Processos alérgicos decorrentes do uso do látex em Odontologia

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Processos alérgicos decorrentes do uso do látex em Odontologia
Pr
ocessos
Processos
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decorrentes
uso do látex em
gia
Odontolo
Odontologia
Pág. 8
Evolução da Ortodontia
Pág. 6
Vigilância Sanitária
nos Estabelecimentos
Odontológicos
Pág. 10
Churrasco comemorativo
ao Dia do Dentista
Pág. 5
Cursos de Especialização
na ABO/SP e nas
Regionais - Págs. 14 e 16
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Informativo ABO News - no 14
Julho/Agosto/2005
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EDITORIAL
Revista
ABO News
O Informativo ABO News em forma de
jornal é agora substituído pela Revista ABO
News.
Este novo formato continuará sendo o
veículo de informações e de divulgação da
ABO/SP, muito embora passe a apresentar,
com mais freqüência, matérias de interesse
para o Cirurgião-Dentista clínico geral ou
especialista, em suas necessidades do dia-adia nos consultórios.
Os constantes reclamos das empresas
quanto à qualidade dos anúncios em papel
jornal comparado com o que se consegue em
papel-couchê foram um dos motivos que nos
levaram a esta modificação.
Outro argumento é o de que as revistas,
de modo geral, permanecem mais tempo
sobre a mesa dos profissionais, possibilitando consultas constantes tanto nas atividades
científicas publicadas quanto nos produtos
anunciados; já os jornais são descartados de
forma mais imediata.
Há de se acrescentar que também tínhamos este objetivo por julgar que nossos colegas merecem sempre o melhor nos diversos aspectos que são da responsabilidade da
entidade.
Continuaremos reservando um mínimo
de 50% de espaço para os conteúdos informativos, ficando o restante para a publicidade.
Assuntos de natureza clínico-científica
merecerão também maior atenção e, dada
a nova constituição do corpo editorial, todas as matérias recebidas serão encaminhadas ao professor responsável pela especialidade, que, julgando-as de interesse, as enviará para publicação.
O corpo editorial agora é composto por
todos os professores coordenadores de nossos cursos de especialização, facilitando, assim, um minucioso exame das matérias.
Vale lembrar que, não
sendo uma revista indexada, suas publicações são de caráter informativo.
Temos a certeza de
que a Revista ABO
NEWS será do agrado
de todos e estamos
abertos a sugestões
que possam melhoráDr. José Silvestre
Presidente
la a cada edição.
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Associação Brasileira de Odontologia / Seção São Paulo. Entidade
fundada em 11/6/2001. Sede: Rua Dr. Olavo Egídio, 154 - Santana
São Paulo - SP - CEP 02037-000. Fones (11) 6950-3332 e 6950-1932
E-mail: [email protected]. Site: www.abosp.org.br
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1o Vice-Presidente
Vanderlei Pereira Cassiano
2o Vice-Presidente
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Secretário-Geral
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1º Secretário
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Tesoureiro-Geral
Nilsom Tenório M. de Albuquerque
1º Tesoureiro
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Diretor Científico
Ricardo Colombo Penteado
Diretor da ERAP
Mário Cappellette Júnior
Diretor de Informática
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Diretora de Patrimônio
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e Saúde Coletiva
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Rosa Maria Cardoso
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Roberto Miguita
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R. Baraldi, 662 - São Caetano Sul
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Mário Cappellette Júnior
Renato M. Stempniewiski
Implantodontia
Flávio de Ávila Kfouri
Cirurgia e Traumatologia
Antonio Renato Sanches Colucci
Odontopediatria
Maria Salete Nahas Pires Correia
Prótese
Orlando Magalhães Filho
Rogério Adib Kayrala
Dentística
Ricardo Amore
Endontia
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Periodontia
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uma publicação bimestral da
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de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitida a reprodução de textos desde que citada a fonte.
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Dia do Dentista
Comemoração ao Dia do Dentista
Participe do churrasco comemorativo ao Dia do Dentist a que será realizado no dia 22 de outubro, das 10h às 17h,
em Cabreúva, no Sítio Santo Antônio, no bairro Jacaré.
O local oferece ampla área de lazer com campo de futebol, quadra de tênis, piscina e demais dependências.
A adesão é de R$ 30,00 por pessoa e crianças até 10
anos não pagam.
Fale com a ABO/SP
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etaria Geral
Secretaria
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esidente
Presidente
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Tecnologia
Evolução da Ortodontia
A preocupação com a maloclusão dental
é um aspecto que há muito preocupa os profissionais da saúde. Já no antigo Egito, bem
como entre os Maias, foram encontrados
aparelhos rudimentares cujo objetivo era tentar corrigir a maloclusão dental.
Com o passar dos anos, a Odontologia e,
particularmente, a especialidade da Ortodontia e Ortopedia Facial, passou por um avanço
tanto nas técnicas como nos materiais utilizados, possibilitando, atualmente, aumentar o
intervalo entre as consultas, sem que haja prejuízo algum para as estruturas bucais.
No início do século XX, os fios empregados na Ortodontia eram compostos por ligas
Braquete atual
Tratamento antigo
de ouro, substituídas por aço na década de
1930. Na década de 1970, surgiram novas
ligas e, hoje, é possível utilizar fios superelásticos termoativados, os quais atuam pelas trocas térmicas da cavidade oral.
Não podemos nos esquecer do fator estético, que, na Odontologia atual, tem grande
destaque, pois está presente não só na parte
clínica, mas também na Ortodontia. O mercado oferta tanto fios estéticos (Teflon) como
de bráquetes (cerâmicos), que podem ser utilizados em praticamente todos os pacientes
sem que se haja maiores danos ao tratamento, como o conforto, por causa do tamanho
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dos bráquetes, e o tempo de tratamento, ligeiramente aumentado em alguns casos.
Quanto às técnicas, a Ortodontia passou
por períodos pendulares distintos entre tratamento não extracionista e extracionista.
Atualmente, com os avanços na área de
crescimento facial e o surgimento de novos
recursos associados ao avanço tecnológico,
os tratamentos tornaram-se muito mais eficientes e confortáveis aos pacientes.
A Ortodontia atual disponibiliza bráquetes
programados em diversas prescrições, ou até
mesmo autoligados, que eliminam o amarrilho e, associados a fios superelásticos, praticamente dispensam o emprego de alças nos
Tratamento atual
fios de nivelamento, aumentando consideravelmente o conforto e a eficiência do tratamento ortodôntico. O que se discute atualmente é a possibilidade de se fazer moldagem do paciente e scanear os modelos para
que sejam confeccionados bráquetes individualizados para a maloclusão do paciente.
Fios utilizados atualmente
Prof. Dr. Mário
Cappellette Jr.
Coordenador do Curso
de Especialização
em Ortodontia e
Ortopedia Facial
Informativo ABO News - no 14
Assessoria
jurídica
Às terças e quintas-feiras o advogado Hugo Fernandes Salles faz
plantões na sede da ABO/SP, das
8h às 12h e das 13h às 17h, para
atender os associados. Mais informações pelos fones (11) 69503332 e 6950-1932.
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Alergia
Processos alérgicos decorrentes
do uso do látex em Odontologia
Os profissionais da área da saúde, além
da constante preocupação com o bem-estar dos pacientes, possuem responsabilidades inerentes à própria profissão, como a
biossegurança. O uso de luvas de borracha
representa parte dessas responsabilidades,
sendo eficaz na prevenção da transmissão
de doenças infecto-contagiosas.
Diversos produtos médico-odontológicos
são constituídos de látex, substância extraída
da seiva da árvore Hevea brasiliensis (popularmente conhecida como seringueira), que é
combinado com produtos químicos antioxidantes e aceleradores, responsáveis pela força,
elasticidade e estabilidade do produto final.
Dessa forma, reações imunológicas exacerbadas podem ocorrer frente ao contato
com as proteínas do látex e, dada a elevada
freqüência de uso, pode ocorrer o aumento
da incidência desta hipersensibilidade. Fatores genéticos podem condicionar a susceptibilidade do organismo aos antígenos, e
o estado emocional também está diretamente relacionado à potencialização ou amenização do quadro sintomatológico. Aproximadamente 17% da equipe de saúde americana tem sido acometida por algum tipo de hipersensibilidade.
Entretanto, constata-se que muitos profissionais desconhecem os riscos relacionados ao látex, bem como o modo de prevenir
a alergia que ele desencadeia.
Mãos secas e rachadas, úlceras na pele,
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edema na região de contato, tosse, espirros, prurido nos olhos são alguns dos sintomas vivenciados por inúmeros profissionais
da área de saúde, principalmente cirurgiõesdentistas, devido ao uso constante e prolongado das luvas de látex. Ao paciente, os sintomas e os riscos são
os mesmos, mas
cabe ao profissional
tomar medidas preventivas durante o
atendimento odontológico, evitando essas complicações.
O processo mais
comum de exposição ao látex ocorre
pelo contato direto
da pele com o produto, pois as proteínas
extraídas do látex são
altamente solúveis e,
conseqüentemente,
são absorvidas rapidamente pela pele. A
absorção pode ser ainda mais rápida em
decorrência do suor das mãos.
A alergia ao látex é uma reação imunológica a certas proteínas contidas na borracha.
A quantidade necessária de exposição ao
látex capaz de produzir sensibilização do organismo ou alergia ainda é desconhecida.
Sabe-se que o aumento da freqüência de
exposições às proteínas do látex aumenta o
risco de desenvolvimento dos sintomas alérgicos. Em indivíduos já sensibilizados, os sintomas normalmente têm início imediatamente
após o contato com o látex, mas podem
ocorrer horas depois, apresentando inúmeras variações clínicas.
Existe também a forma indireta de exposição às proteínas do látex, através do talco
adicionado às luvas com a finalidade de facilitar sua colocação. As proteínas ficam aderidas ao talco e, suspensas no ambiente de
trabalho, podem ser inaladas pelo profissional e pelo paciente. Em contato direto com
a mucosa, estas proteínas são absorvidas
mais rapidamente do que pelo contato com
a pele. Estudos indicaram ainda que este
Informativo ABO News - no 14
talco, carregado de proteínas alergênicas da
borracha, pode permanecer em suspensão
por até 12 horas. Daí a explicação do envolvimento do sistema respiratório em casos de
reações alérgicas ao látex.
A reação mais comum ao látex é a dermatite de contato irritante. Não é considerada uma alergia “verdadeira”, pois não envolve o sistema imunológico. Ela é caracterizada por ressecamento, prurido, vermelhidão
e irritação da pele, normalmente nas mãos.
Essa reação é causada pelo uso de luvas
(contato direto com o látex) e pela exposição ao talco a elas adicionado.
A dermatite de contato alérgica, chamada dermatite química sensitiva ou hipersensibilidade tardia tipo IV, é causada por substâncias químicas adicionadas às luvas durante sua manufatura. Pode aparecer em um
ou dois dias após o contato com o látex,
sendo limitada à área de contato da pele com
o produto. É caracterizada por prurido, dor,
suor, pápulas na pele, mãos secas e rachadas e bolhas cutâneas com secreção.
Já a alergia “verdadeira”, potencialmente
mais severa, é conhecida como hipersensibili-
Julho/Agosto/2005
dade tipo I, mediada pelo sistema imunológico
(IgE e histamina). Esta pode ocorrer segundos
após a exposição ao látex. As partículas absorvidas do látex são identificadas pelo sistema imunológico como antígenos. Dessa forma,
as células B são ativadas para sintetizar anticorpos IgM e IgG. Assim, se o indivíduo tornarse sensível ao antígeno, a resposta do sistema
será anormal. Esse tipo de reação pode desenvolver sintomas locais ou gerais, dependendo do lugar e do tipo da exposição. A presença dessa reação indica a chance, embora mais
rara, de choque anafilático.
Os procedimentos a serem adotados nos
casos de reações alérgicas ao látex dependem dos sintomas manifestados pelo paciente. Mesmo quando não houver complicações mais sérias, o atendimento odontológico deve ser imediatamente interrompido
e o paciente deverá ser medicado – via oral
- com um fármaco antihistamínico. Caso o
paciente manifeste sintomas mais graves, o
profissional deve estar preparado para tomar
medidas emergenciais e/ou encaminhar o
paciente com rapidez a um serviço de emergência hospitalar.
A adoção de medidas preventivas pode
contribuir para reduzir os riscos de desenvolvimento da alergia ao látex:
• se possível, usar luvas sem adição de
talco. Estas luvas reduzem a exposição às
proteínas do látex por esta fonte e, conseqüentemente, o risco de alergia;
• certificar-se de que a limpeza do ambiente de trabalho está sendo feita correta e regularmente, para que o pó contendo as proteínas extraídas do látex esteja sendo removido;
• estar alerta para identificar os sintomas
de alergia ao látex;
• esclarecer-se quanto às medidas preventivas e aos riscos relacionados ao látex.
Claudia Cristina Golin - Cirurgiã-dentista.
Ex-estagiária da disciplina de Clínica Integrada
da Faculdade de Odontologia da USP
Carlos Alberto Adde e Flávio Eduardo
Guillin Perez - Professores doutores da
disciplina de Clínica Integrada da
Faculdade de Odontologia da USP
Irineu Gregnanin Pedron - Periodontista.
Mestrando da disciplina de Clínica Integrada da
Faculdade de Odontologia da USP
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Saúde
A prática da Vigilância Sanitária nos
Estabelecimentos de Assistência Odontológica
(EAO) do Município de São Paulo
Em serviços de saúde, qualidade e risco
são características indissociáveis. Assim,
podemos considerar vigilância um conjunto de ações que atuam na normatizacão de
atividades técnicas. Para manter uma constante organização e operacionalização nestes serviços, bem como para obter um resultado final satisfatório que vise a proteger
a saúde da população e dos profissionais
envolvidos, diversas ações de vigilância são
necessárias.
Vistoria nos EAO - Todos os locais em
que se realiza algum tipo de atendimento
odontológico a pacientes são considerados
Estabelecimentos de Assistência Odontológica. Os laboratórios de prótese dentária
também fazem parte de estabelecimentos
que são vistoriados mediante roteiro e resoluções técnicas específicas.
A abordagem das questões relacionadas
à vistoria nos EAO ainda é um assunto bastante incompreendido pelos profissionais da
área. Pensando em vigilância epidemiológica como um todo, é possível compreender
a razão pela qual a avaliação passa a ser
cada vez mais rigorosa. Visa-se à garantia
de que as condições de biossegurança necessárias não comprometam a saúde dos
pacientes e dos profissionais envolvidos a
curto e longo prazo.
Na Prefeitura do Município de São Paulo,
a Vigilância Sanitária, que passou a responder por todas as ações de vigilância a partir
de abril de 2004, a Secretaria Municipal da
Saúde, através da Coordenação de Vigilância Sanitária (Covisa), e especificamente o
setor que cuida dos serviços contam com
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uma equipe multiprofissional responsável
pela fiscalização de todos os estabelecimentos de assistência à saúde ou diretamente
ligados à saúde, tais como: clínicas, consultórios médicos, consultórios odontológicos,
laboratórios de prótese, serviços de tatuagem e piercing, acupuntura, casas de repouso, cabeleireiros etc.
A inspeção sanitária ou vistoria baseia-se
no Código Sanitário do Município de São
Paulo, Lei n. 13.725, de 9 de janeiro de
2004, regulamentado pelo Decreto n.
44.577, de 7 de abril de 2004, bem como
na legislação estadual e federal. A autoridade sanitária responsável pela inspeção ou
vistoria nos EAO não precisa ser necessariamente um cirurgião-dentista: qualquer profissional integrante da equipe, constituído
legalmente como autoridade sanitária, treinado e capacitado, está habilitado para realizar tais inspeções.
Nas inspeções dos EAO, utiliza-se como
instrumento de orientação um Roteiro, o qual
garante que o critério utilizado nas inspeções
seja padronizado e rigorosamente cumprido.
Elaborado pelo Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, o Roteiro de Inspeção faz parte da Resolução SS n. 15, de
18 de janeiro de 1999, resolução esta válida
no Estado de São Paulo e que orienta e regulamenta a montagem e instalação de consultórios e clínicas odontológicas. Foram feitas algumas modificações e adaptações para
o seu uso no Município de São Paulo.
No ato da inspeção, a autoridade sanitária apresenta-se devidamente identificada,
explicando o motivo da visita ao proprietário
ou responsável presente no local. Segundo
a lei, a sua entrada não pode ser obstruída,
por caracterizar infração sanitária e sendo
passível de penalidade.
O cirurgião-dentista pode receber a visita
de uma autoridade sanitária por três motivos:
cadastramento inicial (o proprietário entra com
pedido para obter a sua licença sanitária ou
outras solicitações processuais); denúncia
anônima (qualquer pessoa pode denunciar
irregularidade em estabelecimentos que prestam serviços à saúde); ou busca ativa (inspeção feita aleatoriamente, mediante programação local específica). Além disso, é função
da Vigilância Sanitária monitorar os serviços
de saúde em ações de acompanhamento
quantitativo e qualitativo da situação de risco
à qual a população está exposta.
A inspeção - O primeiro passo da inspeção sanitária é verificar se o estabelecimento
possui licença sanitária (documento emitido
pelo Sistema de Informações em Vigilância
Sanitária - Sivisa) e se o responsável técnico
Informativo ABO News - no 14
ou responsável técnico substituto está presente. O fato de já possuir a licença, entretanto, não significa que o estabelecimento
está dentro dos padrões preconizados pela
legislação, pois muitos daqueles que, no ato
da inspeção, estão em condições sanitárias
adequadas, após deferimento da licença sanitária não se preocupam com a manutenção
dessas condições.
O segundo passo é o preenchimento do
Roteiro de Inspeção, no qual constam as
especificações quanto ao tipo de atividade
exercida no EAO e os itens importantes a
serem avaliados.
Os problemas considerados mais graves
estão nos requisitos imprescindíveis do Roteiro de Inspeção e incluem os critérios de
esterilização, desinfecção, descontaminação
e acondicionamento de instrumentais, ou
seja, os cuidados com a biossegurança.
Requisitos considerados necessários incluem itens como condições de edificação e
sua situação física, condições gerais de limpeza e higiene, utilização de materiais descartáveis, uso de equipamentos de proteção
individual, monitoramento dos processos de
esterilização, entre outros.
Cabe, então, à autoridade sanitária classificar os EAO para a seqüência do procedimento a ser adotado. Estando tudo de acordo, o estabelecimento está apto a funcionar, sendo deferido o Cadastro Municipal de
Vigilância Sanitária (CMVS).
Quem possuir aparelho de Raios-X deve
também cadastrar este equipamento e manter atualizados os laudos radiométricos e o
controle de qualidade, que serão conferidos
pela autoridade sanitária.
Também é importante lembrar que em
municípios nos quais há serviços de coleta
especial de resíduos, como é o caso de São
Paulo, é necessário que os estabelecimentos de saúde sejam cadastrados nos órgãos
competentes (Limpurb), para que os resíduos
sejam recolhidos em coleta especial (Resíduos de Serviços de Saúde).
Julho/Agosto/2005
Anualmente, é necessário solicitar a renovação do CMVS.
Sobre as penalidades - Após análise
local, verificado qualquer risco à saúde, a
autoridade sanitária deverá lavrar um Auto de
Infração (AI), que representa uma desobediência ou inobservância à legislação sanitária. Um relatório desta análise será elaborado pela autoridade e anexado ao AI.
A autoridade sanitária decidirá, sempre
baseada nas normas sanitárias, as medidas
referidas nas situações de perigo ou de risco que possam causar dano à saúde.
Após a lavratura do AI, um prazo de até 10
dias é dado para a apresentação da defesa
do interessado. Muitas vezes neste período
se faz necessário interditar parcial ou totalmente o estabelecimento (ou o equipamento), para que se possa, em um prazo pactuado, providenciar as adequações apontadas
como imprescindíveis e necessárias, bem
como propor um cronograma de adequações.
Posteriormente, lavra-se um Auto de Imposição de Penalidade (AIP), que pode ser
uma advertência, interdição parcial e total ou
multa, variando de acordo com o grau de risco à saúde e com as análises individuais de
cada processo.
Casos extremos, como os de condições
precárias de higiene, procedimentos técni-
cos inadequados, entre outros, podem
acarretar interdição total do estabelecimento e, em algumas condições, interdição do
equipamento.
Conclusão - O trabalho de fiscalização
visa à conscientização do profissional. É importante lembrar que há orientações para
montagem de novos consultórios, bem como
orientações para adequar as estruturas já
existentes, procurando enquadrá-las nas
normas de segurança.
Carlos Alberto Adde
- Cirurgião-dentista.
Professor doutor da
Faculdade de Odontologia da USP. Membro da
equipe técnica da
Covisa - Subgerência de
Serviços - Secretaria
Municipal da Saúde de São Paulo
Ary Michael Renberg - Cirurgião-dentista.
Professor doutor da Faculdade de Odontologia
da Universidade Metropolitana de Santos.
Membro da Covisa - Subgerência de Serviços Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
Ana Regina G. F. Biagioni e Fatima
Portella Ribas Martins - Cirurgiãs-dentistas.
Membros da Covisa - Subgerência de Serviços Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
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Saúde
Exemplo tridimensional da tireóide
A deficiência de iodo pode causar o aumento do tamanho da tireóide, que é uma
glândula localizada no pescoço, o que é
conhecido como bócio ou papo.
Se o papo ficar muito grande, pode gerar
problemas na respiração e dificuldades na
hora de engolir os alimentos, bem como provocar dores e desconfortos no pescoço.
Além do papo, a deficiência de iodo pode
levar ao atraso no crescimento e na capacidade de aprendizagem das crianças, bem
como dano no cérebro do feto ou do recémnascido, o que gera retardo mental, surdez,
mudez e cretinismo (retardo mental grave responsável por dificuldades na fala, surdez e
defeitos no corpo).
Os hormônios produzidos pela tireóide
têm dois importantes papéis: atuam no crescimento físico e neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, principalmente na manutenção do
calor do corpo). São muito importantes para
o funcionamento de vários órgãos, como o
12
Imagem: www.surgical-tutor.org.uk/defaulthome.htm?system/hnep/goitre.htm~right
Imagem: www.betterhealth.vic.gov.au/bhcv2/
bhcarticles.nsf/Pictures/Goitre?OpenDocument
coração, fígado, rins, ovários e outros.
Como evitar a deficiência de iodo?
Consuma alimentos ricos em iodo - alimentos do mar, como peixes e ostras; vegetais
cultivados em terras próximas ao mar, bem
como leite e ovos de animais criados em localidades próximas do mar ou que recebam
ração com iodo. Consuma sempre sal iodado - é a principal fonte de iodo na alimentação das pessoas. Sempre que for comprar
o sal, veja na embalagem se ele é iodado - o
O bócio é causado pela falta
de iodo na alimentação
sal para consumo animal não serve para fazer a comida em casa, pois ele não contém
iodo. Compre o sal que estiver no prazo de
validade, pois, após o vencimento, não terá
mais o efeito de proteger a saúde. Ao abrir o
sal, deixe-o na mesma embalagem (saquinho) e coloque-o dentro de um recipiente
com tampa, de vidro ou plástico. Sempre que
for guardar o sal, procure colocá-lo em locais frescos, secos e ventilados (não deixe
em locais quentes como, por exemplo, junto ao fogão). Não coloque colher molhada
na embalagem de sal, nem o coloque dentro da geladeira, pois ele irá ficar úmido e
isso prejudicará a qualidade do iodo. Se você
utiliza tempero completo industrializado para
fazer sua comida, procure intercalar com o
sal iodado (não consuma apenas o tempero
completo, pois muitas vezes este tempero
não contém sal iodado). Se você faz o tempero completo em sua própria casa, use
sempre sal iodado para fazer a mistura.
Informativo ABO News - no 14
Fonte: Ministério da Saúde
Deficiência de iodo
Julho/Agosto/2005
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ERAP - ABO/SP
Cursos oferecidos pela ABO/SP
credenciados pelo CFO e MEC
A Escola de Reciclagem e Aperfeiçoamento Profissional (ERAP),
da ABO, atualmente oferece para a classe odontológica cursos de
especialização em todas as áreas da Odontologia, cursos de aperfeiçoamento, reciclagem profissional, bem como palestras gratuitas.
Os cursos de especialização da ABO/SP são todos credenciados
no CFO/MEC, conforme portaria do CFO n. 061/2004. Seu corpo
clínico é composto de professores qualificados que, usando técnicas atuais e os materiais mais modernos na prática odontológica,
realizam tratamentos clínicos voltados à população de baixa renda.
Os cursos oferecidos podem ser consultados no site da ABO
(www.abosp.org.br). Para mais informações sobre os cursos em andamento ou novos cursos a serem iniciados, basta entrar em contato
([email protected] ou 11 6950-3332 / 6950-1932) com a
secretaria da entidade.
A ABO/SP realiza tratamentos em pacientes que necessitam de
cirurgia ortognática, operados em âmbito hospitalar, sem custo algum para o paciente. Atualmente, o responsável pela ERAP é o doutor Mário Cappellette Jr.
Aperfeiçoamento
Atualização
Disfunção TTemporomandibular
emporomandibular e Dor Orofacial
Cirurgia A
vançada
Avançada
Coordenador
Coordenador: Renato M. Stempniewiski
Programa
Programa: Diagnóstico; fisiopatologia da dor; nociceptiva; modalidades de tratamento
para DTM; ajuste oclusal em pacientes de DTM; placas interoclusais; ortodontia como
tratamento de DTM; sons articulares; contato dental do lado de não-trabalho causa DTM
Início
Início: outubro - Duração
Duração: 5 meses
Realização
Realização: quinzenal - quintas-feiras
Horário
Horário: das 19h às 22h
Investimento
Investimento: 4 x R$ 250,00
Coordenador: Antonio Renato Sanches
Colucci
Início: outubro
Realização: quinzenal - terças-feiras
Investimento: R$ 350,00/mês
Exigência: experiência, de pelo menos um
ano, com implantes
Especialização
Periodontia
Coordenador: Nelson Thomas Lascala Jr.
Equipe: Edson Sinnes, Marli Sales de O.
M. Caseiro, Adriana Uchida e Marco Antonio Coelho
Seleção: 27 e 28 de outubro
Programa: área básica associada à Periodontia, procedimentos básicos, processamentos cirúrgicos, terapia periodontal de
suporte, interrelação com as outras especialidades odontológicas.
Realização: mensal - quinta a sábado
Investimento: R$ 900,00/mês
Estomatologia
Equipe
Equipe: Isaac Tobias Blachman, Juliana
Bellini da Silva e Caio Marcelo Salgado
Objetivos
Objetivos: estabelecer diagnóstico e tratamento das doenças do aparelho estomatognático, habilitando em atividades práticas e científicas e oferecendo técnicas cirúrgicas, terapêuticas avançadas e dinâmicas no aperfeiçoamento científico.
Programa
Programa: introdução à clínica; inter-relação entre as disciplinas básicas e as clínicas; inter-relação da Odontologia com as
demais especialidades médicas; conceito
de saúde relacionado ao dano anátomofuncional da doença; conceito de semiologia, propedêutica, semiogênesis; exame
clínico (anamnese e exame físico); métodos auxiliares do exame clínico; exames laboratoriais; citologia esfoliativa; biópsia; semiologia dos tecidos moles bucais
14
Início
Início: outubro - Duração
Duração: 18 meses
Realização: segundas-feiras à tarde e terRealização
ças-feiras de manhã
Prática
Prática: 4 horas em universidades e hospitais conveniados
Investimento
Investimento: R$ 380,00/mês
Odontogeriatria
Coordenador
Coordenador: Fernando L. Brunetti Montenegro
Equipe
Equipe: Leonardo Marchini, Carlos Eduardo Monetto
Início
Início: outubro - Duração
Duração: 18 meses
Carga horária
horária: 576 horas
Investimento
Investimento: R$ 650,00/mês
Ortopedia Funcional
dos Maxilares
Coordenadora
Coordenadora: Sônia Regina Henriques
Equipe
Equipe: Claude Catach e Maria Regina Brandão
Início
Início: outubro - Duração
Duração: 36 meses
Carga horária
horária: 1.152 horas
Realização
Realização: quinzenal
Investimento
Investimento: R$ 800,00/mês
Pacientes com
Necessidades Especiais
Coordenador
Coordenador: Silvio Eduardo Duailibi
Equipe
Equipe: Monica Talarico Duailibi e João Ary
Ubriaco
Início
Início: Outubro - Duração
Duração: 18 meses
Carga horária
horária: 500 horas
Realização
Realização: quinzenal - Quintas e sextas
Investimento
Investimento: R$ 600,00/mês
Radiologia Odontológica
e Imaginologia
V agas remanescentes
Coordenador
Coordenador: Roberto Mansini
Equipe
Equipe: Leônidas de Freitas, Flávia Vanessa
Greb Fugiwara e Alessandra Mansini Nunes
Início
Início: outubro - Duração
Duração: 18 meses
Carga horária
horária: 675 horas
Realização
Realização: segundas-feiras (estágio em
Clínica Radiológica)
Investimento
Investimento: R$ 600,00/mês
Prótese
Coordenadores: Rogério Adib Kairalla e
Orlando Magalhães Filho
Equipe: Ademir Galati, Marco Antonio Nicolau, Cláudio Cavallaro e Orlando Magalhães Neto.
Início: novembro - Duração: 24 meses
Programa: prótese total, prótese parcial
removível, prótese parcial fixa e oclusão.
Realização: módulos mensais
Investimento: R$ 900,00/mês
Disfunção TTemporomandibular
emporomandibular
e Dor Orofacial - 2a TTurma
urma
Coordenador: Renato M. Stempniewski
Início: Fevereiro/2006 - Duração: 18 meses
Investimento: R$ 800,00/mês
Inscrições: Tel. (11) 5051-1117
Informativo ABO News - no 14
Julho/Agosto/2005
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Regionais
Informações e Inscrições: ABO Camp (19) 3254-2603 / 3251-4613 ou pelo site www
.mozarteum.br
www.mozarteum.br
Cursos de Especialização credenciados pelo MEC
Implantodontia
Ortodontia e Ortopedia Facial
Coordenadores: Prof. Reginaldo Mario Migliorança,
Dr. Jan Peter Ilg e equipe
Duração: 24 meses - Periodicidade: Mensal
Investimento: R$ 1.000,00/mês
Coordenadores: Prof. Dr. Mario Cappellette Jr. e equipe
Duração: 30 meses
Periodicidade: quinzenal
Investimento: R$ 1.200,00/mês
Outros Cursos de Especialização
ABO/Osasco
Curso de Atualização
e Aperfeiçoamento
em Implantodontia
Técnico/Laboratorial - XXI TTurma
urma
Coordenadores: Profs. Flávio Kfouri, Maurício M. Mateus e John P. E.
Brown
Início: setembro/outubro - Duração: 3 meses
Realização: quartas-feiras - 18h30 às 22h
Investimento: 3 x R$ 180,00 - Sócios ABO: 3 x R$ 140,00
*Início da clínica em janeiro/2006. Kits e motores cedidos pelo curso
Informações: Fones (11) 3682-1607 / 3682-1670
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Endodontia, Periodontia, Dentística, Cirurgia,
DTM, Pediatria, Geriatria, Pacientes Especiais
Curso de Dentística
Coordenador:
Prof. Dr
Dr.. Luiz Narciso Baratieri
Prof. Titular de Dentística da UFSC, Mestre e Doutor
em Dentística, Especialista em Periodontia, Pós-doutoramento na Universidade Sheffield (Inglaterra), Coordenador de Cursos de Mestrado e Especialização em
Dentística. Mais de 1.000 cursos ministrados no Brasil e
Exterior. Mais de 70 trabalhos
científicos publicados.
Data: 9 de dezembro
Carga horária: 4 horas
Informações: ABO/SP
Fones (11) 6950-1932 / 6950-3332
Informativo ABO News - no 14
Conclusão de Cursos
Cursos de Especialização
Formandos nos Cursos de Especialização da ABO/São Paulo nas diversas especialidades
Turma formada
em Prótese
Dentária sob
orientação do
Prof. Dr.
Rogério Kairalla
Turma de
Especialização
em Periodontia
Turma de
Especialização em
Implantodontia
Turma de
Especialização em
Odontopediatria
Julho/Agosto/2005
Turma de
Especialização
em DTM
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Genética
Um organismo ou uma cultura geneticamente modificada é uma planta que contém
um gene que foi artificialmente inserido, em
invés de adquirido naturalmente por polinização. O gene inserido, conhecido como
“transgene”, pode vir de outra planta ou mesmo de outra espécie completamente diferente. A planta resultante é denominada “geneticamente modificada”.
periores de plantas, embora estendendo as
possibilidades além dos limites impostos
pela melhoria vegetal convencional.
Nos países industrializados há claras evidências de que o uso de culturas geneticamente modificadas resulta em benefícios significativos, como: maior rendimento das culturas; custos agrícolas reduzidos; maiores lucros para o agricultor; melhorias no meio am-
A soja é um dos vegetais geneticamente modificado que é amplamente cultivado
A tecnologia de modificação genética permite aos produtores juntar em uma mesma
planta as características mais úteis (genes)
de uma grande variedade de organismos vivos, não somente da espécie cultivada, mas
também de plantas correlatas. Esta é, portanto, uma técnica que permite aos agricultores realizar rapidamente o que eles vêm fazendo há anos: produzindo variedades su-
18
biente. As culturas de “primeira geração” já
provaram sua habilidade em baixar os custos de produção. Atualmente, a pesquisa
está centrada nas culturas transgênicas de
segunda geração que apresentam características e valores nutricionais ou industriais.
Essas culturas beneficiam os consumidores.
Os principais exemplos incluem: arroz enriquecido com ferro e vitamina A; batatas com
maior volume de amido; vacinas comestíveis
em milho e batatas; variedades de milho capazes de crescer em condições adversas;
óleos de soja e canola com características
mais saudáveis.
Como em qualquer nova tecnologia, é claro que existem possíveis riscos. Estes incluem: o perigo de inadvertidamente introduzir
alergenos e outros fatores antinutricionais em
alimentos; a possibilidade de transgenes
escaparem de culturas e hibridizar com espécies silvestres; a possibilidade de culturas transgênicas carrearem genes de resistência a antibióticos em animais ou em humanos; a possibilidade de pragas ou insetos desenvolverem resistência a toxinas produzidas por culturas geneticamente modificadas; o risco de essas toxinas afetarem outras pragas ou organismos não-alvo.
Apesar da atual incerteza diante das culturas geneticamente modificadas, uma coisa
permanece clara: esta tecnologia, com seu
potencial de criar variedades de culturas comerciais economicamente importantes, é simplesmente muito valiosa para ser ignorada. Há,
porém, algumas preocupações e conceitos
válidos. Se essas questões forem resolvidas
com credibilidade, as decisões devem estar
fundamentadas em informações de base
científica. Finalmente, dada a importância dos
alimentos, considerada pela população que
os consome, as políticas relativas às culturas
geneticamente modificadas devem sempre
basear-se em opiniões advindas de um debate aberto e honesto com diversos segmentos da sociedade.
Informativo ABO News - no 14
Fonte: Associação Nacional de Biossegurança (ANBIO)
Plantas transgênicas
Biossegurança
Ácido peracético: uma revolução na biossegurança
Julho/Agosto/2005
• segurança para o profissional
profissional: é considerado atóxico, não alergênico e irritante
leve;
• segurança para o paciente
paciente: é considerado atóxico e não possui efeito residual,
uma vez que se decompõe em água, oxigênio e dióxido de carbono, produtos biocompatíveis e presentes na natureza;
• não possui aldeídos
aldeídos: o álcool e compostos de aldeídos desnaturam e fixam as
proteínas, formando biofilmes. Estes comprometem os processos de limpeza, desinfecção e esterilização, danificam os artigos e
aumentam os riscos e custos com infecção,
manutenção e reposição e artigos/equipamentos;
• proporciona maior segurança durante a execução do serviço no setor, diminuindo os riscos relativos à saúde ocupacional;
• ecologicamente correto
correto: é biodegradável e não precisa de cuidados especiais
para descarte: pode ser descartado com segurança diretamente na rede de esgoto juntamente com água corrente;
• pronto para uso
uso: algumas formulações
não requerem ativação (Fórmula & Ação);
• desinfecção de alto grau
grau: feita, até o
momento, com imersão no glutaraldeído a
2% durante 30 minutos. Realiza a desinfecção de alto grau em apenas 10 minutos e
não é necessário pré-enxágue para remoção
de matéria orgânica;
• esterilização
esterilização: artigos termorresistentes
são esterilizados a frio - até então, em imersão de 10 horas no glutaraldeído a 2%. O
ácido peracético esteriliza em imersão de
uma hora.
Indicações - É indicado para artigos termossensíveis. É compatível com o vidro,
porcelana, PVC, polietileno, polipropileno
PTFE (teflon), borrachas butílica e nitrílica.
Ressalte-se que não só a Aids e a tuberculose multirresistente, entre outras doenças emergentes, preocupam os órgãos internacionais de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) elegeu a hepatite C
como a doença do terceiro milênio e alerta
para a real necessidade de prevenção. Assintomática em mais de 90% dos casos e
de tratamento complexo e caro, a hepatite
C é de fácil transmissão em atividade de
risco e não possui vacinas disponíveis até
o momento. Procedimentos invasivos requerem protocolos e condutas específicas
que garantam a proteção efetiva aos profissionais e aos clientes.
Sabendo-se que as hepatites são as
doenças de maior risco de contágio em consultório odontológico, tanto ocupacional
como para o paciente, o Protoco de Controle de Infecção (CIC) deve ser seguido rigorosamente e respeitado em todas as etapas.
No protocolo de esterilização de instrumental e artigos termossensíveis, o ácido peracético encaixa-se em duas importantes
etapas:
• é necessário o uso de EPI (equipamento de proteção individual): embora não seja
tóxico, recomenda-se seu uso em local ventilado e a colocação de EPI padrão (luvas,
óculos de proteção máscara e avental);
• não precisa de ativação e/ou diluição
(Fórmula & Ação): pronto para o uso.
Dra. Lusiane Camilo Borges
www.selobiologica.com.br
No mundo moderno, tempo e segurança
são palavras de ordem para todo e qualquer
procedimento. Tratando-se de saúde, para
ter mais segurança em menor tempo tornase ainda mais preponderante o uso de métodos seguros.
Mecanismos de desinfecção e esterilização a frio têm sido utilizados em larga escala
nos últimos anos, haja vista a necessidade
de esterilização de superfícies termossensíveis nas várias áreas da saúde, sobretudo na
odontológica.
Considerado altamente tóxico ao operador e ao paciente, além de não ser ecologicamente correto, o formoldeído já é questionado desde a década de 1980, e, mais recentemente, o glutaraldeído tem sido alvo de
diversas discussões, tamanha a complexidade para neutralizá-lo, sem falar no longo
tempo de exposição em contato com as superfícies.
No entanto, uma nova ordem em termos
de esterilização surgiu no início do século
XXI: o ácido peracético
peracético. Manipulado com
veículo estabilizante, ele é considerado,
atualmente, a forma mais adequada de desinfecção de alto grau e esterilização a frio.
O ácido peracético tem características ímpares, não encontradas em nenhuma outra
substância. Vejamos:
• mecanismo de ação
ação: elimina fungos,
vírus e bactérias em forma vegetativa e/ou
esporulada;
• rapidez
rapidez: o tempo de imersão é consideravelmente menor que outras substâncias:
10 minutos para desinfecção de alto grau e
uma hora para esterilização;
• amplo espectro de ação microbian aa: é reconhecido internacionalmente como
um potente esterilizante e não há relatos de
resistência microbiana a este princípio ativo.
É eficaz, inclusive, sobre a Mycobacterium
chelonae, que, comprovadamente, já apresentou resistência ao glutaraldeído a 2%;
• atividade na presença de matéria
orgânica
orgânica: é ativo na presença de soro, sangue, fluidos corpóreos e gorduras e favorece a retirada destes sobre a superfície do
artigo a ser processado;
Biomédica - Unisa e Unifesp - Escola
Paulista de Medicina
Especialista em Microbiologista - Universidade Oswaldo Cruz
Cirurgiã-dentista - Universidade Metodista
do Estado de São Paulo
Mestranda em Ciências da Saúde - Unifesp Escola Paulista de Medicina
Coordenadora Técnico-científica - Selo
Biológica Qualidade em Biossegurança
Coordenadora do Projeto de Biossegurança
em Odontologia - Biológica
Diretora Científica da APCD Santo Amaro
Consultora Científica - 3M ESPE, Kodak,
BD, Fórmula & Ação e Medstéril
19
Ergonomia
Fisioterapeutas recomendam o Ergonomik
Há 17 anos oferecendo consultorias a
grandes empresas sobre programas de qualidade e fisioterapia do trabalho, Claudia D.
Ollay, fisioterapeuta, especialista em promoção de saúde e ergonomia, tem usado o Ergonomik
em
suas aulas nas
universidades
de São Paulo.
Mestre na área
de Educação,
Claudia desenvolve trabalhos e
pesquisas com
os alunos sobre
os benefícios e
as aplicações do Ergonomik. “Ele não pode
ser visto apenas como um acessório, mas
como um instrumento de trabalho dos cirurgiões-dentistas”, afirma.
De acordo com a fisioterapeuta, o trabalho do cirurgião-dentista passou uma mudan-
20
ça muito grande nos últimos cinco anos.
“Hoje, eles trabalham muito mais. Devido aos
convênios, os atendimentos aumentaram, o
tempo de descanso entre as consultas ficou
menor e, por conseqüência, aumentou a
possibilidade de erros na profissão acontecerem. Desta forma, o Ergonomik, sem dúvida, passa a ser ferramenta indispensável
ao cirurgião-dentista, que vai conseguir manter qualidade no atendimento aos clientes,
já que ele não será afetado nem pelo cansa-
ço e muito menos pela fadiga muscular.”
O aparelho - Feito de aço inoxidável e alumínio, o Ergonomik é adaptável a diferentes
cadeiras odontológicas, permitindo toda a movimentação do cirurgião-dentista em torno do
seu paciente. Possui
os
dois
apoios em
almofadas
de espuma
densa para
não prejudicar a circulação. Proporciona
apoio constante para os braços, reduzindo a
fadiga muscular e o cansaço do final do dia.
Promove maior firmeza e precisão dos movimentos. Usando o Ergonomik, o cirurgiãodentista trabalha com mais ergonomia e produtividade.
Informativo ABO News - no 14
Informação
Empresa tem site mais interativo
A Gnatus, indústria de equipamentos
médico-odontológicos, tem um novo site. O
conteúdo e o layout foram desenvolvidos
pela G4web - Agência de Internet, fundada
em 1994, em Ribeirão Preto.
A proposta da Gnatus foi aumentar a interatividade da página e possibilitar uma comunicação mais efetiva com quem acessar
o site www.gnatus.com.br.
“Incluímos novas seções, como os depoimentos de clientes, professores e dentistas;
além de artigos”, diz o supervisor de Tecnologia da Informação (TI) da Gnatus, Clóvis
Eduardo Rigo. “Dessa forma, ampliamos o
foco. Agora todos têm espaço para participar”, diz Rigo.
As boas idéias também foram mantidas,
como o programa Sugest, em que podem
ser feitas sugestões de melhorias na empresa e de novos produtos.
O próximo passo, que está em planejamento, é a inclusão da história da Odontologia no Brasil. O item trará a evolução dos
tratamentos e equipamentos utilizados nos
consultórios e universidades do país.
Foram quatro meses de trabalho até a finalização em três versões - Português, Espanhol e Inglês. “Assim, é possível atender
os clientes e interessados de vários países”,
diz Maria Tereza Kersul, gerente de Marketing. Para facilitar as negociações, há uma
relação de todos os pontos de vendas e de
assistência técnica da Gnatus, com endereço, telefone e e-mail.
Também foi bem planejada a atualização de informações. Para facilitar o traba-
Julho/Agosto/2005
lho, o site tem uma versão avançada da
ferramenta MARS - Módulo de Administração Remota de Sites. A inovação permite
que várias pessoas da própria empresa
possam fazer a manutenção direta das informações (texto, imagens e animações).
Também, foi implementado um sistema de
distribuição de notícias no formato RSS
(Realy Simple Syndication),
muito utilizado em grandes
portais, como o Terra e o
UOL. De acordo com a diretora comercial da G4web, Tatiana Rosochansky, a linha de
criação adotada foi baseada
nos conceitos de objetividade e clareza nas informações
oferecidas pelo site, conceitos que enriquecem a navegabilidade.
“O resultado foi um site com
um visual mais leve, de fácil
navegação e de grande versatilidade, características hoje
necessárias a qualquer site
corporativo”, diz Tatiana.
21
Lançamento
Tintas Coral lança linha Clinic Coral Dulux
Linha de acabamentos higiênicos chega ao mercado
trazendo agente antimicrobiano exclusivo, o Trifilax
Sempre atenta à demanda de mercado,
a Tintas Coral lança a Linha Clinic Coral
Dulux
Dulux, voltada aos consumidores que necessitam de produtos para aplicação em
áreas específicas, como hospitais, clínicas,
consultórios ou, até mesmo, salas de espera com alta rotatividade de público. A Linha
é composta por três produtos, cada um indicado a uma superfície específica. São eles:
Paredes e TTetos
etos Clinic Coral Dulux
Dulux, M a deiras e Metais Clinic Coral Dulux e Centro Cirúrgico Clinic Coral Dulux.
Para proporcionar maior proteção e desinfecção aos ambientes, a Tintas Coral desenvolveu um novo agente ativo antimicrobiano, o Trifilax. “Após dois anos de pesquisas em laboratório e testes de campo,
atingimos fórmulas inovadoras e eficazes”,
afirma o gerente de produtos Maurício Gasperini. “A presença do Trifilax impede a proliferação de bactérias, fungos e algas”, complementa.
Os produtos possuem formulações à
base de água, garantindo vantagens como
o baixo odor e a secagem rápida. As novidades não estarão disponíveis nas lojas. A
venda somente será feita por meio de contato com distribuidores especializados.
tinado, indicada para paredes e tetos de alvenaria, concreto ou gesso. Pode ser aplicada em salas de espera, recepções, corredores, cozinhas etc. Disponível em embalagens de 3,2 e 16 litros, na cor branca
ou em mais de 1.500 cores do Sistema Language of Colors.
Madeiras e Metais Clinic Coral Dulux
É uma tinta esmalte acrílico de excelente cobertura e ótima performance em acabamento, indicado para superfícies de madeira, metal ferroso, alumínio e galvanizado. Pode ser aplicada em salas de espera,
recepções, corredores, cozinhas etc. Disponível em embalagens de 3,2 litros nas ver-
sões brilhante e acetinado, na cor branca
ou em mais de 1.500 cores do Sistema Language of Colors.
Centro Cirúrgico Clinic Coral Dulux
É uma tinta epóxi à base de água com
acabamento brilhante e ótima resistência a
produtos de limpeza, descontaminação e
desinfecção. Indicada para centros cirúrgicos, berçários e demais áreas consideradas críticas, em paredes de alvenaria, concreto ou gesso, pisos, azulejos, tetos, metais ferrosos, galvanizados, alumínios e madeiras. Disponível em embalagens de 3,5
litros, na cor branca ou em mais de 1.500
cores do Sistema Language of Colors.
Paredes e TTetos
etos Clinic Coral Dulux
É uma tinta acrílica de acabamento ace-
22
Informativo ABO News - no 14
Julho/Agosto/2005
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24
Informativo ABO News - no 14

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