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XIII ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO
CURSO DE MEDICINA
Caderno de Resumos
5 a 7 de fevereiro de 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
CAMPUS MORRO DO CRUZEIRO
CADERNO DE RESUMOS
XIII ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE
MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Ouro Preto – Minas Gerais
XIII ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Marcone Jamilson Freitas Souza
Reitor
Célia Maria Fernandes Nunes
Vice-Reitora
ESCOLA DE MEDICINA
Márcio Antônio Moreira Galvão
Diretor
George Luiz Lins Machado Coelho
Vice-Diretor
COLEGIADO DE MEDICINA
Fausto Aloísio Pedrosa Pimenta
Presidente
XIII ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
Leonardo Santos Bordoni
Presidente Docente
Ana Cláudia dos Santos
Presidente Discente
CADERNO DE RESUMOS
REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
COMISSÃO ORGANIZADORA
Professora Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Professor Leonardo Bordoni Santos (UFOP)
Acadêmica de Medicina Allana Silva Mamédio (UFOP)
Acadêmico de Medicina Gustavo Moura da Mata Machado Ferreira Pinto (UFOP)
Acadêmica de Medicina Júlia Carvalho Oliveira (UFOP)
Acadêmica de Medicina Lídia Lelis Leal (UFOP)
Acadêmico de Medicina Robson Moraes dos Santos (UFOP)
CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR
Professora Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Acadêmico de Medicina Gustavo Moura da Mata Machado Ferreira Pinto (UFOP)
PREFÁCIO
O Encontro Didático Científico (EDC), realizado semestralmente pela Escola de
Medicina da UFOP, representa uma oportunidade de reflexão, tanto dos discentes
quanto dos docentes, acerca da real importância da vivência dos profissionais da saúde
no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso porque nesse encontro são apresentados
trabalhos realizados pelos estudantes do 2º período na rede básica de saúde, onde eles
estiveram inseridos com o fim de conhecer a realidade da comunidade em questão e ali
desenvolverem práticas que visassem transformações sociais. Os alunos do 1º período
apresentam, geralmente, uma revisão bibliográfica de algum tema considerado
relevante no contexto da saúde ou o resultado de aplicações de questionários em
alguma comunidade da região. Essa é uma iniciativa que deve ser valorizada e
incentivada por eventos como esse, de modo que trabalhos voltados para a
determinação social do processo saúde-doença continuem a ocorrer na Escola de
Medicina da UFOP e para que sejam formados profissionais da saúde que atuem
coordenando transformações profundas na sociedade.
Além dos trabalhos do 1º e 2º períodos, existem, ainda, apresentações e
exposições de pôsteres de disciplinas de outros períodos do curso de Medicina, sendo
que a excelência e qualidade dessas realizações são notadas e ressaltadas a cada edição
do Encontro. Essa forma de mostrar aos ouvintes os trabalhos realizados a cada período,
os feitos alcançados e as expectativas em relação a temas de grande relevância no
cenário da saúde, causa grade entusiasmo em quem assiste e constitui uma forma
completa de aprendizado para aqueles que se dispuseram a aprender mais sobre os
temas com o fim de compartilhar esse conhecimento com os que ali estão.
Dessa forma, é importante que participemos e prestigiemos esse Encontro
para podermos apreender dele as vivências únicas apresentadas, além de estimular a
participação cada vez mais efetiva dos estudantes de Medicina em projetos que
incentivem uma formação profissional médica com práticas mais humanizadas e,
assim, mais efetivas no serviço à população.
Ana Claudia dos Santos
Presidente Discente
XIII Encontro Didático Científico do Curso de Medicina
SUMÁRIO
 ACESSIBILIDADE INFRAESTRUTURAL DAS UNIDADES DE SAÚDE DE
OURO PRETO REFERENTE AOS DEFICIENTES FÍSICOS: UM ESTUDO
ESTRUTURAL E COMPARATIVO
 EDUCANDO A HIPERTENSÃO
 ESTIGMATIZAÇÃO DO DOENTE MENTAL PELO PROFISSIONAL DA
SAÚDE
 MACONHA: UMA ABORDAGEM MEDICINAL
 GERENCIAMENTO EM REDE E CUIDADO DA PESSOA IDOSA NA
ATENÇÃO PRIMÁRIA
 PROJETO SAÚDE FM: A RÁDIO COMO ATUANTE NA LITERACIA EM
SAÚDE
 HIPERTENSÃO: NINGUÉM MERECE VIVER SOB PRESSÃO
 “PROJETO SEM VERGONHAS” EDUCAÇÃO E SAÚDE: TRABALHANDO
A SEXUALIDADE NA ESCOLA
 ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES COM
ANIMAIS PEÇONHENTOS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO.
 ABORDAGEM PRÉ-HOSPITALAR DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO
 ANÁLISE DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE E ÓBITOS
POR ACIDENTES E HOMICÍDIOS RELACIONANDO-OS COM
CORES/RAÇAS, OCORRIDOS NO MUNICÍPIO DE MARIANA, NO
ESTADO DE MINAS GERAIS, ENTRE 2006 E 2011.
 ATUALIZAÇÃO NO TRATAMENTO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA
INTESTINAL INESPECÍFICA.
 AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A IDADE DA MÃE NA
GESTAÇÃO E O PESO DO RECÉM-NASCIDO NO MUNICÍPIO DE
MARIANA- MG
 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE
AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO-MG
 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE
OURO PRETO, MINAS GERAIS (2009-2013)
 EPIDEMIOLOGIA DOS ÓBITOS POR SEPTICEMIA NO MUNICÍPIO DE
OURO PRETO/MG
 CIRURGIA ROBÓTICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
 CUIDADOS PALIATIVOS: UM ENFOQUE NO SUS
 DESAFIOS DA SAÚDE NO CONTEXTO ATUAL. DIFICULDADES E
MELHORIAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO BRASIL E NO
MUNICÍPIO DE OURO PRETO.
 JOSUÉ DE CASTRO E A GEOGRAFIA DA FOME NO CONTEXTO
HISTÓRICO E ATUAL
 HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO DE UNIDADE DE TRATAMENTO
INTENSIVO (UTI)
 INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DO
TEMA, COM ÊNFASE NA ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
 MORTALIDADE INFANTIL NO MUNICÍPIO DE MARIANA-MG NO
PERÍODO DE 2006 À 2011: ANÁLISE DE DADOS E REFLEXÃO SOBRE
AS PRINCIPAIS CAUSAS
 NOTES – NATURAL ORIFICE TRANSLUMINAL ENDOSCOPIC
SURGERY:
 CIRURGIAS POR ORIFÍCIOS NATURAIS
 MANEJO DA SEPSE EM PACIENTE COM PERITONITE
 MARCADORES PROGNÓSTICOS DA PANCREATITE AGUDA
 PREVENÇÃO PRIMÁRIA E A INDÚSTRIA DE DIAGNÓSTICO PRECOCE
 PROJETO CAMINHAR SAUDÁVEL: PROMOÇÃO DA SAÚDE E
PREVENÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA NO DISTRITO DE SANTA
RITA DE OURO PRETO
 REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO MÉDICA
 REFORMA PSIQUIÁTRICA E PERSPECTIVAS DE TRATAMENTO DO
DOENTE MENTAL NO BRASIL
 UM MÉDICO LITERÁRIO
 RELAÇÃO ENTRE TIPO DE PARTO E A VITALIDADE DOS RECÉMNASCIDOS DA CIDADE DE OURO PRETO-MG
 SAÚDE-DOENÇA COMO UM PROCESSO SOCIAL
 TERAPIA NEOADJUVANTE E ADJUVANTE NAS NEOPLASIAS
MALIGNAS DE ESÔFAGO, ESTÔMAGO, CÓLON E RETO.
ACESSIBILIDADE INFRAESTRUTURAL DAS UNIDADES DE SAÚDE DE OURO
PRETO REFERENTE AOS DEFICIENTES FÍSICOS
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Bruno Jhonatan Costa Lima ([email protected])
Glaucia Juliana Neubaner Dueli ([email protected])
Hertz Bezerra Alves ([email protected])
Juliana Souza Amorim ([email protected])
Luiz Eduardo de Freitas Xavier ([email protected])
Melissa Maia Bittencourt ([email protected])
Rogério Canuto Sobral ([email protected])
Introdução: A garantia a um acesso universal à saúde é constitucional aos brasileiros
desde 1988, com a promulgação da “Constituição cidadã”. Ademais a esse mecanismo,
foi homologado, em 19 de dezembro de 2000, a Lei nº 10.048 que define acessibilidade
como condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, bem como
preconiza construções de rampas de acesso a banheiros adaptados e até pisos táteis.
Além disso, segundo a Lei nº 7.853/1989 e o Decreto nº3.298/1999, é direito de uma
pessoa com deficiência a garantia de acesso aos estabelecimentos de saúde públicos e
privados, devendo ser oferecido tratamento adequado, no que tange normas técnicas e
condutas. A associação desses dois importantes direitos, contudo, não é observada
frequentemente na realidade da saúde pública, como diagnosticado mediante dados da
Secretaria de Saúde de Ouro Preto. Esse quadro ainda é potencializado em Ouro Preto
devido à falta de espaços físicos e às constantes restrições arquitetônicas estabelecidas
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Objetivos:
Avaliar o nível de acessibilidade das unidades de saúde de Ouro Preto conforme os
parâmetros utilizados pelos órgãos competentes, utilizando o espaço amostral que a
Secretaria de Saúde de ouro preto recomendou aos alunos. Comparar algumas unidades
em relação a acessibilidade prestada ao público alvo. Metodologia: Revisão de
literatura, visitas de campo às unidades de saúde, conjuntamente com levantamentos de
dados e entrevistas com gestores dos serviços de saúde. Resultados: A análise dos
dados coletados e das visitas possibilitou a detecção de uma crônica deficiência
infraestrutural nas Unidades de Saúde em Ouro Preto, sendo que, embora haja poucas
adaptações, a questão estrutural esbarrou em uma vasta gama de empecilhos ao acesso
pelos deficientes físicos. Dados coletados na Secretaria de Saúde do município foram
apresentados, elucidando os processos em curso para melhorias no Serviço de Saúde,
evidenciando um prognóstico de melhorias progressivas nos próximos anos.
Conclusão: Embora tenha sido evidenciado tamanho déficit estrutural nas unidades de
Saúde em Ouro Preto, há o transcorrer de planos diretores e investimentos no setor que,
segundo a previsão dos gestores, dentro dos próximos anos, contará com novas
instalações que ofertarão um Serviço de Saúde mais digno e equitativo a população
ouro-pretana, incluindo o acesso aos deficientes ao importante direito de desfrutar de
uma saúde de qualidade.
Palavras Chaves: Acessibilidade, serviços de saúde, adaptação, deficiência.
Referências: VASCONCELOS, Luciana Rodrigues and PAGLIUCA, Lorita Marlena
Freitag.Mapeamento da acessibilidade do portador de limitação física a Serviços
Básicos de Saúde. Esc. Anna Nery [online]. 2006, vol.10, n.3, pp. 494-500. ISSN 14148145.
SIQUEIRA, Fernando Carlos Vinholes et al. Barreiras arquitetônicas a idosos e
portadores de deficiência física: um estudo epidemiológico da estrutura física das
unidades básicas de saúde em sete estados do Brasil. Ciênc. saúde coletiva [online].
2009, vol.14, n.1, pp. 39-44. ISSN 1413-8123.
EDUCANDO A HIPERTENSÃO
Leonardo Cançado Monteiro Savassi([email protected])
Allana Silva Mamédio ([email protected])
Amanda Cristina Virgílio Alves ([email protected])
Leila Batista Pena ([email protected])
Lucas Rocha Delatorre ([email protected])
Mariana da Silva Lopes([email protected])
Wagney Mendes Leal ([email protected])
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: O tema hipertensão tem importância em
âmbito local e mundial por tratar-se de uma afecção crônica que se configura como um
fator de risco para agravos comuns. A taxa de mortalidade relacionada à hipertensão é
alta no Brasil, sendo, portanto um dos principais problemas de saúde no país. Dessa
forma, é necessária a adoção de comportamentos saudáveis e a educação em saúde para
que haja a prevenção e o controle da doença. CENÁRIO: O projeto Educando a
Hipertensão foi desenvolvido em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto,
trabalhando com famílias atendidas pela Unidade Básica de Saúde (UBS) CAIC, pela
equipe da Estratégia de Saúde da Família Nova Aliança. A região, segundo dados
coletados através de registros existentes na UBS, tem a hipertensão como a afecção de
maior prevalência na comunidade (a ESF Nova Aliança atende 3100 pessoas, sendo que
cerca de 450 apresentam um quadro hipertensivo). DESENVOLVIMENTO: Por meio
de visitas domiciliares acompanhadas da presença de agentes comunitárias de saúde, foi
desenvolvida uma ação intervencionista voltada para a educação a nível individual, com
atuação em um período de quatro semanas junto a hipertensos e seus familiares,
abordando as complicações que podem surgir em decorrência da afecção, os cuidados
diários que devem ser tomados e as dificuldades na implementação da terapêutica.
Foram aplicados questionários, realizadas dinâmicas lúdicas abordando temas como os
hábitos alimentares, importância da realização de atividade física e outros, além da
entrega de um folder informativo para cada família. Para finalizar o projeto, houve a
exposição dos resultados obtidos na UBS e foi proposta à equipe da unidade a
continuidade do trabalho. PRINCIPAIS RESULTADOS: Ao todo foram visitadas 13
famílias (em duas delas não houve o segmento do projeto). De maneira geral, a maioria
os hipertensos visitados já tinham contato com um médico e estavam utilizando os
medicamentos. Porém, uma observação pertinente à todas as visitas, foi o pouco
entendimento que os pacientes e seus familiares possuíam acerca da hipertensão, e essa
falta de conhecimento da afecção estendia-se para o desconhecimento de suas eventuais
complicações. CONCLUSÕES: Após a realização das atividades durante as quatro
semanas, concluiu-se que houve grande adesão ao projeto por parte das famílias
visitadas, e uma melhora em relação ao conhecimento destas sobre a hipertensão. Mas
para a obtenção de resultados mais eficazes, é necessário dar continuidade ao trabalho
para que haja uma maior abrangência de famílias visitadas.
Palavras-chave: Hipertensão. Visita domiciliar. Hábitos alimentares.
Referências:
CHAVES, Emília Soares. Eficácia de programas de educação para adultos portadores
de hipertensão arterial. Rev Bras Enferm, v. 59, n. 4, p. 543-7, 2006.
SARAIVA, Klívia Regina de Oliveira et al. Saber do familiar na adesão da pessoa
hipertensa ao tratamento: análise com base na educação popular em saúde. Texto &
Contexto Enferm, v. 16, n. 2, p. 263-270, 2007.
ESTIGMATIZAÇÃO DO DOENTE MENTAL PELO PROFISSIONAL DA SAÚDE
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Arthur Vieira Piau ([email protected])
Bruno Roberto Freiria ([email protected])
Déborah Gomes Fernandes ([email protected])
Jaquelyne A. S. L. Ferreira da Silva ([email protected])
Maria Elisa Vasconcelos Alves ([email protected])
Monique Vieira de Moura ([email protected])
Vinícius Scandiuzzi ([email protected])
Em seus estudos sobre a identidade deteriorada, GOFFMAN, E. (1988) distingue
três tipos de estigma, sendo um deles referente às características e alguns desvios de
comportamento, como distúrbios mentais. Nesse contexto, foi questionada qual seria a
importância dos profissionais da área de saúde mental, e suas crenças pessoais como
agentes estigmatizantes do doente mental. Assim, por meio de revisão bibliográfica
buscou-se comprovar a existência desse comportamento. Através desses estudos
teóricos percebemos que a prática do profissional da saúde mental pode estar carregada
de idéias e atitudes estimagtizantes. Ao analisar o trabalho de FIGUEIRAS (2010)
observou-se, nas entrevistas realizadas com profissionais de saúde mental de hospitais
em Porto, que vários depoimentos comprovaram a existência dessas práticas
estigmatizantes. No Brasil, verificamos essas atitudes nos trabalhos de HENGARTNER
que mostraram as ações dos profissionais de saúde mental, principalmente os
psiquiatras, que muitas vezes sem perceber, acabam estigmatizando indivíduos com
esquizofrenia. Não há como negar, então, que profissionais da área da saúde podem ser
agentes estigmatizantes e que suas crenças pessoais podem interferir no que seria o
melhor tratamento para o paciente. Logo, para evitar que essa situação ocorra na prática
médica/clínica é de suma importância que a atuação profissional seja exercida de forma
imparcial, focada na melhora da condição e qualidade de vida do paciente/doente
independente de crenças pessoais ou contexto sócio-cultural.
PALAVRAS-CHAVE: Estigma; Profissional da saúde; Doentes mentais.
REFERÊNCIAS:
FIGUEIRAS, J. F. Profissionais de saúde mental enquanto agentes de estigmatização
da doença mental. 2010. 83 f. Dissertação de Mestrado em Terapia Ocupacional Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Tecnologia de Saúde do Porto, Porto,
2010.
HENGARTNER, M. P.; LOCH, A. A.; LAWSON, F. L.; GUARNIERO, F. B.; WANG,
Y. P.; RÖSSLER, W.; GATTAZ, W. F.Atitudes de profissionais de saúde mental em
relação a indivíduos com esquizofrenia: uma comparação transcultural entre Suíça e
Brasil. Rev. psiquiatr. clín.;39(4): 115-121, GRA, TAB.
MACONHA: UMA ABORDAGEM MEDICINAL
Ricardo Narciso Moebus ([email protected])
Bruno Carlos Caixeta ([email protected])
Daniel Coelho Barbosa ([email protected])
Iuri Ferrari Del Favero ([email protected])
Gisely Santos Silveira ([email protected])
Paula Figueiredo Oliveira ([email protected])
Paula Ohana Rodrigues ([email protected])
Polyana Almeida Barbosa ([email protected])
Introdução: A maconha ou Cannabis sativa é uma planta conhecido pelos seus efeitos
psicoativos e fisiológicos, mas seu uso medico é rondado de preconceitos, tabus e falta
de informação. Entretanto, por mais que o seu uso não seja legalizado no Brasil, países
que a utilizam de modo medicinal apresentam crescente número de pesquisas, sendo
que os estudos realizados sobre o efeito dos canabinóides no organismo têm gerado
resultados positivos. Objetivo: O objetivo desse trabalho é abordar a utilização da
Cannabis sativa L. para fins medicinais, evidenciar os interesses terapêuticos sobre os
compostos canabinóides e destacar a importância de novas pesquisas nessa área.
Discussão: Os efeitos psicoativos causados pelo Δ9-tetrahidrocanabinol (THC –
principal componente da Cannabis sativa) tais como analgesia, hipotermia, inibição de
atividade motora e hiperfagia, são conhecidos de longa data, porém foi com o estudo de
seu mecanismo, e de outros canabinóides, em 1980, que foram descobertos os
receptores canabinóides e os ligantes endógenos. A partir de então, o crescente número
de pesquisas envolvendo tais substâncias possibilitou maior amplitude para seu uso
medicinal. Se antes a maconha já era utilizada pela medicina popular devido às
características analgésicas da planta, contra dor de dente ou de cabeça assim como nos
problemas gastrointestinais, na asma, em cólicas uterinas e no combate à insônia devido
aos efeitos relaxantes, agora também se atribui aos canabinóides melhoras em
tratamentos de glaucoma, da síndrome de Tourette, e de náuseas e vômitos associados à
quimioterapia neoplásica, anorexia e caxequia em HIV. Além disso, há ainda o uso da
maconha para redução de riscos, já que por meio dela é possível substituir o uso do
crack e outras drogas mais nocivas. Conclusão: A Cannabis sativa apresenta grande
potencial terapêutico, apesar de suas propriedades psicotrópicas. Para a ampliação de
estudos futuros se faz necessário a isenção de crenças pessoais, preconceitos e
ideologias sobre o assunto. Novas descobertas nessa área podem proporcionar
constatações surpreendentes e trazer à tona novas opções farmacológicas para a
psiquiatria.
Palavras-chaves: Cannabis sativa, farmacologia e canabinóides.
Referências:
ROWAN R. O.; Grande Livro da Cannabis, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999. p.
117/118.
HONÓRIO, K. M.; Da Silva, A. B. F.; Aspectos Terapêuticos De Compostos Da Planta
Cannabis sativa, Quim. Nova, Vol. 29, No. 2, 318-325, 2006.
GERENCIAMENTO EM REDE E CUIDADO DA PESSOA IDOSA NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Aline Souza de Oliveira ([email protected])
Denise Lucilia Xavier ([email protected])
Evanilde Aparecida Santos ([email protected])
Gabriela Santana Ataliba ([email protected])
Jaqueline Silva Vieira ([email protected])
Jéssica Lucia de Paula Rufino ([email protected])
Natalia Pimenta ([email protected])
O distrito de Passagem de Mariana segue o padrão de envelhecimento populacional
nacional. Atualmente, cerca de 10% da população (363 em 3523 habitantes) encontra-se
acima de 60 anos. Foram constatados casos de idosos em situações de vulnerabilidade
durante acompanhamento de visitas domiciliares, o que gerou a necessidade da
problematização do gerenciamento em rede e do cuidado da pessoa idosa na atenção
básica da saúde do distrito. Foram ressaltadas as atribuições da equipe da unidade básica
de saúde, bem como as dos órgãos de assistência social relacionados ao cuidado do
idoso. Oficinas foram realizadas de forma autônoma, em nível local, visando os
aspectos apresentados de uma população senil crescente no distrito, ressaltando as
atribuições da equipe de saúde da unidade básica e dos demais órgãos sociais
relacionados, em forma de educação continuada, nas oficinas elaboradas por graduandos
de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto. Os objetivos foram incentivar,
desencadear e alimentar processos de formação continuada de profissionais da saúde,
tomando-se como referência as inúmeras experiências que já vêm sendo implantadas em
todo o país, enriquecendo e aprimorando a atenção básica ao idoso levantando questões
relacionadas ao cuidado especializado e promovendo uma problematização. Na oficina
1 foram levantadas as deficiências no cuidado ao idoso em Passagem de Mariana e
foram discutidas possibilidades de uma maior integração entre os órgãos competentes.
Mediante apresentação de casos hipotéticos, os participantes discutiram quais seriam,
frente a tais situações, suas atitudes e dificuldades. Assim, foram levantados problemas
como a falta de cuidadores concursados, a escassez de vagas em asilos públicos e
necessidade de uma criteriosa abordagem familiar. Na oficina 2 foram apresentados à
Unidade de Saúde os aspectos elucidados na oficina 1, além de algumas estratégias
para a sistematização e otimização dessa assistência. Os participantes demonstraram
conhecimento das atribuições de cada agente na assistência em rede, levantaram
limitações em manter o fluxo de informações dos pacientes entre si próprios, entre
outras, além de terem demonstrado grande interesse na continuidade deste trabalho
pelos estudantes de Medicina da UFOP nos próximos semestres.
Palavras-chaves: relações interprofissionais, assistência ao idoso e idoso fragilizado.
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde e Prevenção nas
Escolas: Guia para a formação de profissionais de saúde e de educação/ Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. –Brasília: Ministério da Saúde, 2006.160 p. –
(Série A. Normas e Manuais Técnicos).
Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB.
Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/SIAB/index.php. Acesso em: Novembro de
2013.
PROJETO SAÚDE FM: A RÁDIO COMO ATUANTE NA LITERACIA EM SAÚDE
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]).
Augusto Almeida e Fonseca ([email protected])
Carolina Luísa de Lima Filardi ([email protected])
Lucas Arantes Siqueira ([email protected])
Matheus Martins Oliveira ([email protected])
Matheus Silva de Castro ([email protected])
Identificação do Problema: Comunicar vem do latim, communicare, ou seja, tornar
comum. Para que a comunicação seja efetiva, tanto o transmissor quanto o receptor
devem estar cientes da mensagem que está sendo passada. A informação é o resultado
de pesquisa sobre um conjunto de dados, seguido de uma análise e explicitado como
mensagem significativa e contextualizada. Assim, a dificuldade de fazer com que o
receptor receba e entenda a informação passada pode ser minimizada com o uso correto
dos meios de comunicação. Especificamente diante da dificuldade da transmissão de
informação acerca de temas relacionados à saúde, tanto dentro quanto fora dos postos de
saúde, o projeto Saúde FM foi desenvolvido para ser um facilitador dos processos
comunicacionais aplicados a temas que dificilmente são discutidos pela população no
dia-a-dia. Cenário: Foram realizadas visitas na Estratégia de Saúde da Família (ESF)
Bem Viver, situada em Cachoeira do Campo, Ouro Preto- MG e na Rádio UFOP, que
atende a macrorregião de Ouro Preto, para diagnóstico dos principais problemas vistos
na ESF e elaboração do projeto. Desenvolvimento: Foram montados, com ajuda de
profissionais da rádio, programas de cerca de trinta minutos, sobre temas de saúde. Os
programas foram compostos de entrevistas com especialistas nos temas tratados, e com
quadros de perguntas e respostas feitos pelos próprios alunos para esclarecer de forma
superficial tais temas. Foram gravados três programas, que serão veiculados na Rádio
UFOP e em rádios nos distritos de Ouro Preto. Resultados: Foram gravados três
programas na própria rádio. O primeiro programa tratou do tema “A atenção primária à
saúde em Ouro Preto e região, e a participação da Universidade Federal de Ouro Preto
nesse processo”, e teve a participação da professora Adriana Maria de Figueiredo. O
segundo programa, com a participação do professor Leonardo Cansado Monteiro
Savassi, abordou a questão dos “Acidentes Domésticos na Primeira Infância” e o
terceiro programa tratou do tema “Aleitamento Materno”, e teve a participação da
nutricionista Clea Barbosa. Com a ajuda de profissionais da rádio que orientaram
quanto ao uso correto do vocabulário, edição do programa e uso correto da voz ao lidar
com o público ouvinte, foram elaboradas perguntas que guiaram as entrevistas feitas.
Em cada programa, um bloco com perguntas e respostas feitas pelos próprios alunos foi
gravado para esclarecer questões básicas sobre os temas, para que os mesmos pudessem
ser aprofundados nas entrevistas com os profissionais especialistas. Como os programas
foram elaborados durante o desenvolvimento dos trabalhos, mas não foram veiculados,
questionários sobre audiência e sobre aceitação da população não puderam ser feitos
durante o curto tempo de desenvolvimento do projeto. Conclusões: O conhecimento
sobre o uso de um meio diferencial para transmissão da informação foi de extrema
importância e enriqueceu o aprendizado de todos os participantes do grupo, levando ao
reconhecimento da importância da comunicação e do diálogo para prevenção de
doenças. O aprofundamento nos assuntos que foram abordados nas gravações dos
programas e o diálogo com profissionais especialistas no assunto levaram a um maior
aprendizado sobre a importância da informação e conscientização da população que não
tem acesso a esse conteúdo de outra maneira
Palavras chaves: comunicação, informação, saúde.
Referências:
MARCONDES FILHO, Ciro. Até que ponto, de fato, nos comunicamos? São Paulo:
Paulus, 2004.
HEINZMANN, R. A. PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA
IDENTIFICAR AS DIFICULDADES DOS PROFISSIONAIS NO CONHECIMENTO
E USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE. UNIOESTE
Cascavel,Dezembro – 20008
HIPERTENSÃO: NINGUÉM MERECE VIVER SOB PRESSÃO
Leonardo Cançado Monteiro Savassi ([email protected])
Sarah Viana Fialho ([email protected])
Tatiane Nicolela Costa Prata ([email protected])
Bárbara Rodrigues Toneli ([email protected])
Débora Cristina De Freitas Batista ([email protected])
Pedro Calazans Rabello ([email protected])
Ruan Carling Schott Wondollinger ([email protected])
Yohanna Bastani De Mattos ([email protected])
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: O grupo realizou visitas à Unidade Básica de
Saúde anexa ao Centro de Atenção Integrada à Criança (CAIC) em Cachoeira do
Campo, distrito de Ouro Preto, Minas Gerais, e observou a Equipe Vida, pertencente à
Estratégia Saúde da Família. As visitas à unidade tiveram o propósito de estabelecer um
diagnóstico de saúde dos problemas enfrentados na UBS, para, então, ser proposto uma
ação educativa junto à população afetada. O diagnóstico foi feito a partir da observação,
análise dos registros do SIAB (Sistema de Informação de Atenção Básica) e entrevistas
com questionário pré-estabelecido aplicados à equipe de saúde e integrantes da
comunidade. Após as discussões e entrevistas, descobriu-se um grupo pré-existente
composto por idosos, com um grande número de hipertensos, que realizam atividades
físicas duas vezes por semana na quadra do Cruzeiro - orientados por educadores físicos
- onde poderíamos desenvolver uma proposta de intervenção voltada à hipertensão.
CENÁRIO/DESENVOLVIMENTO: Foram realizadas duas visitas ao grupo de
atividade física na quadra do Cruzeiro. A primeira visita teve o objetivo informar aos
participantes do grupo sobre a ação educativa e pedir que todos participassem; além de
consentir o apoio dos educadores físicos. Na segunda visita, e última, foram
desenvolvida atividades educativas que visavam estabelecer um diálogo com os
participantes sobre o conceito da hipertensão, seus riscos e cuidados com a saúde,
enfatizando a alimentação e atividade física. Além disso, foram distribuídas sementes de
ervas culinárias como estímulo para a substituição do sal como mudança de hábito. Foi
aferida a pressão arterial dos participantes com aparelhos digital e analógico a fim de
verificar se não corriam riscos para participar dos exercícios físicos durante a hora
subsequente. OBJETIVOS: O trabalho realizado tem como objetivo informar e
conscientizar os participantes sobre a hipertensão; esclarecer os termos com os quais os
pacientes convivem diariamente; dar dicas de como ter uma boa qualidade de vida por
meio da prática de atividades físicas que caibam dentro da rotina dos moradores da
região e de uma dieta controlada atraente ao paladar e acessível aos padrões
socioeconômicos dos mesmos; motivá-los e incentivá-los a não desistir do tratamento e
fazer o controle da pressão arterial. PRINCIPAIS RESULTADOS: Observou-se que a
maioria dos hipertensos desconhecia o conceito de pressão arterial e os fatores de riscos
relacionados à hipertensão, bem como sua relação com o excesso de sal na alimentação.
No entanto, os participantes demonstraram muito interesse nas atividades e
apresentaram muitas dúvidas que foram sanadas. Verificou-se também que o valor de
pressão arterial na maioria dos idosos estava acima do recomendado. CONCLUSÕES:
Apesar de algumas limitações, o projeto de intervenção mostrou-se construtivo,
gratificante e viável, tanto para a população, quanto para os profissionais de saúde da
UBS-Vida e acadêmicos do segundo período de medicina. O conhecimento que buscouse disseminar poderá melhorar muito a qualidade de vida dos participantes, além de
possuir cunho preventivo, ao ser aplicados dentro das famílias.
Palavras–chave: hipertensão; promoção da saúde; alimentação
REFERÊNCIAS:
TOLEDO, Melina Mafra; RODRIGUES, Sandra de Cássia and CHIESA, Anna Maria.
Educação em saúde no enfrentamento da hipertensão arterial: uma nova ótica para
um velho problema. Texto contexto - enferm. [online]. 2007, vol.16, n.2, pp. 233-238.
ISSN 0104-0707.
PASSOS, Valéria Maria de Azeredo, ASSIS, Tiago Duarte and BARRETO, Sandhi
Maria. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de
base populacional. Epidemiol. Serv. Saúde, Mar. 2006, vol.15, no.1, p.35-45. ISSN
1679-4974.
“PROJETO SEM VERGONHAS” EDUCAÇÃO E SAÚDE: TRABALHANDO A
SEXUALIDADE NA ESCOLA
Dr.ª Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Arthur Corradi Lavarini ([email protected])
Laura Rabelo Silva ([email protected])
Manainy Avezani Miranda Carrilho ([email protected])
Mateus Silva de Carvalho ([email protected])
Rachel Zarnowski ([email protected])
Thiago Guimarães Teixeira ([email protected])
Identificação do problema: Cada vez mais, a sexualidade tem sido tema de debate não
apenas na sociedade brasileira e sua importância fica ainda mais pronunciada quando
controvérsias sobre o aborto, os direitos das minorias sexuais, bem como a propagação
das doenças sexualmente transmissíveis se colocaram no centro da atenção pública da
vida contemporânea. Um dos aspectos da vida do adolescente, alvo de propostas e
intervenções, que é frequentemente apontado como motivo de preocupação – por pais e
profissionais das áreas de saúde, educação, social e, inclusive, religiosa – é a
sexualidade. A despeito da importância atribuída à discussão sobre o sexo na
adolescência, muitos dos pontos que guiam profissionais de diversas áreas sobre como
lidar com os jovens nesse contexto são obscuros, cercados por mitos e imprecisões.
Nessa vertente, a escola é um espaço privilegiado por congregar crianças e adolescentes
em uma etapa crítica de crescimento e desenvolvimento, sendo também um ambiente
adequado para a aprendizagem não só da anatomia e fisiologia do corpo humano,
prevenção da gravidez precoce e das doenças sexualmente transmissíveis (DST), como
também para o desenvolvimento da autoestima e do senso crítico. Cenário: Alunos na
faixa etária de 13 a 17 anos da Escola Estadual Antônio Pereira, em Antônio Pereira,
distrito da cidade de Ouro Preto-MG. Desenvolvimento: Durante o mês de dezembro
de 2013 foram feitas pesquisas de campo para se inteirar acerca de problemas iminentes
na comunidade do distrito de Antônio Pereira. A pesquisa envolveu coleta de
informações e dados na unidade básica de saúde, no Centro de Referencia de
Assistência Social e em escolas do distrito, conduzindo à escolha do tema trabalhado.
Durante as quatro semanas do mês de janeiro de 2014, sempre às terças-feiras pela
manhã, realizaram-se encontros com estudantes da Escola Estadual Antônio Pereira que
haviam manifestado interesse prévio em participar do projeto. Durante os encontros
foram trabalhados assuntos como a afetividade ligada ao par, métodos contraceptivos,
doenças sexualmente transmissíveis e autoestima, todos ligados ao tema sexualidade.
Os assuntos foram abordados a partir de dinâmicas, previamente selecionadas e
estudadas pelos integrantes do grupo. Principais Resultados: No que concerne aos
conhecimentos práticos dos alunos acerca dos métodos contraceptivos e das DST,
observou-se que a maioria dos alunos apresentava dúvidas acerca do uso dos
contraceptivos. Quanto à importância da utilização da camisinha para a prevenção de
DST e gravidez, todos os jovens relataram estar cientes disso. Quando questionados se
seus pais já haviam alguma vez abordado o tema sexualidade, os jovens relataram que
sim, mas de forma indireta. Conclusão: A utilização da escola para a discussão de
temas como a sexualidade mostrou-se favorável, na medida em que por se tratar de um
ambiente que faz parte do cotidiano dos adolescentes, estes se sentiram livres para
expressar suas dúvidas, crenças e sentimentos. A parceria entre a comunidade escolar e
profissionais da área de saúde mostra-se promissora no processo de educação em saúde,
notoriamente em educação sexual.
Palavras Chaves: Saúde do Adolescente, Sexualidade, Educação em Saúde.
REFERÊNCIAS:
Fonseca, A. D.; Gomes, V. L. O.; Teixeira, K. C. Percepção de adolescentes sobre uma
ação educativa em orientação sexual realizada por acadêmicos (as) de enfermagem. Esc
Anna Nery Rev Enferm [Internet]. 2010 Apr/June [cited 2012 Apr 24];14(2):330-7.
Nascimento, M. G.; Xavier, P. F.; Sá, R. D. P. Adolescentes grávidas: a vivência no
âmbito familiar e social. Adolesc Saúde [Internet]. 2011 Oct/Dec [cited 2012 Mar
19];8(4):41-7.
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES COM ANIMAIS
PEÇONHENTOS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO.
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected])
Daniel Guilherme de Oliveira e Silva ([email protected])
Guilherme Angelo dos Santos Silva ([email protected])
Pedro Gadbem Bobst ([email protected])
Rafaela Arantes ([email protected])
Simone Alves Edmundo ([email protected]).
Introdução: Acidentes causados por animais peçonhentos são de grande interesse para
a saúde pública, devido ao alto índice de morbimortalidade. Visto isso, verifica-se a
importância de uma análise epidemiológica desses acidentes por localização. Objetivos:
Realizar uma análise epidemiológica dos acidentes causados por animais peçonhentos
no município de Ouro Preto, Minas Gerais. Observar e comparar perfis mais afetados
por sexo, faixa etária e bairros, e observar se há significância. Métodos: Foi utilizada a
base de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) onde
foram isolados os acidentes causados por animais peçonhentos. Foram realizados testes
estatísticos como Qui-quadrado para observar se houve significância e/ou associação
entre os fatores. Resultados: Analisando-se os dados provenientes do SINAN,
observou-se que 20,10% das notificações em Ouro Preto – MG foram de acidentes
causados por animais peçonhentos. Dos indivíduos acidentados, 51,25% eram do sexo
feminino e a faixa etária mais afetada foi de 25-59 anos com 37,75%, seguida pela de 09 anos com 30,48%, 10-19 anos com 15,44%, acima de 59 anos com 8,56% e 20-24
anos com 7,77% das ocorrências. Os bairros em que houveram mais indivíduos
acidentados foram São Cristóvão (12,19% do total), seguido por Alto da Cruz com
6,93%, Morro Santana com 6,65% e Antônio Dias com 6,37% dos acidentes. Foi
realizado o teste qui-quadrado onde observou-se não haver associação entre indivíduo
acidentado e o sexo. Através do teste de Qui-quadrado, houve significância entre faixa
etária e pessoa acidentada e também entre bairros onde ocorreu mais acidentes
relacionado aos indivíduos acidentados. Conclusão: Concluímos que o sexo não é fator
que interfere na ocorrência de acidente por animais peçonhentos, no entanto, a faixa
etária e o bairro são significativos entre os indivíduos acidentados, sendo portanto
fatores importantes nesse caso. Durante todo o trabalho, observamos erros no sistema e
necessidade de análise de outros bancos. “A carência de informações coletadas através
do SINAN, único sistema nacional que possui um módulo específico para tratar desse
tipo de agravo à saúde, justifica a análise de outros sistemas nacionais de informação,
que contemplam o registro de acidentes por animais peçonhentos” (BOCHNER &
STRUCHINER, 2002).
Palavras-Chave: Animais peçonhentos; Acidentes; Epidemiologia.
Referências:
BOCHNER, R.; STRUCHINER, C. J. Acidentes por animais peçonhentos e sistemas
nacionais de informação. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18(3):735-746, mai-jun,
2002.
LAGUARDIA, J.; DOMINGUES, C. M. A.; CARVALHO, C. et al. Sistema de
informação de agravos de notificação em saúde (Sinan): desafios no desenvolvimento
de um sistema de informação em saúde. Epidemiol. Serv. Saúde, 2004, vol.13, no.3,
p.135-146.
ABORDAGEM PRÉ-HOSPITALAR DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO
Iure Kalinine Ferraz de Souza ([email protected])
Álisson Oliveira dos Santos ([email protected])
Estevão Ferreira Barbosa(estevã[email protected])
Pedro Henrique Miranda ([email protected])
Sidney Batista Araújo ([email protected])
Introdução: O trauma nada mais é do que lesão de extensão, gravidade e intensidade
variáveis, que pode ser produzida por agentes diversos, de forma acidental ou
intencional, capaz de produzir perturbações locais ou sistêmicas. Segundo o Ministério
da Saúde, ocorreram 127.633 óbitos por traumas no Brasil em 2005, o que representa
12,67% do total de óbitos. Ao cuidado realizado do paciente politraumatizado no local
do acidente e no caminho ao hospital, denomina-se atendimento pré-hospitalar. Durante
essa fase, deve-se dar ênfase na manutenção da via aérea, controle de hemorragias
externas e choque, imobilização adequada do paciente e transporte imediato ao local
apropriado mais próximo, preferencialmente um centro especializado em trauma.
Objetivos: Realizar uma revisão não sistemática da literatura sobre a abordagem préhospitalar do politraumatizado, com ênfase nos procedimentos adotados recentemente
em serviços de referência, que têm impactado significativamente na redução da
mortalidade. Métodos: Revisão da literatura de novembro de 2013 a janeiro de 2014 em
livros da Biblioteca da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto e em
periódicos na internet. Os trabalhos foram pesquisados nos bancos de dados Biblioteca
Regional de Medicina e Scientific Electronic Library Online, através das fontes
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Literatura Internacional
de Ciências da Saúde e COCHRANE. Além disso, foram realizadas entrevistas com
informantes-chave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Ouro Preto.
Resultados: Uma coordenação adequada entre o grupo pré-hospitalar pode tornar mais
eficaz a assistência do paciente no local do acidente. O sistema deve ser organizado de
forma que o hospital seja notificado do translado do paciente antes que este seja retirado
do local do acidente, permitindo que a equipe de trauma do hospital se prepare para
receber o paciente. Deve-se dar atenção à manutenção da via aérea, controle de
hemorragias externas e choque. Imobilização adequada e translado imediato para o local
mais próximo e apropriado. A avaliação primária do paciente politraumatizado deverá
ocorrer de acordo com o protocolo de atendimento inicial do mesmo, recomendado pelo
Advanced Trauma Life Support. Essa avaliação ocorre em uma sequência lógica de
condições de risco à vida, conhecida como “ABCDE”. Além disso, o atendimento préhospitalar ao politraumatizado deverá abranger situações específicas, como traumatismo
cranioencefálico, trauma torácico, trauma abdominal, atendimento oftalmológico,
trauma musculoesquelético, atendimento à criança politraumatizada. Situações
particulares como queimaduras e o transporte do paciente vítima de trauma também
devem ser considerados. Conclusões: Embora os avanços na sistematização do
atendimento ao politraumatizado tenham sido consideráveis, infelizmente nossa
realidade ainda está distante da ideal, com aproximadamente 20 a 30% dos óbitos ainda
ocorrendo por falta de uma melhor integração entre o atendimento hospitalar e pré-
hospitalar. Sabe-se que a prevenção é a saída para a diminuição destes dados
estatísticos, essa voltada para grupos ou cenários de alto risco.
Palavras-chave: traumatismo múltiplo; índices de gravidade do trauma; ferimentos e
lesões.
Referências:
 NORMAN, E.M.; SCOTT, F.; SALOMONE, J.P. PHTLS: Atendimento préhospitalar ao traumatizado. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. 596 p.
 ATLS: Suporte Avançado de Vida no Trauma para Médicos. 7.ed.
Editora Elsevier , 2004.
ANÁLISE DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE E ÓBITOS POR
ACIDENTES E HOMICÍDIOS RELACIONANDO-OS COM CORES/RAÇAS,
OCORRIDOS NO MUNICÍPIO DE MARIANA, NO ESTADO DE MINAS GERAIS,
ENTRE 2006 E 2011.
George Luiz Lins Machado Coelho - [email protected]
Andressa Harpis Bastos - [email protected]
Bruno Roberto Freiria – [email protected]
Clayton Santos - [email protected]
Felipe Sabec Folgueral - [email protected]
Juliana Cristina Dias - [email protected]
Introdução: Sabe-se que um grupo social não é definido por relações de raça ou cor.
Todavia, diferenças étnicas associam-se a desigualdades sociais e condicionam a forma
de viver de um grupo de pessoas (BATISTA, 2004). Tais fatores contribuem
diretamente nos índices de violência, uma vez que essa se associa à forma como a
sociedade se organiza, distribui seus bens e serviços, e elabora seus direitos e normas
(COSTA, 2009). Assim, tem-se a constatação incontornável que o nascer da cor parda
ou negra aumenta de forma significativa a probabilidade de um brasileiro ser pobre
(HENRIQUES, 2001). Além do modelo social, tem-se o modelo genético de
causalidade das doenças, o qual se apoia em três pressupostos básicos: a raça é uma
categoria biológica válida, os genes que determinam a raça estão vinculados aos genes
que afetam a saúde e a saúde de qualquer comunidade (LAGUARDIA, 2002). Dessa
forma, entende-se que os problemas de saúde não se distribuem por acaso, não tendo,
portanto, frequência e gravidades similares em todos os grupos humanos (COSTA,
2009). Objetivos: Analisar as diferentes causas de mortalidade segundo os estratos de
raça/cor comparada à violência, biologia e idade. Sob a premissa de que há diferenças
sociais segundo a etnia e que essas diferenças se constituem vulnerabilidade para
violência e biologia, realizou-se esse estudo para averiguar se a raça/cor condiciona
padrões característicos de óbito. Metodologia: Trata-se de um estudo sobre a
mortalidade geral, onde se analisou as principais causas de morte estratificadas por
idade e os óbitos violentos e biológicos, relacionando-os com etnia, ocorridos no
município de Mariana-MG, compreendidos entre o período de 2006 a 2011. Os dados
de mortalidade foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do
Ministério da Saúde. Selecionaram-se os óbitos analisando a causa imediata de morte e
as mortes violentas, identificados na declaração de óbito. Utilizou-se o software Epi
Info 7 para a realização de análises estatísticas, onde os comandos de frequência,
médias e tabulação foram escolhidos. Resultados: No primeiro estrato, comparou-se,
usando a análise de médias, a relação entre raça e idade de óbito, onde percebeu-se
significância ao comparar tais variáveis. No segundo estrato, onde raça e mortes
causadas por violência foram comparadas, usou-se o método de chi-quadrado, onde se
relacionou, separadamente, cada etnia com outra. Todavia, em todos os casos, não
houve diferença significativa entre esses. No terceiro estrato, relacionou-se cor com
causas biológicas de morte, as seis com maior frequência, também utilizando o teste do
chi-quadrado, onde, mais uma vez, não se observou significância na variação entre os
valores. Compararam-se mortes biológicas com violentas e percebeu-se diferença
significativa. Conclusão: Concluiu-se que, no município de Mariana, não há diferença
significativa entre mortes biológicas e violentas entre as etnias analisadas, enquanto há
diferença notória na idade de óbito. Tais resultados levantam hipóteses sobre possíveis
causas nessa diferença, como condições financeiras e sociais, as quais estão diretamente
ligadas à expectativa de vida.
Palavras Chaves: Mortalidade – Iniquidade Social – Análise de Correspondência
Referências
1 – BATISTA, L.E., ESCUDER, M.M.L., PEREIRA, J .C.R. A cor da morte: causas de
óbito segundo características de raça no Estado de São Paulo, 1999 a 2001. Revista de
Saúde Pública, 2004;
2 – COSTA, I.E.R., LUDERMIR, A.B., SILVA, I.A. Diferenciais da mortalidade por
violência contra adolescentes segundo estrato de condição de vida e raça/cor na cidade
de Recife. Ciência & Saúde Coletiva, 2009.
ATUALIZAÇÃO NO TRATAMENTO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA
INTESTINAL INESPECÍFICA.
Iure Kalinine Ferraz de Souza ([email protected])
Isadora Pinheiro Becker ([email protected])
Luana Matos Braga ([email protected])
Mariana Isadora Ribeiro Vieira ([email protected])
Raphael Guerra David Reis ([email protected])
Tuian Santiago Cerqueira ([email protected]).
Introdução: Doença Inflamatória Intestinal é uma classificação que reúne diversas
doenças inflamatórias de apresentação habitualmente crônica, sendo de origem
idiopática, e que acometem o além do tubo digestórios, diversos órgãos e tecidos. a
principal teoria fisiopatológica para o desenvolvimento dessas doenças enfatiza uma
desregulação do sistema imunológico a partir de fatores endógenos e exógenos, levando
a maior produção de fatores pró-inflamatórios (alfa-TNF, interferon-gama, IL-1, IL-6,
IL-12, IL-13 e IL-17) em detrimento de fatores anti-inflamatórios (IL-4, IL-10, IL-11).
Na prática clínica, devido à maior prevalência epidemiológica, essa denominação
refere-se quase que exclusivamente à Retocolite Ulcerativa ou à Doença de Crohn. No
Brasil, dados epidemiológicos são escassos, ainda que os estudos regionais, e sobretudo
outros internacionais, destaquem o aumento da sua incidência na atualidade. Objetivo:
Apresentar uma revisão da literatura, na modalidade monografia, sobre as doenças
inflamatórias intestinais inespecíficas (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa) com
enfoque nas atualizações terapêuticas. As bases de dados utilizadas incluem: bases de
periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior
(CAPES), Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), além do Consenso brasileiro de
doenças inflamatórias intestinais, e refinados sob orientação do professor da disciplina
de Clínica Cirúrgica I. Discussão: Vários estudos na literatura tentam elucidar as causas
das doenças inflamatórias intestinais. Avançou-se no sentido de evidenciar a origem
genético-hereditária, de mecanismos autoimunes, como importante fator de risco,
sobretudo quando somados ao estilo de vida ocidental. O diagnóstico dessas doenças é
construído a partir das avaliações do quadro clínico, das evidências endoscópicas,
laboratoriais e radiológicas. O tratamento das DIIs baseia-se no uso de derivados de
salicilato (Sulfassalazina, Mesalazina), corticosteroides (Hidrocortisona, Prednisona),
imunossupressores (Azatioprina, Metotrexato), e mais recentemente, no uso da terapia
biológica (Anticorpo Anti-TNFalfa e probióticos). Conclusões: Com o progressivo
aumento observado na incidência dessas afecções, o conhecimento sobre o tema deve
ser aprimorado e dominado pelos profissionais de saúde em geral, visando oferecer ao
paciente melhor qualidade de vida, dado o grande impacto que essas doenças geram em
seu cotidiano. O avanço do tratamento constitui ganho importante para essa tarefa,
entretanto novos conhecimentos acerca da etiopatogenia deverão ser fundamentais para
ganhos terapêuticos ainda mais promissores.
Palavras Chave: Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa, Tratamento
Referências:
GRUPO DE ESTUDOS DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS.
Consensus guidelines for the management of inflammatory bowel disease. Arquivos de
Gastroenterologia. v. 47 – no.3 – jul./set. 2010 .
HARRISON, T. R. Medicina Interna. 16. Ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill
Interamericana do Brasil Ltda, 2006.
.
AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A IDADE DA MÃE NA
GESTAÇÃO E O PESO DO RECÉM-NASCIDO NO MUNICÍPIO DE MARIANAMG
George Luiz Lins Machado Coelho, [email protected]
GéssicaSantana Marotta, [email protected]
Ludyanne da Silva Gomes, [email protected]
Najla Braz da Silva Vaz, [email protected]
Taylane Glória Magalhães Coelho, [email protected]
Washington Miguel Almeida, [email protected]
Introdução. Para a avaliação da existência ou não de relação entre o peso do recémnascido e a idade da mãe durante sua gestação foi feito um levantamento estatístico de
uma população de 4049 mulheres que deram à luz no Hospital Monsenhor Horta no
município de Mariana, Minas Gerais, no período de 01/01/2006 a 17/05/2011. O estudo
focou-se nas gestações de adolescentes, que de acordo com definição cronológica do
“Comitê de Peritos da OMS”, refere-se à gravidez definida entre a transição da infância
e adolescência, mais especificamente entre 10 e 19 anos, com um total de 655
gestações. Objetivo. Avaliar se há ou não relação existente entre a idade da mãe durante
sua gestação e o peso do recém-nascido. Metodologia. Os dados foram retirados do
SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) do município de Mariana. Para
tal, os dados coletados foram analisados no programa estatístico epidemiológico Epi
Info™ 7. Foram realizados os testes estatísticos: ANOVA, Qui-Quadrado e o Teste de
Frequência. Nos resultados foram comparados o valor p, que sendo este menor que 0,05
indica que há relação estatística entre as variáveis analisadas: idade da mãe e peso do
recém-nascido. Para que os dados fossem interpretados corretamente, avaliou-se a
gestação em três grupos divididos por idade da progenitora. O primeiro grupo foi
composto por mulheres com idade entre 10 a 14 anos (n = 19). O segundo grupo com
idade entre 15 a 19 anos (n = 636) ambos os grupos citados anteriormente são
considerados como gravidez na adolescência. O terceiro grupo refere-se à idade acima
de 20 anos (n = 3394), considerado como gravidez madura. Resultados. Observando,
pela análise do teste ANOVA o valor de p (0,00002), conclui-se que há associação entre
as variáveis – idade da mãe e peso do recém-nascido. O Grupo I apresentou a menor
média em relação ao peso do recém-nascido (2961,5789g) que varia com a idade da
mãe, sendo que, dentro deste 15,79% das crianças apresentaram o peso menor que
2500,00g. O Grupo II apresentou média do peso (3074,2154g) intermediária entre os
Grupo I e III, sendo que, dentro do Grupo II, 9,43% das crianças apresentaram o peso
menor que 2500,00g. O Grupo III apresentou a maior média (3171,9319g) de peso entre
os recém-nascidos e dentro deste 8,10% apresentaram um peso menor que 2500,00g.
Pela análise da variância entre os três grupos, observou-se que no Grupo I a variância
(393591,8129) não foi homogênea e entre os Grupos II (264742,7551) e III
(275117,9291) foi homogênea. Conclusão. Conclui-se que a percentagem de recémnascidos com menor peso (15,79%) eram filhos das gestantes entre 10 e 14 anos, sendo
esta idade considerada como gravidez na adolescência. A menor percentagem de recémnascidos com baixo peso (8,10%), foi o grupo das gestantes com idade acima de 20
anos, sendo esta considerada como uma gestação madura. Com isso podemos inferir
pelos dados analisados, que há relação entre a idade de gestação da mãe e a repercussão
no peso do recém-nascido.
PALAVRAS CHAVE: Gravidez na adolescência; peso do recém-nascido; Mariana.
Referências:
ARAÚJO, S.G.; SANT’ANA, D.M.G. Relação entre a idade materna e o peso ao
nascer: Um estudo da gravidez na adolescência no município de Umuarama, PR,
Brasil em 2001. Ciência, Cuidado e Saúde, Maringá, v.2, n.2,p. 155-160, Jul./Dez.
2003.
ALEGRIA, F.V.L.; SCHOR, N.; SIQUEIRA, A.A.F.; Gravidez na adolescência:
Estudo Comparativo. Rev. Saúde Públ., S. Paulo, 23 (6): 473-7, 1989.
GAMA, S.G.N.; SZWARCWALD, C. L.; LEAL, M.C.; FILHA, M.M.T.; Gravidez na
adolescência como fator de risco para baixo peso ao nascer no município do Rio de
Janeiro, 1996-1998. Rev. Saúde Públ. 2001; 35 (1): 74-80.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS
DE NOTIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO-MG
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected])
Bernardo Arantes Neves de Abreu ([email protected])
Filipe Nappi Mateus ([email protected])
Paulo Henrique Castanha Miranda ([email protected])
Priscila Cintra Campos ([email protected])
Sara Helena Resende Carvalho ([email protected])
Vanessa Almeida de Camargos ([email protected])
Introdução: O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) é composto
de relatórios de casos de doenças e agravos que constam na lista nacional de doenças de
notificação compulsória. Além disso, os estados e municípios podem incluir os
problemas de saúde característicos da região. O SINAN é primordial para o
desenvolvimento de estratégias de promoção de saúde, visto que é possível analisar
diversos parâmetros relacionados com a causa e origem das doenças. Vale ressaltar que
a qualidade da informação obtida pelo banco de dados gera um aumento da
confiabilidade das informações de saúde. Objetivos: Analisar estatisticamente todas as
notificações presentes no banco de dados do SINAN referentes ao município de Ouro
Preto-MG, no período 2003-2010. Verificar a frequência de sexo, faixa etária e
principais regiões nos capítulos mais prevalentes. Métodos: As informações foram
coletadas no banco de dados do SINAN referente ao município de Ouro Preto-MG, no
período de 2003-2010. As doenças ou agravos relatados foram separados por capítulos
de acordo com a classificação do CID-10. Utilizou-se os capítulos com maior índice de
notificação, correspondendo ao I e ao XX, que são referentes a doenças infecciosas e
parasitárias e causas externas de morbidade e mortalidade, respectivamente. Nesses
capítulos, verificou-se a frequência de sexo, região e faixa etária. De acordo com o
SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), crianças são indivíduos de 0
a 9 anos de idade, adolescentes compreendem a faixa etária de 10 a 19 anos, adultos
estão inclusos de 20 a 59 anos, enquanto idosos são aqueles com idade igual ou superior
a 60 anos. Analisou-se também a frequência de notificações do acordo com o ano.
Resultados: O número de notificações no munícipio de Ouro Preto aumentou
significativamente nos anos de 2007 e 2008, diminuindo novamente nos anos seguintes.
Foi observada uma prevalência do sexo masculino em ambos os capítulos analisados.
Com relação à faixa etária, os adultos foram os mais afetados nos dois capítulos.
Referente à região, em ambos os capítulos houve prevalência de regiões não relatadas,
dentre as relatadas, a mais frequente no capítulo I foi Antônio Pereira e no capítulo XX,
Cachoeira do Campo. Conclusão: As notificações foram maiores nos anos de 2007 e
2008, podendo ter ocorrido preenchimento superestimado de fichas nesses anos e
subnotificações nos outros anos. Outra possibilidade é a adoção de estratégias de
promoção de saúde que diminuíram a incidência de doenças e agravos. Analisando a
frequência, observa-se nos capítulos I e XX que os grupos mais prevalentes são adultos
e indivíduos do sexo masculino, evidenciando a necessidade da criação de táticas
preventivas que atendam tais públicos. Em relação à região afetada, vê-se a necessidade
de medidas direcionadas às regiões em que a notificação foi mais prevalente. A ausência
de dados referentes à região indica que deve-se conscientizar os relatores da importância
de uma notificação detalhada e completa.
Palavras-chave: SINAN; Notificações de doenças e agravos; Promoção de saúde.
Referências:
LAGUARDIA, J. et al. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN):
desafios no desenvolvimento de um sistema de informação em saúde. Epidemiologia e
Serviços de Saúde, São Paulo,n. 3, p.135-147, Jul/Set,2004.
FAGUNDES, A. A. et al. Vigilância alimentar e nutricional - Sisvan: orientações
básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em serviços de
saúde .Ministério da Saúde, Brasília, 2004.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE OURO
PRETO, MINAS GERAIS (2009-2013)
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected])
Ana Clarisse da Costa Porto ([email protected])
Emilia Silva Calil ([email protected])
Júlia Carvalho Oliveira ([email protected])
Maira Kroetz Boufleur ([email protected])
Introdução: A tuberculose (TBC) é uma doença infecciosa causada pelo bacilo
Mycobacterium tuberculosis. A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca como as
principais causas para a gravidade da situação atual da TBC no mundo a desigualdade
social, o advento da AIDS, o envelhecimento da população e os grandes movimentos
migratórios. Em vista disso, trata-se de uma doença de notificação compulsória,
integrando o banco de dados do SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação).
O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), criado em 2004, visa o
desenvolvimento de ações em vigilância epidemiológica, proteção e monitoramento dos
pacientes, por meio da integração à atenção primária e do registro e processamento dos
dados do SINAN. Dessa forma, o controle rígido dos casos de TBC permite avaliar as
ações e a necessidade de demandas mais efetivas. Objetivos: Descrever e analisar
epidemiologicamente a situação da tuberculose notificada pela Policlínica do município
de Ouro Preto, MG, no período de 2009 a 2013, discutindo as características da TBC e
as peculiaridades da notificação no município. Metodologia: Foi confeccionada a
árvore de problemas e definida a notificação como nó crítico. Utilizando como banco de
dados os registros da Policlínica de Ouro Preto, realizou-se uma análise por meio do
programa EpiInfo7, com ênfase nas frequências de associação entre os casos e as
variáveis: gênero, idade, tipo de entrada, forma da TBC, co-infecção com HIV,
encerramento e contatos. Resultados e Discussão: Foram notificados 62 casos de TBC
no período de 2009-2013, observando-se uma maior frequência de TBC no ano de 2010
(29%). Os indivíduos acometidos eram predominantemente do sexo masculino (71%) e
da faixa etária entre 31 e 40 anos (34%). A forma de entrada mais frequente foi a
pulmonar (95%) e o encerramento foi majoritariamente pela cura (58%). Além disso,
percebeu-se que os anos com maiores números de casos foram aqueles nos quais os
pacientes apresentaram o maior número de contatos. Identificou-se, também, um grande
número de dados negligenciados, bem como preenchidos inadequadamente (71% de
incompletude de informações das fichas), o que dificultou a análise de vários
parâmetros – caracterizando, definitivamente, a notificação como o nó crítico do
sistema de controle da TBC em Ouro Preto. Conclusões: Dessa forma, percebeu-se a
necessidade de maior precisão no preenchimento dos registros para que se conheça
melhor a distribuição da doença, permitindo o seu controle efetivo no município.
Palavras-chave: Tuberculose. Epidemiologia. Notificação de doenças.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. SINAN: normas e rotinas. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2007.
Disponível em:< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0098_M.pdf>. Acesso em: 22 Jan. 2014.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global Tuberculosis Control. WHO Report, WHO/TB/98.237,
1998.
EPIDEMIOLOGIA DOS ÓBITOS POR SEPTICEMIA NO MUNICÍPIO DE OURO
PRETO/MG
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected])
Danilo Jorge da Silva ([email protected])
Fernanda dos Santos da Silva ([email protected])
Letícia Rodrigues Silva ([email protected])
Nicollai Silvério Silva ([email protected])
Tamara Resende Costa ([email protected])
Introdução: “Sepse é definida como a invasão de patógenos na corrente sanguínea
seguida da resposta do hospedeiro a essa invasão. Assim, sepse consiste da síndrome da
resposta inflamatória sistêmica causada por infecção” (Bloos & Reinhart, 2014)
acompanhada por disfunção orgânica aguda. Infecções agudas possuem mau
prognóstico, agravando doenças crônicas pré-existentes ou causando novas, resultando
em óbito. A morbidade e mortalidade por sepse continuam extremamente altas, sendo a
causa mais comum de morte em pacientes hospitalizados (Bloos & Reinhart, 2014). É
mais comum em idosos, e é suscetível a aumentar consideravelmente com o
envelhecimento da população, sendo, portanto, um importante problema de saúde
pública (Mayr et al, 2014). Objetivos: Delinear o perfil epidemiológico dos óbitos por
septicemia no município de Ouro Preto/MG e estabelecer parâmetros comparativos
entre os municípios da sua microrregião de saúde, sede da macro e o estado. Métodos:
Análise de dados de mortalidade compilados pela Secretaria Municipal de Saúde de
Ouro Preto (SMS/OP) entre os anos de 2009 a 2011, bem como de dados
complementares extraídos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
Resultados: O município de Ouro Preto apresentou a maior taxa de óbitos relativos por
septicemia a cada 10000 habitantes (SIH/SUS) para os anos avaliados (11,12) quando
comparado aos demais municípios da sua microrregião de saúde: Mariana (2,57) e
Itabirito (1,11). As taxas de óbito de Ouro Preto ainda são superiores aos valores
apresentados pela sede da macrorregião de saúde, Belo Horizonte (9,23), e à média do
estado de Minas Gerais (5,60). A taxa de óbito relativo para o município de Ouro Preto
é ainda maior se considerados os dados compilados pela SMS/OP (14,0). Foram
considerados apenas os óbitos em que a causa primária da morte foi o choque séptico,
sendo o número total de casos em que a septicemia foi fator de agravo ou contribuiu
para a morte dos indivíduos de 22,2 casos/10000 habitantes (SMS/OP). As taxas de
letalidade específica apontam valores semelhantes para Ouro Preto (35,8%) em relação
à sede da macrorregião (37,3%) e ao estado de Minas Gerais (35,2%), e superiores aos
encontrados para Mariana (26,4%) e Itabirito (14,3%). A distribuição de óbitos de
acordo com a idade, para o município de Ouro Preto, apresenta um aumento no número
de casos proporcional à senescência dos indivíduos; sendo 59% dos casos ocorrendo em
indivíduos acima de 60 anos, 29% em indivíduos entre 40 e 59 anos e apenas 12% em
indivíduos com idade inferior a 40 anos. Dos casos, apenas 8% não ocorreram em
hospitais, o que é indicativo de que os óbitos por septicemia estão intimamente
relacionados à infecção hospitalar. Conclusões: O município de Ouro Preto, MG
apresentou as mais elevadas taxas de óbito por septicemia em relação a todos os
municípios estudados e à média do estado de Minas Gerais. A septicemia é um desafio à
saúde do idoso a ser superado pelas autoridades sanitárias do município. Esforços
somados das equipes de vigilância em saúde e dos comitês controle de infecções
hospitalares se fazem necessários para minimizar óbitos dessa causa evitável de morte.
Palavras-chave: Sepse, Epidemiologia dos Serviços de Saúde, Infecção Hospitalar.
Referências: Bloos F, Reinhart K. Rapid diagnosis of sepsis. Virulence 2014; 5:8 - 7;
PMID: 24335467; Disponível em: <http://dx.doi.org/10.4161/viru.27393>. Acesso em:
21/01/2014.
Mayr FB, Yende S, Angus DC. Epidemiology of severe sepsis. Virulence 2014; 5:1 - 8;
PMID: 24335434; Disponível em: <http://dx.doi.org/10.4161/viru.27372>. Acesso em:
21/01/2014.
CIRURGIA ROBÓTICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Dr. Iure Kalinine Ferraz de Souza ([email protected])
Lidiane Márcia Penido ([email protected])
Nathália Lohana Chaves Barbosa ([email protected])
Nayara Moreira da Cunha ([email protected])
Introdução: O termo robô define um dispositivo que foi programado para realizar
tarefas especificas no lugar daquelas usualmente realizadas por pessoas. Nos últimos
anos, uma área de grande desenvolvimento tecnológico foi o uso da tecnologia robótica,
que foi criada para auxiliar o cirurgião em seus procedimentos, com intuito de reduzir
complicações, tempos operatórios, internações e aperfeiçoar os acessos, com uso de
menores incisões ou acessos por orifícios naturais. O desenvolvimento de uma
plataforma cirúrgica melhorou a destreza manual através de uma estação de trabalho
ergonomicamente confortável, com imagem em 3D, eliminação de tremor, e escala do
movimento. O cirurgião é fisicamente separado da mesa de operação e os braços do
dispositivo são posicionados sobre o paciente. A partir de 2007, a Agência de Vigilância
Sanitária aprovou o uso da tecnologia robótica para todo e qualquer procedimento no
Brasil, sendo utilizado, desde então, por várias especialidades. A prostatectomia é a
maior indicação de uso dessa modalidade em todos os serviços no país, assim como no
mundo, até o momento. Desde a introdução do Sistema Cirúrgico da Vinci®, em 2001,
o número de cirurgiões de múltiplas especialidades que adotaram esse sistema tem
crescido rapidamente. Em 2012, o equipamento foi usado em quase 370 mil cirurgias. O
uso de técnicas minimamente invasivas é considerado padrão para certos tipos de
operação como colecistectomia, exérese de tumores retais e cirurgias bariátricas.
Objetivos: Realizar uma revisão bibliográfica acerca da cirurgia robótica, elucidando
suas vantagens e desvantagens, além de analisar suas perspectivas futuras. Discussão:
Procedimentos avançados e complexos, como cirurgias gastrintestinais, geniturinárias e
torácicas, têm sido relatados como seguros e viáveis pela abordagem robótica, inovando
a cirurgia minimamente invasiva. Neste contexto, diversos estudos da literatura mundial
fazem comparação entre a cirurgia robótica, a laparoscópica e a aberta, nos diversos
sistemas orgânicos, principalmente em termos de resultados. Dentre as vantagens
proporcionadas pela modalidade robótica, tem-se o menor tempo de hospitalização póscirúrgica e menor taxa de complicações. Além disso, o robô permite um
aperfeiçoamento das habilidades do cirurgião, como diminuição do tremor essencial,
visão amplificada em 3D, maior grau de liberdade da movimentação do instrumental
cirúrgico, entre outros. No entanto, a cirurgia robótica não está isenta de problemas,
como maior demanda de tempo e experiência para seu aprendizado, tempo de cirurgia
prolongado, alto custo e ausência de percepção tátil no manuseio dos órgãos.
Conclusão: Não há nenhuma evidência que aponte a superioridade da cirurgia robótica
sobre a cirurgia aberta. Ainda existem muitos desafios para melhorar a praticidade da
cirurgia robótica e torná-la factível.
Palavras-chave: robótica, cirurgia, cirurgia videoassistida
Referências
GELLER, E.J., MATTHEWS, C.A. Impact of robotic operative efficiency on profitability. Am J
Obstet Gynecol, 209:20.e1-5, July, 2013.
SUGERMAN, D.T., Robotic Surgery, JAMA, Volume 310, Number 10, September 11, 2013.
CUIDADOS PALIATIVOS: UM ENFOQUE NO SUS
Leonardo Bordoni ([email protected])
Graciela Larissa Amaral Rievers ([email protected])
Jéssica de Oliveira Jacintho ([email protected])
Laura Coimbra Teixeira ([email protected])
Liliane de Abreu Rosa ([email protected])
Vinícius Leite da Costa ([email protected])
Vinícius de Abreu Rocha ([email protected])
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os Cuidados Paliativos consistem na
assistência ativa e integral a pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento
curativo, sendo o principal objetivo a garantia da melhor qualidade de vida para o
paciente e seus familiares. A medicina paliativa consiste em controlar a dor e demais
sintomas, evitar o sofrimento e prolongar ao máximo a vida. O movimento pela
assistência paliativa no Brasil surge por volta de 1970, voltado ao atendimento de
doentes oncológicos. O Ministério da Saúde, em política destinada ao controle do
câncer no país, cria, em 1998, o Projeto de Expansão da Assistência Oncológica,
objetivando aumentar a capacidade da rede de serviços do SUS. Um dos princípios
básicos desse sistema é a integralidade, o que considera a integralidade do sujeito, dos
serviços e dos cuidados – sobretudo os cuidados no final da vida. Nosso objetivo foi
analisar o processo de trabalho de profissionais da saúde que atuam na Atenção
Primária e cuidam de pessoas em processo de morte, a fim de traçar possíveis
contribuições para a área de Saúde Pública no que se refere à implantação dos Cuidados
Paliativos na Atenção Primária. O conceito de Cuidados Paliativos apresentado pela
OMS evidencia um paradoxo: “evitar o sofrimento e prolongar ao máximo a vida.” Na
atualidade, um ideário marcante é o de que a morte tornou-se antes de tudo um fracasso.
O século XX assistiu à ascensão de uma medicina tecnológica e institucionalizada,
capaz de criar e prolongar a vida, por meio de novas tecnologias reprodutivas e da
utilização de outros recursos. O questionamento consiste em até que ponto a
prorrogação da vida de um paciente terminal constitui uma morte digna. Além disso,
procura-se refletir sobre o poder do médico, o limite de suas possibilidades técnicas e o
caráter exclusivo de sua decisão. Os Cuidados Paliativos entram com a proposta de
manutenção da dignidade, autonomia e participação efetiva do enfermo nas decisões
sobre seu estado de saúde. Dentre seus princípios, o paciente poderá escolher onde
deseja morrer, o que muitas vezes exclui o ambiente hospitalar. Deste modo, a Atenção
Primária, que é o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade
com o sistema nacional de saúde, introduz a prevenção e o tratamento o mais próximo
possível das pessoas, sendo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada.
Através de entrevistas semiestruturadas feitas em Unidades Básicas de Saúde dos
municípios de Ouro Preto, Ouro Branco e Mariana com profissionais da área, (médico,
enfermeiro e assistente social) o grupo pôde perceber que cada unidade está em um
estágio diferenciado de aplicação deste Modelo de Cuidados Paliativos. De forma
generalizada, os profissionais da Atenção Primária do SUS necessitam de uma
capacitação sobre as propostas dos Cuidados Paliativos e mudança da concepção de que
o único objetivo destes cuidados é procrastinar a morte. É necessário conhecer a
proposta de oferecer aos pacientes Fora de Possibilidade Terapêutica uma qualidade de
vida e morte. Enfim, é preciso que as ações ocorram de maneira integrada e harmônica,
dentro da proposta dos Cuidados Paliativos.
Palavras-chave: Cuidados Paliativos, SUS, Atenção Primária à Saúde.
Referências
MENEZES, R. A. Em Busca da Boa Morte- Antropologia dos Cuidados Paliativos.
Ed. Garamond. FIOCRUZ. Rio de Janeiro, 2004.
SUELI, D.S.C., MARTINS, T.F. (Em defesa dos) Cuidados Paliativos na Atenção
Primária à Saúde. O mundo da Saúde, p 433-441. São Paulo, 2012.
DESAFIOS DA SAÚDE NO CONTEXTO ATUAL. DIFICULDADES E
MELHORIAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO BRASIL E NO MUNICÍPIO
DE OURO PRETO.
Gustavo Meirelles ([email protected])
Fabiana Duarte Barbosa ([email protected])
Hallan Reis Trindade ([email protected])
Henrique Santiago França ([email protected])
Iuri Vinicius Valadares Moura ([email protected])
Júlia Rossi e Silva ([email protected])
Thayanne Cotta Almeida ([email protected])
Com a promulgação da Lei 8.080 de 19 de Setembro de 1990, a saúde passa a ser um
direito fundamental de qualquer cidadão, devendo ao Estado promover condições
indispensáveis ao seu pleno exercício1. O conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o
Sistema Único de Saúde (SUS). Desde então o SUS tem sido capaz de consolidar um
sistema público de saúde de enorme relevância, com resultados inquestionáveis, porém
persistem desafios a serem superados, tais como a universalização, financiamento e do
modelo de atenção à saúde. Em 2013, Brasil, Governo Federal, Medida Provisória nº
621, de 8 de Julho do referido ano, institui o Programa Mais Médicos, com a finalidade
de formar recursos humanos na área médica para o SUS2. Para elucidar o contexto atual
da assistência à saúde no Brasil e as recentes modificações no que tange a educação
médica, foi realizada uma pesquisa, enfatizando os desafios encontrados, a necessidade
de melhoria, pontos positivos e as ações realizadas pelo programa “Mais Médicos para o
Brasil” a nível federal e municipal. Sabe-se que a distribuição de profissionais médicos
no Brasil não ocorre de forma homogênea, tendo um grande desfalque nas regiões
interioranas, que enfrentam grandes problemas de investimentos em infraestrutura, além
dos problemas arraigados na própria constituição das sociedades, como falta de
investimentos não só na área da sáude, mas na região como um todo, um problema que
engloba fatores sociais e governamentais. Embora tenha melhorado a assistência nestas
regiões, ainda é grande a diferença quando se compara com centros metropolitanos.
Sabe-se também que o número de médicos por mil habitantes, ainda é um fator
questionável no País, ainda mais no que diz respeito a essas regiões com menos
infraestrutura. O governo federal propôs o Programa Mais Médicos como uma tentativa
provisória de reverter estes problemas; para tal o governo lança mão de estratégias
como abertura de cursos de medicina em locais de maior carência médica, bem como
maior número de vagas ofertadas para Residência de Medicina Geral da Família e
Comunidade. O Projeto Mais Médicos para o Brasil, também é uma das estratégias
utilizadas pelo governo de modo a diminuir as desigualdades regionais na área da saúde,
ainda que venha permeado de polêmicas. Por tudo isso, nos propomos a investigar um
pouco deste impacto de transformações no SUS no município de Ouro Preto, de forma a
analisar quais são os problemas da região e se estes são compatíveis com aqueles
apresentados por outras cidades do Brasil e, ainda, examinar qual é (se existir) o
impacto do Programa Mais Médicos na realidade do município.
Palavras-chave: Programa Mais Médicos, Saúde, SUS
Referências:
BRASIL, Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 20 set. 1990. p. 018055.
BRASIL. Medida provisória nº 621, de 8 de Julho de 2013. Institui o Programa Mais
Médicos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 jul. 2013.
Seção 1, p. 1.
JOSUÉ DE CASTRO E A GEOGRAFIA DA FOME NO CONTEXTO HISTÓRICO E
ATUAL
Olivia Maria de Paula Alves Bezerra ([email protected])
Carolina de Almeida e Silva ([email protected])
Caroline Ferreira Vieira ([email protected])
Flávia Pádua Tavares ([email protected])
Iara Proença Xavier ([email protected])
Geiza das Dores Conceição (gege_conceiçã[email protected]
Luiz Ricardo Mokfa Nogueira ([email protected])
Raíssa Fernanda Rodrigues Ribeiro ([email protected])
Introdução: Josué de Castro (1908-1973) foi um grande pensador e ativista político
brasileiro, influente médico, nutrólogo, professor, cientista social, escritor e um dos
maiores pesquisadores da Geografia Médica, tendo como destaque a obra Geografia da
Fome. Neste livro, Josué de Castro introduziu os conceitos de áreas alimentares, áreas
de subnutrição, áreas de fome endêmica e epidêmica, além de mosaico alimentar
brasileiro e, a partir desses conceitos, traça o primeiro mapa da fome no país. O autor
realizou um intenso trabalho no sentido de mapear toda a distribuição e a concentração
da fome no Brasil, tendo como objetivo principal de seu estudo, a realização de uma
sondagem de natureza ecológica sobre o fenômeno da fome no país, baseado em
princípios, como: localização, extensão, causalidade, correlação e unidade terrestre.
Objetivos: Correlacionar o momento atual do Mapa da Fome com o descrito na obra
Geografia da Fome, de Josué de Castro. Discussão: Após 68 anos do lançamento da
obra de Josué de Castro é possível notar que o mapa da fome mudou. O autor foi um
grande contribuinte para desmistificar o fato de que a fome seria um processo natural e
irreversível, pensamento que imperava na época. Dessa forma, preconizou que a
ocorrência da fome e da desnutrição da população não tinha relação apenas com fatores
naturais, mas também com fatores políticos, geográficos e sociais. A obra Geografia da
Fome foi de grande valia para compreender o perfil epidemiológico da fome à época,
embora ainda existam muitos locais em que a subnutrição impera, principalmente pela
má distribuição de renda e não pela escassez em termos quantitativos. O tema tratado no
livro, ainda nos dias de hoje, se mostra importante, visto que, apesar de mudanças, a
subnutrição ainda fragiliza a saúde de muitos indivíduos em algumas regiões do país,
tornando-os vulnerável a diversas enfermidades. Apesar de uma diminuição relativa no
mapa da fome, a realidade ainda é preocupante. Conclusões: Em função deste novo
perfil epidemiológico nutricional, o mapa das cinco áreas alimentares e das principais
carências nutricionais brasileiras, expostas em Geografia da Fome, precisa ser
redesenhado para se adequar a essa nova realidade. Nos dias atuais, o perfil
epidemiológico traçado por Josué de Castro, caracterizado pelas carências nutricionais
foi superado pelas doenças crônicas não transmissíveis. Entretanto, a questão da
complexa problemática da fome, permanece como uma temática atual e recorrente no
Brasil.
Palavras-Chave: epidemiologia nutricional, fome, geografia médica.
Referências:
VASCONCELOS, F. A. G. Josué de Castro e a Geografia da Fome no Brasil. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 11, Nov. 2008. Disponivel em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2008001100027&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 Jan. 2014.
CASTRO J. Geografia da fome: o dilema brasileiro: pão ou aço. 10a ed. Antares;
Achiamé,. Rio de Janeiro, 1980.
HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO DE UNIDADE DE TRATAMENTO
INTENSIVO (UTI)
Ivan Batista Coelho: [email protected]
Jorge Fernando de Souza Silva ([email protected])
Leonardo Mendes Mesquita ([email protected])
Liege Souza Castro ([email protected])
Luiz Lima ([email protected])
Marina Dias Gomes Bar Infante ([email protected])
Pedro Henrique Mageste Heredia da Cruz ([email protected])
Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são especializadas em acolher
pacientes em estado grave com chances de recuperação, recebendo monitoramento
constante e cuidados específicos. Desde que foi idealizada, na década de 1850 pela
enfermeira Florence Nightinglensiva, a UTI sofreu uma série de avanços. Inicialmente,
devido às dificuldades de implantar um atendimento humanizado e multidisciplinar dos
pacientes e, também, devido ao alto nível de gravidade dos pacientes, a UTI foi
estigmatizada como ambiente mórbido e hostil. Com os avanços das políticas de
humanização dessa área hospitalar, a mitificação do ambiente de UTI está sendo
desfeita, porém ainda há muito a que ser feito. Objetivos: Compreender a estrutura e o
funcionamento da UTI, bem como a especialização em Medicina Intensiva. Tem-se,
também, a intenção de transmitir a ideia de UTI como um local de pacientes em
recuperação. Além disso, abordar as Diretrizes da Política Nacional de Humanização
relacionadas ao atendimento em UTI’s, com enfoque no atendimento multidisplicinar.
Discussão: Os serviços de saúde, de maneira geral, tem passado por uma crise de
valores, por meio da qual tem-se atribuído maior destaque ao processo e à tecnociência
em detrimento do indivíduo, o que é observado nas UTI`s. Com frequência, observa-se
ambientes instrumentalmente perfeitos, nos quais todos os sinais vitais são infimamente
monitorados, porém, muitas vezes, sem a preocupação do acolhimento das opiniões do
paciente, o qual torna-se apenas uma extensão dos aparelhos, sendo sua evolução
baseada majoritariamente na melhora de valores e índices. Além dessa falta de atenção
individual, pacientes em unidades intensivas sofrem com diversos outros fatores
estressores, como o pequeno e restrito horário e número de pessoas nas visitas, os
diversos aparelhos conectados a eles e acessos venosos, a realização de procedimentos
ao longo do dia e da noite, entrada e saída no quarto constante dos profissionais,
iluminação contínua, perda de privacidade, ruídos, entre outros. Diante desses
problemas, as políticas de humanização são voltadas para atenuá-los e, para tanto, é
indispensável a presença de um equipe multidisciplinar composta por profissionais
capacitados, dotados de sensibilidade e ética, bem como a presença da família como
elemento terapêutico. Conclusão: Percebe-se, portanto, que, apesar dos avanços
tecnológicos, estruturais e de capacitação da equipe intensivista ainda há muitos
desafios. Com isso, busca-se alcançar um ambiente no qual as relações sejam mais
fraternas, respeitosas e menos hierarquizadas.
Palavras-chave: Unidade de Tratamento Intensivo; Equipe de Assistência ao Paciente;
Humanização da Assistência.
Referências:
SILVA, M.; ARAÚJO, M.; PUGGINA, A.; Humanização em Terapia Intensiva. In:
PADILHA, K.; VATTIMO, M.; SILVA, S.; KIMURA, M. Enfermagem em UTI:
Cuidando do Paciente Crítico. São Paulo: Manole, 2010. cap.12, p. 284-305.
BRASÍLIA. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização.
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DO TEMA,
COM ÊNFASE NA ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Iure Kalinine Ferraz de Souza ([email protected])
Fernando Simões de Sena ([email protected])
Henrique Leitão Gripp ([email protected])
Janaína Alves Bartelega ([email protected])
Luiza Barros de Oliveira ([email protected])
Paulo Henrique Sampaio Ribeiro ([email protected])
Raissa Chades Pinheiro Fonseca ([email protected])
Introdução: A Insuficiência Hepática Aguda (IHA) define-se como um rápido
desenvolvimento de insuficiência hepática (alterações da coagulação e encefalopatia
porto-sistêmica-EPS), em indivíduos sem doença hepática prévia ou com doença
hepática compensada (GOLDBERG, 2007). A IHA possui etiologia variada: viral,
induzida por fármacos e toxinas, vascular, metabólica, entre outras. Devido à gravidade
das complicações, é fundamental o diagnóstico precoce e a instituição de medidas
terapêuticas o mais rápido possível. Nesse contexto, é importante considerar a
possibilidade de um transplante hepático, uma vez que apenas 15 a 20% dos doentes
com IHA sobrevivem sem intervenção cirúrgica. Objetivos: Neste trabalho, o objetivo
é revisar o conceito de Insuficiência Hepática Hiperaguda, Aguda e Subaguda,
descrever as manifestações clínicas, delinear as principais complicações, definir a
terapêutica e indicações de Transplante Hepático. Metodologia: Foi realizada revisão
da literatura através da pesquisa em livros texto e artigos nas bases de dados: LILACS,
MEDLINE, CAPS e PUBMED com os descritores: Insuficiência Hepática Aguda;
Encefalopatia Hepática; Hepatite e Transplante Hepático, no período entre 1998 e
2013. Discussão: A IHA é uma deterioração aguda das funções hepáticas. Quando o
intervalo entre a icterícia e o surgimento da encefalopatia situa-se entre 0-1 semana, é
classificada como falência hepática hiperaguda; entre 2-4 semanas é denominada
falência hepática aguda; por fim, quando esse intervalo encontra-se entre 5-12 semanas,
tem-se um quadro de falência hepática subaguda. O quadro clínico pode ser insidioso ou
rápido e progressivo, levando à insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas. Os
primeiros sintomas não são específicos – náusea, mal-estar, fadiga. O sintoma que mais
chama a atenção é a encefalopatia. Na IHA pode ocorrer uma variabilidade de
complicações, além da encefalopatia porto-sistêmica (EPS): edema cerebral,
insuficiência renal, infecção e sepse, alterações metabólicas, coagulopatia, hemorragia
digestiva. O edema cerebral e a falência de múltiplos órgãos são as principais causas de
mortalidade na IHA. Os pilares do tratamento da insuficiência hepática são: reconhecer
a etiologia do quadro, iniciar terapia de suporte, tratar a etiologia e complicações da
insuficiência hepática e transferir o paciente para uma unidade de transplante hepático
(TH), quando necessário. Até o presente momento, o TH é a única forma de tratamento
capaz de alterar substancialmente o curso da doença nos doentes em que a regeneração
hepática é insuficiente para garantir a cura. Nesse contexto, situam-se os critérios de
indicação de TH, sendo os mais utilizados o “King’s College Criteria” e o “Clichy
Criteria”. Conclusões: A Insuficiência Hepática Aguda é doença devastadora com um
número indefinido de causas. No tratamento etiológico e de suporte da IHA, os
objetivos são tratar a causa subjacente e as complicações, mantendo o doente viável
para receber um transplante ou permitindo que o fígado se regenere espontaneamente.
Palavras-Chave: Falência hepática aguda; Encefalopatia hepática; Transplante hepático
Referências:
ALBERTO S.F et al, Insuficiência hepática aguda, Acta Med Port. 2009; 22(6):809820
KHASHAB, M., A.J. Tector, and P.Y. Kwo, Epidemiology of acute liver failure, Curr
Gastroenterol Rep, 2007; 9(1): p. 66-73
MORTALIDADE INFANTIL NO MUNICÍPIO DE MARIANA-MG NO PERÍODO
DE 2006 À 2011: ANÁLISE DE DADOS E REFLEXÃO SOBRE AS PRINCIPAIS
CAUSAS
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected])
Amália Assis de Freitas ([email protected])
Giovanny Viegas Rodrigues Fernandes ([email protected])
Luana Pimentel Duarte ([email protected])
Natália Dias do Nascimento ([email protected])
Thaís Borges Finotti ([email protected])
Introdução: Mortalidade infantil é definida pelos óbitos de crianças no primeiro ano de
vida e é base para o cálculo da taxa de mortalidade infantil, que representa um indicador
sensível às condições de saúde, nível de desenvolvimento e qualidade de vida da
população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
mortalidade infantil no Brasil segue em declínio, prevalecendo as afecções perinatais
como principal causa de óbito. A qualidade da informação sobre os óbitos é essencial
para a melhoria do Sistema de Informações sobre mortalidade (SIM). Estudos apontam
que informações detalhadas acerca dos óbitos são de extrema importância para avaliar a
qualidade de vida de determinada população. Lacunas nessas informações podem
comprometer a qualidade de estudos e análises sobre a mortalidade infantil. Objetivos:
Analisar a influência das variáveis, peso ao nascer, assistência médica, tempo de
gestação e causa básica na mortalidade infantil no distrito de Mariana- Mg, no período
compreendido entre 2006 e 2011. Métodos: Os dados sobre a mortalidade infantil
foram obtidos através do acesso ao banco de dados do SIM de Mariana/MG de 2006 a
2011. As variáveis foram selecionadas e analisadas com base em achados na literatura
por meio do programa EpiInfo. A partir de então, foram realizadas análises estatísticas
com relação à mortalidade infantil. Resultados: Analisou-se as variáveis peso ao
nascer, duração da gestação, assistência médica e causa básica em 102 óbitos, incluindo
fetais e não fetais. Em relação aos fetais (47), prevaleceu como causa básica a morte
fetal não especificada (CID10 P95), com 27,65%. Dos 55 não fetais, a prevalência da
causa de morte foi relacionada à prematuridade (CID10 P073), com 10,91%. Em
relação à duração da gestação, apenas dados de 35 óbitos foram fornecidos, sendo que
nestes, 12 (34,29%) a gestação durou de 37 a 41 semanas; seguido de 22 a 27 semanas,
com 22,86%. De 29 dados recebidos, 72,41% recebeu assistência médica. Com relação
ao peso ao nascer, dos 28 dados recebidos, 8 tinham 1,0 a 1,49kg ao nascer (29,12%).
Conclusão: Levando em consideração o aumento da expectativa de vida, os estudos e
análises dos índices de mortalidade são essenciais para a elaboração de políticas
públicas eficazes porém, ainda há muito a ser feito com relação à melhoria das
informações dos bancos de dados.
Palavras chave: Mortalidade infantil, epidemiologia,causas.
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito
Infantil e Fetal / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009.
FRANÇA E. ; LANSKY S. ; RÊGO, M. A. S. ;CAMPOS D.; ABREU D. M. X.,
VASCONCELOS A. M. ; Mudança no perfil de causas de mortalidade infantil no Brasil
entre 1996 e 2010: Porquê avaliar listas de classificação das causas perinatais, Belo
Horizonte
NOTES – NATURAL ORIFICE TRANSLUMINAL ENDOSCOPIC SURGERY:
CIRURGIAS POR ORIFÍCIOS NATURAIS
Iure Kalinine Ferraz de Souza ([email protected])
Autores: Anelisa Teixeira Afonso ([email protected])
Bianca Cosme Bongiovani ([email protected])
Diego Cristiano da Silva ([email protected])
Natália Faria Mesquita ([email protected])
Introdução: As técnicas cirúrgicas evoluem cada vez mais à medida que novos arsenais
diagnósticos e terapêuticos são criados. Um grande avanço que marcou a cirurgia
moderna foi a videolaparoscopia, realizada pela primeira vez em 1985. As cirurgias
endoscópicas transluminais por orifícios naturais (NOTES: Natural Orifice
transluminal endoscopic surgery) significam um novo conceito médico em que se
combinam duas abordagens cirúrgicas convencionais guiadas por imagem: a endoscopia
flexível e as cirurgias laparoscópicas, culminando em uma modalidade cirúrgica
marcada por ausência de incisões abdominais. Objetivo: Fazer uma revisão literária
acerca do avanço das cirurgias por orifícios naturais, suas modalidades, indicações,
vantagens e complicações. Discussão: O princípio central do NOTES consiste na
passagem de um endoscópio flexível através de um dos orifícios naturais do corpo – via
transoral, transanal e transvaginal. A resposta fisiológica benéfica pode ser importante
em meios onde abordagens cirúrgicas são contraindicadas ou indesejáveis, como na
obesidade mórbida e pacientes críticos. Além do melhor efeito estético, a ausência de
incisões na parede abdominal pode estar associada a menor dor pós-operatória, menor
necessidade de analgesia/anestesia, menor tempo de internação hospitalar e risco
reduzido de complicações relacionadas à incisão cirúrgica, como infecção de ferida e
hérnia incisional. Entretanto, muitas limitações técnicas são evidentes e precisam ser
esclarecidas, particularmente quanto ao fechamento da parede visceral, ao controle da
infecção e à falta de equipamentos e instrumentais apropriados. Conclusão: NOTES
representa um avanço potencial em cirurgia, podendo ser a próxima fase da cirurgia
minimamente invasiva. Para ser utilizado na prática clínica, segurança e resultados não
inferiores às técnicas convencionais devem ser demonstrados. Além disso, devem ser
considerados os riscos e os benefícios. O desenvolvimento de instrumentos seguros,
eficazes e economicamente rentáveis é um aspecto essencial que deve ser solucionado
para introdução desta tecnologia na prática clínica.
Palavras-chave: Cirurgia Endoscópica por Orifício Natural; Endoscopia; Laparoscopia.
Referências:
MENDES, E.R.S.M.; NOTES: Novo paradigma cirúrgico? [Tese de Mestrado].
Arquivos Portugueses de Cirurgia. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Abril,
2011.
Disponível
em:
http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/62167/2/NOTES.pdf>. Data de acesso: 27 de janeiro de
2014.
MOTA, P.K.V; MORICZ, A; SASSATANI, A.S.; et al. NOTES/CETON – Cirurgia
Endoscópica Transluminal por Orifício Natural: revisão de literatura. Arq Med Hosp
Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2008; 53(3):118-24. Disponível em:
<http://www.fcmscsp.edu.br/files/vlm53n3_6.pdf>. Data do acesso: 27 de janeiro de
2014.
MANEJO DA SEPSE EM PACIENTE COM PERITONITE
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Amanda Jackcelly Borges Neves
Eduardo da Costa Marçal
Humberto Rodrigues Parreira
Leopoldo de Freitas Araujo
Introdução: sepse é um conjunto de respostas nocivas de um indivíduo a um processo
infeccioso, sendo caracterizada sepse grave quando associada a disfunção multiorgânica
e choque séptico na presença de hipotensão refratária à reposição volêmica. A principal
etiologia desse quadro é a infecção nosocomial por microorganismos Gram negativos,
respondendo por 25% da ocupação dos leitos em UTI no Brasil e apresentando uma
mortalidade de 60%. Uma situação de especial interesse no contexto do paciente séptico
é aquela que tem como sua origem a peritonite, cenário infeccioso que demanda
medidas específicas tanto para seu tratamento imediato como para a prevenção de sua
recorrência, englobando tanto abordagens ambulatoriais quanto cirúrgicas. Objetivos:
fornecer, por meio de uma revisão não sistemática, um material de referência para o
manejo do paciente com sepse decorrente de um quadro de peritonite. Discussão:
quando complicada por sepse, a complexidade do manejo da infecção da cavidade
peritoneal se soma à necessidade se contrapor uma resposta inflamatória anômala e de
oferecer suporte volêmico ao paciente; globalmente, tem-se então que a rápida
deterioração que comumente ocorre em pacientes que apresentam sepse faz com que o
pronto diagnóstico seja essencial para que se obtenha um prognóstico favorável para
esses indivíduos, o qual deve ser sucedido por monitorização de sinais vitais e
marcadores séricos assim como por antibioticoterapia e suporte volêmico precoces.
Conclusão: a assertividade e prontidão requeridas pelo atendimento do paciente
séptico, somadas à fragilidade a que já está submetido o indivíduo que apresenta
peritonite, demanda uso de protocolos embasados em literatura atualizada e, visto a
prolífica produção científica sobre o assunto, foi produzido este trabalho no sentido de
realizar uma revisão não sistemática sobre o paciente com peritonite e subsequente
sepse, objetivando-se por fim produzir um compêndio de informações atualizadas para a
abordagem dessa situação médica.
Palavras-Chaves: Peritonite; Sepse; Infecção Hospitalar.
Referências:
DELLINGER, R. P. et al. Surviving sepsis campaign: international guidelines for
management of severe sepsis and septic shock: 2012. Critical care medicine, v. 41, n.
2, p. 580-637, fev. 2013.
SALOMÃO, R. Diretrizes para tratamento da sepse grave / choque séptico –
ressuscitação hemodinâmica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva v. 23, n. 47, p.
13-23, 2011.
MARCADORES PROGNÓSTICOS DA PANCREATITE AGUDA
Iure Kalinine Ferraz de Souza ([email protected])
Camila Abrão Borges Salomão ([email protected])
Maira Lacerda Bomfim ([email protected])
Rafael Miranda de Oliveira ([email protected])
Soraya Prates Eleutério ([email protected])
Vinícius Boaratti Ciarlariello ([email protected])
Introdução: Pancreatite aguda (PA) é o processo inflamatório agudo do pâncreas, o
qual pode também envolver tecidos peripancreáticos e/ou órgãos à distância.
Atualmente, têm-se utilizado a classificação da pancreatite aguda conforme a presença
ou não de acometimento sistêmico e/ou de falência do órgão, dividindo-a em três
categorias: PA leve, moderada e grave. Com uma evolução variável e um potencial
evolutivo capaz de gerar complicações locais e sistêmicas, a PA constitui um desafio na
tentativa de encontrar marcadores capazes de estratificar objetivamente estes casos de
acordo com a sua gravidade, com o objetivo de proporcionar o melhor tratamento
individual. Objetivo: Abordar os marcadores e scores de prognóstico com eficácia no
diagnóstico da pancreatite aguda grave a fim de compará-los e determinar quais os mais
adequados para cada situação na prática clínica. Metodologia: Revisão bibliográfica
sobre o tema “Pancreatite aguda” e pesquisa online na base de dados PubMed,
UpToDate e Lilax. Foram analisados títulos de artigos limitados ao período de Janeiro
de 2008 a Abril de 2014 e às línguas Inglesa e Portuguesa. Resultado: A diferença
entre as formas leve, moderada e grave pode ser feita pelos critérios prognósticos com
base em dados clínicos, laboratoriais e de imagem. Foram encontrados na revisão e
discutidos individualmente os seguintes marcadores: avaliação clínica, idade avançada,
obesidade, hipovolemia e hemoconcentração, falência de órgão, pró-calcitonina (PCT),
proteína – C reativa (PCR), interleucinas, tripsinogênio, derrame pleural, estadiamento
por tomografia computadorizada, critério de Ranson, APACHE-II, SAPS II e Glasgow.
Conclusão: Os fatores idade avançada, obesidade, hemoconcentração, falência de
órgãos, derrame pleural, além das dosagens de PCT, PCR, IL – em especial a IL-6 -, e
PAT podem ser utilizados isoladamente na predição de casos mais graves da doença. Os
critérios multifatoriais podem apresentar desvantagens como a necessidade de maior
tempo transcorrido desde o inicio do quadro até a sua completa aplicação (RANSON,
GLASGOW e a IGET) e a complexidade do sistema de avaliação (APACHE II e SAPS
II). Dentre os critérios não isolados, APACHE II e o RANSON apresentam boa precisão
na predição de gravidade e de falência de órgãos, enquanto que o IGET é o melhor para
visibilizar a necrose pancreática. Dentro da Unidade de Tratamento Intensivo, o método
mais indicado é o SAPS II. A preferência do profissional e as ferramentas para ele
disponíveis determinam a escolha do método na avaliação prognóstica da PA.
Palavras-chave: “Pancreatite”, “Aguda”, “Prognóstico”.
Referências:
Guarita DR, Pedroso MRA, Mott CB. Pancreatite aguda in GASTROENTEROLOGIA
de Luiz de Paula Castro & Luiz Gonzaga Vaz Coelho. Capítulo 130; 2311-2323.
Vege SS. Clinical manifestations and diagnosis of acute pancreatitis. UpToDate. 2013;
1-30. Acessado em: 08/01/2014.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA E A INDÚSTRIA DE DIAGNÓSTICO PRECOCE
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra ([email protected])
Bruna Ferraz Lima ([email protected])
Fernanda Linhares de Carvalho Pereira ([email protected])
Gabriela Ribeiro Salim Nogueira ([email protected])
Helena Távora de Senna Albuquerque Guimarães ([email protected])
Mariane Habib Sales de Paula ([email protected])
Lorena Caroline Lima de Oliveira ([email protected])
Linamar Santana Salomé Machado ([email protected])
Introdução: O conceito de promoção de saúde, ao desenvolver o modelo de História
Natural da Doença comporta três níveis de prevenção e seus sub níveis: prevenção
primária, secundária e terciária. A prevenção primária é dividida em dois sub níveis:
promoção da saúde e proteção específica. Com o avanço da medicina e das técnicas de
exames preventivos, gradativamente consolidou-se a indústria de diagnóstico precoce.
Objetivos: Discutir a relevância da realização de exames preventivos para otimizar o
processo de resolução da doença, no contexto da prevenção primária. Analisar os
benefícios e os malefícios da indústria de diagnóstico precoce. Discussão: Os exames
preventivos visam diagnosticar precocemente a doença e evitar a sua evolução. O
aprimoramento da medicina preventiva e dos aparatos tecnológicos na área de saúde
propiciou o desenvolvimento da indústria de diagnóstico precoce. Isso criou uma
cultura na qual há uma maior urgência por captar indivíduos doentes, e
concomitantemente, estes se tornam consumidores compulsórios da assistência médica.
Existem doenças em que o diagnóstico precoce promove melhoria na qualidade de vida
do paciente, otimiza o tratamento e aumenta probabilidade de cura. Como exemplo, o
câncer de mama. Entretanto, na maioria das doenças o diagnóstico precoce não interfere
no processo de resolução da doença e na longevidade do paciente. A análise criteriosa
demostra que, muitas vezes, as pessoas que procuram por um diagnóstico precoce e
obtém resultados satisfatórios, são aquelas que têm o hábito de cuidar melhor de sua
saúde. Isto gera um engano a respeito dos impactos positivos desses procedimentos
preventivos, visto que, devido a este comportamento, tais pessoas provavelmente teriam
bons prognósticos, independente da detecção precoce da doença. Outro aspecto a ser
considerado é o impacto psicológico do diagnóstico precoce na vida do paciente. A
consciência da existência da doença pode aumentar os níveis de estresse, preocupação e
angústia o que pode intensificar o sofrimento e prejudicar a qualidade de vida do
indivíduo. Conclusão: O diagnóstico precoce assume papel relevante no atual contexto
da medicina preventiva. Os benefícios e malefícios deste procedimento são discutíveis,
uma vez que o bom prognóstico da doença não se apresenta sempre ligado à consciência
previa da mesma.
Palavras-chave: Diagnóstico precoce, prevenção primária, expectativa de vida.
Referência: QUADRA, A.A.F. Viver é resistir: A História Natural da Doença. Primeira
edição. Rio de Janeiro: Achiamé, 1983. 80 páginas.
Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=267022538005> Acesso em:
24/01/2014 às 17:45
PROJETO CAMINHAR SAUDÁVEL: PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO
DA SÍNDROME METABÓLICA NO DISTRITO DE SANTA RITA DE OURO
PRETO
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra ([email protected])
Ana Beatriz Castello Branco Fiume Pires ([email protected])
Bernardo Santos Correa ([email protected])
Frederico Prado Abreu ([email protected])
Kelly Cordeiro Silva ([email protected])
Luana Pimentel Duarte ([email protected])
Maria Teresa de Andrade Sol ([email protected])
Mirelly Cota Quites ([email protected])
Victor Hugo de Carvalho Foureaux ([email protected])
A Síndrome Metabólica (SM) consiste na manifestação de forma associada de diabetes
mellitus tipo 2, dislipidemias, hipertensão arterial ou obesidade, que são fatores de risco
para doenças cardiovasculares. Devido à alta prevalência da SM tanto na população
mundial quanto local, verificou-se a necessidade de um projeto de incentivo à sua
prevenção e à promoção do autocuidado em relação às doenças crônicas a ela
relacionadas, destacando a importância da atividade física regular e da alimentação
saudável. O projeto foi desenvolvido na Unidade Básica de Saúde (UBS) do distrito de
Santa Rita de Ouro Preto e seu principal objetivo foi aumentar a adesão da população do
distrito ao grupo de caminhada criado pelas agentes comunitárias de saúde. Atuam na
UBS duas equipes de saúde da família: Veredas, que atua na área urbana e Pedra Sabão,
que atua nos subdistritos de Santa Rita. A população alvo do projeto compreendeu
indivíduos pertencentes ao grupo de risco para a SM, em especial hipertensos e
diabéticos de ambas as equipes. O projeto foi desenvolvido em duas etapas: a primeira
consistiu em três visitas para conhecimento da UBS e de parte do distrito de Santa Rita,
realização de visitas domiciliares e acompanhamento de consultas médicas.
Posteriormente foi identificado o problema, delineado o projeto e iniciada a segunda
etapa, que consistiu na realização de atividades de promoção da saúde em três
encontros. No primeiro foi realizada uma exposição dialogada a respeito da SM e um
café da manhã com o auxílio da nutricionista da UBS, com o objetivo de apresentar
receitas acessíveis e saudáveis e discutir sobre a importância da alimentação saudável na
prevenção e controle da SM. Realizou-se também o compartilhamento de experiências
individuais de alimentação, atividade física, acompanhamento médico e condições de
saúde. No segundo encontro foi realizada uma dinâmica de perguntas e respostas sobre
a SM, para esclarecer dúvidas e reforçar a discussão da semana anterior. No terceiro e
último encontro foi feita a aferição da pressão das participantes, alongamento e
posteriormente a caminhada, que durou cerca de 40 minutos e foi realizada nas
proximidades da UBS. Foi possível observar que a adesão ao grupo foi maior por parte
das mulheres, visto que apenas um homem participou em um dos três encontros. Foi
possível perceber a satisfação das participantes em compartilhar suas percepções e
experiências, e essas demonstraram entendimento sobre as formas de prevenção e
controle da SM, assim como interesse em aprender receitas saudáveis e em continuar a
participar do grupo de caminhada. Observou-se que o distrito não dispõe de estrutura
adequada para a realização de caminhadas e essas são realizadas em uma estrada
asfaltada e sem acostamento, onde transitam automóveis, motocicletas e tratores. Dessa
forma, tornam-se necessárias melhorias na infraestrutura de lazer e esporte do distrito
com o intuito de incentivar a prática de atividades físicas, melhorar a qualidade de vida
e consequentemente a saúde e longevidade da comunidade.
Palavras-Chave: Promoção da Saúde; Caminhada; Doenças cardiovasculares.
Referências:
VIEIRA, Carla Maria et AL. Significados da dieta e mudanças de hábitos para
portadores de doenças metabólicas crônicas: uma revisão. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 16, n. 7, July. 2011.
SINAIKO, Alan. Obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica. J. Pediatr.
(Rio J.), Porto Alegre , v. 83, n. 1, Feb. 2007.
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO MÉDICA
Olivia Maria de Paula Alves Bezerra ([email protected])
Luisa Guimarães Hofner ([email protected]);
Pedro Fonseca Abdo Rocha ([email protected]);
Ludmila Moreira Cruz ([email protected]);
Fernanda Pinheiro Manhães ([email protected]);
Breno Muriel de Oliveira Fonseca ([email protected]);
Henrique Resende Rodrigues ([email protected]);
Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira ([email protected]);
Daniel Magalhães Nobre ([email protected])
Introdução: O chamado “ato médico” é a lei que busca definir todo procedimento
técnico-profissional praticado por médico habilitado e dirigido para a prevenção
primária, secundária e terciária da saúde. Foi um assunto bastante discutido pela
população e muito polêmico. Mas é uma discussão saudável que visa discutir com a
sociedade como e onde o médico deve atuar, sem invadir o espaço de outras profissões e
vice-versa. Objetivo: O grupo tem como objetivo evidenciar o que é o ato médico e
promover a discussão entre os prós e contras argumentos dessa lei. Além disso, propõese pontuar os vetos parciais da Excelentíssima Presidenta, Dilma Rousseff,
consolidados pelo Senado em 2013. Discussão: O Ato Médico possui muitos pontos
que mostram quais são os deveres e os limites dos médicos frente a várias situações que
os profissionais da saúde enfrentam diariamente. O grupo constatou uma maior
preocupação do projeto de lei atual, em comparação com o inicial, em não prejudicar
nenhuma outra profissão envolvida. Isso pode ser percebido através da adição de anexos
ao projeto. Apesar disso, alguns parágrafos ainda são polêmicos e geram discussões
acerca do tema, entre eles o da estratégia ventilatória, que promove um confronto entre
médicos e fisioterapeutas em torno de suas áreas de atuação. Contudo, a maior parte dos
vetos da presidenta foi, justamente, nos pontos em que mais divergiam as opiniões dos
profissionais de saúde envolvidos. Conclusão: Apesar de já sancionada, ainda é
observado um grande desconhecimento da população em relação ao que essa lei abrange
e ao que lhe foi incorporado e vetado ao longo dos anos. É percebida uma tendência na
atual lei em, por meio de definições dos objetos de atuação conjunta e exclusiva de cada
profissão, manter a atual dinâmica dos serviços de saúde, sem que haja sobreposição ou
descaracterização das profissões atualmente regulamentadas.
Palavras chaves: Regulamentação, medicina, saúde
Referências:
Cartilha: “A MEDICINA E OS ATOS MÉDICOS - Em defesa do direito da
população à assistência médica digna e de qualidade”. Conselho Federal de
Medicina. Brasília, outubro de 2003.
Machado, Maria Helena. Debatendo o Ato Médico. Ciência e Saúde Coletiva, 10:18,
2005.
REFORMA PSIQUIÁTRICA E PERSPECTIVAS DE TRATAMENTO DO DOENTE
MENTAL NO BRASIL
Hugo Alejandro Cano Prais ([email protected])
Beatriz Pimenta de Paula ([email protected])
Gabriela de Moraes Pedroso Ribeiro ([email protected])
Jéssica Alves Lage Silva ([email protected])
João Lucas de Carvalho Gomes ([email protected])
Julia Taira Sarti ([email protected])
Lara Eponina Reis ([email protected])
Entre janeiro de 2010 e julho de 2013, 7.449 leitos psiquiátricos foram desativados pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a especialidade com maior queda, segundo dados
do Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina (CFM). Em oposição a tal
cenário, observa-se uma política governamental de intenso investimento na internação
compulsória de usuários de drogas nas capitais dos estados, nas quais haverá intenso
turismo advindo da Copa do Mundo de 2014. É observada também a imprudência da
mídia brasileira ao retratar os transtornos mentais, geralmente sob uma ótica
sensacionalista e sem nenhum respaldo científico, causando estigma sobre os pacientes,
o que dificulta a aceitação e entendimento da sociedade. O modo de tratamento em
saúde mental e os estigmas a que os portadores de transtorno mental são submetidos
constituem questões de reflexão e discussão na área de saúde. Nas últimas décadas, a
política de saúde mental passou por importantes e significativas transformações
evoluindo progressivamente de um modelo hospitalocêntrico para um modelo
humanista e interdisciplinar, nos moldes do Sistema Único de Saúde. O trabalho tem
como objetivo uma aproximação crítica do referencial dessa Reforma Psiquiátrica,
alcançando uma compreensão enquanto sujeitos históricos responsáveis pelo pensar e o
fazer dessa reforma. Foi feita uma coletânea de artigos e trabalhos na área para a
reflexão teórico-metodológica do tema, que visa entender a lógica da estrutura brasileira
de tratamento das doenças mentais e perspectivas futuras na área. A partir disso, uma
discussão será empreendida partindo de uma retrospectiva histórica, a fim de entender
como as práticas psiquiátricas veem evoluindo e se instituindo. O enfoque será a
Reforma Psiquiátrica Brasileira, no entanto, levando em consideração as importantes
influências Italiana e Francesa. Em seguida, estimulados pelos recentes casos de
internação compulsória por uso de drogas em São Paulo, será feita uma abordagem
crítica da situação, que reflete ranços de uma cultura asilar e de antigas formas de
psiquiatrização. Para embasar a discussão foram revisitados aspectos mais relevantes da
legislação vigente em saúde mental, a saber: direitos humanos e cívicos dos doentes
mentais; regulamentação dos CAPS; qualidade da assistência e universalidade do acesso
a formas mais contemporâneas de atenção; e cuidados em saúde mental. Com o estudo
minucioso do tema pôde-se observar que, irrefutavelmente, ocorreram avanços nas
propostas de assistência psiquiátrica no Brasil, principalmente no que diz respeitos a
conceitos, espaços de tratamento, bem como à legislação específica. Contudo, ainda
persistem acentuados preconceitos e muitas conquistas se fazem necessárias para que
seja garantida uma assistência digna e de qualidade para o paciente com transtorno
mental.
Palavras-chave: Saúde Mental. Reforma manicomial. Legislação Sanitária.
Referências:
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Reforma psiquiátrica e política de Saúde
Mental no Brasil. Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15
anos depois de Caracas. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
OLIVEIRA, Walter Ferreira de. Éticas em conflito: reforma psiquiátrica e lógica
manicomial. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental / Brazilian Journal of Mental
Health – Vol. 1 N.2 – Out/Dez de 2009 ISSN-2147. Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil.
UM MÉDICO LITERÁRIO
Olivia Bezerra
Bianca Silveira
Filipe Matheus Costa Teixeira
Francisco Patrus Ananias de Assis Pires
Gustavo Moreira Madeira
Henrique Martins Aranda Caldeira
Jorge Henrique Costa
Túlio Felício da Cunha
Savio Henrique De Souza Almeida
Moacyr Jaime Scliar (23 de Março de 1937 a 27 de fevereiro de 2011) foi um famoso
escritor brasileiro. Ele também atuou na área da medicina, curso no qual formou-se em
1962 pela UFRDS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), trabalhando como
médico especialista em saúde pública e professor universitário. A sua formação de
médico de saúde pública, e a sua atuação junto ao Serviço de Assistência Médica
Domiciliar e de Urgência (SAMDU), lhe proporcionaram uma vivência com a doença, o
sofrimento e a morte, bem como um conhecimento da realidade brasileira. Moacyr foi
um médico sanitarista que preconizava a transdiciplinaridade na saúde pública e, mesmo
diante do aumento de especialidades, defendia que em algum momento essas
especialidades se unam para resolver algo em comum. Ressalta também que a medicina
precisa de tecnologia, mas que os avanços não devem deslocar o relacionamento entre
médico e paciente, uma vez que esse é essencial para a reversão do quadro do paciente.
Logo em seu primeiro livro, publicado em 1962, Histórias de Médico em Formação,
estreitou o laço entre literatura e medicina escrevendo contos baseados em sua
experiência como estudante. Entretanto, dentre suas inúmeras obras, a que mais
representa esse laço entre literatura e a medicina, é “A Paixão Transformada”, que traça
a história da medicina, permitindo observar também a enfermidade em seu contexto
histórico. Isso foi possível devido a uma abordagem não somente de autores médicos,
mas também de médicos literários e escritores leigos. Segundo Scliar, um texto
cientifico e literário se completam, uma vez que o primeiro prima pela objetividade,
pela concisão e pela precisão, características que ajudam a enriquecer um texto literário.
A prática da medicina representa um verdadeiro mergulho na natureza humana, que é,
afinal, o terreno fértil de inspiração para os escritores. A literatura também ajuda a
prática da medicina, o hábito de escrever, bem como o de ler. Muitos escritores, nos
quais inclui-se Moacyr Scliar, souberam traduzir, nos seus textos ficcionais ou nãoficcionais, o fenômeno da doença e a relação médico-paciente, de uma forma que
resulta em aprendizado muito útil tanto para o estudante de medicina como para os
médicos. Dessa forma, ele ressalta que deve haver transposição entre a barreira médico
paciente criado pelas tecnologias e especializações.
Palavras Chave: Moacyr, Scliar, Médico, Literário
Referências:
http://www.mediconerd.com/2011/02/moacyr-scliar-uma-vida-entre-literatura.html
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/ju253pag09.pdf
RELAÇÃO ENTRE TIPO DE PARTO E A VITALIDADE DOS RECÉM-NASCIDOS
DA CIDADE DE OURO PRETO-MG
George Luiz Lins Machado Coelho- ([email protected])
Adélie Nicolli Martins Gai ([email protected])
Ana Cláudia dos Santos ([email protected])
Débora Dumont Cruz Nunes ([email protected])
Elen Cristina da Mata ([email protected])
Luciana Silva de Godoy ([email protected])
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que o total de partos
cesáreos em relação ao número total de partos realizados em um serviço de saúde seja
de até 15%. Esta determinação está fundamentada no preceito de que apenas 15% do
total de partos apresentam indicação precisa de cesariana, ou seja, existe uma situação
real onde é fundamental para preservação da saúde materna e/ou fetal que aquele
procedimento seja realizado cirurgicamente e não por via natural (OMS, 1996). Em
estudo realizado por Belizán et al na década de 90, verificou-se que o Brasil ocupava o
segundo lugar entre os 12 países da América Latina com maior incidência de cesarianas.
Atualmente, o Brasil apresenta uma taxa global de cesarianas de 32%, chegando a 90%
em algumas clínicas privadas. No município de Ouro Preto o percentual de partos do
tipo cesárea não é tão distante do tipo vaginal, sendo que o primeiro é responsável por
51,45% e o segundo por 48,55% do total de partos, de acordo com a análise dos dados
obtidos do banco de dados SINASC.Objetivos:O objetivo do presente estudo é analisar
a vitalidade do recém-nascido por tipo de parto, vaginal ou cesárea, para os nascidos
vivos com o Apgar no 5º minuto no intervalo de 1 a 6, em Ouro Preto-MG de acordo
com os dados colhidos em 2009, 2010 e 2011.Métodos:A análise da vitalidade do
recém-nascido foi realizada utilizando-se as variáveis referentes ao tipo de parto,
gravidez, tempo de gravidez, peso ao nascer(variáveis independentes) e índice de Apgar
no 5º minuto(variável dependente).Tais dados foram analisados nos programas Epi Info
7 e Microsoft Office Excel 2007. Foram excluídos do estudo os nascidos vivos com
peso menor que 1.500g (peso muito baixo ao nascer) ou maior que 3.999g
(macrossômicos), gestações com duração menor que 32 semanas ou maior que 41
semanas, nascidos vivos com malformação congênita e/ou anomalia cromossômica
detectada ou ignorada, tipo de gravidez múltipla ou ignorada e índice de Apgar no 5º
minuto de 7 a 10, que foram considerados normais. Os nascidos vivos com índices de
Apgar no 5º minuto abaixo de 7 foram considerados em sofrimento fetal e, com eles, foi
feita uma análise do tipo de parto, cesárea ou vaginal, demonstrando a relação entre este
dado e a vitalidade do recém-nascido.Resultados:Comparados os grupos parto vaginal
e cesárea, obteve-se os seguintes valores: índice de Apgar <7 no 5º minuto (f=18;
p>0,05), valor de P bicaudal – Exato de Fisher (0,0605503227), Odds Ratio (Estimado
2,6624; Intervalo de Confiança de 0,9452 a 7,4996), Chi Quadrado não corrigido
(3,7103).Conclusão:Após a análise dos dados pelos programas Epi Info 7 e Microsoft
Office Excel 2007, concluímos que não existe diferença significativa entre o parto
vaginal e o parto por cesárea em recém-nascidos com o Apgar no 5º minuto entre 1 e 6
(P bicaudal – Exato de Fisher 0,0605503227, Odds Ratio - Limite inferior de 0,9452,
Chi Quadrado não corrigido 3,7103). Os programas utilizados nos forneceram dados de
análise estatística e não valores absolutos, o que transparece a importância desses
métodos para que os resultados fossem alcançados.
Palavras-chave: SINASC, Recém-nascido, Ouro Preto.
Referências:
Humanizando o nascimento e o parto: o workshop. In Rattner D, Trench B (Org).
Humanizando nascimentos e partos. São Paulo: Editora Senac, 2005.
Cardoso PO et; Morbidade neonatal e maternas relacionada ao tipo de parto, Belo
Horizonte: Ciência & Saúde Coletiva, 15(2):427-435, 2010.
SAÚDE-DOENÇA COMO UM PROCESSO SOCIAL
Dra. Olívia Maria de Paula Alves Bezerra – [email protected]
Juliana Oliveira Pedrosa - [email protected]
Lauanny Ribeiro Aguiar - [email protected]
Ligiane Figueiredo Falci - [email protected]
Luana Almeida Silveira - [email protected]
Mariana Fontes Pereira- [email protected]
Rafael Cândido Mota - [email protected]
Tamara Resende Costa - [email protected]
Introdução: A história da Medicina evidencia a importância de se perceber a
determinação de uma doença na sua complexidade, além de sua causalidade biológica.
Compreender o processo saúde-doença implica em considerar múltiplos determinantes,
notadamente o social. A discussão proposta descreve a trajetória científica da Medicina
em busca da explicação do adoecimento. Objetivo: Sedimentar conhecimentos a
respeito da determinação do processo saúde-doença como um processo social.
Discussão: Ao longo da história, foram propostas teorias a fim de relacionar os fatores
geográficos e ambientais à determinação do processo saúde-doença. Inicialmente, elas
se basearam no ambiente natural, como na Teoria Miasmática; posteriormente, com a
Revolução Industrial, passaram a ter caráter naturalístico, o qual associou-se as doenças
dos trabalhadores e as condições de trabalho a que estavam expostos, à presença de
microorganismos, consolidando a doutrina unicausal. Porém, como não foi capaz de
explicar o caráter crônico-degenerativo das doenças desenvolvidas pelo proletariado,
foram reincorporados aspectos inerentes às condições de vida da população e ao seu
habitat. Em 1939, foi proposta a Teoria dos Focos Naturais das Doenças Transmissíveis.
Como o enfoque foi restrito ao ambiente natural, ela foi insuficiente para explicar a
determinação do processo saúde-doença. Na década de 70, tentou-se a abordagem
baseada na Geografia Médica, em que partiu-se do princípio de que uma mesma doença
poderia apresentar características diferentes conforme o local e a população acometidos.
A seguir, foi proposta a teoria multicausal, que relaciona a morbidade a fatores
intrínsecos a agente, hospedeiro e meio. Entretanto, como ocultava as diferenças entre
as classes sociais e o local em que viviam, devido a interesses capitalistas, esse modelo
foi insuficiente. Diante da teoria da Medicina Social, na saúde coletiva deve-se ter uma
visão integradora da realidade, através da articulação dos pensamentos biologicista e
sociológico. Sugere-se que o fenômeno saúde-doença deve ser compreendido em sua
totalidade, nas dimensões individual, particular e estrutural. Propõe-se que a
organização do espaço geográfico seria capaz de promover a associação entre o
biológico e o social na determinação do processo saúde-doença. Estudos e
conhecimentos advindos da Epidemiologia Social esclareceram melhor a determinação
e a ocorrência das doenças em termos individuais e coletivos. Essa corrente defende que
o adoecimento é resultado do desequilíbrio do perfil de reprodução social, ou seja, uma
sobreposição do perfil de desgaste sobre o perfil de consumo dos grupos humanos.
Saúde e doença passam a ser considerados como estados de um mesmo processo,
composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais. Conclusão: Essa
breve discussão conduz ao fortalecimento do entendimento da determinação de uma
doença não apenas por sua causa, mas por fatores múltiplos e complexos. Através dessa
perspectiva, pode-se abordar a saúde-doença por um ângulo diferente, como um
fenômeno coletivo e social e historicamente determinado.
Palavras-chave: Determinação; Social; Doença.
Referências:
BEZERRA, O.M.P.A. Condições de Vida, Produção e Saúde em uma Comunidade de
Mineiros e Artesãos em Pedra Sabão em Ouro Preto, Minas Gerais: Uma Abordagem a
Partir da Ocorrência de Pneumoconioses. Tese de doutorado. Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Cap. IV, pág.23-28, 2002.
BREILH, J.; GRANDA, E. Saúde na sociedade: guia pedagógico sobre um novo
enfoque do método epidemiológico. Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva. 2ª ed. São Paulo: Cortez Editora, p 35-51, 1989.
TERAPIA NEOADJUVANTE E ADJUVANTE NAS NEOPLASIAS MALIGNAS DE
ESÔFAGO, ESTÔMAGO, CÓLON E RETO.
Iure Kalinine Ferraz de Souza ([email protected])
Carolina Braga Damasceno ([email protected])
Caroline Moreira Magalhães ([email protected])
Luara Brandão Viveiros ([email protected])
Marcela Mitterhoffer Monteiro ([email protected])
Pedro Victor Silva Valente ([email protected])
Introdução: As neoplasias malignas gastrointestinais constituem importante causa de
mortalidade, pois seu diagnóstico se dá normalmente em fases mais avançadas da
doença. Atualmente o tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia,
radioterapia e/ou quimioterapia, além da imunoterapia, terapia hormonal dentre outros
métodos desenvolvidos recentemente. Classificamos o tratamento do câncer como
adjuvante, neoadjuvante ou concomitante de acordo com o momento no qual a terapia é
instituída. Por terapia neoadjuvante compreendemos como todo e qualquer tratamento
realizado antes o tratamento cirúrgico, com a finalidade, entre outras, de aumentar a
ressecabilidade do tumor. Já a adjuvância caracteriza-se por ser iniciada após a cirurgia,
visando, por exemplo, reduzir possíveis recidivas. Objetivo: Apresentar os principais
avanços e aplicabilidade do tratamento neodjuvante e adjuvante dos cânceres do trato
digestivo com maior prevalência. Método: Levantamento de dados encontrados na
literatura já existente. Foram realizadas pesquisas bibliográficas por meio dos livros
dispostos no acervo da Biblioteca da Escola de Medicina da Universidade Federal de
Ouro Preto, as bases de dados da Scielo, Pubmed, Cochrane e Uptodate, além de sites
de instituições especializadas, onde foram consultados artigos originais e de revisão
sobre cirurgia, adjuvância e neoadjuvância no tratamento de cânceres gastrointestinais.
Discussão: No câncer de esôfago, as terapias neoadjuvantes consistem em um recurso
desejável para aumentar o sucesso das cirurgias, uma vez que permite preservar
estruturas adjacentes da ressecção e aumentar o índice de procedimentos de retirada
completa do tumor. A terapia adjuvante não oferece boa aplicabilidade, uma vez que
não costuma ser bem tolerada no pós-operatorio e não aumenta a taxa total de cura. No
câncer de estômago a terapia neoadjuvante também pode ser empregada, desde que os
pacientes não apresentem sintomas que obriguem a uma cirurgia paliativa e não haja
metástase à distância, possuindo um bom estado geral para que tolerem a quimioterapia.
A terapia adjuvante também pode ser empregada nos tumores gástricos, com o uso de
quimioterapia e radioterapia. No câncer de cólon, tratamento neoadjuvante é utilizado
apenas como tratamento paliativo no câncer de cólon metastatizado, possibilitando
hablação cirúrgica de algumas metástases, aumentando a sobrevida e limitando a
progressão do tumor. Já a terapia adjuvante é utilizada nos estadios II, III e IV. Nos
tumores malignos de reto, é indicado o tratamento adjuvante do câncer em todos
estadios, após tratamento neoadjuvante e ressecção cirúrgica do tumor e metástases.
Conclusão: As terapias neoadjuvante e adjuvante constituem importante suporte ao
tratamento cirúrgico nos cânceres do trato gastrointestinal, contribuindo para aumento
do sucesso nas operações de ressecção do tumor, redução de recidivas e melhora no
prognóstico da doença devido à menor morbimortalidade.
Palavras-Chave: neoplasias gastrointestinais, terapia neoadjuvante, quimioterapia
adjuvante.
Referências:
Disponível em: <http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=483> Acesso em:
10jan.2014
Disponível
em:
<http://www.cancer.gov/cancertopics/treatment/types-of-treatment>
Acesso em: 10jan.2014

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