Maquetación 1

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Maquetación 1
A magia da lectura: a promoçao
de lectura en crianzas em idade
preescolar
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RESUMEN
Angela Coelho de Paiva (Universidade de Évora)
Desde la Universidad de Évora (Portugal) se presentan dos
estudios claros y sencillos, el que se reproduce a continuación
y el siguiente -6. «Autores del siglo XX, lectores del siglo XXI: las
élites y las masas», de Claudia Sousa Pereira-, sobre la magia
de la lectura dirigida a niños y niñas de preescolar; y sobre
autores del siglo
XX
y lectores del siglo
XXI
al alcance de seg-
mentos de población de masas o, bien, de escogidas élites. En
sus ponencias, Angela Coelho de Palva Balça y Claudia Sousa
Pereira comunican ciencia y transmiten entusiasmo.
A magia da lectura: a promoçao de lectura en crianzas em idade preescolar
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Nos dias de hoje…
infância na promoção da leitura, do gosto pela leitura e
na aquisição de hábitos de leitura, entre as crianças
Nos dias de hoje, parece-nos inegável a importância
mais novas.
da leitura e de saber ler, para que os cidadãos se inte-
De facto, nesta faixa etária a criança ainda não des-
grem plenamente na vida quotidiana, em termos profis-
codifica o código linguístico, mas torna-se leitora e
sionais e em termos de lazer.
apropria-se da leitura através da mediação da família e
De facto, Peças (1993) acentua que saber ler (e saber
escrever) são actualmente e cada vez mais factores elementares de cidadania e de liberdade individual.
As grandes preocupações com o papel desempenhado pela leitura e com o domínio do código escrito, na
do educador de infância.
Assim, a família e o educador de infância cumprem
um desígnio capital na emergência de práticas de literacia entre os mais novos e, consequentemente, na formação de crianças leitoras.
moderna sociedade da informação, não são apenas apanágio da sociedade portuguesa, mas estão presentes a
A formação de crianças lectoras…
nível global.
Deste modo, a UNESCO proclamou a década
A formação de crianças leitoras começa muito cedo,
2003/2012 como a United Nations Literacy Decade, ou
sendo a família a primeira instituição a promover e a
seja, a Década Internacional da Literacia, admitindo
colaborar nessa formação. Alguns estudos põem em evi-
que nos dias de hoje a literacia permanece como um
dência o papel desempenhado pela família da criança,
dos maiores desafios da humanidade, a nível global. A
na formação do gosto pela leitura e de hábitos de leitura.
UNESCO apresenta assim a noção de literacy as free-
Gómez del Manzano (1988) afirma que a família é
dom, dirigindo-se principalmente aos milhões de exclu-
o lugar privilegiado para a criança despertar para o inte-
ídos do mundo inteiro, por razões ligadas à iliteracia.
resse pela leitura. González Álvarez (2000) vai mais
Desta maneira, a UNESCO pretende conjugar vários
longe, ao asseverar que, sem o auxílio dos pais, são
esforços, para que, dentro dos próximos anos, se possa
poucas as probabilidades de se desenvolver na criança
inverter esta situação e se possa encontrar um caminho,
uma atitude favorável em relação à leitura. Neste senti-
a fim de que a noção literacy for all seja uma realidade.
do, segundo Sousa e Gomes (1994) e Gomes (1996),
Tendo em conta estas inquietações da sociedade em
um leitor forma-se desde o berço. Nestes primeiros anos
geral, neste texto pretendemos reflectir sobre o papel
de vida da criança, o livro deveria fazer parte do seu
desempenhado pela família e pelos educadores de
mundo, como mais um brinquedo ou como mais um
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jogo, fazendo a criança descobertas sucessivas e enri-
Porém, estas autoras vão mesmo mais além, afir-
quecedoras em redor do livro, com o auxílio dos adul-
mando que esta função do adulto pode ser mais vasta e
tos (Sousa e Gomes, 1994; González Álvarez, 2000).
mais profunda, na medida em que, mais do que um
Por outro lado, conjuntamente com esta forma de
intérprete, o adulto pode ser um intermediário afectivo,
encarar o livro, enquanto objecto lúdico, deve ler-se
entre a criança e o texto, tornando deste modo o
para a criança e com a criança, todos os dias (González
momento da leitura num momento de grande sensibili-
Álvarez, 2000), em qualquer momento do dia.
dade e de grande ternura.
Segundo Marques (1993) ou González Álvarez
Ora estes aspectos remetem-nos de alguma forma
(2000), a familiarização das crianças com a língua escri-
também para a questão do espaço e do tempo para a
ta deve ocorrer de forma positiva, em situações de leituras funcionais, como as que surgem no quotidiano da
família (recados, listas de compras, instruções, receitas,
entre outras) ou em situações de leitura recreativa.
Dentre estas salientamos, tal como Peças (1993) ou
Sousa e Gomes (1994), a leitura antes de adormecer,
que surge como um momento de intimidade, de exclusividade, de dádiva plena, para a criança.
Aliás, González Álvarez (2000) salienta a importância não propriamente da leitura em si, mas dos momentos prazenteiros que se estabelecem entre o adulto e a
criança, que lhes permitem, quanto a nós, entabular
conversas e trocar experiências, sentindo a criança que
aqueles momentos lhe são inteiramente dedicados.
leitura. Tal como afirmam Magalhães e Alçada (1988),
parece-nos indispensável que a criança tenha no seu
dia à dia um espaço e um tempo reservados à leitura,
pelo puro prazer da leitura.
Para Gómez del Manzano (1988), esta será uma
tarefa dos pais, que deverão ter a preocupação de criar
um ambiente adequado, para que a criança seja capaz
de ir lendo num clima de valorização e de sossego.
Realmente, parece-nos que, como afirma González
Álvarez (2000) ou Sobrino (2000), a família deve ser um
modelo para as crianças, uma vez que é na família que se
constroem os modelos básicos de conduta das pessoas.
Segundo Peças (1993, 59), a família é o «nicho» fun-
Na verdade, igualmente Magalhães e Alçada (1988)
damental para a construção da personalidade da crian-
colocam em evidência o clima afectivo extremamente
ça e é a «matriz» de muitos dos seus comportamentos.
agradável que se pode estabelecer entre a criança, o
Deste modo, a família deve ser um modelo a vários
texto e o adulto, em redor da leitura. Este clima afectivo
níveis.
estabelece-se se entre a criança e o texto existir um
Assim, é importante que as crianças vejam e sintam
adulto de permeio, que terá a função de ser o intérpre-
a presença e o uso do livro (e das revistas e dos jornais,
te entre essa criança e esse texto.
acrescentamos nós) em casa e percebam que esses
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materiais de leitura são mexidos e lidos (González Álva-
Uma outra estratégia proposta por Santos (2000) visa
rez, 2000). A criança deve ver os adultos que a rodeiam
o acompanhamento, por parte do adulto, da leitura das
a ler (Santos, 2000).
crianças, manifestando interesse e conversando com
Para além disso, a família deve promover e facilitar
elas acerca das suas experiências leitoras.
o contacto da criança com o livro e com outros mate-
O estímulo e o acompanhamento pela família da lei-
riais impressos, despertando nela o desejo e a curiosida-
tura das crianças acabam por ter implicações positivas,
de de ler e fazendo da leitura uma rotina de prazer (Sou-
quando a criança inicia a aprendizagem formal da lei-
sa e Gomes, 1994).
tura na escola.
Na verdade, os pais são um modelo com um papel
Assim, Marques (1993) assinala que inúmeros auto-
decisivo, uma vez que se eles forem leitores regulares,
res têm comprovado que as crianças que melhor lêem,
certamente conseguirão fomentar nos filhos a curiosida-
no início da sua escolaridade, são as que possuem um
de pela leitura e o desejo de lerem. De facto, a interio-
ambiente familiar, onde a leitura e a escrita são activi-
rização da ideia de que a leitura é uma actividade quo-
dades quotidianas.
tidiana e o crescimento da criança numa família que
Na verdade, a família, para além de favorecer o con-
valoriza o livro, são aspectos que concorrem para que a
tacto da criança com o livro, deve estar atenta aos gos-
criança possa ter uma maior tendência e uma maior
tos das crianças. Segundo Wilkinson (2003) os pais,
motivação para a leitura (Gomes, 1996; Santos, 2000).
quando escolhem livros para os seus filhos, em geral
Neste sentido, Santos (2000) propõe um conjunto de
estão mais preocupados com o facto destes irem ou não
estratégias, que a família pode implementar, a fim de
ao encontro dos interesses particulares das crianças, do
promover junto das crianças o gosto pela leitura. Deste
que propriamente centrados em aspectos relacionados
modo, uma das estratégias propostas visa proporcionar
com a qualidade das obras.
à criança a constituição da sua própria biblioteca,
A família deve ainda colaborar activamente e assi-
acompanhando-a a livrarias e a bibliotecas, auxiliando-
duamente com o educador de infância, nas actividades
a a escolher livros, que vão ao encontro dos seus inte-
promovidas para estimular o gosto pela leitura, coope-
resses, e propiciando mesmo a aquisição desses livros.
rando num trabalho que se quer conjunto. O conheci-
A biblioteca pessoal permite à criança uma maior
mento dos objectivos e das actividades, realizadas pela
intimidade com os livros e convida-a à leitura e releitu-
criança no jardim de infância, é importante para que a
ra dos seus livros preferidos, facilitada certamente pela
família colabore na emergência de práticas de literacia
presença destes na sua biblioteca.
e na formação do gosto pela leitura na criança.
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Por outro lado, o educador de infância tem como
função e pode ajudar a família na descoberta dos livros
tura e da escrita e para fomentar o gosto pelo livro, a
curiosidade e o gosto pela leitura.
mais adequados ao nível etário das crianças, levando os
Aliás, segundo Debus (2003), a criança dos 0 aos 6
pais a adquiri-los e a lê-los em casa com os seus filhos.
anos ainda não descodifica o código linguístico, mas
O êxito do diálogo entre a criança, o livro e o adul-
faz-se leitora e apropria-se da leitura através da media-
to só é possível, se o adulto conhecer a literatura infan-
ção do educador de infância.
til actual, não querendo impor à criança obras que lhe
Na verdade, de acordo com Martins (1991), a crian-
terão agradado, mas que hoje podem não corresponder
ça deve construir desde cedo um projecto pessoal de
às expectativas das crianças (Gómez del Manzano,
leitor, ou seja, a criança deve descobrir e perceber por-
1988; Magalhães e Alçada, 1994).
que quer aprender a ler. Para que a criança possa construir o seu projecto pessoal de leitor, para que a criança
Assim, a familia…
possa desejar ser ela própria leitora, tem de ouvir ler
textos que lhe interessem e com os quais sinta prazer
Assim, a família mas também o educador de infância concorrem desde cedo para a formação de crianças
leitoras.
De acordo com Azevedo e Rosa (2003), o pré-escolar é um momento altamente favorável, para suscitar
(Martins, 1991).
Assim, a hora do conto configura-se como uma das
práticas mais importantes e mais comuns nos jardins de
infância, através da qual as crianças tomam contacto
com as histórias, com os livros e com a leitura.
junto das crianças a emergência de práticas de literacia.
Para Gomes (1996), a hora do conto apresenta dois
Segundo Silva (1997), durante o período do pré-
objectivos, que concorrem para fomentar na criança o
escolar, pretende-se que as crianças gradualmente
gosto pela leitura. Deste modo, a hora do conto daria
tomem consciência das funções e das normas do códi-
resposta à necessidade infantil de ouvir histórias, pro-
go escrito e, principalmente, que tenham curiosidade
porcionando as condições para que estas de futuro ven-
em aprender mais sobre a leitura e sobre a escrita.
ham a apreciar outras leituras. Por outro lado, a hora do
Assim, o educador de infância possui um papel mar-
conto estimula nas crianças a curiosidade pelo código
cante, na medida em que pode proporcionar a criação
escrito, pela leitura, criando nelas o desejo de aprender
de contextos, que familiarizam a criança com o código
a ler.
escrito (Azevedo e Rosa, 2003), contribuindo deste
Na verdade, Veloso e Riscado (2002) salientam que
modo para promover a emergência, nas crianças, da lei-
a hora do conto favorece e implica um vínculo afectivo,
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entre o educador de infância, contador de histórias, e as
Assim, o educador de infância tem que conhecer o
crianças. Este vínculo emocional, esta partilha e esta
repertório literário que as crianças já possuem, que tra-
interacção enriquecedoras, entre o educador de infân-
zem do espaço familiar para dentro do jardim de infân-
cia e as crianças, propiciados pela hora do conto, con-
cia e, por outro lado, o educador de infância deve com-
tribuem então para o desenvolvimento do prazer de ler
prometer-se em ampliar este repertório inicial das crian-
e para a formação de crianças leitoras.
ças. O aspecto inovador desta tríade cremos ser o facto
Intimamente relacionada com a hora do conto sur-
de o educador de infância encarar as crianças como
ge-nos a leitura em voz alta do educador de infância
autoras da sua própria produção literária. O educador
para as crianças. Gostaríamos de salientar o valor afec-
de infância terá então de desenvolver nas crianças a
tivo desta leitura em voz alta para a criança, que escuta
criatividade, para que se efective a construção de um
o adulto que lhe lê um livro, configurando-se estas oca-
novo repertório literário.
siões como momentos de atenção, de partilha e de enriquecimento interior para a criança.
Desta forma, segundo Debus (2003), o ideal seria
pensar a criança como receptora e produtora de cultu-
Já Debus (2003) coloca a ênfase no valor linguístico e
ra, isto é, a criança recebe a produção cultural produzi-
formativo da leitura em voz alta feita pelo educador de
da para ela, mas ela própria é também produtora de cul-
infância. Para esta autora, a leitura em voz alta do educa-
tura.
dor de infância permite às crianças aproximarem-se da
norma culta da língua, tomarem contacto com um voca-
Na educação pré-escolar…
bulário rico e ampliarem as suas capacidades linguísticas.
No entanto, achamos que Debus (2003:230) intro-
Na educação pré-escolar, em muitas salas está insta-
duz um ponto inovador nesta relação entre o jardim de
lado o canto da leitura, um espaço informal onde as
infância/educador de infância, a criança, a leitura e os
crianças têm livre acesso aos materiais de leitura nele
livros. Segundo esta autora, deve constituir-se «uma trí-
existentes e onde poderão adoptar posturas mais des-
ade produtiva e dialógica», para que se consubstancie
contraídas, em relação à leitura.
um trabalho efectivo com o texto literário. Esta «tríade
Inúmeros autores, desde Jolibert (1991), passando
produtiva e dialógica» representa três aspectos do tra-
por Silva (2002b) ou Debus (2003), entre outros, desta-
balho do educador de infância, que promove o encon-
cam a organização do espaço do canto da leitura, que
tro da criança com a leitura literária, contribuindo natu-
deve ser acolhedor, atractivo e permitir às crianças as
ralmente para a formação de crianças leitoras.
mais diversas posturas, em relação à leitura.
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O contacto com os livros no canto da leitura é algo
(hoje há um livro/revista novo na sala), expô-las e per-
livre e natural, uma vez que a arrumação, a organização
mitir o livre acesso a esses novos livros a todas as crian-
e a dinamização periódica desse espaço deve ser feita
ças. Em todo este trabalho, a criança será responsabili-
pelas crianças e pelo educador de infância, proporcio-
zada pela conservação em bom estado dos livros,
nando deste modo às crianças não só o manipular livre-
demonstrando que não é necessário ter os livros fecha-
mente os livros como o fazer novas descobertas.
dos e fora do alcance das mesmas, para que se manten-
Num primeiro momento, quando a criança arruma
ham bem conservados.
este canto, vai ser seduzida pelo aspecto exterior do
Debus (2003) propõe ainda formas, de algum modo
livro, factor tão importante como fonte de atracção da
originais, de apresentação e manipulação dos livros, no
criança para o livro, num mundo onde cada vez mais os
aspectos estéticos são explorados e considerados fundamentais (a criança é desperta pelas cores, tamanhos, formatos, ilustrações, tipos de letra desses volumes). Nesta
altura, poder-se-á introduzir progressivamente a criança
nos aspectos mais técnicos do livro, ensinando-lhe o
que é uma capa e uma contracapa, o que é uma lombada, uma vez que a arrumação dos volumes poderá ser
feita de acordo com as cores ou a altura da lombada e
a exposição dos livros se faz normalmente com a capa
virada para os leitores e não a contracapa.
canto da leitura, denominando-as biblioteca ambulante
e biblioteca suspensa, substituindo o suporte estantes
por, por exemplo, envelopes de pano, entre outros.
O canto da leitura deve ser também um espaço onde
a criança vai sempre que desejar, um espaço onde pode
ler sozinha aquilo que quer e que lhe apetece. Só desta
forma, dando liberdade à criança para escolher o que
quer ler, poderemos trabalhar no sentido da aquisição
de hábitos de leitura nas crianças.
Diversos estudos salientam a importância da existência, nas instituições escolares, da biblioteca escolar,
já desde a educação pré-escolar.
Contudo, a arrumação dos livros pode ser feita, com
Nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-
as crianças mais velhas, por temáticas (como por exem-
Escolar, preconiza-se que o contacto com as bibliotecas
plo história, natureza, matemática, banda desenhada,
pode começar já nestas idades, caso as crianças tenham
poesia, contos, enciclopédias, dicionários). As crianças,
a «[...] oportunidade de utilizar, explorar e compreen-
com a ajuda do educador de infância, deverão reorga-
der a necessidade de as consultar e de as utilizar como
nizar periodicamente este espaço, onde se fazem novas
espaços de recreio e de cultura» (p. 72). Na verdade,
descobertas com o manipular dos livros.
gostaríamos de salientar a criação nalgumas bibliotecas
Dinamizar este canto da leitura passa também por
assinalar as novidades em termos de material impresso
da Rede Nacional de Leitura Pública da secção «Bebeteca», destinada aos mais pequeninos.
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Para Magalhães (2000, 63), a implementação desde
promoção do gosto pela leitura e a aquisição de hábitos
a pré-escola de um «espaço-biblioteca» promove a
de leitura é um processo contínuo, que começa na famí-
acessibilidade ao livro e a outros documentos, fomen-
lia, mas que deve ser reforçado assim que a criança faz
tando o contacto quotidiano entre a criança e o mate-
a sua entrada na educação pré-escolar e ao longo de
rial impresso.
toda a sua escolaridade.
Segundo Silva (2002b), a presença da biblioteca ao
nível do pré-escolar revela-se importante, na medida
BIBLIOGRAFÍA
em que o educador de infância deverá ter a preocupação não só de estruturar e organizar um espaço, mas
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