definição e divisões do plâncton

Transcrição

definição e divisões do plâncton
Capítulo 1:
DEFINIÇÃO E DIVISÕES DO PLÂNCTON
1.1- DEFINIÇÃO
A palavra plâncton é originária do Grego (plagktón), que significa “errante ao sabor das
ondas”. O plâncton é constituído pelos animais e vegetais que não possuem movimentos
próprios suficientemente fortes para vencer as correntes que, porventura, se façam sentir
na massa de água onde vivem. Os animais que constituem o necton, podem pelo contrário
deslocar-se activamente e vencer a força das correntes. O plâncton e o necton são
englobados na designação de organismos pelágicos.
Por oposição, os organismos bentónicos são aqueles cuja vida está directamente
relacionada com o fundo, quer vivam fixos, quer sejam livres. Podemos deste modo
considerar no meio marinho os domínios pelágico e bentónico. Não existe contudo uma
delimitação nítida entre organismos pelágicos e bentónicos. Os organismos geralmente de
pequenas dimensões com algumas capacidades natatórias são usualmente englobados no
micronecton.
1.2- DIVISÕES DO PLÂNCTON
Os organismos planctónicos podem ser classificados em função das suas (i) dimensões, (ii)
biótopo, (iii) distribuição vertical, (iv) duração da vida planctónica e (v) nutrição.
Apesar destas classificações serem artificiais, tornam-se úteis por sistematizarem as
diversas categorias de planctontes.
1.2.1- Dimensões
Relativamente às dimensões os organismos planctónicos podem ser classificados em 6
grupos distintos (OMORI & IKEDA, 1984):
(i) Ultraplâncton (< 5µm)
(ii) Nanoplâncton (5-60 µm)
(iii) Microplâncton (60-500 µm)
(iv) Mesoplâncton (0,5-1 mm)
(v) Macroplâncton (1-10 mm)
(vi) Megaplâncton (>10 mm)
1
Outras classificações dimensionais dos planctontes têm sido propostas. DUSSART (1965 in
OMORI & IKEDA, 1984) distinguiu duas grandes categorias de organismos planctónicos: (i)
os que passam através das redes de plâncton de poro reduzido (20 µm) e ; (ii) os que são
facilmente colhidos com o auxílio de redes de plâncton. Dividiu ainda os planctontes nas
seguintes categorias de acordo com a seguinte função exponencial 2 X 10n µm
(n=0.1.2,...):
(i) Ultrananoplâncton (<2 µm)
(ii) Nanoplâncton (2-20 µm)
(iii) Microplâncton (20-200 µm)
(iv) Mesoplâncton (200-2000 µm)
(v) Megaplâncton (>2000 µm)
OMORI & IKEDA (1984) dividiram os planctontes em 7 categorias distintas.
Categoria
Dimensões
Principais tipos de organismos
Ultrananoplâncton
Nanoplâncton
Microplâncton
<2 µm
2-20 µm
20-200 µm
Mesoplâncton
Macroplâncton
200 µm-2 mm
2-20 mm
Micronecton
20-200 mm
Megaplâncton
>20 mm
Bactérias
Fungos, Flagelados, Diatomáceas
Fitoplâncton, Foraminíferos
Ciliados, nauplii de Copépodes,
Rotíferos
Cladóceros, Copépodes
Pterópodes, Copépodes
Eufauseáceos, Quetognatas
Cefalópodes, Eufauseáceos,
Mictofídeos
Cifozoários, Taliáceos
Os planctontes que podem ser amostrados com o auxílio de redes de plâncton possuem
dimensões superiores a 200 µm. Os planctontes com dimensões inferiores não são
facilmente amostrados de um modo quantitativo recorrendo à utilização dos referidos
engenhos de colheita (cf. Capítulo 2).
De entre as 7 categorias de planctontes acima referidas, unicamente as 5 primeiras são
distinguidas com base em critérios dimensionais. As duas últimas (Micronecton e
Megaplâncton) são separadas tendo em consideração os organismos planctónicos que as
constituem. O Micronecton é formado por organismos que possuem exoesqueletos ou
endoesqueletos tais como Crustáceos ou pequenos peixes mesopelágicos. O Megaplâncton
é constituído por formas gelatinosas (Plâncton gelatinoso) tais como Cifomedusas e
Pyrosomata que são geralmente difíceis de capturar de um modo adequado com o auxílio
de redes de plâncton.
1.2.2- Biótopo
Os organismos planctónicos podem igualmente ser agrupados em função do biótopo do
seguinte modo (OMORI & IKEDA, 1984):
2
A) Plâncton marinho (Haliplâncton)
Plâncton oceânico
Plâncton nerítico
Plâncton estuarino
B) Plâncton de águas doces (Limnoplâncton)
1.2.3- Distribuição vertical
Podem ainda reconhecer-se no seio do plâncton categorias distintas de organismos se
considerarmos a sua distribuição vertical:
A) Pleuston - animais e vegetais cujas deslocações são fundamentalmente
asseguradas pelo vento.
B) Neuston - animais e vegetais que vivem na camada superficial (primeiros
centímetros) das massas de água (Epineuston - neustontes vivendo na interface
ar/água e Hiponeuston- neustontes vivendo sob a interface ar/água).
C) Plâncton epipelágico - planctontes que vivem nos primeiros 300 m da coluna
de água durante o período diurno.
D) Plâncton mesopelágico - planctontes que vivem em profundidades
compreendidas entre 1000 e 300 m, durante o período diurno.
E) Plâncton batipelágico - planctontes que vivem em profundidades
compreendidas entre 3000/4000 m e 1000 m durante o período diurno.
F) Plâncton abissopelágico - planctontes que vivem em profundidades
compreendidas entre 3000/4000 m e 6000 m.
G) Plâncton hadopelágico - planctontes que vivem em profundidades superiores
a 6000 m.
H) Plâncton epibentónico - planctontes que vivem próximo do fundo ou
temporariamente em contacto com o fundo.
1.2.4- Duração da Vida Planctónica
Podemos finalmente distinguir dois grupos de organismos zooplanctónicos distintos, se
considerarmos a duração da sua existência planctónica:
A) Holoplâncton (plâncton permanente) - constituído pelos planctontes que
vivem no seio das massa de água durante todo o seu ciclo vital.
B) Meroplâncton (plâncton temporário ou transitório) - constituído pelos
planctontes que ocorrem unicamente durante parte do seu ciclo vital no seio do
plâncton (ovos e/ou estados larvares).
1.2.5- Nutrição
O modo de nutrição dos planctontes permite separar o plâncton vegetal ou Fitoplâncton
(autotrófico) do plâncton animal ou Zooplâncton (heterotrófico). Existem, no entanto,
3
organismos planctónicos que são simultaneamente autotróficos e heterotróficos
(mixotróficos).
1.3- TIPOS DE PLANCTONTES
Outros agrupamentos de organismos planctónicos são ainda reconhecidos por alguns
autores, nomeadamente SIEBURTH (1979) (Figura 1.1).
Figura 1.1- Classificação dos organismos planctónicos (SIEBURTH, 1979).
O Bacterioplâncton engloba as bactérias existentes no domínio pelágico e as
Cianophyceae. As bactérias pelágicas podem ser encontradas em todos os oceanos sendo
relativamente mais abundantes próximo da superfície dos mesmos. Podem ser livres
(planctobactérias) encontrar-se associadas a partículas no seio da coluna de água, ou a
diverso material orgânico proveniente de planctontes (epibactérias). O papel
desempenhado pelo Bacterioplâncton no meio marinho e estuarino só recentemente tem
vindo a ser investigado (RHEINHEIMER, 1987).
A grande maioria das bactérias encontradas nos meios marinho e estuarino são formas
ubíquas. Algumas bactérias têm um período de vida limitado no meio aquático, entre as
quais se inclue um grande número de formas patogéneas para o Homem. A composição
da flora bacteriana é muito variável dependendo fundamentalmente das características da
massa de água em que se encontre. A maioria das bactérias aquáticas é heterotrófica
alimentando-se de substâncias orgânicas. Quase todas as formas são saprófitas. Algumas
bactérias são no entanto fotoautotróficas ou quimioautotróficas. A biomassa procariota
(i.e. o Bacterioplâncton) pode representar cerca de 30% da biomassa planctónica na zona
eufótica e cerca de 40% da mesma biomassa microbiana na zona afótica (cf. Capítulo 3).
As bactérias presentes nos domínios marinho e estuarino não constituem um único grupo
homogéneo do ponto de vista sistemático. Nestes domínios é possível encontrar
representantes de quase todas as ordens da classe Bactéria.
Nestes domínios encontram-se bactérias estritas ou facultativas pertencentes a 16 grupos
de entre os 19 consignados na 8ª Edição do "Manual of Determinative Bacteriology" de
BERGEY (BUCHANON & GIBBONS, 1974, RHEINHEIMER, 1987).
BACTÉRIAS DE FORMA SIMPLES (EUBACTÉRIAS)
Cocos
Micrococcus
Sarcina
Paracoccus, Lampropedia
Grampositivos
Aeróbios
Anaeróbios
Gramnegativos Aeróbios
4
Bacilos sem esporos
Grampositivos
Heterotróficos
Aeróbios
Pseudomonas, Zooglea,
Methylomonas, Azotobacter,
Alcaligenes, Photobacterium
Fusobacterium
Anaeróbios
Quimioautotróficos
Aeróbios
Bacilos com esporos
Grampositivos
Nitrobacter, Thiobacillus
Bacillus
Clostridium, Desulfotomaculum
Aeróbios
Anaeróbios
Células curvas ou espirais
Gramnegativas Aeróbias
Anaeróbias
Vibrio, Bdellovibrio, Spirillum
Desulfovibrio
BACTÉRIAS DE FORMA COMPLEXA
Bactérias fotoautotróficas
Bactérias púrpura
Chromatiaceae Aeróbias
Chromatium, Thiocystis,Thiospirillum,
Thicapsa,Thiodictyon,
Thiopedia
Microaerófilas
Rhodospirillum, Rhodopseudomonas
Rhodomicrobium
Anaeróbias
Chlorobium, Prosthecochloris,
Pelodictyum,Clathrochloris
Bactérias vaginadas
Aeróbias
Sphaerotilus, Leptothrix, Crenothrix
Bactérias pediculadas
Aeróbias
Actinomicetes
Aeróbios
Hyphomicrobium, Rhodomicrobium,
Caulobacter, Gallionella,
Nevskia
Rhodospirillaceae
Clorobactérias
Chlorobiaceae
Corynebacterium, Arthrobacter
Nocardia, Streptomyces, Actinoplanes
Bactérias coreniformes
Actinomicetes genuínos
Espiroquetas
Micoplasmas
Bactérias Reptantes
Sprirochaeta, Cristispira,
Treponema, Leptospira
Aeróbias e
Anaeróbias
Thermoplasma?, Metallogenium?
Aeróbias e
Anaeróbias
Beggiatoaceae
Beggiatoa, Thioploca
Cytophaceae
Cytophaga, Sporocytophaga,
Plexibacter, Flexithrix
5
Leuchothrix, Thiothrix
Leucothrichaceae
Figura 1.2- Fitoplâncton (Diatomáceas): (a) Biddulphia; (b) Chaetoceros; (c) Rhizosolenia; (d) Nitzschia;
(e) Thalassiosira; (f) Astrerionella; (g) Chaetocerus; (h) Fragillaria; (i) Thalassionema. Adaptado de
PARKER (1985).
6
Figura 1.3- Fitoplâncton (Dinoflagelados): (a) Gymnodinium; (b) Dinophysis; (c) Polykrikos; (d) Ceratium;
(e) Peridinium; (f) Ceratium. . Adaptado de PARKER (1985).
O Fitoplâncton, ou fracção vegetal do plâncton, é capaz de sintetizar matéria orgânica
através da fotossíntese. O Fitoplâncton é responsável por grande parte da produção
primária nos oceanos (definida como a quantidade de matéria orgânica sintetizada pelos
organismos fotosintéticos e quimiosintéticos). Estudos recentes revelaram que a biomassa
de Bacterioplâncton nos oceanos está intimamente relacionada com a biomassa
fitoplanctónica. As bactérias podem utilizar 10 a 50 % do carbono produzido através de
actividade fotossintética. O número de bactérias presente nos oceanos pode ser em parte
controlado por flagelados heterotróficos nanoplanctónicos que são ubíquos no meio
marinho. Estes flagelados são por sua vez predados por organismos zooplanctónicos
intervindo deste modo activamente nas cadeias tróficas marinhas (“Microbial loop”) (Figura
1.4).
O Fitoplâncton marinho e estuarino é constituído essencialmente por Diatomáceas
(Bacillarophyceae) e Dinoflagelados (Dinophyceae) (Figuras 1.2 e 1.3). Outros grupos de
7
algas flageladas podem constituir igualmente uma fracção importante do Fitoplâncton,
nomeadamente Coccolithophoridae, Haptophyceae, Chrysophyceae (Silicoflagelados),
Cryptophyceae e algumas algas Chlorophyceae.
Figura 1.4- Esquema simplificado de uma cadeia trófica clássica e de um Microbial loop: COD- Carbono
orgânico particulado; NFH- Nanoflagelados heterotróficos. Adaptado de HARRIS et al. (2000).
8
Principais tipos de zooplanctontes. Os números aproximados de espécies são indicados
entre parêntesis. Adaptado de HARRIS et al. (2000).
No seio do Zooplâncton podemos reconhecer organismos pertencentes à grande maioria
dos Phyla do reino animal. O número estimado de espécies de organismos
holoplanctónicos, excluindo a maioria dos Protozoários (mais de 1000 espécies de
Tintinídeos, entre outros grupos) e ainda alguns grupos zoológicos menos representativos
é descriminado em baixo.
9
Figura 1.5- Zooplâncton (Holoplâncton): (a) Cnidaria (Hydroida) Liriope ;(b) Sarsia; (c) (Siphonophora)
Myciacacea; (d) Velella; (e) Physalia; (f) Ctenophora Bolinopsis; (g) Beroe; (h) Pleurobrachia. . Adaptado
de NEWELL & NEWELL (1963).
10
Figura 1.6- Zooplâncton (Holoplâncton): (a) Chaetoghatha Sagitta; (b) Annelida Tomopteris; (c) Autolytus;
(d) Arthropoda (Crsutacea, Cladocera) Podon; (e) Edvane; (f) (Ostracoda) Conchoecia; (g) (Copepoda)
Oithona; (h) Calanus. Adaptado de NEWELL & NEWELL (1963).
11
Figura 1.7- Zooplâncton (Holoplâncton): (a) Arthropoda (Crustácea, Mysidacea) Gastrosaccus; (b)
Leptomysis; (c) Mesopodopsis (d) (Amphipoda) Hyperia; (e) (Euphauseacea) Thysanoessa; (f) (Isopoda)
Paragnathia; (g) (Cumacea) Diastylis. Adaptado de NEWELL & NEWELL (1963).
12
Figura 1.8- Zooplâncton (Holoplâncton): (a) Cordata (Thaliacea) Salpa; (b) Doliolum; (c) (Appendicularia)
Oikopleura; (d) Fritillaria. Adaptado de NEWELL & NEWELL (1963).
Refere-se a seguir uma lista de taxa mais representativos do Holoplâncton
(Figuras 1.5 a 1.8):
A) Phylum PROTOZOA
Classe Mastigophora (Flagellata)
Subclasse Phytomastigophorea
Ordem Chrysomonadina
Dictyocha, Dinobryon, Emeliania, Isochrysis,
Syracosphaera
Ordem Dinoflagellata
Um dos grupos mais representativos. Algumas espécies
podem ser responsáveis por marés vermelhas.
Ceratium, Dinophysis, Gonyaulax, Gymnodinium,
Noctiluca, Peridinium
Subclasse Zoomastigophorea
Ordem Choanoflagellida
13
Diaphanoeca, Monosiga, Stephanoeca
Classe Sarcodinea
Subclasse Rhizopoda
Ordem Foraminifera
Globigerina, Globorotalia
Subclasse Actinopoda
Ordem Radiolaria
Acanthometron, Aulosphaera
Classe Ciliata
Ordem Holotricha
Algumas espécies provocam marés vermelhas
Mesodinium
Ordem Spirotricha
Subordem Tintinnina. Grupo importante do
Microzooplâncton. Condonella, Favella, Parafavella,
Tintinnopsis, Tintinnus
B) Phylum CNIDARIA
Classe Hydrozoa
Ordem Hydroida
Subordem Athecatha (Antomedusae)
Algumas formas meroplanctónicas. Leuckartiara, Sarsia
Subordem Thecata (Leptomedusae)
Aequorea, Obelia
Ordem Limnomedusae
Meio estuarino. Craspedacusta
Ordem Trachylina (Trachymedusae)
Aglantha, Geryonia, Rhopalonema
Ordem Siphonophora
Subordem Calycophorae
Abyla, Muggiaea
Subordem Physophorae
Agalma
Subordem Rhizophysaliae (Cystonectae)
Physalia
Subordem Chondrophorae
Porpita, Velella
Classe Scyphozoa
Ordem Stauromedusae
Haliclystus
Ordem Cubomedusae
Carybdea, Tamoya
Ordem Coronatae
Águas profundas. Atolla, Atrella
Ordem Semaeostomeae
Aurelia, Dactylometra
Ordem Rhizostomeae
Lobonema (parte), Rhopilema, Stomolophus
14
C) Phylum CTENOPHORA
Classe Tentaculata
Ordem Cydippida
Pleurobrachia, Hormiphora
Ordem Lobata
Bolinopsis, Leucothea, Mnemiopsis
Ordem Cestida
Cestum
Classe Atentaculata (Nuda)
Ordem Beroida
Beroe
D) Phylum NEMERTINEA
Classe Enopla
Ordem Hoplonemertinea
Águas profundas. Nectonemertes, Pelagonemertes
E) Phylum ASCHELMINTES
Classe Rotatoria
Ordem Monogononta
Brachionus, Keratella, Notholca
F) Phylum MOLLUSCA
Classe Gastropoda
Subclasse Prosobranchia
Ordem Mesogastropoda
Subordem Heteropoda
Atlanta, Carinaria, Hydrobia, Janthina, Pterotrachea
Subclasse Opisthobranchia
Ordem Thecosomata (Pteropoda)
Cavolina, Clio, Creseis, Spiratella
Ordem Gymnosomata (Pteropoda)
Clione, Pneumoderma
Ordem Nudibranchia
Glaucus
G) Phylum ANNELIDA
Classe Polychaeta
Ordem Errantia
Aliciopa, Lepidametria, Poeobius, Sagitella,
Tomopteris, Vanadis
H) Phylum ARTHROPODA
Classe Crustacea
Subclasse Branchiopoda
15
Ordem Cladocera
Edvane, Penilia, Podon
Subclasse Ostracoda
Ordem Myodocopida
Archiconchoecia, Conchoecia, Gigantocypris
Subclasse Copepoda
Ordem Calanoida
Um dos taxa mais importantes do zooplâncton marinho.
Acartia, Calanus, Centropages, Eucalanus, Euchaeta,
Eurytemora, Haloptilus, Metridia, Paracalanus,
Pseudocalanus, Scolecithrix, Sinocalanus, Temora,
Undinula
Ordem Cyclopoida
Corycaeus, Oithona, Oncaea, Sapphirina
Ordem Harpaticoida
Maioria formas costeiras ou epibentónicas. Diosuccus,
Eutrepina, Harpacticus, Microsetella, Tigriopus, Tisbe
Ordem Mostrilloida
Monstrilla
Subclasse Malacostraca
Ordem Mysidacea
Muitas formas águas estuarinas e epibentónicas, outras
meso- e batipelágicas. Archiomysis, Holmesiella,
Lophogaster, Mysis, Neomysis,Siriella
Ordem Cumacea
Muitas formas epibentónicas. Dimorphostylis
Ordem Amphipoda
Parte da Subordem Gammaridae e todos Hyperiidea
sãoformas planctónicas ou parasitas. Cyphocaris, Hyperia,
Parathemisto, Phronima, Themisto, Vibilia
Ordem Euphauseacea
Taxa importante, formas epi- e mesoplanctónicas.
Euphausia, Meganyctiphanes, Nematoscelis,
Thysanoessa, Thysanopoda
Ordem Decapoda
Subordem Dendrobrachiata
Bentheogennema, Gennadas, Acetes, Lucifer, Sergestes,
Sergia
Subordem Pleocyemata
Acanthephyra, Hymenodora
I) Phylum CHAETOGNATHA
Classe Sagittoidea
Eukrohnia, Krohnitta, Pterosagitta, Sagitta
J) Phylum ECHINODERMATA
Classe Holothuroidea
Águas profundas. Enypniastes, Pelagothuria
16
K) Phylum CORDATA
Classe Appendiculata
Ordem Appendicularia
Fritillaria, Oikopleura
Classe Thaliacea
Ordem Pyrosomata
Pyrosoma
Ordem Cyclomyaria (Doliolida)
Doliolum
Ordem Desmomyaria (Salpida)
Salpa, Thalia, Thetys
17
Figura 1.9- Zooplâncton (Meroplâncton): (a) e (b) Trocophora de Polychaeta; (c) Nauplius de Cirripedia;
(d) Phyllosoma de Plainuridae; (e) Alima de Stomatopoda; (f) Zoea de Malacostraca; (g) Megalopa de
Malacostraca. Adaptado de NEWELL & NEWELL (1963).
Figura 1.10- Zooplâncton (Meroplâncton): (a), (b) e (c) Veliger de Gastropoda; (d) ovos planctónicos de
Gastropoda; (f), (g) e (h) Ophiopluteus de Echinodernata. Adaptado de NEWELL & NEWELL (1963).
18
Figura 1.11- Zooplâncton (Meroplâncton, Ictioplâncton): (a) Ovo de Clupeidae Sardina Pilchardus; (b) Ovo
de Engraulidae, Engraulis encrasicolus; (c) Estado larvar de Clupeidae Sardina; (d) Estado larvar de
Engraulidae Engraulis; (e) Estado larvae de Carangidae Trachurus; (f) Estado larvar de Soleidae Solea.
Adaptado de BROWNELL (1979).
19
As formas Meroplanctónicas, ou formas larvares de muitos invertebrados, têm na maior
parte dos casos designações próprias. A lista que a seguir se refere inclui as referidas
designações (Figuras 1.9 a 1.11).
A) Phylum PORIFERA
Parenchymula, Amphiblastula, Olynthus
B) Phylum CNIDARIA
Planula, Actinula (Formas larvares de Hydrozoa)
Scyphistoma, Stobila, Ephyra (Formas larvares de Scyphozoa)
Diconula, Conaria, Rataria (Formas larvares de Chondrophorae)
C) Phylum PLATHELMINTHES
Larva de Müler, Larva de Götte (formas larvares de Polycladida)
D) Phylum NEMERTINEA
Larva de Desor, Pilidium (Formas larvares de Heteronemertea)
E) Phylum MOLLUSCA
Trochophora, Veliger (Formas larvares de Gastropoda e Bivalvia)
Rhynchoteuthion (Formas larvares de Cephalopoda Ommastrephidae)
F) Phylum ANNELIDA
Larva de Loven, Trochophora
G) Phylum ARTHROPODA
Nauplius, Metanauplius (Formas larvares de Crustacea)
Cypris, Pupa (Formas larvares de Cirripedia)
Protozoea, Zoea, Metazoea, Mysis (Formas larvares de Malacostraca)
Manca (Formas larvares de Isopoda e Cumacea)
Calyptopis, Furcilia (Formas larvares de Euphausiacea)
Elaphocaris, Acanthosoma (Formas larvares de Sergestidae)
Phyllosoma, Puerulus (Formas larvares de Palinuridae)
Glaucothoë (Formas larvares de Paguroidea)
Megalopa (Formas larvares de Brachyura)
Erichthoidina, Erichthus, Alima, Pseudozoea (Formas larvares de Stomatopoda)
H) Phylum PHORONIDA, ECTOPROCTA
Actinotrocha (Formas larvares de Phoronidea)
Cyphonautes (Formas larvares de Bryozoa)
20
I) Phylum ECHINODERMATA
Doliolaria, Pentacrinoid (Formas larvares de Crinoidea)
Bipinnaria, Brachiolaria (Formas larvares de Asteroidea)
Ophiopluteus, Pluteus (Formas larvares de Ophiuroidea)
Pluteus (Formas larvares de Echinoidea)
Auricularia, Doliolaria (Formas larvares de Holothuroidea)
J) Phylum HEMICHORDATA
Tornaria (Formas larvares de Enteropneusta)
H) Phylum CHORDATA
Ictioplâncton (Ovos e estados larvares planctónicos de Osteichthyes)
1.4- ADAPTAÇÕES À VIDA NO DOMÍNIO PELÁGICO
Apesar de existir uma grande diversidade de formas planctónicas é possível reconhecer
algumas características gerais do Plâncton, sobretudo no que diz respeito à pigmentação e
dimensões dos organismos panctónicos.
Ao contrário das formas bentónicas, os planctontes apresentam geralmente uma
pigmentação pouco intensa, sendo na maior parte dos casos transparentes. Existem no
entanto algumas excepções. Os neustontes apresentam por vezes pigmentação intensa,
assim como o plâncton das águas oceânicas profundas.
Por outro lado, os planctontes apresentam dimensões reduzidas. Algumas formas
apresentam no entanto dimensões apreciáveis, como é o caso de alguns Scyphozoa e
Pyrosomata. A maioria dos planctontes apresenta dimensões da ordem do centímetro ou
do milímetro no caso do Zooplâncton, ou da ordem da centena ou dezena de micrómetros
no caso do Fitoplâncton.
São inúmeros os processos desenvolvidos pelos organismos planctónicos, que têm por
resultado uma melhor adaptação à vida no domínio pelágico.
A manutenção de uma posição na coluna de água pode ser conseguida recorrendo a
diversas estratégias adaptativas, nomeadamente:
i) desenvolvimento de elementos esqueléticos menos densos e resistentes
relativamente aos organismos bentónicos;
ii) composição química específica;
iii) enriquecimento em água dos tecidos e desenvolvimento de substâncias
gelatinosas;
iv) secreção de gotas de óleo;
v) desenvolvimento de flutuadores.
21
A superfície de resistência pode igualmente ser aumentada o que resulta na diminuição da
velocidade de afundamento nomeadamente através:
i) da diminuição das dimensões do organismo;
ii) do achatamento do corpo (aumento da superfície relativamente ao volume
do organismo);
iii) da existência de espinhos e apêndices plumosos;
iv) do batimento de flagelos ou bandas ciliares e movimentos natatórios.
A manutenção dos planctontes no seio da coluna de água pode ser associada a um
equação simples que relaciona a velocidade de afundamento dos organismos planctónicos
na coluna de água com alguns parâmetros físicos:
W1 - W2
VA = ______
(R)(Vw)
em que:
VA = Velocidade de afundamento (sinking rate)
W1 = Densidade do organismo
W2 = Densidade da água
R = Superfície de resistência
Vw = Viscosidade da água
1.5- BIBLIOGRAFIA
BOUGIS, P. (1974). Ecologie du plancton marin. Tome I - Le phytoplancton. Masson et
Cie., Paris: 195pp.
BOUGIS, P. (1974). Ecologie du plancton marin. Tome II - Le zooplancton. Masson et
Cie., Paris: 200pp.
BROWNELL, C.L. (1979), Stages in the early development of 40 marine fish species
with pelagic eggs from the Cape of Good Hope. J.B.L. Smith Institute of
Ichthyology, (40): 84pp.
BUCHANAN, R.E. & GIBBONS, N.E. (1974). Bergey's manual of determinative
bacteriology. Williams and Wilkins, Baltimore: 1246pp.
DAVIS, C.C. (1955). The marine and freshwater plankton. University Press Michigan:
541pp.
FRASER, J.H. (1962). Nature adrift. The story of marine plankton. Foulis, London:
178pp.
HARDY, A. (1958). The open sea. Its natural history. Part I. The world of plankton. 2e
ed., Collins, London: 335pp.
22
HARRIS, R.P., P.H. WIEBE, J. LENZ, H.R.SKJODAL & M. HUNTLEY (2000). Zooplankton
Methodoly Manual. Academic Press.
NEWELL, G.E. & NEWELL, R.C. (1963). Marine Plankton. A pratical guide. Hutchinson,
London: 244 pp.
NYBAKKEN, J.W. (2001). Marine biology. An ecological approach. Harper & Row,
Publishers, New York: 514pp.
OMORI, M.; IKEDA, T. (1984). Methods in marine zooplankton ecology. John Wiley &
Sons, New York: 332pp.
PARKER, H.S. (1985). Exploring the Oceans. Prentice-Hall, Englewoods Cliffs: 354pp.
PARSONS, T.R. & TAKAHASHI, M. (1973). Biological oceanographic processes.
Pergamon Press, Oxford: 186pp.
RAYMOND, J.E.G. (1980). Plankton and productivity in the oceans. Volume 1Phytoplankton. Pergamon Press, Oxford: 489pp.
RAYMOND, J.E.G. (1983). Plankton and productivity in the oceans. Volume 2Zooplankton. Pergamon Press, Oxford: 824pp.
RHEINHEIMER, G. (1987). Microbiologia de las aguas. Editorial Acribia, Zaragoza:
299pp.
SIEBURTH, J.M.S. (1979). Sea microbes. Oxford University Press, New York: 491pp.
SMITH, D.L. (1977). A guide to marine coastal plankton and marine invertebrate
larvae. Kendall/Hunt Publishing Corporation, Dubuque: 161pp.
TREGOUBOFF, G. & ROSE, M. (1957). Manuel de Planctonologie Mediterranneéne. Vol.
I e II., Paris: 587pp.
WIMPENNY, R.S. (1966). The plankton of the sea. Faber and Faber, London: 426pp.
23

Documentos relacionados

Ecologia Marinha

Ecologia Marinha Organismos oligohalinos, verdadeiramente estuarinos, marinhos eurihalinos, marinhos estenohalinos e migradores ............................................... 10 Temperatura, marés e circulação das...

Leia mais

biologia marinha

biologia marinha sais inorgânicos, compostos orgânicos provenientes dos organismos marinhos e gases dissolvidos. A maior parte do material dissolvido é composto por sais inorgânicos presente sob a forma iónica. Sei...

Leia mais