PROJETO DE LEI Nº 894/2006 Reconhece como logradouro
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PROJETO DE LEI Nº 894/2006 Reconhece como logradouro
CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO Despacho 2006 Nº PROJETO DE LEI Nº 894/2006 Reconhece como logradouro público, sob denominação de Beco das Garrafas a área que menciona, no bairro de Copacabana. Autor: Vereador Eliomar Coelho. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro DECRETA: Art. 1º O Poder Executivo reconhecerá como logradouro público o beco localizado entre os edifícios de números 21 e 37 da rua Duvivier, no Bairro de Copacabana. Art. 2º O Poder Executivo dará o nome de BECO DAS GARRAFAS, ao logradouro a ser reconhecido, observado o disposto na Lei nº 20, de 3 de outubro de 1977. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Plenário Teotônio Villela, 3 de julho de 2003 Eliomar Coelho Vereador - PSOL CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO JUSTIFICATIVA O beco é curto, mas de enorme importância para a história da MPB. Apenas 49 passos são necessários para percorrê-lo. Localizado entre os edifícios de números 21 e 37 da rua Duvivier, foi ali, nas boates localizadas naquele cantinho de Copacabana que, no final dos anos de 1950, início da década de 1960, uma geração de brilhantes músicos ajudou a criar a Bossa Nova. Quem batizou o lugar foi Sérgio Porto, inicialmente como Beco das Garrafadas, reduzido mais tarde para Beco das Garrafas, devido à prática dos moradores dos edifícios em torno, de jogar garrafas nos freqüentadores das boates lá em baixo. Ali, no início dos anos 60, existiam quatro boates: Ma Griffe, Bacará, Little Club e Bottle's. Três delas – Bacará, Little Club e Bottle’s – apresentavam a melhor música que se podia ouvir na época.O Little Club e o Bottle's, eram de propriedade dos irmãos italianos Alberico e Giovanni Campana, sempre dispostos a patrocinar jovens talentos, desde que eles mantivessem as suas casas cheias. Foram eles que contrataram o conjunto Bossa Três, formado pelo pianista Luís Carlos Vinhas, o baterista Edison "Maluco" Machado e o baixista Tião Netto. A partir daí, as boates dos irmãos Campana e o Bacará, de propriedade do músico Chuca-Chuca e de Luigi Garutti, o Gigi, começaram a atrair boa parte dos talentos da noite carioca. Em seus pequenos espaços, abrigavam pocketshows assinados com criatividade por Miele e Bôscoli, responsáveis pela direção, pelo som e pela iluminação. O lema da dupla era: "Dê-nos um elevador e nós lhe daremos um espetáculo". O Beco das Garrafas abrigou, nos anos 1960, o melhor da bossa nova instrumental. Ali se apresentavam Sergio Mendes, Luiz Eça, Luís Carlos Vinhas, Salvador e Tenório Jr., Raul de Souza, J.T. Meireles, Cipó, Paulo Moura, Maurício Einhorn, Rildo Hora, Baden Powell, Durval Ferreira, Tião Neto, Manuel Gusmão, Bebeto Castilho, Dom Um Romão, Edison Machado, Airto Moreira, Wilson das Neves, Chico Batera, Vítor Manga e Hélcio Milito, entre outros músicos. Entre os cantores, destaque para Sylvinha Telles e Marisa Gata Mansa, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Alaíde Costa. Lenny Andrade, Elis Regina, Sergio Ricardo, Johnny Alf, Sílvio César, Agostinho dos Santos, Jorge Ben, Wilson Simonal. O clima festivo do Beco das Garrafas não durou muito tempo. O auge do Beco durou de 1958 a 65. Porém, a chama ainda não se apagou. Boa parte daquelas feras continua na ativa, brilhando principalmente no exterior. Mais que isto, aquela movimentação musical toda influenciou definitivamente a MPB. Portanto, nada mais CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO justo do que batizar aquele pequeno recanto de Copacabana, que hoje não tem nada a lembrar a revolução musical que aconteceu ali, com o nome pelo qual ficou conhecido Beco das Garrafas – uma justa homenagem ao beco mas famoso do Rio de Janeiro, conhecido no mundo inteiro e que agora passará a ser ter seu nome devidamente reconhecido como logradouro de nossa cidade.