Sustentabilidade na produção artesanal com

Transcrição

Sustentabilidade na produção artesanal com
1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Escola de Design
Programa de Pós-Graduação em Design – PPGD
SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO
ARTESANAL COM RESÍDUOS VEGETAIS:
UMA APLICAÇÃO PRÁTICA DE DESIGN SISTÊMICO
NO CERRADO MINEIRO
NADJA MARIA MOURÃO
Belo Horizonte
2011
Rio São Francisco
Fonte: MOURÃO, 2011
2
SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO
ARTESANAL COM RESÍDUOS VEGETAIS:
UMA APLICAÇÃO PRÁTICA DE DESIGN SISTÊMICO NO
CERRADO MINEIRO
NADJA MARIA MOURÃO
Belo Horizonte
2011
3
NADJA MARIA MOURÃO
SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO
ARTESANAL COM RESÍDUOS VEGETAIS:
UMA APLICAÇÃO PRÁTICA DE DESIGN SISTÊMICO NO
CERRADO MINEIRO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Design da Universidade do Estado de Minas Gerais
como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Design, na área de concentração em Design,
Inovação e Sustentabilidade.
Orientadora: Profª. Lia Krucken Perreira, Drª
Coorientadora: Profª. Rira de Castro Engler, Drª
Belo Horizonte
2011
4
M929s
Mourão, Nadja Maria
Sustentabilidade na produção artesanal com resíduos vegetais: uma
aplicação prática de design sistêmico no Cerrado Mineiro / Nadja Maria Mourão -Belo Horizonte, 2011.
219 p. : il. color. fots. maps.
Orientadora: Lia Krucken Pereira
Coorientadora: Rita de Castro Engler
Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado de Minas Gerais/ Escola
de Design / Mestrado em Design, 2011.
1. Desenho (Projetos) – Teses. 2. Desenho Industrial – Desenvolvimento
Sustentável. 3. Artesanato – Minas Gerais – Aspectos Ambientais. 4. Desenho
Industrial – Recursos Naturais – Conservação. 5. Turismo – Desenvolvimento
Econômico – Aspectos Ambientais. I. Krucken, Lia Pereira. II. Engler, Rita de
Castro. III. Universidade do Estado de Minas Gerais. IV. Título.
CDU: 7.05
5
6
Ofereço:
Aos meus filhos – presentes de Deus.
Dedico:
A todos que amo e que deixaram saudades:
meu pai, José Maria Mourão,
meus avós, familiares e amigos,
em especial Prof. D.Sc. Edir Tenório
(que nos deixou, antes da conclusão da 1ª Turma do PPGD).
7
AGRADECIMENTOS
Ao Poder Superior, Deus: por mim, por todos e por tudo.
À minha mãe, Ieda Mourão: pelo amor ilimitado.
Aos meus filhos, irmãos e toda a minha família: pelo amor, participação em
todas as minhas empreitadas e infinita paciência com meus defeitos.
Aos meus alunos, estagiários e voluntários: pela competência e dedicação.
À toda Equipe do PPGD – Coordenação, professores, funcionários, colegas e
amigos do mestrado: pelo estímulo, ensinamentos e amizade; pela honra fazer parte
da 1ª. Turma do Mestrado em Design, Inovação e Sustentabilidade – UEMG.
À minha orientadora Lia Krucken e coorientadora Rita Engler: pelo estímulo,
compreensão, apoio, orientação, confiança, amizade e conclusão desta etapa.
Ao Instituto Sociedade População e Natureza – ISPN, com recursos da União
Europeia: pelo financiamento da pesquisa de campo, através do Edital UNICOM.
2010. Aos funcionários do ISPN, Cristiane e Fabio, pelo estímulo e apoio. Ao prof.
Donald R Sawyer, pelo atendimento à pesquisa.
À todos da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG: pela minha
formação acadêmica, história profissional e amizades sinceras.
À Reitoria da UEMG: em especial a todos que sempre se empenharam para o
desenvolvimento acadêmico (não cito nomes, pois são tantas pessoas especiais
que, mesmo sem o convívio, tenho certeza que apoiam minha formação).
À Escola de Design da UEMG - Diretoria, Chefias de Departamentos,
Coordenações, Centros e a todos os professores, alunos, funcionários: pessoas
especiais que sempre me estimularam.
Aos primeiros professores do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
da Escola de Ciências Naturais e Exatas/UEMG - Ubá: pelo incentivo em abordar a
Biologia com o Design, e por me incluírem na equipe dos “Guerreiros pelo ensino
superior gratuito e de qualidade!”
À Prefeitura de Chapada Gaúcha: pela contribuição e amizade de todos.
8
À todos que colaboram com o trabalho de campo: Associação das
Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras, Associação dos Moradores da
Comunidade de Ribeirão de Areia, Grupo Mãos que Brilham, Associação dos
moradores da Comunidade de Buraquinhos, Associação dos Quilombolas Santa
Tereza, amigos do IEF/Parque Serra das Araras, EMATER/Chapada Gaúcha,
IBAMA/ ICMBio/Parque Nacional Grande Sertão Veredas, CETEC.MG/Projeto de
Implantação de Unidades de Beneficiamento e Comércio de Produtos Oriundos da
Base Produtiva Local, FUNATURA, ROSA SERTÃO, COOP VEREDAS, ADISC,
Câmara Municipal de Chapada Gaúcha, FM&F Tecnologia e Grupo ARTE NO AR.
À todos voluntários da pesquisa de Campo: Equipe Família (Lidja, Haendel,
Aline, Ellen, Nicolas, Jeffinho, Pikachu e Cadu); Equipe de Chapada Gaúcha (Bila,
Orlando, Dadi, João); Equipe de apoio nas comunidades (Cícero, Rosicley, Tico,
Damiana, Zézu, Cida, Tião, Silvânia, Tia Ana, Tia Pretinha, Jerônima, Jurandir,
Mundinho e todos da família do Seu Jonas); Equipe alunos da ED (Alice,
Antonnione, Cacá, Caio, Elisa, Isadora, Igor Z., Letícia, Daniela Martins, Michelle
Machado, Michelle Vieira, Polliana, Raquel, Thábata, Viviane); amigos que
corrigiram e contribuíram com a conclusão da dissertação (Cirléia, Cléo, Edu,
Efigênia, Juliana, Júnior, Lia, Marcelina, Rita e Sebastiana); aos amigos de sempre
(Alicia e Junior, Breno(s), Bruno L., Carla, Carlos e Cláudia Sampaio, Elenice, Eli,
Fernando, George H., Heloisa, Jacque, Jarbas, Jorge F., João Ribeiro, João Vitor,
Kátia(s), Nilza, Marília, Marta do Pedro, Pe.Paulo, Renato, Regina, Rick, Rodrigo(s),
Romeu, Rose, Rovana, Selma, Silvânia, Tânia, Thais, Túlio e Vânia). Aos amigos da
CEMIG (Cecília, Luiz Augusto, Mª. Cristina e Ricardo P.); a todos do Programa
AmbientAÇÃO e aos colaboradores da ED/UEMG: Núcleo de Educação Ambiental,
CEDTec, Centro da Imagem, CEMA, T&C Design, Biblioteca, Secretaria, Áudio
Visual, Coordenações de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Aos autores dos livros, dissertações, teses e artigos consultados.
Aos amigos queridos, de vários lugares do mundo, cuja distância ensinou-me:
“As perdas fazem parte da vida, mas desistir é opção!”
Enfim, à todos aqueles que contribuíram para que este trabalho desse certo.
Este é somente um começo. Muitíssimo obrigada!
9
RESUMO
MOURÃO, N. M. Sustentabilidade na produção artesanal com resíduos
vegetais: Uma aplicação prática de design sistêmico no Cerrado Mineiro. 2011.
205 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Design, Programa de Pós-Graduação em
Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.
O objeto de estudo desta dissertação consiste em verificar como as comunidades
trabalham com resíduos vegetais na produção artesanal e como promover práticas
sustentáveis sob a perspectiva do design neste contexto. A abordagem sistêmica do
design foi a base para o desenvolvimento da pesquisa, especificamente as
ferramentas e as estratégias para o desenvolvimento de soluções aplicadas à
sustentabilidade. Devido a natureza do objeto de estudo e ao modo de investigação
da pesquisa, adotou-se uma perspectiva multidisciplinar na condução da pesquisa,
priorizando-se a perspectiva do design e envolvendo conhecimento de áreas
relacionadas a ciências sociais e biológicas. A produção artesanal foi investigada, a
partir do uso de insumos e dos resíduos vegetais provenientes do Cerrado Mineiro,
no Vale do Urucuia, especificamente no município de Chapada Gaúcha. Este
município é território intermediário entre o Parque Nacional Grande Sertão Veredas
e o Parque Estadual de Serra das Araras, noroeste de Minas Gerais. Esta região,
pertencente a uma das sub-bacias do Rio Francisco, possui características
popularizadas pelo escritor João Guimarães Rosa. O método de investigação
adotado foi o estudo de caso, a partir de observação-participante. A pesquisa de
campo foi realizada junto a artesãos das comunidades de Serra das Araras, Ribeirão
do Areia e Buraquinhos. A população local utiliza extensa quantidade dos recursos
naturais provenientes dos ecossistemas da região. A condução de atividades
práticas com comunidades possibilitou a análise dos materiais para a produção
artesanal, das técnicas artesanais e da relação com o habitat, evidenciando o
potencial para se promover a sustentabilidade local. Para promover práticas de
manejo sustentável para a produção artesanal é necessário considerar o contexto
cultural, social e ambiental das áreas protegidas. Os resultados apontaram
possibilidades de intervenção do design na produção artesanal, valorizando a
riqueza dos resíduos vegetais como matéria prima. Evidenciou-se a importância da
condução de oficinas como forma de interação com as comunidades e a
necessidade de adotar abordagens didáticas multidisciplinares e adaptadas ao
contexto local. Um dos principais resultados alcançados foi a proposta de catálogo
das espécies vegetais do Cerrado Mineiro que geram resíduos que podem ser
usados para a produção artesanal. Este catálogo teve como objetivo organizar o
conhecimento acessado durante a pesquisa, e disponibilizá-lo a sociedade
(especialmente produtores, comerciantes, consumidores), adotando-se uma
linguagem acessível e incluindo suporte visual (fotos e esquemas) para facilitar a
comunicação.
Palavras-chave: design sistêmico. sustentabilidade. produção artesanal. resíduos
vegetais. Cerrado Mineiro.
10
ABSTRACT
MOURÃO, N. M. Sustentabilidade na produção artesanal com resíduos
vegetais: Uma aplicação prática de design sistêmico no Cerrado Mineiro. 2011.
205 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Design, Programa de Pós-Graduação em
Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.
The subject matter of this dissertation is to examine how communities work with plant
residues in handicraft production and to promote sustainable practices from the
perspective of design in this context. The systems approach to design was the basis
for the development of research, specifically the tools and strategies for the
development of applied solutions to sustainability. Due to the nature of the object of
study and research the way of research, we adopted a multidisciplinary approach in
conducting the research, focusing on the perspective of design and involving
knowledge of areas related to social and biological sciences. Craft production was
investigated from the use of raw materials and vegetable waste from the Cerrado
Mineiro, Urucuia Valley, specifically in the municipality of Rio Grande do Sul
Chapada. The municipality is the middle ground between the National Park Great
Wilderness State Park Footpaths and Serra das Araras, northwest of Minas Gerais.
This region, belonging to a sub-basin of the Rio Francisco, has features popularized
by the writer João Guimarães Rosa. The research method used was a case study
from participant observation. The field research was conducted with the communities
of artisans Serra das Araras, Stream of Sand and holes. The local population uses
extensive amounts of natural resources from the region's ecosystems. Conducting
practical activities with communities allowed the analysis of materials for handicraft
production, the crafts and the relationship with habitat, indicating the potential to
promote local sustainability. To promote sustainable management practices for the
production craft is necessary to consider the cultural, social and environmental
protected areas. The results indicated the possibilities of intervention design in
handicraft production, valuing the richness of plant residues as feedstock. Revealed
the importance of conducting workshops as a way of interacting with the communities
and the need to adopt multi-disciplinary teaching approaches and adapted to local
context. One of the main achievements was the proposal to catalog plant species of
the Cerrado Mineiro that generate waste that can be used for craft production. This
catalog aimed to organize the knowledge accessed during the search, and make it
available to society (especially producers, traders, consumers), adopting an
accessible language and including support visual (photos and diagrams) to facilitate
communication.
Keywords: Systemic design. sustainability. craftsmanship. crop residues. Cerrado
Mineiro
11
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1
Ações e resultados relacionados com a atividade de design.............
33
Fig. 2
Indicação de passagem output/input.................................................
35
Fig. 3
O modelo de produção......................................................................
37
Fig. 4
Levantamento de valores associados a palmeira Juçara ..................
39
Fig. 5
Biojoias Brasileiras..............................................................................
40
Fig. 6
Componentes de uma árvore.............................................................
42
Fig. 7
Resíduos Vegetais para a produção artesanal...................................
44
Fig. 8
Fios produzidos pelo Projeto ―Pólo Veredas‖.....................................
45
Fig. 9
Insumos e resíduos vegetais..............................................................
48
Fig.10
Flor de folhas pigmentadas da Flor do Cerrado.................................
49
Fig.11
Quadro da relação entre matérias primas e ofícios............................
55
Fig.12
Sistemas do desenvolvimento da pesquisa........................................
65
Fig.13
Quadro de dados populacionais de Chapada Gaúcha.......................
71
Fig.14
Reserva Estadual Desenv. Sustentável Veredas do Acari.................
72
Fig.15
Rio Feio em Serra das Araras............................................................
84
Fig.16
X Encontro dos povos do Grande Sertão Veredas.............................
89
Fig.17
Apresentação da Pesquisa - logomarca.............................................
90
Fig.18
Travessia de balsa do Rio São Francisco..........................................
92
Fig.19
Trechos da rodovia MG-606...............................................................
92
Fig. 20
Quadro de perguntas e respostas – comerciantes insumos..............
95
Fig. 21
Gráfico de Renda dos Trabalhadores Rurais.....................................
98
Fig. 22
Reserva Ambiental do Acari...............................................................
99
Fig. 23
Imagens da estrada para Comunidade de Buraquinhos....................
101
Fig. 24
Chapadão da Comunidade de Buraquinhos....................................... 101
Fig. 25
Imagem do interior de residência da comunidade de Buraquinhos.... 102
Fig. 26
Imagem da fachada de uma das residência em Buraquinhos............ 102
Fig. 27
Artesã apresenta a palha do buriti para produção de esteiras...........
104
Fig. 28
Artesãs e produção de esteiras na comunidade de Buraquinhos......
104
Fig. 29
Comunidade de Ribeirão do Areia...................................................... 106
Fig. 30
Central de Resfriamento de Leite na C. de Ribeirão do Areia............ 106
Fig. 31
Encontros semanais dos artesãos da C. de Ribeirão de Areia..........
107
12
Fig. 32
Artesãs dividindo tarefas da comunidade...........................................
107
Fig. 33
Lanche comunitário após as atividades artesanais............................
107
Fig. 34
Técnica de corte em cabaça e de tranças p/ artesanato....................
108
Fig. 35
Capela de Nossa Senhora Aparecida em Ribeirão de Areia.............. 108
Fig. 36
Folia de Reis na casa do Mestre Jonas.............................................. 109
Fig. 37
Biojias de artesãs da C. de Ribeirão de Areia....................................
110
Fig. 38
Rabeca de madeira mata-cachorro....................................................
111
Fig. 39
Rodovia MG 606 - Chapada Gaúcha e Serra das Araras..................
112
Fig. 40
Serra das Araras................................................................................. 112
Fig. 41
Imagem do Distrito de Serra das Araras............................................. 113
Fig. 42
Barracas da Festa de Santo Antônio - Serra das Araras...................
114
Fig. 43
Artesãs da Ass. de Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras......
115
Fig. 44
Quadro bordado da paisagem de Serra das Araras...........................
116
Fig. 45
Produtos da Ass. de Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras.... 116
Fig. 46
Vaso flores desenvolvido projeto Artesol – Ass. das Bordadeiras.....
116
117
Fig. 48
Técnicas para produção das flores de talos de buriti. Associação
de Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras................................
Caminhos de mesa de palha de buriti................................................
Fig. 49
Produtos da C. de Buraquinhos após orientação oficina Design.......
120
Fig. 50
Mandala de palha de buriti e bananeira.............................................
121
Fig. 51
Alguns produtos artesanais de Ribeirão de Areia..............................
121
Fig. 52
Oficina de Resíduos Vegetais com artesãs em Serra das Araras...... 122
Fig. 53
Embalagens e oratórios de buriti - imagens de Santo Antonio........... 123
Fig. 54
Imagens do sistema de produção de biojoias artesãos...................... 125
Fig. 55
Imagens telhado de palha de Buriti....................................................
126
Fig. 56
Imagens do ciclo de manejo e beneficiamento de mat.vegetais........
127
Fig. 57
Imagens de raízes e troncos utilizadas no artesanato.......................
128
Fig. 58
Processo da utilização do fruto do Tingui na produção artesanal.....
136
Fig. 59
Beneficiamento da palmeira Buriti .....................................................
138
Fig. 60
Beneficiamento da árvore de Fava D’anta.........................................
139
Fig. 61
Beneficiamento da árvore de Jatobá-do-Cerrado............................... 140
Fig. 62
Quadro da produção artesanal com resíduos vegetais......................
Fig. 63
Produção artesanal das comunidades – Design Sistêmico................ 142
Fig. 47
119
141
13
LISTA DE MAPAS
01
Localização de Chapada Gaúcha no Brasil................................. 69
02
Localização de Chapada Gaúcha em Minas Gerais.................... 69
03
Localização do Município de Chapada Gaúcha........................... 70
04
Localização do Vale do Urucuia................................................... 70
05
Limites da ecorregião Cerrado..................................................... 79
06
Base MODIS mapa de remanescentes ....................................... 82
07
Base PROBIO.............................................................................. 82
08
Base SPOT p/análise temporal possíveis desmatamentos......... 82
09
Localização das Comunidades selecionadas.............................. 93
10
Localização da Comunidade de Buraquinhos ............................. 100
11
Acesso à comunidade de Ribeirão de Areia................................. 105
12
Mapa da Localização do Distrito de Serra das Araras ................. 111
14
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ACS.............................
Área de Coleta de Sementes
BH................................
Belo Horizonte
BNDES........................
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social
CACCER.....................
Conselho das Associações de Cafeicultores do
Cerrado
CG...............................
Município de Chapada Gaúcha. Minas Gerais
C&T.............................
Ciência e Tecnologia
CETEC-MG.................
Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais
EA...............................
Educação Ambiental
ED ..............................
Escola de Design
EMBRAPA...................
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPA.............................
Environmental Protection Agency, dos Estados Unidos
ETHOS........................
Instituto Ethos de Empresas de Responsabilidade
Social
FRAGO........................
Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Agronegócio
GPS.............................
Global Positioning System: Sist. de Posicionamento
Global
IBAMA.........................
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis
ICMbio.........................
Instituto Chico Mendes de Biodiversidade
IEF...............................
Instituto Estadual de Florestas
ISPN............................
Instituto Sociedade, População e Natureza
MCT.............................
Ministério da Ciência e Tecnologia
MMA............................
Ministério do Meio Ambiente
OMT.............................
Organização Mundial do Turismo
ONG............................
Organização Não Governamental
ONU............................
Organização das Nações Unidas
OSCIP.........................
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
OSIP............................
Organização Social de Interesse Privado
15
ONG............................
Organização não governamental
PADSA........................
Projeto de Assentamento Dirigido à Serra das Araras
Chapada Gaúcha. Minas Gerais
PMDBBS.....................
Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos
Biomas Brasileiros por Satélite
PPGD..........................
Programa de Pós Graduação Mestrado em Design
SBF/MMA....................
Secretaria de Biodiversidade e Floresta
SEBRAE......................
Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas
Empresas
SENAC........................
Serviço Nacional do Comércio
SENAI.........................
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SISCOM.....................
Sistema de Informação dos Serviços de Comunicação
de Massa
SNSM........................
Sistema Nacional de Sementes e Mudas
UNICOM....................
Programa
Universidades
e
Comunidades
Cerrado/ISPN
UEMG........................
Universidade do Estado de Minas Gerais
no
16
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................... 19
CAPÍTULO 1 – CONCEITUAÇÃO..................................................... 22
1.1.
Abordagens sistêmicas do design: conceitos relacionados............... 22
1.2.
Problematização................................................................................. 24
1.3.
Objetivos............................................................................................. 25
1.3.1.
Objetivos Específicos ......................................................................... 25
1.4.
Justificativa......................................................................................... 25
1.5.
Delimitação da pesquisa..................................................................... 27
1.6.
Estrutura da dissertação..................................................................... 27
CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO........................................ 30
2.1.
Design sistêmico e a sustentabilidade................................................ 32
2.1.1.
Design sistêmico - produtos e serviços.............................................. 37
2.1.2.
Exemplos de iniciativas no Brasil associadas à abordagem
sistêmica do design.............................................................................
38
2.2.
Insumos e resíduos vegetais.............................................................. 41
2.3.
Espécies vegetais do cerrado na produção artesanal........................ 46
2.3.1.
Espécies nativas e exóticas em produção artesanal........................
2.3.2.
Manejo, conservação e comercialização de insumos vegetais.......... 51
2.4.
Produção artesanal, inovação e sustentabilidade.............................. 54
2.4.1.
Produção artesanal............................................................................. 54
2.4.2.
Inovação e sustentabilidade no contexto da produção artesanal.....
2.5.
Abordagens sistêmicas relacionadas ao território.............................. 58
50
56
CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS E MÉTODOS............................. 61
3.1.
Objeto de Estudo................................................................................ 66
3.2.
Área de Estudo................................................................................... 66
3.2.1.
O município de Chapada Gaúcha...................................................... 68
3.3.
Coleta de Dados................................................................................. 73
17
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO.................................................. 77
4.1.
Primeira Parte – Análise do Contexto................................................. 77
4.1.1.
Cerrado Brasileiro............................................................................... 77
4.1.2.
O Vale do Urucuia............................................................................... 83
4.1.3.
Povos tradicionais e manejo recursos naturais.................................. 84
4.1.4.
Populações existentes e a culturalidade no Vale do Urucuia............. 86
4.2.
Segunda Parte – A produção Artesanal e o Design Sustentável....... 90
4.2.1.
Atividades iniciais................................................................................ 90
4.2.2.
Registros sobre o comercio de resíduos vegetais.............................. 94
4.2.3.
Contexto econômico, social, cultural e ambiental............................... 97
4.2.4.
Artesanato na comunidade de Buraquinhos....................................... 100
4.2.5.
Cultura e Artesanato na comunidade de Ribeirão de Areia............... 105
4.2.6.
Serra das Araras: comunidade e artesanato...................................... 111
4.2.7.
Oficinas de design, cultura e identidade............................................. 118
a) Oficina de design em Buraquinhos................................................. 119
b) Oficina de design em Ribeirão do Areia......................................... 120
c) Oficina de design em Serra das Araras......................................... 122
4.2.8.
Boas práticas: extração, pigmentação e conservação....................... 124
a) Sementes....................................................................................... 124
b) Folhas e fibras................................................................................ 126
c) Galhos, troncos e raízes................................................................. 128
4.2.9.
Algumas espécies vegetais especiais para as comunidades............. 129
a) Buriti: A palmeira preciosa.............................................................. 129
a) Fava d’anta: Fonte de sustentabilidade.......................................... 130
b) Jatobá: Símbolo da tradição e nutrição.......................................... 131
CAPÍTULO 5 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................... 132
5.1.
Espécies vegetais compatíveis à produção artesanal........................ 132
5.2.
Análise da produção artesanal - comunidades pesquisas................. 135
5.2.1.
Análise de algumas espécies vegetais especiais na região............... 137
5.2.2.
Análise da produção artesanal nas comunidades.............................. 141
5.3.
Espécies vegetais catalogadas no Vale do Urucuia........................... 143
5.3.1.
Espécies vegetais para prod. artesanal em Chapada Gaúcha.......... 145
5.4.
Análise das Oficinas de Design, Cultura e Identidade........................ 146
18
CAPITULO 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................... 147
6.1.
Quanto ao contexto e a produção local.............................................. 148
6.2.
Quanto ao mapeamento e à catalogação das espécies vegetais...... 150
6.3.
Quanto às oficinas e contribuições do design.................................... 151
6.4.
Sugestões para trabalhos futuros....................................................... 153
REFERÊNCIAS.................................................................................. 154
GLOSSÁRIO...................................................................................... 171
APÊNDICES....................................................................................... 183
A.
Dados de sites: Comercialização de Res.Veg. Beneficiados............. 184
B.
Formulários – Cadastro do Artesão e Cadastro Espécies Vegetais... 186
C.
Modelo Entrevista Semiestruturada.................................................... 187
D.
Modelo carta de apresentação e solicitação de apoio........................ 188
E.
Modelo autorização para reprodução de foto e vídeos...................... 189
F.
Tabela de preções – res.veg. beneficiados - Mercado Central......... 190
G.
Dados complementares das espécies vegetais (extra catálogo)....... 192
H.
Proposta - Catálogo de Espécies Vegetais p/ Artesanato................
I.
Publicação da pesquisa. Jornal ―O Barranqueiro‖ – n° 378................ 218
J.
Publicação da pesquisa. Jornal ―O Barranqueiro‖ – n° 390................ 219
196
19
INTRODUÇÃO
“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”.
Guimarães Rosa
Diante das crescentes crises ambientais geradas pelo uso indiscriminado dos
recursos naturais em algumas regiões, faz-se imprescindível rever os métodos
usados para extrair, produzir, consumir e destinar. O despertar para a
conscientização acerca dos problemas ambientais e a necessidade de estabelecer
atitudes para minimizá-los tornam-se cada vez mais abrangentes, tanto no setor
produtivo, no design1, quanto na sociedade em geral.
A abordagem sistêmica do design é a base para o desenvolvimento deste
trabalho,
utilizando
especificamente
as estratégias
e
ferramentas para
o
desenvolvimento de soluções aplicadas à sustentabilidade. A produção artesanal foi
investigada a partir do uso de insumos e dos resíduos vegetais provenientes do
Cerrado Mineiro.
1
A definição oficial de Design Industrial, de acordo com o ICSID (Conselho Internacional das
Organizações de Design Industrial), é uma atividade criativa cujo objetivo é estabelecer as
qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas em ciclos de vida inteira.
Portanto, design é o fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial de
intercâmbio cultural e econômico. ( ALLEGRO BUSINESS GROUP, 2011)
20
Superado apenas pela Floresta Amazônica em extensão, o Cerrado é o
segundo maior bioma brasileiro, cobrindo quase um quarto do território.
Conforme Giulietti et al (2009), o Brasil possui uma das maiores
biodiversidades do planeta, abriga 15% de toda a flora mundial. Desta porcentagem,
em torno de 1,5% das espécies estão restritas ao Cerrado. Em Minas Gerais, foram
detectadas cerca de 550 espécies raras, devido à grande quantidade de
endemismos pontuais nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço.
Nas décadas de 1970 e 1980 houve uma expansão da fronteira agrícola do
Cerrado, ocasionando queimadas e uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos.
Fatos que coincidem com o aumento da utilização dos insumos e do avanço
demográfico na região central do país. ―Esta devastação resultou na modificação de
67% de suas áreas em curto prazo. Atualmente, calcula-se que apenas 20% de área
original do Cerrado permanecem preservadas‖ (IBAMA /PMDBBS, 2008, p.11).
Inúmeros recursos vegetais podem ser retirados da natureza para a produção
de artesanato como os galhos, troncos contorcidos e secos, folhas e flores que
adquirem coloração ao processo de secagem natural, além de sementes de várias
espécies vegetais. São as sementes dos buritis, pequis, fabáceas, dentre outras
espécies, após o período de germinação, somam-se à diversidade insumos e de
resíduos vegetais.
Os resíduos vegetais são partes oriundas de algum tipo de utilização de
plantas, como por exemplo: as lascas de tronco, fibras, cascas, favas e sementes
provenientes da produção agroextrativista ou in natura. Foelkel (2007) considera a
denominação dos elementos vegetais, que aparecem principalmente após
queimadas e desmatamentos, como ―resíduos florestais‖. Os resíduos florestais
caracterizam uma ação predominante do ser humano.
Estes materiais, abordados como resíduos, são também insumos para o
artesanato em diversas localidades no Brasil. As fibras naturais sempre estiveram
presentes no cotidiano das comunidades, desde os tempos tribais. Algumas
perderam a identidade com a inclusão de novos materiais. Finkielsztejn (2006) narra
que os interesses comerciais se transformam, as fibras naturais são substituídas por
21
outras, e os mercados, os padrões de identificação, classificação e qualidade são
moldados em função de novos critérios.
O design pode e deve contribuir efetivamente para a valorização dos recursos
naturais, como aponta Bistagnino (2009). Assim, nesta pesquisa foram investigadas
quais seriam as possíveis contribuições do design para a sustentabilidade na
produção artesanal a partir de resíduos vegetais do Cerrado Mineiro. Além disso,
foram estudadas estratégias para promover materiais, técnicas e processos que
valorizem o território e que podem ser aplicadas e aperfeiçoadas, como ferramenta
para o artesão, o produtor de insumos vegetais, o artesanato e o designer.
A motivação para o desenvolvimento dessa proposta surgiu com base no
interesse de compreender as relações entre o território 2 e a sociedade. O desejo de
desenvolver uma pesquisa que estabelecesse vínculo entre Cerrado e produção
artesanal foi acalentado por muitos anos. Oficinas educacionais para públicos
diversos, utilizando sementes, folhas, galhos, estimulam a consciência como
profissional em design e a responsabilidade em relação à sustentabilidade. Através
do conhecimento das riquezas naturais, consideradas como resíduos vegetais,
indagou-se ―como o design poderia contribuir com a produção artesanal sem
comprometer o meio ambiente?‖ Desta forma, a busca de experiências em design
sustentável3 motivou a busca por abordagens sistêmicas do design.
2
O território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela
ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado
para os seus habitantes, independentemente da extensão territorial. (FRANCISCO, 2011)
3
Design sustentável é um conjunto de ferramentas, conceitos e estratégias que visam desenvolver
soluções em sistemas, serviços ou produtos, para satisfazer às necessidades do presente, sem
comprometer o desenvolvimento das gerações futuras. Este conceito insere-se no termo
―desenvolvimento sustentável‖, sugerido no Relatório de Brundtland – também conhecido como Our
Commom Future, apresentado à Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (UNCED), em 1987, e adotado pelo mundo todo. (TEIXEIRA, 2010)
22
CAPÍTULO 1
CONCEITUAÇÃO
“Vivendo, se aprende; mas o que se aprende,
mais, é só a fazer outras maiores perguntas.”
Guimarães Rosa
1.1.
ABORDAGENS SISTÊMICAS DO DESIGN: CONCEITOS RELACIONADOS
Os conceitos do pensamento sistêmico, no decorrer dos tempos, passaram a
ser utilizados no mundo científico, na mesma proporção das mudanças de
paradigmas. O biólogo Ludwig Von Bertalanffy, na década de 20, aliou-se a um
grupo de cientistas em Viena, que inovaram os métodos tradicionais da física,
expandindo para a visão holística. Os relatos de Bertalanffy foram resgatados e
publicados posteriormente. O mesmo observou as evidentes lacunas existentes na
pesquisa e na teoria da biologia. Em seus estudos, percebeu que o enfoque
mecanicista4, então predominante, parecia desprezar ou negar o essencial nos
fenômenos da vida.
Este projeto foi desenvolvido a partir deste conceito de sistema aberto, onde
nenhuma organização pode ser compreendida de forma isolada. Deve-se considerar
que as relações entre diversos atores e variáreis internos e externos são capazes de
alterar seu comportamento e consequentemente seus resultados. O movimento
4
Teoria segundo a qual todos os fenômenos que se manifestam nos seres vivos são mecanicamente
determinados de natureza físico-química. (DICIONÁRIO, 2011)
23
Neste trabalho são evidenciados, especificamente, os trabalhos de Fritjof Capra,
Kurt Koffka, Ludwig Von Bertalanffy e Therese Amelie Telenge.
Koffka (1975), um dos expoentes da Gestalt5, chamou de "primórdios" do
pensamento sistêmico, as pesquisas poderiam colaborar na criação de modelos e
quadros de referências que acentuam não somente nas semelhanças, mas inclusive
entre as diferenças estruturais entre tipos de sistemas.
Sistema é um composto de conjuntos de estruturas que se interrelacionam
entre si. Telenge (1984) relata que pela teoria dos sistemas, todos os elementos ou
partes que compõe o todo são importantes. Não são os "objetos" enquanto físicos ou
materiais os mais importantes, acima de tudo são as leis, funções, processos,
equações que estruturam um sistema.
Capra (1996) descreve as mudanças das relações e conceitos, enaltecendo o
sistema de redes como chave para os avanços da compreensão científica. Relata o
princípio da interdependência onde todos os membros de uma comunidade
ecológica estão interligados em ampla e intrincada trama de relações, ―a teia da
vida‖. Estabelece um conjunto de princípios de organização ecológica, constituindo
um modelo de sustentabilidade para a sociedade – onde os ecossistemas funcionam
em redes. Esclarece que análises isoladas de um sistema não demonstram as
propriedades das partes.
Desta forma, para que a sustentabilidade se estabeleça, todos os fatores são
importantes. Desde conhecer como os materiais são extraídos, o processo, até o
descarte. Bistagnino (2009) narra que o desafio é tornar sustentável a vida cotidiana.
É necessária aprendizagem social, mudança de comportamentos e compartilhar
com novos estilos de vida. Repensar e inovar, o que não significa necessariamente
novas tecnologias. Inovar é ver sob outros ângulos e perspectivas diferentes.
Como esclarecido, é oportuno introduzir o conceito de ―design sistêmico‖.
Conforme Allegro (2011) constitui um meio renovável, cíclico e inter-relacionado de
5
É importante citar que o pensamento sistêmico expandiu através da psicologia da gestalt. De
acordo com a gestalt, a arte se funda no princípio da forma. O importante é perceber a forma por ela
mesma; vê-la como "todos" estruturados, resultados de relações. O movimento gestáltico surgiu no
período compreendido entre 1930 e 1940. Ehrenfels, filósofo vienense de fins do séc. XIX foi o
precursor da psicologia da gestalt, que teve como expoentes máximos: Max Wertheimer (18801943), Wolfgang Kôhler (1887-1967), Kurt Koffka (1886- 1941) e Kurt Goldstein (1878-1965).
24
atuação do design que visa um resultado adequado em todas as áreas que o
compõe. Bistagnino (2009) completa que o design sistêmico tem por finalidade
desenvolver produtos e serviços com valor adjunto que colabore com a
sustentabilidade econômica, social e ambiental. Podendo estabelecer uma relação
em que o descarte (output) de um sistema pode ser o input (matéria prima) de outro
sistema. Assim, os resíduos vegetais de uma região podem gerar soluções e
contribuir com a sustentabilidade.
Por tanto, busca-se um novo modo de afrontar o desafio da inovação: ver o
mundo produtivo de maneira sistêmica, distanciando do foco exclusivo do produto ou
do seu ciclo de vida, estendendo atenção à cadeia produtiva completa e
considerando a problemática inerente dos descartes de trabalho e a própria
escassez de matéria prima. Esta pesquisa visa, especificamente, a identificação das
contribuições do design para a promoção de inovações sustentáveis. Alguns dos
principais autores que abordam esta questão sob a perspectiva do design são
Bistagnino (2008), Bonfim (1998), Krucken (2009), Manzini (2008), Santos (2009).
1.2.
PROBLEMATIZAÇÃO
A pesquisa pressupôs que a grande biodiversidade vegetal do bioma Cerrado
possa fornecer resíduos vegetais viáveis ao uso no artesanato. Tal fato ocorre sem
comprometer a integridade ecológica desse ecossistema e agregar os valores
culturais e ambientais da região ao produto. Assim, esta dissertação se desenvolveu
a partir de dois questionamentos, listados a seguir:

Quais são os principais resíduos vegetais compatíveis com a produção artesanal
no Cerrado Mineiro?

Como o design pode contribuir para a valorização destes recursos, de forma
sustentável?
Com base na delimitação destes dois problemas de pesquisa centrais, foram
definidos os objetivos deste trabalho, como apresentados a seguir.
25
1.3.
OBJETIVOS
1.3.1. Objetivo geral
Investigar possíveis contribuições do design na produção artesanal a partir de
resíduos vegetais, identificando materiais, técnicas e processos sustentáveis e
promovendo a valorização do território, especificamente o Cerrado Mineiro.
1.3.2. Objetivos Específicos
a) Pesquisar espécies vegetais do Cerrado Mineiro, a partir de amostra
selecionada no Vale do Urucuia;
b) Propor a aplicação dos insumos e resíduos vegetais nos produtos
artesanais, visando melhorar as práticas produtivas à sustentabilidade, sob
a perspectiva do design;
c) Desenvolver proposta de um catálogo de espécies vegetais do Cerrado
Mineiro, cujos insumos e resíduos possam ser utilizados na produção
artesanal.
d) Revisar os conceitos de design, sustentabilidade e produção artesanal,
com objetivo de fundamentar as propostas das oficinas.
1.4.
JUSTIFICATIVA
O artesanato no Brasil em 2010 empregou 8,5 milhões de pessoas e faturou
R$ 28 bilhões6. Esta atividade está deixando a informalidade, gerando divisas. Os
Bordados do Ceará, as cerâmicas de Minas Gerais e as panelas de barro do Espírito
Santo, entre outros produtos artesanais responderam, em 2010, por 2,8% do PIB7.
6
Site Sebrae. Santa Catarina. Crédito - Artesão. Disponível em
sc.com.br/credito/default.asp?vcdtexto=2600&^^ >. Acesso em: 27 out. 2010.
7
PIB: Produto Interno Bruto: soma de toda a riqueza produzida pelo país em um ano. (IBGE, 2010)
<http://www.sebrae-
26
Ainda, de acordo com o site do SEBRAE, dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE, 2008), dos 8,5 milhões de pessoas que vivem do artesanato,
87% são mulheres.
Pesquisa realizada pela Organização Mundial de Turismo (OMT), publicada
em 2010, apresentou que a indústria automobilística nacional precisa de R$ 170 mil
(cento e setenta mil reais) para gerar um emprego, enquanto que com R$ 50
(cinquenta reais) apenas, garante-se matéria prima e trabalho para um artesão. Foi
considerado o fato de existirem cerca de 8,5 milhões de artesãos no país e que cada
um deles recebe, em média, de dois a três salários mínimos por mês
comercializando seus produtos.
O design se insere nesta proposta potencializando o território, os materiais e
a possibilidade de estabelecer novos paradigmas de vida sustentável, abordagem
apropriada ao ―design sistêmico‖. O método sistêmico atua como estruturador
analisando partes distintas que interagem. Telenge (1984) considera que estudar
sistemas é indagar sobre a sua estrutura, qual o seu contorno, quais as suas partes,
como se interrelacionam internamente e com o meio externo.
Desta forma, pode-se considerar que os sistemas não podem ser
compreendidos por meio da análise individual. ―As propriedades das partes não são
necessariamente propriedades extrínsecas, mas precisam ser vistas e entendidas
dentro do contexto do todo‖ (CAPRA, 1996, p.51). Ainda citando Capra, o
pensamento cartesiano, o pensamento holismo e o pensamento sistêmico, apesar
de cada qual possuir uma identidade, método e história diferentes, não são
diretamente opostos, apenas tomaram caminhos diferentes, visando chegar a algo
comum. O autor destaca a relação dos resultados do ciclo produtivo, antes da
extração da matéria prima. Considera que todas as etapas do ciclo de vida se
relacionam e interagem, buscando um resultado que atenda a redução de recursos e
resíduos.
Especificamente sobre a perspectiva do design, Bistagnino (2008) mostra que
além
da
análise
sistêmica,
serão
necessários
maiores
esforços
para
a
sustentabilidade se estabelecer. O autor usa o termo ―desafio‖ ao citar que as
mudanças devem ser processadas em todas as áreas, visando o resultado para
todos.
27
O desafio de promover a sustentabilidade também é evidenciado por Manzini
(2008), que considera dois critérios importantes que devem ser adotados para o
design: buscar uma abordagem estratégica do design e em segundo lugar, levar
seriamente em consideração os critérios da sustentabilidade.
Além dos limites da pesquisa no design sistêmico, os resultados
possibilitaram a elaboração de uma proposta de catálogo, descrevendo algumas
espécies vegetais nativas, em especial na região do Vale do Urucuia, que possam
fornecer insumos e resíduos à produção artesanal.
1.5.
DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
Devido à amplintude dos temas tratados nesta pesquisa, optou-se por
priorizar a relação entre as diversas áreas, e não seu aprofundamento específico.
Esta abordagem teve com propósito reforçar o caráter transversal da pesquisa, que
envolve a área de Design, Sustentabilidade e Ciências Ambientais.
1.6.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação se organiza em seis capítulos: Introdução, Referencial
Teórico, Procedimentos e Métodos, Estudo de caso e práticas, Discussão dos
Resultados e Considerações Finais. Inicialmente, como visto, foi apresentada a
introdução, com a contextualização geral da pesquisa, seguida da exposição do
problema, objetivos e a justificativa do trabalho.
O referencial teórico, apresentado no Capítulo 2, está organizado em quatro
sessões. Na primeira, Design Sistêmico e a Sustentabilidade - são traçadas
considerações acerca das dimensões do design sistêmico e da sustentabilidade, em
relação ao cenário social e cultural. São discutidas brevemente, as relações entre
novos métodos sistêmicos e construção de identidades locais e como estas relações
se refletem na efetivação do design sustentável. Discorre-se também sobre práticas
28
artesanais que se inserem na economia brasileira, inclusive no que tange à questão
do ciclo de vida do produto. Na sequência, as relações entre artesanato e os
materiais são abordadas, e como estas se inovam frente ao mundo globalizado. Esta
sessão tem como objetivo traçar algumas considerações sobre as práticas na
seleção dos materiais, de forma a facilitar a compreensão da importância da
produção artesanal no mundo atual. Na terceira sessão das referências teóricas é
apresentado o conceito de resíduos vegetais e insumos. Procura-se esclarecer
também quais são os principais fatores que podem contribuir com a inclusão destes
materiais para produção artesanal. Em seguida, discute-se resumidamente de que
forma o design tem atuado em relação aos insumos e a possibilidade de expansão
do manejo sustentável em serviços e produtos. Ainda no referencial teórico, na
quarta sessão, são feitas algumas reflexões acerca das espécies do Cerrado Mineiro
para produção artesanal, bem como da inserção do design no artesanato,
principalmente no que tange a identidade dos produtos.
No Capítulo 3 são relatados os processos e metodologia aplicada ao estudo
de caso. São descritos os passos para execução da pesquisa de campo e como os
itens acima foram tratados na prática. A programação da pesquisa é relatada
sinteticamente, acrescida das atividades para a produção da proposta de catálogo.
O Capítulo 4 apresenta o estudo de caso e práticas realizadas. Está
organizado em duas seções. Primeiramente abordam-se o território e os sistemas
locais, expondo os aspectos do Cerrado Brasileiro. Faz-se a descrição das
comunidades tradicionais e a culturalidade na região, como também do manejo dos
recursos naturais. A segunda parte tem como foco a produção artesanal e os
ensaios de design sustentável estão descritos nos materiais para o artesanato e as
técnicas usadas, nas comunidades de Serra das Araras, Ribeirão do Areia e
Buraquinhos. Também são relatadas as espécies compatíveis à produção artesanal
através da experimentação em oficinas de design, inovação e sustentabilidade.
Os resultados da pesquisa estão descritos no Capítulo 5, constituindo
registros das espécies regionais e da produção artesanal em Chapada Gaúcha, sob
os aspectos do design sistêmico. Complementarmente, são apresentados alguns
tópicos para discussão do assunto. E no Capítulo 6 apresenta as Considerações
29
Finais, destacando os principais resultados alcançados e incluindo propostas para
pesquisas futuras.
Por fim, a proposta de catálogo elaborada durante a pesquisa, apresentando
algumas espécies vegetais compatíveis à produção artesanal, se encontra no
―Apêndice H‖ da pesquisa.
30
CAPÍTULO 2
REFERENCIAL TEÓRICO
“O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou
desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.”
Guimarães Rosa
Mudanças são as certezas na existência humana, que através das ligações e
transferências de dados, continuam a se desenvolverem em redes sociais e
eventualmente produzirão um ―sistema‖. Este compartilhado de crenças e valores
gera a cultura, continuadamente sustentada por conhecimentos adicionais.
Capra (2003) considera que os sistemas se tornaram parte de qualquer
atividade na vida contemporânea. Relata que, a partir da necessidade de conciliar a
ideologia capitalista neoclássica com a crescente constatação dos limites ambientais
do planeta, surgiu o conceito de comunidades tradicionais. Descreve que esse termo
emergiu nos anos 1980, sendo este consequência do aumento da pobreza e da
concentração
de
renda.
O
conceito
sistema
está
diretamente
ligado
à
sustentabilidade ambiental, social e econômico.
Nesse ponto é oportuno introduzir o conceito de desenvolvimento sustentável.
A definição mais aceita é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das
futuras
gerações.
Esta
definição
sistêmica
se
traduz
num
modelo
desenvolvimento global, abrangendo aspectos de desenvolvimento ambiental.
de
31
O termo ―desenvolvimento sustentável‖ foi usado pela primeira vez em 1987
no Relatório Brundtland8. Este relatório foi elaborado pela Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas, para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a
conservação ambiental. O Relatório Brundtland contribui afirmando que o
desenvolvimento sustentável surge como alternativa viável, que busca manter os
objetivos capitalistas de aumento de riqueza e lucros, incorporando as questões
sociais e ambientais ao modelo econômico de desenvolvimento.
Na crença da necessidade do conforto máximo em todos os aspectos, a
realidade atual do comportamento humano ordena os abusos sociais. Manzini
(2008) indaga se podemos realmente considerar sustentável uma sociedade onde
as necessidades, mesmo as mais básicas e mais populares, são atendidas através
de um custoso e complexo sistema de produtos e serviços.
A sustentabilidade é fundamental para a permanência dos humanos e de
outras espécies. Conforme Santos (2009), a humanidade necessita de soluções que
efetivamente possam mudar estilos de vida. Dessa forma, contribuam para a
mudança dos hábitos de consumo e produção, que reduzam o impacto do ser
humano sobre o meio ambiente.
Capra (2003) cita que está aumentando expressivamente o número de
práticas e projetos ecologicamente dirigidos. Esclarece que a importância de efetuar
o planejamento ecológico (organização de diferentes indústrias em agrupamentos
ecológicos), onde os resíduos de uma organização se tornem recursos para outra
empresa:
Planejamento, na acepção ampla da palavra, consiste em direcionar
os fluxos de energia e da matéria, para a finalidade humana. O ecoplanejamento (ecodesign) constitui um processo pelo qual nossos
objetivos humanos são cuidadosamente entrelaçados com os
padrões maiores e os fluxos do mundo natural. Os princípios do ecoplanejamento refletem os princípios da organização evolutiva da
natureza e que sustentam a teia da vida (CAPRA, 2003, p.9).
8
Documento intitulado Nosso Futuro Comum, relatado pela líder internacional Sra. Gro Harlem
Brundtland (política, diplomata e médica norueguesa). (BRUNDTLAND, 1991)
32
Exercer a prática do planejamento industrial, neste aspecto, requer uma
mudança fundamental de atitude. Usando as palavras de Capra (2003), despojar-se
do conceito ―o que podemos extrair da natureza‖, substituindo por ―o que podemos
aprender com ela‖.
Manzini e Vezzoli (2002) destacam que um projeto de design deve contemplar
os aspectos ambientais em todos os estágios do desenvolvimento de um produto.
Deve procurar reduzir o impacto ambiental durante todas as fases do seu ciclo de
vida, o que significa reduzir gastos com matérias-primas, energia e lixo, desde sua
fabricação até seu descarte.
Santos (2009) descreve que atitudes sustentáveis para o consumo e
produção, proporcionam a promoção de novos valores culturais, diferentes do
paradigma atual. Nesse caso, o papel do designer pode ser desde a liderança até
um mero suporte técnico, optando pela exata participação no processo de mudança,
dependente do perfil de cada um, seja como profissional ou como cidadão.
2.1. DESIGN SISTÊMICO E A SUSTENTABILIDADE
A palavra design, usada em todos os meios de comunicação expressando
atributos de qualidade e funcionalidade, principalmente quando se trata de produtos,
popularizou-se na ultima década.
Bonfim (1998) considerou que estes conceitos incidem sob a expansão do
design para outros aspectos, buscando qualificá-lo como processo criativo, inovador
e provedor de soluções. Apresentou o design como instrumento qualificado para
alcançar a inovação através de vantagens competitivas, buscando outras áreas de
produtos e serviços. O design se inova através de planejamento, estratégia,
marketing, qualidade e forma de produção. Estes procedimentos, citados acima,
reorganizam as relações com os resultados alcançados.
Contudo, o objetivo
principal desta profissão é servir ao ser humano, sejam nas relações entre os
serviços, produtos ou ambos simultaneamente.
33
A contemporaneidade do design na sociedade é descrita por Krucken (2009),
expondo como um conjunto de significados, no que tange à mediação das
dimensões imateriais (imagens e ideias) com materiais (artefatos físicos).
Krucken (2009, p.42) apresenta esquematicamente as ações e resultados
relacionados ao design, conforme abaixo:
Fig. 1: Ações e resultados relacionados com a atividade de design.
Fonte: Krucken (2009, p. 42)
No mundo globalizado e competitivo, Oliveira (2004) relata que o design é
usado como ferramenta estratégica para agregar valor a produtos e serviços, muitas
vezes equivocadamente, sem limitação e conformidade com a definição, imergindo
em todas as áreas. Do ponto de vista econômico, ainda é necessário produzir mais e
vender mais para crescer mais. Exemplo típico é o da China, que desde os anos 70
adotou reformas visando sua modernização e tornou-se a maior potência econômica
mundial, com um crescimento muito superior a media dos países desenvolvidos e
em desenvolvimento.
Lazzarechi (2007) completa relatando que o sistema capitalista ainda não se
envolve o suficiente, com a sustentabilidade mundial, a ponto de frear a velocidade
de exploração dos recursos naturais do planeta. Regido por leis macroeconômicas
complexas, o sistema financeiro mundial tem como padrão de sobrevivência a
relação produção x crescimento.
34
Algumas tendências buscam reverter este cenário. Conforme o Instituto
9
Ethos , o mercado passou a ser mais exigente por questões de normas e leis
ambientais, procura-se escolher produtos de companhias que utilizem tecnologias
de produção e métodos de gerenciamento que preservem o meio ambiente.
Neste sentido, o designer pode desempenhar o papel de facilitador, atuando
em rede, atendendo aos propósitos da sustentabilidade. A partir do uso de
ferramentas como a Análise do Ciclo de Vida10 do produto, podem-se identificar
possibilidades na busca de soluções.
O Ciclo de Vida representa a própria história do produto. Desde a fase de
extração das matérias primas, passando pela fase de produção, distribuição,
consumo, uso e até sua transformação em resíduo ou em nova matéria prima. A
Análise do Ciclo de Vida de um produto, processo ou atividade é uma avaliação
sistemática que quantifica os fluxos de energia e de materiais no ciclo de vida do
produto. A EPA (Environmental Protection Agency, dos Estados Unidos) define a
Avaliação de Ciclo de Vida como ―uma ferramenta para avaliar, de forma holística,
um produto ou uma atividade durante todo seu ciclo de vida‖ (VIGON et al, 1993).
Nas últimas décadas, a busca por soluções sustentáveis se estabeleceu
como fator indispensável no projeto. Manzini e Vezzoli (2002) descrevem que o
contexto ambiental na prática do design foi estabelecido na redução do impacto
ambiental de materiais e processos, evoluindo ao projeto de Ciclo de Vida do
Produto e, consequentemente, ao design para atender a sustentabilidade ambiental.
Um dos principais desafios para o design na busca de soluções sustentáveis
é o fato de que o problema não consiste somente no crescimento, mas sim e,
principalmente no crescimento desenfreado e irresponsável, desprovido de ética que
não se estabelece como sistema principal para tudo, conforme Oliveira Filho (2004).
9
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização sem fins lucrativos,
caracterizada como Oscip (organização da sociedade civil de interesse público). Sua missão é
mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente
responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável.
(INSTITUTO ETHOS, 2010)
10
Avaliação do Ciclo de Vida - ACV (Life Cycle Assessment - LCA) é um método utilizado para avaliar
o impacto ambiental de bens e serviços. (RIBEIRO; GIANNETI; ALMEIDA, 2011)
35
Bistagnino (2009) aponta o design sistêmico como abordagem para analisar o
ciclo dos serviços e materiais e todos os recursos envolvidos na produção. O ponto
final é o aproveitamento de tudo pela sociedade. Este sistema diminui os gastos com
a produção, gerando novos locais de trabalho. Acima de tudo, gera a possibilidade
da humanidade ter um futuro e não desaparecer como outras espécies extintas do
planeta. Expõe que a utilização do design sistêmico ultrapassa os domínios da
produção em massa, na busca de inovações que abrangem aspectos ético, social,
cultural e ambiental. Sendo assim, o autor esclarece que é necessário adotar outros
fatores imponderáveis, qualitativas e não quantitativas de valor e do ambiente, o
grau de instrução e os serviços, isto é, os índices que manifestam o grau de bemestar não material, mas moral das pessoas.
O design sistêmico descrito por Bistagnino (2009, p.15), se caracteriza no
princípio das inter-relações dos sistemas, onde tudo se completa no ciclo. O que é
resíduo num sistema é matéria prima de outro. O que sobra de um ser vivo pode ser
alimento de outro. Assim, a visão sistêmica é aplicada para que o método de projeto,
além da redução de utilização dos recursos naturais, caminhe para a mudança de
paradigma. *
A condução de estudo de natureza sistêmica propõe novas conexões,
visando o reaproveitar o máximo toda a matéria que poderia resultar em descarte. O
esquema acima representa uma relação em que o descarte (output) de um sistema
pode ser o input (matéria prima) de outro sistema, apresentado por Bistagnino,
op.cit. p.15, figura 2. *
Considerando a natureza cíclica dos processos, é oportuno citar o princípio
exposto por Lavoisier11: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma".
Fig.2: Indicação de passagem output/input.
Fonte: Bistagnino, p.15. Adaptado para a pesquisa.
* Tradução do autor
11
Antoine Laurent Lavoisier: Definiu a lei da conservação da matéria, baseado em reações químicas.
36
Porém, os padrões atuais são baseados no fato de que os resíduos dos
processos industriais são de pouco valor ou altamente poluidores. Tanto é assim
que, os produtores os veem como um problema a ser resolvido da forma mais rápida
e menos dispendiosa possível. No entanto, se a saída do problema é torna-lo como
recurso, resultando em valor econômico, o interesse surgiria na consideração do
processo ativo. Como tal, deve-se procurar conservar as qualidades principais dos
resíduos para preservar suas propriedades. Tornando-os atraentes para não perder
a sua troca de valor econômico. Assim, seria obtido ao mesmo tempo um resultado
poderoso: a cultura produtiva, que tende a ―Emissões Zero‖, completa Bistagnino
(2009, p.17). *
A abordagem em Emissão Zero representa uma iniciativa para mudança em
nosso conceito de indústria, deixando os modelos lineares nos quais os resíduos
são considerados a norma, para sistemas integrados nos quais tudo tem seu uso.
Paul (1996) vislumbra que no ano de 2021, o padrão de produção industrial será a
Emissão Zero. Este direcionamento ganha novos adeptos que buscam o
aperfeiçoamento dos sistemas. Aponta para o início de uma nova revolução
industrial, na qual a indústria imita os ciclos sustentáveis da natureza e a
humanidade poderá aprender a fazer mais com os recursos que a terra produz.
Desta forma, conforme Nascimento et al (2008), os processos produtivos
devem se organizar em conjunto. Os resíduos de cada processo necessitam ser
destinados como insumos de outros processos e a integração de todos os sistemas
não produzam resíduos de nenhum tipo.
Segundo Mauri (1996) apud Krucken (2009), a abordagem sistêmica de um
produto pode ser considerada como uma unidade global organizada de interrelações entre os elementos, ações e indivíduos: ―um sistema caracterizado por
intensas e constantes inter-relações com o contexto ambiental – entendido como o
mundo da natureza e o mundo das interconexões globais de caráter político,
econômico e social‖ (MAURI, 1996 apud KRUCKEN, 2009, p.47).
A abordagem sistêmica do design estimula o desenvolvimento de uma visão
ampla e inovadora, de combinações de produtos e serviços, estabelecendo uma
intensa rede entre o sistema de produção e o sistema de consumo, que contribui
para a sustentabilidade.
* Tradução do autor
37
2.1.1. Design Sistêmico - Produtos e Serviços
A dinâmica dos sistemas é amplamente utilizada no mundo contemporâneo.
Porém, a inovação deste termo no design é ainda expressão da minoria. O método
sistêmico, incorporando ciclo de vida do produto e desenvolvimento sustentável,
consolida novas formas de empreendimentos sócio ambiental cultural econômico,
capazes de promover corporações originais.
A construção da identidade de um produto ou serviço sugere envolvimentos
resultantes de fatores múltiplos. Para visualizar a extensão de um modelo sistêmico
de produção, Bistagnino (2009) apresenta o modelo representado na Figura 3.
Fig. 3: O modelo de produção sistêmica prefere os recursos próximos ao
invés dos distantes (Design Industrial, Politécnico de Turim).
Fonte: Bistagnino (2009, p.21) . Tradução do autor.
38
Na figura 3, Bistagnino (2009) apresenta um sistema de circulação de output,
demonstrando a passagem de um e para outro, numa virtuosa colaboração de
produção (agrícola e industrial), do sistema dos reinos animais, do contexto local e
da comunidade. Apresenta uma rede relacional aberta que busca revitalizar as áreas
e caracterizar seus princípios de qualidade.
Thackara (2008) descreve que os serviços devem ser projetados para ajudar
as pessoas a realizarem atividades diárias de novas maneiras. Muitos destes
serviços envolvem novas tecnologia e inovação. O foco está em serviços de design,
e não nas coisas. Assim, os produtos e serviços devem compor uma rede para o
design sistêmico. O projeto Designers of the Time, de J. Thackara, durante um ano
promoveu experimentos na Inglaterra, para testar maneiras sustentáveis nas áreas
escolar, do transporte, da energia, da saúde e da alimentação. Um dos exemplos foi
aplicado na cidade de Middlesbrough. A partir desta iniciativa verificou-se que a
comunidade poderia gerar sua própria alimentação, dentro da cidade, e ao mesmo
tempo gerar outros postos de serviços internos, diminuindo os impactos ambientais,
conforme Shirai (2008).
2.1.2. Exemplos de iniciativas no Brasil associadas à abordagem sistêmica do
design
No Brasil, o design sistêmico desponta no contexto socioambiental, em
atividades de produção artesanal e pequenas corporações. Incipiente, mas assinala
algumas soluções sustentáveis, gerando mudanças na economia local.
Krucken (2009) evidencia uma iniciativa interessante de design sustentável,
com aplicação do método sistêmico, ao expor o ciclo de uso da palmeira Juçara
(Euterpe edulis), nativa da Mata Atlântica, mas cultivada ao longo do litoral brasileiro.
A Juçara faz parte do cotidiano de muitas comunidades, protegendo as
casas do calor e abrigando diversas espécies de animais. Seu cultivo está
relacionado com a proteção ambiental, por meio de conservação do solo e
da alimentação da fauna, da produção de água e do controle da poluição.
Suas fibras e folhas são usadas para cobrir telhados, fabricar vasouras e
várias peças de artesanato. Caibros e ripas da Juçara podem ser aplicados
em construções civis. Seus frutos constituem a base para a polpa da
Juçara, deliciosa iguaria servida resfriada. As sementes, separadas da
polpa, são usadas em biojoias e retornadas para o plantio. Seu caule
produz um palmito de excelente qualidade, terno e saboroso, amplamente
39
consumido na alimentação e com alto valor econômico. No entanto a planta
é monocaule e seu corte implica a sua morte.
Esta espécie também é usada em projetos de paisagismo. Estudos das
propriedades terapêuticas de suas raízes e frutos e da aplicação dos
pigmentos sinalizam novas possibilidades de uso (KRUCKEN, 2009, p.77).
Esta descrição evidencia o uso da palmeira Juçara e suas relações com o
ambiente e a sociedade: equilíbrio para sustentabilidade ambiental, social e
econômica (Figura 4). Krucken (2009) narra que esta planta é considerada um ícone
para promover o manejo sustentável de recursos naturais e a geração de renda
aliada à preservação da Mata Atlântica. Organizações e produtores que trabalham
com o uso sustentável da Palmeira Juçara nos estados do Rio de Janeiro, São
Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul se articularam para o desenvolvimento
da Rede Juçara. Seu principal foco é o desenvolvimento das cadeias produtivas da
polpa dos frutos e das sementes, aliadas à conservação da espécie, tendo como
principais protagonistas agricultores familiares e comunidades tradicionais na Mata
Atlântica12.
Fig. 4: Levantamento de valores associados à palmeira Juçara junto à comunidade.
Fonte: Krucken, 2009.
12
Disponível em: < www.redejucara.org.br > Acesso em: 20 jul. 2011.
40
Um dos resultados deste ciclo sistêmico está na produção de biojoias. Faria
(2009) define biojoia como um adorno produzido a partir de materiais extraídos da
natureza, tais como sementes diversas, fibras naturais, casca do coco, conchas,
madrepérola, capim, madeira, ossos, penas, escamas. Uma biojoia é mais do que
um adereço exótico, guardando dentro de si um pouco da cultura local. Como das
sementes nascem novas árvores, das biojoias brota uma nova economia. Os grupos
solidários de artesãos que adotam este tipo de trabalho aprendem que para manter
suas famílias é preciso preservar a natureza. Caso contrário, as carências dos frutos
e das sementes rompem o processo conforme Metello (2007).
No Brasil, as biojoias estão sendo produzidas, principalmente, nos Estados do
Pará (Pólo Joalheiro), Amazonas (ofertada em shopping centers e no aeroporto
internacional) e Acre, aonde o mercado, nos últimos anos, vem se desenvolvendo
rapidamente, conforme Costa et al (2006).
Na figura 5, alguns exemplos de anéis biojoias, trabalho artesanal com
técnicas
profissionais,
utilizando
sementes
das
palmeiras
dos
estados
amazonenses. São sementes maduras que não germinaram, catadas na floresta
amazônica. Os artesãos utilizam sementes de tucum, tucumã, anajá, caroço de açaí,
madeiras, cipós e fibras, que se perdem pelo chão da floresta e após tratamento,
passam de resíduos vegetais para matéria prima, compondo a economia na região.
Fig. 5: Biojoias Brasileiras – anéis de semente de palmeiras do da Amazônia.
Fonte: www.falandoemjoias.com. Acesso em: 20 jun. 2011.
41
Por exemplo, a semente de Jarina (Phytelephas macrocarpa) é considerada o
Marfim da Amazônia13. A Semente da Jarina na junção com outras sementes,
pedras semipreciosas e até mesmo ao ouro e à prata, passam a agregar novos
valores à produção artesanal. Como biojoias, movimentam cerca de U$ 50 milhões
por ano com sua exportação. Segundo o Artesão e exportador César Farias o uso
das sementes de árvores nativas geram na produção das peças artesanais o caráter
de brasilidade, agregando valor aos produtos da região, destacando e instituindo um
diferencial do produto no mercado Internacional14.
Além dos ciclos sistêmicos de aproveitamento dos insumos e resíduos
vegetais, outras iniciativas de processos industriais com aproveitamento de resíduos
podem ser apontadas. O exemplo da madeira biosintética desponta como resultado
da reciclagem de diversos resíduos industriais (como plástico, fibras vegetais e ou
animais) através de um complexo processo de transformação. Assim, no sistema
input, como resíduo de outros produtos. Este produto sintético é oferecido no
mercado em tábuas, que substituem as de madeiras naturais em diversos aspectos.
É também um produto de alta tecnologia, durável, imune a pragas e outras
qualidades15.
2.2. INSUMOS E RESÍDUOS VEGETAIS
Os resíduos vegetais, para a sociedade humana, são as partes e produtos
das vegetações, com possibilidades de serem reutilizadas como adubo natural e
como insumo para o artesanato. Destacam-se as flores, folhas, sementes e galhos
secos, espalhados ao solo, e troncos danificados por efeito da atuação de insetos e
das forças físicas - tempestades e incêndios. Incluem-se os ―insumos‖ – as plantas,
13
As sementes dessa palmeira são consideradas gemas orgânicas raras. Apesar da baixa dureza e
baixa densidade, as sementes de Jarina são empregadas na manufatura de biojoias e artefatos.
Estas, pelo aspecto de sua cor e brilho, são comparadas ao marfim animal (COSTA et al, 2006).
14
15
Disponível em: < falandoemjoias.com/tag/sementes/>. Acesso em: 20 jun. 2011.
Ambiência Produtos Sustentáveis. Madeira Biosintética Ecoblock. Disponível em:
<http://www.ambiencia.org/site/construcoes-sustentaveis/ecoprodutos/madeira-biosinteticaecoblock/>. Acesso em: 20 jun. 2011.
42
os frutos, as flores, as fibras e outros produtos do agroextrativismo, conforme
Goulart (2004).
Clark (1979) apud Brito e Couto (1980), esclarece que devido à necessidade
de uma nomenclatura padrão para componentes de árvores e para facilitar a
definição do que é resíduo da exploração florestal, é necessário apresentar um
modelo de classificação. Destacam os seguintes termos16: árvore completa; touça e
raízes; parte aérea da árvore; fuste total; fuste; ponteiro; copa; ramos; folhagem.
Relata ainda que o resíduo florestal depende das práticas de exploração florestal.
Quando se utiliza apenas do fuste sem casca, o resíduo pode ser a casca, a
copa, touça e raízes, conforme figura 6.
Fig. 6: Componentes de uma árvore.
Fonte: BRITO; COUTO, 1980, p.3.
16
Ver glossário da pesquisa.
43
A típica vegetação do Cerrado possui seus troncos tortuosos, de baixo porte,
ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. Os estudos efetuados por
pesquisadores na região do Cerrado consideram que a vegetação nativa apresenta
essa característica, devido aos fatores do solo, como o desequilíbrio no teor de
micronutrientes, registro do IBAMA (2005).
As folhas e flores estão entre os resíduos vegetais lançadas naturalmente na
natureza e os insumos, que possibilitam a utilização destes para produção artesanal.
Um dos exemplos interessantes são as flores ―Sempre-viva‖. A Sempre-viva, uma
pequena flor nativa do Cerrado de Minas Gerais, não sofre alteração de forma ou cor
quando colhida e desidratada, daí seu nome. Mas, além do nome, essa
característica vem proporcionando à exploração incorreta e quase levou duas
espécies, a ―vargeira‖ e a ―pé-de-ouro‖, próximas da extinção, conforme (PAIM et al,
2001).
Em função da coleta extrativista e predatória, diversas espécies ficaram
ameaçadas de extinção, como é o caso da Syngonantus elegans, conhecida como
―Sempre-viva pé-de-ouro‖, que comercialmente é a mais procurada. Houve um
aumento do número de pessoas que dependem da renda proveniente da coleta de
Sempre-vivas e seu artesanato. Este fato ocorreu devido à diminuição da atividade
garimpeira na região de Diamantina e a falta de conhecimento no manejo da coleta
das flores. Muitas plantas foram arrancadas inteiras, com o intuito de coletar maior
quantidade de plantas em menor espaço de tempo e com menor esforço. Em busca
de maior valor econômico, as mesmas foram coletadas antes do amadurecimento
das sementes, para manter a coloração branca. Estas atitudes levaram a escassez
das plantas, fazendo com que os coletores tivessem que percorrer distâncias
maiores, a fim de coletarem mais flores (ROCHA et al 2007, p.2).
Muitos moradores da Comunidade de Macacos, município de Diamantina, no
Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, deixaram o lugarejo. O meio de
subsistência, o extrativismo de flores Sempre-viva, chegou ao fim com o decreto do
Parque Nacional das Sempre-Vivas, em 2002. A mesma situação ocorreu com os
extrativistas da comunidade de Capivari - subdistrito do Serro, com a criação do
Parque Estadual do Pico do Itambé. Um decreto, desde 1998,
viabiliza a
recuperação da área e a manutenção do extrativismo sustentável. Assim, a
44
produção de comercialização de Sempre-viva se estabelece aos poucos, garantindo
a biodiversidade nas regiões afetadas. Os recursos virão de compensações
ambientais e serão aplicados até o ano 2013, prioritariamente na regularização
fundiária, conforme relata Reis (2011).
Alguns exemplos de flores Sempre-viva pigmentadas e comercializadas em
lojas do Mercado Central de Belo Horizonte, entre outros insumos expostos para
escolha dos clientes, conforme figura 7.
Fig. 7: Sempre-vivas e resíduos vegetais, para comercialização - Mercado Central de BH.
Fonte: MOURÃO, 2010.
Outros exemplos em desenvolvimento podem contribuir com a inclusão dos
resíduos vegetais e outros insumos na produção artesanal. Um deles é o Projeto
―Pólo Veredas‖, que desenvolve a criação de acessórios de algodão tingidos com
corantes extraídos de sucatas de ferro, frutas do Cerrado e plantas da região. O
projeto tem a participação de 150 artesãs de cinco associações da região, formando
uma rede de produção, que inclui o tingimento, a fiação e a tecelagem, conforme
Guedes (2011).
O processo começa com a coloração dos fios de algodão na cidade de
Uruana de Minas, no Vale do Urucuia. O trabalho é feito com folhas de manga,
goiaba, serragens de árvores, casca de cebola e outros. Ao todo, são 18 corantes
naturais. Em média, as artesãs gastam meio quilo de casca de cebola para tingir um
quilo de linha de algodão e obter um tom amarelado. Cinco quilos de folha de manga
são necessários para conseguir uma cor esverdeada. A ferrugem também é usada
45
como tonalizante e é produzida pelo contato das sucatas de ferro, água e amônia.
Na figura 8, pode-se observar o resultado destas colorações nos fios de algodão 17.
Depois de coloridos, os fios são encaminhados para as associações de artesãos dos
municípios de Riachinho, Sagarana (Distrito de Arinos – Minas Gerais), Natalândia e
Bonfinópolis de Minas para serem transformados em colchas, xales, tapetes e
mantas.
Fig.8: Fios produzidos pelo Projeto ―Polo Veredas‖
Fonte: Agenciasebraedenoticias. Disponível em:
<http://www.agenciasebrae.com.br/noticia/11375223/geral/artesas
-mineiras-buscam-novos-materiais-para-conquistar-clientes/>.
Acesso em: 12 mar. 2011
Com intuito de centralizar a comercialização e ampliar a produção, foi criado
em 2009, a Central de Comercialização e Artesanatos do Vale do Urucuia. A
iniciativa busca atender aos artesãos das cidades da região18. Guedes (2011) relata
que
novos
produtos
desenvolvidos
com
matérias-primas
naturais,
foram
demonstrados aos fabricantes de calçados e bolsas, durante o Inspiramais - Salão
de Design e Inovação de Componentes, em São Paulo.
17
Agenciasebraedenoticias. Postado em: 28 Jan 2011. Disponível em:
<http://www.agenciasebrae.com.br/noticia/11375223/geral/artesas-mineiras-buscam-novosmateriais-para-conquistar-clientes/>. Acesso em: 12 mar. 2011.
18
farolcomunitário.com.br.Triangulo-Minas:Mutirão das Fiandeiras. Disponível em: <http://triangulominas.blogspot.com/2010_05_01_archive.html>. Acesso em: 24 jun. 2011.
46
2.3. ESPÉCIES VEGETAIS DO CERRADO NA PRODUÇÃO ARTESANAL
O Cerrado brasileiro possui uma imensa riqueza em espécies vegetais.
Atualmente, conforme Ávidos e Ferreira (2003), existem mais de 58 espécies de
frutas nativas dos cerrados conhecidas e utilizadas pela população da região e de
outros estados. Não se pretende nesta proposta detalhar a opulência deste sistema,
embora seja encantador o convívio com este bioma. Foram registradas algumas
espécies já utilizadas na produção artesanal, identificado seus nomes científicos e
populares, que são brevemente apresentadas a seguir.
A espécie buriti se destaca entre as espécies mais utilizadas tanto no
Cerrado, com em outros biomas brasileiros. Identificado como Mauritia flexuosa L. f.
esta espécie possui íntima relação com a água, que atua na dispersão de seus
frutos e auxilia na quebra da dormência das sementes. É uma espécie importante
para a economia brasileira, 66,2% do valor da produção nacional são de fibras de
buriti, segundo dados (IBGE, 2007).
No bioma Cerrado é a espécie que caracteriza as veredas, marcante
fitofisionomia da região, ocorrendo também em matas de galeria e
ciliares, podendo formar densos buritizais. Para além dos domínios
do Cerrado, corre em toda a Amazônia e Pantanal, sobre solos mal
drenados, em áreas de baixa altitude até 1000m. É considerada a
palmeira mais abundante do país (LORENZI, 2004).
Por tanto, o buriti é uma das espécies mais populares no Brasil. As palmeiras
de buritis adornam a paisagem do Cerrado, emolduram as veredas e são fontes de
inspirações para a literatura, a poesia, a música e as artes visuais. O fruto do buriti é
um alimento rico em vitaminas e de sabor peculiar. As folhas geram fibras usadas no
artesanato, tais como para fabricação de bolsas, tapetes, toalhas de mesa,
brinquedos e bijuterias. Os talos das folhas servem para a fabricação de móveis.
Além de serem leves, as mobílias confeccionadas com os talos e troncos dos buritis,
são resistentes e agradáveis. As folhas jovens produzem uma fibra fina, a ―seda‖ do
47
buriti, usada na fabricação de peças feitas com o Capim-dourado. Da palmeira do
buriti, se aproveita tudo19.
Outra espécie popular é o Jacarandá. As cascas das sementes são utilizadas
na produção de biojoias e em adornos em geral. Porém, o mesmo nome popular é
designado a diversas espécies. Quanto com gênero Jacarandá quanto outros, como
Dalbergia miscolobium, chamada popularmente de Jacarandá do Cerrado. São
nomes comuns a espécies diversas de duas famílias, Bignoniaceae e Fabaceae. O
Cerrado possui várias espécies com denominação de Jacarandá, ocupando
fitofisionomias distintas (RIBEIRO E WALTER, 1998 apud RIBEIRO, 2005).
Como exemplos no Cerradão são encontrados o Dalbergia miscolobium, ou
melhor, ―Jacarandá do cerrado‖ e Machaerium opacum – ―Jacarandá muchiba‖. No
Cerrado sentido restrito20, o Machaerium acutifolium – jacarandá e Jacaranda
decurrens; e em áreas de transição Mata atlântica/Cerrado (matas) é encontrada a
espécie Jacaranda cuspidifolia, que apresenta fruto bem semelhante à espécie
exótica J. mimosaefolia, conforme MMA (2007).
O Guatambu ou Colher-de-vaqueiro (Aspidosperma parviflorum) é também
muito usado em adornos pessoais ou em objetos de decoração. O Guatambu está
presente na mata de galeria e na mata ciliar de acordo com Ribeiro e Walter, (1998)
apud Ribeiro, (2005); alguns autores ainda citam Cerradão e Cerrado Sentido
Restrito.
O Bate-caixa (Palicourea rigida kunth) é uma espécie de arbusto, e suas
sementes são utilizadas em biojoias. Duas plantas apresentam o nome popular de
Bate-caixa; Salvertia convallariaeodora e Palicourea rígida. Para complicar a
identificação na produção artesanal, ambas estão presentes no Cerrado; a primeira
aparece na literatura como presente em Cerradão21 e Cerrado Sentido Restrito e a
19
ISPN - ispn.org.br. O buriti a palmeira de mil e uma utilidades. Disponível em:
<http://www.ispn.org.br/o-buriti-a-palmeira-de-mil-e-uma-utilidades/>. Acesso em: 15 jan. 2010.
20
Cerrado sentido restrito caracteriza-se pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com
ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com evidências de queimadas.
21
Cerradão é a uma formação florestal do bioma Cerrado com características esclerofilas (grande
ocorrência de órgãos vegetais rijos, principalmente folhas) e xeromórficas (com características como
folhas reduzidas, suculência, pilosidade densa ou com cutícula grossa que permitem conservar
água e, portanto, suportar condições de seca).
48
segunda, presente em Cerrado Sentido Restrito e Campo Sujo 22, conforme Silva
Junior, (2005). A espécie, Palicourea crocea, apresenta fruto semelhante à imagem
do resíduo Bate-caixa, porém apresentando cinco pontas, descreve Barbosa (2008).
Através dessa semelhança foi deduzido que o Bate-caixa é possivelmente da
espécie Palicourea rígida. O fruto do Bate-caixa é um dos produtos para confecção
de artesanato, encontrados nas lojas de material para artesanato, no Mercado
Central de Belo Horizonte/Minas Gerais.
Pau Terra do Campo (Qualea grandiflora), a casca e sementes do Tingui
(Magonia pubescens) e sementes de Jatobá (Hymenaea courbaril L.), são
comercializados fora do prazo para consumo e comercialização, nas lojas de
material para produção artesanal, no Mercado Central de Belo Horizonte.
Algumas espécies foram identificadas em diversas áreas do vale do Urucuia,
conforme figura 9. Estes materiais foram coletados em 2009, durante o Curso de
Manejo e Beneficiamento dos Frutos do Cerrado, em Bonfinópolis de Minas, com a
colaboração dos produtores rurais e instituições parceiras (IEF, ICMBio e EMATER).
Fig. 9: Insumos e resíduos vegetais coletados no Vale do Urucuia
Fonte: MOURÃO, 2010.
22
Tipo de Cerrado formado de vegetação com fisionomia herbácea e arbustiva com arbustos e
subarbustos espaçados entre si, geralmente estão sobre solos mais rasos que podem apresentar
pequenos trechos de rochas ou solos mais profundos, mas pouco férteis.
49
A Empresa Flor do Cerrado é um dos exemplos de organização para
produção artesanal com resíduos e insumos do Cerrado. Localizada na cidade de
Samambaia, no Distrito Federal Brasileiro, a empresa utiliza folhas de diversas
espécies do Cerrado para a produção artesanal.
Com apoio do designer Renato Imbroisi e do SEBRAE, as artesãs que
atuaram quando a empresa ainda era um pequeno grupo, aplicaram a técnica de
esqueletização das folhas, transformando folhas em flores, arranjos decorativos e
vestuário feminino, conforme figura 10.
Estas flores são confeccionadas com folhas da árvore moeda (nome popular)
após processo de esqueletização23 e pigmentação. A Flor do Cerrado não esclarece
qual o nome científico da folha moeda. Apenas declara que a coleta do material é
realizada de forma controlada e com consciência ecológica.
Fig.10: Flor de folhas pigmentadas da Flor do Cerrado.
Fonte: GOUTHIER, M. SEBRAE.notícia.
<www.agenciasebrae.com.br/noticia.kmf?canal=40&cod=4354939&
indice=20&^^>. Acesso em : 27 out .2010.
23
Processo de cozimento das folhas que resulta na extração de elementos da epiderme da mesma,
descobrindo os tecidos vasculares (xilema e floema).
50
2.3.1. Espécies nativas e exóticas em produção artesanal
A empresa Flor do Cerrado realizou um mapeamento de doze espécies do
Cerrado de maior uso no artesanato na região do Distrito Federal e no entorno. Este
mapeamento ocorreu com a colaboração das 20 famílias que atuam no
empreendimento. Conforme Mamede (2010), o estudo identificou espécies como
Pata-de-vaca, Cedro do cerrado, Agave Palito e Agave Estrela (nomes populares).
Foi descrito a importância do planejamento da produção para poupar espécies mais
raras, como a folha moeda, que apresenta textura delicada semelhante à renda.
No entanto, a árvore da Pata-de-vaca, Casco-de-vaca ou Unha-de-vaca
(Bauhinia variegata L.) não é uma espécie natural do Cerrado. Esta espécie exótica
veio da China, Índia ou Birmânia e se adaptou ao solo do sudeste brasileiro,
conforme Lorenzi; Abreu Matos (2002). A mesma, além da grande utilização no
paisagismo, é muito usada e estudada em relação a suas possíveis propriedades
medicinais contra a diabetes e outras doenças.
Conforme Carvalho (1994), O Cedro do Cerrado (Cedrela fissilis Vell) é
natural das Américas, encontrado deste o Panamá e Costa Rica até a Argentina; no
Brasil está presente na maioria dos estados e sua madeira é considerada de alta
qualidade. Atualmente, algumas regiões brasileiras perderam consideráveis
quantidades exemplares.
A aparência do Agave-palito é peculiar, originária do México, suas folhas
estreitas e compridas têm borda branca desfiada com aspecto ―cabeludo‖, podendo
atingir até 50 cm de altura. Souza (2004) relata que os primeiros pés de Agave palito
(Agave x hybrid) foram trazidos pelo Agrônomo português J. Viana Junior. Aqui, no
Brasil, chegaram às espécies que ele cultivava, tais como, a Agave Sisalana e a
Agave Fourcroydes, no ano de 1911. O agave foi introduzido no Brasil para
produção de cordas, cabos, correias de transmissão de forças, chapéus,
espanadores, tapetes, esteirinhas, mantas para selas, colchões e redes de malha.
O Cerrado e outros biomas do Brasil apresentam espécies de algodão, a
exemplo o Gossypium mustelinium, mas espécies exóticas representam 98% da
produção mundial (Gossypium hirsutum e G. barbadense). Essas espécies exóticas
também são muito cultivadas em solo brasileiro, conforme Pizzela (2010).
51
A ―Taboa‖ (Thypha sp) é uma planta originária da América do Sul, encontrada
em margens de ambientes lênticos24, como lagoas. É encontrado em restingas e a
espécie Typha dominguensis em áreas alagadas do Cerrado, chamadas brejos
(SEMATEC, 1999). O trabalho artesanal com a Taboa é antigo. Bitencourtt (2009)
relata que as populações interioranas tradicionalmente utilizam esta planta para a
produção de paina para travesseiros e colchões. Sua fibra vegetal é usada na
criação de uma grande variedade de cestos, bolsas, chapéus, chinelos, balaios,
peneiras e outros objetos. Os mesmos são destinados aos mais diversos fins, como
utensílios domésticos, enfeites e arranjos, uso e adorno pessoal e utensílios para a
agricultura e criação de animais.
No processo de produção artesanal com a Taboa está a identificação e
seleção da matéria prima, técnica de retirada das folhas, processo de secagem,
utilização e preparação das fibras da Taboa, técnica de trançados, etc., conforme
Bitencourtt (2009). Sua extração muitas vezes acontece de forma incorreta,
alimentando o desmatamento. Atualmente, existem algumas iniciativas de resgate e
reestruturação dos moldes de extração e produção artesanal. Um deles acontece
desde 2008, em parceria com o SEBRAE, no Distrito de Maracangalha, Município de
São Sebastião do Passé - Bahia. Neste município, foi implantado o Núcleo Produtivo
de Artesanato em Taboa, iniciado na capacitação técnica dos artesãos, com várias
parcerias. Na questão ambiental, algumas diretrizes de projeto podem orientar os
artesãos para as boas práticas e manejo sustentável.
2.3.2. Manejo, conservação e comercialização de insumos vegetais
Com o objetivo de garantir a identidade e a qualidade sementes, estacas ou
demais propágulos25 que são produzidos, comercializados e utilizados em todo o
território nacional, foi estabelecido o Sistema Nacional de Sementes e Mudas
24
25
Ambientes com pouca movimentação da fauna e flora.
Propágulos são estruturas constituídas basicamente por células meristemáticas que se
desprendem de uma planta adulta para dar origem a uma nova planta, geneticamente idêntica à
planta de origem.
52
(SNSM)
26
. Este sistema prevê várias categorias de Área de Coleta de Sementes
(ACS), cuja valorização das sementes produzidas em áreas específicas são
aumentas à medida que se intensifica o controle genético da população vegetal
(natural ou plantada), formada por espécies nativas ou exóticas, conforme ScreminDias et al, (2006).
Entre as dificuldades de utilização de insumos vegetais são evidentes as
questões de manejo de sementes. Um dos exemplos é citado por Menezes &
Muxfeldt (2005), que observaram a coleta de sementes em Rio Branco – Acre.
Apesar do alto percentual de utilização de Jarina (Phytelephas macrocarpa),
―Mulungu‖ (Ormosia coccínea) e ―Sororoca‖ (Heliconia metallica) no artesanato,
estas espécies se apresentaram como de difíceis obtenções, pois a escolha de
sementes se faz uma a uma. As espécies arbóreas como Jatobá, Sibipiruna, Olhode-boi, Mulungu e outras, são coletadas no solo ou diretamente da árvore.
Outro fator importante está no armazenamento de sementes. Nogueira (2008)
alerta que fungos, bactérias e insetos são problemas que podem comprometer as
peças artesanais. Por isso o artesão deve buscar informações sobre o tipo de
tratamento das sementes. O tratamento quando realizado reduz o tempo de
deterioração das sementes. O armazenamento inadequado pode causar a ação de
insetos, resultando na deterioração das sementes.
Conforme Felix (2007), a coleta de sementes para biojoias é realizada
geralmente, por pessoas que também executam a conservação das mesmas ou que
confeccionam as peças artesanais. Não há uma uniformidade no processo de coleta,
que pode ocorrer tanto por meio de catação manual no solo da vegetação após a
queda natural, quanto com equipamentos para coleta nas árvores. De acordo com o
autor, sementes coletadas maduras, apresentam maior viabilidade do que as
sementes
coletadas
verdes.
As
verdes,
não
demonstram
resistência
ao
armazenamento, além de apresentar baixa viabilidade ocasionada por vários fatores,
entre eles a formação insuficiente das substâncias de reserva, ressalta o autor.
26
A elaboração foi coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
amparado pela Lei nº 10.711, de 05 de agosto de 2003.
53
Quanto mais seca a semente estiver, melhor para as atividades artesanais,
contrario as características para germinação. Ao coletar as sementes, folhas e
galhos, o extrativista deve respeitar os limites da coleta do material. O ideal é deixar
sempre um pouco das sementes entorno da espécie para germinação, adubo da
terra e alimentação de espécies da fauna.
Valle (2008) realizou um levantamento de comercialização de artesanato com
sementes em alguns pontos comerciais do Rio de Janeiro, descrevendo o resultado:
Durante as visitas, foi observado que em 100% dos pontos de venda
as espécies foram identificadas somente com o nome vulgar, não
incluindo o nome científico. Os maiores obstáculos para a
classificação foram os erros grosseiros referentes à confusão e
trocas de nomes devido à falta de conhecimento a respeito dos
produtos a venda e similaridades com outras espécies. Não há
critério de identificação que possa ser adotado, as sementes são
revendidas com outros nomes, principalmente no caso da leucena
que quase sempre foi tratada como semente de melancia e o TentoCarolina, tratado como Pau-Brasil e/ou Sibipiruna. A variedade de
nomes também criou alguns conflitos para o resultado final, a Jarina
apareceu como Marfim-Vegetal e/ou Tágua, o Jequitiri como Olhode-Pombo e o Aguaí como Chapéu-de-Napoleão. Outro aspecto
importante foi que as sementes para fins artesanais vêm geralmente
modificadas, perdendo suas características morfológicas naturais,
como por exemplo, o buriti quando polido fica bastante semelhante à
jarina, dificultando mais ainda a identificação. Soma-se a isso a falta
de livros específicos como manuais de classificação de sementes
(VALLE, 2008, p.12).
Valle (2008) descreve que conforme a legislação vigente sobre recursos
genéticos, a exportação de material reprodutivo é sujeito a controle rigoroso e as
peças artesanais com sementes. As sementes podem ser comercializadas para a
produção artesanal, somente quando não apresentam mais capacidade de germinar.
Os insumos artesanais devem ser coletos na época certa, respeitando o período de
germinação. A conservação deve ser em vidros transparentes, com tampas que
impeçam a penetração de fungos e insetos.
Em busca de manter as qualidades das sementes para a produção artesanal
e comercialização, os extrativistas devem conhecer algumas práticas de
conservação. Para a produção de biojoias, soluções contendo óleos essenciais são
utilizadas como proteção e longevidade das sementes da Amazônia, conforme
Silveira (2009).
54
Menezes (2005) ver relata que o abastecimento do mercado com sementes
muitas vezes não segue uma normatização. Expõe que a maioria das espécies
fornecidas aos beneficiadores ou artesãos não tem origem conhecida. A falta de
conhecimento sobre as espécies não garante a identidade do artesanato. Este fato
descaracteriza o produto artesanal que, com todos os atributos, não representa o
território.
Portanto, é possível estabelecer métodos sustentáveis entre os sistemas
de manejo e beneficiamento, como de produção e comercialização destes insumos.
2.4.
PRODUÇÃO ARTESANAL, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
2.4.1. Produção Artesanal
O artesanato é toda atividade que resulte em objetos e artefatos acabados,
feitos manualmente ou com a utilização de meios tradicionais ou rudimentares, com
habilidade, destreza, qualidade e criatividade, segundo Conselho Mundial de
Artesanato apud (Emater. MG, 2010). Entretanto, não distingue o artesão do artista.
Está relacionado aos recursos naturais existentes de uma determinada região e
decorre da relação entre o homem e o meio, como atividade social e econômica.
A arte do trabalho artesanal é transferida pelas gerações: do trançado da
palha de carnaúba aos bordados, das esculturas em cerâmica às bonecas de palha,
dos objetos de madeira aos doces e geleias, e tantos outros com referência à cultura
e tradições sociais, conforme Lima (2005).
O artesanato representa uma das atividades econômicas sistema de vida dos
moradores da região, manifestado em múltiplos padrões e variedades técnicas
culturais. A Constituição brasileira promulgada em 1988 refere-se à cultura no artigo
216 nos seguintes termos: - "Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira‖.
De acordo com designer Barroso Neto (2001, p.3), a definição de artesanato
torna-se necessária para ajustar os limites de intervenção nas ações propostas por
55
programas ou projetos com o foco no artesanato. O autor define artesanato como
―toda atividade produtiva de objetos e artefatos realizados manualmente, ou com a
utilização de meios tradicionais ou rudimentares, com habilidade, destreza, apuro
técnico, engenho e arte‖.
No artesanato as matérias primas podem definir os diferentes ofícios, pois
delas derivam práticas profissionais distintas, com suas respectivas técnicas,
ferramentas, produtos e destinações. Conforme Barroso Neto as principais matérias
primas utilizadas no Brasil são: barro, couro, fibras, fios, madeira, metais, pedras,
vidro e alguns outros.
Do quadro apresentado por Barroso Neto, figura 11, alguns materiais são
descritos pela relação com a pesquisa. Como por exemplo, o trabalho de trançar
fibras vegetais é um legado do povo indígena brasileiro, resultando em produtos com
fins utilitários, lúdicos e decorativos. As principais fibras vegetais utilizadas no Brasil
são fibras da taboa, do buriti, do coco, da carnaúba, do babaçu, o sisal, a juta, o
junco, o apuí, os cipós ou trepadeiras, o bambu, o vime, a cana-da-índia, cascas e
entrecascas, palha de milho, folha de bananeiras, etc.
Fig.11: Quadro Relação entre matérias prima e ofícios.
Fonte: BARROSO NETO, E. - Apostila ―O que é o artesanato1‖p.11.
56
As fibras vegetais comumente são utilizadas na confecção de cestarias e
chapéus, tapetes e esteiras, móveis e objetos de decoração. Entre os principais
processos produtivos estão à extração das fibras, seleção, às vezes cozimento,
secagem, trama/entrelaçamento e acabamento. Quanto aos fios, estes podem ser
de origem animal ou vegetal. Os de origem vegetal, temos o algodão, linho, juta e
pita. Dentre os produtos feitos com fios encontramos a tecelagem (redes, mantas,
etc.), rendas e crochês feitos a partir do fio, bordados sobre tecido, adornos,
bonecas e brinquedos.
A madeira está entre as matérias primas com mais ampla utilização para
fabricação artesanal, seja de forma isolada ou combinando com outros materiais. É
muito comum à utilização de madeiras locais, como acontece com o Buriti no
Cerrado. Dele se produz brinquedos, utensílios, móveis leves, e uma infinidade de
outros produtos. Na produção artesanal em madeira estão as esculturas e santerias,
movelaria e objetos de decoração (incluindo brinquedos, pequenos objetos de
madeira e marchetaria), luteria, construções e carpintaria naval.
A classificação ―outros‖, do quadro ―Matérias primas e ofícios‖ de Barroso
Neto (2001), indicam os produtos de material único ou mesclados, de borrachas,
ceras e parafinas, materiais reciclados, materiais de procedência animal (penas,
chifres, etc.), etc. São artefatos produzidos com os mais diferentes materiais,
normalmente originados como resposta às necessidades e carências do homem.
Comumente apresentam um alto grau de inovação e surpresa, que conferem aos
produtos um alto grau diferencial.
2.4.2. Inovação e sustentabilidade no contexto da produção artesanal
A ênfase do design, dentre outros atributos, se manifesta através da
funcionalidade e estilo. Ambas, associadas ao bom gosto e a qualidade,
estabeleceram a evolução dos materiais e processos, através das fases de um
serviço ou produto.
Krucken (2009) descreve que os valores que representam as dimensões para
avaliação de produtos e serviços são funcionais ou utilitários, emocional, ambiental,
simbólico e cultural, social e econômico. Para tanto, é importante considerar
57
aspectos qualitativos, elementos históricos, ambientais, culturais e sociais
incorporados desde o processo de produção ao consumidor. Inovar os métodos de
identificar os valores inclusos na identidade, buscando a transparência que:
represente a origem, conte a história, informe sobre o uso, satisfaça a necessidade
real e colabore com o desenvolvimento socioeconômico global.
Contextualiza-se inovação como principal fator de competitividade. Engler
(2009) esclarece que esta característica deve manter-se constante. Ocorre por meio
da sistematização de iniciativas, visando à vinculação entre estratégias de negócio e
oportunidades.
A inovação é a invenção que deu certo, quer dizer, aquela que foi
produzida e aceita no mercado, vendeu, e, portanto, fez diferença
influenciou ou facilitou a vida de alguém e gerou riqueza. Mas, hoje
em dia, para gerar riqueza é necessário que ela seja sustentável,
que seja capaz de reproduzir de forma social, ecológica e
financeiramente correta (ENGLER, 2009, p.66).
A inovação surge também através das economias solidárias. O sistema
agroextrativista, o trabalho compartilhado em cestarias e rendas artesanais, a
produção e comercialização de biscoitos, doces e tantas outras atividades, são
modelos inseridos ao contexto associativo. Tem como perspectiva a construção de
um ambiente ético, socialmente justo e sustentável, excluindo o assistencialismo.
Para promover a sustentabilidade os fatores sociais, ambientais e econômicos
são importantes. Averiguar como os materiais são extraídos e o processo até o
descarte envolve os sistemas amplamente. Bistagnino (2009) relata que o desafio é
tornar sustentável a vida cotidiana. É necessária aprendizagem social, mudança de
comportamentos e compartilhar com novos estilos de vida. Repensar e inovar, o que
não significa necessariamente novas tecnologias. Inovar é ver sob outros ângulos,
perspectivas diferentes. O design sistêmico tem por finalidade desenvolver produtos
e serviços com valor adjunto que contribua para a sustentabilidade econômica
socioambiental.
Das referências citadas, não houve o objetivo de realizar uma revisão
bibliográfica
extensa,
mas
abordar
priorizando atender ao tema proposto.
somente
alguns
autores
selecionados,
58
2.5.
ABORDAGENS E CONCEITOS RELACIONADOS AO TERRITÓRIO
O território, muito mais que as dimensões de latitude e longitude, é constituído
da tradição do pensamento geográfico. Valverde (2004) relata que há muitos anos
os conceitos se modificaram. Descreve que, desde as proposições de Ratzel,
inspiradas na ecologia, no romantismo alemão e no imperialismo do final do século
XIX, esse conceito tem sido utilizado para conferir uma dimensão política de
mobilidade e de competição ao contexto de um todo, em tempo e espaço.
Nas duas últimas décadas, o conceito de território se ampliou, adquirindo um
sentido diferente, para abordar uma infinidade de questões pertinentes ao controle
físico ou simbólico de determinada área. Valverde (2004) esclarece que o olhar
geográfico atualmente, sobre as fronteiras que separam os homens do século XXI,
poderá revelar a pluralidade das suas diferenças e a diversidade de suas formas de
associação entre pessoas e espaços. O fato é estas mudanças não foram ao acaso,
o estudo dos territórios voltou a ser valorizado a partir dos anos 90, por diversas
razões. Entre elas, o fim do mundo bipolarizado dos pontos de vista militar e
econômico, que geraram novos acordos federativos.
O território tem que ser entendido como o ―território usado‖, não o território em
si. O território usado é o chão mais a identidade27 local.
O termo identidade pode ser considerado como ―algo formado, ao
longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo
inato, existente na consciência no momento do nascimento. Existe
sempre algo 'imaginário' ou fantasiado sobre sua unidade. Ela
permanece sempre incompleta, está sempre em 'processo', sempre
'sendo formada (HALL, 2005. p.38).
27
Hall (2005. p.08) ressalta a dificuldade de conceituar identidade, uma vez que se trata de um termo
"demasiadamente complexo, muito pouco desenvolvido e muito pouco compreendido na ciência
social contemporânea para ser definitivamente posto à prova"Para Canclini (1997, p. 149), "ao se
tornar um relato que reconstruímos incessantemente, que construímos com os outros, a identidade
se torna também uma coprodução". O reconhecimento do caráter multicultural de grande parte das
sociedades leva à constatação da pluralidade de identidades culturais que tomam parte na
constituição histórico-social da cidadania, nas mais diversas localidades. Nesse sentido, autores
como Hall (1997), Featherstone (1997), Canen (1995; 1997b), Candau (1997), Coutinho (1996) e
Grant (1997) alertam para a necessidade do reconhecimento da fragmentação de uma noção de
identidade fixa e bem localizada, enfatizando a pulverização das identidades culturais de classe,
gênero, etnia, raça, padrões culturais e nacionalidade a serem levadas em consideração em
práticas pedagógico-curriculares, voltadas à construção de uma sociedade democrática e ao
desenvolvimento da cidadania crítica e participativa (CANEN, 2000).
59
A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território
é o fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais
e do exercício da vida, de todos os seres humanos. Santos et al, (1994) esclarece:
O território em si não é uma categoria de análise em disciplinas
históricas, como a Geografia. É o território usado que é uma
categoria de análise. Aliás, a própria ideia de nação, e depois a ideia
de Estado Nacional, decorrem dessa relação tornada profunda,
porque um faz o outro, à maneira daquela célebre frase de Winston
Churchill: ―primeiro fazemos nossas casas, depois nossas casas nos
fazem‖. Assim é o território que ajuda a fabricar a nação, para que a
nação depois o afeiçoe (SANTOS et al, 1994.p.26).
Eduardo (2008) descreve que a primeira impressão que o território nos
fornece é que ele é estático e imutável. Entretanto, suas intrínsecas contradições é
que nutrem de possibilidades seu devir. O conceito de território não pode ser
pensado de modo estanque, mas como produto inacabável, oriundo das
contradições sociais da vida cotidiana.
Conforme Krucken (2009, p.32), o conceito de Território aproxima-se da
expressão francesa terroir, que é traduzida para o português com ―produto da
sociobiodiversidade‖. Esta definição abrange a importância de incluir o produto com
parte de uma cadeia de valor, destinada à promoção da qualidade de vida da
comunidade que o desenvolve e o meio ambiente que o mesmo está inserido. Este
processo envolve subtrair de produtos e serviços, aspectos qualitativos, elementos
históricos, ambientais, culturais e sociais, incorporados desde o processo de
produção ao consumidor. As linhas de apoio do design para valorização dos
produtos locais são consideradas a promoção da qualidade dos produtos, a
comunicação entre consumidores e produtores e o desenvolvimento de arranjos
produtivos e cadeias de valor sustentáveis.
Os produtos locais são manifestações culturais fortemente
relacionadas com o território e a comunidade que os gerou. Esses
produtos são os resultados de uma rede, tecida ao longo do tempo,
que envolve recursos da biodiversidade, modos tradicionais de
produção, costumes e também hábitos de consumo. A condição de
produto ligado ao território e à sociedade nos quais surgiu é
representada no conceito de terroir, que aprofundaremos adiante
(KRUCKEN, 2009 p.17).
Um bom exemplo nacional é o Café do Cerrado. Em 2005 foi registrado pelo
INPI 075/2000 – Instituto Nacional da Propriedade Industrial (que estabelece as
60
condições de para registro das indicações geográficas), aos principais municípios
produtores de café da região de Araguari, Indianópolis, Monte Carmelo, Patrocínio,
São Gotardo, Coromandel, Araxá e Patos de Minas. Aliás, oficialmente, foi à
primeira região demarcada de café do Brasil e a primeira identificação de café do
mundo, conforme informação do Conselho das Associações de Cafeicultores do
Cerrado, conforme Krucken (2009). O certificado de procedência atesta apenas o
local geográfico da produção. Em 2011, 150 mil de dois milhões de sacas
comercializadas no sistema, contam com esta certificação28.
Os aspectos da globalização, possibilitando que produtos de diversas áreas
do planeta transitarem e se estabeleçam em áreas longínquas de suas origens,
desconfiguram os valores culturais originais. A produção em rede, favorecendo as
potencialidades da comunidade, poderá fortalecer a economia local e manter as
características na região no produto. ―O desenvolvimento de alianças e redes, bem
como a interação de ações do território, são essenciais para fortalecer a
competitividade local e a valorização de produtos e serviços, equilibrando tradição e
inovação‖ (KRUCKEN, 2009, p.37). A questão do território também é citada por
Salgado.
A identidade da população com o seu território é peça fundamental na
definição e estruturação do desenvolvimento territorial destinado a este. Em
tal grau, a indefinição nesta pode provocar a indefinição na própria ideia de
território, levando a uma proposta equivocada de desenvolvimento.
Consequentemente, as inovações técnico-científicas provenientes deste,
realizadas em descompasso com o adensamento teórico-cultural
local, não teria eficácia na mudança junto aos repertórios de
habilidades e, tão pouco, junto às organizações e instituições sociais
presentes no território. Portanto, a proposta de desenvolvimento
territorial se volta a um ideal teoricamente embasado, mas sem uma
aplicação prática das melhorias idealizadas (SALGADO, 2010, p.86).
Desterritorialização e desterritorialidade são conceitos que contribuem no
sentido de abordar o conteúdo dinâmico e histórico (político, econômico e cultural)
das atividades artesanais. Assim, os esforços na identificação dos fatores de sua
produção integram a concepção do território, na historicidade dos condicionantes
sociais. Um território tem seu suporte no passado, tem um presente, mas também
está sempre por acontecer.
28
Portal do agronegócio.com.br. Disponível em:
<http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=4312>. Acesso em: 20 mai. 2011.
61
CAPÍTULO 3
PROCEDIMENTOS E MÉTODOS
―Sertão, - se diz -, o senhor querendo procurar, nunca não
encontra. De repente, por si, quando a gente não espera,
o sertão vem.”
Guimarães Rosa
Parte-se do pressuposto que a grande biodiversidade vegetal do bioma
Cerrado possa fornecer resíduos vegetais viáveis ao uso no artesanato, sem
comprometer a integridade ecológica desse ecossistema e agregar os valores
culturais e ambientais da região ao produto.
As perguntas estabelecidas e
respondidas durante
o processo
de
investigação foram:
a) Quais são os resíduos vegetais compatíveis com a produção artesanal no
Cerrado Mineiro?
b) Em que modo o design pode contribuir para a valorização destes recursos,
de forma sustentável?
Visando responder a estas questões foi elaborado um planejamento para o
desenvolvimento da pesquisa, visando responder a essas questões acima, seguindo
alguns critérios de classificação:
62
a) Quanto à natureza, a pesquisa se estabelece como aplicada, que ―objetiva
gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de
problemas específicos.‖ (SILVA e MENEZES, 2005, p.20).
b) Do ponto de vista da abordagem do problema, esta pesquisa é qualitativa,
fundamentada no design sistêmico, havendo interpretação de fenômenos e
atribuição de significados, elementos básicos desse tipo de abordagem.
c) O método de investigação adotado foi o estudo de caso, fundamentado em
considerações metodológicas apresentadas por Ludcke e André (1986) e
Yin (1988).
Conforme destaca Yin (2005, p.140): ―explicar um fenômeno significa estipular
um conjunto de elos causais em relação a ele‖. Sob esta perspectiva, o autor
destaca a natureza interativa da construção de explanações no estudo de caso: a
explanação final é resultado de uma série de interações e representa o refinamento
de um conjunto de idéias. O estudo de caso pode ser compreendido como:
Uma pesquisa científica que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real,
especialmente quando os limites entre o fenômeno e o
contexto não estão claramente definidos; enfrenta uma
situação tecnicamente única em que haverá muito mais
variáveis de interesse do que pontos de dados e, como
resultado, baseia-se em várias fontes de evidência (...) e
beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições
teóricas para conduzir a coleta e análise dos dados
(YIN, 2005, p.32-33).
Para se estruturar um estudo de caso, segundo Ludke e André (1986), são
necessárias algumas características:
a) visão descoberta, na medida em que podem surgir, em qualquer altura,
novos elementos e aspectos importantes para a investigação, além dos
pressupostos do enquadramento teórico inicial;
b) enfatizam a interpretação em contexto, pois todo o estudo desta natureza
tem que ter em conta as características da organização, o meio social em
que estão inseridos, os recursos materiais e humanos, entre outros
aspectos;
c) retratam a realidade de forma completa e profunda;
d) usam de uma variedade de fontes de informação;
63
e) permitem generalizações naturalistas;
f) procuram representar as diferentes perspectivas presentes numa situação
social;
g) utilizam uma linguagem e uma forma mais acessível do que os outros
métodos de investigação.
O estudo de caso foi conduzido a partir de observação participante.
Conforme Yin (2005, p. 121), ―a observação participante é uma modalidade especial
de observação na qual o pesquisador não é apenas um observador passivo. Em vez
disso, o pesquisador assume uma variedade de funções dentro de um estudo de
caso e pode, de fato, participar dos eventos que estão sendo estudados‖. O
observador participante, como destaca Becker (1994:47), ―...coleta dados através de
sua participação na vida cotidiana do grupo ou organização que estuda. Ele observa
as pessoas que está estudando para ver as situações com que se deparam
normalmente e como se comportam diante delas. Entabula conversação com alguns
ou com todos os participantes desta situação e descobre as interpretações que eles
têm sobre os acontecimentos que observou‖.
Segundo Lüdke & André (1986, p.26) a ―observação ocupa um lugar
privilegiado nas novas abordagens de pesquisa e possibilita um contato pessoal e
estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado‖. As mesmas autoras
salientam que as técnicas de observação são extremamente úteis para descobrir
aspectos novos de um problema. Nas observações das atividades artesanais adotase a observação participante, que segundo (MONTENEGRO, 2008) apud (LÜDKE &
ANDRÉ, 1986. p.183), é uma ―estratégia de campo que combina simultaneamente a
análise documental, a entrevista de respondentes e informantes, a participação e a
observação direta e a introspecção‖.
No sentido de delimitar a análise, além do recorte no território mineiro, será
realizado um estudo específico para o Vale do Urucuia, próximo ao Parque Nacional
Grande Sertão Veredas - Município de Chapada Gaúcha.
Para execução da proposta de catálogo, serão utilizadas técnicas e baseadas
em Krucken (2009). A pesquisa buscará abstrair de produtos e serviços aspectos
qualitativos, elementos históricos, ambientais, culturais e sociais incorporados desde
o processo de produção às possibilidades de consumo. Krucken, op.cit., descreve
64
que para os consumidores identificarem a origem do produto é necessário que estas
qualidades estejam evidenciadas por meio dos marcadores de identidade. ―Esta
tarefa de ―tradução‖ ou ―mediação‖ consiste no desenvolvimento de uma interface de
entendimento comum para produtores e consumidores.‖ Em síntese, as linhas de
apoio do design para valorização dos produtos locais são consideradas a promoção
da qualidade dos produtos, a comunicação entre consumidores e produtores e o
desenvolvimento de arranjos produtivos e cadeias de valor sustentáveis.
Devido à natureza do objeto de estudo e ao modo de investigação da
pesquisa, adotou-se uma perspectiva multidisciplinar na condução da pesquisa,
priorizando-se a perspectiva do design e envolvendo conhecimento de áreas
relacionadas a Ciências Sociais e Biológicas.
A estrutura da pesquisa foi estabelecida, sinteticamente, em três etapas: a
primeira busca atender aos conteúdos da revisão bibliográfica; a segunda executa o
estudo de caso e práticas junto às comunidades e a terceira realiza a dissertação e
a proposta de catálogo de espécies vegetais para a produção artesanal.
Na primeira etapa, a pesquisa buscou as análises e resultados de
investigações de outros profissionais, além da bibliografia impressa e digital. O
projeto executou o levantamento das perspectivas de utilização dos resíduos e
insumos, das espécies vegetais da região escolhida; além da seleção e a
observação das técnicas artesanais desenvolvidas.
Em seguida, foi documentado o ambiente, considerando a percepção e
sensibilização ambiental, para estimular aos produtores a conhecerem melhor o
território no qual estão inseridos. Registraram-se outras espécies florísticas que
possam ser utilizadas no projeto e na proposta de catálogo. Os períodos
programados para as investigações de campo sofreram adiamentos, devido às
intempéries (condições climáticas) que impossibilitaram acesso às regiões
impactadas.
O esquema apresenta as etapas da pesquisa, conforme figura 12. Várias
atividades ocorrem simultaneamente, facilitando o desenvolvimento do cronograma
nas etapas da pesquisa. Foi compreendido que existem tópicos que se interligavam,
porém o objetivo da pesquisa deveria ser mantido.
65
Fig.12: Sistemas do desenvolvimento da pesquisa - Relatório Parcial da Pesquisa.
Fonte MOURÃO, 2010.
Realizou-se
um
levantamento
do
contexto
social
e
ambiental,
em
Janeiro/2010, em parceria com o ―Projeto de Implantação de Unidades de
Beneficiamento e Comércio de Produtos Oriundos da Base Produtiva Local‖ –
CETEC/MG. Em Janeiro/2011, foram cadastrados os produtores/artesãos, suas
famílias e suas residências. Em abril/2011, simultaneamente às atividades
relacionadas, documentaram-se e analisaram-se as técnicas artesanais em cada
comunidade cadastrada. Ainda, sob análise das técnicas e materiais, em
Julho/2011, documentou-se a abordagem do design, nos diferentes níveis da
produção artesanal. Outros deslocamentos ocorram, em parceria com outras
66
equipes de atuação na região (CETEC/MG e FM&F Tecnologia), para resgatar e
comprovar alguns dados já registrados na pesquisa – Julho/2010 e Maio/201129.
A cidade de Chapada Gaúcha está distante de Belo Horizonte por 730 km30.
Para utilizar o trajeto via cidade de Montes Claros utiliza-se a travessia de balsa na
cidade de São Francisco, e depois, mais 115 km de estrada sem pavimentação até
Chapada Gaúcha. Outro percurso pode ser executado via cidade de Arinos, com
estradas que recebem asfaltamento. Este percurso aumenta aproximadamente,
mais 110 km. No entanto, restavam 40 km para serem asfaltados (em jul. 2011).
3.1. OBJETO DE ESTUDO
O objeto de estudo consiste em verificar como as comunidades trabalham
com resíduos vegetais do Cerrado na produção artesanal e como promover praticas
sustentáveis sob a perspectiva do design, em Chapada Gaúcha.
3.2. ÁREA DE ESTUDO
Em Minas Gerais o cerrado abrange 308.000 Km², ocupando área de 53% do
território do estado e a 17% do cerrado do brasileiro. Está presente principalmente
nas regiões do Alto Jequitinhonha, Norte, Noroeste, Alto Paranaíba, Triângulo e Alto
São Francisco (RIBEIRO, 2000).
Especialmente no Vale do Urucuia, preocupa-se com os resultados da perda
dos cerrados. A região do semiárido mineiro é formada por contradições no que
29
Etapas previstas para atender inclusive aos relatórios de acompanhamento para o Instituto
Sociedade, População e Natureza – ISPN, com financiamento da União Europeia. O ISPN é uma
organização não governamental, com objetivo de preservar e promover a biodiversidade dos
biomas: Cerrado e Caatinga, financiamento inclusive, projetos de pesquisas na região.
30
Distancia calculada no percurso executado pela pesquisa. Porém, por desvios e condições da
pavimentação, percorreu-se 850 km em média, em cada trajetória.
67
concerne às diferentes realidades, que são construídas regionalmente. Existe
distanciamento entre os aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais desta
região com as outras regiões mineiras. O Instituto Estadual de Florestas - IEF
constata que esta região possui características naturais únicas, que apresentam um
grande potencial turístico e que justificaram sua conservação dentro de três
Unidades de Conservação.
As estações de seca e chuvosa são bem definidas e a vegetação compõe-se
de gramíneas, arbustos e árvores. Abriga importantes espécies da fauna: tamanduá,
tatu, anta, jiboia, cascavel e o cachorro-do-mato, entre outras. Algumas delas estão
ameaçadas de extinção, como é o caso do lobo-guará, do veado-campeiro e do
pato-mergulhão. A vegetação do Cerrado Mineiro foi e continua sendo degradada
em função de vários fatores, em algumas áreas do Norte de Minas, Triângulo
Mineiro e Sul de Minas, segundo Calado e Soares (2003, p. 4).
No Noroeste de Minas, incluindo a bacia do rio Urucuia, o clima é quente. A
temperatura média é superior a 18ºC, durante todo o ano. O inverno é ameno e o
verão é sempre quente e muito longo (Setembro a Março). Na bacia hidrográfica do
Rio Urucuia, estão os municípios de: Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de
Minas, Buritis, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Icaraí de Minas, Natalândia,
Pintópolis, Ponto Chique, Riachinho, Santa Fé de Minas, São Francisco, São
Romão, Ubaí, Uruana de Minas e Urucuia.
No período colonial deu início a utilização das terras dos cerrados, servindo
como áreas de pastagens. Segundo Silva e Pereira (2010), após a Segunda Guerra
Mundial, com a instalação de indústrias siderúrgicas em Minas Gerais, os cerrados
entraram numa nova etapa de uso. A siderurgia necessitava da transformação do
cerrado em carvão vegetal, iniciando a devastação sem controle. Em seguida, com a
mobilidade demográfica aumentou o processo de perda dos cerrados. O
desenvolvimento econômico atraiu pessoas de todas as regiões do país em busca
de um local próspero para se viver, e ainda hoje permanece a luta para preservação
do bioma em Minas.
Conforme Rodrigues (2004), a coleta de produtos do Cerrado pela população
do Norte de Minas é uma prática antiga e que vem se perpetuando ao longo dos
anos. Contudo, este tipo de prática sem uma orientação técnica adequada tem como
68
resultado a queda na oferta destes produtos pela natureza. Árvores são derrubadas
para a coleta de frutos, outras para a produção de carvão, entre outros problemas
como contaminação por pragas.
Estas pressões exercidas pela população no bioma Cerrado contribuem para
a extinção de algumas espécies, como também para a queda na qualidade de vida
destes produtores que dependem diretamente do Cerrado para sua sobrevivência.
Diagnósticos recentes demonstram que os municípios do semiárido têm um bom
potencial para o aproveitamento integral de frutos e plantas medicinais do Cerrado,
para a alimentação humana e animal e aproveitamento da flora para busca no
tratamento de doenças.
Desde 2001, o ―Projeto Manejo Sustentável da Fava D’anta nas Gerais‖ é
desenvolvido no Vale do Urucuia e mantêm o respeito dos produtores rurais. Em
continuidade a este projeto, sob a mesma coordenação, o CETEC-MG também
desenvolve o ―Projeto de Implantação de Unidades de Beneficiamento e Comércio
de Produtos Oriundos da Base Produtiva Local‖. Estes projetos são premiados por
instituições reconhecidas. Assim, estabelecendo parceria e acompanhando os
―diagnósticos socioambientais e culturais‖ dos projetos acima citados, foram
realizadas visitas à região.
Os municípios selecionados e consultados para execução do projeto foram:
Bonfinópolis de Minas, Pintópolis e Chapada Gaúcha. A prefeitura de Chapada
Gaúcha apresentou interesse e a riqueza do bioma na região contribuiu para a
seleção como foco da pesquisa.
3.1.1. O Município de Chapada Gaúcha
A antiga Vila dos Gaúchos, hoje município de Chapada Gaúcha, teve seu
início de povoamento no ano de 1976. Os gaúchos vieram pelo PADSA – Projeto de
Assentamento Dirigido a Serra das Araras, que agregou os municípios de Formoso,
Arinos, Januária, São Francisco ao povoado da Vila dos Gaúchos, conforme IBGE
(2010).
69
ESTADO DE MINAS
GERAIS
Mapa 1: Estados e vegetação do Brasil. GEOMAPAS
Disponível em: <http://www.geomapas.net.br/mapa-brasildidatico.html>. Acesso em: 25 jul. 2010
MUNICIPIO DE
CHAPADA GAÚCHA
Mapa 2: Municípios em Minas Gerais. Geopolítico. Disponível em:
<http://www.turismo.mg.gov.br/images/stories/mapas/mapa_politico_g.jpg>.
Acesso em: 25 jul. 2011.
70
MUNICÍPIO DE
CHAPADA
GAÚCHA
Mapa 3: Localização do Município de Chapada Gaúcha. Disponível em:
<http://www.ana.go2v.br/cobrancauso/_pdfs/Mapa_da_Bacia_Rio_Sao_F
rancisco_SubBacias.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2010.
Mapa 4 – Localização do Vale do Urucuia – Região da Pesquisa.
Fonte: Elaboração Própria. Consulta:< http://www.turismo.mg.gov.br/minasgerais/mapas>. Acesso em: 27 jul. 2011.
71
No dia 28 de Janeiro de 1995, foi instalado o Distrito de Chapada Gaúcha, na
antiga Vila dos Gaúchos; neste mesmo ano, começou o processo de emancipação
do novo distrito.
Chapada Gaúcha encontra-se no semiárido do Norte de Minas Gerais, em
uma região carente de projetos socioambientais.
Possui uma população de 10.792 habitantes, em uma área territorial de 3.215
Km2, com a densidade de 3,36 hab./km², conforme figura 13. As atividades
econômicas desenvolvidas na região, de acordo com levantamento do IBGE, estão
concentradas em três áreas: serviços, agropecuária e indústria.
DADOS DO IBGE – 2010
POPULAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CHAPADA GAÚCHA
População de
Homens
5.624
População de
Mulheres
5.168
População
Urbana
5.751
População
Rural
5.041
População Total
10.792
Fig. 13: Quadro de dados populacionais de Chapada Gaúcha. Fonte: IBGE/2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1766&id_pa
gina=1>. Acesso em: 10 dez. 2010.
Os indicadores são de IDH (Índice Desenvolvimento Humano) de 0,683
(PNUD, 2007), com PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 50.769,693 mil, e PIB per
capita R$ 5.446,08, conforme IBGE.
O município de Chapada Gaúcha possui excelente localização geopolítica e
mercadológica. É uma cidade nova, planejada e plana. Conforme Madeira e Cézar
(2008), dentre a produção agrícola podemos citar a extração de amêndoas do pequi,
a exploração do urucum, o manejo da fava d’anta para laboratórios de
medicamentos e a produção de carvão vegetal.
No entorno do município estão localizadas duas Unidades de Conservação
Estaduais – Parque Estadual Serra das Araras e Reserva Estadual de
Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari. Situado na divisa dos estados de
Minas Gerais e Bahia, o Parque Grande Sertão Veredas - Unidade de Conservação
Nacional é uma das atrações turísticas na região.
72
O Parque Estadual da Serra das Araras se destaca pelos paredões na
paisagem. Seus diversos ecossistemas, considerados como de preservação
permanente, e seus sítios geomorfológicos que funcionam como habitat e criadouro
natural de espécies de arara-vermelha e arara Canindé, que dão nome a serra,
conforme descrição do IEF.
Para conservação da riqueza ambiental na região, o IEF acompanha e orienta
a extração dos insumos extrativistas. Como exemplo, os buritizais para a produção
artesanal no Distrito de Serra das Araras. Porém, conforme relata Sr. Cícero (IEF),
―as queimadas ainda causam grandes danos à natureza e a comunidade local‖. O
buritizal da Reserva Ambiental, figura 14, sofreu grande perda em Junho de 2010.
Após muita luta contra as chamas, a natureza descansa para recompor-se
novamente com cicatrizes.
Fig.14: Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari/CG.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
O Parque Nacional Grande Sertão Veredas tem em seu nome uma
homenagem explícita ao escritor João Guimarães Rosa. Sua passagem na região,
no início da década de 50, resultou em uma das mais importantes obras literárias
brasileiras, o romance Grande Sertão: Veredas, repleto de passagens que
descrevem os locais, a relação do homem com a natureza e as características
culturais, ainda hoje encontradas (IBAMA, 2003).
73
(…) Urucuia acima, o Urucuia… Tanta serra, o Urucuia esconde a
lua. A serra ali corre torta. O Carinhanha é preto, o Paracatu moreno;
meu, belo é o Urucuia — paz das águas… É vida! (…) Dali para cá, o
senhor vem, começos do Carinhanha e do Piratinga filho do
Urucuia… Saem dos mesmos brejos — buritizais enormes.‖ (ROSA,
1986. p.46, 47 e 416)
Em junho, no Distrito de Serra das Araras é realizada a Festa de Santo
Antônio de Serra das Araras. Em julho, é também famoso o evento Encontro dos
Povos do Grande Sertão Veredas. Estes eventos atraem numerosos turistas, em
procura de cultura, artesanato, conhecimento, integração e religiosidade. Também é
muito respeitada a festa de ―Reis‖, em janeiro, que reuni várias comunidades do
município (IBGE, 2007).
3.3.
COLETA DE DADOS
As etapas da pesquisa constituíram o estudo de caso, empregando as
metodologias qualitativas, observação participante e entrevistas semiestruturada. A
primeira etapa foi instituída por levantamento de dados auxiliares e reconhecendo a
área a ser pesquisada. A segunda etapa, registro de dados dos indivíduos vegetais
e das atividades artesanais executadas nas comunidades objeto da pesquisa. Na
terceira etapa, inserção de dados para observação registro e analise das atividades
artesanais com a inclusão do design e da identidade territorial.
Deve-se considerar que até a coleta de dados, pesquisa bibliográfica, seleção
do município para amostra e das comunidades, além de parceiros externos e
financiamento para realização da pesquisa in loco, foram atividades executadas
previamente.
A etapa do levantamento do contexto social e ambiental do município foi
realizada em janeiro/2010. A pesquisa cadastrou os produtores/artesãos, suas
famílias e suas residências, como também o desenvolvimento das atividades
artesanais e inserção do design e percepção da culturalidade nos produtos.
Para acompanhamento de dados a pesquisa efetuou três deslocamentos de
Belo Horizonte à Chapada Gaúcha: O primeiro deslocamento no período 17 a 23 de
janeiro/2011 e segundo de 18 a 25 abril/2011 e o terceiro em 07 a 12 Julho /2011.
74
Outros deslocamentos ocorram, em parceria com outras equipes de instituições que
atuam na região, para resgatar e comprovar alguns dados já registrados na pesquisa
– de 08 a 15 julho/2010 e 24 maio a 01 junho/2011.
Em seguida, as etapas relacionadas compreenderam a execução.
ETAPA 1 – CADASTROS E PARCERIA:
A primeira coleta de dados refere-se ao cadastro das associações e grupos
de atividades artesanais, produtores rurais que executam atividades artesanais e
parceiros na região. Este cadastro teve como objetivo verificar o número real de
pessoas participantes da pesquisa (36 pessoas pré-selecionadas) de instituições
locais parceiras (8 instituições). Esta etapa incluiu:
a) desenvolver diagnóstico socioambiental com os produtores e suas famílias;
b) caracterizar física, ambiental e econômica da propriedade.
ETAPA 2 – REGISTRO DE ESPÉCIES VEGETAIS E ATIVIDADES ARTESANAIS
Nesta etapa, foi realizada uma demonstração de levantamento florístico 31,
para exemplificar os procedimentos de levantamento de espécies vegetais em uma
determinada área. Foram coletados dados das espécies ao entorno das
comunidades selecionadas para a pesquisa, pela equipe de biólogos/Geólogos. Em
31
A demonstração de um levantamento florístico foi realizada através do Método de Ponto Quadrante
(―Point Centered Quarter‖ – Cottam e Curtis 1956, Müller-Dombois e Elemberg 1974 apud Silva,
2008). Este método consiste na abertura de um transecto e o estabelecimento de pontos de
amostragem regularmente distribuídos. Em cada ponto são amostrados quatro indivíduos vegetais,
um em cada quadrante e mais próximo do ponto de amostragem. Esta metodologia é utilizada para
identificar árvores potenciais, em uma determinada região, para utilização neste em projeto Esta
atividade foi uma contribuição voluntária de biólogos, para compreender como as espécies vegetais,
neste caso, teve como exemplo o buriti, são catalogadas em números quantitativos, em uma
determinada área. Esta atividade foi realizada pela Equipe de Biólogos/Geólogos, nas proximidades
do Parque Estadual de Serra das Araras - Distrito de Serra das Araras – Chapada Gaucha. MG.
Esta pesquisa não realizou efetivamente um levantamento florístico, pois todos os dados da região,
foram fornecidos pelo IEF/MG – Parque Serra das Araras e pelo ICMbio/IBAMA – Parque Grande
Sertão Veredas.
75
visita às comunidades, foram registradas as atividades artesanais realizadas pelos
artesãos, somente com utilização de resíduos e insumos vegetais, como biojoias,
adornos, objetos utilitários e mobiliários. Esta etapa inclui:
a) realizar levantamento demonstrativo de espécies vegetais;
b) registro das atividades artesanais com insumos e resíduos vegetais nas
comunidades da pesquisa, com perspectiva de conhecer o potencial de
produção artesanal local.
ETAPA 3 - OFICINAS
Aplicam-se nesta etapa as atividades de desenvolvimento de oficinas para
observação registro e analise das atividades artesanais com a inclusão do design e
da identidade territorial; documentação dos eventos e elaboração de relatório. As
oficinas têm como objetivos integrar o grupo sensibilizá-lo, mobilizá-lo e nivelar as
informações entre os integrantes e a equipe do projeto. São executadas as
atividades de percepção e sensibilização ambiental, que ajudam aos produtores a
conhecerem melhor o meio ambiente no qual estão inseridos.
A percepção ambiental é a interação do indivíduo com o meio, apresentam
aspectos da cultura, condições socioeconômicas entre outras. É um método que
propicia estímulos ao profissional (artesão), para perceber o meio em que está
inserido, princípios de identidade e território. São utilizados métodos de PesquisaAção e Diagnóstico Participativo, por serem consideradas técnicas reflexivas na qual
o público constrói a sua realidade com praticamente nenhuma interferência do
coordenador da atividade. Durante o desenvolvimento das atividades foram
realizados registros fotográficos e relatório. Esta etapa incluiu:
a) Desenvolvimento de oficinas para os artesãos:
a.1) Levantamento prévio do nível de conhecimento das técnicas,
condições econômicas, culturais e socioambientais do publico alvo,
através de visitas técnicas às residências, locais de trabalho,
comercialização dos produtos e de eventos na comunidade;
76
a.2) Montagem do quadro de atividades (definição do cronograma,
materiais, recursos, parcerias e avaliação) que visam atender às
áreas incipientes detectadas no item anterior, consultando as
lideranças locais;
a.3) Mobilização comunitária local, esclarecendo as etapas anteriores e
realizando as adaptações sugeridas pelo grupo;
a.4) Aplicação e registro das atividades programadas para as oficinas;
b)
Registros e documentação dos eventos;
c)
Análise da metodologia e registro dos resultados.
O desenvolvimento da Pesquisa de Campo contou com a colaboração de
profissionais voluntários. Os mesmos, orientados e coordenados pela autora e
pesquisadora, formaram a ―Equipe da Pesquisa‖. São eles: Haendel Mourão Lataro
Hoehne (desenvolvedor web e ambientalista) e Lidja Mourão Lataro Hoehne
(bióloga, pós-graduada em Educação Ambiental). Estes atuaram, na companhia da
pesquisadora, nos registros fotográficos, registros das espécies vegetais através de
GPS, cadastramento de artesãos e outras atividades de apoio técnico. Estas
atividades foram executadas, nas etapas da pesquisa, no município de Chapada
Gaúcha.
Outros voluntários atuaram como apoio da pesquisa, sob a coordenação da
autora e pesquisadora. São eles: Maria de Jesus Ribeiro Gomes (nutricionista,
funcionária da Prefeitura de Chapada Gaúcha) e Orlando Nunes (extensionista rural,
funcionário da EMATER) – apoio a logística da pesquisa e contatos com instituições
e comunidades locais; Igor Zaidan (estudante de Cinema e de Artes Visuais) – na
produção fotográfica, entrevistas e filmagens do Evento ―X Encontro dos Povos‖; e
Michelle Helène Machado de Souza (estagiária de design e bióloga) – cadastro de
dados das espécies vegetais, no Mercado Central de Belo Horizonte.
77
CAPÍTULO 4
ESTUDO DE CASO
―E era lá que o senhor podia estudar o juízo dos bandos de
papagaios. O quanto em toda vereda em que se baixava, a
gente saudava o buritizal e se bebia água estável.”
Guimarães Rosa
Neste capítulo, os tópicos do desenvolvimento da pesquisa dividem-se em
duas partes: a primeira parte trata das características relacionadas ao território e ao
contexto local; a segunda parte aborda os aspectos relacionados à produção
artesanal e design.
4.1.
PRIMEIRA PARTE: ANÁLISE DO CONTEXTO
4.1.1. Cerrado Brasileiro
Do interior do Brasil aos limites dos demais biomas, a área do Cerrado
compreende 2.036.448 km² (IBGE, 2004), abrangendo os estados de Minas Gerais,
Bahia, Goiás, Tocantins, Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São
Paulo, Paraná e Rondônia e o Distrito Federal. Esta extensão representa 22% do
território brasileiro. Percorre a distância do norte ao sudeste, entre os biomas da
Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal. 32
32
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biomas. 2010. Disponível em:
<www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&idMenu=2351>. Acesso em:
30 out. 2010.
78
O Cerrado é responsável por 5% da biodiversidade do planeta e é uma das
savanas mais ricas do mundo, mas é também um dos biomas mais ameaçados.
Possui apenas 7,5% de sua área protegida por unidades de conservação. O total
acumulado de desmatamento no Cerrado em 2002 era aproximadamente de 80
milhões de hectares. Conforme Barbosa (2008), 54 milhões de hectares são
ocupados por pastagens cultivadas e 21,56 milhões de hectares por culturas
agrícolas.
Apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso.
Possui solo de savana tropical - deficiente em nutrientes, mas rico em ferro e
alumínio. O que favorece a coloração vermelha amarelada, arenoso, permeável e
com baixa fertilidade natural. A superfície tem pouca capacidade de absorver água,
mas abrigam grandes bacias hidrográficas, as três das maiores bacias hidrográficas
da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata), conforme OIKOS Pesquisas Aplicadas (2010).
O uso sustentável da biodiversidade do Cerrado é realidade para
comunidades tradicionais, servindo como geração de renda, segurança alimentar e
qualidade de vida à população regional. Sua aplicação está na utilização de plantas
medicinais, frutas nativas, criação de abelhas, manejo de animais silvestres,
ecoturismo, condimentos, artesanato e etc. Fonte de remédios, nutrientes e renda
familiar, representa para algumas comunidades das Veredas a herança cultural. As
veredas são áreas de vegetação com palmeiras, como a Mauritia flexuosa (buriti),
que emergem em áreas alagadas, conforme Embrapa (2009).
Resguarda uma vegetação normalmente baixa, com plantas esparsas de
aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneos, e o cerradão, um tipo mais
denso de vegetação, de formação florestal. O bioma guarda outras surpresas, a
beleza dos chapadões, relevo característico da região central do Brasil. Esta
amplitude é visualizada na limitação da ecorregião, apresentado no mapa 5,
conforme Ferreira et. al.(2007).
79
Mapa 5: Limites da ecorregião Cerrado/Mapa desmatamentos no bioma
Cerrado. Disponível em:
<http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.15.2
1.21/doc/3877-3883.pdf >. Acesso em: 20 mai. 2010.
Alguns
autores
divergem
na
classificação
dos tipos fitofisionômicos
(característica da vegetação) do Cerrado. Uma das mais representativas no meio
acadêmico é apresentada por Ribeiro e Walter (1998), que relatam onze tipos
fitofisionômicos gerais no bioma. Estes, enquadrados em formações florestais (Mata
Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas (Cerrado sentido restrito,
Parque Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre
e Campo Limpo). Muitas destas áreas apresentam inclusive outros subtipos.
As formações savânicas se caracterizam por árvores e arbustos espalhados
por um extrato graminoso, sem formação de dossel contínuo. O termo campestre
refere-se às formações com predomínio de espécies herbáceas e algumas
arbustivas, sem formação de árvores. ―As formações florestais compreenderiam
áreas com predominância de espécies arbóreas, com formação de dossel, contínuo
e descontínuo. Os fatores responsáveis pela ocorrência dessas formações são
distintos‖ (RIBEIRO e WALTER, 1998.b apud RIBEIRO, 2005, p.23).
80
Ribeiro (2005) relata dos fatores temporais e espaciais são responsáveis pela
ocorrência das formações florestais no Cerrado. Referindo-se ao primeiro fator,
alterações climáticas e geomorfológica33, ao longo do tempo geológico, levaram às
expansões e retrações das florestas úmidas e secas. As florestas úmidas se
expandiram nas interglaciações (temperaturas mais altas e úmidas) e retraíram-se
nas glaciações (frio e seco) do Quaternário34, ocorrendo o inverso com as florestas
secas. Sítios úmidos, como os cursos de rios, permitiram a permanência de alguns
remanescentes de florestas úmidas entre as florestas secas. Quanto ao segundo
fator, em escala espacial as formações florestais são influenciadas por variações
locais hidrográficas, topográficas, de profundidade do lençol freático e fertilidade e
profundidade dos solos.
O Cerrado é, portanto, um mosaico vegetacional com características distintas,
que se conecta com quase todos os outros biomas do Brasil, constituindo área de
transição entre eles e representando um ponto de equilíbrio entre as paisagens
brasileiras. Fatores abióticos (químicos e físicos) como o clima, frequência de
queimadas, profundidade do lençol freático e outros, proporcionam uma vegetação
diferenciada dos outros biomas, que possibilita essa heterogeneidade fisionômica e
riqueza de espécies. De acordo com Ribeiro(2005), estima-se que o Cerrado seja
composto por 935 aves, 298 mamíferos e 268 répteis. Calcula-se que sua flora
possa alcançar de 4 a 10 mil espécies de plantas vasculares. Como possui
importantes recursos hídricos, sua relevância aumenta.
Embora tenha sido excluído da Constituição Federal de 1988 como patrimônio
nacional, no capítulo sobre o meio ambiente (Art. 24, Título VIII, Capítulo VI, § 4º),
pela sua relevância ecológica, esse ecossistema é considerado como ―hotspot‖ para
a conservação da biodiversidade mundial (CARVALHO, 2007; KLINK e MACHADO,
2005; BRANDON et al, 2005 apud SARAIVA & SAWYER, 2007). Hotspot é um
termo usado para designar toda área prioritária para conservação, isto é, de alta
biodiversidade e ameaçada no mais alto grau.
33
34
Formas da superfície terrestre.
Período do planeta de grande extensão de ―eras de gelo‖ durante o último máximo glacial cerca de
20.000 a 12.000 anos atrás - Pleistoceno e Holoceno. Dando início a atual época em que vivemos
atualmente, e extinguindo os animais que se adaptaram a viver com essas eras do gelo.
81
Essa heterogeneidade fisionômica e alta biodiversidade são evidenciadas na
rica quantidade de uso e manejo do Cerrado pelas populações humanas que o
habitaram historicamente. De acordo com Ribeiro (2005), os recursos utilizados
incluem caça, pesca, madeira, óleos, fibras, plantas medicinais, frutos nativos,
formando um complexo cultural cujas origens remontam há mais de doze mil anos e
chegam até a atualidade.
Inúmeras populações vivem no Cerrado hoje e sobrevivem dos seus recursos
naturais, utilizando-os de forma sustentável. Os insumos do Cerrado são utilizados
como geração de renda, segurança alimentar e qualidade de vida para as
comunidades. ―Essas comunidades fazem parte do patrimônio histórico e cultural
brasileiro e detêm um amplo conhecimento tradicional da biodiversidade‖
(CARVALHO, 2005 apud SARAIVA & SAWYER, 2007, p.2).
A devastação do Cerrado também ameaça a oferta de recursos hídricos do
país. Considerado ―a caixa dá água do Brasil‖, o bioma concentra as nascentes das
bacias hidrográficas do São Francisco Araguaia - Tocantins e do Paraná - Paraguai
(RIBEIRO, 2005).
O desmatamento recente no Cerrado está concentrado no oeste da Bahia, na
divisa com Goiás e com Tocantins, e no norte de Mato Grosso e de Minas Gerais. As
áreas coincidem com as regiões produtoras de grãos e de carvão. Os principais
fatores do desmatamento, em todo o bioma, estão na expansão das lavouras de
cana de açúcar e de soja, além da produção de carvão e das queimadas (naturais
ou provocadas). Carvalho (2005), completa que a pecuária também tem contribuído
para a destruição do Cerrado, principalmente por causa do modelo de produção
extensivo, que chega a destinar mais de um hectare para cada boi.
Mapas-base utilizados para a análise temporal dos possíveis desmatamentos,
configurados nos mapas 6, 7 e 8, representam em cores a perda do Cerrado. A cor
verde indica os remanescentes de Cerrado; a cor vermelha indica áreas de
agricultura, pastagem e outras formas de uso (FERREIRA et al., 2007, p.3880).
82
Mapa 06: Base MODIS mapa de remanescentes
e uso da terra para o Cerrado. A cor
verde indica os remanescentes de
Cerrado; a cor vermelha indica áreas
de agricultura, pastagem e outras
formas de uso. (s/escala).
Fonte: FERREIRA et al., 2007, p.3880.
Mapa 07: Base PROBIO. A cor verde indica
os remanescentes de Cerrado; a
cor vermelha indica áreas de
agricultura, pastagem e outras
formas de uso. (s/ escala).
Fonte: FERREIRA et al., 2007,
p.3880.
Mapa 08: Base SPOT utilizado para análise
temporal
dos
possíveis
desmatamentos. A cor verde
indica os remanescentes de
Cerrado; a cor vermelha indica
áreas de agricultura, pastagem e
outras formas de uso.
(s/ escala).
Fonte: FERREIRA et al., 2007,
p.3880.
Os desmatamentos ocorridos no bioma Cerrado, no período de 2001 a 2005,
empregando imagens do sensor MODIS – Produto MOD13Q1 (250 metros) e
técnicas de detecção automática de mudanças na paisagem (metodologia do
SIAD1). Este estudo compara três mapas-base que retratam o atual estágio de
conservação do bioma Cerrado35.
35
FERREIRA et al. (2007).Desmatamentos no bioma Cerrado: uma análise temporal (2001-2005)
com base nos dados MODIS - MOD13Q1. Disponível em: <http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.
inpe.br/sbsr@80/2006/11.15.21.21/doc/3877-3883.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2011.
83
4.1.2. O Vale do Urucuia
A Bacia hidrográfica do rio Urucuia nasce na Serra Geral de Goiás, fronteira
desse Estado com Minas Gerais. Suas águas vão deslizando entre morros e
chapadões, no sentido oeste-leste até chegar ao rio São Francisco (Velho Chico).
Os córregos que formam suas nascentes estão nos municípios de Formosa e
Cabeceiras, em Goiás, e Buritis – MG. Geologicamente, a maioria dos tipos de solo
dessa bacia é parte da Formação Urucuia, que apresenta idade variável entre 80 e
50 milhões de anos (MENDES, 2011).
Mendes (2011) relata que são onze os municípios pertencentes à Bacia do
Urucuia: além de Buritis e Cabeceiras, Formoso, Arinos, Chapada Gaúcha,
Pintópolis, Uruana de Minas, Urucuia, Riachinho, Bonfinópolis de Minas e São
Romão. Localizada na margem esquerda do rio São Francisco – o rio dos currais, da
integração nacional e do encontro e desencontro entre mineradores e pecuaristas –
a bacia hidrográfica em questão também é integrante do ―Aquífero Urucuia‖. Tratase de um grande reservatório de águas subterrâneas que ainda dispõe de
pouquíssimos estudos hidrogeológicos e por isto é pouco conhecido inclusive entre
os próprios municípios que ele abrange.
Este aquífero ocupa uma extensão de 500 km. Sua área de abrangência
começa no Alto Urucuia onde estão os rios formadores desta bacia como o Piratinga
e o São Domingos. Sua história é descrita por Mendes (2011):
A história do URUCUIA – este grande vale afluente da margem
esquerda do rio São Francisco – está diretamente vinculada à
colonização do Centro-oeste do Brasil e do Norte de Minas. Com a
descoberta de ouro em Minas Gerais em 1694, cresceu
progressivamente a penetração de garimpeiros, tropeiros,
pecuaristas e aventureiros de toda espécie para o Sertão, sobretudo
após a descoberta também do ouro em Goiás e Mato Grosso nas
décadas de 1720/1730. Esse fluxo de pessoas e mercadorias
transformou o Vale do Urucuia em trevo de contatos entre as regiões
mineradoras do Centro-oeste e os Currais do São Francisco, zona de
criação de gado que ia do norte de Minas à região Nordeste. Essas
relações comerciais, políticas, culturais e até familiares se
intensificaram com a oficialização, em 1736, por D. João V, da
Estrada Real Picada da Bahia (MENDES, 2002, p.139-144).
84
O Romance de João Guimarães Rosa foi editado pela primeira vez em maio
de 1956. Mendes (2011) descreve que, nesta época, o Urucuia era ―povoado‖ por
sertanejos vaqueiros, cavaleiros e tropeiros, tocadores de grandes boiadas porque a
pecuária era a principal atividade econômica da região. Após a inauguração de
Brasília, Distrito Federal, em 1960 a pecuária foi substituída pelo agronegócio, pois
os municípios da região são parte da fronteira agrícola que se alarga a partir do
Centro-oeste destruindo o sertão (Cerrado), descrito por Guimarães Rosa.
Na figura 15, ―braços‖ dos buritis caídos e sombra sob a água fresca, no leito
arenoso do Rio ―Feio‖, na entrada do distrito de Serra das Araras.
Fig. 15: Rio ―Feio‖, distrito de Serra das Araras - Chapada Gaúcha /MG.
Fonte: MOURÃO, 2011.- Equipe da pesquisa.
4.1.3. Povos tradicionais e manejo de recursos naturais
As populações tradicionais variam de acordo com cada região do Brasil,
apresentando traços culturais que a diferenciam da população em seu entorno; são
comunidades tradicionais os "povos indígenas", as comunidades "remanescentes de
quilombos", os "caboclos ribeirinhos", as "comunidades tradicionais urbanas", as
"populações tradicionais marítimas", que se subdividem em "pescadores artesanais"
e os "caiçaras", entre outras, conforme Santana e Oliveira (2005).
85
As populações tradicionais do Cerrado além das comunidades indígenas,
incluem também os povos negros ou miscigenados que, por muito tempo, ficaram
em relativo isolamento nas áreas deste bioma. Estes aprenderam a retirar do
Cerrado recursos para alimentação, utensílios e artesanato. São os quilombolas,
geraizeiros, vazanteiros, sertanejos, ribeirinhos. O Ministério do Meio Ambiente
reconhece que estas comunidades aproveitam os recursos do bioma geralmente de
forma racional, equilibrada e sem prejudicar significativamente os ecossistemas
(MMA, 2004).
A questão das populações tradicionais merece uma introdução, a fim de
precisar a acepção que se deseja dar ao termo, pois sem um acordo comum sobre o
conceito, o sentido das palavras, será quase impossível examinar a situação e a
importância de tais populações.
O novo conceito de populações tradicionais é resultante da preocupação que
a humanidade passou a ter como o meio ambiente, nos últimos trinta anos.
Conforme Silva (2010), a análise da destruição e da conservação dos recursos
naturais, permitiu perceber a existência de populações capazes de utilizar e ao
mesmo tempo conservar tais recursos, estes grupos humanos passaram a ser
chamados de "Populações Tradicionais".
A inserção dos povos tradicionais no contexto do meio ambiente passou a
existir a partir da discussão sobre a presença de seres humanos nas ―Unidades de
Conservação‖. Os países pioneiros na criação de Unidades de Conservação
estabeleceram uma tradição de que dentro das mesmas não poderia haver a
presença dos humanos. Porém, conforme Silva (2010), a situação encontrada em
países em desenvolvimento, como o Brasil, que apenas há poucos anos criaram
suas áreas de preservação e conservação, obrigou a examinar com maior
profundidade a relação entre o homem e o meio ambiente. Foi observado que
realmente existem populações cuja ação é altamente benéfica para a conservação
do meio ambiente.
As populações tradicionais também devem tomar consciência de que o meio
onde moram deve ser fiscalizado por eles próprios, uma vez que eles vivem de tais
recursos naturais, Olmos (2009) relata:
86
Os povos tradicionais têm um histórico impressionante de
domesticação de plantas e animais que gerou o que são,
efetivamente, novas espécies. Nas Américas, povos pré-colombianos
criaram a abóbora, o milho, a batata, a mandioca, o feijão, a pupunha
sem espinho, a quinua, a alpaca, a lhama, a cobaia e o cão pelado
peruano. Todos são resultado de seleção artificial feita ao longo de
milhares de anos, e tremendamente diferentes de seus ancestrais
selvagens, as populações alijadas dos núcleos dinâmicos da
economia nacional. Ao longo de toda a história do Brasil, adotaram o
modelo da cultura rústica, refugiando-se nos espaços menos
povoados, onde a terra e os recursos naturais ainda eram
abundantes. Foi possibilitada sua sobrevivência e a reprodução
desse modelo sociocultural de ocupação do espaço e exploração dos
recursos naturais, com inúmeros variantes locais determinados pela
especificidade ambiental e histórica das comunidades que neles
persistem (OLMOS, 2009, p.1).
O grande problema são os vestígios que o ser humano deixa no meio
ambiente, como também, algumas espécies que não toleram as atividades humanas
e desaparecem. Portanto, é prudente que sejam efetivados investimentos, pesquisas
e projetos, que contribuam na capacitação de comunidades tradicionais e moradores
agroextrativistas, em regiões próximas a reservas e unidades de conservação.
4.1.4. Populações existentes e a culturalidade no Vale do Urucuia
A região do Vale do Urucuia foi cenário de conflito entre os grandes
fazendeiros, entre os séculos XIX e XX. Os fazendeiros (coronéis) comandavam
grupos de jagunços, entre agregados e vaqueiros, para a guarda de seus
patrimônios e disputas territoriais. Os jagunços tornaram-se bandos que guerreavam
no sertão em nome de seu chefe, uns aliados outros contra o governo, e se
tornaram personagens históricos característicos da região. Pela cultura, até hoje, os
personagens dos jagunços permanecem como mito popular, onde vaqueiros e
descendentes desta época guardam em seus traços e em sua memória as
características herdadas desta cultura. Assim, ainda se observa nas comunidades,
características expressas no vestuário, no jeito de falar e de se relacionar, na
alimentação, nas rodas de música e de conversa, ou seja, na vida cotidiana do
sertanejo (IBAMA/FUNATURA, 2003 apud SOUZA, 2006).
Com a ocupação do sertão noroeste mineiro, em meados do século XX,
ocorreu um novo fluxo migratório. As mudanças políticas e econômicas do país
87
ocorridas na década de 20 refletiram no modo de vida sertanejo, mudando suas
organizações sociais e acabando com o coronelismo. Assim, adveio a migração para
a região, principalmente, de outras regiões de Minas Gerais. Este território passou a
receber pessoas que buscavam fixar-se em terras pouco povoadas, o que resultou e
originou na população mineira hoje existente no local (IBAMA/FUNATURA apud
SOUZA).
Mas, novas mudanças vieram com o Projeto de Assentamento Dirigido a
Serra das Araras - PADSA:
Dentro da implementação de políticas agropecuárias para a região
de cerrados, a região do noroeste mineiro foi foco de um programa
de ocupação territorial chamado Projeto de Assentamento Dirigido a
Serra das Araras - PADSA, realizado pela Fundação Rural Mineira –
RURALMINAS, um órgão estadual da Secretaria Estadual de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Após estudos topográficos
específicos e loteamento feito pela RURALMINAS, cerca de dez
famílias oriundas do sul do país iniciaram a ocupação ainda no ano
de 1976. Este foi o início do cenário que resultou especialmente na
Vila dos Gaúchos, atualmente município de Chapada Gaúcha
(IBAMA/FUNATURA, 2003; IBGE, 2008, p.2).
Muitos foram os desentendimentos ocorridos entre mineiros e gaúchos, e
consequentes perdas materiais e culturais. Agricultores gaúchos perderam seus
investimentos na agricultura. O plantio de arroz no início do povoamento fracassou
em sua grande maioria. A falta de apoio financeiro e de assistência técnica
combinou-se com a criação extensiva de gados que circulavam e se alimentavam
nas áreas de plantio. O gado, que era criado solto, por fazendeiros e posseiros
mineiros residentes nos arredores, teve que ser recuado, Salgado (2010, p.56) apud
(ZATZ, 2004).
Dentre os principais produtos destacam-se a fava D’anta, a lenha e o carvão,
obtidos principalmente por exploração predatória do Cerrado. A população
extrativista é basicamente de zona rural e mantêm fortes tradições sertanejas, como
os geraiseiros, veredeiros e chapadeiros, além de agricultores familiares,
assentados da reforma agrária e comunidades quilombolas (FUNATURA, 2002 apud
SOUZA, 2006).
O extrativismo vegetal sustentável para o aproveitamento integral dos frutos
do Cerrado é ainda incipiente, sendo os produtos coletados geralmente por
88
comunidades tradicionais e destinados ao autoconsumo (SALGADO, 2010) apud
(FUNATURA, 2008; MOSAICO, 2009).
Na cidade de Chapada Gaúcha, o abastecimento de água ainda é precário.
Atualmente, 16 anos de existência como município, há muito para se executar em
infraestrutura. Com todos os esforços administrativos, 60% das residências não
possuem água encanada e metade do município não há rede de coleta e tratamento
do esgoto, ficando a cargo das fossas a destinação do mesmo, conforme Salgado
(2010) apud (MOSAICO, 2009).
A população do campo reside em habitações sem acabamento a base dos
recursos naturais disponíveis no cerrado, apresentando construções que utilizam
barros como o adobe e pau-a-pique, e com cobertura de palhas e folhas de buriti,
frequentes no meio rural (IBAMA/FUNATURA, 2003).
Esta mistura de gaúchos e sertanejos sucedeu em aspecto diferenciado aos
hábitos da cidade. A cultura gaúcha está em cada detalhe: nas casas de carnes,
churrasco, muita erva-mate, cuia e chimarrão em todos os lugares. Aliás, o
chimarrão é comum nas casas e nos ambientes de trabalho. Os times de futebol
favoritos são os do Rio Grande do Sul, com o mesmo favoritismo dos times mineiros.
Até há pouco tempo os gaúchos somavam 80% da população, atualmente o número
já está proporcionalmente menor, em torno de 55%. Hábitos gaúchos foram
adotados e se misturam aos mineiros.
Os gaúchos carregaram as festas e as danças do sul para os sertões. O
tradicionalismo gaúcho é muito forte, mantido pelo Centro de Tradições Gaúchas. A
convivência entre os povos está ainda desordenada. Alguns choques entre os
hábitos do sul com os dos sertanejos. No livro Grandes Sertões: Veredas,
Guimarães Rosa narra os conflitos íntimos do personagem Riboaldo. A luta entre a
tradição e o novo. Do mesmo modo, torna-se perceptível no cotidiano deste povo a
afirmação do personagem: ―o sertão é dentro da gente‖.
Desde 2002, a Prefeitura Municipal de Chapada Gaúcha, juntamente com o
apoio de instituições parceiras do município, realizam o projeto ―Encontro dos Povos
do Grande Sertão Veredas‖. Este evento idealizado pela Fundação Pró-Natura
(Funatura), com o objetivo de sensibilizar os participantes para a preservação
89
ambiental e cultural, promove a valorização e difusão dos conhecimentos
tradicionais e as manifestações culturais das comunidades existentes nas
proximidades do Parque Nacional Grande Sertão Veredas e outras.
O Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas reúne pessoas de outros
municípios, estados e países. Em meio aos festejos, encontram-se visitantes,
pesquisadores e turistas, conforme imagens da figura 18. Durante todos os dias do
evento, o artesanato das comunidades do Vale do Urucuia são destaques, além das
diversas atividades culturais, educacionais, ambientais e a variedade de produtos da
região. Enquanto ocorrem seminários e debates, apresentações folclóricas e danças
de varias origens acontecem no palco, no pátio e entre as barracas de artesanato e
de comidas tradicionais.
Fig.18: ―X Encontro dos Povos‖ em Chapada Gaúcha (07 a 10/07/2011).
Fonte: MOURÃO, 2011. Equipe da pesquisa.
90
4.2. SEGUNDA PARTE - ANÁLISE DA PRODUÇÃO ARTESANAL E DESIGN
4.2.1. Atividades iniciais
Na cidade de Belo Horizonte, foi executado o primeiro ciclo de atividades da
pesquisa. Efetuaram-se parcerias e contatos para desenvolvimento da pesquisa.
Foram contatados profissionais da Fundação Centro Tecnológicos de Minas Gerais,
Fundação Botânica de Belo Horizonte, Fundação Helena Antipoff, Instituto Florestal
de Minas Gerais, Universidade Estadual de Minas Gerais, Projeto Comunidades
Criativas. UEMG, Centro de Imagem e Núcleo de Educação Ambiental da Escola de
Design/Universidade do Estado de Minas Gerais, Universidade Federal de Minas
Gerais, FM&F Tecnologia e Grupo Arte no Ar.
A pesquisa, durante estes procedimentos ganhou identidade, a logomarca
que foi utilizada em todo material de divulgação e formulários, conforme figura 17.
Durante as etapas de revisão da bibliografia e do estudo de caso, a pesquisa foi
denomina ―Design Sistêmico: Sustentabilidade na produção artesanal com Resíduos
Vegetais do Cerrado Mineiro‖. A substituição do nome por ―Sustentabilidade na
Produção Artesanal com Resíduos Vegetais: Uma aplicação prática de Design
Sistêmico no Cerrado Mineiro‖ ocorreu somente após a elaboração da dissertação.
Fig.17: Apresentação da Pesquisa – Logomarca criada por Diego Abreu, 2010.
91
Foram realizadas as primeiras consultas bibliográficas, incidindo em sites
sobre Cerrado e participando da seleção de apoio a pesquisas sobre o Cerrado e
Caatinga - Edital UNICOM. 2010, do ISPN - Instituto Sociedade, População
Natureza.
A seleção do Município ocorreu após contatos com as prefeituras de
Bonfinópolis de Minas, Pintópolis e Chapada Gaúcha, que receberam positivamente
a proposta. No entanto, a beleza natural dos distritos e povoados de Chapada
Gaúcha, a receptividade e o potencial apresentado para desenvolvimento do
artesanato no município, combinaram na seleção.
Foram cadastradas as associações e grupos de atividades artesanais,
produtores rurais que executam atividades artesanais e parceiros na região. Em
cada município, foram contatos as principais associações de produtos rurais e de
artesanato. As instituições locais parceiras são: Prefeitura de Chapada Gaúcha,
Agência
de
Desenvolvimento
Local,
Parque
Nacional
Grande
Sertão
Veredas/Fundação Chico Mendes, Parque Estadual da Serra das Araras/IEF,
Associação das Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras, Associação dos
moradores de Ribeirão de Areia – Grupos Mãos que Brilham, Associação dos
moradores de Buraquinhos, Associação dos Quilombolas Santa Tereza, Coop
Sertão Veredas, Emater e Instituto Rosa Sertão.
Quanto às comunidades que seriam visitadas, foram escolhidas por indicação
de moradores. Nestas comunidades, verificou-se que o conhecimento do artesanato
é vinculado à agricultura familiar, com incidência de identidade nos produtos. Estas
comunidades estão localizadas no setor centro-sul do município, fator favorável para
deslocamento entre as mesmas. São elas: Distrito de Serra das Araras, Comunidade
Ribeirão de Areia e Comunidade de Buraquinhos. Para contato in loco, utiliza-se o
acesso principal, através da rodovia MG-606. Esta rodovia coliga as cidades de
Chapada Gaúcha a São Francisco, por travessia de balsa, figura 18.
O município está situado a aproximadamente 130 km de distância do
município de São Francisco, a 90 km de Arinos, 165 km de Januária, 125 km de
Formoso e a 85 km do município de Pintópolis; ressaltando que as vias de acesso
não são providas de asfalto.
92
Fig.18: Travessia de balsa do Rio São Francisco – Cidade de São Francisco/MG
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
No percurso, a paisagem é mista entre as plantações de soja e capim ao
entorno da cidade de Chapada Gaúcha e os campos de Cerrado que apresentam ao
fundo os Chapadões do Parque Estadual de Serra das Araras, próximo ao distrito de
Serra das Araras, figura 19.
Fig. 19: Trechos da rodovia MG-606, Percurso de São Francisco à Chapada Gaúcha/MG.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
93
No mapa 9 destacam-se a localização das comunidades no Município de
Chapada Gaúcha.
Comunidade de
Buraquinhos
Distrito de
Serra das
Araras
Comunidade de
Ribeirão de Areia
Reserva de
Desenvolvimento
Sustentável do Acari.
Mapa 9: Localização das comunidades Selecionadas. Mapa oficial do Municipal de Chapada Gaúcha. 2007
Fonte: Instituto Geociências Aplicadas. Secretaria do Estado de Ciência Tecnologia e Ensino
Superior. Estado de Minas Gerais, 2007.
94
4.2.2. Registros sobre o comércio de resíduos vegetais
Nos
últimos
anos,
para
produção
artesanal,
tem
aumentado
a
comercialização de novas sementes e folhas com colorações diferenciadas no
Mercado Central de BH. Observou-se que os artesãos das cidades próximas à
Capital Mineira adquirem resíduos vegetais beneficiados para o artesanato, do
Mercado Central de Belo Horizonte. A Feira de Arte e Artesanato de Belo
Horizonte36 acontece sempre aos domingos, com aproximadamente 2.500
expositores.
Nesta
feira,
objetos
de
todos
os
setores
artesanais
são
comercializados, inclusive peças decorativas e utilitárias com resíduos vegetais.
Sementes, flores e folhas desidratadas e pigmentas são insumos para o
artesanato. São retirados da natureza sem identificação da espécie vegetal, da área
de procedência e do manejo no extrativismo. Artesãos das regiões metropolitanas
adquirem a matéria prima para confecção de seus produtos do Mercado Central de
BH (Mercado Municipal de Belo Horizonte), lojas de produtos para artesanato e sites
especializados.
Para selecionar insumos comercializados, quais espécies são oriundas do
Cerrado, foi elaborada uma tabela com resíduos vegetais mais populares no
comércio em Belo Horizonte. A Tabela completa com os nomes populares, imagens
e valores de comercialização encontra-se no ―Apêndice F‖ desta pesquisa.
Foi verificado que mesmo com a montagem de uma tabela, não resolve a
questão da identificação da espécie vegetal. Muitas vezes o nome da semente no
comércio de artefatos para artesanato, não corresponde ao nome popular da planta.
Um dos exemplos é a planta ―Ginkgo biloba‖, é uma planta chinesa, com semente
muito diferente da encontrada no Mercado Central de BH. Outras vezes, não se
encontra na literatura nomes de espécies que se assemelham com o nome
encontrado no comércio de resíduos vegetais.
36
A "Feira de Arte e Artesanato de Belo Horizonte" ou ―Feira Hippie‖ acontece sempre aos domingos,
na Avenida Afonso Pena, entre os quarteirões de cruzamento da Rua da Bahia até a Rua
Guajajaras, em frente ao ―Parque Municipal Américo Renné Giannetti‖, centro de Belo Horizonte –
MG. Esta feira é tradicional desde os anos 70, considerada patrimônio turístico da Capital,
atendendo hoje a mais de 2.500 expositores. Site <www.feiradearteseartesanato.com>. Acesso em:
20 jun. 2011.
95
Considera-se importante acompanhar as coletas dessas matérias primas,
bem como folhas, flores e frutos, e destiná-las à identificação de botânicos. O
resíduo vegetal pode ser familiar aos olhos dos pesquisadores, mas é necessário
conhecimento técnico na área, para identificação correta da origem da planta.
Utilizando o registro dos insumos vegetais para produção artesanal, foram
identificados três estabelecimentos que comercializam produtos, insumos e resíduos
vegetais do Mercado Central de Belo Horizonte. Nestas lojas são comercializadas
palhas, sementes e outros materiais para artesanato. Os consumidores são artesãos
que residem na região metropolitana de Belo Horizonte e da Feira Livre de Belo
Horizonte.
Os
responsáveis
dos
estabelecimentos
foram
entrevistados
e
apresentam-se identificados como A – B e C. Conforme figura 20, as perguntas da
pesquisa e respostas dos comerciantes foram:
Perguntas sobre os insumos
1. Conhece os nomes das
espécies vegetais (resíduos
vegetais) que são
comercializadas?
2. Estes insumos são adquiridos
de pessoas físicas ou de
empresas, associações e
cooperativas?
3. Qual a região de procedência?
4. Sabe como são coletados?
5. Os fornecimentos destes
insumos variam por estações do
ano?
6. O fornecimento de algum tem
diminuído ou deixou de ser
comercializado?
7. Um catálogo com os nomes das
espécies vegetais para o
artesanato ajudaria as
atividades comerciais?
Comerciante
A
Comerciante
B
Comerciante
C
Somente
nome popular.
Somente
nome popular.
Alguns nomes
científicos.
Cooperativas,
pequenas
empresas.
Empresas e
distribuidor da
Amazônia
(Açaí).
Cooperativas,
pequenas
empresas e
sítio próprio.
Sete Lagoas,
Diamantina e
Barbacena.
Sim, períodos
de seca.
Cidades
próximas à
Capital.
Sim, períodos
de seca.
Não tem
certeza.
-
Sim, controle
extrativista.
Sim, controle
extrativista.
Não
Sim, as
sempre-vivas.
Sim, as
Sempre-vivas.
Não.
Sim, seria
muito bom.
Sim, ajudaria
também a
informar os
clientes.
Sim, com
certeza.
Fig. 20: Quadro de perguntas e respostas dos comerciantes de insumos e resíduos vegetais para
produção artesanal do Mercado Central de Belo Horizonte. Jun/ 2010.
Fonte: MOURÃO, 2011.
96
Análise das perguntas e respostas dos comerciantes de resíduos vegetais:
a) Os comerciantes entrevistados, A e B, de lojas do Mercado Central de BH,
coincidiram com as respostas sobre o não conhecimento dos nomes das
espécies. Relataram que a maior parte dos insumos é proveniente de
pequenas empresas e coorporativas. Os mesmos também produzem
materiais para comercialização.
b) As regiões dos fornecedores são o Cerrado Mineiro, como Município de
Sete Lagoas e distritos do município de Diamantina. As plantações são
para o extrativismo destes insumos, sendo que a coleta de sementes e
folhas
depende
das
estações.
Não
existem
dificuldades
com
o
fornecimento de insumos, mas as flores Sempre-vivas diminuíram e estão
mais caras.
c) Os três comerciantes são a favor de ter um catálogo, com nomes
científicos e fotos das espécies e dos resíduos vegetais. Um dos problemas
na comercialização é que as pessoas não sabem os nomes ou o nome
popular é diferente em cada região. Muitos consumidores compram
escolhendo as sementes e folhas in loco ou descrevem as características
do produto para a compra.
d) O comerciante C, respondeu quase tudo ao contrário dos demais,
coincidindo apenas que as aquisições são por empresas e cooperativas, e
que seria bom um catálogo geral.
Foram consultadas duas empresas que realizam a comercialização de
resíduos vegetais e insumos por site. Faz-se necessário esclarecer que foram
contatos oito sites, mas que somente duas responderam. A consulta foi realizada
diretamente no ―fale conosco‖ dos sites.
Foi perguntado se as mesmas conhecem o nome das espécies vegetais que
fornecem os resíduos vegetais e insumos comercializados e a procedência dos
mesmos. Responderam que aproximadamente 2/3 dos materiais provêm da
Amazônia, como o caso da semente de Açaí. Mas que também recebem materiais
do Cerrado e da Mata Atlântica. As duas empresas são especializadas em produtos
para o artesanato com resíduos vegetais e conhecem alguns nomes científicos.
97
Alguns materiais, como o ―Tingui‖, recebem nomes variados em cada empresa. Os
registros dos materiais cadastrados nos sites consultados no ―Apêndice A‖.
4.2.3. Contexto econômico, sócio, cultural e ambiental
Previamente, foi realizado um levantamento de dados por questionários
estruturados, conforme modelo utilizado pelo ―Projeto de Implantação de Unidades
de Beneficiamento e Comércio de Produtos Oriundos da Base Produtiva Local‖. Este
levantamento se constituiu em ―Diagnóstico socioambiental com os produtores e
suas famílias‖ e ―Caracterização física, ambiental e econômica da propriedade‖.
Efetuou-se análise do diagnóstico geral do perfil dos produtores e da situação física
da região, em parceria um dos projetos37 do CETEC/MG.
Desenvolveram-se duas planilhas, sendo uma com as informações sociais,
econômicas e ambientais dos trabalhadores rurais que também executam atividades
artesanais, e outra com informações ambientais das propriedades nas comunidades.
A partir das planilhas elaboradas, criaram-se os gráficos representativos das
informações coletadas - período de 2010 a início de 2011. Estes dados são parte do
―Projeto de Implantação de Unidades de Beneficiamento e Comércio de Produtos
Oriundos da Base Produtiva Local‖, com concessão dos resultados à pesquisa. A
pesquisadora atuou neste projeto.
Elaborou-se um banco de dados a partir do levantamento das informações
obtidas pelos questionários do diagnóstico e inseridos em planilha com os dados
participantes do curso. Os participantes executam funções de trabalhadores rurais,
agroextrativistas e artesãos.
Os dados deste levantamento, executado em Janeiro/2010, serviram de
suporte à estrutura da pesquisa. Foram cadastrados e entrevistados 35 moradores e
pessoas que atuam com o público local (voluntários). As entrevistas foram
realizadas com os participantes dos cursos de Manejo e beneficiamento dos frutos
do Cerrado, que residem em áreas diversas do município. Foi realizada uma visita à
37
Projeto de Implantação de Unidades de Beneficiamento e Comércio de Produtos oriundos da Base
Produtiva Local – Convênio nº. 411/2007, parceria CETEC/MG.
98
comunidade de Serra das Araras, e à comunidade do Rio Catarina para verificação
de dados registrados.
No quadro da figura 21, apresentam-se os resultados do diagnóstico em
Chapada Gaúcha, coletados em Janeiro de 2010, analisando a renda familiar dos
trabalhadores rurais: Das 35 (trinta e cinco) famílias cadastradas, 24 pessoas (70 %)
responderam que a renda familiar não passa de um salário mínimo. Que conseguem
mensalmente rendimentos até dois salários mínimo foram 6 (seis) entrevistados
(17%). E somente 5 (cinco) pessoas (12%) possuíam rendimentos superiores a dois
salários mínimos. A renda com artesanato não foi contabilizado, pois os trabalhos
artesanais não influenciam na manutenção da comunidade rural.
Fig.21: Gráfico de Renda dos Trabalhadores Rurais cadastrados em CG – MG, em
Janeiro 2010.
Fonte: CETEC/Equipe do projeto, 2010.
Quanto às condições sociais das famílias cadastradas, foi verificado que as
condições de moradia são de precária a simples (casas de cobertura de palhas, sem
energia elétrica, baixas condições de saneamento e pouco conforto em mobiliário),
conforme o nível salarial.
Entre os entrevistados com filhos, 31 pessoas declararam que os filhos (de 6
a 18 anos) frequentam a escola. Quatro pessoas responderam que as crianças não
frequentam a escola por problemas particulares.
Quanto à saúde, 28 pessoas dependem do posto no município, as outras sete
utilizam os serviços médicos de outro município ou recurso próprio. Mas, todos já
99
utilizaram algum medicamento caseiro e confiam nos chás ensinados por
antepassados.
Quanto ao meio ambiente, os 35 entrevistados conhecem todos os rios que
passam próximo às residências. Destes, 19 pessoas se preocupam com as
condições dos rios, 11 pessoas sabem dizer se houve mudança no meio ambiente
(a quantidade de água tem diminuído) e 5 pessoas declararam que não perceberam
mudanças.
Os 35 entrevistados conhecem os eventos religiosos e culturais que
acontecem no município, já participaram de algum deles ou participam. São os
eventos da Festa das Folias de Reis nas comunidades, a Festa de Santo Antônio de
Serra das Araras, e o evento anual do Encontro dos Povos. Outras datas da Igreja
Católica foram citadas como Semana Santa, Dia de Nossa Senhora Aparecida,
Corpus Christi e o Natal.
A Reserva Ambiental do Acari, figura 22 garante a subsistência e vegetação
utilizada nas comunidades próximas à região. O gerente da Reserva Estadual
Veredas do Acari e do Parque Estadual Serra das Araras, Cícero de Sá Barros,
declara que é necessário orientar sempre a comunidade sobre a forma adequada
para a extração de materiais e evitar incêndios.
Fig.22: Imagens das espécies vegetais, no Distrito de Serra das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
100
Os agentes do IEF monitoram a região. A associação de bordadeiras de Serra
das Araras solicita a coleta dos resíduos vegetais aos agentes do IEF na reserva do
Acari – que mantêm o controle recursos naturais.
4.2.4. Artesanato na Comunidade de Buraquinhos
Localizada na zona rural do município de Chapada Gaúcha, a comunidade de
Buraquinho é reconhecida e citada regionalmente por sua beleza paisagística e pela
riqueza cultural de seus moradores. Constituída por uma população familiar de
origem quilombola, Buraquinho situa-se no Corredor Ecológico Vão dos Buracos,
área de ligação entre o PNGSV e o PESA, apresentando fatores extremamente
relevantes para a riqueza socioambiental da região (IBAMA/FUNATURA, 2003).
A estrada da Comunidade de Buraquinhos é bastante sinuosa e íngreme até
a rodovia MG-606, conforme mapa 10. Esta comunidade está localizada a 25 km de
distancia da cidade de Chapada Gaúcha.
Mapa 10: Localização da Comunidade de Buraquinhos.
Fonte: Centro de Geociências do Estado. MG, 2007
101
Pela complexidade de acesso à comunidade de Buraquinhos, para cadastrar
e acompanhar o trabalho de artesanato na comunidade esperou-se o período sem
chuvas, conforme figura 23. Leva-se em média, uma hora do Centro de Chapada
Gaúcha a Buraquinhos, com veículo apropriado para o terreno. O tempo da trajetória
é relativo. Algumas vezes, deve-se esperar a passagem de uma boiada ou carroças.
Fig.23: Imagens da estrada para Comunidade de Buraquinhos.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
Em Buraquinhos, figura 24, a comunidade encontra-se geograficamente
dispersa. As casas ficam dispostas ao longo do rio Pardo, guardando a devida
distância de segurança contra cheias. São, na maioria, casas de adobe e cobertura
de palha de buriti.
Fig.24: Chapadão da Comunidade de Buraquinhos.
Fonte: MOURÃO, 2011.- Equipe da pesquisa.
102
As casas não possuem água encanada, tratamento de água e instalações
sanitárias adequadas, figura 25 e 26. Devido ao programa ―Luz para Todos‖,
algumas casas possuem energia elétrica. (O programa chegou à região a partir de
2010). Mas, algumas ainda não têm energia elétrica, ocasionando o desconforto do
trabalhador rural, como por exemplo a falta de geladeira para melhor conservação
dos alimento. Para limpeza, higiene pessoal ou para lavagem de louça e de roupa a
água é transportada pelos moradores, diretamente nas águas do Rio Pardo, próximo
da comunidade.
Fig.25 : Imagem do interior de residência - comunidadede Buraquinhos.
Fonte: MOURÃO,2011 – Equipe da pesquisa.
Fig. 26: Imagem da fachada de uma das residência em Buraquinhos.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
103
A comunidade vive do plantio de mandioca, milho, feijão, arroz, entre outras
hortaliças. Executam atividades manuais e principalmente produtos artesanais, pois
a região é bastante acidentada geograficamente e rica em buritis. Assim, para os
artesãos produzirem esteiras e outros objetos, basta que saiam de dentro de casa.
Os buritis estão logo ali, no entorno das residências.
Por se tratar de uma comunidade dispersa com casas distando em média 200
a 300 metros, avisou-se antecipadamente que haveria encontros entre o grupo de
pesquisa e o grupo de artesãs, que se reúnem na sede da associação. Foram
cadastrados 9 (nove) artesãos, oito mulheres e um homem, presidente da
Associação de moradores e artesãos de Buraquinhos e da Associação dos
Quilombolas de Santa Tereza. As oito senhoras que foram cadastradas são donas
de casa, produtoras rurais e artesãs.
A abordagem para a entrevista foi em grupo, apresentando o tema e a
proposta da pesquisa. Cada artesã entrevistada apresentava seu trabalho e suas
técnicas para todos os presentes. Registros de foto-vídeo foram realizados com
autorização das participantes. Jovens, crianças e outras pessoas da comunidade se
reuniram para assistir. No final, algumas dúvidas sobre técnicas artesanais foram
prestadas ao público presente. Em outra oportunidade, três residências foram
visitadas com intuito de verificar o processo de extração de matérias e como são os
mobiliários do buriti confeccionados para uso próprio.
Na comunidade de Buraquinhos, a produção de esteiras de buriti é um ritual
passado de gerações a gerações. Ninguém sabe ao certo quem começou a fazer as
esteiras de buriti, mas como comunidade tradicional, eles mantêm a cultura
artesanal. Uma artesã mostra como deve ser o corte da palha, sem perda de
material, conforme figuras 27. Foram encontradas as espécies de Pau Santo, Pau
Doce e Urucum durante as visitas.
A técnica de produção artesanal de esteiras, figura 28, é utilizada para quase
todos os produtos executados: Caminhos de mesa, suporte para panelas,
revestimento de pisos, paredes e forro de telhados, divisórias, e outros, com a palha
do buriti. Também usam a técnica de corte, encaixe e pegos com os talos (pecíolo)
104
da folha do buriti, para confecção de bancos grandes e pequenos, camas,
prateleiras, e outros objetos utilitários de residências.
Fig. 27: Artesã apresenta a palha do buriti para produção de
esteiras na comunidadede buraquinhos.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
.
Fig. 28: Artesãs e produção de esteiras - comunidadede Buraquinhos.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
A comercialização do artesanato é precária, não há um local devido para
estocagem dos produtos. Assim, geralmente só fazem o artesanato por encomenda.
Valorizam mais o trabalho na lavoura e aproveitam os resíduos para alimentação de
animais ou como adubo. Um fator interessante em Buraquinhos é a frequência
destas senhoras à escola. Elas estão no Curso de Alfabetização para Jovens e
adultos e se orgulham de assinarem a ficha de cadastro.
105
4.2.5. Cultura e artesanato na Comunidade de Ribeirão de Areia
São percorridos 21 km, do centro da cidade de Chapada Gaúcha até a
comunidade de Ribeirão de Areia. Esta comunidade situa-se no lado oposto da
rodovia MG-606 em relação à comunidade de Buraquinhos, conforme mapa 11. A
estrada é arenosa com travessia do córrego do Sucuri, em alguns trechos.
Mapa 11: Acesso à Ribeirão de Areia.
Fonte: Instituto de Geociências do
Estado. MG , 2007.
A comunidade de Ribeirão do Areia é composta por famílias numerosas e
muito unidas, que trabalham na lavoura e pecuária. Produz milho, feijão, hortaliças,
e varias frutas do Cerrado, como: pequi, buriti, gagaita e outros. Possuem gado
leiteiro e cabras. Na produção artesanal executam trabalhos com tecidos, palhas,
madeiras diversas e da palmeira do buriti. Realizam encontros para desenvolverem
as atividades na Associação dos Moradores de Ribeirão de Areia, figura 29.
106
Fig.29: Comunidade de Ribeirão do Areia.
Fonte: MOURÃO, 2011.- Equipe da pesquisa.
Por ser uma região de gado leiteiro, foi construída uma Central Comunitária
de resfriamento de leite que atende à produção da comunidade, figura 30.
Fig. 30: Central de Resfriamento de Leite na Comunidade de Ribeirão do Areia.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
O grupo de artesãos realiza encontros semanalmente na sede da associação
comunitária de Ribeirão de Areia. Os artesãos preferem trabalhar juntos, trocando
conhecimentos, experimentando novas técnicas e contando casos, figura 31.
107
Fig.31: Encontros semanais dos artesãos da comunidade de
Ribeirão de Areia.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
Nos encontros, os artesãos tratam também das atividades culturais da
comunidade, com distribuição de tarefas, figura 32. Depois das atividades, sempre
tem um lanche comunitário com a colaboração de todos, figura 33.
O estabelecimento de contato prévio com a presidente da ―Associação
Comunitária de Ribeirão de Areia‖ favoreceu a presença e participação de todos.
Foram cadastrados 22 (vinte e dois) artesãos.
Fig. 32: Artesãs dividindo tarefas da comunidade.
Fig. 33: Lanche comunitário após as atividades artesanais.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
108
A abordagem aos artesãos para as entrevistas deu-se especialmente no
galpão aberto da associação. Neste encontro, artesãos e seus produtos e técnicas
foram apresentados à pesquisa. Na associação comunitária também foi criado o
Grupo ―Mãos que brilham‖ que realiza artesanato com materiais diversos. Na figura
34, demonstração da técnica de tranças para produção artesanal de vários objetos.
Fig. 34: Técnica de corte em cabaça e de tranças para produção artesanal.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
A característica mais marcante de Ribeirão do Areia é a religiosidade. A
construção de uma nova ―Capela de Nossa Senhora Aparecida‖ foi uma das ações
da comunidade, em parceria com outras instituições e prefeitura municipal de
Chapada Gaúcha, conforme figura 35.
Fig. 35: Capela de Nossa Senhora Aparecida em Ribeirão de Areia.
Fonte: MOURÃO, 2011.- Equipe da pesquisa.
109
A Folia de Santo Reis é uma das mais tradicionais festas típicas na região, na
qual os foliões se deslocam de fazenda em fazenda por um período de seis dias, de
01 a 06 de janeiro, celebrando os Três Reis Magos e seu simbolismo religioso.
Todos os eventos religiosos são comemorados com muita tradição; a participação
da comunidade é um destaque, pois geralmente, nestas festas, muitas turistas e
amigos visitam a cidade.
Em todas as festas a reverência ao sagrado é observada, sendo fonte
riquíssima da cultura tradicional, que consideram a prática religiosa desta data um
de seus costumes mais sagrados. Enquanto o evento acontece, os moradores e
visitantes se confraternizam, proporcionando o reencontro entre parentes e amigos.
A população, ao dançar, beber, comer com fartura, cantar e se divertir, não se
afasta do motivo sacro mesmo estando relacionada com o profano. A dança e a
música tradicionais praticadas na Folia de Reis são a curraleira e o lundu,
manifestações artísticas locais que têm sua origem na cultura afro-brasileira
(IBAMA/FUNATURA, 2003).
A Folia de Reis é uma das tradições que mais atrai visitantes em Janeiro,
conforme figura 36. As famílias da comunidade se organizam durante o ano para
este evento. Muitos instrumentos musicais foram confeccionados em função da
cultura local de tocar viola.
Fig. 36: Folia de Reis na casa do Mestre Jonas.
Fonte: GOMES, 2010. - arquivos da família Ribeiro Gomes.
110
Constatou-se nas visitas, que também existem espécies vegetais para
produção artesanal. Além do buriti, foram encontrados: Pau-doce, Pau-santo, Baru,
Falso Pau Brasil, Guatambu, Chapéu de Napoleão, Tingui, Jatobá e Jacarandá do
campo. Algumas sementes são utilizadas para a produção de biojias.
Uma das artesãs experimenta as sementes que encontra para a produção de
biojoias, conforme figura 37. Ela diz que vê as sementes em outros colares
fabricados fora da comunidade e observa que pode aproveitar as sementes, cascas
e raízes que estão próximas a sua residência. Não conhece o nome científico de
nenhuma delas, mas conhece vários ―apelidos‖ que a planta tem. Declara que não
aprende sozinha, nos experimentos que ela mesma cria - ―se ficar bonito a gente
vende aqui e em São Paulo também‖. Esta sempre atenta às oportunidades de
feiras, festas e exposições que pode levar seus produtos para vender.
Fig. 37: Biojias de artesãs da Comunidade de Ribeirão de Areia.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
Um dos membros da comunidade, Sebastião Gomes, se destaca pela
produção de rabecas, figura 38, com madeiras da região, ultimamente ele tem usado
uma madeira conhecida como ―Mata-cachorro‖. Além do conhecimento herdado de
gerações e desenvolvido ao longo dos anos, Tião (como é conhecido) é violeiro e
ensina aos mais jovens a experiência adquirida. Todo este saber se justifica pela
Folia de Reis, aos quais os membros da família conservam por muitas gerações.
111
Fig. 38: Rabeca de madeira mata-cachorro, confecção de Sebastião Gomes.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
4.2.6. Serra das Araras: comunidade e artesanato
No caminho da cidade de São Francisco à Chapada Gaúcha, atravessa-se o
Distrito de Serra das Araras, que se distancia 40 km de Chapada Gaúcha, mapa 12.
A rodovia MG-606 é sinuosa e com trechos de muito cascalho, figura 39.
Mapa 12: Mapa da Localização do Distrito de Serra das Araras.
Fonte: Instituto Geociências do Estado – MG, 2007.
112
Fig. 39: Rodovia MG 606, percurso Chapada Gaucha a Serra das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011. - Equipe da pesquisa.
Próximo ao distrito, figura 40, avista-se ao fundo as chapadas do Parque
Estadual Serra das Araras.
Fig. 40: Serra das Araras
Fonte: MOURÃO, 2011.- Equipe da pesquisa.
O distrito é plano e está sendo pavimentado. Alguns registros fotográficos,
figura 41, foram realizados no distrito de Serra das Araras, as residências são de
tijolo, possuem rede elétrica e equipamentos, como geladeira e televisão. Uma
antena atende a uma rede de telefonia celular.
113
Fig. 41: Imagem do Distrito de Serra das Araras
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
A Vila de Serra das Araras, reconhecida por seu povo pacato, é uma das
principais localidades do município, constituindo um importante elemento histórico,
cultural e ambiental para o mesmo. Com cerca de 1.000 habitantes, o distrito é ponto
de passagem para viajantes que cruzam a chapada em direção ao norte de Minas
Gerais e os que a ela retornam. Ainda com forte ligação com o município de São
Francisco, do qual era distrito até o ano de 1996, sua demanda de apoio de
comércio e serviços se dá especialmente com a região norte mineira, com destaque
para a cidade de Januária (SALGADO, 2010 apud ZATZ, 2004).
Sua origem, fortemente marcada na memória popular, é vinculada a Santo
Antônio, o padroeiro da comunidade. Segundo consta, há cerca de 100 anos (com
relatos de até 150), um vaqueiro encontrou a imagem do santo no alto da Serra.
Emocionado ele a levou para sua casa, mas na manhã seguinte a imagem havia
desaparecido. Este fato se repetiu várias vezes até que a comunidade construiu uma
capela e um padre a benzeu, fazendo com que a imagem permanecesse no local,
angariando
desde
então
procissões
e
homenagens
ao
santo
padroeiro
(IBAMA/FUNATURA, 2003).
As romarias ao santo padroeiro impulsionaram o agrupamento humano inicial
ocorrido na localidade. Em adição ao papel religioso em seu processo de formação,
o distrito de Serra das Araras também foi povoado com o advento de novas culturas
e lavouras para a região, que atraíram inúmeros trabalhadores locais, incentivando-
114
os a saírem da zona rural para morarem no distrito. Nesse período o distrito cresceu
e progrediu com a implantação de empresas e o aquecimento de sua economia.
Esta nova forma de cultivo provocou o crescimento especialmente em Serra das
Araras, local onde muitos trabalhadores mineiros se instalaram e firmaram
residência. A Vila foi ampliada e a estrada que liga Januária à Chapada foi refeita e
ampliada (SALGADO, 2010, p.64 apud ZATZ, 2004).
A festa é motivada por três tipos diferentes de público: os devotos que
participam das celebrações religiosas; os visitantes que são atraídos pela
movimentação e pelas festas noturnas e os comerciantes que trazem artigos e
produtos de centros urbanos para vender à comunidade local. Estes públicos
formam um grande contingente de pessoas agitando a vida cotidiana local, durante
os dias festivos. O encontro dos diferentes públicos tem gerado certo desconforto,
especialmente nos religiosos, precursores da festa, prejudicados pela música alta
em todos os momentos (IBAMA/FUNATURA, 2003).
Todos os eventos religiosos são comemorados com muita tradição; a
participação da comunidade é um destaque, pois geralmente, nestas festas, muitas
turistas e amigos visitam a cidade, conforme figura 42.
Fig. 42: Barracas da Festa de Santo Antônio - Serra das Araras.
Fonte: Portalchapadagaucha.com. Disponível em:
http://www.chapadagaucha.com/index.php?option=com_morfeoshow&
task=view&gallery=10&Itemid=69.> . Acesso em: 10 out. 2010.
115
A comunidade produz alimentos para manutenção e comercialização. Os
produtores vivem do calendário do plantio e da coleta, fato que deixa lacunas para
falta de ocupação. É comum, nestes períodos, encontrar muitos homens na praça da
igreja de Santo Antonio, em diversas horas do dia.
A associação de bordadeiras, formadas por donas de casa artesãos e com a
participação de poucos homens artesãos na comunidade, trabalham sob
encomenda, além da confecção de produtos para a loja da associação. Bolsas,
blusas, quadros e outros produtos de tecido e bordado, podem ser encontrados para
venda ou encomendados. A associação também produz ótimos trabalhos com o
buriti. No Distrito de Serra das Araras, foram cadastrados 9 (nove) artesãos,
membros atuantes da Associação de Bordadeiras e artesãos de Serra das Araras,
figura 43. A associação informou-nos que existem muitos membros que realizam a
filiação, mas que não atuam.
Fig. 43: Artesãs da Associação de Bordadeiras e Artesãos de Serra
das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
A ―Associação das Bordadeiras e Artesões de Serra das Araras‖ desenvolve
produtos que valorizam a cultura e os saberes tradicionais. Alguns bordados são
confeccionados a partir de desenhos criados por alunos das escolas municipais do
distrito, figura 44, retratando as paisagens e as araras locais. A moldura é feita das
ripas de buriti. Em relação aos produtos com resíduos vegetais dos buritis, são
popularmente conhecidos os terços, as flores, os cestos, as esteiras e os bancos,
comercializados pela associação.
116
Fig.44: Quadro bordado da paisagem de Serra das Araras, com
moldura de buriti, da Associação de Bordadeiras e Artesãos de
Serra das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
Os produtos da Associação de Bordadeiras e Artesãs de Serra das Araras já
receberam orientações do SEBRAE, através do Projeto Artesol, realizado com
artesãos da região na montagem da associação, figura 45 e 46.
O grupo produz: esteiras, cestos, caixas, terços, flores, araras, brinquedos e
outros. Para a produção destes objetos, o IEF acompanha a extração dos ―talos‖
secos de buritis, que estão localizados na Reserva do Araci para o Desenvolvimento
Sustentável. As soluções para a extração e produção são geradas no próprio grupo.
Fig. 45: Produtos da Associação de Bordadeiras e
Artesãos de Serra das Araras
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe Pesquisa.
Fig.46: Vaso e flores desenvolvidos pelo Projeto
Artesol. Associação das Bordadeiras e
Artesões de Serra das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe pesquisa.
117
Para produção artesanal o grupo realiza encontros diários na associação, que
possui uma loja para comercialização dos produtos. O galpão e a loja são mantidos
pela prefeitura municipal de Chapada Gaúcha, que aguarda o desenvolvimento da
instituição para assumir seus compromissos financeiros. A presidente da associação
relata que as encomendas e vendas ainda não são suficientes para o grupo. Mas,
com as máquinas de costura que conseguiram através de um projeto do IEF,
algumas encomendas de bordados em sacolas, camisetas, almofadas, entre outros,
já podem ser atendidas. O grupo é respeitado na região, recebendo indicações por
instituições parceiras e pelo grupo de Urucuia. Nas imagens, figura 47, artesãos na
Associação de Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras, em atividade para
produção artesanal de objetos diversos.
Fig. 47: Técnicas para produção das flores de talos de buriti. Associação de
Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da Pesquisa.
Das técnicas e materiais empregados, utilizam tecidos e linhas para
confecção dos bordados, em bolsas, camisetas de malha e outros adornos.
Aproveitam a palha e os talos de buriti para os demais objetos e molduras dos
bordados em quadros. Estão experimentando outras sementes e folhas na produção
artesanal, como Falso-Pau-Brasil, Pau Santo e Pau Terra. Mas, ainda não sabem
como coletá-los ou adquiri-los.
118
4.2.7. Oficinas de Design, Cultura e Identidade
O termo ―oficinas‖ refere-se à aplicação de atividades que promovam o
conhecimento, em curto tempo38; aprendizado e prática são executados no ambiente
sugerido. Neste caso, desenvolveu-se uma proposta sintética com conteúdos
básicos de design, cultura e identidade, especificamente para o público das
comunidades da pesquisa.
A proposta didática foi elaborada, visando promover para o protagonismo da
comunidade, com base na experiência dos métodos praticados pela pesquisadora designer e professora arte educadora. A programação das oficinas se divide em
duas etapas:
Primeira
etapa:
são
desenvolvidas
atividades
para
sensibilização
e
observação do contexto socioambiental, através de elementos para percepção das
cores, texturas, formas, ambiente e da cultura.
Segunda etapa: aplicam-se atividades práticas, utilizando resíduos vegetais
coletados pelos participantes. Nesta prática, são observadas as técnicas, a
percepção espacial e criatividades na utilização dos materiais empregados pelos
artesãos.
Estas atividades visam estimular a participação ativa da comunidade, como
intervenção no contexto social, para possibilitar a solução de dificuldades
provenientes da realidade da região.
As oficinas possibilitam ao pesquisador observar o grupo no desenvolvimento
das atividades artesanais (materiais e técnicas), na apropriação dos conteúdos e da
identidade. Têm como objetivo a integração dos participantes, incentivando-os para
troca de informações com a equipe do projeto. São registrados os resultados da
percepção ambiental, que contribuem aos artesãos, a conhecerem melhor o meio
ambiente no qual estão inseridos.
38
O tempo de uma oficina depende da relação entre o conteúdo e público alvo. Fatores como número
de participantes, material e recursos também alteram o tempo de duração. Uma oficina arte
educação para auxiliar no desenvolvimento das técnicas artesanais para adultos analfabetos na
área rural, por exemplo, necessita de 3 ou 4 encontros de 4 horas seguidas. A mesma oficina para
adulto alfabetizados, no perímetro urbano,necessita de apenas uma tarde.
119
Para cada comunidade foi identificado, através das visitas técnicas, alguns
costumes relacionados com as tradições e atividades culturais. Observou-se quais
os conhecimentos de produção artesanal e conceitos sociais, culturais e ambientais,
estabelecendo vínculo com os produtos artesanais.
O material didático foi preparado com a participação das lideranças. Verificouse a compatibilidade com a realidade local, oferecendo conteúdos que pudessem
auxiliar no desenvolvimento dos produtos artesanais.
a) Oficina de Design em Buraquinhos
Na comunidade de Buraquinhos, a oficina do design ajudou aos artesãos a
identificarem novas possibilidades para estamparem as esteiras, utilizando
pigmentação natural. Foi verificado que existe a possibilidade de utilização dos
materiais locais para coloração da fibra do buriti. Eles possuem habilidades
executarem um acabamento de qualidade nos produtos, dependem apenas de
orientação. Na figura 48
estão os ―caminhos de mesa‖ de palha de buriti,
confeccionados pela comunidade.
Fig. 48: ―Caminhos de mesa‖ de palha de buriti.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
120
O artesão, conhecido como ―Tico‖, experimentou criar novos produtos como
cofre de buriti e pássaros da região. Relatou que o cofre é uma necessidade própria
e os pássaros são os bens da natureza que ele admira muito, figura 49.
Fig. 49: Produtos da comunidade de Buraquinhos - Cofre e Arara de buriti.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
b) Oficina de Design em Ribeirão de Areia
Em Ribeirão do Areia, o destaque é a Folia de Reis. Todos os anos, muitas
pessoas se deslocam para acompanhar o evento na comunidade, que segue a
tradição de várias gerações. Assim, a Oficina de Design, para comunidade e
membros da ―Associação dos Artesãos de Ribeirão do Areia‖, buscou as
características dos foliões da folia de Reis. A Mandela, figura 50, pode ser uma
representação simbólica do altar ou da luz.
Os produtos artesanais devem receber detalhes que identifiquem a
comunidade local e sua cultura, conforme a figura 51. A presidente da associação
relata que os artesãos precisam de mais orientação. Pois, eles executam o que vêm
em feiras de artesanato em outras regiões ou através dos programas de televisão.
É preciso valorizar suas origens, identidade e riqueza do território. O
conhecimento de técnicas adequadas e da cultura local poderá contribuir para o
desenvolvimento dos produtos artesanais com identidade.
121
Fig.50: Mandala de palha de buriti e bananeira.
Foto: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
Fig. 51: Alguns produtos artesanais de Ribeirão de Areia
Fotos: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
122
c) Oficina de Design em Serra das Araras
Em Serra das Araras, o componente de destaque na cultura local é a Romaria
e Festa de Santo Antônio. Além dos rituais religiosos, o evento promove encontro de
várias comunidades e feiras para venda de produtos, inclusive imagens de Santo
Antônio. É importante destacar que as imagens de Santo Antônio são esculpidas de
vários tamanhos, dos braços de buriti.
A Oficina de design realizada na ―Associação das Bordadeiras e artesões de
Serra das Araras‖, figura 52, estimulou o desenvolvimento de oratórios para compor
e adequar às imagens de Santo Antônio. As artesãs verificaram que as imagens
necessitavam de adequação na apresentação e embalagem. Após as orientações
fornecidas durante as Oficinas de design, as artesãs optaram pela criação de
oratório para as imagens de Santo Antonio, com o mesmo material (talos de buriti).
Esta alternativa, apresentada com os critérios de segurança e leveza do produto no
transporte, foi definida pelas artesãs como solução imediata.
Fig. 52: Oficina de design para as artesãs em Serra das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011.– Equipe da pesquisa.
As artesãs, no período de acompanhamento da pesquisa, declararam que o
projeto estimulou técnicas e aproveitamento de materiais. Acreditam que aos poucos
a comercialização aumentará, pois a associação é ainda recente. Compreendem
que é preciso investir no desenvolvimento das técnicas de produção e da utilização
de materiais.
123
Na sequência das fotos, figura 53, é verificada a experimentação de novas
soluções para a comercialização das imagens de Santo Antônio. No detalhe,
evidenciam-se galhos secos e flores de resíduos da confecção utilizados em sacos
de papel pardo. O formato das flores e as cores, utilizadas no desenvolvimento do
oratório, foram definidos a partir dos conteúdos das Oficinas de design. Estes
elementos, identificados durante as atividades, são símbolos da cultura local.
Fig.53: Embalagens confeccionadas de papel pardo e oratórios de buriti, para
expor e transportar as imagens de Santo Antonio.
Fonte: MOURÃO, 2011. – Equipe da pesquisa.
124
4.2.7. Boas práticas: extração, pigmentação e conservação
a) Sementes
A utilização de sementes no artesanato ainda é incipiente nas comunidades
visitadas. Apenas algumas artesãs se dedicam ao processo de produção de biojoias.
Muitas peças de adorno carecem de melhor adequação dos materiais.
Uma das artesãs cadastrada na pesquisa, por exemplo, apanha as sementes
do chão em período de seca, lava-as e coloca para secar, por tempo indefinido.
Monitora a secagem e quando vê que as sementes estão duras o suficiente,
seleciona-as para furar e montar as biojoias e outras peças artesanais. Utiliza, quase
sempre, as sementes in natura, sem nenhum tratamento. Outras vezes, faz uso de
anilinas comestíveis, pigmentos naturais (como casca de legumes e urucum), cola
branca, esmalte de unha e verniz, a fim de mudar o aspecto visual e impermeabilizar
as sementes. Nestes procedimentos, busca garantir a sua conservação por mais
tempo, figura 54.
O pré-beneficiamento de sementes para produção de biojoias é antigo, muito
comum nas tribos indígenas. As sementes da Janira (semelhante a tantas outras
palmeiras) para serem beneficiadas, passam pelo processo de secagem ao sol (por
três meses) ou em estufa. As sementes secas são selecionadas por tamanho,
qualidade e formato, eliminando as defeituosas e degradadas. Após a verificação,
remove-se de forma manual, a casca que cobre a semente, utilizando facas ou
canivetes, deixa-as secar ao sol mais uma semana. Depois destes procedimentos,
as sementes são furadas. São utilizadas para o artesanato: inteiras, cortadas ao
meio (em banda), em fatias, em forma de cascalho e todas essas formas tingidas.
Em Chapada Gaúcha, as sementes para produção artesanal são conservadas
adequadamente: em potes de vidro limpos e bem tampados.
Para que o manejo seja sustentável, necessita-se de alguns cuidados, como
não coletar antes do período de frutificação e deixar uma quantidade suficiente para
manutenção do ecossistema. Estas orientações são fornecidas aos artesãos pelos
órgãos e instituições locais, como por exemplo, as secretarias de Agricultura e do
Meio Ambiente, EMATER, IEF e ICMbio.
125
Fig.54: Imagens do sistema de produção de biojoias em Chapada Gaúcha.
Fonte MOURÃO, 2011. Equipe da pesquisa.
Visando o melhor aproveitamento da matéria prima, alguns procedimentos se
fazem imprescindíveis: As sementes, como por exemplo, a Jarina, Buriti, Açaí e
Tento Carolina, devem ser lavadas e submetidas em estufa (aproximadamente
60ºC/1 h). Conforme Nogueira (2008), este procedimento elimina os insetos que
normalmente, reduzem a durabilidade do produto. Esclarece que após o processo
de aquecimento em estufa, as sementes devem receber óleos essenciais com
propriedade repelente, buscando recuperar o brilho e aumentar a durabilidade.
Deve-se utilizar uma mistura de três tipos de óleos essenciais, sendo canela,
citronela e eucalipto. Utiliza-se 3 gotas da mistura para cada 300 gramas de
semente. A mistura deve ser passada nas sementes com auxílio de uma flanela
(NOGUEIRA, 2008, p.6).
As sementes não utilizadas na produção artesanal devem voltar ao ciclo
natural do ecossistema, como componente da manutenção do solo ou nutriente de
animais, aves e insetos.
126
b) Folhas e fibras
As folhas para produção artesanal em Chapada Gaúcha são priorizadas pelas
fibras, principalmente as folhas da palmeira do Buriti. Outras folhas também são
coletadas para adornos, como as folhas do Pau Doce, Pau Santo, Chapéu de Couro,
Jacarandá, Bate Caixa e Jatobá.
Para execução de produtos artesanais, as folhas são lavadas e colocadas
para secar. Não é usual lavar as folhas para o revestimento de telhados e forros de
residências rurais, às vezes, somente um pano úmido para limpar, figura 55.
Fig.55: Imagens telhado de palha de Buriti.
Fonte: MOURÃO, 2011.
As fibras do buritizeiro, do milharal e da bananeira são tratadas conforme a
finalidade. Geralmente, são colocadas de molho em água limpa. Após este
procedimento, adiciona-se uma boa quantidade de chá de raiz da urtiga branca ou
.
folhas de vinagreira durante duas horas. Este método elimina insetos e o ―leite da
planta‖, evitando alergias no artesão durante o manuseio. Ao serem retiradas do
molho, as fibras são colocadas para secar a ―meia sombra‖, bem estendidas, para
evitar que se quebrem. Depois de secas, as fibras adquirem cores naturais, podendo
ser tingidas com pigmentos naturais.
Para produção de biojoias e objetos decorativos, as folhas passam pelos
procedimentos de retirada da clorofila, pigmentação com corantes naturais ou anilina
de alimentos e secagem. Em alguns casos, as folhas são envernizadas para maior
durabilidade, sendo mais comum enverniza-las após a conclusão do produto,
conforme figura 56. As artesãs da Comunidade de Ribeirão de Areia testam estes
procedimentos, mas não possuem ainda o domínio das técnicas.
127
RESÍDUOS
VEGETAIS
Resíduos vegetais lavados
e selecionados para
produção artesanal.
Palhas
secas:
resíduos vegetais.
.
Carobinha do campo
(Asa de barata)
preparada.
Palha de milho
lavada e cortada.
Procedimentos
de limpeza de
folhas secas.
.
MATERIA PRIMA
PARA PRODUÇÃO
ARTESANAL
Carobinha do campo
(Asa de barata)
pigmentada anilina.
Palha de milho
pigmentada com
açafrão.
.
Fig.56: Imagens do ciclo de manejo e beneficiamento de materiais vegetais.
Fonte: MOURÃO, 2011.
Alguns procedimentos de seleção de espécies e tingimento de materiais estão
mudando no Vale do Urucuia, em relação às fibras e linhas (como por exemplo, o
algodão). Além do valor agregado à diferenciação do produto, o uso de fibras
naturalmente coloridas reduz os custos de obtenção de tecidos39.
39
Esta economia se dá pela dispensa dos produtos químicos, pela redução da quantidade de água
necessária para a obtenção do tecido corado, pelo menor gasto de energia e pela redução da
quantidade de efluentes a serem tratados (BARROSO et al., 2005, p.3)
.
128
c) Galhos, troncos e raízes
É ampla a extração de madeiras do Cerrado para construção, desde as
estruturas básicas residenciais até embarcações. As arvores encontradas na região:
Açoita cavalo, Baru, Buriti, Cagaita, Carvoeiro, Fava d’anta, Garapea, Ipê, Jatobá,
Jacarandá, Pau mata cachorro, Pequi, Pereiro, Sucupira e Tamburiú; oferecem
madeiras que podem ser utilizadas. No entanto, não foi declarada a exploração por
madeireiras.
Algumas artesãs de Serra das Araras e Ribeirão de Areia utilizam galhos,
troncos e raízes (encontradas após as queimadas ou de espécies mortas), para
confeccionar objetos decorativos. Uma das artesãs ficou conhecida no município,
pela habilidade de confeccionar pequenos arranjos com raízes, conhecidos com
―formiguinhas‖. Esta denominação foi recebida no Evento Encontro dos Povos, onde
o arranjo de formiguinhas foi utilizado como souvenir para visitantes, conforme
exemplo da figura 57.
RAIZES E
TRONCOS
IN NATURA
PRODUTOS ARTESANAIS
O adorno ―Formiguinha‖ é uma criação
da Artesã Delzuita e da Professora
Cláudia, para presentear visitantes
durante o Encontro dos Povos. Hoje,
tornou-se peça do artesanato local,
confeccionado por várias artesãs.
Galhos contorcidos, troncos e raízes
mortas, podem ser aproveitados como
objetos de adorno. Porém, dependem do
―olhar‖ do artesão, identificando o
material disponível na natureza.
Fig. 57: Imagens de raízes e troncos utilizadas no artesanato
Fonte: MOURÁO, 2011.
129
4.2.9. Algumas espécies vegetais especiais para as comunidades
a) Buriti: A palmeira preciosa (Mauritia flexuosa, Arecaceae)
O buriti é uma das espécies mais comuns e de maior aproveitamento na
produção artesanal. O termo ―buriti‖ é a designação comum a plantas dos gêneros
Mauritia, Mauritiella, Trithrinax e Astrocaryum, da família das arecáceas (antigas
palmáceas).Também conhecida como coqueiro-buriti, buritizeiro, miriti, muriti,
muritim, muruti, palmeira dos brejos, carandá guaçu, carandaí guaçu. Encontrado
em diversos biomas brasileiros e muito comuns nas veredas. Seu fruto de polpa
amarelada é rico em vitaminas, cálcio, ferro e proteínas. Serve para doces, geleias,
licores, sucos e para alimentação de animais (RIBEIRO, 1998).
Existem buritis machos e buritis fêmeas. Enquanto os machos produzem
cachos que dão flores, as fêmeas produzem os cachos com flores que se tornarão
frutos. Os cachos dos buritis fêmeas se desenvolvem por mais de um ano até os
frutos ficarem maduro. Os frutos de Buriti amadurecem entre dezembro e fevereiro.
Os Buritis produzem frutos todos os anos, mas se em um ano a produção for muito
grande, no ano seguinte a produção será menor. O fruto de Buriti é coberto por uma
casca formada por pequenas escamas marrom-avermelhadas, que protegem a
polpa do ataque de animais. (SAMPAIO, 2010).
Seu caule fornece palmito delicioso, fécula e madeira (muito usado para
confecção de mobiliários). O óleo extraído da fruta é rico em caroteno, com valor
medicinal. Os povos tradicionais do Cerrado o empregam como cicatrizante,
energético natural e para eliminar vermes. Seu aroma e qualidades são utilizados
para diversos produtos de beleza. As folhas são usadas no artesanato para
confecção de bolsas, tapetes, brinquedos, bijuterias, redes, revestimentos e outros.
Os talos das folhas ou ―braços‖ servem para a fabricação de móveis e outros objetos
utilitários. Os móveis confeccionados com buritis são leves e resistentes. As folhas
jovens também produzem uma fibra muito fina, conhecida como ―seda‖ do Buriti,
usada na fabricação de peças mais delicadas. Além da riqueza do seu fruto e de
toda palmeira, é importante acrescentar sua grande importância na manutenção da
água em olhos d’ água natural. É uma das suas características manterem os locais
alagadiços e contribuindo para a pureza das águas (RIBEIRO, 1998).
130
b) Fava d’anta: Fonte de sustentabilidade (Dimorphandra mollis Benth).
Planta de origem brasileira, encontrada com frequência no Cerrado Mineiro e
de Goiás ao Ceará. Conhecida como favela, faveira, falso-barbatimão, cinzeiro,
farinheiro. Árvore pequena e mediana de porte tortuoso, podendo atingir entre 8-14m
de altura. Flores são pequenas de cor creme-amarelada, em espigas. O fruto é um
legume achatado, de cor variando de marrom-escuro a quase negro; opaco, com
superfície irregular, rugoso, de ápice e base arredondados, bordo irregular e lenhoso
(seco). O comprimento varia de 10 a 15 cm, com 3 a 4 cm de largura. As vagens
produzem de 10 a 21 sementes alongadas e avermelhadas. As sementes de fava
d’anta são obtidas pela a coleta da vagem diretamente das plantas no campo,
quando está madura e com boa formação das sementes. O período de maturação
das vagens e formação das sementes é de julho a agosto, podendo estender-se, em
algumas áreas, até setembro, (SANTOS, 2006).
O interesse comercial na fava d’anta se concentra nos compostos medicinais
presentes em seus frutos. A rutina é extraída da fava d anta, que possui alto teor da
substância. O rendimento médio é de 8 g de rutina para 100 g de pericarpo. A rutina
é uma substância química que atua no processo de envelhecimento, melhora a
circulação sanguínea e alivia as dores de varizes e hemorroidas. Possui
propriedades vasoprotetoras, atuando sobre a resistência e permeabilidade capilar
semelhantemente à vitamina P. Outra propriedade atribuída a esta substância é sua
ação anti-inflamatória. A rutina pode também ser usada como agente terapêutico no
tratamento de doenças que envolvem radicais livres. As vagens são processadas,
por trituração, para a extração de princípios ativos. Os subprodutos obtidos após a
extração da rutina têm sido utilizados como alimento, principalmente para animais
silvestres, pois não há formulação disponível para animais domesticados, conforme
(MADEIRA E CÉZAR, 2008).
Além da rutina, a madeira da fava d’anta é empregada na produção de
objetos utilitários. É uma planta ornamental, considerada excelente para paisagismo
e recuperação de áreas degradadas, de solos pobres. A casca é rica em tanino,
bastante utilizado no curtimento de couro.
131
c) Jatobá: Símbolo da tradição e nutrição (Hymenaea courbaril)
O Jatobá é também conhecido como: jitaí, jutaí, jutaí açú, jatobeiro, jatobá
mirim, jataí, jataí peba, jataí amarelo, jataí vermelho, jataíba, burandã, farinheira,
burandã imbiúva, jatobá miúdo, jatobá da catinga. É encontrado do Piauí até o norte
do Paraná. Espécie semidecídua, com 15 a 20 m de altura, e tronco com até 1 m de
diâmetro, retilíneo com casca castanho-acinzentada e lisa (LORENZI, 2002).
O fruto é consumido "in natura" e sua polpa é aproveitada para fazer farinha.
Apresenta uso medicinal, sua resina e entrecasca são usadas para problemas
respiratórios. A madeira pode ser usada na confecção de móveis, peças torneadas,
engenhos, tonéis, carrocerias e vagões; na construção civil como vigas, caibros,
assoalhos
e esquadrias. Pelo ferimento de seu tronco fornece uma resina
conhecida como "jutaicica" ou "copal" empregada na indústria de vernizes. Sua
casca fornece corante amarelo. Sua resina, folhas e sementes são utilizadas na
medicina caseira. A polpa das sementes é rica em cálcio e magnésio e além de
fornecer alimento à fauna, é ótima para alimentação humana. Seus frutos são
comercializados em feiras regionais de todas as regiões onde ocorre esta planta,
conforme Lorenzi e Abreu Matos (2002).
O Jatobá foi muito importante como fornecedor de madeira para a construção
naval. Assim, a exploração do Jatobá foi restringida por decreto imperial de 1799.
Até o início do século 19, todas as embarcações eram de madeira, portanto a
madeira do Jatobá foi bastante explorada, conforme Lorenzi (2002).
A farinha do jatobá é utilizada em receitas de biscoitos, bolos pães, doces e
sorvetes. Alguns benefícios da farinha de jatobá na alimentação foram analisados
em trabalho de formulação de biscoitos sem açúcar e fonte de fibras alimentares,
para diabéticos ou pessoa sob restrição alimentar (TATAGIBA, 2011).
132
CAPÍTULO 5
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
―Sertão sempre. Sertão é isto: o senhor empurra para trás,
mas de repente ele volta a rodear o senhor dos lados.
Sertão é quando menos se espera: digo.”
Guimarães Rosa
5.1. ESPÉCIES VEGETAIS COMPATÍVEIS À PRODUÇÃO ARTESANAL
O resíduo vegetal é de fundamental importância na ciclagem de nutrientes.
Como adubo das plantas, enriquece o solo de minerais que novamente geram o
ciclo biológico. Especial importância deve ser conferida a extração de frutos e
sementes. Cada espécie possui na natureza um número mínimo de sementes
indispensáveis à sua manutenção. Esta quantidade imprescindível é resguardada
pela produção da espécie, de sementes, folhas e frutos, superior a mesma. Foi
verificada a necessidade de conhecimento prévio sobre uma planta para saber como
preservá-la. A extração incorreta desse recurso pode levar a extinção local da
espécie.
Houve considerável dificuldade na identificação de qual vegetal advém o
resíduo. Muitas vezes, o nome popular faz referência a amplas espécies. Neste
caso, há um fator importante: a falta de conhecimento da espécie pode implicar em
uma superexploração da matéria prima, causando um prejuízo ecológico mais sério.
Este fato foi observado em relação ao estudo de extração das Sempre-vivas na
região da Cidade de Diamantina.
133
Portanto,
é
necessário
estimular,
tanto
aos
artesãos
quanto
aos
comerciantes, para o entendimento da estrutura e funcionamento do ecossistema a
ser explorado. Deve-se enfatizar o ciclo biológico de cada espécie, a fim de
promover um manejo adequado e manter a taxa de produtividade necessária à
preservação. Esta é uma das funções dos órgãos municipais e estaduais, mas é
também de todos que estão inseridos no sistema.
A produção artesanal, com recursos dos insumos e resídua vegetais dos
biomas brasileiros, é um assunto amplo e multidisciplinar, que possibilita diversos
tipos de análises conforme o ponto de vista do pesquisador. Trata-se neste trabalho
apenas de alguns dados comparativos, considerando o aproveitamento dos
materiais citados.
Estruturados no manejo sustentável, foram registrados projetos para o
desenvolvimento do artesanato com resíduos e insumos vegetais. Estes, vinculados
ou desenvolvidos pelo SEBRAE, serviram de dados comparativos: a Empresa Flor
do Cerrado – Distrito Federal/Goiás; o Núcleo Produtivo de Artesanato em Taboa –
São Sebastião do Passé / Bahia e a Central de Comercialização e Artesanatos do
Vale do Urucuia – Uruana de Minas/ MG.
Os empreendimentos citados demonstram que os resíduos vegetais utilizados
para a produção artesanal, adotam a coleta de materiais próxima às instituições. A
coleta inserida nas ―boas práticas‖ realiza-se sem prejuízo para as espécies,
garantindo a manutenção da matéria prima disponível.
Em relação à produção artesanal, as comunidades dos estados brasileiros
utilizam amplamente os recursos de espécies vegetais. Dos exemplos citados,
destaca-se que:
a) No Amazonas, os artesãos utilizam sementes de Tucum, Tucumã, Anajá,
caroço de Açaí, madeiras, cipós e fibras. As sementes de Jarina (Marfim da
Amazônia) estão em ênfase neste bioma.
b) No Acre, além da Janira, o ―Mulungu‖ (Ormosia coccínea) e ―Sororoca‖
(Heliconia metallica) são utilizados no artesanato.
134
c) As espécies arbóreas como Jatobá, Sibipiruna, Olho-de-boi, Mulungu e
outras semelhantes, são coletadas do solo ou diretamente das árvores
(quando secas), em Minas Gerais e nos demais estados do sudeste.
d) Ainda no sudeste, destacam-se as sementes de Leucena, Tento Carolina,
Pau-brasil, Tágua, Jequitiri, Olho de Pombo, Aguaí, Chapéu de Napoleão,
Guatambu, Bate Caixa, Pau Terra do Campo e as flores secas como as
Sempre-vivas.
e) As sementes da palmeira Juçara atendem a produção de bijoias dos
estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e
aos demais produtores da Mata Atlântica.
f) Em Goiás e Tocantins, o Capim-dourado, as folhas de Pata-de-vaca, Cedro
do cerrado, Agave Palito e Agave Estrela, sustentam a produção artesanal
com materiais vegetais.
g) As fibras do algodão, da Taboa, do Coqueiro e da Bananeira, são muito
usadas no estado da Bahia e também no nordeste e sudeste brasileiro.
h) Utilizam-se amplamente todos os tipos de madeiras em todo território
brasileiro e como produto de exportação.
i) O Buriti está presente na maior parte do território brasileiro, como também
as diversas espécies denominadas ―Jacarandá‖ (Mimoso, do Cerrado,
entre outras).
A ampla diversidade de materiais e possibilidades de uso dos mesmos induz
a uma ausência de padronização, quanto às ferramentas e técnicas empregadas
nesse tipo de produção artesanal. Está inserido nesse processo, um alto caráter de
experimentação e, consequentemente, de inovação.
Ainda que haja uma ausência de padronização dos materiais, foram
encontras algumas matérias primas que são comercializadas tradicionalmente, como
as Sempre-vivas. Desta forma, com a intenção de identificar, quais espécies do
Cerrado e respectivas partes vegetais comercializadas, elaborou-se uma tabela de
dados do Mercado Central de Belo Horizonte, que se contrata no ―Apêndice F‖.
135
Os dados levantados indicaram uma predominância de comercialização de
sementes e folhas, em detrimento de outros resíduos vegetais. Foi possível perceber
que muitas espécies do Cerrado já são utilizadas, como: Bate Caixa, Jacarandá,
Guatambu e Buriti.
Em Chapada Gaúcha, o número de resíduos vegetais provenientes de
espécies comumente exploradas na alimentação foi inexpressivo, exceto o Buriti.
5.2. ANÁLISE DA PRODUÇÃO ARTESANAL - COMUNIDADES PESQUISADAS
Os insumos e resíduos vegetais gerados em Chapada Gaúcha não atendem
e provavelmente não atenderão ao comércio do Mercado Central de Belo Horizonte.
Primeiramente, pela acentuada distância da capital e porque o mercado de
artesanato do Distrito Federal, mais próximo, se identifica melhor com o produto.
Mas, é certo que Chapada Gaúcha e, aliás, os municípios do Vale do Urucuia
podem desenvolver o extrativismo de resíduos vegetais através do manejo
sustentável. A riqueza de variedades e a qualidade nos materiais podem acelerar o
desenvolvimento sustentável das comunidades.
Um dos exemplos verificados é o Tingui (Magonia pubescens). O fruto não é
comestível, sua casca é grossa, e tanto a casca quanto as sementes são
vastamente utilizadas em produtos artesanais.
No ciclo apresentado a seguir, figura 58, tanto a casca do Tingui quanto as
sementes, são aproveitadas para a produção artesanal de formas diversas. Parte
das cascas servem para confecção de adornos como os ―ninhos de pássaros de
buchinha‖, as cascas das sementes servem para revestimento de caixas em estilos
e técnicas diferentes. As cascas das sementes também são usadas para confecção
de flores e podem ser aromatizadas para decoração de ambientes. Estes são alguns
exemplos, apresentados no esquema da figura 58.
136
Coleta de Tingui:
frutos e sementes.
Adorno ninho de
pássaro: casca do
fruto de Tingui.
Casca do fruto
de Tingui.
Caixa decorada: partes
revestimento sementes.
Sementes
T
de Tingui.
Flores: casca das
sementes de Tingui.
ingui
Borboletas ímãs:
revestimento de semente.
Sementes aromatizadas e
comercializadas através de
site,com a denominação de
MAR MOTA. Finalidade:
decoração de ambientes.
Tingui e flores para comercialização na Feira em Brasília.
Caixa decorada: revestimento de sementes.
Fig.58: Quadro da utilização do fruto do Tingui na produção artesanal.
Fonte: MOURÃO, 2011.
As sementes e frutos das espécies do Cerrado: Bate Caixa, Caroba, Chapéu
de Napoleão, Guatambu, Jacarandá do Cerrado, Mutambo, Pau Doce, Pau Terra do
Campo, Pente de Macaco e Saboneteira, são usadas pelos artesãos do centro-oeste
e do sudeste. Portanto, estas espécies possuem mercado garantido para
comercialização e não servem como alimento.
Existe um mercado próprio para os frutos do Cerrado, como o Baru, a
Mangaba, o Pequi e o Jatobá. Suas propriedades nas folhas, sementes e cascas
dos frutos podem ser vinculadas ao extrativismo sustentável. Para tanto, são
necessários investimentos visando o desenvolvimento da produção de insumos.
137
5.2.1. Análise de algumas espécies vegetais especiais na região
Em Chapada Gaúcha, destaca-se a palmeira Buriti (Mauritia flexuosa L.)
como a espécie vegetal mais importante para a população e sua produção de
utensílios. O Buriti apresenta quase a totalidade de aproveitamento pelas
comunidades pesquisas. É cultivada para a extração dos frutos, mas também atende
à população pelo valor medicinal, uso de suas palhas, talos, fibra, caule e raiz.
Utilizam seus insumos nas construções residenciais, produção de mobília,
artesanato, objetos utilitários como vassouras e peneiras. A palmeira do Buriti é
considerada a árvore mais representativa da região, devido aos valores
mencionados e à beleza cênica que caracteriza a imagem das veredas, dos sertões
e mais além, dos parques e reservas do município.
Para a produção artesanal, o Buriti fornece principalmente talos e palhas. A
palha para a fabricação de esteiras e redes, além das peneiras e vassouras. As
esteiras são feitas pelo método tradicional do tear em todas as comunidades. Na
comunidade de Buraquinhos, percebeu-se uma estreita relação da cultura local com
o tear (redes, cestos, divisórias) e outros objetos são trançados manualmente. O
caule do Buriti, além de servir para mobiliário, também é utilizado para a fabricação
de canoas pequena, seguindo o modelo das canoas do Rio São Francisco.
Nem
todos
os
produtos
são
comercializados.
Alguns
servem
às
necessidades da comunidade, produto de troca e como presente para amigos e
familiares. Como produto sustentável, devem-se usar apenas as folhas, os talos e as
sementes não germinativas.
Conforme apresentado no capitulo de estudo de caso, algumas espécies se
destacam como geradoras de insumos e resíduos para produção artesanal. As
figuras 59, 60, 61 representam uma análise simplificada de possíveis usos e funções
relacionadas às plantas.
138
BURITI (Mauritia flexuosa, Arecaceae)
FRUTO:
Alto valor nutrição, Óleo –
uso medicinal, amaciante
de couros e em
cosméticos.
FOLHAS E FIBRAS:
Cestos, balaios,
redes, bolsas,
esteiras, biojoias,
divisórias,
revestimentos, etc.
CAULE:
Palmito, móveis,
adornos, vinhos,
licores, extrato para
protetor solar, etc.
RAIZ:
Mantêm as águas e do
ecossistema, extrato
para remédios e
produção de objetos
artesanais.
Fig. 59: Quadro beneficiamento palmeira de Buriti
Fonte: MOURÃO, 2011.
139
FAVA D’ANTA (Dimorphandra mollis Benth)
FOLHAS E
SEMENTES:
São utilizadas na
medicina
caseira.
Paisagismo e
recuperação de
áreas
degradadas.
FRUTO:
Compostos medicinais extração da Rutina (reduz
processo de envelhecimento,
terapêutica no tratamento de
doenças que envolvem os
radicais livres, melhora a
circulação sanguínea e alivia
as dores de varizes e
hemorroidas).
TRONCO/ CASCA:
Casca é rica em
tanino, bastante
utilizado no curtimento
de couro.
Fig. 60: Quadro beneficiamento da árvore de Fava D’anta
Fonte: MOURÃO, 2011.
MADEIRA:
Empregada para
tabuado, confecção de
caixas, compensados,
forros, painéis,
brinquedos, lenha e
carvão.
140
O JATOBÁ (Hymenaea stilbocarpa)
FOLHAS/SEMENTES:
Paisagismo, ornamentação,
plantio para recuperação de
áreas degradadas.
TRONCO:
Fornece uma resina
conhecida como
"jutaicica" ou "copal"
empregada na
indústria de vernizes.
FRUTO:
Alto valor nutricional, in natura ou no uso da polpa
farinácea em: bolos, pães, cremes, e outros.
A polpa das sementes é rica em cálcio e magnésio.
Usada na alimentação humana e de animais.
CASCA:
Fornece corante amarelo.
Sua resina e entrecasca
são usadas para
problemas respiratórios.
MADEIRA:
Excelente madeira para
construções e mobiliário.
Muito usada na construção
de embarcações no
período imperial.
Fig. 61: Quadro Beneficiamento da Arvore de Jatobá do Cerrado.
Fonte: MOURÃO, 2011. Foto: PERSON, G . Terradagente. Flora. Disponível em:
<http://eptv.globo.com/terradagente/0,0,4,216;7,jatoba-do-cerrado.aspx>, Acesso em
09.Ago.2011/ e fruto: <http://olharnatureza.blogspot.com/2010/08/jatoba-himeneacourbaril.html> Acesso em: 09 ago. 2011.
141
5.2.2. Análise da produção artesanal nas comunidades
Através do cadastro, entrevistas e acompanhamento das atividades
artesanais, de janeiro a julho de 2011, foram observados os tipos de produção
artesanal nas comunidades pesquisadas, conforme figura 62:
a) Em Buraquinhos, não há produção de biojoias. Utilizam os materiais vegetais
(quase que a totalidade em Buriti), em 60 % nas construções residenciais e
30% na produção de esteiras, redes, bancos, cadeiras, mesas, camas,
estantes e peças decorativas.
b) Em Ribeirão de Areia, com a contribuição de Ana Gomes e artesãs do Grupo
Mãos que brilham, a produção no período de acompanhamento foi de 25% as
biojoias (colares, brincos e pulseiras) e 25% de objetos como: estantes,
camas, cadeiras, bancos, adornos, mandalas, cestos, peneiras, balaios,
instrumentos musicais, entre outros. Produzem com os materiais vegetais
(espécies vegetais que fornecem boa madeira e o Buriti), 50% das
construções e acabamentos das mesmas.
c) Em Serra das Araras, considerando a contribuição da Associação de
Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras, quase não utilizam os materiais
vegetais para as construções, somente 10%. Os membros da associação
residem no centro do distrito, onde as construções são de alvenaria. Mas
produzem vários produtos de utensílios e adornos (citados acima), 70% da
produção. Mas também executam e comercializam biojoias, cerca de 20%.
PRODUÇÃO ARTESANAL - RESIDUOS VEGETAIS. Jan a jul.2011.
Adornos e
Construções
Comunidade
Biojoias
utilitários
Residenciais
Buraquinhos
30%
60%
Ribeirão de
25%
25%
50%
Areia
Serra das
20 %
70%
10%
Araras
Fig. 62: Quadro da produção artesanal com resíduos vegetais - comunidades pesquisas.
Fonte: MOURAO, 2011.
142
Produção Artesanal das Comunidades - Design Sistêmico: Fluxo da matéria
prima e descarte, conforme produção nas comunidades pesquisada, figura 62.
Utensílios e
peças
decorativas
Mobiliário e
parte de
construções
PRODUÇÃO
ARTESANAL:
COMUNIDADE
DE
BURAQUINHOS
Biojoias e
adornos
pessoais
Resíduos:
para adubos
Utensílios e
peças
decorativas
PRODUÇÃO
ARTESANAL:
COMUNIDADE
SERRA DAS
ARARAS
Mudas e
Novas
Espécies
Resíduos:
para adubos
Mobiliário e
parte de
construções
Biojoias e
adornos
pessoais
Utensílios e
peças
decorativas
PRODUÇÃO
ARTESANAL:
COMUNIDADE
RIBEIRÃO DE
AREIA
Mobiliário e
parte de
construções
Resíduos:
para adubos
Fig. 62: Produção artesanal das comunidades – Design Sistêmico.
Fonte: MOURÃO, 2011.
Comercialização
– consumo –
Reciclagem.
143
5.3. ESPÉCIES VEGETAIS CATALOGADAS DO VALE DO URUCUIA
Foram cadastradas 55 (cinquenta e cinco) espécies vegetais pelo nome
popular, nos percursos da pesquisa - trajeto entre os municípios de Bonfinópolis de
Minas, Pintópolis e Chapada Gaúcha.
Algumas espécies foram encontradas
próximo à estrada, outras nas comunidades visitadas e na Reserva do Acari.
Verificou-se que a população das comunidades locais, conhecem as espécies pelas
características, valor nutricional ou como medicamento. Assim, muitas informações
foram fornecidas pela população local e confirmadas por outras pesquisas na
região40.
Para garantir a identificação das espécies, elaborou-se um documento com as
imagens, nomes científicos, resíduos vegetais e produtos artesanais. Este registro,
somado ao registro dos insumos de espécies vegetais comercializadas por sites,
―Apêndice A‖, transformou-se na proposta do catálogo, no ―Apêndice H‖, com dados
específicos de 30 espécies vegetais. As demais 25 espécies, encontradas no Vale
do Urucuia, estão registradas no ―Apêndice G‖, para futuras investigações.
RELAÇÃO DAS ESPÉCIES VEGETAIS CATALOGADAS NO VALE
DO URUCUIA – MINAS GERAIS
1. Açoita cavalo: Luehea candicans
2. Anjico: Mimosa colubrina Vel., Piptadenia colubrina (Vell.) Benth
3. Araçá: Psidium araçá Raddi
4. Araticum do Cerrado: Annona crassiflora
5. Assa peixe: Plectranthus barbatus
6. Barbatimão: Stryphnodendron pulcherrimum
7. Baru: Dipteryx alata Vog
40
Os nomes populares foram confirmados através do ―Relatório do Projeto de Beneficiamento da
Fava D’anta – CETEC/2008‖. Os nomes científicos e suas características foram verificados e
conferidos através da pesquisa local ―A cultura tradicional do Sertanejo e seu deslocamento para
implantação do Parque Nacional Grande Sertão Veredas‖ de Flávia Aparecida Andrade Souza
(2006), vide: quadro 6 – pag. 42-43. ―Utilização da Flora do Cerrado no Parque Nacional Grande
Sertão Veredas‖, e completados pelas informações dos sites ―Portal São Francisco‖ e
―Vivaterra.org‖.
144
8. Bate Caixa: Salvertia convallariaeodora
9. Bolsa de Pastor: Zeyheria digitalis (Vell.) Hoehne
10. Buriti: Mauritia flexuosa, Arecaceae
11. Cagaita: Eugenia dysenterica Dc.
12. Caixeta: Tabebuia cassinoides
13. Calunga: Aristolochia trilobata L
14. Caroba: Jacaranda pteroides
15. Carvoeiro: Sclerolobium paniculatum
16. Cinzeiro: Vochysia tucanorum Mart.
17. Chapéu de Napoleão: Thevetia peruviana
18. Douradinha: Palicourea rígida
19. Falso Pau Brasil: Caesalpinia peltophoroides
20. Fava d’anta: Dimorphandra mollis Benth
21. Guatambu: Aspidosperma spp
22. Garapea: Leguminosae-Caesalpiniaceae
23. Grão de galo: Zizyphus undulata Reissek
24. Ipê amarelo: Tabebuia vellosoi
25. Jacarandá: Dalbergia nigra
26. Jacarandá do Cerrado: Dalbergia miscolobium.
27. Japecanga: Smilax japecanga
28. Jatobá: Hymenaea courbaril
29. Lobeira: Solanum lycocarpum
30. Mamacadela: Brosimum gaudichaudii Trécul.
31. Mangaba: Hancornia speciosa
32. Mangabeira: Hancornia speciosa Gomez
33. Marmelo: Cydonia vulgaris
34. Murici: Byrsonima crassifolia (L.) Rich
35. Mutambo: Guazuma ulmidifolia
36. Paineira: Ceiba speciosa (St.-Hill.) Ravenna
37. Pau doce: Vochysia cf. Ferruginea
38. Pau d´óleo: Copaífera langsdorfii Desf.
39. Pau mata cachorro: Simarouba amara
40. Pau santo: Vismia spp.
145
41. Pau terra do Campo: Qualea Grandiflora, Mart.
42. Pente de Macaco: Pithecoctenium crucigerum
43. Pequi: Caryocar brasiliense
44. Pereiro: Aspidosperma pyrifolium.
45. Pimenta de macaco: Xylopia aromática
46. Quina: Strychnos pseudoquina.
47. Saboneteira: Sapindus saponaria
48. Sambaíba: Curatella americana; Dilleniaceae
49. Sucupira amarela: Pterodon emarginatus
50. Sucupira branca: Enterolobium schomburgkii Benth. Mimosaceae
51. Sucupira preta: Bowdichia virgilioides
52. Tamburiú: Enterolobium contortisiliquum
53. Tingui: Magonia pubescens
54. Umbu: Spondias tuberosa, L.
55. Urucum: Bixa orellana
5.3.1. Espécies vegetais para produção artesanal em Chapada Gaúcha
Foram cadastradas vinte e uma espécies vegetais utilizadas na produção
artesanal, em Chapada Gaúcha. As espécies vegetais coletadas no município foram
registradas geograficamente - GPS, pela equipe do projeto e identificada com a
colaboração dos agricultores locais e instituições parceiras.
São elas: Buriti (Mauritia flexuosa, Arecaceae); Bate Caixa (Salvertia
convallariaeodora); Bolsa de Pastor (Zeyheria digitalis (Vell.) Hoehne); Caroba
(Jacaranda pteroides); Cinzeiro (Vochysia tucanorum Mart); Chapéu de Napoleão
(Thevetia peruviana); Douradinha (Palicourea rígida); Falso Pau brasil (Caesalpinia
peltophoroides);
Fava
d’anta
(Dimorphandra
mollis
Benth);
Guatambu
(Aspidosperma spp); Jacarandá (Dalbergia nigra); Jacarandá do Cerrado
(Dalbergia miscolobium); Jatobá (Hymenaea courbaril); Mutambo (Guazuma
ulmidifolia); Pau doce (Vochysia cf. Ferruginea); Pau santo (Vismia spp.); Pau terra
do Campo (Qualea Grandiflora, Mart.); Pente de macaco (Pithecoctenium
crucigerum); Saboneteira (Sapindus saponaria); Tingui (Magonia pubescens);
Urucum (Bixa orellana).
146
5.4. ANÁLISE DAS OFICINAS
As oficinas de design, cultura e identidade realizadas principalmente com
objetivo de mobilização, obtiveram resultados positivos em cada comunidade.
Destaca-se a disponibilidade dos artesãos, que prontamente se reuniram, em dias
úteis e horários diversos, na expectativa de adquirirem novos conhecimentos. Foi
perceptível a aspiração dos artesãos em aprimorarem suas técnicas e métodos de
utilização de materiais.
Na comunidade de Buraquinhos observaram-se carências em diversas áreas
(condições de moradia, transporte, infraestrutura para a produção artesanal,
conhecimento de técnicas, entre outras) que inibem o desenvolvimento da produção
artesanal. Mas, na mesma intensidade, observou-se o potencial de conhecimento e
tradições quilombolas, durante a realização da oficina de design. Valores
relacionados à religiosidade foram observados, na oficina de design na comunidade
de Ribeirão de Areia. Em todo o município a Folia de Reis é comemorada, mas
nesta comunidade há um número considerável de familiares que participam do
evento.
A oficina de design em Serra das Araras sensibilizou para observação do
ambiente e para adequação de embalagens. As artesãs conhecem a importância de
valorizar o produto local. Há, no entanto, dificuldades na comercialização dos
mesmos.
147
CAPÍTULO 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
"O Sertão é sem fim; o Sertão está em toda parte;
o Sertão tá dentro da gente."
Guimarães Rosa
Com apoio dos estudos efetuados na investigação podem ser estabelecidas
algumas considerações, que incidem com os objetivos do trabalho. A pesquisa
possibilitou demonstrar algumas possíveis contribuições do design sustentável na
produção artesanal com resíduos vegetais e especificamente no contexto do
Cerrado Mineiro. Permitiu também identificar abordagens sistêmicas do design que
podem ser aplicadas, para promover práticas sustentáveis na produção artesanal,
referente aos materiais, técnicas e processos, contribuindo para a valorização o
território.
A tarefa de identificar e promover o conhecimento, dos resíduos vegetais para
a produção artesanal, se estabelece como ferramenta para os agentes da produção
artesanal (extrativistas, artesãos, comerciantes e ao público em geral). Os valores
culturais, sociais e ambientais podem ser estimulados com a percepção da
identidade territorial, através dos produtos artesanais confeccionados com resíduos
e insumos vegetais.
148
Os conteúdos deste trabalho, direcionados ao design sustentável com
resíduos vegetais, podem estimular a aplicação de métodos, ferramentas e
estratégias; podendo assim contribuir para o desenvolvimento local. Para tanto, a
conclusão deste, oferece a proposta de um catálogo das espécies vegetais
identificadas pelas denominações científicas e populares, e seus respectivos
insumos e resíduos vegetais compatíveis à produção artesanal.
Apontam-se alguns resultados em relação a: a) pesquisa de campo, quanto
ao contexto e a produção local; b) mapeamento e catalogação das espécies
vegetais; c) as oficinas de design e a possíveis contribuições do designer na
promoção de práticas sustentáveis na produção artesanal.
6.1. QUANTO AO CONTEXTO E A PRODUÇÃO LOCAL
Evidenciam-se algumas considerações específicas, que condicionaram a
condução da pesquisa:
a) Em Chapada Gaúcha o artesanato não é muito comercializado,
provavelmente pelo isolamento das comunidades e o difícil acesso. O
material é produzido para uso doméstico (como as esteiras e redes,
cestos, balaios, bancos, cadeiras, camas, mesas, adornos e tantos outros
objetos de Buriti).
b) Usam em grande quantidade os recursos da palmeira do buriti e em
menor quantidade as espécies vegetais registradas na região. No entanto,
a produção adornos femininos, como biojoias, cintos, roupas, sandálias,
bolsas, chapéus e outros, incluem sementes e fibras de espécies vegetais
variadas. Fator de potencialidade para o desenvolvimento da produção
artesanal nas localidades.
c) As associações são suporte para os artesãos das comunidades visitadas.
Estas buscam recursos, conhecimento técnico e espaços para a
comercialização dos produtos artesanais. Destaca-se a Associação das
Bordadeiras e Artesãos de Serra das Araras, que já participou de grandes
149
feiras e exposições; desenvolve projetos para aquisição de equipamentos
e materiais, executa atividades com orientação das instituições locais
(prefeitura, IEF, ONGs) e mantêm contato com grupos de outros
municípios (Central de Comercialização e Artesanatos do Vale do
Urucuia, por exemplo).
d) O comércio de artesanato se dá pelos visitantes, principalmente do
público dos parques e durantes as festas tradicionais. Algumas
encomendas de outras localidades ocorrem com apoio de instituições e
contatos das associações fora da região.
e) Existe carência de incentivos ao desenvolvimento da produção artesanal.
Com o crescimento da cidade, a implantação do programa ―Luz para
Todos‖ e a pavimentação em asfalto (que está em fase de conclusão), na
estrada que liga a Cidade de Arinos e o estado de Goiás, é presumível
que haja interesses para incentivo da produção artesanal. Visto que,
Chapada Gaúcha será, provavelmente, grande polo turístico nacional, em
função das belezas naturais do município e por ser entrada do Parque
Nacional Grande Sertão Veredas e do Parque Estadual Serra das Araras.
f)
Por ser incipiente a produção artesanal, o conhecimento das espécies
vegetais que fornecem materiais para o artesanato, poderá contribuir com
o manejo sustentável e inserção do design sistêmico na região.
Além das análises em Chapada Gaúcha, verificou-se que grande parte dos
comerciantes de resíduos e insumos vegetais desconhece a origem, os
procedimentos a identificação das espécies vegetais que geram o produto
comercializado. Este fato é um agravante para a manutenção das espécies, pois em
função de atender ao mercado, muitos extrativistas extinguem o material nas
localidades. Recorda-se que as flores Sempre-vivas foi um exemplo da falta de
manejo sustentável. Também, outras espécies que forneceram madeira para a
construção civil e naval e mobiliário de luxo, foram extintas ou estão na lista de
extinção, em tempos anteriores.
Como conclusão, na expectativa de contribuir para a preservação das
espécies vegetais, elaborou-se de uma proposta de catálogo de espécies vegetais
150
que podem fornecer insumos e resíduos vegetais para a produção artesanal,
principalmente em regiões que estão começando o manejo sustentável e para
aquelas que ainda o farão. O catálogo poderá ser um instrumento útil também para
comerciantes e usuários dos produtos gerados.
6.2. QUANTO AO MAPEAMENTO E À CATALOGAÇÃO DAS ESPÉCIES
Foram catalogadas 55 espécies vegetais, entre árvores de grande, médio e
pequeno porte, além de arbustos, trepadeiras e forrações, frutíferas ou somente
paisagísticas. Estas foram cadastradas nos percursos para o desenvolvimento da
pesquisa local, somente no território correspondente ao Vale do Urucuia. Não houve
interesse em registrar a diversidade do bioma Cerrado. Somente, as espécies que
podem ser ou já são usadas na produção artesanal, pelo aspecto de suas folhas,
sementes e flores. Observaram-se as espécies que fornecem resíduos vegetais com
mais frequência ou com abundância de sementes e folhas.
Das 55 espécies vegetais catalogadas, são extraídas 21 espécies que foram
registradas no Município de Chapada Gaúcha, verificando a utilização das mesmas
na produção artesanal local. Dados específicos para a produção artesanal, das
espécies selecionadas, foram registrados e consultados por pesquisas, instituições e
através das informações da comunidade local. Entre eles, podem-se citar nomes
científicos e denominações populares, tipo de resíduos vegetal ou insumo
compatível à produção artesanal, modelos de produção artesanal com estes
resíduos e outras informações complementares sobre a espécie, como uso
nutricional, medicinal e outros.
Evidenciam-se alguns pontos relacionados a uma possível continuidade da
pesquisa. Existe um extenso número de materiais utilizados e não catalogados; por
se restringir a uma pequena parcela de produção artesanal, como verificado em
Chapada Gaúcha. Além disso, o tema é de importância para todos os demais
biomas que sofrem de esgotamento de materiais vegetais, com carência de
conhecimento e desenvolvimento do extrativismo sustentável.
151
6.3. QUANTO ÀS CONTRIBUIÇÕES DO DESIGN E AS OFICINAS REALIZADAS
Em relação ao design, foi verificado um grande potencial para a contribuição
do mesmo em atividades de produção artesanal, principalmente no setor de
resíduos e insumos vegetais. Poucos trabalhos foram encontrados em relação ao
tema e a localidade, e a maior parte está vinculada ao Sebrae ou a projetos
institucionais realizados por ONGs e associações. Dos projetos com inserção do
design, destacam-se aqueles que envolvem parcerias, sistemas interligados de
conhecimentos e pesquisas no setor, economia solidária e utilização dos materiais
em bases sustentáveis. Destacou-se neste trabalho a Empresa Flor do Cerrado –
Distrito Federal/Goiás; o Núcleo Produtivo de Artesanato em Taboa – São Sebastião
do Passé/Bahia e a Central de Comercialização e Artesanatos do Vale do Urucuia –
Uruana de Minas/ MG. Sendo que o último citado encontra-se localizado no Vale do
Urucuia, próximo à Chapada Gaúcha, e vem contribuindo na produção e
comercialização dos produtos gerados pelas associações de artesãos locais.
O design é um facilitador para a transformação e expansão de potenciais.
Assim, algumas considerações devem ser destacadas em relação às possíveis
contribuições do design:
a) Os artesãos das comunidades se posicionaram de forma bastante
receptiva na aplicação de oficinas de design. Os participantes
demonstraram ávidos para conhecerem princípios sobre as cores, formas,
texturas e possibilidades de utilização dos materiais que eles já possuem.
b) As oficinas possibilitaram também o ―olhar criativo‖, a vontade de
experimentar e inovar. Através das técnicas do design, os participantes
das oficinas perceberam a riqueza ao redor de suas residências, o espaço
em dimensões maiores do que estavam habituados a ―ver‖. Promover
este olhar significa estimular o desenvolvimento de um amplo espectro de
possibilidades de inovação, cuja base é observar e utilizar os mais
simples recursos de forma que a funcionalidade aprimore.
Uma das artesãs relatou que passou a vida plantando sementes, e até
aquele momento, não havia ―olhado‖ para as sementes observando a
152
delicadeza da forma e das cores. Fatos semelhantes eram relatados em
cada exercício de observação do ambiente. Habituados ao cotidiano,
grande parte dos artesãos produzem mecanicamente, como aprenderam
com seus pais ou avós. No entanto, há muitas outras possibilidades para
utilização dos materiais que podem aplicadas. Estas são algumas das
contribuições do design para as comunidades que desenvolvem produção
artesanal: ampliar o ângulo de percepção e atuação.
c) O design na valorização da cultura e da identidade: As atividades de
reconhecimento das riquezas imateriais, desenvolvidas durante as
oficinas de design, estimularam a valorização do contexto histórico e das
tradições locais. Foram executadas análises em grupo de todas as
riquezas que os artesãos contribuem para a cultura e o reconhecimento
do legado deixado pelos antepassados, em cada atividade artesanal
executada e ensinada entre as gerações. Nos debates ao final das
atividades, os artesãos puderam perceber que estes conhecimentos
configuram-se na identidade da comunidade.
d) O reconhecimento dos potenciais, da capacidade de aprender, criar e
inovar, também contribuiu para a elevação da autoestima dos artesãos.
Estes, habituados ao ríspido trabalho rural, necessitam de estimulo para
desenvolver novas habilidades. Ao valorizar aspectos ambientais, a
beleza e a estética, o olhar do design converge ao desejo de buscar o que
se considera ―o melhor‖.
Em última ordem, deixa-se o registro singular das espécies vegetais para a
produção artesanal, do artesanato e identidade das comunidades de Buraquinhos,
Ribeirão do Areia e Serra das Araras, certos que este trabalho foi modesto, em
relação à realidade acompanhada durante a pesquisa. Acredita-se que o design tem
entre as suas atribuições, averiguar e contribuir para um modelo de vida sustentável
e que possa utilizar os resíduos no ciclo de vida dos materiais, visando contribuir
para reduzir à emissão de carbono nos sistemas de produção.
Finalizando, apresentam-se algumas sugestões para trabalhos futuros.
153
6.4. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Como conclusão da pesquisa, algumas sugestões deixam-se registradas para
novas investigações ou atuações nesta área:
a) As técnicas, o método e os conhecimentos aplicados para o manejo
sustentável contribuem na educação ambiental. Alguns conhecimentos
desta prática podem ser atrelados ao sistema de ensino fundamental nas
comunidades rurais. Assim, este será mais um incentivo, para os
estudantes - jovens adultos, permanecerem residindo na comunidade,
gerando um novo setor econômico. Certamente, uma pesquisa sobre este
aspecto, com enfoque na identidade territorial, seria de grande
importância.
b) A produção artesanal é uma atividade econômica com potencial para o
desenvolvimento sustentável em Chapada Gaúcha, principalmente pelas
suas tradições, diversidade cultural e suas riquezas naturais. Para
promover estas atividades, fazem-se necessários investimentos em
capacitações, projetos e novas pesquisas.
c) Investigar estratégias para promover parcerias com instituições de ensino
e pesquisa, como também atrair investidores de produtos sustentáveis são
ações que poderão ampliar o desenvolvimento da produção artesanal
local. Considera-se neste caso, a importância do conhecimento das
espécies vegetais na região e o uso de seus recursos (alimentação,
medicamentos e no artesanato) no desenvolvimento de estratégias para
promover a economia local.
154
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171
GLOSSÁRIO
AGROEXTRATIVISMO: Sistema produção rural, onde se combinam atividades
extrativistas com a agricultura familiar sustentável. [1]41
AGROECOLOGIA: Sistema de produção agrícola alternativa que busca a
sustentabilidade da agricultura familiar resgatando práticas que permitam ao
agricultor produzir sem depender de insumos industriais como agrotóxicos, por
exemplo. [1]
ANÁLISE DO CICLO DE VIDA: A análise é realizada para a ACV (Life Cycle
Assessment - LCA) que se constitui no método utilizado para avaliar o impacto
ambiental de bens e serviços. Inclui o ciclo de vida completo do produto, processo
ou atividade, ou seja, a extração e o processamento de matérias-primas, a
fabricação, o transporte e a distribuição; o uso, o reemprego, a manutenção; a
reciclagem, a reutilização e a disposição final. [2]
ARBUSTO: Planta perene, de caule lenhoso, menor que uma árvore. É um dos três
principais grupos de plantas em termos de tamanho e forma. [3]
ARTESANATO: Processo de execução de um objeto utilitário através da matéria
prima. Muitas vezes, este processo é executado pela tradição familiar e se
caracteriza em novos modelos conforme as necessidades. [4]
ARTESÃO: Artesão é a pessoa que executa manualmente, objetos de uso frequente
na comunidade. Seu aparecimento foi resultado de pressão da necessidade sobre a
inteligência aliada ao poder de inovar, possibilitando também ligar o passado ao
presente, mediante a linguagem; possibilitou as gerações mais novas receber das
mais velhas, suas técnicas e demais experiências acumuladas. [4]
ÁRVORE COMPLETA: Planta que possui caule lenhoso, denominado tronco, além
das demais partes como: raiz subterrânea, tronco, ramos, folhas, flor e frutos. [5]
ASPECTOS QUALITATIVOS: Estes aspectos consistem em qualificar; ver as
qualidades do objeto proposto. Representam trocas entre elementos ativos, passivos
ou ambos, sem provocar variações. [6]
BIODIVERSIDADE: Pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente
entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem.
Entendida inclusive, como uma associação de vários componentes hierárquicos:
ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida. [5]
BIOJOIA: Termo utilizado às joias (adornos para o ser humano) que tem como
diferencial a matéria prima vegetal, como sementes, fibras, conchas, casca de coco,
e outros materiais naturais. [23]
41
Os números, entre chaves [ ], a frente da explicação dos termos, referem-se a origem da
informação. As referências dos termos encontram-se no final deste glossário.
172
BIOMA: Conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de
homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de
organismos da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o
ambiente físico chamado biótopo. [5]
BRAÇOS DE BURITI: As folhas se desenvolvem diretamente do tronco da palmeira
de buriti, são chamadas de braços, quando elas se abrem. Ao secarem são ótimas
para produção artesanal. [8]
CAIÇARAS: Palavra de origem tupi que refere-se aos habitantes das zonas
litorâneas. Inicialmente designava apenas a indivíduos que viviam da pesca de
subsistência. Mais tarde, o termo caiçara veio designar diversos itens de cunho
cultural no litoral brasileiro, mais precisamente no sul e sudeste. [9]
CABOCLOS RIBEIRINHOS: Povos que vivem às margens dos rios. Eles
construíram um modo de vida integrado pela agricultura e extrativismo vegetal ou
animal, vivendo em função de produtos da floresta, dos rios e das terras molhadas
da várzea dos rios. [9]
CADEIAS PRODUTIVAS: Conjunto de etapas consecutivas, ao longo das quais os
diversos insumos sofrem algum tipo de transformação, até a constituição de um
produto final (bem ou serviço) e sua colocação no mercado. Trata-se, portanto, de
uma sucessão de operações (ou de estágios técnicos de produção e de distribuição)
integradas, realizadas por diversas unidades interligadas como uma corrente, desde
a extração e manuseio da matéria-prima até a distribuição do produto. [10]
CARÁTER DE BRASILIDADE: Conjunto de aspectos que envolvem as origens,
formação do povo brasileiro. Formado pelas influencias etnológicas de várias raças,
estilos, opções, cores e conteúdos; perfil, humor, qualidades e defeitos que formam
o contexto da identidade nacional, suas tradições e atitudes. [11]
CATÁLOGO: relação ordenada de coisas ou pessoas com descrições curtas a
respeito de cada um dos itens. [3]
CERRADÃO: formação florestal do bioma cerrado com características esclerófilas
(grande ocorrência de órgãos vegetais rijos, principalmente folhas) e xeromórficas
(com características como folhas reduzidas, suculência, pilosidade densa ou com
cutícula grossa que permitem conservar água e, portanto, suportar condições de
seca). Caracteriza-se pela presença preferencial de espécies que ocorrem no
Cerrado sentido restrito e também por espécies de florestas, particularmente as da
mata seca semidecídua e da mata de galeria não inundável. Do ponto de vista
fisionômico é uma floresta, mas floristicamente se assemelha mais ao cerrado
sentido restrito. É um tipo mais denso de vegetação. [12]
CERRADO: É o bioma que ocupa a região do Planalto Central brasileiro, sendo que
há grandes manchas desta fisionomia na Amazônia e algumas menores na Caatinga
e na Mata Atlântica. Seu clima é particularmente marcante, apresentando duas
estações bem definidas. O Cerrado apresenta fisionomias variadas, indo desde
campos limpos desprovidos de vegetação lenhosa a cerradão, uma formação
arbórea densa. Esta região é permeada por matas ciliares e veredas, que
acompanham os cursos d'água. [12]
173
CERRADO CAMPO LIMPO: Extensão de terras sem mata, recoberto por plantas
herbáceas, principalmente gramíneas, podendo ter árvores esparsas (cerrado).
Ocorre em terrenos planos, em vales e colinas. Consiste de uma camada rasteira de
gramíneas e ervas, sem árvores ou arbustos que se destaquem no estrato arbustivoherbáceo. No Campo Limpo a presença de arbustos e subarbustos é insignificante.
[12]
CERRADO CAMPO RUPESTRE: Trechos com estrutura similar ao Campo Sujo ou
ao Campo Limpo, diferenciando-se tanto pelo substrato, composto por afloramentos
de rocha, quanto pela composição florística, que inclui muitos endemismos
(presença de espécies com ocorrência restrita a este ambiente). [12]
CERRADO CAMPO SUJO: Tipo de Cerrado formado de vegetação com fisionomia
herbácea e arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre si, geralmente
estão sobre solos mais rasos que podem apresentar pequenos trechos de rochas ou
solos mais profundos, mas pouco férteis. Caracteriza-se pela presença evidente de
arbustos e subarbustos entremeados no estrato arbustivo-herbáceo. [12]
CERRADO MINEIRO: Minas Gerais, na maior parte de seu território, é revestida
pela tipologia vegetal denominada cerrado, que se caracteriza por vegetação não
muito densa com árvores de pequeno e médio porte que, de um modo geral, se
apresentam com bastante tortuosidade. São comuns, entretanto, diferentes
fisionomias neste tipo de vegetação, variando desde o típico cerrado, como acima se
mencionou, até o campo, como o que é encontrado em quase toda extensão. Esta
vegetação abriga importantes espécies da flora e da fauna do bioma Cerrado.
Algumas delas ameaçadas de extinção, como é o caso do lobo-guará, do veadocampeiro e do pato-mergulhão, dentre outros. [13]
CERRADO SENTIDO RESTRITO: Caracteriza-se pela presença de árvores baixas,
inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com
evidências de queimadas. Os arbustos e subarbustos encontram-se espalhados,
com algumas espécies apresentando órgãos subterrâneos perenes (xilopódios), que
permitem a rebrota após queima ou corte. Na época chuvosa as camadas
subarbustiva e herbácea tornam-se exuberantes, devido ao seu rápido crescimento.
[12]
CHAPADEIROS: Habitantes das comunidades com relevo entre chapadas, muitas
vezes são povos descendentes de bandeirantes, garimpeiros ou mesmos indígenas.
[9]
CICLO DE VIDA DO PRODUTO: É a história completa do produto através de suas
fases de concepção, definição, produção, operação e obsolescência. [2]
COMPENSAÇÕES AMBIENTAIS: A Compensação Ambiental é um mecanismo
financeiro de compensação pelos efeitos de impactos ambientais não mitigáveis. É
imposta pelo ordenamento jurídico aos empreendedores, sob duas modalidades
distintas: no licenciamento ou quando do dano efetivo. [14]
COMUNIDADE ECOLÓGICA: É a comunidade que pratica a permacultura. O
conceito pretende abranger não só a agricultura como todas as formas de interação
entre o homem e a natureza que o sustentam. Baseia-se no princípio que um
174
sistema se deve sustentar a si próprio sem degradar os recursos que o suportam,
utilizando para isso as suas capacidades de renovação. O design da permacultura
baseia-se por isso na observação dos sistemas naturais, e na forma como atingem o
equilíbrio dinâmico. [7]
COMUNIDADES TRADICIONAIS: Povos e Comunidades Tradicionais são "grupos
culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas
próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais
como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e
econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos
pela tradição". [16]
COMUNIDADES TRADICIONAIS URBANAS: As comunidades tradicionais urbanas
reúnem ainda remanescentes de quilombos urbanos que foram absorvidos com o
crescimento das cidades. [14]
CONSUMIDOR: pessoa física ou jurídica que adquire algum produto ou serviço para
seu consumo. Existem dois tipos de consumidores: O consumidor final é aqueles
que compram produtos em sua forma final; e o consumidor intermediário que é
aqueles consumidores que compram matérias-primas ou produtos do atacado antes
de vendê-las ao consumidor final. Serviços aos consumidores é oferecer aos
consumidores o que eles que querem ou necessitam. [14]
CONSUMO SUSTENTÁVEL: O conceito de consumo sustentável passou a ser
construído a partir do termo desenvolvimento sustentável, divulgado com a Agenda
21, documento produzido durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992. A Agenda 21 relata quais
as principais ações que devem ser tomadas pelos governos para aliar a necessidade
de crescimento dos países com a manutenção do equilíbrio do meio ambiente. Os
temas principais desse documento falam justamente sobre mudanças de padrões de
consumo, manejo ambiental dos resíduos sólidos e saneamento e abordam ainda o
fortalecimento do papel do comércio e da indústria. [13]
COPA DA ÁRVORE: Parte da arvore que compõe as folhagens superiores
constituído em ramos. Abriga flores e frutos. A copa da árvore deve ter formato,
dimensão e engalhamento adequado a cada espécie, quanto maior a copa maior a
raiz. [17]
CORANTES NATURAIS: São corantes (pigmentos) obtidos a partir de vegetais ou,
eventualmente de animais. [4]
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A definição mais aceita para
desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades
da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das
futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de
harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação
ambiental. [13]
175
ECOSSISTEMAS: conjunto formado por todas as comunidades que vivem e
interagem em determinada região e pelos fatores abióticos que atuam sobre essas
comunidades. Consideram-se como fatores bióticos os efeitos das diversas
populações de animais, plantas e bactérias umas com as outras e abióticos os
fatores externos como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento. Em um determinado
local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar, caatinga, mata atlântica ou
floresta amazônica, por exemplo, a todas as relações dos organismos entre si, e
com seu meio ambiente chamamos ecossistema. Ou seja, podemos definir
ecossistema como sendo um conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo
sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos. [18]
ELEMENTOS AMBIENTAIS: Elementos que formam as condições do ambiente
através de efeitos químicos ou físicos. Neste caso, são os elementos constituídos
dos ecossistemas em um ambiente (plantas, animais, pessoas). [19]
ELEMENTOS CULTURAIS: São as instituições, as ideias, os valores e as técnicas
que formam a cultura. A cultura é o processo de transmissão de geração em
geração e não existe independentemente dos indivíduos. A cultura também é
simbólica, pois todas as culturas possuem símbolos que são compreendidos de
modo semelhante por todas as pessoas que as integram. [19]
ELEMENTOS HISTÓRICOS: Os elementos históricos, por sua vez, como o próprio
nome indica, compreendem as ideias de interpretação verificando o contexto
histórico, as instituições e preceitos de cada época. [19]
ELEMENTOS SOCIAIS: São os elementos que atuam na vida do ser humano, no
comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os
indivíduos em associações, grupos e instituições. [19]
EMISSÃO ZERO: A abordagem em Emissão Zero representa uma mudança em
nosso conceito de indústria, abandonando os modelos lineares nos quais os
resíduos são considerados a norma, para sistemas integrados nos quais tudo tem
seu uso. Prenuncia o inicio de uma nova revolução industrial, na qual a indústria
imita os ciclos sustentáveis da natureza e a humanidade, mais que esperar que a
terra produza mais, aprende a fazer mais com os recursos que a terra produz. A
Emissão Zero vislumbra todos os insumos industriais sendo aproveitados nos
produtos finais ou convertidos em insumos de valor agregado para outras indústrias
ou processos. Desta maneira os processos produtivos irão se organizar
espacialmente em conjuntos, de modo que o resíduo de cada processo seja
completamente correspondido pelos insumos de outros processos, e o todo
integrado não produz resíduos de nenhum tipo. [20]
ESPÉCIES VEGETAIS: As plantas são espécies vegetais, seres pluricelulares e
eucariontes. Nesses aspectos elas são semelhantes aos animais e a muitos tipos de
fungos; entretanto, têm uma característica que as distingue desses seres - são
autotróficas. [21]
ESPÉCIE EXÓTICA: É uma espécie que não é nativa na região onde se localiza.
[21]
176
EXTRATIVISTAS: São todas as atividades de coleta de produtos naturais, sejam
estes produtos de origem animal, vegetal ou mineral. [10]
EXTRATIVISMO SUSTENTÁVEL: Sistema de exploração baseado na coleta e
extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis. [10]
FATORES ABIÓTICOS: Fatores químicos e físicos. [21]
FIBRAS NATURAIS: As fibras retiradas da natureza. Servem de matéria-prima para
manufatura, podendo ser fiadas, para a formação de fios, linhas ou cordas ou
dispostas em mantas, para a produção papel, feltro ou outros produtos. Lã, algodão,
linho, ramos e outros. [8]
FITOFISIONOMIAS: Aspectos da vegetação de um lugar, ou de lugares. [21]
FITOFISIONÔMICO: Relativo à fitofisionomia, ou seja, aos aspectos da vegetação
de um local. [21]
FOLHAGEM DA ÁRVORE: Conjunto de ramos e folhas que compõem a copa da
arvore. [17]
FUSTE DA ÁRVORE: Fuste é a parte principal do tronco de uma árvore, aquela
situada entre o solo e as primeiras ramificações. [17]
FUSTE TOTAL DA ÁRVORE: É o tronco principal de uma arvore da com todas as
ramificações que às compreendem. [17]
GEOMORFOLÓGICAS: Estudos das formas da superfície e terrestre. [21]
GERAIZEIROS: Habitantes do sertão, são as populações tradicionais que vivem nos
Cerrados do Norte de Minas. Este termo deriva do fato de que, no norte do estado
de Minas Gerais as regiões de Cerrado são conhecidas como Gerais. [9]
IDENTIDADE CULTURAL: Identidade é a igualdade completa. Cultural é um
adjetivo de saber. Logo, a junção das duas palavras produz o sentido de saber se
reconhecer. Muitas questões contemporâneas sobre cultura se relacionam com
questões sobre identidade. A discussão sobre a identidade cultural acaba
influenciada por questões sobre: lugar, gênero, raça, história, nacionalidade,
orientação sexual, crença religiosa e etnia. [10]
IDENTIDADE DO PRODUTO: Fundamentada no conceito da marca e estender-se
como um conjunto de características e/ou atributos que configuram sua
personalidade. Cabe salientar que a imagem de uma marca será sempre percebida,
contraposto da sua identidade que deverá estar bem posicionada e definida na
mente do consumidor. [27]
INSUMOS: São as matérias primas utilizadas para um processo de produção. Tudo
aquilo que entra no processo ('input'), em contraposição ao produto ('output'), que é
o que sai. Podem ser consideradas as plantas, os frutos, as flores, as fibras e outros
produtos do agroextrativismo. [22]
177
MANEJO SUSTENTÁVEL: Utilização de práticas e manejos que possam executar a
sustentabilidade social, econômica e ambiental dos empreendimentos rurais com os
recursos florestais. [10]
MATA CILIAR: Vegetação que ocorre nas margens de rios e mananciais. O termo
refere-se ao fato de que ela pode ser tomada como uma espécie de "cílio" que
protege os cursos de água do assoreamento. [21]
MATA DE GALERIA: Vegetação mais frondosa. O termo refere-se ao fato de que
ela pode ser tomada como uma espécie de "cílio" que protege os cursos de água do
assoreamento. [21]
MÉTODO MECANICISTA: É o método que os elementos ligados entre si, cujo
funcionamento regular e previsível pode ser reduzido a um conjunto limitado de leis,
as leis da mecânica. [23]
MÉTODO CIENTÍFICO: Conjunto de procedimentos usados pelos cientistas para
obter um conhecimento tão certo e seguro quanto possível na sua área de
investigação. . [23]
MICRONUTRIENTES: Elemento necessário à manutenção de algum organismo,
como no caso do cromo para o corpo humano, necessário em quantias
extremamente pequenas, e de alguns metais para plantas. [17]
PARTE AÉREA DA ÁRVORE: A parte aérea é constituída pelo tronco, também
denominado de caule principal, sendo a partir deste eixo central que surgem
diversos ramos laterais, servindo estes de suporte para as folhas e para as flores ou
para os cones, no caso das coníferas. [17]
PESCADORES ARTESANAIS: São aqueles que executam a pesca principalmente
pela mão de obra familiar. Utilizam embarcações de porte pequeno, como canoas ou
jangadas, ou ainda sem embarcação, como na captura de moluscos perto da costa.
Sua área de atuação está nas proximidades da costa e nos rios e lagos. [16]
POPULAÇÕES TRADICIONAIS MARÍTIMAS: são os povos tradicionais que se
subdividem em ―pescadores artesanais‖ e os ―caiçaras‖, principalmente do litoral
Nordestino e pelos caiçaras do litoral do Sul e Sudeste do Brasil. [16]
PONTEIRO DA ÁRVORE: Parte da arvore que mantém as caracterizas e evita
anormalidade do crescimento. Quando a planta perde o ponteiro ela emite outros
restabelecendo o equilíbrio nutricional de novo, para manter-se viva. [17]
POVOS TRADICIONAIS: São os povos que aderem a uma tecnologia e a práticas
semelhantes às que vigoravam tradicionalmente e que não são lesivas ao meio
ambiente. As populações tradicionais variam de acordo com cada região do Brasil,
apresentando traços culturais que a diferenciam da população que está em seu
entorno; são comunidades tradicionais os "povos indígenas", as comunidades
"remanescentes de quilombos", os "caboclos ribeirinhos", as "comunidades
tradicionais urbanas" e as "populações tradicionais marítimas". [16]
178
PRODUÇÃO ARTESANAL: Processo de produção em que, embora padronizada,
cada peça feita à mão é única, não se confunde com nenhuma outra, nem da
mesma espécie, ainda que tenha sido elaborada pela mesma pessoa. [4]
PRÁTICAS PRODUTIVAS: Práticas que procuram, através da diversificação da
produção, de inovações no processo de comercialização, da agregação de valor ao
produto, de formas de organização criativas que procuram superar as dificuldades
do cooperativismo e associativismo tradicional. [4]
PROCESSO CRIATIVO: É o processo de mudança, de desenvolvimento, de
evolução na organização subjetiva. Possui duas características fundamentais, é
autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma. [4]
PRODUTOR DE INSUMOS VEGETAIS: É aquele que executa a produção de
insumos, ou seja, a matérias-primas (fatores direto) e mão de obra, energia, tributos
(indiretos), que entram na elaboração de certa quantidade de bens ou serviços. [12]
PROPÁGULOS: São estruturas constituídas basicamente por células
meristemáticas que se desprendem de uma planta adulta para dar origem a uma
nova planta, geneticamente idêntica à planta de origem (clones). [23]
QUATERNÁRIO: Período do planeta de grande extensão de ―eras de gelo‖ durante
o último máximo glacial cerca de 20.000 anos a 12.000 anos atrás - Pleistoceno e
Holoceno. Dando início a atual época em que vivemos atualmente, e extinguindo os
animais que se adaptaram a viver com essas eras do gelo. [24]
QUILOMBOLAS: A palavra ―Quilombo‖ ou ―Calhambo‖ é de origem Bantu, e
significa acampamento ou fortaleza. O povo Bantu se localiza nas regiões sul,
sudoeste e sudeste da África. A palavra foi usada pelos portugueses para denominar
as povoações construídas por escravos fugidos. O termo também pode ser atribuído
a ―casa‖ ou ―refúgio‖. Durante os períodos colonial e imperial, vários quilombos ou
comunidades negras se formaram com a fuga de escravos que se rebelara contra a
ordem escravista. Havia diferentes formas de quilombos: desde pequenos grupos
itinerantes que viviam de assaltos nas estradas e fazendas até complexas estruturas
de vilarejos, como o Quilombo de Palmares no nordeste brasileiro e o quilombo do
Ambrósio no centro-oeste mineiro. [16]
RAMOS DA ÁRVORE: Ramificações da espécie vegetal que, segundo sua função,
dividem-se em: ramos lenhosos (vegetativos), mistos e frutíferos. [17]
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA: Regularização fundiária é um programa do
Governo do Estado que tem como objetivo eliminar a indefinição dominial, ou seja,
estabelecer com precisão de quem é a posse da terra para depois legitimá-la ou
regularizá-la, garantindo segurança social e jurídica para pequenos agricultores e
moradores de áreas urbanas, e auxiliar os municípios no dimensionamento da
arrecadação de impostos e elaboração de planos diretores. [14]
RECURSOS NATURAIS: Inclui o meio físico, especialmente, solos e águas
(superfície, atmosfera e subterrânea), e o meio biótico especialmente a fauna e flora,
que sejam úteis para a produção. Nesta análise, a ênfase recai sobre as funções
179
dos ecossistemas, referentes à água e à biodiversidade e ao carbono, os quais são
necessários, ao menos indiretamente, para o desenvolvimento sustentável. , [5]
RESÍDUOS FLORESTAIS: São os resíduos vegetais oriundos do extrativismo,
agregando valores específicos de matas espessas, florestas ou produção agrícola.
Como exemplo os resíduos da extração de eucaliptos e outras madeiras. [17]
RIBEIRINHOS: Populações tradicionais que residem nas proximidades dos rios e
têm a pesca artesanal como principal atividade de subsistência e cultivam pequenos
roçados para consumo próprio. Podem praticar também atividades extrativistas. [16]
SAVANA: Região plana cuja vegetação predominante são a gramínea, com árvores
esparsas e arbustos isolados ou em pequenos grupos. Normalmente, as savanas
são zonas de transição entre bosques e prados. A savana é o bioma típico das
regiões de clima tropical com estação seca. [21]
SEDA DO BURITI: As folhas jovens também produzem uma fibra muito fina, a
“seda‖ do buriti, usada pelos artesãos na fabricação de peça. [8]
SEMIÁRIDO: é um tipo de clima caracterizado pela baixa umidade e pouco volume
pluviométrico. Na classificação mundial do clima, o clima semiárido é aquele que
apresenta precipitação de chuvas média entre 300 mm e 800 mm. [26]
SERTANEJOS: Habitantes da região semiárida do nordeste brasileiro, considerando
a extensão de 868 mil quilômetros, abrangendo o norte dos estados de: Minas
Gerais e Espírito Santo, os sertões da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e uma parte do sudeste do Maranhão.
[16]
SERVIÇO AMBIENTAL: É a capacidade da natureza de fornecer qualidade de vida
e comodidades. A natureza trabalha (presta serviços) para a manutenção da vida e
de seus processos e estes serviços realizados pela natureza são conhecidos como
serviços ambientais. [14]
SISTEMA: É um conjunto integrado de partes íntima e dinamicamente relacionadas,
que desenvolve uma atividade ou função e destina em atingir um só objetivo. A
organização visualiza como um sistema que é constituído de subsistemas. Sistemas
fechados: são sistemas de intercâmbio com ambiente, portanto, inteiramente
programado e determinísticos. Na verdade não existem sistemas totalmente
fechados, mas sim sistema hermético a qualquer influência ambiental o
funcionamento é perfeitamente previsível e programado. Sistemas abertos: são
sistemas que apresentam intensas relações de intercâmbio com o ambiente. São
inteiramente probabilísticos e totalmente flexíveis, pois não é possível mapear todas
as suas entradas e saídas. [6]
SISTEMA PRODUTO: Sistema caracterizado por intensas e constantes interrelações com o contexto ambiental (entendido como o mundo da natureza e o
mundo das interconexões globais de caráter político, econômico, social e cultural).
[6]
TERRITÓRIO: Apropriação de uma parcela geográfica por um indivíduo ou uma
coletividade. O território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes
180
países, sendo caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo
ao espaço geográfico socializado, apropriado para os seus habitantes,
independentemente da extensão territorial. [25]
TERRITORIALIDADE: As estratégias espaciais usadas para obter esse controle. Ela
seria constituída por 3 aspectos fundamentais: uma forma de classificação de área,
uma forma de controle de acesso e ainda um modo de comunicação. . [23]
TERRITORIALIZAÇÃO: Formas de organização e reorganização social, modos
distintos de percepção, ordenamento, reordenamento em termos de relações com o
espaço. . [23]
TOUÇA DA ÁRVORE: Parte da árvore cujo caule foi cortado e que fica viva no solo.
(Sin.: cepa.) Conjunto dos rebentos de uma planta. [17]
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: São áreas protegidas por lei, de acordo com sua
função e utilidade para o equilíbrio do meio e o bem estar do homem. Não são
apenas bens públicos: são bens comuns. [14]
VAZANTEIROS: pequenos agricultores que ocupam as margens de rios. [16]
VEREDAS: Região com maior abundância de água e vegetação na zona das
caatingas, caminhos alagados. [21]
VEREDEIROS: comunidades que vive do cultivo da terra. [16]
VISÃO HOLÍSTICA: Ver sob os aspectos integrados, todos os elementos em um
todo. A palavra hólos veio do grego e significa inteiro; composto. Holismo é a
tendência a sintetizar unidades em totalidades, que se supõe seja própria do
universo. . [23]
181
REFERÊNCIAS DO GLOSSÁRIO:
[1] - ACTIONAID.ORG.BR. disponível em:
<http://www.actionaid.org.br/tabid/673/Default.aspx>. Acesso em: 18 set. 2011.
[2] - RIBEIRO, C. M.; GIANNETI B. F.; ALMEIDA C. M. V. B. Avaliação do Ciclo de
Vida (ACV): Uma Ferramenta Importante da
Ecologia Industrial. Dispovível em: < http://www.hottopos.com/regeq12/art4.htm>.
Acesso em: 18 set. 2011.
[3] - FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 11. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.(p. 157, 228, 367, 416)
[4] - BARROSO NETO, E. Apostila o que é o Artesanato. 2001. Disponível em:
<www.eduardobarroso.com.br/Artesanato_%20mod1.pdf >. Acesso em: 06 mai. 2010.
[5] - GOULART, L. H. S. D. Dicionário do Agrônomo. São Paulo: Rigel, 2004. (p. 28,
46, 55)
[6] - BERTALANFFY, L. V. Teoria Geral dos Sistemas. Ed. Vozes; 1975.
[7] - CAPRA, F. A teia da vida. São Paulo: Cultríx, 1996.
[8] - ISPN - INSTITUTO SOCIEDADE POPULAÇÃO NATUREZA. O buriti – a palmeira
de mil e uma utilidades. Disponível em: <http://www.ispn.org.br/o-buriti-a-palmeira-demil-e-uma-utilidades/>. Acesso em: 15 Jan 2010.
[9] - IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais e Renováveis.
Reserva Extrativista. Populações Tradicionais. 2003. Disponível em:
hptt/www.ibama.gov.br/resex/pop.htm. Acesso em: 10 jul 2010.
[10] - METELLO, D. G. Os Benefícios da Associação em Cadeias Produtivas
Solidárias: O Caso da Justa Trama-Cadeia Solidária do Algodão Agroecológico.
Dissertação de mestrado UFPJ : Rio de Janeiro, RJ, 2007. Disponível em:
<http://www.fbes.org.br/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=637&Ite
mid=8>. Acesso em: 13 Jun 2011.
[11] - NASCIMENTO, E. R. Princípios da economia solidária. 2006, Brasília.
Disponível em: <www.editoraferreira.com.br/publique/media/edson_toque7.pdf>.
Acesso em: 10 ago. 2010.
[12] - BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biomas. 2010. Disponível em:
<www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&idMenu=2351>
. Acesso em: 30 out 2010.
[13] - PORTALBRASIL. Disponível em:<http://www.portalbrasil.net/cerrado_tipos.htm>
Acesso em:20 mai. 2010.
[14] - RODRIGUES, A. M. Compensação Ambiental – JurisWay. Disponível em: <
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=142>. Acesso em: 20 jun. 2011.
[15] - FELIX, A.A A. Identificação e movimento de técnica alternativa de controle de
fungos em sementes utilizadas no artesanato. UnB: Instituto de Ciências Biológicas e
182
Departamento de Fitopatologia, Brasília, 75 p., p. 1, p. 10-12, 2007. Disponível em:
<http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/3322/1/2007_AnaAngelicaAlvesFelix.PDF
>. Acesso em: 20 Jul 2011.
[16] - SOUZA, F. A. A. A cultura tradicional do sertanejo e seu deslocamento para
implantação do Parque Grande Sertão Veredas. Dissertação em Ciências
Florestais.Viçosa: UFV. 2010. Disponível em:
<http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_arquivos/4/TDE-2007-01-29T075059Z289/Publico/texto%20completo.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2011.
[17] - BRITO, J. O.; COUTO, H. T. Z . Inventário de Resíduos Florestais. Serie
Técnica IPEF. Piracicatu.v.1,n.2.p.A1-A-13.Jul.1980. Disponível em:
<http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr02/cap01.pdf>. Acesso em: 20 Jun 2011.
[18] - ALMEIDA, S.P. et.al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMPRAPACEPAC, 1998.
[19] - MONTENEGRO, P.P. Levantamento Científico: o despertar do conhecimento
das Ciências desde os anos iniciais do ensino fundamental. Dissertação de mestrado
Faculdade de Educação. UnB. 2006. Disponível em:
<repositorio.bce.unb.br/.../1/2008_PatriciaPeregrinoMontenegro_orig.pdf>. Acesso em:
17 jul. 2011.
[20] - NASCIMENTO, L. F. O que é emissão zero. 2020 Sustentável - Emissão Zero e
Permacultura. Disponível em: <http://2020sustentavelezep.blogspot.com/2010/04/o-quee-emissao-zero.html>. Acesso em: 17 jul. 2011.
[21] - CARVALHO, P.E.R. Espécies florestais brasileiras: recomendações
silviculturais potencialidades e uso da madeira. Brasília: EMBRAPA - CNPF/SPI, 1994.
[22] - BISTAGNINO, L. Design Sistêmico: uma abordagem interdisciplinar para a
inovação / tradução: Lia Krucken. In: Cadernos de Estudos Avançados em Design e
sustentabilidade / org. Dijon de Moraes e Lia Krucken. Barbacena, MG: EdUEMG,
2009.
[23] - DICIONÁRIO ON LINE DE PORTUGUÊS. Disponível em:
<http://www.dicio.com.br> Acesso em:20 Jun 2011.
[24] - SHIRAI, M. Redesenhando o mundo. Revista Bravo - 02/2008. Disponível
em:<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_270052.shtml>.
Acesso em: 22 jun. 2011.
[25] - MITIDIERO JR. M. A. Territorialização: conceito explicativo da luta pela terra?
Klepsidra: Revista virtual de historia, A agricultura capitalista no Brasil, USP: ISSN 16778944, N. 9, 2001. Disponível em:
<http://www.klepsidra.net/klepsidra9/territorializacao.html >. Acesso em: 19 Jul 2011.
[26] - LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. 2.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v.2. 382p.
[27] - CANCLINI, N. G. Consumidores e cidadãos: Conflitos Multiculturais da
Globalização. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.
183
APÊNDICES
184
APÊNDICE A - Dados de sites: Comercialização de Res.Veg. Beneficiados
INFORMAÇÕES DE SITES: COMERCIALIZAÇÃO DOS RESÍDUOS VEGETAIS
1. S & R Flores e Folhagens Ltda.
<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011.
―Fundada no ano de 1997, porém seus fundadores já atuavam no mercado de flores
secas desde meados da década de 70. Possui conhecimento tanto na desidratação,
branqueamento e tingimento de flores e folhagens, além da diversificada linha de
produtos desidratados para decoração e artesanato do Brasil. Comercializa produtos
para decoração e artesanato, tendo como forte artigos desidratados ou secos, assim
como: flores, capins, folhagens e folhas secas, especiarias e frutas desidratadas para
a confecção de velas decorativas e pot pourris aromatizantes, musgos, vimes, frutos
secos e sementes decorativas. O meio de comércio é o atacado e o varejo, o qual
atua em todo o território brasileiro, seja através dos Correios, ou por transportadora.‖
(Informações do site).
Identificação Visual do
Material
Especificação popular
Identificação Visual do
Material
Especificação popular
Abacaxizinho
alvejado
Abacaxizinho Color
Aniz estrelado
Asa de Barata
Asa de borboleta –
Flor de Tingui
Aspargo sortido
Assa peixe sortido
Avenca
Bolsa de Castor
Boca de Sapo
185
LEVANTAMENTO SITE DE COMERCIALIZAÇÃO DOS RESÍDUOS VEGETAIS - DATA: 07/2011
1.
Caldana Flores
<http://caldanaflores.com.br/index.php>. Acesso em: 12 jul. 2011
“Fundada em meados da década de 80, tem como prioridade melhor atender seus clientes, e
para que isso aconteça vem ao decorrer dos anos aprimorando vários aspectos. A Caldana
Flores está sediada na cidade de Artur Nogueira, onde ocorre todo o processo de
transformação dos produtos, distribuímos para todo o país através de transportadoras e
também através do CEASA Campinas, onde concentra-se nosso maior ponto de vendas.
Navegue pelo nosso site e conheça um pouco mais de nossos produtos, desde já a Caldana
Flores se dispõe à esclarecer todas e quaisquer dúvidas que por ventura venham surgir. Assim
também aproveitamos para agradecer a colaboração de todos que fazem da Caldana Flores
uma empresa líder no mercado, obrigado aos clientes, funcionários, fornecedores, amigos, e à
todos que direta ou indiretamente contribuem para que o crescimento aconteça.” –
(Informações do site)
Flores e Buquês
Folhagens, Galhos e Diversos
Folhas, Cascas e Sementes
Musgos
Cód: 0080
Cód: 0081
Cód: 0082
Cód: 0084
Cód: 0085
Cód: 0086
Topiaria, Conchas e Estrelas
Cód: 0083
Cód: 0087
186
APÊNDICE B - Formulários para cadastro artesãos e cadastro de esp. vegetais
1. Modelo cadastramento de artesões:
2. Modelo cadastramento das espécies vegetais:
187
APÊNDICE C - Modelo entrevista semiestruturada
Termo de Esclarecimento
Esta pesquisa, “Design Sistêmico: Sustentabilidade na Produção Artesanal com Resíduos
Vegetais do Cerrado Mineiro”, enquadra-se numa investigação no âmbito do Mestrado em
Design, Inovação e Sustentabilidade, área de concentração Design, Materiais, Tecnologia e
Processos. Com esta entrevista busco obter informações sobre a origem, nome cientifico e
comercialização de insumos e resíduos vegetais, bem como entender especialmente nas
lojas do Mercado Central de Belo Horizonte de existe esgotamento pela extração de
espécies vegetais do Cerrado Mineiro. Todas as informações recolhidas são estritamente
confidenciais e os dados de identificação servem apenas para efeito de interpretação das
outras respostas. Por favor, responda com sinceridade, pois não há respostas corretas ou
incorretas. Sua participação é muito importante para o desenvolvimento da pesquisa. Desde
já agradeço pela colaboração.
Obrigada!
Nome do Comércio:
Endereço: Data:
Identificação Pessoal:
1. Nome:
2. Idade:
3. Formação acadêmica / escolar:
4. Há quanto tempo trabalha na loja?
Identificação dos produtos:
1. Conhece os nomes das espécies vegetais (resíduos vegetais) que são comercializadas?
2. Estes insumos são adquiridos de pessoas físicas ou de empresas, associações e
cooperativas?
3. Qual a região de procedência?
4. Sabe como são coletados?
5. Os fornecimentos destes insumos variam por estações do ano?
6. O fornecimento de algum tem diminuído ou deixou de ser comercializado?
7. Um Catálogo com os nomes das espécies vegetais para o artesanato ajudaria as
atividades comerciais?
188
APÊNDICE D - Modelo carta apresentação e solicitação de apoio
APRESENTAÇÃO
Pesquisa “Design Sistêmico: Sustentabilidade na Produção Artesanal com Resíduos
Vegetais do Cerrado Mineiro”
Assunto: Solicitação apoio à pesquisa (voluntária)
Ao Sr(a) ______________________________________________________
Instituição: ___________________________________________________
Endereço: ____________________________________________________
Prezado Senhor(a),
Solicito apoio ao desenvolvimento da pesquisa acima citada, em desenvolvimento no
Município de Chapada Gaúcha. O objetivo principal é investigar possíveis contribuições do
design sustentável na produção artesanal com resíduos vegetais do Cerrado Mineiro,
referentes aos materiais, técnicas e processos que valorizem o território.
Compreendem também os objetivos da proposta: Pesquisar as espécies vegetais do Cerrado
Mineiro e seus insumos que possam ser utilizados na produção artesanal, através da
sustentabilidade ambiental, social e econômica; Propor a aplicação dos resíduos vegetais
utilizados nos produtos artesanais, visando à sensibilização da sociedade quanto à riqueza
do bioma Cerrado em Minas Gerais e a necessidade de construção de novas práticas
produtivas do design, voltadas à sustentabilidade; Desenvolver proposta de um catálogo de
espécies vegetais do Cerrado Mineiro, cujos resíduos possam ser utilizados na produção
artesanal, para estimular ao desenvolvimento da sociobiodiversidade neste território.
Este projeto é parte das atividades para dissertação do mestrado em “Design, Inovação e
Sustentabilidade” - localidade de amostra o Vale do Urucuia, Município de Chapada Gaúcha.
O projeto é voluntário, não requerendo quaisquer ônus para as instituições parceiras.
Solicita-se: dados da região e da comunidade (necessários para o desenvolvimento da
pesquisa), colaboração na mobilização social, identificação de espécies vegetais e transporte
para acompanhamento às comunidades distantes, quando possível.
Atenciosamente,
______________________________________
Nadja Maria Mourão
Localidade:__________________________ Data_________________
DE ACORDO: ______________________________________________
Assinatura e n° documento
189
APÊNDICE E - Modelo autorização para reprodução de foto e vídeos
AUTORIZAÇÃO
Acordado entre: O(a) Sr.(a)_____________________________________________________,
nascido(a) a ___/___/_____, em ______________________________________________,
residente____________________________________________________________________
, e a Equipe de foto/filmagem do projeto de pesquisa “Design Sistêmico: Sustentabilidade na
Produção Artesanal com Resíduos Vegetais do Cerrado Mineiro”.
Pelo presente documento, concedo os direitos para divulgação e reprodução das fotografias
e imagens, realizadas em _______________________________________________, no dia
_____________, para:_________________________________________________________.
As fotografias e filmagens poderão ser reproduzidas parcialmente ou na sua totalidade em
qualquer suporte (papel, digital, magnético, tecido, plástico, etc.) e integradas a qualquer
outro material (fotografia, desenho, ilustração, pintura, vídeo, animação, etc.) conhecido ou
que venha a existir.
As fotografias e filmagens poderão ser exploradas em qualquer parte do mundo e em todos
os ramos (publicidade, edição, imprensa, packaging, design, etc.) diretamente pelo fotógrafo
ou cedidas a terceiros.
Está definido que o fotógrafo está expressamente proibido de explorar as fotografias e
filmagens de um modo que possa ser considerado como atentado à minha vida e de difundilas sobre qualquer suporte considerado pornográfico, xenófobo, violento ou ilícito.
Reconhece que a não existe ligação a nenhum contrato de exclusividade do uso do meu
nome ou imagem, ou quaisquer pagamentos. Pois, estas imagens, são exclusividade do
Projeto de Pesquisa “Design Sistêmico: Sustentabilidade na Produção Artesanal com
Resíduos Vegetais do Cerrado Mineiro”.
___________________________________________________
Assinatura
Fotógrafo: _______________________________________________________________,
Identidade:_________________________, CPF:_________________________________,
Residência:_______________________________________________________________.
190
APÊNDICE F - Levantamento de preços no Mercado Central de BH
TABELA DE PREÇOS DOS RESÍDUOS VEGETAIS BENEFICIADOS
LOJAS DO MERCADO CENTRAL DE BELO HORIZONTE - DATA: 06/2011
Identificação Visual do
Material
Especificação popular
LOJA A
LOJA B
LOJA C
Folha de Maria Preta
Esqueletizada e
pigmentada
Cor: violeta
R$ 35,00k
Pacote:
R$ 3,50
R$ 37,00k
Pacote:
R$ 3,70
R$ 35,00k
Pacote:
R$ 3,50
R$ 25,00
Pacote:
R$ 2,50
R$ 20,00
Pacote:
R$ 2,00
R$ 30,00
Pacote:
R$ 3,00
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
Semente Açaí
Rolada e pigmentada.
Cor: Violeta
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
Semente
Abacaxizinho
Pigmentada.
Cor: amarelo, verde.
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
Semente Chapéu de
Napoleão.
Pigmentada. Cor:
diversas
R$ 15,00 k
* R$ 0,50
R$ 13,00 k
* R$ 0,30
R$ 15,00 k
* R$ 0,50
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
Semente de
Framboyan
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
Semente de Anajá
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 13,00 k
* R$ 0,20
R$ 13,00 k
* R$ 0,20
R$ 13,00 k
* R$ 0,20
Folha Moeda
Alvejada e
pigmentada
Cor: amarelo,
vermelho, verde.
Semente Açaí
Semente de feijão
branco
Semente de fava rosa
Semente Cinzeiro
191
LISTA DE PREÇOS DOS INSUMOS E RESÍDUOS VEGETAIS
LOJAS DO MERCADO CENTRAL DE BELO HORIZONTE - DATA: 06/2011
Identificação Visual do
Material
Especificação
popular
LOJA A
LOJA B
LOJA C
Semente
Gingobiloba
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
Semente Batecaixa
R$ 15,00 k
* R$ 0,50
R$ 13,00 k
* R$ 0,30
R$ 15,00 k
* R$ 0,50
Semente Mamona
Africana
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
Semente
Saboneteira
(sem casca)
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
R$ 12,00 k
* R$ 0,10
Semente
vermelhinha
R$ 13,00 k
* R$ 0,20
R$ 13,00 k
* R$ 0,20
R$ 13,00 k
* R$ 0,20
Semente Guatambu
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
R$ 12,00 k
* R$ 0,20
R$ 15,00 k
* R$ 0,40
R$ 13,00 k
* R$ 0,30
R$ 15,00 k
* R$ 0,40
R$ 12,00 k
* R$ 0,50
R$ 12,00 k
* R$ 0,50
R$ 12,00 k
* R$ 0,50
Semente Pé de
coelho
Semente Pau doce
Semente Pêssego
do Cerrado
Pigmentado e
rolado
Chichá
(*) preço aproximado da quantidade apresentada na imagem da tabela acima.
192
APÊNDICE G - Dados complementares das espécies vegetais
LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES VEGETAIS CADASTRADAS NO VALE DO
URUCUIA – POUCO USADAS EM PRODUÇÃO ARTESANAL
Nº. Nome Popular e Científico:
Outras Denominações:
USO DA ESPÉCIE VEGETAL EM:
1. Araticum do Cerrado: Annona crassiflora
Araticum, marolo, araticum liso, araticum dos lisos,
marolinha, araticum do campo, araticum dos grandes,
cabeça de negro.
Frutificam durante quase todo o ano. Alto valor nutricional.
2. Barbatimão: Stryphnodendron
Uabatimó, paricarana, casca da mocidade.
pulcherrimum
Muito utilizada no paisagismo. Tem floração escura e discreta, mas não é todo ano que produz frutos.
Sua casca é um excelente cicatrizante e um poderoso agente contra bactérias, inflamações e úlceras.
3. Baru: Dipteryx alata Vog
Cumbaru; cumaru; coco-feijão.
A madeira dessa árvore, que em algumas localidades chega a atingir até 25 metros de altura, é
bastante pesada e resistente a fungos e cupins. Seu tronco é muito utilizado na construção civil e
naval. Oferece um fruto com amêndoa dura e saborosa.
4. Cagaita: Eugenia dysenterica Dc.
Cagaiteira.
Fruto globoso e achatado, de coloração amarelo-pálido de sabor acidulado. Fornece madeira para
pequenas obras de construção civil, artesanato e carvão. A casca serve para indústria de curtume.
Quanto ao uso medicinal, além do efeito purgativo dos frutos, a garrafada das folhas produz efeito
contrário, sendo antidiarréico e também utilizado para combater problemas cardíacos.
Angelicó, calunga, capa de homem, contraerva, erva
de urubu, papo de peru, urubu caá, jarrinha, mil
homens.
Planta escalante (trepadeira ou cipó), com troncos.
5. Calunga: Aristolochia trilobata L
Amarelo, acende candeia, amarelinho, candeia,
oiteira, paricazinho, pau amarelo, pau de candeia,
6. Carvoeiro: Sclerolobium paniculatum
vinhático branco, vinhático castanho, vinhático da
mata, vinhático do campo, vinhático do mato,
vinhático-rajado e vinhático testa de boi
Árvore de importância econômica, já que a madeira de alta qualidade e usada em marcenaria de
luxo, apreciada pela sua beleza, durabilidade e pela facilidade com que é trabalhada. É também útil
na recuperação de áreas degradadas.
Douradinha do campo, dourada, douradão, gritadeira,
erva-gritadeira, batedeira, tangaracá-açú.
Árvore de pequeno porte com frutos em cachos e de uso medicinal, comum em varias localizadas do
Vale do Urucuia. A espécie vegetal Palicourea rígida é uma árvore típica de regiões de cerrado. Suas
partes aéreas tem uso popular no tratamento de desordens urinárias (Bolzani et al., 1992; Vencato et
al., 2005). Os frutos atraem a fauna.
7. Douradinha: Palicourea rígida
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Amarelão, barajuba, cumararana, garapa, grápia,
maraúba, miratoá, miraúba, muirajuba, muiraruína,
8. Garapea: Leguminosae –Caesalpiniaceae
muirataná, muiratauá, pau cetim, pau mulato,
sapocajuba, sapucajuba.
A madeira para construções, móveis e artesanato. A árvore quando cresce isoladamente adquire
copa frondosa e pode ser usada no paisagismo em geral.
9. Grão de galo: Zizyphus undulata Reissek
Grão de galo, Juá mirim.
A árvore de médio porte, a polpa do fruto consumida in natura é muito usada para corrigir problemas
digestivos.
Ipê tabaco, cavatã, ipê cascudo, ipê preto, ipê uma,
pau d'arco, ipê amarelo de casca lisa, ipê comum,
piúva, quiarapaíba.
Árvore que pode chegar a 25 m de altura com floração intensa cor amarela, onde ramos e galhos
praticamente desaparecem. Em 1961, Jânio Quadros declarou a flor do ipê-amarelo flor nacional.
Suas flores atraem abelhas. A madeira é ótima construção e mobiliário. A casca é adstringente, por
isso utilizada no tratamento da sífilis.
10.Ipê amarelo: Tabebuia vellosoi
11.Japecanga: Smilax japecanga
Japecanga verdadeira, japicanga, salsa do campo.
Trepadeira, para medicamento usa-se a casca, flores, sementes e raízes - combatem o reumatismo,
afecções das vias urinárias.
12.Lobeira: Solanum lycocarpum
Jurubebão, berinjela do campo ou maçã do cerrado.
Árvore de pequeno porte, folhas com espinhos, flor roxa em forma de estrela com miolo amarelo.
Fruto redondo, duro, verde mesmo quando maduro, considerado medicinal. O fruto é o principal
alimento do Lobo Guará. Pode ser usado na recomposição florestal e floresce em varias estações.
13.Mamacadela: Brosimum gaudichaudii
Mamica de cadela, algodão do campo, amoreira do
Trécul.
campo, mururerana, apé, conduru, inhoré.
Árvore ou arbusto de pequeno porte, com frutos comestíveis adocicados, com textura da pele da
cidra, cor de laranja; utilizados como goma de mascar pelas populações locais, e na forma de sorvete
e doces. A planta é também utilizada no tratamento de bronquites, gripes, má circulação do sangue.
O nome popular refere-se aos frutos pendurados nos galhos que faz lembrar as tetas caninas.
Mangaba, mangabeira, mangabiba, mangaíba,
mangaiba uva, mangabeira de minas.
A planta produz frutos aromáticos, saborosos e nutritivos, com ampla aceitação de mercado, tanto
para o consumo in natura quanto para a indústria de doce, sorvete, suco, licor, vinho e vinagre.
14.Mangaba: Hancornia speciosa
Murici amarelo, murici branco, murici vermelho,
murici de flor branca, murici de flor vermelha, murici
15.Murici: Byrsonima crassifolia (L.) Rich
da chapada, murici da mata, murici da serra, murici
das capoeiras, murici do campo, murici do brejo,
murici da praia, entre outros.
Em suas diferentes variedades, os muricis distinguem-se, também, por suas cores e locais de
ocorrência. Árvore de médio porte, tronco cilíndrico, casca escura, áspera e copa estreita, folhas
verdes e rígidas.
16.Mutambo: Guazuma ulmidifolia
A madeira é leve, pouco compacta, mole, de boa durabilidade quando protegida da chuva e umidade.
São empregadas na confecção de tonéis, construções internas, caixotaria e pasta celulósica. Produz
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carvão que pode ser transformado em pólvora de excelente qualidade. A partir da casca, pode ser
extraído material para fabricação de cordas.
Sumaúma, barriguda, paina de seda, paineira-branca,
paineira-rosa, árvore de paina, árvore de lã, paineirafêmea.
É uma árvore grande porte. O tronco tem boa capacidade de sintetizar clorofila (fazer fotossíntese).
Podem apresentar um alargamento na base do caule, daí o apelido "barriguda". As folhas são
compostas palmadas e caem na época da floração.
17.Paineira: Ceiba speciosa (St.-Hill.)
Ravenna
18.Pau d´óleo: Copaífera langsdorfii Desf.
Óleo de copaíba, bálsamo, óleo vermelho, copaúva.
Coloração castanha avermelhada escura, com veios e manchas irregulares, superfície lustrosa e lisa
ao tato, moderadamente pesada, muito durável sob condições naturais. Usada na construção civil,
carroças, moveis e artesanato.
Pequi, piqui, pequiá, amêndoa de espinho, grão de
cavalo.
Árvore característica dos cerrados e uma das mais importantes economicamente, além de fazer parte
da sua paisagem típica. Com a expansão acelerada da agricultura e da pecuária, corre risco de
extinção. O fruto é rico em vitaminas, cálcio, fósforo, ferro e cobre. A massa que envolve as sementes
é amarelada, pastosa, farinácea, oleaginosa e rica também em proteínas. Além de fornecer óleo
comestível, o pequi é utilizado como condimento no preparo de alimentos. A polpa é ainda
empregada na fabricação de licores e sabão caseiro. As amêndoas fornecem óleo para os mais
diversos fins, e a madeira é usada para a fabricação de móveis. A entrecasca produz ainda uma
tintura castanha escura utilizada na produção de artigos de artesanato. O pequi tem ainda emprego
medicinal no tratamento de doenças respiratórias e definhamento orgânico, além de repor energias.
19.Pequi: Caryocar brasiliense
Faveiro, fava de Santo Inácio, fava de sucupira,
cicupira amarela, sucupira-lisa.
Conhecida como sucupira em várias espécies de árvores brasileiras sendo a mais comum a que ocorre
no cerrado e sua transição para a floresta semidecídua da Mata Atlântica. É uma árvore de porte
médio, o tronco tem casca lisa branca amarelada. A madeira pesada resiste bem a cupins e fungos.
Propriedades medicinais: antidiabética, anti-inflamatória, antimutagênica, antirreumática.
Indicações: diabete, inibir penetração na pele (humana) da cercaria da esquistossomose,
reumatismo. Parte utilizada: casca, sementes, tubérculos da raiz (batata).
Cicupira amarela, paricarana, timbaúba, tirnbó da
21.Sucupira branca: Enterolobium
mata, timborana, fava de rosca, orelha de negro,
schomburgkii Benth. Mimosaceae
orelha de macaco, faveira dura, fava orelha de
macaco, fava bolota, fava uingue, favela.
A madeira é moderadamente difícil de ser trabalhada. A madeira é muito usada na construção civil
em geral, carpintaria e marcenaria. Como medicamento é recomendada em maceração com vinho
tinto para cura de amidalite.
20.Sucupira amarela: Pterodon emarginatus
Sucupira, s. da terra firme, Sapupira, S. da mata,
cutiuba, cutiubeira, sapupira do campo, sapupira da
22.Sucupira preta: Bowdichia virgilioides
várzea, paricarana, sucupira Açu, s. preta, sapupira
preta, sebipira, sicupira.
Muito utilizada para o paisagismo, pela arquitetura e bela floração e para a recuperação de áreas
degradadas. Sua madeira é de ampla utilização. Propriedades medicinais: adstringente, antidiabética,
antirreumática, depurativa, hipoglicêmica, tônica. Parte utilizada: sementes, casca da árvore, casca da
raiz, batata da raiz.
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Amboril, timburi, timbaúva, orelha de macaco, orelha
de negro, tambori, timbíba, timbaúba, timboúva,
timbó, tambaré, ximbó, orelha de preto, tamburé,
pacará, vinhática flor de algodão, araribá, árvore das
patacas, cambanambi, chimbó, chimbuva, flor de
algodão, orelha de onça, pacará, pau sabão, pau de
23.Tamburiú: Enterolobium contortisiliquum
sabão, tamboi, tambor, tamboril do campo, tamboril
pardo, tamborim, tamburil, tamburiúva, tambuvé,
tambuvi, timbaíba, timbaúva, timbaúva branca,
timbaúva preta, timboíba, timborana, timbori,
timboril, timboúba, timbuíba, timburil, timbuva,
ximbiuva, ximbuva.
O tamboril é uma árvore decídua e frondosa, que alcança de 20 a 35 metros de altura e de 80 a 160
de diâmetro de tronco. Suas folhas são alternas,
Imbuzeiro, batata do umbu, cafofa e cunca, ambu,
imbu, ombu.
Pela importância de suas raízes foi chamada "árvore sagrada do Sertão" por Euclides da Cunha. Raiz
Batata, túbera de sabor doce, agradável e comestível; sacia a fome do sertanejo na época seca. A
água da batata é utilizada em medicina caseira como vermífugo e antidiarreica. Ainda, da raiz seca,
extrai-se farinha comestível. As Folhas verdes e frescas são consumidas pelo homem e animais. É
consumido ao natural fresco em sucos, doces, geleias, vinho e diversas formas. O fruto fresco ainda é
forragem para animais.
24.Umbu: Spondias tuberosa, L.
Urucu, achicote, achiote, achote, bija, bixa, colorau,
25.Urucum: Bixa orellana
orucú, tintória, urucú, urucu da mata, urucu bravo,
urucuuba, uru uva, açafroeira da terra, açafroa.
Espécie exuberante, seja pela beleza de suas flores, seja pelos seus vistosos cachos de frutos, que
pode atingir 5 m de altura. Madeira de baixa durabilidade natural, cultivada para exploração de
sementes e como planta ornamental. As sementes são condimentares e tintoriais, usadas na indústria
alimentícia como corante. Também é conhecido pelas suas propriedades fitoterápicas, com ações
expectorantes, antibióticas, anti-inflamatórias, entre outras.
Referências: Os nomes populares foram confirmados através do “Relatório do Projeto de
Beneficiamento da Fava D’anta – CETEC/2008”. Os nomes científicos e suas características foram
verificados e conferidos através da pesquisa local “A cultura tradicional do Sertanejo e seu
deslocamento para implantação do Parque Nacional Grande Sertão Veredas” de Flávia Aparecida
Andrade Souza (2006), vide: quadro 6 – pag. 42-43. “Utilização da Flora do Cerrado no Parque
Nacional Grande Sertão Veredas”, e completados pelas informações dos sites “Portal São Francisco”
(www.vivaterra.org.br) e “Vivaterra.org” (www.portalsaofrancisco.org.br).
196
APÊNDICE H - Proposta catálogo de espécies vegetais
Conforme proposto nos objetivos da pesquisa, apresenta-se a proposta de um
catálogo de espécies vegetais para o artesanato entre as páginas 197 à 217.
As páginas internas seguem a numeração do catálogo.
MATERIAIS PARA
PRODUÇÃO
ARTESANAL
..................................................................
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.......................................................
NADJA M. MOURÃO
197
CATÁLOGO
DE ESPÉCIES
VEGETAIS DO
CERRADO
MINEIRO:
2011
......
.......................................................
198
CATÁLOGO DE
ESPÉCIES VEGETAIS DO CERRADO MINEIRO:
MATERIAIS PARA PRODUÇÃO ARTESANAL
Nadja Maria Mourão
Agradecimentos
Orientadoras da Pesquisa:
Lia Krucken P., PhD.
Rita de C. Engler, PhD.
Equipe de apoio:
Antonionne Franco L. Ribeiro
Daniela Martins
Diego Abreu
Haendel Mourão L. Hoehne
Igor Zaidan
Lidja Mourão L. Hoehne
Michelle Hellene M. de Souza
Raquel Canaan
Instituições:
UEMG
ISPN
A pesquisa que originou esta proposta foi financiada pelo Instituto Sociedade
População, Natureza, com recursos da União Europeia. Este documento é
resultado do Projeto “FLORELOS: Elos Ecossociais entre as Florestas Brasileiras:
Modos de vida sustentáveis em paisagens produtivas”, desenvolvido pelo
Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN e possui o apoio financeiro da
União Europeia. Este documento é de responsabilidade do autor não podendo,
em caso algum, considerar-se que reflete a posição de seus doadores.
.......................................................
199
CATÁLOGO DE ESPECIES VEGETAIS DO CERRADO
MINEIRO: MATERIAIS PARA PRODUÇÃO ARTESANAL
Esta é uma proposta para produção de catálogo de espécies vegetais do
Cerrado Mineiro compatíveis à produção artesanal, elaborada a partir dos
dados da pesquisa para o Mestrado em Design, Inovação e
Sustentabilidade – UEMG.
Entre os objetivos da pesquisa foram investigados quais os resíduos
vegetais, do bioma existente no município de Chapada Gaúcha – Minas
Gerais, que são compatíveis para a produção artesanal.
Apresentam-se algumas das espécies vegetais do Cerrado Mineiro
fornecedoras de matéria prima para o artesanato no Vale do Urucuia. São
30 espécies vegetais entre as 55 cadastradas pelo nome popular, nos
percursos da pesquisa - trajeto entre os municípios de Bonfinópolis de
Minas, Pintópolis e Chapada Gaúcha.
Algumas espécies foram encontradas próximo à estrada, outras nas
comunidades visitadas e na Reserva do Acari. As comunidades locais
conhecem as plantas pelas características, valor nutricional ou como
medicamento. Assim, muitas informações foram fornecidas pela população
local e confirmadas por outras pesquisas na região.
As espécies foram registradas por GPS durante a pesquisa de campo. Optou-se
pelas imagens do Livro “Árvores Brasileiras", vol.1 e 2, pela adequação das
imagens. As fotos dos resíduos vegetais para produção artesanal são da autora,
equipe da pesquisa e do site srflores.com.br. Os produtos artesanais são registros
da autora, equipe da pesquisa e do site acasa. A identificação dos textos e
imagens encontram-se especificados nas referências.
Nadja Mourão
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200
SUMÁRIO
Descrição
Página
Espécies Vegetais Especiais......................................
1. Buriti...............................................................
2. Fava D’Anta......................................................
3. Jatobá..............................................................
Espécies Vegetais Selecionadas...................................
4. Açoita-Cavalo....................................................
5. Bate-Caixa.......................................................
6. Bolsa-de-Pastor.................................................
7. Caixeta............................................................
8. Caroba.............................................................
9. Carobinha.........................................................
10. Caviúna-do-Cerrado.........................................
11. Chapéu-de-Napoleão........................................
12. Chichá............................................................
13. Falso-pau-brasil...............................................
14. Guatambu......................................................
15. Jacarandá.......................................................
16. Jequitibá.........................................................
17. Orelha-de-macaco...........................................
18. Cinzeiro..........................................................
19. Pau-ferro........................................................
20. Pau-mata-cachorro..........................................
21. Pau-santo.......................................................
22. Pau-terra-do-campo.........................................
23. Pau-terra-da-flor-muidinha...............................
24. Pente-de-macaco.............................................
25. Pereiro...........................................................
26. Pimenta-de-macaco.........................................
27. Saboneteira....................................................
28. Sapucaia........................................................
29. Sucupira-do-campo..........................................
30. Tingui............................................................
Referências.........................................................
Referências imagens..............................................
Referências textos.................................................
4
4
5
6
7
7
7
7
8
8
8
9
9
9
10
10
10
11
11
11
12
12
12
13
13
13
14
14
14
15
15
15
16
16
19
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- 04 -
201
ESPECIES VEGETAIS ESPECIAL
1. BURITI: Mauritia flexuosa, Arecaceae
Coqueiro-Buriti,
Buritizeiro, miriti, muriti,
muritim, muruti, palmeira
dos brejos, carandá
guaçu, carandaí guaçu
FRUTO: Alto valor
nutrição, Óleo – uso
medicinal, amaciante
de couros e em
cosméticos.
FOLHAS E FIBRAS:
Cestos, balaios,
redes, bolsas,
esteiras, biojoias,
divisórias e
revestimentos.
Está presente em diversos biomas
brasileiro, muito comum nas veredas. Seu
fruto é uma fonte de alimento excepcional.
Rico em vitaminas, cálcio, ferro e proteínas.
Serve para doces, geleias, licores, sucos e
para alimentação de animais Seu aroma e
qualidades que são aproveitadas para
diversos produtos de beleza (cremes,
xampus, filtro solar, sabonetes, etc.). As
folhas são usadas no artesanato para
confecção de bolsas, tapetes, peças
decorativas, brinquedos, bijuterias, redes,
cobertura de tetos e cordas. Os talos das
folhas ou “braços” servem para a fabricação
de móveis e outros objetos utilitários. Os
móveis confeccionados com a matéria
prima desta espécie são leves e resistentes.
As folhas jovens também produzem uma
fibra muito fina, conhecida como “seda”,
usada para confecção de peças mais
delicadas. Além da riqueza do seu fruto e
de toda palmeira para diversos setores, é
importante na manutenção em olhos d’
água natural.
Acima: quadro do aproveitamento da espécie Buriti.
Ao lado: caixas de talos de buriti, confeccionada
pela associação de bordadeiras de Serra das Araras.
Fonte: MOURÃO, 2011.
CAULE: Palmito,
móveis, adornos,
vinhos, licores,
extrato para
protetor solar.
RAIZ: Mantêm as
águas e do
ecossistema, extrato
para remédios e
produção artesanal.
2. FAVA D`ANTA: Dimorphandra mollis Benth
Favela, faveira, falso-barbatimão, cinzeiro, farinheiro.
FOLHAS E
SEMENTES:
São utilizadas na
medicina caseira.
Paisagismo e
recuperação de
áreas degradadas.
FRUTO: Compostos medicinais extração da rutina (reduz processo
de envelhecimento, terapêutica no
tratamento de doenças que
envolvem os radicais livres, melhora
a circulação sanguínea e alivia as
dores de varizes).
TRONCO/ CASCA:
Casca é rica em tanino,
bastante utilizado no
curtimento de couro.
Acima: Quadro Beneficiamento árvore Fava
D’anta. Fonte: MOURÃO, 2009.
Planta de origem brasileira, encontrada no Cerrado, entre Minas
e Goiás. Árvore pequena e mediana de porte tortuoso, podendo
atingir entre 8 e 14 m de altura. Flores são pequenas de cor
creme-amarelada, em espigas. O fruto é um legume achatado,
de cor variando de marrom-escuro a quase negro. O interesse
comercial na fava d’anta se concentra nos compostos
medicinais presentes em seus frutos. A rutina é extraída da fava
d’ anta, que possui alto teor da substância. A rutina é uma
substância química que atua no processo de envelhecimento,
melhora a circulação sanguínea e alivia as dores de varizes e
hemorroidas por meio de mecanismos ainda desconhecidos.
Possui propriedades vasoprotetoras, atuando sobre a
resistência e permeabilidade capilar semelhantemente à
vitamina P. Além da rutina, a madeira da fava d’anta é
empregada na produção de objetos utilitários. É uma planta
ornamental, considerada excelente para paisagismo e
recuperação de áreas degradadas.
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- 05 -
202
MADEIRA:
Empregada para tabuado,
confecção de caixas,
compensados, forros,
painéis, brinquedos e lenha.
Acima: quadro confeccionado
com resíduos vegetais da Fava
D’anta. Fonte: MOURÃO, 2011.
3. JATOBÁ:Hymenaea stilbocarpa
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- 06 -
203
Jitaí, jutaí , jutaí açú, jatobeiro, jatobá mirim, jataí, jataí peba, jataí amarelo, jataí
vermelho, jataíba, burandã, farinheira, burandã imbiúva, jatobá miúdo, jatobá da
catinga.
FOLHAS/SEMENTES:
Paisagismo, ornamentação,
plantio para recuperação
de áreas degradadas.
FRUTO:
Alto valor nutricional, in natura ou no uso da polpa
farinácea em: bolos, pães, cremes, e outros. A polpa
das sementes é rica em cálcio e magnésio. Usada na
alimentação humana e de animais.
TRONCO: Fornece
uma resina conhecida
como "jutaicica" ou
"copal" empregada na
indústria de vernizes.
MADEIRA: Excelente
madeira para construções
e mobiliário. Muito usada
na construção de
embarcações no período
imperial.
CASCA: Fornece corante
amarelo. Sua resina e
entrecasca são usadas
para problemas
respiratórios.
Quadro de Beneficiamento da Arvore de Jatobá do Cerrado. Fonte: PERSON, G . TerradaGente. Flora. Disponível
em:<http://eptv.globo.com/terradagente/0,0,4,216;7,jatoba-do-cerrado.aspx>. Acesso em: 09 ago.2011 .
Fruto: <http://olharnatureza.blogspot.com/2010/08/jatoba-himenea-courbaril.html>. Acesso em: 09 ago 2011.
Bolsa de algodão decorada com sementes de Jatobá, do Vale do Urucuia. Fonte: MOURÃO, 2009
É encontrado do Piauí até o norte do Paraná. Espécie semidecídua, com 15 a 20 m de
altura, e tronco com até 1 m de diâmetro, retilíneo com casca castanho-acinzentada e
lisa. O fruto é consumido in natura e sua polpa é aproveitada para fazer farinha.
Apresenta uso medicinal, sua resina e entrecasca são usadas para problemas
respiratórios. A madeira pode ser usada na confecção de móveis, peças torneadas,
engenhos, tonéis, carrocerias e vagões; na construção civil como vigas, caibros,
assoalhos e esquadrias. Pelo ferimento de seu tronco fornece uma resina conhecida
como "jutaicica" ou "copal" empregada na indústria de vernizes. Sua casca fornece
corante amarelo. Sua resina, folhas e sementes são utilizadas na medicina caseira. A
polpa das sementes é rica em cálcio e magnésio e além de fornecer alimento à fauna, é
ótima para alimentação humana. Seus frutos são comercializados em feiras regionais
de todas as regiões onde ocorre esta planta.
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- 07 -
204
ESPECIES VEGETAIS SELECIONADAS
4. AÇOITA CAVALO: Luehea candicans
Popular: Açoita-cavalo, açoita-cavalo-miúdo, pau-de-canga, caiboti, mutamba-preta, ubatinga.
Madeira branca ou acinzentada, usada para confecção objetos utilitários e mobiliários. Dos galhos fazem-se
cestos e açoide para cavalos. A embira presta-se para fabricação de cordas e barbantes. As sementes são
usadas em objetos de decoração. O tanino extraído de sua casca é usado para curtir couros. Também é
indicada para recuperação de áreas degradadas.
01
5.
03
02
04
0 Salvertia convallariaeodora
BATE CAIXA:
1
Popular: Chapéu-de-couro, gritadeira ou douradão.
Árvore de casca rugosa, flores brancas, frutos secos. A flor é fecundada por mariposas noturnas, o que
justifica sua cor e sua forte fragrância durante as primeiras horas da noite. Uso: O pó da casca é usado para
acidez estomacal; o chá das folhas para a má digestão e dores na coluna e o chá da casca para tosse. A casca
da semente parece com um tridente. Usada em adornos artesanais.
05
6.
06
07
BOLSA DE PASTOR: Zeyheria digitalis (Vell.) Hoehne
08
Popular: Cinco folhas, Saco de carneiro ou Saco de bode.
O fruto tem um aspecto em cuia, que propicia o uso em pequenos objetos decorativos. É também utilizada
como medicamento para problemas cutâneos. A madeira apresenta forma regular, própria utilização em
mobiliário e para uso na construção civil. A árvore é muito ornamental, indicada para o paisagismo. Pela
rapidez no crescimento esta espécie é utilizada em reflorestamento.
09
10
11
12
7.
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205
CAIXETA: Tabebuia cassinoides
Popular: Embaúva, imbaúba, umbaúba, umbaubeira, umbaúba do brejo, ambaíba, árvore da preguiça,
caixeta do campo.
Madeira leve, mole, superfície lisa, não empena durante a secagem. É indicada para confecção de calçados,
brinquedos em geral, violões, gamelas, pranchas, palitos de picolé, lápis e outros. As folhas esqueletizadas
são empregadas em adornos. Até os anos 70, a empresa Johan Faber, só usava a caixeta como matéria prima.
Já teve o corte proibido e voltou a ser explorada através do manejo sustentável.
8.
15
14
13
CAROBA: Jacaranda pteroides
16
Popular: Carobinha do campo, Caroba, Jacarandá de minas, Jacarandá, caiuá, Jacarandá-branco, carobabranca, pau de colher, carobeira, Jacarandá-preto, mulher-pobre.
A caroba é facilmente encontrada em diversos biomas no Brasil. O chá das folhas é diurético e pode combater
as afecções cutâneas, as boubas, as escrófulas, o reumatismo e a sífilis. As folhas servem para limpeza de
ferimentos e gargarejos. No artesanato, a casca da semente é utilizada em arranjos decorativos e em biojoias.
17
9.
19
18
CAROBINHA: Jacaranda puberola Cham.
20
Popular: Jacarandá-branco, caroba-da-mata, caroba, carobeira, caroba-roxa, caroba-do-campo, carobamiúda,caroba-pequena, caroba-brava, pau-de-colher.
A madeira é moderadamente pesada, mole e de pouca resistência quando exposta a umidade. Utilizada na
construção civil em obras internas em geral como ripas, rodapés, portas e forros. Também muito usada em
para calçados, mobiliário de pequeno porte e caixotaria em geral. A casca da semente é empregada no
artesanato em objetos decorativos. Arvore ornamental podendo ser usada em urbanização.
21
22
23
24
10.
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.......................................................
206
- 09 -
CAVIÚNA-DO-CERRADO: Dalbergia miscolobium.
Popular: Jacarandá, sapuvussu.
Madeira moderadamente pesada, dura, decorativa e de grande durabilidade natural. É própria para
mobiliário e acabamentos internos na construção civil. A árvore apresenta ótimas características para o
paisagismo, principalmente pela folhagem verde-azulada clara. Pode ser usada no plantio de áreas
degradadas juntamente com outras espécies, visando à preservação permanente.
25
11.
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27
CHAPÉU DE NAPOLEÃO: Thevetia peruviana
28
Popular: Noz de cobra, acaimirim, cerbera.
É uma planta arbustiva, de textura lenhosa, folhagem e floração decorativa, muito comum em diversas
comunidades do Cerrado Mineiro e em Goiás. Todas as partes da planta são tóxicas, mas as sementes
(semelhante à forma do chapéu de Napoleão) são muito utilizadas para o artesanato, principalmente em
biojoias. Como arboreta, presta-se para pequenos espaços como calçadas estreitas e pátios residenciais.
29
12.
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31
CHICHÁ: Sterculia striata A. St.-Hil. & Nardim.
32
Popular: Pau-rei, chichá-do-cerrado, sapucaia, castanha-de-macaco, amendoim-de-macaco, medubi-guaçu,
arachachá, chechá-do-norte, castanheiro-do-mato.
A madeira é usada em obras internas, carpintaria e caixotaria. Também usada em palitos de fósforo, lápis,
brinquedos e pasta de celulose. A casca da semente é de um formato diferente possibilitando diversos
adornos em artesanato. As castanhas são consumidas pelo homem e por espécies da fauna. A árvore
proporciona ótima sombra, tornando-se bastante ornamental e muito usada no paisagismo.
33
34
35
36
13.
........
.......................................................
207
- 10 -
FALSO-PAU-BRASIL: Caesalpinia spinosa (Mol.) Kuntze
Popular: sobrasil, saguaraji, saguaraji vermelho,sobraji, sobraju, socorujuva, sucurujuva, saguari, guaxambu,
jucuruju, sabia-da-mata, caroça, socrujuva.
A madeira dura, bastante pesada, bastante resistente. É utilizada em obras externas, mourões, postes,
estacas e pontes. Apropriada para construção civil, naval e hidráulica. As sementes ficam vermelhas,
impermeabilizadas e resistentes. Ótimas para biojoias e aplicação artesanal.
37
14.
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40
GUATAMBU: Aspidosperma parvifolium
Popular: guatambu-oliva, guatambu-branco, guatambu-legítimo, guatambu-amarelo, guatambu-rosa,
guatambu-peroba, guatambu-vermelho, guatambu-marfim, peroba-vermelha, pequiá-branco, tambu,
amarelão, peroba, pau-de-guatambu-branco, pequiá-marfim.
Madeira dura, resistente e lisa, usada na construção civil. Empregada em ripas, tacos, ripas, caibros, peças
torneadas, calcados, cabos de ferramentas, obras expostas, dormentes, mourões e cruzetas. A casca da
semente é empregada no artesanato com o nome de pereirinha, ou coraçãozinho.
41
15.
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44
JACARANDÁ: Jacaranda brasiliana
Popular: boca-de-sapo, jacarandá boca-de-sapo, caroba, castelo de cavalo.
Madeira moderadamente pesada, macia, textura fina, pouco resistente. É empregada em objetos pequenos e
caixotaria. A casca da semente é empregada em biojoias e outros objetos decorativos. A árvore é
extremamente ornamental quando em flor, e ótima para o paisagismo.
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48
16.
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- 11 -
208
JEQUITIBÁ: Cariniana Strellensis
Popular: Jequitibá-branco, jequitibá-verde, bingueiro, mussambê, coatinga, coatingua, estopeira,
cachimbeiro, rabo-de-macaco.
Madeira moderadamente pesada e pouco durável sob condições naturais. A madeira é indicada para
estrutura de moveis, molduras, peças torneadas, compensado, calçados, cabo de ferramentas e na
construção interna. A casca da semente é usada no artesanato para adornos utilitários. É uma arvore grande,
pode ser empregada na ornamentação de parques. É indispensável no reflorestamento heterogêneo.
50
49
17.
51
ORELHA-DE-MACACO: Enterolobium timbouva Mart.
Popular: tamburê, chumbo, timbo, timburí, timbaíba.
52
Madeira moderadamente pesada e durável, macia, textura grossa. A madeira é empregada na confecção de
canoas e barcos, brinquedos, armação de mobiliário, miolo de portas, painéis, compensados, entalhes,
esculturas. A semente seca é utilizada no artesanato e o fruto é consumido por roedores. A árvore oferece
boa sombra e pode ser empregada na arborização de pastagem.
53
18.
54
55
CINZEIRO: Vochysia tucanorum Mart.
56
Popular: quina-doce, casca-doce e pau-doce.
Madeira pouco pesada, textura grossa, macia e fácil de trabalhar, de boa resistência mecânica e não é
resistente à umidade. É empregada localmente para cangas de bois, construções rústicas e lenha. A árvore é
bastante ornamental quando em flor, podendo ser empregada no paisagismo. A semente é muito usada em
biojoias.
57
58
59
60
........
.......................................................
-12 -
19.
209
PAU-FERRO: Caesalpinea férrea Mart.
Popular: pau-ferro
Árvore de madeira pesada, rústica com fibras revessas, durável e resistente de longa durabilidade natural.
Empregada na construção civil como vigas, caibros, estacas. No artesanato é valorizada pela diversidade das
fibras. Espécie ornamental de sombra, locais abertos e recuperação de áreas degradadas.
61
20.
62
63
64
PAU-MATA-CACHORRO: Simarouba Amara
Popular: Cabatã de leite, cajurana, calunga, caraíba, caroba, carrapatinho, caxeta, caxeta branca, caxeta de
casca grossa, caxeta peluda, craíba, cupiúba, louro pisco, malacacheta, maraupaúba, marubá, marupá,
marupá do campo, marupaí, marupaí do campo, marupaúba, marupá verdadeiro, mata barata, mata
cachorro, mata menino, mata vaqueiro, paparaúba, paparaúba branca, papariúba, paraíba, paraparaíba,
pararaiba, pararaúba, parariúba, paraúba, pau-paraíba, pau praíba, praíba, simaruba, tamanqueira,
tamanqueiro, aruba, marubá, marupá-vervadeiro, simaruba.
Madeira leve, fácil de trabalhar, pouca compacta, baixa resistência à umidade.
É própria para forro e tabuados em geral, confecção de brinquedos, instrumentos musicais, caixotaria e
objetos para guardar documentos. Esta madeira possui propriedades insetífugas. Arvore bastante
ornamental, paisagística, usada em reflorestamento e para exploração de celulose.
65
21.
66
67
68
PAU-SANTO: Kyelmeyera variabilis Mart.
Popular: Folha-santa, saco-de-boi, pau-de-santo, pau-de-são-josé.
Madeira leve, mole de tecido floxo, sem resistência. Empregada em confecção de caixotes, brinquedos.
A casca da semente é valorizada no artesanato, usada para adornos e biojoias. Planta rústica, adequada às
áreas abertas, compatível para reflorestamento em áreas secas.
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70
71
72
22.
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210
- 13 -
PAU-TERRA-DO-CAMPO: Qualea Grandiflora, Mart.
Popular: Pau-terra, pau-terra-do-campo, ariauá.
Árvore de até 15 metros de altura, tronco de casca lisa que solta um pó amarelado. Árvore que retira
alumínio do solo, reduzindo a toxidez para as plantas que crescem ao seu lado. Suas sementes e goma são
comidas por macacos, araras e outros animais. É um material muito utilizado em objetos de decoração.
A casca do fruto seco, depois de aberto, recebe a denominação de Tridente. É utilizado em arranjo de flores
secas e biojoias.
73
23.
74
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PAU-TERRA-DA-FLOR-MUIDINHA: Qualea parviflora
76
Popular: Estrelinha, pau-terra-mirim, pau-terra, coatá-quiçauá.
Madeira leve, mole, fácil de cortar, medianamente resistente, de baixa durabilidade. É empregada na
construção de canoas, brinquedos e caixotaria. A casca da semente tem formato de estrela e muito usada em
brincos e outros artesanatos. Espécie ornamental e pode ser utilizada para recuperação de áreas degradadas.
77
24.
78
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79
PENTE-DE-MACACO: Pithecoctenium crucigerum
Popular: Pente-de-macaco.
Trepadeira lenhosa que chega a formar tronco (cipó) com 5 a 10 cm de diâmetro. As flores tubulosas de cor
branco-amarelada, floresce principalmente na primavera e no verão. Os frutos são secos e deiscentes, com a
parte externa coberta por espinhos grossos, usada na produção de arranjos e quadros artesanais.
81
82
83
84
25.
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.......................................................
- 14 -
211
PEREIRO: Aspidosperma pyriforlium Mart.
Popular: Pereiro, Pereiro-branco, pau-de-pereiro, pereiro-de-saia, pereiro-preto, peroba-rosa, trevo, pereirovermelho, orelha-de-morcego.
É uma planta de madeira de cor amarela clara ou creme, ora com manchas avermelhadas, ora com faixas
acastanhadas, moderadamente pesada, macia e fácil de trabalhar, de textura fina e uniforme, resistente e
muito durável.A casca da semente é empregada em biojoias e objetos de adorno. A árvore possui copa
piramidal, bastante ornamental, empregada no paisagismo geral.
85
26.
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86
88
PIMENTA-DE-MACACO: Xylopia aromática
Popular: Pimenta-de-negro, pachinhos, esfola-bainha.
Árvore de até 15 metros de altura, com copa em formato de cone, tronco reto e casca clara, estriada.
Sementes secas e duras usadas em biojoias e na cozinha, como tempero apimentado e para amolecer carnes.
Indicada para paisagismo e para recuperação de áreas degradadas.
89
27.
90
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92
SABONETEIRA: Sapindus saponaria
Popular: Jequitinhaçu, jequitiguaçu, saboeiro, sabão-de-soldado, salta-martim, jequiri, guiti, fruta-de-sabão,
sabão-de-macaco, saboneteiro.
Os frutos desta árvore servem para a lavagem de roupas. A saboneteira é também popularmente utilizada
para fins medicinais e na arborização urbana. Seus frutos possuem vários glóbulos que se tornam amarelados
quando maduros e suas sementes são pretas e duras. Usadas principalmente em biojoias.
93
94
95
96
.......
.......................................................
212
- 15 -
28.
SAPUCAIA: Lecythis pisonis
Popular: sapucaia, castanha-sapucaia, castanha-vermelha, cumbuca-de-macaco, marmita-de-macaco,
caçamba-de-macaco.
Madeira moderadamente pesada, textura média, dura e resistente. Empregada em construção civil, como
dormentes, caibros, mastros, ripas, tacos, portas, janelas. Também usada em carrocerias, cabo de
ferramentas, e peças torneadas. A castanha é comestível e a casca usada em adornos artesanais.
97
29.
98
100
99
SUCUPIRA-D0-CAMPO: Leucochloron inculiare
Popular: Chico-pires, angico-rajado, cortiça, pão-de-cortiça, sucupira-do-campo.
Madeira moderadamente pesada, dura, resistente, textura média, decorativa, de boa durabilidade. Própria
para mobiliário de luxo, instrumentos musicais, portas, lambris. As sementes são empregadas em objetos
ornamentais e biojoias. Planta ornamental com folhagem brilhante e boa para recuperação de áreas
degradadas.
101
30.
102
103
104
TINGUI: Magonia pubescens
Popular: Cuitê, mata-peixe, pau-de-tingui, timbó, timbó-do-cerrado, timpopeba, tingui-açu, tingui-capeta,
tingui-de-cola
A madeira é moderadamente pesada, dura, textura média e resistente.
Usada na construção civil em caibros, ripas, batentes de portas e janelas. Também usada como lenha. Do
fruto do Tingui, sementes e cascas são valorizadas para uso artesanal. Esta espécie é muito comum no
noroeste de Minas. Suas sementes, além da utilização no artesanato, são utilizadas para produção de sabão.
105
106
107
108
REFERÊNCIAS DO CATALOGO
A) REFERÊNCIAS DAS IMAGENS
Nº
CONTEÚDO:
01,
02
Árvore e semente
Açoite-cavalo
03
Insumo para
artesanato
Objeto mesa
Arvore e semente
Bate-caixa
04
05,
06
07
08
09,
10
11
Insumo para
artesanato
Guirlanda de cipó,
palha e bate-caixa
Árvore e semente
Bolsa-de-pastor
12
13,
14
Insumo para
artesanato
Expositor de pedras
Árvore e folhas de
Caixeta
15
Folha Caixeta
16
Bolsa de folhas
esqueletizadas
17,
18
Árvore e semente de
Caroba
19
20
21,
22
Casca de Caroba
Adorno - pássaro
Árvore Carobinha
23
Folha Carobinha,
Asa-de-barata
Cerâmica com
flolhas de Carobinha
Árvore Chapéu-deNapoleão
24
25,
26
27
Chapéu-deNapoleão colorido
FONTE:
........
.......................................................
- 16 -
213
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, pag. 353.
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<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011
MOURÃO, N. M. Registro em: out. 2007.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.366.
SRFLORES.COM.BR. Disponível em:
<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul . 2011
MOURÃO, N. M. Registro em: dez.2009.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.73.
SRFLORES.COM.BR. Disponível em:
<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011
MOURÃO, N. M. Registro em Jan.2011.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.63.
SRFLORES.COM.BR. Disponível em:
<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011
FLORDOCERRADO, Disponível em:
<http://eptv.globo.com/terradagente/NOT,0,0,299142,Flor+do+Cerrad
o.aspx>. Acesso em: 20 jun. 2010
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.52
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MOURÃO, N. M. Registro em Jan.2010.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002.
SRFLORES.COM.BR. Disponível em:
<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011
MOURÃO, N. M. Registro em abr.2010.
VIVEROIANNI.COM.AR. Disponível em:
<http://www.viveroianni.com.ar/productos.asp?select=Arbustos+y+Tr
epadoras&offset=140>. Acesso em: 20 jun. 2011.
MOURÃO, N.M. Registro em: abr.2010.
28
29,
30
Brincos. C.
Napoleão
Árvore e folha de
Caviúna-do-cerrado
31
32
Folha de Caviúna
Broá de folhas
esqueletizadas
33,
34
Árvore e semente de
Chichá
35,
36
37,
38
Casca e adorno de
Chichá
Árvore e semente
falso pau-brasil
39,
40
41,
42
Semente e quadro.
Falso-pau-brasil
Árvore e semente
Guatambu
43
Semente guatambu
44
Biojoia de guatambu
45,
46
Árvore e semente
Jacarandá-boca-desapo
Semente seca e
colar de jacarandá
Árvore e semente de
Jequitibá. rabo-demacaco
Rabo-de-macaco
47,
48
49,
50
51
52
57,
58
59
Porta caneta de
rabo-de-macaco
Árvore, flor e
semente orelha de
macaco
Quadro c/ semente
orelha de macaco
Árvores e semente
de Cinzeiro.
Sementes Cinzeiro
60
61,
Brinco de Cinzeiro
Árvore e madeira
53,
54,
55
56
MOURÃO, N.M. Registro em: jan.2011.
.......
.......................................................
- 17 -
214
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.242
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<http://eptv.globo.com/terradagente/NOT,0,0,299142,Flor+do+Cerrad
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plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
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plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
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<http://www.megapolomoda.com.br/novidades/detalhe/89/descaract
erizacao-de-culturas-%E2%80%93-uma-apropriacao-etnica-da-moda/>.
Acesso em: 20 jun. 2011.
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plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
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MOURÃO, N.M. Registro em: jan.2011.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas do Brasil, v.2, 4.ed. Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, 2002.
SRFLORES.COM.BR. Disponível em:
<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011
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LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002.
MOURÃO, N. M. Registro em: jan.2011.
ZANON, Y. Registro em: jul. 2011.
SRFLORES.COM.BR. Disponível em:
<http://www.srflores.com.br/default.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011
ZANON, Y. Registro em Jul. 2011.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
62
Pau-Ferro
63,
64
65,
66,
67
68
69,
70
Resíduo e adorno de
tronco pau-ferro
Árvore e semente e
madeira Pau-matacachorro
Rabeca de madeira
Pau-mata-cachorro
Árvore e semente de
Pau-Santo
71,
72
73,
74
Casca semente de
pau-santo
Árvore de Pau-terrado-Campo
75,
76
Semente e arranjo
decorativo de Pauterra-do-campo
Árvore e semente
pau-terra-da-flormiuda. Estrelinha
Semente de
estrelinha
77,
78
79
80
81,
82
83,
84
85,
86
Brinco estrelinha
Planta e fruto
Pente-de-macaco
Casca fruto e quadro
Pente-de-macaco
Árvore e semente de
Pereiro
87
89,
90
Casca semente de
Pereiro
Quadro adorno
semente Pereiro
Árvore e semente
Pimenta-de-macaco
91,
92
93,
94
Fruto e Colar com
Pimenta-de-macaco
Árvore e semente de
Saboneteira
95,
96
97,
98
Res. Veg. e biojoia
de Saboneteira
Árvore e semente de
sapucaia
99,
Casca semente
88
.......
.......................................................
- 18 -
215
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002.
MOURÃO, N. M. Registro em Abril 2011.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002.
MOURÃO, N.M. Registro em: abril 2011.
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plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.133.
MOURÃO, N. M. Registro em: abril 2011.
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plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.195.
MOURÃO, N. M. Registro em: abril 2011.
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plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
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CHAUA.ORG.BR. Disponível em:
<http://www.chaua.org.br/especie/pente-macaco>.Acesso:20jul.2011
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plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.33.
MOURÃO, N.M. Registro em : jan.2011.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p.337.
MOURÃO, N.M. Registro em Jan.2011.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002.
MOURÃO, N.M. Registro em Jan.2011.
100
101,
102
sapucaia e adorno
Árvore e semente de
sucupira do campo
103,
104
105,
106
Fruto e adorno de
sucupira do campo
Árvore e semente de
Tingui
107,
108
Fruto.adorno.tingui
.......
.......................................................
- 19 -
216
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002, p. 196.
MOURÃO, N.M. Registro em: jan.2011.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Instituto
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