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P rojetos a curto prazo não fazem parte do processo educacional. A Educação é pautada em programas desenvolvidos a médio e a longo prazo. No início de 2006, a Secretaria Municipal de Educação elaborou um plano de diretrizes e metas que está sendo cumprido com o esforço conjunto de toda a comunidade escolar: pais, alunos, educadores e todos os profissionais envolvidos. Ao final de 2006, a equipe comemora o sucesso de suas atividades e a conquista das metas estabelecidas. Estas realizações contribuem para o aprimoramento constante da educação mogiana, tanto na esfera pública, como na particular. A revista “Educando em Mogi” apresenta nesta edição textos sobre a política educacional e práticas de ensino interessantes, que contribuem para a humanização da Educação com trabalhos voluntários e sociais acrescidos pelo resgate das origens da cultura brasileira. Na seção Especial, conheça e veja como participar do Fórum Mundial de Educação, que será realizado em Mogi das Cruzes entre os dias 12 e 16 de setembro de 2007. O historiador José Sebastião Wier e Gracília Maria Grecco Manfré enriquecem nossa publicação com o artigo “Voz do Povo”. Esperamos que em 2007, a Educação continue conquistando vitórias na missão de construir uma escola de sucesso pautada pelo ensino de qualidade. ERRATA: "A Revista "Educando em Mogi" retifica a legenda da foto no alto da página 5. A imagem é da Escola Municipal Monteiro Lobato e não, da EM "Maria Colomba Colella Rodrigues" como foi registrado". PREFEITURA DE MOGI DAS CRUZES Secretaria Municipal de Educação Coordenadoria de Comunicação SocialAv. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277 CEP 08790-900 - Centro Cívico Mogi das Cruzes- SPFone: 11 4798.5085 Fax: 11 4726.5304 [email protected] www.mogidascruzes.sp.gov.br Conselho Editorial Maria Geny Borges Avila Horle, Anne Ivanovici, Cláudia Helena Romanos Pereira, Leni Gomes Magi, Marilda Aparecida Tavares Romeiro Safiti Jornalistas Responsáveis Luiz Suzuki - MTB 22936 Kelli Correa Brito - MTB 40010 Coordenação Editorial Bernadete Tedeschi Vitta Ribeiro Lilian Gonçalves Marinina Beatriz Leite Fotos Arquivos das EM de Mogi das Cruzes Capa Alunos da EM Profª Ivete Chuery Vieira T. Vicco Impressão e Acabamento Marpress Informática - Tel. 11 4795.6060 Arte ABG Comunicação & Design Roberta Regato / edição e diagramação Danilo Scarpa / ilustrações Tiragem 3.500 exemplares Colaboraram nesta edição Suami Paula de Azevedo Elizabeth Oliveira dos Santos Silva Flávia Pacces Andréia da Penha Martins Mary Augusta Andrade Maria da Aparecida Senzick Equipe escolar da EM " Ana Lúcia Ferreira de Souza" Vanessa Gerlinger Romero Gisleine Zarbietti (Mogi News) Juliana Nakagawa (O Diário de Mogi) Geraldina Porto Witter Lucimara Ferreli de C. Bueno Ferraz Equipe Ceic "Mundo Vivo" Gracila Maria Grecco Manfre José Sebastião Witter A Revista Educando em Mogi, nº 31 é uma publicação da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes e não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados ÍNDICE EDITORIAL O ensino de qualidade como meta Novembro / Dezembro de 2006 - Ano V - nº 31 POLÍTICA EDUCACIONAL A Educação vai bem em Mogi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 Questão de avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 ARTE E EDUCAÇÃO “Educando com Arte” comemora mais um ano de sucesso...................................................10 PRÁTICAS DE ENSINO Um mundo mágico e contagiante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Viagens educativas na proposta pedagógica das escolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 Alunos demonstram solidariedade na Semana da Criança . . . . . . . . . . . . . . . . .16 Resgate da cultura folclórica na pré-escola . . . . . . .17 A cultura afro-brasileira nas escolas municipais . . . .18 O Trabalho Voluntário nas escolas . . . . . . . . . . . . . .20 Experiências do Voto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 ESPECIAL Alto Tietê se mobiliza pelo Fórum Mundial de Educação . . . . . . . . . . . . . . . . . .23 Prêmio “Professor Cidadão”: Mogi News reconhece e valoriza professores . . .24 “Desafio e Conquista”: Vencedores comemoram prêmios . . . . . . . . . . . . . . . .26 Título de trabalhos: criatividade e criticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Projeto “Jundiapeba Plantando para o Futuro” – Uma parceria entre escola e comunidade que deu certo ....................................30 Meio Ambiente no Ceic "Mundo Vivo"..................................................................... HISTORIANDO Voz do Povo .........................................................................................................34 POLÍTIICA EDUCACIONAL Na página ao lado: educadoras reunidas na entrega do prêmio Mogi News Top of Mind 2006 e reunião da equipe de estudos das Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação da Infância com Emília Cipriano e Cláudio Sanches. Nesta página: professores participam de capacitações e Daniel Azulay com a oficina "Crescer com Arte - Desenhando com Daniel Azulay", parte do programa "Educando com Arte", em que as crianças participam de atividades com música, artes visuais e desenho A Educação vai bem em Mogi A rede pública de ensino de Mogi das Cruzes tem muito que comemorar neste ano. A cidade superou a média brasileira do Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). As escolas municipais conquistaram importantes realizações: o Prêmio Mogi News Top of Mind entregue às escolas municipais de Educação Infantil (EMEI) pelo terceiro ano consecutivo, e o cumprimento das metas deste ano. 4 Destaque no desenvolvimento infantil A cidade registrou 0,802 no IDI, superando a média brasileira, que é de 0,661. O resultado positivo foi apresentado no Relatório sobre a Situação da Infância Brasileira 2006, elaborado pela Unicef, referente ao atendimento nas áreas de Saúde e Educação a crianças de 0 aos 6 anos. Mogi foi a 270ª colocada, dentre os 645 municípios do Estado de São Paulo a partir de dados de 2004. Nestes últimos dois anos, o município ampliou o atendimento as crianças e seus pais, ao elevar sua participação nas seguintes variáveis: nível de escolaridade dos pais, imunização das crianças, acesso das mães ao pré-natal e porcentagem das crianças na pré-escola. Metas cumpridas No encerramento de 2006, o esforço conjunto de toda a equipe escolar da rede municipal de ensino tem sido fundamental para que as metas estabelecidas no início do ano estejam sendo alcançadas. Os bons resultados fazem parte do trabalho que está sendo feito desde 2001 pela atual administração municipal. Os objetivos foram: garantia de escolaridade para todos os mogianos; modernização e dinamização do ensino; orientação e qualificação para o trabalho a jovens e adultos; apoio ao desenvolvimento escolar; democratização da gestão escolar e valorização dos profissionais da educação. O atendimento às crianças de 4 e 5 anos da pré-escolas superaram a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), de 80% em 2011. Em 2006, a rede municipal atendeu 86% dos alu- nos de Mogi. As creches (0 a 3 anos) receberão uma atenção especial em 2007, pois atualmente apenas 19,30% dos alunos são atendidos, o que está abaixo da meta do PNE, que prevê um percentual de 50% em 2011. Neste ano, 6 escolas de educação infantil e 13 de ensino fundamental foram ampliadas e foi concluída a licitação da Escola Municipal de Nova Jundiapeba. Jovens e adultos também têm seu espaço nas escolas com as turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a implantação do Pró Jovem e os cursos profissionalizantes do Centro de Iniciação Profissional (CIP). Com o programa, os mogianos tiveram acesso a 18.000 vagas divididas em 40 cursos em 2006. Os estudantes têm acesso a ensino de qualidade, infra-estrutura (transporte e material esco- lar) e novas tecnologias, por meio dos Cedics e do Programa de Tecnologia Educacional, trabalhado pelos orientadores de informática. Os educadores e toda equipe técnica participam de formação contínua para todos os profissionais, em horário de serviço e horário livre. O programa de Educação Inclusiva deu passos importantes em 2006 com a implantação da avaliação diagnóstica de alunos, indicados pelos professores como possíveis portadores de necessidades educacionais especiais, por uma equipe multiprofissional. Os alunos portadores de necessidades especiais são atendidos pela Escola Municipal de Educação Especial ´Professora Jovita Franco Arouche´ (Emesp) e Associação de Pais e Amigos do Excepcional (Apae), recebem treinamento no (CIP) e encaminhamento para o trabalho. 5 POLÍTIICA EDUCACIONAL As mais lembradas Neste cenário positivo, as escolas municipais também festejam um ano de êxitos. Pela terceira vez consecutiva, as unidades escolares de Educação Infantil (EMEI) conquistaram o prêmio Mogi News Top of Mind como as mais lembradas pelos mogianos. Na solenidade, o prefeito Junji Abe, ao lado da secretária municipal de Educação, Maria Geny Borges Ávila Horle, chamou ao palco oito funcionárias das escolas para representar os 1,5 mil servidores que atuam nas unidades escolares. Participaram do evento, a supervisora de ensino Aparecida Donizeti Yamamoto, as diretoras de escola Claudia Helena Romanos Pereira e Valquiria Bema Tamura Nabarrete, a professora de educação infantil Claudia Moreira Leite Maradei, a escriturária Darli Aparecida Fernandes Pinto, a assistente de desenvolvimento educacional Antonia Marlene de Souza Cava, a assistente de desenvolvimento infantil Cássia Aparecida Gomes e a auxiliar de serviços gerais Felicidade Fonseca Tobias. Escolas dinâmicas e modernas com salas de informática, como na EM "Benedito Ferreira Lopes" - Caic e prédios diferenciados, EM "Wanda Trandafilov" e "Des. Armindo Freire Mármora"" Inovações na rede Pela primeira vez, os alunos de 3ª, 5ª e 8ª série, seus pais e professores estão passando pela avaliação institucional. Não se trata só de um estudo sobre o conteúdo, mas também da instituição como um todo, considerando a opinião de toda a comunidade escolar. A descentralização da gestão está sendo conquistada com duas medidas importantes: o envolvimento dos pais e responsáveis, por meio da formação oferecida aos participantes das APMs e o funcionamento efetivo dos Conselhos de Escola, e a implantação Programa de Transferência de Recursos Financeiros (PTRF), em que as escolas têm autonomia na administração de seus recursos. O próximo ano reserva duas realizações importantes: a construção do Centro Municipal de Atendimento ao Portador de Necessidades Educacionais Especiais (Capnee) na Vila Lavínia e a conclusão da primeira etapa das obras do Centro Municipal de Formação Pedagógica (Cemforpe). Outro passo importante para a rede será o estudo das Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação na Infância, iniciado neste ano. Questão de AVALIAÇÃO É necessário que reconheçamos que a avaliação é hoje um dos temas mais candentes do magistério. Pelo número de estudos e publicações que têm surgido, se trata de um grande problema a ser enfrentado. Esta é uma questão ampla na educação escolar, tanto para o professor quanto para o aluno. SUAMI PAULA DE AZEVEDO 6 A AVALIAÇÃO DO ALUNO O que nos parece lamentável é que nos dias que correm ainda persistimos na mesma postura indicada por Comenius no século XVII. Em seu livro, “A Didática Magna”, o autor indicava que “o medo faz o aluno estudar”. E tem sido difícil afastar essa máxima. Até porque, ela garante a emoção revelada na gaiata e, tantas vezes, trágica, manifestação da “síndrome do pequeno poder” do Professor. Com a ameaça da nota e do exame, é que muitos conseguem o mínimo de um suposto controle sobre a classe. Uma situação lamentável, mas real, e reveladora da incompetência técnica do Professor no seu exercício. Ao observarmos a experiência vivenciada pelos professores paulistas com a implantação da “Progressão Continuada”, podemos perceber o quanto se revela verdadeira a nossa manifestação acima. Ainda que tenha sido eivada de equívocos e de autoritarismos, a Progressão Continuada no Ensino Fundamental do Estado de São Paulo veio sacudir um magistério de há muito estagnado. Revelou a fragilidade de professores que sem as armas da reprovação, não sabiam como agir em sala de aula. A perda do medo da nota levou ao abandono do estudo pelo aluno paulista. O que apenas viria a confirmar a “teoria da curvatura da vara”, exposta por Lenin. Se antes o aluno es- 7 A AVALIAÇÃO DO PROFESSOR A mesma escola que valorizava tanto a avaliação do aluno, por outro lado, não admitia a avaliação do professor, nem mesmo através da avaliação dos seus alunos. E isto, a não existência de qualquer avaliação docente, tem sido uma batalha ferrenhamente defendida pelos sindicatos desses profissionais. O que nos impõe um questionamento: até que ponto a falta de avaliação profissional não tem prejudicado a carreira docente? Ou, também, somos levados a questionar: se o docente é chamado a estimular o aluno ao estudo, por que ele mesmo não é do mesmo modo estimulado a uma melhor formação, inicial ou continuada? Alguém desestimulado e sem qualquer cobrança, não será igualmente levado a perder a vontade do estudo e do aprimoramento? Ou ainda, se de algum modo o Sistema Educacional se permite não fazer avaliações do professor, diretas ou indiretas, internas ou externas, o que lhe furta instrumentos para identificar as próprias dificuldades, então, como buscar superá-las? Um professor, em sã 8 consciência das suas responsabilidades, pode a isso se permitir em prejuízo do aluno? Observe-se ainda que há anos havia na escola paulista uma espécie de avaliação por cotas, feita de modo extremamente subjetivo pelo Diretor da Escola. Isso dava àquela autoridade um poder discricionário imenso sobre o seu pessoal. O superior recebia quatro níveis para classificar os seus profissionais. Por exemplo, dependendo do número de pessoas a serem classificadas, podia ser um “ótimo”, três “muito bom”, dois “bom” e três “regular”. Ainda que o pessoal da escola merecesse um número maior de “muito bom”. Muitos recebiam menções inferiores ao merecido. Isso permitia ao Diretor de Escola fazer a sua avaliação dos membros do pessoal, distribuindo os valores a quem julgasse melhor. Sem dúvida essa não era a melhor medida. Mas ao extingui-la e nada colocar como alternativa, desequilibramos demais as forças vivas da escola, que é o elemento determinante do Sistema. E isso o coloca numa situação de pobreza ainda maior. Considere-se ainda que até a atual LDB (1996), o Sistema de São Paulo distinguia as matérias ensinadas na escola regular. Educação Física e Educação Artística não eram Disciplinas, mas Atividades. Assim, os professores não podiam atribuir notas ou menções aos alunos. Somente verificavam a freqüência deles. Muitos professores dessas áreas se sentiam inferiorizados diante dos colegas e dos alunos. Sem notas ou menções, não se sentiam obrigados a aplicar avaliações para a verificação do aproveitamento dos alunos. Sem tais instrumentos de controle não contavam com a participação dos alunos, que já há mais de duas décadas demonstravam não querer estudar, nem participar de qualquer uma das atividades em classe. Se nada os obrigava, por que fazê-lo? O que apenas demonstra que os professores há duas décadas, tanto quanto os de hoje, não conseguiam bem seduzir os alunos a participar voluntariamente dos trabalhos escolares. Se o mestre segue a receita da didática do século XVII, mas está sem obrigação de prova, por que um aluno buscaria o saber “sem imposição?” As avaliações externas dos alunos, a partir da atual LDB, depois de 1997, com o SAEB no Brasil, e o SARESP em São Paulo, apenas revelaram que não havia proximidade entre a escola imaginada pelos governantes e autoridades educacionais, que preparavam questões a serem aplicadas; e aquela real, onde estavam os alunos. Eram duas escolas diversas. Não apenas o que se ensinava era diferente, mas o modo como se ensinava também o era. Teoricamente, as avaliações externas deveriam instrumentalizar o Sistema para melhor preparar seu corpo docente e equipar suas escolas, e assim, por via de conseqüência, melhor formar seus alunos. Mas isso exigiria um esforço monumental e hercúleo para superar os males há tanto implantados, o que não temos visto ocorrer. Temos observado avaliações difusas, sem visão ge- POLÍTIICA EDUCACIONAL tudava para a prova, e de modo algum para saber, agora passou a nem isso fazer. O novo processo vinha para atacar a chamada “Cultura da Reprovação”, mas não foi assim percebido. O professor, concentrado em seu umbigo, também sem o hábito do estudo, sentindo-se desarmado, desiste declaradamente de ensinar. Essa omissão fica patente na denominação crítica e (mal) humorada da nova proposta: “Promoção Automática”. nérica, aqui e ali subjetivas, pouco montadas em planos, ou questionários consistentes e baseadas em instrumentos que não exibem o quadro real. Ainda sentimos um trabalho bem intencionado, mas feito de forma amadora e a escola de hoje não pode mais se permitir tal ingenuidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Mas observemos: nenhum professor aplica conscientemente uma avaliação injusta, isto seria uma patologia. Aliás, é em nome da justiça que tanto temos pecado. Mas afinal, quem elabora a avaliação? Se for o professor, então este será um instrumento subjetivo. É a cara do professor, não do aluno. Sendo assim, o ideal estaria na auto-avaliação feita pelo próprio aluno. Mas numa cultura que hipervaloriza o diploma, não o saber, esse procedimento permitiria que tivéssemos, segundo muitos, a fraude instaurada. Assim, devemos deixar que o que temos persista? Não há nada de novo a propor? De todo modo, temos percebido que começa a surgir uma insatisfação entre os novos professores, principalmente. O que pode sugerir que há o sentimento da necessidade de alguma alteração na escola. Como já se disse: tiremos o “S” da “crise” e inventemos o nosso ofício. SUAMI PAULA DE AZEVEDO – DIPLOMA DE ESTUDOS APROFUNDADOS DO DOUTORADO DE 3º GRAU E MESTRADO EM LINGÜÍSTICA (UNIVERSIDADE DE PARIS – SORBONNE), MESTRADO EM SEMIÓTICA, TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO (UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS). 9 ARTE E EDUCAÇÃO Apresentação dos alunos da EM "Dom Paulo Rolim Loureiro" na EM "Profa. Guiomar Pinheiro Franco" e crianças no Encontro Tocando, Cantando... Fazendo Música com Crianças “Educando com Arte” comemora mais um ano de sucesso O encerramento das atividades de 2006 do programa “Educando com Arte” surpreendeu, até mesmo, os especialistas que participaram dos projetos, quanto à qualidade dos trabalhos e o envolvimento de toda equipe escolar nas atividades com música e artes visuais. “Constatamos um salto muito grande com a apresentação dos projetos das escolas no Encontro realizado no Clube Náutico em outubro. Todos sentimos essa evolução. É um trabalho em conjunto, tecendo algo que acreditamos que seja humano”, afirmou Iveta Maria Fernandes, professora da Faculdade de Música 10 da Unesp e orientadora em música e ensino de música das escolas. As apresentações ao público aconteceram nos dias 18, 19 e 20 de outubro no Clube Náutico. Pais e alunos acompanharam o belo trabalho feito nas 21 escolas municipais que desenvolvem a atividade musical e envolvem 7.550 alunos e 236 educadores. MÚSICA DOS PEQUENOS Nos meses de outubro e novembro, o programa promoveu o encerramento das atividades dos alunos e da formação contínua dos professores, diretores e equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação. O projeto “Tocando, Cantando... Fazendo Música com Crianças” encerrou suas atividades em 2006 com as apresentações intercomunidades. Os estudantes das escolas municipais “Sérgio Hugo Pinheiro”, do Jardim Nove de Julho e “Dom Paulo Rolim Loureiro”, de Pindorama, visitaram a EM “Profa. Guiomar Pinheiro Franco”, em Cezar de Souza. A EM “Adolfo Cardoso”, do distrito de Quatinga, visitou a EM “Sérgio Hugo Pinheiro”, no Jardim 9 de Julho. Os pequenos da EM “Dom Paulo Rolim Loureiro” arrancaram aplausos da platéia ao tocar e dançar acom- panhados pelos educadores. “A música, assim como o português e a matemática, não tem um foco específico. Cada disciplina tem a sua contribuição e o seu porquê. Quero parabenizar a Prefeitura pelo investimento na capacitação e na infra-estrutura dos projetos, com a aquisição dos instrumentos e o convite de profissionais importantes para a formação dos professores”, explicou Iveta. Trabalho com Artes Visuais na EM "Milton Cruz" e crianças no Encontro Tocando, Cantando... Fazendo Música com Crianças FORMAÇÃO CONTÍNUA A iniciativa do trabalho com música nas escolas busca desenvolver a educação musical e a sensibilidade dos estudantes, além de propiciar a reflexão sobre a trajetória do ensino de música nas escolas, permitindo que o professor inicie uma pesquisa no universo musical. Os professores, diretores e equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação participaram de dois grandes cur- 11 PRÁTICAS DE ENSINO Um Mundo Mágico e CONTAGIANTE Trabalho com Artes Visuais na EM "Milton Cruz" ELIZABETH OLIVEIRA DOS SANTOS SILVA sos de capacitação: “Educação Musical: Prática e reflexão a partir do dia-a-dia da sala de aula” e “Música: Linguagem Artística Integrante do Projeto Pedagógico da Escola”. Iveta ressaltou a importância da música no projeto pedagógico da escola. “É um trabalho global, em que várias habilidades são desenvolvidas. Não é só tocar, cantar, existe todo um lado humano envolvido. A escola é um núcleo importante de humanização para a prática da cidadania”, observou. ARTES VISUAIS Em novembro, a exposição “Artes Visuais” reuniu os trabalhos de alunos de 16 escolas municipais de Mogi das Cruzes. Os mogianos acompanharam o talento e os maravilhosos resultados das atividades e pesquisas dos estudantes no saguão do prédio sede da Prefeitura. 12 Os alunos da EM "Professora Marlene Muniz Schimidt", da Vila Moraes, estiveram presentes na solenidade de abertura e ficaram encantados com os trabalhos dos colegas. As atividades foram orientadas por Francisco Carlos Franco, professor do curso de Artes da Universidade Braz Cubas (UBC). Reproduções de grandes artistas plásticos, como Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi, e telas criadas pelos estudantes chamaram a atenção do público em geral. Os pais de Júlia Cavalcante da Silva, de quatro anos, exibiam, orgulhosos, a obra de arte da filha, aluna do CCII Professora Ignês Maria de Moraes Pettená. “Com a iniciativa procuramos enfocar o ensino de artes visuais nas escolas municipais de acordo com as tendências mais atuais de ensino nesta área. Os alunos têm acesso a bens culturais e artísticos, o que amplia sua visão de mundo e a apreciação e reflexão sobre as expressões artísticas”, comentou Maria Geny Borges Ávila Horle, secretária municipal de educação. HISTÓRIA DE ARTE Em 1999, o projeto “Artes Visuais”, parte do programa “Educando com Arte”, da Secretaria Municipal de Educação, teve início em duas escolas municipais: “Dr. Milton Cruz”, no Jardim Maricá, e “José Alves dos Santos”, em Jundiapeba. Desde 2001, a iniciativa tem sido aprimorada com os cursos de formação contínua e assessoria de especialistas destinados aos educadores. Neste ano, 16 escolas municipais receberam a iniciativa com o envolvimento de 3.024 alunos, 119 professores e toda a equipe escolar. N ós, professoras da Escola Municipal “Dr. Waldir Paiva de Oliveira Freitas”, pelo segundo ano consecutivo, participamos da 7ª Mostra de Teatro de Bonecos e Formas Animadas, no Sesi de Braz Cubas, de 28 de julho a 7 de outubro. A apresentação reuniu algumas das melhores produções de espetáculos encenadas em nosso país. As peças utilizam fantoches, marionetes com fios de náilon, sombras, luz e muito mais, sendo realizadas por companhias nacionais e internacionais. As exibições foram gratuitas e divulgadas pela televisão e jornal. Nesse momento, o papel da escola é essencial na divulgação e no incentivo aos pais, quanto ao valor da “CULTURA” na história de nossa comunidade! Hoje em dia, devido à vi- da corrida e turbulenta de todos os dias, deixamos muitas coisas em segundo plano, e, às vezes, até a parte cultural. Isso também ocorre com os pais de nossas crianças, e cabe a nós, educadores, aproveitarmos as oportunidades que aparcem... Foi muito bom poder dividir com nossas crianças essa experiência. Foram olhares ansiosos, sorrisos, sustos e alegrias. Mil emoções a serem trabalhadas e também valores, como: respeito, amor e coleguismo. Esses momentos foram inesquecíveis... As crianças vibraram em muitas peças, mas ao término do espetáculo internacional, “Disparatório”, muito mais!! O produtor argentino, Sr. Coco, que apesar da dificuldade do idioma, interagiu com as crianças, mostrando e permitindo que as mesmas manuseassem as marionetes e apren- dessem como confeccioná-las. Elas se interessaram em ajudálo a expressar melhor o nosso português, percebendo a diferença entre os idiomas. Foi emocionante ver como os artistas acolheram bem nossas crianças com muito carinho e atenção e como se emocionaram quando os alunos disseram-lhes “MUCHAS GRACIAS!”. Este agradecimento despertou na equipe, a importância de nunca desperdiçarmos as oportunidades que a vida nos oferece. Como seria bom se outras iniciativas e oportunidades como esta, que envolvem a realidade e a fantasia, pudessem fazer parte do nosso dia-a-dia, oferecendo gratuitamente a todas as pessoas, cultura e lazer como forma de aprendizado. ELIZABETH OLIVEIRA DOS SANTOS SILVA É PROFESSORA DA EM DR. WALDIR PAIVA DE OLIVEIRA FREITAS 13 PRÁTICAS DE ENSINO Viagens Educativas na proposta pedagógica das escolas O conhecimento além da sala de aula é explorado pelo projeto “Caminhando e Conhecendo”, uma iniciativa aberta a todas escolas municipais de Mogi das Cruzes. As crianças têm a oportunidade de conhecer realidades diferentes e ainda, enriquecer sua cultura em espaços, como a Bienal do Livro de São Paulo, Museu do Ipiranga, Instituto Butantã e Aquário de Guarujá. O projeto visa incentivar a realização de excursões de caráter educativo, como parte integrante da Proposta Pedagógica das escolas. O programa e o roteiro da viagem são estabelecidos pela equipe escolar no planejamento anual. A Secretaria Municipal de Educação proporciona o transporte dos alunos para as excursões programadas. Neste ano, os passeios atenderam 25.946 crianças de todo o município. Os alunos da rede municipal visitaram: Planetário de São Paulo, Aquário de Santos e Museu de Pesca, Zoológico de São Paulo, Museu do Ipiranga, Parque Leon Feffer, Kosmos Clube, Aquário de Ubatuba, Biblioteca Municipal de Mogi das Cruzes, Centro Cívico Botyra Camorim, Chácara Encantada, Cidade da Criança de São Bernardo do Campo, Cidade do Livro, Cinemas de Mogi das Cruzes, Estação Ciência, Estação da Luz, Explo Aflord, Fábrica Estrela, Fontágua em Quatinga, MASP de Ibirapuera, Memorial da América Latina, Nascente do Rio Tietê – Barragem, Parque Ibirapuera, Pinacoteca do Estado, SESC Itaquera, Parque da Mônica, Teatro Vasques e Vale do Sonho, em Guararema. Alunos da EM “Profa. Wanda Trandafilov”, no Sesi Jacareí; desenho do Aquário do Guarujá pelos estudantes da EM “Prof. Jacks Grinberg”; CCII “Profa. Adahila Marques C. Carneiro” no Sítio Monteiro Lobato; crianças da EM “Monteiro Lobato” no Zoológico e um lindo dia de praia para a garotada da EM “Profa. Ana Maria Barbosa Garcia” 14 15 FLÁVIA PACCES E ANDRÉIA DA PENHA MARTINS A E.M. “Profª Cynira Oliveira de Castro” organizou, para a comemoração da Semana da Criança no mês de outubro, uma gincana com atividades esportivas, culturais, artísticas e de solidariedade. Os alunos foram divididos em cinco equipes e identificados com nomes de autores estudados no decorrer do ano pelo projeto desenvolvido na escola, chamado “Resgatando Valores Através da Leitura”. Foi muito gratificante presenciar a alegria dos alunos e o interesse na participação e no cumprimento das tarefas propostas, como por exemplo: procurar a carteira de identidade mais antiga e a Certidão de Nascimento mais recente e vir à escola caracterizado como algum personagem da história do autor que identificava sua equipe. A doação de brinquedos, novos ou usados em bom estado, para uma creche próxima da escola trouxe muita alegria e fortes emoções a todos. A equipe ficou sensibilizada ao ver crianças, que muitas vezes não têm muito para dar, doarem seus próprios brinquedos, dizendo que há pessoas que precisam muito mais do que eles. Os alunos tiveram a oportunidade de demonstrar sua criatividade e modelar com massinha alguns personagens relacionados aos autores. Par- 16 Resgate da Cultura Folclórica na pré-escola MARY AUGUSTA ANDRADE M eu objetivo foi incentivar os pequenos a conhecerem as lendas folclóricas brasileiras e cada personagem e sua história, estimulando o trabalho em equipe ao compartilharem o mesmo material, a criatividade artística, a imaginação e também, a coordenação visual e motora, a atenção e o espírito de cooperação. O trabalho foi inserir pequenas normas de cuidado com o meio ambiente e finalizar com a apresentação em forma de teatro, usando a música e a dança. Começamos contando uma história, eu narrava e cada um interpretava o personagem. Inseri também uma música de minha autoria, que as crianças aprenderam bem rápido. Depois, deles conhecerem as lendas, partimos para a confecção das fantasias, fazendo com que trabalhassem unidos, pintando e colando; provando e aprendendo que com qualquer sucata, se constrói uma fantasia. O próximo passo foi en- saiar a coreografia e definir quem seria cada personagem e para isso, fui democrática. Cada um escolheu o personagem que queria ser. Feito isso, fomos ensaiar. As crianças fizeram os próprios passos e escolheram a música do “Saci Pererê”. Acatei a idéia e deixei que eles fizessem como queriam. Ficou ótimo! No dia da apresentação ficaram um pouco tímidos, mas mesmo assim, o resultado foi de acordo com o esperado. COMENTÁRIOS Meu nome é Mary Augusta de Andrade, sou ajudante geral e curso o 2º semestre de Artes Plásticas na Universidade Braz Cubas. Achei muito proveitoso o trabalho com as crianças. O resultado foi melhor do que o esperado, pois além dos pequenos entenderem as lendas que contei com minhas palavras, a repercussão foi ótima com as outras salas e os pais. Os alunos foram divulgadores das histórias e do teatro. Percebi nelas o ânimo e a empolgação, que resultou para mim em um ótimo trabalho. AGRADECIMENTO ticiparam também da criação de fantasias feitas de jornais, referentes aos temas estudados. As equipes responderam questões do Projeto de Leitura, desenvolvido no decorrer do ano, o que nos trouxe grande alegria ao vermos o resultado de nosso trabalho. Como premiação para o grupo vencedor realizou-se um piquenique em um clube próximo da escola. São idéias simples, mas de alto conteúdo cultural, moral, social e com energia motivadora incalculável. PROFª FLÁVIA PACCES E PROFª ANDRÉIA DA PENHA MARTINS (COORDENADORA DO CEDIC) EM PROFª CYNIRA OLIVEIRA DA CASTRO Agradeço a Diretora Eunice pelo apoio, incentivo e a oportunidade de realizar este trabalho, e também, a ADI Cássia e a profª Solange que, com pa-ciência, me ajudaram a semana toda na sala de aula. MARY AUGUSTA ANDRADE É AJUDANTE CCIM RICHER ROMANO NETO, CURSA O 2º SEMESTRE DA FACULDADE DE ARTES PLÁSTICAS GERAL READAPTADA NO COM BOLSA TOTAL CONSEGUIDA PELO ENEM 17 PRÁTICAS DE ENSINO Alunos demonstram solidariedade na Semana da Criança Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – Indicação CNE/CP nº 1/2004 MARIA DA APARECIDA SENZICK C onscientes de nossa responsabilidade, enquanto Equipe Escolar, como propulsores de uma educação que visa a formação de cidadãos críticos e participativos, capazes de promover transformações sociais, é que pautamos nosso trabalho para um ensino igualitário e democrático. Sendo assim, procuramos atingir as metas propostas nestas diretrizes, observando-as como referências e critérios a serem implementados por meio de ações e práticas pedagógicas. Trabalhando num meio social carente, nos deparamos todos os dias com problemas sociais de injustiças e discriminações, que, muitas vezes, marcam nossos alunos de forma irreparável. Por este motivo, lutamos para que as idéias que envolvem a construção da cidadania, a preservação e o conhecimento da cultura e da identidade de nosso povo, tornem-se realidade em nossa Unidade Escolar e comunidade. 18 festas indígenas. Essa atividade foi baseada em fotos da Festa Nacional do Índio, que acontece na cidade vizinha de Bertioga. Dessa forma, buscamos sair dos livros e passar para a atualidade, mostrando um pouco de como vivem, hoje em dia, os índios no Brasil. Foram feitas exposições de fotos, instrumentos e objetos, como: pau-de-chuva, cocares, etc. Sobre a cultura afro-brasileira e africana, não só em datas como: 13 de Maio – Dia da Abolição dos Escravos ou 20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra, são ressaltados temas que abordem essa questão. Procuramos implementar, de forma diversificada, o estudo da identidade cultural em todas as disciplinas que trabalhamos. DESTACAMOS OS SEGUINTES INSTRUMENTOS: É uma tarefa árdua, mas não impossível, quando nos unimos e percebemos que ao nosso redor, estamos cercados de oportunidades para trabalhar com essa diversidade e com o multiculturalismo de nossa gente. Nossos alunos trazem para a escola uma bagagem rica e ampla de conhecimentos e culturas advindas de suas tradições e vivências familiares e comunitárias. Temos a maioria de alunos negros ou pardos, como podemos constatar pelas pesquisas do IBGE. Jamais poderíamos ficar indiferentes a seus anseios e esperanças de galgarem sonhos, antes vistos como impossíveis. Dessa forma, descrevemos aqui algumas atividades desenvolvidas em nossas aulas com o intuito de conscientizar e melhorar as relações étnicoraciais em nosso meio. Em datas, como 19 de Abril – Dia do Índio, de forma interdisciplinar, os professores desenvolveram as seguintes atividades: roda de conversas, discussões, trabalhos de interpretação de textos, desenho e colagem de recortes e jornal. Buscou-se utilizar todos os elementos que pudessem ilustrar a vida e o que aconteceu com as comunidades indígenas desde a época da colonização de nosso país. Também procuramos saber se havia entre nós descendentes de povos indígenas. No auge do trabalho, foram feitas apresentações de coreografias de danças pelos alunos da 4ª série, em que os mesmos encenaram rituais e 1- Atividades em sala de aula: textos, caça-palavras, mapas Brasil/África – localização, cruzadinhas, exercícios de pesquisa, leitura, etc; 2- Trabalhos com jornal, revistas e notícias; 3- Utilização da mídia: televisão, DVD e computadores para esse trabalho; 4- Trabalho com flores e animais de diferentes cores; 5- Histórias, como o liivro “Menina bonita do laço de fita”, de Maria Clara Machado, que trata da herança racial e da miscigenação. AÇÕES - Trabalho com personalidades da raça negra, como atores, cantores, esportistas e políticos. - Nas datas de 21 de Março – Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação PRÁTICAS DE ENSINO A cultura Afro-Brasileira nas escolas municipais Racial e outras datas, como 13 de Maio e 20 de Novembro, foram realizados trabalhos com exposições das atividades dos alunos e suas pesquisas. -Trabalhos com flores e animais iguais, porém, de cores diferentes. Desta maneira, os alunos percebem que as cores mudam, mas suas possibilidades são as mesmas. - Educação de Jovens e Adultos (EJA): atividades com filmes, como a biografia de Steve Biko; conversas sobre herança racial e cultural; discussões sobre a influência cultural no bairro pelos chineses e outras etnias. - Personagens infantis: Pelezinho, de Maurício de Souza. - Festas com manifestações folclóricas: danças, Moçambique e Congadas; fotos da Festa do Divino com a Entrada dos Palmitos em Mogi das Cruzes e relato dos alunos que participaram. - Folclore: exposição com lendas, peças e objetos da cultura africana; suas contribuições, receitas de comidas, danças, esporte e religião. - Jogos e brincadeiras: pesquisa e desfile de roupas típicas, brinquedos que respeitem a etnia africana (como boneca da cor negra). Neste dia as alunas trouxeram suas bonecas para a escola. - Estudo das Artes Plásticas: trabalhos com pintores e escultores que retrataram a cultura afrobrasileira: Aleijadinho, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari. Nossa proposta de trabalho visa resgatar a auto-estima dos alunos por meio de sua própria história, respeitando as diferenças raciais e culturais, o que contribui para um enriquecimento constante da aprendizagem de nossas crianças e porque não, da nossa própria aprendizagem como seres humanos. Pois, a cidadania se faz com respeito, humanidade e justiça. Instrumentos essenciais para a construção da identidade de um povo. MARIA DA APARECIDA SENZICK É EM ANA MARIA BARBOSA GARCIA DIRETORA DA 19 PRÁTICAS DE ENSINO O Trabalho Voluntário nas escolas S egundo a definição das Nações Unidas, “voluntário é o jovem ou adulto que devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou em outros campos”. Para ser um voluntário, o indivíduo precisa gostar do que realiza, comprometendose, apenas, com o tempo de que realmente dispõe para executar as tarefas, não assumindo responsabilidades que não poderá cumprir. Atualmente, o trabalho voluntário é uma possibilidade de ação cívica, bem como, uma ação voltada para o bem alheio ou determinado público alvo. Resolvemos, seguindo essa afirmação, implantar na nossa escola, o projeto do voluntariado; sendo o mesmo, um incentivo à participação da comunidade neste trabalho solidário. São pessoas ou grupos desenvolvendo atividades educacionais complementares às atividades extracurriculares formais e de cidadania, em benefício dos alunos, da própria escola e seus profissionais da comunidade. Através de reuniões peda- 20 Alunas da EM "Ana Lúcia Ferreira de Souza" visitam o asilo e aprendem na prática o que é ser voluntário gógicas, a equipe escolar determinou quais seriam as ações para que esse trabalho voluntário fosse iniciado com o objetivo de que todo o corpo discente participasse. Primeiramente, houve a divulgação para a comunidade de que a nossa escola seria aberta aos sábados para atividades extracurriculares, voltadas ao nosso corpo discente, garantindo a presença do voluntário e suas respectivas funções ou cursos. Fizemos um concurso para escolher o logotipo e a frase que estamparia a camiseta para os voluntariados e nossa equipe escolar. O concurso foi dividido em duas etapas: primeira, o desenho sobre o trabalho voluntário para as 1ª e 2ª séries e na segunda, a criação da frase para as 3ª e 4ª séries. Na escolha dos vencedores das duas categorias, as educadoras não participaram. Os vencedores foram escolhidos pelos funcionários da escola. As professoras votaram a cor azul para as camisetas, que foram confeccionadas com a frase e o logotipo eleitos. Como todo projeto necessita de um evento de abertura, fizemos seu lançamento no dia 04 de agosto com a presença de todas as professoras, funcionários e a comunidade. Os voluntários participantes foram chamados para serem homenageados e os alunos de cada série apresentaram atividades, como: jogral, teatro, música e dança; enfatizando o tema do trabalho voluntário. As crianças ganhadoras do desenho e da frase foram homenageadas com uma medalha, sendo que cada aluno de uma determinada série também recebeu a mesma lembrança por participar do concurso. Além disso, uma camiseta foi entregue a cada voluntário. Nosso trabalho teve início no dia 5 de agosto com os seguintes cursos: dança, reciclagem, capoeira, artesanato, tear, crochê e xadrez. As crianças inscreveram-se com a professora. Foi necessária a elaboração de listas de reserva, pois o objetivo do projeto é atender todos os alunos. Apesar do pouco tempo, vemos que este projeto trará ótimos benefícios para nossa unidade escolar e os alunos. Afinal, muitas crianças não têm acesso a atividades e cursos diferenciados, e este projeto é uma ótima oportunidade para desenvolver no educando, seu potencial criativo e intelectual. Os alunos adoram participar dessas atividades e comentam, entusiasmados, com as professoras sobre as aulas do final de semana. Fizemos uma escala de vagas para que todos os alunos de todas as séries participassem igualmente das atividades, visto que a democracia começa na escola. Portanto, em um mundo onde as inversões de valores se fazem uma premissa, nós educadores temos como dever, mostrar que a esperança se faz por meio de ações que “fazem o bem sem olhar a quem”, partindo de dentro da família, da escola e de nossa comunidade. Não adianta mandar alimentos para outro país, se o asilo próximo não tem o que servir aos idosos. O novo paradigma se faz em reativar ações solidárias com intuito de transformar o presente, alicerçado num passado em constante conflito e um futuro que pode ser diferente, se nos conscientizarmos quanto a qualquer ação que possa prejudicar o outro, acabando com a prática de levar vantagem em tudo, ou, “se os políticos fazem, também posso fazer”. Cabe à sociedade dividir responsabilidades com ações que sejam sementes plantadas para a colheita de um futuro melhor, em que cada um poderá afirmar com consciência que fez sua parte. Esta consciência se constrói com experiências vividas em cada família e no acompanhamento da sociedade educacional, social, religiosa, familiar e política. Você é capaz de ajudar o próximo. Então, inicie ajudando quem está ao seu lado. Cabe à escola promover ações, que desenvolvam o espírito voluntário e solidário, iniciando as crianças em experiências de contato com pessoas dispostas a fazerem o trabalho voluntariado, sendo assim, estamos nos empenhando em fazer a nossa parte. EQUIPE ESCOLAR DA EM ANA LÚCIA FERREIRA DE SOUZA 21 Experiências do VOTO ESPECIAL Alto Tietê se mobiliza pelo Fórum Mundial de Educação O N ós, brasileiros, fomos chamados mais uma vez para escolher livremente nossos governantes. Assim, a campanha eleitoral, veiculada em todos os meios de comunicação, e as conversas em família ou nos grupos de amigos, fazem com que as crianças, desde cedo, estejam inseridas no assunto. Pensando nisso, a Escola Municipal “Sérgio Benedito Fernandes de Almeida” esteve, nos dias 27 e 28 de setembro, promovendo atividades com o objetivo principal de transmitir à criança a importância do voto consciente e incentivá-la a exercer sua cidadania. Tendo como base nosso projeto de Dramatização, primeiramente fizemos um teatro, que teve animais como perso- nagens. Na história, os bichinhos desejavam escolher seu representante, pois o “Mundo dos Bichos” apresentava muitos problemas. De olho na interdisciplinaridade, aproveitamos para trabalhar o habitat dos seguintes animais: cachorro, macaco, arara e galinha. Realizamos rodas de conversa sobre os candidatos, trava-língua, músicas dos personagens, escrita espontânea, desenhos, reconto da história pelas crianças, confecção de fantoches, pesquisas em revistas sobre os animais, entre outras atividades. Confeccionamos um cartaz de cada candidato para que pais e funcionários tomassem conhecimento da eleição e no final do período de “Propaganda Eleitoral”, cada um pudesse também participar com o seu voto. Os alunos foram orientados a votar somente em um dos candidatos. Para finalizarmos, fizemos a contagem dos votos, divulgamos para as crianças e descrevemos em um cartaz, o resultado da eleição: o cachorro venceu. Neste momento, todos fizeram um fantoche do vencedor. Cada criança representou o animal a partir de sua criatividade com recortes e colagens. Enfim, foi uma atividade enriquecedora para todos na escola, principalmente para os pequenos, o que colaborou também para a união entre as salas em prol de um mesmo objetivo: eleger o melhor candidato! VANESSA GERLINGER ROMERO É PROFESSORA DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA EM DR. SÉRGIO BENEDITO FERNANDES DE ALMEIDA 22 VOCÊ SABIA... VANESSA GERLINGER ROMERO s trabalhos para a organização do Fórum Mundial de Educação Alto Tietê, que acontecerá entre os dias 12 e 16 de setembro de 2007 e terá Mogi das Cruzes como cidade anfitriã, estão mobilizando autoridades da região e representantes da sociedade civil para este grande movimento. O Comitê Organizador se subdividiu em comissões de trabalho a partir da escolha do tema “Educação: Protagonismo na Diversidade”. A expectativa da organização é que os municípios do Alto Tietê recebam cerca de 40 mil pessoas do Brasil e exterior. A comissão de Infra-Estrutura já está trabalhando para determinar os locais destinados aos eventos e ao aloja- mento dos visitantes. As atividades das comissões de Temática, Comunicação, Finanças e Relações Internacionais também foram iniciadas. A novidade para esta edição é a criação da comissão de Cultura. A participação tem sido a marca deste período inicial e as decisões são tomadas por consenso entre os integrantes do Comitê Organizador. Até o momento foram registradas mais de 40 adesões. O Fórum está sendo construído por toda a sociedade da região e continua recebendo novas adesões. É um grande movimento de pessoas em torno de uma causa. Serão diferentes ações pela educação de todos e todas. PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM! Reunião de comissões do Comitê Organizador e formação com o professor Moacir Gadotti, do Instituto Paulo Freire ... QUE FÓRUM E CONGRESSO SÃO ATIVIDADES DIFERENTES? CONGRESSO – É UM EVENTO, REUNIÃO, ENCONTRO DE CIENTISTAS, DIPLOMATAS OU MEMBROS DE UMA CLASSE PARA TRATAREM DE PROBLEMAS NACIONAIS E/OU INTERNACIONAIS. (DICIONÁRIO AURÉLIO-2001) FÓRUM – É UM MOVIMENTO DOS MOVIMENTOS EM MOVIMENTO, CONSTRUÍDO POR UM COMITÊ (GADOTTI, EDUCAR PARA OUTRO MUNDO POSSÍVEL-2006) ORGANIZADOR, FORMADO POR ENTIDADES GOVERNAMENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS. ... COMO ELES SÃO ORGANIZADOS? CONGRESSO – GERALMENTE É ORGANIZADO POR UNIVERSIDADES OU EMPRESAS COM PROGRAMAÇÃO, DATA E LOCAL DETERMINADOS. FÓRUM – É UM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO COLETIVA E HORIZONTAL. OU SEJA: O FÓRUM “ESTÁ SENDO”. NÃO COMEÇA E TERMINA EM “DATAS X”. É UM PROCESSO EM CURSO. COMO SE DÁ ESSA CONSTRUÇÃO COLETIVA E HORIZONTAL EXISTENTE NOS FMES? Conselho Internacional (CI) Secretaria Executiva (SE) Comitê Organizador (CO) Comissões: Temática, Infra-estrutura, Comunicação, Cultura, Relações Internacionais, Finanças. 23 ESPECIAL LUCIANA GOMES / MOGI NEWS EDUCAÇÃO INFANTIL (MUNICIPAL) VENCEDORES DO PRÊMIO MOGI NEWS 2006 PROFESSOR CIDADÃO 1º lugar: Maria Angela Aparecida Pires de Lima - Escola Mirim de Trânsito - Mogi 2º lugar: Tânia Nunes da Conceição Prado - EM Antonio Paschoal Gomes de Oliveira - Mogi 3º lugar: Claudia das Graças Telles Vieira - EM Prof. Jacks Grinberg – Mogi ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO I (MUNICIPAL) 1º lugar: Ana Maria da Silva - EM Prof. Dermeval Arouca - Mogi 2º lugar: Silvia Helena dos Santos Rossi - EMEF do Caic de Suzano 3º lugar: Aretusa Brandão Brito Lourenço - EM Ver. Astréa Barral Nébias - Mogi ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO I (ESTADO) 1º lugar: Eduardo de Campos Garcia - Escola de Tempo Integral Paulo Tapajós - Mogi Prêmio Professor Cidadão: Mogi News reconhece e valoriza professores GISLEINE ZARBIETTI P ioneiro em iniciativas como o Prêmio de Responsabilidade Social e Empresarial do Alto Tietê, Mulher de Expressão e Top Of Mind, o Mogi News, dentro do seu compromisso social enquanto órgão de comunicação, realizou pelo segundo ano consecutivo o Prêmio Professor Cidadão que homenageou na noite do dia 31 de outubro os professores que fazem da cidadania uma prática permanente em sala de aula. A entrega do prêmio, que contou com o patrocínio do Instituto General Motors (GM) e a co-realização da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), foi digna da importância do trabalho que eles desen- 24 volveram em sala de aula. Ao todo, foram premiados 24 professores (confira o resultado no quadro) de oito categorias de várias cidades da região. Como reforça o diretorpresidente do Mogi News, Sidney Antonio de Moraes, em todo o Alto Tietê não se tem o conhecimento de outra empresa de comunicação que tem se preocupado tanto com a qualidade e a valorização destes profissionais que assumem diariamente o compromisso de transmitir conhecimento e transformar seus alunos em cidadãos conscientes de seus deveres e direitos. “Nosso compromisso social vai além da informação. Através do projeto Cidadania – ler para saber mais – por exemplo, que já distribuiu mais de 79,2 mil jornais às escolas públicas da região, temos possibilitado aos estudantes o contato diário com o jornal em sala de aula para estimular a leitura e desenvolver o senso crítico”. O diretor comercial do Mogi News, Wilson Bego, destaca que o objetivo da ação foi homenagear e reconhecer estes profissionais que fizeram da cidadania um exercício permanente em sala de aula: “É o mínimo que podemos fazer com relação a esta classe que, diante das inúmeras dificuldades que enfrentam em seu dia-a-dia, não perderam a força e o entusiasmo para transformar as suas aulas em 2º lugar: Sonia Rodrigues Pinto - EE Profª Maria Aparecida de Faria - Mogi um espaço permanente para o exercício da cidadania”. A iniciativa pioneira do Mogi News em premiar os professores que se destacaram em sua tarefa de ensinar foi lançada inicialmente em agosto de 2005, com o objetivo de identificar e premiar práticas educativas realizadas em escolas de Mogi que apresentaram resultados positivos em sala de aula. Este ano, o prêmio foi aberto às escolas de todo o Alto Tietê. Além da premiação, os projetos vencedores foram divulgados em um suplemento especial do Mogi News que foi encartado na edição do dia 1º de novembro. Os 24 vencedores receberam certificados e uma assinatura de um ano do jornal Mogi News ou Diário do Alto Tietê. Os demais participantes foram contemplados com certificados de participação e com uma assinatura de três meses de um dos jornais. GISLEINE DE REZENDE ZARBIETTI É JORNALISTA DO JORNAL MOGI NEWS 3º lugar: Maria Adenise Barth Rodrigues - EE Coronel Almeida - Mogi ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II (ESTADO) 1º lugar: Eduardo de Campos Garcia - EE José Ribeiro Guimarães - Mogi 2º lugar: Osmarinda de Oliveira Martins - EE Profª Jandyra Coutinho - Suzano 3º lugar: Rodnei dos Anjos - EE Nemésio Cândido Gomes - Itaquá ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II (PARTICULAR) 1º lugar: Yoshico Takasaki Capucho - Colégio Bandeirantes – Mogi 2º lugar: Rosemeire Scudeler Cigana de Godoy - Instituto Dona Placidina – Mogi 3º lugar: Alessambra Ambrósio - Centro Educacional Sesi 113 – Vila Industrial (Mogi) ENSINO MÉDIO (ESTADO) 1º lugar: Walter Rodrigues de Aguiar - EE Dr. Washington Luís - Mogi 2º lugar: Patrícia de Oliveira Lopes Costa - EE Profª Helena Urbano Nagib – Mogi 3º lugar: Teresinha Cristina Alves da Silva - EE Dr. Deodato Wertheimer – Mogi EJA / ENSINO PROFISSIONALIZANTE 1º lugar: Denise do Carmo Matheus dos Santos - Sesi CE 081 – Jardim Monte Cristo (Suzano) 2º lugar: Márcia Rosana Soares dos Santos - EM Dr. Álvaro de Campos Carneiro - Mogi 3ª lugar: Daniel Agostinho Caneschi - Microlins Centro de Formação Profissional – Mogi EDUCAÇÃO ESPECIAL 1º lugar: Maria Isabel Zarelli Costacurta - EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti – Apae de Mogi 2º lugar: Gislaine Cristina dos Reis Celso - EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti – Apae de Mogi 3º lugar: Anamaria Teixeira Pinto - EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti – Apae de Mogi 25 ESPECIAL “Desafio e Conquista”: Vencedores comemoram prêmios JULIANA NAKAGAWA torcida formada por 1,5 mil pessoas, que lotaram o ginásio de esportes da Universidade Braz Cubas na tarde do dia 31 de outubro, era formada por representantes de várias escolas da região, mas numa competição saudável e amistosa, os alunos comemoravam a cada prêmio concedido pelo Desafio e Conquista, promovido pela TV Diário em parceria com a Universidade Braz Cubas (UBC). Foram premiados os três primeiros colocados da etapa de Redação, em cinco categorias (que dividiam os estudantes de acordo com as séries dos ensinos Fundamental e Médio). O terceiro colocado levou para casa uma bicicleta 18 marchas, o segundo ganhou um televisor de 21 polegadas e o primeiro um computador. Na sexta categoria, correspondente aos 3º e 4º anos do ensino Médio, foram premiadas as alunas Marisa Barbosa de Ávila, de Arujá, e Camila Cris-tina Lunard, de Mogi, que conseguiram respectivamente o 3º e o 2º lugares da competição. Já o primeiro colocado, Potiguara de Souza da Costa, da Escola Técnica “Presidente Vargas”, ganhou uma bolsa integral de estudos da UBC e foi surpreendido ao ter sua redação publicada em um painel de tecido exposto no ginásio. Na etapa de conhecimen- 26 Auclésio Ranieri, do Sesi, Amália, Teresa Lúcia, dirigente regional de ensino, Saul Grinberg, próreitor administrativo da UBC e Renato Concenza, da TV Diário, entregam prêmio ao estudante Potiguara de Souza Costa, da ETE "Presidente Vargas" FOTOS: CAIO KHAYAM/O DIÁRIO DE MOGI A Leandro Marzagão, Renato Concenza, Dino Rodrigues, da TV Diário entregam prêmio para Carlos Henrique Aveiro de Souza, vencedor da segunda fase do concurso; ao lado de Roseli Prado, Paulo Gomes e Daniel Ferrari tos gerais, foi premiado o estudante da Escola “Professor Adhemar Bolina”, de Biritiba Mirim, Carlos Henrique Aviero de Souza, que também ganhou uma bolsa de estudos integral. Outros 10 estudantes que obtiveram boa pontuação na soma das etapas de redação e conhecimentos gerais seguiram para a fase de dinâmica de grupo e concorreram a mais uma bolsa de estudos e uma vaga de emprego. O diretor executivo do Grupo Diário, Paulo Siqueira, destacou que a novidade de incrementar o concurso com a possibilidade do primeiro emprego traz inúmeros benefícios sociais. “Hoje em dia, está cada vez mais difícil conseguir um estágio remunerado, assim que os alunos saem da faculdade. Estamos criando oportunidades e sabemos que o projeto não resolverá todos os problemas, mas que este seja um exemplo a ser seguido, em prol da educação”, disse. Siqueira apontou ainda que cada estudante premiado deve servir como multiplicador, ou seja, referência concreta de que uma nova realidade pode ser construída. O pró-reitor administrativo da UBC, Saul Grinberg, apontou que a parceria com o Grupo Diário viabiliza a transformação de vidas. “Todo mundo merece emprego e educação. Queremos dar os dois”, declarou. Entre os alunos premiados estava Hector Rafael dos Santos, que ficou em segundo lugar na soma de pontos da redação e da prova de conhe- cimentos gerais. Aluno da ETE Presidente Vargas, o jovem de 17 anos comemorou a colocação e disse que vai se esforçar para ganhar a bolsa de estudos. “Foi uma surpresa. Fico feliz por mim, pela minha escola e agora, vou rumo à bolsa de estudos”, disse. Já a estudante Caroline Souza Santos, que ganhou o 1º lugar na categoria III (5ª e 6ª série do Ensino Fundamental), disse que não esperava vencer a competição. “Não viria à premiação porque nem imaginava que ganharia. Levarei um computador, que vai me ajudar nos estudos”, finalizou. VENCEDOR GANHA BOLSA E TRABALHO Uma bolsa de estudos na UBC, no curso de Administração, e um emprego garantido por um ano na mesma área. Essas foram as conquistas do mogiano Potiguara de Souza Costa, 21 anos, vencedor da última etapa do concurso Desafio e Conquista, promovido pela TV Diário e UBC. Além da fase de dinâmica profissional, cujo resultado foi divulgado no dia 10 de novembro, Costa também foi o primeiro colocado da primeira etapa da competição, que correspondeu às redações escritas por 178 mil alunos da Região, provenientes de escolas públicas e particulares. Como já havia ganhado a bolsa de estudos na UBC pelo bom desempenho obtido na primeira etapa, o candidato concorreu nessa terceira somente à vaga de emprego, assim como Carlos Henrique Aveiro de Souza, vencedor da segunda fase do concurso, a de conhecimentos gerais. Desta maneira, a bolsa de estudos que Costa teria como prêmio por ter conquistado a terceira etapa foi passada ao segundo colocado na dinâmica, Hector Rafael dos Santos, da Escola Técnica Estadual (ETE) Presidente Vargas. A instituição de ensino, da qual Costa também era estudante, ganhou um troféu em homenagem ao bom desempenho de seus alunos. Nessa última fase, os 12 classificados entre um universo de 1,1 mil alunos - dos 3º e 4º anos do Ensino Médio passaram por testes, entrevistas individuais e dinâmicas de grupo a fim de identificar suas potencialidades. Agora, Potiguara Costa passará a ser estudante e funcionário da Braz Cubas. "A bolsa e o emprego são prêmios materiais. O que ganhei aqui foi também o reconhecimento e o carinho das pessoas", declarou o mogiano, que confirmou ter estudado e se preparado para a redação, lendo livros e buscando referências. Seu pai, Israel Agostini Costa, também ressaltou a importância da bolsa e do emprego na renda familiar. "Estava receoso porque teríamos de nos sacrificar para pagar uma faculdade, mas ele conseguiu a bolsa. O resultado de hoje veio coroar o esforço de anos do meu filho", disse. O estudante Hector Rafael dos Santos, por sua vez, comemorou emocionado, a bolsa de estudos integral. "Não esperava chegar tão longe. Essa é com certeza minha principal vitória até agora", disse o jovem, que desde a 4ª série do 27 ESPECIAL Título de Trabalhos: Criatividade e Criticidade GERALDINA PORTO WITTER O Ao lado, Thiago Esteban Longo, aluno do 3º termo do curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da EM "Emilie Nehme Afonso" conquistou o 3º lugar na caategoria II (3ª e 4ª séries) com a redação “Juntos fazemos a diferença”; acima, o pequeno Robson William de Melo Almeida, da EM "Profa. Etelvina Cáfaro Salustiano foi o vencedor da categoria I (1ª e 2ª séries) Ensino Fundamental sonha em cursar Farmácia ou Bioquímica e terá seu objetivo alcançado na UBC. A dirigente regional de Ensino, Teresa Lucia dos Anjos Brandão, destacou a importância do evento. "A leitura e a escrita são ferramentas de inclu- são no mundo atual e este evento contribui para a melhoria da qualidade do ensino", avalia. Também estiveram na premiação, representantes da UBC e da TV Diário - Renato Cocenza, Leandro Marzagão, Daniel Ferrari, Dino Rodrigues, Roseli Prado e Paulo Gomes. JULIANA NAKAGAWA É JORNALISTA “O DIÁRIO DE MOGI”. ESTA É DO UMA REPRODUÇÃO DAS MATÉRIAS “VENCEDORES COMEMORAM PRÊMIOS” (01/11/06) E “VENCEDOR GANHA BOLSA E TRABALHO” (11/11/06), PUBLICADAS NO CADERNO CIDADES DO REFERIDO JORNAL 28 título de um trabalho é o primeiro contato entre o leitor e o autor, razão suficiente para justificar o esforço de muitos pesquisadores com esta parte do discurso, seja ele literário, científico, religioso, social, político, ou mesmo, comercial. Este início precisa apresentar características essenciais para ser ético, de modo a não iludir ou enganar o leitor; ser crítico, assegurando a proximidade do informado com a realidade; ser criativo para dizer muito com poucas palavras e ao mesmo tempo, ser atraente para o leitor. O começo não pode ser muito longo (10 a 12 vocábulos) e deve ser um excelente indicativo do conteúdo do texto como um todo para não ludibriar o possível leitor. Cabe aos docentes, o ensino das regras a serem seguidas e a tarefa de desenvolver nos alunos as competências para criticar e criar bons títulos. Exemplos de atividades que demonstraram eficiência para tanto, são aqui lembrados. 1. Ler o título e imaginar o conteúdo do texto (com roteiro para turmas menos competentes e sem roteiro para as mais competentes); ler o texto e confrontar com o título e o imaginado a partir dele; melhorar o título. 2. Após a leitura de qualquer texto (jornalístico, literário, científico), trabalhar indivi- dualmente ou em pequenos grupos para melhorar o título do trabalho. 3. Comparar possíveis títulos para um mesmo trabalho, fazer mesa-redonda para discussão, debates, etc. 4. Em pequenos grupos, escrever o máximo de títulos que conseguirem para um mesmo texto; indicar as vantagens e desvantagens de cada um (sem esquecer o leitor); hierarquizálos do melhor para o pior; apresentar e defender o melhor título diante da classe; escolher o melhor entre os melhores por voto individual secreto por todos os alunos. 5. Em classes mais avançadas, ler dois ou três trabalhos sobre o mesmo assunto; analisar, criticar e fazer sugestões para melhorar os títulos; fazer a de- fesa das propostas de correção. 6. Tirar o título de textos, após a leitura dos alunos, para que individualmente ou em grupos pequenos, eles atribuam um título; comparar um outro título com o título atribuído pelo autor. Há centenas de outras atividades para desenvolver criatividade e criticidade com ética, a partir do trabalho com o título. A eficiência cientificamente comprovada é a garantia de um bom resultado. É imprescindível que todos os professores cuidem destes aspectos ao trabalharem com seus alunos. GERALDINA PORTO WITTER É PEDAGOGA, PSICÓLOGA, DOUTORA EM CIÊNCIAS (PSICOLOGIA) – USP E LIVRE DOCENTE EM PSICOLOGIA ESCOLAR 29 Uma Parceria entre Escola e Comunidade que deu certo LUCIMARA FERRELI DE CAMPOS BUENO FERRAZ “A educação não pode concentrarse em reunir pessoas fazendo-as aderir a valores comuns. Deve, também, responder à questão: viver juntos, com que finalidade, para fazer o que? E dar a cada um, ao longo de toda a vida, a capacidade de participar, ativamente, num projeto de sociedade.” (Jacques Delors) A lgumas das principais mudanças da educação para o século XXI, centram-se sobre a possibilidade das instituições escolares buscarem parcerias para otimizar um ensino de qualidade. Sabe-se que a LDB 9394/96 proclama nos artigos 12 e 13, incisos I e IV e I e VI, respectivamente, as incumbências das instituições e dos docentes, ressaltando a importância da participação e a integração da escola com a comunidade. Uma parceria articulada por meio de ações que favoreçam o reconhecimento da função social da escola e a formação do sujeito considerando-o como ser social e singular, em pleno desenvolvimento de suas potencialidades. A responsabilidade compartilhada entre as instituições deve promover no interior das escolas uma proposta pedagógica que atenda os objetivos educacionais, os princípios e 30 fins da educação, o acesso e a permanência dos alunos, e acima de tudo, a garantia do progresso no processo de aprendizagem. Para assegurar que a comunidade esteja integrada à escola, a proposta pedagógica ao ser elaborada deve contar com a participação coletiva do corpo docente e administrativo, funcionários e representantes da comunidade que demonstrem interesse por estas questões. O projeto deve também considerar as peculiaridades da comunidade, suas necessidades, cultura, anseios e identidade. Elaborado em 2004, sob a forma de um programa interescolar o projeto “Jundiapeba Plantando para o Futuro” tem o propósito de oferecer à comunidade, um espaço voltado para a prática da cidadania, ampliando as oportunidades, ora individuais, ora coletivas, para a melhoria da qualidade de vida e das relações sociais e, fortalecendo a imagem da escola. Para elucidar esta iniciativa, destacamos que o Distrito, situado na área periférica de Mogi das Cruzes, com necessidades significativas para seu desenvolvimento, contou ao implantar o projeto com a participação das Creches Subvencionadas, do Centro de Convivência Infantil e das Escolas de Educação Básica. Aos poucos, os participantes foram agregando às ações pedagógicas, cursos, palestras e fóruns que ao serem apoiados por parceiros importantíssimos, promoveram a mobilização da comunidade e a conscientização para sua plena execução. A comunidade, ao ser chamada a participar das ações, foi apresentando seus anseios e aos poucos, contemplando a meta do projeto: buscar a melhoria da qualidade de vida destes munícipes e a conscientização sobre as questões ambientais. Além dos comerciantes e das empresas do bairro, o apoio da Diretoria de Ensino, da Prefeitura Municipal, da Secretaria de Educação, da Secretaria de Serviços Urbanos, da Administração Regional de Jundiapeba e do Departamento do Meio Ambiente, aos sujeitos mais importantes que mobilizam o projeto: os alunos e seus pais, que têm possibilitado a realização, des- de então do plantio de espécies nativas da Mata Atlântica. A princípio, a atividade foi realizada dentro das escolas para facilitar o trabalho de forma interdisciplinar, atendendo à ampliação das áreas de conhecimento e vivenciando ações que envolvessem o desenvolvimento de valores humanos, como responsabilidade, respeito, cooperação e o resgate da auto-estima. Também possibilitou a disseminação do conhecimento geográfico do bairro; das espécies da Mata Atlântica; condições históricas que transformaram o meio ambiente; condições naturais para o crescimento das plantas e informações sobre o tempo de crescimento. Além disso, procuramos as hipóteses para solucionar tais problemas e conhecer, através de pesquisa e leituras adequadas, a faixa etária de cada segmento; como preservar e ao mesmo tempo assumir o compromisso de cuidar das espécies do tipo: ipê roxo, ipê amarelo, pata de vaca branca, farinha seca, acácias, aroeiras, pitangueiras, entre tantas. A par- tir destes conhecimentos, foi realizado o plantio em torno das escolas. O sucesso deste programa se dá pela participação dos quase seis mil alunos destas escolas que junto a seus pais, amigos e colaboradores concretizam atividades planejadas e ações em conjunto com os docentes para alcançar um objetivo especifico: respeito à biodiversidade e à melhoria nas condições do bairro. A principal ação que sustenta este projeto é a ampliação do universo cultural, favorecendo a inclusão social e promovendo a auto-estima daqueles que descobrem suas capacidades intra e interpessoais, quando chamados a compartilhar com a escola atividades que implicam na participação para o plantio na região. Esta valorização revela uma característica fundamental e necessita prioritariamente do apoio da comunidade, que ao reconhecer o valor do programa, participa das atividades de conscientização e acaba se mobilizando em busca de condições para fortalecer o projeto. 31 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Projeto “Jundiapeba Plantando para o Futuro” 32 no processo de humanização. Para o sucesso deste programa a comunidade local, empresários, jovens, adultos, voluntários, autoridades e educadores desencadearam ações inovadoras, ousadas, ampliando a comunicação entre as partes e edificando uma sociedade solidária e construtora de uma cultura de paz. Juntos, todos eliminaram também na medida do possível, a degradação do meio, a falta da conscientização sobre a responsabilidade social de cada cidadão e por meio da melhoria do convívio, desenvolveram valores de tolerância, cooperação, amizade, respeito e solidariedade. A educação para o século XXI, definida por uma nova trajetória de relações e renovações, sinaliza a formação de vínculos e de parcerias, de forma permanente entre instituições e entre pessoas como sujeitos ativos com capacidade de entender o mundo e intervir no meio de forma harmoniosa. Esta relação de escola e comunidade gera um universo, em que a responsabilidade e os compromissos buscam o aprender a aprender, o aprender com o outro e o saber conviver. Procuram também a autono- LUCIMARA FERRELI DE CAMPOS BUENO FERRAZ É DIRETORA DA EM JOSÉ ALVES DOS SANTOS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: DELORS, JACQUES. EDUCAÇÃO: UM TESOURO A DESCOBRIR. 6.ED.SÃO PAULO; BRASÍLIA: CORTEZ; MEC, UNESCO, 2001 Meio Ambiente no CEIC 'Mundo Vivo' O CEIC “Mundo Vivo”, localizada na Vila Rachel, desenvolveu, neste ano, o projeto Meio Ambiente. A iniciativa tem como objetivo proporcionar às crianças um convívio integrado, que possibilite a compreensão e a formação de valores e hábitos para o desenvolvimento sócio-cultural de maneira global. O nosso trabalho é interdisciplinar, envolvendo todos as áreas do conhecimento (Linguagem Oral e Escrita, Matemática, Artes Visuais, Natureza e Sociedade, Movimento e Música). A formulação das atividades que aproximem a teoria da prática é bem vinda nesse processo, em que todos crescem. Com este intuito, o Projeto Água, desenvolvido no Ceic "Mundo Vivo", reuniu trabalhos sobre a fertilização do solo, reciclagem, consciência ecológica e preservação das espécies de animais e vegetais. O apoio da coordenadora pedagógica Mônica Ventura e das professoras Maria de Nazaré e Valdelice Ermelina Bispo foi fundamental. Todos os alunos do CEIC participam do projeto e as mudanças de comportamento em sala de aula e em seus lares foram observadas e comentadas pela equipe escolar e pais. Os trabalhos em grupo levaram ao desenvolvimento pessoal das crianças, melhorando a autonomia e o sentido crítico, fazendo com que ad- quirissem determinadas atitudes, como cooperação e responsabilidade junto a seus familiares. Uma das mães chegou a comentar conosco como passou a economizar água e reciclar o lixo, através de pequenas atitudes do cotidiano. Para uma avaliação mais precisa do nosso trabalho, finalizamos o projeto com um passeio no zoológico, onde ficamos muito orgulhosos, pois através do comportamento das crianças pudemos ver o quanto foi válida a nossa iniciativa. O passeio reuniu crianças do Jardim I e II com a meta de proporcionar às crianças a interação com o real. As crianças tiveram a oportunidade de demonstrar por meio de diversões, brincadeiras, músicas, massinhas, colagem e monta-monta; suas emoções contidas no passeio proposto, revelando, assim, o êxito do projeto. SEMANA DA PÁTRIA De 1º a 7 de setembro, comemoramos no CEIC “Mundo Vivo” a Semana da Pátria, onde os alunos do Jardim I e II desenvolveram um trabalho interdisciplinar com história (fato, sujeito, tempo histórico), geografia (origem, onde vive), Natureza (nascimento, crescimento), Sociedade, Educação Artística (Pintura e desenhos); e abordando temas como pluralidade cultural, ética e cidadania. EDUCAÇÃO AMBIENTAL Os moradores identificam-se como cidadãos participativos, co-responsáveis; garantindo o que Delors (2001) aponta quando questiona qual a finalidade de vivermos juntos. No fluxo das interações entre a escola e a comunidade, esta parceria que deu certo, vem dando frutos neste contexto, ou melhor, “flores”. No dia 21 de setembro de 2006, o Distrito de Jundiapeba viveu mais uma etapa do programa, que possibilitou o “Movimento Ambiental”, cujas ações de conscientização, mobilização e participação dos docentes, pais e alunos da comunidade em geral, destacaram o plantio e replantio de mais de 160 mudas, dentro e em torno destas escolas, contemplando uma nova etapa da iniciativa. Todos os envolvidos, desde a elaboração até esta etapa do processo, contribuíram com seus conhecimentos e suas práticas, garantindo a concepção da totalidade humana e social, registrando em todos os momentos no tempo e no espaço, a história de uma sociedade que se engendra com práticas criadoras, sensíveis e conscientes das questões ambientais especificamente e em geral mia para decisões e responsabilidade para enfrentar desafios, assim representam atos de cidadania e de construção de atitudes positivas. O ato de plantar para o futuro marca o presente e a equipe escolar da Escola Municipal “José Alves dos Santos”, por meio deste trabalho, inserido em sua Proposta Pedagógica, desencadeia atitudes entusiasmadas e de ações vivas, compartilhando com seus alunos e com a comunidade do Distrito de Jundiapeba, a parceira que deu certo. Acredita-se na vida compartilhada que se plantou em 21 de setembro entre os alunos de todas as escolas, que participaram deste programa e fizeram coro com música de Milton Nascimento, quando canta em Maria, Maria... “mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida...” Desta maneira, pensando nos princípios e fins que a LDB 9394/96 proclama e nos princípios da gestão democrática, podemos concluir que a idéia da participação de parceiros para o fortalecimento da liberdade, eqüidade e cidadania, também se faz presente nas ações pedagógicas, asseguradas pela proposta pedagógica de cada instituição escolar. O objetivo foi proporcionar maiores conhecimentos a respeito da “Nossa Pátria”, incentivando o sentimento cívico, para que nossas crianças possam identificar os símbolos nacionais ao trabalhar conceitos patrióticos e o conhecimento do valor de nossa Pátria, bem como seus costumes, cultura, etc. Desenvolvemos desenhos, colagens de bandeira e confecção de cartazes sobre o tema. Cantamos o Hino Nacional e finalizamos com o desfile Cívico no pátio da Creche, levando as bandeiras do Brasil, de São Paulo, e de Mogi das Cruzes, que completou 446 anos em 2006. Este trabalho foi realizado pelas professoras Valdelice Ermelinda Bispo e Maria de Nazaré Silva, do Jardim I, Maria de Fátima Farias e Liliane da Silva , do Jardim I, com o apoio da nossa coordenadora, Mônica Ventura. EQUIPE DO CEIC "MUNDO VIVO" 33 HISTORIANDO Voz do Povo GRACILA MARIA GRECCO MANFRÉ E JOSÉ SEBASTIÃO WITTER F BENEDITO JOSÉ DE ALMEIDA FRANCISCO DE SOUZA FRANCO FERNANDO PINHEIRO FRANCO “Houve aquele tempo... (E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo!)” (Guilherme de Almeida) 34 reqüentes estudos são realizados no campo das ciências sociais relacionando a memória individual ao meio social. A chamada memória coletiva, desde a segunda metade do século XX, teve um papel fundamental na evolução do conhecimento das sociedades; pois, a partir de então, ciências como a Sociologia, Antropologia e Psicologia Social começavam a serem analisadas de forma interdisciplinar. O mesmo vale para a História, já que a memória é elemento essencial da identidade, seja ela individual ou coletiva. Na construção desta identidade, os lugares (espaços físicos) exercem significativa influência. Do ponto de vista da recuperação da história, não bastam, pois, os estudos de documentos/ monumentos, a comemoração de datas ou conhecimento da biografia de vultos proeminentes da história de um município. Os espaços físicos também têm sua história consagrada pelo próprio povo. As alterações na nomenclatura de um lugar são típicos exemplos. Os “apelidos de ruas” vêm da tradição oral e sendo palavras, expressões ou termos cotidianamente utilizados passam despercebidos, mas podem exercer força capaz de desafiar o tempo. Por vezes os nomes oficiais de logradouros escolhidos pelo poder público municipal não são prontamente lembrados pela população, ainda que os homenageados tenham expressiva importância para a história local ou sejam grandes vultos da História, das Ciências, das Letras ou das Artes em geral. É comum encontrarmos em diversas cidades deste imenso Brasil a “Rua do Cemitério”, “Rua do Mercado”, “Rua da Feira”... Citemos alguns exemplos em nossa Mogi: a Avenida Voluntário Pinheiro Franco é chamada de “Avenida dos Bancos”; a praça Cel. Benedito José de Almeida, há muitos anos, é conhecida como “Largo da Matriz” e, mais recentemente, a Rua Cel. Souza Franco, tem sido denominada “Rua dos Móveis”, comprovando a paulatina construção da cultura de uma cidade. Na visão de Hissa, “a cidade é feita de várias cidades, de diversos lugares que vão se inserindo nos interstícios do urbano, onde a vida, repleta de relações, se desenvolve. (...) A cidade é assim, feita de várias cidades. É o ambiente, feito dos seres, feito de nós (...). É vida que interroga”. (Brandão, 2006). Para enriquecer nosso texto, eis aqui informações preciosas sobre os nomes de locais anteriormente citados: Fernando Pinheiro Franco (1912-1932), jovem de educação esmerada, pianista, falava vários idiomas, era esportista e trabalhava em um grande banco mercantil em São Paulo. Como vários cidadãos mogianos, envolvido pelo ambiente da Revolução Constitu- DETALHES DA PRAÇA CEL. BENEDITO JOSÉ DE ALMEIDA “LARGO DA MATRIZ” REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALMEIDA, GUILHERME. ENCANTAMENTO, ACASO, VOCÊ. CAMPINAS, SP: EDITORA DA UNICAMP, 2002. HAICAI: HORA DE TER SAUDADE BRANDÃO, CARLOS ANTÔNIO LEITE (ORG). AS CIDADES DA CIDADE. EXTRAÍDO DO TEXTO “AMBIENTE E VIDA NA CIDADE”, DE CÁSSIO EDUARDO VIANA HISSA. BELO HORIZONTE: EDITORA UFMG, 2006 GRINBERG, ISAAC. HISTÓRIA DE MOGI DAS CRUZES. SÃO PAULO: EDIÇÃO DO AUTOR, 1961 TOLEDO, REGIS. MOGI DAS CRUZES. OS GRANDES PERSONAGENS DA HISTÓRIA. SÃO PAULO: 2004 cionalista de 1932, alistou-se como voluntário e tomado pelo seu espírito de bravo homem, à frente de combate na região de Cruzeiro, foi tombado por uma bala de fuzil na fronte. O povo mogiano, comovido, eternizou sua heróica trajetória emprestando seu nome a uma das principais avenidas da cidade. (Toledo, 2004) Benedito José de Almeida (1847-1920). Para os homens públicos da época era tido como uma figura cujos dotes o levariam ao destaque na vida política da cidade. Foi um dos fundadores da atual Santa Casa de Misericórdia. No exercício de sua vereança (reeleito Presidente da Câmara Municipal em 1896), uma de suas grandes vitórias foi a instalação do “Primeiro Grupo Escolar de Mogi das Cruzes”, Presidiu a “Associação Construtora do Teatro” (1900), que resultou na obra e fundação do “Teatro Vasques” . Foi o primeiro presidente do Tiro de Guerra de Mogi das Cruzes (1911), dentre outros feitos em sua brilhante carreira. (Grinberg, 1961). Francisco de Souza Franco (1861-1919), comerciante e participativo, sempre foi um grande incentivador do desenvolvimento industrial de Mogi. Foi vereador, sucessivamente eleito presidente da Câmara Municipal e, como prefeito de Mogi, em 1909 iniciou a instalação e fornecimento de energia elétrica e dos primeiros serviços de água e esgoto. Influenciou quase todos os acontecimentos realizados em favor do povo, fazendo de sua figura pública um modelo a ser imitado. (Toledo, 2004). GRACILA MARIA GRECCO MANFRÉ É BACHAREL EM DIREITO, PÓS-GRADUADA EM ECOTURISMO/EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSULTORA EDUCACIONAL. JOSÉ SEBASTIÃO WITTER É PROFESSOR TITULAR NA ÁREA DE HISTÓRIA E PROFESSOR EMÉRITO PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) 35