Planejamento de Gênero
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Planejamento de Gênero
Metodologias e Práticas de Desenvolvimento Comunitário Projeto Peixes, Pessoas e Água Equipe de elaboração: Thais Fernanda Leite Madeira e Erika de Castro Projeto gráfico, ilustração da capa e editoração: Thais Fernanda Leite Madeira REALIZAÇÃO APOIO Federação dos Pescadores Artesanais de Minas Gerais PARCEIROS Prefeitura Municipal de Buritizeiro Prefeitura Municipal de Ibiaí Prefeitura Municipal de Pirapora Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Abaeté Prefeitura Municipal de Três Marias Prefeitura Municipal de Várzea da Palma Sub-Prefeitura de Barra do Guaicuí 2 Caras amigas Caros amigos Esta cartilha reune e complementa o trabalho de pesquisadores/as nas áreas de Desenvolvimento Comunitário e Gênero, adaptados para o contexto do Projeto Peixes, Pessoas e Água, ou “A Pesca Continental no Brasil: Modo de vida e conservação sustentável”1. Este projeto, uma colaboracão bilateral entre o Brasil e o Canadá, busca a implantação da co-gestão da pesca artesanal e a sustentabilidade da pesca familiar artesanal e do meio ambiente na região do médio São Francisco. Um dos objetivos do projeto, entre outros, é fortalecer a organização social das comunidades ribeirinhas do São Francisco e desenvolver estudos que permitam a formulação de ações de intervenção e de auto-desenvolvimento que tenahm como centro de interesse as questões de gênero, raça e preservacão do meio ambiente. A proposta da I Oficina de Desenvolvimento Comunitário e Gênero é o desenvolvimento comunitário centrado nos aspectos de gênero e criação de alternativas para geração de renda. A oficina “Metodologias e Práticas de Desenvolvimento Comunitário” Primeira Etapa, teve como objetivos específicos: Ø Oferecer treinamento em desenvolvimento comunitário e gênero às equipes técnicas das prefeituras envolvidas no projeto PPA, de acordo com metodologias de inclusão social que buscam participação da comunidade na criação e implementação de estratégias de auto-desenvolvimento para 1 Este projeto é financiado pela Canadian International Development Agency (CIDA), e International Development Research Centre (IDRC) e tem como parceiros a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e as ONGs World Fisheries Trust (WFT) e Instituto Amazonico de Manejo Sustentável dos Recursos Ambientais (IARA). 3 melhoria de sua situação sócio-econômica, dentro de princípios de conservação e preservação ambiental; Ø Estimular o intercâmbio entre as várias instituições locais e regionais e junto aos parceiros do Canadá, ampliando as discussões sobre possibilidades e desafios do desenvolvimento comunitário na região, bem como para estabelecer redes de informação e apoio social local e regional. Como resultados importantes da primeira etapa da I Oficina de Metodologia e Práticas de Desenvolvimento Comunitário, listamos abaixo alguns comentários mencionados nas avaliações dos participantes: o desenvolvimento de intercâmbio pró-ativo entre as prefeituras; a possibilidade de conhecer projetos em andamento ou sendo implantados que poderão ser eventualmente replicado;, a troca de informações sobre assuntos de interesse comum; a possibilidade de construção de uma rede de informações e conhecimentos relacionados ao desenvolvimento comunitário, às estratégias para geração de renda e à inclusão da mulher. A segunda etapa da Oficina “Metodologias e Práticas de Desenvolvimento Comunitário” visará o aprofundamento dos objetivos já citados, de forma pragmática e concreta, junto às comunidades. Mais especificadamente, a oficina tem como objetivos: v Propiciar aos participantes das prefeituras a oportunidade de serem cofacilitadores e colocarem em prática, junto aos membros da comunidade pesqueira, algumas metodologias selecionadas para estímular o desenvolvimento comunitário; v Discutir com a comunidade pesqueira seus desafios, e a partir dessa discussão, dentro de uma visão pró-ativa, construir de forma participativa soluções para os problemas detectados; v Oferecer treinamento a membros da comunidade pesqueira dentro das áreas de educação e cidadania para que os mesmos se tornem multiplicadores de novos conceitos e atitudes sobre desenvolvimento comunitário, geração de renda e inclusão da mulher. 4 Para esclarecer a estratégia de colaboração e cooperação entre todos os parceiros envolvidos no PPA, respondemos abaixo duas questões-chave que vêm orientando nossos trabalhos na região: • Por que a comunidade pesqueira? Porque a público-alvo do PPA são os pescadores e pescadoras artesanais, que constituem portanto a comunidade piloto dentro da estratégia de inclusão social de grupos mais vulneráveis (dentro desse grupo, salientando-se mulheres e jovens, bem como os profissionais dependentes de atividades primárias e sazonais). • Por que desenvolvimento comunitário e gênero? O reconhecimento da fragmentação atual das comunidades, que contribui para o isolamento tanto da vida social das comunidades como de seus membros em diversas experiências não relacionadas entre si, leva à busca de processos que permitam a redescoberta das ligações orgânicas entre as experiências e a potencialização das estratégias de inclusão social. O desenvolvimento comunitário é um desses processos, e no qual este projeto tem tão somente um papel de facilitador. A comunidade, e aqui entendemos a comunidade formada tanto por aqueles que vivem na cidade como também por seus gestores, é na realidade a responsável pelas necessárias mudanças de atitude e comportamento, sendo seu envolvimento fundamental, para garantir a sustentabilidade e continuidade dos processos de desenvolvimento social, cultural e econômico, que são contínuos e dependentes de um comprometimento de todos os envolvidos. O desenvolvimento comunitário deve ser um processo holístico que integre todas as facetas da vida das comunidades, em suas dimensões sociais, políticas, econômicas, artísticas, éticas, e espirituais, consideradas como parte de um todo. Essas dimensões precisam ser trabalhadas de forma a funcionar em conjunto, reforçando-se mutuamente de forma a integrar todos os cidadãos – em especial as mulheres, costumeiramente alijadas - na exploração coletiva da capacidade inata das pessoas de cooperação e busca de melhor qualidade de vida para suas famílias. 5 Nesse sentido, a proposta desta oficina consolida-se como uma idéia de um “projétil”, ou seja, uma idéia que se lança, com força, para atingir determinados fins e resultados. A força e o impacto desse “projétil” dependem das pessoas conquistadas pelas idéias em seu bojo, que se agregam durante o percurso e movimento, aumentando o raio de impacto e ampliando os resultados desejados. O êxito do impacto só se fará sentir se conseguirmos juntar vários desejos e vontades durante o trajeto seguido. Por isso, os pescadores e pescadoras, as mães, pais, filhos e filhas das famílias ribeirinhas, os gestores e gestoras municipais, não podem estar fora desta empreitada, trabalhando coletivamente para o desenvolvimento das comunidades de forma sustentável e socialmente justa. Este material é uma compilação de diversos documentos, apresentacões e textos sobre desenvolvimento comunitário, metodologias participativas, gênero, captação de recursos, etc., e possui, portanto, um caráter mais próximo de um “inventário” sobre como têm sido pensadas as temáticas aqui apresentadas, do que uma abordagem completa e definitiva. É um trabalho em andamento. Dessa forma, esta cartilha pretende buscar e fortalecer os conhecimentos que as comunidades já têm, sistematizando informacões e discussões que possam contribuir para a construção de uma próxima etapa de trabalhos, a ser definida a partir dos resultados que venham a ser obtidos. A adesão à proposta de desenvolvimento comunitário focado em gênero, que aqui apresentamos acrescida das contribuições dos participantes das oficinas, irá nortear a construção de uma cartilha/ manual definitivo. Para todos, parabéns pela disposição em participar deste projeto e bom trabalho! Projeto Peixes, Pessoas e Água SUMÁRIO 6 1 CONCEITOS BÁSICOS E FERRAMENTAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DE GÊNERO Página 08 3 COMO NÓS NOS PLANEJAMOS: MULHERES E O PROCESSO DE PLANEJAMENTO COMUNITÁRIO Página 33 5 2 Captação de Recursos Página 76 4 6 Desenvolviment o Econômico Comunitário Página 12 Biomapas Comunitários O Processo de Elaboração Passo-a-Passo Página 62 Anexos Página 89 7 CONCEITOS BÁSICOS E FERRAMENTAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DE GÊNERO 8 CONCEITOS BÁSICOS E FERRAMENTAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DE GÊNERO ABORDAGENS POLÍTICAS GÊNERO E SEXO §SEXO identifica as diferenças biológicas entre homens e mulheres. PLANEJAMENTO DE GÊNERO §Planejamento de gênero significa uma abordagem que reconhece que homens e mulheres tem papéis diferentes na sociedade e, portanto, ambos tem necessidades diferentes a serem atendidas pelo processo de planejamento. OS PAPÉIS DEFINIDOS PELO GÊNERO Na maioria das sociedades, as mulheres de baixa renda tem um papel triplo: as mulheres tem a seu cargo atividades reprodutivas, produtivas e de gerenciamento comunitário, enquanto que os homens desempenham primariamente atividades produtivas e relativas às políticas da comunidade. §Papel reprodutivo: corresponde às responsabilidades de ter e criar as crianças e dos trabalhos domésticos desempenhados pelas mulheres, requisitos para garantia da manutenção e reprodução da força de trabalho. NECESSIDADES DETERMINADAS POR GÊNERO §As mulheres têm necessidades específicas, diferentes das dos homens, não só devido ao triplo papel que as elas assumem, mas também por causa de sua posição de subordinação comparativamente aos homens. §As abordagens políticas que se referem às mulheres de baixa renda tem mudado nas últimas décadas, espelhando as mudanças nas políticas macro-ecônomicas de desenvolvimento. As abordagens políticas variam em relação aos papéis das mulheres, estando voltadas ao atendimento de necessidades estratégicas e práticas, e estando direcionadas a um determinado fim. §Seguranca social: a mais antiga abordagem, dos anos 1950-70 que propunha trazer o desenvolvimento às mulheres tornando-as mães melhores. As mulheres são vistas como beneficiárias passivas do desenvolvimento. O papel reprodutivo das mulheres é reconhecido e a abordagem, conceituada de cima para baixo, procura atender às necessidades práticas através de dádivas de alimentos, medidas contra a mal nutrição e planejamento familiar. Não representa nenhuma ameaça ao status quo e é, portanto, ainda extremamente popular. §Eqüidade: A abordagem original MED (Mulher Em Desenvolvimento), usada durante a Década da Mulher, ONU, 197685, que procura obter a eqüidade para as mulheres, vistas então como participantes ativas no desenvolvimento. Seu papel triplo é reconhecido, e procura atender às necessidades estratégicas através de intervenções diretas pela autonomia política e econômica, e reduzindo as discrepâncias em relacão aos homens. Essa abordagem desafia a posição de subordinação das mulheres, e é considerada bastante ameaçadora pelo status quo. §Anti-pobreza: A segunda abordagem MED adotada a partir dos anos 70, que propõe assegurar às mulheres pobres o aumento de sua produtividade. A pobreza das mulheres é vista como um problemas de sub-desenvolvimento. O papel produtivo 9 das mulheres é reconhecido e pretende-se atender à necessidade prática de aumentar a renda, particularmente através de projetos de geracão de renda em pequena escala. É a abordagem mais popular junto às ONGs. §Eficiência: A terceira abordagem MED, agora predominante, adotada desde a crise da dívida externa dos anos 80, que se propõe a assegura que o desenvolvimento seja mais eficiente e efetivo através da contribuição econômica das mulheres. Procura atender às necessidades práticas ao mesmo tempo admitindo a triplo papel e um conceito elástico do tempo das mulheres. §Empoderamento: As abordagens mais recentes, articuladas pelas mulheres do Terceiro Mundo. O objetivo é empoderar as mulheres através do incremento de uma maior auto-confiança. Considera que a subordinação das mulheres é expressa não somente devido à opressão masculina mas também por causa da opressão colonial e neo-colonial. Reconhece o triplo papel, e procura atender às necessidades estratégicas indiretamente através da mobilização, de baixo para cima, a partir das necessidades práticas. MULHERES E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO O que é “PLANEJAMENTO”? • É formular objetivos: o que se quer realizar? • É estabelecer o que é importante: como essa tarefa, projeto ou evento está incorporado em nossa “VISÃO” de futuro da comunidade? • É pensar em como atingir esses objetivos; • É discutir como “AGIR” para alcançar esse objetivos. Porque as mulheres devem participar no Planejamento Comunitário? • Porque as mulheres têm uma perpectiva diferente; • Porque as mulheres sabem mais sobre a comunidade; • Porque as mulheres não estão ainda suficientemente envolvidas; • Porque as mulheres têm seu próprio jeito de trabalhar juntas; • Porque as mulheres constituem um grupo diferenciado. Princípios básicos para se trabalhar em conjunto • Encorajar a participação inclusiva; • Demonstrar respeito aos membros do grupo; • Desenvolver uma organização estrutural não-hierárquica; • Valorizar o ponto de vista de todas as pessoas; • Assegurar que todas as opiniões sejam ouvidas; • Receber e contribuir com informações; • Dividir as responsabilidades; • Escolher projetos factíveis; • Divertir-se! 10 Para Sustentar o Espírito Comunitário Definir a Tarefa a planejar O resultado deve ser o desenvolvimento de uma equipe de mulheres da comunidade, que sejam dedicadas e que tenham o conhecimento necessário para: Identificar as Metas ü avaliar as necessidades da comunidade Relacionar os Fatos ü involver todas as pessoas As Sete Etapas de Planejamento: Gerar Possibilidades para ações concretas Agrupar as possibilidades em Opções Avaliar os prós e contras de cada opção Decidir sobre a opção a ser adotada ü abordar o pessoal da municipalidade com confiança ü conseguir apoio geral ü planejar realisticamente a implementação dos projetos ü identificar os recursos necessários ü galvanizar a opinião pública ü desenvolver habilidade política para colocar na agenda municipal as necessidades da comunidade 11 Desenvolvimento Econômico Comunitário Desenvolvimento Econômico Comunitário: Três Abordagens Peter Boothroyd e H. Craig Davis O que é comunidade ? Na América do Norte, o desenvolvimento econômico comunitário (DEC) se baseou nas características de um movimento ocorrido durante a recessão econômica de 1981-82. O crescente movimento do DEC reflete o contínuo desencanto com a situação de bem-estar e de sua habilidade em manter empregos para todos e padrão de vida crescente, fornecer serviços sociais e municipais adequados e reduzir a Geralmente, comunidade pode ser definida como sendo um grupo de pessoas que se conhecem pessoalmente e que planejam juntas com o decorrer do tempo, para seu melhoramento a longo prazo. Essa definição abrange geograficamente assim como comunidades baseadas em interesses comuns. Ela enfoca sendo são as definidas o envolvimento de seus membros como disparidade regional. Quais comunidades abordagens de desenvolvimento comunitário: a comunidade. característica Isso essencial implica que da uma localidade não é uma comunidade caso as pessoas não estejam interagindo para um v promoção do crescimento; propósito comum e que um grupo de v mudança estrutural interesse não é uma comunidade caso os v e transformar em um bem coletivo membros meramente paguem taxas, doem dinheiro, assinem petições ou compareçam a Assim, onde se pratica o DEC, o objetivo geral é o mesmo: tomar alguma medida de controle da economia do mercado e do estado. Além disso, apesar dos conceitos específicos de comunidade, economia e desenvolvimento variarem de acordo com a abordagem do DEC, cada qual pode ser definida em termos suficientemente generalistas para abranger todos os três. acontecimentos em comum, tais como aulas ou eventos esportivos. O que é Economia? Como definição geral que pode ser dada de uma economia que é a de que se trata de um sistema de atividade humana direcionada a suprir os desejos humanos e que é Desenvolvimento Econômico Comunitário: Abordagem de Promoção do Crescimento (dEc) determinada pelo uso deliberado de recursos escassos, incluindo o tempo do ser humano. Essa definição permite que atividades não relacionadas às de mercado sejam incluídas na economia, porém diferencia a economia da cultura e a religião da sociabilização espontânea. A decisão sobre ficar em pé ou se ajoelhar durante a reza não é uma questão de alocação de recursos e, portanto não se trata de uma questão econômica; entretanto, a decisão sobre o que fazer com os fundos da igreja é uma questão econômica. Sob o dEc, o desenvolvimento econômico é visto como sinônimo de promoção do aumento de postos de trabalho, renda ou atividade comercial. A comunidade é vista simplesmente como a localidade onde as empresas reúnem para promover seus interesses através da expansão econômica. Na prática, dEc pré-data o termo DEC. Na geralmente ser qualitativa de um sistema. Uma vez o mudanças propriamente desenvolvimento planejadas dito além quanto a América do Norte propriamente dita. Suas raízes estão no definido como uma mudança quantitativa ou definido, os verdade, trata-se de uma abordagem tão O que é desenvolvimento? pode ocasionalmente representantes dos setores trabalhistas) se antiga Desenvolvimento (e engloba pelo sistema de agências externas, mas exclui a mudança resultada de boa sorte ou dos esforços individuais agregados para maximizar o ganho pessoal. avanço (ex.: planejamento de melhoramentos cívicos e de festivais para promover o orgulho patriótico e as compras locais, e, portanto, promover a imagem “progressiva” da cidade frente aos olhos dos governos e das corporações que poderiam nela investir) (Artibise 1982). Tradicionalmente, o crescimento tem sido casado com e promovido pelas câmaras de comércio, sindicatos e por políticos que têm se agarrado a qualquer oportunidade de atrair investimentos tamanho da para economia aumentar local. o Essa 14 frequentemente novos investimentos na comunidade têm inconsciente, à promoção do crescimento ocorrido sem uma estratégia compreensiva tem sido classificada como “caça chaminés” para maximizar os benefícios líquidos para a por seus descrentes. comunidade. abordagem tradicional, Para a maioria das comunidades, a Estratégia Tradicional de dependência dEc: Caçando Chaminés empregadores como forma singular de da atração de grandes estimular o crescimento pode provar não ser Na forma tradicional de promoção de efetiva. A abordagem vira comunidade crescimento, assume-se que a fonte do umas contra as outras num atentado crescimento competitivo está em empregadores atrair grandes (necessariamente de atrair o equivalente econômico do cavaleiro numa armadura exportadores de bens ou serviços) para a cintilante. localidade. O desenvolvimento industrial a desenvolvimento econômico comunitário ser atraído é tipicamente uma fábrica, mas que tende frequentemente a ser baseada em poderia também ser uma mina, uma linha de idéias de contadores sobre o que seria um trem, uma bom clima de negócios; terra barata, mão- penitenciária, uma escola ou uma agência de-obra barata, impostos baixos, pouca do governo. regulamentação O papel do planejador de caça às chaminés baseada no direito ao trabalho. Foi assim (ex.: oficial de desenvolvimento empresarial que se podem atrair algumas montadoras ou político local) é, primeiramente atrair automobilísticas coreanas a virem se instalar capital para a comunidade mostrando as em sua província e eles viriam galopando vantagens para o investidor: lucro para o sobre as colinas num cavalo branco para te empreendedor, votos para o político. Em salvar (Henderson 1990). segundo lugar, o promotor busca melhorar a Num jogo no qual existem muito mais vantagem local pela indução de vários jogadores níveis do setor público a se unirem, provar a inevitável e grande número de perdedores. infra-estrutura local e iniciar medidas fiscais Além disso, algumas comunidades que têm que beneficiem of investidores potenciais. O tido sucesso em atrair novas indústrias esforço para atrair novas empresas para a perceberam comunidade e engajar o setor público como benefícios líquidos que esperavam (Perry conseqüência tem sido não-seletivo de 1989). maneira geral. Isso é tentativa de induzir substanciais uma atração turística, É uma ambiental que Têm abordagem prêmios, que não ocorrido perdas e ao legislação ocorrem produziram um os freqüentes e compensatórias às 15 empresas locais. Alguns negócios existentes governamental foram (ex.: custos-eficientes. Além disso, assim como comércio do centro das cidades por centros Thurow (1989) menciona, se uma fábrica comerciais suburbanos), outros perceberam pode ser atraída para uma comunidade que seus custos (ex.: aluguel e salários) através de subsídios, esta é geralmente tão aumentaram de forma proibitiva e outros marginal que fechará com o primeiro ainda viram sua base de recursos destruída enfraquecimento econômico. simplesmente substituídos frequentemente não são pelos recém chegados (ex.: pesca por Abordagem Moderna ao dEc: mineração). No pior caso, a promoção da Planejamento de Crescimento abordagem da caça às chaminés para o DEC simplesmente colocou em andamento um jet set internacional de artistas fraudulentos, Com a instabilidade econômica do final dos charlatões e vigaristas que exigem créditos, anos 70 e 80 houve um fortalecimento na incentivos e vantagens fiscais para montar promoção do crescimento comunitário. fábricas que empregam trabalhadores de Dado o reconhecimento da deficiência da baixa chegam, abordagem de caçar chaminés, a de removem o creme e então se mudam para promoção do crescimento está se tornando outra área “desavantajada”. Essa abordagem muito mais sofisticada. A ênfase está ao desenvolvimento tem resultado em colocada fiascos caros por todo o Canadá (Lotz 1977, compreensivo para o crescimento através do 10). envolvimento de todos os atores públicos e Resumindo, a variante caça à chaminé da privados relevantes na demarcação de alvos, abordagem pesquisa faixa de de renda. promoção Eles é altamente sobre o de planejamento oportunidades e questionável ao DEC. No presente e num desenvolvimento de uma ampla gama de futuro próximo, um gigantesco número de estratégias. postos de trabalho está sendo criado por Além da à caça a investidores/empregadores pequenas empresas em expansão e por externos, as estratégias de planejamento de novas empresas na América do Norte (Birch crescimento 1981; Economic Council of Canada 1190a). produtividade das empresas existentes e a Para posicionar os recursos da comunidade promoção do estabelecimento de novas para uma concorrência constante com outras firmas por empreendedores locais. Questões comunidades com o intuito de atrair uma relacionadas à como as firmas se estruturam fábrica corporativa de grande escala, um - mega-projeto dominada por investidores ou corporações ou uma infra-estrutura incluem sociedades o limitadas, aumento da consórcios, 16 pertencentes aos trabalhadores, cooperativas melhoramento ou desenvolvimento comunidade tornando-a mais interessante comunitário - ou de onde vêm não é para os compradores, turistas, aposentados, importante para os planejadores do dEc. A trabalhadores e investidores através de pergunta é como ajudar qualquer firma que medidas como preservação da herança contribua para o crescimento econômico da cultural, instalação de móveis de rua, comunidade. melhorando a estrutura de saúde, reduzindo Assistência estratégica para firmas pode ser a poluição e desenvolvendo serviços sociais fornecida através do município, instituições tais como creches. corporações de da atratividade da comunitárias, diversas agências do estado, instituições educacionais ou alguma Pressuposto do dEc combinação destas numa parceria. Mais comumente, as empresas são assistidas no aumento das exportações da comunidade Sob ambas, a variante tradicional ou a através da expansão de novos mercados, moderna, o dEc se baseia em quatro desenvolvimento de novos produtos ou pressupostos com relação à natureza da fazendo economia. A economia da comunidade é melhor uso dos recursos. (ex.: considerada como sendo a totalidade das substituição dos importados pela produção transações monetárias. Bens e serviços local) também é visada em algumas produzidos fora deste mercado (ex.: por situações - não para aumentar a estabilidade, voluntários ou através de escambo) não mas fazem parte da economia da comunidade. A Substituição para dos importados aumentar o crescimento econômico. produção O auxílio do setor público às empresas pode comercializáveis não é considerada como incluir empréstimos, concessões, programas contribuinte para o crescimento, e, portanto de também treinamento dos investidores e de não bens para e o serviços não- desenvolvimento funcionários incubadores que fornecem uma econômico. série de equipamentos para escritório e A comunidade tem mais vantagens quando outras sobre o empregamento está em ascensão. O inovações tecnológicas que aumentem a aumento do número de postos de trabalho se eficiência, marketing, traduz em maior renda, aumento dos valores melhoramento da infra-estrutura e parques das propriedades e aumento da arrecadação. industriais. De maneira mais indireta, a Custos culturais, sociais ou ambientais instalações, informação instrumentos de assistência pode ser dada através do 17 derivados do empregamento são estratégias de apoio do dEc (tais como considerações secundárias. estabilidade, sustentabilidade, Aumento do número de postos de trabalho é independência, igualdade e qualidade da avançado mais efetivamente pelo aumento vida de trabalho) não são consideradas. no fluxo de dinheiro para a comunidade. Isso é conseguido em grande parte pelo aumento no nível de exportações e pela Limitações do dEc: atração de empresas de fora para dentro da O propósito unido do dEc e comunidade. Este conseguido através atributos mais localização, último da é promoção favoráveis recursos e sua falha melhor sobre atitudes dos a Apesar de haverem diversas situações nas da quais concordaríamos que os esforços de comunidade. promoção do crescimento deveriam receber A economia interna da comunidade (ex.: a a mais alta prioridade - por exemplo, em estrutura dos relacionamentos dentro da emergências, tais como o fechamento da comunidade ao invés de sua posição na mina de uma cidade baseada numa única economia indústria, em muitos casos de comunidades mais global) fica a ser Nenhuma cronicamente guiar o acreditamos que questões a longo prazo da como estabilidade e igualdade podem e comunidade tão bem como a mão invisível devem ser abordadas concomitantemente do mercado. Os benefícios do aumento aos empregatício escoarão para as camadas de agregada. Na verdade, caso essas questões renda mais baixa da comunidade - “uma não forem abordadas os esforços de dEc maré cheia levanta todos os barcos”. podem ser negados pela discordância e Na abordagem dEc, empresas (às vezes em vulnerabilidade que elas mesmas causam. parceria Em suma, de nossa perspectiva são diversas determinada agência pelo pode planejar desenvolvimento com mercado. da ou economia trabalhadores) trabalham esforços empobrecidas para - aumentar também a renda da as situações em que a abordagem da comunidade para tornarem-se cada vez mais promoção do crescimento é necessária, competitivas por investimentos e mercados porém em nenhuma delas esta se faz numa economia maior. O fazem sob a suficiente. bandeira que proclama uma finalidade Apesar da promoção do crescimento ser inquestionável: apropriadamente desejável para algumas juntas utilizando as instituições “crescimento da comunidade”. Outras possíveis finalidades e comunidades, é lamentável que estas 18 mesmas comunidades enfrentem as maiores Na grande maioria das comunidades dos barreiras ao crescimento e que sejam as EUA o desenvolvimento econômico é mais fracas na soma-zero da concorrência definido principalmente como criação de por novos clientes e investidores. É cruel a postos de trabalho (geração de mais reivindicação de que elas podem fazer isso empregos) por si só. Ao invés de discursos-pop por estabilidade da base empregatícia existente e parte dos promotores do crescimento, tais em segundo plano como melhoramento da comunidades precisam de cooperação e arrecadação de impostos com interesse assistência de outras comunidades da região relacionado no desenvolvimento real do para estado encontrar um nicho econômico com ou no alguma potencial menção de à re- apropriado. desenvolvimento de áreas comerciais e Uma vez que a cooperação econômica industriais. regional não é praticada na maior parte da América do Norte (exceto para o simples propósito de lobby regional e promoção turística), as comunidades que têm conseguido crescer nos últimos anos o fizeram dada sua posição adiantada e competitiva em termos de tamanho ou Desenvolvimento Econômico Comunitário: Abordagem de Mudança Estrutural (Dec) localização, ou em função de sua boa sorte ou esforço extra em conseguir assistência do estado. Com os problemas fiscais atuais do governo, o sucesso do dEc tornou-se mais e mais dependente das condições objetivas de tamanho e localização. Na ausência de cooperação intercomunitária, o dEc ficou mais difícil de ser atingido exatamente onde é mais necessitado. Mesmo assim, através de seu envolvimento e por se tornar cada vez mais sofisticado, o dEc tem conseguido reter sua posição como a forma dominante de DEC nos Estados Unidos e no Canadá (como mencionado por A evolução da caça às chaminés, de uma década atrás, ao crescimento planejado ocorreu em paralelo com a emergência de uma abordagem fundamentalmente diferente ao desenvolvimento econômico comunitário. Apesar de alguns práticos do DEC terem respondido às limitações da simples busca ao investidor através da tentativa de fazer um melhor planejamento e indução do crescimento por meio de técnicas cada vez mais sofisticadas, outros começaram a perceber a necessidade de suplementar ou substituir a finalidade do Malizia [1985, 43]). 19 crescimento propriamente dito. A qualidade negócios que era administrada com mínimo da economia, ao invés de quantidade de envolvimento da comunidade nas tomadas crescimento em uma ou outra variável, de decisões (Melnyk 1985). Não se via a acabou tornando-se o foco de uma segunda maior parte das cooperativas comunitárias principal abordagem ao DEC na qual a como sendo necessárias para garantir o ênfase foi colocada sobre o “D”. crescimento ou a estabilidade apesar de sua Desenvolvimento denota um processo mais continuação completo e mais complexo do que aquele fornecerem competição em situações que de entendido por crescimento. outra forma poderiam ser monopólios Aplica-se bem às direções defendidas pelo capitalistas. Além disso, por se tratar de um que não período de crescimento sustentado, os anos deveriam comprar o crescimento a qualquer 50 e 60 também foram momentos em que a preço (ex.: a custo da instabilidade cíclica, ascendência da ideologia do bem-estar ausência do proprietário ou exaustão do mudou a forma como as pessoas viam o capital natural). relacionamento entre a comunidade e o acreditam que comunidades ser vista como útil por estado. Precursores e brechas do Dec Antes da situação de bem-estar, os legisladores assumiam que nossa migração É possível traçar as origens do Dec bem era a resposta individual apropriada ao como as do dEc na maior parte da América declínio da economia das localidades onde do Norte desde várias décadas atrás. as bases econômicas tinham se exaurido, Durante o período altamente instável do tornado obsoleta pelas novas tecnologias ou capitalismo pré-Keynesiano, ultrapassadas por investidores externos. O particularmente no primeiro terço deste estado-providência tinha condições e desejo século, diversas comunidades organizaram de apoiar a permanência das pessoas em cooperativas de produtores, cooperativas de suas comunidades, mesmo que a base consumo e associações de crédito (Coady econômica local tivesse colapsado. Antes 1939). Estas foram criadas para estimular o dos anos 50, indivíduos em comunidades de crescimento da comunidade, porém também risco se tornavam mais auto-suficientes ou foram vistas desempenhando um papel partiam para pastos mais verdes; hoje estes importante sobre a estabilização. se tornam cada vez mais acostumados a Durante a expansão dos anos 1950 e 1960, a desfrutar dos benefícios estabelecidos pelas maior parte das cooperativas enfraqueceu ou garantias do governo quando o setor privado se consolidou dentro da linha principal de falha. Apoio governamental variou desde o 20 seguro-desemprego, projetos de criação de nas operações de fabricação. O consenso trabalho, alívio que tinha apoiado o estado-providência foi corporativo para o desígnio e estímulo de abalado; a assistência a comunidades e centros regionais de crescimento. indivíduos foi reduzida. As comunidades subsídios agrícolas e alguma não podiam mais contar com o respaldo do estabilidade nas residências, mas foi paga governo quando o setor privado havia pela auto- falhado. Eles começaram a vivenciar mais e gerenciadas das comunidades. Já removidas mais o custo social e econômico da dos importantes processos de planejamento dependência (Bruyn 1987). de as Durante os anos 80 e 90 cresceu a comunidades agora se tornam assunto para consciência de que ambas economias, local decisões e e internacional, estão cada vez mais investidores externos em outras áreas da ameaçadas (se já não afetadas) pelo economia da comunidade. Com o estado- esgotamento e degradação das bases de providência, a comunidade tornou-se local recursos com direitos de sobrevivência ao invés de telecomunicação que permitiam que as apenas um local de produção, mas seu decisões potencial como agente de planejamento manejadas mais remotamente e o capital se decaiu. moveu mais rapidamente, além de comércio Tanta benevolência dissipação permitiu das gerenciamento tomadas instituições de por recursos, tecnocratas naturais, sobre inovações investimentos na fossem não gerenciado e crises fiscais causadas pela Dec incapacidade sistêmica de dar conta do Contemporâneo recado com menos. Na metade dos anos 70 o estado-providência As opções consideradas pela comunidade começou a sofrer uma crise fiscal mais para enfrentar essas ameaças têm variado. A severa que qualquer outra desde a Grande maior parte tem enfocado opções dentro da Depressão. No início dos anos 80 o estado- abordagem providência se defrontava com uma terrível discutida condição financeira. Confrontou-se com o rapidamente maneiras de vender mais no desafio de ter que apoiar não apenas mercado, mas frequentemente a custo da comunidades de acima. crescimento Elas planejado desenvolveram debilitadas em regiões criação de novas vulnerabilidades para si cronicamente deprimidas, mas também mesmos como a de se tornarem muito comunidades sofrendo de colapsos nos dependentes mercados exportação (ex.: turismo), empregadores de commodities ou aqueles de certos produtos de enfrentando severa competição internacional 21 (frequentemente ausentes), ou substitutos de comunidade se tornar uma cidade que vive importados (ex.: novos centros comerciais). em função de uma empresa. Entretanto, comunidades • Reduzir a dependência do investimento enfocaram a busca de maneiras de melhorar externo aumentando a propriedade local: a estabilidade a curto e longo prazo através Isso pode ser conseguido através da da ampla redução de suas dependências ao compra, pelos próprios funcionários, de invés de simplesmente buscar formas de companhias em situação difícil, encorajando promover o crescimento. Ligando os pontos os empreendedores locais, identificando entre a estabilidade e a sustentabilidade, e tecnologias de menor escala (ex.: moinhos aceitando o imperativo moral desta última, com clientela) ou nichos de mercado não eles entendem que a fixação da sociedade preenchidos que possam ser explorados sobre pelos algumas o crescimento como sendo empreendedores locais, problemática, particularmente quando o desenvolvendo cooperativas de crédito e crescimento se torna a finalidade única ou fundos de empréstimos comunitários para primária do DEC da comunidade. Essas encorajar a retenção das economias da comunidades no comunidade para que sejam usadas pela desenvolvimento de abordagens que, acima comunidade (Swack 1987; Eberle 1987), ou de tudo, aumentem o controle local através estabelecendo empresas com raízes na de mudanças estruturais. comunidade como as cooperativas de ficaram interessadas produtores e consumidores e corporações de Estratégias de desenvolvimento Dec estratégias de mudança (MacLeod 1986; Fairbairn et al. 1991). • As comunitário Reduzir dependência sobre estrutural tomadores de decisões externos através desenvolvidas pelo práticos do Dec para do aumento do controle local sobre o aumentar o controle local com interesse na gerenciamento dos recursos: estabilidade e sustentabilidade podem ser agrupadas em seis categorias: Bons exemplos sobre esse tipo de estratégia • Diversificar as fontes de investimentos são os experimentos de “co-gerenciamento” externos: em que os governantes dividem o controle Diversas operações pequenas são mais sobre a pesca com a comunidade (Pinkerton estáveis que um grande empregador, mesmo 1989). Potencialmente, o co-gerenciamento que todas sejam de posse externa. A pior pode ser amplamente aplicado à vida das hipóteses, do ponto de vista do Dec, é a 22 selvagem, gerenciamento florestal e períodos de alto desemprego dados à atividade mineira como demonstrado por escassez comunidades experimentais no oeste do períodos de alta inflação monetária que Canadá. Em função de sua situação especial, prejudica as comunidades aborígines têm estado na Exemplos desse tipo de estratégia incluem o vanguarda O uso de créditos trabalhistas para organizar naturais, voluntários para liderar grupos de crianças e do co-gerenciamento. desenvolvimento de reservas de dinheiro, aqueles alternando com salário times Mautnei 1987; Gardner e Roseland 1989; comunitários e formar cooperativas de Morehouse 1989), babás. habitação (Hulchanski cooperativas 1988) de todos Uma interessante estabelecer fixo. consórcios comunitários da terra (White e e esportivos, com forma que as jardins particularmente comunidades têm exemplificam as inovações não-aborígines desenvolvido para fortalecer sua economia como sendo desenhadas para aumentar o não monetária é a instituição de dinheiro controle da comunidade sobre a terra. local. Em alguns casos isso na verdade • Reduzir a exportações dependência sobre envolveu papel impresso - baseando-se, por pela exemplo, em madeira-de-lenha ao invés de tradicionais diversificação de produtos ou de em ouro. Em outros casos mais mercados para os produtos existentes: tecnologicamente inovadores a “moeda” Essa é particularmente importante onde à local é computadorizada com entradas para economia da comunidade é altamente créditos e débitos. Na British Columbia dependente de um único produto. esses • Reduzir exportação a de substituindo a produção local são frequentemente de chamados de sistema local de comércio por geral, trocas (SLCT). Através da permissão de por trocas multilaterais baseadas numa variação necessidade maneira sistemas importados pagos pelos exportados: de combinações de moeda local e federal A substituição de importados pode ser (sendo a combinação parte de um acordo promovida de várias formas através de entre o comprador e o vendedor) este programas de compra local (Davis 1989). promove o comércio em princípios de • Reduzir a dependência sobre o dinheiro mercado mesmo quando a moeda oficial como base para troca local através do está escassa (Davis e Davis 1987). fortalecimento da economia não- monetária. Isso reduz o impacto de ciclos mercantis marco-econômico que criam Pressupostos do Dec 23 O principal pressuposto econômico em que A estrutura interna da economia local não está baseado o Dec pode ser resumido da deve ser deixada para as conseqüências seguinte forma: descontroladas das ações dos mercados A economia local se expande além das guiados pela ditadura dos princípios de transações a vantagem econômica comparativa. O DEC economia não-monetária controlada a nível envolve a reestruturação deliberada da local e relativamente estável que faz uma economia importante contribuição ao bem-estar. participam dessa economia. do mercado. Ela inclui local pelas pessoas Apesar de a economia excluidora do Limitações dinheiro-em-espécie permanecer primária do Dec que enquanto as pessoas buscarem benefícios do e serviços Agora que o sonho do crescimento ilimitado um potencial foi despedaçado, muitos (se não a maioria) significativo de maior desenvolvimento do dos cidadãos dariam as boas vindas à setor não-monetário na maior parte das estabilidade comunidades (Gershuny 1979; Nichols e desenvolvimento de atividades robustas Dyson 1983; Ross e Usher 1986). controladas localmente e ambientalmente O principal propósito do DEC é aumentar o sustentáveis se o nível de estabilidade controle local para fornecer estabilidade a pudesse fornecer a qualidade de vida da curto e longo prazo. Se a comunidade vê ou qual têm desfrutado (ou observado a nação não como um todo desfrutando) nos melhores comércio inter-regional governamentais, o existe crescimento como finalidade econômica Porém, obtida suplementar do DEC vai depender da momentos. natureza de sua economia (se já existe comunidades não é possível obter tal ideal emprego total dos recursos humanos e num futuro próximo; em alguns locais é naturais) e sua avaliação de seu tamanho provavelmente impossível. Deve-se chegar atual. Caso se busque o crescimento, sua a meios termos e fazer compensações. preocupação central deverá ser sua natureza A em termos de estabilidade, sustentabilidade conseguida apenas se as comunidades e balanço. estiverem preparadas para se sacrificar em Fluxos monetários dentro e através da curto prazo para maximizar o crescimento comunidade devem ser estabilizados através (ex.: mega-projetos tentadores previamente de propriedade diversificada, controle local estabelecidos para reter propriedade local, dos recursos, diversificação das exportações reduzir gastos com consumo para aumentar e substituição dos importados. a poupança para investimento local, aceitar estabilidade pode para pelo muitas geralmente ser 24 menor retorno sobre os juros e maior risco a promoção vigorosa do Dec pode resultar que maiores, em conflito divisível, como exemplificado colhendo lentamente e minando taxas para por batalhas comunitárias como entre preservar o capital natural, assumindo riscos lenhadores e ambientalistas. com produtos e processos não-familiares e Fundamentalmente, a limitação do Dec é substituindo algumas horas de trabalho de que está fora de sintonia com o vínculo alto salário baseado em exportação por estrutural para o crescimento ilimitado. substitutos importados menos Ainda sim, só por se levantar a possibilidade remuneradores ou não- de um desenvolvimento com múltiplo- remunerado e ajuda mútua). Ironicamente as espectro como alternativa ao crescimento pessoas parecem mais interessadas em unidimensional, os promotores do Dec considerar é forçam as comunidades mais recalcitrantes a objetivamente mais difícil fazê-lo - num explicar e considerar suas prioridades. momento em que suas comunidades se Quanta encontram num declínio secular ou cíclico estariam dispostas a negociar por mais após uma explosão. empregos e renda em curto prazo? Quão Para cidades fonte de matéria-prima os bons obstáculos subjetivos para se chegar à externamente? estabilidade são compostos pelo simples considerações resultam em hipóteses e fato de que as mudanças mais prováveis de finalidades levar à finalidade do dEc são menos estabelecimento de um critério orientado à prováveis estabilidade oferecido nos tais de mercados voluntarismo sacrifícios contribuir quando para o Dec. Atividades econômicas que agregam valor estabilidade são os econômica empregos Às controlados vezes reformuladas para elas avaliar essas e propostas no e monitorar o progresso. aos recursos de exportação de uma cidade (ex.: um moinho) empregamento, aumentam porém os o produtos processados normalmente ficam no mesmo ciclo de preços que os recursos crus. Uma vez que a vida atual de várias pessoas nas Desenvolvimento Comunitário: Econômico Abordagem de Comunalização (deC) cidades fonte de matéria-prima poderia ser melhorada através oportunidades de do aumento trabalho e/ou das renda pessoal, dEc é frequentemente considerado A terceira abordagem ao DEC vai além das preocupações com o crescimento econômico e estabilidade para considerações sobre mais desejável que o Dec. Nessas situações 25 como a riqueza (amplamente definida) é sua habilidade de buscar seus objetivos usada e distribuída. A ênfase é no próprios em cooperação com outros. desenvolvimento de uma economia de Também podemos dizer que o deC trabalha forma que a comunidade seja fortalecida. A na direção das palavras de Chekki (1979,10) comunidade, nessa abordagem, é definida “auto-determinação não somente como a localidade onde ocorre “todo membro possa, caso desejar, assumir a atividade econômica ou como um grupo papel significativo.” DeC, portanto tenta de relacionamento que pode ser estruturado criar dentro da comunidade acesso justo aos para maximizar o benefício coletivo. Ao meios de vida das residências criando invés disso, trata-se de uma qualidade acesso justo aos processo de tomada de social/emocional através da qual as pessoas decisão coletiva da comunidade. É participa se sentem conectadas umas com as outras. tório Elas estão preocupadas com o bem estar comunista sem negar a individualidade. Sua mútuo e têm satisfação na cooperação. É preocupação uma qualidade que muitos aborígines no cooperação. em seus é comunitária” meios e onde finalidades, estabelecer a livre Canadá chamam de “cuidar e compartilhar”. Estratégias de Para os defensores do desenvolvimento econômico comunitário, a deC mudança estrutural é necessária, mas insuficiente As estratégias do deC podem ser agrupadas como finalidade. Uma comunidade pode ser dentro de três categorias: estável e independente, mas explorativa e • Trabalhar através dos governos solitária. O alvo para aqueles que enfatizam local e o “C” no DEC é criar funções produtivas e marginalização de distribuição mais “justas” ou “razoáveis”. determinadas Aproveitando comunidade. Os práticos do deC podem as palavras de John superior para ou eliminar a exploração de dentro da pessoas Friedmann (1981, 5) podemos dizer que o incitar desafio do deC não é apenas o de criar uma compartilhamento do trabalho, prevenir distribuição de renda mais igual, mas políticas discriminatórias, também garantir que todas as casas tenham condições de acesso habilidades sindicalização, etc. Eles podem “lutar com a pertinentes, organização social e política, prefeitura” para estabelecer a distribuição instrumentos de produção (incluindo acesso mais justa dos impactos dos serviços e à boa saúde), informação relevante, rede desenvolvimento comunitários e tornar os a conhecimento e os governos a trabalho, encorajar o monitorar facilitar a social e meios financeiros (para)… melhorar 26 processos de planejamento mais Fortalecendo normas e participatórios. • Estruturando as instituições de práticas de auxílo mútuo sem o uso do dinheiro Dec Dec (tais como cooperativas, consórcios de terras desenvolvimento e corporações comunitário de [CDC]) Tradicionalmente, cooperativas, por exemplo, podem ser sobreviverem (ex.: através da distribuição organizadas não somente para amortizar de alimentos ou cuidando de crianças em indivíduos do mercado, aumentar poder de situação negociação e reter lucros na comunidade - independentemente todos objetivos do Dec - mas também para financeira relativa, a realizar tarefas além de promover a justiça social. Cooperativas de seu poder individual (ex.: através de trabalhadores em particular frequentemente mutirões para levantar construções). desenham suas escalas salariais, condições Tais de trabalho e distribuição da renda aos sociabilidade da comunidade e tornam o meros objetivos do deC dentro da firma e da trabalho mais desfrutável. comunidade maior (Melnyk 1985). Alguns Apesar de grandemente enfraquecido pela sindicatos de crédito dão atenção especial às modernização, a ética da ajuda mútua empresas iniciadas por pessoas de baixa sobrevive, particularmente nas comunidades renda. aborígines. Em outras localidades, o auxílio Os CDCs em particular se prestam a servir o mútuo sobrevive como “voluntarismo”. Em papel de justiça econômica (MacLeod 1986; alguns setores econômicos (como recreação Zdnek 1987). Por serem posse de toda a organizada comunidade, eles podem potencialmente ser desempenham mais comunicativos que as cooperativas que planejamento e entrega dos serviços. Outra enfocam em seus próprios membros e forma de auxilio mútuo envolve atividade frequentemente excluem os muito pobres. colaborativa de diversas associações (ex.: Como empregadores todas as instituições pastores, deC podem se esforçar para tornar o envolvidas com atividades recreativas). O trabalho mais significativo através do deC mostra a importância do auxílio mútuo encorajamento para a economia da comunidade e promove trabalhador nas tomadas de decisão. do de risco) práticas da permitido membros participação fracos têm para favorecer os mais necessitados. As da mais essas e de situação aumentam crianças) papéis músicos, residências, sua também para comunidade voluntários importantes atletas a ou no pessoas sua expansão. Pressupostos 27 do deC O deC está na igualdade precede seu envolvimento no baseado nos seguintes DEC. Na América do Norte tais pessoas têm pressupostos: sido minorias. São menos ainda que aqueles A economia local engloba transações de que preferem estabilidade a curto e longo mercado (monetária e não-monetária), mas prazo acima do crescimento. também incluem a produção e distribuição Na baseada em princípios não-comerciais de acreditam que a modernização está nos propriedade compartilhamento, distanciando do deC. Por exemplo, Wilson auxílio mútuo e melhoramento da vida (1983) Indica-se que o alto valor que agora produtiva mesmo que ao custo da eficiência. colocamos sobre a privacidade, que para A distinção entre as questões econômicas e muitos indivíduos substitui um senso de sociais não é claramente demarcada e, no responsabilidade pelo bem público. Lasch caso da família, os relacionamentos social e (1979) argumenta que as forças sociais econômico são entremeados. parecem estar fora do controle individual, O propósito do DEC é aumentar a fazendo com que as pessoas enfoquem no solidariedade gerenciamento de seus objetivos pessoais. comum, comunitária, justiça verdade, alguns críticos sociais distributiva e qualidade de vida amplamente Não tendo esperança de melhoramento em definida. suas vidas de qualquer forma relevante, as Instituições econômicas deveriam ser pessoas se convenceram de que o que organizadas para promover a cooperação ao importa é o melhoramento psíquico… Viver invés da competição (ex.: devem combinar para o momento é a paixão preponderante - desenvolvimento viver para si mesmo, não para seus social com desenvolvimento econômico). antepassados ou para os futuros seus (Lasch Todos os membros da comunidade devem 1979, 4-5). ser estimulados a participar do planejamento O fortalecimento desse retiro à vida privada e dos processos de tomadas de decisões que é um cinicismo com relação aos políticos e dão forma à economia da comunidade. ao processo político. As forças que criaram a necessidade do deC tornam sua prática Limitações do deC concomitante de difícil realização. Uma segunda limitação do deC é que ele Sua primeira limitação é compartilhada com pode ser adotado pelos reformadores sociais o Dec: ambos estão fora de sintonia com a que são motivados por crenças religiosas ou corrente sido ideais políticos que os levam a ignorar ou tipicamente adotado por pessoas cujo foco entender mal a natureza das comunidades principal. O deC tem 28 humanas reais e vivas. Em muitos casos Uma terceira limitação potencial do deC é esses reformadores são líderes carismáticos que que estabelecem comunidades “propositais” fortalecendo internamente as comunidades de vida curta. Nos piores casos, líderes locais religiosos prometendo deC verdadeiro e responsabilidade global. Entretanto, há uma instantâneo acabam por criar desastres crescente consciência de que o deC tem que sociais, tais como o suicídio em massa em ser Jonestown em 1978 e o mais recente ambientalmente saudável caso qualquer um tragédia em Waco no Texas. Outros se dos dois queira ser bem sucedido. Isso se dá tornam ricos ao custo de seus próprios pelo fato de que sem um Dec efetivo, fica seguidores. Isso não é para depreciar o difícil para a comunidade praticar o deC por propósito de comunidades. estar em função do mercado, sentindo-se Esforços sinceros, pensados compelido a sacrificar os interesses dos todas as bem e este sem pode tornar-se aumentar acompanhado Dec entendimento do potencial e dinâmica dos competitivas de maneira geral; por outro deC, apesar de que o impacto na maior parte lado, sem o deC, a comunidade fica sem o das pessoas será o resultado de tentativas contrato social necessário para fazer valer os modestas sacrifícios do Dec (Boothroyd 1991a). dentro das suas um de pobres praticar melhorar de senso respeitáveis contribuem muito para nosso de para seu paroquial, vantagens comunidades já existentes. 29 Resumo das Três Abordagens e Implicações para os Planejadores Em ambas, teoria e prática do desenvolvimento econômico comunitário, os conceitos do processo variam em termos de mercado. Nós agrupamos esses diversos conceitos dentro de três abordagens gerais que são orientadas ao crescimento (dEc), mudança estrutural (Dec), e transformar em um bem coletivo (deC). Cada uma dessas implica num papel particular para o planejador do DEC. A Tabela 1 resume nossas diferenciações das três abordagens. O dEc pré-data o termo DEC propriamente dito e tem aparecido em duas fases principais: caça-as-chaminés e crescimento planejado. A fase inicial e a mais recente envolvem a promoção da comunidade para atrair atenção do governo e dos principais investidores privados. A última fase envolve planejamento estratégico coordenado por uma vasta gama de instituições comunitárias usando sofisticadas ferramentas financeiras, legais e promocionais. O planejador do dEc é um desenvolvedor de contatos de trabalho, mediador de negociações e fornecedor de informações sobre mercados, tecnologia e oportunidades de financiamento. O processo de planejamento servido pelo planejador do dEc pode ter ampla base dentro da comunidade, mas a função prevalente frequentemente é dominada por líderes comunitários ou mesmo por pessoas de fora) de empresas, trabalhadores, profissionais, governo ou setor educacional. Tabela 1. Comparação entre as três abordagens do DEC dEc Dec deC Conceito de Economia Transações monetárias Transações monetárias ou não Fabricação e distribuição da produção baseada em princípios de mercado ou não Conceito de Comunidade Finalidade Principa Estratégia Principal Localmente Em casa Compromisso mútuo Aumento da renda e de posições de trabalho Aumento do influxo monetário Estabilidade e sustentabilidade Aumento do controle local através de mudança estrutural Cuidar e compartilhar Integrar o desenvolvimento econômico e social CONCLUSÃO O Dec foi sinalizado pelo movimento poder - é de chamar a atenção para o aspecto cooperativista no início desse século, mas humano que o mercado ainda não obliterou foi apenas na virada da década para os anos e oferecer algumas sugestões práticas para 80 que essa abordagem surgiu por completo as organizações sociais não baseadas no para de mercado. Portanto o planejador do deC desenvolvimento. Essa redefinição começa encoraja a reflexão da comunidade para a resultar na ênfase sobre o crescimento aspectos sendo substituída ou balanceada com uma qualidade de vida e questões de distribuição orientação para estabilidade a curto e longo além de desenhar oportunidades para uma prazo, através da mudança estrutural e participação apropriada significativa por controle local. Os planejadores do Dec todos os setores da comunidade (Boothroyd incrementam 1991b). redefinir o o significado desenvolvimento e fundamentais relacionadas à funcionamento de instituições de controle local e fornecem possibilidades informações de sobre Na prática, é claro, as três abordagens não de são tão prontamente distinguíveis. Tão diversificação pouco mercados, produtos e propriedade. são mutuamente exclusivas. A estratégia de fortalecimento de instituições O deC (termo frequentemente utilizado democráticas locais, por exemplo, pode simplesmente desenvolvimento fornecer as finalidades de todas as três comunitário) é praticado por idealistas abordagens. Além disso, muitas (se não a outros que os da linha principal. À medida maioria) das pessoas considerarão uma que a “grande transformação” (Polanyi economia 1944) para uma sociedade dominada pelo desenvolvida aquela que supre as finalidade mercado continue, torna-se cada vez mais de todas as três abordagens (ex.: uma que difícil para muitos imaginar uma sociedade supra não-coerciva a comunidade de maneira justa e razoável). distribuição são organizadas sob base Nessa perspectiva, a função do planejador diferente o do DEC inclui auxiliar a comunidade a interesse próprio dos indivíduos; o deC encontrar estratégias que congragam os parece valores em que todos saiam ganhando. das como onde a trocas, alienado. produção e maximizando Mesmo assim a as comunitária necessidades completamente materiais da importância do deC - e talvez seu principal 31 Ainda sim, a maior parte das comunidades ênfase sobre a justiça. O desafio para o necessitará fazer compensações (abrir mão planejador do DEC não é apenas de orientar de algo) implicadas por nossa tipologia e a comunidade a ser efetiva na abordagem todas precisarão estabelecer prioridades. Por que escolha, mas também de ajudar a pensar exemplo, comunidades tradicionais que, sobre os motivos que a levaram a optar por todavia possuem valores do tipo cuidar-e- aquela compartilhar podem querer enfatizar o conseqüências e alternativas. Tendo em crescimento. As comunidades que estão mente cientes de estar à mercê da economia apresentamos auxiliará o planejador na internacional podem trabalhar no sentido da função mais importante do DEC. abordagem a tipologia e considerar tal como nós as a mudança estrutural e estabilidade. Locais onde alguns líderes se encontram preocupados com a distribuição da riqueza altamente desigual podem vir a colocar Referências Artibise 1982 Thurow 1989 Bruyn 1987 Fairbairn et al. 1991 Henderson 1990 Malizia 1985 Swack 1987 Pinkerton 1989 Perry 1989 Coady 1939 Eberle 1987 White and Mathei 1987 Morehouse 1989 Hulchanski 1988 Davis 1989 Gershuny 1979 Nicholls and Dyson 1983 Melnyk 1985 Polyani 1944 Ross and Usher 1986 Lotz 1977, 10 Melnyk 1985 MacLeod 1986 Gardner and Roseland 1989 Davis and Davis 1987 Friedmann 1981, Zdenek 1987 Boothroyd 1991b Wilson 1983 Coady 1939 Chekki 1979, 10 Lasch 1979 32 COMO NÓS NOS PLANEJAMOS: MULHERES E O PROCESSO DE PLANEJAMENTO COMUNITÁRIO 33 comunitária compartilhada, ou um assunto Capitulo 1: Introdução ao planejamento comunitário de interesse comunitário. O que é chamado de ferramentas? Usa-se o Este manual consiste num roteiro para termo “ferramenta” de uma forma genérica, auxiliar mulheres a se envolverem em incluindo uma grande variedade de idéias ou planejamento comunitário. maneiras de fazer determinadas coisas, O manual tem como objetivo ajudar as desde roteiros de atividades em geral, até mulheres no entendimento do processo de técnicas específicas. planejamento comunitário, e auxiliar os planejadores municipais a facilitar o envolvimento das mulheres. Este manual foi O manual é sobre como planejar alguma coisa importante com a desenvolvido a partir da experiência de um projeto de planejamento comunitário que comunidade aconteceu no bairro de Forest Grove, na cidade de Burnaby, província de British O processo é importante Columbia. Enquanto que o planejamento comunitário O manual também trata de maneiras através pode estar focado na obtenção de um das quais os planejadores municipais podem determinado objetivo, por exemplo, um envolver as mulheres nas atividade de cruzamento de pedestres numa determinado planejamento. via ou a construção de um centro de bairro, o processo – como se chega lá – é As pessoas que irão usar esse manual de igualmente importante. ferramentas podem partir de diferentes situações. Você pode ser parte de um grupo organizado ou pode estar começando um. O Os tipos de processo tratados neste manual são: manual dá dicas de como se organizar, caso ♦ Iniciando a comunicação você ainda esteja durante esse processo. ♦ Organizando a comunidade Onde quer que você esteja, existe um grande ♦ Definindo a visão das mulheres para número de projetos aos quais você poderá sua aplicar essa abordagem: para atingir o concretizar essa visão objetivo pela qual você já vem lutando, para ♦ iniciar um novo projeto, e/ou para organizar comunidade as pessoas em torno de uma visão comunidade e trabalhando para Respondendo às necessidades da ♦ Aprendendo as maneiras de como planejar cooperativamente, de forma a O que é Planejamento Comunitário? atender às necessidades da comunidade. Todo mundo participa Focalizando no planejamento Quando se fala de planejamento, entende-se um processo que envolve: ♦ Determinar o que é importante (uma “visão”) ♦ Definir os objetivos ♦ Pensar as maneiras como atingir esses objetivos ♦ Iniciar as ações necessárias para obtenção dos objetivos. O planejamento pode ser clara e facilmente estabelecido quando as pessoas envolvidas compartilham opiniões e o objetivo não é muito complicado. No outro extremo, quando muitos interesses diferentes estão Funcionarios de vários níveis de governo são treinados e empregados como “planejadores”. Seu trabalho usualmente envolve fazer recomendações ao governo local sobre o planejamento físico das regiões e cidades, de forma a orientar decisões que respondem a questões como: onde irá acontecer um novo loteamento? Quantos andares podem ter os edificios que vão ser construidos ness área? Quais são as faixas de pedetres neesa ruas? Qual a iluminação pública necessária para ess área? Cada vez mais, planejadores estão se envolvendo em recomendações aos governos locais em relaçõa aos serviços sociais da comunidade – quantas unidades de moradia subsidiada essa comunidade necessita? Essa comunidade precisa de um centro comunitário? Conhecer os planejadores envolvidos no planejamneto de sua comunidade pode ajudar a voce e a seu grupo em como se envolver mais nesse tipo de decisões. competindo e o planejamento envolve uma tarefa muito grande (por exemplo: planejar os novos usos de um terreno muito grande), Esse manual é para pequenos então o planejamento pode se tornar muito projetos de um tamanho relativamente complexo. Nessas situações, existem todo o pequeno, dirigido a uma necessidade local, tipo de prioridades a serem levadas em mas mesmo assim que afete positivamente e conta, informações a serem coletadas, de forma clara a comunidade. Espera-se que alternativas a serem avaliadas, opções de esse tipo de projeto ajude a organizar, troca, e conflitos a serem resolvidos. motivar e educar a comunidade e promover a busca de objetivos mais abrangentes. 35 A experiência do projeto em Forest Grove foi importante para desenvolver esse manual porque foi durante o projeto que as “ferramentas” foram desenvolvidas e testadas. Em se usando as ferramentas O Projeto no Bairro Forest Grove apresentadas aqui, você poderá ter que adapta-las às suas próprias necessidades e Esse manual foi desenvolvido baseado nos circunstâncias. resultados de um projeto de planejamento realizado no bairro de Forest Grove, na cidade de Burnaby. Durante um período de seis meses, as mulheres do bairro e os planejadores locais trabalharam juntos para elaborar o planejamento comunitário. Eles tiveram grande sucesso na determinação das prioridades da comunidade e completaram dois projetos comunitários – uma fonte de água, uma torneira de água e uma passagem Porque as mulheres devem participar de planejamento comunitário? - Porque as mulheres têm uma perspectiva diferente. As mulheres trazem uma perspectiva única ao planejamento comunitário e de vizinhança. Além de suas experiências na força de trabalho formal, as mulheres trabalham em seus lares e comunidades de pedestres. como voluntárias e ajudando a quem De certa forma, pode-se dizer que Forest Grave é único: principalmente de o bairro casas consiste geminadas e precisa. Todos esses papeis ajudam a formular a perspectiva especial que elas trazem ao planejamento comunitário. cooperativas habitacionais, e fica numa área arborizada e distante, num dos lados da montanha onde se situa a Universidade Simon Fraser. Sob certos aspectos é um clássico bairro suburbano, de acordo com o modelo do pós-guerra que tem sido implantado em muitos lugares, por muitos anos, mas tem potencial para serem melhor desenvolvidos e transformados comunidades mais agradáveis. em Quando as mulheres são perguntadas sobre o quê é importante para elas nas comunidades, o que transparece mais frequentemente nas respostas é uma visão completa das comunidades que leva em consideração todos os aspectos ambientais, sociais e econômicos das comunidades. A experiência das mulheres em suas comunidades molda suas percepções de forma diferente das percepções dos homens. 36 Portanto, as mudanças para a comunidade qualidade de vida da comunidade. Portanto, que são interessantes para os homens não envolver a mulheres no planejamento necessariamente são adequadas para as comunitário beneficia todo mundo. mulheres, e eventualmente mudanças que as mulheres propõe não necessariamente ocorrem aos homens. - Porque as mulheres são estão ainda suficientemente envolvidas A despeito de sua experiência em criar - Porque as mulheres sabem mais sobre a comunidades, as mulheres não são sempre comunidade consultadas quando há mudanças a serem As comunidades e vizinhanças podem ser implementadas nas comunidades. De fato, uma fonte de apoio e ajuda mútua, nas quais muitos as relações são formadas e alimentadas, e planejamento municipal, além de não onde o espírito comunitário se torna considerar as perspectivas das mulheres, possível. Elas podem ser também lugares criam inadvertidamente barreiras à sua tristes e de isolamento. O planejamento participação. Essas barreiras incluem: pode ser um instrumento importante para § aspectos dos processos do Não poder estar presentes nas reuniões transformas as vizinhanças em verdadeiras na prefeitura quando elas não dispõem comunidades. de transporte privado; § O horário das reuniões na prefeitura Dispendendo a maior parte do tempo nas durante o dia, quando as mulheres estão comunidades trabalhando, buscando as crianças na (embora mulheres isso com já sabem crianças esteja e famílias mudando) como criar escola, etc.; as uma § A falta de disponibilidade de supervisão comunidade. Elas sabem quais são as para as crianças durante as reuniões e mudanças eventos. necessárias para tornar a comunidade mais segura e mais conveniente para elas e suas famílias. Elas sabem o quão Este manual trata de como superar esses são importantes às condições de moradia, obstáculos. Trata de como as mulheres, os escolas, comercio, transporte público, as planejadores ruas, os programas recreativos, os serviços e funcionários os centros comunitários porque elas são os engenheiros e pessoal da Saúde, podem usuários mais freqüentes de todos esses trabalhar juntos para fazer com que as serviços públicos. O que é importante para comunidades as melhores para todo mundo. mulheres modela basicamente a municipais da se prefeitura, tornem e outros tais como lugares bem 37 Porque as mulheres têm seu próprio jeito ainda existem grandes diferenças – não de trabalharem juntas somos todo um, único público. As mulheres frequentemente têm um jeito de trabalharem juntas diferentes dos homens As mulheres têm um papel vital na – um jeito diferente de discutir, interagir, formação das apoiar uma à outra e alcançar consenso. diferentes perspectivas Esse manual ajuda a criar o espaço para que comunicar que são valiosas nos processos as mulheres possam trabalhem juntas na de planejamento e envolvimento público. definição Esse manual serve para ajudar as mulheres a de suas prioridades e comunidades. de serem claramente também comunitário. Ajuda também as mulheres na algumas maneiras para que os processos de obtenção do apoio necessário para fazer planejamento municipal possam mudar de com que haja mudanças significativas. forma a refletir um Sugere novo jeito no maneiras têm preocupações, e fazer com que sejam ouvidas. ouvidas e Elas planejamento de trabalharem juntos. Através do aprendizado O que ganham os planejadores e o de como se envolver, as mulheres ganham pessoal do governo local? também a autoconfiança necessária para estimular as mudanças nas suas comunidades. Os planejadores e o pessoal do governo local podem se beneficiar das experiências das mulheres e das suas perspectivas em - Porque as mulheres constituem um grupo entre outros relação aos assuntos do planejamento comunitário. Como já foi dito acima, as A distinção entre mulheres/homens/crianças é mais uma maneira de categorizar os membros do público. Outros jeitos podem mulheres trazem uma experiência e uma compreensão únicas do que realmente contribui para o bem-estar da comunidade. ser pela suas histórias (culturas) ou pelo seus interesses. Esse manual está focalizado nas perspectivas das mulheres, mas se reconhece que outros grupos também têm perspectivas e papeis importantes nos processos de planejamento. A coisa mais importante a ser lembrada é que todos os grupos têm diferentes perspectivas e O envolvimento municipal nos processos de participação comunitária e nos projetos pode também constituir-se numa maneira de desenvolver e sustentar um forte apoio da comunidade. Os residentes ficarão muito mais conectados e envolvidos com sua comunidade, e efeitos e impactos positivos prioridades, e que dentro desses grupos 38 inesperados podem resultar. O sentido de para gerenciar um processo de planejamento comunidade mais amplo ou mesmo alguma decisão que dos participantes será enriquecido, e um maior entendimento dos processos políticos e envolva um rezoneamento controverso. governamentais também pode ser esperado. Naturalmente, Os planejadores esse tipo de envolvimento conduzirá, de específicos forma geral, a um melhor planejamento e envolvimento das mulheres no planejamento desenvolvimento das comunidades. comunitário. Eis alguns dos papeis que eles em podem termos ter de papeis facilitar o podem assumir. Por essas razões, os vereadores podem se beneficiar através do encorajamento aos Planejadores planejadores para aumentar a participação e conselheiros envolvimento das mulheres nos processos Durante o processo de desenvolver e por em de planejamento comunitário. Por exemplo, pratica um projeto comunitário, há diversos a Câmara de Vereadores poderia requerer papeis potenciais para os planejadores ou que os Termos de Referência a do processo outras pessoas que trabalham no governo de desenvolvimento ou um plano de uma local. Esses papéis incluem: área local incorpore regras para assegurar o § envolvimento das mulheres. como educadores e Explicar o processo de planejamento municipal, e como a burocracia funciona; § Participar no desenvolvimento das estratégias para a obtenção das metas do projeto § Ajudar na determinação dos recursos que são necessários e como melhor obtê- Quais é o papel dos planejadores? los § Esse manual está orientado para projetos Participar na implementação do projeto e monitorar o progresso; específicos e factíveis. A abordagem é pro - § Obter informações; ativa e orientada para projeto, de forma que § Obter os planejadores possam aplicá-lo em iniciativas da comunidade de pequena escala. Com algumas aprovação e recursos, por exemplo, lugares para as reuniões e financiamento. modificações, entretanto, a abordagem poderá ser usada 39 Planejadores como organizadores: estendendo a mão às mulheres Quando os planejadores desejam incluir as perspectivas das mulheres, formal ou informalmente, há uma variedade de grupos e organizações comunitários que podem ser contactados: § Planejadores como facilitadores Os planejadores podem facilitar normalmente a planejamento. Antecipando as dificuldades experenciadas pelas mulheres e jovens famílias farão com que os planejadores estejam cientes em como § Algumas maneiras através das quais os planejadores podem facilitar a participação Os diretores das escolas podem sugerir nomes de mães ou membros da diretoria do conselho escolar; § Os parques e instalações recreativas muitas vezes têm sessões para mulheres; § Igrejas, sinagogas e outros grupos religiosos remover essas barreiras e encorajar a participação das mulheres. líderes Vizinhança, centros comunitários); mulheres para participar em processo típico de as (inclusive o Clubes de Mães, Casas de comunitário de várias maneiras. Mas, entender as barreiras enfrentadas pelas conhecem comunitárias e as cidadãs mais ativas participação das mulheres no planejamento primeiramente, os planejadores precisam Agencias de serviço social e ONGs podem ter grupos para mulheres; § Conselhos das cooperativas de moradia podem sugerir mulheres participantes dentre seus membros. das mulheres incluem: § Fazer as reuniões em locais da comunidade; § Fazer as reuniões em horários após o jantar; § Providenciar supervisão para crianças. 40 Como posso me envolver em planejamento comunitário? Primeiro: saiba o que está sendo planejado para sua comunidade Usualmente há um Plano Comunitário Oficial (PCO) para a sua área, incluindo planos locais que já foram preparados – esta é uma boa maneira de ficar sabendo o que irá acontecer com a sua comunidade nos próximos anos. Um PCO contém mapas e as metas gerais para sua comunidade. Você poderá identificar aviso de re-zoneamento ou desenvolvimento na sua área – telefone para o governo local para saber de detalhes sobre como isso irá afetar seu bairro. Segundo: procure saber o que está acontecendo em matéria de planejamento na sua comunidade Pode ser que haja algum processo de planejamento em andamento na sua comunidade que você estaria interessada em acompanhar e participar. Ou você pode procurar os vereadores ou planejadores responsáveis pela sua área para tentar colocar o projeto de seu grupo na agenda. Alguns princípios básicos e fundamentais de planejamento devem ser levados em consideração: ♦ Zoneamento: controla os tipos de usos do solo e atividades permitidos numa área, por exemplo: casa uni-familiares ou edifícios comerciais. Quase toda área está zoneada para algum uso – em que zona está sua área é importante porque isso irá determinar como a área irá se desenvolver – por exemplo, sua área presentemente pode ser exclusivamente residencial, mas pode estar zoneada para uso comercial e residencial pelo PCO. O zoneamento também regulamenta coisas como o tamanho e a altura dos edifícios. ♦ Audiência pública/ Reunião pública para informações: quando estão previstas grandes mudanças em planos e/ou zoneamento para a cidade e a região é obrigatório haver audiências pública onde as pessoas podem expressar aprovação ou desaprovação sobre as mudanças propostas. Essas audiências são anunciadas em jornais locais. Você pode ir a essas reuniões e falar à Câmara sobre o assunto – expresse suas preocupações e suas opiniões sobre os assuntos. ♦ Sessões da Câmara: As sessões da Câmara são regulares – usualmente uma vez por semana – nas segundas à noite na maioria das cidades da British Columbia. A maioria, mas não todos os assuntos da cidade são tratados nessas reuniões, e ela são abertas ao público. Os vereadores podem se reunir também em ocasiões especiais em privado para discutir assuntos específicos. Você pode assistir às sessões regulares e fazer uma apresentação para o seu grupo. ♦ Comitês: a Câmara muitas vezes cria grupos de conselheiros ou comitês de representantes comunitários e negociantes para informar sobre assuntos específicos. Exemplos incluem: Comitês de Relações Raciais, Terceira Idade e Assuntos referentes a Deficientes. Se você tem um particular interesse você pode aproximar um vereador e solicitar sua nomeação. Você pode também querer que seu grupo faça uma apresentação durante uma das reuniões de Comitês. ♦ Grupos de trabalho/Forças tarefa: A Câmara muitas vezes cria grupos de trabalho ou forças-tarefa especiais para lidar com políticas – um exemplo é a Força Tarefa para Uma Cidade Mais Segura, de Vancouver. Você pode perguntar sobre como se envolver com um grupo de trabalho. Os grupos de trabalho muitas vezes têm reuniões públicas onde você tem oportunidade de participar. No governo local, você poderá se informar quando a Câmara se reúne e quais os comitês e os gogos de trabalho que existe. Envolvendo Capítulo 2: Definindo os Fundamentos Básicos mais mulheres no processo Não importa se o ponto de partida surge a Definir os fundamentos básicos é a preocupação nos estágios iniciais de um projeto. Este capítulo discute como as mulheres podem se juntar para desenvolver sua visão e metas para suas comunidades e tratar dos assuntos e preocupações dessas comunidades. aspectos Também importantes considera os trabalhar em de conjunto, desenvolvendo uma estrutura para o grupo e definindo responsabilidades, os tomando papeis e decisões e lidando com os conflitos que surjam. partir de uma preocupação específica, necessidade especial ou do interesse geral em planejamento comunitário. O que é muito importante como próximo passo é obter o apoio de um maior número de mulheres. Quem deve estar envolvido? Como podem ser essas pessoas convidadas a participar? Existem muitas questões importantes a serem consideradas quando desenvolvendo uma estratégia para envolver as mulheres da comunidade no processo de planejamento. O ponto de partida O ponto de partida para que as mulheres se envolvam nos aspectos Assegurar uma participação diversificada relacionados ao planejamento comunitário As mulheres que comungam a preocupação vão variar de comunidade para comunidade. que foi identificada devem ser envolvidas. O ímpeto para se envolver pode surgir de Da mesma forma, as mulheres que estão uma conversa com uma vizinha sobre a falta interessadas em melhorar o bem estar de de atenção em relação às perspectivas das suas comunidades devem se envolver. Se o mulheres no desenvolvimento de um novo assunto plano comunitário. Pode surgir de uma comunidade, é importante que as mulheres preocupação do Centro das Mulheres local que representam diferentes perspectivas, sobre aspectos de segurança da comunidade. vêm Ou, pode ainda vir de mulheres que profissões, e diversos perfis de renda devem identificam uma necessidade específica da ser comunidade, por exemplo, a falta de um assegurar que o conhecimento e as idéias de lugar de recreação para as crianças. tantas mulheres quanto possível sejam de afeta a muitas culturas convidados a mulheres diversas, participar. na diferentes Isto irá incorporadas no processo de planejamento. v Ter uma conversa casual com amigos e vizinhos sobre seus interesses e preocupações; v Iniciar assuntos uma referentes discussão ao sobre planejamento comunitário em reuniões do Centro das Mulheres ou outras organizações comunitárias; Identificando possíveis barreiras v Um jeito importante de assegurar que todos centro comunitário convidando as mulheres que possam estar interessados possam a comparecerem a uma reunião para discutir participar é identificar as possíveis barreiras assuntos relacionados ao planejamento da para mulheres que tem deficiências, renda comunidade; baixa, estejam tomando conta de crianças v pequenas, ou para aquelas cujo inglês não é da comunidade sobre a possibilidade de a lingua-mãe. Propiciando o cuidado das escrever um artigo sobre mulheres e o crianças e pagando as despesas para planejamento comunitário; mulheres de baixa renda irá fazer uma v grande diferença. Numa comunidade que origens étnicas e culturais das mulheres na inclui mulheres de diversos países ou que comunidade (por exemplo, se houver um não falem inglês, as mulheres se sentirão número significante de mulheres envolvidas mais a vontade se o convite para participar em um determinado grupo étnico, talvez for a sua língua materna ou se estiver possam ser convidadas através de uma anunciado no seu jornal comunitário ou se organização local ou jornal). Colocar cartazes ou notas no Falar com um repórter do jornal Pensar a respeito das diversas for diretamente feito através de uma casa de vizinhança ou centro comunitário. Pensando sobre algumas maneiras de identificar participantes potenciais Então, onde podem ser encontrados participantes potenciais? Algumas sugestões incluem: 43 Quando uma reunião é programada, é importante fazer com que todas as pessoas Quais outras se sintam à vontade, bem vindas e sugestões VOCÊ gostaria confortáveis. de dar? Encorajar as interações informais, propiciar que as mulheres possam discutir os assuntos em pequenos grupos, servir refrescos, e propiciar oportunidades para todo mundo trocar idéias, são atitudes que contribuem para criar uma atmosfera de Organizando o grupo Uma vez que o grupo está formado, mesmo amizade, convidativa e atraente. se ele for pequeno, os membros podem desenvolver uma estratégia para conseguir o envolvimento de mais mulheres no planejamento comunitário. Não é necessário ter um grupo grande para iniciar o processo. O grupo iniciador pode trabalhar para trazer mais participantes. Algumas vezes a energia e entusiasmo criados pelo trabalho de um pequeno grupo podem se tornar o catalisador para outras pessoas participarem. A primeira reunião Uma boa maneira de começar é através de reuniões informais. A primeira reunião de um grupo pode começar em volta de uma mesa de cozinha ou na sala de uma das participantes. Se o grupo é razoavelmente grande, um bom lugar para as reuniões pode ser o centro comunitário, a biblioteca, a escola, ou outra facilidade da comunidade que seja acessível e confortável. Lista para organizar uma reunião Ø Os convites, e cartazes com horário e lugar da reunião amplamente divulgados, distribuidos e escritos nas linguas predominantes da comunidade Ø O local da reunião é convidativo e acessivel (a pé ou com acesso fácil por transporte público) Ø A arrumação do espaço é confortável e convidativa (as cadeiras colocadas em círculo ou ao redor de pequenas mesas) Ø Foram providenciados refrescos, etc Ø A facilitadora convida toodo mundo a participar e assegura que ningém ou nenhum grupo irá dominar as discussões. Começando a partir das experiências pequeno, membros podem, individualmente, das mulheres assumir trabalhos específicos ou dividir Quando se discutem os assuntos, é importante que as mulheres presentes na reunião tenham oportunidade de contar suas experiências e falar como os assuntos as tem responsabilidades numa tarefa com um ou dois outros membros. As decisões podem ser tomadas de uma maneira relativamente informal. influenciado pessoalmente. Uma maneira Decidindo papéis e responsabilidades importante de mostrar respeito é ouvindo e A estrutura do grupo pode promover a assegurando que todo mundo tenham uma compreensão e a comunicação clara dos oportunidade igual de falar. papéis e responsabilidades dos membros do grupo. Grupos-tarefa ou comitês podem ser Reservando tempo para discutir os formados de maneira a desenvolver trabalhos específicos ou categorias de assuntos As organizadoras podem estar prontas para começar a agir sobre os assuntos do planejamento comunitário. Entretanto, não necessariamente todas as pessoas estão prontas para agir. Algumas podem estar responsabilidades (por exemplo: orçamento e finanças, comunicações, levantamento de fundos, etc.). Deve-se tornar o grupo querendo começar mais devagar e discutir oficial/formal? os assuntos mais em profundidade. Vale a Um grupo pode operar informalmente ou pena primeiras pode escolher se formalizar como uma reuniões para explorar a fundo o que as organização de sociedade civil (ong). A mulheres pensam sobre aspectos e assuntos incorporação em uma sociedade formal é do planejamento comunitário e como elas se uma vantagem para assegurar fundos para sentem a respeito de seu envolvimento num projetos porque confere legitimidade e uma processo de planejamento. Isto irá servir base legal para o grupo. Outra maneira que como uma boa fundação para desenvolver o planejamento comunitário pode acontecer as estratégias e ações. é através da filiação ou parceria com alguma dispender tempo nas organização comunitária já existente. Dividindo o trabalho Como o grupo escolhe a divisão de trabalho Como decidir? depende do tamanho do grupo e da Ë importante para o grupo determinar como complexidade da tarefa. Se o grupo é se quer tomas decisões. Tomar decisões por 45 consenso envolve todo mundo no grupo no processo de tomada de decisões. Este método, que pode consumir mais tempo do que o “a maioria decide” assegura que todas as pessoas sejam ouvidas e todas as perspectivas consideradas. Tomada de decisão por consenso requer que todos os membros do grupo participem igualmente na ponderação e decisão sobre os assuntos. Como se dá a facilitação? A facilitação adequada é crítica para tornar as reuniões efetivas. Este papel pode ser dividido entre os Procedimentos para tomada de decisão por consenso v O assunto é apresentado pelo facilitador ou por um membro do grupo v Os membros informados sobre o assunto o explicam e começa a discussão v A concordância pode ser obtida neste ponto e a decisão tomada. Se, entretanto, há pontos de vista divergentes, o consenso não é obtido. v Uma nova rodad de discussões pode começar. v Numa rodada, todas as pessoas comentam sobre o assunto. v Numa rodada, ninguém interrompe. v Cada membro expressa sua opinião sem que as outras pessoas comentem. As perguntas podem ser feitas apenas para esclarecimentos ( se algo não ficou claro ou não foi compreendido) v O tempo de uma rodada pode ser computado. Cada membro tem tempo igual para expressar sua opinião. Igualdade de tempo ajuda a equalizar a participaçào. v Quando a rodada termina, a facilitadora sumariza o que foi dito e esclare em que pé está a discussão sobre o asssunto. v Outra rodada pode ser necessária se o consenso não foi atingido. Entretanto, diferentes opiniões individuais podem ter surgido após se ouvir outros pontos de vista.A facilitadora pode então perguntar se há concordância sobre o asssunto. Se todas no grupo estão de acordo, a decisão é registrada. v Uma decisão é tomada quando todas estão de acordo. membros do grupo. Quando todos os membros do grupo tiverem tido uma oportunidade de experimentar esse papel, certamente terão uma maior apreciação das dificuldades e desafios enfrentados para estabelecer uma facilitação efetiva. 46 O papel da facilitadora O papel da facilitadora, diferente da presidência do grupo, é controlar o tempo, encorajando um envolvimento balanceado dos membros do grupo nas discussões, e esclarecendo quando o grupo está discutindo informações e quando se está tomando uma decisão. A facilitadora ajuda no processo de tomada de decisões testa o consenso e faz pronunciamentos claros da decisão, verificando o registro procedimentos. O que fazer se o consenso falha A facilitadora do grupo tests o consesnso, perguntando se todos no grupo podem viver com a decisão. Se a resposta é não, o consenso não foi obtido. O que fazer? Antes do grupo desistir de usar o sistema de consenso para decisões e assumir a regra-da-maioria, há alguns passos que podem ser considerados: 1. Tentar de novo. Dê tempo às pessoas para que pensem a resppeito. Recoloque o item na agenda para a próxima reunião. Pergunte àqueles que não concordaram com adecisão para esplicarem melhor as razões de sua hesitação. Pergunte a eles se uma nova solução poderia ser encontrada com a qual todos concordassem. 2. Se ainda assim o consenso não é obtido, o grupo pode delegar a decisão a um grupo menor ou um sub-comitê, para deliberações posteriores. Este grupo pode assumir a tomada de decisão. 3. Se tudo isso falhou, o grupo decide optar pela decisão acatada pela maioria. Dividindo a responsabilidade dos da facilitação A facilitação de um grupo algumas vezes pode ser um papel desafiador e por esta razão, alguns grupos preferem fazer rotação da função entre os membros do grupo. Uma maneira de fazer isso é alfabeticamente, pelo nome dos participantes. Quando no papel de facilitadora, você não deve participar ativamente na discussão, exceto para esclarecer alguma informação ou para encorajar a participação igualitária entre todos os membros do grupo. Todos os membros dos grupos são responsáveis pela eficiência das reuniões e em ajudar a facilitadora a desempenhar seu papel, de forma a tornar o processo de discussões mais agradável e fácil. 47 variedade de razões, nós simplesmente Como resolver conflitos? podemos não entender o que a outra pessoa O conflito é uma parte natural do processo está dizendo. Isto pode acontecer devido às de tomada de decisões. Um conflito é uma nossos próprios preconceitos, nossa maneira condição envolvendo pelo menos duas de ver as coisas ou pode ser porque há partes, com aliança emocional a diferentes diferenças culturais ou de linguagem. pontos de vista. O conflito por si mesmo Processo para resolver não é bom ou ruim. É natural que as pessoas conflitos tenham diferentes perspectivas sobre situações e diversos pontos de vista sobre determinados assuntos. Entretanto, quando o conflito não é resolvido, pode afetar adversamente como o grupo trabalha em conjunto. Por essa razão, é importante para os grupos aprender a resolver conflitos de maneira efetiva. 1. Definição Reconheçimento e definição v Revisão do meio ambinete atual v Organização da informação v Descrição da situaçãoi e revisão dos fatores v Especificação do objetivo do que necessitaa ser obtido 2. Procura Geração de alternativas v Ir além das soluções isto/ou aquilo v Identificar as muitas soluções possíveis v Definir os critérios para a decisão v Avaliar as várias vantagens, desvantagens, alternativas e conseqüências 3. Decisão Escolha de uma solução v Selecionar a soluçào mais apropriada v Determinar os planos de implementação – quem faz o que quando? v Monitorar as tarefas designadas Fontes de conflito O conflito pode aparecer através de diversas fontes. As pessoas têm diferentes valores e princípios. Temos todas diferentes maneiras Achando soluções e mantendo um de ver o mundo, que são modeladas pelas bom relacionamento nossas Então, como se podem superar essas próprias experiências e nossa compreensão da realidade. barreiras e resolver os conflitos de uma Nossa maneira de reagir às coisas reflete forma que é respeitosa a todos? Soluções essas diferenças. Nossas táticas e estratégias onde preferidas de como tratar determinados melhores maneiras de lidar com conflitos e problemas irão diferir umas da outras. Isto, manter também, pode se tornar uma fonte de métodos conflito. conflitos são baseados no princípio de “todos um ganham” bom representam relacionamento. as Os “todos-ganham” para resolver das respeito mútuo. Eles estão baseados no dificuldades na comunicação. Por uma desejo de trabalhar em conjunto por uma O conflito pode surgir também solução que satisfaça a todas as necessidades e interesses das partes. Apreciando o trabalho É muito importante dedicar um tempo para se dizer, umas às outras, que se está fazendo um bom trabalho! Eis algumas formas de fazê-lo: Ø Dividindo elogios com as outras pessoas ao final das reuniões. Elogios e apreciações são afirmações positivas reconhecendo as contribuições das participantes Ø Afirmações: as afirmações envolvem os membros, individual ou grupalmente, fazendo um pronunciamento que valide a si mesmos de forma positiva, seu trabalho ou algo que eles gostariam que acontecesse. Ø Celebrações: é importante dedicar tempo para celebrar o que se conseguiu. Sumário Este capítulo identificou alguns importantes aspectos de como iniciar o trabalho – Alguns princípios básicos para se trabalhar em conjunto v encorajar a participação inclusiva v demonstrar respeito pelos membros do grupo v desenvolver a estrutura organizacional do grupo de forma não-hierárquica v valorizar o tempo de todo mundo v assegurar que todos os pontos de vista sejam ouvidos v receber e dar informações v devidir responsabilidades v escolher projetos factíveis v divertir-se encontrando as mulheres que irão participar, formando o grupo, e aprendendo como trabalharem juntas de forma efetiva. O próximo capítulo lida com a próxima fase de atividades: identificando as necessidades de aprendizado; obtendo apoio político; trabalhando com a mídia e começando com a atividade de planejamento propriamente dita. 49 Capitulo 3: Partindo para ação Aprendendo sobre o governo local Saber sobre as maneiras como o governo Agora os aspectos básicos estão constituídos – o grupo central está organizado e está começando a ter uma adesão motivada. local e outras agências afetam as comunidades é essencial para o sucesso do trabalho do grupo. Antes de se iniciar o trabalho de ação propriamente dita, vale a pena tentar encontrar outras mulheres da comunidade que queiram se envolver e possam ter habilidades úteis para oferecer. Manter bons registros das informações obtidas, contatos importantes, pessoas que possam ajudar e documentos que possam ser úteis aos objetivos do grupo é um trabalho essencial. Se os documentos estão bem Este é também uma hora adequada para que o grupo aprenda alguns fatos básicos sobre planejamento, como ele pode afetar a organizados, será mais fácil para os membros do grupo achar informações que possam precisar no futuro. comunidade e como as pessoas podem participar. As próximas seções oferecem sugestões sobre tópicos em que você esteja interessada em aprender algo e maneiras de como proceder. Ganhando apoio político Pode ser uma boa idéia avisar a Câmara com antecedência no inicio do processo sobre a existência do grupo e seu interesse na comunidade. Duas ações específicas que Colhendo informações e fazendo contatos Se um membro do grupo tem uma boa compreensão de qualquer dos tópicos abaixo descritos, essa pessoa poderá liderar uma sessão de treinamento. Os membros do grupo podem ter um contato externo que possa vir voluntariamente ensiná-los a respeito de um determinado assunto. Ou aconselhamento pode ser procurado na biblioteca local, no centro comunitário ou podem ser interessantes para desenvolver e manter apoio político são: v Contactar quaisquer oficiais eleitos que morem na comunidade e que estejam interessados em apoiar o projeto. Convidálos para participarem de uma das reuniões. Manifestar apreciação por qualquer interesse ou apoio que eles porventura expressem v Contactar a Câmara e mantê-la informada do trabalho do grupo através de cartas que possam ser incorporadas ao na casa de vizinhança. 50 arquivo oficial. Este é um registro público, de forma que serve também para manter o público em geral sempre informado da iniciativa do grupo, encorajando seu apoio. O que procurar ou o que perguntar Faça muitas perguntas de forma a conseguir que as forças que controlam sua comunidade se desmistifiquem. Uma boa fonte de informações é o pessoal da prefeitura. Algumas perguntas-chave para fazer ao seu governo local são: v Quem são atualmente os oficiais eleitos, qual é sua afiliação política, e quanto duram seus mandatos? v Como o governo local está organizado? Se há um organograma do governo local, tente obter uma cópia. Aprenda sobre os vários departamentos municipais ou agencias e suas responsabilidades – especialmente o departamento de planejamento. v Como poderá o grupo comunicar seus interesses à Câmara ou ao departamento pertinente? v Como a Câmara toma decisões? Existem conselhos de assessoria, comitês, comissões ou grupos de trabalho que possam ser relevantes ao projeto do grupo? Eles tem representantes dos cidadãos? v Quais são outras agencias regionais ou locais que são importantes para o projeto? (por exemplo: o Conselho de Educação, Parques e Recreação, Conselho das Bibliotecas, Associações Comunitárias, Departamento de Saúde Pública) v Quais seriam as politicas públicas que eventualmente poderiam apoiar os objetivos do projeto do grupo? (por exemplo: sobre segurança, cuidado com crianças, reciclagem) v Quais seriam as agencias federais ou estaduais que poderiam eventualmente afetar a vida na comunidade? 51 sete etapas de planejamento. Esse modelo Aprendendo sobre a mídia foi desenvolvido por um planejador e Um jornalista local pode estar interessado professor (Peter Boothroyd) que após em comparecer a uma das reuniões do grupo trabalhar para falar sobre como a mídia funciona e as comunidades, achou que muita energia era melhores formas de interagir com pessoal de perdida quando os grupos re-inventavam jornais, rádios ou televisão. Uma jornalista maneiras de planejar em conjunto. Ele que escreva sobre assuntos municipais ou achou que, desenvolvendo as 7 etapas, sobre assuntos referentes à mulher poderia poderia ajudar os grupos a não desperdiçar ser uma boa candidata. um monte de tempo e salvar energia – muitos anos com diferentes energia que é necessária para executar o Conseguindo o apoio da mídia projeto em si. Esperamos que vocês achem esse modelo útil. O apoio da mídia é um instrumento-chave para tornar o projeto um sucesso, e para extender a influência do trabalho do grupo. A publicidade via imprensa, radio ou televisão a cabo pode ajudar a: v educar uma maior audiência sobre os benefícios do projeto e a importância dos seus objetivos v atrair participantes ao projeto que poderiam não ter sido identificados de outras maneiras v estimular uma maior participação no projeto na medida que ele evolui v criar um meio ambiente positivo e receptivo para levantamento de fundos v ganhar reconhecimento entre os participantes e na comunidade em geral v fortalecer o potencial para a continuidade do projeto As 7 Etapas são: Escolhendo o primeiro projeto * * * * Agora que o grupo já obteve as informações * 5. Agrupar as possibilidades em Opções * 6. Avaliação dos pros e cons de cada opção * 7. Decisão sobre a opção a ser adotada sobre a comunidade e fez os primeiros contatos importantes coma prefeitura, chegou à hora de escolher e planejar o 1. Definir a Tarefa a planejar 2. Identificar as Metas 3. Relacionar os Fatos 4. Gerar Possibilidades para ações concretas primeiro projeto. A seção seguinte define um processo que tem sido bastante útil em todos os processos de planejamento – as 52 Adicionalmente, podemos explorar algumas ser a TAREFA com a qual se vai trabalhar. idéias em como o grupo poderá utilizar as 7 Desta forma, todas as vezes que houver etapas. descrições alguma confusão ou dúvida ou mesmo simplificadas são sugestões de como o quando novas pessoas se juntam ao grupo, grupo pode trabalhar com as 7 etapas. os Adicionou-se a cada etapa uma seção TAREFA acordada no papel e focar as descrevendo exemplos de um grupo de pessoas novamente. É claro que a TAREFA mulheres pode ser revista ou revisitada se for As seguintes planejando um projeto comunitário. Para seguir essas etapas, é membros podem apontar para a necessário. necessário um local (sala), um bloco de Em nosso grupo comunitário, nós tivemos uma rodada entre os participantes e a facilitadora perguntou a cada pessoa o que ele achava que o grupo deveria fazer. A maioria das pessoas achou-se pronta a embarcar na fase de planejar um projeto específico. Escrevemos na nossa cartolina que: “Nossa TAREFA foi planejar um projeto para nossa comunidade”. papel para cartaz e canetas, e alguém para atuar como facilitador do grupo (possivelmente uma participante do grupo ou uma pessoa de fora). COLOCAR SÍMBOLOS PARA CADA ETAPA 1. Definindo a TAREFA que o grupo irá 2. Identificando as METAS do grupo planejar Achou-se que é muito importante decidir como grupo a TAREFA com a qual o grupo está interessado a trabalhar. Quer se trabalhar em definir um projeto? Quer se organizar um processo de planejamento comunitário? Quer se organizar um grupo comunitário? Todas essas TAREFAS são muito diferentes – e é importante que todo mundo tenha uma mesma idéia sobre o quê o grupo está fazendo. O jeito mais fácil de fazer isso é designar alguém como facilitador – ou se há recursos - trazer um facilitador para trabalhar com o grupo. Também é uma boa idéia ter um bloco de papel para escrever as idéias das pessoas e registrar o que o grupo finalmente decide Todas as comunidades têm pessoas diferentes, que tem diferentes METAS para si mesmas e para suas comunidades. Isso é especialmente verdadeiro para as comunidades no Canadá, onde muitas pessoas não têm vivido em seus bairros há muito tempo – muitas vezes vindo de países e culturas diferentes. Todos viemos de diferentes lugares e precisamos entender melhor nossas diferentes METAS antes de começar a planejar projetos em conjunto. Esta etapa é uma boa maneira de identificar quais são as diferentes necessidades e experiências das pessoas. Dessa forma, os desentendimentos e as diferenças podem ser discutidos no começo do processo. Para ter 53 certeza de que todo mundo foi ouvido e chegar à conclusão de que é mais simples todas as METAS respeitadas, é muito ter uma facilitadora que conduza o grupo importante nesta altura ter uma pessoa através dos dois estágios de identificação agindo como facilitadora. O ponto é que o dos FATOS –. grupo não precisa estar de acordo ou ter as consenso sobre uma grande meta, mas sim Fraquezas/vulnerabilidades da comunidade, reconhecer que haverá uma GRANDE bem como as Oportunidades e as Ameaças VARIEDADE DE METAS no grupo. externas à comunidade. Esta é a chamada Essas metas tornar-se-ão critérios para Análise FOFA. Forças/predicados e as selecionar o projeto final do grupo (veja etapa 6). Um exemplo de um exercício de análise FOFA que foi usado em nossa comunidade As METAS de todas as pessoas devem ser escritas numa cartolina – METAS semelhantes podem ser agrupadas. terminou com quatro folhas de cartolina listando os seguintes FATOS da comunidade: Por exemplo, os membros de nossa comunidade identificaram as seguintes METAS para o projeto: v um projeto factível economicamente v um projeto que atenda a diferentes grupos culturais v um projeto que possa ser realizado em três meses v um projeto que crie empregos para a comunidade v um projeto para as crianças… FORÇAS Nós (comunidade das mulheres) Espaço comunitário disponível na escola Um vereador local que ofereceu apoio FRAQUEZAS Pouco dinheiro Falta de diversidade no grupo OPORTUNIDADES Câmara oferecendo apoio 3. Lista dos FATOS relevantes Nesta etapa deve-se lidar com todos os fatos que foram coletados sobre a comunidade. Haverá uma grande quantidade de novos FATOS dentro do próprio grupo – as Interesse da mídia local AMEAÇAS Redução do orçamento para as escolas comunitárias Redução do orçamento para moradia social informações que já foram publicadas podem estar superadas e necessariamente nunca incluem tudo que as pessoas sabem. Para manter as coisas sob controle, pode-se 4. Gerando muitas POSSIBILIDADES de ação Está etapa é divertida e envolve todo mundo pensando, de forma relaxada, sobre 54 possibilidades de projetos que possam os atender metas da comunidade. A comunitário para reuniões, um programa de facilitadora deve assegurar que quando uma re-treinamento para as mulheres do bairro, POSSIBILIDADE por um centro para atender pessoas em crise, alguém no grupo não haja críticas – pintar os tanques de petróleo da fábrica no simplesmente que alguém mencione outra bairro, expandir o Programa de Supervisão possibilidade imediatamente. Dessa forma, de Quarteirão, melhorar as ligações com o todo mundo se sente confortável e seguro transporte em explorar quaisquer idéias diferentes e o programa de chaves de trinco, iluminação grupo se tornará realmente criativo. pública, um centro de reciclagem… às é mencionada Uma maneira de realizar essa etapa é usar cinco anos, público, um espaço desenvolver um 5. Agrupando as possibilidades como o que se chama Exercício de Visualização: v próximos OPÇÕES cada pessoa escreve num pedaço É importante agrupar as OPÇÕES para que de papel algumas palavras ou faz um o grupo possa lidar com todas as idéias. Isto desenho esquemático sobre como elas também assegura que as idéias que tem gostariam que fosse a comunidade dentro relação com outras coisas fora das METAS de cinco anos sejam eliminadas – por exemplo, o grupo v logo em seguida, cada pessoa pode deixar de lado idéias sobre formar um completa a seguinte frase com suas próprias novo grupo quando estiver no processo de palavras: “Eu dôo à minha comunidade um começar um projeto. (a)……” v então, as pessoas se dividem em O grupo examina a lista de grupos menores e conversam sobre suas POSSIBILIDADES da etapa quatro e as doações de idéias organiza – idéias que não estão de acordo v em seguida, o grupo volta a se com a TAREFA de planejamento do projeto reunir como um todo e lista suas doações ou comunitário são postas de lado. POSSIBILIDADES para a comunidade. Nosso grupo comunitário agrupou juntas suas POSSIBILIDADES Por exemplo, as POSSIBILIDADES que as OPÇÕES: mulheres na nossa comunidade pensaram SEGURANÇA MELHOR foram: Travessias de pedestres Travessias de pedestre, a comunidade Iluminação pública nas seguintes necessita de uma pesquisa, um plano para 55 Expansão do Programa de Supervisão de Quarteirão 6. AVALIÇÃO dos prós e cons de cada opção Este estágio é onde se traz de volta a etapa MAIS ESPAÇOS COMUNITÄRIOS dois – METAS – de volta. O grupo, com a Um espaço para reuniões da comunidade ajuda de uma facilitadora, lista os prós e Um centro de crises cons de cada grupo de opções. Esses prós e Um centro de reciclagem cons são baseados até certo ponto, na lista Pintar os tanques de petróleo da fábrica do de METAS que eram importantes para os bairro membros da comunidade. Uma forma de fazer isto é organizar uma MELHOR TRANSPORTE PÜBLICO tabela com as OPÇÕES listadas em um lado Melhoria das ligações de transportes e as METAS marcadas na linha coletivos superior. Preencher, então, cada quadrado MAIS SERVIÇOS SOCIAIS com um número de 1 a 4 (isto é, dando peso Desenvolver um programa de chaves de aos quatro projetos assinalando 1 ao projeto trinco mais distante da meta e 4 ao projeto mais Um programa de treinamento das mulheres próximo da META).Veja Modelo nos do bairro Anexos 7. DECISÃO sobre a opção a ser O grupo pode também colocar de lado adotada algumas possibilidades para outra TAREFA A decisão do grupo será baseada no de resultado da etapa seis, até certo ponto. planejamento porque elas não representam POSSIBILIDADES de projeto: Talvez o grupo tenha uma maneira específica de decidir. Pode ser através do PLANEJAMENTO COMUNITÁRIO método de consenso ou alguma forma de CONTÍNUO: uma comunidade votação. Qualquer que seja a decisão, o necessita pesquisa e novo grupo deve estar de acordo e satisfeito com plano de cinco anos para a a maneira adotada. A facilitadora deverá comunidade. verificar com cada membro do grupo, assegurando-se de que todo grupo está de acordo. 56 Organizando o apoio para o projeto Incorporando os planejadores e pessoal da municipalidade ao grupo Organizando os primeiros contatos Agora é o momento de o grupo se reunir v uma curta apresentação sobre a comunidade pode ser um bom início para as conversações v as mulheres da comunidade e os planejadores podem formar pares e discutir questões sobre seus trabalhos, onde moram, seu interesse no grupo, etc. v após conversar com as pessoas em pares, as mulhres do grupo e os planejadores podem introduzir uns aos outros para todo o grupo. com o pessoal do governo local – eles podem ser planejadores, engenheiros ou as pessoas que trabalham nas áreas envolvidas. Se o seu projeto é iniciado pelo seu grupo comunitário, é provável que você precise solicitar a participação do pessoal em base de voluntariado, ou buscar apoio político de forma a ter pessoas designadas para trabalhar em seu projeto. Portanto, encontrar os planejadores para serem envolvidos no processo e projeto vai depender de algumas Trabalhando juntos medidas A básicas para alcançar os primeira vez que as mulheres e planejadores se juntam será necessário dar participantes potenciais: v distribuir material escrito, de forma algum clara e simples, sobre seus objetivos; conhecerem. v após a distribuição do material por Os planejadores podem passar ao grupo escrito, estabelecer contato por telefone informações sobre iniciativas anteriores de ou pessoalmente (preferível). Explique planejamento seus objetivos, o tempo envolvido, e os programas em andamento. Vocês devem benefícios potenciais; perguntar v quando tentem fazendo saber planejadores accessíveis, suas quais que consultas, seriam os seriam mais interessados ou tempo para e aos as outras pessoas iniciativas planejadores sobre se ou as maneiras através das quais o grupo pode se envolver nessas iniciativas. Parte da reunião deve ser voltada a discutir simpatizantes aos seus objetivos; as necessidades da comunidade do ponto de v utilize-se da rede de conhecidos para vista de vocês. As necessidades listadas nas obter nomes de outros planejadores que reuniões anteriores devem ser discutidas nos eventualmente estariam dispostos a se seguintes termos: envolver no projeto. 57 v a praticabilidade das várias idéias – quão fácil ou difícil será conseguir implementá-las; v as implicações políticas; v tempo e esforço necessários; v custo monetário; v quem deve se envolver com a municipalidade. O grupo pode considerar em dividir-se em subgrupos necessidades para discutir a se houver um lista de número significativo de assuntos. Cada subgrupo deve incluir um planejador e mulheres da comunidade de tal forma que comungadas. Se forem usados sub-grupos, deve haver previsão de tempo para o grupo todo se reunir ao final e conversar sobre os resultados das conversas nos sub-grupos. Os participantes podem querer tomar notas para ajudar a estabelecer prioridades e fazer escolhas sobre em que necessidade(s) se quer focar. Envolvendo a comunidade As reuniões iniciais sobre as necessidades da comunidade produzem um bom retrato de que projeto os participantes acham mas não mais gerais devem ser organizadas por categorias de necessidades, mostrando o número de pessoas que as sugeriram, de forma a ter uma idéia das prioridades da comunidade. Os planejadores e o pessoal da municipalidade também podem discutir com colegas na prefeitura de forma a explorar mais a fundo as questões de praticabilidade, etc. o conhecimento e as perspectivas possam ser importantes, As idéias reunidas através de indagações necessariamente identificam as prioridades dos residentes da comunidade que não foram envolvidos. Também é importante que o projeto tenha Mantendo a trajetória Deste ponto em diante a equipe toda do projeto (ou os sub-grupos que se tiverem formado ao redor de assuntos específicos) deve se encontrar regularmente para: v verificar como as pessoas estão desenvolvendo suas tarefas; v trocar informações; v atualizar a lista de contatos, com telefones, etc.; v pedir assistência de pessoas no grupo cujas habilidades ou conhecimentos pode se estar necessitando; v coordenar as comunicações entre as pessoas; v estar de acordo sobre eventuais mudanças nas ações onde mudanças forem necessárias baseadas em novos fatos ou eventos inesperados; v mudar abordagens que não estejam dando certo com outras que possam obter melhores resultados; v manter o nível de energia do grupo e apoiar-se mutuamente. uma base sólida de apoio na comunidade para obter apoio político. 58 O maior resultado para o grupo deve ser o Como indagar sobre necessidades mais abrangentes da comunidade v pergunte a amigos, membros da família e vizinhos sobre suas opiniões sobre a lista de necessidades gerada pelo grupo; v contate grupos organizados na comunidade com a questão: “o que você gostaria/necessita na comunidade?” v coloque um quiosque num parque, numa ou outros eventos comunitários com membros do grupo (inclusive planejadores) para conversar com a comunidade. desenvolvimento de uma equipe dedicada de mulheres da comunidade, que disponham do conhecimento necessário para: Mesmo que um grande esforço tenha sido colocado no plano inicial, isto não significa que não haverá mudanças ao longo do tempo – muito pelo contrário. O projeto precisa se adaptar tanto às mudanças das circunstâncias externas e novos fatos, como aos novos aprendizados gerados pelos participantes. v avaliar as necessidades da comunidade; v envolver outras pessoas; v se aproximar dos planejadores municipais com confiança; v arranjar e estimular apoio na comunidade; v planejar realisticamente pela implementação de projetos; v identificar os recursos necessários; v galvanizar a opinião pública; v desenvolver habilidade política para incluir as necessidades na agenda municipal. Uma vez implementado o primeiro projeto, você deverão ter o apoio necessário para continuar seu envolvimento. Portanto, a conclusão do primeiro projeto é o tempo certo para iniciar outro projeto. Sustentando o espírito comunitário O valor desses processos para a comunidade e o planejamento comunitário é, ultimamente, estabelecer uma equipe de mulheres dedicadas e habilidosas que monitorem as necessidades da comunidade e sirvam de catalisadoras para ter essas necessidades atendidas. O tempo e energia que vocês investem devem se pagar não só Divertindo-se enquanto se trabalha no em termos de projetos implementados, mas projeto na construção do espírito comunitário, Em reconhecimento do precioso tempo que através da participação no desenvolvimento as mulheres estão dedicando ao grupo, é da comunidade. muito importante que elas também se 59 divirtam no processo. O que faz o processo divertido é: v ter um grupo de participantes cheio de energia e cooperativo; v dispender tempo juntas para se conhecer mutuamente, com algumas atividades sociais, algumas sessões para cozinhar e comer juntamente, e algumas oportunidades estruturadas de trocar e discutir idéias e valores; v ser visíveis para que outros membros da comunidade se tornem cientes do que o grupo está fazendo; v ir à comunidade para avaliar as necessidades, trocar informações e ter um retorno. ESTABELER UMA REDE DE CONTATOS PODE SER DIVERTIDO! v ter chance em cada reunião de trocar informação sobre o que aconteceu no projeto desde a última reunião. Discutir as conquistas e frustrações de forma a criar um espírito de grupo; v Mas o ato de trazer e dividir alguma comida em cada reunião é muito importante. v é impossível super-enfatizar o papel da comida. Ela não precisa ser cara ou sofisticada – frutas e chazinhos de ervas podem ser tão satisfatórios quanto tortas sofisticadas e um monte de cafeína. Mas o ato de trazer e dividir alguma comida em cada reunião é muito importante. quanto tortas sofisticadas e um monte de cafeína. Celebrando o trabalho Normalmente tendemos a esperar até o final do trabalho para comemorar. Mas as celebrações são importantes a cada estágio do trabalho. Celebramos quando obtemos fundos quando conseguimos publicar um artigo no jornal…quando formamos os subgrupos de trabalho…quando completamos um plano de ação com voluntários designados para desenvolver as diversas partes do plano…quando obtemos uma resposta favorável QUALQUER da conquista, prefeitura mesmo . que pequena, é uma ocasião para celebrar, para reconhecer, para apreciar, para se ficar encantada, para honrar e demonstrar estima umas às outras e ao trabalho em si. Pequenas celebrações podem assumir a forma de salva de palmas, brinde de guaraná, refeições em conjunto, troféus de trabalho, mensagens camisetas de com apreço, símbolos e cartas de agradecimento, etc. Grandes celebrações podem ser eventos comunitários, festas, cerimoniais, e inaugurações de projetos especiais. 60 Conclusão Este manual reúne os passos iniciais, básicos para começar e implementar um projeto cujo necessidades planejamento das mulheres tem em as vista. Esperamos que ele seja o iniciador de uma Aqui está uma receita que tende a ser sempre apreciada por todo mundo: série de iniciativas de planejamento comunitário pelas e para as mulheres. As bolachinhas secretas de chocolate da Susan 2 xícaras de margarina 1 e ½ xícaras de açucar mascavo 2 ovos 2 colheres de sopa de fermento em pó 2 colheres de sopa de vanila 2 e ¼ de xícaras de farinha de trigo 2 xícaras de pedacinhos de chocolate amargo ]ozes se gostar Misture os ingredientes na ordem acima, mexendo bem após a adição de cada um. Coloque a massa em bocados numa forma untada ou em papel especial (bolachas pequenas são melhores para reuniões, pois duram mais e as pessoas se sentem mais virtuosas se comem duas bolachinas pequenas do que uma ou duas grandes) e coloque no forno por 9-10 minutos, a 180200 graus Celsius. Se elas parecerem um pouco macias demais, está bem. Quando esfriam, por fora ficam mais crocantes, e por dentro mais macias. Esta receita deve dar para uma reuniào de até 12 pessoas. Fonte: Texto adaptado do Grupo “Planning Ourselves in” Social Planning and Reasearch Council (SPARC) of British Columbia 106-2182 West 12th Avenue Vancouver BC V6K 2N4 Canadá 61 Biomapas Comunitários O Processo de Elaboração Passo-aPasso Biomapas Comunitários O Processo de Elaboração Passo-a-Passo O objetivo da oficina de biomapas é introduzir aos participantes das comunidades e aos planejadores locais a técnica de elaboração de mapas comunitários. Os mapas deverão mostrar claramente o conhecimento que a comunidade tem de seu meio ambiente e, ao mesmo tempo, aumentar o empoderamento de seus membros através da inserção do conhecimento local nos processos de planejamento, implementação e monitoramento. Isto deverá melhorar a eficiência e efetividade do planejamento a nível local, possibilitando que sejam desenvolvidas soluções para problemas locais, que sejam implementadas e monitoradas a nível local e, ao mesmo tempo, criar um mecanismo através do qual assuntos de maior abrangência ou escopo possam ser identificados e soluçõe possíveis ou potenciais possam ser vislumbradas. Através do uso dessa técnica, a capacidade local de lidar com os problemas e gerar soluções, será aumentada, assim como a capacidade de identificar as oportunidades para inovações a nível local, etc. Da mesma forma, os canais de comunicação entre a comunidade e os planejadores serão aprofundados, e será mais fácil identificar soluções para os problemas que sejam práticas, fáceis de serem implementadas e que terão o apoio das comunidades locais. É necessário pelo menos um dia para preparação da oficina, para reunir materiais, convidar os participantes, produzir o mapabase, estabelecer as datas e horários. O grupo ideal para o mapeamento deverá ser composto por alguns planejadores e as pessoas que trabalham diretamente com a geração de mapas para a comunidade (e que, normalmente, não tem contato direto com as pessoas) e mais ou menos 20 membros da comunidade. A oficina de biomapas poderá acontecer durante dois dias, o primeiro dia sendo utilizado para explicar as técnicas,organizar as informações e iniciar o mapeamento, e o segundo dia sendo sua continuação com detalhes maiores, preparo da cópia final e discussão sobre futuras possibilidades. Após os dois dias da oficina, sugere-se uma reunião geral da comunidade para apresentação dos mapas e discussão das possibilidades futuras geradas pelo resultado dos mapas. Um representante da comunidade e um representande do governo local deverão ser escolhidos para servir como contatos para os membros da comunidade e para serem responsáveis pela atualização mensal dos mapas. Os mapas acabados poderão ser laminados ou protegidos com plástico para melhor manuseio e conservação, e colocados em local onde sejam facilmente visíveis e acessíveis para o uso por membros da comunidade e planejadores (por exemplo, na entrada da prefitura, nas escolas, etc.). Alguma regras para a organização da oficina deverão ser estabelecidas e devem incluir os seguintes princípios: o Todo participante respeitado, sendo deverá valioso ser todo conhecimento dos participantes o Todos deverão tratar a todos com o mesmo respeito, e a todos os participantes deverá ser dada a chance de falar livremente. Para se realizar a oficina, são necessarios os seguintes materiais: o Mapa-base da área, mostrando as características básicas disponíveis (topografia, córregos, edificações, etc) Símbolos para representar os pontos a as suas experiências, o que elas esperam serem assinalados no mapeamento deste processo. Utilizar a matriz abaixo e o Lápis de cor, canetas hidrográficas registrar a informação sobre cada particiante o Canetas pretas, réguas, papel com para ser usada posteriormente no documento o que acompanha os mapas. linhas para escrever listas o Câmara fotográfica e caderneta para tomar notas sobre cada foto o Durex, cola, tesouras, etc. Passo Três Discussão geral e revisão o Papel para registrar o progresso do • processo, reflexões, observações, etc. Qual é a meta ao se fazer este mapeamento? Agenda da oficina Passo Um Explicação do que um mapa bioregional é, • Quais são os objetivos? • Quais são as opções? • Como essas opções poderão ajudar a alcançar a meta e os como deverá ajudar no planejamento, comunicação e aprendizado sobre a comunidade. Nome Proce- Experiência dência Relevante Expectativas objetivos? • Quais são as decisões? • Levar o plano adiante. Passo Quatro – Mapeamento O mapeamento pode ser elaborado por grupos de 5 a 10 pessoas trabalhando em conjunto com um planejador/facilitador, no mesmo mapa. A primeira coisa a ser feita no mapeamento é registrar todas as informações conhecidas, começando com Passo Dois aquelas mais fáceis e concretas. Passa-se Explicação sobre a participação no processo então ao conhecimento perceptivo e à - regras, tempo necessário, possibilidades conscientizacão para futuros projetos, como os mapas serão variar de participante para participante. usados e para quem estarão disponíveis após Após o desenvolvimento dessa fase, é uma o os boa hora para se caminhar pela comunidade particiantes. De onde vêm as pessoas, quais e conseguir mais informaçãoes, tirar fotos se processo. Introdução de todos histórica, que poderão 64 possível. Finalmente, mapear os planos casa, os materiais utilizados na construção, futuros, sugestões, etc. quando foi construída, tirar uma foto, etc. A lista abaixo é uma lista de possíveis temas Ruas – escrever os nomes das ruas onde que poderão ser mapeados em uma dada possível. Colocar setas fortes para indicar as comunidade direções das ruas mais movimentadas, e • casa, setas menores onde o trânsito é menor, e negócios, ruas, riachos, parques, serviços, assinalr com pontinhos onde há muito pouco etc trânsito. Que tipo de trânsito é esse? Usar • Características Percepção físicas e – conscientização ambiental – áreas que são atraentes, símbolos para carros, motocicletas, bicicletas, pedestres, etc. seguras, perigosas, sujas, limpas, quietas, Negócios – marcar com lápis laranja todos barulhentas, etc • Documentação histórica – como os locais onde são realizadas transações foram todas as coisa acima descritas no econômicas e numerá-los. Usar símbolos passado? Como elas mudaram? para mostrar diferentes tipos de negócios. • Planos futuros – quais são os atuais Use uma lista paraindicar o tipo de negócio, foram quem trabalha ali, de onde vem os mapeadas? Quais as áreas que precisam fregueses, há quanto tempo o negócio está ser protegidas? Melhoradas? Quais são os estabelecido, possíveis lugares para futuras atividades? possível, tirar uma foto. Fazer uma lista de planos para as coisas que quando está aberto. Se todos os tipos de negócios que não existem Segue abaixo alguns exemplos para ilustrar na área. Marcar os lugares onde poderia o que foi descrito acima, em um mapa, e haver potencial para novos negócios com que tipo de informação seria interesante uma cor laranja mais viva e um símbolo do incluir no mapa: tipo de negócio e numerá-los. Casas – colorir de marron as casas e Serviços – Marcar todos os locais onde há numerá-las. Usar uma lista para mostrar serviços com amarelo e numerá-los. Usar quem mora onde, com respectivos números, uma lista para mostrar que tipo de serviço, quantas pessoas têm a família, por quanto horas de funcionamento, a quem atende, tempo elas moram ali. Se possível incluir quaisquer problemas que se saiba a respeito, também comentários sobre as condições da etc. Exemplos de símbolos extras que podem ser utilizados – escolas, postos de 65 saúde, público, polícia, bombeiros, biblioteca, correio, transporte marcada com verde claro. Poderá incluir telefone exemplos de animais – para corpos d’água: público, lugar de encontros, etc. Esta há peixes ? Que tipos? categoria poderá ser mais específica ainda, para incluir outros itens, tais como serviços Outras características naturais podem ser de atendimento à mulher etc., se for o caso. colocadas no mapa – mostrar onde estão os morros, vales, rios (e sua direção). Usar Comunicações – marcar todos os lugares preto para marcar linhas de altitudes, com roxo e numerá-los – usar símbolos para direção do fluxo das águas de chuva. Marcar telefones e áreas onde o esgoto desemboca nas águas de e rios com pontos vermelhos, numerá-las e mensagens são afixados, localização de descrever na lista do meio ambiente. Marcar membros de conselhos, lugares de encontros as informais. Usar círculo roxo claro para intransitáveis e assinalá-las com vermelho, indicar áreas que precisam instalação de tirar fotos se possível. Marcar as áreas que comunicação pontos têm acúmulo de lixo da mesma forma. interessantes para a localização de novos Marcar áreas possíveis para latas de lixo. equipamentos para telephones, cartazes, etc. Marcar áreas onde o solo é instável com públicos quebrados), lugar – (funcionando onde marcar cartazes os áreas das estradas que ficam hachuras.Marcar as áreas onde as pessoas Meio Ambiente – colorir todas as áreas têm hortas em casa com um símbolo verde e naturais com verde, e todos os corpos numerá-las. Usar uma lista para descrever o d’agua com azul. Adicionar os nomes que eles plantam, o que fazem com as quando verdures, etc. conhecidos. Marcar lugares especiais com uma estrela dourada e numerá-los. Usar uma lista para descrever Marcar porque esses lugares são especiais, quem os colocados bancos para descansar, observar a utiliza, paisagem, etc. e pintar um “X” de rosa. etc. Marcar os lugares os pontos onde poderim ser problemáticos, com uma marca vermelha e numerá-los. Usar uma lista para descrever os problemas, quais são as possivies causas – qual poderia ser uma solução? Mostrar os parques com símbolos específicos, locais que necessitam de um parque podem ser apontados, descritos, e localização potencial Usar cinza para colorir as áreas que sejam perigosas, marcar com um símbolo e numerá-las. Usar uma lista para mostrar a que horas do dia o lugar é perigoso, porque, etc. Marcar os lugares para onde as pessoas possam ir caso se sintam em perigo ou precisem de ajuda com um símbolo 66 Usar amarelo para colorir as áreas onde há negócios e as áreas naturais. Uma outra iluminação pública à noite. Marcar outras poderá ser usada para marcar os serviços, e áreas onde iluminação seria necessária para outra ainda para segurança. Você poderá que as pessoas se sentissem mais seguras. também decidir fazer um mapa sobre um assunto específico, como por exemplo, • Considere que se é difícil mostrar assuntos relativos à saúde, probelmas todas as coisas em um mapa, uma página- específicos detetados pela comunidade, mapa separada pode ser utilizada para cada aspectos especiais e importantes , etc. categoria. Por exemplo, uma página-mapa pode ser usada para localizar as casas, os “ Nós abusamos da terra porque a vemos como um recurso que nos pertence. Quando virmos a terra como uma comunidade a que pertencemos, talvez comecemos a utiliza-la com amor e respeito. “ Aldo Leopold MAPEAMENTO BIOREGIONAL INFORMAÇÃO PARA FACILITADORES MAPEANDO ÁREAS INDIVIDUAIS O mapeamento a nivel de bairros envolve experiência direta com uma área onde está somente a nivel de suas atividades diarias localizada uma comunidade (ou várias mas tambem a longo prazo, sobre as comunidades) – um levantamento que pode atividades que se realizam na área. Este tipo ser feito a partir de medições, observações, de mapeamento e a aquisição de dados a ele experiências). O propósito desse tipo de associada, poderia ser realizado pelos mapeamento residentes, a quem podem ser ensinadas é entender melhor as interrelações e a natureza dinâmica da área tecnicas simples onde vive a comunidade. A posse desse monitoração de diversas atividades ou conhecimento habilitará os residentes dessa fenômenos físiográficos, como por exemplo, comunidade a tomar melhores decisões, não a coleta de águas pluviais em superficies impermeáveis para (telhados avaliação e e pavimentos) assim como algumas tecnicas básicas para medição de erosão do solo, estabilidade de 67 encostas, etc. O mapeamento a nivel de Esse tipo de mapeamento preocupa-se com bairros poderá tornar um individuo mais a documentação da interrelação existente consciente das relações com outros bairros entre o meio ambiente e as atividades e/ou regiões, em um nivel mais amplo de humanas, para criar uma imagem das entendimento das interelacões sociais, condições existentes, um registro de um geográficas, econômicas, etc., que poderá período de tempo extenso, e possivelmente ser conhecida ou denominada como uma tambem criar uma ferramenta para elaborar bioregião. uma ou mais visões do futuro da comunidade. Mapas bioregionais podem ser usados como uma linha-base de informação sobre uma área, de modo que MAPEAMENTO BIOREGIONAL quando uma mudança ocorrer, esta poderá Os mapas criados por cientistas e técnicos ser medida e monitorada com precisão. são como Devido ao fato que mapas bioregionais são documentos “com autoridade”; todavia, eles baratos de se produzir e fáceis de serem não são as únicas fontes de informações atualizados, eles são ideais para registrar válidas sobre um determinado lugar. A mudanças criação de mapas a nível comunitário é uma comunidades prática recursos financeiros para monitoramentos amplamente reconhecidos correntemente comunidades na utilizada Inglaterra, entre Europa, durante que o não tempo em disponham de técnicos. Austrália, Estados Unidos e Canada. Tecnologia Reconhecer oficialmente o conhecimento Acessível para o Empoderamento de Comunidades de pessoas que vivem em um lugar é uma mapeamento O mapeamento bioregional está menos bioregional. Esse tipo de mapeamento relacionado com o com o ensinamento de baseia-se no conhecimento existente dos abilidades para se tornar um cartógrafo membros da comunidade, assim como experiente do que com o crescimento e permite a eles coletar novas informações e desenvolvimento da comunidade. Todos os consolidá-las com diversas informações de segmentos da comunidade podem ser modo a formar uma imagem mais concisa e envolvidos no processo de mapeamento completa da comunidade onde vivem. bioregional: proposta essencial do jovens, idosos, mulheres, criancas. Embora sendo um documento acurado, é essencial que as técnicas usadas 68 para criar os mapas envolvam os membros para o futuro. O mapeamento bioregional da comunidade de modo que eles tenham não um senso de propriedade dos mapas, ou expectativas dos membros da comunidade seja, em relação à realização de certas ações, mas técnicas fáceis de serem sim compreendidas e utilizadas por todos. está vinculado objetiva o ao estímulo reconhecimento de das condições existentes, e chama a atenção O uso de métodos efetivos e sistemáticos para áreas onde mudanças positivas possam para a participação da comunidade, e a ser estimuladas e/ou facilitadas. Isto pode, revisão dos fatos mostrados nos mapas antes muitas vezes, incluir áreas onde uma maior do término dos mesmos, assegurará que os participação da comunidade -ao assumir mapas sejam bastante acurados e que atitudes de responsabilidade - fica realçada poderão ser facilmente convertidos para o como um benefício para a comunidade que formato digital, se assim for desejado. A pode participação contínua e entusiástica dos significa também que opções de mudanças e membros da comunidade contribuirá para o desenvolvimento originadas por membros estabelecimento de da comunidade podem ser igualmente a estimuladas e valorizadas, ao invés de participar simplesmente se realçar e valorizar as áreas para com de desenvolvimento comunidade e que deseja Oportunidades implementação de ambientais socialmente e visão sustentavel pode ativamente. uma planos a econômicos, justos dessa ferramenta mudanças problemas, positivas. ou que Isto necessitem assistência de planejadores, consultores, etc. são facilitados pela adesão e apropriacão pela comunidade trazer Níveis de Participação Comunitária de desenvolvimento comunitário. Existem diferentes maneiras através das quais o processo de mapeamento O mapeamento bioregional é relativamente bioregional pode ser implementado. A simples, e cria um mecanismo com um participação dos membros da comunidade grande potencial organizational. Através da pode variar de uma forma de consulta à consolidação de uma grande quantidade de participação integral na criação dos mapas. informacões sobre aspectos biofísicos e As formas abaixo descritas são sugestões culturais em um único formato, tanto a para diferentes processos de mapeamentos conscientização da comunidade quanto a de dos planejadores locais/regionais pode ser comunidade, em suas diversas capacidades: envolvimento dos membros da estimulada em relação à busca de direções 69 1 - Consulta – os mapas são criados por especialistas ou planejadores, de uma forma O Mapeamento BioRegional em um isolada ou em cooperação com outros Contexto Específico especialistas. Os membros da comunidade são envolvidos em consultas com os No caso de especialistas de especifica, um informações, mas forma a não fornecer participando uma área/comunidade primeiro exercício de implementacão dessa técnica, é sugerida uma estratégia de participação entre No. 2 e ativamente na criação dos mapas. No. 3. É muito importante que os membros 2 - Participativo e cooperativo – os mapas da comunidade sintam que estão ativamente são ou envolvidos na criação do mapas e de um planejadores, em cooperação com membros futuro atlas, inclusive participando de da da decisões sobre o que deverá ser mapeado. comunidade e especialistas, participam na Entende-se tambem que os mapas deverão coleta de dados e na sua representção nos prover mapas. Este processo é muitas vezes especifico e portanto, a supervisão de um dirigido por um especialista, num papel especialista é considerada de grande valia. mais de facilitador. Além disso, uma vez que os especialistas criados por comunidade. especialistas Ambos, membros possuem informações uma sobre grande quantidade de informações são criados pelos membros da comunidade, especificos da área, eles podem ser de que consultam especialistas e planejadores grande mas não são dirigidos por eles. Os membros fornecendo informações e conhecimentos da nas para os membros da comunidade. Deste decisões sobre quais os aspectos a serem modo, as relações entre especialistas e mapeados, membros comunidade e estão envolvidos decidirão quais são as da para sobre tema 3 - Participativo e autodirigido – os mapas valia sobre um o comunidade aspectos mapeamento, podem ser informações de maior valor a serem reforçadas, resultando em um processo de incluídas nos mapas. Este método é o mais decisão mais apoiado pela comunidade. representativo dos sentimentos dos membros da comunidade sobre um lugar A participação mediada da comunidade na específico, mas eventualmente podem não consolidação de informações sobre a área, fornecer todas as informações desejadas, envolvendo varios membros da prefeitura, caso os mapas tenham sido comissionados estimula a inclusão de outras atividades que para um propósito especifico. podem contribuir grandemente na 70 elaboração do atlas, por exemplo, narrativas culturais dentro da comunidade. É possivel orais, mapeamento de violência doméstica, que dois mapas sejam criados para cada falta de infraestrutura, etc., facilitando a área, cada um em uma das duas escalas coleta e disseminacão da informação. Os acima. mapas deverão trazer informações de todas as atividades existentes da prefeitura, assim 2. Identificando as categorias a serem como dos membros da comunidade, e mapeadas documentos de arquivos, relatórios, outros Há mapas, etc. uma grande gama de lugares/atividades/recursos/problemas possiveis de serem mapeados, e é Informação para o Facilitador/Treinador: importante tentar identificar aqueles que são Criando Mapas BioRegionais de maior importância para a comunidade. Um processo participativo poderá ser 1. Criando o mapa básico utilizado para se atingir tal objetivo. Esta etapa envolve a identificação das Possiveis fronteiras fisicas que são relavantes para as incluem, mas não são limitados a: finalidades do mapeamento ou do atlas. Introducão Deve-se determinar uma escala apropriada Descrição do Projeto e Termos do Mapa de de modo a poder-se elaborar um mapa Referência – Esta é a introdução ao atlas e simplificado apresenta o índice, assim como o propósito mostrando caracteristicas tópicos a serem mapeados identificáveis do solo (grandes rios, lagos, e reconhecimentos. estradas, cidades, etc). O mapa básico deve Série Biofisica: incluir o simbolo para o Norte (seta), um Chave de Localização – Este mapa dará ao pequeno símbolo leitor uma idéia de como a área se posiciona identificável (a ser consistente em todo o no contexto local, regional e nacional. Pode atlas) e uma escala. Por exemplo, para uma tambem representar população e área. área/região Geologia – Pode mostrar caracteristicas bloco com envolvendo um atividades de ecoturismo, sugere-se dois mapas básicos. O superficiais e do estrato rochoso, primeiro será um mapa em escala 1:8000 dependendo da importância do local. para mapear as trilhas, aspectos biofisicos, Solos – Pode mostrar os tipos, distribuição, etc. O segundo será um mapa em escala potencial agricultural, etc. 1:12000 para mapear os aspectos sociais e 71 Topografia – Demonstra o perfil fisico da Insetos - Demonstra espécies principais, área , elevações e formações do solo espécies sob risco, padrões de migração, interessantes. habitat e cadeia alimentar numa extensão Hidrologia – Pode demonstrar historica e presente (se conhecida), espécies caracteristicas tais como rios, lagos, rios ameaçadas e em extinção, etc. formados durantes tempestades, áreas de Ecosistemas inundação, estações de monitoração de variações em ecosistemas dentro da área vazão, Desastres Naturais Potenciais – Mostra descargas comuns, precipitação – Demonstra pluviométrica, origem dos nomes de rios / diferentes lagos, etc. inundação, incêndio, etc.) e indica a Hidrologia/Intervenção Humana – Este ocorrencia historica item demonstraria como as caracteristicas futuros. hidrologicas são modificadas pelas pessoas. Pontos Criticos para Qualidade Ambiental Inclue reservatórios, represasa, estações – Demonstra os tipos e localizações de hidroelétricas, poços, contaminação, etc. fontes pontuais e não pontuais de poluição. Clima Tambem – informação Demostra sobre variações variações locais, sazonais, tipos quaisquer (terremoto, indica vulcão, assim como riscos disputas ambientais existentes e degradação de habitats, etc. mudanças no clima global, etc. Series Sócio-Culturais: Flora Terrestre e Aquática – Demonstra Locais espécies principais, espécies sob risco numa Demonstra quaisquer assentamentos nativos extensão historica e presente (se conhecida) conhecidos, espécies ameaçadas e em extinção, etc. arqueológicas foram descobertas, etc. Fauna Terrestre e Aquática – Demonstra Historia e Cultura – Pode ser uma serie de espécies principais, espécies sob risco, mapas demonstrando diferentes periodos na padrões de migração, habitat e cadeia historia da area e da cidade. Os mapas alimentar poderiam numa extensão historica e Arqueológicos áreas Conhecidos onde discutir – evidências importantes presente (se conhecida), espécies ameaçadas personalidades, papéis historicos, eventos, e em extinção, etc. lugares, deesnvolvimento de atividades Avifauna – Pássaros – Demonstra espécies economicas, principais, espécies sob risco, padrões de mudanças migração, habitat e cadeia alimentar numa intfraestrutura, etc. extensão historica e presente (se conhecida), Fronteiras Politicas – Este item poderia espécies ameaçadas e em extinção, etc. delinear as fronteiras politicas existentes comercio, no tempo, agricultura, construção de inclusive as municipais, estaduais, etc. 72 Poderia tambem mostrar as tendencias a formal e pode realçar as mudanças com eleitorais, etc. outras Demografia (geral) – Poderia mostra a principais empregadores, etc. população historica e presente, relação Infraestrutura/Transporte – idade/sexo, nivies saláriais, educação e demostraria de outros itens estatisticos relacionados a existentes, população, inclusive transportes e mercadorias transportadas, etc. imigração, estatisticas saude, emigração, comparativas de areas, influxo de conexões empregados, Este mapa transporte comunicações, tipos de Infraestrutura/Energia – Este mapa poderia outras areas, etc. demonstrar linhas de transmissão, tipos de Demografia (assuntos de gênero) – Poderia energia utilizadas e padrão de consumo demonstrar (gas, etc) assim como quaisquer assuntos presentes as em tendencias assuntos historicas especificos e de relevantes de conservação. gênero, incluindo assuntos importantes para Infraestrutura/Agua, homens e mulheres especificamente. Este Solidos – Este mapa poderia mostrar tópico poderia se relacionar a salários, horas estações de tratamento de esgoto e água, diárias trabalhadas, serviços existentes, fontes e encanamentos de água, depósitos saude, violência doméstica, etc. de lixo, centros de reciclagem. Principais Desenvolvimentos Economicos e Infraestrutura/Parques e Areas Protegidas Culturais – Poderia demonstrar assuntos – Este mapa demonstraria a localização de economicos passados, atuais e futuros. parques e áreas protegidas, tendencias no Incluiria a localização de industrias, o uso, areas candidatas a futura designação. estabelecimento como Poderia tambem mostrar trilhas, uso de escolas e centros culturais, festivais, figuras trilhas e areas onde trabalhos de restauração historicas importantes, etc. sejam Principais Centros de Poder – Este mapa executados, etc. poderia indicar os padrões de posse de Conclusão – Este mapa poderia prover um propriedades ou empregos, historica e breve sumario do conteudo do atlas, uma presentemente, e indicação da opinião dos participantes sobre assuntos o processo assim como sugestões para privadas, e de instituições jurisdições quaisquer publicas outros reevantes. necessarios Liquido ou e Dejetos estejam sendo trabalhos futuros ou uso do atlas. Economia – Poderia ser uma série de mapas especificos mostrando a gama de atividades Os tópicos sobre os mapas acima descritos economicas importantes na area. Pode são destinados a servir de guia apenas. representar tanto a economia informal como Escolha os tópicos que sejam mais 73 mapas. grupo, e deve ser evitada a ‘categorização ‘ Embora a escolha do tópico dos mapas será dos particiantes de acordo com suas de algum modo restringida pela informação habilidades, assegurnado a todos uma disponível, um tópico potencial não deveria igualdade de chance para contribuir em ser eliminado com base na falta de recursos. todos os aspectos relacionados à elaboração É importante tambem mapear onde as dos informações estão faltando, com o objetivo concordar, entretanto, em assumir papéis e de responsabilidades específicos. apropriados ao propósito demonstrar a dos necessidade de mapas. Os particiantes podem documentação ulterior e para fornecer quaisquer informações disponiveis de modo 5. Coleta de Dados claro. Os dador podem ser obtidos através de 3. Criando os grupos para cada vários meios. Uma grande variedade de informacões deverá estar disponível na sala mapa de recursos do mapeamento bioregional, Grupos de mapas podem ser criados de mas os grupos podem/devem procurar vários interesse, outras informações complementares onde escolha quer que estejam disponíveis. Informações modos, disponibilidade aleatória. Para baseados de em tempo que os ou participantes sobre os assuntos podem variar em aprendam tanto quanto possivel com o abrangência, de dados gerais até dados processo, sugere-se que cada grupo tenha específicos de lugares, sendo ambos muito pessoas com diferentes idades, gênero e valiosos. Tanto quanto provenientes de habilidades. fontes disponíveis, os dados podem ser obtidos através de observação, de pesquisa 4. Estratégias de Grupo de dados primários (tais como o uso de GPS para o mapeamento de trilhas, ou mesmo Ao se criar mapas dentro de um grupo, é perguntando aos residentes sobre a história importante realizar uma discussão em grupo do local, etc). Os participantes não devem se sobre o propósito de um determinado mapa, preocupar com o fato de que os mesmos quais são os elementos importantes, assim dados estejam sendo utilizados para a como uma sessão de chuva de idéias, elaboração estilos, etc. (o modelo de sete etapas pode sobreposição é bastante comum, uma vez ser utilizado aqui). Deve ser enfatizada a que todas as coisas estão essencialmente igualdade entre todos os participantes do interelacionadas, e tudo que aparece mais do de mapas diferentes. A 74 que uma vez no atlas será mais realçado, o os vejam, e como estejam contribuindo para que irá beneficiar os mapas. Da mesma aumentar o conhecimento de todos os forma, membros da comunidade sobre os temas e essa sobreposição reforca o interelacionamento natural de todas as coisa, informacões registradas. e realça como vários fatores afetam uns aos outros. 6. Representação visual Há muitas maneiras de se representar os dados nos mapas, inclusive em forma de textos, gráficos, tabelas, símbolos, figuras, artes, etc. Muitas técnicas diferentes podem se utilizadas em conjunto em um só mapa, de forma surpreendentes. a produzir Os resultados participantes não precisam ficar preocupados com o nível de “profissionalizacão” dos mapas, mas sim sobre quão bem eles estejam contando a história de um lugar específico ou de um determinado assunto, quão fácilmente eles sejam compreensíveis para que todos os que 75 Captação de Recursos às instituições ou pessoas doadoras. Estas Captação de Recursos A primeira idéia que vem à mente das pessoas quando se pensa em captação de recursos é a de se trata de captação de são as etapas a serem percorridas, todas imprescindíveis para quem tem a direção de uma organização não-governamental. dinheiro. Muito embora a questão financeira A captação de recursos financeiros, salvo as seja sempre o carro-chefe das tarefas exceções, ainda está sendo desenvolvida no negociativas de qualquer organização, a Brasil de forma amadorística. Na realidade, ciência de buscar recursos envolve, ou pode a preocupação com a formação de recursos envolver não, humanos especializados na angariação de dinheiro, tecnologias, cessão de pessoal recursos financeiros ainda é muito recente e qualificado, equipamentos, infra-estrutura, somente agora está dando os seus primeiros etc. passos. Basta ver que somente agora – simultaneamente ou Várias são as fontes originais de recursos: governo municipal, governo estadual, governo federal, estatais, bancos, empresas começaram a surgir nas Universidades e nas escolas de administração do País oferta de cursos específicos no terceiro setor. financiamento, Nos Estados Unidos, por exemplo, para a fundações e institutos privados, nacionais e promoção do desenvolvimento social, existe internacionais. um vasto universo de profissionais treinados privadas, agências de No Brasil, a prática da responsabilidade social, está sendo cada vez mais difundida e praticada. Cerca de dez milhões de brasileiros e brasileiras estão realizando serviços voluntários de assistência social. Estudos realizados pelo Ministério do Planejamento, através do IPEA, mostram e instituições capacitadas em captação de recursos. As técnicas utilidades para esta atividade, que no idioma inglês denomina-se "fund raising", foram desenvolvidas desde o início do século XX. Já em 1920, os Estados Unidos começaram a ter cursos superiores de administração neste campo. empresas Anualmente, é realizado neste país um brasileiras, participam ou exercem alguma congresso internacional de captadores de ação social. recursos, evento que permite a troca de que mais da metade das Identificar fontes de financiamento, elaborar boas propostas, obter recursos para viabilizar as obras sociais, implantar de forma eficiente os projetos e prestar contas experiências, informações e a difusão de novas tecnologias. Este encontro, que reúne gente de todo o mundo, é organizado pela Association of Fundraising Professionals - AFP, instituição norte-americana fundada objetivo de apoiar o Terceiro Setor na em 1935. construção de uma sociedade melhor. Pesquisa realizada pela Universidade norte- Instituições públicas, bancos, fundações e americana John Hopkins e pelo Instituto empresas privadas, no Brasil e no exterior, Superior de Estudos da Religião - ISER, dispõem-se a financiar projetos sociais. O concluiu que o terceiro setor brasileiro, sucesso na obtenção dos recursos vai apesar das dificuldades encontradas, já depender, fundamentalmente, da qualidade movimenta 20 bilhões de reais, a cada ano, e dos projetos e da competência com que é gera 1,5 milhões de empregos, em um executado o processo de negociação. É universo de 250.000 organizações não- imprescindível, governamentais. propostas estejam adequadas às prioridades Custódio Pereira, em seu livro intitulado obviamente, que as dos financiadores. Captação de Recursos, enfatiza os desafios Clareza quanto ao foco do público-alvo, enfrentados pelas organizações brasileiras metas bem definidas, riqueza dos materiais sem fins lucrativos para obter dinheiro que informativos, lhes permitam desenvolver o trabalho social. contatos, referências anteriores, filosofia Segundo ele, "tendo em vista que qualquer forma de captação de recursos passa pelo doador, seja ele pessoa física ou jurídica, imagem positiva, bons altruísta e os bons valores da entidade solicitante serão os grandes aliados para o êxito na captação dos recursos financeiros. deve-se ter em mente que para levar o Outro doador a tomar a decisão de contribuir para continuação do sucesso na angariação de uma causa ou organização é preciso doações dependerá da satisfação ao doador, sensibilizá-lo, convencê-lo da necessidade e através do envio de relatórios e informações da importância de sua contribuição. E para sistemáticas dos resultados da aplicação dos convencê-lo, é preciso conhecer os fatores recursos. É necessário explicar e mostrar que podem motivá-lo a doar e influir em sua claramente os efeitos positivos dos projetos decisão de contribuir para uma causa". em andamento e os já concluídos. No Brasil, foi criada a Associação Brasileira Isto de Captadores de Recursos - ABCR responsabilidade da entidade solicitante, (www.abcr.com.br ) , que tem como missão fazendo com que aumentem as chances de promover, desenvolver e regulamentar a manutenção e crescimento da obtenção de atividade de captação de recursos, com o recursos. Os financiadores e doadores ingrediente proporciona essencial para transparência a e 78 querem e merecem a devida prestação de No mercado brasileiro, algumas empresas e contas. Afinal de contas, eles demonstraram instituições estão se especializando na acreditar elaboração de projetos sociais e/ou na na causa e na lisura da negociação dos recursos junto a fontes administração da entidade. A tarefa de buscar financiamentos exige, doadoras, nacionais e internacionais. portanto, competência e técnicas próprias. Captação de Recursos: um meio para se Quem procura captar recursos para uma atingir sua missão organização não governamental, sem fins lucrativos, deve preparar-se de forma profissional. Quem procura recursos não pode apresentar-se como quem busca caridade, e sim como representante de uma entidade que irá utilizar o dinheiro e o apoio recebido de forma eficiente e responsável. Compensa ler o que dizia o estadista norteamericano Benjamin Franklin, sobre a melhor política para arrecadar fundos. Convém prestar atenção ao seu pensamento, por ser tão atual nos tempos de hoje como foi no ano de 1750. Dissertando sobre a maneira mais efetiva de obter doações para uma boa causa, Franklin disse: “Meu conselho é que ao solicitar donativos você principie por aqueles que você tem certeza que farão uma doação, por menor que seja. Em seguida, peça àqueles sobre os quais você não tem certeza de que darão alguma coisa, mas apresentando-lhes a lista do que já contribuíram. Finalmente, não descarte aqueles que você tem certeza de que não contribuirão com nada, porque em alguns casos você estará equivocado”. E agora, o que fazer? Esta é a pergunta que várias organizações da sociedade civil se fazem diante do decréscimo das verbas governamentais, dos recursos internacionais provenientes de fundações ou agências e do aumento de demanda por prestação de serviços aos quais estão sendo submetidos. No sentido de levarem adiante sua missão e conseguirem se destacar pela qualidade de suas realizações, as instituições sem fins lucrativos sabem que precisam conseguir um equilíbrio financeiro que lhes permita manter a confiança da comunidade na execução de seus serviços. É importante que ao solicitar uma doação tenha-se claro que esta será destinada a uma causa de valor e que se trata de uma oportunidade de investimento com ganhos sociais, sem o menor demérito para o solicitador ou para a instituição. O doador deverá ser envolvido com a instituição e com o sucesso da missão. Dentro dos projetos existentes na instituição, é importante descobrir quais possuem uma maior identidade com as motivações do 79 doador. Será feito um acordo onde a ausência desta poderá diminuir a integridade instituição se compromete a respeitar a da instituição e, portanto, a confiança da destinação da doação conforme a finalidade comunidade na execução dos serviços do doador. Os recursos solicitados para a prestados. realização dos projetos deverão ser o meio para levar adiante a missão da instituição. Não alterar ou não desviar sua missão, ação, política e programa pelo fato das diretamente organizações receberem doação de alguma relacionado ao sucesso de bem administrar a fonte em especial, consiste num princípio organização, inclusive do ponto de vista da fundamental na captação de recursos. A boa gestão financeira. As pessoas querem missão de uma entidade sem fins lucrativos contribuir confiantes que sua doação será está além dos desejos de um potencial bem financiador. Captar recursos gerida. está Para tanto, orçamentos, objetivos e justificativas do pedido deverão ser bem elaborados e entregues ao potencial O Papel da Comunicação na Captação de doador. Além disso, é importante lembrar Recursos aos doadores, que contribuições à instituições sem fins lucrativos de utilidade A captação de recursos (fundraising) é um pública, poderão gerar isenções fiscais (33% dos maiores desafios que as organizações do de não terceiro setor enfrentam na atualidade. Com para empresas a crescente escassez de recursos e o financeiras). Atualmente, muitas aumento da competitividade para obter organizações estão abatimento financeiras e para 43% empresas a fundos, as organizações se vêem, cada vez profissionalização e a institucionalização da mais, obrigadas a aprimorar e inovar nas captação de recursos e, nesse caminho, formas começam a se questionar sobre os princípios Grande parte do sucesso nas atividades de que norteiam uma captação de recursos fundraising depende do relacionamento que ética. Sugere-se discutir internamente que se estabelece com os doadores Os potenciais tipos de fontes de financiamento não doadores são pessoas ou instituições que conflitam com a missão da instituição. Esta geralmente compartilham com a missão, análise deverá ser feita antes do início da valores e objetivos gerais da organização e campanha para evitar divisões internas e podem estar dispostos a contribuir para a problemas realização de atividades ou projetos por ela entre os buscando financiadores, os captadores de recursos e a instituição. A de captação de recursos. desenvolvidos. 80 Independentemente de quais sejam esses folders, boletins ou jornais. O cuidado na potenciais elaboração doadores (pessoas físicas, desses materiais é muito organizações públicas, privadas, do terceiro importante porque os mesmos transmitem setor ou agências multilaterais), é certo que uma imagem da organização para os uma campanha de captação de recursos diferentes públicos que podem vir a ter exige cuidados com a comunicação que se interesse na organização(stakeholders). estabelece com cada um desses públicos, o que pode ser facilitado quando se elabora Antes de iniciar uma campanha de captação um de recursos é interessante que a organização plano de comunicação adequado. desenvolva um material institucional que Os esforços de comunicação da organização apresente de forma clara os objetivos e a devem ter o propósito de aumentar a lógica (razão de ser) da organização e as consciência dos potenciais doadores sobre a razões pelas quais o possível apoiador organização, suas atividades e, o que é poderia oferecer seus recursos. Dispor de fundamental, os problemas que a entidade um material impresso formal é importante procura solucionar através de suas ações. porque transmite confiança ao leitor e ainda confere um ar mais profissional à campanha Como a maior parte das pessoas ou ou à entidade. Este material, que pode ser instituições que apóiam uma organização do um folheto ou uma brochura, precisa terceiro setor tem valores e opiniões comuns comunicar o objetivo da captação de sobre ou recursos de maneira persuasiva, de tal modo ambientais, é fundamental que a entidade que "toque" tanto o coração quanto a mente desenvolva programas de comunicação que do público (doadores, financiadores ou propiciem um clima favorável para doações voluntários). O material precisa ilustrar de e, o que modo os recursos captados poderão ser ao causas sociais, mesmo tempo, econômicas favoreçam estabelecimento de relacionamentos utilizados para que a organização continue duradouros estes atores e/ou amplie suas atividades com vistas a com sociais. alcançar sua missão. Uma organização pode utilizar diferentes meios de comunicação para se relacionar Este material pode ser utilizado junto aos com seus públicos (contatos pessoais, potenciais doadores e como meio de cartas, telefonemas, e-mails ou website) e, divulgação da entidade e seus programas geralmente, materiais junto a órgãos de imprensa, por exemplo. institucionais como folhetos, brochuras, Ao divulgar suas ações a organização pode dispõe de 81 publicidade 1. Introdução com o propósito de despertar importantes, aumentando ou fortalecendo interesse para a organização, seus desafios e conquistar seus espaços esforços de de fundraising. A elaboração de um simples folheto muitas os problemas que a mesma procura solucionar vezes pode dar mais trabalho do que se poderia pensar à primeira vista, pois pode 2. Relevância da organização no contexto gerar discussões internas na organização social e regional sobre o conteúdo, a melhor linguagem, o formato, o design e o tamanho do 3. Breve histórico da organização documento. É claro que a participação de destacando sucessos do passado todos é importante na elaboração do material, mas é bom lembrar que nem 4. Aspectos de destaque da organização e sempre é possível obter consenso absoluto seus programas/serviços sobre todos os aspectos envolvidos. O emprego de um roteiro simples, como o 5. Desafios atuais da entidade demonstrando apresentado a seguir, pode ser útil no que os mesmos foram devidamente processo de institucional doações: elaboração para uma do material campanha avaliados de 6. Lógica da campanha, demonstrando que a mesma resulta de um processo de planejamento 7. Explicação sobre como os recursos serão empregados e importância dos mesmos para o sucesso da iniciativa 8. Papel que a doação pode ter na solução dos problemas sociais visados 9. Apelo final para que efetue a doação 10. Instruções para realizar a doação 82 Nove Princípios para a Captação de Recursos 1. Não se deve partir do princípio de que as organizações merecem receber apoio, mas sim de que o apoio deve ser conquistado. Quaisquer que sejam as realizações e projetos que a organização execute, é necessário provar para os que a apoiam e a comunidade o valor e a eficiência de seus esforços. 2. A obtenção exitosa de fundos não ocorre por acaso, mas, ao contrário, deve-se ao esforço árduo por parte de indivíduos devidamente preparados para realizá-la. A captação de recursos requer planejamento, pesquisa e estratégia. 3. A captação de recursos não é apenas obtenção de dinheiro, mas sim estabelecer e gerenciar relacionamentos com pessoas e organizações que podem ter interesse na sua organização. 4. As pessoas não doam recursos sem que haja uma razão. É necessário solicitá-los. 5. Apenas solicitar recursos é insuficiente. Por melhor, valiosa e eficiente que uma entidade seja, as pessoas darão recursos apenas se estiverem convencidas de fazê-lo. 6. Não aguarde um momento "oportuno" para captar recursos. Solicite recursos assim que você apresentar sua organização e seu plano para um possível doador. Caso não consiga, tente descobrir a razão da objeção e tente contorná-la, ou aceite a negativa e siga adiante. 7. Muitas vezes os diretores que têm êxito na obtenção de fundos não os solicitam diretamente, mas convencem outros para que os obtenham. 8. Você não pode decidir captar recursos hoje e recaptá-los amanhã. A recaptação exige tempo e paciência e requer planejamento. Inicie uma campanha de (re)captação de fundos antes que surja a necessidade. 9. Trate os potenciais clientes e doadores como trataria os clientes fieis em um negócio comercial. Nenhum negociante de êxito trata seus clientes como se eles tivessem a obrigação de comprar. É importante demonstrar como os possíveis clientes e doadores são importantes e tratá-los com cortesia e respeito. Como enfrentar as limitações e determinado período. Além disso, a quantia aproveitar as alternativas? pode ser definida de forma arbitrária por quemdoa Em geral, quanto mais você tem que captar, O captador eficiente conhece bem as mais precisará de especialização. Mas, necessidades existentes e potenciais da independentemente da escala, as técnicas de própria organização. Só assim ele poderá captação são variações de três regras detectar simples. Três regras que têm a ver com a necessidades e as oportunidades para o atitude de quem captam: financiador. Isso também vai dar segurança 1.Esteja sempre pronto ao financiador de que a sua contribuição vai interseções entre as suas fazer diferença. Pode ser necessária uma despesa de emergência - a compra de um carro, a 2. Seja confiante reforma de uma sala ou a renovação de um Doadores e financiadores gostam de apoiar contrato - no exato momento em que não vencedores porque gostam de ser associados existem fundos disponíveis. O dinheiro com o sucesso e, principalmente, porque raramente vem quando é necessário e por também têm que prestar contas a alguém sobre isso todo o processo de captação deve ser as verbas que administram. O grande receio construído doador. do financiador é que sua verba não seja gasta Financiamentos europeus são aprovados de maneira adequada. Ele tem que confiar em muito perto do início da realização do você e ter certeza de que você é capaz de projeto; algumas empresas começam a fazer executar bem o projeto para o qual pede seu planejamento em agosto e em novembro financiamento. já têm toda sua verba do ano seguinte Como obter a confiança do financiador? Seja comprometida; existem organizações que você mesmo confiante (o que não significa ser disponibilizam verbas um pavão). Esteja atento às realizações da sua trimestrais semestrais; em ou torno do em pacotes sobras do organização desde que foi fundada, mostre orçamento anual das várias instâncias do que conhece bem as atividades, a política, os governo voltam para o tesouro em um planos e as finanças da sua organização. Uma dica é pensar que o financiador está investindo fundamental que haja políticas e objetivos em você, não no projeto. Ele aposta na claros. Só depois disso se pode começar a intuição de que você é capaz de realizar o pensar em estratégia de captação de projeto que está propondo. E é fundamental recursos. Caso contrário corremos o risco de que todos na organização tenham esta postura ter dificuldade em captar pela falta de confiança na nossa capacidade de seguir um de "ser confiante". caminho definido; de levantar fundos para 3. Seja comunicativo uma miscelânea de pequenas atividades, Formulários são sem dúvida uma maneira prejudicando pobre de comunicar-se com financiadores principal; e de desviar do próprio caminho e potenciais. Mas muitas vezes será o modo promover atividades pelo fato de atraírem através do qual nossas propostas serão financiamento. avaliadas. A solução é criar uma impressão antes de se aproximar. Isso pode ser feito de muitas maneiras diferentes. Você pode, por exemplo, aparecer em conferências onde sabe que seu financiador potencial estará presente; colocar pode artigos arranjar em apresentações, jornal, mandar informações sobre suas atividades e seu relatório anual, pode convidar para seus eventos. E após receber um financiamento, uma boa política de comunicação é ainda mais importante: um financiador tende a financiar nossa área de interesse Devemos também escolher os mecanismos através dos quais serão captados os recursos. As principais opções são: faça você mesmo, escolha um funcionário, use um comitê ou contrate um consultor. Em geral, quanto maiores são os recursos necessários, menos apropriado o "faça você mesmo". Consultores são particularmente úteis para grandes empreitadas; comitês tendem a gerar um pequeno fluxo contínuo e funcionários produzem ótimos resultados de longo prazo. novamente quando sente que seu primeiro Com isto estou querendo dizer que toda investimento foi justificado e apreciado. organização é capaz de realizar captação de Na prática, isto exige planejamento. Sem dúvida será necessária uma estratégia um plano com objetivos muito claros assim como de capacidade técnica - de alto nível, em alguns casos. E isso requer recursos; não é algo que possível somente para as grandes instituições. Se uma parte importante na captação de recursos é a capacidade institucional para desenvolvê-la, onde buscar referências? planejamento. Antes de qualquer coisa, é 85 Examine bem o horizonte. Quase todo erros e acertos de quem já testou estratégias mundo tem acesso às mesmas informações. diferentes; O que pode nos diferenciar da maioria é o inspiração para novas iniciativas e podem, fato de que somos mais atentos. São inclusive, servir para definir melhor como inúmeras as fontes de informação: jornais, se comporta a captação de recursos no caso revistas, conferências, publicações para brasileiro. além disso, são fonte de profissionais, relatórios anuais, contatos pessoais, TV, obviamente a publicidade. E internet. biblioteca A temos essencial do captador é composta por alguns poucos livros chaves e o próprio acervo da Rits dispõe de indicações bibliográficas tanto sobre captação de recursos quanto sobre marketing, comunicação e gestão. De maneira geral, quanto mais você investe E as ONGS? em pesquisa, maiores as suas chances de sucesso. Isso quer dizer que a pesquisa pode tomar até 50% do seu tempo disponível. Invista este tempo. O investimento paga As ONGs brasileiras cresceram e se multiplicaram com forte apoio da cooperação internacional. Agências privadas de desenvolvimento, muitas das quais ótimos dividendos. ligadas às igrejas dos países da Europa Mas é importante ser metódico. Procurar Ocidental e América do Norte, apoiaram, possíveis fontes de financiamento, checar as desde os anos 70, projetos de educação referências popular, defesa de direitos e melhoria da encontradas (podem estar desatualizadas) e, se possível, ter um qualidade de vida comunitária. contato pessoal. Pode-se sempre obter alguma informação a mais, ter uma chance de se apresentar e perceber nuances que não transparecem em publicações e telefonemas.Outra boa oportunidade de aprender sobre captação de recursos é a troca de experiências entre as organizações. Boas idéias podem e devem ser copiadas, adaptadas. Pode-se aprender muito com os Na década de 90 este padrão de financiamento entrou em crise em função de um conjunto de fatores: explosão do número de ONGs brasileiras e ampliação de seus orçamentos, realocação de recursos das agências européias para a Europa do Leste, prioridade crescente atribuída à África, aumento do desemprego e das carências 86 sociais no interior das sociedades européias, entidades não-governamentais. É fenômeno certo desencanto com a persistência da recente o reconhecimento pelo governo da pobreza e da desigualdade no Brasil. legitimidade e competência da atuação das A instabilidade institucional gerada por esta crise nos padrões tradicionais de financiamento de seus projetos obrigou as ONGs a um esforço determinado de diversificação de fontes de financiamento, ampliando o esforço interno de captação de recursos. Esta opção coloca o desafio de um novo relacionamento com o Estado e com o ONGs enquanto desenvolvimento promotoras sustentável do e com equidade. Por outro lado, não se pode esperar de órgãos governamentais que financiem o trabalho de ONGs via doações e sim via contratação de serviços, o que levanta exigências novas de transparência e capacidade executiva para ambas as partes. setor privado empresarial. Aos poucos as A captação de recursos junto ao setor ONGs foram incluindo em sua pauta de privado, por sua vez, é dificultada pela trabalho seu ausência de uma tradição brasileira de a investimento social da empresa. Até bem sua pouco tempo as ONGs ignoravam o mundo a fortalecimento construção preocupação institucional das condições com e com de sustentabilidade a longo prazo. empresarial enquanto as empresas sentiamse desobrigadas de qualquer responsabilidade pela melhoria da vida comunitária. A redução deste distanciamento entre Mercado e Sociedade Civil passa pela superação de preconceitos e pela exploração de formas novas de colaboração no enfrentamento de questões que interessam a todos, como a melhoria da O Problema educação e da saúde, combate à violência e O acesso de organizações da sociedade civil à pobreza, promoção da cultura, defesa do a recursos públicos esbarra em múltiplos meio ambiente, etc. problemas que vão da desconfiança da burocracia governamental à descontinuidade das políticas ausência de públicas, passando mecanismos claros pela e transparentes de contratação pelo Estado de Mais difícil ainda é para as ONGs explorar uma terceira possibilidade interna de captação de recursos que são as doações feitas por pessoas físicas e jurídicas. Esta captação de recursos junto ao público, junto 87 à sociedade brasileira, que é feita há décadas populações em situação de risco mediante pelas concursos públicos. organizações filantrópicas e beneficentes, requer uma linguagem que não faz parte da trajetória das organizações da sociedade civil e uma política de fomento via incentivos fiscais à doação de recursos por parte de pessoas físicas e jurídicas. Novas Tendências Multiplicam-se em todos os níveis de governo as ações em parceria com ONGs o que implica um crescente reconhecimento pelo Estado de seu acervo de experiências e competências no enfrentamento da pobreza e exclusão social. A expansão destas ações A tomada de consciência por parte das empresas de sua responsabilidade social é um fenômeno recente, porém em rápido crescimento no Brasil. Nos últimos tem se ampliado o volume de recursos canalizado para investimentos sociais por parte de Institutos e fundações empresariais. Vale lembrar que recursos não se limitam a dinheiro. O empresário pode também contribuir com doações em espécie e com a disponibilização de sua competência para a melhoria da qualidade dos projetos sociais. em parceria é facilitada pelo processo em Algumas ONGs têm explorado formas curso de descentralização de poderes e inovadoras de captação de recursos via recursos para o âmbito municipal, plano no comercialização de produtos e serviços, qual a interação com órgãos da sociedade se associação com administradoras de cartões dá de modo mais flexível e operacional. de crédito para emissão de cartões de O Programa Nacional de Combate à AIDs do Ministério da Saúde e o Programa de Formação de Jovens do Conselho da Comunidade Solidária são exemplos de formas transparentes de contratação de ONGs para ações focalizadas junto a afinidade e campanhas de arrecadação de recursos junto ao público em geral. A potencialização destas iniciativas passa, no entanto, por mudanças legais ainda por realizar com vistas a estimular, via incentivos fiscais, a doação de recursos por pessoas físicas e jurídicas. Referências Bibliográficas Jane C. Geever & Patricia McNeill, “Guide to proposal writing” de The Foundation Center, NY, 1993. Maria Célia T. Cruz, “Captação de recursos” em http://www.rits.org.br consultado em 10/03/05 88 ANEXOS 89 Veja, a seguir, o endereço de algumas destas instituições: Recursos e Sustentabilidade No Brasil 1. Ministério da Saúde - Oferece informações sobre as principais ações desenvolvidas pelo Ministério, a utilização dos recursos disponíveis e as normas setoriais vigentes. http://www.saude.gov.br/ 2. GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas que congrega cerca de 40 instituições que voluntariamente aportam recursos técnicos, humanos e financeiros para projetos no setor social, nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, assistência social e cultura. O site contém uma Agenda de eventos e várias listas com discussões sobre o Balanço Social. http://www.gife.org.br/ 3. BOLSA DE NEGÓCIOS - SEBRAE Serviço de promoção de negócios, cujo objetivo é identificar e aproximar compradores e fornecedores de produtos, serviços, resíduos e oportunidades de negócios. http://www.bolsa.sebrae.com.br/ 4. UNICEF - Organismo da Organização das Nações Unidas responsável pela gestão dos programas e campanhas de assistência à infância. Direitos da criança, publicações, catálogos, estatísticas sobre mulhres e crianças, lista de vídeos, pesquisa. Endereço eletrônico para requisitar informações complementares e enviar sugestões. http://www.unicef.org.br/ 5. Abrinq - Entidade sem fins lucrativos de Utilidade Pública Federal, que tem por objetivo promover os direitos elementares da cidadania das crianças. O site contém informações genéricas sobre a instituição, uma ficha cadastral, um link para mensagens e um Base de Conhecimento sobre o Trabalho Infantil. Há, ainda, uma bibliografia sobre o Trabalho de Crianças e Adolescentes no Brasil; legislação; séries estatísticas; publicações. http://www.fundabrinq.org.br 6. OAB - ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - Página da instituição com informações sobre legislação, jurisprudência, direitos humanos. Diversos endereços eletrônicos e páginas de advogados e das regionais. http://www.oab.com.br/ 7. Ministério da Cultura - Minc Apresentação do Ministério; calendário de eventos 1997/1998; concursos; legislação; economia da cultura; banco de dados sobre a produção cultural no país; verbas oficiais. http://www.minc.gov.br/ 8. BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Informações sobre os produtos e serviços do Banco; financiamentos; privatizações; apoio à cultura; editais. http://www.bndes.gov.br/ V. especialmente o site http://www.bndes.gov.br/social 9. Fundação Roberto Marinho - Oferece uma visão panorâmica das ações realizadas pela fundação, especialmente nas áreas de educação, cultura e restauração do patrimônio histórico. http://www.frm.org.br/ 10. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal MMA - Informações sobre a fauna e flora brasileiras, educação ambiental, Agenda 21, consulta ao sistema de protocolo do Ministério, competências e biblioteca 90 virtual. http://www.mma.gov.br/ 11. PROGER - Programa de Geração de Trabalho e Renda. Programa de governo financiado com recursos do FAT. http://www.bancobrasil.com.br/proger 12. Fundação Banco do Brasil Informações sobre os programas e as ações promovidas pela Fundação, que tem como público alvo os membros das comunidades carentes do país. Combate ao desemprego; ajuda aos atingidos pela seca, culturais. http://www.fbb.org.br/ 13. COMUNIDADE SOLIDÁRIA / VOLUNTÁRIOS - Programa Voluntários: Programa criado pelo Comunidade Solidária, visando a promoção, valorização e qualificação do trabalho voluntário no Brasil. http://www.uol.com.br/voluntarios/ 14. CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - Informações sobre as atividades da entidade, links, campanhas. http://www.cnbb.org.br/ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CAPTADORES DE RECURSOS Rua Aliados, 970 – Alto da Lapa – SP Cep: 05082-001 Cidade: São Paulo – SP Site: www.abcr.com.br E-mail: [email protected] No Exterior 15. Fundação Interamericana - IAF. Instituição que promove diversos tipos de ajuda para pessoas de baixa renda da América Latina e do Caribe. Oferece gratuitamente a assinatura da revista Desenvolvimento de Base que contém estudos e análises sobre estes tipos de experiência. http://www.iaf.gov 16. Council on Foundations - Instituição com mais de 100 anos de atuação nas áreas de saúde e assistência social, e cujo principal objetivo é promover a filantropia através do apoio aos atuais e futuros filantropos. http://www.cof.org/index 17. Philanthropic Advisory Service Organização vinculada ao ao Council of Better Business Bureau. Contém formulários para solicitação de auxílio caritativo, recomendações para doadores e relatórios sobre ações sem fins lucrativos http://www.bbb.org/pas.html 18. Civicus - O objetivo principal desta instituição é promover uma aliança internacional dedicada à fortalecer a cidadania e a sociedade civil no mundo. http://www.civicus.org/ 19 . Charity Village (Canada) - Oferece notícias, informações, recursos, discussões e links relacionados à comunidade canadense de filantropos. http://www.charityvillage.com/cvhome.html 20. Charities Aid Foundation (United Kingdom) - Incentiva e apoia ações caritativas no Reino Unido e internacionais. http://www.charitynet.org/ 21. German Charities Institute - 28.000 páginas na internet sobre o universo das iniciativas de caridade, filantropia e voluntariado na Alemanha. http://www.dsk.de/ 22. Independent Sector - Coalizão de mais de 850 grupos, fundações e organizações voluntárias, cuja missão é criar um fórum nacional para encorajar a doação e a ação voluntária de indivíduos e organizações. http://www.indepsect.org/ 23. Guide Star - Contém informações sobre programas e finanças de mais de 600.000 instituições de caridade e organizações sem fins lucrativos dos EUA, notícias sobre filantropia e orientações para doadores e voluntários. http://www.guidestar.org/ 91 24. European Foundation Centre (EFC) - A EFC foi criada para promover e dar suporte ao trabalho de fundações e instituições européias e associadas dedicadas à filantropia. http://www.efc.be/about/ 25. OXFAM - Com mais de 50 anos de experiência no combate à pobreza e com atuação em cerca de 70 países, a OXFAM é uma organização do Reino Unido e da Irlanda dedicada a incentivar e incrementar as ações de desenvolvimento e de combate à pobreza. O site traz informações sobre as diversas campanhas da organização, publicações, pesquisas, projetos de desenvolvimento, notícias, documentos, etc. http://oneworld.org/oxfam/ 26. Ford Foundation (THE) - Fundada em 1936 a Fundação Ford tem como objetivos gerais fortalecer os valores democráticos, combater a pobreza e a injustiça, promover a cooperação internacional e avançar o progresso humano. Suas principais atividades são o financiamento de projetos de desenvolvimento, bolsas, educação, direitos civis, relações internacionais, financiamento de projetos de combate à pobreza. http://fordfound.org 27. ICCO - Interkerklijke Coordinatie Commissie Ontwikkelings Projecten - A missão da ICCO se refere ao combate à pobreza e à miséria e à promoção da dignidade humana. Atua através do financiamento de projetos de desenvolvimento, projetos de emergência, e lobby junto a atores políticos. http://www.antenna.nl/icco/ 28. NOVIB (Netherlands Organisation for International Development Cooperation - A NOVIB é partidária do combate estrutural à pobreza e pretende deste modo participar no desenvolvimento sustentável de determinados grupos do hemisfério sul. Entre as suas atividades estão o financiamento de projetos de desenvolvimento, assessorias técnicas, educação para o desenvolvimento, lobby frente a atores políticos e mobilização da opinião pública, http://antenna.nl/novib Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres http://www.presidencia.gov.br/spmulheres CNDM - Conselho Nacional dos Direitos da Mulher http://www.presidencia.gov.br/spmulheres/c ndm Afirma Revista www.afirma.inf.br Negra Online Articulación Feminista Marcosur www.mujeresdelsur.org.uy Articulação de Mulheres do www.articulacaodemulheres.org.br Brasil Biblioteca Virtual da www.prossiga.br/bvmulher/cedim Mulher Casa de Cultura da Mulher Negra www.cantinho.com/ccmnegra/index1.htm Cefemea - Centro Feministas e www.cfemea.org.br de Estudos Assessoria Cemina - Comunicação, informação em www.cemina.org.br Educação e Gênero Cidem - Centro de Información y Desarrollo de la Mujer en Bolivia www.cidem.org.bo Fundo Mundial para as www.globalfundforwomen.org Mulheres Mulheres Negras do Umbigo para o mundo www.mulheresnegras.org NEPAIDS - Núcleo de Estudos e prevenção da Aids www.usp.br/nepaids Pagu - Núcelo de Estudos de Gênero www.unicamp.br/pagu 92 Rádio Fala www.radiofalamulher.com Mulher Rádio Internacional www.fire.or.cr Feminista Câncer de Mama http://www.aleitamento.org.br/mamaca.htm Casa de Cultura da Mulher Negra http://www.cantinho.com/ccmnegra SOF - Sempre Viva Organização Femista www.sof.org.br Católicas pelo Direito de Decidir http://www.catolicasonline.org.br/ ABONG - Associação Brasileira Organizações Não Governamentais http://www.abong.org.br/ CCR - Comissão Reprodução http://www.ccr.org.br/ de de Cidadania e CECRIA - Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes http://www.cecria.org.br/ Abia - Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids http://www.abiaids.org.br Amamentação Online http://www.aleitamento.org.br/ ANDI - Agência de Notícias dos Direitos da Infância http://www.andi.org.br/ ANIS - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero http://www.anis.org.br Articulación Feminista Marcosur http://www.mujeresdelsur.org.uy Biblioteca Virtual Mulher http://www.prossiga.br/bvmulher/cedim Campanha 28 de setembro Dia pela Discriminação do Aborto na América Latina e Caribe http://www.campanha28set.org/ Campanha do Laço Branco http://www.lacobranco.org Campanha por uma Convenção Interamericana dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos http://www.convencion.org.uy/ CEPIA - Cidadania, Estudo, Pesquisa, , Informação e Ação http://www.cepia.org.br/ CLADEM - Comite de America Latina y el Caribe para la Defensa de los Derechos de la Mujer http://www.cladem.org CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura http://www.contag.org.br/ Cotidiano Mujer http://www.cotidianomujer.org.uy Criola http://www.criola.ong.org CUT - Central Única dos Trabalhadores http://www.cut.org.br/ ECOS - Comunicação em Sexualidade http://www.ecos.org.br Flora Tristán http://www.flora.org.pe Geledés - Instituto da Mulher Negra http://www.geledes.com.br 93 Gênero, Direitos Humanos e Saúde http://www.mulheres.org.br Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero http://www.themis.org.br Grupo Arco-íris http://www.arco-iris.org.br/ SOF - Sempreviva Organização Feminista http://www.sof.org.br/ Grupo Transas do Corpo http://www.transasdocorpo.com.br SOS Corpo - Gênero e Cidadania http://www.soscorpo.org.br Instituto Papai http://www.papai.org.br Instituto Patrícia Galvão http://www.patriciagalvao.org.br UNIFEM - Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher http://www.unifem.undp.org/ Mama - Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia http://www.mama.org.br WHRNET - Rede de Direitos Humanos das Mulheres http://www.whrnet.org/ Mulher 500 anos atrás dos panos http://www.mulher500.org.br AGENDE – Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento Http://www.agende.org.br OIT - Organização Trabalho http://www.oit.org/ Internacional do Atenção Integral à Saúde da Mulher http://www.gineco.com.br Parada do Orgulho GLBT de São Paulo http://www.paradasp.org.br/ Gênero, Direitos Humanos e Saúde http://www.mulheres.org.br Red Feminista Latinoamericana y del Caribe contra la Violencia Doméstica y Sexual http://www.redfem.cl Redes Humanizadas de Atendimento às Mulheres Agredidas Sexualmente http://www.rhamas.org.br Rede Mulher de Educação http://www.redemulher.org.br Rede Saúde Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos http://www.redesaude.org.br/ Redor Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas Sobre a Mulher e Relações de Gênero http://www.ufba.br/~redor REF - Revista Estudos Feministas http://www.cfh.ufsc.br/~ref Revista Feminista de estudos http://www.cfh.ufsc.br/~ref UBM União Brasileira de Mulheres Http://www.ubmulheres.org.Br UNIFEM http://www.unifem.org Fundação Perseu Abramo http:///www.fpabramo.org.br/nop/mulheres/ culturapolitica Elas por Elas na política http://www.elasporelasnapolitica.hpg.og.co m.br 94 Ibase http://www.ibase.org.br Assedio Moral no Trabalho http://www.assediomoral.org. Site Feminista e anti-racista/Organização de Mulheres ACMUN- Associação Cultural de Mulheres negras www.acmun.com.br ADVOCACI - Advocacia cidadã pelos Direitos Humanos www.advocaci.org.br CLADEM - Comite de America Latina y el Caribe para la Defensa de los Derechos de la Mujer www.cladem.org Fala Preta! www.falapreta.org.br Geledés - Instituto da Mulher Negra www.geledes.org.br Gênero, Direitos Humanos e Saúde www.mulheres.org.br Grupo Transas do Corpo www.transasdocorpo.com.br/ Mama - Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia www.mama.org.br AGENDE - Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento www.agende.org.br Marcha das Margaridas http://marchamargaridas.contag.org.br/ Articulação de Mulheres Brasileiras www.articulacaodemulheres.org.br Mulheres Negras - Do umbigo para o mundo www.mulheresnegras.org Articulação de Mulheres Negras Brasileiras www.mulheresnegras.org.br Articulação Feminista Marcosur www.mujeresdelsur.org.uy Casa de Cultura da Mulher Negra www.ccmnegra.santos.net Católicas Pelo Direito de Decidir www.catolicasonline.org.br Ceert - Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades www.ceert.org.br Cemina - Comunicação, Educação e Informação em Gênero www.cemina.org.br CEPIA - Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação www.cepia.org.br/ Cfemea www.cfemea.org.br/ REDEH - Rede de Desenvolvimento Humano www.redeh.org.br Rede Mulher de Educação www.redemulher.org.br Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos www.redesaude.org.br Redes Humanizadas de Atendimento às Mulheres Agredidas Sexualmente www.rhamas.org.br Redor - Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas Sobre a Mulher e Relações de Gênero www.ufba.br/~redor RHAMAS - Apoio à criação de Redes Humanizadas de Atendimento às Mulheres Agredidas Sexualmente www.rhamas.org.br 95 SOF - Sempreviva Organização Feminista www.sof.org.br/ Fórum da Sociedade Civil nas Américas www.forosociedadcivil.org Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero www.themis.org.br Fundação Bento Rubião - Centro de Defesa de Direitos Humanos www.bentorubiao.org Um Mundo. Uma Luta. Aids 2003 www.aids2003.net/ Grupo Arco-íris www.arco-iris.org.br/ União Brasileira de Mulheres www.ubm.org.br Grupo Pela Vidda www.pelavidda.org.br/ WHRNET - Rede de Direitos Humanos das Mulheres www.whrnet.org/ IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas www.ibase.br/ Sociedade civil organizada ABIA - Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS www.abiaids.org.br ABONG - Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais www.abong.org.br/ Ação Educativa www.acaoeducativa.org CCR - Comissão de Cidadania e Reprodução www.ccr.org.br CECRIA - Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes www.cecria.org.br/ DHNet -Rede Direitos Humanos e Cultura www.dhnet.org.br/ ECOS - Comunicação em Sexualidade www.ecos.org.br FASE - Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional www.fase.org.br/ Fórum Mundial Social www.forummundialsocial.org.br IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor www.idec.org.br Movimento Nacional de Direitos Humanos www.mndh.org.br/ Rits - Rede de Informações para o Terceiro Setor www.rits.org.br Ensino e Pesquisa FLACSO - Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais www.flacso.org.br FCC - Fundação Carlos Chagas www.fcc.org.br Fundação Getúlio Vargas www.fgv.br Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional de Saúde Pública www.fiocruz.br IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal www.ibam.org.br IMS - Instituto de Medicina Social da UERJ www.ims.uerj.br NEPO -Núcleo de Estudos de População www.unicamp.br/nepo 96 Projeto Gral - programa Gênero, Reprodução, Ação e Liderança (parceria SOS CORPO e Fundação Carlos Chagas) www.fcc.org.br/gral/download/gral.pdf Bases de Dados AMARC - Associação Mundial de Rádios Comunitárias www.amarc.org/amarc/esp ANDI- Agência de Notícias dos Direitos da Infância www.andi.org.br Biblioteca Virtual Mulher www.prossiga.br/bvmulher/cedim A Condição Feminina nos Países do Mercosul www.ibam.org.br/condmulher/index.htm Cadernos de Saúde Pública www.ensp.fiocruz.br/csp A mulher nos espaços públicos e privados www.fpabramo.org.br/nop/nop.htm www.radiofalamulher.com DATASUS - Departamento de Informática do SUS www.datasus.gov.br/ DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar www.diap.org.br/ DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos www.dieese.org.br/ Fundação Seade - Sistema Estadual de Análise de Dados - São Paulo www.seade.gov.br IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística www.ibge.gov.br/ IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada www.ipeadata.gov.br Comunicação e Publicação Afirma - Revista Negra Online www.afirma.inf.br Alai - Agencia Latinoamericana de Información www.alainet.org/mujeres Cadernos do Ceas www.peacelink.it/zumbi/news/ceas/home.ht ml Correio da Cidadania www.correiocidadania.com.br/ Fire - Radio Internacional Feminista www.fire.or.cr Guia de Direitos Humanos - Fontes para jornalistas www.guiadh.org Rádio Fala Mulher Governo Câmara dos Deputados www.camara.gov.br CNDST/Aids - Coordenação Nacional de DST/AIDS www.aids.gov.br Conanda - Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente www.mj.gov.br/sedh/conanda/index.htm CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa www.datasus.gov.br/conselho/comissoes/eti ca/conep.htm 97 CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social www.mpas.gov.br/14.asp PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento www.undp.org.br CNPCP - Conselho Nacional da Política Criminal e Penitenciária www.mj.gov.br/cnpcp UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância www.unicef.org.br/ Funasa - Fundo Nacional de Saúde www.funasa.gov.br MJ - Ministério da Justiça www.mj.gov.br/ MS - Ministério da Saúde www.saude.gov.br/ MT - Ministério do Trabalho www.mtb.gov.br/ Mulher Governo www.redegoverno.gov.br/mulhergoverno Portal Oficial do Governo Brasileiro www.brasil.gov.br Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres www.presidencia.gov.br/spmulheres Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial http://www.presidencia.gov.br/seppir Senado Federal www.senado.gov.br/ TSE - Tribunal Superior Eleitoral www.tse.gov.br/ ONU UNIFEM - Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher www.unifem.undp.org/ Agências de Cooperação Action Aid Brasil www.actionaid.org.br CERIS - Centro de Estatística Religiosa e Investigação Social www.ceris.org.br Comissão Européia www.europa.eu.int Coordenadoria Ecumênica de Serviço www.cese.org.br Fundação Heinrich Böll www.boell.de FUNDO SAAP www.fase.org.br/saap Global Fund for Women www.globalfundforwomen.org MAMA-CASH www.mamacash.nl FONTE: RITS OIT - Organização Internacional do Trabalho www.oit.org/ OMS - Organização Mundial da Saúde www.who.ch/ 98 FERRAMENTAS METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS OFICINAS DE GÊNERO Metodologia Formação De Redes Sociais Meta Uma rede é uma aliança entre 2 ou mais grupos de pessoas. Cada grupo permanece autonomo mas coopera com outros grupos em função dos objetivos especificos da rede. As redes sociais são formadas para levar avante o trabalho das organizações ou grupos participantes que, ao se juntarem, aumentam sua força ou expandem seu impacto de alguma forma. Uma rede social pode ser altamente estruturada e formal, ou informal e sem uma estrutura rigida. A estrutura vai depender em parte do objetivo da rede social. Pode have um único objetivo ou pode haver um conjunto de objetivos para uma determinada rede social. Redes foram criadas para divulgar um assunto que preocupasse a todos os membros; para obter recursos para um determinado programa social; para aumentar o apoio politico de um candidato ou para uma determinada política; para aumentar a conscientizacão ou educar o publico sobre assuntos especificos; para dividir trabalho físicos (tomar conta de criancas, limpar quintais, etc); para defender ou protestar contra especificas politicas ou programs que tenahm impacto sobre todos os membros da rede; para discutir assuntos de interesse comum e trocar informações entre os membros da rede. Tempo Uma tarde Mater Processo ial Papel ou uma manhã canet a Etapa 1: Identificar o(s) assuntos(s) para os quais se gostaria de criar apoio ou aqueles onde seria interessante expandir os trabalhos. Etapa 2: Identificar os setores da sociedade que tem impacto sobre esses assuntos. Fazer uma lista dos grupos ou instituições que podem, eventualmente compartilhar as perpectivas do grupo ou que tem uma visão complementar sobre o assuntos. Incluir religião, grupos etários, étnicos, ou economicos. Etapa 3: Pedir a todos os membros do seu grupo que pensem sobre uma pessoa que possa juntar-se ao grupo e convidá-la. Etapa 4: Aumentar o grupo de forma apropriada para estabelecer/formar redes sociais com grupos maiores , em locais diferentes, regionais, nacionais, internacionais . Funções das Redes Sociais ou Porquê cria-las: • Comunicar ideias e informações internamente ao grupo ou externamente; • Desenvolver, a nivel da rede como um todo, uma reflexão analítica, uma visão, e uma estratégia • Levar avante ações em conjunto ou de “advocacy”. • Prover ajuda (social, financeira, física) a grupos locais em situação de crise • Ajudar novas pessoas, comunidades ou grupos em uma area mais ampla (Região, nacional, Internacional) • Tomar decisões sobre objetivos políticos mais abrangentes que devam ser aprovados pelos grupos da rede Obs. Lembrar Quem está envolvido Quais os interesses que estão em jogo? Quem está controlando o processo? 100 Grupos de Discussão Interesse (Focus) Esses grupos são grupos relativamente pequenos (10-15 pessoas) conduzidos por um lider ou facilitador. Eles permitemuma melhor compreensão da comunidade para quem vem de fora, e descrevem melhor o conjunto de perpectivas que existem numa comunidade ou em uma organização local através de discussões em grupo. Grupos de interesse podem ser só de mulheres ou homens ou misturados. Eles podem ser úteis quando são para mulheres ou homens em culturas onde as mulheres não se sentem confortaveis falando para grandes audiências ou na presenca de homens. O mesmo se aplica para problemas relacionados a idade, religião, grupos étinicos , etc, que podes se sentir inibidos ou hesitantes em falr em grupos mistos. Os grupos de interesse podem ser usados com vários objetivos: aumentar a conscientização, coletar infromação, analisar, e, em geral, como uma etapa de um processo de desenvolvimento. Podem também ser utilizados para criar linhas do tempo e diretivas gerais junto à comunidade sobre uso de recusrsos naturias, para explorar assuntos realcionados a sexualidade e direitos reprodutivos, e na pesquisa ação para encorajar analise de situações de opressão.. Os grupos de interesse podem ser úteis para mostrar: • Prioridades para ação na comunidade baseadas em gênero, classe, origem étnica e outras marcas de identidade; • O nível e natureza da conscientização em relação aos recusros disponiveis e aos interesses em relação ao meio ambinete tanto de homens quanto de mulheres; • As percepções de mulheres e homens em relação à efetividade institucional Os objetivos de um grupo de interesse são: • Cobrir o maior numero de topicos relevantes; • Prover informacão que é especifica tanto quanto possivel de forma a dirigir a discussão na direção de depoimentos detalhados e concretos dos participantes • Estimular interações que explorem os sentimentos e opiniões dos participantes em certa profundidade • Levar em conta o contexto pessoal a partir do qual os participantes respondem 3 horas Ter as pergu ntas que se quer fazer prepar adas Tape Video (opcio nal) Papel caneta Etapa 1: Planejar e escrever as questões antes da oficina. Para uma discussão sem estrutura, 2 tópicos genéricos usualmente deverão aparecer. Para uma discussão estruturada, os facilitadores normalmente trabalham com 4 ou 5 questões com pontos específicos sob cada tópico mais importante. Etapa 2: Em alguns grupos de interesse, cada participante fala uma frase, sem interrupção, no começo da sessão. Sugestões para situações com intervenção mínima do facilitador: • Apresente o tópico inicial seguido por uma discussão sem estrutura • Introduza um segundo tópico, baseado genericamente em pontos levantodso durante a discussão precedente • Permita que a discussão acabe normalmente, somente com um controle sutil de tempo para finalização. Sugestões para situação com envolvimento maior do facilitador: • Seguir uma”receita” durante a discussão; manter a ordem clara e consistentemente • Começar com uam discussão estruturada com uma pergunata genérica sem pretensão a uam resposta completa, mas de forma a criar uma agenda de tópicos dentro dos limites da “”receita” • Evitar comentários que não se encaixem no estágio específico da discussão, mas reintroduzir-los em determinados pontos, i.e., quando fizerem sentido, pro exemplo: “eu me lembro que voce mencionou algo diferente há algum tempo atrás na discussão, e gostaria de saber como se encaixaria essa sua observação na discussão que estamos tendo agora”. • Finalizar a sessão com um sumário final com declarações/conclusões dos participantes. LEMBRA R Incluir todas as pessoas nas discussões Divisões sempre existem. Mesmo em grupos do mesmo sexo Evitar questoes fechadas (sim ou não) Exemplo de idéias para questões para grupos de discussão/interesse para pescadores:Tipos de questões organizacionais que podem ser adaptadas para quaiquer grupos; • • • • Qual é o objetivo da associação dos pescadores? Que recursos financeiros tema associação? Quem sustenta a associação? Como se faz o recrutamento e se organizam as pessoas? Como variam as responsabilidades entre homens e mulheres na organização?Como a organização toma decisões? 101 Algumas questões específicas sobre as atividades: • Como o acesso a atividade de pesca mudou nesta area nos ultimos 10 anos?Quanto a pesca é afetada pela erosão? • Como a pescaria se encaixa nas suas outras atividades de geração de renda?Como voce acha que será a atividade da pesca nessa região daqui a 5 anos? 102 Mapeamento De Recursos e seu uso por gênero Continuaçã o Mapas e as notas tomadas durante esta oficina irão fornecer uma clara linha de itersse para futuras discussões com a comunidade e para ajudar as pessoas que vem de for a a compreender como as mulheres e os homens vêem theri proprios recursos e como isso pode ser diferente das percepcões de alguém de fora ou de resultados de pesquisas formais. Essas informações podem ser peças-chave para o desenvolvimento de uma compreensão mútua durante as discussões entre os diversos interessados em projetos de desenvolvimento, ou seja, membros da comunidade, pesquisadores, fazendeiros, pescadores. A informação colhida deverá ajudar também na discussão sobre o conhecimento e as práticas locais, sobre a escolha de lugares, certas especies de plantas, etc., seja em determinados projetos de desenvolvimento, mudanças de uso do solo, planejamento ambinetal ou no contexto de organizações comunitárias. O mapeamento de recurosos por genero pode identificar e apresentar as diferencas que exitem entre homens e mulheres em relacão aos uso, acesso e controle dos recuros . Essa metodologia pode ser utilizada in escalas diferentes – a nível domestico (dentro da família), a nivels da comunidade, regional ou mesmo nacional. É uma forma dramática de se trazer à tona assuntos relacionados com as diferencas entre homens e mulheres enquanto responsabilidades, trabalho, uso da terra, o impacto da tecnologia e mostrar as diferencas de distribuição no acesso e controle aos recursos. Essa ferramenta pode ajudar a mudar procedimentos administrativos ou mudar códigos e leis em relação a propriedade e emprestimos, e outros protocolos. Pode também ser útil para informar novas tecnologias, ao planejamento do uso do solo, à codificação do uso de recursos naturais. Folha s 3 grand es ou 4 horas de papel Canet as durex A informação para o desenho dos mapas pode ser obtida a partir das informantes-chave, entrevistas com famílias, ou entervistas com grupos de interesses. Um inventário da paisagem, dos usos da solo e de quem usa certas áreas vai prover a base para o maepamento de recursos por gênero. Etapa : Listar os maiores grupos de vegetação, usao do solo e propriedade. Por exemplo, uma pessoa pode selecionar, da lista abaixo, quais são as categorias relevantes de uso do solo e cobertura vegetal para incluir no desenho (nem todas estão descritas): Floresta Areas de conservação Mata/vereda Areas de coleta de lenha Campo/capoeira pasto Capinzal jardins Colheitas anuais plantações Colheitas rotativas cercas Solo nu Limites de propriedades Barranca do rio Mercados publicos/feiras lagoas pocos Estradas e caminhos Minas de água Essas categrorias variam de lugar para lugar, dependendo do tipo de cobertura vegetal e da diversidade do usos da terra. Por exemplo, em alguns casos, poderá haver dois tipos de florestas ou matas, uma densa, protegida e outra aberta, não protegida e em uso. Na mesma área, poderá haver vários tipos de colheita permanenete, por exemplo, bananas, pomareas de laranja e limões hortas, café, etc. Etapa 2 Quem são as pessoas que usam as terras? Identificar os grupos que usama terra no particular contexto da região/área. Os usuários podem ser simplemente homnes e mulheres, ou uma combinacão de homem/mulher, adultos/idosos, ec. Podem também envolver atividades de sobrevicência, posse e grupos sociais (Tabela anexa 1). Listar e nemar todos os grupos usuários para esse exercício específico. Etapa 3: Em uma folha separada, colocar os tipos de cobertura vegetal ou Lembrar: É melhor produzir desenhos em uma área que se possa andar ou conhecer a pé. O que um homem acha ser uma erva daninha, uma mulher pode ver como uma erva para cura; a utilidade está nos olhos de quem vê (proverbio africano) 103 Mapeamento De Recursos e seu uso por gênero Mapeamento das redes sociais Doar, emprestar ou fazer trocas de tarefas, materiais e outros recursos acontecem em muitas comunidades como resultado de uma ‘serie complexa de ligacões culturais, economicoas e sociais. O mapeamento dessas “redes” pode ajudar aos facilitadores e pesquisadores a entendê-las e também às necessidades dos membros da comunidade. E além do mais, permite aos facilitadores ver quem, no caso de isso estar acontecendo, está excluido dessas redes. Esta erramenta revela também os itens mais importantes nas trocas. O mapa pode também ser usado para mlehor compreender as ligacões entre grupos (etnicos, etários, religiosos, etc) e entre comunidades adjacentes. É importante usar esta ferramente desde o comeco. Muitas equipes de projetos fazem contato com alguns membros da Grande folhas de papel Peças papelão de Caneta colorida Durex Giz colori do quadr o negro uso da terra em uma planta da área (assinalar através de manchas). Etapa 4 Na Tabela 2, colocar quem usa e quem controla esses usos assinalados no mapa Etapa 5: Fazer desenhos detalhados e inventário. Desenhar simbolos para as plantas, água, edificacões, animais, etc. Escrever na Matriz que lugares, plaaantas e produtos são controlados, utilizados e manejados pro diferents grupos (homens, mulheres, fazendeiro,s etc). Quem é responsável por manter o recurso ou para sustentar a família? Usar simbolos para homens e mulheres junto aos tipos de cobertura da terra na lista, assinalando “quem” trabalha (T), quem “controla” (C) e quem tem a responsabilidade de provedor (R). Etapa 6: Usar os desenhos e tableas para orientar as discussões sobre planejamento com individuos e grupoas comunit;arios, ou com pessoal técnico de forma a incorporar as necessidades, interesses e preocupacões diversas de mulheres e homens no manejo dos recursos. Etapa 7: Rever os desenhos e a Tabela 3 com os participantes e discutir as possibilidades de possiveis arranjos para compartilhamento de uso e ususários dos recursos. Como as redes sociais de homens e mulheres diferem, pode ser adequado fazer 2 mapas separados. AS redes podem também ser diferentes de acordo com a religião, etnicidades, status economico ou outros fatores. Etapa 1: Solicitar a um representanted e grupo (3 homesn e 3 mulheres) da comunidade para definir o que é família ou grupo familiar dentro do contexto local e regional. Pedir ao mesmo grupo que liste os recursos mais importantes rocados entre familias. Selecionar não mais do que 8 familias para o mapeamento. Escrever o nome da familia ou de seus membros em um cartão para o exervcicio Etapa 2; Desenhar as fronteiras da comuidade, comunidades vizinhas . Colar os cartoes no papel de acordo com as localizacões real das LEMBRAR: Usar esta ferramenta com representantes de não mais do que 8 familias. O objetivo desta ferramenta sim visualizar se há familias excluidas dessa rede. 104 comunidade assumindo que a comunidade é uma unidade. É também util verificar se há diferentes sistemas de informação para homens e mulheres. De maneira geral, mulheres trocam informação somente entre mulheres dentro do grupo familiar. Diferentemente de homens, as mulheres em algumas áreas, sem o estímulo e encorajamento de pessoas de fora, não participam de encontros e reuniões comunitárias. Análise Do O objetivo é aumentar a conscientização sobre quem é reponsável pro que atividades na comunidade e proquê, através de grupos de interesse/discussão ou discussão em genral na comunidade. Isso pode ajudar a esclarecer as razões que estão por trás da divisão dos trabalhso entre homens e mulheres e o controle sobre os recursos existentes na comunidade. 2 horas Canet as Papel Perfil De gênero Tape familias nas comunidade,mas deixar espaco entre os cartoes. Alguns facilitadores acham que é mais fácil entender as redes se se coloca as casas em um circulo ao inves de sua localizacao exata. Em alguns caso, um diagrama pode ser util, em outros um mapa pode ser mais apropriadao, dependendo da escala. Etapa 3: Perguntart a cada representante de familia que tipo de relacionamento liga sua familia às outras. Listar os tios de recursos que cada mulher ou homem fazem trocas. Usando lapis/caneta colorida ou com tipos diferentes de linhas, indicar o que cada memebro de cada famlia troca com os outros. Desenhar flechas direcionais mostrnado se a troca é reciproca ou só em uma direcão. Etapa 1: Solicitar ao grupo a elaboração de uma lista de atividades comunitárias, voluntárias, tais como: • Manutenção de escola (creche, parquinho, etc, não mantidos pela prefeitura) • Arrecadar dinheiro para atividades ou equipamentos extras para escolas/creches, etc.; • Trabalhos comunitários; • Reuniões da comunidade; • Trabalhos voluntários e de manutenção de clínicas e postos de saúde, campanhas de vacinação; • Envolvimento com projetos que afetam a comunidade (de ONGs, universidades, etc); • Atividades politicas; • Trabalho no preparo das celebrações e festividades comunitárias; • Liderança nas organizações comunitárias; • Participação nas organizações comunitárias; • Liderança nas tomadas de decisões ao nível da comunidade; • Plantio de árvores em lugares públicos (com mudas doadas ou por iniciativa da comunidade) • Reformas da igreja, dos templos • Outras Etapa 2: Após os participantes terem identificados as atividades, perguntar 105 Continuação Análise Do Perfil De gênero –lhes quem são os responsáveis pelas atividades: • Meninos/meninas • Mulheres/homens • Idosos/idosas Após identificar-se quem faz o trabalho, perguntar porquê – por razões religionsas, culturias, políticas, de educação, legais, ou outras quaisquer. Algumas questões-chave para discussão são: • Porque um sexo (genero) (ou raça, ou classe) faz tal atividade e não outras? • Quais são as implicações de um genero fazer uma coisa e outro não? • A atividade tem algum tipo de remuneração? • Quanto a comunidade valoriza esse trabalho? • As pessoas que realizam o trabalho, se beneficiam dele? De que forma? • Houve mudança de papéis em relação a quem faz o quê nos últimos anos? Por quê? Etapa 3: Repetir o mesmo exercício para atividades reprodutivas e produtivas, que incluem: Reprodutivas: Gerar e cuidar das crianças Tomar contas das pessoas doentes na familia Tomar conta dos idosos; Buscar água/madeira quando necessário para a casa; Cozinhar Limpar Produtivas Trabalho na lavoura ou pesca (auto emprego) Trabalho assalariado, ou pago em espécie: - Indústria - Comércio - Agricultura - Serviços Preparo de alimentos e preparo para vendas Artesanato para uso caseiro e para vender 106 Mitos De gênero Mapeamento do corpo Uma discussão sobe as percepções sobre homesn e mulheres pode ajudar a revelar os mitos que existem em relação aos genero das pessoas. Um mito relacionado a gnereo pode vir de uma lenda que atribuia uma determinada caracterisitca a homens ou a mulheres.Pode ser tambem uma ideia ou uma percepção que tenah sido reforçada em uma determinada cultura. Mitos ou estereotipos muitas vezes reforçam os papéis e responsabilidades atribuídos a um específico gênero e as desigualdades das relações entre homens e mulheres. Além do mais, eles podem prevenir que tanto homens quanto mulheres se envolvam em determinadas atividades, alcancem certas posições de autoridade ou ganhem acesso e controle sobre recursos e informações. Aumentar a conscientização sobre os mitos de genêro e seus impactos sobre ambos, mulheres e homens, contribui para que se desafie e talvez se mude alguns desses estereótipos. Discutir estereótipos de genero com membros de instituições governamentais, ONGs, e agências locais é também bastante útil porque são esses grupos de pessoas que definem e implementam politicas, programas e estratégias que mantêm certos valores culturais. 2 horas para grupos sepadados de homens e mulheres, seguido por uma sessão de 1 h, mais tarde, com homens e mulheres juntos, com pessoal da comunidade e da administração municipal Os conceitos de prazer e dor são universais. Entretanto a expressão de nossos sentimentos diferem dentro e entre culturas, classes e gênero. Uma vez que os papéis de homens e mulheres em muitas culturas estão intimamente ligados aos processos biológicos e às experiências físicas, as idéias sobre o corpo são um componente importante da própria identidade (auto conceito). Ao discutir conceitos relacionados a trabalho, sexo, e reprodução se tem uma oportunidade de explorar como as pessoas se vêem tanto como seres sexuais como também seres sociais com gêneros diferentes (gendered beings ). Esta oficina cria um espaço para explorar as percepções das Um dia Papel Canetas Folha s grand es de Papel Canet as colori das crayo ns Etapa 1: Antes das discussões, preparar exemplos de percepções estereotípicas (mitos de gênero) sobre homens e sobre mulheres, no caso do grupo se sentir inseguro sobre o que se está querendo dizer. Alguns exemplos de percepções populares são: • Homens trabalham; mulheres são donas de casa; • Mulheres são emocionais;homens são racionais; • Mulheres são fracas, homens são fortes; • Homens trazem mais dinheiro para casa; • Mulheres são tímidas, não tem muito conhecimento das coisas e são difíceis de conversar; homens são fáceis de conversar e sabem mais sobre o que está acontecendo; • Homens gastam dinheiro e bebem, mulheres tomam conta da casa. Etapa 2: Fazer reuniões separadas com homens e mulheres. Envolver os participantes, variando idade, educação, classe social, grupo étnico de forma a assegurar a maior variedade de percepções possível. Pedir ao grupo que descreva suas percepções culturais sobre homens e mulheres. Uma das formas de fazer com que as idéias comecem a aflorar é perguntando aos participantes provérbios e histórias locais ou cantigas sobre homens e mulheres. Outro método é solicitar aos partipantes que usem figuras ou simbolos para representar suas percepções. Por exemplo, uma ferramenta agrícola pode representar um grande conhecimento sobre lavoura, ou uma estrela pode significar liderança. Símbolos são outra forma Este exercicio precisa ser feito em grupos de separados, de mulheres com facilitaoras mulheres e de homens com facilitadores homens. Grupos de no máximo 10 pessoas são recomendados. Etapa 1: Fazer um desenho do contorno corpo de uma mulher (ou de um homem) , de frente e de tras. Todas as pessoas se sentam as redor do desenho e pensam em como usam seu proprio corpo. Etapa 2: Pergunatr ao grupo: “O que nos dá dor”Onde estão as fontes de dor?”Pedir aos participantes para colorir de vermelho as partes do Lembrar: Discutindo dor e prazer é uma forma de se discutir tópicos mais dificies como poder, iguladade e direito reprodutivos 107 Continuação Mapeamento do corpo pessoas em relação às suas limitações e seu poder. Em “interpretando’ suas próprias vidas e compartilhando suas experiências pessoais, elas começam a questionar as normas e valores e os papéis atribuidos a elas por uma sociedade patriarcal. Elas movem de uma posição de aceitação – “isso sempre foi assim” – para uma posição “é preciso achar uma forma de mudar essas desigualdades”. Entretanto, essa atividade não é um fim em si mesma. Ela simplesmente provê um mecanismo para discussão. Cria um ambiente para reflexão e introspecção e requer um habilidoso facilitador para conduzir a discussão em direção a uma análise conceitual. Este processo requer tempo, porisso recomenda-se um dia para que o desenvolvimento da oficina ocorra espontâneamente, sem uma agenda rígida. Se, ao final do dia, os particintes tiverem levantado e refletido um numero significativo de questoes, pode-se considerar que é a oficina foi um bom começo. corpo que são fonte de dor Etapa 3: “Como o corpo é afetado pelo cansaço ou pelo estresse do trabalho que você faz? “Pedir para que segue marcado em vermelho onde estão as partes do corpo afetadas pelo trabalho. Etapa 4: “O que nos dá prazer? Onde vocês sentem prazer? Quais partes do seu corpo você gosta? Quais zsão as partes do seu corpo que ajudam você a sentir prazer? Pedir que essas partes sejam pintas em verde. 108 TABELA 2 Matriz para análise do uso de recursos por genêro LUGAR QUEM CONTROLA QUEM USA QUEM TRABALHA QUEM É RESPONSÁVEL PELO MANEJO E/OU PELA PROVISÃO DO RECURSO Uso da terra/cobertura Água Plantas Animais Produtos Edificacões Outras infraestruturas Ferramentas TABELA 3 Opcões de tecnologia para usuários múltiplos ____________________________________________________________________________________________________________________________ Tecnologias paralelas (em áreas separadas) Caso os usos sejam mutuamente exclusivo (exemplo, se coletar lenha significa deixar de produzir frutas) Caso os usuários não sejam compatíveis (de forma equalitária) (exemplo: se o proprietário nega acesso a lenha produzida pro a’rvores depois de serem colhidos os frutos) ___________________________________________________________________________________________________________________________ Tecnologias interligadas Caso usos e usuários são condicionalmente compatíveis (exemplos: - mesmo área ou plantas, com épocas diferentes de acesso; mesma área, plantas diferentes; mesmas plantas, produtos diferents) _______________________________________________________________________________________________________________________________ Tecnologias totalmente compartilhadas Compativeis e com feito mutuo neutro (exemplo: 2 usuários colhem o mesmo produto de uma área comum cercada; grande producão, cerca eficiente, nenhuma competicão/conflito) 109 Compatíveis e mutualmente benéficas (exemplo: tipos complementaes de trabalho, compartilhamento de colheitas do mesmo produto) Planejamento de Gênero – Projeto PPA Exercício Objetivo: aplicar os conceitos de gênero aos diversos aspectos de programAs e projetos 1. Trabalhando em grupos designados, identificar os seguintes aspectos em relação ao projeto: a) o impacto potencial do projeto, a nível de domicílio sobre: i) homens e mulheres no seu papel produtivo ii) mulheres no seu papale reprodutivo b) o impacto potencial do projeto ao nível da comunidade, em relação a: i) as mulheres no seu papael de gerenciamento comunitário ii) os homesn no seu papel de fazer as políticas comunitárias c) necessidades de gênero práticas e estratégicas i) identificar quais as necessiades de gênero que o projeto deverá atender 2. Anote os problemas identificados no projeto. Complete sua análise de gênero organizando e refinando estes problemas, e apresentando-os numa hierarquia de causa-e-efeito. Utilize a Tabela no verso desta folha 110 Planejando o processo de planejamento TA BELA DO PROCESSO COMPLETO AS ETAPAS N-1 Planejar o Planejamento do Plano N Planejar o Plano N+1 Planejar a implementação do Plano AS QUESTÕES 1.Definição do problema 2. Definição da meta 3. Procurando e organizando as informações 4. Geração de idéias 5. Geração de opções 6. Análise das opções 7. Definição dos resultados do processo de planejamento 111 TABELA 2 : A ETAPA N-1 N-1 ETAPA Planejar o Planejamento do Plano AS QUESTÕES PARTICIPANTES 1.Definição do problema Não há clareza de como se irá desenvolver o processo de planejar o estabelecimento de um projeto XXXXX. Tarefa: discutir esse postulado e esclarecer quaisquer pontos de discordância 2. Definição da meta A meta pode ser estabelecida como: a definição clara e concisa do Processo de Planejamento a ser seguido para o estabelecimento do PProjeto XXXXX. A priori pode-se considerar algumas premissas básicas a serem obedecidas: o processo de planejamento deve incluir todos os interessados (ser participativo), não deve desencadear conflitos, deve ser objetivo, e deve resultar em um documento claro e conciso que estabeleça os passos a serem seguidos na etapa seguinte, isto é, o planejamento do plano de zoneamento. Tarefa: discutir essas premissas, propondo mudanças caso não haja concordância Discutir como as informações necessárias poderão ser complementadas, considerando-se que a esta altura já se dispõe de praticamente todas as informações necessárias para estabelecer um Projeto XXXXX. Estabelecer responsabilidades pela eventual busca de dados complementares, caso isso venha a ser necessário durante a discussão dos dados existentes (próxima etapa). Incluir o que já foi coletado por programas existentes. Também deverá ser discutido o formato com que os dados utilizados devem ser organizados, tendo em vista a disseminação da metoodologia e facilidade de consulta e eventual ajuste do banco de dados. Discussão das diversas maneiras através das quais se poderá envolver um maior número de interessados para a geração de idéias, ou seja atividades e maneiras de se alcançar a meta estabelecida. Uma idéia inicial é a incorporação das idéias geradas pelo programa XXXX. Na discussão de outras maneiras, deve-se levar em conta o curto prazo disponível; assim sendo, sugestões que demandem um longo tempo para a coleta das informações necessárias deverão ser descartadas. Sugestões: oficinas de consulta e brainstorming, elicitando idéias através de técnicas de participação. Visitas de campo seguidas de seminários curtos, etc. O desafio aqui é estabelecer uma forma de hierarquizar as idéias geradas de forma a constituirem opções, factíveis de serem analisadas atráves de prós e cons. Uma das sugestões seria definir claramente as implicações políticas de cada idéia e verificar sua possibilidade de implementação; outra seria analisar o nível de independência que o municipio tem de implementar a idéia (i.e., o estado terá que ser envolvido na implementação, etc); outra ainda seria qual a equidade implícita na idéia (i.e., todos serão igualmente ouvidos? Todas as suas necessidades consideradas?); qual o valor educacional para a comunidade que a idéia incorpora? etc., etc. A partir do estabelecimento claro das opções possíveis, é necessário definir como essas opções serão analisadas. Uma sugestão é organizar uma matriz cruzando as opões com a meta estabelecida; outra seria definir critérios que claramente indiquem a adequação da opção, por exemplo: é uma opção dentro do poder local? as pessoas estão preparadas para desenvolve-la ?, etc. etc. 3. Procurando e organizando as informações 4. Geração de idéias 5. Geração de opções 6. Análise das opções 7. Definição dos resultados do processo de planejamento Aqui o que se busca é a definição do arcabouço que irá orientar a feitura do Projeto XXXXX. Cabe aqui uma descrição do produto final que deve emergir do processo de planejamento: uma série de passos, com respectivas questões e atividades sugeridas que irão parametrar a elaboração do Plano de Zoneamento. 112 Lista de COMPONENTES E PRINCÍPIOS RELACIONADOS A GÊNERO EM UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO 1. Identificação do problema • A consulta à comunidade e a avaliação das necessidades comunitárias na área de desenvolvimento levou em consideração os problemas específicos enfrentados por mulheres, crianças, idosos, inválidos e grupos étnicos minoritários na comunidade? • Foi analisado como os problemas detectados nas comunidades participantes afetam diferentemente homens, mulheres, crianças e outros grupos minoritários? • As mulheres foram envolvidas nas consultas e na avaliaçãos das necessidades? • A avaliação das necessidades considerou como a posição das mulheres na comunidade e a sua carga de trabalho irão ser afetadas pela sua participação no projeto? 2. • • • • • Objetivos do Projeto Os objetivos do projeto refletem as metas e as necessidades identificadas pelas lideranças femininas e por membros da comunidade? O projeto deixa claro que a participação ativa das mulheres e seu papel na tomada de decisões são críticos ao sucesso do projeto? As metas e objetivos do projeto deixam claro e explícito que os benefícios deverão igualmente extendidos a mulheres e homens da comunidade? As metas e objetivos do projeto deixam claro que mulheres e homens terão igual oportunidade na utilização dos recursos proporcionados pelo projeto bem como oportunidades iguais de aprendizado, i.e., treinamento, capacitação em termos de recursos humanos? De que forma o projeto conduz ao empoderamento das mulheres, i.e., o compartilhamento do poder para tomar decisões, melhores oportunidades de geração de renda, melhoria nas condições de trabalho, aprimoramento dos aspectos relacionados à liderança, etc. na comunidade? 113 • Algum dos objetivos do projeto contesta a divisão do trabalho, distribuição de recursos/tarefas/oportunidades/carga de trabalho e responsabilidades em termos de gênero? 3. Estratégia do projeto • As mulheres residentes nas comunidades envolvidas foram consultadas em relação as estratégias ou maneiras mais adequadas de se lidar com os problemas e necessidades detectadas, ou mesmo em relação à consecução dos objetivos e metas do projeto? • As estratégias do projeto levam em consideração a melhor forma de incorporar a contribuição não-material das mulheres, tais como conhecimentoss específicos (inclusive em termos do meio ambiente) e relacionamentos sociais de cooperação, ajuda mútua e confiança existentes? • As estratégias do projeto estão voltadas unicamente para a provisão de ‘benefícios’ para as mulheres, ou também envolvem a participação ativa das mulheres e seu empoderamento junto à comunidade? • As estratégias do projeto consideram como serão envolvidas as mulheres cuja carga de trabalho doméstico (família, crianças) prejudica sua participação em atividades comunitárias? 4. Administração do projeto • Existe uma posição clara em relação à administração do projeto em relação à participação igualitária de homens e mulheres durante todos os estágios de implementação do projeto? • Mulheres e homens residentes das comunidades participantes estão igualmente representados nos comitês de implementação/administração do projeto? • Existe necessidade de treinamento administrativo específico em relação a conscientização de gênero e análise de gênero? Se existe, isso já foi providenciado? • A administração do projeto tem recebido apoio em relação aos recursos humanos e treinamento para administrar e monitorar os componentes do projeto referentes a gênero e a participação das mulheres? 114 5. Implementação do projeto • As mulheres estão incluídas na equipe de implementação do projeto? As mulheres que participam da equipe de implementação estão conscientizadas das ligações/conexões entre gênero, meio ambiente, desenvolvimento e manejo de recursos naturais? • Mulheres estão incluidas entre os grupos-alvo do projeto? • Os métodos de implementação utilizados pelo projeto usam adequadamente os relacionamentos sociais e organizações de mulheres já existentes, por exemplo: clube de mães, grupos religiosos, organizações político-partidárias? • Foram estabelecidos métodos para monitorar o progresso do projeto em relação aos assuntos relacionados às mulheres, por exemplo, aumento da conscientização da conexão entre gênero, meio ambiente, desenvolvimento e recursos naturais; incremento da participação na administração e implementação do projeto; aumento da influência nos processos de tomada de decisão tanto a nível do projeto quanto ao nível da comunidade? 6. Resultados do projeto • As mulheres estão recebendo igual proporção de benefícios e oportunidades gerados pelo projeto em relação aos obtidos pelos homens? O projeto está revendo eventuais desbalanceamentos na distribuição previamente estabelecida de benefícios e oportunidades? • O projeto está proporcionando às mulheres um sentido de maior participação em relação aos assuntos referentes ao manejo participativo de recursos naturais? O projeto proporciona às mulheres uma melhor compreensão das conexões entre gênero, meio ambiente, pobreza, urbanização, e desenvolvimento? • Quais são os efeitos do projeto, a longo prazo, em termos do aumento da habilidade das mulheres em assumir o manejo participativo de recursos naturais, e em melhorar suas vidas e a vida da comunidade através da compreensão da sua situação e da ação coletiva em termos de procurar soluções para seus problemas? 115 Tabela do Exercício Planejamento de Gênero – Projeto GEPAM Santo André Impactos potenciais ao nível do domicílio Produtivo Homens Mulheres Impactos potenciais ao nível da comunidade Reprodutivo Gerenciamento Políticas Mulheres Mulheres Homens Necessidades potenciais de gênero atendidas Práticas Estratégicas 116 BIOMAPAS COMUNITÁRIOS: TABELA DE TAREFAS PASSOS: RESPONSÁVEL OUTR0S PARTICIPANTES DATA DURAÇÃO LUGAR A. Levantamento das informações existentes através de áreas da prefeitura (mapa das ruas e da topografia, e também outra informação técnica relevante como as categorias de proteção) B. Criacao da mapa de base para as oficinas C. Elaboração das passos especificos das oficinas de Biomapas D. Divulgação E.Desenvolvimento E.1 Planificação com a comunidade E.2 Oficina de mapeamento, com uma tema mais geral : -equipes de vários quarteirões (ou outra divisão apropriada); -vistoria da área com documentação de máquinas fotográficas; discutir e colocar as informacoes, decisões de representacão visual, verificação de mapas; apresentação aberta a todos para análise critica e para colocar novas informações F. Apresentação pública dos mapas D. Levantamento das avaliações das experiências dos participantes (planejadores e cidadãos) E. Organizacão do material F. Criacão do produto final (livro/ atlas sobre o processo de biomapas) 117 MATERIAIS O CICLO DE PLANEJAMENTO Estágios no Ciclo Processo de Planejamento (n-1) Planos de Trabalho Planejamento Substantivo (n) Zoneamento Macro Passos em Cada Estágio 1 Defina a Tarefa a Planejar 2 Identifique as Metas 3 Avalie os Fatos 4 Gere Idéias 5 Organize Idéias em Opções Planejamento de Implementação (n+1) Planos de Desenvolvimento Comubnitario 6 Avalie as Opções – Pros e Contras 7 Tome uma Decisão 118 METAS OPÇÕES Três meses Atende a todas as culturas Factível em termos de custos Cria empregos Crianças Pontos Final Segurança 4 1 4 2 4 15 Espaço Comunitário 1 4 1 3 3 12 Transporte Coletivo 3 2 3 1 1 10 Serviço Social 2 3 2 4 2 13 ANOTAÇÕES 120 ANOTAÇÕES 121