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P
rojetos a curto prazo não fazem parte do processo
educacional. A Educação é pautada em programas
desenvolvidos a médio e a longo prazo. No início
de 2006, a Secretaria Municipal de Educação elaborou
um plano de diretrizes e metas que está sendo
cumprido com o esforço conjunto de toda a comunidade escolar: pais, alunos, educadores e todos os
profissionais envolvidos.
Ao final de 2006, a equipe comemora o sucesso de
suas atividades e a conquista das metas estabelecidas.
Estas realizações contribuem para o aprimoramento
constante da educação mogiana, tanto na esfera
pública, como na particular.
A revista “Educando em Mogi” apresenta nesta
edição textos sobre a política educacional e práticas de
ensino interessantes, que contribuem para a humanização da Educação com trabalhos voluntários e sociais
acrescidos pelo resgate das origens da cultura
brasileira. Na seção Especial, conheça e veja como participar do Fórum Mundial de Educação, que será realizado em Mogi das Cruzes entre os dias 12 e 16 de
setembro de 2007. O historiador José Sebastião Wier e
Gracília Maria Grecco Manfré enriquecem nossa publicação com o artigo “Voz do Povo”.
Esperamos que em 2007, a Educação continue conquistando vitórias na missão de construir uma escola
de sucesso pautada pelo ensino de qualidade.
ERRATA:
"A Revista "Educando em Mogi" retifica a legenda da foto no alto da página 5.
A imagem é da Escola Municipal Monteiro Lobato e não, da EM "Maria Colomba
Colella Rodrigues" como foi registrado".
PREFEITURA DE
MOGI DAS CRUZES
Secretaria Municipal de Educação
Coordenadoria de Comunicação SocialAv.
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Capa
Alunos da EM Profª Ivete Chuery
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Arte
ABG Comunicação & Design
Roberta Regato / edição e diagramação
Danilo Scarpa / ilustrações
Tiragem
3.500 exemplares
Colaboraram nesta edição
Suami Paula de Azevedo
Elizabeth Oliveira dos Santos Silva
Flávia Pacces
Andréia da Penha Martins
Mary Augusta Andrade
Maria da Aparecida Senzick
Equipe escolar da EM "
Ana Lúcia Ferreira de Souza"
Vanessa Gerlinger Romero
Gisleine Zarbietti (Mogi News)
Juliana Nakagawa (O Diário de Mogi)
Geraldina Porto Witter
Lucimara Ferreli de C. Bueno Ferraz
Equipe Ceic "Mundo Vivo"
Gracila Maria Grecco Manfre
José Sebastião Witter
A Revista Educando em Mogi, nº 31
é uma publicação da Secretaria Municipal
de Educação de Mogi das Cruzes e não se
responsabiliza por conceitos emitidos
em artigos assinados
ÍNDICE
EDITORIAL
O ensino
de qualidade
como meta
Novembro / Dezembro de 2006 - Ano V - nº 31
POLÍTICA EDUCACIONAL
A Educação vai bem em Mogi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4
Questão de avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
ARTE E EDUCAÇÃO
“Educando com Arte” comemora mais
um ano de sucesso...................................................10
PRÁTICAS DE ENSINO
Um mundo mágico e contagiante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
Viagens educativas na proposta pedagógica das escolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
Alunos demonstram solidariedade na Semana da Criança . . . . . . . . . . . . . . . . .16
Resgate da cultura folclórica na pré-escola . . . . . . .17
A cultura afro-brasileira nas escolas municipais . . . .18
O Trabalho Voluntário nas escolas . . . . . . . . . . . . . .20
Experiências do Voto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
ESPECIAL
Alto Tietê se mobiliza pelo Fórum Mundial de Educação . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
Prêmio “Professor Cidadão”: Mogi News reconhece e valoriza professores . . .24
“Desafio e Conquista”: Vencedores comemoram prêmios . . . . . . . . . . . . . . . .26
Título de trabalhos: criatividade e criticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Projeto “Jundiapeba Plantando para o Futuro” –
Uma parceria entre escola e comunidade que deu certo ....................................30
Meio Ambiente no Ceic "Mundo Vivo".....................................................................
HISTORIANDO
Voz do Povo .........................................................................................................34
POLÍTIICA EDUCACIONAL
Na página ao lado: educadoras reunidas na entrega do prêmio
Mogi News Top of Mind 2006 e reunião da equipe de estudos
das Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação da
Infância com Emília Cipriano e Cláudio Sanches. Nesta página:
professores participam de capacitações e Daniel Azulay com a
oficina "Crescer com Arte - Desenhando com Daniel Azulay",
parte do programa "Educando com Arte", em que as crianças
participam de atividades com música, artes visuais e desenho
A Educação vai bem em Mogi
A
rede pública de ensino de Mogi das Cruzes tem muito que
comemorar neste ano. A cidade superou a média brasileira do
Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), segundo o relatório do
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). As escolas
municipais conquistaram importantes realizações: o Prêmio
Mogi News Top of Mind entregue às escolas municipais de
Educação Infantil (EMEI) pelo terceiro ano consecutivo, e o
cumprimento das metas deste ano.
4
Destaque no
desenvolvimento
infantil
A cidade registrou 0,802
no IDI, superando a média
brasileira, que é de 0,661. O
resultado positivo foi apresentado no Relatório sobre a
Situação da Infância Brasileira 2006, elaborado pela
Unicef, referente ao atendimento nas áreas de Saúde e
Educação a crianças de 0 aos
6 anos.
Mogi foi a 270ª colocada,
dentre os 645 municípios do
Estado de São Paulo a partir
de dados de 2004. Nestes últimos dois anos, o município
ampliou o atendimento as
crianças e seus pais, ao elevar
sua participação nas seguintes variáveis: nível de escolaridade dos pais, imunização das crianças, acesso
das mães ao pré-natal e porcentagem das crianças na
pré-escola.
Metas cumpridas
No encerramento de 2006, o
esforço conjunto de toda a
equipe escolar da rede municipal de ensino tem sido fundamental para que as metas estabelecidas no início do ano estejam sendo alcançadas. Os bons
resultados fazem parte do trabalho que está sendo feito desde
2001 pela atual administração
municipal.
Os objetivos foram: garantia
de escolaridade para todos os
mogianos; modernização e dinamização do ensino; orientação
e qualificação para o trabalho a
jovens e adultos; apoio ao desenvolvimento escolar; democratização da gestão escolar e valorização dos profissionais da
educação.
O atendimento às crianças
de 4 e 5 anos da pré-escolas superaram a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), de
80% em 2011. Em 2006, a rede
municipal atendeu 86% dos alu-
nos de Mogi. As creches (0 a 3
anos) receberão uma atenção especial em 2007, pois atualmente apenas 19,30% dos alunos
são atendidos, o que está abaixo
da meta do PNE, que prevê um
percentual de 50% em 2011.
Neste ano, 6 escolas de educação infantil e 13 de ensino
fundamental foram ampliadas
e foi concluída a licitação da
Escola Municipal de Nova Jundiapeba.
Jovens e adultos também
têm seu espaço nas escolas com
as turmas de Educação de
Jovens e Adultos (EJA), a implantação do Pró Jovem e os cursos profissionalizantes do Centro de Iniciação Profissional
(CIP). Com o programa, os mogianos tiveram acesso a 18.000
vagas divididas em 40 cursos
em 2006.
Os estudantes têm acesso a
ensino de qualidade, infra-estrutura (transporte e material esco-
lar) e novas tecnologias, por
meio dos Cedics e do Programa
de Tecnologia Educacional, trabalhado pelos orientadores de
informática. Os educadores e
toda equipe técnica participam
de formação contínua para todos
os profissionais, em horário de
serviço e horário livre.
O programa de Educação
Inclusiva deu passos importantes em 2006 com a implantação da avaliação diagnóstica
de alunos, indicados pelos professores como possíveis portadores de necessidades educacionais especiais, por uma equipe multiprofissional. Os alunos
portadores de necessidades especiais são atendidos pela Escola
Municipal de Educação Especial
´Professora Jovita Franco Arouche´ (Emesp) e Associação de
Pais e Amigos do Excepcional
(Apae), recebem treinamento no
(CIP) e encaminhamento para
o trabalho.
5
POLÍTIICA EDUCACIONAL
As mais lembradas
Neste cenário positivo, as
escolas municipais também
festejam um ano de êxitos. Pela terceira vez consecutiva, as
unidades escolares de Educação Infantil (EMEI) conquistaram o prêmio Mogi News
Top of Mind como as mais
lembradas pelos mogianos.
Na solenidade, o prefeito
Junji Abe, ao lado da secretária municipal de Educação,
Maria Geny Borges Ávila
Horle, chamou ao palco oito
funcionárias das escolas para
representar os 1,5 mil servidores que atuam nas unidades escolares. Participaram
do evento, a supervisora de
ensino Aparecida Donizeti
Yamamoto, as diretoras de escola Claudia Helena Romanos Pereira e Valquiria Bema
Tamura Nabarrete, a professora de educação infantil
Claudia Moreira Leite Maradei, a escriturária Darli Aparecida Fernandes Pinto, a assistente de desenvolvimento educacional Antonia Marlene de
Souza Cava, a assistente de desenvolvimento infantil Cássia
Aparecida Gomes e a auxiliar
de serviços gerais Felicidade
Fonseca Tobias.
Escolas dinâmicas e modernas com salas de informática, como na EM
"Benedito Ferreira Lopes" - Caic e prédios diferenciados, EM "Wanda
Trandafilov" e "Des. Armindo Freire Mármora""
Inovações na rede
Pela primeira vez, os alunos de 3ª, 5ª e 8ª série, seus pais e
professores estão passando pela avaliação institucional. Não se
trata só de um estudo sobre o conteúdo, mas também da instituição como um todo, considerando a opinião de toda a comunidade escolar.
A descentralização da gestão está sendo conquistada com
duas medidas importantes: o envolvimento dos pais e responsáveis, por meio da formação oferecida aos participantes das
APMs e o funcionamento efetivo dos Conselhos de Escola, e a
implantação Programa de Transferência de Recursos Financeiros
(PTRF), em que as escolas têm autonomia na administração de
seus recursos.
O próximo ano reserva duas realizações importantes: a construção do Centro Municipal de Atendimento ao Portador de Necessidades Educacionais Especiais (Capnee) na Vila Lavínia e a
conclusão da primeira etapa das obras do Centro Municipal de
Formação Pedagógica (Cemforpe). Outro passo importante para
a rede será o estudo das Diretrizes Curriculares Municipais para
a Educação na Infância, iniciado neste ano.
Questão de AVALIAÇÃO
É necessário que
reconheçamos que a
avaliação é hoje um
dos temas mais
candentes do
magistério. Pelo
número de estudos e
publicações que têm
surgido, se trata de um
grande problema a ser
enfrentado. Esta é uma
questão ampla na
educação escolar, tanto
para o professor
quanto para o aluno.
SUAMI PAULA DE AZEVEDO
6
A AVALIAÇÃO DO ALUNO
O
que nos parece lamentável é
que nos dias que correm
ainda persistimos na mesma
postura indicada por Comenius no século XVII. Em seu
livro, “A Didática Magna”, o
autor indicava que “o medo faz
o aluno estudar”. E tem sido
difícil afastar essa máxima.
Até porque, ela garante a
emoção revelada na gaiata e,
tantas vezes, trágica, manifestação da “síndrome do pequeno poder” do Professor.
Com a ameaça da nota e do
exame, é que muitos conseguem o mínimo de um suposto controle sobre a classe. Uma
situação lamentável, mas real,
e reveladora da incompetência
técnica do Professor no seu
exercício.
Ao observarmos a experiência vivenciada pelos professores paulistas com a implantação da “Progressão Continuada”, podemos perceber o
quanto se revela verdadeira a
nossa manifestação acima.
Ainda que tenha sido eivada de
equívocos e de autoritarismos, a
Progressão Continuada no Ensino Fundamental do Estado de
São Paulo veio sacudir um magistério de há muito estagnado.
Revelou a fragilidade de professores que sem as armas da
reprovação, não sabiam como
agir em sala de aula.
A perda do medo da nota
levou ao abandono do estudo
pelo aluno paulista. O que apenas viria a confirmar a “teoria
da curvatura da vara”, exposta
por Lenin. Se antes o aluno es-
7
A AVALIAÇÃO DO PROFESSOR
A mesma escola que valorizava tanto a avaliação do
aluno, por outro lado, não admitia a avaliação do professor,
nem mesmo através da avaliação dos seus alunos. E isto, a
não existência de qualquer
avaliação docente, tem sido
uma batalha ferrenhamente defendida pelos sindicatos desses
profissionais. O que nos impõe
um questionamento: até que
ponto a falta de avaliação profissional não tem prejudicado
a carreira docente?
Ou, também, somos levados a questionar: se o docente
é chamado a estimular o aluno
ao estudo, por que ele mesmo
não é do mesmo modo estimulado a uma melhor formação,
inicial ou continuada? Alguém
desestimulado e sem qualquer
cobrança, não será igualmente
levado a perder a vontade do
estudo e do aprimoramento?
Ou ainda, se de algum
modo o Sistema Educacional
se permite não fazer avaliações
do professor, diretas ou indiretas, internas ou externas, o que
lhe furta instrumentos para
identificar as próprias dificuldades, então, como buscar superá-las? Um professor, em sã
8
consciência das suas responsabilidades, pode a isso se permitir em prejuízo do aluno?
Observe-se ainda que há
anos havia na escola paulista
uma espécie de avaliação por
cotas, feita de modo extremamente subjetivo pelo Diretor
da Escola. Isso dava àquela autoridade um poder discricionário imenso sobre o seu
pessoal. O superior recebia
quatro níveis para classificar os
seus profissionais.
Por exemplo, dependendo
do número de pessoas a serem
classificadas, podia ser um
“ótimo”, três “muito bom”,
dois “bom” e três “regular”.
Ainda que o pessoal da escola
merecesse um número maior
de “muito bom”. Muitos recebiam menções inferiores ao
merecido. Isso permitia ao Diretor de Escola fazer a sua
avaliação dos membros do
pessoal, distribuindo os valores a quem julgasse melhor.
Sem dúvida essa não era a
melhor medida. Mas ao extingui-la e nada colocar como alternativa, desequilibramos demais as forças vivas da escola,
que é o elemento determinante
do Sistema. E isso o coloca
numa situação de pobreza
ainda maior.
Considere-se ainda que até
a atual LDB (1996), o Sistema
de São Paulo distinguia as
matérias ensinadas na escola
regular. Educação Física e Educação Artística não eram Disciplinas, mas Atividades. Assim,
os professores não podiam
atribuir notas ou menções aos
alunos. Somente verificavam a
freqüência deles. Muitos professores dessas áreas se sentiam inferiorizados diante dos
colegas e dos alunos.
Sem notas ou menções,
não se sentiam obrigados a
aplicar avaliações para a verificação do aproveitamento dos
alunos. Sem tais instrumentos
de controle não contavam com
a participação dos alunos, que
já há mais de duas décadas
demonstravam não querer estudar, nem participar de qualquer uma das atividades em
classe. Se nada os obrigava,
por que fazê-lo? O que apenas
demonstra que os professores
há duas décadas, tanto quanto
os de hoje, não conseguiam
bem seduzir os alunos a participar voluntariamente dos trabalhos escolares. Se o mestre
segue a receita da didática do
século XVII, mas está sem obrigação de prova, por que um
aluno buscaria o saber “sem
imposição?”
As avaliações externas dos
alunos, a partir da atual LDB,
depois de 1997, com o SAEB no
Brasil, e o SARESP em São
Paulo, apenas revelaram que
não havia proximidade entre a
escola imaginada pelos governantes e autoridades educacionais, que preparavam questões a serem aplicadas; e aquela
real, onde estavam os alunos.
Eram duas escolas diversas.
Não apenas o que se ensinava
era diferente, mas o modo como se ensinava também o era.
Teoricamente, as avaliações externas deveriam instrumentalizar o Sistema para melhor preparar seu corpo docente e equipar suas escolas, e
assim, por via de conseqüência, melhor formar seus alunos.
Mas isso exigiria um esforço
monumental e hercúleo para
superar os males há tanto implantados, o que não temos
visto ocorrer.
Temos observado avaliações difusas, sem visão ge-
POLÍTIICA EDUCACIONAL
tudava para a prova, e de modo algum para saber, agora
passou a nem isso fazer. O
novo processo vinha para
atacar a chamada “Cultura da
Reprovação”, mas não foi assim percebido. O professor,
concentrado em seu umbigo,
também sem o hábito do estudo, sentindo-se desarmado,
desiste declaradamente de ensinar. Essa omissão fica patente
na denominação crítica e (mal)
humorada da nova proposta:
“Promoção Automática”.
nérica, aqui e ali subjetivas,
pouco montadas em planos, ou
questionários consistentes e
baseadas em instrumentos que
não exibem o quadro real. Ainda sentimos um trabalho bem
intencionado, mas feito de forma amadora e a escola de hoje
não pode mais se permitir tal
ingenuidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mas observemos: nenhum
professor aplica conscientemente uma avaliação injusta,
isto seria uma patologia. Aliás,
é em nome da justiça que tanto
temos pecado. Mas afinal,
quem elabora a avaliação? Se
for o professor, então este será
um instrumento subjetivo. É a
cara do professor, não do aluno.
Sendo assim, o ideal estaria na auto-avaliação feita
pelo próprio aluno. Mas numa
cultura que hipervaloriza o
diploma, não o saber, esse procedimento permitiria que tivéssemos, segundo muitos, a
fraude instaurada. Assim, devemos deixar que o que temos
persista? Não há nada de novo
a propor?
De todo modo, temos
percebido que começa a surgir
uma insatisfação entre os
novos professores, principalmente. O que pode sugerir que
há o sentimento da necessidade de alguma alteração na
escola. Como já se disse: tiremos o “S” da “crise” e inventemos o nosso ofício.
SUAMI PAULA DE AZEVEDO –
DIPLOMA DE ESTUDOS
APROFUNDADOS DO DOUTORADO
DE 3º GRAU E MESTRADO EM
LINGÜÍSTICA (UNIVERSIDADE DE
PARIS – SORBONNE), MESTRADO EM
SEMIÓTICA, TECNOLOGIA DE
INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO (UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS).
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ARTE E EDUCAÇÃO
Apresentação dos alunos da EM "Dom Paulo Rolim Loureiro" na EM "Profa. Guiomar Pinheiro Franco" e
crianças no Encontro Tocando, Cantando... Fazendo Música com Crianças
“Educando com Arte”
comemora mais um
ano de sucesso
O
encerramento das atividades de 2006 do programa
“Educando com Arte” surpreendeu, até mesmo, os especialistas que participaram dos
projetos, quanto à qualidade
dos trabalhos e o envolvimento de toda equipe escolar nas
atividades com música e artes visuais.
“Constatamos um salto
muito grande com a apresentação dos projetos das escolas
no Encontro realizado no
Clube Náutico em outubro.
Todos sentimos essa evolução.
É um trabalho em conjunto,
tecendo algo que acreditamos
que seja humano”, afirmou
Iveta Maria Fernandes, professora da Faculdade de Música
10
da Unesp e orientadora em
música e ensino de música
das escolas.
As apresentações ao público aconteceram nos dias 18,
19 e 20 de outubro no Clube
Náutico. Pais e alunos acompanharam o belo trabalho feito
nas 21 escolas municipais que
desenvolvem a atividade musical e envolvem 7.550 alunos
e 236 educadores.
MÚSICA DOS PEQUENOS
Nos meses de outubro e
novembro, o programa promoveu o encerramento das
atividades dos alunos e da formação contínua dos professores, diretores e equipe técnica da Secretaria Municipal
de Educação. O projeto “Tocando, Cantando... Fazendo
Música com Crianças” encerrou suas atividades em 2006
com as apresentações intercomunidades.
Os estudantes das escolas
municipais “Sérgio Hugo Pinheiro”, do Jardim Nove de
Julho e “Dom Paulo Rolim
Loureiro”, de Pindorama, visitaram a EM “Profa. Guiomar
Pinheiro Franco”, em Cezar de
Souza. A EM “Adolfo Cardoso”, do distrito de Quatinga,
visitou a EM “Sérgio Hugo Pinheiro”, no Jardim 9 de Julho.
Os pequenos da EM
“Dom Paulo Rolim Loureiro”
arrancaram aplausos da platéia ao tocar e dançar acom-
panhados pelos educadores.
“A música, assim como o português e a matemática, não
tem um foco específico. Cada
disciplina tem a sua contribuição e o seu porquê. Quero
parabenizar a Prefeitura pelo
investimento na capacitação e
na infra-estrutura dos projetos,
com a aquisição dos instrumentos e o convite de profissionais importantes para a formação dos professores”, explicou Iveta.
Trabalho com Artes Visuais na EM "Milton Cruz" e crianças no Encontro
Tocando, Cantando... Fazendo Música com Crianças
FORMAÇÃO CONTÍNUA
A iniciativa do trabalho
com música nas escolas busca
desenvolver a educação musical e a sensibilidade dos estudantes, além de propiciar a
reflexão sobre a trajetória do
ensino de música nas escolas,
permitindo que o professor
inicie uma pesquisa no universo musical.
Os professores, diretores e
equipe técnica da Secretaria
Municipal de Educação participaram de dois grandes cur-
11
PRÁTICAS DE ENSINO
Um Mundo Mágico e
CONTAGIANTE
Trabalho com Artes Visuais na EM "Milton Cruz"
ELIZABETH OLIVEIRA DOS SANTOS SILVA
sos de capacitação: “Educação
Musical: Prática e reflexão a
partir do dia-a-dia da sala de
aula” e “Música: Linguagem
Artística Integrante do Projeto
Pedagógico da Escola”.
Iveta ressaltou a importância da música no projeto
pedagógico da escola. “É um
trabalho global, em que várias
habilidades são desenvolvidas. Não é só tocar, cantar, existe todo um lado humano
envolvido. A escola é um núcleo importante de humanização para a prática da cidadania”, observou.
ARTES VISUAIS
Em novembro, a exposição “Artes Visuais” reuniu os
trabalhos de alunos de 16 escolas municipais de Mogi das
Cruzes. Os mogianos acompanharam o talento e os maravilhosos resultados das atividades e pesquisas dos estudantes no saguão do prédio
sede da Prefeitura.
12
Os alunos da EM "Professora Marlene Muniz Schimidt", da Vila Moraes, estiveram presentes na solenidade de abertura e ficaram encantados com os trabalhos
dos colegas.
As atividades foram orientadas por Francisco Carlos
Franco, professor do curso de
Artes da Universidade Braz
Cubas (UBC). Reproduções de
grandes artistas plásticos, como Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi, e telas criadas pelos
estudantes chamaram a atenção do público em geral. Os
pais de Júlia Cavalcante da Silva, de quatro anos, exibiam,
orgulhosos, a obra de arte da
filha, aluna do CCII Professora
Ignês Maria de Moraes Pettená.
“Com a iniciativa procuramos enfocar o ensino de artes visuais nas escolas municipais de acordo com as tendências mais atuais de ensino
nesta área. Os alunos têm acesso a bens culturais e artísticos, o
que amplia sua visão de mundo
e a apreciação e reflexão sobre
as expressões artísticas”, comentou Maria Geny Borges
Ávila Horle, secretária municipal de educação.
HISTÓRIA DE ARTE
Em 1999, o projeto “Artes
Visuais”, parte do programa
“Educando com Arte”, da Secretaria Municipal de Educação, teve início em duas
escolas municipais: “Dr. Milton Cruz”, no Jardim Maricá, e
“José Alves dos Santos”, em
Jundiapeba.
Desde 2001, a iniciativa
tem sido aprimorada com os
cursos de formação contínua e
assessoria de especialistas destinados aos educadores. Neste
ano, 16 escolas municipais receberam a iniciativa com o envolvimento de 3.024 alunos,
119 professores e toda a
equipe escolar.
N
ós, professoras da Escola
Municipal “Dr. Waldir Paiva de Oliveira Freitas”, pelo
segundo ano consecutivo, participamos da 7ª Mostra de
Teatro de Bonecos e Formas
Animadas, no Sesi de Braz
Cubas, de 28 de julho a 7 de
outubro.
A apresentação reuniu algumas das melhores produções de espetáculos encenadas em nosso país. As peças
utilizam fantoches, marionetes
com fios de náilon, sombras,
luz e muito mais, sendo realizadas por companhias nacionais e internacionais. As exibições foram gratuitas e divulgadas pela televisão e jornal.
Nesse momento, o papel
da escola é essencial na divulgação e no incentivo aos pais,
quanto ao valor da “CULTURA” na história de nossa
comunidade!
Hoje em dia, devido à vi-
da corrida e turbulenta de todos os dias, deixamos muitas
coisas em segundo plano, e, às
vezes, até a parte cultural. Isso
também ocorre com os pais de
nossas crianças, e cabe a nós,
educadores, aproveitarmos as
oportunidades que aparcem...
Foi muito bom poder dividir com nossas crianças essa
experiência. Foram olhares ansiosos, sorrisos, sustos e alegrias. Mil emoções a serem trabalhadas e também valores,
como: respeito, amor e coleguismo. Esses momentos foram inesquecíveis...
As crianças vibraram em
muitas peças, mas ao término
do espetáculo internacional,
“Disparatório”, muito mais!!
O produtor argentino, Sr.
Coco, que apesar da dificuldade do idioma, interagiu com
as crianças, mostrando e permitindo que as mesmas manuseassem as marionetes e apren-
dessem como confeccioná-las.
Elas se interessaram em ajudálo a expressar melhor o nosso
português, percebendo a diferença entre os idiomas.
Foi emocionante ver como
os artistas acolheram bem nossas crianças com muito carinho e atenção e como se emocionaram quando os alunos
disseram-lhes “MUCHAS GRACIAS!”. Este agradecimento
despertou na equipe, a importância de nunca desperdiçarmos as oportunidades que
a vida nos oferece.
Como seria bom se outras
iniciativas e oportunidades como esta, que envolvem a realidade e a fantasia, pudessem
fazer parte do nosso dia-a-dia,
oferecendo gratuitamente a todas as pessoas, cultura e lazer
como forma de aprendizado.
ELIZABETH OLIVEIRA DOS SANTOS
SILVA É PROFESSORA DA EM DR.
WALDIR PAIVA DE OLIVEIRA FREITAS
13
PRÁTICAS DE ENSINO
Viagens Educativas
na proposta pedagógica
das escolas
O
conhecimento além da sala de aula é explorado pelo projeto
“Caminhando e Conhecendo”, uma iniciativa aberta a todas
escolas municipais de Mogi das Cruzes. As crianças têm a oportunidade de conhecer realidades diferentes e ainda, enriquecer
sua cultura em espaços, como a Bienal do Livro de São Paulo,
Museu do Ipiranga, Instituto Butantã e Aquário de Guarujá.
O projeto visa incentivar a realização de excursões de caráter
educativo, como parte integrante da Proposta Pedagógica das
escolas. O programa e o roteiro da viagem são estabelecidos pela
equipe escolar no planejamento anual. A Secretaria Municipal
de Educação proporciona o transporte dos alunos para as excursões programadas. Neste ano, os passeios atenderam 25.946
crianças de todo o município.
Os alunos da rede municipal visitaram: Planetário de São
Paulo, Aquário de Santos e Museu de Pesca, Zoológico de São
Paulo, Museu do Ipiranga, Parque Leon Feffer, Kosmos Clube,
Aquário de Ubatuba, Biblioteca Municipal de Mogi das Cruzes,
Centro Cívico Botyra Camorim, Chácara Encantada, Cidade da
Criança de São Bernardo do Campo, Cidade do Livro, Cinemas
de Mogi das Cruzes, Estação Ciência, Estação da Luz, Explo
Aflord, Fábrica Estrela, Fontágua em Quatinga, MASP de Ibirapuera, Memorial da América Latina, Nascente do Rio Tietê –
Barragem, Parque Ibirapuera, Pinacoteca do Estado, SESC Itaquera, Parque da Mônica, Teatro Vasques e Vale do Sonho,
em Guararema.
Alunos da EM “Profa. Wanda
Trandafilov”, no Sesi Jacareí;
desenho do Aquário do Guarujá
pelos estudantes da EM “Prof.
Jacks Grinberg”; CCII “Profa.
Adahila Marques C. Carneiro” no
Sítio Monteiro Lobato; crianças da
EM “Monteiro Lobato” no
Zoológico e um lindo dia de praia
para a garotada da EM “Profa.
Ana Maria Barbosa Garcia”
14
15
FLÁVIA PACCES E ANDRÉIA DA PENHA MARTINS
A
E.M. “Profª Cynira Oliveira
de Castro” organizou, para
a comemoração da Semana da
Criança no mês de outubro,
uma gincana com atividades
esportivas, culturais, artísticas
e de solidariedade.
Os alunos foram divididos
em cinco equipes e identificados com nomes de autores
estudados no decorrer do ano
pelo projeto desenvolvido na
escola, chamado “Resgatando
Valores Através da Leitura”.
Foi muito gratificante presenciar a alegria dos alunos e
o interesse na participação e
no cumprimento das tarefas
propostas, como por exemplo:
procurar a carteira de identidade mais antiga e a Certidão
de Nascimento mais recente e
vir à escola caracterizado como algum personagem da história do autor que identificava
sua equipe.
A doação de brinquedos,
novos ou usados em bom estado, para uma creche próxima da escola trouxe muita
alegria e fortes emoções a todos. A equipe ficou sensibilizada ao ver crianças, que
muitas vezes não têm muito
para dar, doarem seus próprios brinquedos, dizendo que
há pessoas que precisam muito mais do que eles.
Os alunos tiveram a oportunidade de demonstrar sua
criatividade e modelar com
massinha alguns personagens
relacionados aos autores. Par-
16
Resgate da Cultura
Folclórica na pré-escola
MARY AUGUSTA ANDRADE
M
eu objetivo foi incentivar os
pequenos a conhecerem as
lendas folclóricas brasileiras e
cada personagem e sua história, estimulando o trabalho
em equipe ao compartilharem
o mesmo material, a criatividade artística, a imaginação e
também, a coordenação visual
e motora, a atenção e o espírito
de cooperação. O trabalho foi
inserir pequenas normas de
cuidado com o meio ambiente
e finalizar com a apresentação
em forma de teatro, usando a
música e a dança.
Começamos contando uma
história, eu narrava e cada um
interpretava o personagem. Inseri também uma música de
minha autoria, que as crianças
aprenderam bem rápido. Depois, deles conhecerem as lendas, partimos para a confecção
das fantasias, fazendo com que
trabalhassem unidos, pintando
e colando; provando e aprendendo que com qualquer sucata, se constrói uma fantasia.
O próximo passo foi en-
saiar a coreografia e definir
quem seria cada personagem e
para isso, fui democrática. Cada um escolheu o personagem
que queria ser. Feito isso, fomos ensaiar. As crianças fizeram os próprios passos e escolheram a música do “Saci
Pererê”. Acatei a idéia e deixei
que eles fizessem como queriam. Ficou ótimo!
No dia da apresentação ficaram um pouco tímidos, mas
mesmo assim, o resultado foi
de acordo com o esperado.
COMENTÁRIOS
Meu nome é Mary Augusta
de Andrade, sou ajudante geral e
curso o 2º semestre de Artes Plásticas na Universidade Braz Cubas. Achei muito proveitoso o
trabalho com as crianças. O resultado foi melhor do que o esperado, pois além dos pequenos entenderem as lendas que contei
com minhas palavras, a repercussão foi ótima com as outras
salas e os pais. Os alunos foram
divulgadores das histórias e do
teatro. Percebi nelas o ânimo e a
empolgação, que resultou para
mim em um ótimo trabalho.
AGRADECIMENTO
ticiparam também da criação
de fantasias feitas de jornais,
referentes aos temas estudados. As equipes responderam
questões do Projeto de Leitura,
desenvolvido no decorrer do
ano, o que nos trouxe grande
alegria ao vermos o resultado
de nosso trabalho.
Como premiação para o
grupo vencedor realizou-se
um piquenique em um clube
próximo da escola.
São idéias simples, mas de
alto conteúdo cultural, moral,
social e com energia motivadora incalculável.
PROFª FLÁVIA PACCES E PROFª
ANDRÉIA DA PENHA MARTINS
(COORDENADORA DO CEDIC) EM PROFª CYNIRA OLIVEIRA
DA CASTRO
Agradeço a Diretora Eunice
pelo apoio, incentivo e a oportunidade de realizar este trabalho, e
também, a ADI Cássia e a profª
Solange que, com pa-ciência, me
ajudaram a semana toda na sala
de aula.
MARY AUGUSTA ANDRADE É AJUDANTE
CCIM RICHER
ROMANO NETO, CURSA O 2º SEMESTRE
DA FACULDADE DE ARTES PLÁSTICAS
GERAL READAPTADA NO
COM BOLSA TOTAL CONSEGUIDA
PELO
ENEM
17
PRÁTICAS DE ENSINO
Alunos demonstram
solidariedade na
Semana da Criança
Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana –
Indicação CNE/CP nº 1/2004
MARIA DA APARECIDA SENZICK
C
onscientes de nossa responsabilidade, enquanto Equipe Escolar, como propulsores
de uma educação que visa a
formação de cidadãos críticos
e participativos, capazes de
promover transformações sociais, é que pautamos nosso
trabalho para um ensino igualitário e democrático.
Sendo assim, procuramos
atingir as metas propostas nestas diretrizes, observando-as
como referências e critérios a
serem implementados por
meio de ações e práticas pedagógicas.
Trabalhando num meio
social carente, nos deparamos
todos os dias com problemas
sociais de injustiças e discriminações, que, muitas vezes,
marcam nossos alunos de forma irreparável.
Por este motivo, lutamos
para que as idéias que envolvem a construção da cidadania,
a preservação e o conhecimento da cultura e da identidade de nosso povo, tornem-se
realidade em nossa Unidade
Escolar e comunidade.
18
festas indígenas. Essa atividade foi baseada em fotos da
Festa Nacional do Índio, que
acontece na cidade vizinha de
Bertioga. Dessa forma, buscamos sair dos livros e passar
para a atualidade, mostrando
um pouco de como vivem, hoje em dia, os índios no Brasil.
Foram feitas exposições de fotos, instrumentos e objetos, como: pau-de-chuva, cocares, etc.
Sobre a cultura afro-brasileira e africana, não só em
datas como: 13 de Maio – Dia
da Abolição dos Escravos ou
20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra, são
ressaltados temas que abordem essa questão. Procuramos
implementar, de forma diversificada, o estudo da identidade cultural em todas as disciplinas que trabalhamos.
DESTACAMOS OS SEGUINTES
INSTRUMENTOS:
É uma tarefa árdua, mas
não impossível, quando nos
unimos e percebemos que ao
nosso redor, estamos cercados
de oportunidades para trabalhar com essa diversidade e
com o multiculturalismo de
nossa gente.
Nossos alunos trazem para a escola uma bagagem rica e
ampla de conhecimentos e culturas advindas de suas tradições e vivências familiares e
comunitárias. Temos a maioria
de alunos negros ou pardos,
como podemos constatar pelas
pesquisas do IBGE. Jamais poderíamos ficar indiferentes a
seus anseios e esperanças de
galgarem sonhos, antes vistos
como impossíveis.
Dessa forma, descrevemos
aqui algumas atividades desenvolvidas em nossas aulas
com o intuito de conscientizar
e melhorar as relações étnicoraciais em nosso meio.
Em datas, como 19 de
Abril – Dia do Índio, de forma
interdisciplinar, os professores
desenvolveram as seguintes
atividades: roda de conversas,
discussões, trabalhos de interpretação de textos, desenho e
colagem de recortes e jornal.
Buscou-se utilizar todos os elementos que pudessem ilustrar
a vida e o que aconteceu com
as comunidades indígenas desde a época da colonização de
nosso país. Também procuramos saber se havia entre nós
descendentes de povos indígenas.
No auge do trabalho, foram feitas apresentações de
coreografias de danças pelos
alunos da 4ª série, em que os
mesmos encenaram rituais e
1- Atividades em sala de aula:
textos, caça-palavras, mapas
Brasil/África – localização, cruzadinhas, exercícios de pesquisa, leitura, etc;
2- Trabalhos com jornal, revistas e notícias;
3- Utilização da mídia: televisão, DVD e computadores
para esse trabalho;
4- Trabalho com flores e animais de diferentes cores;
5- Histórias, como o liivro
“Menina bonita do laço de
fita”, de Maria Clara Machado,
que trata da herança racial e
da miscigenação.
AÇÕES
- Trabalho com personalidades
da raça negra, como atores,
cantores, esportistas e políticos.
- Nas datas de 21 de Março –
Dia Internacional de Luta pela
Eliminação da Discriminação
PRÁTICAS DE ENSINO
A cultura Afro-Brasileira
nas escolas municipais
Racial e outras datas, como 13
de Maio e 20 de Novembro, foram realizados trabalhos com
exposições das atividades dos
alunos e suas pesquisas.
-Trabalhos com flores e animais iguais, porém, de cores
diferentes. Desta maneira, os
alunos percebem que as cores
mudam, mas suas possibilidades são as mesmas.
- Educação de Jovens e Adultos
(EJA): atividades com filmes,
como a biografia de Steve Biko;
conversas sobre herança racial
e cultural; discussões sobre a
influência cultural no bairro pelos chineses e outras etnias.
- Personagens infantis: Pelezinho, de Maurício de Souza.
- Festas com manifestações folclóricas: danças, Moçambique e
Congadas; fotos da Festa do Divino com a Entrada dos Palmitos em Mogi das Cruzes e relato
dos alunos que participaram.
- Folclore: exposição com lendas, peças e objetos da cultura
africana; suas contribuições, receitas de comidas, danças, esporte e religião.
- Jogos e brincadeiras: pesquisa
e desfile de roupas típicas,
brinquedos que respeitem a
etnia africana (como boneca da
cor negra). Neste dia as alunas
trouxeram suas bonecas para
a escola.
- Estudo das Artes Plásticas: trabalhos com pintores e escultores
que retrataram a cultura afrobrasileira: Aleijadinho, Tarsila
do Amaral, Cândido Portinari.
Nossa proposta de trabalho visa resgatar a auto-estima dos alunos por meio de
sua própria história, respeitando as diferenças raciais e
culturais, o que contribui para
um enriquecimento constante
da aprendizagem de nossas
crianças e porque não, da nossa própria aprendizagem como seres humanos.
Pois, a cidadania se faz
com respeito, humanidade e
justiça. Instrumentos essenciais para a construção da identidade de um povo.
MARIA DA APARECIDA SENZICK É
EM ANA MARIA
BARBOSA GARCIA
DIRETORA DA
19
PRÁTICAS DE ENSINO
O Trabalho
Voluntário
nas escolas
S
egundo a definição das Nações Unidas, “voluntário é o
jovem ou adulto que devido
ao seu interesse pessoal e ao
seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas
formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou em outros campos”.
Para ser um voluntário, o
indivíduo precisa gostar do
que realiza, comprometendose, apenas, com o tempo de
que realmente dispõe para
executar as tarefas, não assumindo responsabilidades que
não poderá cumprir.
Atualmente, o trabalho
voluntário é uma possibilidade de ação cívica, bem
como, uma ação voltada para
o bem alheio ou determinado
público alvo. Resolvemos, seguindo essa afirmação, implantar na nossa escola, o
projeto do voluntariado; sendo
o mesmo, um incentivo à participação da comunidade neste
trabalho solidário. São pessoas
ou grupos desenvolvendo atividades educacionais complementares às atividades extracurriculares formais e de cidadania, em benefício dos alunos, da própria escola e seus
profissionais da comunidade.
Através de reuniões peda-
20
Alunas da EM "Ana Lúcia Ferreira de Souza" visitam o
asilo e aprendem na prática o que é ser voluntário
gógicas, a equipe escolar determinou quais seriam as ações
para que esse trabalho voluntário fosse iniciado com o objetivo de que todo o corpo discente participasse. Primeiramente, houve a divulgação para a comunidade de que a nossa escola seria aberta aos sábados para atividades extracurriculares, voltadas ao nosso
corpo discente, garantindo a
presença do voluntário e suas
respectivas funções ou cursos.
Fizemos um concurso para
escolher o logotipo e a frase
que estamparia a camiseta para os voluntariados e nossa
equipe escolar. O concurso foi
dividido em duas etapas: primeira, o desenho sobre o trabalho voluntário para as 1ª e 2ª
séries e na segunda, a criação
da frase para as 3ª e 4ª séries.
Na escolha dos vencedores
das duas categorias, as educadoras não participaram. Os
vencedores foram escolhidos
pelos funcionários da escola.
As professoras votaram a cor
azul para as camisetas, que
foram confeccionadas com a
frase e o logotipo eleitos.
Como todo projeto necessita de um evento de abertura,
fizemos seu lançamento no dia
04 de agosto com a presença de
todas as professoras, funcionários e a comunidade. Os
voluntários participantes foram chamados para serem homenageados e os alunos de
cada série apresentaram atividades, como: jogral, teatro,
música e dança; enfatizando o
tema do trabalho voluntário.
As crianças ganhadoras do
desenho e da frase foram homenageadas com uma medalha, sendo que cada aluno de
uma determinada série também recebeu a mesma lembrança por participar do
concurso. Além disso, uma
camiseta foi entregue a cada
voluntário.
Nosso trabalho teve início
no dia 5 de agosto com os
seguintes cursos: dança, reciclagem, capoeira, artesanato,
tear, crochê e xadrez. As crianças inscreveram-se com a
professora. Foi necessária a
elaboração de listas de reserva,
pois o objetivo do projeto é
atender todos os alunos.
Apesar do pouco tempo,
vemos que este projeto trará
ótimos benefícios para nossa
unidade escolar e os alunos.
Afinal, muitas crianças não
têm acesso a atividades e cursos diferenciados, e este projeto é uma ótima oportunidade
para desenvolver no educando, seu potencial criativo e
intelectual. Os alunos adoram
participar dessas atividades e
comentam, entusiasmados, com
as professoras sobre as aulas do
final de semana. Fizemos uma
escala de vagas para que todos
os alunos de todas as séries
participassem igualmente das
atividades, visto que a democracia começa na escola.
Portanto, em um mundo
onde as inversões de valores se
fazem uma premissa, nós educadores temos como dever,
mostrar que a esperança se faz
por meio de ações que “fazem
o bem sem olhar a quem”,
partindo de dentro da família,
da escola e de nossa comunidade. Não adianta mandar
alimentos para outro país, se o
asilo próximo não tem o que
servir aos idosos.
O novo paradigma se faz
em reativar ações solidárias com
intuito de transformar o presente, alicerçado num passado
em constante conflito e um futuro que pode ser diferente, se
nos conscientizarmos quanto a
qualquer ação que possa prejudicar o outro, acabando com a
prática de levar vantagem em
tudo, ou, “se os políticos fazem,
também posso fazer”.
Cabe à sociedade dividir
responsabilidades com ações
que sejam sementes plantadas
para a colheita de um futuro
melhor, em que cada um poderá afirmar com consciência
que fez sua parte.
Esta consciência se constrói com experiências vividas
em cada família e no acompanhamento da sociedade educacional, social, religiosa,
familiar e política. Você é capaz de ajudar o próximo. Então, inicie ajudando quem está
ao seu lado. Cabe à escola promover ações, que desenvolvam
o espírito voluntário e solidário,
iniciando as crianças em experiências de contato com pessoas
dispostas a fazerem o trabalho
voluntariado, sendo assim, estamos nos empenhando em fazer a nossa parte.
EQUIPE ESCOLAR DA EM ANA
LÚCIA FERREIRA DE SOUZA
21
Experiências do VOTO
ESPECIAL
Alto Tietê se mobiliza pelo
Fórum Mundial de Educação
O
N
ós, brasileiros, fomos chamados mais uma vez para
escolher livremente nossos governantes. Assim, a campanha
eleitoral, veiculada em todos
os meios de comunicação, e as
conversas em família ou nos
grupos de amigos, fazem com
que as crianças, desde cedo, estejam inseridas no assunto.
Pensando nisso, a Escola Municipal “Sérgio Benedito Fernandes de Almeida” esteve,
nos dias 27 e 28 de setembro,
promovendo atividades com o
objetivo principal de transmitir
à criança a importância do
voto consciente e incentivá-la a
exercer sua cidadania.
Tendo como base nosso
projeto de Dramatização, primeiramente fizemos um teatro,
que teve animais como perso-
nagens. Na história, os bichinhos desejavam escolher seu
representante, pois o “Mundo
dos Bichos” apresentava muitos problemas.
De olho na interdisciplinaridade, aproveitamos para
trabalhar o habitat dos seguintes animais: cachorro, macaco,
arara e galinha. Realizamos
rodas de conversa sobre os
candidatos, trava-língua, músicas dos personagens, escrita
espontânea, desenhos, reconto
da história pelas crianças, confecção de fantoches, pesquisas
em revistas sobre os animais,
entre outras atividades.
Confeccionamos um cartaz de cada candidato para que
pais e funcionários tomassem
conhecimento da eleição e no
final do período de “Propaganda Eleitoral”, cada um pudesse também participar com o
seu voto. Os alunos foram
orientados a votar somente em
um dos candidatos.
Para finalizarmos, fizemos
a contagem dos votos, divulgamos para as crianças e
descrevemos em um cartaz,
o resultado da eleição: o cachorro venceu. Neste momento,
todos fizeram um fantoche
do vencedor. Cada criança representou o animal a partir
de sua criatividade com recortes e colagens.
Enfim, foi uma atividade
enriquecedora para todos na
escola, principalmente para os
pequenos, o que colaborou
também para a união entre as
salas em prol de um mesmo
objetivo: eleger o melhor candidato!
VANESSA GERLINGER ROMERO É
PROFESSORA DE EDUCAÇÃO
INFANTIL NA EM DR. SÉRGIO
BENEDITO FERNANDES DE ALMEIDA
22
VOCÊ SABIA...
VANESSA GERLINGER ROMERO
s trabalhos para a organização do Fórum Mundial de
Educação Alto Tietê, que acontecerá entre os dias 12 e 16 de
setembro de 2007 e terá Mogi
das Cruzes como cidade anfitriã, estão mobilizando autoridades da região e representantes da sociedade civil
para este grande movimento.
O Comitê Organizador se subdividiu em comissões de trabalho a partir da escolha do
tema “Educação: Protagonismo na Diversidade”.
A expectativa da organização é que os municípios do
Alto Tietê recebam cerca de 40
mil pessoas do Brasil e exterior. A comissão de Infra-Estrutura já está trabalhando para
determinar os locais destinados aos eventos e ao aloja-
mento dos visitantes. As atividades das comissões de Temática, Comunicação, Finanças e
Relações Internacionais também foram iniciadas. A novidade para esta edição é a
criação da comissão de Cultura.
A participação tem sido a
marca deste período inicial e as
decisões são tomadas por consenso entre os integrantes do
Comitê Organizador. Até o
momento foram registradas
mais de 40 adesões. O Fórum
está sendo construído por toda
a sociedade da região e continua recebendo novas adesões.
É um grande movimento
de pessoas em torno de uma
causa. Serão diferentes ações
pela educação de todos e todas.
PARTICIPE VOCÊ
TAMBÉM!
Reunião de comissões do Comitê
Organizador e formação com o
professor Moacir Gadotti, do
Instituto Paulo Freire
... QUE FÓRUM E CONGRESSO SÃO ATIVIDADES DIFERENTES?
CONGRESSO – É UM EVENTO, REUNIÃO, ENCONTRO DE CIENTISTAS, DIPLOMATAS OU MEMBROS DE UMA
CLASSE PARA TRATAREM DE PROBLEMAS NACIONAIS E/OU INTERNACIONAIS. (DICIONÁRIO AURÉLIO-2001)
FÓRUM – É UM MOVIMENTO DOS MOVIMENTOS EM MOVIMENTO, CONSTRUÍDO POR UM COMITÊ
(GADOTTI,
EDUCAR PARA OUTRO MUNDO POSSÍVEL-2006)
ORGANIZADOR, FORMADO POR ENTIDADES GOVERNAMENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS.
... COMO ELES SÃO ORGANIZADOS?
CONGRESSO – GERALMENTE É ORGANIZADO POR UNIVERSIDADES OU EMPRESAS COM PROGRAMAÇÃO,
DATA E LOCAL DETERMINADOS.
FÓRUM – É UM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO COLETIVA E HORIZONTAL. OU SEJA: O FÓRUM “ESTÁ
SENDO”. NÃO COMEÇA E TERMINA EM “DATAS X”. É UM PROCESSO EM CURSO.
COMO SE DÁ ESSA CONSTRUÇÃO COLETIVA E HORIZONTAL EXISTENTE NOS FMES?
Conselho Internacional (CI)
Secretaria Executiva (SE)
Comitê Organizador (CO)
Comissões: Temática, Infra-estrutura, Comunicação, Cultura,
Relações Internacionais, Finanças.
23
ESPECIAL
LUCIANA GOMES / MOGI NEWS
EDUCAÇÃO INFANTIL (MUNICIPAL)
VENCEDORES
DO PRÊMIO
MOGI NEWS 2006
PROFESSOR CIDADÃO
1º lugar: Maria Angela Aparecida Pires de Lima - Escola
Mirim de Trânsito - Mogi
2º lugar: Tânia Nunes da Conceição Prado - EM Antonio
Paschoal Gomes de Oliveira - Mogi
3º lugar: Claudia das Graças Telles Vieira - EM Prof. Jacks
Grinberg – Mogi
ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO I (MUNICIPAL)
1º lugar: Ana Maria da Silva - EM Prof. Dermeval
Arouca - Mogi
2º lugar: Silvia Helena dos Santos Rossi - EMEF do
Caic de Suzano
3º lugar: Aretusa Brandão Brito Lourenço - EM Ver. Astréa Barral Nébias - Mogi
ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO I (ESTADO)
1º lugar: Eduardo de Campos Garcia - Escola de Tempo Integral Paulo
Tapajós - Mogi
Prêmio Professor Cidadão:
Mogi News reconhece e
valoriza professores
GISLEINE ZARBIETTI
P
ioneiro em iniciativas como
o Prêmio de Responsabilidade Social e Empresarial do
Alto Tietê, Mulher de Expressão e Top Of Mind, o Mogi
News, dentro do seu compromisso social enquanto órgão
de comunicação, realizou pelo
segundo ano consecutivo o
Prêmio Professor Cidadão que
homenageou na noite do dia
31 de outubro os professores
que fazem da cidadania uma
prática permanente em sala
de aula.
A entrega do prêmio, que
contou com o patrocínio do
Instituto General Motors (GM)
e a co-realização da Universidade de Mogi das Cruzes
(UMC), foi digna da importância do trabalho que eles desen-
24
volveram em sala de aula. Ao
todo, foram premiados 24 professores (confira o resultado no
quadro) de oito categorias de
várias cidades da região.
Como reforça o diretorpresidente do Mogi News, Sidney Antonio de Moraes, em
todo o Alto Tietê não se tem o
conhecimento de outra empresa de comunicação que tem
se preocupado tanto com a
qualidade e a valorização
destes profissionais que assumem diariamente o compromisso de transmitir conhecimento e transformar seus
alunos em cidadãos conscientes de seus deveres e direitos.
“Nosso compromisso social vai além da informação.
Através do projeto Cidadania –
ler para saber mais – por
exemplo, que já distribuiu mais
de 79,2 mil jornais às escolas
públicas da região, temos possibilitado aos estudantes o contato diário com o jornal em sala
de aula para estimular a leitura
e desenvolver o senso crítico”.
O diretor comercial do
Mogi News, Wilson Bego,
destaca que o objetivo da ação
foi homenagear e reconhecer
estes profissionais que fizeram
da cidadania um exercício permanente em sala de aula: “É o
mínimo que podemos fazer
com relação a esta classe que,
diante das inúmeras dificuldades que enfrentam em seu
dia-a-dia, não perderam a
força e o entusiasmo para
transformar as suas aulas em
2º lugar: Sonia Rodrigues Pinto - EE Profª Maria Aparecida de Faria - Mogi
um espaço permanente para o
exercício da cidadania”.
A iniciativa pioneira do
Mogi News em premiar os
professores que se destacaram
em sua tarefa de ensinar foi
lançada inicialmente em agosto de 2005, com o objetivo de
identificar e premiar práticas
educativas realizadas em escolas de Mogi que apresentaram
resultados positivos em sala
de aula. Este ano, o prêmio foi
aberto às escolas de todo o
Alto Tietê.
Além da premiação, os
projetos vencedores foram divulgados em um suplemento
especial do Mogi News que foi
encartado na edição do dia 1º
de novembro. Os 24 vencedores receberam certificados e
uma assinatura de um ano do
jornal Mogi News ou Diário
do Alto Tietê. Os demais participantes foram contemplados com certificados de participação e com uma assinatura de três meses de um
dos jornais.
GISLEINE DE REZENDE ZARBIETTI É
JORNALISTA DO JORNAL MOGI NEWS
3º lugar: Maria Adenise Barth Rodrigues - EE Coronel Almeida - Mogi
ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II (ESTADO)
1º lugar: Eduardo de Campos Garcia - EE José Ribeiro Guimarães - Mogi
2º lugar: Osmarinda de Oliveira Martins - EE Profª Jandyra Coutinho - Suzano
3º lugar: Rodnei dos Anjos - EE Nemésio Cândido Gomes - Itaquá
ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II (PARTICULAR)
1º lugar: Yoshico Takasaki Capucho - Colégio Bandeirantes – Mogi
2º lugar: Rosemeire Scudeler Cigana de Godoy - Instituto Dona Placidina – Mogi
3º lugar: Alessambra Ambrósio - Centro Educacional Sesi 113 –
Vila Industrial (Mogi)
ENSINO MÉDIO (ESTADO)
1º lugar: Walter Rodrigues de Aguiar - EE Dr. Washington Luís - Mogi
2º lugar: Patrícia de Oliveira Lopes Costa - EE Profª Helena Urbano Nagib – Mogi
3º lugar: Teresinha Cristina Alves da Silva - EE Dr. Deodato Wertheimer – Mogi
EJA / ENSINO PROFISSIONALIZANTE
1º lugar: Denise do Carmo Matheus dos Santos - Sesi CE 081 –
Jardim Monte Cristo (Suzano)
2º lugar: Márcia Rosana Soares dos Santos - EM Dr. Álvaro de Campos
Carneiro - Mogi
3ª lugar: Daniel Agostinho Caneschi - Microlins Centro de Formação
Profissional – Mogi
EDUCAÇÃO ESPECIAL
1º lugar: Maria Isabel Zarelli Costacurta - EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti –
Apae de Mogi
2º lugar: Gislaine Cristina dos Reis Celso - EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti –
Apae de Mogi
3º lugar: Anamaria Teixeira Pinto - EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti –
Apae de Mogi
25
ESPECIAL
“Desafio e Conquista”:
Vencedores comemoram prêmios
JULIANA NAKAGAWA
torcida formada por 1,5 mil
pessoas, que lotaram o ginásio de esportes da Universidade Braz Cubas na tarde do
dia 31 de outubro, era formada
por representantes de várias
escolas da região, mas numa
competição saudável e amistosa, os alunos comemoravam
a cada prêmio concedido pelo
Desafio e Conquista, promovido pela TV Diário em
parceria com a Universidade
Braz Cubas (UBC).
Foram premiados os três
primeiros colocados da etapa
de Redação, em cinco categorias (que dividiam os estudantes de acordo com as séries
dos ensinos Fundamental e
Médio). O terceiro colocado
levou para casa uma bicicleta
18 marchas, o segundo ganhou
um televisor de 21 polegadas e
o primeiro um computador.
Na sexta categoria, correspondente aos 3º e 4º anos do
ensino Médio, foram premiadas as alunas Marisa Barbosa
de Ávila, de Arujá, e Camila
Cris-tina Lunard, de Mogi, que
conseguiram respectivamente
o 3º e o 2º lugares da competição. Já o primeiro colocado,
Potiguara de Souza da Costa,
da Escola Técnica “Presidente
Vargas”, ganhou uma bolsa integral de estudos da UBC e foi
surpreendido ao ter sua
redação publicada em um
painel de tecido exposto no
ginásio.
Na etapa de conhecimen-
26
Auclésio Ranieri, do Sesi,
Amália, Teresa Lúcia,
dirigente regional de
ensino, Saul Grinberg, próreitor administrativo da
UBC e Renato Concenza,
da TV Diário, entregam
prêmio ao estudante
Potiguara de Souza Costa,
da ETE "Presidente Vargas"
FOTOS: CAIO KHAYAM/O DIÁRIO DE MOGI
A
Leandro Marzagão, Renato Concenza, Dino Rodrigues, da TV Diário
entregam prêmio para Carlos Henrique Aveiro de Souza, vencedor
da segunda fase do concurso; ao lado de Roseli Prado, Paulo Gomes
e Daniel Ferrari
tos gerais, foi premiado o estudante da Escola “Professor
Adhemar Bolina”, de Biritiba
Mirim, Carlos Henrique Aviero de Souza, que também ganhou uma bolsa de estudos
integral.
Outros 10 estudantes que
obtiveram boa pontuação na
soma das etapas de redação e
conhecimentos gerais seguiram para a fase de dinâmica de
grupo e concorreram a mais
uma bolsa de estudos e uma
vaga de emprego.
O diretor executivo do
Grupo Diário, Paulo Siqueira,
destacou que a novidade de incrementar o concurso com a
possibilidade do primeiro emprego traz inúmeros benefícios
sociais. “Hoje em dia, está cada
vez mais difícil conseguir um
estágio remunerado, assim que
os alunos saem da faculdade.
Estamos criando oportunidades e sabemos que o projeto
não resolverá todos os problemas, mas que este seja um exemplo a ser seguido, em prol
da educação”, disse.
Siqueira apontou ainda
que cada estudante premiado
deve servir como multiplicador, ou seja, referência concreta de que uma nova realidade pode ser construída.
O pró-reitor administrativo da UBC, Saul Grinberg,
apontou que a parceria com
o Grupo Diário viabiliza a
transformação de vidas. “Todo
mundo merece emprego e
educação. Queremos dar os
dois”, declarou.
Entre os alunos premiados
estava Hector Rafael dos Santos, que ficou em segundo
lugar na soma de pontos da
redação e da prova de conhe-
cimentos gerais. Aluno da ETE
Presidente Vargas, o jovem de
17 anos comemorou a colocação e disse que vai se esforçar para ganhar a bolsa de
estudos. “Foi uma surpresa.
Fico feliz por mim, pela minha
escola e agora, vou rumo à
bolsa de estudos”, disse.
Já a estudante Caroline
Souza Santos, que ganhou o 1º
lugar na categoria III (5ª e 6ª
série do Ensino Fundamental),
disse que não esperava vencer
a competição. “Não viria à premiação porque nem imaginava
que ganharia. Levarei um computador, que vai me ajudar nos
estudos”, finalizou.
VENCEDOR GANHA BOLSA
E TRABALHO
Uma bolsa de estudos na
UBC, no curso de Administração, e um emprego garantido por um ano na mesma
área. Essas foram as conquistas
do mogiano Potiguara de Souza Costa, 21 anos, vencedor da
última etapa do concurso Desafio e Conquista, promovido
pela TV Diário e UBC.
Além da fase de dinâmica
profissional, cujo resultado foi
divulgado no dia 10 de novembro, Costa também foi o primeiro colocado da primeira
etapa da competição, que correspondeu às redações escritas
por 178 mil alunos da Região,
provenientes de escolas públicas e particulares.
Como já havia ganhado a
bolsa de estudos na UBC pelo
bom desempenho obtido na
primeira etapa, o candidato
concorreu nessa terceira somente à vaga de emprego,
assim como Carlos Henrique
Aveiro de Souza, vencedor da
segunda fase do concurso, a de
conhecimentos gerais.
Desta maneira, a bolsa de
estudos que Costa teria como
prêmio por ter conquistado a
terceira etapa foi passada ao
segundo colocado na dinâmica, Hector Rafael dos Santos,
da Escola Técnica Estadual
(ETE) Presidente Vargas. A instituição de ensino, da qual
Costa também era estudante,
ganhou um troféu em homenagem ao bom desempenho de
seus alunos.
Nessa última fase, os 12
classificados entre um universo de 1,1 mil alunos - dos 3º
e 4º anos do Ensino Médio passaram por testes, entrevistas individuais e dinâmicas de
grupo a fim de identificar suas
potencialidades.
Agora, Potiguara Costa
passará a ser estudante e funcionário da Braz Cubas. "A
bolsa e o emprego são prêmios
materiais. O que ganhei aqui
foi também o reconhecimento
e o carinho das pessoas", declarou o mogiano, que confirmou ter estudado e se preparado para a redação, lendo
livros e buscando referências.
Seu pai, Israel Agostini
Costa, também ressaltou a importância da bolsa e do emprego na renda familiar. "Estava receoso porque teríamos
de nos sacrificar para pagar
uma faculdade, mas ele conseguiu a bolsa. O resultado de
hoje veio coroar o esforço de
anos do meu filho", disse.
O estudante Hector Rafael
dos Santos, por sua vez, comemorou emocionado, a bolsa de
estudos integral. "Não esperava chegar tão longe. Essa é
com certeza minha principal
vitória até agora", disse o
jovem, que desde a 4ª série do
27
ESPECIAL
Título de Trabalhos:
Criatividade e Criticidade
GERALDINA PORTO WITTER
O
Ao lado, Thiago Esteban Longo, aluno do 3º termo do curso
de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da EM "Emilie
Nehme Afonso" conquistou o 3º lugar na caategoria II
(3ª e 4ª séries) com a redação “Juntos fazemos a
diferença”; acima, o pequeno Robson William de Melo
Almeida, da EM "Profa. Etelvina Cáfaro Salustiano foi o
vencedor da categoria I (1ª e 2ª séries)
Ensino Fundamental sonha
em cursar Farmácia ou Bioquímica e terá seu objetivo alcançado na UBC.
A dirigente regional de
Ensino, Teresa Lucia dos
Anjos Brandão, destacou a
importância do evento. "A
leitura e a escrita são ferramentas de inclu- são no
mundo atual e este evento
contribui para a melhoria da
qualidade do ensino", avalia.
Também estiveram na premiação, representantes da UBC
e da TV Diário - Renato Cocenza, Leandro Marzagão, Daniel
Ferrari, Dino Rodrigues, Roseli
Prado e Paulo Gomes.
JULIANA NAKAGAWA É JORNALISTA
“O DIÁRIO DE MOGI”. ESTA É
DO
UMA REPRODUÇÃO DAS MATÉRIAS
“VENCEDORES COMEMORAM
PRÊMIOS” (01/11/06) E
“VENCEDOR GANHA BOLSA E
TRABALHO” (11/11/06),
PUBLICADAS NO CADERNO CIDADES
DO REFERIDO JORNAL
28
título de um trabalho é o
primeiro contato entre o
leitor e o autor, razão suficiente para justificar o esforço
de muitos pesquisadores com
esta parte do discurso, seja ele
literário, científico, religioso,
social, político, ou mesmo,
comercial. Este início precisa
apresentar características essenciais para ser ético, de modo a
não iludir ou enganar o leitor;
ser crítico, assegurando a proximidade do informado com a
realidade; ser criativo para
dizer muito com poucas palavras e ao mesmo tempo, ser
atraente para o leitor.
O começo não pode ser
muito longo (10 a 12 vocábulos) e deve ser um excelente indicativo do conteúdo do texto
como um todo para não ludibriar o possível leitor. Cabe aos
docentes, o ensino das regras a
serem seguidas e a tarefa de desenvolver nos alunos as competências para criticar e criar
bons títulos.
Exemplos de atividades
que demonstraram eficiência
para tanto, são aqui lembrados.
1. Ler o título e imaginar o
conteúdo do texto (com roteiro
para turmas menos competentes e sem roteiro para as
mais competentes); ler o texto
e confrontar com o título e o
imaginado a partir dele; melhorar o título.
2. Após a leitura de qualquer
texto (jornalístico, literário,
científico), trabalhar indivi-
dualmente ou em pequenos
grupos para melhorar o título
do trabalho.
3. Comparar possíveis títulos
para um mesmo trabalho, fazer mesa-redonda para discussão, debates, etc.
4. Em pequenos grupos, escrever o máximo de títulos que
conseguirem para um mesmo
texto; indicar as vantagens e
desvantagens de cada um (sem
esquecer o leitor); hierarquizálos do melhor para o pior;
apresentar e defender o melhor título diante da classe; escolher o melhor entre os melhores por voto individual secreto por todos os alunos.
5. Em classes mais avançadas,
ler dois ou três trabalhos sobre
o mesmo assunto; analisar,
criticar e fazer sugestões para
melhorar os títulos; fazer a de-
fesa das propostas de correção.
6. Tirar o título de textos, após
a leitura dos alunos, para que
individualmente ou em grupos pequenos, eles atribuam
um título; comparar um outro
título com o título atribuído
pelo autor.
Há centenas de outras atividades para desenvolver criatividade e criticidade com ética, a partir do trabalho com o
título. A eficiência cientificamente comprovada é a garantia de um bom resultado. É
imprescindível que todos os
professores cuidem destes aspectos ao trabalharem com
seus alunos.
GERALDINA PORTO WITTER É
PEDAGOGA, PSICÓLOGA, DOUTORA
EM CIÊNCIAS (PSICOLOGIA) – USP E
LIVRE DOCENTE EM PSICOLOGIA
ESCOLAR
29
Uma Parceria entre Escola e Comunidade que deu certo
LUCIMARA FERRELI DE CAMPOS BUENO FERRAZ
“A educação não pode concentrarse em reunir pessoas fazendo-as
aderir a valores comuns. Deve,
também, responder à questão:
viver juntos, com que finalidade,
para fazer o que? E dar a cada
um, ao longo de toda a vida, a
capacidade de participar,
ativamente, num projeto de
sociedade.” (Jacques Delors)
A
lgumas das principais mudanças da educação para o
século XXI, centram-se sobre a
possibilidade das instituições
escolares buscarem parcerias
para otimizar um ensino de
qualidade. Sabe-se que a LDB
9394/96 proclama nos artigos
12 e 13, incisos I e IV e I e VI,
respectivamente, as incumbências das instituições e dos
docentes, ressaltando a importância da participação e a integração da escola com a comunidade. Uma parceria articulada por meio de ações que favoreçam o reconhecimento da
função social da escola e a formação do sujeito considerando-o como ser social e singular, em pleno desenvolvimento
de suas potencialidades.
A responsabilidade compartilhada entre as instituições
deve promover no interior das
escolas uma proposta pedagógica que atenda os objetivos
educacionais, os princípios e
30
fins da educação, o acesso e a
permanência dos alunos, e
acima de tudo, a garantia do
progresso no processo de
aprendizagem.
Para assegurar que a comunidade esteja integrada à
escola, a proposta pedagógica
ao ser elaborada deve contar
com a participação coletiva do
corpo docente e administrativo, funcionários e representantes da comunidade que
demonstrem interesse por estas questões. O projeto deve
também considerar as peculiaridades da comunidade, suas
necessidades, cultura, anseios
e identidade.
Elaborado em 2004, sob a
forma de um programa interescolar o projeto “Jundiapeba Plantando para o Futuro” tem o propósito de oferecer à comunidade, um espaço
voltado para a prática da
cidadania, ampliando as oportunidades, ora individuais, ora
coletivas, para a melhoria da
qualidade de vida e das relações sociais e, fortalecendo a
imagem da escola.
Para elucidar esta iniciativa, destacamos que o Distrito, situado na área periférica
de Mogi das Cruzes, com necessidades significativas para
seu desenvolvimento, contou
ao implantar o projeto com a
participação das Creches Subvencionadas, do Centro de
Convivência Infantil e das Escolas de Educação Básica. Aos
poucos, os participantes foram
agregando às ações pedagógicas, cursos, palestras e fóruns
que ao serem apoiados por
parceiros importantíssimos,
promoveram a mobilização da
comunidade e a conscientização para sua plena execução.
A comunidade, ao ser
chamada a participar das
ações, foi apresentando seus
anseios e aos poucos, contemplando a meta do projeto: buscar a melhoria da qualidade de
vida destes munícipes e a
conscientização sobre as questões ambientais. Além dos comerciantes e das empresas do
bairro, o apoio da Diretoria de
Ensino, da Prefeitura Municipal, da Secretaria de Educação,
da Secretaria de Serviços Urbanos, da Administração Regional de Jundiapeba e do Departamento do Meio Ambiente, aos sujeitos mais importantes que mobilizam o projeto: os
alunos e seus pais, que têm
possibilitado a realização, des-
de então do plantio de espécies
nativas da Mata Atlântica.
A princípio, a atividade foi
realizada dentro das escolas
para facilitar o trabalho de
forma interdisciplinar, atendendo à ampliação das áreas
de conhecimento e vivenciando ações que envolvessem
o desenvolvimento de valores
humanos, como responsabilidade, respeito, cooperação e o
resgate da auto-estima. Também possibilitou a disseminação do conhecimento geográfico do bairro; das espécies
da Mata Atlântica; condições
históricas que transformaram
o meio ambiente; condições
naturais para o crescimento
das plantas e informações sobre o tempo de crescimento.
Além disso, procuramos as
hipóteses para solucionar tais
problemas e conhecer, através
de pesquisa e leituras adequadas, a faixa etária de cada segmento; como preservar e ao
mesmo tempo assumir o compromisso de cuidar das espécies do tipo: ipê roxo, ipê amarelo, pata de vaca branca, farinha seca, acácias, aroeiras, pitangueiras, entre tantas. A par-
tir destes conhecimentos, foi
realizado o plantio em torno
das escolas.
O sucesso deste programa
se dá pela participação dos
quase seis mil alunos destas escolas que junto a seus pais,
amigos e colaboradores concretizam atividades planejadas
e ações em conjunto com os
docentes para alcançar um objetivo especifico: respeito à biodiversidade e à melhoria nas
condições do bairro.
A principal ação que sustenta este projeto é a ampliação
do universo cultural, favorecendo a inclusão social e promovendo a auto-estima daqueles que descobrem suas capacidades intra e interpessoais,
quando chamados a compartilhar com a escola atividades
que implicam na participação
para o plantio na região. Esta
valorização revela uma característica fundamental e necessita prioritariamente do apoio
da comunidade, que ao reconhecer o valor do programa,
participa das atividades de
conscientização e acaba se mobilizando em busca de condições para fortalecer o projeto.
31
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Projeto “Jundiapeba
Plantando para o Futuro”
32
no processo de humanização.
Para o sucesso deste programa
a comunidade local, empresários, jovens, adultos, voluntários, autoridades e educadores desencadearam ações
inovadoras, ousadas, ampliando a comunicação entre as partes e edificando uma sociedade
solidária e construtora de uma
cultura de paz.
Juntos, todos eliminaram
também na medida do possível, a degradação do meio, a
falta da conscientização sobre
a responsabilidade social de
cada cidadão e por meio da
melhoria do convívio, desenvolveram valores de tolerância,
cooperação, amizade, respeito
e solidariedade.
A educação para o século
XXI, definida por uma nova
trajetória de relações e renovações, sinaliza a formação de
vínculos e de parcerias, de forma permanente entre instituições e entre pessoas como
sujeitos ativos com capacidade
de entender o mundo e intervir
no meio de forma harmoniosa.
Esta relação de escola e comunidade gera um universo, em
que a responsabilidade e os
compromissos buscam o aprender a aprender, o aprender com
o outro e o saber conviver.
Procuram também a autono-
LUCIMARA FERRELI DE CAMPOS
BUENO FERRAZ É DIRETORA DA
EM JOSÉ ALVES DOS SANTOS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
DELORS, JACQUES. EDUCAÇÃO: UM
TESOURO A DESCOBRIR. 6.ED.SÃO
PAULO; BRASÍLIA: CORTEZ; MEC,
UNESCO, 2001
Meio Ambiente no
CEIC 'Mundo Vivo'
O
CEIC “Mundo Vivo”, localizada na Vila Rachel, desenvolveu, neste ano, o projeto
Meio Ambiente. A iniciativa
tem como objetivo proporcionar às crianças um convívio
integrado, que possibilite a
compreensão e a formação de
valores e hábitos para o desenvolvimento sócio-cultural de
maneira global.
O nosso trabalho é interdisciplinar, envolvendo todos
as áreas do conhecimento
(Linguagem Oral e Escrita,
Matemática, Artes Visuais,
Natureza e Sociedade, Movimento e Música). A formulação das atividades que aproximem a teoria da prática é
bem vinda nesse processo, em
que todos crescem.
Com este intuito, o Projeto
Água, desenvolvido no Ceic
"Mundo Vivo", reuniu trabalhos sobre a fertilização do
solo, reciclagem, consciência
ecológica e preservação das espécies de animais e vegetais. O
apoio da coordenadora pedagógica Mônica Ventura e das
professoras Maria de Nazaré e
Valdelice Ermelina Bispo foi
fundamental.
Todos os alunos do CEIC
participam do projeto e as mudanças de comportamento em
sala de aula e em seus lares
foram observadas e comentadas pela equipe escolar e pais.
Os trabalhos em grupo
levaram ao desenvolvimento
pessoal das crianças, melhorando a autonomia e o sentido
crítico, fazendo com que ad-
quirissem determinadas atitudes, como cooperação e responsabilidade junto a seus familiares. Uma das mães chegou a comentar conosco como
passou a economizar água e
reciclar o lixo, através de pequenas atitudes do cotidiano.
Para uma avaliação mais
precisa do nosso trabalho, finalizamos o projeto com um
passeio no zoológico, onde ficamos muito orgulhosos, pois
através do comportamento das
crianças pudemos ver o
quanto foi válida a nossa iniciativa.
O passeio reuniu crianças
do Jardim I e II com a meta de
proporcionar às crianças a interação com o real.
As crianças tiveram a
oportunidade de demonstrar
por meio de diversões, brincadeiras, músicas, massinhas,
colagem e monta-monta; suas
emoções contidas no passeio
proposto, revelando, assim, o
êxito do projeto.
SEMANA DA PÁTRIA
De 1º a 7 de setembro, comemoramos no CEIC “Mundo Vivo” a Semana da Pátria,
onde os alunos do Jardim I e II
desenvolveram um trabalho
interdisciplinar com história
(fato, sujeito, tempo histórico), geografia (origem, onde vive), Natureza (nascimento, crescimento), Sociedade, Educação Artística (Pintura
e desenhos); e abordando temas como pluralidade cultural, ética e cidadania.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Os moradores identificam-se
como cidadãos participativos,
co-responsáveis; garantindo o
que Delors (2001) aponta
quando questiona qual a finalidade de vivermos juntos.
No fluxo das interações
entre a escola e a comunidade,
esta parceria que deu certo,
vem dando frutos neste contexto, ou melhor, “flores”. No
dia 21 de setembro de 2006, o
Distrito de Jundiapeba viveu
mais uma etapa do programa,
que possibilitou o “Movimento Ambiental”, cujas ações
de conscientização, mobilização e participação dos docentes, pais e alunos da
comunidade em geral, destacaram o plantio e replantio de
mais de 160 mudas, dentro e
em torno destas escolas, contemplando uma nova etapa da
iniciativa.
Todos os envolvidos, desde a elaboração até esta etapa
do processo, contribuíram com
seus conhecimentos e suas práticas, garantindo a concepção
da totalidade humana e social,
registrando em todos os momentos no tempo e no espaço,
a história de uma sociedade
que se engendra com práticas
criadoras, sensíveis e conscientes das questões ambientais especificamente e em geral
mia para decisões e responsabilidade para enfrentar desafios, assim representam atos
de cidadania e de construção
de atitudes positivas.
O ato de plantar para o futuro marca o presente e a
equipe escolar da Escola Municipal “José Alves dos Santos”, por meio deste trabalho,
inserido em sua Proposta Pedagógica, desencadeia atitudes
entusiasmadas e de ações vivas, compartilhando com seus
alunos e com a comunidade do
Distrito de Jundiapeba, a parceira que deu certo.
Acredita-se na vida compartilhada que se plantou em
21 de setembro entre os alunos
de todas as escolas, que participaram deste programa e fizeram coro com música de
Milton Nascimento, quando
canta em Maria, Maria... “mas
é preciso ter manha, é preciso
ter graça, é preciso ter sonho
sempre. Quem traz na pele
essa marca possui a estranha
mania de ter fé na vida...”
Desta maneira, pensando
nos princípios e fins que a LDB
9394/96 proclama e nos princípios da gestão democrática,
podemos concluir que a idéia
da participação de parceiros
para o fortalecimento da liberdade, eqüidade e cidadania,
também se faz presente nas
ações pedagógicas, asseguradas pela proposta pedagógica
de cada instituição escolar.
O objetivo foi proporcionar maiores conhecimentos
a respeito da “Nossa Pátria”,
incentivando o sentimento cívico, para que nossas crianças
possam identificar os símbolos
nacionais ao trabalhar conceitos patrióticos e o conhecimento do valor de nossa
Pátria, bem como seus costumes, cultura, etc.
Desenvolvemos desenhos,
colagens de bandeira e confecção de cartazes sobre o tema.
Cantamos o Hino Nacional e
finalizamos com o desfile Cívico no pátio da Creche, levando
as bandeiras do Brasil, de São
Paulo, e de Mogi das Cruzes,
que completou 446 anos em
2006. Este trabalho foi realizado pelas professoras Valdelice Ermelinda Bispo e Maria
de Nazaré Silva, do Jardim I,
Maria de Fátima Farias e Liliane da Silva , do Jardim I,
com o apoio da nossa coordenadora, Mônica Ventura.
EQUIPE DO CEIC "MUNDO VIVO"
33
HISTORIANDO
Voz do Povo
GRACILA MARIA GRECCO MANFRÉ E
JOSÉ SEBASTIÃO WITTER
F
BENEDITO JOSÉ DE ALMEIDA
FRANCISCO DE SOUZA FRANCO
FERNANDO PINHEIRO FRANCO
“Houve aquele
tempo...
(E agora, que a chuva
chora, ouve aquele
tempo!)”
(Guilherme de
Almeida)
34
reqüentes estudos são realizados no campo das ciências sociais relacionando a
memória individual ao meio
social. A chamada memória coletiva, desde a segunda metade
do século XX, teve um papel
fundamental na evolução do
conhecimento das sociedades;
pois, a partir de então, ciências
como a Sociologia, Antropologia e Psicologia Social começavam a serem analisadas de forma interdisciplinar. O mesmo
vale para a História, já que a
memória é elemento essencial
da identidade, seja ela individual ou coletiva. Na construção desta identidade, os lugares (espaços físicos) exercem
significativa influência. Do
ponto de vista da recuperação
da história, não bastam, pois,
os estudos de documentos/
monumentos, a comemoração
de datas ou conhecimento da
biografia de vultos proeminentes da história de um município. Os espaços físicos
também têm sua história consagrada pelo próprio povo. As
alterações na nomenclatura de
um lugar são típicos exemplos.
Os “apelidos de ruas” vêm da
tradição oral e sendo palavras,
expressões ou termos cotidianamente utilizados passam
despercebidos, mas podem
exercer força capaz de desafiar
o tempo. Por vezes os nomes
oficiais de logradouros escolhidos pelo poder público municipal não são prontamente
lembrados pela população,
ainda que os homenageados
tenham expressiva importância para a história local ou
sejam grandes vultos da História, das Ciências, das Letras
ou das Artes em geral. É comum encontrarmos em diversas cidades deste imenso Brasil
a “Rua do Cemitério”, “Rua do
Mercado”, “Rua da Feira”...
Citemos alguns exemplos
em nossa Mogi: a Avenida Voluntário Pinheiro Franco é
chamada de “Avenida dos Bancos”; a praça Cel. Benedito José
de Almeida, há muitos anos, é
conhecida como “Largo da
Matriz” e, mais recentemente,
a Rua Cel. Souza Franco, tem
sido denominada “Rua dos
Móveis”, comprovando a paulatina construção da cultura de
uma cidade. Na visão de
Hissa, “a cidade é feita de várias cidades, de diversos lugares que vão se inserindo nos
interstícios do urbano, onde a
vida, repleta de relações, se desenvolve. (...) A cidade é assim,
feita de várias cidades. É o ambiente, feito dos seres, feito de
nós (...). É vida que interroga”.
(Brandão, 2006).
Para enriquecer nosso texto, eis aqui informações preciosas sobre os nomes de locais
anteriormente citados:
Fernando Pinheiro Franco
(1912-1932), jovem de educação esmerada, pianista, falava vários idiomas, era esportista e trabalhava em um grande banco mercantil em São
Paulo. Como vários cidadãos
mogianos, envolvido pelo ambiente da Revolução Constitu-
DETALHES DA PRAÇA CEL.
BENEDITO JOSÉ DE ALMEIDA “LARGO DA MATRIZ”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALMEIDA, GUILHERME.
ENCANTAMENTO, ACASO, VOCÊ.
CAMPINAS, SP: EDITORA DA
UNICAMP, 2002. HAICAI: HORA
DE TER SAUDADE
BRANDÃO, CARLOS ANTÔNIO
LEITE (ORG). AS CIDADES DA
CIDADE. EXTRAÍDO DO TEXTO
“AMBIENTE E VIDA NA CIDADE”, DE
CÁSSIO EDUARDO VIANA HISSA.
BELO HORIZONTE: EDITORA
UFMG, 2006
GRINBERG, ISAAC. HISTÓRIA DE
MOGI DAS CRUZES. SÃO PAULO:
EDIÇÃO DO AUTOR, 1961
TOLEDO, REGIS. MOGI DAS
CRUZES. OS GRANDES
PERSONAGENS DA HISTÓRIA. SÃO
PAULO: 2004
cionalista de 1932, alistou-se
como voluntário e tomado pelo
seu espírito de bravo homem, à
frente de combate na região de
Cruzeiro, foi tombado por uma
bala de fuzil na fronte. O povo
mogiano, comovido, eternizou
sua heróica trajetória emprestando seu nome a uma das principais avenidas da cidade.
(Toledo, 2004)
Benedito José de Almeida
(1847-1920). Para os homens
públicos da época era tido
como uma figura cujos dotes o
levariam ao destaque na vida
política da cidade. Foi um dos
fundadores da atual Santa Casa de Misericórdia. No exercício de sua vereança (reeleito
Presidente da Câmara Municipal em 1896), uma de suas
grandes vitórias foi a instalação do “Primeiro Grupo Escolar de Mogi das Cruzes”,
Presidiu a “Associação Construtora do Teatro” (1900), que
resultou na obra e fundação do
“Teatro Vasques” . Foi o primeiro presidente do Tiro de
Guerra de Mogi das Cruzes
(1911), dentre outros feitos em
sua brilhante carreira. (Grinberg, 1961).
Francisco de Souza
Franco (1861-1919), comerciante e participativo, sempre foi
um grande incentivador do desenvolvimento industrial de
Mogi. Foi vereador, sucessivamente eleito presidente da Câmara Municipal e, como prefeito de Mogi, em 1909 iniciou
a instalação e fornecimento de
energia elétrica e dos primeiros serviços de água e esgoto.
Influenciou quase todos os
acontecimentos realizados em
favor do povo, fazendo de sua
figura pública um modelo a
ser imitado. (Toledo, 2004).
GRACILA MARIA GRECCO
MANFRÉ É BACHAREL EM DIREITO,
PÓS-GRADUADA EM
ECOTURISMO/EDUCAÇÃO
AMBIENTAL E CONSULTORA
EDUCACIONAL.
JOSÉ SEBASTIÃO WITTER É
PROFESSOR TITULAR NA ÁREA DE
HISTÓRIA E PROFESSOR EMÉRITO
PELA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO (USP)
35