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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
FICHA
TÉCNICA
Promotor,
AIHS.TSPS – Associação da Indústria Hoteleira e Similares das
Termas de São Pedro do Sul
Copromotor,
Termalistur – Termas de São Pedro do Sul, E.M., S.A.
Execução,
IDTOUR – Unique Solutions, Lda.
Campus Universitário de Santiago, Edifício 1
3810-193 Aveiro
Equipa Técnica,
Coordenação
Equipa Técnica
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Prof. Doutor Carlos Costa
Mestre Miguel Brás
Mestre Isabel Martins
Mestre Tânia Ventura
Dr. José Mendes
Dr. Nuno Lopes
Dra. Sara Cachide
Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
ÍNDICE
Volume 1.
VALORIZAÇÃO CULTURAL DAS TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL
Volume 2.
TERMALISMO, SAÚDE E TURISMO
Volume 3.
MERCADOS E FEIRAS
Volume 4.
BENCHMARKING
Volume 5.
OFERTA TURÍSTICA DAS TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL
Volume 6.
PROCURA TURÍSTICA DAS TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL
Volume 7.
ESTRATÉGIA
7.1. Introdução
7.2. Oferta Turística Disponível
7.3. Procura Turística Potencial
7.4. Estância/ Projetos Inspiradores
7.4.1.
Ourense – Capital Termal da Galiza
7.4.2.
Vichy – Principal Estância Termal
7.4.3.
Baden Baden – Estância Termal de Luxo
7.4.4.
Bath – Destino Termal Exclusivo
7.4.5.
Hévíz – Maior Lago Termal da Europa
7.4.6.
Turquia – Destino Termal de Excelência
7.5. Análise SWOT
7.5.1.
Ambiente Interno
7.5.2.
Ambiente Externo
7.6. Fatores Críticos de Sucesso
7.7. Estratégia de Desenvolvimento
7.7.1.
Visão Estratégica
7.7.2.
Objetivos Estratégicos
7.7.3.
Metas Estratégicas
7.7.4.
Produtos Turísticos Estratégicos
7.7.4.1. Turismo de Saúde e Bem-Estar
7.7.4.2. Turismo de Natureza
7.7.4.3. Turismo Cultural e Patrimonial
7.7.4.4. Outros Produtos Turísticos Complementares
7.7.4.5. Proposta Competitiva dos Produtos Estratégicos
7.7.5.
Mercados Estratégicos
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7.8. Plano de Ação
7.8.1.
Projetos de Valorização da Oferta… Produto
7.8.2.
Iniciativas Focadas nos Mercados… Promoção
7.8.3.
Ações de Cooperação Inter-regional… Governância
7.9. Bibliografia
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7.1.
INTRODUÇÃO
O planeamento multidisciplinar e a multinível (nacional, regional e local) é uma das
abordagens mais eficazes e sustentáveis, uma vez que envolve a integração das
estratégias de turismo e de saúde a nível nacional, regional e local. É importante
compreender os impactos que o turismo de saúde pode gerar no processo de
desenvolvimento de um lugar tendo presente os princípios da sustentabilidade, visto
que esta tipologia de turismo baseia-se, na maioria dos casos, em recursos naturais
particularmente frágeis.
A localização das instalações precisa de ser cuidadosamente avaliada e a sua
construção deve ser monitorizada e controlada. O processo de desenvolvimento deve
ser orientado pela definição de uma estratégia coerente, adequada e eficaz de modo
a orientar os investimentos, as intervenções e as ações numa visão e perspetiva
comum, que inclua a preservação dos recursos primários, a conservação do
património cultural e fortaleça, entre outros, o conhecimento e formação dos agentes
regionais, públicos e privados, e dos seus colaboradores.
Este é um procedimento complexo para todas as formas de turismo, mas assume um
relevo especial no turismo de saúde, sobretudo nos casos em que é dependente de
um recurso específico (utilização intensiva), ou na medida em que está direcionado
para segmentos de procura com elevados rendimentos e exigências de qualidade
(turismo de luxo) (Smith e Puczkó, 2009).
A gestão transversal de questões que são comuns a todas as formas do turismo de
saúde, bem como as que são específicas de determinadas subáreas, assume uma
importância para a qualificação e afirmação de um destino/ território ao nível do
turismo de saúde, dentro das quais se destaca a localização, a arquitetura e o design,
a atmosfera ambiente (relaxamento, tranquilidade e espírito de saúde), bem como, as
questões fundamentais relativas à organização, aos recursos humanos, às operações
e à qualidade do serviço prestado.
A aposta na qualificação e formação adequada, na regulamentação das atividades,
na atenção dedicada aos aspetos da saúde e a temática da segurança são cada vez
mais importantes para o sucesso de um destino de turismo de saúde e bem-estar.
Independentemente do serviço ser médico, holístico, psicológico ou espiritual, a sua
qualidade influencia significativamente a procura e o potencial de cada destino em
cada mercado em face das suas caraterísticas específicas.
Deste modo, os destinos ou serviços que desenvolvem a sua atividade na área do
turismo de saúde devem ter em consideração os seguintes aspetos (Smith e Puczkó,
2009):
• Desenvolver e aumentar o envolvimento nas estratégias a multinível
geográfico (nacional, regional e local);
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Apostar na qualidade dos serviços e produtos;
Dinamizar experiências únicas e memoráveis;
Criar uma atmosfera relaxante, calma e limpa;
Gerir as experiências e expetativas dos visitantes;
Gerir de forma eficaz e eficiente os serviços;
Apostar na formação de base e na formação contínua;
Regulamentar as atividades e serviços;
Apostar na segurança e na valorização da saúde dos clientes;
Proteger e preservar os recursos naturais e as suas caraterísticas
específicas/ singulares.
A proliferação de hotéis termais e resorts de spas tem sido contínua nos últimos anos,
neste sentido, verifica-se uma necessidade crescente de desenvolvimento de novos
produtos com o intuito de criar nos destinos e nos agentes económicos uma
proposição de venda exclusiva. Mesmo nos spas históricos tem-se, gradualmente,
potenciado o investimento para recuperar o património existente e valorizar a oferta
associada de uma forma integrada, capaz de atrair novos mercados, especialmente,
os mais tradicionais (ex. mercado sénior). Embora alguns dos novos produtos nem
sempre são estritamente compatíveis com o património e as tradições históricas
locais, eles acabam por representar uma inovação e a criação de novas experiências
para os visitantes (Smith e Puczkó, 2009).
Ainda que seja necessário proceder à recuperação e valorização do património
existente, bem como à instalação de novos equipamentos e infraestruturas,
associado às unidades e locais termais, estes investimentos por si só não garantem o
sucesso destes espaços. Neste sentido, torna-se necessário desenvolver uma
estratégia de animação e dinamização do património recuperado e/ou das novas
infraestruturas criadas com o intuito de facilitar a sua utilização e interpretação e, ao
mesmo tempo, potenciar a construção de experiências únicas que valorizem a visita
dos visitantes.
O envolvimento conjunto dos agentes regionais, públicos e privados, com finalidade
de obtenção de lucro ou simplesmente de promoção o desenvolvimento social, deve
ser estimulado em prol da implementação de uma estratégia de desenvolvimento
comum, que incorpore os diferentes elementos da oferta, atual e potencial,
adequando-a à procura, sendo necessário dinamizar esforços conjuntos para instalar
estruturas solicitadas pela procura, quer em termos de existência como de
parâmetros de qualidade.
Figura 7.1. Determinantes do Plano de Marketing e Comunicação
Fonte: Holloway, 2004
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A comunicação e publicidade ao nível do turismo de saúde e de bem-estar, conforme
já referido, não difere das estratégias e ações de outros tipos de turismo, no entanto,
algumas ações devem ser consideradas em função das suas especificidades,
nomeadamente a promoção em revistas de “lifestyle” (fitness, nutrição e estética),
sobretudo as de segmentos de mercado médio alto, em revistas de luxo, em revistas
médicas (para o turismo médico, cirurgias e tratamentos). Uma vez que o turismo de
saúde e de bem-estar não é considerado turismo de massas a promoção deve
desenvolver-se numa base relacional, apostando do contacto direto (direct mailing),
revistas especializadas e através de grupos de interesse (clubes, associações,
grupos de utilizadores, entre outros) (Smith e Puczkó, 2009).
A criação e fortalecimento da marca assume uma importância acrescida no âmbito da
segmentação e diferenciação dos produtos e serviços, nomeadamente ao nível do
turismo de saúde e bem-estar. Nesse sentido, a marca deve ser trabalhada e
comunicada de forma clara e assertiva, focando elementos como os valores, a
personalidade, a emoção, a confiança e a essência da marca.
No processo de promoção do turismo médico ou do turismo de bem-estar, a
atmosfera envolvente e os espaços complementares são cruciais, isto é suportado
nas recomendações da Federação Mundial de Hidroterapia e Climatoterapia
(FEMTEC/ FITEC) (Kaspar, 1992), sobre como um território se pode tornar ou afirmar
enquanto destino de turismo médico ou de bem-estar (Smith e Puczkó, 2009):
• Durante o horário de funcionamento deve haver pelo menos um médico
residente que deverá estar disponível, os médicos residentes devem
conhecer e compreender todas as doenças e estados de saúde para os quais
os tratamentos com base nas caraterísticas naturais do lugar são
recomendados;
• As instalações devem ser enquadradas nos diagnósticos necessários e
dispor de equipamentos necessários para aplicar os tratamentos adequados
às caraterísticas do local;
• Existência de outros serviços médicos e de acompanhamento,
nomeadamente serviços de emergência e de transporte de pacientes;
• Unidades de alojamento diretamente conexas às instalações de saúde, as
quais devem atender às mais altas expetativas de higiene, com um ambiente
acolhedor e confortável;
• Os serviços de restauração fornecidos devem ser capazes de oferecer
qualquer tipo de dieta que seja prescrita pelos médicos residentes;
• A localização e o ambiente da área devem apontar para o total relaxamento.
• As infraestruturas de transporte não devem perturbar os serviços médicos,
devendo existir uma sinalização eficiente e controlo de tráfego no destino,
apostando numa mobilidade pedestre crescente;
• As infraestruturas devem apostar na mais alta qualidade, todas as atividades
poluentes (ex., indústrias) devem ser controladas e a sua presença
minimizada, a proteção do ambiente deve assumir uma importância central;
• Deve ser definido um regulamento arquitetónico que promova a preservação
e conservação dos traços típicos e tradicionais, de modo a manter um aspeto
homogéneo, harmonioso e cuidado da envolvente urbana no destino.
Os consumidores estão, cada vez mais, preocupados e orientados para princípios da
sustentabilidade, preservação do ambiente, implicações no aquecimento global,
escassez de água e reciclagem de recursos, optando por spas com estratégias
sustentáveis e amigas do ambiente. Neste sentido, termos como 'natural', 'orgânico',
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'holístico', 'verde', 'eco-friendly' e 'sustentável' estão a ganhar um maior impacto no
setor, quer junto dos agentes e empresas, quer junto dos clientes (SpaFinder, 2013).
Sendo o termalismo um produto consumido localmente deve ser garantida a sua
autenticidade, salvaguardando-se a sua especificidade original através da
conveniente proteção das qualidades terapêuticas das águas e de uma melhoria do
ambiente (Mangorrinha, 2000).
A realidade termal apresenta-se como um motor de desenvolvimento regional e local
e pode representar um instrumento de atenuação das assimetrias. Tendo em conta
que grande parte das estâncias termais se localiza em regiões menos desenvolvidas,
estas poderão contribuir para a sua divulgação e promoção. Torna-se, contudo,
necessário recorrer a um planeamento adequado que preserve e respeite os valores
e recursos endógenos, minimizando os eventuais efeitos negativos que possam
surgir.
O termalismo poderá vir a assumir, ainda, uma significativa importância económica,
não só pela repercussão no mercado empregador, mas porque permite o
desenvolvimento de novas atividades complementares nas regiões onde se localizam
as estâncias. Além disso, gera importantes receitas, contribui para a formação
profissional dos recursos humanos, para a dinamização do comércio local e para a
melhoria das condições de vida da população, bem como de infraestruturas socais.
(Alpoim, 2010)
Durante as Jornadas Técnicas de Termalismo & Wellness que decorreram em
Caldelas no ano 2007, foi realçada, por Pedro Cantista (em Alpoim, 2010), presidente
da Sociedade Portuguesa de Psicologia Médica, a necessidade de capacitar e
reconhecer os médicos que se especializam em Hidrologia Médica, assim como a
necessidade de promoção das virtudes das estâncias termais e dos spas que estão
em funcionamento em Portugal, quer ao nível do bem-estar e da estética, quer ao
nível da saúde generalizada dos seus utilizadores. O turismo de saúde em Portugal
pode ser muito mais aproveitado, no âmbito deste tipo de turismo, as termas têm sido
as mais procuradas, mas o turismo médico é praticamente inexistente.
Para Miguel Frasquilho (em Alpoim, 2010), Diretor Coordenador da Espírito Santo
Research, o termalismo português deve seguir caminhos bem definidos nos seguintes
pressupostos:
• Evoluir para um conceito de termalismo de saúde e bem-estar com ofertas
segmentadas em espaços exclusivamente dedicados ao termalismo, em
coexistência com uma oferta alargada de programas e atividade de lazer e
recreio;
• Potenciar e dinamizar as valências paisagísticas, arquitetónicas e culturais
das regiões onde as estâncias se localizam;
• Dinamizar a oferta complementar ao termalismo;
• Segmentar e direcionar a oferta para os vários grupos de clientes (casais sem
filhos, jovens e seniores) de forma a atenuar a sazonalidade verificada na
procura termal;
• Potenciar e dinamizar os segmentos de negócios complementares, como a
indústria das águas minerais, a geotermia e a cosmética;
• Dinamizar o merchandising de produtos (chás, vestuário, artesanato, entre
outros) de cariz fortemente natural;
• Criar e divulgar o conceito (marca e produto) “Termas de Portugal” para o
qual será vital o envolvimento de todos os agentes.
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As estâncias termais estão dispersas por quase todo o território nacional, embora se
concentrem particularmente no Norte e Centro de Portugal Continental devido à
riqueza hidrogeológica destas regiões. Algumas estâncias termais estão a
desenvolver esforços no sentido de diversificar e promover a sua oferta, investindo
em novos equipamentos e na qualificação dos recursos humanos, tendo em vista
uma melhor adaptação às novas necessidades e hábitos de consumo.
De acordo com o estudo promovido pela ATP (Sousa, 2008, em ATP, 2008),
abrangendo como casos de estudo a realidade económica envolvente das Termas de
São Pedro do Sul e de Monfortinho – consideradas como representativas de dois
casos extremos de densidade de relações económicas regionais, Monfortinho mais
próximo de um impacto económico mínimo e São Pedro do Sul mais próximo do que
será um relevante impacto económico regional, o efeito multiplicador da despesa no
complexo de Monfortinho é substancialmente inferior ao de São Pedro do Sul.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, estima-se que as despesas no Complexo de
Monfortinho tenham um efeito multiplicador na economia regional que será cerca de
40% superior ao efeito direto gerado. Em São Pedro do Sul estima-se que essas
despesas produzam um efeito multiplicador quase 60% superior ao seu efeito direto.
Esta diferença de efeito multiplicador evidencia uma menor densidade das relações
da economia envolvente a Monfortinho que no caso de São Pedro do Sul.
Considerando a diversidade e profundidade da oferta instalada, numa base regional/
local (termas ou balneário termal) e a evolução prospetiva da procura termal e
turística que se deve definir uma estratégia eficiente e eficaz, que vise a
implementação de ações e projetos que potenciem o desenvolvimento sustentável e
equilibrado de um território que no seu conjunto agrega uma diversidade de produtos
e serviços. A adoção de uma estratégia suportada nos elementos endógenos e
caraterísticos do território potencia o aumento da sua competitividade, atratividade e
diversidade face aos destinos concorrentes, quer em termos diretos (temática e
produtos idênticos) quer indiretos (produtos diferentes).
Este novo processo de desenvolvimento do turismo para a região de São Pedro do
Sul deve estar enquadrado na perspetiva de evolução do turismo nacional no
horizonte 2010-2015, assente num conjunto de premissas, partindo da base definida
no PENT, que assegurem a concretização dos objetivos definidos, e na necessária e
fundamental mobilização do setor em torno de um conjunto de eixos de atuação
críticos para a estratégia final a ser implementada, ou seja: (i) sustentabilidade como
modelo de desenvolvimento, (ii) definição de prioridades de mercado a nível regional,
nacional e internacional, (iii) reforço da capacidade de comercialização e venda do
setor, (iv) enriquecimento e modernização da oferta via experiências e conteúdos, (v)
qualificação dos recursos humanos, e (v) urgência de atuação na qualidade urbana e
paisagística.
A concretização da presente proposta compreende a formulação da estratégia para
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do Sul nos horizontes definidos (2020 a médio prazo) consubstanciada pela indicação
de um conjunto de programas, ações e iniciativas objetivas (devidamente
fundamentadas) e na definição de uma estratégia de acompanhamento e
monitorização das propostas na qual serão definidos indicadores que permitam
acompanhar e avaliar os impactos do plano ao longo da sua implementação.
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Neste sentido, a presente proposta estratégica assenta num conjunto de critérios e
pressupostos estratégicos que convém salientar:
• Definição de Projetos Estratégicos – desenvolvimento de projetos de
natureza estratégica e operacional para produtos com elevado potencial,
mercados específicos e fatores críticos de sucesso;
• Consolidação da Informação Turística de Qualidade – apostar na criação
e disseminação de informação turística de qualidade e de elevado impacto
nos mercados, de acordo com as reais necessidades dos visitantes e de
modo a promover o aumento da fixação, fidelização e impacto económico do
turismo no território;
• Aposta em Eventos de Referência – criação e fortalecimento dos eventos
promovidos como forma de aumentar a notoriedade nos principais mercados
e gerar valor acrescentado no destino;
• Promoção de uma Agenda Regional – desenvolver uma agenda regional
de ações, iniciativas e eventos de vocação turística como forma de consolidar
a oferta de animação turística;
• Fortalecimento da Rede de Parcerias – aumento do envolvimento e da
cooperação, intrarregional e inter-regional, dos agentes públicos e privados
do território;
• Incremento da Ligação ao Mercado – estímulo do envolvimento com os
principais agentes dos setores da saúde (ministério, instituições, médicos,
etc.) e do turismo (distribuição, líderes de opinião, jornalistas, etc.);
• Desenvolvimento do Marketing Relacional – conhecimento estratégico dos
principais mercados e segmentos de mercado, aumento do envolvimento e
da conetividade com os visitantes, atuais e potenciais.
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7.2.
OFERTA TURÍSTICA DISPONÍVEL
O território integra a microrregião de Lafões (municípios de Vouzela, Oliveira de
Frades e São Pedro do Sul) e a sub-região NUTs III Dão-Lafões. No contexto do
presente plano, tendo como referencial estratégico a parcela territorial que define as
Termas de São Pedro do Sul e, por consequência, todo o espaço geográfico do
município, ainda que neste particular se considere os espaços geográficos
complementares, nomeadamente a região de Lafões, mas também os demais
territórios contíguos ao município.
A abordagem ao conhecimento dos atributos, recursos e produtos existentes no
território deve ter em consideração não só a sua identificação e integração na oferta
turística regional, mas também e, sobretudo, a forma como se processa a promoção,
comunicação e se posicionam os diferentes elementos da oferta nos principais canais
de promoção, distribuição e comercialização, bem como nos potenciais mercados.
Figura 7.2. Estrutura dos Recursos Turísticos
Recursos Turísticos
Primários
Secundários
Património Natural
Património Cultural
Equipamentos
Eventos
Atividades
Equipamentos
A oferta turística associada às Termas de São Pedro do Sul assenta numa
diversidade alargada de recursos, ainda que os mesmos evidenciem diferentes níveis
de estruturação e desenvolvimento, mas que em conjunto podem potenciar a
valorização de produtos turísticos e a estruturação de programas e pacotes turísticos
capazes de aumentar os índices de negociação e respetiva comercialização das
atividades económicas e sociais da região de São Pedro do Sul.
No que concerne ao património natural, o território apresenta uma diversidade e
qualidade de recursos com relevante valor ambiental, paisagístico e, por maioria de
razão, com elevado potencial turístico. Os principais elementos do património natural
estão associados aos elementos ancorantes do território – serras, montanhas, vales e
linhas de água (rios, ribeiros e riachos), para além da fauna e flora caraterística da
região de Lafões.
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[ São Pedro do Sul ]
• Serras de S. Macário, Arada e Gralheira
• Maciço Montanhoso do Monte Magaio
• Rios Vouga, Sul, Paiva e Teixeira
• Albufeira de Ribeiradio (maior plano de água da região)
• Floresta, ribeiras e riachos, quedas de água e lagos naturais
• Parque Florestal do Pisão
• Miradouros da S.ª da Guia, de Ortigueira, de São Pedro do Sul, da Serra de
S. Macário e do Lugar das Penas
• Praias Fluviais de Pouves, de São Pedro do Sul, da Barca e de Nodar
Estes recursos, pelas suas caraterísticas, permitem, ainda, a realização de circuitos,
percursos e passeios (organizados por empresas especializadas, mas também pelo
próprio município), que para além de contemplar e desfrutar da natureza, espaços
verdes, parques e reservas florestais, moinhas de água, permitem visitar e percorrer
as aldeias envoltas em tradições, lendas e crenças das suas populações, merendar,
assim como praticar um conjunto de atividades de turismo, lazer, aventura, montanha
e natureza. Ainda, a existência de miradouros e outros locais de observação permite
ao visitante disfrutar da paisagem e apreciar as caraterísticas da região.
Nos espaços geográficos de continuidade, podem ainda assinalar-se recursos de
relevante valor paisagístico e ambiental, como é o caso da Serra do Caramulo e do
Geoparque de Arouca. No que concerne ao Geoparque de Arouca, importa assinalar
que este recurso singular integra as Redes Europeia e Global de Geoparks sob a
égide da UNESCO, o que lhe confere um reconhecimento internacional dos valores
geológicos existentes no território.
Relativamente ao património cultural, os recursos disponíveis são o espelho da
vivência humana de uma região ao longo dos tempos, traduzindo-se nos usos e
costumes das populações locais, nos seus hábitos e tradições, e nas caraterísticas
das construções e aglomerados populacionais. Por todo o território encontram-se
vestígios do passado, manifestações de um património (histórico-cultural) rico e
diversificado que são alvo de visitação.
As aldeias típicas são um bom exemplo desta vivência humana, as quais se espraiam
um pouco por todo o território, ainda que assumam particular relevância nas áreas de
montanha, mas também os aglomerados populacionais, nomeadamente os mais
antigos, como é o caso dos centros históricos dos concelhos do território e outros
aglomerados rurais existentes, para além das construções medievais, romanas e
vestígios de construções megalíticas e de arte rupestre.
As construções de índole religiosa representam, igualmente, um forte atrativo para os
visitantes, nomeadamente no que respeita ao turismo religioso. A este nível podem
encontrar-se vários tipos de ofertas, desde igrejas, capelas, mosteiros, entre outros. A
existência de alguns locais de peregrinação e santuários, geralmente localizados nos
cumes das serras e montanhas em espaços naturais, são também importantes para o
desenvolvimento deste tipo de turismo (religioso), espaços que devidamente
dinamizados podem ainda constituir excelentes áreas de lazer e recreio, servindo
igualmente de miradouros, a partir dos quais se pode vislumbrar e apreciar a
paisagem do território.
Neste âmbito, merece ainda especial destaque a Piscina de D. Afonso Henriques das
Antigas Caldas de Alafões, a qual tem esse nome em homenagem ao primeiro Rei de
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Portugal (D. Afonso Henriques), que em 1169 encontrou nas miraculosas águas da
então Vila do Banho, o alívio para a maleita que o atormentava numa perna, depois
de sofrido uma queda na batalha de Badajoz. É um monumento de grande valor
cultural, arquitetónico e arqueológico, que faz parte de um balneário romano, cujo
edifício foi herdado dessa antiga civilização, localizado mesmo no centro das Termas
de São Pedro do Sul.
Do período romano ainda se podem ver alguns vestígios do que foi o balneum:
colunas de estilo jónico, fustes, capiteis, inscrições em latim, piscinas interiores e
outros espaços. Este é um elemento patrimonial classificado de Monumento Nacional
pelo Ministério da Cultura, através do decreto n.º 28536 de 22-3 de 1938.
É importante, ainda, referir a existência de outro tipo de construções espalhadas pela
região, como é o caso dos pelouros, cruzeiros, alminhas, etc., os quais se dispersam
pelas várias freguesias dos concelhos de Lafões, e cuja importância se complementa
com outros recursos uma vez que isoladamente estas construções não revelam um
poder atrativo importante, pelo que importa interliga-los através de percursos e
itinerários associados ao meio natural e rural, mas também às áreas urbanas.
[ São Pedro do Sul ]
• Ponte de Manhouce e da Barreira sobre a Ribeira de Vessa (Manhouce)
• Castro da Cárcoda, de N.ª S.ª da Guia e do Banho (Castro Beirós)
• Piscinas Romanas D. Afonso Henriques (antigo balneário romano,
classificado como Monumento Nacional)
• Aqueduto das Águas Reais de São Cristóvão de Lafões
• Convento de São Cristóvão de Lafões e dos Franciscanos (São José)
• Ruínas do Convento de São Cristóvão
• Pedra Escrita de Serrazes
• Capela e Adro da N.ª S.ª da Guia, S. Macário, Sto. António e S. Sebastião
• Igreja Matriz de Carvalhais
• Casas da Comenda de Ansemil e Casa das Paulas
• Solar dos Malafaias, do Barão de Palme e dos Condes da Lapa
• Antigo Solar dos Viscondes de S. Pedro
• Palácio do Marquês de Reriz
• Balneário Termal Rainha D. Amélia
• Capela das Termas de São Pedro do Sul
• Aldeias da Pena, Fujaco, Covas do Monte, Covas do Rio, Macieira, Coelheira
Candal e Manhouce
• Pelourinho de Sul
• Cruzeiro do Alto dos Picotes e de Valadares
• Padrão dos Descobrimentos de Baiões, Bordonhos e Largo de Camões
• Museu do Balneário Rainha D. Amélia (museu termal)
• Museu Rural de Carvalhais (museu agrícola e religioso)
Ao nível do património etnográfico, o artesanato e os ranchos folclóricos, se forem
devidamente dinamizados, podem constituir importantes atrações turísticas, sendo o
turismo um elemento importante para a preservação, manutenção e promoção das
caraterísticas etnográficas da região e dos respetivos concelhos.
Em São Pedro do Sul, a antiga estação de comboios foi convertida em Estação de
Artes e Saberes da Região, funcionando neste local, sob coordenação da Associação
de Artesãos de São Pedro do Sul, uma oficina de tecelagem, sendo este o principal
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ponto de exposição e venda de tapeçarias e de vários produtos artesanais como
azulejos pintados, cerâmicas e trabalhos feitos com raízes, madeira e cortiça.
Por sua vez, os ranchos folclóricos e os grupos de danças e cantares, são,
igualmente, importantes na manutenção e preservação das caraterísticas
etnográficas da região, contribuindo para a sua promoção junto das populações
locais, como dos visitantes que se deslocam á região. Para além disso, permitem
ainda a divulgação e apresentação dos trajes regionais e locais, e de objetos de
artesanato, constituindo-se como elementos de animação cultural do território.
A animação turística assume-se como um fator fundamental para o sucesso e
desenvolvimento de uma região, uma vez que permite a ocupação dos tempos livres
dos visitantes, disponibilizando um conjunto de atividades e serviços que, por sua
vez, possibilitam uma maior fixação dos visitantes e, por consequência, o
prolongamento da sua estada e o aumento das suas despesas médias.
As empresas, e outros agentes, de animação turística, e dinamização de eventos,
têm como objetivo a exploração de atividades lúdicas, culturais, desportivas ou de
lazer, contribuindo para o desenvolvimento turístico e para a captação de novos
públicos para a região. A presença destes agentes (empresas, associações, etc.) na
região pode ser vista como um indicador do grau de dinamização da região ao nível
dos serviços que prestam, nomeadamente ao nível da dinamização de atividades de
animação, locais e regionais e da criação e dinamização de percursos, roteiros e
passeios pela região.
[ São Pedro do Sul ]
• Carcorest - Bioparque
• Montes de Animação – Circuitos Turísticos, CRL
• Ritualtterra, lda.
• Hotel do Monte – Atividades Hoteleiras
• Nómadas, Turismo de Aventura, Lda.
• Associação das Aldeias de Magaio
• Termalistur – Termas de S. Pedro do Sul
Os equipamentos culturais e recreativos, assim como os equipamentos desportivos,
englobam um conjunto de equipamentos e espaços que possibilitam a realização de
atividades e eventos desta natureza, e desempenham um papel importante no
desenvolvimento do turismo, na medida em que podem ser dinamizados numa
perspetiva turística, e sendo que muitas vezes o equipamento constitui, por si só, um
fator de atração turística.
No que respeita aos trilhos, roteiros e circuitos foi possível identificar a oferta
associada a este tipo de recursos, em Vouzela e São Pedro do Sul. Os roteiros e
circuitos sinalizados pelas respetivas Câmaras Municipais (parceria com outras
entidades/ associações) percorrem diferentes locais ao longo dos concelhos,
nomeadamente zonas rurais, de natureza, de montanha e também espaços urbanos.
Para além disto, vão sendo promovidas, ao longo do ano, caminhadas e percursos
com o intuito de divulgar e promover os respetivos concelhos.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
[ São Pedro do Sul ]
Percursos Pedestres (percursos de pequenas rotas)
• PR1 – Rota de Manhouce
(percurso com 13,1 Km, com inicio e fim em Manhouce.
Tipo de percurso: ambiental, cultural, desportivo e paisagístico)
•
PR2 - Rota das Bétulas
(percurso com 10,2 Km, com inicio e fim na Fraguinha.
Tipo de percurso: ambiental, cultural, e desportivo)
•
PR3 - Rota de Cárcoda
(percurso com 14,6 Km, com inicio e fim em Carvalhais.
Tipo de percurso: paisagístico, cultural e desportivo)
•
PR4 - Rota do Castro do Banho
(percurso com 16 Km, com inicio e fim nas Termas de São Pedro do Sul.
Tipo de percurso: ambiental, cultural, e desportivo)
•
PR7 - Rota de S. João de Jerusalém
(percurso com 12,7 Km, com inicio e fim na junta de freguesia de São Pedro do Sul.
Tipo de percurso: circular, por calçadas, caminhos tradicionais e florestais)
•
PR9 – Trilho do Vouga
(percurso com 7 Km, com início nas Termas de São Pedro do Sul.
Tipo de percurso: trilho e caminhos rurais junto ao Rio Vouga)
No que concerne à oferta de alojamento, o território apresenta uma vasta oferta de
unidades de alojamento turístico, quer se trate de empreendimentos turísticos, em
particular os estabelecimentos hoteleiros, os empreendimentos de turismo no espaço
rural e de turismo de habitação e os parques de campismo e caravanismo, quer se
trate de unidades de alojamento local.
A oferta de unidades de alojamento concentra-se essencialmente nas Termas de São
Pedro do Sul, ainda que pontifiquem algumas unidades de turismo no espaço rural
noutros espaços geográficos do concelho, particularmente nas áreas de montanha e
nos núcleos rurais existentes. No território de São Pedro do Sul localizam-se as
principais unidades de alojamento turístico da região, sendo que a sua operação está
articulada e fortemente dependente da operação dos balneários termais (principal
produto do território).
[ São Pedro do Sul ]
• Hotel do Parque Health Club & SPA
• INATEL Palace São Pedro do Sul Hotel
• Hotel Monte Rio
• Hotel Nossa Senhora da Saúde
• Grande Hotel Lisboa
• Hotel Vouga
• Aparthotel Vouga (Hotel Apartamento Vouga)
• Hotel Pintos
• Pousada da Juventude
• Residencial Águas Santas e Residencial São José
• Pensão das Termas de Alafum
• Pensão David
• Pensão Residencial Lafões
• Pensão Avenida
• Quinta Vale do Nox
• Casa de Canhões
• Casa da Mota
• Casa de Passos
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
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•
Quinta da Comenda
Quinta do Pendão e Hotel Rural Palácio
Quinta do Souto de Baiões
Quinta das Uchas
Hotel Rural Villa do Banho
Solar Condado de Beirós
Mosteiro de São Cristóvão de Lafões
Quinta dos Quatro Lagares
Casa dos Moinhos
Parque de Campismo Retiro da Fraguinha
Parque de Campismo BioParque São Pedro do Sul
Benta da Benta
Pensão Romana
Tensão Paço de Lafões
Hospedaria Nunes Pinto
O Manjar do Retiro
Pensão Loureiro
Pensão Polido
Quinta Chão do Rio
Quinta do Micondó
Quinta da Subestrada
Casa Santos
Casa Girão
Casa Salomão
Casa de Hóspedes das Almas
Casa de Hóspedes de Francisco Nereu de araújo Barros
Casa de Hóspedes Ana Paula Soares
Paralelamente, a oferta de estabelecimentos de restauração no território não
acompanha a reconhecida capacidade de alojamento disponível, este facto determina
uma particular área de oportunidade para o território, sendo a mesma reforçada pela
diversidade e riqueza da cultura gastronómica do território (região de Lafões).
A gastronomia regional é objetivamente uma atração do território, confirmando os
usos e costumes das populações locais/ regionais, funcionando cada vez mais como
um motivo de atração para os visitantes (turistas e excursionistas), que procuram
determinadas regiões com vista a usufruir dos seus produtos típicos, nomeadamente
no que se refere à gastronomia.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.3.
PROCURA TURÍSTICA POTENCIAL
A atividade turística mundial deverá manter uma tendência de crescimento contínua,
demonstrando a sua vitalidade e resiliência face às adversidades externas (conflitos
geopolíticos, crises económicas, terrorismo, entre outros). Em conformidade com as
previsões da Organização Mundial do Turismo para o horizonte 2030, o número de
entradas de turistas internacionais deverá ultrapassar 1,8 mil milhões, com a região
da Ásia e Pacífico a registar os maiores índices de crescimento.
Gráfico 7.1. Evolução Prospetiva do Número de Entradas de Turistas Internacionais,
Mundo, 2000-30, 106
1 809
1 360
677
00
807
842
898
916
884
05
06
07
08
09
949
995
1 035
1 087
10
11
12
13*
20**
30**
(*) informação provisória; (**) informação prospetiva
Fonte: OMT
A Europa deverá manter a sua posição de liderança enquanto principal região de
destino à escala mundial, ainda que se reconheça uma perda de quota de mercado
que, em 2030, deverá fixar-se nos 41,1% (744 milhões de turistas), quando em 2000
concentrava 57,3% da procura turística mundial.
A sub-região europeia, designada ‘Europa do Sul e Mediterrâneo’, deverá ser
responsável por receber 264 milhões de turistas internacionais (2030), assumindo-se
como a principal sub-região da Europa em termos turísticos. Esta parcela territorial
integra alguns dos principais destinos turísticos mundiais, nomeadamente a Espanha,
a Itália e a Turquia, estes três países receberam, em 2013, mais de 147,5 milhões de
turistas internacionais, o que os coloca no top-10 do ranking mundial.
Portugal integra também a sub-região ‘Europa do Sul e Mediterrâneo’, e apesar da
primeira década do séc. XXI registar uma clara estagnação da procura turística
internacional, os resultados apurados para o ano 2013, confirmam um relevante
acréscimo da procura externa (13,5 milhões de entradas de turistas internacionais,
segundo estimativa da idtour).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Gráfico 7.2. Evolução Prospetiva do Número de Entradas de Turistas Internacionais,
Portugal, 2000-20, 103
17 500
12 097
00
11 282
10 612
05
06
12 321
12 074
07
08*
10 686
10 846
09*
10*
11 931
12 527
11*
12*
13 529
13*
20**
(*) estimativas idtour; (**) previsões idtour
Fonte: INE/ TP/ IDTOUR
As previsões da idtour para 2020, indicam que o número de entradas de turistas
internacionais em Portugal possa atingir 17,5 milhões, dos quais 16,6% deverão ter
como principal destino, a região Centro, o que faz desta, a quarta região destino da
procura turística internacional em Portugal. No que concerne aos principais mercados
emissores, será expetável que o Reino Unido mantenha a sua posição de liderança,
mas a Alemanha e os mercados de proximidade (Espanha e França) devem reforçar
o seu peso relativo na estrutura da procura turística externa.
No que se refere ao mercado interno, segundo os dados apurados pelo Instituto
Nacional de Estatística e as previsões elaboradas pela idtour, para o horizonte 2020,
o número de viagens turísticas dos residentes poderão alcançar 19,0 milhões e
proporcionar cerca de 70,0 milhões de dormidas. Ainda segundo as mesmas fontes, a
região Centro deverá manter-se como o principal destino das viagens turísticas dos
residentes (28,4% do total) e também das dormidas geradas (25,7% do total).
Em termos sub-regionais, a evolução da atividade turística resulta da análise da
operação dos estabelecimentos hoteleiros (principal tipologia de alojamento turístico
em Portugal). Assim, o número de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros da
região Dão-Lafões assinalou uma taxa de crescimento média anual de 1,2% para o
período 2000-12 (205,4 mil, em 2012), enquanto o número de dormidas nas mesmas
unidades de alojamento cresceu a um ritmo mais acelerado (2,6%), alcançando 447,4
mil dormidas no último ano do período em observação.
Gráfico 7.3. Evolução do Número de Hóspedes nos Estabelecimentos Hoteleiros,
Dão-Lafões e São Pedro do Sul, 2000-12
218 325
216 682
225 256
226 730
211 210
231 050
236 080
205 437
178 533
9 636
27 046
28 800
32 003
24 707
31 663
29 414
29 832
25 206
Dão-Lafões
SPSul
00
05
06
07
08
09
10
11
12
Fonte: INE
idtour – unique solutions
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
A estrutura da procura turística na região Dão-Lafões denuncia uma forte
dependência da procura interna, uma vez que 84,5% das dormidas na região foram
geradas por este mercado (2012). No que concerne à procura externa, verifica-se
também uma forte dependência dos mercados de proximidade (Espanha e França).
Em São Pedro do Sul, o número de hóspedes e de dormidas nos estabelecimentos
hoteleiros registaram, para o período 2000-12, taxas de crescimento médias anuais
superiores às observadas para a região Dão-Lafões, correspondendo a 8,3% e 7,9%,
respetivamente. De acordo com os dados apurados para o ano 2012, o número de
hóspedes fixou-se nos 25,2 mil e o de dormidas nos 123,5 mil, o que demonstra os
elevados índices da estada média no concelho de São Pedro do Sul (4,90 noites, em
2012), quando comparados com a região Dão-Lafões e mesmo com o total nacional.
Gráfico 7.4. Evolução do Número de Dormidas nos Estabelecimentos Hoteleiros,
Dão-Lafões e São Pedro do Sul, 2000-12
483 924
498 484
501 853
481 722
456 916
489 243
517 405
447 393
328 034
129 283
134 255
145 161
112 568
124 496
117 899
135 448
123 475
49 362
Dão-Lafões
SPSul
00
05
06
07
08
09
10
11
12
Fonte: INE
O mercado externo não tem qualquer expressão na estrutura da procura turística do
concelho de São Pedro do Sul, de acordo com os dados apurados para 2012, o
mercado externo concentrava apenas 1,2% das dormidas nos estabelecimentos
hoteleiros do concelho (1,5 mil dormidas).
No que concerne à atividade termal, apesar das limitações da informação disponível à
escala mundial, verifica-se que no contexto europeu, segundo os dados apurados
pela European SPAs Association, o número de hóspedes e de dormidas nas
unidades de alojamento das estâncias termais tem evoluído positivamente nos
últimos anos, alcançando mais de 46 milhões de hóspedes e mais de 175 milhões de
dormidas nas referidas unidades de alojamento.
Gráfico 7.5. Evolução do Número de Aquistas nas Estâncias Termais (Termalismo
Clássico), Portugal, 2000-13
Fonte: DGEG/ TP
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Em Portugal, a informação disponível sobre a operação das estâncias termais está
segmentada segundo o perfil da oferta – termalismo clássico (aquistas) e termalismo
de bem-estar (turistas); o que determina diferentes perfis da procura (consumidores
com motivações diferentes). A evolução da procura associada a programas termais
na sua dimensão terapêutica (termalismo clássico) tem vindo a decrescer de forma
continua na última década, fixando-se nos 43,3 mil aquistas, em 2013.
A distribuição regional da procura termal associada aos programas terapêuticos
concentra-se nas regiões Norte e Centro, facto que decorre da distribuição nacional
da oferta instalada. A região Centro é mesmo o principal destino, uma vez que
representava 64,1% da procura total nacional, enquanto a região Norte concentrava
31,1%, ou seja, ambas as regiões eram responsáveis por mais de 95% dos aquistas
a nível nacional, em 2013.
No que concerne à evolução da procura associada aos programas de bem-estar nas
estâncias termais nacionais, o desempenho tem sido muito positivo, alcançando mais
de 50 mil turistas nos últimos dois anos do período em análise (2012 e 2013).
Algumas das estâncias termais nacionais encontraram nas ofertas associadas à
saúde (perspetiva preventiva) e ao lazer e bem-estar a alternativa às ofertas
exclusivamente orientadas para a cura termal (termalismo clássico).
A região Dão-Lafões tem particular relevância na componente termal, na medida em
que dispõe de seis estâncias termais, sendo as Termas de São Pedro do Sul a
principal estância da região, assim como, no território nacional. Esta circunstância
determina que os resultados alcançados pelas Termas de São Pedro do Sul
condicionam os próprios resultados da região em que se insere.
Gráfico 7.6. Evolução do Número de Aquistas nas Estâncias Termais (Termalismo
Clássico), Dão-Lafões e São Pedro do Sul, 2000-13
Fonte: DGEG/ TP
À semelhança do que fora observado para o contexto nacional, a região Dão-Lafões
também registou uma forte contração da procura associada ao termalismo clássico, o
número de aquistas decresceu em média, 4,5% de 2000 para 2013 (18,9 mil aquistas
no último ano do período). As Termas de São Pedro do Sul registaram também uma
contração da procura, apesar de ligeiramente mais lenta que a ocorrida para a região
Dão-Lafões, o desempenho desta estância termal decresceu ao ano 4,0%, ou seja,
passou de 22,0 mil aquistas (2000), para 13,0 mil aquistas (2013).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
No que concerne ao termalismo de bem-estar, a procura associada a esta oferta
apresenta-se como área estratégica de expansão da atividade das estâncias termais
da região Dão-Lafões e, especificamente, das Termas de São Pedro do Sul, visto que
no ano 2013, a região registou apenas 3,7 mil turistas, enquanto as Termas de São
Pedro do Sul foram responsáveis por acolher 1,7 mil turistas.
Gráfico 7.7. Evolução do Número de Turistas nas Estâncias Termais (Termalismo de
Bem-Estar), Dão-Lafões e São Pedro do Sul, 2000-13
Fonte: DGEG/ TP
De acordo com a informação apurada pela idtour, através da aplicação do inquérito
por questionário aos visitantes da região de influência das Termas de São Pedro do
Sul (região de Lafões – municípios de São Pedro do Sul, Oliveira de Fardes e
Vouzela), verifica-se que os visitantes apresentam elevados índices de fidelização ao
território, que reconhecem a qualidade das águas termais e os serviços prestados nos
balneários termais, que valorizam a qualidade da paisagem, que procuram no
território respostas às suas necessidades físicas (tratamentos termais) e
tranquilidade/ sossego/ descanso.
Os visitantes são essencialmente nacionais, residentes nos principais centros
urbanos de Portugal Continental (NUTs III – Grande Lisboa e Grande Porto), e na sua
maioria são seniores (+65 anos de idade), e por esta circunstância, reformados/
aposentados. Ainda em conformidade com os resultados apurados do questionário,
os visitantes das Termas de São Pedro do Sul apresentam elevados níveis de
habilitações literárias, equivalentes ao ensino superior, e a sua maioria indica auferir
um rendimento líquido mensal entre os mil e os dois euros.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.4.
ESTÂNCIAS/ DESTINOS INSPIRADORES
A análise de benchmarking concretizada no âmbito do presente plano teve como
objetivo identificar e caraterizar boas práticas e casos de sucesso, nacionais e
internacionais, associados à temática objeto de estudo, por forma a sistematizar os
seus principais fatores competitivos e que contribuam para a dinamização que se
pretende empreender nas Termas de São Pedro do Sul.
A identificação das estâncias e dos destinos termais objeto de monitorização e
avaliação teve como referencial a experiência, inovação, qualidade e diversidade de
caraterísticas que podem resultar em mais-valias significativas para a definição da
presente estratégia e para o desenvolvimento futuro do território.
7.4.1.
OURENSE – CAPITAL TERMAL DA GALIZA
Ourense, conhecida como a capital termal da Galiza, foi fundada pelos romanos há
quase dois mil anos, que, devido à qualidade e propriedades das suas águas termais
e à abundância de ouro (o ouro da bacia hidrográfica do Rio Minho), lhe atribuíram o
nome de Aquis Auriense (‘águas de ouro’). O Termalismo é uma tradição intimamente
ligada à história da cidade.
Atualmente Ourense, com mais de cinco milhões de litros de água mineromedicinal, e
com uma tradição hidroterapêutica milenar, que correm todos os dias ao longo das
várias fontes de água quente, fizeram da cidade a capital termal de excelência em
Espanha, e sendo a segunda cidade europeia em quantidade de água termal a seguir
a Budapeste (Hungria).
A referência termal de Ourense é a piscina termal de Burgas, localizada em pleno
centro histórico (onde tudo indica que os romanos se instalaram), considerado o
‘coração’ do termalismo histórico de Ourense (o mais antigo testemunho do
património termal). As suas fontes (das burgas), três nascentes de água
mineromedicinal que durante séculos atraíram visitantes das regiões vizinhas,
constituem o símbolo mais importante da cidade, com água termal a 67ºC, tendo sido
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
aberta uma piscina termal nesta área para que cidadãos e turistas possam desfrutar
das águas termais no coração da zona antiga da cidade. Classificadas como Bem de
Interesse Cultural em 2007, as Burgas são agora um dos locais mais emblemáticos
de Ourense, e as que melhor representam a relação da cidade com as suas águas.
Esta é uma oferta que se completa com o complexo natural das margens do Rio
Minho, onde se encontram três áreas de banho públicas de uso gratuito com serviços
de café, vestiários e sanitários, bem como duas estações termais de gestão privada.
Todas as instalações termais da margem direita do Rio Minho estão ligadas através
de um agradável caminho habilitado para o uso pedonal e para a circulação de
bicicletas, rodeado de árvores e com atalhos para as áreas de banho. O passeio
pedonal contorna também a margem esquerda do Rio Minho num percurso de 20 Km,
que se torna ideal e propício para a prática de jogging e caminhadas.
O Centro de Interpretação de As Burgas juntamente com a avenida pedonal, é um
espaço dedicado à investigação e divulgação do património arqueológico termal, que
dão ao Centro Histórico uma zona verde de 6.000 metros quadrados e um circuito
informativo e expositivo que incorporam as descobertas encontradas em As Burgas.
Este projeto (Centro de Interpretação), no seu conjunto, contribui para a reabilitação e
o desenvolvimento do contexto urbano onde se insere, e para a revitalização social e
económica da zona, recuperando As Burgas como símbolo patrimonial da cidade.
Concebe-se como um projeto informativo e didático, que proporciona ao visitante uma
conceção global do termalismo mediante ferramentas e propostas audiovisuais e
interativas, que permitirá conhecer de forma mais legível a temática termal
aprofundando na história e cultura da cidade.
7.4.2.
VICHY – PRINCIPAL ESTÂNCIA TERMAL
Vichy é a principal estância termal de França, conhecida pela sua história imperial,
pelo parque Napoléon III, pela famosa Ópera e pelas suas fontes de água medicinal.
Nas montanhas Bourbon, perto do parque natural do vulcão Auvergne, e a 45 minutos
do aeroporto de Clermont-Ferrand/ Auvergne, encontram-se as duas instalações
termais, o instituto especializado em hidroterapia Les Célestins, incorporado no Hotel
Sofitel, e o Centro Termal de Les Dômes, o primeiro centro de tratamentos de
primeira classe existente em Vichy. Ambos oferecem estadia e possuem médicos
especializados para prescrever e selecionar um tratamento personalizado para cada
utente.
Desde que foram descobertas as virtudes das suas águas, há mais de 2.000 anos, a
medicina termal tem-se mostrado eficaz no tratamento de diversas patologias. Os
tratamentos termais (curas termais) são a alavanca económica de Vichy, com um
ambiente privilegiado, a sua arquitetura, com os seus parques, lago, gastronomia e
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
localização. Vichy tem vindo a aumentar consecutivamente o número de visitantes,
das mais diversificadas geografias mundiais, sendo que a ‘Compagnie de Vichy’
conta com cera de 300 funcionários ao serviço dos seus clientes.
O Centro Termal de Les Dômes oferece uma gama de tratamentos que vão desde a
assistência médica aos tratamentos e cuidados de bem-estar: Banhos com duche de
imersão, Duche Vichy a 4 mãos. A abordagem holística da saúde do centro termal
envolve uma rede de peritos médicos e paramédicos (médicos, nutricionistas,
fisioterapeutas, hidroterapeutas, treinadores desportistas) que oferecem tratamento
personalizado. Ao nível dos tratamentos e curas termais, têm acordo/ protocolo com a
segurança social, propondo três semanas de tratamento convencionado pela
segurança social.
7.4.3.
BADEN BADEN – ESTÂNCIA TERMAL DE LUXO
Baden-Baden é um exemplo de ‘planeamento de uma cidade termal’, com património
e tradições, sendo considerada ‘a Rainha das Termas’ na Europa, tendo sido durante
séculos o ponto de encontro da nobreza e aristocracia europeia.
As instalações e os serviços da estância termal foram desenvolvidos no sentido de
dar resposta e atender às expetativas do segmento da saúde (termalismo) e bemestar (ex., casino, hotéis exclusivos, teatro, salas para eventos, percursos),
cumprindo os critérios basilares para se tornar um destino de saúde/ médico. O
desenvolvimento de produtos foi feito tendo em conta a combinação entre a
preservação dos aspetos singulares de Baden-Baden o que faz desta, uma cidade
única, na relação entre a sua oferta e o perfil do novo consumidor, respondendo às
suas necessidades e interesses (ex., ‘programas de fitness para executivos’ ou
‘programas de golf e saúde’).
O Centro da cidade foi transformado em zona reservada para peões, com cafés,
restaurantes, lojas com produtos de marca (joalharia, relógios) e hotéis de luxo. Para
além dos recursos/ instalações de saúde dos hotéis e das próprias clínicas, BadenBaden tem dois Balneários: o Balneário Romano-Irlandês "Friedrichsbad“, que
combina banhos de tradição romana e irlandesa; o Balneário Termal/ Spa Caracalla,
que se foca no segmento do turismo de bem-estar. Enquanto o Balneário
‘Friedrichsbad’ não pretende nem consegue dar resposta (atender) a um elevado
número de visitantes, o Balneário Termal/ Spa Caracalla, pode, sendo que as duas
instalações estão em localizações diferentes.
Deste modo, a gestão e planeamento da cidade provou ser bem-sucedida e um caso
de sucesso, uma vez que combinou e manteve a tradição e charme histórico com o
desenvolvimento sustentável e moderno que se exigem às estruturas atuais face às
exigências dos novos consumidores (Smith e Puczkó, 2009).
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Baden-Baden é, assim, uma das estâncias termais mais luxuosas da Alemanha e do
Mundo, conhecida pelos seus spas, sendo as propriedades curativas das suas águas
valorizadas desde os tempos romanos, havendo um total de 12 fontes termais de
água quente, com propriedades terapêuticas, que vêm de uma nascente com
profundidade de 2.000 metros.
7.4.4.
BATH – DESTINO TERMAL EXCLUSIVO
A Estância Termal de Bath (ou Aquae Sulis, como era conhecida pelos romanos) é
um exemplo de ‘Regeneração de um Espaço Termal Histórico’, que conseguiu
combinar as caraterísticas históricas com o processo de desenvolvimento e
regeneração efetuada, tendo sido classificada pela UNESCO como cidade Património
Mundial, em 1987, devido à riqueza de património e de relíquias termais que a cidade
oferece. Com as suas instalações termais (banhos) e de bem-estar, Bath é um dos
principais destinos de turismo termal e de bem-estar.
As provas da existência de atividade humana em torno das nascentes de água
quente (fontes termais) de Bath datam de 8.000 a.C., seguidas pela evidência de
templos celtas também em torno das nascentes, sendo as suas águas consideradas
sagradas. Foi, no entanto, durante a invasão Romana em 43 d.C. que a estância e as
suas nascentes foram transformadas e criadas instalações balneares para a prática
de banhos termais. Tendo, no entanto, sido a partir de 973 d.C. que Bath se
posicionou como um centro de peregrinação e cura termal.
Só mais tarde, após 1700 é que Bath se tornou uma estância mais sofisticada para
receber a realeza e aristocracia britânica, com salas para beber água termal (‘pum
rooms’), salas de reuniões, onde era possível jogar, dançar, conviver, fazer festas.
Tendo passado por algumas fases de declínio em meados do século XIX, e após um
encerramento de 25 anos (após 1976), a estância termal de Bath abriu em 2006.
Durante anos os visitantes puderam apreciar as fontes de água quente, mas sem
poderem tomar banho nas suas águas, à semelhança de outras cidades termais
históricas no Reino Unido e mesmo noutros países europeus, em que a maioria dos
visitantes pode visitar e apreciar os edifícios e o património histórico, mas sem
puderem desfrutar das finalidades para as quais foram projetados.
Recorrendo a fundos públicos foi desenvolvido um projeto de revitalização em que
foram regenerados cinco edifícios e criada uma nova e mais moderna piscina termal
(banho termal) - O Minerva Bath. Embora a arquitetura e as instalações sejam
completamente contemporâneas (podendo causar alguma polémica com os edifícios
tradicionais), a vista da cobertura da piscina sobre toda a cidade Património Mundial
demonstra que a nova estrutura pode representar o aspeto multifacetado da história e
do património e não apenas a sua substituição.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Bath é atualmente uma das mais conhecidas cidades termais da Grã-Bretanha, cujas
águas quentes e ricas em minerais foram descoberta pelos romanos há mais de 2000
anos, possuindo os banhos romanos mais bem conservados do Mundo (Smith e
Puczkó, 2009).
Situado no centro da cidade, O Spa Termal de Bath é um edifício onde o passado e o
presente se cruzam, edifícios históricos termais (spa) se misturam com o design
contemporâneo do New Royal Bath, proporcionando aos clientes/ visitantes uma
experiência especial e única, permitindo desfrutar das ‘únicas’ águas naturais termais
da Grã-Bretanha, tal como os celtas e romanos fizeram há mais de 2000 anos, sendo
o único spa natural público da Grã-Bretanha, e com piscinas originais do tempo dos
romanos.
Três fontes termais no centro de Bath: as Fontes/ Balneários Romanas (Roman
Baths) e a ‘Pump Room’ (com vista para os antigos banhos/ balneários romanos, é
sala de chá e restaurante, originalmente a sala das fontes onde a aristocracia se
reunia para beber as águas termais) formam um complexo com base na fonte
sagrada Romana dedicada a Sulis-Minerva. Abastecendo-se destas duas fontes o
complexo termal ‘Thermae Bath Spa’ conta com piscina, salas de vapor, e um
conjunto de salas de tratamento com base nos banhos quentes.
O complexo termal (Spa Termal de Bath) conta ainda com a piscina (interior) termal
de água quente Minerva Bath e uma piscina ao ar livre num terraço com vista sobre a
cidade de Bath. O complexo dispõe também de salas de aromaterapia a vapor, onde
estão disponíveis mais de 40 tipos de tratamentos termais (programas). Os
tratamentos variam entre: massagens tradicionais, tratamentos faciais e terapias com
pedras quentes, tratamentos assinatura - Watsu, alongamentos e massagens nas
águas termais na histórica piscina termal de água quente (Hot Bath). A seleção dos
programas termais e de bem-estar oferecem uma excelente relação com a escolha de
sessões de bem-estar, tratamentos e refeições no Restaurante ‘Springs’.
7.4.5.
HÉVÍZ – MAIOR LAGO TERMAL DA EUROPA
A Hungria é um país com caraterísticas naturais singulares, como são as águas
termais e os recursos energéticos geotérmicos, existindo águas termais em
aproximadamente 88% do território, águas com caraterísticas geotérmicas favoráveis,
(GRH, 2007). De acordo com a Estratégia Nacional de Turismo de Saúde Húngaro
(2007), a Hungria conta com cerca de 1.372 fontes de águas termais (nascentes), das
quais 197 são abastecidas com águas oficialmente reconhecidas como tendo
qualidades medicinais.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
A cidade de Hévíz tem uma das maiores maravilhas do Mundo, um lago com água
termal natural, a uma temperatura não muito elevada, que ganhou popularidade
desde o século IV d.C. As águas do lago têm efeitos curativos ímpares. No século XX
a estância termal expandiu-se com a construção de termas e de casas de férias.
Hévíz é um dos mais importantes destinos da Hungria, onde se encontra o maior lago
termal da Europa (considerado Património Nacional, e integrando da lista da
UNESCO para a nomeação a Património Mundial, e cujos recursos e paisagem
circundante foi nomeada com a categoria de ‘Paisagem Cultural’) com fontes naturais
que mantêm as águas do lago quentes 24h por dia. Em Hévíz é possível encontrar os
elementos necessários para a cura natural, reabilitação e promoção da saúde,
nomeadamente nos banhos termais no lago, mas também os tratamentos com lamas,
diferentes tipos de massagens e ingestão de água termal.
Em Hévíz é, portanto, possível encontrar quase todos os elementos de cura natural,
reabilitação e de promoção da saúde, que interligados aumentam a sua eficiência na
promoção da saúde, sendo que em Hévíz o elemento de cura mais importante está
associado aos banhos no lago termal, em que as caraterísticas da água, o efeito da
queda da água que cai formando pequenas bolhas, massaja o corpo de quem está no
banho (único no Mundo), a sensação de flutuar, as flores de lótus que oscilam no
lago, o odor da água, e as árvores que o cercam, têm um efeito calmante sobre o
sistema nervoso, e evocam a sensação de cura e bem-estar psicológico.
Assim, o efeito terapêutico do Lago Termal de Hévíz (cuja temperatura varia entre os
24º e os 38º de acordo com a época, o que possibilita tomar banho no inverno)
permite uma ampla gama de utilizações, quer seja em termos de tratamentos, quer
em termos de prevenção, bem como de bem-estar.
Para além da cura através dos banhos termais, o lago medicinal de Hévíz, é ainda a
base para alguns tratamentos médicos tradicionais e tratamentos de bem-estar,
oferecendo outras facilidades e atividades físicas que permitem manter a condição
física e o bem-estar, tais como caminhadas, visitas a adegas e locais de interesse,
sendo esta uma forma de aliar a saúde e o bem-estar proporcionado pelas
caraterísticas do lago e da cidade de Hévíz, ao desenvolvimento do turismo como
forma de alavancar a economia local, e preservar e promover a tradição e herança
ligada ao termalismo da região.
7.4.6.
TURQUIA – DESTINO TERMAL DE EXCELÊNCIA
A Turquia é um destino termal de excelência devido às condições geológicas
térmicas, já que está localizada numa área tectónica e vulcânica. Na Turquia podem
encontrar-se mais de 1.300 nascentes termais com propriedades benéficas para a
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
saúde, com águas cuja temperatura varia entre 20ºC e 110ºC, ricas (entre outros
minerais) em enxofre, sódio e cálcio, sendo o turismo termal um dos tipos de turismo
estratégicos para o país.
O termalismo é um conceito muito enraizado na cultura turca e os famosos banhos
turcos, embora provenham inicialmente dos banhos romanos e do Império Romano,
têm a sua própria história, arquitetura e ritual do banho. Os banhos turcos combinam
quatro elementos: o calor seco, o calor húmido, o frio e a massagem. Estes
elementos estimulam e limpam o corpo e a mente para além de serem benéficos para
a saúde.
De acordo com a Estratégia Nacional para o Turismo da Turquia – 2023 (MCT, 2007)
o Turismo de Saúde e Bem-Estar, ligado às suas tradições e cultura ancestrais, é
uma das estratégias para desenvolver o turismo no país, com vista a coloca-lo no
topo dos destinos do turismo termal, integrando-o com outros tipos de turismo
alternativo ao turismo de saúde e bem-estar (cultura, natureza, etc.)
Desta estratégia de desenvolvimento fazem parte a criação de infraestruturas de
apoio ao turismo termal, nomeadamente centros de balneoterapia, mas também
hotéis e centros de recuperação, rodeados de espaços verdes onde possam ser
praticadas atividades de recreio e lazer ligadas à natureza, promover e dar destaque,
ao nível do turismo, às regiões com estâncias ou recursos termais, promover
seminários, simpósios e programas promocionais no sentido de informar o setor
privado e a sociedade em geral acerca dos recursos termais existentes e as suas
valências e caraterísticas, bem como colocar o turismo termal entre as áreas
prioritárias ao nível dos incentivos financeiros.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.5.
ANÁLISE SWOT
O desenvolvimento do presente Plano Estratégico para a Valorização Cultural do
Termalismo – Termas de São Pedro do Sul compreendeu o levantamento exaustivo
do conjunto de fatores que, direta ou indiretamente, exerce uma influência no
processo de desenvolvimento do território, e que nos pontos seguintes se apresentam
estruturados através dos elementos da Análise SWOT.
7.5.1.
AMBIENTE INTERNO
[ Pontos Fortes ]
•
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•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Líder de mercado em Portugal no segmento do termalismo clássico,
Desenvolvimento de estratégias de diferenciação inovadoras,
Caraterísticas singulares das águas termais,
Capacidade de atendimento instalada (dois balneários),
Diversidade e complementaridade da oferta disponível,
Oferta de alojamento diversificada e de qualidade,
Riqueza histórica, cultural e patrimonial,
Qualidade ambiental e da natureza do território envolvente,
Boa relação preço-qualidade (competitividade nacional),
Destino com notoriedade reconhecida,
Elevados índices de fidelização ao destino,
Região segura, hospitaleira e tranquila.
[ Fraquezas ]
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
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Imagem associada ao segmento de cura termal,
Limitada animação turística, nomeadamente noturna,
Gestão municipal dos balneários termais,
Pouco envolvimento e cooperação com o setor da saúde,
Localização excêntrica aos principais fluxos turísticos,
Decréscimo continuado do número de aquistas e turistas,
Ordenamento do território de São Pedro do Sul,
Distância aos principais aeroportos nacionais,
Capacidade financeira para executar ações de promoção,
Reduzida interligação com os agentes da distribuição
turística, prescritores e jornalistas,
Limitada agressividade e consistência na comunicação e
promoção (segmentação segundo públicos-alvo),
Falta de planeamento, estruturação e organização da
oferta instalada (cooperação inter-regional),
Ausência de um calendário anual de eventos/ animação,
Sinalização do território e dos seus principais recursos
turísticos disponíveis,
Procura sazonal e forte dependência do mercado interno.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.5.2.
AMBIENTE EXTERNO
[ Oportunidades ]
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Património cultural monumental de excelência (Ruinas Romanas
das Termas de São Pedro do Sul – Monumento Nacional),
Património natural de relevância turística assinalável,
Crescimento do segmento da procura do Termalismo de Bem-Estar,
Sistemas de incentivos e de apoio financeiro (Portugal 2020),
Disponibilidade de envolvimento dos agentes privados,
Envelhecimento crescente da população nacional e europeia
(promoção do envelhecimento ativo),
Crescimento generalizado das preocupações com a adoção de
ações preventivas de saúde,
Crescimento contínuo do turismo internacional no Mundo (1,8 mil
milhões, em 2030) e em Portugal (17,5 milhões, em 2020),
Proximidade ao mercado espanhol (mercado interno alargado),
Crescimento do segmento de mercado sénior.
[ Ameaças]
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Desenvolvimento massificado de unidades de SPA
(sobretudo associadas a unidades de alojamento),
Crescimento do Turismo Médico em outros locais do país,
Diminuição crescente da fidelização de visitantes,
Crescimento da competitividade de outros destinos
nacionais e, sobretudo, internacionais,
Crise económica e financeira global,
Medidas de austeridade aplicadas em Portugal que
reduziram o rendimento disponível das famílias,
Decréscimo da estada média e despesas médias dos
visitantes na região (diminuição da receita por turista),
Visitantes cada vez mais dependentes das novas
tecnologias (informação disponível nos smartphones),
Introdução das SCUTs e o processo de pagamento,
Diminuição progressiva dos sistemas de apoio estatais.
A construção da presente estratégia de desenvolvimento suporta-se na necessidade
de executar um conjunto de ações que integrem os seguintes aspetos:
• Desenvolvimento de ações de integração de produtos transversais a todo o
território (ofertas compósitas e multimotivacionais),
• Intensificação da promoção nos mercados prioritários (enfoque nos mercados
de proximidade – mercado interno e interno alargado),
• Desenvolvimento de ações inovadoras, criativas e diferenciadoras,
• Negociação de tarifas vantajosas com os principais operadores turísticos em
função dos mercados prioritários ou estratégicos,
• Utilização dos recursos estratégicos e das caraterísticas distintivas da região,
• Envolvimento dos agentes regionais do setor público e privado, na definição
de estratégias, implementação de ações e monitorização de resultados,
• Aposta em ações de Marketing Relacional (plataformas de CRM),
• Desenvolvimento de plataformas digitais personalizadas e que potenciem a
utilização de diferentes canais e de diferentes interfaces e tecnologias.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.6.
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
O desenvolvimento da estratégia proposta deve assentar em elevados princípios de
confiança gerada pela disponibilização de informação adequada, conhecimento dos
diferentes segmentos de mercado e prestação de serviços de qualidade em função
das necessidades dos clientes. O turismo de saúde, assim como em parte o turismo
de bem-estar, suporta-se numa relação de confiança por parte dos utentes/ visitantes
nas propriedades medicinais dos elementos naturais, nos médicos, enfermeiros e
equipa técnica de apoio, nos gurus e orientadores espirituais, nos tratamentos
propostos, nas instalações e nos equipamentos utilizados.
A evolução constante do mercado levanta outro aspeto do marketing aplicado ao
turismo de saúde e de bem-estar, uma vez que os equipamentos, serviços e
territórios subjacentes a estas tipologias de turismo, são facilmente orientados para
dois segmentos de mercado, complementares mas diferentes, um que procura
exclusivamente os tratamentos e serviços medicinais e outro que visa apenas a
componente de lazer e recreio. Esta segmentação cria, potencialmente, dificuldades
acrescidas ao nível da definição de uma estratégia de marketing uma vez que obriga
à definição de duas abordagens independentes mas coerentes e integradas (Smith e
Puczkó, 2009).
Considerando as caraterísticas dos destinos, produtos e serviços, bem como as
expetativas da procura, a proposta de valor deve privilegiar, de uma forma crescente,
a qualificação da oferta, sobretudo no que se refere à componente dos tratamentos
médicos e de saúde. Este desígnio acaba por ser mais importante para a atração de
segmentos de mercado com maior poder de compra e com maior índice de
informação sobre os respetivos mercados (conhecimento da oferta existente em
diferentes territórios).
A oferta ao nível do turismo de saúde e bem-estar em Portugal é qualificada e
diversificada, respeitando os padrões da procura internacional, com fatores que lhe
conferem um elevado potencial de competitividade nos mercados de turismo de
saúde e designadamente de turismo médico. Porém, torna-se necessário desenvolver
ações com o intuito de:
• Estruturar, com o Ministério da Saúde, a oferta de turismo médico,
identificando centros de excelência competitivos nos mercados
internacionais;
• Organizar a oferta termal, de spas e de talassoterapia com vista a potenciar
esses serviços em articulação com o turismo médico;
• Melhorar a envolvente paisagística dos centros de bem-estar sobretudo em
zonas com unidades termais;
• Melhorar as condições de turismo acessível ao nível das infraestruturas,
equipamentos e serviços;
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•
•
•
•
Reforçar a adoção de programas de certificação internacional pelas unidades
hospitalares, termais, spas e centros de talassoterapia;
Qualificar os serviços turísticos complementares (alojamento, animação e
distribuição turística) para melhor responder às necessidades dos clientes do
turismo de saúde e seus acompanhantes;
Desenvolver um portal de promoção e comercialização da oferta integrada de
turismo de saúde;
Desenvolver um plano de promoção do produto turismo de saúde para o
Destino Portugal.
A região é marcada pela centralidade geográfica, encontrando-se numa posição de
charneira entre o litoral e o interior (e Espanha) e entre o Centro e o Norte de Portugal
Continental, e ainda pela copresença de áreas urbanas (de grande dimensão e
relevância no caso de Viseu) e de áreas rurais. Esta situação reflete a
heterogeneidade deste território, da qual importa tirar partido numa perspetiva de
valorização territorial integrada.
O quadro de acessibilidades rodoviárias externas é também muito favorável,
sobretudo nos principais aglomerados urbanos. A rede de acessibilidades internas
apresenta algumas fragilidades, condicionando a mobilidade a esta escala, que é
ainda potenciada pela inexistência de uma rede de transportes públicos adequada.
A relativa proximidade de áreas com elevada dinâmica económica (Porto, Aveiro,
Coimbra), que representam também importantes mercados consumidores, traduz-se
num relacionamento estreito (acesso a infraestruturas e serviços avançados) com
reflexos positivos na Região. Ainda assim, esta proximidade pode funcionar como
elemento concorrente da procura ou do investimento na região Dão-Lafões.
Muitos dos atuais problemas que se refletem nas estâncias termais relacionam-se
com a dependência gerada pelos anteriores sistemas de apoio, subvenção e
comparticipação do Estado para a fruição e frequência das estâncias termais (fins
medicinais/ terapêuticos), acrescentando, ainda, as desajustadas políticas públicas
adotadas e os investimentos financeiros realizados.
Como resultado, as estâncias termais têm procurado modernizar as suas instalações,
para melhorar os seus serviços e melhorar a sua imagem, colocando-se como
principal desafio a necessidade de reorientar os produtos e serviços de turismo de
saúde, outrora subsidiados pelo Estado, para uma abordagem orientada para o
negócio do lazer e recreio (turismo de bem-estar). Nesse sentido, torna-se necessário
estimular ações suscetíveis de apostar na inovação, diferenciação e especialização
dos produtos e serviços, considerando elevados níveis de qualidade, recursos
humanos profissionais e qualificados, bem como a formulação de estruturas
organizacionais mais eficazes e a afirmação de redes (temáticas, geográficas,
informais, comerciais, promocionais, entre outras) (Smith e Puczkó, 2009).
Tendo em consideração que nos últimos anos o setor termal tem vindo a registar uma
importante evolução em toda a Europa, fruto sobretudo da alteração do conceito de
Termalismo, verifica-se que a evolução dos grandes centros termais, direcionados,
inicialmente, para a terceira idade, se encontra hoje sustentada por modernas
infraestruturas, que evidenciam um enfoque muito mais preventivo e lúdico, o que tem
provocado um rejuvenescimento da clientela das estâncias termais e uma alteração
na sua programação. Assim, a tendência atual do termalismo demonstra uma
disposição dos balneários termais em evoluírem no sentido da especialização
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
terapêutica (em função das caraterísticas das suas águas minerais naturais), mas
também para a oferta complementar de programas de prevenção, e de Saúde e BemEstar, entre os quais se inclui a estética hidrotermal (Ramos, 2005).
O capital humano e profissional assume de forma crescente um papel cada vez mais
determinante e condicionante dos parâmetros de qualidade, onde o “saber fazer” quer
a nível organizativo, quer a nível interventivo, deve estar diretamente relacionado com
a competência e qualificação do pessoal técnico, dos balneários termais e das
unidades hoteleiras, aos quais deverão ser dirigidas ações de formação permanentes.
Num setor em franca reestruturação e readaptação aos novos mercados, só com um
sentido verdadeiramente profissional será possível satisfazer as necessidades de
uma clientela cada vez mais exigente não só com os processos mas, também, com
os resultados (Ramos, 2005).
Se aliarmos a realidade da oferta nacional constituída quase exclusivamente por
tratamentos clássicos, com a duração de catorze a vinte e um dias, facilmente se
compreende o problema com que a maioria das estâncias termais se tem confrontado
ao nível da rentabilidade das suas infraestruturas e equipamentos devido,
fundamentalmente, à diminuição do número de aquistas. Reconhecendo-se que os
novos modelos de desenvolvimento termal europeus, assentam numa diversificação e
inovação da oferta, através da criação dos denominados produtos específicos,
adequados a cada segmento de mercado, então, parece poder apontar-se para um
quadro evolutivo, caraterizado por um termalismo voltado para a saúde e não para a
doença, contrariamente ao que se tem verificado em Portugal. (Ramos, 2005).
A aposta dos agentes regionais deve passar pela implementação de um modelo de
gestão competitivo, colaborativo e profissional orientado para a prestação de um
serviço de qualidade, integrado e complementar e focado nos princípios da
sustentabilidade social e económica.
Figura 7.3. Modelo de Imagem de um Destino de Turismo de Bem-Estar
Fonte: Gelbman, 2009
O desenvolvimento do presente Plano Estratégico para a Valorização Cultural do
Termalismo – Termas de São Pedro do Sul compreende o levantamento, ainda que
não exaustivo, dos recursos existentes no território da região de Lafões, pois é do seu
conjunto e do contributo individual de cada recurso que se constrói a principal maisvalia da região, a qual assenta numa “diversidade concentrada de recursos”.
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A importância da integração de todos os recursos na estratégia de promoção da
região não deriva do facto de se apresentarem os recursos individualmente, mas sim
de fortalecer uma oferta consolidada, com o intuito de maximizar os resultados da
região e tornar cada vez mais eficaz e eficiente a promoção a desenvolver. Neste
sentido, a colaboração e parceria dos agentes regionais, públicos e privados, bem
como agentes que operam ou têm competências sobre a região (nomeadamente a
administração central/ regional), é um fator importante não só para a implementação
da presente estratégia, mas também para o processo de desenvolvimento económico
e regional que se pretende potenciar.
A integração dos diferentes elementos da oferta turística, recursos, serviços públicos
e negócios privados, deve ser corporizada ao nível do desenvolvimento das ações e
ferramentas promocionais, tendo como base o tipo de ações, o mercado definido e os
segmentos de mercado prioritários, apostando cada vez mais numa comunicação
assertiva e objetiva, concentrando a mensagem nos fatores determinantes para os
mercados emissores, e nos que representam uma mais-valia significativa devido à
sua diferenciação, tipicidade, unicidade e qualidade.
A comunicação junto dos agentes de mercado deve ter presente o intuito de transmitir
os conteúdos capazes de gerar valor para os potenciais visitantes, para a região e
para os agentes da distribuição turística ou da comunicação social especializada. A
organização dos produtos estratégicos deve compreender um conjunto de ações a
montante como forma de aumentar a sua estruturação e atratividade junto dos
potenciais mercados.
Assumindo como um dos objetivos principais do presente projeto o aumento do
número de visitantes e do volume de receitas, indicadores que se refletem num
aumento do volume de negócios gerado na região por via do setor do turismo, a
implementação das ações propostas deve fomentar uma participação alargada, não
só dos elementos do setor do turismo, mas também das restantes atividades
económicas da região e que beneficiam dos impactos indiretos e induzidos do
desenvolvimento do turismo neste território.
O desenvolvimento do turismo na região deve, ainda, alavancar a comercialização e
promoção dos produtos endógenos, sendo a qualificação e certificação destes
produtos uma mais-valia para ambos os setores da economia, surgindo os fluxos
turísticos como uma excelente via para aumentar o escoamento desses produtos. O
envolvimento dos agentes económicos regionais assume uma importância acrescida
na implementação da presente estratégia, pois só deste modo será possível
alavancar o desenvolvimento da base económica regional no desenvolvimento do
termalismo (turismo e saúde) no território das Termas de São Pedro do Sul.
Em termos genéricos a implementação da estratégia de valorização das Termas de
São Pedro do Sul deve considerar os seguintes fatores críticos:
• Melhorar o ordenamento e a utilização do território, apostando na
sustentabilidade e valorização dos espaços florestais, rurais e urbanos
(riqueza natural e patrimonial);
• Valorizar as qualidades da água termal como fator de diferenciação,
sobretudo ao nível dos tratamentos terapêuticos e apostar no
desenvolvimento de estudos científicos que comprovem os efeitos desses
tratamentos;
• Desenvolvimento de estruturas e equipamentos de recreio e lazer, com
temáticas subordinadas ao termalismo, à água e à natureza;
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
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Reforçar a rede de sinalização e de informação turística no território de modo
a aumentar a informação, a mobilidade no território e a facilidade no acesso
aos diferentes recursos;
Apostar na recuperação e conservação do património (com especial destaque
para as Ruínas Romanas das Termas de São Pedro do Sul);
Potenciar a gastronomia regional e em complemento adotar dietas com
produtos regionais que se enquadrem numa estratégia de promoção do bemestar;
Potenciar a integração das diferentes componentes da oferta do território de
modo a construir um produto compósito que crie valor acrescentado e
aumento o impacto económico do turismo no território;
Definir uma estratégia de comunicação e promoção integrada para as Termas
de São Pedro no Sul que envolva os agentes privados e públicos dos setores
caraterísticos e conexos do turismo;
Desenvolver uma estratégia de promoção do turismo médico (componente
médica e fisioterapia)
Aumentar a intervenção no setor da saúde junto dos seus principais
interlocutores (ministério da saúde, ordem dos médicos, faculdades de
medicina, hospitais e centros de saúde), com o intuito de sensibilizar para os
benefícios terapêuticos das águas termais;
Apostar na diferenciação complementar entre os segmentos de saúde e do
bem-estar;
Dinamizar produtos, roteiros ou pacotes com vários períodos (1 dia, 3 dias, 7
dias, 14 dias e mesmo 21) em função da necessidade de potenciar o efeito
dos tratamentos ou da simples perspetiva de utilizar os serviços de bem-estar
(garantir maiores permanências médias no território);
Dinamizar ações de promoção de elevado impacto, junto de prescritores e
agentes do setor da distribuição (press e fam trips);
Desenvolver um plano de animação integrado que envolva os agentes,
públicos e privados, e as associações locais;
Aumentar a ligação e o envolvimento da população regional;
Estimular a cooperação e a rede de parcerias regionais;
Apostar na qualificação dos serviços, produtos e recursos humanos,
reforçando o esforço ao nível da formação técnica especializada;
Apostar na produção e disseminação do conhecimento, através da
organização de seminários e workshops nas áreas do turismo e da medicina;
Avaliar a integração do território no Geoparque de Arouca;
Integrar redes nacionais e internacionais de desenvolvimento e promoção do
produto (termalismo clássico e de bem-estar).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.7.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO
A estratégia de desenvolvimento proposta e consensualizada com os parceiros locais
e regionais, nomeadamente a Associação da Indústria Hoteleira e Similares das
Termas de São Pedro do Sul (AIHS.TSPS), da Termalistur e da Câmara Municipal de
São Pedro do Sul, decorre da análise exaustiva das condições disponíveis no
território objeto de estudo, das suas caraterísticas distintivas e singulares; da
avaliação prospetiva da procura turística internacional/ nacional e, especificamente,
no que respeita à procura de produtos/ programas de saúde e bem-estar; da
avaliação critica das tendências que caraterizam este setor especifico do termalismo;
e da validação dos inputs obtidos junto dos visitantes e profissionais do setor ao nível
local, de peritos e especialistas ligados ao turismo e, especificamente, ao termalismo,
assim como, dos fatores exógenos que influenciam esta atividade.
7.7.1.
VISÃO ESTRATÉGICA
As caraterísticas específicas da oferta turística do território, assim como, o perfil do
consumidor turístico em São Pedro do Sul valida uma forte associação ao termalismo,
particularmente, ao segmento clássico do termalismo (cura termal). As Termas de
São Pedro do Sul são mesmo o principal produto do território e, por consequência, o
principal motor de desenvolvimento turístico local, projetando o desenvolvimento
socioeconómico das demais geografias do município e da própria região de Lafões.
Figura 7.4. Visão Estratégica do Plano
Fonte: IDTOUR
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Junho, 2014
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Os balneários termais (D. Amélia e D. Afonso Henriques) são os principais recursos
turísticos disponíveis, em torno dos quais se instalaram e desenvolveram diversas
atividades económicas caraterísticas do turismo, nomeadamente as unidades de
alojamento de diferentes tipologias, os estabelecimentos de restauração e bebidas,
as atividades de animação turística e os diversos serviços culturais e recreativos.
Adicionalmente, as oportunidades de investimento identificadas reforçam e validam o
posicionamento competitivo que se propõe para o território – São Pedro do Sul,
‘resort.termal’, uma vez que oferece uma diversidade de recursos e de serviços
turísticos, promovidos por diferentes players, num espaço geográfico muito limitado.
Este conceito de resort afasta-se da perspetiva convencional, caraterística dos
destinos balneares, visto que nas Termas de São Pedro do Sul assegura-se,
promove-se e potencia-se a dinamização da base económica alargada e
multissetorial.
De facto, a requalificação e valorização cultural das Ruínas Romanas e Afonsinas das
Termas de São Pedro do Sul (oferta turístico-cultural de excelência) e a criação do
Parque Temático do Gerós (oferta recreativa multigeracional), bem como, a
concretização do projeto de geotermia e de mobilidade inclusiva no território (projetos
de responsabilidade ambiental e social) confirmam e reforçam a pertinência deste
posicionamento competitivo.
7.7.2.
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
A proposta de desenvolvimento definida para as Termas de São Pedro do Sul
suporta-se em duas dimensões complementares entre si, por um lado a perspetiva
conferida pela área da saúde, e por outro lado a perspetiva conferida pela área do
turismo, sendo que ambas estão definidas sob a égide da sua estruturação,
promoção e comercialização, por forma a reforçar a notoriedade e competitividade
das Termas de São Pedro do Sul, do município e da própria região de Lafões.
As ações propostas a desenvolver, independentemente da vertente principal, devem
ser adotadas ao nível da estruturação, organização e qualificação da oferta turística,
valorizando os recursos primários, secundários e complementares, e concretizadas
com a implementação do presente instrumento de índole estratégica, através do
conjunto de ações propostas para os respetivos segmentos de mercado.
O aumento da notoriedade ambiciona capitalizar a atratividade da região, suportada
na diversidade e no valor dos seus recursos turísticos junto dos principais mercados
emissores, adequando as ações em função do mercado e do segmento-alvo
preferencial. Complementarmente, pretende-se apostar no fortalecimento da marca –
Termas de São Pedro do Sul – comunicando os atributos com elevado potencial de
mercado através de um modelo de comunicação inovador, considerando uma cadeia
de valor suportada na oferta turística, numa comunicação eficaz e na concretização
de reservas/ compras (aumento das receitas).
Os objetivos encontram-se elencados em três grandes domínios:
• Produto… visa a qualificação e valorização do destino,
• Promoção… apresenta as ações que devem intervir ao nível dos mercados,
• Governância… foca a necessidade de aumentar a cooperação inter-regional.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Figura 7.5. Objetivos Estratégicos do Plano
Fonte: IDTOUR
Ao nível do domínio da qualificação e valorização do Produto, destacam-se as
seguintes dimensões:
• Valorizar os recursos turísticos primários (património natural e cultural) e
integrar equipamentos e infraestruturas de suporte ao setor do turismo,
• Concretizar projetos de investimento estruturantes para expansão da oferta
turística disponível (ruínas romanas e parque temático recreativo),
• Suportar a imagem do território nos recursos turísticos estratégicos
(valorização dos recursos endógenos distintivos),
• Garantir o reconhecimento científico da qualidade terapêutica das águas
termais (envolvimento dos centros de conhecimento nacionais),
• Organizar a oferta dos recursos turísticos locais e integrar a dimensão
regional (região de Lafões, mas também da região Dão-Lafões),
• Dinamizar eventos de referência relacionados com a temática da água e,
especificamente, do termalismo (dimensão clássica e de bem-estar),
• Elaborar fichas técnicas dos recursos turísticos e dossiers técnicos dos
produtos (instrumentos de suporte para os agentes de distribuição turística),
• Sensibilizar os agentes regionais e operadores da distribuição turística para a
construção de pacotes turísticos integrados e de qualidade,
• Dinamizar a oferta regional de unidades de alojamento turístico e certificar os
estabelecimentos de restauração e bebidas,
• Estimular a oferta regional de atividades de animação turística envolvendo os
diferentes agentes (institucionais e empresariais),
• Organizar eventos exclusivos, orientados para nichos de mercado médio/alto
(desporto, aventura, cinema, música, moda, gastronomia, entre outros),
• Estimular os agentes privados e públicos regionais para a valorização da
oferta turística disponível, e acrescentar valor ao produto turístico proposto,
• Estruturar os equipamentos de informação turística e dotá-los de conteúdos e
ferramentas de comunicação que facilitem a promoção dos produtos e
serviços turísticos existentes.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Ao nível da Promoção, pretende-se implementar um conjunto de ações que
alavanquem a notoriedade e a presença do território nos mercados respetivos,
destacando-se os seguintes fatores:
• Comunicar o produto/ destino junto dos potenciais consumidores (segmentos
de mercado preferenciais),
• Elaborar kits comunicacionais dos principais produtos turísticos (portefólio
utilizado nas diferentes ações/ campanhas promocionais),
• Desenvolver ações específicas para o mercado interno, mas também
considerar o mercado espanhol (mercado interno alargado),
• Elaborar material promocional de suporte às ações de comunicação e
promoção do destino, em várias línguas,
• Dinamizar ações nos mercados emissores tradicionais e mercados
emergentes, sobretudo junto dos principais prescritores (jornalistas, líderes
de opinião, operadores turísticos e agências de viagens),
• Promover ações conjuntas com os restantes destinos nacionais (articular com
a Entidade Regional do Turismo do Centro e o Turismo de Portugal),
• Participar nas principais feiras promocionais realizadas na Península Ibérica
de forma agressiva (mais espaço, mais produtos, mais animação, mais
conteúdos, merchandising, degustação de produtos típicos regionais),
• Desenvolver ações promocionais diferentes, inovadoras, criativas e com
elevado e reconhecido impacto (conteúdos apelativos/ audiovisuais),
• Comunicar as ofertas turísticas singulares em meios e suportes de
comunicação seletivos (revistas específicas, portais exclusivos) de modo a
captar segmentos de mercado específicos (ex., especialistas),
• Utilizar novas tecnologias de informação e comunicação no contexto
promocional do destino, assegurando uma comunicação eficiente a custos
controlados (ex., plataforma iTour.WebHDTV),
• Estimular uma forte presença na web (2.0 e 3.0) e desenvolver plataformas
de comunicação, promoção e comercialização dos produtos turísticos,
• Desenvolver conteúdos e canais de promoção e comunicação
multiplataformas adequadas às tendências da procura,
• Patrocinar eventos exclusivos, orientados para nichos de mercado médio/alto
(reconhecida projeção e capacidade de influência/ captação),
• Criar ferramentas de promoção que potenciem a mobilidade no território
(mapas e roteiros, agenda cultural, guias regionais temáticos, entre outros),
• Promover a oferta turística regional adequada a públicos-alvo específicos de
consumo na época média/baixa, de modo a diminuir a sazonalidade,
• Criar conteúdos objetivos, assertivos e fidedignos, genérico e temáticos,
assim como apelativos e atrativos (integrar elementos distintivos),
• Organizar ações de relações públicas nos principais centros urbanos
nacionais e em algumas das cidades espanholas fronteiriças (Eixo A25),
• Realizar press e fam trips no território, orientadas para jornalistas, potenciais
prescritores e distribuidores dos produtos locais.
No que concerne ao domínio da Governância, as propostas a considerar devem
compreender os seguintes fatores:
• Sensibilizar os agentes regionais e os operadores da distribuição turística
para a construção de pacotes turísticos integrados e exclusivos,
• Colaborar com as instituições nacionais e regionais na promoção do território
(ex., Entidade Regional de Turismo do Centro e Turismo de Portugal),
• Aumentar o envolvimento e participação em redes de colaboração,
conhecimento e de promoção em termos internacionais,
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
•
•
•
•
7.7.3.
Monitorizar as ações promocionais e avaliar os resultados de modo a ajustar
as ações e a estratégia previamente definida,
Definir um conjunto de variáveis e indicadores, bem como as metodologias de
recolha de informação, de modo a aumentar o nível de monitorização da
atividade e evolução do turismo/ termalismo,
Contribuir para a execução das políticas de promoção/ comunicação
integradas com os agentes regionais, aproximando o produto/ destino do
consumidor e dos prescritores (garantir a eficácia das ações promocionais),
Promover a cooperação estratégica e de proximidade entre os diferentes
serviços do setor público (rede de postos de turismo, plataformas de
promoção online, equipas técnicas, equipamentos e serviços).
METAS ESTRATÉGICAS
A informação disponível, segundo fontes secundárias (INE, TP e ATP) e através da
informação primária produzida no âmbito do presente projeto, determinou a definição
e apuramento prospetivo das metas a alcançar para o horizonte do presente Plano
Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo nas Termas de São Pedro do
Sul (ano 2020), tendo como referencial a informação estatística oficial apurada para o
ano 2012, sendo que os indicadores de fidelidade ao destino e satisfação da
experiência no destino, são resultado da aplicação do inquérito por questionário aos
visitantes no ano 2013.
Figura 7.6. Metas Estratégicas do Plano
Fonte: IDTOUR
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
As três dimensões estratégicas definidas no âmbito do presente plano (Produto,
Promoção e Governância), concretizadas através dos objetivos estratégicos,
assumem o cumprimento de um conjunto de metas, projetadas para o horizonte 2020,
as quais contemplam uma avaliação prospetiva da oferta instalada, da procura
potencial, do desempenho operacional e financeiro e dos índices de fidelização e
satisfação dos visitantes.
Em termos da oferta, reconhece-se a necessidade de qualificar a oferta instalada e
reforçar a capacidade de alojamento disponível. No que respeita ao desempenho da
procura, projeta-se uma dinâmica de crescimento contínua e sustentável da procura
termal (número de aquistas) e da procura turística (número de hóspedes e de
dormidas nos estabelecimentos hoteleiros), o que corresponde a uma taxa de
crescimento média anual, para o período em observação, de 6,0% (número de
aquistas), 7,5% (número de hóspedes) e 7,8% (número de dormidas).
O desempenho financeiro (medido através dos proveitos totais nos estabelecimentos
hoteleiros), resultado do aumento da procura potencial, valida um acréscimo dos
proveitos na ordem dos 3,6 milhões, de 2012 para 2020, o que representa em termos
médios anuais, um acréscimo de 10,6%.
No que concerne aos índices médios de permanência no destino (estada média nos
estabelecimentos hoteleiros), aos índices de fidelização e de satisfação dos visitantes
das Termas de São Pedro do Sul, apurados para os anos 2012 e 2013, validam
resultados muito positivos, pelo que se deverá garantir, no mínimo, a manutenção
destes resultados para o horizonte do presente plano. Relativamente à taxa de
sazonalidade, ainda que a observada em 2012 não seja particularmente elevada,
deverá ser encetado um esforço para reduzir o peso relativo da procura registada nos
meses do verão, através do acréscimo da procura nos demais períodos do ano.
7.7.4.
PRODUTOS TURÍSTICOS ESTRATÉGICOS
O conhecimento das variáveis e dos atributos que caraterizam o território das Termas
de São Pedro do Sul, quer na perspetiva dos agentes regionais quer dos visitantes,
permite criar e consolidar a imagem que se pretende dinamizar e fortalecer com a
elaboração do presente plano de valorização. Este objetivo visa rentabilizar e
maximizar o esforço (nomeadamente financeiro) que se pretende concretizar de
forma a aumentar a sua notoriedade, atratividade e competitividade junto dos
mercados-alvo e alavancar os indicadores económicos e de gestão do setor do
turismo na região. Este conhecimento permite, ainda, evidenciar potenciais
segmentos de mercado que podem representar um valor acrescentado significativo.
A abordagem ao conhecimento dos atributos, recursos e produtos existentes deve ter
em consideração não só a sua identificação e integração na oferta turística regional,
mas também, e sobretudo, a forma como se processa a promoção, comunicação e
posiciona os diferentes elementos da oferta nos principais canais de promoção e
comercialização, e junto dos potenciais mercados emissores, quer internacionais quer
nacionais.
O espaço geográfico e territorial da região de Lafões concentra uma diversidade e
uma oferta alargada de recursos turísticos, cujo conteúdo se apresenta de natureza
multidisciplinar e vocacionado para diferentes públicos, que no entanto evidenciam
diferentes níveis de estruturação e desenvolvimento.
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O nível de atração turística exercido por uma região compreende os seus recursos e
atrações, sendo que estes constituem a base para o desenvolvimento turístico da
região, porém é necessário identificar atrações, recursos e equipamentos no território,
de modo a evidenciar nos mercados, e junto dos potenciais visitantes, as
caraterísticas passíveis de satisfazerem as suas necessidades e de lhes proporcionar
uma estada agradável. O conjunto destas caraterísticas permite, ainda, diferenciar um
destino turístico de outros destinos, seus similares (e eventualmente concorrentes) ou
promover a criação de parcerias de complementaridade para facilitar a penetração
em determinados mercados.
Segundo a UNWTO – Organização Mundial do Turismo (1978), os recursos turísticos
são todos os bens e serviços que, por intermédio da atividade humana, tornam
possível a atividade turística e satisfazem as necessidades da procura turística. O
produto turístico apresenta-se como um aglomerado de elementos tangíveis e
intangíveis. Entre os tangíveis, em particular, estão os bens, os recursos, as
infraestruturas e os equipamentos, e como intangíveis, encontram-se os serviços, a
gestão, a imagem da marca e o preço.
Entenda-se por um Produto Turístico o fator de atração para os visitantes (turistas e
excursionistas), representando o valor percebido e que determina em grande medida
a tomada de decisão e o respetivo ato de consumo. Segundo Jansen-Verbeke (1986)
os fatores de atração correspondem aos recursos turísticos primários existentes no
destino, nomeadamente o património natural e cultural, os equipamentos de lazer e
recreio, desportivos, de negócio e as atividades e eventos de caráter atrativo quer
para os residentes, como para os visitantes.
No âmbito do presente estudo são considerados três produtos estratégicos que pela
forte presença no território, pelo potencial que demonstram e pela experiência dos
agentes do território devem suportar o processo de valorização turística das Termas
de São Pedro do Sul e, complementarmente, da região de Lafões.
Os produtos suportados na oferta de base e na diversidade do território são
consubstanciados com os elementos caraterísticos do território e da oferta turística e
que assim compõem um produto turístico de base local integrado. Neste sentido, os
produtos estratégicos suportados nos elementos da natureza, fundamentalmente na
água e na serra, e no património cultural, material e imaterial, são:
• Turismo de Saúde e Bem-Estar
• Turismo de Natureza
• Turismo Cultural e Patrimonial
Nos tópicos seguintes a compreensão de cada um dos produtos será desenvolvida de
modo a perspetivar o seu desenvolvimento em conjunto com os projetos propostos e
as ações de mercado esquematizadas.
7.7.4.1. TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR
O Plano Estratégico Nacional do Turismo (MEI, 2007) definido pelo Ministério da
Economia e Inovação e pelo Turismo de Portugal, IP, indica três principais segmentos
de mercado associados ao produto turístico de saúde e bem-estar:
• Turismo de Saúde: a experiência consiste na realização de um tratamento
específico para a cura de uma doença, e representa cerca de 20% do total do
mercado de saúde e bem-estar,
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•
•
Bem-Estar Geral: a experiência baseia-se na procura do equilíbrio e da
harmonia mental, emocional, física e espiritual, e representa cerca de 60% do
total do mercado de saúde e bem-estar,
Bem-Estar Específico: a experiência baseia-se na procura do bem-estar
físico e psíquico através de um tratamento específico, e representa cerca de
20% do total do mercado de saúde e bem-estar.
A saúde é uma das preocupações maiores da sociedade moderna, e a tendência
consiste numa procura constante de equilíbrio, de harmonia, de prazer, ou seja, uma
procura pelo bem-estar. O turismo de saúde e bem-estar tem vindo a aumentar na
Europa e prevê-se que mantenha o ritmo de crescimento no futuro. Este produto
deverá representar mais de 6,2 milhões de viagens turísticas em 2015.
A Alemanha destaca-se entre os principais mercados emissores, concentrando 63%
do total das viagens de saúde e bem-estar. Os países do Norte da Europa,
designadamente a Escandinávia e o Reino Unido, apresentam-se também como
potencialmente importantes no setor de saúde e bem-estar, com 6,9% e 3% das
viagens. O consumidor deste tipo de produto (saúde e bem-estar) apresenta um
gasto médio diário entre os 100 e os 400 euros (sem transporte), e fica em média 4
ou mais noites no destino.
Este produto divide-se em três segmentos: termas, spas e clínicas especializadas.
Considerando a procura secundária de saúde e bem-estar, que corresponde aos
turistas que viajam por outras motivações e realizam alguma atividade de saúde e
bem-estar no destino, estima-se que cerca de 7 milhões de viagens têm uma
componente complementar de saúde e bem-estar, o que não deixa de ser um dado
relevante na medida em que, tal como o estudo refere, oferece aos destinos a
possibilidade de desenvolver uma oferta de saúde e bem-estar mais atrativa e de
captar um número elevado de segmentos de públicos, provenientes de outros setores
turísticos. (MEI, 2007).
Figura 7.7. Proposta de Desenvolvimento do Produto Turístico Estratégico
Turismo de Saúde e Bem-Estar
Fonte: IDTOUR
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A proposta de desenvolvimento do produto turístico estratégico ‘Turismo de Saúde e
Bem-Estar’ para o território objeto de estudo (principal produto turístico do destino
Termas de São Pedro do Sul), compreende os subprodutos referentes ao Termalismo
Clássico e ao Termalismo de Bem-Estar. Estes dois subprodutos consubstanciam
modelos de conceção, estruturação, distribuição e comercialização objetivamente
diferentes, desde logo porque se posicionam para mercados distintos, cujas
motivações são também elas distintas e os interlocutores/ prescritores/ distribuidores
são também eles completamente diferentes.
A conceção do subproduto Termalismo Clássico será ancorado especificamente no
Balneário Termal D. Afonso Henriques, o qual prestará serviços terapêuticos nas
áreas da reumatologia, fisioterapia e vias respiratórias. A classe médica e as suas
associações representativas são os interlocutores/ prescritores privilegiados deste
subproduto, para os quais se deverão encetar as devidas iniciativas de informação,
sensibilização e promoção das caraterísticas singulares das águas termais do destino
(workshops temáticos, seminários científicos, fam trips no território).
O presente subproduto está intimamente associado à prática termal numa perspetiva
curativa, ou seja, a motivação principal dos consumidores decorre desta necessidade
objetiva, pelo que o público-alvo prioritário serão os aquistas, maioritariamente
seniores, residentes em Portugal (principais núcleos urbanos nacionais – Grande
Lisboa e Grande Porto) e nos mercados da diáspora portuguesa (naturais da região
de Lafões).
No que respeita à conceção e estruturação do subproduto Termalismo de Bem-Estar
estará suportado no Balneário Termal D. Amélia, o qual sofrerá uma requalificação de
modo a posicionar-se enquanto suporte à oferta de programas de saúde e bem-estar,
numa perspetiva preventiva e de lazer e relax. A natureza e o perfil deste subproduto
enquadra-se na perspetiva convencional da atividade turística, ou seja, os seus
principais interlocutores serão os agentes da distribuição turística (operadores
turísticos e agências de viagens), para os quais se deverão orientar as iniciativas de
comunicação e promoção das ofertas locais, articuladas com os demais recursos
turísticos do território – áreas de montanha/ rurais, património cultural monumental
(fam trips no território, ações de relações públicas, participação em feiras do setor).
O subproduto serve-se das águas termais para proporcionar programas de bem-estar
e de lazer, ou seja, a motivação principal dos consumidores está associada à procura
da harmonia mental, emocional e física, numa perspetiva de lazer e relax, pelo que o
público-alvo serão os turistas, residentes em Portugal (principais núcleos urbanos
nacionais) e nos mercados europeus de proximidade (Espanha e França) e nos
mercados tradicionais do destino Portugal (Alemanha, Reino Unido, Holanda e Itália).
7.7.4.2. TURISMO DE NATUREZA
O turismo de natureza compreende a oferta de produtos, serviços e atividades que
consistem em viver experiências, interagindo com a natureza, desde a sua
contemplação à prática de atividades de interesse especial em benefício da
conservação da natureza e a realização de atividades desportivas. Pode-se, ainda,
dividir em dois segmentos de mercado:
• Natureza Soft: consiste na prática de atividades ao ar livre de baixa
intensidade (passeios, excursões, percursos pedestres, observação da fauna
e flora), e com motivações associadas ao descanso, caminhar e descobrir
novas paisagens, visitar atrativos interessantes, prazer pela fotografia,
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•
Natureza Hard: integra a prática de atividades e desportos que requerem um
elevado grau de conhecimento e intensidade (rafting, canoagem,
birdwatching) e com motivações associadas à prática de desportos de
natureza, aprofundar o conhecimento da natureza e educação ambiental.
Como forma de potenciar o desenvolvimento do turismo de natureza deve-se apostar
na criação e dinamização de percursos pedestres, devidamente sinalizados, como
forma de facilitar o acesso a locais de elevado valor natural e paisagístico, bem como
fomentar a adoção de práticas de usufruto da natureza numa base sustentável, de
preservação e conservação dos elementos naturais.
Atualmente, o peso do Turismo de Natureza no total das viagens de lazer realizadas
pelos europeus é de 9%, o que representa cerca de 22 milhões de viagens como
principal motivação, e 30 milhões de viagens como motivação secundária. Como
principais mercados emissores estão a Holanda, a Alemanha, a França, os Países
Nórdicos e o Reino Unido, registando uma duração média de viagem de mais de 4
noites (cerca de 85% do total de viagens).
Ao nível da Europa prevê-se que as viagens com a motivação de turismo de natureza
continuem a crescer a uma taxa média anual de 7%, tendo na base uma maior e
crescente consciência ambiental por parte dos viajantes, uma crescente preferência
por áreas envolventes não massificadas como destino de viagem, e uma forte
presença de ofertas de viagens de natureza na Internet, acessíveis a uma crescente
procura.
Figura 7.8. Proposta de Desenvolvimento do Produto Turístico Estratégico
Turismo de Natureza
Fonte: IDTOUR
As caraterísticas singulares do território, particularmente as suas áreas de montanha,
ancoradas nas serras de Arada, Gralheira e S. Macário e a sua geomorfologia,
conferem a este espaço territorial em concreto, um potencial de afirmação do Turismo
de Natureza, pelo que a proposta de desenvolvimento deste produto desagrega-se,
por um lado, no subproduto Turismo Ativo, área de potencial reconhecido, como o
conferem as dinâmicas empreendidas pelas empresas de animação turística
instaladas na região e as demais que se servem deste espaço para organizarem as
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suas iniciativas, por outro lado, no subproduto Turismo Ambiental, tirando partido da
rede de percursos pedestres sinalizados e da riquíssima fauna e flora, caraterística
desta parcela do concelho.
No que concerne ao Turismo Ativo, propõe-se o envolvimento das empresas de
animação turística do território, assim como, as que não estando localizadas no
território, nele desenvolvem atividade, por forma a constituir uma bolsa de
prestadores de serviços de aventura qualificados e desenhar produtos turísticos em
articulação com os agentes da distribuição turística, nacionais e internacionais,
especializados neste produto. Neste âmbito, propõe-se a organização de um meeting
anual de BTT, enquanto veículo promocional relevante do território.
O presente subproduto está intimamente associado à prática de atividades físicas
mais exigentes, ou seja, a motivação principal dos consumidores decorre do desejo
de evasão e aventura, assim como de algum risco/ adrenalina, sendo o público-alvo
maioritariamente composto por jovens e adultos de meia-idade, residentes na
Península Ibérica (principais núcleos urbanos)
A estruturação do subproduto Turismo Ambiental implica um trabalho de base mais
intensivo, no que concerne especificamente à identificação e catalogação da fauna e
da flora caraterística deste território, assim como, no que respeita à expansão da rede
de percursos pedestres e de pontos de observação/ miradouros privilegiados nas
áreas de montanha. Posteriormente, deverão ser desenhados programas turísticos
exclusivos em cooperação com os agentes de distribuição turística especializados
nesta tipologia de oferta (fam trips no território, ações de relações públicas).
Este subproduto está associado à prática de atividades de lazer sem necessidade de
um esforço físico intensivo, ou seja, a motivação principal dos consumidores resulta
do interesse em contactar e vivenciar experiências nos espaços ambientalmente
preservados, sendo o público-alvo maioritariamente composto por seniores,
residentes em Portugal (principais núcleos urbanos nacionais) e nos mercados
europeus de proximidade (Espanha e França) e nos mercados tradicionais do destino
Portugal (Alemanha, Reino Unido, Holanda e Escandinávia).
7.7.4.3. TURISMO CULTURAL E PATRIMONIAL
Na Carta de Turismo Cultural do ICOMOS (1976), o turismo cultural define-se como
um facto social, humano, económico e cultural irreversível, tendo por objeto central o
conhecimento de monumentos, sítios históricos e artísticos ou qualquer elemento do
património cultural (material e imaterial). O turismo cultural exerce um efeito positivo
sobre estes elementos pois contribui para a sua conservação, mas também pode
provocar efeitos negativos que devem ser evitados por meio da educação, da
sensibilização e da adoção de medidas e políticas concretas. Mais recentemente,
para Greg Richards (2000), o turismo cultural é visto como o modo como os visitantes
consomem a cultura, independentemente da sua vertente, temática e formato.
Considerando por complementaridade o mercado definido no âmbito do PENT para o
touring cultural e paisagístico, atualmente o peso deste produto no total das viagens
de lazer realizadas pelos europeus é de 18%, que representa cerca de 44 milhões de
viagens como principal motivação e 80 milhões de viagens como motivação
secundária. Como principais mercados emissores estão a Itália e a França, sendo
ainda de destacar num segundo nível os mercados da Alemanha e do Reino Unido,
registando-se uma duração média de viagem de mais de 4 noites (cerca de 86% do
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total de viagens). Em termos globais destaca-se o mercado do Brasil devido à
afinidade histórica com Portugal, e o mercado da América do Norte (USA e Canadá)
pela sua curiosidade em conhecer a história rica e diversificada da Europa.
Ao nível da Europa prevê-se que as viagens associadas ao produto turismo cultural
continuem a crescer a uma taxa média anual de 5% a 7%, tendo na base uma
consolidação do espaço territorial e económico Europeu, a constante melhoria das
condições de transporte, das infraestruturas e de serviços (ainda que em Portugal a
introdução e o processo de pagamento de portagens seja uma ameaça), e devido à
alteração de hábitos de consumo turístico com uma crescente procura por viagens
que representem experiências mais completas e com elevado conteúdo de
conhecimento.
Uma forte componente do turismo cultural reside em aspetos da tradição rural do
território, com naturais apetências para o desenvolvimento do turismo rural. O turismo
rural tornou-se um setor significativo a partir da década de 60, com referência
estritamente às caraterísticas rurais da paisagem (Butler, Hall e Jenkins, 1998), e
traduzindo-se em atividades passivas, descontraídas e tradicionais. As atividades
turísticas decorrem em zonas com caraterísticas para exploração de economias
agrícolas tradicionais, estruturas sociais com estilos de vida e mentalidade mais
conservadora, associadas a aspetos pitorescos e oportunidades lúdicas do campo, e
associado, normalmente, a áreas com densidade populacional baixa e com reduzido
grau de fixação da população.
O turismo rural surge como uma alavanca para o desenvolvimento do espaço rural,
para a preservação do património natural e para a recuperação do património cultural,
material e imaterial, existente. Os visitantes procuram o acesso a produtos
tradicionais e genuínos, a ambientes despoluídos e calmos. Atrai, na grande maioria,
turistas vindos de zonas urbanas e de grandes metrópoles, ainda que as áreas rurais
perto de áreas urbanas recebam excursionistas, e que as áreas mais longínquas
recebam visitantes com estadas mais longas, mas em menor número. O tipo de
turismo depende de um acesso razoável e adequado, sendo o automóvel o meio de
transporte mais popular, quer para chegar, quer para viajar no campo (aqui
consideram-se também as caminhadas e bicicletas em grande número).
O desenvolvimento de uma oferta turística estruturada de unidades de alojamento no
segmento TER, associadas a atividades de animação e à revitalização de aldeias
tradicionais à valorização das tradições orais e dos elementos etnográficos, permitirá
salvaguardar e transmitir o valor histórico do território, assim como proporcionar
experiências únicas aos visitantes.
A procura associada ao turismo rural encontra-se ligada à descoberta do território e
apresenta uma dinâmica concentrada nos períodos de maior procura tradicional
(Verão, Páscoa e Fim-de-Ano). Apresenta caraterísticas próprias de segmentos com
práticas de lazer consolidadas e capacidade aquisitiva superior à média (meia idade,
empregados e profissionais liberais, com habilitações superiores, deslocando-se por
meios próprios), e a organização da viagem é da iniciativa dos próprios visitantes que
recorrem preferencialmente a informação disponível na Internet, sendo autónomos e
flexíveis durante a estada.
Integrado na dinâmica de desenvolvimento do produto turismo cultural e patrimonial
deve ser, ainda integrado o desenvolvimento do produto associado à gastronomia
regional típica, este produto consiste na realização de viagens com o objetivo de
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aprofundar o conhecimento sobre o património gastronómico de um determinado
território. Contempla atividades como a degustação de produtos, a aprendizagem dos
processos de produção, a participações em workshops, em feiras e nas colheitas,
visualização de demonstrações de chefes de cozinha, visitas às atrações produtivas
locais e atividades associadas ao bem-estar. Pode-se dividir em três segmentos de
mercado:
• Descobrimento: deslocação ao destino para conhecer melhor os recursos
gastronómicos (representa 80% das viagens).
• Aprofundamento: deslocação ao destino com o objetivo de aprofundar o
conhecimento sobre um produto específico ou realizar visitas monotemáticas
(representa 5% das viagens)
• Aprendizagem: consiste na realização de cursos de degustação ou de
processos de preparação dos produtos (representa 15% das viagens).
A gastronomia (integrada no Produto Gastronomia e Vinhos) ainda é um produto
recente, mas cada vez atrai mais consumidores interessados neste tipo de
experiências. A Europa, atualmente, gera uma procura primária na ordem das 600 mil
viagens de uma ou mais noites de duração (cerca de 0,25% do total de viagens
realizadas pelos turistas europeus), sendo ainda estimada uma procura secundária
na ordem das 20 milhões de viagens. Os principais mercados emissores europeus
são a França e a Holanda, salientando-se ainda os mercados do Reino Unido, da
Itália e da Alemanha.
Figura 7.9. Proposta de Desenvolvimento do Produto Turístico Estratégico
Turismo Cultural e Patrimonial
Fonte: IDTOUR
O património cultural monumental do território apesar de não evidenciar elementos de
reconhecida notoriedade (projeto de requalificação das antigas ruínas romanas
poderá afirmar a identidade do território e projetar a notoriedade do destino) dispõe
de algumas caraterísticas singulares que lhe conferem relevante potencial turístico,
aos quais se poderão articular os elementos patrimoniais associados à arquitetura
vernácula, particularmente nas aldeias típicas das áreas de montanha. O património
imaterial do território, ancorado nas suas tradições orais, assim como no universo dos
seus grupos folclóricos conferem elementos distintivos ao produto turístico, fatores
determinantes na definição da proposta de valor a oferecer ao visitante.
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Ambos os subprodutos definidos no âmbito do produto Turismo Cultural e Patrimonial
compreendem um modelo de desenvolvimento matricial, na medida em que se
deverão combinar as dimensões do património cultural material e imaterial na
definição do produto, concretizando ofertas distintivas e exclusivas do destino, as
quais deverão ser articuladas com os agentes da distribuição, nacionais e
internacionais, por forma a colocar estes produtos junto dos respetivos mercados.
Este produto deverá ainda integrar ofertas de animação turístico-cultural enquanto
elementos dinamizadores da procura potencial, a qual desloca-se com a motivação
principal em conhecer, contactar e experimentar o património cultural material e
imaterial específico do território, sendo o público-alvo maioritariamente composto por
seniores e adultos de meia-idade, residentes em Portugal (principais núcleos urbanos
nacionais e regiões de proximidade) e nos mercados europeus de proximidade
(Espanha e França) e nos mercados tradicionais do destino Portugal (Alemanha,
Reino Unido, Holanda e Itália).
7.7.4.4. OUTROS PRODUTOS TURÍSTICOS COMPLEMENTARES
Torna-se, ainda, fundamental aproveitar os elementos de animação dispersos pelo
território, quer ao nível da animação termal promovida pelas Termas de São Pedro do
Sul, quer pela existência de algumas empresas de animação turística, quer ainda pela
colaboração existente ao nível das coletividades e grupos etnográficos sedeados na
região e pela capacidade individual de cada operador turístico intervir na área da
animação e ocupação de tempos livres.
A oferta assinalável de elementos patrimoniais religiosos (igrejas e capelas), bem
como a ocorrência de peregrinações a alguns destes elementos, conferem uma
oportunidade adicional de integrar estas ofertas no roteiro dos produtos turísticos
complementares do território, como é o caso do turismo religioso.
O desenvolvimento do turismo no território deve potenciar a criação e promoção de
percursos pedestres, de perfis e caraterísticas diversificadas, nomeadamente através
de ecopistas (a reconversão dos ramais ferroviários do Dão e do Vouga poderão ser
iniciativas intermunicipais relevantes neste domínio, constituindo uma matriz de
mobilidade inclusiva) e outros percursos interconcelhios (ex., linhas de água), que
deverão ser associados aos vários recursos presentes na região (animação,
alojamento, gastronomia, património, entre outros).
7.7.4.5. PROPOSTA COMPETITIVA DOS PRODUTOS ESTRATÉGICOS
A análise da competitividade e da atratividade dos principais produtos turísticos
elencados permite facilitar a orientação das ações futuras e estratégicas ao nível da
promoção. Neste sentido, convém dinamizar ações específicas para cada fase de
desenvolvimento do produto, nomeadamente:
• Promover – apostar numa promoção agressiva e eficaz dos produtos
enquanto âncoras da oferta instalada (com especial destaque para as Termas
de São Pedro do Sul),
• Desenvolver – apostar no desenvolvimento de ações de promoção
especializadas para determinados segmentos de mercado e desenvolver uma
oferta associada na região,
• Estruturar – avançar na preparação de ações focalizadas para nichos de
mercado e apostas internas ao nível da estruturação e qualificação da oferta
turística.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Figura 7.10. Proposta de Orientação de Investimentos Estratégicos
Fonte: IDTOUR
7.7.5.
MERCADOS ESTRATÉGICOS
A definição dos mercados prioritários tem em consideração os indicadores de
mercado, quer para Portugal, quer para a região Centro, assim como para a região
das Termas de São Pedro do Sul.
Em função dos indicadores recolhidos e das análises dos resultados por parte dos
agentes regionais da área do turismo, o principal mercado emissor é o mercado
interno, daí que se deve apostar no fortalecimento deste mercado sobretudo para
aumentar a taxa média de permanência e diminuir a sazonalidade, aproveitando a
proximidade geográfica e cultural face aos principais centros urbanos nacionais.
A fraca expressão dos mercados internacionais no território determina que a presente
estratégia comporte ações exploratórias em determinados mercados que pelas
caraterísticas da procura e pela proximidade cultural e geográfica, evidenciem um
potencial de captação de mais visitantes, apostando deste modo nos mercados
espanhol, francês, alemão, britânico e nos escandinavos.
Torna-se necessário acompanhar as tendências mundiais dos mercados, e encarar
os mercados emergentes (ao nível do desenvolvimento económico e do crescimento
do volume de viagens turísticas, quer nacionais quer internacionais) de modo a captar
novos segmentos de mercado e a diversificar a procura regional.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Neste sentido, a análise dos mercados potenciais deve ter em consideração os
principais indicadores da operação turística relativa aos principais mercados
emissores mundiais e a sua relação com o mercado nacional:
• Quota de Portugal no Mercado Emissor – quota de mercado do volume
total de viagens, hóspedes, dormidas e receitas no contexto global das
viagens para o estrangeiro dos residentes desse mercado;
• Volume de Viagens para Mercados Internacionais – número global de
viagens que os residentes desse mercado fazem para o estrangeiro,
sobretudo para destinos concorrentes de Portugal e com caraterísticas
similares;
• Evolução do Número de Viagens – avaliar as tendências dos mercados em
termos de viagens internas e externas, apostando nos mercados emissores
que evidenciam taxas de crescimento superiores;
• Despesas Médias dos Mercados Emissores – despesas médias diárias e
por viagem, realizadas pelos residentes desse mercado nos destinos
internacionais;
• Frequência de Visita a Mercados Estrangeiros – análise dos
comportamentos dos visitantes dos mercados emissores relativamente à
frequência e fidelização face a destinos concorrentes ou complementares;
• Acessibilidade – mercados localizados na proximidade do território em
termos de tempo, viagens de avião de 3 a 4 horas (via Porto ou via Lisboa), e
viagens de carro de 3 a 5 horas.
Considerando a relação entre a quota atual de Portugal como destino de viagens
internacionais nos seus principais mercados emissores, com a distância em termos
geográficos e em termos temporais, é possível identificar um conjunto restrito de
mercados com elevado potencial para o território de São Pedro do Sul. O objetivo
passa por maximizar a quota atual nos mercados em que a quota já é considerável e
alavancar as quotas nos mercados em que a procura por Portugal ainda é reduzida
face ao valor global das viagens de cada mercado.
A atual crise económica e financeira internacional levou a que vários países fossem
obrigados a aplicar medidas de austeridade que conduziram a uma perda do poder
de compra das populações, e consequentemente uma redução na aquisição de bens
que não sejam de primeira necessidade, onde se incluem as viagens por motivos
turísticos. A redução do poder de compra levou, ainda, a que as pessoas optassem
por realizar viagens mais curtas e no próprio país.
Este facto pode até ser positivo para as Termas de São Pedro do Sul uma vez que o
mercado interno é o seu principal mercado, porém numa perspetiva de aumento da
promoção da oferta nos mercados internacionais e na eventual contribuição que o
território possa ter para o processo de internacionalização da economia nacional e
regional acaba, também, por ter impactos negativos.
Deste modo, as ações de promoção a implementar devem considerar não apenas os
mercados tradicionais, mas começar a acompanhar de modo contínuo os mercados
emergentes com elevada procura por viagens de turismo de saúde, de bem-estar e
termalismo.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Figura 7.11. Mercados Estratégicos
Fonte: IDTOUR
Neste sentido, deve maximizar os seus esforços no mercado interno, sobretudo ao
nível das regiões NUTs II do Centro, de Lisboa e do Norte. Ao nível dos mercados
internacionais importa iniciar e desenvolver um conjunto de ações preliminares de
prospeção que aumentem a ligação e o conhecimento do mercado espanhol,
aproveitando a sua proximidade geográfica.
Deve-se, ainda, ter em atenção os principais mercados tradicionais de Portugal,
nomeadamente nos mercados: britânico, germânico, francês e brasileiro e investir de
forma assertiva e objetiva nos restantes mercados tradicionais europeus, ou seja,
Holanda, Itália e Países Escandinavos. Convém analisar e acompanhar os principais
segmentos de mercado relacionados com o turismo de saúde, de bem-estar e
termalismo com o intuito de identificar oportunidades que não devem ser
menosprezadas.
Outro esforço a encarar no futuro prende-se com o acompanhamento de mercados
que para Portugal apresentam uma quota residual, mas que devido ao volume global
de viagens desse mercado e ao facto de poderem ter motivações relacionadas com a
oferta das Termas de São Pedro do Sul, devem ser encarados como um mercado
com elevado potencial.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Figura 7.12. Estratégias para Adotar nos Mercados Estratégicos
Fonte: IDTOUR
A figura anterior esquematiza de uma forma genérica as opções estratégicas a
desenvolver em cada um dos principais mercados referenciados com especial
destaque para o mercado nacional, não só pelo seu valor histórico na estrutura da
procura da região, mas também pelo seu elevado potencial de crescimento,
considerando entre outros aspetos a quota perdida ao longo dos últimos anos e que
deve ser alvo de uma estratégia específica para a sua recuperação.
No que respeita à abordagem aos mercados externos, nomeadamente os mercados
tradicionais, deverá ser articulado com a Entidade Regional de Turismo do Centro de
Portugal a afirmação das Termas de São Pedro do Sul, enquanto subproduto
estratégico do destino regional – Centro de Portugal, assumindo-se este território
como o principal destino para a promoção do turismo de saúde e bem-estar.
No que concerne aos mercados externos emergentes, o esforço deverá passar pela
progressiva monitorização da sua evolução, por forma a articular parcerias de âmbito
regionais (mercado ibérico), enquanto resposta consolidada para competir junto
destes mercados em concreto, nomeadamente o Brasil, Rússia, Índia e China.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.8.
PLANO DE AÇÃO
A presente proposta de desenvolvimento tem a ambição de promover a valorização
das Termas de São Pedro do Sul suportando-se em duas dimensões estruturais, a
primeira ao nível da estruturação, organização e qualificação da oferta turística,
valorizando os recursos primários, secundários e complementares, e a segunda ao
nível da implementação das propostas apresentadas através do conjunto de ações
estratégicas (projetos âncora e projetos complementares).
Considerando a necessidade de desenvolver ações específicas para o setor da saúde
e para o setor do turismo pois só assim será possível integrar no processo de
desenvolvimento das Termas de São Pedro do Sul as especificidades de cada um
dos dois setores. Porém, estas ações devem ser integradas e contribuir, no seu
conjunto, para a valorização e desenvolvimento da base económica local e regional.
A relevância estratégica da oferta termal do território (dois balneários termais),
consubstanciada na base económica (unidades de alojamento, estabelecimentos de
restauração e bebidas, serviços de lazer e recreio, entre outros) que desta atividade
depende diretamente, e pela tipologia da procura nos balneários termais estar
diretamente associada à dimensão convencional do termalismo (cura termal), importa
sustentar o plano de ação segmentando precisamente estas duas dimensões, por um
lado o setor da saúde, e por outro o setor do turismo.
Figura 7.13. Plano de Ação… Saúde
Fonte: IDTOUR
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Figura 7.14. Plano de Ação… Turismo
Fonte: IDTOUR
A concretização destas ações é consolidada com a apresentação de um conjunto
alargado de projetos propostos, prioritários (âncoras) e complementares, estes
projetos encontram-se descritos de modo a evidenciar as suas dinâmicas e objetivos,
no entanto carecem de ser consolidados através do envolvimento dos agentes
regionais e por via da ligação do território a agentes externos qualificados que
facilitem a implementação dos projetos e maximizem os impactos dos mesmos.
A estratégia proposta comporta uma visão orientadora para o desenvolvimento das
Termas de São Pedro do Sul sob uma perspetiva de valorização e afirmação da
oferta existente no território apostando na consolidação das Termas de São Pedro do
Sul como um ‘resort termal’ integrado ancorado nos serviços de saúde e bem-estar. O
desenvolvimento desta visão pretende alavancar os restantes serviços e produtos
existentes no território com o intuito de não só caraterizar e diferenciar a oferta das
Termas de São Pedro do Sul, mas também como forma de diversificar a oferta
turística regional.
O turismo de saúde está a tornar-se cada vez mais competitivo, começando já a
atingir elevados níveis de saturação em alguns mercados, em que os fatores críticos
como a inovação e a criatividade estão a assumir-se como fundamentais para o
sucesso de alguns destinos. Por este motivo muitos spas e hotéis de bem-estar
encontram-se a desenvolver novos tratamentos de assinatura com o objetivo de se
diferenciarem. Por outro lado, alguns destinos estão a apostar em vender os seus
recursos naturais singulares (paisagem, caraterísticas da água, clima), enquanto
outros apostam na especialização e qualificação dos recursos humanos e na
prestação dos serviços, bem como associam a personalidades reconhecidas ao
destino, por forma a atrair mais visitantes.
Além disso, regista-se uma tendência crescente pela procura de experiências
integradas, que incorporem o equilíbrio do corpo (domínio físico) e da mente/alma
(domínio psicológico) ou equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Para isso, os
destinos devem apostar numa oferta diversificada, com uma elevada gama de
produtos e serviços de qualidade, bem como em promover e aconselhar os seus
clientes com toda a atenção e profissionalismo (Smith e Puczkó, 2009).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
As estratégias de comunicação e promoção associadas ao turismo de saúde e bemestar não diferem das práticas desenvolvidas no âmbito de outros tipos de turismo.
No entanto, pode-se considerar algumas abordagens específicas:
• Hotéis e Resort Spas… são orientados para segmentos de mercado médioaltos e altos (associados ao luxo e estilos de vida exclusivos, tanto para
mulheres e homens), aposta na promoção em canais de comunicação
específicos e temáticos que se adequem a estes segmentos de mercado;
• Turismo Médico… são orientadas para segmentos de luxo (utilização de
conteúdos associados à vida saudável), utilizam como principal canal de
comunicação o sistema de saúde, sobretudo o privado, e os médicos e
profissionais da saúde (ex., os anúncios de cirurgia estética podem ser
associados à promoção de um estilo de vida de luxo, enquanto os
tratamentos médicos em revistas de vida saudáveis e de saúde);
• Atividades Holísticas e Espirituais… são orientadas para segmentos
específicos (clubes, associações, praticantes, alunos), utilizam canais de
promoção específicos e diretos, revistas especializadas e segmentos-alvo.
Os desenvolvimentos tecnológicos e a crescente importância da economia das
experiências significa que há também uma procura crescente por produtos
completamente novos e por atividades que não existiam em culturas ou em contextos
anteriores, embora os novos produtos sejam mais difíceis de conceber, eles são,
indiscutivelmente, o que mais contribui para a construção de um destino único e para
o aumento da notoriedade e competitividade desse destino nos mercados-alvo.
No turismo de saúde suportado na procura termal, verifica-se a necessidade de
requalificar zonas envolventes, desenvolver serviços especializados, criar conteúdos
para disponibilização em canais internos e externos e reposicionar o produto termal
no mercado. A nível do bem-estar (spa e talassoterapia), verifica-se a necessidade de
desenvolver conteúdos para a sua disponibilização em canais específicos, bem como
apostar na diversidade de experiências de spa e talassoterapia. No domínio do
turismo médico verifica-se a necessidade de fazer um diagnóstico global que permita
a articulação entre serviços médicos e de turismo, bem como proceder à análise da
situação competitiva nacional e definição do modelo de negócio que melhor potencie
os serviços de turismo (MEI, 2013).
No âmbito do presente projeto são elencados um conjunto de projetos e iniciativas
que visam contribuir para a implementação da estratégia de marketing e promoção
turística para as Termas de São Pedro do Sul e para a região de Lafões na qual as
termas se inserem, ações capazes de alavancar a sua imagem e atratividade e de
estimular a procura turística.
O trabalho desenvolvido tem como objetivo responder às constantes alterações que
têm vindo a ocorrer na sociedade e a caraterizar o mercado turístico sendo
necessário expandir estrategicamente as ações e as ferramentas de marketing dos
destinos turísticos, apesar destes instrumentos terem vindo a modificar o seu
posicionamento relativamente a esta atividade, adaptando-se às realidades
emergentes e aos novos requisitos dos consumidores. Desta forma, pretende-se
encontrar soluções de promoção e comunicação que se articulem com as ações e
ferramentas já existentes, não as anulando ou duplicando, mas antes potenciando-as,
com o objetivo de maximizar o esforço de alcançar os mercados e segmentos
específicos (atuais e novos), bem como estimular o aumento da sua permanência no
destino e, por consequência, aumentar as receitas médias diárias.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Com este intuito e para facilitar a compreensão da informação elencada foi
fundamental desenhar/ desenvolver um modelo que permita estruturar as
necessidades de marketing, promoção e comunicação do território enquanto destino
turístico, ou seja, agrupando em eixos prioritários.
Para uma boa implementação da estratégia de marketing e promoção do destino é
importante que se garantam algumas premissas no que se refere à oferta turística do
destino, bem como, à organização da informação turística a promover, desta forma foi
definido os seguintes eixos prioritários:
• Desenvolvimento do Destino… concretização de um conjunto de projetos
que potenciem o aumento, diversidade e qualidade dos serviços,
equipamentos e produtos, bem como do espaço, natural e urbano;
• Promoção, Comercialização e Negociação… realização de ações que se
articulem com a intervenção nos principais elementos da cadeia de
distribuição e comercialização (ambos os setores, saúde e turismo);
• Imagem, Posicionamento e Comunicação… proposta de ferramentas e
ações (genéricas e específicas) com o intuito de desenvolver iniciativas de
promoção, branding e marca, suporte e ferramentas de comunicação,
marketing digital, participação em eventos e feiras, e publicidade;
• Eventos, Iniciativas e Atividades… dinamização de ações que aumentem e
contribuam para a promoção do território, quer sejam no próprio território,
quer sejam diretamente junto dos mercados;
• Governância e Monitorização… ações e/ou ferramentas que visam
aumentar a cooperação nacional e regional, a participação e inserção em
redes, bem como a melhoria e diversificação do destino, e a incorporação no
processo de desenvolvimento de ferramentas que privilegiam a avaliação do
impacto do turismo no território e o conhecimento do mercado (observatório).
A apresentação dos projetos, de forma sumária, carece de desenvolvimento que só
será explorado em sede de implementação e concretização de cada projeto em
concreto, porém a sua apresentação estrutura-se segundo cada um dos elementos
descritos:
• Designação: nome do projeto, ferramenta ou ação,
• Tipo de Ação: tipo de ação que define, onde melhor se enquadra, a
ferramenta e/ou ação,
• Produto Estratégico: associação direta ou indireta aos produtos turísticos
estratégicos definidos para o território,
• Setor Alvo: indicação do setor ao qual está associado (turismo e/ou saúde),
• Investimento: indicação de três níveis de orçamento (baixo, médio e
elevado) que definem o investimento na ação ou ferramenta,
• Mercados: indicação do mercado ou segmento de mercado potencial para o
qual se orienta a ação ou ferramenta,
• Horizonte Temporal: indicação de três períodos temporais (curto, médio e
longo prazo) que determinam a execução expectável do projeto,
• Descrição: caraterização sumária da ação e/ou ferramenta, conceito, ideia
associada, síntese da ação ou ferramenta,
• Parceiros: identificação das entidades parceiras, publicas e privadas, que
poderão estar envolvidas na execução da ação e/ou ferramenta,
• Financiamento: indicação das fontes de financiamento potenciais para a
concretização da ação ou ferramenta.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Promover e comunicar o valor e a diferenciação de uma marca e dos produtos/
serviços que veicula junto dos públicos-alvo (B2C/ B2B) é cada vez mais uma missão
complexa e exigente. A multiplicidade de opções, os custos de comunicar com
qualidade, bem como a dificuldade de medir os resultados do investimento, tempo e
recursos (financeiros e trabalho) alocados à estratégia desenhada levam os agentes
a desvalorizar/ esquecer esta importante componente estratégica de qualquer
empresa/ organização que se pretenda afirmar no mercado.
Esta evidência é tanto maior quanto mais concorrenciais forem os mercados, e mais
agressivos forem os agentes e stakeholders. O turismo é um setor muito competitivo,
que exige a adoção de estratégias de comunicação muito cuidadas face ao
posicionamento pretendido (pois a audiência é global) mas a realidade demonstra
que as organizações têm dificuldade em respeitar uma linha estratégica contínua e
coerente, o que importa contrariar, sobretudo em projetos de rede.
As ações e as ferramentas a operacionalizar devem ser definidas em função dos
objetivos a alcançar e dos recursos disponíveis, objetivos muito ambiciosos devem
ser devidamente articulados com uma estratégia mais agressiva, com recursos
dimensionados para a escala definida e/ou perspetivada.
O marketing turístico tem como objetivo persuadir os públicos-alvo finais a visitarem o
destino e a usufruírem dos produtos disponíveis. Para o efeito, o marketing turístico
articula diferentes estratégias e táticas de promoção e comunicação, procurando
veicular imagens e mensagens apelativas, direcionadas aos mercados e aos
públicos-alvo identificados, que coloquem em destaque os atributos distintivos do
destino e afirmem o posicionamento desejado, tornando tangível para o recetor o
resultado da promessa efetuada.
A definição da imagem deve estar em consonância com as políticas e estratégias
promovidas pelos órgãos públicos de decisão, nacionais e regionais, de modo a que a
marca regional possa ser promovida pelas diferentes entidades públicas e afirmar-se
nos diferentes mercados, nacional e internacionais.
A aposta da definição da marca deve suportar-se nos vetores da identidade do
território que lhe conferem um sentido único, destinto e impar, assente numa imagem
que se projeta através das atividades económicas da região, de modo a aumentar a
atratividade e a competitividade do destino e, consequentemente a notoriedade nos
principais mercados emissores. A marca (institucional e de produto) deve estar
intrinsecamente suportada nos valores e elementos diferenciadores, que reforçam a
atratividade da região e lhe conferem um perfil emocional. Estes valores são
transferidos das caraterísticas e dos recursos da região, sendo incorporados quer no
próprio produto turístico (no ambiente, no acolhimento e serviço proporcionado aos
visitantes) quer na comunicação da marca, conferindo-lhe autenticidade e elementos
de singularidade.
A harmonização da imagem promocional e a sua utilização numa base regional
potencia o aumento da notoriedade do destino nos principais mercados, facilita a
compreensão do que representa a oferta turística e promove a integração da oferta
turística diversificada sob o mesmo destino turístico como um todo.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.8.1.
PROJETOS DE VALORIZAÇÃO DA OFERTA… PRODUTO
Para a apresentação dos Projetos Âncora Estratégicos no âmbito do Plano
Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
foi construída uma matriz onde se indicam e priorizam alguns dos projetos elencados
ao longo do período de execução do plano, sustentados nos trabalhos empreendidos
e na avaliação realizada posteriormente.
Figura 7.15. Matriz de Projeção de Projetos Âncora de Valorização da Oferta
Fonte: IDTOUR
Com base no trabalho de levantamento desenvolvido e validado com os principais
agentes do território, públicos e privados, apresenta-se um conjunto alargado de
projetos que devem ser dinamizados a curto, médio e longo prazo, sendo a sua
prioridade definida enquanto projeto âncora ou projeto complementar. Assumem-se
os projetos âncora como fundamentais para o desenvolvimento do turismo no
território, enquanto os projetos complementares, sendo importantes, não condicionam
os objetivos e as metas definidas.
Porém, a globalidade dos projetos que contribui para maximizar o impacto na região e
a concretização dos objetivos propostos, sendo logicamente maior o impacto quanto
mais projetos complementares forem implementados, partindo do pressuposto que os
projetos âncora serão concretizados, e maior for o grau de desenvolvimento e
concretização dos projetos implementados.
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Reforço do Ordenamento Turístico do Território
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Desenvolver uma intervenção integrada em todo o território das Termas
de São Pedro do Sul que potencie a fruição turística de um modo sustentável e de
preservação dos espaços e recursos (área primária de atuação); Intervir nas áreas
urbanas de modo a potenciar a mobilidade inclusiva e acessibilidade turística,
assegurando a coesão e a identidade do território, particularmente das Termas de
São Pedro do Sul; Desenvolver ações que visem a estruturação de circuitos e trilhos
que facilitem o acesso a zonas naturais e à área de serra do território; Enquadrar os
territórios rurais e florestais no produto turístico regional; Aumentar os níveis de
organização, limpeza e ordenamento do território na região de Lafões.
Parceiros: CMs São Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades, CCDR Centro
Financiamento: Compreende a organização de atividades e funções já enquadradas
no normal funcionamento das câmaras municipais, ainda que se poderão concretizar
projetos integrados de requalificação regional ao abrigo dos incentivos comunitários
(Programa Portugal 2020 – CCDR Centro).
Valorização da Ligação ao Rio Vouga
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Elevado
Produto Estratégico
Natureza, Cultura e Património
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Implementar um projeto que vise o aproveitamento do Rio Vouga
enquanto parte integrante da oferta turística do território, potenciando a proximidade e
fruição do mesmo pelos visitantes; Desenvolver um corredor de circulação pedonal a
montante das Termas de São Pedro do Sul ao longo do Rio Vouga, até à cidade de
São Pedro do Sul, com interpretação e sinalização adequada; Articular esta
infraestrutura com o prolongamento da ecopista (antiga linha de comboio).
Parceiros: CM São Pedro do Sul, CCDR Centro, ADDLAP e Turismo de Portugal
Financiamento: Implica a instalação de equipamentos de estruturação dos
percursos, segurança e sinalização, considera-se um investimento assinalável, pelo
que o esforço de financiamento poderá ser partilhado com os sistemas de incentivos
comunitários (Programa Portugal 2020 – ADDLAP e CCDR Centro) e nacionais
(Turismo de Portugal).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Requalificação das Ruínas Romanas das Termas
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Elevado
Produto Estratégico
Cultura e Património
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Recuperar, requalificar e valorizar turística e culturalmente as antigas
Ruínas Romanas das Termas de São Pedro do Sul; Criar um espaço museológico,
interpretativo e de informação turística inovador e único à escala ibérica; Promover a
adoção de sistemas de base tecnológica por forma a recriar e perpetuar a identidade
termal deste espaço (memórias trabalhadas digitalmente); Concretizar um projeto de
enorme potencial de atratividade turística nacional e, especialmente, internacional;
Alavancar as demais ofertas turísticas do território e da própria região de Lafões.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, DGPC (antigo IGESPAR), CCDR Centro, ADDLAP
e Turismo de Portugal
Financiamento: Exige uma intervenção no espaço e edifício muito avultada,
maximizada pela necessidade de recuperar e preservar todo o seu valor patrimonial,
o que se reflete num investimento elevado. No entanto, a sua importância estratégica
assegura uma oportunidade de financiamento ao abrigo dos sistemas de incentivos
comunitários (CCDR Centro) e nacionais (Turismo de Portugal)
Reposicionamento Operacional do Balneário D. Amélia
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Saúde e Bem-Estar
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Saúde e Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Recuperar e valorizar o Balneário Rainha D. Amélia, posicionando no
segmento wellness/ spa termal (pode também integrar o centro de fisioterapia e
reabilitação); Desenhar programas específicos para a área da saúde preventiva e do
lazer e relax (privilégio ao bem-estar); Integrar as caraterísticas singulares dos
recursos endógenos da flora do local para a conceção de produtos dermatológicos e
de suporte às diversas atividades de bem-estar (ex., massagens); Expandir o perfil
dos consumidores potenciais das Termas de São Pedro do Sul (orientação para os
segmentos etários mais jovens/ meia-idade); Afirmar um destino competitivo,
multigeracional e acessível a todos e para todos.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Termalistur, AIHS.TSPS
Financiamento: Necessita de uma intervenção qualificadora do espaço físico, cujo
investimento necessário deverá ser suportado exclusivamente para Termalistur (a
profundidade da intervenção poderá considerar uma eventual candidatura aos
sistemas de incentivos – nacionais ou comunitários).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Valorização das Atividades na Natureza – Espaços de Montanha
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Natureza
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Implementar um projeto do domínio público que potencie a dinamização
das atividades turísticas nas áreas de montanha; Criar postos de observação que
valorizem o conhecimento e a interpretação da paisagem natural e construída
(aldeias típicas); Desenhar percursos pedestres e de BTT com suporte em sinalética
física vertical e digital (garantir a segurança dos percursos sinalizados); Articular uma
cooperação estreita com o Geoparque de Arouca (CM Arouca) e com o projeto
Montanhas Mágicas – Carta Europeia de Turismo Sustentável (ADRIMAG); Criar
suportes interpretativos (físicos e digitais) desconcentrados no território que apoiem e
valorizem a visita/ experiência.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia, AIHS.TSPS, ADRIMAG,
Empresas de Animação Turística
Financiamento: Implica a instalação de equipamentos de estruturação dos
percursos, de interpretação, segurança e sinalização, visa a recuperação de
estruturas para equipamentos de apoio aos visitantes. A natureza do investimento
enquadra-se na tipologia de projetos candidatáveis aos sistemas de incentivos
geridos pelas ADLs (ADRIMAG).
Projeto de Mobilidade Inclusiva – Termas de São Pedro do Sul
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Elevado
Produto Estratégico
-
Mercados
-
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Desenhar um projeto de mobilidade inclusiva no núcleo central das
Termas de São Pedro do Sul; Traçar circuitos exclusivos, antiderrapantes e sem
barreiras arquitetónicas, para circulação pedonal (responder ao perfil dos clientes das
Termas de São Pedro do Sul, maioritariamente seniores); Criar espaços de descanso,
repouso temporário (bancos, miradouros/ pontos de observação); Promover circuitos
exclusivos para bugies elétricos ou outras formas de mobilidade amiga do ambiente;
Implementar um plano de sinalética e de informação exclusiva para os circuitos de
mobilidade inclusiva.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Termalistur, AIHS.TSPS, CCDR Centro
Financiamento: Exige a estruturação de um projeto sustentável e pragmático, capaz
de suportar a candidatura a um sistema de incentivos (CCDR Centro), visto que um
dos pilares estruturais do programa Portugal 2020 é precisamente esta temática.
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Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Criação da Agenda de Eventos
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Definir o universo de atividade culturais, recreativas, desportivas e de
lazer com reconhecida vocação turística; Envolver os agentes regionais responsáveis
pela dinamização das respetivas atividades de animação turística; Consolidar os
referenciais basilares para as atividades e iniciativas de animação turística que
deverão integrar a agenda de eventos; Concretizar um modelo gráfico transversal que
determine a identidade das atividades e iniciativas da agenda de eventos;
Estabelecer os meios e os canais de comunicação privilegiados para a promoção,
distribuição e comercialização destes eventos.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia, Termalistur, AIHS.TSPS,
Empresas de Animação Turística, Associações Culturais, Recreativas e Desportivas
Financiamento: Implica a mobilização de recursos disponíveis e a estruturação da
oferta de eventos em diferentes plataformas, pelo que o investimento necessário é
limitado. O financiamento deverá ser assegurado pelas autarquias locais.
Seminário & Publicação Técnico-Científica – Turismo
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Conhecimento e Promoção
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Organizar de um seminário técnico-científico sobre a temática do turismo
de saúde e bem-estar, baseada na dimensão turística e na interceção com demais
recursos do território; Envolver a Universidade de Aveiro (DEGEI) enquanto parceiro
estratégico na organização desta iniciativa; Convidar investigadores, técnicos
especializados e demais profissionais a apresentarem trabalhos técnicos e científicos
sobre a temática objeto de estudo – turismo de saúde e bem-estar; Produzir uma
publicação técnico-científica sobre os trabalhos produzidos no âmbito do Seminário;
Integrar na publicação casos de estudo e boas práticas associadas ao turismo de
saúde e bem-estar, de âmbito nacional e internacional.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Termalistur, AIHS.TSPS, Universidade de Aveiro
Financiamento: Exige o envolvimento de diversos interlocutores, institucionais e
empresariais, assim como a logística necessária para organizar a sessão científica e
a produção da publicação técnico-científica. O financiamento deverá ser partilhado
entre os players do setor público e privado, adicionalmente, poderá equacionar-se o
cofinanciamento desta iniciativa através de sistemas de incentivos vigentes.
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Junho, 2014
66
Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Seminário & Publicação Técnico-Científica – Saúde
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Conhecimento e Promoção
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Saúde
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Organizar um seminário técnico que potencie a discussão de temáticas
relacionadas com a importância terapêutica suportada nas caraterísticas das águas
termais de São Pedro do Sul; Envolver a Universidade da Beira Interior (UBI)
enquanto parceiro estratégico na organização desta iniciativa; Convidar
investigadores, técnicos especializados e demais profissionais a apresentarem
trabalhos técnicos e científicos sobre a temática objeto de estudo; Produzir uma
publicação técnico-científica sobre os trabalhos produzidos no âmbito do Seminário;
Integrar na publicação casos de estudo e boas práticas associadas ao turismo de
saúde e bem-estar, de âmbito nacional e internacional.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Termalistur, AIHS.TSPS, Universidade da Beira
Interior
Financiamento: Implica a participação de diversos interlocutores, institucionais e
empresariais, assim como a logística necessária para organizar a sessão científica e
a produção da publicação técnico-científica. O financiamento deverá ser partilhado
entre os players do setor público e privado, adicionalmente, poderá equacionar-se o
cofinanciamento desta iniciativa através de sistemas de incentivos vigentes.
Posto de Informação Turística Hi-Tek
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Qualificação e Informação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Requalificar e valorizar o espaço do antigo posto de turismo, de acordo
com a nova estratégia de desenvolvimento dos centros de informação turística; Criar
uma estrutura mais dinâmica e atrativa, com recurso a diversas ferramentas de base
tecnológica e conteúdos audiovisuais que potenciem a interação com o visitante;
Potenciar a interligação intrarregional com os postos de informação turística de
Manhouce e Macieira; Articular a informação disponível à escala regional, sendo a
região Centro o espaço geográfico por excelência (ERT – Centro de Portugal).
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia, ERT – Turismo do Centro,
ADDLAP, ADRIMAG, Turismo de Portugal
Financiamento: Contempla um investimento relevante nas instalações, mas em
especial nos equipamentos e demais suportes de base tecnológica, mas configura
uma tipologia de investimento objeto de candidatura aos sistemas de incentivos
comunitários (ADDLAP, ADRIMAG) ou nacionais (Turismo de Portugal).
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Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Parque Temático & Recreativo do Gerós
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Requalificar o antigo Centro de Recreio do Gerós de modo a implementar
um parque temático e recreativo ancorado nas atividades ligadas à água (elemento
âncora do produto turístico local); Instalar estruturas e equipamentos de suporte à
realização das atividades recreativas (toboggans, escorregas, entre outros);
Proporcionar ofertas recreativas e de lazer para diferentes públicos (crianças, adultos
e seniores); Valorizar as propriedades singulares da água termal caraterística das
Termas de São Pedro do Sul, através da sensibilização e educação dos visitantes
nas suas atividades recreativas (mensagens apelativas).
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Termalistur, CCDR Centro e AIHS.TSPS
Financiamento: Compreende um esforço financeiro relevante, em função da
natureza da intervenção a executar, no entanto, esta tipologia do investimento
enquadra-se nas condições de financiamento externo, particularmente dos sistemas
de incentivos comunitários (Portugal 2020 – CCDR Centro).
Projeto Geotérmico – Termas de São Pedro do Sul
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Médio
Produto Estratégico
-
Mercados
-
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Aproveitar o calor das águas termais das Termas de São Pedro do Sul
(68ºC) para distribuir este recurso aos agentes económicos do território (enfoque para
os estabelecimentos comerciais com atividade diretamente associada ao setor do
turismo); Assegurar a promoção dos princípios da sustentabilidade ambiental e da
responsabilidade social dos agentes públicos e privados; Instalar os contadores de
frequência de água para monitorização e gestão dos consumos; Desenhar um
modelo de exploração responsável capaz de estimular a participação dos agentes
locais, nomeadamente do setor privado; Desenvolver um label para identificar as
unidades que adotaram o sistema de aquecimento através da rede Termalistur.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, DGEG, Termalistur e AIHS.TSPS
Financiamento: Obriga a investimento relevante, ainda que a instalação primária já
se encontra realizada, pelo que o que se exige a instalação das ligações secundárias.
O investimento deverá ser assegurado por uma candidatura ao abrigo do Portugal
2020, visto que a temática da sustentabilidade é um desígnio estratégico, limitando
assim o esforço dos agentes privados (aumentar as fontes de receitas da Termalistur
por via da exploração deste recurso estratégico).
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Junho, 2014
68
Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Dinamização das Atividades de Animação
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Desenhar um programa de mobilização regional das empresas de
animação turística, dos movimentos associativos locais e da própria Termalistur, para
definirem atividades de reconhecida vocação turística; Consensualizar áreas de
oportunidade para o desenvolvimento de atividades lúdicas e culturais, desportivas e
recreativas, e de lazer e relax; Aproveitar as potencialidades das linhas de água para
a dinamização de atividades turísticas (perspetiva hard e soft); Estabelecer um
programa de animação turística orientado para os distribuidores (operadores
turísticos e agências de viagens).
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia, Termalistur, AIHS.TSPS,
Empresas de Animação Turística, Associações Culturais, Recreativas e Desportivas
Financiamento: Exige a mobilização de recursos existentes no território, com uma
clara orientação para a iniciativa privada, pelo que o investimento é reduzido,
podendo passar pela lógica de apoio na promoção das iniciativas criadas.
Valorização Turístico-Cultural das Tradições Orais
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Identificar, inventariar e catalogar a oferta regional de tradições orais
(lendas, ritos, mitos, entre outras); Associar os conteúdos identitários conferidos pelas
tradições orais à conceção dos produtos turísticos; Proporcionar experiências
singulares aos visitantes, através do envolvimento da população local, dos seus
grupos representativos (grupos de cantares e ranchos folclóricos); Desenhar
programas turísticos exclusivos em estreita articulação com os agentes da
distribuição turística (operadores turísticos e agências de viagens).
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia, AIHS.TSPS, Empresas de
Animação Turística, Associações Culturais, Recreativas e Desportivas
Financiamento: Exige a mobilização de recursos existentes no território, com uma
clara orientação para a iniciativa privada, pelo que o investimento é reduzido,
podendo passar pela lógica de apoio na promoção das iniciativas criadas.
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Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Estruturação da Rede de Percursos Pedestres
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Natureza, Cultura e Património
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Organizar a oferta disponível de percursos pedestres sinalizados e
proceder ao seu mapeamento digital; Avaliar a oportunidade de expansão do número
de percursos pedestres do território; Criar uma estrutura matricial de percursos
pedestres que permita, tanto quanto possível, a integração de diferentes percursos
(proporcionar ao visitante a escolha mix do(s) trilho(s) que pretende realizar); Garantir
a manutenção regular dos percursos pedestres, através da eliminação de obstáculos
maturais ou artificiais; Monitorizar constantemente o estado de conservação e
legibilidade da sinalética vertical dos percursos pedestres.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia, AIHS.TSPS, Empresas de
Animação Turística, ADRIMAG, ADDLAP
Financiamento: Implica a mobilização de recursos existentes no território, sendo que
no caso da constituição de novos percursos, da respetiva sinalética e produção de
trípticos promocionais, poderão utilizar-se os sistemas de incentivos disponíveis
(Portugal 2020 – ADDLAP, ADRIMAG).
Recuperação da Antiga Estação de Comboios – Termas de São Pedro do Sul
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Cultura e Património
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Recuperar e requalificar a antiga estação dos comboios, atualmente
devoluta, num espaço de promoção e divulgação da cultura local e das artes e ofícios
tradicionais; Equipar o espaço com suportes audiovisuais e diversos equipamentos
básicos de apoio à organização de iniciativas de animação turística e de atividades
lúdicas e culturais (grupos de cantares e ranchos folclóricos); Integrar o espaço nos
roteiros urbanos das Termas de São Pedro do Sul, estimulando os visitantes a
conhecer e vivenciar este espaço.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Termalistur, AIHS.TSPS, ADDLAP, Associações
Culturais, Recreativas e Desportivas
Financiamento: Obriga à requalificação das instalações e ao respetivo equipamento
do espaço, pelo que o investimento necessário poderá ser suportado, em parte, pela
ADDLAP (candidatura ao abrigo do Portugal 2020).
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Junho, 2014
70
Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Ciclovia/ Ecovia Termas to São Pedro do Sul
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Desenvolvimento da Oferta
Investimento
Médio
Produto Estratégico
-
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Estruturar uma ecovia na antiga linha de comboio desde as Termas de
São Pedro do Sul à cidade de São Pedro do Sul (contribuir para a consolidação da
reconversão integral da antiga linha do vouginha, de Sernada do Vouga a Viseu);
Pavimentar a totalidade do percurso, proceder à iluminação e sinalização do mesmo;
Instalar os equipamentos de segurança e de suporte aos utentes da ecopista;
Assinalar os pontos de observação privilegiados sobre o património natural e cultural
de relevância ao longo do percurso.
Parceiros: CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia, ADDLAP
Financiamento: Exige a realização de um investimento relevante, ainda que o
mesmo possa ser minimizado, através do apoio do sistema de incentivos ao abrigo do
Programa Portugal 2020 (ADDLAP).
7.8.2.
INICIATIVAS FOCADAS NOS MERCADOS… PROMOÇÃO
De modo a garantir a difusão e dinamização da oferta do território das Termas de São
Pedro do Sul, propõe-se a implementação de um conjunto de ações e iniciativas de
comunicação, suportadas em diversos instrumentos e ferramentas de comunicação,
capazes de projetar a imagem e a notoriedade deste destino.
Uma vez que o objetivo da comunicação institucional decorre da necessidade de
aproximar e reforçar a coesão entre os diferentes parceiros que integram a região, as
ações propostas respondem a essa premissa, através da criação de iniciativas e
momentos de cooperação e ligação entre os vários agentes que operam no território.
A abordagem comercial do Plano Estratégico para a Valorização Cultural do
Termalismo – Termas de São Pedro do Sul exige um investimento ao nível dos
instrumentos e ferramentas de comunicação, capazes de suportar o conjunto de
ações e iniciativas de comunicação propostas.
O universo de instrumentos e ferramentas de comunicação propostas assumem um
caráter estrutural e intemporal, na medida em que garantem a sua continuidade para
o período pós-projeto. Este facto merece particular relevância uma vez que a
conjuntura económica atual exige um rigor na gestão dos recursos públicos
disponíveis.
71
Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Manual de Comunicação
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Definir e estruturar o manual de comunicação da AIHS.TSPS, de modo a
consensualizar as linhas orientaras da política de comunicação adotar no futuro sob a
égide da associação; Envolver os diversos parceiros e associados para a definição
dos mercados objeto de atuação primária e o modus operandi adotar para cada
mercado em concreto; Consensualizar entre pares, as linhas gráficas e as principais
mensagens a comunicar aos diferentes interlocutores (distribuição turística,
prescritores institucionais e empresariais) e ao consumidor final; Aumentar a
transparência, visibilidade e legibilidade da marca e do conceito de destino turístico,
baseado nos principais elementos endógenos do território – Termas.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur e Agentes Privados
Financiamento: Exige um investimento residual, pelo que não se equaciona
quaisquer recursos financeiros para esta iniciativa em concreto, uma vez que a
mesma exige antes a participação e o compromisso dos parceiros locais.
Website Promocional e Plataformas de B2B & B2C
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Desenvolver o website promocional das Termas de São Pedro do Sul,
com suporte em conteúdos dinâmicos, apelativos e de fácil utilização; Estruturar a
oferta segundo a tipologia de recursos e produtos turísticos estratégicos do território;
Disponibilizar de forma legível a oferta do alojamento turístico, dos restaurantes e das
atividades de animação turística; Oferecer conteúdos audiovisuais, fotográficos e
textuais, multilingue (estes conteúdos podem ser obtidos através do lançamento de
concursos ou através da mobilização dos visitantes); Dispor de plataformas de
acesso exclusivo aos agentes da distribuição turística (plataforma B2B); Integrar
plataformas de reservas e de compra direta (plataformas B2C).
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, Juntas de Freguesia,
ADDLAP e Agentes Privados (atividades caraterísticas do turismo).
Financiamento: Obriga à realização de um investimento relevante de modo a
estruturar uma plataforma web autónoma que possibilite à AIHS.TSPS a gestão
integral da plataforma. Este investimento poderá ser objeto de candidatura a um
sistema de incentivos ao abrigo do Programa Portugal 2020 (ADDLAP).
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Junho, 2014
72
Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Kit de Comunicação
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Produzir o kit de comunicação da AIHS.TSPS, o qual deverá integrar uma
brochura institucional do destino, um guia de alojamento turístico, uma agenda de
eventos; merchandising e fact-sheets exclusivos para cada um dos produtos turísticos
estratégicos – Turismo de Saúde e Bem-Estar, Turismo de Natureza e Turismo
Cultural e Patrimonial; Definir linhas gráficas transversais aos diversos instrumentos
de comunicação por forma a garantir a coesão dos diferentes meios utilizados; Apoiar
as ações de comunicação a empreender junto dos prescritores (jornalistas
especializados, agentes de distribuição turística) e dos consumidores finais
(potenciais visitantes); Garantir o posicionamento do destino junto dos diferentes
públicos e reforçar progressivamente a notoriedade do destino.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, CIM Dão-Lafões, ERT
Turismo do Centro
Financiamento: Implica um investimento relevante, mas que poderá ser minimizado
com a participação corresponsável dos diferentes interlocutores, nomeadamente os
institucionais e os agentes do setor (atividades caraterísticas do turismo).
Ações Promocionais – Fam Trips & Press Trips
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Comunicação e Negociação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Organizar a oferta disponível e estruturar programas turísticos de forte
vocação de mercado, especificamente para cada produto turístico estratégico, assim
como, para o mix de produtos e experiências possíveis; Envolver os agentes locais
para a participação corresponsável na dinamização de programas multissetoriais
(envolvimento de diversos players); Organizar fam trips orientadas para os agentes
de distribuição turística, nacionais e internacionais (especializados segundo produto
turístico); Desenhar experiências exclusivas para sustentar as press trips (jornalistas
e lideres de opinião nas áreas chave).
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, ERT Turismo do Centro
Financiamento: Exige um investimento residual, sendo os custos com a receção e
acompanhamento dos agentes da distribuição turística e os demais prescritores,
assegurados pelos agentes privados do território, cabendo à autarquia local o apoio
na mobilidade intrarregional (transporte no território).
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Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Participação em Feiras da Especialidade – Saúde & Turismo
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Comunicação e Negociação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Identificar as principais feiras da especialidade (saúde e turismo), com
particular enfoque na Península Ibérica (ações de curto prazo); Definir o modelo de
participação nas respetivas feiras – presença com stand próprio, presença integrada
em stand de parceiros regionais/ nacionais, presença através de prospeção
individual; Estabelecer previamente contactos com agentes de distribuição e
companhias de seguros dos locais onde se realizam as respetivas feiras (estabelecer
os contactos ‘porta-a-porta’).
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, CIM Dão-Lafões, ERT
Turismo do Centro, Turismo de Portugal, AICEP e Ministério da Saúde.
Financiamento: Compreende diferentes tipologias de investimento, ainda assim,
deverá ser consensualizado previamente o modelo de participação nas respetivas
feiras no próximo ano (2015), devendo o financiamento ser partilhado entre a
AIHS.TSPS (players do setor privado) e a Termalistur.
Ações de Relações Públicas – Saúde
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Comunicação e Negociação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Saúde e Bem-Estar
Mercados
Nacional
Setor Alvo
Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Realizar ações de relações públicas junto dos principais agentes com
ligação ao sistema de saúde (ministério da saúde, ordem dos médicos e associações
de doentes – áreas objeto de tratamento nas Termas de São Pedro do Sul); Envolver
os agentes regionais, tais como os centros de saúde e hospitais, clínicas privadas e
centros de análises clínicas, assim como farmácias e para-farmácias; Desenvolver
ações com as instituições de ensino, com especial destaque, no superior para os
alunos de curso de medicina por forma a aumentar a sensibilização terapêutica que
os benefícios das águas termais oferecem; Organizar ações de sensibilização nas
Termas de São Pedro do Sul no modelo de workshops temáticos.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos,
Associações de Doentes (áreas-chave)
Financiamento: Implica um investimento limitado, dadas as especificidades destas
ações, as mesmas deverão ser asseguradas através dos recursos próprios da
Termalistur, cabendo à AIHS.TSPS o cofinanciamento para suportar os custos de
receção dos médicos para os referidos workshops temáticos.
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Junho, 2014
74
Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Veiculo Promocional Exclusivo
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Elevado
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Conceber um veículo promocional inovador, eficiente do ponto de vista
energético e integre suportes tecnológicos que facilitem a disseminação criativa de
conteúdos promocionais sobre o destino; Estruturar a informação segundo os
produtos turísticos estratégicos do território; Apoiar as ações promocionais nos
principais centros urbanos da Península Ibérica (road show); Articular a presença do
veículo promocional com os períodos de ocorrência das principais feiras da
especialidade, ligadas aos setores do turismo e da saúde.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, ERT Turismo do Centro e
CCDR Centro
Financiamento: Obriga a um investimento significativo, pelo que a sua
operacionalização deverá passar por uma candidatura ao abrigo do novo programa
Portugal 2020 (CCDR Centro).
Road Show Ibérico
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Comunicação e Negociação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Estabelecer um calendário anual para promoção e comercialização das
ofertas turísticas do destino Termas de São Pedro do Sul; Articular o calendário com
a ocorrência das principais feiras de turismo na Península Ibérica; Utilizar o veículo
promocional exclusivo das Termas de São Pedro do Sul, enquanto suporte de
comunicação para os empresários do setor; Organizar programas turísticos
específicos para apresentar aos agendes de viagens dos respetivos territórios (ações
porta-a-porta); Oferecer vouchers promocionais para estimular a visita ao destino e
reforçar a notoriedade das Termas de São Pedro do Sul.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, ERT Turismo do Centro,
CCDR Centro e Turismo de Portugal
Financiamento: Obriga a um investimento relevante, no entanto, o financiamento
deste programa de promoção e negociação de proximidade deverá ser partilhado
entre os diversos agentes privados do território e a Termalistur. Em função da
ambição deste road show, poderá ser concretizada uma candidatura aos sistemas de
incentivos comunitários (CCDR Centro) ou nacionais (Turismo de Portugal).
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Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Passaporte do Termalista – AIHS.TSPS
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Criar um instrumento de suporte e promoção da mobilidade do visitante
na região de Lafões (passaporte do termalista); Identificar a rede de parceiros,
públicos e privados, a associar-se ao presente passaporte (cumprimento basilar de
associar descontos ao passaporte); Dinamizar procuras potenciais especificamente
nas épocas baixa e intermédia; Garantir um modelo de exploração do passaporte que
permeie em escala a sua utilização massiva (vantagens para o visitante); Contribuir
para a dinamização dos territórios de menor densidade turística (articulação da base
económica regional).
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, Agentes Privados
(atividades caraterísticas do turismo).
Financiamento: Implica um investimento residual, ainda que obrigue a um controlo
apertado na sua gestão, assim sendo, o financiamento deste instrumento deverá ser
garantido pelos agentes privados do território e pela Termalistur.
Maratona BTT – Solstício de Verão
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Natureza
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Incentivar a criação de um evento anual, intitulado Maratona BTT (serras
do concelho), a ocorrer na data simbólica do solstício de verão; Envolver uma
empresa especializada na organização de eventos similares; Assegurar os recursos
financeiros necessários para a contratualização da empresa especializada; Garantir
cobertura televisa, através das novas plataformas de disseminação digital de
conteúdos audiovisuais (iTour.WebHDTV); Mobilizar diversas centenas de praticantes
(prova de competição e prova de lazer).
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, ADDLAP, ADRIMAG,
Agentes Privados (atividades caraterísticas do turismo).
Financiamento: Exige um investimento relevante, sendo que o modelo adotado
passa pela publicidade exclusiva desta iniciativa. A dimensão e amplitude da iniciativa
poderá concretizar a realização de uma candidatura para os primeiros anos, junto das
ADLs do território (ADDLAP e ADRIMAG).
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Junho, 2014
76
Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Concurso Criativos – Conteúdos Fotográficos e Audiovisuais
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Lançar concursos criativos de fotografia e vídeo sobre o território de São
Pedro do Sul (temáticas livres e específicas de cada produto turístico estratégico);
Envolver e desafiar a população local, os visitantes, mas também profissionais e
entusiastas da fotografia e do vídeo; Constituir um banco de fotografias e de
conteúdos audiovisuais de suporte aos diversos instrumentos e ferramentas de
comunicação, assim como, às ações e iniciativas de comunicação; Dinamizar canais
digitais da web 2.0 específicos para cada uma das temáticas (facebook, conteúdos
audiovisuais – youtube; fotografias – flickr).
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, ERT Turismo do Centro e
Turismo de Portugal
Financiamento: Representa um investimento residual, visto que o mesmo
circunscreve-se ao prémios a definir para os respetivos concursos, neste sentido, o
financiamento será suportado pela AIHS.TSPS e os seus respetivos associados,
podendo definir-se alguns dos prémios como estadas oferecidas pelas unidades de
alojamento do território.
Programa Promocional das Manhãs da Rádio Comercial
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Produzir conteúdos turísticos ancorado nos três produtos estratégicos do
turismo de São Pedro do Sul; Criar uma rubrica diária para os programas de manhã
da Rádio Comercial (rádio líder no contexto nacional); Desafiar a equipa da manhã a
visitar e experimentar o território de São Pedro do Sul e as suas valências turísticas
(sendo possível, realizar uma emissão a partir das Termas de São Pedro do Sul);
Proporcionar diversas experiências, únicas e inesquecíveis, no território de São Pedro
de Sul (mote para a rúbrica a criar, envolvendo personalidades de reconhecida
notoriedade nacional); Contribuir para diversificar os públicos-alvo do turismo em São
Pedro do Sul.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul.
Financiamento: Configura uma iniciativa com elevada dotação orçamental, pelo que
o financiamento deverá ser partilhado entre os agentes públicos do território e os
principais players do setor privado (atividades caraterísticas do turismo).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Plataforma iTour.WebHDTV
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Implementar uma plataforma digital de gestão e distribuição de conteúdos
audiovisuais (plataforma iTour.WebHDTV); Transmitir, através da plataforma, eventos
e iniciativas em direto e, em alta qualidade/ definição (poderá ainda ser utilizada as
redes sociais, particularmente o facebook); Dinamizar a partilha em larga escala dos
conteúdos audiovisuais sobre o destino e possibilitar aos utilizadores comentarem e,
eles próprios, também disseminarem nas suas redes digitais; Criar seguidores da
plataforma de modo a segmentar e personalizar as ações promocionais.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, ADDLAP e ADRIMAG
Financiamento: Implica algum investimento para a operação plena da plataforma,
pelo que deverá ser concretizada uma candidatura aos sistemas de incentivos
comunitários sob a gestão das ADLs do território (ADDLAP e ADRIMAG).
Canais Web de Promoção e Distribuição
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Utilizar canais de promoção e distribuição web externos, por forma a
reforçar a notoriedade do destino, nas perspetivas da saúde e do turismo; Identificar
os principais meios disponíveis e numa relação qualidade/ preço ou oportunidade/
retorno expetável associar a marca e os produtos do destino; Avaliar a pertinência de
associar conteúdos científicos referentes à qualidade das águas termais de modo a
posicionar o destino de saúde numa perspetiva qualitativa; Envolver os agentes locais
para, em cooperação, estruturarem programas turísticos exclusivos, capazes de
serem promovidos e distribuídos através de canais próprios (associação dos
tratamentos termais com a pernoita no destino e, eventualmente, atividades de
animação associadas)
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur e CM São Pedro do Sul.
Financiamento: Obriga a um esforço financeiro moderado, em função dos modelos
de negócio de cada plataforma em concreto, sendo que algumas redes/ canais de
âmbito global apresentem custos muito elevados. O modelo de financiamento deverá
ser assegurado numa partilha de risco entre os agentes públicos, particularmente, a
Termalistur e os privados, através da AIHS.TSPS.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Parcerias com Associações Específicas
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Saúde e Bem-Estar
Mercados
Nacional
Setor Alvo
Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Potenciar a ligação das Termas de São Pedro do Sul a associações de
doentes nacionais, nomeadamente nas quais as terapias estão associadas às
caraterísticas das águas termais locais; Partilhar informação com as associações
representativas e estabelecer protocolos de parceria (associar vantagens comerciais);
Possibilitar a realização de visitas educacionais e experimentais, por forma a
conhecer no destino as singularidades da oferta local.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul e Associações
Específicas.
Financiamento: Implica um investimento insignificante, ainda que as ações de
receção dos representantes das várias associações possam implicar a estada nas
unidades de alojamento locais, que poderão ser oferecidas, pelos agentes privados,
mediante acordo previamente estabelecido.
Parcerias com Entidades Seguradoras
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Promoção e Comunicação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Saúde
Mercados
Nacional
Setor Alvo
Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Aproximar as Termas de São Pedro do Sul às entidades seguradoras
com o intuito de integrar a oferta das Termas de São Pedro do Sul nos regimes de
comparticipação; Estabelecer protocolos colaborativos que potenciem a utilização
desta estância termal numa relação qualidade/ preço competitiva; Sensibilizar as
entidades seguradoras para as potencialidades terapêuticas termais e nos, eventuais,
ganhos face a outro tipo de tratamentos; Possibilitar a realização de visitas
educacionais, por forma a conhecer no destino as caraterísticas das águas termais.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul e Entidades Seguradoras.
Financiamento: Exige um investimento limitado, ainda que as ações de receção dos
representantes das seguradoras possam implicar a estada nas unidades de
alojamento locais, que poderão ser oferecidas, pelos players privados, mediante
acordo previamente estabelecido.
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Junho, 2014
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.8.3.
AÇÕES DE COOPERAÇÃO INTRARREGIONAL… GOVERNÂNCIA
A região das Termas de São Pedro do Sul evidencia algumas lacunas ao nível da
governância e cooperação regional que devem ser objeto de intervenção, por forma a
contribuir para o desenvolvimento interno das atividades do turismo, mas também
para aumentar a presença da região em redes nacionais e internacionais,
potenciando, dessa forma a promoção e notoriedade do território enquanto destino
turístico nos principais mercados.
Unidade Técnica Executiva – AIHS.TSPS
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Organização Interna
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Criar uma estrutura técnica interna na AIHS.TSPS, capaz de apoiar a
direção da associação e responder aos procedimentos administrativos e operacionais
que caraterizam o normal funcionamento da instituição; Acompanhar a execução do
presente plano e, reportar eventuais desvios que se observem na sua execução;
Estruturar a oferta regional de informação primária sobre a atividade turística no
território (integração com o Observatório); Apoiar os associados no acesso à
informação relevante sobre a atividade turística e demais assuntos de interesse;
Estabelecer parcerias diversas com parceiros estratégicos para a AIHS.TSPS.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur e CM São Pedro do Sul.
Financiamento: Exige a criação de um posto de trabalho, sendo que o investimento
poderá ser minimizado com a candidatura a um estágio profissional ou mesmo,
através da afetação temporária de um técnico da autarquia local.
Integração em Redes/ Associações Internacionais
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Cooperação e Conhecimento
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Afirmar o destino à escala internacional através da inserção da marca em
redes internacionais, nomeadamente europeias, associadas à temática da saúde, do
termalismo e do bem-estar; Apostar em redes que assegurem o binómio qualidade
reconhecida e potencial comercial, de modo a projetar o potencial de mercado
externo da rede; Avaliar a oportunidade de integração e colaboração em projetos
internacionais de desenvolvimento, conhecimento e promoção estratégica (ex., Royal
Spas of Europe Partnership).
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur e CM São Pedro do Sul.
Financiamento: Exige um investimento residual, ainda que o seu valor seja
reconhecido em função do retorne expectável dessa integração
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Observatório do Turismo – AIHS.TSPS
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Informação e Conhecimento
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
-
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Definir um modelo de monitorização da atividade turística nas Termas de
São Pedro do Sul (extensível à região de Lafões); Identificar o universo de variáveis e
indicadores disponíveis e propor novos instrumentos de notação (cobrir necessidades
de informação que se encontram a descoberto); Operacionalizar um inquérito por
questionário aos visitantes das Termas de São Pedro do Sul (informação primária);
Avaliar a oportunidade de implementar a solução Google Apps for Business,
enquanto instrumento de suporte à partilha seletiva de informação; Produzir reports
estatísticos de suporte à tomada de decisão dos agentes locais.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul e Agentes Privados
(atividades caraterísticas do turismo).
Financiamento: Representa um investimento limitado, contudo a sua organização e
operacionalização implica um esforço de sensibilização contínua dos agentes
privados, exercício que poderá ser garantido pelo técnico que integrará a Unidade
Técnica Executiva da AIHS.TSPS.
Plano de Formação & Capacitação – AIHS.TSPS
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Formação e Capacitação
Investimento
Médio
Produto Estratégico
Todos
Mercados
-
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Desenhar um plano de formação específico para os colaboradores do
setor do turismo; Identificar as áreas-críticas de necessidades formativas (ex., postura
e comportamento, enologia, línguas, web 2.0,); Partilha de ferramentas de base
tecnológica de apoio à gestão de pequenas unidades de alojamento e ferramentas de
gestão da presença nas redes sociais; Arquitetar um programa de capacitação em
gestão avançada na área do alojamento (orientada para os proprietários e diretores
de hotéis); Definir um modelo de negócios e financiamento para a AIHS.TSPS
referente aos planos de formação e capacitação.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul e Agentes Privados
(atividades caraterísticas do turismo).
Financiamento: Compreende um esforço financeiro relevante, ainda que a temática
em concreto configure uma área de oportunidade para elaborar uma candidatura ao
abrigo dos novos sistemas de incentivos (Portugal 2020).
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Comissão Técnica de Acompanhamento do Plano
Projeto Âncora
Tipo de Ação
Monitorização e Avaliação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
-
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Constituir uma comissão técnica de acompanhamento da execução do
presente plano, a qual deverá validar previamente os objetivos e as metas definidas,
assim como as ações propostas; Integrar as organizações institucionais e
empresariais que direta e indiretamente concorrem para a operacionalização deste
instrumento de índole estratégica; Estabelecer as metas intercalares e definir
indicadores de monitorização da execução das ações propostas; Apoiar as entidades
locais na identificação de mecanismos de financiamento alternativos.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, CIM Dão-Lafões, Juntas
de Freguesia, ADDLAP, ADRIMAG, CCDR Centro, ERT Turismo do Centro, Turismo
de Portugal, Associações Culturais, Recreativas e Desportivas, Agentes Privados.
Financiamento: Exige um investimento residual, sendo que a organização das
reuniões de acompanhamento caberá à Unidade Técnica Executiva, assim como a
preparação de toda a documentação de apoio.
Centro de Investigação & Inovação
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Investigação e Inovação
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
Nacional e Internacional
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Médio Prazo
Descrição: Implementar um centro de investigação e inovação, sobre as temáticas
relacionadas com as águas termais nas componentes: hidrológicas, geotérmicas,
medicinais, dermatológicas e turismo; Estruturar um espaço físico preparado para
receber investigadores nacionais e estrangeiros; Protocolar parcerias com os centros
de conhecimento parceiros (Universidade da Beira Interior – Saúde; Universidade de
Aveiro – Turismo); Desafiar estudantes e investigadores dos diversos ciclos do ensino
superior para concretizarem projetos de investigação nestas temáticas;
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, Universidade da Beira
Interior (UBI) e Universidade de Aveiro.
Financiamento: Implica a criação de um espaço físico e a necessidade de
concretizar investimentos específicos, contudo o financiamento será suportado pela
Termalistur, assumindo assim o compromisso estratégico para a promoção científica
das águas termais de São Pedro do Sul.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
Parcerias Estratégicas
Projeto Complementar
Tipo de Ação
Cooperação e Conhecimento
Investimento
Reduzido
Produto Estratégico
Todos
Mercados
-
Setor Alvo
Turismo e Saúde
Horizonte Temporal
Curto Prazo
Descrição: Estabelecer parcerias estratégicas e comprometidas com os agentes
locais e regionais que direta e indiretamente contribuem para a dinamização
económica das atividades turísticas locais (ex., ADDLAP, ADRIMAG, CIM DãoLafões); Partilhar responsabilidades e cooperar de forma responsável com a ERT
Turismo do Centro nas ações promocionais internas e externas (turismo e saúde);
Aproximar estrategicamente as Termas de São Pedro do Sul da CCDR Centro e do
Turismo de Portugal, enquanto suporte para a concretização dos grandes projetos de
investimento; Desafiar o AICEP a abrir novos mercados para o destino Termas de
São Pedro do Sul.
Parceiros: AIHS.TSPS, Termalistur, CM São Pedro do Sul, ADDLAP, ADRIMAG,
CIM Dão-Lafões, ERT Turismo do Centro, CCDR Centro e Turismo de Portugal.
Financiamento: Implica um investimento residual, mas exige a necessidade da
Unidade Técnica Executiva da AIHS.TSPS operacionalizar estas parcerias.
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Plano Estratégico para a Valorização Cultural do Termalismo – Termas de São Pedro do Sul
7.9.
BIBLIOGRAFIA
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