Não pagaremos a conta da má administração
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Não pagaremos a conta da má administração
REVISTA DO SINDICATO DOS AGENTES FISCAIS DE RENDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO | Abril de 2016 | ANO 5 | # 118 ATO CONTRA PLP 257/16 Não pagaremos a conta da má administração PÁGINA 4 EM FOCO Angelo de Angelis: a carreira que tocou mais forte FRIGORÍFICOS Vitória para comemorar PÁGINA 6 PÁGINA 4 ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 1 CHARGE EXPEDIENTE DIRETORIA Presidente: Alfredo Maranca Vice-Presidente: Glauco Honório Secretário Geral: Guilherme Jacob Tesoureiro: Fabiano Buchetti Diretor de Assuntos Jurídicos: José Márcio Rielli Diretor de Assuntos Técnicos: Delcides Sousa Diretora de Assuntos Parlamentares e de Relações Institucionais: Mônica Paim Diretor de Aposentados e Pensionistas: Eduardo Monteiro Diretor de Comunicação e Eventos: Leandro Ferro Diretor de Assuntos Intersindicais e de Formação Sindical: Aron Rodrigues 1º Suplente: Felipe Petrachini 2º Suplente: Raphael Zulli 3º Suplente: Rafael Pedrini CONSELHO DE REPRESENTANTES Conselheiros Eduardo Fávaro Rocha de Almeida, Marcelo Borin Doria, Nanci Taveiros Gonçalves de Oliveira e Sérgio Trentin Junior (Sede); Paulo Henrique Dubus Reszka e Walter Martini (DRTC I/Tatuapé); Francisco Gabriel Nicolia e Luciano Miranda Gonçalves (DRTC II/Lapa); Diogo Carlos Pessoa da Silva e Jorge Augusto Diniz (DRTC III/Butantã); Anderson Bodart Pinto, Caio Mota Blank Machado Netto e Sergio Luiz Longo (DRT 2/Litoral); Bruno Lopes Barreira da Cunha, Kênia da Cunha Martins e Rodrigo Marcelino Andrade (DRT 3/Taubaté); Edmilson dos Santos Gonçalves Jr., Fábio Borges Marques e Ronaldo Huggler (DRT 4/Sorocaba); Adriano Reis Mota, Luiz Henrique Martins Moreira e Samuel Freire Lemos (DRT 5/Campinas); Antonio Aparecido Sigoli, Arlindo Ferreira de Aragão e Rafael Verdi Alarcon (DRT 6/Ribeirão Preto); José Mauro Progiante, Renato Saccaro e Tarcisio Marcal Silveira Bubniak (DRT 7/Bauru); Claudio Fambrini Moraes, João Ricardo Rodrigues Ferreira Julio e Sebastião Mendonça Ribeiro (DRT 8/São José do Rio Preto); Bermival Fatimo da Silva e Eduardo Felipe Monteiro dos Santos (DRT 9/Araçatuba); Marcelo Marin Marques e Michele Ferreira (DRT 10/Presidente Prudente); Gilson de Souza Takeya e Marco Aurélio Meira Garcia (DRT 11/Marília); Marcel José Siqueira, Nilo Calandria Ponce e Rivaldo Ribeiro de Jesus (DRT 12/ABCD); Edson Tomihiro Kato, Rafael Ferreira Coelho e Sandro de Morais Peroni (DRT 13/Guarulhos); Francisco Assis de Queiroz, Gilsemara dos Santos Gilberto e José Francisco Pinto (DRT 15/Araraquara); Alexandre Camara Meirelles, Marco Antonio Pezzatto e William Andrade de C. Barros Rocha (DRT 16/Jundiaí). Suplentes Carlos Henrique Ribeiro Cardoso, Daniel Takuma Kudo, Luiz Gongora e Valdemar Tadeu Figueira Confort (Sede); Danilo Lima Furtado e Valdeilton da Silva (DRTC I/Tatuapé); Guilherme Ponce de Leon Ieno e Silmara Marabezzi (DRTC II/Lapa); Rodrigo Cesar de Freitas e Victor Núncio Aprile (DRTC III/Butantã); Alexandre José Corte David, Fabio Oliveira Nery e Flávio Werneck Rebello de Sampaio (DRT 2/Litoral); Danilo Levate Macedo, Ricardo Luis Nascimento de Souza e Rogério Specie Puglia (DRT 3/Taubaté); Carlos André Issa Henriques de Araújo , Luiz Otávio de Andrade Corsetti e Ulysses Freitas Pessanha Arêas 2 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 (DRT 4/Sorocaba); Afonso Celso Rocha Mastrelli, Gabriel Fernando Agostini e Leandro Gomes Moreira (DRT 5/Campinas); Guilherme Montez Pavani, Urbano Montero Martinez e Washington Kaneyoshi Kutinakamiti (DRT 6/Ribeirão Preto); Bruno Amorim Ferrari, Cleber Stefani e Guilherme Schnekenberg Martins (DRT 7/Bauru); Marcio Eduardo Sanches, Marco Antonio D’Amico e Rafael Antonio Guimarães (DRT 8/São José do Rio Preto); Marco Antonio Calderaro e Vitor de Castilho Noale (DRT 9/Araçatuba); Alex Mitsuyuki Tatuishi e Marcelo Gonçalves Nunes (DRT 10/Presidente Prudente); Igor Nardelli Emmerich e Jan Luiz Lluesma Parellada (DRT 11/Marília); Carlos José de Souza, Fábio Roberto de Lisboa e Sérgio de Lima Melo (DRT 12/ABCD); André Benatti Carvalho, Danielle Ladeira Seiblitz Guanaes e Evelyn da Cunha Santos de Carvalho (DRT 13/Guarulhos); Bruno Mello Mulato, Marcelo Sbicca Monteiro de Barros e Osório Claudio Bortolin (DRT 15/Araraquara); Carlos Nativo R. dos Santos Sobrinho, Décio Brites e Rui Felipe Lousa Borba (DRT 16/ Jundiaí). CONSELHO FISCAL Titulares: Marco Antônio Pezzato (DRT 6/Ribeirão Preto), Eduardo Fávaro Rocha de Almeida (Sede) e João Ricardo Rodrigues Ferreira Junior (DRT 8/São José do Rio Preto); Suplentes: Jorge Augusto Diniz (DRTC III), Claudio Fambrini Moraes (DRT 8/São José do Rio Preto) e José Francisco Pinto (DRT 15/Araraquara) MESA DIRETORA Presidente: José Mauro Progiante; vice-presidente: Adriano Reis; secretário: Bruno Lopes CONSELHO DE ÉTICA Titulares: Rafael Verdi Alarcon (DRT 6/Ribeirão Preto), Sergio Luiz Longo (DRT 2/Santos) e Gilsemara dos Santos Gilberto (DRT 15/Araraquara); Suplentes: Nilo Calandria Ponce, DRT 12/ABCD), Arlindo Ferreira de Aragão (DRT 6/Ribeirão Preto e Sebastião Mendonça Ribeiro (DRT 8/São José do Rio Preto) REVISTA DO SINAFRESP Conselho Editorial: Alfredo Maranca; Glauco Honório; Guilherme Jacob; Fabiano Buchetti; José Márcio Rielli; Delcides Sousa; Mônica Paim; Eduardo Monteiro; Leandro Ferro; Aron Rodrigues; Felipe Petrachini; Raphael Zulli; Rafael Pedrini. Produção Editorial: Texto Comunicação Jornalista Responsável: Altair Albuquerque (MTB 17.291) Equipe Editorial: Fabricio Trevisan e Jean Philippe Vasconcelos Projeto Visual e Diagramação: Anistela Noronha Tiragem: 3.300 exemplares | Impressão: Potyguara Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores, não representando necessariamente a opinião do responsável pelo jornal e da Diretoria do Sinafresp. EDITORIAL A celebração da união No momento em que lançamos essa revista, em meio a todo o sofrimento da categoria, surge algo há muito pretendido: a união. Fundamental para garantir o sucesso da Classe nesse momento terrível. Exatamente quando o arrocho salarial beira o insuportável, a esperança míngua, e a categoria é flagelada ataque após ataque, os governadores lançam uma proposta ao Congresso Nacional, pelas mãos do Governo Federal. Trata-se de um aviltamento em graus inéditos dos direitos trabalhistas dos funcionários públicos, que responde pelo nome de PLP 257/2016. É triste ver nesse projeto a expressão da pobreza democrática dos Estados, em que a divisão de poderes legislativo e executivo ainda não atingiu o grau de independência que tinha na Inglaterra do Século XIII. O projeto tenta proibir o legislativo estadual de criar leis de algumas espécies. A falta de apreço pela federação vai por conta de fazer com que uma lei federal dite regras ao funcionalismo público do Estado. A falta de disposição ao diálogo tenta atribuir a um pretenso fatalismo econômico a previsão de destruição a todo o serviço público pelo espezinhamento dos seres humanos que fazem com que esse serviço seja possível. Nesse momento de união, é tempo de perceber a bravura daqueles, que entre nós, são menos privilegiados em salário, que foram tornados desiguais pela amaldiçoada Lei Complementar 1059, que foram privados até mesmo da esperança isonômica de carreira. Muitos de nós ainda nem sabem que não temos mais paridade de aposentadoria. Que uma lei cruel condena nossos colegas mais jovens a não ter os mesmos direitos trabalhistas. É preciso união, para trazer isonomia dentro de nossa própria carreira. Há muito o que lutar. Mas ao menos nossa união começou e temos a satisfação de apresentar algumas das vitórias inicias nas próximas páginas. Boa leitura! O PLP 257/16 é um exemplo de aviltamento em grau inédito dos direitos trabalhistas dos funcionários públicos” ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 3 CAPA Não pagaremos a conta da má administração Os Fiscais e os demais servidores públicos protestam nas ruas contra o PLP 257/16 Os servidores públicos do Estado de São Paulo deram um recado muito claro ao governo paulista no início de abril: “São Paulo vai parar”. Em uma megamobilização capitaneada pelo Sinafresp e outras entidades de classe, noticiada com destaque pela imprensa, como o jornal Folha de S. Paulo, funcionários de várias carreiras se uniram para mostrar sua força às autoridades. No total, mais de 3 mil trabalhadores, com representação massiva dos Agentes Fiscais de Rendas, protestaram diante do Palácio dos Bandeirantes contra a aprovação do famigerado Projeto de Lei Complementar 257/2016 que quer jogar sobre os ombros do funcionalismo público estadual o ônus das dívidas estratosféricas dos Estados com a União. O protesto foi destaque na imprensa. “Servidores paulistas fazem ato contra projeto que impõe ajuste 4 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 a Estados”, noticiou o jornal Folha de S. Paulo, o maior do país, que também deu espaço ao presidente do Sinafresp, que afirmou que “o projeto viola conquistas históricas dos trabalhadores do setor público”. Esse movimento foi mais uma ação liderada pela Diretoria do Sinafresp – aliás, compromisso de campanha da chapa Atitude –, que incluiu várias idas a Brasília (DF) em busca de apoio parlamentar para defender direitos adquiridos da Classe e de outras carreiras do funcionalismo público. Representantes sindicais, diversas associações, professores, Polícia Civil e Polícia Militar também se uniram à entidade nessa luta, que culminou com a mobilização em São Paulo. Essa ação também é importante para deixar muito claro para a Classe o caminho escolhido pela Diretoria do Sinafresp. A presença seguida do presidente Alfredo Maranca no Congresso Federal, o alinhamento com a Afresp, a aproximação com as entidades do Fisco, a busca de apoio político na Assembleia Legislativa. Enfim, todas essas iniciativas, conectadas a uma estratégia agressiva de comunicação, mostram com clareza o papel do Sindicato em defesa dos interesses dos AFRs paulistas. Os prejuízos do 257 - O Projeto de Lei Complementar 257/2016, que trata do refinanciamento da dívida dos Estados com a União, prevê vários prejuízo aos servidores, como redução de quadros, corte de benefícios, não reposição de vagas e congelamento de salários. “Servidores de São Paulo e de todo o país recebem a fatura para cobrir os gastos públicos, gerados pela má administração. Quem mais perde é a população brasileira”, explicou o vice-presidente do Sinafresp, Glauco Honório. Esse movimento do Sinafresp tem apoio de parlamentares, como o deputado federal Major Olímpio. A luta continua. “Os governadores, em conluio, estão querendo que os servidores estaduais paguem a conta dos desvios da corrupção e da falência da administração pública. Nós não concordamos com isso. E demos o recado claro ao governador Geraldo Alckmin: não aceitaremos que ônus para os serviços públicos”, alertou o deputado. Servidores de São Paulo e de todo o país recebem a fatura para cobrir os gastos públicos, gerados pela má administração. Quem mais perde é a população brasileira” GLAUCO HONÓRIO ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 5 EM PAUTA Vitória pra comemorar! Governo muda padrão de renovação do decreto que dá benefício fiscal aos frigoríficos A mudança no padrão de renovação do Decreto nº 57.686, que concede benefício fiscal aos frigoríficos do Estado de São Paulo, é, indiscutivelmente, uma conquista do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo. Não uma conquista definitiva, infelizmente, mas algo que precisa ser valorizado. Afinal, se não fosse a gritaria da Classe os frigoríficos continuariam com seus benefícios indevidos e no mais absoluto silêncio. “Só com muita pressão ao Governo do Estado, com ofício e divulgação na imprensa, o Sindicato conseguiu mudar a regra do jogo e o decreto tem agora uso restrito de créditos e prorrogação por apenas seis meses. Não é o que queremos, mas é uma vitória. Claro que continuaremos lutando para a extinção desse decreto 6 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 SP avalia acabar com benefício a frigoríficos Valor Econômico SP 21/3/2016 26 publicações Frigoríficos em SP tentam renovação de benefício fiscal Valor Econômico SP 29/3/2016 14 publicações SP avalia acabar com benefício a frigoríficos Valor Econômico Online 21/3/2016 Frigoríficos em SP tentam renovação de benefício fiscal Valor Econômico Online 29/3/2016 Indústria frigorífica pode fechar centenas de vagas em SP, diz sindicato BOL Notícias 30/3/2016 6 publicações Indústria frigorífica pode fechar centenas de vagas em SP Infomoney 30/3/2016 infame”, destaca o presidente Alfredo Maranca. A campanha começou em fevereiro, quando o Sinafresp enviou ofício ao governador Geraldo Alckmin pedindo que não prorrogasse o decreto. No documento, o Sindicato alertou que o benefício aos frigoríficos “afeta a justiça fiscal e coloca por terra o esforço da fiscalização dos Agentes Fiscais de Renda do Estado de São Paulo”. A entidade argumentou que há empresas que se valem de benefícios irregulares concedidos por outros Estados e que são sistematicamente autuadas. Todo esse movimento foi feito para defender a sociedade paulista, uma vez que uma parcela significativa dos frigoríficos presentes em São Paulo possui débitos milionários de ICMS inscritos na dívida fiscal do Estado. Considerando apenas os três maiores frigoríficos de bovinos do país, o papagaio é de cerca de R$ 800 milhões. “Vamos deixar uma coisa bem clara: as mudanças no decreto não alteram em nada a posição da entidade. Esse benefício exclusivo a um setor não deveria existir. Ele é danoso. E vamos continuar combatendo essa ilegalidade”, afirmou o vice-presidente do Sinafresp, Glauco Honório. Isenção de impostos a frigoríficos prejudica sociedade, diz Sinafresp Infomoney 31/3/2016 3 publicações Indústria frigorífica pode fechar centenas de vagas em SP, diz sindicato UOL Economia 30/3/2016 A imprensa foi um agente importante na estratégia do Sindicato para conseguir a não-renovação do decreto. A Comunicação do Sinafresp, autorizada pela diretoria, trabalhou ativamente com a grande mídia. A Assessoria de Imprensa promoveu encontros entre diretores e jornalistas de grande prestígio. Valor Econômico e Estadão, dois dos mais importantes veículos de comunicação do Brasil, entenderam a ilegalidade e abriram espaço para o tema. No total, mais de 60 veículos de comunicação destacaram a opinião do Sindicato e de seus diretores sobre a renovação do decreto. Consequência direta, o assunto ganhou grande destaque e gerou incômodo no governador e ao setor beneficiado, motivando a alteração nos termos do decreto. Diante dessa conquista e da grande repercussão na imprensa, o Sinafresp implementa uma luta ainda maior em favor da Justiça Fiscal. “Nossa batalha continua com mais afinco e a carreira sai fortalecida. O Fisco seguirá atendendo ao interesse da população paulista”, pontuou o presidente do Sinafresp, Alfredo Maranca. São Paulo reduz benefício fiscal a frigoríficos Valor Econômico SP 06/04/2016 11 publicações Alckmin não renova decreto que dá benefícios fiscais a frigoríficos O Estado de São Paulo Online 01/04/2016 7 publicações São Paulo reduz benefício fiscal a frigoríficos Valor Econômico Online 06/04/2016 ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 7 EM FOCO A carreira que tocou mais forte Apaixonado por música e aprovado em concurso do Banco Central, Ângelo de Angelis conta como se tornou AFR Ângelo de Angelis é um mineiro de Araxá, nascido em 1962. Desde pequeno, é apaixonado por artes, sobretudo música. Na sua adolescência e juventude estudou piano clássico, queria ser maestro! Em sua cidade natal, concluiu seus estudos no primário e no secundário. Anos depois, ao compasso do destino ou talvez pela influência do pai que era bancário, formou-se em Economia, pela Universidade Federal de Uberlândia. Era 1984, e naquele ano a vida de Ângelo tocava em outra cadência. Passar no concurso do Banco Central era a sua nova meta. Após a formatura, ingressou no Grupo ABC (atual Algar), conglomerado empresarial com sede em Uberlândia (MG). Em seis anos, atuou na Diretoria de Economia e Finanças, no departamento de auditoria interna e na assessoria de planejamento estratégico junto à direção. Apesar da excelência do grupo, prestou concurso para Agente Fiscal de Rendas por sugestão de uma colega de faculdade que morava em São Paulo. Aprovado, aguardou até 1990 para ser chamado. Naquele ano, prestou o sonhado concurso do Banco Central no qual foi aprovado. Não demorou muito para a Fazenda convocar a segunda turma dos aprovados no concurso de 1986. Na dúvida entre continuar no Grupo ABC, assumir no Banco Central ou na Sefaz, optou pela última, vislumbrando as oportunidades de atuar na fiscalização. No ano de 2012 foi premiado em primeiro lugar no concurso de monografias da Fenafisco com um trabalho crítico sobre substituição tributária, que ganhou notoriedade inclusive junto a economistas de renome como Ricardo Varsano e Isaías Coelho que o tem citado em seus artigos. Em bate-papo com a ‘Em Ação’, o colega detalha sua trajetória na carreira fiscal, que vem realizando com maestria na Sefaz. 8 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 ► Em quais condições de trabalho os ► Como foi o processo de implemenfiscais atuavam naquela década? tação deste modelo de gestão? Ao assumir minhas funções no Posto Fiscal de Fronteira de Bragança Paulista, em julho de 1990, levei um susto enorme. Ao sair de uma empresa considerada avançada para sua época, que operava com dados e informações online, e cair em uma organização que ainda utilizava máquinas de datilografia, arquivos de aço e microfichas para consulta de cadastros, senti que estava em um órgão burocrático dos anos de 1950 e eivado de precariedades em vários aspectos, principalmente no material organizacional e gerencial. ► Quando surgiram os postos de fronteira? Os Postos de Fronteira haviam sido erguidos sob a gestão do governo Orestes Quércia, entre 1987 e 1991. Na época, corria em Brasília proposta de reforma tributária que previa a passagem da cobrança do ICMS para o princípio de destino nas operações interestaduais. Assim, vislumbrava-se a intensificação da fiscalização das saídas de mercadorias do Estado a fim de coibir fraudes com créditos acumulados. Porém, a reforma não contemplou esta medida. As alíquotas interestaduais foram rebaixadas a 12% e 7%. Mesmo com o concurso e patrocínio do então Secretário da Fazenda, coordenador da CAT e diretor da DEAT, este modelo encontrou fortes resistências e diversas dificuldades de ordem prática na sua implementação. Ao final, criou-se uma estrutura regionalizada e hierarquizada, com a subordinação clássica das equipes de Fiscalização aos Núcleos Fiscais, destes à Delegacia Regional Tributária e esta à DEAT. As equipes deixaram de ser setoriais em quase todas as DRTs e a figura do Representante Regional Setorial exerceu papel muito marginal. Foi na DIPLAT que conheci colegas criativos e com mentalidade inovadora. Ali participei de vários projetos de longo alcance, sendo, o principal, o Promocat I.” ► Como chegou à Diretoria de Planejamento da Administração Tributária? ► De qual forma foram distribuídas as atividades fiscais? Acabou por prevalecer a força da cultura organizacional antiga com a centralização da elaboração dos planos de trabalho nas supervisões e sua execução pelas equipes de fiscalização. Estas nada mais têm de setorial e passaram a exercer uma miríade de atividades fiscais despejadas pelas diversas Supervisões da DEAT na base operacional. Aliado a uma gestão baseada em metas e cobranças intermitentes, este modelo encontra-se em avançado grau de obsolescência gerando perdas de produtividade e motivação. ► Como foi a sua carreira a partir daí? Após a minha missão na DIPLAT e no Promocat I, tive Após essa experiência na fiscalização de mercadorias em trân- a oportunidade de participar do Projeto Minerva em sito pela divisa estadual, fui selecionado para trabalhar na anti- Washington, nos EUA. Ao retornar, em 1999, assumi a ga Diretoria de Planejamento da Administração Tributária, a função de Assistente Fiscal junto ao gabinete da DRT/5DIPLAT (atual DETEC) na qual cheguei a exercer a função Campinas, para assessorar o então delegado Admir Martins de diretor, tendo atuado de 1994 até 2000. Foi na DIPLAT na implantação do Promocat II. Permaneci como assistente que conheci colegas criativos e com mentalidade inovadora. Ali fiscal junto ao gabinete da DRT/5-Campinas até 2006, ano participei de vários projetos de longo alcance, sendo o principal em que resolvi trabalhar da Fiscalização Externa onde estou o Promocat I. Sua proposta original compreendia uma trans- até hoje. Entre os anos de 2012 e 2015 atuei como repreformação radical da CAT em sua estrutura e modelo de gestão. sentante sindical da DRT/5-Campinas. ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 9 BOLETIM ECONÔMICO Arrecadação paulista cresceu 4,4% em 12 meses A Receita Tributária chegou a R$ 142,91 bilhões em valores correntes entre março de 2015 e fevereiro de 2016 Em fevereiro de 2016, a arrecadação tributária do Estado de São Paulo sofreu reflexos da queda da capacidade de consumo interno e da produção, agravada pelo cenário econômico adverso. Mas, mesmo assim, o resultado dos últimos 12 meses (março de 2015 a fevereiro de 2016) foi otimista em valores nominais, devido, entre outros fatores, à intensa atuação do Fisco. No período, a Receita Tributária chegou a R$ 142,91 bilhões em valores correntes, crescimento nominal de 4,4% se comparado ao período imediatamente anterior. Os dados são oficiais e foram levantados para o Sinafresp pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Entre os impostos que compõem a Recei- ta Tributária, destaque em fevereiro de 2016 para o crescimento da arrecadação do ITCMD (R$ 124,74 milhões) em relação ao mesmo mês do ano anterior, o que garantiu aumento nominal de 37,4% e crescimento real de 24,5%. Em relação ao IPVA, a elevação nominal de 6,7% foi menor do que a inflação do período, o que resultou em queda real de 3,3%. Em relação ao ICMS, imposto que representa cerca de 75% da arrecadação do Estado, quando somados os valores do PEP acumulados no ano – janeiro e fevereiro – e o intenso trabalho do Fisco, este imposto contabilizou crescimento nominal de 1,6%, passando de R$ 19,9 bilhões em fevereiro de 2015 para R$ 20,2 bilhões em fevereiro de 2016. GRÁFICO 1 Arrecadação do ICMS – Estado de São Paulo Acumulado de janeiro a fevereiro - 2011 a 2016 (em milhões de reais) GRÁFICO 2 Receita Tributária, acumulado em 12 meses e perda salarial dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo fevereiro de 2013 a fevereiro de 2016 20.009,25 21.820,76 23.177,90 21.751,31 21.409,89 21.548,50 +6,2% -0,6% +1,6% +6,6% -5,9% -8,3% Jan/ Jan/ Jan/ Jan/ Jan/ Jan/ Fev 2011 Fev 2012 Fev 2013 Fev 2014 Fev 2015 Fev 2016 Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Elaboração: DIEESE / Subseção Sinafresp Obs. Deflator: IPCA/IBGE. Em valores de dezembro de 2015. Nota: O cálculo de perda salarial foi realizado com base no valor da quota. 10 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 JURÍDICO Jurídico tem Regras de 500 processos aposentadoria em andamento compulsória Ações de licença prêmio fora do são atualizadas teto obtêm êxito em 81% dos casos Foto: Vicent Sobrinho Emenda alterou o limite de idade em que o servidor público deve ser compulsoriamente aposentado O Departamento de Assuntos Jurídicos do Sinafresp vem ajuizando Mandado de Segurança e Ações Ordinárias individuais, visando obter o pagamento da conversão em pecúnia. Atualmente, mais de 500 ações estão em andamento e o índice de êxito no Tribunal de Justiça (TJ) já chega a 81% nas ações de licença prêmio fora do teto. De acordo com o advogado do Sindicato, Thiago Alves (foto), esses processos só podem ser ajuizados por aposentados. Na aposentadoria, quando do pagamento das conversões da licença prêmio em pecúnia, utiliza-se como base de cálculo a remuneração do Agente Fiscal de Rendas (AFR) restrita ao teto salarial. Ocorre que a lei atribui à conversão da licença o caráter indenizatório, não sendo correta a aplicação do teto em seu pagamento. “A estratégia é ingressar com Mandado de Segurança Preventivo, antes do recebimento da indenização”, explica Thiago. “O Departamento de Assuntos Jurídicos do Sindicato é pioneiro nessas ações”, salienta o defensor. Alves ainda ressalta que os Recursos Extraordinários endereçados ao Supremo Tribunal Federal (STF) não estão sendo recebidos em razão de entendimento daquela corte de que a matéria não guarda relação com a Constituição Federal, mas restringe-se à legislação local. Por essa razão, tem prevalecido as decisões obtidas no TJ/SP. A Emenda Constitucional nº 88, publicada em 08 de maio de 2015, alterou o limite de idade em que o servidor público deve ser compulsoriamente aposentado, passando de 70 para 75 anos. Contudo, essa emenda, para ser efetivamente aplicada, dependia de regulamentação através de lei complementar. A regulamentação se deu pela Lei Complementar nº 152/2015, que estipulou que o servidor que completar 75 anos após 04/12/2015 (data da publicação da LC no Diário Oficial da União) será compulsoriamente aposentado. Até 03/12/2015, a regra aplicada ainda é a aposentadoria compulsória aos 70 anos. Essa regra, como não poderia deixar de ser, já está em vigência no âmbito do Estado de São Paulo. No próprio site do Departamento de Recursos Humanos (www.recursoshumanos.sp.gov.br), as regras de aposentadoria já estão atualizadas com a nova norma relacionada à aposentadoria compulsória. 70 ANOS 75 ANOS ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 11 GIRO ► FAZENDA CORTA DIÁRIAS ► FISCO INVESTIGA FRAUDE DE R$ 300 MILHÕES Com o apoio da Polícia Civil, 35 Agentes Fiscais de Rendas de duas Delegacias Regionais Tributárias (Butantã e Tatuapé), além da DRT de São Bernardo do Campo, deflagraram na primeira semana de abril a operação Redivivus contra cinco alvos, na Capital e na região do ABC paulista. O objetivo da ação foi desarticular fraude fiscal estruturada no setor de metais não ferrosos. O esquema abrange transações da ordem de R$ 1,7 bilhão que podem ter causado prejuízos aos cofres públicos de R$ 300 milhões em sonegação de ICMS. A fraude consiste na utilização de empresas de fachada que simulam compra, venda e industrialização de sucata que, na realidade, são realizadas por um grupo composto por várias empresas metalúrgicas. SOB ORIENTAÇÃO DA PGE Com a publicação da Resolução SF 36, de 28 de março de 2016, no Diário Oficial, que impede o pagamento de despesas de servidores públicos da Sefaz, está vedada a concessão de diárias onde seja aceito o chamado ‘Vale Coxinha’, salvo em caso de pernoite ou refeição nas localidades onde o cartão de alimentação não pode ser utilizado. A decisão publicada em 29 de março deixa a impressão de que as finanças saíram das mãos da Secretaria da Fazenda de São Paulo, agora sendo conduzidas pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), pois a resolução foi articulada sob orientação da mesma. Está aí mais um prejuízo para a categoria de Agentes Fiscais de Rendas. Além de prestigiarmos esta importante iniciativa da Classe, foi uma oportunidade para estarmos próximos de autoridades políticas com quem iniciamos contato, afim de articularmos visitas à Assembleia Legislativa para tratarmos de assuntos relativos à carreira”. Declarou GLAUCO HONÓRIO, vice-presidente do Sinafresp, que esteve acompanhando as entregas dos recursos obtidos pelo Fundafresp para entidades de todo o Estado. 12 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 ► CRONOGRAMA DE MOBILIZAÇÃO DEFINIDO Mobilização e união! Essas palavras resumiram as deliberações da reunião do Conselho de Representantes, no dia 09 de abril, em São Paulo (SP). A maioria dos filiados aprovou o cronograma de mobilização até 30 de abril, com flexibilização das datas do cronograma da Câmara de Mobilizações. Outras ações devem ser implementadas em maio. Propostas do Sindicato para a AGE do dia 30 de abril também foram discutidas na reunião. A criação de um Fundo de Valorização do Fisco, o pagamento das parciais da PR com ICAT fixo com ajuste no final, promoção por acúmulo de pontos e a alteração do cálculo da cota para dependência da arrecadação nominal foram algumas delas. No encontro, ainda foram apresentadas e aprovadas as regras das Câmaras Temáticas. Inserido no item 7 da pauta, foi aprovada a criação de Grupo de trabalho que dará apoio à proposta e elaboração de artigos críticos e auxiliará a Diretoria nesse tema. Outro apoio lembrado foi o da Fenafisco, que se une no combate ao PLP 257/2016. Todas as deliberações da reunião podem ser lidas no site do Sinafresp (www.sinafresp.org.br). PRÓXIMOS PASSOS ► MAIS DE MIL AFRS DELIBERARÃO PLEITOS EM AGE Agentes Fiscais de Rendas de todo o Estado devem participar da Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que ocorre no dia 30 de abril, a partir das 8h30. Na assembleia serão deliberadas várias propostas sobre os pleitos da categoria e discutidas as próximas mobilizações da Classe. “Esperamos receber mais de mil colegas neste difícil e decisivo momento de nossa carreira”, comentou o vicepresidente do Sinafresp, Glauco Honório. A AGE será realizada no Teatro Dom Bosco Colégio Salesiano Santa Teresinha, na Rua Augusto Tolle, 575, Santa Teresinha, Santana, em São Paulo (SP). ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 13 DESTAQUE Frutos de uma reformulação fiscal no Maranhão Percebemos sinais de que a Secretaria da Fazenda de São Paulo quer definir metas de fiscalização para 2016 ignorando a gigantesca queda da atividade econômica e ainda forçando crescimento nominal sobre a arrecadação. Uma meta de arrecadação tão grande não pode ser alcançada apenas com a redução da sonegação. Seria necessário aumento de tributação, onerando ainda mais quem está pagando regularmente os impostos – sejam empresas ou pessoas! Para provar que é possível mudar a situação quando se observa vontade política e, principalmente, admite-se a base para um diálogo entre o estado e os agentes do fisco, fomos ao extremo norte do país buscar as experiências do colega Jorge Castro! As movimentações de cargas cresceram 21% em 2015, um recorde histórico de 21,8 milhões de toneladas. Os resultados são fruto da execução de um plano estratégico que priorizou a revisão dos processos administrativos e operacionais e a entrada em operação do Terminal de Grãos do Maranhão, o Tegram.” 14 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 ► Como o Maranhão desenvolveu uma meta que incluiu margem de liberdade para a atividade econômica, permitindo desenvolvimento mesmo na época da crise? Todas com base na Declaração de Informações Econômico Fiscais – DIEF. Para alguns casos, advertimos o contribuinte quando do envio da DIEF e retornamos eletronicamente com uma mensagem de advertência. Jorge Castro – Mesmo no momento de crise, a Secre- Em outros casos mais graves, não recebemos a DIEF do taria de Fazenda vem auxiliando o governo do Mara- contribuinte e enviamos relatório informando os motinhão na tomada de decisões visando a elevação da capa- vos. O não recebimento da DIEF gera muitas implicacidade econômica e financeira do estado. O aumento ções, como ter que pagar o ICMS antecipado pelas suas de arrecadação em valores reais é um grande desafio operações comerciais (compra e venda). O último granpara a gestão fazendária maranhense à medida que é de projeto de fiscalização, implantado em setembro de forte a perspectiva de retração econômica no país para 2015, recebeu o batismo de Sistema Integrado de Intios próximos anos. Esse cenário implica, em tese, queda mação e Auto de Infração Fiscal – SIAIF (conhecido da arrecadação de impostos estaduais, principalmente como Auto Eletrônico), que roda no ambiente web. Em do ICMS que representa, em média, 87% do total da resumo, o SIAIF funciona da seguinte forma: No setor arrecadação. O Maranhão vem adotando uma política do planejamento fiscal, auditores fiscais elegem critérios tributária voltada para o desenvolvimento econômico e fiscais para cruzamento de dados econômico-fiscais por social, numa corrida para a geração de empregos e renda meio do Business Intelligence. As fontes são diversas: aos maranhenses. O atacado é incentivado pela conces- DIEF, GIA-ST, PGDAS-D, NF-e, CT-e, NFA, Sissão de crédito presumido, buscando a redução da carga comex, DANFOP, Suframa, Adm. Cartão de Crédito tributária. A indústria é incentivada pela concessão de e Pagamentos. Após a geração do resultado do cruzacrédito presumido nos casos de implantação, ampliação, mento de dados, o SIAIF capta todos os contribuintes modernização, relocalização e reativação dos negócios. que “caíram” nos respectivos critérios definidos anteriorAs micro, pequenas e médias empresas optantes do mente, gera a Intimação Fiscal (INFSC). Ate o dia 25 Simples Nacional são incentivadas pela redução do per- de fevereiro foram enviados e gerados 5.712 INFISCs centual referente à diferença de alíquota nas compras e 3.642 autos de infrações eletrônicos com retorno de 6% relativo ao total de crédito tributário reclamado, cujo interestaduais. valor total gira em torno de R$ 256 milhões. ► No Estado de São Paulo, todos os acionamentos fiscais são ainda feitos de forma tradicional e presencial, não havendo uma malha de fiscalização como na maioria dos Fiscos do mundo. Como está sendo a implantação do acionamento em malha no Maranhão? ► Aqui no Estado de São Paulo temos um porto que precisa urgentemente de novos recursos. Como a economia do Maranhão se relaciona com o porto de São Luis? O que tem sido feito para melhorá-lo? É estratégia do Estado do Maranhão consolidar o Porto Estrategicamente, a Sefaz/Ma vem implantando aos do Itaqui como meio de desenvolvimento econômico e poucos soluções tecnológicas, melhoria e redesenho de social para o Maranhão, em decorrência das operações processos. O sistema corporativo da Sefaz é composto comerciais e serviços diretamente prestados por ele e de centenas de módulos (aplicativos). Um desses módu- por todo o comércio gravitacional, gerando mais emprelos, chamado de “Visão Integral”, permite, num único gos e renda. Os dados da Empresa Maranhense Portuáclic, visualizar a situação fiscal e cadastral completa do ria – EMAP mostram que as movimentações de cargas contribuinte: valores pré lançados, valores lançados e cresceram 21% em 2015, um recorde histórico de 21,8 seus respectivos status, pendências de obrigações aces- milhões de toneladas. Os resultados são fruto da execusórias etc. Em 2009, iniciamos a implantação de malhas ção de um plano estratégico que priorizou a revisão dos fiscais que classificamos em “Advertência” e “Impacto”. processos administrativos e operacionais e a entrada em ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 15 operação do Terminal de Grãos do Maranhão, o Tegram. Hoje o Porto do Itaqui está em 1º lugar no Norte e Nordeste e 5º no Brasil em movimentação de cargas, fundamental para a região do Matopiba. Para o biênio 2016/2017 o governo anunciou investimento de R$ 1,35 bilhão no porto, entre recursos públicos e privados. Deste total, R$ 254,5 milhões são de recursos próprios, gerados pela empresa, que contemplarão a mecanização de terminais já em operação, obras nos terminais externos, implantação de sistema informatizado de cargas. Com relação aos recursos privados estão previstas a segunda fase do Terminal de Grãos do Maranhão e a construção de dois terminais com recursos do governo federal: um para fertilizantes e outro para carga geral. contribuído decisivamente para os expressivos resultados alcançados, principalmente no que diz respeito ao aumento da arrecadação dos tributos estaduais (crescimento de 7,38% entre 2014 e 2015). ► Como funcionam as operações especiais no Estado? E de que maneira você enxerga a carreira fiscal para o futuro? Existem duas estruturas que funcionam coordenando investigações e pesquisas com base em operações identificadas, como fraudes estruturadas, e também configuradas como de alto risco, cujas ações de combate podem acontecer a posteriori ou mesmo concomitante à circulação de mercadorias. Quanto à carreira fiscal no futuro, vejo como muito promissora porque cada vez mais a ► Como é a relação da essencialidade, a importância do fisclasse fiscal com o Governo cal para a Federação, fica mais eviEstadual e as Secretarias dente. Mas é fundamental o apoio no Maranhão de maneira maciço da sociedade brasileira ao geral? Existe cooperação e trabalho desenvolvido pelo Fiscal. liberdade para iniciativas? Isso é muito mais do que dizer que Considero como positiva a rela- a carreira do fiscal é reconhecida ção da classe fiscal com o governo como essencial pela Constituição estadual. Existe diálogo. No âmbi- Federal. É estratégico e, portanto, to da Sefaz, o corpo técnico tem a fundamental a universalização da liberdade de estabelecer (institucio- percepção social do tributo. É precinalizar) os seus planos estratégicos so difundir a consciência dos tribue operacionais, associando-os aos tos que as pessoas pagam e que são recursos necessários às suas imple- responsáveis pelo financiamento das mentações. A Sefaz possui plane- escolas, hospitais, segurança, lazer jamento estratégico desde 2003 e etc. Nesse sentido, vejo a importânde lá pra cá vem aperfeiçoando o cia da atuação das Administrações seu modelo de gestão e, atualmente, Tributárias e também das entidavem trabalhando fortemente com o des de classe trabalhando junto às ciclo completo do PDCA sob a óti- outras instâncias governamentais ca do Balanced Scorecard. Isso tem para a aplicação dos recursos públi16 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 cos de forma honesta, eficiente e efetiva, dando total transparência das suas ações para que a sociedade possa acompanhar e avaliar a gestão. E isso pode começar na discussão da elaboração das diretrizes orçamentárias, plano plurianual e o próprio orçamento anual – são nesses instrumentos que o governo indica o caminho que quer trilhar e como e onde devem ser aplicados os recursos arrecadados. Quanto à carreira fiscal no futuro, vejo como muito promissora porque cada vez mais a essencialidade, a importância do fiscal para a Federação, fica mais evidente. Mas é fundamental o apoio maciço da sociedade brasileira ao trabalho desenvolvido pelo Fiscal ORGULHO DE SER AFR Ser AFR não é tarefa fácil Batemos um papo com Alcides Gimenes, também conhecido por Mazolinha (para quem disputou os Campeonatos de futebol da Afresp em 74, 75 e 76 e as partidas nos campos de várzea do Aramaçã, em Santo André/SP). Lá, aliás, nosso amigo “ponta de laça” afirma ter marcado dois gols no histórico goleiro Zaluar, famoso por ter tomado o primeiro gol do Pelé. Entre as memórias, conquistas e fatos históricos da carreira, Gimenes se emociona ao falar sobre a luta sem fim por valorização da Classe. “Trabalhar como AFR não é tarefa fácil”. Esse recado Gimenes fez questão de anotar. “Quero que os mais novos tenham consciência de que é preciso lutar por nossa carreira porque, em que pesem as dificuldades, valorosas serão as recompensas para nossas vidas. Posso dizer que é uma carreira de expectativas, muito sofrimento, mas também de esperança”, afirmou. As dificuldades de um concurso de alto nível, as atividades diárias que em áreas distintas, além das constantes mudanças e ingerências políticas a que a profissão está sujeita, são apenas algumas delas. Apesar disso, quem se aventura nessa carreira tem uma grande chance de promover a transformação de paradigmas de impunidade e contribuir para termos uma sociedade menos corrupta, a despeito do que os mais céticos poderão rebater. Alcides, que é torcedor da Portuguesa de Desportos, pai de 5 filhos – uma delas também Fiscal - e avô de 6 netos, iniciou suas atividades na Fazenda em 1962, atuando como auxiliar no Posto Fiscal em Estradas de Rodagem de Ourinhos, antiga DRT 9/Botucatu, hoje pertencente à regional de Marília. Naquela época, ele dedicava 16 horas por dia na execução de suas tarefas, em uma estrutura precária. Entre suas contribuições, Gimenes orgulha-se, por exemplo, por ter conseguido elevar em 50% o Índice de Participação do Município (IPM) de Diadema no período de 7 anos, entre 1978 e 1986. Essas e outras histórias são contadas no Blog do AFR, no texto: Cartas do fiscal número 6 e 7. Lutem como lutaram seus antecessores, contribuindo para uma sociedade mais justa! “Para sustentar bons níveis de arrecadação na fiscalização direta, uma das grandes dificuldades do AFR é o acompanhamento das mudanças na legislação, para que consiga executar bem suas tarefas e sustentar as acusações feitas em AIIMs, os quais, geralmente, têm as defesas muito bem elaboradas”, afirma. Pensando nisso, com muito esforço, Gimenes concluiu o curso de Direito. Segundo Gimenes, a Classe ainda precisa lutar muito para ter a Lei Orgânica aprovada, para que a remuneração seja desvinculada dos subsídios de autoridades políticas, o direito adquirido seja respeitado e seja abolido o nível básico. “O Estado não pode prescindir dos trabalhos de fiscalização. Além da defesa do erário, o AFR age contra a concorrência desleal. Por isso, não desistam dos seus objetivos, lutem como lutaram seus antecessores, contribuindo para uma sociedade mais justa!” ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 17 DEVER CUMPRIDO Esta seção tem como objetivo homenagear os colegas que se aposentaram após anos de dedicação e de bons serviços prestados ao Estado e à sociedade. A todos os AFRs que venham a figurar neste espaço, os nossos sinceros agradecimentos pela dedicação e pelo companheirismo durante o período da ativa. “A nossa carreira nunca é monótona. É desafiadora, pois cada serviço prestado possui peculiaridades próprias, o que faz com que o leque de conhecimento do profissional se torne bastante amplo”. Antonio Carlos Coelho dos Santos “Nossa Classe sempre foi dividida: novos e antigos, internos e externos, AFRs da capital e do interior. Sempre procurei combater essas divisões que, certamente, nos enfraquecem como carreira”. Eliana Maria Pessoa Ferreira de Oliveira “Aos colegas com quem trabalhei, muito obrigado pela amizade. Fiz muitos amigos e lembro de todos, desde o início, na fronteira. Aos novos, aconselho que acreditem em si mesmos, uma vez que estão com a força para a mudança. Então, lutem por todos, mas nunca lutem entre si, pois quanto mais a Classe se divide, mais ela enfraquece, e isso fortalece o governador”. Eliezer Rosa Eduardo FEVEREIRO DE 2016 Ademar Nunes de Oliveira – Nível IV Fernando Antonio de Oliveira Alves Manoel Mikio Aoki Antonio Carlos C. dos Santos – Nível VI Isanoi Andrade Tristão - Nível V Mario Minoru Sato Cristinia Rosalina Fernandes – Nível V Ismael Luiz de Souza – Nível VI Moises Sebastiao da Silva – Nível IV Doroti Victorelli João Luiz Camara Felga - Nível V Napoleão Mitiyuque Yamauti – Nível V Elcio Mario Biziak – Nível VI José Americo Biancalana Osmar Marino - Nível VI Eliana Maria P. Ferreira de Oliveira Jose Benedito Padoan – Nível VI Paulo Mendonça Cavalcanti – Nível V Eliezer Rosa Eduardo – Nível V José Manoel Vieira Sidney Sanchez di Simone – Nível VI Elizabeth Ferreira – Nível IV Jose Marques Ferreira – Nível VI Wilson Friol – Nível VI Emerson Bueno dos Santos – Nível V Jurandir Pinto Bispo – Nível VI Algumas publicações de aposentadoria não indicaram o nível em que o AFR está se aposentado, razão pela qual também não publicamos para evitar cometer equívocos. 18 | Revista do Sinafresp | ABR/2016 Atenção, filiado! Atualize o seu cadastro no Sinafresp De qual forma você quer receber a sua próxima revista? Para melhorar a comunicação entre o colega AFR e o Sinafresp, a entidade solicita aos seus filiados que atualizem seus dados cadastrais junto à secretaria. O procedimento pode ser feito pelo telefone (11) 3113-4000 ou pessoalmente, na sede do Sindicato, localizada na Rua Maria Paula, nº 123, no centro de São Paulo. Quem optar por enviar os dados por e-mail deve encaminhar a mensagem para [email protected]. Para efetuar a atualização, os colegas devem informar dados pessoais para contato, como telefones, endereço residencial e conta de e-mail particular válida. Manter o cadastro atualizado é fundamental para que o Sinafresp possa informá-lo sobre os assuntos de interesse da Classe. No intuito de fazer a melhor utilização possível dos nossos recursos e, ainda, adotando os princípios de preservação do meio ambiente, comunicamos que a partir da edição de número 118 da Revista Sinafresp em Ação passaremos a oferecer e incentivar sua leitura pelo meio eletrônico. Desta forma, no momento em que a Sinafresp em Ação estiver pronta, será disponibilizada no site, nas redes sociais e enviada por e-mail a cada um dos sindicalizados. Como novo padrão, a versão impressa passará a ser entregue apenas aos colegas aposentados e pensionistas. Os que estão na ativa e que quiserem continuar recebendo a versão impressa poderão optar pelo recebimento através do e-mail [email protected], informando nome e CPF. Os colegas aposentados e pensionistas que preferirem acessar apenas a versão digital para ajudar a diminuir nossos custos e também a preservar a natureza, solicitem a retirada da lista de entrega da versão impressa através do e-mail [email protected], também informando nome e CPF. www.sinafresp.org.br Endereço: Rua Maria Paula, 123 – 17º andar São Paulo – SP – CEP 01319-001 PABX: (11) 3113-4000 – Fax: 3113-4007 ABR/2016 | Revista do Sinafresp | 19 D 20 | Revista do Sinafresp | ABR/2016
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