Setembro de 2007 - res.ldschurch.eu

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Setembro de 2007 - res.ldschurch.eu
A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • SETEMBRO DE 2 0 0 7
A Liahona
MATÉRIA DA CAPA:
Dentro do
Tabernáculo
de Salt Lake,
p. 34
A Melhor Maneira de Aprender
a Verdade, p. 16
Novos Cartões do Templo, p. A15
Setembro de 2007 Vol. 60 Nº. 9
A LIAHONA 00789 059
Publicação oficial em português d’A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias
A Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley,
Thomas S. Monson, James E. Faust
Quórum dos Doze: Boyd K. Packer, L. Tom Perry,
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A Liahona:
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tcheco, télugo, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita.
(A periodicidade varia de uma língua para outra.)
A LIAHONA, SETEMBRO DE 2007
P A R A O S A D U LT O S
2
16
25
26
34
44
48
16 Aprender pela Fé
Mensagem da Primeira Presidência:
Pensamentos Inspiradores Presidente
Gordon B. Hinckley
Aprender pela Fé Élder David A. Bednar
Mensagem das Professoras Visitantes:
Tornar-se um Instrumento nas Mãos de
Deus Sendo Unas de Coração e Mente
Minha Conversão ao Casamento Eterno
James Welch
Reforma do Tabernáculo
Vozes da Igreja
A Oferta de Jejum do Irmão John
Greg Burgoyne
Limonada e uma Fatia de Pão
Anabela De León
Você Vai Cuidar Bem de Mim
Elaine Pearson
O Presente que Não Consigo Lembrar
Gary R. Wangsgard
Comentário
26 Minha Conversão ao
Casamento Eterno
34 Reforma do Tabernáculo
NA CAPA
Primeira capa: Fotografia: A. Angle.
Última Capa: Fotografia: John Luke.
CAPA DE O AMIGO
Ilustração: Matt Smith.
IDÉIAS PARA A NOITE FAMILIAR
As idéias a seguir podem ser
usadas tanto na sala de aula
quanto para o ensino no
lar. Você pode adaptar
essas idéias para a sua
família ou classe.
“Homens Comuns,
Chamados Extraordiná-
p. 8: Peça aos
membros da família que descrevam
um profeta. Como o mundo vê os
profetas? Leia em voz alta as descrições feitas pelo Élder Heber C.
Kimball a respeito de Enoque e de
Paulo. Explique-lhes que os líderes
da Igreja são pessoas comuns que
foram chamadas por Deus. Usando
os cinco últimos parágrafos, discuta
rios”,
como podemos seguir melhor os
nossos líderes. Faça um presente
(um doce, um quadro ou cartão) e
o entregue a um líder local da
Igreja, para demonstrar a
gratidão que sente por ele.
“Aprender pela Fé”,
p. 16: Mostre vários
recipientes com vários
tipos de abertura e de vários
tamanhos. Tente jogar moedas
ou doces dentro dos recipientes.
Quais recipientes são alvos mais
eficazes? Pergunte como cada recipiente pode ser comparado à disposição da pessoa em aprender pelo
Espírito. Identifique declarações do
artigo que descrevam o aprendizado
Ao procurar o anel do CTR (espanhol) escondido
nesta edição, pense em como você pode fazer algo
de bom para outra pessoa.
O AMIGO:
PA R A A S C R I A N Ç A S
A2
A4
A6
A8
30 Reconhecer o Salvador
32 Se uma Mosca Voar para Dentro
PA R A O S J O V E N S
7
8
12
30
32
39
40
43
A10
de Sua Boca
Pôster: Quão Firme É o Seu Alicerce?
Clássicos do Evangelho: Homens
Comuns, Chamados Extraordinários
Élder Bruce R. McConkie
Trabalho de Equipe Adam C. Olson
Mensagens Instantâneas
A Noite do Teste Lehi L. Cruz
Reconhecer o Salvador Jade Swartzberg
Se uma Mosca Voar para Dentro de Sua Boca
Aaron L. West
Um Jejum Suficiente Riley M. Lorimer
Sacrifício Joseph Ray Brillantes
Você Sabia?
A12
A15
A16
A12 Rios e Rios de Sorrisos
Vinde ao Profeta Escutar:
Solo Sagrado Presidente
Thomas S. Monson
Tempo de Compartilhar: O Mestre
Serviu Elizabeth Ricks
Da Vida do Presidente Spencer W. Kimball:
Um Simples Ato de Serviço
Para os Amiguinhos: Fazer o Bem no Dia
do Senhor Julie Wardell
De um Amigo para Outro: Um Caminhão Cheio
de Santos Élder Benjamín De Hoyos
Rios e Rios de Sorrisos Ray Goldrup
Cartões do Templo
Página para Colorir
A8 Fazer o Bem no Dia
do Senhor
TÓPICOS DESTA EDIÇÃO
eficaz. Estabeleça a meta de colocar
em prática esses princípios.
“Se uma Mosca Voar para
p. 32: Mostre
um inseto ou a gravura de um
inseto. Pergunte: “Você comeria
isso?” Discuta a experiência do
autor. Conte a história de José do
Egito e de como ele “cuspiu fora”
sua tentação.
Dentro de Sua Boca”,
“Fazer o Bem no Dia do Senhor”,
p. A8: Dobre uma folha de papel
para formar quatro quadrados.
Discuta cada idéia do artigo e peça
aos membros da família que façam
um desenho para cada um dos pontos abordados. Peça-lhes que acrescentem, no verso do papel, outras
atividades adequadas para o Dia do
Senhor. Use essas idéias na próxima
vez que precisar de uma boa atividade para o Dia do Senhor.
“Rios e Rios de Sorrisos”,
p. A12: Recorte uma folha de papel
marrom em tiras, para representar
pedaços de madeira. Ao ler a história, acrescente um pedaço de
“madeira” para cada ato de caridade
mencionado, a fim de fazer uma
fogueira. Explique aos membros da
família que cada pedaço de madeira
torna a fogueira mais brilhante.
Convide-os a escreverem nos pedaços de “madeira” alguns modos de
servir, para colocarem em prática
na semana seguinte.
A=O Amigo
Kimball, Spencer W., 43, A6
Abraão, 40
Liderança, 8, 26, 43
Adultos solteiros, 26
Morte espiritual, 43
Aprendizado, 16
Ofertas de jejum, 44
Autoridades Gerais, 8
Palavra de Sabedoria,
30, 47
Bispos, 8, 26
Professoras
Caridade, A12
visitantes, 25, 46
Casamento, 26
Conversão, 26, 45
Profetas, 8, A6
Dia do Senhor, A8, A10
Revelação, 2, 8, 16
Diários, 43
Sacerdócio, 2, 44, A2
Elias, o profeta, 8
Sacrifício, 40
Ensino familiar, 6
Segunda Vinda, 31
Espírito Santo, 16
Serviço, 45, A2, A4,
A6, A12
Exemplo, 31
Expiação, 2, 12
Smith, Joseph, 16
Fé, 16
Tabernáculo de
Influências más, 2, 32
Salt Lake, 34
Jejum, 39
Templos, 2, A15
Jesus Cristo, 2, 12,
Testemunho, 2, 16
31, A4
União, 12, 25
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007
1
2
MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
Pensamentos
Inspiradores
PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY
CRISTO E O HOMEM COM A MÃO MIRRADA, DE J. KIRK RICHARDS, REPRODUÇÃO PROIBIDA
A Última Dispensação
“Como é maravilhoso saber que [Deus]
sorriu com benevolência para esta última dispensação, a dispensação da plenitude dos
tempos, quando Ele restaurou Sua obra com
todos os seus poderes, com toda a sua glória
e com toda a verdade e autoridade de todas
as dispensações anteriores, neste grandioso
e final período do tempo. (...)
Sei que Deus, nosso Pai Eterno, vive e
nos ama; que Jesus é Seu Filho Amado,
nosso Redentor, nosso Salvador, nosso
Senhor, nosso Amigo; que Joseph Smith foi
e é um profeta; que esta Igreja é verdadeira;
que esta é a Sua obra restaurada na Terra
para nossa bênção e felicidade” (conferência
regional, Salt Lake City, Utah, EUA, 4 de maio
de 2003).
Sei Que o Evangelho É Verdadeiro
“Se eu sei que [o evangelho] é verdadeiro? Quero que todos os que estão neste
recinto esta noite se lembrem de que me
ouviram dizer-lhes que sei que Deus, nosso
Pai Eterno, vive. Sei que Ele vive. Sei que
Ele é um ser real. Sei que Ele é o grande
Deus do Universo. Sei, contudo, que sou
Seu filho; que vocês são Seus filhos, e
que Ele ouve, atende e responde a nossas
orações.
Sei que Jesus é o Cristo. Ele foi o grande
instrumento nas mãos de Deus para criar a
Terra. O Evangelho de João diz que nada foi
feito sem que Ele o fizesse [ver João 1:3].
Ele foi o Criador. Ele foi o Jeová do Velho
Testamento. Ele foi o Cristo menino, que veio
e nasceu em condições extremamente humildes. Foi o Messias, que seguiu um caminho
solitário até concluir Sua missão preordenada, curando os enfermos e revivendo os
mortos. Ele foi o grande Redentor do mundo,
que morreu no monte do Calvário e ressuscitou ao terceiro dia, ‘as primícias dos que dormem’ (I Coríntios 15:20). Foi Ele que visitou
os nefitas no continente americano e lhes
ensinou o que havia ensinado na Terra Santa.
E foi Ele que, juntamente com Seu Pai, visitou
o menino Joseph e falou-lhe a respeito da
Restauração desta obra.
Sei que o sacerdócio está aqui na Terra,
ao alcance de todo homem que for digno
dele. Sei que as ordenanças do templo estão
na Terra, as grandiosas ordenanças do selamento, pelas quais podemos ser unidos
como família para esta vida e por toda a eternidade. Sei que Deus não abandonará esta
obra, mas cuidará para que sempre haja
alguém por intermédio de quem Ele possa
Sei que Deus, nosso
Pai Eterno, vive e
nos ama; que Jesus
é Seu Filho Amado,
nosso Redentor,
nosso Salvador,
nosso Senhor, nosso
Amigo; que Joseph
Smith foi e é um
profeta; que esta
Igreja é verdadeira;
que esta é a Sua
obra restaurada na
Terra para nossa
bênção e felicidade.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007
3
C
comunicar Sua verdade ao povo” (reunião,
Nairóbi, Quênia, 4 de agosto de 2005).
Revelação Moderna
“É maravilhoso acreditarmos na revelação
moderna! Sinto intensamente que, se a
revelação era necessária no passado, quando
a vida era simples, então ela também é necessária hoje, quando a vida é muito mais complexa. Nunca houve época na história da
Terra em que os homens necessitassem tanto
de revelação quanto hoje.
Quero testificar a vocês, meus irmãos e
irmãs, que o livro de revelações não está
fechado. Digo-lhes com toda a segurança,
que Deus nos dirige hoje e fala-nos agora
tanto quanto o fez nos dias de Abraão,
Isaque e Jacó” (reunião, Madri, Espanha,
29 de maio de 2004).
Colocar à Prova
“Peço-lhes, irmãos e irmãs, que, caso
tenham dúvidas sobre a doutrina desta Igreja,
que a coloquem à prova. Experimentem-na.
Vivam seus princípios. Ajoelhem-se e orem
a respeito dela, e Deus os abençoará com
o conhecimento da veracidade desta obra”
(reunião, Paris, França, 28 de maio de 2004).
FOTOGRAFIA DO TEMPLO DE MADRI ESPANHA: MARGARITA DIAZ LARA; ELE RESSUSCITOU, DE DEL PARSON
umpram os
mandamentos
de Deus para
que possam entrar
no templo. Façam as
coisas que os tornem
qualificados para
servir na Casa do
Senhor. Ela foi construída para vocês,
meus irmãos
e irmãs.
4
Elevem-se Acima do Mal
“Meus queridos jovens amigos, jamais permitam que
coisa alguma os impeça de serem dignos de entrar na
Casa do Senhor e participar ali de um serviço grandioso
e maravilhoso em favor daqueles que já faleceram.
Vocês enfrentam muitas coisas malignas. Elevem-se
acima do mal. (...) Não tenho conhecimento de nenhuma
época da história do mundo em que houvesse mais mal no mundo do que hoje.
Quero cumprimentá-los, rapazes e moças
desta Igreja, que se mostraram tão fortes
diante do mal. Que Deus os abençoe e lhes
dê forças para resistir” (reunião, São Paulo,
Brasil, 21 de fevereiro de 2004).
que os tornem qualificados para servir na casa do Senhor.
Ela foi construída para vocês, queridos irmãos e irmãs, para
que tenham a oportunidade de ali entrar e receber as bênçãos maravilhosas que não podem ser obtidas em nenhum
outro lugar do mundo, exceto em outros templos, onde
vocês podem ser selados como marido e mulher, onde seus
filhos podem ser selados a vocês e onde vocês podem trabalhar em favor de seus antepassados que já
faleceram. Essa obra grandiosa, sublime e
maravilhosamente abnegada acontece na
Casa do Senhor. Venham ao templo” (reunião, Aba, Nigéria, 6 de agosto de 2005).
Vivam de Modo a Ser Dignos do
Sacerdócio
O Verdadeiro Propósito desta Obra
“Peço a vocês, queridas irmãs, que freqüentem a Casa do Senhor e incentivem seu
marido a acompanhá-las. Se houver alguém
aqui que nunca tenha entrado ou que há
muito tempo não entra no templo, sugiro-lhe,
com amor no coração, que faça tudo o que
for necessário para qualificar-se para isso. Se vocês não
entraram no templo, na verdade, deixaram de compreender o significado desta Igreja. O verdadeiro propósito desta
obra, conforme declarado pelo Deus do céu, é o de levar
a efeito a imortalidade e a vida eterna dos homens e das
mulheres [ver Moisés 1:39]. Você ama seu marido? Ama
seus filhos, netos e bisnetos? Então, não perca a oportunidade de unir-se a eles num acordo eterno que o tempo não
poderá destruir e a morte não poderá desfazer. Isso não
pode ser realizado de nenhuma outra forma. (...)
E se essas bênçãos estão disponíveis [para nós] desta
geração, um Deus justo não proveria um modo pelo qual
elas estivessem disponíveis para seus antepassados que
não tiveram essa oportunidade?” (reunião da Sociedade
de Socorro, Salt Lake City, Utah, 20 de março de 2002).
Venham ao Templo
“Gostaria de dizer a todos os homens e mulheres do
mundo inteiro: Venham ao templo. Vivam de modo a serem
dignos de entrar no templo. Cumpram os mandamentos de
Deus para que possam entrar no templo. Façam as coisas
“Deus concedeu a vocês [portadores
do sacerdócio] algo poderoso, divino, real e
útil. Ele os abençoou com a própria essência
de Seu poder, com a autoridade para falar
em Seu sagrado nome e levar a efeito a Sua
obra para abençoar, ensinar, incentivar, ajudar e governar nos assuntos do Seu reino: o
poder do sacerdócio real. Nada há de simples ou de pouco
valor nisso. Esse é Seu divino poder. É o poder pelo qual a
Terra foi criada e pelo qual Sua obra é levada adiante. E Ele
Se dispôs a conceder esse poder e autoridade a cada um
de nós, por Sua bondade e generosidade. Oh, como devemos esforçar-nos para ser dignos dele, para jamais fazer
algo que destrua nossa eficácia como Seus filhos no exercício desse dom divino, sagrado e extraordinário a que chamamos de santo sacerdócio” (conferência regional,
Pleasant Grove, Utah, 19 de janeiro de 2003).
As Bênçãos de Ser Membros da Igreja
“Que coisa maravilhosa é pertencer a esta Igreja!
Vocês já pararam para pensar em quão vazia seria nossa
vida sem ela? Quão gratos devemos ser (...) pelas imensas
bênçãos que recebemos por meio do evangelho de Jesus
Cristo. Obrigado (...) por serem santos dos últimos dias
fiéis e por procurarem criar seus filhos em luz e verdade,
com amor pelo Senhor e por Sua obra grande e sagrada”
(conferência de estaca, West Valley City, Utah, 10 de
novembro de 2002).
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007
5
A Missão Divina de Jesus Cristo
“Somos uma grande família unida pelo amor e pela fé.
Grandes são nossas bênçãos como povo e como pessoas.
Temos no coração a firme e inabalável convicção da missão
divina do Senhor Jesus Cristo.
Ele foi o grande Jeová do Velho Testamento, o Criador
que, sob a direção de Seu Pai, fez todas as coisas, ‘e sem
ele nada do que foi feito se fez’ (João 1:3). Ele foi o Messias
prometido, que trouxe cura nas Suas asas. Ele realizou
milagres, trouxe cura, a Ressurreição e a Vida. Seu nome
é o único debaixo dos céus pelo qual devamos ser salvos
[ver Atos 4:12].
Ele veio como uma dádiva de Seu Pai Eterno. ‘Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna’ (João 3:16).
Ele condescendeu em deixar Seu trono no alto e desceu à Terra para nascer em um estábulo, em uma nação
subjugada. Ele caminhou por estradas poeirentas, curando
enfermos, ensinando a doutrina, abençoando todos os que
O quisessem aceitar. (...)
No monte do Calvário, deu a vida por todos nós. Essa
foi a maior dádiva que qualquer um de nós já recebeu: a
dádiva da Ressurreição e da vida eterna.
Honramos Seu nascimento. Mas sem a Sua morte, esse
nascimento nada seria além de mais um nascimento. Foi a
Redenção que Ele realizou no Jardim do Getsêmani e na
cruz do Calvário que tornou a Sua dádiva imortal, universal
e eterna. Ele realizou a grande Expiação pelos pecados de
toda a humanidade. Ele é a Ressurreição e a Vida, “as primícias dos que dormem” (I Coríntios 15:20). Graças a Ele
todos os homens certamente ressuscitarão.
Nós O amamos. Nós O honramos. Damos graças a
Ele. Nós O adoramos. Ele fez por nós e por toda a humanidade o que ninguém mais poderia ter feito. Graças damos
a Deus pela dádiva de Seu Filho Amado — nosso Salvador,
o Redentor do mundo, o Cordeiro sem mancha que foi
oferecido como sacrifício por toda a humanidade” (reunião devocional missionária, 15 de dezembro de 2002).
As Bênçãos da Expiação
“[A Expiação] de Jesus Cristo é o maior evento na
história humana. Nada há de mais sagrado que se lhe
6
compare. Ela é a parte fundamental do plano de felicidade que o Pai fez para Seus filhos. Sem a vida mortal,
estaríamos em uma existência sem sentido, sem qualquer esperança ou futuro. A dádiva de nosso divino
Redentor nos proporciona uma dimensão de vida totalmente nova. Graças ao sacrifício de nosso Salvador, em
vez de um fim terrível, a morte se torna apenas uma passagem para uma existência mais gloriosa. A ressurreição
tornou-se uma realidade para todos. A vida eterna está
ao alcance dos que obedecem a Seus mandamentos”
(conferência de estaca da Austrália por transmissão via
satélite, 12 de fevereiro de 2005). ■
IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES
Depois de se preparar em espírito de oração, compartilhe
esta mensagem, utilizando um método que incentive a participação daqueles a quem você estiver ensinando. Seguem-se
alguns exemplos:
1. Mostre o artigo e uma fotografia do Presidente
Hinckley. Explique-lhes que um dos principais papéis do profeta é ensinar e testificar. Convide um membro da família por
vez a ler em voz alta uma seção que lhe pareça interessante.
Preste testemunho da importância de seguir o profeta.
2. Convide um membro da família para colocar-se em
um lugar de onde possa enxergar coisas que ninguém mais
possa ver. Peça à pessoa que descreva o que vê. Expliquelhes o papel de um vidente (ver Mosias 8:15–17). Leia trechos do artigo. Como essas declarações de nosso profeta
melhoram nossa visão espiritual?
3. Mostre objetos que representem seções do artigo
(as escrituras, uma fotografia do templo ou do Salvador, etc.).
Leia as seções correspondentes e discuta como podemos
saber que esses conceitos provêm de nosso Pai Celestial.
Preste testemunho de que podemos conhecer a verdade pelo
poder do Espírito Santo.
QUÃO FIRME
ALICERCE?
FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND
É O SEU
VER MATEUS 7:24–27 E HINOS, Nº 42.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007
7
E
lias era um
homem, mas
tinha tal poder
de Deus que, em resposta a suas orações, os céus eram
fechados ou faziam
chover, e a terra
dava frutos. Hoje,
os membros da
Primeira
Presidência e do
Quórum dos Doze
Apóstolos, embora
sejam homens
comuns, também são
profetas investidos
com poder do alto.
CLÁSSICOS DO EVANGELHO
Homens Comuns,
Chamados
Extraordinários
ÉLDER BRUCE R. McCONKIE
(1915–1985)
Do Quórum dos Doze Apóstolos
s Autoridades Gerais são seres humanos comuns?” Suponho que essa é
uma dúvida que está na mente de
muitas pessoas desde o princípio desta obra.
Ela surge na própria natureza das coisas,
devido à grande consideração que temos
pelos ofícios que esses irmãos são chamados
a ocupar.
Lembro-me de um incidente do início da
história da Igreja, numa época de perseguições e dificuldades. Heber C. Kimball, que
na época era membro do Quórum dos Doze
Apóstolos, viu-se numa situação em que
teve de recorrer à hospitalidade de um
membro da Igreja, uma viúva. Ela ofereceu
o que tinha — pão e leite — e providenciou-lhe um quarto com cama. Ele recolheu-se ao quarto para dormir. Ela pensou:
“Eis a minha oportunidade. Quero descobrir [e esta é, na verdade, a mesma velha
pergunta: As Autoridades Gerais são seres
humanos comuns?] Quero descobrir o que
um Apóstolo diz quando ora ao Senhor”. E
assim, depois que a porta foi fechada, ela
se aproximou silenciosamente para ouvir.
Ouviu o irmão Kimball sentar-se na cama.
A
O SENHOR FALA COM ELIAS, DE WILSON ONG
“
Ouviu o som dos sapatos dele caindo no
chão. Ouviu-o reclinar-se na cama e proferir
estas palavras: “Oh, Senhor, abençoa o Heber;
ele está tão cansado”.
(...) Esse é um assunto sobre o qual as pessoas freqüentemente têm uma noção incorreta. Muitas pessoas tinham a mesma dúvida,
na época de Joseph Smith. Ele disse: “Nesta
manhã, fui apresentado a um homem do
leste. Depois de ouvir meu nome, ele comentou que eu nada mais era que um homem,
indicando com isso que havia suposto que
uma pessoa a quem o Senhor consideraria
digno de revelar Sua vontade precisaria ser
mais do que um homem. Parecia ter-se esquecido das palavras proferidas por Tiago, que
[Elias, o profeta] era um homem sujeito
a paixões como nós, mas tinha tal poder de
Deus que, em resposta a suas orações, Ele
fechou os céus para que não chovesse pelo
período de três anos e seis meses; e novamente, em resposta a sua oração, os céus
fizeram chover e a terra frutificou [ver Tiago
5:17–18]. De fato, tal é a escuridão e a ignorância desta geração, a ponto de considerarem incrível que um homem comum tenha
qualquer [interação] com seu Criador”.1
Essa é a visão do mundo em geral: “Se
existir algo tão extraordinário quanto um
O Élder McConkie
respondeu à pergunta “As Autoridades Gerais são seres
humanos comuns?”
falando da elevada
consideração que
temos pelo chamado
deles.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007
9
JOSEPH SMITH, DE ALVIN GITTINS; BRIGHAM YOUNG, DE J. WILLARD CLAWSON; FOTOGRAFIA: STEVE BUNDERSON, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
J
oseph Smith
conheceu uma
pessoa que pensava que um profeta
devia ser mais do
que um homem. Mas
Joseph Smith, tal
como Brigham Young
e os outros profetas
que se seguiram,
sabia que embora
fosse inspirado, também era mortal.
profeta, ele será tão nobre e exaltado
que diferirá muito dos homens em geral”.
Provavelmente as pessoas devem estar pensando em João Batista no deserto, comendo
gafanhotos e mel, ou em alguém como
Enoque, de quem as pessoas disseram:
“Um homem insano apareceu entre nós”
(ver Moisés 6:38).
De certa forma, esse mesmo conceito
existe hoje na Igreja. Pensamos na dignidade,
glória e grandiosidade do ofício. Então, parte
desse sentimento transborda e é aplicado ao
indivíduo que ocupa o ofício.
Talvez haja um meio de compreendermos
esse assunto um pouco melhor. Em vez de
perguntar: “As Autoridades Gerais são seres
humanos comuns?”, pergunto a vocês: “Seu
bispo é um ser humano comum?” Qual seria a
resposta? Ou se eu perguntar: “Os missionários são seres humanos comuns?” a resposta
seria sim ou não? Depende inteiramente de
quem estamos falando. Sem dúvida, eles são
seres humanos comuns, no sentido de que,
tal como todos nós, eles estão sujeitos a
todas as fraquezas, dificuldades e falhas
comuns à raça humana. Mas, por outro lado,
as Autoridades Gerais, os bispos e os missionários — e isso se estende a todos os membros da Igreja — não devem ser humanos no
sentido mundano ou no tocante aos desejos
carnais. Nenhum de nós deve ser “humano”,
se isso significa viver como vivem os homens
carnais.
Quando entramos para a Igreja, dizemos
que deixamos o mundo para trás. Espera-se
que vençamos o mundo. Na linguagem do
Livro de Mórmon, dizemos que deixamos
de lado o homem natural e nos tornamos
santos por meio da Expiação de Cristo, o
Senhor (ver Mosias 3:19). Ora, se nós, todos
nós, vivêssemos de modo a estar à altura de
nosso potencial e nos elevássemos até os
padrões que deveríamos ter, então nenhum
de nós seria humano, no sentido mundano
Ele disse: “É assim que eu penso”. Quando terminou
ou carnal da palavra. Mas ao mesmo tempo todos seríade explicar seu ponto de vista, ele disse: “Mas é isso
mos humanos, no sentido de que somos mortais e quanto
que o Senhor acha”. Os pontos de vista de Paulo, suas
a tudo que se relacione com a mortalidade.
opiniões pessoais, não eram tão perfeitas como podeNo verbete “Autoridades Gerais” de meu livro Mormon
riam ser.
Doctrine, escrevi: “Algumas Autoridades Gerais recebem
Os profetas são homens, mas quando agem pelo
poder para fazer certas coisas, e outras, para fazer outras.
Espírito de inspiração, o que eles dizem é a voz de Deus;
Todos estamos sujeitos à rigorosa disciplina que o Senhor
contudo, ainda são mortais e têm o direito de ter opiniões
sempre impõe a Seus santos e aos que presidem os Seus
particulares, e as têm. Devido à grande sabedoria e bom
santos. Os cargos que eles ocupam são elevados e exaltasenso desses homens, seus pontos de
dos, mas as pessoas que os ocupam são
vista talvez sejam os melhores que um
homens humildes como seus irmãos na
homem mortal poderia ter, mas, a menos
Igreja. Os membros da Igreja são tão bem
que sejam inspirados, a menos que estequalificados e treinados que muitos podejam de acordo com as revelações, estão
riam servir eficazmente em quase todos os
sujeitos a erros, da mesma forma que os
cargos proeminente da Igreja, desde que
pontos de vista de qualquer outra pessoa
fossem chamados, apoiados e designados
na Igreja.
para isso”.2
Não precisamos ficar questionando
Em outro lugar do livro, no verbete
inutilmente se as Autoridades Gerais
“Profetas”, há outra declaração: “Com toda
estão falando pelo Espírito de inspiração
a sua inspiração e grandiosidade, os profeou não — podemos descobrir isso com
tas são homens mortais com imperfeições
odos os membros da
certeza. Quero lembrar-lhes uma das
comuns à humanidade em geral. Eles têm
Igreja deveriam recefamosas declarações de Joseph Smith a
suas opiniões e preconceitos e precisam
ber revelação. Ela não
esse respeito: “O Senhor não revelará
muitas vezes resolver seus problemas com
está restrita a uns poucos
nada a Joseph que não revele aos Doze
inspiração. Joseph Smith relatou que ‘[havia
escolhidos, os missionários,
ou ao menor e último membro da Igreja,
conversado] com um irmão e uma irmã de
ou os bispos. Devemos recetão logo ele seja capaz de suportá-la”.4
Michigan, que achavam que “um profeta
ber revelação.
sempre é um profeta”, mas eu lhes disse
Isso é perfeito. Essa é a mesma
que um profeta somente era profeta
doutrina que Paulo ensinou. Paulo
quando agia como tal’”.3
disse: “Todos podereis profetizar”. Ele
disse: “Procurai, com zelo, profetizar”
Portanto, as opiniões e pontos de vista,
(I Coríntios 14:31, 39). Todos os mematé de um profeta, podem conter erros,
bros da Igreja, toda a Igreja deveria recea menos que essas opiniões e pontos de
ber revelação. Ela não está restrita a uns
vista tenham sido inspirados pelo
poucos escolhidos, os missionários, ou
Espírito. As declarações e as escrituras
os bispos. Precisamos receber revelação.
inspiradas devem ser aceitas como tal.
Todos devemos ser como os apóstolos e
Porém, observemos o seguinte: Paulo foi
profetas. ■
um dos maiores profetas e teólogos de
Extraído de um artigo impresso na revista New
todos os tempos, mas ele tinha algumas
Era de janeiro de 1973; pontuação e utilização
opiniões que não estavam totalmente de
de maiúsculas modernizadas.
acordo com os sentimentos do Senhor,
NOTAS
e ele incluiu algumas delas em suas epís1. History of the Church, volume 2, p. 302.
2. Mormon Doctrine, 2ª edição, 1966, p. 309.
tolas. Mas sendo sábio e prudente, expli3. Mormon Doctrine, p. 608.
cou que se tratavam de opiniões pessoais.
4. Ver History of the Church, volume 3, p. 380.
T
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 11
TRABALHO
DE EQUIPE
A DA M C . O L S O N
Revistas da Igreja
12
A
emoção pulsava fortemente nas veias
de Mariano Palermo quando ele e seu
companheiro de equipe de remo ultrapassaram o marco de mil metros em primeiro lugar. Estavam a meio caminho de seu
sonho de vencer o campeonato nacional de
remo na Argentina, em 2003, na categoria de
dupla masculina e a um passo das provas
qualificatórias para as Olimpíadas de 2004,
em Atenas, Grécia.
Tinham conseguido estabelecer um
ótimo ritmo — suas fortes remadas atingiam a água em perfeita harmonia e os
impulsionavam à frente dos outros competidores.
Contudo, poucas centenas de metros
depois, o entusiasmo de Mariano esfriou
quando o cansaço começou a fazer o
companheiro de equipe diminuir o ritmo.
Mariano viu o barco que estava em
segundo lugar pouco atrás deles. Será que
a vantagem que tinham conquistado seria
suficiente para que conseguissem terminar em primeiro lugar?
“Somos Muito Unidos”
A irmã gêmea de Mariano, Lucía, tinha
de se concentrar em sua própria regata de
duplas femininas, que seria realizada um
pouco mais tarde naquele mesmo dia, mas
não deixou de assistir ao irmão competir.
Ela ficou muito entusiasmada quando o
barco dele tomou rapidamente a dianteira.
Mas ficou preocupada quando viu que
tinham diminuído o ritmo.
Os gêmeos Palermo sempre foram
muito unidos. Tendo a mesma idade e
participando das mesmas atividades em
muitas ocasiões, eles sempre passaram
muito tempo juntos.
“Mutual, seminário, escola”, diz Lucía.
“Agora que estamos mais velhos, é um
pouco diferente, mas ainda treinamos
juntos.”
Os gêmeos, membros da Ala Pacheco,
Estaca Buenos Aires Argentina Litoral,
também têm outros interesses em
comum. Os dois gostam muito de trabalhar com as mãos — Lucía fazendo
FOTOGRAFIAS: JUAN CARLOS SANTOYO
E
sforçando-se ao
máximo para
realizar seu
sonho olímpico, os
gêmeos Lucía e
Mariano Palermo
perceberam que não
poderiam atingir
sua meta final sozinhos. Acima: Lucía e
sua companheira de
equipe participam
de uma regata antes
das Olimpíadas de
Atenas, em 2004.
artesanato ou costurando e Mariano
consertando carros.
“Adoro cozinhar”, acrescenta Lucía.
“E eu gosto de comer, somos uma boa
equipe”, diz Mariano, rindo. “Gosto de cozinhar com ela. Não sou muito bom na cozinha,
mas é divertido.”
Embora os dois se dêem muito bem —
“Podemos conversar sobre qualquer coisa”, diz Lucía
— Mariano diz que a maioria das pessoas não percebe que
eles são gêmeos. Os dois não se parecem fisicamente.
“E não sabemos o que o outro está pensando”, diz
Lucía, brincando sobre a maneira como os gêmeos são
às vezes retratados. “Mas o que acontece com um afeta
muito o outro, seja na escola ou em uma competição.
Somos muito unidos. E isso é muito legal!”
A Vida É um Trabalho de Equipe
Ao ver que o ritmo de seu companheiro de equipe
estava caindo, Mariano sabia que não importava quão forte
se sentisse. Se Mariano puxasse o remo com mais força ou
mais depressa do que seu companheiro, o esforço desequilibrado faria com que o barco saísse do rumo.
Ele acompanhou o ritmo de seu colega e viu os outros
competidores começarem a passar na frente deles.
Como gêmeos, Mariano e Lucía compartilham muitas
coisas. Entre elas, um vigoroso empenho em treinar arduamente e dar o máximo de seu esforço individual para atingir suas metas. Mas no remo, o simples esforço individual
não faz com que você cruze a linha de chegada em primeiro lugar. Os gêmeos aprenderam que, se você não estiver sincronizado com seus companheiros de equipe, não
conseguirá vencer.
“A eficácia do barco depende da união”, diz Mariano.
“Temos que pensar da mesma forma, quer sejamos uma
equipe de dois, quatro ou oito.”
“Se não trabalharmos juntos...” começa Lucía.
“Exatamente”, exclama Mariano.
“... o barco não vai para frente”, conclui ela.
Esse é um princípio que os dois compreendem não
apenas como remadores, mas como gêmeos e como
membros da Igreja.
“Quando a equipe está concentrada no mesmo objetivo, é mais fácil alcançá-lo”, diz Mariano. “O mesmo
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 13
A
ssim como foi
preciso um trabalho de
equipe, além do
esforço individual,
para conquistar
os troféus que ganharam, os gêmeos
Palermo sabem que
precisam confiar no
Salvador e ser diligentes no evangelho
para atingir sua
meta final de
retornar à presença
do Pai Celestial.
acontece na família. Temos a mesma meta
de estar juntos para sempre. Isso ajuda
muito.”
Os dois compreendem que trabalhar juntos é essencial não apenas no remo, mas também no intuito de atingir nossa meta final de
tornar-nos semelhantes a Jesus Cristo e voltar
à presença de nosso Pai Celestial. O Senhor
disse: “Sede um; e se não sois um, não sois
meus” (D&C 38:27).
Depois que aprendemos que a vida não
é uma competição individual, mas sim um
trabalho de equipe, precisamos tomar uma
importante decisão espiritual.
Quem Devo Seguir?
À medida que a equipe que estava em
segundo lugar foi alcançando o barco de
Mariano, foi preciso muita disciplina para
que ele não cedesse à tentação de remar
o mais forte possível. A linha de chegada
estava muito próxima. Mas Mariano sabia
que, se ele remasse no seu próprio ritmo,
14
o resultado seria desastroso. Na melhor das
hipóteses, isso apenas os faria perder velocidade; na pior das hipóteses, faria com que
saíssem do rumo e possivelmente da regata.
Essa escolha de seguir o ritmo de outra
pessoa em vez do seu próprio para atingir
nossa meta é um princípio importante
quando aplicado à vida na Terra. Não podemos voltar à presença de nosso Pai Celestial
sozinhos (ver Romanos 3:23).
Felizmente, o Salvador estava disposto a
entrar em nosso barco por meio da Expiação
(ver Alma 7:11–12), provendo um meio para
que cruzássemos a linha de chegada, onde
está nosso Pai Celestial.
Mas tal como no remo, para alcançarmos
o prêmio, precisamos estar dispostos a desistir de tudo que nos impeça de remar em
harmonia com o Senhor. Expiação significa
reconciliar-se ou restaurar a harmonia. Para
alcançar a harmonia, precisamos estar dispostos a abandonar todos os nossos pecados
(ver Alma 22:18), deixar de lado nossos desejos mundanos e fazer a vontade do Senhor
(ver Mosias 3:19).
Isso nem sempre é fácil, mas o Salvador
sabe que “a carreira (...) nos está proposta”
(Hebreus 12:1), e Ele sabe exatamente do
que precisamos para voltar à presença de
nosso Pai.
Se escolhermos não segui-Lo, preferindo
fazer as coisas à nossa própria maneira, estaremos fora de sincronia e sob o risco de retardar nosso progresso ou até de ficar fora da
regata.
Juntos, Alcançamos Mais
Na vida, bem como nos esportes, alguns
preferem estabelecer seu próprio ritmo,
acreditando que o individualismo é o caminho para a verdadeira liberdade. Eles escolhem remar sozinhos na vida, sem se dar
conta de que, com Jesus Cristo, poderiam
alcançar muito mais (ver Marcos 10:27).
No mundo do remo, sabe-se bem que
“uma equipe que trabalha unida pode remar
muito mais rápido do que uma pessoa sozinha”, explica Lucía.
Numa regata-padrão de dois mil metros,
um bom tempo para o remador individual,
em seu melhor ritmo, é inferior a sete minutos (o recorde mundial é 6:35.40). Numa
equipe de oito, porém, esse mesmo remador,
embora acompanhando outros remadores
mais lentos, consegue atingir uma velocidade
ainda maior. O recorde mundial para um
barco de oito é 5:19.85.
Assim como seria difícil para um remador
individual vencer uma equipe unida, não
podemos alcançar nossas metas eternas sem
o Salvador.
Vencer Algumas e Perder Outras
Mariano e seu companheiro de equipe
recusaram-se a desistir. Mas pouco antes
da linha de chegada, foram ultrapassados,
ficando em segundo lugar.
Lucía estava no embarcadouro quando
Mariano encostou seu barco após a regata.
Ela precisava pensar na própria regata, mas
quando viu as lágrimas de desapontamento
dele, ela própria ficou arrasada.
“Eu sabia o quanto ele havia se esforçado”, diz ela. “Não agüentava vê-lo tão desapontado. Nunca o tinha visto daquele jeito.”
Juntos, os gêmeos sofreram com o malogro de Mariano. Por fim, o técnico de Lucía
os separou, receando que ela não conseguisse concentrar-se na própria regata. Mas
quando o momento chegou, Lucía e sua
companheira venceram a regata de duplas
e, mais tarde, o campeonato sul-americano,
conquistando o direito de competir nas
Olimpíadas de 2004.
E assim como eles tinham compartilhado
o desapontamento de Mariano, regozijaramse juntos com o sucesso de Lucía.
“Fiquei tão emocionado quando ela conquistou a oportunidade de competir nas
Olimpíadas”, diz Mariano. “Ela mereceu.”
Com Cristo, Todos Podemos Vencer
Nas Olimpíadas, Lucía e sua companheira
de equipe terminaram em 17º lugar. Tal
como o resultado de Mariano, o término da
regata não foi exatamente como ela havia
sonhado. Ainda assim, suas metas continuaram altas. A curto prazo, eles querem qualificar-se para uma medalha olímpica. A longo
prazo, eles querem qualificar-se para a vida
eterna.
As duas metas exigirão sacrifício e disposição para trabalhar com outra pessoa, como
se fossem um.
Mas, embora o mundo premie apenas
um vencedor (ver I Coríntios 9:24), não
importando a união entre os membros de
cada equipe, o prêmio que o Senhor oferece pode ser alcançado por todos os que
se qualificarem. Néfí disse que “muitos
de nós, senão todos,
[podemos ser] salvos
no seu reino” (2 Néfi
33:12; grifo do autor),
mas precisamos primeiro “[reconciliar-nos]
com Cristo” (2 Néfi
33:9) sacrificando nossos desejos mundanos
para segui-Lo.
Os gêmeos Palermo
são unidos na esperança
de que sua fé e sacrifício
sejam suficientes para
vencer a regata que
importa mais que todas
as outras. ■
Aprender pela Fé
É L D E R DAV I D A . B E D N A R
Do Quórum dos Doze Apóstolos
SE ALGUM DE VÓS TEM FALTA DE SABEDORIA, DE WALTER RANE, CORTESIA DO MUSEU DE HISTÓRIA E ARTE DA IGREJA
S
omos admoestados repetidas vezes
nas escrituras a pregar, pelo poder do
Espírito, as verdades do evangelho
(ver D&C 50:14). Creio que a grande maioria
de nós, pais e professores da Igreja, estamos
cientes desse princípio e geralmente nos
esforçamos devidamente para colocá-lo em
prática. Não obstante, por mais importante
que esse princípio seja, ele é apenas um dos
elementos que compõem um padrão espiritual muito maior. Também somos freqüentemente ensinados a procurar conhecimento
pela fé (ver D&C 88:118). Pregar pelo espírito e aprender pela fé são princípios intrinsecamente unidos, os quais devemos
esforçar-nos para compreender e aplicar
simultânea e constantemente.
Acho que enfatizamos e sabemos muito
mais sobre como o professor ensina pelo
espírito do que sobre como o aluno aprende
pela fé. É bem evidente que os princípios e
processos tanto do ensino quanto do aprendizado são espiritualmente essenciais. No
entanto, ao contemplarmos o futuro e anteciparmos o mundo ainda mais confuso e turbulento em que viveremos, creio ser essencial,
para todos nós, aumentar nossa capacidade
de procurar aprender pela fé. Em nossa vida
pessoal, em família e na Igreja, podemos
receber e de fato receberemos as bênçãos
de força espiritual, orientação e proteção, se
buscarmos, pela fé, obter e aplicar o conhecimento espiritual.
Néfi nos ensina que “quando um homem
fala pelo poder do Espírito Santo, o poder do
Espírito Santo leva [a mensagem] aos corações dos filhos dos homens” (2 Néfi 33:1).
Observem que o poder do Espírito leva a
mensagem ao coração e não necessariamente para dentro dele. O professor pode
explicar, demonstrar, persuadir e testificar, e
fazê-lo com grande força espiritual e eficácia.
Mas no final, o conteúdo da mensagem e o
testemunho do Espírito Santo só penetrarão
no coração se o aluno permitir que entrem.
O aprendizado pela fé abre o caminho para
dentro do coração.
O Princípio de Ação: Fé no Senhor
Ao contemplarmos o
futuro e anteciparmos o mundo ainda
mais confuso e turbulento em que viveremos, creio ser
essencial para todos
nós aumentar nossa
capacidade de procurar aprender
pela fé.
Jesus Cristo
O Apóstolo Paulo definiu a fé como o fundamento das coisas que se esperam e a prova
das coisas que não se vêem (ver Hebreus
11:1). Alma declarou que a fé não é um perfeito conhecimento, mas que, se tivermos fé,
teremos esperança em coisas que não vemos
mas que são verdadeiras (ver Alma 32:21).
Além disso, aprendemos em Lectures on
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 17
18
Faith que a fé é “o primeiro princípio da religião revelada e o alicerce de toda a retidão” e
também que é “o princípio de ação em todos
os seres inteligentes”.1
Esses ensinamentos destacam os três elementos básicos da fé: (1) fé como a certeza
das coisas que esperamos e que são verdadeiras, (2) fé como a prova das coisas que não
se vêem e (3) fé como o princípio de ação
em todos os seres inteligentes. Descrevo
esses três componentes da fé no Salvador
como a ocorrência simultânea das ações de
contemplar o futuro, olhar para o passado e
iniciar uma ação no presente.
A fé, como a certeza das coisas que esperamos, contempla o futuro. Essa certeza fundamenta-se na compreensão correta de Deus e
na confiança que depositamos Nele, além de
permitir-nos “prosseguir com firmeza” (2 Néfi
31:20) nas situações incertas — e muitas
vezes desafiadoras — quando servimos ao
Salvador.
Por exemplo: Néfi confiou exatamente
nesse tipo de certeza que contempla o
futuro, ao voltar para Jerusalém a fim de
obter as placas de latão, “não sabendo de
antemão o que deveria fazer. Não obstante
[seguiu] em frente” (1 Néfi 4:6–7).
A fé em Cristo está inseparavelmente
ligada à esperança em Cristo — e resulta
nessa esperança — para nossa redenção e
exaltação. E a certeza e a esperança nos possibilitam caminhar até o limiar da luz e dar
alguns passos na escuridão, esperando e
confiando que a luz se moverá e iluminará
o caminho.2 A combinação da certeza com
a esperança inicia a ação no presente.
A fé, como a prova das coisas que não se
vêem, olha para o passado e confirma nossa
confiança em Deus, bem como na veracidade
das coisas que não vemos. Caminhamos para
dentro da escuridão com certeza e esperança, e recebemos a prova e a confirmação
quando a luz realmente se move e nos provê
SUA ALEGRIA FOI COMPLETA, DE WALTER RANE, CORTESIA DO MUSEU DE HISTÓRIA E ARTE DA IGREJA
N
éfi confiou
exatamente
nesse tipo de
certeza que contempla o futuro, ao voltar para Jerusalém a
fim de obter as placas de latão, “não
sabendo de antemão
o que deveria fazer.
Não obstante [seguiu]
em frente”.
a claridade de que necessitamos. O testemunho que adquirimos depois do teste de nossa fé (ver Éter 12:6) é a prova
que aumenta e fortalece a nossa certeza.
Certeza, ação e prova influenciam-se mutuamente,
num processo contínuo. Essa hélice é como uma mola
que ascende em espiral, tornando-se cada vez mais ampla.
Esses três elementos da fé — certeza, ação e prova —
não são separados e distintos: em vez disso, estão interrelacionados, são contínuos e formam um ciclo ascendente. E a fé que alimenta esse processo contínuo se
desenvolve, evolui e se transforma. Ao encararmos novamente o futuro incerto, a certeza nos conduz à ação e produz uma prova, que aumenta ainda mais a certeza. Nossa
confiança se torna mais forte, linha sobre linha, preceito
sobre preceito, um pouco aqui e um pouco ali.
Encontramos um vigoroso exemplo da interação entre
certeza, ação e prova na ocasião em que os filhos de Israel
transportavam a Arca da Aliança sob a liderança de Josué
(ver Josué 3:7–17). Lembram-se de quando os israelitas
chegaram ao rio Jordão e lhes foi prometido que as águas
se abririam e eles poderiam cruzar o rio em seco? É interessante notar que as águas não se abriram quando os
filhos de Israel pararam junto às margens do rio esperando
que algo acontecesse; em vez disso, a sola de seus pés se
molhou antes que as águas se abrissem. A fé que os israelitas possuíam manifestou-se no fato de que caminharam
para dentro da água antes que elas se abrissem. Eles caminharam para dentro do rio Jordão com uma certeza que
contemplava o futuro nas coisas que esperavam. Quando
os israelitas seguiram adiante, as águas se abriram, e
quando cruzaram o rio em seco, olharam para trás e viram
a prova das coisas que não eram vistas. Naquele episódio,
a fé como certeza conduziu à ação e produziu a prova de
coisas que não eram vistas, mas que eram verdadeiras.
A verdadeira fé se concentra no Senhor Jesus Cristo e
sempre conduz à ação. A fé, como princípio de ação, é
ressaltada em muitas escrituras que todos conhecemos
muito bem.
“Porque, assim como o corpo sem o espírito está
morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago
2:26; grifo do autor).
“Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes” (Tiago 1:22; grifo do autor).
“Mas eis que, se despertardes e exercitardes vossas
faculdades, pondo à prova minhas palavras, e exercerdes
uma partícula de fé (...)” Alma 32:27; grifo do autor).
E a fé como princípio de ação é extremamente essencial
ao processo de aprendizado e aplicação prática da verdade
espiritual.
Aprender pela Fé: Agir, e Não Apenas Receber a Ação
De que modo a fé, como princípio de ação em todos os
seres inteligentes, relaciona-se ao aprendizado do evangelho? E o que significa procurar aprender pela fé?
Na grande divisão de todas as criações de Deus, há coisas que existem para agir e coisas que existem para receber a ação (ver 2 Néfi 2:13–14). Como filhos e filhas de
nosso Pai Celestial, fomos abençoados com o dom do
arbítrio, isto é, a capacidade e o poder de agir independentemente. Investidos com o arbítrio, somos agentes,
e devemos principalmente agir e não só receber a ação,
especialmente ao buscar obter e colocar em prática o
conhecimento espiritual.
Aprender pela fé e pela experiência são duas características centrais do plano de felicidade do Pai. O Salvador
preservou o arbítrio moral por meio da Expiação, possibilitando-nos agir e aprender pela fé. A rebelião de Lúcifer
contra o plano buscava destruir o arbítrio do homem, e
seu intento era de que nós, como aprendizes, apenas
recebêssemos a ação.
Ponderem a pergunta feita pelo Pai Celestial a Adão, no
Jardim do Éden: “Onde estás?” (Gênesis 3:9). O Pai sabia
onde Adão estava escondido, mas mesmo assim Ele fez a
pergunta. Por quê? Um Pai sábio e amoroso permitiu que
Seu filho agisse no processo de aprendizado, e não apenas
recebesse a ação. Não houve um sermão unidirecional
para um filho desobediente, como talvez muitos de nós
estejamos inclinados a proferir. Em vez disso, o Pai ajudou
Adão, como aprendiz, a atuar como agente e exercer devidamente o seu arbítrio.
Lembram-se de quando Néfi quis saber as coisas que
seu pai Leí tinha visto na visão da árvore da vida? É interessante notar que o Espírito do Senhor começou sua orientação a Néfi perguntando o seguinte: “Que desejas tu?”
(1 Néfi 11:2). É evidente que o Espírito sabia o que Néfi
desejava. Então, por que motivo fez a pergunta? O Espírito
Santo estava ajudando Néfi a agir no processo de aprendizado e não simplesmente receber a ação. Observem em
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 19
1 Néfi 11–14, como o Espírito faz perguntas e incentiva
Néfi a “olhar”, como elementos ativos no processo de
aprendizado.
Vendo esses exemplos, reconhecemos que, como
aprendizes, temos de agir e ser cumpridores da palavra e
não meros ouvintes que recebem a ação. Vocês são agentes que atuam e procuram aprender pela fé, ou estão esperando ser ensinados e receber a ação? As crianças, jovens e
adultos a quem vocês ensinam estão agindo e procurando
aprender pela fé, ou estão esperando ser ensinados e receber a ação? Estamos incentivando e ajudando nossos alunos a procurarem aprender pela fé? Nós e nossos alunos
devemos ocupar-nos zelosamente perguntando, buscando
e pedindo (ver 3 Néfi 14:7).
Um aprendiz que exerce seu arbítrio agindo de acordo
com princípios corretos, abre seu coração ao Espírito
Santo e convida-O a ensinar, a testificar com poder e a confirmar o testemunho. O aprendizado pela fé exige esforço
físico, mental e espiritual e não apenas uma receptividade
passiva. É na sinceridade e na constância de nossa ação inspirada pela fé que mostramos ao Pai Celestial e a Seu Filho
Jesus Cristo a nossa disposição de aprender e receber instrução do Espírito Santo. Assim, aprender pela fé envolve
o exercício do arbítrio moral para agirmos com a certeza
das coisas que esperamos e convidarmos o único professor verdadeiro, o Espírito do Senhor, a dar-nos a prova das
coisas que não vemos.
Ponderem como os missionários ajudam os pesquisadores a aprender pela fé. Assumir e cumprir compromissos
espirituais, como estudar o Livro de Mórmon e orar a respeito dele, freqüentar as reuniões da Igreja e cumprir os
mandamentos, são coisas que exigem que o pesquisador
exerça sua fé e aja. Um dos papéis fundamentais do missionário é ajudar o pesquisador a assumir e honrar compromissos, ou seja, a agir e aprender pela fé. Ensinar, exortar e
explicar, por mais importantes que sejam, não podem proporcionar ao pesquisador um testemunho da veracidade
do evangelho restaurado. Somente quando a fé do pesquisador inicia a ação e abre o caminho para o seu coração é
que o Espírito Santo pode conceder-lhe um testemunho
confirmador. É óbvio que os missionários precisam aprender a ensinar pelo poder do Espírito. Mas de igual importância é a responsabilidade que os missionários têm de
ajudar os pesquisadores a aprender pela fé.
20
O aprendizado que estou descrevendo transcende a
mera compreensão cognitiva e a retenção e memorização
de informações. O tipo de aprendizado de que estou
falando faz com que deixemos de lado o homem natural
(ver Mosias 3:19), mudemos nosso coração (ver Mosias
5:2) e sejamos convertidos ao Senhor e nunca apostatemos (ver Alma 23:6). Aprender pela fé exige um “coração e
uma mente solícita” (ver D&C 64:34). Aprender pela fé é
o resultado de o Espírito Santo levar o poder da palavra de
Deus não só até o coração, mas também para dentro dele.
O aprendizado pela fé não pode ser transferido do instrutor para o aluno por meio de uma palestra, uma demonstração ou um exercício experimental; em vez disso, o aluno
precisa exercer fé e agir para obter tal conhecimento por
si mesmo.
O jovem Joseph Smith compreendia intuitivamente o
que significava procurar conhecimento pela fé. Um dos
episódios mais conhecidos da vida de Joseph Smith foi
quando ele leu os versículos sobre a oração e a fé no livro
de Tiago, no Novo Testamento (ver Tiago 1:5–6). Aquele
texto inspirou-o a retirar-se para um bosque próximo
de sua casa e a orar e procurar conhecimento espiritual.
Observem as perguntas que Joseph havia formulado em
sua mente e sentido em seu coração, e que o levaram para
o bosque. É claramente evidente que ele tinha-se preparado para “pedir com fé” (Tiago 1:6) e agir:
“Em meio a essa guerra de palavras e divergência de
opiniões, muitas vezes disse a mim mesmo: Que deve ser
feito? Quem, dentre todos esses grupos está certo, ou
estão todos igualmente errados? Se algum deles é correto,
qual é, e como poderei sabê-lo? (...)
Meu objetivo ao dirigir-me ao Senhor era saber qual de
todas as seitas estava certa, a fim de saber a qual me unir.
Portanto, tão logo me controlei o suficiente para poder
falar, perguntei aos Personagens que estavam na luz acima
de mim qual de todas as seitas estava certa (...) e a qual me
unir” (Joseph Smith — História 1:10, 18).
Observem que as perguntas de Joseph enfocavam não
apenas o que ele precisava saber mas também o que ele
teria de fazer. E sua primeira pergunta centrava-se na ação
e no que precisava ser feito! Sua oração não foi simplesmente para saber qual era a igreja verdadeira. Sua pergunta foi sobre a qual igreja ele deveria filiar-se. Joseph foi
ao bosque para aprender pela fé. Ele estava decidido a agir.
Apóstolos, Joseph ensinou: “A melhor
maneira de obter verdade e sabedoria não é
procurar nos livros, mas buscar a Deus em
oração, para obter ensinamento divino”.3
Em outra ocasião, o Profeta Joseph explicou: “A leitura das experiências alheias, ou as
revelações recebidas por outras pessoas
jamais poderão dar a nós um entendimento
de nossa condição e de nossa verdadeira relação com Deus”.4
O
bservem as
perguntas
que Joseph
havia formulado em
sua mente e sentido
em seu coração, e
que o levaram para
o bosque. É evidente
que ele tinha-se preparado para “pedir
com fé” e agir.
Implicações para os Professores
As verdades a respeito do aprendizado
pela fé têm
profundas
O DESEJO DE MEU CORAÇÃO, DE WALTER RANE, CORTESIA DO MUSEU DE HISTÓRIA E ARTE DA IGREJA
Finalmente, a responsabilidade de aprender pela fé e colocar em prática a verdade
espiritual está sobre nossos ombros, individualmente. Essa é uma responsabilidade cada
vez mais séria e importante no mundo em
que vivemos e em que ainda viveremos. O
que, como e quando aprendemos têm por
apoio um instrutor, um método de apresentação ou um tópico ou formato de aula específico, mas não dependem disso.
Na verdade, um dos grandes desafios da
mortalidade é procurar aprender pela fé. O
Profeta Joseph Smith resumiu muito bem o
processo de aprendizado e os resultados que
estou tentando descrever. Em resposta a um
pedido de instrução feito pelos Doze
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 21
22
implicações para os pais e professores.
Ponderemos juntos três dessas implicações.
Implicação 1. O Espírito Santo é o único
professor verdadeiro.
O Espírito Santo é o terceiro membro da
Trindade e é Ele o professor e testificador de
toda a verdade. Como escreveu o Élder James
E. Talmage (1862–1933), do Quórum dos
Doze Apóstolos: “O ofício do Espírito Santo
referente a Sua ministração entre os homens
está descrito nas escrituras. Ele é um mestre
enviado pelo Pai; e aos que são dignos de
Seus ensinamentos Ele revelará todas as coisas necessárias para o progresso da alma”.5
Sempre devemos lembrar que o Espírito
Santo é o professor que, por meio do convite
adequado, pode entrar no coração do aluno.
De fato, temos a responsabilidade de pregar
o evangelho pelo Espírito, sim, o Consolador,
como pré-requisito para o aprendizado pela
fé, que somente pode ser alcançado por intermédio do Espírito Santo (ver D&C 50:14).
Nesse sentido, somos mais semelhantes às
longas e finas fibras de vidro usadas para
construir os cabos de fibra óptica através dos
quais os sinais de luz são transmitidos a grandes distâncias. Assim como o vidro nesses
cabos precisa ser puro, para conduzir a luz
eficaz e eficientemente, da mesma forma
devemos tornar-nos e permanecer condutos
dignos por meio dos quais o Espírito do
Senhor possa operar.
Mas precisamos, irmãos e irmãs, ter o
cuidado de lembrar em nosso trabalho que
somos condutos e canais; não somos a luz.
“Porque não sois vós quem falará, mas o
Espírito de vosso Pai é que fala em vós”
(Mateus 10:20). Nunca sou eu ou vocês. Na
verdade, tudo o que fazemos como professores no intuito de intencionalmente chamar a
atenção para nós mesmos — nas mensagens
que apresentamos, nos métodos que usamos
ou em nossa conduta pessoal — torna-se uma
forma de artimanha sacerdotal que inibe a
FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND, COM A PARTICIPAÇÃO DE MODELOS
O
Presidente
Boyd K.
Packer ensinou: “O testemunho
é descoberto quando
nós o prestamos! (...)
Ao oferecerem o que
vocês têm, isso lhes
será devolvido e
aumentado!”
eficácia do ensino do Espírito Santo. “Prega-a pelo Espírito
da verdade ou de alguma outra forma? E se for de alguma
outra forma, não é de Deus” (D&C 50:17–18).
Implicação 2. Somos professores mais eficazes quando
incentivamos e facilitamos o aprendizado pela fé.
Todos conhecemos o ditado de que dar um peixe a
um homem garante apenas uma refeição. Se o ensinarmos a pescar, porém, estaremos alimentando esse
homem por toda a vida. Como instrutores do evangelho,
não estamos trabalhando na distribuição de peixes, mas,
sim, no trabalho de ajudar as pessoas a aprenderem a
“pescar” e a se tornarem espiritualmente auto-suficientes.
A melhor maneira de alcançar esse importante objetivo é
incentivarmos e agirmos de modo a facilitar aos alunos a
ação de acordo com princípios corretos, ajudando-os
a aprender fazendo. “Se alguém quiser fazer a vontade
dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus”
(João 7:17).
Observem essa implicação colocada em prática no conselho dado a Junius F. Wells, pelo Presidente Brigham Young
(1801–1877), quando o irmão Wells foi chamado em 1875
para organizar os Rapazes da Igreja:
“Em suas reuniões, você deve começar no alto da lista
e chamar o máximo de membros que o tempo permitir
para que prestem seu testemunho e, na reunião seguinte,
comece de onde parou e chame outros, para que todos
participem e adquiram o hábito de se levantar e dizer algo.
Muitos acham que não têm um testemunho para prestar,
mas faça com que se levantem, e eles descobrirão que o
Senhor lhes dará capacidade de expressar muitas verdades
nas quais não tinham pensado. Mais pessoas adquiriram
um testemunho quando se levantaram e tentaram prestálo do que ajoelhadas orando para consegui-lo.”6
O Presidente Boyd K. Packer, Presidente Interino do
Quórum dos Doze Apóstolos, deu um conselho semelhante para os nossos dias:
“Oh! Se ao menos eu pudesse ensinar-lhes este único
princípio: O testemunho é descoberto quando nós o prestamos! Em algum lugar de sua jornada em busca de
conhecimento espiritual, existe aquele ‘salto de fé’, como
os filósofos o chamam. É o momento em que chegamos
até o limiar da luz e damos um passo para dentro da escuridão, e descobrimos então que o caminho está iluminado
por apenas um ou dois passos à nossa frente. ‘O espírito
do homem’, como bem disse a escritura, é realmente
‘a lâmpada do Senhor’ (Provérbios 20:27).
Uma coisa é receber um testemunho daquilo que lemos
ou de algo que outra pessoa disse; e temos obrigatoriamente que começar por aí. Outra coisa totalmente diferente é sentir o Espírito confirmar em nosso peito que
aquilo que nós testificamos é verdadeiro. Percebem que
isso lhes será concedido, quando vocês o compartilharem?
Ao oferecerem o que vocês têm, isso lhes será devolvido e
aumentado!”7
Observei uma característica comum entre os professores que exerceram maior influência em minha vida. Eles
me ajudaram a procurar aprender pela fé. Recusaram-se
a dar-me respostas fáceis para perguntas difíceis. Na verdade, não me deram resposta alguma. Em vez disso, indicaram o caminho e me ajudaram a dar os passos para
encontrar minhas próprias respostas. Sem dúvida nem
sempre apreciei essa abordagem, mas a experiência me
permitiu compreender que uma resposta dada por outra
pessoa geralmente não é lembrada por muito tempo, se é
que será lembrada. Mas uma resposta que descobrimos ou
obtemos pelo exercício da fé geralmente é retida por toda
a vida. O aprendizado mais importante da vida é alcançado,
não ensinado.
A compreensão espiritual, com que fomos abençoados
e que foi confirmada como verdadeira em nosso coração,
simplesmente não pode ser transmitida a outra pessoa. O
preço da diligência e do aprendizado pela fé precisa ser
pago para se obter e “possuir” pessoalmente esse conhecimento. Somente dessa forma, o que conhecemos na
mente pode-se transformar em algo que sentimos no coração. Somente dessa maneira uma pessoa pode deixar de
depender da confiança no conhecimento espiritual e na
experiência de outros e reivindicar essas bênçãos para si
mesma. Somente desse modo podemos estar espiritualmente preparados para o que está por vir. Precisamos
“[procurar] conhecimento, sim, pelo estudo e também
pela fé” (D&C 88:118).
Implicação 3. Nossa fé é fortalecida quando ajudamos
outras pessoas a procurar aprender pela fé.
O Espírito Santo, que pode “ensinar-nos todas as coisas
e fazer-nos lembrar de todas as coisas” (ver João 14:26),
está ansioso por ajudar-nos a aprender, se agirmos e exercermos fé em Jesus Cristo. É interessante notar que esse
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 23
Observem como esse desafio inspirado foi um exemplo
clássico do aprendizado pela fé. Em primeiro lugar, não
fomos forçados, coagidos ou obrigados a ler. Em vez disso,
fomos convidados a exercer nosso arbítrio como agentes
e a agir de acordo com princípios corretos. O Presidente
Hinckley, como líder inspirado, incentivou-nos a agir e não
apenas a receber a ação. Cada um de nós, em última análise, decidiu se aceitaria o desafio e como o faria — e se
perseveraria até o fim da tarefa.
Em segundo lugar, ao fazer-nos o convite de ler e agir,
o Presidente Hinckley incentivou cada um de nós a procurar aprender pela fé. Nenhum material de
estudo novo foi distribuído aos membros
da Igreja, e não se criaram pela Igreja novas
lições, aulas ou programas. Cada um de nós
tinha seu exemplar do Livro de Mórmon —
e um caminho para dentro de nosso coração mais amplamente aberto pelo exercício
de nossa fé no Salvador, ao aceitar o desafio
da Primeira Presidência. Assim, estávamos
preparados para receber instrução do único
professor verdadeiro, o Espírito Santo.
A responsabilidade de procurar aprender pela fé está sobre os ombros de cada
um de nós individualmente, e essa obrigação se tornará cada vez mais importante à medida que
o mundo em que vivemos se tornar mais confuso e complicado. O aprendizado pela fé é essencial ao nosso
desenvolvimento pessoal e espiritual, e também para o
crescimento da Igreja nestes últimos dias. Que tenhamos
verdadeiramente fome e sede de retidão e estejamos
cheios do Espírito Santo (ver 3 Néfi 12:6) — para que
busquemos aprender pela fé. ■
Procurar Aprender pela Fé — Um Exemplo Recente
Extraído de um discurso transmitido via satélite para os
educadores do Sistema Educacional da Igreja, proferido em
3 de fevereiro de 2006.
Todos nós fomos abençoados com o desafio lançado
pelo Presidente Gordon B. Hinckley, em agosto de 2005,
de ler o Livro de Mórmon até o final daquele ano. Ao fazer
o desafio, o Presidente Hinckley prometeu que o cumprimento diligente daquele simples programa de leitura traria
para a nossa vida e para o nosso lar “mais do Espírito do
Senhor, uma determinação mais firme de obedecer a Seus
mandamentos e um testemunho mais forte da realidade
viva do Filho de Deus”.8
24
NOTAS
1. Lectures on Faith, 1985, p. 1.
2. Ver Boyd K. Packer, “The Candle of the Lord”, Tambuli, julho de
1983, p. 27.
3. History of the Church, volume 4, p. 425.
4. History of the Church, volume 6, p. 50.
5. The Articles of Faith, 1924, p. 162.
6. Junius F. Wells, “Historic Sketch of the YMMIA”, Improvement Era,
junho de 1925, p. 715.
7. Tambuli, julho de 1983, p. 34.
8. “Um Testemunho Vibrante e Verdadeiro”, A Liahona, agosto de
2005, p. 6.
FOTOGRAFIA: RUTH SIPUS, COM A PARTICIPAÇÃO DE MODELOS
auxílio didático divino talvez nunca seja tão evidente
quanto quando ensinamos, seja no lar ou nas atribuições
da Igreja. Conforme Paulo deixou bem claro para os romanos: “Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti
mesmo?” (Romanos 2:21).
Observem os seguintes versículos de Doutrina e
Convênios, sobre como o ensino diligente convida a graça
e a instrução celestes:
“E dou-vos um mandamento de que vos ensineis a doutrina do reino uns aos outros.
Ensinai diligentemente e minha graça acompanhar-vos-á,
para que sejais instruídos mais perfeitamente
em teoria, em princípio, em doutrina, na lei
do evangelho, em todas as coisas pertinentes
ao reino de Deus, que vos convém compreender” (D&C 88:77–78; grifo do autor).
Tenham em mente que as bênçãos descritas nessas escrituras se referiam especificamente ao professor: “Ensinai diligentemente
e minha graça o acompanhará” — para que
vocês, os professores, sejam instruídos!
O mesmo princípio está bem claro no versículo 122 dessa mesma seção:
“Dentre vós designai um professor e não
falem todos ao mesmo tempo; mas cada um
fale a seu tempo e todos ouçam suas palavras, para que
quando todos houverem falado, todos sejam edificados
por todos, para que todos tenham privilégios iguais” (D&C
88:122; grifo do autor).
Se todos falarem e todos ouvirem de modo ordeiro
e digno, todos serão edificados. O exercício individual e
coletivo da fé no Salvador convida a instrução e o fortalecimento provenientes do Espírito do Senhor.
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
Tornar-se um Instrumento nas
Mãos de Deus Sendo Unas de
Coração e Mente
Selecione em espírito
de oração e leia as
escrituras e ensinamentos desta mensagem que atendam às necessidades
das irmãs que você for visitar.
Compartilhe suas experiências e
seu testemunho. Convide as irmãs
a quem você estiver ensinando a
fazerem o mesmo.
povo deve tornar-se ‘puro de
coração’ e será (...) o povo do
Senhor. Eles andarão com Deus
porque serão unos de coração e mente, e habitarão
em retidão, e não haverá
pobres entre eles” (“Living
Welfare Principles”, Ensign,
novembro de 1981, p. 93).
FOTOGRAFIAS DE ESCULTURA E FERRAMENTAS: CRAIG DIMOND; FOTOGRAFIA DE MULHER: MATTHEW REIER, COM A PARTICIPAÇÃO DE MODELO; BORDA © ARTBEATS
De Que Modo o Esforço para
O Que Significa Sermos Unas de
Tornar-nos Unas de Coração
Coração e Mente?
e Mente Me Ajuda a Ser um
I Coríntios 12:20, 27: “Há muitos
membros, mas um corpo. (...) Ora,
vós sois o corpo de Cristo, e seus
membros em particular”.
Instrumento Melhor
Presidente Gordon B. Hinckley:
“O Senhor disse que se não sois um,
não sois meus (ver D&C 38:27). Essa
grande união é a marca registrada da
verdadeira igreja de Cristo. Ela é percebida em meio a nosso povo no
mundo inteiro. Como somos um,
somos Dele. (...) Oramos uns pelos
outros para que prossigamos unidos
e fortes. Se assim fizermos, nenhum
poder abaixo dos céus poderá impedir o progresso deste grande reino”
(“Except Ye Are One”, Ensign, novembro 1983, p. 5).
Presidente Marion G. Romney
(1897–1988), Primeiro Conselheiro na
“É missão da
Igreja nesta última dispensação
desenvolver outro povo que
viverá o evangelho em
sua plenitude. Esse
Primeira Presidência:
nas Mãos de Deus?
Élder D. Todd
Christofferson, da
Presidência dos
Setenta: “Precisamos começar
fazendo com que
individualmente nos
tornemos um. Somos seres duais de
carne e espírito, de modo que muitas
vezes nos sentimos fora de harmonia,
ou em conflito. (...) À medida que nos
esforçamos, cada dia e cada semana,
para seguir o caminho de Cristo, nosso
espírito ganha preeminência, a batalha
interna cessa e as tentações deixam
de incomodar-nos. Há cada vez mais
harmonia entre a parte espiritual e a
física, até que nosso corpo físico seja
transformado (...) [em] ‘instrumentos de justiça para
Deus’ (ver Romanos
6:13)” (“Para
Que Sejam Um
em Nós”, A Liahona, novembro de
2002, pp. 71–72).
Kathleen H. Hughes, Ex-Primeira
Conselheira na Presidência Geral da
“[O Senhor]
exige ‘o coração e uma mente solícita’ (D&C 64:34; grifo da
autora). (...) O Senhor
nos pede que nos abramos para Ele, absolutamente sem reservas.
Ele nos diz para não
nos preocuparmos
com ‘nossa própria
vida, mas procurarmos conhecer a
Sua vontade e cumprir
Seus mandamentos’ (ver
Helamã 10:4). Nosso
coração é renovado
quando fazemos e doamos tudo o que podemos e, depois, ainda
oferecemos nosso
coração e vontade ao
Pai” (“De Pequenas Coisas”,
A Liahona, novembro de
2004, p. 111).
Sociedade de Socorro:
Élder Neal A. Maxwell
(1926–2004), do Quórum dos Doze
Apóstolos: “A submissão espiritual sig-
nifica (...) comunhão e comunidade,
à medida que a mente e o coração
se tornam unos com Deus. Passamos
então menos tempo decidindo e mais
tempo servindo. (...) A entrega do
coração a Deus assinala o último estágio de nosso desenvolvimento espiritual. Só então estaremos começando a
ser plenamente úteis para Deus! Como
podemos orar sinceramente para nos
tornar um instrumento em Suas mãos,
se o instrumento é que procura instruir?” (“Willing to Submit”, Ensign,
maio de 1985, p. 71). ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 25
Eu queria me casar, mas minhas expectativas pouco realistas me levaram a
uma série de namoros fracassados.
JAMES WELCH
H
á vários anos, percebi que, apesar de ter um testemunho do evangelho, em termos gerais, havia
alguns princípios aos quais eu ainda não estava
plenamente convertido. Embora não tivesse problemas
como, por exemplo, com o dízimo ou com a Palavra de
Sabedoria, tinha dificuldade para aceitar o princípio do
casamento eterno, o meu casamento eterno.
Uma Série de Fracassos
Não que eu não quisesse me casar; pelo contrário, eu
queria desesperadamente, ou pelo menos era isso o que
dizia a mim mesmo. Namorei moças que moravam perto, e
tive alguns relacionamentos à distância. Eu saía constantemente com moças, até a exaustão. Mas tornei-me especialista em identificar o que eu considerava “defeitos” em
cada mulher com quem saía. Sempre me
sentia justificado em encerrar um relacionamento, mas não antes de manter o namoro
por um ou dois anos. Com o tempo, entrei
num ciclo de tantos fracassos, que fiquei
praticamente traumatizado em relação
ao namoro.
Eu tinha servido
em uma missão. Ia
ao templo regularmente, jejuava e
orava pedindo a
orientação do
26
Senhor e servia fielmente nos chamados da ala. Tinha forte
apoio da família. Aconselhava-me regularmente com meus
bispos. Até passei um tempo sendo aconselhado por um
excelente psicólogo que era membro da Igreja. Mas sentiame terrivelmente mal. Não tinha idéia de como conseguiria me casar.
As pessoas que se compadeciam da minha situação me
diziam que eu apenas não tinha encontrado “a pessoa certa”
ainda. Outros me diziam: “Você tem simplesmente que mergulhar de cabeça”. Mas eu tinha muitas dúvidas e medos
irracionais que me impediam de fazer isso.
Achei que seria preciso um milagre para eu
me casar. Embora soubesse que era responsável pela minha própria vida e que não poderia
esperar que um bispo resolvesse meus problemas, sempre esperava que cada novo bispo
com quem trabalhei pudesse me ajudar.
Todos se preocuparam comigo e disseramme que ficasse perto da Igreja, continuasse
a servir e fizesse o melhor possível.
Quando eu estava com 45 anos, o bispado de nossa ala mudou.
Quando o nome do
novo bispo foi anunciado, fiquei desanimado. O homem
FOTOGRAFIA DO TEMPLO DE OAKLAND CALIFÓRNIA: CRAIG DIMOND; FOTOGRAFIAS DA FAMÍLIA: CORTESIA DE JAMES WELCH; FUNDO © GETTY IMAGES
Minha Conversão
ao Casamento
Eterno
que tinha sido chamado era alguém com
quem eu não tinha nada em comum. Insensatamente decidi que teria de esperar pelo
bispo seguinte.
Uma Conversa Direta
Num domingo, pouco tempo depois, eu
estava a caminho da reunião do sacerdócio
quando o bispo perguntou se eu poderia ir
até sua sala naquele instante para a entrevista de renovação da recomendação para
o templo. Na sala dele, comecei a contar a
minha bem ensaiada história de desgraça:
nada dava certo para mim. Todas as mulheres que eu havia namorado tinham algum
defeito intolerável. E talvez eu não tivesse
sido destinado a casar-me nesta vida,
mesmo.
O bispo não deu atenção às minhas lamúrias; olhou-me nos olhos e perguntou: “Você
quer casar-se ou não?” Tive que responder
que achava que sim, mas não tinha mais realmente certeza. Ele continuou: “Quero que
você vá para casa e decida se realmente quer
se casar. Se a resposta for não, então terei
pena de você, mas você poderá parar de
namorar e de se martirizar com o assunto.
Se a resposta for sim, então volte, e trabalharemos nisso”.
Naquele momento, tive um sentimento
inconfundível de que o conselho dele me
ajudaria.
Saí da sala do bispado pensativo. Depois
das reuniões, fui para casa, e após um breve
debate íntimo, porém intenso, decidi que a
resposta teria de ser sim. Eu realmente queria
me casar e estava disposto a me submeter ao
conselho daquele bispo, fosse qual fosse.
Essa disposição foi o ponto decisivo na
minha jornada para o casamento. Por décadas,
eu tivera pouco entusiasmo em meu empenho. O casamento não tinha sido realmente
uma grande prioridade para mim, embora eu
fingisse que sim. Só quando era conveniente
eu pensava seriamente no casamento, mas
havia outras coisas, como minha carreira
T
ive uma
vigorosa
mudança no
coração a respeito
daquele princípio,
e isso fez toda a
diferença em
minha vida. Caseime com Deanne,
minha esposa,
no Templo de
Oakland Califórnia, em 22 de maio
de 1997.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 27
James e Deanne
Welch com seus filhos,
Jameson e Nicholas.
O irmão Welch diz o
seguinte a respeito
profissional como músico concertista e professor universitário, que geralmente tinham
precedência. O que eu precisava aprender
era como abordar a meta do casamento com
o mesmo comprometimento.
de sua família e do
casamento: “Há dez
Instruções de Meu Bispo
anos, não poderia ter
Quando voltei para conversar com o bispo,
ele falou comigo mais claramente do que qualquer pessoa tinha feito até então. Não estava
interessado em minha lista de desculpas. Disse
simplesmente: “Vamos descobrir o problema
— o ponto em que o relacionamento sempre
perde o encanto para você — e então consertá-lo”. A princípio, fiquei surpreso, mas
então senti que sua abordagem direta era
muito motivadora. Eu sabia que podia confiar
nele. Foi preciso muita energia e coragem para
sair do ciclo habitual de fracassos em que eu
me havia escondido, mas comecei a adquirir
mais confiança de que podia fazê-lo.
Sua primeira instrução foi de que eu
começasse a procurar novamente por uma
companheira que tivesse, em suas palavras,
fé, integridade e boa vontade — qualidades
eternas que realmente importavam — em
vez de simplesmente algumas qualidades
imaginado tamanho
sentimento de
realização”.
28
superficiais que eu considerava essenciais.
(Na minha mente, ela precisava ser loura,
soprano e uma ótima cozinheira.) Meu
encargo seria gostar dela com o mesmo tipo
de amor, no meu próprio nível, que o Pai
Celestial tem por todos nós individualmente.
Meu bispo também me ajudou a descobrir as falhas no meu empenho de chegar ao
casamento. Admiti que elas não estavam nas
mulheres que eu namorara, como tentara
convencer a mim mesmo por tanto tempo,
mas sim, no meu modo errado de pensar e
nas expectativas pouco realistas. Ele estabeleceu algumas regras novas para mim sobre
quem eu deveria namorar.
Em primeiro lugar, eu teria de prepararme para mudar. Eu me sentia muito confortável em meu estilo de vida e, embora até
desejasse o casamento de modo abstrato,
achava que ele atrapalharia minha rotina. Eu
teria de começar a fazer algumas coisas de
modo diferente. Já vinha fazendo as coisas
à minha maneira por mais de 25 anos, repetindo os mesmos erros, e obviamente aquilo
não tinha funcionado. Como eu já estava
com 45 anos, tive de compreender que não
teria um estoque ilimitado de tempo para
namorar.
Em segundo lugar, o namoro não deveria
girar em torno de entretenimentos, mas, sim,
no empenho de identificar uma companheira
que também estivesse seriamente interessada
e preparada para o casamento. Seria um momento de
conhecer-nos melhor, não apenas a personalidade dela,
mas também, e mais importante, seu espírito.
Meu bispo também me ensinou que eu seria capaz de
determinar em poucos encontros se a mulher tinha as
qualidades essenciais que eu estava procurando. Se não
tivesse, esse seria o momento de seguir adiante. Para romper meu ciclo improdutivo de namoros a longo prazo, o
bispo deu-me um ultimato surpreendente: eu teria de
continuar todo namoro sério até o casamento ou a rejeição. Depois de um período razoável de tempo, não poderia dar as costas, a menos que a mulher que eu estivesse
namorando me rejeitasse. Anteriormente, eu tivera o
hábito de abandonar o relacionamento, em vez de comprometer-me. Dessa vez, eu
não tinha permissão de recuar,
como fizera muitas vezes
antes. Num gesto inusitadamente ousado, concordei com
os termos.
O Que Aprendi
Comecei a reconhecer algumas coisas. Uma delas, foi perceber que aquilo que alguns
chamam de “paixão” vem
depois de uma conversa sincera e madura, e não antes.
Isso é um dos erros mais
comuns que as pessoas cometem: elas só procuram iniciar
um relacionamento se sentirem imediata atração física.
Algumas pessoas solteiras também preferem assuntos superficiais a conversas sérias e
perguntas difíceis, evitando-as,
na vã esperança de que, assim que o “verdadeiro amor”
surgir, de alguma forma os problemas da vida real desaparecem. Na verdade, o que acontece é justamente o contrário. Se, desde o princípio, você praticar a comunicação
sincera e aprender a responder às perguntas difíceis, então
a confiança se desenvolve. Essa confiança apaga o medo,
que é geralmente a causa do frio na barriga, a falta de comprometimento e, no final das contas, um relacionamento
instável.
O mais importante foi que aprendi que o amor não tem
de centrar-se só em mim. É principalmente preocupar-se
com a outra pessoa. Tive de trabalhar muito para tornar-me
humilde e eliminar a atitude arrogante de que talvez
nenhuma mulher fosse boa o suficiente para mim.
Minha Verdadeira Conversão
Seria bom se eu pudesse dizer que me casei com a primeira mulher com quem saí. Namorei algumas mulheres
muito brevemente e tive um relacionamento mais longo
que terminou quando fui rejeitado. Mas exerci fé e segui
as instruções de meu bispo, embora não conseguisse
resultados imediatos.
Um ano depois de eu ter adotado essa mudança de
atitude e perspectiva, interessei-me novamente por uma
mulher que eu já conhecia havia muitos anos. Já tínhamos
namorado antes, mas dessa vez eu a vi por um ângulo diferente — como uma companheira eterna em potencial que
era agradável e bela em todos
os sentidos porque tinha qualidades eternas (e muitas outras
qualidades também). Ela foi
suficientemente generosa para
dar-me outra chance, e hoje
ela é minha esposa e a mãe de
nossos preciosos filhos. Eu a
amo profundamente. Há dez
anos, eu não poderia ter imaginado tamanho sentimento de
realização.
O que provocou essa conversão? (E foi uma verdadeira
conversão — uma mudança de
rumo para uma direção diferente.) Creio que a mudança
aconteceu porque um bispo
me ensinou o quão profundamente o Pai Celestial me ama e
deseja que eu seja feliz e tenha
todas as bênçãos que Ele já me prometeu. Meu bispo ajudou-me a reorganizar as prioridades de minha vida, que
tinham ficado distorcidas. Ele falou com franqueza e não
permitiu que eu me distraísse com as desculpas que dera
por tanto tempo.
Agora sei como ocorre uma conversão. Tive uma vigorosa mudança no coração a respeito daquele princípio, e
isso fez toda a diferença em minha vida. Posso identificar
o momento de minha conversão naquele dia, na sala do
meu bispo, quando me foi revelado que eu devia seguir
seu conselho, e que seria abençoado.
E realmente fui. ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 29
MENSAGENS INSTANTÂNEAS
A NOITE DO
TESTE
LEHI L. CRUZ
Q
uando eu estava no último
ano do curso fundamental,
todos os alunos foram
acampar em Negros Ocidental,
Filipinas, antes da formatura.
Armamos nossas barracas no local
do acampamento e passamos bons
momentos subindo em pés de
goiaba e de manga. Quando a noite
chegou, meus pais foram ver como
eu estava. Disseram-me que tomasse
cuidado, e depois foram embora.
Um de meus colegas convidou
meus amigos e a mim para passear
de carro com ele e seu primo mais
velho. Fomos todos juntos e nos
divertimos bastante até que, para
minha surpresa, vi que meus colegas
tinham levado cerveja e cigarros.
Paramos o carro perto do local do
acampamento, e eles começaram
a beber cerveja e a fumar no carro.
Convidaram-me para fazer o mesmo,
mas recusei-me.
Disse que não faria aquilo porque
o fumo encurtaria meu tempo de
vida. Também disse que aquilo ia
contra minhas crenças, porque nos
fora ensinada a Palavra de Sabedoria.
Disse-lhes que a Palavra de Sabedoria
é uma lei que ensina que devemos
manter nosso corpo limpo, porque
ele é o templo de Deus. Disse para
eles que precisávamos nos abster de
fumar, de ingerir bebidas alcoólicas,
chá preto e café, e não devíamos usar
drogas. Meu melhor amigo e eu
30
deixamos os outros
dois e fomos dormir em nossa
barraca.
Quando
voltei para
casa, fiquei
feliz em contar a meu pai
que não tinha
acompanhado
meus colegas,
mas em vez
disso ensinaralhes a Palavra de
Sabedoria. Fiquei
feliz pelo Espírito
Santo ter estado
comigo para me
guiar e me dar coragem para falar aos
meus amigos.
Com aquela experiência, aprendi que
nossa obediência será
testada quando estivermos sozinhos, sem
nossos pais ou outras
pessoas para nos apoiar.
Sinto-me grato pela
Palavra de Sabedoria e por
estar decidido a cumpri-la.
Quando eu tiver idade suficiente, servirei em uma missão e ensinarei a muitas
pessoas a importância da
Palavra de Sabedoria. ■
RECONHECER O SALVADOR
J A D E S WA R T Z B E R G
ILUSTRAÇÕES: SAM LAWLOR
E
u estava sentada à mesa com
algumas amigas no refeitório
de nossa escola do curso médio,
quando surgiu o assunto da Segunda
Vinda de Cristo. Minhas amigas não
eram muito religiosas, mas tinham ido
à igreja o suficiente para ter ouvido
falar do evento profetizado. Elas também sabiam que eu ia regularmente
à Igreja e que tinha uma firme crença
no Salvador.
Conversamos sobre isso por algum
tempo, e em resposta às perguntas
delas eu lhes disse que ninguém sabe
exatamente quando Cristo virá novamente. Uma de minhas amigas virouse para mim e disse, bem séria: “Jade,
se a Segunda Vinda acontecer em
breve e Cristo vier, pode ser que eu
não O reconheça. Você O apontará
para mim?”
É claro que eu disse sim, e começamos a conversar sobre outras coisas.
Minhas amigas provavelmente
nunca mais voltaram a pensar naquela
conversa, mas eu pensei nela muitas
vezes. Tomando como base as coisas
que eu dizia e fazia, minhas amigas
supuseram que eu conhecesse o Salvador. Na verdade, elas contavam
comigo para saber quem era Ele!
Mas será que eu O conheço realmente? Será que eu poderia
responder afirmativamente
à pergunta de Alma: “Haveis
recebido sua imagem em
vosso semblante” (Alma 5:14)?
Essa pergunta descontraída, feita por uma amiga,
fez-me reavaliar diversas vezes o meu
relacionamento com o Salvador. Será
que minhas orações pessoais e meu
estudo das escrituras, por exemplo,
são suficientemente significativos para
aproximar-me Dele? Espero que sim. E
espero que, no dia em que Cristo voltar, eu possa colocar-me diante Dele
com o coração puro e as mãos
limpas. Então, não apenas
conseguirei reconhecê-Lo
facilmente, mas Ele
será capaz de me
reconhecer porque
terei Sua imagem
gravada em meu
semblante (ver
Alma 5:19). ■
SE
UMA
MOSCA
VOAR PARA
DENTRO
DE SUA
BOCA
Moscas espirituais podem ser bem
mais do que simplesmente incômodas. Podem ser muito perigosas, se
não as cuspirmos fora imediatamente.
AARON L. WEST
32
ILUSTRAÇÃO: STEVE KROPP
E
nquanto corria ao ar livre, no sábado pela manhã,
eu não disse para mim mesmo: “Espero que uma
mosca voe para dentro da minha boca hoje”. Mas,
enquanto eu estava correndo, isso aconteceu. Uma mosca
voou direto para dentro da minha boca! Não foi culpa
minha. Eu não tinha feito nada de errado. Nem sequer
a tinha visto chegando.
O que você acha que eu fiz, quando aquele inseto passou zunindo por entre meus dentes? Ora, eu não o fiquei
degustando e saboreando. Não deixei que ele ficasse ali
para ver o que aconteceria. Não o engoli. Nem sequer
parei para pensar. Simplesmente o cuspi fora e continuei
correndo, cuspindo por todo o caminho.
Alguma vez uma “mosca” entrou na sua boca? Você já
se viu inocentemente diante de uma fotografia, música,
palavra ou idéia imprópria? Provavelmente sim. As más
influências estão a nossa volta e, embora possamos evitar
grande parte delas, provavelmente seremos expostos a
elas, mesmo sem as ter procurado. As moscas espirituais
são fatais, bem mais prejudiciais para espírito do que
aquele pequeno inseto seria para o corpo.
O que você deve fazer se uma mosca
espiritual entrar em sua boca?
Você deve dar-lhe o
mesmo tratamento
que dei à
mosca que entrou
em minha boca: Cuspa-a
fora! Não hesite. Saia de perto.
Corra, se for preciso. Desligue a televisão.
Desligue o rádio. Desligue o computador. Jogue
o livro ou a revista no lixo, que é o lugar certo para essas
coisas.
Exercite o que o Presidente Brigham Young
(1801–1877) chamou de “a força mental da fé”. Ele
disse: “Em breve o mundo será conquistado, de
acordo com as palavras dos profetas, e testemunharemos o estabelecimento
do reino da retidão,
que obrigará o
pecado e a iniqüidade a se retirarem. Mas o poder e
os princípios do mal,
se é que podem ser
chamados de princípios,
jamais cederão o mínimo
que seja ao avanço do Salvador, a
menos que sejam rechaçados centímetro
por centímetro, de modo que teremos de conquistar
o terreno à força. Sim, por meio da força mental da fé e
de boas obras, o evangelho vai avançar, espalhar-se, crescer e prosperar”.1
O Presidente Young falava de nosso empenho em
encher o mundo com o evangelho, mas suas palavras
também se aplicam ao nosso empenho de encher nossa
vida de boas qualidades. Force aquele pensamento ou
imagem ruim para fora de sua mente, cantando um hino,
recitando uma escritura, fazendo uma oração. “Não te
deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”
(Romanos 12:21).
Lembre-se do que o Presidente Gordon B. Hinckley nos
ensinou repetidas vezes sobre a pornografia:
“É claro que vocês são tentados. Parece que o mundo
inteiro ficou obcecado por sexo. De modo bastante enganador e atraente, ele é constantemente apresentado na televisão, nos livros e revistas, nas fitas de vídeo e até na música.
Virem as costas a tudo isso. Afastem-se. Sei que é fácil falar,
mas difícil fazer. No entanto, cada vez que o conseguirem,
ficará mais fácil. Que coisa maravilhosa será estarmos um
dia diante do Senhor e podermos dizer: ‘Estou limpo’.
O Senhor deu-nos em nosso tempo um mandamento que se aplica a todos nós. Ele disse: ‘Que a
virtude adorne os teus pensamentos incessantemente’. Com esse mandamento, Ele fez também
uma promessa: ‘Então tua confiança se fortalecerá
na presença de Deus’ (D&C 121:45). Creio que Ele
quis dizer que se formos puros de mente e coração,
dia virá em que poderemos nos apresentar, confiantes,
diante do Senhor. (...) Haverá um sentimento de confiança e também um sorriso de aprovação”.2
Lembrem-se: Se uma mosca voar para dentro de sua
boca, cuspa-a fora! ■
NOTAS
1. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young,
1997, pp. 332–333.
2. “Sede Puros”, A Liahona, julho de 1996, p. 50.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 33
T
a
b
o
d
e
r
a
m
r
o
f
e
R
Em junho de 2006, todos os
tubos do órgão, exceto os que aparecem
aqui, foram removidos para limpeza, e a inclinação
do piso do mezanino foi aumentada para que todos
os visitantes tivessem uma boa visão do púlpito. O
piso foi coberto, e os pilares, protegidos. A reforma
do teto foi concluída.
34
rnác
O
ulo
Tabernáculo de Salt Lake ficou fechado ao público
por dois anos e, durante esse tempo, foi realizada
uma grande obra de reforma no edifício de 140 anos.
“Amo este edifício”, disse o Presidente Gordon B. Hinckley
numa entrevista coletiva à imprensa, em 1º de outubro de
2004. “Não quero que seja feita coisa alguma aqui que destrua
os aspectos históricos dessa rara jóia da arquitetura. (...)
Quero o velho Tabernáculo original, com suas junções
firmadas, preservadas e fortalecidas, e sua beleza natural
e maravilhosa conservada.”
FOTOGRAFIAS: A. ANGLE E ROGER SEARS
Seguem-se fotografias da reforma.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 35
Uma das duas novas escadas
acrescentadas ao mezanino aumentou para seis as saídas do
piso superior.
Acima: Foram instalados sólidos
À direita: O púlpito foi equipado com um
bancos de madeira clara de carvalho
grande elevador de palco no centro. Esse elevador, em combi-
para substituir a maioria dos bancos originais, feitos de
nação com os setores independentes do púlpito (à direita),
pinho. Os bancos originais, pintados por artesãos pioneiros
pode ser configurado para acomodar uma conferência geral,
para parecerem de carvalho, estavam danificados e gastos.
um serão ou um palco de orquestra. Os setores possuem equi-
Alguns ficarão expostos permanentemente.
pamento audiovisual, fios e ventilação embutidos. Também
têm carpetes que combinam, novos entalhes na madeira e
telas de vídeo pelas quais as Autoridades Gerais podem assistir aos procedimentos da conferência.
A modernização
dos recursos
audiovisuais incluiu diversos novos
efeitos de luz. A inserção mostra uma das duas
grandes telas instaladas a cada lado dos tubos do
órgão. Quando não forem necessárias, as telas são
recolhidas por trás dos assentos do coro. Foi
instalado o mais moderno equipamento de som,
mas as famosas propriedades acústicas do
Um operário sobe em um andaime de vários andares de altura e trabalha na restauração do teto.
Tabernáculo foram preservadas.
Quatorze camadas de tinta foram removidas para chegar-se ao reboco original. Depois dos reparos, os operários aplicaram
um revestimento condizente com as propriedades do reboco histórico, tanto nos componentes químicos quanto nas
propriedades acústicas. Tomou-se muito cuidado para preservar o padrão curvo original do teto.
36
Uma artista
usa sua habilidade
para retocar a
textura na fachada do
mezanino. A maior parte do
acabamento das paredes e pilares
do Tabernáculo precisou ser
reparada ou substituída.
Abaixo: Como parte
das melhorias contra
abalos sísmicos, as pilastras
externas foram ancoradas mais profundamente
no solo e reforçadas com novas bases de aço e
concreto. Esse ancoramento está localizado
abaixo do nível da calçada.
Os tubos do órgão foram limpos,
afinados e reinstalados. Os tubos maiores (à
esquerda) são feitos de madeira e demasiadamente
grandes para ser removidos. Eles receberam um
novo revestimento dourado.
Um considerável espaço sob o
Tabernáculo foi reformado. No alto à direita: Os
escritórios administrativos do Coro do Tabernáculo e da
Orquestra da Praça do Templo agora ocupam o espaço
anteriormente reservado para o batistério. Centro: O
vestiário das mulheres oferece a cada membro do coro
seu próprio camarim para guardar roupas e acessórios.
Os homens têm um espaço semelhante. Mais abaixo: Na
biblioteca musical são guardadas todas as partituras do
coro. Nela também há armários individuais para cada
O novo teto de alumínio, mostrado aqui
um dos aproximadamente 350 membros do coro. Os
em dezembro de 2005. Abaixo: Em cada extremidade do
bibliotecários compilam pastas contendo as devidas
Tabernáculo, uma grande viga de aço — chamada de “viga
músicas e partituras para cada apresentação do coro
gêmea” — foi acoplada à viga de madeira existente para
e as colocam em armários individuais.
reforçá-la. Abaixo, à esquerda: Os operários aplicam
madeira compensada antes de instalar o novo teto.
38
Um Jejum
Suficiente
Embora eu não jejue como as outras pessoas, ainda assim
o sacrifício resulta em bênçãos.
R I L E Y M . LO R I M E R
ILUSTRAÇÃO: SCOTT GREER
Q
uando eu era criança, o domingo de jejum era um
sacrifício. Minha barriguinha roncava o dia inteiro,
e eu mal conseguia esperar pela hora do jantar
quando poderia quebrar meu jejum. No verão anterior à
sexta série, comecei a adquirir maior entendimento do princípio do jejum, e assim que o fiz, aconteceu: fiquei doente.
Não foi um resfriado ou gripe comum. Meu corpo reagia de modo muito estranho, e ninguém parecia
saber o motivo. Após quatro meses de
consultas a vários especialistas,
finalmente encontrei a resposta. O diagnóstico foi uma
rara doença que me fazia ficar
com sede o tempo todo e me
tornava muito sensível à desidratação. Como a doença era
rara, os médicos não sabiam
dizer muito sobre como seria o
meu dia-a-dia. Simplesmente me
deram remédios, na esperança
de que ajudassem.
Por isso, quando chegou o
domingo de jejum seguinte, tentei jejuar, ficando sem comer e
sem beber nada, como sempre
tinha feito. Foi um grande erro.
Devido à minha doença, ficar sem
tomar água por apenas algumas
horas me fazia sentir muito mal,
como rapidamente descobri.
Fiquei muito preocupada com
isso. “Se eu beber água enquanto
estou jejuando”, pensei comigo,
“não será um jejum completo! Não estarei fazendo o suficiente!” Esse pensamento me atormentou por vários
meses. Estudei as escrituras a respeito do jejum e orei
muito a respeito desse problema. Também conversei com
meus pais e com as líderes das Moças a esse respeito, mas
ainda assim não me sentia tranqüila.
A resposta me veio numa manhã de domingo de
jejum, quando li a história da moeda da viúva,
no Novo Testamento (ver Marcos
12:41–44). A oferta de viúva era
pequena aos olhos do mundo,
mas o Salvador a aceitou com
amor porque sabia que era
tudo o que ela possuía. Soube
então que meu jejum era suficiente, porque era o máximo
que eu podia fazer. O Senhor
não estava comparando meu
sacrifício com o de outras pessoas, mas com o que eu era
capaz de oferecer.
Desde aquele dia, desenvolvi
um forte testemunho a respeito
do jejum. Aprendi que preciso
também estudar e orar enquanto
jejuo, para que o Espírito esteja
comigo. Mas o mais importante
foi que aprendi a sempre dar o
melhor de mim, e isso será o suficiente. O Senhor não nos pede
que ofereçamos mais do que as
nossas forças permitem (ver
Mosias 4:27). ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 39
SACRIFÍCIO
Dei um grito de alegria. Toda a minha
escola deve ter ouvido. Os outros alunos
ficaram olhando para mim, espantados, imaginando o que teria feito com que eu gritasse, mas não contive minha alegria quando
vi meu nome na lista de alunos aprovados na
principal universidade das Filipinas. Senti-me
realmente abençoado.
Quando fui aprovado na universidade, dei um grito de alegria. Como poderia então
sacrificar meus estudos para
servir em uma missão?
J O S E P H R AY B R I L L A N T E S
D
isse Deus mais a Abraão: A Sarai
tua mulher (...) hei de abençoar,
e te darei dela um filho. (...) Então
caiu Abraão sobre o seu rosto, e [regozijouse]” (Gênesis 17:15–17; ver Tradução de
Joseph Smith, Gênesis 17:23).
“
ILUSTRAÇÃO: ROGER MOTZKUS; ISAQUE E FAMÍLIA, DE GRIFFITH FOXLEY, © THE
PROVIDENCE COLLECTION, TODOS OS DIREITOS RESERVADOS, IMAGEM Nº 143,
REPRODUÇÃO PROIBIDA
“E chamarás o seu nome Isaque, e
com ele estabelecerei a minha aliança,
por aliança perpétua para a sua descendência depois dele” (Gênesis 17:19).
Quando as pessoas ficaram sabendo
que eu iria para a universidade, olharam
para mim admirados. Nos momentos de
reflexão, eu não conseguia parar de sorrir.
Meu futuro estava garantido. Senti-me
muito grato ao Senhor por ajudar-me a
passar nos exames qualificatórios.
“E aconteceu depois destas coisas,
que provou Deus a Abraão, e disse-lhe:
Abraão! (...) Toma agora o teu filho, o
teu único filho, Isaque, a quem amas (...)
e oferece-o (...) em holocausto” (Gênesis
22:1–2).
“Pai Celestial, não posso ir para a
missão agora! Há tantas coisas para
mim aqui. Deixa-me continuar meus estudos. Depois que eu me formar, eu irei e
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 41
“E tomou Abraão a lenha do holocausto,
e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o
fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos
juntos” (Gênesis 22:6).
Estava sentindo uma grande tristeza
no coração quando me dirigi à sala do
secretário da faculdade. Ele me diria que
eu estava louco, que estaria sacrificando
um futuro promissor. Como eu poderia
explicar-lhe que o Senhor me havia
chamado?
“E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs
em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu
filho, e deitou-o sobre o altar em cima da
lenha. E estendeu Abraão a sua mão, e
tomou o cutelo para imolar o seu filho”
(Gênesis 22:9–10).
“Estou aqui para ver o secretário da
faculdade.”
“É sobre um pedido de desobrigação
honrosa.”
“Não, eu estou em boa situação
acadêmica.”
“Não, não me envolvi em nenhuma
ofensa criminal.”
“O motivo? Recebi um chamado de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias para servir em uma missão de
proselitismo de tempo integral. Preciso
42
deixar meus estudos na universidade
para servir ao Senhor.”
“Não, a missão não pode ser adiada, e servirei por dois anos.”
“Sei que isso significa que não posso
voltar.”
“Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde
os céus, e disse: (...) Não estendas a tua
mão sobre o moço, e não lhe faças nada;
porquanto agora sei que temes a Deus, e
não me negaste o teu filho, o teu único
filho” (Gênesis 22:11–12).
“Como? Posso pedir uma licença? Minha
chefe de departamento disse que eu teria
que sair da universidade porque só se pode
pedir uma licença de um ano.”
“As normas da universidade mudaram
recentemente? Ela não deve ter sabido disso,
nem eu.”
“Muitíssimo obrigado.”
“Então o anjo do Senhor bradou a
Abraão (...) desde os céus (...) e disse: (...)
Deveras te abençoarei, e grandissimamente
multiplicarei a tua descendência como as
estrelas dos céus, e como a areia que está
na praia do mar; (...) e em tua descendência serão benditas todas as nações da
terra; porquanto obedeceste à minha voz”
(Gênesis 22:15–18).
Depois de ter servido na Missão Filipinas
Ilagan, de 2000 a 2002, concluí meus
estudos na Universidade das Filipinas, em
Quezon City, e depois me transferi para
a Universidade Brigham Young — Havaí.
Espero agora me casar e criar uma família
no evangelho.
O Senhor deseja que sacrifiquemos tudo
a Ele. Isso não significa que o desejo de nosso
coração não será atendido. Às vezes, Ele apenas espera para ver se O colocaremos em
primeiro lugar. ■
SACRIFÍCIO DE ISAQUE, DE JERRY HARSTON
as o anjo
do Senhor
lhe bradou
desde os céus, e
disse: (...) Não estendas a tua mão sobre
o moço, e não lhe
faças nada; porquanto agora sei
que temes a Deus,
e não me negaste
o teu filho, o teu
único filho.”
“M
proclamarei Teu evangelho.
Preciso continuar a estudar, Pai. Preciso
disso para meu futuro.
Tu sabes que tentei persuadir a chefe
do departamento a conceder-me uma
licença por dois anos. Ela não deixou.
Ela me disse que eu teria de solicitar uma
desobrigação honrosa da universidade,
se eu decidisse sair.
Pai Celestial, não posso ir para a missão
agora! Preciso disso para meu futuro.”
FOTOGRAFIA: MATTHEW REIER, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS; FOTOGRAFIA DO PRESIDENTE MCKAY: BOYART
STUDIO; FUNDO © STOCK IMAGES
Você Sabia?
Idéias para o Diário
Dica de
Se você tiver dificuldade em pensar num assunto para escrever em seu
diário, comece com estes: “A primeira
coisa que me lembro da infância é ...”
ou “Minha melhor recordação da
escola é ...” ou “Uma experiência espiritual que tive recentemente foi ...”
O Presidente Spencer W. Kimball
(1895–1985) disse: “Peguem um
caderno, meus jovens, um diário
que vai durar por todo o tempo, e
talvez os anjos o citem na eternidade.
Comecem hoje e escrevam nele suas
ações, seus pensamentos mais profundos, suas realizações e fracassos,
suas amizades e triunfos, suas impressões e seu testemunho” (“The Angels
May Quote From It”, Tambuli, junho
de 1977, p. 17).
Liderança
O Presidente
David O. McKay
(1873–1970),
nono Presidente
da Igreja, falou
a respeito de várias características
que identificam um líder ou professor bem-sucedido:
1. “Uma fé implícita no evangelho de Jesus Cristo como a luz do
mundo e um sincero desejo de
servi-Lo. Essa condição da alma
resultará na companhia e orientação do Espírito Santo.”
Em uma Palavra
Morte espiritual: A morte espiritual é afastar-nos de Deus. Há
duas origens para a morte espiritual: a Queda e a nossa própria
desobediência.
“Toda a humanidade, tendo
sido afastada da presença do Senhor
pela queda de Adão, é considerada
como morta, tanto em relação às
coisas materiais como às coisas
espirituais” (Helamã 14:16). Durante
nossa vida na Terra, estamos separados da presença de Deus. Por meio
da Expiação, Jesus Cristo redime
todos dessa morte espiritual. “A
Ressurreição de Cristo redime a
humanidade, sim, toda a humanidade; e leva-a de volta à presença
do Senhor” (Helamã 14:17).
2. “Amor não fingido pelos (...)
membros, guiado pela determinação
de lidar com justiça e imparcialidade
com todo membro da Igreja. Honre
(...) os membros, e os (...) membros
vão honrá-lo.”
3. “Preparação diligente. O líder
bem-sucedido conhece seus deveres
e responsabilidades e também os
membros sob sua direção.”
4. “Alegria — não forçada, mas natural, que brota espontaneamente de
uma alma esperançosa” (Conference
Report, outubro de 1968, p. 144).
“A menos
que você
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2, p. 78 aravilhosa Lu
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Uma outra morte espiritual advém de nossos pecados, que
nos tornam impuros e incapazes de
habitar na presença de Deus (ver
Helamã 14:18). O Salvador oferece
a redenção da morte espiritual, mas
somente quando exercemos fé Nele,
arrependemo-nos de nossos pecados
e obedecemos aos princípios e ordenanças do evangelho (ver Helamã
14:19). (Ver Sempre Fiéis, 2004,
“Morte Espiritual”, p. 48.)
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 43
A Oferta
de Jejum do
Irmão John
Greg Burgoyne
N
ão pude acreditar no que via.
Lá estava ele, de pé junto ao
púlpito. Eu nunca tinha visto
o irmão John na Igreja antes, muito
menos prestando testemunho. Um
mês depois, ele veio à Igreja e prestou seu testemunho novamente.
Tudo começou numa manhã de
domingo, na reunião do comitê executivo do sacerdócio. Eu estava servindo como presidente dos Rapazes.
Tínhamos acabado de ler o Manual
de Instruções da Igreja, e o bispo
ficou em silêncio, meditando. Então,
ergueu o rosto e disse: “Quero que
nossos irmãos do Sacerdócio Aarônico
comecem a coletar ofertas de jejum
dos membros menos ativos”. Pediunos que envolvêssemos os mestres
e sacerdotes.
Fiquei surpreso. Na Cidade do
44
Cabo, África do Sul, a maioria dos membros mora muito longe
uns dos outros. Leva-se aproximadamente 35 minutos para ir de carro de
uma extremidade da ala até a outra.
Os rapazes nunca haviam coletado as
ofertas de jejum antes, porque não
podiam andar até a casa dos membros — a distância era muito grande,
e estávamos preocupados com sua
segurança.
Como comitê, elaboramos um
plano e trocamos idéias sobre como
poderíamos sobrepujar esses obstáculos. O quórum de élderes concordou em encarregar alguns irmãos de
levar os rapazes até várias casas, no
sábado, antes de cada domingo de
jejum. Dividimos a ala em áreas e
encarregamos cada dupla de visitar
algumas famílias ativas e algumas famílias menos ativas. Percebemos que
nosso plano seria uma boa oportunidade para que os irmãos conhecessem os jovens e os jovens recebessem
conselhos dos élderes.
Quando apresentamos o plano
para os rapazes, eles se mostraram
muito desejosos de colocá-lo em
prática. Lembramos que eles deveriam vestir roupa de domingo e que
isso fazia parte de sua sagrada responsabilidade de zelar pela ala.
Fiquei encarregado de levar meu
irmão caçula, Andrew. No sábado
seguinte, fomos visitar todos de
nossa lista, mas a maioria não estava
em casa. O último membro que visitamos foi o irmão John, que não
conhecíamos muito bem.
Andrew saiu do carro, bateu na
porta e esperou. Estava quase desistindo e voltando para o carro, quando
a porta se abriu. Andrew apertou a
mão do irmão John e disse: “Olá, meu
nome é Andrew, e sou da Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias. Amanhã é domingo de jejum, e
o bispo pediu-nos que visitássemos
os membros para receber qualquer
doação de oferta de jejum que queiram fazer”.
ILUSTRAÇÕES: BRIAN CALL
VOZES DA IGREJA
Entregou um envelope ao irmão
John. O irmão John ficou surpreso,
mas foi para dentro com o envelope.
Poucos minutos depois, saiu da casa
com um sorriso. Agradeceu a Andrew
educadamente e entregou-lhe o
envelope. Saí do carro e nós três
conversamos por alguns momentos.
Quando estávamos indo embora, o
irmão John acenou em despedida e
disse: “Não deixem de voltar no mês
que vem”. Andrew ficou muito entusiasmado durante todo o caminho
de volta até a capela, quando entregamos nossos envelopes para um
membro do bispado.
No mês seguinte, não deixamos
de fazer uma visita ao irmão John.
Novamente ele foi muito amigável.
Após alguns meses, ele começou
a freqüentar a Igreja no domingo
de jejum. Nossas visitas de sábado
o lembraram de suas reuniões dominicais, e ele disse que iria no dia
seguinte.
Ficamos entusiasmados quando o
irmão John se tornou ativo na Igreja.
Fortalecemos os laços de amizade
com ele. As palavras não podem
expressar a alegria que sentimos porque uma alma havia retornado ao
redil. Em poucos meses, ele estava
freqüentando a Igreja regularmente,
e logo foi chamado para servir na
presidência do quórum de élderes.
Para nós, o ponto alto dessa experiência aconteceu quando pediram
ao irmão John que falasse na reunião
sacramental sobre o dízimo e as ofertas. No final de seu discurso, ele falou
da primeira visita de Andrew.
Com olhos cheios de lágrimas, ele
disse: “Andrew, você nunca saberá a
repercussão que teve em minha vida
aquela manhã de sábado em que
você veio até a minha casa com
aquele envelope azul. Pode ser que
você tenha achado perda de tempo,
mas recebi muitas bênçãos em minha
vida porque você me deu a oportunidade de pagar minha oferta de jejum.
Seu serviço é um dos motivos pelos
quais estou aqui hoje”. ■
Limonada e
uma Fatia de
Pão
Anabela De León
Q
uando eu tinha seis anos
de idade, minha família
mudou-se para uma casa
nova em nossa cidade natal de
Quetzaltenango, Guatemala. No dia
em que nos mudamos, estávamos
cansados e com sede. Meu irmão
mais velho levou-me para a cozinha
para pegar um copo de água, mas
a água encanada ainda não estava
disponível.
Não sabíamos o que fazer. Era
tarde, e não conhecíamos ninguém.
Naquele exato momento, alguém
bateu à porta. Era uma senhora
idosa muito gentil com um sorriso
bondoso. “Bem-vindos à vizinhança”, disse ela. “Sou sua
vizinha, Tenchita. Achei
que vocês provavelmente estariam sem
água, por isso trouxe
um pouco de limonada e pão”.
Fiquei tão feliz
em ver a limonada
que abri um
grande sorriso.
Poucos dias depois, Tenchita convidou-nos para ir à Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias
e deu-nos um exemplar do Livro de
Mórmon.
Pouco depois, recebemos as palestras missionárias, e três meses mais
tarde os élderes nos desafiaram a sermos batizados. Meus cinco irmãos
mais velhos aceitaram o desafio, mas
meus pais não se sentiam prontos.
No entanto, continuaram a freqüentar a Igreja, e eles e eu fomos batizados e confirmados dois anos depois,
quando completei oito anos.
Eu era jovem, mas pude perceber
as mudanças que o evangelho de
Jesus Cristo fez em nossa família.
Como todas as famílias, tínhamos nossos problemas, mas a comunicação e
a harmonia aumentaram em nosso
lar, e tínhamos confiança de que surgiriam soluções por causa dos ensinamentos que
recebíamos
na Igreja verdadeira. Ficamos muito
gratos por Tenchita ter apresentado o
evangelho para nós, mas mudamonos pouco depois e não ouvimos
mais falar dela.
Treze anos depois, minha família
foi selada no Templo da Cidade da
Guatemala Guatemala, e decidi servir
em uma missão. Em minha primeira
área, na Missão Guatemala Cidade da
Guatemala Sul, freqüentemente visitávamos os membros que estavam
doentes ou menos ativos. Certo dia,
o bispo pediu que visitássemos uma
irmã idosa que estava doente e não
podia sair de casa. Disse-nos que a
bebida favorita daquela irmã era
limonada.
Quando minha companheira e
eu chegamos à casa, a irmã estava
doente na cama, mas eu a reconheci
imediatamente e dei-lhe um grande
abraço. A irmã Tenchita não sabia
quem era eu, a princípio, mas depois
de conversarmos um pouco, seus
olhos brilharam ao me reconhecer.
Ela sorriu e disse: “Eu levei limonada
e pão para você”.
Agradeci-lhe também por levar-me
o evangelho e tornar possível que
eu servisse em uma missão.
Um copo de limonada e uma
fatia de pão são coisas fáceis e
baratas para oferecer, mas fazê-lo
do modo que a irmã Tenchita fez
— com afeto e preocupação por
nosso bem-estar eterno — realmente os tornou muito valiosos.
Ela mudou minha vida e a de meus
familiares. Da mesma forma, todos
nós podemos mudar a vida das
pessoas, ajudando-as a encontrar
o caminho para a “água viva” e o
“pão da vida” (João 4:10; 6:48).
Hoje, minha família e eu não
46
apenas compartilhamos limonada e
pão com nossos vizinhos: compartilhamos também o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. ■
Você Vai
Cuidar Bem
de Mim
Elaine Pearson
A
o olhar para minha nova lista
de irmãs que devia visitar
como professora visitante,
vi o nome de uma irmã recém-conversa de nossa ala. Fiquei um pouco
apreensiva por ligar para alguém
que não conhecia, mas minha
companheira e eu marcamos um
horário para visitar Jane (os nomes
foram alterados). Chegamos na
manhã marcada e rapidamente fizemos uma oração antes de nos dirigirmos a sua porta. Encontramos Jane e
seus três filhos pequenos esperando
por nós.
À medida que fomos nos tornando
mais chegadas com as visitas mensais,
também tentamos conhecer melhor
os filhos dela. Os dois mais novos sentavam-se perto de mim e de minha
companheira, e líamos livros para eles
e brincávamos juntos. Mas Alex, de
quatro anos, o mais velho dos três,
não tinha muita vontade de fazer amizade com as visitantes freqüentes de
sua mãe. Ele era independente e
hesitava em fazer amizade conosco.
Já éramos professoras visitantes
de Jane por um ano, quando recebemos um telefonema dizendo que a
casa de Jane estava pegando fogo.
Meu marido e eu sentimos que devíamos levar conosco bolachas, garrafas
de água e carrinhos de brinquedo, e
corremos para ver se poderíamos ajudar. Encontramos Jane de pé na calçada, em frente da casa fumegante.
O marido de Jane tinha ido ajudar
os bombeiros a verificarem os danos,
enquanto Jane consolava as três crianças que choravam e se agarravam aos
seus joelhos.
Ao nos aproximar e falar-lhe, dissenos que estava ansiosa para ir procurar o marido. Levamos seus dois filhos
menores para nosso carro. Eles estavam famintos e com sede, e fiquei
grata pela inspiração do Espírito
Santo em levar alimentos e água. Em
pouco tempo, ficaram satisfeitos. Mas
Alex, ainda soluçando, agarrava-se
fortemente à mãe. Jane não podia
levá-lo com ela, e sentia-se dividida
entre sair em busca do marido e consolar o filho.
Incentivei-a a ir e, depois, inclineime e perguntei a Alex se ele poderia
ficar comigo um pouco, enquanto
a mãe ia procurar o pai. Para minha
surpresa, ele concordou. Quando
peguei Alex no colo, ele apoiou a
cabeça no meu ombro, e eu fiz carinho nas suas costas. Enquanto Jane
foi procurar o marido, sussurrei palavras de consolo no ouvido de Alex.
Senti que seus soluços foram diminuindo e sua respiração foi voltando
ao normal.
Ali na calçada, Alex disse brandamente para mim: “Sei que você vai
cuidar bem de mim, porque você é a
professora da minha mãe”.
Silenciosamente verti lágrimas
e dei-me conta de que Alex sabia
que éramos importantes na vida da
mãe dele. Ele reconheceu que podia
confiar em mim para tomar conta
dele, porque eu era a professora
da sua mãe. ■
O Presente
que Não
Consigo
Lembrar
Gary R. Wangsgard
U
m dos maiores presentes
que recebi de meu pai é um
que não consigo lembrar. Ele
nunca falou dele. Esse era o jeito de
meu pai. Fiquei sabendo dele muitos
anos depois, por intermédio da
minha mãe.
Tanto a minha mãe quanto meu
pai foram criados como membros da
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, mas o hábito de fumar
de meu pai impedia-o de casar-se no
templo. O amoroso bispo que realizou a cerimônia do casamento civil
de meus pais incentivou-os a estabelecer a meta de casarem-se no templo
antes de os filhos nascerem. Eles
ainda estavam trabalhando nessa
meta quando eu nasci.
Na época de meu segundo aniversário, meus pais ainda não tinham ido
ao templo. Minha mãe realmente queria que a família fosse selada antes do
nascimento do segundo filho, mas
meu pai ainda fumava.
Eu gostaria de
conseguir lembrar
o que aconteceu
em meu segundo
aniversário, porque foi aí que recebi
o presente. Meu pai
voltou do trabalho para casa
naquela noite, no início de novembro e, depois de deixar de lado a sua
maleta e tirar o casaco, ele me pegou
no colo. “Gary”, disse ele, “tenho um
presente especial de aniversário para
você”. Minha mãe disse que ficou surpresa, pois sabia que meu pai não
tinha dinheiro para comprar nada
para mim.
Pondo a mão no bolso da camisa,
meu pai tirou dali um maço de cigarros aberto e entregou-os para mim.
Minha mãe começou a se opor, mas
meu pai ergueu a mão, como se estivesse dizendo: “Isso é entre mim e
meu filho”.
Brandamente, ele então disse para
mim: “Pensei nisso por vários dias.
Decidi que não quero que você, meu
filho, se lembre de seu pai fumando.
Meu presente para você hoje é que
estou abandonando os cigarros, e
nunca mais vou fumar”.
E esse foi o fim de seu vício de
fumo. Ele deve ter-se esforçado
muito para parar de fumar tão abruptamente. Embora eu não lembre,
esse foi seu presente especial para
mim. Mas foi mais do que isso.
Poucos meses depois, com minha
mãe grávida de meu irmão, fizemos
uma viagem até o Templo de Logan
Utah, onde fomos selados para sempre como família.
Sou verdadeiramente grato por
esse presente, dado há muitos anos
por um pai amoroso e carinhoso. ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2007 47
COMENTÁRIOS
Tocado pelo Espírito
Quão amoroso é o nosso Pai
Celestial para prover-nos com todas
as coisas de que necessitamos para
voltar a Sua presença. Ele proveu-nos
com a Liahona, uma revista realmente
maravilhosa e única. Todos os que
buscam a verdade com sinceridade e
humildade serão tocados pelo espírito que ela traz consigo.
Toda vez que leio a Liahona, sinto
que estou no meio de meus irmãos e
irmãs do mundo inteiro. Que grande
bênção!
Victorino F. Dela Cruz Jr., Filipinas
julho de 2006, “Com Asas de Águia”,
foi particularmente impressionante
e útil.
ter ajudado a levar mais uma alma
a Cristo.
Kwame Asante, Gana
Gernot Lahr, Alemanha
Um Auxílio Didático
Ajuda com o Ensino Familiar
Fiquei muito grato pelo artigo do
Presidente Thomas S. Monson, intitulado “O Projeto de Construção do
Mestre”, na revista de janeiro de
2006. Foi muito inspirador
para minha família e ajudou-me com meu
ensino familiar.
Minha vida como membro da
Igreja é mais feliz porque A Liahona
Jaime Cruz,
Nicarágua
Uma Publicação para a Família
Família Cazorla, Espanha
Particularmente Impressionante
Leio a Liahona regularmente, já
há vários anos. Sempre a leio com
respeito e alegria, e sinto-me edificado. Senti que o artigo do Élder
Dieter F. Uchtdorf, da revista de
48
A Liahona Aumenta
Nossa Fé
Somos muito abençoados
por ter um guia e um instrumento — a Liahona —
que nos ajuda a sobreviver nesta vida perigosa, em que
existem tantas provações e tentações.
A Liahona ajuda-nos a aumentar e
fortalecer nossa fé.
Estou agora estudando numa escola
em que sou o único membro da Igreja.
Há artigos na Liahona que se relacionam com meus desafios pessoais.
Mark Anthony Punongbayan, Filipinas
Um Presente de Natal
Enviei um exemplar da edição
de dezembro de 2006 da Liahona
para um amigo que, depois de ler
a revista, sentiu-se muito bem. Ele
disse: “Obrigado por esse excelente
presente. Minha vida mudou, e sintome pronto para filiar-me a essa maravilhosa Igreja”. Sinto-me feliz por
é um guia
para nossos dias.
Sou professor dos jovens na
Escola Dominical de meu ramo e uso
A Liahona juntamente com as escrituras, em minhas aulas. Meus alunos e
eu aprendemos muito. Parabéns por
seu excelente trabalho.
Adeilson de Souza Nascimento, Brasil
Envie seus comentários por e-mail para
[email protected]. Ou envie-os para:
Liahona, Comment
50 E. North Temple St., Rm. 2420
Salt Lake City, UT 84150-3220, USA
As cartas podem ser editadas, devido ao
tamanho ou à clareza.
FOTOGRAFIA: CAMILLA COMBS
Somos gratos pela bela publicação
da Liahona, que lemos avidamente
ao recebê-la a cada mês, e aproveitamos do seu conteúdo ao máximo,
como família. Na revista de julho de
2006, por exemplo, gostamos muito
dos excelentes artigos que nos ajudaram a preparar nosso filho para o
batismo e a confirmação. A fotografia
de alta qualidade atraiu a atenção
de nossa filhinha, que ainda não
sabe ler, mas consegue entender
as mensagens visuais. Numa tarde
de domingo, brincamos de “Caixa
Dominical: O Lápis que Gira” e nos
divertimos muito. Os laços familiares
foram fortalecidos.
PA R A A S C R I A N Ç A S • A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú LT I M O S D I A S • S E T E M B R O D E 2 0 0 7
OAmigo
VINDE AO
PROFETA ESCUTAR
Solo Sagrado
P R E S I D E N T E T H O M A S S. M O N S O N
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
L
embro-me de quando fui ordenado
diácono. Nosso bispo ressaltou a
responsabilidade sagrada que tínhamos de distribuir o sacramento. Enfatizou
a maneira adequada de vestir-nos, uma atitude digna e a importância de estarmos
limpos por dentro e por fora. Quando nos
ensinaram o procedimento para distribuir
o sacramento, foi-nos dito que devíamos
ajudar Louis McDonald, um irmão de
nossa ala que tinha paralisia, de modo que
ele tivesse a oportunidade de partilhar os
emblemas do sacramento.
Lembro-me muito bem de ter sido
encarregado de distribuir o sacramento
no banco em que o irmão McDonald
O Presidente Monson
relembra um ato de
serviço do sacerdócio que mudou
sua vida.
C O I S A S PA R A P E N S A R
1. A princípio, o Presidente Monson estava um
pouco receoso de levar o sacramento para o irmão
McDonald. Por quê? Como esse sentimento mudou?
Por quê?
2. Por que você acha que o Presidente Monson sentiu que estava pisando em solo sagrado? Como você
estava sentado. Eu estava com medo e
hesitante quando cheguei perto daquele
maravilhoso irmão, então vi seu sorriso
e a expressão ansiosa de gratidão que
mostrava seu desejo de tomar o sacramento. Segurando a bandeja com a mão
esquerda, peguei um pedacinho de pão
e levei-o aos lábios dele. A água foi servida mais tarde, da mesma forma. Senti
que estava pisando em solo sagrado.
E realmente estava. O privilégio de
distribuir o sacramento para o irmão
McDonald fez de todos nós melhores
diáconos. ●
Adaptado de um discurso proferido na conferência
geral de outubro de 2005.
acha que o irmão McDonald se sentiu?
3. O que você aprendeu a respeito de tomar o
sacramento? Se você estiver preparando-se para
receber o Sacerdócio Aarônico, o que aprendeu
a respeito de como distribuir o sacramento?
4. Em que mais você pensou ao ler esse
artigo?
FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY; ILUSTRAÇÃO: BY DANIEL LEWIS
A2
“E eis que vos digo estas coisas para
que aprendais sabedoria; para que
saibais que, quando estais a serviço
de vosso próximo, estais somente a
serviço de vosso Deus” (Mosias 2:17).
Nota: Se não quiser remover páginas da
revista, essa atividade pode ser copiada ou
impressa a partir do site www.lds.org. Para
inglês, clique em “Gospel Library”. Para
outros idiomas, clique em “Languages”.
A4
TEMPO DE
COMPARTILHAR
O Mestre Serviu
“Quando estais a serviço de vosso próximo,
Atividade
estais somente a serviço de vosso Deus”
Cole a página A4 numa cartolina. Recorte as
oito peças. Faça furos onde estiver indicado.
Usando linha ou barbante, faça um laço no furo
que fica na parte de cima da gravura do Salvador.
Use outro pedaço de barbante para prender a
parte de baixo da gravura do Salvador à escritura.
Usando seis outros pedaços de barbante, amarre
cada gravura de um ato de serviço na parte de
baixo da gravura acima. Pendure seu móbile onde
ele lembre você que, quando estiver servindo ao
próximo, estará também servindo a Jesus Cristo.
(Mosias 2:17).
ELIZABETH RICKS
Jesus gostava muito de servir ao próximo. Ele foi o perfeito exemplo de
serviço. Ele disse: “Entre vós sou como
aquele que serve” (Lucas 22:27). Ele sabia que
tinha vindo à Terra para servir ao próximo, e não
para ser servido. Você acha estranho que o Mestre
tenha servido às pessoas? Mestre e servo são antônimos. Você pode achar surpreendente que os
maiores mestres sejam aqueles que servem.
Durante a vida mortal de Jesus, Ele serviu aos
pobres. Ensinou o evangelho. Alimentou multidões de pessoas famintas. Lavou os pés dos Seus
discípulos. Curou os enfermos e até fez reviver
os mortos.
Jesus ensinou a importância do serviço.
Quando Ele voltar à Terra, dirá aos justos: “Tive
fome, e destes-me de comer; tive sede, e destesme de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me;
estive na prisão, e fostes ver-me” (Mateus
25:35–36).
Jesus disse que os justos não se lembrarão de terem
feito quaisquer dessas coisas por Ele. Então, Ele lhes
dirá: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a
um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”
(Mateus 25:40). Quando servimos uns aos outros,
também estamos servindo ao Senhor.
Você pode servir ao Senhor servindo às pessoas ao
seu redor. Você não precisa fazer algo grandioso para
servir às pessoas. Um sorriso pode alegrar o coração
de um amigo. Dizer uma palavra bondosa, ajudar um
irmão ou irmã, obedecer aos pais — todas essas coisas
são maneiras pelas quais você pode servir. Quando estamos dispostos a servir, tornamo-nos mais semelhantes
a Cristo, e nossa fé cresce.
ILUSTRAÇÕES: DILLEEN MARSH
§
Idéias para o Tempo de Compartilhar
1. Conte a história do arco quebrado de Néfi (ver 1 Néfi
16:18–32), usando uma aljava com flechas. Você pode desenhar uma aljava e as flechas no quadro-negro ou fazer uma
de papel. Em cada flecha, anexe uma pergunta. Escreva,
por exemplo: “Para quem Néfi pediu orientação sobre onde
caçar?” (seu pai, Leí) e “O que Néfi fez com o alimento que
conseguiu?” (compartilhou com a família). Em cada flecha,
escreva uma palavra que se relacione com a pergunta, tal
como obediência ou compartilhar. Depois que todas as perguntas tiverem sido respondidas, aponte para cada flecha e
peça às crianças que apliquem a qualidade escrita na flecha
à própria família. Peça exemplos específicos, tais como: “Eu
poderia ajudar meu pai a fazer o almoço”. Compartilhe uma experiência de como o serviço de um membro da sua família o ajudou.
2. Entre na sala vestindo um avental e carregando uma bandeja coberta por um guardanapo. Diga às crianças que você deseja
servi-las. Peça que abram em Gálatas 5:13–14. Ajude-as a sublinhar
“Servi-vos uns aos outros pelo amor”, e “Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo”. Na bandeja, coloque várias referências das
escrituras, gravuras de atos de serviço ou citações das histórias que
você vai contar. Você pode colocar copos com referências das escrituras escritas do lado de fora, uma gravura de um ato de serviço
em um prato, ou citações coladas a talheres. Depois que as crianças
tiverem escolhido, examinado ou lido um dos itens, peça-lhes que
compartilhem o que aprenderam. Conte histórias de serviço ao próximo. Você pode contar histórias tiradas de A Liahona. ●
O AMIGO SETEMBRO DE 2007
A5
DA VIDA DO PRESIDENTE SPENCER W. KIMBALL
Um Simples Ato de Serviço
Era uma noite tempestuosa de
inverno. No aeroporto de Chicago,
Illinois, as filas de espera engrossavam, devido a atrasos ou cancelamentos de vôos. Uma jovem grávida
estava na longa fila de embarque,
empurrando a filha de dois anos
com o pé.
Muitas pessoas fizeram comentários desaprovadores, mas ninguém se ofereceu para ajudá-la.
Por que ela não pega
no colo a criança que
está chorando?
Que mãe
insensível!
Com um bondoso sorriso, o Élder Kimball se aproximou da mulher.
Sim, por favor.
Já tive quatro abortos
espontâneos. Meu médico disse
que não posso carregar nada,
nem pegar no colo minha
própria filha.
A6
ILUSTRAÇÕES: SAL VELLUTO E EUGENIO MATTOZZI
Posso
ajudá-la?
O Élder Kimball ergueu do chão a criança que
chorava, fez-lhe carinho nas costas e deu-lhe
uma bala. Quando a menina se acalmou, ele
informou aos outros passageiros e aos funcionários do aeroporto a situação daquela mulher.
Vamos colocá-la
no próximo vôo
disponível.
A ansiedade da mulher foi aliviada.
Mais tarde, ela viu uma fotografia do
Élder Spencer W. Kimball, do Quórum
dos Doze Apóstolos.
É ele! Esse foi
o homem que
me ajudou.
Venha, sente-se
e descanse até
sua partida.
Poucos meses depois, ela deu à luz um
menino muito saudável.
Vinte e um anos depois, o Presidente
Kimball recebeu uma carta. Era do
filho daquela jovem mãe.
Servi fielmente em uma
missão e hoje estudo na
Universidade Brigham
Young. Obrigado por
ter ajudado minha
mãe naquela noite
terrível!
O Presidente Kimball ficou feliz ao ver que
aquele pequeno ato de serviço resultara em
tantas coisas boas.
Adaptado de Edward L. Kimball e Andrew E. Kimball Jr., Spencer W. Kimball, 1977, p. 334, e
Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Spencer W. Kimball, 2005, pp. 89–91.
O AMIGO SETEMBRO DE 2007
A7
PARA OS AMIGUINHOS
“[Chamar] o sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor” (Isaías 58:13).
Fazer o Bem no
Dia do Senhor
J U L I E WA R D E L L
Revistas da Igreja
1. Depois que o Pai Celestial e
Jesus Cristo criaram os céus e a
Terra em seis dias, Eles descansaram
no sétimo dia.
2. Eles abençoaram o sétimo
dia como um dia santificado. É
um dia para descansarmos de
nosso trabalho diário e pensarmos Neles. Podemos mostrar o quanto Os amamos,
fazendo coisas boas no Dia
do Senhor.
A8
3. Ir à Igreja
e tomar o sacramento são coisas
que mostram ao
Pai Celestial e
a Jesus Cristo
que Os amamos
e queremos
seguir Seus ensinamentos. Nossa
maneira de vestir
e de nos comportar, e ouvir nossos
professores também são muito
importantes.
7. Visitar os doentes, os
idosos e nossos entes queridos é outra maneira pela qual
podemos servir.
4. No lar, devemos santificar o
Dia do Senhor. É um dia para estarmos com nossa família.
5. Podemos ouvir boa música, brincar com jogos tranqüilos ou sair para
uma caminhada com a família. Ler as
escrituras, histórias das escrituras ou
O Amigo também são coisas boas
para se fazer.
8. O Pai Celestial
e Jesus Cristo prometeram que, se
santificarmos o Dia
do Senhor, seremos
mais felizes e receberemos bênçãos
em nossa vida. ●
ILUSTRAÇÕES: CRAIG STAPLEY
6. O Dia do Senhor é um bom
dia para servir ao próximo. Podemos fazer
desenhos ou escrever cartas para parentes, entes queridos, missionários ou pessoas que estejam servindo nas forças
armadas.
O AMIGO SETEMBRO DE 2007 A9
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U de Santos
“Irás à casa de oração e oferecerás teus sacramentos
no meu dia santificado” (D&C 59:9).
A10
resci em Monterrey, México, no Estado de Nuevo
León. Meus pais eram santos dos últimos dias
fiéis, e não me lembro de nenhuma ocasião em
que deixamos de ir à Igreja. Quando eu tinha cinco ou
seis anos de idade, meu pai tinha um velho caminhão
basculante que usava para transportar material de construção e terra para jardinagem. Todos os domingos,
minha irmã e eu subíamos na carroceria do caminhão
enquanto meu pai e minha mãe iam na cabine. Então,
íamos até a casa de meus primos, onde sua família subia
para juntar-se a nós. Em seguida, apanhávamos a família
Gonzales, depois a família Solano,
e assim por diante. Quando chegávamos à
capela, o caminhão basculante estava cheio,
não de terra, mas de santos.
Algumas pessoas que moravam nas
redondezas achavam muito engraçado
ver mais de vinte homens, mulheres e
crianças de camisa
branca e gravata
C
DE UM AMIGO
PARA OUTRO
Benjamín de Hoyos quando
bebê (na fileira do meio) com
FOTOGRAFIAS: CORTESIA DO ÉLDER DE HOYOS; ILUSTRAÇÃO: PAUL MANN
sua família.
ou vestido de domingo saindo de um
empoeirado caminhão basculante. Os vizinhos saíam de casa todos os domingos só
para apreciar o espetáculo. Riam de nós,
mas não ficávamos nem um pouco envergonhados. Estávamos felizes por ir à Igreja.
Repetimos essa façanha duas vezes por
domingo, durante toda a década de 1960.
Quando o caminhão não estava disponível, minha família ia para a Igreja a pé.
Mesmo que estivesse chovendo, ou fizesse
muito frio ou calor, íamos a pé do mesmo
jeito, embora levasse mais de uma hora
para chegar à capela e outra hora para voltar para casa. E naquela época havia reuniões da Igreja pela
manhã e à
tarde.
Sempre fomos às duas reuniões.
Quando voltei a Monterrey, após muitos
anos, todos os meus companheiros de viagem no caminhão basculante ainda estavam ativos na Igreja. Aquela experiência
nos uniu e fez com que ficássemos fortes.
Ainda assisto a todas as minhas reuniões.
Como poderia fazer menos hoje, do que
fazia naquela época?
Crianças, assistam a suas reuniões.
Podem ir a pé, de carro ou num caminhão
basculante, mas nunca deixem de ir à
Igreja. ●
Extraído de uma
entrevista com o
Élder Benjamín de
Hoyos, dos Setenta,
que serve atualmente
na Área América
do Sul Norte; por
Melvin Leavitt,
Revistas da Igreja
Durante a missão.
O AMIGO SETEMBRO DE 2007 A11
Rios e Rios de Sorrisos
R AY G O L D R U P
Inspirado numa histórica verídica
arcus ficou olhando para a fogueira crepitante
do acampamento enquanto ouvia a lição dada
pelo pai. “Todos devemos seguir o exemplo de
Jesus Cristo para sermos felizes”, disse o pai para a família. Eles estavam sentados em troncos ao redor do fogo.
“É muito importante que cada um de nós tenha caridade uns pelos outros”, disse ele.
“O que é caridade, pai?” perguntou Marcus.
O pai colocou mais lenha na fogueira. “A caridade é o
puro amor de Cristo”, explicou ele. “Não podemos ser
salvos no reino de Deus sem ela.”
Marcus pareceu confuso. O pai olhou para a família
ao redor e pediu: “Cada um de vocês pense num exemplo de caridade para ajudar Marcus a compreender
melhor o que isso significa”.
A mãe virou um marshmallow no fogo com um
espeto. “Quando a Sra. Clanton caiu e machucou o quadril, eu ajudei a fazer as tarefas domésticas na casa dela”,
disse a mãe.
M
A12
Tanner contou que na semana anterior ele tinha ajudado o quórum de diáconos a coletar alimentos e roupas para os pobres e desabrigados da cidade.
Ashley tinha feito amizade com uma menina da vizinhança que as outras meninas ignoravam.
“Papai ajudou a consertar o telhado do Sr. Johnson,
porque o Sr. Johnson está na cadeira de rodas”, disse
a mãe.
“Cuidar do Jo-Jo conta?” perguntou Marcus. Jo-Jo
era o seu hamster. “Eu dou comida para ele e troco sua
água e dei-lhe uma meia nova como cama.” Marcus deu
uma mordida num marshmallow tostado.
“Todo ato de bondade ou serviço que fazemos por
alguém — inclusive o Jo-Jo — é caridade”, disse o pai.
“Quero fazer alguma coisa para alguém maior do que
o Jo-Jo, como você, a mamãe, Tanner e Ashley fizeram”,
disse Marcus. “Mas acho que sou muito pequeno.”
“Você não precisa ser grande para ajudar outra pessoa, não é, Marcus?” perguntou meu pai. “Ou para que
suas orações sejam respondidas.”
Marcus sorriu: “Não.”
ILUSTRAÇÕES: MATT SMITH
“Todas as vossas coisas sejam feitas com amor” (I Coríntios 16:14).
“Por que você não pede ao Pai Celestial que o ajude
a encontrar alguém que você possa ajudar? Quando o
momento chegar, você saberá.”
“Como é que eu vou saber?” perguntou Marcus.
Ashley estendeu a mão e limpou o canto da boca do
Marcus que estava sujo de marshmallow. “Você sentirá
lá dentro de você, como esse marshmallow que acabou
de comer”, disse ela.
Mais tarde, naquela noite, Marcus ficou encolhido
dentro de seu saco de dormir. Ouviu os galhos das
árvores raspando uns nos outros fora da tenda. “Pai
Celestial, por favor, me ajude a encontrar alguém que
eu possa ajudar”, orou ele. “Sou só um garotinho,
mas o papai disse que não tenho que ser grande para
poder ser bondoso ou útil para outras pessoas. Eu
ajudo o Jo-Jo e a minha família sendo obediente e
fazendo minhas tarefas, mas quero fazer algo por
outra pessoa. Jesus ajudou muitas pessoas, e eu
quero ser como Ele.”
Numa tarde de sábado, duas semanas depois,
Marcus estava trabalhando com a mãe no jardim. Ele
percebeu que a vizinha da casa ao lado estava sentada
no balanço da varanda. Ela parecia muito triste. “Mãe,
o que há de errado com a Sra. Walton?” perguntou
Marcus.
A mãe ergueu-se do meio das flores e olhou para a
vizinha. “O marido da Sra. Walton morreu há quase
um ano, e ela sente muita saudade dele. Alguns dias
são mais difíceis para ela, e parece que hoje é um
desses dias.”
Marcus ergueu-se, olhou para a Sra.Walton do
outro lado da cerca viva baixa que separava os dois
quintais. Teve um sentimento profundo dentro dele,
que foi ficando maior e mais quente, tal como a
fogueira do acampamento quando o pai colocava
mais lenha nela. “Posso apanhar um de nossos girassóis e levar para a Sra. Walton?” perguntou Marcus.
A mãe sorriu e fez que sim com a cabeça.
arcus entregou a flor
para a Sra.
Walton. “É para
você”, disse ele.
M
Poucos instantes depois, Marcus estava
diante da Sra. Walton. Ela ficou surpresa.
Marcus entregou-lhe a flor. “É para a
senhora”, disse ele.
Ela pegou a flor e depois olhou para o
Marcus. Ele sentou-se no balanço ao lado
dela. Ele não disse nada. Apenas sorriu.
A Sra. Walton fez um carinho na mão do
Marcus, e os dois ficaram ali sentados,
ouvindo dois pássaros vermelhos que cantavam na árvore do jardim da casa dela.
Então, a Sra. Walton olhou de novo para
o Marcus. Ele ainda estava sorrindo.
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1988,
A14
“Você tem rios e rios de sorrisos”, disse
ela. “Sabia disso?” Marcus continuou sorrindo. “Seus sorrisos vieram no momento
em que eu mais precisava deles. Obrigada.”
Naquela noite, Marcus colocou serragem
nova na gaiola de seu hamster antes de ir
dormir. “Jo-Jo, hoje eu trabalhei com a
mamãe no jardim e ajudei a Sra. Walton
a ficar feliz. Isso me deixou feliz também.
Não tenho que ser grande para ajudar as
pessoas. Posso ser como Jesus agora
mesmo.” ●
Cartões do Templo
FOTOGRAFIA DO TEMPLO DE REDLANDS CALIFÓRNIA: WELDON BREWSTER; TEMPLO DE ACRA GANA, TEMPLO DE MANHATTAN NOVA YORK E TEMPLO DE ABA NIGÉRIA: MATTHEW REIER; TEMPLO DE COPENHAGUE DINAMARCA: CRAIG
DIMOND; TEMPLO DE SAN ANTONIO TEXAS, TEMPLO DE SACRAMENTO CALIFÓRNIA E TEMPLO DE HELSINQUE FINLÂNDIA: JOHN LUKE; TEMPLO DE NEWPORT BEACH CALIFÓRNIA: WELDEN C. ANDERSEN
As revistas durante 2003 e a edição de abril de 2005
continham Cartões do Templo. Desde aquela época,
outros templos foram dedicados.
Remova esta página da revista, cole-a em cartolina e
recorte os cartões. Acrescente esses cartões aos que já
apareceram na revista.
Templo de Redlands Califórnia
Templo de Acra Gana
Templo de Copenhague Dinamarca
Dedicado em 14 de setembro de 2003, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Dedicado em 11 de janeiro de 2004, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Dedicado em 23 de maio de 2004, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Templo de Manhattan Nova York
Templo de San Antonio Texas
Templo de Aba Nigéria
Dedicado em 13 de junho de 2004, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Dedicado em 22 de maio de 2005, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Dedicado em 7 de agosto de 2005, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Templo de Newport Beach Califórnia
Templo de Sacramento Califórnia
Templo de Helsinque Finlândia
Dedicado em 28 de agosto de 2005, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Dedicado em 3 de setembro de 2006, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Dedicado em 22 de outubro de 2006, pelo
Presidente Gordon B. Hinckley
Nota: Para encontrar os cartões nas edições de 2003 e 2005 da revista, ou
se você não quiser remover esta página da revista, visite o site www.lds.org.
Para inglês, clique em “Gospel Library”. Para outros idiomas, clique em
“Languages”.
O AMIGO SETEMBRO DE 2007 A15
MINHA FÉ EM JESUS CRISTO AUMENTA QUANDO SIRVO AO PRÓXIMO
“Quando estais a serviço de vosso próximo, estais somente a
serviço de vosso Deus” (Mosias 2:17).
A16
ILUSTRAÇÃO COM BASE EM O SAMARITANO AJUDA O JUDEU © PROVIDENCECOLLECTION.COM
PÁGINA PARA COLORIR
Fotografia da Praça do Templo, aproximadamente 1870, de C. R. Savage
O Tabernáculo e seu teto arredondado, com vista para os alicerces do Templo de Salt Lake. Ainda em construção nesta fotografia, o
Tabernáculo foi um dos maiores edifícios desse tipo no mundo: 46 metros de largura, 76 metros de comprimento e 24 metros de altura. À esquerda vê-se o
velho tabernáculo de adobe [tipo de tijolo de argila], que vinha sendo usado desde sua dedicação, em 21 de maio de 1851.
E
02007 89059
4
PORTUGUESE
0
“
sses dois grandes edifícios aqui na Praça do
Templo — o templo e o Tabernáculo”, disse o
Presidente Gordon B. Hinckley, numa entrevista
coletiva para a imprensa, por ocasião do início da
reforma do Tabernáculo de Salt Lake, “lembram-me
um casal de pais idosos e honoráveis — o templo, o
pai, o Tabernáculo, a mãe — pais das gerações que se
seguiram, pais que ainda estão de pé, espalhando luz,
compreensão, conhecimento e amor”. Ver “Reforma do
Tabernáculo”, p. 34.

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