IDENTIFICAÇÃO E SOROTIPAGEM DO Dengue virus EM
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IDENTIFICAÇÃO E SOROTIPAGEM DO Dengue virus EM
IDENTIFICAÇÃO E SOROTIPAGEM DO Dengue virus EM AMOSTRAS CLÍNICAS POR TÉCNICAS MOLECULARES. Tereza Cristina de Carvalho Souza Garcês (Bolsista do PIBIC/UFPI), Gustavo Portela Ferreira (Orientador do PPG Biotec da UFPI) Introdução: A dengue é uma das mais importantes arboviroses reemergentes no mundo e constitui um dos principais problemas de saúde pública, com ocorrência de aproximadamente 25 a 500 mil casos novos por ano (HALSTED, 1982; WHO, 2002; DAS, S. et. al, 2008), é também considerada uma doença negligenciada, pois acomete populações pobres de regiões desfavorecidas. (FRANCO-PAREDES et al, 2007). O Dengue virus pertence ao gênero Flavivirus, família Flaviviridae e compreende uma partícula esférica, envelopada, 40-60 nm de diâmetro medido por Microscopia de Força Atômica (AFM) (FERREIRA et al., 2008). É uma infecção viral transmitida por mosquitos do gênero Aedes e possui quatro diferentes sorotipos antigenicamente distintos (DENV1-4) (HALSTEAD, 2007; WEBSTER, 2009). Metodologia: Foram utilizadas amostras de soro de pacientes com suspeita clínica de dengue em diferentes graus, cedidas pelo Laboratório Central Drº. Costa Alvarenga (LACEN-PI) juntamente com os dados das fichas de notificações. Essas foram submetidas à ação da transcriptase reversa, com o uso do iniciador D2 para conversão do RNA viral em cDNA e amplificação deste pela ação da enzima Taq DNA polimerase e dos iniciadores D1 e D2 dengue específicos, junto a junção C/prM amplificando um produto de 511pb. E para identificação dos sorotipos foi realizado uma reação substituindo o iniciador D2 pelos iniciadores sorotipos específicos TS1, TS2, TS3, e TS4 amplificando um produto correspondente a 453pb (DENV-1), 119pb (DENV-2), 288pb (DENV-3) e 394pb (DENV-4), respectivamente. Resultados e Discussão: Foram analisadas 20 amostras por RT-PCR, destas três (AM43, AM60 e AM61) amplificaram em um produto de tamanho molecular de 511pb na junção C/prM. Na reação de semi-nested-PCR o fragmento amplificado nas amostras 60 e 61 corresponde ao sorotipo DENV-3 e na amostra 43 há uma possível coinfecção de DENV-3 e DENV-4. Esta corresponde a uma gestante no terceiro trimestre, hospitalizada, apresentando plaquetopenia com leucopenia. Não existem dados suficientes que correlacionem a gravidade da doença com coinfecções, no entanto estas são comuns em áreas hiperendêmicas, como é o caso do estado do Piauí (WANG, et. al, 2003; CHINNAWIROTPISAN, et. al, 2008). Segundo Chitra & Panicker (2011) acredita-se que a gravidade do caso possa estar associada à gestação, pois esta tem sido considerada um fator de risco para o desenvolvimento de dengue severa (FHD/SCD). Além disso, as amostras 60 e 61 foram submetidas a reações de RT-PCR durante cinco semanas consecutivas, para avaliação da viabilidade do RNA viral. Ambas se mantiveram viáveis por quatro semanas consecutivas mesmo armazenadas a 20ºC. Esse resultado pode estar correlacionado ao alto título viral no momento da coleta do material, fatores intrínsecos do próprio hospedeiro ou ainda, a fatores relacionados a alguma variação no DENV. Conclusão: As técnicas de análise molecular para identificação e tipagem do DENV são métodos rápidos, sensíveis e específicos, sua implantação em Laboratórios de rotina auxiliaria uma detecção precoce do vírus, diferenciando de infecções com sintomatologia semelhante. Essas técnicas vêm contribuindo na avaliação do padrão de cocirculação dos quatro sorotipos e variantes intra-sorotipos, o aumento do número de casos podem indicar uma situação de hiperendemicidade, e esta corresponde a um fator de risco para diversos grupos da sociedade, incluindo as gestantes. Portanto, a detecção e tipagem precoce do DENV contribuem para implantação de medidas preventivas junto à vigilância epidemiológica. Palavras- Chaves: Dengue virus. Piauí. Gestantes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHINNAWIROTPISAN, P. et al. Detection of concurrent infection with multiple dengue virus serotypes in Thai children by ELISA and nested RT-PCR assay. Arch Virol. Vol. 153, p:2225–2232, 2008. CHITRA, T.V. & PANICKER, S. Maternal and fetal outcome of dengue fever in pregnancy. J Vector Borne Dis. Vol.48, pp. 210–213, 2011. DAS, S. et al. Detection and serotyping of Dengue Virus in serum samples by multiplex reverse transcriptase PCR-ligase detection reaction assay. Journal of Clinical Microbiology, 2008. FERREIRA, G.P., TRINDADE, G.S., VILELA, J.M.C, DA SILVA, M.I.N., ANDRADE, M. S. & KROON, E.G.. Climbing the steps of viral atomic force microscopy: visualization of Dengue virus particles. Journal Microscopy, V 231 p 180-185, 2008. FRANCO-PAREDES C. et al. Commentary: improving the health of neglected populations in Latin America. BMC Public Health v.7, p. 11, 2007. HALSTEAD, S. B. Dengue hemorrhagic fever, a public health problem and a field for research. Bull WHO. 1982a; 58(1):1-21. HALSTEAD, S. B. Dengue. Lancet 2007;370:1644–52 WANG, WK; CHAO, DY; LIN, SR; KING, CC; CHANG, SC. Concurrent infections by two dengue virus serotypes among dengue patients in Taiwan. J Microbiol Immunol Infect. Vol 36, p:89-95, 2003. WEBSTER, D.P, Farrar J, Rowland-Jones S. Progress towards a dengue vaccine. Lancet Infect Dis 2009;9:678–87. WHO- Dengue prevention and control. World Health Organization. Wkly Epidemiol Rc. 2002; 77:41-8 APOIO: