a introdução da informática na prática pedagógica dos professores
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a introdução da informática na prática pedagógica dos professores
A INTRODUÇÃO DA INFO RMÁTICA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PRO FESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENS INO DE MARECHAL DEODO RO 1 Valdirene Mar ia da S ilva 2 Sandra Regina Paz da S ilva RESUMO Est e art igo analisa a import ânc ia da info r mát ica na prát ica pedagógica do professor e se baseia na exper iência de int rodução da infor mát ica nas esco las municipais de Marechal Deodoro. Est u dos sobre o t ema apont am que a for mação do professor para a ut ilização da infor mát ica nas prát icas educat ivas não t em sido pr ior izada, t ant o quant o a for mação pedagógica do professor, assim co mo a co mpra de co mput adores, inst alações, func io nament o e manut e nção dos laboratórios, per manecendo o velho paradigma de que a t ecno logia por si só pode melhorar a qualidade das prát icas educat ivas. Ent ret ant o, as mudanças provocadas co m o advent o da revo lução t ecno lógica t razem, a t ona, quest ionament os em relação à po st ura de qualquer profiss io na l e, sobret udo, do profissio nal da educação diant e do seu co mpro misso frent e aos aprendizes e da sociedade, de modo que exig e dos mesmo s não apenas a capacidade de operar a t ecno logia, mas a necess idade de diver sificar a for ma de t rabalho, inclusive as propost as pedagógicas. Nest e sent ido, a pret ensão dest e t rabalho é a de buscar reflet ir acerca da import ância de realizar um t rabalho pedagógico co m os professores, paut ado no planejament o e avaliação das at ividades, de modo a ind icar caminhos que possam cont r ibuir na t ransposição didát ica dos cont eúdos pedagógicos a part ir da ut ilização da míd ia co mput ador. Palavras- chave: Tecno logia, Conhecimento, Prát ica Pedagógica. 1 E st e a r t i go é r esul t a do d o cur so d e E sp eci a l i za çã o em Mí di a s n a E duca çã o da Un i ver si da de Fed er a l de Al a goa s - UFA L, n o C e n tr o de E duca çã o - CE D U, r ea l i z a do n o per í odo d e jun h o de 2009 a Junh o de 2010. Sob a or i en t a çã o da Pr ofª. Ms. Sa n dr a Regi n a Paz . 2 F or m a da em Peda gogi a e pr ofes s or a da r ede m un i ci pa l de en sin o de Ma r ech a l Deod or o – Al a goa s. E st uda n t e do Cur s o de E spe ci a l i z a çã o em Mí di a s n a E duca çã o d a Un i ver si da de Feder a l de Al a goa s – UFA L. 2 RESUMEN Est e ar tícu lo a naliza la imp or tancia de los or dena dor es en la clas e y el pr of es or s e basa en la exp er iencia de intr odu cir or dena dor es en las es cu elas del Mar isca l D eodor o. Los estu dios s obr e el t ema indica n qu e la f or mación de pr of es or es par a el us o de t ecnologías de la inf or mación en las pr áct icas edu cativas no ha n sid o pr ior iza das en cua nto a la f or ma ción p eda gógica de los docent es, así como la adqu is ición de or dena dor es, insta lación, op er ación y ma nt enimi ent o d e lab or ator ios, deja ndo el viejo par adigma qu e la t ecnología p or s í s olo pu ed e mejor ar la calida d de las pr ácticas educativas. Sin embar go, los ca mb ios intr oducidos con el a dvenimi ent o de la r evolu ción t ecnológica tr ae a la luz las cu est iones r elativas a la act itu d de cualqu ier pr of esiona l y, esp ecialment e, la educación pr of esiona l ant es de su compr omis o con los apr endices y el fr ent e de la socieda d, por lo qu e les atr ibu ye no s ólo capacidad par a op er ar la tecnología, p er o la neces idad de diver s if icar el tip o de tr abajo, inclu idas las pr opu estas p edagógicas. En est e s ent ido, la int ención de est e tr abajo es tr atar de r eflex ionar sobr e la imp or tancia de r ea lizar una labor edu cativa con los ma estr os, basada en la pla nif icación y eva luación, par a indicar los ca minos qu e pu eden contr ibu ir a la tr anspos ición didáct ica de los cont enidos edu cativo s de la utilización los s op or t es inf or mát icos. Palabr as clave: t ecnología, conocimient o, pr áctica de ens eña nza. 1. INTRODUCAO: relatos de uma experi ência em con st rução Nã o h á en si n o de qua l i da de, n em r efor m a educa t i va , n em i n ova çã o t e cn ol ógi ca , s em um a a dequa da for m a çã o d e pr ofess or e s. A for m a çã o d e ve est i m ul a r um a perspe ct i va cr í t i co r efl exi va , que for n eça a os pr ofe ss or es os m ei os de um pen sa m en t o a ut ôn om o e qu e fa ci l i t e a s di n âm i ca s de a ut ofor m a çã o pa r t i ci pa da . E st ar em for m a çã o i m pl i ca um i n vest i m en t o pes s oa l , um tra ba l h o l i vr e e cr i a t i vo s obr e os per cur sos e os pr oj et os pr ópr i os, c om vi st a à con str uçã o de um a i den t i da de, que é t a m bém um a i den t i da de pr ofi s si on a l (NÓVOA, 1992, p. 1 e 25). O t rabalho que est á sendo desenvo lvido at ualment e em Ma r echal Deodoro, acerca da int rodução da informát ica na prát ica pedagógica do professor, t em co mo objet ivo cont ribuir com a for mação do professor para a 3 ut ilização alt er nando, da mídia, part icular ment e, adequada ment e, comput ador at ividades em t radic io nais sala de de aula, ensino e aprendizagem e at ividades que ut ilizam o co mput ador, t endo em vist a cr iar condições para que os alunos co m o aport e dest a mídia possam apropr iar e const ruir co nheciment os. Isso significa uma for mação que pret ende at ingir pont os fu ndament ais. Pr ime iro, propiciar ao professor condições para ent ender que o comput ador é uma ferrament a que pode represent ar o conheciment o, provocando um redimens io nament o dos conceit os já conhecidos e possibilit ando a busca e co mpreensão de no vas ideias e valores. Usar o co mput ador com essa fina lidade requer uma análise cu idadosa do que significa ensinar e aprender assim como, demanda rever o papel do professor nesse co nt ext o. Out ro aspect o a ser enfat izado é propiciar ao professor a vivência de uma exper iência que cont ext ualiza o conheciment o e os saberes pedagógicos, por ele const ruído ao longo do seu exercício profiss io nal, no cont ext o da esco la e na sua for mação inicia l, que leve em co nsideração a prát ica pedagógica dos professores e a presença dos seu s alunos, de modo a sinalizar os cont eúdos relevant es que devem ser abordado nos cur sos de for mação de professores. Não se opondo a isso, a for mação deve pr over condições que para o professor possa const ruir seu co nheciment o sobre as t écnicas co mput acio na is, ent ender por que e co mo int egr ar o co mput ador em sua prát ica pedagógica e ser capaz de superar barreiras de ordem administ rat iva e pedagógica. Co m isso possibilit ará a t ransição de um sist e ma fr agment ado de ensino par a uma abordagem int egr adora de cont eúdos, vo lt ada para a 4 reso lução de proble mas espec ífico s do int eresse de cada educando (MORAN, 2000). Fina lment e, est a for mação deve oport unizar meio s e condições par a que o professor saiba r econt ext ualizar o aprendizado e a exper iência vividas durant e o processo de for mação para a realidade de sala de aula co mpat ibilizando as necessidades de seus alunos e os objet ivos pedagógicos que são necessár io s at ingir. O desafio de ampliar a prát ica pedagógica do professor ut ilizando a mídia, espec ificament e, o co mput ador, requer dele a sensibilidade de obser var os níve is de desempenho e conheciment o dos educandos diant e da mídia, vist o que poderá encont rar alunos que podem at é saber manusear co m maior habilidade a ferr ament a do que ele, mas não t êm nenhu m direcio na ment o, nem t ampouco objet ivos de um planejament o que possa auxiliá- lo. Assim, co mo corroborar no processo educat ivo, t endo em vist a que est a função é do professor, sendo a mesma insubst it uível? Co m o advent o da int rodução dos comput adores nas esco las, as unidades esco lares co meçaram a vivenciar um problema, ou seja, a pouca exper iência do professor em lidar co m a mídia co mput ador, assim co mo nenhum conheciment o do uso de I nfor má t ica co mo ferrament a pedagógica. Est a realidade fez e faz part e do exercíc io p rofissio nal dos docent es da rede munic ipal de ensino de Marechal Deodoro. A co nst at ação dest a realidade t em impuls io nado a Secret ar ia Municipal de Educação, em cr iar cond ições para ofert a de t reinament os e for mações nest a área. Um dos pr imeiros procedimen t os será o ferecer curso de int rodução a infor mát ica de 40h, para os professores municipais no s laborat órios de infor mát ica já inst alados nas esco las, onde se t em u m co mput ador, para cada dois pro fessores. 5 Co mo met odologia do processo pedagógico a equipe f or madora visa mot ivar os professores para o uso adequado do recém conqu ist ado Laborat ório de I nfor mát ica. A propost a fundament a -se na t eoria const rut ivist a, cont ando co m o apo io de out ros profiss io nais que já at ua m nest a área, so mando assim, as exper iência s agr egadoras e significat ivas de for mação pedagógica dos professores em out ras unidades esco lar es. A present e propost a visa ut ilizar o co mput ador como uma ferrament a educacio nal para a melhor ia da qualidade de ensino. Co mo result ado esperado, os profess ores devem ser, assim co mo o objet ivo fina l, agent es at ivos dest e processo assu mindo no cont ext o da sua prát ica pedagógica o papel de facilit ador do processo de ensino e aprendizagem, mediado pelo uso do co mput ador, de forma que possa int eragir co m as dema is míd ias a part ir da sua ut ilização. Para realização dest a exper iência part imo s do pressupost o que o uso dos co mput adores na educação não pode mais ser quest io nado, porém não se deve adot á- lo como uma so lução utópica para os problemas educacio nais. Mas, const at a-se que na realidade at ual co m gr andes t ransfor mações e m todas as áreas da vida humana, os mo viment os e as prát icas educacio nais não est ão, e nem poder iam est ar alhe io s a esses fat os, t endo em vist a que a educação int egra t oda a complexidade da soc iedade, co mo enfat iza Gr inspu n (1999, p. 12) : A edu ca çã o fa z pa r t e dess e t e ci d o s oci a l em sua c om pl exi da de e sua par t i ci pa çã o n o con t ext o da soci eda d e é de gr an de r el evâ n ci a , nã o s ó p el a for m a çã o d os ci da dã os que a t ua m n est a soci eda d e, m a s e, pr in ci pa l m en t e, pel o p ot en ci a l cr i a t i vo qu e a o h om em est á dest i n a do no seu pr ópr i o pr oce ss o de des en vol vi m en t o. 6 Trabalhar co m a educação é uma exper iência que proporciona um aprendizado da t ransfor mação de infor mações em co nheciment o, e est e conheciment o em sabedor ia. É ist o que dá ao ser hu mano o poder de saber opt ar reflet indo e at é gerenciando aut onomament e suas opções, para isso as prát icas pedagógicas bem planejadas podem possibilit ar condições de socializar e t ransmit ir os conheciment os de uma área para a out ra , fazendo assim, a int er -relação dos conheciment os já est rut urados. Est a const at ação ind ica que a esco la não pode excluir -se dessa realidade. As met odologias aplicadas pelos educadores deve m corresponder às realidades vividas pelo s alunos no seu dia -a-dia e, mais do que nunca, a s t ecno logias disponíve is devem t er sua função educat iva, part icipando da const rução do conheciment o, principalme nt e, em se t rat ando de alunos de esco las públicas. É dent ro dest a perspect iva que se defende a import ância do professor em vivenciar processos for mat ivos que possibilit em sua at uação nest a no va realidade. Sendo a for mação um mecanismo que possa vir a cont r ibuir co m a aut onomia do pensament o crít ico/reflexivo do professores, fort alecendo sua ident idade pro fissio nal, co mo r eit era Nóvoa (1992, p. 25) , A for m a çã o d e ve e st i m ul ar uma per spect i va cr í t i co -r efl exi va , que for n eça a os pr ofe ss or es os m ei os d e um pen sam en t o a ut ôn om o e qu e fa ci l i t e a s di n âm i ca s de a ut ofor m a çã o pa rt i ci pa da. E st ar em for m a çã o i m pl i ca um in ves t i m ent o pe s s oa l , um t ra ba l h o l i vr e e cr i a t i vo s obr e os p er cur sos e os pr oj et os pr ópr i os, c om vi st a à c on st r uçã o d e um a i d en t i da de, que é t a m bém um a i den ti da de pr ofi ssi on a l Para t ant o, part imo s de a lgumas consider ações acerca da relevância do educador vivenciar pr ocessos for mat ivos em relação ao uso da mídia co mput ador, são elas: 7 A part icipação de professores em um grupo de est udos em infor mát ica aplicada ao ensino poderá viabilizar a ut ilização de alguns ambient es co mput acio nais em co nexão com os cont eúdos que est ão sendo trabalhados em sala de aula; Essa capacit ação em grupo de est udos e o assessorament o na s at ividades iniciais co m alunos nas esco las viabilizará e tornará mais frequent e a ut ilização dos laborat órios de infor mát ica na esco las da rede pública; O uso de soft wares educacio nais, possibilit a o desenvo lviment o de at ividades de maneir a const rut iva e per mit em que o aluno int eraja co m o cont eúdo minist rado. O aluno deixa de ser assist ent e (passivo) para assumir o pape l de const rut or do seu conheciment o. E baseado nest es pr essupost os pret ende -se apr esent ar as bases e exper iências da int rodução do uso da infor mát ica na rede munic ipal de ensino de Mar echal Deodoro. 2. O COMPUTADO R NA FO RMAÇÃO DOS PRO FESSO RES: u ma experi ência em con st rução no município de Marechal Deodoro. As mudanças provocadas co m o advento da t erceira revo lução indust r ial 3, mor ment e a de base cient ífic a e t ecno lógica t razem, a t ona, quest io nament os em relação à post ura de qualquer profiss io nal e, so bret udo, o profiss io nal co mpro misso da de educaçã o, educar as no qual novas assume gerações frent e à socia lizando sociedade o saberes e conheciment os (TARDI F, 2002, p.47). 3 De a cor do c om Al bor n oz (2000), o mar co r efer en ci a l d a pr i m eir a r evol uçã o i n dust ri a l da t a da cr ia çã o da m á qui n a a va por . A s egun da r evol uçã o d ec or r eu do pr oc es s o d e i n dustr ia l iz a çã o, des en vol vi d o n o sé cul o XV III, c om a des c ober t a da el et ri ci da de. E a t er cei r a é de ba se t e cn ol ógi ca . E st a é e n gen dr a da pel os si gn i fi ca t i vos a va n ç os da ci ên ci a e da t ecn ol ogi a c om o pr i n ci pa i s m ei os de pr oduç ã o de ben s e ser vi ç os. 8 Por ser na sociedade o responsável de garant ir mecanis mo de socialização da cult ura, co mpet e ao professor não apenas co nhecer as no vas t ecno logias da co municação e infor mação, mas diver sificar a for ma de t rabalho, assim co mo as propost as pedagógicas, que ho je t êm relação diret a co m o processo t ecno lógico emergent e. Para t ant o, diant e da dificuldade dos docent es em ut ili zar as Tecno logias da I nfor mação e Co municações (TICs), é que se t orna const ant e no cot idiano do profissio nal docent e, a preocupação em garant ir t ecno logia s que no univer so esco lar, possam co nt r ibuir à ampliação do conheciment o, bem co mo sua int egr ação co m as out ras áreas do conheciment o, pr incipalment e, na esco la da rede pública, cujo acesso aos educandos ainda é rest r it o. Dest e modo, diversos quest ionament os fazem part e do cot idiano do professor na sala de aula acerca das metodologias que me lhor podem s er ut ilizadas na sua prát ica pedagógica, cujo pr incipal o bjet ivo a ser at ingido é a melhor ia do processo do ensino e da apr endizagem dos alunos na esco la. Sobre a relevância que o co mput ador assume no cot idiano da esco la, e, sobret udo, o fasc ínio e a cur io sidade que provoca nos alunos, independent e de suas idades, argument a Nogueira (2002, p. 31) que: As a ul a s n o l a bor a t ór i o de i n for m á ti ca sã o a s m a i s esper a da s pel os a l un os. Per ce be - se c om o é gr a n de a expect a t i va pa r a se sen t ar em em fr ent e de um com put a d or . As a t i vi da des sã o r ea l iz a da s com m a i s en t usi a sm o e sa t i sfa çã o. É n ot á vel c om o os a l un os s e s en t em i m por tan t es e a os p ouc os s e t orn am a ut ôn om os n o uso da m á quina , m esm o que os que n ã o sa bem ut i l i z ar o c om put a dor . Sã o p ou c os os qu e n ã o se a ven t ur am a des c obr i r c om o fun ci on a , vã o cl i ca n do e a br i n do ja n el a s a l ea t or i a m en t e, des c obr in do um a in fin i da de de coi sa s . 9 Não obst ant e, o uso do comput ador requer cert as ações que são bast ant e efet ivas no processo de const rução do conheciment o. Quando o aprendiz est á int eragindo co m o co mput ador ele est á manipulando conceit os e isso cont ribui par a o seu desenvo lviment o ment al (VALENTE, 1996, p.26). O int eresse em proble mat izar a import ância da t ecno logia, o uso do comput ador em sala de aula, co m foco na for mação doc ent e, t em sua s origens na necessidade de mudanças na prát ica pedagógica, fundament alment e, no que se refere aos novos papéis que o professor dever á dese mpenhar, co m seu uso pedagógico, bem co mo e m sua at it ude cr ít ica e reflexiva fr ent e ao conheciment o e à aprendizagem dos educandos. Confor me exper iência na co ndição de int egrant e da equipe de for mação com pro fessores no município de Marechal Deodoro se t em realizado vis it as e aco mpanhament os às esco las municipais, e t emos obser vado que poucas delas t êm cont e mplado o uso do comput ador em sala de aula, co mo t ambém, é t emos const at ado que os professores poucos ut ilizam o inst rument al t ecno lógico disponíve l, co mo sof t wares, por exemplo, para t rabalhar os cont eúdos em sala de aula. Aspect os relacio nados à inexper i ência co m a ut ilização do co mput ador, agregado a fa lt a de conheciment o do professor em ut ilizar e cr iar at ividades diver sificadas co m o inst rument o que est á disponível t e m levado a equipe pedagógica da secret ar ia a buscar caminho s e met odologias que modifique a r ealidade do t rabalho pedagógico desenvo lvido pelo profissio nal. Ent ende-se a relevância de analisar est a exper iência, que ainda est á em const rução, pelo fat o de que o professor necessit a de vivenciar processos for mat ivos e de capacit ação para desenv o lver novos r eferencia is, 10 que muit as vezes lhe são impost os, at é mesmo pela sociedade, sem que haja modificações na prát ica pedagógica docent e. Acerca da ut ilização do co mput ador na educação, Valent e (1996, p. 18), enfat iza que: o a dven t o do u s o do c om p ut a dor n a educa çã o pr ovoc ou o quest i on a m en t o dos m ét od os e da pr á t i ca educ a ci on a l , t am bém pr ovoc ou i n segur an ça em a l gun s pr ofes s or es m en os i n for m a dos que r ecei a m e r efut a m o uso d o c om put a dor na sal a de a ula . Ainda confor me Valent e (1996, p.21 -27), “o uso do co mput ador pode enr iquecer ambient es de apr endizagem onde o aluno, int eragindo co m os objet os desse ambient e, t em chance de const ruir o seu conheciment o”. Co mo se pode ver ificar a ut ilização da mídia em sala de aula pode se const it uir co mo um aspect o import ante ao provocar mudanças, t ant o na prát ica pedagógica dos professores,co mo nos curr ículo s no qual apont a à necess idade professorado. de rever Est es os processos aspect os de sinalizam for mação a e capacit ação necessidade de do const ruir refer encias e ele ment os que possa m cont r ibuir nas novas for mas de aprender e ensinar, co mo argument a D’Ambrosio (1986, p.35), sobre a t r íade que envo lve o educando, o educador e o comput ador. O autor chama - nos a at enção para essa t ríade: “t emos agora um tr iângulo est u dant e – professor – co mput ador, onde ant er ior ment e apenas exist ia o relacio nament o est udant e – professor. Os est udant es por sua vez, t êm no vas expect at ivas co m r espeit o ao ensino geral”. Dest e modo, obser vam- se, t ambém, mudanças na dificuldade de reso lução dos problemas e exer cício s no desenvo lviment o das aulas. O uso do co mput ador muda a ordem de dificuldade dos exerc ício s e t ambé m viabiliza a reso lução de vár ias maneiras para o mesmo exercício. 11 Co mo se pode analisar t odas essas possibilidades apont adas pelo s aut ores dependem da part icipação efet iva dos pro fessores no processo de ensino e aprendizagem. É necessár io que eles est ejam preparados para pré est abelecer met as usar o comput ador, ou seja, desde a esco lha do sof t ware que ir á ut ilizar bem co mo a ade quação do uso dest e recurso aos seus objet ivos pedagógicos. A fa lt a de preparo, for mação e infor mação do professor, em relação aos recursos t ecno lógicos cont r ibuem par a que a infor mát ica educacio nal se torne um processo frust rant e e uma prát ica pedagógica inó cua para o s educandos. Por todos esses est abelecer, no t rabalho mot ivos acredit a - se pedagógico do que os significados em professor, o exercício do planeja ment o esco lar e as at ividades co m a ut ilização dos comput adores, venham cont r ibuir par a que o educ ador ult rapasse a ut ilização de mét odos pedagógicos que pouco t em cont r ibuído no desenvo lviment o do processo de ensino e aprendizage m dos educandos. É necessár io deixar claro que o int uit o de t ecer uma reflexão acerca da exper iência de int rodução da info r mát ica na prát ica pedagógica do professor não pret ende oferecer receit as pront as sobre a ut ilização do co mput ador na educação. O int eresse é cont ribuir co m um referencial que possa co laborar para um repensar do professorado, frent e a ut ilização das novas t ecno logias da co municação e infor mação na sala de aula. Cumpre ressalt ar que o envo lviment o dest es no processo de imple ment ação da t ecno logia na educação é t ão import ant e quant o a aquisição de equipament os. Assim, não se apresent a um sof t ware e t ão meno s u ma met odologia milagrosa. O professor deve pr eest abelecer seus objet ivos e met odologia a cada at ividade ut ilizando co mput adores, de modo 12 que se possa const ruir uma co munidade de aprend izagem co m a ut ilização de recursos midiát icos co mo o comput ador. 2.1. Observações acerca da experi ência de uti li zação do computador pelos p rofessores da red e muni cipal de en sino de Marechal Deodoro. Co m o propósit o de analisar a ut ilização de co mput adores na sala de aula, realizamo s um aco mpanhament o em 02 (duas) esc o las localizadas no munic ípio de Marechal Deodoro, para mapear as at ividades desenvo lvidas pelos pro fessores no per íodo de 2009, relacio nadas à ut ilização dos recurso s co mput acio nais na prát ica pedagógica em sala de aula. A fim de lançar luzes e t ecer uma reflexão acerca da relevância da for mação dos professores para ut ilização do comput ador em sala de aula, recorremos à lit erat ura especia lizada a saber: Novoa (1992), Moran (2000), Tardif (2002), Nogueira (2000), dent re out ros que per mit iram o acesso a uma discussão t eórica so bre o uso das no vas t ecno logias pelo s pro fissio nais de educação, de modo que fo i possível ent ender, melhor, a t emát ica e m quest ão. Co m est e propósit o fo i r ealizado um levant ament o de le it ura explorat ória e selet iva de livros, dissert aç ões e art igos cient íficos, a fim de ordenar e sumar iar as infor mações cont idas nas fo nt es, confer ir significado mais amp lo aos result ados, cort ejando a lit erat ura co m a problemát ica e m análise. Logo após, uma vis it a fo i r ealizada às 02 (duas) esco las muni cipais, as quais foram selecio nadas, cuidadosament e, confor me os objet ivos da pesqu isa. A part ir das visit as ver ifica -se que as mesmas possue m 13 laborat ório de infor mát ica. Dessa for ma, foram co let ados dados de int er esse da pesquisa at ravés de quest ionár io s, ut ilizados em coordenadores, gest ores, professores e alunos das esco las, para em seguida fazer uma análise. É pert inent e ressalt ar que no quest io nár io não fo i ut ilizado só pergunt as fechadas referent es ao assunt o, t ambém foram feit as pergunt as sobre dado s pessoais, for mação acadêmic a, for mação profissio nal, for mação em infor mát ica, bem co mo, a ut ilização e visão dos pro fessores quant o a ferrament a. 2.2. Resu ltados e di scu ssão Dando cont inu idade a pesquisa é pert inent e infor mar que fizer a m part e dest a pesquisa 21 co laboradores, ent re docent es e dema is administ radores. Todos foram ent revist ados e respo nderam um quest ionár io co m 30 pergunt as, referent es as uso das novas t ecno logias no processo de conheciment o e desenvo lviment o de processos pedagógicos Dos professores que responder am ao quest io nár io, 81% possue m co mput ador. Os 19% que não possuem co mput ador e just ificam sua sit uação por mot ivos financeiros, co nfor me depoiment os t ranscr it os a seguir: “ Já tive computador. Mas, no momento, não tenho condições p ara adquirí-lo. Utilizo de out ras pessoas”. “Não ti ve possibilidade de comprar”. Dos 21 ent revist ados, 7 não just ificar am porque não ut ilizam a sala de infor mát ica da esco la. Os 14 respo ndent es argument am que não ut iliza m as salas de infor mát ica das esco las basicament e, por duas just ificat ivas: 1) Falt a de acesso às salas, co mo se pode ver ificar nos depo iment os: 14 “Acesso é restrit o.” “O t empo de aula não nos propi cia e a aula de inf ormática é mini strada no laborat ório que é reservado somente para esse f im.” “ Só se pode usar a sala de inf ormática com o prof essor da área, como os horários são sempre incompatí vei s, não é possível.” “Impossibilidade de acesso.” “A direção da escola não disponi biliza a mesma aos prof essores das outra s discipl inas”. 2) Tempo insuficie nt e, é uma das dema is dificuldades apr esent adas pelos pro fessores: “Falta de tempo, devido a cont eúdos i mensos”. “Falta organi zação para levar os alunos para a sala de inf ormática, além de não exi sti rem muitos programas f reeware em geograf ia”. “Não há t e mpo hábil para o prof essor f requentar a sala”. E m uma das quest ões do quest io nár io solic it ava aos respo ndent es que falassem sobre a import ânc ia da infor mát ica na educação. Alguma s respost as obt idas por eles: “Complementa os conteúdos exi gidos pela escol a, ilust rando-os”. “Auxilia nos trabalhos e pesquisas, além de esti mular um contato maior com as outras culturas”. “A inf ormática na educação é necessári a porque trabalha junto com as out ras di sci plinas, ajudando em pesquisas e inf ormações”. “É mais um recurso de ensi no-aprendi zagem”. “Quando bem t rabal hada para despertar a curiosidade e melhorar aspectos da inteligência, além é claro, de romper f ronteiras impost as pelo li vro didáti co.” “A inf ormática tornou- se o principal instrumento de absorção do conheciment o e acesso a inf ormação”. 15 Dent re as respost as e co ment ár io s infor mais feit os pelos respondent es, pôde-se perceber que, t ant o a met odologia adot ada quant o os recursos ut ilizados no ambient e educacio nal reflet em a visão de mundo do sujeit o e a post ura pessoal do docent e. Tal fat o fo i ver ificado, part icular ment e, em alguns co ment ár io s feit os por uma pro fessora de Hist ória, que afir mava não ut ilizar co mput adores pelo fat o de esses “não terem alma”, e afir mo u, t ambém, t er sido tranquilizada ao saber que e ra essa a opinião do papa João Paulo II. Alé m d isso, a docent e crê que o co mput ador inibe a cr iat ividade do ho mem, provoca o besidades, proble mas de visão e est at ura, além de limit á - lo o homem. Um pont o a ser dest acado refere - se ao local de aplicação dos quest io nár io s, po is é possível que algumas respost as t enham sido influenciadas pelo ambient e esco lar. A o bser vação dos result ados nos leva a perceber que exist e u ma relação diret a ent re o uso pessoal do co mput ador e o incent ivo a que os alunos ut ilizem o rec urso: 19% não possue m co mput ador; 10% não possuem acesso à int ernet ; 19% não possuem co nt a de e- mail; 10% não incent ivam os alunos a pesquisar em na int er net . Result ado inversament e proporcional pode ser observado nas r espost as à quest ão 16, sobre uso das salas de infor mát ica: so ment e 15% as ut ilizam no dia a dia. Dest a for ma, os fat ores que dificult am o uso de recursos co mput acio nais e m sala de aula pelo s pr ofessores podem ser divididos e m dois grupos: fat ores organizacio nais e fat ores pessoais. Co mo fat ores organizacio nais dest acam- se: a dificuldade de acesso às salas de infor mát ica, que são dispo nibilizadas so ment e aos professores de infor mát ica e; a falt a de t empo para ut ilizar os recursos co mput acio nais 16 aliados ao cont eúdo das disciplinas. Dent re os fat ores pessoais, dest acam- se as crenças e a falt a de apr imor ament o pessoal nos recur sos co mput acio nais. Acredit a- se que o caminho para revert er t al sit uação passará, inevit avelment e, por uma co nscient ização do corpo docent e so bre a necess idade de at ualização pessoal e profissio nal, a part ir de um processo de for mação paut ada numa lóg ica de reflexão/ação/reflexão sobre a ação, de modo a possibilit ar, ao profissio nal, um repensar das suas prát icas pedagógicas e dos seus valor es. Alé m do aspect o supracit ado, a inst it uição a qual o professor est á vinculado, deve oport unizar recur sos para a t ot al int egração ent re os professores de infor mát ica e das dema is disciplinas, o que inclui capacit ar toda a equipe docent e para uso dos recursos comput acio nais. Apesar de ser um est udo realizado com uma amost ragem rest r it a, os result ados devem ser considerados significat ivos pelo fat o de apont are m alguns fat ores que inibem ou mesmo dificult am o uso efet ivo de recur sos co mput acio nais nas esco las públicas. Co mo desdo brament os fu t uros, est e est udo deverá ser ampliado para at ingir out ros professores da rede e t ambé m out ras esco las. Pret ende -se ampliar a análise de modo a fut urament e invest igar a post ura dos professores em incent ivar os alunos na ut ilização do comput ador e da int er net para realização das t arefas esco lares. Ao lo ngo da pesquisa fica evident e que as esco las t êm int eresses e m realizar um t rabalho co let ivo ent re gest ores, coordenadores e pro fessores. Todos trabalhando de for ma int egr ada procurando o aperfeiçoament o das novas t ecno logias co m a fina lidade de alcançar melhores result ados não só no processo de produção do conheciment o co mo no cresciment o int e lect ual de cada aluno. 17 De fat o, o que se pôde obser var é que, os docent es das esco la s pesqu isadas t êm deposit ado mu it a s expect at ivas e crenças em melhor ias na qualidade do ensino e possibilidades de for mação para os alunos. Ent ret ant o, é preciso t er um o lhar cr ít ico sobre a quest ão e reflet ir sobre o uso de comput adores no espaço esco lar. O comput ador, sozinho, enquant o máquina, não t raz mudanças. A diferença est á na prát ica cot idiana do docent e ao ut ilizar o co mput ador como ferrament a no processo de const rução de co nheciment o. No ent ant o, essa co nsciência est á vinculada à for mação do professor e a necess idade const ant e d e at ualização de seus conheciment os. Assim, é import ant e co nsiderar que nas esco las pesquisadas há uma visão cr ít ica das novas t ecno logias da infor mação e comunicação e de sua incorporação no processo de ensino e aprendizagem. É fundament a l ressalt ar, co nt udo, que as dificu ldades obser vadas não são exclusividade dest as esco las, ne m mesmo dest e municíp io, uma vez que podem ser const at adas em difer ent es realidades. 3. CONSIDERAÇÕ ES FINAIS A sociedade da infor mação e da co municação demanda um no vo olhar para o aprender e para o ensinar e, a rede t ecno lógica, por si mesma, não garant e mudanças na educação, embora propicie no vas for mas de lidar co m a infor mação, de produzir conheciment o e de est abelecer co municação ent re as pessoas. Tudo isso levou ao int e resse em apro fundar, um pouco mais, o conheciment o na t emát ica em quest ão. 18 A eficácia do uso das t ecno logias da informação e co municação e m sala de aula, em part icular o co mput ador se deve, t ambém, à capacidade de art iculação ent re as disciplinas, de super ação do desafio proposto e de planeja ment o quant o o seu uso. Co mo os desafio s cont emporâneos provocam em repensar da educação nas prát icas pedagógicas, nossa reflexão buscou co mpreender o processo de melhor ias nos laborat órios de infor mát ica e salas de au las das esco las pesqu isadas no município de Marechal Deodoro. Assim co mo co mpreender as implicações pedagógicas co nt idas nas análises aqui apresent adas visam cont r ibuir para uma po lít ica de educação que co nsidere o co mput ador como uma ferrament a educac io na l, co mo uma oport unidade de mudanças na qualidade de ensino, vinculadas a uma ut ilização adequada das novas t ecno logias da infor mação e co municação. Ent ret ant o, pode-se quest io nar qual a import ância das hist órias aqu i relat adas? Est as são esco las ent re mil hares de esco las, mas cont ando as hist ór ias dessas esco las em part icular cont amos part e da hist ór ia da humanidade, da sociedade cont emporânea, e conhecemos alguns de seus conflit os. O present e t rabalho co loca -se simu lt aneament e numa per spect iva cr ít ica e o t imist a. Cr ít ica em r elação à escola at ual, que manifest ament e não sat isfaz as necessidades nem dos alunos nem da sociedade. Cr ít ica e m relação ao imo bilis mo que cont inua em muit os casos a ser a força dominant e procurando desculpar e just ificar o que é ina ce it áve l e não t em muit as vezes razão de subsist ir. Cr ít ica, ainda, em relação a diver sas perspect ivas de ut ilização dos comput adores que est ão lo nge de co nt er o poder ino vador que mu it as vezes lhes at r ibuem. Ot imist a porque na sociedade é cada vez maior a necessidade de que a esco la t em de evo luir de 19 for ma a passar a ser, ela própr ia, um fat or de progresso e ino vação social, co m vist a a amplair a pro jet os nest a direção. Ot imist a porque a exper iência vivida most ra a evidência que é realment e possível que ao int roduzir a infor mát ica na prát ica do professor de for ma reflexiva e planejada poderá o comput ador se const it uir co mo uma indispensável ferrament a, inst rument o valioso ao auxiliar no processo ensino e aprendizage m dos educandos das esco las públicas. 4. REFERÊNCIAS CAR VAL HO, R. Uma I ncur são S obr e a Hist ór ia R ecent e da I ntr oduçã o dos Computador es como I nstr u ment o P eda gógico em P or tuga l. In: A ct as do Seminário Sobre Co mput adores no E ns ino. D epar tament o da E ducaçã o da Faculdade de Ciências, Univer s ida de de L isb oa. 1986 COST A, M. (1988). I nfo rmát ica rumo ao Fut uro . Lisb oa : Plátano E dit or a. ELI AS, M. D. C. A f or maçã o do educa dor e os pr incíp ios ap ontados p ela Peda gogia Fr einet. I n: ELI AS, Mar isa D el Ciopp o (Or g.). Pedagog ia Freinet : teor ia e pr ática . Camp inas, SP: Papir us, 1996. p.25 -28. FREIRE, P. Pedag og ia do Opri mido . 17ª ed. Rio de Ja neir o, Paz e T er r a, 1987. NOG UE IR A, N ilb o R ib eir o. Pedagog ia dos Projetos : u ma jor nada int er discip linar r umo ao des envolviment o das múlt ip las int eligências. 3 ed. São Paulo: 2002. NO VO A, A. (Or g.). Pro fiss ão pro fesso r. Por to C odex/P or tu gal: Por t o Edit or a, 1995. _______. 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