O GOSPEL DA RENASCER EM CRISTO E A MARCHA PARA JESUS:

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O GOSPEL DA RENASCER EM CRISTO E A MARCHA PARA JESUS:
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O GOSPEL DA RENASCER EM CRISTO E A MARCHA
PARA JESUS:
mídia e espetáculo.
Gabriel de Melo Pontes*
Resumo
O artigo versa sobre o processo de legitimação da música gospel que se verificou no
interior do campo evangélico brasileiro a partir de 1990, mediante os esforços da
Igreja Renascer em Cristo (IRC); de modo mais específico, reflete sobre o fenômeno
da espetacularização do culto dentro deste contexto, partindo-se da realidade dos
shows gospel, nomeadamente, a partir da Marcha para Jesus, o mais expressivo
evento de música gospel no Brasil. Discute-se a relevância dos mega eventos
religiosos espetacularizados ao estabelecimento do gospel brasileiro, a influência
midiática no processo de consolidação destes eventos, bem como as transformações
no ethos e na práxis religiosa evangélica no interior do campo, especialmente no
que se refere à consolidação de um modelo cúltico espetacular, fenômeno
compreendido como reflexo de desafios históricos e concretos operantes sobre este
grupo social na (pós-) modernidade.
Palavras-chave: Música gospel; Espetáculo; Marcha para Jesus.
Abstract
The article deals with the process of legitimation of gospel music that was found
inside the Brazilian evangelical field since 1990, through the efforts of Igreja
Renascer em Cristo (IRC); more specifically, it reflects on the phenomenon of
spectacularization of the cult in this context, starting from the reality of the gospel
shows, namely, from the March for Jesus, the most expressive gospel music event
in Brazil. It discusses the relevance of mega religious events spectacularized to the
establishment of the Brazilian gospel, about the media influence in the process of
consolidation of these events, as well as transformations in the ethos and
evangelical religious practice within the field, especially with regard to consolidation
a spectacular cultic model, a phenomenon understood as a reflection of historical
and concrete challenges of this social group in (post-) modernity.
Keywords: Gospel music; Show; March for Jesus.
* Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e formado em
Tecnologia e Gestão de Eventos pela Faculdade de Tecnologia Ipiranga (FATEC). Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2019507442401874. E-mail: [email protected]
PONTES, Gabriel de Melo. O gospel da Renascer em Cristo e a Marcha para Jesus.
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INTRODUÇÃO
No cosmo sagrado atual, instituições religiosas têm se resignificado e
incorporam ao seu universo sagrado elementos e práticas tradicionalmente
considerados profanos, com a finalidade de alcançar maior número de fiéis e
ampliar sua esfera de domínio, tendo em vista maior número de espaços da vida
social. Recrudesce a procura dos grupos religiosos pela satisfação dos desejos dos
indivíduos e de públicos específicos, o que resulta, frequentemente, na redefinição
dos limiares entre sagrado e profano e no rompimento com fronteiras tradicionais.
Através da apropriação cada vez mais recorrente de conhecimentos e técnicas de
mercado, abre-se espaço para o desenvolvimento de novos “produtos”, nisto que se
pode denominar de customização da fé.
Nas ultimas décadas, este processo de resignificação e maior diálogo com as
tendências sociais tem sido uma realidade no universo do pentecostalismo
brasileiro, principalmente a partir de 1990, quando houve inserção da música
gospel no meio evangélico brasileiro, mediante os esforços da Igreja Renascer em
Cristo, sendo que, desta conjuntura resultou tanto a fundação de um ethos
religioso particular, que propiciou o surgimento de uma nova identidade do fiel
evangélico, quanto a formação de um complexo mercado com características
peculiares.
Os agentes institucionais, valendo-se de técnicas do mercado, como alto
profissionalismo e propondo abertura à tendências da cultura do mundo
globalizado, propiciaram ao gospel espantosa aceitação do laicato e da sociedade e
um dos resultados desta maior abertura às tendências da sociedade atual foi o
estabelecimento de um modelo cúltico, com grandes semelhanças com espetáculos
seculares, mais especificamente, eventos de entretenimento de amplo destaque na
mídia regidos pela lógica do mercado.
Em face desta conjuntura, este artigo tem por objetivo compreender o
processo de legitimação da música gospel que se verificou no interior do campo
evangélico brasileiro a partir dos 1990, mediante os esforços da Igreja Renascer em
Cristo (IRC), a partir de uma análise da Marcha para Jesus, evento realizado
anualmente em São Paulo desde 1993 por esta instituição religiosa, com
ramificações por outras cidades do Brasil e do exterior.
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Foi através da Igreja Renascer em Cristo (doravante, IRC) - igreja
neopentecostal fundada oficialmente em 1986 pelo casal Estevam e Sônia
Hernandes - que, ainda nos anos 1990, ocorreu um fato expressivo no interior do
campo evangélico brasileiro: a abertura definitiva para a popularização de gêneros
musicais
considerados
profanos
por
vários
segmentos
evangélicos
e
sua
consolidação no Brasil (CUNHA, 2004, p. 141), legitimando o que veio a ser
conhecido como música gospel ou música cristã contemporânea ou ainda, música
religiosa moderna (CUNHA, 2004, p. 116).
O gospel consolidou-se entre um público consumidor composto, em sua
maioria, por jovens entre 15 e 30 anos, provenientes das mais variadas
denominações
evangélicas,
como
as
denominações
protestantes
históricas,
pentecostais clássicas e, obviamente, das igrejas neopentecostais (DOLGHIE, 2005,
p. 74), sendo que qualquer canção que falasse de Deus, independentemente do
estilo musical adotado passou a ser considerada como música gospel, desde o rock
até o baião (DOLGHIE, 2005, p. 70). Aline Barros, uma das mais consagradas
artistas da música gospel do Brasil, em entrevista ao autor durante coletiva de
imprensa assim se expressou sobre este crescimento:
“Hoje a gente conseguiu, com esse crescimento, com essa
qualidade, um alcance muito grande no meio da nossa sociedade de
uma forma geral, mas principalmente os jovens, já que se tem
conseguido atrair os jovens para a casa de Deus, num louvor que se
faz dentro da igreja, que hoje [...] vem com muito mais força do que
há alguns anos atrás.. então, a gente tem começado a entender, a
perceber algumas coisas.. mudamos algumas estratégias para que a
gente pudesse realmente alcançar algumas pessoas específicas,
alguns grupos específicos - não são nem pessoas, mas são grupos
específicos, na nossa sociedade, na nossa nação”.
Apesar da música gospel ter se legitimado através dos esforços da IRC, não
se pode esquecer que a música evangélica brasileira, já há tempos, atravessava por
sensíveis mutações. No Brasil, ainda nas décadas de 1950 e 1960 houve a inserção
de ritmos e estilos mais populares e distantes da hinódia tradicional protestante em
decorrência da influência das chamadas instituições para-eclesiásticas (DOLGHIE,
2005, p. 71). Inspiradas em movimentos norte americanos, como o Movimento de
Jesus, algumas dessas instituições ganharam muitos adeptos na década de 1970,
principalmente jovens, caracterizando-se pela proposta de um culto mais informal e
de um estilo alternativo de música (CUNHA 2004 p. 137).
Já se encontrava então arado o terreno para a semeadura do gospel, cujos
frutos seriam colhidos não apenas no âmbito religioso; por detrás deste projeto,
estava o objetivo de se criar um produto musical de nível altamente profissional
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capaz de fazer concorrência com a música secular e alcançar a sociedade como um
todo, não apenas um público evangélico. Em depoimento à revista CCM Brasil
Magazine, o entrevistado justifica porque optou trabalhar com o “segmento” (termo
usado pela revista) gospel:
Eu acho que dentro do sentimento que tinha no nosso coração, nós
passamos a observar algumas coisas e, juntamente com o bispo
Abbud, começamos a olhar o conceito de música gospel. Na época,
até o Nelsinho Motta (produtor musical e apresentador do programa
Manhattan Connection, do Canal GNT) já falava que um dos
fenômenos que poderia concorrer em termos musicais, depois de
alguns outros fenômenos como o rock, o sertanejo e algumas outras
coisas, poderia ser o gospel, porque ele tinha características de
alcançar o mercado e atender à sociedade como um todo. E então
nós partimos agressivamente para isso. (FOFFU, 1999, p. 26 apud
DOLGHIE, 2005, p. 75-76, grifo nosso)
O gospel estabeleceu um mercado, através de um segmento musical externo,
porém ao mesmo tempo concorrente ao secular. Se por um lado ele atingiu um
mercado secular e se tornou um produto como outro qualquer, não deixou, todavia,
de suprir demandas religiosas reprimidas dentro do protestantismo (DOLGHIE,
2005, p. 98) e aqui reside sua complexidade. Ele também se constitui por assim
dizer, em um produto cultural híbrido (CUNHA, 2004), em que coexistem o novo enquanto novas tendências musicais e performáticas - e o velho – no que tange à
manutenção de um mesmo tipo de discurso religioso e moral (DOLGHIE, 2007, p.
18).
Em resumo, pode-se afirmar que o gospel brasileiro se estabeleceu como
produto ancorado pela música e disseminado por meio de estratégias de marketing
habilmente elaboradas por um líder religioso portador de formação e experiência
profissional na área (CUNHA, 2004, p. 143). Este fato, por sua vez, é um indicativo
da constatada presença de uma mentalidade empresarial na gestão da referida
instituição religiosa:
Muito do sucesso da Renascer pode ser creditado às suas políticas
comunicacionais, onde o marketing desempenha um papel
importante. As estratégias são viabilizadas com a assessoria de
apoio de uma equipe profissional, contando com o aval de pesquisas
de mercado realizadas por empresas especializadas. As campanhas
organizadas pela Renascer são produzidas por agências de criação e
propaganda que atuam no mercado secular e que são de propriedade
de evangélicos, geralmente membros da igreja. Todo o complexo
Renascer é controlado por uma mentalidade empresarial e sua
administração é feita através de princípios da racionalidade
administrativa e gerencial modernas. De acordo com Hernandes, a
marca da Renascer é o profissionalismo (SIEPIERSKI, 2001, p. 96).
Ora, dentre as estratégias de marketing utilizadas para a consolidação do
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gospel no Brasil esteve o investimento pesado em ações estratégicas de marketing,
principalmente em grandes eventos espetacularizados (CUNHA, 2004, p. 115),
sendo o de maior destaque a Marcha para Jesus, realizado anualmente em São
Paulo 1 desde 1993: o consumo da produção musical é o “carro chefe” deste
mercado religioso e este consumo encontrou sua expressão máxima em grandes
eventos.
A
promoção
de
eventos
religiosos
espetaculares
consiste
em
uma
característica intrínseca da instituição religiosa em questão; a mesma faz uso da
terminologia, emprego não limitado ao evento em apreço:
A Igreja Renascer em Cristo desenvolve anualmente inúmeros
eventos como as gravações do Renascer Praise, ministério de louvor
da igreja que já lançou 13 CD's e 7 DVD's, com destaque para o
álbum gravado em Israel, onde se tornou no primeiro grupo musical
a fazer um espetáculo em uma arena a céu aberto em Jerusalém.
Nas últimas edições gravadas no estádio municipal do Pacaembu em
São Paulo, a platéia superou as 60 mil pessoas, e contou com uma
mega estrutura de som, palco e luz e um imenso coral de 12 mil
vozes (PORTAL IGOSPEL, 2014, grifo nosso).
A Marcha, na realidade ocorreu originalmente em 1987, em Londres
(Inglaterra), tendo sido fundada por Roger Foster, Graham Kendrick, Gerald Coates
e Lynn Green. Em 1989, mas de 45 localidades marcharam juntas em todo o Reino
Unido, inclusive em Belfast (capital da Irlanda), onde 6 mil católicos e protestantes
se reuniram; neste dia 200 mil cristãos se reuniram em toda a nação, fato que se
repetiu em 1990 e 1991.
No início da década de 1990, a Marcha veio a se tornar um evento de
proporções continentais, ocorrendo em toda a Europa e, a partir de 1992, começou
a chegar também a outros países como América, África e Ásia. Assim, o evento se
espalhou para diversas nações, chegando ao Brasil em 1993, sendo o seu
referencial simbólico, o episódio bíblico da travessia do Mar Vermelho dos hebreus
comandados por Moisés durante a busca da Terra Prometida, ocasião em que
YAWHE ordena ao líder que fale para o povo marchar (SIEPIERSKI, 2001 p. 177).
A primeira edição brasileira foi realizada em São Paulo, no Vale do
Anhangabaú e reuniu cerca de 350 mil pessoas e contou com amplo uso de trios
elétricos e shows de grupos dos mais variados gêneros, como axé, samba, pagode,
pop, entre outros. Nos anos 2000, as versões da Marcha para Jesus já começam a
contar milhões de expectadores e, desde então, a serem encerradas com mega
shows e com “muitos discursos, dentre eles, de vários políticos” (SIEPIERSKI, 2001
1
O evento ocorre também em outras centenas de cidades brasileiras e estrangeiras.
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Neste evento – no qual, segundo o apóstolo e fundador Estevam Hernandes,
tem-se o objetivo de declarar à sociedade o senhorio de Jesus Cristo -, os
participantes são orientados a percorrer um trajeto pré-estabelecido ao som de
músicas gospel e trios elétricos, até a concentração em um local final, onde então se
inicia um show com artistas renomados deste segmento musical.
A forte presença dos rituais religiosos em espaço público sinaliza a crescente
importância que as igrejas vêm obtendo na esfera social e política nos dias atuais,
para além do âmbito religioso. Conforme Birman (2003, p. 236), “são múltiplas as
imagens que fazem de rituais religiosos no espaço público uma expressão
espetacularizada da importância social, política e religiosa que esta nova Igreja
passou a deter no país”. Ora, a representatividade da Marcha foi tamanha que
obteve reconhecimento oficial pelo poder público; com o apoio de políticos cristãos
como Marcelo Crivella e Bispo Gê, a Marcha foi integrada ao calendário oficial do
País desde setembro de 2009, ocasião em que a Lei Federal 12.025 foi sancionada
pelo então presidente Lula.
O próprio Bispo Gê, comentando este fato em entrevista ao autor, afirmou
que o público evangélico se constitui em parcela significativa da sociedade
brasileira e, portanto, deve procurar sim tornar seus valores públicos; este
processo, de acordo com o líder, confere maior legitimidade à fé evangélica:
“[...] Hoje nós somos trinta por cento, ou quase, de uma população.
Nós temos uma expressão muito grande, sendo trinta por cento da
população, nós temos uma importância, nós temos de colocar aquilo
que são valores nossos também no calendário nacional; temos no
calendário várias outras festas que são festas religiosas, pode até
dizer que tem um aspecto cultural, mas ela é e tem uma conotação, e
nós também temos direito, somos cidadãos brasileiros e temos
direito a isso. Esse é um lado, que eu acho que é um lado mais
político/social. E tem o lado espiritual, porque, de certa forma, nós
sabemos o quanto é importante ter um referencial de Deus na data
do Brasil, um referencial de Jesus, um conceito espiritual, numa
marca aprovada pelo presidente; a maior autoridade da nossa
República consentiu que a Marcha para Jesus fizesse parte do
Calendário. Eu creio em um lado espiritual, que isso é de uma
importância muito grande, espiritualmente falando”.
No dia 15 de outubro de 2013, o evento chegou também a Israel, mais
exatamente na Galileia, norte do País, conforme noticiou o site Uol Notícias em
17/10/2013, em uma matéria em vídeo com a legenda “Marcha para Jesus invade
Israel e sela apoio com governo local”. De acordo com o vídeo, esta Marcha contou
com a presença de 400 a 500 pessoas e o ministro do turismo israelense, Uzi
Landau, também esteve na Marcha e trocou elogios com os líderes da IRC.
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Esta ampla aderência do público, a mega estrutura utilizada, o grande
interesse de políticos e o reconhecimento oficial do poder público, confirmam as
amplas proporções e o destaque que este mega evento alcançou. Para se
compreender este processo, é preciso considerar, dentre outros fatores, a
importância e os efeitos da propaganda agressiva realizada em várias modalidades
da mídia, sem perder de vista que as estratégias foram múltiplas, conforme se vê:
Muitas foram as estratégias de “ativação” desse produto [o gospel]. O
uso de canais de comunicação em massa, como rádio e TV, o
patrocínio de shows ao vivo, de mega-shows em estádios com bandas
gospel internacionais, gravações e lançamentos de CDs etc.,
colocaram definitivamente a música gospel em contato com o
público-alvo: o jovem. A instauração do mercado deu-se por
completo. Os agentes internos desse mercado mostram a satisfação
com os resultados obtidos e denotam um movimento que não tem
mais retrocesso no Brasil (DOLGHIE, 2005, p. 76).
De fato, a busca por estabelecer um forte setor de comunicação é uma
característica determinante dentro da IRC desde o seu início, que ela mesma
justifica:
Um outro braço importante da igreja é o ministério de comunicação.
Entendendo ser a comunicação uma eficaz ferramenta de
evangelização, a igreja Renascer desde sua fundação vem investindo
com muito esforço e dedicação de seus líderes e membros no
desenvolvimento de um projeto de rádio, televisão, internet e mídia
impressa.
São inúmeros os testemunhos de vidas alcançadas pelas 24 horas de
programação da Rede Gospel de Televisão, da Rede Gospel de Rádio,
do Portal iGospel, ou
jornal Gospel News. A programação da
Televisão parte da cabeça de rede que fica em São Paulo. O canal da
geradora é o 53 UHF que tem seu sinal distribuído para São Paulo e
adjacências através da grande torre 'Deus é Fiel', erguida em 2004
entre as avenidas Paulista e Consolação - centro financeiro mais
importante da cidade. Para o restante do país, a Rede Gospel chega
por meio de retransmissoras afiliadas e através da programação a
cabo.
Esses veículos levam uma palavra de esperança, cura,
transformação para os quatro cantos do Brasil e também do mundo
(através da internet, do Portal iGospel e da banda de satélite).
Diariamente centenas de milhares de lares são edificados pelas
histórias emocionantes de vidas antes entregues à depressão,
afundadas no vício, enfermas na alma, no corpo e no espírito, sem
perspectiva e sem futuro, mas depois totalmente restauradas pelo
poder da fé (PORTAL IGOSPEL, 2014).
Por meio de suas mídias oficiais como a rádio Gospel FM (90.1 FM), a Rede
Gospel de Televisão (53 UHF), a Revista da Marcha, o site da Marcha e o portal
IGospel, a Igreja Renascer procura persuadir o público de que a Marcha é um
evento grandioso e consagrado, amplamente noticiado pela mídia e de importância
internacional, a fim de elevar o status do evento. Tais elementos se observam, por
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exemplo, na descrição feita sobre a edição de 2011, farta de adjetivações:
Denominada "A Marcha da Fé", em 2011 a Marcha para Jesus levou
milhões de pessoas às ruas, sendo considerada a maior marcha da
história. Neste ano a Marcha teve um grande impacto na mídia,
sendo noticiada pelo mundo inteiro como a maior manifestação
evangélica do planeta (CAMARGO, 2013, grifo nosso).
De acordo com Cunha (2004, p. 215) “mídia é espetáculo e mercado; expor
a fé por intermédio dos meios de comunicação social é relacioná-la diretamente ao
espetáculo e ao mercado”. Ora, apesar de toda a celebração religiosa comportar
elementos de espetáculo - dos rituais de sacrifício em religiões ameríndias à liturgia
ortodoxa, assim como os vitrais e a exuberância dos templos góticos, o que se
assiste de novo é justamente a amplitude midiática, conforme salienta Klein (2005,
p. 151).
Este processo, por sua vez, relaciona-se diretamente à tecnologização da vida
humana e, de alguma forma, acaba por contribuir para a promoção e consolidação
de uma cultura de massas que se encontra relacionada aos mega espetáculos e a
alterações nas formas de relação com o sagrado:
A tecnologização da vida do homem passa a ser amparada, pautada e
construída junto ao desenvolvimento dos media, media estes vistos
no seu aspecto funcional de servir como novos suportes da
informação e também como promotores da cultura de massas. De
mediadores, os media passam a invadir o espaço privado deste
homem; essa invasão e onipresença são elementos fundamentais
para o entendimento da contemporaneidade e do cenário do
surgimento dos megaeventos (...) esses fenômenos afastam o homem
da experiência do sagrado, que é presencial e pressupõe a coparticipação direta (CONTRERA e MORO, 2008, p. 3, grifo nosso).
A definição de espetáculo desenvolvida por Guy Debort (1997, p. 14) sintetiza
bem esta ideia: “o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação
social entre pessoas mediada por imagens”. Para Debort, o espetáculo se estabelece
a medida que o comportamento e a vida social passam a se desenvolver por
mediação imagética; ele é uma visão de mundo objetivada, uma realidade
materialmente traduzida e sua origem e reprodução se encontra no modo de
produção vigente, ou seja, os conteúdos são orientados pelos fins do sistema
existente - o consumo:
Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda,
publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo
constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a
afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e no seu
corolário – o consumo. A forma e o conteúdo do espetáculo são a
justificação total das condições e dos fins do sistema existente
(DEBORT, 2003, p. 15).
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A este conceito de espetacularização, pode-se acrescentar outro sentido, a
partir da ideia de que “os componentes litúrgicos são substituídos por elementos de
cena e o ritual cede lugar ao espetáculo” (KLEIN, 2005, p. 164). Abumanssur (2005,
p. 116), analisando este fenômeno dentro das reuniões em igrejas do movimento
neopentecostal, entende que:
A ideia de culto como serviço religioso dirigido a um deus é quase
estranha às reuniões dos neopentecostais. Nas convocações feitas
aos crentes não se usa a palavra culto e os encontros são realizados
com vistas às carências e demandas dos frequentadores da Igreja. A
necessidade que tem o pastor de deambular enquanto prega, visando
a cativar e manter a atenção do ouvinte e envolvê-lo no clima do
teatro que se desenvolve, exige não um púlpito, mas um palco. A
tribuna de onde fala o pregador resume-se a um suporte para a
Bíblia, que quando não está fixado em uma das laterais do palco, é
móvel, podendo ser posto e disposto conforme o desenvolvimento da
reunião.
Já no entendimento de Campos (1997, p. 72), considerado uma grande
autoridade acadêmica no assunto:
Não é mero acaso que grande parte dos templos “iurdianos” e de
outros grupos pentecostais, como a Igreja Renascer em Cristo, Igreja
Internacional da Graça de Deus e outros, sejam antigos e
desativados cinemas ou outras casas de espetáculos. Porque para a
realização de seus cultos, exige-se, além do palco, todo um conjunto
de aparelhos eletrônicos, tais como mesa de som, microfones, altofalantes, luzes, amplificadores de som, aparelhos musicais e outros
mais, bem como um amplo espaço para a acomodação da plateia. No
decorrer da encenação, há deslocamento de pessoas, movimentos
corporais, formação de filas e realização de procissões internas.
A importância e necessidade da abordagem acima apresentada justifica-se no
fato de que a vocação para o espetáculo afirma-se, inicialmente, justamente no
templo:
A vocação para o espetáculo presente nas concepções religiosas,
sociais e políticas do Pentecostalismo no Brasil afirmou-se, de início,
pela preferência nunca desmentida em fazer de antigos cinemas,
teatros e casas de shows espaços religiosos e ganhou mais alcance
quando a conexão entre o palco, o púlpito e o espaço virtual se
transformou definitivamente no seu modelo de atuação (BIRMAN,
2003, p. 235).
O
modelo
de
culto
espetacular
fundamenta-se
no
deslocamento
da
centralidade cúltica da prédica para a música, que por sua vez assume uma nova
função no culto: a de evocar e despertar emoções (DOLGHIE, 2007, p. 16). Aqui
cabe uma breve citação de Jean-Paul Willaime (2002, p. 53-54) que analisa a
estetização enquanto expressão da mutação contemporânea do religioso e a sua
influência sobre a prédica protestante:
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Em um período mais caracterizado pelo indiferentismo religioso do
que pelo ateísmo, pelo agnosticismo prático do que por concepções
alternativas do mundo, os serviços de culto podem tornar-se
ocasiões um tanto quanto exóticas em que são evocadas as questões
fundamentais da condição humana; ocasiões em que se buscaria
menos uma resposta, uma doutrina do que uma evocação
cerimonialmente bem construída, dos mistérios da vida. A prédica
pode ternar-se um poema e o pregador pode ser suplantado pelo
oficiante, o celebrante [...] “A liturgia se torna estética, escreve Michel
de Certeau. Ela não é mais verdadeira (pensável) nem eficaz
(operatória), mas é talvez bela – bela como uma festa, como um
canto, como um silêncio, como um efêmero êxtase de comunhão
coletiva”. Esta estetização e ritualização do religioso convém
maravilhosamente a uma civilização da imagem – são de um
excelente rendimento televisual – e se articulam com as tendências
no sentido de individualização e da privatização do sentido religioso.
Nesse sentido, em relação ao processo de espetacularização do culto, atribuise importância central à performance dos “artistas da música gospel”, que resultam
muitas vezes em uma expectação contemplativa por parte do público nos
shows/eventos que realizam. Dolghie (2012, p. 72) destaca que, com auxílio da
mídia, gravadoras e rádios evangélicas, os artistas contribuem decisivamente para o
estabelecimento e fomento do mercado gospel, compreendendo-os como os novos
sacerdotes da fé e do mercado fonográfico evangélico. Com efeito, a autora destaca:
O visual e estereótipo das novas bandas gospel, acompanhando os
gêneros populares, aproxima-se e se confunde com os de bandas
seculares. O estabelecimento de um mercado muda o modo de
tratamento dos antigos e fiéis músicos religiosos: eles são agora
artistas e profissionais na área, embora a subjetividade religiosa
ainda se faça notar (DOLGHIE, 2005, p. 96).
Por esta razão, dentre as principais consequências da inserção do gospel no
campo evangélico brasileiro, está o fato de que estes artistas passaram a ser
conhecidos e comentados nos moldes dos artistas seculares e a transformação dos
espetáculos gospel em programas de lazer (CUNHA, 2004, p. 117). Ressalte-se o
entendimento de alguns intelectuais para quem a participação individual tende a se
transformar em “algo meramente decorativo e perdido no meio da massificação do
culto” (CAMPOS, 2011, p. 521) nesses contextos, cedendo lugar para a admiração
de performances e dos espaços onde se realizam, tal qual ocorre nos espetáculos
seculares.
Nestes
termos,
o
espetáculo,
enquanto
contemplação
decorre
da
compreensão etimológica e cultural do termo. No aspecto etimológico, espetáculo é
a junção do verbo latino spectare acrescido do substantivo speculum e, no sentido
cultural, denota uma representação visual ritualizada ou previamente concebida,
uma imitação ou demonstração de arte, no sentido geral da habilidade, dirigida aos
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sentidos visuais e/ou auditivos, intentando causar a admiração de um público, os
expectadores (GIARETTA; MACENA, 2011, p. 46-47).
Cunha (2004, p. 216) argumenta que o pentecostalismo gospel, num sentido
lato, não só privilegia a mídia, como cede igualmente grande espaço para a técnica
e tecnologia em seus megaeventos e que todos os equipamentos de suporte ao
culto-espetáculo, como sistemas de luz e som, são meticulosamente elaborados
para garantirem a fidelidade do público. A forma como se dá a ambientação da
Marcha, no que se refere à necessidade de uma mega estrutura para a sua
realização, bem como de grande profissionalismo e técnica, tal qual ocorre com os
grandes espetáculos seculares, apontam para esta direção:
Para que haja um evento de excelência na grandeza que representa a
Marcha, é necessário que tenha toda uma estrutura física e
espiritual para que o evento seja um sucesso. Para isso existe a
organização da Marcha que se divide em coordenadorias a fim de
realizar com excelência o trabalho e as funções que lhes são
delegadas debaixo da orientação do organizador e presidente da
Marcha para Jesus Apóstolo Estevam Hernandes. Para um bom
desempenho, a coordenação da Marcha realiza reuniões de pré
evento nos órgãos públicos (subprefeitura, CONTRUR, etc.); elabora
croquis e laudos técnicos; faz o acompanhamento e a revisão para
aprovação do alvará; realiza o acompanhamento dos check lists e
coordenadorias, solicita sugestões e melhorias, além de muitas
outras coisas (CAMARGO, 2013).
Ainda em uma análise desta relação gospel-espetáculo no contexto religioso
contemporâneo, é possível refletir ainda, partindo-se do pressuposto que o consumo
e o entretenimento são pilares da sociedade (pós) moderna, sobre o fato de que o
mercado de shows gospel vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, tal
qual sucede ao setor de eventos e de entretenimento musical no Brasil2, conforme
destacou o próprio produtor das três primeiras edições da Marcha, Samuel Modesto
em entrevista ao autor:
“Hoje nós vivemos um período muito bom de eventos no Brasil, o
entretenimento, a música, os shows... o Brasil entrou hoje numa
rota de shows internacionais muito boa. E o gospel também está
vindo nesse mesmo balanço, nesse mesmo crescimento”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fenômeno da espetacularização do culto em shows gospel neopentecostais
e a legitimação do gospel brasileiro precisa ser analisado no contexto das principais
2Segundo recentes pesquisas, o Brasil recentemente alcançou o segundo lugar no ranking do
mercado de shows na América Latina. Sua escolha como sede de megaeventos como a Copa do Mundo
e os Jogos Olímpicos em parte explica o grande crescimento.
PONTES, Gabriel de Melo. O gospel da Renascer em Cristo e a Marcha para Jesus.
n. 1, jan. - jun. 2015, p. 56-68.
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características da religião pós-moderna, como pluralidade, desinstitucionalização,
dessacralização, individualismo e a manifestação de cultos mais apropriados aos
novos tempos. Tal legitimação surgiu da busca por uma religião mais aberta à
sociedade, mais flexível e moderna, que dialoga com o meio social, imerso na
cultura de consumo; ela foi o agente “catalisador” do desenvolvimento de novas
estratégias evangelísticas, como o desenvolvimento de cultos “mais apropriados aos
novos tempos” por parte da instituição que legitimou o gospel no Brasil.
Fatores como o alto profissionalismo e tecnologia avançada na elaboração da
música e na operacionalização do evento cúltico, a formação e manutenção de um
mercado muitas vezes autônomo à religião, o uso agressivo dos mass media, o
gerenciamento eclesiástico do tipo empresarial e a formação profissional dos
agentes produtores e líderes religiosos envolvidos no processo foram fatores
presentes no âmago do surgimento dos shows gospel neopentecostais midiatizados
e do processo de espetacularização do culto abordado, como aponta a realidade da
Marcha para Jesus.
Em face destes acontecimentos, torna-se cada vez mais complexa a
categorização quanto ao que seja litúrgico e não litúrgico, sagrado e profano e deixa
até mesmo certa penumbra no conceito do que vem a ser o culto evangélico. De
igual modo eles conduzem à dificuldades quanto à conciliação (ou diferenciação)
entre estratégia proselitista e lucro. Não há dúvidas de que, se por um lado o gospel
atingiu um mercado secular e se tornou um produto como outro qualquer, não
deixou, todavia, de suprir demandas religiosas reprimidas dentro do protestantismo
(DOLGHIE, 2005, p. 98). Estas e outras questões correlatas ficam, assim, abertas a
novas contribuições, sendo que as mesmas poderão ser contempladas em pesquisas
futuras.
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