Empresário Herói destaca as mais sustentáveis
Transcrição
Empresário Herói destaca as mais sustentáveis
Trabalhadores estão levando o serviço das empresas para casa Saúde Maioria dos brasileiros não consegue identificar os sintomas do AVC Habitação Especialista explica os cuidados na compra da casa própria ano 5 número 36 Novembro 2010 R$ 8,50 Trabalho Empresário Herói destaca as mais sustentáveis O Prêmio analisou o desempenho de 56 companhias da região e homenageou, em novembro, as melhores de 2010: Cargill, Uberlândia Refrescos, Sankhya, Efrem, e Iso Olhos foram as grandes vencedoras Heróis da Sustentabilidade Editorial Resultados do estudo “Futuro Sustentável” feito este ano mostrou que os brasileiros estão entre os consumidores que mais recomendam uns aos outros produtos de empresas com iniciativas sustentáveis, 48% estão dispostos a pagar 10% mais pelo produto sustentável e 70% associam o tema “sustentabilidade” aos atributos integridade, saúde, oportunidade e futuro. Esse levantamento foi conduzido aqui no Brasil pelas agências de publicidade Z+, Media Contacts e Mobext, que entrevistaram 2.532 consumidores. Essas agências compõem o grupo francês Havas, que realizou a pesquisa em dez países baseada em dados coletados junto a 25 mil consumidores. O objetivo foi mostrar a percepção do consumidor em relação aos diversos parâmetros que cercam a questão da sustentabilidade, tais como os usos que as empresas fazem do capital natural, humano e social. Assim, deixando de lado o resultado da pesquisa nos outros países, se considerarmos somente os dados do que foi apurado no Brasil, estamos num país onde é um bom negócio para as empresas investir em sustentabilidade, além de quê, o planeta agradece. Em síntese, os desafios do desenvolvimento sustentável têm levado muitos empresários a investirem em recursos e ações que refletem diretamente na maneira como suas empresas são vistas e agregam, se bem direcionadas, mais valor à marca. Mas, apesar disso, de ser lucrativo e diante de tantas necessidades e catástrofes ambientais no planeta, por que existem ainda companhias que não praticam a sustentabilidade? Seria por falta de conhecimento, de incentivo ou de exemplo? Cabe lembrar aqui a grande exposição do assunto nos meios de comunicação e os inúmeros debates em torno de problemas ligados diretamente ao tema, tais como, aquecimento global, destruição da biodiversidade, desmatamento da Amazônia, crescimento desordenado das cidades, consumismo exagerado ou escassez de recursos hídricos. Portanto, por falta de conhecimento não deve ser. Incentivo? Também não, pois basta lembrar os resultados do estudo “Futuro Sustentável”, que mencionei anteriormente. Exemplo, creio que também não. Mas, se for, nesse caso, chamo a atenção para a matéria de capa desta edição, que aborda o Prêmio Empresário Herói, que tem como objetivo reconhecer e dar destaque às melhores práticas de sustentabilidade realizadas por empresários de Uberlândia e região. Aquela sustentabilidade capaz de dar conta das necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem suas próprias necessidades. O Prémio Empresário Herói foi criado há dois anos por iniciativa da Fiemg Regional Vale do Paranaíba com apoio do Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo e Alto Paranaíba (Cintap), do Eco Instituto, dos Sindicatos Patronais da Indústria e da Revista MERCADO. Neste ano, a comissão julgadora do prêmio analisou o desempenho de 56 companhias da região e homenageou, neste mês, as melhores de 2010. Então, se for por falta de exemplo, que os empresários que ainda não praticam a sustentabilidade mirem-se nos exemplos das empresas ganhadoras do Prêmio Empresário Herói neste ano, que são Cargill, Uberlândia Refrescos, Sankhya, Efrem e Iso Olhos. Os empresários que estão à frente dessas empresas são exemplos a serem seguidos de como investir em sustentabilidade - econômica, social, ambiental e cultural, em posicionamento institucional e em atuação no mercado regional. Boa leitura! Evaldo Pighini Editor Índice Novembro 2010 32Capa Cargill, Iso Olhos, Efrem, Sankhya e Uberlândia Refrescos: o consumidor já tem mais um justo motivo para prestar mais atenção nas marcas, produtos ou serviços dessas empresas; elas foram vencedoras do prêmio Empresário Herói 2010 12Entrevista 24Trabalho 46Saúde Cora Caparelli é autora de um dos mais importantes capítulos da música em Uberlândia. Em entrevista à MERCADO, ela fala sobre a música - é claro - do conservatório, de filantropia e ainda de planos para o futuro Aquele conselho de não levar trabalho para casa é coisa do passado. O home office já é uma tendência, sendo cada vez maior o número de profissionais que estão levando o serviço de onde trabalham para dentro de casa Especialistas alertam que a maioria da população não consegue identificar os sintomas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC); as pessoas não sabem nem mesmo explicar o significado da sigla. É o popular derrame 36 52Habitação A casa própria é o sonho de grande maioria das pessoas, porém, a aquisição desse bem pode se tornar uma armadilha e tormento para os desavisados, portanto, antes de fechar um negócio, é preciso cautela 56Veículos A força motora que vem da China: os carros chineses estão chegando para disputar o mercado brasileiro. Em 2009, o número de veículos vendidos daquele país no Brasil cresceu 46,2% mais que em 2008 78Turismo O litoral pernambucano é famoso por suas praias de águas transparentes e mornas, adornadas por areia branca e fina e belos coqueirais. É lá que está Porto de Galinhas, considerada a melhor praia do país Canal Livre 6 Artigo 8 Conversa 10 Franchising 20 Investimentos 22 Educação 42 Seguros 54 Bazar 80 84 Dica de leitura 86 Alimentação 88 Literatura 90 Profissões em filme 92 Sustentabilidade 94 Ponto de vista 96 Causos empresariais 98 Geral canal livre Anastasia Parabéns pela brilhante e completa matéria sobre a eleição para governador de Minas Gerais, edição de outubro. Confesso não ter votado no governador Antonio Anastasia. Mas, sinceramente, torço para que o seu governo dê certo, agora mais ainda, depois de ver na revista quem ele é e o papel que desempenhou no governo de Aécio Neves. Ao que parece competências não lhe faltam e é disso que Minas precisa. BR 050 Quero saber por que passadas as eleições, a intensidade das obras de duplicação da BR 050 diminuiu. Quem passava pela rodovia antes de outubro e passa hoje, percebe nitidamente que número de homens e máquinas trabalhando no local foi reduzido. Arthur Müller de Freitas Estudante de Direito Uberaba-MG __________________________________________________ Otávio Júlio Ribeiro Representante de Laboratório Muito boa a entrevista com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia. Agora, resta esperar para ver se ele realmente vai fazer um bom governo. Espero também que ele cumpra a promessa de governar de forma democrática, olhando igualmente para todas as regiões, independentemente do resultado das urnas. Hospital Municipal Jurandir do Valle Professor Depois de muito ouvir falar, tive a oportunidade de conhecer de perto o Hospital Municipal de Uberlândia. Pelo que vi, só tenho a elogiar a Prefeitura de Uberlândia pela realização daquela obra que, sem dúvida nenhuma, vai ser de grande serventia à nossa população, que está cada vez mais carente de atendimento e serviços de qualidade. Ruth de Almeida Pereira Costureira Nacional Quero elogiar a entrevista da edição anterior com o professor Thomé, diretor do Colégio Nacional de Uberlândia. Concordo com a opinião dele, quando abordou a questão da Progressão Continuada. Também não vejo com bons olhos a obrigação de aprovar alunos. O aluno que não aprende tem sim que repetir a série. Lembro que a educação é a base de qualquer sociedade desenvolvida. Eliane Marcondes Santos Professora Arborização urbana Gostaria de alertar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ou órgão competente, para ter mais atenção e fiscalização com relação à poda e corte indiscriminados de árvores em nossa cidade. Tem muita gente podando árvores sem técnica nenhuma, o que acaba levando as plantas à morte. Por outro lado, também tem muita gente que chega, corta a árvore que tem em frente às suas casas e não refaz o plantio com outra muda. Não existe uma lei que obrigada uma árvore plantada em frente de cada lote? Enfim, a nossa cidade está ficando “pelada” e a temperatura do ar cada vez mais insuportável, como se já não bastasse o tal aquecimento global. Juscélia Miranda Santos Secretária Administrativa Mercado Novembro 2010 ∞ 6 MArtigo A mobilidade e o vendedor executivo POR Marcos Paulo Amorim* D ados do Gartner, instituto de pesquisas da área de tecnologia, apontam que até 2015 haverá uma forte migração do uso dos dispositivos fixos, famosos PCs, para a utilização de aparelhos móveis com acesso a internet. Eles serão utilizados em grande escala para a realização de transações bancárias e teremos uma alteração do modelo de busca atual para os provedores de contexto. Até 2013 os telefones e smartphones com navegadores ou browsers vão ultrapassar a 1,82 bilhão. Esses são sinais claros de mais uma modificação da tecnologia que impactará fortemente na relação das empresas com seus consumidores, seus funcionários, com a cadeia de produção e de distribuição. Esta última já passa por mudanças sensíveis, desde a substituição dos talões de pedidos e notas fiscais impressas pelos dispositivos móveis (pockets), que permitem que os executivos e os vendedores realizem as suas atividades a distância, sem que isso comprometa o resultado final: uma ação que traga benefícios às empresas, sejam elas comerciais ou estratégicas. Um caso clássico, embora não aplicado para o setor de vendas ou empresarial, mas cabível para ilustrar como a mobilidade está mais perto de nosso cotidiano, é a utilização do PDA pelos pesquisadores do Censo 2010. A pesquisa agora é feita em um tempo menor e há um GPS instalado que permite a captação da área geográfica, otimizando o trabalho dos recenseadores. Neste caso, os benefícios são facilmente mensurados: a ausência do papel, que minimiza a possibilidade de erros, bem como a agilidade para catalogar e mensurar os dados e colocá-los à disposição dos órgãos interessados com mais rapidez. Ao analisarmos a realidade dos setores de vendas das médias e grandes empresas, é possível mensurar melhor essas vantagens, partindo do princípio que com o uso dos smartphones com um software instalado e destinado para a área de vendas, teremos a redução do uso de papéis que comprometem a produção e até possibilitam erros, e a agilidade proporcionada com a emissão on-line de pedidos. A rentabilidade da inserção do dispositivo pode ser de até 20% para o negócio. Esses dispositivos permitem também o acompanhamento dos pedidos em tempo real e a verificação da disponibilidade em estoque, que pode ser feita de qualquer lugar pelo vendedor. Este último, em muitos casos, impede o pedido de um produto indisponível no estoque e possibilita o oferecimento de outro, ou seja, a concretização efetiva de uma venda e sem os percalços que possam deixar o cliente insatisfeito. Além da informatização do vendedor, a ação, quando bem planejada, é favorável em vários outros aspectos. É possível, por exemplo, traçar as rotas que este colaborador fará para visitar um cliente. Se por um lado, imagina-se que inserimos um chip de localização no vendedor, na verdade fazemos com que ele otimize o seu dia, pois são oferecidos trajetos mais fáceis para chegar ao cliente, fugindo até das condições adversas, como o trânsito, e ainda é disponibilizado um planejamento de visitas por região. O desenvolvimento da tecnologia nestes aplicativos avança a passos largos. Temos o conceito de inteligência artificial, na qual o sistema identifica e traz ao vendedor os produtos que determinados tipos de estabelecimentos têm por hábito adquirir. E caso não tenha disponível algum, o sistema oferece outro para a venda, ou seja, inserimos informações nesses pequenos dispositivos para que eles comecem a sugerir outros produtos para os vendedores e consequentemente aos dirigentes de lojas, supermercados e outros. O sistema analisa as práticas de desconto, o perfil do consumidor, os produtos disponíveis em estoque, e assim ocorre um desdobramento de vantagens, entre os comerciantes, as empresas responsáveis por estes produtos e os vendedores, que terão a otimização de suas atividades, a rentabilidade do seu trabalho e consequentemente um aumento da sua folha salarial. É notório que entramos em uma nova era para o setor industrial, comercial e de vendas e, não muito distante, é passível de pensar que veremos estes setores entrelaçados de tal forma que o vendedor poderá ser chamado realmente de executivo de vendas. Ele terá a responsabilidade pela manutenção e mensuração do relacionamento entre a empresa e os inúmeros canais de vendas, pois as tarefas de somente emitir a nota fiscal e enviar os pedidos já chegaram ao fim. B * Marcos Paulo Amorim é diretor-executivo da Blink Systems, empresa de Soluções em Mobilidade / www.blink.com.br Mercado Novembro 2010 ∞ 8 CONVERSA DEMERCADO Prezado leitor, “Alho, limão, mel e gengibre. Se não curar a gripe, também não faz mal nenhum”. As pessoas gostam de dar conselhos, passar ensinamentos, dizer que se foi bom para elas mesmas, serve também para os outros. Dói menos na consciência. É melhor do que automedicação. A minha avó adorava dar receitinhas para as amigas. Deixava-a aliviada, sobretudo quando a gripe da vizinha passava. Batata, né? Com uma semana de cama, longe de vírus e bactérias, quem não melhorar de um resfriado está ferrado. Acalentava o ego saber que a sugerida mistureba de alho, limão, mel e gengibre tinha agido afiadamente, sem chance para o adversário. Sábia, minha avó. Acabou, sem querer, me ensinando que conselho é ótimo e deve ser dado a torto e a direito, sem dramas pessoais. Vai funcionar, sim. Tenha certeza. Aliste-se no Exército da Salvação. Preste vestibular para o ITA. Inscreva-se naquele concurso de 1.057,5 candidatos por vaga. Jogue na Mega Sena, de preferência quando acumular em 100 milhões de reais. Invada a sala do chefe. Peça aumento de 75%. Só alcança quem busca. Não me recordo de quem tenha aprendido a dirigir sem nunca ter tido coragem de ligar o carro. Mas você pode ser também aquela folha morta no canto da sala, escondiMercado Novembro 2010 ∞ 10 do para não ser notado. Essa pode ser a sua opção. Mas não o faça se não tiver vontade de que seja assim. Longe de mim querer desfiar nessas linhas um rosário de autoajuda. Nem sequer adoto essa literatura. Não gosto. Não acredito. Mas algumas palavras de incentivo valem a pena. E se não forem ditas pelos que tem um tiquinho mais de experiência e vivência, serão pronunciadas por falastrões que aconselham o que não viveram. O que não sabem. Dia desses viajei 210 quilômetros para falar para cerca de 100 alunos de Comunicação Social. Falamos de mercado, expectativa das empresas, a formação ideal, o que cada um deve fazer para se destacar, a segunda graduação, a terceira, o estudo de outras línguas, blá, blá, blá… Quantos assimilaram aquilo? Três, quatro… Serei otimista: cinco, no máximo. Cinco caras ou cinco moças que tomaram aquele desafio para si e colocaram na cachola a ideia de ser um belo profissional do mercado. Tome nota de um pensamento aí. Este vale a pena e é meu. De mais ninguém. Alguém pode até ter pensado, mas não escreveu: “As coisas mais difíceis da vida dependem apenas de nós mesmos”. Emagrecer, namorar a garota mais cobiçada da escola, ser doutor, viajar, conhecer novas pessoas, SER feliz sem necessariamente TER as coisas. Antes de começar este texto, pensei em escrever algo sobre o mercado da comunicação, mas resolvi me rebelar. Escrevo um pouco sobre a minha sábia e astuta avó, dos confins de Taperoá, um lugar duas quadras após a esquina onde Judas perdeu as botas. Ela sabia das coisas e me admirava e amava muito. Eu era magricela, desengonçado com a bola, malvestido e com o cabelo desajeitado. Mas para ela eu era o menino mais lindo do mundo. Minha avó se foi. Mas tem uns troços que não foram com ela. Ela não era tão senil a ponto de me ver e enxergar um Clark Gable, o big galã de “E o ven- to levou”. Nada disso. Cativar alguém é magia, magia pura. Fazer com que a pessoa veja alguma coisa de que só ela seria capaz. Lembro-me da minha primeira cata ao emprego. Queria trabalhar. Estava no início da faculdade e numa entrevista o recrutador me perguntou se eu sabia datilografar. Sim, disse eu, já imaginando o fim de semana que perderia gastando meus dedos a treinar na velha Remmington de meu pai. Falta ousadia nos olhos dos garotos de hoje, a vontade de arriscar, de atirar-se com desejo, sem saber dos $$$ no holerite do final do mês. Isso deve ser nostalgia de quem sempre acha que no passado tudo era melhor. Estou ficando velho e ranzinza. Boa oportunidade então para dar conselhos, como disse lá no começo, que nem esses e-mails melosos que rodam o mundo. Assim sendo, lá vão alguns: •Ouça mais, fale menos •Volte sempre às origens, mesmo em pensamentos •Curta o que faz. A grana vem depois, naturalmente •Gaste só o que você ganha •O melhor aluno da sala não necessariamente será o melhor cara do mercado •O pior aluno da sala poderá melhorar com sua ajuda •Gaste tempo com você •Deixe rastros, deixe marcas •Chore e se arrependa, se assim valer •E sorria, mas sorria muito, com vontade e sem culpa. Ah… E sobre a receita, aquela do início … A essência não está nela - se quiser troque o alho por cebola e o gengibre por um gole de pinga. O segredo está no pensamento positivo. Tudo vai dar certo! B Rogério Silva é jornalista e administrador. Atualmente dirige o jornalismo e a programação da TV Paranaíba/Record e da Rádio Educadora/Jovem Pan em Uberlândia, Minas Gerais. E também adora dar conselhos. MEntrevista Cora Caparelli A mulher que ditou o ritmo da música em Uberlândia POR Adriana de Faria/Fabiana Barcelos (Ares) Possivelmente todas as pessoas ligadas à arte e à cultura - e, especificamente, à musica - que vivem em Uberlândia e região já conhecem ou no mínimo ouviram falar do Conservatório Estadual de Música. É um grande empreendimento, que dispõe de um conjunto de instalações destinado a atividades da música, artesanato e expressão corporal, possui galeria de artes, sala de multimeios e biblioteca, e existe graças a uma pessoa que atende pelo nome de Cora Pavan Capparelli - sua fundadora - que em dezembro completa 85 anos, com uma vida praticamente quase toda dedicada à música e à cultura como um todo. Dedicação essa que acabou por contagiar muita gente da família e que sempre contou com o apoio irrestrito do esposo, o médico Vitório Caparelli, com o qual tem três filhos, oito netos e dois bisnetos. Uma das filhas de Cora trabalha no meio musical, onde é doutorada, juntamente com o marido, que é violinista. Das netas, uma já é doutora em viola clássica. Outra, que estuda em uma universidade próxima a Los Angeles, toca violino e está quase concluindo a graduação. É essa grande mulher e personalidade dos meios cultural e musical a entrevistada desta edição da Revista Mercado. Dona Cora fala sobre a música em Uberlândia, do conservatório, de filantropia e ainda de planos para o futuro. Mercado: Como defini-la sob o ponto de vista da música? Cora: Eu me considero uma musicista, professora de piano e de canto, porque fiz curso e trabalhei a minha vida inteira ensinando piano e canto. E, principalmente, sempre fui muito preocupada com a juventude e com a formação profissional dos jovens. No começo, lecionei particularmente na minha casa por dez anos. Daí, então, senti que precisava fundar uma escola, em virtude da profissionalização dos jovens que estudavam comigo. Mercado: A senhora se formou quando? Quando é que começa essa história? Eu me formei em 1946, no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Saí de Uberlândia com 17 anos, fui morar num pensionato e estudei piano e ao mesmo tempo fiz vestibular para a PUC, onde me graduei em Geografia e História. Era uma época em que começava a ter cursos especiais para jovens, havia cursos só para mulheres nas escolas superiores de São Paulo. Então, estudei de 1943 até 1946. Era uma época muito diferente da de hoje, morei em pensionato de religiosas, mas podia sair, frequentar o Teatro Municipal, assistir às óperas. Tive, portanto, uma vida ativa, participando de tudo o que podiam oferecer para a juventude estudantil naquele tempo. Fui vice-presidente do Diretório Estudantil do Conservatório, porque o curso superior tinha o diretório estudantil. Convivia muito com estudantes de medicina, de direito, de outras escolas superiores. Foi uma época muito interessante para mim. Mas voltando à música, eu estudei piano, canto, tive professores particulares de canto, fiz muitas aulas com a professora brasileira Madalena Tagliaferro, que morou na França durante muitos anos. Mais tarde, mesmo depois de formada, ia para São Paulo ter aulas de música, canto e piano. Quando tinha já dez anos de magistério aqui em Uberlândia, foi que percebi que precisava profissionalizar alguns alunos que estavam em estágios muito avançados. Mercado: A senhora foi para São Paulo, estudou e voltou para Uberlândia. Não tinha escola de música em Uberlândia naquela época? Não havia uma escola superior em Uberlândia e nem curso fundamental e médio de música, tinha, sim, alguns professores que lecionavam em casa. Escola mesmo não havia nenhuma. Eu fundei a primeira escola de música de Uberlândia, inaugurada no dia 13 de julho de 1957. Para essa escola começar a funcionar, eu me preparei muito tempo e busquei pessoas que trabalhassem junto comigo. Para isso, contei muito com a orientação do ministro da educação da época, o médico Clovis Salgado, casado com uma cantora muito famosa, a dona Lia Salgado. Por causa de o meu marido ser médico, tive facilidade de me aproximar do ministro Clóvis. Tenho muitas cartas dele arquivadas, em que constam muitas orientações que ele me mandou no tocante à fundação do Conservatório. Mercado: Teve o apoio de mais alguém nesse processo? Eu não podia fundar a escola sozinha, pois aqui em Uberlândia, formada em música era somente eu. Assim, convidei um colega de Uberaba formado em Belo Horizonte, o professor Alberto Frateschi, que concordou em trabalhar aqui em Uberlândia comigo. Trabalhamos juntos por muitos anos. Foi um apoio muito grande que tive, facilitado por ele ser afilhado de batismo do meu pai, que tinha muita amizade com a família dele. Foi esse um dos pontos que favoreceu que ele viesse lecionar aqui. Ele vinha toda semana e passava dois dias em Uberlândia dando aula desde que abri a escola. Mercado: Quais foram as primeiras aulas? Piano, violino, violão, acordeon e canto. É bom ressaltar também o apoio do prefeito de Uberlândia, na época, o senhor Afrânio Rodrigues da Cunha. Mercado: A escola já começou no bairro Brasil? Não. Quando fundada, ela funcionou em um apartamento na avenida Afonso Pena, de frente para a atual localização do prédio do Banco Brasil. Depois, por se tratar de um imóvel alugado, fomos nos mudando para muitos lugares. A escola crescia e a gente tinha que alugar um novo espaço. Por isso, a escola esteve na Tenente Virmondes, na João Pinheiro, na Santos Dumont... À medida que a escola ia crescendo, fui comprando mais pianos. Havia começado com três, que eram todos meus. Tínhamos ainda acordeon, também lecionei acordeon. Contratei um professor de violão. Mas foi por ocasião da inauguração do Uberlândia Clube que se mudaram para a cidade alguns músicos para que o clube pudesse ter um grupo orquestral. Era um conjunto pequeno, porém havia um senhor que tocava piano e acordeon e outro que tocava violino. O acordeonista e pianista era o professor Jean Carlos Beviláqua, que ainda mora em Uberlândia, uma pessoa que toca muito bem e com quem até hoje mantenho grande amizade. Lastimavelmente, o professor de violino, do qual também fui grande amiga, faleceu. Mas ele lecionou muitos anos no Conservatório. Mercado: E o Conservatório? Fundei o Conservatório na minha casa, juntamente com três jovens que lecionavam comigo. Nessa época tínhamos 82 alunos. Essas jovens são Vanda de Lima, Terezinha Pessoa Mendes e Selma Sanches. Lecionávamos inicialmente ainda como escola particular, na minha casa. Depois que começamos com o Conservatório, em poucos dias passamos a ter mais de cem alunos. Esse número foi aumentando cada vez mais. Cerca de dois anos depois a escola já tinha em torno de 400 alunos. Ainda era paga mensalidade, porque eu não tinha como pagar os professores se eu não cobrasse. Cobrava um valor razoável e os alunos foram aparecendo e estudando. Foi numa época em que se compraram muitos pianos em Uberlândia. Mas o violão, o violino, muita gente também estudou, foi muito interessante. A 13 ∞ Mercado Novembro 2010 MEntrevista Mercado: E como foi a mudança da escola particular para o Conservatório do Estado? A resposta é longa. Nós trabalhávamos o mês inteiro, recebíamos a contribuição dos pais dos alunos, mas os encargos trabalhistas eram altos. Tínhamos que pagar o ordenado dos professores mais os encargos trabalhistas, como INSS, FGTS, etc. Isso fazia com que no fim do mês a escola não tivesse sobra nenhuma, nem que fosse para se pensar em comprar um lugar para a escola. A gente não tinha sobra para nada que não fossem as despesas orçadas. Ao mesmo tempo, a cidade estava crescendo e apareceram as outras escolas superiores. Fundei o Conservatório como uma escola de ensino fundamental, médio e superior. O Ministério da Educação logo nomeou um inspetor para o curso superior, quase que automaticamente. O primeiro inspetor foi o senhor Aniceto Marcheroni, que era um professor do Colégio Estadual. Logo depois tivemos outros inspetores. E o Ministério da Educação mandava pessoas para acompanhar o nosso trabalho. Então, uma ou outra sempre me perguntava por que não estadualizar, já que havia outras escolas superiores na cidade que tinham começado todas como escolas isoladas. Havia as escolas de direito, economia, administração, depois vieram engenharia e medicina. Assim, os políticos que trabalhavam aqui começaram a pensar que logo Uberlândia teria uma universidade, e eu fazia parte das discussões. Toda vez que havia reuniões para tratar do desenvolvimento do ensino na cidade eu era convidada. Então comecei a questionar meu pai se não seria interessante eu doar o ensino fundamental e médio para o governo de Minas Gerais, pois naquela época já havia muitos conservatórios estaduais. Tinha em Diamantina, que fora fundado pelo ex-presidente Juscelino Kubitsheck, tinha em Rio Branco, em Porto Alegre. Havia outros conservatórios e todos eles administrados pelo governo estadual. Uberlândia tinha três deputados estaduais entre os anos de 1960 e 1962, eram eles o Dr. Homero Santos, o Dr. João Pedro e o Dr. Valdir, e tanto eu como o meu pai tínhamos muita amizade com eles, principalmente com o Dr. Homero Santos - eu fui colega de uma irmã dele quando fiz o curso ginasial, e de outra fui ainda amicíssima. Então, os procurei para que me dessem uma ideia para, quem sabe, conseguir doar o acervo da escola para o governo de Minas e assim conseguir a encampação para que se transformasse em uma escola também estadual. Diante disso, procurei o Sr. Jacy de Assis e o Dr. Juarez, ambos diretores de duas escolas superiores em Uberlândia. Eles me deram um grande apoio. Perguntaram se eu doaria também o acervo da escola superior. Quando A MEntrevista fossem fundar a universidade de Uberlândia o curso superior de música iria pertencer também à universidade. Assim, na medida em que foi crescendo a ideia, eu fui acompanhando o processo. Estive muitas vezes em Belo Horizonte, deixei o projeto com os três deputados estaduais e também com o Dr. Rondon Pacheco, que era deputado federal e depois foi chefe da casa civil do Presidente Costa e Silva. Na época, o Ministério da Educação estava a cargo do senhor Márcio Dutra. Eu viajava tanto, insistia tanto, que acabei conseguindo fazer essas duas doações. Os cursos fundamental e médio foram encampados pela Secretaria da Administração e da Educação e, de 1966 em diante, passou a ser o Conservatório Estadual de Minas Gerais. Era para ter o nome, sugerido por mim, do professor Ladário Cardoso Teixeira, que é um músico que sempre admirei muito. Mas recebeu o meu nome, por causa da doação que eu fiz; só pianos eu doei 18. A biblioteca, que já era bem vasta, doei inteira, musicoteca, todos os instrumentos, vídeos, todos os negativos de fotos que tínhamos naquele tempo. Então eles receberam um acervo bem significativo para a época. Mercado: A senhora continua ligada ao Conservatório? Eles me indicaram como diretora, cargo que ocupei até 1988. Mercado: E à faculdade? A parte de ensino superior foi para a Universidade Federal de Uberlândia - UFU. Eu fui a primeira pessoa que assinou a doação e dei mais 8 pianos para a UFU. Nós havíamos feito uma rifa para comprar um piano de cauda aqui para a região. Esse piano é um Stainway, que ainda está lá na UFU, então doei os pianos que tinha. Para que o curso superior fosse reconhecido, tinha que ter uma biblioteca razoável e eu trabalhei muito para conseguir livros, músicas, a parte de musicoteca. Mercado: A senhora chegou a dar aulas na Universidade Federal? Pela Universidade Federal não. Dei aula até 1974, antes da federalização. Eu tenho uma aposentadoria pela universidade, mas não pela federal. Mas nunca me interessei em fazer uma documentação, uma procuração para mudar minha titulação. Mercado: Quantas gerações de músicos já passaram pelas mãos da senhora? Não sei. O Conservatório, em 2007, completou 50 anos. E eu ainda dou aulas até hoje, só que aqui na minha casa. Mercado: Qual o maior orgulho que a senhora tem de todo esse tempo de história? Sinceramente, orgulho eu não tenho de nada. Eu agradeço muito a Deus de ter conseguido criar as escolas e de ter dado um encaminhamento a elas. Eu reconheço que quem trabalha como professor no Brasil recebe um ordenado muito módico, mas ainda serve para colaborar Mercado Novembro 2010 ∞ 16 na manutenção. O Conservatório, numa ocasião em que eu ainda era diretora, chegou a ter 178 professores, isso ajudou muita gente. Na UFU também tem muita gente que leciona no departamento de música. Eu também organizei todo o departamento de artes plásticas da UFU, a pedido, quase que uma ordem do ministro de estado de então. Ele falou assim: “Olha, eu vou dar todo o apoio para a senhora conseguir a doação do ensino superior para a Universidade, mas eu queria mudar o nome para Faculdade de Música, em vez de Conservatório. Porque vamos fazer uma Faculdade de Artes. A senhora cria até o fim do ano o curso de artes plásticas. (Era 1968). A senhora faz um curso de licenciatura em desenho e plástica, um curso de desenho plástico, um curso de decoração”. Então eu fiz um curso de comunicação e desenho publicitário, mas trabalhei muito, eu achei que ia ser muito bom para a nossa cidade. Mercado: A senhora acompanha a carreira de ex-alunos? Sempre. Tem um aluno que se graduou estudando piano conosco. Consegui uma bolsa para ele fazer um curso de educação artística no Chile, onde passou um ano. Voltou para Uberlândia, onde foi convidado para lecionar no Curso Superior de Música lá em Goiânia, e eis que eu recebo uma correspondência da Suíça dizendo que havia vagas para professor de educação artística lá. Eu me comuniquei com ele, ele se chama Iramar Rodrigues. Ele tinha uns dólares, foi para a Suíça e tirou o primeiro lugar. Nosso aluno aqui de Uberlândia é professor há mais de 20 anos na Suíça. Eu acompanho os alunos e os trago anualmente para dar cursos em Uberlândia. Mercado: O que é a Fundação Pró-Música? Eu me aposentei em 2001 e fundei a Associação Pró-Música, que já teve muitos sócios, muitas pessoas trabalhando como entidade, mas depois as pessoas estranham ter que pagar mensalidade. Hoje não se cobra, eu faço toda a programação através de temporadas, estamos na 9ª temporada. Não cobro nada dos eventos porque eu consigo isenção de pagamento de impostos. Mercado: Na música, quem são seus compositores favoritos? Eu gosto imensamente do nosso brasileiro Villa Lobos, mas gosto também demais de Beethoven, Chopin, Liszt. Tem ainda alguns outros compositores brasileiros que aprecio, como Osvaldo Lacerda. Sou até amiga dele e da Eudóxia de Barros, que é sua esposa. Eu acho que a música, se bem executada, é sempre bonita. Então nós temos algumas peças da nossa preferência, mas toda peça bem executada é boa. Eu admiro imensamente o nosso quase uberlandense Calimério Soares, que mora em Uberlândia e também se formou aqui, na Universidade. Eu tive a honra e o prazer de dar aulas para ele, que é um compositor que está se tornando conhecido no mundo todo. Já se aposentou, mas trabalha muito em prol da música de Uberlândia. A MEntrevista A esposa dele também é muito dotada musicalmente. Atualmente, tem no YouTube uma batucada do professor Calimério que está fazendo sucesso. E tem a minha filha, que é uma pianista internacionalmente conhecida, que executa com uma pianista americana. Mercado: O fato de ser mulher ajudou ou atrapalhou em alguma coisa na sua carreira? Só digo uma coisa. Para eu poder fundar o Conservatório e ficar como diretora e ter certa autonomia para poder viajar e cuidar da escola foi preciso meu marido ir comigo ao cartório, em 1957, e me dar uma autorização registrada, senão nada teria sido feito. Mercado: Teve outras dificuldades? Sempre contei com muito apoio, tanto da minha família quanto das autoridades aqui da cidade, como prefeitos, vereadores, todos sempre tiveram uma grande consideração por mim. Eu acho que Deus me abençoou muito por ter me permitido realizar o que realizei. Não é nada de extraordinário, mas ao menos está funcionando há muitos anos. O curso superior é um departamento muito conceituado. A gente tem que ter modéstia de pedir o apoio às pessoas. Continuo acompanhando o Conservatório. Lá tem um concurso anual de música que leva meu nome, assim como o Conservatório, que também leva o meu nome, o que já tentei até mudar. No mais, eu agradeço muito. Mercado: Como a senhora avalia o interesse do jovem pela música hoje? Mudou com o tempo? Eu acho que os jovens se interessam muito pela música sim. Mas acho que poderiam se dedicar mais ao conhecimento dela, para que tenham mais convivência com a música de qualidade. O que é tocado hoje não é a melhor música. Para ajudar os jovens, acredito que temos que trabalhar mais para divulgar a boa música. Com o tempo o interesse dos jovens mudou. Quando eu era jovem, ouvíamos música mais baixo, e ela era mais melodiosa, mais agradável. O conceito de música mudou muito. Porém acredito que isso seja uma fase. Tudo no mundo é feito de fases, de tempo. Tenho esperança de que, um dia, a boa música volte a permear nossas vidas. Por hora, faço um alerta: o de que não se ouça música muito alto, pois isso prejudica os ouvidos e a percepção. Mercado: Sabemos que seu cotidiano é corrido, mas ainda encontra tempo para filantropia. Como consegue? Sou muito preocupada com o meu próximo e com a situação da mulher no mundo atual. Por isso, acho muito importante termos um pouco de tempo para estudarmos a vivência da mulher, as necessidades e o posicionamento delas no mundo de hoje. A mulher tem um papel importante na educação. Não consigo me desvincular desse tipo de problema, por esse motivo eu, sempre que possível, tenho encontros com as pessoas que precisam. E isso me ajuda muito também, pois eu conheço mais de outros assuntos. Além de ajudar, em troca eu saio ganhando, pois adquiro novos conhecimentos, pois trocamos pontos de vista. Isso é viver a filantropia atualmente. Mercado: A senhora se sente realizada? Falta alguma coisa na sua vida? Tenho realizado boa parte daquilo que idealizei, que sonhei. Mas como estou viva, sempre há mais alguma coisa que minha imaginação, minha inteligência e meus ideais buscam. Se eu viver mais um pouco desejo realizar outras coisas sim, pois penso que eu ainda não concluí tudo. Há ainda outros planos e vou abrir um deles pra vocês. Tenho vontade, por exemplo, de escrever um livro sobre a minha infância, sobre os meus primeiros anos de vida. Quero mostrar uma Uberlândia que está na minha memória, no meu coração. Para deixar uma lembrança para minha família e para todas as pessoas que me amam. B MFranchising&Negócios Sistema de expansão “Não é porque as coisas são difíceis que nós não ousamos, é porque nós não ousamos que elas são difíceis” Sêneca POR Carlos Ruben Pinto* Muitos empresários com negócios bem-sucedidos e com potencial para se tornarem franqueadores me fazem a seguinte pergunta: por que eu deveria expandir meus negócios através do sistema de franchising? Essa pergunta é muito importante como ponto de partida, pois é preciso antes de tudo conhecer os benefícios e os riscos desse sistema de negócio, para então dar início às etapas do processo de formatação da franquia, se for o caso. O potencial franqueador precisa primeiro entender que o objetivo do franchising é permitir a empresas sérias utilizarse de seus benefícios para melhorar o seu sistema de distribuição e conquistar novos mercados, disponibilizando sua marca e know-how a um número planejado de franqueados. Quem quer expandir seus negócios quer um mercado maior, quer tamanho, quer escala, quer estar presente em determinadas localidades e quer crescer vendendo mais produtos e/ou serviços. Soma-se a isso a questão de logística e custos, pois o franchising permite colocar a marca, produtos e/ou serviços onde estão os clientes, tendo um franqueado à frente como dono da operação, o que aumenta a eficiência e em paralelo reduz os custos. velocidade aproxima mais a empresa de um grande público. Nada mais natural que mostrar também ao potencial franqueador os riscos da operação de franchising. As operações de franquias podem fracassar se: o franqueador não conhecer o funcionamento do sistema; não conhecer a legislação pertinente - que, aliás, é simples; não se preparar antes e consequentemente tornar-se apto a franquear; não oferecer soluções a seus franqueados, frustrando as expectativas, ou pior, gerando falsas expectativas; e aceitar franqueados que não têm o perfil desejado, o que implica mais adiante ter que encontrar mecanismos que os afastem da rede por comprometer a marca e a operação. Quando não há um criterioso planejamento da expansão, promove-se um crescimento desordenado e sem controle, com abertura de unidades franqueadas em qualquer lugar, colocando, então, mais uma vez, a operação de franchising em risco. Esse risco aumenta quando a empresa franqueadora não tem um suporte técnico adequado para atendimento à rede, não investe em tecnologia, em pesquisa e desenvolvimento para inovar e em marketing e fidelização dos franqueados e clientes. O franchising permite colocar a marca, produtos e/ou serviços onde estão os clientes, tendo um franqueado à frente como dono da operação, o que aumenta a eficiência e em paralelo reduz os custos O primeiro é analisar e fazer um bom diagnóstico. O segundo, planejar tudo e, por fim, agir com disciplina Que outros benefícios o sistema pode ter? Vejamos: o franchising, como alternativa de expansão, como já disse, permite que a empresa tenha seus custos de expansão reduzidos, o que possibilita assim aumentar o faturamento e, consequentemente, ter maior lucratividade na operação. A empresa pode ter então um crescimento compartilhado com seus franqueados, que assumem na ponta a gestão da unidade franqueada. Ou seja, a expansão é mais rápida e essa Todos os riscos podem e devem ser bem administrados, são cuidados que precisam ser tomados para se aproveitar bem todos os benefícios do sistema, pois estar no sistema de franquias deve representar, tanto para o franqueador como para os franqueados, um negócio mais seguro. Portanto, antes de entrar, recomendo três passos. O primeiro é analisar e fazer um bom diagnóstico. O segundo, planejar tudo e, por fim, agir com disciplina - seguir os planos e metas e assim construir uma rede da qual você possa se orgulhar sempre. B * Carlos Ruben Pinto é administrador de empresas, consultor de varejo e franquias [email protected] - www.guiadofranchising.com.br/mds Mercado Novembro 2010 ∞ 20 MInvestimentos&etc. O mundo mudou POR Renato Faria A pós a estabilização da economia na década de 90, o século XXI assume a responsabilidade de retomar o crescimento econômico, mas agora com outras preocupações. O crescimento da renda média das famílias fez surgir um novo padrão de consumo, fazendo com que estas trocassem a antiga televisão analógica pela digital, o antigo desktop pelos notebooks e netbooks... Além disso, as pessoas estão vivendo mais, a expectativa de vida passou a ser de 69 anos para homens e de 77 anos para as mulheres, isso devido à melhoria na qualidade de vida dos brasileiros e aos avanços científicos na área da saúde. É notório que o mundo está mais dinâmico, as oportunidades aparecem e desaparecem todos os dias das nossas vidas. Estamos vivendo mais, ganhando mais, gastando e poupando mais, por isso é necessário planejar melhor o nosso futuro. Mas você sabe onde estão as melhores oportunidades? Você sabe quais são as apostas do mercado? Onde e quanto você pode ganhar? Essas são questões que fazem parte de todo planejamento. Investir em bolsa de valores nada mais é do que aproveitar essas oportunidades. Quando você compra uma ação você se torna sócio da empresa que emitiu essa ação no mercado. Essa capitalização serve para financiar os investimentos da empresa em novas estruMercado Novembro 2010 ∞ 22 turas produtivas, novas máquinas, contratação de funcionários, etc. Investimentos estes que são fundamentais para o crescimento do país e vão repercutir na renda das famílias. As famílias, ganhando mais, vão consumir mais e poupar mais, aumentando os lucros das empresas. Parte desse lucro será distribuído aos acionistas da empresa em forma de dividendos, além de fazer com que as ações sejam valorizadas. Portanto, o investidor, ao comprar uma ação, ganha com a valorização do patrimônio investido e com o aporte de dividendos. Investir em bolsa de valores é se tornar sócio de grandes empresas, como Petrobras, Vale, Bradesco, Itaú, Gerdau e da própria BVM&F nossa bolsa de valores Quer ser sócio? Investir em bolsa de valores é se tornar sócio de grandes empresas, como Petrobras, Vale, Bradesco, Itaú, Gerdau e da própria BVM&F - nossa bolsa de valores. São mais de 450 companhias de diferen- tes negócios e setores da economia. Mas, e o risco? A mística de que investir em bolsa de valores é um investimento com alto grau de risco, que somente grandes investidores conseguem ganhar dinheiro, ou que tem que ser louco para entrar nesse negócio, está caindo por terra. Hoje, a bolsa brasileira é a terceira maior bolsa de valores do mundo, a segunda das Américas e a maior da América Latina. Com o avanço da tecnologia impulsionado pelo fenômeno da internet, as informações estão muito mais acessíveis, o que facilita o conhecimento sobre como investir. Além disso, com a assessoria de um bom profissional de mercado, você pode montar uma estratégia de investimento que satisfaça suas necessidades. Primeiramente, é necessário conhecer o seu perfil: conservador, preferindo ganhos modestos e risco controlado; ou agressivo, com preferência por ganhos expressivos, porém com maior grau de risco. Existem ações para todo perfil de investidor. Em segundo lugar, você deve ter como objetivo um resultado esperado e um horizonte de retorno, para que, junto com o assessor de investimento, vocês possam definir a melhor estratégia para se investir. E, finalmente, é importante seguir fielmente essa estratégia, preocupando-se com os resultados no prazo definido. Portanto, investir em bolsa de valores é um investimento de risco calculado e você vai sem- pre saber quanto poderá ganhar ou perder em cada negócio efetuado. Os jovens assumiram uma posição fundamental no novo cenário econômico, pois representam hoje a maior parcela da população. O planejamento deve começar nessa fase da vida, quando se pode arriscar mais, apostar em algumas oportunidades e ter tempo para voltar atrás ou mudar o traçado do caminho a percorrer. À medida que se fica mais experiente, as decisões se tornam mais difíceis e devem ser tomadas com maior cautela, o tempo a cada dia se torna mais um adversário e as responsabilidades só aumentam. Isso é fundamental no planejamento econômico: saber Quanto mais jovem você é, mais pode alocar seu dinheiro em investimentos de risco, pois poderá recuperar uma perda em um tempo maior qual parcela deve ser investida em renda fixa e renda variável. Quanto mais jovem você é, mais pode alocar seu dinheiro em investimentos de risco, pois poderá recuperar uma perda em um tempo maior. Mas isso não é uma regra, faz parte do perfil do investidor. A Bovespa espera um crescimento de 10 vezes no número de pessoas físicas até 2015, ou seja, serão mais de 5 milhões de brasileiros sócios de grandes empresas. Para isso, investirá pesado em campanhas publicitárias e contará com a divulgação em todas as mídias, mostrando as vantagens de se investir em bolsa de valores. Não dá mais para ficar esperando as oportunidades virem até você, o mundo mudou. Agora, nós temos que ir ao encontro das oportunidades e fazer com que elas nos gerem lucro. Você pode começar comprando OGXP3 (OGX), VALE3 (Vale), ITSA4 (Itaú), AMBV4 (Ambev) e PETR3 (Petrobras), basta você procurar um bom assessor de investimentos para auxiliá-lo na estratégia e se cadastrar em uma corretora. B MTrabalho Trabalho feito a partir de casa POR Margareth Castro O home office está se tornando uma tendência, e é cada vez maior o número de profissionais que deixam de ir às empresas para realizar suas atividades em casa O velho conselho de que não se deve levar trabalho para casa ficou no passado. Agora, muitos profissionais estão transformando o próprio lar em escritório, o chamado home office. A modalidade, que está se tornando tendência, só não é mais popular por causa da legislação trabalhista, que determina que o trabalhador, para ter vínculos empregatícios, precisa passar cartão de ponto e cumprir jornada de pelo menos oito horas di- Mercado Novembro 2010 ∞ 24 árias. Mas o tradicionalismo começa a ceder diante do aumento da produtividade daqueles que optam ou têm a oportunidade de levar o trabalho para casa. Além de economia de tempo - não é preciso se deslocar até a empresa, há o ganho de qualidade de vida. De olho nessas vantagens, muitas empresas já estão aderindo e até incentivando o home office, entre as quais, Algar Tecnologia, Du Pont, Ernest&Young, HP, IBM, Merryl Linch, Natura, Shell, Symantec, Ticket (G. Accor) e GOL. No caso da Algar Tecnologia, empresa do Grupo Algar, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a empresa fez o primeiro teste de home office nos meses de novembro e dezembro de 2008, colocando alguns associados (como denominam seus funcionários) para trabalhar em casa. A intenção era avaliar a produtividade e aspectos como disciplina, clima e motivação. De acordo com o diretor de operações, Luiz Fernando Scheliga, os resultados foram bons e em 2009 decidiram desenvolver o projeto em maior escala. “Hoje temos 100 domicílios preparados para home office e o feedback positivo de clientes”, Luiz Fernando Scheliga Neste ano, 60 associados estão no sistema e ficam pelo menos um dia da semana em casa, o que fez diminuir o número de posições instaladas na empresa. Os associados, maioria do staff e o restante do setor de operações de atendimento, são triados pela empresa e recebem toda infraestrutura necessária para desenvolver a atividade em casa, como mobiliário adequado e computador com internet banda larga e linha telefônica instalados. A gestão é feita pela empresa a distância, por meio de sistemas de tecnologia, mas é diária, como se o chefe estivesse presente. “Hoje temos 100 domicílios preparados para home office e o feedback positivo de clientes”, contou Scheliga. Adão Rodrigues de Paula, 44 anos, consegue economizar tempo e dinheiro. Diferente de muitos trabalhadores, ele não precisa pagar transporte ou perder tempo no trânsito para chegar ao trabalho. E não é porque ele mora perto da empresa não, é porque trabalha no conforto de sua casa. Há sete anos, ele é operador de telemarketing da Algar Tecnologia, mas só vai à empresa quando é convocado para reuniões ou para participar de alguma comemoração. “Apesar de trabalhar em casa, sinto-me totalmente vinculado à empresa. Não há diferença entre o associado que fica em casa e o que está lá”, disse. Adão de Paula diz que em casa também há rotinas de trabalho, regras a serem cumpridas e gestão, como se estivesse na empresa. Ele conta que a vantagem do home office é não ter que se deslocar, o que para ele é ainda mais complicado, já que é paraplégico desde os dois anos de idade, quando sofreu de poliomielite. Como a jornada de trabalho na Algar Tecnologia é de seis horas diárias, Adão de Paula cumpre das 6h às 12h e, para complementar sua renda, das 12h30 às 18h30 trabalha, há nove anos, na Prefeitura. “Em um órgão público é diferente. Acredito que o home office é uma tendência que já deu certo e cada vez mais empresas vão adotar, mas ficará restrito às empresas privadas”, opinou. A Adão Rodrigues de Paula é paraplégico e - trabalhando em casa - atendente de telemarketing da Algar Tecnologia, onde está há 7 anos 25 ∞ Mercado Novembro 2010 MTrabalho Sine - A diretora do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Uberlândia, Daisy Afonso, compartilha da mesma opinião. Segundo ela, o home office é uma tendência, porque sai mais barato para o trabalhador, já que evita deslocamentos, e ainda é uma oportunidade para sair da ditadura do horário. “Há uma flexibilização das leis trabalhistas e isso é bom para a empresa e o trabalhador. Em Uberlândia, a Algar Tecnologia, uma das empresas que atendemos com seleção e recrutamento, já está buscando esse perfil. E a empresa já provou que dá certo trabalhar nesse sistema”, explicou. Daisy Afonso diz ainda que as pessoas em Uberlândia têm resistência às tendências, mas o home office oferece oportunidades, qualidade de vida e ganho para as empresas e os trabalhadores. encontrou na legislação argumentação que defende a legitimidade desse tipo de trabalho. “A empresa cercou-se de cuidados para que o associado tivesse rotina de trabalho”, disse. De acordo com Scheliga, a flexibilização das leis trabalhistas aumentaria a prática de home office. “Antes não havia tecnologia, então não era possível imaginar pessoas trabalhando em casa, mas conectadas à empresa, inclusive sendo acompanhadas e monitoradas por seus gestores”, justificou. O advogado Liopino Neto, especialista em Processo Civil e Tributário, diz que qualquer função ou atividade, independentemente do local de trabalho, poderá gerar um vínculo trabalhista. Segundo ele, a lei não distingue entre a realização do trabalho efetuado na em- HOME OFFICE PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS Ganho em qualidade de vida Distrações com TV e visitas fora de hora Alta na qualidade do atendimento Excesso de trabalho (é preciso ter hora para começar e para encerrar o expediente, senão a vida acaba virando uma permanente hora-extra) Mais pontualidade no cumprimento de horários, como as pausas - Não absenteísmo - Queda na taxa de desligamentos - Aumento da produtividade - Quebra de barreiras geográficas - Reinclusão das pessoas no mercado de trabalho - Legislação trabalhista Especificamente na Algar Tecnologia, o diretor de operações afirma nunca ter tido problemas trabalhistas por causa do home office. Segundo ele, a empresa Mercado Novembro 2010 ∞ 26 presa ou na residência, mas é preciso que sejam caracterizados os requisitos da relação de emprego, como subordinação, não eventualidade, pessoalidade e recebimento de salários, para que o vínculo seja confirmado. Liopino Neto: “Lei não distingue entre a realização do trabalho efetuado na empresa ou na residência, mas é preciso que sejam caracterizados os requisitos da relação de emprego” Liopino Neto, que atua na área empresarial, explica que a empresa precisa ter alguns cuidados ao contratar um funcionário para trabalhar em casa. Segundo ele, se a empresa não pretender a formação de vínculo trabalhista, o ideal é que a pessoa a ser contratada realize os serviços por tarefa e desenvolva esta atividade para outras empresas. Porém, em caso de ser funcionário, ele alerta para o cumprimento da jornada de trabalho de 44 horas semanais, sendo oito horas diárias, com ao menos uma hora de intervalo. “Em princípio, o correto é a empresa não contactar o funcionário fora do expediente normal de serviço. Mas tudo dependerá do tipo de serviço ou tarefa desejada pela empresa, pois serviços de natureza intelectual são realizados, às vezes, fora do expediente normal. Porém, para os serviços de telemarketing, já existem um horário preestabelecido entre as partes”, explicou. Mesmo trabalhando no sistema home office, o funcionário pode se resguardar para ter os seus direitos trabalhistas respeitados. Liopino Neto explica que uma das formas é arquivar e manter um sistema de horas trabalhadas em favor da empresa, seja via emails, telefones ou comunicação virtual. “Hoje existem sistemas de controle que informam a quantidade de horas trabalhadas e qual o tipo de serviço executado”, diz. Liopino Neto também acredita que o home office é uma tendência, já que economiza no deslocamento de pessoas e acomodações delas, o que encarece ao final do processo produtivo. Mas ele acredita que no momento esse tipo de relação é viável apenas para certas atividades, como confecção, telemarketing e áreas cuja produtividade seja de mais fácil controle. “A longo prazo, com a flexibilização das leis trabalhistas, com menos rigor sobre horas extras, noturnas, intervalos nas jornadas e quanto ao próprio vínculo laboral, outras atividades poderão ser inseridas neste sistema”, conclui. B Tire dúvidas Perguntas e respostas mais frequentes sobre home office O que é home office? Home office é um conceito de atividade profissional desempenhada fora do ambiente tradicional de uma empresa. Quais os custos iniciais para montar um home office? Como em qualquer atividade profissional, é essencial saber dosar os investimentos para garantir que a iniciativa seja sustentável. O desembolso total varia bastante, mas o que precisa ser feito é um bom orçamento. Alcançar um nível mínimo de conforto precisa ser uma meta, e por isso é importante reservar parte dos rendimentos da sua atividade para reinvestir no escritório doméstico. Todo mundo pode trabalhar em home office? Não. E é importante fazer uma boa análise situacional e de perfil antes de pensar em montar um. Nem toda atividade profissional pode ser desempenhada longe da equipe ou das instalações da empresa, e nem toda cultura organizacional está pronta para soltar as amarras da gestão presencial de seus profissionais. Os horários são mais flexíveis? Quem trabalha em casa corre o risco de ficar mais preso ao trabalho por poder responder a qualquer hora do dia? Os horários são tão flexíveis quanto o profissional desejar ou puder sustentar, e há risco nas duas extremidades: trabalhar pouco ou trabalhar demais. Algumas pessoas, por não ter controle externo, são levadas à procrastinação, tudo fica para a última hora, prazos são perdidos e a qualidade cai. Cada pessoa precisa avaliar se ela conseguirá se manter disciplinada, motivada trabalhando sem equipe, sem um chefe presente para direcionar, precisando se expor diretamente aos riscos da atividade e sem toda a estrutura de apoio da empresa. É possível um home office com família e animais? Como administrar? Sim, claro que é possível - e até bem comum! Acompanho vários casos de profissionais que trabalham na mesma casa em que convivem com suas famílias, sem maiores problemas. O desafio é saber separar os ambientes e os horários, e o ideal é ter isso bem definido, de forma a facilitar a percepção dos limites. Mas há um detalhe importante: se várias pessoas convivem na casa o dia inteiro e os ambientes se misturam, o impacto sobre a produtividade é inevitável. Fonte: Augusto Campos - administrador e criador do blog efetividade.net (registro cerca de 30 mil acessos diários) MTrabalho Há vagas para profissionais qualificados e atualizados POR Isabella Peixoto (Ares) Ofertas de trabalho existem aos montes, mas o mercado de trabalho cobra capacitação e reciclagem constantes C apacitação e atualização: palavras fundamentais no vocabulário e no currículo de todo profissional que pretende conquistar espaço no mercado de trabalho. A crescente competição acabou com a ideia de que cabia aos cargos gerenciais pensar e ao trabalhador apenas executar tarefas. Hoje é preciso estar preparado para enfrentar desafios constantes e atender com agilidade as necessidades das organizações. Segundo a analista de talentos humanos da Algar Telecom, Lud- Mercado Novembro 2010 ∞ 30 mila Barbosa Silva, é extremamente importante investir no próprio desenvolvimento. “A cada dia que passa o mercado de trabalho está mais competitivo e os profissionais estão mais qualificados. As pessoas estão fazendo investimentos em cursos de idiomas, pós-graduações em instituições conceituadas, cursos de imersão no exterior, etc. O mercado de trabalho sempre dá preferência para os melhores profissionais, os que não param de investir em seu desenvolvimento. Quem não investe no próprio crescimento perde em empregabilidade”, afirma a analista. Segundo dados do Sindicato das Indústrias do Vestúario de Uberlândia (Sindivestu), um dos maiores entraves para o desenvolvimento do setor na cidade é a falta de mão de obra especializada para trabalhar nas confecções. Ainda, de acordo com o Sindivestu, a indústria têxtil e de confecção local emprega atualmente cerca de 2 mil trabalhadores diretos em 74 empresas associadas. Destas, quase 60 - cerca de 80% do total em atividade - terceirizam alguma fase da produção para profissionais ou empresas de outras cidades para conseguir atender a demanda. Mas, em se tratando de qualificação profissional, a importância dos cursos não é exclusiva para quem quer entrar no mercado de trabalho. Manter-se atualizado quanto à sua área de atuação é essencial para um bom profissional. Para a consultora em gestão de pessoas, Paula Katiúscia Silva, diante do atual cenário, a atitude de buscar aperfeiçoamento e atualização é decisiva para o profissional manter-se no mercado do trabalho. “Hoje o mercado requer um processo de aprendizagem contínua. Como os métodos e as técnicas de trabalho estão em constante renovação, os profissionais devem estar sempre atualizados para manter as organizações interessadas em suas competências. Estar acomodado ou simplesmente deixar as coisas acontecerem são grandes empecilhos para a construção e manutenção de uma carreira de sucesso. A acomodação impede que os profissionais enxerguem as mudanças que estão acontecendo, muitas vezes impedindo que façam investimentos em suas carreiras e na atualização profissional. Sendo assim, é importante que os profissionais estejam constantemente comparando o seu currículo com o perfil que as empresas estão buscando em sua área de atuação e vão atrás de cursos de aperfeiçoamento e atualização profissional. Essa dica vale tanto para quem está empregado como para aqueles que estão em busca de um emprego”, adverte Paula. Em Uberlândia, o crescimento da abertura de empresas (foram 1.989 abertas nos nove primeiros meses deste ano, segundo dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais - Jucemg) impulsiona o aumento de oportunidades de trabalho e, consequentemente, o surgimento de empresas que visam a qualificar pessoas. Na visão da sócia-diretora da empresa Rhaizes Espaço de Formação Aberta, Alzira Almeida, que já realizou treinamentos para empresas como Uniube, Engeset e Grupo Anhanguera, a cidade de Uberlândia - até pela etapa de desenvolvimento socioeconômico em que se encontra - constitui-se como referência para todas as pessoas que buscam oportunidades de trabalho e desenvolvimento na carreira, até por destacar-se como polo comercial e educacional. “As características comerciais e educacionais da cidade representam um desafio de aperfeiçoamento permanente para os profissionais que aqui trabalham e visam a reunir condições para fazer frente a um mercado altamente competitivo e multifacetado. Esses atributos são exteriorizados e incorporados à imagem que se constrói em nossa cidade, que passa a atuar como uma força na produção de demandas por serviços de qualificação do desempenho de pessoas e organizações de diferentes naturezas. Por outro lado, esses serviços envolvem o aspecto sempre atrativo das oportunidades de interação com personalidades representativas de setores competentes da sociedade, promovendo o entrelaça- mento dos conhecimentos específicos que se busca e os da cultura de negócios local”, reitera Alzira. A professora e proprietária do Centro de Estudos Terra Brazilis - espaço que oferece cursos de capacitação e extensão para diversas áreas -, Neiva Antunes, conta que a procura pelos cursos tem sido grande e vem muitas vezes de profissionais que não encontram em suas cidades bons cursos em suas áreas. “Já trabalhamos com empresas e pessoas de várias localidades, muitas vezes porque não há cursos interessantes onde o profissional mora ou onde a empresa atua”. Ela diz já ter realizado treinamentos fora de Uberlândia para a Cooprata (Prata), a Usina Cerradão (Frutal) e o Instituto Brasileiro de Florestas. Isso, sem contar que recebe em seus cursos alunos de Uberaba, Caldas Novas, Patrocínio, Patos de Minas, Brasília, entre outros Cada um de nós sabe o que busca para o futuro e o mercado sabe o que precisamos para chegar lá. A questão está em ter a disposição de aprender para crescer lugares. “As pessoas já descobriram que Uberlândia tem excelentes centros de formação e faculdades, e quem quer qualificação corre atrás dela onde tiver que ir”, conta a professora. “Cada um de nós sabe o que busca para o futuro e o mercado sabe o que precisamos para chegar lá. A questão está em ter a disposição de aprender para crescer”, aconselha. B 31 ∞ Mercado Novembro 2010 MCapa As melhores empresas em sustentabilidade POR Evaldo Pighini Cargill, Iso Olhos, Efrem, Sankhya e Uberlândia Refrescos: o consumidor já tem mais um justo motivo para prestar mais atenção nas marcas, produtos ou serviços dessas empresas; elas acabam de conquistar o prêmio Empresário Herói 2010, conferido a empresas que investem em sustentabilidade, posicionamento institucional e atuação no mercado regional “A regra geral para a população mundial hoje é mudar ou morrer”. Aconteceu no dia 11 de novembro a solenidade de entrega dos certificados do Prêmio Empresário Herói. Entre mais de 380 convidados, estavam os representantes das 56 empresas inscritas para esta edição 2010 do prêmio, que visava a reconhecer as melhores práticas em sustentabilidade de Uberlândia e região. Na noite da premiação foram consagradas seis empresas: a Cargill Agrícola, vencedora na categoria Projeto Ambiental; o Instituto de Saúde Ocular - Iso Olhos, que Mercado Novembro 2010 ∞ 32 levou o prêmio em duas categorias, Projeto Social e Inovação Tecnológica; Efrem Telecomunicações, na categoria Micro/Pequena Empresa; Sankhya Gestão de Negócios, categoria Média Empresa; e, finalmente, a empresa Uberlândia Refrescos, que ficou com o título na categoria Grande Empresa. O idealizador do prêmio Empresário Herói e presidente da Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, referiu-se ao prêmio como “um estímulo a empresas que desejam alcançar excelência em suas atividades produtivas e nos assuntos de sustentabilidade”. Ainda durante a solenidade, o empresário Onofre Siqueira recebeu da Fiemg Regional Vale do Paranaíba o título “Industrial do Ano”. Autoridades presentes na solenidade de entrega do Prêmio Empresário Herói (da esquerda para a direita): Celso Vilela, presidente da CDL Uberlândia; Tenente Coronel Hércules dos Reis Silva, da 9ª Cia de Polícia Militar; Paulo Ferolla, presidente do Sindicato Rural de Uberlândia; Dilson Dalpiaz, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Uberlândia; Pedro Lacerda, presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba; Dr. Joemilson Donizetti Lopes, diretor do Foro da Comarca de Uberlândia; professor Alfredo Júlio Fernandes Neto, reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); e José Geraldo Sales, superintendente da Caixa Econômica Federal O prêmio “Empresário Herói” foi criado em 2009 pela Fiemg Regional Vale do Paranaíba com apoio do Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo e Alto Paranaíba (Cintap), do Eco Instituto, dos Sindicatos Patronais da Indústria e da Revista MERCADO, com o objetivo de reconhecer e dar merecida notoriedade às práticas da sustentabilidade empregadas à frente de suas empresas por empresários de Uberlândia e região. Para os organizadores, o evento deste ano conseguiu de novo alcançar o objetivo de reconhecer as empresas que investem em sustentabilidade - econômica, social, ambiental e cultural, em posicionamento institucional e em atuação no mercado regional. O “Empresário Herói” Esta foi a segunda edição do Prêmio Empresário Herói e já contou com um número bem maior de empresas inscritas com relação ao ano anterior, demonstrando a sua credibilidade e imparcialidade ao julgar e destacar as ações dos participantes na questão da sustentabilidade. Outro ponto positivo é que o aumento de participantes pode estar relacionado com a também crescente preocupação dos empresários da região em promover administrações sustentáveis em seus negócios, o que é bom para ambos os lados: empresa e sociedade. E o meio ambiente agradece. Neste ano, foram 56 empresas de Uberlândia e região que se inscreveram e concorreram ao Prêmio “Empresário Herói” nas seguintes categorias: Micro/Pequena, Média e Grande empresa, Projeto Social, Projeto Ambiental, Inovação Tecnológica, Projeto Cultural e Campanha Publicitária. Ao final, foram selecionadas três finalistas, das quais uma foi escolhida vencedora em cada categoria, à exceção das categorias Projeto Cultural e Campanha Publicitária, em que nenhuma das empresas inscritas alcançou a pontuação mínima exigida para receber o prêmio. A 33 ∞ Mercado Novembro 2010 MCapa O idealizador do Empresário Herói e presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, em seu pronunciamento durante o evento Durante a premiação, coube aos vencedores o recebimento de um certificado, a divulgação de seu case pela MERCADO, um troféu e mais a cessão de um selo alusivo ao Prêmio Empresário Herói. Regulamento Para participar do Prêmio Empresário Herói as empresas de micro e pequeno porte legalmente constituídas deveriam ter no mínimo dois anos de atuação no mercado. Para as de médio e grande porte, esse período foi de cincos anos. Outra condição é que todas deveriam estar associadas à Fiemg, aos Sindicatos Patronais ou ao Cintap/Eco Instituto Inderc. Quanto às categorias de porte, a empresa inscrita pôde concorrer em apenas um segmento, já nas categorias específicas, a candidatura era livre para mais de um prêmio. Mercado Novembro 2010 ∞ 34 Na avaliação, as empresas foram julgadas em três critérios: institucional, atuação no mercado regional e sustentabilidade. De acordo com o primeiro deles, a empresa deveria apresentar sua constituição legal e comprovação de atuação no ramo; através do segundo, foram avaliados os quesitos associativismo, inovações tecnológicas, faturamento e operações bem-sucedidas com fins lucrativos; finalmente, o terceiro e último critério foi responsável por avaliar: redução de impacto social e ambiental (RES), investimento social privado - ações filantrópicas desenvolvidas na comunidade -, segurança no trabalho, qualidade de vida no trabalho, economia e reuso de recursos naturais esgotáveis e cotas para pessoas com deficiência, dentre outros que, de alguma maneira, contribuem com a sustentabilidade como princípio para o desenvolvimento. Daniela Dias, gerente de Projetos do Cintap/ Eco Instituto: “O Prêmio Empresário Herói quer mais do que promover um evento, ele quer destacar os exemplos de gestão sustentável e bemsucedida” “A comissão este ano contou com representantes de entidades com trabalho relevante no âmbito da sustentabilidade e foi criteriosa e imparcial. O Prêmio Empresário Herói quer mais do que promover um evento, ele quer destacar os exemplos de gestão sustentável e bem-sucedida”, ratificou a gerente de Projetos do Cintap/ Eco Instituto, Daniela Dias. Para o presidente da Fiemg, Pedro Lacerda, todas as empresas inscritas no Empresário Herói são vitoriosas por causa de suas administrações sustentáveis. “O simples fato de se inscreverem já mostra que estão fazendo algo pela sustentabilidade”, resume. Membros da Comissão Julgadora Prêmio Empresário Herói 2010 Celso Medina - Gerente do SENAI CETAL Uberlândia Cristina Palhares - Representante da Secretária Municipal de Desenvolvimento Social de Uberlândia Décio Carmona - Presidente do Comitê Regional de Cidadania Empresarial (*) Dilson Dalpiaz Dias - Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo João Tomaz da Silva Jr. - Gerente do SESI e do SENAI CFP Uberlândia José Augusto de Barros - Coronel (reformado) Leonardo Daher de Melo - Presidente da Fundação Araguarina de Educação e Cultura (FAEC) Linda-Mar Peixoto - Presidente do Instituto Alair Martins Sandra Borges Pereira - Representante da Secretária Municipal de Meio Ambiente de Uberlândia Tony Amaral - Representante do Presidente da Associação dos Profissionais da Propagada (APP) Virgínia Alcântara - Secretária Municipal de Trabalho e Ação Social de Araguari Presidentes dos Sindicatos Patronais da Indústria de Uberlândia (*) Décio Carmona foi quem presidiu a comissão Noite de gala Os grandes vencedores do Prêmio Empresário Herói 2010 foram conhecidos durante coquetel realizado na noite de 11 de novembro no The Place Salão de Festas em Uberlândia. Foram proclamados os grandes vencedores da noite as empresas Cargill (Projeto Ambiental), Iso Olhos (Projeto Social e Inovação Tecnológica), Efrem (Micro/Pequena Empresa), Sankhya (Média) e Uberlândia Refrescos (Grande). A empresária Luciana Alves, diretora da Efrem Telecomunicações, considerou uma honra receber o prêmio. “Estou imensamente feliz. É o reconhecimento de muito esforço e dedicação. Ser homenageada só mostra o quanto estamos no caminho certo”, disse a diretora da empresa, que está há 12 anos no mercado. Por sua vez, o diretor presidente da Uberlândia Refrescos (leia-se Coca-Cola), Alexandre Biagi, afirmou que o prêmio veio para coroar o bom trabalho de sua equipe. “Somos uma das empresas mais antigas de Uberlândia e há 35 anos empreendemos o projeto social como desenvolvimento sustentável que hoje está em evidência. Estão todos de parabéns pelo prêmio”, justificou. Daniela Dias apresentou um resumo do que levou cada uma das empresas a receber o Prêmio Empresário Herói deste ano. A MCapa Empresas vencedoras do Prêmio Empresário Herói 2010 Categoria Empresa Projeto Ambiental Cargill Agrícola S/A Projeto Social Clínica Iso Olhos Inovação Tecnológica Clínica Iso Olhos Micro/Pequena Empresa Efrem Telecomunicações Média Empresa Sankhya Gestão de Negócios Grande Empresa Uberlândia Refrescos Uberlândia Refrescos Categoria Grande Empresa Alexandre Biagi, presidente da Uberlândia Refrescos, ergue o troféu Empresário Herói na categoria Grande Empresa “A Uberlândia Refrescos concorreu nas categorias Grande Empresa, Projeto Ambiental e Projeto Social, sendo finalista nas três. E, pela segunda vez consecutiva, a empresa se sagrou vencedora da Categoria Grande Empresa por seu posicionamento, por todos os projetos que desenvolve, pela gestão pautada na sustentabilidade como modelo de negócio e pelas boas práticas que podem servir de exemplo para empresas da região e do país. A Uberlândia Refrescos conta atualmente com 902 funcionários e apresenta pontuação excelente em todas as questões do Relatório de Gestão proposto pela comissão do Prêmio Empresário Herói. É uma multiplicadora de conceitos e práticas que fazem a diferença em todas as esferas da sustentabilidade: econômica, social, ambiental e cultural.” Sankhya Categoria Média Empresa A equipe da empresa Sankhya, vencedora na categoria Média Empresa “A Sankhya Gestão de Negócios apresentou em 2010 um perfil ainda mais sustentável que no ano anterior. Segundo informação da comissão organizadora, pode-se dizer que desde a apresentação do material da empresa até os projetos implementados, bem como sua forma de gestão, tudo é exemplo do que uma empresa de médio porte, especialmente na área de serviços e tecnologia, deve fazer para apresentar sustentabilidade em sua governança. O que se percebe, avaliando o material e os documentos, é que os 166 funcionários da Sankhya estão, de fato, aplicando a sustentabilidade como um princípio norteador de suas atividades. Esse é o efeito multiplicador dos ideais de uma empresa certamente convencida da importância absoluta de fazer de sua gestão uma atividade sustentável.” Efrem Telecomunicações Categoria Micro/Pequena Empresa Luciana Alves, diretora da empresa Efrem Telecomunicações, comemorou bastante a conquista do prêmio “A Efrem Telecomunicações é uma empresa relativamente nova no mercado, que está crescendo com pauta certa e especial atenção ao cliente. É a típica empresa do futuro, ou seja, aquela que busca produtos para seus clientes e não clientes para seus produtos. Desde o planejamento estratégico até os projetos de investimento social privado, percebe-se a sustentabilidade norteando as suas atividades. A Efrem entendeu a mensagem que, independentemente do porte ou número de funcionários - a empresa conta com cinco colaboradores no momento -, é possível desenvolver uma gestão sustentável. Por esse motivo foi vencedora em sua categoria.” A MCapa Iso Olhos Inovação Tecnológica e Projeto Social Dr. André Rodrigues Cunha, Dra. Maria do Carmo Monte e Isabel Rosita: representantes do Iso Olhos, empresa premiada em duas categorias no Empresário Herói 2010 Inovação Tecnológica - “A empresa que mais se destacou em relação aos índices de inovação foi a Iso Olhos. A categoria Inovação Tecnológica foi avaliada pela coordenação do NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica -, que observou que os indicadores de Entrada e Saída se mantiveram no mesmo patamar, sendo assim coerentes com os novos processos produtivos perante o faturamento da empresa e investimentos em P&D. É tambem visível a crescente evolução de Formas, Fontes e Impactos que a inovação reflete no ambiente da empresa, tornando-a assim um destaque de competitividade no mercado.” Projeto Social - “O programa VER para ReviVER é uma prática de responsabilidade da empresa Iso Olhos que se mantém sustentável através de recursos próprios, existindo há mais de 10 anos. Sua natureza é a oferta de serviços de saúde em Oftalmologia com o mesmo nível científico e humano que é dado aos clientes. Não diferente de outras cidades, existe hoje em Uberlândia uma enorme demanda, reprimida tanto pela dificuldade de acesso quanto pela cobertura insuficiente do sistema de saúde pública. Assim, o objetivo maior do programa da empresa Iso Olhos é propiciar a reabilitação visual através de condutas médicas, ajudando a diminuir a demanda da comunidade que não tem atendimento no setor público e proporcionar a inclusão social e inserção no mercado de trabalho. Em síntese, o programa consiste de várias etapas: triagem, teste de visão, avaliação médica com diagnóstico e prescrição de óculos e/ou tratamentos, exames e cirurgias, se for o caso. Para a equipe avaliadora da Categoria Projeto Social, um dos fatores que tornam este projeto ainda mais diferenciado é o trabalho de sensibilização para o voluntariado, que notoriamente gerou a adesão total dos funcionários da empresa aos projetos específicos e aos requisitos de sustentabilidade na gestão. Portanto, além de prestar um serviço extremamente relevante à comunidade, multiplica os valores de RSE e sustentabilidade entre seus funcionários, parceiros e clientes.” Cargill Agrícola S/A Projeto Ambiental Diretores da Cargill recebem o merecido troféu de melhor Projeto Ambiental “Concebido em 2009, a partir de uma parceria público-privada envolvendo a Cargill Agrícola S/A, Prefeitura de Uberlândia e Cia. De Meio Ambiente, o Projeto Ambiental “Salto + Limpo” visa à recuperação de 25 ha de cerrado na Área de Proteção Ambiental (APA) Córrego do Salto, que inclusive abriga as suas nascentes. Desde a implantação do projeto, a área foi isolada e protegida contra a ação do fogo (aceiramento), foram construídos bolsões e curvas de nível para conter a água da chuva e o leito do córrego foi protegido do assoreamento. Também já foram plantadas cerca de 14.000 mudas de espécies nativas do cerrado, dentre as quais mais ou menos a metade está vingando. O Projeto Salto + Limpo também contempla o desenvolvimento de ações de educação ambiental com colaboradores da empresa, empreendimentos vizinhos e com a comunidade do entorno, envolvendo palestras, plantio de mudas, teatro e caminhada ecológica. Para 2011, a previsão é a intensificação dessas e de outras atividades de educação ambiental, aliadas à constante manutenção da área, visando a sua completa recuperação, que atualmente já produz bons frutos reconhecidos mundialmente, como a premiação de mérito promovida pelo Departamento Corporativo Mundial de Meio Ambiente, Saúde e Segurança (Environment, Health and Safety - EHS) da Cargill, ocorrida em fevereiro de 2010. Entre 127 projetos, o Salto + Limpo ficou entre os 12 vencedores, o que demonstra que valores como respeito ao meio ambiente, cuidado e atitude devem ser cada dia mais cultivados. A equipe que avaliou a categoria Projeto Ambiental levou em consideração o investimento e a perenidade dos resultados do projeto da Cargill e entendeu que este alcançou tanto os objetivos ambientais como a sensibilização da comunidade do entorno com as ações de educação ambiental que, sem dúvida, apresentarão um efeito multiplicador considerado de extrema relevância dentro dos critérios do Prêmio Empresário Herói.” A MCapa Industrial do ano O empresário Onofre Siqueira, após receber o seu troféu: “Industrial do Ano” Um destaque à parte na noite de premiação do Empresário Herói 2010 foi a entrega do prêmio Industrial do Ano - Fiemg Regional Vale do Paranaíba - ao empresário Onofre Siqueira, dono da empresa Charque Carreteiro. Onofre teve o seu nome indicado ao prêmio pela presidência da Fiemg Regional Vale do Paranaíba e pelos Sindicatos Patronais da região, conforme critérios do Sistema Federação das Indústrias de Minas Gerais. nhece e destaca as boas práticas de sustentabilidade, tanto sociais quanto ambientais, até para que sirvam de exemplo para outras empresas. Diante de tudo o que vem ocorrendo, ser sustentável, para uma empresa, passou a ser um importantíssimo diferencial mercadológico e uma possibilidade real de aumentar sua lucratividade e potencializar a venda de seus produtos para um público consumidor mais preocupado e mais atento a essa realidade que se anuncia. Sustentabilidade gera lucros sociais e financeiros Embora muitos ainda sigam alheios, a discussão tem estado cada vez mais acirrada em torno dos problemas climáticos e da possível escassez de recursos naturais num futuro não muito distante, assim como também mais próxima das grandes massas e das empresas dos países emergentes. Discussão esta que acirrou ainda os ânimos dos mercados e aumentou a pressão exercida pelas entidades ambientais e por cientistas que vêm estudando esses fenômenos e as possibilidades de um cataclisma climático de grandes proporções, com possíveis consequências para o nosso modo de vida e a própria continuidade de nossa espécie. Daí a importância de iniciativas como o Prêmio Empresário Herói, que recoMercado Novembro 2010 ∞ 40 A empresa que não for sustentável verdadeiramente tenderá a desaparecer pela própria seleção natural do mercado Pedro Lacerda Na observação de Pedro Lacerda, o público consumidor de hoje se preocupa muito mais com a forma como os produtos são produzidos e os perigos inerentes para o meio ambiente do que há poucos anos atrás. Ele observa ainda que a realidade atual nem chega perto da que se pode prever para o futuro, quando será ainda muito mais difícil para uma empresa superar o estigma de ser poluidora ou de não levar em consideração uma preocupação séria com o meio ambiente. “A empresa que não for sustentável verdadeiramente tenderá a desaparecer pela própria seleção natural do mercado”, analisa Lacerda. Portanto, ele observa: “para que uma empresa sustentável possa ser realmente chamada de amiga do meio ambiente e preocupada com a sociedade que a cerca, ela deve fazer muito mais do que simplesmente usar papel reciclado ou fazer doações e campanhas em prol do meio ambiente”. Mudar ou morrer Do jeito que o mundo caminha, são muitos os problemas globais que justificam iniciativas como essa da realização do Prêmio Empresário Herói, que reconhece e destaca as boas práticas de sustentabilidade. Segundo o Relatório Planeta Vivo 2010 da WWF (World Wildlife Fund For Nature), o crescimento econômico acelerado tem alimentado uma demanda crescente por recursos: alimentos e bebidas, energia, transportes, produtos eletrônicos, espaço de vida e espaço para o descarte de resíduos e, sobretudo, por dióxido de carbono derivado da queima de combustíveis fósseis. Como esses recursos não podem mais ser obtidos dentro das fronteiras nacionais, tem havido uma busca crescente em outras partes do mundo. Os efeitos dessa busca se refletem nos Índices do Planeta Vivo no caso dos países tropicais e dos países mais pobres do mundo: ambos os grupos sofreram queda de 60% desde 1970. O relatório Planeta Vivo relaciona o Índice Planeta Vivo - um indicador da saúde da biodiversidade mundial - com a Pegada Ecológica e a Pegada Hidrológica, medidas de demandas da humanidade sobre os recursos naturais renováveis da Terra. Numa situação de antagonismo, ao longo dos últimos anos o Brasil tem presenciado um crescimento econômico e uma melhoria constante das condições sociais, a desigualdade vem diminuindo e a estabilidade econômica elevou o poder aquisitivo da população. Um quadro desejável e bastante positivo. Contudo, as mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira têm acelerado a demanda por recursos naturais e serviços ecossistêmicos, aumentando assim nossa Pegada Ecológica - o rastro que deixamos na natureza em razão dos nossos hábitos de consumo. De certo que as riquezas naturais são parte dos ativos necessários Hélio Mattar, do Instituto Akatu: “Se continuarmos a consumir desordenadamente, a vida humana se reduzirá a um número compatível com os recursos naturais” ao crescimento econômico que o mundo presencia, mas deve existir sempre um equilíbrio entre o que é consumido e o que a natureza pode prover. Essa é a principal mensagem do Relatório Planeta Vivo 2010. “A economia e o meio ambiente não são fatores concorrentes e sim complementares. Mas no momento estamos sobrecarregando o poder regenerativo da natureza e colocando em risco não só os ecossistemas, que são a base da nossa sobrevivência na Terra, como também a sustentabilidade econômica”, alerta a secretária geral da WWF Brasil, Denise Hamú, confirmando que o padrão mundial se repete no Brasil. Para o diretor presidente do Instituto Akatu, Hélio Mattar, o nosso planeta está doente. Segundo ele, basta ver a desertificação progressiva na África e Ásia, a alteração do clima do planeta graças ao efeito estufa, a poluição das águas, a devastação das florestas tropicais, a degradação da qualidade do ar, etc., para que se entenda o porquê de sua afirmação. Ele explica que o planeta está doente, mas não morrerá. Não corre risco. “Quem corre risco é a vida humana sobre o planeta. Se continuarmos a consumir desordenadamente, a vida humana se reduzirá a um número compatível com os recursos naturais”, acrescenta. B Alunos do ensino médio visitam a Feira das Profissões, na Unitri, em busca de orientações e respostas Foto: Reprodução MEducação Feira ajuda alunos a decidir qual carreira seguir POR Lídia Vilela T odas as pessoas precisam, num certo momento da vida, de ingressar no mercado de trabalho. Por isso, a escolha da profissão precisa ser bem orientada. A realização profissional é um dos elementos mais importantes para a felicidade de uma pessoa. As expectativas familiares e as perspectivas Mercado Novembro 2010 ∞ 42 do mercado de trabalho são dois fatores que devem ser levados em consideração na hora de escolher um curso universitário. Segundo a psicóloga Ana Paula de Freitas, o estudante precisa olhar para as próprias características pessoais e fazer um autoconhecimento antes de escolher a profissão. Outro ponto importante é pensar no fu- turo e no estilo de vida que deseja ter. A psicóloga também destaca a importância de se fazer um reconhecimento familiar e consultar as experiências profissionais dos pais para ajudar na escolha. “Na hora de escolher, o jovem deve pensar naquela profissão que possa gerar uma realização pessoal e se encaixar no estilo de vida dele”, completa. Qual profissão me interessa? Antes de escolher entre diferentes cursos, o estudante precisa ter uma ideia do seu objetivo a longo prazo. Alguns aspectos podem ser levados em consideração na hora de escolher uma profissão e um deles é a perspectiva financeira da carreira. De qualquer modo, é preciso buscar informações, saber que tipo de atividades podem ser desenvolvidas e quais são as exigências para ser um bom profissional. Além dessas informações, é importante saber como é o curso de formação dessa profissão, qual a duração, que tipo de disciplinas, conteúdos e práticas são exigidos. Para ajudar a tomar essa difícil decisão, os estudantes também têm como opção visitar eventos, como feiras de profissões, por exemplo, e palestras, que sempre ajudam a esclarecer algumas dessas dúvidas. “É muito importante para os alunos, principalmente do ensino médio, a participação em feiras de profissões. Isso ajuda a ampliar as possibilidades de conhecimento e a descobrir coisas novas, além de ajudar esses estudantes a identificar as próprias potencialidades”, explica a psicóloga. Os 10 cursos mais procurados nos Vestibulares 1. Medicina 2. Publicidade e Propaganda 3. Nutrição 4. Farmácia 5. Ciência da Computação 6. Direito 7. Relações Internacionais 8. Arquitetura e Urbanismo 9. Enfermagem 10.Psicologia Caroline Vaz - 2º ano “Gostei muito de participar. Foi muito interessante conhecer um pouco mais de cada curso. Além disso, estou mais confiante quanto à minha escolha. Eu quero estudar Medicina”. Para saber escolher tem que conhecer Ana Paula: “É muito importante para os alunos, principalmente do ensino médio, a participação em feiras de profissões. Isso ajuda a ampliar as possibilidades de conhecimento e a descobrir coisas novas” No período de 9 a 11 de novembro, o Centro Universitário do Triângulo (Unitri) realizou a VII Feira das Profissões, na praça central do campus. Durante o evento, mais de três mil alunos do ensino médio de escolas particulares e públicas de Uberlândia e região visitaram os 27 estandes montados, cada qual representando um dos cursos oferecidos pela instituição. A Feira das Profissões é uma oportunidade para que os futuros universitários conheçam melhor as profissões e não fiquem perdidos na hora de escolher a carreira que vão seguir. Durante o evento, os visitantes tiraram dúvidas sobre os diferentes cursos e também participaram de sorteios de MP4. A Mariana Ferraz - 2º ano “A Feira das Profissões me ajudou a esclarecer algumas dúvidas. Às vezes o curso não é aquilo que pensamos e essa orientação é muito importante”. 43 ∞ Mercado Novembro 2010 MEducação Fernando Alves - 3º ano “Achei muito legal estar aqui. Isso ajuda a ver o que queremos para o futuro. Eu me identifiquei com o curso de Sistemas de Informação”. Pedro Felipe - 3º ano “Temos que entender mais sobre os cursos para não errar. Participar da Feira das Profissões foi muito proveitoso”. Lucas Eduardo - 3º ano “É muito interessante participar de eventos como a Feira das Profissões, que ajudam a enxergar caminhos para o nosso futuro”. Murilo Moura - 3º ano “Foi muito importante estar neste evento. Agora tenho certeza de que vou cursar Direito para entrar na área policial”. MSaúde Brasileiros não sabem o que é AVC POR Por Evaldo Pighini Com Agência Brasil Especialistas alertam que a maioria da população não consegue identificar os sintomas de um Acidente Vascular Cerebral, o AVC; não sabe nem mesmo explicar o significado da sigla (AVC), segundo dados da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), com base em informações do Ministério da Saúde. São quase 100 mil mortes por ano no Brasil. Para complicar a situação, especialistas alertam que a maioria dos brasileiros desconhece os sintomas da doença e não procura o médico. T udo transcorria bem na vida do bancário Alencar da Silva Fontana há cinco anos. Morador do Santa Mônica, bairro uberlandense, ele saiu de casa cedo para levar os filhos à escola e depois seguir para o trabalho, cumprindo sua rotina normal. No caminho, sentiu uma forte dor de cabeça, “como agulhadas”. Passou na farmácia, comprou e tomou um analgésico, que aliviou o sintoma. Chegando ao banco, onde trabalhava, sua colega de sala notou que havia algo estranho. A boca de Alencar estava repuxada para o lado. Alertado pela colega, ele insistia que tudo ia bem, mas ao tentar se levantar para ir ao arquivo, Mercado Novembro 2010 ∞ 46 uma das pernas cedeu e ele caiu. O socorro foi rápido e, em menos de dez minutos já estava no pronto socorro de um hospital vizinho. Felizmente, Alencar se salvou, mas ficaram sequelas do AVC, do qual ele foi vítima. Desde então, Alencar faz fisioterapia três vezes por semana e leva uma vida normal, apenas com certa limitação do uso de membros do lado esquerdo do corpo: braço e perna. Esse é um caso fictício, mas a ocorrência é bastante comum, infelizmente. Para o personagem Alencar, valeu a agilidade no atendimento, que ajudou a preservar a sua vida. Atualmente, a cada cinco minutos, um brasileiro morre por causa de um acidente vascular cerebral O então deputado Clodovil Hernandes foi mais uma das tantas vítimas de AVC. Ele morreu em março de 2009. Clodovil, que sofria de hipertensão arterial sistêmica, antes já havia, em junho de 2007, sofrido um outro AVC, só que de menor intensidade, que resultou na paralisia parcial do braço direito Na maioria dos casos, o AVC, popularmente chamado de derrame, é causado pelo entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo, impedindo o sangue de chegar a outras áreas do cérebro. “As pessoas esperam para ver se vão melhorar e não procuram a emergência”, alerta a integrante do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da ABN, Sheila Martins. Em 2008, uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), perguntou a 800 pessoas nas ruas das cidades de Ribeirão Preto, São Paulo, Salvador e Fortaleza quais os sintomas do AVC. Somente 15,6% dos entrevistados sabiam o significado da sigla. Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados confundiu a doença com paralisia, congestão, trombose ou nervosismo. Os sintomas de um AVC são fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, entender ou enxergar, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente. Para o neurologista e coordenador da pesquisa, Octávio Marques Pontes, o brasileiro não encara o AVC como uma doença que necessita de imediato atendimento médico, porque acha que não existe tratamento. “A doença está presente na vida das pessoas, mas a maioria vê como sem tratamento”, disse. Pontes informou que, desde 2001, está disponível na rede pública e privada o tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de remédios para desobstruir a artéria e restabelecer o fluxo sanguíneo, considerado o método mais eficaz. A recomendação é que o paciente inicie o tratamento cinco horas após o aparecimento dos primeiros sintomas. O atendimento rápido aumenta em 30% as chances de sobrevivência, segundo Pontes. Um levantamento da Associção Internacional de AVC (ISS, em inglês) constatou que 15% dos pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral podem morrer ou sofrer novo problema no prazo de um ano. Os especialistas alertam ainda que é possível prevenir o acidente vascular, desde que sejam adotados cuidados no decorrer da vida - entre eles praticar exercícios físicos, ter alimentação saudável e evitar o fumo e o consumo de álcool, além de ficar em alerta com as taxas de colesterol e a pressão. A doença incide na população com mais de 65 anos, mas pode ocorrer em jovens e até em recém-nascidos. Além da prevenção, os médicos apontam a necessidade de ampliar a rede com tratamento específico para o AVC. Atualmente, 62 hospitais públicos e privados oferecem o tratamento adequado, contra 35 em 2008, segundo a neurologista Sheila Martins. “Temos ainda muito a fazer”, alertou. Em um ranking nacional feito pela neurologista, o Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa de mortalidade por AVC no país - 75 mortes por 100 mil habitantes. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 68 mortes por 100 mil habitantes, seguido pelo Piauí, por Pernambuco e pelo Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério da Saúde de 2007. A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas no mundo terá um acidente vascular cerebral na vida. B Tipos de derrame AVC Isquêmico AVC Hemorrágico É o tipo mais comum, responsável por 80% dos casos. Os sintomas surgem de repente e dependem da área afetada. No acidente isquêmico transitório, os sintomas são passageiros Representa apenas 20% dos casos. Seus sintomas incluem dor de cabeça muito forte e repentina, que pode vir acompanhada de perda de força e sonolência Vaso sanguíneo Coágulo Fluxo interrompido Rompimento Vaso sanguíneo 47 ∞ Mercado Novembro 2010 MSaúde Consumo de cosméticos em alta entre as crianças POR Talita Nakamuta (Serifa) Cresce o mercado de cosméticos para crianças, mas é preciso orientação profissional e atenção dos pais na hora da compra e uso dos produtos O s meninos pedem um topete modelado com gel, já as meninas querem imitar as cores do esmalte e do batom da mãe e não saem de casa antes de passar um perfume. Esse é um comportamento até certo ponto aceitáMercado Novembro 2010 ∞ 48 vel, visto que os filhos se espelham nos pais e normalmente procuram copiar suas atitudes. O fato é que as crianças também se preocupam com a aparência, para quem pensa o contrário é só prestar atenção nos filhos observando os pais nos momentos em que estes estão se aprontando para sair de casa ou mesmo cuidando da higiene pessoal. As crianças estão cada vez mais vaidosas e o mercado de cosméticos não perde a oportunidade para atrair - diga-se de passagem, até com muita criatividade - essa fatia de consumidores. O Brasil é atualmen- te um dos maiores mercados de cos- sabonete ao elaborado protetor so- determinado tipo de produto pode méticos infantis, segundo a Agência lar. Mas as mães, ao ceder à tenta- causar alergia e outros problemas Nacional de Vigilância Sanitária ção dos muitos lançamentos que mais graves”, explica. (Anvisa). Produtos de higiene pes- surgem, não podem deixar passar Marielle de Souza, mãe do pequesoal, como xampus, condicionado- despercebidos pequenos detalhes no Pedro Silva de Souza, de 7 anos, res, sabonetes, hidratantes, cremes que vão além daquela embalagem conta que o filho quer tudo que vê para pentear e protetor solar, feitos e cheirinho diferentes, devendo se nas prateleiras, tudo que é novidade. especificamente para crianças, já ater mais à sua composição e eficá- No entanto, ao mesmo tempo diz esforam incorporados ao dia a dia de cia. Tomando como exemplo a pele, tar sempre atenta aos produtos que meninos e meninas. A tendência é a o uso do protetor solar é fundamen- o filho deseja e se limita na hora de mesma para produtos de beleza. tal. “O protetor é de extrema impor- satisfazer as vontades dele. “O PeA empresária Daniela Ferreira, tância e deve ser utilizado com fre- dro sempre quer novidades, quando proprietária da Dermage - loja es- quência em crianças, sendo que as vou às compras ele já se manifesta pecializada em cosméticos de Uber- de pele muito claras devem usá-lo pra ir junto, tem interesse em opinar lândia -, reconhece o crescimento diariamente, e não somente na pisci- sobre tudo, principalmente quando do mercado de cosméticos infan- na ou praia. O fator de proteção ide- se trata dos cosméticos que compro tis. Segundo ela, é cada vez maior al para uso nas crianças deve ser no para ele”, explica. Segundo Marielle, a procura por produtos específicos mínimo 15, de acordo com o fototi- tudo que é colorido e tem figuras ou para as crianças e o mercado tem po de pele ou conforme recomenda- personagens chama mais atenção do procurado acompanhar esse ritmo. ção médica”, alerta a dermatologista filho, mas como toda boa mãe pro“A maior procura ainda é pelos pro- Cíntia Cunha Cardoso. cura sempre antes se informar sobre tetores solares. Nesse sentio produto. “Claro que me do, temos um produto muiinformo sobre o que o meu to procurado pelas mães, filho vai usar: qualidade, se preocupadas em oferecer tem aprovação da Anvisa, se aos filhos produtos com é testado por dermatologisgarantia e qualidade”, infortas, até porque Pedro é uma ma. Ela cita como exemplo criança supersensível, então o protetor solar “PhotoAge só compro quando tenho 45 + Kids”, muito recomencerteza de que o produto é dado por dermatologistas, confiável”, comenta a mãe. e que foi desenvolvido esPais devem ficar de pecialmente para a pele das olho nos exageros crianças. “O PhotoAge é enriquecido com um exclusivo Numa cena não muito complexo de cinco ativos rara, a mãe entra no quarto antioxidantes que assegura e pega a filha em flagrante. alta proteção à pele contra A pequena Gabriela já se mostra Tentando disfarçar, a criança os danos causados pela rabusca se equilibrar em um vaidosa, buscando copiar atitudes diação solar”, esclarece, redos seus pares de salto e caconhecendo que muitos dos da mãe e da tia, mas sempre minhar pela casa. A surpresa pais priorizam a garantia e sob os olhares atentos dos pais, da mãe dá lugar à dúvida e a qualidade quando está em que não descuidam nunca dos fica difícil saber se o melhor jogo a saúde dos filhos. No é dar risada e entrar na brinentanto, ainda há aqueles produtos que a filha usa e muito cadeira, ou soltar uma bronque cedem à vontade e inmenos do seu comportamento ca, com medo de que a vaisistência das crianças, reledade saia dos trilhos. É cada gando a um segundo plano a vez mais comum encontrar qualidade em troca da apaA médica também orienta os pais crianças passeando por aí de maquiarência dos produtos, por exemplo. sobre como e quando utilizar me- gem e com calçados que imitam moProteção para a pele dos lhor os produtos disponíveis. “Até delos adultos. Muitos pais se preocupequenos seis meses de vida não é recomen- pam e não concordam com esse tipo dado o uso de produtos além do sa- de comportamento, alguns ignoram e Os produtos infantis são mais co- bonete e dos cremes antiassaduras. outros até incentivam. loridos, vêm em embalagens mais Nessa idade a pele do bebê ainda A psicóloga Marilda Coelho diz chamativas, e vão desde o simples é muito sensível e a utilização de que a literatura e a experiência A 49 ∞ Mercado Novembro 2010 MSaúde clínica têm mostrado que há, por parte de alguns pais, um estímulo precoce para o uso de “coisas de adulto”. Garotas que usam produção de moças, predominantemente da moda e de grifes: roupas, cabelo, unhas, saltos, bolsas, celulares, etc. também a possibilidade de a criança forjar sua identidade em torno da aparência física, “do ter e não do ser”. Nem sempre a garota mais bonita será também uma adolescente dentro dos padrões considerados prevalentes. Essa mesma garota, quando estiver na meia-idade, poderá ainda ter dificuldade de autoafirmação sem os atributos da moda e da beleza. “Sabemos ser essa busca incessante do inatingível ditado pela estética a causa de certos transtornos depressivos”, informa. Exposição a situações de fragilidade Entretanto, ela observa que há um tempo para ser criança e um tempo para ser jovem. Todas as etapas são importantes. A inocência e a despreocupação infantil passam também por estes caminhos. Junto com a vaidade precoce vem também a comparação, a competição e a rivalidade com outras crianças, podendo interferir na socialização. “Quanto à sexualidade, corre-se o risco de atrair pessoas com comportamentos eróticos direcionados para a criança que, geralmente, não possui defesas contra assédios”, alerta Marilda. A psicóloga acrescenta ainda que, do ponto de vista moral, existe Mercado Novembro 2010 ∞ 50 Foto: Otávio Mello/Four 4 Faceira e extrovertida, Ana Luiza está sempre inventando coisas, inclusive usando objetos do próprio pai; mas tudo são coisas da idade “Consideramos uma armadilha o estímulo exagerado e precoce à vaidade feminina ou masculina. Treino dos cuidados próprios, inclusive alimentação, é diferente do culto ao corpo”, avalia a psicóloga. Segundo ela, o que se observa é que muitas mães competem entre si na forma de exibir seus filhos. E, por conseguinte, os pequenos bem cedo começam a querer mais e mais, pois descobrem que assim são mais notados. “Em algumas famílias podemos observar esse comportamento de forma mais acentuada, com tendências patológicas”, informa Marilda. Mas nem tudo deve ser motivo de censura. Na opinião da psicóloga, evidentemente a brincadeira de se fantasiar de adulto com salto e maquiagem, partindo da criança, é saudável e pertence ao desenvolvimento infantil. Deve ser visto com naturalidade, pois é a forma que eles lançam mão para compreender os papéis das pessoas que os rodeiam: mãe, pai, professora, médico, entre outros. A pele das crianças pode sofrer A dermatologista Cíntia Cunha Cardoso lembra que os efeitos dos exageros com a beleza podem aparecer na pele das crianças. “Nem mesmo as versões infantis dos cosméticos são 100% seguras”, afirma a médica. “A pele das crianças é mais sensível e fina e, por este motivo, as substâncias químicas presentes nos cosméticos são absorvidas com maior intensidade”. Usar produtos adultos, então, é uma medida de alto risco: primeiro, porque eles são mais fortes e, segundo, porque não são testados em crianças quanto à segurança e eficácia, aumentando bastante o risco de alergias e também de acne precoce. “As fórmulas infantis, geralmente, têm pouco ou nenhum perfume e usam conservantes mais suaves. Mesmo assim, ainda podem causar irritações e alergias na pele”, diz a dermatologista. A psicóloga Marilda Coelho classifica de armadilha o estímulo exagerado e precoce à vaidade feminina ou masculina, alertando para o fato de que treino dos cuidados próprios, inclusive alimentação, é diferente do culto ao corpo Somente a partir dos 13 anos é que a criança pode usar as versões adultas de cosméticos, e mesmo assim com moderação Segundo ela, as crianças com rinite alérgica, bronquite e dermatite atópica são mais propensas a desenvolver irritações na pele. E quando houver machucados na pele, o uso de cosméticos no local também deve ser evitado. “Somente a partir dos 13 anos a criança pode usar as versões adultas sem temer tanto as alergias, mas mesmo assim devem usá-las com moderação, pois nessa fase as espinhas começam a aparecer e a maquiagem pode piorar o quadro”, afirma a dermatologista. B Produtos que representam riscos para a saúde Produto Complicações Xampu e condicionador Irritações e alergias na pele, irritações oculares (conjuntivite alérgica), ressecamento dos fios, caspa (dermatite seborréica), irritações e alergias no couro cabeludo. Esmalte Irritações e alergias, que podem se manifestar como coceira, vermelhidão e inchaço, tanto em volta das unhas como em locais a distância, como pálpebras. Maquiagem Irritações, alergias, acne cosmética, ressecamento labial. Cremes hidratantes Irritações, alergias e acne cosmética. MHabitação Cuidados na compra da casa própria DA Link Portal A casa própria é o sonho de muitas pessoas, porém, a aquisição de um imóvel pode se tornar um tormento aos desavisados, portanto, antes de fechar um negócio, é preciso cautela R ecente pesquisa realizada pela Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (AMSPA) revela que mais de 400 imóveis são colocados em leilão via web todos os meses pela Caixa Econômica Federal (CEF), somente no estado de São Paulo. Das casas próprias colocadas à venda na Internet, 99% estão ocupadas e a maioria dos seus donos luta na justiça para reviMercado Novembro 2010 ∞ 52 sar seus contratos. “Caberia à CEF a entrada de uma ação de posse do imóvel, via cartório, contra o mutuário ocupante. Como o agente financeiro não realiza o procedimento, a responsabilidade da desocupação fica a cargo do novo proprietário da residência”, esclarece o presidente da AMSPA, Marco Aurélio Luz. Marco Aurélio explica que por causa de problemas como esse é importante que o comprador tenha mui- ta atenção no momento da aquisição da casa própria. “Antes de fechar a compra de um imóvel é necessário analisar se terá condições de pagar as prestações. O ideal é que o parcelamento não ultrapasse 30% da renda familiar. O cálculo deve constar desde a primeira parcela até o último pagamento. Tomando esses cuidados, o proprietário evita problemas futuros de inadimplência que podem levar à perda da moradia”, diz. Foto: Divulgação comissão do leiloeiro, os impostos e o modelo de contrato que será assinado pelas partes: “Tudo isso pode ser encontrado no edital”, evidencia. Segundo ele, o pretendente precisa levantar dívidas antigas, checar documentos, estudar as melhores formas de pagamento e ler com atenção todas as regras do edital. Alerta - De acordo com Luz, a retomada de um imóvel por falta de pagamento definitivamente tornou-se um negócio mais lucrativo para os bancos que o próprio financiamento. É cada vez maior o número de investidores atraídos pelo baixo preço dos imóveis que procuram uma grande oportunidade de negócios por meio de leilões. Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA: “É possível pedir uma planilha com a projeção de todas as parcelas até o final do financiamento e, com isso, evitar surpresas” Para ele, também é essencial averiguar se o valor da taxa de juros do contrato está dentro do limite permitido pelo mercado, que hoje é de 12% ao ano. “É possível pedir uma planilha com a projeção de todas as parcelas até o final do financiamento e, com isso, evitar surpresas”, explica. Ele acrescenta que o comprador deve também ter ciência de que quanto maior o prazo de financiamento mais irá pagar pelo imóvel, pensar na estabilidade no emprego e verificar se, em caso de perda da ocupação, terá auxílio desemprego ou outra fonte de renda para quitar as parcelas. Dessa forma, certamente evitará danos futuros no sonho da casa própria. Leilão da casa própria - Marco informa ainda de outros cuidados necessários, antes de fechar o contrato, para quem pretende comprar um imóvel em um leilão. O primeiro deles é saber se o imóvel ainda está ocupado: “Mesmo com uma carta do arrematador, o novo dono pode enfrentar a demora na justiça para despejar os antigos donos. Para não ocorrer esse risco é bom dar preferência aos bens desocupados”, observa. A segunda providência é averiguar se há ações judiciais com relação à casa leiloada, “o que leva à obtenção de liminares do anterior proprietário para resolução da correção das parcelas ou à cobrança de juros sobre juros dos seus contratos e, consequentemente, mais espera para tomar posse do bem”, justifica. Marco Aurélio ressalta que, além dessas precauções, é necessária uma visita com antecedência ao imóvel pretendido para apurar suas condições; o levantamento de dívidas deixadas pelo ocupante, pois a quitação ficará a cargo do comprador, que poderá pedir o desconto no momento da compra; avaliar as condições de venda e registrar a propriedade após o arremate. Um advogado pode sanar dúvidas. Para o presidente da Associação dos Mutuários, o interessado na compra do imóvel deve se certificar ainda sobre a descrição das condições de venda, o estado de conservação, a forma de pagamento, o preço mínimo, a “Na batida do martelo, arrematar o sonho da casa própria, que para o mutuário se transformou em tormento, é um bom exemplo de como o investidor pode se beneficiar do jogo do quem dá mais. Alguns imóveis chegam a ser ofertados por um preço até 50% menor que seu valor de mercado”, revela Marco Aurélio Luz. Ele explica que o preço baixo, sem dúvida, é o grande atrativo para a aquisição de um imóvel em leilão. Outra vantagem para o arrematador é não ter que cumprir as exigências burocráticas dos agentes financiadores. “Comprando uma casa em um leilão, o financiamento é automático e para o agente financiador resta a vantagem dos altos lucros”, denuncia o presidente da AMSPA. B MSeguros Seguros para mulheres avançam no mercado POR Pedro Duarte Especialista aponta, entretanto, que se a consumidora não vai utilizar todos os serviços voltados ao público feminino, pode ser mais vantajoso contratar um produto tradicional J á se sabe da projeção das mulheres no trabalho, educação, esportes, política e, claro, nas famílias. Hoje, segundo pesquisa do Ibope Mídia Brasil divulgada no início de outubro, 32% das famílias de classe C são chefiadas por mulheres. A porcentagem equivale a um número superior a 70 milhões de comandantes do lar e do consumo. “Tendo em vista a crescente participação das mulheres em todas as esferas da sociedade, o mercado de seguros está preocupado em atender as necessidades femininas, lançando produtos e serviços especialmente desenhados para esse público”, analisa o especialista Carlos Antonio Barros de Moura, da BarrosDeMoura & Associados (www.barrosdemoura.com.br). É assim que já existem diversas companhias que oferecem seguros de vida voltados para elas. Além das coberturas tradicionais - morte, invalidez permanente total ou parcial por acidente - , os produtos contam Mercado Novembro 2010 ∞ 54 também com diagnóstico para diversos tipos de câncer, especialmente de mama e ginecológico. Também é possível encontrar diferenciais para o público de saias no tradicional ramo de automóveis. Nesse caso, há seguradoras que incluem no pacote serviços como assistência para gestantes e atendimento educacional aos filhos. Em alguns casos de pane com o carro, elas podem chamar a Assistência 24 horas quando estiverem dirigindo sozinhas, para convocar um motorista que vai conduzi-las até sua residência. “Como se trata também de um público em tese mais vaidoso que o masculino, diversas seguradoras disponibilizam até descontos em academias e clínicas de beleza, tanto em produtos quanto em assistência médica”, comenta Barros de Moura, que também é diretor da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS). Alinhados com a expansão das redes sociais, há também seguros que disponibilizam acesso a blogs com dicas para decoração, moda e saúde. Quando o assunto é qualidade de vida, também não faltam produtos que ofereçam orientações nutricionais com cardápio balanceado para dietas. “Mas como tudo está embutido no valor do seguro, a dica é analisar com cuidado se a mulher necessita de todos os serviços oferecidos e se vai realmente utilizá-los. Pode ser que a consumidora já tenha uma vida saudável e equilibrada, ou já possua seu cabeleireiro preferido, então pode ser mais barato adquirir um seguro tradicional”, avalia o especialista. Para finalizar, Barros de Moura ressalta que o perfil de cada segurada deve ser bem analisado ao adquirir tais produtos e, para tanto, aconselha ser indispensável fazer cotações em diferentes companhias, sempre com a assistência especializada de um corretor de seguros. B O especialista em seguros Barros de Moura informa que a dica é analisar com cuidado se a mulher necessita de todos os produtos que lhes são disponíveis no mercado de seguros e se vai utilizá-los 55 ∞ Mercado Novembro 2010 MVeículos A força motora que vem da China POR Jorge Alexandre Araújo - Editor Com uma ampla variedade de modelos, carros chineses chegam para disputar fatia no mercado brasileiro A chinesa Effa trouxe este ano para o salão do automóvel, além do já tradicional hatchvan M100 e da linha comercial ULC de pequenos utilitários, a picape média cabine dupla Plutus e o caminhão leve JBC 1030, mostrando que a empresa pretende reforçar sua presença no Brasil no segmento de veículos comerciais O mercado de automóveis na China está em franca expansão. De acordo com números da Associação de Fabricantes de Automóveis da China, o número de veículos vendidos no país cresceu, em 2009, 46,2% frente a 2008. As 13,6 milhões de unidades comercializadas no ano passado levaram os orientais à liderança do mercado mundial, superando pela primeira vez na história os Estados Unidos em número de vendas. Os reflexos desses resultados se espalham por todo o mundo em 2010. Inclusive no Brasil. A 26ª edição do Salão Internacional de São Paulo prova a força chinesa sob quatro rodas. Durante a exposição, Mercado Novembro 2010 ∞ 56 sete montadoras daquele país exibiram seus produtos. Alguns, de gosto um tanto duvidoso e propostas nem tão pertinentes ao Brasil, outros interessantes e que exigirão ações das fabricantes instaladas em solo brasileiro para manter a clientela. A capacidade de produzir veículos mais baratos e recheados de itens de série é força inovadora dos modelos chineses. A história pode repetir o que ocorreu no momento da abertura para a importação de carros novos, dentro de um modelo econômico instaurado pelo então presidente Fernando Collor de Melo. Naquele tempo, os carros vindos do exterior forçaram aceleração e desenvolvimento da produção nacional para enfrentar a concorrência. Agora, os chineses com atributos de série e preços atrativos certamente vão mexer com o cenário instalado. Principalmente porque hoje os modelos chineses cumprem exigências antes desprezadas. A tecnologia embarcada principalmente em equipamentos de segurança pode fazer a diferença na hora da escolha do novo carro. É certo que vencer o conceito de carro “made in China”, por causa dos produtos de camelô, não é tarefa fácil. Mas esse mesmo estigma foi vencido pelas marcas coreanas. No final das contas, o vermelho chinês irá dar um novo tom à frota brasileira, seja em número de veículos circulante, ou forçando as marcas tradicionais a encontrarem soluções de produção e financeiras a seus produtos. MVeículos Jimbei Brilliance FRV Cross A CN Auto traz para o Brasil os modelos Towner e Topic. E agora também é responsável pela comercialização no país dos veículos Brilliance Auto, que são controlados pela Jinbei. A partir de 2011, o Jimbei Brilliance FRV Cross, que foi desenhado pelo italiano Giorgetto Giugiaro, será vendido aqui. Com motor 1.5 16V a gasolina, o FRV Cross desenvolve 104 cv. O torque máximo é de 14,38 mkgf a 4.000 rpm e a velocidade máxima atingida chega a 160 km/h, com transmissão manual de cinco velocidades. Entre os equipamentos estão airbag duplo e freio com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica de frenagem). Jimbei Brilliance FRV Cross Chery S18 A Chery afirma que a fabricação do Chery S18 no Brasil começa a partir de 2013, em Jacareí (RJ). Tanto o hatchback quanto o crossover (S18D) são equipados com motor 1.3 16V a gasolina, 84 cv de potência e 12,4 mkgf a 3500 rpm de torque. Ar, direção hidráulica, freios ABS e EBD fazem parte do pacote de série. A transmissão é mecânica de cinco marchas. A Chery S18 Mercado Novembro 2010 ∞ 58 MVeículos Effa Plutus A Effa busca, no passado, inspiração - ou algo parecido - para a picape Plutus. O desenho quadrado lembra as caminhonetes vendidas em outras décadas. Com certeza não será o design o fator decisivo na compra de uma Plutus. O propulsor diesel de 3.2 gera 103 cv de potência. Entre os itens estão ar, direção hidráulica e freios ABS. Effa Plutus JAC J3 Com o ex-presidente da Citroën do Brasil, Sérgio Habib, à frente dos seus negócios, a JAC Motors chega ao Brasil e tem modelos interessantes, preços atrativos e promete ter 46 concessionárias inauguradas em um único dia: 18 de março de 2011. O grupo de Habib também comercializa aqui os veículos Jaguar e Aston Martin. O compacto J3 teve design criado no Centro de Design da JAC Motors em Turim, Itália. Já o interior, de acordo com informações da montadora, foi projetado no Japão. Tanto a versão hatch quanto o sedã do J3 têm motor 1.4 litros de 108 cv de potência e 14,3 kgfm de torque aos 4.500 giros. A montadora divulga que o J3 atinge a velocidade máxima de 186 km/h. Entre os itens de série estão direção hidráulica, ar, freios ABS, airbag duplo, sensor de estacionamento, entre outros. A JAC J3 Mercado Novembro 2010 ∞ 60 MVeículos Lifan 320 Não. Não é o carro que você está pensando. O Lifan 320 tem as mesmas linhas e contornos do Mini Cooper, mas se distancia em alguns aspectos do charmoso modelo inglês. A começar pelo preço: o Chinês vai custar R$ 29.980. Entre os itens de série estão ar, direção hidráulica, trio elétrico, airbag duplo, entre outros. Com motor de 1.3 litros de 88 cv, está acoplado a um câmbio manual de cinco marchas. Até o fim do ano começa a ser vendido o sedã 620, com preço estimado de R$ 40.000. Lifan 320 MG 550 A marca MG, Morris Garages, foi criada em 1924 e por anos fabricou sofisticados carros bem ao estilo britânico. Pertencia a BMW até 2005, quando foi adquirida pelo grupo chinês Saic. No Brasil, a estrela da marca é o MG 550, que custa R$ 95 mil e tem a mesma plataforma do BMW Série 5. O MG 550 tem motor 1.8 turbo, de 170cv de potência, câmbio automático de cinco velocidades com comandos no volante, seis airbags, câmera de marcha à ré, entre outros itens. B MG 550 Mercado Novembro 2010 ∞ 62 MVeículos 26º Salão Internacional do Automóvel POR Evaldo Pighini - Editor A vigésima sexta edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, realizada de 27 de outubro a 7 de novembro de 2010, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, foi um dos mais importantes capítulos de uma história de cinco décadas. Foram 12 dias de muitas novidades no evento que custou aproximadamente R$ 30 milhões e que superou todas as expectativas. Traduzindo o avanço do setor em produtos e tecnologias, o Salão se firmou como o principal evento de negócios da cidade de São Paulo e mais importante evento no calendário do setor automotivo da América Latina. A Mercado Novembro 2010 ∞ 64 Foto: Divulgação Cerca de 750 mil visitantes marcaram presença no Salão Internacional do Automóvel, no Anhembi, em São Paulo, conferindo aproximadamente 450 diferentes modelos de automóveis (40% dos quais novidades) de 42 marcas de montadoras, entre nacionais e importadas Na festa dos 50 anos do 26º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, a imagem de uma história, o evento em seu segundo ano de realização: 1961 MVeículos Foto: Divulgação “O Salão é a vitrine pela qual a indústria brasileira de automóveis mostra seu posicionamento de importância no cenário internacional”, Cledorvino Belini, presidente da Anfavea Mercado Novembro 2010 ∞ 66 Segundo Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Salão é a vitrine pela qual a indústria brasileira de automóveis mostra seu posicionamento de importância no cenário internacional. “O evento reflete o anseio do consumidor que vem ao evento para ver os produtos e encontra aqui o que está sendo lançado no mundo. O clima e o astral deste Salão são muito positivos, elevados pela característica própria do povo e pelo bom momento que o país vive. A indústria de automóveis se prepara para contabilizar um crescimento de 8% este ano, em relação a 2009”, afirma Belini - a indústria de automóveis no país projeta investir US$ 11,2 bilhões no triênio 2010-2012 (dados da Anfavea). SP e Brasil em festa - Cercado de glamour, o Salão do Automóvel é considerado um presente para a cidade de São Paulo. Situado entre um dos cinco maiores eventos do mundo no seu gênero, gera volume financeiro de cerca de R$ 112 milhões para os cofres paulistanos. Pesquisa da SP Turis - empresa que gerencia o turismo local - dá conta de que toda a cadeia do turismo da metrópole é beneficiada, já que 40% do público do Salão é composto por visitantes de outras localidades do Brasil e do exterior. Negócios - Sem deixar de lado o apelo institucional, o Salão reafirmou o seu papel de encontro de negócios. Já em fase final, o evento deixou o legado de perspectivas de vendas, conforme dirigentes dos principais fabricantes que participaram da atual edição. Segundo Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat na América Latina, a empresa foi o expositor mais ousado do Salão, que se traduz na oportunidade de mostrar ao consumidor novas tecnologias, lançamentos, carros-conceito. “A empresa conseguiu o feito de ter sido a pioneira em colher informações dos usuários de seus automóveis para compor seu conceito Fiat MIO, prova da intensa interatividade da montadora com o consumidor. O lançamento do Bravo foi outro ponto alto do estande. No geral, pudemos medir a ex- celente receptividade do público pelo alto índice de visitação do estande, o espaço mais concorrido do evento”, disse Belini. Foto: Reprodução Agora, em 2010, a 26ª edição do Salão atraiu cerca de 750 mil visitantes, que conferiram aproximadamente 450 diferentes modelos de automóveis (40% dos quais novidades) de 42 marcas de montadoras, entre nacionais e importadas. Tudo isso montado em um cenário de 85 mil metros quadrados reservados para a exposição no Pavilhão do Anhembi. O celebrado encontro da indústria automobilística com o público, segundo Juan Pablo De Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora e promotora do Salão, “teve um sabor a mais pela alta qualidade apresentada nos modelos atualizados de automóveis que estiveram em exposição em salões similares pelo mundo este ano”. Os 180 expositores, de acordo com ele, corresponderam ao clima de festa do evento, superando as expectativas também na forma de recepcionar o visitante, com atrações originais e muita interatividade entre os automóveis expostos e o público. “O 26º Salão Internacional do Automóvel se consagrou como o maior evento de negócios da cidade de São Paulo”, afirmou De Vera. “Esta 26ª edição do Salão é, de fato, um grande marco da indústria e é uma satisfação para a GM estar presente nessa oportunidade, o que nos dá a certeza de que retornaremos ao Pavilhão do Anhembi em 2012”, José Carlos Pinheiro Neto, vicepresidente da General Motors Brasil “A indústria de automóveis está cada vez mais globalizada, com produtos que imprimem um caráter mundial em sua fabricação. A amostra e a mostra que é o Salão do Automóvel provam isso. Vivemos vários ciclos ao longo da trajetória da indústria, desde o advento do etanol, que colocou o Brasil na posição de destaque como o único país do mundo a ter um sistema alternativo de combustível. Esta 26ª edição do A MVeículos Salão é um grande momento não só de comemoração, mas para a indústria, que tem no evento reunidas todas as marcas nacionais e internacionais. É, de fato, um grande marco da indústria e é uma satisfação para a GM estar presente nessa oportunidade, o que nos dá a certeza de que retornaremos ao Pavilhão do Anhembi em 2012”, assinalou José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da General Motors Brasil. “A Chery Brasil realizou a venda de 78 veículos (até o sábado, dia 6) durante o Salão. Tivemos a visita de 1.685 empresas para novas concessionárias. Para a Chery Brasil, o Salão do Automóvel foi além das expectativas”, afirmou Bia Bryan, da comunicação corporativa da Chery Brasil. “O evento melhorou muito em qualificação do público e movimento de pessoas no Pavilhão. O visitante demonstra interesse real em conhecer os nossos produtos. O evento é um dos momentos mais importantes para a marca. Este é o quarto Salão de que a empresa participa e o segundo em que é parceira como patrocinadora”, disse o gerente de marketing e comunicação da Pioneer André, Ricardo Andrade. Curiosidade - Nos 50 anos do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, a festa foi estrangeira. As maiores novidades apresentadas vieram de fora - Estados Unidos, Alemanha, México, Argentina, Coréia e China. Muito pouco do que se viu foi brasileiro o que expõe lentidão e dificuldade de competitividade da indústria, além de deixar claro como está aguçado o apetite dos “internacionais” pelo quarto maior mercado do mundo. Mesmo nas quatro grandes montadoras que dominam 76% do mercado nacional, não faltaram exemplos do domínio estrangeiro. Os destaques que dominaram as apresentações da Ford foram: o mexicano Fusion híbrido (R$ 133 mil), o canadense Edge 2011 (R$ 122 mil) e o conceito Start. Na General Motors, que já conhece o sucesso de vendas da mexicana Captiva, os norte-americanos Malibu (R$ 86 mil) e Camaro (R$ 185 mil), além do australiano Omega (R$ 128 mil), versão especial Emerson Fittipaldi. Na Volkswagen, dominaram as atenções a argentina Amarok cabine simples e o mexicano Jeta, totalmente reestilizado. Só a Fiat exibiu timidamente o Bravo, que vai ser lançado no mercado nacional ainda este ano. Se as estabelecidas aqui (Ford, General Motors, Volkswagen e Fiat) não têm muito o que mostrar, quem vive só do que importa deu show. Os estrangeiros tomaram conta do cenário durante a 26ª edição do Salão Internacional do Automóvel: em destaque, o BMW Vision A Kia é uma delas. Audi, Mercedes Benz e BMW também. Só a Kia apresentou cinco novidades para o mercado brasileiro em seu estande, todas elas de tirar o fôlego. Uma delas é o SUV Sportage, que já chega na casa dos R$ 90 mil, e o cupê Koup, derivado do Cerato, que também dá origem a hatch exibida no Anhembi . O preço do Sportage está mais alto que o da versão anterior, porque dificilmente vai atender a demanda. Do mesmo grupo, a Hyundai veio com o belíssimo sedã Sonata. O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo é organizado e promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, com o patrocínio da Anfavea, copatrocínio da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) e o apoio do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). B O importado Sonata, da coreana Hyundai MTurismo Pedaço do céu no Nordeste do Brasil POR Margareth Castro Mercado Novembro 2010 ∞ 72 Tendo como principal destaque Porto de Galinhas, considerada a melhor praia do país, o litoral pernambucano é famoso por suas praias de águas transparentes e mornas, adornadas por areia branca e fina e muitos coqueiros O litoral de Pernambuco, no Nordeste do Brasil, é de encher os olhos com suas palmeiras, águas transparentes e mornas, areias finas e muito brancas e aquele sol escaldante. As belezas naturais da região são abundantes, atraindo turistas de toda parte do país e também do exterior. Isso sem contar a culinária e o artesanato local, que são verdadeiras perdições e fazem o turista cometer o pecado da gula e meter a mão no bolso para as tradicionais lembrancinhas. O litoral do estado é, na verdade, um pedacinho do céu, o verdadeiro paraíso. A Porto de Galinhas, destaque no litoral pernambucano MTurismo Litoral Sul, região metropolitana de Recife, capital de Pernambuco Como em todo o Nordeste, em Pernambuco é verão praticamente o ano todo. O período chuvoso costuma ser de três meses, entre maio e julho. Nos demais meses podem ocorrer chuvas passageiras, que logo abrem espaço para o sol. O estado, um dos menores do país, possui 185 municípios e faz divisa com Paraíba e Ceará ao norte, Alagoas e Bahia ao sul, Piauí ao oeste e o Oceano Atlântico ao leste. São 187 km de costa, entre praias e falésias, zonas urbanas e locais praticamente intocáveis, sem contar a costa do arquipélago de Fernando de Noronha, que pertence ao estado. De quebra, Pernambuco tem ainda sob seus domínios o charmoso arquipélago de Fernando de Noronha Pernambuco conta com uma população de mais de 8,81 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2009. A região metropolitana do Recife, além da capital, possui mais 13 municípios e conta com mais de 3,78 mil habitantes. Entre os municípios destacamse Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. Litoral Dividido em Norte e Sul, o litoral pernambucano tem alguns lugares inesquecíveis, como Porto de Galinhas, praia considerada uma das melhores do país por causa das suas piscinas naturais com água cristalina e morna, cheia de peixes, principalmente da espécie Saberé. As piscinas naturais de Porto de Galinhas são muito procuradas pelos turistas em busca do prazer de poder nadar ao lado dos peixes Porto de Galinhas fica a 65 km do aeroporto internacional de Recife. A vila é um lugar aconchegante, com um calçadão cheio de lojas, minishoppings, bares e restaurantes. Pelas ruas, o artesanato local, como galinhas e bonecas de cabaça ou de argila, flores, peixes e pássaros feitos de folhas de coqueiro pelos nativos e colares de retalhos de tecidos coloridos enchem os olhos dos turistas. Também é comum encontrar barracas de tapioca e bolo de rolo, comidas tradicionais do estado. Calçadão em Porto de Galinhas Robson José dos Santos, um garoto de 12 anos, é um dos “artistas” locais. Pela manhã vai à escola e durante a tarde e a noite encanta os turistas com sua habilidade em transformar as folhas de coqueiro em beija-flor, flores e peixes. Com sua simpatia, consegue ganhar uns trocados daqueles que recebem um de seus “agrados”. Tímido, mas de bom papo, Robson dos Santos diz que aprendeu a arte com amigos que, como ele, vivem perambulando pelo calçadão e vielas da vila de Porto de Galinhas. A O pequeno artesão Robson José e sua arte de transformar folhas em pássaros, flores e peixes De olho no potencial turístico do lugar, a vila oferece mais de 100 pousadas aconchegantes e bastante familiares e cerca de 20 hotéis e resorts para aqueles que preferem ficar bem perto da praia e curtir as badalações do lugar até altas horas, pois na vila não faltam opções de lazer à noite. Boates, bares e restaurantes com música ao vivo e até mesmo o comércio, que funciona em horário especial e fica aberto diariamente até as 23 horas. Ao longo da orla, casas de veraneio, hotéis, pousadas e resorts, como o RIU Enotel, o único “all inclusive” de Porto de Galinhas. Com uma estrutura de nível superior, oferece conforto com quartos grandes e bem mobiliados e uma estrutura de lazer impecável, com piscinas, SPA, fitness, sem contar os bares e restaurantes, que possuem um cardápio variado e de bom gosto. Pelas ruas do vilarejo é comum ver um aviso afixado em locais estratégicos: o horário que a maré irá baixar e subir no dia seguinte. Isso é fundamental para os turistas, que podem se programar para curtir as piscinas naturais, e também para os comerciantes da orla e os jangadeiros, que ficam aguardando o momento, cuja duração é de aproximadamente 3 a 4 horas, para faturar. Passeio de Catamarã em Porto de Galinhas MTurismo O passeio de catamarãs (ou jangadas) até as piscinas naturais duram em média de 30 a 45 minutos, com direito a mergulhos junto com os peixinhos, que se aproximam para comer ração na mão dos turistas. Também é possível conhecer e parar para fotografar uma das piscinas mais curiosas do lugar: a que forma o mapa do Brasil. O custo é de R$ 10 por pessoa. Mas também é possível curtir toda essa beleza de perto sem usar as jangadas. A travessia a pé da orla até as piscinas dura de 5 a 10 minutos. Também tem a opção dos mergulhos com cilindros de oxigênio para aqueles que curtem uma adrenalina. Os passeios de buggy são outro grande atrativo Muro Alto com sua água límpida e morna: um convite aos banhistas Na vila de Porto de Galinhas, a todo o momento bugueiros ou agentes de turismo oferecem passeios pelo litoral. Mesmo para aqueles que não se programaram financeiramente ou não querem conhecer outras praias, o passeio de buggy pela vila ou até os hotéis ou pousadas da orla é imperdível. Muro Alto Um dos passeios oferecidos aos turistas é o ponta a Mercado Novembro 2010 ∞ 76 ponta (Muro Alto, Cupe, Maracaípe e Pontal de Maracaípe). De buggy ou de carro com ar-condicionado, o passeio custa R$ 50 por pessoa e dura em média 4 horas. Da saída até a Praia do Cupe, o trajeto é pela rodovia. Depois, pega-se uma trilha e o buggy passa bem próximo à praia de Mar Aberto, que é emoldurada por belas casas. De volta ao asfalto, logo se pega outra trilha e o caminho passa a ser a mata atlântica, com seu ar puro e cheio de aromas de plantas e flores. Logo mais à frente começam os hotéis e os luxuosos resorts próximos a um dos paraísos do litoral pernambucano: Muro Alto. Uma piscina natural com três quilômetros de extensão, emoldurada por coqueiros. A formação de arrecifes cria a imensa piscina natural, sem onda e muito clara, cuja profundidade máxima é de 10 metros. A água límpida e morna é um convite para nadar. Pequenos barcos a vela e caiaques também são ótimas opções de lazer. Pode-se alugar um caiaque por 30 minutos por R$ 5. Nada se parece tanto com o Tahiti como o Nannai Beach Resort, em Muro Alto Na areia, muito artesanato e um cheirinho que pega o estômago de jeito: o famoso queijo coalho na chapa com orégano ou mel e também o milho verde cozido. Tem ainda os carrinhos de picolé e as barracas com peixe frito, porções de caranguejo e camarão. Maracaípe A praia de Maracaípe é tida como o paraíso dos surfistas, com suas águas claras e ondas fortes e por isso é perigosa para banho. O clima é jovem e descontraído . O lugar conquista o visitante por sua beleza natural e extensa rede de coqueiros. O acesso por carro é possível por meio de uma estrada que acompanha a areia da praia em quase toda a sua extensão até a Vila de Todos os Santos, onde se encontram bares e restaurantes, praticamente à beira-mar. Continuando na estrada de areia fina chega-se ao Pontal de Maracaípe. O trajeto, à beira dos manguezais, reserva surpresas agradáveis, como o capricho da natureza ao esculpir em um tronco de árvore um cavalo marinho, indicando que ali é um dos habitats do animal. A Vista aérea do maravilhoso Pontal de Maracaípe MTurismo A imagem do cavalo marinho desenhada caprichosamente no tronco de uma árvore pela natureza; e o animal, pego por um jangadeiro do lugar, para pode ser fotografado pelos turistas O Pontal de Maracaípe é formado na foz do rio Maracaípe e, além de tomar banho, pode-se alugar uma jangada e passear pelos manguezais e conhecer o projeto Hippocampus, onde é possível ver o cavalo marinho em seu habitat natural. O jangadeiro geralmente mergulha e consegue pegar um exemplar, que é colocado em um vidro para que o turista possa conhecer e fotografar. cerca de 45 minutos, é possível conhecer as várias espécies de caranguejos. Uma curiosidade sobre o rio Maracaípe é que suas águas são salgadas. Questionado sobre o porquê disso, já que rios são de água doce, em sua simplicidade de pescador e nativo, Pato disse: “Na verdade, isso aqui é braço de mar. Rio mesmo não conheço não. Só vi na televisão.” Prazer inigualável é o passeio de jangada pelos manguezais de Maracaípe Segundo o jangadeiro Rosenval, conhecido como Pato, o cuidado de colocar o cavalo marinho em um vidro é para a preservação da espécie. Ele contou que por causa do protetor solar usado pelos visitantes os animais estavam desenvolvendo fungos e morrendo. Também durante o passeio, que dura Mercado Novembro 2010 ∞ 78 Além desses atrativos, a praia do Pontal de Maracaípe possui bancos de areia e de corais. A areia é muito fina e branca e faz um contraste bonito de ver com as águas azul-esverdeadas do mar, que com a maré cheia costuma encobrir tudo. Principais praias do litoral pernambucano Municípios Praias Litoral Sul Recife Boa Viagem e Pina Jabotão dos Guararapes Barra de Jangada, Candeias e Piedade Cabo de Santo Agostinho Calhetas, Enseada dos Corais, Gaibu, Itupuama, Paiva, Paraíso, Suape e Xareú Ipojuca Camboa, Cupe, Muro Alto, Pontal de Maracaípe, Porto de Galinhas e Serrambi São José da Coroa Grande São José da Coroa Grande, Barra da Cruz, Gravatá e Várzea do Uma Sirunhaém Barra de Sirinhaém, Gadalupe e Gamela Tamandaré Tamandaré, Mamocambinhas e Carneiros Litoral Norte Paulista Maria Farinha, Conceição, Pau Amarelo e Janga Goiana Pontas de Pedra, Carne de Vaca, Catuama, Barra de Catuama e Atapuz Itamaracá Itamaracá e Gavoa Olinda Rio Doce e Casa Caiada Fernando de Noronha Fernando de Noronha Curiosidades •As praias de Piedade e Candeias são densamente habitadas, cercadas por altos edifícios de luxo. •O litoral Norte do estado é mais habitado do que o litoral Sul. Tem alguns dos sítios históricos mais importantes da região, como os municípios de Olinda, Itamaracá e Goiana. •O litoral Norte é conhecido por suas praias, mas, principalmente, por ter o Veneza Water Park, um dos maiores parques aquáticos do Brasil, na praia de Maria Farinha. •Ipojuca é um dos municípios de Pernambuco e abriga os distritos de Camela, Nossa Senhora do Ó e os povoados das praias de Porto de Galinhas, Muro Alto, Cupe, Maracaípe, Serrambi, Touquinho, Suape e seus engenhos. •Ipojuca vem do tupi guarani Iapajuque, que significa água escura. •Uma das origens do nome Pernambuco é do tupi Paranã-Puca, que significa “onde o mar se arrebenta”. Essa é uma das hipóteses mais aceitas, já que a maior parte do litoral do estado é protegida por paredões de recifes de coral. •Porto de Galinhas recebeu esse nome porque era assim que se referiam aos escravos chegados da África durante o período em que os holandeses invadiram Pernambuco, no ano de 1645. •O município de Ipojuca também é considerado um dos grandes polos industriais de Pernambuco, com algumas grandes empresas surgidas ao redor do Porto de Suape (foto) e também por causa da Refinaria do Nordeste (Rnest), ou Refinaria Abreu e Lima, e ainda dos engenhos. B Em primeiro plano, um dos vários e belos resorts do litoral pernambucano, com vista, ao fundo, do Porto de Suape, no município de Ipojuca MBazar Aplicativo iPad traz a praticidade da tecnologia para o setor de turismo Roteiros aparecem de forma interativa; é possível ver fotos, deslizar tela, armazenar em favoritos, fazer orçamento, reserva e efetuar a compra Sem estar conectado, o usuário de iPad poderá planejar suas férias para o exterior com uma pesquisa interativa. O novo aplicativo, encomendado pela ByTravel, representante no Brasil da operadora espanhola Europamundo, é lançamento mundial e o primeiro voltado ao setor de turismo com recursos para viabilizar reserva e compra on line. O conteúdo a ser pesquisado não aparece em formato PDF, como acontece com a maioria dos programas. Imagens e informações personalizadas saltam e deslizam na tela como se houvesse um provedor. O aplicativo dá autonomia ao usuário que pode escolher entre 350 roteiros para Europa e Oriente Médio. Outra vantagem é o ícone “Favori- tos”, onde é possível armazenar os roteiros mais interessantes antes de decidir a próxima viagem. Só é necessário conectar-se à internet para fazer orçamentos, reservas e autorizar o agente de viagens a confirmar a compra. O aplicativo está pronto, é gratuito, e estará disponível no site da Appel ainda em outubro. A ByTravel - representante no Brasil da operadora espanhola Europamundo, é uma das sete Empresas Schultz, grupo presidido pelo empresário Aroldo Schultz, do qual ainda fazem parte: Vital Card, Reservando, Schultz Vistos, Vital Fone, TZ Systems e TZ Seguros. O site da empresa é www.bytravel. com.br. Pendrive para quem curte aventura Com um design bastante robusto e uma carcaça super-resistente, o Data Traveler R500 da Kingston é presença confirmada em qualquer viagem A Kingston, maior fabricante mundial independente de produtos de memória, anuncia o lançamento do Data Traveler R500, um pendrive de alta capacidade de armazenamento, ideal para as pessoas que gostam de viajar e que curtem aventura. A carcaça emborrachada torna a novidade mais fácil de manusear e protege o dispositivo de arranhões, quedas, umidade e desgastes de uma forma geral. Por isso, o DTR 500 é indicado para as pessoas que gostam de checar seus dados em qualquer lugar, inclusive ao ar livre. Mercado Novembro 2010 ∞ 80 Com capacidades de 16GB, 32GB e 64GB, o Data Traveler R500 tem taxas de transferência de leitura de 30 MB/s e velocidade de escrita de 20 MB/s, portanto, é possível fazer backup rapidamente de todos os documentos, mesmo vídeos muito pesados, fotos, músicas etc. Os preços sugeridos ao consumidor final são R$ 169,90 (16GB), R$ 339,90 (32GB) e R$ 689,90 (64GB). Nas cores preta ou laranja e com cinco anos de garantia, o DataTraveler R500 Kingston é compatível com os sistemas operacionais Windows® 7, Windows Vista®, Windows XP (SP2, SP3), Windows 2000 (SP4), Mac OS v.10.5.x+ e Linux v.2.6.x+. MINI lança edição especial de celular Toda a irreverência e jovialidade MINI agora vão estampar os celulares Samsung O MINI (marca de automóvel do BMW Group) é tão compacto que cabe até em um celular. Alguém duvida? Toda a irreverência e jovialidade da MINI agora vão estampar os celulares Samsung, lançamento que promete ser um verdadeiro “must” entre os descolados. O smartphone Galaxy S MINI é uma edição limitada de 2.000 aparelhos customizados com aplicativos exclusivos da MINI, como: lista de concessionárias, vídeos e imagens de fundo de telas dos compactos charmosos para serem baixados, além de alguns serviços imprescindíveis para o público “antenado”, como atalho para redes sociais da MINI. O usuário do aparelho, que é top de linha da marca, poderá ainda personalizar o fundo de tela do seu aparelho e a tampa da bateria com duas skins que são marca registrada da MINI - a bandeira quadriculada e a bandeira da Inglaterra. Todo conceito visual desenvolvido para as telas, ícones e gifts remetem às linhas e formas do MINI. O concorrente do iPhone tem tela de 4 polegadas, processador de 1 GHz, câmera de 5 megapixels e opção para captar imagens em alta resolução, teclado com Swype e até 16 GB de espaço interno - além de vir com um cartão de 2 GB. O smartphone Galaxy S MINI roda o Android na versão 2.1 e possui hotspot Wi-Fi, um recurso que permite compartilhar a conexão 3G com outros aparelhos estará disponível nas prateleiras da FNAC e Fast Shop. Película antivandalismo garante maior proteção no trânsito Protection Blindagens oferece opções de segurança para os motoristas Para se prevenir da violência que cresce a cada dia nos grandes centros urbanos, os motoristas agora podem contar com uma novidade do mercado automotivo: o filme antiviolência, que tem como objetivo prevenir acidentes causados por tentativas de furtos e arrombamentos. Muito eficaz quando os marginais tentam danificar os automóveis com pedras, objetos cortantes e, até mesmo, capacetes de motos. Na maioria das vezes, as vítimas são as mulheres. Mas o alerta vale para todos: Não deixem no banco do passageiro, ou no traseiro, pertences à vista, como bolsas, pastas, celulares, laptops, etc. A Protection Blindagens, empresa referência no país no setor de blindagem automotiva, oferece esta opção de segurança para seus clien- tes. A função desta película é dificultar a quebra dos vidros, impedindo o acesso ao veículo, permanecendo como uma espécie de cortina superresistente. Em caso de um eventual acidente, a película antivandalismo dificulta o desprendimento dos pedaços de vidro, protegendo os ocupantes de danos maiores. A película de segurança Protection Glass, é feita de camadas de filmes de poliéster, com espessuras variando entre quatro e 15 milésimos de polegada. Outra vantagem é que ela consegue bloquear 30% dos raios UV, diminuindo o calor e também os gastos com o ar-condicionado. 81 ∞ Mercado Novembro 2010 MBazar Preparador de pele para maquiagem com o glamour do caviar Com partículas de disfarce óptico, o Bio Primer Biomarine mascara pequenas imperfeições, auxilia na retração dos poros e uniformiza a pele. É a tecnologia usada a favor da beleza A Biomarine - grife de dermocosméticos que traz o glamour do caviar em seus produtos - está lançando o Bio Primer®, dermocosmético que prepara a pele para a maquiagem após a limpeza. O Bio Primer é indicado para aumentar a aderência e a fixação da maquiagem. Seu uso diminui a oleosidade e o brilho da pele, por possuir textura macia, aveludada e toque seco, de rápida absorção. Contém caviar - rico em minerais, aminoácidos e proteínas que mantêm a pele hidratada - e partículas de disfarce óptico - que, depositadas nas fissuras, mascaram pequenas imperfeições, auxiliam na retração dos poros e uniformizam a pele. Seus aminoácidos hidratam por reposição do manto hidrolipídico. Indicado para todos os tipos de pele, deve ser usado sobre a pele limpa e seca, antes da maquiagem. Trata-se de um aliado na pré-maquiagem, que garante a aderência dos produtos aplicados em seguida, além de ter efeito imediato na diminuição de rugas de expressão e imperfeições. A pele fica em equilíbrio perfei- to para a maquiagem. Bio Primer® Biomarine é vendido em todo o Brasil, nas melhores redes de drogarias e perfumarias, ou pelo televendas: (11) 4196-1500. O preço sugerido do produto é de R$ 57,75. Sony lança filmadoras a preços mais acessíveis Objetivo da marca é oferecer produtos específicos para o público das classes B e C a preços que variam entre R$ 900 e R$ 1.500 A Sony inova e disponibiliza aos clientes novos modelos de filmadoras desenvolvidas exclusivamente para o Brasil e que combinam qualidade e preços supercompetitivos. A estratégia da empresa é aumentar a participação da marca nas classes B e C, frente aos consumidores que buscam por estes atributos na hora da compra. As novas filmadoras, modelos DCRSX20K e DCR-SX20, têm em comum a leveza, formato compacto, capacidade Mercado Novembro 2010 ∞ 82 de fazer fotos em VGA, zoom óptico de 50x, tela LCD de 2,7 polegadas, lentes Sony, sensor CCD, estabilizador de imagem SteadyShot, função Face Detection e microfone zoom que ajusta o áudio à medida em que o zoom da imagem é aproximado. Além disso, assim como os modelos da linha 2010, são compatíveis tanto com Memory Stick como com cartão SD. A DCR-SR20 possui HD interno de 80 GB que garante até 61 horas de gravação e a DCR-SX20K aceita memory stick de 4GB que grava até 3 horas de vídeo. (memory stick de 4GB incluso - comercializado junto com o produto). Os preços sugeridos para as filmadoras são: DCR-SX20 - R$899,00; DCR-SX20K - R$ 999,00 e DCR-SR20 - R$ 1.499,00. Todos os produtos podem ser adquiridos pelo site www. sonystyle.com.br, nas SonyStyle Store espalhadas pelo país ou nas revendas autorizadas Sony. MDica de Leitura “Mulheres sem homens” chega ao Brasil DA Redação O lançamento “Mulheres sem homens”, ficção de Shahrnush Parsipur, manifesta-se a favor de relações mais harmônicas entre homens e mulheres na Pérsia. Sua narrativa conta a história de cinco mulheres do Irã que buscam escapar de suas mazelas cotidianas, à época do golpe de Estado dos anos 1950. Virgindade, morte e renascimen- Mercado Novembro 2010 ∞ 84 to, estupro, prostituição e casamento permeiam a espirituosa narrativa, que mistura história, política e ficção. As protagonistas desta trama fogem da realidade opressiva de suas vidas e se dirigem a um mesmo jardim, localizado em Karaj, próximo a Teerã. Um jardim metafórico, refúgio para suas fantasias e lugar onde encontram seu próprio destino, por força do desejo ou do acaso. Nesse espaço atemporal e utópico, Parsipur oferece a suas personagens a oportunidade de escapar dos sentimentos que as aprisionam. As similaridades entre o universo das mulheres iranianas e ocidentais irão surpreender o leitor no Brasil. A capa da edição brasileira traz um trabalho da artista plástica brasileira Beth Moysés - “Reconstruindo Sonhos” (2005). Sobre a autora Shahrnush Parsipur nasceu em Teerã, em 1946. Começou sua carreira literária aos 16 anos, escrevendo histórias curtas e artigos. Formou-se em sociologia e, aos 28 anos, escreveu seu primeiro romance, “Sag va Zememstaneh Boland” (“O cão e o longo inverno”), em 1974. No mesmo ano, trabalhou num programa de TV voltado para mulheres, o Rural Women, no Irã, mas demitiu-se em protesto contra a tortura e a Em “Mulheres sem homens”, Parsipur fala abertamente sobre virgindade, o que causou grande repercussão em seu país. Traduzido para mais de cinco idiomas, o romance ganhou uma versão cinematográfica, com direção de Shirin Neshat, que levou o prêmio de Melhor Realização no Leão de Prata de 2009, segundo prêmio mais importante do Festival de Veneza. B execução de dois jornalistas ativistas cometidas pela Savak, a antiga polícia secreta iraniana. Ao deixar a prisão, mudou-se para a França, onde escreveu seu segundo romance, “Majerahayeh Sadeh va Kuchake Ruheh Derakht (“Pequenas aventuras plenas do espírito de árvore”)”, em 1977. Quando retornou a seu país, foi presa novamente por quase cinco anos. Hoje a autora vive exilada nos Estados Unidos. Título: Mulheres sem homens Autor: Shahrnush Parsipur Editora: Martins Fontes Especialidade: Literatura estrangeira ISBN: 8561635746 ISBN 13: 9788561635749 Páginas: 136 Publicação: 2010 Edição: 1ª Preço: R$ 28,90 MCulinária Sai um teppan de salmão quente Quem abre mão de pratos da culinária japonesa que contam com o peixe cru como ingrediente, como sushi e sashimi, vai adorar a opção de prato quente que o restaurante Nagoya Sushi (www.nagoyasushisp. com.br), de São Paulo, disponibiliza aos leitores da Mercado. Localizada em Pinheiros, a casa conta com uma opção quente de teppan de salmão grelhado na chapa que pode ser feito de várias maneiras. O chef da casa, Antonio Andrade, opta por prepará-lo numa chapa de ferro bem aquecida e servi-lo acompanhado por legumes e shoyu. Já no Japão, os chefes executam esse prato exibindo técnicas e até alguns truques de malabarismo, com uma chapa ao centro de um balcão com os clientes sentados em volta. Confira o passo a passo dessa deliciosa receita do restaurante Nagoya Sushi. Teppan de salmão Ingredientes: • 25 gramas de brócolis cortado • 25 gramas de couve-flor cortada • 20 gramas de cenoura cortada em fatias • 20 gramas de broto de feijão (moyashi) • 1/2 tablete de caldo de frango • 50 ml de água • 250 gramas de filé de salmão (o equivalente a um filé) • 1 pitada de sal temperado • 1 pitada de pimenta do reino • 1 colher de sopa de manteiga • 1 colher de sobremesa de hondashi • 1 colher de óleo Tempero do salmão: • 1 dente de alho • 1 limão • sal a gosto Modo de preparo: Deixe diluir no fogo em uma frigideira média a manteiga, o hondashi e a água. Acrescente os legumes, tempere a gosto e mexa até ficar al dente (meio durinho). Ao mesmo tempo, já com a chapa de ferro aquecida, coloque uma colher de óleo, aqueça e acrescente o filé de salmão, os temperos e frite. Coloque os legumes ao lado do salmão, frite levemente e sirva com gorran (arroz) à parte. Rendimento: Uma porção individual Grau de dificuldade: Médio Tempo de preparo: Em média, 15 minutos Chef: Antonio Abdoral Andrade Filho Mercado Novembro 2010 ∞ 86 MColunaLiteratura Os mais intensos poemas eróticos e viscerais da literatura brasileira Madonna 1894-1895 POR Kenia Maria A poesia abarca os mais diversos temas. Os poetas cantam o amor perdido, o amor conquistado, a amizade, a terra natal, a dor de cotovelo, a família, a guerra, a política, o humor e, claro, também, caro leitor - que ninguém é de ferro - o erotismo e a sensualidade. De todos os poetas brasileiros, talvez o que tenha escrito de forma mais exageradamente erótica, com toques de sadismo e canibalismo, tenha sido o autor parnasiano pouco divulgado, Francisco Antonio de Carvalho Junior. Carvalho Júnior nasceu no Rio de Janeiro em 1885. Formou-se em Direito. Deixou uma única obra intitulada “Parisina”, contendo suas poesias, peças de teatro, folhetins e crítica literária. Faleceu em 1879, também no Rio de Janeiro. O crítico Antonio Candido, em seu livro “A educação pela noite”, observa que Carvalho Júnior é um dos nossos primeiros poetas baudelerianos, ou seja, um dos primeiros autores brasileiros a beber diretamente na fonte do poeta francês Baudelaire, principalmente em sua clássica obra, “Flores do mal”. Para Antonio Candido, os poemas de Carvalho Júnior são “agressivamente eróticos” e “marcadamente sexuais”: uma forma de rebeldia e irreverência juvenis contra a mesmice e o provincianismo intelectual do século XIX. É bem interessante o uso que esse autor faz da sexualidade escancarada e mordaz como forma de protestar contra os valores sociais de sua época. Vamos ao poema: O crítico Antonio Candido diz que “os poemas de Carvalho Júnior são ‘agressivamente eróticos’ e ‘marcadamente sexuais’” Mercado Novembro 2010 ∞ 88 Antropofagia (Carvalho Júnior) Mulher! Ao ver-te nua, as formas opulentas Indecisas luzindo à noite, sobre o leito, Como um bando voraz de lúbricas jumentas, Instintos canibais refervem-me no peito. Como a besta feroz a dilatar as ventas Mede por dar-lhe o bote ajeito, Do meu fúlgido olhar às chispas odientas Envolvo-te, e, convulso, ao seio meu t’estreito: E ao longo de teu corpo elástico, onduloso, Corpo de cascavel, elétrico, escamoso, Em toda essa extensão pululam meus desejos, - Os átomos sutis, - os vermes sensuais, Cevando a seu talante as fomes bestiais Nessas carnes febris, - esplêndidos sobejos. Observem agora este outro poema, com ácidas críticas às mulheres pálidas e virgens do romantismo. Outro exemplo de erotismo mesclado à rebeldia: Profissão de Fé (Carvalho Júnior) Odeio as virgens pálidas, cloróticas, Beleza de missal que o romantismo Hidrófobo apregoa em peças góticas, Escritas nuns acessos de histerismo. Sofismas de mulher, ilusões óticas, Raquíticos abortos de lirismo. Sonhos de carne, compleições exóticas, Desfazem-se perante o realismo. Não servem-me esses vagos ideais Da fina transparência dos cristais, Almas de santa e corpo de alfenim Prefiro a exuberância dos contornos, As belezas da forma, seus adornos, A saúde, a matéria, a vida enfim. Outro parnasiano que também é visceralmente erótico e sensual é Teófilo Dias. Antonio Candido o classifica como um baudeleriano a explorar as temáticas das mulheres mágicas e perfumadas em forma de fêmeas fatais. Teófilo Dias, embora tenha sido sobrinho do nosso conhecido Gonçalves Dias, (o poeta da “Canção do exílio”), é também pouco estudado nas escolas e raramente alguém sabe citar algum poema de sua lavra poética. Teófilo nasceu no Maranhão, em 1854, e faleceu em São Paulo, em 1889. Foi político, professor e jornalista. Depois de um rápido percurso pelo romantismo, dedicou-se ao simbolismo-parnasianismo, publicando em 1882 sua melhor obra, intitulada “Fanfarras”. Veja o poema abaixo e observe como a sedução feminina da mulher fatal captura o poeta em êxtase. Perceba como a mulher é o centro da volúpia, do desespero, da loucura e das carnes em ebulição: Esfinge (Teófilo Dias) Tuas pupilas alaga Não sei que acerba ternura, Cuja luz cruel me afaga, Cujo afago me tortura. Unge-te o seio moreno Um perfume sufocante, Suave como um calmante, Pérfido como um veneno. Freme-te a alma fatal No frágil corpo nervoso, Como um filtro perigoso Numa prisão de cristal. Para estancar os desejos, Que teu sangue tantalizam, Teus lábios prodigalizam Dentadas por entre beijos. Com sarcasmo me apunhalas; Depois, as feridas cruas Ameigas com a luz que exalas Dos teus olhos, - negras luas. Tua palavra me é dura Às vezes, pelo sentido, E doce pela brandura Com que me trina no ouvido. Há uma alma que suspira Em cada ponto do espaço - Quando caminhas: teu passo Murmura como uma lira. No movimento discreto Revelas, por entre gazes, Todo um poema correto Escrito em versos sem frases. Os teus lençóis apaixonas Com a gentileza que apuras Nas langorosas posturas Em que o teu corpo abandonas. Dos primores, de que és feita, A nenhum dou primazia: É do conjunto a harmonia Que os meus sentidos sujeita. Depois dessas poesias, caro leitor, chegamos à conclusão que conhecemos pouco da nossa literatura. Sabemos quase nada desses poetas parnasianos intensamente eróticos que quase beiram à pornografia. Tudo isso no século XIX. Cai por terra a teoria ingênua de que a malícia e o extremado erotismo é coisa da juventude pósmoderna conectada à internet. Muita pesquisa ainda precisa ser feita sobre os autores desse período. Ignoramos os parnasianos como se fossem um bando de tolos a fazer sonetos sem graça sobre mármores e estátuas, ou uns sonhadores a escrever poemas sobre a pátria e a infância. Quanto preconceito e quanta falta de informação! As poesias de Carvalho Júnior e Teófilo Dias provocam a imaginação e viram pelo avesso as características estereotipadas do parnasianismo brasileiro. Por fim, sabemos pouco da nossa cultura e dos talentos deste Brasil E para quem é curioso e quer se aventurar nas pesquisas sobre esses dois eróticos/rebeldes recomendo que leiam as obras: “A educação pela noite”, de Antonio Candido; “Apresentação da poesia brasileira”, de Manuel Bandeira; “A literatura no Brasil”, de Afrânio Coutinho; e “A renovação parnasiana na poesia”, de Péricles Eugênio da Silva Ramos. Boas leituras! E eu te amo, beleza fátua, Minha perpétua loucura, Como o verme a flor mais pura, E o musgo a mais bela estátua! Teófilo Dias é um “baudeleriano a explorar as temáticas das mulheres mágicas e perfumadas em forma de fêmeas fatais” Kenia Maria de Almeida Pereira - doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros sobre literatura brasileira, dentre eles, Machado de Assis: outras faces, publicado pela editora Aspecttus ([email protected]) 89 ∞ Mercado Novembro 2010 MProfissões em Filme Gente grande POR Kelson Venâncio No mundo moderno de hoje todos precisam trabalhar, e muito, para a realização de sonhos, desejos e principalmente para a própria sobrevivência. E com tantas tecnologias e uma gama cada vez maior de produtos disponíveis no mercado, o consumismo aumenta assustadoramente a cada dia que passa. E nesse ciclo vicioso de trabalho e mais trabalho, os “escravos da profissão” acabam perdendo algo importante de suas vidas, que é o tempo. É muito comum você ouvir alguém dizer - ou talvez até mesmo você já tenha dito: “Preciso muito fazer exercícios, mas me falta tempo. Tô querendo viajar pra descansar, mas me falta tempo. Preciso resolver uns problemas pessoais, mas me falta tempo”. E por aí vai... Por isso, na coluna Profissões em Filme deste mês, resolvi falar sobre um filme que é uma comédia, mas com uma mensagem muito bacana para quem não tem mais tempo para as coisas simples e boas da vida. E nesse caso, para algo muito importante no cotidiano de qualquer pessoa: tempo para os amigos e para a própria família, principalmente. E se você tiver um tempinho para ler essa crítica e depois ver esse divertido filme, quem sabe pode arrumar um jeitinho para dar mais atenção aos seus filhos, à pessoa amada e bater um bom papo com seus amigos? Fica essa dica! Crítica Já disse anteriormente que no cinema “grandes expectativas trazem grandes frustrações”. Pois o contrário também acontece de vez em quando. E é exatamente isso que se vê no filme “Gente grande”. Quando vi o trailer acreditei que seria mais um daqueles filmes forçados e exagerados de Adam Sandler que, quando se junta a Rob Schneider, só sai besteira (com raras exceções). Mas, para minha felicidade e o bem geral dos amantes de um bom filme, me enganei. “Gente grande” é, sim, uma boa produção e sob vários pontos de vista. É claro que esse não é um dos melhores filmes que já vi. Mas é daqueles que nos divertem muito e nos fazem pensar; mesmo sendo uma comédia, faz-nos refletir sobre alguns valores de vida de que Mercado Novembro 2010 ∞ 90 nos esquecemos muitas das vezes. Para começar vamos falar do elenco. “Gente grande” tem em seu casting nomes muito conhecidos, como Rob Schneider, Chris Rock, Salma Hayek e o próprio Adam Sandler. Tem ainda outros não tão famosos, mas bastante conhecidos no mundo do cinema, como Maria Bello, Maya Rudolph, Kevin James, David Spade e Tim Meadows. Apesar disso, todos estão bastante entrosados no propósito do filme, que é divertir! Ninguém tira o espaço de ninguém e isso funciona. Porém, vale um destaque para Sandler que, além de ser um dos personagens, é também roteirista e produtor. Ele tem abandonado seu estilo de comédias exageradas para fazer filmes menos “besteiróis”. Digamos que vem se especializando em comédias dramáticas que abordam temas diversos e mais interessantes, como fez em “Tá rindo de quê”, “O paizão” e “Eu vos declaro marido... e Larry”. E isso vem sendo positivo. Nesse caso, por exemplo, os temas família passam o dia trancadas dentro de casa, em frente a um computador, uma TV ou vídeo-game. Na hora do almoço (se é que hoje existe “hora de almoço”), cada um come uma coisa diferente em horários alternados, quando sobra tempo para comer. Os pais não conversam mais com seus filhos adolescentes, pois têm muito trabalho a fazer e chegam cansados em casa. Já os filhos, especialmente os “aborrecentes”, revoltam-se com qualquer coisa e não querem saber de nada. Conversar com os pais para eles é tempo perdido, é “piegas”. E nesse mundo moderno, as relações estão cada vez mais difíceis. E isso é porque falo apenas da família. Quando o assunto é amizade a coisa fica pior. Quem tem um amigo de verdade nos dias de hoje? Daqueles que te ligam sempre, que sempre estão contigo, que se preocupam com você? Pois é exatamente a reflexão sobre esses valores a base para este filme. De uma maneira divertida pensamos em tudo isso mencionado anteriormente. empregos, se você não tem um tempo para lazer, para cuidar da sua saúde? “Gente grande” é um filme para “gente grande” que quer se lembrar dos tempos e amizade foram os escolhidos para nos mostrar de uma forma descontraída e divertida que nos dias atuais, na correria dos tempos modernos, estamos nos esquecendo de aproveitar os nossos amigos e principalmente a nossa família. Quem não se lembra da época de infância em que tínhamos tempo para brincar no quintal de casa com vários amigos? Ficávamos todos sujos subindo em árvores, brincando de pique-esconde ou pique-pega, pulando corda, jogando bolinha de gude, etc. E quando a brincadeira acabava, era hora de almoçar ou jantar em família. E aí, ninguém começava a comer se estivesse faltando alguém. Todos se sentavam à mesa para um momento de união. Época boa essa! E hoje? As crianças são deixadas com uma babá. Quando mais crescidas, mais De que vale ter muito dinheiro, se não sobra tempo para gastá-lo? De que vale ter filhos, se você não tem tempo para brincar com eles? De que vale ter vários de “gente pequena” e fazer com que essas lembranças sejam reflexões para que cresçamos valorizando as coisas que realmente são boas na vida. Vale a pena! B Ficha Técnica Gente grande (Grown Ups, 2010) Gênero: comédia Direção: Dennis Dugan Roteiro: Adam Sandler, Fred Wolf Elenco: Adam Sandler, Rob Schneider, Salma Hayek, Maria Bello, Maya Rudolph, Chris Rock, Kevin James, David Spade, Tim Meadows Produção: Adam Sandler, Barry Bernardi, Allen Covert, Tim Herlihy Duração: 102 min. Sinopse Trinta anos após a formatura do colégio, cinco amigos (Adam Sandler, Chris Rock, Kevin James, David Spade e Rob Schneider) se reencontram para passar um fim de semana juntos. Com suas mulheres (Salma Hayek, Maria Bello e Maya Rudolph) e filhos, eles comemoram o feriado de 4 de Julho em uma casa no lago, para celebrar os anos de juventude e relembrar os bons momentos. Nota 7 Kelson Venâncio - jornalista e diretor do Cinema e Vídeo www.cinemaevideo.com.br 91 ∞ Mercado Novembro 2010 MSustentabilidade Gestão sustentável para pequenas empresas S ustentabilidade não é um assunto obrigatório apenas para médias e grandes empresas, mas também para as micro e as pequenas. Na verdade, toda empresa deve orientar sua gestão para um modelo sustentável em função da redução de riscos e, principalmente, das oportunidades que surgem em virtude dessa nova forma de gerir seus negócios. Redução de riscos - Quando uma empresa, independentemente de seu porte, adota critérios de sustentabilidade para sua gestão, ela apresenta em seu escopo políticas de gestão ambiental na área da qualidade, recursos humanos, no relacionamento com seus clientes, funcionários e fornecedores, que acabam reduzindo riscos de inadequação legal. Dessa forma, prejuízos com multas e adequações de urgência (em que não será possível uma negociação por melhores preços) são riscos que ficam muito reduzidos frente a uma gestão sustentável. É inserir a sustentabilidade no modelo de gestão como um princípio. Sociedade Oportunidades - Uma gestão sustentável tem quatro aspectos - e não três, como ainda se propaga que devem ser observados: deve ser economicamente viável, socialmente justa, ambientalmente correta e culturalmente aceita. A própria adequação das empresas já existentes criou um mercado de produtos e serviços necessários para a promoção da sustentabilidade. É o econegócio, a Mercado Novembro 2010 ∞ 92 Os desafios - Segundo Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, o maior desafio para a implementação da gestão sustentável em pequenas empresas ainda é o “entendimento correto do que é ser socialmente responsável”. Outro grande desafio é entender como a sustentabilidade se aplica a cada negócio em especial e, por último, identificar as oportunidades geradas pela responsabilidade social. Também existem entraves, como o engajamento desde a alta direção até os fornecedores e clientes, pois a mudança exige uma expressiva quebra de paradigmas. “Toda mudança é assustadora, mas no que diz respeito à sustentabilidade, a mudança implica em aprimoramento. Toda empresa que se propõe a crescer sustentavelmente passa por um período de adequações, esforços muito grandes no sentido de compreender e implementar uma gestão nova. Mas quando esse desafio é concluído, a empresa se depara com uma gestão moderna, inovadora, lucrativa e inspiradora”, comenta a gerente de projetos do CINTAP e do Eco Instituto, Daniela Dias. Economia Desenvolvimento Sustentável Ambiente economia solidária, além do amplo mercado de brindes, moda, artesanato, entre outros segmentos, que surgiram com os conceitos de desenvolvimento sustentável. Além disso, existem as cadeias de custódia, certificações de origem, qualidade e manejo sustentável, que garantem que as empresas participem de forma competitiva de concorrências e processos de exportação. As micro e as pequenas empresas precisam se adequar em função do seu papel de fornecedoras das empresas maiores e até das multinacionais. Planeta Vivo - Relatório 2010 Biocapacidade Hoje, as terras produtivas per capita possuem metade do nível de 1961 É preciso um planeta e meio para suprir a atual demanda por recursos naturais A Pegada Ecológica - um dos indicadores utilizados no Relatório Planeta Vivo, da Rede WWF, publicado em outubro - demonstra que a nossa demanda por recursos naturais duplicou desde 1966 e que utilizamos o equivalente a um planeta e meio para sustentar nossas atividades. E o pior, se continuarmos a viver além da capacidade do planeta, até 2030 precisaremos de uma capacidade produtiva equivalente a dois planetas para satisfazer os níveis anuais da nossa demanda. O relatório, uma das principais pesquisas sobre a saúde do planeta, é publicado pela Rede WWF e produzido em colaboração com a Sociedade Zoológica de Londres e a Global Footprint Network. Ele utiliza o Índice do Planeta Vivo para medir a saúde de quase 8 mil populações de mais de 2,5 mil espécies. Esse índice mundial demonstra uma redução de 30% desde 1970. O declínio é mais acentuado nas regiões tropicais, onde se verifica uma queda de 60% em menos de 40 anos. “É alarmante o ritmo da perda de biodiversidade que se verifica nos países de baixa renda, em sua maioria situados nos trópicos, enquanto o mundo desenvolvido vive num falso paraíso, alimentado pelo consumo excessivo e elevadas emissões de carbono”, declarou Jim Leape, diretor geral da Rede WWF. O relatório mostra que em algumas áreas temperadas houve uma recuperação promissora de populações de espécies - graças, em parte, ao aumento dos esforços de conservação da natureza e a um melhor controle da poluição e do lixo. No entanto, nas áreas tropicais houve uma queda de quase 70% nas populações aquáticas (água doce) que foram rastreadas - esse percentual corresponde ao maior declínio já mensurado em quaisquer espécies, em áreas terrestres ou nos oceanos. Biodiversidade Novas espécies continuam a ser descobertas, mas as populações de espécies tropicais tiveram redução de 60% desde 1970 Desenvolvimento Há 1,8 bilhão de internautas, mas um bilhão de pessoas ainda não têm acesso a um abastecimento adequado de água doce Conscientização 34% dos diretores de empresas da região da Ásia-Pacífico e 53% dos diretores de empresas latino-americanos manifestaram preocupação com as repercussões da perda da biodiversidade nas perspectivas de crescimento dos negócios, em comparação com apenas 18% dos diretores de empresas da Europa Ocidental Desafio do Brasil é crescer sem destruir O Brasil possui uma alta biocapacidade, mas isso não nos coloca em uma situação confortável. As mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira e a demanda crescente por produtos agrícolas têm pressionado os recursos natu- rais e aumentado a Pegada Ecológica do país. Hoje, a média de consumo da população brasileira já chega a 2,1 hectares por pessoa e a soma do consumo de todas as pessoas mostra que no Brasil já estamos consumindo mais de um planeta. B Este espaço se reserva a notícias e/ou projetos socioambientais. O conteúdo aqui publicado é de responsabilidade do CINTAP, através do Eco Instituto INDERC, mas está aberto também para outras pessoas, empresas ou instituições que queiram divulgar assuntos pertinentes ao seu propósito. Informações com Daniela Dias, gerente de Projetos do Eco Instituto INDERC, através do telefone 34 3230 5200 ou do e-mail [email protected]. Acesse: www.inderc. org.br e siga: www.twitter.com/cintap2010 - www.twitter.com/ecoinstituto MPonto de Vista Eleições 2010 C om a palavra o G7*. Decorridas as eleições de 2010, o resultado das urnas deu Dilma Roussef (PT) para presidente do Brasil e Antônio Anastasia (PSDB) para governador do estado de Minas Gerais. Mais uma vez se repete o cenário dos últimos oito anos para o povo mineiro: o PT à frente do governo federal e o PSDB no governo de Minas. Porém, agora mudaram as lideranças, respectivamente, com Dilma e Anastasia como mandatários. A questão é como cada um dos membros do G7 (*) avalia essa situação. O que os mineiros devem esperar diante deste cenário que se instalou e que deve permanecer pelo menos nos próximos quatro anos? Para nós, da ACIUB, o resultado das últimas eleições para Presidente da República e Governador não muda nada. Quem vai ocupar a Presidência a partir de 2011 - Dilma Rousseff - já demonstrou que respeita os princípios republicanos e governará para o povo brasileiro. O governador de Minas Antônio Anastasia - é um democrata que respeita a hierarquia dos poderes e, como todo mineiro, cultiva o sentimento da liberdade com responsabilidade. Continuaremos a cobrar as reformas necessárias para o progresso do Brasil, entre as quais a Política, a Tributária, a Trabalhista e a Administrativa, com desburocratização. O desafio está à prova mais uma vez, porém acreditamos que nossas lideranças saberão administrar politicamente essa questão a partir das potencialidades de Minas. Nosso estado - maduro em suas posições políticas e com representatividades autênticas no congresso, a exemplo do senador eleito Aécio Neves -, juntamente com a bancada mineira na Câmara Federal, saberá construir relacionamentos e composições estratégicas que permitirão a promoção de medidas necessárias para atrair para o estado de Minas soluções de sustentação e de crescimento de nossa economia. Vemos com muita tranquilidade a eleição da presidente Dilma e do governador Anastasia. A presidente, mineira que é, não vai penalizar ou fechar as portas para seu estado, e acreditamos que para nenhum outro, já que o país democraticamente mostrou isso na urna ao votar em partidos distintos. No governo federal, esperamos que realmente as reformas estruturantes aconteçam, pois o país tem diversas questões importantes e relevantes que necessitam de soluções que nos permitam ter condições de continuar evoluindo, como é o caso da reforma trabalhista - desde que seja moderna e inteligente na questão das terceirizações e dos acordos coletivos e que deixe a questão da carga horária para ser negociada e não imposta, que a reforma tributária minimize a informalidade e traga condições para que todos paguem impostos com menores valores. Também esperamos que haja investimentos na infraestrutura, focados no crescimento sustentável, como transporte coletivo das massas, metrô, barcos, enfim, tudo que traga menores custos e maiores fluxos de pessoas. No governo estadual, esperamos que a luta para acabar com a guerra fiscal seja vencida e que a nossa região, que hoje é considerada rica, possa manter o crescimento e os investimentos regionais, pois riqueza gera riqueza, e se somos geradores de riquezas para Minas, que continuemos a fazer isso apoiados pelo governador Anastasia. Além disso, queremos que o governo continue compreendendo nossas demandas diversas, como melhores condições socioeconômicas, de infraestrutura, saúde e educação. O cenário póseleitoral, em especial no que é pertinente ao estado de Minas Gerais e ao Governo Federal, reflete fielmente os últimos oito anos, culminando com as vitórias dos candidatos apoiados pelos líderes políticos Aécio Neves e Luiz Inácio Lula da Silva. Não obstante a divergência partidária, acreditamos que Minas Gerais é tão importante para o Brasil que seria falível qualquer postura política de isolamento ou retaliação. Por isso, acreditamos que, como aconteceu nestes últimos anos, os investimentos devem continuar em nosso estado, mesmo porque tanto a presidente Dilma Roussef quanto o governador Antônio Anastasia iniciam uma caminhada de solidificação como futuros grandes líderes políticos e para tanto só o trabalho pode elevá-los a este patamar. Não temos dúvidas de que caminharão juntos, respeitando obviamente suas diferenças ideológicas. B (*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por sete das mais representativas instituições sociais ativas na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, Conselho de Veneráveis do Triângulo, Fiemg Regional Vale do Paranaíba, 13ª Subseccional de Uberlândia da OAB/MG, Sindicato Rural de Uberlândia e Sociedade Médica de Uberlândia. Observação: os demais membros do G7 não opinaram sobre esta questão. Mercado Novembro 2010 ∞ 94 MCausosEmpesariais Meu amigo mestre (Educação Corporativa) POR Nege Calil* L á estava eu, sentado na plateia de um palestrante que se dispunha a revelar todos os segredos de educação nas empresas. Pouco mais de 20 minutos escutando a criatura, eu estava prestes a “sofrer uma sapituca”. O aventureiro dominava muito bem as artimanhas de uma oratória sedutora e se autointi- Mercado Novembro 2010 ∞ 96 tulava exímio conhecedor de pessoas e educador corporativo. Desesperado, notei que literalmente estava preso no auditório que, por não possuir um corredor no meio, não me permitia abandoná-lo sem incomodar dezenas de pessoas à direita ou à esquerda. Reprimi meus impulsos e me conformei em continuar ouvindo mais um oportunista que ganha fortunas em cima da desinformação de nossa população acerca de estudos sérios sobre gestão e educação nas empresas. De “educação corporativa” (tema proposto no convite do evento), ele não trouxe nada. Tratou do assunto de forma circense, sem a profundidade necessária para algo tão importante no mundo moderno dos negócios. Muitos estudiosos mereciam ser mais ouvidos que o fanfarrão que acabáramos de aplaudir. Respeito muitos palestrantes. Eu mesmo contratei ou patrocinei autores, colecionando erros e acertos nessa empreitada. A grande maioria tratava-se de pessoas sérias que viveram ricas experiências sobre o que pregavam. Gosto de aprender assim, ouvindo gente que faz ou que fez. Tenho sérias críticas aos que nunca ou pouco viveram o mundo corporativo e vendem receitas prontas. Conheci um desses artistas/cientistas raros. Anônimo até hoje, é apaixonado por educação nas organizações. Eu atuava numa filial de uma grande corporação e, diante de uma necessidade local, minha equipe criou um programa de treinamento. Erroneamente, só comuniquei ao corporativo essa proeza após sua aplicação. Com certa tensão ao telefone, expliquei: - Assumi a região há poucos meses e endossei a iniciativa de minha equipe nesse treinamento para a área comercial. Sei que o correto seria pedir autorização primeiramente à matriz, mas era urgente a necessidade de trabalharmos esses quesitos! Garanto que tudo foi feito dentro das normas e diretrizes da companhia. - Parceiro - ouvi surpreso - eu vi a programação que você passou por email. Precisamos disso mesmo, de gente que treina e acredita na educação. Conte conosco sempre que precisar. Vamos trocar informações para podermos sugerir estratégias que enriquecerão o trabalho de vocês aí na filial. Desliguei o telefone num misto de alívio por não ter sido repreendido e alegria por descobrir um aliado na matriz. Questionei um de meus analistas: - Quem é esse cara lá no corporativo? - É o Rodrigo! Gente fina pra caramba, apaixonado por treinamento. E entende muito do assunto, está sempre disposto a ajudar. - Não me lembro de tê-lo conhecido na minha integração... - Na próxima vez que você for à sede, procure por ele. Vocês têm muito em comum. Meses depois, eu o conheci pessoalmente. Assustei-me: era mais feio que xingar a mãe na noite de Natal. Magro, de frente parecia estar de lado e de lado parecia ter ido embora. Olhos grandes por trás de óculos arcaicos. Tudo isso quebrado por um sorriso contagiante: - Oi, mineirinho! - chamou-me carinhosamente. Que bom ter você aqui conosco! Sua recepção era diferenciada, transpirava sinceridade em ouvir nossas experiências no campo e em repartir seus conhecimentos para fazermos cada vez melhor. Nos vários encontros que tivemos sucessivamente, constatei cada vez mais sua paixão por educar gente e multiplicar conhecimentos. parecia galho de árvore solto na enchente, pois se enroscava em todos os setores. Chamava os colegas pelo nome, brincava, ouvia, dava palpites, colocava-se à disposição. Era nítido como as pessoas se sentiam bem em sua presença e buscavam por ele. Nunca escutei uma alma se queixar dele. Pelo contrário, eram uníssonas as demonstrações de admiração e carinho pelo conhecimento dessa criatura. Educadores não são produzidos em massa, eles nascem assim, como Rodrigo. São pessoas que souberam aprender com a vida e com as letras e carregam com naturalidade o desejo de repartir com os outros. Infelizmente, tenho encontrado colegas que mais parecem administradores de contratos de consultorias que verdadeiros arquitetos de um programa educacional perene e em consonância com as estratégias da empresa. Rodrigo sabia fazer isso com maestria. Tinha autoridade para falar com a área comercial, seus principais clientes internos, pois tirou muitos pedidos e conhecia o negócio. Demonstrava sustentabilidade teórica, adquirida com muita leitura e trocas acadêmicas. Conquistara credibilidade, pois expressava convicção e endossava seu discurso com atitudes. Era querido, pois dominava como poucos a arte de se relacionar. Cursos e palestras são apenas alguns instrumentos de repasse de dados e informações. Pena que ainda são interpretados como um fim em si mesmo. O verdadeiro conhecimento se transmite por atitudes que contaminam e despertam um grupo de pessoas a reinventar velhos hábitos. E isso só se consegue com profissionais apaixonados por gente, que leem livros e vivenciam diferentes situações. Estudo e experiência - eis o antídoto para os espetáculos caros e vazios e que concedem a anônimos como Rodrigo o dom da análise e o poder da síntese. B Com forte sotaque paranaense, jurava ter nascido do outro lado do rio, no interior de SP. Sua primeira escola foi a vida: criado com simplicidade, perdeu o pai ainda “piá”, como costumava dizer. Isso não lhe tirou, no entanto, o apego a valores essenciais como família, honestidade, amizade, vínculos afetivos. Casou errado na primeira vez, acertou na segunda. Já está experimentando as primeiras lições de ser avô! Foi para a lida logo cedo, encostou a barriga em muito balcão pra fazer suas vendas. Amante dos livros, aprendia na poeira das ruas e no banco da faculdade, num esforço que lhe rendeu um mestrado pouco depois dos 30 anos. Tornou-se excelente professor e eterno aprendiz. Fala dos autores com intimidade e da prática na capacitação de pessoas com entusiasmo. Fui transferido para a matriz e trabalhei lado a lado com esse mito. Andar com ele pelas dependênNege Calil cias da empresa é consultor e especialista em gestão de pessoas era uma tortura - [email protected] 97 ∞ Mercado Novembro 2010 MGeral O empresário das telecomunicações, Rogério Nery de Siqueira Silva, Ceo do Grupo Integração, assumiu no dia 16 de novembro a presidência da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), cargo que ocupará pelo período 2010/2012. Nery entrou no lugar até então ocupado pela empresária Rosalina Vilela, que ficou na presidência da associação por dois mandatos, de 2006 a 2010. A cerimônia de transferência de cargo contou com a presença de importantes autoridades, entre as quais, o governador eleito de Minas Gerais, Antônio Anastasia; o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão; o ex-governador de Minas, Rondon Pacheco; e o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso. Foto: Divulgação Nery assume presidência da Aciub O CEO do Grupo Integração, Rogério Nery, novo presidente da Aciub Foto: Divulgação Uberlândia ganha mais uma ONG focada na sustentabilidade O presidente da Uberlândia Refrescos, Alexandre Biagi, em seu pronunciamento durante o lançamento do Instituto Alexa Instituto Alexa. Esse é o nome da nova Organização Não Governamental (ONG) lançada este mês em Uberlândia. O evento aconteceu no Terraço do Mercado Novembro 2010 ∞ 98 POR Evaldo Pighini Hotel Presidente e reuniu cerca de 70 convidados, entre empresários, imprensa, pessoas da sociedade que se dedicam a causas sociais e ainda representantes da Uberlândia Refrescos, empresa à qual o instituto está ligado por iniciativa do seu presidente Alexandre Lacerda Biagi. Conforme anunciado, os projetos sustentáveis até então desenvolvidos pela empresa serão base para os trabalhos da ONG, que ainda não tem sua estrutura física pronta, mas cujas ações devem começar já, a partir do seu lançamento. Para Biagi, a criação do Instituto Alexa é “um sonho de criança que se concretiza”, amparado nos seus valores humanitários desenvolvidos graças aos ensinamentos do seu pai, Maurílio Biagi. Durante a apresentação da nova ONG, a gerente de Talentos Humanos da Uberlândia Refrescos, Wanderléia Silva, apresentou ao público visão, missão, valores, marca e os principais objetivos do instituto que deverá atuar sobre quatro áreas: educação, cultura, saúde e meio ambiente. Embora os programas ainda não estejam definidos, foi anunciada a criação de um museu com peças e obras da coleção pessoal de Alexandre Biagi. Empresa mineira é finalista no Prêmio IEL de Estágio POR Karen Cardoso (Serifa) Uberlândia coloca pela primeira vez uma indústria mineira na final da premiação Pela primeira vez, uma empresa de Minas está na grande final do Prêmio IEL de Estágio. O programa da Uberlândia Refrescos, uma das vencedoras da premiação regional realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) de Minas Gerais no mês de agosto, concorrerá na categoria grande empresa junto com a Tupy S.A., de Santa Catarina, e a Brose do Brasil Ltda., do Paraná. O prêmio é realizado anualmente, desde 2007, pelo Núcleo Central da instituição. Para chegar até a final, os programas de estágio são avaliados por uma equipe técnica do IEL, em seus respectivos estados. Essa primeira análise serve para eleger as melhores práticas regionais. Depois disso os programas vencedores de diversas regiões do país são encaminhados para que uma comissão julgadora, formada por membros da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Sesi, Senai e de instituições parceiras, selecione nove deles para a final da premiação nacional. As empresas concorrem em três categorias - micro/pequena, média e grande empresa - cada uma com três concorrentes. A mesma comissão que elege os finalistas decide a ordem de classificação dos trios. As instituições de ensino que têm estagiários inseridos nas empresas que concorrem à premiação nacional serão homenageadas com um troféu e certificação do IEL. O mesmo acontecerá com todas as empresas participantes. Além disso, um estagiário de cada indústria que concorre ao prêmio irá receber um computador portátil. “A premiação visa a valorizar a prática do estágio de qualidade, independentemente da classificação final do concurso”, ressalta o assistente técnico do IEL, Daniel Siqueira. O resultado do Prêmio IEL Melhores Práticas de Estágio 2010 será anunciado em solenidade no próximo dia 25 de novembro, no auditório da sede da CNI, em Brasília. Reis Advogados está com escritório novo em Uberlândia pelos direitos bancário e empresarial e oferecendo soluções em negócios”, afirma. Moderna e confortável, a nova sede do Reis Advogados em Uberlândia tem 800 m² de área construída e fica na Avenida Nicomedes Alves dos Santos, 1.762, onde, inicialmente, está previsto o emprego direto de 20 pessoas. Foto: Divulgação A cidade de Uberlândia passa a contar com mais um grande e renomado escritório de advocacia, o Reis Advogados, que tem em sua lista de clientes nomes importantes, como: Grupo Cargill, Mosaic Fertilizantes do Brasil, Grupo Bunge, Manah, Fertilizantes Heringer, Seara Alimentos, Du Pont, Banco Rabobank, Banco Cr2, Transcontinental, entre outros. “Uberlândia é a primeira cidade do interior mineiro em população, desenvolvimento e progresso. Temos um orgulho imenso de já fazer parte deste desenvolvimento”, informa o responsável pela empresa, o advogado Marcus Reis. Há mais de 40 anos no mercado, o Reis Advogados teve início na capital paulista, uma iniciativa do Dr. Morival Reis. Agora, Marcus Reis dá continuidade e aprimora a obra do pai. “Não somos apenas um simples escritório de advocacia. Nossas atuações contemplam desde as áreas do agronegócio, passando 99 ∞ Mercado Novembro 2010 Foto: Divulgação MGeral Imagem em perspectiva do Rio Quente Grand Vacation Hotel & Resort, que deve ficar pronto em julho de 2011 Rio Quente anuncia hotel exclusivo para clube de férias POR Renata Nogueira (Scritta) Com 196 apartamentos, empreendimento do Grupo será entregue ainda em 2011 Em mais uma etapa do projeto de expansão até 2013, o Grupo Rio Quente anuncia seu mais novo e exclusivo empreendimento. O Rio Quente Grand Vacation Hotel & Resort, que será o primeiro hotel premium do país totalmente destinado aos clientes de vacation ownership - clube de férias por tempo compartilhado. A pedra fundamental já foi lançada e a conclusão das obras está prevista para julho de 2011. Serão cinco edificações distintas, sendo três blocos para hospedagem, um para recepção e um para res- taurante, além de área de lazer exclusiva, lounges e praças temáticas ao ar livre. A decoração elaborada para o Grand Vacation convida a uma experiência sensorial que começa no paisagismo e percorre cada um dos ambientes. “O tema adotado explora os cinco elementos da natureza e os nossos cinco sentidos. O resultado dessa mistura fina poderá ser conferido logo na entrada do lobby, onde um imenso teto verde sobre o espelho d´água dará as boas-vindas aos hóspedes”, declara o diretor executivo de experiência, Francisco Costa Neto. O hotel agrega 196 apartamentos em uma área construída de 22.750 m², divididos em oito tipos - 83 Studio A; 21 Studio B; 62 Suítes A, 21 Suítes B; uma Suíte C; duas Suítes D e duas Suítes Master, além de quatro apartamentos adaptados a portadores de necessidades especiais. Francisco Costa Neto, diretor executivo de experiência do Grupo Rio Quente Resorts Mercado Novembro 2010 ∞ 100 MGeral Vende-se ar limpo Controle microbiológico de ambientes vira negócio de sucesso Ninguém podia imaginar, mas o controle microbiológico dos ambientes fechados virou negócio. Respire fundo! A bola da vez no mercado é vender ar limpo. Diferente do que muita gente poderia imaginar, não há vendedores batendo de porta em porta com potes de ar à venda. O que acontece é uma sanitização de ambientes fechados capaz de eliminar microorganismos nocivos à saúde. Quem vem transformando o controle microbiológico em negócio é a SuperSAN, que surge no mercado como o única empresa a oferecer serviços de desinfecção do ar e superfícies com o sistema de operação em franquias. Ainda jovem no mercado, a empresa faturou cerca de um milhão e meio no ano passado. Para 2010, depois de investir pesado no sistema de franquias, a expectativa é quintuplicar o volume de atendimentos, abrir 47 unidades franqueadas e bater a meta de R$ 4,8 milhões. Se não bastassem a segurança e a experiência de operação com o sistema de franquias, a rede SuperSAN ainda é o único negócio especializado no controle microbiológico de ambientes fechados. Trata-se de uma nebulização a frio que deixa casas, apartamentos, empresas, escolas, hotéis e escritórios livres de ácaros, fungos e bactérias por até seis meses. Otimista pela exclusividade de serviços dentro do segmento de sanitização, a SuperSAN - filha caçula do Grupo SuperBAC Proteção Ambiental S.A, multinacional brasileira que possui a última geração em so- expediente Diretor Eduardo J. L. Nascimento [email protected] Conselho Gestor Eduardo J. L. Nascimento, Evaldo Pighini, Fernando Martini Conselho Editorial Paulo Sérgio Ferreira, Janaina Depiné, Analu Guimarães, Dr. Joemilson Donizetti Lopes, Marconi Silva Santos, Pedro Lacerda, Marcelo Prado, Dalira Lúcia C. Maradei Carneiro Editor Chefe e Jornalista Responsável Evaldo Pighini - MG 06320 JP [email protected] Mercado Novembro 2010 ∞ 102 luções na área de biotecnologia - surge para atender uma das tendências mais lucrativas do mercado: a qualidade de vida. Especialistas em economia afirmam que a indústria da saúde e do bem-estar deve movimentar cerca de US$ 1 trilhão este ano. Prova disso é o gasto médio dos brasileiros com qualidade de vida. A expansão no setor já atinge a marca de R$ 3 bilhões por ano. Para atender essa demanda, a SuperSAN associou-se a Francap para lançar uma estrutura centralizada de franchising. Em funcionamento desde 2009, a rede de atendimentos estruturada e distribuída nacionalmente já conta com 14 operações franqueadas. Reportagens Evaldo Pighini, Isabella Peixoto, Margareth Castro, Fabiana Barcelos, Laura Pimenta, Rosiane Magalhães, Talita Nakamuta, Alitéia Milagre, Renata Tavares, Núbia Mota Programa de Aprimoramento Profissional Natália Nascimento Revisão Lúcia Amaral Foto capa Mauro Marques Fotografia Mauro Marques (exceto as creditadas) Colaboradora Márcia Amaral Diretor Comercial Fernando Martini - [email protected] Departamento de Vendas Maurício Ribeiro - [email protected] e Cristiane Magalhães - [email protected]. br Secretaria Kárita Barbosa dos Santos - [email protected] Consultoria Jurídica Thiago Alves - OAB 107.533 Projeto Gráfico RedHouse Comunicação Ltda. 34 3235-6021 Capa, Direção de Arte e Finalização Humpormil Pré-impressão Registro Digital Impressão Gráfica Brasil Para anúncios e assinaturas [email protected] Redação Artigos, comentários, sugestões e críticas sobre o conteúdo editorial da Revista MERCADO e mensagens para o Canal Livre: redacao@ revistamercado.com.br Cartas Rua Roosevelt de Oliveira, 345 Sala 14 - Bairro Aparecida CEP: 38.400-610 - Uberlândia/MG - Toda correspondência poderá ser publicada de forma reduzida. Envie anexo nome completo e a cidade de origem. A Revista MERCADO não fornece quaisquer dados pessoais para terceiros. Edições extras e reprints Para solicitação de edições extras e/ou fazer reprints de páginas da revista, entrar em contato pelo email [email protected] ou pelo telefone (34) 3236-6112. A Revista Mercado é uma publicação mensal do Grupo de Mídia Brasil Central (GMBC). Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião desta revista, assim como declarações emitidas por entrevistados. É autorizada a reprodução total ou parcial das matérias, desde que citada a fonte. Tiragem desta edição: 5.000 mil exemplares. Copyright © 2008 - Grupo GMBC - Todos os direitos reservados. Revista Mercado Rua Roosevelt de Oliveira, 345 Sala 14 - Bairro Aparecida CEP: 38.400-610 - Uberlândia/MG Tel/Fax: (34) 3236-6112 - www.revistamercado.com.br