INTERNAÇÃO HOSPITALAR: o que você precisa

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INTERNAÇÃO HOSPITALAR: o que você precisa
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Ano 19 / Número 109 - ABR./MAI./JUN./2014
INTERNAÇÃO HOSPITALAR:
o que você precisa saber?
Qualidade: uma busca
que ultrapassa 90 anos
Assistência Espiritual:
Conheça os seus benefícios
Viagem: coloque a sua saúde
na lista dos preparativos
PÁG. 8
PÁG. 10
PÁG. 18
2
EDITORIAL por Maciel Costa | Diretor-superintendente | Foto: Fabiane Moraes
OLÁ, AMIGOS!
Diz o ditado popular que o bom filho a casa torna. Ouvi muito essa frase das pessoas
que reencontrei na minha volta ao hospital e sempre respondi que, na verdade,
quando a “casa” é boa qualquer filho volta. E sempre foi esse o sentimento que
tive pelo HSC Blumenau, de que é uma excelente “casa”, tanto para aqueles que o
procuram como local para o seu desenvolvimento profissional, como para aqueles
que necessitam de um lugar que é referência em saúde.
Portanto, é a busca por essa referência que, com muita alegria, satisfação e imensa
responsabilidade, fez-me retornar ao HSC Blumenau. Alegria por estar de volta a
esta “casa” que tanto me ensinou. Alegria em poder reencontrar os excelentes
profissionais que atuam nesta instituição e que fazem a diferença na vida das pessoas.
E também uma satisfação profissional por receber o reconhecimento de um trabalho
realizado, mas principalmente uma enorme responsabilidade por saber do desafio
que temos pela frente: manter o HSC Blumenau entre as instituições de “referência
em alta complexidade no sul do Brasil”. Afinal, essa é a nossa visão, definida pelo
Planejamento Estratégico, que norteará os nossos caminhos pelos próximos 5 anos.
A qualidade e a segurança continuam sendo uns dos temas centrais da nossa gestão.
Por isso, o Hospital, que já havia recebido a Certificação ISO 9001/2008 e o Prêmio
Santé 2013, recebeu também, no início deste ano, a Certificação ONA. Mais do que
certificados para colocar na parede, eles representam e validam o compromisso com a
qualidade e a segurança com o nosso paciente,
compromissos esses que sempre estiveram
presentes no dia a dia desta instituição, assim
como determina a nossa missão: “Cuidar da
saúde com excelência e de forma integrada,
contribuindo com a melhoria da qualidade de
vida”.
EXPEDIENTE
A Revista Essência é uma publicação do
Hospital Santa Catarina de Blumenau.
Diretor-superintendente: Maciel Costa.
Diretor-médico: Dr. Mário Celso Schmitt
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Editorial: Maciel Costa, Ernandi D. S.
Palmeira, Maurício de Andrade, Mário
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E para que possamos continuar nesta
caminhada, temos que buscar cada vez mais
a simplicidade e a transparência nas nossas
ações, além do comprometimento com o
trabalho, com a missão e com o nosso cliente.
Para quem trabalha com a saúde, mais do que
vontade e iniciativa, é preciso persistência.
Um grande abraço a todos e boa leitura.
Maciel Costa
3
NESTA EDIÇÃO
6
EM PAUTA
Varizes e
intolerância à
lactose: veja o
que dizem os
profissionais.
8
10
Preocupações que
fazem parte da rotina do
Hospital Santa Catarina
de Blumenau desde
1920.
Valmor Weingartner
Formado em
Catequese e
Teologia, o Pastor
Valmor Weingartner
fala sobre a
importância da
Assistência Espiritual
no momento da dor.
SEGURANÇA
E QUALIDADE:
ENTREVISTA
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CAPA
Internação Hospitalar:
existem riscos ocultos,
portanto, conheça os
pontos fundamentais para
garantir a sua segurança.
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ATESTADO
Eventos e
comemorações.
Saiba o que rolou no
HSC Blumenau nos
últimos três meses.
MEDIDA CERTA Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
DOCE VENENO
OU SÓ ILUSÃO?
O açúcar está na mira dos médicos e nutricionistas, tanto quanto o
sódio e as gorduras trans. Ele é tão perigoso que, segundo pesquisas,
o seu consumo deve ser controlado da mesma maneira que se controla
o álcool e o tabaco. Mas, acalme-se, ele não precisa ser banido da
dieta, mas sim, consumido com moderação. E, é exatamente nisso
que estamos pecando. Só para ter uma ideia, no final do século 19,
o consumo médio, por pessoa, era de 2k de açúcar por ano. Hoje,
pasmem, o consumo chega a 37! Veja a seguir alguns dos problemas
de saúde provocados pelo excesso de açúcar e as formas de reverter
o quadro.
PROBLEMAS
ALTERNATIVAS SAUDÁVEIS
OBESIDADE
A Organização Mundial da Saúde divulgou no final do ano passado um
artigo confirmando a relação entre a obesidade e o consumo de açúcar.
Uma das teorias defendidas é que o açúcar é viciante, ou seja, uma
vez ingerido, ele eleva momentaneamente a produção de hormônios,
causando a sensação de bem-estar, mas como o efeito é curto, você fica
tentado a atacar mais um docinho.
PRIORIZE A INGESTÃO DE ALIMENTOS NATURAIS
As frutas são um bom exemplo de alimentos naturais e saudáveis,
que por conter açúcar podem substituir os doces sem danos à saúde.
As fibras também são aliadas nesse caso e deixam a absorção do açúcar
mais lenta, evitando os picos de glicemia.
DIABETES TIPO 2
O açúcar e os carboidratos são transformados em glicose e usados
como energia pelo corpo. Mas, quando exageramos na ingestão
desses alimentos, o pâncreas produz e libera mais insulina, o hormônio
responsável pela passagem da glicose para as células dos vários tecidos
do corpo. E, quando a fabricação desse hormônio se dá de forma
desmedida, o pâncreas acaba sobrecarregado, podendo desencadear
o diabete do tipo 2.
ENVELHECIMENTO PRECOCE
O açúcar também é responsável por acelerar o processo de
envelhecimento celular. Isso acontece porque as moléculas de glicose
têm afinidade com certos tipos de proteína que circulam no sangue.
Assim, quando existe açúcar sobrando na circulação, aumenta o risco
do açúcar se grudar a essas proteínas e formar compostos caramelados
ou AGES. São esses compostos que prejudicam a elasticidade dos
vasos e levam ao envelhecimento precoce.
AUMENTO DO NÍVEL DE TRIGLICÉRIDES
O consumo exagerado do açúcar pode contribuir para a elevação do
nível de triglicérides, gordura perigosa, que, ao se acumular, pode
obstruir as artérias. Quanto maior o nível de triglicérides, maior a chance
de desenvolver doenças cardiovasculares.
PREFIRA OS CARBOIDRATOS COMPLEXOS (INTEGRAIS)
Entre os refinados e os integrais, opte sempre pelos carboidratos
integrais. Eles liberam o açúcar de forma mais lenta, evitando o excesso
de açúcar no sangue.
MEXA-SE
O fato é que mesmo conhecendo os males do açúcar em excesso, às
vezes, passamos da conta, então, mexa-se! Assim o açúcar ingerido é
utilizado como forma de energia e não é estocado ou transformado
em gordura. Vale caminhar, correr, nadar ou andar de bicicleta.
O importante é não ficar parado.
CONSULTE OS RÓTULOS DOS PRODUTOS
Leia atentamente os rótulos dos produtos e evite os que contêm muito
açúcar. E, atenção, o açúcar pode aparecer também com outros nomes,
tais como, glicose, frutose, sacarose, melaço, etc. A recomendação da
Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o consumo do açúcar
não ultrapasse 10% das calorias na dieta. Por exemplo: um adulto que
consome 2.500 calorias por dia não deve ultrapassar 250 cal/dia de
açúcar, o que corresponde, em medidas caseiras, a cerca de ½ xícara de
chá de açúcar refinado.
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EM PAUTA
Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
A VERDADE SOBRE
A INTOLERÂNCIA À LACTOSE
É muito comum hoje em dia ouvirmos as pessoas comentarem que
têm intolerância à lactose e até incentivarem amigos e familiares a investigarem o problema, mesmo quando são assintomáticos. A dúvida
é: por que isso tem se tornado tão comum? Na verdade, a intolerância à lactose sempre existiu e não está se tornando mais frequente, e
sim mais popular. A maior divulgação e acesso aos exames diagnósticos, o apelo comercial e estético, com diversos alimentos isentos de
lactose sendo comercializados e a falsa promessa do emagrecimento
milagroso com dietas sem lactose e sem glúten são os principais motivos disso.
não é digerida e permanece no interior do intestino, sendo fermentada por bactérias e causando sintomas relacionados à má-absorção
deste açúcar, o que chamamos de Intolerância à Lactose.
Mas, afinal, o que é intolerância à lactose? Saiba, antes de tudo, que
a lactase é uma enzima produzida pelo intestino para decompor a
lactose, o açúcar presente no leite e seus derivados. Assim, quando
existe diminuição na produção dessa enzima, um problema que atinge aproximadamente 70% da população brasileira adulta, a lactose
Vale lembrar, porém, que nem todas as pessoas com má-absorção de
lactose têm sintomas. Segundo a Dra. Maíra, alguns indivíduos têm
a capacidade de utilizar a lactose intestinal não digerida como fonte
de energia e não desenvolvem as manifestações características da
intolerância. “A quantidade de lactose necessária para desencadear
os sintomas também varia de pessoa para pessoa”, alertou.
“Os sintomas mais comuns são diarreia, distensão abdominal, cólica e excesso de gases, que geralmente aparecem num período de
30min a 2h após o consumo de laticínios. Esses sintomas devem alertar o médico para o diagnóstico de intolerância à lactose”, explica
a gastroenterologista do Hospital Santa Catarina de Blumenau, Dra.
Maíra Silva de Godoy.
Outra questão pertinente é: por que o nosso organismo deixa de produzir a lactase? Existem basicamente duas causas: primeiro, origem
genética ou racial, que aparece gradualmente com o passar dos anos;
e segundo, uma deficiência temporária por algum tipo de agressão
intestinal e congênita, que é rara e presente desde o nascimento.
Nenhuma delas, infelizmente, há como prevenir.
O diagnóstico, por sua vez, é baseado no teste sanguíneo ou respiratório, associado à presença de sintomas. O tratamento para os intolerantes à lactose consiste na redução da ingestão de derivados do
leite, substituição dos nutrientes por fontes alternativas de energia,
reposição de lactase quando necessário e manutenção da ingestão
de cálcio e vitamina D.
Mas atenção: embora gere certo desconforto, a intolerância à lactose
não traz consequências a longo prazo. Em contrapartida, a gastroenterologista alerta que a restrição no consumo do leite e seus derivados pode gerar deficiência de cálcio, portanto, para um acompanhamento adequado, procure um gastroenterologista, pois a orientação
profissional é essencial para o diagnóstico, orientação da dieta e
prescrição do tratamento.
6
VARIZES:
ELES TAMBÉM TÊM!
Se você pensa que sofrer de varizes é coisa só de mulher, está enganado. Em
média, um a cada cinco homens sofre de varizes nas pernas, principalmente entre
30 e 40 anos. Segundo o médico cirurgião vascular do Hospital Santa Catarina de
Blumenau, Dr. Juliano Osmar Kuhnen, os sinais e sintomas são semelhantes em
ambos os sexos. “O que difere um pouco é que os homens, mesmo com dores
e inchaço nas pernas, demoram mais para reconhecer o problema e procurar um
médico”, apontou.
De qualquer forma, os sintomas mais comuns de quem sofre de varizes são queimação nas pernas e plantas dos pés, inchaço, especialmente nos tornozelos, prurido ou coceira, câimbras, cansaço ou sensação de fadiga e peso nas pernas.
De acordo com o Dr. Juliano, além da genética, que é uma das principais causas,
outros fatores como o sedentarismo, obesidade, ficar muito tempo em pé ou
sentado, trabalhar em local muito quente ou fazer esforço físico exagerado são
responsáveis pelo aparecimento das varizes. Nesses casos, a melhor forma de
resolver o problema é procurar um médico e, juntos, decidirem a melhor forma de
tratamento. “Existem inúmeras opções. A técnica utilizada vai depender do grau
de comprometimento das veias”, esclareceu.
Vale destacar, no entanto, que não existe um tratamento definitivo, tendo em
vista que muitos dos fatores desencadeantes continuarão presentes, como é o
caso da hereditariedade. Mas nem tudo está perdido. Caminhar, nadar ou andar
de bicicleta, controlar o peso, evitar permanecer na mesma posição durante longos períodos, elevar as pernas no fim do dia e fazer um acompanhamento com
um profissional médico vascular são algumas das recomendações dadas pelo
Dr. Juliano para amenizar os sintomas e caminhar em busca da qualidade de vida.
SERVIÇOS
Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
SEGURANÇA E QUALIDADE:
A BUSCA QUE ULTRAPASSA 90 ANOS
2003
Implantação do
programa 5S.
2002
Criação do
Setor de
Qualidade.
2007
2003 a 2004
5S
Inscrição junto ao CBA –
Consórcio Brasileiro de
Acreditação, a fim de
buscar a Acreditação
Internacional Joint
Commission (JCI).
Elaboração da
1ª versão da estrutura
documental da
instituição.
2003
Início da prática
de Notificações
de Eventos.
2004
Adesão ao
Programa da
Anvisa – Rede
de Hospitais
Sentinela.
É fato que, no Hospital Santa Catarina de Blumenau, a preocupação
com a qualidade e a segurança começou muito antes do que as pessoas imaginam. Desde o início de suas atividades, o HSC Blumenau tem
como principal objetivo o aprimoramento e a melhoria contínua dos
serviços prestados. É por isso que possui um histórico peculiar, também
na trajetória de construção de seu Sistema de Gestão da Qualidade
(SGQ).
De acordo com a supervisora da Gestão da Qualidade, Fernanda Fritzen Kuchler, embora a preocupação com a qualidade fizesse parte da
rotina do Hospital desde sua fundação, em 1920, o setor de Qualidade
foi formalmente instituído no ano de 2002. “Tendo como referência em
qualidade, na época, principalmente, hospitais conceituados dos grandes centros do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul),
o HSC Blumenau começou sua trajetória contando com uma equipe
composta por dois colaboradores, um supervisor de qualidade e um
auxiliar administrativo, tendo seu quadro ampliado, no ano seguinte,
com a contratação de um enfermeiro”, contou.
2007
Implantação
das Metas
Internacionais
de Segurança.
2009
Implantação da
Comissão de Análise
de Eventos e
Gerenciamento de
Riscos – CAEGER.
2009
Adesão à Campanha da
OMS: Desafio Global de
Higienização das Mãos
em Serviços de Saúde.
Segundo Fernanda, a equipe se fundamentou através de pesquisa e
benchmarking. Sendo que uma característica importante a ser destacada nesta etapa rumo à gestão da qualidade é que essa iniciativa foi projetada com o apoio e a participação da alta administração da instituição.
Apoio esse mantido até os dias atuais.
De 2003 a 2007, a instituição avançou aprimorando e difundindo o Programa 5S e descrevendo, em uma estrutura formal e controlada, toda a
documentação pertinente à operação do Hospital. Inicialmente os documentos foram disponibilizados na Intranet, migrando na sequência
para o software de gestão hospitalar utilizado na instituição. A codificação utilizada distinguia a documentação pelos setores de execução.
Em julho de 2007, visando aprimorar ainda mais a qualidade dos serviços prestados e oferecer o que há de melhor em assistência médico-hospitalar, assumiu oficialmente o desafio para a conquista da acreditação internacional da Joint Commission International (JCI). Grupos
facilitadores foram formados para estudar cada capítulo do Manual e
fomentar as ações necessárias para adequar a instituição aos padrões
desta metodologia.
Fundamentados pelo estudo do manual da JCI, pelos resultados da auditoria diagnóstica, a qual a instituição foi submetida no final do ano de
2007, e, capacitados para o uso de ferramentas da qualidade, os grupos
facilitadores coordenados pelo setor de qualidade e assessorados pelo
consultor externo do CBA – Consórcio Brasileiro de Acreditação – aplicaram os planos de ação adequando à documentação, ajustando processos assistenciais e monitorando-os através da metodologia tracer,
no intuito de acreditar a instituição até o final do ano de 2009.
Durante essa fase, passos importantes foram dados em prol da qualidade e segurança dos pacientes. São eles: a implantação das Metas
Internacionais de Segurança, em 2007, e a implantação da Comissão
de Análise de Eventos e Gerenciamento de Riscos – CAEGER, em 2009.
Porém, apesar do bom desempenho nas duas auditorias de educação
realizadas pelos auditores do CBA, simulando um processo de auditoria
para acreditação, a direção, com base no cenário político e econômico
vivenciado pelo HSC Blumenau, no respectivo período, precisou protelar para 2010 essa atividade.
No segundo semestre do ano supracitado, ainda com cenário desfavorável, por decisão estratégica da área administrativo-financeira, o
Hospital optou por descontinuar o contrato com o CBA na busca formal desta acreditação, protelando para 2015 a retomada deste projeto.
Considerando os inúmeros avanços em qualidade e segurança já alcançados pela instituição com a implementação do manual da JCI, o envolvimento de todos os colaboradores, o esforço e empenho dos grupos
de facilitadores, o “sentimento” de reconhecimento, que viria através
do certificado de acreditação projetado por todos, e a expectativa da
2010
Início da busca
da certificação
ISO 9001.
Na opinião de Fernanda, a busca pela excelência é algo constante, infinito. Por isso, estar alicerçado nas orientações e diretrizes de organismos nacionais e internacionais, gabaritados em qualidade e segurança
do paciente, é uma condição fundamental para o HSC Blumenau, que
tem em seu planejamento continuar submetendo-se a avaliações desses organismos.
2013
Reconhecimento Prata
no Nível 1 do PRÊMIO
SANTÉ de excelência na
gestão em serviços de
saúde.
Certificação
ISO 9001.
2011
Assim, foi diante deste cenário crítico, que o HSC Blumenau enxergou
uma oportunidade e, no final do ano de 2010, começou os primeiros
passos para atingir a atual configuração do seu Sistema de Gestão da
Qualidade. Em março de 2011, iniciou formalmente a caminhada rumo
à certificação ISO 9001:2008, obtendo-a em fevereiro de 2012. No ano
de 2012, a Instituição obteve ainda o primeiro reconhecimento do Prêmio Top of Mind do Estado de Santa Catarina e o reconhecimento Prata
no Nível 1 do Prêmio Santé de excelência na gestão em serviços de saúde. Com o intuito de aprimorar ainda mais o seu sistema de gestão da
qualidade, com foco na segurança do paciente, o Hospital foi em busca
da Acreditação ONA. Essa fase iniciou com a Avaliação Diagnóstica,
realizada em outubro de 2012. Em função disso, durante todo o ano
de 2013, os colaboradores trabalharam em equipes de melhoria, que
culminou com a conquista da Acreditação ONA Nível I, em dezembro
de 2013. Ainda em 2013, o HSC Blumenau recebeu o reconhecimento
Ouro no Nível 1 do Prêmio Santé de excelência na gestão em serviços
de saúde.
2012
2012
Interrupção da
busca formal junto
ao CBA pela
Acreditação JCI.
sociedade, a direção do HSC Blumenau estava diante de um grande
desafio: manter os padrões já estabelecidos, contornando o possível
sentimento de frustração dos envolvidos.
2012
Reconhecimento
pelo Prêmio Top
of Mind do Estado
de Santa Catarina.
Reconhecimento Ouro
no Nível 1 do PRÊMIO
SANTÉ de excelência na
gestão em serviços de
saúde.
2012
Início da busca
pela Acreditação
ONA.
2013
Conquista da
Acreditação
ONA Nível I.
ENTREVISTA Valmor Weingartner | Fotos: Fabiane Moraes
ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL
NO MOMENTO DA DOR.
É com objetivo de manter vivo o vínculo entre o Hospital e a comunidade luterana que
o Pastor Valmor Weingartner deixou, em fevereiro deste ano, o Conselho Superior do
HSC Blumenau – atividade que exerceu por
quase 18 anos – e assumiu o serviço de Assistência Espiritual. Formado em Catequese
e Teologia, o Pastor Valmor conta à equipe
da Revista Essência sobre suas experiências,
contribuições e objetivos para o futuro.
“PESQUISAS
RECENTES
INDICAM QUE
PESSOAS DE FÉ
TÊM UMA
RECUPERAÇÃO
MAIS TRANQUILA
E ATÉ MAIS
RÁPIDA.”
Luterana Blumenau Centro. Sou casado com
Sonia, juntos temos 3 filhos e 2 netos.
Há 18 anos como membro do
Conselho Superior do Hospital
Santa Catarina de Blumenau,
muitas foram as suas contribuições para a Instituição e a comunidade. No seu ponto de vista,
quais foram as mais relevantes?
Weingartner – Ao longo dos anos, o HSC
Blumenau cresceu. Tornou-se uma referência
regional, estadual e no sul do Brasil. O nome
HSC Blumenau é referência na comunidade.
A presença de um pastor no Conselho Superior lembra sempre o nascimento, a origem
do nosso hospital – o espírito comunitário,
muito fortemente presente nos luteranos que
construíram essa cidade. Um hospital nasce
para servir e vive para servir. Esta foi a minha
constante contribuição e defesa junto à administração do Hospital Santa Catarina de
Blumenau.
Atualmente muitas pesquisas
científicas indicam uma associação positiva entre espiritualidade
e melhor saúde física e mental
dos pacientes. Quais os benefícios dessa assistência na recuperação dos pacientes?
O Hospital completa no mês de
Junho 94 anos de história e de
preocupação com o bem-estar físico e emocional dos seus pacienConte-nos um pouco sobre a sua tes. Nesse cenário, qual a imporvida, formação e trajetória na co- tância do serviço de Assistência
Weingartner – Pesquisas recentes indimunidade blumenauense.
Espiritual da Instituição?
cam que pessoas de fé têm uma recuperaWeingartner
– Nasci em Santa Isabel
(Águas Mornas/SC), onde iniciei meus estudos. Dei sequência na Escola Barão do Rio
Branco, em Blumenau (SC). Logo após, fui
para São Leopoldo (RS), formei-me em Catequese e Teologia. Meu primeiro campo de
trabalho foi na Paróquia Luterana de Brusque;
depois na Paróquia Cristo Bom Pastor, em
Joinville (SC). Desde 1996 atuo na Paróquia
10
Weingartner – O desejo do ser humano é
o bem-estar, é viver bem, é viver sem dor. Esta
é a busca humana constante. A dor é sinal de
fraqueza, de perenidade. O serviço de assistência espiritual tem esse grande objetivo: aliviar a dor. Tornar a vida mais suportável e de
mais qualidade. Aliás, este é o centro maior
da medicina: aliviar a dor e, quando necessário, tornar a morte mais suportável.
ção mais tranquila e até mais rápida. Neste
particular, a confiança faz a grande diferença.
Confiar em Deus é viver na certeza de que Ele
nos guia, guarda e ampara. Deus igualmente
quer guiar e orientar os profissionais da medicina, em cujas mãos nós nos encontramos. A
assistência espiritual no HSC Blumenau quer
fortalecer esse sentimento junto ao paciente,
aos seus familiares e a todos os profissionais
envolvidos.
ENTREVISTA
Os termos Assistência Espiritual
e Assistência Religiosa ainda causam confusão na cabeça das pessoas. Qual a diferença entre eles?
E qual dos dois termos melhor se
enquadra no serviço oferecido
pelo HSC Blumenau?
Weingartner – A direção do HSC Blumenau, com a equipe da Assistência Espiritual,
não entende e não permite que o hospital
seja campo de proselitismo e de pregação
doutrinária. A assistência espiritual não quer
se aproveitar da fraqueza e da dor das pessoas para promover ”conversão”. A assistência
espiritual do Hospital respeita a fé das pessoas e as lembra de que: “O senhor é meu
pastor, nada me faltará”, e como continua o
Salmo 23: “Ainda que eu ande pelo vale da
sombra da morte, não temerei mal nenhum,
porque TU ESTÁS COMIGO, tua vara e o teu
cajado me consolam”. O Hospital Santa Ca-
tarina de Blumenau, mantido pela Comunidade Evangélica de Blumenau, fundamenta
sua ação pelos princípios e os fundamentos
da doutrina luterana. A partir dela vive e faz
sua missão.
“O SERVIÇO
DE ASSISTÊNCIA
ESPIRITUAL TEM
ESSE GRANDE
OBJETIVO:
ALIVIAR A DOR.
TORNAR A VIDA
MAIS SUPORTÁVEL
E DE MAIS
QUALIDADE.“
De março de 1996 até fevereiro
de 2014, quais as experiências
mais marcantes? Quais os objetivos como responsável pelo serviço de Assistência Espiritual?
Weingartner – Esses 18 anos como membro do Conselho Superior do Hospital Santa
Catarina de Blumenau foram uma oportunidade única de servir e de aprender. O Hospital foi uma grande escola. No futuro, e na
Assistência Espiritual, pretendo manter muito
vivo o vínculo comunitário entre o HSC Blumenau e a comunidade local.
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CAPA por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
INTERNAÇÃO
HOSPITALAR:
CONHEÇA OS PONTOS
FUNDAMENTAIS PARA A
SEGURANÇA DO PACIENTE.
Durante a permanência no hospital, alguns cuidados são imprescindíveis para que o paciente não sofra danos durante o tratamento. Profissionais da saúde, pacientes e familiares precisam conhecer e colaborar
com as principais medidas de segurança preconizadas.
Em 2005, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou a Aliança
Mundial para Segurança do Paciente. Um marco para as instituições de
saúde e para o próprio paciente, pois, por meio dessa iniciativa, são
reconhecidos e apresentados os seis momentos de maior problemática
durante uma internação hospitalar, bem como são estabelecidos alguns
cuidados imprescindíveis, denominados de Metas Internacionais de Segurança do Paciente, para que não haja erros ou intercorrências que
possam comprometer o seu tratamento e/ou a recuperação.
De acordo com a gerente de Risco do HSC Blumenau, Fernanda Fritzen
Kuchler, é muito importante que o paciente conheça essas metas e os
cuidados preconizados para reduzir os riscos durante a internação. Só
assim reconhecerá as instituições de saúde preocupadas de fato com a
sua segurança e também poderá colaborar ativamente com o seu próprio cuidado durante uma internação. O propósito das Metas Internacionais de Segurança do Paciente é promover melhorias específicas e
consensuais, baseadas em evidências e em opiniões de especialistas.
“As seis metas são: a Meta nº 1 – Identificação correta dos pacientes;
a Meta nº 2 – Melhorar a Comunicação entre profissionais da saúde; a
Meta nº 3 – Melhorar a segurança dos medicamentos de alta vigilância;
a Meta nº 4 – Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento
e paciente corretos; a Meta nº 5 – Higienizar as mãos com frequência
para evitar infecções e a Meta nº 6 – Redução do risco de lesões ao
paciente em decorrência de quedas”, citou.
12
Para Fernanda uma primeira medida que contribui para minimizar os
riscos é a escolha do hospital. “Verificar se a Instituição possui uma acreditação de qualidade concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) ou por um organismo internacional ou nacional similar, que
atesta que alguns padrões são atendidos para melhorar a segurança
na assistência, é um passo fundamental no processo de segurança”,
destacou.
Na opinião da gerente de risco, os hospitais que se preocupam em implementar essas metas de segurança demonstram seu compromisso
com o paciente e com a qualidade da assistência fornecida. “Esse é
um movimento de repercussão mundial que vem tomando mais consistência dentro dos limites do território brasileiro nos últimos quatro
anos”, ilustrou.
Além do incentivo da OMS para a Segurança do Paciente, o Brasil, segundo Fernanda, vem se mobilizando frente ao tema desde 1999, com
a implantação da Rede Sentinela. “Destaca-se também o período de
2011 a 2013, quando o Brasil elaborou legislações específicas para promover o tema no país”, acrescentou.
Assim, com o propósito de ampliar as ações de segurança e qualidade
em serviços de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63, de 28 de
novembro de 2011, que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de
Funcionamento (BPF) definindo padrões mínimos para o funcionamento dos serviços de saúde, fundamentados na qualificação, na humanização da atenção e gestão, na redução e controle de riscos aos usuários
e meio ambiente.
E os incentivos não pararam por aí. Em abril de 2013, foi lançado o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), pelo Ministério da
Saúde (MS), por meio da publicação da Portaria nº 529, de 1° de abril de
2013, no qual, entende-se por Segurança do Paciente a “redução, a um
mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado à atenção
à saúde”. Por fim, ainda em 2013, com a finalidade de apoiar as medidas do PNSP, a Anvisa publicou a RDC nº 36, de 25 de julho de 2013,
destacando a obrigatoriedade de constituição de Núcleo de Segurança
do Paciente (NSP) nos serviços de saúde.
Fernanda acredita que essas regulamentações nacionais tendem a reforçar ainda mais a importância do tema e o papel dos serviços de saúde e dos pacientes neste cenário. “O paciente deve estar atento a esse
movimento e acompanhar a adequação dos hospitais de sua região”,
aconselhou.
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CAPA por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
CONHEÇA AS MEDIDAS DE
SEGURANÇA PRECONIZADAS
PARA CADA META:
META Nº 2
MELHORAR A COMUNICAÇÃO
ENTRE PROFISSIONAIS DA SAÚDE.
OBJETIVO:
Desenvolver uma abordagem para melhorar a comunicação entre os
prestadores de cuidado, estabelecendo uma comunicação efetiva,
oportuna, precisa, completa, sem ambiguidade e compreendida pelo
receptor.
META Nº 1
IDENTIFICAÇÃO CORRETA DOS PACIENTES.
OBJETIVO:
Identificar, com segurança, o paciente como sendo a pessoa para qual
se destina o serviço e/ou procedimento.
COMO ESSA META É ATENDIDA?
Primeiramente, o serviço de saúde precisa definir pelo menos dois
dados do paciente como sendo os identificadores mínimos para garantir
a correta identificação durante todo o atendimento que será oferecido.
Deve-se optar, de preferência, pelo nome completo do paciente
associado a outro identificador, que pode ser a data de nascimento,
o nome da mãe, o número do prontuário, o CPF, etc. Uma pulseira
contendo essas informações pode ser utilizada e serve para assegurar
que o paciente receba o tratamento certo em todas as unidades do
hospital. Os dados do paciente devem ser confirmados com o próprio
paciente ou familiar e checados com a pulseira de identificação antes
da realização de qualquer procedimento.
QUAL O PAPEL DO PACIENTE E DOS FAMILIARES?
Sempre que for a um estabelecimento de saúde, procurar levar consigo
um documento de identificação com foto. Responder com atenção
às informações relacionadas à sua identificação. Compreender que,
durante um atendimento ou internação hospitalar, serão feitos inúmeras
vezes questionamentos relacionados à sua identificação, que se trata de
uma medida de segurança.
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COMO ESSA META É ATENDIDA?
Ao receber ou transmitir informações sobre o paciente, principalmente
em momentos críticos, como em transferência entre unidades e em
passagem de plantão, o profissional da saúde precisa certificar-se de
que houve compreensão da mensagem, repetindo o que ouviu. Ao
receber resultados de exames por telefone, o profissional deve escrever
o que foi ouvido, ler de volta as informações anotadas para quem as
transmitiu e solicitar a confirmação. Todas as informações referentes ao
cuidado, aos procedimentos e às condutas realizadas com o paciente
devem ser registradas no prontuário. Prescrições verbais não são
recomendadas.
QUAL O PAPEL DO PACIENTE E DOS FAMILIARES?
Informar ao profissional da saúde o que entendeu sobre seu tratamento,
procedimento e/ou cuidado que se pretende realizar. Esclarecer as
dúvidas relacionadas ao seu tratamento e/ou processo de internação.
META Nº 4
ASSEGURAR CIRURGIA EM LOCAL DE
INTERVENÇÃO, PROCEDIMENTO E PACIENTE
CORRETOS.
OBJETIVO:
Aperfeiçoar a comunicação entre os membros da equipe envolvida no
processo cirúrgico, assegurar o envolvimento do paciente na marcação
do local da intervenção e garantir cirurgias com local de intervenção
correto, procedimento correto e paciente correto.
COMO ESSA META É ATENDIDA?
Em qualquer cirurgia em que a estrutura anatômica ou o órgão a ser
operado não for único (ex.: joelho) ou apresentar diferentes níveis
(ex.: coluna), a marcação do local da cirurgia com caneta apropriada
é recomendada. Essa marcação deve ser visível e realizada pelo
profissional que irá fazer o procedimento cirúrgico. Antes da realização
de qualquer cirurgia, é preciso verificar as condições da sala cirúrgica,
o funcionamento dos equipamentos e os procedimentos necessários.
Recomenda-se a realização do “time out”. Uma verificação final, em voz
alta, no local onde será realizado o procedimento, segundos antes de
seu início. Nesse momento é feita a confirmação, envolvendo todos os
participantes da equipe, da identificação do paciente, do procedimento
a ser feito, da parte do corpo, membro ou órgão que será operado e da
disponibilidade dos exames e equipamentos necessários.
META Nº 3
MELHORAR A SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO,
NO USO E NA ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS.
OBJETIVO:
Desenvolver e implementar estratégias e mecanismos que promovam
a segurança do paciente e dos profissionais envolvidos no processo
de utilização de medicamentos, principalmente nos denominados
medicamentos de “Alta Vigilância”.
QUAL O PAPEL DO PACIENTE E DOS FAMILIARES?
Trazer para a internação documento de identificação, exames préoperatórios, prescrição do procedimento cirúrgico que será realizado
e dos cuidados pré-operatórios indicados, avaliação do anestesista,
termo de consentimento para anestesia assinado pelo anestesista e
pelo paciente ou responsável e, ainda, o termo de consentimento para
o procedimento cirúrgico assinado pelo cirurgião ou médico da equipe
que participará da cirurgia e pelo paciente ou responsável. Para as
cirurgias que necessitam da marcação da lateralidade, o paciente deve
participar ativamente desse processo junto com o cirurgião.
COMO ESSA META É ATENDIDA?
Antes de administrar qualquer medicamento, o profissional de saúde
deve checar se é o paciente certo, o medicamento certo, a hora certa, a
via certa e a dose certa. Nos medicamentos potencialmente perigosos
e de alta vigilância é importante a aplicação de dupla checagem na
dispensação, no preparo e na administração. Recomenda-se utilizar
etiquetas auxiliares com cores ou sinais de alerta para diferenciar esse
tipo de medicamento.
QUAL O PAPEL DO PACIENTE E DOS FAMILIARES?
Informar, no momento de sua admissão no hospital, se faz uso de
algum medicamento, preferencialmente informar a dosagem e os
horários de administração. Essas informações são importantes para
que se possa fazer a chamada conciliação medicamentosa para
evitar incompatibilidade entre o remédio que o paciente já utiliza e o
medicamento prescrito durante a internação.
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CAPA por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
META Nº 5
HIGIENIZAR AS MÃOS COM FREQUÊNCIA PARA
EVITAR INFECÇÕES.
OBJETIVO:
Promover a prevenção e o controle das infecções em todas as unidades
de atendimento a pacientes, por meio de um programa efetivo, com
ênfase na importância prática da higienização das mãos.
COMO ESSA META É ATENDIDA?
Adotando a higienização correta e constante das mãos para prevenir
infecções. Profissionais da saúde e visitantes devem higienizar as mãos
com água e sabão ou álcool em forma de gel antes de qualquer contato
com o paciente.
QUAL O PAPEL DO PACIENTE E DOS FAMILIARES?
O paciente pode questionar os profissionais e visitantes sobre a
higienização das mãos. Os visitantes devem higienizar as mãos com
água e sabão ou álcool em forma de gel, antes de qualquer contato
com o paciente e estar atentos às outras medidas de prevenção de
infecção solicitadas pela instituição de saúde durante a internação do
paciente.
META Nº 6
REDUÇÃO DO RISCO DE LESÕES AO PACIENTE
EM DECORRÊNCIA DE QUEDAS.
OBJETIVO:
Elaborar, implementar e monitorar ações preventivas para reduzir lesões
decorrentes de quedas durante a internação hospitalar.
COMO ESSA META É ATENDIDA?
Reconhecendo os pacientes que possuem maior risco para queda
durante a internação, tais como idosos, pessoas fisicamente debilitadas
ou fazendo uso de medicamentos que causam sonolência ou confusão
mental, entre outros. Essa avaliação deve ser feita logo que o paciente é
internado e, caso necessário, medidas preventivas devem ser tomadas,
tais como educação do paciente, familiares e visitantes, barras de apoio
nos banheiros e grades de proteção nas camas. O paciente com risco
de queda pode ser identificado com uma pulseira com cor específica
que diferencie esse risco durante toda a internação ou enquanto o risco
for eminente.
QUAL O PAPEL DO PACIENTE E DOS FAMILIARES?
Respeitar as orientações fornecidas pelos profissionais da saúde
para prevenir quedas, por exemplo, solicitar auxílio para sair do leito,
jamais tentar sair do leito sozinho. Quando indicado, providenciar
acompanhante durante todo o período da internação.
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ATESTADO
EM FEVEREIRO ACONTECEU
O 1° ENCONTRO DO GRUPO
DE ESTUDOS DOS SERVIÇOS
DE CONTROLE DE INFECÇÕES
Foi realizado, no dia 6 de fevereiro, o 1° Encontro do Grupo de Estudos dos Serviços de Controle de Infecção dos Hospitais de Blumenau.
De acordo com a coordenadora do Serviço de Controle de Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde – SCIRAS, Caroline Batista Cardoso,
o encontro foi promovido pelo SCIRAS do Hospital Santa Catarina de
Blumenau e tem como objetivo discutir ações, medidas, além de trocar
experiências sobre condutas referentes ao tema infecção hospitalar. “O
evento irá ocorrer mensalmente, alternando entre os hospitais participantes: Hospital Misericórdia, Hospital Santo Antônio, Hospital Santa
Isabel, Hospital Unimed e Hospital Santa Catarina”, explicou.
20 ANOS DE HEMODINÂMICA
A ideia de montar o serviço de Hemodinâmica surgiu logo no início da
década de 90. No ano de 1993, foi estruturada toda a equipe e adquirida toda a aparelhagem necessária. No dia 9 de março de 1994, realizou-se a primeira cinecoronariografia de todo o Vale do Itajaí. Desde
então, são realizados procedimentos diagnósticos e terapêuticos em
adultos e crianças.
De acordo com o Dr. Charles Luiz Vieira, no final de 1994, a Hemodinâmica começou a realizar o implante de stents coronarianos convencionais,
e hoje, quase que exclusivamente, implantam-se os farmacológicos.
“No ano seguinte, o setor evoluiu para procedimentos de Eletrofisiologia e, recentemente, para procedimentos vasculares periféricos, de
neurorradiologia invasiva e radiologia invasiva”, contou. Desde o início
dos serviços, a coordenação técnica do setor está sob a responsabilidade do Dr. Charles Luiz Vieira, que, em dezembro de 2012, recebeu o
reforço de mais um especialista, o Dr. Júlio César Schulz.
A IMPORTÂNCIA
DO ACOMPANHAMENTO
NUTRICIONAL
Quando o assunto é nutrição, os pacientes oncológicos necessitam de
atenção especial, tendo em vista que uma condição nutricional ruim
pode dificultar a resposta ao tratamento. De acordo com a nutricionista
Gabriela Cadore, uma boa alimentação é fundamental para recuperar
ou evitar a perda de peso e amenizar sintomas como: falta de apetite,
boca seca, náuseas, vômitos e alteração do paladar, muito comuns durante o tratamento quimioterápico. “A avaliação do estado nutricional
é de grande importância, pois auxilia na identificação precoce dos pacientes que possam apresentar maiores risco de complicações durante
o tratamento e, assim, garantir uma intervenção adequada”, destacou.
Diante dessa realidade, o Hospital Santa Catarina de Blumenau, juntamente com Onco HSC – Centro de Oncologia, oferece aos seus pacientes atendimento integral do serviço de Nutrição Clínica. O objetivo,
segundo Gabriela, é prestar assistência nutricional individualizada desde
o início do tratamento, considerando o estado clínico do paciente, seus
hábitos alimentares, restrições dietéticas e intolerâncias. “A assistência
nutricional estende-se não só aos pacientes em atendimento ambulatorial, mas também aos pacientes que precisam internar para tratamento”,
finalizou.
SERVIÇOS por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
VIAJAR É BOM.
COM SAÚDE, MELHOR AINDA!
Fortaleza
Natal
Manaus
Recife
Salvador
Cuiabá
Brasília
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Curitiba
Porto Alegre
Você pretende viajar para alguma região distante com culinária exótica, fuso horário ou
clima diferente? Então, fique ligado, especialmente este ano, pois o Brasil passa pela experiência de sediar uma Copa do Mundo: um
evento que prevê o deslocamento de milhares
de pessoas pelas principais cidades do país.
Não basta arrumar as malas, reservar os hotéis e comprar as passagens. Antes de encarar
uma viagem, é aconselhável, de acordo com
o infectologista do Hospital Santa Catarina de
Blumenau, Dr. Amaury Mielle, verificar se a sua
saúde está em dia. “Além dos cuidados com
18
os documentos, os roteiros e as indicações dos
amigos, é preciso ficar atento às variações climáticas, às informações sobre eventuais focos
de doenças contagiosas e às vacinas necessárias”, enfatizou.
Na opinião do Dr. Amaury, os cuidados com a
saúde são tão importantes quanto os preparativos burocráticos para a viagem. “Quem pretende acompanhar os jogos da Copa, ao vivo
e a cores, deve ficar atento a alguns detalhes.
O Brasil, em junho, apresenta extrema variabilidade climática entre os estados do Norte e do
Sul, por exemplo, o que alerta para a importância da vacina contra a Influenza”, pontuou.
Embora não exista, neste momento, nenhuma
indicação específica de cuidados especiais pelas principais capitais do país, para quem pretende estender a estadia e conhecer as regiões mais interioranas, é importante procurar o
seu médico e atualizar a carteira de vacinação.
“Além da vacina contra a Influenza, existem outras que devem ser discutidas de acordo com
o destino e as condições específicas do lugar”,
destacou o médico.
ORIENTAÇÕES ANTES, DURANTE E DEPOIS DA VIAGEM!
AVALIAÇÃO GERAL
Consulte seu médico para uma avaliação geral, principalmente se for
portador de alguma doença. Evite viajar se estiver com alguma doença
infecciosa aguda. Se precisar fazer uso de medicamentos durante a viagem, obtenha a prescrição médica e a mantenha com você. Lembre-se
também de adquirir medicamentos suficientes para toda a viagem.
VACINAÇÃO
Para proteger a sua saúde, é recomendado manter sempre a sua carteira de vacinação atualizada, especialmente contra febre amarela,
influenza e sarampo. Além disso, observe que para atingir a proteção
necessária, cada vacina tem um período que pode variar de 10 dias a
seis semanas. Por isso, vacine-se com antecedência.
MEDICAMENTOS
Dependendo da região, a entrada de medicamentos poderá sofrer fiscalização sanitária. Portanto, não esqueça a prescrição médica. A prescrição deverá ter o nome do passageiro para ser confrontado com o
nome que consta no cartão de embarque. Aconselha-se também que,
para melhor identificação, o medicamento seja armazenado na embalagem de origem.
ALIMENTAÇÃO
Viajar para lugares diferentes nos estimula também a conhecer sabores
diferentes. Cada cultura, uma nova iguaria. Assim, para evitar problemas de saúde, adote alguns hábitos básicos durante a viagem:
• Lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia, principalmente
antes das refeições, ao utilizar transportes públicos e ao frequentar locais com grande fluxo de pessoas.
• Consumir água mineral envasada.
• Ficar atento à limpeza dos ambientes e à apresentação.
• Ficar atento às condições de conservação e apresentação dos alimentos: pratos quentes devem estar bem cozidos/assados e quentes na
hora de consumir. Enquanto as saladas e sobremesas devem estar frias.
• Evitar comer alimentos de ambulantes ou procedência duvidosa.
• Evitar comer carnes cruas ou mal passadas.
Por fim, caso apresente qualquer alteração em sua saúde durante a viagem, procure atendimento médico nas unidades de saúde mais próximas para uma avaliação e tratamento adequado. Agora que você já
leu o texto e sabe quais são os cuidados básicos para preservar a sua
saúde, organize-se e aproveite a viagem. Passear e conhecer lugares
novos é sempre emocionante.
ARTIGO por Dr. João Marcelo Gonçalves da Rocha Loures – Cirurgião vascular | Fotos: Banco de Imagens
NOVIDADES
EM CIRURGIA
VASCULAR
Foto: Arquivo Pessoal
Há cerca de 20 anos, toda vez que alguém tinha uma doença circulatória grave, como os
aneurismas de aorta abdominal, tinha que se
submeter a uma cirurgia complicada, em que
o cirurgião vascular abria o corpo do paciente
para fazer a retirada da parte dilatada e substituir a artéria nativa por uma prótese. Além
de ser uma cirurgia traumática e de alto risco
(com aproximadamente 5% de risco de óbito),
o tempo de internação (em UTI e quarto) era
grande e a recuperação demorada: o paciente só poderia voltar às suas atividades normais
depois de quase um mês.
Essa técnica convencional foi, ao longo dos
anos, sendo substituída pela Cirurgia Endovascular. Esse tipo de procedimento surgiu no início da década de 90, indicada inicialmente para
alguns casos, em que o risco de complicações
e óbito era muito grande. De lá para cá, houve uma evolução tão grande que a indicação
do procedimento se inverteu: hoje, a grande
maioria dos casos de aneurisma de aorta é resolvida pela Cirurgia Endovascular. E, a evolução não para.
Uma das grandes novidades para o tratamento
dos casos mais complexos de aneurismas da
aorta abdominal são as endopróteses reposicionáveis. Desenvolvidas para o tratamento
dos casos mais complexos, com anatomias tortuosas, as endopróteses reposicionáveis apresentam uma flexibilidade excepcional, tornando o procedimento mais seguro e preciso. Vale
lembrar, também, que os novos dispositivos de
20
liberação (cateter que envolve a endoprótese)
apresentam diâmetros menores em relação
aos da primeira geração, ampliando assim o
tratamento de casos que antes não eram possíveis.
No campo da doença cérebro-vascular extracraniana, o primeiro relato de endarterectomia
(cirurgia aberta) de carótida, com sucesso, foi
realizada por DeBakey, em 1953. A doença
arterial carotídea pode causar acidentes vasculares cerebrais (AVCs), também conhecidos
como derrames ou isquemia cerebral. Essa doença decorre do estreitamento (estenose) da
artéria, sendo a aterosclerose (placas de gordura) a principal causa.
Na técnica de endarterectomia, as placas de
gordura são retiradas através de uma incisão
no pescoço. Ela é indicada para os casos severos – como quando há sintomas de ataque
isquêmico transitório, história de derrame ou
estreitamento significativo da luz de alguma
artéria carótida. O procedimento é seguro e
duradouro quando realizado por um cirurgião
qualificado.
Já a Angioplastia com colocação de stent,
geralmente é realizada com anestesia local,
através de uma pequena punção na virilha,
por onde são inseridos os dispositivos que
implantam o stent, sendo este posicionado na
artéria para mantê-la aberta. Ambos os procedimentos apresentam taxas de complicações
semelhantes. A angioplastia de carótida pode
ser considerada como primeira opção em estenoses altas, em casos com pescoço hostil e
em casos de oclusão da carótida contralateral.
A escolha da técnica depende de cada paciente (fatores de risco, tipos de placa, obstrução e
idade), bem como da experiência do cirurgião
e da equipe.
Outra novidade é o Balão Liberador de Droga
Imunossupressora, que se mostrou eficaz no
combate a dois inconvenientes das angioplastias: a reestenose e a hiperplasia miointimal
intrastent. A novidade é uma nova arma a ser
utilizada nas angioplastias de membros inferiores, com o objetivo de evitar amputações,
principalmente em pacientes diabéticos. Mas
afinal, como é realizada a Cirurgia Endovascular, quais são as suas vantagens e para que tipo
de paciente é indicada?
A cirurgia endovascular é guiada por um arco
cirúrgico (aparelho de raios X) associado ao
contraste, por meio do qual o médico faz um
mapeamento das artérias com precisão. Dessa forma, é possível atingir qualquer lugar do
corpo por uma punção da artéria na virilha, por
exemplo. Através de pequeno furo na pele, po-
sicionam-se cateteres (tubos ocos de material plástico), fios guias (fios de metal ou outros materiais
que funcionam como trilhos para os cateteres), balões para dilatação ou stents (dispositivos metálicos que são posicionados dentro dos vasos para os manterem com o interior aberto).
A principal vantagem da cirurgia endovascular é o menor trauma cirúrgico, pois as grandes incisões
são desnecessárias, o que diminui o tempo de cirurgia, reduz o tempo de internação e acelera a
recuperação. A maioria dos procedimentos é realizada sob anestesia local ou raquianestesia. Enquanto na cirurgia endovascular o paciente demora cerca de 10 dias para retornar às suas atividades
normais, na cirurgia convencional esse tempo é de pelo menos um mês. No entanto, apesar de
todos os benefícios e riscos das duas técnicas, a última decisão ainda cabe ao paciente. Se o paciente, plenamente consciente, afirma que mora em outro estado e que não tem condições de fazer o
seguimento adequado, ele pode optar pela cirurgia convencional.
Daí a importância de ter à disposição uma Clínica como a Angioklinik, com um moderno centro
vascular que possui atendimento ambulatorial e hospitalar de doenças arteriais, venosas e linfáticas. Referência em medicina de alta complexidade em todo o
Estado de Santa Catarina e principalmente em Blumenau, a Clínica
conta com cirurgiões vasculares com amplo conhecimento sobre a cirurgia convencional e técnicas endovasculares. Tudo para oferecer o melhor tratamento
ao seu paciente.
FATOS RELEVANTES
• Uma das doenças arteriais de maior risco, o aneurisma de aorta abdominal ou
torácico, pode ser resolvido pela cirurgia
endovascular. Mesmo nos casos de grandes tortuosidades, é possível o tratamento endovascular com as modernas endopróteses reposicionáveis e mais flexíveis;
• O Balão Liberador de Droga Imunossupressora vai facilitar a resolução de
problemas como reestenoses (estreitamento da artéria depois da angioplastia) e formação de placas no interior
dos stents, conhecida como hiperplasia
miointimal;
• O tempo de recuperação da cirurgia
endovascular é muito menor do que
na cirurgia convencional: em até 10
dias depois do procedimento o paciente pode voltar às suas atividades
normais;
• Vale ressaltar que, apesar dos avanços tecnológicos na área da cirurgia
vascular, é de suma importância o
exame clínico do paciente, a relação
médico-paciente e, principalmente,
o entendimento do paciente a respeito do seu problema.
21
CRÔNICA por Dr. Cézar Zillig – Neurocirurgião | Fotos: Banco de Imagens
DONA ÉLIA
teriam fundido com todas aquelas saliências.
Aficionado por trens, fizera diversos deles em
miniatura. Perfeccionista, uma qualidade desejável para aquele minucioso ofício, fazia questão de fazer o trem inteirinho: locomotivas, tenderes, vagões, trilhos. Suas locomotivas tinham
caldeiras mínimas que produziam vapor a partir de uma chama de lamparina e movimentavam o trem de miniatura pelo trajeto circular
que corria pelos quatro cantos da oficina.
Foto: Marion Rupp
Uma ou duas vezes na semana, aparecia lá em
casa a dona Élia. (Só agora, cinquenta anos
depois, me dou conta: seria “Élia” ou “Hélia”?
Élia é feminino de Élio, que por sua vez é uma
corruptela de “Hélio”, o Deus da mitologia
grega, que todos os dias percorria os céus do
nascente ao poente com sua quadriga de fogo).
Bem, a dona Élia – é assim que sempre imaginei
sua grafia – tinha lá seus cinquenta anos, o que
para um menino significava alguém velho
mesmo. Sua marca era a animação; estava sempre iluminada, fazendo jus ao seu
nome ensolarado. Ela era um sorriso vestido de mulher. Sua face era “colorida” graças a um pouco de ruge e ao batom; não
guardo em minha memória traços de seu
perfume. Mas, considerando seus gostos,
deveria usar algum. E se o fazia, o fez com
discrição, caso contrário eu lembraria da
fragrância. Perfumes marcam, impregnam,
de maneira agradável ou desagradável.
Suas saias, um tantinho compridas, ressaltavam os seus volteios álacres; bailava, de
certa forma. Refletindo hoje, suspeito que
o comprimento da saia fosse uma exigência do marido, seu José, que era um tanto
enérgico com ela e talvez ciumento.
O próprio seu José era outra figura digna
de comentário: fazia moldes para fundição, o que requer muita habilidade, paciência e inteligência. Meu pai dizia que
ele era uma espécie de gênio e visitava-o
amiúde em sua oficina nos fundos da casa;
certa vez o encontrou com uma tampinha
de plástico nas mãos, ruminando como a
22
Os dois, seu José e dona Élia, eram os opostos
em pessoa: ele sempre taciturno e ela sempre
radiante. Dizem que os opostos se atraem...
Havia uma razão para dona Élia aparecer lá
em casa uma ou duas vezes na semana: o jogo
do bicho. Era viciada em fazer uma fezinha,
coisa que seguramente seu José não aprovava. Minha mãe colaborava com um esquema
para burlar a interdição, mantendo o “cofre”
da dona Élia, que consistia numa lata de lei-
te Ninho, onde era guardado o dinheiro para
as apostas e os respectivos lucros, quando
havia. Dona Ida, minha mãe, também acudia
com empréstimos quando as apostas davam
sucessivamente erradas; provavelmente seu
José também deveria entrar inocentemente no
financiamento da contravenção da inquieta esposa quando o balanço era negativo...
A dona Élia era uma espécie de Hebe Camargo em termos de bom humor e alegria. Ambas
são frequentemente lembradas aqui no consultório quando falo que não existem dois cérebros iguais; e isto vale também para os animais:
numa ninhada de gatinhos não se encontram
dois com o mesmo temperamento: um é dócil
e gosta de colo, o outro é dócil, mas não gosta
de colo, o outro é arisco e o outro é tão mansinho que chega a ser bobo, correndo o risco de
ser atropelado, etc.
Bem, dona Élia e a Hebe Camargo – esta
bem conhecida de todo o Brasil – são
exemplos de pessoas bem aquinhoadas
bioquimicamente; a natureza foi generosa para com elas, lhes equipando com
uma bioquímica cerebral favorável, resultando numa disposição e animação
quase permanentes; em contrapartida,
existem pessoas que nasceram amargas,
pessimistas e em geral infelizes; você conhece pessoas assim, tanto de um quanto de outro tipo. Tanto numa quanto
noutra situação, se otimistas ou pessimistas, se felizes ou infelizes, trata-se de algo
involuntário, tendo a ver com a “fiação”
cerebral destes indivíduos. Felizmente, a
grande maioria das pessoas se situa num
ponto intermediário entre um e outro
extremo. A boa notícia é que a neurofarmacologia dos últimos cinquenta anos
desenvolveu medicamentos fantásticos
que possibilitam corrigir o desequilíbrio,
fazendo com que pessoas com tendências depressivas experimentem do bom
humor e da alegria que pessoas como
dona Élia ou a Hebe Camargo herdaram
graciosamente.
23
HOSPITAL SANTA CATARINA DE BLUMENAU
CONQUISTA ACREDITAÇÃO ONA.
Toda a atenção com a qualidade do atendimento e
com a segurança do paciente ganhou mais um selo.
Agora o HSC Blumenau é reconhecido pela
ONA – Organização Nacional de Acreditação,
o que atesta a eficiência e eficácia de seus processos.
Uma nova conquista que ratifica o nosso maior
compromisso: buscar a melhoria e a excelência
nos serviços prestados a você.
Siga-nos @hscblumenau | www.hsc.com.br
24
Diretor-médico: Mário Celso Schmitt - CRMSC: 1538
MAIS SEGURANÇA E
QUALIDADE PARA VOCÊ.

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