Tudo sobre o novo alvará

Transcrição

Tudo sobre o novo alvará
>>Setembro
>>ano I
>>Director: António Pedro
>>Director Executivo: Victor Jorge >>Periodicidade: Mensal >>Propriedade: Score Media
2013
>>Preço capa: 700 Kz
07
Comércio
Tudo sobre
o novo alvará
Os gigantes internacionais
que querem entrar no País
Qual, como, onde
e quando
Um festival de três dias
9 772727 000021
Vinhos
9 772727 000021
00006
Produção Nacional
9 772727 000021
Saiba quem são
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00007
• Escola Superior
Agro-alimentar
• A opinião dos VIP
•N
ovidades do mercado
00005
+
E ainda…
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editorial
Quando a onda leva
um camarão acordado
O
ME se a onda arrastar a Sonae, o retalhista português de peso e prestígio que
tem adiado a entrada no mercado angolano? Em 2010, anunciou a sua entrada.
Em 2011, reforçou o anúncio. Em 2012, repetiu a proeza do anúncio. Chegada
a 2013, “assegurou” que em 2015 será de vez, com um de quatro hipermercados
em Luanda.
Entretanto, a maior cadeia de retalho alimentar do mundo – a Walmart –, detentora de
milhares de hipermercados e supermercados espalhados pelo mundo, acaba de anunciar
a estratégia de expansão de seus negócios para Angola, Moçambique e Quénia, até 2016.
A Walmart não detalhou se a entrada ao mercado angolano será por aquisição de marcas
já existentes, por parceria ou por franchising, mas já se começa a questionar qual a configuração que o mercado vai adquirir com a presença deste player.
Independentemente de qual for o modelo de entrada da Walmart, o assunto é um sério
aviso ao board do Grupo Sonae, que mesmo com o apoio da mulher mais rica de África,
a empresária Isabel dos Santos, através da empresa Condis, continua a protelar a entrada
num mercado que todo o investidor calculista e metódico diz ser interessante e apetecível.
Se, por um lado, o anúncio feito em Portugal em Março último pelo presidente-executivo
da Sonae, Paulo Azevedo, segundo o qual se estima que em 2014 possa abrir o seu primeiro hipermercado em Angola, terá deixado os players nacionais preocupados face à capacidade de penetração e consolidação de marcas da Sonae, por outro lado, o player português
deixa de ser encarado como o “leão” cuja aparição amedronta o mercado.
E agora, o que vai acontecer com o anúncio do Walmart? A Sonae vai abandonar a sua
estratégia de anúncio de entrada em Angola, já que de 2010 para cá até parece terem passado “600 anos”?
No primeiro número desta revista, a ministra do Comércio, Rosa Pacavira, assegurou que
Angola está aberta para os grandes players da distribuição moderna, garantindo apoio institucional para investidores estrangeiros deste sector, desde que cumpram as leis do País.
Em linguagem corrente, a entrada do Walmart no País será bem-vinda e vai merecer apoio
do Governo, porque vai proporcionar postos de trabalho para angolanos, vai contribuir
nos impostos e fazer crescer o mercado.
António PedrO,
Director
A Sonae não deixaria de ter apoio institucional caso entrasse no País, mas Paulo Azevedo
havia afirmado ao Diário Económico de 13 de Março passado: “Confiamos que será possível abrir um hipermercado em 2014 (...), mas arrisco-me a não ter razão mais uma vez.”
Em 2011, a Walmart adquiriu 51% do Massamart por 1,8 mil milhões USD como porta
de entrada para o resto do continente africano, cuja classe média cresce, anualmente, para
cinco milhões de consumidores, e é o alvo de multinacionais do retalho visando aumentar
os seus rendimentos, uma vez que nos países desenvolvidos não há muito para se inventar.
Embora não se saiba que modelo de retalho a Walmart aplicaria em Angola, reforçando
esta tese, a verdade é que na África do Sul, através da Massamart, apostou forte em lojas
alimentares e bebidas para clientes de baixa renda, nas regiões do KwaZulu-Natal e do
Cabo Oriental, onde tem tido sucesso.
Ora, actualmente o País regista um défice de 50 mil lojas do tipo que a Walmart apostou
nas regiões sul-africanas citadas e, atendendo ao plano do Governo angolano de construção de 11 mil lojas de proximidade através de parceiros privados, não se descarta que a
Walmart encontre neste projecto institucional uma oportunidade de abertura e expansão
de lojas, localmente.
Se na África do Sul a Walmart já se constitui num concorrente feroz aos restantes players
da distribuição moderna, embora não se possa comparar de igual para igual com a Shoprite, apesar de ambos se terem tornado os gigantes do mercado, é caso para dizer que a
Sonae tem muitas lições a retirar da expansão definitiva para Angola do líder mundial do
retalho alimentar.
É bom lembrar que, se a Sonae leva na carteira de investimentos para o País a construção
de quatro hipermercados em Luanda, o gigante mundial tem como estratégia abrir hipermercados e espalhar-se também pelos bairros com lojas de proximidade e dar-lhes perfil
bastante moderno, semelhante ao que existe de bom nos EUA, mas adaptado à realidade
local.
Quando não se aproveita oportunidades de um mercado que tem muito espaço para crescer, com uma “estratégia” de anúncios consecutivos de entrada, não precisa um camarão
dormir para ser levado pela onda.
ficha técnica
Director António Pedro • Director Executivo Victor Jorge • Directora geral de revistas Nilza Rodrigues
Conselho de Gerência Alexandre Mealha
Colaboram neste número André Samuel, Caco Ferraz e José António Rousseau
Fotografia Edson Chagas (Subeditor), César Magalhães, Lídia Onde
Projecto Gráfico Rui Sampaio • Impressão Printer • Distribuidora VASPE, SA • Direcção Comercial Tânia Vasconcelos, Carina Amuedo, Cátia Amado
Direcção Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Garcia José, Herlander Tomás, Katila Denise, Rosa Ngola, Stanislau Pataca
Contactos 244 222 322 665 / 244 222 322 654 / 244 222 322 674 • Fax: 244 222 443 453 • Rua Damião de Góis, n.º 81 – Bairro de Alvalade, Luanda – Angola
Contactos E-mail [email protected]
Representação em Portugal Estratégia Media • Direcção-Geral Nilza Rodrigues • Departamento Administrativo Amélia Saavedra • Contactos +351 927747062
Registo MCS-520/B2009
#03
Distribuição em Expansão • Setembro 2013
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índice
#
05
Quiz/Dixit
06
Distribuição
22
Produção
30
vinhos
06-08 Maior rapidez, segurança e simplicidade na obtenção do alvará comercial
10 Walmart em Angola nos próximos três anos
12 Spar em Angola dentro de seis meses
14-15 Sonae adia novamente entrada do Continente em Angola
16 Luanda volta a ser a mais cara
18-19 Custo de vida em Luanda desacelera em dois meses
20 ADN da Distribuição
22-27 Produção nacional: qual, como, onde e quando?
28 Ensino puxa agro-indústria ao currículo académico
06
14
22
30-32 Entrevista a Miguel Pinho e José Oliveira, organizadores do Angola WINE
Festival
34
LOGÍSTICA
34 Ministério inaugura 1.ª fase do CLOD
36 Mais segurança nas portas Hörmann
38 TECNOLOGIA
38 Uma gestão mobile da loja
40
Leituras
42
44
46
Novidades de produto
40 Lei da Arbitragem Voluntária Comentada
40 Desta Vez É Diferente – Oito séculos de loucura financeira
28
VIP
A FECHAR
30
#04
Distribuição em Expansão • Setembro 2013
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1
Foi lançado recentemente o novo alvará
comercial. Em quantos dias é possível obtê-lo?
a) 2 a 6 dias
b) 5 a 10 dias
c) 3 a 8 dias
d) 4 a 10 dias
DIXIT
quiz
2
Segundo as contas do Ministério do Comércio,
quantos licenciamentos (alvarás comerciais +
licenças de comércio) foram emitidos em 2012?
a) 62 398
b) 78 457
c) 74 042
d) 81 082
3
Qual o valor prometido pelo Governo no âmbito do
programa Angola Investe até 2015?
a) 200 000 milhões Kz
b) 100 000 milhões Kz
c) 90 000 milhões Kz
d) 150 000 milhões Kz
4
“Temos consciência de que, nesses
momentos de grande entusiasmo, a vontade
de criar empresas fala mais alto, mas mantêlas no mercado e de uma forma viável
constitui o exercício mais difícil.”
Justino Pinto de Andrade, economista e docente,
in Expansão, 16 de Agosto de 2013
“Angola já foi um grande produtor de açúcar.
É preciso relançar a cultura da cana-deaçúcar.”
Carlos Mathias, director-geral da Biocom, in Semanário
Económico, 15 de Agosto de 2013
“Não basta o primeiro indicador, que é o
rendimento per capita, ser muito elevado, é
necessário também melhorarmos o capital
humano e a competitividade económica.”
José Severino, presidente da Associação Industrial
de Angola (AIA), in Semanário Económico, 1 de Agosto
de 2013
“Se formos fazer as contas, a produção
interna de água, sumos, cervejas e gasosas
já é suficiente para satisfazer a procura.
Ninguém está aqui a defender uma proibição
das importações. O que estamos a dizer é
muito simples: quer estar em Angola, então
deve ser obrigado a investir no País.”
Philippe Frederic, administrador-delegado do grupo
Castel em Angola, in Novo Jornal, 23 de Agosto
de 2013
“Nós não queremos que os nossos
comerciantes fiquem na precariedade. Não
queremos um estabelecimento comercial
onde o armazém tem cama e fogão atrás do
balcão.”
Henrique Barbosa, director nacional do Comércio,
Quantas lojas pretende a Massmart – braço do
maior retalhista mundial, Walmart, em África –
abrir na África Subsariana no prazo de três anos?
a) 90
b) 110
c) 70
d) 125
in Novo Jornal, 23 de Agosto de 2013
“Se Luanda continua a ser a cidade onde as
coisas custam mais que nas outras cidades,
o mercado irá escolher evidentemente o sulafricano.”
Laurinda Hoygaard, in Expansão, 16 de Agosto de 2013
“Já imaginámos o que será todo o aparato
da Zona Económica Especial paralisar
porque os produtos importados estarão a um
nível de concorrência agressiva? Será que
nos julgamos preparados para enfrentar a
República da África do Sul?”
Fernando Solinho, empresário do sector saleiro,
in Expansão, 2 de Agosto de 2013
Respostas:
1 c); 2 c); 3 d); 4 a)
#05
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distribuição
/alvará comercial
Maior rapidez,
segurança e simplicidade
na obtenção do alvará
comercial
Mais simples, mais rápido, mais seguro e mais barato. Estes são
os predicados por trás do novo alvará comercial. De acordo com
o Executivo, a espera poderá ser de apenas três dias
>> Victor Jorge
>> Tom Carlos
H
á muito que a questão dos alvarás comerciais, em vigor desde
o ano 2000, era um assunto
importante a resolver na economia angolana, mais precisamente, no
sector do comércio. Com uma economia
em franca expansão e um sector, como se
referiu na apresentação, em “revolução e
que está a mudar de rosto”, o Ministério
do Comércio (MINCO) avançou com a
renovação do procedimento de obtenção
do alvará comercial, admitindo a ministra do Comércio, Rosa Pacavira, que
“desta forma será possível aumentar e
melhorar a oferta de serviços, de modo
a corresponder ao saudável crescimento
da economia angolana e contribuir para
o alcance do progresso e bem-estar do
povo”.
Certo é que o alvará comercial está em
vigor, em Angola, desde 2000, sendo esta
a sua terceira geração. Segundo contas do
MINCO, até ao exercício de 2012, foram
emitidos 61 116 alvarás e 12 926 licen-
ças de comércio precário, totalizando,
assim, 74 042 licenciamentos, revelando
a ministra responsável pela pasta do Co-
mércio que de Janeiro a Junho de 2013
existiu um incremento de 3172 estabelecimentos licenciados e 4431 do comércio
Passos para a obtenção do alvará comercial
1 – Procure um dos pontos de apoio do MINCO (Ministério
do Comércio) e leve os seguintes documentos:
• Certidão comercial;
• Fotocópia do BI dos sócios-gerentes;
• DAR – Comprovativo do pagamento das taxas e emolumentos do licenciamento.
Em seguida, aguarde a mensagem de correio electrónico
com as credenciais para aceder ao site do MINCO.
2 – De posse das credenciais, aceda ao site: alvara.minco.
gov.ao, preencha o pedido de adesão, submeta a documentação necessária e aguarde confirmação no e-mail.
Se preferir, volte ao site e acompanhe o andamento do
processo.
3 – Receba a equipa de vistoria na sua empresa. Os membros são os representantes do MINCO e, se estiver tudo
correcto, proceder-se-á a um parecer favorável.
Após a aprovação, receberá no seu correio electrónico
uma credencial para levantamento do kit do alvará. Leve
este comprovativo ao Centro de Apoio ao Empreendedorismo Comercial (CAEC) que deu início ao processo, ou
administrações locais, e receba o kit do alvará contendo: a
nova cédula do alvará comercial, o certificado do cadastro
comercial e outras brochuras informativas.
Renovação do alvará
Para renovar, siga os mesmos passos. Apenas se lembre
de levar também o certificado e o auto de vistoria anteriores.
#06
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pág.
10
Walmart em
Angola nos
próximos três anos
pág.
12
Spar em Angola
dentro de seis
meses
pág.
14
Sonae adia
novamente entrada
do Continente em
Angola
pág.
16
Luanda volta a
ser a mais cara
pág.
18
Custo de vida em
Luanda desacelera
em dois meses
Postos de atendimento
• Guichet Único de Empresas
• Direcções Provinciais do Comércio ou de Actividades Económicas – DPAE
• Comissão Administrativa de Luanda – CAML
• Nosso Centro
• SIAC
• Ministério do Comércio
• Estações de correio
• Centros de Apoio ao Empreendedorismo Comercial – CAEC
precário.
Nas palavras de Rosa Pacavira, “considerando as novas exigências, decorrentes
do desenvolvimento da economia nacional e controlo actualizado da actividade
comercial, e perseguindo os objectivos
macrointersectoriais no processo de simplificação, facilitação e desburocratização da actividade económica, tornou-se
necessária uma revisão do processo de
licenciamento da actividade comercial”.
Além disso, esta revisão do sector do
comércio veio, segundo a responsável,
“impor novas regras”, como a proibição
cumulativa de comércio misto (comércio
por groso e a retalho no mesmo estabelecimento comercial) e a proibição de
armazéns dentro da zona urbana, forçando, assim, ao reordenamento e especialização das unidades comerciais e de
prestação de serviços mercantis.
Mais segurança
Rosa Pacavira admitiu mesmo, durante o
discurso de abertura do lançamento do
novo alvará comercial, que “existe ainda
o problema do uso abusivo e por vezes
fraudulento do alvará comercial, pois actualmente o alvará é ‘atribuído’ à sociedade comercial em questão, averbando-se,
no mesmo, estabelecimentos ou filiais
fictícias, no verso, sem qualquer vínculo
às referidas sociedades”.
Ora, como foi explicado pelos técnicos
presentes neste lançamento, este problema será resolvido com um novo alvará
mais seguro, com especificidades visíveis
e invisíveis que tornarão a falsificação do
documento “quase” impossível.
Esta aposta na segurança tem por base
combater, também, empresas que exercem tipos de actividade comercial que
já não são permitidos por lei (comércio
misto) e estabelecimentos de venda ao
público que não reúnem as condições
exigidas por lei.
Adicionalmente, pretende travar-se o uso
abusivo da licença de comércio precário
por parte das “cantinas”, e a falsificação
de cédulas de alvarás devido às fracas ou
quase inexistentes medidas de segurança
física das mesmas.
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distribuição /alvará comercial
A nova cédula do alvará comercial é mais moderna, fácil de ser percebida e com
dispositivos de segurança que evitam falsificações. Entre estes estão:
• Letra M no canto superior esquerdo
• Letra C no canto superior direito
• Papel com marca de água
• Holograma de segurança
• Código de barras QR
• Imagem do pensador no canto inferior esquerdo
• Mapa de Angola no canto inferior direito
Novos valor a pagar pelo alvará comercial
Dimensão do
estabelecimento
Comércio de
mercadorias
Área por superfície
de venda em m²
Custo por actividade
de 5 anos
Grande
> = 2000
350 000
Média A
1.000 - 1.999
200 000
Média B
500 - 999
75 000
Média C
200 - 499
35 000
Pequena
até 199
15 000
Grande
> = 2000
250 000
Ambulante, feirante, mercado
Prestação de serviços
mercantis e comércio
de representação
1 000
Média A
1.000 - 1.999
150 000
Média B
500 - 999
50 000
Média C
200 - 499
30 000
Pequena
até 199
10 000
Ambulante, feirante, mercado
Fonte: Ministério do Comércio
Tecnologia ao serviço
da legalidade
As medidas de segurança incluem, assim,
código de barras QR, permitindo a consulta por qualquer dispositivo móvel moderno, tendo sido referido na apresentação que, desta forma, qualquer cidadão
poderá verificar a legalidade do estabelecimento comercial, devendo participar
às autoridades qualquer infracção.
Mas o novo alvará comercial vai mais além de um
simples documento que
legaliza as unidades comerciais. O Executivo pretende,
através deste novo modelo,
criar um cadastro único
e centralizado, permitir a
depuração dos problemas
da rede comercial, gerir as vistorias, inspecções e fiscalizações com um cadastro
do infractor, sendo possível também a
realização de relatórios actualizados em
tempo real, com abrangência nacional e
uma integração com as bases de dados
de registo de contribuintes e registo comercial.
A comunicação foi um factor que não foi
deixado ao acaso com este novo alvará
comercial, sendo agora possível um canal bidireccional de comunicação entre
o Ministério e a sociedade comercial que
solicita o documento. Para tal, foi criado
um portal na Internet, permitindo ainda
ao requerente a obtenção de outras informações.
Coloca-se a questão então de como
proceder caso o requerente não possua
Internet. Pois, nesses casos, o requerente deverá dirigir-se às instalações que o
MINCO disponibiliza (ver caixa).
Para melhor interacção com o requerente, o sistema dispõe ainda de notificações
por SMS e e-mails, permitindo a notificação a todo
o momento da evolução do
processo de licenciamento,
não sendo necessária a deslocação ao MINCO.
Com a validade do alvará a
ser de cinco anos, o MINCO
refere que existem condi-
O Ministério do Comércio tem
a tarefa de regular, licenciar
e fiscalizar o exercício da
actividade comercial em Angola
1.º CAEC
Antes do lançamento do novo alvará comercial, a ministra do Comércio, Rosa Pacavira, inaugurou a primeira loja de prestação de
serviços de licenciamento dos novos alvarás comerciais do Ministério do Comércio de Angola, localizada no centro comercial
Nosso Centro Gamek, no Morro do Bento, ex-rotunda do Gamek,
em Luanda. Trata-se do 1.º Centro de Apoio ao Empreendedorismo Comercial (CAEC) que irá emitir os novos alvarás comerciais.
De referir que este empreendimento de dois pisos foi erguido
sobre uma área de 38 000 m2, disponibilizando 27 serviços
públicos, 26 privados e 38 comerciais a somar a um terminal
rodoviário interprovincial e dois parques de estacionamento.
O investimento avaliado em cerca de 90 milhões USD (cerca de
8,6 mil milhões Kz) foi da responsabilidade do extinto Programa de Reestruturação do Sistema Logístico e de Distribuição de
Produtos Essenciais à População (PRESILD), que deteve 94,5%
do capital, pertencendo o restante ao Governo da Província de
Luanda.
Durante o acto de inauguração do 1.º CAEC, foi, igualmente, apresentada a Plataforma Digital do Sistema Integrado de Licenciamento das Actividades Comerciais (SILAC).
ções para a coexistência da cédula antiga
do alvará com a nova até à sua completa
renovação.
Certo é que cada empresário terá de assumir pessoalmente o seu processo, pretendendo o Executivo, desta maneira,
acabar com a figura do intermediário,
evitando as fraudes. Destaque, também,
para o facto de cada estabelecimento comercial, inserido num grupo com mais
unidades, ter de ter obrigatoriamente o
seu próprio alvará individual, não sendo mais possível um alvará conjunto,
referindo os técnicos que cada alvará é
personalizado a cada loja, não existindo
a possibilidade de reproduzi-lo.
Destaque, finalmente, para o facto de as
equipas de vistoria serem constituídas
maioritariamente por jovens recentemente integrados no mercado de trabalho, contribuindo, desta forma, o Executivo para o emprego nacional.
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distribuição /Walmart
O maior retalhista do mundo está a preparar a sua expansão
no continente africano. E nos planos está uma entrada no
mercado angolano, previsivelmente, até 2016
Walmart em Angola
nos próximos três anos
>> Victor Jorge
>> DR
O
s rumores não são de hoje e
iniciaram-se, mais ou menos,
a partir da entrada do maior
retalhista mundial na África
do Sul. Na realidade, quando a Walmart
entrou no mercado sul-africano, com a
compra da operação da Massmart, em
2011, por 51% das acções por um valor
de 2,4 mil milhões USD (cerca de 230 mil
milhões Kz), uma mais que possível expansão para os restantes mercados africanos é uma inevitabilidade.
A confirmação veio agora pela voz de
Grant Pattison, CEO da Massmart, que
ao The Wall Street Journal afirmou que,
“nos próximos três a cinco anos, a Massmart irá abrir mais lojas no restante continente africano”.
Para já, parece certo que as intenções
passam pela abertura de 90 novas lojas
em toda a África Subsariana no prazo
de três anos, surgindo, entre os países
para os quais a Massmart tem as baterias
apontadas, Angola e Nigéria.
As informações que chegam revelam
que, até ao final do ano, a Massmart irá
abrir uma loja alimentar na África Ocidental com o objectivo de expandir a
operação para a África Oriental. Além
disso, a intenção parece ser também
juntar mais marcas das lojas Walmart de
outras partes do mundo à operação africana, incluindo uma linha de vestuário
proveniente do Reino Unido.
Desde a entrada da Walmart na África
do Sul que a expansão da Massmart tem
sido fraca, apontando-se os consumidores sul-africanos sobreendividados como
principal razão. Contudo, esse facto não
tem sido impeditivo para o maior grupo
retalhista do mundo adquirir direitos de
propriedade para novas lojas nos mais
diversos países. Pattison admitiu, contudo, que o consumidor na África do Sul
irá manter-se sob pressão, revelando, no
entanto, que, a longo prazo, o grupo irá
tornar-se cada vez maior no continente.
De resto, o CEO da Massmart confirmou que a companhia tem estado em
discussões com retalhistas no Quénia
relativamente a possíveis joint-ventures,
não avançando quaisquer informações
adicionais, especulando-se que o possível
parceiro poderá ser a cadeia Naivas. “É
no espaço do retalho alimentar que procuramos uma aquisição”, avançou Pattison, revelando um porta-voz da Walmart
à Reuters que “a companhia há muito
que está interessada no Quénia”.
“O interesse da Massmart em investir no
Quénia é bem conhecido, e temos tido
encontros com vários players importantes
no mercado, criando relações”, disse Megan Murphy, manager para os assuntos
corporativos internacionais, em comunicado. Contudo, no mesmo documento, a
responsável refere que “não comentamos
aquisições, especulações ou rumores”.
Certo é que as análises efectuadas pelo
Fundo Monetário Internacional (FMI)
indicam que, até 2018, cinco das economias com maior crescimento do mundo
estarão localizadas na África Subsariana
e sete em África. As projecções do FMI
antecipam ainda que a economia na África Subsariana crescerá 5,3% este ano e
que cerca de 60 milhões de lares em toda
a África terão um rendimento superior a
3000 USD por ano, número que deverá
aumentar para 100 milhões até 2015.
Mas a Walmart não está sozinha nesta
busca por novos e mercados rentáveis.
Outras companhias norte-americanas,
chinesas e indianas colocaram nos seus
orçamentos milhares de milhões de dólares destinados ao continente africano,
com os investimentos a irem desde os
mercados de consumo emergentes a
infra-estruturas, que, segundo as expectativas e análises, apontam para fortes
crescimentos na região.
De resto, os números do maior retalhista
do mundo impressionam: obteve vendas superiores a 440 mil milhões USD
em 2012, emprega mais de 2,2 milhões
de pessoas, tem mais de 200 milhões de
passagens nas suas caixas por semana e
opera actualmente com 69 diferentes insígnias no total de 27 países. Na África
Subsariana, a Massmart opera já em 12
países, com 359 lojas.
No segundo trimestre de 2013, a Walmart
registou vendas de 116,2 mil milhões USD
(+2,4%), enquanto, no acumulado do ano,
a facturação ascende a 229,6 mil milhões
USD (+1,7%). No campo internacional, a
Walmart obteve vendas de 32,9 mil milhões USD (+2,9%) e 65,9 mil milhões
USD, respectivamente.
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distribuição /Spar
Spar em Luanda
dentro de seis meses
>> Victor Jorge
A
ngola está definitivamente nos
radares dos grandes players da
distribuição moderna mundial,
e a justificar tal situação está,
além do anunciado interesse do maior
retalhista mundial – a norte-americana
Walmart –, o anúncio da entrada da sul-africana Spar em território angolano.
Em declarações à Bloomberg, Mark Godfrey, director financeiro do Spar Group,
revelou que a companhia está a trabalhar
com um parceiro angolano para abrir
a primeira loja na capital (Luanda) nos
próximos seis meses.
“A Spar providenciará apoio logístico e
ao nível dos produtos”, disse Godfrey,
avançando ainda: “Esta foi uma decisão
tomada há algum tempo. Para expandir
o nosso modelo de negócio em África,
necessitaríamos de experiência local, senão seria uma completa perda de tempo”,
não revelando o director financeiro do
retalhista alimentar o nome do parceiro
angolano.
À medida que o sector do retalho alimentar se torna cada vez mais competitivo em
solo sul-africano, os grupos estão a ex-
>> DR
pandir para o restante continente africano. Exemplo disso é a Shoprite, maior retalhista sul-africano, que abriu a primeira
loja em Angola em 2003, possuindo 153
pontos de venda fora da África do Sul em
16 países africanos.
Outro exemplo é a já referenciada Walmart, através do seu “braço” sul-africano
Massmart, que possui 44 lojas no continente. Neste caso, houve já uma clara declaração de intenções pelo CEO da companhia, Grant Pattison, ao revelar que a
Massmart pretende mudar o seu foco da
África do Sul para outros países em território africano, reconhecendo que os consumidores estão a “lutar” para conseguir
pagar as dívidas, à medida que o desemprego começa a alastrar no país, além de a
inflação em crescendo estar a “comer” as
margens de lucro.
Da Europa, os franceses do Carrefour
também já iniciaram uma parceria com
a CFAO, um player importante no sector em África, para operar em oito países
africanos (Camarões, Congo, Costa do
Marfim, Gabão, Gana, Nigéria, República Democrática do Congo e Senegal),
Depois da Walmart, outro grande player parece ter
garantido a entrada no mercado angolano. Desta
feita, trata-se da sul-africana Spar, que já terá um
parceiro nacional para arrancar com a operação
tendo o chairman da CFAO, Alain Viry,
admitido que o objectivo do grupo para
os próximos três anos passa pelo desenvolvimento de vários centros comerciais
em África, bem como tornar-se no líder
do retalho nestas regiões de África com
vendas superiores a 1,4 mil milhões USD.
Em relação à Spar, trata-se de um operador que, no período de seis meses terminado em Março de 2013, tinha alcançado
um volume de vendas de 23,9 mil milhões ZAR (rands sul-africanos), correspondente a uma subida de 9,6% face aos
mesmos seis meses do ano anterior.
Para a analista de retalho da SBG Securities, em Joanesburgo, Kirsty Laschinger,
“há uma clara alteração na estratégia da
Spar relativamente a África nos últimos
18 meses, face ao crescimento da sua presença no continente”. A responsável pela
análise ao mercado do retalho da SBG
admitiu ainda que “Angola é uma geo-
grafia difícil com um visível aumento da
concorrência, mas é uma economia grande e, se alguém pretende crescer na África
Ocidental, terá de marcar presença nestes
grandes países”.
Com a economia sul-africana em decrescendo, o próprio ministro das Finanças
da África do Sul, Pravin Gordgan, admitiu recentemente que o crescimento
deverá rondar os 2%, em 2013, os analistas referem que, com o fornecimento da
maioria dos produtos à venda nas lojas
em Angola a ter origem na África do Sul,
alguns dos produtos serão produzidos localmente, cabendo ao parceiro angolano
decidir a velocidade de abertura dos pontos de venda.
De referir que a Spar está presente também na Suazilândia, na Namíbia, em Moçambique e no Botsuana, detendo ainda
35% da Spar Zimbabué, operação que
está a expandir-se para a Zâmbia.
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Distribuição em Expansão • Setembro 2013
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distribuição /Sonae + JM
Os dois maiores grupos portugueses a actuar no sector do retalho
registaram subidas nas vendas durante o primeiro semestre de 2013. Se
no caso da Jerónimo Martins a evolução foi na casa dos dois dígitos, já a
concorrente Sonae ficou-se por um número mais modesto. Certo é que a
entrada do Continente em Angola foi “empurrada” para 2015
Sonae adia
novamente entrada do
Continente em Angola
>> Victor Jorge
J
erónimo Martins (JM) e Sonae
apresentaram
recentemente as contas relativamente aos
primeiros seis meses de 2013,
verificando-se que ambas registaram incrementos na facturação face ao mesmo
período de 2012.
Se do lado da Jerónimo Martins o destaque vai para a “Joaninha”, do lado da Sonae o realce vai para firmeza da abertura
das lojas Continente em Angola no ano
2015, significando um novo adiamento
do início da operação do grupo liderado
por Paulo Azevedo.
No caso do maior retalhista português,
a grande responsável pela subida na casa
dos dois dígitos foi a operação polaca da
Biedronka, cadeia que viu as vendas crescerem 17,9% face aos primeiros seis meses de 2012.
Na realidade, a operação da “Joaninha”
é o grande alicerce da operação da Jeró-
>> DR
nimo Martins – grupo que detém uma
parceria técnica com a Score Distribuição que recentemente inaugurou a sua
primeira loja, Deskontão – verificando-se que é responsável por mais de 65% do
total da facturação do grupo liderado por
Pedro Soares dos Santos.
As vendas da JM aumentaram, globalmente, 12,6%, para 5,643 mil milhões
EUR (mais de 7,5 mil milhões USD), no
primeiro semestre de 2013. Do lado polaco vieram 3,693 mil milhões EUR (cerca
de 5 mil milhões USD), enquanto a operação portuguesa, em luta com a persistente crise de consumo que se verifica no
país, cresceu 3,7%, para 1,516 mil milhões
EUR (pouco mais de 2 mil milhões USD),
com a operação cash & carry do Recheio
a manter-se estagnada nos 375 milhões
EUR.
Para o CEO da Jerónimo Martins, Pedro
Soares dos Santos, “o crescimento num
ambiente macroeconómico desfavorável
reflecte a forte execução” da estratégia do
grupo, bem como a “força competitiva”
dos seus modelos de negócio.
Para o restante ano de 2013, os responsáveis da JM indicam que, “tanto na Polónia
como em Portugal, o ambiente macroeconómico permanece cheio de desafios, e a
envolvente competitiva continua intensa”.
No entanto, a JM acredita que o desempenho nos primeiros seis meses do ano,
que resultou em crescimentos acima dos
mercados com consequente reforço das
posições competitivas, “confirma a capacidade de todas as áreas de negócio de entregar um desempenho forte em tempos
difíceis”.
Assim, a JM espera que a Biedronka registe um crescimento like-for-like acima do
mercado, enquanto em Portugal o Pingo
Doce “mantém como prioridade aumentar a quota de mercado enquanto avança
com um programa de racionalização de
custos”.
Quanto à operação colombiana da Ara, a
JM afirma que a insígnia acabou o semestre com 14 lojas, tendo registado a abertura de nove lojas no segundo trimestre.
Neste caso, o retalhista português afirma
que “a equipa continua a desenvolver o
relacionamento comercial com os fornecedores, a conhecer e entender os seus
consumidores e a testar o modelo de negócio no mercado”, concluindo que “a resposta dos consumidores tem sido muito
entusiasta, e os resultados iniciais apoiam
a nossa perspectiva positiva sobre a oportunidade de negócio”.
Para o exercício de 2013, a JM espera
inaugurar 290 lojas e dois centros de distribuição na Polónia e, em Portugal, um
novo centro de distribuição deve ser concluído até ao final do ano.
Já na Colômbia, o grupo mantém a expec-
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Parque de lojas Jerónimo Martins
Mais um adiamento
Fonte: Jerónimo Martins
Do lado do maior concorrente da Jerónimo Martins, as vendas também cresceram, mas a um ritmo menor. Embora o
volume de negócios global do grupo não
tivesse sofrido alteração, a operação de retalho alimentar (Sonae MC) registou um
aumento de 3% nos primeiros seis meses
análise “uma representatividade de mais
de 31% nas categorias de Fast Moving
Consumer Goods (FMCG)”.
Paulo Azevedo, CEO da Sonae, destaca
no comunicado que acompanha a apresentação dos resultados do grupo que
totalizando 518 milhões EUR. O grupo
justifica esta performance com o “impacto
da evolução macroeconómica nas vendas
no mercado ibérico ao longo dos últimos
trimestres”.
Responsável por 20% da facturação glo-
O grupo destaca ainda que as vendas em
lojas franquiadas representam praticamente 20% do total das vendas, realçando
ainda o acordo assinado para exportação
da marca Berg para Israel e Egipto.
O maior destaque à margem da apresentação dos resultados do primeiro semestre de 2013 foi, contudo, o assumir de
novo adiamento da chegada do Continente a Angola.
Sucessivamente adiada desde a assinatura
do acordo com a Condia, detida maioritariamente pela empresária Isabel dos
Santos, em Abril de 2011, Luís Reis, chief
corporate centre officer da Sonae, admitiu
que a entrada do Continente em Angola
só deverá acontecer em 2015.
Numa conversa telefónica com analistas,
o n.º 2 da Sonae referiu estar muito optimista quanto a abrir em 2015, indo assim ao encontro do que Paulo Azevedo
já tinha afirmado em ocasiões anteriores:
“Vamos ter sempre muito cuidado e arriscar muito pouco. Confiamos que será
possível abrir em 2014, mas preferimos
que seja em 2015 e bem , do que em 2014
e com uma operação com menor performance.”
Na realidade, a questão-chave parece
estar na performance, ou melhor, como
de 2013 face a período homólogo de 2012.
Responsável por 61% do volume de negócios global gerado pelo grupo liderado
por Paulo Azevedo, a facturação da Sonae
MC atingiu os 1,584 mil milhões EUR
(cerca de 2,1 mil milhões USD).
O retalhista destaca o portfólio de marcas próprias Continente que “continuam
a ter uma grande aceitação por parte dos
clientes”, tendo alcançado no período em
estes resultam numa “rentabilidade operacional superior e uma maior geração
de cash flow, reforçando novamente a estrutura de capital, apesar da redução dos
níveis de consumo”.
Na operação de retalho especializado
(onde se incluem as insígnias Worten,
Sport Zone, MO e Zippy) os resultados
foram negativos, reduzindo-se em 8%
face aos primeiros seis meses de 2012,
bal do grupo Sonae, os responsáveis destacam o aumento das vendas no mercado
internacional, representando já cerca de
29% da facturação da Sonae SR, responsabilizando os novos acordos da marca
Zippy na Turquia e Arábia Saudita para
este reforço.
atingi-la de forma sustentada, já que para
Luís Reis “é importante definir um modelo muito claro e detalhado com o nosso
parceiro, para termos a certeza de que entramos com a abordagem certa”, concluindo que “até agora ainda não foi possível
encontrar essa abordagem”.
Número de lojas
2012
Aberturas
2T 2013
Encerrmentos
1S 2013
1S 2012
Biedronka
2125
22
40
3
2184
1941
Pingo Doce
372
1
0
0
373
371
41
0
0
0
41
41
Recheio
1T 2013
Parque de lojas
Área de venda (m2)
Número de lojas
2012
Aberturas
Parque de lojas
Encerrmentos
1T 2013
2T 2013
26 009
-3 675
1S 2013
1S 2012
1 346 154
1 159 369
Biedronka
1 301 006
15 463
Pingo Doce
452 588
1 183
0
-404
454 175
451 337
Recheio
129 295
0
0
0
129 295
128 670
Fonte: Jerónimo Martins
tativa de terminar o ano com mais 30-40
lojas no mercado.
De referir ainda que o programa de investimento da Jerónimo Martins para 2013
ascende a 600-700 milhões EUR, dos
quais 70% serão investidos na Biedronka
e cerca de 100 milhões EUR na Colômbia.
Vendas Jerónimo Martins – 1.º Semetre 2013
Milhões EUR
2013
% Total
2012
% Total
Biedronka
3 693
65,4
3 133
62,5
Pingo Doce
1 516
26,9
1 462
29,2
Recheio
375
6,6
375
7,5
Ser. Makt, Repr. E Rest.
37
0,7
40
0,8
22
0,4
1
0
Outros
5643
Total
5011
Volume de negócios Sonae
1T 2013
440
439
442
Retalho especializado
537
526
523
Número de lojas
Gestão de investimento
2T 2013
74
74
72
1 051
1 039
1 037
2
Número de lojas
2012
1T 2013
2T 2013
-2
15
Retalho alimentar
554
555
558
50
1
2
Retalho especializado
415
409
407
-80
-73
9
0
Gestão de investimento
62
62
60
2 531
2 540
0
1 032
1 027
1 026
1S 2012
1S 2013
Var. (%)
% Total
1 535
1 584
3
61
Sonae SR
560
518
-8
20
Sonae RP
60
62
4
Sonaecom
407
399
Gestão Investimentos
49
Ajustamentos
Fonte: Sonae
2012
Retalho alimentar
Total
Milhões EUR
Sonae MC
Total
Parque de lojas Sonae
Área de venda (‘000 m²)
Total
Fonte: Sonae
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distribuição /Cidade mais cara
Luanda volta a ser a
mais cara
O mais recente estudo da Mercer coloca Luanda como
a cidade mais cara do mundo, depois de, em 2012, ter
descido para o 2.º lugar. A renda dos imóveis é um dos
factores que mais contribuem para esta realidade
>> Victor Jorge
C
omer um hambúrguer ou beber
uma Coca-Cola em Luanda, capital de Angola, é dispendioso.
Ou, melhor, muito dispendioso.
Tal como comprar um par de calças de
ganga ou um simples litro de leite.
Mas onde Luanda se destaca realmente,
fazendo com que a cidade volte a liderar o
Cost of Living Survey 2013 da consultora
Mercer, é no preço das casas (ver quadro).
Depois de, em 2011, liderar o ranking e
ter deixado a liderança entregue à capital
japonesa (Tóquio) em 2012, Luanda regressa ao primeiro lugar, que tem como
base os preços praticados na cidade norte-americana de Nova Iorque.
De acordo com Marder Barb, senior partner da Mercer e global mobility practice
leader da consultora, “os acontecimentos
mundiais recentes, incluindo convulsões
>> DR
económicas e políticas, que resultaram em
flutuações cambiais, inflação de custos de
bens e serviços e volatilidade nos preços
do alojamento, impactaram estas cidades,
tornando-as caras”. E adianta mesmo que,
“apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo de África, Angola é um
país relativamente pobre e dispendioso
para expatriados, já que as mercadorias
importadas podem ser caras. Além disso,
encontrar casas em locais seguros e que
vão ao encontro dos padrões de vida dos
estrangeiros pode ser difícil e muito caro”.
Mas não se pense que esta realidade é um
exclusivo de Angola e Luanda. “Um recente estudo de mobilidade global da Mercer
mostra que todos os diferentes tipos de
missões internacionais estão em ascensão.
Dado o número crescente de viajantes de
negócios e expatriados de longo prazo, as
empresas mantêm um olhar atento em
relação ao custo de vida para expatriados
em diferentes cidades do mundo”, revelando Barb que “as organizações precisam de
avaliar o impacto das flutuações cambiais,
inflação e instabilidade política ao enviar
os seus funcionários em missões para o
exterior, garantindo, contudo, que oferecem e facilitam o necessário para obter os
resultados de negócios através da oferta
de pacotes de compensação justos e competitivos”.
As cidades mais caras do mundo
Cidade
País
2013
2012
Luanda
Angola
1
2
2011
1
Moscovo
Rússia
2
4
4
Tóquio
Japão
3
1
2
N'Djamena
Chade
4
8
3
Singapura
Singapura
5
7
8
Hong Kong
Hong Kong
6
9
9
Genebra
Suíça
7
5
5
Zurique
Suíça
8
6
7
Berna
Suíça
9
14
16
Sydney
Austrália
10
11
14
Fonte: Mercer
Comparação do custo de vida (em USD)
Cidade
Luanda
Moscovo
Tóquio
N'Djamena
Singapura
Hong Kong
Genebra
Zurique
Berna
Aluguer de luxo de apartamento com 2 quartos desmobilado (por mês)
6 500,00
4 600,00
4 513,34
n.d.
3 794,94
7 091,69
4 349,74
3 914,77
2 686,51
2 551,42
Aluguer de luxo de vivenda com 3 quartos desmobilada (por mês)
15 000,00
8 000,00
7 199,86
2 244,62
7 266,91
13 538,68
7 068,33
5 980,89
n.d.
5 163,64
Sydney
Bilhete de cinema para estreia de filme internacional – 1.ª fila
10,42
11,60
19,34
n.d.
9,28
11,60
18,48
20,66
18,95
19,62
Par de calças de ganga
204,41
169,31
135,40
n.d.
129,11
115,92
141,26
141,26
138,00
113,55
1 edição de jornal diário internacional
5,42
9,95
5,37
6,94
3,63
3,87
4,35
4,35
4,35
6,20
1 chávena de café, incluindo serviço
3,88
8,29
6,98
3,06
4,84
5,67
6,52
5,98
4,68
5,16
20,06*
6,47
7,31
25,51*
5,61
3,54
12,51
12,51
12,51
9,20
Refeição de hambúrguer fast food
1 litro de gasolina , sem chumbo, 95 octanas
0,63
1,04
1,74
0,98
1,76
2,23
2,02
2,02
2,02
1,51
1 litro de leite gordo pasteurizado
3,18
7,59
3,05
2,75
2,62
3,12
1,74
1,74
1,74
2,67
1 litro de refrigerante
2,14
1,77
1,92
1,63
1,13
1,02
1,60
1,60
1,60
2,15
Fonte: Mercer; * Em Luanda e N’Djamena, esta categoria foi substituída por uma refeição composta por uma sandes e um refrigerante, dada a inexistência de restaurantes fast food
Mais caro
Mais barato
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distribuição /IPC/IPG
A inflação na capital do País desacelerou para 0,52% em Julho face a Junho,
mas representa uma diferença de 0,35 pontos percentuais ante a taxa
registada em Maio passado, com oito dos 12 grupos que compõem o cabaz
do índice a apresentar redução na taxa de variação
Custo de vida na
capital desacelera
em dois meses
>> Caco Ferraz
>> DR
A
inflação ao consumidor na cidade de Luanda, medida pelo
Índice de Preços ao Consumidor (IPC), recuou para 0,52%
em Julho em relação ao mês anterior, uma
desaceleração a ter em conta se comparada com a taxa de 0,87% registada em
Maio último.
A análise da revista Distribuição em Expansão resulta da comparação de indicadores do IPC, fornecidos pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), relativos,
principalmente, aos meses de Maio e Julho.
Na avaliação desta revista, os consumidores da cidade capital gastaram menos
dinheiro nas oito classes de despesas que
se seguem, de um total de 12, designadamente, alimentação, bebidas alcoólicas,
vestuário, habitação, saúde, lazer, hotéis e
bens e serviços.
No mesmo sentido, os grupos acima citados registaram redução conforme se
segue: “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas, de 0,93% para 0,64%”, “Bebidas Alcoólicas e Tabaco, de 0,61% para 0,45%”,
“Vestuário e Calçado, de 0,91% para 73%”,
“Habitação, Água, Electricidade e Com-
Preços médios de alguns produtos seleccionados
Produtos
seleccionados
Arroz corrente
Grupo
Alimentação
Variação (%) Julho
0,93
0,64
Bebidas Alcoólicas
0,61
0,45
Vestuário
0,91
0,73
Habitação
1,29
0,16
Saúde
0,80
0,36
Lazer
1,39
0,41
Hotéis
1,06
0,43
Bens e serviços
0,89
0,49
Índice Geral
0,87
0,52
Fonte: INE/IPC Julho 2013
Preço Kz (Julho)
(*)
292,63
286,99
1635,12
1525,17
Peixe cachucho
(**)
2354,68
2252,91
Peixe carapau
(**)
2669,15
2499,96
Lata de 2270 gr
3136,94
3136,24
1 Litro
685,23
675,90
Leite em pó
Variação (%) Maio
Preço Kz (Maio)
Monte médio
Carne seca de vaca
Variações
Unidade de medida
Óleo de palma
Óleo de soja
1 Litro
442,54
441,61
Jimboa
1 Atado
133,43
133,20
Tomate
(**)
869,87
858,72
Feijão amarelo
(*)
657,29
655,40
Açúcar branco
Lata de 900 g
274,20
266,28
Garrafa de 75 cl
1394,62
1388,11
Garrafa de 310 ml
103,36
103,24
Vinho tinto
Cerveja branca
Fonte: INE/IPC Julho 2013
Nota: São preços médios de cerca de 20 mercados e 100 lojas e estabelecimentos em toda a província de Luanda
Legenda:
* = UM nos mercados é lata e nas lojas é 1 kg
** = UM nos mercados é pedaço ou monte e nas lojas é kg
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Grossistas sobem preços de produtos nacionais
Preços médios de alguns produtos importados com maior variação
Preços médios dos produtos nacionais com maior variação
Produto
Unidade de medida
Preço médio
Variação (%)
Calças
Um par
4.445
14,32
Caixa de plástico (grade)
Unidade
1.200
13,562
Sabão em barra
Produto
Vinho tinto
Sardinha
Motorizada
Toalha de mesa
Cx. 25 barras 1 kg cada
4.015
12,15
Saco de 10 kg
1.725
9,64
Unidade
4.988
8,69
Guardanapos de mesa
Cx. de 62 embalagens
7.780
7,47
Chapa de lusalite
Unidade (1,80 por 1,09)
3.344
7
Unidade
13.836
6,46
Um (médio)
16.488
6,38
5 metros
3.500
6,06
Óleo para motor
Toalha
Cebola
Colchão de espuma
Bicicleta
Cabrito vivo
Madeira contraplacada
Corvina
Bolacha de água e sal
Leite fresco de vaca
kg
601
6,02
Cx. de 24 pacotes
1.799
6,02
Um litro
204
5,89
Monte médio de 5 a 7
252
5,84
Tubo preto PVC
6 metros (60 x 40 x1,5)
2.391
5,83
Farinha de milho
Saco 50 kg
4.436
5,64
Cx. de 12 litros
2.368
5,49
50 kg
12.736
4,94
Cerveja nacional
Grade de 24 unidades
1.711
Maçã
Monte médio de 3 a 4
417
Limão
Aguardente
Milho
Colchão de molas
9,7
Bomba de ar (de pé)
Unidade
3.335
9,52
Liquidificador
Unidade
5.636
8,67
Rolamento cubo
Unidade
4.689
7,75
Champô
Frasco de 250 ml
1.447
7,71
Gasosa
Grade de 24 unid. 330 ml cada
1.724
7,17
Limão
Tábua de engomar
Macaco hidráulico
Fruta em calda
3.661
7,1
3.263
5,51
15 kg
445
4,85
Unidade (48×15)
4.942
4,17
Unidade
6.800
4,14
Caixa de 24 unid. 400 g cada
3.731
3,66
2,71
m3
484
2,69
4,08
Vela iluminante
Cx. de 62 embalag. 6 unid. cada
3.071
2,53
Alimentação de crianças
(farinha láctea)
Cx. de 12 Pacotes de 500 g cada
5.563
2,45
Laranja
Monte médio de 5 a 7
308
2,67
Oxigénio
m3
419
2,66
Caixa de 100 postiços
11.452
2,45
kg
175
1,87
Unidade
1.136
1,83
Verniz para madeira
3 litros
4.614
1,82
Cadeira de plástico
Unidade
1.449
1,77
Unidade de 350 litros
45.802
1,67
Saco de 25 kg
5.260
1,65
Unidade
21.348
1,63
Gin
Caixa de 12 litros
2.985
1,53
Gado bovino
Cabeça (média)
63.153
1,44
50 kg
5.708
1,44
kg
445
1,05
Uma perna
2.156
1,01
Cacusso
kg
656
0,9
Manga
Monte médio de 3 a 4
271
0,81
Gasosa nacional
Grade de 24 unidades
1.274
0,73
Caixão funerário
Unidade
71.330
0,7
Colher de mesa
Unidade
460
0,69
Janela de madeira
Unidade de (80 x 80)
8.928
0,55
Panela de alumínio
Unidade de 5 litros
2.698
0,45
Unidade
56
0,4
CD gravado
Bidon de 5 litros
Unidade 150×250 mm
Oxigénio
2,72
Fonte: INE/IPG Julho 2013
10,49
1.662
4,48
2,78
Tijolito
3.217
Um frasco
2,86
1.137
Carne de cabrito
Um volume de 20 maços
722
1.100
Cachucho
Cigarro
Verniz
2.330
Unidade (0,4 x 840 x 3)
Arroz corrente
10,88
Unidade
Embalagem de 6 unidades
Beliche
12
3.450
Embalagem de 10 unid.
3,13
Café torrado
91.828
Caderno
15.456
Arca
Unidade
Unidade de 78 78 cm
Boneca
Unidade
CD gravado
13,21
3,12
3,29
Sardinha
13,45
5.738
3,33
327
Cabelo postiço
8.394
547
Unidade média
Chapa de zinco
Cx. de 12 unid. 750 ml cada
Cx. de 50 latas de 125 g cada
1.327
3,31
Insecticida
Variação (%)
Unidade
16.145
Cama de metal
Preço médio
Estojo de 6 unidades
Unidade
Abacaxi
Unidade de medida
Marcador
Fonte: INE/IPG Julho 2013
bustível, de 1,29% para 0,16%”, “Saúde,
de 0,80% para 0,36%”, “Lazer, Recreação
e Cultura, de 1,39% para 0,41%”, “Hotéis, Cafés e Restaurantes, de 1,06% para
0,43%” e “Bens e Serviços Diversos, de
0,89% para 0,49%”.
Entre as oito classes de despesas que influenciaram na desaceleração do índice,
o movimento mais expressivo foi observado na classe “Bens e Serviços Diversos”,
comparativamente às demais, cuja taxa
passou de 0,89% para 0,49% ao perfazer
uma diferença de 0,4 pontos percentuais
de Maio para Julho.
Entretanto, os grupos mobiliário (de
0,82% para 0,85%) e transportes (de
0,30% para 0,44%) apresentaram aceleração, mas insuficiente para contrapor o
peso dos oito grupos que mexeram com
o índice geral de preços. No entanto, as
classes de despesas comunicações e educação mantiveram indicadores nulos nos
respectivos meses.
O INE calcula mensalmente a variação de
preços para o consumidor na província de
Luanda, mas o índice não revela quantos
salários mínimos ganham as pessoas que
considera para a avaliação.
A inflação na rede grossista da cidade de
Luanda, medida pelo Índice de Preços
Grossistas (IPG), avançou para 0,52% em
Julho, ante a taxa de 0,41% registada em
Junho. Nos quadros ilustrados, constam
os preços médios de produtos nacionais e
importados que observaram maior variação de preços.
Em Julho do presente ano, os preços
dos produtos nacionais aumentaram em
0,82%, comparados com os de Junho, segundo o INE, onde a categoria Pesca foi
a que maior aumento de preços registou,
com 1,50%.
Os produtos que tiveram maior variação
de preços neste grupo foram a corvina
(6,02%), a sardinha (1,87%), o cachucho
(1,05%) e o cacusso (0,90%).
No mesmo sentido, os preços dos produtos importados tiveram um aumento
de 0,49%, em Julho, influenciado, basicamente, pela variação de preços verificada
na categoria Agricultura, produção animal, caça e silvicultura, com 0,50%.
Os produtos que mais aumentaram
de preço foram: limão (4,85%), maçã
(2,12%), laranja (1,07%), milho em grão
(0,81%), cebola (0,59%), repolho (0,56%),
cenouras (0,50%), feijão castanho (0,35%)
e ovos (0,33%), entre os principais.
Segundo o INE, a inflação global de Julho
passado foi de 0,56%, sobre o qual a contribuição dos produtos importados teve
maior participação, com 0,39 pontos percentuais, cerca de 69%, enquanto a contribuição dos produtos nacionais foi de
0,17 pontos percentuais, o que corresponde a 31% do valor da inflação global.
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ADN da Distribuição
5.º Gene
LOCALIZAÇÃO (2.ª parte)
U
ma das conclusões mais interessantes de um estudo
efectuado sobre as práticas de localização de retalhistas ingleses, apresentado por McGoldrick, é a de que a
maior parte das técnicas sofisticadas existentes acaba
por não ser usada pelos retalhistas, tendo estes preferido usar
listas dos factores de localização (checklists) que consideram
mais adequados e práticos para avaliar o potencial comercial de
novas áreas comerciais. Sem pretender invalidar a utilidade deste
método prático, considero, no entanto, que a checklist deve ser
apenas um ponto de partida de um processo de avaliação de uma
localização, e nunca um fim em si mesmo, uma vez que, embora
fornecendo as perguntas, raramente dá as respostas.
Sendo a geodemografia o estudo das características da população de uma determinada região, logo dos seus consumidores,
o conhecimento das suas variáveis será fundamental para seleccionar os segmentos do mercado-alvo que os distribuidores pretendem atingir.
A primeira dessas variáveis é constituída pela zona de influência,
ou seja, toda a área geograficamente delimitada que contenha
potenciais consumidores de bens e serviços, reportada a um
ponto de venda ou a um conjunto de pontos de venda. A sua
delimitação implica uma relação espaço-tempo que ainda a subdivide em zonas de influência primária, secundária e terciária. A
zona primária inclui 50% a 80% dos potenciais consumidores do
ponto de venda e fica compreendida por uma linha isócrona que
circunscreva uma distância máxima de 10 minutos em trajecto
automóvel dentro dos limites de velocidade previstos na lei. É a
zona envolvente mais próxima da loja, a que possui a mais elevada densidade populacional e compreende uma percentagem
adicional de 15% a 20% de potenciais clientes mais dispersos
e situados a uma distância compreendida entre 10 e 20 minutos em percurso automóvel, enquanto a zona terciária inclui os
restantes clientes potenciais e estende-se por uma área de percurso automóvel compreendida entre 20 e 30 minutos.
Existem diversos métodos de delimitação destas zonas, nomeadamente o designado por Lei de Reilly ou Teoria da Atracção
do Retalho ou do Ponto de Indiferença, sendo este último considerado o ponto geográfico situado entre duas localidades face
ao qual seja indiferente para os consumidores deslocarem-se às
lojas de uma ou de outra localidade para se abastecerem. Esta
teoria, baseada num modelo gravitacional (e também chamada,
por isso, Lei de Gravitação do Comércio Retalhista), deve o seu
nome a William I. Reilly e foi posteriormente desenvolvida por
Paul Converse. É a seguinte a sua formulação: «Em condições
normais, o comércio situado em duas localidades atrai os consumidores na razão directa das respectivas populações e na razão
inversa do quadrado das distâncias.»
Um outro método conhecido é a Lei de Huff, ou Teoria da
Atracção do Consumidor, que assenta nas variáveis de sortido,
tempo de deslocação e tipos de produtos mais procurados pelos
consumidores. Foi desenvolvido em 1962 por David L. Huff e
funda-se no princípio de que a probabilidade de escolher uma
certa loja é igual ao valor de utilidade dessa loja em relação à
soma total das utilidades de outras lojas possivelmente consideradas pelos consumidores.
Após a delimitação da zona de influência, é necessário identificar
e conhecer o potencial de mercado dessa zona, ou seja, o seu
volume total de vendas e de consumo; para o conhecer, devem
ser efectuados estudos de mercado, que vão avaliar o potencial
de vendas das novas lojas a localizar nessa zona de influência,
determinando a procura que nesse mercado poderão suscitar os
bens e serviços que comercializam junto dos consumidores nela
residentes.
Este mercado teórico ou potencial pode respeitar a determinados bens específicos ou a um conjunto variado de bens e
serviços, consoante o ponto de venda em apreço seja especializado ou generalista. Para calcular o valor do mercado potencial
dessa zona comercial, é fundamental determinar o número de
possíveis consumidores que nela residem ou trabalham e o valor
gasto por esses consumidores na aquisição de um produto concreto, numa linha de produtos ou num determinado cabaz de
produtos.
Mas, como há (e muita) concorrência, sempre que mais do que
uma loja compete no mesmo mercado ou segmento de mercado,
o valor desse mercado potencial terá de ser dividido pelas outras lojas que, na mesma zona de influência, comercializam igual
produto.
Daí que o estudo de mercado deva também abranger o estudo
da concorrência levantando e analisando as características comerciais de todos os estabelecimentos similares situados na zona
de influência (ou fora dela, mas com suficiente capacidade de
atracção) de modo a conhecer com o maior rigor possível, por
um lado, a quota de mercado, ou seja, a relação entre o mercado
da loja e o mercado real dos produtos (e que pode ser medida e
expressa em quantidade ou em volume de vendas) e, por outro,
a quota de mercado disponível, ou seja, a parte da clientela potencial total que cada loja retém, ou pode vir a reter, como sua
clientela real.
Para o conseguir, há que atender ao nível e à actividade comercial de cada loja, à distância a que se encontram umas das outras,
às respectivas superfícies de exposição e venda, assim como à
imagem que cada uma possui perante a clientela, em função da
apreciação que esta faz dos factores de atracção oferecidos.
O estudo da concorrência deverá ainda fornecer resultados que
permitam aferir o limiar de saturação, ou seja, o nível de implantações dos pontos de venda a partir do qual toda e qualquer nova
implantação implicará a curto ou médio prazo, mantendo-se as
mesmas condições concorrenciais, a cessação de actividade de
um ou mais concorrentes. Para o determinar, dever-se-á dividir
o volume de negócios médio por metro quadrado do conjunto
total de pontos de venda pelo valor do mercado potencial da
zona de influência (consumo/habitante vezes total/habitantes)
e multiplicar o valor obtido pela superfície total de pontos de
venda existentes.
Existe, porém, o fenómeno do outshopping, que actua como um
elemento crítico desvirtuador da análise do mercado potencial e
que ocorre sempre que os potenciais consumidores duma zona
de influência se deslocam para lojas situadas fora dessa zona
para efectuar as suas compras, por considerarem que aí são mais
bem servidos em termos de sortido, qualidade ou preço. O outshopping afecta sobretudo as lojas de comércio tradicional e os
seus efeitos negativos só poderão ser reduzidos ou eliminados se
José António
Rousseau,
Docente, consultor
e especialista em
Distribuição Moderna
www.rousseau.com.pt
este tipo de comércio souber minimizar
a importância do preço diferenciando-se
por meio de uma aposta firme na qualidade do sortido e dos serviços.
Por fim, a localização do ponto de venda
pode ser excelente sob todos os pontos
de vista, mas os seus custos, sendo excessivos, podem inviabilizar a sua rentabilidade. Entre esses custos, contam-se,
nomeadamente, o custo do terreno ou,
se o imóvel já existir, o do valor da renda,
do trespasse ou da compra; os custos
do projecto e da construção, que inclui
eventuais demolições, terraplenagens,
obras de construção civil (como criação
de parques de estacionamento e acessos
rodoviários); as despesas com indemnizações ou contrapartidas a outras entidades, tais como autarquias locais e associações desportivas, sociais ou culturais.
Naturalmente que, nos últimos anos,
com a evolução tecnológica que permitiu
desmaterializar a loja física, a questão da
localização perdeu alguma da sua importância, mas continuamos a assistir
hoje às grandes marcas internacionais,
como a Zara e muitas outras, a só abrirem as suas lojas em localizações privilegiadas fazendo do factor localização o
eixo principal da sua estratégia de expansão.
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produção
/Produção nacional
A questão da produção nacional em Angola está, novamente, na
ordem do dia, com vários sectores a estar na linha da frente. A
dependência das importações é vista como um handicap para a
economia do País e deverá ser alvo de uma revisão profunda de
modo a dar primazia ao “Produzido em Angola”
Produção
nacional:
qual, como,
onde e quando?
>> Victor Jorge
A
introdução da Pauta Aduaneira,
novas taxas e obrigatoriedade
de análises laboratoriais têm
por finalidade impulsionar a
>> DR
produção nacional angolana. Embora se
saiba que esta não nasça nem esteja disponível de um dia para o outro, são várias
as opiniões que admitem que o processo
tem de começar rapidamente. A revista
Distribuição em Expansão foi ouvir cinco
opiniões de quem está no terreno e lida
com esta problemática diariamente.
1 Que políticas/medidas/incentivos se devem tomar para impulsionar a produção nacional de bens
alimentares em Angola?
2 Existindo várias lacunas na produção nacional de bens alimentares em Angola, identifique três
que deveriam ser as prioritárias numa primeira fase. Qual a razão da sua escolha?
3 Quais os produtos em que deveriam recair as prioridades da produção nacional em Angola e
quais terão maior sucesso? Identifique três, por favor.
4 Este processo deve seguir a máxima de que o Estado deve incentivar e o privado desenvolver e
agir? Que papel podem e devem ter os grupos de distribuição/retalho neste processo?
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28
Ensino puxa
agro-indústria ao
currículo académico
1
Para impulsionar a produção local de bens alimentares no
País, em primeiro lugar devemos assegurar a oferta de infraestruturas básicas de apoio à produção e ao escoamento, nomeadamente água, energia, estradas e telecomunicações; em segundo
lugar devemos garantir crédito adequado para os produtores, juntamente com programas de formação, e em terceiro lugar assegurar o escoamento da produção, devendo ser o Estado o primeiro a
comprar nos nacionais e manter algum proteccionismo aduaneiro.
2
a) Os consumidores (famílias) devem ser educados a preferir
consumir a produção nacional; b) Os grandes consumidores
públicos (forças armadas, polícia, hospitais, escolas, cadeias,
etc., devem direccionar as suas compras prioritariamente para os
produtores nacionais; c) As grandes superfícies comerciais devem
firmar acordos de fornecimento com os produtores nacionais ou
associações de produtores nacionais para garantir o escoamento
da produção.
3
Certamente os produtos essenciais e de consumo massivo com
grande peso nas nossas importações. Refiro-me aos alimentos,
ao vestuário e calçado e aos materiais de construção.
4
Os retalhistas e grossistas devem ser o garante para o escoamento da produção nacional, devem priorizar as compras
nacionais, firmar acordos de fornecimento com os produtores,
praticando margens comerciais justas.
Licínio Contreiras
consultor do ministro
da Economia e líder do
programa “Feito em Angola”
Impacto projectado das mudanças climáticas na produção agrícola.
Mudança na produtividade
agrícola entre 2003 e 2080
Sem informação
Fonte: Cline W., 2007, Global Warming and Agriculture
1
Manuel Pinheiro
director-geral da Martal
Pensamos que deve existir uma política de incentivo ao camponês com a distribuição racional e tecnicamente estudada de
sementes e plantas a preço zero mediante um contrato, para que
na colheita os mesmos tenham de entregar, no sector que controla,
o mesmo peso, ou outro a estudar, do produto recebido. Assim
começamos a criar hábito de se fazer mais agricultura.
2
Acreditamos que os cereais teriam todas as vantagens em
terem grandes incentivos. Pela razão de depender dos cereais
o nosso grande salto na produção de animais para consumo,
pecuária, produzindo ração animal em quantidade suficiente para
o nosso consumo e não dependermos da importação.
3
4
Milho, soja, amendoim e arroz.
O Estado deve obrigar as suas direcções de compras, Exército,
Interior, etc., a dar todo o apoio ao distribuidor de produtos
nacionais mediante contratos em quantidades e datas a entregar,
criando dificuldades ao produto importado.
O sector privado da distribuição tem todas as vantagens em vender
o produto mais fresco e com menos quebras.
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distribuição /Produção nacional
1
Judite Correia
administradora executiva
da FacilCred
As políticas, as medidas e os incentivos que se devem tomar
para impulsionar a produção nacional de bens alimentares em
Angola são diversos e de capital importância, para que o País volte
a ser, como já foi, auto-suficiente neste domínio.
Sumariamente, destacam-se as políticas de logísticas de armazenamento, conservação e transporte; a formação profissional nas
áreas de agronomia e pecuária; a posse da terra; o acesso ao crédito;
políticas fiscais de protecção à produção nacional; políticas de substituição de importações; seguros de colheitas; políticas de fileira
para os diferentes sectores de actividade agro-pecuária, como a
avicultura, suinicultura, pecuárias, fruticulturas, legumes e cereais.
Em primeiro lugar, uma vez que se trata de bens, na sua maioria,
perecíveis, haverá que criar uma adequada rede de escoamento,
conservação e distribuição.
Caso contrário, e como de resto já se tem verificado, os bens agrícolas estragam-se, e deitam-se fora quantidades enormes de alimentos fundamentais para a população angolana.
Assim, a primeira política a implementar, seria relativa à respectiva
logística de armazenamento e de transporte.
Em paralelo, deverá ser implementado um adequado programa de
formação profissional neste domínio e de valorização desta actividade, quer económica, quer socialmente. De resto, antigamente já
existiam boas escolas de agronomia e pecuária, que há que recriar
e desenvolver outras.
Devem também ser desenvolvidas políticas ao nível da posse da
terra, facilitando o seu acesso a agricultores capazes e empresários que sejam competentes e queiram desenvolver programas de
produção agrícola sustentados, necessários ao País e que apresentem capacidades de gestão técnica.
O acesso ao crédito, quer ao crédito clássico da banca comercial,
quer ao microcrédito, é fundamental para o desenvolvimento da
economia nacional em geral e do sector primário em especial.
O caso concreto do microcrédito é uma janela de oportunidades
para que aqueles que normalmente não teriam acesso ao crédito
tradicional da banca possam ter uma chance para mudar a vida.
Os seus requisitos são mínimos e a celeridade e simplicidade são
adequadas a este público-alvo. De resto, as experiências de outros
países, como Bangladeche, são um bom exemplo disso.
Deverão existir mesmo incentivos governamentais no domínio do
crédito para o desenvolvimento destes sectores, quer em termos de
taxas de juros, quer de períodos de carência, que poderão ser de
dois a três anos, e de prolongamento de prazos de pagamento, que
poderão ser de sete a dez anos, por forma a dar tempo para o arranque e desenvolvimento destes projectos de agro-pecuária. Mas
tudo com um controlo adequado.
Devem ser criadas políticas fiscais proteccionistas, de modo a incentivar a produção nacional, quer ao nível dos vários impostos e
1
Criar políticas de compras e vendas de produtos nacionais, abrindo ao produtor um importante canal de comercialização; aumentar a tarifa de exportação de produtos nacionais com qualidade.
Formação técnica sobre o manuseamento das tecnologias de
produção agropecuária.
Mobilização dos técnicos e líderes das Associações e Cooperativas
com vista à diversificação das culturas.
Selecionar as Associações/Cooperativas com índice elevado de
produção, de modo a beneficiarem de insumos, inputs, máquinas
de produção e transformação de produtos agrícolas.
2
Cultivo da produção de cana-de-açúcar para satisfazer as
necessidades do consumo nacional; produção de alimentos
agropecuária que permitirá elevar o nível e a qualidade de vida da
taxas existentes, quer no âmbito da para-fiscalidade, ou seja, no
âmbito da segurança social.
De igual modo, devem ser criadas barreiras aduaneiras, pelo
menos numa primeira fase, à semelhança do que muitos países
fizeram, para dar tempo para a produção nacional se desenvolver e
implantar, enraizando o slogan: “O que é angolano é bom!”.
Só dessa forma se poderá prosseguir, paulatinamente, com uma
política de substituição de importações, para que se passe a produzir internamente, nesta terra riquíssima de potencialidades, aquilo que hoje em dia se importa.
E, numa fase seguinte, haverá que passar mesmo a exportar os
nossos excedentes, para que a riqueza em cima da terra passe a
contribuir para as mesmas e não apenas a riqueza debaixo da terra.
Também, simultaneamente, se deverá criar uma forte indústria alimentar e pecuária que promova também o adequado escoamento
destes produtos.
Por último, o Estado deverá criar, em parceria com as seguradoras, um sistema de “seguro de colheitas”, que tenda a minimizar
o risco da produção agrícola, já que estamos na presença de uma
actividade a céu aberto.
2/3
Dentro das várias lacunas que existem actualmente na
produção de bens alimentares em Angola, os que consideramos prioritários numa primeira fase são o arroz, o milho, a
soja, a mandioca e a batata.
O arroz, por ser um alimento muito completo e de fácil produção
em Angola.
O milho/soja, devido a constituírem a base para a produção da
ração nacional, pois sem rações não se pode competir com a importação, nomeadamente, de carne de frango e porco.
4
O Estado pode e deve criar as condições de base, com as referidas políticas, medidas e incentivos, nomeadamente ao nível
do crédito, da fiscalidade, da posse da terra, etc., mas deverá deixar
à iniciativa privada a tarefa da produção agro-pecuária em Angola.
O seu papel deverá se supletivo.
De realçar ainda que os grupos de distribuição e de retalho deverão
ter um papel muito importante na logística da comercialização
da produção agro-pecuária, e simultaneamente devem ser criados
mecanismos que impeçam situações de oligopólio.
Isto porque, se existirem apenas dois ou três grupos que controlem
uma grande percentagem da distribuição e até da produção, tal
facto acabará por ser prejudicial à sã concorrência do mercado e irá
sempre prejudicar a parte mais fraca: o agricultor.
Mas, com as fabulosas potencialidades que Angola tem neste
domínio, será possível uma estratégia win-win, em que todos ganhem.
população; produção de cultivo de cereais (milho e arroz).
A razão da escolha é por fazerem parte dos produtos essências da
cesta básica.
3
As prioridades da produção nacional devem recair na diversificação da produção agrícola para satisfazer as necessidades
alimentares da população. Terão maior sucesso a produção de feijão, milho e mandioca.
4
Na nossa óptica, como representante legal dos camponeses
angolanos, defendemos que deve haver uma conjugação de
esforços para o desenvolvimento do processo agrícola.
O papel dos grupos de distribuição deve recair nos retalhistas para
que o processo seja mais abrangente.
Albano da Silva
Lussati
Vice-Presidente da União
Nacional das Associações
de Camponeses
Angolanos (UNACA)
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1
Penso que uma das principais políticas é o incentivo à
produção nacional, sem esquecer que se deve potenciar o
sector primário a começar a extrair o que tem de bom na terra.
Angola tem solo fértil e mar abundante. O acesso ao crédito bonificado e o acompanhamento dos projectos financiados devem ser
uma realidade.
2
Primeiro, os projectos devem ser bem escolhidos, e os fornecedores também. Depois, preparar recursos humanos capazes de
garantir a qualidade da produção.
3
Processamento alimentar de produtos agrícolas nacionais,
processamento de pescado, processamento e transformação de
frutas em polpa e sumos.
4
Devem promover e fomentar o surgimento de empresas
nacionais ou internacionais a produzirem localmente estes
serviços.
Jorge Batista
presidente da Associação
dos Empreendedores de
Angola (AEA)
1
Começando com a base. Para produzir em Angola, temos
de ser muito corajosos, não existem infra-estruturas capazes
de permitir ser competitivo. Custo de energia, água e segurança
são o maior obstáculo em termos de operacionalidade. Não havendo matérias-primas das mais simples, como caixas para colocar o produto (matéria-prima importada). O sistema burocrático
também não facilita muito, há muitas dificuldades criadas para
poderem vender facilidades.
2
Rui Catalo
director-geral da Casa dos
Frescos
a) Agroalimentar. Com o clima e quantidade de água que este
País tem, devíamos estar a exportar, e não a importar. Para isto
tem de haver incentivos para criar postos de trabalho e colocar este
País a produzir novamente.
b) Agropecuária. Não é fácil, mas há uma potencialidade enorme.
Temos de fazer parcerias com países que possam formar e cooperar
com os empresários, tipo Botsuana, que é o nosso vizinho.
c) Pescas. Há uma falta enorme de peixe, e temos o mar ao nosso
lado. Incentivos para a pesca e com distribuição nacional.
1
A primeira medida seria, sem dúvida, melhorar as condições de
investimento e produção em Angola, por exemplo, através da
redução dos direitos sobre matérias-primas ou produtos intermédios.
Por outro lado, se o modelo de exportação para Angola fosse
menos rentável para os produtores internacionais, através do aumento das taxas aduaneiras, por exemplo, poderíamos evoluir de
um modelo de grandes importadores para um tecido de indústrias
locais mais fortes.
2
Em primeiro lugar, a Formação: ainda não existem quadros
suficientes para as necessidades do país. Em segundo lugar, a
Investigação: é fundamental saber quais as condições de produção
ao nível de solos, pragas e como as controlar quimica e ou naturalmente, infestantes e o seu controlo. Em terceiro lugar, a Informação: meios de informação directos ao agricultor de como e
3
Sem dúvida, neste momento, é a cerveja que tem a maior fatia
da produção nacional, mas, na minha opinião, as águas, os sumos e os refrigerantes têm um potencial enorme. Devem convidar
outros fabricantes mundiais para se instalarem em Angola para
haver concorrência e ser melhor para o consumidor final. Frutas e
legumes podem, também, ser uma boa oportunidade.
4
Se o Estado criar condições e procurar soluções junto de
investidores que queiram trabalhar para melhorar este País,
pode ser uma alternativa. Arranjar mão-de-obra qualificada é
muito difícil, e conseguir legalizar pessoal que vem de fora para
formar é, além de muito caro, muito difícil. Ainda não entenderam que normalmente um “expatriado” vem dar emprego a muitos
nacionais. Se fosse mais fácil trabalhar, a distribuição investia mais
e em mais sectores, mas somos o segmento mais punido. Temos
uma quantidade de inspecções, e há regras diferentes para cada.
O informal pode fazer tudo e mais alguma coisa, e a desculpa “é
cultural”.
quando deve actuar nos casos referidos anteriormente.
3
As prioridades deveriam recair em carne, vegetais, frutas e
farinhas (milho ,trigo etc.). Angola tem condições excelentes
para a produção destes bens: terra disponível, sazonalidade e água,
três condições fundamentais e que bem potenciadas podem posicionar Angola como um grande player mundial na produção agrícola.
4
Sim, sem dúvida. Os grupos de distribuição/retalho devem
exigir, antes de mais, qualidade. Devem também colocar à
disposição dos agricultores toda a informação possível (fichas técnicas, relatórios de recepção, condições de transporte exigidas,
etc.) de modo a que estes possam elevar os padrões de fornecimento dos artigos que produzem.
Vasco Câmara
director da Nuviagro
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distribuição /Produção nacional
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produção /Escola Agro-alimentar
Ensino puxa agro-indústria
ao currículo académico
Desde 2008 que Luanda e Paris acordaram a construção da Escola
Superior Agro-Alimentar de Malanje, mas apenas no fim de 2012
começou a fase prática da empreitada. O objectivo é de apostar-se no
ensino da transformação de produtos agrícolas em industrializados
>> Caco Ferraz
O
empreendimento é dos poucos
em Angola que vão permitir a
formação de quadros especializados capazes de transformar
produtos agrícolas em industriais. As aulas arrancam em 2014, após a conclusão
das obras, e o objectivo é tornar alunos
capazes na gestão de técnicas agro-alimentares que servem de suporte ao desenvolvimento da indústria transformadora nacional.
Agrónomos angolanos como Hilário Salupula e Armando Valente emprestaram
durante anos a fio o seu conhecimento
na cooperação do ensino superior técnico, entre Angola e França, e merecem
de França a condecoração da Ordem das
Palmas Académicas, a mais alta distinção
no domínio académico, criada pelo imperador Napoleão I (1808), e instituída
para honrar os membros da comunidade
académica francesa e estrangeira.
O desejo de ambos foi sempre o de ver
alunos formados na escola de Malanje a
dominarem técnicas de transformação de
tomate para massa de tomate, de frutas
para compotas, saladas de frutas enlatadas, sumos, e outros produtos de carácter
agro-alimentar industrializados.
>> DR
Os quadros a serem formados poderão
contribuir nas áreas de produção, processamento, conservação e transformação
de produtos agro-pecuários em industrializados, no caso de manteiga, leite,
iogurte, fiambres.
“Sentir-me-ei feliz quando as aulas arrancarem na escola de Malanje e vir que
os alunos angolanos já são capazes de
transformar tomate em ketchup e assim
deixarmos de notar a degradação deste produto nos campo, e reduzirmos a
importação do próprio ketchup”, dizia
Armando Valente quando recebia a condecoração do governo francês, pelo seu
empenho para a formação de especialistas em agronomia em França.
O projecto da escola agro-alimentar de
Malanje, que em Agosto passado recebeu
a visita do vice-presidente da República,
Manuel Vicente, para constatar a execução da empreitada, visa o ensino da investigação científica agrária.
Na prática, os governos de Luanda e de
Paris acordaram levar para Malanje a
tecnologia existente no Centro Internacional de Estudos Superiores em Ciências Agronómicas (SupAgro), sediado na
província francesa de Montpellier, considerada a capital da investigação agrária
da Europa.
A França garantiu em 2010, por intermédio do Instituto das Regiões Quentes
(IRC) Montpellier SupAgro, que a escola
de Malanje será um instituto de referência, porque vai contar com tecnologia
moderna do melhor que existe no mundo em pesquisa agro-alimentar.
Dinheiros públicos para construção da
Escola Superior Agro-Alimentar de Malanje
Dono da obra
Verba (milhões Kz)
Fonte
Empreiteiro
Ministério do Ensino Superior,
Ciência e Tecnologia
350
OGE/2011
Não definido
Ministério do Ensino Superior,
Ciência e Tecnologia
300
OGE/2012
Não definido
Ministério do Ensino Superior
1.061,1
OGE/2013
Sinohydro
Fonte: Abacus em associação com Savills
A Escola Superior Agro-Alimentar de
Malanje é um investimento avaliado, inicialmente, em 5,61 milhões EUR (8,3 milhões USD), repartidos em 43,47% para
a França e o maior volume de encargo
financeiro para Angola. A verba financiada por Paris esteve disponível desde a
assinatura do acordo, em 2008.
Entretanto, a julgar pelos indicadores
do Programa de Investimentos Públicos
2013, a construção da Escola Superior
Agro-Alimentar de Malanje tem uma
verba de 1,06 mil milhões Kz (11,05 milhões USD), mais que o dobro do valor
inicialmente aprovado entre Angola e
França.
Perfil da escola
agro-alimentar
A escola superior, afecta à Universidade
Lueji A’Nkonde, vai dispor de dez salas
de aula, oito laboratórios, auditório, refeitório, entre vários compartimentos, num
espaço de certa de 1000 hectares (equivalente a mil campos de futebol), cujo
quadro docente começou a ser formado,
há mais de dois anos, na Faculdade de Ciências Agrárias da Chianga, na província
Huambo, e em Montpellier, França.
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vinhos
/Miguel Pinho e José Oliveira, organizadores do Angola WINE Festival
Trata-se da primeira edição, mas os seus organizadores prometem e têm
como objectivo que não se limite a este evento. Para já, a promessa é de
dar a conhecer vinhos de grande qualidade através de provas comentadas
com conhecidas figuras do mundo vínico, harmonizações, show cookings,
wine sessions e jantares vínicos. Tudo em três dias
“Crescimento do consumo
de vinho de qualidade em
Angola será intensificado
e reforçado”
>> Victor Jorge
O
objectivo é ambicioso, mas, nas
palavras dos organizadores do
Angola WINE Festival, José
Oliveira e Miguel Pinho, “alcançável”. Durante três dias, o Complexo
Hoteleiro de Endiama (CHE) será o palco
Miguel Pinho
escolhido para dar a provar os melhores vinhos do mundo… e não só.
Distribuição em Expansão: Estão a organizar o Angola WINE Festival para os dias
24, 25 e 26 de Outubro de 2013. Qual a razão e os objectivos deste evento?
Miguel Pinho e José Oliveira: A razão
principal foi criar em Angola um evento
que permitisse responder ao intenso movimento de sofisticação que o mercado de
vinhos vem demonstrando. Efectivamente,
os nossos objectivos passam pela criação
de um evento que permita, quer a profissionais, quer a consumidores interessados,
um contacto de qualidade com as marcas
>> DR
disponíveis e outras que queiram entrar no
mercado. Por outro lado ainda, o evento
tem como objectivo destacado a criação de
uma forte cultura vínica junto público angolano, permitindo aí também um crescimento qualitativo do mercado.
Por fim, e tendo em conta a força económica de Angola no contexto africano e até
mundial, o Angola WINE Festival, tendo
uma forte vertente internacional, pretende
assumir-se como um evento vínico de referência e de visita obrigatória para profissionais de vários países da região.
Quais as características que destacam este
evento dos outros já realizados em Angola?
Desde logo ressalta o facto de este evento
se prolongar por três dias num ambiente de
qualidade e sofisticação, permitindo a profissionais um contacto de qualidade e mais
prolongado com as várias marcas. Permite,
desde logo, um trabalho comercial por parte
das várias empresas presentes mais efectivo
e com melhores resultados. Por outro lado
ainda, o facto de envolvermos empresas angolanas de referência como patrocinadores
permite alcançar um público mais alargado
que enriquecerá de forma inequívoca a visitação nos vários dias do evento. Por fim,
destacamos o conjunto de actividades que
se realizarão ao longo dos três dias do evento, envolvendo enólogos e chefes de cozinha
de referência, trazendo para a ribalta da
cidade de Luanda, e de Angola em geral, o
vinho e a alta-gastronomia.
Provar em e com todos
os sentidos
Na comunicação do evento, revelam que
este privilegiará uma componente de
forte interactividade com os visitantes.
O que vai acontecer nesses três dias de
evento?
O programa oficial do Angola WINE Festival será o exemplo máximo dessa interactividade: provas comentadas com conhecidas figuras do mundo vínico, permitindo
a uma audiência mais particular desvendar
segredos e sabores das principais marcas
de vinho; harmonizações em que a combinação de vinhos e comida é levada a um
expoente máximo pela mão de conhecidos
chefes de cozinha e enólogos perante audiências interessadas; show cookings onde
chefes de renome, ao vivo, executarão criações gastronómicas; wine sessions que permitirão ao público interessado conviver de
perto com personalidades do mundo vínico, em conversas informais, e conhecer um
pouco mais temas vínicos; jantares vínicos
que permitirão ultrapassar as fronteiras físicas do evento e prolongar o seu espírito
em alguns dos melhores restaurantes de
Luanda, além de uma wine party que irá
igualmente ter como protagonista o vinho.
Todos estes pontos altos de comunicação
terão como pano de fundo o Angola WINE
Festival e reforçarão a interactividade aproximando as diferentes marcas presentes
através da experiência sensorial dos mesmos por parte dos visitantes do evento.
Como caracterizariam o actual mercado
de vinhos em Angola? É um mercado em
franca expansão?
Angola é sem dúvida um mercado em forte
expansão. Evidentemente a força económica que a economia angolana projecta tem
permitido, às diferentes marcas, ganhos
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de mercado relevantes. Além da região da
grande Luanda, outras províncias começam a justificar a criação de bases logísticas
por parte de importadores e distribuidores,
além do aparecimento crescente de inúmeras superfícies comerciais. Toda esta oferta
permite responder à forte procura de vinhos
por parte de profissionais e particulares, ao
mesmo tempo que acentua o forte potencial
de crescimento que este mercado específico
continua a revelar.
O facto de Angola ser um país que tem
vindo a demonstrar um crescimento sustentado beneficia o mercado do vinho e o
respectivo consumo?
Claramente. Em Angola, assiste-se ao reforço do peso da classe média na sociedade,
facto que tem contribuído evidentemente
para uma progressão sustentada e consolidada do produto vinho e das diferentes
marcas presentes no mercado. O potencial
presente no mercado é ainda muito, factor
que irá certamente contribuir para uma
aposta crescente das diferentes marcas em
ganhar posições de mercado ainda por preencher.
Que tipologia de vinhos se consome actualmente em Angola?
catéis, vinhos de outras origens fora de Portugal). Um dos objectivos do Angola WINE
Festival é também contribuir para a diversificação do mercado, aumentando a riqueza
da sua oferta e, em simultâneo, permitir um
contacto de qualidade com alguns produtos
que ainda se encontram por descobrir.
José Oliveira
Em Angola actualmente o consumo do vinho centra-se em grande parte nos produtos mais básicos e nos produtos premium.
Aqui também reside uma das principais potencialidades deste mercado, demonstrando
que ainda existem grandes oportunidades
para as empresas produtoras de vinho que
detenham produtos destinados ao segmento médio de mercado.
Estes vinhos têm o seu consumo porque
são os que estão disponíveis no mercado, ou sentem que existem vinhos que os
consumidores angolanos gostariam de ter
disponíveis no mercado, mas que são impossíveis de encontrar?
Acreditamos que o consumidor angolano
tem interesse em encontrar e conhecer outras marcas e até outros produtos existentes
na oferta actual dos produtores presentes no
mercado (por exemplo, vinhos brancos ou
rosés, vinho verde, vinho do Porto ou mos-
No Angola WINE Festival irão estar presentes vinhos de todo o mundo. Contudo,
existe uma apetência pelos vinhos portugueses. Em vossa opinião, os produtores
de vinho portugueses têm conseguido
capitalizar essa vantagem?
Felizmente as empresas portuguesas têm
conseguido alcançar resultados positivos
em várias frentes, acentuando a importância que o mercado angolano tem em termos
globais para o sector vinícola luso. Neste
momento, sendo Portugal o país que mais
vinho vende em Angola, é importante que
as estratégias das empresas sejam reforçadas
no sentido de criar ligações cada vez mais
sólidas com o consumidor, contribuindo
para a manutenção dessa posição de dianteira no mercado. O Angola WINE Festival
vem precisamente reforçar essas estratégias,
possibilitando às empresas uma exposição
ao mercado mais longa e uma base de contacto de grande qualidade.
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distribuição /Miguel Pinho e José Oliveira, organizadores do Angola WINE Festival
Numa recente entrevista à revista Distribuição em Expansão, o presidente da ViniPortugal, Jorge Monteiro, afirmava que
“é importante que o consumo de vinhos
em Angola dê lugar a vinhos de maior
qualidade”. O que se deve fazer para consegui-lo?
O movimento de crescimento no consumo de vinho de qualidade tem aumentado
mais intensamente nos últimos anos. Na
verdade, as vendas de vinho a granel têm
diminuído em contraponto com o aumento dos vinhos engarrafados, facto que só
por si revela a evolução positiva em termos
de qualidade. Naturalmente que este efeito terá mais impacto e força no consumo,
se, através de iniciativas como o Angola
WINE Festival, se conseguir criar bases
sólidas de conhecimento vínico através de
experiências sensoriais acessíveis ao público. Acreditamos que, com um painel de
consumidores cada vez mais esclarecido, o
crescimento do consumo de vinho de qualidade será intensificado e reforçado.
Bebe-se vinho de qualidade em Angola?
Sim, em Angola bebe-se vinho de qualidade. Até pelos números de vendas conhecidos de marcas premium não só de Portugal
mas também de outros países, facto que
tem sido reforçado pelo próprio consumidor angolano, que se mostra cada vez mais
exigente e conhecedor. Sabemos, no entanto, que a base ainda é reduzida face ao potencial existente, por isso acreditamos que,
ao iniciar este tipo de conceito de eventos
no mercado, estaremos também aí a contribuir de certa forma para o alargamento do
conhecimento acessível ao público consumidor de vinhos em Angola.
Distribuição vs Horeca
Que importância tem o canal Horeca na
divulgação do vinho em Angola?
Tem efectivamente muita importância, os
restaurantes, e a restauração em geral, são
os prescritores por excelência dos vinhos.
São os profissionais que claramente têm
peso na decisão do consumidor e, como é
óbvio, têm um papel fundamental na sua
venda, pois acabam por estar presentes no
momento em que cada um de nós faz a escolha de um vinho e, no caso de dúvida, é
a eles que o consumidor recorre para fazer
ou reforçar a sua escolha. O Angola WINE
Festival também aí pretende tornar-se um
aliado de restaurantes e da oferta hoteleira
em geral, proporcionando um espaço de
contacto privilegiado com marcas e produtores, aproximando estas duas vertentes
fundamentais do sector, valorizando por
essa via o evento igualmente.
Uma velha questão está sempre relacionada com o serviço do vinho na restauração. Essa é, também, uma questão coloca-
Expositores/Marcas de vinho confirmadas
Portugal
Enoport
Aliança
Bacalhoa
Quinta das Bageiras
Quinta do Noval
Quinta do Pinto
Quinta do Zambujeiro
Tiago Cabaço
Boas Quintas
Quinta da Bica
Quinta dos Roques
Quinta dos Maias
Quinta do Monte D’Oiro
Quinta da Lagoalva
Valle Pradinhos
Lusovini
Esporão
Adega Mayor
Ideal Drinks
Vinhos Douro Superior
Agrimota
Adega de Borba
José Maria da Fonseca
Enoforum
Ervideira
Monte da Ravasqueira
Sogevinus
Quinta do Zimbro
Duplo PR e Douro Family
Estates
Companhia das Quintas
Quinta do Crasto
Quinta Vale D. Maria
Niepoort, Wine & Soul
Poeira
Herdade do Mouchão
Herdade da Malhadinha
Cortes de Cima
Herdade dos Grous
João Portugal Ramos
Domingos Alves de Sousa
Symington
Ramos Pinto
Adega Cooperativa de
Monção
Quinta de Chocapalha
Quinta da Pellada
Murganheira
Quinta da Pacheca
Herdade Monte da Ribeira
Quinta da Castainça
Pecado Capital Vinhos
Adega Mãe
Herdade do Perdigão
Monte da Penha
Horta Osório Vinhos
Companhia dos Vinhos do
Douro
Chile
Concha Y Toro
África do Sul
Douglas Green Bellingha
da em Angola?
O serviço é fundamental, muitas vezes o
sucesso de um vinho pode ser ditado por
detalhes tão simples como um copo ou a
temperatura. Para não falar já em decantação ou técnicas de guarda dos vinhos, a importância de pequenos detalhes associados
ao serviço é enorme, daí também que o Angola WINE Festival se proponha a ocupar
um lugar de destaque no enriquecimento
profissional de escanções e dos profissionais
do sector. Todas as actividades que serão
desenvolvidas ao longo dos três dias pela organização do Angola WINE Festival, além
da forma como as marcas e os seus produtos
estarão acessíveis aos visitantes, serão a forte
demonstração de que a qualidade de serviço associada ao vinho é fundamental para o
sucesso do sector em geral.
É importante mostrar essa ligação entre o
vinho e a gastronomia?
A ligação entre estes dois elementos é essencial. A riqueza na sua plenitude de um
vinho ou de uma criação gastronómica,
muitas vezes, é apenas revelada quando
um e outro coincidem na ocasião. Além de
todo o trabalho de descoberta de sabores
que importa fazer ao nível dos vinhos, importa também valorizar a riquíssima gastronomia angolana, que poderá ser ainda
mais potenciada com a combinação associada a determinados tipos de vinho.
Que importância tem a distribuição moderna na comercialização de vinho em
Angola, sabendo-se que são, cada vez
mais, as lojas pertencentes a grupos de
França
Loius Roederer
Espanha
Berberana
Marques de la Concordia
Marques de Monistrol
Marques de Griñon e
Lagunilla
Itália
Lavis
Cesarini Sforza
Poggio Morino
Villa Caffagio
Canalleto
Alemanha
Moreno Gmbh
Importadores/Distribuidores
confirmados
• 5 Sentidos
• DCG
• Stories of Wines
• Angonabeiro
• Esporão Angola
• Stories of Wines
• Intramuros
• Lusovini
• Vinoteca
retalho organizados?
A criação de superfícies comerciais que
permitam aceder ao produto de forma rápida é fundamental e muito importante. O
produto vinho, como todos os produtos de
raiz orgânica, beneficiará indubitavelmente
com a disponibilização através de redes de
distribuição que coloquem esse produto de
forma organizada no mercado e, em simultâneo, que o disponibilizem através de locais adequados para o seu armazenamento
e venda. O consumidor sairá beneficiado,
ao mesmo tempo que os vinhos sairão também vencedores desta nova realidade.
O mercado do vinho em Angola está demasiadamente limitado à capital?
O mercado dos vinhos tem o seu grande
volume concentrado em Luanda, no entanto, nos últimos dois anos, as cidades
capitais das províncias começam a revelar
sinais de grande crescimento no consumo
de vinhos, e elas próprias a contrariar essa
tendência. Cidades como Benguela ou Lobito são bem o exemplo do crescimento das
províncias em Angola e, desde há algum
tempo, têm assistido à abertura de modernas superfícies comerciais, além de bases
logísticas de empresas distribuidoras de vinho e bebidas, facto que revela importância
da cobertura geográfica eficaz também nas
províncias.
Destinam o vosso evento, para além do
consumidor final da classe A e B, com
idades compreendidas entre os 25 e 49
anos, a profissionais da hotelaria, restauração, grossistas e retalhistas. Deste últi-
mo grupo, qual é que tem mais peso na
venda de vinho em Angola?
O mercado angolano do vinho deu, nos
últimos anos, passos sólidos em direcção a
uma aproximação aos padrões de distribuição internacionais. É todavia muito importante para o negócio a existência no circuito
de venda de uma entidade que assegure a
entrada do produto no mercado e a sua
colocação nos diferentes pontos de venda
através de uma eficaz rede de distribuição/
contactos. Neste momento, as empresas
distribuidoras/grossistas têm o maior peso
na venda do produto, contudo, o aparecimento de cada vez mais superfícies comerciais está a equilibrar mais esta relação. Não
podemos deixar de referir, no entanto, que
toda a cadeia de entidades que compõem o
processo de venda do produto vinho tem
muita importância para o produto. Sem
consumidores informados e esclarecidos,
sem uma restauração ou hotelaria de qualidade, nunca teremos uma venda de produto suficientemente forte. Por esse facto,
o Angola WINE Festival pretende atingir
todos estes estratos de mercado de forma
a contribuir também aí para o crescimento
do sector.
No final dos três dias, que resultados esperam do evento?
O objectivo principal de qualquer empresa é conseguir a plena satisfação dos seus
clientes. Naturalmente, aí, bebemos da
doutrina empresarial comum, no entanto, o nosso objectivo vai muito para além
dessa meta. Pretendemos desde logo confirmar a importância e a oportunidade do
Angola WINE Festival para o negócio do
vinho em Angola, não só junto das marcas
e dos seus importadores, como também
de grossistas e retalhistas, além de toda a
oferta de restauração e hotelaria. Temos
também como grande objectivo a valorização da marca de cada um dos nossos patrocinadores, fundamentais nesta equação.
Por fim, e não de menos importância, gostaríamos que os consumidores angolanos
também concluíssem da mais-valia que
o Angola WINE Festival pode ter na sua
formação vínica.
Esta é uma primeira edição, ou uma edição única?
Esta será a primeira de várias edições. Os
nossos objectivos são altos, são ambiciosos, mas são claramente alcançáveis. Neste
momento, os resultados são francamente
positivos e revelam a grande receptividade
de todos os agentes económicos envolvidos em relação ao Angola WINE Festival.
Estamos certos de que, com o trabalho
profissional e de qualidade que queremos
introduzir no mercado, o Angola WINE
Festival se afirmará como um evento de
referência em Angola e projectará a sua
imagem além-fronteiras.
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logística
/CLOD
CLOD em
números
• Superfície total = 234 ha.
• Mercado abastecefor, grossista
= Nova fase: 28.906 m2
• Mercado de frutas e verduras =
61.000 Ton/Ano
• Mercado de tubérculos =
61.000 Ton/Ano
• Mercado de carnes = 27.000
Ton/Ano Nave frigorífica =
91.200 Ton/Ano
• Mercado de peixes = 20.000
Ton/Ano Nave frigorífica =
45.600 Ton/Ano
• Fábrica de gelo = 6.000 Ton/
Ano
• Pórtico de entrada-Parques
de estacionamento para 336
veículos
• Comercialização de 312.800
Ton/Ano
• Instalação de 116 empresas
• 740 postos de trabalho directos
e 2.000 indirectos
• Prazo de execução = 30 meses
Pretende-se dotar o local de infra-estruturas constituídas por
plataformas comerciais, mercados abastecedores, entrepostos e
empresas de distribuição e logística para apoio aos produtores,
distribuidores e outros comerciantes grossistas
Ministério inaugura
1.ª fase do CLOD
>> André Samuel
>> Lídia Onde
O
Ministério do Comércio
apresentou, recentemente, a
conclusão da primeira fase
do Centro Logístico e de Distribuição (CLOD) situado no km 28 do
município de Viana, em Luanda. A infra-estrutura para o comércio grossista,
com capacidade de exposição, venda e
conservação de carne, peixe, frutas, verduras e produtos secos, ocupa uma área
de 3070 m2, segundo referenciou a ministra do Comércio, Rosa Pacavira.
A Distribuição em Expansão constatou in
loco que a estrutura ora referida comporta quatro naves com 104 postos de venda, 16 câmaras frigoríficas, sendo oito de
congelação e oito de refrigeração. Rosa
Pacavira informou que pretende dotar-se
o local de infra-estruturas constituídas
por plataformas comerciais, mercados
abastecedores, entrepostos e empresas
de distribuição e logística para apoio aos
produtores, distribuidores e outros comerciantes grossistas.
Referiu ainda que o CLOD tem como
objectivo, entre outros, organizar o comércio em todo o território nacional,
por forma a ampliar a oferta de produtos
essenciais à população.
“O CLOD representa o pólo de concentração e de distribuição de produtos a
grosso e com múltiplas funções que integra o mercado abastecedor e as infra-estruturas comerciais e industriais de
apoio à produção interna”, explicou.
Neste âmbito, a ministra considerou
estarem lançadas as sementes para o fomento das relações de parceria entre os
entes públicos e os privados na condição
de intervenientes no processo de aprovisionamento e comercialização de bens.
Em retrospectiva, explicou que o CLOD
surge na razão dos novos desafios que o
sector comercial enfrentava, sobretudo
no que se refere ao fomento da produção e do comércio rural, ao escoamento
dos produtos do campo para os centros
urbanos e à criação de instrumentos jurídicos necessários à constituição da reserva estratégica do Estado de produtos
básicos de amplo consumo nacional da
cesta básica.
A primeira fase teve a duração de 12 meses e alberga desde já as vendedoras do
Mercado do 30. Na ocasião, a ministra
estendeu o convite a todos os interessados a colaborarem com os objectivos
traçados.
Segunda fase já em curso
Durante o acto presenciado por membros do Executivo, empresários grossistas do sector público e do privado, a
ministra procedeu à assinatura do auto
de consignação da empreitada para a
execução da segunda e terceira fases da
construção do CLOD, que terá como duração o período de 30 meses. Os valores
a serem aplicados no projecto foram concedidos, através de uma linha de crédito,
pelo governo espanhol.
A acção enquadrou-se no programa do
ministério, enquanto ente regulador, de
reorganização da actividade comercial
grossista exercida na capital, através da
tomada de medidas jurídico-administrativas que coíbam o exercício da actividade dentro da zona urbana.
Neste ínterim, Rosa Pacavira anunciou
que, com o início da segunda fase, se
materializa o processo de reorganização
da rede comercial grossista. Revelou que
as inovações tecnológicas e competitivas
originadas pelo surgimento das grandes superfícies comerciais e de influentes grupos de distribuição provocaram
uma evolução na estrutura comercial,
obrigando a que o ministério passasse a
exercer com maior eficácia o seu papel
regulador da actividade.
“A venda de produtos alimentares e de
outros bens de consumo e serviços mercantis contentorizados está legalmente
proibida”, garantiu. “Na sequência, a
venda de produtos frescos, como carne,
peixe, frutas, ovos e derivados lácteos,
deverá ser feita por talhos, peixarias e
quitandas como garantia da segurança
alimentar e do urbanismo comercial.”
Além da província de Luanda, existem
também estudos para implementação
de CLOD na província do Huambo e em
outras localidades produtoras.
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logística /Hörmann
Mais segurança
nas portas Hörmann
Em resposta às necessidades do consumidor e tendo a segurança
como factor decisivo, a marca líder mundial em portas e
automatismos acaba de colocar à disposição uma nova série de
portas seccionais industriais no mercado angolano
>> Victor Jorge
>> DR
A
Hörmann Portugal acaba de
colocar à disposição dos mercados português, angolano e
moçambicano uma nova série
de portas seccionais industriais, com
porta integrada, a qual apresenta mecanismo de fecho inovador que garante
uma maior segurança ao sector industrial.
Esta porta integrada, além de facilitar o
dia-a-dia do consumidor, possibilitando
uma passagem mais cómoda, contém
um sistema de fecho com vários pinos e
está dotada de novas tecnologias que asseguram um mecanismo de trancamento mais eficaz.
O director-geral da empresa, Henrique
Lehrfeld, admite que estas portas vêm
responder às actuais exigências dos respectivos mercados. “Estamos sempre
preocupados em responder às necessidades do consumidor, e é certo que a segurança é factor decisivo na escolha do
produto, em particular em países como
Angola e Moçambique, onde a insegurança é uma constante. Paralelamente, e
com base na actual conjuntura económica, oferecemos produtos diversificados,
para todos os bolsos, nunca descurando
a qualidade pela qual somos reconhecidos”, afirma o responsável.
Tendo vindo a ser distinguida com vários prémios no que respeita ao design
de produto, a Hörmann inova agora ao
disponibilizar diversas possibilidades de
design e uma imagem actual e arrojada
para portas industriais.
“Uma simples porta industrial é muitas
vezes o cartão-de-visita para armazéns
ou lojas de empresas e instituições. Desta forma, procuramos que estas portas se
distingam com uma imagem actual, fugindo à tradicional porta industrial que
remete para a frieza e para o impessoal”,
explica Henrique Lehrfeld.
Henrique Lehrfeld acrescenta que estas
portas integradas contêm dobradiças
ocultas, e de fácil substituição, uma característica estética que remete para a
uniformidade da porta seccional industrial.
Estas portas industriais apresentam,
também, um novo sistema para evitar a
condensação nos painéis.
O responsável recorda ainda o visor
Duratec, que garante a transparência da
porta, aportando-lhe um cariz estético
diversificado e clean, agora disponível
em várias cores.
Refira-se que as portas seccionais industriais são indicadas para stands de automóvel, quartéis de bombeiros, pavilhões
industriais, oficinas, entre outros.
De referir que foi em 2008 que a filial
portuguesa da Hörmann entrou em
Angola, dando os seus passos enquanto
primeira filial do grupo a actuar num
mercado que não o seu de origem. Já
em finais de 2012, a Hörmann Portugal
avançou com a operação em Moçambique.
Entre os seus clientes constam empresas
de construção de armazéns e parques
industriais, bem como empresas ligadas
aos sectores logístico, automóvel e alimentar, como é o caso de Construsan,
Martifer, Mercedes, BMW, Peugeot, Sofarimex, Lidl, Dia, Raposeira, Dancake,
Modis, Sonae Distribuição, IKEA e Algarve Motor Park, entre outras.
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tecnologia
/MRS
Uma gestão
mobile da loja
A Tlantic, especialista no desenvolvimento de software, lançou
no mercado de retalho a mais recente versão do Tlantic Mobile
Retail Suite (MRS) In-Store. Através desta nova solução é possível
gerir qualquer loja através de um smartphone ou tablet
>> Victor Jorge
>> DR
D
á pelo nome de MRS In-Store, e
a mais recente versão (3.1) coloca, literalmente, a gestão de uma
loja na palma da mão, ou seja,
num simples smartphone ou tablet.
Esta ferramenta móvel combina todas
as fontes de informação relevantes, dos
POS aos ERP, contemplando a versão 3.1
upgrades nalgumas das funcionalidades,
como o aumento da usabilidade e possibilidades de integração da contagem de
artigos, bem como o aumento das funções de gestão da aplicação de backoffice.
“Um exemplo das evoluções desta nova
versão é o aumento da performance da
aplicação no colector, o que permite ampliar a gama de aparelhos compatíveis e
aumentar a preservação de investimento
de clientes que possuam equipamentos
mais antigos”, explicou Paulo Magalhães,
CEO da Tlantic, à Distribuição em Ex-
pansão.
O responsável pela empresa adiantou
ainda que esta opção se deve ao facto de
o mundo do retalho ser muito dinâmico
e de “a adequação a novas realidades de
mercado, a necessidade de redução de
custos e a pressão por resultados serem
factores fundamentais para quem quer
continuar competitivo e alinhado com as
necessidades dos clientes, cada vez mais
ágeis”.
O MRS In-Store permite fazer a gestão de
qualquer loja através de smartphones ou
tablets, sem a necessidade de deslocação
física até um escritório. A cobertura de
cerca de uma dezena de processos de loja
– desde reposição, preços, stocks, quebras, até todo o tipo de auditorias, gestão
de tarefas, informações aos clientes – liberta os colaboradores para uma maior
proximidade aos clientes.
De referir que o MRS In-Store já foi
adoptado pelo grupo Pão de Açúcar
(Brasil), pelas lojas Game e Dion Wired,
do grupo Massdiscounters (África do
Sul), e pela Sonae (Portugal), desenvolvendo a Tlantic software para organizações de retalho em todo o mundo.
Detalhe
Impressão de etiquetas
Funcionalidades – Interacção com impressoras móveis permitindo a impressão instantânea, no chão da loja e através
de uma rede wi-fi, de etiquetas de gôndola, etiquetas de desconto e etiquetas de reserva.
Benefícios para a loja – Aumento da produtividade e satisfação dos colaboradores da loja; redução de erros e de
desperdícios de recursos; flexibilidade na configuração e no
ajuste de processos.
Operações dos colaboradores das lojas – Auditoria; impressão de etiquetas de desconto; actualização de preços; optimização dos esforços comerciais.
Proposta de valor – Maior precisão, rapidez e economia; satisfação dos clientes.
Gestão de actividades
Funcionalidades – Dados em tempo real para a melhoria da
gestão de actividades; controlo de lista de tarefas (“to do” e
“check list”); actividades por funcionários.
Benefício para a loja – Aumento da produtividade; aumento
na motivação dos colaboradores da loja; maior satisfação;
maior senso de organização e cumprimento das tarefas; fa-
cilidade na execução de actividades interfuncionais.
Operações dos colaboradores das lojas – Ampla variedade
de actividades operacionais designadas aos colaboradores,
por secção e por produto; execução e controlo de listas de
actividades (“to do” e “check list”).
Proposta de valor – Garante mais tempo para o atendimento
de clientes; promoções mais dinâmicas e eficientes; execução efectiva de cada actividade na loja; acesso a informações relevantes onde e quando se precisa.
Gestão de stocks
Funcionalidades – Recepção de produtos; busca de stock;
contagem e ajuste de stock; disposição de produtos; auditoria de rupturas; inventário; reabastecimento das lojas; retorno
e transferência de stock; reservas; controlo da validade dos
produtos.
Benefício para a loja – Optimização do stock permanente;
menor redução e faltas no stock; redução de perdas de itens
vencidos e precisão no controlo das datas de validade; redução dos problemas de auditoria.
Operações dos colaboradores das lojas – Recepção de produtos; contagem de stock; disposição e reposição de produ-
tos; controlo da validade dos produtos; reservas; transferências.
Proposta de valor – Satisfação dos clientes; redução de problemas relativos a faltas no stock; optimização da rotatividade dos produtos; maior precisão; controlo menos invasivo.
Gestão comercial e preços
Funcionalidades – Auditoria de preço; descontos; auditoria
do espaço promocional; “papa-fila”; montagem, registo e
auditoria de planograma.
Benefício para a loja – Fim da divergência de preços; melhoria na organização do espaço promocional; optimização
da gestão e da utilização do espaço físico; promoções mais
eficientes e dinâmicas.
Operações dos colaboradores das lojas – Auditoria de preços; descontos em produtos; configuração e auditoria de
planograma.
Proposta de valor – Satisfação dos clientes; satisfação dos
fornecedores; aumento das vendas; melhoria na disposição
dos produtos; melhores resultados dos esforços promocionais.
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leituras
/livros
Lei da Arbitragem
Voluntária Comentada
N
os dias que correm, a arbitragem voluntária vem cada vez mais afirmando-se como uma alternativa credível e eficaz, face aos tribunais
judiciais, para a resolução de litígios, tendo particular relevância
quando estão em causa contendas de carácter comercial, em muitos
casos oriundas de contratos internacionais.
Face ao crescimento económico do país, o mundo interroga-se se o Estado
angolano é amigo da arbitragem. Importa referir que Angola tem, desde 2003,
uma lei inteiramente dedicada à arbitragem voluntária, a Lei n.º 16/03, de 25
de Julho. Foram ainda aprovados pelo Governo o Decreto n.º 4/06, de 27 de
Fevereiro, que define o regime de outorga das autorizações administrativas
para a criação de Centros de Arbitragem, e a Resolução n.º 34/06, de 15 de
Maio, reafirmando o engajamento do Governo na arbitragem como meio de
solução de litígios disponíveis. Por conseguinte, pode-se afirmar que o País
está claramente apostado em se tornar num Estado amigo da arbitragem. Os
próximos passos hão-de ser, por um lado, a ratificação, por Angola, das principais convenções internacionais em material da arbitragem e, por outro lado,
a criação de condições para que um maior número de arbitragens tenha lugar
em Angola, só assim sendo possível “testar” a bondade da lei angolana de arbitragem voluntária.
O aumento da confiança do empresariado angolano, dos investidores estrangeiros, e das instituições públicas e cidadãos na arbitragem voluntária passa também pelo desenvolvimento da arbitragem institucionalizada, através da criação em Angola de centros de arbitragem, cuja credibilidade, independência,
imparcialidade e competência os erijam como referências internacionais.
Autores: Lino Diamvutu, Manuel
Gonçalves, Sofia Vale
Editora: Almedina
Língua: Português
Págs.: 264
Ano: 2013
Preço: 18,00 EUR (2300 Kz)
Desta Vez É Diferente –
Oito séculos de loucura
financeira
C
Autores: Carmen Reinhart, Kenneth
Rogoff, com prefácio de Vítor Gaspar
Editora: Actual Editora
Língua: Português
Págs.: 550
Ano: 2013
Preço: 19,80 EUR (2533 Kz)
om base numa vasta quantidade de informação compilada numa
imensa base de dados (os dados abrangem a África, a Ásia, a
Europa, a América Latina, a América do Norte e a Oceânia, cobrem
66 países ao todo e incluem ainda dados específicos para muitos
outros), os autores puderam analisar, de uma forma mais ampla e de longa
duração, os diversos episódios de vários tipos de crises financeiras. Estas
incluem incumprimentos soberanos (quando um governo não pode satisfazer os compromissos de pagamento a que está obrigado pelas suas dívidas
externa ou interna, ou ambas); as crises bancárias, como as que o mundo
viveu em catadupa no final da primeira década deste milénio, quando uma
nação descobre que grande parte da banca se tornou insolvente, depois de
perdas pesadas em investimentos, de pânicos bancários, ou ambos; e, por
fim, as crises de taxa de câmbio, como as que assolaram a Ásia, a Europa e a
América Latina nos anos 90.
Nesta análise quantitativa emerge um padrão. Nas palavras dos autores: “Já
aqui estivemos antes. Por muito diferente que pareça sempre o último furor
ou crise financeira, há normalmente semelhanças notórias com a experiência passada de outros países e da história. Reconhecer estas analogias e
precedentes é um passo essencial para aperfeiçoar o sistema financeiro
global, quer reduzindo o risco de crises futuras, quer lidando melhor com
as catástrofes, quando elas acontecem.”
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novidades
Conheça os mais
recentes lançamentos
de produtos nestas
páginas da Distribuição
em Expansão
Nova receita de Yoco Suissinhos
A Nestlé lançou recentemente uma nova receita de Yoco Suissinhos, revelando
a marca suíça que estes iogurtes são “feitos a partir de fruta e leite e são uma
importante fonte de cálcio”. A nova fórmula é agora enriquecida com vitamina D,
um nutriente essencial para o desenvolvimento normal dos ossos.
Pescanova
lança novo
Seafood Mix
A Pescanova apresentou ao
mercado o novo Seafood Mix
em embalagens de 350 g. O
novo produto é uma mistura de
produtos do mar, composta por
miolo de camarão, lula e polvo
pequeno.
De acordo com a Pescanova, o
Seafood Mix tem baixo teor de
gorduras, é uma mistura para todo o tipo
de receitas e garante uma alimentação
equilibrada, com produtos da melhor
qualidade. O novo produto da Pescanova
foi criado a pensar sobretudo nos
consumidores modernos, com pouco tempo
disponível para a cozinha, mas com um
elevado grau de exigência no que respeita
à qualidade e ao sabor dos alimentos.
TriNa Sem
TriNa Sem é a novidade TriNa, uma versão
do sumo de laranja sem corantes, sem
conservantes, sem aromas artificiais e sem
açúcares adicionados.
A marca refere que TriNa Sem mantém a
mesma percentagem de sumo de laranja
do original, mas tem menos 86% de
calorias. O novo TriNa Sem está disponível
em embalagens PET de 1,5 l e em latas de
33 cl.
Planta de quilo
O sabor da manteiga Planta está
a partir de agora disponível numa
embalagem de 1 kg, admitindo
a marca que a nova embalagem
oferece uma poupança imediata de
19%, relativamente à embalagem de
250 gramas.
Smart TV by LG
A Smart TV da LG oferece à sala de estar a qualidade necessária para assistir ao
melhor do desporto ao vivo e a grandes noites de cinema a 3 dimensões.
Com características multidimensionais, fotografias vibrantes e um poder de
som claro e nítido, a Smart TV vem ainda equipada com o Magic Remote, um
conveniente e avançado comando de televisão.
O cartão Premium Content, que selecciona e classifica os conteúdos mais
populares no seu país, permite apreciar o melhor entretenimento esteja onde
estiver. A Smart TV da LG permite a conexão a outros dispositivos com facilidade,
possibilitando a partilha de conteúdos digitais, tornando-se possível carregar a
bateria do smartphone através do cabo MHL.
O primeiro café biológico português em cápsula
A Torrié lançou um café biológico em cápsulas. Com este novo produto, a Torrié amplia assim a sua oferta de cafés
para consumo doméstico, tornando-se na primeira marca portuguesa a produzir um café biológico em cápsula.
De acordo com a marca, o mercado europeu de alimentos biológicos atinge os 20% milhões EUR anualmente,
representando uma quota estimada em 1,5% de todo o mercado alimentar, com taxas anuais de crescimento que
rondam os 10%. “De creme claro com elevada persistência, o Torrié Biológico revela aromas de caramelo e chocolate
preto com notas florais. Na boca, é um café elegante com corpo mediano e acidez elevada. Tem um final de boca
complexo e prolongado”, diz a marca em comunicado. O Torrié Biológico em cápsula junta-se assim às variedades
Expresso, Descafeinado, Angola, Brasil, Colômbia e Energy.
Nova gama de tónicas Schweppes
A Schweppes lançou a gama Tónicas Original Premium Mixer, nas variedades Tónica Premium
Original, Tónica Premium Pimenta Rosa e Tónica Premium Gengibre & Cardamomo. As novas
tónicas Schweppes, apresentadas numa garrafa que recupera o espírito original do fundador, Jacob
Schwepp, aliam, de acordo com a marca, “a qualidade reconhecida da tónica Schweppes a subtis
aromas botânicos que realçam o melhor de cada variedade de gin.” “A Tónica Premium Original
realça os aromas cítricos, combinando na perfeição com os mais diversos gins. Ideal para combinar
com bebidas premium destiladas e com um toque de irreverência; a nova Tónica Schweppes Pimenta
Rosa distingue-se pelos aromas de pimenta que deixam um final de boca ligeiramente amargo e pelas
bolhas. A Tónica Gengibre & Cardomomo proporciona uma degustação única, criando um ambiente
fresco e agradável ao paladar”, adianta a marca pertencente agora ao universo Mondelez International.
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VIP
Very Important ProfEssional
Barómetro dos Notáveis
Um painel de profissionais dará,
mensalmente, a sua opinião
sobre questões da actualidade
colocadas pela redacção da
Distribuição em Expansão.
Trabalhadas, a posteriori,
estatisticamente, ficará a saber o
que os profissionais convidados
pensam sobre determinado
assunto, mas nunca de forma
individual, mas em grupo
1. Agostinho Kapaia, Presidente do grupo Opaia
2. Aguinaldo Jaime, Jurista
3. Albano Lussati, Vice-presidente da UNACA,
Confederação das Associações e Cooperativas de
Camponeses de Angola
4. Estevão Daniel, Administrador da Refriango
5. Filipe Lemos, Presidente Executivo da LIDE Angola
(Grupo de Líderes Empresariais)
6. Galvão Branco, Consultor empresarial da GB
Consultores Reunidos
7. Gomes Cardoso, Presidente do Codex Angola, Comité
Nacional para o Código Alimentar Angola
8. J
orge Baptista, Presidente da Associação dos
Empreendedores de Angola (AEA)
9. Jorge Coelho Pinto, Director da Jotil
10. José António Rousseau, Docente, Consultor e
especialista em Distribuição Moderna
11. José Macedo, Director-geral da Lactiangol
12. José Severino, Presidente da Associação Industrial de
Angola (AIA)
13. Judith Correia, Administradora da FaciCredit
14. Luís Reis, Presidente da Associação Portuguesa de
Empresas de Distribuição (APED)
15. Luís Sambo, Jurista, Projecto Executivo para a Reforma
Tributária
16. Luíz de Mattos, Director-geral da Alimenta Angola
17. Manuel Monteiro, Director da FertiAngola
18. Manuel Victoriano Sumbula, Administrador da CocaCola
19. Matos Cardoso, CEO da Feira Internacional de Luanda
(FIL)
20. Manuel Lopes, Directora-geral da MAXI
21. Paulo de Carvalho, Director-geral da ScoreDistribuição
22. Paulo Trindade, CEO da Abacus, Consultora
Imobiliária
23. Pedro Miguel Silva, Senior Manager da Deloitte Angola
24. Raúl Mateus, Sócio-administrador da Pomobel
25. R
egina Santos, Pesquisadora do CEIC, Centro de
Estudos e Investigação Científica da Universidade
Católica de Angola
26. Renato Azevedo, Presidente-executivo da Associação
de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola
(AEBRAN)
27. Ricardo Gerigk, Delegado do Escritório da Economia
Alemão em Angola
28. Rui Catalo, Administrador da Casa dos Frescos
29. Rui Malaquias, Docente e economista
30. R
ui Miguel Nabeiro, Administrador da Delta-Cafés
31. Rui Santos, Presidente da Sistec
32. Victor Kavinokeka Paulo, Presidente da Câmara de
Comércio e Indústria (Huambo)
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VIP
1.
Segundo o estudo Observatório da Competitividade Empresarial
em Angola, do Instituto de Fomento Empresarial, estima-se que
o mercado nacional tem capacidade para instalação de 250 000
unidades comerciais.
2.
Luanda foi, novamente, considerada a cidade mais cara do mundo.
Quais os factores que, em sua opinião, mais contribuem para esta
realidade?
a) Este número é claramente
superior ao que o mercado
necessita e tem capacidade para
absorver
a) Preço dos imóveis (venda/
compra e aluguer)
b) Preços dos produtos de grande
consumo
b) Dependerá sempre dos
formatos e conceitos a adoptar
e respectiva dimensão das
unidades
c) Preços na restauração e
hotelaria
c) Angola não tem capacidade
de instalação para 250 000
unidades comerciais
d) Preço dos serviços
d) Justificado este número,
só demonstra o potencial de
crescimento do País e do sector
3.
Citada pela agência Angop, a ministra do Comércio, Rosa Pacavira,
adiantou que a adesão à Zona de Livre Comércio da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC) será feita até 2015.
4.
Os responsáveis da Sonae admitiram novo adiamento na entrada do
Continente em Angola.
a) Esse facto só revela que o grupo
português ainda não possui modelo de
negócio para o País
a) Este adiamento é prejudicial
para Angola
b) Até os “acertos” apontados
pela ministra serem feitos,
Angola não deve aderir
b) O adiamento da entrada do
Continente em Angola só beneficia os
operadores que já estão no País e os
que pretendem entrar brevemente em
Angola
c) Este adiamento beneficia
Angola
c) É acertado por parte da Sonae adiar a
entrada em Angola se ainda não possui
o modelo definitivo para o seu negócio
d) Angola devia ter estado
presente desde o início (Agosto
de 2007) na Zona de Livre
Comércio
5.
Segundo o responsável máximo da Massmart, braço da Walmart
(maior retalhista mundial), a entrada em Angola deverá acontecer
dentro de um prazo de três anos.
d) Com estes sucessivos adiamentos,
talvez a Sonae não encontre o modelo
de negócio para entrar em Angola
6.
Em sua opinião, como acontecerá a entrada da Walmart em Angola?
a) Essa entrada era mais do que
esperada, dado o potencial de
crescimento da economia angolana
e pouca oferta existente no mercado
retalhista
b) Essa potencial entrada irá fazer
com que os actuais operadores
tentem sustentar o seu negócio
o mais rapidamente possível, de
modo a terem uma operação segura
aquando da entrada da Walmart
a) Directa com insígnia própria
b) Aquisição de player existente
c) Joint-venture com um operador
local
d) Regime de franchising
c) Este anúncio poderá fazer outros
operadores, que têm vindo a adiar a
sua entrada, repensar a sua estratégia
para o mercado angolano
d) Não acredito que a Walmart
entre em Angola dentro do prazo
anunciado
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afechar!
Super Bock sem álcool chega
às Arábias
A política de exportação da Unicer continua,
com os primeiros contentores com meio
milhão de litros de Super Bock sem Álcool
0,0% a chegarem recentemente à Arábia
Saudita para serem comercializados em
várias insígnias do canal alimentar.
Com rotulagem em árabe, a cerveja sem
álcool Super Bock será disponibilizada na
referência original e nos novos sabores maçã,
limão e romã, que foram desenvolvidos
especificamente para este mercado. Uma das
novidades é a comercialização em garrafa
de 33 cl com o sistema de abertura fácil, um
conceito da Unicer que chega agora, pela primeira vez, a este país do Médio Oriente.
Para entrar na Arábia Saudita, a empresa até há pouco tempo liderada pelo actual
ministro da Economia, António Pires de Lima, estabeleceu uma parceria local com a
Al Fayha, segunda maior empresa produtora e distribuidora de águas e refrigerantes do
país, com quem a Unicer estabeleceu contacto, pela primeira vez, na Feira do Dubai, em
2012.
O objectivo da Unicer é vender 2 milhões de litros neste mercado, no primeiro ano, e 10
milhões de litros por ano, dentro de uma década.
SABMiller
expande-se em África
A cervejeira SABMiller inaugurou recentemente uma nova destilaria no Uganda, que
representa um investimento de 90 milhões USD (cerca de 8,6 mil milhões Kz).
A unidade, localizada na cidade de
Mbarara, é a segunda neste país
e será gerida pela Nile Breweries
Limited (NBL), a filial da SABMiller
no Uganda, tendo a construção da
unidade começado em Fevereiro
de 2012.
A nova destilaria da SABMiller tem
uma capacidade para 3,6 milhões
de hectolitros e posiciona-se para
melhor aproveitar o potencial dos
mercados africanos. A nova fábrica
irá produzir para as marcas Nile
Special, Club Pilsener, Eagle Extra,
Eagle Lager e Extra Strong Brew.
Moçambique na mira da
Imperial
A Imperial apontou baterias a
Moçambique com o objectivo
ambicioso de, a curto prazo, tornar
as suas marcas líderes de mercado
naquele país africano.
Marcando presença na 49.ª edição
da Feira Agro-Pecuária, Comercial e
Industrial de Moçambique (FACIM),
no distrito de Marracuene, a 30
quilómetros da capital, Maputo,
o maior produtor português de
chocolates, além de reforçar o
negócio que já mantém no país, a empresa apresentou já as suas novidades para
o próximo Natal. Em conjunto com o maior importador e distribuidor de produtos
alimentares, a Tropigália, o seu parceiro local, a Imperial definiu Moçambique como
mercado estratégico.
Recorde-se que a África Austral, que integra Moçambique, é o mercado que detém o
maior peso nas exportações da Imperial.
Carlsberg traz
Radler para
continente africano
A terceira maior cervejeira do mundo (atrás da AnheuserBusch InBev e SABMiller) continua a sua expansão
internacional, tendo fechado o primeiro trimestre de 2013
com presença em 24 mercados.
A nova aposta da companhia holandesa, que tem uma
produção de cerca de 159 milhões de hectolitros anuais e
uma quota mundial a rondar os 8,8%, é na Radler, tendo
iniciado a exportação da cerveja com sabor a limão durante o
mês de Agosto para a República Democrática do Congo.
China abre bolsa para África
Numa recente apresentação durante o Fórum de Investimento China-Quénia, o presidente do China Development Bank
(CDB), Zheng Zhije, indicou que a instituição já investiu perto de 2,4 mil milhões USD em infra-estruturas e projectos
comerciais em mais de 30 países africanos.
De acordo com o responsável, os actuais projectos poderão trazer uns adicionais 10 mil milhões USD para território africano.
Além disso, o CDB tem empréstimos na ordem dos 18,9 mil milhões USD em África.
Segundo dados oficiais das Nações Unidas, o segundo maior investidor estrangeiro do mundo em África colocou perto de
20 mil milhões USD até ao final de 2012, valor que foi acrescentado em 3 mil milhões em 2013.
As contas dos analistas indicam, contudo, que este valor deverá ser mais alto, com as contas a suporem um investimento
de 30 mil milhões USD por ano nos últimos cinco anos.
Certo é que a China se tornou o parceiro comercial principal de África em 2009, com o valor a ascender a 198,5 mil
milhões USD, em 2012, e presumivelmente a totalizar 380 mil milhões USD, em 2015.
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