manter um bom índice reprodutivo dentro da propriedade.
“Estamos em uma região em
que a chuva fica em um período
curto do ano. E os animais precisam
de mais alimento durante a reprodução, por isso é importante essa
organização”, afirma o veterinário.
Guabi
Guabi
REPRESENTANTES:
Montes Claros - Pedro Ernesto
www.guabi.com.br
SAC: 0800 940 3100
(38)
Brasília de Minas - Mark Ezequiel
Buenópolis - Luiz Carlos
Janaúba - Rodney
(38)
(38)
9986-9134
(38)
9811-1538
9938-9733
9907-1774
Pecuária de Corte é a vocação do Norte de Minas
A
pecuária de corte tem atualmente o melhor cenário de
médio e longo prazo entre
os produtos do agronegócio
brasileiro, apontam especialistas.
Por causa do cenário de restrição
de oferta de carne bovina nos três
principais fornecedores mundiais,
os Estados Unidos, o Brasil e a Austrália têm sustentado os preços em
patamares elevados.
O setor é um dos mais exigentes
da cadeia produtiva bovina por causa da competitividade do mercado e
da demanda por produtos diferenciados. O momento atual é de modernização para não perder espaço
nos negócios. A pecuária requer
qualidade e viabilidade econômica.
Para chegar ao sucesso, o melhoramento genético é fundamental. Mas,
a genética só responde quando são
oferecidas condições nutricionais,
sanitárias e conforto aos animais.
Norte de Minas
No cenário atual do agronegócio
quem comanda é o pecuarista, por
mais que a cadeia frigorífica tente
intervir, quem dá as cartas é o produtor rural, “principalmente no Norte de Minas, que tem vocação para a
pecuária de corte. Pois temos o clima favorável, terras produtivas, temperaturas apropriadas, ambiente. A
terra é de primeiríssima qualidade,
temos aqui as melhores do país. O
34
Informe Expomontes 2015
animal se adapta muito bem às condições tropicais brasileiras, por possuir excelente capacidade de aproveitar alimentos grosseiros”, afirma
Cristina Rebello, Diretora da Pecuária de Corte da Sociedade Rural.
O carro-chefe do Norte de Minas
é o nelore. O mercado detém reprodutores e matrizes alinhadas aos altos valores genéticos do gado.
“Agregamos valor aos animais com
aprimoramento genético. Utilizamos
técnicas e aplicamos um rigoroso controle de qualidade. O nelore é praticamente um norte-mineiro. É um animal
reconhecido pela sua rusticidade, que
se adapta ao clima da região. Aqui estão alguns dos melhores rebanhos do
país”, descreve Cristina.
Animais nelores têm a carcaça
leve, robusta e forte, com musculatura compacta e bem distribuída. A
masculinidade e a feminilidade são
acentuadas. Tem temperamento ativo e dócil. A raça pode ser dividida
em animais que apresentam chifres
e mochos. Outra característica dos
zebuínos é o cupim. Ele tem papel
fisiológico fundamental, servindo
como reserva de energia em situações emergenciais.
“O cenário é bom. O gado segue
valorizado, o momento é favorável.
O mercado cresce porque há oferta
e procura. Apesar das adversidades
características da região, o mercado
está aquecido e converge para a Expomontes. A Exposição é o divisor
de águas no comércio. É na Mostra
onde se tem os melhores animais.
Tem também avaliação de qualidade
e referência de comercial. Por causa
dessa referência, há participação de
investidores de vários estados do
país. A tônica da Expomontes é qualidade aliada a melhoramento genético. Quem compra, volta! Prova do
material de excelência que temos”,
garante a diretora.
Brasil
O Brasil lidera o ranking de maior
exportador de carne bovina do
mundo desde 2008. Em 2014 exportou 1,24 milhões de toneladas de
carne in natura, com crescimento de
5% em relação ao ano de 2013, segundo dados da Abiec (Associação
Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne).
leva a carne do Norte de Minas para o mundo
Unidade da empresa em Janaúba (MG) dispõe a carne de alta qualidade da
região para o mercado nacional, da Europa, da Ásia e da América do Sul.
A
pós iniciar a operação na unidade frigorífica com
capacidade total de abate e desossa de 900 cabeças de gado ao dia e de produção de 1,8 mil peças
por turno na cidade de Janaúba, ao Norte de Minas
Gerais, a Minerva Foods produz carne de alta qualidade
do gado abatido nesta planta para o mercado interno e
países da Europa, Ásia e América do Sul. Para os pecuaristas da região, as atividades na planta se confirmaram
como a melhor alternativa para a venda da produção,
pois eles não necessitam mais deslocar seus animais
para outras localidades, como o Triângulo Mineiro, por
exemplo, onde a maioria dos animais era negociada antes de a companhia se instalar na cidade.
Assim como todas as unidades produtivas da Minerva Foods no Brasil, Uruguai e Paraguai, a planta em
Janaúba também opera com padrões internacionais de
qualidade em abate e produção de carne bovina. Em
uma área total de 217 mil metros quadrados, dos quais
54 mil metros quadrados de área construída, este frigorífico, que reiniciou suas operações em outubro de
2014, ainda encontra-se no processo de elevação da
sua capacidade de abate. Para isso, conta com uma
equipe de 530 pessoas, além de gerar grande número
de empregos indiretos na região.
Os números atuais da produção da Minerva Foods na
região e a perspectiva de crescimento do volume de abate fortalecem a atividade econômica da região, sobretudo do agronegócio. Além do incremento no giro de negócios com a disponibilidade de uma planta para abate no
local, há impactos positivos em toda a cadeia produtiva,
pois a Minerva Foods é uma das maiores exportadoras
de carne bovina do Brasil e, consequentemente, prioriza
matéria-prima de qualidade em sua produção. Isso demanda maior atenção dos pecuaristas em torno de todas as etapas produtivas para fornecer animais que se
convertam em produtos de qualidade, apreciados pelos
principais mercados internacionais.
retos e pelo impacto econômico que traz para a região”,
comenta Iain Mars, diretor de Operações da empresa.
Desenvolvimento constante em
toda a América do Sul
A Minerva Foods se consolidou como uma das líderes
na produção e comercialização de carne in natura, gado
vivo e seus derivados na América do Sul. Ano passado,
as exportações da companhia foram responsáveis por
aproximadamente 65% do faturamento total, resultado
da administração focada em instrumentos de gestão de
risco e da eficiência nos canais de venda em todas as
principais regiões do mercado global de carne.
Com quase 25 anos de atuação, a trajetória de sucesso da Minerva Foods está atrelada ao desenvolvimento em
grande escala do setor, principalmente em razão da sua
presença comercial marcante em países dos cinco continentes. Para manter sua posição de destaque e manter o
crescimento constante, a empresa oferece um amplo portfólio de produtos, além de dedicar atenção a processos
eficientes de logística e distribuição, contar com uma base
diversificada de clientes e excelente administração.
“A planta da Minerva Foods em Janaúba é moderna,
altamente eficiente e temos certeza de que esta operação representa uma importante etapa para o desenvolvimento da região à medida que estimula o aumento da
renda por meio da geração de empregos diretos e indiw w w.sociedaderural.com.br
35
Polpa de citros peletizada na dieta de vacas de leite
Felipe Drumond de Souza Pires
Médico Veterinário, Especialista em Bovinocultura de leite
A
polpa cítrica é um dos coprodutos industriais que se
obtém após a extração do suco de frutas cítricas, principalmente de laranja e limão. O processo industrial de
desidratação e peletização proporciona boa forma de
conservação e armazenagem da polpa cítrica, além de facilitar
o manejo na alimentação dos animais.
Segundo HUTTON (1987), a polpa representa cerca de
50 a 60% do peso da laranja, sendo composta de casca (5055%), polpa interna (30-35%) e sementes (0-10%). A polpa
cítrica é primariamente um alimento pobre em proteína e
com perfil de carboidrato muito diferente dos alimentos
normalmente utilizados na alimentação animal. Trata-se de
um alimento altamente energético, mas não contém praticamente amido como carboidrato.
A polpa é composta de 60% de carboidrato não fibroso
(CNF), 12,5 a 40,2% de açúcares solúveis e 25,2 a 43,7% de
pectina (Hall, 2001). Os padrões de fermentação desses carboidratos diferem daqueles do amido de milho e podem resultar em diferentes valores de pH ruminal, em decorrência
da proporção dos ácidos graxos voláteis (AGV) formados e da
velocidade da fermentação (Leiva et al., 2000).
O ácido acético, principal produto da fermentação da polpa, é um dos principais precursores da gordura do leite, por
isso, sugere-se que a polpa cítrica pode auxiliar na manutenção de altas porcentagens de gordura do leite em condições
onde o volumoso é escasso ou de baixa qualidade (Rocha Filho, 1998).
A polpa de citros peletizada tem sido utilizada em crescente escala no Brasil para vacas leiteiras, em substituição parcial
ou total ao milho. Em alguns estudos (Santos et al., 2001; Nussio et al., 2002) com vacas com produção abaixo de 25 kg de
leite/dia, a produção não foi prejudicada pela substituição de
50% do milho por polpa cítrica na dieta.
Alguns estudos avaliaram níveis de inclusão de polpa cítrica e seu efeito no consumo de matéria seca. Resultados
mostraram que a polpa cítrica não afetou o consumo de nu-
36
Informe Expomontes 2015
Otaviano de Souza Pires Neto
Médico Veterinário, Mestre em Zootecnia
trientes (Menezes Jr. et al., 2000; Ítavo, 1998). Todavia, Nussio
et al. (2000) compararam formas de processamento do grão
de milho (grão moído fino e grosso e milho floculado) e a inclusão de polpa cítrica substituindo 50% da matéria seca (MS) do
milho moído fino ou floculado em dietas contendo 53% de silagem de milho em dietas de vacas em lactação. A polpa cítrica,
associada ao milho floculado, promoveu menor consumo nos
animais em relação à substituição parcial do milho moído fino
(16,1 vs 19,6 kg de MS). Estes resultados mostram que, dependendo do ingrediente da dieta, a polpa cítrica pode influenciar
o consumo dos nutrientes.
Assis et al. (2004) avaliaram o consumo de nutrientes, produção de leite e composição do leite de vacas que receberam
quatro dietas completas, contendo 0, 33, 67 e 100% de polpa
cítrica em substituição ao fubá de milho, na matéria seca (MS).
Não encontraram diferença no consumo de matéria seca (MS),
proteína bruta (PB) e nutrientes digestíveis totais (NDT) com
valores médios de 18,73 kg, 2,86 kg e 13,45 kg respectivamente. Talvez o consumo de MS não tenha diferido entre os tratamentos por estar dentro do nível de inclusão de polpa cítrica
de até 30% da MS total da dieta, recomendado por Ammerman
& Henry (1991). Para níveis acima de 20%, Carvalho (1995) recomenda analisar a relação cálcio e fósforo da dieta, pois a
polpa cítrica é rica em cálcio e pobre em fósforo. Não encontraram diferença na produção de leite (PL) ou produção de leite corrigido para gordura (PLG) para 4% de gordura. Isto pode
ser explicado pelo fato de o consumo dos nutrientes não ter
sido diferente entre os tratamentos. Quanto à composição do
leite, também não encontraram diferença para os tratamentos
nos teores de gordura, proteína, extrato seco total e extrato
seco desengordurado.
Concluímos que o milho grão moído pode ser substituído
em até 100% pela polpa de citros peletizada na dieta de vacas
leiteiras, desde que não ultrapasse os 20 a 30% na matéria
seca total ingerida, não havendo efeitos na produção e composição do leite produzido.
Genética Bovina
Referência em busca
de evolução
A
ntes, não havia tantos tratores como hoje nas fazendas Brasil adentro. Os mecanismos de reprodução eram escassos,
dependendo do ciclo natural dos animais. Ao longo do tempo são grandes as transformações no campo da genética e
as evoluções que beneficiaram as criações por todo o País e, por
consequência, na nossa região. Essas mudanças, algumas lentas e
outras rápidas, trouxeram qualidade para as diferentes produções.
“Há 50 anos o trabalho era totalmente oposto. Muitas pessoas
não conhecem as mudanças que se passaram. Hoje, não precisamos
tratar da importância que esses animais têm, mas o trabalho que levou para esse resultado consolidado”, conta Marcos Miguel Mendes,
diretor técnico de Assistência Veterinária da Sociedade Rural.
Ele explica a rotina para se chegar a um bom trabalho até a Exposição Agropecuária de Montes Claros. “Antes, era visto de dois
em dois anos, uma máquina nova, uma raça que ainda era criada
no Norte de Minas. Aqui é uma festa: à noite nós comemoramos o
sucesso conquistado durante o dia. A Expomontes acompanhou a
evolução junto da região e serve até hoje como vitrine”, afirma.
A pecuária é importante para a região. Foi esse setor que interligou as cidades, as trouxe pra o circuito. Isso é um resultado da
evolução da genética. Foi a escolha de bons animais que fez o rebanho norte-mineiro ser um dos mais respeitados do Brasil. “Algumas pessoas fazem um esforço para trazer animais à Expomontes.
É uma tradição. Referência não se compra”.
As raças zebuínas foram importadas da Índia ainda no século XIX.
Por terem se adaptado as condições de clima e pasto brasileiros, elas
chegam hoje a compor 80% do rebanho nacional. Dados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu mostraram que em 50 anos o
número de abates no país cresceu cerca 571% e o rebanho nacional
aumentou 281%. Isso mostra como é eficiente a pecuária brasileira e
seu destaque no mundo.
Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o rebanho bovino brasileiro chega ultrapassar 200 milhões de cabeças e
hoje é o segundo maior efetivo do mundo. No País, existem dois
seguimentos lucrativos: carne e leite.
Uma das necessidades, segundo ele, seria trazer uma instituição como a Embrapa para a região para se dedicar em pesquisas
para melhorar a região. “Falta uma vontade política e um vínculo
das pessoas que estão nessa área com o esse mundo. Muitas pessoas não dão continuidade aos trabalhos e dificultam o desenvolvimento de novidades no setor”, afirma.
Na edição de 2014 do julgamento de animais na Expomontes
contou com 600 animais inscritos entre
equinos e bovinos. “Nossa expectativa é de
garantir números semelhantes de inscritos.
Os produtores rurais se preparam para vir
até a exposição. Existe uma expectativa
para ganhar um retorno favorável e querer
trazer mais coisas no ano seguinte. Negócios surgem durante todos os dias no parque”, garante Marcos.
Minas Gerais
Minas Gerais tem vocação para pecuária
leiteira e de corte e tem o segundo maior
rebanho bovino do país, com 23,63 milhões
de cabeças (Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA/2014), lidera historicamente a
produção de leite e derivados, sendo que
ofertou 6,9 bilhões de litros em 2005 e 9
bilhões em 2013, 30,4% a mais. Segundo o
IMA, existem 360 mil estabelecimentos rurais com rebanho bovino no estado.
A bovinocultura de leite e de corte nas
paisagens de Minas ainda tem muito caminho pela frente, no vigor de um século em
que a informação circula com espantosa
velocidade e com mercados cada vez mais
exigentes com a qualidade dos alimentos.
A tomada de decisão exige novos conhecimentos, sendo também uma questão de
escolhas, ou seja, a ciência/tecnologia a
serviço do agropecuarista e das cadeias
produtivas do agronegócio.
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37
Torneio Leiteiro se consolida
na Expomontes
S
ão produzidos, por dia, no Brasil 32 milhões de litros de leite. Em Minas, 1/3 da produção nacional é registrada. “Isso equivale a mais ou menos sete ou oito milhões de
litros. No Norte de Minas, são 500 mil litros. Na seca, atual situação que encontramos, varia de 200 a 250 mil litros/dia. O preço variável é de R$ 0,80 e pode chegar a
R$ 1,15, conforme a qualidade, logística, volume e outros fatores. 20% desse leite é produzido por 80% dos produtores da região”, afirma Otaviano Pires, Presidente da Associação
de Criadores de Gado de Leite (ACGL) e Diretor de Pecuária Leiteira da Sociedade Rural.
Toda essa imponência da cadeia se materializa no Torneio Leiteiro durante a 41ª Expomontes. Os criadores assinaram no ato da inscrição um termo de compromisso atestando ciência e concordando com todas as cláusulas do regulamento oficial.
“Esse é o único evento desta natureza que temos em Montes Claros. O Torneio avalia
o grau de desenvolvimento da pecuária leiteira norte-mineira. Além disso, visa incentivar e promover este segmento, difundindo e incrementando o consumo de leite e seus
derivados e promove a reunião de técnicos e criadores, objetivando maior difusão de
conhecimento e aperfeiçoamento de métodos destinados ao aumento da produção e da
produtividade do rebanho leiteiro norte mineiro”, afirma Otaviano Pires Júnior.
38
Informe Expomontes 2015
Quem pode participar
Os produtores rurais aptos a participar devem se
dedicar à bovinocultura leiteira com apenas uma inscrição por categoria. Não são aceitos no Torneio animais ainda em produção de colostro.
Datas importantes
• 06 de Julho de 2015 - entrada dos animais;
• Dia 07 de julho, classificação e esgota dos animas a
partir de 21h;
• Dias 08, 09 e 10 de julho ordenhas e pesagens;
• Dia 11 de julho, divulgação dos resultados e entrega
dos prêmios.
Otaviano Pires lembra que animais sem registro genealógico nos termos de associação de gado leiteiro, a
comissão adotará os seguintes critérios: Definição de
idade – Exame de arcada dentária; e grau de sangue –
Avaliação Zootécnica Visual.
Categorias
- Segundo o grau de sangue
03 – Categoria Pura/apurada – Serão criadas de acordo
com o nº de participantes de cada raça especificamente.
- Segundo a idade
01 – Categoria Júnior – Animais que possuam no máximo 04 (quatro) dentes definitivos ou idade registrada de
até 36 (trinta e seis) meses.
02 – Categoria Vaca Jovem – Animais com no máximo 08
(oito) dentes definitivos, sendo que os cantos ainda não
estejam igualados ou idade registrada de até 60 (sessenta) meses.
03 – Categoria Vaca Adulta – Animais de qualquer idade.
01 – Categoria Meio-sangue Holandês/Zebu;
02 – Categoria Mestiça – Animais com grau de sangue
de 3/4 a 7/8;
Paragrafo Único: Cada animal poderá participar em uma
única categoria.
Campeãs
A grande campeã de 2014 foi a vaca Pipoca, da Fazenda Barreiro Bonita que
produziu 44,93 Kg. A reservada grande campeã, da Fazenda Curral Novo, foi a
América que produziu nos três dias uma média de 43,30Kg. Em 2013, O produtor rural, Joseph Ernest Thiemann, foi o dono da grande campeã – Janaúba de
84 meses, que tem gasto com a alimentação R$ 300,00 por mês. Na primeira
edição, em 2012, o grande campeão foi o produtor Fábio Lafetá Rebello Filho,
que concorreu com uma vaca girolânda. O animal produziu 41 kg de leite/dia.
Mais estandes,
novos negócios
A
41ª Expomontes terá mais
empresas trazendo seus produtos e serviços para o público. A novidade vai trazer mais
possibilidades de fechar acordos.
E quem já vem sempre trazer seu
produto, não quer ficar de fora.
crise e é assim que temos uma excelente Exposição. Apesar do momento
econômico, nossas perspectivas são
positivas e não teremos espaços ociosos. Para a nossa grata surpresa 2015
oferece essa mescla de vários segmentos”, conta Mariah.
Os olhos de Minas e do Brasil se
voltam para o Parque de Exposições
João Alencar Athayde durante dez
dias. São bons números que enchem
de otimismo os empresários.
Avaliando os resultados da 40ª
Expomontes do ano passado, de
acordo com Mariah, um dos setores
que se destacou foi o da construção
civil. “O campo é o nosso foco de
trabalho, mas diferentes mercados
estão conosco para mostrar essa integração são os casos de educação
e serviços. As pessoas têm uma confiança com a exposição que sempre
traz bons resultados”, finaliza.
O evento promove uma inclusão
social, além de promover o turismo
e dar impulso a economia atraindo
380 mil pessoas. “A Expomontes é
onde a maioria das empresas tem o
primeiro contato com o cliente. Uma
importante e valiosa vitrine. Abrimos
espaços para diversos produtos. E o
resultado é sempre o mesmo: quem
vem, volta no ano seguinte porque os
negócios foram bastante satisfatórios”, garante Moacyr Basso, diretor
Financeiro da Rural.
O mercado empresarial valoriza a Expomontes e assim como nas
edições passadas, todos os estandes
foram vendidos. Mariah Carvalho,
Marketing de Negócios da Sociedade
Rural, comemora esses resultados na
produção da feira. “Com a mudança
de algumas posições de estandes,
ganhamos mais expositores que passam a ser 80, são dez a mais que 2014.
Isso aumenta a diversidade de negócios que podem ser gerados”, afirma.
Os estandes são destaques na
Mostra, neles estão apresentados os
três setores da economia (primário,
secundário e terciário). Ano a ano tendem a crescer. Eles fomentam negócios e movimentam milhões de reais,
tanto durante a Expomontes quanto
ao longo do ano. “O sucesso vem para
aqueles que conseguem sobreviver à
40
Informe Expomontes 2015
Minas Stands
A empresa responsável pela estrutura física dos estandes é a Minas
Stands, que está no mercado há cinco
anos. Neste ano, os layouts terão montagens com acabamento em blindex e
estande construído em madeira. Ao
todo, na Expomontes, serão 3.200 m²
de montagem. Segundo SÍlvio Alves
Anástacio, a empresa dele tem vasta
experiência no setor e já criou estandes para a Fenics, em Montes Claros;
Feira do bebê e gestante, no Minascentro, em BH; Assuvap, em Ponte
Nova; Feira Mineira de Móveis, em BH;
Showroom, na Expominas; UFMG,
Congresso da Economia Brasileira;
Faitec, em Santa Rita do Sapucaí; Feira
da Cachaça, em Salinas; e Expoleste,
em Governador Valadares.
Sucesso atestado!
O empresário Luciano Magalhães,
do Gosto Cerrado, considera a Expomontes uma das festas mais importantes da cidade. Nela, ele consegue
atender aos clientes, bem como divulgar os produtos da empresa para
pessoas que vêm de diversas partes
da região e até mesmo do país. Ele
investiu em 2014 R$ 10 mil no estande, dispõe de seis profissionais para
atender a demanda da Mostra e
sempre obtém resultados satisfatórios. “Em 2015, pretendemos contabilizar bons resultados novamente
da exposição e ofertar aos clientes
e visitantes muitas opções de sorvetes e picolés nativos e naturais, feitos
artesanalmente, utilizando matérias
primas de qualidade e frutas regionais de maneira sustentável”.
Jainy Cordeiro, gerente geral da Orthomontes, informou que a empresa
investiu R$ 50 mil na edição de 2014
e colocou 30 profissionais para trabalhar nos dez dias de evento. “A exposição é importante para o fortalecimento de nossa marca. A 40ª Expomontes
trouxe notoriedade a nossa empresa,
além de promover o marketing institucional de forma bem agressiva. As
expectativas de negócios durante o
evento foram superadas!”, afirma.
A Santa Casa de Montes Claros,
sempre envolvida em eventos voltados para a comunidade regional, se
orgulha em participar, durante vários
LEGENDA
Mapa dos
Stands
IMA
ÁREA
A
STAND 01 AO 21
ÁREA
B
STAND 22 AO 25
ÁREA
C
STAND 26 AO 43
ÁREA
D
STAND 44 AO 50
ÁREA
E
STAND 51 AO 56
ÁREA
F
STAND 72 AO 77
ÁREA
G
STAND 78 AO 80
CURRAL
TATTERSALL
DE LEILÕES
DAUL DIAS
PAVILHÃO EQUINOS
CURRAL
SAÍDA DE
EMERGÊNCIA
BARES
BAR
CURRAL
G
BAR
BAR
BAR
ÁREA
G3
G2
G1
BARES
W.C.
BARES
CENTRO DE
EVENTOS DA
SOCIEDADE
RURAL
PALCO
SAÍDA DE
EMERGÊNCIA
BARES
FAZENDINHA
W.C.
A1
PRAÇA
BARES
A2
W.C.
A5
E5
E4
ÁREA
E
PISTA DE
AREIA
A3
APOIO
PM
A7
E3
ÁREA
A6
A
E6
E2
E1
PALCO
PISTA DE JULGAMENTO
DE ANIMAIS
B1 B2 B3 B4 B5 B6
SOCIEDADE
RURAL E
SINDICATO
RURAL
C13
D4
ÁREA
D
D3
D2
RESTAURANTE
BNB
F1
F
C15
ÁREA
B
ÁREA
C
C11
C10
D1
ÁREA
C14
B7 B8
C12
D5
ACESSO
RUA CARLOS PAULINO CARDOSO
ARQUIBANCADA
A4
C9
F2
BARES
C2 C3 C4 C5 C6 C7
C8
CLUBE DOS
FAZENDEIROS
C1
PISCINA
QUADRA COBERTA
PISCINA
PAVILHÃO BOVINOS
W.C. / AMBULATÓRIO
PORTARIA OESTE
anos consecutivos, da Expomontes,
em parceria com a Sociedade Rural de
Montes Claros. Durante todo o evento, o hospital disponibiliza ambulância, materiais médico-hospitalares e
profissionais de saúde para atender
os expositores e o grande público que
visita a feira agropecuária.
Segundo Heli de Oliveira Penido
- Provedor Santa Casa, ao longo dos
anos, a Expomontes se consolidou
como um dos principais eventos do
Estado no setor de agronegócio, recorde de público, mostrando para a
sociedade toda a força e a pujança do
Norte de Minas.
“Para o maior hospital da região,
estar presente nessa parceria é de
QUADRA
RUA CAETÉS
fundamental importância, pois evidencia nosso potencial como instituição de saúde, que investe em excelência para melhorar a qualidade
de vida da população. Dentre profissionais envolvidos de forma direta
e indireta, cerca de 20 pessoas trabalharam durante todos os dias do
evento”, descreve.
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41
ACESSO
PRINCIPAL
AV. GERALDO ATHAÍDE
G5 G4
O mundo dos cavalos
N
o Norte de Minas existem aproximadamente 100
mil cavalos, representando cerca de 20% do rebanho estadual. Na visão do diretor de equinos da
Sociedade Rural, este cenário favorável também
é fruto do investimento da entidade ruralista no mercado. Para ele, a Expomontes, por exemplo, dá visibilidade
aos animais da região projetando o Norte de Minas no
cenário nacional.
Além disso, a atuação do Instituto Mineiro de
Agropecuária também faz com que os cavalos da região sejam respeitados, uma vez que a instituição faz
uma fiscalização rigorosa, tanto nos animais quanto
nas propriedades. O médico veterinário do IMA, Guilherme Antunes Vieira dos Reis, alega que para transitarem é exigido a Guia de Trânsito Animal (GTA), que
contém documentos que garantem a sanidade e uma
boa procedência dos cavalos, a fim de garantir que estes não sejam portadores de nenhuma enfermidade
infectocontagiosa.
“Como, por exemplo: é obrigatório para emissão
desta Guia que o animal apresente exames com resultados negativos para AIE e Mormo, que comprove a vacinação contra Influenza Equina e também é necessário
um atestado emitido por Médico Veterinário Autônomo
garantindo que na propriedade de origem de onde esses animais estão saindo não ocorreu nenhum surto de
doenças infectocontagiosas nos últimos 30 dias”, explica Guilherme.
que realiza a 10ª edição do Leilão Norte da Marcha e
possui boas expectativas para a 41ª Expomontes: “Há
alguns anos o mercado de equinos tem se aquecido
na região, com muitos novos criadores, que estão adquirindo animais e também expondo. Com isso, temos
ótimas perspectivas para mais esta edição, pois mesmo
com a economia nacional num momento delicado, para
nós o cenário é muito promissor”.
Leilões na Expomontes
Animais em alta
Nos dias 04 e 11 de julho serão realizados os leilões
de cavalos na Expomontes. No primeiro, 50 animais da
raça Quarto de Milha estarão disponíveis para lances.
Já no segundo, é a vez dos produtores terem a chance
de arrematar cerca de 40 animais da raça Mangalarga
Marchador. O diretor de equinos da Sociedade Rural,
Rossine Miranda, acredita que a 41ª Expomontes tem
tudo para repetir os bons números da edição passada.
Para Rossine Miranda, o reflexo do bom momento
pode ser avaliado pela grande presença de hotéis para
cavalos na região. Ele estima que em torno de Montes
Claros há cerca de mil animais em haras, movimentando não apenas a hospedagem, mas todo um mercado
composto de tratadores, veterinários, lojas de ração,
medicamentos, ferragens, arreios, entre outros. Os esportes relacionados a cavalos, como vaquejada e team
penning, colaboram para a expansão da comercialização de equinos na região.
“Os produtores estão com ótimas expectativas, pois
fizemos bons leilões no ano passado e temos motivos
para acreditar que este ano será ainda melhor, pois a
região vive um grande momento para a compra e criação de cavalos”, destaca.
José Henrique Carvalho Veloso é um dos criadores
42
Informe Expomontes 2015
Essa valorização também é destacada por Carlos Alberto Maia, criador de cavalos da raça Mangalarga Marchador há 30 anos: “Os animais da nossa região estão
se destacando até num âmbito nacional, isso devido
ao melhoramento genético, ao treinamento e adestramento desses
animais. Para nossa satisfação ser
completa, tudo que a gente precisa
é que venha a chuva, para recuperar os pastos e diminuir os custos
para o produtor”.
Disputas
Durante a Expomontes, estão
programadas provas realizadas
pelo Núcleo do Cavalo Mangalarga
Machador. De acordo com Crisantino Borém, “o esporte faz parte do
calendário da Exposição e é esperado o ano inteiro”. No domingo, 5
de julho, terá a prova de tambor. No
sábado, 9 de julho, haverá a competição de Team Penning do Mangalarga. No dia 10, domingo, terá a
prova de apartação. Já entre os dias
3 a 5 de julho é realizado o Circuito
Inter TV de Team Penning.
Com uma programação diversificada, vários produtores já se
preparam para fazer bonito na Expomontes 2015. O Team Penning
surgiu nos Estados Unidos, no final do século XIX. Quando chegou
ao Brasil, o esporte começou a ser
praticado não mais apenas pelos
fazendeiros, mas também por seus
familiares. Léo Dias, diretor da So-
ciedade Rural, afirma que a evolução do esporte é considerável, pois
alia esporte e diversão.
Projeção nacional
Jorge Antônio dos Santos é criador de cavalos há oito anos e ele
que inscreveu o cavalo Solan Du,
que conquistou o título nacional.
Ele conta que o animal da raça Mangalarga Marchador mostrou a potencialidade da região para o País.
“A raça nasceu no Sul de Minas
e, por isso, gente do Brasil todo se
dirige para lá quando quer comprar
essa raça. Mas nós conseguimos
mostrar que a nossa região também produz bons animais, tanto é
que esse cavalo conseguiu fazer o
sentido inverso, dessa vez foi um
produtor do Sul que veio até o Norte de Minas comprar um Mangalarga Marchador. Primeiro vendemos
50% por R$ 500 mil, e depois os 50%
restantes vendemos por R$ 800 mil.
Depois desse cavalo, o comércio de
cavalos na região triplicou”, relata
o criador. Para a Expomontes desse ano, Jorge quer repetir bons feitos, inscreveu cerca de 20 animais
e quer novamente levar troféus de
campeão para casa.
Animais esportivos
Durval Nunes Pereira Junior é
outro criador apaixonado por cavalos. Ele cria animais das raças
Quarto de Milha, Apaloosa e Paint
Horse, por considerar que estes
são animais mais adequados para
a prática esportiva. “Além de serem
mais rápidos e mais fortes, essas
raças são os únicos que conseguem
apoiar todo o seu peso nas patas
posteriores e ainda rodar e guiar.
São animais muito inteligentes, que
são facilmente guiados, podendo
realizar qualquer manobra de bom
grado”, revela.
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43
PESQUISA COM EQUINOS SUBMETIDOS À
PROVA DE TEAM PENNING DEMONSTROU
ALTERAÇÕES NO SANGUE DOS ANIMAIS
A
intensidade e o estresse do exercício físico em
equinos podem causar alterações patológicas de
gravidade variável. Animais participantes de provas de Team Penning, uma das modalidades esportivas equestres que mais cresce no Brasil, são caracterizados como atletas submetidos ao desempenho de
alta intensidade em tempo curto. Sendo assim, é fundamental aprimorar o condicionamento físico desses
para garantir o máximo bem-estar e performance. Para
monitorar as possíveis alterações, exames hematológicos são fundamentais, pois permitem acompanhar o
desempenho de cavalos atletas. Dessa forma, objetivou-se determinar o perfil sanguíneo de equinos antes
e após participações em provas de Team penning. A
pesquisa foi realizada em haras próximo a Montes Claros, Norte de Minas Gerais, sendo avaliados 18 animais
machos, adultos, de composição racial e idades variadas. Foram coletados 15 mL de sangue por punção da
veia jugular em dois tempos, antes e depois da última
entrada em pista. As avaliações foram realizadas em laboratório e os dados foram tratados estatisticamente.
Para esses animais as participações em prova de Team
Penning ocasionaram alterações hematológicas após o
exercício, mesmo com os parâmetros do hemograma
dentro da faixa de normalidade para a espécie, pois
quando avaliadas as atividades das enzimas, os animais
apresentaram maior concentração da enzima creatina
quinase sérica, relacionada ao estresse muscular. Apesar de futuros estudos serem necessários para ampliar
o número de animais avaliados, os resultados preliminares demonstram que podem ocorrer lesões causadas por esforço físico em equinos. Portanto, treinar os
animais com antecedência, realizar acompanhamento
criterioso do desempenho individual dos equinos e dos
possíveis sintomas, além de análises sanguíneas é imprescindível para garantir a saúde e o bom retorno dos
animais nas provas equestres. Antes de entrar em pista,
zele pela saúde do seu animal. Quem ama, cuida!
Silene Maria Prates Barreto
coordenadora da pesquisa
Médica Veterinária, Professora da FUNORTE
[email protected]
Neide Judith Faria de Oliveira
redação do texto e membro da equipe do projeto
Médica Veterinária, Professora do Instituto de Ciências Agrárias - ICA/UFMG
[email protected]
Odontologia Equina
A
odontologia equina é uma área da
Medicina Veterinária em expansão,
que já é rotina nos principais centros
hípicos e haras. Muitos proprietários
e treinadores buscaram e comprovaram
os efeitos favoráveis da manutenção e
correção dentária nos equinos.
Afecções odontológicas têm sido reconhecidas como uma possível causa de
problemas de saúde e de comportamento em cavalos. A domesticação e confinamento cada vez mais precoce dos equinos
e as modificações dos hábitos alimentares
comprometem a formação dentária natural. Os animais afetados apresentam dificuldade na apreensão e deglutição de alimentos, emagrecimento e queda no seu
desempenho. Estas características geralmente são mais observadas em reprodutores e “cavalos atletas”, não pelo fato de
serem os mais afetados, mas sim pelo fato
de que são os animais que os proprietários dão maior importância e cuidados.
Sabe-se que dentes de cavalos crescem por volta de 0,4 mm ao ano, portanto,
ao final de um ano a somatória do crescimento dos dentes superiores e inferiores
resultarão em quase um centímetro, mas
graças ao desgaste diário que acontece
pela mastigação, os dentes se mantêm
com o tamanho normal. Entretanto, devido às mudanças alimentares, ocorre a modificação dos movimentos da mastigação
provocando formação de pontas afiadas
ao longo das extremidades dos dentes.
Estas devem ser grosadas para impedir
cortes nas bochechas e língua, que futuramente poderão evoluir para feridas e úlceras muito dolorosas. Cavalos com pontas dentárias trituram mal os alimentos,
possuem digestão demorada resultando
em emagrecimento progressivo e predispondo a quadros de síndrome cólica.
O uso de embocaduras predispõe ao
aparecimento de lesões intraorais, como
úlceras, lesões de língua e fratura de dentes. Os primeiros pré-molares, chamados
de “dentes de lobo”aparecem nos animais
a partir dos 6 meses de idade e é de fácil
remoção desde que o profissional tenha
as ferramentas corretas. São geralmente
pequenos, localizado entre o canino e o
segundo pré-molar, entretanto, não são
todos os cavalos que apresentam este
dente. Quando ocorre, frequentemente
está associado a problemas de adaptação
à embocadura, motivo pelo qual recomenda sua extração.
Os problemas odontológicos dos equinos devem ser considerados de grande
importância por causar prejuízos a saúde
oral na condição corporal, desempenho físico e comportamento do cavalo. A manutenção dentária conveniente fará com que
o animal responda melhor aos comandos,
além disso, uma boa oclusão dentária auxiliará na trituração adequada e melhor
digestão dos alimentos. Desta maneira,
a rotina odontológica deve ser uma parte
essencial da avaliação periódica feita por
um Médico Veterinário. O resultado é um
cavalo mais saudável, com melhor performance e maior estimativa de vida.
Rosa Beatriz Ribeiro Aquino
CRMV-MG 15485
[email protected]
(038) 9995 - 7720
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45
CAIXA ACREDITA NO SUCESSO DO AGRONEGÓCIO E INVESTE
NA EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA EM MONTES CLAROS
Banco vai disponibilizar recursos para o agronegócio
durante a Expomontes
A
Caixa Econômica Federal reforça sua parceria com
a Sociedade Rural de Montes Claros ao confirmar
presença na 41ª Expomontes que acontece no
período de 02 a 12 de julho de 2015, no Parque
de Exposições João Alencar Athayde, em Montes Claros (MG). Acreditando no sucesso do evento, o banco
confirma seu patrocínio e oferece, no próprio parque,
serviços bancários, com atendimento rápido, ágil e diferenciado aos produtores rurais e a todas as empresas
expositoras.
O foco principal é o Crédito Rural, disponibilizando diversas linhas de financiamento como: investimento para
aquisição de máquinas e equipamentos, implementos
agrícolas, tratores; investimento para compra de animais; correção de solo; formação de pastagens, além de
custeio agrícola; pecuário e comercialização.
Segundo o gerente regional da CAIXA, Leonardo
Rodrigues Mendes, “a disponibilidade de recursos
apresentados pela CAIXA, é um diferencial importante e competitivo no cenário atual”, acrescentando que
a presença do banco no local do evento é importante
para promover a aproximação com clientes e diversas
entidades, que já atuam nos segmentos do crédito rural
para fomento das demais empresas
Já o superintendente regional, Gustavo Sampaio, destaca a importância do Agronegócio e mira na aposta que a
CAIXA faz ao simplificar a burocracia, sem perder de vista
a segurança. “Se o produtor estiver com toda a documentação em mãos, pode obter até R$ 500 mil de crédito (ao
custeio agrícola ou pecuário) de forma rápida e segura”,
diz Sampaio. Isso é possível porque a proposta do produtor (orçamento, plano simples ou projeto, dependendo
da complexidade do crédito) é avaliada tempestivamente.
Crédito Rural:
A carteira de Crédito Rural da CAIXA ultrapassou
o montante de R$ 5,4 bilhões de saldo em operações
ativas. Para a safra 2014/2015, a previsão do banco é
investir volume superior a R$ 6 bilhões em recursos
aplicados nas operações destinadas a produtores, cooperativas e agroindústrias.
A CAIXA iniciou a sua atuação no financiamento ao
agronegócio, em setembro de 2012, com um projeto piloto, desenvolvido em 62 agências de oito estados. A
partir de julho de 2013, o banco ampliou sua atuação
46
Informe Expomontes 2015
no segmento e conta hoje com mais de mil unidades
habilitadas que podem ser consultadas no sítio www.
creditoruralcaixa.com.br
Extensão Rural:
Por intermédio de convênios com empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), a CAIXA também
atua na formação de uma rede de profissionais habilitados a elaborar orçamentos, planos e projetos de custeio, investimento e comercialização agropecuários, para
atendimento aos produtores rurais que financiem suas
lavouras ou criações por meio do Crédito Rural CAIXA.
Serviço:
Caixa Econômica Federal acredita no sucesso da
41ª Expomontes
Data: de 02 a 12 de julho de 2015 (quinta-feira a domingo)
Hora: das 16h às 22h nos dias úteis e 12h às 22h aos
sábados e domingos
Local: Parque de Exposições João Alencar Athayde –
Montes Claros (MG)
24/06/2015
Assessoria de Imprensa da CAIXA
Regional Norte de Minas (MG)
(38) 3218-9800
www.caixa.gov.br/agenciacaixadenoticias
@imprensaCAIXA
CULTURA DO
CÁRTAMO:
UMA PROPOSTA REALISTA PARA O
NORTE DE MINAS
O
Norte de Minas Gerais apresenta, na sua trajetória histórica, forte ligação com o Nordeste: a ocupação, o povoamento, as ligações inter-regionais;
tudo isso aponta para a continuidade entre ambos. O fator marcante dessas regiões corresponde ao
fenômeno das secas, que, periodicamente, lança o homem do Norte de Minas, assim como os nordestinos, a
uma luta pela sobrevivência.
A economia, por sua vez, embora tenha incorporado
benefícios de órgãos governamentais, ainda se ressente
da ausência de capitais, da falta de padrão tecnológico
regional e da má distribuição de renda. Essa mesorregião ocupa uma área de 120.701 km2, correspondente
a 20,7 % da área total do Estado. Possui 86 municípios
e população de 1.416.334 de habitantes. Incluindo a
população do semiárido no Vale do Jequitinhonha, a
população total atinge 2.202.013 de habitantes, pertencentes a 140 municípios, compreendendo 10,46 % da
população do semiárido brasileiro.
A maior parte dos municípios é de pequeno porte,
com economia local baseada em atividades agropecuárias e extrativistas do semiárido. Assim, foi incorporada à
área de atuação da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), com o intuito de se programar
políticas governamentais que pudessem promover o seu
desenvolvimento. Estas políticas, entretanto, privilegiaram apenas alguns setores, gerando disparidades que
vem se intensificando nas últimas décadas, na medida
em que o Estado foi perdendo a capacidade de investimento. Em decorrência da grande demanda mundial
por espécies bioenergéticas, a cultura do cártamo (Carthamus tinctorius L.) surge como uma importante alternativa para regiões áridas e semiáridas. As sementes
possuem teor de óleo elevado (em torno de 50%), rico
em ácidos linoléico e oléico, com diversas aplicações na
alimentação humana e indústria.
No Brasil, porém, esta espécie ainda não é explorada
comercialmente. Um trabalho de pesquisa do Instituto de
Ciências Agrárias da Universidade de Federal de Minas
Gerais (ICA/UFMG) vem sendo conduzido com o apoio de
das agências de fomento CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e FAPEMIG (Fun-
dação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais),
além do aporte de equipamentos e ferramentas do Laboratório de Biotecnologia. O trabalho pretende identificar genótipos potencialmente produtivos e adaptados ao
Norte de Minas Gerais. Inicialmente serão avaliados 300
acessos por meio de marcadores moleculares ISSR (“Inter
Simple Sequence Repeat”).
Um fato interessante é que o cártamo possui seu
centro de diversidade localizado na Etiópia. A ênfase do
melhoramento genético destas plantas foca no aumento
da produção de sementes. Após avaliações morfoagronômicas e hibridações pertinentes (cruzamentos entre
diferentes plantas), o cártamo poderá ser introduzido no
Norte de Minas Gerais como uma cultura viável à produção de óleo de qualidade. Pretende-se, com a pesquisa,
desenvolver estratégias para obtenção de híbridos, com
potencial impacto nas indústrias cosmética, alimentícia e
de biocombustíveis.
Dessa forma, poder-se-á traçar correlações entre fases vegetativas e qualidade de óleo, bem como sua produção em detrimento de diferentes locais de cultivo (interação genótipos por ambientes). Não obstante, o cártamo
é uma planta que co-evoluiu em condições de estresse
hídrico e salino, o que aumenta sobremaneira as expectativas de obtenção de linhagens com adaptação ao semiárido mineiro.
Prof. Demerson A. Sanglard
D. Sc. Genética e Melhoramento
Instituto de Ciências Agrárias - ICA
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Av. Universitária, 1.000, Bairro Universitário, Montes Claros - MG,
CEP: 39.404-547
Tel: (38) 2101-7755 Cel: (38) 9223-1206
Vamos mudar o prato?
Carneiro conquista produtores rurais do Norte de Minas
C
Idalina Almeida
diretora da Rural cria e
faz delicia com a carne
de carneiros
“Pensamos em mostrar
para quem ainda não
conhece que existe esta
opção exitosa”,
afirma Idalina Almeida, produtora e diretora
Social da Sociedade Rural.
48
Informe Expomontes 2015
om uma produção rentável
e a procura aumentando, os
produtores estão satisfeitos
com resultados e desejam que
mais pessoas aceitem esse sabor
da carne de carneiro no prato. O
produtor rural sempre está atento
às diferentes formas de produção
e o que ele pode oferecer para os
consumidores. Hoje, a criação de
carneiros é uma oportunidade que
está em desenvolvimento na região.
“Pensamos em mostrar para
quem ainda não conhece que existe
esta opção exitosa”, afirma Idalina
Almeida, produtora e diretora Social
da Sociedade Rural.
Ela explica que a criação de caprinos se torna viável pela economia:
“O que uma vaca come da para
dez cabras e a carne está valorizada”. Ela também alerta sobre os
primeiros passos: “É preciso adaptar no começo para receber esses
animais. Gastar com uma grande
estrutura no começo é atrasar a
chegada dos resultados. O crescimento deve ser organizado. Nós
vendemos o animal de qualidade,
antes da estrutura”.
Para o Norte de Minas, o cruzamento de duas raças favorece no
tamanho e porte dos animais. “O
cruzamento tem um beneficio genético, a raça Santa Inês é grande,
rústica que atende as demandas da
região. A outra é a doppler, que tem
mais carcaça, o pernil é maior”.
Os caprinos são adaptados a
extremas condições climáticas e
por isso não sofrem com longos
períodos de estiagem. De acordo
a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, a Embrapa, os animais estão classificados como de
alimentação mista. Os caprinos
possuem a capacidade de consumir tanto alimentos de maior valor
nutritivo, como os concentrados e
capins, que são ricos em fibras. Isso
contribui, por se conciliarem as modificações na alimentação.
Em uma expansão na região, a
produção de carneiro sempre cativou o público para experimentar
receitas com a carne durante a Ex-
propriedade vem aumentando. “Antes existia um preconceito com a carne, mas as pessoas estão conhecendo e comprando. Com
o tempo, eu espero que melhore e a procura
aumente. Isso vai fazer bem a quem cria”.
Entusiasmada com os resultados, Idalina
comenta que o momento é favorável e ainda pode melhorar: “O mercado está ficando
aquecido. Estou comprando animais na região e com preços rentáveis para quem compra e vende”.
Ela também já informa quais os próximos
passos para continuar esse crescimento:
“Um frigorífico de Montes Claros já está
se adequando para abater os animais, isso
vai facilitar na chegada da nossa produção
até o consumidor”. Depois que este frigorífico entrar em atividade, o passo seguinte é
chegar até o consumidor. “Nós queremos incentivar o consumo e que as donas de casa
coloquem na mesa a carne de carneio ao
menos uma vez na semana”.
pomontes. Entre os petiscos encontrados
estão o quibe e a paçoca. Hoje, essa oportunidade está presente ao longo do ano
no Borregos aberto dentro do Parque de
Exposições João Alencar Athayde. “Já estou
próximo de completar um ano de aberto e
está funcionando muito bem”. Entre os benefícios de consumir o carneio está a redução do colesterol ruim.
De acordo com Hortogantino Lopes, presidente da Accomontes, os produtores não
estão abaixando a cabeça com as longas
estiagens. “Dificuldades existem e algumas
pessoas acabam tendo prejuízos, mas isso
foi geral. Agora, quem deixou de criar está
voltando e estão acompanhando o crescimento”.
Há três anos, o engenheiro agrônomo e
produtor rural, Carlos Monteiro comprou uma
propriedade e começou a sua criação de ovinos. “Um beneficio para esse meio é o animal
ficar pronto para o abate em menos tempo.
Em sete meses, já se pode preparar para o
abate, diferente de quem cria gado que precisa esperar dois, três anos”, explica. “Hoje, estamos caminhando para difundir mais nesse
mercado. Precisamos de mais frigoríficos, que
é uma maneira de valorizar o preço da carne e
o trabalho do criador”.
Outro criador de caprinos do Norte de
Minas é o Luiz Geraldo Ribeiro. Com uma
fazenda na região ele concorda que o ambiente favorece o desenvolvimento dos animais. “O clima é bom para os carneiros e a
criação responde bem ao nosso trabalho.
Eu sigo o que meu sogro fazia e estou satisfeito com a situação”.
Ele explica que começou de forma bem
pequena, mas o número de carneiros na
Carlos entrou no ramo
carneiro esta animado
com o setor
E fazer essa troca e aumentar a variedade de carnes na dieta faz bem a saúde.
É o que explica a nutricionista Gabrielle Alcântara e o que a Organização Mundial da
Saúde orienta.
“Todos os tipos de carnes são fontes importantes de proteínas de valor biológico.
Elas oferecem aminoácidos essenciais ao
corpo, ferro e vitaminas. Quando se faz a
variação do consumo de carnes garantimos
um equilíbrio de nutrientes”.
CORDEIRO ENSOPADO
INGREDIENTES:
• 1 folha de louro;
• 3 kg de carne de cordeiro;
• 1 colher de chá de pimenta do
• 3 cebolas;
• 6 dentes de alho;
• 3 colheres de sopa de tempero
vermelho para carne;
• 1 maço de cebolinhas;
reino;
• 2 limões;
• 1 colher de alecrim seco;
• 3 batatas;
• 2 cenouras;
• 1 colher de chá de colorau;
Modo de fazer:
Com o cordeiro previamente cortado lave-o com água de limão. Em
seguida, frite as cebolas, os dentes de alho. Coloque o colorau e a folha
de louro. Misture os temperos a carne, deixe “marinar” e ponha para cozinhar por mais ou menos uma hora. Quando estiver cozido, acrescente
as verduras previamente cozidas por cima. Para decorar, enfeite o prato
com pimentão e cebolinha.
w w w.sociedaderural.com.br
49
Novas Tecnologias na seleção de embriões
AMARAL, L. T. Influência Do Sêmen Do Touro Na Produção In Vitro De Embriões
Com Ovócitos Provenientes De Punção Folicular Guiada Por Ultra-Som Em Vacas.
Monografia – Universidade de Uberaba – UNIUBE, Uberaba-MG, 26 p. 2004.
O
conhecimento das características do sêmen
congelado de diferentes touros assim como
a influência na cinética de desenvolvimento
dos embriões in vitro permitirá a predição de
resultados de prenhezes em programas de PF-FIV
de larga escala.
tendência negativa entre a proporção de Blastocisto Inicial e taxa de desenvolvimento de embriões
viáveis, r= -0,48 (p<0,05).
O desenvolvimento de embriões Bi, BL e BX é
uma característica de grande interesse para núcleos de seleção que utilizam a tecnologia de produção in vitro.
Os resultados obtidos no presente trabalho
demonstraram que os touros diferem na taxa de
desenvolvimento de embriões e seus respectivos
estágios às 168 horas após a FIV.
O objetivo deste trabalho foi testar a hipótese
de diferença entre touros na taxa de desenvolvimento de embriões in vitro processados de ovócitos colhidos por Punção Folicular guiada por
ultrassom e avaliar se há influência do touro na
proporção de diferentes estágios morfológicos.
O desenvolvimento médio de embriões foi
de 35,76% (1113/3112) com amplitude mínima de
17,07% e máxima de 44,44%. Aferiu-se que há diferença entre os touros (p<0,05; gl = 18) no desenvolvimento embrionário.
Afere-se que os touros diferem na proporção
dos estágios morfológicos observados Bi, BL e BX
de seus embriões totais (p<0,05; gl =18). Há uma
Correlação positiva foi notada entre a taxa de
desenvolvimento de embriões e a proporção de
Blastocisto, r=0,59 (p<0,05).
Três touros se enquadram em baixa proporção
de Blastocistos (< 50%) no total de seus embriões
obtidos (N, A, G) enquanto que sete touros possuem alta proporção desta categoria morfológica
(>70%) sobre os embriões desenvolvidos (H, J, O, C,
K, R e M).
Lucio Tolentino Amaral Junior
Médico Veterinário CRMV - 7946
Pós Graduado – Biologia Molecular e Biotecnologia Animal
Pós Graduado – MBA – Gestão Empresarial
Diretor Reprograma – reprodução animal
Figura 3. Proporção de
Blastocistos por Touro
168 horas pós FIV.
Fiemg e AMS promovem II Workshop
Silvicultura e Meio Ambiente
A
Fiemg Regional Norte, em parceria com a Associação Mineira de Silvicultura (AMS) e com o apoio da
Sociedade Rural e do Sindicato Rural de Montes
Claros, promove no dia 08 de julho, em Montes
Claros, o II Workshop Silvicultura e Meio Ambiente. O
evento, que é gratuito, tem como público alvo a agroindústria, indústrias que possuam florestas plantadas,
silvicultores e setor agrícola.
O Workshop acontecerá no auditório Osmani Barbosa, do Parque de Exposições João Alencar Athayde,
das 08hs às 17hs, e tem como objetivo abordar temas
importantes para o setor do agronegócio como: Uso
Racional da Água no Semi-Árido, “Implantação dos Corredores Ecológicos do Espinhaço Norte” - Plantando
Vida, Colhendo Água; Combate a Incêndios Florestais;
Tecnologias na Aplicação de Iscas Formicidas no Controle de Formigas Cortadeiras; Convivência entre o Eucalipto e as Redes Elétricas; Cadastro Ambiental Rural e
Tecnologia; Inovação e Novas Tendências de Utilização
da Madeira de Eucalipto.
O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas
através do link: http://goo.gl/forms/Ui8vUyXgDl.
O acesso ao Parque, onde estará sendo realizada a
41ª Expomontes, será por portão pré-determinado com
lista de participantes na portaria.
Programação:
8:00 - 9:00
CAFÉ DE BOAS VINDAS E CREDENCIAMENTO
ABERTURA
AMS - Antônio Tarcizo de Andrade e Silva | Diretor
Superintendente
FIEMG Regional Norte - Adauto Marques Batista |
Presidente
9:00 - 9:30
Instituto Estadual de Florestas - Adriana Araújo Ramos | Diretora-Geral
Sociedade Rural - Osmani Barbosa Neto | Presidente
Sindicato Rural - Ricardo Quadros Laugthon | Presidente
Palestra: Uso Racional da Água no Semiárido
9:30 - 10:10
FLÁVIO PIMENTA FIGUEIREDO | Professor do ICA/
UFMG
10:10 - 10:30
COFFEE-BREAK
10:30 - 11:10
Palestra: Implantação dos “Corredores Ecológicos
do Espinhaço Norte” - Plantando Vida, Colhendo
Água
ANELIZA DE ALMEIDA MIRANDA MELO | Chefe do
Escritório IEF Regional Norte
11:10 - 11:50
Assessoria de Comunicação
24/06/2015
11:50 - 12:20
Palestra: Combate a Incêndios Florestais: Gestão
Estratégica e Operacional
MAJOR BM WALDECI GOUVEIA RODRIGUES | Comandante do 7º Batalhão de Bombeiros Militar
Palestra: Tecnologias na Aplicação de Iscas Formicidas no Controle de Formigas Cortadeiras
GABRIEL BIAGIOTTI | UNIBRÁS Agroquímica Ltda.
12:20 - 14:00
ALMOÇO
14:00 - 14:40
Palestra: Convivência entre o eucalipto e as redes
elétricas
PEDRO MENDES CASTRO| CEMIG
Palestra: Cadastro Ambiental Rural (CAR) - Importância e Instrumento de Controle
14:40 - 15:20
VINÍCIUS RESENDE DE CASTRO | Eng. Florestal /
Diretor Técnico e Científico da ARBOTEC Soluções
Ambientais e Florestais
Palestra: Tecnologia, Inovação e Novas Tendências de Utilização da Madeira de Eucalipto
15:20 - 16:00
JOSÉ DE CASTRO SILVA | Professor da UFV / Diretor Executivo da ARBOTEC Soluções Ambientais e
Florestais
16:00 - 17:00
DEBATE E ENCERRAMENTO
w w w.sociedaderural.com.br
51
Sociedade Rural e Sindicato Rural:
Parceria Histórica
S
ociedade Rural e o Sindicato Rural são
duas entidades irmãs, uma parceria
constante em busca de melhores con­
dições para o homem do campo. A fren­
te do Sindicato está Ricardo Laughton, que
em seu terceiro mandato também acumula o
posto de vice-presidente da Federação dos
Agricultores de Minas Gerais (FAEMG), parti­
cipando ativamente da defesa dos interesses
dos produtores rurais.
Filho de um dos fundadores da Sociedade
Rural, desde a década de 1970 Ricardo este­
ve presente como diretor de uma ou ambas
as instituições, sempre visando mais con­
52
Informe Expomontes 2015
quistas para a classe rural, até ser convidado
à presidência do Sindicato Rural.
Para melhor conduzir os trabalhos, no ano
passado o Sindicato Rural realizou reforma
das instalações do prédio da entidade. A obra,
orçada em R$ 150 mil, valori­zou a instituição
e contribuiu para maior con­forto dos associados e trabalho dos diretores e colaboradores.
A Sociedade Rural contribuiu para o projeto,
cedendo os lucros de um leilão, avaliado em
17,9 mil, para a finalização da reforma.
Veja a seguir os melhores momentos da
reinaugura­ção do Sindicato Rural durante a
Expomontes 2014.
Sindicato rural
w w w.sociedaderural.com.br
53
O novo
desafio rural
Roberto Simões
Presidente do Sistema Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg)
O
s produtores rurais, cuja importância no desenvolvimento econômico e social do Brasil não
comporta discussões, estão sendo convocados a
participar de mais um desafio, desta vez para consolidar, em tempos de ameaçadora escassez de água,
outro papel que já desempenham, muitas vezes sem
reconhecimento da sociedade, de guardiões dos recursos naturais. Numa iniciativa do Sistema Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais
(Faemg), o programa Nosso Ambiente está sendo dinamizado para tornar mais expressiva a participação
rural na defesa, preservação e consumo racional da
água e demais recursos naturais.
A indiscutível força dos agricultores, que não param
de bater recordes de produção de alimentos, será testada no desempenho de atividades mais amplas. É no
campo que se observa, na plenitude, a estrita relação de
recursos naturais e sistemas produtivos. No caso de Minas Gerais, quase 75% de seu vasto território são áreas
rurais (vegetação nativa e atividades agropecuárias).
Essa expressiva extensão de terras recebe e armazena
água das chuvas, o que assegura ao estado estratégica
participação na oferta hídrica e de energia elétrica ao
país. Atualmente, os tempos são de incertezas sobre
gestão da água e segurança hídrica para usos múltiplos
– produção, consumo humano, geração de energia e manutenção de ecossistemas, entre outros.
Já se espalham pelo país conflitos envolvendo a irrigação agrícola, geração de energia e consumo industrial e
humano da água. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o racionamento e a cobrança de tarifa de contingência ameaçam milhões de consumidores. Nas bacias
que abastecem a região, as vazões outorgadas para consumo humano e abastecimento público correspondem
a 62% e 44%, respectivamente, nos rios das Velhas e Paraopeba. À irrigação cabem as parcelas de 27% e 16%, enquanto o consumo industrial representa 10% e 40% das
54
Informe Expomontes 2015
vazões. A economia de água e o combate ao desperdício,
além da adoção de sistemas e equipamentos eficientes de
distribuição, ganham destaque paralelamente às técnicas
de reuso e ampliação do alcance de tecnologias de uso
racional dos recursos hídricos.
A gestão da água, porém, não se limita à redução do
consumo e à questão dos conflitos de uso: é fundamental considerar também a oferta como prioridade. O que
envolve correta reservação da água e controle da erosão
e sedimentos, entre outras ações, e o reconhecimento
do produtor rural como provedor de serviços ambientais. Para completar, avulta a necessidade de aplicação
e respeito à legislação ambiental. Na complexa equação,
o programa Nosso Ambiente organizará projetos e seminários e promoverá capacitações. Seu diversificado
conteúdo contempla a gestão ambiental da propriedade
rural, proteção de nascentes e replantio de matas ciliares,
saneamento rural, práticas conservacionistas e manejo
de irrigação. O treinamento de produtores, a capacitação
de sindicatos e a formação de líderes rurais em assuntos
ligados às técnicas de preservação e defesa de recursos
ambientais completam o programa.
O objetivo é dinamizar a já ampla ação ambiental coordenada há anos pela Faemg. Já em 2015, Ano Internacional
dos Solos, declarado pela Organização das Nações Unidas
(ONU), o programa multiplicará os projetos ambientais em
Minas. De longo prazo, o desafio exige a colaboração de
diversos atores institucionais e apoio empresarial. As primeiras iniciativas estão previstas para as nascentes das
bacias dos rios Doce e das Velhas e do entorno do Lago
de Furnas, e propriedades rurais cadastradas no Sistema
Faemg. O sucesso do trabalho depende da indispensável
participação dos agricultores e dos sindicatos rurais, para
consolidar a relevância do campo na gestão das águas e o
papel estratégico do produtor como guardião dos recursos naturais, mais do que nunca ameaçados pela ganância do homem.
PROSPERAR NAS ADVERSIDADES :
UM DESAFIO
“H
ipóteses Fascinantes”, é uma obra de Dr. Elizeu Alves,
ex-presidente da EMBRAPA e um dos responsáveis pelo
grande desenvolvimento da agropecuária brasileira nos
últimos 40 anos. No artigo, ele mostra as consequências
da formulação de suposições erradas no desenvolvimento de um
país. Tive a oportunidade de viver esse período de 1969 quando me
formei em Agronomia em Viçosa, até hoje, e dar meu testemunho.
Na década de 1940 até 60,formulou-se a hipótese de que havia
um grande estoque de conhecimento nas universidades e entidades de pesquisas e que esse conhecimento não chegava até os produtores porque não havia um serviço de extensão rural eficiente.
Rômulo Augusto
L ´Abbate Marques
Diretor da Sociedade Rural e Conselheiro
da FUNDETEC
.
Pesados investimentos foram feitos no sistema ACAR em MG,
inclusive com apoio da Fundação Ford, uma ação do governo americano contra a expansão do comunismo no fértil meio rural, durante a guerra fria.
Descobriu-se posteriormente, que não havia o sonhado conhecimento técnico estocado, sobretudo para agricultura tropical, pois
o país continuava a importar alimentos: milho, feijão, arroz, carne,
leite, etc.
Em meados da década de 70 o Presidente Geisel, chamou sua
equipe e propôs uma solução para esse lastimável quadro: um país
continental como o Brasil a importar alimentos de primeira necessidade. Na época era governador de Minas o Rondom Pacheco, e o
Alisson Paulinelli era Secretario de Agricultura, que fazia um excelente trabalho. Ao ser questionado para dar uma solução, o Paulinelli, convidado para Ministro da Agricultura, propôs que fossem
enviados ao exterior, nas melhores Universidades do mundo,cerca de 1000 técnicos para aprenderem ciência e desenvolverem no
Brasil uma inédita tecnologia tropical, e tirar a Embrapa da gaveta.
Isso foi feito e se hoje o Brasil é um dos maiores da agropecuária
mundial,foi graças à iniciativa e a visão daqueles homens.
Acontece que a maior parte da tecnologia tropical desenvolvida,
foi direcionada para a região dos cerrados e sul do Brasil onde normalmente chove regularmente.
Já tentamos, trazer para a região parte do banco de germoplasma dos panicuns e das brachiarias existentes na Embrapa, CNPGC,
em Campo Grande. Fomos informados de que todas as mais de 700
cultivares e acessos dos dois gêneros existentes foram coletadas na
56
Informe Expomontes 2015
África onde chove acima de 800 mm. Se chover
menos,vão morrer todas.
tes, segurar a inflação, e ainda gerar saldos
positivos nas nossas exportações.
Qual a solução: temos que desenvolver nossa
tecnologia para o semiárido.
Extensão rural sem inovação revelou-se completamente inócua. Crédito rural sem inovação
quebra o produtor. A propósito , precisamos modernizar o crédito rural. Torná-lo mais ágil, mais
simples, capaz de atender o produtor a tempo e a
hora, com prazos e juros compatíveis com sua atividade. Os reembolsos devem ser de acordo com
a capacidade de pagamento do negócio. Por que
limitar os reembolsos em 12 anos se determinada
atividade requer 25 anos?
Como? Por exemplo,mandar técnicos na África, nas regiões lindeiras do deserto de Saara, na
Etiópia (ILRI- International Livestock Research Institute,em ADIS ABEBA) e buscar gramíneas resistentes à seca (e elas existem e são muitas), desenvolver cultivares transgênicos resistentes à seca,
pesquisar leguminosas regionais, avançar nas
pesquisas Integração Lavoura Pecuária Florestas
com exploração da incalculável riqueza de nossas plantas nativas e exóticas (madeiras nobres,
fitoterápicos, etc.), inúmeras outras tecnologias,
sobretudo aquelas aplicadas à preservação de
nossos recursos hídricos e exploração sustentável da agricultura irrigada.
Mas, para que isso aconteça temos de ter uma
estrutura de pesquisas focada nos problemas regionais, que sobreviva em que pese a existência
dos governos de plantão.
Pesquisa não dá voto. Há governos que
apoiam outros, além de não apoiarem, destroem
trabalhos de longos anos.
Por isso, e com uma visão de longo prazo foi
constituída a FUNDETEC: Fundação para o Desenvolvimento Técnico e Cientifico da Agropecuária do Norte de Minas, cujo propósito é atrair o
conhecimento técnico e cientifico para a região
semiárida e dar sustentação política e institucional aos órgãos de pesquisas regionais.
Conta hoje com mais de 40 empresas, Universidades, entidades de pesquisas,e prefeituras
no seu conselho curador. Procura trabalhar em
parceria, identificando, através dos Seminários
Temáticos, os principais entraves ao desenvolvimento regional, incentivando a elaboração dos
projetos de pesquisas, aproveitando as estruturas já existentes.
Assumiu agora a coordenação da incubadora
de empresas de Montes Claros com apoio do
Prefeito Ruy Muniz e dos secretários Reinaldo
Landulfo Teixeira e Guilherme Veloso.
Inovação tecnológica, extensão rural pública e privada eficientes e credito rural adequado – essa trilogia que levou a Brasil a ser
o maior produtor e exportador mundial de
alimentos, fibras e energia, capaz de alimentaruma população de 200 milhões de habitan-
Nós é que temos de criar as condições de sobrevivência numa região cujas condições climáticas são adversas. Não há o que esperar de governos, muito mais interessados em se perpetuarem
no poder do que realmente resolver de maneira
sustentável os problemas regionais.
É claro que receberemos de braços abertos e saberemos reconhecer aqueles que nos
darão apoio.
E aqui cabe ressaltar os instrumentos de que
dispomos para avançar: Uma cooperativa de crédito cada vez mais sólida e a atuante como o Sicoob Credinor, liderada
pelos seus atuais dirigentes, Dario Colares, Alexandre Viana e Carlos Genuíno.
Uma Cooperativa de produção e apoio a comercialização de insumos e produtos, como a
COOPAGRO que vem sendo soerguida a duras
penas pela atual diretoria liderada pelo José
Luís Maia.
Uma entidade para cuidar das inovações tecnológicas, sobretudo aquelas de convivência
com a seca e preservação dos recursos hídricos,
como a FUNDETEC- Fundação para o Desenvolvimento Técnico e Cientifico da Região Norte de
Minas, atualmente liderada pelo seu atual presidente Otaviano Pires, e os diretores Flavio Gonçalves e Virgílio Gomes.
E para coordenar as ações politicas e institucionais, de fundamental importância nos regimes
democráticos, a Sociedade Rural de Montes Claros e o Sindicato Rural de Montes Claros, liderados pelos seus atuais presidentes Osmani Barbosa Neto e Ricardo Laughton.
Na medida do reconhecimento, e do apoio
de cada um de nós a essas entidades, temos todas as condições de superar as dificuldades, e
prosperar nas adversidades. w w w.sociedaderural.com.br
57
Yes, nós temos banana... e muito mais
Com grande rentabilidade, fruticultura nortemineira se destaca pela qualidade
O
Norte de Minas tornou-se polo
da bananicultura e líder da produção de banana no Estado,
sendo responsável por mais
de 50% da produção. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição do
ranking mundial. A fruta produzida
no Brasil tem alta qualidade nutricional e sensorial, porém ainda nos falta
melhorar o aspecto visual, característica muito importante quando se
pensa em exportação. Em 2015, a
estimativa é produzir mais de sete
milhões de toneladas, sendo que a
maior parte é para abastecer o mercado interno. A banana é cultivada
em todos os estados brasileiros, com
expressividade socioeconômica para
o país, com geração de 1,3 milhão de
empregos.
Minas Gerais é o terceiro Estado
produtor do Brasil. As principais regiões são o Sul e o Norte de Minas,
sendo que no Sul predomina o cultivo em sequeiro e, no Norte, a fruticultura irrigada, que é a principal
geradora de empregos na região.
O Norte de Minas responde por
mais de 50% da produção do Estado.
Dos 15 principais municípios produtores de banana em Minas, oito estão na região Norte. Por ser um Estado de grande extensão territorial,
com diversidade de clima e solo, as
técnicas de cultivo devem ser regionalizadas para obter sucesso.
Fruticultor desde 1994 e um dos
pioneiros na região, Geraldo Ber-
58
Informe Expomontes 2015
nardino Madureira não tem dúvidas
sobre as vantagens de se produzir
frutas no Norte de Minas: “É o melhor negócio que está tendo no momento, não tenho dúvidas. É a rentabilidade que tenho com a fruticultura
que tem me ajudado a levar em frente outras produções que tenho”.
Trabalhando com banana prata
e manga palmer, ele vende para regiões como Rio de Janeiro, São Paulo,
Belo Horizonte e Brasília. Segundo
ele, alguns dos compradores de outras regiões poderiam encontrar os
mesmos produtos mais próximos a
eles, mas a qualidade das frutas norte-mineiras é diferenciada. “O calcário presente no solo aqui dá um produto melhor, a polpa da manga fica
mais firme, é uma característica da
nossa região”, afirma.
O diretor de fruticultura da Sociedade Rural, Dirceu Colares, reafirma
a qualidade da produção regional e
destaca que a adoção de novas tecnologias também tem sido importante para os resultados. Produtor
de banana prata e nanica, ele diz
que os produtores da região, mesmo trabalhando exclusivamente com
fruticultura irrigada, também sentem
o peso da seca prolongada ao longo
dos últimos anos. Para ele, é preciso
enfrentar a situação investindo em
tecnologia.
“Temos trabalhado e incentivado
os fruticultores a trabalharem com
novas tecnologias que otimizem a
nossa produção. Novos insumos,
novas técnicas, mas principalmente
incentivando que os produtores adotem uma gestão mais profissional na
hora de gerenciar seus negócios. Um
exemplo é o uso do tensiômetro, um
aparelho que aponta a quantidade
necessária de irrigação na produção,
de modo que só se utiliza a quantidade adequada de água. É bom para
a qualidade das frutas e bom para o
bolso do produtores”, destaca Dirceu.
No entanto, o cenário atual oferece desafios para o fruticultor. Em
160 hectares, Rodolpho Rebello produz banana prata, mas ele aponta
questões que têm dificultado a vida
dos produtores. “Nossa produção é
100% irrigada, mas além do problema da seca que tem secado rios e
diminuído a vazão dos poços, ainda
tem o aumento na conta de energia.
Antes o produtor rural tinha desconto de 90% a 75% , mas isso acabou, e
ainda teve esse aumento de 40% no
custo da energia com a bandeira vermelha. Então o produtor tem sofrido
muito, o governo precisa se sensibilizar com a nossa situação, estamos
sendo muito penalizados”, pondera
Rodolpho.
Ele aponta que o crescimento
dos negócios fica comprometido no
cenário atual. Vendendo mercadoria para diversas regiões do país, ele
conta que exportar pode ser um plano futuro, mas é preciso mudanças
nas condições do produtor. “Do jeito
que está, nossas frutas têm qualidade, mas devido aos altos custos,
perdemos competitividade no meio
internacional. Precisamos de incentivo para podermos ir além. Bons produtos nós temos”, concluiu.
Solução pioneira para irrigação
Injeção de CO2 impede entupimento do
sistema de irrigação localizada
A
irrigação localizada é consolidada pela grande economia de água e energia, como o modelo de fornecimento de água mais eficiente na agricultura. No entanto, a utilização de águas subterrâneas para irrigação localizada em regiões com água calcária, como é o caso da Região Norte de
Minas Gerais, leva ao rápido entupimento dos emissores de água. Com isso,
muitos agricultores deixam de usar esse sistema. Pensando em resolver esse
problema, os pesquisadores da UFMG, Francinete Veloso Duarte e Edson
de Oliveira Vieira (UFMG/Campus Montes Claros) e Wilfrid Keller Schuwabe
(UFMG/Campus Belo Horizonte) criaram um sistema de injeção de CO2 na
água de irrigação localizada. Inédita, a tecnologia tem um importante apelo
ambiental porque pode evitar que os agricultores abandonem a irrigação localizada, comprovadamente mais econômica e mais eficiente do que a irrigação convencional.
A água que tem alta concentração de carbonato de cálcio e magnésio (água
dura), na agricultura, leva a entupimento frequente dos bicos de gotejamento
dos sistemas de irrigação localizada. O sistema fica todo comprometido, uma
área pode receber mais água do que a outra. O produtor acaba por ter que
trocar os gotejadores, o que gera uma rejeição por esse sistema. No método
localizado, a água chega diretamente ao pé da planta de acordo com sua necessidade, com uma eficiência de até 80%, economizando água e energia. A
irrigação localizada é a segunda mais utilizada no Brasil.
As injeções de CO2 serão a alternativa para os produtores que utilizam
a irrigação localizada e necessitam fazer a troca contínua dos gotejadores.
Também vão beneficiar os produtores rurais que querem fazer a irrigação
localizada, mas que não a utilizam temendo os problemas advindos da água
calcária. Outro grupo seriam os agricultores que não têm água em quantidade
suficiente para irrigação convencional. A tecnologia com gás carbônico pode
ampliar o uso da irrigação por gotejamento. A injeção sempre é feita em ambiente aberto, por isso é um processo seguro.
Outra vantagem da adoção do sistema de injeção de gás carbônico é que,
de acordo com alguns estudos da área ciências do solo, o CO2 reduz a utilização de água pelas plantas em regiões semiáridas. Além disso, na irrigação
localizada o gás não penetra no solo abaixo de 15 centímetros, por isso não
provoca o deslocamento de minerais (lixiviação) para o lençol freático.
A tecnologia, inédita, está protegida na modalidade segredo industrial. O
mercado alvo são propriedades com médios e grandes sistemas de irrigação
em regiões de águas calcárias.
CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL FAVORECE
COOPERATIVISMO DE CRÉDITO
A
tuante, estruturado e fundamental para a economia do país, o sistema cooperativista tem por objetivo ser cada vez mais conhecido e compreendido como um modelo integrado e forte. Embora no
Brasil as cooperativas possuam legislação própria, as
cooperativas de crédito são equiparadas às instituições
financeiras e seu funcionamento deve ser autorizado e
regulado pelo Banco Central do Brasil.
O país figura atualmente como o 16º colocado no
ranking de volume de ativos administrados pelas cooperativas de crédito. As mais de 1.400 unidades existentes administram ativos em torno de US$ 16 bilhões,
oriundos de seus quase quatro milhões de associados.
Esse dado, no entanto, representa apenas uma pequena porcentagem do mercado e deixa um universo aberto para a expansão do setor.
Para Dario Colares, presidente do conselho de administração do Sicoob Credinor, a expansão das cooperativas de crédito implica em crescer como empresas
sólidas e confiáveis, mas também em expandir a sua
capacidade de atuação, buscando a adesão de novos
membros, difundindo as práticas do sistema. “São visíveis os ganhos que temos quando trabalhamos com
uma cooperativa de crédito. É preciso que sejam conhecidos as diferenças e os benefícios de pertencer a
uma instituição, para que mais pessoas usufruam dela”,
afirma o presidente.
Diferenças entre bancos e cooperativas de crédito
A cooperativa de crédito é uma Instituição
Financeira onde o cooperado é dono e cliente ao mesmo tempo. Diferente dos bancos,
os clientes de uma cooperativa, são donos da
instituição . Nos bancos, os acionistas priori60
Informe Expomontes 2015
zam o capital e querem maximizar o lucro. Nas
cooperativas de crédito, por sua vez, tudo tem
foco no cliente (cooperado) e as sobras (assim
chamadas, porque Cooperativas não tem fins
lucrativos) são revertidas para todos os asso-
ciados conforme suas movimentações financeiras.
Carlos Genuíno de Quadros,
diretor financeiros do Sicoob Credinor explica que estas diferenças
se apresentam em muitos pontos,
sempre com vantagens para os associados. “Nas cooperativas de crédito temos boas taxas de aplicação,
menores taxas nos empréstimos e
financiamentos, cartão de crédito e
cheque especial com juros menores
que nos bancos, além do direito às
sobras, apuradas no final de cada
exercício, “explica.
retor administrativo da Credinor, a
Assembleia votou e por unanimidade acolheu a sugestão do Conselho
de Administração que era de distribuir 100% das sobras líquidas aos
associados. “Conforme aprovado
na Assembleia Geral Ordinária, 60%
das sobras serão incorporadas ao
capital social e os 40% restantes
serão creditados em conta corrente. Sendo assim, pelo segundo ano
consecutivo os associados da Credinor receberão em conta corrente,
os resultados de sua cooperativa”,
explica o diretor.
O diretor ainda ressalta que a
parceria construída entre os associados e a Credinor tem trazido
benefícios visíveis. “São pequenos
ganhos em operações que quando
somadas, se tornam grandes diferenças”.
Uma diferença substancial do
sistema cooperativo de crédito
é que os associados decidem os
destinos da sua cooperativa. Prova
disso é que, na Assembleia Geral
Ordinária de 2015, foram apresentados os resultados do último ano
do Sicoob Credinor e votado pelos
associados o destino das sobras.
Segundo Alexandre Vianna, di-
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Paulo Macedo
Cápsula do tempo
U
ma entrada para a história das conquistas do homem do campo. E foi para
essa viagem que o Informe Expomontes
convidou Pedro Roberto Macedo para
uma visita ao Memorial da Sociedade Rural.
Ainda jovem, ele acompanhou o pai, também
produtor rural, José Prudêncio Macedo, nos
trabalhos da entidade. “Eu estive em visitas
de autoridades ao parque e conheci as antigas sedes da Sociedade Rural”, conta.
Já na entrada do Memorial, encontramos a Ata de fundação da antiga Sociedade
Agropecuária de Montes Claros. “No começo,
quando ainda não tinha o Parque, o escritório ficava no Centro da cidade, no prédio da
Associação Comercial”. Macedo participou
de manifestações em favor dos produtores
na extinta UDR, União Democrática Ruralista. “Foi o primeiro movimento ao qual me
dediquei. Logo depois, quando me tornei
realmente um fazendeiro, me associei e logo
depois ingressei na diretoria”-, relembra.
Inaugurado nas comemorações dos 70
anos da Sociedade Rural, durante a 40ª Expomontes, o Memorial guarda fotos, objetos
e cartazes que lembram eventos realizados
dentro do Parque; visitas, reuniões e as várias
edições da Exposição Agropecuária, que possui seu espaço no calendário montes-clarense. “No começo, as exposições eram a cada
dois anos, quando passou a ser um evento
anual foi uma alegria. Esse é um momento de
conhecer outros produtores, comercializar e
ver o que tem de melhor na região”, recorda
Macedo ao ver o material.
Na entrada, o cartaz da primeira Exposição Agropecuária de Montes Claros. “Isso é
uma relíquia. São poucas pessoas que ainda
62
Informe Expomontes 2015
têm alguma lembrança assim. Um dia mexendo nas coisas do meu pai, eu encontrei
um catálogo distribuído naquele ano. Tem
todos os nomes de quem participou da organização, dos eventos que aconteceram”.
Entre as imagens, também encontramos
seu Paulo Macedo: “Desde 1965, eu participo
de comissões aqui na Sociedade Rural. Hoje,
sou membro do conselho fiscal. Vi o crescimento dessa obra”.
Sobre a história da classe ele ressalta:
“Eu me lembro da inauguração do Parque
de Exposições. Hoje, não dá para imaginar tudo que as reuniões
discutiam. A Sociedade Rural teve importância para quem trabalha no meio rural, mas também para cidade. Conquistas como a
chegada, da companhia telefônica, agências bancarias, de faculdades. Tem muita realização que possui a marca da Rural”
Uma revolução para a qualidade da produção originada aqui foi
o Frigonorte, estampando em uma das imagens. “Eu trabalhei no
escritório do Frigonorte. Isso foi um pulo para a pecuária daqui”.
Em meio às fotos expostas, encontramos visitas presidenciais
ao Parque de Exposições João Alencar Athayde. Um dos primeiros
registros foi a foto do mineiro Juscelino Kusbitschek, que na época
era presidente da República. “Ele veio aqui no ano da inauguração
do Parque. Período de festa pra cidade”. Outra foto encontrada foi
a do presidente Castello Branco. “Eu participei da comissão de recepção desse chefe de Estado. Eu me lembro da chegada da equipe
de segurança dele. Rapidamente, eles montaram equipamentos e
já falavam com Brasília. Isso em 1966”.
Ao fechar as portas do Memorial, Paulo Macedo diz só começar a viagem: “Pra quem está dentro da Sociedade Rural isso é um
pedaço do que vivemos. A gente se lembra das dificuldades, dos
parceiros, dos amigos, da história, da vida que segue...”.
Reconhecimento do trabalho
“A Sociedade Rural sempre atuou à frente de questões importantes para o grupo de produtores rurais e para as pessoas do
meio urbano. Os benefícios que chegaram a Montes Claros e ao
Norte de Minas levaram a trazer novas maneiras de explorar essa
região”, relata o diretor de Relações Públicas da entidade, Leonardo
Vasconcelos.
O diretor de Relações Públicas nomeia
como ponte o trabalho da instituição: “A
Rural faz o papel de interlocutora e une diferentes grupos nas discussões. A entidade
aproxima o produtor rural, dos políticos,
das instituições que trabalham com o meio
rural”. Ele diz que são atitudes que adiantaram o desenvolvimento na região. “Essa
é uma entidade que coopera com Montes
Claros e está marcada na história da cidade”, ressalta Leonardo.
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63
Memorial divulga história da entidade
O
objetivo da Sociedade Rural é dividir com a cidade de Montes
Claros parte dos documentos que contam a sua história. O espaço, no próprio Parque de Exposições João Alencar Athayde,
reúne cópias de documentos, estatutos, atas que falam dos movimentos da cidade para a vinda da Sudene, bancos de fomento e
escolas. O acervo também é composto por imagens e objetos que
retratam as Exposições agropecuárias e as transformações ocorridas
na atividade durante os últimos 70 anos.
“Aqui está presente apenas 30% das fotografias e objetos históricos ” afirma Osmani Barbosa Neto, Presidente da Rural, que também
declara: “Nossa intenção é recolher mais registros e objetos que falam
da evolução na agropecuária, que documentem as conquistas da nossa entidade e que representem a história de Montes Claros.”
De acordo com Júnia Rebello, Assessora de Marketing da Sociedade Rural,
“O Memorial não foi feito para destacar ninguém, mas sim, para
mostrar que é através de associações que as causas serão fortalecidas”. Segundo ela, existe dentro da própria entidade a intenção de
perpetuar seus valores e relembrar as contribuições de seus associados, reverenciando a memória de muitos homens que contribuíram
para o desenvolvimento da cidade.
A Vallée S.A. foi parceira da Rural na construção do Memorial. De
acordo com o diretor técnico da empresa, Otto Mozzer, “é muito importante para nós sermos parceiros da Sociedade, e oferecer este
Memorial, que é de grande importância para a cidade, ao público. A
64
Informe Expomontes 2015
Vallée trabalha junto com a Rural desde que chegamos a Montes Claros
e esperamos que, além das lembranças, o Memorial seja um instrumento de conhecimento para as próximas gerações. Esperamos que
o Memorial nos inspire nos desafios que temos pela frente”, conclui.
O prefeito do Município, Ruy Muniz, que também marcou presença na inauguração deu seu depoimento sobre o Memorial. “Esta é
uma iniciativa muito importante, pois mostra para as gerações atuais
que nada surge do nada. Aqui, vemos a construção do Parque de Exposições João Alencar Athayde e a passagem de pessoas ilustres pela
nossa cidade. Este é um Museu da história e da imagem da Sociedade
e da Expomontes”, diz.
Para Dezinho Dias, presidente da Instituição de 1964 a 1970,
“tudo aqui foi feito pela Associação Rural, e expressa a evolução da
entidade”, diz.
Para a professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Júlia
Maria de Andrade, “o Memorial mostra porque a agropecuária é a
base de Montes Claros. É preciso valorizar a classe rural, e é isso que a
Sociedade Rural fez ao inaugurar este espaço. Aqui, temos um marco
no fortalecimento da agropecuária, além de uma fonte de informações e pesquisa”, afirma.
“Novamente, a entidade dá um presente para a cidade. Agora os
norte mineiros poderão conhecer homens guerreiros que viabilizaram o desenvolvimento regional. Visitamos a história nesse espaço,
lembrando que: “Os homens passam. As instituições é que devem
“permanecer”, afirma Osmani Barbosa Neto.
© endostock - Fotolia.com
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#53024902
“Aqui se sabe, de
quando em quando,
como anda a
economia regional”
Foto: Solon Queiroz
THEODOMIRO PAULINO
MEMÓRIAS A
Nos meus 12 anos sonhando em ser fazendeiro.
Baile realizado no Clube M Claros por ocasião da I
Exposição de M Claros. Na mesa Osmane Barbosa, Dr
Alvaro Marcílio e João A Athayde.
Exposição Agropecuária de Montes Claros entra na 41ª Edição e festeja
também os 71 anos da Sociedade Rural. Por isso mesmo, estou dedicando essas páginas a momentos inesquecíveis que marcaram essa grande
festa, bem como esse Parque de Exposições João Alencar Athayde, que
sempre marcou a história dos nossos Montes Claros. Num trabalho de pesquisa, conseguimos essas raríssimas fotos, que são, sem sombras dúvidas verdadeiros documentos de uma época. Chegada das Autoridades no parque na VI Exposição
1966. Consegui identificar Lindolfo Laughton e Dezim
Dias.
Chegada de Aureliano Chaves sendo recebido por
Antonio L Rebello quando foi presidente da Rural.
JK tornou o Centenário de Moc inesquecível. Por onde
passava, fazia a festa. Aqui ele está inaugurando o
Parque João Alencar Athayde. Nesta foto.
Sua majestade Eliana Neto, Rainha da VI Exposição
Agropecuária de MOC, em 1966. Este cavalo se
chamava Sumaré, era de propriedade de Dr. Arnaldo.
Sr Osmane Barbosa com o seu filho Malaquias
recebendo o troféu das mãos do Dr Geraldo Athayde
no encerramento da I Exposição.
68
Informe Expomontes 2015
Lilia Quintino e todo seu charme, desfila na pista do
Parque de Exposições.
Em evento no Parque de Exposições, Fernanda Veloso
Rebello com seu pai João Athayde Rebello e Air Lellis
Vieira. Encoberta parcialmente, Margaret.
Governador Antonio Carlos Magalhaes, Fabio L Rebello
e Governador Rondon Pacheco.
Ainda Juscelino, desta feita inaugurando o Parque de
Exposições. João Alencar Athayde em primeiro plano,
seguido de Geraldo Athayde, Gerardo.
Dr. Hermes e Dona Josefina - Baile do Centenário,
em 1957. Também por aí, Neusa Athayde e Yolanda
Pereira.
Festa de Exposição em MOC - Um grupo de
recepcionistas formado por Beth Mesquita, Walquíria
Aquino e Cristina Tolentino.
Flagrante de um grupo de senhoras, de nossa melhor
sociedade em 1957. Carmélia Barbosa de cigarro na
mão, Cilse Athayde, Nenzinha Athayde, Terezinha
Wanderley, Clarice Athayde, Rita Athayde e Maria
Augusta Athayde, dentre outras.
O Deputado Edgar Pereira, Afonso Brant Maia,
Oswaldo Souto e Dezinho Dias, recepcionam o
Presidente Médici, que veio prestigiar a Exposição
Agropecuária na Rural.
No Parque de Exposições, Júnia Campos, Denise Valle,
Theodomiro Paulino, Carlota Dumont e Kira Márcia
Valle, década de 70.
Em 1957, na inauguração do Parque de Exposições
João Alencar Athayde.
Mário Pacini (Diretor do BB), Hamilton Lopes, Coronel
Coelho, Gov. Rondon Pacheco, Afonso Brant e Osvaldo
Souto, em solenidade no Parque de Exposições.
Clarete Nobre Baleeiro, na década de 70, no Parque de
Exposições João Alencar Athayde.
No Parque de Exposições o então Prefeito Moacir
Lopes, almoçando com Afonso Brant Maia e o
comandante do Batalhão daquela época, Vicente Mota.
Petronílio Narciso, Quinca Zuba e Ronaldo Tanajura,
no Parque de Exposições.
Denise Valle, no Parque de Exposições.
No Parque de Exposições, em 04-06-1966. Aury
Rocha,Tida Alcântara, Tatá Vieira, Toninho Barbosa e
Fabíola de Paula.
Inauguração do Parque de Exposições - D. Nazaré
Sobreira, Dr Newton Sobreira e Eloá Sobreira
aparecem nesta foto.
Um grupo de recepcionistas na IX Exposição
Agropecuária e Industrial de Montes Claros reuniu
muitas garotas bonitas, a exemplo de Thais Batista.
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NO BAILE DO FAZENDEIRO Gualter Athayde com a
filha, Cecilia e Dario Colares.
NO CLUBE do parque Paulo Guimarães, Daul Dias,
jairo Athayde e Jair Miranda.
NO CLUBE DO PARQUE este jornalsita com Mércio e
Fernanda Lanza Pereira.
RECEPCIONISTAS Marilda Veloso, Lili Brant, Mirian
Milo, Regina Malveira, Geralda Magela e Luiz Brant.
Dário.
SÉRGIO e Carla Sampaio Athayde.
TAMBÉM no Baile do Fazendeiro Silvia e Ana Elisa
Marcondes emolduradas por Wilson parrela.
Vejam a espontaneidade de Afonso Brant Maia,
Geraldo Figueiredo, Quincas Queiroz e Antonio Dias,
no Parque de Exposições.
Bailes animados da Exposição Agropecuária de Montes
Claros.
Nadla Braga quando foi rainha da exposição, ao lado
da princesa Adriana Santiago.
Na Foto Nozinho Colares com o filho Carlinho, Air
Vieira e Nivaldo Maciel no primeiro de Julgamento de
Animais da Exposição.
TAMBÉM no Baile Isabela, Fábio e medeleine Rebello.
Rogério Silva Guerra no desfile de encerramento da
exposição com um cavalo pequira de propriedade de
Edmundo Queiroz.
Evento no Parque de Exposições. Seu patrono,
João Alencar Athayde, aparece em primeiro plano.
JoséMaria Tolentino ao lado de Bento Nunes e Pa.
Zilda Prates e Andréa Laughton entre outros na VIII
Exposição Agropecuária. O menino seria Paulo Dias.
70
Informe Expomontes 2015
O INESQUECIVEL Fernando
Athayde recebendo das
mãos de Andrea o troféu
Fazendeiro do Ano.
DAUL DIAS também
recebeu o troféu de
FAZENDEIRO DO ANO
num dos bailes que
realizei no Clube do
Parque, das mãos de
Camila Mauricio Costa.
QUANDO era governador, Aécio neves veio visitar a
Exposição e entregou o então presidente Alexandre
Vianna, a camiseta de PAZ NO CAMPO.
A INESQUECIVEL Dorinha Pimenta com...
Lucas Elmo Pinheiro e Fernando Rebello Athayde.
No Parque de Exposições, Air Lélis Vieira, Afonso Brant,
José Avelino Pereira e sua sobrinha Heleninha Pereira.
Governador Francelino Pereira, Daul S Dias e Antonio L
Rebello, durante almoço na XIII Exposição.
Beatriz Maia Velloso, em tempos de exposição
agropecuária.
Uma bonita foto, provavelmente de 1968, no Parque
de Exposições em Montes Claros, na qual se veem,
Juarez, peão de rodeio da companhia de Edmundo.
Quando promoviamos o Baile do Fazendeiro Sílvia
Marcondes hoje Senhora Lintton Guedes foi Rainha.
Este jornalista quando entregou para o inesquecível
pecuarista ANTONIO AUGUSTO ATHAYDE ao lado da
esposa Lúcia, o troféu de FAZNDEIRO DO ANO.
POR MUITOS ANOS promoveu no Clube da Rural
o BAILE DOS FAZENDEIROS e na oportunidade era
escolhida a RAINHA DOS FAZENDEIROS. Vejam ai
Silvia Marcondes recebendo a faixa das mãos do
então Governador Francelino Pereira.
Quando faziamos a lista das dez mais elegantes.
Milene Maurício e Clarice Sarmento no Curral do
Parque de Exposições João Alencar Athayde.
NATÁLIA ALVIM SANTOS também já foi RAINHA
DO CERTAME e ai está com os papais Zé Ricardo e
Claudia Alvim Santos.
LILI BRANT, hoje senhora Heli Penido, quando foi
recepcionista da festa agropecuária.
ANA ELISA Marcondes quando foi Rainha da
Exposição.
O INESQUECIVEL pecuarista Dirceu Braga com Alcione
e os filhos, sempre eram presenças marcantes.
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71
BARZINHO DO THEO, UMA
TRADIÇÃO DE 30 ANOS
D
THEODOMIRO
PAULINO
esde a época em que as barraquinhas eram montadas com
tábuas e cobertas com palhas,
existe no Parque de Exposições João Alencar Athayde, o famoso BARZINHO DO THEO, que é o
QG dos amigos norte-mineiros e de
outras partes do País, que visitam a
nossa Expomontes. Estou ilustrando estas páginas com algumas das
presenças do ano passado. FACHADA.
GERALDO e Maria Lúcia Sarmento, Fátima Turano e
Eliziário resende.
A JUVENTUDE sempre presente.
Alan Alencar Paulino e Mayra Nassau.
ANDREY George e Alessandra Ribeiro.
ANTONIO SILVEIRA e Mardete.
BRENDDA Teixeira, Handrey e Sterphanie Paulino.
Carlos Alberto e jussara Lins Maia, Dirceu e Alice
Angélica Rocha Colares,.
CHRISTIAN Vieira e Renato Guerra sempre bem
acompanhados.
CIBELE Macedo, Selma Dias e Caico Siufi.
Cidia Macedo e Oneide Torres.
ANDRÉ e Ayesca Muratori e Lenira Barbosa.
Cenário do Barzinho.
CLAUDIA Paulino Ramos com seu filho Handrey.
72
Informe Expomontes 2015
EDUARDO e Ludmila Muratori Coelho, Clelio e sua
mãe Lenira barbosa Muratori.
FÁBIO e Lillian, Ricardo e Angela Laughton, Cidia e
Paulinho Macedo.
COM Sérgio e Carla Sampaio Athayde e Dona
Lourdinha Sampaio.
COM Talita Kfuri.
COM leandro e Leticia Turano Oliveira.
CRISTINA Peres Amaral, Antonio Soares Dias e
Rosangela Peres.
DALTON e Dario Colares e Márcio Athayde.
DAWSON e Karla Malveira com os filhos Heitor e
Mateus.
EDUARDO Guedes, Rejane Mota, Cristiane e Lucas
Pinto,Maria Thereza Figueiredo Braga Moura, Raphael
Mourão e Fernanda , Hércules e Adriana Costa
EMOLDURADO por Carolina Figueira Costa, Isabela e
Bárbara leal Paulino e Samantha Paulino.
EUNICE Rocha Sousa Santos com a filha Cecilia e o
genro Danilo.
COM o casal prefeito Ruy e Raquel Muniz.
FRANCO e Melissa Macedo Simões.
FAMILIA SEMPRE unida trabalhando no Barzinho.
GABRIEL e Matheus Muniz.
GENESIO e Marisa Nobre Tolentino.
GERALDO Braga, Mirian Campos e Márcia Vieira.
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73
GRAZIELA Ferraz e Nádia Mota.
GUSTAVO César Oliveira, Fernando Macedo,
Athos Avelino e Vera Pereira.
GUSTAVO Cesar Oliveira, Rosangela Silveira,
Leila Paculdino e Dolores Alkmim.
Hércules e Adriana Costa Figueira com
Fernanda e Rafael Mourão, Vinicius e Andrea
Teixeira.
JACKSON E SANDRA MADUREIRA com os
filhos João Pedro e Caio e os amigos Denise e
Eduardo Veloso.
JAIR E INÊS Sá Miranda, Luiz e Thelma
Pompeu Gusmão.
JOÃO e Claudia Alkmim Fleury Teixeira.
NEWTON E ELIZENA PINTO FIGUEIREDO com a
filha Amanda eas netas Júlia,Paula e Anelisa
LEO e Lucinea Pereira, Maria Thereza Braga
Moura, Luis e Cinthia Bernadino.
LEO e Maithê Colares, Tonyato e Melissa
narciso Alvarenga.
LUANA Tavares e Sterphanie Paulino.
HELI e Lili Penido, Fabinho e Maria Thereza
Rebelo com os filhos.
JOSÉ ANTONIO e Rosane Colares Rodrigues.
LELEO e Tatiane Caribé Paulino Lacerda com
os belos filhos.
74
Informe Expomontes 2015
JOÃO LÚCIO e Maura Kfuri com a filha Talita e
Paulo Cesar Santiago.
LUCAS, Jota e Evandro Avelino Pereira.
LUCIANA Couri e Maria Thereza Sã Guimarães.
Luis e Cinthia Moreira Bernadino.
MANOEL Boaventura, Hamilton Trindade,
Pancho Silveira e Maçarico.
Mauricio Silva e Aline Guedes Peixoto e Silva,
Ruy Muniz.
MAÇARICO, Arnaldo Mendes e pancho Silveira
MAÇARICO, Fernando Macedo, e Reinine
Canela.
MÉRCIO e Fernanda lanza Vieira Pereira,
Geraldo Júnior e Ludmila.
NELSON Rocha e Lunna Costa, Sterphanie
Paulino e Luana Tavares.
O CASAL PREFEITO Ruy e Raquel Muniz e
Paulo César Santiago.
O PRESIDENTE DO SINDICATO RURAL de
Janauba Zé Aparecido comandou um grupo
daquela cidade.
Orlando Walter Camargo com a inesquecivel
Janete e Arnaldo Mendes.
Léo Mendes e Marcelo Torres com suas belas
esposas Cecília e Ana Amélia.
MAÇARICO, Mário Alaor, Pancho Silveira,
Márcia Vieira, Reinine Canela e Paulo César
Santiago.
JOÃO LUCIO e Maura Kfuri com os amigos
Marilza Melo e Gilson Oliveira.
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75
OSMANI e Gisele Barbosa, Sérgio e Renata
Peres Figueiredo .
FERNANDO e Thânia Vita com os filhos.
PAUL Miranda,renata Fernandes, Jair e Inês
Sá Miranda e Pávilo Miranda.
Paulinho e Paulo César Santiago, Álvaro
guilherme Matos, Lucas Pinto e Hércules
Costa.
LUCAS e Jota Avelino, Danilo Ladeia, este
jornalista, Nádia Mota e Graziella Ferraz;
PAULO Elmo e Juliene , Wilson e Eva Andrade
Borges e Mirna Avelino Pereira.
RECEBENDO o ex-governador Alberto Pinto
Coelho.
REININE Canela , Rosangela Silveira.
REJANE Mota, Clareth e Marta Gomes e Marisa
Tolentino.
RICARDO e Ariane Marlu Oliveira , RONALDO e
Tininha Veloso.
RICARDO e Angela Maia Laughton com Rick e
a namorada.
Ricardo e Barbara Marine e Christian e
Emanuele Alvarenga.
PAULINHO Aquino com o filho Paulo , Claudi
Aquino, Abel Sena.
RAQUEL Muniz, Karla e Dawson Malveira.
RENATA Frota, Lillian Fernandes Andrade e
Lilian Pinheiro Macedo.
76
Informe Expomontes 2015
RICARDO e Bárbara Peixoto Marini.
OS IRMÃOS Vitor, Jota e Lucas Avelino ,
Guilherme Dal Fior , Paulo Aquino Filho e e
Anderson Araújo.
UM GRUPO ANIMADO.
RICARDO e Mônica Santos Pitangui com os
filhos .
RICK Laughton com a namorada Raissa
Nobre, Lenira Barbosa Maratori, Angela e
Ricardo Laughton.
RONALDO E RAILDA Mourão, Carlos Almeida e
Luisa ,Rodrigo e Luiciana Paulino Mourão.
VIVALDO e Maria Helena Lopes Macedo,
Cibele Macedo.
WALDEIR e Kátia Barreto, Murilo Maciel e
Dailva.
SÉRGIO e Carla Sampaio Athayde.
RONALDO E Thelma Fialho.
AS IRMÃS Fátima e Manoel Boaventura.
OSMANI e Gisele Barbosa.
JOAQUIM MANOEL e Luciana Athayde
Oliveira com as filhas Manoela com o
namorado João Pedro Santos Canela, Luisa
e Bel.
Luiz e Cinthia Bernadino, Maria de Lourdes
Blum, Maria Thereza Braga Moura, Lucinea e
leonardo Pereira.
NOASSES e taiza de Castro Diamantino.
YURI Millo Christoff e Lucineia.
Izabella Rocha e Renato Mourão.
RENATO e Denise Godinho.
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77
A Sociedade Rural e nosso isolamento
Marcelo Valmor Paculdino Ferreira
Professor e jornalista
P
ara a atriz Fernanda Montenegro, quando se viaja
ao sul do país, a impressão que se tem é de estar
na Europa, enquanto que ao chegar à Bahia, África. Brasil mesmo, segundo ela, seria quando vem a
Minas Gerais. E como Minas é sertão, sertão pede terra
boa, que pede pasto e que, por isso mesmo, pede boi.
Essa é a vocação da região norte mineira, que sofreu
tentativa de interrupção em 1736 quando o governo
português à época impôs a todos nós um isolamento
que duraria décadas. Afinal, e depois de tributar toda a
capitania com o imposto da capitação que substituiria
o quinto, cobrado sobre os mineradores, a revolta foi
geral. E liderados por Maria da Cruz, a região pegou em
armas, pois até então não conhecia nenhuma importância por parte do povo de lá. O comércio, até então
feito entre o nordeste e a região mineira fora desviado,
saindo do rio São Francisco, norte de Minas, agora passando pelo Rio de Janeiro. Os Motins do São Francisco,
por isso, é peça de mestrados e doutorados, e ficaram
conhecidos na história brasileira como movimentos de
reação aos desmandos monárquicos.
Esse isolamento só seria rompido em 1926, quando os
dormentes do trem de ferro chegaram a Montes Claros,
e foi saudado como o ano mais importante da nossa
história pelo memorialista Hermes Augusto de Paula
(1909-1983). Certamente que contribuíram para isso a
união da elite local, representada, sobretudo por seu
setor agropecuário. Afinal, a partir do trem foram criados os “especiais”, partidas ferroviárias levando bois
para todo o sudeste sem a necessidade de uma nova
engorda na cidade de Curvelo-MG, a chegada de órgãos
públicos, além de vários outros investimentos.
Esse foi o primeiro pacto intra-elite, o que possibilitou
um acordo ao nível estadual e nacional. Mas as nossas
demandas cresceram, e a necessidade de novos investimentos também. Nesse sentido, novamente a elite local
dá as mãos, e ao fundar a atual Sociedade Rural em 21
de junho, às 20h no antigo Clube Montes Claros, aponta
para a necessidade de refundar o pacto político/econômico. Para tanto, uma festa do Centenário da cidade
foi inventada por Hermes de Paula em 1957, e para cá
vieram políticos, com destaque para a inauguração do
Parque João Alencar Athayde no mesmo ano, e que contou com a presença do presidente Juscelino Kubistchek.
JK cortou a fita, abriu o espaço da cidade não só para a
região, como para todo o país, e foi embora. Sem verbas, a classe produtora refez o esforço, e descobriram
a possibilidade de incluir a região no projeto SUDENE.
A partir daí,nossos índices de desenvolvimento econô78
Informe Expomontes 2015
mico foram comparados com os do nordeste, e diante
da mais absoluta proximidade, e o empenho de ruralistas e políticos, alinhada a região com a autarquia criada
pelo ex-ministro Celso Furtado (1920-2004).
Novamente a união fez a diferença, e estava, por isso
mesmo, selado um novo acordo, feito de forma informal,
evidentemente, mas que na prática garantiria a Montes
Claros e região a chegada de investimentos em monta,
convertidos em indústrias e projetos agropecuários, e
amplamente amparados pela ligação da cidade ao Complexo de Três Marias, garantindo energia certa e abundante, a pavimentação da BR 135, inaugurando o asfalto
entre a região e a capital mineira, distância criticada por
nossas autoridades, pois os 418 km vencidos na terra
faziam da viagem uma verdadeira odisseia. Um segundo pacto político/econômico, portanto, estava fundado.
Agora, em 2015, toda a classe política, mas, principalmente, a classe produtora e empresarial, estaria diante
de um novo quadro e que requer intervenção urgente
de nossas autoridades. Afinal, o trem já não existe, enquanto a SUDENE não cumpre mais o seu papel inicial.
Portanto, um novo pacto político merece e precisa ser feito.
Nesse sentido, o Centro de Convivência com a Seca,
com amplo amparo de recursos e a negociação dos
débitos dos pequenos, médios e grandes proprietários com os bancos, devem sair do papel e colocados
em prática. O próprio governo estadual já sinalizou com
tal importância, percebida e assumida essa bandeira
pela atual diretoria da Sociedade Rural, representada
pelo seu presidente, Osmani Barbosa Neto. Esse seria o
novo pacto, capaz de garantir não a solução para o problema da seca, mas, e de forma definitiva, adequar a região para conviver com ela.
Sempre é preciso lembrar que Montes Claros não exerce liderança no norte de Minas Gerais somente por
conta de sua localização geográfica. Exerce, também,e
principalmente, por conta da união da sua classe produtora, que deu as mãos quando foi preciso a canalização de recursos para a cidade e região, e também para
a solução de nossos problemas.
Para o povo dessa terra, portanto, riqueza é gerada a
partir de pessoas,não de capitais. Por isso, nosso maior
patrimônio é sua gente, da que tangeia gado àquela que
frequenta gabinetes de governadores e presidentes
para que não permita que tão nefasto isolamento, que
nos retirou a convivência por décadas com o restante
produtivo do país, se mantivesse e se mantenha nos
dias atuais.
Curiosidade de Montes Claros
História do Distrito de
São João da Vereda
Marta Verônica Vasconcelos leite
Maria Amélia de Oliveira Mota Vasconcelos
O
Distrito de São João da Vereda situa-se
a oeste de Montes Claros, próximo à
cidade de Coração de Jesus. Foi criado pela Lei Mineira de 27/12/1948,
porém, segundo os registros de Hermes de
Paula, em sua obra: “Montes Claros, sua
história, sua gente, seus costumes” (2007,
p. 277), a capela de São João Batista foi
construída em 1883, quando a localidade
era conhecida por Rebentão da Vereda, por
José Francisco da Motta.
A origem do atual Distrito está diretamente ligada ao mesmo José Francisco da
Motta, conhecido como Juca da Motta; que
veio com a esposa Angélica, do Tijuco, hoje
Diamantina, no início do século XlX, com
o objetivo de ali formar fazendas. Fundando
então a Fazenda Cana Brava.
Em seguida vieram Fernandes e Vicença, que fundaram a Fazenda Coqueiro. Há
6 kms dessas fazendas, às margens do Rio
Pacuí. Vindos de Jequitaí, fixaram-se Caetano e Maximiliana Fonseca, fundando a Fazenda Cachoeira. Mais tarde, com a morte
de Caetano, Maximiliana, conhecida como
neném, casou-se com Firmino Gonçalves
Pereira, conhecido como Firmino de Policácio, vindo da Fazenda Santa Cruz, às margens do Rio Verde.
Após o casamento eles formaram outra Fa-
80
Informe Expomontes 2015
zenda, um pouco acima da Fazenda Cachoeira
e lhes deram o nome de Fazenda Pacuí.
Juca da Motta e Angélica tiveram os filhos: Pedro, Paulo, Rosa, Francisco, Catarino, Saturnino, Felipe, João e Cecília da Mota.
Juca se tornou fazendeiro abastado, dono
de muitos escravos, muitos deles fugiram
de sua fazenda dando origem ao Caiau, pequeno povoado, na época uma espécie de
quilombo. Os escravos fugiam para além de
um morro muito alto, que deram o nome de
Morro do Espia, onde mantinham um guarda em constante vigia
Conta a tradição oral, que uma escrava
da Fazenda Cana Brava, desgostosa com sua
triste sina, saiu para apanhar lenha e chegando debaixo de um grande pequizeiro,
ela se enforcou com a corda que levara para
amarrar a lenha. Foi encontrada no dia seguinte por outro escravo que estava à procura de um boi fujão. Juca da Motta a enterrou
ali mesmo e em seguida mandou construir,
no local, uma Capela, tendo por padroeiros:
São João e Nossa Senhora da Conceição. A
imagem da padroeira era bem pequena (20
cm mais ou menos), ela foi roubada há vários anos, já a imagem de São João ainda se
encontra na Capela.
A partir da construção da Capela, começaram a chegar famílias de vários locais, forman-
do o Povoado do Rebentão, mais tarde, o Sr.
Paulo Motta, filho de Juca da Motta, muda
o nome para São João da Vereda. Além das
famílias Motta, Gonçalves, Fonseca, Soares e
Brito, chegaram os Rodrigues, Froes, Honório e muitas famílias mais, vindas da Bahia,
no período da grande seca, na década de 30.
O Sr. Paulo Motta casado com Amélia
Fernandes de Oliveira, vinda de Matozinhos/MG, fundaram a Fazenda Engenho
Velho e construíram a primeira escola, sendo ele diretor da mesma até a sua morte. Segundo sua neta, Maria Amélia Mota, ele foi
um benfeitor, tendo em sua morte o caixão
coberto pela bandeira nacional. Uma data
marcante para os simples habitantes locais.
Com a abolição da escravidão, Juca da
Mota doou suas terras do Calhau a seus escravos, construindo também ali uma capela, dedicada a Santo Antônio e São Benedito, mais tarde os moradores incorporaram a
imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O nome do Distrito São João da Vereda, portanto, está diretamente ligado ao
padroeiro e as belas veredas que cercam o
povoado, com suas muitas nascentes e seus
belos e altos pés de buritis.
As festas tradicionais são as juninas,
as festas da colheita, com especial destaque para o São João, no dia 24 de junho.
Também o mês de maio dedicado a Nossa
Senhora da Conceição, com a tradição das
coroações, casamentos e batizados.
O ciclo do Natal sempre foi festejado
com as famílias armando seus presépios,
onde era rezado o terço que culminava com
os cânticos natalinos e o tradicional café
com quitandas. Um artesão se destacava na
confecção das peças do presépio, seu nome
era Amadeus, infelizmente não recebeu o
reconhecimento devido por seu trabalho.
Uma outra tradição é presente na memória de quem cresceu em São João da
Vereda, as famosas penitências pedindo
chuvas para salvar as lavouras e o gado. Carregavam pedras e latas d’águas nas cabeças,
enquanto iam em procissão até os cruzeiros
no alto dos morros de Bom Jesus e São Geraldo, rezando e cantando: “Santo Barnabé
que nasceu lá na serra, pedimos misericórdia pra mandar chuva na terra”. Além de
pedras e água, os penitentes também levavam galhos verdes para bater nas cruzes dos
mortos espalhadas pelo caminho, pedindo
a Deus que diminuísse as penas das almas
do purgatório.
Alfredo Soares da Motta e Guilhermina Gonçalves da Fonseca, ele filho de
Paulo Motta e Amélia (Fazenda Engenho
Velho) e ela filha de Firmino e Maximiliana (Fazenda Pacuí), quando se casaram,
tornaram-se os novos líderes de São João da
Vereda. Alfredo, fazendeiro e comerciante,
era também farmacêutico, professor autodidata e delegado, quando necessário. Hoje
empresta seu nome à Escola Municipal de
1º e 2º graus, Guilhermina cuidava de uma
numerosa prole e mais de uma dezena de
afilhados, fazendo um trabalho social junto
a pobres e doentes. Seus filhos: Odete, Francisco, Maria Amélia, Jonas, Jorge, Lucília,
Altair, Paulo e Pedro Mota se tornaram fazendeiros e comerciantes dando sequência a
essa história.
Na década de 60, quase todos se mudaram para Montes Claros, como os demais
jovens locais, em busca de estudo ou trabalho, levando o Distrito a um longo período de estagnação. Hoje, com os meios
de transporte e comunicações, um novo
tempo se inicia para as novas gerações de
São João da Vereda.
Entrevista com
Maria Amélia de Oliveira
Mota Vasconcelos,
bisneta de Juca da
Motta; e Marta Verônica Vasconcelos Leite,
descendente da Família
Mota e Professora
do Departamento de
História da Universidade Estadual de Montes
Claros - Unimontes.
Referência
Bibliográfica:
PAULA, Hermes de.
Montes Claros, sua
história, sua gente,
seus costumes.
Coleção Sesquicentenária. Montes
Claros: Editora
Unimontes, 2007.
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81
Raízes na Terra
U
m homem com ideais em defesa do homem do campo. Esta é uma definição
para Antônio Soares Dias. Formado em
Direito, pela UFMG, enxerga com orgulho sua trajetória atrelada as conquistas do
meio rural ao longo de suas fases da vida.
Hoje, Dias é segundo vice-presidente da Sociedade Rural e se orgulha de ter convivido
com os presidentes da entidade.
Voltando no tempo, quando ainda era
universitário, Antônio acompanhava as mobilizações realizadas pela então Associação
Rural. “Aqui estão os representantes do homem da roça. O Brasil é um País do campo.
São os pequenos produtores, os médios e
grandes fazendeiros que colocam comida
na mesa da população. Nosso alimento sai
desse chão e precisa ser valorizado do tamanho da importância que tem. Eu participei de diversas reuniões quando ainda era
estudante”, relembra.
Depois de formado, Dias entra na sua segunda fase de trabalho: a política. Filiado ao
Arena - Aliança Renovadora Nacional, um dos
dois partidos que existiam na época no país,
ele construiu uma carreira sólida e exitosa.
O ano era 1968 e Antônio foi eleito deputado estadual. Na Assembleia Legislativa
de Minas Gerais, ele chegou a uma marca
pessoal. “Fui representante dos produtores.
No meu terceiro ano do mandato fui eleito
pelos outros parlamentares Presidente da
ALMG. Eu tinha 31 anos e fui o mais novo a
ocupar essa cadeira”, afirma.
Depois de cumprir mandato no legislativo estadual, Antônio concorreu a deputado
federal e foi eleito. Em Brasília, continuou
perseverante pela causa rural. “Levei o olhar
do Norte de Minas para a comissão de agricultura do congresso. Reivindiquei as neces-
82
Informe Expomontes 2015
sidades do nosso grupo, batalhei bastante. O
campo é uma força para o destino do Brasil.
Do pouquinho que um faz junto com o outro
chega aos grandes resultados”.
Dias confirma a importância da agricultura e pecuária para o PIB - Produto Interno
Bruto. De acordo com ele, essas atividades
econômicas são pilares para o país. “Esse trabalho é indispensável, não pode ficar fora de
investimentos e ser prejudicado por corrupções”, afirma. Quando ele voltou a Montes
Claros, decidiu caminhar para uma terceira
fase dessa vida ligada a discutir o trabalho do
campo.
E esse membro da Sociedade Rural e o
político deram espaço para mais um homem.
É chegado o momento de abrir caminho para
o comunicador Antônio Dias. “Eu voltei para
prosseguir junto da Sociedade Rural e trabalhar com a comunicação social. Eu me mantenho a disposição para defender quem produz”.
Há 25 anos, Antônio colocava no ar, pelas ondas da AM, uma emissora de rádio. O
nome faz referência a sua inspiração de
trabalho: “a rádio se chama Terra, que é
chão, é forte”. O objetivo desse trabalho
está em abrir um canal direto com o público. “As pessoas perguntam se a rádio é
minha, eu respondo que é do povo. Eu coloco um veículo de comunicação social que
tem o dever de abrir espaço para o povo.
Tem a notícia, que nem sempre é boa, mas
é necessária. E sempre tem o espaço para
o lado bom, como a música”.
Dias caminhou por diferentes meios mantendo um foco. Seja nas reuniões na Sociedade Rural, nas tribunas parlamentares ou
na comunicação, ele quer mostrar que o homem que está na roça é uma referência para
o desenvolvimento do País. Viver no sertão
Carlos Eduardo Alvim
S
ob o sol forte e com suor - fruto do trabalho e esforço - escorrendo pelo rosto, o povo sertanejo
constrói a sua história. Quem tem a oportunidade
de percorrer os cantões dessa Gerais desconhecida e pouco explorada, se depara com homens e mulheres que lutam diariamente para construir “esse mundo”,
como bem definiu Guimarães Rosa. Viver no sertão é viver de sentidos e sensações. É experimentar sabores, gostos e um jeito tão típico e tão
rico de celebrar o que se tem. São ritos e manifestações
culturais que valorizam essas terras. Fitas que colorem
as ruas no mês de agosto, preces que clamam por chuva,
alvoradas que saúdam o dia e temperos que sustentam
a missão dessa gente.
Ser “estranho” nessa cultura tão particular é um convite diário. O norte de Minas é uma expedição infinita,
onde cada passeio sempre proporcionará novas descobertas. Afinal, caminho é por onde se passa. A flor que
desabrocha depois da chuva passageira, a cachoeira
que chora entre as montanhas da paisagem e o brilho no
olhar de um povo hospitaleiro e acolhedor. Experiências
que tenho a oportunidade de viver há quase dois anos.
Na travessia por essas terras, jamais me esquecerei
das Marias e Joãos com quem me encontrei - nas mais
diversas situações. Personagens de carne e osso, que
constroem o enredo da vida real com alegrias e decepções. Estão sempre aqui e ali, firmes e fortes, sem entregar os pontos. Um clímax eterno.
Por aqui o tempo corre diferente, o pouco tem valor
de muito e o simples dá um tom transformador.
Como poetizou o compositor Marcus Viana, “se o
mundo é grande demais, sou carro de boi. Sou canção é
paz. Sou montanha entre a terra e o céu. Sou Minas Gerais”. O norte de Minas é tudo isso e muito mais. É difícil
encontrar palavras para descrever esses dias por aqui. O
povo sertanejo não se define. O sertão simplesmente é.
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FAZENDA DAS QUEBRADAS
O caso do Bispo e
Pedro Veloso
Lucas Elmo Pinheiro
Produtor rural
Ex-presidente da Sociedade Rural e Sindicato Rural
A
Fazenda das Quebradas era um reduto onde Montes Claros mostrava sua hospitalidade sem paralelo.
Tive o privilégio de ser amigo íntimo de meus padrinhos de casamento, Tia Arinha e Pedro Cristino Veloso. Seu Pedro tinha uma personalidade singular. Simples,
sertanejo sabido, caçador de veados e perdizes. Exímio
pescador, conhecedor das manias do sertão, voz metálica,
porte ereto, firme, tez curtida pela inclemência do sol e portador de uma prosa das mais encorpadas e agradáveis.
Quem teve o ensejo de conhecer o ambiente afável das
Quebradas, de seus donos e seu entorno tem muita saudade e belas recordações.
Certa feita o querido casal recebeu num domingo ensolarado, a visita do Bispo Dom José, para um almoço. Seu
Pedro, como de costume, havia saído bem cedo para caçar
perdizes. Tia Arinha era a anfitrioa, de inigualável delicadeza
no trato. Desconheço simpatia qui nem, a carinha mais boa
e a face sem uma ruga sequer...aquele sorriso meigo era
muito acolhedor.
Não consigo entender ate hoje como Tia Arinha conciliava a recepção das visitas e a regência da cozinha. Ali se
preparava as iguarias mais deliciosas de que já me fartei em
tamanha demasia. Ela sabia fazer isso com tal maestria, que
os presentes não tinham ideia de outra coisa, senão a beleza do ambiente aconchegante daquele casarão soberbo.
Tudo era limpíssimo, assoalho bem encerado e rodeado
pelos jardins floridos, o rego de águas cristalinas, os patos
nadando, os buritis e macaúbas do outro lado, a passarada
a cantarolar e a meninada correndo...
Gilberto, Lucy, Tião e os filhos naquela alegria contagiante!
Em dado momento chega o Bispo. Tia Arinha faz as mesuras de praxe. É acolhida a visita mais importante daquele
dia. Seu Pedro ainda não havia chegado da caçada. Lá pelas
tantas aparece o caçador com os exemplares da bem sucedida expedição. Fez as mesuras, também de praxe e foi se
desfazer de sua tralha. Após um lapso de tempo aparece
recomposto e contando os feitos daquela agradável e proveitosa diversão com seus cachorros americanos.
O proseado é deveras agradável e todos se deliciam
com os causos e peripécias narradas pelo dono da Fazenda. O Seu Pedro não deixava barato. Era de seu feitio exagerar nas vantagens de seus feitos. Valorizava sem quan84
Informe Expomontes 2015
tia. De vez em quando ou de quando em vez, Tia Arinha
passava um rabo de olho que era correspondido pela cara
metade e às vezes o rabo de olho era acompanhado por
uma raiadinha, com a finalidade de amenizar os exageirinhos. Havia o entendimento do recado e o enquadramento
nos conformes...
A autoridade da dona da casa era inquestionável. Seu
Pedro sabia muito bem até onde poderia cavalgar, mesmo
que fosse em pelo...As arremetidas do dono do pedaço se
dilatava mais um pouco quando a patroa dava uma ida à
cozinha para espiar se estava tudo nos trinques.
E o proseado se encaminhava dos mais animados. O
Bispo se distraia e interagia com a animação da roda.
É hora de dizer que Dom José, ao chegar, após uma espiada geral e meticulosa pela casa e ao redor, se instalou
numa cadeira da linda mesa. Esta, compunha o mobiliário
da sala de jantar, ou melhor, de almoço. A referida cadeira
era a última, ou primeira, a depender do ângulo de visão.
Era ao lado da parede, que ficava de frente para o fundo
da casa. Ou seja, dava vista para a porta de vidro de onde
se avistava as palmeiras e o pessegueiro. A cadeira era forrada com uma almofada amarronzada, diferenciando das
demais. O Bispo não reparou. Os outros presentes sabiam
que ali era o acento de Seu Pedro. A prosa prosseguia. O
proseado tava bão. Seu Pedro estava muito incomodado.
Ao aproximar de servir o almoço, iniciando a colocação
dos talheres, a incomodação do anfitrião ia se intensificando.Tia Arinha e os demais notavam o desconforto do dono
do lugar aposseado
Seu Pedro era sertanejo de boa cepa, educado, voz grave, possante e direto no trato.
O Bispo de nada desconfiava. Ao seu lado havia uma
cadeira vaga, já previamente disponível para uma solução
amena. No entanto, Seu Pedro ensejando ser o mais educado possível, mas na sua ligeireza e sem rodeio ou floreado virou-se para o Bispo e disparou: O Sr. não se incomodaria de sentar na cadeira ao lado? É que nessa cadeira o
único fedaputa que senta sou eu! O Sr. não repara não!!!
Foi uma risada, sem graça, geral. Houve uma descontração e todos deram continuidade ao almoço.
Não sei o que aconteceu depois, a patroa deve ter formulado algum sermão ao patrão....
Parabéns, Montes Claros!
Para a VLI, fazer parte da história dessa cidade é mais que um
motivo de orgulho, é uma razão para agradecer. Esperamos
que a cada ano nossos caminhos continuem se cruzando e
continuemos a transformar juntos a logística do Brasil.
Com você, crescemos juntos.
A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DO NORTE DE
MINAS X MUDANÇAS CLIMÁTICAS “NOVOS
PARADIGMAS”
A
o contrário do que a maioria pensa, não esta chovendo menos no Norte de Minas quando consideramos a média histórica dos últimos anos, mesmo levando em conta este período de seca que
atravessamos, quando registramos no ano agrícola
2014/2015 apenas 679 mm de chuvas, para uma média
histórica de 1150 no município de Montes Claros.
Contudo, ninguém tem dúvida quanto à veracidade
das mudanças climáticas e seus efeitos maléficos nas
distribuições das chuvas que aqui ocorrem, criando veranicos duradouros e com alta intensidade de insolação, sobretudo nos últimos anos, e sabemos que este
quadro veio para ficar, cabendo a nós, nos adaptarmos
e convivermos “bem” com ele.
Faz-se necessário então, que busquemos novos
modelos de produção, com total atenção a conservação do solo e água, e uso de alternativas para produção
e estocagem de alimentos para o período seco.
É aí que velhos” Paradigmas” necessitam ser “quebrados”, como:
- Ser contra a construção de barramentos! Dentro
de uma nova concepção de forma sustentável, pequenos e médios barramentos são indispensáveis para a
viabilidade regional
- Responsabilizar toda e qualquer irrigação como
responsável pela falta de água! O que é um equívoco,
obviamente desde que esta seja implantada de forma
racional, respeitando as limitações ambientais, com a
metodologia adequada, e reconhecendo-a como grande fonte geradora de alimentos, de geração de empregos, que são itens indispensáveis para a qualidade de
vida da população regional.
Mas para que este modelo adequado se aperfeiçoe
86
Informe Expomontes 2015
e se expanda, faz-se necessário um profundo estudo
dos aquíferos subterrâneos na região, para que estes
sejam explorados com segurança sem ficarem comprometidos. A irrigação de forrageiras para a alimentação
do rebanho no período seco tem assegurado viabilidade da atividade!
- Um novo modelo de financiamento rural! Será necessário um financiamento com vistas a recuperação da
atividade, mas contendo, obrigatoriamente, inversões
em conservação do meio ambiente, como: terraceamento, barraginhas, cercamento de nascentes e matas
ciliares, e estes ajustados a prazos maiores, de 15 a 20
anos, permitindo assim o acesso aos produtores que
muitas vezes já têm as suas garantias limitadas a novos
financiamentos.
-Novos cultivares de pastagens necessitam ser desenvolvidos através de melhoramento genético, assegurando as mesmas, características de convivência com
estas grandes estiagens com as quais temos convivido
Certamente não temos em mãos a receita pronta
e muitos outros procedimentos nos ajudarão a convivermos com estes novos tempos, e dentro do próprio
Norte de Minas modelos diferentes se adéquam, devido
a grande diversidade, mas mudanças são necessárias e
urgentes, na busca da viabilidade da produção da região.
Ricardo Demicheli
Gerente Regional
Emater-MG
Montes Claros
EMATER-MG
de Montes Claros
A
EMATER-MG está em Montes Claros
desde 1962, quando se instalou primeiramente no Parque João Alencar
Athayde. Na época era denominada
ACAR e foi acolhida pela própria Sociedade
Rural, que se mobilizou para trazer para a
cidade a Empresa. De lá para cá, se solidificou como parceira dos Sindicatos Rurais,
Prefeitura e Câmara Municipal de Vereadores em prol do desenvolvimento rural
de Montes Claros.
Composta por uma equipe técnica de sete
extensionistas, para atender uma área de
3568,9 km² de extensão territorial, além de
seus distritos, aproximadamente 170 associações comunitárias rurais, cuja população rural, segundo o IBGE, totaliza 17488 habitantes,
representando 4,88% da população total.
As ações de assistência técnica e extensão rural realizadas pela empresa são pautadas na Produção agropecuária com inclusão
socioeconômica e produtiva de agricultores
e jovens rurais; assessoramento técnico às
unidades individuais e coletivas de beneficiamento e processamento de alimentos;
organização e fortalecimento das formas
associativistas de grupos de interesse, associações, cooperativas e conselhos de gestão;
acesso às políticas públicas voltadas para
o desenvolvimento rural; comercialização
da produção com inserção da agricultura
familiar no Mercado; preservação do meio
ambiente e educação ambiental; segurança
alimentar e nutricional das famílias; gestão
dos empreendimentos familiares e coletivos; implementação de políticas públicas
com aplicação de recursos para melhoria de
vida do agricultor familiar.
Resultados
No ano de 2014 foram atendidos 2385
agricultores familiares, 165 jovens rurais, 147
produtores de médio e grande porte, 80 as-
sociações comunitárias assistidas. Liberação
de 96 projetos de crédito rural para um montante de recursos de R$ 3.190.000,00 aplicado, tendo o PRONAF a atenção especial. As
atividades principais contempladas com o
crédito rural foi a pecuária de leite com uma
produção aproximada de 6.300.000 litros
anual, pecuária de corte com uma produção
de 3.300 toneladas de carne e a produção de
hortifrutigranjeiros oriunda do cinturão verde de Montes Claros, alcançando uma produção média de 9.150 toneladas anual.
Políticas públicas vêm sendo trabalhadas
como fontes de mercado para a comercialização da produção da agricultura familiar,
dentre elas o PAA – Programa de Aquisição
de alimentos e o PNAE – Programa Nacional
de Alimentação Escolar atendendo um montante aproximado de 550 famílias para um
montante de R$ 2.000.000,00 de reais. Tais
políticas públicas vêm contribuindo ainda
para regulamentação de preços no mercado
local, uma vez que essa produção não chega
ao CEANORTE, sacolões e feiras livres.
Ações voltadas para a convivência com a
seca: Realização de campanhas educativas
de preservação ambiental nas escolas urbanas e rurais, cursos, seminários e palestras
realizados com agricultores sobre conservação de solo, curvas de nível, plantio em nível.
Apoio na elaboração de projetos de revitalização de sub bacias hidrográficas, desdobrando em ações de cercamento de nascentes, confecção de terraços, cercamento de
matas ciliares, construção de bacias de captação de água de enxurradas realizados no
Planalto Rural com agricultores produtores
de hortaliças com projeto contemplado pela
Fundação Banco do Brasil e ASPROHPEN –
Associação de Produtores de Hortaliças da
Região do Pentáurea. Implementação das
mesmas ações na região do Riachão através
de projeto em parceria com o Governo federal
por intermédio da CODEVASF e RURALMINAS.
w w w.sociedaderural.com.br
87
Instituto
Mineiro de
Agropecuária
A
Coordenadoria Regional do Instituto Mineiro de Agropecuária
(IMA) de Montes Claros, atua
diretamente em 12 Escritórios
Seccionais (Esecs), 13 municipais e 14
Postos de Atendimento. A Campanha
de 2014 foi encerrado com 1.690.000
bovinos existentes.
A Defesa Sanitária Animal trabalha na prevenção e controle de Doenças e Zoonoses com foco principal na
Febre Aftosa, atendendo também as
demais enfermidades de grande importância para o agronegócio como a
Brucelose , a Tuberculose, a Raiva, a
Anemia Infecciosa Equina, o Mormo,
a Peste Suína Clássica, New Castlé,
dentre outras.
São realizados cadastros de abrigos e capturas de morcegos hematófagos (vampiros transmissor da
raiva), cadastro de propriedades,
fiscalização de eventos pecuários
de revendas de vacinas e produtos
veterinários, etc, sempre buscando
garantir a sanidade do rebanho e a
saúde pública.
Treinamento PASA
ATIVIDADES EDUCATIVAS DA
COORDENADORIA REGIONAL
DO IMA EM MONTES CLAROS
Projeto Sanitaristas Mirins
O projeto tem por objetivo promover o aprendizado rural (Higiênico- sanitário) de estudantes, criando expectativa de influenciar
positivamente seus comportamentos futuros, bem como de seus
familiares em relação aos cuidados com a sanidade animal, vegetal,
ambiental e segurança alimentar, orientando para sua permanência e sustentação no campo.
PASA
O PASA - Programa de Apoio à Saúde Agropecuária, visa o estreitamento entre o IMA e o pequeno produtor rural nos temas ligados à saúde agropecuária. De caráter inovador, o Programa de
Apoio à Saúde Agropecuária é altamente capaz de gerar inclusão
social, ocupação e complementar a renda dos pequenos agricultores.Em 2015 o programa será realizado em parceria com o SENAR.
Agroindústria Familiar
São políticas públicas, para que junto aos agricultores familiares
no Norte de Minas possam ser incluídos nos processos de agroindustrialização de sua produção, gerando emprego e renda a partir da
oferta de produtos de origem animal, cadastrados pelo sistema SIM/
SIE/SISBI-POA com qualidade para os mercados estadual e nacional
Alunos do Projeto sanitarista Mirim em uma vacinação
assistida contra Febre Aftosa
88
Informe Expomontes 2015
IMA
ÁREA VEGETAL
Monitoramento de Pragas:
• Emissão da Permissão de Trânsito de Vegetais
(PTV), obrigatória para o transporte de vegetais
hospedeiros de pragas regulamentadas.
• Coleta de amostras para exame laboratorial oficial, e definição de normas para a erradicação
de plantas e interdição de propriedades.
Fiscalização de Agrotóxico
• Fiscalização dos estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviço registrados no IMA.
• Fiscalização de propriedades rurais (uso)
Realizada nas propriedades rurais selecionadas
onde verifica-se o cumprimento das exigências
legais previstas (uso de E.P.I.s e destino das embalagens vazias).
• Coletar e remeter amostras para análises laboratoriais - Resíduos de agrotóxicos
Comércio de Sementes e Mudas:
Todo comerciante de sementes e mudas, pessoa física ou jurídica, deve ser inscrito no Registro
Nacional de Sementes e Mudas (Renasem). Para
solicitar o registro deve procurar o escritório do
IMA.
Produção Integrada de Frutas:
Com intuito de conquistar novos mercados (interno e externo) aponta a origem, a qualidade e a
rastreabilidade que são vistos como exigência comercial para os produtos agropecuários. Como consequência, a certificação se tornou um quesito decisivo na relação com os consumidores atentos aos
processos produtivos que atendam às normas sanitárias, ambientais, trabalhistas e sobretudo a origem e qualidade.
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89
Foram realizados nos últimos 10 anos no
Norte de Minas cerca de 9.500 eventos e
treinamentos.
Senar Minas, parceiro
do homem do campo
A
tuando no Norte de Minas há
mais de 20 anos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural,
Senar Minas, capacita mão-de-obra nas mais diversas áreas,
formando gestores e lideranças
rurais. A gerência regional de Montes Claros é responsável pelo atendimento de 72 municípios, por meio de
29 entidades cooperadas como sindicatos de produtores, trabalhadores,
cooperativas e associações rurais.
A entidade oferece, gratuitamente, capacitação profissional e
promoção social aos produtores,
trabalhadores rurais e seus familiares. Também proporciona programas como Gestão com Qualidade
no Sindicato, Cidadão Rural, Família
na Praça, Jovem no Campo, Negócio
Certo Rural, Leite Legal, Alimentos
Seguro, Esporte na Escola, Encontro
das Famílias Rurais, entre outros.
Anualmente, o Senar capacita
em Minas Gerais cerca de 140 mil
pessoas nas mais diversas áreas de
atuação. Para isso, a entidade conta com instrutores capacitados de
acordo com a metodologia, em que
90
Informe Expomontes 2015
o treinante “aprende a fazer fazendo”, desenvolvendo assim, as competências e habilidades necessárias
para o exercício da ocupação e melhoria da qualidade de vida.
Hoje, o Senar Minas oferece
mais de 300 cursos e treinamentos
para atender às necessidades do
mercado de trabalho rural e realizar
a promoção social das famílias rurais. Segundo o Gerente Regional,
Dirceu Martins, isso reforça o crescimento do agronegócio na região e
o reconhecimento do setor produtivo sobre a qualidade dos serviços
oferecidos, que contam com a certificação ISO 9001.
Segundo o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, Ricardo Laugthon, o Senar tem sido um grande parceiro do
produtor e trabalhador rural, tem
contribuído efetivamente na qualificação da mão de obra, no aumento
da renda das famílias e consequentemente com a melhoria da qualidade de vida no campo, colaborando,
assim para o desenvolvimento do
agronegócio da região.
Sendo 6.200 de Formação Profissional Rural,
com capacitação de mão de obra de 78.600
trabalhadores.
Nos Eventos de Promoção Social foram
realizados 3.125 cursos, com atendimento de
45.620 trabalhadores, produtores rurais e
suas famílias.
Ao todo foram atendidos nos últimos 10 anos
cerca de 152.000(cento e cinquenta e duas mil
pessoas)
Nova identidade da Rural
A
marca Sociedade Rural, acompanhando a evolução
da entidade, que completou 71 anos, apresentou a
logomarca da entidade. O conceito acolhe a linha
reta, clássica, o que facilita a leitura. O S da palavra
Sociedade no símbolo se alia ao chapéu, ícone do meio
rural para representar umas das instituições mais sólidas
de Montes Claros. O verde foi mantido, como representação de prosperidade, fertilidade e crescimento.
Potência no turismo
Expomontes é lembrada por turistas como destaque
em Montes Claros
D
esde 2006 a Secretaria de Estado de Turismo realiza pesquisas com o objetivo de traçar o perfil turístico de alguns municípios
mineiros. No fim de maio foi divulgado o
resultado da pesquisa referente a 2014, quando
22 cidades mineiras foram analisadas em relação
ao motivo de atração de turistas e a satisfação
destes com a receptividade do local. Para aqueles que visitaram Montes Claros no ano passado
86% tiveram suas expectativas plenamente atendidas com a viagem.
Pelos dados da pesquisa, o primeiro motivo de atração é visita a amigos e parentes que
residam na cidade e logo atrás vem o turismo
de negócios, que caracteriza o setor na cidade.
Como polo industrial, universitário e de serviços,
Montes Claros recebe pessoas interessadas em
fazer compras, fechar negócios, tratar a saúde e
estabelecer rede de contatos profissionais.
Para a jornalista e turismóloga Gal Bernardo,
esse é um potencial que precisa ser mais explorado e divulgado na cidade.
“Montes Claros já possui boa rede hoteleira e
ainda deve inaugurar mais dois hotéis 5 estrelas
92
Informe Expomontes 2015
nesse ano, mas é preciso uma maior conscientização turística da própria população. Se o turista
chega e pergunta o que há de bom para se fazer
na cidade, a maior parte da população não sabe
falar bem dos nossos atrativos. Temos na cidade
o maior parque urbano da América Latina, que é
o Parque Estadual da Lapa Grande, mas quantos
sabem e divulgam isso? Este é o ponto onde precisamos nos desenvolver”, analisa Gal.
Dentre os pontos destacados na pesquisa,
a gastronomia foi o ponto mais bem avaliado
pelos turistas. Para a turismóloga, isso reflete o
modo de ser do norte-mineiro: “Nossa culinária
não é a mesma da cozinha mineira tradicional.
Nosso forte é a carne de sol, o pequi, o requeijão, o que nos diferencia do resto do estado e
cativa os turistas”.
Para ela, toda essa produção norte-mineira é
encontrada na Expomontes, a maior Feira Agropecuária da região. “A Expomontes resume tudo
aquilo que nós somos e produzimos no Norte de
Minas. É um evento ímpar que destaca e desenvolve o nosso turismo. Não apenas porque atrai
pessoas para fazerem negócios ou curtirem as
atrações da feira, mas porque mostra
todas as riquezas e potencialidades
que temos”, explica Gal Bernardo.
Exatamente pelos fatores apontados pela turismóloga, a Expomontes e o Parque de Exposições João
Alencar Athayde apareceram na
pesquisa sendo lembrados pelos
turistas como atrativos de Montes
Claros. Com tantos bons motivos
para curtir a Princesa do Norte,
não é a toa que quem conhece
se apaixona pela cidade: entre os
entrevistados pela pesquisa, 87%
pretendem retornar nos próximos
dois anos. Se vierem em julho, podem comprar o passaporte da Expomontes e curtir a estadia!
Durante dez dias a Feira movimenta R$ 350 milhões de reais, gera
4 mil empregos, promove 12 shows,
tem 70 estandes para expositores,
cerca de 1 mil animais inscritos para
comercialização e julgamento, 10 mil
animais em 10 leilões, 80 barracas de
produtos da agricultura familiar, 20
brinquedos no Ita Parque, lazer, entretenimento, produção de conhecimento, formação, visibilidade, visitas
técnicas, Dia de campo, Inclusão social, Mini-fazenda, turismo e impulso
da economia, atraindo a atenção de
380 mil pessoas.
“Não é a toa que a Expomontes
foi um dos grandes destaque da
pesquisa. Não tínhamos dúvidas,
trabalhamos muito. É um feira que
completa 58 anos. A cada ano aperfeiçoamos mais e buscamos melhorar nossos serviços”, afirma Moacyr
Basso, Diretor da Sociedade Rural.
Programação Expomontes
A
Expomontes, este ano em sua
41ª edição, reúne números
que justificam o título de uma
das maiores feiras agropecuárias do Norte de Minas Gerais.
Cerca de 380 mil pessoas devem
passar pelos portões do Parque de
exposições João Alencar Athayde
durante a Expomontes, muitas delas
atraídas pelos shows com os artistas
que estão em evidência Brasil afora.
A Cia Promoções é a grande parceira da Sociedade Rural de Montes
Claros na realização da feira agropecuária. Segundo o diretor Leonardo Andrade, a diretoria e a coordenação do evento trabalham em
sintonia para garantir uma grade de
shows diversificada e que agrade
os mais variados públicos, passando por todos os gêneros musicais.
“Nosso propósito é oferecer entretenimento de qualidade, trazendo
para a Expomontes os nomes em
evidência no cenário musical. Aliamos nossa experiência em promo94
Informe Expomontes 2015
ção de eventos à tradição de um dos
eventos mais importantes da região.
Priorizamos a excelência para oferecer o que há de melhor e mais atual
e os resultados atestam esta meta”,
avalia Leonardo Andrade.
Os shows da Expomontes são
uma realização da Cia Promoções
em parceria com o empresário João
Wellington e Na Caixa Promoções.
São apresentadores dos shows
a Orthomontes, Faculdades Integradas Pitágoras-Fip-Moc, Vivo e
Brahma; patrocinadores: Gamma,
Uai Tintas, Apolo Fitness Academia,
Print Comunicação Visual, Albedo
Uniformes e Celsom e apoio da Rádio Educadora AM, Rádio Itatiaia,
Rádio Montes Claros 98 FM, Rádio
Transamérica FM e Rádio 93 FM
Cia Promoções traz para a Expomontes uma programação
de shows que garante sucesso de público
Shows para todos os estilos
Os shows estão entre os grandes atrativos da 41ª Expomontes.
Para atender ao exigente público, a diretoria da Cia Promoções investiu, mais uma vez na diversidade e trará desde o tradicional e bom
sertanejo, passando pelo melhor do pop rock, pagode e forró, além
de grandes nomes da música católica e gospel.
Nesta edição, o objetivo é consolidar a parceria de sucesso com a
Sociedade Rural, iniciada em 2011 e superar as expectativas do público
com shows de ponta que garantem o entretenimento dos visitantes.
Quinta e Sexta 2/7
A banda Skank faz a abertura da
exposição no dia 2 de julho e na
sexta-feira, dia 3, Michel Teló faz
o show de comemoração dos 158
anos de Montes Claros, numa promoção da Prefeitura Municipal.
Segunda 5/7
A programação de shows continua no dia 6, com o show católico em parceria com a Santa
Casa de Montes Claros, cuja
renda será revertida para a
aquisição de compra de respiradores para o CTI Neonatal da
Santa Casa. O evento contará
com os artistas Davidson Silva (ganhador do prêmio Louvemos 2015, na categoria de
melhor intérprete), Celina Borges (uma das grandes vozes da
musica católica) e participação
especial de Eros Biondini.
Sábado 3/7
Muito romantismo na noite de sábado com a dupla
Bruno e Marrone, sucesso em todo o Brasil com 28
anos de carreira. A dupla já lançou 17 CDs e 6 DVDs,
totalizando mais de 11 milhões de cópias vendidas,
três discos de platina, um platina duplo, um de ouro
e um de diamante.ut faceped errorum.
Terça 6/7
No dia 7, o público gospel
promete lotar o parque
para receber o cantor Davi
Sacer, compositor, produtor musical e multi-instrumentista cristão. Em mais
de dez anos de carreira
profissional como músico,
Davi Sacer vendeu mais de
quatro milhões de cópias,
além de ter se apresentado
em todo o Brasil e no exterior. Foi indicado ao Troféu
Promessas e vencedor três
vezes no Troféu Talento.
Quarta 7/7
Domingo 4/7
No domingo, dia 5, o público jovem
vibrará com as músicas de Henrique e Juliano, os irmãos que vem
sendo o xodó nacional com sucessos na lista das mais tocadas em
todo o país, como “Cuida bem dela”
e “Suíte 14”.
A beleza e energia de Alline Rosa
e do cantor Linnoy esquentam a
noite de quarta-feira, dia 8. A baiana Alline Rosa começou a carreira
cantando em bandas de forró e de
axé, já foi vocalista da banda Cheiro de Amor e hoje segue carreira
solo. Depois de rodar todo o Brasil
à frente da banda Os Sungas, com
hits como “Domingo de Manhã”,
Linnoy se reinventa com uma proposta completamente moderna.
Assim como toda a música baiana,
o cantor é plural e investe na mistura de ritmos nessa nova fase de
sua carreira.
Sexta 8/7
Pagode, samba e o charme
da banda Sorriso Maroto
no dia 10. Sorriso Maroto é
originário do Rio de Janeiro.
Fundado em 1997, o grupo já
vendeu mais de 2 milhões de
discos, entre CDs e DVDs. As
músicas do grupo têm letras
que falam principalmente
sobre amor e paquera de
forma divertida e atual. Entre
os maiores sucessos do grupo estão as músicas “Assim
Você Mata o Papai”, “Clichê”,
“5 Estrelas”, “Perdas E Danos”
e “Pôr Do Sol”.
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95
Quinta 9/7
O público pediu e a Cia Promoções
atendeu. O “rei da sofrência” Pablo
vai fazer muita gente chorar de
amor no show da quinta-feira, 9 de
julho. Considerado um fenômeno
da música romântica, Pablo já vendeu milhões de CDs e conquista,
a cada dia que passa, um número
maior de fãs.
Sábado 10/7
E o fim de semana que encerra a Expomontes vai levantar poeira
no Parque João Alencar Athayde. Um dos pontos altos da festa
será o show “Cabaré”, que reúne no mesmo palco Leonardo
e Eduardo Costa. O show “Cabaré” traz clássicos que fizeram
sucesso nas décadas de 80 e 90 nas vozes de Waldick Soriano,
Reginaldo Rossi, João Mineiro e Marciano, Amado Batista, Trio
Parada Dura e de expressivas duplas do cancioneiro popular
brasileiro. Nas vozes de Leonardo e Eduardo Costa, as músicas
ganharam uma nova roupagem e interpretações impecáveis. Aliadas ao restante da concepção artística, o projeto leva o público
ao delírio num verdadeiro cabaré.
Domingo 11/7
No domingo, tem atração especial para o
público infantil, às 17
horas. É a peça teatral
Dora Aventureira e
Peppa Pig para mexer com a imaginação
das crianças e garantir
entretenimento e lazer
para as famílias.
U
m dos diferenciais na Expomontes é o Camarote Oficial, nos dias 02, 04, 05, 09, 10, 11 e
12 de julho. Neste espaço, quem curte a boa
música apreciará os shows com localização privilegiada, com mais conforto e segurança – bares e
banheiros exclusivos, além de uma programação exclusiva de pockets shows antes e depois dos shows
principais, até às 3 horas. O ingresso do Camarote
será separado do show artístico. “Quem vai para a
Expomontes encontra uma grande festa repleta de
atrativos e quem vai pro Camarote, encontra uma
festa dentro de uma festa maior”, comenta Thiago
Rezende, coordenador dos shows da Expomontes.
As atrações já confirmadas são Sérgio e Rodrigo,
Gorilla Groove, João Vitor e Matheus, DJ Samira Lima,
Tabu, Lucas e Eduardo, Bárbara Lopes, B.N.B.C, Patrick Dias e DJ Pablo Ribeiro.
96
Informe Expomontes 2015
Hamilton Trindade
Educador e professor
Festa de arromba
U
ma festa se diz de arromba quando é muito
maneira e muito grande e muito boa! Olhando os vários significados de arromba - cantiga ruidosa para a viola; excelente; grandioso; assombroso, de espantar; uma festa de
arromba; liquidação de arromba. Arromba é isso.
O que nos chama a atenção, e muito. O que nos
contamina. O que nos prende a visão. O que nos
cativa. O que nos permite a admiração. É assim a
festa que vivenciamos em dez dias, em Montes
Claros. E, porque não dizer, no Norte de Minas.
E, mais, em Minas Gerais. Uma festa das maiores
do Brasil. De arromba, a festa. Que nos faz, individualmente e em multidão. Dia após dia.
Gente de todos os tamanhos, de todas as raças e cores, de todos os segmentos da sociedade.
Embevecidos e vibrantes e conviventes. Reunidos
no mesmo espaço, ou em todos os espaços do seu
espaço, de festa de arromba. Os que a organizaram, somados aos colaboradores e a todos que lhe
são causa e razão, ali estão. Proclamando e fazendo expor uma das maiores e mais sedimentadas
fontes de riquezas e da produção e dos produtos
de Montes Claros e do Norte de Minas.
A exuberância do agronegócio, em todas as
suas mais diversificadas vertentes. Demonstração inconteste da força do campo. Agronegócio.
Agroindústria. Agropecuária. Agricultura e pecuária. Os produtores, o grupo de técnicos e colaboradores e agregados de alta capacidade e tenacidade, ímpares. Leilões e exposição de todo este
setor da economia e do desenvolvimento e, gosto
mais de dizer, da produção do campo.
Equinos e bovinos de alta linhagem. Chaman-
do a atenção de todo o País. Os bancos de fomento e de financiamentos, também presentes e
atuantes. Lado a lado, com o grande número de
expositores de maquinários, implementos e veículos, os mais modernos e de acentuada tecnologia. Na grande festa de arromba.
A 41a Exposição Agropecuária de Montes Claros. Os shows, dessa vez, consagração da música
apropriada, contaminantes e efervescentes, compatíveis com a festa, fizeram uma multidão estar
presente. Em convivência de admiração, vibração e harmonia. Restaurantes, bares e barracas/
quiosques davam o tom da culinária, com as suas
formas e fórmulas e apresentações, as mais diversas e variadas.
O parque de diversões e de brinquedos, com
as cores de balões e das guloseimas apropriadas,
entre elas a pipoca e o algodão doce, fizeram o
encantamento da criançada e dos seus pais e
avós. Da família, enfim.
De fato, uma festa de arromba. Um brado de
louvor e agradecimentos a este bravo povo que
produz, do campo, com a sua força, vigor e tenacidade, o desenvolvimento que alimenta o corpo, a
alma e os negócios. Como um dos maiores fatores
da economia. Segmento que, modernizado e com
alta tecnologia, produz. É de fato a força do campo para a cidade.
Uma festa de arromba, construída com a
determinação, o heroísmo, a dedicação, a competência e o dinamismo do homem e da mulher do campo! 41ª Exposição Agropecuária, no
Parque de Exposições João Alencar Athayde.
Uma festa de arromba.
Feira da agricultura familiar
Espaço para o
pequeno produtor
“Se o homem do campo não roça, a cidade não almoça;
se o homem do campo não planta, a cidade não janta”
Com pequenas produções e muito trabalho em família, os agricultores familiares mostram a qualidade e o desejo de
trazer novidades para a 5ª Feira de Agricultura Familiar durante a Expomontes, realizada pela Sociedade Rural, EmaterMG e Prefeitura de Montes Claros.
C
ada agricultor planta uma semente
na roça e depois colhe muitos frutos
em conjunto. Essa é a perspectiva dos
participantes da Feira de Agricultura
Familiar, que ocorre na 41ª Exposição Agropecuária de Montes Claros. Já se passaram
quatro anos desde a primeira investida nesse setor durante a Exposição.
“A cada edição a importância da atividade
fica maior tanto para quem visita quanto para
quem traz as novidades”, conta Reinaldo Nunes, coordenador técnico regional da Emater.
Segundo o extensionista, são 40 famílias
dividias em 35 barracas com produtos como
mel, rapadura, doces, verduras, arroz com
pequi, beiju, entre outras delicias que fisgam
o público que passa pelo local. Outro destaque é o artesanato que encanta os olhos com
diferentes trabalhos artísticos. “A Emater faz
um apanhado do que tem de melhor e vem se
destacando para chegar a Expomontes com
variedade de produtos”.
O presidente de Rural, Osmani Barbosa
Neto, idealizador deste projeto, afirma que
o objetivo é agregar todos os setores da
agropecuária, é o papel da Sociedade Rural.
98
Informe Expomontes 2015
“Formamos um único time, independente do tamanho da contribuição, e cada
um vence com sua ferramenta, mostrando
seu potencial. Esse espaço dedicado ao trabalho em família mostra a diversidade da
nossa região”, afirma Osmani Barbosa Neto,
presidente da Sociedade Rural.
Eugênio Ferreira vem pelo terceiro ano
com a família vender produtos da Feira. “Nós
vamos vender arroz com pequi, paçoca, suco.
Depois que participei pela primeira vez, o resultado mudou bastante, hoje levo minhas
verduras para a Ceanorte”. Além das comidas
prontas, ele venderá hortaliças fruto do trabalho dele, da esposa e de um sobrinho. “É
um trabalho que não para. Quando eu não
estou lá, eles fazem o serviço”.
“Esse trabalho com agricultura parece recente pelo olhar que está acontecendo agora,
mas o empenho desses agricultores vem do
Brasil Colonial. São muitos anos de trabalho.
Antigamente, essas pessoas viviam do pouco
que produziam. Agora, elas fazem para consumo próprio e gerar renda”, relata Reinaldo.
De acordo com a Emater, hoje a agricultura familiar é responsável por 70% da pro-
“Aqui é um meio de fazer propaganda, por isso tem que
ter produto suficiente pra atender o volume de pessoas
que passam pelo evento”.
Robson Ferreira também é extensionista da Emater.
Ele conta que um dos focos de trabalho desses produtores é chamar atenção durante a exposição para ganhar
novos clientes durante o ano. “Muitos dos que vêm aqui
para expor seus produtos pela primeira vez já saem pensando em como melhorar ainda mais os produtos. O
contato com outros agricultores facilita nessa troca de experiência. Aqui tem uma diversidade do campo e os agricultores são valorizados”, afirma.
dução hortifrutigranjeiro do município de Montes Claros.
Esse é o resultado do trabalho de 4.200 famílias de agricultores em 150 comunidades.
“Trazemos aqui a união dos pequenos que juntos ficam grandes. Antes esses produtores ficavam mais escondidos. A Expomontes trouxe um novo olhar para eles
e beneficiou a produção”, destaca Reinaldo.
Das terras destinadas a agricultura familiar, elas estão
dividias em maior parte para as pastagens e lavouras mostrando que são os pequenos os responsáveis por grande
parte da alimentação. “As grandes lavouras no país destinam muito seus produtos para exportação, como a soja.
Quem garante a maior parte da alimentação básica é o
pequeno agricultor, que planta milho, mandioca, feijão e
tantos outros alimentos”, reitera Reinaldo.
Os agricultores selecionados são de comunidades rurais de Montes Claros e de municípios da região. “Os produtores vem com força e ficam satisfeitos com os resultados. Eles ficam com vontade de retornar no ano seguinte.
Quem toma interesse por um doce especifico compra e
leva o telefone para ligar e comprar mais. A Emater oferece a consulta técnica para melhorar o produto. A consequência do trabalho é ampliar o mercado deles, que estão
preparados para deixar o telefone, dizer como encontrar
o produto e até fazer encomendas.”, explica Robson.
Quem vem expor pela primeira vez é a Sandra Brito
com seus peixes ornamentais. Ela fala que já veio ver como
funciona a Feira como visitante e agora a ansiedade toma
conta. “Eu estou como uma criança esperando o dia do
aniversário. Estou concentrada para dar tudo certo”. Ela
conhece os bons resultados que outros produtores tiveram e espera conseguir o mesmo. “Quero que sirva como
um cartão de visitas para o restante do ano. Trabalho com
o meu marido e queremos crescer”, conta.
Dados da Emater mostram que em Montes Claros existe uma área plantada de 4.488 hectares com os produtos
arroz, feijão, milho, mandioca, sorgo, frutas em geral, cana
de açúcar para uma produção estimada em 49.851 toneladas/ano. São as maiores plantações as de milho com 2.500
hectares plantados e feijão com 800 hectares.
Reinaldo explica que são escolhidas as famílias depois
de uma seleção. “O trabalho da Emater é ajudar os produtores a beneficiar o que produzem. O valor de algo in
natura é inferior, depois de beneficiar agregamos mais.
Agora, para chegar até a Expomontes, eles precisam estar de acordo com padrões de higiene e qualidade”. Outro fator importante é a quantidade que vai ser ofertada:
CONHECIMENTO
Paralelo a Feira, ocorrerá um ciclo de palestras e um dia de campo para que os participantes recebam
treinamentos técnicos e gerenciais para aplicar em sua atividade. A agricultura familiar consiste em um
meio de organização das produções agrícolas que são gerenciadas e operadas por uma família e, predominantemente dependentes de mão de obra familiar.
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Feira da agricultura familiar
Depoimentos
Coco macaúbas e gamelas – As mulheres
apresentadas por Magda Suely Lopes nascem de
seu poder de observação e de sua veia criativa,
quando monta as personagens cheia de detalhes,
representando as lutadoras do campo. Brincos e
lenha recebem o mesmo detalhamento, fazendo-as únicas e encantando os visitantes.
Doces de frutas e leite – O casal Liiz Carlos de
Oliveira e Celeste Oliveira sempre trabalhou no
campo. As hortas, gado e aves deram lugar aos
tachos e ao cheiro doce do açúcar. Depois do treinamento junto ao EMATER o empenho em trabalhar da maneira correta mudou o cenário no sítio
da família. Encomendas de toda parte, ampliações no espaço e uma marca que já faz sucesso
em outras feiras de agricultura familiar pelo pais.
Caso de sucesso a ser provado na Expomontes.
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Informe Expomontes 2015
Arte funcional – A rudeza do trabalho diário
não afastou João Tadeu Gomes do seu dom. Com
pequenos talhos de madeira, ele é capaz de fazer obras admiráveis de design sem ter tido uma
orientação para isso. Gamelas, tábuas, carros
de boi e pilões bem acabados ladeiam frutas de
madeira, bichos e flores, causando verdadeiro
encantamento. Surpreende o jogo de cores, as
formas e a beleza da madeira trabalhada.
Diversidade e acabamento – Flores e folhas
nas hortas, mudas cultivadas no jardim e fitas de
cetim no ateliê de costura. Ligia Gomes Ribeiro
sempre procurou o colorido das flores para repeti-las nas suas fitas. Com arcos e arte, o trabalho
feminino e criativo completa a renda da família
que vive numa pequena comunidade.
Rádio Expomontes
Rádio serve para divulgar o melhor da Mostra em dez dias
A
Rádio Expomontes é o canal mais eficiente de comunicação da 41ª Expomontes, dentro do Parque
de Exposições João Alencar Athayde, em Montes
Claros. Fundada há mais de 40 anos tem como
premissa divulgar produtos e serviços da agropecuária.
A Rádio atual é mais arrojada, com estúdio e cabine próprios e três locutores. Diariamente são notícias, dicas
para o produtor rural, minuto no campo, informações
de agronegócios, dicas de meio ambiente , informações
dos shows, leilões, Hora certa e músicas de sucesso.
Além de avisos de utilidade pública, crianças perdidas e
documentos abandonados.
“O retorno para os clientes é 100%. Quem anuncia,
tem um excelente resultado. Já temos uma carteira de
clientes fixa para a Exposição. É gratificante ver o empresário investindo nessa área”, comemora Célia Caldeira, que coordena o trabalho há 13 anos.
A Rádio funciona das 8h às 22h, possui 44 caixas de
som e 2,2 mil metros de cabos espalhados pelo maior
complexo de eventos do Norte de Minas.
História
O ofício de anunciar o que acontece era de responsabilidade do saudoso Elias Tavares. A Rádio fica embaixo do Palco principal na Cabine Elias Tavares, que voltou
a funcionar em 1994 e leva o nome do precursor na locução de pista dentro do Parque. Foi ele quem criou o
sim interno e viabilizou o formato da rádio, que inicialmente, era somente para divulgar pessoas e ou objetos
desaparecidos.
Informações
(38) 9979 1288
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No ritmo do campo
Artistas da terra se apresentam na Agricultura Familiar
D
esde 2011 a Feira da Agricultura Familiar é um sucesso dentro da Expomontes. Seja na alimentação ou no artesanato, neste espaço o público
tem acesso à produção que remete às raízes do nosso povo. Não por
acaso, o espaço fica sempre cheio durante a festa.
Neste ano, o local terá ainda mais motivos para atrair multidões. Quem for
comprar um doce cristalizado, comer um beiju ou apreciar a arte feita pelos
agricultores familiares poderá ainda desfrutar da música sertaneja de raiz que
vai embalar a realização da 5ª edição da feira.
Há 50 anos trabalhando no meio musical, o radialista Zé Vicente foi convidado pelo presidente Osmani Barbosa para coordenar as atrações musicais
da feira. “É como se diz no ditado popular: juntou a fome com a vontade de
comer. A nossa culinária e artesanato têm tudo a ver com a música de raiz,
que é a que nós privilegiamos. Essas três coisas simbolizam muito o nosso
povo, o qual queremos sempre valorizar”, comemora Zé Vicente.
Na parte da manhã, a cada dia devem passar pelo palco da feira dois artistas, mas o radialista destaca o caráter interativo da atração. “Em todo canto
tem um cantor escondido, alguém que gosta de cantar. A intenção é poder dar
espaço também para essas pessoas do público, para mostrar de verdade os
dons e talentos da nossa terra”, destaca.
102
Informe Expomontes 2015
Adrenalina para todas as idades
P
ara quem gosta de muita adrenalina não
vai faltar opção no Ita Park, responsável
pelo Parque de Diversões da Expomontes,
que este ano traz para o evento brinquedos apropriados para todas as idades. O parque
de diversões é uma porta para toda a alegria e
aventura para todos os visitantes da Exposição.
Eloene Azevedo é mãe de dois filhos: Luana,
de 7 anos e João Pedro, de 6 anos. Ela sabe que
quando vier ao Parque de Exposições João Alencar Athayde, uma parada obrigatória é nos brinquedos. “Eles ficam loucos [risos]. Não cansam”.
E vai ser preciso energia. São 18 equipamentos este ano. Os conhecidos: carrossel, bate-bate
entre outros. “A bateria de uma criança não tem
fim em quando eles veem tudo isso não querem
parar de brincar!”, afirma Eloene.
Para quem quiser ter uma aventura dentro
da Exposição, entre as novidades desse ano está
o “Fly Zone”, que é sucesso fora do Brasil. Outro
brinquedo novo, é o “Terminator”, que vai deixar
os corajosos de cabeça para baixo!
De acordo com César Adriano, da Itapark, a
expectativa “como nos anos anteriores é de sucesso. São mais de 50 anos de funcionamento e
há 16 na Expomontes”.
Para garantir a segurança de quem quiser se
aventurar, os brinquedos passaram por manutenções preventivas diariamente.
“Todos os brinquedos possuem atestado de
responsabilidade técnica e laudos, de montagem
e execução, que foram apresentados ao Corpo
de Bombeiros”, afirma César.
O Itapark funcionará durante toda a 41°
Expomontes.
Fazendinha
Educação rural A
Mini Fazenda Pequi Nino chega à quinta edição na 41ª Expomontes. Mais de 20 mil crianças de 02 a 10 anos já participaram das
atividades do projeto, que visa levar educação rural ao público
urbano. Cláudio Costa é pedagogo e considera importante trazer
conteúdos assim para a vivência das crianças.
"O convívio da criança com os animais é instigante na concepção de
descobrir mais sobre a vida e até cuidados necessários na criação. Os bichinhos na mini fazenda ajudam de forma lúdica e ajuda na imaginação,
que é muito importante nessa fase de descobertas do mundo", explica.
E as novidades para as crianças trazem benefícios para o convívio social.
"A interação também pode ser promovida pelos contatos com os animais e crianças na educação infantil, aprendendo a se relacionar e estimulando os conceitos de responsabilidade, amor e respeito", afirma Cláudio.
De forma simples e trazendo conhecimento em formato de diversão
a visita oferece um mundo distante para muitas crianças hoje em dia.
“Queremos que a garotada tenha vivência de como a comida chega
à mesa da gente. O bife não 'nasce' na prateleira do supermercado. Na
roça está a nossa origem. É de lá que vem toda a comida e nesse mundo frenético atual coisas simples, básicas mesmo, estão sendo deixadas de lado. A ideia principal é mostrar que existe vida fora do urbano
e que o rural é imprescindível para a nossa sobrevivência", garante o
presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa Neto.
As visitas monitoradas são nos turnos matutino e vespertino e são
promovidas de 06 a 10 de julho. O design da área foi alterado para que
toda a comunidade seja atendida. Estarão em exposição pôneis, vacas,
104
Informe Expomontes 2015
pássaros, coelhos, perus, galos gigantes e outros. Além
dos animais reais, a decoração será com lindos animais
de fibra feitos pelo artista plástico Cláudio de Souza,
móveis rústicos e paisagismo.
Kelly Cardoso coordena a Fazendinha. Ela afirma
que a expectativa de 2015 é que os conceitos ensinados sejam absorvidos pela criançada.
“Cada escola é recebida com personagens da
Mini Fazenda "Pequi Nino". O Pequi gigante é o anfitrião das crianças que percorre diversas áreas do
Parque até a Fazendinha. Estamos animados e acreditamos em recorde de público. A Mini Fazenda é
para toda família”, garante Kelly Cardoso.
Novidades A
professora da Geografia, Gisele Petroni, além de ministrar
aulas, desenvolve trabalhos
voluntários na área rural. Em
2015, ela integra o Projeto da Fazendinha, que considera de extrema importância. “É importante que
crianças compreendam a prática
agrícola, principalmente na nossa
região onde a maior parte da nossa
economia vem da agropecuária. Vamos trabalhar com os estudantes,
desde como é a formação dos solos
à importância da produção de alimentos e a preservação da natureza. A ideia é que eles entendem que
podemos produzir bem e ao mesmo
tempo preservar, como as revitalizações das nascentes e olhos d’água, a
proteção das partes que são reservadas e a produção para a população alimentar”, afirma a educadora.
Ela também descreve que está à
disposição do público todos os tipos
de criação e plantações.
“E esse ano temos várias novidades, entre elas, as plantações
de sementes de várias espécies e
como cuidar de uma planta, regando, adubando de forma consciente
e sabendo reaproveitar o solo. As
sementes plantadas serão doadas
durante a 41ª Expomontes”, divulga.
Espaço
Kids
Outra sensação desse ano é o
Espaço Kids, voltado para crianças
de 2 a 10 anos, onde os pais podem
deixar as crianças aos cuidados dos
monitores nos dias de shows e finais
de semana. São oferecidos brinquedos pedagógicos, oficinas criativas,
brincadeiras, tatuagens e desenhos
para pintar e colorir de animais de
fazenda e personagens infantis.
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105
A CIA agradece aos seus parceiros:
FACULDADES INTEGRADAS PITÁGORAS
106
Informe Expomontes 2015
CRMV-MG PARTICIPA DA
41ª Expomontes
O
Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG), entidade responsável pela
fiscalização do exercício profissional dos Médicos
Veterinários e Zootecnistas de Minas Gerais, novamente integra o grupo de expositores da Mostra.
Durante a Exposição, serão realizadas ações de promoção das duas profissões, dentro da política de Valorização e Respeito Profissional do Conselho.
No estande, são atendidos visitantes e profissionais,
onde todos terão oportunidade de conheceras ações
desenvolvidas pelos Médicos Veterinários e Zootecnistas em suas diferentes áreas de atuação e a contribuição que este trabalho traz à sociedade. Objetiva-se
ainda a disseminação de informações o Conselho de
Classe, as profissões, dentre outros assuntos.
Estão programados, também, a realização do curso
de IV Atualização Zootécnica e o V Dia de Campo da Bovinocultura, eventos voltados para a capacitação contínua dos profissionais.
No dia 09 será realizado o Dia de Campo da Bovinocultura, que contará com palestras sobre controle zootécnico, criação de bezerros, produção em pequenas
áreas irrigadas, manejo nutricional e seleção de touros
para inseminação artificial.
Já no dia 10, acontecerá a IV Atualização Zootécnica,
com palestras sobre alimentos alternativos para rações
concentradas de animais e também sobre manejo preventivo de diarréia e cólica equina.
Esta participação do Conselho de Classe na 41ª Expomontes é o resultado de uma parceria entre o CRMV-MG e a Sociedade Rural, coordenada pela Dra Silene
Barreto, delegada regional do CRMV-MG em Montes
Claros. Conta, também, com a importante contribuição
de outros parceiros, como as Instituições de Ensino de
Medicina Veterinária e de Zootecnia da região, da AVZ
Norte de Minas (Associação dos Médicos Veterinários
e Zootecnistas do Norte de Minas), Sicoob/Credinor e
da Emater-MG.
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107
Uma Expomontes
mais segura
D
epois de avaliações dos trabalhos da
edição 2014 da Expomontes órgãos de
segurança pública e organizadores definiram estratégias para a 41ª Exposição
Agropecuária de Montes Claros. Junto da
Sociedade Rural, que realiza o evento, se reuniram as Polícias Militar, Civil e Federal, Ministério Público, Bombeiros, a Cia Promoções
e a Prefeitura de Montes Claros.
terno do Parque por meio dessas parcerias
importantes. Nossa intenção é oferecer uma
Expomontes melhor a cada ano e um evento
desse porte merece atenção especial na área
de segurança”, afirma o diretor da Sociedade
Rural Bernardo Pinheiro.
“Cada vez mais queremos avançar, melhorar o trabalho que nos propomos a fazer”, afirma Osmani Barbosa Neto, presidente da Sociedade Rural. A Expomontes movimenta R$
350 milhões de reais e gera 4 mil empregos.
“Sofremos no planejamento para evitar
contratempos ao longo do evento. Queremos repetir o que funcionou no ano passado nas diferentes áreas e pensamos
em novas possibilidades para melhorar as
prioridades”, afirma o Major Rômulo Gonçalves, da Polícia Militar.
“Somos nós, produtores rurais, que sonhamos o ano todo com a Feira. A Exposição é
a ‘menina dos olhos de cada homem do campo’. É para lá que levamos o nosso melhor produto e é para lá que voltamos nossos olhos”,
diz o diretor da Sociedade Rural Sérgio Peres.
A Exposição é uma dos maiores da sua categoria no País. Manter o conforto e integridade das pessoas que passam pelo Parque
de Exposições João Alencar Athayde e seu
entorno é o objetivo do grupo, que definiu as
estratégias e atitudes a serem tomadas em
caso de eventualidades.
“Vamos manter o controle interno e ex108
Informe Expomontes 2015
Um circuito interno de segurança foi implantado com câmeras nas principais vias de
acesso, além dos portões de entrada.
Posto de Comando
Unificado
Um Posto de Comando Unificado terá representantes de diversos órgãos de segurança pública, agentes da Prefeitura Municipal,
MCTrans, Polícia Militar, Agentes Penitenciários, Cemig, Profissionais de Segurança privada, representantes da Sociedade Rural, Cia
Promoções e Total Eventos. O Conselho Tute-
lar também está todos os dias da exposição.
“Nosso objetivo é reunir responsáveis diretos ou
indiretos com a Expomontes para que possamos antecipar atividades e definir as responsabilidades para
o êxito do evento. Focamos na prevenção, na coesão
dos esforços para oferecermos uma melhor prestação de serviços”, concluiu o coronel César Ricardo, da
Polícia Militar.
“Aumentamos a quantidade de profissionais capacitados com o treinamento prévio do Curso Básico de Sistema de Comando de Operações (SCO). Em 2014, foram
300, agora foram 500. Traçamos ações de resposta com
vistas a minimizar os possíveis dados em situações críticas, caso ocorram”, afirma Waldeci Gouveia Rodrigues,
Major BM, Comandante do 7º Batalhão de Bombeiros
Militar.
Carreta Comando
A novidade no termo de segurança é a presença
de uma Carreta Comando. Esse veículo é destinado a
acompanhar a movimentação em grandes eventos e
conta com câmeras de segurança para o controle de
tumultos. Para manter a segurança de quem estiver na
Expomontes, além do acompanhamento das Polícias
Militar, Civil e Bombeiros, a organização do evento vai
disponibilizar 1.250 seguranças particulares. Médicos e
socorristas também estão à disposição.
Venda de bebidas
Uma das deliberações da cúpula de segurança foi
a tolerância zero com a venda e consumo de bebidas
alcoólicas para menores de 18 anos. A comercialização,
que é proibida por lei, ganhou destaque por meio de
anúncios visuais e ao longo do dia pela Rádio Expomontes. Bebidas em garrafas de vidro também não serão
permitidas no interior do Parque.
“Vamos fazer o que está dentro da nossa responsabilidade para evitar que jovens menores de 18 anos
comprem qualquer tipo de bebida”, afirmou Juliano
Dias, que é representante da empresa responsável pelas barracas de alimentação.
Trânsito e estacionamento
O trânsito na região do Parque de Exposições também receberá atenção especial nos dez dias do Expomontes. Medidas preventivas são tomadas pela MCTrans para facilitar o fluxo de veículos.
A Ferrovia Centro Atlântica determinou que o terreno do entorno do Parque de Exposições seja cuidado
pela Guarda Mirim. O valor arrecadado nos dias de Expomontes será destinado a entidade.
Meio Ambiente
O Conselho Municipal de Defesa e Conservação do
Meio Ambiente (Codema) de Montes Claros aprovou,
por unanimidade, a extensão de horário dos shows
realizados durante a 41ª Expomontes. A legislação de
meio ambiente do Município determina que os eventos
de grande público finalizem às 23h59. As atrações da
Exposição poderão ser apresentar até às 0h59, conforme deliberação do Órgão Máximo de meio ambiente do
Município.
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109
PMMG NA EXPOMONTES 2015:
PARCERIA DE SUCESSO
A
Polícia Militar de Minas Gerais, cujas origens históricas remontam os idos de 1775, comemorou, no
dia 9 de junho de 2015, mais um ano de existência, constituindo-se na mais antiga fração de tropa
paga do país, tendo como missão precípua a atividade
de segurança pública.
Em seus 240 anos, a PMMG sempre pautou suas
atividades na busca incansável pela produção de segurança pública com qualidade, respeitando valores como
lealdade, disciplina, ética, justiça, hierarquia e representatividade trabalhando, diuturnamente, somando
esforços junto à comunidade para aumentar, cada vez
mais, a sensação de segurança da sociedade a que pertence, e a quem tem a honra de servir, visando cumprir
a sua missão constitucional de manutenção da ordem
pública, por intermédio do policiamento ostensivo promovendo, assim, a tão sonhada paz social.
Todo o contexto até aqui exposto resume-se no
lema adotado pela instituição quando do seu aniversário: “valorizar o nosso policial militar e somar esforços
para a construção de uma ambiente mais seguro”.
Neste ano de celebração, a Décima Primeira Região
da Polícia Militar de Minas Gerais, sediada em Montes
Claros, participa, mais uma vez, da Exposição Agropecuária de Montes Claros, uma das maiores festas de
agronegócios do país. Esta parceria de sucesso estabeleceu-se desde a primeira edição do evento, com a
Polícia Militar assegurando a segurança de todos os
presentes nesse grande evento que atrai pessoas de
todas as Gerais e movimenta grandes somas em dinheiro e negócios.
Objetivando o sucesso do evento no que se refere
à segurança, foram realizadas várias reuniões, com
todos os envolvidos, para planejamento de ações voltadas à plena e satisfatória execução do policiamento no decorrer dos doze dias em que acontecerá a
Expomontes, tanto no interior quanto no exterior do
Parque de Exposições.
Para o ano de 2015, inovações serão implementadas
pela PMMG com vistas a garantir a criação de uma ambiente seguro no Parque João Alencar Athayde, local de
realização do evento, bem como em seu entorno, sen110
Informe Expomontes 2015
do que os postos policiais funcionarão 24h para atendimento às demandas da comunidade.
O policiamento contará com um grande efetivo nos
doze dias de exposição e será incrementado pela Plataforma de Observação elevada – POE-, utilizado pela
Polícia Militar pela primeira vez na Copa do Mundo do
Brasil, em 2014, e, de maneira inédita, será utilizada em
evento no norte de minas. O POE é uma central moderna de videomonitoramento, montada em um caminhão
que possui uma torre de câmeras a ele acopladas, permitindo aos policiais militares empregados nesse tipo
de policiamento, uma ampla visão de todo evento.
A Polícia Militar também estará presente no Sistema de Controle de Operações – SCO – no interior do
Parque, que se destinará à atuação, caso haja a ocorrência de uma situação adversa que se transforme
em uma situação crítica, exigindo uma metodologia
integrada, congregando os vários atores do Sistema
de Defesa Social.
Nos telões, localizados no interior do parque, serão
veiculados vídeos animados contendo dicas de autoproteção, com vistas a auxiliar os presentes quando a
adoção de condutas que inibam a ocorrência de crimes
a sua consequente vitimização.
A Polícia Militar, em parceria com a Sociedade Rural,
realizadora do evento, estão envidando todos os esforços
necessários para fazer desta edição da Expomontes verdadeiramente Surpreendente em segurança, tranquilidade e diversão sadia, transformando o Parque João Alencar
Athayde em um ambiente verdadeiramente seguro.
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111
Registro de perda de documentos e
outras ocorrências são facilitados
pela Delegacia Virtual
Número de ocorrências já supera o das delegacias
físicas da PC, no primeiro ano de funcionamento
A
Delegacia Virtual proporciona mais
celeridade no atendimento das delegacias físicas de todo o Estado, desde
2014 quando o sistema foi lançado
pela Polícia Civil.
A modalidade virtual está apta a registrar cinco tipos de ocorrência, sendo eles
os acidentes de trânsito sem vítima, perda
ou extravios de documentos, extravio de
objetos pessoais, comunicação de pessoa
desaparecida e crimes de danos simples,
facilitando os registros que podem ser feitos por todos com acesso a internet pelo
computador ou pelo aplicativo. Veja dados
registrados pela Delegacia Virtual:
Para a superintendente adjunta de
Informações e Inteligência Policial, Yukari Miyata, uma das responsáveis pelo sistema, com mais de um ano do serviço a
Delegacia Virtual já desonera os serviços
das delegacias físicas. Durante o balanço
de um ano do serviço a delegada observou
essa melhora “Acho que esse balanço de
um ano é extremamente positivo. Desoneramos os registros da Polícia Militar e Civil
em cerca de 25% e já ultrapassamos os
170 mil registros”, destaca Miyata.
Minas Gerais
Montes Claros
52475
772
Pessoa extraviada ou desaparecida
376
4
Dano
958
12
111262
2433
7759
164
172830
3385
Acidente de trânsito sem vítima
Extravio de documentos
Extravio de objetos pessoais
Total
112
Informe Expomontes 2015
Como funciona
Com acesso por meio do endereço www.delegaciavirtual.sids.mg.
gov.br, a Delegacia Virtual tem links
de atalho também nos sites do Detran (www.detran.mg.gov.br) e da
Polícia Civil de Minas Gerais (www.
policiacivil.mg.gov.br). O registro
de ocorrências é feito por meio do
preenchimento de formulários que
são apresentados, gradativamente, na tela.
Após o envio dos dados ao sistema, a ocorrência passa por uma
triagem. Em até quinze minutos, é
emitida uma mensagem, informando o número do Registro de Evento
de Defesa Social (REDS), bem como
a forma de acessá-lo no site do Sistema Integrado de Defesa Social
(SIDS), para imprimi-lo. O documento pode ser usado para fins de acionamento da seguradora, comprovação de extravio de documentos e
outros fins.
Uma equipe de 16 policiais/
analistas trabalha em esquema
de plantão, na sede da Superintendência de Informações e Inteligência Policial (SIIP), atuando 24
horas na triagem dos registros recebidos e também para tirar dúvidas dos usuários.
Reforço na
segurança
Além dos benefícios que a Delegacia Virtual proporciona aos cidadãos, ela permite ainda que as
policiais Civil e Militar economizem
em insumos, energia e materiais
utilizados para a confecção de registros presenciais. Combate também a
subnotificação de ocorrências de crimes e ainda libera policiais militares
para policiamento ostensivo e civis
para produção de inquéritos, investigação e atendimento de registros
de maior urgência.
Aplicativo para
celulares
Desde o dia 20 de janeiro de
2015 foi disponibilizada a versão da
Delegacia Virtual para dispositivos
móveis que utilizam a plataforma
android e iOS. Desde então, usuários de smartphones, tablets, e
iphones podem realizar solicitações
de registros através do aplicativo da
Delegacia Virtual, nos casos de acidentes de trânsito sem vítimas e de
perda e extravio de documentos e
objetos pessoais.
Tal recurso permite também que
o usuário obtenha informações de
localização por meio do Sistema de
Posicionamento Global (GPS) e que
possa acionar a câmera de seu aparelho para anexar imagens e filmes
em uma ocorrência. Os outros serviços da Delegacia Virtual serão inseridos gradativamente no aplicativo.
Assessoria de comunicação
7º BBM
Bombeiros
Bombeiros capacitam 500
profissionais para a 41ª Expomontes
Treinamento
Durante 10 dias do mês de Junho o 7º Batalhão do Corpo de Bombeiros realizou
treinamento com profissionais que atuarão na Expomontes 2015 e em ocorrências de
grande complexidade que podem ocorrer a qualquer momento, utilizando a ferramenta
denominada “SCO” - Sistema de Comando em Operações.
O SCO propõe o gerenciamento e comando unificado para gestão de grandes eventos
ou catástrofes, utilizando todas as forças de segurança pública tais como Corpo de
Bombeiros, Exército Brasileiro, Polícia Militar, Samu, Polícia Civil, Polícia Rodoviária
Federal, Ministério Público, Hospitais, Guarda Municipal, McTrans, Defesa Civil, Agentes
Penitenciários, CEMIG, Profissionais de Segurança particular e realizadores do evento. O
treinamento prévio dos agentes objetiva traçar ações de resposta e minimizar os possíveis
dados em situações críticas.
O Comandante do 7º Batalhão, Major Gouveia ressalta a importância da ministração
desse tipo de treinamentos, "No que tangem as operações em grandes eventos, o
treinamento e a capacitação promovem segurança para toda a população, pois caso ocorra
necessidade de alguma ação, os profissionais estarão aptos a darem as respostas corretas".
No curso foram habilitadas cerca de 500 pessoas dos diversos órgãos de segurança.
114
Informe Expomontes 2015
Assessoria de comunicação
7º BBM
CARRETA COMANDO
Waldeci Golveia Rodrigues, Major BM
Comandante do 7ºBBM
A grande novidade do Corpo de Bombeiros para
a Expomontes 2015, utilizada em Belo Horizonte
durante a Copa do Mundo, é o Centro Integrado de
Comando e Controle Móvel (CICCM) – uma carreta que
possui sistema completo de comunicação e
videomonitoramento, além de uma plataforma
integrada de inteligência para a gestão de grandes
eventos e ocorrências.
“2015 será melhor porque
somaremos a experiência do ano
passado. As discussões hoje
foram muito proveitosas. Revimos
os erros cometidos e reafirmamos
as boas práticas. O Posto de
Comando é uma boa prática que
será mantida, agora com uma
novidade. Teremos uma
CARRETA COMANDO.''
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w
Rainhas
Soberanas da Festa
R
ostos que encantam, olhares precisos, gestos meigos. Cinco garotas chegam com a imponência dos chapéus que as coroam e a delicadeza real. Elas mostram a juventude da nossa
gente e embelezam as entidades que representam. São rostos de meninas que marcam
presença como Rainhas da 41ª Expomontes.
Elas foram clicadas pelo fotógrafo Solon Queiroz, que está há mais de 20 anos no mercado.
O profissional tem experiência em fotografia jornalística e antropológica em veículos de Montes
Claros e Belo Horizonte. Seu trabalho já fez parte de exposições nacionais e internacionais. Sua
relação com a Sociedade Rural começou em 2000.
“Já tenho uma intimidade com a entidade e com a Expomontes que fotografo há 15 anos. Eu
tenho raízes no meio rural e conheço a importância deste ambiente e, em 2015, tive um novo
desafio: fotografar as Rainhas. Meu objetivo foi contextualizar a identidade rural com a presença
das garotas usando um novo olhar. Elas uniram a beleza e a sensibilidade feminina com a fibra
da mulher do campo”, afirmou.
116
Informe Expomontes 2015
Rainha sociedade rural
Yasmin Gonçalves
Pai: Andrei Nobre Guimarães
Mãe: Ana Paula Gonçalves
Aniversário: 24/10/1997
Hobby: desenhar
Você pode se definir em uma palavra? Calma
Música preferida: vento no litoral , Renato Russo
Comida Preferida: são tantas , mas acho que comida
japonesa se destaca
Que série você cursa: 3º ano do ensino médio
Qual faculdade você vai fazer? Estou em dúvida entre engenharia civil e arquitetura
Por que ser Rainha? Porque eu cresci no meio rural
e ser rainha é um grande orgulho para mim e minha
família.
Qual a importância em representar a instituição? A
Sociedade Rural é de grande importância para o Norte
de Minas, uma instituição séria, consolidada que tem
missão e busca sempre ajudar ao produtor rural.
Qual a viagem que mais te marcou? As viagens que
faço para visitar meus familiares são todas marcantes. Mas a viagem dos meus sonhos está por vir
Qual seu maior sonho? Passar na faculdade e viajar
pelo mundo
Qual a sua relação com a entidade que você representa? Por meus familiares fazerem parte do meio
rural , sinto-me ligada diretamente a ela .
O que você espera do seu reinado? Representar minha entidade da melhor forma possível. Quero participar de tudo, com responsabilidade. Uma mistura de
sentimento passa pelo meu coração.
Qual a sua história com o campo? Meu pai é zootecnista e fazendeiro, me ensinou, desde pequena, a me
apaixonar por fazenda e por animais e essa paixão foi
apenas aumentando A minha história
Os finais de semana em que eu não vou para fazenda e ando a cavalo são raros. A fazenda é minha segunda casa. Acordar cedo e ver o brilho nos olhos do
meu pai faz com que os meus brilhem também. Essa
paixão permite que eu me apaixonasse pelo campo
cada vez mais. Hoje , por estar no terceiro ano , estou focada nos estudos e me dedicando ao máximo.
Pretendo entrar em uma faculdade no próximo ano
e realizar meu sonho de conhecer novos lugares. O
campo sempre vai estar ligado a mim e pretendo
transferir essa paixão ao meus filhos , assim como
meu pai fez comigo.
Rainha Coopagro
de de conhecer Bonito e também o Paraguai. Karolina Campos Sampaio Lopes
Qual a sua relação com a entidade que você representa? Minha família lida por um bom tempo com leite
e todos têm uma relação de amizade e admiração pela
Coopagro devido a sua participação junto com os seus
cooperados.
Pai: Cléber Sampaio Lopes
Mãe: Gláucia Mariza de Souza Campos Sampaio Lopes
Data de nascimento: 02/06/1998
Hobby: Competir a cavalo (Team Penning e Três Tambores) e tocar violão
Você pode se definir em uma palavra?
Determinada
Música preferida: Pura Emoção- Chitãozinho e Xororó Comida Preferida: Peixe Frito e comida japonesa
Que série você cursa: 3° ano do ensino médio
Qual faculdade você vai fazer? Medicina Por que ser Rainha? Ser rainha é poder realizar um
sonho! Porque ser rainha é ocupar um posto de destaque e de muita responsabilidade na Expomontes e
como amo tudo que é ligado ao campo, especialmente
a criação de cavalos, sinto-me muito à vontade, honrada e preparada para assumir esse título. Qual a importância em representar a instituição?
É um de valor e de uma responsabilidade muito grande,
pois a Coopagro é uma importante cooperativa de grande referência para os produtores de leite, não apenas em
nosso Município, mas também em nosso Estado. Qual a viagem que mais te marcou? A viagem de
2013 ao Mato Grosso do Sul quando tive a oportunida-
Qual seu maior sonho? Crescer profissionalmente e
ser bem sucedida no que eu fizer. O que você espera do seu reinado? Espero poder representar a minha entidade, a Coopagro, com a gratificação merecida, e que as rainhas da 41°EXPOMONTES
sejam bem unidas e que possamos aproveitar bastante
o nosso reinado, pois é uma experiência única que temos em nossas vidas .
Qual a sua história com o campo? Meus avós paternos eram administradores de fazenda em São Paulo
onde meu pai foi criado. Hoje possuímos uma fazenda
aqui no Norte de Minas onde criamos cavalos e gado. A
minha história esta vem de muito longe. Corre no meu
sangue o amor pelos campo, pela terra!
A minha história
Sou de família tradicional do campo. O amor pelo campo foi passado de geração em geração. Meus bisavós
paternos trabalhavam com produção de café e de leite
no Sul de Minas e meus avós paternos eram administradores de fazenda no interior de São Paulo. É tradição que não acaba. Atualmente, meu pai cria cavalos
da raça Quarto de Milha e gado em nossa fazenda. E
o amor se transforma e aumenta a cada dia. Hoje, eu
e meu pai disputamos provas de “team penning” e de
três tambores. Sou uma eterna apaixonada pelo campo
e pretendo continuar a passar esse amor que minha família me ensinou para meus futuros familiares.
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117
Rainha Credinor
Qual seu maior sonho? Tornar-me uma médica competente e dar continuidade a tradição pecuarista da
minha família Angélica Freitas
Qual a sua relação com a entidade que você representa? Uma história de décadas. Meu pai é associado dessa grandiosa entidade, que é também
um ponto de apoio para o produtor rural. O Sicoob
é local de troca de experiência, é onde se sabe como
está a economia, vendas de animais, dentre outros
aspectos.
Pai: José Antonio de Freitas Reis
Mãe: Aldete Pereira Santos Aniversário: 25/02/1999
Hobby: Andar a cavalo
Você pode se definir em uma palavra?
Compaixão Música preferida: Lost Stars Comida Preferida: Bacalhau Que série você cursa: 2º ano do ensino médio
Qual faculdade você vai fazer? Medicina
Por que ser Rainha? Sempre admirei muito as rainhas e tinha vontade de um dia poder representar
alguma entidade e chegou a minha vez. Qual a importância em representar a instituição?
A instituição que represento, o Sicoob Credinor, tem
um papel social e econômico dos mais importantes
no desenvolvimento do Norte de Minas. A cooperativa de crédito surgiu para sanar barreiras existentes
entre o produtor rural e os bancos. Hoje é um dos
mecanismos mais importantes que dá voz e vez ao
homem do campo. Qual a viagem que mais te marcou? Quando fui
aos Estados Unidos, aos 15 anos, com uma turma
de amigas.
Rainha Sindicato Rural
O que você espera do seu reinado? Espero que seja
um reinado que possa marcar a minha vida de forma significativa e que eu esteja representado bem a
entidade. Qual a sua história com o campo? Venho de uma
família tradicional em que são 13 irmãos nascidos
no campo. Todos são fazendeiros, incluindo as mulheres. Espero dar continuidade a essa tradição, pois
me identifico bastante com o campo, onde fui criada.
A minha história
Nasci em Janaúba, Norte de Minas. Aos 10 anos me
mudei para Montes Claros, onde fiz vários ciclos de
amizades e hoje aos 16 anos, estudo no colégio Marista São José. Costumo frequentar as fazendas do
meu pai e acompanhá-lo sempre que possível, aos
leilões, eventos pecuaristas, até mesmo em seus negócios, isso desde pequena, certamente criando uma
admiração pela sua profissão e pelo campo. Sonho
em me tornar médica, por me identificar muito nessa área, pois tenho uma enorme vontade de servir e
ajudar ao próximo. Ao mesmo tempo, quero dar continuidade aos negócios do meu pai.
liares e amigos
Qual seu maior sonho? Viajar pelo mundo
Raquel Corrêa Machado
Qual a sua relação com a entidade que você representa? Minha família quase toda é da área rural e estão ligados ao campo. Meu avô é filiado ao Sindicato.
Ele tem história com o setor.
Pai: Fabio Soares Caldeira
O que você espera do seu reinado? Divulgar e passar aos convidados as realizações da entidade
Mãe: Celina Rabelo Corrêa Machado
Data de nascimento: 12/02/1999
Qual a sua história com o campo? Nasci em uma
família de produtores rurais e comerciantes do setor
agropecuário e sempre tive contato com o meio rural.
Hobby: Ler
Você pode se definir em uma palavra? Uma só é
difícil mas acho que otimista
Música preferida: I’m yours ( Jason Mraz)
Comida Preferida: Churrasco
Que série você cursa: 2º ano
Qual faculdade você vai fazer? Direito
Por que ser Rainha? Por ser uma honra representar
a classe rural e minha entidade
Qual a importância em representar a instituição?
Divulgar o Sindicato Rural para os participantes da
festa da Expomontes de 2015
Qual a viagem que mais te marcou? A viagem
para Morro de São Paulo que fui com meus fami-
118
Informe Expomontes 2015
A minha história
Nasci no ano de 1999, no dia 12 de fevereiro, em
Montes Claros. Estou cursando 2º ano do Ensino
Médio e pretendo fazer do curso de Direito. Sou
muito apaixonada por viajar e pretendo conhecer o
Brasil e o exterior. Nosso País tem uma diversidade
cultural e gostaria de conhecer algumas dessas culturas e também as belezas naturais - consideradas
as mais belas do mundo. A minha vida no campo
foi muito marcada pelas diversas idas às fazendas
de minha família e do grande entrosamento com o
meio rural. Sinto uma paz profunda quando estou
em contato com a natureza e espero continuar tendo convívio com isso tudo.
Rainha Núcleo do Cavalo
Mangalarga Marchador
Jullie santos
Pai: Jorge Antônio Dias Santos
Mãe: Joana Darc´k Soares Santos
Aniversário: 17/04/1994
Hobby: Costurar
Você pode se definir em uma palavra? Feliz
Música preferida: Como é grande o meu amor por
você (Roberto Carlos)
Comida Preferida: Bata frita, feijão tropeiro , salpicão, Arroz carreteiro, bife a milanesa.
Que série você cursa: Conclui o ensino médio
Qual faculdade você vai fazer? Engenharia ambiental
Por que ser Rainha? Ser rainha é algo muito importante e gratificante, mas também envolve grandes
responsabilidades que promovem o conhecimento
e crescimento. Se bem administrado, o reinado traz
grandes alegrias e satisfações.
Qual a importância em representar a instituição?
Com muita alegria represento esta importante instituição, que é o Núcleo do Cavalo Mangalarga Marchador que vem crescendo a cada ano e vem defendendo, divulgando e ofertando aos criadores condições
de levar a raça à frente. Representar o Núcleo, é uma
grande responsabilidade.
Qual a viagem que mais te marcou? Viagem de fim
de ano 2014, para cidade de Francisco Sá, entre amigos e familiares todos juntos e alegres.
Qual seu maior sonho? Casar
Qual a sua relação com a entidade que você representa? Meu Pai tem uma relação mais forte e
sólida. Eu, aos poucos, na medida do possível, vou
conhecendo e me apaixonando pelo excelente trabalho do Núcleo.
O que você espera do seu reinado? Sempre positivo!! melhorias positivas serão sempre bem vindas,
inovações. Vai fazer a diferença no meu ano!
Qual a sua história com o campo? Desde bem
cedo, gosto do campo, de animal e gosto de montar,
entretanto vida urbana com suas muitas atividades
te obriga a distanciar do que é o seu real desejo, mas
me entreguei a esse desejo há cinco anos, que veio
mais forte ainda. O nosso canto no campo traz paz
e é gratificante. Para mim, é e sempre será o melhor
lugar do mundo! A minha história
Tenho apenas 18 anos, trabalho desde os 16. Concluí
aos 17 os cursos de técnico de segurança do trabalho,informática e costura.Vou prestar vestibular em
2015 para Engenharia Ambiental. Sou noiva, gosto
muito de andar a cavalo, passear pelo campo, sozinha
com meus pensamentos. Gosto de malhar, dançar e
costurar nas horas vagas. Minha família é meu mundo,
meus pais são separados, mas tenho muito amigos,
graças a Deus. Tenho três irmãos que amo muito:um
de 25 anos, uma de 14 anos e um de 10 anos. Sou de
pouco amigos, porém os que tenho protejo e amo
muito. Meus pais são meus maiores exemplos! Sonho
em me casar. Cada momento de minha vida foi e é
muito especial, o reto está nas mão de Deus.
Montes Claros 158 anos com
muita vivacidade!
120
Informe Expomontes 2015
O novo olhar para os Gerais
Sistema Sedinor/Idene quer diminuir as diferenças sociais e
econômicas existentes entre as regiões do estado
P
romover e coordenar as ações
voltadas para o desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades que
ainda separam as Minas dos Gerais. Essa é a missão da Secretaria
de Estado de Desenvolvimento e
Integração do Norte e Nordeste de
Minas Gerais (Sedinor), que atua
em 258 municípios do Norte, Noroeste e vales do Jequitinhonha,
Mucuri e Rio Doce.
Com o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), braço operacional da Sedinor, programas sociais
estão sendo ampliados e fortalecidos, ações do governo estão sendo
potencializadas, além do incentivo
a novos investimentos para a geração de emprego, renda e a consequente melhoria da qualidade de
vida das pessoas.
No Estado, o Sistema Sedinor/
Idene também atua como articulador junto às demais secretarias e
órgãos estaduais, garantido intervenções efetivas que melhorem a
infraestrutura hídrica e a integração socioeconômica da sua área de
abrangência.
Entre as ações desenvolvidas
pelo Sistema Sedinor/Idene destacam-se:
Brasil Alfabetizado
O programa de alfabetização
de jovens e adultos é uma porta de
acesso à cidadania e o despertar do
interesse pela elevação da escolaridade. O público-alvo são pessoas
analfabetas com 15 anos ou mais. A
iniciativa é desenvolvida em parce122
Informe Expomontes 2015
ria com o governo federal e, nesta
nova fase em Minas Gerais, vai envolver também os municípios, por
meio de suas secretarias de educação, além de associações comunitárias entre outras entidades.
Nesse mês de junho, o Sistema
Sedinor/Idene retomou o programa
no estado, ampliando o benefício
para toda a área de abrangência
da Secretaria. A iniciativa, que contemplava 160 municípios do Norte
de Minas e vales do Jequitinhonha
e Mucuri, agora vai atender 258
municípios, chegando também ao
Vale do Rio Doce e ao Noroeste de
Minas. O número de vagas passará
de 30.136 para 80 mil, sendo que
para o Norte de Minas a meta é de
aproximadamente 32 mil pessoas
beneficiadas.
Água para Todos
Visa à universalização do acesso
à água para o consumo humano e
para a produção agrícola e alimentar em áreas rurais. Os investimentos globais previstos somam R$ 540
milhões, sendo R$ 400 milhões especificamente do Água para Todos
e R$ 140 milhões do PAC 2.
Até o momento foram investidos R$ 170 milhões, aproximadamente, em várias tecnologias:
cisternas de polietileno, cisternas de placas para consumo humano, cisternas de placas para
produção agrícola, barreiros,
pequenas barragens e sistemas
coletivos de abastecimento de
água. A iniciativa conta com a
parceria do governo federal.
Ao todo serão beneficiados 184
municípios dos vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas,
incluídas todas as 91 cidades da
área de abrangência da Diretoria
Norte do Idene, com investimentos
da ordem de R$ 320 milhões especificamente nesta região. Ao final de
todas as intervenções previstas, serão beneficiadas 521,6 mil pessoas.
Hoje, o número de atendidos
chega a 137,5 mil habitantes. Já
foram instaladas cerca de 9.000
cisternas de placas e 24.000 cisternas de polietileno, que permitem a captação de água de chuva
para ser utilizada durante o período de estiagem.
Em parceria com o Ministério da
Integração Nacional, serão investidos cerca de R$ 100 milhões na
construção de 962 pequenas barragens que, somadas à implantação de 133 barreiros (R$ 8 milhões),
contemplam todos os 168 municípios da chamada área mineira da
Sudene. Classificadas entre as intervenções de atendimento coletivo, as barragens terão capacidade
de 87.000 m³, tendo custo unitário
médio de R$ 100 mil. A Sedinor está
articulando junto ao governo federal o repasse dos recursos para dar
início às licitações e às obras.
Entre as obras do PAC 2, incluem-se a barragem de Mato Verde e a ampliação do Sistema de
Abastecimento de Água de Montes
Claros. A primeira representa um
investimento de R$ 48 milhões, beneficiando mais de 12 mil pessoas
nos municípios de Mato Verde e
Catuti, e com previsão de conclusão
em 18 meses. Já em Montes Claros
serão investidos R$ 90 milhões,
sendo que as obras em andamento
beneficiarão 370 mil habitantes, com previsão
de entrega em 12 meses. Ambos os empreendimentos têm a Copasa como executora.
Um Leite pela Vida
O programa tem como objetivo contribuir
para o combate à fome e à desnutrição de cidadãos que estejam em situação de vulnerabilidade social e/ou em estado de insegurança
alimentar e nutricional – por meio da distribuição gratuita de leite. Além disso, visa fortalecer o setor produtivo local, especialmente a
agricultura familiar.
Desenvolvido em parceria com o Ministério
do Desenvolvimento Social e a Emater-MG, o
programa tem como beneficiários crianças de 2
a 7 anos, idosos a partir de 60 anos, gestantes
e nutrizes, além de entidades socioassistenciais. O volume distribuído, que em janeiro de
2015 era de 75 mil litros/dia, já se aproxima dos
100 mil litros. A meta é chegar a 150 mil litros/
dia. No Norte de Minas, 65 cidades são atendidas pelo programa “Um Leite pela Vida”, com
cerca de 77 mil beneficiários.
Recentemente, o Sistema Sedinor/Idene retomou os 193 Comitês Gestores do Leite que
estavam paralisados há cerca de dois anos. O
objetivo desses comitês é envolver a comunidade e todos os órgãos e entidades ligados ao
setor visando o fortalecimento do programa e
maior eficiência nas ações. A nova gestão do
programa também está possibilitando que municípios que estavam desabastecidos voltem a
receber o leite.
Combate à Pobreza Rural
acompanhar o funcionamento de todas as unidades produtivas e buscar reparar possíveis
falhas de implantação e gestão ocorridas nos
últimos anos.
Artesanato em Movimento
Dirigidas aos municípios da área de abrangência do Sistema Sedinor/Idene, as políticas
para o artesanato visam à promoção dos canais de comercialização dos produtos artesanais e inserção no mercado. A finalidade é contribuir para o reforço da imagem e identidade
do artesanato do Norte e Nordeste de Minas
Gerais. Com apoio na promoção e na comercialização em feiras e eventos, o programa fomenta a abertura de novos mercados, criando
demandas e fortalecendo a atividade.
“A nossa luta é pela igualdade. Precisamos
reduzir as diferenças históricas que existem
entre as Minas e os Gerais. Vamos fazer com
que os 258 municípios que hoje compõem o
Sistema Sedinor/Idene sejam protagonistas
do desenvolvimento do nosso Estado. Vamos
ampliar e fortalecer os programas sociais, potencializar as ações do governo, mas também
incentivar novos investimentos para a geração
de emprego, renda e a consequente melhoria
da qualidade de vida das famílias. São muitas
as distorções que precisam ser corrigidas, mas,
com união e determinação, é possível transformar a realidade da nossa região. É isso que estamos buscando!
Paulo Guedes – secretário da Sedinor
O Projeto de Combate à Pobreza Rural
(PCPR) caracteriza-se por apoiar investimentos
comunitários, não reembolsáveis, visando reduzir a pobreza rural por meio da geração de
trabalho e renda. O programa que estava praticamente paralisado, com o orçamento reduzido a apenas R$ 300 mil por ano, também está
sendo retomado. Em 2015, o Governo do Estado pretende investir R$ 15 milhões em ações
do PCPR.
Além de viabilizar novos investimentos comunitários, o Sistema Sedinor/Idene pretende
123
Câmara acelera
desenvolvimento
Fotos: Nascimento Silva
A
Câmara Municipal trabalha de diferentes formas, com
o objetivo de potencializar o desenvolvimento de Montes Claros, com reflexos diretos nos demais Municípios
do Norte de Minas. Além da produção permanente de
leis que impactam na vida do cidadão, ela articula junto ao
governo estadual e federal para que atenda às reivindicações do município no tocante às obras físicas e sociais. Agora mesmo, cobrou do governador Fernando Pimentel, do PT,
durante visita à cidade no dia 11 de junho, que tire do papel o
projeto de construção do Hospital Regional do Trauma, fundamental para melhorar a saúde pública regional.
Presidente da Câmara, o vereador Marcos Nem, do PSD,
participou da solenidade de lançamento do Projeto Fórum
Regional, lançado em Montes Claros pelo governador e o entregou documento assinado pelos 23 vereadores, pedindo-o
para acelerar o processo de construção do hospital. Lembra
que trata-se de obra relevante para melhorar a prestação de
serviços à população da área mineira da Sudene e até de parte da Bahia, pelo fato de a cidade ser referência no setor. Além
do que, viabilizar o projeto foi um dos compromissos assumidos por Fernando Pimentel, de público, durante a campanha
eleitoral, ao visitar a cidade.
O presidente lembra que a Câmara dá sua efetiva parcela
de colaboração à construção do hospital ao aprovar, no mandato passado, projeto do Executivo doando terreno no bairro Planalto para esta finalidade. Contudo, para materializá-lo,
depende do governo do Estado. E não se viu até agora, ações
concretas nessa direção. Com investimentos estimados em
R$ 135 milhões, o hospital disponibilizará 200 leitos, amenizando o problema da falta de vagas para internamentos em
Montes Claros.
“Um dos sonhos antigos de nossa região é justamente a
construção do Hospital do Trauma, que já possui terreno disponibilizado, porém, ainda não foram iniciados os trabalhos
para sua construção. Sabedores da preocupação de Vossa
Excelência com a melhoria das condições de vida da população, pedimos que sejam adotadas as medidas necessárias
124
Informe Expomontes 2015
Marcos Nem destaca a atuação da Sociedade Rural em
prol do progresso do Norte de Minas
e imediatas para o início das obras do Hospital, que certamente acarretará uma significativa melhora nas condições de vida e atendimento de toda a população do Norte de
Minas e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
e até de parte da Bahia”, diz um dos trechos
do documento entregue pessoalmente pelo
presidente ao governador.
SEGURANÇA - Além da saúde, a Câmara
Municipal também defende segurança pública de qualidade, preocupada com o elevado índice de violência e criminalidade no
município. Para tentar amenizar o quadro,
a Comissão de Segurança e Direitos Humanos, presidida pelo vereador Cláudio Prates,
do PTB, secretário da Casa, e integrada pelos vereadores Edwan do Detran, do PV e
Oliveira Lega, do DEM, cobram ao governo
do Estado ações concretas para dotar as
Polícias Militar e Civil de estrutura suficiente para combater a criminalidade com
resultados mais positivos. O Legislativo
tem realizado audiências públicas e constatado que a situação se agrava na zona
urbana e rural, com o aumento do tráfico
de drogas e o registro de crimes de toda
ordem. Os assaltos à mão armada estão
se tornando recorrentes também no campo, para o desespero da população.
A Câmara Municipal trabalha para ajudar a consolidar o desenvolvimento de Montes Claros em menor espaço de tempo.
Sociedade Rural constrói o progresso
Apesar de enfrentar dificuldades de toda
ordem, ao longo de 70 anos, a Sociedade Rural participa da construção do progresso de
Montes Claros e dos demais Municípios da
região. A observação é do vereador Marcos
Nem, presidente da Câmara Municipal, que
acompanha a trajetória da entidade, presidida pelo pecuarista Osmani Barbosa Neto. A
diretoria da entidade, compromissada com
a classe rural, não mede esforços para solucionar os problemas que se lhe apresentam
no cotidiano, por meio de ações concretas de
suas lideranças junto ao governo estadual e
federal. E a Exposição Agropecuária, realizada
anualmente, é o coroamento deste trabalho.
Para o vereador, o trabalho da entidade
é extremamente relevante, diante das dificuldades cada maiores enfrentadas pela classe
rural na região para se manter na atividade. A
seca, que afeta todos os setores, prossegue,
é um dos maiores problemas, mas a entidade tem cobrado do poder público, em nível
estadual e federal, a adoção de medidas que
atenuem a situação.
“Temos que cumprimentar o Presidente
Osmani e toda sua diretoria pela eficiente
atuação em defesa do homem do campo. É
um trabalho intenso, feito no dia a dia, com
competência e compromisso e que apresenta resultados altamente significativos. A enti-
dade se consolidou, há anos, como verdadeira representante da classe rural”, sustenta o
vereador.
Com o estímulo à produção, a Sociedade
Rural tem papel preponderante na construção do desenvolvimento de Montes Claros e
toda a região. E um dos marcos da entidade,
de acordo com o presidente da Câmara Municipal é a Exposição Agropecuária, realizada
anualmente, de uns tempos para cá, no Parque João Alencar Athayde. Para ele, trata-se
de uma das maiores mostras do gênero do
Estado, que atrai expositores de diferentes
regiões do País, com reflexos direitos na economia como um todo. “A Exposição Agropecuária é a marca registrada da Sociedade Rural para ajudar a potencializar a economia e
acelerar o progresso regional”, sustenta.
O vereador chama a atenção para o fato
de que a Sociedade Rural completou 71 anos
de intenso e eficiente trabalho desenvolvido
em prol da região, o que considera uma das
marcas mais significativas. E este ano realiza
a 41ª Exposição Agropecuária com a garantia
de sucesso absoluto, em termos de negócios
e de público. Segundo Marcos Nem, mesmo
com a crise econômica que atinge a todos os
setores, a entidade viabiliza a mostra na certeza de que corresponderá às expectativas
em todos os sentidos.
© endostock - Fotolia.com
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125
#53024902
Clube dos Fazendeiros é
sinônimo de Integração
T
ão importante quanto produzir os alimentos que chegam às mesas dos brasileiros
ou ainda lutar por melhores condições
para levar essa produção adiante é também poder usufruir momentos de descontração que revigorem as energias e unam mais os
produtores.
Assim, o Clube dos Fazendeiros desde a
sua criação se tornou ponto de encontro e
confraternizações entre os associados. A estrutura vem sendo permanentemente melhorada de modo a atender com qualidade e proporcionar bons momentos aos produtores
rurais e suas famílias.
Para o diretor de desportos da Sociedade
Rural, Fernando César Moura, mesmo um espaço de lazer como o clube reflete os valores
da entidade.
“Em tudo que fazemos procuramos excelência. Em minha opinião, temos a piscina mais limpa e bem cuidada da cidade. Queremos que em
cada detalhe os associados se sintam acolhidos
e valorizados, por isso não paramos de trabalhar nunca, para que os associados possam
desfrutar de bons momentos aqui”, pontua.
Dessa forma, periodicamente a estrutura
do local passa por intervenções em melhorias.
No primeiro semestre de 2015 as quadras de
tênis passaram por reformas, no segundo semestre, será a vez das quadras de peteca. Além
disso, a promoção de campeonatos esportivos
traz os membros para apreciar os espaços e
interagirem entre si.
“Esse ano já fizemos o campeonato de tênis,
mas vão vir outros. A disputa traz aquela competição saudável e divertida, e no final reunimos
as famílias num churrasco para confraternizar.
Esses momentos são importantes e não abrimos mão de proporcioná-los aos nossos associados”, destaca o diretor.
Novidade
O Parque de Exposições João Alencar
Athayde ganhou melhorias na sua estrutura
física no último ano. Um dos locais que recebeu diversas intervenções foi o Clube Social,
que foi todo climatizado com equipamentos
modernos que transformaram o ambiente
de luxo num lugar ainda mais agradável. Na
área de lazer, foi construída uma churrasqueira, que hoje atende às demandas dos
associados e da entidade. O salão menor da
parte baixa do Clube agora é Casa Amaral
Parque. De acordo com Roney Amaral, toda
a estrutura foi revitalizada.
“Instalamos ar condicionados e cortinas de
ar, reformamos os banheiros e toda área que
atenderá nossos clientes. O restaurante ficará
aberto sempre aos finais de semana e feriados.
Oferecemos nesse novo empreendimento os
mesmos serviços de boa qualidade da comida
e excelente atendimento”, afirma.
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127
Diretoria Social
Juntos e fortes
Diretoria social fortalece laço entre os associados
S
e a Expomontes naturalmente atrai milhares de pessoas ao
Parque de Exposições João Alencar Athayde, no restante do
ano as demais festas promovidas pela Sociedade Rural não se
fazem sozinhas, mas precisam de uma equipe focada em manter firmes os laços entre os associados. Seja para realizar a Festa do
Dia das Mães, dos Pais, do Sócio-Remido ou mesmo o Lançamento
da Expomontes, todas os eventos promovidos pela entidade são
marcadas pelo cuidado e zelo de Maria Idalina Almeida, diretora social da Sociedade Rural.
Há cinco anos no cargo, mas diretora desde 2002, ela se orgulha de poder colaborar com a instituição. “Muitas vezes um detalhe
faz toda a diferença, seja para o lado bom ou ruim, portanto me
esforço para que cada mínimo detalhe esteja perfeito, em qualquer
evento que fazemos. A mesma atenção e dedicação que fazemos
para um evento exclusivo para os sócios também dedicamos aqueles eventos em que recebemos as autoridades, como representantes de outras entidades e políticos. Em todos os casos, é o nome da
entidade que está em jogo”, destaca.
Sendo a Rural uma entidade sem fins lucrativos, realizar todos
os eventos sem grandes verbas exige a construção de parcerias,
que são fundamentais para o sucesso de cada ocasião. Além do
suporte de toda a diretoria, outros apoios de entidades e empresas
parceiras da Rural são essenciais para o sucesso em cada empreitada. E em dias de Expomontes, a dedicação faz com que mude
até de casa. “Eu venho cedo e já trago roupa, toalha, sapato... Fico
praticamente o tempo todo no Parque, com muita satisfação. O importante é dar o máximo para que tudo saia perfeito. Eu costumo
dizer que aprendo com os carneiros, que andam em bando para se
fortalecerem. Da mesma forma sou eu, quero que todos fiquemos
sempre juntos para estarmos sempre mais fortes”, conclui.
A seguir, confiram os registros dos eventos da Sociedade Rural!
128
Informe Expomontes 2015
w
Diretoria da Sociedade Rural
Posse e lançamento
prestigiados
A
Diretoria da Sociedade Rural de Montes Claros, Biênio 2015/2016
foi empossada, em março de 2015. O evento foi realizado no Centro de Eventos do Parque de Exposições João Alencar Athayde
e contou com a presença de 650 convidados, dentre eles autoridades políticas, empresários, produtores rurais e a imprensa. Na
mesma data, ocorreu o lançamento comercial da 41ª Expomontes. Com um discurso otimista, o Presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa Neto, que está na sua terceira gestão, agradeceu a confiança dos ruralistas nele depositada. Também afirmou que, depois de
todos os prejuízos causados pelos três anos de seca, o momento é de
união. Para ele, é da dificuldade que se tira a força, o aprendizado. “O campo sempre fez a sua parte. E nós, ruralistas, não fugimos
à luta. É hora de demonstrar toda a nossa força. A força que vem da
terra. A força que faz a terra e que da terra produz e alimenta esta
nação. Economicamente, é o momento dos empresários recuperarem
as turbulências do mercado. A Expomontes é época de conquista de
novos parceiros e clientes e, claro, atração de investimentos para a sobrevivência de seus negócios”, concluiu. De acordo com o Prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, a Prefeitura prossegue com a mesma parceria com a Rural para a Exposição Agropecuária. “Teremos um mega show, com o Michel Teló. Viva o homem do campo, viva Montes Claros, viva a Expomontes”, encerrou.
O Diretor Financeiro da entidade, Moacyr Basso, descreveu que a
Expomontes segue uma trajetória ascendente e que embora haja di-
w w w.sociedaderural.com.br
129
ficuldades econômicas, a Sociedade
Rural não se furtará em promover
cada vez mais oportunidades para
apoiar o produtor. “Como algumas das novidades,
teremos a abertura de uma churrascaria permanente no Parque, a ampliação da mostra de gado em formato de exposição de genética com
o gado das fazendas e a progênie;
aumentaremos o número de baias
para a permanência dos equinos
de esporte durante todo o evento,
permitindo a realização de provas
equestres durante toda a exposição.
Daremos um grande passo para fortalecer as nossas parcerias”, afirma.
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Informe Expomontes 2015
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Informe Expomontes 2015
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133
Hora de semear
Osmani Barbosa Neto
Presidente
Q
uando buscamos na literatura, encontramos sempre o sertão como a terra de um
povo forte e aguerrido, capaz de lidar com as dificuldades e vencer. Somos um
povo que sabe se refazer. Um povo que ri mesmo quando sofre, que canta mesmo diante das adversidades. Que olha para o alto, reza por chuvas, mas que não
fica parado à espera do milagre divino cair do céu. Roçamos a terra e fazemos a nossa
parte, a espera dos dias melhores. Já faz três anos que não recebemos as chuvas que
gostaríamos, mas é justo na dificuldade que nos esforçamos mais. Lutamos mais. Nós
não vivemos de desculpas, vivemos de trabalho e determinação.
Começa mais uma Expomontes. É sinal de que não deixamos a terra e hoje apresentamos o que melhor sabemos fazer nela: produzir. É agora a hora de comemorarmos
mais um ano de luta que deu frutos, assim como é a hora de semear outra vez. É quando nos mostramos juntos que temos mais força de nos fazermos ver. Queremos que as
autoridades vejam o que temos para mostrar, mas queremos que saibam o quão mais
podemos fazer se nos derem condições.
Nossas reivindicações não são novas. Ao contrário, reforçamos a cada ano. Crédito,
investimentos, renegociação das nossas dívidas... Acima de tudo, precisamos manter
por meio de barragens e cisternas a água que já cai do céu. Pode não ser o tanto que
precisamos, mas mesmo essa pode ser melhor aproveitada.
Como sempre, nunca paramos de trabalhar. Prova disso é mais esta Exposição.
Esperamos que ao longo do caminho que temos até a próxima edição, muitas outras
mãos se juntem à nossa. Que cada produtor possa se sentir amparado nas suas dificuldades para seguir firme. Que na mão que segura a enxada ou coloca sal para o
gado, possam vir outras mãos que deem condições para que essas pessoas possam
fazer o que mais sabem: produzir.Queremos que a sociedade e o governo nos abracem nessa empreitada.
É certo que a Sociedade Rural estará ao lado dos produtores, defendendo-os e
lutando por eles. Seja grãos, frutas, verduras, leite ou carne, nosso intuito é poder
fazer sempre mais! Quanto ao dia de hoje, só podemos nos orgulhar. Com aquela força
característica do sertanejo, enfrentamos todo tipo de dificuldades e hoje podemos nos
alegrar de realizar mais uma exposição. Nossas baias estão cheias de animais, no parque está cheio de gente, Montes Claros está cheia de vida com a 41ª Expomontes! Com
fé e força, juntos seremos sempre mais fortes e iremos muito além!.
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