teoria das organizações

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teoria das organizações
TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES: UMA
VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO E
SUAS PERSPECTIVAS
TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES
FACULDADE SENAC
PROF. MARCIO PERES
1.
•
TEORIAS ADMINISTRATIVAS
Ao longo do tempo, na medida em que foram surgindo problemas na gestão
empresarial, várias Teorias Administrativas foram formuladas para atender as
necessidades mais relevantes.
•
De acordo com cada teoria, o significado e o conteúdo da Administração também
variou.
•
Normalmente, cada autor, procura privilegiar um dos aspectos que compõe a
organização, relegando os demais a um plano secundário.
As principais teorias que influenciam o atual pensamento administrativo são:
A) Administração Científica:
A Teoria Geral da Administração-TGA começou com os estudos de Taylor,
denominada de Administração Científica, e se preocupou com a racionalização
do trabalho no nível operacional e alguns Princípios de Administração
(Planejamento – Preparo – Controle – Execução).
Essa racionalização seria obtida através:
→ análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos;
→ estudo da fadiga humana;
→ divisão do trabalho e especialização do operário;
→ desenho de cargos e de tarefas;
→ incentivos salariais e prêmios;
→ conceito de “homo economicus”;
→ condições ambientais de trabalho;
→ padronização de métodos e máquinas; e
→ supervisão funcional.
A ênfase, portanto, na Administração Científica era nas “TAREFAS”.
B) Teoria Clássica, Teoria da Burocracia e Teoria Estruturalista :
A seguir a preocupação se voltou para a “ESTRUTURA” da organização, com
a Teoria Clássica de Fayol, a Teoria da Burocracia de Weber e mais tarde a
Teoria Estruturalista da Administração de Victor A. Thompson e Amitai Etzioni.
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C) Teoria das Relações Humanas, Teoria Comportamental e Teoria do
Desenvolvimento Organizacional:
A preocupação com as “PESSOAS” veio com:
→ “Teoria das Relações Humanas”, cujos expoentes foram Elton Mayo, Kurt
Lewin e Mary Parker Follet e outros.
→ Teoria Comportamental por Douglas McGregor, Kurt Lewin e Herbert
Simon e outros;
→ Teoria do Desenvolvimento Organizacional, cujos autores mais expressivos
foram Richard Beckhard e Warren G. Bennis.
D) Teoria dos Sistemas e Teoria da Contingência:
A preocupação com o “AMBIENTE” deu origem a Teoria dos Sistemas
(Norbert Wiener, L. Von Bertalanffy e Herbert Simon), sendo completada pela
Teoria da Contingência (Willian R. Dill e James D. Thompson),
que
posteriormente enfocou também o aspecto da “TECNOLOGIA”.
E) OUTRAS TEORIAS
Além dessas teorias já consagradas, há outras mais recentes tais como:
Administração Participativa, Empreendedora, Japonesa, Holística e Virtual.
F) CONSIDERAÇÕES GERAIS:
Ö Todas as teorias administrativas apresentadas são aplicáveis às situações
de hoje.
Ö Cabe ao administrador aplicar a teoria mais adequada para cada
situação.
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2.
CINCO VARIÁVEIS BÁSICAS NA TGA.
•
As cinco variáveis básicas que constituem os principais componentes no
estudo da Administração das empresas são: tarefa, estrutura, pessoas,
ambiente e tecnologia.
•
Hoje, a TGA estuda a Administração das organizações verificando a
interação, a correlação entre essas cinco variáveis.
•
Achar o ponto de equilíbrio adequado entre essas variáveis é o grande
desafio do Administrador.
•
O comportamento dessas variáveis é sistemático e complexo: cada variável
influencia e é influenciada pelas demais variáveis, o que torna difícil o
estudo das teorias administrativas. E a medida que novas situações se
desenvolvem com o decorrer do tempo as teorias administrativas precisam
criar ou adaptar suas abordagens para continuarem sendo úteis.
¾ Foco de atuação maior:
¾ A ampliação da ação da administrativa pode ser percebida pela evolução
do seu foco de atuação:
→ no início o foco era um conjunto de cargos e tarefas;
→ a seguir, passou para o conjunto de órgãos e funções;
→ posteriormente, para a concepção de sistema;
→ as mais recentes teorias, estuda a organização como um sistema
composto de subsistemas que interagem entre si e com o ambiente
externo.
3.
A ADMINISTRAÇÃO NA SOCIEDADE MODERNA – AS
Ö Complexidade dasORGANIZAÇÕES
Organizações.
Ö Responsabilidades do Administrador:
Ö conduzir seus subordinados pelo caminho correto;
Ö interagir com pessoas que estão sob sua subordinação, no mesmo
nível ou acima;
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Ö estar atento para os fatos passados e presentes e se preocupar com o
futuro. Fazer as suas previsões para poder orientar seus subordinados;
Ö lidar com eventos internos e externos ao local de trabalho e até
mesmo externo a empresa;
Ö ver mais longe para não perder de vista os objetivos da empresa;
Ö é um agente educador, na medida em que modifica comportamentos
e atitudes de outras pessoas;
Ö é um agente cultural, pois com seu estilo de Administração modifica
a cultura da organização.
Ö Consciência como Administrador:
Ö é preciso ter consciência de que o administrador deixa marcas
profundas na vida das pessoas, pois, ele mexe com os destinos dos
subordinados, colegas e chefes dentro da empresa; e
Ö influencia o comportamento dos consumidores, fornecedores,
concorrentes e outras organizações humanas.
4. PERSPECTIVAS FUTURAS DA ADMINISTRAÇÃO
Ö Segundo os estudiosos, a forma organizacional de hoje, ou seja, a organização
burocrática, tende a desaparecer, dando lugar a novos sistemas mais adequados a era
pós-industrialização.
Ö O que está acontecendo que pode levar a essas mudanças?
NOVAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
•
Mudanças Rápidas e Inesperadas – principalmente no campo do conhecimento e
da explosão populacional, impondo novas e crescentes necessidades a que as atuais
organizações não têm condições de atender.
•
Crescimento no tamanho das organizações – que se tornam complexas e
internacionais.
•
Atividades novas que exigem pessoas de competências diversas e
altamente
especializadas-
envolvendo
problemas
de
coordenação
principalmente, de acompanhamento das rápidas mudanças.
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e,
Ö A atividade de administrar tende a ficar cada vez mais complexa pois o volume de
informações,
na maioria das vezes contraditória, tem aumentado de forma
geométrica, dificultando sobremaneira qualquer diagnóstico e por conseqüência a
atividade de planejar e decidir corretamente.
Ö Estão ocorrendo grandes transformações nas organizações, cujos reflexos na
administração das empresas serão profundas e marcantes.
Ö As MEGATENDÊNCIAS e seus reflexos na administração contemporânea são
os seguintes, segundo John Naisbitt:
a) Da Sociedade Industrial para a Sociedade de Informação:
• Os países mais avançados estão caminhando gradativamente de uma sociedade
industrial para uma sociedade de informação.
•
A nova sociedade é a da informação e não a de serviços, como se imaginava.
•
O recurso estratégico passa a ser a informação e não o capital.
•
Com a sociedade de informação, as indústrias passarão para os países do
Terceiro Mundo para servir como suporte para os países mais avançados.
•
As indústrias americanas e européias já estão mudando para o Brasil, México,
Cingapura, Formosa, Indonésia, etc.
b) Da Tecnologia Simples para a Alta Tecnologia
1. Tecnologia novas e não simples desdobramentos;
2. Transformação das novas tecnologias em Produtos => mais rápido;
3. Novas empresas => novas estruturas organizacionais –> tornando obsoletas as
grandes indústrias e organização existentes;
4. Avanço dos meios de comunicação e transportes => encurtando distâncias =>
internacionalização das atividades;
5. Tecnologia proporcionará maior eficiência, precisão mais avançada, liberação
da mão-de-obra do nível operacional;
6. Avanço na tecnologia => impacto na Estrutura Organizacional.
Ex: Produção em linha de montagem => exigiu novas formas de distribuição
em massa aos consumidores
c) Da Economia Nacional para a Economia Mundial:
•
Mundo = mercado único –> centro de compras global
•
Economia Internacional x Economia Mundial
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•
Concorrência no mercado mundial
•
Maiores riscos na atividade empresarial
•
Urgência na criação e desenvolvimento de novos produtos
•
Maior agilidade e flexibilidade para adaptar às mudanças
•
Internacionalização do mundo dos negócios.
d) Do Curto Prazo para o Longo Prazo:
•
Administradores americanos (CP) x Administradores japoneses (LP)
•
Ações cotidianas x Visão estratégica
•
Versão conceitual: nosso negócio é estrada de ferro ou empresa de transporte?
•
Nosso negócio é dinheiro ou informação?
e) Da Democracia Representativa para a Democracia Participativa
•
Países mais avançados –> está implícita a idéia de que: “As pessoas cujas vidas
são afetadas por uma decisão devem fazer parte do processo de se chegar a esta
decisão”.
•
Democracia representativa (as pessoas escolhem seus representantes) x
democracia participativa (as pessoas são consultadas para se decidir).
•
Nação de hoje tende ao pluralismo onde cada tarefa importante será confiada a
uma grande instituição permanente e dirigida por um Administrador.
•
Esta nova sociedade pluralista traz desafios políticos, filosóficos e sociais que
ultrapassam a compreensão dos administradores.
f) Das Hierarquias para a Comunicação Lateral Intensiva
•
A estrutura hierárquica de conformação piramidal e centralizadora, usada
durante séculos, por ser um modelo autocrática e impositivo, no qual predomina
a comunicação vertical e descendente, forçou as pessoas a interagir umas com as
outras, criando a organização informal.
•
Esse processo gera redes informais de comunicação que se superpõem à malha
formal e são mais ágeis e diretas.
•
A Organização hierárquica frusta as pessoas e afeta o comprometimento com a
organização.
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•
A busca do modelo universal de Administração- a única e melhor solução cedeu lugar aos modelos mais flexíveis.
•
A comunicação lateral intensiva irá suprir a necessidade mais importante das
organizações que é a informação.
•
Dará maior visibilidade e transparência a empresa, por outro lado, isto irá expor
a empresa externamente. O que poderá ser positivo ou negativo.
g)
Da Opção Dual para a Opção Múltipla:
•
A sociedade está caminhando para um novo CENÁRIO de proliferação de
Alternativas (Sociedade complexa).
•
As soluções para os problemas passam a ser multivariados, tudo passa a ser
relativo (porque as variáveis se interagem).
•
OPÇÃO DUAL => incompatível com a nova realidade.
•
Autocrático ou Liberal;
•
Burocrático ou não Burocrático;
•
Aberto ou Fechado;
•
Simples ou Complexo;
•
Teoria X ou Teoria Y.
h) Da Centralização para a Descentralização:
Descentralização das empresas que:
→ estão abandonando os grandes centros que já estão congestionados e
superpovoados para irem para periferia e pequenas cidades. Ex.: São Paulo.
→ a atividade agrícola está incorporando novas áreas.
Essa nova distribuição geográfica provoca a descentralização das decisões e
abertura de novos mercados.
Conseqüências => novos ambientes => novas VARIÁVEIS => mais difícil a
PREVISIBILIDADE E TORNA AS DECISÕES MAIS COMPLEXAS.
i ) Da Ajuda Internacional para a Auto-Ajuda:
•
Como os serviços públicos de uma forma geral não acompanharam as novas e
crescentes necessidades dos cidadãos estes passaram a buscar soluções próprias.
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•
Solução Própria: Escolas Particulares,
Previdência Privada, Guardas
particulares, Etc.
•
EMPRESAS
=> Novos Encargos e Novos Mercados.
CONCLUSÃO:
Estas são as megatendências da sociedade e o sucesso das empresas ou dos futuros
administradores nesse novo contexto dependerá da sua capacidade de:
‰
diagnosticar corretamente a realidade que o cerca;
‰
acompanhar as transformações;
‰
identificar as oportunidades e aproveitá-las prontamente com flexibilidade e
agilidade; e
‰
identificar as ameaças e neutralizá-las.
Como as mudanças estão se processando cada vez mais rapidamente, as empresas
vão ter que ganhar também essa agilidade para:
‰
mudar sua linha de ação;
‰
adaptar-se a uma nova realidade;
‰
renovar-se;
‰
ajustar-se.
Nesse novo cenário será mais importante:
•
o diagnóstico correto do que a terapêutica; e
•
saber “o que” fazer do que “como fazer”.
É importante ter sempre presente que em Administração nada é
absoluto ou definitivo, tudo é relativo e tudo depende da situação e do
momento.
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EM RESUMO TEMOS:
Por que estudar as teorias da administração
Mariah T. N. Pereira Como a administração é uma disciplina aplicada voltada para resultados práticos, você
pode sentir‐se impaciente com a ideia de estudar teorias do passado.Mas este estudo é
importante por pelo menos quatro razões:
1. As Teorias guiam as decisões da administração: O estudo da teoria nos ajuda a
compreender os processos fundamentais e, baseados nisso, a escolher uma linha eficaz
de ação. Em essência, uma teoria é um conjunto coerente de pressupostos elaborado
para explicar as relações entre dois ou mais fatos observáveis. Portanto, as teorias
válidas permitem‐nos prever o que acontecerá sob certas situações. Com esse
conhecimento, podemos aplicar diferentes teorias da administração a diferentes
situações.
2. As Teorias dão forma à nossa visão das organizações: O estudo das teorias da
administração também mostra de onde retiramos alguma de nossas idéias sobre as
organizações e sobre as pessoas que participam delas. Veja, por exemplo, a linha de
montagem de Henry Ford. Ela é uma aplicação bastante prática da teoria da
administração científica, a idéia de que os administradores podem determinar
cientificamente o melhor modo de se realizar qualquer tarefa. Esta teoria é baseada no
pressuposto de que as pessoas não gostam de trabalhar: De que pelo contrário, elas
precisam de uma supervisão atenta e de incentivo financeiro (uma suposição sensata,
dada a natureza monótona, repetitiva e algumas vezes perigosa do trabalho numa linha
de montagem). Em anos recentes, entretanto muitos fabricantes enfrentaram uma crise
de produtividade, de qualidade e do moral dos empregados, forçando muitos
empregadores a repensar as premissas da teoria da administração científica. Em
consequência a Ford adotou um novo conjunto de pressupostos sobre os empregados
que eles se preocupam com seu trabalho e que querem opinar sobre como ele é
organizado e realizado idéias que fundamentam a abordagem neoclássica.
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3. As teorias nos conscientizam do ambiente empresarial. A medida que for
estudando as diferentes teorias, você passará a ver que cada uma delas é produto de seu
ambiente – das V forças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas presentes num
dado tempo e lugar. Esse conhecimento irá ajuda‐lo a compreender porque certas teorias
são apropriadas a diferentes circunstâncias. No inicio do século XX, por exemplo, havia
falta de mão de obra especializada, levando os administradores a se concentrarem nos
modos de tornar cada trabalhador mais eficiente. Nesse contexto, a abordagem de Henry
Ford faz sentido. Hoje, entretanto, quando o nível geral de educação é mais elevado e
temos um grande suprimento de mão de obra, outras teorias são mais eficazes.
4. As teorias são uma fonte de novas idéias: Como você pode ver, as teorias nos dão a
chance de assumir um ponto de vista diferente com relação às situações do cotidiano.
Serão estudadas diversas escolas do pensamento administrativo, que foram sendo
desenvolvidas numa seqüência histórica sendo que as idéias posteriores não
substituíram as anteriores, em vez disso cada nova escola tendeu a complementar ou
coexistir com as existentes. Ao mesmo tempo, cada escola continuou a se desenvolver e
até mesmo a se difundir com outras.
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