Título da iniciativa:
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Título da iniciativa:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Fundado em 1936, o IBGE se constitui no principal provedor de dados e informações do País, que atendem às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal. Nº de empregados ativos: 5.9011 Responsável pela inscrição: Danielle Marques dos Ramos Monteiro. Organização Diretoria-Executiva: Fernando José de Araújo Abrantes Coordenação de Recursos Humanos: Bruno Taranto Malheiros Gerência de Desenvolvimento de Pessoas: Camila Rodrigues de Souza Gerência de Saúde e Segurança do Trabalhador: Maria Teresa Zouein Ferrarezi Equipe Técnica Responsável Aline Andrade da Silva – CRH/GEDES Danielle Marques dos Ramos Monteiro – CRH/GEDES Isabel Cristina dos Santos – CRH/GESAT Maria Elisa Escano Duarte de Souza – CRH/GESAT Rosângela Teles Costa M. de Mattos – CRH/GESAT 1 Dados referentes a maio de 2015. 1 Título do case: PROGRAMA NOVO TEMPO: UMA REFLEXÃO SOBRE APOSENTADORIA Resumo A população de servidores do IBGE está envelhecendo. Atualmente, mais da metade dos servidores já pode se aposentar. Como reflexo, tem-se um número muito alto de aposentadorias por ano. O Programa Novo Tempo: uma reflexão sobre aposentadoria é criado para atender a demanda desses servidores em estado de aposentação. Iniciado em 2010, vem acontecendo regularmente desde então. O programa consiste de ciclo de palestras, oferecidas no Rio de Janeiro, sobre saúde, lazer, relacionamento interpessoal e educação financeira. Ao final, é oferecida uma oficina de coaching, onde os servidores são estimulados a criarem objetivos pósaposentadoria. Os resultados obtidos têm sido muito encorajadores uma vez que retratam a satisfação do servidor em estado de aposentação, o sentimento de reconhecimento e de valorização dos palestrantes que são servidores da instituição, a compreensão de que há necessidade de capacitar sucessores para a atividade da qual se desligarão no curto prazo, etc. O desafio tem sido levar essa iniciativa para todo o Brasil, ampliando o número de participação dos servidores em todo o território nacional. 2 Introdução: Caracterização da situação anterior e identificação do problema O IBGE é uma fundação pública federal, criada em 1936 e vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que se constitui no principal provedor de dados e informações estatísticas e de geociências do país, atendendo às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal. Com Sede na cidade do Rio de Janeiro, o IBGE integra, em sua estrutura, a Presidência e órgãos de assessoramento superior, bem como quatro Diretorias e duas Coordenações-Gerais, quais sejam: Diretoria de Pesquisas (DPE), Diretoria de Geociências (DGC), Diretoria de Informática (DI), Diretoria-Executiva (DE), Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI) e Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE). Para que suas atividades possam cobrir todo o território nacional, o IBGE possui, além da Sede, 26 Unidades Estaduais nas capitais dos estados e uma no Distrito Federal, além de 584 Agências de Coleta e Disseminação, localizadas nos principais municípios brasileiros, responsáveis pela coleta de dados nos 5.564 municípios brasileiros. No final da década de 1970 e início dos anos 1980 grande fluxo de servidores ingressou na instituição. Com a promulgação da Constituição Federal, de 05/10/1988, e, posteriormente, da Lei nº 8.112, de 11/12/1990, os servidores do IBGE que estavam em regime celetista de trabalho passaram a ter estabilidade; sendo assim, pode-se dizer que o regime jurídico único influenciou na manutenção do servidor na instituição a longo prazo. Os servidores que ingressaram nas décadas de 1970 e 1980 já podem, em sua grande maioria, aposentar-se. Com a publicação do Decreto nº 7.922, de 18/02/2013, o qual regulamenta as gratificações de qualificação, o fluxo de aposentadorias aumentou notoriamente. Destaca-se, contudo, que, a partir de 2012, ingressaram, aproximadamente, 835 servidores na instituição via concurso público. Quadro Demonstrativo representativo. de Servidores ativos servidores ativos, aposentados Servidores aposentados 2011 6.711 302 2012 6.452 307 2013 6.171 382 2014 6.154* 581** * - em dezembro de 2014. ** - em dezembro de 2014. Fonte: IBGE – Sistema de Acompanhamento de Gestão. e percentual Percentual de aposentadorias (%) 4,5 4,7 6,2 9,4 Como se pode observar, em dezembro de 2014 o percentual de aposentadoria mais que dobrou em relação ao total do ano de 2011. Atualmente, a fundação possui mais de 60% de seu efetivo podendo aposentar-se a qualquer momento. Para ilustrar, basta dizer que na cerimônia de aniversário do IBGE de 3 20142, 128 servidores foram homenageados por terem completado 40 anos de tempo de serviço e 207 servidores receberam a homenagem por seus 30 anos de contribuição para a instituição. Em 2015, nessa mesma cerimônia, serão homenageados 24 servidores com 40 anos e 185 com 30 anos de contribuição. Considerando-se esses números, em uma visão mais humanizada destes servidores, entende-se que 30 ou 40 anos representam uma boa parte da vida de uma pessoa; são 30 ou 40 anos não só de trabalho, mas também de formação de vínculos emocionais deles com aqueles com quem se relacionam. Aposentar-se se torna, então, um desafio, um exercício de mudança e de desapego para o qual o servidor nem sempre está preparado. Objetivos do programa O objetivo principal é proporcionar ao servidor uma reflexão sobre o que significa aposentar-se. O foco desse programa é, em sua essência, a busca de qualidade de vida para o servidor, visando estimular a tomada de decisão saudável e consciente do mesmo. Como objetivo secundário do programa pode-se considerar o estímulo ao servidor, independentemente de sua idade, à busca de sua qualidade de vida a partir de um conjunto de palestras ministradas para todos os servidores, mesmo os que não são parte do público-alvo. Público-alvo do programa Servidores que tenham tempo e idade para se aposentar e/ou pretendam se aposentar no período de 3 anos ou menos bem como todos os servidores que desejem mais informações sobre qualidade de vida. Histórico e descrição do programa Historicamente, a gestão de recursos humanos no IBGE é feita de forma centralizada, partindo-se da administração central as diretrizes normativas para ação e execução nas Unidades Estaduais (UE). Contudo, cada Estado do Brasil e o Distrito Federal possuem uma representação do IBGE; somando 27 UE em todo o território. Na estrutura organizacional das UE existem gerências de recursos humanos às quais competem as atribuições de administração de pessoal, basicamente. Ações voltadas para o desenvolvimento dos servidores estão em menor número, pois as dificuldades de captação de recursos financeiros para tal finalidade são um pouco maiores. Em 2010, por iniciativa de um grupo de servidoras da Gerência de Saúde e Segurança do Trabalhador (GESAT), formado por psicólogas e assistentes sociais, elaborou-se um projeto visando aos servidores aposentáveis3. Este projeto foi submetido e aprovado pela Diretoria-Executiva. Em seguida, estabeleceu-se parceria com a Gerência de Projetos Especiais (GEPES) para a implantação do piloto. Em abril de 2011, realizou-se a primeira edição do Programa Novo Tempo: uma reflexão sobre aposentadoria, como projeto-piloto, no município do Rio de 2 Período considerado: maio de 2013 a maio de 2014. 3 Considera-se como servidor aposentável aquele que já tenha tempo e idade para aposentar-se bem como aquele que esteja a três anos ou menos da aposentadoria. 4 Janeiro. Em 2012, inaugurou-se, oficialmente, o programa, executando-se esta segunda edição no período de agosto a novembro, também no município do Rio. Em 2013, em função de mudanças gerenciais, não pode ocorrer a segunda edição. Em 2014, o programa passou a ser uma das atribuições da recém-criada Gerência de Desenvolvimento de Pessoas (GEDES), mantendo-se a parceria com a GESAT. Contudo, em função do grande número de aposentadorias, definiu-se como metas desafiadoras, a implementação de uma edição do Programa Novo Tempo por semestre bem como a implantação do programa nas UE. A extensão do Programa Novo Tempo para as UE encontrou campo fértil nos estados, em função da carência de iniciativas de desenvolvimento de pessoas. A GEDES e a GESAT, em conjunto com cada unidade que manifestou o interesse em aplicar a segunda etapa do programa, conseguiram aumentar a amplitude de atuação, beneficiando aos servidores da instituição em grande parte do país. Em 2015, o Programa Novo Tempo está buscando ampliar a ação junto aos servidores. Desse modo, o programa foi delineado para contemplar todos os servidores interessados em temáticas ligadas à qualidade de vida seja dentro ou fora do ambiente de trabalho. Apenas em um segundo momento, o programa cria um foco especial para os servidores em estado de aposentação. Trabalho em equipe O Programa Novo Tempo foi aplicado, como um projeto-piloto, em 2011, nas unidades do IBGE do município do Rio de Janeiro. Em 2012, o programa estava com uma estrutura mais robusta e definida, com a execução sendo realizada nos mesmos locais do projeto-piloto. Vale destacar a intensa atuação de servidores da GESAT, alguns destes hoje já estão aposentados, na concepção da iniciativa. Após breve pausa em 2013, o programa foi retomado em 2014, com alterações no formato que ampliaram os conhecimentos oferecidos aos servidores aposentáveis. Neste novo modelo, delineado para ser executado semestralmente, as gerências de recursos humanos das UE foram convidadas a participarem do programa, seja por meio de transmissão ao vivo pela internet, seja definindo as ações possíveis e/ou cabíveis para cada estado e para o Distrito Federal. Para que o Programa Novo Tempo acontecesse foi necessário o envolvimento e comprometimento de diversos grupos organizacionais do IBGE. Este programa é interdisciplinar em sua essência, onde a troca de informações e conhecimentos permite a criação de uma sinergia que não seria possível se somente um grupo fosse responsável por todas as ações. Nesse sentido, pode-se afirmar que a parceria entre a GEDES e a GESAT agregou um valor qualitativo ao programa que não seria obtido se o projeto estivesse apenas sob a tutela de uma gerência. A participação de servidores com diversas formações como administradores, psicólogos, assistentes sociais, etc possibilitou a compreensão do homem como ser integral, enriquecendo os objetivos propostos e melhorando o atendimento aos servidores aposentáveis por meio da aproximação das reais necessidades destes. A Diretoria de Informática mostrou-se de pronunciada valia quando transmitiu, ao vivo, as palestras realizadas na primeira etapa do programa, no primeiro semestre de 2014; assim como quando produziu o vídeo destas palestras e os 5 disponibilizou na intranet (video.ibge.gov.br/pnt) a fim de viabilizar a consulta posterior dos servidores lotados em agências do IBGE em áreas remotas. Outra demonstração de trabalho em equipe refere-se à condução das palestras; usualmente ministradas por servidores do IBGE. Vale mencionar que alguns palestrantes já estão aposentados, mas retornam à instituição por deterem um conhecimento compatível com os temas propostos pelo programa. O convite aos servidores da própria fundação para serem palestrantes demonstra, além da interdisciplinaridade, a valorização do conhecimento produzido pelos mesmos. Outras áreas como a gráfica para a produção do material impresso a ser utilizado nas palestras e o designer para a criação do logotipo do programa são exemplos de empenho de força de trabalho de setores diversos. A disponibilização dos locais dentro da instituição para a realização das palestras também se torna um exercício de entrega dos servidores responsáveis por essa gestão, considerando-se a escassez de recursos disponíveis para a consecução dos espaços. Etapas da implementação O Programa Novo Tempo foi implantado em 2011 na forma de um projetopiloto. Com a receptividade da iniciativa pelos servidores, tornou-se uma atividade prevista e orçada com periodicidade anual para sua aplicação. Em 2013, como já foi mencionado, o programa não pode acontecer. Em 2014, o programa ressurgiu, sendo estabelecida a parceria entre a GESAT e a GEDES. Dentre os desafios propostos para a retomada da realização do Programa Novo Tempo estava a condição de que fossem implementadas duas edições por ano, uma a cada semestre. A primeira etapa do primeiro semestre foi composta de duas palestras informativas abertas a todos os servidores do público-alvo: (1) aposentadoria no IBGE e (2) legislação e proventos para aposentadoria na Administração Pública Federal. Esses momentos foram transmitidos em tempo real para todas as UE do IBGE e, simultaneamente, gravados para posterior edição de um vídeo com as palestras e disponibilização na intranet. Já no segundo semestre, as palestras foram: (1) Legislação e proventos e (2) Motivacional. Ao todo 140 servidores participaram dos eventos. Nesse momento, sob a supervisão da GEDES, as gerências de recursos humanos das UE foram convidadas a participarem, elaborando ações que correspondessem aos interesses e/ou possibilidades dos servidores de acordo com as particularidades de seus estados. Na segunda etapa, delineada para um grupo restrito de servidores, apresentaram-se nove palestras de temas variados, a saber: (1) alimentação saudável; (2) obesidade; (3) educação financeira; (4) aprendizagem ao longo da vida; (5) gestão do conhecimento; (6) cuidados com a saúde; (7) relações familiares; (8) yoga e (9) motivação. Após cada palestra algum trabalho de dinâmica, vivência e/ou discussão grupal foi executado com o objetivo de promover maior reflexão e assimilação dos conteúdos trabalhados pelos temas. Na devolutiva dos servidores quanto ao ciclo de palestras informativas delineado, o programa foi considerado de grande sucesso. Alguns deles relataram que a participação no programa fez com que percebessem que se aposentar pode 6 ser “algo simples”; outros se expressaram emocionados sobre o “sentimento de missão cumprida” na instituição para a qual dedicaram muitos anos de suas vidas. De modo geral, percebeu-se que as intervenções praticadas na segunda etapa permitiram uma integração aumentada entre os participantes e facilitaram a reflexão sobre a aposentadoria, objetivo primário do programa. Observou-se um crescimento qualitativo nos resultados obtidos no módulo II do segundo semestre em relação ao mesmo módulo no primeiro semestre. A última etapa foi composta por quatro oficinas de coaching: Escolhas de um novo tempo com um grupo de 10 servidores; sendo os mesmos levados a estabelecerem um objetivo pós-aposentadoria e a criarem metas para atingi-los. As oficinas de coaching têm sido conduzidas, desde a primeira edição do Programa Novo Tempo, por servidora aposentada do IBGE cuja capacitação na área e empenho pessoal com os colegas aposentáveis só enriquecem essa iniciativa, tornando-a inovadora e moderna dentro da administração pública federal. Em 2015, o programa foi levemente reestruturado, com o intuito de ampliar a capacidade de atendimento do número de servidores. Sendo assim, considerandose as mesmas temáticas sobre qualidade de vida apresentadas na segunda etapa de 2014 para um grupo fechado, neste ano, o primeiro momento do programa está aberto a todos os servidores, pois se entende que questões voltadas para a qualidade de vida são relevantes para os servidores de todas as idades. Esse momento acontecerá até julho. Em agosto, acontecerão as etapas fechadas ao público-alvo, incluindo as oficinas de coahcing. Descrição dos recursos financeiros, humanos, materiais e tecnológicos. Vários foram os profissionais demandados a participarem do programa. Dentre estes, destacam-se: (1) os servidores da GESAT: 4; (2) os servidores da GEDES: 4; (3) os servidores da DI: 2; (4) os servidores do CDDI: 1; (5) os servidores da GAT: 2; (6) os servidores do CIC: 2; (7) os servidores da gráfica: 5 e (8) os servidores palestrantes: 10. Recursos Materiais e Tecnológicos disponibilizados para o Programa Novo Tempo: 1. Criação de logotipo especialmente desenhado para o programa por servidor formado em Web Designer; 2. Impressão e montagem de blocos com o logotipo do programa pela gráfica do CDDI; 3. Cessão de material de escritório a ser utilizado nos eventos pela secretaria da CRH; 4. Disponibilização de computadores, som, microfone, projetor, etc, pela DE; 5. Gravação das primeiras palestras pela DI e pela CDDI; 6. Transmissão das duas primeiras palestras, em tempo real, para os servidores das UE; 7. Disponibilização de link na intranet para acesso das gravações das palestras; Vale destacar que todos os eventos foram realizados nas dependências do IBGE. Os espaços utilizados foram os auditórios existentes no prédio onde se localiza a sede da fundação e na Unidade Estadual do Rio de Janeiro. Desse modo, considerando que todos os recursos utilizados já estavam disponíveis na instituição, não foi necessária a realização de nenhuma compra de 7 material extra ou mesmo de alguma licitação para a aquisição de bem e/ou serviço. Tal característica permite classificar o Programa Novo Tempo como sustentável na medida em que há o aproveitamento dos recursos disponíveis com baixo custo para sua execução. Avaliação do programa Sempre quando se encerrava uma palestra, eram apresentados dois questionários: (1) questionário de avaliação, a fim de medir o grau de satisfação do servidor com o evento de forma geral e (2) questionário de levantamento de interesse, cujo objetivo era investigar quais as áreas temáticas que o participante gostaria de ver abordada na edição seguinte. Ainda que esse levantamento de interesse possa parecer atrasado, considerando que o grupo de cada edição do programa não se repete, entende-se que a diversidade de servidores oriundos das diversas unidades do IBGE no município do Rio de Janeiro constitui um elemento amostral significativo e, portanto, fidedigno para o planejamento do evento posterior. Ao final da realização do programa apresentou-se um relatório com os resultados obtidos e o mesmo foi divulgado por meio da intranet na página da CRH e no quadro de avisos do Lotus Notes (correio eletrônico). Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados A receptividade dos servidores para o programa tem sido muito grande em todas as edições, com um número de presentes indo, quase sempre, além da capacidade possível disponibilizada para os eventos. Esta tem sido uma característica perene no Programa Novo Tempo. Os resultados gerais do Programa Novo Tempo realizados no ano de 2014 foram muito significativos. Considerando que o comparecimento dos servidores a, pelo menos, uma palestra da etapa I foi critério de seleção para a segunda etapa, pode-se dizer que o público total envolvendo essas duas etapas foi de 140 pessoas, dos quais quase 70% já recebem Abono Permanência (gráfico 1). Chamou a atenção o fato de muitos declararem que desejam aposentar-se em 2015 ou 2016. A satisfação dos servidores com relação às palestras oferecidas em ambas as etapas foi muito alta, alcançando mais de 80% dos respondentes. (gráfico 2) De mesmo modo, a satisfação com os palestrantes também foi muito alta, superando os 80%. (gráfico 3) Quanto ao tempo delineado pelo programa para a execução das palestras, quase 90% considerou o tempo proposto como suficiente para a exploração dos temas. (gráfico 4) Quando questionados, aproximadamente 94% dos servidores alegaram que indicariam as palestras do Programa Novo Tempo a outros colegas (gráfico 5). Tal índice demonstra a satisfação com o programa, corroborando a ideia de que eventos promotores da qualidade de vida do servidor são necessários e importantes dentro da instituição. Também foi aplicado, juntamente com os questionários de avaliação, um questionário de interesse com o objetivo de verificar, dentre os temas fornecidos, aqueles mais desejados pelos servidores (gráfico 6). Desse modo, poder-se-á focar 8 nos conteúdos que são mais relevantes para o servidor aposentável em futuras edições do Programa Novo Tempo. Como pode ser constatado no gráfico 7, a maioria dos servidores participantes do Programa Novo Tempo pretende se aposentar em até 3 anos, com o pico previsto de saída para 2015. Quanto ao trabalho desenvolvido nas oficinas de coaching, teve-se como propósito o estabelecimento de uma meta e o planejamento da trilha a percorrer para alcançá-la. Foi perceptível a existência de desejos e sonhos a serem executados pelos participantes após a aposentadoria, mas também ficou evidente a falta de estratégias e ações para transformá-los em realidade. O trabalho respeitou as habilidades e dificuldades de cada membro e foi sendo alinhado ao longo dos encontros, a fim de garantir o beneficiamento de todos. Como as oficinas foram desenvolvidas para um número reduzido de participantes, isso acabou favorecendo a aproximação e interação entre os membros do grupo, que se dedicaram às tarefas e se apoiaram mutuamente na construção de projetos de vida pós-carreira. Desse modo, a iniciativa de promover as oficinas de coaching para o delineamento de objetivos estratégicos trouxe, nitidamente, benefícios para os servidores. Embora o Programa Novo Tempo não seja um programa de preparação para a aposentadoria, a inserção do coaching como metodologia de autogestão foi muito favorável, tendo-se percebido, em todas as edições, um aumento da motivação nos grupos e o engajamento do mesmo com os próprios objetivos de vida. Em edições futuras, deseja-se ampliar o número de servidores participantes, trazer mais palestras, ter oficinas de coaching para um grupo maior e fazer o acompanhamento desse grupo, após três meses, para verificação da eficácia do programa. Obstáculos encontrados e soluções adotadas Uma das grandes dificuldades encontradas para a condução do programa na Administração Central refere-se à disponibilização do espaço físico para a realização dos eventos. Como o IBGE é o responsável pelas estatísticas oficiais do governo, a prioridade para a utilização dos auditórios é sempre para a divulgação dos resultados das pesquisas para a imprensa. A saída para essa situação tem sido o agendamento dos auditórios com bastante antecedência, respeitando-se o calendário de divulgações das pesquisas. A colaboração e o empenho dos servidores responsáveis pela administração dos auditórios a fim de preparar o local, gerenciar as datas, disponibilizar o café, etc merecem destaque. Pode-se considerar como um outro agravante a existência de vários complexos administrativos do IBGE no município do Rio de Janeiro; isto é, a fundação não está centralizada em um único endereço; havendo dependências do instituto em diversos bairros. Descontam-se dessa fragmentação, a UE/RJ e as agências localizadas neste município bem como as 26 UE de cada estado brasileiro, suas respectivas agências e o Distrito Federal. A solução encontrada para a realização do programa foi centralizar as atividades no endereço da sede do IBGE, para o município do Rio de Janeiro e 9 estabelecer as parcerias com as gerências de recursos humanos das UE de cada estado, como foi relatado anteriormente. Desse modo, pode-se alcançar um maior número de servidores em todo o território nacional. Fatores críticos de sucesso Como fator crítico de sucesso pode-se, primeiramente, declarar que apesar da solicitação para a realização do trabalho ter partido da CRH, o que facilitou o trânsito entre o grupo estratégico e tático da instituição, a Diretoria e a Presidência do IBGE se mostraram extremamente favoráveis à execução de todos os eventos. Desse modo, algumas necessidades operacionais, como definição de espaço físico para a realização dos encontros e a disponibilização de recursos tecnológicos como gravações, equipamento de som e vídeo, microfones, etc. tornaram-se de mais fácil acesso. A colaboração entre as equipes envolvidas das diversas áreas foi fundamental para a consecução de todos os objetivos do programa. Destaca-se o equilíbrio entre as áreas de desenvolvimento de pessoas e a de saúde e segurança do trabalho na compreensão do servidor como capital humano de valor intangível e de fundamental importância para o sucesso das metas institucionais. Conclusão Porque o Programa Novo Tempo pode ser considerado como uma ação onde todos ganham. Ao se pensar em servidor aposentável existe uma ideia préconcebida de que estes não são mais produtivos, não se comprometem com as atividades institucionais, etc. Percebe-se que a participação desse grupo em eventos de capacitação, por exemplo, fica diminuída, como se o servidor que pode se aposentar não necessitasse de atualização. Mesmo alguns eventos promovidos pelas instituições acabam favorecendo os servidores que não estão em processo de aposentadoria. O IBGE tem como uma de suas práticas a entrega de medalhas aos servidores que completaram 10, 20, 30 e 40 anos de tempo de serviço e dedicação à instituição como exercício de reconhecimento, bem como a realização de homenagens a alguns servidores aposentados durante sua cerimônia de aniversário. Com o Programa Novo Tempo o IBGE vai além e declara que o servidor aposentável também merece programas que lhes sejam direcionados. Esta iniciativa de gestão cria no ambiente de trabalho um local de reflexão no qual a troca de conhecimento e de experiências entre os servidores aposentáveis auxiliam na tomada de decisão de modo consciente bem como na gestão do conhecimento institucional. Desse modo, o servidor aposentável pode escolher se pretende ficar mais um pouco na instituição ou se, de fato, deve aposentar-se. Com o Programa Novo Tempo: uma reflexão sobre aposentadoria todos ganham: (1) o servidor, por trabalhar mais motivado, se decidir ficar, ou sentimento de “missão cumprida”, se preferir aposentar-se; (2) a instituição, por ter um servidor mais comprometido e produtivo. 10 Anexos Gráfico 1 –Servidores permanência. com e sem abono Servidores com e sem abono permanência, Programa Novo Tempo, 2014 100% 90% 80% 69% 70% 60% 50% 40% 31% 30% 20% 10% 0% Com abono Sem abono Fonte: IBGE/DE/CRH/GEDES e GESAT – Programa Novo Tempo – 2014. Gráfico 2 – Resultado da avaliação das palestras. Avaliação das palestras, Programa Novo tempo, 2014 100% 90% 85% 78% 80% 71% 70% 60% 50% 40% 30% 23% 20% 20% 14% 10% 1% 1% 1% 0% 0% 1% 0% 2% 4% 0% NÃO OPINOU INSATISFATÓRIO Importância do tema REGULAR Conteúdos abordados BOM EXCELENTE Aplicabilidade dos conteúdos da vida Fonte: IBGE/DE/CRH/GEDES e GESAT – Programa Novo Tempo – 2014. 11 Gráfico 3 – Avaliação dos palestrantes. Avaliação dos palestrantes, Programa Novo Tempo, 2014 100% 90% 82% 80% 82% 80% 78% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 16% 19% 20% 17% 10% 0% 0% 0% 2% 0% 0% 0% 1% 0% 1% 1% 1% 0% NÃO OPINOU INSATISFATÓRIO Domínio do conteúdo REGULAR Habilidade para interagir com a plateia BOM Comunicação clara e objetiva EXCELENTE Esclarecimento de dúvidas Fonte: IBGE/DE/CRH/GEDES e GESAT – Programa Novo Tempo – 2014. Gráfico 4 –Avaliação da satisfação dos servidores com a duração das palestras. Satisfação dos servidores com a duração das palestras, Programa Novo Tempo, 2014. 100% 88% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 8% 10% 3% 1% 0% NÃO OPINOU INSUFICIENTE MUITO LONGA SUFICIENTE Fonte: IBGE/DE/CRH/GEDES e GESAT – Programa Novo Tempo – 2014. 12 Gráfico 5 –Indicações das palestras do programa a outros servidores. Indicações das palestras a outros servidores, Programa Novo Tempo, 2 0 1 4 100% 96% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 3% 1% 0% NÃO OPINOU NÃO SIM Fonte: IBGE/DE/CRH/GEDES e GESAT – Programa Novo Tempo – 2014. Gráfico 6 –Temas de interesse dos servidores. Temas de interesse dos servidores, primeiro e segundo semestres de 2014 Ganhos e perdas na aposentadoria 55% Planejamento para aposentadoria 53% Promoção da saúde / nutrição 48% Educação financeira 48% Administração do tempo 46% Relações familiares e sociais na aposentadoria 40% Empreendedorismo 40% Legislação e proventos 39% Trabalho voluntário 38% Lazer Outros 0% 38% 7% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Fonte: IBGE/DE/CRH/GEDES e GESAT – Programa Novo Tempo – 2014. Gráfico 7 –Intenções de aposentadoria dos servidores por ano. Previsão de aposentadorias por ano, Programa Novo Tempo, 2014 100% 90% 80% 70% 60% 50% 35% 40% 38% 30% 17% 20% 5% 10% 1% 1% 1% 0% 2014 2015 2016 2017 2018 2019 1% 2020 Não informou Fonte: IBGE/DE/CRH/GEDES e GESAT – Programa Novo Tempo – 2014. 13