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ÍNDICE
06
NOTA FINAL
08
CONVERSAS COM... RUBEN DE CARVALHO
18
CONVERSAS COM... MANUEL JORGE VELOSO
38
CONVERSAS COM... NUNO DUARTE
52
FOTOGRAFIA Augusto Brázio
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GUIA DE AUDIÇÃO
GUIA DE AUDIÇÃO
CANTOS E RITMOS DE TRABALHO DO POVO PORTUGUÊS
Recolhidos e apresentados por Michel Giacometti
Homenagem a Lopes Graça
[Cassete editada durante a Festa do Avante! (1982)]
Os trechos musicais reunidos nesta cassette constituem exemplos, sociologicamente dos
mais significativos, dos cantos e ritmos de trabalho do nosso povo.
Do estrito ponto de vista musical apresentam-se eles, sem dúvida, como espécimes de
grande valia, se atendermos à riqueza e variedade dos seus estilos, modos e estruturas
ou, ainda, ao seu carácter de autenticidade, patente quer nas mais elementares melopeias
quer nas mais elaboradas polifonias.
Acreditamos, assim, que Cantos e Ritmos de Trabalho, para além do prazer e emoção
estética que possa suscitar a audição da voz profunda e bela do nosso povo, sirvam para
melhor entendermos as razões da sua luta por uma vida mais digna.
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[Lado 2 da cassete]
01 1m 27s
A Lavra (Conc. de Torres Vedras). Frases. Exclamações e entoações que o lavrador utiliza
para incitar o gado no trabalho.
02 1m 59s
As Malhas (Conc. de V. N. de Famalicão). Canto entoado por dois ternos de três homens
cada um, ao malhar o centeio.
03 1m 34s
A Tosquia (Conc. de Fundão). Um dos poucos cantos ainda sobreviventes que acompanham o trabalho da tosquia.
04 1m 40s
A Sementeira (Conc. de Resende). Designado localmente por “Rula, rula”, este rude canto
polifónico é entoado em geral por mulheres idosas, no fim da merenda e da própria vessada.
05 1m 40s
O Puxar da Pedra (Conc. de Tabuaço). Melopeia entoada pelo capataz e destinada a ritmar e estimular o esforço dos homens que deslocam com alavancas as pedras de maior
dimensão.
06 1m 55s
O Varejo (Conc. de Serpa). Moda de rara beleza expressiva cantada exclusivamente no
varejo da azeitona.
07 2m 12s
A Ceifa (Conc. de Idanha-a-Nova). Belo espécime de canto, utilizado tão-somente na ceifa.
08 1m 30s
A Rega (Conc. da Nazaré). O “Canto dos batedores de água”, de acordo com a designação
local, era entoado em geral por dois homens que, nas “abertas” cavadas para as derivações dos riachos, atiravam a água para os regos, com ajuda de vasilhas de folha munidas
de um braço de madeira. Lado a lado, e com água por vezes até ao peito, sincronizavam
os gestos ao ritmo do canto.
09 1m 09s
O Maçar do Linho (Conc. de S. Pedro do Sul). Expressiva polifonia de ritmo funcional
destinada a acompanhar o trabalho penoso das mulheres na maçadela do linho.
[Lado 1 da cassete]
10 1m 40s
A Lavra (Conc. de Évora). Designado localmente por “Tralhoada”, este canto é entoado
em diálogo pelo homem que vai à frente das três juntas de bois e pelo que guia a charrua.
11 1m 52s
A Ceifa (Conc. de S. Pedro do Sul). Canto de feição polifónica, tranquilo e solene, em regra
entoado por mulheres na própria faina.
12 1m 07s
O Alar das Redes (Conc. de Faro). Melopeia entoada no alto-mar pela companha de uma
traineira, ao levantar das redes.
13 1m 54s
O Espadelar do Linho (Conc. de Ponte de Lima). Exemplo de canto polifónico de rica
estruturação, destinado a ritmar a espadelada do linho.
14 1m 14s
A Ceifa (Conc. de Vimioso). Romance das c[s]egadas entoado em diálogo por dois homens,
colocados cada um numa ponta das camaradas.
15 2m 05s
A Rega [Conc. de Pampilhosa da Serra). A “Canção da Roda”, de acordo com a designação local, é entoada por uma mulher que, pela pressão dos pés, move um engenho
erguido sobre um poço, cuja água é deste modo vertida para os regos das hortas vizinhas.
16 1m 20s
A Cava (Conc. de Figueira da Foz). O capataz ou mandador utiliza este ritmo para encorajar os homens que cavam a manta no plantio do Bacelo.
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