Fenetre-Janela..Appe..
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Fenetre-Janela..Appe..
Vu de ma fenêtre O que eu vejo da minha janela Jean Foucault Gloria Kirinus Appel à projet d’écriture Chamado geral ao projeto de criação literária Août 2012 Agosto 2012 répondre à : Jean Foucault, [email protected] ou então Gloria Kirinus <[email protected]> Po&sia n° 2 - Jean Foucault - 1er septembre 2012 « Vu de ma fenêtre » Appel à projet d’écriture ouverut aux poètes du Brésil, de France et du monde entier -ILe projet initial Gloria Kirinus-Jean Foucault, mené pendant une semaine, dont trois jours de « fenêtres » figure dans la version pdf jointe, réalisée du 15 au 21 juillet 2012, à Curitiba. Nous avons donc réalisé des créations portant sur la « fenêtre », qui peut être « réelle » ou intérieure. Le texte est en prose, d’un maximum de 500 caractères (espaces compris), non compris le titre, s’il en a un, et l’indication du lieu et du jour attribués à la création. Les textes ne se répondent pas. Mais ils sont donc datés et localisés Cela fait partie de ce qu’on peut appeler une « poétique des territoires » Cet « essai » (évidemment réussi) va rejoindre less écritures croisées des jours précédents, formant un petit opuscule de format 10,5x10,5, que nous espérons pouvoir publier sur papier un prochain jour. - II – A partir de cet essai nous proposons : 1) aux poètes de Curitiba, du Paraná et du Brésil 2) aux poètes de Picardie, de France et de Navarre 3) Aux poètes d’autres pays qui auraient connaissance du projet et seraient intéressés De participer au projet suivant : - Chacun est invité à produire un texte sur une fenêtre de son choix. - le texte doit nous parvenir, soit en portugais, soit en français, d’ici le 30 septembre 2012. Le texte doit être soit un conte ou une mini nouvelle, soit une réflexion - philosophique ou non -, une pensée développée à partir de ce qui est vu ou entendu ou senti, dans l’atmosphère du moment. La seule description de ce que je « vois » de ma fenêtre sera exclue. Publication en ligne dans un premier temps, sur papier si nous en trouvons les moyens. Ainsi nous réaliserons une série de fenêtres croisées provenant tant de l’hémisphère Nord et que de l’hémisphère Sud. Durant l’année 2012-2013, d’autres projets seront proposées, pouvant notamment trouver leur expression dans la ville de Curitiba sur la saison, ou en France, en Picardie, la saison suivante. Il s’agit donc de développer le nomadisme de la Poésie, notamment entre la Picardie et le Paraná. Po&sia n° 2 - Jean Foucault - 1er septembre 2012 « O que eu vejo da minha janela » Chamado geral ao projeto de criação literária, aberto a outros poetas do Brasil, da França e do mundo inteiro. -1O projeto inicial, Gloria Kirinus - Jean Foucault , foi desenvolvido durante uma semana (15 a 21 de julho de 2012, em Curitiba). O mesmo que aqui figura com três dias de “janelas”, na versão pdf , que anexamos. Estas criações foram realizadas sobre aquilo que é visto tanto de nossas janelas reais, imaginárias ou de ambas. O texto foi escrito em prosa, com 500 caracteres ao máximo, incluindo os espaços, mas não o título. Achamos necessário indicar o lugar e o dia atribuído à criação do texto. Os textos não precisam de uma resposta ou continuação do texto anterior, do outro poeta. Isto faz parte do que nós podemos chamar uma “poética dos territórios”. Este “ ensaio” (evidentemente, um resumo) se aproxima das escrituras cruzadas dos dias precedentes, organizadas num pequeno opúsculo de formato 10,5x10,,5 que nós esperamos publicar impresso, em outra oportunidade. - II – A partir deste ensaio nós propomos: 1) aos poetas de Curitiba, do Paraná e do Brasil 2) aos poetas de Picardie, da França e de Navarre 3) Aos poetas de outros países que desejam conhecer o projeto e se interessem no mesmo: - Todos estão convidados a produzir um texto sobre uma janela de sua terra. - O texto deverá ser enviado em português ou em francês, a partir da data, até 30 de setembro. O texto pode ser um conto ou mini- notícia sobre uma reflexão filosófica ou não. Pode ser um pensamento que se desenvolve a partir daquilo que é visto, compreendido ou sentido, dentro da atmosfera do momento. Apenas a descrição do que eu vejo da minha janela será excluído. A publicação será “on line”, num primeiro momento. E será impressa, se nós encontrarmos os meios e as condições, para tal. Desta maneira, nós realizaremos uma série de janelas cruzadas, provenientes do hemisfério Norte e do hemisfério Sul. Outros projetos serão propostos durante os anos 2012-2013, permitindo que venha a tona a expressão criativa da cidade de Curitiba, num período, ou da França, Picardie, no período seguinte. Trata-se, assim, de desenvolver o nomadismo da Poesia, especificamente, entre o Picardie e o Paraná. Po&sia n° 2 - Jean Foucault - 1er septembre 2012 Vu de ma fenêtre Jean Foucault • Hommes et arbres, nous n’avons pas la même échelle de valeurs Deux immenses araucarias devant ma fenêtre. Dans la salle où je me trouve deux hommes et une immense échelle à dix barreaux. Ridicule face à ces arbres ! Les deux hommes viennent remplacer une lampe du plafond, pas implanter une nouvelle pomme d’araucarias pleine de pignões. Laissons l’arbre faire sa graine ! Une échelle de pompier ne parviendrait pas plus à effleurer les basses branches déjà à plus de trente mètres. N’empêche ! Une telle échelle posée contre le tronc, cela aurait fière allure ! (Curitiba, Rede Rio Branco, ce mercredi 18 juillet 2012) • De la fenêtre du bus bi-articulé Près de la station Antonio Cabobras un panneau noir sur fond jaune : « atençao sego », « Attention aux aveugles ». J’en déduis que c’est ici et seulement ici que traversent les aveugles qui passent d’une rive à l’autre de Curitiba. Sinon quel sens aurait ce panneau ici et seulement ici ? Mais aucun aveugle n’est visible à notre passage. Est-ce le jour où ils ont interdiction de circuler ? Je me console de cette absence avec le saule pleureur penché sur la station où maintenant l’on s’arrête. (19 juillet, vers 10h 30) Po&sia n° 2 - Jean Foucault - 1er septembre 2012 Paço da libertade, place de la liberté Voici à ma fenêtre deux lignes rouges longues et de soie : une échelle de corde, aux barreaux également rouges et de soie. Une longue échelle mobile où se poseront les pieds nus de la princesse charmante délivrée par son prince, un petit ramoneur de banlieue. Anne ma sœur Anne j’attends à ma fenêtre et ne vois rien venir. Je ne vois plus la maison d’en face, ni mon amoureuse de toujours, ni mon amie Gloria. Ah que je m’en veux d’attendre toujours l’invisible alors que tant nous est donné ! (20 juillet 2012, fenêtre de l’après-midi) O que eu vejo da minha janela Gloria Kirinus A Espera Desespera Sentada na mureta da fonte de água, uma moça de pernas cruzadas espera. Ela consulta as horas a cada vinte segundos e balança as pernas no sentido dos ponteiros do relógio. Desde minha janela surrealista, onde uma escada de pano vermelho voa, acompanho sua espera. Quero gritar desde o alto da minha janela - olha aqui, olha a escada ondulada! Olha para o outro lado, veja as mil flores, veja o espetáculo da água que corre...Desisto da ideia. Ela espera e eu entendo seu desespero. Curitiba, Paço da Liberdade, 20/07/2012 ) Po&sia n° 2 - Jean Foucault - 1er septembre 2012 O que eu vejo da minha janela Gloria Kirinus Lua Minguante Canoa branca sobre o azul imenso. Quieta, ela me espia lá do alto e até parece que adivinha meu pensamento. Faço de conta que não a vejo, só para ter o susto de vê-la novamente. Agora presto atenção na sua brancura muda e lembro dos meus potes de aquarela. Mas, como chegar perto dela? Inutilmente procuro a escada infinita. Os degraus do sonho e da poesia, agentes do impossível, dão conta do meu intento. (Janela do carro. Itapoá, 21/07/2012) Voo Diagonal Névoa, bruma ou neblina? Cortina de tule, filó ou seda? Um pássaro voa em linha diagonal e descortina a manhã. Então, a casa de madeira velha dos meus vizinhos, pintada cor de laranja, me diz bom dia. Outro pássaro com seu voo diagonal rasga a manhã. E a placa: aluga-se, me acorda totalmente. Aprendo a voar diagonalmente com minhas perguntas em suspense: terei vizinhos de tule, filó ou seda? Serão vizinhos de névoa, bruma ou neblina? A placa aluga-se desaparece. Catarata nos meus olhos? Curitiba, desde minha rua 20/07/2012 Chinelo e Sapato de Salto Fino A moça bonita caminha apressada equilibrando sacolas. Ladeira íngreme e sapato de salto fino não combinam. Calçou os chinelos que retirou de uma das sacolas. Agora ela caminha devagar, diz bom bia a todos os passantes, presta atenção ao canto dos pássaros e ri do cachorro que late atrás do ciclista. Passa uma mulher humilde. A moça bonita lhe oferece algo que não identifico, desde minha janela. A mulher agradece e de repente tudo muda. Seu passo vira dança e a rua, um grande palco. Duas mulheres da ladeira íngreme se afastam do meu olhar. Curitiba, desde minha rua. 19/07/2012 Crédit photographique du document : Jean Foucault Po&sia n° 2 - Jean Foucault - 1er septembre 2012