Planejamento de Gênero

Transcrição

Planejamento de Gênero
Metodologias e Práticas de
Desenvolvimento Comunitário
Projeto Peixes, Pessoas e Água
Equipe de elaboração:
Thais Fernanda Leite Madeira e Erika de Castro
Projeto gráfico, ilustração da capa e editoração:
Thais Fernanda Leite Madeira
REALIZAÇÃO
APOIO
Federação dos Pescadores Artesanais de Minas Gerais
PARCEIROS
Prefeitura Municipal de Buritizeiro
Prefeitura Municipal de Ibiaí
Prefeitura Municipal de Pirapora
Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Abaeté
Prefeitura Municipal de Três Marias
Prefeitura Municipal de Várzea da Palma
Sub-Prefeitura de Barra do Guaicuí
2
Caras amigas
Caros amigos
Esta cartilha reune e complementa o trabalho de pesquisadores/as nas áreas
de Desenvolvimento Comunitário e Gênero, adaptados para o contexto do Projeto
Peixes, Pessoas e Água, ou “A Pesca Continental no Brasil: Modo de vida e
conservação sustentável”1. Este projeto, uma colaboracão bilateral entre o Brasil e o
Canadá, busca a implantação da co-gestão da pesca artesanal e a sustentabilidade
da pesca familiar artesanal e do meio ambiente na região do médio São Francisco.
Um dos objetivos do projeto, entre outros, é fortalecer a organização social das
comunidades ribeirinhas do São Francisco e desenvolver estudos que permitam a
formulação de ações de intervenção e de auto-desenvolvimento que tenahm como
centro de interesse as questões de gênero, raça e preservacão do meio ambiente.
A proposta da I Oficina de Desenvolvimento Comunitário e Gênero é o
desenvolvimento comunitário centrado nos aspectos de gênero e criação de
alternativas para geração de renda. A oficina “Metodologias e Práticas de
Desenvolvimento Comunitário” Primeira Etapa, teve como objetivos específicos:
Ø Oferecer treinamento em desenvolvimento comunitário e gênero às equipes
técnicas das prefeituras envolvidas no projeto PPA, de acordo com
metodologias de inclusão social que buscam participação da comunidade na
criação e implementação de estratégias de auto-desenvolvimento para
1
Este projeto é financiado pela Canadian International Development Agency (CIDA), e International
Development Research Centre (IDRC) e tem como parceiros a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e
as ONGs World Fisheries Trust (WFT) e Instituto Amazonico de Manejo Sustentável dos Recursos Ambientais
(IARA).
3
melhoria de sua situação sócio-econômica, dentro de princípios de
conservação e preservação ambiental;
Ø Estimular o intercâmbio entre as várias instituições locais e regionais e junto
aos parceiros do Canadá, ampliando as discussões sobre possibilidades e
desafios do desenvolvimento comunitário na região, bem como para
estabelecer redes de informação e apoio social local e regional.
Como resultados importantes da primeira etapa da I Oficina de Metodologia e
Práticas de Desenvolvimento Comunitário, listamos abaixo alguns comentários
mencionados nas avaliações dos participantes: o desenvolvimento de intercâmbio
pró-ativo entre as prefeituras; a possibilidade de conhecer projetos em andamento
ou sendo implantados que poderão ser eventualmente replicado;, a troca de
informações sobre assuntos de interesse comum; a possibilidade de construção de
uma rede de informações e conhecimentos relacionados ao desenvolvimento
comunitário, às estratégias para geração de renda e à inclusão da mulher.
A segunda etapa da Oficina “Metodologias e Práticas de Desenvolvimento
Comunitário” visará o aprofundamento dos objetivos já citados, de forma
pragmática e concreta, junto às comunidades. Mais especificadamente, a oficina
tem como objetivos:
v Propiciar aos participantes das prefeituras a oportunidade de serem cofacilitadores e colocarem em prática, junto aos membros da comunidade
pesqueira,
algumas
metodologias
selecionadas
para
estímular
o
desenvolvimento comunitário;
v Discutir com a comunidade pesqueira seus desafios, e a partir dessa
discussão, dentro de uma visão pró-ativa, construir de forma participativa
soluções para os problemas detectados;
v Oferecer treinamento a membros da comunidade pesqueira dentro das áreas
de educação e cidadania para que os mesmos se tornem multiplicadores de
novos conceitos e atitudes sobre desenvolvimento comunitário, geração de
renda e inclusão da mulher.
4
Para esclarecer a estratégia de colaboração e cooperação entre todos os
parceiros envolvidos no PPA, respondemos abaixo duas questões-chave que vêm
orientando nossos trabalhos na região:
•
Por que a comunidade pesqueira? Porque a público-alvo do PPA são os
pescadores e pescadoras artesanais, que constituem portanto a comunidade
piloto dentro da estratégia de
inclusão social de grupos mais vulneráveis
(dentro desse grupo, salientando-se mulheres e jovens, bem como os
profissionais dependentes de atividades primárias e sazonais).
• Por que desenvolvimento comunitário e gênero? O reconhecimento da
fragmentação atual das comunidades, que contribui para o isolamento tanto da
vida social das comunidades como de seus membros em diversas experiências
não relacionadas entre si, leva à busca de processos que permitam a
redescoberta das ligações orgânicas entre as experiências e a potencialização
das estratégias de inclusão social. O desenvolvimento comunitário é um desses
processos, e no qual este projeto tem tão somente um papel de facilitador. A
comunidade, e aqui entendemos a comunidade formada tanto por aqueles que
vivem na cidade como também por seus gestores, é na realidade a responsável
pelas necessárias mudanças de atitude e comportamento, sendo seu
envolvimento fundamental, para garantir a sustentabilidade e continuidade dos
processos de desenvolvimento social, cultural e econômico, que são contínuos e
dependentes
de
um
comprometimento
de
todos
os
envolvidos.
O
desenvolvimento comunitário deve ser um processo holístico que integre todas
as facetas da vida das comunidades, em suas dimensões sociais, políticas,
econômicas, artísticas, éticas, e espirituais, consideradas como parte de um
todo. Essas dimensões precisam ser trabalhadas de forma a funcionar em
conjunto, reforçando-se mutuamente de forma a integrar todos os cidadãos – em
especial as mulheres, costumeiramente alijadas - na exploração coletiva da
capacidade inata das pessoas de cooperação e busca de melhor qualidade de
vida para suas famílias.
5
Nesse sentido, a proposta desta oficina consolida-se como uma idéia de um
“projétil”, ou seja, uma idéia que se lança, com força, para atingir determinados fins
e resultados. A força e o impacto desse “projétil” dependem das pessoas
conquistadas pelas idéias em seu bojo, que se agregam durante o percurso e
movimento, aumentando o raio de impacto e ampliando os resultados desejados. O
êxito do impacto só se fará sentir se conseguirmos juntar vários desejos e vontades
durante o trajeto seguido. Por isso, os pescadores e pescadoras, as mães, pais,
filhos e filhas das famílias ribeirinhas, os gestores e gestoras municipais, não podem
estar fora desta empreitada, trabalhando coletivamente para o desenvolvimento das
comunidades de forma sustentável e socialmente justa.
Este material é uma compilação de diversos documentos, apresentacões e
textos sobre desenvolvimento comunitário, metodologias participativas, gênero,
captação de recursos, etc., e possui, portanto, um caráter mais próximo de um
“inventário” sobre como têm sido pensadas as temáticas aqui apresentadas, do que
uma abordagem completa e definitiva. É um trabalho em andamento.
Dessa forma, esta cartilha pretende buscar e fortalecer os conhecimentos que as
comunidades já têm, sistematizando informacões e discussões que possam
contribuir para a construção de uma próxima etapa de trabalhos, a ser definida a
partir dos resultados que venham a ser obtidos.
A adesão à proposta de desenvolvimento comunitário focado em gênero, que aqui
apresentamos acrescida das contribuições dos participantes das oficinas, irá nortear
a construção de uma cartilha/ manual definitivo.
Para todos, parabéns pela disposição em participar deste projeto e bom trabalho!
Projeto Peixes, Pessoas e Água
SUMÁRIO
6
1
CONCEITOS BÁSICOS
E FERRAMENTAS
UTILIZADAS NA
ANÁLISE DE GÊNERO
Página 08
3
COMO NÓS NOS
PLANEJAMOS:
MULHERES E O
PROCESSO DE
PLANEJAMENTO
COMUNITÁRIO
Página 33
5
2
Captação de
Recursos
Página 76
4
6
Desenvolviment
o Econômico
Comunitário
Página 12
Biomapas
Comunitários
O Processo de
Elaboração
Passo-a-Passo
Página 62
Anexos
Página 89
7
CONCEITOS BÁSICOS E FERRAMENTAS
UTILIZADAS NA ANÁLISE DE GÊNERO
8
CONCEITOS BÁSICOS E
FERRAMENTAS UTILIZADAS NA
ANÁLISE DE GÊNERO
ABORDAGENS POLÍTICAS
GÊNERO E SEXO
§SEXO identifica as diferenças biológicas
entre homens e mulheres.
PLANEJAMENTO DE GÊNERO
§Planejamento de gênero significa uma
abordagem que reconhece que homens e
mulheres tem papéis diferentes na sociedade
e, portanto, ambos tem necessidades
diferentes a serem atendidas pelo processo
de planejamento.
OS PAPÉIS DEFINIDOS PELO GÊNERO
Na maioria das sociedades, as mulheres de
baixa renda tem um papel triplo: as
mulheres tem a seu cargo atividades
reprodutivas, produtivas e de gerenciamento
comunitário, enquanto que os homens
desempenham primariamente atividades
produtivas e relativas às políticas da
comunidade.
§Papel
reprodutivo: corresponde às
responsabilidades de ter e criar as crianças e
dos trabalhos domésticos desempenhados
pelas mulheres, requisitos para garantia da
manutenção e reprodução da força de
trabalho.
NECESSIDADES DETERMINADAS POR
GÊNERO
§As mulheres têm necessidades específicas,
diferentes das dos homens, não só devido ao
triplo papel que as elas assumem, mas
também por causa de sua posição de
subordinação
comparativamente
aos
homens.
§As abordagens políticas que se referem às
mulheres de baixa renda tem mudado nas
últimas décadas, espelhando as mudanças
nas
políticas
macro-ecônomicas
de
desenvolvimento. As abordagens políticas
variam em relação aos papéis das mulheres,
estando voltadas ao atendimento de
necessidades estratégicas e práticas, e
estando direcionadas a um determinado fim.
§Seguranca
social: a mais antiga
abordagem, dos anos 1950-70 que propunha
trazer o desenvolvimento às mulheres
tornando-as mães melhores. As mulheres
são vistas como beneficiárias passivas do
desenvolvimento. O papel reprodutivo das
mulheres é reconhecido e a abordagem,
conceituada de cima para baixo, procura
atender às necessidades práticas através de
dádivas de alimentos, medidas contra a mal
nutrição e planejamento familiar. Não
representa nenhuma ameaça ao status quo e
é, portanto, ainda extremamente popular.
§Eqüidade: A abordagem original MED
(Mulher Em Desenvolvimento), usada
durante a Década da Mulher, ONU, 197685, que procura obter a eqüidade para as
mulheres, vistas então como participantes
ativas no desenvolvimento. Seu papel triplo
é reconhecido, e procura atender às
necessidades estratégicas através de
intervenções diretas pela autonomia política
e econômica, e reduzindo as discrepâncias
em relacão aos homens. Essa abordagem
desafia a posição de subordinação das
mulheres, e é considerada bastante
ameaçadora pelo status quo.
§Anti-pobreza: A segunda abordagem
MED adotada a partir dos anos 70, que
propõe assegurar às mulheres pobres o
aumento de sua produtividade. A pobreza
das mulheres é vista como um problemas de
sub-desenvolvimento. O papel produtivo
9
das mulheres é reconhecido e pretende-se
atender à necessidade prática de aumentar a
renda, particularmente através de projetos
de geracão de renda em pequena escala. É a
abordagem mais popular junto às ONGs.
§Eficiência: A terceira abordagem MED,
agora predominante, adotada desde a crise
da dívida externa dos anos 80, que se
propõe a assegura que o desenvolvimento
seja mais eficiente e efetivo através da
contribuição econômica das mulheres.
Procura atender às necessidades práticas ao
mesmo tempo admitindo a triplo papel e um
conceito elástico do tempo das mulheres.
§Empoderamento: As abordagens mais
recentes, articuladas pelas mulheres do
Terceiro Mundo. O objetivo é empoderar as
mulheres através do incremento de uma
maior auto-confiança. Considera que a
subordinação das mulheres é expressa não
somente devido à opressão masculina mas
também por causa da opressão colonial e
neo-colonial. Reconhece o triplo papel, e
procura atender às necessidades estratégicas
indiretamente através da mobilização, de
baixo para cima, a partir das necessidades
práticas.
MULHERES E O PROCESSO DE
DESENVOLVIMENTO
COMUNITÁRIO
O que é “PLANEJAMENTO”?
•
É formular objetivos: o que se quer
realizar?
•
É estabelecer o que é importante: como
essa tarefa, projeto ou evento está
incorporado em nossa “VISÃO” de
futuro da comunidade?
•
É pensar em como atingir esses
objetivos;
•
É discutir como “AGIR” para alcançar
esse objetivos.
Porque as mulheres devem participar no
Planejamento Comunitário?
•
Porque as mulheres têm uma perpectiva
diferente;
•
Porque as mulheres sabem mais sobre a
comunidade;
•
Porque as mulheres não estão ainda
suficientemente envolvidas;
•
Porque as mulheres têm seu próprio
jeito de trabalhar juntas;
•
Porque as mulheres constituem um
grupo diferenciado.
Princípios básicos para se trabalhar em
conjunto
•
Encorajar a participação inclusiva;
•
Demonstrar respeito aos membros do
grupo;
•
Desenvolver uma organização estrutural
não-hierárquica;
•
Valorizar o ponto de vista de todas as
pessoas;
•
Assegurar que todas as opiniões sejam
ouvidas;
•
Receber e contribuir com informações;
•
Dividir as responsabilidades;
•
Escolher projetos factíveis;
•
Divertir-se!
10
Para Sustentar o Espírito Comunitário
Definir a Tarefa a planejar
O resultado deve ser o desenvolvimento de
uma equipe de mulheres da comunidade,
que sejam dedicadas e que tenham o
conhecimento necessário para:
Identificar as Metas
ü avaliar as necessidades da comunidade
Relacionar os Fatos
ü involver todas as pessoas
As Sete Etapas de Planejamento:
Gerar Possibilidades para ações concretas
Agrupar as possibilidades em Opções
Avaliar os prós e contras de cada opção
Decidir sobre a opção a ser adotada
ü abordar o pessoal da municipalidade
com confiança
ü conseguir apoio geral
ü planejar realisticamente a
implementação dos projetos
ü identificar os recursos necessários
ü galvanizar a opinião pública
ü desenvolver habilidade política para
colocar na agenda municipal as
necessidades da comunidade
11
Desenvolvimento Econômico Comunitário
Desenvolvimento Econômico
Comunitário: Três Abordagens
Peter Boothroyd e H. Craig Davis
O que é comunidade ?
Na América do Norte, o desenvolvimento
econômico comunitário (DEC) se baseou
nas
características
de
um
movimento
ocorrido durante a recessão econômica de
1981-82. O crescente movimento do DEC
reflete o contínuo desencanto com a
situação de bem-estar e de sua habilidade
em manter empregos para todos e padrão de
vida crescente, fornecer serviços sociais e
municipais
adequados
e
reduzir
a
Geralmente, comunidade pode ser definida
como sendo um grupo de pessoas que se
conhecem pessoalmente e que planejam
juntas com o decorrer do tempo, para seu
melhoramento a longo prazo. Essa definição
abrange
geograficamente assim como comunidades
baseadas em interesses comuns. Ela enfoca
sendo
são
as
definidas
o envolvimento de seus membros como
disparidade regional.
Quais
comunidades
abordagens
de
desenvolvimento comunitário:
a
comunidade.
característica
Isso
essencial
implica
que
da
uma
localidade não é uma comunidade caso as
pessoas não estejam interagindo para um
v promoção do crescimento;
propósito comum e que um grupo de
v mudança estrutural
interesse não é uma comunidade caso os
v e transformar em um bem coletivo
membros meramente paguem taxas, doem
dinheiro, assinem petições ou compareçam a
Assim, onde se pratica o DEC, o objetivo
geral é o mesmo: tomar alguma medida de
controle da economia do mercado e do
estado. Além disso, apesar dos conceitos
específicos de comunidade, economia e
desenvolvimento variarem de acordo com a
abordagem do DEC, cada qual pode ser
definida
em
termos
suficientemente
generalistas para abranger todos os três.
acontecimentos em comum, tais como aulas
ou eventos esportivos.
O que é Economia?
Como definição geral que pode ser dada de
uma economia que é a de que se trata de um
sistema de atividade humana direcionada a
suprir os desejos humanos e que é
Desenvolvimento
Econômico Comunitário: Abordagem de
Promoção do Crescimento (dEc)
determinada pelo uso deliberado de recursos
escassos, incluindo o tempo do ser humano.
Essa definição permite que atividades não
relacionadas às de mercado sejam incluídas
na economia, porém diferencia a economia
da cultura e a religião da sociabilização
espontânea. A decisão sobre ficar em pé ou
se ajoelhar durante a reza não é uma questão
de alocação de recursos e, portanto não se
trata de uma questão econômica; entretanto,
a decisão sobre o que fazer com os fundos
da igreja é uma questão econômica.
Sob o dEc, o desenvolvimento econômico é
visto como sinônimo de promoção do
aumento de postos de trabalho, renda ou
atividade comercial. A comunidade é vista
simplesmente como a localidade onde as
empresas
reúnem para promover seus interesses
através da expansão econômica.
Na prática, dEc pré-data o termo DEC. Na
geralmente
ser
qualitativa de um sistema. Uma vez
o
mudanças
propriamente
desenvolvimento
planejadas
dito
além
quanto
a
América
do
Norte
propriamente dita. Suas raízes estão no
definido como uma mudança quantitativa ou
definido,
os
verdade, trata-se de uma abordagem tão
O que é desenvolvimento?
pode
ocasionalmente
representantes dos setores trabalhistas) se
antiga
Desenvolvimento
(e
engloba
pelo
sistema
de
agências
externas, mas exclui a mudança resultada de
boa sorte ou dos esforços individuais
agregados para maximizar o ganho pessoal.
avanço
(ex.:
planejamento
de
melhoramentos cívicos e de festivais para
promover o orgulho patriótico e as compras
locais, e, portanto, promover a imagem
“progressiva” da cidade frente aos olhos dos
governos e das corporações que poderiam
nela investir) (Artibise 1982).
Tradicionalmente, o crescimento tem sido
casado com e promovido pelas câmaras de
comércio, sindicatos e por políticos que têm
se agarrado a qualquer oportunidade de
atrair
investimentos
tamanho
da
para
economia
aumentar
local.
o
Essa
14
frequentemente
novos investimentos na comunidade têm
inconsciente, à promoção do crescimento
ocorrido sem uma estratégia compreensiva
tem sido classificada como “caça chaminés”
para maximizar os benefícios líquidos para a
por seus descrentes.
comunidade.
abordagem
tradicional,
Para
a
maioria
das
comunidades,
a
Estratégia Tradicional de
dependência
dEc: Caçando Chaminés
empregadores como forma singular de
da
atração
de
grandes
estimular o crescimento pode provar não ser
Na forma tradicional de promoção de
efetiva. A abordagem vira comunidade
crescimento, assume-se que a fonte do
umas contra as outras num atentado
crescimento
competitivo
está
em
empregadores
atrair
grandes
(necessariamente
de
atrair
o
equivalente
econômico do cavaleiro numa armadura
exportadores de bens ou serviços) para a
cintilante.
localidade. O desenvolvimento industrial a
desenvolvimento econômico comunitário
ser atraído é tipicamente uma fábrica, mas
que tende frequentemente a ser baseada em
poderia também ser uma mina, uma linha de
idéias de contadores sobre o que seria um
trem,
uma
bom clima de negócios; terra barata, mão-
penitenciária, uma escola ou uma agência
de-obra barata, impostos baixos, pouca
do governo.
regulamentação
O papel do planejador de caça às chaminés
baseada no direito ao trabalho. Foi assim
(ex.: oficial de desenvolvimento empresarial
que se podem atrair algumas montadoras
ou político local) é, primeiramente atrair
automobilísticas coreanas a virem se instalar
capital para a comunidade mostrando as
em sua província e eles viriam galopando
vantagens para o investidor: lucro para o
sobre as colinas num cavalo branco para te
empreendedor, votos para o político. Em
salvar (Henderson 1990).
segundo lugar, o promotor busca melhorar a
Num jogo no qual existem muito mais
vantagem local pela indução de vários
jogadores
níveis do setor público a se unirem, provar a
inevitável e grande número de perdedores.
infra-estrutura local e iniciar medidas fiscais
Além disso, algumas comunidades que têm
que beneficiem of investidores potenciais. O
tido sucesso em atrair novas indústrias
esforço para atrair novas empresas para a
perceberam
comunidade e engajar o setor público como
benefícios líquidos que esperavam (Perry
conseqüência tem sido não-seletivo de
1989).
maneira geral. Isso é tentativa de induzir
substanciais
uma
atração
turística,
É
uma
ambiental
que
Têm
abordagem
prêmios,
que
não
ocorrido
perdas
e
ao
legislação
ocorrem
produziram
um
os
freqüentes
e
compensatórias
às
15
empresas locais. Alguns negócios existentes
governamental
foram
(ex.:
custos-eficientes. Além disso, assim como
comércio do centro das cidades por centros
Thurow (1989) menciona, se uma fábrica
comerciais suburbanos), outros perceberam
pode ser atraída para uma comunidade
que seus custos (ex.: aluguel e salários)
através de subsídios, esta é geralmente tão
aumentaram de forma proibitiva e outros
marginal que fechará com o primeiro
ainda viram sua base de recursos destruída
enfraquecimento econômico.
simplesmente
substituídos
frequentemente
não
são
pelos recém chegados (ex.: pesca por
Abordagem Moderna ao dEc:
mineração). No pior caso, a promoção da
Planejamento de Crescimento
abordagem da caça às chaminés para o DEC
simplesmente colocou em andamento um
jet set internacional de artistas fraudulentos,
Com a instabilidade econômica do final dos
charlatões e vigaristas que exigem créditos,
anos 70 e 80 houve um fortalecimento na
incentivos e vantagens fiscais para montar
promoção do crescimento comunitário.
fábricas que empregam trabalhadores de
Dado o reconhecimento da deficiência da
baixa
chegam,
abordagem de caçar chaminés, a de
removem o creme e então se mudam para
promoção do crescimento está se tornando
outra área “desavantajada”. Essa abordagem
muito mais sofisticada. A ênfase está
ao desenvolvimento tem resultado em
colocada
fiascos caros por todo o Canadá (Lotz 1977,
compreensivo para o crescimento através do
10).
envolvimento de todos os atores públicos e
Resumindo, a variante caça à chaminé da
privados relevantes na demarcação de alvos,
abordagem
pesquisa
faixa
de
de
renda.
promoção
Eles
é
altamente
sobre
o
de
planejamento
oportunidades
e
questionável ao DEC. No presente e num
desenvolvimento de uma ampla gama de
futuro próximo, um gigantesco número de
estratégias.
postos de trabalho está sendo criado por
Além da à caça a investidores/empregadores
pequenas empresas em expansão e por
externos, as estratégias de planejamento de
novas empresas na América do Norte (Birch
crescimento
1981; Economic Council of Canada 1190a).
produtividade das empresas existentes e a
Para posicionar os recursos da comunidade
promoção do estabelecimento de novas
para uma concorrência constante com outras
firmas por empreendedores locais. Questões
comunidades com o intuito de atrair uma
relacionadas à como as firmas se estruturam
fábrica corporativa de grande escala, um
-
mega-projeto
dominada por investidores ou corporações
ou
uma
infra-estrutura
incluem
sociedades
o
limitadas,
aumento
da
consórcios,
16
pertencentes aos trabalhadores, cooperativas
melhoramento
ou
desenvolvimento
comunidade tornando-a mais interessante
comunitário - ou de onde vêm não é
para os compradores, turistas, aposentados,
importante para os planejadores do dEc. A
trabalhadores e investidores através de
pergunta é como ajudar qualquer firma que
medidas como preservação da herança
contribua para o crescimento econômico da
cultural, instalação de móveis de rua,
comunidade.
melhorando a estrutura de saúde, reduzindo
Assistência estratégica para firmas pode ser
a poluição e desenvolvendo serviços sociais
fornecida através do município, instituições
tais como creches.
corporações
de
da
atratividade
da
comunitárias, diversas agências do estado,
instituições
educacionais
ou
alguma
Pressuposto do dEc
combinação destas numa parceria. Mais
comumente, as empresas são assistidas no
aumento das exportações da comunidade
Sob ambas, a variante tradicional ou a
através da expansão de novos mercados,
moderna, o dEc se baseia em quatro
desenvolvimento de novos produtos ou
pressupostos com relação à natureza da
fazendo
economia. A economia da comunidade é
melhor
uso
dos
recursos.
(ex.:
considerada como sendo a totalidade das
substituição dos importados pela produção
transações monetárias. Bens e serviços
local) também é visada em algumas
produzidos fora deste mercado (ex.: por
situações - não para aumentar a estabilidade,
voluntários ou através de escambo) não
mas
fazem parte da economia da comunidade. A
Substituição
para
dos
importados
aumentar
o
crescimento
econômico.
produção
O auxílio do setor público às empresas pode
comercializáveis não é considerada como
incluir empréstimos, concessões, programas
contribuinte para o crescimento, e, portanto
de
também
treinamento
dos
investidores
e
de
não
bens
para
e
o
serviços
não-
desenvolvimento
funcionários incubadores que fornecem uma
econômico.
série de equipamentos para escritório e
A comunidade tem mais vantagens quando
outras
sobre
o empregamento está em ascensão. O
inovações tecnológicas que aumentem a
aumento do número de postos de trabalho se
eficiência,
marketing,
traduz em maior renda, aumento dos valores
melhoramento da infra-estrutura e parques
das propriedades e aumento da arrecadação.
industriais. De maneira mais indireta, a
Custos culturais, sociais ou ambientais
instalações,
informação
instrumentos
de
assistência pode ser dada através do
17
derivados
do
empregamento
são
estratégias de apoio do dEc (tais como
considerações secundárias.
estabilidade,
sustentabilidade,
Aumento do número de postos de trabalho é
independência, igualdade e qualidade da
avançado mais efetivamente pelo aumento
vida de trabalho) não são consideradas.
no fluxo de dinheiro para a comunidade.
Isso é conseguido em grande parte pelo
aumento no nível de exportações e pela
Limitações do dEc:
atração de empresas de fora para dentro da
O propósito unido do dEc e
comunidade.
Este
conseguido
através
atributos
mais
localização,
último
da
é
promoção
favoráveis
recursos
e
sua falha
melhor
sobre
atitudes
dos
a
Apesar de haverem diversas situações nas
da
quais concordaríamos que os esforços de
comunidade.
promoção do crescimento deveriam receber
A economia interna da comunidade (ex.: a
a mais alta prioridade - por exemplo, em
estrutura dos relacionamentos dentro da
emergências, tais como o fechamento da
comunidade ao invés de sua posição na
mina de uma cidade baseada numa única
economia
indústria, em muitos casos de comunidades
mais
global)
fica
a
ser
Nenhuma
cronicamente
guiar
o
acreditamos que questões a longo prazo
da
como estabilidade e igualdade podem e
comunidade tão bem como a mão invisível
devem ser abordadas concomitantemente
do mercado. Os benefícios do aumento
aos
empregatício escoarão para as camadas de
agregada. Na verdade, caso essas questões
renda mais baixa da comunidade - “uma
não forem abordadas os esforços de dEc
maré cheia levanta todos os barcos”.
podem ser negados pela discordância e
Na abordagem dEc, empresas (às vezes em
vulnerabilidade que elas mesmas causam.
parceria
Em suma, de nossa perspectiva são diversas
determinada
agência
pelo
pode
planejar
desenvolvimento
com
mercado.
da
ou
economia
trabalhadores)
trabalham
esforços
empobrecidas
para
-
aumentar
também
a
renda
da
as situações em que a abordagem da
comunidade para tornarem-se cada vez mais
promoção do crescimento é necessária,
competitivas por investimentos e mercados
porém em nenhuma delas esta se faz
numa economia maior. O fazem sob a
suficiente.
bandeira que proclama uma finalidade
Apesar da promoção do crescimento ser
inquestionável:
apropriadamente desejável para algumas
juntas
utilizando
as
instituições
“crescimento
da
comunidade”. Outras possíveis finalidades e
comunidades,
é
lamentável
que
estas
18
mesmas comunidades enfrentem as maiores
Na grande maioria das comunidades dos
barreiras ao crescimento e que sejam as
EUA o desenvolvimento econômico é
mais fracas na soma-zero da concorrência
definido principalmente como criação de
por novos clientes e investidores. É cruel a
postos de trabalho (geração de mais
reivindicação de que elas podem fazer isso
empregos)
por si só. Ao invés de discursos-pop por
estabilidade da base empregatícia existente e
parte dos promotores do crescimento, tais
em segundo plano como melhoramento da
comunidades precisam de cooperação e
arrecadação de impostos com interesse
assistência de outras comunidades da região
relacionado no desenvolvimento real do
para
estado
encontrar
um
nicho
econômico
com
ou
no
alguma
potencial
menção
de
à
re-
apropriado.
desenvolvimento de áreas comerciais e
Uma vez que a cooperação econômica
industriais.
regional não é praticada na maior parte da
América do Norte (exceto para o simples
propósito de lobby regional e promoção
turística),
as
comunidades
que
têm
conseguido crescer nos últimos anos o
fizeram dada sua posição adiantada e
competitiva em termos de tamanho ou
Desenvolvimento
Econômico
Comunitário: Abordagem de Mudança
Estrutural (Dec)
localização, ou em função de sua boa sorte
ou esforço extra em conseguir assistência do
estado. Com os problemas fiscais atuais do
governo, o sucesso do dEc tornou-se mais e
mais dependente das condições objetivas de
tamanho e localização. Na ausência de
cooperação intercomunitária, o dEc ficou
mais difícil de ser atingido exatamente onde
é mais necessitado.
Mesmo assim, através de seu envolvimento
e por se tornar cada vez mais sofisticado, o
dEc tem conseguido reter sua posição como
a forma dominante de DEC nos Estados
Unidos e no Canadá (como mencionado por
A evolução da caça às chaminés, de uma
década atrás, ao crescimento planejado
ocorreu em paralelo com a emergência de
uma
abordagem
fundamentalmente
diferente ao desenvolvimento econômico
comunitário. Apesar de alguns práticos do
DEC terem respondido às limitações da
simples busca ao investidor através da
tentativa de fazer um melhor planejamento e
indução do crescimento por meio de
técnicas cada vez mais sofisticadas, outros
começaram a perceber a necessidade de
suplementar ou substituir a finalidade do
Malizia [1985, 43]).
19
crescimento propriamente dito. A qualidade
negócios que era administrada com mínimo
da economia, ao invés de quantidade de
envolvimento da comunidade nas tomadas
crescimento em uma ou outra variável,
de decisões (Melnyk 1985). Não se via a
acabou tornando-se o foco de uma segunda
maior parte das cooperativas comunitárias
principal abordagem ao DEC na qual a
como sendo necessárias para garantir o
ênfase foi colocada sobre o “D”.
crescimento ou a estabilidade apesar de sua
Desenvolvimento denota um processo mais
continuação
completo e mais complexo do que aquele
fornecerem competição em situações que de
entendido por crescimento.
outra forma poderiam ser monopólios
Aplica-se bem às direções defendidas pelo
capitalistas. Além disso, por se tratar de um
que
não
período de crescimento sustentado, os anos
deveriam comprar o crescimento a qualquer
50 e 60 também foram momentos em que a
preço (ex.: a custo da instabilidade cíclica,
ascendência da ideologia do bem-estar
ausência do proprietário ou exaustão do
mudou a forma como as pessoas viam o
capital natural).
relacionamento entre a comunidade e o
acreditam
que
comunidades
ser
vista
como
útil
por
estado.
Precursores e brechas do Dec
Antes
da
situação
de
bem-estar,
os
legisladores assumiam que nossa migração
É possível traçar as origens do Dec bem
era a resposta individual apropriada ao
como as do dEc na maior parte da América
declínio da economia das localidades onde
do Norte desde várias décadas atrás.
as bases econômicas tinham se exaurido,
Durante o período altamente instável do
tornado obsoleta pelas novas tecnologias ou
capitalismo
pré-Keynesiano,
ultrapassadas por investidores externos. O
particularmente no primeiro terço deste
estado-providência tinha condições e desejo
século, diversas comunidades organizaram
de apoiar a permanência das pessoas em
cooperativas de produtores, cooperativas de
suas comunidades, mesmo que a base
consumo e associações de crédito (Coady
econômica local tivesse colapsado. Antes
1939). Estas foram criadas para estimular o
dos anos 50, indivíduos em comunidades de
crescimento da comunidade, porém também
risco se tornavam mais auto-suficientes ou
foram vistas desempenhando um papel
partiam para pastos mais verdes; hoje estes
importante sobre a estabilização.
se tornam cada vez mais acostumados a
Durante a expansão dos anos 1950 e 1960, a
desfrutar dos benefícios estabelecidos pelas
maior parte das cooperativas enfraqueceu ou
garantias do governo quando o setor privado
se consolidou dentro da linha principal de
falha. Apoio governamental variou desde o
20
seguro-desemprego, projetos de criação de
nas operações de fabricação. O consenso
trabalho,
alívio
que tinha apoiado o estado-providência foi
corporativo para o desígnio e estímulo de
abalado; a assistência a comunidades e
centros regionais de crescimento.
indivíduos foi reduzida. As comunidades
subsídios
agrícolas
e
alguma
não podiam mais contar com o respaldo do
estabilidade nas residências, mas foi paga
governo quando o setor privado havia
pela
auto-
falhado. Eles começaram a vivenciar mais e
gerenciadas das comunidades. Já removidas
mais o custo social e econômico da
dos importantes processos de planejamento
dependência (Bruyn 1987).
de
as
Durante os anos 80 e 90 cresceu a
comunidades agora se tornam assunto para
consciência de que ambas economias, local
decisões
e
e internacional, estão cada vez mais
investidores externos em outras áreas da
ameaçadas (se já não afetadas) pelo
economia da comunidade. Com o estado-
esgotamento e degradação das bases de
providência, a comunidade tornou-se local
recursos
com direitos de sobrevivência ao invés de
telecomunicação que permitiam que as
apenas um local de produção, mas seu
decisões
potencial como agente de planejamento
manejadas mais remotamente e o capital se
decaiu.
moveu mais rapidamente, além de comércio
Tanta
benevolência
dissipação
permitiu
das
gerenciamento
tomadas
instituições
de
por
recursos,
tecnocratas
naturais,
sobre
inovações
investimentos
na
fossem
não gerenciado e crises fiscais causadas pela
Dec
incapacidade sistêmica de dar conta do
Contemporâneo
recado com menos.
Na metade dos anos 70 o estado-providência
As opções consideradas pela comunidade
começou a sofrer uma crise fiscal mais
para enfrentar essas ameaças têm variado. A
severa que qualquer outra desde a Grande
maior parte tem enfocado opções dentro da
Depressão. No início dos anos 80 o estado-
abordagem
providência se defrontava com uma terrível
discutida
condição financeira. Confrontou-se com o
rapidamente maneiras de vender mais no
desafio de ter que apoiar não apenas
mercado, mas frequentemente a custo da
comunidades
de
acima.
crescimento
Elas
planejado
desenvolveram
debilitadas
em
regiões
criação de novas vulnerabilidades para si
cronicamente deprimidas,
mas
também
mesmos como a de se tornarem muito
comunidades sofrendo de colapsos nos
dependentes
mercados
exportação (ex.: turismo), empregadores
de
commodities
ou
aqueles
de
certos
produtos
de
enfrentando severa competição internacional
21
(frequentemente ausentes), ou substitutos de
comunidade se tornar uma cidade que vive
importados (ex.: novos centros comerciais).
em função de uma empresa.
Entretanto,
comunidades
• Reduzir a dependência do investimento
enfocaram a busca de maneiras de melhorar
externo aumentando a propriedade local:
a estabilidade a curto e longo prazo através
Isso pode ser conseguido através da
da ampla redução de suas dependências ao
compra, pelos próprios funcionários, de
invés de simplesmente buscar formas de
companhias em situação difícil, encorajando
promover o crescimento. Ligando os pontos
os empreendedores locais, identificando
entre a estabilidade e a sustentabilidade, e
tecnologias de menor escala (ex.: moinhos
aceitando o imperativo moral desta última,
com clientela) ou nichos de mercado não
eles entendem que a fixação da sociedade
preenchidos que possam ser explorados
sobre
pelos
algumas
o
crescimento
como
sendo
empreendedores
locais,
problemática, particularmente quando o
desenvolvendo cooperativas de crédito e
crescimento se torna a finalidade única ou
fundos de empréstimos comunitários para
primária do DEC da comunidade. Essas
encorajar a retenção das economias da
comunidades
no
comunidade para que sejam usadas pela
desenvolvimento de abordagens que, acima
comunidade (Swack 1987; Eberle 1987), ou
de tudo, aumentem o controle local através
estabelecendo empresas com raízes na
de mudanças estruturais.
comunidade como as cooperativas de
ficaram
interessadas
produtores e consumidores e corporações de
Estratégias de
desenvolvimento
Dec
estratégias
de
mudança
(MacLeod
1986; Fairbairn et al. 1991).
•
As
comunitário
Reduzir
dependência
sobre
estrutural
tomadores de decisões externos através
desenvolvidas pelo práticos do Dec para
do aumento do controle local sobre o
aumentar o controle local com interesse na
gerenciamento dos recursos:
estabilidade e sustentabilidade podem ser
agrupadas em seis categorias:
Bons exemplos sobre esse tipo de estratégia
• Diversificar as fontes de investimentos
são os experimentos de “co-gerenciamento”
externos:
em que os governantes dividem o controle
Diversas operações pequenas são mais
sobre a pesca com a comunidade (Pinkerton
estáveis que um grande empregador, mesmo
1989). Potencialmente, o co-gerenciamento
que todas sejam de posse externa. A pior
pode ser amplamente aplicado à vida
das hipóteses, do ponto de vista do Dec, é a
22
selvagem,
gerenciamento
florestal
e
períodos de alto desemprego dados à
atividade mineira como demonstrado por
escassez
comunidades experimentais no oeste do
períodos de alta inflação monetária que
Canadá. Em função de sua situação especial,
prejudica
as comunidades aborígines têm estado na
Exemplos desse tipo de estratégia incluem o
vanguarda
O
uso de créditos trabalhistas para organizar
naturais,
voluntários para liderar grupos de crianças e
do
co-gerenciamento.
desenvolvimento
de
reservas
de
dinheiro,
aqueles
alternando
com
salário
times
Mautnei 1987; Gardner e Roseland 1989;
comunitários e formar cooperativas de
Morehouse
1989),
babás.
habitação
(Hulchanski
cooperativas
1988)
de
todos
Uma
interessante
estabelecer
fixo.
consórcios comunitários da terra (White e
e
esportivos,
com
forma
que
as
jardins
particularmente
comunidades
têm
exemplificam as inovações não-aborígines
desenvolvido para fortalecer sua economia
como sendo desenhadas para aumentar o
não monetária é a instituição de dinheiro
controle da comunidade sobre a terra.
local. Em alguns casos isso na verdade
•
Reduzir
a
exportações
dependência
sobre
envolveu papel impresso - baseando-se, por
pela
exemplo, em madeira-de-lenha ao invés de
tradicionais
diversificação
de
produtos
ou
de
em
ouro.
Em
outros
casos
mais
mercados para os produtos existentes:
tecnologicamente inovadores a “moeda”
Essa é particularmente importante onde à
local é computadorizada com entradas para
economia da comunidade é altamente
créditos e débitos. Na British Columbia
dependente de um único produto.
esses
•
Reduzir
exportação
a
de
substituindo
a
produção
local
são
frequentemente
de
chamados de sistema local de comércio por
geral,
trocas (SLCT). Através da permissão de
por
trocas multilaterais baseadas numa variação
necessidade
maneira
sistemas
importados pagos pelos exportados:
de combinações de moeda local e federal
A substituição de importados pode ser
(sendo a combinação parte de um acordo
promovida de várias formas através de
entre o comprador e o vendedor) este
programas de compra local (Davis 1989).
promove o comércio em princípios de
• Reduzir a dependência sobre o dinheiro
mercado mesmo quando a moeda oficial
como base para troca local através do
está escassa (Davis e Davis 1987).
fortalecimento
da
economia
não-
monetária. Isso reduz o impacto de ciclos
mercantis
marco-econômico
que
criam
Pressupostos
do Dec
23
O principal pressuposto econômico em que
A estrutura interna da economia local não
está baseado o Dec pode ser resumido da
deve ser deixada para as conseqüências
seguinte forma:
descontroladas das ações dos mercados
A economia local se expande além das
guiados pela ditadura dos princípios de
transações
a
vantagem econômica comparativa. O DEC
economia não-monetária controlada a nível
envolve a reestruturação deliberada da
local e relativamente estável que faz uma
economia
importante contribuição ao bem-estar.
participam dessa economia.
do
mercado.
Ela
inclui
local
pelas
pessoas
Apesar de a economia excluidora do
Limitações
dinheiro-em-espécie permanecer primária
do Dec
que
enquanto as pessoas buscarem benefícios do
e
serviços
Agora que o sonho do crescimento ilimitado
um
potencial
foi despedaçado, muitos (se não a maioria)
significativo de maior desenvolvimento do
dos cidadãos dariam as boas vindas à
setor não-monetário na maior parte das
estabilidade
comunidades (Gershuny 1979; Nichols e
desenvolvimento de atividades robustas
Dyson 1983; Ross e Usher 1986).
controladas localmente e ambientalmente
O principal propósito do DEC é aumentar o
sustentáveis se o nível de estabilidade
controle local para fornecer estabilidade a
pudesse fornecer a qualidade de vida da
curto e longo prazo. Se a comunidade vê ou
qual têm desfrutado (ou observado a nação
não
como um todo desfrutando) nos melhores
comércio
inter-regional
governamentais,
o
existe
crescimento
como
finalidade
econômica
Porém,
obtida
suplementar do DEC vai depender da
momentos.
natureza de sua economia (se já existe
comunidades não é possível obter tal ideal
emprego total dos recursos humanos e
num futuro próximo; em alguns locais é
naturais) e sua avaliação de seu tamanho
provavelmente impossível. Deve-se chegar
atual. Caso se busque o crescimento, sua
a meios termos e fazer compensações.
preocupação central deverá ser sua natureza
A
em termos de estabilidade, sustentabilidade
conseguida apenas se as comunidades
e balanço.
estiverem preparadas para se sacrificar em
Fluxos monetários dentro e através da
curto prazo para maximizar o crescimento
comunidade devem ser estabilizados através
(ex.: mega-projetos tentadores previamente
de propriedade diversificada, controle local
estabelecidos para reter propriedade local,
dos recursos, diversificação das exportações
reduzir gastos com consumo para aumentar
e substituição dos importados.
a poupança para investimento local, aceitar
estabilidade
pode
para
pelo
muitas
geralmente
ser
24
menor retorno sobre os juros e maior risco
a promoção vigorosa do Dec pode resultar
que
maiores,
em conflito divisível, como exemplificado
colhendo lentamente e minando taxas para
por batalhas comunitárias como entre
preservar o capital natural, assumindo riscos
lenhadores e ambientalistas.
com produtos e processos não-familiares e
Fundamentalmente, a limitação do Dec é
substituindo algumas horas de trabalho de
que está fora de sintonia com o vínculo
alto salário baseado em exportação por
estrutural para o crescimento ilimitado.
substitutos
importados
menos
Ainda sim, só por se levantar a possibilidade
remuneradores
ou
não-
de um desenvolvimento com múltiplo-
remunerado e ajuda mútua). Ironicamente as
espectro como alternativa ao crescimento
pessoas parecem mais interessadas em
unidimensional, os promotores do Dec
considerar
é
forçam as comunidades mais recalcitrantes a
objetivamente mais difícil fazê-lo - num
explicar e considerar suas prioridades.
momento em que suas comunidades se
Quanta
encontram num declínio secular ou cíclico
estariam dispostas a negociar por mais
após uma explosão.
empregos e renda em curto prazo? Quão
Para cidades fonte de matéria-prima os
bons
obstáculos subjetivos para se chegar à
externamente?
estabilidade são compostos pelo simples
considerações resultam em hipóteses e
fato de que as mudanças mais prováveis de
finalidades
levar à finalidade do dEc são menos
estabelecimento de um critério orientado à
prováveis
estabilidade
oferecido
nos
tais
de
mercados
voluntarismo
sacrifícios
contribuir
quando
para
o
Dec.
Atividades econômicas que agregam valor
estabilidade
são
os
econômica
empregos
Às
controlados
vezes
reformuladas
para
elas
avaliar
essas
e
propostas
no
e
monitorar o progresso.
aos recursos de exportação de uma cidade
(ex.:
um
moinho)
empregamento,
aumentam
porém
os
o
produtos
processados normalmente ficam no mesmo
ciclo de preços que os recursos crus. Uma
vez que a vida atual de várias pessoas nas
Desenvolvimento
Comunitário:
Econômico
Abordagem
de
Comunalização (deC)
cidades fonte de matéria-prima poderia ser
melhorada
através
oportunidades
de
do
aumento
trabalho
e/ou
das
renda
pessoal, dEc é frequentemente considerado
A terceira abordagem ao DEC vai além das
preocupações com o crescimento econômico
e estabilidade para considerações sobre
mais desejável que o Dec. Nessas situações
25
como a riqueza (amplamente definida) é
sua habilidade de buscar seus objetivos
usada e distribuída. A ênfase é no
próprios em cooperação com outros.
desenvolvimento de uma economia de
Também podemos dizer que o deC trabalha
forma que a comunidade seja fortalecida. A
na direção das palavras de Chekki (1979,10)
comunidade, nessa abordagem, é definida
“auto-determinação
não somente como a localidade onde ocorre
“todo membro possa, caso desejar, assumir
a atividade econômica ou como um grupo
papel significativo.” DeC, portanto tenta
de relacionamento que pode ser estruturado
criar dentro da comunidade acesso justo aos
para maximizar o benefício coletivo. Ao
meios de vida das residências criando
invés disso, trata-se de uma qualidade
acesso justo aos processo de tomada de
social/emocional através da qual as pessoas
decisão coletiva da comunidade. É participa
se sentem conectadas umas com as outras.
tório
Elas estão preocupadas com o bem estar
comunista sem negar a individualidade. Sua
mútuo e têm satisfação na cooperação. É
preocupação
uma qualidade que muitos aborígines no
cooperação.
em
seus
é
comunitária”
meios
e
onde
finalidades,
estabelecer
a
livre
Canadá chamam de “cuidar e compartilhar”.
Estratégias de
Para os defensores do desenvolvimento
econômico
comunitário,
a
deC
mudança
estrutural é necessária, mas insuficiente
As estratégias do deC podem ser agrupadas
como finalidade. Uma comunidade pode ser
dentro de três categorias:
estável e independente, mas explorativa e
•
Trabalhar através dos governos
solitária. O alvo para aqueles que enfatizam
local
e
o “C” no DEC é criar funções produtivas e
marginalização
de distribuição mais “justas” ou “razoáveis”.
determinadas
Aproveitando
comunidade. Os práticos do deC podem
as
palavras
de
John
superior
para
ou
eliminar
a
exploração
de
dentro
da
pessoas
Friedmann (1981, 5) podemos dizer que o
incitar
desafio do deC não é apenas o de criar uma
compartilhamento do trabalho, prevenir
distribuição de renda mais igual, mas
políticas
discriminatórias,
também garantir que todas as casas tenham
condições
de
acesso
habilidades
sindicalização, etc. Eles podem “lutar com a
pertinentes, organização social e política,
prefeitura” para estabelecer a distribuição
instrumentos de produção (incluindo acesso
mais justa dos impactos dos serviços e
à boa saúde), informação relevante, rede
desenvolvimento comunitários e tornar os
a
conhecimento
e
os
governos
a
trabalho,
encorajar
o
monitorar
facilitar
a
social e meios financeiros (para)… melhorar
26
processos
de
planejamento
mais
Fortalecendo normas e
participatórios.
•
Estruturando as instituições de
práticas de auxílo mútuo sem
o uso do dinheiro Dec
Dec (tais como cooperativas, consórcios
de
terras
desenvolvimento
e
corporações
comunitário
de
[CDC])
Tradicionalmente,
cooperativas, por exemplo, podem ser
sobreviverem (ex.: através da distribuição
organizadas não somente para amortizar
de alimentos ou cuidando de crianças em
indivíduos do mercado, aumentar poder de
situação
negociação e reter lucros na comunidade -
independentemente
todos objetivos do Dec - mas também para
financeira relativa, a realizar tarefas além de
promover a justiça social. Cooperativas de
seu poder individual (ex.: através de
trabalhadores em particular frequentemente
mutirões para levantar construções).
desenham suas escalas salariais, condições
Tais
de trabalho e distribuição da renda aos
sociabilidade da comunidade e tornam o
meros objetivos do deC dentro da firma e da
trabalho mais desfrutável.
comunidade maior (Melnyk 1985). Alguns
Apesar de grandemente enfraquecido pela
sindicatos de crédito dão atenção especial às
modernização, a ética da ajuda mútua
empresas iniciadas por pessoas de baixa
sobrevive, particularmente nas comunidades
renda.
aborígines. Em outras localidades, o auxílio
Os CDCs em particular se prestam a servir o
mútuo sobrevive como “voluntarismo”. Em
papel de justiça econômica (MacLeod 1986;
alguns setores econômicos (como recreação
Zdnek 1987). Por serem posse de toda a
organizada
comunidade, eles podem potencialmente ser
desempenham
mais comunicativos que as cooperativas que
planejamento e entrega dos serviços. Outra
enfocam em seus próprios membros e
forma de auxilio mútuo envolve atividade
frequentemente excluem os muito pobres.
colaborativa de diversas associações (ex.:
Como empregadores todas as instituições
pastores,
deC podem se esforçar para tornar o
envolvidas com atividades recreativas). O
trabalho mais significativo através do
deC mostra a importância do auxílio mútuo
encorajamento
para a economia da comunidade e promove
trabalhador nas tomadas de decisão.
do
de
risco)
práticas
da
permitido
membros
participação
fracos
têm
para favorecer os mais necessitados. As
da
mais
essas
e
de
situação
aumentam
crianças)
papéis
músicos,
residências,
sua
também
para
comunidade
voluntários
importantes
atletas
a
ou
no
pessoas
sua expansão.
Pressupostos
27
do deC
O
deC
está
na igualdade precede seu envolvimento no
baseado
nos
seguintes
DEC. Na América do Norte tais pessoas têm
pressupostos:
sido minorias. São menos ainda que aqueles
A economia local engloba transações de
que preferem estabilidade a curto e longo
mercado (monetária e não-monetária), mas
prazo acima do crescimento.
também incluem a produção e distribuição
Na
baseada em princípios não-comerciais de
acreditam que a modernização está nos
propriedade
compartilhamento,
distanciando do deC. Por exemplo, Wilson
auxílio mútuo e melhoramento da vida
(1983) Indica-se que o alto valor que agora
produtiva mesmo que ao custo da eficiência.
colocamos sobre a privacidade, que para
A distinção entre as questões econômicas e
muitos indivíduos substitui um senso de
sociais não é claramente demarcada e, no
responsabilidade pelo bem público. Lasch
caso da família, os relacionamentos social e
(1979) argumenta que as forças sociais
econômico são entremeados.
parecem estar fora do controle individual,
O propósito do DEC é aumentar a
fazendo com que as pessoas enfoquem no
solidariedade
gerenciamento de seus objetivos pessoais.
comum,
comunitária,
justiça
verdade,
alguns
críticos
sociais
distributiva e qualidade de vida amplamente
Não tendo esperança de melhoramento em
definida.
suas vidas de qualquer forma relevante, as
Instituições
econômicas
deveriam
ser
pessoas se convenceram de que o que
organizadas para promover a cooperação ao
importa é o melhoramento psíquico… Viver
invés da competição (ex.: devem combinar
para o momento é a paixão preponderante -
desenvolvimento
viver para si mesmo, não para seus
social
com
desenvolvimento econômico).
antepassados ou para os futuros seus (Lasch
Todos os membros da comunidade devem
1979, 4-5).
ser estimulados a participar do planejamento
O fortalecimento desse retiro à vida privada
e dos processos de tomadas de decisões que
é um cinicismo com relação aos políticos e
dão forma à economia da comunidade.
ao processo político. As forças que criaram
a necessidade do deC tornam sua prática
Limitações do deC
concomitante de difícil realização.
Uma segunda limitação do deC é que ele
Sua primeira limitação é compartilhada com
pode ser adotado pelos reformadores sociais
o Dec: ambos estão fora de sintonia com a
que são motivados por crenças religiosas ou
corrente
sido
ideais políticos que os levam a ignorar ou
tipicamente adotado por pessoas cujo foco
entender mal a natureza das comunidades
principal.
O
deC
tem
28
humanas reais e vivas. Em muitos casos
Uma terceira limitação potencial do deC é
esses reformadores são líderes carismáticos
que
que estabelecem comunidades “propositais”
fortalecendo internamente as comunidades
de vida curta. Nos piores casos, líderes
locais
religiosos prometendo deC verdadeiro e
responsabilidade global. Entretanto, há uma
instantâneo acabam por criar desastres
crescente consciência de que o deC tem que
sociais, tais como o suicídio em massa em
ser
Jonestown em 1978 e o mais recente
ambientalmente saudável caso qualquer um
tragédia em Waco no Texas. Outros se
dos dois queira ser bem sucedido. Isso se dá
tornam ricos ao custo de seus próprios
pelo fato de que sem um Dec efetivo, fica
seguidores. Isso não é para depreciar o
difícil para a comunidade praticar o deC por
propósito
de
comunidades.
estar em função do mercado, sentindo-se
Esforços
sinceros,
pensados
compelido a sacrificar os interesses dos
todas
as
bem
e
este
sem
pode
tornar-se
aumentar
acompanhado
Dec
entendimento do potencial e dinâmica dos
competitivas de maneira geral; por outro
deC, apesar de que o impacto na maior parte
lado, sem o deC, a comunidade fica sem o
das pessoas será o resultado de tentativas
contrato social necessário para fazer valer os
modestas
sacrifícios do Dec (Boothroyd 1991a).
dentro
das
suas
um
de
pobres
praticar
melhorar
de
senso
respeitáveis contribuem muito para nosso
de
para
seu
paroquial,
vantagens
comunidades já existentes.
29
Resumo das Três Abordagens e Implicações para os Planejadores
Em ambas, teoria e prática do desenvolvimento econômico comunitário, os conceitos do
processo variam em termos de mercado. Nós agrupamos esses diversos conceitos dentro de
três abordagens gerais que são orientadas ao crescimento (dEc), mudança estrutural (Dec), e
transformar em um bem coletivo (deC). Cada uma dessas implica num papel particular para o
planejador do DEC. A Tabela 1 resume nossas diferenciações das três abordagens.
O dEc pré-data o termo DEC propriamente dito e tem aparecido em duas fases principais:
caça-as-chaminés e crescimento planejado. A fase inicial e a mais recente envolvem a
promoção da comunidade para atrair atenção do governo e dos principais investidores
privados. A última fase envolve planejamento estratégico coordenado por uma vasta gama de
instituições comunitárias usando sofisticadas ferramentas financeiras, legais e promocionais.
O planejador do dEc é um desenvolvedor de contatos de trabalho, mediador de negociações e
fornecedor de informações sobre mercados, tecnologia e oportunidades de financiamento. O
processo de planejamento servido pelo planejador do dEc pode ter ampla base dentro da
comunidade, mas a função prevalente frequentemente é dominada por líderes comunitários
ou mesmo por pessoas de fora) de empresas, trabalhadores, profissionais, governo ou setor
educacional.
Tabela 1. Comparação entre as três abordagens do DEC
dEc
Dec
deC
Conceito de
Economia
Transações monetárias
Transações monetárias ou
não
Fabricação e distribuição
da produção baseada em
princípios de mercado ou
não
Conceito de
Comunidade
Finalidade
Principa
Estratégia
Principal
Localmente
Em casa
Compromisso mútuo
Aumento da renda e de
posições de trabalho
Aumento do influxo
monetário
Estabilidade e
sustentabilidade
Aumento do controle
local através de mudança
estrutural
Cuidar e compartilhar
Integrar o
desenvolvimento
econômico e social
CONCLUSÃO
O Dec foi sinalizado pelo movimento
poder - é de chamar a atenção para o aspecto
cooperativista no início desse século, mas
humano que o mercado ainda não obliterou
foi apenas na virada da década para os anos
e oferecer algumas sugestões práticas para
80 que essa abordagem surgiu por completo
as organizações sociais não baseadas no
para
de
mercado. Portanto o planejador do deC
desenvolvimento. Essa redefinição começa
encoraja a reflexão da comunidade para
a resultar na ênfase sobre o crescimento
aspectos
sendo substituída ou balanceada com uma
qualidade de vida e questões de distribuição
orientação para estabilidade a curto e longo
além de desenhar oportunidades para uma
prazo, através da mudança estrutural e
participação apropriada significativa por
controle local. Os planejadores do Dec
todos os setores da comunidade (Boothroyd
incrementam
1991b).
redefinir
o
o
significado
desenvolvimento
e
fundamentais
relacionadas
à
funcionamento de instituições de controle
local
e
fornecem
possibilidades
informações
de
sobre
Na prática, é claro, as três abordagens não
de
são tão prontamente distinguíveis. Tão
diversificação
pouco
mercados, produtos e propriedade.
são
mutuamente
exclusivas.
A
estratégia de fortalecimento de instituições
O deC (termo frequentemente utilizado
democráticas locais, por exemplo, pode
simplesmente
desenvolvimento
fornecer as finalidades de todas as três
comunitário) é praticado por idealistas
abordagens. Além disso, muitas (se não a
outros que os da linha principal. À medida
maioria) das pessoas considerarão uma
que a “grande transformação” (Polanyi
economia
1944) para uma sociedade dominada pelo
desenvolvida aquela que supre as finalidade
mercado continue, torna-se cada vez mais
de todas as três abordagens (ex.: uma que
difícil para muitos imaginar uma sociedade
supra
não-coerciva
a
comunidade de maneira justa e razoável).
distribuição são organizadas sob base
Nessa perspectiva, a função do planejador
diferente
o
do DEC inclui auxiliar a comunidade a
interesse próprio dos indivíduos; o deC
encontrar estratégias que congragam os
parece
valores em que todos saiam ganhando.
das
como
onde
a
trocas,
alienado.
produção
e
maximizando
Mesmo
assim
a
as
comunitária
necessidades
completamente
materiais
da
importância do deC - e talvez seu principal
31
Ainda sim, a maior parte das comunidades
ênfase sobre a justiça. O desafio para o
necessitará fazer compensações (abrir mão
planejador do DEC não é apenas de orientar
de algo) implicadas por nossa tipologia e
a comunidade a ser efetiva na abordagem
todas precisarão estabelecer prioridades. Por
que escolha, mas também de ajudar a pensar
exemplo, comunidades tradicionais que,
sobre os motivos que a levaram a optar por
todavia possuem valores do tipo cuidar-e-
aquela
compartilhar podem querer enfatizar o
conseqüências e alternativas. Tendo em
crescimento. As comunidades que estão
mente
cientes de estar à mercê da economia
apresentamos auxiliará o planejador na
internacional podem trabalhar no sentido da
função mais importante do DEC.
abordagem
a
tipologia
e
considerar
tal
como
nós
as
a
mudança estrutural e estabilidade.
Locais onde alguns líderes se encontram
preocupados com a distribuição da riqueza
altamente desigual podem vir a colocar
Referências
Artibise 1982
Thurow 1989
Bruyn 1987
Fairbairn et al. 1991
Henderson 1990
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Perry 1989
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Eberle 1987
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Morehouse 1989
Hulchanski 1988
Davis 1989
Gershuny 1979
Nicholls and Dyson
1983
Melnyk 1985
Polyani 1944
Ross and Usher 1986
Lotz 1977, 10
Melnyk 1985
MacLeod 1986
Gardner and
Roseland 1989
Davis and Davis
1987
Friedmann 1981,
Zdenek 1987
Boothroyd 1991b
Wilson 1983
Coady 1939
Chekki 1979, 10
Lasch 1979
32
COMO NÓS NOS PLANEJAMOS:
MULHERES E O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
COMUNITÁRIO
33
comunitária compartilhada, ou um assunto
Capitulo 1: Introdução
ao planejamento
comunitário
de interesse comunitário.
O que é chamado de ferramentas? Usa-se o
Este manual consiste num roteiro para
termo “ferramenta” de uma forma genérica,
auxiliar mulheres a se envolverem em
incluindo uma grande variedade de idéias ou
planejamento comunitário.
maneiras de fazer determinadas coisas,
O manual tem como objetivo ajudar as
desde roteiros de atividades em geral, até
mulheres no entendimento do processo de
técnicas específicas.
planejamento comunitário, e auxiliar os
planejadores
municipais
a
facilitar
o
envolvimento das mulheres. Este manual foi
O manual é sobre como planejar
alguma coisa importante com a
desenvolvido a partir da experiência de um
projeto de planejamento comunitário que
comunidade
aconteceu no bairro de Forest Grove, na
cidade de Burnaby, província de British
O processo é importante
Columbia.
Enquanto que o planejamento comunitário
O manual também trata de maneiras através
pode estar focado na obtenção de um
das quais os planejadores municipais podem
determinado objetivo, por exemplo, um
envolver as mulheres nas atividade de
cruzamento de pedestres numa determinado
planejamento.
via ou a construção de um centro de bairro,
o processo – como se chega lá – é
As pessoas que irão usar esse manual de
igualmente importante.
ferramentas podem partir de diferentes
situações. Você pode ser parte de um grupo
organizado ou pode estar começando um. O
Os tipos de processo tratados neste manual
são:
manual dá dicas de como se organizar, caso
♦
Iniciando a comunicação
você ainda esteja durante esse processo.
♦
Organizando a comunidade
Onde quer que você esteja, existe um grande
♦
Definindo a visão das mulheres para
número de projetos aos quais você poderá
sua
aplicar essa abordagem: para atingir o
concretizar essa visão
objetivo pela qual você já vem lutando, para
♦
iniciar um novo projeto, e/ou para organizar
comunidade
as pessoas em torno de uma visão
comunidade
e
trabalhando
para
Respondendo às necessidades da
♦
Aprendendo as maneiras de como
planejar cooperativamente, de forma a
O que é
Planejamento Comunitário?
atender às necessidades da comunidade.
Todo mundo participa
Focalizando no planejamento
Quando se fala de planejamento, entende-se
um processo que envolve:
♦ Determinar o que é importante (uma
“visão”)
♦ Definir os objetivos
♦ Pensar as maneiras como atingir esses
objetivos
♦ Iniciar
as
ações
necessárias
para
obtenção dos objetivos.
O planejamento pode ser clara e facilmente
estabelecido quando as pessoas envolvidas
compartilham opiniões e o objetivo não é
muito complicado. No outro extremo,
quando muitos interesses diferentes estão
Funcionarios de vários níveis de
governo são treinados e empregados
como “planejadores”. Seu trabalho
usualmente
envolve
fazer
recomendações ao governo local sobre
o planejamento físico das regiões e
cidades, de forma a orientar decisões
que respondem a questões como: onde
irá acontecer um novo loteamento?
Quantos andares podem ter os edificios
que vão ser construidos ness área?
Quais são as faixas de pedetres neesa
ruas? Qual a iluminação pública
necessária para ess área? Cada vez
mais, planejadores estão se envolvendo
em recomendações aos governos locais
em relaçõa aos serviços sociais da
comunidade – quantas unidades de
moradia subsidiada essa comunidade
necessita? Essa comunidade precisa de
um centro comunitário? Conhecer os
planejadores
envolvidos
no
planejamneto de sua comunidade pode
ajudar a voce e a seu grupo em como se
envolver mais nesse tipo de decisões.
competindo e o planejamento envolve uma
tarefa muito grande (por exemplo: planejar
os novos usos de um terreno muito grande),
Esse
manual
é
para
pequenos
então o planejamento pode se tornar muito
projetos de um tamanho relativamente
complexo. Nessas situações, existem todo o
pequeno, dirigido a uma necessidade local,
tipo de prioridades a serem levadas em
mas mesmo assim que afete positivamente e
conta, informações a serem coletadas,
de forma clara a comunidade. Espera-se que
alternativas a serem avaliadas, opções de
esse tipo de projeto ajude a organizar,
troca, e conflitos a serem resolvidos.
motivar e educar a comunidade e promover
a busca de objetivos mais abrangentes.
35
A experiência do projeto em Forest Grove
foi importante para desenvolver esse manual
porque foi durante o projeto que as
“ferramentas”
foram
desenvolvidas
e
testadas. Em se usando as ferramentas
O Projeto no Bairro Forest Grove
apresentadas aqui, você poderá ter que
adapta-las às suas próprias necessidades e
Esse manual foi desenvolvido baseado nos
circunstâncias.
resultados de um projeto de planejamento
realizado no bairro de Forest Grove, na
cidade de Burnaby. Durante um período de
seis meses, as mulheres do bairro e os
planejadores locais trabalharam juntos para
elaborar o planejamento comunitário. Eles
tiveram grande sucesso na determinação das
prioridades da comunidade e completaram
dois projetos comunitários – uma fonte de
água, uma torneira de água e uma passagem
Porque as mulheres devem participar
de planejamento comunitário?
- Porque as mulheres têm uma perspectiva
diferente.
As mulheres trazem uma perspectiva única
ao
planejamento
comunitário
e
de
vizinhança. Além de suas experiências na
força de trabalho formal, as mulheres
trabalham em seus lares e comunidades
de pedestres.
como voluntárias e ajudando a quem
De certa forma, pode-se dizer que Forest
Grave
é
único:
principalmente
de
o
bairro
casas
consiste
geminadas
e
precisa. Todos esses papeis ajudam a
formular a perspectiva especial que elas
trazem ao planejamento comunitário.
cooperativas habitacionais, e fica numa área
arborizada e distante, num dos lados da
montanha onde se situa a Universidade
Simon Fraser. Sob certos aspectos é um
clássico bairro suburbano, de acordo com o
modelo
do
pós-guerra que tem sido
implantado em muitos lugares, por muitos
anos, mas tem potencial para serem melhor
desenvolvidos
e
transformados
comunidades mais agradáveis.
em
Quando as mulheres são perguntadas sobre
o
quê
é
importante
para
elas
nas
comunidades, o que transparece mais
frequentemente nas respostas é uma visão
completa das comunidades que leva em
consideração todos os aspectos ambientais,
sociais e econômicos das comunidades. A
experiência
das
mulheres
em
suas
comunidades molda suas percepções de
forma diferente das percepções dos homens.
36
Portanto, as mudanças para a comunidade
qualidade de vida da comunidade. Portanto,
que são interessantes para os homens não
envolver a mulheres no planejamento
necessariamente são adequadas para as
comunitário beneficia todo mundo.
mulheres, e eventualmente mudanças que as
mulheres
propõe
não
necessariamente
ocorrem aos homens.
- Porque as mulheres são estão ainda
suficientemente envolvidas
A despeito de sua experiência em criar
- Porque as mulheres sabem mais sobre a
comunidades, as mulheres não são sempre
comunidade
consultadas quando há mudanças a serem
As comunidades e vizinhanças podem ser
implementadas nas comunidades. De fato,
uma fonte de apoio e ajuda mútua, nas quais
muitos
as relações são formadas e alimentadas, e
planejamento municipal, além de não
onde o espírito comunitário se torna
considerar as perspectivas das mulheres,
possível. Elas podem ser também lugares
criam inadvertidamente barreiras à sua
tristes e de isolamento. O planejamento
participação. Essas barreiras incluem:
pode ser um instrumento importante para
§
aspectos
dos
processos
do
Não poder estar presentes nas reuniões
transformas as vizinhanças em verdadeiras
na prefeitura quando elas não dispõem
comunidades.
de transporte privado;
§
O horário das reuniões na prefeitura
Dispendendo a maior parte do tempo nas
durante o dia, quando as mulheres estão
comunidades
trabalhando, buscando as crianças na
(embora
mulheres
isso
com
já
sabem
crianças
esteja
e
famílias
mudando)
como
criar
escola, etc.;
as
uma
§
A falta de disponibilidade de supervisão
comunidade. Elas sabem quais são as
para as crianças durante as reuniões e
mudanças
eventos.
necessárias
para
tornar
a
comunidade mais segura e mais conveniente
para elas e suas famílias. Elas sabem o quão
Este manual trata de como superar esses
são importantes às condições de moradia,
obstáculos. Trata de como as mulheres, os
escolas, comercio, transporte público, as
planejadores
ruas, os programas recreativos, os serviços e
funcionários
os centros comunitários porque elas são os
engenheiros e pessoal da Saúde, podem
usuários mais freqüentes de todos esses
trabalhar juntos para fazer com que as
serviços públicos. O que é importante para
comunidades
as
melhores para todo mundo.
mulheres
modela
basicamente
a
municipais
da
se
prefeitura,
tornem
e
outros
tais
como
lugares
bem
37
Porque as mulheres têm seu próprio jeito
ainda existem grandes diferenças – não
de trabalharem juntas
somos todo um, único público.
As mulheres frequentemente têm um jeito
de trabalharem juntas diferentes dos homens
As mulheres têm um papel vital na
– um jeito diferente de discutir, interagir,
formação
das
apoiar uma à outra e alcançar consenso.
diferentes
perspectivas
Esse manual ajuda a criar o espaço para que
comunicar que são valiosas nos processos
as mulheres possam trabalhem juntas na
de planejamento e envolvimento público.
definição
Esse manual serve para ajudar as mulheres a
de
suas
prioridades
e
comunidades.
de
serem
claramente
também
comunitário. Ajuda também as mulheres na
algumas maneiras para que os processos de
obtenção do apoio necessário para fazer
planejamento municipal possam mudar de
com que haja mudanças significativas.
forma
a
refletir
um
Sugere
novo
jeito
no
maneiras
têm
preocupações, e fazer com que sejam
ouvidas.
ouvidas
e
Elas
planejamento
de
trabalharem juntos. Através do aprendizado
O que ganham os planejadores e o
de como se envolver, as mulheres ganham
pessoal do governo local?
também a autoconfiança necessária para
estimular
as
mudanças
nas
suas
comunidades.
Os planejadores e o pessoal do governo
local podem se beneficiar das experiências
das mulheres e das suas perspectivas em
- Porque as mulheres constituem um
grupo entre outros
relação aos assuntos do planejamento
comunitário. Como já foi dito acima, as
A distinção entre mulheres/homens/crianças
é mais uma maneira de categorizar os
membros do público. Outros jeitos podem
mulheres trazem uma experiência e uma
compreensão únicas do que realmente
contribui para o bem-estar da comunidade.
ser pela suas histórias (culturas) ou pelo
seus interesses. Esse manual está focalizado
nas perspectivas das mulheres, mas se
reconhece que outros grupos também têm
perspectivas e papeis importantes nos
processos de planejamento. A coisa mais
importante a ser lembrada é que todos os
grupos
têm
diferentes
perspectivas
e
O envolvimento municipal nos processos de
participação comunitária e nos projetos
pode também constituir-se numa maneira de
desenvolver e sustentar um forte apoio da
comunidade. Os residentes ficarão muito
mais conectados e envolvidos com sua
comunidade, e efeitos e impactos positivos
prioridades, e que dentro desses grupos
38
inesperados podem resultar. O sentido de
para gerenciar um processo de planejamento
comunidade
mais amplo ou mesmo alguma decisão que
dos
participantes
será
enriquecido, e um maior entendimento dos
processos
políticos
e
envolva um rezoneamento controverso.
governamentais
também pode ser esperado. Naturalmente,
Os
planejadores
esse tipo de envolvimento conduzirá, de
específicos
forma geral, a um melhor planejamento e
envolvimento das mulheres no planejamento
desenvolvimento das comunidades.
comunitário. Eis alguns dos papeis que eles
em
podem
termos
ter
de
papeis
facilitar
o
podem assumir.
Por essas razões, os vereadores podem se
beneficiar através do encorajamento aos
Planejadores
planejadores para aumentar a participação e
conselheiros
envolvimento das mulheres nos processos
Durante o processo de desenvolver e por em
de planejamento comunitário. Por exemplo,
pratica um projeto comunitário, há diversos
a Câmara de Vereadores poderia requerer
papeis potenciais para os planejadores ou
que os Termos de Referência a do processo
outras pessoas que trabalham no governo
de desenvolvimento ou um plano de uma
local. Esses papéis incluem:
área local incorpore regras para assegurar o
§
envolvimento das mulheres.
como
educadores
e
Explicar o processo de planejamento
municipal,
e
como
a
burocracia
funciona;
§
Participar
no
desenvolvimento
das
estratégias para a obtenção das metas do
projeto
§
Ajudar na determinação dos recursos
que são necessários e como melhor obtê-
Quais é o papel
dos planejadores?
los
§
Esse manual está orientado para projetos
Participar na implementação do projeto
e monitorar o progresso;
específicos e factíveis. A abordagem é pro -
§
Obter informações;
ativa e orientada para projeto, de forma que
§
Obter
os
planejadores
possam
aplicá-lo
em
iniciativas da comunidade de pequena
escala.
Com
algumas
aprovação
e
recursos,
por
exemplo, lugares para as reuniões e
financiamento.
modificações,
entretanto, a abordagem poderá ser usada
39
Planejadores
como
organizadores:
estendendo a mão às mulheres
Quando os planejadores desejam incluir as
perspectivas
das
mulheres,
formal
ou
informalmente, há uma variedade de grupos
e organizações comunitários que podem ser
contactados:
§
Planejadores como facilitadores
Os
planejadores
podem
facilitar
normalmente
a
planejamento.
Antecipando
as
dificuldades experenciadas pelas mulheres e
jovens
famílias
farão
com
que
os
planejadores estejam cientes em como
§
Algumas maneiras através das quais os
planejadores podem facilitar a participação
Os diretores das escolas podem sugerir
nomes de mães ou membros da diretoria
do conselho escolar;
§
Os parques e instalações recreativas
muitas vezes têm sessões para mulheres;
§
Igrejas, sinagogas e outros grupos
religiosos
remover essas barreiras e encorajar a
participação das mulheres.
líderes
Vizinhança, centros comunitários);
mulheres para participar em processo típico
de
as
(inclusive o Clubes de Mães, Casas de
comunitário de várias maneiras. Mas,
entender as barreiras enfrentadas pelas
conhecem
comunitárias e as cidadãs mais ativas
participação das mulheres no planejamento
primeiramente, os planejadores precisam
Agencias de serviço social e ONGs
podem
ter
grupos
para
mulheres;
§
Conselhos das cooperativas de moradia
podem sugerir mulheres participantes
dentre seus membros.
das mulheres incluem:
§
Fazer as reuniões em locais da
comunidade;
§
Fazer as reuniões em horários após o
jantar;
§
Providenciar supervisão para crianças.
40
Como posso me envolver em planejamento comunitário?
Primeiro: saiba o que está sendo planejado para sua comunidade
Usualmente há um Plano Comunitário Oficial (PCO) para a sua área, incluindo planos locais que já foram preparados – esta é uma boa maneira de ficar
sabendo o que irá acontecer com a sua comunidade nos próximos anos. Um PCO contém mapas e as metas gerais para sua comunidade. Você poderá
identificar aviso de re-zoneamento ou desenvolvimento na sua área – telefone para o governo local para saber de detalhes sobre como isso irá afetar seu
bairro.
Segundo: procure saber o que está acontecendo em matéria de planejamento na sua comunidade
Pode ser que haja algum processo de planejamento em andamento na sua comunidade que você estaria interessada em acompanhar e participar. Ou você
pode procurar os vereadores ou planejadores responsáveis pela sua área para tentar colocar o projeto de seu grupo na agenda. Alguns princípios básicos e
fundamentais de planejamento devem ser levados em consideração:
♦ Zoneamento: controla os tipos de usos do solo e atividades permitidos numa área, por exemplo: casa uni-familiares ou edifícios comerciais. Quase
toda área está zoneada para algum uso – em que zona está sua área é importante porque isso irá determinar como a área irá se desenvolver – por
exemplo, sua área presentemente pode ser exclusivamente residencial, mas pode estar zoneada para uso comercial e residencial pelo PCO. O
zoneamento também regulamenta coisas como o tamanho e a altura dos edifícios.
♦ Audiência pública/ Reunião pública para informações: quando estão previstas grandes mudanças em planos e/ou zoneamento para a cidade e a
região é obrigatório haver audiências pública onde as pessoas podem expressar aprovação ou desaprovação sobre as mudanças propostas. Essas
audiências são anunciadas em jornais locais. Você pode ir a essas reuniões e falar à Câmara sobre o assunto – expresse suas preocupações e suas
opiniões sobre os assuntos.
♦ Sessões da Câmara: As sessões da Câmara são regulares – usualmente uma vez por semana – nas segundas à noite na maioria das cidades da British
Columbia. A maioria, mas não todos os assuntos da cidade são tratados nessas reuniões, e ela são abertas ao público. Os vereadores podem se reunir
também em ocasiões especiais em privado para discutir assuntos específicos. Você pode assistir às sessões regulares e fazer uma apresentação para o
seu grupo.
♦ Comitês: a Câmara muitas vezes cria grupos de conselheiros ou comitês de representantes comunitários e negociantes para informar sobre assuntos
específicos. Exemplos incluem: Comitês de Relações Raciais, Terceira Idade e Assuntos referentes a Deficientes. Se você tem um particular interesse
você pode aproximar um vereador e solicitar sua nomeação. Você pode também querer que seu grupo faça uma apresentação durante uma das
reuniões de Comitês.
♦ Grupos de trabalho/Forças tarefa: A Câmara muitas vezes cria grupos de trabalho ou forças-tarefa especiais para lidar com políticas – um exemplo é
a Força Tarefa para Uma Cidade Mais Segura, de Vancouver. Você pode perguntar sobre como se envolver com um grupo de trabalho. Os grupos de
trabalho muitas vezes têm reuniões públicas onde você tem oportunidade de participar. No governo local, você poderá se informar quando a Câmara
se reúne e quais os comitês e os gogos de trabalho que existe.
Envolvendo
Capítulo 2: Definindo
os Fundamentos Básicos
mais
mulheres
no
processo
Não importa se o ponto de partida surge a
Definir
os
fundamentos
básicos
é
a
preocupação nos estágios iniciais de um
projeto. Este capítulo discute como as
mulheres podem se juntar para desenvolver
sua visão e metas para suas comunidades e
tratar dos assuntos e preocupações dessas
comunidades.
aspectos
Também
importantes
considera
os
trabalhar
em
de
conjunto, desenvolvendo uma estrutura para
o
grupo
e
definindo
responsabilidades,
os
tomando
papeis
e
decisões
e
lidando com os conflitos que surjam.
partir de uma preocupação específica,
necessidade especial ou do interesse geral
em planejamento comunitário. O que é
muito importante como próximo passo é
obter o apoio de um maior número de
mulheres.
Quem deve estar envolvido? Como podem
ser essas pessoas convidadas a participar?
Existem muitas questões importantes a
serem consideradas quando desenvolvendo
uma estratégia para envolver as mulheres da
comunidade no processo de planejamento.
O ponto de partida
O ponto de partida para que as
mulheres
se
envolvam
nos
aspectos
Assegurar
uma
participação
diversificada
relacionados ao planejamento comunitário
As mulheres que comungam a preocupação
vão variar de comunidade para comunidade.
que foi identificada devem ser envolvidas.
O ímpeto para se envolver pode surgir de
Da mesma forma, as mulheres que estão
uma conversa com uma vizinha sobre a falta
interessadas em melhorar o bem estar de
de atenção em relação às perspectivas das
suas comunidades devem se envolver. Se o
mulheres no desenvolvimento de um novo
assunto
plano comunitário. Pode surgir de uma
comunidade, é importante que as mulheres
preocupação do Centro das Mulheres local
que representam diferentes perspectivas,
sobre aspectos de segurança da comunidade.
vêm
Ou, pode ainda vir de mulheres que
profissões, e diversos perfis de renda devem
identificam uma necessidade específica da
ser
comunidade, por exemplo, a falta de um
assegurar que o conhecimento e as idéias de
lugar de recreação para as crianças.
tantas mulheres quanto possível sejam
de
afeta
a
muitas
culturas
convidados
a
mulheres
diversas,
participar.
na
diferentes
Isto
irá
incorporadas no processo de planejamento.
v
Ter uma conversa casual com
amigos e vizinhos sobre seus interesses e
preocupações;
v
Iniciar
assuntos
uma
referentes
discussão
ao
sobre
planejamento
comunitário em reuniões do Centro das
Mulheres
ou
outras
organizações
comunitárias;
Identificando possíveis barreiras
v
Um jeito importante de assegurar que todos
centro comunitário convidando as mulheres
que possam estar interessados possam
a comparecerem a uma reunião para discutir
participar é identificar as possíveis barreiras
assuntos relacionados ao planejamento da
para mulheres que tem deficiências, renda
comunidade;
baixa, estejam tomando conta de crianças
v
pequenas, ou para aquelas cujo inglês não é
da comunidade sobre a possibilidade de
a lingua-mãe. Propiciando o cuidado das
escrever um artigo sobre mulheres e o
crianças e pagando as despesas para
planejamento comunitário;
mulheres de baixa renda irá fazer uma
v
grande diferença. Numa comunidade que
origens étnicas e culturais das mulheres na
inclui mulheres de diversos países ou que
comunidade (por exemplo, se houver um
não falem inglês, as mulheres se sentirão
número significante de mulheres envolvidas
mais a vontade se o convite para participar
em um determinado grupo étnico, talvez
for a sua língua materna ou se estiver
possam ser convidadas através de uma
anunciado no seu jornal comunitário ou se
organização local ou jornal).
Colocar cartazes ou notas no
Falar com um repórter do jornal
Pensar
a
respeito
das
diversas
for diretamente feito através de uma casa de
vizinhança ou centro comunitário.
Pensando sobre algumas maneiras de
identificar participantes potenciais
Então,
onde
podem
ser
encontrados
participantes potenciais? Algumas sugestões
incluem:
43
Quando uma reunião é programada, é
importante fazer com que todas as pessoas
Quais outras
se sintam à vontade, bem vindas e
sugestões VOCÊ gostaria
confortáveis.
de dar?
Encorajar
as
interações
informais, propiciar que as mulheres possam
discutir os assuntos em pequenos grupos,
servir refrescos, e propiciar oportunidades
para todo mundo trocar idéias, são atitudes
que contribuem para criar uma atmosfera de
Organizando o grupo
Uma vez que o grupo está formado, mesmo
amizade, convidativa e atraente.
se ele for pequeno, os membros podem
desenvolver uma estratégia para conseguir o
envolvimento
de
mais
mulheres
no
planejamento comunitário. Não é necessário
ter um grupo grande para iniciar o processo.
O grupo iniciador pode trabalhar para trazer
mais participantes. Algumas vezes a energia
e entusiasmo criados pelo trabalho de um
pequeno
grupo
podem
se
tornar
o
catalisador para outras pessoas participarem.
A primeira reunião
Uma boa maneira de começar é através de
reuniões informais. A primeira reunião de
um grupo pode começar em volta de uma
mesa de cozinha ou na sala de uma das
participantes. Se o grupo é razoavelmente
grande, um bom lugar para as reuniões pode
ser o centro comunitário, a biblioteca, a
escola, ou outra facilidade da comunidade
que seja acessível e confortável.
Lista para organizar uma reunião
Ø Os convites, e cartazes com horário e lugar
da
reunião
amplamente
divulgados,
distribuidos e escritos nas linguas
predominantes da comunidade
Ø O local da reunião é convidativo e acessivel
(a pé ou com acesso fácil por transporte
público)
Ø A arrumação do espaço é confortável e
convidativa (as cadeiras colocadas em
círculo ou ao redor de pequenas mesas)
Ø Foram providenciados refrescos, etc
Ø A facilitadora convida toodo mundo a
participar e assegura que ningém ou nenhum
grupo irá dominar as discussões.
Começando a partir das experiências
pequeno, membros podem, individualmente,
das mulheres
assumir trabalhos específicos ou dividir
Quando
se
discutem
os
assuntos,
é
importante que as mulheres presentes na
reunião tenham oportunidade de contar suas
experiências e falar como os assuntos as tem
responsabilidades numa tarefa com um ou
dois outros membros. As decisões podem
ser tomadas de uma maneira relativamente
informal.
influenciado pessoalmente. Uma maneira
Decidindo papéis e responsabilidades
importante de mostrar respeito é ouvindo e
A estrutura do grupo pode promover a
assegurando que todo mundo tenham uma
compreensão e a comunicação clara dos
oportunidade igual de falar.
papéis e responsabilidades dos membros do
grupo. Grupos-tarefa ou comitês podem ser
Reservando tempo para discutir os
formados
de
maneira
a
desenvolver
trabalhos específicos ou categorias de
assuntos
As organizadoras podem estar prontas para
começar a agir sobre os assuntos do
planejamento comunitário. Entretanto, não
necessariamente todas as pessoas estão
prontas para agir. Algumas podem estar
responsabilidades (por exemplo: orçamento
e finanças, comunicações, levantamento de
fundos, etc.).
Deve-se tornar o grupo
querendo começar mais devagar e discutir
oficial/formal?
os assuntos mais em profundidade. Vale a
Um grupo pode operar informalmente ou
pena
primeiras
pode escolher se formalizar como uma
reuniões para explorar a fundo o que as
organização de sociedade civil (ong). A
mulheres pensam sobre aspectos e assuntos
incorporação em uma sociedade formal é
do planejamento comunitário e como elas se
uma vantagem para assegurar fundos para
sentem a respeito de seu envolvimento num
projetos porque confere legitimidade e uma
processo de planejamento. Isto irá servir
base legal para o grupo. Outra maneira que
como uma boa fundação para desenvolver
o planejamento comunitário pode acontecer
as estratégias e ações.
é através da filiação ou parceria com alguma
dispender
tempo
nas
organização comunitária já existente.
Dividindo o trabalho
Como o grupo escolhe a divisão de trabalho
Como decidir?
depende do tamanho do grupo e da
Ë importante para o grupo determinar como
complexidade da tarefa. Se o grupo é
se quer tomas decisões. Tomar decisões por
45
consenso envolve todo mundo no grupo no
processo de tomada de decisões. Este
método, que pode consumir mais tempo do
que o “a maioria decide” assegura que todas
as pessoas sejam ouvidas e todas as
perspectivas
consideradas.
Tomada
de
decisão por consenso requer que todos os
membros do grupo participem igualmente na
ponderação e decisão sobre os assuntos.
Como se dá a facilitação?
A facilitação adequada é crítica para tornar as
reuniões efetivas. Este papel pode ser dividido entre os
Procedimentos para tomada de decisão por
consenso
v O assunto é apresentado pelo facilitador ou
por um membro do grupo
v Os membros informados sobre o assunto o
explicam e começa a discussão
v A concordância pode ser obtida neste ponto e
a decisão tomada. Se, entretanto, há pontos
de vista divergentes, o consenso não é
obtido.
v Uma nova rodad de discussões pode
começar.
v Numa rodada, todas as pessoas comentam
sobre o assunto.
v Numa rodada, ninguém interrompe.
v Cada membro expressa sua opinião sem que
as outras pessoas comentem. As perguntas
podem ser feitas apenas para esclarecimentos
( se algo não ficou claro ou não foi
compreendido)
v O tempo de uma rodada pode ser computado.
Cada membro tem tempo igual para
expressar sua opinião. Igualdade de tempo
ajuda a equalizar a participaçào.
v Quando a rodada termina, a facilitadora
sumariza o que foi dito e esclare em que pé
está a discussão sobre o asssunto.
v Outra rodada pode ser necessária se o
consenso não foi atingido. Entretanto,
diferentes opiniões individuais podem ter
surgido após se ouvir outros pontos de
vista.A facilitadora pode então perguntar se
há concordância sobre o asssunto. Se todas
no grupo estão de acordo, a decisão é
registrada.
v Uma decisão é tomada quando todas estão de
acordo.
membros do grupo. Quando todos os membros
do grupo tiverem tido uma oportunidade de
experimentar esse papel, certamente terão
uma maior apreciação das dificuldades e
desafios enfrentados para estabelecer uma
facilitação efetiva.
46
O papel da facilitadora
O papel da facilitadora, diferente da
presidência do grupo, é controlar o tempo,
encorajando um envolvimento balanceado
dos membros do grupo nas discussões, e
esclarecendo
quando
o
grupo
está
discutindo informações e quando se está
tomando uma decisão. A facilitadora ajuda
no processo de tomada de decisões testa o
consenso e faz pronunciamentos claros da
decisão,
verificando
o
registro
procedimentos.
O que fazer se o consenso falha
A facilitadora do grupo tests o
consesnso, perguntando se todos no
grupo podem viver com a decisão. Se a
resposta é não, o consenso não foi
obtido.
O que fazer? Antes do grupo desistir de
usar o sistema de consenso para decisões
e assumir a regra-da-maioria, há alguns
passos que podem ser considerados:
1. Tentar de novo. Dê tempo às pessoas
para que pensem a resppeito. Recoloque o item na agenda para a
próxima reunião. Pergunte àqueles
que não concordaram com adecisão
para esplicarem melhor as razões de
sua hesitação. Pergunte a eles se uma
nova solução poderia ser encontrada
com a qual todos concordassem.
2. Se ainda assim o consenso não é
obtido, o grupo pode delegar a
decisão a um grupo menor ou um
sub-comitê, para deliberações
posteriores. Este grupo pode assumir
a tomada de decisão.
3. Se tudo isso falhou, o grupo decide
optar pela decisão acatada pela
maioria.
Dividindo a responsabilidade
dos
da facilitação
A facilitação de um grupo algumas vezes
pode ser um papel desafiador e por esta
razão, alguns grupos preferem fazer rotação
da função entre os membros do grupo. Uma
maneira de fazer isso é alfabeticamente,
pelo nome dos participantes. Quando no
papel de facilitadora, você não deve
participar ativamente na discussão, exceto
para esclarecer alguma informação ou para
encorajar a participação igualitária entre
todos os membros do grupo.
Todos
os
membros
dos
grupos
são
responsáveis pela eficiência das reuniões e
em ajudar a facilitadora a desempenhar seu
papel, de forma a tornar o processo de
discussões mais agradável e fácil.
47
variedade de razões, nós simplesmente
Como resolver conflitos?
podemos não entender o que a outra pessoa
O conflito é uma parte natural do processo
está dizendo. Isto pode acontecer devido às
de tomada de decisões. Um conflito é uma
nossos próprios preconceitos, nossa maneira
condição envolvendo pelo menos duas
de ver as coisas ou pode ser porque há
partes, com aliança emocional a diferentes
diferenças culturais ou de linguagem.
pontos de vista. O conflito por si mesmo
Processo para resolver
não é bom ou ruim. É natural que as pessoas
conflitos
tenham
diferentes
perspectivas
sobre
situações e diversos pontos de vista sobre
determinados assuntos. Entretanto, quando o
conflito não é resolvido, pode afetar
adversamente como o grupo trabalha em
conjunto. Por essa razão, é importante para
os grupos aprender a resolver conflitos de
maneira efetiva.
1. Definição
Reconheçimento e definição
v
Revisão do meio ambinete atual
v
Organização da informação
v
Descrição da situaçãoi e revisão dos fatores
v
Especificação do objetivo do que necessitaa
ser obtido
2. Procura
Geração de alternativas
v
Ir além das soluções isto/ou aquilo
v
Identificar as muitas soluções possíveis
v
Definir os critérios para a decisão
v
Avaliar as várias vantagens, desvantagens,
alternativas e conseqüências
3. Decisão
Escolha de uma solução
v
Selecionar a soluçào mais apropriada
v
Determinar os planos de implementação –
quem faz o que quando?
v
Monitorar as tarefas designadas
Fontes de conflito
O conflito pode aparecer através de diversas
fontes. As pessoas têm diferentes valores e
princípios. Temos todas diferentes maneiras
Achando soluções e mantendo um
de ver o mundo, que são modeladas pelas
bom relacionamento
nossas
Então, como se podem superar essas
próprias
experiências
e
nossa
compreensão da realidade.
barreiras e resolver os conflitos de uma
Nossa maneira de reagir às coisas reflete
forma que é respeitosa a todos? Soluções
essas diferenças. Nossas táticas e estratégias
onde
preferidas de como tratar determinados
melhores maneiras de lidar com conflitos e
problemas irão diferir umas da outras. Isto,
manter
também, pode se tornar uma fonte de
métodos
conflito.
conflitos são baseados no princípio de
“todos
um
ganham”
bom
representam
relacionamento.
as
Os
“todos-ganham” para resolver
das
respeito mútuo. Eles estão baseados no
dificuldades na comunicação. Por uma
desejo de trabalhar em conjunto por uma
O
conflito
pode
surgir
também
solução
que
satisfaça
a
todas
as
necessidades e interesses das partes.
Apreciando o trabalho
É muito importante dedicar um tempo para
se dizer, umas às outras, que se está fazendo
um bom trabalho! Eis algumas formas de
fazê-lo:
Ø Dividindo elogios com as outras pessoas ao
final das reuniões. Elogios e apreciações são
afirmações
positivas
reconhecendo
as
contribuições das participantes
Ø Afirmações: as afirmações envolvem os
membros,
individual
ou
grupalmente,
fazendo um pronunciamento que valide a si
mesmos de forma positiva, seu trabalho ou
algo que eles gostariam que acontecesse.
Ø
Celebrações: é importante dedicar
tempo para celebrar o que se conseguiu.
Sumário
Este capítulo identificou alguns importantes
aspectos de como iniciar o trabalho –
Alguns princípios básicos
para se trabalhar em
conjunto
v encorajar a participação inclusiva
v demonstrar respeito pelos
membros do grupo
v desenvolver a estrutura
organizacional do grupo de forma
não-hierárquica
v valorizar o tempo de todo mundo
v assegurar que todos os pontos de
vista sejam ouvidos
v receber e dar informações
v devidir responsabilidades
v escolher projetos factíveis
v divertir-se
encontrando as mulheres que irão participar,
formando o grupo, e aprendendo como
trabalharem juntas de forma efetiva. O
próximo capítulo lida com a próxima fase
de atividades: identificando as necessidades
de aprendizado; obtendo apoio político;
trabalhando com a mídia e começando com
a atividade de planejamento propriamente
dita.
49
Capitulo 3: Partindo
para ação
Aprendendo sobre o governo local
Saber sobre as maneiras como o governo
Agora os aspectos básicos estão constituídos
– o grupo central está organizado e está
começando a ter uma adesão motivada.
local
e
outras
agências
afetam
as
comunidades é essencial para o sucesso do
trabalho do grupo.
Antes de se iniciar o trabalho de ação
propriamente dita, vale a pena tentar
encontrar outras mulheres da comunidade
que queiram se envolver e possam ter
habilidades úteis para oferecer.
Manter bons registros das informações
obtidas, contatos importantes, pessoas que
possam ajudar e documentos que possam ser
úteis aos objetivos do grupo é um trabalho
essencial. Se os documentos estão bem
Este é também uma hora adequada para que
o grupo aprenda alguns fatos básicos sobre
planejamento, como ele pode afetar a
organizados, será mais fácil para os
membros do grupo achar informações que
possam precisar no futuro.
comunidade e como as pessoas podem
participar. As próximas seções oferecem
sugestões sobre tópicos em que você esteja
interessada em aprender algo e maneiras de
como proceder.
Ganhando apoio político
Pode ser uma boa idéia avisar a Câmara
com antecedência no inicio do processo
sobre a existência do grupo e seu interesse
na comunidade. Duas ações específicas que
Colhendo informações e fazendo
contatos
Se um membro do grupo tem uma boa
compreensão de qualquer dos tópicos
abaixo descritos, essa pessoa poderá liderar
uma sessão de treinamento. Os membros do
grupo podem ter um contato externo que
possa vir voluntariamente ensiná-los a
respeito de um determinado assunto. Ou
aconselhamento pode ser procurado na
biblioteca local, no centro comunitário ou
podem ser interessantes para desenvolver e
manter apoio político são:
v
Contactar quaisquer oficiais eleitos
que morem na comunidade e que estejam
interessados em apoiar o projeto. Convidálos para participarem de uma das reuniões.
Manifestar
apreciação
por
qualquer
interesse ou apoio que eles porventura
expressem
v
Contactar a Câmara e mantê-la
informada do trabalho do grupo através de
cartas que possam ser incorporadas ao
na casa de vizinhança.
50
arquivo oficial. Este é um registro público,
de forma que serve também para manter o
público em geral sempre informado da
iniciativa do grupo, encorajando seu apoio.
O que procurar ou o que perguntar
Faça muitas perguntas de forma a conseguir que as forças que controlam sua
comunidade se desmistifiquem. Uma boa fonte de informações é o pessoal da
prefeitura. Algumas perguntas-chave para fazer ao seu governo local são:
v
Quem são atualmente os oficiais eleitos, qual é sua afiliação política, e quanto
duram seus mandatos?
v
Como o governo local está organizado? Se há um organograma do governo
local, tente obter uma cópia. Aprenda sobre os vários departamentos municipais ou
agencias e suas responsabilidades – especialmente o departamento de planejamento.
v
Como poderá o grupo comunicar seus interesses à Câmara ou ao
departamento pertinente?
v
Como a Câmara toma decisões? Existem conselhos de assessoria, comitês,
comissões ou grupos de trabalho que possam ser relevantes ao projeto do grupo?
Eles tem representantes dos cidadãos?
v
Quais são outras agencias regionais ou locais que são importantes para o
projeto? (por exemplo: o Conselho de Educação, Parques e Recreação, Conselho das
Bibliotecas, Associações Comunitárias, Departamento de Saúde Pública)
v
Quais seriam as politicas públicas que eventualmente poderiam apoiar os
objetivos do projeto do grupo? (por exemplo: sobre segurança, cuidado com
crianças, reciclagem)
v
Quais seriam as agencias federais ou estaduais que poderiam
eventualmente afetar a vida na comunidade?
51
sete etapas de planejamento. Esse modelo
Aprendendo sobre a mídia
foi desenvolvido por um planejador e
Um jornalista local pode estar interessado
professor (Peter Boothroyd) que após
em comparecer a uma das reuniões do grupo
trabalhar
para falar sobre como a mídia funciona e as
comunidades, achou que muita energia era
melhores formas de interagir com pessoal de
perdida quando os grupos re-inventavam
jornais, rádios ou televisão. Uma jornalista
maneiras de planejar em conjunto. Ele
que escreva sobre assuntos municipais ou
achou que, desenvolvendo as 7 etapas,
sobre assuntos referentes à mulher poderia
poderia ajudar os grupos a não desperdiçar
ser uma boa candidata.
um monte de tempo e salvar energia –
muitos
anos
com
diferentes
energia que é necessária para executar o
Conseguindo o apoio da
mídia
projeto em si. Esperamos que vocês achem
esse modelo útil.
O apoio da mídia é um instrumento-chave para
tornar o projeto um sucesso, e para extender a
influência do trabalho do grupo. A publicidade via
imprensa, radio ou televisão a cabo pode ajudar a:
v educar uma maior audiência sobre os
benefícios do projeto e a importância dos seus
objetivos
v atrair participantes ao projeto que
poderiam não ter sido identificados de outras
maneiras
v estimular uma maior participação no
projeto na medida que ele evolui
v criar um meio ambiente positivo e
receptivo para levantamento de fundos
v ganhar reconhecimento entre os
participantes e na comunidade em geral
v fortalecer o potencial para a continuidade
do projeto
As 7 Etapas são:
Escolhendo o primeiro projeto
*
*
*
*
Agora que o grupo já obteve as informações
*
5.
Agrupar as possibilidades em
Opções
*
6. Avaliação dos pros e cons de cada
opção
*
7. Decisão sobre a opção a ser adotada
sobre a comunidade e fez os primeiros
contatos
importantes
coma
prefeitura,
chegou à hora de escolher e planejar o
1. Definir a Tarefa a planejar
2. Identificar as Metas
3. Relacionar os Fatos
4. Gerar Possibilidades para ações
concretas
primeiro projeto. A seção seguinte define
um processo que tem sido bastante útil em
todos os processos de planejamento – as
52
Adicionalmente, podemos explorar algumas
ser a TAREFA com a qual se vai trabalhar.
idéias em como o grupo poderá utilizar as 7
Desta forma, todas as vezes que houver
etapas.
descrições
alguma confusão ou dúvida ou mesmo
simplificadas são sugestões de como o
quando novas pessoas se juntam ao grupo,
grupo pode trabalhar com as 7 etapas.
os
Adicionou-se a cada etapa uma seção
TAREFA acordada no papel e focar as
descrevendo exemplos de um grupo de
pessoas novamente. É claro que a TAREFA
mulheres
pode ser revista ou revisitada se for
As
seguintes
planejando
um
projeto
comunitário. Para seguir essas etapas, é
membros
podem
apontar
para
a
necessário.
necessário um local (sala), um bloco de
Em nosso grupo comunitário, nós
tivemos uma rodada entre os
participantes e a facilitadora perguntou
a cada pessoa o que ele achava que o
grupo deveria fazer. A maioria das
pessoas achou-se pronta a embarcar na
fase de planejar um projeto específico.
Escrevemos na nossa cartolina que:
“Nossa TAREFA foi planejar um
projeto para nossa comunidade”.
papel para cartaz e canetas, e alguém para
atuar
como
facilitador
do
grupo
(possivelmente uma participante do grupo
ou uma pessoa de fora).
COLOCAR SÍMBOLOS PARA CADA
ETAPA
1. Definindo a TAREFA que o grupo irá
2. Identificando as METAS do grupo
planejar
Achou-se que é muito importante decidir
como grupo a TAREFA com a qual o grupo
está interessado a trabalhar. Quer se
trabalhar em definir um projeto? Quer se
organizar um processo de planejamento
comunitário? Quer se organizar um grupo
comunitário? Todas essas TAREFAS são
muito diferentes – e é importante que todo
mundo tenha uma mesma idéia sobre o quê
o grupo está fazendo. O jeito mais fácil de
fazer
isso
é
designar
alguém
como
facilitador – ou se há recursos - trazer um
facilitador para trabalhar com o grupo.
Também é uma boa idéia ter um bloco de
papel para escrever as idéias das pessoas e
registrar o que o grupo finalmente decide
Todas
as
comunidades
têm
pessoas
diferentes, que tem diferentes METAS para
si mesmas e para suas comunidades. Isso é
especialmente
verdadeiro
para
as
comunidades no Canadá, onde muitas
pessoas não têm vivido em seus bairros há
muito tempo – muitas vezes vindo de países
e culturas diferentes. Todos viemos de
diferentes lugares e precisamos entender
melhor nossas diferentes METAS antes de
começar a planejar projetos em conjunto.
Esta etapa é uma boa maneira de identificar
quais são as diferentes necessidades e
experiências das pessoas. Dessa forma, os
desentendimentos e as diferenças podem ser
discutidos no começo do processo. Para ter
53
certeza de que todo mundo foi ouvido e
chegar à conclusão de que é mais simples
todas as METAS respeitadas, é muito
ter uma facilitadora que conduza o grupo
importante nesta altura ter uma pessoa
através dos dois estágios de identificação
agindo como facilitadora. O ponto é que o
dos FATOS –.
grupo não precisa estar de acordo ou ter
as
consenso sobre uma grande meta, mas sim
Fraquezas/vulnerabilidades da comunidade,
reconhecer que haverá uma GRANDE
bem como as Oportunidades e as Ameaças
VARIEDADE DE METAS no grupo.
externas à comunidade. Esta é a chamada
Essas metas tornar-se-ão critérios para
Análise FOFA.
Forças/predicados
e
as
selecionar o projeto final do grupo (veja
etapa 6).
Um exemplo de um exercício de análise
FOFA que foi usado em nossa comunidade
As METAS de todas as pessoas devem ser
escritas numa cartolina – METAS
semelhantes podem ser agrupadas.
terminou com quatro folhas de cartolina
listando
os
seguintes
FATOS
da
comunidade:
Por exemplo, os membros de nossa
comunidade identificaram as seguintes
METAS para o projeto:
v
um projeto factível economicamente
v um projeto que atenda a diferentes
grupos culturais
v um projeto que possa ser realizado em
três meses
v um projeto que crie empregos para a
comunidade
v um projeto para as crianças…
FORÇAS
Nós (comunidade das mulheres)
Espaço comunitário disponível na escola
Um vereador local que ofereceu apoio
FRAQUEZAS
Pouco dinheiro
Falta de diversidade no grupo
OPORTUNIDADES
Câmara oferecendo apoio
3. Lista dos FATOS relevantes
Nesta etapa deve-se lidar com todos os fatos
que foram coletados sobre a comunidade.
Haverá uma grande quantidade de novos
FATOS dentro do próprio grupo – as
Interesse da mídia local
AMEAÇAS
Redução do orçamento para as escolas
comunitárias
Redução do orçamento para moradia social
informações que já foram publicadas podem
estar superadas e necessariamente nunca
incluem tudo que as pessoas sabem. Para
manter as coisas sob controle, pode-se
4. Gerando muitas POSSIBILIDADES
de ação
Está etapa é divertida e envolve todo mundo
pensando,
de
forma
relaxada,
sobre
54
possibilidades de projetos que possam
os
atender
metas da comunidade. A
comunitário para reuniões, um programa de
facilitadora deve assegurar que quando uma
re-treinamento para as mulheres do bairro,
POSSIBILIDADE
por
um centro para atender pessoas em crise,
alguém no grupo não haja críticas –
pintar os tanques de petróleo da fábrica no
simplesmente que alguém mencione outra
bairro, expandir o Programa de Supervisão
possibilidade imediatamente. Dessa forma,
de Quarteirão, melhorar as ligações com o
todo mundo se sente confortável e seguro
transporte
em explorar quaisquer idéias diferentes e o
programa de chaves de trinco, iluminação
grupo se tornará realmente criativo.
pública, um centro de reciclagem…
às
é
mencionada
Uma maneira de realizar essa etapa é usar
cinco
anos,
público,
um
espaço
desenvolver
um
5. Agrupando as possibilidades como
o que se chama Exercício de Visualização:
v
próximos
OPÇÕES
cada pessoa escreve num pedaço
É importante agrupar as OPÇÕES para que
de papel algumas palavras ou faz um
o grupo possa lidar com todas as idéias. Isto
desenho esquemático sobre como elas
também assegura que as idéias que tem
gostariam que fosse a comunidade dentro
relação com outras coisas fora das METAS
de cinco anos
sejam eliminadas – por exemplo, o grupo
v
logo em seguida, cada pessoa
pode deixar de lado idéias sobre formar um
completa a seguinte frase com suas próprias
novo grupo quando estiver no processo de
palavras: “Eu dôo à minha comunidade um
começar um projeto.
(a)……”
v
então, as pessoas se dividem em
O
grupo
examina
a
lista
de
grupos menores e conversam sobre suas
POSSIBILIDADES da etapa quatro e as
doações de idéias
organiza – idéias que não estão de acordo
v
em seguida, o grupo volta a se
com a TAREFA de planejamento do projeto
reunir como um todo e lista suas doações ou
comunitário são postas de lado.
POSSIBILIDADES para a comunidade.
Nosso grupo comunitário agrupou juntas
suas
POSSIBILIDADES
Por exemplo, as POSSIBILIDADES que as
OPÇÕES:
mulheres na nossa comunidade pensaram
SEGURANÇA MELHOR
foram:
Travessias de pedestres
Travessias de pedestre, a comunidade
Iluminação pública
nas
seguintes
necessita de uma pesquisa, um plano para
55
Expansão do Programa de Supervisão de
Quarteirão
6. AVALIÇÃO dos prós e cons de cada
opção
Este estágio é onde se traz de volta a etapa
MAIS ESPAÇOS COMUNITÄRIOS
dois – METAS – de volta. O grupo, com a
Um espaço para reuniões da comunidade
ajuda de uma facilitadora, lista os prós e
Um centro de crises
cons de cada grupo de opções. Esses prós e
Um centro de reciclagem
cons são baseados até certo ponto, na lista
Pintar os tanques de petróleo da fábrica do
de METAS que eram importantes para os
bairro
membros da comunidade.
Uma forma de fazer isto é organizar uma
MELHOR TRANSPORTE PÜBLICO
tabela com as OPÇÕES listadas em um lado
Melhoria das ligações de transportes
e as METAS marcadas na linha
coletivos
superior. Preencher, então, cada quadrado
MAIS SERVIÇOS SOCIAIS
com um número de 1 a 4 (isto é, dando peso
Desenvolver um programa de chaves de
aos quatro projetos assinalando 1 ao projeto
trinco
mais distante da meta e 4 ao projeto mais
Um programa de treinamento das mulheres
próximo da META).Veja Modelo nos
do bairro
Anexos
7. DECISÃO sobre a opção a ser
O grupo pode também colocar de lado
adotada
algumas possibilidades para outra TAREFA
A decisão do grupo será baseada no
de
resultado da etapa seis, até certo ponto.
planejamento
porque
elas
não
representam POSSIBILIDADES de projeto:
Talvez
o
grupo
tenha
uma
maneira
específica de decidir. Pode ser através do
PLANEJAMENTO COMUNITÁRIO
método de consenso ou alguma forma de
CONTÍNUO: uma comunidade
votação. Qualquer que seja a decisão, o
necessita pesquisa e novo
grupo deve estar de acordo e satisfeito com
plano de cinco anos para a
a maneira adotada. A facilitadora deverá
comunidade.
verificar com cada membro do grupo,
assegurando-se de que todo grupo está de
acordo.
56
Organizando o apoio para o projeto
Incorporando os planejadores e pessoal
da municipalidade ao grupo
Organizando os primeiros contatos
Agora é o momento de o grupo se reunir
v uma curta apresentação sobre a
comunidade pode ser um bom
início para as conversações
v as mulheres da comunidade e os
planejadores podem formar pares
e discutir questões sobre seus
trabalhos, onde moram, seu
interesse no grupo, etc.
v após conversar com as pessoas
em pares, as mulhres do grupo e
os planejadores podem introduzir
uns aos outros para todo o grupo.
com o pessoal do governo local – eles
podem ser planejadores, engenheiros ou as
pessoas que trabalham nas áreas envolvidas.
Se o seu projeto é iniciado pelo seu grupo
comunitário, é provável que você precise
solicitar a participação do pessoal em base
de voluntariado, ou buscar apoio político de
forma a ter pessoas designadas para
trabalhar em seu projeto. Portanto, encontrar
os planejadores para serem envolvidos no
processo e projeto vai depender de algumas
Trabalhando juntos
medidas
A
básicas
para
alcançar
os
primeira
vez
que
as
mulheres
e
planejadores se juntam será necessário dar
participantes potenciais:
v distribuir material escrito, de forma
algum
clara e simples, sobre seus objetivos;
conhecerem.
v após a distribuição do material por
Os planejadores podem passar ao grupo
escrito, estabelecer contato por telefone
informações sobre iniciativas anteriores de
ou pessoalmente (preferível). Explique
planejamento
seus objetivos, o tempo envolvido, e os
programas em andamento. Vocês devem
benefícios potenciais;
perguntar
v quando
tentem
fazendo
saber
planejadores
accessíveis,
suas
quais
que
consultas,
seriam
os
seriam
mais
interessados
ou
tempo
para
e
aos
as
outras
pessoas
iniciativas
planejadores
sobre
se
ou
as
maneiras através das quais o grupo pode se
envolver nessas iniciativas.
Parte da reunião deve ser voltada a discutir
simpatizantes aos seus objetivos;
as necessidades da comunidade do ponto de
v utilize-se da rede de conhecidos para
vista de vocês. As necessidades listadas nas
obter nomes de outros planejadores que
reuniões anteriores devem ser discutidas nos
eventualmente estariam dispostos a se
seguintes termos:
envolver no projeto.
57
v a praticabilidade das várias idéias –
quão fácil ou difícil será conseguir
implementá-las;
v
as implicações políticas;
v
tempo e esforço necessários;
v
custo monetário;
v
quem deve se envolver com a
municipalidade.
O grupo pode considerar em dividir-se em
subgrupos
necessidades
para
discutir
a
se
houver
um
lista
de
número
significativo de assuntos. Cada subgrupo
deve incluir um planejador e mulheres da
comunidade
de
tal
forma
que
comungadas. Se forem usados sub-grupos,
deve haver previsão de tempo para o grupo
todo se reunir ao final e conversar sobre os
resultados das conversas nos sub-grupos. Os
participantes podem querer tomar notas para
ajudar a estabelecer prioridades e fazer
escolhas sobre em que necessidade(s) se
quer focar.
Envolvendo a comunidade
As reuniões iniciais sobre as necessidades
da comunidade produzem um bom retrato
de que projeto os participantes acham
mas
não
mais gerais devem ser organizadas por
categorias de necessidades, mostrando o
número de pessoas que as sugeriram, de
forma a ter uma idéia das prioridades da
comunidade.
Os
planejadores
e
o
pessoal
da
municipalidade também podem discutir com
colegas na prefeitura de forma a explorar
mais a fundo as questões de praticabilidade,
etc.
o
conhecimento e as perspectivas possam ser
importantes,
As idéias reunidas através de indagações
necessariamente
identificam as prioridades dos residentes da
comunidade que não foram envolvidos.
Também é importante que o projeto tenha
Mantendo a trajetória
Deste ponto em diante a equipe toda do
projeto (ou os sub-grupos que se tiverem
formado ao redor de assuntos específicos)
deve se encontrar regularmente para:
v verificar como as pessoas estão
desenvolvendo suas tarefas;
v trocar informações;
v atualizar a lista de contatos, com
telefones, etc.;
v pedir assistência de pessoas no grupo
cujas habilidades ou conhecimentos
pode se estar necessitando;
v coordenar as comunicações entre as
pessoas;
v estar de acordo sobre eventuais
mudanças nas ações onde mudanças
forem necessárias baseadas em novos
fatos ou eventos inesperados;
v mudar abordagens que não estejam
dando certo com outras que possam
obter melhores resultados;
v manter o nível de energia do grupo e
apoiar-se mutuamente.
uma base sólida de apoio na comunidade
para obter apoio político.
58
O maior resultado para o grupo deve ser o
Como indagar sobre necessidades mais
abrangentes da comunidade
v
pergunte a amigos, membros da
família e vizinhos sobre suas opiniões sobre
a lista de necessidades gerada pelo grupo;
v
contate grupos organizados na
comunidade com a questão: “o que você
gostaria/necessita na comunidade?”
v
coloque um quiosque num
parque, numa ou outros eventos
comunitários com membros do grupo
(inclusive planejadores) para conversar com
a comunidade.
desenvolvimento de uma equipe dedicada
de mulheres da comunidade, que disponham
do conhecimento necessário para:
Mesmo que um grande esforço tenha sido
colocado no plano inicial, isto não significa
que não haverá mudanças ao longo do
tempo – muito pelo contrário. O projeto
precisa se adaptar tanto às mudanças das
circunstâncias externas e novos fatos, como
aos novos aprendizados gerados pelos
participantes.
v
avaliar
as
necessidades
da
comunidade;
v
envolver outras pessoas;
v
se aproximar dos planejadores
municipais com confiança;
v
arranjar e estimular apoio na
comunidade;
v
planejar
realisticamente
pela
implementação de projetos;
v
identificar os recursos necessários;
v
galvanizar a opinião pública;
v
desenvolver habilidade política para
incluir as necessidades na agenda municipal.
Uma vez implementado o primeiro projeto,
você deverão ter o apoio necessário para
continuar seu envolvimento. Portanto, a
conclusão do primeiro projeto é o tempo
certo para iniciar outro projeto.
Sustentando o espírito comunitário
O valor desses processos para a comunidade
e
o
planejamento
comunitário
é,
ultimamente, estabelecer uma equipe de
mulheres dedicadas e habilidosas que
monitorem as necessidades da comunidade
e sirvam de catalisadoras para ter essas
necessidades atendidas. O tempo e energia
que vocês investem devem se pagar não só
Divertindo-se enquanto se trabalha no
em termos de projetos implementados, mas
projeto
na construção do espírito comunitário,
Em reconhecimento do precioso tempo que
através da participação no desenvolvimento
as mulheres estão dedicando ao grupo, é
da comunidade.
muito importante que elas também se
59
divirtam no processo. O que faz o processo
divertido é:
v
ter um grupo de participantes cheio
de energia e cooperativo;
v
dispender tempo juntas para se
conhecer mutuamente, com algumas
atividades sociais, algumas sessões para
cozinhar e comer juntamente, e algumas
oportunidades estruturadas de trocar e
discutir idéias e valores;
v ser visíveis para que outros membros
da comunidade se tornem cientes do que o
grupo está fazendo;
v ir à comunidade para avaliar as
necessidades, trocar informações e ter um
retorno. ESTABELER UMA REDE DE
CONTATOS PODE SER DIVERTIDO!
v
ter chance em cada reunião de trocar
informação sobre o que aconteceu no
projeto desde a última reunião. Discutir as
conquistas e frustrações de forma a criar
um espírito de grupo;
v
Mas o ato de trazer e dividir alguma
comida em cada reunião é muito
importante.
v
é impossível super-enfatizar o papel
da comida. Ela não precisa ser cara ou
sofisticada – frutas e chazinhos de ervas
podem ser tão satisfatórios quanto tortas
sofisticadas e um monte de cafeína. Mas o
ato de trazer e dividir alguma comida em
cada reunião é muito importante. quanto
tortas sofisticadas e um monte de cafeína.
Celebrando o trabalho
Normalmente tendemos a esperar até o final
do trabalho para comemorar. Mas as
celebrações são importantes a cada estágio
do trabalho. Celebramos quando obtemos
fundos quando conseguimos publicar um
artigo no jornal…quando formamos os subgrupos de trabalho…quando completamos
um
plano
de
ação
com
voluntários
designados para desenvolver as diversas
partes do plano…quando obtemos uma
resposta
favorável
QUALQUER
da
conquista,
prefeitura
mesmo
.
que
pequena, é uma ocasião para celebrar, para
reconhecer, para apreciar, para se ficar
encantada, para honrar e demonstrar estima
umas às outras e ao trabalho em si.
Pequenas celebrações podem assumir a
forma de salva de palmas, brinde de
guaraná, refeições em conjunto, troféus de
trabalho,
mensagens
camisetas
de
com
apreço,
símbolos
e
cartas
de
agradecimento, etc. Grandes celebrações
podem ser eventos comunitários, festas,
cerimoniais, e inaugurações de projetos
especiais.
60
Conclusão
Este manual reúne os passos iniciais,
básicos para começar e implementar um
projeto
cujo
necessidades
planejamento
das
mulheres
tem
em
as
vista.
Esperamos que ele seja o iniciador de uma
Aqui está uma receita que tende a ser
sempre apreciada por todo mundo:
série
de
iniciativas
de
planejamento
comunitário pelas e para as mulheres.
As bolachinhas secretas de chocolate
da Susan
2 xícaras de margarina
1 e ½ xícaras de açucar mascavo
2 ovos
2 colheres de sopa de fermento em pó
2 colheres de sopa de vanila
2 e ¼ de xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de pedacinhos de chocolate amargo
]ozes se gostar
Misture os ingredientes na ordem acima, mexendo
bem após a adição de cada um. Coloque a massa em
bocados numa forma untada ou em papel especial
(bolachas pequenas são melhores para reuniões, pois
duram mais e as pessoas se sentem mais virtuosas se
comem duas bolachinas pequenas do que uma ou duas
grandes) e coloque no forno por 9-10 minutos, a 180200 graus Celsius. Se elas parecerem um pouco
macias demais, está bem. Quando esfriam, por fora
ficam mais crocantes, e por dentro mais macias. Esta
receita deve dar para uma reuniào de até 12 pessoas.
Fonte:
Texto adaptado do Grupo “Planning
Ourselves in”
Social Planning and Reasearch
Council
(SPARC) of British Columbia
106-2182 West 12th Avenue
Vancouver BC V6K 2N4
Canadá
61
Biomapas Comunitários
O Processo de Elaboração Passo-aPasso
Biomapas Comunitários
O Processo de Elaboração
Passo-a-Passo
O objetivo da oficina de biomapas é
introduzir
aos
participantes
das
comunidades e aos planejadores locais a
técnica
de
elaboração
de
mapas
comunitários. Os mapas deverão mostrar
claramente o conhecimento que a
comunidade tem de seu meio ambiente e, ao
mesmo tempo, aumentar o empoderamento
de seus membros através da inserção do
conhecimento local nos processos de
planejamento,
implementação
e
monitoramento. Isto deverá melhorar a
eficiência e efetividade do planejamento a
nível local, possibilitando que sejam
desenvolvidas soluções para problemas
locais, que sejam implementadas e
monitoradas a nível local e, ao mesmo
tempo, criar um mecanismo através do qual
assuntos de maior abrangência ou escopo
possam ser identificados e soluçõe possíveis
ou potenciais possam ser vislumbradas.
Através do uso dessa técnica, a capacidade
local de lidar com os problemas e gerar
soluções, será aumentada, assim como a
capacidade de identificar as oportunidades
para inovações a nível local, etc. Da mesma
forma, os canais de comunicação entre a
comunidade
e os planejadores serão
aprofundados, e será mais fácil identificar
soluções para os problemas que sejam
práticas, fáceis de serem implementadas e
que terão o apoio das comunidades locais.
É necessário pelo menos um dia para
preparação da oficina, para reunir materiais,
convidar os participantes, produzir o mapabase, estabelecer as datas e horários. O
grupo ideal para o mapeamento deverá ser
composto por alguns planejadores e as
pessoas que trabalham diretamente com a
geração de mapas para a comunidade (e que,
normalmente, não tem contato direto com as
pessoas) e mais ou menos 20 membros da
comunidade. A oficina de biomapas poderá
acontecer durante dois dias, o primeiro dia
sendo
utilizado
para
explicar
as
técnicas,organizar as informações e iniciar
o mapeamento, e o segundo dia sendo sua
continuação com detalhes maiores, preparo
da cópia final e discussão sobre futuras
possibilidades. Após os dois dias da oficina,
sugere-se uma reunião geral da comunidade
para apresentação dos mapas e discussão
das possibilidades futuras geradas pelo
resultado dos mapas. Um representante da
comunidade e um representande do governo
local deverão ser escolhidos para servir
como contatos para os membros da
comunidade e para serem responsáveis pela
atualização mensal dos mapas. Os mapas
acabados poderão ser laminados ou
protegidos com plástico para melhor
manuseio e conservação, e colocados em
local onde sejam facilmente visíveis e
acessíveis para o uso por membros da
comunidade e planejadores (por exemplo,
na entrada da prefitura, nas escolas, etc.).
Alguma regras para a organização da oficina
deverão ser estabelecidas e devem incluir os
seguintes princípios:
o Todo
participante
respeitado,
sendo
deverá
valioso
ser
todo
conhecimento dos participantes
o Todos deverão tratar a todos com o
mesmo respeito, e a todos os
participantes deverá ser dada a
chance de falar livremente.
Para se realizar a oficina, são necessarios
os seguintes materiais:
o Mapa-base da área, mostrando as
características básicas disponíveis
(topografia, córregos, edificações,
etc)
Símbolos para representar os pontos a
as suas experiências, o que elas esperam
serem assinalados no mapeamento
deste processo. Utilizar a matriz abaixo e
o Lápis de cor, canetas hidrográficas
registrar a informação sobre cada particiante
o Canetas pretas, réguas, papel com
para ser usada posteriormente no documento
o
que acompanha os mapas.
linhas para escrever listas
o Câmara fotográfica e caderneta para
tomar notas sobre cada foto
o Durex, cola, tesouras, etc.
Passo Três
Discussão geral e revisão
o Papel para registrar o progresso do
•
processo, reflexões, observações, etc.
Qual é a meta ao se fazer este
mapeamento?
Agenda da oficina
Passo Um
Explicação do que um mapa bioregional é,
•
Quais são os objetivos?
•
Quais são as opções?
•
Como essas opções poderão
ajudar a alcançar a meta e os
como deverá ajudar no planejamento,
comunicação
e
aprendizado
sobre
a
comunidade.
Nome
Proce-
Experiência
dência
Relevante
Expectativas
objetivos?
•
Quais são as decisões?
•
Levar o plano adiante.
Passo Quatro – Mapeamento
O mapeamento pode ser elaborado por
grupos de 5 a 10 pessoas trabalhando em
conjunto com um planejador/facilitador, no
mesmo mapa. A primeira coisa a ser feita no
mapeamento
é
registrar
todas
as
informações conhecidas, começando com
Passo Dois
aquelas mais fáceis e concretas. Passa-se
Explicação sobre a participação no processo
então ao conhecimento perceptivo e à
- regras, tempo necessário, possibilidades
conscientizacão
para futuros projetos, como os mapas serão
variar de participante para participante.
usados e para quem estarão disponíveis após
Após o desenvolvimento dessa fase, é uma
o
os
boa hora para se caminhar pela comunidade
particiantes. De onde vêm as pessoas, quais
e conseguir mais informaçãoes, tirar fotos se
processo.
Introdução
de
todos
histórica,
que
poderão
64
possível. Finalmente, mapear os planos
casa, os materiais utilizados na construção,
futuros, sugestões, etc.
quando foi construída, tirar uma foto, etc.
A lista abaixo é uma lista de possíveis temas
Ruas – escrever os nomes das ruas onde
que poderão ser mapeados em uma dada
possível. Colocar setas fortes para indicar as
comunidade
direções das ruas mais movimentadas, e
•
casa,
setas menores onde o trânsito é menor, e
negócios, ruas, riachos, parques, serviços,
assinalr com pontinhos onde há muito pouco
etc
trânsito. Que tipo de trânsito é esse? Usar
•
Características
Percepção
físicas
e
–
conscientização
ambiental – áreas que são atraentes,
símbolos
para
carros,
motocicletas,
bicicletas, pedestres, etc.
seguras, perigosas, sujas, limpas, quietas,
Negócios – marcar com lápis laranja todos
barulhentas, etc
•
Documentação histórica – como
os locais onde são realizadas
transações
foram todas as coisa acima descritas no
econômicas e numerá-los. Usar símbolos
passado? Como elas mudaram?
para mostrar diferentes tipos de negócios.
•
Planos futuros – quais são os atuais
Use uma lista paraindicar o tipo de negócio,
foram
quem trabalha ali, de onde vem os
mapeadas? Quais as áreas que precisam
fregueses, há quanto tempo o negócio está
ser protegidas? Melhoradas? Quais são os
estabelecido,
possíveis lugares para futuras atividades?
possível, tirar uma foto. Fazer uma lista de
planos
para
as
coisas
que
quando
está
aberto.
Se
todos os tipos de negócios que não existem
Segue abaixo alguns exemplos para ilustrar
na área. Marcar os lugares onde poderia
o que foi descrito acima, em um mapa, e
haver potencial para novos negócios com
que tipo de informação seria interesante
uma cor laranja mais viva e um símbolo do
incluir no mapa:
tipo de negócio e numerá-los.
Casas – colorir de marron as casas e
Serviços – Marcar todos os locais onde há
numerá-las. Usar uma lista para mostrar
serviços com amarelo e numerá-los. Usar
quem mora onde, com respectivos números,
uma lista para mostrar que tipo de serviço,
quantas pessoas têm a família, por quanto
horas de funcionamento, a quem atende,
tempo elas moram ali. Se possível incluir
quaisquer problemas que se saiba a respeito,
também comentários sobre as condições da
etc. Exemplos de símbolos extras que
podem ser utilizados – escolas, postos de
65
saúde,
público,
polícia,
bombeiros,
biblioteca,
correio,
transporte
marcada com verde claro. Poderá incluir
telefone
exemplos de animais – para corpos d’água:
público, lugar de encontros, etc. Esta
há peixes ? Que tipos?
categoria poderá ser mais específica ainda,
para incluir outros itens, tais como serviços
Outras características naturais podem ser
de atendimento à mulher etc., se for o caso.
colocadas no mapa – mostrar onde estão os
morros, vales, rios (e sua direção). Usar
Comunicações – marcar todos os lugares
preto para marcar linhas de altitudes,
com roxo e numerá-los – usar símbolos para
direção do fluxo das águas de chuva. Marcar
telefones
e
áreas onde o esgoto desemboca nas águas de
e
rios com pontos vermelhos, numerá-las e
mensagens são afixados, localização de
descrever na lista do meio ambiente. Marcar
membros de conselhos, lugares de encontros
as
informais. Usar círculo roxo claro para
intransitáveis e assinalá-las com vermelho,
indicar áreas que precisam instalação de
tirar fotos se possível. Marcar as áreas que
comunicação
pontos
têm acúmulo de lixo da mesma forma.
interessantes para a localização de novos
Marcar áreas possíveis para latas de lixo.
equipamentos para telephones, cartazes, etc.
Marcar áreas onde o solo é instável com
públicos
quebrados),
lugar
–
(funcionando
onde
marcar
cartazes
os
áreas
das
estradas
que
ficam
hachuras.Marcar as áreas onde as pessoas
Meio Ambiente – colorir todas as áreas
têm hortas em casa com um símbolo verde e
naturais com verde, e todos os corpos
numerá-las. Usar uma lista para descrever o
d’agua com azul. Adicionar os nomes
que eles plantam, o que fazem com as
quando
verdures, etc.
conhecidos.
Marcar
lugares
especiais com uma estrela dourada e
numerá-los. Usar uma lista para descrever
Marcar
porque esses lugares são especiais, quem os
colocados bancos para descansar, observar a
utiliza,
paisagem, etc. e pintar um “X” de rosa.
etc.
Marcar
os
lugares
os
pontos
onde
poderim
ser
problemáticos, com uma marca vermelha e
numerá-los. Usar uma lista para descrever
os problemas, quais são as possivies causas
– qual poderia ser uma solução? Mostrar os
parques com símbolos específicos, locais
que necessitam de um parque podem ser
apontados, descritos, e localização potencial
Usar cinza para colorir as áreas que sejam
perigosas, marcar com um símbolo e
numerá-las. Usar uma lista para mostrar a
que horas do dia o lugar é perigoso,
porque, etc. Marcar os lugares para onde
as pessoas possam ir caso se sintam em
perigo ou precisem de ajuda com um
símbolo
66
Usar amarelo para colorir as áreas onde há
negócios e as áreas naturais. Uma outra
iluminação pública à noite. Marcar outras
poderá ser usada para marcar os serviços, e
áreas onde iluminação seria necessária para
outra ainda para segurança. Você poderá
que as pessoas se sentissem mais seguras.
também decidir fazer um mapa sobre um
assunto específico, como por exemplo,
•
Considere que se é difícil mostrar
assuntos relativos à saúde, probelmas
todas as coisas em um mapa, uma página-
específicos detetados pela comunidade,
mapa separada pode ser utilizada para cada
aspectos especiais e importantes , etc.
categoria. Por exemplo, uma página-mapa
pode ser usada para localizar as casas, os
“ Nós abusamos da terra porque a vemos
como um recurso que nos pertence.
Quando virmos a terra como uma
comunidade a que pertencemos, talvez
comecemos a utiliza-la com amor e
respeito. “ Aldo Leopold
MAPEAMENTO BIOREGIONAL
INFORMAÇÃO PARA FACILITADORES
MAPEANDO ÁREAS INDIVIDUAIS
O mapeamento a nivel de bairros envolve
experiência direta com uma área onde está
somente a nivel de suas atividades diarias
localizada uma comunidade (ou várias
mas tambem a longo prazo, sobre as
comunidades) – um levantamento que pode
atividades que se realizam na área. Este tipo
ser feito a partir de medições, observações,
de mapeamento e a aquisição de dados a ele
experiências). O propósito desse tipo de
associada, poderia ser realizado pelos
mapeamento
residentes, a quem podem ser ensinadas
é
entender
melhor
as
interrelações e a natureza dinâmica da área
tecnicas
simples
onde vive a comunidade. A posse desse
monitoração de diversas atividades ou
conhecimento habilitará os residentes dessa
fenômenos físiográficos, como por exemplo,
comunidade a tomar melhores decisões, não
a coleta de águas pluviais em superficies
impermeáveis
para
(telhados
avaliação
e
e
pavimentos)
assim como algumas tecnicas básicas para
medição de erosão do solo, estabilidade de
67
encostas, etc. O mapeamento a nivel de
Esse tipo de mapeamento preocupa-se com
bairros poderá tornar um individuo mais
a documentação da interrelação existente
consciente das relações com outros bairros
entre o meio ambiente e as atividades
e/ou regiões, em um nivel mais amplo de
humanas, para criar uma imagem das
entendimento das interelacões
sociais,
condições existentes, um registro de um
geográficas, econômicas, etc., que poderá
período de tempo extenso, e possivelmente
ser conhecida ou denominada como uma
tambem criar uma ferramenta para elaborar
bioregião.
uma
ou
mais
visões
do
futuro
da
comunidade. Mapas bioregionais podem
ser usados como uma linha-base de
informação sobre uma área, de modo que
MAPEAMENTO BIOREGIONAL
quando uma mudança ocorrer, esta poderá
Os mapas criados por cientistas e técnicos
ser medida e monitorada com precisão.
são
como
Devido ao fato que mapas bioregionais são
documentos “com autoridade”; todavia, eles
baratos de se produzir e fáceis de serem
não são as únicas fontes de informações
atualizados, eles são ideais para registrar
válidas sobre um determinado lugar. A
mudanças
criação de mapas a nível comunitário é uma
comunidades
prática
recursos financeiros para monitoramentos
amplamente
reconhecidos
correntemente
comunidades
na
utilizada
Inglaterra,
entre
Europa,
durante
que
o
não
tempo
em
disponham
de
técnicos.
Austrália, Estados Unidos e Canada.
Tecnologia
Reconhecer oficialmente o conhecimento
Acessível
para
o
Empoderamento de Comunidades
de pessoas que vivem em um lugar é uma
mapeamento
O mapeamento bioregional está menos
bioregional. Esse tipo de mapeamento
relacionado com o com o ensinamento de
baseia-se no conhecimento existente dos
abilidades para se tornar um cartógrafo
membros da comunidade, assim como
experiente do que com o crescimento e
permite a eles coletar novas informações e
desenvolvimento da comunidade. Todos os
consolidá-las com diversas informações de
segmentos da comunidade podem ser
modo a formar uma imagem mais concisa e
envolvidos no processo de mapeamento
completa da comunidade onde vivem.
bioregional:
proposta
essencial
do
jovens,
idosos,
mulheres,
criancas. Embora sendo um documento
acurado, é essencial que as técnicas usadas
68
para criar os mapas envolvam os membros
para o futuro. O mapeamento bioregional
da comunidade de modo que eles tenham
não
um senso de propriedade dos mapas, ou
expectativas dos membros da comunidade
seja,
em relação à realização de certas ações, mas
técnicas
fáceis
de
serem
sim
compreendidas e utilizadas por todos.
está
vinculado
objetiva
o
ao
estímulo
reconhecimento
de
das
condições existentes, e chama a atenção
O uso de métodos efetivos e sistemáticos
para áreas onde mudanças positivas possam
para a participação da comunidade, e a
ser estimuladas e/ou facilitadas. Isto pode,
revisão dos fatos mostrados nos mapas antes
muitas vezes, incluir áreas onde uma maior
do término dos mesmos, assegurará que os
participação da comunidade -ao assumir
mapas sejam bastante acurados e que
atitudes de responsabilidade - fica realçada
poderão ser facilmente convertidos para o
como um benefício para a comunidade que
formato digital, se assim for desejado. A
pode
participação contínua e entusiástica dos
significa também que opções de mudanças e
membros da comunidade contribuirá para o
desenvolvimento originadas por membros
estabelecimento
de
da comunidade podem ser igualmente
a
estimuladas e valorizadas, ao invés de
participar
simplesmente se realçar e valorizar as áreas
para
com
de
desenvolvimento
comunidade
e
que
deseja
Oportunidades
implementação
de
ambientais
socialmente
e
visão
sustentavel
pode
ativamente.
uma
planos
a
econômicos,
justos
dessa
ferramenta
mudanças
problemas,
positivas.
ou
que
Isto
necessitem
assistência de planejadores, consultores, etc.
são
facilitados pela adesão e apropriacão pela
comunidade
trazer
Níveis de Participação Comunitária
de
desenvolvimento comunitário.
Existem diferentes maneiras através das
quais
o
processo
de
mapeamento
O mapeamento bioregional é relativamente
bioregional pode ser implementado. A
simples, e cria um mecanismo com um
participação dos membros da comunidade
grande potencial organizational. Através da
pode variar de uma forma de consulta à
consolidação de uma grande quantidade de
participação integral na criação dos mapas.
informacões sobre aspectos biofísicos e
As formas abaixo descritas são sugestões
culturais em um único formato, tanto a
para diferentes processos de mapeamentos
conscientização da comunidade quanto a
de
dos planejadores locais/regionais pode ser
comunidade, em suas diversas capacidades:
envolvimento
dos
membros
da
estimulada em relação à busca de direções
69
1 - Consulta – os mapas são criados por
especialistas ou planejadores, de uma forma
O Mapeamento BioRegional em um
isolada ou em cooperação com outros
Contexto Específico
especialistas. Os membros da comunidade
são envolvidos em consultas com os
No
caso
de
especialistas
de
especifica,
um
informações,
mas
forma
a
não
fornecer
participando
uma
área/comunidade
primeiro
exercício
de
implementacão dessa técnica, é sugerida
uma estratégia de participação entre No. 2 e
ativamente na criação dos mapas.
No. 3. É muito importante que os membros
2 - Participativo e cooperativo – os mapas
da comunidade sintam que estão ativamente
são
ou
envolvidos na criação do mapas e de um
planejadores, em cooperação com membros
futuro atlas, inclusive participando de
da
da
decisões sobre o que deverá ser mapeado.
comunidade e especialistas, participam na
Entende-se tambem que os mapas deverão
coleta de dados e na sua representção nos
prover
mapas. Este processo é muitas vezes
especifico e portanto, a supervisão de um
dirigido por um especialista, num papel
especialista é considerada de grande valia.
mais de facilitador.
Além disso, uma vez que os especialistas
criados
por
comunidade.
especialistas
Ambos,
membros
possuem
informações
uma
sobre
grande
quantidade
de
informações
são criados pelos membros da comunidade,
especificos da área, eles podem ser de
que consultam especialistas e planejadores
grande
mas não são dirigidos por eles. Os membros
fornecendo informações e conhecimentos
da
nas
para os membros da comunidade. Deste
decisões sobre quais os aspectos a serem
modo, as relações entre especialistas e
mapeados,
membros
comunidade
e
estão
envolvidos
decidirão
quais
são
as
da
para
sobre
tema
3 - Participativo e autodirigido – os mapas
valia
sobre
um
o
comunidade
aspectos
mapeamento,
podem
ser
informações de maior valor a serem
reforçadas, resultando em um processo de
incluídas nos mapas. Este método é o mais
decisão mais apoiado pela comunidade.
representativo
dos
sentimentos
dos
membros da comunidade sobre um lugar
A participação mediada da comunidade na
específico, mas eventualmente podem não
consolidação de informações sobre a área,
fornecer todas as informações desejadas,
envolvendo varios membros da prefeitura,
caso os mapas tenham sido comissionados
estimula a inclusão de outras atividades que
para um propósito especifico.
podem
contribuir
grandemente
na
70
elaboração do atlas, por exemplo, narrativas
culturais dentro da comunidade. É possivel
orais, mapeamento de violência doméstica,
que dois mapas sejam criados para cada
falta de infraestrutura, etc., facilitando a
área, cada um em uma das duas escalas
coleta e disseminacão da informação. Os
acima.
mapas deverão trazer informações de todas
as atividades existentes da prefeitura, assim
2. Identificando as categorias a serem
como dos membros da comunidade, e
mapeadas
documentos de arquivos, relatórios, outros
Há
mapas, etc.
uma
grande
gama
de
lugares/atividades/recursos/problemas
possiveis
de
serem
mapeados,
e
é
Informação para o Facilitador/Treinador:
importante tentar identificar aqueles que são
Criando Mapas BioRegionais
de maior importância para a comunidade.
Um processo participativo poderá ser
1. Criando o mapa básico
utilizado para se atingir tal objetivo.
Esta etapa envolve a identificação das
Possiveis
fronteiras fisicas que são relavantes para as
incluem, mas não são limitados a:
finalidades do mapeamento ou do atlas.
Introducão
Deve-se determinar uma escala apropriada
Descrição do Projeto e Termos do Mapa de
de modo a poder-se elaborar um mapa
Referência – Esta é a introdução ao atlas e
simplificado
apresenta o índice, assim como o propósito
mostrando
caracteristicas
tópicos
a
serem
mapeados
identificáveis do solo (grandes rios, lagos,
e reconhecimentos.
estradas, cidades, etc). O mapa básico deve
Série Biofisica:
incluir o simbolo para o Norte (seta), um
Chave de Localização – Este mapa dará ao
pequeno
símbolo
leitor uma idéia de como a área se posiciona
identificável (a ser consistente em todo o
no contexto local, regional e nacional. Pode
atlas) e uma escala. Por exemplo, para uma
tambem representar população e área.
área/região
Geologia – Pode mostrar caracteristicas
bloco
com
envolvendo
um
atividades
de
ecoturismo, sugere-se dois mapas básicos. O
superficiais
e
do
estrato
rochoso,
primeiro será um mapa em escala 1:8000
dependendo da importância do local.
para mapear as trilhas, aspectos biofisicos,
Solos – Pode mostrar os tipos, distribuição,
etc. O segundo será um mapa em escala
potencial agricultural, etc.
1:12000 para mapear os aspectos sociais e
71
Topografia – Demonstra o perfil fisico da
Insetos - Demonstra espécies principais,
área , elevações e formações do solo
espécies sob risco, padrões de migração,
interessantes.
habitat e cadeia alimentar numa extensão
Hidrologia
–
Pode
demonstrar
historica e presente (se conhecida), espécies
caracteristicas tais como rios, lagos, rios
ameaçadas e em extinção, etc.
formados durantes tempestades, áreas de
Ecosistemas
inundação, estações de monitoração de
variações em ecosistemas dentro da área
vazão,
Desastres Naturais Potenciais – Mostra
descargas
comuns,
precipitação
–
Demonstra
pluviométrica, origem dos nomes de rios /
diferentes
lagos, etc.
inundação, incêndio, etc.) e indica a
Hidrologia/Intervenção Humana – Este
ocorrencia historica
item demonstraria como as caracteristicas
futuros.
hidrologicas são modificadas pelas pessoas.
Pontos Criticos para Qualidade Ambiental
Inclue reservatórios, represasa, estações
– Demonstra os tipos e localizações de
hidroelétricas, poços, contaminação, etc.
fontes pontuais e não pontuais de poluição.
Clima
Tambem
–
informação
Demostra
sobre
variações
variações
locais,
sazonais,
tipos
quaisquer
(terremoto,
indica
vulcão,
assim como riscos
disputas
ambientais
existentes e degradação de habitats, etc.
mudanças no clima global, etc.
Series Sócio-Culturais:
Flora Terrestre e Aquática – Demonstra
Locais
espécies principais, espécies sob risco numa
Demonstra quaisquer assentamentos nativos
extensão historica e presente (se conhecida)
conhecidos,
espécies ameaçadas e em extinção, etc.
arqueológicas foram descobertas, etc.
Fauna Terrestre e Aquática – Demonstra
Historia e Cultura – Pode ser uma serie de
espécies principais, espécies sob risco,
mapas demonstrando diferentes periodos na
padrões de migração, habitat e cadeia
historia da area e da cidade. Os mapas
alimentar
poderiam
numa
extensão
historica
e
Arqueológicos
áreas
Conhecidos
onde
discutir
–
evidências
importantes
presente (se conhecida), espécies ameaçadas
personalidades, papéis historicos, eventos,
e em extinção, etc.
lugares, deesnvolvimento de atividades
Avifauna – Pássaros – Demonstra espécies
economicas,
principais, espécies sob risco, padrões de
mudanças
migração, habitat e cadeia alimentar numa
intfraestrutura, etc.
extensão historica e presente (se conhecida),
Fronteiras Politicas – Este item poderia
espécies ameaçadas e em extinção, etc.
delinear as fronteiras politicas existentes
comercio,
no
tempo,
agricultura,
construção
de
inclusive as municipais, estaduais, etc.
72
Poderia tambem mostrar as tendencias
a formal e pode realçar as mudanças com
eleitorais, etc.
outras
Demografia (geral) – Poderia mostra a
principais empregadores, etc.
população historica e presente, relação
Infraestrutura/Transporte
–
idade/sexo, nivies saláriais, educação e
demostraria
de
outros itens estatisticos relacionados a
existentes,
população,
inclusive
transportes e mercadorias transportadas, etc.
imigração,
estatisticas
saude,
emigração,
comparativas
de
areas,
influxo
de
conexões
empregados,
Este
mapa
transporte
comunicações,
tipos
de
Infraestrutura/Energia – Este mapa poderia
outras areas, etc.
demonstrar linhas de transmissão, tipos de
Demografia (assuntos de gênero) – Poderia
energia utilizadas e padrão de consumo
demonstrar
(gas, etc) assim como quaisquer assuntos
presentes
as
em
tendencias
assuntos
historicas
especificos
e
de
relevantes de conservação.
gênero, incluindo assuntos importantes para
Infraestrutura/Agua,
homens e mulheres especificamente. Este
Solidos – Este mapa poderia mostrar
tópico poderia se relacionar a salários, horas
estações de tratamento de esgoto e água,
diárias trabalhadas, serviços existentes,
fontes e encanamentos de água, depósitos
saude, violência doméstica, etc.
de lixo, centros de reciclagem.
Principais Desenvolvimentos Economicos e
Infraestrutura/Parques e Areas Protegidas
Culturais – Poderia demonstrar assuntos
– Este mapa demonstraria a localização de
economicos passados, atuais e futuros.
parques e áreas protegidas, tendencias no
Incluiria a localização de industrias, o
uso, areas candidatas a futura designação.
estabelecimento
como
Poderia tambem mostrar trilhas, uso de
escolas e centros culturais, festivais, figuras
trilhas e areas onde trabalhos de restauração
historicas importantes, etc.
sejam
Principais Centros de Poder – Este mapa
executados, etc.
poderia indicar os padrões de posse de
Conclusão – Este mapa poderia prover um
propriedades ou empregos, historica e
breve sumario do conteudo do atlas, uma
presentemente,
e
indicação da opinião dos participantes sobre
assuntos
o processo assim como sugestões para
privadas,
e
de
instituições
jurisdições
quaisquer
publicas
outros
reevantes.
necessarios
Liquido
ou
e
Dejetos
estejam
sendo
trabalhos futuros ou uso do atlas.
Economia – Poderia ser uma série de mapas
especificos mostrando a gama de atividades
Os tópicos sobre os mapas acima descritos
economicas importantes na area. Pode
são destinados a servir de guia apenas.
representar tanto a economia informal como
Escolha
os
tópicos
que
sejam
mais
73
mapas.
grupo, e deve ser evitada a ‘categorização ‘
Embora a escolha do tópico dos mapas será
dos particiantes de acordo com suas
de algum modo restringida pela informação
habilidades, assegurnado a todos uma
disponível, um tópico potencial não deveria
igualdade de chance para contribuir em
ser eliminado com base na falta de recursos.
todos os aspectos relacionados à elaboração
É importante tambem mapear onde as
dos
informações estão faltando, com o objetivo
concordar, entretanto, em assumir papéis e
de
responsabilidades específicos.
apropriados
ao
propósito
demonstrar
a
dos
necessidade
de
mapas.
Os
particiantes
podem
documentação ulterior e para fornecer
quaisquer informações disponiveis de modo
5. Coleta de Dados
claro.
Os dador podem ser obtidos através de
3.
Criando os grupos para cada
vários meios. Uma grande variedade de
informacões deverá estar disponível na sala
mapa
de recursos do mapeamento bioregional,
Grupos de mapas podem ser criados de
mas os grupos podem/devem procurar
vários
interesse,
outras informações complementares onde
escolha
quer que estejam disponíveis. Informações
modos,
disponibilidade
aleatória.
Para
baseados
de
em
tempo
que
os
ou
participantes
sobre
os
assuntos
podem
variar
em
aprendam tanto quanto possivel com o
abrangência, de dados gerais até dados
processo, sugere-se que cada grupo tenha
específicos de lugares, sendo ambos muito
pessoas com diferentes idades, gênero e
valiosos. Tanto quanto provenientes de
habilidades.
fontes disponíveis, os dados podem ser
obtidos através de observação, de pesquisa
4.
Estratégias de Grupo
de dados primários (tais como o uso de GPS
para o mapeamento de trilhas, ou mesmo
Ao se criar mapas dentro de um grupo, é
perguntando aos residentes sobre a história
importante realizar uma discussão em grupo
do local, etc). Os participantes não devem se
sobre o propósito de um determinado mapa,
preocupar com o fato de que os mesmos
quais são os elementos importantes, assim
dados estejam sendo utilizados para a
como uma sessão de chuva de idéias,
elaboração
estilos, etc. (o modelo de sete etapas pode
sobreposição é bastante comum, uma vez
ser utilizado aqui). Deve ser enfatizada a
que todas as coisas estão essencialmente
igualdade entre todos os participantes do
interelacionadas, e tudo que aparece mais do
de
mapas
diferentes.
A
74
que uma vez no atlas será mais realçado, o
os vejam, e como estejam contribuindo para
que irá beneficiar os mapas. Da mesma
aumentar o conhecimento de todos os
forma,
membros da comunidade sobre os temas e
essa
sobreposição
reforca
o
interelacionamento natural de todas as coisa,
informacões registradas.
e realça como vários fatores afetam uns aos
outros.
6. Representação visual
Há muitas maneiras de se representar os
dados nos mapas, inclusive em forma de
textos, gráficos, tabelas, símbolos, figuras,
artes, etc. Muitas técnicas diferentes podem
se utilizadas em conjunto em um só mapa,
de
forma
surpreendentes.
a
produzir
Os
resultados
participantes
não
precisam ficar preocupados com o nível de
“profissionalizacão” dos mapas, mas sim
sobre quão bem eles estejam contando a
história de um lugar específico ou de um
determinado assunto, quão fácilmente eles
sejam compreensíveis para que todos os que
75
Captação de Recursos
às instituições ou pessoas doadoras. Estas
Captação de Recursos
A primeira idéia que vem à mente das
pessoas quando se pensa em captação de
recursos é a de se trata de captação de
são as etapas a serem percorridas, todas
imprescindíveis para quem tem a direção de
uma organização não-governamental.
dinheiro. Muito embora a questão financeira
A captação de recursos financeiros, salvo as
seja sempre o carro-chefe das tarefas
exceções, ainda está sendo desenvolvida no
negociativas de qualquer organização, a
Brasil de forma amadorística. Na realidade,
ciência de buscar recursos envolve, ou pode
a preocupação com a formação de recursos
envolver
não,
humanos especializados na angariação de
dinheiro, tecnologias, cessão de pessoal
recursos financeiros ainda é muito recente e
qualificado, equipamentos, infra-estrutura,
somente agora está dando os seus primeiros
etc.
passos. Basta ver que somente agora
–
simultaneamente
ou
Várias são as fontes originais de recursos:
governo
municipal,
governo
estadual,
governo federal, estatais, bancos, empresas
começaram a surgir nas Universidades e nas
escolas de administração do País oferta de
cursos específicos no terceiro setor.
financiamento,
Nos Estados Unidos, por exemplo, para a
fundações e institutos privados, nacionais e
promoção do desenvolvimento social, existe
internacionais.
um vasto universo de profissionais treinados
privadas,
agências
de
No Brasil, a prática da responsabilidade
social, está sendo cada vez mais difundida e
praticada.
Cerca
de
dez
milhões
de
brasileiros e brasileiras estão realizando
serviços voluntários de assistência social.
Estudos realizados pelo Ministério do
Planejamento, através do IPEA, mostram
e instituições capacitadas em captação de
recursos. As técnicas utilidades para esta
atividade, que no idioma inglês denomina-se
"fund raising", foram desenvolvidas desde o
início do século XX. Já em 1920, os Estados
Unidos começaram a ter cursos superiores
de administração neste campo.
empresas
Anualmente, é realizado neste país um
brasileiras, participam ou exercem alguma
congresso internacional de captadores de
ação social.
recursos, evento que permite a troca de
que
mais
da
metade
das
Identificar fontes de financiamento, elaborar
boas
propostas,
obter
recursos
para
viabilizar as obras sociais, implantar de
forma eficiente os projetos e prestar contas
experiências, informações e a difusão de
novas tecnologias. Este encontro, que reúne
gente de todo o mundo, é organizado pela
Association of Fundraising Professionals -
AFP, instituição norte-americana fundada
objetivo de apoiar o Terceiro Setor na
em 1935.
construção de uma sociedade melhor.
Pesquisa realizada pela Universidade norte-
Instituições públicas, bancos, fundações e
americana John Hopkins e pelo Instituto
empresas privadas, no Brasil e no exterior,
Superior de Estudos da Religião - ISER,
dispõem-se a financiar projetos sociais. O
concluiu que o terceiro setor brasileiro,
sucesso na obtenção dos recursos vai
apesar das dificuldades encontradas, já
depender, fundamentalmente, da qualidade
movimenta 20 bilhões de reais, a cada ano, e
dos projetos e da competência com que é
gera 1,5 milhões de empregos, em um
executado o processo de negociação. É
universo de 250.000 organizações não-
imprescindível,
governamentais.
propostas estejam adequadas às prioridades
Custódio Pereira, em seu livro intitulado
obviamente,
que
as
dos financiadores.
Captação de Recursos, enfatiza os desafios
Clareza quanto ao foco do público-alvo,
enfrentados pelas organizações brasileiras
metas bem definidas, riqueza dos materiais
sem fins lucrativos para obter dinheiro que
informativos,
lhes permitam desenvolver o trabalho social.
contatos, referências anteriores, filosofia
Segundo ele, "tendo em vista que qualquer
forma de captação de recursos passa pelo
doador, seja ele pessoa física ou jurídica,
imagem
positiva,
bons
altruísta e os bons valores da entidade
solicitante serão os grandes aliados para o
êxito na captação dos recursos financeiros.
deve-se ter em mente que para levar o
Outro
doador a tomar a decisão de contribuir para
continuação do sucesso na angariação de
uma causa ou organização é preciso
doações dependerá da satisfação ao doador,
sensibilizá-lo, convencê-lo da necessidade e
através do envio de relatórios e informações
da importância de sua contribuição. E para
sistemáticas dos resultados da aplicação dos
convencê-lo, é preciso conhecer os fatores
recursos. É necessário explicar e mostrar
que podem motivá-lo a doar e influir em sua
claramente os efeitos positivos dos projetos
decisão de contribuir para uma causa".
em andamento e os já concluídos.
No Brasil, foi criada a Associação Brasileira
Isto
de Captadores de Recursos - ABCR
responsabilidade da entidade solicitante,
(www.abcr.com.br ) , que tem como missão
fazendo com que aumentem as chances de
promover, desenvolver e regulamentar a
manutenção e crescimento da obtenção de
atividade de captação de recursos, com o
recursos. Os financiadores e doadores
ingrediente
proporciona
essencial
para
transparência
a
e
78
querem e merecem a devida prestação de
No mercado brasileiro, algumas empresas e
contas. Afinal de contas, eles demonstraram
instituições estão se especializando na
acreditar
elaboração de projetos sociais e/ou na
na
causa
e
na
lisura
da
negociação dos recursos junto a fontes
administração da entidade.
A tarefa de buscar financiamentos exige,
doadoras, nacionais e internacionais.
portanto, competência e técnicas próprias.
Captação de Recursos: um meio para se
Quem procura captar recursos para uma
atingir sua missão
organização não governamental, sem fins
lucrativos, deve preparar-se
de
forma
profissional. Quem procura recursos não
pode apresentar-se como quem busca
caridade, e sim como representante de uma
entidade que irá utilizar o dinheiro e o apoio
recebido de forma eficiente e responsável.
Compensa ler o que dizia o estadista norteamericano Benjamin Franklin, sobre a
melhor política para arrecadar fundos.
Convém prestar atenção ao seu pensamento,
por ser tão atual nos tempos de hoje como
foi no ano de 1750.
Dissertando sobre a maneira mais efetiva de
obter doações para uma boa causa, Franklin
disse: “Meu conselho é que ao solicitar
donativos você principie por aqueles que
você tem certeza que farão uma doação, por
menor que seja. Em seguida, peça àqueles
sobre os quais você não tem certeza de que
darão alguma coisa, mas apresentando-lhes
a lista do que já contribuíram. Finalmente,
não descarte aqueles que você tem certeza
de que não contribuirão com nada, porque
em alguns casos você estará equivocado”.
E agora, o que fazer? Esta é a pergunta que
várias organizações da sociedade civil se
fazem diante do decréscimo das verbas
governamentais, dos recursos internacionais
provenientes de fundações ou agências e do
aumento de demanda por prestação de
serviços aos quais estão sendo submetidos.
No sentido de levarem adiante sua missão e
conseguirem se destacar pela qualidade de
suas realizações, as instituições sem fins
lucrativos sabem que precisam conseguir
um equilíbrio financeiro que lhes permita
manter a confiança da comunidade na
execução de seus serviços.
É importante que ao solicitar uma doação
tenha-se claro que esta será destinada a uma
causa de valor e que se trata de uma
oportunidade de investimento com ganhos
sociais, sem o menor demérito para o
solicitador ou para a instituição. O doador
deverá ser envolvido com a instituição e
com o sucesso da missão. Dentro dos
projetos
existentes
na
instituição,
é
importante descobrir quais possuem uma
maior identidade com as motivações do
79
doador. Será feito um acordo onde a
ausência desta poderá diminuir a integridade
instituição se compromete a respeitar a
da instituição e, portanto, a confiança da
destinação da doação conforme a finalidade
comunidade na execução dos serviços
do doador. Os recursos solicitados para a
prestados.
realização dos projetos deverão ser o meio
para levar adiante a missão da instituição.
Não alterar ou não desviar sua missão, ação,
política
e
programa
pelo
fato
das
diretamente
organizações receberem doação de alguma
relacionado ao sucesso de bem administrar a
fonte em especial, consiste num princípio
organização, inclusive do ponto de vista da
fundamental na captação de recursos. A
boa gestão financeira. As pessoas querem
missão de uma entidade sem fins lucrativos
contribuir confiantes que sua doação será
está além dos desejos de um potencial
bem
financiador.
Captar
recursos
gerida.
está
Para
tanto,
orçamentos,
objetivos e justificativas do pedido deverão
ser bem elaborados e entregues ao potencial
O Papel da Comunicação na Captação de
doador. Além disso, é importante lembrar
Recursos
aos
doadores,
que
contribuições
à
instituições sem fins lucrativos de utilidade
A captação de recursos (fundraising) é um
pública, poderão gerar isenções fiscais (33%
dos maiores desafios que as organizações do
de
não
terceiro setor enfrentam na atualidade. Com
para
empresas
a crescente escassez de recursos e o
financeiras).
Atualmente,
muitas
aumento da competitividade para obter
organizações
estão
abatimento
financeiras
e
para
43%
empresas
a
fundos, as organizações se vêem, cada vez
profissionalização e a institucionalização da
mais, obrigadas a aprimorar e inovar nas
captação de recursos e, nesse caminho,
formas
começam a se questionar sobre os princípios
Grande parte do sucesso nas atividades de
que norteiam uma captação de recursos
fundraising depende do relacionamento que
ética. Sugere-se discutir internamente que
se estabelece com os doadores Os potenciais
tipos de fontes de financiamento não
doadores são pessoas ou instituições que
conflitam com a missão da instituição. Esta
geralmente compartilham com a missão,
análise deverá ser feita antes do início da
valores e objetivos gerais da organização e
campanha para evitar divisões internas e
podem estar dispostos a contribuir para a
problemas
realização de atividades ou projetos por ela
entre
os
buscando
financiadores,
os
captadores de recursos e a instituição. A
de
captação
de
recursos.
desenvolvidos.
80
Independentemente de quais sejam esses
folders, boletins ou jornais. O cuidado na
potenciais
elaboração
doadores
(pessoas
físicas,
desses
materiais
é
muito
organizações públicas, privadas, do terceiro
importante porque os mesmos transmitem
setor ou agências multilaterais), é certo que
uma imagem da organização para os
uma campanha de captação de recursos
diferentes públicos que podem vir a ter
exige cuidados com a comunicação que se
interesse
na
organização(stakeholders).
estabelece com cada um desses públicos, o
que pode ser facilitado quando se elabora
Antes de iniciar uma campanha de captação
um
de recursos é interessante que a organização
plano
de
comunicação
adequado.
desenvolva um material institucional que
Os esforços de comunicação da organização
apresente de forma clara os objetivos e a
devem ter o propósito de aumentar a
lógica (razão de ser) da organização e as
consciência dos potenciais doadores sobre a
razões pelas quais o possível apoiador
organização, suas atividades e, o que é
poderia oferecer seus recursos. Dispor de
fundamental, os problemas que a entidade
um material impresso formal é importante
procura solucionar através de suas ações.
porque transmite confiança ao leitor e ainda
confere um ar mais profissional à campanha
Como a maior parte das pessoas ou
ou à entidade. Este material, que pode ser
instituições que apóiam uma organização do
um folheto ou uma brochura, precisa
terceiro setor tem valores e opiniões comuns
comunicar o objetivo da captação de
sobre
ou
recursos de maneira persuasiva, de tal modo
ambientais, é fundamental que a entidade
que "toque" tanto o coração quanto a mente
desenvolva programas de comunicação que
do público (doadores, financiadores ou
propiciem um clima favorável para doações
voluntários). O material precisa ilustrar de
e,
o
que modo os recursos captados poderão ser
ao
causas
sociais,
mesmo
tempo,
econômicas
favoreçam
estabelecimento
de
relacionamentos
utilizados para que a organização continue
duradouros
estes
atores
e/ou amplie suas atividades com vistas a
com
sociais.
alcançar
sua
missão.
Uma organização pode utilizar diferentes
meios de comunicação para se relacionar
Este material pode ser utilizado junto aos
com seus públicos (contatos pessoais,
potenciais doadores e como meio de
cartas, telefonemas, e-mails ou website) e,
divulgação da entidade e seus programas
geralmente,
materiais
junto a órgãos de imprensa, por exemplo.
institucionais como folhetos, brochuras,
Ao divulgar suas ações a organização pode
dispõe
de
81
publicidade
1. Introdução com o propósito de despertar
importantes, aumentando ou fortalecendo
interesse para a organização, seus desafios e
conquistar
seus
espaços
esforços
de
de
fundraising.
A elaboração de um simples folheto muitas
os problemas que a mesma procura
solucionar
vezes pode dar mais trabalho do que se
poderia pensar à primeira vista, pois pode
2. Relevância da organização no contexto
gerar discussões internas na organização
social e regional
sobre o conteúdo, a melhor linguagem, o
formato, o design e o tamanho do
3. Breve histórico da organização
documento. É claro que a participação de
destacando sucessos do passado
todos é importante na elaboração do
material, mas é bom lembrar que nem
4. Aspectos de destaque da organização e
sempre é possível obter consenso absoluto
seus programas/serviços
sobre todos os aspectos envolvidos. O
emprego de um roteiro simples, como o
5. Desafios atuais da entidade demonstrando
apresentado a seguir, pode ser útil no
que os mesmos foram devidamente
processo
de
institucional
doações:
elaboração
para
uma
do
material
campanha
avaliados
de
6. Lógica da campanha, demonstrando que a
mesma resulta de um processo de
planejamento
7. Explicação sobre como os recursos serão
empregados e importância dos mesmos para
o sucesso da iniciativa
8. Papel que a doação pode ter na solução
dos problemas sociais visados
9. Apelo final para que efetue a doação
10. Instruções para realizar a doação
82
Nove Princípios para a Captação de Recursos
1. Não se deve partir do princípio de que as organizações merecem receber apoio, mas sim de que o
apoio deve ser conquistado. Quaisquer que sejam as realizações e projetos que a organização execute,
é necessário provar para os que a apoiam e a comunidade o valor e a eficiência de seus esforços.
2. A obtenção exitosa de fundos não ocorre por acaso, mas, ao contrário, deve-se ao esforço árduo por
parte de indivíduos devidamente preparados para realizá-la. A captação de recursos requer
planejamento, pesquisa e estratégia.
3. A captação de recursos não é apenas obtenção de dinheiro, mas sim estabelecer e gerenciar
relacionamentos com pessoas e organizações que podem ter interesse na sua organização.
4. As pessoas não doam recursos sem que haja uma razão. É necessário solicitá-los.
5. Apenas solicitar recursos é insuficiente. Por melhor, valiosa e eficiente que uma entidade seja, as
pessoas darão recursos apenas se estiverem convencidas de fazê-lo.
6. Não aguarde um momento "oportuno" para captar recursos. Solicite recursos assim que você
apresentar sua organização e seu plano para um possível doador. Caso não consiga, tente descobrir a
razão da objeção e tente contorná-la, ou aceite a negativa e siga adiante.
7. Muitas vezes os diretores que têm êxito na obtenção de fundos não os solicitam diretamente, mas
convencem outros para que os obtenham.
8. Você não pode decidir captar recursos hoje e recaptá-los amanhã. A recaptação exige tempo e
paciência e requer planejamento. Inicie uma campanha de (re)captação de fundos antes que surja a
necessidade.
9. Trate os potenciais clientes e doadores como trataria os clientes fieis em um negócio comercial.
Nenhum negociante de êxito trata seus clientes como se eles tivessem a obrigação de comprar. É
importante demonstrar como os possíveis clientes e doadores são importantes e tratá-los com cortesia
e respeito.
Como enfrentar as limitações e
determinado período. Além disso, a quantia
aproveitar as alternativas?
pode ser definida de forma arbitrária por
quemdoa
Em geral, quanto mais você tem que captar,
O captador eficiente conhece bem as
mais precisará de especialização. Mas,
necessidades existentes e potenciais da
independentemente da escala, as técnicas de
própria organização. Só assim ele poderá
captação são variações de três regras
detectar
simples. Três regras que têm a ver com a
necessidades e as oportunidades para o
atitude de quem captam:
financiador. Isso também vai dar segurança
1.Esteja sempre pronto
ao financiador de que a sua contribuição vai
interseções
entre
as
suas
fazer diferença.
Pode ser necessária uma despesa de
emergência - a compra de um carro, a
2. Seja confiante
reforma de uma sala ou a renovação de um
Doadores e financiadores gostam de apoiar
contrato - no exato momento em que não
vencedores porque gostam de ser associados
existem fundos disponíveis. O dinheiro
com o sucesso e, principalmente, porque
raramente vem quando é necessário e por
também têm que prestar contas a alguém sobre
isso todo o processo de captação deve ser
as verbas que administram. O grande receio
construído
doador.
do financiador é que sua verba não seja gasta
Financiamentos europeus são aprovados
de maneira adequada. Ele tem que confiar em
muito perto do início da realização do
você e ter certeza de que você é capaz de
projeto; algumas empresas começam a fazer
executar bem o projeto para o qual pede
seu planejamento em agosto e em novembro
financiamento.
já têm toda sua verba do ano seguinte
Como obter a confiança do financiador? Seja
comprometida; existem organizações que
você mesmo confiante (o que não significa ser
disponibilizam
verbas
um pavão). Esteja atento às realizações da sua
trimestrais
semestrais;
em
ou
torno
do
em
pacotes
sobras
do
organização desde que foi fundada, mostre
orçamento anual das várias instâncias do
que conhece bem as atividades, a política, os
governo voltam para o tesouro em um
planos e as finanças da sua organização. Uma
dica é pensar que o financiador está investindo fundamental que haja políticas e objetivos
em você, não no projeto. Ele aposta na claros. Só depois disso se pode começar a
intuição de que você é capaz de realizar o pensar em estratégia de captação de
projeto que está propondo. E é fundamental recursos. Caso contrário corremos o risco de
que todos na organização tenham esta postura ter dificuldade em captar pela falta de
confiança na nossa capacidade de seguir um
de "ser confiante".
caminho definido; de levantar fundos para
3. Seja comunicativo
uma miscelânea de pequenas atividades,
Formulários são sem dúvida uma maneira
prejudicando
pobre de comunicar-se com financiadores
principal; e de desviar do próprio caminho e
potenciais. Mas muitas vezes será o modo
promover atividades pelo fato de atraírem
através do qual nossas propostas serão
financiamento.
avaliadas. A solução é criar uma impressão
antes de se aproximar. Isso pode ser feito de
muitas maneiras diferentes. Você pode, por
exemplo, aparecer em conferências onde
sabe que seu financiador potencial estará
presente;
colocar
pode
artigos
arranjar
em
apresentações,
jornal,
mandar
informações sobre suas atividades e seu
relatório anual, pode convidar para seus
eventos.
E após receber um financiamento, uma boa
política de comunicação é ainda mais
importante: um financiador tende a financiar
nossa
área
de
interesse
Devemos também escolher os mecanismos
através
dos
quais
serão
captados
os
recursos. As principais opções são: faça
você mesmo, escolha um funcionário, use
um comitê ou contrate um consultor. Em
geral, quanto maiores são os recursos
necessários, menos apropriado o "faça você
mesmo". Consultores são particularmente
úteis para grandes empreitadas; comitês
tendem a gerar um pequeno fluxo contínuo
e funcionários produzem ótimos resultados
de longo prazo.
novamente quando sente que seu primeiro
Com isto estou querendo dizer que toda
investimento foi justificado e apreciado.
organização é capaz de realizar captação de
Na prática, isto exige planejamento.
Sem dúvida será necessária uma estratégia um plano com objetivos muito claros assim como de capacidade técnica - de alto
nível, em alguns casos. E isso requer
recursos; não é algo que possível somente
para as grandes instituições.
Se uma parte importante na captação de
recursos é a capacidade institucional para
desenvolvê-la, onde buscar referências?
planejamento. Antes de qualquer coisa, é
85
Examine bem o horizonte. Quase todo
erros e acertos de quem já testou estratégias
mundo tem acesso às mesmas informações.
diferentes;
O que pode nos diferenciar da maioria é o
inspiração para novas iniciativas e podem,
fato de que somos mais atentos. São
inclusive, servir para definir melhor como
inúmeras as fontes de informação: jornais,
se comporta a captação de recursos no caso
revistas, conferências, publicações para
brasileiro.
além
disso,
são
fonte
de
profissionais, relatórios anuais, contatos
pessoais,
TV,
obviamente
a
publicidade.
E
internet.
biblioteca
A
temos
essencial do captador é composta por alguns
poucos livros chaves e o próprio acervo da
Rits dispõe de indicações bibliográficas
tanto sobre captação de recursos quanto
sobre marketing, comunicação e gestão.
De maneira geral, quanto mais você investe
E as ONGS?
em pesquisa, maiores as suas chances de
sucesso. Isso quer dizer que a pesquisa pode
tomar até 50% do seu tempo disponível.
Invista este tempo. O investimento paga
As ONGs brasileiras cresceram e se
multiplicaram
com
forte
apoio
da
cooperação internacional. Agências privadas
de desenvolvimento, muitas das quais
ótimos dividendos.
ligadas às igrejas dos países da Europa
Mas é importante ser metódico. Procurar
Ocidental e América do Norte, apoiaram,
possíveis fontes de financiamento, checar as
desde os anos 70, projetos de educação
referências
popular, defesa de direitos e melhoria da
encontradas
(podem
estar
desatualizadas) e, se possível, ter um
qualidade de vida comunitária.
contato pessoal. Pode-se sempre obter
alguma informação a mais, ter uma chance
de se apresentar e perceber nuances que não
transparecem
em
publicações
e
telefonemas.Outra boa oportunidade de
aprender sobre captação de recursos é a
troca de experiências entre as organizações.
Boas idéias podem e devem ser copiadas,
adaptadas. Pode-se aprender muito com os
Na
década
de
90
este
padrão
de
financiamento entrou em crise em função de
um conjunto de fatores: explosão do número
de ONGs brasileiras e ampliação de seus
orçamentos, realocação de recursos das
agências européias para a Europa do Leste,
prioridade crescente atribuída à África,
aumento do desemprego e das carências
86
sociais no interior das sociedades européias,
entidades não-governamentais. É fenômeno
certo desencanto com a persistência da
recente o reconhecimento pelo governo da
pobreza e da desigualdade no Brasil.
legitimidade e competência da atuação das
A instabilidade institucional gerada por esta
crise
nos
padrões
tradicionais
de
financiamento de seus projetos obrigou as
ONGs a um esforço determinado de
diversificação de fontes de financiamento,
ampliando o esforço interno de captação de
recursos. Esta opção coloca o desafio de um
novo relacionamento com o Estado e com o
ONGs
enquanto
desenvolvimento
promotoras
sustentável
do
e
com
equidade. Por outro lado, não se pode
esperar de órgãos governamentais que
financiem o trabalho de ONGs via doações
e sim via contratação de serviços, o que
levanta exigências novas de transparência e
capacidade executiva para ambas as partes.
setor privado empresarial. Aos poucos as
A captação de recursos junto ao setor
ONGs foram incluindo em sua pauta de
privado, por sua vez, é dificultada pela
trabalho
seu
ausência de uma tradição brasileira de
a
investimento social da empresa. Até bem
sua
pouco tempo as ONGs ignoravam o mundo
a
fortalecimento
construção
preocupação
institucional
das
condições
com
e
com
de
sustentabilidade a longo prazo.
empresarial enquanto as empresas sentiamse
desobrigadas
de
qualquer
responsabilidade pela melhoria da vida
comunitária.
A
redução
deste
distanciamento entre Mercado e Sociedade
Civil passa pela superação de preconceitos e
pela exploração de formas novas de
colaboração no enfrentamento de questões
que interessam a todos, como a melhoria da
O Problema
educação e da saúde, combate à violência e
O acesso de organizações da sociedade civil
à pobreza, promoção da cultura, defesa do
a recursos públicos esbarra em múltiplos
meio ambiente, etc.
problemas que vão da desconfiança da
burocracia governamental à descontinuidade
das
políticas
ausência
de
públicas,
passando
mecanismos
claros
pela
e
transparentes de contratação pelo Estado de
Mais difícil ainda é para as ONGs explorar
uma
terceira
possibilidade
interna
de
captação de recursos que são as doações
feitas por pessoas físicas e jurídicas. Esta
captação de recursos junto ao público, junto
87
à sociedade brasileira, que é feita há décadas
populações em situação de risco mediante
pelas
concursos públicos.
organizações
filantrópicas
e
beneficentes, requer uma linguagem que não
faz parte da trajetória das organizações da
sociedade civil e uma política de fomento
via incentivos fiscais à doação de recursos
por parte de pessoas físicas e jurídicas.
Novas Tendências
Multiplicam-se em todos os níveis de
governo as ações em parceria com ONGs o
que implica um crescente reconhecimento
pelo Estado de seu acervo de experiências e
competências no enfrentamento da pobreza
e exclusão social. A expansão destas ações
A tomada de consciência por parte das
empresas de sua responsabilidade social é
um fenômeno recente, porém em rápido
crescimento no Brasil. Nos últimos tem se
ampliado o volume de recursos canalizado
para investimentos sociais por parte de
Institutos e fundações empresariais. Vale
lembrar que recursos não se limitam a
dinheiro. O empresário pode também
contribuir com doações em espécie e com a
disponibilização de sua competência para a
melhoria da qualidade dos projetos sociais.
em parceria é facilitada pelo processo em
Algumas ONGs têm explorado formas
curso de descentralização de poderes e
inovadoras de captação de recursos via
recursos para o âmbito municipal, plano no
comercialização de produtos e serviços,
qual a interação com órgãos da sociedade se
associação com administradoras de cartões
dá de modo mais flexível e operacional.
de crédito para emissão de cartões de
O Programa Nacional de Combate à AIDs
do Ministério da Saúde e o Programa de
Formação de Jovens do Conselho da
Comunidade Solidária são exemplos de
formas transparentes de contratação de
ONGs para ações focalizadas junto a
afinidade e campanhas de arrecadação de
recursos junto ao público em geral. A
potencialização destas iniciativas passa, no
entanto, por mudanças legais ainda por
realizar
com
vistas
a
estimular,
via
incentivos fiscais, a doação de recursos por
pessoas físicas e jurídicas.
Referências Bibliográficas
Jane C. Geever & Patricia McNeill, “Guide to proposal
writing” de The Foundation Center, NY, 1993.
Maria Célia T. Cruz, “Captação de recursos” em
http://www.rits.org.br consultado em 10/03/05
88
ANEXOS
89
Veja, a seguir, o endereço de algumas destas
instituições: Recursos e Sustentabilidade
No Brasil
1. Ministério da Saúde - Oferece
informações sobre as principais ações
desenvolvidas pelo Ministério, a utilização
dos recursos disponíveis e as normas
setoriais
vigentes.
http://www.saude.gov.br/
2. GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e
Empresas que congrega cerca de 40
instituições que voluntariamente aportam
recursos técnicos, humanos e financeiros
para projetos no setor social, nas áreas de
educação, saúde, meio ambiente, assistência
social e cultura. O site contém uma Agenda
de eventos e várias listas com discussões
sobre
o
Balanço
Social.
http://www.gife.org.br/
3. BOLSA DE NEGÓCIOS - SEBRAE Serviço de promoção de negócios, cujo
objetivo é identificar e aproximar
compradores e fornecedores de produtos,
serviços, resíduos e oportunidades de
negócios.
http://www.bolsa.sebrae.com.br/
4. UNICEF - Organismo da Organização
das Nações Unidas responsável pela gestão
dos programas e campanhas de assistência à
infância. Direitos da criança, publicações,
catálogos, estatísticas sobre mulhres e
crianças, lista de vídeos, pesquisa. Endereço
eletrônico para requisitar informações
complementares e enviar sugestões.
http://www.unicef.org.br/
5. Abrinq - Entidade sem fins lucrativos de
Utilidade Pública Federal, que tem por
objetivo promover os direitos elementares
da cidadania das crianças. O site contém
informações genéricas sobre a instituição,
uma ficha cadastral, um link para
mensagens e um Base de Conhecimento
sobre o Trabalho Infantil. Há, ainda, uma
bibliografia sobre o Trabalho de Crianças e
Adolescentes no Brasil; legislação; séries
estatísticas;
publicações.
http://www.fundabrinq.org.br
6. OAB - ORDEM DOS ADVOGADOS
DO BRASIL - Página da instituição com
informações
sobre
legislação,
jurisprudência, direitos humanos. Diversos
endereços eletrônicos e páginas de
advogados
e
das
regionais.
http://www.oab.com.br/
7. Ministério da Cultura - Minc Apresentação do Ministério; calendário de
eventos 1997/1998; concursos; legislação;
economia da cultura; banco de dados sobre
a produção cultural no país; verbas oficiais.
http://www.minc.gov.br/
8. BNDES - Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social Informações sobre os produtos e serviços do
Banco; financiamentos; privatizações; apoio
à
cultura;
editais.
http://www.bndes.gov.br/
V.
especialmente
o
site
http://www.bndes.gov.br/social
9. Fundação Roberto Marinho - Oferece
uma visão panorâmica das ações realizadas
pela fundação, especialmente nas áreas de
educação, cultura e restauração do
patrimônio
histórico.
http://www.frm.org.br/
10. Ministério do Meio Ambiente, dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal MMA - Informações sobre a fauna e flora
brasileiras, educação ambiental, Agenda 21,
consulta ao sistema de protocolo do
Ministério, competências e biblioteca
90
virtual.
http://www.mma.gov.br/
11. PROGER - Programa de Geração de
Trabalho e Renda. Programa de governo
financiado com recursos do FAT.
http://www.bancobrasil.com.br/proger
12. Fundação Banco do Brasil Informações sobre os programas e as ações
promovidas pela Fundação, que tem como
público alvo os membros das comunidades
carentes do país. Combate ao desemprego;
ajuda aos atingidos pela seca, culturais.
http://www.fbb.org.br/
13. COMUNIDADE SOLIDÁRIA /
VOLUNTÁRIOS - Programa Voluntários:
Programa
criado
pelo
Comunidade
Solidária, visando a promoção, valorização
e qualificação do trabalho voluntário no
Brasil.
http://www.uol.com.br/voluntarios/
14. CNBB - Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil - Informações sobre as
atividades da entidade, links, campanhas.
http://www.cnbb.org.br/
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
CAPTADORES DE RECURSOS
Rua Aliados, 970 – Alto da Lapa – SP
Cep: 05082-001
Cidade: São Paulo – SP
Site: www.abcr.com.br
E-mail: [email protected]
No Exterior
15. Fundação Interamericana - IAF.
Instituição que promove diversos tipos de
ajuda para pessoas de baixa renda da
América Latina e do Caribe. Oferece
gratuitamente a assinatura da revista
Desenvolvimento de Base que contém
estudos e análises sobre estes tipos de
experiência.
http://www.iaf.gov
16. Council on Foundations - Instituição
com mais de 100 anos de atuação nas áreas
de saúde e assistência social, e cujo
principal objetivo é promover a filantropia
através do apoio aos atuais e futuros
filantropos.
http://www.cof.org/index
17. Philanthropic Advisory Service Organização vinculada ao ao Council of
Better
Business
Bureau.
Contém
formulários para solicitação de auxílio
caritativo, recomendações para doadores e
relatórios sobre ações sem fins lucrativos
http://www.bbb.org/pas.html
18. Civicus - O objetivo principal desta
instituição é promover uma aliança
internacional dedicada à fortalecer a
cidadania e a sociedade civil no mundo.
http://www.civicus.org/
19 . Charity Village (Canada) - Oferece
notícias, informações, recursos, discussões e
links relacionados à comunidade canadense
de
filantropos.
http://www.charityvillage.com/cvhome.html
20. Charities Aid Foundation (United
Kingdom) - Incentiva e apoia ações
caritativas no Reino Unido e internacionais.
http://www.charitynet.org/
21. German Charities Institute - 28.000
páginas na internet sobre o universo das
iniciativas de caridade, filantropia e
voluntariado
na
Alemanha.
http://www.dsk.de/
22. Independent Sector - Coalizão de mais
de 850 grupos, fundações e organizações
voluntárias, cuja missão é criar um fórum
nacional para encorajar a doação e a ação
voluntária de indivíduos e organizações.
http://www.indepsect.org/
23. Guide Star - Contém informações sobre
programas e finanças de mais de 600.000
instituições de caridade e organizações sem
fins lucrativos dos EUA, notícias sobre
filantropia e orientações para doadores e
voluntários.
http://www.guidestar.org/
91
24. European Foundation Centre (EFC) - A
EFC foi criada para promover e dar suporte
ao trabalho de fundações e instituições
européias e associadas dedicadas à
filantropia.
http://www.efc.be/about/
25. OXFAM - Com mais de 50 anos de
experiência no combate à pobreza e com
atuação em cerca de 70 países, a OXFAM é
uma organização do Reino Unido e da
Irlanda dedicada a incentivar e incrementar
as ações de desenvolvimento e de combate à
pobreza. O site traz informações sobre as
diversas campanhas da organização,
publicações,
pesquisas,
projetos
de
desenvolvimento, notícias, documentos, etc.
http://oneworld.org/oxfam/
26. Ford Foundation (THE) - Fundada em
1936 a Fundação Ford tem como objetivos
gerais fortalecer os valores democráticos,
combater a pobreza e a injustiça, promover
a cooperação internacional e avançar o
progresso
humano.
Suas
principais
atividades são o financiamento de projetos
de desenvolvimento, bolsas, educação,
direitos civis, relações internacionais,
financiamento de projetos de combate à
pobreza.
http://fordfound.org
27. ICCO - Interkerklijke Coordinatie
Commissie Ontwikkelings Projecten - A
missão da ICCO se refere ao combate à
pobreza e à miséria e à promoção da
dignidade humana. Atua através do
financiamento
de
projetos
de
desenvolvimento, projetos de emergência, e
lobby
junto
a
atores
políticos.
http://www.antenna.nl/icco/
28. NOVIB (Netherlands Organisation for
International Development Cooperation - A
NOVIB é partidária do combate estrutural à
pobreza e pretende deste modo participar no
desenvolvimento
sustentável
de
determinados grupos do hemisfério sul.
Entre as suas atividades estão o
financiamento
de
projetos
de
desenvolvimento, assessorias técnicas,
educação para o desenvolvimento, lobby
frente a atores políticos e mobilização da
opinião pública, http://antenna.nl/novib
Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres
http://www.presidencia.gov.br/spmulheres
CNDM - Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher
http://www.presidencia.gov.br/spmulheres/c
ndm
Afirma
Revista
www.afirma.inf.br
Negra
Online
Articulación Feminista Marcosur
www.mujeresdelsur.org.uy
Articulação de Mulheres do
www.articulacaodemulheres.org.br
Brasil
Biblioteca
Virtual
da
www.prossiga.br/bvmulher/cedim
Mulher
Casa de Cultura da Mulher Negra
www.cantinho.com/ccmnegra/index1.htm
Cefemea - Centro
Feministas
e
www.cfemea.org.br
de Estudos
Assessoria
Cemina - Comunicação,
informação
em
www.cemina.org.br
Educação e
Gênero
Cidem - Centro de Información y Desarrollo
de
la
Mujer
en
Bolivia
www.cidem.org.bo
Fundo Mundial para as
www.globalfundforwomen.org
Mulheres
Mulheres Negras do Umbigo para o mundo
www.mulheresnegras.org
NEPAIDS - Núcleo de Estudos e prevenção
da
Aids
www.usp.br/nepaids
Pagu - Núcelo de Estudos de Gênero
www.unicamp.br/pagu
92
Rádio
Fala
www.radiofalamulher.com
Mulher
Rádio
Internacional
www.fire.or.cr
Feminista
Câncer de Mama
http://www.aleitamento.org.br/mamaca.htm
Casa de Cultura da Mulher Negra
http://www.cantinho.com/ccmnegra
SOF - Sempre Viva Organização Femista
www.sof.org.br
Católicas pelo Direito de Decidir
http://www.catolicasonline.org.br/
ABONG - Associação Brasileira
Organizações Não Governamentais
http://www.abong.org.br/
CCR - Comissão
Reprodução
http://www.ccr.org.br/
de
de
Cidadania
e
CECRIA - Centro de Referência, Estudos e
Ações sobre Crianças e Adolescentes
http://www.cecria.org.br/
Abia - Associação Brasileira Interdisciplinar
de Aids
http://www.abiaids.org.br
Amamentação Online
http://www.aleitamento.org.br/
ANDI - Agência de Notícias dos Direitos da
Infância
http://www.andi.org.br/
ANIS - Instituto de Bioética, Direitos
Humanos e Gênero
http://www.anis.org.br
Articulación Feminista Marcosur
http://www.mujeresdelsur.org.uy
Biblioteca Virtual Mulher
http://www.prossiga.br/bvmulher/cedim
Campanha 28 de setembro Dia pela
Discriminação do Aborto na América Latina
e Caribe
http://www.campanha28set.org/
Campanha do Laço Branco
http://www.lacobranco.org
Campanha
por
uma
Convenção
Interamericana dos Direitos Sexuais e
Direitos Reprodutivos
http://www.convencion.org.uy/
CEPIA - Cidadania, Estudo, Pesquisa, ,
Informação e Ação
http://www.cepia.org.br/
CLADEM - Comite de America Latina y el
Caribe para la Defensa de los Derechos de
la Mujer
http://www.cladem.org
CONTAG - Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura
http://www.contag.org.br/
Cotidiano Mujer
http://www.cotidianomujer.org.uy
Criola
http://www.criola.ong.org
CUT - Central Única dos Trabalhadores
http://www.cut.org.br/
ECOS - Comunicação em Sexualidade
http://www.ecos.org.br
Flora Tristán
http://www.flora.org.pe
Geledés - Instituto da Mulher Negra
http://www.geledes.com.br
93
Gênero, Direitos Humanos e Saúde
http://www.mulheres.org.br
Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de
Gênero
http://www.themis.org.br
Grupo Arco-íris
http://www.arco-iris.org.br/
SOF - Sempreviva Organização Feminista
http://www.sof.org.br/
Grupo Transas do Corpo
http://www.transasdocorpo.com.br
SOS Corpo - Gênero e Cidadania
http://www.soscorpo.org.br
Instituto Papai
http://www.papai.org.br
Instituto Patrícia Galvão
http://www.patriciagalvao.org.br
UNIFEM - Fundo de Desenvolvimento das
Nações Unidas para a Mulher
http://www.unifem.undp.org/
Mama - Movimento Articulado de Mulheres
da Amazônia
http://www.mama.org.br
WHRNET - Rede de Direitos Humanos das
Mulheres
http://www.whrnet.org/
Mulher 500 anos atrás dos panos
http://www.mulher500.org.br
AGENDE – Ações em Gênero Cidadania e
Desenvolvimento
Http://www.agende.org.br
OIT - Organização
Trabalho
http://www.oit.org/
Internacional
do
Atenção Integral à Saúde da Mulher
http://www.gineco.com.br
Parada do Orgulho GLBT de São Paulo
http://www.paradasp.org.br/
Gênero, Direitos Humanos e Saúde
http://www.mulheres.org.br
Red Feminista Latinoamericana y del
Caribe contra la Violencia Doméstica y
Sexual
http://www.redfem.cl
Redes Humanizadas de Atendimento às
Mulheres Agredidas Sexualmente
http://www.rhamas.org.br
Rede Mulher de Educação
http://www.redemulher.org.br
Rede Saúde Rede Nacional Feminista de
Saúde e Direitos Reprodutivos
http://www.redesaude.org.br/
Redor Rede Feminista Norte e Nordeste de
Estudos e Pesquisas Sobre a Mulher e
Relações de Gênero
http://www.ufba.br/~redor
REF - Revista Estudos Feministas
http://www.cfh.ufsc.br/~ref
Revista Feminista de estudos
http://www.cfh.ufsc.br/~ref
UBM União Brasileira de Mulheres
Http://www.ubmulheres.org.Br
UNIFEM
http://www.unifem.org
Fundação Perseu Abramo
http:///www.fpabramo.org.br/nop/mulheres/
culturapolitica
Elas por Elas na política
http://www.elasporelasnapolitica.hpg.og.co
m.br
94
Ibase
http://www.ibase.org.br
Assedio Moral no Trabalho
http://www.assediomoral.org.
Site Feminista e anti-racista/Organização
de Mulheres
ACMUN- Associação Cultural de Mulheres
negras
www.acmun.com.br
ADVOCACI - Advocacia cidadã pelos
Direitos Humanos
www.advocaci.org.br
CLADEM - Comite de America Latina y el
Caribe para la Defensa de los Derechos de
la Mujer
www.cladem.org
Fala Preta!
www.falapreta.org.br
Geledés - Instituto da Mulher Negra
www.geledes.org.br
Gênero, Direitos Humanos e Saúde
www.mulheres.org.br
Grupo Transas do Corpo
www.transasdocorpo.com.br/
Mama - Movimento Articulado de Mulheres
da Amazônia
www.mama.org.br
AGENDE - Ações em Gênero, Cidadania e
Desenvolvimento
www.agende.org.br
Marcha das Margaridas
http://marchamargaridas.contag.org.br/
Articulação de Mulheres Brasileiras
www.articulacaodemulheres.org.br
Mulheres Negras - Do umbigo para o
mundo
www.mulheresnegras.org
Articulação de Mulheres Negras Brasileiras
www.mulheresnegras.org.br
Articulação Feminista Marcosur
www.mujeresdelsur.org.uy
Casa de Cultura da Mulher Negra
www.ccmnegra.santos.net
Católicas Pelo Direito de Decidir
www.catolicasonline.org.br
Ceert - Centro de Estudos das Relações do
Trabalho e Desigualdades
www.ceert.org.br
Cemina - Comunicação, Educação e
Informação em Gênero
www.cemina.org.br
CEPIA - Cidadania, Estudo, Pesquisa,
Informação e Ação
www.cepia.org.br/
Cfemea
www.cfemea.org.br/
REDEH - Rede de Desenvolvimento
Humano
www.redeh.org.br
Rede Mulher de Educação
www.redemulher.org.br
Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos
Sexuais
e Direitos Reprodutivos
www.redesaude.org.br
Redes Humanizadas de Atendimento às
Mulheres Agredidas Sexualmente
www.rhamas.org.br
Redor - Rede Feminista Norte e Nordeste de
Estudos
e Pesquisas Sobre a Mulher e Relações de
Gênero
www.ufba.br/~redor
RHAMAS - Apoio à criação de Redes
Humanizadas de Atendimento às Mulheres
Agredidas Sexualmente
www.rhamas.org.br
95
SOF - Sempreviva Organização Feminista
www.sof.org.br/
Fórum da Sociedade Civil nas Américas
www.forosociedadcivil.org
Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de
Gênero
www.themis.org.br
Fundação Bento Rubião - Centro de Defesa
de Direitos Humanos
www.bentorubiao.org
Um Mundo. Uma Luta. Aids 2003
www.aids2003.net/
Grupo Arco-íris
www.arco-iris.org.br/
União Brasileira de Mulheres
www.ubm.org.br
Grupo Pela Vidda
www.pelavidda.org.br/
WHRNET - Rede de Direitos Humanos das
Mulheres
www.whrnet.org/
IBASE - Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Econômicas
www.ibase.br/
Sociedade civil organizada
ABIA - Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS
www.abiaids.org.br
ABONG - Associação Brasileira de
Organizações Não Governamentais
www.abong.org.br/
Ação Educativa
www.acaoeducativa.org
CCR - Comissão de Cidadania e
Reprodução
www.ccr.org.br
CECRIA - Centro de Referência, Estudos e
Ações sobre Crianças
e Adolescentes
www.cecria.org.br/
DHNet -Rede Direitos Humanos e Cultura
www.dhnet.org.br/
ECOS - Comunicação em Sexualidade
www.ecos.org.br
FASE - Federação de Órgãos para
Assistência Social
e Educacional
www.fase.org.br/
Fórum Mundial Social
www.forummundialsocial.org.br
IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor
www.idec.org.br
Movimento Nacional de Direitos Humanos
www.mndh.org.br/
Rits - Rede de Informações para o Terceiro
Setor
www.rits.org.br
Ensino e Pesquisa
FLACSO - Faculdade Latino-americana de
Ciências Sociais
www.flacso.org.br
FCC - Fundação Carlos Chagas
www.fcc.org.br
Fundação Getúlio Vargas
www.fgv.br
Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional
de Saúde Pública
www.fiocruz.br
IBAM - Instituto Brasileiro de
Administração Municipal
www.ibam.org.br
IMS - Instituto de Medicina Social da UERJ
www.ims.uerj.br
NEPO -Núcleo de Estudos de População
www.unicamp.br/nepo
96
Projeto Gral - programa Gênero,
Reprodução, Ação
e Liderança (parceria SOS CORPO e
Fundação
Carlos Chagas)
www.fcc.org.br/gral/download/gral.pdf
Bases de Dados
AMARC - Associação Mundial de Rádios
Comunitárias
www.amarc.org/amarc/esp
ANDI- Agência de Notícias dos Direitos da
Infância
www.andi.org.br
Biblioteca Virtual Mulher
www.prossiga.br/bvmulher/cedim
A Condição Feminina nos Países do
Mercosul
www.ibam.org.br/condmulher/index.htm
Cadernos de Saúde Pública
www.ensp.fiocruz.br/csp
A mulher nos espaços públicos e privados
www.fpabramo.org.br/nop/nop.htm
www.radiofalamulher.com
DATASUS - Departamento de Informática
do SUS
www.datasus.gov.br/
DIAP - Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar
www.diap.org.br/
DIEESE - Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos
Sócio-Econômicos
www.dieese.org.br/
Fundação Seade - Sistema Estadual de
Análise de Dados - São Paulo
www.seade.gov.br
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística
www.ibge.gov.br/
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada
www.ipeadata.gov.br
Comunicação e Publicação
Afirma - Revista Negra Online
www.afirma.inf.br
Alai - Agencia Latinoamericana de
Información
www.alainet.org/mujeres
Cadernos do Ceas
www.peacelink.it/zumbi/news/ceas/home.ht
ml
Correio da Cidadania
www.correiocidadania.com.br/
Fire - Radio Internacional Feminista
www.fire.or.cr
Guia de Direitos Humanos - Fontes para
jornalistas
www.guiadh.org
Rádio Fala Mulher
Governo
Câmara dos Deputados
www.camara.gov.br
CNDST/Aids - Coordenação Nacional de
DST/AIDS
www.aids.gov.br
Conanda - Conselho Nacional de Defesa dos
Direitos da Criança
e do Adolescente
www.mj.gov.br/sedh/conanda/index.htm
CONEP - Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa
www.datasus.gov.br/conselho/comissoes/eti
ca/conep.htm
97
CNAS - Conselho Nacional de Assistência
Social
www.mpas.gov.br/14.asp
PNUD - Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento
www.undp.org.br
CNPCP - Conselho Nacional da Política
Criminal
e Penitenciária
www.mj.gov.br/cnpcp
UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a
Infância
www.unicef.org.br/
Funasa - Fundo Nacional de Saúde
www.funasa.gov.br
MJ - Ministério da Justiça
www.mj.gov.br/
MS - Ministério da Saúde
www.saude.gov.br/
MT - Ministério do Trabalho
www.mtb.gov.br/
Mulher Governo
www.redegoverno.gov.br/mulhergoverno
Portal Oficial do Governo Brasileiro
www.brasil.gov.br
Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres
www.presidencia.gov.br/spmulheres
Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial
http://www.presidencia.gov.br/seppir
Senado Federal
www.senado.gov.br/
TSE - Tribunal Superior Eleitoral
www.tse.gov.br/
ONU
UNIFEM - Fundo de Desenvolvimento das
Nações Unidas para a Mulher
www.unifem.undp.org/
Agências de Cooperação
Action Aid Brasil
www.actionaid.org.br
CERIS - Centro de Estatística Religiosa e
Investigação Social
www.ceris.org.br
Comissão Européia
www.europa.eu.int
Coordenadoria Ecumênica de Serviço
www.cese.org.br
Fundação Heinrich Böll
www.boell.de
FUNDO SAAP
www.fase.org.br/saap
Global Fund for Women
www.globalfundforwomen.org
MAMA-CASH
www.mamacash.nl
FONTE: RITS
OIT - Organização Internacional do
Trabalho
www.oit.org/
OMS - Organização Mundial da Saúde
www.who.ch/
98
FERRAMENTAS
METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS
OFICINAS DE GÊNERO
Metodologia
Formação
De
Redes
Sociais
Meta
Uma rede é uma aliança entre 2 ou mais grupos de
pessoas. Cada grupo permanece autonomo mas coopera
com outros grupos em função dos objetivos especificos
da rede. As redes sociais são formadas para levar avante
o trabalho das organizações ou grupos participantes que,
ao se juntarem, aumentam sua força ou expandem seu
impacto de alguma forma. Uma rede social pode ser
altamente estruturada e formal, ou informal e sem uma
estrutura rigida. A estrutura vai depender em parte do
objetivo da rede social. Pode have um único objetivo ou
pode haver um conjunto de objetivos para uma
determinada rede social. Redes foram criadas para
divulgar um assunto que preocupasse a todos os
membros; para obter recursos para um determinado
programa social; para aumentar o apoio politico de um
candidato ou para uma determinada política; para
aumentar a conscientizacão ou educar o publico sobre
assuntos especificos; para dividir trabalho físicos (tomar
conta de criancas, limpar quintais, etc); para defender ou
protestar contra especificas politicas ou programs que
tenahm impacto sobre todos os membros da rede; para
discutir assuntos de interesse comum e trocar
informações entre os membros da rede.
Tempo
Uma
tarde
Mater Processo
ial
Papel
ou
uma
manhã
canet
a
Etapa 1:
Identificar o(s) assuntos(s) para os quais se gostaria de criar
apoio ou aqueles onde seria interessante expandir os
trabalhos.
Etapa 2:
Identificar os setores da sociedade que tem impacto sobre
esses assuntos. Fazer uma lista dos grupos ou instituições
que podem, eventualmente compartilhar as perpectivas do
grupo ou que tem uma visão complementar sobre o
assuntos. Incluir religião, grupos etários, étnicos, ou
economicos.
Etapa 3:
Pedir a todos os membros do seu grupo que pensem sobre
uma pessoa que possa juntar-se ao grupo e convidá-la.
Etapa 4:
Aumentar
o grupo de forma apropriada para
estabelecer/formar redes sociais com grupos maiores , em
locais diferentes, regionais, nacionais, internacionais .
Funções das Redes Sociais ou Porquê cria-las:
• Comunicar ideias e informações internamente ao grupo
ou externamente;
• Desenvolver, a nivel da rede como um todo, uma
reflexão analítica, uma visão, e uma estratégia
• Levar avante ações em conjunto ou de “advocacy”.
• Prover ajuda (social, financeira, física) a grupos locais
em situação de crise
• Ajudar novas pessoas, comunidades ou grupos em uma
area mais ampla (Região, nacional, Internacional)
• Tomar decisões sobre objetivos políticos mais
abrangentes que devam ser aprovados pelos grupos da
rede
Obs.
Lembrar
Quem está
envolvido
Quais os
interesses que
estão em
jogo?
Quem está
controlando o
processo?
100
Grupos
de
Discussão
Interesse
(Focus)
Esses grupos são grupos relativamente pequenos (10-15
pessoas) conduzidos por um lider ou facilitador. Eles
permitemuma melhor compreensão da comunidade para
quem vem de fora, e descrevem melhor o conjunto de
perpectivas que existem numa comunidade ou em uma
organização local através de discussões em grupo. Grupos de
interesse podem ser só de mulheres ou homens ou misturados.
Eles podem ser úteis quando são para mulheres ou homens
em culturas onde as mulheres não se sentem confortaveis
falando para grandes audiências ou na presenca de homens.
O mesmo se aplica para problemas relacionados a idade,
religião, grupos étinicos , etc, que podes se sentir inibidos ou
hesitantes em falr em grupos mistos.
Os grupos de interesse podem ser usados com vários objetivos:
aumentar a conscientização, coletar infromação, analisar, e, em
geral, como uma etapa de um processo de desenvolvimento.
Podem também ser utilizados para criar linhas do tempo e
diretivas gerais junto à comunidade sobre uso de recusrsos
naturias, para explorar assuntos realcionados a sexualidade e
direitos reprodutivos, e na pesquisa ação para encorajar analise
de situações de opressão.. Os grupos de interesse podem ser
úteis para mostrar:
•
Prioridades para ação na comunidade baseadas em gênero,
classe, origem étnica e outras marcas de identidade;
•
O nível e natureza da conscientização em relação aos
recusros disponiveis e aos interesses em relação ao meio
ambinete tanto de homens quanto de mulheres;
•
As percepções de mulheres e homens em relação à
efetividade institucional
Os objetivos de um grupo de interesse são:
•
Cobrir o maior numero de topicos relevantes;
•
Prover informacão que é especifica tanto quanto possivel
de forma a dirigir a discussão na direção de depoimentos
detalhados e concretos dos participantes
•
Estimular interações que explorem os sentimentos e
opiniões dos participantes em certa profundidade
•
Levar em conta o contexto pessoal a partir do qual os
participantes respondem
3 horas
Ter as
pergu
ntas
que se
quer
fazer
prepar
adas
Tape
Video
(opcio
nal)
Papel
caneta
Etapa 1:
Planejar e escrever as questões antes da oficina. Para uma
discussão sem estrutura, 2 tópicos genéricos usualmente deverão
aparecer. Para uma discussão estruturada, os facilitadores
normalmente trabalham com 4 ou 5 questões com pontos
específicos sob cada tópico mais importante.
Etapa 2:
Em alguns grupos de interesse, cada participante fala uma frase,
sem interrupção, no começo da sessão.
Sugestões para situações com intervenção mínima do facilitador:
•
Apresente o tópico inicial seguido por uma discussão sem
estrutura
•
Introduza um segundo tópico, baseado genericamente em
pontos levantodso durante a discussão precedente
•
Permita que a discussão acabe normalmente, somente com
um controle sutil de tempo para finalização.
Sugestões para situação com envolvimento maior do facilitador:
•
Seguir uma”receita” durante a discussão; manter a
ordem clara e consistentemente
•
Começar com uam discussão estruturada com uma
pergunata genérica sem pretensão a uam resposta
completa, mas de forma a criar uma agenda de tópicos
dentro dos limites da “”receita”
•
Evitar comentários que não se encaixem no estágio
específico da discussão, mas reintroduzir-los em
determinados pontos, i.e., quando fizerem sentido, pro
exemplo: “eu me lembro que voce mencionou algo
diferente há algum tempo atrás na discussão, e gostaria
de saber como se encaixaria essa sua observação na
discussão que estamos tendo agora”.
•
Finalizar a sessão com um sumário final com
declarações/conclusões dos participantes.
LEMBRA
R
Incluir todas
as pessoas
nas
discussões
Divisões
sempre
existem.
Mesmo em
grupos do
mesmo sexo
Evitar
questoes
fechadas (sim
ou não)
Exemplo de idéias para questões para grupos de
discussão/interesse para pescadores:Tipos de questões
organizacionais que podem ser adaptadas para quaiquer
grupos;
•
•
•
•
Qual é o objetivo da associação dos pescadores?
Que recursos financeiros tema associação? Quem sustenta a
associação?
Como se faz o recrutamento e se organizam as pessoas?
Como variam as responsabilidades entre homens e mulheres
na organização?Como a organização toma decisões?
101
Algumas questões específicas sobre as atividades:
•
Como o acesso a atividade de pesca mudou nesta area nos
ultimos 10 anos?Quanto a pesca é afetada pela erosão?
•
Como a pescaria se encaixa nas suas outras atividades de
geração de renda?Como voce acha que será a atividade da
pesca nessa região daqui a 5 anos?
102
Mapeamento
De
Recursos
e
seu uso
por gênero
Continuaçã
o
Mapas e as notas tomadas durante esta oficina irão fornecer
uma clara linha de itersse para futuras discussões com a
comunidade e para ajudar as pessoas que vem de for a a
compreender como as mulheres e os homens vêem theri
proprios recursos e como isso pode ser diferente das
percepcões de alguém de fora ou de resultados de pesquisas
formais. Essas informações podem ser peças-chave para o
desenvolvimento de uma compreensão mútua durante as
discussões entre os diversos interessados em projetos de
desenvolvimento, ou seja, membros da comunidade,
pesquisadores, fazendeiros, pescadores. A informação colhida
deverá ajudar também na discussão sobre o conhecimento e
as práticas locais, sobre a escolha de lugares, certas especies
de plantas, etc., seja em determinados projetos de
desenvolvimento, mudanças de uso do solo, planejamento
ambinetal ou no contexto de organizações comunitárias.
O mapeamento de recurosos por genero pode identificar e
apresentar as diferencas que exitem entre homens e mulheres
em relacão aos uso, acesso e controle dos recuros . Essa
metodologia pode ser utilizada in escalas diferentes – a nível
domestico (dentro da família), a nivels da comunidade,
regional ou mesmo nacional. É uma forma dramática de se
trazer à tona assuntos relacionados com as diferencas entre
homens e mulheres enquanto responsabilidades, trabalho, uso
da terra, o impacto da tecnologia e mostrar as diferencas de
distribuição no acesso e controle aos recursos. Essa
ferramenta pode ajudar a mudar procedimentos administrativos
ou mudar códigos e leis em relação a propriedade e
emprestimos, e outros protocolos. Pode também ser útil para
informar novas tecnologias, ao planejamento do uso do solo, à
codificação do uso de recursos naturais.
Folha
s
3
grand
es
ou
4 horas
de
papel
Canet
as
durex
A informação para o desenho dos mapas pode ser obtida a partir
das informantes-chave, entrevistas com famílias, ou entervistas
com grupos de interesses. Um inventário da paisagem, dos usos
da solo e de quem usa certas áreas vai prover a base para o
maepamento de recursos por gênero.
Etapa :
Listar os maiores grupos de vegetação, usao do solo e
propriedade. Por exemplo, uma pessoa pode selecionar, da lista
abaixo, quais são as categorias relevantes de uso do solo e
cobertura vegetal para incluir no desenho (nem todas estão
descritas):
Floresta
Areas de conservação
Mata/vereda
Areas de coleta de lenha
Campo/capoeira
pasto
Capinzal
jardins
Colheitas anuais
plantações
Colheitas rotativas
cercas
Solo nu
Limites de propriedades
Barranca do rio
Mercados publicos/feiras
lagoas
pocos
Estradas e caminhos
Minas de água
Essas categrorias variam de lugar para lugar, dependendo do tipo
de cobertura vegetal e da diversidade do usos da terra. Por
exemplo, em alguns casos, poderá haver dois tipos de florestas
ou matas, uma densa, protegida e outra aberta, não protegida e
em uso. Na mesma área, poderá haver vários tipos de colheita
permanenete, por exemplo, bananas, pomareas de laranja e
limões hortas, café, etc.
Etapa 2
Quem são as pessoas que usam as terras? Identificar os grupos
que usama terra no particular contexto da região/área. Os
usuários podem ser simplemente homnes e mulheres, ou uma
combinacão de homem/mulher, adultos/idosos, ec. Podem
também envolver atividades de sobrevicência, posse e grupos
sociais (Tabela anexa 1). Listar e nemar todos os grupos usuários
para esse exercício específico.
Etapa 3:
Em uma folha separada, colocar os tipos de cobertura vegetal ou
Lembrar:
É melhor
produzir
desenhos em
uma área que
se possa andar
ou conhecer a
pé.
O que um
homem acha
ser uma erva
daninha, uma
mulher pode
ver como uma
erva para cura;
a utilidade está
nos olhos de
quem vê
(proverbio
africano)
103
Mapeamento
De
Recursos
e
seu uso
por gênero
Mapeamento
das
redes
sociais
Doar, emprestar ou fazer trocas de tarefas, materiais e outros
recursos acontecem em muitas comunidades como resultado
de uma ‘serie complexa de ligacões culturais, economicoas e
sociais. O mapeamento dessas “redes” pode ajudar aos
facilitadores e pesquisadores a entendê-las e também às
necessidades dos membros da comunidade. E além do mais,
permite aos facilitadores ver quem, no caso de isso estar
acontecendo, está excluido dessas redes. Esta erramenta
revela também os itens mais importantes nas trocas. O mapa
pode também ser usado para mlehor compreender as ligacões
entre grupos (etnicos, etários, religiosos, etc) e entre
comunidades adjacentes.
É importante usar esta ferramente desde o comeco. Muitas
equipes de projetos fazem contato com alguns membros da
Grande folhas
de papel
Peças
papelão
de
Caneta colorida
Durex
Giz
colori
do
quadr
o
negro
uso da terra em uma planta da área (assinalar através de
manchas).
Etapa 4
Na Tabela 2, colocar quem usa e quem controla esses usos
assinalados no mapa
Etapa 5:
Fazer desenhos detalhados e inventário. Desenhar simbolos para
as plantas, água, edificacões, animais, etc. Escrever na Matriz
que lugares, plaaantas e produtos são controlados, utilizados e
manejados pro diferents grupos (homens, mulheres, fazendeiro,s
etc). Quem é responsável por manter o recurso ou para sustentar
a família? Usar simbolos para homens e mulheres junto aos tipos
de cobertura da terra na lista, assinalando “quem” trabalha (T),
quem “controla” (C) e quem tem a responsabilidade de provedor
(R).
Etapa 6:
Usar os desenhos e tableas para orientar as discussões sobre
planejamento com individuos e grupoas comunit;arios, ou com
pessoal técnico de forma a incorporar as necessidades,
interesses e preocupacões diversas de mulheres e homens no
manejo dos recursos.
Etapa 7:
Rever os desenhos e a Tabela 3 com os participantes e discutir
as possibilidades de possiveis arranjos para compartilhamento de
uso e ususários dos recursos.
Como as redes sociais de homens e mulheres diferem, pode ser
adequado fazer 2 mapas separados. AS redes podem também
ser diferentes de acordo com a religião, etnicidades, status
economico ou outros fatores.
Etapa 1: Solicitar a um representanted e grupo (3 homesn e 3
mulheres) da comunidade para definir o que é família ou grupo
familiar dentro do contexto local e regional. Pedir ao mesmo
grupo que liste os recursos mais importantes rocados entre
familias. Selecionar não mais do que 8 familias para o
mapeamento. Escrever o nome da familia ou de seus membros
em um cartão para o exervcicio
Etapa 2;
Desenhar as fronteiras da comuidade, comunidades vizinhas .
Colar os cartoes no papel de acordo com as localizacões real das
LEMBRAR:
Usar esta
ferramenta
com
representantes
de não mais do
que 8 familias.
O objetivo
desta
ferramenta sim
visualizar se há
familias
excluidas
dessa rede.
104
comunidade assumindo que a comunidade é uma unidade. É
também util verificar se há diferentes sistemas de informação
para homens e mulheres. De maneira geral, mulheres trocam
informação somente entre mulheres dentro do grupo familiar.
Diferentemente de homens, as mulheres em algumas áreas,
sem o estímulo e encorajamento de pessoas de fora, não
participam de encontros e reuniões comunitárias.
Análise
Do
O objetivo é aumentar a conscientização sobre quem é
reponsável pro que atividades na comunidade e proquê,
através de grupos de interesse/discussão ou discussão em
genral na comunidade. Isso pode ajudar a esclarecer as razões
que estão por trás da divisão dos trabalhso entre homens e
mulheres e o controle sobre os recursos existentes na
comunidade.
2 horas
Canet
as
Papel
Perfil
De
gênero
Tape
familias nas comunidade,mas deixar espaco entre os cartoes.
Alguns facilitadores acham que é mais fácil entender as redes se
se coloca as casas em um circulo ao inves de sua localizacao
exata. Em alguns caso, um diagrama pode ser util, em outros um
mapa pode ser mais apropriadao, dependendo da escala.
Etapa 3:
Perguntart a cada representante de familia que tipo de
relacionamento liga sua familia às outras. Listar os tios de
recursos que cada mulher ou homem fazem trocas. Usando
lapis/caneta colorida ou com tipos diferentes de linhas, indicar o
que cada memebro de cada famlia troca com os outros. Desenhar
flechas direcionais mostrnado se a troca é reciproca ou só em
uma direcão.
Etapa 1:
Solicitar ao grupo a elaboração de uma lista de atividades
comunitárias, voluntárias, tais como:
• Manutenção de escola (creche, parquinho, etc, não mantidos
pela prefeitura)
• Arrecadar dinheiro para atividades ou equipamentos extras
para escolas/creches, etc.;
• Trabalhos comunitários;
• Reuniões da comunidade;
• Trabalhos voluntários e de manutenção de clínicas e postos
de saúde, campanhas de vacinação;
• Envolvimento com projetos que afetam a comunidade (de
ONGs, universidades, etc);
• Atividades politicas;
• Trabalho no preparo das celebrações e festividades
comunitárias;
• Liderança nas organizações comunitárias;
• Participação nas organizações comunitárias;
• Liderança nas tomadas de decisões ao nível da comunidade;
• Plantio de árvores em lugares públicos (com mudas doadas
ou por iniciativa da comunidade)
• Reformas da igreja, dos templos
• Outras
Etapa 2:
Após os participantes terem identificados as atividades, perguntar
105
Continuação
Análise
Do
Perfil
De
gênero
–lhes quem são os responsáveis pelas atividades:
• Meninos/meninas
• Mulheres/homens
• Idosos/idosas
Após identificar-se quem faz o trabalho, perguntar porquê – por
razões religionsas, culturias, políticas, de educação, legais, ou
outras quaisquer. Algumas questões-chave para discussão são:
• Porque um sexo (genero) (ou raça, ou classe) faz tal
atividade e não outras?
• Quais são as implicações de um genero fazer uma coisa e
outro não?
• A atividade tem algum tipo de remuneração?
• Quanto a comunidade valoriza esse trabalho?
• As pessoas que realizam o trabalho, se beneficiam dele? De
que forma?
• Houve mudança de papéis em relação a quem faz o quê nos
últimos anos? Por quê?
Etapa 3:
Repetir o mesmo exercício para atividades reprodutivas e
produtivas, que incluem:
Reprodutivas:
Gerar e cuidar das crianças
Tomar contas das pessoas doentes na familia
Tomar conta dos idosos;
Buscar água/madeira quando necessário para a casa;
Cozinhar
Limpar
Produtivas
Trabalho na lavoura ou pesca (auto emprego)
Trabalho assalariado, ou pago em espécie:
- Indústria
- Comércio
- Agricultura
- Serviços
Preparo de alimentos e preparo para vendas
Artesanato para uso caseiro e para vender
106
Mitos
De
gênero
Mapeamento
do corpo
Uma discussão sobe as percepções sobre homesn e mulheres
pode ajudar a revelar os mitos que existem em relação aos
genero das pessoas. Um mito relacionado a gnereo pode vir de
uma lenda que atribuia uma determinada caracterisitca a
homens ou a mulheres.Pode ser tambem uma ideia ou uma
percepção que tenah sido reforçada em uma determinada
cultura. Mitos ou estereotipos muitas vezes reforçam os papéis
e responsabilidades atribuídos a um específico gênero e as
desigualdades das relações entre homens e mulheres. Além do
mais, eles podem prevenir que tanto homens quanto mulheres
se envolvam em determinadas atividades, alcancem certas
posições de autoridade ou ganhem acesso e controle sobre
recursos e informações. Aumentar a conscientização sobre os
mitos de genêro e seus impactos sobre ambos, mulheres e
homens, contribui para que se desafie e talvez se mude alguns
desses estereótipos. Discutir estereótipos de genero com
membros de instituições governamentais, ONGs, e agências
locais é também bastante útil porque são esses grupos de
pessoas que definem e implementam politicas, programas e
estratégias que mantêm certos valores culturais.
2 horas para
grupos
sepadados de
homens
e
mulheres,
seguido
por
uma sessão de
1 h, mais tarde,
com homens e
mulheres
juntos,
com
pessoal
da
comunidade e
da
administração
municipal
Os conceitos de prazer e dor são universais. Entretanto a
expressão de nossos sentimentos diferem dentro e entre
culturas, classes e gênero. Uma vez que os papéis de homens
e mulheres em muitas culturas estão intimamente ligados aos
processos biológicos e às experiências físicas, as idéias sobre
o corpo são um componente importante da própria identidade
(auto conceito). Ao discutir conceitos relacionados a trabalho,
sexo, e reprodução se tem uma oportunidade de explorar como
as pessoas se vêem tanto como seres sexuais como também
seres sociais com gêneros diferentes (gendered beings ). Esta
oficina cria um espaço para explorar as percepções das
Um dia
Papel
Canetas
Folha
s
grand
es de
Papel
Canet
as
colori
das
crayo
ns
Etapa 1:
Antes das discussões, preparar exemplos de percepções
estereotípicas (mitos de gênero) sobre homens e sobre mulheres,
no caso do grupo se sentir inseguro sobre o que se está
querendo dizer. Alguns exemplos de percepções populares são:
• Homens trabalham; mulheres são donas de casa;
• Mulheres são emocionais;homens são racionais;
• Mulheres são fracas, homens são fortes;
• Homens trazem mais dinheiro para casa;
• Mulheres são tímidas, não tem muito conhecimento das
coisas e são difíceis de conversar; homens são fáceis de
conversar e sabem mais sobre o que está acontecendo;
• Homens gastam dinheiro e bebem, mulheres tomam conta
da casa.
Etapa 2:
Fazer reuniões separadas com homens e mulheres. Envolver os
participantes, variando idade, educação, classe social, grupo
étnico de forma a assegurar a maior variedade de percepções
possível. Pedir ao grupo que descreva suas percepções culturais
sobre homens e mulheres. Uma das formas de fazer com que as
idéias comecem a aflorar é perguntando aos participantes
provérbios e histórias locais ou cantigas sobre homens e
mulheres. Outro método é solicitar aos partipantes que usem
figuras ou simbolos para representar suas percepções. Por
exemplo, uma ferramenta agrícola pode representar um grande
conhecimento sobre lavoura, ou uma estrela pode significar
liderança. Símbolos são outra forma
Este exercicio precisa ser feito em grupos de separados, de
mulheres com facilitaoras mulheres e de homens com
facilitadores homens. Grupos de no máximo 10 pessoas são
recomendados.
Etapa 1:
Fazer um desenho do contorno corpo de uma mulher (ou de um
homem) , de frente e de tras. Todas as pessoas se sentam as
redor do desenho e pensam em como usam seu proprio corpo.
Etapa 2:
Pergunatr ao grupo: “O que nos dá dor”Onde estão as fontes de
dor?”Pedir aos participantes para colorir de vermelho as partes do
Lembrar:
Discutindo dor
e prazer é uma
forma de se
discutir tópicos
mais dificies
como poder,
iguladade e
direito
reprodutivos
107
Continuação
Mapeamento
do corpo
pessoas em relação às suas limitações e seu poder. Em
“interpretando’ suas próprias vidas e compartilhando suas
experiências pessoais, elas começam a questionar as normas
e valores e os papéis atribuidos a elas por uma sociedade
patriarcal. Elas movem de uma posição de aceitação – “isso
sempre foi assim” – para uma posição “é preciso achar uma
forma de mudar essas desigualdades”. Entretanto, essa
atividade não é um fim em si mesma. Ela simplesmente provê
um mecanismo para discussão. Cria um ambiente para
reflexão e introspecção e requer um habilidoso facilitador para
conduzir a discussão em direção a uma análise conceitual.
Este processo requer tempo, porisso recomenda-se um dia
para que o desenvolvimento da oficina ocorra
espontâneamente, sem uma agenda rígida. Se, ao final do dia,
os particintes tiverem levantado e refletido um numero
significativo de questoes, pode-se considerar que é a oficina foi
um bom começo.
corpo que são fonte de dor
Etapa 3:
“Como o corpo é afetado pelo cansaço ou pelo estresse do
trabalho que você faz? “Pedir para que segue marcado em
vermelho onde estão as partes do corpo afetadas pelo trabalho.
Etapa 4:
“O que nos dá prazer? Onde vocês sentem prazer? Quais partes
do seu corpo você gosta? Quais zsão as partes do seu corpo que
ajudam você a sentir prazer? Pedir que essas partes sejam
pintas em verde.
108
TABELA 2
Matriz para análise do uso de recursos por genêro
LUGAR
QUEM CONTROLA
QUEM USA
QUEM TRABALHA
QUEM É RESPONSÁVEL PELO MANEJO E/OU
PELA PROVISÃO DO RECURSO
Uso da terra/cobertura
Água
Plantas
Animais
Produtos
Edificacões
Outras infraestruturas
Ferramentas
TABELA 3
Opcões de tecnologia para usuários múltiplos
____________________________________________________________________________________________________________________________
Tecnologias paralelas (em áreas separadas)
Caso os usos sejam mutuamente exclusivo (exemplo, se coletar lenha significa deixar de produzir frutas)
Caso os usuários não sejam compatíveis (de forma equalitária) (exemplo: se o proprietário nega acesso a lenha produzida pro a’rvores depois de serem colhidos os
frutos)
___________________________________________________________________________________________________________________________
Tecnologias interligadas
Caso usos e usuários são condicionalmente compatíveis (exemplos: - mesmo área ou plantas, com épocas diferentes de acesso; mesma área, plantas diferentes;
mesmas plantas, produtos diferents)
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tecnologias totalmente compartilhadas
Compativeis e com feito mutuo neutro
(exemplo: 2 usuários colhem o mesmo produto de uma área comum cercada; grande producão, cerca eficiente, nenhuma
competicão/conflito)
109
Compatíveis e mutualmente benéficas (exemplo: tipos complementaes de trabalho, compartilhamento de colheitas do mesmo produto)
Planejamento de Gênero – Projeto PPA
Exercício
Objetivo: aplicar os conceitos de gênero aos diversos aspectos de programAs e projetos
1. Trabalhando em grupos designados, identificar os seguintes aspectos em relação ao projeto:
a) o impacto potencial do projeto, a nível de domicílio sobre:
i) homens e mulheres no seu papel produtivo
ii) mulheres no seu papale reprodutivo
b) o impacto potencial do projeto ao nível da comunidade, em relação a:
i) as mulheres no seu papael de gerenciamento comunitário
ii) os homesn no seu papel de fazer as políticas comunitárias
c) necessidades de gênero práticas e estratégicas
i) identificar quais as necessiades de gênero que o projeto deverá atender
2. Anote os problemas identificados no projeto. Complete sua análise de gênero organizando e refinando estes problemas, e apresentando-os
numa hierarquia de causa-e-efeito. Utilize a Tabela no verso desta folha
110
Planejando o processo de planejamento
TA BELA DO PROCESSO COMPLETO
AS ETAPAS
N-1
Planejar o
Planejamento do Plano
N
Planejar o
Plano
N+1
Planejar a implementação do Plano
AS QUESTÕES
1.Definição do problema
2. Definição da meta
3. Procurando e organizando as informações
4. Geração de idéias
5. Geração de opções
6. Análise das opções
7. Definição dos resultados do processo de planejamento
111
TABELA 2 : A ETAPA N-1
N-1
ETAPA
Planejar o Planejamento do Plano
AS QUESTÕES
PARTICIPANTES
1.Definição do
problema
Não há clareza de como se irá desenvolver o processo de planejar o estabelecimento de um projeto XXXXX. Tarefa: discutir esse postulado e
esclarecer quaisquer pontos de discordância
2. Definição da
meta
A meta pode ser estabelecida como: a definição clara e concisa do Processo de Planejamento a ser seguido para o estabelecimento do PProjeto
XXXXX. A priori pode-se considerar algumas premissas básicas a serem obedecidas: o processo de planejamento deve incluir todos os interessados (ser
participativo), não deve desencadear conflitos, deve ser objetivo, e deve resultar em um documento claro e conciso que estabeleça os passos a serem
seguidos na etapa seguinte, isto é, o planejamento do plano de zoneamento. Tarefa: discutir essas premissas, propondo mudanças caso não haja
concordância
Discutir como as informações necessárias poderão ser complementadas, considerando-se que a esta altura já se dispõe de praticamente todas as
informações necessárias para estabelecer um Projeto XXXXX. Estabelecer responsabilidades pela eventual busca de dados complementares, caso isso
venha a ser necessário durante a discussão dos dados existentes (próxima etapa). Incluir o que já foi coletado por programas existentes. Também deverá
ser discutido o formato com que os dados utilizados devem ser organizados, tendo em vista a disseminação da metoodologia e facilidade de consulta e
eventual ajuste do banco de dados.
Discussão das diversas maneiras através das quais se poderá envolver um maior número de interessados para a geração de idéias, ou seja atividades e
maneiras de se alcançar a meta estabelecida. Uma idéia inicial é a incorporação das idéias geradas pelo programa XXXX. Na discussão de outras
maneiras, deve-se levar em conta o curto prazo disponível; assim sendo, sugestões que demandem um longo tempo para a coleta das informações
necessárias deverão ser descartadas. Sugestões: oficinas de consulta e brainstorming, elicitando idéias através de técnicas de participação. Visitas de
campo seguidas de seminários curtos, etc.
O desafio aqui é estabelecer uma forma de hierarquizar as idéias geradas de forma a constituirem opções, factíveis de serem analisadas atráves de prós e
cons. Uma das sugestões seria definir claramente as implicações políticas de cada idéia e verificar sua possibilidade de implementação; outra seria
analisar o nível de independência que o municipio tem de implementar a idéia (i.e., o estado terá que ser envolvido na implementação, etc); outra ainda
seria qual a equidade implícita na idéia (i.e., todos serão igualmente ouvidos? Todas as suas necessidades consideradas?); qual o valor educacional para
a comunidade que a idéia incorpora? etc., etc.
A partir do estabelecimento claro das opções possíveis, é necessário definir como essas opções serão analisadas. Uma sugestão é organizar uma matriz
cruzando as opões com a meta estabelecida; outra seria definir critérios que claramente indiquem a adequação da opção, por exemplo: é uma opção
dentro do poder local? as pessoas estão preparadas para desenvolve-la ?, etc. etc.
3. Procurando e
organizando as
informações
4. Geração de
idéias
5. Geração de
opções
6. Análise das
opções
7. Definição dos
resultados do
processo de
planejamento
Aqui o que se busca é a definição do arcabouço que irá orientar a feitura do Projeto XXXXX. Cabe aqui uma descrição do produto final que deve
emergir do processo de planejamento: uma série de passos, com respectivas questões e atividades sugeridas que irão parametrar a elaboração do Plano
de Zoneamento.
112
Lista de COMPONENTES E PRINCÍPIOS RELACIONADOS A GÊNERO EM UM PROJETO DE
DESENVOLVIMENTO
1. Identificação do problema
• A consulta à comunidade e a avaliação das necessidades comunitárias na área de desenvolvimento levou em consideração os problemas
específicos enfrentados por mulheres, crianças, idosos, inválidos e grupos étnicos minoritários na comunidade?
• Foi analisado como os problemas detectados nas comunidades participantes afetam diferentemente homens, mulheres, crianças e outros
grupos minoritários?
• As mulheres foram envolvidas nas consultas e na avaliaçãos das necessidades?
• A avaliação das necessidades considerou como a posição das mulheres na comunidade e a sua carga de trabalho irão ser afetadas pela sua
participação no projeto?
2.
•
•
•
•
•
Objetivos do Projeto
Os objetivos do projeto refletem as metas e as necessidades identificadas pelas lideranças femininas e por membros da comunidade?
O projeto deixa claro que a participação ativa das mulheres e seu papel na tomada de decisões são críticos ao sucesso do projeto?
As metas e objetivos do projeto deixam claro e explícito que os benefícios deverão igualmente extendidos a mulheres e homens da
comunidade?
As metas e objetivos do projeto deixam claro que mulheres e homens terão igual oportunidade na utilização dos recursos proporcionados
pelo projeto bem como oportunidades iguais de aprendizado, i.e., treinamento, capacitação em termos de recursos humanos?
De que forma o projeto conduz ao empoderamento das mulheres, i.e., o compartilhamento do poder para tomar decisões, melhores
oportunidades de geração de renda, melhoria nas condições de trabalho, aprimoramento dos aspectos relacionados à liderança, etc. na
comunidade?
113
•
Algum dos objetivos do projeto contesta a divisão do trabalho, distribuição de recursos/tarefas/oportunidades/carga de trabalho e
responsabilidades em termos de gênero?
3. Estratégia do projeto
• As mulheres residentes nas comunidades envolvidas foram consultadas em relação as estratégias ou maneiras mais adequadas de se lidar
com os problemas e necessidades detectadas, ou mesmo em relação à consecução dos objetivos e metas do projeto?
• As estratégias do projeto levam em consideração a melhor forma de incorporar a contribuição não-material das mulheres, tais como
conhecimentoss específicos (inclusive em termos do meio ambiente) e relacionamentos sociais de cooperação, ajuda mútua e confiança
existentes?
• As estratégias do projeto estão voltadas unicamente para a provisão de ‘benefícios’ para as mulheres, ou também envolvem a participação
ativa das mulheres e seu empoderamento junto à comunidade?
• As estratégias do projeto consideram como serão envolvidas as mulheres cuja carga de trabalho doméstico (família, crianças) prejudica sua
participação em atividades comunitárias?
4. Administração do projeto
• Existe uma posição clara em relação à administração do projeto em relação à participação igualitária de homens e mulheres durante todos os
estágios de implementação do projeto?
• Mulheres e homens residentes das comunidades participantes estão igualmente representados nos comitês de implementação/administração
do projeto?
• Existe necessidade de treinamento administrativo específico em relação a conscientização de gênero e análise de gênero? Se existe, isso já
foi providenciado?
• A administração do projeto tem recebido apoio em relação aos recursos humanos e treinamento para administrar e monitorar os
componentes do projeto referentes a gênero e a participação das mulheres?
114
5. Implementação do projeto
• As mulheres estão incluídas na equipe de implementação do projeto? As mulheres que participam da equipe de implementação estão
conscientizadas das ligações/conexões entre gênero, meio ambiente, desenvolvimento e manejo de recursos naturais?
• Mulheres estão incluidas entre os grupos-alvo do projeto?
• Os métodos de implementação utilizados pelo projeto usam adequadamente os relacionamentos sociais e organizações de mulheres já
existentes, por exemplo: clube de mães, grupos religiosos, organizações político-partidárias?
• Foram estabelecidos métodos para monitorar o progresso do projeto em relação aos assuntos relacionados às mulheres, por exemplo,
aumento da conscientização da conexão entre gênero, meio ambiente, desenvolvimento e recursos naturais; incremento da participação na
administração e implementação do projeto; aumento da influência nos processos de tomada de decisão tanto a nível do projeto quanto ao
nível da comunidade?
6. Resultados do projeto
• As mulheres estão recebendo igual proporção de benefícios e oportunidades gerados pelo projeto em relação aos obtidos pelos homens? O
projeto está revendo eventuais desbalanceamentos na distribuição previamente estabelecida de benefícios e oportunidades?
• O projeto está proporcionando às mulheres um sentido de maior participação em relação aos assuntos referentes ao manejo participativo de
recursos naturais? O projeto proporciona às mulheres uma melhor compreensão das conexões entre gênero, meio ambiente, pobreza,
urbanização, e desenvolvimento?
• Quais são os efeitos do projeto, a longo prazo, em termos do aumento da habilidade das mulheres em assumir o manejo participativo de
recursos naturais, e em melhorar suas vidas e a vida da comunidade através da compreensão da sua situação e da ação coletiva em termos de
procurar soluções para seus problemas?
115
Tabela do Exercício Planejamento de Gênero – Projeto GEPAM Santo André
Impactos potenciais ao nível do domicílio
Produtivo
Homens
Mulheres
Impactos potenciais ao nível
da comunidade
Reprodutivo
Gerenciamento
Políticas
Mulheres
Mulheres
Homens
Necessidades potenciais de gênero atendidas
Práticas
Estratégicas
116
BIOMAPAS COMUNITÁRIOS: TABELA DE TAREFAS
PASSOS:
RESPONSÁVEL
OUTR0S
PARTICIPANTES
DATA
DURAÇÃO
LUGAR
A. Levantamento das informações existentes através de áreas da prefeitura (mapa das ruas e
da topografia, e também outra informação técnica relevante como as categorias de proteção)
B. Criacao da mapa de base para as oficinas
C. Elaboração das passos especificos das oficinas de Biomapas
D. Divulgação
E.Desenvolvimento
E.1 Planificação com a comunidade
E.2 Oficina de mapeamento, com uma tema mais geral : -equipes de vários quarteirões (ou
outra divisão apropriada); -vistoria da área com documentação de máquinas fotográficas; discutir e colocar as informacoes, decisões de representacão visual, verificação de mapas; apresentação aberta a todos para análise critica e para colocar novas informações
F. Apresentação pública dos mapas
D. Levantamento das avaliações das experiências dos participantes (planejadores e cidadãos)
E. Organizacão do material
F. Criacão do produto final (livro/ atlas sobre o processo de biomapas)
117
MATERIAIS
O CICLO DE PLANEJAMENTO
Estágios no Ciclo
Processo de Planejamento
(n-1)
Planos de Trabalho
Planejamento Substantivo
(n)
Zoneamento Macro
Passos em Cada Estágio
1 Defina a Tarefa a Planejar
2 Identifique as Metas
3 Avalie os Fatos
4 Gere Idéias
5 Organize Idéias em Opções
Planejamento de Implementação
(n+1)
Planos de Desenvolvimento
Comubnitario
6 Avalie as Opções – Pros e Contras
7 Tome uma Decisão
118
METAS
OPÇÕES
Três meses
Atende a todas
as culturas
Factível
em termos de
custos
Cria
empregos
Crianças
Pontos
Final
Segurança
4
1
4
2
4
15
Espaço Comunitário
1
4
1
3
3
12
Transporte Coletivo
3
2
3
1
1
10
Serviço Social
2
3
2
4
2
13
ANOTAÇÕES
120
ANOTAÇÕES
121

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