Mindfulness:estrategia para reduzir a esquiva experencial na

Transcrição

Mindfulness:estrategia para reduzir a esquiva experencial na
Mindfulness:estrategia para
reduzir a esquiva
experencial na Terapia de
Aceitacao e Compromisso
(ACT).
Maria Zilah Brandão(PSICC) / psicc.
[email protected]
-Mindfulness
E uma percepcao nao julgadora
do presente momento;do que
esta acontecendo dentro de
nos e ao nosso redor.
Estar consciente do momento
presente.
E consciencia plena do
momento.
Mindfulness
eh um processo; eh uma
maneira de estar em um
momento que vem e vai.
Eh perder o foco 100 vezes e
voltar a ele 101 vezes.
Eh um habito: precisamos
praticar!!
Habilidades de mindfulness:
1)Percepcao:o que estou
pensando, sentindo, cheirando,
ouvindo e degustando?
Eh necessario focar para
perceber melhor.
2) Observacao nao julgadora
Desenvolver compaixao com
relacao as proprias
experiencias internas,
Observa-las sem julga-las
como boas ou ruins.
3) Permanecer no momento.
Ficar no aqui e agora em vez
de no passado ou futuro.
Paciencia para ficar no
presente.Participar das
experiencias conforme elas
acontecem.
4) Mente de principiante
Observar as coisas como sao,
sem interferencia da nossa
opiniao.
Abrir- se para novas
experiencias.
● ACT.
● Terapia de aceitacao emocional e
compromisso de mudanca comportamental
(acoes).
● Nasceu como forma de evitar o controle
abusivo e destrutivo das regras sobre o
comportamento humano.
Faz parte da chamada terceira
onda das psicoterapias
comportamentais.
A linguagem gera sofrimento
porque ela “induz” a esquiva
experiencial. A esquiva
experiencial é um processo em que
ocorre a tentativa de esquiva de
experiências privadas
(pensamentos, sentimentos,
lembranças, sensações corporais,
predisposições comportamentais).
Portanto, ao agir assim, o
indivíduo terá dificuldades a
longo prazo ( como não ir a
festas porque é um fóbico
social, ou não se exercitar
porque se sente muito
deprimido para sair da cama),
ao lado da intensificação e
generalização de respondentes.
De todos os processos
psicológicos conhecidos pela
ciência, a esquiva experiencial
é um dos piores .
Fusao cognitiva e a crenca de
que um pensamento que
interpreta a experiencia e
realmente verdade.
O processo da act esta focado
em minar os aspectos da
comunidade socio-verbal que
promovem esquiva experencial
e fusao cognitiva.
UM ENFOQUE
CONTEXTUAL PARA A
MUDANÇA TERAPÊUTICA
STEVEN C. HAYES
Maria Zilah Brandão
Introdução
● Objetivo: mostrar uma maneira pela qual a
essência do behaviorismo radical pode ser
aplicada aos problemas clínicos de adultos.
● Inicialmente: breve discussão dos
pressupostos filosóficos básicos.
Introdução
● É importante distinguir os pressupostos
filosóficos de behaviorismo dos pressupostos
encontrados na cultura dominante.
● Há razões para acreditar que os organismos
verbais são muito diferentes dos não verbais.
Essência do Behaviorismo
Radical
● Contextualismo
● Monismo
● Funcionalismo
● Anti-mentalista
O que a ciência pode estudar?
● É comum a distinção entre comportamentos e
pensamentos, sentimentos, intenções, etc.
● Para compreender o contexto histórico dessa
distinção é preciso considerar as mudanças
ocorridas nos pressupostos filosóficos do
behaviorismo.
O que a ciência pode estudar?
● Watson: 1) eventos observáveis não públicos
não existem; 2) tudo o que a ciência pode
estudar são eventos públicos, observáveis.
● Behaviorismo Metafísico – Watson, na
realidade não assumiu tal posição, mas foi
entendido que ele de fato a assumiu.
● Essa é uma posição que a maioria das
pessoas rejeitará, porque a realidade de
nossos próprios sentimentos dificilmente
pode ser negada.
O que a ciência pode estudar?
● Behaviorismo Metodológico – indica que há
uma distinção a ser feita entre os
pensamentos, sentimentos e outros eventos
privados por um lado, e comportamento e
outros eventos observáveis publicamente,
por outro.
● Só os eventos publicamente observáveis
podem ser considerados em ciência, devido
os requisitos da metodologia científica.
O que a ciência pode estudar?
● Outros tipos de eventos podem existir, mas
são cientificamente ilegítimos (não
analisáveis).
● Essa posição foi usada para excluir os
eventos “mentais” do estudo científico.
● O Behaviorismo Metodológico é
implicitamente dualista.
O que a ciência pode estudar?
● Behaviorismo Metodológico Contemporâneo:
o que é cientificamente analisável são os
eventos publicamente observáveis.
● Somos capazes de usar o mundo
cientificamente analisável para fazer
inferências acerca do mundo cientificamente
não analisável.
● Ex.: não vemos o pensamento, mas vemos a
influência do pensamento em outros tipos de
comportamento (relatos).
O que a ciência pode estudar?
● O problema do dualismo é que ele deixa de
fora do estudo científico alguns dos
fenômenos mais interessantes (fora do
alcance direto).
● O Behaviorismo Radical é bastante
confundido com as posições de Watson.
O que a ciência pode estudar?
● A posição de Skinner: o comportamento é a
atividade observável dos organismos.
● Um evento observável apenas por uma
pessoa está aberto a uma análise científica.
● Os pensamentos não são substancialmente
diferentes em função da sua natureza
privada.
Causalidade e a Análise do
Comportamento
● O comportamento somente pode ser
entendido no contexto.
● Contexto = contingências de reforçamento,
sobrevivência e evolução cultural.
● As contingências descrevem a relação
funcional do comportamento com os eventos
no espaço e tempo que precedem e seguem
o comportamento.
Causalidade e a Análise do
Comportamento
● A análise comportamental estará sempre
ligada ‘a tarefa de análise de contingências.
● Uma observação é cientificamente válida
quando está baseada em fatos.
Causalidade e a Análise do
Comportamento
● Que papel têm os pensamentos no controle
do comportamento humano?
● Que tipos de contingências levariam um
comportamento a acontecer e a influenciar
um outro comportamento?
● Quais são as contingências que dão suporte
‘a relação entre pensamentos e outras
formas de ação humana?
Princípios Comportamentais
relevantes para o controle
cognitivo
● Falar que os pensamentos são
comportamentos não é uma análise
comportamental completa.
● Pensamentos, sentimentos, atitudes,
intenções, propósitos, planos, etc. são
comportamentos verbais.
● É possível considerar que o controle
cognitivo seja uma questão de controle
verbal.
Princípios Comportamentais
relevantes para o controle
cognitivo.
● Por que o controle verbal seria diferente de
qualquer outro tipo de controle?
● Para Skinner, todo comportamento, é, em
última instância, modelado pelas
contingências, mas um importante subconjunto de comportamentos é modelado por
regras.
● Uma regra é um estímulo verbal
especificador de contingências.
O efeito das regras
● O comportamento humano operante difere
significativamente, com freqüência, do
comportamento de outras espécies.
● Em muitas situações os humanos tendem a
ser relativamente insensíveis ‘as mudanças
de contingências, enquanto que os animais
seriam totalmente sensíveis.
O efeito das regras
● As respostas dos humanos e infra-humanos
podem ser controladas por diferentes
variáveis.
● Essas diferenças podem ser devidas aos
efeitos das regras sobre as ações humanas.
O efeito das regras
● Variáveis descobertas evidenciam os
diferentes controles:
● Os humanos se comportam como os infrahumanos, em esquemas simples de
reforçamento, antes de adquirirem
habilidades de linguagem extensivas.
● Os humanos verbais são extraordinariamente
sensíveis ao controle instrucional.
● Em geral, o desempenho humano é mais
semelhante àquele de outros animais quando
a tarefa é indireta ou complexa.
O efeito das regras
● O que acontece com as regras, que podem
levar a efeitos profundos e generalizados
sobre as maneiras pelas quais o meio
ambiente tem um impacto sobre o
comportamento humano?
O efeito das regras
● As regras podem gerar padrões de respostas
que impedem o contato efetivo com as
contingências.
● São as contingências atuais, e não as
contingências programadas, que influenciam
o comportamento.
● Assim, se somos levados por uma regra a
nos comportarmos de maneira que nos
impeça de contactar com o meio ambiente de
forma efetiva, não seria surpreendente ver
efeitos a longo prazo e generalizado das
regras.
O efeito das regras
● Vários estudos têm mostrado que as
instruções têm efeitos generalizados e
danosos sobre o comportamento, mesmo
quando as contingências são conectadas.
● Também é sabido que as regras podem
facilmente estabelecer contingências sociais
que podem influenciar profundamente o
comportamento.
O cliente
● O cliente acredita que seus problemas são
certos comportamentos privados
(pensamentos, lembranças, atitudes,
crenças, etc.).
● Ele pode acreditar que ele não é bom o
suficiente para encarar uma situação, que é
uma pessoa ansiosa e por isso não consegue
enfrentar nada, que por ser uma pessoa
deprimida se isola socialmente, etc.
● Esse é o tipo de cliente ideal para se utilizar a
ACT.
O sistema
● Os clientes chegam à terapia com uma
bagagem.
● Eles não têm só problemas. Eles têm lutado
contra os problemas, atribuem causas aos
problemas, acreditam em formas para
resolvê-los ou acreditam que seus problemas
são insolúveis.
O sistema
● Essas ações e crenças originaram-se em
uma comunidade sócio-verbal – um “sistema
no qual seus problemas estão sendo
mantidos”.
● O sistema é compartilhado pela comunidade
verbal.
● O sistema é como um silogismo: permite
chegar a uma conclusão através da dedução
formal de premissas anteriores.
1. Todo comportamento é
causado
● As pessoas acreditam que seus
comportamentos são controlados por algo.
● Existe uma causa, que explica o
comportamento.
● Esse aspecto do silogismo não prejudica a
análise behaviorista.
2. Razões são causas
● Razões são explicações e justificativas
verbais que as pessoas dão por suas ações,
crenças, sentimentos, etc.
● Essas razões são oferecidas para explicar as
causas do comportamento (ou seja, são
tentativas de descrições das relações
causais).
● Ex.: Por que você está restringindo suas
atividades? Por que não sinto vontade de
fazer mais nada.
2. Razões são causas
● Esse segundo aspecto prejudica a análise
behaviorista.
● Existem problemas ao se considerar razões
como causas, simplesmente porque essas
razões são muito simplistas.
● As pessoas não têm acesso a grande parte
do material necessário para entender seu
próprio comportamento.
2. Razões são causas
● Quando uma pessoa explica que brigou com
o marido porque ele a deixou “louca”, pode
ser que essa razão seja verdadeira, mas é
uma parte tão pequena do quadro que não
explica nada.
● Uma reação chamada raiva pode ter estado
presente, mas é funcionalmente falsa porque
não sabemos: 1) por que a raiva ocorreu; 2) o
que mais, além da raiva, contribuiu para a
briga; e 3) como a raiva veio a controlar a
briga dessa maneira.
2. Razões são causa
● Uma resposta completa deveria analisar as
contingências filogenéticas e ontogenéticas
que deram lugar a todas essas
considerações.
● Infelizmente, a maioria das pessoas não
consegue lembrar quais eventos no passado
remoto pertencem à sua história de
aprendizagem em relação a uma situação
determinada.
2. Razões são causa
● Mesmo se conhecêssemos TODOS os
eventos da vida de uma pessoa, ainda assim
não saberíamos como organizá-los em
unidades funcionais significativas.
● Por todos esses motivos parece impossível
que as razões possam ter muito a ver com as
causas.
3. Pensamentos e sentimentos
são boas razões
● Tipicamente, muitos problemas da vida real
são “explicados” através desses
comportamentos privados.
● Pensamentos e sentimentos são as razões
mais comuns dadas pelas pessoas (para
seus próprios comportamentos ou
comportamentos de outros) a
comportamentos clinicamente indesejáveis,
sendo essas consideradas completamente
válidas.
4. Os pensamentos e os
sentimentos são causas
● O propósito da análise de contingências é
permitir a predição, o controle e a
compreensão dos fenômenos.
● Se um comportamento for considerado como
causa de outro comportamento, isto pode
levar diretamente à predição, mas não ao
controle.
● Não podemos manipular o comportamento
diretamente, somente podemos manipular os
eventos ambientais.
5. Para controlar o resultado
devemos controlar suas causas
● Para controlar o resultado devemos controlar
os pensamentos e sentimentos – assim,
acionamos a “armadilha”.
● A intenção de controlar os pensamentos e
sentimentos é freqüentemente contraproducente, particularmente com as pessoas
que apresenta desordens clínicas.
5. Para controlar o resultado
devemos controlar suas causas
● Tentativas deliberadas de fazer alguma coisa
para resolver o problema, são de fato,
instâncias de comportamento governado por
regras.
● Para controlar pensamentos ou sentimentos
(tidos como causas) usamos o seguimento
de uma regra : “não sinta X”.
● Na maioria das situações clínicas o
sentimento ou o pensamento que estamos
tentando controlar é visto como problemático
e, assim, a meta é livrar-se deles, ou de
alguma maneira, diminuí-los.
5. Para controlar o resultado
devemos controlar suas causas
● Existe um problema: ao estabelecer a meta
de eliminar pensamentos e sentimentos
através do seguimento de uma regra, isto
pode ser fundamentalmente falho.
● Não necessitamos mudar pensamentos e
sentimentos para mudar outros
comportamentos ou levar uma vida bem
sucedida.
● Os pensamentos e sentimentos não são o
problema. Vê-los como “o problema” é, em si
mesmo, parte do problema.
Distanciamento Compreensivo
● Enfoque terapêutico baseado na intenção de
enfraquecer o “sistema”.
● Enfoque contextual em que diversas técnicas
podem ser incluídas.
● Tem diversas metas que podem ser
arranjadas mais ou menos de acordo com
sua seqüência normal em terapia.
Meta 1: Estabelecer um estado
de desesperança criativo
● As pessoas chegam à terapia e apontam os
aspectos de suas vidas que devem ser
mudados.
● Os problemas são identificados e são
propostas soluções com base em nossa
história com uma comunidade verbal que nos
ensina a avaliar nossa vida e a modificar
eventos de acordo com isso.
Meta 1: Estabelecer um estado
de desesperança criativo
● Em um enfoque contextual à mudança
terapêutica, não são necessariamente os
“problemas” que são problemáticos, mas o
contexto sócio-verbal em que ocorrem.
● Há três contextos maiores e relacionados
(conjunto de contingências) que são
estabelecidos pela comunidade sócio-verbal.
Meta 1: Estabelecer um estado
de desesperança criativo
● Contexto da literalidade – as palavras
passam a significar coisas além das que a
elas se relacionam diretamente e podem
provocar comportamentos abertos e
encobertos desadaptativos, uma vez que a
pessoa respondendo literalmente, pode
ignorar o responder com base na utilidade
experimentada.
● Ex.: quando uma pessoa tem um
pensamento, ele imediatamente “significa
alguma coisa” quer este significado contribua
ou não para uma vida bem sucedida.
Meta 1: Estabelecer um estado
de desesperança criativo
● Contexto de dar razões – a comunidade
sócio-verbal reforça relações entre
pensamentos ou sentimentos e ações,
mantendo a idéia que os eventos privados
são as causas do comportamento. Assim, as
pessoas conseguem obter ganhos
secundários por atribuírem suas mudanças
comportamentais à ocorrência de seus
comportamentos encobertos.
Meta 1: Estabelecer um estado
de desesperança criativo
● Contexto de controle – se as ações são
causadas pelos eventos internos, para se
conseguir uma mudança de ação, é
necessário, primeiro, controlar os
pensamentos e sentimentos que as geram.
● Ex.: uma pessoa deve livrar-se da depressão
para ser feliz.
Meta 1: Estabelecer um estado
de desesperança criativo
● A primeira meta na terapia é desafiar esses
contextos de literalidade, das razões e
controle – comportando-se de uma maneira
que não se encaixe nesses contextos.
● O terapeuta deve mostrar ao cliente que não
fará o que ele (cliente) espera que o
terapeuta faça, pedindo permissão para
assumir o controle para conseguir um bom
trabalho.
Meta 1: Estabelecer um estado
de desesperança criativo
● Metáfora do homem no buraco.
● O objetivo desta meta é mostrar ao cliente
que dentro do contexto no qual ele trabalha,
realmente não existe solução.
● Cria a necessidade de analisar o problema
de uma outra perspectiva.
Meta 2: O problema é o
controle dos eventos privados
● A tentativa inapropriada de querer controlar
os comportamentos privados são, em si
mesmos, causas das principais dificuldades
da vida.
● A regra: “Se você não quer alguma coisa,
calcule como livras-se dela, e livre-se” –
funciona bem no domínio das coisas físicas.
● É o que chamamos de controle consciente.
Meta 2: O problema é o
controle dos eventos privados
● No mundo de nossa experiência privada a
regra muda de maneira fundamental: “Se
você não quer tê-lo, você o tem”.
● Ou seja, tentativas de controlar pensamentos
e sentimentos como para livrar-se dos que
são “maus” levará você a estar paralisado e
controlado por esses mesmos pensamentos
e sentimentos.
Meta 2: O problema é o
controle dos eventos privados
● Por que a tentativa de controle paralisa?
1. O controle funciona muito bem em outras
situações e você pode ficar tentando até
conseguir. Pode ser difícil ver que a regra
não funciona nesta situação
Meta 2: O problema é o
controle dos eventos privados
1. Alguém lhe disse que isto (tentar controlar) é
o que você precisa fazer. “Não tenha medo” –
a mensagem era que você podia controlar
seus sentimentos e pensamentos, e que
devia fazê-lo para ser bem sucedido.
2. Você olhava em volta e, com certeza, outras
pessoas pareciam ser capazes de conseguir
isto muito bem. Elas não pareciam estar
inseguras ou assustadas.
Meta 2: O problema é o
controle dos eventos privados
1. A pessoa que se queixa é a última razão.
Existe uma história onde a tentativa de
controle parece funcionar: ao tentar livrar-se
de um mal pensamento distraindo-se,
enquanto você se “ele vai embora”. Assim, o
efeito imediato parece confirmar a regra. O
problema é que ele volta, e freqüentemente,
volta mais forte.
Meta 2: O problema é o
controle dos eventos privados
● Usar uma regra para evitar certos estímulos
verbais privados (pensamentos) pode ser
perigoso:
1. A própria regra pode especificar esses
estímulos, e assim, a esquiva não pode ser
bem sucedida;
2. A própria esquiva estabelece uma função
controladora para os estímulos verbais
privados.
● Ex.: evitar o pensamento “sou mau”. Isto dá a
este pensamento uma função controladora
Meta 2: O problema é o
controle dos eventos privados
● Se seguir regras é contra-produtivo, por que
não paramos?
Se seguir regras é contraprodutivo, por que não
paramos?
● Porque insistimos em controlar nossos
sentimento e pensamentos?
● É necessário compreendermos o
comportamento governado por regras.
Comportamento governado por
regras
● Três tipos básicos:
1. Aquele que está sob o controle de uma
aparente correspondência entre a regra e as
contingências naturais (rastreamento = seguir
o caminho).
● Ex.: ensinar um caminho
● A regra é mais um estímulo discriminativo
acrescentado ao meio ambiente.
Comportamento governado por
regras
1. É o comportamento sob o controle de
conseqüências aparentemente mediadas
socialmente e arbitrárias para uma
correspondência entre a regra e o
comportamento relevante (acedimento =
submissão).
● Ex.: “Vista sua jaqueta agora mesmo” – a
pessoa obedece não porque ficará aquecida,
mas porque serão liberadas conseqüências
por seguir ou não as instruções.
Comportamento governado por
regras
1. É controlado por um estímulo estabelecedor,
que muda nossa motivação em relação a
uma determinada conseqüência
(aumentamento).
● Esses três tipos de comportamento
governado por regras devem ser
considerados quanto ao grau em que as
regras são tomadas literalmente.
Comportamento governado por
regras
● Os estímulos verbais são estímulos
puramente arbitrários.
● Temos histórias extensas da comunidade
verbal por manter uma equivalência grosseira
entre palavras e eventos.
● Somos encorajados a fazer análises formais
de situações e a responder a essas análises.
Comportamento governado por
regras
● Também temos histórias de nos
comportarmos de acordo (ou não) com
nossas regras estabelecidas.
● Quando pensamos algo, não é sempre óbvio
que é mesmo um pensamento.
Ex.: Se eu penso “este relacionamento me
machucará – tenho que acabar com isso”, posso
agir como se fosse literalmente verdade.
Por que seguimos regras
destrutivas?
● Relaciona-se com a questão: “sob que
condições as regras produzem
insensibilidade às contingências naturais?”
● Rastreamentos literais podem produzir insensibilidade
porque a regra é seguida da mesma maneira que os
eventos ambientais reais (a regra torna-se verdadeira).
Por que seguimos regras
destrutivas?
● O acedimento pode causar prejuízos se o acedor é
relativamente literal. As contingências socialmente
mediadas passam a ter controle “tamanho” que
provoca insensibilidade às contingências naturais.
● Os aumentadores, se literais, também podem criar
notável insensibilidade. Ex.: Se nos é dito que todos
deveriam ser capazes de controlar nossos
sentimentos, o fracasso em fazê-lo pode ser muito
mais punitivo que as conseqüências advindas das
contingências naturais.
Como podemos desfazer esse
dano?
1. Ensinando diferentes regras que tenham
efeitos mais benéficos;
2. Reduzindo formas destrutivas de acedimento;
3. Reduzir a literalidade das regras.
● Evitar a armadilha da literalidade de maneira
consistente é difícil, mas possível.
Meta 3: Distinguir as pessoas
de seu comportamento
● O cliente deve aprender a discriminar que a
pessoa que ele chama de “eu” e o problema
de comportamento que quer eliminar são
coisas diferentes.
● É preciso separar os comportamentos das
pessoa que os emite.
● Separar o que sou do que faço, penso ou
sinto.
Meta 3: Distinguir as pessoas
de seu comportamento
● Eu como contexto e não como conteúdo –
ao se promover a separação entre a pessoa
que se comporta e o comportamento cria-se
um contexto em que se torna possível a
aceitação de reações emocionais
indesejáveis.
● Ex.: metáfora do tabuleiro de xadrez.
Meta 3: Distinguir as pessoas
de seu comportamento
● É somente percebendo que não se tem
controle sobre os pedaços (sentimentos e
pensamentos) e que não se precisa ter que a
pessoa pode ter controle de sua vida.
Meta 4: Permitir que a luta pare
● Deve-se abandonar a luta contra os
sentimentos e pensamentos, aprender aceitálos.
● É importante para o cliente vivenciar as
sensações, sentimentos e pensamentos dos
quais geralmente se esquiva, na sessão
terapêutica.
Meta 4: Permitir que a luta pare
● Adotar esta postura não é fácil. Existem dois
problemas:
● As avaliações – os clientes confundem o desejo de experimentar
determinados sentimentos (deixar o controle de lado) com a
avaliação de que a experiência é desejável.
Ex.: o cliente não precisa gostar de sua ansiedade, mas deve ter boa
vontade para senti-la quando ela aparecer.
● Uso da linguagem de que a luta é necessária – “eu quero ir à
alameda, MAS estou com medo”. A palavra “mas” denota algum
tipo de incompatibilidade entre um evento e outro.
Meta 5: Assumindo um
compromisso de ação
● O terapeuta deve ajudar o cliente a
comprometer-se com a ação, com a
mudança.
● Os eventos privados são desconsiderados
como justificativa para não agir.
Meta 5: Assumindo um
compromisso de ação
● O cliente, neste ponto, está mais preparado
para empreender uma ação diretiva para
mudar a qualidade de sua vida.
● O compromisso de experimentar nossos
próprios sentimentos deve ser realmente
forte.
Meta 5: Assumindo um
compromisso de ação
● A exposição imaginária é uma oportunidade
tanto para sentir (ansiedade) como para
aprender a deixar de luta com a mesma.
O papel do terapeuta
● O terapeuta deve ser capaz de discernir e
reagir a fontes de controle sobre o
comportamento.
● Os contextos de literalidade, de dar razões e
de controle são os contextos dominantes.
O papel do terapeuta
● Sabendo que meta do distanciamento
compreensivo é mudar essas contextos, não
podemos nos apoiar na forma do
comportamento e sim discernir sua função.
● Para o trabalho bem sucedido.
O papel do terapeuta
● O trabalho bem sucedido dentro desta
perspectiva requer:
1. Sensibilidade ao controle destrutivo por
regras;
2. Um enfoque rápido e flexível (mas não
dominante);
3. Colocar as técnicas em um contexto
apropriado;
4. Praticar o que pregamos.
1) Sensibilidade ao controle
destrutivo por regras
● Os clientes podem aprender a funcionar
dentro de uma perspectiva contextual, mas
não é fácil.
● Cuidado com a frase: “Finalmente estou
aprendendo a ignorar esta ansiedade” – isso
pode iniciar a luta para reduzir ou eliminar a
ansiedade.
1) Sensibilidade ao controle
destrutivo por regras
● Se a ansiedade cai depois que a “escala de
controle” caiu, esse é um momento traiçoeiro
– vendo que a ansiedade caiu, os clientes
freqüentemente agem como se agora eles
soubessem como controlar sua ansiedade.
● Os terapeutas devem ser muito sensíveis aos
estágios iniciais desse tipo de luta e aos
múltiplos caminhos que podem elevá-la.
2) Um enfoque rápido e flexível
● Os terapeutas devem ser capazes de reagir
rapidamente às suas observações.
● Deve ser capaz de expor de maneira
diferente as questões básicas de forma que
se adaptem à situação presente, sem
simultaneamente dominar o cliente.
● O terapeuta deve permitir que o cliente
descubra algumas destas coisas, mas
também deve ser flexível e criativo ao
fomentar essa descoberta.
2) Um enfoque rápido e flexível
● O uso criativo da metáfora pode ajudar, pois
permite ao cliente descobrir aspectos
importantes sem uma racionalidade linear.
● Trabalho importante do terapeuta: discriminar
e reagir ao “ sistema” do cliente, momento a
momento.
3) Colocar as técnicas em um
controle apropriado
● É difícil adequar as técnicas e exercícios a
um contexto que não está bem estabelecido
dentro da nossa cultura.
● Terapeutas inexperientes geralmente
deslizam para o uso de técnicas que não se
ajustam dentro desse enfoque.
3) Colocar as técnicas em um
controle apropriado
● Frequentemente propõem um treino de
relaxamento para ajudar o cliente a relaxar,
em vez de usá-lo como uma prática para
permitir abandonar a luta.
● Terapeutas inexperientes dirão aos clientes
que ser mais assertivos fará com que eles se
sintam melhor, quando não é esse o
propósito nesse contexto.
4) Praticar o que pregamos
● É talvez a característica mais difícil porque
um enfoque contextual choca-se com o ponto
de vista da cultura dominante.
● O terapeuta que pretende praticar a partir
desse contexto não deve fazê-lo como uma
técnica, mas como um contexto para o
comportamento tanto do terapeuta como do
cliente.
O papel do terapeuta
● Podemos ser mais sensíveis às armadilhas
que os outros colocam somente quando
percebemos algumas das que nós mesmos
colocamos.
● Um enfoque contextual não é uma técnica!
Erros clínicos comuns
1º) Tomar o conteúdo, em vez do contexto,
como questão-alvo:
● Tomar o relato do cliente, do que incomoda,
como uma avaliação exata do que necessita
ser mudado, quando de fato esse evento é
problemático somente dentro de uma
contexto determinando.
● Ex.: procedimentos de manejo de ansiedade.
Erros clínicos comuns
2º) Ver o cliente como se ele tivesse “quebrado”
ou “deficiente” em razão dos problemas que
está enfrentando:
● Tendência a dar conselhos desnecessários
ou a instruir pessoas acerca da FORMA que
seu comportamento deveria tomar.
● Assumir esse papel paternalista muitas vezes
incapacita as habilidades dos clientes para
experiênciar as contingências.
Erros clínicos comuns
3º) Inconsistência:
● O contexto estabelecido na terapia deve
permanecer estável. Usar muitas técnicas
independentes umas das outras cria uma
inconsistência no contexto terapêutico.
Resistência
● Todo o enfoque da ACT está orientando para
lidar com o problema da resistência.
● O cliente é, de certa maneira, resistente
antes de vir à terapia.
● No distanciamento compreendido a
resistência é impedida pelo distanciamento
do cliente.
Resistência
● O propósito da distância não é afastar os
eventos do cliente, mas para dar-lhe espaço
para experienciá-los completamente como
eles são, sem tomá-los verdadeiramente pelo
que eles dizem que são literalmente.
● A resistência pode ser impedida fazendo com
que os clientes assumam compromissos
pessoais para mudar.
Resistência
● As pessoas têm uma longa história de
engajar-se em análises formais e serem
reforçadas socialmente pela adequação de
tais análise.
● Ao longo do tempo “estar certo” fez-se um
reforçador muito poderoso. O problema é que
as conseqüências sociais de estar certo
podem superar as conseqüências naturais do
comportamento.
Resistência
● Assim, trabalharemos para manter a
aparente segurança de nossas análises,
esmo que as conseqüências sejam
totalmente negativas.
● É importante mostrar ao cliente que se
desafia o sistema que o persegue, e não ele.
Generalizações e manutenção
● Esse enfoque aplica-se a muitas situações na
vida das pessoas.
● As principais áreas de generalização
simplesmente emergem assim que a
natureza da similaridade se torna evidente.
Generalizações e manutenção
● Quando os clientes finalmente “rompem” a
sustentação da cultura dominante de dar
razões e lutar contra as emoções, o problema
parece mudar.
● Uma vez que o sistema é visto claramente, é
difícil retomar a ele por completo.
A relação terapêutica
● Para que o distanciamento compreensivo dê
certo, ele não deve ser apresentado apenas
como um conjunto de histórias, é necessário
ter o terapeuta para modelar o cliente
diretamente.
● É necessário respeitar o cliente.
A relação terapêutica
● Não há diferença real entre clientes e
terapeutas (aquele que sabe e aquele que
não sabe), a questão é que é simplesmente
mais fácil ver as armadilhas do outro e não
as nossas próprias.
● Ex.: escalada da montanha.
A relação terapêutica
● O terapeuta sustenta o cliente não a partir de
uma posição de superioridade, mas a partir
de uma posição de perspectiva vantajosa.
Ambivalência
● A meta é permitir que o cliente experiencie os
dois tipos de sentimentos sem que um tenha
que se impor sobre o outro e, ao mesmo
tempo, escolher um curso consistente de
ação, sem levar em consideração qual lado
parece mais forte no momento.
Encerramento
● O “final” da terapia é um ponto no qual um
processo de aprendizagem é estabelecido.
● Temos a esperança de que esse processo
sempre continuará.
Sucessos e fracassos
● Esse enfoque é bem sucedido no tratamento
de desordens de ansiedade e depressão,
com o uso de drogas ou outros problemas de
autocontrole.
● Tem ajudado os clientes a serem um pouco
menos controlados por pensamentos
ilusórios e alucinações.
Sucessos e fracassos
● Nem todos os clientes são responsivos a
esse enfoque.
● Aquele que não sofrem considerável dor ou
que não estão prontos para uma grande
mudança, não darão ao terapeuta espaço
necessário para tal desafio na perspectiva
em relação às coisas.
Referência
● Hayes, S.C. A contextual approach to therapeutic
change. In N. Jacobson (Ed.) Psychotherapists in
clinical practice: Cognitive and Behavioral
Perspectives. New York: Guilford, 1987. p. 327-387.
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