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Transcrição

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Informativo da
Informa
NESTA EDIÇÃO
Acontece nas
Regionais
Cursos
promovidos
pela ABECE
fazem sucesso
5
Ano 16 - Nº 91 Mai/Jun 2012
Prêmio Talento
Engenharia Estrutural
Encontro mensal marca abertura das
inscrições da décima edição
9
16
Artigo
Técnico trata
da segurança
estrutural
Entrevista
com o
eng. Fulvio
Zajakoff
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25
Confira matéria
completa na página
11
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Editorial
18
ANOS
R$ 45,00/m ...e não
se fala mais nisso!!!
2
Associação Brasileira de Engenharia
e Consultoria Estrutural
Av. Br
A
Brigadeiro
rigade
eiro Faria Lima, 1993 - Cj. 61
CEP
C
EP 01
01452-001
52
2-001 - São Paulo - SP
Tel.:: (11) 3938-94
Tel
39
938-9400 - Fax:
ax: (11)
(1 3938-9407
3938 9407
3938-9400
www.abece.com.br
[email protected]
Presidente
Eduardo Barros Millen
elacionam
mento
o
Vice-presidente de Relacionamento
no
Suely Bacchereti Bueno
ecnologia
a e Qualidad
Q
Vice-presidente de Tecnologia
Qualidade
edreira de
d Freitas
Fre
eitas
Augusto Guimarães Pedreira
arketing
g
Vice-presidente de Marketing
Vendra
amini
João Alberto de Abreu Vendramini
-finance
eiro
Diretor administrativo-financeiro
Roberto Dias Leme
Diretores
sa, Guilherme
Guilherm
me Covas,
Covas
Enio Canavello Barbosa,
za Junior,
Junio
or, José
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Jefferson Dias de Souza
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V. C. Varela, José Martins
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Conselho deliberativo
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Alberto Naccache, Antonio
armona Filho,
Filho, Bruno
Laranjeiras, Antonio Carmona
ia D´Alambert,
D´A
Alambert,
Contarini, Flávio Correia
ano, José
Jo
osé Roberto
Francisco Paulo Graziano,
m), Júlio
Júlio Timerman,
Tim
merman,
Braguim (in memoriam),
Cap
petinga,
Marcelo Rozenberg, Marcio Capetinga,
tri, Marcos
Ma
arcoss Monteiro,
Marcos de Mello Velletri,
ental, Nelson
Nelsson Covas,
Natan Jacobsohn Levental,
lva França,
Frrança, Sônia
Ricardo Leopoldo e Silva
d Cruz
C
Regina Freitas, Valdir Silva da
e
Virgilio Augusto Ramoss
Secretaria geral
Elaine C. M. Silva
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ABECE Informa é uma
AB
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CE publicação bimestral da ABECE
E
Enge
enharia
Associação Brasileira de Engenharia
al
e Consultoria Estrutural
Conselho Editorial
ABE
ECE
E
Diretoria Executiva da ABECE
gram
Produção Editorial e Diagramação
Prefixo Comunicação
Editora
83
Rosana Córnea (MTb 17183)
Projeto Gráfico
or Benê
B
Prefixo Comunicação (por
Armas)
Jefferson Dias de Souza Junior
Diretor
A
ABECE cresceu. Cresceu, cresceu,
cresceu...
A Associação segue a trilha das grandes
criações, dos grandes inventos.
Nasceu com três vogais e duas consoantes, cinco letras.
E continua...
...mas é muito maior que a soma delas...e
que seu produto!
É maior que a soma de todos seus expresidentes, diretores, funcionários e colaboradores.
É mais ou menos como quando se faz um
bolo, utilizando farinha, fermento, açúcar,
manteiga, ovos...
Nas grandes confeitarias um bolo chega
a custar em torno de R$ 100,00/ quilo!
É muito, muito mais que a soma dos valores dos seus ingredientes!
O grupo que a fundou, aos quais me incluo, em 17 de outubro de 1994, tinha,
sem dúvida, grande expectativa que, mesmo assim, foi largamente ultrapassada.
Hoje praticamente não temos ninguém ligado à construção civil que não conheça
e que não respeite a ABECE. Todo evento
na área, que se preze, solicita o apoio e
a presença da ABECE e de seus representantes.
Falta apenas nós, Engenheiros Estruturais,
entendermos o que isso significa.
Capitalizarmos e reivindicarmos a justa
2
fatia de honorários desse m² de obra, que
nos bairros nobres das grandes capitais
hoje é vendido a mais de R$ 11.000,00.
Faça uma experiência, ofereça R$
10.950,00, e o corretor dirá que o negócio
está fechado!
Provavelmente, ele nem irá consultar a
Incorporadora/Construtora. Por que?
Porque R$ 50,00/m² não é representativo,
é muito pouco, menos de 0,5% em relação ao valor do investimento; é zero se
comparado ao imenso valor que ele dá a
você, comprador.
Para que os outros nos valorizem, é preciso que ao olharmos no espelho, nossa
visão passe pela nossa própria conscientização de valor.
Para que uma pessoa se apaixone por
você, é preciso que primeiro você se goste e se valorize.
Sem o projeto estrutural, a obra não
sobe, o consultor de fundações fica
parado, o bate estacas não entra e
esse m² não pode ser entregue ao cliente.
O Engenheiro Estrutural está entre os profissionais mais qualificados, necessários
pelo “milagre” da obra entregue. Está entre os profissionais de maior responsabilidade sobre o empreendimento.
Sim caro associado, o Brasil cresceu, a
ABECE cresceu, e nossos honorários
também!
PS: Pensando bem, fecho o projeto a R$ 45,00/m²
desde que a entrada seja um percentual maior e
não se fala mais nisso.
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em ação
Desde
o início de 2012, o Grupo
cupação com a necessidade do en-
novo curso promovido pela ABECE
ABECE Inovação vem dando con-
volvimento de um engenheiro espe-
em sua sede em São Paulo (SP), nos
tinuidade
dias 29 e 30 de junho de 2012.
empreendi-
cialista em estruturas para analisar
das em seus grupos de traba-
de forma segura as reformas realiza-
lho
das no interior dos edifícios.
às
ações
Universidades,
Integração
e
Comunicação.
Articulado
pelo
Grupo
ABECE
Inovação, ele é ministrado pelos enA palestra ministrada em 8 de maio de
genheiros Marcio Antonio Ramalho
No dia 15 de março, a coordenado-
2012 pelo delegado adjunto de Belo
e Márcio Roberto Silva Corrêa, que
ra do Grupo ABECE Inovação, eng.
Horizonte, eng. Flávio Renato Pereira
abordam
Daniela Baldassarri concedeu entre-
Capuruço, contou com o apoio do
projeto estrutural de edifícios conce-
vista ao Programa Diálogo ABC, pro-
ABECE Inovação, por intermédio do
bidos em alvenaria de blocos cerâ-
duzido pela Universidade Metodista
Grupo Universidades. A convite do
micos ou de concreto e ao conceito
de São Paulo, destacando como pro-
prof. Guilherme Federman, do IPUC
de alvenaria estrutural, ressaltando
ceder para reformar o apartamento
(Instituto Politécnico da PUC Minas),
os aspectos relevantes à concepção
de maneira segura, como identificar
o delegado apresentou a palestra no
estrutural de edifícios.
problemas na estrutura do prédio e
programa “Encontros Técnicos de
o que o morador deve fazer quando
Engenharia do IPUC” e mostrou a
observar ocorrências na construção.
importância e responsabilidades do
engenheiro estrutural.
A pauta da entrevista surgiu em função do desabamento de um prédio
Novo curso
temas
relacionados
ao
Outras ações estão sendo desenvolvidas para serem colocadas em
prática até o final do ano. Jovens interessados em participar do Grupo
ABECE Inovação devem entrar em
contato com a ABECE pelo telefo-
em São Bernardo do Campo (SP) e
de três prédios no centro do Rio de
Análise Estrutural e Dimensionamento
ne (11) 3938-9400 ou pelo e-mail
Janeiro (RJ), trazendo à tona a preo-
de Edifícios de Alvenaria é o nome do
[email protected].
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Acontece nas Regionais
PR/Norte
ABECE apoia palestra sobre projeto de estruturas
de concreto em situação de incêndio
A UEL (Universidade Federal de Londrina), por intermédio do Departamento de
Estruturas, promoveu no dia 19 de maio
de 2012, no anfiteatro da Pós-Graduação
do CCA (Centro de Ciências Agrárias), um
evento de extensão, levando aos engenheiros, arquitetos e estudantes presentes, a palestra do Prof. Dr. Valdir Pignatta
e Silva intitulada Estruturas de Concreto
em Situação de Incêndio.
O evento contou com o apoio do CEAL
(Clube de Engenharia e Arquitetura de
Londrina), representado pelos engenheiros Helton Gernare e Nilton Capucho, e
da ABECE, representada pelo delegado
regional PR/Norte, eng. Roberto Buchaim,
e pelo delegado adjunto eng. Márcio
Correia de Queiroz, além do importan-
te apoio e organização do
Nepea (Núcleo de Estudos
e Pesquisa em Engenharia
e Arquitetura) na pessoa da
Profa. Tatiana Rodriguez.
Autor de vários livros e trabalhos na área de estruturas, o palestrante, que é
professor doutor da EPUSP
(Escola Politécnica da Universidade de São Paulo),
participa de várias associações nacionais e internacio- Prof. Dr. Valdir P. e Silva durante palestra na UEL
nais que tratam da segurança e prevenção de incêndio em estruturas. ça contra incêndio de edificações, legislação, tempo requerido de resistência ao
“Os temas, que preenchem uma lacuna fogo das estruturas e sua determinação,
em nosso meio, versaram sobre seguran- e dimensionamento das peças estruturais
sob ação de altas temperaturas, conforme
a NBR 15200:2004 - Projeto de estruturas
de concreto em situação de incêndio. A
palestra despertou grande interesse entre
os 34 participantes, constatado nas diferentes perguntas e discussões a respeito
do tema”, comenta o delegado regional
eng. Roberto Buchaim.
Delegacia Regional PR/Norte
Delegado: Roberto Buchaim
(43) 3325-5685
[email protected]
Mais de 30 participantes acompanharam o evento
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Acontece nas Regionais
Goiânia
Cálculo de pilares de concreto armado
repete sucesso na capital goiana
Curso reuniu 42 participantes locais
O curso Cálculo de Pilares de Concreto
Armado, ministrado pelo eng. Alio
Ernesto Kimura em diversas localidades
do país, repetiu o sucesso em Goiânia ao
reunir mais de 40 participantes nos dias
18 e 19 de maio de 2012 no Sindicato
dos Engenheiros.
Os principais aspectos referentes ao
cálculo de pilares de concreto, princi-
palmente no que se refere à análise das
imperfeições geométricas e dos efeitos
de 2ª ordem, foram abordados de forma
prática e objetiva, contemplando desde
a visão geral até as tendências e novas
metodologias em sua análise, ressaltando os aspectos relevantes no projeto de
pilares de edifícios.
“O curso foi um sucesso de participa-
Eng. Alio Kimura (em pé) é o responsável pelo curso
ção, sem ausências e média muito boa
de avaliação”, comenta o delegado regional eng. Ricardo Veiga.
Delegacia Regional Goiânia
Delegado: Ricardo Veiga
(62) 3251-0242
[email protected]
Porto Alegre
Curso sobre radier conta com apoio regional
Por intermédio da Delegacia Regional
de Porto Alegre, a ABECE apoiou a realização do Curso Radier - Projeto e Execução, ministrado pelo Prof. Fábio Albino de Souza, nos dias 25 e 26 de maio
de 2012, no Senge/RS (Sindicato dos
Engenheiros do Rio Grande do Sul).
6
Engenheiro civil pela PUCCAMP (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e mestrando em Engenharia de
Estruturas pela FEC/UNICAMP, o eng.
Fábio tem vasta experiência no cálculo de edifícios em concreto armado
e protendido, coberturas metálicas e
fundações.
Dirigido a engenheiros, arquitetos,
projetistas de estruturas, técnicos de
edificações, alunos de pós-graduação
e estudantes de graduação, o curso
apresenta os conceitos fundamentais
sobre radier e suas principais vantagens em relação a outros tipos de
fundação, detalhando os modelos de
cálculo e os procedimentos de execução e aprofundando os conceitos de
dimensionamento e aplicabilidade dos
três tipos de radier mais utilizados:
sem armadura, armado e protendido.
Delegacia Regional de Porto Alegre
Delegado: Martin Alfredo Beier
(51) 3343-0263
[email protected]
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Belo Horizonte
Curso e palestra marcam atuação da
ABECE na capital mineira
Porf. Fábio Albino de Souza (à esq.) ministrou curso para mais de 20 profissionais locais
A
linguagem simples e ilustrativa do
curso Radier - Projeto e Execução fez
com que a iniciativa, promovida pela
Fenix Domus com apoio da ABECE,
por intermédio da Delegacia Regional
de Belo Horizonte, resultasse em absoluto sucesso.
Ministrado pelo Prof. Fábio Albino de
Souza, o curso reuniu, nos dias 21 e
22 de abril de 2012, no auditório da
ArcelorMittal, mais de 20 participantes
de excelente nível técnico que acompanharam todo o programa voltado a
transmitir informações e técnicas que
permitem escolher o tipo de radier adequado, dimensioná-lo e executá-lo de
maneira correta.
“A ArcelorMittal, através do nosso colega Tiago Coutinho, cedeu o espaço com excelente infraestrutura, bem
como forneceu toda a comodidade
possível, tais como estacionamento
interno, carteiras escolares adequadas, estrutura operacional (projetor
multimídia, tela de projeção e wirelles
internet). Ofereceu, ainda, aos participantes, dois ótimos coffee-breaks”, enfatiza o delegado regional eng. Antonio
Capuruço.
junto da Regional Belo Horizonte, eng.
Flávio Renato Pereira Capuruço ministrou palestra, no dia 8 de maio de
2012, para alunos dos últimos períodos
do IPUC (Instituto Politécnico da PUC
Minas), dentro do programa Encontros
Técnicos de Engenharia do IPUC.
O programa do curso enfatizou os
aspectos conceituais e o dimensionamento dos radiers, procurando esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto
e demonstrando os softwares mais utilizados e os modelos de programação
com elementos finitos.
Na palestra intitulada Projeto Estrutural:
o papel e a importância do engenheiro
estruturalista, assistida por 48 alunos,
o eng. Capuruço mostrou a importância e responsabilidades do engenheiro estrutural e divulgou as ações da
ABECE em prol da categoria.
“Pelos e-mails recebidos posteriormente pelos organizadores, percebe-se
que o curso agradou bastante e pôde
ajudar os profissionais presentes em
muitas e úteis informações técnicas”,
completa o delegado.
“Esta iniciativa contou com o apoio do
Grupo ABECE Inovação e a delegacia
regional está à disposição para apresentá-la em outros centros acadêmicos”, enfatiza o delegado adjunto.
Palestra
Atendendo a um convite do Prof.
Guilherme Federman, o delegado ad-
Delegacia Regional Belo Horizonte
Delegado: Antonio César Capuruço
(31) 3296-5889
[email protected]
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Acontece nas Regionais
SC/Leste
Curso Patologia das Estruturas de Concreto
faz sucesso em Blumenau
Eng. Egydio Hervé Neto (1º à esq.) foi o responsável por ministrar o curso para mais de 40 profissionais
Apresentar
diretrizes para inspeção,
diagnóstico, terapia e profilaxia das estruturas de concreto é a proposta do
curso ministrado pelo eng. Egydio Hervé
Neto.
Engenheiro civil pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do
Sul), com formação complementar em
Tecnologia de Concreto, o instrutor
atuou por mais de 11 anos na ABCP
(Associação Brasileira de Cimento
Portland) e em diversas empresas de
renome no Brasil na área de concreto
e construções (Concremat, Concretex,
Forbeton, Supermix, Jaako Poiry e
Alphageos). É consultor de diversas empresas de construção e diretor técnico
da Ventuscore Tecnologia de Concreto,
com sede em Porto Alegre (RS).
Promovido pela AEAMVI (Associação
dos Engenheiros e Arquitetos do Médio
Vale do Itajaí), com apoio da ABECE,
por intermédio da Delegacia Regional
SC/Leste, no dia 21 de abril de 2012,
o curso reuniu mais de 40 profissionais no auditório do Crea/SC (Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia de
Santa Catarina).
Dada a constatação de que a partir dos
anos 80 no Brasil houve um incremento
de ocorrências de patologias nas estruturas de concreto, o programa do curso
aborda as definições e conceitos de patologias, diagnósticos, terapia e profilaxia, procedimentos e considerações.
“
Quero parabenizar a AEAMVI
e o apoio da ABECE-SC/Leste pelo
amplo sucesso do curso em pleno
feriado de 21 de Abril. Agradeço
aos colegas presentes
e participantes. Estamos precisando
combater patologias e acidentes
nas construções com um
choque de Engenharia
Eng. Egydio Hervé Neto
”
Auditório do CREA/SC ficou lotado com participantes do curso
8
Delegacia Regional SC/Leste
Delegado: Luiz Carlos Gulias Cabral
(47) 3322-3822
[email protected]
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Seminário e minicurso sobre projeto de estruturas
de concreto em situação de incêndio
Universidade de São Paulo, o curso abordou conceitos e os novos procedimentos incluídos na ABNT NBR 15200:2012
Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio - Procedimento.
Prof. Dr. Valdir Pignatra e Silva (à esq.) mininistrou minicurso em evento que reuniu cerca de 60 participantes
N
o dia 16 de maio de 2012, a ABECE promoveu, no auditório da ABCP (Associação
Brasileira de Cimento Portland), em São
Paulo (SP), um seminário e um minicurso
sobre projeto de estruturas de concreto
em situação de incêndio que contou com
58 participantes.
Ministrado pelo Prof. Dr. Valdir Pignatta
e Silva, da Escola Politécnica da
Análise experimental de concreto a altas
temperaturas foi o tema abordado pelo
Prof. Dr. Armando Lopes Jr., da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), na
palestra de abertura do evento. Após o
almoço, foi a vez do eng. Júlio Portella
Montardo, da Neomatex, falar sobre o uso
de fibras polimétricas em concreto submetido a altas temperaturas.
Para encerrar o evento, o eng. Alio Kimura,
da TQS Informática, foi convidado para
apresentar a aplicação via computacional
da nova norma NBR 15200.
O sucesso do curso Modelagem de Estruturas de Edifícios
P
or ser fundamental que o engenheiro
estrutural esteja sempre atualizado com
as novas características e ferramentas
disponíveis nos softwares, explorandoas ao máximo e buscando analisar a estrutura através de um modelo matemático com melhor simulação possível dos
mecanismos da estrutura real para que
escolha o modelo que será utilizado, o
curso promovido pela ABECE, em sua
sede, em São Paulo (SP), atraiu inúmeros participantes e já está em fase de
uma nova programação.
Ministrado pelo eng. Mauricio dos Santos
Sgarbi Goulart, o curso Modelagem de
Estruturas de Edifícios reuniu 38 profissionais nos dias 11 e 12 de maio de
2012.
Por meio de uma abordagem conceitual dos modelos e da apresentação de
resultados da análise estrutural com
exemplos reais, foram tratadas as principais situações presentes no projeto
estrutural de edifícios, adotando-se desde modelos simplificados até os mais
sofisticados, utilizando o que existe de
mais avançado no mercado de softwares para análise estrutural.
Curso ministrado pelo eng. Mauricio Sgarbi (à esq.) lotou sede nacional da ABECE
“
Gostaria de compartilhar com os
colegas a grande satisfação que tivemos
em acompanhar o curso promovido pela
ABECE em São Paulo versando sobre
o tema “Modelagem de Estruturas de
Edifícios”, ministrado de maneira brilhante
pelo colega eng. Maurício Sgarbi. Sugiro
aos colegas que tiverem oportunidade que
façam o curso em sua próxima edição.
Também parabenizamos a ABECE por mais
esta iniciativa
Cid Guimarães
Escritório Técnico Cid Guimarães
”
“
Gostaria de agradecer e
parabenizar o prof. eng. Mauricio
Sgarbi pelo brilhantismo durante
o curso ministrado em Sao Paulo,
promovido pela ABECE. O mesmo
soube transmitir seus sólidos
conhecimentos teóricos aplicados a
casos reais de estruturas de concreto
armado e protendido. Ao professor,
meus sinceros agradecimentos
Ewerson Lúcio Marcelino
Poços de Caldas/MG
”
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Alvenaria estrutural é tema de palestras e de livro
Da esq. p/dir. Renato Giusti, presidente da ABCP (em pé), abriu o evento e deu boas vindas aos palestrantes
Claudio de Oliveira, Fernando Fonseca e Guilherme A. Parsekian (sentados à mesa)
No dia 2 de maio de 2012, a ABECE pro-
moveu seu tradicional encontro mensal
na sede da ABCP (Associação Brasileira
de Cimento Portland), em São Paulo (SP),
trazendo três palestras sobre alvenaria
estrutural e o lançamento de um livro sobre o assunto.
O Prof. Fernando Fonseca (EUA) foi o
convidado especial para falar sobre vigas
altas em alvenaria estrutural, apresentando conceitos fundamentais, prescrições
de normas internacionais (ACI, ASCE, BS,
CEB, CSA, EN, NZS, AS), as novas prescrições da norma norte-americana TMS
402/ACI 530/ ASCE 5 - 2011, armadura de
flexão, armadura de cisalhamento, ancoragem e alguns exemplos de aplicação.
Fatores críticos no projeto de alvenaria estrutural foi o tema da palestra do
eng. Cláudio Oliveira, gerente da Área
da Indústria de pré-fabricação da ABCP
- Desenvolvimento de produtos inovadores à base de cimento. Os resultados da
pesquisa que realizou nos escritórios de
projeto para identificar os fatores críticos
de projeto de alvenaria estrutural fizeram
parte de sua apresentação.
Livro
A ABCP, em parceria com a UFSCar
(Universidade Federal de São Carlos) desenvolveu um projeto para disponibilizar
ao meio técnico um manual de melhores
práticas para projeto de edifícios de al-
Regionais on-line
A participação das delegacias regionais na
transmissão on-line dos encontros mensais tem aumentado a
cada mês. No encontro
mensal de abril estavam
conectadas as regionais PR/Norte, Goiânia,
Natal, Belém, Manaus e
SC/Leste.
No dia 30 de maio de
2012, as seguintes regionais acompanharam, via
internet, a transmissão
ao vivo da palestra do
eng. Dácio Carvalho e o
lançamento da 10ª edição do Prêmio Talento
Engenharia Estrutural:
PR/Norte, Natal, Goiânia,
10
Manaus, Belo Horizonte, Belém, Rio de
Janeiro, Salvador, Brasília e SC/Leste.
52 profissionais e acadêmicos se reuniram no auditório do Campus 2 da
URB (Universidade Regional de Blumenau) para acompanhar a transmissão
das palestras sobre alvenaria estrutural via conexão da Delegacia Regional
SC/Leste
Auditório lotado para acompanhar as palestras anunciadas
pelo eng. Eduardo Millen, presidente da ABECE
venaria, contando com a experiência de
projetistas de renome nesta área. Todo
o material apurado foi reunido numa publicação intitulada Parâmetros de Projeto
de Edifícios de Alvenaria Estrutural com
Blocos de Concreto, organizado pelo
Prof. Dr. Guilherme A. Parsekian.
Sua palestra, com o mesmo título do livro,
destacou os principais resultados relatados na publicação, que são de interesse
dos projetistas de estruturas, construtoras
e engenheiros de obras que podem aproveitar a experiência condensada no manual para consultar e tirar dúvidas sobre detalhes de projeto de alvenaria estrutural.
Lançamento
No final do evento, houve um coquetel de lançamento do livro Parâmetros
de Projeto de Alvenaria Estrutural com
Blocos de Concreto, de autoria do Prof.
Dr. Guilherme A. Parsekian e co-organização do Programa de Pós-Graduação em
Estruturas e Construção Civil - UFSCar.
A publicação encontra-se disponível na
livraria da EdUFSCar, localizada na área
Norte do campus São Carlos ou no site da
editora (www.editora.ufscar.br).
Prof. Dr. Guilherme A. Parsekian autografou o livro
para os presentes
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Capa
Encontro mensal de maio marca lançamento da
10ª edição do Prêmio Talento Engenharia Estrutural
trutural, sua implantação harmônica em
relação ao ambiente, a originalidade e a
criatividade. O mesmo engenheiro poderá concorrer nas quatro categorias, com
obras distintas.
Os projetos serão avaliados e julgados por
uma comissão de profissionais formada
por membros da ABECE e da Gerdau. Os
vencedores deste ano serão conhecidos
no dia 24 de outubro de 2012, na abertura
do ENECE 2012 - 15º Encontro Nacional de
Engenharia e Consultoria Estrutural, evento
promovido anualmente pela ABECE.
Da esq. p/dir. Dácio Carvalho (palestrante convidado), Eduardo B. Millen (presidente da ABECE) e Vinicius Rodrigues
Morais Junior (gerente geral de marketing construção civil da Gerdau) marcaram presença no evento que lançou
oficialmente a 10ª edição do Prêmio Talento Engenharia Estrutural
Merecedor da menção honrosa da categoria
Edificações do Prêmio Talento Engenharia
Estrutural 2011, com o projeto do Edifício
Landscape (Fortaleza-CE), o eng. Dácio
Carvalho foi o convidado do encontro mensal promovido pela ABECE no dia 30 de
maio de 2012, na sede da Gerdau (em São
Paulo - SP), marcando o lançamento da décima edição do concurso já consagrado na
área da engenharia estrutural.
A palestra intitulada Evolução dos equipamentos e ferramentas para projetos
estruturais nos últimos 30 anos fez um brilhante apanhado histórico, cronológico e
evolutivo das ferramentas de hardware e
software utilizadas no desenvolvimento de
projetos estruturais nos últimos 35 anos.
Em termos de hardware, o palestrante mostrou o caminho percorrido desde as réguas
de cálculo até os modernos dispositivos em
forma de tablets e celulares multifuncionais.
Quanto aos softwares, demonstrou a evolução a partir dos processos simplificados
de cálculos manuais, como o Método de
Cross, até os processamentos globais de
edifícios por pórticos espaciais, com consideração de não linearidades física e geométrica e a Cloud Computing (Computação
nas Nuvens). Diversos exemplos de projetos característicos de cada período também
fizeram parte da apresentação.
O evento marcou oficialmente a abertura das inscrições do Prêmio Talento
Engenharia Estrutural, concurso realizado
pela ABECE e pela Gerdau desde 2003
que se tornou uma referência para o setor,
tendo premiado mais de 40 profissionais
de diversas localidades do país. A décima
edição espera repetir o mesmo sucesso
das anteriores, batendo o recorde de trabalhos inscritos.
A premiação vai homenagear profissionais
que contribuíram para a valorização do
setor em quatro categorias: Infraestrutura,
Edificações, Obras de Pequeno Porte e
Obras Especiais. Entre os aspectos avaliados em cada obra estão o uso adequado de materiais, a economia de produtos
durante a construção, a concepção es-
Como prêmio, o vencedor de cada categoria ganhará uma viagem a Nova Iorque
no primeiro semestre de 2013, com direito
a acompanhante, para uma visita monitorada à obra de reconstrução do World
Trade Center.
Haverá ainda a entrega de duas menções
honrosas: uma menção a um engenheiro
por categoria, que receberá, além de diploma de participação, uma placa alusiva
ao evento, e outra para a obra que se destacar no quesito Sustentabilidade.
A exemplo do ano passado, a comissão
julgadora selecionará também uma obra
especial que será merecedora do prêmio
Destaque do Júri e que ganhará a mesma
viagem dos vencedores das quatro categorias.
As inscrições vão até o dia 31 de agosto
de 2012. Para mais informações sobre o
Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2012
acesse o site www.premiotalento.com.br.
A palestra do eng. Dácio Carvalho sobre a evolução dos equipamentos e ferramentas para projetos estruturais despertou grande interesse do público presente
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SEU PROJETO É A EXTENSÃO DO SEU TALENTO.
O 10o Prêmio Talento Engenharia Estrutural foi criado especialmente
para valorizar os trabalhos desses profissionais que se destacam pela
excelência e criatividade. Os vencedores dos 4 melhores projetos
ganharão uma viagem a Nova York. Participe, o seu talento merece
o reconhecimento de todo o Brasil.
Apoio:
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Prêmio Talento
Engenharia Estrutural 2012
A criatividade sustentada por uma boa estrutura.
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ABECE constitui Comitê Técnico de Certificação de Projeto
D
ando início a mais uma empreitada na busca pela valorização do projetista estrutural, a
ABECE acaba de constituir o Comitê Técnico
de Certificação de Projeto, cujo objetivo é o
desenvolvimento de um texto-base para posterior normalização do tema.
“A questão de certificação de projeto vem há
algum tempo sendo um tema em pauta nas
ações da ABECE e é importante porque está
intimamente ligado à valorização do projetista
estrutural. Ao implantarmos um processo de
certificação forte, eficiente e profissional, além
de gerar mais uma atividade para nossos
profissionais, proporciona uma garantia de
atendimento às recomendações normativas”,
justifica o eng. Augusto Guimarães Pedreira
de Freitas, vice-presidente de Tecnologia
e Qualidade da ABECE e coordenador do
Comitê ao lado do eng. Nelson Covas.
nal já seja um texto que contemple as diversas
opiniões, o que facilitará a etapa final, quando
se pretende transformá-lo em norma.
No dia 3 de maio de 2012, representantes
da ABECE e do meio técnico estiveram
reunidos na sede da entidade, em São
Paulo (SP), para formalizar a constituição
do Comitê, que, no primeiro momento, pretende coletar material para a criação de um
texto preliminar que será divulgado aos integrantes do comitê e interessados em colaborar com o assunto.
“A abordagem do texto estará focada na
definição de critérios, procedimentos e requisitos para certificação de projeto durante
o desenvolvimento do Projeto. Também serão abordados requisitos e critérios de auditoria de projeto, no caso de auditoria de
uma estrutura que sofreu colapso”, explica
o eng. Pedreira de Freitas.
Segundo o vice-presidente, a segunda etapa
de trabalho será aberta para discussões e intervenções, possibilitando que o texto-base fi-
Interessados em participar do Comitê
Técnico de Certificação de Projeto devem
entrar em contato com a ABECE por intermédio do e-mail [email protected].
Concurso para estudantes de Arquitetura
Estão abertas as inscrições para o V Concur-
so CBCA para Estudantes de Arquitetura,
promovido pelo CBCA (Centro Brasileiro da
Construção em Aço). Para esta edição, o concurso propõe a criação de um projeto para
uma ‘Unidade Educativa de Uso Comunitário’,
de ensino público pré-escolar, primário e médio, inserido em um conjunto habitacional urbano e que permita o uso intensivo de suas
instalações pela comunidade local.
Scheffer
A premiação tem como objetivo promover o
conhecimento do aço como componente de
sistemas construtivos, incentivar a investigação em torno do seu enorme potencial, suas
tecnologias e aplicações na construção, tais
como em fundações estruturas, vedações,
coberturas, revestimentos, e o seu desenvolvimento em uma concepção arquitetônica e
estrutural apropriada; apoiar o desenvolvimento da arquitetura como disciplina fundamental da construção do habitat; promover o
trabalho em equipe de professores e alunos,
conjugando o Acadêmico e o Profissional,
investigando e projetando sobre os diversos
temas dos concursos; estimular o trabalho
criativo dos alunos que orientados pelos
seus professores possam levar as estruturas
ao limite de suas possibilidades, baseados
no conhecimento das propriedades do aço;
promover o vínculo de professores e alunos
com o CBCA.
A participação no Concurso, com abrangência nacional, é direcionada a estudantes de faculdades de arquitetura, matriculados regularmente nos últimos anos do
curso de Arquitetura, orientados por seu(s)
respectivo(s) professor(es). As inscrições
são gratuitas e podem ser feitas diretamente
no site do CBCA - www.cbca-acobrasil.org.
br - até o dia 31 de junho de 2012. Os trabalhos devem ser entregues entre os dias 20
e 31 de agosto. O julgamento dos trabalhos
será nos dias 3 e 4 de setembro e no dia 10
de setembro será feita a divulgação do vencedor, que receberá o prêmio no dia 18 de
setembro, durante o evento ‘O Dia do Aço’,
em São Paulo.
A Comissão Julgadora será composta pelos
membros da Comissão Executiva do CBCA
e um representante das seguintes associações: ABECE, Asbea (Associação Brasileira
dos Escritórios de Arquitetura) e ABCEM
(Associação Brasileira da Construção
Metálica).
Ter ao lado uma equipe atenta
às reais necessidades de sua obra,
SH na cabeça
faz toda a diferença.
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Participação recorde e alto nível de conteúdo marcam
Cerca de 300 pessoas, entre
profissionais e estudantes
de Engenharia, palestrantes
nacionais e internacionais e
representantes das empresas patrocinadoras, fizeram
com que o V Congresso Brasileiro de
Pontes e Estruturas, realizado de 6 a 8
de junho de 2012, no Rio de Janeiro (RJ),
batesse recorde de público desde sua
primeira edição.
“Foram três dias de palestras, debates
e informações de alto nível que fizeram
com que a engenharia brasileira, mais
uma vez, demonstrasse estar equiparada às melhores do mundo”, comenta
o presidente da ABECE, eng. Eduardo
Barros Millen, que acompanhou todo o
evento.
14
Presenças
internacionais
Responsáveis
por
projetar e executar
alguns dos mais altos edifícios do mundo, os palestrantes
internacionais convidados despertaram
grande interesse dos
participantes por suas palestras.
O eng. Dennis C.K.
Poon, P.E., vice-pre- A participação de aproximadamente 300 pessoas manteve as palestras repletas durante os três dias
sidente da Thornton
Tomasetti, empresa de consultoria em Pontes e passarelas sustentadas por caengenharia estrutural com sede em bos (estaiadas e penseis) foram amplaNova Iorque (Estados Unidos), foi um mente abordadas pelo eng. Jose Romo
deles. Além de ter projetado (Madrid, Espanha).
muitas das estruturas mais
altas do mundo, incluindo Duas estruturas monumentais (a ponte
as Petronas Towers (em sobre o rio Sava, em Belgrado, Servia, e
Kuala Lumpur, capital da o The Forth Replacement Crossing, em
Malásia), e Taipei 101 (em Edinburg, Escócia), foram apresentadas
Taipei, capital de Taiwan), pelos engenheiros Karl Humpf & Siegfried
destacou, em sua palestra, Hopg, do escritório alemão Leonhardt,
o projeto em andamento do Andrä und Partner.
Kingdon Tower, que com
1000 m de altura, será con- Engenharia nacional
siderado o edifício mais alto
do mundo. Mostrou, tam- As palestras nacionais, que foram conDa esq. para dir. engenheiros Gilberto do Valle (presidente da ABPE), Júlio
sideradas de excelente nível técnico peTimerman (vice-presidente do IABSE) e Eduardo B. Millen (presidente da ABECE) bém, requisitos gerais para
prédios de diversas alturas, los participantes, tiveram como destaque os engenheiros Vicente Garambone
desde 20 andares até 300.
O Congresso é promovido pela ABECE
Filho, que detalhou o projeto da ponte
e pela ABPE (Associação Brasileira de Outros edifícios altos, como Wuhan estaiada construída sobre o canal do
Pontes e Estruturas) e tem o objetivo de Greenland Tower (com 606 m de altura) Fundão, no Rio de Janeiro (RJ), e Luiz
discutir, inovar e atualizar conhecimen- e o Jakarta Signature Tower (com
tos na área de engenharia de estruturas, 608) também foram abordados na
além de divulgar trabalhos de pesquisa palestra apresentada pelo eng.
e de aplicação sobre projeto, execução Keith R. Griesing, de Nova Iorque
e manutenção de pontes e grandes es- (Estados Unidos).
truturas.
Grandes pontes também desperConvidados especiais, de renome inter- taram o interesse dos participannacional e nacional, são chamados para tes, como uma com vigas préapresentarem palestras sobre temas atu- fabricadas montada em três dias
ais da área em questão e, um plenário si- que fez parte da apresentação do
multâneo reúne apresentações de traba- eng. Gian Michele Calvi, presidenlhos técnico-científicos, submetidos por te do European Centre for Training
profissionais e pesquisadores de todo o and Research in Earthquake Nos intervalos para café e almoço, os participantes trocaram impressões e presenc
Brasil e do exterior.
informações técnicas sobre seus produtos.
Engineering, em Pavia, Itália.
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cam o V Congresso Brasileiro de Pontes e Estrtuturas
to o eng. Ronaldo
Carvalho Batista expôs aos presentes
as fases de projeto,
construção e operação de pontes estaiadas.
s três dias do evento
Eduardo Cardoso, que relatou a recuperação das estruturas de concreto do
estádio do Maracanã, também na capital carioca.
A importância de
aços galvanizados
na proteção de armaduras contra a
corrosão foi descrita pelo eng. Carlos
Henrique Siqueira
e projetos de pontes penseis foram
apresentados pelo eng. Ilo Borba.
que os arcos são em estilo
gótico.
É importante ressaltar a
presença de uma equipe do LNEC (Laboratório
Nacional de Engenharia Civil), de Lisboa
(Portugal) no Congresso. O presidente
da instituição, Carlos Pina, e o pesquisador Luis Oliveira Santos apresentaram
aos presentes a versão completa dos
Eurocódigos em português, tornando
disponível, em nosso idioma, uma vasta
bibliografia de referência sobre o projeto
de estruturas de concreto, aço, mistas,
madeira, alvenaria e alumínio, e também
projeto geotécnico e projeto de estruturas em regiões sísmicas.
Os postes de sustentação de pás geradoras de energia eólica, com demonstrações lúdicas de vento, bolhas de sabão
e bola de energia, foram explanados pelo
eng. Evandro Porto Duarte e chamaram
muito a atenção dos presentes.
O estágio atual da revisão da ABNT NBR
7188 - Carga móvel em ponte rodoviária e
passarela de pedestre, relatado pelo eng.
Júlio Timerman, colocou os participantes
a par da importante revisão que vem sendo feita para atualizar a norma de 1984.
Métodos de ensaio dinâmicos de estruturas foram apresentados pelo eng. Pedro
Afonso de Oliveira Almeida, enquan-
e presenciaram os estandes dos patrocinadores, recebendo
Além do plenário principal, um segundo plenário simultâneo, para cerca de 40 pessoas, se manteve sempre lotado
para apreciar apresentações rápidas com debates coordenados pelo eng. Mauro Schulz (à dir. de paletó)
Os engenheiros Fernando Ottoboni Pinho
e Zacarias Martins mostraram a necessidade de uma norma brasileira de pontes
de estruturas em aço, que já tem
um texto básico, enquanto as técnicas de recuperação de pontes e
os critérios do projeto do monotrilho São Paulo foram apresentados respectivamente pelos engenheiros Eduardo Valeriano Alves e
Rui Oyamada.
“Estamos muito satisfeitos com o sucesso e a repercussão do Congresso,
pois recebemos mensagens de diversos
participantes parabenizando-nos pelo
evento, além dos convidados internacionais, que o elogiaram e agradeceram
a acolhida. Vamos continuar investindo
na nossa missão de difundir e divulgar
a boa engenharia estrutural”, comenta
o presidente da ABPE, eng. Gilberto do
Valle.
Finalmente, o eng. Catão Francisco Ribeiro, mostrou ao público presente, de maneira técnica
e descontraída, as alternativas
estudadas para a ponte estaiada
sobre a baía da Guanabara e por-
O próximo congresso, a ser realizado em
2013, será em São Paulo (SP). “Vamos ter
a grande responsabilidade de, no mínimo,
repetir o sucesso alcançado neste ano, em
que o evento foi muito bem avaliado pelos
participantes”, enfatiza o eng. Millen.
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Artigo Técnico
Francisco Paulo Graziano
Engenheiro civil pelo Instituto Mauá de Tec- presidente da ABECE na gestão 1998-2000
nologia - Escola de Engenharia Mauá e
Mestre em Engenharia de Estruturas pela
EPUSP (Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo). É professor do Departamento
de Estruturas e Fundações da EPUSP desde
1979 e professor dos cursos de Especialização do PECE - EPUSP (Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo) desde 1986. Foi
e membro-relator da comissão de revisão
da NBR 6118:2003 - Projeto de estruturas de
concreto e presidente da ABECE na gestão
1998-2000. Em 2004, foi eleito engenheirodestaque do ano em engenharia de estruturas pelo Prêmio Emílio Baumgart. É diretor da
Pasqua & Graziano Associados - Pasqua &
Graziano Consultoria, Concepção Estrutural
e Projetos S/S Ltda.
Segurança estrutural e controle da resistência
das estruturas de concreto
Este artigo é parte de uma ampla discussão patrocinada pela
ABECE que, ao longo do ano de 2011, acolheu e conciliou as
diversas opiniões de especialistas no assunto de segurança, tecnologia do concreto e controle das estruturas de concreto.
Grande parte das ideias aqui expressas são, de fato, o produto
de amplas discussões e aproximações sobre as diversas visões
e compreensões sobre o assunto e baseadas nos conceitos que
sustentam a NBR 6118. Colaboraram no amadurecimento deste
texto as opiniões e posturas técnico-científicas dos professores
Fernando Sttucchi, Péricles Brasiliense Fusco e Ricardo Leopoldo França, bem como de toda a equipe do grupo de estudos da
ABECE que, com críticas e observações, alertaram e motivaram a
correção e a adequação deste texto. No entanto, este artigo contém, em parte, a visão do autor e não expressa necessariamente
a opinião dos citados.
Para que se compreenda a amplitude dos aspactos que estão
envolvidos neste tema, o artigo aborda os seguintes assuntos:
1) Conceitos de análise estatística gaussiana;
2) Conceito de segurança pelo método semi-probabilístico;
3) Sistemas de produção e de controle da qualidade;
4) Etapas da construção e a introdução da variabilidade na
resistência do concreto;
5) Ensaios para o controle da resistência e a sua variabilidade
na aferição dos resultados;
6) Fatores que influem na resistência do concreto;
7) Introdução da segurança em elementos estruturais de
concreto;
8) Avaliação da conformidade através de CPs moldados;
9) Avaliação da conformidade através de testemunhos
extraídos.
Evidentemente, um artigo que pretendesse abordar profundamente
todos estes tópicos se tornaria extenso e complexo. Por este motivo, estes temas serão tratados de forma breve, pontuando o que
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de importante cada um destes assuntos apresenta para o nosso
foco, que é a segurança e o controle das estruturas de concreto.
de concreto produzido. (ver Tabela 7 extraída da NBR12655);
1) Conceitos de análise estatística gaussiana
Este texto assumirá como conhecidos os conceitos e propriedades de distribuições gaussianas, tais como:
a. A propriedade da simetria na distribuição de frequências;
b. A definição de propriedades, tais como a média, o desvio padrão e o coeficiente de variação da população amostrada;
c. Definição de quantil em uma distribuição de frequências
gaussiana.
2) Sistemas de produção e os parâmetros de
controle da qualidade
a. As resistências nos processos de produção do concreto são
identificadas tradicionalmente como do tipo II, ou seja, assume-se que o desvio padrão deste processo se mantém constante para um determinado ciclo de produção com diferentes
e sucessivas mudanças de centragem das médias (Ver Fusco, Péricles Brasiliense – Fundamentos do Projeto Estrutural
capítulo 7.2);
e. Ao comparar duas distribuições de frequências de Gauss
que representam duas etapas em sequencia de um processo de produção, é notável a diferença no valor das médias
e no coeficiente de variação, porém, o aumento do desvio
padrão permanece estável. Esta propriedade pode ser entendida como devida à introdução de variabilidades que não
se apresentam centralizadas deslocando o valor da média
da distribuição de frequências e, portanto, quando comparadas as duas distribuições, é possível verificar que a transformação ocorrida não se reflete apenas no aumento da variabilidade (coeficiente de variação), mas também no valor da
médias das resistências. Figurativamente, sistemas de produção como estes, carregam a marca do seu “DNA” da produção na sua variabilidade. Pode-se associar este fenômeno
ao de um sistema de produção de concreto cuja função de
transformação está centrada em quantis superiores da distribuição de frequências caracterizada nas duas etapas sequenciais de produção.
3) Etapas da construção e a introdução da variabilidade na
resistência do concreto
Durante todo o processo de construção, incluindo a este desde
a determinação da dosagem do concreto até a sua efetiva aplicação aos elementos estruturais a que se destina, praticamente,
todas as etapas introduzem variabilidade à resistência do concreto alterando seu coeficiente de variação e seu valor médio
de resistência. Algumas atuam mais fortemente do que outras,
porém sempre ocorrerá variabilidade.
Para tomar consciência destas etapas podem-se pontuar as seguintes:
Figura 1 - Extraída do livro Fundamentos do Concreto Estrutural, Péricles Brasiliense Fusco
b. É importante que se note que este conceito foi formulado
para situações correntes na década de 1970, quando a produção de concreto era sequencial e e o produto era fornecido
por uma betoneira estacionária, sendo produzido para uma
obra determinada, na maioria das vezes, no canteiro;
c. Desta forma, a variabilidade do sistema se mantém como
uma característica da produção, sendo que a diferença de
centragem (valores obtidos para as médias) é que varia de
um período para outro. Esta mudança é estabelecida em função da mudança de ciclo de produção, que é identificada
em função da extensão do volume produzido e do tempo de
produção (ver figura acima);
d. A NBR 12655 conserva a essência deste princípio quando
define o tamanho de lotes de concretagem para o controle
a) Dosagem experimental
Para obter-se o traço adequado é necessário uma dosagem
experimental que preconiza a resistência do concreto a ser
produzido. Diferenças entre os valores obtidos deste nesta
etapa e a de produção podem ser considerados como indutores de variabilidade;
b) Dosagem da produção
A variação da qualidade dos componentes do concreto,
controle e equipamentos de dosagem introduzem variabilidade ao concreto;
c) Homogeneização do concreto pela betoneira
A unidade de produção do concreto é o caminhão betoneira
ou a betoneira estacionária na grande maioria dos casos. A
qualidade do equipamento e o treinamento dos operadores
é fator que influi na variabilidade;
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Artigo Técnico
d) Tempo de transporte
No caso de caminhões betoneira, o tempo de transporte,
calor e umidade podem alterar o comportamento do concreto;
e) Tempo decorrido entre a descarga e a aplicação do concreto
Concreto é um material que em estado fresco tem prazo
de validade. Se o tempo de aplicação excede o limite, este
pode ser aplicado já em início de pega e sua capacidade de
agregar pode ficar degradada;
f) Processo de bombeamento
O processo de bombeamento deve trazer alterações ao concreto, em especial os primeiros lotes descarregados que
acabam sendo alterados pela argamassa, que a princípio
serve como lubrificante da tubulação;
g) Lançamento e vibração
O lançamento pode desagregar o concreto e a vibração em
falta manter uma grande proporção de ar incorporado. Seu
excesso pode causar uma decantação dos agregados de
maior massa, criando maior heterogeneidade;
h) Cura
A cura é aparentemente etérea para muitos, algo distante,
meio sem sentido ou de efeito imensurável. No entanto, é
peça chave no bom desempenho do concreto e pode levar
a uma estrutura muito bem executada geometricamente em
ser classificada como regular ou ainda pior. É nesta fase que
o concreto “cicatriza as suas eventuais feridas”, recuperando força e tornando-se mais homogêneo;
i) Escoramento permanente
As práticas de escoramento e reescoramento devem ser estudadas com o mesmo rigor que pretende aplicar ao cálculo
da estrutura para as ações finais. Nesta fase, muitas vezes,
leva-se a estrutura a situações de solicitação acima da que a
mesma foi projetada, causando fissuração e dano à capacidade do concreto de resistir.
4) O controle da resistência e a variabilidade
dos resultados de ensaio
Uma das variabilidades introduzida de forma aparente ao concreto pode ser a própria variabilidade dos ensaios, sejam eles
de corpos de prova moldados ou em testemunhos extraídos
diretamente da estrutura.
A NBR 6118 e a NBR 12655 dão um tratamento muito adequado quando esta variabilidade se refere a corpos de prova moldados, porém não há estudos analíticos com base estatística
suficientes para testemunhos extraídos. No primeiro caso, de
dois CPs moldados utiliza-se como resultado da amostra apenas o de maior resultado, eliminando em parte a possibilidade
de introduzir-se um resultado muito prejudicado por falha na
moldagem, transporte, armazenamento e ensaio dos CPs.
No caso das extrações, equipamentos inadequados de extração e técnicos despreparados podem alterar em muito os
18
resultados. A correção destes desvios sempre será difícil e
mesmo que introduzida com a forma arbitrária de um coeficiente corretor, nunca se terá a certeza de se ter dado correto tratamento ao caso, em especial para aqueles mais extremos. Como recomendação, a prática tem mostrado que,
mesmo sendo permitido pela normalização, os testemunhos
extraídos devem estar livres de armaduras. A presença destas pode induzir a erros para mais e para menos dependendo
da sua posição e quantidade, além de danificar um elemento
estrutural que normalmente encontra-se com sua capacidade
portante sob júdice. Em situações práticas correntes o autor
tem utilizado um coeficiente de correção que majora a resistência do concreto com este propósito e cujo valor é dado por
C=
√
4
1
0,96n ,
onde n é o número de testemunhos extraídos envol-
vidos na determinação de uma resistência, sendo que nunca
deverá exceder o valor de 1,05.
De todas as maneiras, deve-se tomar especial atenção com os
resultados de testemunhos extraídos, levando-se em consideração que estes são via de regra posteriores a 28 dias. Nestes
casos, considerar que seu resultado foi influenciado por um fenômeno de ganho de resistência com o tempo e que já foi considerado a favor da economia e contra a segurança na formulação
da segurança e se denomina Kmod (ver artigo do Prof. Fusco).
5) Como se determina a resistência de um concreto
Resistência do concreto varia com a velocidade do carregamento, com o tempo de cura, temperatura, umidade, ou seja
por muito tempo o que se sabia do concreto é que não se
conhecia de maneira unívoca sua resistência à compressão.
Hübert Rüsch foi quem, pela primeira vez, formulou de maneira única e racional a determinação da resistência do concreto
isolando os fatores que introduzem variabilidade na avaliação
da resistência. Desta forma, isolou o fator tempo impondo que
a resistência tenha um dia certo para sua determinação e controle. No caso do Brasil e de diversos países, esta idade é 28
dias da data da concretagem.
6) Introdução da segurança em elementos
estruturais de concreto
A Introdução da segurança tem sido associada há tempos ao
conceito de confiança e qualidade da estrutura que se deseja
projetar. De uma maneira geral, o que se pretende é garantir
a não ruína. A ruína ocorre sempre que a solicitação supera a
resistência.
Como se sabe, a resistência das estruturas está associada à
qualidade dos materiais empregados (tensões resistentes e variabilidade), da forma como estão organizados (inércia, módulo
resistente) na obra.
Por outro lado, as solicitações dependem da intensidade, forma (região de aplicação) e natureza das ações (permanente,
variável, estática, dinâmica).
Há diversas maneiras de mensurar a segurança, mas a mais
usual e eficaz é a que mede a probabilidade de ruína. Se há
probabilidade de ruína, não há como garantir a não ruína e,
portanto, o conceito de coeficiente de segurança fica prejudicado, pelo menos da forma determinística que é tradicio-
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nalmente ensinado pelo método das Tensões Admissíveis na
Resistência dos Materiais.
Exemplo 1: variabilidade das resistências: Coef. Var. δ R=18,5%
Como já foi explorado pelo artigo anterior desta série de artigos
publicados pelo ABECE Informa, pelo Prof. Péricles Brasiliense Fusco, é possível estabelecer-se a segurança em diversos
modos de abordagem e o mais geral é o que expressa a segurança de forma global, tendo em vista a distribuição de Resistências (capacidade) e Solicitações (demandas). Uma forma
alternativa de medir a probabilidade de ruína é através do coeficiente β expresso a seguir como:
β=
γm-1
√
(γmδ R )2+δ s2
onde γm = Rm conhecido como coeficiente central de segurança
Sm
δ s corresponde ao coeficiente de variação da distribuição de frequências das Solicitações
δ R corresponde ao coeficiente de variação da distribuição de frequências das Resistências
Este coeficiente pode ser entendido na figura seguinte:
A =√ (γmδ R )2+δ s2
Exemplo 2: variabilidade das resistências: Coef. Var. δ R=15%%
Figura 4
β = γm-1=n (sen α +cos α)
A
Portanto β é um adimensional que tem o significado de n e está
associado à probabilidade de ocorrer R<S. Assim, a probabilidade de ruína poderá ser expressa por p=Φ(-β).
Desta forma, é possível se ter uma noção do quanto é importante controlar a variabilidade das resistências, uma vez que das
ações temos poucas possibilidades de controle.
Ao avaliar-se, por exemplo, por este método, a capacidade de uma
seção transversal de uma viga deve-se introduzir as características
de todos os intervenientes na análise e determinar a capacidade
da seção como uma variável aleatória, ou seja, caracterizada pela
sua capacidade média e desvio padrão. A seguir serão apresentados exemplos didáticos de como as variabilidades influem nos
resultados.
Outro ponto importante que deve ser visualizado é que a resistência que aqui nos referimos não é a do concreto ou do aço isoladamente, mas sim do sistema resistente que se encontra sob análise,
por exemplo, a seção de uma viga sujeita a flexão simples ou a se
um pilar sujeito à compressão. Estes, não por acaso, são exemplos de situações onde normalmente o engenheiro estrutural está
mais pendente do bom desempenho do material aço e do material concreto, respectivamente. Evidentemente, numa viga pouco
armada a importância do aço cai e do concreto aumenta relativamente, acontecendo o mesmo no caso de pilares.
Importante que se note que com um aumento de 3,5% na variabilidade das Resistências a probabilidade de ruína aumentou de
1/204.113 para 1/14.179, ou seja, 14,4 vezes!
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Artigo Técnico
Exemplo 3: viga com 25x50 cm – posição da armadura tracionada a 5 cm da borda
Resultados da análise por Monte Carlo
Note-se que apesar da variabilidade do concreto ser de 15%,
a do momento resistente foi de apenas 8% aproximadamente.
Demonstrando numericamente o conceito apresentado acima,
onde para vigas suficientemente armadas, a segurança depende
menos do concreto para caso de Flexão Simples. Ressalte-se
que nas vigas a capacidade ao cortante é sempre pendente da
capacidade do concreto seja na determinação da armadura através de Vc seja na sua capacidade última VRd3, portanto cabe a
quem verifica uma estrutura tomar estes cuidados.
Exemplo 4: Pilar Curto de 20x50 cm – posição da armadura tracionada a 5 cm da borda e com taxa de armadura baixa
Neste caso, ao contrário do que ocorreu na viga, a variabilidade
se apresenta superior à do concreto considerado (concreto 15%,
Momento resistente até 16%), devido à influência de outros fatores de variabilidade que potencializam no caso da compressão
simples, tal como a variabilidade da seção geométrica da peça,
que aqui foi considerada. Note-se que, uma vez que a taxa de
armadura adotada neste exemplo é muito baixa, a confiabilidade
da peça cai com o aumento do fck. Este fato justifica a postura
da NBR 6118 de aumentar a taxa mínima de pilares proporcionalmente a resistência do concreto.
20
Exemplo 5: Pilar Curto de 20x50 cm
Aqui, pode-se notar a influência benéfica do aço na capacidade do
pilar e na sua confiabilidade que agora aumenta devido à queda da variabilidade da Normal resistente que passa de 16% para até 13,3%, refletindo nos indicadores de confiabilidade e na probabilidade de ruína.
Algumas recomendações podem ser tiradas dos exemplos apresentados e estas são vitais quando se verifica uma estrutura de concreto armado que apresentou parte de seu concreto com resultados
abaixo do especificado em projeto. São estas:
1ª) Nem sempre concreto com resultado abaixo do especificado
significa risco estrutural;
2ª) As peças pouco armadas, sejam vigas ou pilares, são as mais
expostas ao risco;
3ª) Devido à recomendação 2, deve-se cuidar dos pilares que passam pela transição de situação de necessidade de armadura a apenas
armadura mínima. Cuidado com pilares armados com pouco aço. Estes podem se apresentar como fortes, mas tem os pés de barro;
4ª) Cuidado com lajes em balanço. Estas têm a “teimosia executiva” de apresentar as armaduras superiores sempre em posição
contra a segurança, equivalendo à situação do conceito de pouca
armadura na flexão;
5ª) Por fim, como se apresentará a seguir, medimos a capacidade e
a variabilidade do concreto ao pé da obra e não na estrutura, portanto,
a variabilidade destas simulações dever ser sempre a suposta para a
estrutura e não a que se mediu nos corpos de prova moldados.
7) Avaliação da conformidade através de CPs moldados
O controle da resistência do concreto através de CPs moldados é regido pela NBR 6118 e pela NBR 12655 de forma clara e conhecida por
todos, portanto, neste texto, apenas será comentado alguns pontos de
dúvida que necessitam de clarificação e que, em boa parte, já foram dados pelo artigo do Prof. Fusco recentemente publicado pela ABECE.
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Desta maneira, os pontos que merecem atenção estão no que se
refere ao controle total ou 100%, para o qual, se entende necessário
uma revisão.
A dúvida que paira sobre os resultados obtidos quando aplicado o
procedimento de Controle Total é a validade da expressão contida
na NBR 12655 no item 1.2, ou seja:
Nos casos práticos das edificações, uma betonada é aplicada a diversos elementos em sua totalidade, ou seja, pilares e vigas são totalmente concretados por uma única betoneira. Desta forma, havendo um documento confiável de mapeamento, para estes elementos,
pelo texto normativo, n=1 e fck,est =f1 (ver quadro 1 acima).
No entanto, o que parece é que este texto foi construído para peças
de maior volume e que consumissem um volume que correspondesse
ao de várias betonadas de concreto sendo f1 uma boa aproximação
do fck. No caso em foco das edificações correntes, não ocorre a aplicação de concretos obtidos nas betoneiras de 1 até 20, pelo contrário
este elemento contem apenas o concreto originado pela betoneira 1. A
diferença entre os dois casos é importante, uma vez que, com certeza
no primeiro caso os elementos concretados tem uma esperança estatística de que existam concretos com resistência superior a f1 e assim
admitir aproximar o valor de f1 a fck é mais aceitável, na medida que n
se aproxima do número de 20 exemplares. No caso que aqui se apresenta, em que com apenas uma betonada foram concretados diversos
elementos em sua plenitude, o que se sabe é que, na melhor das hipóteses, f1 representa o valor médio das resistências produzidas por
aquela betoneira e com certeza fck,est será menor do que f1.
O raciocínio que se propõe é o seguinte:
a) No controle total todos os caminhões são amostrados com pelo
menos 2 CPs por idade, tomando-se o de maior resistência
como representativo;
b) Esta amostra dever ser retirada do 3º médio do volume da betoneira, ou seja, divide-se o volume em três partes iguais e da
segunda parte colhe-se a amostra;
c) Pelo acima exposto, em (a) eliminamos em parte a possibilidade
de desvio de ensaio, não de erro grosseiro;
d) Se a norma preocupa-se com a amostragem do terço médio é
porque nos outros dois terços extremos, início e fim da descarga, os resultados podem dar menos aderentes. Mas o concreto
destes terços será aplicado também à estrutura. Portanto:
i.Existe variabilidade da resistência do concreto de uma
betoneira;
ii.Esta amostra do terço médio não pode ser confundida
com o quantil 5% inferior da distribuição das resistências,
também conhecido como fck.
e) O Prof. Fusco propõe uma abordagem onde se prevê a relação
entre o valor do resultado da amostra e o fck estimado, procedimento que, em sua essência, é correto baseado em texto
de norma mas sem um procedimento efetivo de como obtê-lo.
Por este motivo, a recomendação proposta é de que se enfatize a necessidade de elaborar um controle sobre este tema por
parte da normalização. Neste entremeio, recomenda-se o que
foi aprovado no texto de recomendações da ABECE, ou seja,
fck,est=0,93 fC100% sendo fC100% = máximo(fc1, fc2), que é um
pouco mais à favor da segurança.
8) Avaliação da conformidade através de Testemunhos
extraídos
Quando o concreto amostrado em CPs moldados não apresenta
resultados satisfatórios o procedimento é efetuar a extração de testemunhos do concreto comprometido e, portanto, um mapeamento
feito pela equipe de obra é fundamental para o processo de rastreabilidade. No caso de controle 100% mais ainda, uma vez que sem o
mapeamento de nada valerá ter sido feita amostragem total no caso
de não conformidade, por total impossibilidade de conhecer-se com
rigor onde o concreto de fato foi colocado.
Em palestra apresentada pelo Prof. Stucchi
e o autor no Instituto
de Engenharia de São
Paulo, o quadro 2 ao
lado resumia as considerações que se apresentaram como as
mais importantes.
A primeira consideração se refere à possibilidade de redução
do coeficiente de minoração do concreto tendo em vista que este contempla uma parcela por reconhecer que se controla de fato a resistência do concreto
produzido e não aquela que efetivamente foi aplicada à peça estrutural. Esta parcela declarada na NBR 6118 como γ c2=1,1.
A segunda é um alerta sobre a necessidade de treinamento e equipamento adequados para que o processo de extração tenha representatividade. Infelizmente, não tem havido este comportamento
em muitos casos e se faz necessária atenção redobrada para não
se adotar valores de resistência que pouco ou nada representem.
Reforça-se aqui a necessidade de se preservar as armaduras de
forma a que estas não sejam extraídas junto com os testemunhos,
enfraquecendo as peças em análise e distorcendo os resultados
obtidos.
Recomendações para verificação da conformidade no
controle total
Como já foi dito anteriormente, o controle total é caracterizado pela
amostragem de todas as betonadas e pela existência de um cadastro da aplicação precisa de cada betonada na estrutura. Para preservação das responsabilidades e validade dos procedimentos a
seguir, este cadastramento deve ser feito com extremo cuidado, sob
pena de erro grave na análise da conformidade e comprometimento
da segurança da obra. Aconselha-se a exigência de ART sobre a autoria do profissional que realizou o mapeamento da concretagem.
Caso uma betoneira tenha sido suficiente para o preenchimento completo de um ou mais elementos estruturais, a resistência do concreto
destes elementos terá sido totalmente caracterizada pela resistência
característica da betoneira a ele associada pelo rastreamento obtido
através do mapeamento e fck,est = 0,93.f1 (obtido pelo maior valor
entre 2 exemplares moldados e rompidos aos 28 dias).
Caso parte um elemento estrutural tenha sido moldado com mais do
que uma betoneira, o fck,est = 0,93.f1,min, com: f1,min correspondendo ao menor valor dentre as betoneiras cujo concreto se destinou
a este elemento. Caso o número de betonadas exceda 6, pode-se
utilizar o estimador do Quadro 3 sempre adotando o maior dos dois
valores obtidos.
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Artigo Técnico
trabalho de investigação tenham validade e representatividade.
Importante que algum membro da equipe acompanhe o processo
de extração e de ensaio e que realize uma inspeção visual sobre o
testemunho extraído para que se verifique se o mesmo apresenta
partes de armadura em seu interior, caraterísticas de anomalia na
extração ou no ensaio que pode ser um indicador de que o resultado do ensaio deste CP está desqualificado.
Quando esta condição não for cumprida deve-se verificar se mesmo
para a condição obtida de fck,est é possível justificar a segurança em
Estado Limite Último, em Estado Limite de Serviço e se as condições de durabilidade continuam cumpridas. Caso estas condições
possam ser cumpridas, o projetista poderá solicitar a amostragem
das resistências do concreto aplicado à estrutura.
Quando é recomendado proceder-se a investigação de
campo
Para situações onde a verificação da estrutura com o fck,est realizada com os resultados dos corpos de prova moldados não for
suficiente para justificar que, apesar do concreto ter sido produzido
não conforme, a estrutura cumpre as premissas normativas, devese proceder a uma campanha de investigação em campo, das resistências da estrutura executada. O objetivo deste trabalho é válido
quando um dos seguintes pontos se cumpre:
1. Os resultados obtidos através dos CPs moldados são duvidosos;
2. Existe expectativa de que a aplicação do concreto pela obra tenha se dado em padrões acima dos exigidos em termos de qualidade, de tal forma que o concreto aplicado à estrutura não teve perdas
significativas de resistência, abrindo à verificação da estrutura uma
margem adicional ainda não computada nas verificações estabelecidas anteriormente com os resultados moldados. Esta situação só
é permitida com resultados obtidos de testemunhos extraídos, uma
vez que a confiabilidade no resultado da resistência da estrutura
tende a aumentar;
3. O concreto aplicado à estrutura tem características de pega lenta,
apresentando crescimento pós-data de controle do fck maior do que
os 20% assumidos na obtenção do Kmod (ver artigo Prof. Fusco).
A extração em pilares não deve conter barras de armaduras e deve
estar disposta na mesma prumada vertical e junto ao meio da maior
dimensão da seção transversal para pilares de seção retangular. Pilares de seções variáveis ou de forma não retangular devem ter suas
extrações planejadas pelo projetista estrutural de forma a não interromper as armaduras existentes. De todas as maneiras a extração
deve ter um impacto controlado sobre a sua capacidade da peça
amostrada. Caso a estrutura já se encontre carregada, o risco de
se extrair testemunhos deve ser avaliado e a perda da capacidade
deste considerada num eventual reforço.
1. Controle Parcial - Características e procedimentos – concreto não conforme
a. Não existe um mapeamento preciso da aplicação do concreto
e as extrações devem ser feitas de forma a procurar os concretos das betoneiras não amostradas no controle parcial dos
CPs moldados;
b. Recomenda-se que o número de exemplares extraídos seja
maior ou igual a seis;
c. Entende-se que poderá ocorrer na avaliação resultados de diversas betoneiras e que o é fckest* é o obtido pelo item d;
d. Procedimento de obtenção da resistência característica:
Valendo a aplicação do Quadro 4, para valores mínimos.
Recomendações quanto ao procedimento a ser adotado para
concretos não conformes
Existem diversas processos de investigação da resistência do concreto à compressão das peças da estrutura executada, porém, até
o momento, apenas o de extração de testemunhos do elemento
estrutural tem-se mostrado confiável para a quantificação objetiva
da resistência. No entanto, para que estes resultados sejam confiáveis, o processo de extração de testemunhos deve ser orientado
e fiscalizado por profissional competente e experiente na técnica
de avaliação das regiões a serem amostradas, na forma e processo de extração, na escolha do diâmetro do testemunho, na relação
diâmetro profundidade, no processo mecânico de extração, dentre
outros. Entende-se que a composição de um grupo de trabalho
no qual o projetista estrutural esteja assessorado por um engenheiro civil, com especialidade em tecnologia do concreto, seja
extremamente recomendada para que os resultados deste
22
2. Controle Total - Características e procedimentos –
concreto não conforme
a. Exige-se um mapeamento preciso e confiável das regiões de
aplicação do concreto. Busca-se assim caracterizar a resistência do concreto a aplicada devida a cada betoneira ou ainda de cada elemento estrutural, cujo concreto utilizado teve
origem naquela betoneira. Quando houver mais de uma betoneira como origem do concreto de um elemento a resistência
deste elemento deve ser caracterizada pelo menor resultado
dentre as várias betoneiras, cujo concreto foi ali utilizado;
b. Número de exemplares necessário para caracterizar a resistência das peças envolvidas n>=3 por betoneira e n>=2
por pilar;
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c. Procedimento de obtenção da resistência característica.
Os resultados ƒi são necessariamente referentes à mesma betonada e ensaiados na mesma data de maneira a preservar o
valor de C3.
A expressão acima assume que o concreto aplicado pela obra
tem a variabilidade do concreto da betonada de origem, ou seja,
coeficiente de variação de 4,5%, com um acréscimo de 1,5%
devido à aplicação e uma perda de resistência média de aproximadamente 10% a ser considerada no coeficiente γc2 = 1,1.
Estes fatores aplicados conduzem que, para a preservação da
segurança, a variabilidade das resistências do concreto aplicado
daquela betonada à obra não ultrapasse um coef. de variação
máximo de 6%, de forma que resultados abaixo de 13% do valor
médio indicam que as premissas assumidas têm grandes chances de não terem sido respeitadas. Sugerindo-se que se passe
a um número maior de extrações e a utilização do estimador do
Quadro 3.
Coeficiente C2 e C3 – justificativa e valores adotados
O coeficiente C2 procura caracterizar o erro na medida da resistência devido a dano ocorrido no CP durante o processo de
extração. Entende-se que estes desvios dependem da qualidade da fiscalização, qualidade de equipamento e treinamento
da equipe de extração de forma a garantir que não ocorram
eventos cujos desvios atinjam mais do que 10%. Entende-se
também que estes fatores tendem a não se manifestarem em
todas as amostras. Com este objetivo, o critério aqui apresentado utiliza-se de valores médios das resistências para atribuir
a representatividade do resultado e a segurança da estrutura,
minorando de certa forma a eventual incidência deste fator acima do nível assumido. Portanto, até que se forme melhor juízo
√
C2 = 4
1
0,96n
Onde n é número de testemunhos extraídos que foram utilizados no cálculo da resistência média para avaliar a estrutura. O
valor de C2, no entanto, está limitado a 1,05.
C3 – justificativa e valores adotados
d. Permite-se que na análise de pilares seja estabelecido um
fckest* para cada pilar desde que as seguintes condições
sejam cumpridas:
i. 2 CPs por pilar e por betoneria de origem, adequadamente
dispostos de modo a representar o concreto amostrado
e sua betoneira de origem. Se para um pilar concorreram
mais de uma betoneira, as extrações devem ser conduzidas de modo a caracterizar cada betonada com pelo menos 2 CPs por pilar;
ii. Devem estar representadas pelas porções geométricas
superior e inferior do pilar de forma a caracterizar as dificuldades de adensamento e aplicação do concreto e avaliar se a expectativa de adequada qualidade executiva do
item E2 foi ou não contemplada.
e. Valores que se distanciem mais do que 13% da média dos
valores amostrados, são indicadores de grande probabilidade de que podem ter ocorrido as seguintes situações:
i. Variabilidade da resistência do concreto aplicado à estrutura acima do coeficiente de variação de 6% admitido como
máximo para concretos cuja variabilidade na betoneira foi
admitida como 4,5%;
ii. Variabilidade da resistência do concreto da betoneira acima
dos 4,5% de coeficiente de variação já assumidos em A;
iii. Extração e ensaio não conforme;
iv. Erro na caracterização do lote amostrado, tal como, a
consideração de concreto de outra betonada na análise
de um controle 100%.
Para dirimir as dúvidas sobre o que teria ocorrido, mais extrações poderão ser necessárias para melhor caracterizar o
lote amostrado, em alguns casos pode-se tender a um número de amostras válidas maior ou igual a seis podendo-se
adotar, nestes casos, o procedimento do Quadro 3 para a
determinação da resistência característica e com isto medir
de forma direta a variabilidade do concreto aplicado.
Importante ressaltar que, diferentemente do que foi assumido
no controle de CPs moldados, aqui um testemunho exemplar é
um CP. Portanto, não se utiliza o procedimento de adoção do
maior dentre os dois valores de resistência como sendo o que
representa o exemplar.
O coeficiente C3 mede a diferença entre o crescimento obtido
e o necessário com a maturidade já considerada na segurança do elemento estrutural quando do seu dimensionamento ao
Estado Limite Último (ver itens A-3, A-5 e A-10) e depende do
tipo de crescimento do concreto. O quadro 5 apresenta a expressão da NBR 6118 sobre a expectativa de crescimento teórico do concreto para três tipos de amadurecimento padronizados para os cimentos. Em caso da não existência de dados
de crescimento apurados por ensaio específico da massada
do lote em análise, aconselha-se o uso do resultado inverso da
expressão acima, ou seja, para os valores de C3=1/β ,tomando-se t na idade do ensaio do testemunho extraído e s=0,25
para os casos gerais.
Concluindo, são necessárias pesquisas que confirmem com
ensaios e ferramentas estatísticas competentes as posturas e
premissas que estamos assumindo para que este assunto possa ser tratado e esclarecido com a segurança que merece.
No que toca aos projetistas de estrutura, compete a estes zelar
pela segurança e bom desempenho das estruturas independente das eventuais disputas comerciais e técnicas em jogo, tendo
em vista a responsabilidade assumida perante a sociedade.
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Normas
Nova norma ABNT NBR 14323:2012 Projeto de
estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios em situação de incêndio
Valdir Pignatta e Silva
Professor Doutor do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
O
ano de 2012 será marcante na área
da Engenharia de estruturas em situação de incêndio devido à publicação de
3 revisões de normas brasileiras. A ABNT
15200:2012 “Projeto de estruturas de
concreto em situação de incêndio”, revisão da versão de 2004, já foi publicada
pela ABNT e está em vigor. A ABNT NBR
7190:2012 “Projeto de estruturas de madeira”, revisão da versão de 1997, já foi
enviada à ABNT para publicação e contará com um capítulo inédito sobre o projeto
de estruturas de madeira em situação de
incêndio.
Finalmente, a ABNT NBR 14323:2012
“Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
em situação de incêndio”, revisão da versão de 1999 e objeto deste texto, já teve
o texto do projeto de norma aprovado em
consulta nacional e está em vias de ser
enviado à ABNT para publicação.
Diversas novidades foram inseridas na
nova NBR 14323. Listam-se a seguir algumas delas com os devidos comentários.
Compatibilização com a ABNT NBR
8800:2008. A versão de 1999 da NBR
14323 era compatível com a versão de
1986 da NBR 8800. A revisão da NBR
14323 teve de ser adaptada à nova NBR
8800. Nomenclaturas, símbolos, procedimentos para a análise estrutural e outros
conceitos e formas foram adequadas tornando as duas normas compatíveis entre
si. Além disso, as seções referentes a dimensionamento de lajes e pilares mistos
de aço e concreto à temperatura ambiente, que estavam na NBR 14323, foram retiradas e incluídas no seu devido lugar, ou
seja, na NBR 8800.
Compatibilização com o Eurocode 3
(2005) e o Eurocode 4 (2005). As normas
de referência da ABNT NBR 14323, tanto
na sua versão anterior quanto na futura,
24
são as normas europeias Eurocode. Da
década de 90 à atual, o Eurocode se modernizou e a norma brasileira, em vista
disso, adequou-se e a formulação foi revisada ou nova formulação foi inserida.
norma, constavam apenas métodos tabulares. Na versão atual foram incluídos
também métodos alternativos analíticos,
dando mais liberdade ao engenheiro de
estruturas.
Inclusão de método simplificado para o
dimensionamento de perfis formados a
frio. O Eurocode fornece apenas algumas
recomendações sobre como dimensionar perfis formados a frio em situação
de incêndio. Na ABNT NBR 14323:2012
essas recomendações foram adaptadas à norma ABNT NBR 14762:2010
“Dimensionamento de estruturas de aço
constituídas por perfis formados a frio” e
apresentou-se um método simplificado
para o dimensionamento desse tipo de
perfil, que, geralmente, tem a instabilidade local como estado-limite último.
Compatibilização entre as normas brasileiras de estruturas em incêndio. As 3
normas já citadas sobre aço, concreto e
madeira em situação de incêndio estão
compatíveis entre si.
Alteração da formulação para a determinação da temperatura de perfis de aço
sem revestimento contra fogo, com base
no Eurocode. Essa nova formulação conduz a temperaturas mais baixas (Gusmão
et al., 212), portanto do lado da economia,
do que as calculadas pela versão anterior
da norma.
Alteração da expressão para a determinação da temperatura de perfis de aço
com revestimento contra fogo, com base
em estudos brasileiros. Os resultados
são similares àqueles encontrados a
partir da expressão que constava da versão anterior da norma, no entanto, além
de prestigiar-se a pesquisa brasileira, a
dedução da expressão, já publicada em
importante periódico internacional (Silva,
2005), é feita de forma clara e simples,
permitindo aos pesquisadores brasileiros
mais bem avaliar as hipóteses da citada
expressão.
Inclusão de métodos analíticos para o dimensionamento de pilares e lajes mistas
de aço e concreto. Na versão anterior da
A legislação/normatização brasileira exige
que as estruturas, compostas por qualquer material, sejam verificadas para a
situação de incêndio. As normas citadas
neste texto vêm contribuir para o engenheiro estrutural respeite a legislação em
vigor e de forma econômica.
Referências bibliográficas
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Projeto
de estruturas de concreto em situação de incêndio.
NBR 15200. Rio de Janeiro. 2012.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Projeto
de estruturas de madeira. NBR 7190. Rio de Janeiro.
2012.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Projeto
de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios em situação de incêndio. NBR
14323. Rio de Janeiro. 2012. (projeto de revisão).
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio - Procedimento. NBR
14762. Rio de Janeiro, 2010.
European Committee for Standardization EN 1993
1-2. Eurocode 3. Design of steel structures – Part
1-2. General rules - Structural fire design. Brussel.
2005
European Committee for Standardization. EN 19941-2. Eurocode 4: Design of composite steel and concrete structures, Part 1-2 : General rules - Structural
fire design. Brussel. 2005.
Gusmões, E. Z.; Silva, V. P.; Munaiar N. , J. Sobre
a temperatura de perfis de aço sem revestimento
contra fogo em situação de incêndio. Revista da
Estrutura de Aço. CBCA. Rio de Janeiro. 2012 (no
prelo)
Silva, V. P.. Determination of the steel fire protection
material thickness by analytical process - A simple
derivation. Engineering Structures. v. 27, n. 14, p.
2036-2043, Reino Unido, 2005.
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são as novas associadas colaboradoras
Uma entidade voltada a difundir o uso e
as vantagens das telas soldadas (IBTS –
Instituto Brasileiro de Telas Soldadas) e
uma empresa que atua no fornecimento
de produtos e soluções para a engenharia
nacional (Denver Impermeabilizantes) acabam de se tornar associadas colaboradoras da ABECE.
Entidade sem fins lucrativos constituída em
dezembro de 1983 por iniciativa dos fabricantes de telas soldadas no Brasil, o IBTS
visa disseminar as práticas sobre o uso
correto das telas soldadas nas estruturas
de concreto armado para que o usuário
obtenha o melhor resultado que o produto
pode oferecer, além de difundir os novos
conhecimentos obtidos por pesquisas em
laboratórios. Para tal, o instituto promove
palestras e cursos para estudantes de
engenharia e arquitetura, bem como para
profissionais que já estejam atuando na
construção civil.
Recentemente, lançou, com apoio da
ABECE, a versão 5.0 do software Tela Laje
IBTS, desenvolvido para auxiliar engenhei-
ros e arquitetos no projeto de detalhamento de lajes e de paredes de concreto armadas com telas soldadas. O software foi
disponibilizado gratuitamente para download no site do IBTS (www.ibts.org.br/publicacoes), com manual ilustrado para orientar o usuário no aprendizado e na correta
utilização do programa.
A Denver Impermeabilizantes, empresa
que atua há mais de 28 anos no mercado
brasileiro, destaca-se pelo fornecimento
de produtos e soluções para importantes
obras da engenharia nacional, sendo pioneira na fabricação de mantas asfálticas
de alta performance modificadas com polímeros eslastoméricos.
Sua ampla linha de produtos (mantas asfálticas, impermeabilizantes e isolantes
térmicos, reparo e proteção de concreto,
grautes e ancoragens, aditivos para concretos e argamassas, selantes e adesivos, pisos e anticorrosivos) aliada à confiabilidade e inovação que oferecem, faz
com que ocupe posição de destaque no
mercado.
Para garantir esta posição, investe constantemente na atualização de seus profissionais, modernização de equipamentos,
processos e controle de qualidade, contando com a certificação ISO 9001:2008
Além de manter um programa de melhoria contínua em sua linha de produtos, a
Denver Impermeabilizantes é associada
ao GBC (Green Building Council Brasil),
ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), ABEDA (Associação Brasileira
das Empresas Distribuidoras de Asfalto) e IBI
(Instituto Brasileiro de Impermeabilização),
contribuindo para qualidade e sustentabilidade das construções.
A recente associação com a ABECE é um
importante marco para a empresa no sentido de integrar-se mais ainda ao meio técnico, favorecendo e fomentando a troca de
experiências de modo que possa contribuir e colaborar nos projetos das mais importantes obras da engenharia brasileira,
visando o desenvolvimento de soluções e
emprego de tecnologias e inovações para
durabilidade e proteção de nossas obras.
Novos associados
Quatro
novas adesões associativas à
ABECE foram registradas nos últimos
meses, conforme quadro ao lado. Sejam
todos muito bem-vindos! A lista completa
dos associados está na seção Associados
e Colaboradores do site.
Nome
Categoria
Cidade/ Estado
Somatec Engenharia Ltda.
Engeast Engenheiras Estruturais Ltda.
Arnaldo Calazans dos Santos
Ademir Aparecido do Prado
Efetivo
Efetivo
Efetivo
Acadêmico
São Paulo/SP
Recife/PE
Rio de Janeiro/RJ
Goiânia/GO
CAD/TQS 17
w
Mais intuitivo, produtivo, refinado
e com mobilidade.
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11 3883 2722
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Em Tempo
Agenda
No dia 3 de abril de 2012, o presidente da
ABECE, eng. Eduardo B. Millen, e a vice-presidente
de Relacionamento, eng. Suely B. Bueno, participaram de almoço com o diretor presidente do Ibracon
(Instituto Brasileiro do Concreto), eng. Túlio Nogueira
Bittencourt.
da Engenharia Brasileira com o tema “Desafios de
Conteúdo Nacional”, evento que teve como objetivo discutir e propor políticas e ações efetivas para
capacitar a engenharia brasileira a responder aos
desafios de se fortalecer e de fortalecer a economia
brasileira.
O presidente de Tecnologia e Qualidade Augusto
G. Pedreira de Freitas participou, em 19 de abril, no
Escritório da Lucio Engenharia, em S. Paulo (SP),
da reunião da Comissão de Trabalho de Estruturas
e Fundações do Comitê de Tecnologia e Qualidade
do Sinduscon-SP que contou com representantes do
Sindicato, da ABESC e da ABCP para entendimento dos problemas que os associados vêm relatando
quanto aos resultados baixos das resistências dos
concretos recebidos em suas obras. A intenção é
conjuntamente encontrarem uma solução ou orientação de que forma reduzir ou eliminar este problema.
Na sede da ABECE, em São Paulo (SP), estiveram reunidos, nos dias 14 de maio e 5 de junho,
representantes da entidade (engenheiros Eduardo
B. MIllen e Thomas G. Carmona), do Alconpat e
do Ibracon para discutir os termos do Programa de
Vistorias Técnicas que visa estabelecer procedimentos e normas e capacitar o setor da construção para
evitar sinistros envolvendo as estruturas de edifícios
de toda natureza e dar suporte às leis de vistorias
que estão sendo aprovadas em vários municípios.
A coordenação do programa está a cargo da eng.
Maria Angélica C. Silva. Na segunda reunião, esteve também presente a Arq. Maria Salette Weber, do
Ministério das Cidades.
Em virtude da instalação da CE 02:124.15 Comissão de Estudo de Estruturas de Concreto
- Projeto e Execução, que irá revisar a NBR 6118
Projeto de estruturas de concreto - Procedimento,
sob a coordenação da eng. Suely B. Bueno (vicepresidente de Relacionamento da ABECE), foram
realizadas reuniões nos dias 20 de abril, na sede
da ABECE, com a participação dos engenheiros
Eduardo B. Millen, Jussara Bacelar, Roberto Buchaim
e Michel Tadeu R. Delgado, e 25 de maio, na sede
do Sinduscon-SP, com os engenheiros Eduardo B.
Millen, Jussara Bacelar e Michel Tadeu R. Delgado.
O jantar do dia 4 de maio no Espaço Rosa
Rosarum, em São Paulo (SP), que marcou a comemoração dos 65 anos da APEOP (Associação
Paulista de Empresários de Obras Públicas) foi prestigiado pelo eng. Eduardo B. Millen, presidente da
ABECE.
A mesa-redonda sobre Inspeção e Manutenção
Predial, promovida em 4 de maio pelo Senge RS
(Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul),
Alconpat Brasil e Ibracon, em Porto Alegre (RS), contou
com a participação do vice-presidente de Tecnologia
e Qualidade eng. Augusto G. Pedreira de Freitas como
representante da ABECE, que manifestou a preocupação de se criar leis e obrigações sem o corpo técnico
estar preparado para atender, sendo necessário fazer
um programa evolutivo para se capacitar os profissionais para esta inspeção e manutenção.
O presidente Eduardo B. Millen marcou presença, no dia 7 de maio, na sede do Instituto de
Engenharia, em São Paulo (SP), na solenidade de
abertura da segunda edição do Seminário Caminhos
O diretor do IBEC-SP (Instituto Brasileiro de
Engenharia de Custos) Eduardo Borges esteve reunido em 15 de maio, na sede da ABECE, em São
Paulo (SP), com o presidente Eduardo B. Millen para
apresentação dos objetivos do Instituto que estão
alinhados com a ABECE com relação às concorrências públicas de obras e projetos e estudar parcerias
institucionais.
A solenidade de abertura da M&T Expo 2012 - 8ª
Feira Internacional de Equipamento para Construção
e 6ª Feira Internacional de Equipamentos para
Mineração, em 29 de maio, no Centro de Exposições
Imigrantes, em São Paulo (SP), contou com a presença da vice-presidente de Relacionamento, eng.
Suely B. Bueno, representando a entidade.
No dia 30 de maio, foi realizada na sede da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), em São
Paulo (SP), a 4ª Reunião/2012 da ABNT/CEE-94 –
Comissão de Estudo Especial de Laje Pré-fabricada,
Pré-laje e de Armaduras Treliçadas Eletrossoldadas. A
ABECE esteve representada pelo associado eng. João
Luiz Zatarelli, que acompanhou as discussões sobre a
continuação do estudo do texto-base para lajes préfabricadas – elementos de enchimento – requisitos.
O vice-presidente de Marketing, eng. João
Alberto Vendramini, proferiu a palestra “Aplicação
de estruturas pré-fabricadas de concreto em
obras industriais e de logística” no Seminário
ABCIC ocorrido no dia 31 de maio, no Sobratema
Congresso, no Centro de Exposições Imigrantes,
em São Paulo (SP).
Publicações
• A 29ª edição da Revista Arquitetura & Aço, publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da
Construção em Aço), traz os avanços que o sistema
construtivo em aço tem alcançado no Brasil, com o
aumento do domínio de sua técnica e uso em espaços voltados para o lazer e a cultura. Exemplos como
o Teatro Riachuelo, em Natal (RN), o Orquidário
Ruth Cardoso, em São Paulo (SP), o Memorial da
Imigração Japonesa no Brasil, em Belo Horizonte
(MG), o Museu do Chocolate, no interior de São
26
Paulo, o Centro Cultural UFG, em Goiânia (GO), o
Centro Comunitário BH Cidadania, em Belo Horizonte
(MG) e o Sesc Bom Retiro, em São Paulo (SP), são
apresentados e descritos. A revista tem distribuição
gratuita em bibliotecas de faculdades de arquitetura
de todo o país, além de escritórios de arquitetura e
engenharia civil, professores de arquitetura/engenharia civil, fabricantes de estruturas e construtoras.
Também pode ser acessada pelo site www.cbcaacobrasil.org.br/revista-arquitetura-e-aco.php.
Minascon 2012 / Construir Minas
Data: 27 a 30 de junho de 2012
Local: Expominas (Belo Horizonte - MG)
www.feiraconstruir.com.br/minas/
Palestra Módulos de Análise
Não-linear para Estruturas de
Concreto (com Dr. Jan Cervenka)
Data: 5 de julho de 2012 (20h30)
Local: Instituto de Engenharia
(São Paulo - SP)
www.ie.org.br
10th World Congress on
Computational Mechanics
Data: 8 a 13 de julho de 2012
Local: São Paulo - SP
www.wccm2012.com/
Construfair
Data: 12 a 15 de julho de 2012
Local: Centro de Eventos
(Capão da Canoa - RS)
www.construfair.com.br/
Gestão de Pleitos na Administração
Contratual de Obras
Data: 16 e 17 de julho de 2012
Local: Hotel Transamérica The Advance
(São Paulo - SP)
www.informagroup.com.br/site/C.asp?c=pl
eitosabece&a=B&p=%codpers%&r=HL04
01112&l=p
Viabilidade Econômico-financeira
de Incorporações Imobiliárias
Data: 26 e 27 de julho de 2012
Local: Centro de Treinamento IOB
(São Paulo - SP)
www.informagroup.com.br/site/C.asp?c=via
bilidadeabece&a=B&p=%codpers%&r=HF
0306512&l=p
Fenasan 2012 - XXIII Feira Nacional
de Saneamento e Meio Ambiente / XIII
Encontro Técnico AESABESP
Data: 6 a 8 de agosto de 2012
Local: Expo Center Norte (São Paulo - SP)
www.fenasan.com.br
VII Semana de Engenharia Civil UFRJ Na construção dos Jogos
Data: 13 a 17 de agosto de 2012
Local: Centro Tecnológico da UFRJ
(Rio de Janeiro - RJ)
www.semanadacivil.poli.ufrj.br/
Eco Business 2012 - 5ª Feira e Congressos
Internacionais de Soluções Ecoeficientes
Data: 14 a 16 de agosto de 2012
Local: Centro de Exposições Imigrantes Pavilhão de Convenções Canelinha
(São Paulo - SP)
www.ecobusiness.net.br/
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Entrevista
Fulvio Zajakoff
Formado pela Escola de Engenharia Me-
cânica da Universidade Mackenzie. Fulvio
Zajakoff tem 56 anos e é pós-graduado
em Comércio Exterior pela Fundação
Getúlio Vargas. Iniciou sua atuação profissional no setor da construção metálica
em 1989. Atuou, também, como diretor da
ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica) de 1996 a 2001 e hoje é
ABECE • Como avalia a evolução da
construção metálica e a que a atribui?
Fulvio • Principalmente durante os últimos quinze anos, em função da necessidade de racionalização da construção
civil no mercado brasileiro, a construção
metálica surgiu como a solução ideal. É
interessante notar que desde a década de 1970, a utilização de coberturas
metálicas, solução construtiva que se
adapta perfeitamente a esse panorama,
vem crescendo. Inicialmente utilizada
quase unicamente em obras industriais,
a cobertura metálica atualmente já é
aplicada em obras de varejo, centros de
distribuições, edifícios comerciais com
diversos andares, obras arquitetônicas
e até residências.
ABECE • Quais são as perspectivas
para o setor?
Fulvio • As perspectivas são de crescimento no mercado brasileiro. Conforme
explicado na resposta anterior, as coberturas metálicas oferecem racionalização nas construções em uma obra
rápida e limpa, sem desperdícios e retrabalhos.
ABECE • Qual o impacto das obras
geradas pelos eventos esportivos
(Copa e Olimpíadas) na construção
metálica?
vice-presidente de coberturas metálicas.
Atualmente, é também diretor geral da
BEMO do Brasil, líder em qualidade na
fabricação de telhas metálicas contínuas
e zipadas atendendo às necessidades de
diversos tipos de empreendimentos, tais
como indústria automobilística e farmacêutica, supermercados, hospitais, shoppings, construtores, entre outras.
Fulvio • As obras geradas pelos eventos
esportivos apontam para uma real possibilidade de crescimento do mercado
da construção metálica. A concepção
moderna dos estádios no mundo utiliza normalmente estruturas e coberturas
metálicas para a área das arquibancadas, ou seja, torna-se necessária a
construção de uma estrutura de sustentação para grandes vãos, e, nesse
tipo de projeto, a estrutura metálica é a
solução mais adequada. É importante
notar que em alguns estádios as arquibancadas estão sendo construídas em
estrutura metálica. Entre as vantagens
da construção metálica para coberturas em estádios e arenas olímpicas,
podemos destacar, ainda, a rapidez
para a construção, já que as peças metálicas chegam prontas e pré-pintadas
para simples montagem no canteiro de
obras - o que garante limpeza, agilidade
e facilidade de execução.
que ampliassem a capacidade produtiva com a aquisição de novos softwares
e ferramentas de cálculo. Esse cenário
de demanda aquecida trouxe a oportunidade da vinda de diversas empresas
estrangeiras ao Brasil com expertises
de obras similares às que estão sendo
executadas em nosso país, fato esse
que também permitiu o intercâmbio de
experiências nessa área.
ABECE • Há demanda de projetistas
de estruturas metálicas para atender
ao grande volume de obras oriundas
destes eventos? O que fazer?
ABECE • Quais são as principais ações
da ABCEM para contribuir com a evolução contínua da construção metálica?
Fulvio • Os projetos referentes à Copa
do Mundo e Olimpíadas somados aos
demais projetos de estrutura metálica
trouxeram um aumento na demanda para
o setor e impulsionaram os escritórios
de projetos em estrutura metálica para
ABECE • Que exigências são fundamentais para os profissionais que atuam na área de projetos de estruturas
metálicas?
Fulvio • O conhecimento simplesmente
teórico não é suficiente para qualificar
um bom projetista. É fundamental a vivência em obras e na análise global do
empreendimento como, por exemplo,
custo x benefício, segurança, materiais
empregados na obra e durabilidade.
Fulvio • A ABCEM tem desenvolvido
diversos cursos voltados para engenheiros do setor, palestras estão sendo
ministradas em Universidades e convênios com as siderúrgicas têm promovido a utilização do aço junto a arquitetos
e empreendedores.
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Compartilhando Experiências
Vamos evitar tragédias!
A série de acidentes ocorridos com edi-
ficações no início deste ano, causando
perdas humanas e econômicas, não só
chocou a população como chamou a
atenção para as possíveis causas destes
desastres. Em todos os casos, pode-se
observar que a falta de manutenção preventiva, o surgimento de fissuras e trincas
e a ausência de profissional habilitado na
condução do processo de intervenção
estão entre as causas das destruições.
Após a queda dos prédios no Rio de
Janeiro; em Copacabana houve, em relação a fevereiro do ano passado, um
aumento de 650% na quantidade de ligações registradas no primeiro mês após
o acidente. Nestas situações, diversas
dúvidas são levantadas e as pessoas
percebem-se despreparadas para evitar
a ocorrência de acidentes semelhantes.
Quais as precauções devem ser tomadas para se efetuar a reforma? Existem
indícios aparentes para se identificar
quando algo esta errado com a reforma?
Que obras podem ser feitas depois que
o edifício está pronto? Que documentação e permissões são necessárias para
realizar uma reforma em um edifício? O
que fazer ao perceber que existem irregularidades na reforma do mesmo?
Estas são algumas questões levantadas
pela sociedade, que tem reforçada a
sensação de que as edificações não têm
durabilidade e de que faltam mecanismos efetivos de fiscalização e acompanhamento. No entanto, algumas dessas
respostas partem de ações preventivas,
como já ocorre em algumas cidades brasileiras, como em Santos e Jundiaí (SP) e
Porto Alegre (RS), onde a inspeção predial periódica é obrigatória.
Na cidade de São Paulo, um projeto
de lei, exigindo a inspeção em prédios
residenciais e comerciais, tramita na
Câmara Municipal desde 2005. Se aprovado, exigirá que edificações públicas
28
e privadas sejam objeto de inspeções
prediais, sendo a primeira vistoria realizada cinco anos após a expedição do
Auto de Conclusão da obra e, para as
edificações com mais de cinco anos,
um ano a partir da data da publicação
da nova lei.
Em âmbito federal, um projeto de lei,
em avaliação no Senado Federal, estabelece a fiscalização periódica de edificações em todo o país, prevendo a periodicidade de acordo com a idade do
edifício. Para prédios com mais de 30
anos de existência, a inspeção deve ser
realizada a cada cinco anos.
Está em análise, na Comissão de
Desenvolvimento Regional e Turismo
(CDR), do Senado, o Projeto de Lei
do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ),
que exige a realização periódica de fiscalização em edifícios e cria um laudo
para a inspeção nessas edificações. O
PLS 491/11 inclui qualquer tipo de edificação, exceto barragens e estádios de
futebol, que já contam com legislação
específica.
um sinal claro de falta de proteção contra a umidade e o excesso de água e
que pode comprometer as estruturas.
Estes transtornos podem ser facilmente
evitados e corrigidos com a impermeabilização das estruturas, que mantém as
condições normais da construção e ainda amplia a vida útil da edificação.
Além de proteger as estruturas, a prática de impermeabilização traz, também,
benefícios econômicos, uma vez que os
custos com impermeabilização previstos numa obra residencial correspondem de 1% a 3% do orçamento total,
enquanto os gastos decorrentes da má
impermeabilização ou de sua ausência
podem superar os 10%. Este é um dos
caminhos efetivos – e baratos – para se
evitar tragédias como os exemplos emblemáticos ocorridos no início de 2012
no Rio de Janeiro, em São Bernardo do
Campo e em Belo Horizonte.
A prevenção também passa pela realização e execução de um bom projeto
de engenharia e a utilização de técnicas construtivas e produtos adequados
e de qualidade reconhecida durante a
obra, que oferecem maior durabilidade
aos imóveis. Os impermeabilizantes,
por exemplo, ainda pouco utilizados em
obras de todos os portes são essenciais
para evitar danos às estruturas por conta da umidade.
Não é rara a ocorrência de problemas,
como manchas e goteiras, durante o verão, quando o volume de chuvas é maior,
Marcos Storte
Gerente de Negócios da Viapol
Este espaço é aberto à divulgação de artigos sobre temas gerenciais ou técnicos e refletem
a opinião dos autores. Os associados e interessados que desejarem compartilhar suas experiências profissionais e opiniões devem enviar artigo para o e-mail [email protected].
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