Universidade de São Paulo
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1 1 Introdução A proposta do trabalho, desenvolvida pela Syngenta Proteção de Cultivos Ltda., e complementada pela Seção Centro de Qualidade em Horticultura (SECQH) da Central de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), é de que seja feito um estudo de valoração de três produtos hortícolas (batata, tomate e mamão) com elevada importância econômica para a empresa e para o Brasil, identificando desse modo as características que valorizam ou desvalorizam os produtos na sua comercialização. Para a Syngenta é interessante compreender como os seus produtos agroquímicos mais modernos podem contribuir para aumentar a renda do produtor, com a produção de produtos hortícolas com características mais valorizadas na comercialização. Hoje a medida de eficiência de um produto agroquímico é a produtividade da lavoura. Essa medida, suficiente para as grandes culturas, não consegue medir a rentabilidade das culturas hortícolas, que apresentam uma grande diferença de valor de acordo com a sua aparência, tamanho e variedade. Para a SECQH é interessante coletar informações que possam auxiliar na formulação e melhoria de normas de classificação e padronização que atendam melhor as exigências do mercado. 1.1 Valoração Valoração é o ato ou feito de valorar, de determinar a qualidade ou o valor de algo. Valorização é o ato ou efeito de valorizar (dar valor, importância a alguém). Avaliação é o ato ou efeito de avaliar (estabelecer a valia, o valor e o preço). Estas são definições do Dicionário Houaiss (Instituto Antonio Houaiss de Lexicografia, 2001). A precificação dos produtos hortícolas no mercado atacadista é complexa, pois ela varia em função da relação oferta e demanda, da variedade, da embalagem, do tamanho e da qualidade. Além disto, ela pode não retratar exatamente a avaliação do atacadista da qualidade do produto. O fato de um produto ser vendido antes de outro é determinante na valoração, pois o preço de um produto não vendido no dia de chegada ao mercado, desvaloriza muito. 1.2 Qualidade O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa apresenta 17 diferentes conceitos para qualidade (Instituto Antonio Houaiss de Lexicografia, 2001). Os 2 conceitos mais apropriados: propriedade que determina a natureza de um ser ou coisa, característica superior ou atributo distintivo que faz alguém ou algo sobressair em relação aos outros; capacidade de atingir os efeitos pretendidos por propriedade de uma proposição que se torna afirmativa ou negativa; conceito puro do entendimento, subdividido em categorias, e correspondentes a afirmativo, negativo e indefinido. Está implícito como qualidade, o grau de excelência do produto ou a sua adequação a um determinado uso (Abott, 1999). O estudo e o controle de qualidade exigem a medida dos atributos de qualidade. A qualidade dos produtos hortícolas frescos engloba desde os atributos sensoriais, os valores nutritivos, os constituintes químicos, as propriedades funcionais até os seus defeitos (Abott, 1999). 2 Objetivos - realizar um levantamento dos atributos de aparência e qualidade de culturas hortícolas de elevada importância econômica de acordo com o foco de mercado da Syngenta Proteção de Cultivos Ltda e do Centro de Qualidade em Horticultura da CEAGESP; - proporcionar ao aluno residente conhecimento do mercado e comercialização de produtos hortícolas na CEAGESP, vivenciando os principais problemas encontrados em pós-colheita, pela vivência, na prática, junto aos consumidores e permissionários. 3 Metodologia O local de estudo escolhido foi o Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) da CEAGESP devido sua elevada importância no mercado e comercialização de hortifrutis, sendo o maior entreposto da América Latina. Para realizar o presente trabalho, três culturas foram escolhidas de acordo com a importância que as mesmas representam para a empresa Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. e para o Brasil. As culturas escolhidas foram batata, tomate e mamão. As duas primeiras por serem culturas hortícolas de enorme importância para a empresa, por serem líderes de venda de produtos agroquímicos dentre as hortaliças, e o mamão por apresentar grande importância nas exportações de frutas brasileiras. Pelo fato da cultura da batata apresentar maior importância para a empresa, o estudo realizado com tal cultura foi mais aprofundado. 3 Foi realizado um levantamento e organização dos conhecimentos sistematizados já existentes referentes à qualidade, padrões e exigências do produto. Através de dados obtidos junto à Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP, foi possível levantar algumas informações relevantes sobre o mercado dos produtos em estudo no mercado do ETSP da CEAGESP. Em seguida foram aplicados questionários aos permissionários e compradores no mercado do ETSP para levantar os conhecimentos tácitos, que são os conhecimentos internalizados pelo indivíduo (que sabe mais do que é capaz de expressar) atuante em cada elo da cadeia de produção, mas que não estão ou não podem ser transmitidos de forma sistemática. Os conhecimentos sistemáticos podem ser organizados em livros, manuais, relatórios, notas técnicas e softwares, nos quais se incluem informações técnico-científicas, além de estudos de política, administração e marketing (Agropolos, 1999). Entrevistas e visitas foram realizadas para levantar a percepção de qualidade dos diferentes tipos de compradores: feirantes, centros de distribuição e supermercados, e empresas de serviços de alimentação. O método QFD (Quality Function Deployment – Desenvolvimento da Função Qualidade) foi retirado do trabalho por necessitar de um tempo muito grande para ser realizado e não atingir aos objetivos da empresa principal interessada na pesquisa, pois o foco de trabalho da Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. é a percepção que o produtor tem da cultura, e não do consumidor. Para finalizar o estudo, foi realizada uma pesquisa de valoração dos produtos segundo a variedade e classificação. Os critérios de qualidade foram levantados, porém a valoração não foi definida segundo os padrões de qualidade, pois a importância desses padrões sofre muito alteração ao longo do ano devido à ao clima, e oferta e demanda predominante na época. Um problema enfrentado durante o desenvolvimento do trabalho foi a diferença de precificação dos produtos hortícolas devido à lei da oferta e demanda. Existe uma diferença de exigência de qualidade de acordo com a disponibilidade do produto. No pico da safra, com grande volume de oferta, a exigência de qualidade é muito alta. Na falta do produto essa exigência cai. A diferença de valor pode ser função da variedade, do tamanho, da origem (relacionado com a qualidade), da qualidade e com a composição da oferta do produto no mercado. Somente produtos que apresentam grande diferencial de qualidade não sofrem a influência da lei de oferta e demanda na precificação. 4 4 4.1 Resultados e Discussão Batata A batata é originária dos Andes na região do Peru e Colômbia. É um tubérculo, ou seja, uma reserva de nutrientes da planta, que pertence à família das solanáceas. Seu nome científico é Solanum tuberosum L.. (Filgueira, 1982). Destaca-se a importância da cultura mundialmente cuja produção ultrapassa 300 milhões de toneladas, ou 19 milhões de hectares, e é o 4º alimento mais consumido no mundo depois de arroz, trigo e milho. O hemisfério Norte produz 90% da batata do mundo, e no hemisfério Sul os maiores produtores são Peru, Brasil, Austrália, Argentina, África do Sul, Colômbia e Bolívia. As principais variedades cultivadas hoje no país são: Ágata, Baraka, Monalisa, Asterix, Caesar e Cupido. As variedades apresentam diferentes características em relação à cor da polpa, cor da casca, formato do tubérculo, maturação, rendimento, resistência às doenças, qualidades culinárias, entre outras. 4.1.1 Principais cultivares a. Ágata Características do tubérculo: oval, olhos superficiais, casca amarela e lisa, polpa amarelo claro, baixo teor de matéria seca. Características da planta: produtividade muito alta, maturação precoce a muito precoce. Resistência: cancro e nemátodo dourado. Susceptibilidade: requeima e sarna comum. Qualidade culinária: boa para cozinhar e assar. b. Asterix Características do tubérculo: oval alongado, olhos muito superficiais, casca vermelha, polpa amarela, alto teor de matéria seca. Características da planta: produtividade muito alta, maturação semi-tardia. Resistência: nemátodo dourado, PVA, PVY, PVX e PRLV, sarna comum, requeima, cancro, coração oco e alternaria. 5 Susceptibilidade: requeima, PVA, PVY. Qualidade culinária: Boa para cozinhar e fritar, inclusive para pré-fritas congeladas. c. Baraka Características do tubérculo: oval alongado, casca amarela e moderadamente áspera, polpa amarelo claro, olhos de média profundidade. Características da planta: Resistência: pinta preta, rizoctoniose, requeima, PRLV, PVY. Susceptibilidade: murcha bacteriana, coração negro Qualidade culinária: boa para cozinhar, assar e fritar. d. Bintje Características do tubérculo: oval alongado, olhos superficiais, casca amarelo claro brilhante, polpa amarelo pálido, alto teor de matéria seca. Características da planta: produtividade alta, densidade média, maturação precoce a meia estação. Resistência: PVA, PVX Susceptibilidade: sarna comum, podridão seca, PVX, PVY e requeima. Qualidade culinária: bom sabor, sem descoloração. Boa para assar, cozinhar e fritar. e. Caesar Características do tubérculo: oval alongado, olhos superficiais, casca amarela, polpa amarelo claro, alto teor de matéria seca Características da planta: produtividade bastante alta, maturação semi-tardia Resistência: nemátodo dourado, PRLV, PVY, alternaria, cancro Susceptibilidade: sarna comum, requeima, fusariose Qualidade culinária: boa para cozinhar e fritar f. Cupido Características do tubérculo: oval alongado, casca amarela, polpa amarelo claro, médio teor de matéria seca. Susceptível ao esverdeamento. Resistência: PLRV, PVY, verrugose e nematóide do cisto patótipo A. 6 Susceptibilidade: requeima, pinta preta. Qualidade culinária: excelente sabor, sem descoloração. Boa para cozinhar e assar. g. Monalisa Características do tubérculo: olhos superficiais, baixo teor de matéria seca Características da planta: maturação bastante precoce Resistência: PVA, cancro Susceptibilidade: requeima, PLRV, PVY Qualidade culinária: sem descoloração ,boa para cozinhar 4.1.2 Principais permissionários que comercializam batatas no ETSP da CEAGESP A Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP seleciona os maiores permissionários através das notas fiscais de entrada do produto no ETSP. Através das notas fiscais obtêm-se informações sobre o local de origem dos produtos e qual permissionário receberá o produto. Tabela 1.Volume, em toneladas, de batatas comercializadas pelos maiores permissionários do ETSP da CEAGESP, no ano de 2004. Permissionário Volume (t) Porcentagem Agro Comercial Campo Vitória 39.262,85 17,55% 7 Armando Alberto Beatriz 12.451,05 5,57% Agro Comercial Casa Grande Ltda. 10.983,80 4,91% Cerealista Campeão Ltda. 10.528,70 4,71% Clóvis Kazuhiko Kawakami 9.957,55 4,45% Etana Com. e Repres. Imp. e Exp. Ltda. 8.156,50 3,65% Maurício Tamora 7.080,15 3,17% Cerealista Irmãos Uema Ltda. 7.034,30 3,15% Nascente Agro Comercial Ltda. 6.854,15 3,06% Cerealista Solico Ltda. 5.655,50 2,53% Outros 105.695,90 47,26% Total 223.660,45 100,00% Fonte: Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP 4.1.3 Principais locais de origem da batata em 2004 Durante o ano de 2004, foram comercializadas 223.660 toneladas de batatas no ETSP da CEAGESP. Quase metade do volume foi proveniente do Estado de São Paulo. Minas Gerais e Paraná estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente, na participação do volume comercializado. Os gráficos a seguir foram elaborados com base em dados do Sistema de Informações de Mercado (SIM) da CEAGESP que armazena dados de volume, estado e município de origem e permissionário recebedor dos produtos diariamente. Figura 1. Participação por estado no volume de batata comum comercializadas no ETSP da CEAGESP em 2004. 8 Figura 2. Participação por estado no volume de batata beneficiada comum comercializadas no ETSP da CEAGESP em 2004. Figura 3. Participação por estado no volume de batata beneficiada lisa comercializadas no ETSP da CEAGESP em 2004. Figura 4. Participação por estado no volume total de batata comercializadas no ETSP da CEAGESP em 2004. 9 Tabela 2.Produção total de batata no Estado de São Paulo e porcentagem da produção comercializada no ETSP da CEAGESP em 2004. Produção Total de SP Volume comercializado no ETSP 747.619,50 223.660,45 Volume % da produção proveniente de SP total de SP comercializado no comercializada no ETSP ETSP 114.670,71 15,34 Elaborado a partir de dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola) e da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP. 4.1.4 Descrição da denominação das variedades utilizada no ETSP da CEAGESP pela Seção de Economia e Desenvolvimento A seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP realiza cotações de preços diariamente junto aos permissionários. Os permissionários que comercializam os maiores volumes do produto são entrevistados, onde informam os maiores, menores e preço mais comum praticados na comercialização. Aos dados coletados são aplicadas diferentes porcentagens, conforme o produto para compor a tabela de preços máximos que poderão ser praticados no varejão da CEAGESP que ocorre todas as quartas-feiras e finais de semana. São utilizadas algumas denominações para coletar preços de um mesmo tipo de produto, mas classificados de diferentes maneiras. No caso da batata, a classificação utilizada varia de acordo com a variedade e a classe, e os preços (maior, menor e comum) variam de acordo com essa classificação. Com os dados levantados, chegou-se à harmonização dos termos utilizados pela Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP e os termos utilizados pelo mercado e as variedades correspondentes, que é mostrado na tabela a seguir. Tabela 3.Harmonização das denominações utilizadas pela Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP com os termos utilizados no mercado do ETSP da CEAGESP e as variedades correspondentes. Linguagem da Cotação de Linguagem de Preços Mercado Batata Beneficiada Comum Lavada Batata Comum Escovada Variedades Monalisa, Ágata, Caesar, Achat, Atlantic, Asterix, Noiva, Bintje Baraka (somente escovada) 10 Batata Beneficiada Lisa Lavada e boa para fritura Holandesa e Cupido As variedades Monalisa, Ágata, Caesar, Achat, Atlantic, Asterix, e Bintje podem ser comercializadas somentes escovadas ou também lavadas. Já a variedade Baraka somente é comercializada escovada devido sua menor qualidade de casca. O processo para realizar o beneficiamento da batata pode danificar muito a pele do produto, diminuindo sua durabilidade. Foram entrevistados 21 permissionários no ETSP da CEAGESP. Levantou-se que as principais variedades comercializadas no momento do estudo são Ágata, Monalisa, Baraka e Cupido. Dos permissionários entrevistados, 71,4% comercializam a variedade Ágata, 66,6% a variedade Monalisa, 47,6% a variedade Baraka e 23,8% a variedade Cupido. No estudo foram consideradas todas as classes do Programa Brasileiro para a Modernização da Agricultura. 4.1.5 Descrição da classificação por tamanho utilizada no ETSP da CEAGESP: Foram entrevistados 21 permissionários do ETSP. Foram escolhidos os permissionários que comercializam os maiores volumes de batata no ETSP e que também são entrevistados pela Cotação de Preços da Seção de Economia e Desenvolvimento, e de forma aleatória, outros permissionários de menor porte foram escolhidos para a entrevista. Chegou-se à harmonização dos termos utilizados no mercado do ETSP da CEAGESP com o calibre (mm) e a Classificação do Programa Brasileiro para a Modernização da Agricultura que é mostrado na tabela a seguir: Tabela 4.Harmonização dos termos utilizados pelo mercado com o calibre (mm) e a Classificação do Programa Brasileiro para a Modernização da Agricultura. Linguagem de Menor Calibre Maior Calibre Classe do Programa Mercado Florão Especial Especialzinha Primeirinha Segundinha (mm) 70 42 50 42 33 28 (mm) 70 70 50 42 33 Brasileiro* I II II.2 II.1 III IV - 28 V (Bolinha) 11 Boneca (Diversas) Mistura de calibres * Tolera-se uma mistura de até 5% de tubérculos pertencentes à classe imediatamente superior ou inferior a classe especificada no rótulo. Segundo o Programa Brasileiro para a Modernização da Agricultura, a garantia da homogeneidade do tamanho e a caracterização da batata é por classe ou calibre, que está relacionado ao tamanho dos tubérculos, determinado pelo maior diâmetro transversal medido em milímetros. O tipo chamado como boneca ou diversas, permite uma mistura de calibres e grande tolerância para defeitos leves, porém não é reconhecido pelo Programa Brasileiro para a Modernização da Agricultura. A alta ocorrência de embonecamento pode reduzir drasticamente o aproveitamento do produto. A Cotação de Preços da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP realiza diariamente a coleta de preços dos seguintes produtos: - Batata Comum (especial, especialzinha e 1ª/2ª); - Batata Beneficiada Comum (especial, especialzinha e 1ª/2ª); - Batata Beneficiada Lisa (especial, especialzinha e 1ª/2ª). As informações coletadas são disponibilizadas diariamente no site da CEAGESP (www.ceagesp.gov.br). 4.1.6 Volume de batatas comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 2000 a 2004 Com as informações do SIM, observa-se que o volume de batata comercializado dentro da CEAGESP estava aumentando desde 2000, apresentando uma pequena queda no ano passado. Nota-se ainda que o volume de Batata Comum está diminuindo, e o de Batata Beneficiada Comum está aumentando. Isso porque as batatas quando são comercializadas lavadas, apresentam melhor aparência, desse modo, a grande maioria das batatas são lavadas. Hoje, praticamente, somente a variedade Baraka é comercializada somente escovada. Também se nota que a Batata Beneficiada Lisa está com uma leve tendência a diminuir seu volume comercializado, e quase não se encontra mais a batata da variedade Bintje sendo comercializada no ETSP, segundo os permissionários, 12 devido sua baixa durabilidade na pós-colheita. As batatas Lisa e Argentina têm um volume de entrada na CEAGESP muito baixo e inconstante não sendo consideradas para a realização do estudo. Tabela 5.Volume em toneladas de batata comercializada no ETSP da CEAGESP no período de 2000 a 2004. Produto Variedad e Batata Monalisa, Comum Baraka, Batata Benef. Comum Batata Benef. Lisa Batata Lisa 2000 2001 2002 2003 2004 Total 98.232 76.742 14.190 13.378 14.618 217.160 70.154 100.125 188.729 206.917 199.684 765.609 10.472 13.959 11.025 10.063 9.215 54.733 4.279 4.131 0 0 0 8.410 Achat, Atlantic, Mondial e Asterix Bintje e Cupido ---- 13 Batata Argentin ---- 0 116 0 0 144 ---- 183.136 195.073 213.944 230.358 223.660 ---- 81,88 87,22 95,66 102,99 100,00 260 a Total Índice (%) 1.046.17 1 ---- Fonte: Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP Figura 5.Variação da quantidade em toneladas de Batata Comum comercializadas no ETSP da CEAGESP durante o período de 2000 a 2004. Elaborado a partir de dados do Sistema de Informações de Mercado. Figura 6.Variação da quantidade em toneladas de Batata Beneficiada Comum comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 2000 a 2004. Elaborado a partir de dados do Sistema de Informações de Mercado. 14 Figura 7.Variação quantidade em toneladas de Batata Beneficiada Lisa comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 2000 a 2004. Elaborado a partir de dados do Sistema de Informações de Mercado. Figura 8. Variação da quantidade total em toneladas de batatas comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 2000 a 2004. Elaborado a partir de dados do Sistema de Informações de Mercado. 4.1.7 Variação dos preços de comercialização da batata no ETSP da CEAGESP no período de 2000 a 2004. Analisando os dados obtidos pela Cotação de Preços da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP, é possível perceber que o preço das diferente variedades de batata é muito influenciada pela época e não pela variedade, pois os momentos de alta e baixa de preços coincidem para Batata Comum, Batata Beneficiada Comum e Batata Beneficiada Lisa. Na realidade, a oferta e demanda do produto é fator determinante na precificação do produto. Quando o preço está em alta, os produtores sentem-se estimulados a produzir mais, ocorrendo uma queda dos preços no ano seguinte devido à grande oferta que ocorre do produto. Nesses períodos de queda dos preços, os pequenos produtores não conseguem sobreviver 15 com o prejuízo e saem da atividade. Desse modo, quando a oferta do produto cai, os preços se elevam novamente, criando um círculo vicioso entre os produtores que entram e saem da atividade constantemente. 4.1.8 Sazonalidade da batata no ETSP da CEAGESP Os gráficos a seguir foram elaborados a partir de dados do Sim de 2004. Mostra a sazonalidade da batata Comum, Beneficiada Comum e Beneficiada Lisa ao longo do ano de 2004. Figura 9. Sazonalidade da batata comum no ETSP da CEAGESP em 2004. É importante perceber que a batata Beneficiada Comum, que é a mais comercializada, apresenta uma entrada praticamente constante ao longo do ano todo. 16 Figura 10. Sazonalidade da batata beneficiada comum no ETSP da CEAGESP em 2004. Figura 11. Sazonalidade da batata beneficiada lisa no ETSP da CEAGESP em 2004. Figura 12. Sazonalidade da batata total no ETSP da CEAGESP em 2004. 17 Apesar das batatas Comum e Beneficiada Lisa não apresentarem um volume de entrada muito constante ao longo do ano, o volume de batatas total, é praticamente constante ao longo do ano. 4.1.9 Valoração Entrevistas foram realizadas junto a 21 permissionários do ETSP da CEAGESP em período em que predominava batatas originárias de Minas Gerais. Primeiramente, foi realizado um estudo da diferença de valor entre as variedades. Levantou-se o preço de venda das diferentes variedades, na mesma classificação de mercado. Para comparação, considerou-se o valor 100 para a variedade mais valorizada. O fato interessante é que as variedades de batata de melhor utilidade culinária não são as mais valorizadas. Tabela 6.Valoração da batata por variedade no ETSP da CEAGESP. Variedade Ágata Lavada Ágata Escovada Asterix Lavada Asterix Escovada Baraka Escovada Caesar Lavada Caesar Escovada Cupido Lavada Monalisa Lavada Monalisa Escovada Valoração* 98 73 98 78,5 65 92 67,5 100 95,5 69,5 *Foram consideradas somente os preços da Classe II (Programa Brasileiro para a Modernização da Agricultura), classificação de mercado ‘Especial”. A variedade Cupido apresentou o maior preço de comercialização, provavelmente devido à sua boa aparência. A variedade Bintje foi encontrada somente em um comerciante, e também apresentou valoração máxima. A variedade Ágata é a que se apresenta em maior quantidade no mercado paulistano hoje, e apesar disso, não apresenta baixo valor. A oferta da variedade é alta e é compensada pela grande demanda. A variedade Baraka apresentou menor valor em relação à Cupido devido à baixa qualidade pós-colheita e pelo fato de ser somente comercializada escovada, pois não apresenta boa qualidade de casca, não resistindo ao beneficiamento, entretanto possuiu uma ótima qualidade culinária. 18 Todas as batatas escovadas apresentam menor valor do que as batatas lavadas da mesma variedade, apesar de apresentarem maior durabilidade quando não são beneficiadas. Tabela 7. Valoração da batata por calibre no ETSP da CEAGESP. Classe (Programa Clasificação de Mercado Brasileiro) Denominação e calibre em mm Valoração** I Florão > 70 mm 85 II Especial 42 – 70 mm 100 III Especialzinha 33 – 42 mm 50 IV Primeirinha 28 – 33 mm 45 V Bolinha < 33 mm 60 - Boneca - Mistura de calibres 45 ** Valoração do produto pelo tamanho, tomando como base a classe II. No mercado paulistano, o calibre da batata que é mais valorizado é aquele classificado como Especial, que varia de 42 a 70mm. Em seguida, encontra-se a batata Florão (acima de 70mm) que é procurada especialmente pelos restaurantes. A batata Segundinha ou Bolinha (abaixo de 33mm) apresenta uma valoração de 60% em relação à Especial, e é destinada ao preparo de batatas em conserva. As batatas Primeirinha e Boneca são as que apresentam menor valor (Tabela 8). A Primeirinha por apresentar um tamanho inadequado para os supermercados, restaurantes e indústria, e a Boneca por apresentar uma grande mistura de calibres e muitos defeitos, sendo destinada especialmente às cozinhas industriais. O estudo mostra uma grande variação de valor entre os diferentes tamanhos de batata de até 55%, a desvalorização da batata escovada e a valorização das variedades de melhor aparência. 4.1.10 Perfil dos compradores de batata Entrevistas foram realizadas com 20 compradores varejistas dentro do ETSP da CEAGESP e também foi realizado um levantamento das exigências de qualidade de redes de supermercado e distribuidoras. 19 4.1.10.1Perfil dos compradores que realizam suas vendas em feiras livres, varejões e sacolões A maioria dos entrevistados disse que compra o produto somente no ETSP e no mesmo atacadista, devido à relação de confiança que existe entre eles, levando em consideração a qualidade do produto que será entregue e a forma de pagamento. Também demonstram preocupação em adquirir o produto o maior número de vezes possível durante a semana para oferecer produtos frescos nos locais de venda e não fazer estoque. A venda por consignação já não é comumente realizada, por ser uma comercialização que é realizada de forma que não leva em consideração a preservação da qualidade dos tubérculos. Esse tipo de comercialização é baseado na devolução para o atacadista de todo produto que não é vendido no estabelecimento como se os produtos hortícolas não fossem perecíveis. Sobra de produto nas gôndolas não estão mais sendo usados como motivo para a devolução de produto. As devoluções que ocorrem só são aceitas por atacadistas que possuem uma grande relação de confiança com o comprador, e este é considerado um grande comprador. Os motivos das devoluções são somente por questões de falta de qualidade dos tubérculos. Devido à sazonalidade de produção, a principal reclamação entre as diferentes épocas do ano é o preço. Existem épocas em que há falta de produto, e o preço é elevado, mas não significa que a qualidade seja considerada melhor. Em épocas em que há excesso de produto no mercado, a exigência de qualidade é bem maior, mas nem sempre o preço é mais elevado. O preço varia muito conforme a oferta. Ainda muitos ressaltam que a batata da safra paulista é melhor do que a da safra mineira, pois o produto vem melhor classificado e selecionado. Por ser um mercado totalmente voltado para a venda da batata in natura, a cor da casca é o fator mais valorizado pelos compradores que realizarão a venda do produto in natura. Preferem batata com a casca bem clara. O segundo fator valorizado é a uniformidade visual de tamanho do lote. O calibre também é de fundamental importância, porém é variável conforme o local de venda do produto. Locais em que o público tem maior poder aquisitivo, o calibre desejado é maior, entre peneira 42 e 45. Nos outros locais, em que o público tem menor poder aquisitivo, o calibre dos tubérculos comercializados apresenta menor exigência do consumidor. 20 Outro fator valorizado para a comercialização da batata in natura é a ausência de manchas na casca e de danos causados por broca alfinete. Foram citados ainda fatores como qualidade de casca, formato e limpeza do tubérculo, turgidez, ausência de olhos profundos, qualidade culinária e vida de prateleira. Em relação à qualidade culinária, a importância desse fator é citada somente por feirantes que estão presentes junto ao consumidor na hora da compra, podendo orientá-los sobre isso. Os consumidores em geral não possuem esse conhecimento. Em relação aos fatores que fazem os compradores recusarem o produto está a cor escura da casca que é sinal de que o tubérculo irá deteriorar rapidamente, e também de que o tubérculo provavelmente chegou ao ETSP no dia anterior. Tubérculos embalados com muita mistura de calibres e sinais de ataque de broca alfinete também são recusados. Outros fatores de rejeição citados foram cascas esfoladas, tubérculos murchos que também é sinal de tubérculo que chegou ao ETSP no dia anterior, podridão e colheita realizada fora de época. Entende-se que podridão seja o primeiro fator de rejeição, porém, devido à seleção realizada nas máquinas e mais uma seleção realizada dentro do box do atacadistas, quase não há presença de tubérculos podres no momento da comercialização dentro do ETSP. Os fatores decisivos no momento da compra são, principalmente, cor da casca e calibre. O preço, aparência global do tubérculo e formato também foram citados. A variedade e o calibre do tubérculo a ser comprado dependem muito do tipo de consumidor de cada estabelecimento. 4.1.10.2Perfil dos compradores de batata de grandes redes de supermercados e distribuidoras a. GR Serviços de Alimentação - Variedades e suas utilidades culinárias: Asterix – fritar, cozinhar e assar Baraka – fritar Monalisa – cozinhar Provavelmente, grande parte da batata comprada como Monalisa é Ágata, 21 mas não há uma diferenciação entre as variedades. A diferenciação entre as 3 variedades é feita da seguinte maneira: Asterix – pele rosada Baraka – batata somente escovada Monalisa – batata lavada - Calibre: Para entregas em cozinhas industriais que utilizam descascadores automáticos, os tubérculos não podem apresentar calibre abaixo da peneira 45. De acordo com a cozinha industrial, podem ser entregues tubérculos classificados como Diversas, pois apesar das perdas serem maiores, o menor preço compensa a perda. - Defeitos não-aceitáveis: Pelo fato dos tubérculos já serem servido prontos, o consumidor final não se importa com a aparência do tubérculo in natura. Só não são tolerados defeitos como podridão (que causa perda total do tubérculo) e esverdeamento (que é visível mesmo depois do preparo). - Reclamações das unidades de recebimento: Em geral, não há problemas de reclamação, pois o fornecedor já conhece a tolerância de cada unidade de recebimento. Existem unidades com maior ou menor tolerância aos defeitos. A coloração da batata não causa reclamações. Às vezes, podem ocorrer reclamações quando há muitos sinais de broca alfinete. b. Distribuidora Mendonça Atualmente, 60% dos produtos hortícolas comercializados pela distribuidora são recebidos da Ceagesp, e o restante chega diretamente do produtor. A empresa pretende atingir a meta de 100% de alimentos recebidos diretamente dos produtores. O padrão de qualidade dos produtos varia conforme a rota (que vai de A a Z, conforme a logística desenvolvida pela empresa). A rota Z é considerada a mais exigente em qualidade, desse modo, os alimentos são selecionados de maneira mais rigorosa, mas o preço também é diferenciado. Todos os produtos são selecionados um a um. 22 Segundo depoimento de um funcionário, o grande desafio que a empresa enfrenta é em relação ao trabalho humano. Os trabalhadores contratados são treinados, e após 3 meses de contratação, realizam o trabalho de forma insatisfatória para que sejam demitidos. Outro problema é a falta de atenção dos trabalhadores, que muitas vezes enviam quantidades diferentes do que foi pedido de cada produto para as unidades de recebimento. E, por fim, quando ocorre a falta de trabalhadores, a substituição de um trabalhador treinado de um setor por outro de outro setor, acaba causando uma queda no padrão de qualidade dos produtos selecionados. Foi observada falta de organização e de limpeza no ambiente de trabalho, que seria de elevada importância por ser tratar de uma empresa que trabalha com serviço de alimentação. Além disso, falta preocupação com a ergonomia no trabalho. - Variedades: Não há conhecimento sobre as variedades de batata comercializadas. São diferenciadas entre lavada e escovada. A grande parte das unidades recebe batata escovada pelo menor preço, porém a rota Z só recebe batata lavada. Não há preocupação das diferentes variedades em relação à utilidade culinária. Falta conhecimento sobre o assunto tanto dos funcionários da distribuidora quanto das unidades de recebimento. - Calibre: Cada unidade de recebimento especifica qual o calibre desejado conforme a finalidade culinária. São entregue tubérculos classificados como Bolinha, Especial, Florão e Boneca. A rota Z e cozinhas industriais que possuem descascadores automáticos não aceitam a classificação Boneca, independente do prato a ser preparado. - Defeitos não-aceitáveis: Os únicos defeitos não aceitáveis são podridões e mistura exagerada de calibres nos tubérculos recebidos com a classificação de Boneca. - Reclamações das unidades de recebimento: A tolerância em relação a defeitos varia conforme a unidade de recebimento. 23 As unidades de recebimento da rota Z são extremamente exigentes em relação à qualidade. c. Centro de Distribuição Makro O critério de amostragem utilizado no setor de produtos hortícolas é de aproximadamente 10% da carga total. A tabela a seguir mostra os padrões de qualidade exigidos pelo centro de distribuição. Tabela 8.Padrões de qualidade das diferentes batatas. Batata Variedades Monalisa, Ágata, Comum Cupido, Caesar e Bintje Calibre TOP: 65 – 75 mm Comum: 45 – 75 mm Pequeno: 38 – 44 mm Características Cor externa creme, aspecto brilhante, com pele lisa e sem manchas Utilidade Defeitos Defeitos culinária cozinhar: graves** % leves*** todas máx/emb % máx/emb: assar: : todas tolerância varia de 3 a fritar: bintje varia de Asterix Asterix Peneira 45 brilhante, com a pele lisa e sem pele esfolada 8% 0,5 a 5% % pele rosada, aspecto tolerância máx/emb cozinhar e : fritar tolerância varia de 0,5 a 2% % máx/emb: tolerância de 6% 24 % cor externa Bolinha - peso máx. 45g máx/emb % máx/emb: creme, aspecto brilhante, com - pele lisa e sem Ágata, Escovada Cupido, Peneira 45 - Caesar e Bintje Pacote Monalisa, cor externa Ágata, creme, aspecto Cupido, Peneira 45 cozinhar: 0,5 a 3% % todas máx/emb Assar: : todas tolerância Fritar: varia de Bintje 0,5 a 2% % brilhante, com Caesar e pele lisa e sem Bintje pele esfolada tolerância tolerância varia de 5 a varia de manchas Monalisa, : 10% % máx/emb: tolerância de 6% máx/emb % máx/emb: : tolerância tolerância varia de 5 a varia de 10% 0,5 a 3% *Mistura de calibres: tolerância de 10% de tubérculos pertencentes à classe imediatamente superior ou inferior à classe especificada no rótulo (exceto para classificadas como Diversas) ** Defeitos Graves: podridão, esverdeamento, murchamento, embonecamento, brotada. *** Defeitos Leves: danos mecânicos, esfolado, manchas, brocado, fitotoxidez, sarna. Fonte: Centro de Distribuição Makro d. Centro de Distribuição Brasileiro A maioria da batata comercializada pela rede de supermercados Pão de Açúcar é lavada. O recebimento do produto é diário, não se faz estoque de produtos altamente perecíveis. Análise de resíduos em FLV seria bem interessante de ser realizado e poderia ser utilizado como apelo ao consumidor, porém as análises não são realizadas devido ao alto custo deste procedimento. Não há muita preocupação com a variedade que está sendo comercializada devido à dificuldade de se diferenciar as diferentes variedades de batata na gôndola. O consumidor só aceita essa diferenciação se ele enxergar a diferença. O 25 que realmente importa para o consumidor é a aparência global do tubérculo e o calibre. Batatas miúdas não são bem aceitas porque a perda é maior. A exigência do padrão de qualidade da batata é muito grande, pois ainda é um dos produtos comercializado em maior volume na seção de FLV. Em épocas de pouca oferta de produto, a tolerância para os defeitos presentes nos tubérculos é maior. Hoje não há demanda de exigência de classificação do produto por parte do consumidor. Pode-se tentar criar novos nichos de mercado para produtos menos valorizados, utilizando-se a criatividade. O Centro de Distribuição Brasileiro das redes de supermercados Pão de Açúcar, Compre Bem e Extra, prepara embalagens fechadas com as batatas de menor calibre que não são aceitas facilmente pelo consumidor, promovendo uma diferenciação do produto. Ainda é um desafio realizar treinamentos nas lojas, pois existe uma grande resistência dos funcionários a aceitarem novos conceitos. Tabela 9.Padrão de qualidade de batata. Variedades Calibre* Defeitos Graves Defeitos Leves 26 brotada, podridão, dano profundo, Bintje, Monalisa, Ágata, Asterix e Baraka Superior: 60 a murchamento, 70mm pragas, sujidades Comum: 55 a e brotada. 70mm Tolerância que Primeiro Preço: 45 varia de 1 a 5% a 70 mm conforme o nicho de mercado. esverdeamento, deformação, manchas, dano mecânico superficial, vitrificado e esfolamento. Tolerância que varia de 10 a 25% conforme o nicho de mercado. *mistura de calibres: tolerância de 10% de tubérculos pertencentes à classe imediatamente superior ou inferior a classe especificada no rótulo (exceto para classificadas como Diversas) Fonte: Centro de Distribuição Brasileiro A tolerância aos defeitos é maior para os produtos que serão destinados às lojas “Compre Bem”. As lojas “Pão de Açúcar” possuem uma maior exigência em qualidade dos produtos. Em relação ao calibre, os produtos “Superiores” são destinados às lojas Pão de Açúcar dos bairros em que o público tem maior poder aquisitivo, os “Comuns” são destinados às lojas Extra e às outras lojas Pão de Açúcar, e os “Primeiro Preço” são destinados às lojas Compre Bem. Às vezes são compradas batatas classificadas como Diversas. Nesse caso, o calibre não importa, porém os tubérculos não podem apresentar podridão, esverdeamento, tubérculos cortados ou mau cheiro. 4.1.11 Atividades complementares 4.1.12 Anexo 1 – Visita à Associação Brasileira da Batata e Máquina de Beneficiamento do Grupo Takao Hoshino 4.2 Tomate O tomate (Lycopersicon esculentum Mill) pertence à família das Solanáceas e 27 é uma das olerícolas mais consumidas no mundo, sendo fonte de vitaminas A, B2, B6 e C, proteínas, cálcio, ferro, cobre, potássio, magnésio e ácido fólico, além de possuir altos teores de caroteno, tiamina, niacina e licopeno. É originário da região Andina e da América Central e foi depois introduzido no México e na Europa (Filgueira, 1982). O Brasil é um dos principais produtores mundiais, sendo que em 2003 a produtividade média no Brasil foi de 59,3t/ha. Tabela 10. Estatística da Produção de Tomate no Brasil em 2003 Destino Mesa Indústria Total Área (ha) 38.526 19.535 58.061 Produção (t) 1.978.597 1.465.170 3.443.767 Rendimento (t/ha) 51,4 75,0 59,3 A maior região produtora de tomates do Brasil é a região Sudeste, sendo que em 2003, a produção girou em torno de 1 milhão e 600 mil toneladas, seguida pelas regiões Centro Oeste com 1 milhão de toneladas, Nordeste com 400 mil, Sul com pouco mais de 300 mil e por último, a região Norte com menos de 100 mil toneladas. 4.2.1 Principais cultivares a. Andréa Faz parte do grupo dos tomates comprido, do tipo italiano, longa vida estrutural, apresentando excelente durabilidade pós-colheita no transporte e comercialização. Os frutos pesam em média 120-140g. Apresenta excelente sabor, próprio para salada, molho, suco e preparo de tomate seco. b. Carmen Faz parte do grupo dos tomates redondo, do tipo salada e longa vida, apresentando boa durabilidade pós-colheita no transporte e comercialização. Os frutos são uniformes, pesando em média 180-220g. c. Débora 28 Faz parte do grupo dos tomates oblongo, longa vida estrutural, apresentando excelente durabilidade pós-colheita no transporte e comercialização. Os frutos pesam em média 140-160g. São próprios para saladas e preparo de tomate seco. d. Momotaro Faz parte do grupo dos tomate “caqui”, apresentando frutos com ótima póscolheita. Os frutos pesam entre 250-300g. São próprios para preparo de saladas. e. Cereja Plantas produtivas, crescimento indeterminado, para cultivo protegido. Frutos de excelente sabor, coloração vermelho brilhante, formato arredondado ou comprido, pesando em média 15-25g. 4.2.2 Principais permissionários que comercializam tomates no ETSP da CEAGESP A Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP seleciona os maiores permissionários através das notas fiscais de entrada do produto no ETSP. Através das notas fiscais obtêm-se informações sobre o local de origem dos produtos e qual permissionário receberá o produto. As seguintes tabelas foram elaboradas a partir de dados levantados da Seção de Economia e Desenvolvimento e do SIM. Tabela 11.Permissionários que comercializaram maiores volumes (t) de tomate dos grupos redondo, oblongo e comprido no ETSP da CEAGESP, em 2004. 4.2.3 Permissionário Santa Cecília Comércio Hortifruti Ltda. Agro Comercial Ciro Ltda. Agro Comercial Condor Ltda. Volume (t) % 34681,740 16679,360 15872,680 14,04 6,75 6,43 29 Agrícola Comercial Triunfo Ltda. Agro Comercial Santa Bárbara Ltda. Batista Comércio de Legumes Ltda. Comercial Agrícola de Hortifruti Mont Mor Ltda. Iguape Comércio de Legumes Ltda. Distribuidora de Frutas e Legumes Dois Cunhados Canelas Comercial Agrícola Ltda. Total 10174,010 9993,500 9442,750 8557,100 8190,860 4,12 4,05 3,82 3,46 3,32 7038,750 2,85 5803,620 126434,37 2,35 51,19 Elaborado a partir de dados da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP. Tabela 12.Permissionários que comercializaram maiores volumes (t) de tomate do grupo Caqui no ETSP da CEAGESP, em 2004. 4.2.4 Permissionário Agro Comercial Ciro Ltda. Santa Cecília Comércio Hortifruti Ltda. Distribuidora de Legumes Céu Azul Ltda. Diprata Distribuidora de Produtos Agrícolas Takamo Comercial de Legumes Nova Cantareira Ltda. Comercial Agrícola São Judas Ltda. J.T.C. Comércio e Distribuição de Produtos Alimentícios Agrícola Comercial Triunfo Ltda. Distribuidora de Hortifruti Bonin Ltda. Agro Produtores Nipo Brasileira Ltda. Total Volume (t) % 876,087 179,265 160,683 159,993 150,980 122,263 86,501 34,88 7,14 6,40 6,37 6,01 4,87 3,44 83,670 51,343 49,370 1920,16 3,33 2,04 1,97 76,5 Elaborado a partir de dados da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP. Tabela 13. Permissionários que comercializaram maiores volumes (t) de tomate do grupo Cereja no ETSP da CEAGESP, em 2004. Permissionário Agro Comercial Ciro Ltda. Agro Comercial Mingotti Ltda. Distribuidora de Legumes Céu Azul Ltda. Diprata Distribuidora de de Produtos Agrícolas Takamo Comercial Agrícola Nova Piedade Ltda. Agro Produtores Nipo Brasileira Ltda. Irmãos Mazzi C. Hortifrutigranjeiros Ltda. Santa Cecília Comércio Hortifruti Ltda. Setuo Kondo 5 Estrelas União de Produtos Agrícolas Ltda. Total Volume (t) 457,860 150,117 87,042 80,286 62,610 41,712 26,691 25,590 25,353 24,279 981,54 % 33,89 11,11 6,44 5,94 4,63 3,09 1,98 1,89 1,88 1,80 72,65 Elaborado a partir de dados da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP. Tabela 14. Permissionários que comercializaram maiores volumes (t) de tomate total no ETSP da CEAGESP, em 2004. 4.2.5 Permissionário Santa Cecília Comércio Hortifruti Ltda. Volume (t) % 34886,593 13,91 30 Agro Comercial Ciro Ltda. Agro Comercial Condor Ltda. Agro Comercial Santa Bárbara Ltda. Batista Comércio de Legumes Ltda. Agrícola Comercial Triunfo Ltda. Iguape Comércio de Legumes Ltda. Comercial Agrícola de Hortifruti Mont Mor Ltda. Distribuidora de Frutas e Legumes Dois Cunhados Canelas Comercial Agrícola Ltda. Total 18013,305 12902,172 10030,167 7937,721 7892,126 7149,732 6789,762 5762,156 4972,726 116336,46 7,18 5,14 4,00 3,16 3,15 2,85 2,71 2,30 1,98 46,38 Elaborado a partir de dados da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP. 4.2.6 Principais locais de origem do tomate em 2004 Durante o ano de 2004, foram comercializadas 205.837 toneladas de tomates no ETSP da CEAGESP. Mais da metade do volume de tomates dos grupos redondo e do grupo caqui foram provenientes do Estado de São Paulo. Minas Gerais aparece em segundo lugar para tomates do grupo redondo e do grupo cereja. Para o grupo caqui, Paraná ocupa a segunda posição. Os gráficos a seguir foram elaborados com base nos dados do SIM da CEAGESP. Figura 13.Participação por estado no volume tomate dos grupos redondo, oblongo e comprido comercializados no ETSP da CEAGESP em 2004. 31 Figura 14. Participação por estado no volume de tomate do grupo caqui comercializados no ETSP da CEAGESP em 2004. Figura 15. Participação por estado no volume de tomate do grupo cereja comercializados no ETSP da CEAGESP em 2004. 4.2.7 Descrição das denominações das variedades e do calibre utilizadas no ETSP da CEAGESP pela Seção de Economia e Desenvolvimento A Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP realiza cotações de preços diariamente junto aos permissionários. Cerca de 15 permissionários, que comercializam os maiores volumes do produto, são entrevistados diariamente, onde informam os maiores, menores e preço mais comum praticados na venda de cada tipo de produto, segundo a classificação utilizada por eles. No caso do tomate, podemos classificá-los em grupos: redondo, oblongo, 32 comprido, caqui e cereja. Os preços cotados dos grupos redondo, oblongo e comprido variam de acordo com o calibre (extra AA, extra A e extra) e o estádio de maturação (salada e maduro). A diferenciação dos preços em relação à variedade é feita de acordo com o preço maior, menor e comum. A variedade Andrea, a mais cara encontrada no mercado relaciona-se com o preço maior da cotação, e as outras variedades como Débora, Carmen, Fanny, Santa Clara, etc. são relacionadas com os preços menor e comum da cotação. O tomate rasteiro, do grupo comprido, é relacionado com o preço do tomate extra, que é o menor preço, já que o tomate rasteiro não tem grande valor no mercado da Ceagesp, pois é uma variedade destinada à indústria, então tem baixo volume de entrada ao logo do ano. Já o tomate caqui, considerado o verdadeiro tomate salada de calibre diferenciado, e o tomate cereja, encontrado em dois formatos, redondo e oblongo, são cotados somente na classificação de calibre Extra AA, a melhor classificação para ambos os tipos de tomate. Nesse caso, os preços maior, menor e comum são relacionados com a qualidade global do produto. Com as informações obtidas, pode-se chegar à seguinte harmonização: Tabela 15. Harmonização dos termos utilizados pela Cotação de Preços, com a linguagem de mercado e as principais variedades comercializadas. Linguagem da Cotação de Preços Maduro Salada 4.2.7.1 Linguagem de Mercado Tomate Vermelho Tomate Colorido Principais Variedades Andrea, Carmen, Colibri, Débora, Fanny, Santa Clara, Caqui Cereja Alambra, etc. Momotaro, Olympo Cereja Tomate Caqui Tomate Cereja Tabela 16. Harmonização dos termos utilizados pela Cotação de Preços, com a Linguagem do mercado, as Classes do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura e o diâmetro equatorial (mm). Linguagem da Linguagem de Classe do Diâmetro Cotação de Preços Mercado Programa Equatorial (mm) Extra AA Extra AA Brasileiro 70, 80, 90 e100 Maior ou igual a 70 até maior ou igual a Extra A Extra A 60 e 70 100 Maior ou igual a 60 até 70 33 Extra Extra 40, 50 e 60 Maior ou igual a 40 Extrinha Caqui Cereja Extrinha Caqui Cereja 0 - até 60 Menor que 40 < 40 4.2.8 Principais variedades comercializadas no ETSP da CEAGESP As variedades comercializadas no mercado do ETSP da CEAGESP são conhecidas como Carmen, Débora, Andrea, Rasteiro, Caqui e Cereja. Tomates de outras variedades como Fanny, Alambra, Santa Clara, etc. também são comercializados, em menor volume, mas não são facilmente reconhecidas pelos permissionários e tampouco pelos compradores, desse modo, essas outras variedades acabam sendo comercializadas com a denominação Débora ou Carmen, ambas variedades da Sakata Seed Sudamerica. O tomate Andrea, também da Sakata Seed Sudamerica, é bem diferenciado no mercado devido ao seu formato e sua qualidade, porém o rasteiro apresenta um formato parecido, mas com um preço bem menor, a sua finalidade é voltada para o preparo de molhos, e grande parte de seu volume é destinado à industrialização. Entre os permissionários que comercializam tomates de mesa, com exceção àqueles que comercializam os tomates Caqui e/ou Cereja, todos comercializam tomates ou da variedade Carmen, ou da variedade Débora. 4.2.9 Volume de tomate comercializado no ETSP da CEAGESP no período de 1994 a 2004 Com as informações do SIM, observa-se que o volume de tomate comercializado dentro da CEAGESP estava aumentando desde 2000, apresentando uma pequena queda em 2003. Nota-se que não há uma tendência no volume de entrada dos diferentes tipos de tomate na CEAGESP. 34 Figura 16. Variação da quantidade em toneladas de Tomates do grupo redondo, oblongo e comprido comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 1994 a 2004. Figura 17. Variação da quantidade em toneladas de Tomate Caqui comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 1994 a 2004. Figura 18. Variação da quantidade em toneladas de Tomate Cereja comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 1994 a 2004. 35 Tabela 17. Volume em toneladas de tomate comercializado no ETSP da CEAGESP no período de 1994 a 2004. Produto 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total maduro 72957 45818 62545 22062 45007 21930 9758 23743 54169 46800 48394 453183 salada 150185 185556 195011 208091 180997 197330 229717 225683 206623 204652 221514 2205359 caqui 139 878 524 219 192 877 2516 2327 1804 3455 2197 cereja 485 718 970 1107 889 833 909 1269 1436 1393 1350 Total Índice 223766 232970 259050 231479 227085 220970 242900 253022 264032 256300 273455 82% 85% 95% 85% 83% 81% 89% 93% 97% 94% 100% 15128 11359 2685029 - 4.2.10 Sazonalidade do tomate no ETSP da CEAGESP No gráfico a seguir, pode-se verificar a sazonalidade de volume de entrada de tomate em geral, no mercado do ETSP da CEAGESP. Figura 19. Sazonalidade do tomate dos grupos redondo, oblongo e comprido no ETSP da CEAGESP em 2004. Os tomates dos grupos redondo, oblongo e comprido, apresentam volume de entrada praticamente constante durante o ano. 36 Figura 20. Sazonalidade do tomate do grupo caqui no ETSP da CEAGESP em 2004. Figura 21. Sazonalidade do tomate do grupo cereja no ETSP da CEAGESP em 2004. Já os tomates do grupo caqui e cereja, apresentam uma sazonalidade mais acentuada durante o ano, já que são comercializados em menores volumes. 4.2.11 Valoração Foram realizadas entrevistas junto aos 10 permissionários que comercializam os maiores volumes de tomate no ETSP, em setembro de 2005. Nesta época predominam tomates de Minas Gerais e Goiás (Carmen, Débora e Andea), São Paulo (rasteiro) e Paraná (Caqui e Cereja). Foi realizado um levantamento da diferença de valor entre as variedades. 37 Levantou-se o preço de venda das diferentes variedades. Para comparação, foi atribuído o índice 100 para a variedade mais cara. O tomate Andrea, conhecido também como italiano, apresentou o maior índice de valoração. O tomate Débora, longa vida estrutural, também apresenta uma valoração alta. Já o tomate Carmen, apresenta um valor um pouco abaixo quando comparado com o Débora, e as razões apresentadas são vida pós-colheita menor e sabor pior. O tomate rasteiro apresenta um baixo valor, pois não é tomate de mesa como as outras variedades, apresentando uma pior aparência e qualidade. Tabela 18. Valoração do tomate por variedade. Variedade Andrea Carmen Debora Rasteiro Índice de valoração 100 88 99 53 Em relação ao calibre, quanto maior o fruto, maior a sua valoração para qualquer variedade. Já, o tomate rasteiro não possui classificação quanto ao calibre como as variedades de mesa. Foram encontradas somente duas variações de preço para este tipo de tomate. Tabela 19.Valoração do tomate por calibre. Variedade Extra 2A Extra 1A Extra Extrinha Índice de valoração 100 90 59 43 Tabela 20. Valoração do tomate rasteiro por calibre. Variedade Rasteiro “melhor classificado” Rasteiro “pior classificado” Índice de Valoração 100 74 38 O tomate Caqui apresenta variação de valor comercial somente de acordo com o calibre (o número do tipo corresponde ao número de frutos dentro de uma caixa). As variedades não são muito conhecidas no mercado e o estádio de maturação também não causa influência. Tabela 21. Valoração do tomate do grupo caqui por calibre. Variedade Caqui até Tipo 7 Caqui acima Tipo 7 Índice de Valoração 100 50 O tomate Cereja apresenta variação de valor comercial somente de acordo com a oferta no mercado. O calibre, estádio de maturação e variedades não influem no preço. Tabela 22. Valoração do tomate do grupo cereja pelo volume ofertado. Variedade Cereja baixa oferta Cereja alta oferta Índice de Valoração 100 39 Em relação à maturação, os tomates de mesa Andrea, Carmen e Débora apresentam variações no seu valor de acordo com o clima predominante nos dias de comercialização. Quando o clima está quente, os tomates classificados como salada (verde e pintando) apresentam maior valor de mercado, pois a vida de prateleira do tomate é maior e este amadurecerá em poucos dias, e quando o clima está mais ameno, o tomate maduro (vermelho) apresenta maior valoração, pois está pronto para o consumo, enquanto o tomate salada pode demorar para amadurecer. A diferença de preço varia de R$2,00 a R$5,00 entre os dois estádios de maturação. Em relação à embalagem, encontra-se o tomate Caqui embalado em caixas de papelão, o tomate cereja, em pequenas caixas de plásticos dentro de caixas de papelão, ou em sacos plásticos dentro de caixas de papelão. Os tomates de mesa Andrea, Carmen e Débora, são encontrados embalados em caixas de papelão, plástico ou madeira. Já o tomate rasteiro é encontrado somente em caixa de madeira. Os permissionários dizem que o preço do tomate em relação à embalagem varia somente devido ao preço da embalagem, e não em relação à qualidade do 39 tomate encontrado. Pode-se perceber que os tomates embalados em caixas de madeira sofrem maiores danos pós-colheita do que aqueles embalados em caixas de papelão e de plástico, ocasionando maior perda, mas esse fato não é levado em consideração no estabelecimento de preços de comercialização. Muitos permissionários reclamam da falta de classificação do produto recebido, principalmente em relação ao estádio de maturação. Muitos afirmam que reclassificam o produto nos boxes, para conseguir um melhor preço de venda e dizem que a perda maior da falta de classificação é do produtor. Quem entrega produto melhor classificado, consegue um preço melhor. 4.2.12 Perfil dos compradores de tomate Foi realizado um levantamento das exigências de qualidade de redes de supermercado e distribuidoras. a. Distribuidora Mendonça A estruturação de serviço da Distribuidora Mendonça já foi descrito anteriormente no item 4.1.10.2, item b. Para tomate, são levadas em conta as seguintes considerações: - Variedades: Diariamente são recebidos tomates Mallmann, e uma pequena porcentagem de tomates Santa Cecília. Mallmann e Santa Cecília são empresas produtoras e beneficiadoras de tomates que selecionam os tomates por coloração e tamanho eletronicamente. As variedades comercializadas são denominadas como Débora, Carmen, Cereja, Perinha, Caqui e “para molho”. Os pedidos recebidos das cozinhas industriais são denominados como tomate Salada, Cereja, Perinha, Caqui “com selinho” e “para molho”. A variedade não tem grande relevância devido à falta de conhecimento da distribuidora e das unidades de recebimento. Os fatores que valorizam o produto são aparência, uniformidade de coloração e de tamanho entre os frutos de um lote e o estádio de maturação conforme a utilização. 40 - Calibre: As unidades de recebimento valorizam a uniformidade de tamanho entre os frutos recebidos, e não o tamanho dos frutos em si. - Defeitos não-aceitáveis: Os únicos defeitos não aceitáveis são podridões e mistura de calibres e de estádio de maturação. - Reclamações das unidades de recebimento: A tolerância em relação a defeitos varia conforme a unidade de recebimento. As unidades de recebimento da rota Z são extremamente exigentes em relação à qualidade. b. Centro de Distribuição Makro O critério de amostragem utilizado no setor de produtos hortícolas é de aproximadamente 10% da carga total. A tabela a seguir mostra os padrões de qualidade exigidos pelo centro de distribuição. 41 Tabela 23. Padrões de qualidade das diferentes batatas. Maturaçã Tomate Calibre Características o Mínimo de Cor externa 30% da verde a coloração Caqui 250 -480g vermelho, externa fresco, limpo e vermelho sem manchas (estágio 3) 1A: 80120g Carmen* 2A: 120150g Entre - e4 3A: 150gsem limite Cor externa de verde a Debora 120 -250g estádios 3 vermelho, fresco, limpo e sem manchas 10% de Defeitos graves (% Defeitos leves (% máx/embalagem) máx/embalagem) Podridão: 0,5% Dano superficial, Dano profundo, deformado, queimado por sol manchado, passado: dano por geada: 3% 10% TOP: 0,5% defeitos graves e 0% TOP: 2% defeitos podridão leves Comum e pequeno: Comum e pequeno: 1,5% defeitos graves 5% defeitos leves e 0,5% podridão coloração Podridão: 0,5% Dano superficial, externa Dano profundo, deformado, vermelha e queimado por sol e manchado e máximo de dano por geada: 3% passado: 10% 80% *Mistura de calibres: tolerância de 10% de frutos pertencentes à classe imediatamente superior ou inferior à classe especificada no rótulo. Fonte: Centro de Distribuição Makro c. Centro de Distribuição Brasileiro O recebimento do produto é diário, não se faz estoque de produtos altamente perecíveis. Hoje não há demanda de exigência de classificação do produto por parte do consumidor. Ainda é um desafio realizar treinamentos nas lojas, pois existe uma grande resistência dos funcionários a aceitarem novos conceitos. 42 Tabela 24. Padrão de qualidade do tomate. Variedades Maturaçã o Calibre Superior: 78 a 90mm C2 fora do padrão) Carmen Comum: 70 a (Grupo: tomate commodities (tolerância 10% 80mm C3 (tolerância 15% fora do padrão) ; subgrupo: Primeiro Preço tomates) e Molho: 60 a 70 mm (tolerância 15% fora do padrão) Débora C2 (grupo: Comum: 60 a tomate 70mm commodities (tolerância de ; subgrupo: C3 tomates 15% fora do padrão) extras) “Italiano” Comum: 50 a 60mm tomates; subgrupo: tomates diversos) (tolerância de C3 (máx. permitido) Defeitos Leves (máx. permitido) Podridão: superior: 1%, comum, primeiro preço e molho: 2%. Passado, imaturo, verde, dano profundo, dano por geada, broca, maturação avançada e sujidade: superior: 3%, comum: 5%, primeiro preço e Dano superficial, manchas, ocado e deformação: superior: 10%, comum:15%, primeiro preço e molho: 25 molho: 7% Podridão: 2%, passado, imaturo, Dano verde, dano superficial, profundo, dano por manchas, geada, broca, ocado, maturação deformação: avançada, sujidade: 15% 4% Podridão: 2%, C2 (grupo: Defeitos Graves 15% fora do padrão) passado, imaturo, Dano verde, dano superficial, profundo, dano por manchas, geada, broca, ocado, maturação deformação: avançada, sujidade: 15% 4% 43 A tolerância aos defeitos é maior para os produtos que serão destinados às lojas “Compre Bem”. As lojas “Pão de Açúcar” possuem uma maior exigência em qualidade dos produtos. Em relação ao calibre de tomate Carmen, os produtos “Superiores” são destinados às lojas Pão de Açúcar dos bairros em que o público tem maior poder aquisitivo, os “Comuns” são destinados às lojas Extra e às outras lojas Pão de Açúcar, e os “Primeiro Preço” são destinados às lojas Compre Bem. Os tomates “Molho” são comercializados em todas as lojas do grupo. 4.2.13 Atividade complementar 4.2.14 Anexo 2 – Visita a máquina de beneficiamento do grupo Mallmann, MogiGuaçu 44 4.3 Mamão O mamão pertence à família Caricácea. O gênero Carica é considerado o de maior importância com 21 espécies descritas, sendo a espécie Carica papaya L., a mais importante e cultivada em várias regiões do mundo. Essa espécie encontra-se disseminada por várias regiões tropicais e subtropicais do mundo (Manica, 1982). Disseminado, a partir do século XVI, da região norte da América do Sul e da América Central, por navegantes espanhóis e portugueses, o mamoeiro foi introduzido em várias regiões tropicais e subtropicais do mundo, tornando-se uma fruteira comum em vários países da América tropical, inclusive o Brasil. A expansão dessa fruteira foi enorme que no início do século XVIII já era amplamente conhecida e difundida no Oriente. Atualmente, a espécie C. papaya L. encontra-se difundida e cultivada em várias regiões tropicais e subtropicais, numa amplitude mundial variando entre as latitudes 32 graus Norte e Sul. Os principais países produtores são Brasil, Nigéria, Índia, México, Indonésia, Congo, Peru, China, Tailândia e Colômbia. Em 2001, o Brasil respondeu por cerca de 26,6% da produção mundial. No mercado ETSP da CEAGESP são comercializados mamões do grupo ‘Formosa’ e ‘Solo’. 4.3.1 Principais cultivares comercializadas no ETSP da CEAGESP a. Formosa Atualmente o principal híbrido do grupo Formosa que é utilizado comercialmente é o ‘Tainung no.1’, e recentemente, a Caliman Agrícola S/A lançou o primeiro híbrido de mamão brasileiro (Martins, 2003). Os frutos podem ser alongados ou redondo-alongados, com a casca de coloração verde claro e cor da polpa laranja-avermelhada, firme, volumosa e doce. Frutos com peso médio de 1,2kg, boa durabilidade e resistência ao transporte. Tem grande aceitação no mercado interno. Voltada também para a indústria, lanchonetes, hotéis e restaurantes. b. Solo 45 Atualmente, as principais variedades comercializadas são ‘Sunrise Solo’ e ‘Sunrise Golden’. Os frutos de ‘Sunrise Solo’ apresentam casca lisa e firme, com polpa vermelho-alaranjada, de peso médio de 500g, formato piriforme a ovalado e cavidade interna estrelada. Os frutos de ‘Sunrise Golden’ apresentam formato piriforme, cor da polpa rosa-salmão, cavidade interna estrelada, casca lisa, tamanho uniforme, peso médio de 450g e ótimo aspecto visual. As duas variedades apresentam ótima aceitação do mercado interno e externo, porém a variedade ‘Sunrise Solo’ apresenta maior teor de sólidos solúveis e produtividade do que o ‘Sunrise Golden’. 4.3.2 Principais permissionários que comercializam mamão no ETSP da CEAGESP A Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP seleciona os maiores permissionários através das notas fiscais de entrada do produto no ETSP. Através das notas fiscais obtêm-se informações sobre o local de origem dos produtos e qual permissionário receberá o produto. As seguintes tabelas foram elaboradas a partir de dados levantados da Seção de Economia e Desenvolvimento e do SIM. Tabela 25. Principais permissionários e volume de comercialização de Mamão Formosa no ETSP da CEAGESP em 2004. Empresa Dallas São Paulo Comércio de Frutas Ltda. Onivaldo Comim Frutas EPP Volume (t) 4651,764 3026,387 % 14,03 9,13 46 Frutas Martins Ltda. Sanches Comércio de Frutas Ltda. Comércio de Frutas Floresta Ltda. GGS Comércio de Frutas Ltda. Distribuidora de Frutas Francolin Ltda. Comércio de Frutas I. S. Tubarão Ltda. Citrícola Turvo Ltda. Frutícola A. G. Ltda. Soma Total 2958,202 2468,258 2443,662 2142,517 1862,445 1544,777 1452,165 899,405 23449,58 33148,570 8,92 7,45 7,37 6,46 5,62 4,66 4,38 2,71 70,74 100,00 Tabela 26. Principais permissionários e volume de comercialização de Mamão Solo no ETSP da CEAGESP em 2004. Empresa Alcides Augusto da Costa Aguiar Frutícola 041 Ltda. Frutícola N. L. GGS Comércio de Frutas Ltda. Frutas Doce Comercialização Ltda. Comércio de Frutas Gonzales Distribuidora de Frutas Francolin Ltda. Distribuidora Agrícola Irmãos Ferreira Ltda. Frutas Martins Ltda. Nutrifruti Comercial Ltda. Soma Total Volume (t) 9284,016 5481,052 3575,112 3275,992 3274,616 3161,724 3145,664 3043,632 2929,264 2603,392 39774,46 82982,870 % 11,19 6,61 4,31 3,95 3,95 3,81 3,79 3,67 3,53 3,14 47,93 100,00 4.3.3 Principais locais de origem do mamão Durante o ano de 2004, foram comercializadas 116.131 toneladas de mamão no ETSP da CEAGESP. Mais de 70% do volume de mamão do grupo Formosa comercializado no ETSP da CEAGESP em 2004 foi proveniente do estado do Espírito Santo, já para o mamão do grupo Havaí, o estado da Bahia é responsável por quase 70% do volume comercializado. 47 Figura 22. Participação por estado no volume de mamão do grupo Formosa comercializado no ETSP da CEAGESP em 2004. Elaborado a partir de dados do SIM da CEAGESP. Figura 23. Participação por estado no volume de mamão do grupo solo comercializado no ETSP da CEAGESP em 2004. Elaborado a partir de dados do SIM da CEAGESP. Tabela 27. Porcentagem da produção total do Estado de São Paulo comercializada no ETSP da CEAGESP em 2004. Produção total do Volume estado de São comercializado no Paulo ETSP 13071,00 116028,00 Volume % da produção proveniente de SP total de SP comercializado no comercializada no ETSP 3482,00 ETSP 26,64 Elaborado a partir de dados do IEA e da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP. 48 4.3.4 Volume de mamão comercializado no ETSP da CEAGESP no período de 1998 a 2004 O volume em toneladas comercializado no ETSP da CEAGESP sempre foi maior para mamão do grupo Solo do que mamão do grupo Formosa. O grupo Formosa apresentou um aumento de volume comercializado de 1998 a 2000, e a partir daí, a redução do volume sempre foi crescente. De 2000 a 2004, o volume de comercialização caiu em quase 50%. Figura 24. Variação da quantidade em toneladas de mamão do grupo Formosa comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 1994 a 2004. Para mamão do grupo Solo, o volume comercializado também tem apresentado queda. De 2000 a 2003, com exceção ao ano 2001, o volume de comercialização sempre foi maior que 90 mil toneladas, e no ano passado, esse volume também apresentou uma queda, girando por volta de 82 mil toneladas. 49 Figura 25. Variação da quantidade em toneladas de mamão do grupo Solo comercializadas no ETSP da CEAGESP no período de 1994 a 2004. 4.3.5 Sazonalidade do mamão no ETSP da CEAGESP O mamão do grupo Formosa apresentou um volume de entrada no ETSP da CEAGESP em 2004 mais estável ao longo do ano do que o mamão do grupo Solo, que apresentou uma queda mais acentuada entre os meses de Abril e Junho. Figura 26. Sazonalidade do mamão do grupo Formosa no ETSP da CEAGESP em 2004. Figura 27. Sazonalidade do mamão do grupo Solo no ETSP da CEAGESP em 2004. 50 4.3.6 Valoração Os atributos de qualidade que podem provocar um incremento no momento da precificação dos mamões são uniformidade de tamanho entre os frutos de um mesmo lote, frutos livres de manchas, com casca amarelo-clara quando maduro, polpa grossa com cavidade interna pequena, alto teor de açúcares, ausência de odor desagradável e longevidade pós-colheita. Para o grupo ‘Formosa’ buscam-se frutos de peso entre 800 e 1100g. Para o grupo ‘Solo’, os frutos devem possuir peso entre 350 e 550g. Em relação ao formato do fruto, o formato mais aceitável é o comprido. Além disso, o mercado prefere frutos de casca lisa, sem nervuras, sulcos ou manchas, de coloração uniforme. 4.3.7 Perfil dos compradores de mamão Entrevistas foram realizadas com 18 compradores de mamão dentro do mercado ETSP da CEAGESP com o propósito de levantar os principais atributos de qualidade buscados por eles.. Também foram levantadas as exigências de padrão de qualidade de redes de supermercado e distribuidora. 4.3.7.1 Perfil dos compradores que realizam suas vendas em feiras livres, varejões e sacolões A maioria dos entrevistados disse que compra o produto somente no ETSP e em aproximadamente 6 atacadistas. Na escolha do atacadista, eles levam em consideração em primeiro lugar, a qualidade do produto oferecido, e em segundo lugar o preço. Em terceiro lugar, foi citada a disponibilidade de produto durante o ano todo. Também foram citados fatores como embalagem e atendimento. Também demonstram preocupação em adquirir o produto o maior número de vezes possível durante a semana para oferecer produtos frescos nos locais de venda e não fazer estoque de produto. As devoluções que ocorrem só são aceitas por atacadistas que possuem uma grande relação de confiança com o comprador, e este é considerado um grande comprador. Os motivos das devoluções são somente por questões de falta de qualidade dos frutos. Devido à sazonalidade de produção, a principal reclamação entre as 51 diferentes épocas do ano é o preço. Existem épocas em que há falta de produto, e o preço é elevado. Em épocas em que há excesso de produto no mercado, a exigência de qualidade é bem maior, mas nem sempre o preço é mais elevado. O preço varia muito conforme a oferta. Por ser um mercado totalmente voltado para a venda do mamão in natura, a qualidade global do fruto é o fator mais valorizado pelos compradores. Alguns compradores afirmam que só comprar mamão colorido, pois a venda é realizada em pouco tempo após a compra. O calibre desejado pela maioria dos compradores varia do tipo 15 ao 18 (correspondente ao número de frutos existentes dentro da caixa), que é equivalente a frutos de tamanho não muito grande. Outro fator valorizado pelos compradores é embalagem de comercialização do produto. Frutos embalados em caixas plásticas ou de papelão sofrem menores danos pós-colheita, causando menores perdas na comercialização pela maior durabilidade. Em relação aos fatores que fazem os compradores recusarem o produto está podridão e sobra de produto do dia anterior. Além disso, outro fator de recusa é a desuniformidade de tamanho entre os frutos de um mesmo lote. Os fatores decisivos no momento da compra é principalmente a qualidade global do produto. O preço, a cor externa do fruto e a preferência pela variedade Havaí também foram citadas. 4.3.7.2 Perfil dos compradores de grandes redes de supermercado e distribuidora a. Distribuidora Mendonça A estruturação de serviço da Distribuidora Mendonça já foi descrito anteriormente no item 4.1.10.2, item b. Usualmente, são comercializados frutos de mamão Formosa do grupo redondo devido ao preço mais baixo, mas quando não há no mercado, o mamão Formosa alongado o substitui. A maior preocupação é em relação à uniformidade de tamanho entre os frutos de um lote. A coloração externa do fruto não é de grande importância, desde que o fruto não se apresente muito firme, porém, em algumas unidades de recebimento, o responsável não é treinado e somente identifica o estádio de 52 maturação do fruto pela coloração externa. O único defeito não tolerado é podridão. b. Centro de Distribuição Makro O critério de amostragem utilizado no setor de produtos hortícolas é de aproximadamente 10% da carga total. A tabela a seguir mostra os padrões de qualidade exigidos pelo centro de distribuição. Tabela 28. Padrões de qualidade de mamão. Mamão Peso Características Maturação Mínimo de Defeitos Defeitos graves (% leves (% máx/emb.) máx/emb.) Padronização 15% de coloração Formosa 1,12,2kg Cor externa externa verde com amarela e listras amarelas, máximo de fresco, limpo e 50%, sem manchas sementes escuras e Podridão: 0,5% Dano profundo e amassado: 2% Dano superficial, manchas nãocaracterística s e ferrugem: Frutos enrolados em papel branco/pardo 6% casca alaranjada Mínimo de 15% de cor Papaya/ 380- Havaí 750g - externa Podridão; Manchas amarela e 0,5% não- Frutos máximo de Dano característica enrolados em 50%, profundo e se papel sementes amassado: feruugem: branco/pardo escuras e 2% 6% casca alaranjada Fonte: Centro de Distribuição Makro. c. Centro de Distribuição Brasileiro O recebimento do produto é diário, não se faz estoque de produtos altamente perecíveis. 53 Hoje não há demanda de exigência de classificação do produto por parte do consumidor. Ainda é um desafio realizar treinamentos nas lojas, pois existe uma grande resistência dos funcionários a aceitarem novos conceitos. Tabela 29. Padrões de qualidade de mamão. Variedades Calibre* Superior: 1100 a Formosa 1500g Grupo: frutas Comum: 1100 a Subgrupo: 1700g mamões Primeiro Preço: 1100 a 1700g Defeitos Graves (máx. Defeitos Leves (máx. permitido) Podridão: superior: 1%, permitido) comum e primeiro preço: 2%. Imaturo, grau de maturação avançado, passado, verde e dano profundo: superior: 3%, comum: 5% e, primeiro Manchas, deformado, mancha úmida e dano mecânico superficial: superior: 10%, comum: 20% e primeiro preço: 30% preço: 7% Podridão: superior: 1%, Superior: 350 a Papaya 450g Grupo: frutas Comum: 350 a Subgrupo: 550g mamões Primeiro Preço: 275 a 350g Papaya ‘Golden’ Grupo: frutas Subgrupo: mamões comum e primeiro preço: 2%. Manchas, deformado, Imaturo, grau de mancha úmida e dano maturação avançado, mecâncio superficial: passado, verde e dano superior: 15%, comum e profundo: superior: 3%, primeiro preço: 25% comum: 6% e, primeiro preço: 6% Podridão: superior, comum Superior/colorido: e oferta: 1% Imaturo, grau 350 a 450g Comum de maturação avançado, e Oferta: 350 a passado, verde e dano 550g profundo: superior, comum e oferta: 5% Manchas, deformado, mancha úmida, dano mecânico superficial: superior, comum e oferta: 15% Fonte: Centro de Distribuição Brasileiro. 5 Considerações Finais Através do estudo desenvolvido pode-se perceber que o setor de frutas e hortaliças ainda tem muito a ser melhorado. Todos os elos da cadeia precisam se modernizar, os produtores precisam se conscientizar que o melhor é oferecer 54 qualidade e não somente quantidade, os atacadistas devem perceber que a modernização da comercialização depende muito da atuação deles na cadeia a favor da melhoria, os varejistas devem atuar de maneira mais próxima dos consumidores no sentido de orientá-los e informá-los sobre as vantagens de cada variedade de cada produto, bem como informações nutricionais e benefícios que podem oferecer e, finalmente, o consumidor deve passar a agir mais ativamente para que a modernização da comercialização aconteça, exigindo produtos de melhor qualidade, de modo que os atributos de qualidade importantes para o produto não sejam somente visuais, e sim nutricionais, culinários e de características sensoriais como sabor e aroma, ao invés de simplesmente aceitar o produto que está sendo oferecido nas gôndolas dos supermercados e nas bancas de feirantes, que muitas vezes não agrada culinariamente, e então o consumidor simplesmente deixar de consumir o produto. O trabalho desenvolvido foi valioso no sentido de mostrar a realidade do setor hortícola no Brasil que está extremamente atrasado, em contradição com a agricultura extremamente moderna e eficiente que encontramos em outros setores. 6 Bibliografia ABOTT, J. A. Quality Measurement of fruits and vegetables. Postharvest Biology and Technology 15. 1999. 207-205. AGROPOLOS: uma proposta metodológica. Brasília. ABPTI. CNPq, SEBRAE, EMBRAPA, IEL. 1999. 364p. INSTITUTO ANTONIO HOUAISS DE LEXICOGRAFIA. Dicionário Houaiss da 55 Língua Portuguesa. Objetiva. Rio de Janeiro. 2001. 1ª edição. 3992p. FILGUEIRA, F. A. R. Manual de Olericultura – Cultura e Comercialização de Hortaliças, Volume II. 1982. 2ª edição. 357p. MANICA, I. Fruticultura Tropical: 3. Mamão. Editora Agronômica Ceres Ltda. São Paulo. 1982. 276p. MARTINS, D. dos S., COSTA, A. de F. S. da. (eds.) A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção. Vitória, ES: Incaper. 2003. 497p. http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/menu.php - acesso dias 16/05/2005, 20/09/2005 e 25/11/2005. http://www.hortibrasil.org.br/classificacao/batata/batata.html - acesso dia 10/05/2005 http://www.hortibrasil.org.br/classificacao/mamao/mamao.html - acesso dia 20/11/2005 http://www.hortibrasil.org.br/classificacao/tomate/tomate.html - acesso dia 10/09/2005 www.todafruta.com.br – Frutas de A a Z – acesso dia 23/11/2005 www.aondefica.com.br/brasil_r_sp.asp - acesso dias 23/06/2005 e 19/11/2005 http://www.cati.sp.gov.br/novacati/index.php 19/11/2005 - acesso dia 23/06/2005 e