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SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 10(2) 1996 MIGRAÇÃO, DINÂMICA REGIONAL E PROJEÇÕES POPULACIONAIS ROSANA BAENINGER Socióloga, Pesquisadora no Núcleo de Estudos de População da Unicamp JOSÉ MARCOS PINTO DA CUNHA Demógrafo no Núcleo de Estudos de População da Unicamp A s transformações ocorridas mais recentemente no processo de urbanização e de redistribuição espacial da população no Estado de São Paulo colocam importantes desafios para as projeções populacionais a serem elaboradas neste final de século. Dentre as mudanças a serem incorporadas, as hipóteses das projeções devem considerar as novas formas de reestruturação dos espaços regionais, cuja compreensão, mais do que nunca, passa pelo entendimento do novo comportamento dos movimentos migratórios nos âmbitos nacional, intra-estadual e, particularmente, intra-regional. Até os anos 70, a dinâmica e a localização das atividades industriais pautavam, em grande medida, os possíveis caminhos da população no território paulista. De fato, estava-se vivenciando um processo em que era bastante evidente e direta a relação entre movimentos populacionais e estruturação das atividades e oportunidades econômicas, especialmente aquelas oriundas dos investimentos governamentais em direção ao interior paulista (Cano, 1988). Nesse contexto, emergiram importantes pólos regionais, que já indicavam, embora de maneira incipiente, novas formas de redistribuição espacial da população, mapeando novos contornos ao espaço paulista (Patarra e Baeninger, 1989). Na década de 80, o poder de atração exercido pela indústria diminuiu consideravelmente, em função do “esgotamento dos ciclos de investimentos dos anos 70, que fez a economia do interior paulista tender a apresentar um comportamento similar ao da metrópole” (Cano et alii, 1994:5). Porém, o novo patamar alcançado pelo processo de urbanização nas áreas, com a diversificação de atividades e do consumo urbano, contribuiu para uma certa continuidade do dinamismo regional e, provavelmente, 102 para uma redistribuição espacial da população muito mais intensa em termos intra-regionais. Assim, “a nova configuração espacial da migração e da urbanização aponta agora para novas inter-relações entre os sistemas urbanos, a rede de cidades, as cidades e seu entorno e os fenômenos sociais” (Baeninger, 1994:490). Nesse novo cenário urbano, as grandes metrópoles e os maiores centros assistiram uma desaceleração em seus ritmos de crescimento populacionais, evidenciando um processo de desconcentração demográfica. O pano de fundo deste cenário está associado, de um lado, ao processo de interiorização da indústria, deslanchado nos anos 70 e, de outro, às transformações advindas, nos anos 80, do novo processo de reestruturação da indústria em âmbito internacional. Tais mudanças refletem-se de maneira acentuada na estrutura urbana e no papel das cidades e metrópoles no cenário mundial,1 uma vez que a dispersão da produção reforça contextos regionais específicos, ao mesmo tempo em que promove a competitividade entre as localidades urbanas. Assim, o menor crescimento populacional da Região Metropolitana de São Paulo está associado, de um lado, à continuidade da queda da fecundidade, bem como ao menor saldo migratório verificado nos anos 80, e, de outro, ao novo cenário econômico que começa a se impor no caso brasileiro, onde a Região Metropolitana de São Paulo se consolida como grande centro financeiro e de serviços sofisticados, não mais absorvendo expressivos contingentes populacionais em seu mercado de trabalho, como ocorreu em outras décadas. Nesse sentido, projetar população para o Estado de São Paulo requer que se considere o papel da metrópole paulista nos contextos nacional e internacional, bem como as especificidades de uma MIGRAÇÃO, DINÂMICA REGIONAL E PROJEÇÕES POPULACIONAIS nova territorialidade, com a formação de pólos inter e intra-regionais. A consolidação de novas formas de redistribuição espacial da população – em que, muito provavelmente, pesará a menor participação da migração externa e a crescente mobilidade intra-regional – bem como a emergência dessa realidade em outras regiões, mais distantes do principal eixo de desenvolvimento do Estado, representam desafios para a adequação de hipóteses de projeções populacionais, particularmente no que se refere à unidade geográfica de referência a ser adotada. O presente artigo pretende contribuir no sentido de apresentar algumas reflexões sobre essa nova dinâmica espacial no estado vis-à-vis a necessidade de elaboração de estimativas de população em níveis cada vez mais reduzidos, tais como o municipal. respondiam, em 1980, a 6,92 óbitos por mil habitantes e a 51,21 óbitos infantis por mil nascidos vivos, passando a 6,3 óbitos por mil habitantes e a 26,78 óbitos infantis por mil nascidos vivos em 1992, com poucas diferenças inter-regionais (Fundação Seade, 1993a). Diante dessas evidências – em que o crescimento vegetativo tende a ser cada vez mais homogêneo entre as várias regiões do estado – poder-se-ia supor que, na década de 80 e no futuro, o componente migratório seria aquele que daria o rumo da redistribuição espacial e do crescimento populacional das regiões e municípios do Estado de São Paulo.2 Contudo, como já se adiantou, os anos 80 revelaram uma nova e inusitada face da migração que, grosso modo, se resumiria no arrefecimento, sem precedentes, da migração líquida tanto para o total do Estado de São Paulo quanto para as regiões tradicionalmente mais atrativas, como é o caso da Região Metropolitana de São Paulo. Embora se possa prever que a persistência dessa situação terá efeitos inibidores no crescimento demográfico futuro das regiões, é preciso levar em conta as conseqüências, para o estado e sobretudo para a dinâmica de várias regiões e seus respectivos municípios, causadas pela forte imigração durante mais de três décadas. De qualquer maneira, para a elaboração de hipóteses de migração, seria necessário considerar que: - mesmo tendo sido notada uma diminuição da migração nos âmbitos estadual e metropolitano, a população continuou se redistribuindo em direção ao interior – para o que contribuiu sobremaneira os fluxos inter-regionais, principalmente aqueles oriundos da Região Metropolitana de São Paulo; REPENSANDO AS PROJEÇÕES MUNICIPAIS Ao considerar alguns indicadores demográficos, podese dizer, em termos gerais, que houve, especialmente na última década, uma relativa diminuição das heterogeneidades regionais no Estado de São Paulo. De fato, como mostram os dados mais recentes, a diminuição das taxas de migração líquida – para grande parte das regiões paulistas – não apenas contribuiu para reduzir substancialmente suas taxas de crescimento, mas também para diminuir a distância relativa entre as regiões, particularmente no que se refere aos patamares de crescimento demográfico. Assim, muito embora não se trate de considerar uma homogeneização de tendência em termos migratórios, as discrepâncias observadas, em relação a períodos passados, caíram significativamente. No caso das taxas de fecundidade, a tendência relativa à homogeneização manifestou-se fortemente nos anos 80 e início dos 90, apesar das distintas trajetórias regionais. Para se ter uma idéia da intensa queda da fecundidade paulista, observa-se que, em 1980, a média estadual era de 3,39 filhos por mulher, com apenas três regiões do estado registrando taxas inferiores a três filhos por mulher (regiões de governo de Rio Claro, de São José do Rio Preto e de Fernandópolis). Já em 1992, a taxa média estadual passou para 2,28 filhos por mulher, sendo que em todas as regiões, inclusive a metropolitana, a taxa de fecundidade não ultrapassava três filhos por mulher (Campanário e Yasaki, 1994). Com relação aos indicadores de mortalidade, estes já vêm há mais tempo apontando para uma homogeneização de tendências. Em 1985, a esperança de vida no interior do Estado de São Paulo era de 68,5 anos e na Região Metropolitana de 67,9 anos (Ferreira e Perini, 1989). As taxas de mortalidade geral e infantil, para o estado, cor- - nas maiores concentrações urbanas do estado, evidencia-se uma dinâmica, em que as trocas populacionais, no âmbito intra-regional, têm contribuído para o crescimento elevado de uma série de municípios, particularmente aqueles limítrofes ou muito próximos aos pólos regionais. De fato, os dados do Censo de 1991 são reveladores desse crescente padrão no estado, o qual se manifestava claramente em algumas áreas já na década de 70 (Tabela 1). O maior ritmo de crescimento da população residente no entorno regional e o arrefecimento do crescimento dos núcleos constituem as características mais marcantes do processo de urbanização em curso no Estado de São Paulo. Considerando as regiões administrativas3 – unidades geográficas tradicionalmente utilizadas para a elaboração das projeções estaduais – nota-se que, comparando as taxas de crescimento das sedes regionais nos períodos 197080 e 1980-91, as regiões localizadas na porção centroleste do estado4 apresentaram uma significativa diminuição nos ritmos de crescimento populacional de suas sedes (re- 103 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 10(2) 1996 população) sem, contudo, terem conseguido atingir um patamar de desenvolvimento urbano capaz de absorver expressivos contingentes populacionais. É mais provável que essas áreas tenham, na verdade, apenas aumentado o seu poder de retenção da população residente. De modo geral, pode-se dizer que parte considerável desse crescimento no entorno das regiões deveu-se ao próprio processo de redistribuição espacial interna, o que impõe, portanto, novos desafios para a elaboração de projeções populacionais no âmbito dos municípios. Ou seja, tais municípios, em muitas regiões de São Paulo, poderão eventualmente seguir crescendo, até mesmo independente da manutenção ou não dos fluxos migratórios inter-regionais ou interestaduais, uma vez que estariam sendo também alavancados por transferências intra-regionais de população. Esse fenômeno reflete, por um lado, a concentração demográfica e a intensa urbanização em diversos subespaços e, por outro, a influência de tais processos na forma de estruturação da rede de cidades no âmbito regional. TABELA 1 Taxas de Crescimento da População, por Sedes e Entornos Regionais Regiões Administrativas do Estado de São Paulo – 1970-1991 Em porcentagem Taxas de Crescimento Regiões Administrativas 1970/80 Sedes(1) Entornos Estado de São Paulo RM de São Paulo RA de Registro RA de Santos RA de São José dos Campos RA de Sorocaba RA de Campinas RA de Ribeirão Preto RA de Bauru RA de São José do Rio Preto RA de Araçatuba RA de Presidente Prudente RA de Marília RA Central RA de Barretos RA de Franca 3,52 3,49 4,88 1,89 5,01 3,46 4,67 4,11 2,92 2,99 1,00 1,71 1,74 2,91 1,05 4,21 3,45 6,34 2,57 5,87 2,80 2,53 4,17 2,62 1,36 -0,65 -0,51 -1,10 -0,78 2,86 0,89 0,01 1980/91 Sedes(1) Entornos 1,86 1,15 2,06 0,25 2,95 2,76 2,14 2,90 2,62 2,86 1,65 1,34 2,11 2,50 3,58 3,80 2,63 3,2 1,81 3,45 2,58 2,59 3,57 2,86 1,44 0,55 1,33 -0,50 0,68 2,87 2,70 1,42 Regionalização, Migração e Tamanho de Município Como mencionado anteriormente, nos anos 80 houve uma diminuição da migração na participação do crescimento populacional das regiões. Porém, a análise das taxas médias anuais de migração líquida regional, segundo categoria de tamanho de municípios, possibilita verificar o impacto diferenciado desse componente demográfico na rede urbana das regiões (Tabela 2). Considerando as regiões administrativas com rede urbana mais adensada,5 verifica-se um decréscimo acentuado em suas taxas médias anuais de migração líquida de 1970-80 para 1980-91. Nesse conjunto de áreas, as taxas de migração líquida para os municípios com menos de 20 mil habitantes mostraram-se mais elevadas no período 1980-91, em relação à década anterior, sendo que para a RA de Santos já se evidenciava, nos anos 70, taxas de migração líquida nesta categoria de municípios superiores às demais. Ressalte-se, ainda, que para tais regiões as taxas de migração líquida nos municípios com mais de 100 mil habitantes registraram decréscimos significativos. Desse modo, em contextos regionais, como os anteriormente mencionados, poder-se-ia trabalhar com hipóteses de migração considerando o novo papel dos municípios pequenos e intermediários na configuração da região e, em contrapartida, o arrefecimento da migração líquida para os grandes centros urbanos. Em um outro grupo de regiões administrativas (Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Franca, Marília e Barretos), embora se observe tendência a uma certa recuperação nos municípios com menos Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfico de 1970, 1980 e 1991. (1) Considerou-se não apenas a sede da região administrativa, mas também todas as sedes das regiões de governo que compõem as RAs. giões administrativas de Santos, São José dos Campos, Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto). No caso do entorno regional dessas áreas, verificou-se, nos anos 80, uma continuidade da tendência a um maior crescimento – embora, em alguns casos, em níveis menores do que na década de 70 –, porém com regiões onde o entorno registrou taxas de crescimento populacional superiores às dos núcleos, como são os casos de Santos e Campinas. Nas regiões de Bauru, São José do Rio Preto, Barretos, Franca e Central, observa-se, em geral, um crescimento maior das sedes regionais nas duas décadas – com poucas oscilações na taxa de crescimento de 1970-80 para 1980-91 –, embora o entorno regional apresente um aumento em suas taxas de crescimento de uma década para outra. Para a RA de São José do Rio Preto, o entorno passou de uma taxa negativa de 0,65% a.a., na década de 70, para uma taxa positiva de 0,55% a.a., no período 1980-91. No caso da RA de Registro, observou-se um menor crescimento da sede e do entorno regional. A década de 80 apontou um crescimento maior das sedes nas regiões de Araçatuba e Marília e a passagem para taxas de crescimento positivas de seus entornos, bem como a redução do crescimento negativo do entorno da RA de Presidente Prudente. Vale lembrar que tais regiões diminuíram significativamente suas perdas populacionais (refletidas na recuperação das taxas de crescimento da 104 MIGRAÇÃO, DINÂMICA REGIONAL E PROJEÇÕES POPULACIONAIS TABELA 2 População Residente, Taxas de Crescimento e Saldo Migratório, segundo Categorias de Tamanho de Município e Eixos Econômicos-Populacionais Estado de São Paulo – 1970-1991 Áreas Número de Municípios (1) Taxas de Crescimento (%) População 1970 1980 1991 1970-80 Taxa Média Anual de Migração Líquida (%) Saldo Migratório 1980-91 1970-80 1.164.269 806.070 1,86 Eixo Consolidado(2) 211 5.186.388 7.558.013 10.177.939 3,84 2,74 Menos de 20.000 Habitantes 1980-91 1970-80 1980-91 0,84 133 1.040.226 1.228.693 1.627.205 1,68 2,59 -21.791 109.158 -0,19 0,7 20.000-50.000 Habitantes 41 964.447 1.350.904 1.856.919 3,43 2,93 164.704 174.138 1,44 1,01 50.000-100.000 Habitantes 22 961.052 1.434.500 2.016.397 4,09 3,14 245.270 217.978 2,09 1,17 100.000-300.000 Habitantes 12 1.286.290 2.144.180 2.966.350 5,24 2,99 516.874 274.817 3,11 0,99 300.000-500.000 Habitantes 2 558.509 735.177 864.634 2,79 1,49 70.616 -846 1,1 -0,01 500.000-1.000.000 Habitantes 1 375.864 664.559 846.434 5,86 2,22 188.596 30.825 3,77 0,37 Eixo em Formação Recente(3) 310 4.297.964 4.699.309 5.715.335 0,9 1,8 -378.407 62.377 -0,84 0,11 Menos de 20.000 Habitantes 249 1.836.260 1.685.572 1.827.603 -0,85 0,74 -441.200 -166.554 -2,51 -0,86 20.000-50.000 Habitantes 44 1.156.660 1.296.373 1.593.223 1,15 1,89 -83.639 20.086 -0,68 0,13 50.000-100.000 Habitantes 10 559.516 685.636 873.565 2,05 2,23 17.772 47.884 0,29 0,56 100.000-300.000 Habitantes 7 745.528 1.031.728 1.420.944 3,3 2,95 128.660 160.961 1,47 1,21 300.000-500.000 Habitantes - - - - - - - - - - 500.000-1.000.000 Habitantes - - - - - - - - - - 12 137.893 185.562 227.266 3,01 1,86 7.441 -13.012 0,47 -0,58 Menos de 20.000 Habitantes 9 78.131 94.524 111.337 1,92 1,5 -4.553 -10.765 -0,53 -0,95 20.000-50.000 Habitantes 3 59.762 91.038 115.929 4,3 2,22 11.994 -2.247 1,63 -0,2 50.000-100.000 Habitantes - - - - - - - - - - 100.000-300.000 Habitantes - - - - - - - - - - 300.000-500.000 Habitantes - - - - - - - - - - 500.000-1.000.000 Habitantes - - - - - - - - - - (4)533 9.622.245 12.442.884 16.120.540 2,6 2,38 793.303 855.435 0,73 0,55 391 2.954.617 3.008.789 3.566.145 0,18 1,56 -467.544 -68.161 -1,57 -0,19 20.000-50.000 Habitantes 88 2.180.869 2.738.315 3.566.071 2,3 2,43 93.059 191.977 0,38 0,56 50.000-100.000 Habitantes 32 1.520.568 2.120.136 2.889.962 3,38 2,86 263.042 265.862 1,47 0,98 100-300 mil Habitantes 19 2.031.818 3.175.908 4.387.294 4,57 2,98 645.534 435.778 2,54 1,06 100.000-300.000 Habitantes 2 558.509 735.177 864.634 2,79 1,49 70.616 -846 1,1 -0,01 500.000-1.000.000 Habitantes 1 375.864 664.559 846.434 5,86 2,22 188.596 30.825 3,77 0,37 RA de Registro Interior Menos de 20.000 Habitantes Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfico de 1970, 1980 e 1991; Fundação Seade. (1) Fixou-se o tamanho do município segundo o volume populacional em 1980. (2) Compreende as RAs de Santos, São José dos Campos, Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto. (3) Compreende as RAs de Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Central, Barretos e Franca. (4) O município de Serra Azul não está contemplado, uma vez que seu saldo migratório não consta na fonte de dados de referência (Fundação Seade, 1993b). 105 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 10(2) 1996 paulistas. Este comportamento deve-se ao fato de que parte considerável do território desta região constitui-se área de conservação ambiental, o que, além de ter restringido historicamente seu crescimento, será cada vez mais um elemento de tensão para qualquer projeto que não leve em conta a questão do desenvolvimento sustentável.8 de 20 mil habitantes e naqueles com 20 a 50 mil no sentido de uma diminuição de suas taxas negativas, nota-se que estas regiões ainda se encontram em fase de estruturação de seus próprios núcleos regionais, onde os municípios de porte médio – portanto, as sedes regionais – foram responsáveis pelas maiores taxas de migração líquida. Nestes casos, poderiam ser consideradas hipóteses de migração que contemplassem, em um horizonte de médio prazo, a consolidação das sedes regionais, ao mesmo tempo em que, levando em conta os distintos processos de desenvolvimento, se apostasse em crescentes participações dos municípios pequenos e intermediários nas dinâmicas das áreas. Contudo, não se pode deixar de resgatar os nítidos diferenciais em termos de perspectivas regionais,6 considerando-se áreas como São José do Rio Preto e Bauru – que já despontavam nos anos 70 como importantes regiões no contexto estadual – ou como Presidente Prudente e Marília, onde o processo de desenvolvimento econômico é bem menos acentuado. Este aspecto, aliás, é de fundamental importância para se pensar o comportamento futuro da população dos municípios de cada área. Assim, para efeito das projeções, estes dois grandes conjuntos de regiões administrativas – agrupadas segundo as taxas líquidas de migração por tamanho de municípios – constituiriam ponto de partida para se pensar o futuro da população paulista em âmbito municipal. Destaque-se que o primeiro grupo de regiões figura como o eixo econômico-populacional consolidado de São Paulo, onde a redistribuição espacial da população e seus condicionantes já estão mais bem delineados, facilitando projetar cenários demográficos e econômicos alternativos. No caso do segundo grupo, as características apresentadas, nos anos 80, pelos processos de urbanização e de desconcentração populacional nessas áreas configuram um eixo em formação recente. Esta área, além de apresentar realidades diferenciadas, podem ser bastante suscetíveis à implantação de projetos locais, necessitando, portanto, de um esforço maior de apreensão das especificidades e seus desdobramentos futuros como, por exemplo, a viabilidade de certos empreendimentos, tais como a expansão da agroindústria (em regiões como São José do Rio Preto e Bauru) ou a implantação da Hidrovia Tietê-Paraná7 (como nos casos de Araçatuba, Fernandópolis e Votuporanga). Torna-se necessário ainda destacar a região administrativa de Registro, que não contempla nenhum dos perfis apresentados pelo comportamento da taxa líquida de migração segundo categoria de tamanho de município. No caso desta região, a taxa de migração líquida mostrou-se negativa para todos os tamanhos de cidades, em especial, para aquelas com menos de 20 mil habitantes, indicando, portanto, uma tendência contrária à das demais regiões Desafios Metodológicos Do lado da demanda, há muito tempo, a necessidade de projeções de pequenas áreas vem sendo ditada pela crescente procura por parte dos planejadores e administradores, razão pela qual tem sido constante motivo de investimento e interesse de especialistas da área (Waldvogel, 1987). Além disso, o atual contexto demográfico do Estado de São Paulo agrega um novo elemento à necessidade já existente por projeções ainda mais refinadas, ou seja, a consideração das especifidades intraregionais e mesmo inter-regionais. Assim sendo, a precisão de uma projeção para os municípios do Estado de São Paulo, principalmente aqueles localizados em áreas de maior concentração demográfica, dependerá, em grande medida, do grau com que se logre considerar a nova forma como se estruturam as cidades. Neste sentido, pode-se dizer que os modelos matemáticos tradicionalmente utilizados – como o ai bi (Madeira e Simões, 1972) – ou mesmo aqueles mais complexos – como o “método quase-componente” (Hakkert, 1985) – por suas próprias formulações não são capazes de captar a inter-relação existente, no âmbito regional, entre áreas, sobretudo as urbanas.9 Na verdade, o ideal seria uma abordagem multirregional do tipo daquela introduzida por Rogers (1966) e aplicada, nos estados brasileiros, por Machado (1993). Segundo Hakkert (1987:135), “em circunstâncias onde existam condições mínimas para definir os fluxos migratórios inter-regionais, esta metodologia seria preferível”. Como se sabe, o Censo de 1991 oferece condições de gerar um rico conjunto de dados, que poderiam espelhar as especificidades das trocas populacionais interestaduais, inter-regionais e, particularmente, intra-regional. Contudo, Hakkert (1987:134) considera tal metodologia pouco apropriada para a projeção ao nível municipal “devido à grande quantidade de informações necessárias (...) e complexidade analítica”. Fica, portanto, um desafio para os especialistas desta área, ou seja, o de adaptar este instrumental através de simplificações ou supostos, de forma que o mesmo possa ser viabilizado, não apenas para as grandes regiões, como fez Machado (1993), mas também para as sub-regiões e seus municípios. Diante da dificuldade em modelar o comportamento demográfico futuro dos municípios, tendo em vista as es- 106 MIGRAÇÃO, DINÂMICA REGIONAL E PROJEÇÕES POPULACIONAIS pecificidades regionais e intra-regionais, o presente artigo apresenta algumas considerações que buscam sugerir possíveis critérios para a projeção populacional nos municípios. A proposta baseia-se em um enfoque ancorado no tamanho dos municípios. De fato, como se mostrou, o comportamento demográfico dos municípios – e em especial o migratório – apresentou uma relação muito estreita com o volume populacional dos mesmos, apesar desta relação variar de acordo com o patamar de desenvolvimento urbano e econômico das regiões em que estão inseridos. Tal regularidade sugere, portanto, um caminho metodológico que projete a trajetória migratória do município, considerando tanto o contexto e as perspectivas regionais específicas, como o tamanho do mesmo, que, como se sabe, são informações normalmente requeridas pelas projeções tradicionalmente realizadas. As soluções técnicas para tal procedimento não fazem parte do escopo deste artigo, contudo, a combinação desta lógica – migração-contexto regional-tamanho de municípios – com métodos como o do “quase-componentes” (Hakkert, 1987), por exemplo, poderia ser uma alternativa, à medida que se teria um novo parâmetro – talvez mais próximo da realidade – para a distribuição da migração líquida regional dentre os vários municípios. - ligeira diminuição ou, no máximo, manutenção dos saldo migratórios nos níveis da década de 80; - retomada da posição de principal pólo de atração migratória do país e, portanto, aumento nos saldos migratórios. Decidir por uma das alternativas não é tarefa das mais simples. Há a possibilidade, bastante viável, de que o comportamento do saldo migratório do estado seja decorrência da crise econômica que assolou o país na década de 80 e, portanto, espelhe um fenômeno conjuntural; ainda mais quando se considera o quadro de estabilidade e retomada de crescimento econômico dos anos 90. Neste caso, poder-se-ia pensar que, na presente década bem como nas próximas, ocorreria um crescimento da migração líquida, muito embora nunca nos patamares das décadas de 60 e 70, porque, além da descentralização econômica do estado, está-se, como já se mencionou, diante de um novo perfil da produção que traz, de imediato, novas dimensões na relação capital-trabalho, a qual provavelmente terá menores impactos sobre os deslocamentos populacionais. Outro elemento a ser considerado, pois certamente terá implicações importantes nas regiões paulistas, refere-se à natureza do saldo migratório da década de 80. De fato, levando-se em conta que os fluxos interestaduais poderão contribuir para o aumento da mobilidade intra-estadual – e que esta, sabidamente, tem importância no crescimento das regiões do interior do estado –, é fundamental, para se projetar a população por regiões, saber a respeito do comportamento dos fluxos migratórios oriundos de outros estados; informação esta impossível de ser captada pelos saldos migratórios. Se, por um lado, se considera que a diminuição do saldo migratório estadual esteja realmente refletindo um arrefecimento da migração interestadual em direção a São Paulo, por outro, dados da Pesquisa de Condição de Vida da Fundação Seade mostram que 13,79% dos residentes na Área Metropolitana (cerca de 2 milhões de pessoas) eram, em 1990, migrantes com menos de 10 anos de residência, o que coloca em cheque aquela hipótese. Cabe lembrar que essa evidência não necessariamente estaria em contradição com o saldo negativo registrado para a Região Metropolitana – já que a mesma, desde os anos 70, caracterizava-se como uma área de distribuição de população para o interior do estado (Cunha, 1987) –, mas surpreende à medida que estaria dando indícios de que, ao nível do conjunto do estado, tivesse havido uma emigração sem precedentes.10 Como se percebe, as distintas alternativas – arrefecimento ou manutenção da imigração interestadual – teriam diferentes implicações para se pensar as trajetórias futuras da população das regiões paulistas. Con- CONSIDERAÇÕES FINAIS Não há dúvidas de que a década de 80 foi, para o Brasil, um período de grandes transformações demográficas. No contexto nacional, observou-se uma diminuição generalizada das taxas de crescimento populacional nos âmbitos estadual e regional, fruto não apenas da importante queda da fecundidade, mas também da suposta diminuição dos fluxos migratórios inter-regionais. Neste contexto, apesar da urbanização ainda crescente, registrou-se uma desaceleração da concentração demográfica nas grandes aglomerações urbana e, dentro destas, um crescimento maior das áreas periféricas em detrimento da cidade central. Particularmente no Estado de São Paulo, os anos 80 constituíram um marco de transformações que surpreenderam muito mais pela intensidade do que pela natureza das mesmas. De fato, não se esperava uma redução tão importante da migração líquida neste estado e, muito menos, um saldo migratório negativo para sua mais importante aglomeração urbana – a Região Metropolitana de São Paulo –, apesar de que já se apostava em uma redução do ímpeto de atração populacional desta área, uma vez que era um processo que já se delineava nos anos 70. Assim, pensar o futuro da população no conjunto do Estado de São Paulo exige, neste momento, refletir sobre os seguintes cenários: 107 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 10(2) 1996 NOTAS tudo, apenas os dados do Censo de 1991, prestes a serem divulgados, poderão trazer maiores subsídios para esta questão. De qualquer forma, o equacionamento das hipóteses sobre a migração no âmbito interestadual, embora seja decisiva para o futuro da população localizada na região de polarização do desenvolvimento paulista (Região Metropolitana de São Paulo, e seus entornos, Santos, São José dos Campos e Campinas), não teria a mesma importância para as demais regiões; não obstante, como se mencionou acima, se deva reconhecer que várias delas, principalmente as agroindústrias localizadas no principal eixo econômico do estado (Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Bauru), também se beneficiariam. É fundamental considerar, no caso destas regiões mais interioranas, a importância que terá o comportamento futuro das trocas migratórias intra-estaduais e, em algumas áreas, os intercâmbios fronteiriços – como aqueles que ocorrem, por exemplo, nas regiões de Presidente Prudente e Andradina com os seus estados limítrofes (Paraná e Mato Grosso do Sul). Pode-se pensar que as perspectivas para estes tipos de deslocamentos populacionais são de uma continuidade, o que daria um certo fôlego ao crescimento de regiões inteiras como Ribeirão Preto ou São José do Rio Preto, independentemente da intensidade e volumes dos fluxos migratórios interestaduais de maneira geral. No caso das regiões do oeste, ou mesmo Registro, tais processos possivelmente ainda continuariam tendo implicações apenas para as sedes e subsedes regionais. Do ponto de vista das projeções populacionais, ao nível municipal, a análise apresentada apontou o potencial da adoção de um caminho metodológico enfocando, ao mesmo tempo, o contexto regional e o tamanho dos municípios. Como se destacou, em contextos urbanos mais dinâmicos, é bastante provável que ocorra um crescimento maior dos municípios de portes pequeno e intermediário, tendo em vista o processo de expansão e adensamento urbano dessas áreas. Em contrapartida, nas áreas menos dinâmicas do estado, o que poder-se-ia prever é que qualquer recuperação demográfica – que, de fato, se espera observar – seja ainda, por algum tempo, em favor dos municípios de maior porte, o que implicaria a manutenção de um processo de crescimento demográfico mais concentrado do que aquele observado nas áreas mais desenvolvidas. Finalmente, cabe mencionar que, para a elaboração desses cenários demográficos, é fundamental que se considerem os rumos das atividades econômicas em São Paulo, sobretudo diante do quadro de desconcentração e reestruturação da indústria e da agroindústria em âmbito nacional.11 1. Veja-se, a respeito desse novo padrão da produção e seus impactos territoriais: Sassen (1988), Harvey (1992), Coutinho (1995), Panizi (1995), Cano (1995), entre outros. 2. A importância da migração no processo de redistribuição espacial da população no Estado de São Paulo é discutida em maior detalhe em Cunha (1986). 3. É importante destacar que, no âmbito das regiões de governo, esse fenômeno urbano torna-se muito mais evidente. Considerando a RG de Sorocaba, por exemplo, a sede regional cresceu a uma taxa de 3,12%a.a. e o entorno a 3,41% a.a., enquanto para a RA de Sorocaba estas taxas de crescimento da população foram de 2,76% a.a. e de 2,59% a.a., respectivamente(Baeninger, 1994). 4. Regiões que já fazem parte, há várias décadas, do eixo de desenvolvimento econômico estadual e consideradas pólos regionais consolidados (Baeninger, 1995). 5. Refere-se às regiões de Santos, São José dos Campos, Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto e, inclusive, à RA Central, as quais respondem por 34% da população do estado e 66,5% da do interior. 6. Para uma melhor compreensão das distintas especificidades regionais, veja-se a Série Migração em São Paulo – Textos Nepo/Unicamp e os relatórios do Projeto “Urbanização e Metropolização no Estado de São Paulo: desafios da política urbana”. Nesur-IE/Unicamp, 1992. 7. Sobre este aspecto, veja-se Vidal e Baeninger (1994). 8. Alguns dos elementos dessa questão encontram-se em Rodrigues (1995). 9. O método ai bi, assim chamado por ajustar a população futura de um município ou região i a partir de uma regressão linear com parâmetros ai e bi, baseia-se na relação existente entre a população do município e população total do país, sendo os parâmetros calculados com base na tendência passada. Já o método quase-componente, considerando que os níveis e padrões da fecundidade e mortalidade do município seriam aproximadamente os mesmos de suas respectivas regiões (que teriam suas populações estimadas pelo método dos componentes tradicional), modela apenas a migração, supondo a manutenção da relação entre a taxa de migração líquida municipal e a taxa regional. 10. Considerando o fato de que o Estado de São Paulo registrou, na década de 80, um ganho líquido populacional de 500 mil pessoas e somente a Região Metropolitana recebeu, segundo a PCV 90, mais de 2 milhões de imigrantes, ter-seia, no mínimo, que cerca de 1,5 milhão de pessoas deixaram o Estado de São Paulo, fenômeno com implicações importantes no âmbito nacional. 11. A respeito do comportamento da economia paulista no contexto nacional nos anos 80 e 90, veja-se Pacheco (1996). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAENINGER, R. “Homogeneização de tendências populacionais em São Paulo: o papel dos pólos regionais no processo de urbanização e de redistribuição espacial da população”. IX Encontro Nacional da Abep. Anais... Caxambu, 1994. __________ . Migração e regionalização: o caso de São Paulo – Brasil. Seminário Internacional Impactos Territoriales de la Reestructuración. Santiago do Chile, 1995. 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