Edição de Outubro 2009 em PDF, AQUI

Transcrição

Edição de Outubro 2009 em PDF, AQUI
Ilha Capital
Jornal
Paulo Marx,
o novo
presidente
da FIESP
O nanico que incomoda
Ano VI - Número 61 - Florianópolis, Outubro de 2009
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
O Rio Vermelho reage
Cacá Menéia
As águas
vão faltar
Página 6
www.ilhacap.com.br
Fotos: Paulo Simões
Foto: Api Nery
A água escorre pro
centro da terra e evapora
para o céu... e some pra
sempre.
O Au-Auschwitz
continua!
Página 3
Moeda Verde
O processo
como pena
Técnicos da FATMA pedem
indenização à União.
Central
Música
Gaúchos no
Grammy Latino
Os Serranos e Tchê
Guri estão entre os
indicados ao prêmio
2009
Página 12
Tecnologia
Que
geringonça
é essa?
Professores do
SENAI/SC criam
controle remoto industrial
Página 13
Rosa canina
A graça e beleza de uma planta
temperamental e
implacavelmente
protetora de seu
espaço!
Página 16
No dia 28 de setembro, mais uma vez
o trânsito amanheceu perigosamente estrangulado na esquina da servidão Altino
Manoel Claudino, junto a uma das curvas
mais acentuadas da Rodovia João Gualberto Soares, Rio Vermelho, ligação entre
Ingleses e Barra da Lagoa. Mas - enfim!
- foi o último dos colapsos no local, pelo
entupimento crônico de uma tubulação
nas proximidades. Causa do problema?
Anos de omissão do Deinfra.
Imediatamente comerciantes e moradores das imediações obstruiram - com
restos de móveis, galhos de poda, madeiras e coisas do gênero - o pouco que
restava da pista. Em minutos armou-se a
confusão entre motoristas querendo passagem e protestantes decididos a levar sua
atitude às últimas consequências, perante
o cacoete das autoridades: só atendem reivindicação debaixo de grito e quebra-quebra. E o povo, se sai do sério, transforma
até velório em quermesse.
Não tardou a aparecer a tropa de choque policial que, afinal de contas, constatou que o grande caos do tráfego era mesmo devido ao alagamento. Convocado, o
Deinfra compareceu, constatou o óbvio
e comprometeu-se a resolver o problema
imediatamente, o que foi feito nos dias seguintes. Faltaram apenas alguns arremates: pelo Deinfra, uma manta de asfalto no
acostamento; pela Prefeitura, ajustes na
boca da rua. Tá.
Agora, a adrenalina anda instigando
novamente os maus bofes da população,
em outro ponto da rodovia, num trecho
entre duas servidões diante de um mercado, junto ao Muquem. Onde a empresa
Pavicon, contratada da Prefeitura, abriu
uns rombos para instalar tubulações, a
buraqueira adonou-se de meia pista e as
máquinas da empresa foram pro conserto
justo agora.
A contagem regressiva já começou.
Foto: Paulo Simões
No dia 24 de setembro fez um ano da sentença do juiz Hélio do Valle Pereira, da Vara
da Fazenda Pública, determinando a interdição do canil, instalado por uma ONG no Rio
Vermelho em setembro de 2003, permitindo
a manutenção no local de apenas cinco cães.
Eram cerca de cem animais em precaríssimas
condições. Ele deu prazo de 120 dias para que
a Prefeitura abrigasse o plantel remanescente
em canil público, sob pena de multa semanal
de R$10 mil, sobre o patrimônio pessoal do
prefeito e do secretário de Saúde, aos quais
se subordina a Coordenadoria de Bem-Estar
Animal, criada em 2005 por Dário Berger.
Para desobediência por parte das pessoas físicas que mantém o canil - proprietário do terreno e idosa que lá reside - a punição é multa
semanal solidária de R$300,00.
O caso foi assunto de matérias no Jornal
Ilha Capital: junho/08 - “Qual bem-estar e
de quem” (www.ilhacap.com.br/edicao_junho08/bem_estar_animal_jun08.html);
outubro/08 - “Prefeitura de Florianópolis é
condenada” (www.ilhacap.com.br/edicao_
outubro08/bem_estar_animal_out08.html).
Os vizinhos do local denunciam que o
canil nunca foi desativado e que há lá cerca
de 40 animais; que agora há também um
chileno residindo com a idosa; que diversos
veículos continuam levando animais para lá;
que existe um buraco camuflado no muro,
nos fundos do terreno, por onde os cães são
“sumidos” temporariamente, um pouco antes
de fiscais aparecerem.
Leia mais na
próxima edição
2
Ilha Capital
- Florianópolis, Outubro 2009
Canasvieiras
Rio Tavares
Carta do leitor
Senhores,
Agradeço pela presteza em que no prazo certo me entregam as edições do Ilha
Capital. Eu o leio todo. Jornal valente!
Talvez expondo através de suas páginas, sejamos atendidos no que há muitos
anos reclamamos:
1 - Limpeza da praia por varredores.
2 - Simples colocação de pranchões
para atravessar os canais pútridos, de
afluentes à nossa praia. São quatro locais
de despejo de latrinas que temos que atravessar, crianças e adultos enchendo os
calçados de dejetos. E muitos contribuintes a banharem-se nessas águas fétidas.
3 - Proibir em definitivo os jogos de
bola, desde frescobol, futebol, vôlei, tênis. Existe lei há 12 anos, que nunca foi
observada. Usam ATÉ AS PLACAS DE
ADVERTÊNCIA COMO REDE! Impunidade, desrespeito aos mantenedores, os
proprietários na região.
Se houvesse um fiscal, com indumentária de fiscal da Prefeitura, que de bicicleta fizesse um roteiro diário na praia,
por certo coibiriam os abusos, praticados
por farofeiros e por muitos argentinos, denominados por outros, não por mim, de
HERMANOS.
Recolher os materiais dos jogos já ajudaria em muito e imporia respeito. Se não
sustarem isso de vez, só aumentarão as
discussões e brigas, o DESCONFORTO
com a falta de consideração desses ele-
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mentos que atormentam os contribuintes
fixos.
4 - Animais na praia. Uma turminha,
sempre a “passear“ na praia. Tenho quatro
cães mas jamais os levaria à praia para as
suas necessidades fisiológicas. Isso já inicia às 7:00 diariamente. Vejam por sí. É
outra transmissão de doenças.
5 - Barcos a motor, jet skies, barcos à
vela, caiaques manejados por inexperientes, pondo em risco os banhistas.
Convenhamos, se nossos eleitos nada
disto considerarem, não os reelejamos.
Simples assim.
Isto posto, mesmo que esta seja publicada, duvido que alguma atitude será
observada de parte da Prefeitura, e demais
órgãos estaduais e federais, mesmo que
nosso atento Ilha Capital interfira: já reclamo tudo isto há algumas décadas. Incompertência? Negligência? Desrespeito
ao contribuinte? Sei lá. Só sei que é pouco
o que necessitam fazer para nos permitir,
aos contribuintes, um sossego civilizado
em nossa praia. Afinal, pagamos impostos
para quê? Pros hermanos? Cães? Sujeira?
Poluição sonora? Barcos fora dos limites?
Iniciemos, preparemo-nos, agora
também com máscaras em nosso próximo
período de férias. Convenhamos. Civilidade, respeito higiene, são inerentes ao
convívio social. Cada um faça sua parte
para dar certo.
Mauricio Schmidt
Agruras e prejuízos
no asfalto sonrisal
N
o início da noite de quinta, 1 de outubro, o motociclista Sidmar Marques
Dias pilotava pela Rodovia Antônio
Luiz de Moura Gonzaga, no Rio Tavares,
sob chuva intensa e iluminação pública e
sinalização precárias.
Quando deparou-se com o enorme buraco camuflado em uma poça d’água sobre a
pista de rolamento, pouco havia que pudesse
fazer para evitá-lo. Apenas firmou desesperadamente a direção da sua Yamaha Fazer
250cc, evitando perder o controle e chocarse de frente com os veículos que vinham em
sentido contrário.
O impacto entortou e abriu o aro das rodas, furando os dois pneus da Fazer. Em contato com a Policia Militar (190) e o Corpo de
Bombeiros (193), Sidmar foi orientado a chamar a Polícia Rodoviária. Enquanto aguardava o comparecimento dos policiais, um Fiat
Pálio colidiu na motocicleta, provocando
outros danos. Eram quase 20h30min quando
registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia da Lagoa da Conceição, depois de deixar
o veículo para passar a noite em uma bor-
racharia nas proximidades do acidente. No
dia seguinte, o veículo foi guinchado para
conserto em uma oficina autorizada.
Restou à vítima entrar com ação por
perdas e danos contra o órgão estatal responsável, por causa das agruras e prejuízos
sofridos no asfalto sonrisal de Floripa. É,
sim. Asfalto sonrisal: que dissolve na água.
Ingleses
Monitoramento por câmeras
O Conseg Ingleses/Santinho está convidando toda a sociedade civil, e em especial a sua classe empresarial, para importante reunião a ser realizada no Praiatur
Hotel (frente ao Mercado Colina), dia 28
de outubro, quarta-feira, às 19:30 horas.
Na ocasião, será lançado o projeto de monitoramento por câmeras do balneário.
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Ilha Capital
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- Florianópolis, Outubro 2009
Charge do
Coluna da
www.sponholz.arq.br/
Cacá Meneia
E as água vão faltar!
Ó
Ria que é de graça
A Diferença Entre o
Correto e o Justo
Dois juízes se encontram na portaria
de um motel, um com a esposa do outro.
Constrangido, um deles diz:
- Boa noite, Excelentíssimo colega,
acho que o CORRETO seria que trocássemos nossas acompanhantes.
Prontamente o outro responde:
- É claro que seria o CORRETO,
meu nobre colega, entretanto, não seria
JUSTO, pois eu estou chegando e o senhor está saindo...
Cãozinho de Estimação
A professora chama o Joãozinho para
uma conversa.
— Joãozinho, lembra que eu mandei
escrever uma redação com o tema “meu
cãozinho de estimação”?
— Lembro sim, professora! Eu caprichei na minha.
— Caprichou, é? Acontece que a sua
redação está igualzinha à da sua irmã.
— Lógico, professora! É o mesmo
cachorro!
i, ói, ói, que sê manezinha às vegi
dói.
Sou só uma manezinha do Norte da
Ilha, nascida e criada no Rio Vremeio, com
muita difilcudade de entender as côsa nesse
mundo de Meu Deus!
Só agora é que começo a saber um pudê
de côsa magi sobre a Operação Moerda
Vredi. Por inzemplo: porque é que a encelhentícima apercuradora dotôra Naluz, do
Mistério Púlbico Federáli, vira e mexe bota
a Poliça PF pestista a prindê os menino
da Fátima do governadôri Luiz Eu Rico
pemedebista, mais uns empreendedor bandido desses que tem aos monte por aí, de
todos partido e de nenhum deles ao mesmo
tempo. Mofas cá pomba na balaia!
Osvi dizer que é por causo de que ela
arrecomenda, arrecomenda, arrecomenda...
e os malino só desobedece. Eles desacatam
a encelhentícima apercuradora e ficam
teimando em cumprir as lei que tão tudo
errada.
Aqui no Rio Vremeio ainda vai dar
côsa! A Operação Moerda Vredi foi porque
a encelhentícima apercuradora se cansou-se
de arrecomendar pros menino da Fátima
não dar mais licença pros empreendedor
com empresa empreender empreendimento
de luxo pros ricaço aqui na nossa periferia
da Ilha. Ora essa! Vai ver, a encelhentícima
arrecomenda isso porque arreceia que no
futuro as água vão faltar no amado aqüífro pra’bastecer as residença das servidão
clandestina empreendida pelos empresáro
loteador sem empresa.
A concorrença dos empreendedor com
empresa contra os empresáro loteador sem
empresa é desleal. E uma grande injustiça
social, que não paga a pena, ô. Porque em
cada terrenão empreendido pelos empreendedor com empresa, por inzemplo, cabe
uns 10 lotezinho daqueles da servidão
Beira Rio, naonde dijaôje os bico dos carros nas garage ficam na calçada. E naonde
[email protected]
tem um palacete daqueles de ricaço, cabe
umas 20 meia-água, tipo assim, alquitetura
Travessão, com laje pra çurrasco e tudo,
dás um banho!
Ô, mô quirido: no mô fraco modi
pensar, ali naonde tem o Residencial Rediparke, por inzemplo, cabia cinco Faixa
de Gaza inteirinha. Faixa de Gaza, gente!
Aquele lotamento naonde nem a poliça
entra dinoite (nem didia), que fica entre a
sevridão Dazorquídia e o condominho Rio
Vremeio, naonde mora o rapagi aquele não tem? - que era da Ufeco.
E o campo de golfe do seu Marcão dos
Mato, ô mô pombo? Nazágua dos laguinho
dá pra fazer umas quantas criação de lambari pr’alimentar todas comunidade carente
na volta. E ainda dá pra separar um lago só
pra muierada lavar louça, enxaguar roupa
de montão e dar o banho semanáli nas cria!
Pensando bem... naqueles pasto tãaaao
vredinho cabem uns 30 campo de várzea
pra distrair o macharedo no seguro desemprego, enquanto as muié tão nas faxina
nos palacete em Jurerê Internacionáli e os
menino maiorizinho limpam jardim lá no
Cacupé: é que na periferia do Rio Vremeio
é arrecomendado não ter ricaço. Porque
eles consumem água dimaji da conta... Ô,
ô! Vinhas tão bem, ô mô quirido!
Dijaôji, por causo do aquecimento globáli, o ciclo das água também se
amodernoizou. As gelera aderretida vão
transbordar o mári e as praia vão inundar a
Ilha. Mas as água vão escorrer pro aquífro
e se escafeder-se no centro da terra pra
nunca máji, tás tolo? E as nuve de evaporação vão subir, subir, subir pro céu, que
nem o padre dos balão. Só que o cadávre
dele até choveu de volta. Mas as nuve com
as nossas água? Essas vão se avoar-se céu
afora e nunca máji vão voltar!
E as água vão faltar no Norte da Ilha,
arreparassi?
Ói, ói, ói, que sê manezinha às vegi dói.
4
Ilha Capital
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- Florianópolis, Outubro 2009
Comportamento
U
Os brasileiros são mesmo assim?
ma lista de gestos e/ou atitudes circula há meses
pela Internet, sem autoria determinada, como
sendo notórias características comportamentais
da população brasileira, independentemente de
classe social. Pequeno ou grande, isolado ou em conjunto, cada item da lista configura algo que uma leitora do
Ilha Capital identifica objetivamente como a ausência de
“pedigree” que predomina no povo deçepaíz.
Submetemos o questionamento genérico ao exame de
consciência de cada leitor, deixando a pergunta em aberto: Os brasileiros são mesmo assim?
Saqueiam cargas de veículos acidentados nas estradas. Estacionam nas calçadas, muitas vezes até debaixo
de placas proibitivas. Estacionam ocupando o lugar de
dois (ou mais) veículos. Subornam ou tentam subornar
quando são pegos cometendo alguma infração. Trocam
votos por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentaduras, “regularização” de irregularidades. Falam ao
celular enquanto dirigem seus veículos. Trafegam pela
direita nos acostamentos em meio a um congestionamento. Param em filas duplas, triplas, em frente às escolas. Violam a lei do silêncio. Dirigem após consumir
bebida alcoólica. Furam filas nos bancos, utilizando-se
das mais esfarrapadas desculpas. Espalham mesas e
Q
churrasqueira nas áreas de passagem das pessoas. Pegam atestados médicos sem estar doentes, somente para
faltar ao trabalho. Fazem “gatos” de energia elétrica, de
água e de TV a cabo. Registram imóveis em cartório por
valores bem abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, apenas para pagar menos impostos. Compram recibos para abater gastos na declaração do IRRF e pagar
menos imposto. Mudam a cor da pele para ingressar na
universidade através do sistema de cotas. Quando viajam a serviço pela empresa, se o almoço custou R$ 10,
Um crime
que compensa
ue o Brasil é o país da impunidade,
estamos cansados, quase mortos, de
tanto saber.
Que nossa lei é frouxa e mesmo quando pune, pune brandamente, quase não
punindo, idem.
Mas agora surge uma figura anda mais
escabrosa e eu não sabia: a do delito premiado, torpedeando para sempre o velho
adágio de que o crime não compensa.
Está lá, no Código Penal, capitulado
como crime, o furto de energia elétrica:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos,
e multa.
(...)
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a
energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
A notinha aí do lado foi escaneada da
revista IstoÉDinheiro de 30/09/2009, página 24, coluna de João Dória Jr.
Aqueles que furtam energia elétrica através dos chamados gatos, ganham
uma geladeira nova para regularizar sua
situação.
É possível que economicamente a medida seja vantajosa às distribuidoras. Mas
é deplorável, até sob este aspecto, que se
premie alguém por ter praticado crime e
para que deixe de praticá-lo.
É a subversão da pena, que deixa de
ser punitiva e pretensamente recuperadora e passa a ser recompensatória. E incentivadora.
É um desrespeito aos que pagam pela
energia elétrica que consomem, pagam
pela energia elétrica dos que a furtam e,
agora, pagam as geladeiras que premiarão os ladrões que não pagaram e que,
Ilton C. Dellandréa
certamente, pagarão por algum tempo e
depois voltarão a furtar para, talvez, ganhar uma nova geladeira.
E, principalmente, é uma confissão
cabal da estupidez do Estado, incapaz
de combater o crime – sua obrigação
constitucional, no caso –, e que por isto
prefere, através de concessionárias, libar com criminosos e punir, ainda que
indiretamente, aqueles que cumprem
suas obrigações.
Qualquer que seja o enfoque, não dá
para fugir da constatação de que o bandido ganha um prêmio e a vítima paga o
pato, digo, o gato.
O autor é juiz aposentado
e titular do blog dellandrea.zip.net/
U
pedem nota fiscal no valor de R$ 20. Comercializam
objetos doados em campanhas por ocasião de catástrofes. Estacionam em vagas exclusivas para deficientes.
Adulteram o velocímetro do carro para vendê-lo como
se fosse pouco rodado. Compram produtos piratas mesmo tendo plena consciência de que são piratas. Substituem o catalisador do carro por um que só tem a casca.
Diminuem a idade do filho para que este passe por baixo
da roleta do ônibus sem pagar a passagem. Emplacam
o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
Frequentam caça-níqueis e fazem uma fezinha no jogo
de bicho, que são ilegais. Levam, das empresas em
que trabalham, pequenos objetos como clips, envelopes, canetas, lápis, como se isso não fosse um roubo.
Comercializam o vale-transporte e o vale-refeição que
recebem das empresas em que trabalham. Falsificam
tudo, tudo mesmo. Só não falsificam o que ainda não foi
inventado. Quando voltam do exterior, nunca dizem a
verdade quando a Alfândega pergunta o que trazem na
bagagem. Quando encontram algum objeto perdido, na
maioria das vezes não devolvem...
E, assim, fica no ar a pergunta: Pode sair das urnas
de um “colégio eleitoral” com essas características, algo
muito melhor do que a classe política que aí está?
Companheirada
rouba até deficientes
m acórdão do dia 2 de setembro
do Tribunal de Contas da União
(TCU), publicado na sexta-feira,
11, no Diário Oficial, determina que
sejam devolvidos aos cofres públicos
cerca de R$ 680 mil desviados por duas
instituições comandadas por ex-presos
políticos do regime militar e fundadores
do PT, ex-reserva moral da Nação e atual Partido do Trambique: o Ministério
da Justiça do trotskista Tarso Genro, e
a Secretaria Especial de Direitos Humanos, cujo titular é Paulo Vannuchi, que
foi diretor da ONG Instituto Cidadania
do Lula.
O desvio de verba foi executado através de fraudes em diversos contratos
de promoção beneficiando a empresa
Aplauso Organização de Eventos que,
em apenas três anos, recebeu a bagatela
de R$ 51 milhões do governo do apedeuta - perto de R$140 mil reais por mês. A
empresa também está sendo investigada
pelo TCU e pela Controladoria-Geral
da União (CGU) por fraudes em eventos promovidos por outros ministérios,
inclusive um “encontro sobre corrupção
e lavagem de dinheiro”. Vai ver, o curso
era de especialização.
O acórdão do TCU revela, entre outras coisas, que em uma conferência sobre direitos da criança e do adolescente,
o Ministério da Justiça desembolsou R$
38,4 mil no aluguel de 1,2 mil cadeiras
de restaurante, sem nenhuma mesa para
acomodar os assentos e sem qualquer
previsão de refeições.
Em seminários das polícias Civil e
Militar foram alugados computadores
nunca usados e muito mais vans e ônibus
do que o necessário para a quantidade de
deslocamentos dos participantes, em datas que não coincidiam com as atividades
do evento.
No “encontro sobre corrupção e lavagem de dinheiro” o TCU constatou que
o pagamento do material didático e de
escritório foi excessivo, em relação ao
número de participantes. A mesma constatação foi feita em eventos sobre segurança pública e sobre defesa do consumidor, destinados à defensores públicos.
Em auditorias na Secretaria de Direitos Humanos, a decisão do TCU revela que, três anos atrás, R$ 161 mil dos
cofres públicos foram entregues para a
Aplauso, supostamente para pagamento
de 963 diárias de hotel para participantes
da Conferência Nacional dos Direitos da
Pessoa com Deficiência. As diárias não
foram utilizadas.
Além disso, a Aplauso recebeu R$ 9,6
mil para 600 cafés da manhã que nunca
foram servidos, mais R$ 70 mil para
custear almoços e jantares, que não aconteceram. No mesmo evento o TCU constatou superfaturamento de R$ 214 mil no
aluguel de um clube em Brasília.
Os ministros do tribunal deram 15
dias para os recursos serem devolvidos
ao Tesouro Nacional.
Andrea Corbucchi, diretora da Aplauso, é casada com o fotógrafo italiano Mike
Ronchi, credenciado da Confederação
Paraolímpica Brasileira para a cobertura
da Paraolimpíada de Atenas 2004, evento
mundial de atletismo para deficientes.
Ronchi também obteve patrocínio das
Loterias Caixa, da Caixa Econômica Federal, para a realização do livro Paraolímpicos – Os Deuses de Atenas 2004, com
as fotografias feitas durante as provas.
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Ilha Capital
- Florianópolis, Outubro 2009
5
6
Ilha Capital
Carreira mal iniciada
Editorial
Aristoteles Drummond,
vice-presidente da Associação Comercial/RJ
A vaidade, a ambição e o deslumbramento levam esse dirigente
empresarial e, infelizmente, outros
em estados diversos, a correrem
para legendas alheias ao interesse
empresarial, por mais respeitáveis
Nanico, sim.
Covarde, não mesmo!
O Jornal Ilha Capital às vezes se sente
um pouco como Honduras, aquele pequeno
e pobre país da América Central, que vem
dando um exemplo de gigante ao resto do
mundo. Aparentemente encurralado por forças
descomunais, Honduras ousa reagir contra
o bolivarianismo chavista que, reunido no
Foro de São Paulo - comandado pelo chefão
Lula da Silva a serviço de seu amigo Fidel - e
sustentado por traficantes de drogas e armas,
tenta por todos os meios tornar-se poder
hegemônico na América Latina. Está aí a
guerra civil “sutilmente” instalando-se no Rio de
Janeiro, que não nos deixa mentir!
Há nesse sentimento muita petulância de
nossa parte, reconhecemos. Mas é verdade,
também, que não poucas vezes nesses cinco
anos fomos assediados e acossados por forças
e poderes aparentemente intransponíveis
através dos quais, afinal de contas, acabamos
passando sem maiores danos, mas com muita
firmeza, exatamente porque produzimos um
jornal assumidamente nanico mas nem por isso
um jornal covarde.
O nanico defende o liberalismo econômico
e a livre iniciativa e tem uma empresa por
trás de si. Muito pequena, também, e onde se
reconhece que é praticamente impossível de
ser eliminada, no capitalismo, a existência de
empreendedores-predadores dados a práticas
de concorrência desleal, dumping e outros que
tais, geralmente para a formação de monopólio.
Nosso sentimento é de que, nesse cenário,
não há nada melhor a fazer do que manter a
linha e a coerência, e ir aprendendo a ficar à
distância segura dessas distorções.
É o que tentamos ir fazendo. Mas, que
ninguém se engane, não apenas na medida do
possível, como, muito antes ainda, somente na
justa medida do aceitável.
Paulo Simões
Ilha Capital
Publicação: Conta Comigo Serviços
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Diretor Responsável: Paulo Roberto Simões - DRT 02291SC
Produção de Textos: Maria Aparecida Nery - DRT 2284SC
Produção Gráfica: Paulo Roberto Simões
Tiragem: 8.000 exemplares
Impressão: Diário Catarinense
Cartas para email:
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- Florianópolis, Outubro 2009
que sejam. É fácil de imaginar o
clima de perplexidade entre os industriais ao verem o seu representante máximo se comprometendo a
defender um programa de socialização dos meios de produção.
O
Sr. Paulo Skaf, pelos
caprichos do destino, da
vaidade e da atual pobreza de quadros nos meios
industriais paulistas, com vocação
para herdeiros de Roberto Simonsen, chegou à presidência da
FIESP. E agora acaba de demonstrar uma adesão inquestionável a
esta América Latina que vivemos,
a este Brasil do oportunismo, da
omissão, do carreirismo. Assinou a
ficha do Partido Socialista Brasileiro, que abriga homens públicos
da melhor qualidade, mas que é
socialista. A FIESP deveria ser
(ou é, apesar de Skaf) a casa do
capitalismo, do desenvolvimento,
do empreendedorismo, do respeito
à livre empresa, ao papel político e
social do empresário.
Ao assumir, o sr. Skaf já mostrou seu distanciamento daquilo
que sempre foi, e ainda é em
muitas entidades, graças a Deus, o
sentido de missão da função. Esta,
é bom lembrar, é de idealismo e de
prestação de serviços à causa da
presença empresarial no processo
de afirmação econômica de nosso
país. Colocou logo como seu vice,
o sr. Benjamin Steinbruch, herdeiro do grupo criado por seu pai, tios
e sócios. E tem o gosto especial
de crescer com base no crédito
oficial, a trocar ações com sócios
com os quais se desentendeu com
recursos de bancos oficiais que
deveriam ser destinados ao financiamento da produção, como
no célebre (e escandaloso) caso
CSN x Vale. Aquela montanha de
dinheiro, generosamente colocada
pelo governo anterior para resolver
a pendência entre empresários, não
serviu nem ao desenvolvimento
nem ao social. Além disso, o sr.
Steinbruch costuma confundir
camaradagem de tempos de mocidade com compromisso público e
tem como o político mais próximo
de si, e das doações de sua empresa, um senador de esquerda,
que costuma ameaçar atitudes de
independência com duração de 24
horas.
A política paulista sempre
Simões
deu espaço a empresários, que
se destacaram na coerência e no
esforço de evitar que o Brasil tivesse uma economia mais fechada,
mais dirigida e mais onerada sob o
ponto de vista fiscal e burocrático.
Além do referido Roberto Simonsen, Herbert Levy, Horacio Lafer,
Brasílio Machado Neto, Auro
Moura Andrade, Pereira Lopes,
Cunha Bueno, Olavo Fontoura,
Paulo Abreu, os ex-presidentes da
Associação Comercial Paulo Maluf e Guilherme Afif Domingos e o
assessor da entidade Delfim Netto
estiveram no Congresso defendendo o capitalismo; não o socialismo. Outros prestaram serviços
aceitando funções públicas, como
Olavo Setúbal.
Agora, a vaidade, a ambição
e o deslumbramento levam esse
dirigente empresarial e, infelizmente, outros em estados diversos,
a correrem para legendas alheias
ao interesse empresarial, por
mais respeitáveis que sejam. Mas
são partidos com programas que
devem ser conhecidos e lidos. O
Socialista o é já no nome; o PPS
tem orgulho de suceder o Partido
Comunista Brasileiro e recebe
empresários que, no passado,
eram conhecidos por “inocentes
úteis”; o PV prega restrições de
toda ordem ao empreendedorismo,
em nome do meio ambiente. Tudo
seria normal, concebível dentro do
pluralismo, se a credencial desses
senhores não fosse exclusivamen-
te o fato de serem dirigentes de
entidades patronais ou donos de
empresas de grande porte e conhecidas.
É fácil de imaginar o clima de
perplexidade entre os industriais
ao verem o seu representante máximo se comprometendo a defender um programa de socialização
dos meios de produção. E, com
isso, a tolerância com as greves,
a defesa do estado-empresário
e outros conceitos, que embora
válidos no processo democrático,
não atendem evidentemente aos
interesses nacionais como entendidos pelos empresários. Um
homem do agronegócio não é um
predador por vocação, mas pode
desmatar para plantar, para criar,
para produzir, gerar empregos,
riquezas, divisas e contribuir para
os cofres da Nação. No entanto, se
depender dos partidos de esquerda, os impostos seriam maiores, a
legislação trabalhista mais liberal,
a burocracia mais enlouquecedora
e o Brasil mais atrasado.
Certamente o sr. Skaf, que é
candidato a um cargo eletivo no
próximo ano, não deve contar nem
com os votos nem com as doações
de campanha dos seus companheiros de FIESP. Terá de buscar novos eleitores e gastar de seu bolso.
Empresário só doa para esquerda
quando esta está no Poder, por
pressão de contratante de bens ou
serviços que vende ao Estado.
O grande serviço que presta o
sr. Skaf aos industriais paulistas
é que, depois dessa opção, dessa
aliança, certamente a escolha de
seu sucessor será rigorosa. Afinal,
o empresariado vive um momento
delicado, sob ameaças de propostas esquerdizantes, quando não
da pressão física dos que estão
organizados para a ocupação de
instalações produtivas ou para
impedir investimentos na infraestrutura. Que Roberto Simonsen,
lá de cima, nos proteja!!!!!!!
Fonte: Diário do Comércio
da Associação Comercial SP
www.dcomercio.com.br/
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Ilha Capital
- Florianópolis, Outubro 2009
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Ilha Capital
- Florianópolis, Outubro 2009
www.ilhac
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Operação Moeda Verde
O processo como pena
Técnicos da FATMA querem indenização da União
Q
uatro técnicos da Fundação de Meio
Ambiente de Santa Catarina (FATMA), ingressaram com ação contra a
União. Eles pedem indenização por
danos morais e materiais no valor de R$800
mil, decorrentes de graves falhas na operação
policial denominada Moeda Verde, realizada
pela Polícia Federal em maio de 2007.
Na petição inicial da ação, que deu entrada em dezembro do ano passado e corre
na 2a Vara Federal de Florianópolis, a advogada Rode Anélia Martins denuncia que os
servidores Marli Joner da Silveira, Mário Altamiro Vieira Alano, Heriberto Hülse Neto
e Newton Luís Cascaes Pizzolatti foram
indiciados por supostos crimes ambientais
e formação de quadrilha, sem nunca terem
sido convocados a depor na PF sobre os fatos
denunciados - direito assegurado na legislação. Além disso foram submetidos à exposição excessiva e abusiva com a quebra ilegal
do sigilo. O sigilo é uma das características
precípuas do inquérito policial. O vazamento
foi praticado pela própria PF, que de forma
pública e notória o tempo todo repassava informações à imprensa sobre os meandros das
investigações e o andamento da formatação
do inquérito. Segundo a petição, os autores
da ação só tomaram conhecimento de que
Maria Aparecidas Nery
estavam indiciados através da mídia.
Rode Martins diz que os servidores ainda
não foram denunciados, e acredita-se que isso
não ocorrerá, mas que a repercussão da imprensa foi muito grande e ensejou “um verdadeiro
julgamento público com a condenação prévia”
dos indiciados que maculou sua credibilidade.
A advogada ressalta, por outro lado, que a
autoridade policial sequer conseguiu definir
em quê exatamente consistiu o crime supostamente praticado por seus clientes. O que
se constata no inquérito, acusa Rode, é uma
simples divergência técnica entre os servidores da FATMA e o técnico Jorge Cravo, do
Ministério Público Federal. Longe de configurar o delito, na hora de basear convicções
restou assentado no inquérito a prosaica dúvida que assaltou a expertise da autoridade
policial, que limita-se, então, a sugerir duas
hipóteses para justificar o indiciamento dos
funcionários da FATMA: pode ter havido
“omissão” ou pode ter havido “falseamento”
de dados. A depender de que, um ou outro,
não fica esclarecido.
MPF versus FATMA
Segundo os termos da ação indenizatória, no Relatório de Vistoria emitido pela
equipe da FATMA que motivou o indiciamento, a posição dos acusados é favorável
à implantação do empreendimento Il Campanário (foto), do Grupo Habitasul, e à manutenção de licenças já expedidas, haja vista
que não havia óbice legal ao empreendimento. Além disso, o Relatório estava amparado
em farta documentação, cujas cópias foram
agora anexadas como provas no processo
contra a União: laudos de experts, pareceres
jurídicos, decisões judiciais anteriores - tanto em ações civis públicas como ordinárias
-, Termo do Acordo entre o MPF (autor do
pedido de instauração da Operação Moeda
Verde) e a FATMA, e decisão do Ministério
do Meio Ambiente, atestando a inexistência
de Área de Preservação Permanente (APP)
na área do Il Campanário. Toda a documentação corrobora o entendimento dos técnicos
da FATMA, comprovando que não houve
omissão, falseamento e muito menos qualquer delito. Com base nesses documentos,
contraditória e questionável, para a advogada, é a posição divergente do funcionário do
MPF, desfavorável ao empreendimento.
Na outra acusação do inquérito, a emissão
do parecer que subsidiou a licença do Loteamento Jardim Rio Vermelho, da empresa
Fiori Empreendimentos Imobiliários Ltda.,
foi denunciada como um “ilícito” e razão do
indiciamento policial de um dos quatro técnicos. O motivo: desacato a uma recomendação do Ministério Público Federal para que
a FATMA não licenciasse mais ocupação na
área, por “receio de dano ao aqüífero dos
Ingleses”, pois a ampliação do consumo de
água na região poderia vir a comprometer o
abastecimento público feito pela CASAN. A
própria CASAN, no entanto, já havia dado
a viabilidade de abastecimento para o empreendimento. O inquérito da PF também
invocou uma inexistente Portaria da FATMA
restringindo licenciamentos naquela região
do Rio Vermelho.
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Sem sigilo e
sem repercussão
Rode Martins relata o “verdadeiro ambiente de terror” criado para seus clientes
pela “atitude arbitrária da ré (União), por
meio da Delegacia Regional de Polícia Federal (DRPF)”, que mergulhou os técnicos
da FATMA num clima insuportável de desconfiança entre os colegas, de vigilância
constante e ausência de privacidade.
A advogada destaca, por outro lado, que
em função do episódio até mesmo membros
das famílias dos indiciados tentam evitálos, e que os filhos adolescentes, menores
de idade, de Marli Joner da Silveira foram
submetidos à grande humilhação, apontados
por colegas de escola como filhos de “uma
mãe corrupta, indiciada na Operação Moeda
Verde”. Marli, que é professora universitária,
também teve que cancelar palestras agendadas, em razão de sua honra maculada.
Rode Anélia Martins diz que a União foi
descuidada na condução da Operação Moeda Verde, tanto nas investigações como no
trato das informações. Isso resultou em grave violência contra os direitos dos servidores da FATMA, e teve para suas vidas profundas consequências morais e materiais.
Para ela, este é um exemplo muito claro de
como o processo, em alguns casos, pode ser
facilmente transformado em pena.
A ação de indenização dos técnicos da
FATMA contra a União tramita há quase
um ano, sob nº 2008.72.00.015074-0 (SC),
e há poucos dias teve a primeira audiência
marcada para abril de 2010. O processo não
corre em segredo de Justiça. Nenhum órgão
da imprensa, no entanto, interessou-se pelo
assunto ou mencionou o fato.
Ilha Capital
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- Florianópolis, Outubro 2009
Ufeco
Servidão Sol Poente (Tapera)
Tá bom assim ou
quer que
DESENHE?
O
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
rejeitou recurso da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias
(UFECO). A entidade havia recorrido ao
STJ, inconformada com a derrota acachapante que teve no Pleno do TJ-SC, em
novembro de 2007. Por 31 votos a 3 o
Tribunal catarinense havia julgado improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) da UFECO, que pretendia
a anulação de uma Lei Municipal que alterou o Plano Diretor do bairro Estreito.
O objetivo era impedir a ampliação do estádio Orlando Scarpelli, do Figueirense,
que viabilizaria a candidatura de Florianópolis como sede da Copa 2014. A UFECO alegou que as obras causariam danos
ambientais e urbanísticos na região.
Como o Supremo Tribunal Federal
(STF) também já havia rejeitado recurso
da entidade sobre o assunto, configura-se
o abuso do direito de demandar na Justiça,
numa insistência burra e flagrantemente
temerária, que futilmente ocupou o Poder
Judiciário desde meados de 2007.
A edição de outubro daquele ano do
Jornal Ilha Capital entrou no debate, re-
produzindo
declarações
do então presidente da
entidade, Modesto Azevedo, que resumiu tudo à
inconformidade da UFECO com “uma alteração de
zoneamento aprovada sem
estudos de impacto de vizinhança”. Ele denunciou
”as legislações que não ouvem a população” e disse
que “é preciso saber se as ruas comportam
o novo estádio do Figueira, se tem sistema
viário para isso”.
O Ilha Capital lembrou que nunca se
viu a Ufeco manifestar-se contra as leis
“ordinárias” de vereadores (ou seria o
contrário?) que “ouvem a comunidade” e
promovem verdadeiros festivais de alterações “extra-oficiais” no Plano Diretor
da cidade, batizando milhares de servidões clandestinas, “construindo” uma
cidade com mais 70% de ocupação sem
nenhum estudo de impacto, sem licença,
sem qualquer critério.
“Mais escandaloso ainda, é que entidades como a Ufeco e sua companheirada
preguem moral ecológica e urbanística estabelecidas nessas vias clandestinas com
“denominações oficiais”, inclusive sobre
áreas de preservação”, denunciou Maria
Aparecida Nery, citando alguns exemplos:
“Além da própria Ufeco, na servidão Sol
Poente (Tapera), a Aliança Nativa, na servidão Sodré (Lagoa), o Conselho Comunitário de Ingleses, nas servidões Mares do
Norte e Maria Emiliana, o Instituto SócioAmbiental Campeche, na servidão Vila
Harmonia, a Ong Apreender, na servidão
do Jornalista (Santinho), a ONG OSCIP
Luzes da Ilha, na servidão Silveira - favela do Siri.” Ela concluiu, perguntado:
“Havia sistema viário para tudo isso?”
10
Ilha Capital
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- Florianópolis, Outubro 2009
Para entender a natureza das ONGs
O
ngues, o leitor está cansado de
saber, são organizações não governamentais. E os ongueiros se
referem à sua duvidosa ocupação
como terceiro setor. Está claro? Não,
não está. Qualquer empresa, clube ou
associação também é organização não
governamental mas não é ONG. E, em
Economia, setor terciário é o conjunto de
prestadoras de serviços, tais como transportadoras, empreiteiras, bancos, armazéns, escolas, telefônicas, etc. Nenhuma
dessas pode ser classificada como ONG.
Por que, então, as entidades de agitação
política, de adoração da natureza, de
xumbregos com tribos indígenas ou de
proteção a bandidos se denominam organizações não governamentais, se esse
nome nada significa?
Para entender, o leitor tem de esquecer o Direito Civil e a Economia, e fixarse na origem e na real finalidade dessas
entidades. A origem está ligada à ONU. A
ONU é uma organização de nações unidas. Logo, os membros naturais da ONU
são os governos dessas nações. Mas em
1945, na elaboração da Carta das Nações
Unidas, incluiu-se no Capítulo X, artigo
71, um dispositivo que permitia à futura
Organização aceitar, nas reuniões e atividades do Conselho Econômico e Social,
algumas organizações não governamentais, com função consultiva. Na época
essas organizações eram poucas e respei-
A.C. Portinari Greggio
táveis, tais como a Câmara Internacional
de Comércio, a ISO, etc. Hoje a ONU tem
relações consultivas com mais de três mil
ONGs, grande parte das quais financiadas por governos, o que torna duvidosa
a sua condição de não governamentais, e
as outras são ainda mais duvidosas porque sustentadas por multinacionais, por
especuladores como Jorge Soros ou por
milionários lunáticos que, por vaidade,
abraçam causas e utopias.
O verdadeiro status dessas organizações na ONU não é nada consultivo.
Manipulando gigantescos esquemas de
marketing e mobilizando campanhas
mundiais de mídia – com fartíssima distribuição de verbas, propinas e jabaculês,
as ongues, em sociedade com a ONU, de
fato conseguem criar, modificar ou bloquear os itens da agenda política internacional, com muito mais efetividade do
que as morosas e protocolares burocracias governamentais.
Vemos, portanto, que a qualificação
não governamentais não tem nada que
ver com a legislação civil desse ou daquele país: é assunto da ONU.
E o tal terceiro setor? Para entendêlo, o leitor tem de colocar-se na pele dum
sociólogo ou antropólogo ou outro ólogo
qualquer, classificado na categoria dos
formados em filosofia, letras, humanas e
sociais – os nossos familiares fefeleches,
assim denominados em homenagem à
Aliança Nativa recorre
Os advogados da ONG Aliança Nativa, Clóvis Brisighelli Salles e Urbano Müller Salles Neto, entraram com
embargos de declaração contra a decisão proferida pelo juiz
Luiz Antônio Fornerolli, da Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, datada de 28 de agosto último. O juiz condenou
a ONG a, num prazo de cinco dias, exibir um conjunto completo de documentos que comprovem sua existência legal
e a regularidade de seu funcionamento. A condenação foi
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da USP, a FFLCH. Ao procurar
emprego, o fefeleche tem três opções: (1)
dar duro na empresa privada, (2) passar
num concurso e entrar para o governo ou,
a mais fácil e natural das três, (3) arrumar
emprego numa ongue. Entendeu agora
porque as ongues são o terceiro setor?
Não se trata de Economia trata-se das
escolhas dum fefeleche em busca de salário, prestígio e poder. E trabalho? Ora,
meu amigo...
Como a ONU só credencia 3.187 ongues e existem centenas de milhares delas
no mundo – só no Brasil, estima-se sejam
8.600 ongues – fica claro que o ongueirismo transbordou o âmbito da ONU e se
tranformou em imensa rede paralela de
redutos fefeleches. Mas não há separação
entre umas e outras. As acreditadas junto
à ONU são a elite, e as demais, aspirantes
a essa privilegiada categoria. Mas todas
jogam o mesmo jogo.
Que jogo?
A causa pode variar: crianças de rua,
índios, homossexuais, direitos humanos,
pastorais, fome, etc. Mas o propósito comum é concorrer com o governo, debilitá-lo, desmoralizá-lo e substituí-lo – tudo
sob o pretexto de trabalhar em “parceria”
com ele, usando as suas verbas.
Essa estranha convivência entre o organismo atacado e os parasitas que o devoram por dentro, é considerada natural e
prolatada em ação cautelar impetrada em abril de 2008 por
Maria Aparecida Nery e Paulo Roberto Simões, respectivamente produtora e diretor do Jornal Ilha Capital.
Maria Aparecida produz pesquisa sobre grupo de
ONGs com incisiva atuação “sócioambientalista” em
Florianópolis. Em setembro de 2007 foi feita uma
solicitação formal de vistas à documentação da Aliança
Nativa, que recusou-se atender o pedido. No entanto, a
ONG obteve do Ministério da Justiça o certificado de
OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, condicionado à comprovação de cumprimento
até desejável. No sistema constitucional
das democracias de massas, como a brasileira, as ongues são o poder paralelo,
não eleito, não previsto em lei, o governo de fato que, na visão dos juristas neoconstitucionalistas – os da constituição
cidadã de 1988 – seriam as vanguardas
do avanço político. Como a classe dos
fefeleches está presente tanto nas ongues
como no governo, a destruição da Nação
se processa como suicídio assistido.
Foi por esse motivo que o presidente
Putin, depois de livrar (parcialmente) a
Rússia das quadrilhas das privatizações
e da democratização da década de 1990,
fez baixar a lei de 10/1/2006, pela qual as
ongues em atividade no país foram obrigadas a publicar suas fontes de financiamento. Além disso, a lei permite que as
autoridades liquidem qualquer ongue que
representar “ameaça à soberania, à independência política, à integridade territorial, à unidade, às tradições culturais ou
aos interesses nacionais” russos. Prestem
atenção.
*O autor é Economista
Fonte: www.heitordepaola.com/
dos requisitos de transparência administrativa. Pelos
valores que constam no plano de ações da entidade,
estima-se que ela tenha movimentado cerca de R$ 3
milhões entre os anos de 2005 e 2008, em parcerias com
instituições e empresas.
Embargos de declaração é um recurso utilizado para
complementar ou esclarecer a decisão do magistrado, que
pode interromper a contagem do prazo para a interposição
dos outros recursos.
O presidente da ONG Aliança Nativa é o também
advogado Rodrigo Brisighelli Salles.
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Ilha Capital
Direto de 1560...
José Carlos Sepúlveda da Fonseca
Q
uem acompanha com assiduidade
a imprensa nota que, nos últimos
tempos, tem-se multiplicado o noticiário de cunho ambientalista. Os
pretextos são diversos para martelar uma
série de chavões que, à força de serem repetidos, vão ganhando foro de evidência.
Chavões que não passam muitas vezes
de verdades incompletas, de interpretações distorcidas, não raras vezes de afirmações científicas não comprovadas... ou
até mesmo de fraudes!
Aliás, tive oportunidade de analisar
uma dessas fraudes no post anterior, a
propósito da campanha publicitária elaborada pela DDB Brasil para a conhecida
ONG ambientalista WWF Brasil (Ambientalismo: arrombando consciências http://www.midiasemmascara.org/artigos/
ambientalismo/8561-ambientalismo-arrombando-consciencias.html).
Chuvas e enchentes
em S. Paulo
Há dias a cidade de S. Paulo foi acometida por fortes chuvas, ventos e trovoadas,
que causaram grandes enchentes e estragos, além de dolorosas perdas de vidas.
Imediatamente o noticiário trouxe à
baila as chamadas “mudanças climáticas”,
o “aquecimento global” e a ocorrência de
fenômenos climáticos extremos, fruto da
atividade humana. O ocorrido na capital
paulista seria comprovadamente um desses fenômenos!
Dando mais um passo nessa “lógica”
peculiar, o noticiário insistia na necessidade de mudanças drásticas nas atividades
das sociedades modernas, com o fito de se
resguardarem e conter os mencionados fenômenos climáticos extremos, acenando,
por fim, para a importância do encontro
das Nações Unidas sobre o clima, a realizar-se, em dezembro, em Copenhague.
Transformação de
fatos em “provas”
As chuvas e enchentes foram transformadas, de modo sutil, em “prova” incontestável das teses ambientalistas e da
necessidade de aceitar a agenda desses
grupos. Tudo com uma pátina “científica”.
Diante do impacto das imagens e do
noticiário, dos transtornos e prejuízos causados e da comoção suscitada por mortes
trágicas, como se deu em S. Paulo, é compreensível que os espíritos fiquem mais
predispostos a aceitar como evidentes,
sem o devido espírito crítico, as correlações e explicações ambientalistas, entretanto em nada comprovadas.
Antes de tudo porque a própria tese
científica do “aquecimento global” é seriamente contestada no meio científico. Para
11
- Florianópolis, Outubro 2009
muitos cientistas o planeta não esquentou
desde 1995 e há alguns que até defendem
estar ocorrendo um esfriamento global.
Segundo dados científicos, a década de 30
foi a mais quente do século XX (leia mais
em
http://ecologia-clima-aquecimento.
blogspot.com/2009/01/terra-est-esfriando-e-cientistas.html) e segundo dados oficiais de três importantes institutos a capa
de gelo polar Ártico cresceu 24% desde
2007 (leia mais em http://www.libertaddigital.com/ciencia/el-calentamiento-global-no-evita-que-el-hielo-artico-crezcaun-24-desde-2007-1276370704/).
Além disso, não há comprovação alguma séria e com fundamento científico
inequívoco de que fenômenos climáticos
extremos sejam causados pela atividade
humana.
Por fim, para haver fundamento na
afirmação de que tais fenômenos - como
as chuvas e enchentes de S. Paulo - são
realmente inusitados, jamais vistos e “manifestações climáticas extremas”, fruto da
mudança climática, é necessário comprovar que eles jamais ocorreram no passado.
Será mesmo assim?
Um relato revelador
É precisamente sobre este último ponto que me quero debruçar aqui, trazendolhes um curioso e revelador relato de um
passado bem remoto.
Tal relato foi reproduzido, neste último sábado (19.set.2009), pela jornalista
Sonia Racy, em sua página “Direto da
Fonte”, no jornal O Estado de S. Paulo,
em um box intitulado Direto de 1560, que
dá o título ao meu post. Convido-os a ler:
“Que sirva de consolo aos paulistanos:
o estrago das chuvas, as casas destelhadas
e inundações já atrapalhavam a vida no
planalto de Piratininga há quatro séculos
e meio, quando mal nascia a vila de São
Paulo.
Sabem quem o diz? A mais ilustre figura do lugar naqueles tempos, o padre
José de Anchieta. Numa carta de 1560 ao
geral dos jesuítas em Roma, Diogo Laínes, ele descreve um desses dias em que
“com os trovões tremem as casas, caem as
árvores e tudo se conturba”.
Não havia 4 milhões de carros, nem
semáforos apagados, nem lixo entupindo
as galerias. Mas as manchetes, se houvesse, seriam as mesmas de hoje.
Guardada no arquivo dos Jesuítas em
Roma, a carta veio a São Paulo em 2004,
para exposição da Associação Comercial,
pelos 450 anos da cidade. Remexendo
cópias do material, Guilherme Afif, hoje
secretário de Serra, acabou reencontrando
a preciosidade.
“Não há muitos dias”, narra Anchieta,
“de repente começou a turvar-se o ar, a
enevoar-se o céu”. O vento “abalou casas,
arrebatou telhados, arrancou pelas raízes
Não havia 4 milhões de carros,
nem semáforos apagados,
nem lixo entupindo as galerias.
Mas as manchetes, se houvesse,
seriam as mesmas de hoje.
grandíssimas árvores, de maneira que nos
matos se taparam os caminhos sem ficar
nenhum”.
Podia acontecer a qualquer momento. Pois “na primavera, que aqui começa
em setembro, e no verão, que começa em
dezembro, caem abundantes e freqüentes
chuvas (...). Há então enchentes dos rios e
grandes inundações nos campos”.
E o mais admirável, acrescenta, “é
que os índios, entretidos em seus beberes
e cantares, não deixaram de dançar nem
beber, como se estivesse tudo no maior
sossego”.
Hoje, o paulistano ainda dança. Só que
miudinho.”
Será que os fenômenos descritos pelo
Bem-aventurado José de Anchieta, tão
idênticos às tempestades destes dias, eram
fruto das emissões de CO2, do aquecimento global, do desmatamento, da extinção das espécies, etc., etc.?
Como dá facilmente para perceber, as
chuvas e enchentes destes dias nada têm
de inusitado, nem muito menos de “prova” das tão anunciadas catástrofes ambientais. Devemos prestar muita atenção
nas “evidências” e “conclusões” que nos
são oferecidas (ou, melhor, impingidas)
como incontestáveis.
Perigos
dos mecanismos
da propaganda
Continuo a achar que o perigo maior
não são os fenômenos climáticos, mas a
manipulação que em cima dos mesmos fazem certas correntes, com fins bem pouco
claros.
Vivemos na era da propaganda! E foi
com base nela e nas mentiras elaboradas
com seus possantes mecanismos que se
sustentaram e sustentam regimes políticos
despóticos e assassinos.
Por isso acho que devemos tomar
cuidado para não repetir insensatamente
e sem conhecimento de causa falsidades
com foros de “evidência”, tornando-nos
assim “inocentes úteis” a serviço de interesses escusos dos que utilizam a fraude
como método.
Que nos valha esta advertência vinda
desse longínquo ano de 1560!
http://www.midiasemmascara.org/
12
Ilha Capital
Gaúchos no
Grammy Latino
O
s álbuns dos grupos de música regional
gaúcha Os Serranos e Tchê Guri foram
indicados ao Grammy Latino, na categoria Best Native Brazilian Roots. A categoria de música de raiz foi criada especialmente para o Brasil e os outros indicados são o
o violeiro caipira Mazinho Quevedo (SP),
o cantor sertanejo Daniel e o híbrido Grupo
Tradição (MS). A festa de entrega dos gramofones dourados será realizada no dia 5 de
novembro, em Las Vegas (USA).
As indicações são inéditas e constituem
um marco no regionalismo gaúcho. Elas estão sendo consideradas pelas duas bandas
como vitórias em si mesmas. O Tchê Guri
vai a Las Vegas com seu elenco completo,
que embarca no dia 3. O gaiteiro Édson
Dutra vai sozinho, representando o cast dos
Serranos, que já tinha compromissos agendados.
Os indicados
40 Anos: Sempre Gaúchos, é o 26o
disco de uma carreira de grandes sucessos, com três Discos de Ouro. Ele compõe primorosa seleção de 20 músicas de
diversos autores, mesclando estandartes
dos salões galponeiros e obras primas
do cancioneiro dos pampas, gravadas
ao vivo em superprodução no teatro do
Bourbon Country, em Porto Alegre. Nas
participações especiais, os Monarcas,
Renato Borghetti, Sérgio Reis e Eduardo
Araújo. É uma celebração das quatro décadas de estrada do conjunto que melhor
representa as tradições campesinas. Os
Serranos excursionam por todo o Brasil,
já apresentaram-se em diversos países da
América Latina e nos EUA.
N
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- Florianópolis, Outubro 2009
Pelos padrões cetegistas, o Tchê Guri
não é considerado um grupo que faça
música gaúcha de raiz. Mas isso pouco
significa, nas circunstâncias, porque nem
o Grupo Tradição e muito menos Daniel
fazem música de raiz. A bem sucedida
carreira do Tchê Guri tem, sim, origem
nos CTGs, onde um público predominantemente jovem e cosmopolita consagrou
seu regionalismo gaúcho pop/rock. O que
levou a banda a ser muito requisitada por
palcos mais ecléticos e menos fechados
a inovações instrumentais e gestuais, que
agora dominam sua movimentada agenda. O álbum A Festa, que concorre ao
Grammy Latino é o 12o da carreira de já
quase duas décadas do Tchê Guri.
O
Na sexta-feita,
16 de outubro, em
Floripa, Paulo Simões (3o à esq.)
foi ao encontro
dos Serranos,
cumprimentá-los
pela indicação ao
Grammy. Eles se
preparavam para
animar mais uma
de suas bailantas lotadaças no
Sixteen Club, na
Vargem Pequena. Simões abraçou Daniel (centro), fez fotos e, convidado
a assistir ao menos a abertura da festança, acabou ficando até às três da
madruga em volta do palco, como um tiete.
Torcida dupla
multimídia Paulo Simões, diretor do
Jornal Ilha Capital, está na torcida
pelos Serranos e Tchê Guri. Ele torce, na verdade, por mais uma conquista
para a música gaúcha.
Antes de tornar-se jornalista e publicitário - formado pela Faculdade dos Meios
de Comunicação Social (Famecos), da
PUC/RS - o portoalegrense Simões foi
músico por quase trinta anos, conhecido
pelo nome artístico de “Marreco”.
Contrabaixista e diretor musical do
Grupo Quero-Quero por 12 anos (entre
1988 e 2000) tornou a banda conhecida do
grande público e muito respeitada entre os
músicos em geral, pela qualidade do repertório e dos arranjos instrumentais e vocais.
A sensibilidade de Simões para descobrir
talentos foi outra marca de sua atuação, e
dois nomes destacam-se.
Daniel Hack (Os Serranos): Aos 16
anos, o gaiteiro Daniel Hack era um diamante bruto. Em Montenegro, sua cidade
natal, estudava muito e sonhava um dia
integrar o elenco dos Serranos, ao lado
de Édson Dutra, seu grande ídolo. Simões
convenceu o garoto a mudar-se para Porto
Alegre e entrar para o Quero-Quero, onde
Daniel permaneceu por seis anos, gravan-
do quatro discos consagrados. Entre eles
Lá Vem o Rio Grande a Cavalo (Entrando
no Bororé), música de Elton Saldanha que
tornou-se uma espécie de segundo hino
dos gaúchos. Em 1997 Hack entrou para
os Serranos, onde atua desde então como
acordeonista, vocalista, comunicador e arranjador.
Cristiano Teixeira (Tchê Guri): Foi preciso ir à Canoas pedir autorização para os
pais do baterista Cristiano Teixeira, para
integrá-lo ao Grupo Quero-Quero. Cris,
com apenas 14 anos, era um menino irriquieto, instrumentista intuitivo, e também
tinha um sonho: queria ser um Tchê Guri!
Ficou cinco anos sob a direção de Paulo
Simões e gravou quatro discos com sucessos marcantes no Grupo Quero-Quero
- dois deles com Daniel Hack. Até que o
sonho de menino finalmente bateu à sua
porta. Ele integra o elenco do Tchê Guri
há quase dez anos.
Cristiano fez questão de telefonar para
Paulo Simões, para contar sobre a indicação da banda ao Grammy Latino. “Estou
ligando para dividir contigo esta minha
grande alegria”, disse Cris. Ele agradeceu
pela dedicação do ex-colega na formação
do profissional em que ele se tornou.
Líder comunitária obtem grau 10 no TCC
a sexta-feira, 2 de outubro foi realizada a apresentação do Trabalho
de Conclusão do Curso de Direito
(UFSC) da líder comunitária Ester Eloisa
Addison, presidente da AMOCAPÉ - Associação dos Moradores de Cacupé.
A monografia da aluna, orientada pelo
professor Dr. Luís Carlos Cancelier de
Olivo, versou sobre a construção doutrinária e jurisprudencial dos princípios que
regem a Administração Pública.
A linha de pesquisa de Addison
utilizou-se do método dedutivo e da
técnica que adota documentação indireta
de fontes primárias e secundárias, para
“identificar a aplicação dos princípios
que regem a Administração Pública pelos
tribunais superiores, tal como expressos
no ordenamento jurídico brasileiro”.
“Os princípios, que delineiam a atividade administrativa, são os mandamentos
nucleares do sistema jurídico a que a
Administração Pública se submete. Eles
são o alicerce que serve de critério para a
exata compreensão das normas, estando
toda a Administração Pública submetida
a um arcabouço normativo próprio, denominado regime jurídico-administrativo”,
defendeu Ester.
Nos três capítulos de sua monografia
a graduanda analisou quarenta princípios,
divididos entre constitucionais explícitos
e implícitos, e infraconstitucionais.
No primeiro capítulo, a aluna abordou o tema em relação ao conceito de
Administração Pública, traçando uma
breve distinção entre regras e princípios, analisando os limites da atividade discricionária do ente estatal, até
a apreciação dos supraprincípios. No
segundo, Addison abordou os princípios
constitucionais explícitos e implícitos da
Administração Pública, seus conceitos e
sua construção doutrinária e jurisprudencial. E, no terceiro, tratou dos princípios
infraconstitucionais que regem as três
Foto: Paulo Simões
Ester (de azul) comemorou a aprovação com nota 10, entre os colegas de turma que
prestigiaram sua apresentação do Trabalho de Conclusão do Curso de Direito.
principais modalidades de processo administrativo da Administração Pública:
o regulamentado pela Lei nº 9.784/99,
o processo administrativo fiscal, regido
pelo Decreto nº 70235/72, e o procedimento de licitação regulamentado pela
Lei nº 8666/93.
A apresentação de Ester Eloisa Addison foi acompanhada por vários colegas
de turma. Seu trabalho recebeu nota 10
da banca. A colação de grau da bacharel
em Direito será no dia 19 de fevereiro.
Ester também vai submeter-se à primeira
fase do exame da OAB 2010.
www.ilhacap.com.br
Ilha Capital
13
- Florianópolis, Outubro 2009
Foto: Divulgação
Produção por controle remoto
Um sistema desenvolvido em Florianópolis, pelos docentes do SENAI/SC, permite comandar máquinas via internet ou celular, possibilitando acompanhamento por
meio de imagens e o envio de comandos a
distância
Três mil visitam
Casa do Imposto da CDL Jovem
R
ealizado nos dias 3 e 4 de outubro no shopping Iguatemi,
o evento teve o objetivo de
desvendar o peso da carga
tributária nos preços ao consumidor.
Quem entrava no shopping Iguatemi de Florianópolis pela garagem do
piso G1 se surpreendia ao encontrar
um ambiente decorado como se fosse o interior de uma casa, com direito
a cozinha, sala e banheiro. A grande
diferença é que ali tudo tinha uma
etiqueta de preço. E não apenas isso:
junto do valor final cobrado ao consumidor, os produtos e móveis traziam a
informação sobre o quanto o governo
arrecada de impostos a cada venda. Ao
visitar a Casa do Imposto, muita gente
se surpreendeu ao saber, por exemplo,
que paga 45% de imposto sempre que
compra uma garrafa d’água.
Em sua segunda edição, o evento
recebeu cerca de 3 mil pessoas. Organizada desde o ano passado pela
CDL Jovem de Florianópolis, a Casa
do Imposto acontece sempre no final
de semana dedicado nacionalmente à
promoção da consciência tributária,
com o apoio da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje).
“Nosso objetivo é despertar no consumidor um alerta para que ele saiba
o peso que os impostos têm em cada
produto que compramos”, diz Renan
Stringhini, presidente da CDL Jovem.
“Além disso, também queremos provocar uma certa indignação, que nos
leve a questionar os governantes e
exigir mais clareza sobre a aplicação
na sociedade dos recursos arrecadados”.
E indignação foi mesmo a sensação predominante entre as pessoas que
passaram pela Casa. Ao observar atentamente uma etiqueta que mostrava os
38% de tributos que incidem sobre o
preço de uma TV, o professor universitário Gustavo Hickins desabafou:
“A gente paga muito e recebe pouco
de volta. Isso tudo deveria voltar para
a gente na forma de educação, saúde e
segurança”. Acompanhado da namorada, o analista de sistemas Fernando
Pinheiro disse ter ficado espantado ao
conhecer a realidade dos impostos sobre o consumo no país. “Alguma noção da carga tributária nós tínhamos.
Mas ficamos bastante impressionados
ao saber que isso gira em torno de
50%, em média. Temos que saber o
quanto estamos pagando para poder
cobrar do governo depois”.
Durante o evento, a evolução da
arrecadação de impostos no país pode
ser acompanhada on line pelo Impostômetro da Associação Comercial de
São Paulo (http://www.impostometro.
com.br/). Junto da tela de TV LCD,
uma etiqueta esclarecedora informava
que o produto é vendido ao consumidor por R$2.299. Mas custaria apenas
R$1.135,88 se não tivesse 49,45% de
imposto embutido.
Fonte: Palavra Comunicação
P
rofessores do SENAI/SC em Florianópolis criaram um sistema que permite o acesso remoto a equipamentos industriais, com a possibilidade
acompanhar a situação da máquina e alterar
seu funcionamento. Os comandos podem ser
feitos por meio da Internet ou através de uma
simples mensagem de celular. Esse será um
dos projetos expostos na Mostra Inova SENAI, que será realizada em Joinville de 26 a
30 de outubro.
Mesmo que esteja fora da fábrica ou laboratório, o operador pode acompanhar as
imagens do funcionamento por meio de uma
câmera conectada à Internet. No caso do protótipo, os pesquisadores conseguem acompanhar o processo de enchimento ou esvaziamento de uma bancada de nível. E, caso
seja preciso, utilizam a Internet para ligar ou
desligar a bancada e ainda verificar qualquer
erro de funcionamento, com a possibilidade
de reprogramar a máquina.
O sistema é baseado no acesso remoto ao
CLP (Controlador Lógico Programável, uma
E
espécie de computador industrial) de uma máquina. Segundo o professor Roberto Philippi
Fullgraf, um dos responsáveis pelo projeto, o
mesmo sistema pode ser utilizado em qualquer
processo mecânico, hidráulico ou elétrico automatizado, com a possibilidade de ligar um
motor ou abrir uma válvula, por exemplo.
“Esses recursos hoje só existem em alguns
sistemas importados, que são caros. Nossa
intenção foi criar um mix de imagem e interação, que pode ser feita tanto pela Internet
quanto pelo celular, quando o operador não
estiver conectado”, explica Fullgraf. Como
conta o professor, é comum que as empresas
precisem de um supervisor de plantão na fábrica para acompanhar o funcionamento de
uma máquina. Já com o recurso de acesso
remoto, é possível reduzir ou centralizar esse
tipo de serviço.
O projeto de acesso remoto a equipamentos industriais, juntamente com outras 17 boas
ideias, serão apresentados ao público na etapa
estadual da Mostra Inova SENAI, realizada
entre os dias 26 e 30 de outubro, em Joinville. A mostra incentiva o desenvolvimento da
atitude inovadora de alunos e docentes e promove o intercâmbio técnico-científico com a
comunidade industrial.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sistema
FIESC
Faxina anual na Praça XV
m iniciativa lançada em 2008, trabalhadores e empresários catarinenses
vão unir-se novamente para limpar a
Praça XV de Novembro, que abriga a
famosa figueira centenária e é um dos principais cartões postais de Florianópolis.
A promoção é do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Santa Catarina (Seac/SC) e faz
parte de uma campanha organizada pela Federação Nacional das Empresas de Serviços
e Limpeza Ambiental (Febrac), com o título
de 2ª Ação Nacional Febrac – Limpeza de
Áreas Verdes. Segundo José Pereira dos Anjos, presidente do Seac/SC, a ideia é ampliar
o sucesso do ano passado, quando cerca de
cem voluntários participaram dos trabalhos.
As empresas disponibilizam maquinário,
produtos e demais materiais necessários para
as atividades. Todo o lixo coletado é separado e doado a entidades de reciclagem da
cidade.
Em 2009 a faxina da praça será realizada
no dia 7 de novembro, a partir das 7 horas
da manhã, e deixará a praça mais agradável
para receber moradores e turistas nas festas
de fim-de-ano e na temporada de verão.
A iniciativa da Febrac é realizada simultaneamente em todas as capitais do país. “Nossa proposta é dar continuidade à ação realizada no ano passado e revigorar um dos mais
importantes pontos turísticos e históricos de
Florianópolis, que é a Praça XV”, afirma Laércio Oliveira, presidente da Febrac.
14
Ilha Capital
“O Bolsa-Família é apenas o maior programa de compra de votos do mundo.
E eu acrescento que é a felicidade geral da nação: os ricos sempre gostaram de voto comprado
e os pobres sempre gostaram de voto vendido.” Percival Puggina
Conexão Desterro
Vai saber...
“Por que o jornal que lidera campanha
contra o crack não denuncia o Foro de
São Paulo como organização política que
controla as FARC, pelas quais chega (ao
Brasil) a cocaína com que é feito o crack?”
Questionamento feito por Carlos Reis no
artigo RBS, Globo, Folha, Estadão: apologia do caudilhismo comunista. Leia tudo
em http://www.midiasemmascara.com.br/
Posto salvavidas no Moçamba
Sai ano, entra ano e o problema
permanece: a praia do Moçambique sem
salvavidas. Tenham dó! Antes tinha pelo
menos uma guarita rústica, mas até ela
foi pro saco: desmanchou-se por falta de
manutenção. Quando denunciamos que já
houve morte por afogamento não computada nas “estatísticas oficiais”, teve gente
que não gostou...
Nomadismo pra otário ver
Eu também sou muito romântica.
Acho que cigano é lindo! Minha madrinha de crisma, Tereza, é cigana, de trança
lateral e tudo. Mas onde está escrito que
os locais de acampamento cigano tem
que ser “de grátis”? Se os nômades desrespeitam tradições e leis do local aonde
se achegam, não é nomadismo: é uma
invasão bárbara. No Brasil todos tem
que respeitar o direito de propriedade.
Inclusive os ciganos: alugando terrenos
para acampar. Tradição de nomadismo
de graça na Ponta do Coral? A gente não
somos otário, né manos?
Com o CU à mostra!
Com a oficialização do Cadastro Único, todo cidadão digno finalmente vai ser
obrigado a mostrar o CU para as autoridades. É isso aí, gente: brasileiro que se
preze tem que andar com o CU à mão, e
mostrá-lo até para o polícia, ao ser parado
na blitz. Vai ser só alegria do povão!
O golpe dos macacos
“... sei lá, dois períodos dessa turma
no poder, e os macacos darão um golpe
de estado do Brasil.” Reinaldo, sobre os
petralhas que nos governam.
A situação é grave
Procuradora Federal revela que
serão abertos processos por tentativa
de desestabilização do governo
eleito segundo a Constituição, contra
membros dos movimentos sociais
e da sociedade civil organizada que
fizerem marchas e protestos nas ruas.
Segundo a procuradora, a medida é
para que as pessoas que tem atitudes
hostis contra os poderes constituídos
saibam das consequências de seus atos.
Para ela, “estas condutas se encaixam
perfeitamente no delito de desobediência
civil, cujas penas são de 12 a 24 anos de
prisão”. (...)
www.ilhacap.com.br
- Florianópolis, Outubro 2009
Helôoo...
Floripamanhã, ACIF, CDL, FIESC etc
e tal: O grupo de militantes e guerrilheiros pseudocomunitários, comandados pelas “autoridade” aquelas, com seu séquito
de inocentes úteis de diversas regiões da
cidade, agora tomaram de assalto a SDS
- Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável. O objetivo, como
sempre, é instalar um aparelho partidário
em instância de decisão sobre o nosso
futuro, para usar no seu oposicionismo
eleiçoeiro. No caso, no Sistema Estadual
de Recursos Hídricos de Santa Catarina.
Os mansos da SDS já abençoaram uma
“comissão” e até já criaram no site do
órgão um portal para a tal Comissão PróComitê de Gerenciamento de Recursos
Hídricos da Ilha de SC. Acordem, acordem, acordem, pô!
Voto por voto
Os sindicalistas que comandam os
servidores estaduais da Saúde rejeitaram
a proposta do governo de reajuste salarial
progressivo de 16,76 % e anunciaram greve
da categoria a partir de 3 de novembro. O
deputado sargento Amauri Soares (PDT)
participou da reunião portando o adesivo
do Sindicato e pronunciou-se em defesa
da categoria. Ficamos combinados - né,
mô pombos? - de entrar com tudo no jogo
deles, de voto como moeda de troca: os
grevistas da Saúde votam no deputado
adesista e nós, que vamos sofrer na pele os
prejuízos da paralisação do serviço público
de primeira necessidade, não votamos nele.
A “grande imprensa”
“Falarei aqui de uma imprensa - a chamada “grande imprensa” - que vive sob
patrulha e que passou a ter medo de pensar. Se preciso, ela vai contra os fatos para
que não seja considerada “conservadora”,
“reacionária” e “golpista”.” O incansável
Reinaldo, em post de 24/09
Imperdível!
Não deixe de conhecer o blog Contra
a Racialização do Brasil - http://noracebr.blogspot.com/. O sociólogo Demértio
Magnolli dá um caldo no antropólogo
Kabengele Munanga, da USP. Meu avô
era negro e o meu cabelo não nega. Mas
nem menciono muito isso, pra não pensarem que quero alguma cota de privilégio.
Ao contrário, ando é muito constrangida
com o surto de vitimismo da raça.
Só alegria!
Tirei uns dias de folga em Porto Alegre. Visitei o túmulo de meus pais no dia
do niver da minha mãe. Levei minha neta
no cinema no Dia da Criança. De noite,
no escurinho, tive uma longa conversa
com Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e madrinha do meu nome.
Maria Aparecida Nery
[email protected]
A invasão continua
No Santinho, moradores antigos que
estão gastando uma grana preta para defender-se nos processos em que a Floram
pede a desocupação de áreas protegidas,
estão denunciando que novas ocupações
surgem a cada dia dunas adentro, na direção do Capivari de Baixo, isto é: alguém
continua comprando de quem continua
vendendo área de preservação ambiental naquele balneário. As obras estão lá
e é bem fácil constatar o seu tempo de
existência. E a fiscalização municipal? E
a Polícia Ambiental? E o MPF? E a PF?
Pois é
Igualzinho como na favela do Siri.
Outro dia encontrei uma conhecida de lá
que me disse que as denúncias dão em
nada. Então tá. Plano Diretor pra quê?
Quem será?
“Tramita em segredo de Justiça, em
Brasília, uma causa trabalhista que vai
dar o que falar, em 2010.” Copeiro, servidor público de carreira, denunciou uma
chefia por autoritarismo, xingamentos e
uma rotina de surtos de fúria: até um bule
de café quente ela atirou no cara. O caso
está sendo abafado pela cúpula petista,
que tenta um acordo com a vítima da
agressora que já tem complicada biografia. Parece que o copeiro não pensa em
aliviar a barra da poderosa autoridade,
conhecida por destratar os outros e tratar
os subalternos como “criados”. Aliás:
já tem mais gente afiando a língua para
abrir o bico com outras histórias da personagem raivosa. “Imagine esta mulher
presidente, o que não vai fazer!!!”, diz a
nota original, no Ucho.info.
Ato falho: País Partido
Post no blog do Reinaldo Azevedo:
“LULA SUBSTITUI O “PAÍS” PELO
“PARTIDO” - sexta-feira, 25 de setembro de 2009 | 20:57 - Acabo de ver no
Jornal Nacional. Os EUA e a Europa
denunciaram a existência de instalações
nucleares secretas no Irã. Lula, que vive
agarrado a Ahmadinejad, concedeu uma
entrevista coletiva e voltou a defender
o país dos aiatolás. Ao se referir ao papel do Brasil nessa história e asseverar
a sua seriedade, afirmou: “Nós somos
o único PARTIDO do mundo que pode
etc, etc, etc”. PARTIDO? Ato falho! Lula
queria dizer “país”. Mas Lula está certo.
De fato, o PARTIDO tomou o lugar do
PAÍS. Com efeito, ele age pensando no
PARTIDO, não no PAÍS.”
Depois não se queixem
Quem não se interessar pelo projeto
do Conselho de Segurança, de monitoramento por câmeras nos Ingleses (vide
nota na pág. 3), depois não se queixe.
Ficar só em casa, venda novela, só esperando pelos outros...
Clichês do Socialismo
Não deixe de ler a Série de Clichês do
Socialismo do Instituto Liberal, em www.
institutoliberal.org.br/series.asp Veja lá,
entre outros temas: “O governo deve
fazer pelas pessoas o que as pessoas são
incapazes de fazer por elas mesmas”,
“Temos que acabar com o poder econômico”, “De cada um de acordo com sua
capacidade, a cada um de acordo com
sua necessidade”, “Todo empregado tem
direito a um salário justo”, “É obrigação
do governo”, e por aí vai.
A mentira na imprensa
“Quem disse que a governadora Yeda
foi rejeitada por 84 % da população
gaúcha? Ela foi rejeitada por 84% das
pessoas que participaram da consulta
realizada pelo Ceprs (Sindicato dos Professores, filiado à CUT), na qual somente
86.000 votaram, ou seja, apenas 1%
do eleitorado gaúcho participou desta
consulta. Estatísticas são igual a biquini:
mostram quase tudo menos o essencial,
em números puros só trouxa acredita. A
grande maioria gaúcha aprova o governo, mas não possui um orgão da “midia”
à sua disposição para noticiar as boas
realizações da governadora.” Coment do
leitor Anfre Kossa, no blog do Reinaldo
Azevedo.
Custos
“Os custos do fumante para o sistema público de saúde: Como eu já havia
alertado, segue uma pesquisa publicada
no New England Journal of Medicine,
mostrando que os custos dos fumantes
pararem de fumar AUMENTAM os gastos públicos com saúde. Aqui (link) segue
outro artigo questionando o resultado anterior. Aqui (link) um estudo que mostra
que obesidade é um problema muito mais
sério que fumo. E aí, devemos proibir as
pessoas de comerem bacon também? Se
alguém quiser o livro de introdução a
economia que lida de maneira mais fácil
com esse assunto basta me enviar um email: [email protected]”. No blog
do Adolfo Sachsida, dedicado à liberdade:
bdadolfo.blogspot.com/
Modesto Azevedo
Muita gente querendo saber como ficou o caso do atentado contra o ex-presidente da UFECO. Eu confio na nossa
Polícia, que tem um dos mais elevados
índices de solução de crimes no país. No
geral, quando estão muito quietos, é porque estão trabalhando mesmo, diferente
de muitos outros setores públicos. É assim: às vezes até pensamos que o caso
foi esquecido, está morto e enterrado e...
BUUUUM! A polícia aparece com o crime esclarecido e os criminosos presos.
Vamos aguardar.
Paulo Simões
[email protected]
Foto: Rosana Cacciatore
Ilha Capital
15
- Florianópolis, Outubro 2009
A escritora Rosa De
Souza, do Rio Vermelho,
participou do sarau ao
ar livre Poesia até Você,
promovido pela Associação
Literária
Florianopolitana
(Aliflor). O evento
foi realizado na
tarde de terça, 6 de
outubro, na esquina
da Felipe Schmidt
com a Trajano. O
tema foi Criança,
Amor e Paz.
Foto: Divulgação
Foto: Paulo Simões
www.ilhacap.com.br
À beira da Lagoa, o quero-quero observa
o desespero do caranguejo almoçado pela
gaivota. A sentinela do pampa não arredou
pé, à espera de uma migalha que fosse. Mas a
gaivota não deu chance.
Foto: Divulgação
O elenco da Orquestra Catarinense de Cordas, do Projeto Planeta
Música, um dos 16 projetos contemplados em todo Brasil pelo Programa
de Democratização Cultural da Votorantin. Eles levam música erudita às
escolas da capital, contribuindo “para o equilíbrio do descompasso na
cadeia cultural” do país. Exemplo inestimável para corrigir a mentalidade
de que só se salvam criancinhas das ruas com projetos sociais de reforço
das preferências já consagradas pela mídia mediocrizante. Estão certos
eles. Enquanto uns fazem de conta, outros fazem o que tem que ser feito.
Foto: Divulgação
A EP.I. Escola da Praia dos
Ingleses, realizou
concorrida gincana
envolvendo suas
turmas dos cursos
Regular e Supletivo e as equipes
pedagógica e administrativa, em bem
sucedida integração
com a comunidade
do Norte da Ilha. O
evento, realizado de
13 a 15 de outubro,
teve como tema o
meio ambiente, focado no Projeto SOS Rio Capivari. A gincana teve participação
especial de dois membros do projeto no júri: Alfredo Koerich e Lilia Romera Fulco. Uma das provas foi a confecção dos bonecos que serão utilizados em campanhas de conscientização sobre o tema. Na foto, a equipe vencedora, formada por
alunos do 2º Regular. Ano que vem tem mais!
A Sociedade Esportiva Aliança (Rio Vermelho), comemorou o Dia da Criança com futebol,
boi de mamão, palhaço, música e dança. Tinha cachorro-quente, refrigerante e guloseimas
diversas ao alcance da mão, num lindo dia de sol que ajudou a lotar a sede campestre, onde a
alegria barulhenta foi a trilha sonora da festança.
Foto: Divulgação
O Centro de Triagem de
Animais Silvestres da
Polícia Militar Ambiental
promoveu mais uma
operação bimensal de
soltura de pássaros
apreendidos de gaioleiros.
Antes de recuperar a
liberdade, a bicharada
passa por um período de
“spa”, para perder gorduras
acumuladas durante o
período de cativeiro,
fortalecer a musculatura
e reacostumar-se com as
condições climáticas na
natureza, principalmente com a chuva, da qual geralmente ficam privados no ambiente
doméstico. Na tarde de 21 de outubro 122 sabiás, tangarás, trinca-ferros, saíras e
gaturamos foram soltos. Um sabiá laranjeira e dois trinca-ferros não se animaram a
deixar a gaiola, nem com o estímulo delicado das mãos hábeis do sargento Marcelo
Duarte, que levou-os de volta para o centro de triagem, para novo período de adaptação.
Jornal
Ilha Capital
O nanico que incomoda
Ano VI - Número 61 - Florianópolis, Outubro de 2009
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Rosa canina
Tiragem desta edição:
8.000 (oito mil exemplares)
Florianópolis, 23 de Outubro de 2009
Junior Zaguini
Comercial Gráfico / Diário Catarinense
www.ilhacap.com.br
Fotos: Paulo Simões
Maria Aparecida Nery
A
dorável temperamental é uma boa
descrição para a
rosa canina, que
pode ter um desenvolvimento
inicial lento. Mas na terceira
primavera nossa mudinha de um
palmo, que veio de Porto Alegre, já se
tornara um vistoso arbusto de uns três
metros de altura, emaranhado de talos
espinhentos que se retorcem e contorcem, para entrelaçarem-se conforme crescem e sobem
apoiados em uma parede.
E como sobem! Até a
cerejeira surpreendeu-nos
com uma inusitada floração
nos galhos mais altos!
Também conhecida como rosa
silvestre, mosqueta, dog rose, hunds-rose (alemão), églantine (francês), produz
uma florada branca - ou cor-de-rosa -,
perfumada. As flores simples,
de cinco pétalas, surgem entre
setembro e novembro, de botões
mimosos e elegantes. Após a
despetalação, amadurecem frutos
vermelhos, carnudos, muito
apreciados pelos passarinhos.
Rica em vitamina C, com virtudes fortificantes, adstringentes e
diuréticas, a rosa canina é muito
utilizada como erva medicinal.
Por causa dos espinhos
implacáveis, lembrando pontiagudos dentes caninos, é excelente
como cerca viva de contenção de animais.
E de gente indesejável também: há relatos
de inadvertidos que tentaram ultrapassá-la
para atentar contra o patrimônio alheio, e
precisaram de muita ajuda para livrar-se
de seus longos tentáculos espinhentos, que
agarram-se às roupas e podem rasgar dolorosamente a sensível pele humana.
Por esta oferta de segurança contra
estranhos, a passarada adora fazer ninho em
seus emaranhados, mesmo nos pontos mais
próximos do solo: nenhum predador, por
menos esperto que seja, encara o túnel de
arame farpado da rosa canina para assaltar
as ninhadas. Mesmo famintos casca-grossa
em busca de ovinhos suculentos, como os
lagartos teiús.