Edição no. 168

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Edição no. 168
02
nov-dez/2006
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Núcleo em
www.abas.org
No primeiro congresso da ABAS, realizado em Recife no ano de 1980, o
maior interesse por parte dos associados eram questões relacionadas com a
perfuração de poços tubulares, suas metodologias e seus procedimentos em
função das litografias aqüíferas. De lá pra cá muitos temas pertinentes às
águas subterrâneas foram discutidos nos congressos em quase todo o Brasil.
Hoje, temas freqüentemente em discussão pelo país afora, tais como
Gestão de Recursos Hídricos em Bacias Hidrográficas têm incluído, obrigatoriamente, as águas subterrâneas. E as águas subterrâneas passaram a ser,
finalmente, consideradas como parte do Ciclo Hidrológico! Tanto é verdade
que os Comitês de Bacias Hidrológicas existentes no Brasil, a hidrogeologia
tem sua participação através de especialistas indicados pelos núcleos regionais da ABAS.
Os trabalhos técnicos selecionados para o congresso, cada um com sua
particularidade, representa uma oportunidade ímpar para se conhecer novas
técnicas relacionadas com água subterrânea, sendo possível a aplicação em
várias regiões do Brasil. Cada trabalho representa uma fonte fundamental a
futuros estudos acadêmicos e de aplicação prática para o desenvolvimento da
hidrogeologia no País. Um evento de conhecimento, de positivismo e discussões e aplicações práticas. Parabéns ao XIV Cabas.
Boa leitura!
Navegue pelo site da ABAS e descubra
tudo sobre Águas Subterrâneas
Cartas
“Solicito a gentileza de alterar nosso endereço. Aquamundi Tecnologia
em Tratamento de Água S/A. Av. Caetano Silveira, sem número - lote 10 Galpão 1 - Distrito Industrial (Jardim
Eldorado) - Cep: 88.133-520. Palhoça
(SC)”.
Kleber M. Haake [email protected]
“Nosso votos e desejos de um ano
de Prosperidade em todos os sentidos
e muita Paz”.
Equipe Ciclo www.ciclobrocas.com.br
“Meta a gente busca. Caminho a
gente acha. Desafio a gente enfrenta.
Vida a gente inventa. Sonho a gente
realiza. Boas Festas!”.
System Mud Fluidos de Perfuração
“Nossos desejos para 2007: Muitas alegrias para compartilhar. Agradecemos o seu apoio. Felicidades”.
Projeto Aqüífero Guarani [email protected]
Nossa ABAS
PRESIDENTE
URIEL DUARTE
1º Vice-presidente
Lauro Cezar Zanata (Santa Catarina)
2º Vice-presidente
José Lázaro Gomes (São Paulo)
Secretário Executivo
Jeferson Plaza (São Paulo)
Secretário Geral
Cláudio De Oliveira (Rio Grande do Sul)
Tesoureiro
Carlos Eduardo Dornelles Vieira (Paraná)
Conselho Deliberativo
André Monsores (Rio de Janeiro), Apolo Oliva Neto (São
Paulo), Benjamim Vasconcelos Neto (Pernambuco), José
Roberto de Alcântara Silva (Ceará), Maurício de Sant’ana
Barros (Mato Grosso), Paulo Roberto Penalva dos Santos
(Bahia) e Reinaldo José Barbosa Lima (Pernambuco).
Ex- Presidente-Membros do Conselho Deliberativo:
Renato Della Togna - (78/80) (in memorian)
Euclides Cavallari - (81/82)
Carlos Eduardo Q. Giampá - (83/84)
Aldo da Cunha Rebouças - (85/86 e 93/94)
Antônio Tarcisio De Las Casas - (87/88)
Arnaldo Correia Ribeiro - (89/90)
Marcílio Tavares Nicolau - (91/92)
Waldir Duarte da Costa - (95/96)
João Carlos Simanke de Souza - (97/98)
Itabaraci N. Cavalcante - (99/2000)
Ernani Francisco da Rosa Filho (2001/2002)
Joel Felipe Soares (2003/2004)
Conselho Fiscal
Célia Regina T. Barros (Mato Grosso), Eduardo C. Hindi (Paraná), José Roberto Santiago (São Paulo), Leila Nunes Menegasse Velasquez (Minas Gerais), Renato Blat Migliorini
(Mato Grosso) e Valério Miguel Grando (Amazonas).
ABAS - SEDE:
Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 317 - Cj. 53
Cep: 01317-901 - São Paulo - SP
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Presidente: CARLOS AUGUSTO DE AZEVEDO
Av.General Rodrigo Otávio, 5211 - Bairro Japim
Cep: 69077-000 - Manaus / Amazonas
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NÚCLEO BAHIA
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Rua Boulevard Saback, 1 - Apto. 302 - Morro Ipiranga
40155-410 – Salvador – BA
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“O Serviço Geológico do Brasil
(CPRM) está promovendo a Exposição
Permanente de Produtos da Instituição.
No salão nobre do escritório do Rio de
Janeiro, na Urca”.
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Expediente
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Departamento Comercial:
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Aldo da Cunha Rebouças
Euclydes Cavallari
Everton de Oliveira
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Bernivaldo Carneiro
Carlos Eduardo Giampá
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Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
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NÚCLEO SUL
Presidente: MÁRIO WREGE
Rua Berto Cirio,1079
92420-030 - Canoas/RS
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nov-dez/2006
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Votação
Natal sediará o XV Cabas em 2008
A convenção nacional da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas foi realizada durante do
XIV Cabas. Participantes, candidatos, diretoria e representantes de núcleos tiveram presença marcante. O
auditório ficou lotado. O presidente
Uriel Duarte abriu a reunião com a
votação para escolha do local onde
será promovido o próximo Congresso Nacional de Águas Subterrâneas.
São Luiz do Maranhão e Natal estavam na disputa. Como São Luiz do
Maranhã passou a vez para Natal, a
capital do Rio Grande do Norte sediará o evento
em 2008. “É um estado belíssimo, mas vazio quando se trata de informações sobre recursos hídricos
subterrâneos”, afirmou Helena Magalhães Porto
Lira, presidente do Núcleo Pernambuco.
O aqüífero Parreira, o maior do estado, abastece praticamente a população com água subterrânea. Com a grande ocupação dos centros urbanos aumenta o risco de contaminação dos recursos hídricos subterrâneos. “É problema atual e
futuro a se resolver. A discussão de trabalhos e
tecnologias vai trazer uma imensa contribuição
para o nosso estado”, disse Josemar Azevedo,
secretário estadual de recursos hídricos. Azevedo
garantiu ainda o apoio do Governo do Estado,
Ministérios Públicos e órgãos institucionais na
viabilização do evento.
Prêmio jovem pesquisador – Aproveitando
a participação coletiva, João Carlos Simanke de
Souza sugeriu que o Prêmio Jovem Pesquisador, a
partir de agora, seja denominado Prêmio Aldo da
Cunha Rebouças, em homenagem a uma das figuras mais importantes no Brasil em divulgação das
águas subterrâneas. A proposta recebeu a aclamação de todos.
Eleições – Em seguida ocorreu a votação para
a escolha dos Conselhos Deliberativo e Fiscal da
chapa ´Águas Subterrâneas Para o Desenvolvimento´, para o biênio 2007/2008. A comissão eleitoral formada por Joel Felipe Soares, João Carlos
Simanke de Souza e Carlos Eduardo Dorneles computou 125 votos válidos e 36 votos anulados. No
total, 161 associados em dia com a anuidade par-
ticiparam do processo de votação. A composição
da nova diretoria ficou da seguinte maneira:
Presidente: Everton de Oliveira
1º Vice-presidente –
Everton Luiz da Costa Souza
2º Vice-presidente –
Dorothy Carmem Pinatti Casarini
Secretário Geral –
Benjamin Gomes Vasconcelos Neto
Secretário Executivo –
Cláudio Pereira Oliveira
Tesoureiro – Eduardo Hindi Chames
No Conselho Deliberativo Lauro César Zanata foi o mais votado com um total de 83 votos.
Em segundo lugar ficou Leila Nunes Menegasse
Velásquez, com 81 votos. Entre a disputa do Conselho Fiscal, Suely Pacheco Mestrinho foi a favorita com 75 votos e Célia Regina Tasques Barros
ficou com a segunda colocação com 73 votos.
Confira quais foram os candidatos e suas respectivas votações:
Conselho Deliberativo
Lauro César Zanata – 83 votos
Leila Nunes Menegasse Velásquez –
81 votos
Vera Lúcia Castro – 77 votos
Chang Hung Kiang – 76 votos
Francis Priscilla Vargas hager – 70 votos
André Luiz Mussel Monsores –
68 votos
Marco Aurélio Zequin Pede – 59 votos
Conselho Fiscal
Suely Pacheco Mestrinho –
75 votos
Célia Regina Tasques Barros – 73 votos
Eurípedes do Amaral Vargas
Jr – 43 votos
Os suplentes foram Godofredo Correia de Lima Junior
com 38 votos, José Luiz Gomes Zoby com 32 votos e
Gibrail Dib com 27 votos.
Associados durante a votação da nova diretoria
para o biênio 2007/2008
04
nov-dez/2006
Núcleos
Minas Gerais
Fim de gestão: saldo positivo e divulgação das águas subterrâneas
Antônio Tarcísio de Las Casas encerrou as
atividades da gestão da ABAS MG no biênio de
2005 / 2006 com uma grande festa de final de ano,
no dia 14 de dezembro. O evento foi uma homenagem aos associados e colaboradores que tanto
ajudaram e apoiaram este período. Durante o evento também ocorreu a cerimônia de posse da nova
diretoria para o biênio de 2007 / 2008. Em sua
incansável luta na promoção e divulgação do conhecimento sobre os recursos hídricos, especialmente os subterrâneos, o núcleo mineiro realizou
os seguintes eventos no biênio:
♦ Abril de 2005 (de 25 a 28) - Curso “A
Qualidade das Águas Subterrâneas e Sua
Proteção”, ministrado por Suely Mestrinho, contanto com a participação de 56 inscritos.
♦ Abril de 2005 (dia 29) – Workshop “Tra-
tamentos Químicos de Poços Profundos Combate e Prevenção a Ferro Bactérias”, contanto
com a participação de 100 inscritos.
♦ Julho de 2005 (de 04 a 07) - Curso “A
Qualidade das Águas Subterrâneas e Sua
Proteção”, ministrado por Suely Mestrinho. Solicitação de alguns associados que não participaram do evento anterior. Contou com a participação de 30 inscritos.
♦ Entre os meses de julho a dezembro foram realizados vários cursos de Aperfeiçoamento Profissional “Procedimento Para Obtenção
de Outorga de Direito de Uso da Água”, através do Convênio IGAM / ABAS MG e ABES
Seção MG.
Abaixo segue a relação de locais e períodos
dos cursos:
♦ Março de 2006 (de 22 a 23) - Curso “Perfilagem Geofísica de Poço Aplicada a Hidrogeologia”, ministrado por Geraldo Girão Nery,
contanto com a participação de 20 inscritos.
♦ Abril de 2006 (de 23 a 26) - Realizado o
“Iº Simpósio Latino Americano de Monitoramento de Águas subterrâneas” com a participação de 200 inscritos vindos de todo o Brasil e
também de alguns países da América Latina.
♦ Maio de 2006 (de 16 a 19) - Curso “Modelagem Matemática de Fluxo e Transporte
em Águas Subterrâneas”, ministrado por Nilson Guiguer e Celso de Oliveira Loureiro. O evento contou com 26 inscritos de todo o Brasil e
também de alguns países da América Latina.
Ceará
♦ Setembro de 2006 (de 27 a 29) - Seminário “Novas Tecnologias Para Poços Tubulares”
contato com a participação de 100 inscritos vindos de todo o Brasil e também de alguns países da
América Latina.
♦ Além da distribuição gratuita de duas cartilhas: “As Aventuras de Léo e Bia Pelas Águas
Subterrâneas”, e “Águas Subterrâneas um
Valioso Recurso que Requer Proteção”.
Antonio Tarcísio
de Las Casas
Presidente ABAS-MG
e-mail: [email protected]
Fone: (31) 3238-1884
Fax: (31) 3250-1632
Câmara Técnica cria grupo de
informação hidrogeológica
Acaba de ser criado pela Câmara Técnica
de Águas Subterrâneas (CTAS), da Secretaria
dos Recursos Hídricos (SRH), o Grupo de Trabalho de Informações Hidrogeológicas.
Este Grupo tem como objetivo propor ao
Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Conerh), órgão ligado ao Governo do Estado, a criação de um banco de dados capaz de vir a ser o
centro técnico de consultas para especialistas,
pesquisadores, estudantes e a qualquer interessado nas informações sobre água subterrânea em
território cearense. O resgate dessas informações
se dará junto às universidades federais e estaduais, inclusive particulares, que deverão também
ser enriquecidas pelo novo levantamento das informações.
O secretário executivo da CTAS, Carlos
Eduardo Sobreira Leite, informou que o Grupo
de Trabalho, composto por 12 entidades universitárias e órgãos públicos federais, estaduais e
representações de níveis superiores locais e nacionais, realizou no auditório da SRH, sua primeira reunião de definição de tarefas.
Inicialmente, o GT tratará de diagnosticar a
situação atual da hidrogeologia cearense e quais as
instituições e órgãos detentores dessas informações. O grupo é composto pelos representantes
“... o GT tratará de diagnosticar
a situação atual da hidrogeologia
cearense e quais as instituições e
órgãos detentores dessas informações...”
da SRH e suas vinculadas Companhia de Gestão
dos Recursos Hídricos (Cogerh) e Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), além do Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Ceará (Crea-CE), Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
(ABAS), Associação Brasileira das Indústrias de
Água Purificada (Abinap), CPRM - Serviços Geológicos do Brasil, Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme),
Companhia de Água e Esgotos do Ceará (Cagece),
Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), Célula de
Vigilância Sanitária (Cevisa) da Prefeitura de Fortaleza, Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) e Comitê da Bacia Hidrográfica da Região Metropolitana.
O Conerh é o colegiado competente para propor ao Governador do Estado, mediante solicitação da SRH, por meio de exposição de motivos, o
projeto de organização de informação hidrogeológica no Estado, inclusive definindo os recursos financeiros, técnicos e de pessoal, além de conceder autorização para assinatura de convênios e a natural
manutenção do citado centro de informações...
A divulgação e coordenação do grupo é da
ABAS Ceará.
Francisco Said Gonçalves
Presidente Abas-CE
[email protected]
Fone: (85) 9983-5183 cel
nov-dez/2006
Homenagem
05
Aldo é grande homenageado no
simpósio ABRH
Navegue pela web e descubra as principais novidades
das águas subterrâneas, confira!!! www.abas.org
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Pernambuco sediou de 17 a 20 de outubro o VIII Simpósio de Recursos Hídricos do
Nordeste. O evento promovido pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH)
e as universidades Federal e Rural foi realizado na cidade de Gravatá. O tema central, “Segurança Hídrica e uso eficiente da água”,
buscou assegurar a discussão de questões
críticas de gestão e o cenário de escassez
hídrica, na região.
O evento da ABRH regional se pautou
pela lógica de interiorização, bem como de
integração entre associações que lidam com
os recursos hídricos, dentre elas a ABAS e a
SBEA. Destaque para a mesa redonda “Vulnerabilidade e Proteção das Águas Subterrâneas em Áreas Urbanas e Semi-Áridas”
que reuniu técnicos e pesquisadores da
ABAS como: Suzana Motenegro, Suely Mestrinho, Ricardo Hirata, Waldir Duarte e Aldo
da Cunha Rebouças. Inclusive o professor
Aldo foi o grande homenageado do evento.
O evento da ABRH, em Gravatá, no
Agreste de Pernambuco, seguiu uma lógica
de interiorização presente no Estado de Pernambuco, materializada na expansão das fron-
teiras dos serviços e de infra-estrutura, como
também na fronteira do conhecimento. Escolas de níveis fundamental e médio, com seus
alunos e professores tiveram uma integração
com participantes dos diversos segmentos,
transformando teoria em prática, dentro de
uma tendência cada vez mais premente em
nosso meio: a extensão tecnológica. “Buscamos com o evento, maior interação e integração entre associações que lidam com os
recursos hídricos, procurando, como diz o
professor Aldo Rebouças: “Transformar Dificuldades em Oportunidades”, disse Abelardo Montenegro, presidente da regional pernambucana.
O temário do evento foi de grande importância para o Estado, para o Nordeste, bem
como para todo o território nacional. Entre
os participantes, professores, pesquisadores, técnicos e estudantes marcaram presença. Cerca de 14 anos atrás, Pernambuco sediou o I Simpósio de Recursos Hídricos do
Nordeste, inaugurando a era dos simpósios
regionais da ABRH. Mais de 200 trabalhos
de todo Brasil foram apresentados debatendo diversas atividades do segmento.
06
nov-dez/2006
[email protected]
Carlos Eduardo
Quaglia Giampá,
géologo, conselheiro fundador e
vitalício da ABAS, diretor da DH
Perfuração
NACIONAIS
FIRJAN entra com mandado contra decreto que proíbe o uso de água de poços
O Sistema FIRJAN impetrou mandado de
segurança em nome de seus 8.100 associados com
pedido de liminar para suspender os efeitos do
decreto do Governo do estado nº 40.156 de 17 de
outubro de 2006, que regulamenta o uso da água
de poços e proíbe a utilização para consumo humano ou higiene quando houver abastecimento da
Cedae. Além da medida judicial, a FIRJAN vai
tomar medidas administrativas, mostrando ao governador eleito, Sérgio Cabral Filho, que o decreto
aumenta o custo de investimento no Rio de Janeiro, cria um monopólio da Cedae e prejudica a competitividade.
O gerente empresarial da Diretoria Jurídica da
FIRJAN, Gustavo Kelly Alencar, explica que há
uma afronta à legalidade, já que a matéria teria que
ser regida por uma lei. “Os decretos não podem
criar obrigações nem direitos”, afirma. Outro argumento é o de que a vedação de mistura de água
captada com a das concessionárias é prevista desde 1975, mas foi feita também por decreto, caindo
portanto no mesmo problema.
As limitações de destinação que o Governo
impõe no decreto estão liberadas por uma regulamentação federal, na portaria 518/04 do Ministério
da Saúde, que prevê o uso no consumo, higiene e
comercialização desde que comprovada a qualidade, e atribui a fiscalização ao município. Essa portaria foi corroborada em março por uma nota técnica da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas
(Serla), a mesma entidade encarregada agora de fiscalizar o cumprimento do novo decreto.
A chefe da Assessoria de Infra-estrutura e
Novos Investimentos, Marta Franco, ressaltou que
o decreto 40.156 pode impactar negativamente as
decisões da indústria no estado. A previsão de entrada de investimentos de setores que utilizam água
na produção no período 2006-2008, segundo pesquisa da FIRJAN, é de R$ 19,2 bilhões. Deste
total, as indústrias que fazem uso intenso da água,
como as de alimentos, papel, minerais metálicos e
siderúrgicas, são responsáveis por R$ 16 bilhões.
“O decreto cria um custo maior no uso da água
pela indústria, já que o metro cúbico da água captada de poços e tratada custa R$ 0,95, enquanto a
oferecida pela Cedae custa R$ 3,05. Isso pode afastar investimentos”, diz Marta. Ela ressalta que a
exceção prevista no decreto, que determina que a
Serla pode conceder a licença de uso das águas subterrâneas se julgar adequado o tratamento, é imprecisa e cria uma insegurança jurídica.
Informações do Ministério da Fazenda e do
Sistema Nacional de Informações de Saneamento
(SNIS) dão conta de que a Cedae tem um dos índices de desperdício mais altos do país, com perda de
54% da água que sai das estações de tratamento, e
também de inadimplência, recebendo apenas R$ 30
de cada R$ 100 em água fornecida.
A minuta do mandado de segurança da FIRJAN ficará disponível no site para outros interessados em contestar o decreto. Será encaminhada
também a associações de condomínios e clubes
que forem atingidos pela nova regulamentação.
Fonte: (Envolverde/Firjan)
SUBTERRÂNEAS
Copasa entra pesado no negócio de água
mineral
BELO HORIZONTE – Novembro 2.006 - A
Copasa, empresa estatal de saneamento do Esta-
do de Minas Gerais, entra em novo negócio: a
exploração das águas naturalmente gasosas das
estâncias hidrominerais de Cambuquira, Lambari,
Caxambu e Araxá. A intenção da Copasa é produzir, dentro de quatro anos, 150 milhões de litros
por ano, o que fará da empresa a terceira maior
envasadora do País. Famosas por sua qualidade e
propriedades terapêuticas, as águas das estâncias
hidrominerais de Cambuquira, Lambari, Caxambu
e Araxá, todas situadas em Minas Gerais, terão
uma nova administradora, a Copasa. A empresa
estatal de saneamento mineiro ganhou licitação
promovida pela Companhia de Desenvolvimento
Econômico de Minas Gerais (Codemig) e irá assumir as estâncias, ficando responsável pela exploração, envasamento e comercialização. Mas a
estatal ainda depende da aprovação de uma lei na
Assembléia Legislativa para autorizar a criação da
subsidiária Copasa Águas Minerais de Minas, empresa pública que poderá explorar as águas.
Segundo Eugênio Álvares de Lima e Silva, coordenador de projetos estratégicos da Copasa, a
lei deverá ser aprovada ainda este mês. Ele acredita que até janeiro a estatal estará apta para trabalhar neste segmento de mercado: ‘Já acertamos
um pré-contrato com a Codemig e precisamos
fazer pequenos ajustes na planta.‘
O interesse da Copasa em obter a concessão
das águas começou desde o lançamento do primeiro edital de licitação, no ano passado - antes,
as quatro plantas eram exploradas pelo grupo Supergasbrás. A estatal chegou a comprar o edital,
embora não pudesse entrar na concorrência. Cer- K
ca
nov-dez/2006
de 80 empresas manifestaram interesse inicial, mas
nenhuma proposta foi feita com a alegação de que
os royalties eram muito altos. ‘As empresas alegaram que não era rentável‘, explica Eugênio Silva.
Ele observa que a estatal mineira terá em mãos
algumas das melhores águas do mundo, com a
vantagem de serem naturalmente gasosas. Por isso,
após uma pesquisa de mercado ficou decidido que
as marcas serão mantidas, depois de passarem
por um up grade. ‘Devido à sua alta qualidade,
iremos tratá-las como Premium: águas com um
teor mineral mais alto e valor agregado maior.‘
A intenção da Copasa é produzir, dentro de
quatro anos, 150 milhões de litros por ano, o que
fará da empresa a terceira maior envasadora do País.
A companhia pretende chegar a este número crescendo gradativamente, começando, já em 2007, com
40 a 50 milhões de litros. Sobre a logística, a empresa pretende terceirizar a distribuição somente num
primeiro momento. ‘Em Minas Gerais, não existe
ninguém com uma infra-estrutura para esse tipo de
trabalho como a Copasa‘, diz Eugênio Silva. Ele
destaca a experiência da Copasa em assuntos relacionados à água e não vê esta aquisição como uma
espécie de estatização das águas. ‘Vejo como uma
outra empresa séria, que aproveitou uma oportunidade de negócio‘, comenta, admitindo também a
possibilidade de exportação.
Segundo o prefeito de Caxambu, Isaac Rozental, nenhuma empresa privada se interessou
em vencer a licitação, pelas fortes restrições ambientais para o envasamento impostas no edital.
Será permitido apenas o uso da vasão natural das
águas. ‘Por isso, acredito que algumas multinacionais tenham desistido. Elas queriam explorar ao
máximo para obter um alto lucro em curto espaço de tempo‘. conta. O prefeito alerta que uma
exploração mais agressiva poderia, em um futuro
próximo, secar as fontes. ‘Não podemos ir contra a natureza‘. Rozental lembra que a Copasa
tem responsabilidades ambientais e que já trabalha com água, devendo contribuir para o desenvolvimento do turismo, com geração de empregos e de renda na região. A aquisição dos direitos
de exploração das estâncias faz parte de uma
07
estratégia do governo mineiro, que vai além do
envasamento das águas.
Fonte: Agência Gazeta Mercantil (SP)
UTILIDADE PÚBLICA
A água nossa de cada dia
Quando tomamos um simples copo d’água,
devemos nos lembrar que o precioso líquido que
estamos ingerindo existe desde o início dos tempos, foi reciclado pela Natureza por alguns milhões de vezes. Essa mesma água pode ter sido
usada para apagar o incêndio ateado em Roma por
Nero, ou banhado a rainha Cleópatra no Egito,
pode mesmo, quem sabe, ter banhado Jesus em
seu batismo no Rio Jordão. Lembramos fatos
como esses para recordar que a Natureza não cria,
nem fabrica a água, ela recicla, reutiliza o precioso
líquido. Por que, por exemplo, nós humanos não
imitamos a Natureza, não criamos uma rotina de
reaproveitamento das águas servidas para usos
menos nobres, tais como, irrigar jardins, dar descargas em vasos sanitários, lavar carros, etc? Se
assim procedêssemos, estaríamos aliviando a “sangria” das nossas já tão escassas reservas hídricas.
A Natureza está doente, suas veias, por onde
passa o tão precioso líquido, os rios e lagos, estão
secando e se não reagirmos rapidamente, a médio
e longo prazo estaremos vivendo num deserto,
pois sem água não há vegetação.
Primeiramente, teremos a escassez de energia
elétrica, sentida imediatamente. Depois a falta
d’água em nossos lares e a seguir a escassez de
alimentos. A fome, já tão conhecida de boa parcela da humanidade, virá a seguir. Precisamos perenizar nossos rios, as artérias de nosso país, abastecendo-os com água limpa, livre de metais pesados e de resíduos pestilentos. Como executar essa
gigantesca tarefa?
Combatendo severamente o desperdício. Eliminando a poluição ambiental, os lixões, as usinas
de compostagem e os aterros sanitários. Não atirando na atmosfera gases tóxicos que são arrastados pelas chuvas para os mares, rios e lagos.
Recuperando nossas florestas, começando pelas matas ciliares, ao longo dos rios e lagos. Estas
Recordar é Viver
Figueira da Glete - V Encontro Anual - Ilha Bela/SP - 23 a 26/11/06
Realizado Encontro do Grupo Figueira da Glete – Geólogos formados na USP das
Turmas 0 (1.959) e 13 (1.972) com presença de mais de 60 profissionais,
inclusive dos
professores
Fernando
de Almeida;
Umberto
Cordani e
Evaristo
Ribeiro F.
inibem o assoreamento, além de funcionarem como
armazenadoras de água, fixando-a ao solo, evitam
as enchentes, minimizam a evaporação e mantém
as raízes vegetais úmidas. Uma árvore de porte
médio, mantém em retenção até dez litros d’água,
funcionando como “reservatório emergencial”, equilibrando e mantendo um ambiente agradável no entorno da mesma. Se assim não procedermos, teremos nossos recursos hídricos cada vez mais escassos e a desertificação será irreversível.
A ausência da vegetação permite que o solo
seja “lavado” pelas águas pluviais, retirando os
seus nutrientes naturais e sem eles não haverá
vida vegetal e sem o vegetal não há fixação da água
e sem água não há vida. Esse é o momento. Se não
salvarmos nossos recursos hídricos, além da falta
da energia elétrica, além dos apagões, teremos a
falta d‘água, a falta de alimentos e como consequência a miséria, as doenças e a morte.
Fonte: Ambiente Brasil – Antonil Germano Gomes
Pinto – [email protected]
VOCÊ SABIA ?
Água doce invade o Oceano Ártico
Peixes acostumados com a água salgada do
Ártico, talvez tenham que procurar um novo lar.
Como resultado do aquecimento global, o Oceano
Ártico tem recebido menos água salgada ao longo
dos últimos 50 anos, e parece que esta é a tendência daqui para frente. Isto acontece devido ao aumento na precipitação sobre o Ártico, e derretimento mais rápido do gelo na região.
Bruce Peterson, do Laboratório de Biologia
Marinha de Woods Hole, Massachusetts, e alguns colegas reuniram décadas de dados meteorológicos, fluviais e glaciais da região Ártica, e os
utilizaram para calcular o aumento do input de
água doce no oceano. Eles calcularam que o aumento da precipitação e do fluxo fluvial entre 1965
e 1995, liberarou 20.000 Km cúbicos extra de água
doce no oceano (o equivalente ao escoamento do
Rio Mississippi por 40 anos). O derretimento de
gelo contribuiu com mais 15.000 km3, e as geleiras com 2.000 km3. Este número coincide com a
redução da salinidade do Oceano Ártico ao longo
do mesmo período. “Nossos resultados demonstram que houve uma redistribuição da água doce, a
qual provavelmente é relacionada com o aquecimento global,” diz Peterson.
Mudanças nos padrões da pressão atmosférica sobre o Atlântico Norte, conhecidas como ‘Oscilação do Atlântico Norte’, parecem ter acelerado a transferência de umidade de baixas para altas
latitudes. Os modelos climáticos indicam que o
efeito irá intensificar, aumentando a preocupação
sobre o fluxo de águas profundas através do Atlântico Norte (que acontece por causa da submersão
de águas salgadas e densas em altas latitudes).
Interromper esta corrente poderia causar uma redução das temperaturas no norte da Europa. Retirado da edição 2567 da revista New Scientist , 05
Setembro de 2006, página 14
Com informações de New Scientist.
Fonte: Fernando B. Muller – Carbono Brasil
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nov-dez/2006
Encontro
“A água subterrânea é um bem público”
Centenas de pessoas que
participaram da abertura do XIV
CABAS vibraram com o compromisso
de José Machado,
diretor da ANA: “A
partir de agora
estaremos presentes
de corpo e alma na
vida ABAS!”.
Novembro foi um mês especial para a ABAS - Associação Brasileira de Águas Subterrâneas que divulgou novas tecnologias e discutiu uso e preservação de
águas subterrâneas e suas oportunidades de
negócios no XIV Congresso Brasileiro de Águas
Subterrâneas. A solenidade de abertura contou
com uma imensa platéia. Centenas de pessoas
estavam presentes. Diversas autoridades das
esferas federais, estaduais e municipais marcaram presença. A mesa foi composta por Uriel
Duarte, presidente da ABAS, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Allan Jones dos Santos, que na ocasião representou o Governador
Roberto Requião; João Bosco Senra, secretário
de Recursos Hídricos do Ministério do Meio
Ambiente; José Machado, diretor da Agência
Nacional de Água (ANA); Ernani Francisco da
Rosa Filho, presidente do XIV Cabas; Darcy Deitos, da Sudersha; Heitor Wallace de Melo e Silva, da Sanepar – Companhia de Saneamento do
Paraná; José Almir Cirilo (CT Hidro); Mário Sérgio Razera, secretário municipal de Meio Ambiente; Eduardo Salamuni; e Everton Luiz da Costa Souza, presidente do Núcleo Paraná. A cerimônia teve início com o hino nacional executado
de forma brilhante. Em seguida ocorreu as boasvindas do anfitrião Everton Luiz da Costa Souza,
que deixou a platéia bastante emocionada. Ao
falar dos saudosos amigos Riad Salamuni e Álvaro Amoretti Lisboa não conseguiu conter as
lágrimas. A importância das gestões municipais
foi o fio condutor do discurso de Mário Sérgio
Razera, secretário municipal de Meio Ambiente
de Curitiba.
“O Ministério da Ciência e Tecnologia tem
buscado promover o desenvolvimento de
formação de gestores municipais, doutores e
mestres. Portanto vamos levar os três melhores trabalhos desse congresso numa participação mundial”, explicou José Almir Cirilo,
da CT Hidro.
A busca do equilíbrio ecológico e o bemestar da população fizeram parte daa palavras
de Heitor Wallace de Melo e Silva, da Sanepar.
Para Darcy Deitos, da Sudersha, é muito importante discutir a água subterrânea, a grande
riqueza do solo brasileiro. “É uma grande satisfação o Paraná sediar esse evento!”.
João Bosco Senra: “Os
congressos da ABAS prestam um
grande serviço de mostrar às
claras a água oculta. Agora
nosso grande desafio é a
implementação do Plano
Nacional de Recursos Hídricos”
Gerenciamento – Em seis anos de existência, a ANA – Agência Nacional de
Águas não pode pensar no gerenciamento
das águas superficiais sem as águas subterrâneas, pelo menos essa é a proposta de
José Machado, diretor da ANA, que trabalha no sistema de informações dos recursos
hídricos, inclusive os subterrâneos. “Queremos, a partir do congresso firmar e estreitar relações técnicas, políticas e profissionais. Não queremos marcar presença simbólica e, para mim, é um constrangimento a
ANA não ter apoiado esse importante evento. A partir de agora estaremos presentes
de corpo e alma na vida ABAS”, garantiu,
entre muitos aplausos, José Machado, diretor da ANA.
A água subterrânea marcou a infância de
João Bosco Senra, secretário de Recursos
Hídricos do Ministério do Meio Ambiente.
A família de 12 irmãos tirava a água de um
poço para matar a sede. “Os congressos da
ABAS prestam um grande serviço de mostrar às claras a água oculta. Agora nosso grande desafio é a implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos”, disse.
Ainda fizeram uso das palavras Ernani
Franscisco da Rocha Filho, presidente do XIV
Cabas, Uriel Duarte, presidente da ABAS e
Allan Jones dos Santos, secretário estadual
de Recursos Hídricos. “O Governo reconhece a água como um bem público”, afirmou
Santos.
Após a palavra dos membros da mesa
ocorreu o lançamento do livro “Águas Subterrâneas e Poços Tubulares Profundos”, de
autoria de Valter Galdiano Gonçales e Carlos
Eduardo Quaglia Giampá. Em seguida, inauguração da Fenágua – Feira Nacional da água
e coquetel regado a muito espumante. A noite foi animada por um mix musical e confraternização dos participantes.
O evento realizado de 7 a 10 de novembro no CIETEP (Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores do Paraná), discutiu questões ligadas ao uso e preservação de águas no subsolo e apresentou novidades em termos de equipamentos e materiais utilizados na extração de água subterrânea.
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Palavras do núcleo paranaense
“Nas pessoas de João Bosco Senra, secretário de Recursos Hídricos do Ministério do
Meio Ambiente e Allan Jones dos Santos, Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos saúdo a todas as autoridades integrantes desta mesa de abertura do XIV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas.
Gostaria de externar a alegria por este
momento, resultado do esforço combinado
da equipe de organização, dos associados e
amigos da Associação Brasileira de Águas
Subterrâneas, dos patrocinadores, dos apoiadores institucionais e dos expositores da
Feira Nacional da Água, a Fenágua. A todos
eles, agradeço em nome do Núcleo Paraná
da ABAS.
Gostaria também de expressar as boas
vindas aos congressistas que vieram de todas as partes do Brasil e do exterior, desejando um período de profícuo aproveitamento
da densa programação prevista no Congresso. Densidade essa proporcionada, certamente, pela qualidade dos nossos conferencistas, palestrantes e autores dos trabalhos
técnicos.
Três conferências, 22 mesas redondas, 7
palestras debate, 121 trabalhos técnicos divididos em 15 sessões técnicas, 30 trabalhos
técnicos sob a forma de painéis. A Fenágua
conta com 70 estandes divididos entre consultores, perfuradores de poços, instituições
acadêmicas, estatais, fornecedores de equipamentos e produtos.
Um congresso deve cumprir a missão de
informar, unir, congregar pessoas e conhecimentos, para renovarmos nossas ações técnicas, para planejarmos um futuro melhor para
os recursos hídricos, em especial para as
águas subterrâneas. Nesse aspecto, vivemos
um momento especial com a elaboração do
Plano Nacional de Recursos Hídricos, o
PNRH, que representa um marco de sua gestão no Brasil. Trata-se do resultado de um
processo de construção que durou cerca de
dois anos, com intensa participação dos diversos segmentos representados pelos poderes públicos, pelos usuários e pela sociedade civil organizada. Neste particular, a Associação de Águas Subterrâneas tem cumprido importante papel, seja no atual desenvolvimento do Plano Estadual de Recursos
Hídricos aqui no Estado do Paraná, bem
como nos ambientes colegiados previstos –
Conselhos Nacional e Estadual de Recursos
Hídricos, e em suas respectivas Câmaras
Técnicas além dos Comitês de Bacias Hidro-
A mesa foi composta por Uriel Duarte, presidente
da ABAS, o secretário estadual de Recursos Hídricos,
Allan Jones dos Santos, que na ocasião representou o
Governador Roberto Requião; João Bosco Senra,
secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio
Ambiente; José Machado, diretor da Agência Nacional
de Água (ANA); Ernani Francisco da Rosa Filho,
presidente do XIV Cabas; Darcy Deitos, da Sudersha;
Heitor Wallace de Melo e Silva, da Sanepar – Companhia de Saneamento do Paraná; José Almir Cirilo (CT
Hidro); Mário Sérgio Razera, secretário municipal de
Meio Ambiente; Eduardo Salamuni; e Everton Luiz da
Costa Souza, presidente do Núcleo Paraná.
gráficas. Considerando que os referidos planos deverão orientar as Políticas e Gestão
dos Recursos Hídricos no Brasil e no Estado
do Paraná, a inserção das águas subterrâneas como parte significativa dos usos atuais e
futuros no Paraná e no Brasil, reveste-se de
grande importância dada à potencialidade e
qualidade deste recurso natural.
A contribuição do Congresso da ABAS
será para o entendimento dos diferentes aqüíferos, das diferentes formas de ocorrência e das
variações de qualidade das águas subterrâneas, sejam elas naturais ou aquelas provocadas por ações antrópicas para que, dentro da
fundamentação do processo participativo da
gestão dos recursos hídricos, possam ser
tomadas decisões adequadas nos aspectos
ambiental, social e econômico: o tripé da sustentabilidade.
Nós brasileiros, diante de nossas potencialidades, não podemos abrir mão do uso
sustentavelmente crescente das águas subterrâneas, sob pena de estarmos desprezando esse importante manancial, que pode traduzir-se em qualidade de vida e diferencial
na produção, seja ela industrial ou agrícola.
Atualmente podemos considerar tímida a
participação das águas subterrâneas nos processos produtivos e no abastecimento das
populações, bem como tímidas, mas crescentes, têm sido as medidas de proteção ambiental. A discussão e o desenvolvimento das
Políticas Estadual e Nacional de Recursos
Hídricos é o instrumento adequado para a
modificação gradual e segura deste quadro.
E finalmente, gostaria de aqui render mais
uma homenagem a dois grandes hidrogeólogos brasileiros: Riad Salamuni e Álvaro Amoretti Lisboa, que certamente estariam exultantes com a realização deste XIV Congresso da
ABAS aqui, no Paraná. Para os que os conheceram profissionalmente, exemplos de sabedoria, para quem os conheceram pessoalmente, exemplos de humildade, dignidade e amizade. Neste evento maior da comunidade hidrogeológica brasileira, Salamuni e Lisboa não poderiam ser esquecidos pelo que representam
na história das águas subterrâneas do Paraná e
do Brasil e, certamente estão, de alguma forma,
aqui presentes. Muito Obrigado!”.
K
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nov-dez/2006
Encontro
Fenágua deverá ser bianual
Novos produtos, inovações tecnológicas e muitas mudanças na estruturação
da Feira de Produtos e Serviços nos próximos eventos nacionais...
Água subterrânea
para a sociedade - saúde,
irrigação e desenvolvimento econômico. O tema
do Cabas 2006 não trouxe apenas grandes
discussões, participações profissionais e visitação do público em geral. O evento trouxe
a renovação da feira paralela de produtos e
serviços que ocorre concomitantemente às
palestras e mesas redondas. A Fenágua, Feira Nacional da Água, trouxe novidades nos
estandes. De materiais para construção de
poços, equipamentos para bombeamento,
máquinas de perfuração, softwares para simulação de contaminação de água no subsolo, equipamentos de prospecção geofísica e tudo que se refere a tecnologia de perfuração e ambiental.
Diversas instituições governamentais
que atuam na área de recursos hídricos também puderam mostrar suas ações e projetos
relacionados à área. Mesmo com os ótimos
resultados do evento, empresários do setor
pediram mudanças na estrutura dos eventos
da ABAS. A proposta da comissão formada
por empresas ligadas às águas subterrâneas
é que a Fenágua passe a ser bianual. “Com
evento anual o desgaste é grande sem falar
no alto custo de investimento nos espaços.
A participação a cada dois anos vai tornar a
feira mais proveitosa tanto cientificamente
quanto pela participação do público”, justificou Ubiraci Pires Correa, diretor da Prominas
e porta-voz da comissão de empresas das
águas subterrâneas.
O ABAS informa conversou com os expositores e traz dados de novas tecnologias do mercado e um balanço dos participantes. Confira:
“Nossa participação foi muito boa.
Como sempre tivemos muitas visitas e a
oportunidade de transmitir para nossos
clientes o conhecimento adquirido desde o ultimo evento. Apresentamos um
trabalho relacionado com os problemas
associados à cloração de água para atendimento da Portaria 518, e expomos nossos resultados do NO RUST “D” que
pode ser usado isoladamente ou em conjunto com o NO RUST, com grande capacidade de solução de problemas de
baixa vazão inicial, relacionada ao fluído de perfuração e desenvolvimento dos poços”.
José Paulo G. M Neto - Maxiágua
“Apresentamos novos produtos de uso para remoção de contaminantes das águas
subterrâneas. O produto foi praticamente lançado neste segmento na feira. Trata-se da linha
ADSORV utilizado para a remoção de metais pesados, ferro e manganês, flúor, orgânicos e
controle de bactérias”.
Rogério Joroski – Mojave Tecnologia
“Achei muito boa e proveitosa a participação da nossa empresa. Apresentamos duas
novas empresas fornecedoras, uma para martelos e bits DTH que é a Drillmaster International, do Grupo Sandvik. A outra é a BRI, empresa americana no fornecimento de brocas tricônicas. O principal produto que estamos focando é o novo projeto do martelo DTH turbinado
Drillmaster RW6, projetado pelo mesmo engenheiro que elaborou o Sandvik Mission 6, contudo mais apropriado para o mercado de poços
artesianos. Já temos esse martelo trabalhando
no Brasil com performance impressionante. Viabilização de seu custo x benefício. Outro
produto novo é um novo sistema de perfuração com revestimento simultâneo, onde não se
utiliza o bit excêntrico que acarreta vários problemas de bloqueamento e travamento.
David Mendonça Pereira – TechnoMine Brasil
“A participação da Dancor marca não só
nossa crescente participação no mercado da
região Sul do Brasil, como nossa responsabilidade ambiental e interesse nos assuntos que
envolvem uma das maiores riquezas brasileiras: a água. Três novidades foram apresentadas na feira, a bomba submersa utilizada na
horizontal que permite sua aplicação em cisternas de prédios foi a grande atração do nosso estande. O Smart Jet que é um sistema de
pressurização inteligente com componentes
predominantemente eletrônicos que além de
pressurizador identifica a existência de vazamentos na rede que ele é aplicado e protege a bomba contra excessivas partidas; e em primeira
mão foi apresentada nossa bomba centrífuga com motor movido à gasolina”.
Fábio Simões – Dancor Bombas e Filtros
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“Nosso estande apresentou
novas tecnologias para reabilitação de poços. Mas achei baixo o
número de visitantes da feira, para
próximos eventos espero um número maior. Também espero que a
feira não fique fisicamente separada do congresso da ABAS”.
Rainer Schröer –
Berlinwasser International
“A Drill Center participou com o apoio e
a presença do fabricante da Bentonita MAXGEL, dos equipamentos de perfilagem geofísica Robertson Geologging e das tecnologias da Subsurface Technologies. Nosso
estande foi bastante visitado e os resultados
foram positivos. A novidade ficou por conta
da nova câmera de vídeo R-1000 da LAVAL
para filmagem de poços com até 300 metros
de profundidade. Um sucesso! A maior empresa de perfuração do Paraná, e única com
estande na feira, adquiriu uma”.
Apolo Oliva Neto – Drill Center
“Achamos que o local designado
para a Fenágua foi inadequado. A Schneider apresentou várias novidades durante o evento. Produtos com patente
requerida (bomba com duplo sentido de
rotação, bombas com sistema inteligente de acoplamento a motores estacionários), motobombas voltadas a área de
saneamento, dentre outras. Para os próximos eventos? Uma maior conscientização por parte da organização de que
os investimentos são altos, são vários
profissionais envolvidos por praticamente uma semana, e precisamos de retorno para que a
participação torne-se viável”.
Fernando Schneider – Schneider MotoBombas - Mkt
“Participamos ativamente do Congresso.
Tivemos trabalhos no painel e palestra na
sessão técnica, onde falamos sobre nossas
novas pesquisas em bentonitas aditivadas. Entre as novidades está a inclusão do
produto Compactolit (para selamento total
de poços) na norma ABNT NBR 12244, em
vigor desde 30/04/2006. Além disso, apresentamos, especialmente, nossa linha para manutenção de poços e cuidados com a qualidade da água, que conta com produtos 100%
biodegradáveis e produtos ecologicamente
corretos, isentos de cloro”.
Eugenio Pereira – System Mud
“Falando em organização, palestras e tema foram muito bons.
Apenas a localização dos stands
dificultou a visitação do público.
Aproveitamos a feira para apresentar uma motobomba de alta vazão
totalmente em aço inox aisi 316 fundido. Esperamos que no próximo
evento haja maior visitação de clientes e divulgação para usuários
de produtos: Saae, Daae, revendas...”.
Valdir do Santo –
Bombas Leão
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Encontro
“O balanço sempre é positivo porque temos a oportunidade de divulgar a
nossa linha de produtos já consolidada
e os nossos conceitos para um público
especializado. A Ebara fez o lançamento
dos conjuntos motobomba totalmente
em aço inox desenvolvidos para poços
de 6” a 12”, ideais para captação de água
mineral. Também foram apresentados os
novos quadros de comando padrão STS
e BMS feitos em material termoplástico
de alta resistência mecânica, alto impacto e estabilidade dimensional. Aguardemos Gramado onde estaremos presentes com mais lançamentos e novas alternativas para o mercado de bombas submersas”.
Nelson Reginato do Canto Jr – Ebara
“Tivemos bons resultados. A C.R.I lançou o motor monofásico de 2 fios com voltagem de 220V/230 V, encapsulados com resina e lubrificados a água, de 0.33 CV até 1.5
CV. Suas vantagens são: motor não requer
painel de controle pois o capacitor permanente está dentro do motor e pode ser instalado direto a um disjuntor; há um protetor
térmico de sobrecarga e pára-raio já incorporados ao motor; os motores suportam grande oscilações de voltagem; maior fator de
serviço resultando em melhor eficiência; motores são de fácil manutenção; entre outros
benefícios”.
Kalyanram P. – C.R.I Bombas Hidráulicas Ltda
“Nosso estande atraiu muitos visitantes com produtos como: filtros e revestimentos para poços artesianos, produtos
químicos da System Mud para perfuração, desenvolvimento, limpeza e operação
de poços, a Compactolit, pellets para o
isolamento de camadas indesejáveis e selos sanitários, além de seu carro chefe, o
kit para poços de monitoramento. Na linha de meio-ambiente, a novidade foi o
lançamento da GEOPUMP no Brasil, uma
bomba pneumática automática para bombeamento de hidrocarbonetos, água subterrânea contaminada, líquidos de aterros sanitários
e condensados. Já estamos ansiosos pelas perspectivas que nos trará o próximo evento”.
Alberto Kaminski - Geoartesiano
“Conforme puderam notar, neste evento, o nosso stand estava
maior do que de costume. Fomos
com bastante ansiedade e nossa
expectativa foi atendida. Apresentamos a Tubulação RYLBRUN de
Poliuretano para grandes diâmetros. Ah, com material aprovado
pelo FDA”.
Moisés Macen –
Sampla Belting
“Nossa participação foi muito importante para rever um grande número de clientes e
amigos, recebendo informações importantes
para elaboração do planejamento estratégico dos próximos anos, para esse segmento
de mercado. Nesse evento mostramos o nosso sistema de qualidade, voltado para a melhoria contínua dos equipamentos, que através do “feed back” dos clientes estamos
sempre apresentando novas tecnologias incorporada nos produtos visando maior performance”.
José Lázaro Gomes - Prominas
“A participação da Chicago foi
muito interessante e dentro do esperado. Apresentamos nossos compressores e nossa gama de serviços, alguns deles com novos detalhes técnicos. Esperamos que o próximo evento tenha uma participação mais efetiva e em maior número dos perfuradores de todo o Brasil”.
Tadeu do Couto – Chicago
Pneumatic Brasil Ltda.
“Lançamos alguns novos modelos de
bombeadores com rotores em aço
inoxidável e o motor série MSP, (um motor
monofásico que dispensa o uso de
capacitores para a partida). Agora, esperamos um evento com maior alcance de público, ou seja, que consiga trazer o maior número de perfuradores possível para o evento”.
Luiz Alexandre Alves Bombas JVP Ltda.
“A Sidrasul classifica como positiva sua participação.
Levamos uma excelente promoção em martelos e pudemos atender as expectativas dos clientes. Tivemos um
público grande durante nossa palestra, apresentamos com
sucesso alguns pontos importantes sobre ferramental,
com destaque para as vantagens da afiação do Bit. Nossa
apresentação trouxe muitas novidades sobre como obter
o melhor rendimento de seu ferramental DTH”.
Juvani Schroeder – Sidrasul
* As demais empresas e seus respectivos produtos serão
publicados na próxima edição, mediante envio de material.
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Matéria
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O Mauro
por Mário Wrege
Aproveitando o mote do Everton (Oliveira), continuo na linha dos chistes. Evidentemente, ficarei apenas naqueles mais elegantes e conto com tua imaginação, deixando de lado a ingenuidade ao acender a
malícia – pero no mucho. Baseiome na minha vivência gaudéria
(que, a esta altura, não é pouca) e tomo como referência livro do Santiago, Conhece o
Mário?, L&PM. Começo
com uma variação, com a
pergunta: - Conheces o
Mauro? - Que Mauro? Aquele detrás do armário!
- Mas, este não é o Mário? - Ah! O Mário também! Ou seja, o cara não
tem como escapar, mesmo
quando dá uma de espertinho (lembrando do Mário) ou, no caso, mesmo
encostado à parede.
Hoje isto é conhecido
como pegadinha ou, menos
elegante, sacanagem ou tiração de sarro; mas tecnicamente é um cacófato. Aqui
nestes pagos, especialmente no meio campeiro, este tipo de frase com duplo sentido,
no sentido de pegar desprevenido o interlocutor, é uma praxe. Especialmente ao recém-chegado ainda fresco nestas questões,
ainda mais nos dias de chuva no inverno
quando há pouca coisa a fazer a não ser
chimarrear na beira do fogo no galpão. Ou
seja, – Te enquadra, guasca! Ou, traduzindo: – Te liga, meu! Neste ambiente, é coisa
de macho e não se faz com as moças, que
são delicadas. Não que elas não tenham o
veneno na língua, mas é uma deferência ou
o assumir que é uma menção grosseira. De
qualquer maneira, lembro-me da famosa Mae
West, com a frase clássica que se dizia boa,
mas ótima quando má – originalmente:
When I’m good, I’m very good, but when
I’m bad, I’m better. (I’m No Angel, 1933)
Ou uma variante mais recente conhecida
como Leis de Murphy – esta é Termodinâmica: – Coisas ficam piores sob pressão. Por
estas plagas, creio que a mais famosa, por
constar em O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo (e da minissérie), é a do Rodrigo Cambará, chegando no bolicho:– Buenas, e me
espalho! Nos pequenos dou de prancha;
nos grandes dou de talho! (com o facão, é
claro). Mas aí já é demais, pois é provocação imediata para a briga.
Poderia lembrar a do Lochas (por demais evidente), a do Edu (Êpa!), a do Ramalho (Caraça!), a do Degas ou a do Lima:
– O que que o Lima é teu? Ou, mais modernamente, a do Max. Na linha futebolística:
– Fui na casa do Tinga, o Tinga não tava,
mas o irmão do Tinga tava. Ou as meteorológicas: – Que tempo rei, hein?! E o malandro responde: – Depois da chuva vem o
sol e limpa isso tudo. Mas fica a dúvida: o
cão que late na água, late em terra? E a do
cara que está perdido: – Se pegares esta
rua, onde vais dar? Ou a dúvida do churrasqueiro gentil e sutil: – Se eu comprar 10
kg de carne, dará pra vinte comer? Completada pelas preferências culinárias: – Gosta
de verdura? E continua a combinação: – Se
eu cozinho, eu não lavo. Esta está mais para
o IBGE: – És rico, pobre ou dá prá viver?
Para terminar, e me refazer com as mentes mais sensíveis, – Desculpa-me por tudo,
especialmente esta coisa dura, mas não
deixa por menos. E, para terminar mesmo,
com uma cortesia gaudéria: – Vou fazer uma
roda de mate, queres que te bote na roda?
A démain que eu vou em frente.
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nov-dez/2006
CABAS
Trabalhos premiados debatem a contaminação e
remediação das águas subterrâneas
Foram três os melhores trabalhos apresentados no XIV Congresso Brasileiro de Águas
Subterrâneas, realizado de 7 a 10 de novembro,
em Curitiba, no Paraná. O primeiro, segundo e
terceiro lugares foram destinados a presença feminina com espaço cada vez mais amplo no segmento. A grande vencedora, Tatiana Langbeck de Arruda, que faturou o primeiro lugar, tem 30 anos
recém completados. Ela que é de Paulínia, interior
de São Paulo, se destacou com trabalho sobre contaminação e remediação de águas subterrâneas. O
tema foi “Desalogenação Redutiva de Organoclorados Utilizando Ferro Elementar”. “Fiquei muito feliz e o prêmio foi recebido com muita correria
(risos). Erraram meu e-mail e, acabei sabendo de
última hora, no último dia. Quase perdi a premiação! Mas valeu a pena”, contou a primeiríssima
colocada, Tatiana.
O segundo lugar foi de Deise Paludo, da região
Sul. O seu trabalho discutiu sobre a “Intemperização de Fontes de Diesel em Sistemas Subsuperficiais”. “Recebi a notícia do prêmio durante o jantar
de encerramento, com satisfação pelo reconhecimento do trabalho de toda a equipe do Laboratório
Remas/UFSC. Este trabalho foi elaborado com dados experimentais de seis anos de monitoramentos
de campo. Isto só foi possível graças ao empenho
de uma equipe de cerca de 20 pessoas, coordenada
pelo Prof. Dr. Henry Corseuil”, bem lembrou Deise Paludo, a segunda colocada.
A terceira colocação coube a carioca Paula R.
L. Couto que apresentou um trabalho sobre “Um
A primeira colocada Tatiana
Langbeck de Arruda: “Fiquei
muito feliz com a premiação...”
Estudo Sobre a Influência do
Acoplamento Físico-Biológico nos Processos de Remediação em Zonas Saturadas”.
Todos as ganhadoras foram
agraciadas com o prêmio
“Aldo da Cunha Rebouças”.
Confira os detalhes:
1º lugar - Tatiana Langbeck de Arruda
Sessão: Contaminação
e remediação de águas subterrâneas
Tema: Desalogenação
Redutiva de Organoclorados Utilizando Ferro Elementar
Dissertação de mestrado
discutindo o uso de processos oxidativos avançados e ferro elementar na remediação de ásua Subterrânea contendo compostos organoclorados.
A remediação de água subterrânea contendo
compostos organoclorados foi avaliada neste trabalho usando os processos UV (fotólise), Fenton (H2O2/Fe2+) e foto-Fenton (UV/H2O2/
Fe2+). Testou-se também um sistema redutivo
com ferro elementar visando a desalogenação redutiva dos compostos. Todos os experimentos
foram realizados sob fluxo ascendente, tanto nos
sistemas com recirculação quanto nos sistemas
com passagem única, com uma amostra de água
subterrânea de um poço de monitoramento instalado na Usina Química de Cubatão da Rhodia.
A concentração de alguns compostos atingia valores de até 400 mg L-1, sendo monitorada a degradação de dez compostos majoritários. Os ensaios oxidativos de destruição mostraram reduções superiores a 99% para alguns compostos,
especialmente no sistema foto-Fenton na proporção mássica de 1:10 (COD:H2O2), que produziu um efeito sinérgico quando comparado ao
uso isolado da radiação ultra-violeta (UV). Por
outro lado, os sistemas oxidativos também mostraram perdas significativas por volatilização, o
que levou ao estudo do sistema redutivo com
ferro elementar. Neste sistema foram utilizadas
colunas de vidro preenchidas com ferro granulado (100 Mesh), onde observou-se reduções superiores a 99% para a maioria dos compostos. A
cinética de degradação observada foi de pseudo
primeira ordem em relação ao contaminante e
dependente do tempo de residência da amostra
na coluna. Um ensaio oxidativo com reagente de
Fenton combinado com o tratamento redutivo
mostrou que a concentração era reduzida em até
1/3 do valor original para dois compostos (clorofórmio e tetracloroetileno) que não atingiram o
objetivo proposto durante o ensaio redutivo. Uma
comparação econômica entre a tecnologia atualmente utilizada (adsorção em leitos de carvão
ativado) e a desalogenação redutiva estimou ganhos significativos desta última quando considerados os custos de disposição final do carvão.
Na foto, os autores do trabalho premiado
com a segunda colocação: Prof. Henry
Corseuil, Deise Paludo e Mariana.
2º lugar - Deise Paludo
Sessão: Contaminação e remediação de
águas subterrâneas
Tema: Intemperização de Fontes de Diesel em Sistemas Subsuperficiais
No ambiente subterrâneo, as fontes de contaminação estão sujeitas a processos físicos, químicos e
biológicos que influenciam na persistência, mobilidade e/ou redução da massa dos seus constituintes.
Este conjunto de processos, denominado intemperismo, inclui a dissolução, biodegradação e volatilização. O objetivo deste trabalho foi avaliar a intemperização dos hidrocarbonetos de petróleo em duas
fontes de óleo diesel, sendo uma sob influência de
etanol, e relacionar o esgotamento das fontes com o
risco à saúde humana. A ntemperização foi analisada a partir do cálculo do fluxo de massa dos hidrocarbonetos. Os resultados mostraram que os hidrocarbonetos monoaromáticos foram afetados pelo efeito
co-solvente do etanol e que as concentrações remanescentes estão abaixo dos valores de intervenção
para áreas contaminadas. Ofluxo de massa dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos oscila ao longo do tempo indicando que estes ainda estão em
processo de dissolução na região da fonte. Palavraschave: intemperismo, óleo diesel, fluxo de massa.
Estudam-se os efeitos dos processos físicos e
biológicos na previsão da extensão da pluma de
contaminantes em cenários de contaminação de
ambientes sub-superficiais (aqüíferos) por contaminantes orgânicos (múltiplas espécies).
3º lugar - Paula R. L. Couto
Sessão: Contaminação e remediação de
águas subterrâneas
Tema: Um Estudo Sobre a Influência do
Acoplamento Físico-Biológico nos Processos
de Remediação em Zonas Saturadas.
Estudam-se os efeitos dos processos físicos e
biológicos na previsão da extensão da pluma de
contaminantes em cenários de contaminação de
ambientes sub-superficiais (aqüíferos) por contaminantes orgânicos (múltiplas espécies). O modelo matemático apresenta a sorção e biodegradação elementos finitos bioremediação.
nov-dez/2006
Núcleos
Bahia
Bahia edita cartilha sobre
águas subterrâneas
O Núcleo Bahia está em festa. O presidente do núcleo baiano, Godofredo Correia de
Lima Junior encerra a sua gestão agora em janeiro com a publicação da cartilha “Orientações
para Utilização das Águas Subterrâneas no Estado da Bahia”. O núcleo reeditou a cartilha da
ABAS Nacional enfatizando as prioridades e conhecimentos da região. Diferente da parceria
em São Paulo, a publicação não contou com apoio da FIEB - Federação das Indústrias do
Estado da Bahia. O patrocínio integral para a viabilização do material partiu da CERB, Companhia de Engenharia Rural da Bahia, órgão da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos e grande parceira da ABAS.
São mil exemplares impressos em material de ótima qualidade. A publicação será distribuída entre patrocinadores, prefeituras, empresas e núcleos da ABAS.
Godofredo Correia
Lima Júnior
Presidente Núcleo Bahia
E-mail: [email protected]
[email protected]
Março
Seminário e Rodada de Negócios Brasil-Reino
Unido
DATA: de 27 a 29 de março
Local: Belo Horizonte/MG
Informações: (11) 3104-6412
Julho
XXXVI Congresso Brasileiro de Engenharia
Agrícola
DATA: de 30/07 a 02/08
Local: Bonito / MS
Informações: (11) 3104-6412
Agosto
Responsabilidade e Comprometimento
Data: de 8 a 10 de agosto
Local: Expo Center Norte, São Paulo / SP
Informações: (11) 3104-6412
11th International Conference on Diffuse
Pollution and the 1st Joint Meeting of the IWA
Diffuse Pollution and Urban Drainage Specialist
Groups
Data: de 26 a 31 de agosto
Local: Belo Horizonte / MG
Informações: [email protected]
Classificados
Roto R1H/97 c/MWM 6 cil. no M. Benz 2418/97 com gerador, bomba de lama,
funcionando bem
Roto R1H/97 c/MWM 6 cil. com gerador, bomba de lama, revisada e sem caminhão
Roto R1S/99 com MWM 4 cil. no reboque, revisada e equipada com 150m. de
hastes
Roto/Rotativa I.Rand T4W com MWM 6 cil. para 600m., na prancha com MWM 6 cil.,
perfeita
Roto A10/2002 c/M.Benz 6 cil. no M.Benz 1113/77(4x4) completa e revisada
Rotativa/Roto p/300m. , Mayhei 1000, com caminhão M. B. 1113/79 toda revisada
Percussora Prominas NSP 325/88 com Perkins 4 cilindros, revisada e sem equipamentos
Percussora GP300 ano 92 com MWM 3 cilindros revisada e equipada
Percussora Juper GP300/90 com Perkins 3 cil. toda revisada e equipadaC o m pressor Chicago 950/300 com motor Cummins, ano 94, revisado
Compressor Chicago 960/360 com Cummins, ano 96, reformado, com carenagem
e sem rodas
Compressor Chicago 960/360 com Scania, ano 98 e 3.000 horas, com carenagem
Compressor Chicago 960/360 com Scania, ano 2002, silenciado e revisado
Compressor I. Rand 750/175 com Cummins, contendo carenagem e revisado
Compressor G. Denver 900/150 com Cummins, revisado, com carenagem e sem
rodas
Kit Rotopneumatico p/percussoras Juper, NSP 325, P350 e Tornep, completo ou
parcial
Hastes de perfuração 4 ½” x 6 metros(p/roto) com roscas API 3 ½” FH, seminovas e garantidas
Hastes de perfuração 3 ½” x 9,40 metros, padrão Petrobras, em ótimo estado
Bomba de lama centrifuga 4” X 3” para vazão de 90 M3/hora a pressão de 8
BAR(125 PSI)
250.000,00
140.000,00
70.000,00
180.000,00
140.000,00
65.000,00
20.000,00
38.000,00
38.000,00
130.000,00
160.000,00
150.000,00
190.000,00
50.000,00
50.000,00
consultar
800,00
300,00
3.600,00
Informações: Manuel Fernandes/RJ (21) 2254-9615, 3872-7672 ou 9156-9114
Email:[email protected]
Vende-se: 1 Sonda Rotativa Elétrica montada em chaxis e rodas cap. Perf. 250 m, equipada c/ guincho, mesa
rotativa e bomba de lama = R$ 23.000,00.
63 Hastes de perf. p/ roto 2.7/8" x 4m em tubos Petrobras, c/ rosca API 2.3/8" R$ 370,00 (cada) = R$ 23.310,00
Informações: Cimadra Poços Artesianos, Dracena / SP.
Telefax: (18) 3821-3873. E-mail [email protected]
15
16
nov-dez/2006
Autógrafos
Lançado 1º livro brasileiro que discute
águas subterrâneas e perfuração
O XIV Congresso Brasileiro de
Águas Subterrâneas foi palco de uma
importante ação para o segmento. Na abertura do evento, congressistas, autoridades, empresários e população festejaram
o lançamento do primeiro livro brasileiro
de águas subterrâneas. A obra “Águas
Subterrâneas e Poços Tubulares Profundos” é de autoria dos autores Valter Gal-
diano Gonçales, Carlos Eduardo Quaglia
Giampá e outros profissionais. “Preparamos cuidadosamente uma publicação que
pudesse tirar dúvidas e suprir uma lacuma do mercado”, explicou Giampá, durante o lançamento do livro, na abertura do
CABAS 2006.
O projeto realizado pela DH Perfuração de Poços tem patrocínio da Petrobrás
Os autores Walter
Galdiano Gonçales
e Carlos Eduardo
Giampá: autógrafos e livro para o
Secretário Nacional de Recursos
Hídricos, João
Bosco Senra
e apoio institucional da ABAS. A publicação é da Signus Editora, possui
15 capítulos e 508
páginas. A obra é
editada a cores,
com capa dura e realizada por 18 autores especialistas em
cada assunto.
O preço de venda é de R$ 100,00.
Sócios da ABAS
pagam R$ 90,00.
Mais informações sobre livro no telefone (11) 3875-5833 e 3104-6412 ou nos e-mails:
[email protected] ou
[email protected].
A noite de autógrafos foi um sucesso. O ABAS informa clicou alguns momentos!
Os autores em momento de
comemoração com amigos
e familiares em point de
Curitiba. O livro foi um
sucesso!

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