- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de

Transcrição

- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
OUTUBRO - 2010 número 332
Roberto Parizotti
JORNAL DOS JORNALISTAS
Liberdade
de Imprensa!
Ato em Defesa da Democracia e contra o Golpismo Midiático realizado no Sindicato
CAMPANHA SALARIAL
Aumento real no interior e impasse na capital
Pág. 3
MERCADO DE TRABALHO
Mais jornalistas com registro em carteira nas TVs
Pág. 8
PRÊMIO VLADIMIR HERZOG
Entrega será no dia 25 de outubro no Tuca
Pág. 9
Págs. 6 e 7
E ditorial
UNIDADE
2
midada, pressionada pelo governo, ou
patrulhada por partidos e movimentos organizados que só representam a
si próprios, financiados pelo aparelho
estatal. Não aceito patrulha de ideias nem azul, nem vermelha. A sociedade
é multicolorida, multifacetada, plural.
E assim deve ser”.
A leitura atenta desse trecho deixa
clara a sintonia da candidatura tucana com as mesmas ideias adotadas
pela Associação Nacional de Jornais
(ANJ), contrária a qualquer possibilidade de incidência sobre a mídia e que
entre outros temas serviu de argumento para o ministro Gilmar Mendes (STF) apresentar o parecer para
eliminar a necessidade de diploma
para o exercício da profissão.
Assim, a disputa eleitoral se divide
entre a posição conservadora e neoliberal de Serra e a da candidata Dilma
Rousseff, que entende a comunicação
como atividade de caráter público e
que deve ser debatida pela sociedade.
Apesar de diferenças pontuais, os programas de Plínio Sampaio (PSOL),
Marina Silva (PV) e Ivan Pinheiro
(PCB) também entendem a comunicação como direito do cidadão e não
como simples mercadoria.
O desenrolar do debate político e a
posição pública assumida por alguns
jornais e revistas em relação às candidaturas comprovou como foi acertada
a realização do ato sindical e popular
de protesto contra a posição de alguns
veículos de comunicação que enxergam como “censura” qualquer crítica
que se faça às posições do patronato
da mídia.
No segundo turno volta o embate
entre duas concepções distintas de
liberdade de imprensa e comunicação. Neste momento, os jornalistas,
sem abrir mão do profissionalismo e
da ética que preconiza a busca da veracidade e da pluralidade de opinião,
devem escolher o lado que fará avançar as conquistas da Confecom, da regulamentação profissional, da criação
de uma Lei Democrática de Imprensa
e da consolidação da Comunicação
como um direito do cidadão. O futuro
de nossa profissão está em jogo.
Diretoria do Sindicato
Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP
01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11)
3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191
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site: www.jornalistasp.org.br
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato.
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente
José Augusto de Oliveira Camargo (Guto)
Secretário Geral
André Luiz Cardoso Freire
Secretário de Finanças
Kepler Polamarçuk
Secretário do Interior
Alcimir Antonio do Carmo
Secretária de Cultura e Comunicação Rose
Nogueira
Secretária de Relações Sindicais
e Sociais
Evany Conceição Francheschi Sessa
Secretário Jurídico e de Assistêncial Paulo
Leite Moraes Zocchi
Secretária de Ação e Formação Sindical
Telé Cardim
Secretária de Sindicalização
Márcia Regina Quintanilha
CONSELHO DE DIRETORES
Suely Torres de Andrade
Luigi Bongiovanni
José Aparecido Dos Santos (Zezinho)
Cláudio Luís De Oliveira Soares
Candida Maria Rodrigues Vieira
Luiz Francisco Alves Senne (Kiko)
Ari De Moura
Wladimir Miranda
Lílian Mary Parise
DIRETORES REGIONAIS
Bauru -Flavio Augusto Melges
Campinas- Agildo Nogueira Júnior
Oeste Paulista-Sèrgio Barbosa
Piracicaba- Martim Vieira Ferreira
Ribeirão Preto- Aureni Faustino de Menezes
Santos-Carlos Alberto Ratton Ferreira
São José do Rio Preto- Daniele Jammal
Sorocaba- José Antonio Rosa
Vale do Paraíba,Litoral Norte
e Mantiqueira - (Diretor adjunto do Interior)
Edivaldo Antonio Almeida
COM.REG.E FISC. EXERC. PROF.
(CORFEP)
Douglas Amparo Mansur, Vítor Ribeiro,
José Eduardo De Souza. Rodrigo da Silva
Ferrari.Suplente: Alan Rodrigues (Diretor
adjunto de comunicação)
CONSELHO FISCAL
José Donizeti Costa, Marcelo Carlos Dias
dos Santos, Dulcimara Cirino, Carlos
Eduardo Luccas (suplente) e Simone De
Marco Rodrigues (suplente)
DIRETORIAS DE BASE
Bauru
R. Primeiro de Agosto,447 sala 604E
CEP. 17010-011 Tel.(14) 3222-4194
E mail – [email protected]
Marcelo De Souza Carlos, Ieda Cristina
Borges, Sergio Luiz Bento, Karina
Fernanda Prado Grin e Flavio Augusto
Melges (Tuca Melges)
Campinas
R. Dr Quirino, 1319 9° and
CEP . 13015-082 Tel (19) 3231-1638
E mail – [email protected]
Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Katia Maria
Fonseca Dias Pinto, Orlando De Arco e
Flexa Neto e Fernanda De Freitas
Oeste Paulista
R. Pedro de Olveira Costa,64 Sbs da CUT
CEP. 19010-100 Tel. (18) 3901-1633
E mail - [email protected]
Tânia Brandão, Priscila Guidio Bachiega,
Danilo Augusto Maschio Pelágio, Fernando
Sávio Rodrigues Dos Santos, Hércules
Farnesi Da Costa Cunha e Sergio Ricardo
Guzzi
Piracicaba
Pça. José Bonifácio,799 sala 22
CEP.13400-120 Tel.(19) 3434-8152
E mail – [email protected]
Vanderlei Antonio Zampaulo, Luciana
Montenegro Carnevale, Paulo Roberto
Botão,Ubirajara Toledo,Poliana Salla
Ribeiro e Fabrice Desmont’s Da Silva
Ribeirão Preto
R. Dr Américo Brasiliense,405 sala 404
CEP.14015-050 Tel.(16) 3610 – 3740
E mail – [email protected]
Firmino Luciano Piton,Eduardo Augusto
Schiavoni, Antônio Claret Gouvêa e Tadeu
Queiroz Da Silva
Santos
R.Martin Afonso,101 6° and
CEP.11010-061 Tel (13) 3219 – 4359
E mail- [email protected]
Joaquim Ordonez Fernandes De Souza,
Reynaldo Salgado,Eraldo José Dos Santos
Glauco Ramos Braga, Emerson Pereira
Chaves,Marcelo Luciano Martins Di Renzo
e Pedro Figueiredo Alves Da Cunha
Sorocaba
R.Cesario Mota,482
CEP.18035-200 centro Tel.(15) 3342 -8678
E mail - [email protected]
Adriane Mendes, Fernanda De Oliveira
Cruz, Regivaldo Alves Queiroz, Emídio
Marques e Marcelo Antunes Cau
São José do Rio Preto
R.Major Joaquim Borges de Carvalho,497
CEP.15050 -170 Vila Angélica
Tel. (17) 3211 – 9621
E mail – [email protected]
Jocelito Paganelli, Rubens Cárdia Neto,
Luiz Roberto Montagna Zanatta, Sérgio
Ricardo Do Amaral Sampaio, Cássia
Morgon Fernandes e Antonio Carlos Ribeiro
Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira
R.Cons Rodrigues Alves,203 casa 02
Cep.12209-540 Tel.(12) 3241-2686
E mail – [email protected]
Jorge Silva, Sirlene Santana Viana, Neusa
Maria De Melo,Rita De Cássia Dell’ Áquila e
Fernanda Soares De Andrade
COMISSÃO DE ÉTICA
Denise Fon, Roland Marinho Sierra, Antonio
Raimundo Chastinet Pontes Sobrinho, Alcides
Rocha, Flávio Tiné, Fernando Jorge, Dr. Lúcio
França ,Cristina Charão, Antonio Funari Filho
e Padre Antonio Aparecido Peres
EXPEDIENTE
Diretor responsável: Rose Nogueira (MTb
9736/SP) Editor: Simão Zygband (MTb 12.474/
SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb
27.183/SP) Reportagem: Ana Paula Carrion
(MTb-8842/RS) Colaborador: Eduardo Ribeiro
(Moagem) Impressão: Foma Certa Fone (11)
3672-2727 Tiragem:10.000 exemplares.
Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Luiz
Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho,
Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe e
Adunias Bispo da Luz.
Jornalistas do Interior e Litoral
conquistam aumento real
A
s empresas situadas no Interior e Litoral de São Paulo já pagaram os salários de
setembro com o aumento
real de 0,5% conquistados pelos jornalistas de Jornais e Revistas e muitas delas também quitaram o retroativo a 1º
de junho, que é a data-base da categoria.
Com este índice, os profissionais do estado de São Paulo, exceto a Capital, podem
se orgulhar por que através de sua mobilização e participação na campanha salarial,
conquistaram 5,86% para todos os salários
Demissões no Diário de SP
O Sindicato recebeu inúmeras reclamações das más condições de trabalho e das
demissões que estão ocorrendo com as recentes mudanças na estrutura de comando da redação e na reformulação gráfica.
Pressão excessiva das chefias, exigência de produção além do horário legal
de trabalho, contratação de estagiários e
demissões (que somaram 14 em 15 dias)
são algumas das reclamações. O Sindicato exigirá que a legislação trabalhista seja
cumprida, para que os jornalistas não sejam constrangidos pelas suas chefias no
exercício de suas funções e que as vagas
voltem a ser preenchidas.
Ética na Comunicação
O Sindicato realizou em setembro o
seminário “A Liberdade de Imprensa e
a Ética na Comunicação”, que debateu
a cobertura jornalística com responsabilidade e respeito aos cidadãos tanto
na condição de fonte, quanto de leitor,
ouvinte ou telespectador.
O evento foi iniciativa da Comissão
de Ética do Sindicato e teve na organização dos trabalhos a jornalista Denise
Fon, integrante da Comissão. A Mesa
foi composta pelo presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto), o
Ouvidor das Polícias de São Paulo, Luiz
Gonzaga Dantas, o membro da Comissão de Ética da OAB/SP, Fábio Guedes
Garcia da Silveira e da Ação dos Cristãos para Abolição da Tortura (ACAT/
ONU), Rafael Antonio da Silva.
(reposição da inflação de 5,31% mais o aumento real de 0,5%). No início da campanha, os patrões ofereceram apenas 4%
de reposição, índice abaixo da inflação.
A maioria dos jornalistas consultados
através de plebiscito nas principais redações de jornais e revistas do Interior e Litoral, aprovou a proposta de
aumento e recebeu os salários de setembro, já com os reajustes retroativos, pagos nos dias 5 ou 6 de outubro .
“Os profissionais do Interior e Litoral,
que iniciaram a campanha salarial com
proposta inferior aos da Capital, conseguiram através de sua mobilização e do
engajamento reverter esta situação que,
se não é a ideal, ao menos, apresenta uma
evolução se comparada às últimas três convenções coletivas assinadas, quando não
houve qualquer aumento real de salários”,
destacou o presidente do Sindicato dos
Jornalistas, José Augusto Camargo (Guto).
Para o secretário do Interior e Litoral do
Sindicato, Alcimir Carmo, até o dia 23 do
mês passado, a contraproposta do sindicato
patronal era a de 5,31% (INPC do período)
Irregularidades no DCI
Plebiscito mostra que jornalistas
da Capital querem aumento real
O Sindicato convidou a direção do
jornal Diário do Comércio e Indústria
(DCI) para reunião para tratar de problemas como as péssimas condições
de trabalho dos funcionários. Segundo
denúncias, a empresa quer obrigar os
jornalistas a abrirem firma para receber
salários como Pessoa Jurídica (PJ). Um
grupo de editores já teria aberto empresa em sociedade com ex-funcionário do
RH (condição imposta pelo DCI para
arcar com os custos de abertura de empresa). Além disso, os valores médios
pagos pelo jornal aos PJs variam de R$
1.700 a R$ 2.500, o que está abaixo do
piso salarial da categoria.
Sindicatos juntos na IMESP
Os Sindicatos dos Jornalistas, Gráficos e Funcionários Administrativos de
Jornais encaminharam aos candidatos a
governador do Estado carta com reivindicações dos trabalhadores da Imprensa
Oficial (IMESP). O texto lista uma série
de irregularidades na empresa e denuncia a falta de disposição da diretoria para
negociar com as entidades sindicais. De
acordo com o texto, “muitas das ações
da atual diretoria afrontam a legislação
vigente”. Entre os problemas indicados,
estão as inúmeras demissões de funcionários de carreira (e a contratação de
apaniguados em cargos de confiança),
episódios de perseguição política e de
assédio moral, entre outros.
e sem qualquer perspectivas de alteração,
lembrando, que “a mobilização nas redações, feita pelos diretores regionais e a
própria manifestação de descontentamento dos profissionais frente ao faturamento
positivo das empresas, acabou por forçar
uma melhoria na proposta, com aumento real para todos os salários, bem como
em 3,42% de aumento real no benefício da
alimentação”. Os patrões da Capital, até o
fechamento desta edição, insistiam em repor apenas a inflação e dar aumento real
somente para o piso salarial (vide abaixo).
Os jornalistas de
Quadro de votação
Jornais e Revistas da
Capital rejeitaram em Redação
Total
Sim
Não
plebiscito a proposta
patronal de reajuste Estadão
96
50
46
de 5,31% para todos
10
09
01
os salários (reposição Folha
25
integral da inflação), Ed. Globo
23
02
e um aumento real de
62
Uol
11
51
0,5% apenas para os
12
01
11
que recebem piso sala- Info.Globo
rial – que, com reajuste Diário do Com
34
08
26
total de 5,81%, passaria
43
04
39
a ser de R$ 1.940,00 Editora Três
para uma jornada de 5 Diário de SP
10
03
07
horas e de R$ 3.104,00
142
Ed Abril
25
117
para 7 horas. No to84
15
69
tal, votaram 596 tra- Brasil Econ
balhadores dos quais Valor Econ
78
07
71
440 optaram pela não
596
Total
156
440
aprovação (73,8%), 156
patronal para os jornalistas do Interior. Não
foram a favor (26,2%).
há por que os trabalhadores da Capital não
Não houve votos brancos ou nulos.
Para o presidente do Sindicato, José Au- receberem tais benefícios”.
O Sindicato dos Jornalistas encaminhou
gusto Camargo (Guto), o resultado deste
plebiscito reafirma o descontentamento da carta ao Sindicato dos proprietários de
categoria diante da negativa das empresas Jornais e Revistas solicitando que as emem melhorar a proposta de reajuste, com presas revejam a posição e estendam o reaumento real nos salários, já que elas se be- ajuste de 0,5% acima do INPC para toda
neficiam do crescimento econômico do país, categoria, como passo decisivo para que os
mas não querem repartir os resultados com jornalistas aprovem a Convenção Coletiva
os trabalhadores. ”A categoria decidiu man- desse ano. Até o fechamento desta edição,
ter a luta e a mobilização na busca do aumen- os patrões não haviam apresentado uma
to real, que já foi concedido pelo sindicato nova contraproposta.
OUTUBRO 2010
OUTUBRO 2010
O
debate sobre democratização da comunicação, liberdade de imprensa e
de expressão está presente na campanha presidencial. Os candidatos que
disputaram o primeiro turno (Dilma
Rousseff - PT, José Serra - PSDB, Plínio Sampaio - PSOL, Marina Silva PV, José Maria Eymael - PSDC e Ivan
Pinheiro – PCB) apresentaram propostas sobre este tema tão importante
aos jornalistas em seus programas de
governo, conforme registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas José Maria de Almeida (PSTU),
Levy Fidelix (PRTB) e Rui Pimenta
(PCO) não incluíram o assunto em
suas plataformas eleitorais.
No segundo turno das eleições, disputado agora entre Dilma Rousseff
(PT) e José Serra (PSDB), o papel da
imprensa certamente continuará no
centro do debate.
As “diretrizes programáticas” da
candidatura Dilma Rousseff apresenta no capítulo “Acesso à comunicação,
socialização dos bens culturais, valorização da produção cultural e estímulo
ao debate de idéias” uma breve análise
sobre a questão da comunicação onde
registra que “apesar dos avanços dos
últimos anos, a maioria da população
brasileira conta, como único veículo
cultural e de informação, com cadeias
de rádio e de televisão, em geral, pouco afeitas à qualidade, ao pluralismo,
ao debate democrático.”
A análise avança com a constatação de que as “modernas tecnologias,
como aquelas ligadas à Internet, além
das TVs públicas, têm permitido um
arejamento cultural e político que
pode compensar o monopólio e concentração dos meios de comunicação”
e aponta para a necessidade de criar
“iniciativas que estimulem o debate de
ideias, com o fortalecimento das redes
públicas de comunicação e o uso intensivo da blogosfera”.
Quanto ao tucano José Serra, o texto apresentado pela candidatura ao
TSE resume-se a um discurso feito
na Convenção Nacional do PSDB, em
Salvador, em 12 de junho, quando oficializou sua candidatura. As palavras
do candidato sobre o assunto são bastante simplistas: “Acredito na liberdade de imprensa, que não deve ser inti-
Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado de São Paulo
UNIDADE
As eleições e a democratização
da comunicação
Ação Sindical
3
4
R
epresentantes de movimentos sociais, sindicais e partidos políticos lotaram o Sindicato dos Jornalistas de São
Paulo, no dia 23 de setembro, para protestar
contra a manipulação realizada pelos veículos da grande mídia. O ato “Em defesa da
democracia e contra o golpismo midiático”
reuniu mais de 500 pessoas, que tomaram
todas as dependências da entidade. O auditório ficou totalmente lotado, além dos
corredores. Muitos participantes sequer
conseguiram entrar no prédio e se concentraram na rua em frente ao Sindicato.
A mobilização ganhou força após nota divulgada pelo presidente do Sindicato dos
Jornalistas de SP, José Augusto Camargo
(e posteriormente assinada pela Federação
Nacional dos Jornalistas – Fenaj), “Em defesa dos jornalistas, da ética e do direito à
informação”, que invadiu as redes sociais
e deu densidade ao movimento. A nota acessível no site do Sindicato, www.sjsp.
org.br - explicava os motivos pelos quais o
Sindicato sediava e apoiava o ato. A maioria
dos jornalistas foi favorável ao evento, mas
houve também aqueles que discordaram
por enxergar na atividade um caráter autoritário e de incentivo à censura.
Dias depois, após a bem sucedida manifestação, o jornal O Estado de S.Paulo
(Estadão) assumiu em seu editorial apoio
ao candidato do PSDB à Presidência da
República, José Serra. Sob o título de “O
mal a evitar”, veio a confirmação preferencial pela candidatura do tucano, que de
resto, já era claramente demonstrada em
sua cobertura jornalística da campanha
eleitoral.
A manifestação, nascida de uma ideia do
Os organizadores do
ato com dirigentes e
autoridades (acima)
e público na rua
que não conseguiu
entrar no prédio do
Sindicato
Centro de Estudos de Mídia Alternativa
Barão de Itararé e do chamado grupo dos
chamados Blogueiros Progressistas (Luiz
Nassif, Renato Rovai, Eduardo Guimarães,
Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Viana, Maria Fro, entre outros), conseguiu retirar os patrões da grande mídia da posição de “donos da verdade”.
Ela também recebeu a adesão das centrais
sindicais CUT, CTB, CGT e de partidos
políticos como o PT, PCdoB, PSOL e
membros do PSB, PDT, entre outros.
Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo
(Guto), a estratégia de denúncias dos barões da mídia, alterou os rumos da eleição
presidencial. “A sociedade brasileira mudou. Esta mídia não dialoga mais com a população e com os movimentos sociais. Ela
fez de tudo para tentar influenciar a opinião
pública, o que caracteriza o golpe midiático. Mas hoje a população está mais madura
e saberá filtrar e tirar suas próprias conclusões sobre as informações que recebe”.
Já Altamiro Borges (Miro), presidente
do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé e um dos organizadores da manifestação, rejeitou as acusações
de que o ato seria uma forma de tentar
amordaçar a imprensa. “Defendemos a
livre expressão”, diz ele. Ao final da manifestação, os organizadores divulgaram
documento “Pela ampla liberdade de expressão no Brasil”, que também consta do
site do Sindicato.
Presente ao ato, o coordenador nacional
do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, disse
que a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos donos favorece
a perseguição aos movimentos sociais. Ele
defendeu que o próximo governo não criminalize os movimentos sociais. “O próximo governo tem que investir na democratização da mídia”, disse
A ex-prefeita de São Paulo e deputada
federal do PSB, Luiza Erundina, também
presente ao ato, destacou o controle social
como maneira de fazer com que a mídia
atenda os interesses da população. “A sociedade não vai mais recuar na decisão de
ter controle desses meios”, disse após lembrar a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecon), no final
do ano passado, que discutiu a democratização da mídia no país.
E
José Hamilton Ribeiro recebe título de Cidadão Paulistano
Prêmio em homenagem
ao repórter é lançado
em Rio Preto
m comemoração aos 60 anos de televisão no Brasil , o Unidade entrevistou o
jornalista José Hamilton Ribeiro, que no dia 16 de setembro recebeu o Título
de Cidadão Paulistano entregue pela Câmara Municipal de São Paulo. Com
55 anos de profissão, ele é detentor de sete Prêmios Esso de Jornalismo e em
2008, foi ganhador do prêmio especial Vladimir Herzog, em sua 30ª edição. No Sindicato dos
Jornalistas, também teve atuação marcante. Tornou-se vice-presidente na gestão de Antonio Carlos
Fon (1990/93), presidindo junta governativa, entre abril e novembro de 1993. Foi conselheiro
na gestão de Audálio Dantas (1975/1978) e suplente da diretoria na gestão de Emir Nogueira
(1981/1984). Também foi diretor Cultural no mandato de Everaldo Gouveia (1994/1997).
Quando o Sindicato completou 60 anos, editou o livro “Jornalistas – 1937 a 1997 – a história
da imprensa de São Paulo vista pelos que batalham laudas (terminais), câmeras e microfones”.
Nascido em Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo, veio para a capital estudar jornalismo na Faculdade Cásper
Libero em 1954. Desde 1982 é repórter da TV Globo.
Zé Hamilton, como costuma ser tratado pelos colegas, conheceu os horrores da guerra do Vietnã, onde perdeu
a perna em acidente com mina terrestre em 1968. Seu trabalho nas redações das revistas Realidade e Quatro Rodas,
na Folha de S. Paulo e nos programas Globo Repórter, Fantástico e Globo Rural fazem parte desta trajetória.
Nesta entrevista, ele fala da qualidade do jornalismo no País e de sua experiência no telejornalismo brasileiro.
O Sindicato dos Jornalistas no Estado de São
Paulo lançou no dia 25
de setembro, em São José
do Rio Preto, o Prêmio
de Jornalismo Profissional
José Hamilton Ribeiro. A
homenagem contou com a
presença do presidente da
Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj), Celso
Schröder e do secretário
do Interior do Sindicato
secretário executivo da Federação dos Jornalistas de
Língua Portuguesa(FJLP),
Alcimir do Carmo . Familiares e amigos também prestigiaram o evento que teve palestra
do homenageado, onde relatou passagens dos anos de profissão.
O Prêmio José Hamilton Ribeiro possui sete categorias e deverá
receber inscrições dos materiais jornalísticos produzidos entre 26
de setembro de 2010 a 26 de junho de 2011. Um júri especial, formado por profissionais experientes e atuantes em grandes veículos,
de comunicação será formado para premiar os ganhadores
Na cerimônia de lançamento do prêmio, José Hamilton recebeu
ainda a Comenda Fenaj que lhe foi concedida no 33º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em São Paulo, em 2008, no qual não
pode estar presente. Após a noite de gala do jornalismo, foi realizada
a 2ª Chopada dos Amigos da Imprensa, onde participaram profissionais de diversos veículos e assessorias da região.
Jornalista é
homenageado
(na foto, com o
presidente da
Fenaj, Schröder e o
diretor do Interior,
Alcimir - à
esquerda)
Unidade: Fale sobre o jornalismo que se desenvolvia
no início da TV brasileira,
que completou 60 anos em
setembro?
Zé Hamilton: O telejornalismo teve uma fase histórica, quase heróica, em
que o jornalismo dependia
de alguns repórteres. São
Paulo teve alguns memoráveis como Tico-Tico,
que foi o primeiro a ter um
gravador de vídeo-tape no
Brasil comprado com dinheiro do próprio bolso.
Na época, ele estava na TV Tupi, que
teve um avanço no telejornalismo devido a seu equipamento. Mas essa fase
heróica onde o próprio repórter chegava
a comprar um equipamento acabou. Ela
foi superada pela tecnologia. Assim, a
televisão descobriu o Brasil. Antes dela,
ninguém sabia que nevava no sul do
país, por exemplo.
Unidade: Como você vê a televisão nos dias
de hoje? Quais diferenças encontra com a de antigamente?
Zé Hamilton: Com acesso a tecnologia
e a qualidade dos jornalistas brasileiros
temos hoje um telejornalismo que pode
ser comparado aos melhores do mundo.
Evidente que ainda perde para a BBC em
documentários, perde para os americanos na rapidez, na densidade, mas perde
por pouco. Hoje a Globo tem capacidade
de colocar um repórter e um câmara em
qualquer lugar do mundo em 12 horas.
Isso é um negócio fantástico.
Unidade: Você foi diretor do Sindicato dos
Jornalistas. Como foi essa experiência?
Zé Hamilton: Fui sim, em diversas gestões, inclusive, eu estava na diretoria onde
morreu Vladimir Herzog e participei do movimento de denúncia feito naquela época.
Unidade: Como você sentiu a repercussão
deste episódio?
Zé Hamilton: Existia uma eletricidade no ar do Brasil que não aguentava
mais a ditadura e muito menos a prisão
e a tortura de inocentes. O episódio da
morte do Herzog foi um estopim que explodiu e a sociedade brasileira usou para
dizer “Nunca Mais”. “Isso Nunca Mais”.
Hoje nós vivemos em uma sociedade sem
tortura e sem presos políticos, mas com
tortura de presos comuns. E isto também
tem de acabar.
OUTUBRO 2010
Sindicato
sedia o ato
contra golpismo midiático
“A televisão descobriu
o Brasil”, diz José
Hamilton Ribeiro
Sergio Sampaio
UNIDADE
OUTUBRO 2010
André Freire
Homenagem
UNIDADE
Fotos:Roberto Parizotti
Democracia
Auditório
Vladimir Herzog
recebeu lotação
histórica
5
Os 60 anos de televisão pelo olhar de quem fez
6
Em 1950, Assis Chateaubriand
fundou em São Paulo a primeira emissora da América do Sul.
Ela surgiu com participação efetiva do
Moinho Santista, Sul-América de Seguros, Cervejaria Antarctica Paulista
e Laminação Nacional de Metais, que
pagaram adiantado por um ano de publicidade para aquisição dos equipamentos, orçados em US$ 5 milhões.
A ideia inicial era que a emissora fosse
montada no Rio de Janeiro, então capital do país para a cobertura da Copa
do Mundo de 1950, que seria realizada no Brasil, com final no estádio do
Maracanã. A empresa contratada para
montar o equipamento foi a Gene-
MENIL BUSSAB
Unidade: O senhor foi
um dos primeiros cinegrafis- Menil Bussab
tas da TV brasileira. Conte
um pouco desta experiência?
Menil Bussab: Eu comecei junto com
a TV Tupi. Lá fiz inúmeras reportagens
e visitei mais de 20 países. Eu filmei o
famoso muro de Berlim, pelo lado da
Alemanha Oriental, quando ninguém
conseguia entrar lá. Eu e o repórter Tico-Tico, já falecido, entramos com um
voto de confiança e uma máquina es-
condida. Também filmei a morte de Bob
Kennedy, em 1968, nos EUA.
Unidade: Entre tantas matérias tem alguma
que seja mais especial?
Menil Bussab: Sim, acho que foi a visita de João Paulo VI à Terra Santa. O
mundo inteiro estava
lá. Eu estava em uma
montanha com aquelas máquinas enormes
e consegui aproximar
bem a imagem usando uma teleobjetiva.
Tempos depois recebi
um telegrama do então
presidente do Brasil,
Juscelino Kubitschek
que dizia assim “Congratulo o companheiro
Menil Bussab pela excelente filmagem feita na
Terra Santa. Parabéns
ao povo brasileiro!”
Unidade: Como eram os equipamentos que
vocês utilizavam?
Menil Bussab: Eram enormes, com
uma máquina sonora e tripé.
Unidade: O senhor trabalhou em muitos
veículos?
Menil Bussab: Quando a TV Tupi fechou em 80 eu fui para a TVS (SBT) onde
fiquei mais dois anos e depois me aposentei
Saiba como nasceu a TV brasileira
ral Electric, mas ela encontrou obstáculos para cumprir o prazo estipulado.
A principal dificuldade foi a negativa
da Igreja Católica em permitir o uso do
morro do Corcovado, onde se localiza
o Cristo Redentor, para a instalação da
torre de transmissão. Os engenheiros
foram obrigados a procurar outro local.
Foi escolhido então o morro do Pão de
Açúcar, onde também houve problemas.
Ao final, decidiu-se pela instalação em
São Paulo, através da RCA. O local escolhido para a colocação da primeira torre
foi o prédio do Banco do Estado de São
Paulo, o mais alto da capital paulista.
Os estúdios ficariam no bairro do Sumaré, também localizado em topografia elevada e onde já existia a sede
das rádios Associadas Difusora e
Tupi, que cederiam artistas e técnicos.
Em meados de 1950, chegou dos Estados
Unidos, a bordo do navio Moore Mccormack Lines, o equipamento adquirido
da RCA para a TV, acompanhado pelo
engenheiro americano, Walther Obermuller. Ele orientou a equipe de técnicos brasileiros, chefiada por Jorge Edo e
Mario Alderighi. Assis Chateaubriand,
acompanhado por vários artistas, entre eles Hebe Camargo, foi pessoalmen-
te ao porto de Santos receber a carga.
Durante os trabalhos de montagem dos
equipamentos, o engenheiro Obermuller
perguntou a Alderighi e ao diretor artístico da emissora Dermeval Costa Lima
quantos aparelhos de TV existiam em
São Paulo. A resposta deixou o técnico
pasmo: nenhum. O próprio Obermuller
foi conversar com Chateaubriand sobre o
problema, que respondeu: “não esquente
a cabeça, que tudo no Brasil dá-se um jeito”. A princípio, o jornalista resolveu importar 200 televisores, mas ao descobrir
que a burocracia atrasaria a entrega, não
teve dúvidas: resolveu contrabandeá-los.
O primeiro televisor do Brasil foi entregue de presente ao presidente da República, general Gaspar Dutra, no Rio de
janeiro, apesar da capital do país não ter
emissora de televisão. Metade da carga,
Chateaubriand deu aos amigos e a outra foi vendida pelas lojas Cássio Muniz.
Quando da inauguração da televisão em
São Paulo, apenas cinco famílias paulistanas possuíam aparelhos de TV em casa.
Na tarde do dia 18 de setembro de 1950,
no edifício sede dos Diários e Emissoras Associados, localizado na Rua Sete de
Abril, o bispo auxiliar de São Paulo, Dom
Paulo Rolim Loureiro promoveu cerimô-
RUBENS MANENTE
Unidade: Relate um pouco de sua experiência?
Rubens Manente: Eu comecei como
assistente e depois passei a cinegrafista.
Também iniciei a carreira na TV Tupi e
gostava de trabalhar com o Assis Chateaubriand. Depois fui para Manchete e TV
Cultura, onde fiquei quase 20 anos.
Unidade: Como era o cotidiano de um cinegrafista naquela época?
Rubens Manente: Trabalhava-se e
viajava-se muito. E para o exterior o assistente não ia. Viajava apenas o cinegrafista que acabava fazendo tudo: filmagem,
iluminação e áudio. Não era brincadeira,
fora a responsabilidade que era muito
grande. Hoje se faz tudo automático. No
nosso tempo isso era uma vergonha . A
gente trabalhava com o diafragma para
medir a iluminação
Unidade: Como sindicalizado, como foi a sua
participação no Sindicato?
Rubens Manente: Sempre fui filiado
ao Sindicato, mas devido a intensa agenda de trabalho nunca tive muito tempo
para participar das atividades. Mas, através de uma reivindicação nossa, a categoria conquistou o status de repórter
cinematográfico e jornada de trabalho
de 5 horas.
nia de bênção e batismo das câmeras e
estúdios, transmitida pela televisão. O
fundador Chateaubriand leu discurso
enaltecendo a novo meio comunicação.
Após o evento, todo equipamento da televisão foi transportado da sede dos Associados, no centro da cidade, para o estúdio
no Sumaré, adaptado ao lado do prédio
das rádios Associadas, Tupi, a PRG-2, e
Difusora de São Paulo, PRF-3, que receberia a concessão da emissora de televisão,
outorgada seis meses depois, através do
Decreto 27.332, de 7 de março de 1951,
pelo presidente Getúlio Vargas e o ministro da Viação e Obras Públicas Álvaro de
Souza Lima. Mas a co-irmã Tupi é que acabou dando o nome à emissora de TV.
OUTUBRO 2010
André Freire
Acervo pessoal
Heitor Augusto: Foi na TV Tupi quando
lancei o “Telex do Consumidor” (para quem
não conheceu, o telex foi precursor do fax;
hoje seria o “E-mail do Consumidor). Foi Saulo Gomes
Heitor Augusto
Rubens Manente
marcante porque começou como um simples quadro na programação da tarde, especialmente voltado para as mulheres. E como
vivíamos numa época de grande e contínua
inflação, o programa foi crescendo, atingindo os mais variados setores da economia. Da
produção à distribuição.
Saulo Gomes: Tive vários momentos
que marcaram minha profissão. Entre eles a
cobertura dos casos do Esquadrão da Morte,
André Freire
Fera da Penha, Caso PC Farias,
Maníaco do Parque. As coberturas dos acontecimentos de 1964
resultaram na minha cassação e
meu exílio no Uruguai.
Fora do campo político e policial, foram marcantes: minha
primeira entrevista com Chico
Xavier em 1968 e o Programa
Pinga-Fogo, na TV Tupi de
São Paulo em 1971. O PingaFogo com Chico Xavier foi
lançado por mim em livro e
DVD, sendo que está entre os mais venTelê Cardim (no detalhe) e foto histórica de Assis Chateaubriand na inauguração da TV Tupi
didos do Brasil. No início da televisão, há 60 anos
atrás, a profissão de repórter cinematográfico era muito diferente da atual.
Não havia equipamento automático e a
iluminação era controlada manualmente por diafragma (entrada de luz). É o
que relatam dois profissionais que viveram naquela época, utilizando
câmeras RCA, as primeiras da televisão brasileira, pertencentes à
TV Tupi: Menil Bussab,
de 83 anos e Rubens
Manente, de 76 anos,
mais conhecido como
Rubinho.
André Freire
e Nacional (hoje é Globo)
Saulo Gomes - ex-repórter policial:
Comecei no rádio em 1956 e na televisão em 1960, na TV Continental do Rio
de Janeiro - Canal 9. Nesses 50 anos de
jornalismo na TV sempre atuei com responsabilidade e independência, sendo responsável por grandes “furos” jornalísticos, principalmente no campo policial
e político.
Unidade: Como era feito o jornalismo na
TV?
Telê Cardim: Tudo era muito difícil,
mas emocionante. Naquela época existia o
furo de reportagem coisa muita rara atualmente. Hoje a preocupação está em informar. O jornalismo mudou bastante com as
novas tecnologias.
Heitor Augusto: Era tudo na base do
filme, tendo o repórter-cinematográfico
que fazer verdadeira ginástica, trocando
os rolos de filmes, dentro de um “saco
preto” para não serem velados. E a grande dificuldade era trazer matérias do exterior. No Oriente Médio, por exemplo,
fazíamos as matérias rapidamente, pois
havia um prazo limite para transpor a
fronteira entre a Jordânia e Israel. E correndo sempre atrás de um comandante
ou passageiro de avião para que trouxessem os filmes em mãos.
Saulo Gomes: Para começar, o jornalismo era mais respeitado, era exercido
com muita responsabilidade, com coragem, reportando fielmente os fatos, “sem
maquiagem”. O jornalismo policial, em
muitos casos, ajudou no esclarecimento de
muitos crimes.
Unidade: Vocês se lembram de alguma
matéria ou reportagem marcante?
Telê Cardim: Na época da TV Tupi, foi
a entrevista que eu fiz com o astronauta
Yuri Gagarin, que veio em visita ao Brasil.
Fiz uma pergunta sobre a repercussão da
ditadura brasileira em seu país. Ele disse
que era lamentável e eu questionei: mas a
União Soviética não é uma ditadura? Ele
se calou.
Acervo Alesp
Unidade: Como você começou na TV?
Telê Cardim - diretora do Sindicato,
atua hoje na TV Record: Eu tinha gosto
pelo teatro. Este foi o meu primeiro interesse. E fiz algumas peças. Em uma delas
conheci o Kalil Filho, que era diretor artístico da TV Excelsior e apresentador do
Jornal Vanguarda no canal 9 de São Paulo.
Naquela época, anos 70, eu estava fazendo
uma peça no teatro de Arena que tinha no
elenco Milton Gonçalves, Juca de Oliveira,
Ari Toledo, entre outros. E Kalil foi assistir.
Eu fazia um papel pequeno que chamou a
atenção dele e ele veio conversar comigo.
E disse. “Sabe que você tem jeito para ser
jornalista”. Na época eu fazia educação física, mas aceitei o conselho e entrei para a
faculdade Cásper Libero, onde comecei a
me entrosar com o pessoal do jornalismo.
Trabalhei então na TV Excelsior, Tupi,
Bandeirantes, TV Gazeta, SBT e Record,
onde estou até hoje.
Na profissão, comecei a participar do
Sindicato. Ingressei nele em 1971, mas o
que me segurou e me trouxe definitivamente para ele foi a morte de Vladimir Herzog
que obrigou os jornalistas a tomarem posição diante da situação em vivia o país.
E o Sindicato naquele momento era uma
trincheira de luta. Não precisa estar na luta
armada. Bastava entrar no sindicato para
ser contra a ditadura. Além da morte de
Vladimir Herzog havia colegas que desapareciam de repente.
Heitor Augusto - jornalista aposentado: Minha trajetória foi rica e variada,
mas, antes de fazer TV já fazia Rádio.
Naquela época isto era muito comum.
Comecei substituindo alguns colegas e
acabei sendo contratado. Isto na antiga TV Tupi, no programa do meio-dia.
Depois, fui para a TV Cultura, que pertencia aos Diários Associados, uma fase
muito boa pois, como professor, lancei o
primeiro telecurso na televisão. Trabalhei
na extinta TV Excelsior , Tupi, Cultura,
Excelsior, Bandeirantes, Globo e Record
e nas rádios Bandeirantes, Tupi/Difusora
Conheça os primeiros repórteres
cinematográficos do Brasil
UNIDADE
UNIDADE
OUTUBRO 2010
A televisão brasileira completou 60 anos em setembro. Para saber como foi criado o principal veículo de comunicação
de massa, que transformou a vida de milhões de brasileiros, o Unidade entrevistou profissionais que fizeram parte
desta história de sucesso. Telê Cardim, Heitor Augusto, Saulo Gomes, Menil Bussab e Rubens Manente são jornalistas que, à sua maneira, contribuíram de maneira decisiva para trazer notícias e informar os telespectadores
Acervo pessoal
História
7
UNIDADE
Sr. Editor do Unidade,
Cresce número
de jornalistas
de TV com
carteira assinada
I
nformações obtidas através da
Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) elaborada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, correspondentes aos anos de 1995
a 2008 mostram evolução do emprego
com carteira assinada nas emissoras de
TV de São Paulo. Desde 2002, há uma
recuperação no mercado de trabalho
para jornalistas deste setor, que na última
amostragem, apurada em 2008, totalizavam 1.590. Ao contrário do que se possa
imaginar, este número é composto majoritariamente por homens.
As empresas de TV também não podem reclamar do faturamento: em 2009,
segundo números do Meio&Mensagem,
especializado em mídias, o segmento
apresentou um faturamento publicitário
da ordem de R$ 13,6 bilhões, suficiente
para conceder reajustes melhores para os
jornalistas e não somente o INPC (índice
de inflação), como tem acontecido nas últimas negociações.
“As empresas do setor de rádio e TV
foram beneficiadas pela política econômica dos últimos anos mas, infelizmente,
isso não se refletiu nos salários e tampouco nas condições de trabalho”, declarou
o presidente do Sindicato, José Augusto
Camargo (Guto).
Esta é a radiografia das empresas do setor
- De 1995 a 2008, o número de jornalistas que trabalham em televisão passou de
559 a 1.590, o que representa crescimento
de 184,4%.
- No mesmo período, os homens viram
sua participação crescer nas redações de
316 para 866, crescimento de 174,1%.
- As mulheres, que em 1995 eram apenas 243, encerraram o ano de 2008 sendo
724 jornalistas, uma expansão de 197,9%.
- Em 2008, 45,5% dos jornalistas que
trabalhavam em televisão eram do sexo
feminino e 54,5% masculino. Apesar de
serem ainda minoria, a presença feminina
aumentou em relação a 1995, já que naquele ano elas eram apenas 43,5% do total, enquanto os homens representavam 56,5%.
- Quanto ao faturamento publicitário,
as empresas de televisão também vêm obtendo resultados expressivos ano a ano. O
crescimento foi de 289%, quando saltou
de R$ 3,5 bilhões em 1996 para R$ 13,6
JORNALISTAS DE TELEVISÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO
ANO
1995
2002
2005
316 % 56,53 MULHERES
377
47,90
438
49,66
57,20
715
243 % 43,47
52,10
410
50,34
444
42,80
535
2007
2008
862
866
737
2000
8
HOMENS
53,91
54,47
724
46,09
45,53
bilhões em 2009. Vale lembrar que no
mesmo período, a variação da inflação,
medida pelo INPC foi de 147%.
- Em outras palavras, significa que as
TVs apresentaram ganho real de 57% apenas com receitas decorrentes de anúncios
publicitários.
- Para essa mesma inflação de 147%, e
para o mesmo período, de 1996 a 2009, os
salários tiveram reajustes de apenas 118%,
ou seja, uma perda real de 12%.
- Por fim, a participação
relativa
das TVs, no total
TOTAL 559 do faturamento publicitário, também
787 aumentou, passando
59% em 1996 para
882 de
61% em 2009.
1.250
1.599
1.590
Relatório elaborado
pela Assessoria
Econômica
do Sindicato dos
Jornalistas
de São Paulo
Nota publicada na edição 331 (setembro de 2010), intitulada “Chapa 2 pede
recontagem de votos na posse da nova
diretoria” (p. 5), incorre em vários erros
factuais, a começar do título. Assim, pedimos a publicação desta carta, para repor a
verdade sobre a disputa eleitoral na Fenaj:
1) A Chapa 2 não pediu recontagem de
votos “na posse da nova diretoria”. O
pedido foi apresentado inicialmente à
Comissão Eleitoral Nacional (CEN) da
Fenaj no dia 30/7, e rejeitado. A ata da
CEN, indispensável para a ação judicial,
só ficou pronta em 6/8. A Chapa 2 recorreu à Justiça do Trabalho em 16/8 e
a juiza Sandra Bernardo Silva despachou
favoravelmente em 18/8. A posse da nova
diretoria da Fenaj só ocorreu em 21/8,
ao final do Congresso de Porto Alegre.
2) A juíza atendeu integralmente ao
nosso pedido, e em audiência realizada em Brasília em 25/8 a Fenaj precisou entregar a documentação exigida.
A Chapa 2 teve acesso aos documentos de quatro dos sindicatos citados. Só
Goiás descumpriu a decisão judicial.
3) Também se manifestaram no plenário
do Congresso vários oradores que defenderam o direito da Chapa 2 de solicitar recontagem, previsto no regimento eleitoral
da Fenaj. Nunca foi objetivo da Chapa 2
inviabilizar a posse da nova diretoria, mas
sim contestar resultados de sindicatos nos
quais o índice de comparecimento ultrapassa 70%, situando-se muito acima do
índice nacional (39% dos aptos a votar).
Atenciosamente,
Pedro Pomar
N
o dia 25 de outubro, no
Teatro da Universidade
Católica de São Paulo
(TUCA) ocorrerá a entrega do 32° Prêmio Vladimir Herzog de
Anistia e Direitos Humanos. Participam
desta edição mais de 200 trabalhos que
concorreram as diversas categorias – Arte,
Fotografia, TV/Reportagem, TV/Documentário, TV/Imagem, Rádio, Jornal, Revista, Internet/Site, Livro-Reportagem e
Tema Especial.
O prêmio, instituído em 1975 pelo Sindicato dos Jornalistas, é o principal do jornalismo brasileiro na área de direitos humanos. Há um ano conta com a parceria
do Instituto Vladimir Herzog.
Nesta edição o Jornal Unidade entrevistou Clarice Herzog, publicitária e viúva
de Vlado, que falou sobre os 32 anos de
Prêmio e a criação do Instituto Vladimir
Herzog.
Unidade: Como surgiu a ideia de criar o
Prêmio?
Clarice Herzog: Surgiu dois anos após
o assassinato de Vlado nas dependências
do DOI/CODI, em São Paulo. A ideia
nasceu em uma reunião familiar que foi
abraçada pelo Comitê Brasileiro de Anistia
(CBA) de Minas Gerais, em 1977. Um ano
depois o Congresso Nacional pela Anistia
aprovou a iniciativa. A CBA/SP ficou com
OUTUBRO 2010
OUTUBRO 2010
O Unidade recebeu correspondência do candidato da Chapa 2 às eleições da Fenaj, Pedro
Pomar, cuja íntegra está abaixo:
Prêmio
“Vladimir Herzog é
importante pelo caráter
de denúncia”, diz Clarice
Clarice durante
lançamento
do Instituto
Vladimir
Herzog em 2009
a tarefa de elaborar o regimento do prêmio e concretizá-lo. Perseu Abramo, que
era do Sindicato dos Jornalistas na época
assumiu a organização, que é feita pela entidade até hoje.
Unidade: Como você avalia a importância do
Prêmio?
Clarice Herzog: Eu acho que no começo ele foi extremamente importante
porque conseguiu preservar o caráter de
denúncia, que era o que nos interessava
naquele momento de tortura e repressão.
Passados 32 anos ele continua, mas de
uma outra forma. Agora a denúncia é sobre abusos contra crianças, adolescentes,
idosos, internos em casas de detenção, cidadãos à margem da sociedade e injustiças
sociais de toda ordem.
Unidade: E o Instituto Vladimir?
Clarice Herzog: Também surgiu de
uma vontade familiar. O Ivo, um dos nossos filhos, teve a iniciativa de criação e ele
coordena o projeto. A intenção é proporcionar um espaço de memória e debate. O
Instituto, que tem um ano de existência,
trouxe ânimo ao Prêmio Vladimir Herzog
com a inclusão do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, que tem
aproximado os jovens ao tema de violação
de direitos humanos.
UNIDADE
Cartas
Divulgação Instituto Vladimir Herzog
Mercado
9
UNIDADE
OUTUBRO 2010
J
ornal
FÁBIO ZANINI, vindo da sucursal
Brasília, é o novo editor de Mundo da
Folha de S.Paulo. Também titular do blog
Pé na África, ficou no lugar de Rodrigo
Rötzsch, que foi para a sucursal do Rio.
Evandro Spinelli, repórter de Cotidiano,
reforçou a equipe de Poder durante as
eleições. No lugar dele ficou Cristina
Moreno de Castro, que estava como
assistente de Treinamento. Silvio Navarro,
do Painel, foi para a reportagem de Poder.
Saúde/Equilíbrio teve o reforço de Juliana
Virnes. Na Folha.com, Bruno Toranzo
chegou para Cotidiano. A propósito,
todos os participantes da 49ª turma do
Programa de Treinamento, que acabou em
julho, foram aproveitados: em Cotidiano
estão Felipe Luchete, Nadia Cabral e
Carol Mello; em Poder, Elton Lima, Anna
Virginia Balloussier e Aline Pellegrini; no
caderno Empregos e Negócios, Marcos
Vasconcellos; no Tec, Luiz Gustavo
Cristino; já Guilherme Genestreti está em
Saúde/Equilíbrio; Filipe Motta foi para
a Agência Folha; na sucursal de Brasília
quem chegou foi Thais Bilenky; por fim,
Grazielle Schneider está em Mercado.
CESAR GIOBBI virou colunista do
Brasil Econômico, escrevendo às 6ªs.
feiras. Ainda por lá, Phydia de Athayde
foi promovida a editora-executiva, na vaga
de Fred Melo Paiva, que saiu para tocar
projetos pessoais. Saíram em licençamaternidade Marina Gomara e Elaine
Cotta, substituídas respectivamente por
Eva Rodrigues e Juliana Rangel.
R evista
10
PAULA MAGESTE assumiu a Diretoria Editorial do Grupo Femininas e Interesses Especiais da Editora Globo, em
substituição a Cynthia de Almeida, que
regressou à Editora Abril. Monica Serino
foi promovida a diretora do Grupo Marie
Claire.
ESSAS NÃO FORAM as únicas
mudanças nas redações da Editora
Globo. Na Época São Paulo, o repórter
Camilo Morano foi promovido a editor
no lugar de Camila Hessel, que saiu. No
site da Quem, a repórter Mariana Sodré
Luchesi passou a editora-assistente;
Flavia Faccini e Victoria Bessel foram
para a reportagem; Ana Carolina Tedeschi
assumiu como webdesigner; e Giulia
Paolillo é a nova assistente de web. Na
Pequenas Empresas Grandes Negócios as
novidades são a chegada da editora Marisa
Adan Gil e a saída da editora-executiva
Katia Simões. Em movimentação interna,
Marina Iwakura, repórter do site PEGN,
substitui temporariamente a editoraassistente Adriana Fonseca, em licençamaternidade. E na Época Negócios,
Robson Vitorino começou como editor,
em vaga recém-criada.
BEL MOHERDAUI deixou a Veja
e começou como editora de Cultura e
Variedades na Vogue.
COMEÇARAM na Prazeres da Mesa
a repórter Bianca Marchetti, o webmaster
Jhomar Nando, o tratador de imagens
Silvio da Silva e as designers Camila
Pimenta e Juliana Lucki. Letícia Rocha
foi promovida a editora. Marco Merguizo
deixou a revista e começou na Gosto,
como editor.
MARTA GÓES assumiu na Trip a
Diretoria de Redação da Private Brokers,
customizada da imobiliária Coelho da
Fonseca.
TATIANA GIANINI, de volta da
Espanha, retomou a função de repórter de
Negócios Globais da Exame.
ROGÉRIO MENANI, editor da
revista Biodiesel, de Ribeirão Preto,
assumiu dupla jornada como editorexecutivo em São Paulo da Inove
Ambiental.
MÁRCIO CAPARICA deixou a
Runner’s e foi para a New Content, para
atuar no núcleo de arte que atende Expand
e TVA e desenvolver um novo projeto.
RODRIGO LEITE e Murilo Aquino
começaram na Car and Driver.
T
elevisão
MARCELO REZENDE assinou com
a Record, onde fará o quadro Repórter
Record dentro do Domingo Espetacular.
MARÍLIA ASSEF, que estava na Rede
TV, começou como editora-chefe do
Jornal da Cultura. Alexandre Machado,
que ocuparia esse cargo, passou a cuidar da
edição do Manual de Jornalismo Público.
Ainda por lá, Cadão Volpato (editor de
Cultura do iG) voltou a apresentar o
Metrópolis, a exemplo do que já havia
feito entre 1991 e 1994. Adriana Couto,
por ele substituída, voltou à reportagem.
A BBC BRASIL contratou para a equipe
de São Paulo os produtores João Fellet,
Paula Idoeta, Rafael Spuldar, Mariana
Della Barba, e Camilla Costa. Já o produtor
Caio Quero assumiu temporariamente as
funções de editor-assistente. Na equipe de
Londres, deixaram a BBC as produtoras
Andrea Wellbaum e Ilana Rehavia.
HELENA
FRUET
deixou
a
RecordNews para se dedicar a projetos
pessoais.
MARISE MUNIZ, da pauta do Jornal
da Record, deixou a emissora para atuar na
campanha política no Tocantins. No lugar
dela já começou Fábio Donadone, que era
chefe de Pauta do Jornal da Cultura.
I
nterior
EUGÊNIO ARAÚJO deixou o
Cruzeiro do Sul e no seu lugar, como
editor-chefe do jornal, entrou Anclar
Patric Crippa Mendes, o Cal, que era chefe
de Reportagem.
O VALE, de São José dos Campos,
lançou a edição Taubaté, com capa e parte
do conteúdo produzido para o público
local.
GLAUCO BRAGA deixou a Editoria
de Esportes do Jornal A Tribuna de Santos, onde atuou por nove anos, e agora trabalha como subeditor do Caderno Campus e do Caderno de Turismo de AT. BRUNA CARVALHO e André Carneiro abriram a Melhor Palavra, em Ribeirão Preto. Contatos pelos 16-8820-5175 e
3916-3693.
I
nternet
RICARDO SETTI está de volta às
redações, na Veja.com, num blog com
o seu nome, sobre política, assuntos
internacionais e outros temas.
ANTES
RESPONSABILIDADE
da Abril Digital, o site da Veja São Paulo
foi incorporado à redação (plataforma
impressa) da própria Vejinha. Com a
mudança, Alvaro Leme, do Terraço
Paulistano, passou a editor do site e em seu
lugar ficou João Batista Jr.
RONALDO KOTSCHO, da ESPNBrasil, uniu-se ao auditor ambiental
Gerson Fukner para lançar o blog
Programa Linha Verde – Cuidando do
R ádio
A CBN estreou, em parceria com
o IDG Now, o boletim Dois na Web,
dedicado à tecnologia. No ar de 2ª a 5ª,
às 18h10, no Jornal da CBN 2ª edição,
é apresentado por Roberto Nonato e
Cristina De Luca.
meio ambiente e da outra metade também
(w w w.prog ra ma l i n haverde.com.br),
focado em educação ambiental.
BRUNO WINCKLER deixou o
Estadão e foi para o Esportes do iG.
Também começou no portal, vinda do
Terra, Marsília Gombata. Ela entrou na
editoria de Política, no lugar de Leandro
Meireles, que foi para a revista Galileu.
No Terra, a vaga de Marsília, foi ocupada
por Filippo Cecilio. Também deixou o
Terra Juliana Dal Piva, que seguiu para a
reportagem de Semana da IstoÉ, no lugar
de Bruna Cavalcanti, transferida para
Política.
ODAIR DEL POZZO começou com
a sua Coluna do Dadá, sobre o mundo
das celebridades, no portal Vírgula (www.
colunadodada.com.br).
RICARDO PERRONE despediu-se
da Placar e começou no UOL como titular
do blog http://blogdoperrone.blogosfera.
uol.com.br, sobre os bastidores do futebol.
ANA CLARA COSTA transferiu-se da
Exame para a Veja.com.
A ssessorias
NORA GONZALEZ assumiu a
Gerência de RP para a América Latina
da norte-americana Fico, empresa
de tecnologia que cria e desenvolve
ferramentas para redução de perdas
derivadas de fraudes e gestão de risco de
crédito.
ANA FLORENCE deixou a FSB,
onde atuou como diretora nos últimos
três anos.
TAÍS FUOCO começou na In Press
no atendimento da conta da IBM Brasil.
Também começou na agência Luciana
Abritta, no atendimento da Qualcomm.
CAROLINA SALAZAR, Marcela
Troiano e Silvia Simões foram contratadas
pela 80 Comunicação.
O vaivém do mercado
Por Eduardo Ribeiro
JOÃO PEDRO NUNES despediuse da ZDL e está agora na Assessoria de
Imprensa da Confederação Brasileira de
Atletismo.
CLARICE CHIQUETTO assumiu a
Coordenação de Comunicação do Levy &
Salomão Advogados.
COMEÇARAM
na
Perspectiva
Leonardo Stavale e Mabel Santos.
João Raposo entrou na Assessoria
de Comunicação da Band, no lugar
de Eduardo Laviola, que partiu para
temporada de estudos em Nova York.
ADEMIR GONÇALVES começou na
XPress, no atendimento da Nissan.
MAURO TEIXEIRA, que foi por oito
anos da Máquina da Notícia, integrou a
equipe de imprensa do candidato do PT
ao Governo do Estado de São Paulo,
Aloizio Mercadante.
RODRIGO PADRON foi para
a Agência Ideal, como diretor de
Atendimento.
FABIANE BERNARDI despediu-se
da Agência Estado e começou na Autoban,
ali respondendo por Comunicação
Interna. Entrou no lugar de Geraldo
Ribeiro, que saiu.
RICARDO HERNANDES reforçou
a equipe da Assessoria de Imprensa da
Prefeitura de Santo André.
L ançamento
CHEGOU às bancas a masculina
Alfa, da Abril, com periodicidade mensal,
tiragem de 120 mil exemplares e circulação
nacional. O diretor de Redação é Kiko
Nogueira e com ele estão Sérgio Ruiz
Luiz (redator-chefe), Ailin Aleixo, Denise
Dahdah, Marcelo Zorzanelli e Ronaldo
Bressane (editores), Ana Luiza Leal,
Carlos Augusto Santos e Juliene Moretti
(repórteres), Demian Takahashi (diretor
de Arte), Alexandre Ferreira (Projeto
Gráfico) e Maíra Miranda (designer).
O time de colaboradores tem Sérgio
Augusto, Nirlando Beirão, Tati Bernardi
e Lenny Kaye, entre outros.
COMEÇOU a circular gratuitamente
no Rio de Janeiro e São Paulo a revista
Ilhabela Magazine, destinada ao público
A e B que aprecia temas como cultura,
gastronomia, mercado de luxo, saúde,
arquitetura e esportes, entre outros. A
PUBLICAÇÃO, da Linhas Editora
(Linhas&Laudas), é trimestral e tem
tiragem de 10 mil exemplares. Integram
a redação Sonia Xavier (editora-chefe),
Bruno Guerra (editor), Ricardo Viveiros
Mathias (diretor de Arte) e Juliana Mendes
e Philipe Aquino (diagramação).
SOB O SLOGAN Moda à sua medida,
já está circulando Burda Style, que traz
as novidades do universo do molde e da
costura. Mensal, com tiragem inicial de 10
mil exemplares e distribuição pela Dinap,
sua redação conta com Ian Levy (diretor
geral), Inês Maia (editora-executiva), Ana
Carina, Teresa Leite e Nuno Fonseca
(colaboradores). A revista também está
no
Facebook
(www.facebook.com/
revistaburdastyle).
JÁ ESTÁ no mercado, dirigida ao
segmento da publicidade, a Adnews em
Revista, publicação do site especializado
em comunicação, mídia e tecnologia.
Com tiragem de 10 mil exemplares e
periodicidade trimestral, a revista, de 148
páginas, é dirigida por Paulo Rosa Neto
e Daniel Rosa e tem como coordenador
Marcelo Gripa.
T elegráficas
O SINDICATO dos Jornalistas do
Município do Rio de Janeiro inaugurou
o seu Centro de Cultura e Memória do
Jornalismo. O objetivo é ser um espaço de
reflexão sobre a atividade jornalística hoje
e no futuro, e não apenas de valorização
do passado.
O GRUPO Abril adquiriu 70% do
capital da Elemídia, aquela dos painéis
eletrônicos em elevadores, saguões e
transportes coletivos.
O ESTADÃO recebeu no início de
setembro, em Buenos Aires, o prêmio
de Investigação Jornalística na América
Latina,
concedido
pelo
Instituto
Prensa Y Sociedad e pela organização
Transparency International. A série de
reportagens escolhida foi produzida por
Rosa Costa, Leandro Colon e Rodrigo
Rangel, e revelou, em 2009, a existência
de benefícios ilegais patrocinados pelo
presidente do Senado, José Sarney.
ESTREOU há duas semanas o projeto
eBandReporter (www.ebandreporter.com.
br), dirigido a estudantes de Jornalismo,
que possibilita a publicação no site de
matérias sobre temas diversos, que os
veículos do Grupo Bandeirantes podem
utilizar ou solicitar pautas específicas.
O ARQUIVO PÚBLICO do Estado
de São Paulo acaba de digitalizar e pôr
na rede parte do arquivo fotográfico da
Última Hora, que circulou em diversas
cidades brasileiras nas décadas de 1950
e 1960. São quase 20 anos de história
registrados em 54.600 fotografias e 1.200
ilustrações, que podem ser vistas pelo
www.arquivoestado.sp.gov.br/uhdigital.
FLÁVIO TINÉ, ex-assessor de
imprensa do Hospital das Clínicas, teve o
seu pleito acolhido na Comissão de Anistia,
que julgou procedente o processo por ele
movido de perseguição política sofrida
nos tempos da ditadura militar. À época,
em 1964, ele perdeu os dois empregos que
tinha: na Última Hora Nordeste, invadida
pelo Exército, e na assessoria de imprensa
da Prefeitura do Recife.
ROBSON MOREIRA, ex-presidente
do nosso Sindicato e que está atualmente
na TV Brasil, retornou aos palcos, no
elenco de Dostoievski no Armário
(direção de Marta Baião), em cartaz no
Espaço dos Satyros 2 (praça Roosevelt,
214), aos domingos, sempre às 21 horas.
L ivros
PERCIVAL DE SOUZA, da TV Record, é o autor de O crime quase perfeito
(Idea Editora), seu primeiro livro de ficção. Como não poderia deixar de ser, é
uma história policial.
LAURENTINO GOMES chegou
com 1822, que vendeu em poucos dias a
tiragem inicial de 100 mil exemplares.
GONÇALO JÚNIOR, da revista
Personnalité, escreveu Maria Erótica e o
clamor do sexo – Imprensa, pornografia,
comunismo e censura na ditadura militar
– 1964-1985 (Editora Peixe Grande).
ADRIANA MOREIRA, do caderno
Viagem do Estadão, lançou o livro infantil
Como deixei de ser amargo – o manual de
João Jiló para vegetais indesejados (BelasLetras).
FELIPE MACHADO também está
de livro novo na praça, Bacana Bacana –
As Aventuras de um Jornalista pela África
do Sul (Editora Seoman).
O CORRESPONDENTE alemão
Alexander Busch é o autor de Brasil, país
do presente – O poder econômico do “Gigante Verde” (Editora Cultrix).
JÁ ESTÁ NAS LIVRARIAS Economia é Política, Política é Economia (EcoDigit Editora), de Luiz Carlos Ramos (Rádio Capital e PUC) e Julio Darvas.
ANA PAULA GOULART, Igor Sacramento e Marco Roxo são os organizadores
do livro História da Televisão no Brasil
(Editora Contexto).
OUTRA OBRA nova é Passione: um
roteiro pela Toscana (Editora Bei e Globomarcas), de Chico Barbosa, reunindo
depoimentos do elenco da novela da Globo e informações sobre a famosa região
italiana.
ALBERTO VILLAS, do Fantástico,
lançou Onde foi parar nosso tempo (Editora Globo), obra na qual reuniu 50 histórias que deixam no ar a pergunta: nos
tempos modernos, onde foi parar o nosso
tempo?
ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
e Cristina Moreno de Castro são as autoras
de A vaga é sua (Publifolha), em que contam como ser bem-sucedido na carreira de
jornalista.
IMPRENSA NEGRA no Brasil do
século XIX é o livro lançado em outubro
pela historiadora Ana Flávia Magalhães
Pinto. Na publicação, ela resgata títulos
da imprensa negra oitocentista publicados em cidades e períodos diferentes.
Pioneira, a obra aborda a experiência da
liberdade e da cidadania, destacando a
utilização da imprensa como um instrumento de resistência negra em pleno sistema escravagista.
RICARDO CRIEZ lança em outubro
o livro “O herói dos tabuleiros”, pela editora FTD, uma ficção sobre Zeca, um enxadrista que disputa o título mundial pelo
Brasil enfrentando fortes concorrentes.
OUTUBRO 2010
Por Eduardo Ribeiro
UNIDADE
O vaivém do mercado
O mês marcou o lançamento de revistas no segmento masculino, feminino, de luxo
e de publicidade. Também foram vários os livros que chegaram ao mercado, de
autores como Laurentino Gomes, Percival de Souza e Alberto Villas. No vaivém
estão em destaques nomes como Ricardo Setti, Marília Assef, Fábio Zanini, Cynthia
de Almeida, Marta Góes, Bel Moherdaui, Eugênio Araújo, Helena Fruet, Marise
Muniz e Paula Mageste, entre outros. Boa leitura!
R egistro
MORREU em São Paulo no dia 8 de
setembro, aos 75 anos, de parada cardíaca,
Lourival Nascimento Pacheco, por mais
de 40 anos apresentador do Primeira Hora,
da Rádio Bandeirantes. Ficou célebre e
entrou para o folclore do jornalismo seu
descuido ao anunciar a morte do papa Pio
XII, quando na verdade ele havia entrado
em coma profundo. Precisando corrigir o
erro, soltou: “Lamentamos informar que o
Papa ainda não morreu”.
FALECEU no dia 24 de setembro,
em São Paulo, o repórter fotográfico
Calsimino Rubens Monzillo, aos 82 anos,
em decorrência de uma isquemia cerebral
sofrida cinco anos atrás. Rubão,como era
conhecido entre os colegas de jornalismo
esportivo, trabalhou de 1969 a 1995 na
Gazeta Esportiva. Palmeiras, boxe e
ciclismo eram algumas das suas maiores
paixões. Como diz um dos filhos, o
também jornalista Ricardo Monzillo, “ele
já não estava muito lúcido, mas nunca
deixava de falar no Palestra e no jornal A
Gazeta Esportiva”. Deixou ainda a esposa
Wilma e o filho Luiz.
11
UNIDADE
OUTUBRO 2010
I magem
Homenagem
ao chargista
Abê
O
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chargista e ilustrador
do Diário do Comércio, Abelardo Ferreira da
Fonseca Júnior, o Abê, faleceu no mês de agosto, aos 52 anos, na Capital. O Unidade presta a ele,
nestas páginas, uma homenagem póstuma.
Formado em Artes Plásticas e Música, Abê ,como era
mais conhecido, começou a carreira na Folha da Tarde. Sorocabano de nascimento, trabalhou por quase 20 anos no Diario
do Comércio da Associação Comercial de São Paulo, onde produziu
grande parte de sua vasta obra, sobretuido com temas políticos. Antes
de iniciar sua carreira como desenhista,
no extinto jornal Folha da Tarde, trabalhou
como estampador de tecidos.
Abê também foi violonista, compositor e cantor,
integrante do grupo vocal de MPB “Catavento”, surgido na região de Sorocaba há quase três décadas e que gravou
dois CDs, um deles apenas com obras de Adoniram Barbosa.