veterinária veterinária

Transcrição

veterinária veterinária
2016 - ANO 1 / EDIÇÃO 02
WWW.PUGTIMESMAGAZINE.COM
[email protected]
E mais
Anestesia
em Pugs
Cirurgia de
Entrópio
DIETOTERAPIA
VETERINÁRIA
CHINESA
A Comida Natural
1
EDITORIAL
P
ugs são imprevisíveis. Tanto podem seguir dormindo profundamente quando uma visita chega
na casa, como podem agir à moda
de um cão de guarda, latindo bravamente
para o intruso. Mas, mesmo nesse caso, a
valentia não dura muito: logo logo já estarão no colo do “suspeito” que os fez avançar ferozmente à sua chegada.
Assim são eles, surpreendentes, nossos adorados Pugs! Quem os tem, sabe! Quem os tem
compreende porque, em pouco tempo depois
de chegados ao novo lar, todos da casa estarão
conversando com eles naturalmente, às vezes
em longos papos, tão “humanos” eles se mostram.
VIDEO
2
ÍNDICE
E pela mesma razão ficamos felizes em falar
sobre eles, em repartir experiências e em
publicar o segundo número da nossa revista.
O sucesso do primeiro nos incentivou a seguir
sempre buscando os assuntos de maior interesse na raça.
Na sequência da Medicina Tradicional Chinesa, trazemos o artigo sobre Dietoterapia Veterinária Chinesa, a comida natural que tanta
saúde trouxe aos nossos Pugs, no quarto ano
de utilização no canil, com aumento importante da saúde e da sobrevida de todos.
Falamos também sobre seus olhos, uma questão tão delicada.
E abordamos uma grande preocupação, um
verdadeiro fantasma que nos assombra: a
anestesia nos Pugs.
Sem faltarem as opiniões, perguntas e os importantes relatos de uma experiente criadora
e de uma proprietária apaixonada.
E, por fim, uma dúvida bastante frequente:
Adotar ou comprar o Pug dos seus sonhos?
Agradecemos a todos os que colaboraram tão
prontamente ao nosso convite, enriquecendo
este exemplar.
Que o número 2 da nossa revista possa trazer
informação e diversão para os nossos leitores.
Recomendamos que ele seja saboreado, de
preferência, tendo pelo menos um Pug a seu
lado, roncando bem alto, no sofá!
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MUITAS PESSOAS
M E D I C I N A O R I E N TA L
DIETOTERAPIA
VETERINÁRIA CHINESA
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M E D I C I N A O C I D E N TA L
ANESTESIA EM PUGS
M E D I C I N A O C I D E N TA L
CIRURGIA DE ENTRÓPIO
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08
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EDITORIAL
Por isso a dedicação absoluta e a quase obsessão dos proprietários e criadores por seus
Pugs, os donos do pedaço!
C O M P R A R x A D O TA R
UM DILEMA DE
EXPERIÊNCIAS DE CRIADORES
ENTREVISTA COM:
KARIN GRAMBITTER (SUNSHINE PUG KENNEL)
CO M O L I DA M O S
COMO LIDAMOS COM
PROBLEMAS OCULARES
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ACO N T EC E U CO M I G O
POR SONIA BLANCO CARREIRO
C A R TA S D O L E I T O R
DÚVIDAS DOS LEITORES ESCLARECIDAS
POR CRIADORES EXPERIENTES
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EXPEDIENTE
Editora e diretora: Angela Nabuco
Foto capa: Bruno Santos Rocha
Fotos: Todas a fotos de cães são de propriedade do Canil Nabuco, ou
enviadas e autorizadas por seus proprietários.
Consultores nesta edição: Dr Jorge da Silva Pereira e Dra Priscilla
Cesário Vieira
Colaboraram nesta edição: Dr William Costa Estellai, Karin
Grambitter, Dra Daniela Vampré, Dr. Jorge Pereira e Sonia Blanco Carreiro.
Tradução: Ramon Xavier Monteiro
Direção de arte, diagramação e ilustração: Inhamis Studio
Anúncios, sugestões e reclamações: [email protected]
C O N TAT O
Boa leitura para todos!
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Angela Nabuco
Editora
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3
C O M P R A R x A D O TA R
COMPRAR
x ADOTAR
Um dilema de muitas pessoas
E
ste é um dilema de muitas pessoas:
comprar o Pug dos seus sonhos ou
adotar um Pug resgatado? Em ambas
as situações você terá muitas alegrias.
Um Pug, tendo um pedigree ou não, tendo ele
em sua conformação física maior ou menor
proximidade com o padrão da raça, sendo um
filhote, um adulto ou um idoso, ele vai sempre
devotar um imenso amor a todos os humanos. Por que assim são os Pugs, e é isso que os
fazem felizes.
Existem inúmeras crenças infundadas com
relação a cães adotados. Em se tratando de
um Pug, ele não terá absolutamente nenhuma
dificuldade em se adaptar ao novo lar, principalmente tendo vindo de condições de maus
tratos e desamor. É provável que, em muito
pouco tempo, sua expressão triste ceda lugar
a olhos brilhantes e alegres, caraterísticos dos
Pugs. Que sua cauda abaixada se enrole sobre o dorso, e que ele rapidamente ande pela
nova casa como senhor e dono de tudo. A sua
gratidão será eterna, e ninguém esquece a forma apaixonada como um cão resgatado olha
para o seu salvador. Ele poderá trazer consigo
problemas de saúde, e alguns já não terão
tantos anos de convivência com a nova família, pela idade avançada ou pelos maus tratos
que sofreram, mas tudo isso será compensa-
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do pela alegria de dar uma vida feliz a quem
tanto sofreu, pois as estórias dos resgates são
realmente impressionantes, espantando pela
constatação de onde pode chegar a maldade
humana!
Por outro lado, notamos uma resistência, e até
uma discriminação por parte de muitas pessoas com relação aos criadores, por se perguntarem:
POR QUE CRIAR, SE EXISTEM
TANTOS CÃES, INCLUSIVE
PUGS, PARA ADOÇÃO?
Criar e vender cães nem sempre é considerado um ato ético.
Consideramos sim, que criar e vender sem
proporcionar-lhes o cuidado e o amor que
necessitam, explorar matrizes e padreadores,
descartando-os quando idosos ou doentes
por falta de assistência veterinária e cuidados
básicos durante a vida, vendendo os filhotes
sem se preocupar com o futuro que terão,
realmente configura uma falta de amor, e em
muitos casos, uma crueldade. O ato de criar,
em si, não representa um erro, quando feito
com responsabilidade e carinho.
C O M P R A R x A D O TA R
“E para aqueles que
escolherem se envolver
com os resgates, seja
como adotante, como
moderador de grupos,
como colaborador
financeiro ou de qualquer
espécie, foi reservada a
melhor parte.”
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C O M P R A R x A D O TA R
Consideramos o criador sério como um guardião das características e saúde de uma raça. É
ele quem cuida do plantel e seleciona os cães
aptos a transmitirem seus genes. É ele quem se
responsabiliza pelo filhote que criou, é quem
escolhe a dedo e orienta o novo proprietário,
fornecendo-lhe garantias, zelando pela vida
digna a que seu filhote tem direito. E qual seria
o futuro de uma raça, se ela estivesse entregue
somente aos criadores chamados de “fundo
de quintal”? Aqueles que cruzam indiscriminadamente cães muito consanguíneos ou doentes?
Muitos criadores, como qualquer pessoa sensível ao sofrimento de um ser vivo, também
resgatam ou dão suporte a grupos de resgates.
Sabemos que todo preconceito é carregado
de inverdades que são transmitidas a outros,
gerando mais preconceito e injustiça. E assim
não devem ser julgados os bons criadores.
Portanto, não se culpem os que preferirem
adquirir um filhote de criador responsável, se
vão devotar a ele amor e cuidado por toda
a vida. Cada um tem no mundo o papel que
lhe foi reservado, e cumprí-lo bem é sempre
motivo de alegria e realização.
As estórias dos resgates são realmente
impressionantes, espantando pela constatação de onde pode
chegar a maldade
humana.
E para aqueles que escolherem se envolver
com os resgates, seja como adotante, como
moderador de grupos, como colaborador
financeiro ou de qualquer espécie, foi reservada a melhor parte. Pois nem o nascimento
de uma linda ninhada, nem o prêmio de Best
in Show numa exposição disputada, nem a
compra de um filhote lindo e saudável podem
se comparar a alegria de um resgate. Muitas
vezes suado, levantando fundos, indo buscar
o Pug em viagens longas e recebendo-o nos
braços, engolindo palavras que desejaria dizer
aos que descuidaram dele ou o maltrataram,
para não comprometer o sucesso da missão.
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C O M P R A R x A D O TA R
Criar
ou adquirir é
apaixonante, mas
resgatar e adotar é
simplesmente
divino!
Depois cuidando das feridas emocionais e
físicas daquele cão, e finalmente o entregando
ou recebendo-o em adoção, ou somente vendo-o através de fotos, recuperado e gozando
uma vida digna e feliz no novo lar.
VIDEO
Uma garota e seu Pug resgatado: “Você alegra a minha vida!”
Porque criar ou adquirir é apaixonante, mas
resgatar e adotar é simplesmente divino!
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M E D I C I N A O R I E N TA L
DIETOTERAPIA
VETERINÁRIA
CHINESA
Se a ração é o melhor alimento para o
cachorro, por que quando ele adoece
o indicado é o alimento natural?
POR D R. WI LLIA M COSTA ESTELLA I
P
assei os cinco anos de faculdade de
Medicina Veterinária ouvindo (e lendo) que ração era o melhor alimento
para os cães. Porém, diante de algumas
doenças, como gastroenterite, os mais diversos autores de livros de clínica médica ocidental mandavam retirar a ração e servir para o
animal arroz, batata e frango. Com a melhora
do animal voltava gradativamente com a ração. Quer dizer, quando estava doente, usava
comida natural; quando melhorava, voltava
para a ração. Aí ficava a dúvida: se a ração é
o melhor alimento para o cachorro, por que
quando ele adoece o indicado é o alimento
natural?
Depois de formado, me interessei pela Acupuntura. Através dela conheci e passei a utilizar a Fitoterapia e a Dietoterapia, que juntas
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formam a base da Medicina Tradicional Chinesa. Há anos prescrevendo a Dietoterapia, pude
acompanhar nos pacientes, e em meus próprios animais, a melhora na qualidade de vida,
da disposição, da pelagem, do brilho nos olhos
e além da consistência das fezes e urina. Estes
aspectos são muito importantes e levados em
consideração pelos veterinários para definir
clinicamente um animal como saudável.
As primeiras teorias da Dietética Chinesa são
datadas do século II A.C.. No livro “As Questões Simples”, é citado que “medicamentos
(fitoterápicos) são usados para combater os males;
cereais são usados para nutrir o corpo e frutas,
carnes e legumes para ajudar os esforços – todos
trabalhando juntos para reforçar o QI Vital e a
Essência”. Explorar as funções dos alimentos
é uma forma de preservar a saúde, prevenir e
tratar doenças.
M E D I C I N A O R I E N TA L
FreeImages.com/Martin Carter
QI é a Energia que dá vida ao mundo. Sem o
QI, a vida deixa de existir. O indivíduo nasce
com o QI pré-Celestial, herdado dos pais. A
partir daí ele se desenvolve pelo QI Celeste adquirido do ar e do QI Terrestre vindo da alimentação. Quando absorvidas, estas Energias vão
fazer parte do organismo, nutrindo, fortalecendo, reparando, harmonizando as funções
fisiológicas e energéticas. Com uma combinação adequada de alimentos, é possível criar
uma variedade de efeitos terapêuticos.
A teoria do YIN/YANG pode ser usada para
explicar a fisiologia e patologia animal, tanto
para diagnóstico, quanto para tratamento.
YIN/YANG, conceitua dois aspectos diferentes,
opostos e inseparáveis que se completam e se
equilibram dinamicamente.
“Há anos prescrevendo
a Dietoterapia, pude
acompanhar nos pacientes
e em meus próprios animais,
a melhora na qualidade
de vida, da disposição, da
pelagem, do brilho nos olhos
e além da consistência das
fezes e urina. ”
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M E D I C I N A O R I E N TA L
ANIMAIS YIN
NOITE
CAL MO
FRIO
ABD Ô ME N
S U BST ÂNCI A F Í S I CA
AL I ME NTO S Q U E NT E S
Carneiro
Fígado de frango
Frango
Arroz branco
Aveia
Cítricos
Gengibre
Alho
Pimenta
Abóbora
Moranga
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M E D I C I N A O R I E N TA L
A Dietoterapia Chinesa orienta
que animais YANG, isto é, agitados,
calorentos, devem comer alimentos
mais Frescos ou Frios. Animais YIN,
que são os calmos e friorentos, devem
se alimentar predominantemente de
alimentos Quentes e Calóricos
ANIMAIS YANG
DIA
AG I TAD O
CALO R
CO STAS
FUNÇÃO
Peixe
Peru
Pato
Tofu
Arroz integral
Trigo
Banana
Ovo
Aipo
Espinafre
Brócolis
FreeImages.com/iliana , jweston, Robert Owen-Wahl’, Alessandro Paiva, pachd, Marco Michelini, John Doe e emre nacigil
A L IM ENTO S FR E SCO S
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M E D I C I N A O R I E N TA L
Os alimentos também podem ser usados pelo
princípio da similaridade. Utilizamos alimentos
que possuem atividade semelhante ou forma
aproximada para tonificar determinado órgão.
Por exemplo, para tonificar o Rim podemos
oferecer rim bovino ou feijão, que possui um
formado parecido com o órgão. Fígado bovino ou de frango pode ser usado para tratar
problemas no fígado de um cão. Uma noz
se parece com um cérebro. Então esta serve
para tratar problemas no cérebro. E assim por
diante.
A Dietoterapia Chinesa faz uma correlação
de cores e sabores dos alimentos para o tratamento dos órgãos. Sendo assim, alimentos
vermelhos e amargos tratam o Coração;
verdes, ácidos e azedos tratam o Fígado; amarelos e doces tratam o Baço/Pâncreas; brancos (cinzas) e picantes tratam o Pulmão; e os
pretos (escuros) e salgados tratam o Rim.
Os alimentos podem influenciar o corpo das
seguintes formas:
• DIREÇÃO: direcionando o movimento
do QI, do sangue e dos fluidos corporais
para cima, para baixo, para dentro ou
para fora, de acordo com a necessidade.
Por exemplo, a cevada direciona os fluídos para baixo auxiliando a eliminação
no tratamento de animais com retenção de líquidos nos pulmões (edema
pulmonar) e no abdômen (ascite).
• SABOR: são classificados em doce,
azedo, pungente (picante), salgado e
amargo. Os doces ajudam a digestão e
o QI. Os salgados são usados frequentemente para tentar dissolver tumores
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e quistos. Os azedos atuam secando os
mucos. Os pungentes são usados para
promover a sudorese, estimular a circulação e auxiliar a digestão. Os alimentos
amargos também auxiliam a digestão;
alguns têm efeito refrescante e anti-inflamatório.
• TEMPERATURA OU NATUREZA TÉRMICA: os alimentos podem ser refrescantes, mornos, quentes ou neutros.
Alimentos quentes podem beneficiar
animais idosos que sentem muito frio.
• AFINIDADE COM OS MERIDIANOS: os
alimentos possuem afinidade por determinado meridiano do sistema dos
Cinco Elementos. Os Meridianos são as
conexões ou caminhos essenciais onde
circula o QI e o sangue, e regulam as atividades fisiológicas dos órgãos por suas
influências uns sobre os outros.
As mudanças climáticas têm efeitos significativos nas funções psicológicas e patológicas do
corpo. Os alimentos fornecidos pela natureza
adequam o indivíduo às estações do ano. Na
Primavera e Verão, as flores e folhas são abundantes, os legumes folhosos e frutas estão
em grande disponibilidade, e eles são úteis
para manter a temperatura do corpo mais
fresca. No Outono e Inverno a energia tende
a se concentrar nas raízes das plantas que,
se consumidas, ajudarão a aquecer o corpo.
As frutas de Outono tendem a umedecer o
Pulmão (o umedecimento ajuda o Pulmão a
funcionar corretamente, já que a secura do
outono lhe causa problemas). As raízes fortalecem o Rim durante o Inverno (já que o Frio
prejudica o Rim).
A Dietoterapia Chinesa pode ajudar pacientes em casos especiais, como os oncológicos,
através da adição de alho, açafrão, tomate e
cogumelos (Agaricales, Shitake, Maitake) que
possuem comprovadas propriedades anticancerígenas.
A orientação sobre os alimentos escolhidos
e o acompanhamento do animal pelo veterinário são fundamentais. Durante esses anos,
pude comprovar, na prática, que a ração não é
a única opção de alimentos para os cães. Eles
podem se beneficiar ainda mais com a Dietoterapia, de base sólida e segura, construída ao
longo de quase 4 mil anos de conhecimento
da Medicina Tradicional Chinesa e cada vez
mais utilizada nos dias de hoje.
M E D I C I N A O R I E N TA L
Uma dieta desequilibrada em qualidade e/
ou quantidade, pode ocasionar doenças. Por
exemplo: o excesso de alimentos Frios pode
ocasionar doenças tipo YIN (Frio), como
diarreia não explosiva, fezes amolecidas com
alimentos não digeridos, vômitos com restos
alimentares, dores abdominais, ruídos intestinais. O consumo em excesso de alimentos
energeticamente Frios e crus, podem enfraquecer o Baço/Pâncreas (órgão responsável
por transformar os alimentos em Energia).
Neste caso, fazer o aquecimento (cozimento),
ou consumir conjuntamente com alimentos
caloríficos, como a pimenta (em pequenas
quantidades), gengibre e alho, neutralizam
esses efeitos danosos.
É importante dizer que dieta caseira é diferente de restos de alimentos.
• A comida preparada para
os cães deve ser cozida,
pois eles não mastigam o
alimento. Seus dentes foram designados, primitivamente, para cortar a carne
e não para mastigá-la.
Além disso, seus intestinos são mais curtos
que os do homem. Primariamente carnívoros,
eles se tornaram onívoros verdadeiros na longa convivência com o homem, portanto precisamos ajudá-los a digerir os alimentos corretamente. As carnes podem ser cozidas junto
com os cereais e vegetais. O cozimento deve
ser feito em fogo baixo e de uma forma que a
água seja reabsorvida pelo alimento. Alimentos cozidos auxiliam principalmente pacientes
idosos ou doentes na assimilação, aumento e
absorção da Energia Vital (QI).
William Costa Estellai
Médico Veterinário – CRMV/MG 10356
Pós-graduado em Acupuntura Veterinária
Juiz de Fora – MG
[email protected]
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M E D I C I N A O C I D E N TA L
ANESTESIA
EM PUGS
Uma questão de conhecimento e confiança
POR D RA. DANIELA VA MP RÉ
A
Medicina Veterinária, nos últimos tempos, avançou na modalidade anestésica em relação ao surgimento de novos
fármacos, técnicas e equipamentos. Contudo, mesmo diante
da tecnologia disponível, é imprescindível a presença de um
profissional especializado na área. Na hora de deixar a saúde dos animais aos cuidados de um profissional, a confiança é essencial. O anestesiologista é o responsável pela manutenção dos sinais vitais, como
pressão arterial, batimentos cardíacos e a frequência respiratória, dentre
outras funções do organismo.
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É seu papel, previamente à realização da intervenção cirúrgica, a realização de uma detalhada avaliação pré-anestésica. É de suma
importância determinar o estado de saúde
do animal, investigar doenças ocultas, definir
o melhor protocolo anestésico e de analgesia
para cada animal, variando de acordo com o
peso, raça, faixa etária, patologia, tipo de cirurgia e tempo de duração da cirurgia.
Algumas raças, dentre elas os pugs, necessitam
de maior atenção por parte dos anestesistas,
pois pertencem a um grupo chamado de
braquicefálicos (focinho achatado). Algumas
particularidades anestésicas em relação a esse
grupo devem-se a algumas alterações anatômicas como focinho curto que diminui o espaço de troca de ar nasal e aumenta a resistência
do ar, podendo provocar o que chamamos
de broncoespasmos e colapso de traquéia.
A narina estenótica e palato mole alongado
tornam a ventilação dificultosa com maiores
riscos de obstrução das vias aéreas e podem
levar a complicações.
Algumas medicações pré-anestésicas também
são consideradas contra-indicadas para a raça
por possuírem um maior índice de reação
anafilática.
Devido à dificuldade de ventilação, o pós-operatório imediato de pacientes da raça deve
ser acompanhado de forma criteriosa e com
vigilância constante, até que possam retornar
a respirar o ar ambiente, ainda assim com oxi-
metria de pulso para uma melhor segurança
em relação a saturação (oxigenação)
Considerando o ato cirúrgico um momento
delicado, torna-se fundamental uma interação entre o proprietário e o médico veterinário anestesiologista, que durante a avaliação
pré-anestésica terá acesso tanto ao exame
físico, quanto comportamental do paciente, recebendo informações que se tornarão
extremamente importantes para a escolha
adequada do protocolo anestésico que será
utilizado. Informações como temperamento,
idade, doenças prévias, medicações em uso,
possíveis alergias, intervenções cirúrgicas anteriores, são de muito valor para o anestesista,
que de acordo com a necessidade
individual fará a solicitação
de exames pré-anestésicos
como exames de sanTorna-se
gue, eletrocardiografundamental uma
ma, ecocardiograma,
para garantir uma
interação entre o
maior tranquilidade
proprietário e o
durante o procedimédico veterinário
mento anestésico.
M E D I C I N A O C I D E N TA L
Somente o anestesista é
capaz de prevenir, diagnosticar e tratar as intercorrências que podem
acontecer durante a anestesia, além de decidir qual
técnica anestésica é mais
segura de acordo com cada
paciente e cada situação.
anestesiologista.
Da mesma forma que o
anestesista passará a conhecer melhor o seu paciente,
o proprietário também poderá levar
suas dúvidas e receios ao anestesista que
estará apto a responder tais questões. Existem
algumas dúvidas mais comuns, como tipo de
anestesia empregada, tempo de recuperação,
tempo de jejum, riscos anestésicos e outras
que devem ser retiradas no momento da
consulta pré-anestésica, estabelecendo assim
um vínculo de confiança entre o proprietário
e o anestesista.
Dra. Daniela Vampré
Médica Veterinária - CRMV – MG 9708
Pós-graduada em Anestesiologia e Cardiologia
Veterinária
[email protected]
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M E D I C I N A O C I D E N TA L
CIRURGIA DE
ENTRÓPIO DE
CARÚNCULA E
TRIQUIASE DA
PREGA NASAL
POR DR. JORGE P EREIRA
R
aças conhecidas como “braquicefálicas”, de focinho curto, apresentam
uma conformação de cabeça tal, que
favorece à inversão das pálpebras
inferiores na região do canto medial (interno)
dos olhos, junto à região de onde se projeta o
focinho. Com esta inversão do canto medial
das pálpebras, pêlos da pele (triquiases) ao
tocarem a superfície do globo ocular, promovem irritação crônica com consequente
inflamação, crescimento vascular e depósito
de pigmento (melanina) sobre a córnea. Tais
pigmentos prejudicam a transparência da
córnea e, se não administrados convenientemente, podem levar a sério prejuízo visual.
Pugs em especial têm também pregas nasais
proeminentes. Pêlos destas pregas, da mesma
forma, podem tocar o globo ocular causando
ou exacerbando o trauma ocular crônico.
Há anos atrás, casos de pregas muito proeminentes eram corrigidos com a amputação das
pregas, o que descaracterizava esteticamente
a cabeça do animal. Modernamente, conforme demonstrado em congresso do Colégio
Latino Americano de Oftalmologistas Veterinários por Liebercknecht e colaboradores, o
16
tratamento, tanto do entrópio de carúncula
como da triquiase das pregas nasais, pode ser
feito através de termoterapia por radio frequência.
Trata-se de um procedimento
sem cortes e sem amputação
das pregas, que permite preservar a estética e a graça dos
nossos lindos amigos Pugs.
Se, por um motivo qualquer, a transparência
da córnea estiver totalmente prejudicada, o
animal pode recuperar a visão com um procedimento de “ceratectomia lamelar automatizada”, que visa devolver a transparência das
córneas.
Estas situações colocadas são passíveis de
acontecer em qualquer raça, com predileção
para as de focinho chato. Neste sentido, o
aconselhamento que deixaria aqui é que o
leigo não aceite simplesmente a perda de visão
ou a cegueira de seu pet. Que procure um oftalmologista Veterinário. Quem sabe ele pode
voltar a ser feliz?
M E D I C I N A O C I D E N TA L
QUE O LEIGO
NÃO ACEITE
SIMPLESMENTE A
PERDA DE VISÃO OU
A CEGUEIRA DE SEU
PET E PROCURE UM
OFTALMOLOGISTA
VETERINÁRIO.
TERMOTERAPIA DO CANTO MEDIAL
E DA PREGA NASAL
JO RGE DA SILVA
P E REIR A
VIDEO
CERATECTOMIA LAMELAR
AUTOMATIZADA
Graduado pela UFF em 1981
Pós graduado pelo Caspary
Reserch Institute, NY - 1990
Pós graduado pelo Harbour
UCLA, LA -1996
Mestre em oftalmologia pela
UFRRJ - 2003
Pioneiro na Facoemulsificação e
implantes intraoculares na América Latina, criador da técnica SALK
mecanizada, para devolver a visão
perdida pela ceratite pigmentar
crônica em cães braquicéfalicos.
Membro da Academia de Medicina Veterinária do Estado do Rio de
Janeiro
VIDEO
Diplomado Oftalmologista pelo
Colégio Latino americano de oftalmologistas Veterinários - CLOVE
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DE CRIADORES
EXPERIÊNCIAS
KARI N G R A M B I TT E R
Sunshine Pug Kennel
Bellheim, Alemanha
Primeiro eu gostaria de agradecer
pelo convite para dar essa entrevista. Vou me apresentar. Meu
nome é Karin Grambitter e sou
a proprietária do canil Sunshine
Pug. Vivo com meu marido (que
também é um amante de Pugs)
numa pequena cidade chamada
Bellheim na parte sul da Alemanha. Nós temos uma casa com
um quintal bem grande. Portanto
tudo é perfeito para termos cães.
MINHA
EXPERIÊNCIA
COMO CRIADORA
DE PUGS
1. HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ CRIA PUGS E
POR QUE ESCOLHEU A RAÇA?
Eu me apaixonei pela raça em 1989. Pugs são a melhor companhia que você possa imaginar. Eles tem um temperamento maravilhoso, força, energia, sempre felizes e muito sociais. Sempre
foi o meu sonho criar Pugs. Então comprei meu primeiro Pug em
1998. Era um pet , mas representava o começo de um sonho que
se tornava realidade.
18
2. FALE-NOS DE SUA EXPERIÊNCIA COM AS EXPOSIÇÃO
DE CÃES. O QUE VOCÊ RECOMENDARIA PARA ALGUÉM
QUE DESEJA COMEÇAR A EXPOR SEU PUG?
Primeiro você deveria ler o padrão da raça. Ir
a exposições e somente aprender assistindo.
Tente achar um professor. Fazer aulas para
handler. Se você for expor o seu cão, esteja
certo de já ter aprendido o básico. Somente
leve para pista um cão limpo e em perfeitas
condições emocionais e de saúde. Quando
você perder, nunca se esqueça, o seu cão
ainda é o mesmo. A culpa nunca é do cão. É a
opinião do Juiz que vem primeiro. Você tem
que aprender a ter espírito esportivo. Eu já
vi, e ainda vejo nas pistas, cães que não tem a
qualidade que eu prefiro.
No meu país 99% dos cães entram em pista
com seus proprietários. Meus cães tem muito
sucesso nas exposições, mas em casa eles tem
3. NA SUA OPINIÃO, QUAIS
SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE DA RAÇA?
COMO VOCÊ OS PREVINE E
COMO LIDA COM ELES?
Meus cães vêm de linhas de sangue americanas saudáveis. Na Alemanha, todos os cães
com pedigree da FCI tem que passar duas vezes por um teste de saúde. O primeiro é feito
na idade de 12 meses, e depois novamente aos
24 meses. Eles tem que andar 1000 metros
em 11 minutos. Os cães são avaliados antes e
depois por um veterinário, e aqueles que não
se recuperam em no máximo em 15 minutos,
não serão autorizados a reproduzirem. Nós
avaliamos a patela e eles precisam ser 0/0 de
luxação. Eu nunca iria usar um cão com problemas de saúde para reproducão em meu canil. É muito importante cuidar bem deles, com
boa comida, espaço suficiente, tendo outros
cães como amigos e donos amorosos.
DE CRIADORES
a vida de um cão totalmente normal. Relaxando no sofá, cavando no quintal, brincando e se
divertindo.
EXPERIÊNCIAS
Em 2003 o canil Sunshine Pug foi registrado
com a VDH/FCI. Ao longo dos anos nós
fechamos mais de 80 títulos de campeonato,
incluindo 12 campeonatos Internacionais (9
deles da minha criação). Eles ganharam duas
vezes (2009 e 2010) o título de “Vencedores
da Bélgica” com um macho e uma fêmea
numa das maiores exposições da Bélgica. Alguns de nossos cães já ganharam o prestigiado
título de Bundeswinner e European Winner
na maior exposição da Alemanha, em Dortmund. Nós ganhamos muitas vezes a primeira
colocação nos grupos de criadores e parelhas.
Assim como Melhor Veterano e Melhor Filhote. Eu viajo para exposições na Suissa, em
Luxemburgo, Bélgica e Holanda, com muito
sucesso nesses países estrangeiros.
4. O QUE VOCÊ CONSIDERA
MAIS PRAZEROSO E MAIS DIFÍCIL NA CRIAÇÃO DE PUGS?
É maravilhoso criar. Primeiro planejar uma
ninhada. Qual fêmea com qual macho e o que
você deseja melhorar. Depois vem a hora em
que você fica animada quando ela engravidou, depois vem o nascimento que sempre é
uma maravilha para mim. Observar os filhotes
recém nascidos e como eles se desenvolvem.
Eu aproveito cada minuto com eles. Não é
somente um tempo maravilhoso para mim,
também é importante para os filhotes serem
treinados, abraçados e amados.
19
DE CRIADORES
EXPERIÊNCIAS
Você perguntou sobre
a dificuldade em criar
Pugs. Eu não acho que
seja mais dificil criar
Pugs do que outras
raças. Eu vivi com Bull
terriers, Airedale terriers, SRDs e Galgos (Spanish Greyhounds). Se você cuidar de seus cães,
mantendo-os em ótimas condições, aí você
lida com menos problemas.
5. O QUE VOCÊ RECOMENDARIA A UM CRIADOR INICIANTE?
Tradução: Angela Nabuco
Ir às exposições e fazer contatos com criadores e handlers. Tentar encontrar um Mentor. Ir
a seminários e ser membro de um Clube.
20
Veja como o novo membro da sua familia
foi criado, como são os pais e os outros cães.
Estará o criador disponivel quando você já
tiver levado seu filhote para casa? Ele poderá
responder às suas perguntas quando você
necessitar? Se você encontrar o criador certo,
isso poderá ser o inicio de uma grande amizade por toda a vida.
Siga sempre aprendendo. Eu ainda participo
de seminários para ficar atualizada.
Tente comprar o melhor. Nunca esteja satisfeito. Pense sempre no padrão da raça. Nunca pense em dinheiro, mas sim se o melhor
é bom o suficiente para shows e para o seu
programa de criação. Se um iniciante me perguntasse, eu diria a ele para comprar a melhor
femea que ele conseguisse. Eu prefiro um cão
que venha de um linebreeding. Cruzar dois
cães sem nenhum parentesco é como uma
loteria. Se você quiser criar o seu tipo, você
precisa fazer um linebreeding.
Nossos cães, incluindo os filhotes, vivem
conosco. Não temos instalações de canil. Eles
passam boa parte do tempo no grande quintal, onde podem brincar de perseguirem uns
aos outros, cavando buracos, tomando sol ou
se deitando na sombra de uma árvore ou arbusto. Mesmo quando o tempo não está tão
bom, eles saem para fazer exercícios. Porque
isso é importante para a sua saúde e condicionamento. Quando eu fico com um cão, ele
vai viver comigo pela vida toda. E se você não
fizer com Amor e Paixão, não adquira, exponha ou comece a criar cães.
COMO L I DA MO S
COMO LIDAMOS
COM PROBLEMAS
OCULARES
ELE AMANHECEU COM UM DOS
OLHOS MAIS FECHADO DO QUE
O OUTRO. LACRIMEJANDO
BASTANTE. E NÃO BRINCOU
COMO DE COSTUME, ESTÁ
QUIETO NUM CANTO. O QUE ESTÁ
ACONTECENDO?
21
COMO L I DA MO S
PODEMOS COMPARAR A
CÓRNEA AO VIDRO DE UM
RELÓGIO. ELA É A PARTE MAIS
ANTERIOR DO OLHO, E DEVE
SE MANTER SEMPRE TRANSPARENTE, PARA POSSIBILITAR A
VISÃO.
A enervação é a proteção da córnea,
que possui uma quantidade enorme de
terminações nervosas, tornando os traumas
muito dolorosos. Por ser muito enervada,
uma agressão causa dor intensa, como sinal de
alerta. E um olho apertado é sinal de dor. Este
é um caso de muita urgência, e o cão deverá
ser avaliado e tratado por um oftalmologista
veterinário, tanto para alivio da dor, quanto
pela garantia de manutenção da visão, ou até
mesmo da integridade do globo ocular.
Mas nem só os traumas afetam os olhos dos
Pugs. Algumas patologias os acometem comumente, causando danos igualmente devastadores, caso não diagnosticadas e tratadas a
tempo.
P
ugs são muito propensos a doenças
e traumas oculares. A falta do focinho os priva de uma proteção contra
objetos pontiagudos que atingem
diretamente seus olhos. Uma brincadeira com
outros cães pode ocasionar também o trauma, o que é comum nas ninhadas, cujas unhas
não sejam frequentemente aparadas, desde o
nascimento. Nesses casos, a córnea pode ter
sido atingida, causando um processo ulcerativo contaminado.
22
Algumas raças, e especialmente os Pugs, tem
uma resposta inflamatória, do tipo autoimune,
desenvolvendo uma pigmentação de cor marrom que cresce lentamente, cobrindo a córnea
e impedindo a visão (ceratite pigmentária).
Quanto maior a agressão, mais rapidamente
a pigmentação cresce do canto interno para o
centro da córnea, podendo tomá-la por inteiro. Cabe ao proprietário ou criador identificar
precocemente essa pigmentação, e uma vez
constatada, levar seu Pug ao oftalmologista
veterinário. É ele quem vai apontar e tratar a
causa, e controlar o avanço da membrana com
medicamentos, inclusive cirurgicamente, nos
casos mais avançados, onde a visão estiver
dos anos. A cirurgia de retirada
da membrana não elimina a necessidade
dessa medicação, enquanto o Pug viver.
mas outros existem, e somente ele
vai poder fazer o diagnóstico e tratá-los
com segurança.
Muitos Pugs têm as pálpebras viradas para
dentro, e os cílios passam a ser os agentes de
agressão, ao que se dá o nome de entrópio,
que deve ser tratado cirurgicamente. A conformação da dobra sobre o nariz favorece o
seu aparecimento. Se os danos à córnea não
forem muito severos, o ideal é que se aguarde
para a realização da cirurgia até que a cabeça
termine o seu crescimento, o que se dá até os
2 anos de idade no caso do Pug, muitas vezes
desaparecendo o entrópio, ou diminuindo a
amplitude de sua correção. Até essa data, ele
deverá ser acompanhado pelo oftalmologista veterinário, para que se possa reavaliar a
necessidade ou não da correção cirúrgica, na
idade adequada. Ainda existem veterinários
que indicam a retirada da dobra sobre o nariz
para o tratamento do entrópio. Procedimentos mais modernos evitam que essa medida
radical seja necessária, o que pode ser considerado como uma mutilação.
Quanto à questão da seleção dos Pugs para reprodução nos canis, o ideal é que os exemplares
selecionados não apresentem problemas oftalmológicos. Mas, como são tão frequentes na
raça, pelo menos que o criador possa selecionar
os que sejam minimamente afetados.
Outra afecção comum nos Pugs são os olhos
secos, isto é, uma produção insuficiente de
lágrima, juntamente com a evaporação precoce da mesma, e que também necessita do uso
de substitutos da lágrima durante toda a vida
do Pug.
A oftalmologia é abordada de forma bastante
superficial na formação do médico genera-
COMO L I DA MO S
A
pigmentação
da córnea (ceratite
lista, tanto na Medicina
severamente comprohumana, quanto na vetemetida. A pigmentação
pigmentária) vai
rinária. Por isso quereda córnea (ceratite
necessitar do uso diário de
mos deixar registrada a
pigmentária) vai nemedicamentos por toda a
cessitar do uso diário
vida do Pug para retardar o importância da avaliação de seu Pug por um
de medicamentos por
crescimento da membrana
oftalmologista veterinátoda a vida do Pug para
e
evitar
que
ele
perca
a
rio, com especialização na
retardar o crescimento
visão
com
o
passar
área. Citamos nesse artigo os
da membrana e evitar que
dos anos.
acometimentos mais comuns,
ele perca a visão com o passar
Um cão cego pode
se locomover
normalmente
num local que
conheça bem.
Um cão cego pode se locomover normalmente
num local que conheça bem. O ideal é que não
se troque o lugar de sua cama e das vasilhas de
água e comida, assim como os móveis da casa,
para que ele possa se situar sem problema.
Para que sigam saudáveis, os olhos de nossos
Pugs vão requerer observação e atenção diárias
e constantes. Como tudo o mais na saúde deles,
tão delicada quanto o amor que nos devotam.
Angela Nabuco
Médica Oftalmologista
23
ACONTECEU
COMIGO
ACO N T EC E U COM I G O
POR S ONI A BL ANCO C ARREIRO
H
á alguns anos, depois de vários
problemas, incluindo um aborto
involuntário aos 4 meses de gestação e descobrir que tenho LUPUS,
comecei a me sentir muito mal, achei que
eram problemas cardíacos por sentir palpitações, suores e ficar muito cansada ao realizar
qualquer atividade normal do dia a dia. Mas,
ao consultar um cardiologista, ele me pediu
para ir a um psiquiatra, porque os sintomas
eram de síndrome do pânico e não de problemas relacionados ao coração. Foi então
que começou uma grande batalha, que muitas vezes eu achava que estaria perdendo,
porque com a Síndrome do Pânico também
veio a depressão, e segundo o psiquiatra,
meu estado de reclusão social poderia durar
mais de dois anos.... bem mais.
Na época eu parei de trabalhar porque tinha
muito medo das pessoas, inclusive dos meus
filhos, marido. Fiquei 9 meses reclusa em minha casa sem sair porque simplesmente não
conseguia nem conversar de tanto medo que
tinha. O computador
foi minha única forma
de comunicação na
época, mas se eu escrevia uma mensagem
que fosse prontamente
respondida, saía da
internet por medo, um
medo inexplicável que
apenas quem sente
sabe o que é.
24
Fui indicada por um colega a adotar um cão
da raça Pug, em uma das mensagens que
recebi. Pensei muito, porque entre várias
exigências tinha uma que me apavorava...
ir buscá-la pessoalmente onde estava. Isso
queria dizer que eu teria que sair de casa,
ver pessoas, andar de carro...fiquei apavorada, mas minha vontade em adotar a Pug foi
enorme, e foi então que eu comecei a ver
que um cão Pug pode transformar uma vida.
Fui conhecê-la, e para dizer a verdade, nem
sei como consegui chegar até o local onde
ela estava. Fui até lá levada pelo meu grande
companheiro, marido e amigo Jose Carlos.
Ao chegar me trouxeram uma Pug gordinha,
que era ex matriz de canil, a peguei no colo e
ela me olhou tão profundamente com seus
“olhos de jabuticaba” que foi amor à primeira vista...assinei todos os papéis, paguei pela
castração e a levei para casa, vida nova pra
nós duas.
Ao ir na consulta ao psiquiatra, ele ficou
surpreso porque em três meses a Mortadela,
nome dado a Pug, tinha operado um verdadeiro milagre: íamos passear todos os dias, a
levava ao veterinário, ao pet shop. Com todas
essas mudanças na minha vida e vendo como
ela me fez bem, prometi a ela que ajudaria
os cães da raça Pug, resgatando matrizes e as
direcionando a novos lares. Afinal, ela conseguiu fazer algo que eu mesma tinha perdido
a fé que um dia voltaria a fazer. Depois da
chegada da Mortadela, em três meses eu
estava saindo à rua, íamos passear todos os
dias e consegui voltar à vida!
Depois da Mortadela, chegou a Pug Zoey,
ainda filhote, uma experiência também incrível ter um filhote tão encantador e amoroso,
como é um filhote de Pug. Chegaram a Pug
Julieta, com 11 meses, essa com apenas 20%
de visão de um dos olhos, o outro totalmente cego, o Pug Romeu (falecido aos 6 anos
por uma doença hepática ), a Pug Tati (faleci-
da aos 11 anos com câncer de pulmão), a Pug
Pipoca, a única Pug preta da turma, a Pug
Penélope, uma simpática Pug deficiente que
é bem ativa, alegre e feliz, e também o SRD
Flexa e os chihuahuas Pancho e Pixie. Eu já
tinha também 3 gatas chamadas Lua, com 16
anos, Jade 16 anos, Manuela 15 anos e a Bibi
de 3 anos. Essa última pensa que é um Pug
também, está sempre junto deles.
Por serem muito unidos e bagunceiros, coloquei o apelido de “gangue da Mortadela”
onde a líder não só lidera as bagunças, pois
ela liderou uma grande mudança para muito
melhor na minha vida.
ACO N T EC E U COM I G O
Confesso que nos primeiros dias a única
coisa que fazíamos era ficar deitadas no sofá,
então comecei a pensar que ela precisava
passear. Mas meu medo me dominava, então meu marido a levava todos os dias para
passear, até o dia em que eu disse a ele que
queria sair com ela, mas sozinhas....foi um
grande desafio, descemos o elevador e ela ia
com toda a paciência do mundo sempre me
olhando, cheguei na porta e respirei fundo,
saí de casa e andei cerca de 50 metros (uma
coisa que duraria uns 6 minutos, levei mais de
40 minutos para realizar). Pode parecer nada
aos olhos de qualquer pessoa, mas pra mim
foi uma vitória, porque depois de 9 meses de
reclusão, eu estava finalmente saindo à rua.
Foi ela quem me mostrou, no
meio de tanta turbulência,
que um Pug pode fazer a diferença na vida de uma pessoa,
e que o amor e o companheirismo deles podem transformar uma vida, com certeza
sou testemunha disso.
Hoje ainda tenho síndrome do pânico e
depressão, mas estão controlados, faço
todas as minhas atividades normalmente,
inclusive trabalho com artesanatos em feltro
e tecido, onde os trabalhos mais pedidos são
os que têm Pugs, como: enfeites de porta
com Pugs, puxa-sacos de Pugs, guirlandas
de Natal com Pugs e muitos outros lindos
artesanatos que faço com muito amor. Virou
meu trabalho e assim posso trabalhar e
passar meus dias ao lado dos meus grandes
amores...meus Pugs...minha gangue da Mortadela...minhas vidas...
Sonia Blanco Carreiro
“Mãe” da gangue da Mortadela e
proprietária da Anita Bonita Artesanatos
25
cartas do leitor
C A R TA S D O L E I T O R
Dúvidas respondidas por:
Dra. Priscilla Cesário Vieira
Médica Veterinária (CRMVRJ8553) e criadora da raça Pug
Canil Vale dos Vieiras
Gostaria de saber com quantos dias um filhotinho começa a andar. Estou com um filhotinho
que está com 21 dias e ele não está andando
ainda, só faz se arrastar. Estou preocupado.
Ideildo Junior - Cabo (PE) - Brasil
Durante o período de transição, que ocorre do
13o ao 20o dias de vida, o filhote passa por diversas
mudanças físicas. Os olhinhos abrem, ele começa a
“engatinhar”, ele já pode ouvir, e, por volta do 20o
dia já aparece o primeiro dentinho. Os primeiros
passos já podem ser observados a partir do 21o dia
de vida mas é super normal ainda nesta idade o
filhote se arrastar, principalmente se for um filhote
gordo.
Nessa fase, quando o filhote inicia os primeiros
passos, também podemos observar a síndrome do
cão nadador. As manifestações clínicas podem ser
observadas dentro de duas a três semanas após o
nascimento, período no qual o filhote já deveria
estar se locomovendo. Devido à ausência de habilidade para ficar em estação quadrúpede, os animais
aparentam estar fracos e debilitados. Ocorre uma
compressão do tórax, abdômen e pelve, o que leva
ao movimento similar a natação.
26
Porque alguns bebes vêm a falecer depois de
alguns dias de nascidos? Uma pug minha teve
8 filhotes, comeu ração de filhote super premium, tomou suplementos e teve acompanhamento veterinário, e morreram alguns filhotes.
Isso é comum?
Thiago Teixeira - Campinas (SP) - Brasil
Aquecer os filhotes após o nascimento é um
dos mais importantes cuidados que devemos
tomar. Até completarem de 7 a 10 dias de vida,
os filhotes não conseguem regular a temperatura
corporal e caso tenha a queda da temperatura,
o filhote pode apresentar a tríade do neonato:
hipoglicemia (diminuição nos níveis de glicose),
hipotermia (temperatura abaixo do normal) e
desidratação são as maiores causas de mortalidade
neonatal em filhotes caninos. Algumas infecções
virais também podem ser fatais para os filhotes nos
primeiros dias de vida como Herpesvírus. A maioria
das infecções bacterianas nessa idade são causadas
pela Escherichia coli, e algumas são provenientes do
leite (síndrome do leite tóxico) ou contaminação
do ambiente que vivem. Tem também as parasitoses, que podem ser adquiridas ainda em período
fetal ou após o nascimento. Essas são as principais
causas que podem levar um filhote a óbito nos
primeiros dias vida.
Sou uma juíza FCI da Bélgica, e o Pug é minha
especialidade desde que comecei a criar a raça
(Limisengi’s Pugs). Se precisar de qualquer
informação sobre Pugs na Europa, por favor,
entre em contato, ficarei muito feliz de ajudá-la com esse simpático projeto.
Saudações da Bélgica
Inge Wilsen - Bélgica
sugestões
Olá, gostaria de parabenizá-los pela idéia
da revista e sugerir sobre estudos relacionados aos cuidados com os cães braquicefálicos, manejo no calor e complicações
relacionada a obesidades e problemas
dermatológicos. Obrigada.
Isabella Goulart - Botucatu (SP) - Brasil
Obrigada Inge, pelo seu grande incentivo!
Seguiremos nos esforçando para inovar sempre, abordando os temas de maior interesse
dessa raça tão especial! E esperamos que você
escreva o seu livro, deixando essa contribuição
preciosa para o mundo dos Pugs, tão carente
de informações, tanto para criadores quanto
para proprietários de pets.
C A R TA S D O L E I T O R
Olá, Angela! Acabei de navegar pela nova
revista sobre o Pug! Estou impressionada, é
fantástica. Vou enviar o link para os clientes
que adquiriram filhotes em meu canil, finalmente algo bom de se ler! Eu estava pronta
para começar a escrever um livro sobre Pugs,
pois não encontrava nada de bom no mercado
(ainda devo escrever no futuro!)
Tradução Angela Nabuco
sugestões
Muito obrigada Isabella! Com relação a
problemas de obesidade, nossa sugestão é
o uso da comida natural. Num artigo deste
número abordamos o tema da Dietética Veterinária Chinesa, que utilizamos há 4 anos em
nossos Pugs, com enorme sucesso quanto ao
controle da obesidade e saúde em geral. No
próximo número vamos falar sobre o preparo
da nossa receita de comida natural e de mais
algumas de suas excelentes sugestões. Esperamos ter você nos acompanhando sempre!
27
CRIADORES,
P RO P R I ET Á R I O S
& EV E N TO S
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C R I A D O R E S , P RO P R I ET Á R I O S & EV E N TO S
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C R I A D O R E S , P RO P R I ET Á R I O S & EV E N TO S
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C R I A D O R E S , P RO P R I ET Á R I O S & EV E N TO S
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VETERINÁRIOS
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VETERINÁRIOS
S E RV I Ç O S
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S E RV I Ç O S
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