Kol Hashomer No 3 portu

Transcrição

Kol Hashomer No 3 portu
Número 3
Ano 1
Março
Chinuch@Hashomer
Aizik Berner
Beyajad, México
Com a publicação de Kol Hashomer,
temos demostrado que é possível a
cooperação dos membros da tnuá, sem
importar o lugar onde se encontrem,
para a realização de projetos de grandes
proporções e que provavelmente seriam
considerados irrealizáveis. Com o uso
da tecnología e particularmente da internet podemos realizar missões de grande
tamanho e que se cada um tentasse realizar por si próprio sería impossivel acontecer.
Um dos projetos que me parecem mais
interessantes é um em que venho trabalhando durante um tempo com ajuda de
outros chaverim: criar uma única parada
para o madrich no momento de preparar-se para realizar uma peulá. São
vários os sites na internet aonde se
pode encontrar informação relacionada
com temas de interesse tnuati, mas, sem
dúvida que o tempo que se leva para
encontrar-los é muito. A intenção deste
projeto é juntar toda a informação em
um lugar, siguindo uma ordem clara e
que se encontre em nosso idioma.
São muitas as coisas que se podem
incluir: uma “enciclopédia” com informação geral, uma base de datas de
peulot onde madrichim de todo o mundo
podem registrar-se e apoiar-se, informação sobre os diferentes kenim do
Hashomer Hatzair, auto-crítica sobre atividades já realizadas, informação sobre
atualidades, estratégias de hadrachá...
só para nomear algumas possibilidades.
Proponho que realizemos um trabalho
muito mais forte como movimento unido
pois creio que podemos fazer, desta
forma, coisas trascendentes e benéficas
para nossa tnuá. Tudo é uma questão
de organizar-se e fazer pois não existem
limites no que se pode alcançar. Convido a todos que proponham suas idéias
e projetos, e vejamos no que vai resultar.
-Para manter um contato com todo
o movimento a nível latino-americano
acesse a página do shomer http://
clubs.yahoo.com/clubs/hashomerhatzair
Judaísmo e televisão
Rodrigo Remenik
Boguer Aliya Kibbutz Gazit
Ken Chile
Para estudar a história das culturas é
muito útil dividir-las segundo o método de
comunicação mais recentemente usado para
transmitir-la e difundir-la.
Desde este ponto de vista e em termos
gerais a cultura começou sua história
comunicando-se em forma oral, com
histórias que se contavam de velhos
para jovens, com relatos sobre antigos
feitos ou explicações dadas sobre fatos
naturais.
A simples linguagem oral se somou a
linguagem das imagens, que, ao invés
de substituir a forma anterior, agregou
complexidade à cultura. É talvez aqui
que nasceram os deuses e as religiões
politeístas, que igual aos relatos orais,
tinham uma forma cíclica - sempre se
repete o mesmo conto-, e também
porque as imagens estam constituidas
por vários elementos da natureza. Essa
é a tesis central desta visão históricacultural, ou seja, que os modos de comunicação usados comunmente na trans-
-
Abril
2000
mição de certa mensagem cultural que podería ser uma religião - sempre
estarão em relação direta com o conteúdo desta mensagem cultural.
Deste modo, a mesma relação entre
oralidade e religiões cíclicas, se dá no
próximo passo radical dado no mundo
das comunicações com o nascimento da
escritura, que por sua vez coincidiu com
a incorporação da agricultura e o eventual estabelecimiento de tribos sedentárias.
Esta mudança de código comunicacional originou também uma mudança nas
religiões e nas culturas da época, que se
complexizaram enormemente. O ponto
chave - pelo menos para nós - deste
desenvolvimento da cultura literal, é o
nacimento do “Povo do Livro”, da religião
nasceram de 10 leis escritas, que da cultura que apaga toda a imagem.
Este grande salto também se expressa
na própria forma da religião, que já não
se basea na reiteração do ciclo, senão
que, com em um livro, toma um aspecto
linear, em que o começo está marcado
pelo gênesis (“No começo D’us criou...)
e no final pela era messiânica a que
se espera chegar, e que se espere que
chegue toda a humanidade.
Esta concepção da cultura literal foi
difundida muito tempo depois, por outras
religiões não nacionais (o cristianismo
Contenido
Chinuch@Hashomer ............................. 1
Judaísmo e televisão .............................. 1
Dor Jadash: mais que um nome ............. 3
A chultzá ou tilboshet ............................. 3
Uma experiência muito “chévere” ........ 4
O capitalismo social .............................. 5
Bayer sofre sua pior dor de cabeça ....... 6
Kol Hashomer - 1
Kol Hashomer
Coordenador Geral:
Desenho Editorial:
Tradutores:
Aizik Berner
Moises Kirsch
Renato Huarte
Charles E. Diesendruck
Colaboradores:
Rodrigo Remenik
Jacobo Kirsch
Paola Mizrahi
Jony Chamma
Miriam Alboukrek
Você pode enviar seus textos e
reportagens,
assim
como
comentários ao endereço eletrônico
seguinte:
[email protected]
http://latino.hashomer.org
Kol Hashomer é uma publicação
bimestral da Histadrut Hashomer
Hatzair latino-americana. Todos os
direitos reservados. O conteúdo dos
artículos é de total responsabilide
dos autores dos mesmos. O
conteúdo dos artículos pode ser
reproduzido total ou parcialmente
citando a fonte, mas deve ser avisado
aos editores quando assim se faça.
Kol Hashomer, Monterrey N.L.
México. 29 de Março do 2000.
e o islamismo), por todo o mediterrâneo; só que para fazer-lo tiveram que
(principalmente o cristianismo) tirar a
concepção literal fechada judía e introduzir imágens para chegar aos povos
que ainda não tinham uma formação de
letras (recordemos que durante quase
toda sua história os povos cristões eram
analfabetos, e que os serviços religiosos eram dados em latím, idioma reservado para os sacerdotes). É talvez por
esta síntese do sistema judaíco com as
outras culturas não totalmente literais
que a conformação do cristianismo e do
islamismo propõem uma segunda vinda
do redentor, unindo assím as formas
cíclicas e lineares de concepção religiosa.
Duas revoluções principais podem ser
observadas no período literal. A primeira
é o nascimento do papel que diminui
o preço e expande em certa medida a
escritura; e a segunda, e talvez mais
importante para a história judaíca, é a
invensão da imprensa com moldes intercambiáveis por Gutemberg, que permite
a difusão em massa tanto das letras
como de novas idéias, o que traría como
consequência o iluminismo e a emancipação da europa, e a posterior autoemancipação política dos judeus.
É assím que nosso povo sempre
esteve unido ao Livro e aos livros. O
problema surge agora quando aos três
tradicionais meios de comunicação (voz,
imágem e escrita), surge um quarto
que se soma aos anteriores, mas que
também os revoluciona. Desta forma
vemos como os meios audiovisuais de
comunicação, desde o telégrafo, passando pela televisião, o radio e o teléfone, atá as atuais tele-conferências,
vem mudado nossa forma de enfrentar
e ver ao judaísmo, e de certa forma
também vem mudado seu conteúdo.
Os meios audiovisuis de comunicação
não responden a lógica linear-histórica
das letras, nem à lógica cíclica-reiterativa dos relatos orais, senão que se
move por um princípio totalmente distinto que é a imediato-saturadora. Com
isso quero dizer que a efetividade de sua
mensagem não se alcança pela história
2 - Kol Hashomer
que conta, nem se legitíma porque vem
de tempos imemoráveis, senão que se
alcança pelo efeito imediato que tem
sobre a audição e a visião, e a saturação que se produz no receptor (principalmente na visão, que no caso da
televisião e do cinema dispara ao rosto
do expectador milhares de imágens distintas por minuto); e também, pela rápidez imediata que existe entre a geração
de uma imágem e sua difusão por todo
o planeta.
Estes fatores de “imediatês” e de saturação dos sentidos, é o que faz mudar
toda a cultura (principalmente no nível
mais superficial, já que as outras formas
de comunicação seguem em funcionamento com força), entregando-lhe novos
desafios ao judaísmo, a todas as organizações judaícas e aos movimentos
juvenis.
Uma das formas de enfrentar isto é a
reacionaria, que vê que o judaísmo tem
que voltar ao que era, ao pasado; esta é
a opção que vem tomado muitos judeus
em Israel e na diáspora ao optar pelo
caminho religioso ortodoxo.
Mas também existe o outro caminho,
o caminho dos que pensamos que uma
volta atrás desta envergadura é anacroica, insustentavel a longo prazo e
negativa para os processos políticos e
culturais que está vivendo o povo de
Israel; é a opção progressista e progressadora, a opção dos que pensamos
que devemos aproveitar destes avanços, tomando sempre nossa cultura e
nossas fontes, abrindo vías criativas e
novas. Esta é a opção que deve tomar, a
meu entender, o judaísmo livre-pensador, mediante novos projetos educativos,
já não baseados em grandes histórias
lineares que devem seguir, senão no
caminho de ação que abre a “imediatês”
das sensações.
(Como declaração devo dizer que ao
falar de novos sistemas educativos não
penso em criar nada novo, senão que
imagino uma reatualização no céculo
XXI da tarefa que fizeram os chassídicos a muito tempo, é encher de alegrias
e sensações ao judaísmo, sem mudar
nossos valores, nossas fontes e nossas
tradições básicas.)
Este processo de atualização do judeu
ao audio-visual, e de audio-visulidade
ao judaísmo, também não me parece
algo novo, senão que é um processo
que já começou com a famosa crise do
sionismo ideológico, mas de forma desordenada, e baseada na recuperação
do sionismo conhecido até então.
Agora as coisas estão mais tranquilas
para encontrar uma solução. Os kibutzim
vão encontrando seu futuro, e as tnuot
noar têm um puoco mais de experiência em como se comportar neste novo
momento cultural; talvez seja o momento
em que as bases e os dirigentes livrepensadores e progressistas se organizem e tracem um caminho a seguir
para as próximas décadas, um caminho
avançado e que deixe a década dos ‘60
e seus grandes e históricos feitos emigratórios, um caminho baseado na idéia
de mudança e de uma vida nova e/ou
de uma realização pessoal-professional,
por exemplo.
Definitivamente os ‘60 morreram e
nasceu a MTV; devemos de uma vez
sair do cemitério e começar a renovar
radicalmente nossa educação.
Dor Jadash: mais que
um nome
Miriam Alboukrek
Dor Jadash, México
da sociedade em que vivemos nos
baseando em nossa ideología, por isso
somos um movimento.
Promovemos a preservação e desenvolvimento de um sentimento nacional,
cultura e valores judaicos, assim como
a preservação das tradições. Definimos
como judeu todos os que sao definidos
pela lei do Retorno.
A meta máxima da tnuá é de reunir a
todo o povo judeu na sua pátria: ISRAEL;
consideramos sionista a aquele que trabalha pela preservação do povo judeu
tomando como base a Aliá, o que nos
faz um movimento sionista realizador.
No movimento vale a opinião dos
chaverim de acordo com suas capacidades por meio da maioria. Se entende
que a democracia não é somente isso,
senão que também é aprender a aceitar
e promover qualquer decisião aceita.
Cremos e promovemos a liberdade e
o criticismo de cada indivíduo; ou seja,
o direito de expressar e fazer valer sua
opinião como igual a dos outros.
O Dor Jadash não está afiliado a
nenhum partido político para poder
conservar sua independência em suas
decisões e uma conciência crítica como
outro pilar fundamental de seus
princípios.
Buscamos uma sociedade melhor
e mais justa, tomando como bases a
igualdade e o cooperativismo entre os
homens, condenamos ao racismo.
O objetivo principal de nossa tnuá é
formar líderes críticos de sua sociedade,
homens sanos física e mentalmente,
preocupados com presente e comprometidos com o futuro, homens ricos
em valores humanos e com desejos de
aplicar esses na vida real, buscando
sempre a superação pessoal e que promovam a ideología da tnuá.
Esta é nossa ideología, é o Dor Jadash,
mais que um nome...
Laambrot ha kol am Israel Jai
Chazak Veematz
A chultzá ou tilboshet
Rodrigo Remenik
Boguer Aliya Kibbutz Gazit
Ken Chile
O TILBOSHET ou o uniforme da tnuá,
talvez seja o elemento mais difundido
no mundo shômrico. A cor azul une
em um espirito a nós com os chaverim
de Russia, Itália, Austrália, Israel entre
outro muitos. Por mais que vemos detalhes que vão mudando -principalmente
pelo clima - os elementos centrais
permanêncem: a intensa cor azul, o
cordão branco que reflete o povo judeu
unindo-se num nó estreito de realização,
os dois trios de buracos que simbolizam
as três revoluções shômricas (da assimilação para o judaísmo, do exílio na diaspora para a própria terra e da vida capitalista para a realização kibutziana) que
Quando estava pensando no que poderia escrever para o Kol Hashomer, pensei
que seria uma boa oportunidade para
que os shomrim conheçam a ideología
de sua tnuá irmã: o Dor Jadash.
Nosso nome completo é Tnuat Noar
Jinujit Tzionit Dor Jadash.
Somos um movimento juvenil, educativo, judaico, sionista realizador,
democrático, pluralista e apartidario que
pretende ajudar a educar melhores pessoas e judeus.
Buscamos a renovação e a mudança
Kol Hashomer - 3
se entrelaçam com o cordão, um ou dois
bolsos na altura do tórax. Outro keinim
somam outros elementos como a Anivá
que acompanha nosso Semel ou botões
nas mangas, etc., porém não estão
muito difundido. Movimentos que nasceram de Hashomer com Dror, Habonim
ou Hechalutz mantiveram a camisa azul,
porém eles mudaram a cor do cordão
para vermelho ou para azul com branco,
por isso há uma importância especial
em usar e manter o branco desta fita.
Sem duvida que a cor azul do tilboshet
está ligada através de nós com momentos espantosos e famosos de nossa
história. Se revisamos quadros velhos
de nossa tnuá, nos encontramos com os
primeiros shomrim, que usaram camisas cinzas, bastante semelhantes as
usadas pelos escoteiros até hoje em dia.
Talvez assim sería até hoje, mas com
a proliferação do nazismo na Europa,
há aproximadamente 60 anos, surgiram dois grupos de jovens Nazistas: os
camisas negras e os camisas pardas
(cinzas)”. Frente a a essa dolorosa
coincidência, nosso movimento decidiu
mudar o uniforme para não se confundirem com os inimigos. Para isso, utilizou
a cor azul, cor do Sionismo, cor da igualdade e cor do trabalho. E é sabendo esta
história que, toda vez que eu olho nosso
uniforme, com clareza que eu vejo os
combatentes valorosos do guetto, e os
mortos nas câmaras de gas. Orgulho.
A camisa azul é usada como roupa de
trabalho até hoje em dia na maioria
dos kibutzim do Hashomer Hatzair, sem
duvida é uma camisa mais dura, funcional, e quque talvez represente a vida
dos pionêiros em contraposição a nossa.
Por isso o tilboshet DEVE estar sujo,
porco, manchado, para refletir trabalho
a esquerda de baixo
jks
Dizer espera é um crime,
Dizer amanhã é o mesmo que matar,
O ontem?… de nada nos serve.
As cicatrizes não ajudam a andar.”
Luis Eduardo Aute
4 - Kol Hashomer
e esforço.
A CHULTZA É MULHER. É estranho
o que acontece quando vestimos esta
camisa que para alguns seria um simples
pano sujo. Em primeiro lugar é necessario destacar o fato cientificamente
provado no caracter pseudo-mágico do
tilboshet. Esta provado que esta camisa
possui efeito na temperatura ambiental
e do corpo humano, ajustando os graus
para as necessidades do possuidor; se
faz para frio a chultzá abriga, e se está
quente ela refresca. Magia? Não, simples ciência. As últimas investigações
vem comprovado convincentemente
como o rendimento físico aumenta
notavelmente com esta camisa vestida.
Atualmente estão sendo levados estudos para determinar a veracidade do
rumor sobre os efeitos sexuais dessa
estranha vestimenta. Com essas provas
que eu me atrevo a garantir em forma
poética que a Chultza Chulá é Mulher.
Com isto quero dizer que ela nos protege, nos dá cor e nos cobre como
uma mãe quando nos sentimos fracos
dando Força e coragem para enfrentarmos ao mundo. Ela também é resistente,
combatente e constante como a mulher
guerilheira ou como tantas mães que
protestam em tantas partes do mundo.
Por outro lado é a alegria de mulher
que nos dá a camisa no verão, principalmente na Machané. Talvez por este
isso que no ken há mais homens que
mulheres, embora que antes deveria ter
escutado a opinião delas.
Uma experiência muito
“chévere”
Renato Huarte Cuéllar
Ken Mordejai Anilevich, México
Fazem alguns dias que regressei de
Caracas, depois de um mês de atividades multiplas. Além de voltar as caras
venezuelanas, que fazía seis meses que
não as vía, tive muitas atividades, mas
poucas como o seminário que organizei
junto com René do Chile para todos os
bogrim do Ken Najshón. Quando Paola,
a rosh ken, me convidou ao seminário,
pensei que o organizaría e sería outro
seminário mais. Afortunadamente não
foi assim.
René e eu concordamos que somente
ele e eu o organizaríamos, para que
fosse algo novo para todos. Depois do
planejamento, começou em um sábado
depois das peulot. Começamos a atividade com uma reunião muito importante dos bogrim do Ken Najshón com
os presidentes da comunidade da Venezuela. Seguimos com atividades e compartindo. Analizamos qual era o papel
do Shomer hoje em dia e, em particular,
para cada um deles. Entre jogos, análises e um pouco de discussões o tempo
foi passando. Despertar-se a 7:00 AM
é um crime num domingo, mas a maioría o fizemos porque estávamos interessados. Seguimos com as atividades e
as camisas azuis, que a maioría haviam
adquirido poucas horas antes, se foi
enchendo de conteúdo e de adquirimento. Terminamos o seminário cansados mas muito contentes. Houveram
conclusões muito positivas e de agradecimiento a todos os que fizeram possivel
este encontro, como aos kenim de Chile
e México, por emprestar a seu mazkir e
rosh ken, respectivamente, e ao Dpto.
de Hagshamá pelo apoio, etc. Todos
os venezuelanos se enriqueceram e se
“retro-alimentaram”.
Mas não quero falar das grandes
ganâncias que teve o Ken nesse
momento, senão transmitir o sentimento
pessoal. Nunca antes em minha vida
tnuatí havía sentido isso que dizemos
toda hora no shomer para nos incentivar e seguir adiante: “Eu faço as coisas
por gosto própio porque sei que me
vai retribuir muito mais no futuro” e eu
senti nesse seminário imediatamente.
Quando René e eu dizíamos que não
era necessário baixar a cabeça e ser
“rebeldes” (térmo que foi analizado e
definido como ser consequente com
suas própias idéias), estava dizendo a
mim mesmo que não baixasse a cabeza
e fosse rebelde. Cada atividade que dirigia, me fazía reflexionar. Também par-
ticipei em várias atividades nos sábados e nos kabalot shabat dos bogrim e
agora volto pro México mais motivado
para seguir adiante.
O capitalismo social
Muitas vezes, quando estamos em
nossos kenim, nos concentramos em
problemas locais e muitas vezes nos
desmotivamos porque se as coisas não
andam como queremos, perdemos a
esperança. A vantagem de ter uma tnuá
mundial e especialmente forte na América Latina é esse apoio que receberam
os bogrim da Venezuela, mas também
o enriquecimento que recebemos René
e eu ao ver a forma de trabalho da tnuá
em outros países. Los convido a se motivarem e a manter uma maior comunicação entre os kenim na América Latina
para apoiar-nos. Se queremos podemos
realizar atividades muito legais em conjunto. Contem com a tnuá do México e
espero suas chamadas.
Quando alguém escreve um artículo
para um itón, seja nacional, latino-americano, mundial, da tnuá ou do que for,
deve pensar e saber a quem vai dirigir-se e como vai chegar nessas pessoas.
Jonny Chamma
Hashomer Hatzair Argentina
É por isso que quero que saibam que
levei em conta que isto vai ser lido por
chanichim e é para eles, mais do que
nada, que escrevo, porque temos que
mostra-lhes a realidade para que eles
possam dizer do que gostam e do que
não, o que querem mudar e o que não,
o que estão dispostos a brindar e o que
não e o que necessitam e o que não.
Sim ticos, para vocês. Quero contar-lhes
algo: Quando eu era chanich me falaram
muito do kibutz, me disseram que eram
todos iguais e que comiam todos juntos e
que viviam todos juntos e que festejavam
todos juntos e que eram felizes todos
juntos e que trabalhavam todos juntos e
que estavam juntos, todos juntos... Me
disseram algo fundamental: me contaram como os jovens dos movimentos
juvenis haviam construido os kibutzim
sobre o deserto e que foram eles os pioneiros na criação do Estado de Israel
e vi videos e muito mais, mas isso
sería meter-se na história e não é ao
que quero direcionar, se bem que para
entender do que estou falando, devemos
leva-la em conta.
Os kibutzim se criaram, em seus inicios, em um contexto que não tem nada
a ver com o que vivemos hoje, onde
o capitalismo era muito recente e os
operários muito explorados, mais do
que hoje, como se fossem escravos.
Havia surgido, recentemente também,
pensamentos de esquerda que tiveram
importantes repercussões sociais no
âmbito internacional, mais ainda sobre
a Europa, onde se encontrava a maioria
dos grupos judeus.
Assim se criaram os movimentos e
a ilusão sionista socialista dentro de
Eretz Israel; tendo chegado a “terra pro-
Anuncio Local de tu Ken
Kol Hashomer - 5
metida”, grupos de chalutzim, muitos
deles, senão a maioria, de forma clandestina.
Os kibutzim eram o marco que tinham
nossos irmãos para compartir uma vida
plenamente judia, socialista e sionista.
Mas como sionista, se já estavam lá?
Sim, faltava criar o Estado Judeu e isso
era o que alimentava o trabalho, a preocupação, a criação de novos kibutzim e
as esperanças do nosso povo.
Não vou recorrer cada etapa dos
kibuzim. Primeiramente porque, sinceramente, por mais que tenha uma idéia
geral bastante clara, devería aprofundizar-me mais sobre o tema, a nivel de
capacitação pessoal, e depois porque
levaria muito mais tempo e “folhas”, o
que não permitiria a outros chaverim
contar com um lugar disponivel.
O importante é saber que o mundo e
as relações sociais mudaram. Antes não
se falava de “leis de mercado” nem de
“globalização”, nem existía uma hegemonia tão forte como a dos EUA hoje
em dia, se bem que a Inglaterra era
o eixo do mundo. Atualmente tudo se
rege pelos aspectos economicos, básicamente, educativos e culturais. Por
que digo “economicos básicamente” se
também incluo “educativos e culturais”?
Porque o dinheiro outorga poder. Poder
de influir sobre os outros dois aspectos,
que hoje em dia nos criam na mente
uma idéia individualista, de consumo,
de “o fácil”, que se chama pós-modernismo, o que é tudo um movimento
muito complexo, não só uma “etapa”
em que vivemos. (Para entender melhor
porque tomo como primordial o aspecto
economico, deveríamos ter claro o conceito de Marx sobre as relações entre
produção e lucro.)
E se o mundo mudou, os kibutzim
também tiveram que mudar, para
adaptar-se às novas condições que
foram sendo impostas pelo mundo capitalista. Hoje, os kibutzim com condições
econômicas favoráveis têm, em sua
grande maioria, uma fábrica que está
inserida no sistema como principal fonte
de ingresso, onde trabalha gente do
kibutz e gente que não é do kibutz, cob-
6 - Kol Hashomer
rando um salário (por necesitar-se para
alguns postos gente altamente capacitada). Está mal? (Deveríamos primeiro
delimitar “o que é o bom e o que é o
mal”, mas não vem ao caso nestas circunstancias) Creio que não, o kibutz não
é uma bolha ilhada na sociedade - o
sistema versus o mundo - senão que é
parte do todo.
No meu critério, e se querem podem
dizer que estou vendo o copo meio
vazio, o kibutz é o sistema capitalista
menos mal. Por isso o chamo “Capitalismo Social”, porque a economía é
capitalista, e a partir disso as relações
sociais dentro do kibutz também, mas
segue existindo esse espírito de comunidade que é o que faz tão linda a vida
aí, sempre e quando se encontre um
marco social adequado.
Esta é a impressão que me ficou do
kibutz das três vezes que fui a Israel, mas
pode não ser a correta. É por isso que
peço que vão conhecer, vivam a experiencia e tirem suas própias conclusões.
Façam Tapuz, Soar, Shnat Hachshará
ou passear, porque a vivência pessoal é
o que realmente fica e te pode brindar
os aspectos mais claros.
Eu, no ano que vem, vou ao Machon;
quando volte lhes conto o que viví; mas
não se sintam da mesma forma que eu,
viajem, e a partir disso vão conheçer,
cresçer, recordar, viver e sentir.
Bayer sofre sua pior dor
de cabeça
Recopilado do periódico
“EL NACIONAL” 13-11-99
Por Paola Mizrahi
Ken Najshon, Venezuela
Eva Moses Kor; sobrevivente do campo
de concentração de Auschwitz e vítima
que sofreu na própia carne as experiencias realizadas pelo doutor Joseph
Menguele; na última quarta-feira, 10
de março de 1999, abriu um processo
formal contra os laboratorios Bayer AG,
no Tribunal Federal de Terre Haute, alegando que este conglomerado farmacêutico pagou uma quantidade de dinheiro a um grupo de oficiais nazistas
para utilizar pessoas recolhidas nos
campos de concentração como ratos de
laboratório.
Joseph Menguele foi chamado com
toda razão de anjo da morte. Tanto ele
como outros médicos nazistas usaram
como “coelhinhos das índias” a milhares
de prisioneros recolhidos nos campos de
concentração para realizar uma ampla
gama de experimentos tortuosos, com
frequência, letais.
Não se pode esquecer que Menguele;
chefe médico de Auschwitz, vigiava a
saúde dos milhões de judeus e ciganos
que entraram nas duchas de gás Ziklon
B e nos fornos crematórios.
Estes experimentos ficaram registrados nas suas própias notas, onde se
informava detalhadamente a capacidade
de resistência natural dos seres humanos a dor, depois de queimar vivo a
uma criança; outras vezes introduzíam
nas vaginas das prisioneras vibradores
de ferro a sangue frio para estudar
os itinerários nervosos das sensações
sexuais.
Chegaram a injetar petróleo nas artérias de homens de maneira a estabelecer o mecanismo dinâmico das tromboses.
Muitos experimentos foram ordenados
pelas grandes companías farmacêuticas
alemãs, com o objetivo de por a prova
novos remédios.
Os laboratórios farmacêuticos alemãs
aproveitaram as grotescas posições
raciais de Hitler para cometer abusos
contra Eva Kor, sua irmã gêmea e milhares de pessoas mais, ao por em prova
as drogas sem o consentimento de suas
vítimas e com fíns lucrativos.
Ao terminar a guerra, os sobreviventes de Auschwitz testemunharam que a
companía Bayer havía enviado medicamentos para as “Clínicas de Saúde”; os
remédios eram levados em frascos com
o logo da Bayer (forma de cruz).
Logo os medicamentos eram injetados
nas vítimas que havíam sido infectadas
de forma deliberada com tuberculose,
tifus e outras doenças.
A correspondência entre Bayer e Auschwitz revela que o laboratório alemão
pagou o preço de compra de 150 prisioneiras, as que sobmeteu a um medicamento para dormir.
Os diretores da Bayer pensavam que o
preço de $80 por mulher era muito elevado, no final pagaram menos por cada
uma.
Todas as mulheres morreram depois
de poucas semanas.
Sem dúvida nem a Bayer nem as
outras industrias envolvidas na exploração de mão de obra escrava nos
regímes de trabalhos forçados ou que
realizaram experimentos médicos com
humanos, vem compensado em algum
momento aos poucos que conseguiram
sobreviver.
Bayer como parte da Farben
Um dos argumentos em que se basea
a defesa da Bayer para liberar-se de
qualquer relação com os nazistas nos
campos de concentração, é que a corporação não existia como empresa na II
Guerra Mundial.
Cabe recordar que a Bayer foi fundada em 1836, com o feito de, em 1899,
fundar a centenária marca Aspirina.
O problema é que nos 20’ se juntou
com a IgFarben (IGF), companía que
funcionou como conglomerado das 8
principais empresas químicas alemãs,
entre as que se destacavam a Bayer,
Hoechst e Besf.
Inovações custosas, como a produção
de combustivel sintético a partir de
carvão, convenceram a direção da IGF
de que a companía devía estabelecer
vínculos estreitos com Hitler; dessa
maneira IGF contribuiu com 40000
marcos para o partido nazista.
Farben base do período nazista
A Junta Diretiva de IGF estableceu
uma fábrica de productos químicos em
Auschwitz.
Próximas atividades
Brasil
Sem as enormes instalações da IGFarben, incluindo as de Auschwitz, seu
potencial de investigação, experiencia,
técnica e sua concentração de poder
economico, a Alemanha Nazista não
teria a capacidade de desenvolver sua
guerra agressiva na Europa e contra os
EUA.
8 al 9 de Abril
Enquanto isso, esta demanda segue
seu curso legal. Durante 1999, se desenvolveram numerosas negociações entre
a Confederação Empresarial Alemã e o
Conselho Central Judaíco da Alemanha,
para estabelecer o valor da indenização
que se devía pagar a 230.000 sobreviventes dos campos de concentração.
26 de Abril
A Fundação alemã “Lembrança, Responsabilidade e Futuro” na qual se aglutinam 16 corporações alemãs (entre as
quais se encontram Damiler, Chrysler,
Deutche Bank, Allianz, Bayer e Volkswagen), ofereceu até a data pagar 3,3 milhões de dólares (US$ 1500 por sobrevivente), sem reconhecer, por sua vez,
que sejam culpados dos crímes dos
quais são acusados.
O Conselho Central Judaíco da Alemanha ficou surpreendido quando viu o
valor: “Esse é o valor que dão ao sofrimiento alheio” solicitando que o chanceler alemão Gerhard Shroder intervenha
nas negociações.
Schroder tem sido duro com um
assunto sensível, mas declarou que a
oferta era digna.
O artículo termina informando que para
o fim deste ano haveriam algumas respostas concretas a respeito e mais informação sobre aa declarações de Eva Kor
e de outros sobreviventes.
Mazkirut Nacional no R.J.
Ken Sao Paulo
18 de Março
Sichat Ken
Messiba de Pessach
29 de Abril
Sichat Ken
México
15-18 de Abril del 2000
Encuentro Bogrim da familia
Shomrica
Ken Mordechai Anilevich
25 de Março
Messiba de Purim
Dor Jadash
25 de Março
Fiesta de Purim
6 de Abril
Seder de Pessach con papás
Beyajad, Monterrey
17 al 20 de Março
Machane Mered 2000
Reporta tus atividades a
[email protected]
Kol Hashomer - 7
“Fazer as coisas mais rápidas,
não significa fazê-las corretamente”
Stephen R. Covey

Documentos relacionados

Kol Hashomer No 2 portu

Kol Hashomer No 2 portu Kol Hashomer é uma publicação bimestral da Histadrut Hashomer Hatzair latino-americana. Todos os direitos reservados. O conteúdo dos artículos é de total responsabilide dos autores dos mesmos. O co...

Leia mais

kibutzianismo - Habonim Dror

kibutzianismo - Habonim Dror rigidez ideológica e nem todas estão conectadas com a sociedade. Eu acredito que a comuna ideal é a que fixa como projeto um impacto social onde ela exista e melhorar o entorno. Habonim Dror em Isr...

Leia mais