MOdeLOs dIGItAIs eM ORtOdOntIA

Transcrição

MOdeLOs dIGItAIs eM ORtOdOntIA
MODELOS DIGITAIS
EM ORTODONTIA
Araci Malagodi de Almeida
Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris
Adriano Porto Peixoto
Bruno Frazão Gribel
Guilherme Janson
Daniela Gamba Garib
INTRODUÇÃO
A informação e a comunicação são, nos dias atuais, características vitais em qualquer área do
conhecimento, e a prática da Ortodontia deve ser incluída nessa realidade.
A tecnologia digital tornou-se uma ferramenta essencial em muitas atividades clínicas e,
neste contexto, a Ortodontia transformou-se perante a revolução digital iniciada a partir da
década de 1970. A linguagem digital tornou mais versátil à captura, à manipulação e ao
armazenamento tanto da documentação ortodôntica fornecida pelos centros de radiologia
quanto da documentação produzida em clínica.
A introdução de imagens tridimensionais na rotina dos consultórios ortodônticos por
meio de softwares de cefalometria em terceira dimensão (3D) enriqueceu, sobremaneira, os conceitos tradicionais da célebre cefalometria idealizada por Broadbent,1 em
1931. Os avanços na área de tomografia computadorizada (TC) e de ultrassom 3D
também são notórios. A Ortodontia digital, incluindo as fotografias, as radiografias,
os registros de tratamento e os modelos de estudo tridimensionais, criou um novo
paradigma na clínica.2
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Na atualidade, objetiva-se a redução volumétrica de arquivos físicos no consultório
odontológico, considerando que a incorporação de fotos e radiografias digitais em arquivos
eletrônicos constitui uma realidade. Portanto, a necessidade de um substituto para os modelos
tradicionais de gesso faz-se presente.
Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor possa
„„ entender os benefícios dos modelos de documentação em Ortodontia;
„„ rever os mecanismos de obtenção da imagem;
„„ entender a aplicabilidade clínica dos modelos digitais em Ortodontia.
Esquema conceitual
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IMPORTÂNCIA DOS MODELOS DE DOCUMENTAÇÃO
EM ORTODONTIA
Os modelos, assim como cada elemento da documentação ortodôntica, perpetuam,
ao longo do tempo, as condições morfológicas do sistema estomatognático captadas
em um determinado momento. Isto possibilita, além do diagnóstico e do plano de
tratamento inicial, infinitas comparações, estabelecendo uma análise dinâmica da
evolução dos casos clínicos.
Diferentemente das outras especialidades odontológicas, o ortodontista necessita avaliar
todas as estruturas que compõem a face e o sistema estomatognático: os tecidos moles,
o esqueleto e os dentes. Somente a partir dessa avaliação global é possível diagnosticar e
planificar o tratamento que visa ao bom relacionamento dos arcos dentários e a uma relação
harmoniosa com a face.3
Previamente à introdução da TC cone-beam na odontologia, os modelos de gesso
constituíam os únicos elementos tridimensionais da documentação ortodôntica. Esses
modelos permitem mostrar, em um único exame, as alterações interarcos sagitais,
verticais e transversais, além das alterações intra-arcos, como o apinhamento ou
o espaçamento dentário.
Os modelos de gesso são utilizados, de forma tradicional, como parte essencial do processo de
documentação e de planejamento ortodôntico,4,5 cumprindo basicamente duas funções principais:
„„ prover informações sobre o diagnóstico e o plano de tratamento;
„„ prover um registro tridimensional da maloclusão original e dos diferentes estágios de
evolução do tratamento, bem como uma análise dos resultados obtidos ao término da
terapia; estes ainda são muito valorizados para os fins legais.
Embora os modelos de gesso tradicionais sejam indispensáveis ao ortodontista, apresentam
algumas desvantagens importantes:
„„ necessidade de espaço físico significativo para o armazenamento;
„„ possibilidade de quebras e danos;
„„ possibilidade de perdas e extravios;
„„ dificuldade de troca de informações a distância com outros profissionais;
„„ possibilidade de acúmulo de fungos e bactérias quando armazenados a longo prazo.
Recentemente, avaliou-se a presença de bactérias e fungos em modelos de gesso armazenados desde 1980. Em 25% dos modelos, ocorreu o crescimento bacteriano de estafilococos
coagulase negativa, Micrococcus sp., Bacillus sp. e bacilos Gram-negativos não fermentadores;
e em 5,7% o crescimento fúngico de Cladophialophora sp., Trichosporon beigelii, Aspergillus
flavus e Aureobasidium pullulans.6
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MODELOS DIGITAIS
Atualmente, os modelos digitais tridimensionais vêm sendo utilizados para propósitos
clínicos e de pesquisa, e o seu uso para análises quantitativas foi validado após evidências da
grande acurácia e reprodutibilidade de mensurações.4,7-22
Uma das maiores vantagens da utilização dos modelos digitais é, sem dúvida, a
racionalização de espaço, aliada à facilidade de acesso e comunicação a distância
que a tecnologia permite.
Tanto a moldagem como os modelos de gesso podem ser escaneados a lêiser para
a obtenção dos modelos virtuais.
Nos Estados Unidos, duas empresas reproduzem os modelos digitais mediante o envio da
moldagem pelo profissional: a OrthoCAD® (Cadent Inc, Fairview, NJ) e a eModel® (GeoDigm
Corp, Chanhassen, MN). No entanto, o custo deste serviço terceirizado é alto e cada par de
modelo digital custa, aproximadamente, 30 € (EUR).4 O mercado também disponibiliza escâneres específicos para a obtenção de modelos dentários tridimensionais, de tamanho compacto
e com um custo mais compensador (Figuras 1 A-C).
A
b
c
Figura 1 – A-C) Escâner de modelos 3Shape (Copenhagen, Dinamarca): realiza o escaneamento a lêiser de
superfície, no modo não destrutivo.
®
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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O sistema OrthoCAD® (Cadent Inc, Fairview, NJ) foi introduzido em 1999 e o seu software
pode ser baixado diretamente da Internet ou enviado por CD. Além de ocupar pouco espaço
(o tamanho do arquivo do conjunto de modelos é menor do que 1MB), o programa permite
cinco visualizações básicas, como as fotos intrabucais, oferecendo ferramentas com recursos
de giro e recorte dos modelos, de forma horizontal ou vertical, para a análise do overjet e
overbite. O sistema ainda é capaz de simular setup e colocação de brackets. As imagens ficam
arquivadas na empresa por 10 anos e o profissional pode optar pelo envio dos modelos de
gesso em vez das moldagens.19
Já o sistema Emoldels (GeoDigm Corp, Chanhassen, MN), fundado em 1996, permite seis
visualizações, introduzindo a vista posterior. Para facilitar os ajustes oclusais, o programa
mostra os pontos de contato entre os dentes. Esse sistema dispõe de todos os recursos do
OrthoCAD® (setup, rotações, cortes transversais), além de disponibilizar uma ferramenta para
colagem de brackets virtualmente, confecção de moldeira virtual e o seu envio, para que o
profissional realize a colagem indireta. Segundo Joffe,4 os custos da utilização do OrthoCAD®
ficavam em torno de 28 a 30 € em 2004.
Mecanismos de obtenção da imagem
Atualmente, existem dois métodos para a obtenção de modelos ortodônticos digitais.23 O primeiro é conhecido como escaneameno a lêiser destrutivo, processo descrito por Baumrind24
como uma análise física destrutiva. O modelo de estudo é revestido em uma matriz sólida e
de cor contrastante.
A superfície do bloco é cortada paralelamente ao plano oclusal até que o primeiro
traço do modelo de gesso se torne aparente. Em seguida, um escaneamento a lêiser
da superfície bidimensional é realizado, e os seus dados são armazenados como
uma camada em um arquivo digital. Em seguida, outra fatia de 0,003’ do bloco é
cortada, um novo escaneamento é realizado e as suas informações são novamente
armazenadas. O processo se repete até que toda a dentição tenha sido mapeada
em uma sequência de camadas sucessivas.
Com o escaneamento a lêiser destrutivo, obtém-se um mapa tridimensional, consistindo
de camadas bidimensionais empilhadas. Esse processo é o utilizado pela companhia Cadent
para a obtenção de seus modelos digitais.2,23 O segundo método para a obtenção de modelos
ortodônticos digitais é o escaneamento a lêiser não destrutivo.
O procedimento envolve o escaneamento do modelo de gesso como um todo, girando-o nos três planos do espaço, obtendo, com isso, uma cópia do modelo original.
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O escaneamento a lêiser não destrutivo é o método empregado pela empresa Geodigm, que
fornece o programa para o processamento das imagens computadorizadas, chamado de
eModel®, assim como por grande parte dos escâneres disponíveis comercialmente.
Vantagens
Os modelos ortodônticos digitais apresentam uma série de vantagens em termos de armazenamento, recuperação, versatilidade de diagnóstico, transmissibilidade e durabilidade.4
Indubitavelmente, a questão do espaço para o armazenamento dos modelos de gesso na
prática cotidiana do ortodontista tornou-se um grande problema, gerando discussões sobre
a possibilidade de o próprio paciente ser responsável pela guarda de sua documentação.
Além disso, aspectos no tocante à praticidade e à velocidade na troca de informações
interprofissionais ou intercentros diagnósticos pontuam favoravelmente no quesito qualidade. Os softwares específicos para os modelos digitais disponibilizam a visão dos modelos
isoladamente ou articulados sob quaisquer perspectivas19 (Figuras 2 A-F).
A
b
c
d
e
f
Figura 2 – Os modelos digitais podem ser visualizados sob diferentes perspectivas. A) Vista lateral direita da
oclusão. B) Vista frontal da oclusão. C) Vista lateral esquerda da oclusão. D) Vista posterior da oclusão. E) Vista
oclusal superior e inferior. F)
Fonte: Software OrthoAnalyser 3Shape® (Copenhagem, Dinamarca).
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Os softwares específicos para os modelos digitais realizam mensurações digitais acuradas
e precisas da largura e do comprimento do arco dentário, do overjet e do overbite, assim
como do tamanho dentário,9,11 e simulam os resultados terapêuticos mediante a movimentação dentária19 (Figuras 3 A-F).
A
b
c
d
e
f
Figura 3 – Recursos de mensuração dos modelos digitais. A-C) Mensuração da largura dos arcos dentários.
D-F) Mensuração do tamanho dentário.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Os softwares específicos para os modelos digitais ainda permitem mensurar os aspectos
impossíveis de avaliar em modelos de gesso convencionais, como a altura e a largura
do rebordo alveolar, a inclinação vestibulolingual dos dentes individualmente, o comprimento e a inclinação dos processos palatinos, assim como o delineamento externo da região do
rebordo alveolar (Figuras 4 A-D).9,11 Essas características podem ser avaliadas, uma vez que
os softwares permitem cortar os modelos dentários de forma transversal, no sentido vertical
ou horizontal, para se obter seções ou fatias.
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Figura 4 – Os modelos digitais apresentam a vantagem de permitir a obtenção da visão em coortes ou segmentos virtuais. Essa ferramenta mostra-se muito útil para a avaliação das inclinações dentárias vestibulolinguais,
assim como para delinear o contorno do rebordo alveolar e do palato. A-B) Coorte frontal no modelo superior,
passando pelas pontas de cúspide dos caninos. C-D) Coorte frontal no modelo superior, passando pelas pontas
de cúspide mesiovestibular dos primeiros molares superiores.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Outra grande vantagem dos modelos digitais consiste na possibilidade de sobreposição
das imagens de dois tempos distintos, permitindo a visualização de alterações ocasionadas pelo crescimento ou pela movimentação dentária ou cirúrgica. O escaneamento a lêiser
pode ser utilizado para a mensuração de movimentos dentários individuais nas imagens 3D
com grande acurácia.10
Os modelos digitais podem, ainda, ser visualizados com diferentes texturas para a
região da gengiva (rosa) e dos dentes (brancos).
Dois modelos realizados em momentos diferentes podem ser sobrepostos e analisados por
meio de uma escala de cores, que descreve a magnitude das alterações entre eles. Atualmente,
a produção de software tem aplicado esforços no sentido de integrar os modelos digitais
com as informações das tomografias computadorizadas, de forma a tornar esse registro
tridimensional ainda mais preciso.
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Aplicabilidade clínica
Além da Ortodontia, outras especialidades da Odontologia obtiveram grande benefício com
o advento da tecnologia digital. O leque de possibilidades no manuseio da imagem 3D, que
se abriu diante da Ciência, é praticamente infinito. Uma rápida análise do Quadro 1 mostra
algumas das opções de análises digitais, incluindo os modelos tridimensionais, ao alcance do
profissional.
Quadro 1
Importantes indicações para a solicitação de exames digitais
nas diversas áreas da Odontologia
Especialidade
odontológica
Indicação
ATM
„„ Avaliação
Implantodontia
„„ Localização
da posição do côndilo mandibular dentro
da fossa, a sua integridade anatômica e as patologias
(anquilose, artrite/artrose, cistos e outras).
„„ Guia
e simulação cirúrgica de mini-implantes;
para os implantes e mini-implantes.
Cirurgia ortognática
„„ Prototipagem
de modelos para a confecção de guias
cirúrgicos;
„„ Simulação de planejamentos visualizando oclusão e
bases apicais.
Diagnóstico
„„ Localização
e identificação de patologias;
e cálculo volumétrico das vias aéreas.
„„ Visualização
Prótese
„„ Prototipagem;
„„ Simulação
de planejamentos visualizando oclusão e
bases apicais.
Cirurgia oral menor
„„ Localização
„„ Localização
Ortodontia
e identificação de patologias;
de dentes inclusos.
„„ Cefalometria
3D;
3D;
„„ Setup de modelos;
„„ VTO*;
„„ Sobreposição;
„„ Modelos digitais.
„„ Fotografia
Fonte: http://www.compass3d.com.br/pt/index.html.
*ATM – articulação temporomandibular; VTO – visualização dos objetivos do tratamento.
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Embora ocorra um aumento na utilização de modelos digitais tridimensionais pelos
ortodontistas, ainda existem estudos sendo conduzidos para verificar a acurácia
dos sistemas de avaliação dos resultados do tratamento ortodôntico por meio de
modelos digitais.
Os modelos ortodônticos digitais permitem inúmeras aplicabilidades, como
„„ o planejamento do tratamento;4,5,11,16,19
„„ a sobreposição de imagens e avaliação dos resultados obtidos,10,12,17 facilitando o desenvolvimento de pesquisas;25
„„ a comunicação com o paciente, com o laboratório e outros profissionais;9
„„ a confecção de aparelhos ortodônticos customizados;
„„ a facilitação da reprodução da forma do arco ideal para ser utilizada na diagramação
de arcos de nivelamento ortodônticos.
Exemplos de aplicabilidade clínica dos modelos digitais para a realização de planejamentos ortodônticos foram citados por Rheude e colaboradores16 em 2005, que selecionaram 30
documentações ortodônticas iniciais e distribuíram para sete professores de departamento,
para que diagnosticassem e planejassem, primeiramente com modelo digital, e, depois,
com modelo de gesso convencional. Em seguida, foram calculadas as diferenças entre estes
planejamentos. Os resultados analisados mostraram que houve aproximadamente 12% de
alterações nos diagnósticos, 12%, na mecânica e 6%, nos planos de tratamento.
Rheude e colaboradores concluíram que o índice de mudança diminui à medida
que os ortodontistas ficam mais familiarizados com a nova tecnologia; portanto,
recomendam que, no início, o profissional trabalhe com os dois modelos, o convencional e o digital.
Macchi e colaboradores,15 em 2006, utilizando o software Mimics®, da Materialise (Leuven,
Bélgica), descreveram uma interessante técnica que consistia no isolamento dos dentes no
exame da TC, substituindo as suas coroas por imagens escaneadas a lêiser, com o intuito de
realizar o setup para, posteriormente, introduzir o conjunto de dentes nos maxilares novamente.
Este estudo apontou os locais onde as deiscências ósseas podem ocorrer.
Validação para as pesquisas
Muito se tem estudado para medir a acurácia e a reprodutibilidade das medidas obtidas por
meio de modelos digitais.4,5,7-21,25 Embora, na clínica, se possa conviver com as discrepâncias
milimétricas possíveis, no campo da pesquisa científica prima-se pelo rigor na metodologia
empregada. Em Ortodontia, a mensuração das dimensões dentárias, do apinhamento ou
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do espaçamento, do overjet, do overbite e das discrepâncias de tamanho dentário tradicionalmente realiza-se nos modelos de gesso de forma manual.
Diversos outros métodos de medidas têm sido propostos ao longo dos anos, como nos trabalhos de Champagne26 e de Schimer e Wiltshire,27 que compararam as medições realizadas
manualmente nos modelos com medidas obtidas em modelos digitalizados a partir de fotocópias. Os autores concluíram que, embora as fotocópias sejam de fácil medição, as medidas
produzidas manualmente nos modelos de gesso com um paquímetro bem calibrado
são mais precisas, confiáveis e reprodutíveis.
A precisão de medidas realizadas convencionalmente utilizando-se o compasso digital também
foi avaliada por Zilberman e colaboradores,22 em 2003, e comparada ao sistema OrthoCAD®. Os
autores concluíram que os resultados obtidos por meio de compassos digitais são mais adequados a
trabalhos científicos, e que a precisão obtida com o uso do sistema OrthoCAD® é clinicamente
aceitável, abrindo futuras possibilidades para o desenvolvimento de sistemas de digitalização.
Em fevereiro de 1999, a American Board of Orthdontics (ABO) desenvolveu um sistema para
avaliar a qualidade da finalização do tratamento ortodôntico por meio de oito critérios
de avaliação (sete avaliados nos modelos de gesso e um em radiografias). Com base neste
critério, Costalos e colaboradores,17 em 2005, realizaram um estudo para determinar se os
modelos digitais poderiam ser utilizados com razoável precisão e confiabilidade para avaliar
a oclusão de pacientes ao término do tratamento ortodôntico. Os autores encontraram valores similares para cinco dos sete critérios nos grupos avaliados, sugerindo que os modelos
digitais podem ser um método aceitável no exame dos modelos pelos critérios da
ABO, segundo os quais a calibração dos examinadores é um fator essencial na obtenção da
repetibilidade de ambos os métodos.
Em 2007, outro estudo foi conduzido por Okunami12 para determinar se a utilização de modelos digitais poderia ser considerada precisa pela American Board of Orthodontics Objective
Grading System (ABO OGS). O autor concluiu que o sistema OrthoCAD® (versão 2.2) não foi
adequado para avaliar todos os parâmetros requeridos pela ABO.
O índice PAR (Peer Assessment Rating) é uma ferramenta válida e confiável para a mensuração
de maloclusões em modelos de gesso. Mayers e colaboradores,18 em 2005, testaram a validação destas medidas em modelos digitais. Não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas paras os escores obtidos por meio de modelos de gesso ou modelos digitais;
portanto, os escores PAR derivados de modelos digitais foram considerados medidas
de grande acurácia e reprodutibilidade.
A tradicional cefalometria se beneficiou, uma vez mais, com a tecnologia digital. Esses benefícios traduzem-se em um número maior de ferramentas para a melhora da qualidade
dos planejamentos, bem como da economia de tempo e espaço por ela gerados.
Thiruvenkatachari e colaboradores,10 em 2009, avaliaram a acurácia de modelos digitais
utilizando o equipamento Vivid 910i® – Konica Minolta Sensing (Tokio, Japão) e o software
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Rapidform 2006 – INUS Technology® e Rapidform® (Seul, Korea) para mensurar os movimentos dentários e os compararam com a cefalometria.
Essa tecnologia permitiu as sobreposições de imagem pré e pós-tratamento com cores
distintas. Os autores concluíram que o escaneamento a lêiser em 3D é acurado e pode
substituir a cefalometria com duas vantagens: elimina a exposição ao raio X e possibilita
a mensuração de movimentos dentários individuais nas imagens 3D com grande acurácia.
Além disso, apresenta uma vantagem irrefutável: economia de espaço para a estocagem. Em
contrapartida, uma desvantagem citada refere-se ao tempo de escaneamento (30 minutos)
e ao custo do escâner e do software, em torno de US$40 mil.
De uma forma geral, embora a precisão das medidas digitais prime em determinadas
superfícies em detrimento de outras, quando comparados os modelos de gesso convencionais com modelos digitais (como nos trabalhos de Sohmura e colaboradores,21
Kusnoto e colaboradores,25 Santoro e colaboradores,5 Stevens e colaboradores,28
Choi e colaboradores29 e Asquith),30 as medidas obtidas por meio de tecnologia
digital foram consideradas adequadas para os propósitos científicos e de pesquisa.
1. Quais as principais vantagens dos modelos digitais sobre os modelos convencionais de
gesso para a documentação ortodôntica?
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2. Entre os constituintes da documentação ortodôntica de rotina, os modelos de gesso
possibilitam
A) avaliar a inclinação vestibulolingual dos dentes.
B) perpetuar, no tempo, as condições iniciais da maloclusão original.
C) detectar a presença de alterações morfológicas dos arcos dentários associadas a
desconfortos articulares.
D) estabelecer critérios de diagnóstico do padrão facial.
Respostas no final do artigo
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3. Entre as desvantagens dos modelos de gesso tradicionais, pode-se listar
A) o alto custo de obtenção.
B) a imprecisão das superfícies registradas.
C) a dificuldade de obtenção, além do desconforto proporcionado ao momento do
registro.
D) o espaço físico para o armazenamento.
4. Assinale a alternativa que aponta as características dos modelos digitais.
A) São fundamentais para o diagnóstico e o planejamento individualizados, a fragilidade do material e a visão tridimensional; permitem a medição da inclinação
vestibulolingual dos dentes de forma individual; possibilitam a sobreposição das
imagens.
B) Permitem a visão tridimensional e, portanto, a medição da inclinação vestibulolingual dos dentes individualmente; a possível contaminação por microrganismos
se armazenados por longo prazo; a mensuração de altura e largura do rebordo
alveolar; a possibilidade de sobreposição de imagens.
C) São de fácil acesso a distância, permitem a troca de informações entre os profissionais; precisão e rapidez no registro do diagnóstico do paciente; mensuração
de altura e largura do rebordo alveolar.
D) Permitem as medições acuradas da largura e do comprimento do arco, do overjet
e do overbite, bem como do tamanho dentário; dificuldade de espaço para o
armazenamento; visão tridimensional; possibilidade de sobreposição de imagens.
5. Nos Estados Unidos, duas empresas reproduzem modelos digitais mediante o envio
da moldagem pelo profissional, a OrthoCAD® e a eModel®. Embora os custos destes
dois procedimentos sejam equivalentes, uma vantagem do sistema eModel® sobre
o sistema OrthoCAD® é
A) o tamanho do arquivo obtido após a digitalização (800KB x 3.000KB).
B) permitir a realização da análise de Bolton mediante o índice PAR.
C)apresentar uma alta precisão e reprodutibilidade, porém inferior às medidas
obtidas nos modelos de gesso com a utilização dos compassos digitais.
D) as medições são realizadas por meio de paquímetros digitais.
Respostas no final do artigo
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6. Por meio deste método de construção de modelo digital, o modelo de estudo é
revestido em uma matriz sólida e de cor contrastante. Em seguida, a superfície do
bloco é cortada paralelamente ao plano oclusal até que o primeiro traço do modelo
de gesso se torne aparente. A partir de então, um escaneamento a lêiser da superfície
bidimensional é feito e os seus dados são armazenados como uma camada em um
arquivo de computador. Posteriormente, outra fatia do bloco é cortada, um novo
escaneamento é feito e as suas informações novamente armazenadas. Esse processo
é repetido até que toda a dentição já irrompida tenha sido mapeada em uma série
de camadas sucessivas. Consequentemente, um mapa tridimensional, consistindo
de camadas bidimensionais empilhadas, é obtido. Este método é conhecido por
A) escaneamento a lêiser não destrutivo.
B) escaneamento a lêiser destrutivo.
C) escaneamento tridimensional.
D) escaneamento a lêiser de superfície.
Resposta no final do artigo
7. Cite três aplicabilidades dos modelos ortodônticos digitais.
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8. Com relação aos estudos que comprovam a acurácia e a reprodutibilidade do método
digital em relação aos modelos de gesso convencionais, pode-se afirmar que
A) os resultados demonstraram que as medidas obtidas por meio do modelo em 3D
apresentam uma menor precisão em altura e largura.
B) os resultados não demonstraram uma diferença estatisticamente significativa na
largura dentária e no overbite entre os dois métodos.
C)os resultados demonstraram que as medidas obtidas pelo OrthoCAD®, apresentam uma alta precisão e reprodutibilidade, porém são inferiores às medidas
obtidas nos modelos de gesso com a utilização dos compassos digitais.
D) muitos ortodontistas ainda resistem ao uso de modelos digitais porque os trabalhos realizados não conseguiram comprovar a boa acurácia e reprodutibilidade
no método digital.
Resposta no final do artigo
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9. De que forma a tradicional cefalometria foi beneficiada com a tecnologia digital?
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Caso clínico
M.C.T., 24 anos de idade, sexo masculino, apresentava-se inicialmente com uma maloclusão de classe III com prognatismo mandibular, retrognatismo maxilar, apinhamento
moderado/grave em ambos os arcos (Figuras 5 A-F) e uma queixa principal: “Gostaria
de mastigar bem”.
A
b
C
d
e
f
Figura 5 – A-F) Fotografias intraorais e extraorais iniciais.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão Gribel.
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Os modelos de gesso foram escaneados e o tratamento ortodôntico foi simulado por
meio de um setup virtual no software OrthoAnalyser® (3Shape®). Em seguida, os modelos foram sobrepostos na TC de feixes cônicos e a cirurgia ortognática foi simulada,
utilizando o software Vistadent 3D® (GAC Dentisply).
Após várias simulações, optou-se pelo avanço de 7mm da maxila com impactação de
3mm, em virtude da maior estabilidade e menor morbidade da cirurgia, que ainda oferecia
um boa estética facial, conforme observado na avaliação tridimensional da simulação da
repercussão do tecido mole e da fotografia 3D após a cirurgia virtual (Figuras 6 a 12).
Figura 6 – Reconstrução: panorâmica inicial.
Figura 7 – Reconstrução: telerradiografia inicial.
Fonte: Arquivo pessoal do autor Bruno Frazão Gribel.
Fonte: Arquivo pessoal do autor Bruno Frazão Gribel.
Figura 8 – Cefalometria 3D.
Fonte: Arquivo pessoal do autor Bruno Frazão Gribel.
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A
b
c
Figura 9 – A) Fotografia de perfil pré-cirúrgico. B) Simulação da cirurgia em 3D.
C) Fotografia de perfil final.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão Gribel.
A
b
c
d
e
f
g
h
i
Figura 10 – A-I) Fotografias intraorais oclusais inicial e final e sobreposição de modelos digitais
inicial e final.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão Gribel.
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Figura 11 – A-F) Fotografias intraorais e extraorais pré-cirúrgicas.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão Gribel.
A
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c
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Figura 12 – A) Modelo digital inicial preparado para o setup. B) Setup virtual. C) Fusão de modelos
digitais com TC inicial. D) Oclusão ideal após o setup e cirurgia virtual.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão Gribel.
Assim, o plano de tratamento proposto e antecipadamente visualizado pelo paciente foi
o alinhamento e o nivelamento dos arcos superior e inferior sem extrações dentárias, a
cirurgia de avanço e impactação maxilar, e a finalização ortodôntica (Figuras 13 e 14).
Figura 13 – Reconstrução: panorâmica final.
Figura 14 – Reconstrução: telerradiografia final.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão Gribel.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão
Gribel.
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Ao final do tratamento, o paciente apresentava a relação de classe I de caninos e molares
bilateral, guias canino direita e esquerda, um bom perfil e sorriso, com exposição de
incisivos adequada (Figuras 15 A-F).
A
b
c
d
e
f
Figura 15 – A-F) Fotografias intraorais e extraorais finais.
Fonte: Arquivo de imagens do autor Bruno Frazão Gribel.
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10. Quais observações podem ser feitas a partir do caso clínico apresentado?
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Conclusão
Embora as vantagens da utilização desta tecnologia sejam irrefutáveis, a principal dificuldade
da incorporação do uso de modelos virtuais na prática clínica por ortodontistas não americanos
é a ausência de centros de documentação em seus países de origem, fora dos Estados
Unidos, para a conversão dos modelos de gesso tradicionais em modelos em 3D, elevando,
assim, os custos do processo.
Diante dessa realidade, surge a necessidade do desenvolvimento de um sistema nacional que
viabilize a utilização dessa nova ferramenta na Ortodontia clínica e na pesquisa científica,
visto que os sistemas mais utilizados e citados atualmente na literatura demandam o envio
do material para fora do Brasil, gerando maiores custos e um maior tempo para a obtenção
de informações, tão essenciais ao diagnóstico e à elaboração do plano de tratamento.
Alguns centros de documentação no Brasil, assim como os centros de pesquisa nacionais,
começam a disponibilizar a tecnologia dos modelos digitais obtidos por meio de escaneamento a lêiser não destrutivo. A difusão dessa tecnologia entre ortodontistas pesquisadores
e clínicos viabilizará, ao longo do tempo, uma diminuição dos custos operacionais, gerando
grande impacto na melhoria da qualidade dos planejamentos e, em consequência, na
finalização dos casos ortodônticos. Em qualquer das situações, os profissionais e os pacientes
serão grandemente beneficiados.
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Respostas às atividades e comentários
Atividade 1
Resposta: Os modelos digitais realizam mensurações digitais acuradas e precisas da largura e
do comprimento do arco dentário, do overjet e do overbite, assim como do tamanho dentário;
simulam os resultados terapêuticos mediante a movimentação dentária e, ainda, permitem
mensurar os aspectos impossíveis de avaliar em modelos de gesso convencionais, como a altura
e a largura do rebordo alveolar, a inclinação vestibulolingual dos dentes individualmente, o
comprimento e a inclinação dos processos palatinos. Outra grande vantagem dos modelos
digitais consiste na possibilidade de sobreposição das imagens de dois tempos distintos, permitindo a visualização de alterações ocasionadas pelo crescimento ou pela movimentação
dentária ou cirúrgica (setup).
Atividade 2
Resposta: B
Comentário: Os modelos, assim como cada elemento da documentação ortodôntica, perpe­
tuam, ao longo do tempo, as condições morfológicas do sistema estomatognático. Isso
possibilita, além do diagnóstico e do plano de tratamento inicial, infinitas comparações,
estabelecendo uma análise dinâmica da evolução dos casos clínicos.
Atividade 3
Resposta: D
Comentário: Ao longo do tempo, o acúmulo dos modelos de gesso gera um grande inconveniente na prática clínica ortodôntica, que é o espaço físico para o armazenamento, criando,
com isso, a necessidade de um espaço substancial a ser reservado para o arquivo de casos
tratados (obrigação legal) e em tratamento.
Atividade 4
Resposta: C
Comentário: Os modelos digitais tridimensionais vêm sendo utilizados para propósitos clínicos
e de pesquisa, e o seu uso para as análises quantitativas foi validado após evidências da grande
acurácia e reprodutibilidade de mensurações. Uma das maiores vantagens da utilização dos
modelos digitais é, sem dúvida, a racionalização de espaço, aliada à facilidade de acesso e
inclusão que a tecnologia permite. Tanto a moldagem como os modelos de gesso podem ser
escaneados a lêiser para a obtenção dos modelos virtuais.
Atividade 5
Resposta: A
Comentário: Enquanto o arquivo obtido pelo OrthoCAD® é de aproximadamente 3.000KB
(3MB) em virtude dos aspectos internos do modelo que é escaneado e registrado, o arquivo
gerado pelo eModel® ocupa, em média, 800KB. Para o armazenamento e a transferência de
dados, o reduzido tamanho do arquivo do eModel® representa uma vantagem.
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Atividade 6
Resposta: B
Comentário: O escaneameno a lêiser destrutivo é um processo descrito por Baumrind como
uma análise física destrutiva. Obtém-se, assim, um mapa tridimensional, consistindo de camadas bidimensionais empilhadas. Esse processo é o utilizado pela companhia Cadent para
a obtenção de seus modelos digitais.
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: Zilberman e colaboradores, em 2003, avaliaram a precisão de medidas realizadas de forma convencional utilizando-se o compasso digital, e comparam com as medidas
obtidas pelo sistema OrthoCAD®. Vinte setups simulando vários tipos de maloclusões foram
construídos. O tamanho dentário e a largura intercaninos e intermolares foram examinados.
Os resultados demonstraram que as medidas obtidas pelo sistema OrthoCAD® apresentaram
uma alta precisão e reprodutibilidade, porém foram inferiores às medidas obtidas nos modelos
de gesso com a utilização dos compassos digitais. Os autores concluíram que os resultados
obtidos por meio de compassos digitais são mais adequados a trabalhos científicos, e que a
precisão obtida com o uso do sistema OrthoCAD® é clinicamente aceitável, abrindo futuras
possibilidades para o desenvolvimento de sistemas de digitalização.
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