Leia o 1º Capítulo

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Leia o 1º Capítulo
Donald Schmitt
Roswell: Novas Revelações
ARQUIVO UFO
Quem é Donald Schmitt
Donald RaymonD Schmitt é um dos
maiores especialistas no Caso Roswell em todo
o mundo. Foi diretor de investigações especiais
do Center for UFO Studies (CUFOS), fundado
décadas atrás pelo pioneiro J. Allen Hynek.
Schmitt se formou em artes pela Madison Area
Technical College, no Estado de Wisconsin,
e também cursou justiça criminal. É autor de
vários livros, entre eles UFO Crash at Roswell
[Queda de UFO em Roswell, Avon, 1991] e Witness to Roswell [Testemunhas para Roswell, Career
Press, 2007]. Na televisão, foi consultor dos
estúdios Paramount em uma das séries sobre as mais famosas manifestações
da Ufologia Mundial, e convidado especial da rede NBC em Unsolved Mysteries
[2005]. Além disso, já participou de muitos programas de entrevistas na TV
norte-americana, como Oprah, Peter Jennings, Larry King Live e CBS 48 Hours.
Suas participações no programa de rádio Coast to Coast, antes conduzido por
Art Bell e agora por George Noory, são disputadas.
Considerado um dos melhores investigadores de campo da atualidade, Schmitt já viajou os quatro cantos da Terra proferindo palestras. Seus
trabalhos serviram de base para muitos documentários, como The Roswell
Crash [2001], vencedor por duas vezes do British Academy Award, Roswell,
The Real Story [2002] e UFOs: 50 Years of Denial [2004]. Em 1989, 2002 e
2006 liderou três expedições arqueológicas no local da queda do disco voador
em Roswell. Em sua segunda tentativa, em 2002, seu projeto foi transmitido
pelo SyFy Channel em comemoração aos 10 anos do canal. Recentemente
organizou sua quarta empreitada ao ponto de impacto.
Em suas décadas de pesquisas do Caso Roswell, Donald Schmitt
coletou centenas de depoimentos de testemunhas de primeira e segunda
mãos do episódio, garantindo-o como um dos casos mais bem docuColeção Biblioteca UFO © 2016
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Roswell: Novas Revelações
Sumário
PREFÁCIO: Uma verdade impactante INTRODUÇÃO: Roswell: Uma perspectiva histórica CAPÍTULO 01: “Eles não eram verdes”
CAPÍTULO 02: O acobertamento começa
CAPÍTULO 03: “Eles não eram verdes”
CAPÍTULO 04: “Sabemos o que aconteceu lá” CAPÍTULO 05: “Fique quieto, ou então...” CAPÍTULO 06: “Um agente funerário espera”
CAPÍTULO 07: Silenciando a imprensa de Roswell CAPÍTULO 08: Silenciando o fazendeiro
CAPÍTULO 09: “Nós temos um deles vivo”
CAPÍTULO 10: “Me tirem daqui agora”
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CAPÍTULO 11: “Nunca vi meu pai tão apavorado”
CAPÍTULO 12: Destroços e cadáveres
CAPÍTULO 13: Velocidade e trajetória
CAPÍTULO 14: À procura de novas evidências
CAPÍTULO 15: “Vá falar com as pessoas de Roswell”
CAPÍTULO 16: A “Sala Azul” realmente existe
CAPÍTULO 17: Na sombra de Roswell
CAPÍTULO 18: Contos sobre os homenzinhos
CAPÍTULO 19: Qual comunicado estava correto?
CAPÍTULO 20: O Caso Roswell em perspectiva
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Roswell: Novas Revelações
Prefácio
Uma verdade
impactante
Nathan A. Twining Júnior
S
egundo meu pai e os registros pessoais de seu piloto, eles
mudaram repentinamente os planos de uma viagem já programada para as instalações da Boeing, para voar para o
Campo Aéreo do Exército em Alamogordo, no Novo México. A significância dessa ocorrência é, claro, a data: 07 de
julho de 1947. Nos dias seguintes, os jornais ao redor do mundo trariam
como manchete de primeira página a recuperação de um disco voador
em um rancho em Roswell, Novo México. Alamogordo fica a apenas
160 km do local. Era melhor ele entrar pela porta dos fundos. Meu pai
teria atraído mais atenção ao caso, não importa qual fosse o resultado das
investigações. Mesmo sabendo que todos os homens estacionados no
Campo Aéreo do Exército em Roswell o reconheceriam, e à sua opinião
experiente, ele preferiu permanecer nas sombras até ter uma avaliação
completa da situação. Naqueles dias, o relato de um acidente com um
disco voador, dificilmente seria algo para se ignorar.
Nenhum outro detalhe do voo não agendado é fornecido, além
de dizer que permaneceram no Novo México até 11 de julho, antes de
voltarem para Dayton, Ohio. Meu pai era o general de quatro estrelas Nathan F. Twining, que à época dos fatos era o chefe do Comando Aéreo de
Materiais, com sede na Base Aérea de Wright-Patterson, na época Wright
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Field. Em uma carta datada de 17 de julho de 1947, para um executivo
da Boeing, em Kansas City, meu pai escreveu: “Foi com profundo pesar que
tivemos que cancelar a nossa viagem para a fábrica da Boeing devido a uma questão
muito importante e súbita que aconteceu aqui”. Nenhuma explicação e nenhuma
menção sobre a urgente situação foi adicionada. Que ele realmente correu
para o Novo México um dia depois de um fazendeiro relatar a queda de um
objeto desconhecido é um fato documentado. Não há relatos de quaisquer
outros incidentes que tenham ocorrido no Novo México naquela época
e meu pai nunca teria exagerado sobre a mera recuperação de um balão
meteorológico. Seria ridículo sugerir que ele demorou cinco dias por lá,
apenas para tomar uma decisão tão simples. Papai sabia a verdade e ninguém
era melhor em guardar segredos, mesmo de sua família.
Meu pai amava a família e eu sei disso com certeza, mas o amor
por seu país era tão inabalável quanto. Acredito que seja por isso que
ele julgasse fora de questão colocar em risco a segurança e o bem-estar
de ambos. Caso tenha sido essa a razão por trás de sua decisão de não
revelar o que realmente aconteceu no Novo México em 1947, só posso
respeitá-lo ainda mais por isso. Nós éramos muito próximos, mas não
próximos o suficiente para ele falhar com o dever de um pai que equiparava a proteção de sua família com a ocultação de segredos militares. Eu
não tenho nenhuma dúvida de que Roswell tenha alcançado tal nível de
sigilo. E ao mesmo tempo, eles tinham que também se preocupar com
a crescente ameaça soviética e o maior segredo de todos os tempos: a
bomba atômica. Mas papai falou sobre a bomba, sobre Roswell ele não
queria ou não podia. Tire suas próprias conclusões.
Outra coisa sobre o meu pai, e que não é conhecida pelos historiadores militares, é que ele tinha uma preocupação sincera com seus
próprios funcionários e muitas vezes ele se referia a eles como seus “meninos”. Muitas vezes, eu iria ouvir conversas entre ele e outros oficiais,
nas quais ele se gabaria sobre as realizações e heroísmo de um de seus
“meninos”. Eu tinha ciúmes? Não durante sua vida. Meu pai tinha duas
famílias e eu ainda era o seu menino principal.
Ele sempre dava um jeito de mandar algumas das maiores estrelas de
Hollywood para entreter seus esquadrões, quando estávamos estacionados
em locais longínquos como, por exemplo, o Alasca. Tornou-se comum
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que Bob Hope e Jimmy Stewart ficassem em nossos quartos durante esses
compromissos e eu tenho lembranças maravilhosas do respeito deles para
com meu pai e até com minha mãe. Ele me chamava de “Bud”, e isso se
relaciona, muitas vezes, aos sensíveis momentos entre pai e filho. Lembro-me
de que o incidente da Baía dos Porcos pesou fortemente sobre ele. Ele estava
especialmente preocupado que as agências de inteligência não estivessem
compartilhando informações com os militares e iria discutir sobre isso por
telefone, com o presidente, em várias ocasiões.
Meu maior arrependimento foi que ele nunca me chamou de
lado e disse: “Bud, eu já lhe contei sobre Roswell?” E, no entanto, de alguma forma, talvez ele o tenha feito. Talvez ele tenha deixado um rastro
que o intrépido Tom Carey e estavam estão obstinadamente seguindo.
Enquanto escrevo isso, eu sei que eles lideram o caminho para todos
os seus pares, por que são persistentemente em essência. Eu tenho
trocado experiências com eles e acredito que sejam os melhores de sua
espécie, dois homens para quem meu pai teria feito o mesmo.
Seu profissionalismo só é superado por sua devoção e lealdade às suas
testemunhas. Don e Tom não só protegem a privacidade dessas pessoas idosas, mas ficam em contato com elas e suas famílias por muito tempo depois
da primeira entrevista. Don, por exemplo, até mesmo ajudou a carregar os
caixões em alguns de seus funerais. De muitas formas, meus dois amigos se
tornaram uma extensão da família não só para muitos daqueles diretamente
ligados aos acontecimentos de 1947, mas também para aqueles de nós que
foram gentilmente convidados a participar de sua procura pela verdade. Uma
verdade que meu pai teria gostado de compartilhar se ele pudesse.
Aqui vão algumas notas pessoais sobre eles: não só eu respeito suas
pesquisas, como também os apoio 100%. Minha equipe e eu ficamos especialmente ansiosos por suas visitas e relatórios sobre as linhas de frente. Nós
passamos, durante muitas noites, horas compartilhando anedotas sobre nossas
vidas e muitas vezes as experiências que eles me pediram para repetir uma e
outra vez na presença de novos amigos. Muitas vezes, tais histórias envolvem
meu carinho eterno por meu pai. E é aí que se estabelece a conexão com ele.
É verdade, meu pai foi um bom soldado até o fim, foi algemado por toda a
burocracia militar e os segredos de segurança criaram paredes que eu nunca
fui capaz de atravessar. Muitas de suas proezas patrióticas continuam a ser
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uma grande parte da história da “maior geração do país”. Don e
Tom muitas vezes comentaram que eu deveria escrever sua biografia,
mas temo que, como a minha própria saúde continua a diminuir,
o tempo está se esgotando para mim. Eu vou deixar isso para os
meus dois amigos, em algum tempo de suas estradas.
Mas eu posso apenas imaginar o que ele diria para Don e Tom,
em uma conversa privada: “Terminem. Vão contar ao mundo a verdade. O
mundo está pronto. Faça o que eu jurei não fazer e digam a Bud que eu realmente
sinto muito que tivesse que manter tantos segredos, mas eu já sei que ele entende”. Eu
sempre entendi e ainda entendo, pai. É por isso que estou tão animado
e confiante de que o autor e Tom Carey não só irão resolver o mistério
de Roswell para este Twining, mas também para o Twining cuja imensa
falta é sempre carinhosamente sentida. Ainda assim, muitas vezes eu
olho para as estrelas e vejo um disco de passagem.
— Nathan A. Twining Júnior,
Albuquerque, Novo México
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Roswell: Novas Revelações
Introdução
Roswell: Uma
perspectiva histórica
D
urante todos esses anos em que pesquisamos o incidente de
Roswell, as pessoas sempre nos perguntaram por que, com
dezenas de milhares de outros casos que precisam e merecem ser investigados, nos concentramos nesse e também
por que investigar um episódio de quase 70 anos de idade?
Bem, as razões são muitas. A maior parte dos pesquisadores de objetos
voadores não identificados se tornou interessada no assunto quando
criança ou adolescente. Nós não somos exceção. Há algo sobre a noção
de que a vida inteligente deva existir em outros lugares do universo e que
pode estar nos visitando, que captura nossa imaginação. Essa ideia persistiu
em nossa idade adulta e de fato se intensificou através dos anos, com as
novas descobertas de milhares de planetas fora de nosso Sistema Solar.
Mais recentemente, a descoberta de um planeta parecido com a Terra em
um sistema estelar em nossa vizinhança galáctica reforçou nossas crenças
de que a vida exista em algum lugar além de nosso mundo.
A vasta maioria dos cientistas e acadêmicos acredita que, ao menos
estatisticamente, há vida em outro lugar do universo. A divisão começa
quando alguém questiona se algum tipo de vida inteligente extraterrestre
já visitou a Terra ou, para ser mais explícito, se “eles” conseguiram “chegar
aqui, vindos de lá”. Muitos ufólogos sérios acreditam que existe uma imensa
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quantidade de evidências que apoiam a hipótese de visita extraterrestre e
pesquisas feitas junto à população em geral reforçam essa ideia.
Por outro lado, alguns acadêmicos acreditam que não apenas essa
visita jamais aconteceu, como ela é impossível. A opinião dessas pessoas
não é derivada de pesquisa criteriosa sobre as evidências catalogadas pela
pesquisa ufológica, mas de uma crença baseada no antigo axioma que
diz: não pode ser, portanto não é. O mais perto que chegaram de alguma
explicação científica foi murmurar sobre a grande distância envolvida em
uma viagem entre estrelas. O falecido astrônomo Carl Sagan, apesar de
assumir uma posição firme dentro do padrão científico, ou seja, de que
UFOs não existem, acreditava que há ao menos um milhão de civilizações
evoluídas apenas em nossa galáxia. Nós somos da opinião que a vida no
universo, assim como acontece na Terra, é a norma e não a exceção. Como
observou o doutor Ian Malcolm, personagem de Jeff Goldblum no filme
Jurassic Park [1993], “a vida encontra uma maneira...”
O leitor perspicaz irá observar que a discussão gira em torno da
questão das provas. Em relação ao Fenômeno UFO, no que consistiriam
as provas da visita alienígena ao nosso planeta? Infelizmente, a maioria
dos relatos de avistamentos de UFOs envolve testemunhas solitárias
que relatam terem visto “luzes no céu”. Esse tipo de relato não aumenta
nosso conhecimento sobre o fenômeno e, sinceramente falando, são
desinteressantes para pesquisadores mais experimentados. Já os avistamentos à luz do dia, quando se pode ver a estrutura das naves, são muito
mais fascinantes, principalmente quando envolvem várias testemunhas.
Porém, também não contam como evidências de visitas extraterrestres.
São relatos interessantes? Sim! Provam alguma coisa? Não!
Casos com evidências ou vestígios delas, como, por exemplo,
galhos quebrados de árvores, grama torcida e afundada, traços de
radiação, queimaduras por micro-ondas ou queimaduras na pele são
certamente mais raros, mas no fim das contas também não servem
como prova, uma vez que todos esses aspectos podem resultar de
contaminação humana. As quedas de UFO, por outro lado, oferecem
a possibilidade de se recuperar um ou mais artefatos vindos de fora
do planeta, seja a própria nave ou partes dela, e membros de sua
tripulação. Pesquisadores ufológicos com bom senso naturalmente
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gravitam em torno desse tipo de ocorrência, ao contrário de buscarem, digamos, por relatos de abduções alienígenas.
O incidente de Roswell representa, atualmente, nossa melhor oportunidade de montar um caso sobre a visitação extraterrestre ao nosso planeta.
Nenhum outro acontecimento registrado fornece tantas oportunidades de
se encontrar evidências físicas que permitam demonstrar definitivamente e
além de qualquer dúvida, que não apenas a vida inteligente existe em outro
lugar do universo como, muito mais importante, que estamos sendo visitados
por ela. Tomando-se por base todos os relatos das testemunhas oculares, o
governo dos Estados Unidos confiscou essa prova definitiva em Roswell e
vem ocultando esse surpreendente fato há 67 anos.
Em julho de 1947, durante uma tempestade severa, uma espaçonave
de origem desconhecida caiu em uma região do deserto, no sudoeste do
Estado do Novo México, a mais ou menos 53 km da pequena cidade de
Corona. Dois dias depois, um capataz chamado William Ware “Mack”
Brazel, encontrou os estranhos restos da nave, e também “algo mais”,
enquanto percorria o terreno do Rancho Foster.
Aconselhado por amigos e familiares que o incentivaram a procurar
uma recompensa financeira por seus achados, além de estar preocupado
com as ovelhas do rancho e de precisar contratar alguém que recolhesse a
grande quantidade de destroços do local, Brazel dirigiu 120 km até a cidade
de Roswell para mostrar seu achado às autoridades e à imprensa. O jornal The
Roswell Daily Record alegou, em uma matéria de primeira página alguns dias
depois, que um disco voador havia sido “capturado” pelo Campo Aéreo do
Exército de Roswell, em consequência dos achados relatados pelo homem.
O 509º Grupamento da Bomba Atômica, estacionado em Roswell
era, em 1947, a única força de ataque atômico existente no mundo. Seus
membros foram escolhidos a dedo para a tarefa de lançar uma bomba
atômica em alvos pré-determinados em caso de guerra. Na verdade, foi o
509º Grupamento Aéreo quem lançou as bombas atômicas sobre o Japão
no final de Segunda Guerra Mundial. Sendo o lar da mais importante elite
militar dos Estados Unidos naquela época, o grupamento era, também, a
primeira base de Comando Aéreo Estratégico do país.
Através de um plano de acobertamento altamente coordenado em
conjunto com o comando em Washington, D. C., a Força Aérea primeiraColeção Biblioteca UFO © 2016
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mente declarou que eles haviam recuperado um genuíno disco voador e que o
estavam enviando ao alto comando para ser examinado. No entanto, poucas
horas depois dessa declaração, a Força Aérea se retratou dizendo, então, que
o 509º Comando, a imprensa, o xerife e o capataz haviam se enganado. O
que eles tinham encontrado era, na verdade, um balão meteorológico de
noeprene e um alvo radar de papel alumínio.
Para impor essa nova explicação, a Força Aérea utilizou-se de
práticas consagradas pelo tempo, como adulteração de testemunhos,
intimidação, recompensas monetárias, novos deveres e juramentos de
segurança para silenciar testemunhas militares, exortação ao patriotismo para os civis e alegações de questões de “segurança nacional”. E, se
tudo isso falhasse, ameaças de morte às testemunhas e a seus familiares
próximos, pois, alegavam os militares, essas pessoas haviam visto coisas
que o Exército julgava que não deveriam ver. Para a maioria das pessoas
essa estratégia funcionou, mas não perfeitamente; se assim fosse, não
estaríamos aqui, escrevendo esse livro.
Desde então, a Força Aérea admitiu que havia mentido sobre a
história do balão meteorológico em 1947. Agora, alegam os militares que
os escombros encontrados eram os restos de um balão de borracha e de
um alvo radar com folha de alumínio, partes do que era, então, um experimento ultrassecreto chamado Projeto Mogul. Esse experimento seria
uma tentativa de detecção de detonações nucleares soviéticas, através de
sensores acústicos colocados em um balão de alta atmosfera. Esse poderia até ser um projeto secreto plausível o suficiente para nosso moderno
ponto de vista, porém percebe-se que os materiais citados na construção
do balão são os mesmos da primeira história inventada. E mais importante
ainda, que nenhum desses materiais convencionais exibe as características
avançadas dos materiais vistos pelas testemunhas.
Além disso, para combater os persistentes rumores sobre “homenzinhos” vistos durante a operação de recuperação dos escombros no local
da queda, a Força Aérea realizou outra conferência de imprensa no Pentágono, em maio de 1997, para declarar que essas histórias surgiram a partir
de testes com paraquedas de alta altitude, testes esses que a Força Aérea
só iniciou em 1952. Eram manequins que viajaram no tempo! Quando
confrontada com a descontinuidade temporal de sua nova explicação, a
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NATIONAL OBSERVATORY
Roswell: Novas Revelações
O impressionante cometa Hale-Bopp em uma de suas passagens pela Terra,
a milhões de quilômetros de distância e ainda assim conclamando-nos a admirá-lo e a questionar a que outras civilizações ele também causa espanto
Força Aérea declarou que isso se devia à “compressão mental do tempo”,
por parte das testemunhas, entre eventos díspares.
Contrariando as declarações dos militares há a crescente legião de centenas de testemunhas que insiste em dizer que algo realmente extraordinário caiu
próximo a Roswell, em 1947. Até agora, nós já entrevistamos cerca de seiscentas
pessoas direta ou indiretamente envolvidas no incidente. Todas elas refutam as
explicações alternativas em favor da divulgação inicial sobre a queda de um disco
voador. Como em qualquer investigação que envolva múltiplas testemunhas, certa
diferença de relatos é esperada, mas, o que é surpreendente nesse caso, é a total
consistência dos testemunhos em relação aos fatos básicos do incidente. Tudo
apoia a profundidade do caso. A impressão duradoura dos acontecimentos nos
proporcionou depoimentos e detalhes que demonstram o grande impacto que
o incidente ocasionou em suas testemunhas oculares.
Aparentemente, o que temos no incidente de Roswell é a queda de uma
nave de origem desconhecida que explodiu durante uma intensa tempestade
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Donald Schmitt
de relâmpagos, lançando escombros sobre uma região e caindo em outra,
alguns quilômetros à frente. Antes da chegada dos militares para investigar
o acidente, crianças e fazendeiros locais visitaram o campo de destroços. O
local da queda da nave, distante cerca de 24 a 32 km Roswell, onde o restante
da embarcação e de seus infelizes tripulantes encontraram seu destino final,
também foi visitado por um bom número de pessoas antes da chegada dos
militares. Durante a limpeza dos locais da queda, e nas posteriores operações
de recuperação de destroços, incluindo a retirada de escombros e de corpos
para embarque em aviões, dezenas de militares e policiais tiveram acesso aos
artefatos do acidente. Suas descrições dos estranhos materiais e dos corpos
da tripulação são surpreendentemente consistentes.
Os destroços e detritos do acidente de Roswell são descritos como
possuindo características diferentes. Os mais numerosos eram destroços
com tamanho de um palmo ou menos, de um material fino e leve, embora
extremamente resistente, parecido com o papel laminado dos maços de
cigarros. Esses detritos eram altamente incomuns para a época, dada a sua
resistência, porém não havia nada em sua aparência que indicasse que vinham
de outro mundo. Outros destroços encontrados também se caracterizavam
pela leveza e resistência. Havia, ainda, pequenas barras feitas do mesmo
material, com estranhos símbolos estampados em sua face interna, parecidos
com figuras geométricas, que ninguém foi capaz de decifrar.
Os céticos e aqueles que ridicularizam o Caso Roswell, assim como a
Força Aérea Norte-Americana (USAF) alegam que as testemunhas estavam
enganadas sobre o material leve, fino e super-resistente. Dizem, também, que
os símbolos nas pequenas barras eram, apenas, os restos da fita adesiva florida
usada para reforçar as varetas de madeira balsa que formavam o esqueleto
do radar em forma de pipa, implantado pelo Exército, em Roswell. Não
há testemunhas dessas alegações oficias e nenhuma prova de que dizem a
verdade. Ainda assim, as pessoas continuam lançando dúvidas diariamente,
sem qualquer outra razão que não a de se manterem relevantes. Ou, então,
como sustentam alguns, essas pessoas possuem alguma agenda específica e
como “idiotas úteis” buscam e destroem qualquer um que possa ameaçar a
posição oficial do governo Norte-Americano.
Quem tem razão, os céticos ou as testemunhas? Mesmo que não
consigamos recuperar uma evidência física, nós ainda sustentamos que po22
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Roswell: Novas Revelações
deríamos levar o incidente de Roswell a qualquer tribunal e decisivamente
vencer a causa. Caso fôssemos afortunados o suficiente para obter quaisquer
dos artefatos originais de Roswell, suas procedências não seriam aceitas
como extraterrestres até que eles fossem analisados e declarados como tal
por metalúrgicos respeitados. Resultados e conclusões teriam que ser desenhados e um relatório escrito. Presumivelmente, então, um anúncio público
das descobertas seria liberado para a imprensa. Na verdade, esse cenário já
aconteceu — várias vezes! Mas os resultados sugerindo uma origem extraterrestre para os artefatos encontrados foram desconsiderados por céticos
e militares, sob a alegação de “análise de má qualidade”.
Há, entretanto, um tipo de destroço da queda em Roswell, vividamente descrito pelas testemunhas, que seria verdadeiramente reconhecido
como algo além da tecnologia atual, sem qualquer análise. Pessoalmente,
nos referimos a ele como o cálice sagrado de nossa investigação: a recuperação de um pedaço do “metal com memória”. Fragmentos desse material
foram descritos como sendo numerosos no Rancho Foster, o campo de
destroços próximo a Corona. Alguns pedaços foram descritos como sendo
tão grandes quanto um lenço aberto, embora a maioria deles chegasse a
ter apenas um palmo de tamanho. Testemunhas afirmaram que o material era fino, leve e de cor de alumínio fosco. Também afirmaram que se
podia amassá-lo o quanto se quisesse, por que ao colocá-lo sobre a mesa
novamente, o material voltava à forma lisa e intocada de antes.
O material não podia ser cortado, queimado ou permanentemente
deformado de forma alguma. Alguns relatos dão conta de tentativas de se
perfurá-lo com armas de fogo, apenas para se constatar que as balas ricocheteavam nele. Nossa ciência não havia descoberto ou inventado nada que
exibisse essas características em 1947 e ainda hoje não temos um material
que se comporte como o descrito pelas testemunhas. É esse o tipo de evidência que avidamente buscamos em nossas pesquisas em Roswell. Para
tal realizamos, desde 1989, quatro escavações arqueológicas no campo de
destroços, com sofisticado equipamento eletrônico. Nós podemos garantir
ao leitor que grandes avanços virão em breve e que estamos otimistas como
nunca quanto ao futuro de nossa investigação.
Roswell incorpora tudo o que qualquer tipo de investigador ou pesquisador do desconhecido poderia querer: alegada conspiração governamental,
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acobertamento e má conduta de funcionários de alto escalão, uma grande
quantidade de testemunhas sobre a qual se pode tecer o contexto de continuidade histórica, potenciais artefatos e corpos não humanos. E, acima de
tudo, se verdadeiro, seria a maior história do milênio! O que mais alguém
poderia querer ao perseguir o mistério definitivo?
Pedimos agora ao leitor que deixe de lado suas opiniões prévias
sobre o Fenômeno UFO em geral e que pergunte a si mesmo, enquanto
digere as informações contidas nesse tomo, por que o governo americano
tomaria medidas tão extremas para recuperar um simples balão meteorológico. Ao manter em mente essa pergunta enquanto as testemunhas
oculares falam, infelizmente a maioria dela de seus túmulos, prevemos
que o leitor irá chegar às mesmas conclusões as quais elas chegaram. E
elas viveram a situação, elas estavam lá, seguraram as provas com suas
próprias mãos e seus testemunhos permaneceriam diante de qualquer
juiz ou júri do mundo. Tudo o que temos que fazer, é ouvi-las.
Aqui estão suas histórias...
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