O xerife mais durão (e brutal) da América
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O xerife mais durão (e brutal) da América
O xerife mais durão (e brutal) da América Joe Arpaio é um sujeito é duro. Duríssimo. Anda sempre com a faca entre os dentes e não faz questão alguma de ser simpático. Para voar, a Arpaio só falta a capa. Há uma maioria silenciosa que quer que algo mais duro seja feito contra a violência, garante o delegado. O super-xerife desperta sentimentos contraditórios: é idolatrado pelos conterrâneos (é seguidamente reeleito) e massacrado pelo pessoal de Direitos Humanos. Figurinha carimbada nos programas da TV americana, o America's Toughest Sheriff adota métodos – para ficar na superfície – poucos ortodoxos. “Se os políticos não resolvem, eu resolvo”, branda Joe aos quatro cantos. Algumas de suas peripécias: Com as cadeias superlotadas, Arpaio inaugurou as Tent Cities, cadeias-acampamento nas quais os detentos – cerca de dois mil homens e mulheres - moram em barracas de lona e são submetidos a todo aparato de segurança de um presídio tradicional: cercas, guardas, alarmes etc. Reduziu o número de refeições a duas por dia e aumentou a oferta de alimentos em cada uma delas. O custo da refeição em Maripoca caiu para 15 centavos de dólar, o mais barato em todo país. Sal e pimenta não são servidos, gerando fantásticos US$ 20,000 anuais de economia aos cofres públicos. Nas cidades-acampamento é proibido fumar, circular revista pornográfica, praticar halterofilismo, assistir TV a cabo (exceto The Weather Channel e Disney) e vídeos (exceto religiosos). Também não se toma café, sob a alegação que guardas não estão ali para serem queimados pelo líquido quente arremessado pelos presidiários, como aconteceu por diversas vezes. Como Arpaio responde às incessantes reclamações? “Não gosta da prisão? Então não volte.” Criou a chain gangs, equipes de detentos que, acorrentados uns aos outros, prestam serviços leves para a comunidade, como limpeza, pequenos reparos, jardinagem e enterro de indigentes. A participação nas chain gangs é remunerada e voluntária. Para combater o roubo de peças brancas de vestuário, todos os itens são rosa. Shorts, camisas, meias, roupas íntimas, toalhas, lençóis – tudo rosa. A exceção são os tradicionais uniformes listrados em branco e preto. Facilidade no controle de estoque e devastador efeito psicológico sob os detentos eliminaram o problema. Instituiu dois programas de reabilitação: o Hard Knocks High (única escola secundária em prisões reconhecida pelo governo americano) e o Alpha, programa de combate ao abuso de drogas. 1 Com a temperatura atingindo 47ºC em Phoenix, Arizona, agências de notícias informaram que centenas de homens detidos na prisão-acampamento obtiveram permissão para ficar só de short (cor-de-rosa, é claro), dispensando provisoriamente o uniforme a la Irmãos Metralha. “Nossos homens estão no Iraque onde a temperatura atinge 50°C, vivem em tendas iguais a vocês e ainda tem de usar fardamento, botinas e carregar todo o equipamento de um soldado dos Estados Unidos da América. Além de tudo, eles não cometeram crime algum. Portanto calem a boca. Parem de reclamar”. Aqueles que o apóiam afirma que Joe entrega resultados. O crime no Condado tem decrescido consistentemente, apesar do problema crônico de imigração ilegal na região. Para os ilegais, o delegado manda um recado: “não venha para cá. Procure outro condado. Se cruzar a fronteira e for ilegal, esteja certo: será preso”. Em Maripoca, cerca de 300 pessoas são postas atrás das grades diariamente. Fotos e dados cadastrais dos presos são imediatamente publicados no site do gabinete do xerife, www.mcso.org, que conta com mais de um milhão de acessos por dia. Informações sobre policiais mortos em combate também vão para lá. Às acusações de brutalidade e desrespeito à dignidade humana, Arpaio adota a tática dos descolados em mídia - a resposta não precisa guardar relação com a pergunta: “volta e meia sou chamado de xerife antipático. E daí? Por acaso estou participando de algum concurso de popularidade? Que se danem. Estou dirigindo uma polícia!”. Arpaio tem 51 anos, é casado, tem duas filhas e quatro netos. Todos vivem na região. Fotos: www.marlos.com.br/apresentacoes/JoeArpaio.pdf 2