o documento na íntegra - Academia da Vinha e do Vinho

Transcrição

o documento na íntegra - Academia da Vinha e do Vinho
Perfil-País
ESTADOS UNIDOS
2010
Julho de 2010
1
Apex-Brasil
Alessandro G. Teixeira
PRESIDENTE
Maurício Borges
DIRETOR DE NEGÓCIOS
Ricardo Schaefer
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
Marcos Tadeu Caputi Lélis
COORDENADOR DA UNIDADE DE INTELIGÊNCIA COMERCIAL E COMPETITIVA (UICC)
Camila Martins Araújo Gontijo
Emanuel Teixeira Figueira Júnior
Leonardo Silva Machado
AUTORES DO ESTUDO
Manuela Kirschner do Amaral
Juliany Michelle Braga da Silva
Roberta Peixoto Ataides
COLABORADORAS DO ESTUDO
Simonny Valéria Soares
REVISORA DO TEXTO
SEDE
Setor Bancário Norte, Quadra 02, Lote 11,
CEP 70.040-020
Brasília – DF
Tel. 55 (61) 3426.0202
Fax. 55 (61) 3426.0263
E-mail: [email protected]
© 2010 Apex-Brasil
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
2
APRESENTAÇÃO
Este estudo traça um perfil dos Estados Unidos através da apresentação dos panoramas econômico,
político e comercial daquele país. A ênfase maior é dada às relações comerciais estadunidenses, mais
detalhadamente, àquelas estabelecidas com o Brasil.
Além de analisar os principais dados do comércio entre Brasil e Estados Unidos, o trabalho também
traz indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais entre esses dois países e as oportunidades de
negócio para os exportadores brasileiros que desejam atuar no mercado estadunidense.
Abaixo, são listadas as informações encontradas em cada uma das seis partes do estudo.
Parte 1
Introdução
Localização
Pag. 8
População
Pag. 8
Principais Cidades
Pag. 10
Parte 2
Panorama Econômico
Desempenho Econômico
Pag. 13
Parte 3
Panorama Político
Política Interna
Pag. 19
Política Externa
Pag. 20
Relações Bilaterais Brasil-Estados Unidos
Parte 4
Panorama Comercial
Política Comercial
Pag. 20
Pag. 26
Acordos Comerciais
Pag. 27
Procedimentos Aduaneiros
Pag. 29
Tributos
Pag. 38
Barreiras não Tarifárias
Pag. 44
Subsídios
Pag. 47
Características do Mercado
Ambiente de Negócios
Pag. 52
Capacidade de Pagamento
Pag. 54
Infraestrutura e Logística
Pag. 55
Intercâmbio Comercial
3
Evolução do Comércio Exterior dos Estados Unidos
Pag. 56
Destino das Exportações Estadunidense
Pag. 58
Principais Produtos da Pauta de Exportações dos Estados Unidos
Pag. 59
Origem das Importações Estadunidense
Pag. 59
Principais Produtos da Pauta de Importações dos Estados Unidos
Pag. 61
Intercâmbio Comercial Brasil-Estados Unidos
Corrente de Comércio
Pag. 62
Saldo Comercial
Pag. 63
Principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos
Pag. 64
Principais produtos importados pelo Brasil dos Estados Unidos
Pag. 65
Indicadores de Comércio Brasil-Estados Unidos
Parte 5
Oportunidades
Pag. 66
Índice de Complementaridade de Comércio (ICC)
Pag. 69
Índice de Intensidade de Comércio (IIC)
Pag. 70
Índice de Diversificação/Concentração das Exportações (HHI)
Pag, 72
Índice de Comércio Intrassetor Industrial
Pag. 73
Índice de Especialização Exportadora (IEE)
Pag. 77
Índice de Preços e Índice de Quantum
Pag. 78
Apresentação da Metodologia de Identificação das Oportunidades
Comerciais
Pag. 81
Comerciais para o
Brasil nos Estados
Agronegócios, alimentos e bebidas
Unidos
Casa e Construção
Máquinas e Equipamentos
Moda
Tecnologia e Saúde / Entretenimento / Multissetorial
Parte 6
Anexos
Anexo 1: Descrição da Metodologia de Identificação das Oportunidades
Pag. 83
Pag. 95
Pag. 107
Pag. 118
Pag. 125
Pag. 136
Comerciais
Anexo 2: Contatos
Pag. 141
Anexo 3: Referências
Pag. 149
A Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva, responsável pelo desenvolvimento deste estudo,
gostaria de saber sua opinião sobre ele. Se você tem comentários ou sugestões a fazer, por favor, envie email
para: [email protected]
4
SUMÁRIO EXECUTIVO
Os Estados Unidos, um dos maiores países do mundo em extensão territorial, também representam um
grande mercado consumidor, não apenas pelo tamanho de sua população, que deve atingir 332 milhões de
pessoas em 2015, como também pelo seu poder aquisitivo. O país é o maior importador mundial, mantendo essa
posição mesmo durante os anos de 2008 e 2009 (pós-crise), quando importou do mundo mais de US$ 1,56 trilhão
em mercadorias.
Os Estados Unidos foram, durante os últimos anos, o principal destino das exportações brasileiras. No
ano de 2008, estas exportações alcançaram US$ 27,4 bilhões e representaram 14% do total exportado pelo Brasil
naquele ano. Contudo, no ano de 2009, o país foi superado pela China enquanto destino destas exportações.
Neste ano, 10% das vendas externas brasileiras foram para os Estados Unidos, o equivalente a US$ 15,6 bilhões.
Por outro lado, o país ainda representa o principal fornecedor externo de mercadorias para o Brasil.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi de US$ 14,2 trilhões no ano de 2009, o que
posiciona o país como a maior economia mundial. O PIB per capita do país correspondeu a I$ 46.381 em 2008 (em
Paridade do Poder de Compra1), quando foi o sexto maior do mundo.
Para o biênio 2010-2011, as previsões indicam recuperação da economia estadunidense após a recessão
gerada pela crise econômica, com taxas positivas de crescimento do PIB a partir de 2010 . O país continua a ser
um mercado atraente para investimentos, principalmente em função da existência de importantes centros de
pesquisa tecnológica, chegando a receber um terço de todo o investimento direcionado ao G72.
O atual presidente, Barack Obama, apresentou altos índices de aprovação popular no início de seu
governo de acordo com o The Economist. A política externa estadunidense em seu governo confere grande
importância às questões relacionadas a conflitos com outros países, enquanto que, no âmbito interno, o assunto
principal no ano de 2010 foi a reforma do sistema de saúde. Em relação ao Brasil, os Estados Unidos dispõem de
diversos diálogos de cooperação, entre eles o relacionado aos biocombustíveis.
A política comercial estadunidense abrange a aplicação de um sistema geral de preferências,
denominado SGP, através do qual o Brasil se encontra beneficiado com tarifas reduzidas em diversos setores e
produtos.
No que tange ao seu ambiente de negócios, o país ocupa ótima posição no ranking do Banco Mundial,
onde se destaca como o 4° melhor país no mundo para se fazer negócios. Além disso, o comércio e sua
distribuição são facilitados pela ampla infraestrutura de transportes disponível. Além de o país ter a maior malha
1
Teoria que propõe que a taxa de câmbio entre duas moedas se encontra em equilíbrio quando o poder de compra interno
das moedas é equivalente ao da taxa de câmbio. Assim, por exemplo, se 1 libra inglesa equivale no câmbio a 4 dólares, as
duas moedas estariam em equilíbrio se 1 libra comprasse os mesmos bens na Inglaterra que os 4 dólares nos Estados Unidos.
2
Grupo internacional formado pelos dirigentes das sete mais importantes potências econômicas e que se reúnem
anualmente para coordenar a política econômica, monetária e financeira mundial. Compreende a Alemanha, Japão, Itália,
França, Grã-Bretanha, Canadá e Estados Unidos.
5
de transportes do mundo, essa é de boa qualidade. Como grande ator no comércio internacional, os Estados
Unidos são responsáveis por 13% da movimentação dos fretes de exportação mundial.
A partir de 2002, no período pós-crise asiática, as transações comerciais dos Estados Unidos com o
exterior voltaram a crescer num momento em que outras economias mundiais também se recuperavam. Entre
2002 e 2008, suas importações e exportações cresceram em média 8% e 17%, respectivamente. A assinatura de
novos acordos de livre comércio e de preferência comercial nesse período também foi fator favorável para o
aumento das transações comerciais internacionais.
Canadá, México e China são, simultaneamente, os maiores fornecedores e importadores dos Estados
Unidos. No que tange aos dois primeiros, a robustez do comércio de viés mais regional é singularmente
impulsionada pelo NAFTA. Os principais produtos importados pelos Estados Unidos em 2009 inserem-se na
classificação CNAE 1110-0 “extração de petróleo e gás natural”, representando 9% do total importado. Cabe
destacar que 19% do total importado pelos Estados Unidos em 2009 relacionam-se a produtos intensivos em
pesquisa e desenvolvimento.
Entre as mercadorias nacionais mais exportadas para os Estados Unidos, destaca-se o aumento da
participação dos produtos ligados ao CNAE “extração de petróleo e gás natural”, composto basicamente de “óleos
brutos de petróleo”, que respondeu por 15% da pauta exportada em 2009. O segundo CNAE mais exportado pelo
Brasil naquele ano foi o de “construção, montagem e reparação de aeronaves”. Os produtos primários e
intensivos em recursos naturais ainda correspondem à maior parte das exportações brasileiras, ou seja, 50,8%.
Foram identificadas oportunidades em todos os complexos com os quais a Apex-Brasil trabalha, com
destaque para Agronegócio, Casa e Construção e Máquinas e Equipamentos.
6
PARTE 1
INTRODUÇÃO
7
LOCALIZAÇÃO
Situado na América do Norte, entre os oceanos Pacífico e Atlântico, fazendo fronteira com o Canadá ao
norte e o México, ao sul, os Estados Unidos da América tornaram-se independentes do Reino da Grã-Bretanha em
1776, muito embora só tenham sido reconhecidos como tal a partir do Tratado de Paris, em 1783. O país é o
terceiro maior do mundo em extensão territorial, atrás somente da Rússia e Canadá, com área de 9.161.966 de
Km², cortada por seis fusos horários. Fortalecido pelas vitórias nas I e II Guerras Mundiais e com o fim da Guerra
Fria, em 1991, os Estados Unido\s continuam sendo a nação mais poderosa do mundo. Durante mais de cinco
décadas, a economia registrou crescimento constante, baixas taxas de desemprego e inflação, bem como rápidos
avanços tecnológicos, o que permitiu ao país certa liderança na conjuntura política moderna.
Figura 1: Mapa dos Estados Unidos.
Fonte: Central Intelligence Agenccy - CIA. The World Factbook.
O país é formado por 50 estados e 1 distrito: Alabama, Alaska, Arizona, Arkansas, Califórnia, Carolina do
Norte, Carolina do Sul, Colorado, Connecticut, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Delaware, Distrito de Columbia,
Flórida, Geórgia, Havaí, Idaho, Illinois, Indiana, Iowa, Kansas, Kentucky, Louisiana, Maine, Maryland,
Massachusetts, Michigan, Minnesota, Mississippi, Missouri, Montana, Nebraska, Nevada, New Hampshire, Nova
Iorque, Nova Jersey, Novo México, Ohio, Oklahoma, Oregon, Pensilvânia, Rhode Island, Tennessee, Texas, Utah,
Vermont, Virgínia, Washington, West Virginia, Wisconsin e Wyoming.
POPULAÇÃO
Dados fornecidos pela Divisão de População das Nações Unidas3 (United Nations Population Division, em
inglês) indicam que a população estadunidense constituir-se-á de 317,6 milhões de habitantes no ano de 2010,
com projeções para 332 milhões até o final de 2015. O país é o terceiro mais populoso do planeta, atrás somente
3
A Divisão de População das Nações Unidas é responsável pela pesquisa e acompanhamento de temas no domínio da
população, facilitando o acesso à informação sobre as tendências demográficas e suas interrelações com o desenvolvimento
social e econômico. Para mais informações, acessar: www.un.org/esa/population/.
8
de China e Índia, com participação quase igualitária de homens (49,4%) e mulheres (50,6%) no total de sua
população. A análise da participação das populações urbana e rural entre 2000 e 2015, apresentada no Gráfico 1,
indica uma tendência de intensificação da concentração populacional nos centros urbanos do país. Em 2000, a
participação da população urbana na total era de 79%. Já, em 2015, deverá atingir 83,6%. A diminuição da razão
entre a população rural e total manifesta-se por taxas de variação negativas da população do campo no período
analisado. Nota-se, ainda, tendência de desaceleração na taxa de crescimento médio da população total, que
passará do 1% registrado no qüinqüênio 2000-2005 para 0,9% entre 2010-2015.
Gráfico 1: População dos Estados Unidos (em milhares de pessoas)
332.334
302.741
287.842
317.641
54.361
56.266
58.208
60.191
227.651
244.533
2000
2005
População urbana
261.375
277.973
2010*
2015*
População rural
*Previsão
Fonte: UN Population Division. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Ademais, de acordo com dados de 2008 do Escritório do Censo dos Estados Unidos4 (United States
Census Bureau, em inglês), 79,6% da população estadunidense define-se como branca, 12,9% como negra e os
7,5% restantes enquadram-se em outras definições. Importante destacar que a população de origem latina ou
hispânica representa, aproximadamente, 50 milhões de habitantes e tem impacto significativo nas tendências de
consumo no país. No que tange às orientações religiosas da população, ainda segundo esta fonte de dados, a
maioria da população adulta do país identifica-se como protestante (48,5%), católica romana (25%) ou mórmon
(1,4%).
O número de habitantes na faixa etária entre 15 e 49 anos aumentará em 7 milhões de pessoas entre
2000 e 2015, quando atingirá um contingente de 155 milhões de indivíduos. Esse incremento representa um
impulso significativo na demanda doméstica do país. No entanto, para que isto se concretize, é necessário que os
Estados Unidos consigam enfrentar os desafios colocados pela última crise econômica, aumentando a geração de
4
O Escritório do Censo é o órgão estatístico responsável pela pesquisa demográfica e socioeconômica nos Estados Unidos.
Para outras informações, acessar: www.census.gov.
9
empregos e renda. A população com idade inferior aos quatorze anos deve também apresentar crescimento no
período e atingir 65,8 milhões de indivíduos em 2015. Por fim, desempenho notável deve registrar o incremento
no número de habitantes com idade superior aos 50 anos. Entre 2000 e 2015, esta população crescerá em 33,7
milhões de pessoas e representará 33,6% da população total do país nesse ano.
PRINCIPAIS CIDADES
O Gráfico 2 indica que a região metropolitana com maior concentração populacional no período
analisado é a de Nova Iorque-Newark. Segundo estimativas da Divisão de População das Nações Unidas, esse
conglomerado reunia 19,3 milhões de habitantes em 2009, ano do levantamento mais recente. A segunda maior
conglomeração, na região de Los Angeles, contava, no mesmo ano, com 12,7 milhões de pessoas. As outras três
cidades selecionadas entre as cinco maiores dos Estados Unidos somavam, juntas, 20,4 milhões de habitantes
naquele ano. A previsão é de que essas cinco cidades alcancem o número de 54,4 milhões de indivíduos em 2015,
ou seja, 16,4% da população total dos Estados Unidos.
Gráfico 2: Percentagem da população total residente nas 5 principais aglomerações urbanas (1990-2015).
7%
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
1990
New York-Newark
1995
2000
2005
Los Angeles-Long Beach-Santa Ana
2010*
Chicago
2015*
Miami
*Previsão
Philadelphia
Fonte: UN Population Division 2009. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
No início do século XX, segundo informações do US Census Bureau, a maioria da população
estadunidense (62%) habitava as regiões nordeste e o meio-oeste do país. Contudo, no decorrer do século, este
contingente populacional deslocou-se e a maior parte da população (58%) nos dias de hoje reside no sul e no
oeste dos Estados Unidos. A população na costa oeste registrou crescimento mais acelerado que o verificado nas
outras regiões do país, muito influenciado pelo aumento do fluxo de imigrantes internos e externos. Em 2009, os
10
estados da Califórnia e do Texas eram os mais populosos do país, concentrando quase 20% do total da população
estadunidense. Contudo, a maior densidade populacional ainda é registrada no nordeste do país, bem como o
maior percentual de população vivendo em áreas urbanas.
Muito embora o crescimento da população estadunidense tenha se destacado ao longo das últimas
décadas quando comparado ao de outras nações desenvolvidas, a participação do país no total da população
mundial vem declinando na medida em que as populações de países menos desenvolvidos demonstram ritmo de
crescimento mais acelerado. O aumento populacional acarretou uma maior concentração de habitantes em
algumas regiões. Todavia, a maior parte do território ainda é moderadamente povoada.
11
PARTE 2
PANORAMA ECONÔMICO
12
DESEMPENHO ECONÔMICO
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, em valores correntes em dólares estadunidenses, é
de US$ 14,2 trilhões, o que posicionou essa economia como a maior do mundo no ano de 20095. Em termos de
paridade poder de compra (PPC)6, seu PIB alcançou I$ 14,3 trilhões7 no ano de 2009, mantendo o país na 1ª
colocação do ranking mundial (Tabela 1). Para efeito de comparação, na América Latina, o PIB (PPC) do Brasil,
Argentina, Colômbia, Venezuela e Peru juntos, somam I$ 3,6 trilhões.
Por outro lado, ao se relativizar o tamanho da economia pelo número de habitantes, o PIB per capita8
dos Estados Unidos, em paridade de poder de compra, é o sexto maior do mundo e o maior da América do Norte,
situando-se atrás apenas do Catar, Luxemburgo, Noruega, Cingapura e Brunei. No ano de 2009, o valor do PIB per
capita foi de I$ 46.381.
Sob a ótica do Índice de Desenvolvimento Humano9 (IDH), os Estados Unidos estão classificados no
grupo dos países de alto desenvolvimento, ocupando a 13ª posição no ranking mundial, sendo o segundo
colocado entre os países da América do Norte.
Tabela 1: Indicadores selecionados dos Estados Unidos.
Indicadores selecionados dos Estados Unidos
Descrição
2009
1. Economia
Crescimento do PIB (%)¹
PIB PPP (I$ milhões)¹
PIB per capita - PPP ¹
PIB PPP share ¹ (%)
Taxa de Inflação (%)¹
FBCF/PIB²
IDE/PIB (%)²
IDE - Estoque de entrada de investimento direto (US$ milhões)³
2.População
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em 2007⁴
População (milhões de habitantes)⁵
População economicamente ativa (mil)⁵
Taxa de desemprego (%)⁵
Ranking
-2,60
14.258.700
46.381
0,92
-0,30
12,28
0,80
2.278.892
147
1
6
1
195
80
66
1
0,956
306,600
155.628
9,20
13
3
3
24
Fontes: (1) FMI (Fundo Monetário Internacional); (2) The Economist; (3) UNCTAD - dados de 2008; (4) PNUD. A ONU
considera 182 países em seu ranking; e (5) Euromonitor.
5
Segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional).
PIB PPC (PIB paridade de poder de compra): mede a paridade de poder de compra de uma certa população em relação aos
bens e serviços de modo que possibilita a comparação em diferentes países.
7
Valores expressos em moeda internacional.
8
PIB per capita: relação econômica estabelecida entre o PIB (Produto Interno Bruto) e a população de um país. Como estas
duas grandezas se alteram no tempo, essa relação também variará dando uma idéia do estágio de desenvolvimento em que
se encontra um país.
9
O IDH leva em conta três componentes: PIB per capita PPC, longevidade e educação. Trata-se de uma forma de indicar o
grau de desenvolvimento de um país, como uma alternativa ou mesmo um complemento aos índices econômicos mais
diretos, como o valor do PIB, a renda per capita ou o nível de industrialização.
6
13
Segundo dados do Euromonitor International10, no que tange à estrutura produtiva da economia
estadunidense, a contribuição do setor financeiro e imobiliário na formação do PIB, no ano de 2009, foi de
33,46%, enquanto que educação, saúde, trabalho social e atividades de serviço pessoal contribuíram com outros
12,3%.
Conforme pode ser observado no Gráfico 3, desde o ano de 2005, os Estados Unidos já apresentavam
taxas decrescentes de crescimento do PIB. Em 2009, em função da crise econômica mundial que atingiu
fortemente sua economia, o PIB estadunidense apresentou uma retração de 2,4%, a maior no período analisado.
Contudo, há previsão de crescimento positivo para o ano de 2010. A taxa de inflação que se mantinha na casa dos
3% ao ano foi negativa em 2009, chegando a -0,3%.
Um dos fatores determinantes para o forte declínio do PIB em 2009 foi a diminuição das exportações
estadunidenses. A queda da demanda interna também contribuiu para a recessão econômica do país, mas seu
principal impacto no comércio exterior foi o de provocar uma significativa redução das importações. Com isso, o
déficit de conta corrente dos Estados Unidos experimentou pequeno declínio no período. Espera-se que o pacote
de estímulos aprovado em 2009 continue surtindo efeitos em 2010 para a recuperação econômica dos Estados
Unidos.
Gráfico 3: Crescimento do Produto Interno Bruto e taxa de inflação dos Estados Unidos.
3,6
2,5
2,7
3,4
3,1
3,8
3,2
3,1
2,9
2,7
2,1
2,3
1,7
0,4
2003
2004
2005
2006
Crescimento do PIB
2007
Taxa de Inflação
2008
-0,3
2009*
2010*
-2,4
* Previsão
Fonte: International Monetary Fund - IMF. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
10
O Euromonitor International é uma empresa privada provedora de informações mercadológicas acerca das preferências do
consumidor e do desempenho e atuação da indústria em diversos países. Criada em 1972, possui 600 analistas e escritórios
em Londres, Chicago, Cidade de Cingapura, Xangai e Vilna (Lituânia). Para mais informações, consulte:
www.euromonitor.com.
14
De acordo com a Unidade de Inteligência do The Economist11 (Economist Intelligence Unit, em inglês), o
PIB dos Estados Unidos deve continuar em recuperação, apresentando taxas de crescimento em 2010 e nos anos
posteriores. A recuperação da taxa de inflação deve ajudar as empresas a pagarem suas dívidas e voltarem a
contratar empregados, o que irá, por conseguinte, provocar uma diminuição da taxa de desemprego.
No que tange às riquezas naturais, segundo o Euromonitor International, os Estados Unidos possuem a
11ª maior reserva de petróleo do mundo e a sexta de gás natural. As reservas de petróleo do país somam 30,5
bilhões de barris, apesar da produção apresentar retração desde o ano de 2004.
A distribuição da renda nos Estados Unidos pode ser analisada no Gráfico 4, que apresenta a
participação dos lares por faixa de renda nos anos de 2004 e 2009. Nota-se que, em 2009, 49,6% dos lares
recebiam de US$ 15 a US$ 65 mil no ano, enquanto 37,8% recebiam acima desse valor. No caso da economia
brasileira 31,5% dos lares brasileiros ganhavam acima de US$ 15 mil.
Adicionalmente, observa-se que, entre 2004 e 2009, praticamente não houve mudanças na composição
da distribuição de renda por lares estadunidenses. Nota-se apenas uma pequena diminuição das duas faixas de
menor renda, e um pequeno aumento das duas maiores.
Gráfico 4: Participação dos lares por faixa de renda anual em 2004 e em 2009.
0,02%
0,06%
100%
90%
35,49%
37,73%
80%
70%
acima de 150.000
65.000 a 150.000
60%
50%
50,81%
49,60%
15.000 a 65.000
de 2.500 a 15.000
40%
até 2.500
30%
20%
12,49%
11,55%
1,18%
1,06%
10%
0%
2004
2009
Fonte: Euromonitor International. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
11
A Unidade de Inteligência do The Economist é uma importante firma de pesquisa e consultoria, líder no fornecimento de
análises econômicas e políticas para diversos países. Fundada em 1946 e parte integrante do The Economist Group, a
empresa conta com mais de 40 escritórios no mundo tendo entre seus clientes instituições financeiras, empresas
internacionais, universidades e agências governamentais. Para mais informações, acesse: www.eiu.com.
15
Dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD, em
inglês), disponibilizados pela Unidade de Inteligência do The Economist12, indicam que, dentre os países
desenvolvidos, os Estados Unidos constituíram-se no maior destino de investimento estrangeiro em 2008 e 2009.
O Gráfico 5 mostra a evolução da entrada de investimentos externos diretos no país entre 1990 e 2008. Nota-se o
aumento da entrada de Investimento Externo Direto (IED) nos últimos quatro anos apresentados. No ano de
2009, segundo estimativas do Escritório de Análises Econômicas13 do Departamento de Comércio dos Estados
Unidos (Bureau of Economic Analysis: BEA, em inglês), o fluxo de entrada de IED alcançou US$ 148,5 bilhões,
enquanto em 2008 foi de US$ 316,1 bilhões. A maior parte dos investimentos recebidos foi proveniente do
Canadá (US$ 29,1 bi), Alemanha (US$ 24,6 bi), França (US$ 23,4 bi), Suíça (US$ 16,7 bi) e Reino Unido (US$ 14,2
bi). Os setores que mais receberam investimentos estrangeiros no mesmo ano foram o financeiro (US$ 50,1 bi),
manufatura (US$ 29,2 bi), tecnologia da informação (US$ 13,5 bi) e comércio atacadista (US$ 10,8 bi). No país, o
Comitê para Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS: Comittee on Foreign Investment in the United
States) é o órgão responsável pela revisão dos parâmetros em acordo com a Lei de Investimento Estrangeiro e
Segurança Nacional - FINSA14 de 2007.
Gráfico 5: Investimento estrangeiro direto nos Estados Unidos em US$ bilhões (1990-2008).
Fonte: UNCTAD. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
12
Country Commerce: United States of America, Maio 2010.
O BEA é parte do Departamento de Comércio dos Estados Unidos e, juntamente com o Escritório do Censo (US Census
Bureau) e o Escritório Estatístico dos Estados Unidos (Stat-USA), compõe a estrutura da Administração de Economia e
Estatística (Economics and Statistics Administration, em inglês). A agência elabora estatísticas econômicas que auxiliam na
compreensão do desempenho da economia estadunidense. Para isso, o BEA coleta dados primários, conduz a investigação e
análise, desenvolve e implementa metodologias de estimação e as divulga para o público. Para maiores informações, acesse:
www.bea.gov.
14
FINSA: Foreign Investment and National Security Act.
13
16
Segundo dados da Unidade de Inteligência do The Economist, o estoque de investimento estrangeiro
direto no país em 2009 foi de US$ 2,4 trilhões, equivalendo a mais de um terço de todo o estoque de
investimento do G7. O estoque de investimentos dos Estados Unidos é de 16% do seu PIB, enquanto que para os
outros países do G7 a média é de 30% do PIB. O país se torna atrativo para os investimentos por apresentar
também um grande mercado interno e um ambiente político favorável para as empresas. Os Estados Unidos são
líderes mundiais em tecnologia, o que favorece a melhoria da produtividade.
17
PARTE 3
PANORAMA POLÍTICO
18
POLÍTICA INTERNA
A eleição do presidente Barack Obama marcou uma vitória para as minorias nos Estados Unidos. De
acordo com o The Economist, os índices de aprovação do presidente no primeiro ano de mandato ficaram em
torno de 60 a 70%, reduzindo-se para cerca de 50% em dezembro de 2009.
A Unidade de Inteligência do The Economist divulga o índice de democracia, que considera 167 países,
avaliando diversas categorias, tais como processo eleitoral, governo, participação política, cultura política, e
liberdade civil, com uma pontuação que varia entre 0 e 10. Na lista de 2008, os Estados Unidos ocuparam a 19°
posição, atrás de países como Canadá, Alemanha e Japão. A pontuação total foi de 8,22.
Contexto Político e Segurança nos EUA
O Partido Democrata, legenda do atual presidente, tem maioria nas duas casas do congresso. Em
novembro de 2010 ocorrerão as eleições legislativas de metade do mandato, tanto para o Senado quanto para
Casa dos Representantes.
Em 2007, o governo Bush anunciou um plano político para a redução do consumo de petróleo em 20%
em 10 anos, o que favoreceu o uso de combustíveis renováveis, como o etanol à base de milho produzido no país.
Nesse mesmo ano, o Congresso aceitou a proposta para a correção de moedas estrangeiras não alinhadas. Essa
proposta foi motivada pela atuação da China, que desvalorizou sua moeda para aumentar suas vantagens no
comércio internacional.
Além de adotar a proposta do Executivo de manter as reduções fiscais para as famílias trabalhadoras e
de restringir a 2010 a vigência das limitações fiscais impostas às famílias que recebem mais de 250 mil dólares, os
congressistas também aprovaram, por ampla maioria, os aumentos de gastos propostos nas áreas de saúde,
educação, defesa, energia e meio ambiente. No caso da área ambiental, por exemplo, a maioria Democrata no
Congresso aprovou um programa de centenas de bilhões de dólares para limitar as emissões de gases poluentes,
gerando receitas adicionais por meio da venda de licenças para as emissões que ultrapassarem os limites legais a
serem estabelecidos. Os aumentos aprovados nos recursos para empréstimos estudantis, fiscalização, cobertura
de saúde, pesquisa em Ciência & Tecnologia, estímulo econômico e outros temas importantes da agenda de
Obama também foram expressivos.
Ao final de 2009 e início de 2010, o assunto em foco no país foi a reforma do sistema de saúde. A
proposta ampliava o atendimento médico-hospitalar à população carente, além de propor mudanças nas regras
para os planos de saúde privados. Defendido pelos democratas, a ampliação do acesso a saúde gerou forte
19
polêmica quanto à sua sustentabilidade, haja vista os gastos estimados em mais de um trilhão de dólares anuais
para garantir a cobertura universal (incluindo os 49 milhões de americanos que não tem planos de saúde).
O orçamento aprovado, em termos globais, foi criticado pelos Republicanos por aumentar o déficit
público em 1,2 trilhão de dólares e expandir o controle do Estado sobre a economia. À época, os assessores do
governo afirmaram que o estímulo econômico gerado pelo bailout15 de US$ 787 bilhões, assinado como lei em
fevereiro de 2009, somado às medidas tomadas até então, possibilitariam a saída norte-americana da crise e, com
a retomada do crescimento, facilitariam a redução do déficit a níveis mais sustentáveis.
Na área de segurança nacional e política externa, o orçamento aprovado (2009) revelou a combinação
entre as promessas de campanha e os ajustes de timing e ênfase decorrentes da correlação de forças. Existe uma
dose de continuidade em relação aos dois governos anteriores, representada inclusive pela presença de Robert
Gates na Secretaria de Defesa e de Hilary Clinton na Secretaria de Estado. Contudo, mesmo na área de defesa, o
perfil dos gastos aprovados (US$ 130 bilhões para as guerras do Iraque e do Afeganistão, ênfase em capacidade
aerotransportada, redução do ritmo de investimentos no Escudo Antimísseis, etc.) indica que as orientações no
âmbito de segurança na administração Obama não devem apresentar mudanças significativas nos próximos anos.
O mais importante a observar no atual contexto político e de segurança nos Estados Unidos, porém, é que os
resultados obtidos por Obama em termos de mudança do clima político internacional foram conquistados em
meio a uma crise econômica imensa, agravada por um contexto internacional em que a reputação e a
credibilidade dos Estados Unidos estavam muito abaladas.
POLÍTICA EXTERNA
As relações militares estadunidenses mais intensas na América do Norte são com Canadá e México. Na
Ásia, o destaque está para as conversações com a China. No resto do mundo, destacam-se aquelas com a
Austrália, Israel e Reino Unido. As relações com outros países europeus, como Alemanha e França, foram
prejudicadas por sua atuação na guerra do Iraque, sem o consentimento das Nações Unidas, apesar do apoio de
outros países europeus aliados.
O presidente Obama conseguiu montar uma equipe bastante experiente para conduzir a política externa
do seu país. Essa equipe conta com a sua ex-concorrente, a Senadora Hillary Clinton, como Secretária de Estado;
Richard Holbrook, como enviado especial para Afeganistão e Paquistão; e Robert Gates, que continuará como
Secretário de Defesa, mostrando um sinal de continuidade da era Bush.
15
Injeção de liquidez dada a uma entidade (empresa ou banco) falida ou próxima da falência, a fim de que possa honrar seus
compromissos de curto prazo.
20
No atual governo, as mudanças na política externa dos EUA são de caráter predominantemente formal.
Embora os grandes temas tenham sido mantidos na agenda; sua abordagem, em contraposição ao governo
anterior, adquiriu um contorno multilateral, com ênfase no diálogo.
O principal foco nas relações internacionais dos Estados Unidos está na retirada de grande parte das
tropas do Afeganistão. Além da presença de militares estadunidenses nesse país, ainda há atuação em diversos
outros focos de conflito ou em missões de restabelecimento da paz. A presença de tropas estadunidenses no
Haiti, envolvidas no seu processo de reconstrução após os terremotos de janeiro deste ano, destaca o caráter
muitas vezes humanitário destas intervenções.
Outro ponto da agenda de política externa dos Estados Unidos é a Guerra no Iraque. O presidente
Obama anunciou a retirada total das tropas combatentes norte-americanas que estão no Iraque até 2011, dando
continuidade ao plano que havia sido apresentado pelo General Petraeus. A grande diferença está na forma como
foi feito o anúncio, colocando de forma pragmática uma data para o fim na Guerra do Iraque, o que tem um forte
impacto para a população.
As relações com os aliados europeus nesse governo estão melhores que em governos anteriores, mas
não significa aumento de apoio em investidas militares. A viagem de Obama à Europa em 2009 pode ser
considerada um grande sucesso diplomático por ter reintroduzido a busca por diálogo e consenso entre EUA e o
Velho Continente. Essa viagem sinaliza que a busca por ações multilaterais, concentradas nos países do Norte e,
principalmente, membros da OTAN16, é um objetivo a ser perseguido pelo governo dos EUA.
As relações com Irã e Coréia do Norte se dão em torno da questão nuclear e seus programas de
enriquecimento de urânio. A tentativa de reaproximação com o Irã ainda não foi bem sucedida, já que os
iranianos rejeitaram o sinal de abertura dado pela administração Obama de conversar com o país sem
precondições em relação ao desenvolvimento nuclear iraniano. Esse fato explicita bem os limites dessa nova
tentativa de abordagem proposta por Obama, já que o Irã sabe que a questão nuclear é um tópico sobre o qual os
EUA não podem abrir mão sem causar grandes consequências regionais e internacionais. Sobre esse tema, a
proliferação nuclear se apresenta como outro importante ponto da agenda de política externa de Obama.
Segundo analistas, como Henry Kissinger, esse deveria ser um dos principais pontos a ser abordado pelos EUA,
pois, se a questão for resolvida, automaticamente vários pontos da agenda norte-americana serão tratados, como
os problemas com o Irã e a Coréia do Norte.
As relações dos Estados Unidos com a Rússia envolvem o desarmamento nuclear, haja vista que no
início do seu mandato Obama propôs uma grande redução dos arsenais nucleares de ambos os países, renovando
uma política que já ocorre desde a Guerra Fria.
16
OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte.
21
Em relação à Turquia, país que já é um aliado tradicional na região, a visita de Obama resultou em
fortalecimento das relações, tanto que parte da ação militar estadunidense antipirataria ficará sob comando
turco.
A participação de Obama na Cúpula das Américas pode ser considerada um grande sucesso e um bom
começo para suas relações com os líderes latino-americanos. Apesar de o encontro não ter produzido um
documento final, Obama se mostrou aberto ao diálogo com os países da região, e até se desculpou pelos erros
cometidos pelos EUA na América Latina. Apesar de ser um gesto simbólico, sua importância não deve ser
menosprezada, devido à grande influência que os EUA possuem na região. Um dos símbolos do sucesso desse
encontro foi a reunião entre Chávez e Obama, marcada pelo otimismo e pela decisão de restabelecer as relações
diplomáticas entre os dois países. O tema que dominou a agenda da Cúpula, e que tem ocupado grande parte da
formulação da política externa norte-americana para a América Latina foi a questão de Cuba. Pela primeira vez,
habitantes dos EUA poderão enviar remessas de dinheiro para seus familiares que estão em Cuba e realizar
viagens ao país.
Outra modificação no discurso estadunidense ocorreu em relação ao México. Em visita oficial ao país,
Obama declarou que os EUA precisam auxiliar de forma mais ativa as políticas antinarcóticos mexicanas, assim
como as políticas internas de prevenção ao consumo de drogas. Em relação ao México, o tema de imigração ilegal
é presente nas relações com a América Central.
Relações Bilaterais com o Brasil
Desde a independência do Brasil, em 1822, os Estados Unidos figuram como uma das prioridades da
política externa brasileira. Embora as relações entre os dois países tenham passado por momentos difíceis,
Estados Unidos e Brasil, de um modo geral, se colocam como aliados, mas não automaticamente alinhados.
Mesmo se tratando de uma relação positiva e não conflituosa, ela é também marcada por altos e baixos.
O governo de Fernando Henrique Cardoso inaugurou a última fase do relacionamento entre Brasil e
Estados Unidos, que perdura até o presente momento. Essa fase é marcada por um bom relacionamento, onde os
temas da agenda bilateral são considerados individualmente, sem que seja possível estabelecer um alinhamento
total como ocorria durante os anos Collor. O destaque, entretanto, recai na cooperação e na contínua
aproximação, ainda que haja disputas em vários temas, como o comércio. Durante os dois mandatos de Fernando
Henrique Cardoso, quase simultâneos aos de Bill Clinton, nos Estados Unidos, a relação foi marcada pela
proximidade pessoal dos dois presidentes. Tal característica, entretanto, não resultou em privilégios de qualquer
sorte para o Brasil.
22
Na década de 1990, o Brasil ratificou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, principalmente por pressão
norte-americana, e iniciou a discussão em relação à criação da Área de Livre Comércio das Américas. Esse projeto
esmoreceu não apenas pela dificuldade dos países envolvidos em chegar a um consenso sobre seus termos, mas
também pela mudança de foco da política externa americana. O fracasso dessas negociações levou os EUA a
reforçar a busca por acordos bilaterais, dadas as excessivas concessões que seriam necessárias para um acordo
mais amplo.
No contexto da Guerra Global Contra o Terror, o Brasil foi solidário aos EUA na ocasião dos ataques
terroristas de 11 de setembro, apoiando a ação militar estadunidense no Afeganistão. No que tange à Guerra do
Iraque, entretanto, não lhes concedeu suporte de qualquer natureza. De fato, o Brasil sempre foi visto como um
aliado importante na América do Sul, principalmente por ser uma liderança moderada. O otimismo diante das
relações bilaterais fundamentava-se no trato amistoso entre Lula e Bush complementado pelo diálogo e pela
cooperação entre esses dois países em diversas áreas, com destaque para os biocombustíveis. No que se refere
ao etanol, a cooperação entre Brasil e EUA foi ratificada pela assinatura do Memorando de Entendimento sobre
Biocombustíveis, em 2007. Esse documento objetiva consolidar a expansão do etanol e a criação de um mercado
global para o produto, promovendo, também, o desenvolvimento de tecnologia específica para o setor e a
coordenação com outros países. Vale ressaltar que a participação brasileira da Missão das Nações Unidas para
Estabilização do Haiti (MINUSTAH), apesar de envolver outras questões relativas à política externa brasileira, é
uma importante forma de demonstração de apoio e cooperação com os EUA.
No início de 2007, houve uma importante troca de visitas de alto escalão, com a vinda do presidente Bush
ao Brasil e a ida de Lula aos EUA. Esse esforço diplomático viabilizou a assinatura de três Memorandos de
Entendimento em áreas como biocombustíveis e educação. No ano seguinte, com a visita da Secretária de Estado
Condoleezza Rice ao Brasil, foi assinado um plano de ação conjunta para a eliminação da discriminação e da
desigualdade étnica e racial. Além desses encontros, diversos grupos de trabalho foram mantidos em
funcionamento, como o Mecanismo de Consultas Políticas, o Comitê Consultivo Agrícola e o Fórum de CEO´s
Brasil-EUA.
O tema mais imediato da agenda bilateral, além daqueles relacionados à crise financeira mundial, é a
parceria na área de biocombustíveis. Os EUA ainda são bastante dependentes de combustíveis fósseis e o Brasil é
o maior produtor mundial de etanol. Espera-se, contudo, que tal agenda possa evoluir para uma cooperação mais
sólida, pautando, também, segurança e desenvolvimento.
Na área comercial, apesar da aproximação nas negociações quanto à abertura dos mercados agrícolas na
Rodada Doha, Brasil e Estados Unidos tiveram enfrentamentos. O contencioso do Brasil contra os subsídios ao
algodão estadunidense na Organização Mundial do Comércio (OMC), que se estendeu de 2002 a 2008, foi o mais
polêmico episódio dessa natureza. Além desse atrito, do qual saiu vitorioso, o Brasil estuda solicitar a abertura de
painel na OMC referente à proteção dada pelos EUA ao suco de laranja e, mais recentemente, ao etanol.
23
Os Estados Unidos reconhecem a importância de ter um aliado como o Brasil, não apenas regionalmente,
mas também globalmente, já que o país tem despontado como líder em diversos temas discutidos na arena
internacional. Em termos diplomáticos, o Brasil é um grande aliado dos Estados Unidos na América do Sul, e pode
servir como mediador de aproximações futuras entre os EUA e países da região, que estão na pauta da política
externa de Obama.
24
PARTE 4
PANORAMA COMERCIAL
25
POLÍTICA COMERCIAL
A principal agência do Poder Executivo responsável por política comercial nos Estados Unidos é a United States
Trade Representative (USTR), cuja atribuição consiste em “desenvolver e coordenar o comércio internacional
americano, as commodities, a política de investimento direto, e acompanhar as negociações com outros países”.17
O USTR assessora o Congresso Nacional, prestando-lhe informações quanto a negociações de acordos comerciais
e conflitos comerciais. 18
A Figura 2 revela os principais órgãos e agências governamentais envolvidas com as atividades de comércio
exterior e a internacionalização produtiva.
Figura 2: Principais órgãos do governo americano relacionados com o comércio exterior
Fontes: U.S. CUSTOMS AND BORDER PROTECTION. Relatório Importing into the United States, disponível na página
http://www.cbp.gov/xp/cgov/trade/basic_trade/. Washington, 2004.; World Bank online information, Doing Business: Measuring Business
Regulations. Washington, 2009. informações também podem ser obtidas no site: http://www.usa.gov/
Sob a estrutura federativa de governo nos Estados Unidos, os governos estaduais têm uma considerável
autonomia regulatória. Contratos públicos e alguns serviços setoriais, como seguros e serviços profissionais, são
determinados em sua maioria na esfera sub-nacional. Os estados podem, também, adotar regulamentações
técnicas e medidas sanitárias e fitossanitárias.
17
USTR online information, "Mission of the USTR". Disponível em: http://www.ustr.gov/ about-us/mission.
World Trade Organization, “Trade Policy Review 2010: Report by Secretariat United States (pg.12)”. Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp335_e.htm Acesso em: 10/11/2010.
18
26
Acordos Comerciais
Os Estados Unidos estabelecem relações de comércio em diversas frentes, como na multilateral, na
regional e na bilateral. Os Estados Unidos têm negociado diversos acordos preferenciais de comércio e,
atualmente, contam com dezessete acordos de livre comércio vigentes. Outros três acordos foram celebrados,
mas ainda não se encontram em vigor. Além disso, os Estados Unidos concedem preferências unilaterais aos
países em desenvolvimento sob diversas formas.19
Os Estados Unidos são membro originário do sistema GATT-OMC. Além das regras multilaterais da OMC,
os Estados Unidos são signatários dos acordos plurilaterais, como o Acordo para Compras Governamentais (AGP)
e o Acordo de Tecnologia da Informação. As regras multilaterais de comércio estabelecidas pela OMC consistem
na base jurídica para os diversos acordos regionais e bilaterais celebrados pelos Estados Unidos. Assim, todos os
acordos comerciais celebrados com outros países têm como regras mínimas àquelas estabelecidas em âmbito
multilateral.
Quanto aos acordos regionais, os Estados Unidos fazem parte do NAFTA (North America Free Trade Area),
formado por México, Canadá e Estados Unidos; e do CAFTA-DR (Dominican Republic - Central America - United
States Free Trade Agreement), composto por Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, Guatemala,
Honduras, Nicarágua e Estados Unidos. Entre outras iniciativas, destacam-se a participação dos Estados Unidos
na APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation) e na ASEAN (Association of South East Asian Nations) por meio de
Acordos Quadro de Comércio e Investimentos.20 Por fim, estão conduzindo negociações com os países do Oriente
Médio para, futuramente, formar o MEFTA (US-Middle East Free Trade Area).21
Em âmbito bilateral, os Estados Unidos mantêm acordos de livre comércio com: Austrália, Bahrain, Chile,
Israel, Jordânia, Marrocos, Cingapura, Peru e Omã. Vale ressaltar que acordos de livre comércio foram celebrados
com Colômbia, e Panamá, mas ainda não se encontram em vigor.22 Em 2007 foi assinado um acordo de livrecomércio com a Coréia do Sul - KORUS FTA. A maioria dos acordos comerciais prevê, entre outros aspectos, a
eliminação total das tarifas de importação para os produtos manufaturados e certa liberalização no comércio de
bens agrícolas.23
No ano de 2008, as exportações dos Estados Unidos para os países com os quais existem acordos
comerciais de livre comércio representaram US$ 527 bilhões, aproximadamente 41% do total das suas
19 USTR. Disponível em http://www.ustr.gov/trade-agreements/free-trade-agreements
.
20 USTR. http://www.ustr.gov/trade-agreements/other-initiatives.
21 MEFTA. http://www.bilaterals.org/rubrique.php3?id_rubrique=174&lang=en.
22 http://www.ustr.gov/trade-agreements/free-trade-agreements
.
23 Para maiores informações, ver http://ustraderep.gov/Trade_Agreements/Bilateral/Section_Index.html.
27
exportações. As importações provenientes dos países com os quais mantêm acordos de livre comércio
totalizaram US$ 632,4 bilhões no ano de 2008, aproximadamente 30,1% do total das suas importações.
Os Estados Unidos concedem tarifas preferenciais unilaterais sob o Sistema Geral de Preferências (SGP), o
African Growth and Opportunity Act (AGOA), o Ato da Bacia do Caribe de Recuperação Econômica (CBERA) e o Ato
de Preferência Comercial Andino (ATPA).24 A concessão dessas preferências tarifárias está condicionada aos
objetivos da política estadunidense e ao atendimento de suas exigências específicas.
No âmbito do SGP, os Estados Unidos concedem isenção de direitos aduaneiros a alguns produtos de
países em desenvolvimento elegíveis. Um total de 131 países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, é
beneficiário desse tratamento.25 Os produtos elegíveis são identificados conforme sua classificação tarifária em
nomenclatura própria (Harmonized Tariff Schedule of the United States - HTSUS).26 Não obstante, alguns bens são
excluídos do tratamento SGP, incluindo certos tipos de calçados, têxteis, relógios, eletrônicos, artigos de aço, e
produtos de vidro.27 Além disso, artigos sujeitos a ações de salvaguarda ou a certas disposições de segurança
nacional também são excluídos.
No ano de 2008, o valor total de importações estadunidenses sob o SGP foi de US$ 24,5 milhões,
representando apenas 1,16% do total das importações no mesmo ano. O valor das importações brasileiras
beneficiadas pelo SGP foi de US$ 2,7 milhões, aproximadamente 11,2% do total das importações SGP no ano de
2008.28 Vale ressaltar que os principais beneficiários do SGP dos Estados Unidos são Índia, Tailândia e Brasil.
As “limitações de necessidade competitiva” determinam o fim da elegibilidade, ou seja, a exclusão do país
ou do produto do sistema SGP. No que diz respeito a um produto específico, o fim da elegibilidade dar-se-á no
momento em que as importações americanas advindas daquele país representarem metade ou mais do total das
importações americanas de tal produto. A elegibilidade do país também será questionada quando as importações
do produto em questão excederem determinado limite (US$ 135 milhões, em 2008) no calendário do ano
anterior. No entanto, o presidente pode conceder um abandono dessas limitações, e o produto pode continuar a
se configurar como elegível para o tratamento preferencial. Seguindo a revisão de 2008 do SGP, 12 produtos de
seis países beneficiários foram excluídos do SGP por exceder as limitações de necessidade competitiva.29
Abandonos de tais limitações foram concedidos a 112 produtos de 16 países beneficiários. Produtos de países
menos desenvolvidos não estão sujeitos a essas limitações.
24 WTO. Trade Policy Review. WT/TPR/S/200/Rev.1. p. 31
25 USTR. http://www.ustr.gov/trade-topics/trade-development/preference-programs/generalized-system-preference-gsp
26 Para verificar se um produto é ou não elegível ao tratamento tarifário preferencial do SGP estadunidense, sugerimos consultar o site da United States International Trade Commission (USITC), no seguinte
endereço eletrônico: www.usitc.gov/tata/hts/bychapter/index.htm.
27
19 USC 2463.
28 USITC. Disponível em http://dataweb.usitc.gov/scripts/query.asp
29
USTR online information, "Obama Administration Completes 2008 Annual Review of the Generalized System of Preferences". Viewed at:
http://www.ustr.gov/about-us/press-office/press-releases/2009 /june/obama-administration-completes-2008-annual-review-gen.
28
No âmbito da relação comercial bilateral entre os Estados Unidos e o Brasil, existem acordos comerciais
específicos em vigor, como o Acordo sobre Comércio de Têxteis de Algodão e o Acordo sobre Comércio de Têxteis
de Fibras Artificiais, ambos assinados na década de 1970. Além disso, em 1988, entrou em vigor um acordo que
estabelece um regime de vistos e certificados para artigos têxteis comercializados entre os dois países.30
Todas as mercadorias importadas para os EUA devem ser supervisionadas pelo US Customs and Border
Protection (CBP) com respeito ao país de origem. As regras de origem preferenciais são estabelecidas por meio de
acordos de livre comércio e concessões tarifárias unilaterais. Na administração de regras de origem preferenciais,
o CBP utiliza a regra da “transformação substancial” como o teste primário para determinar a origem de um bem
importado com componentes de mais de um país. De acordo com esse teste, um bem é considerado originário do
país em que tenha passado por transformação substancial, ou seja, tenha resultado em produto sujeito a nova
classificação tarifária.31 Para a concessão do benefício tarifário, os produtos com componentes de mais de um
país devem geralmente ser submetidos ao teste de transformação substancial e devem atender ao requerimento
de um valor de conteúdo local correspondente a 35%. O teste de transformação substancial pode ser adaptado
por outras agências, além do CBP, para adequação às necessidades e aos objetivos particulares em que as regras
preferenciais são aplicadas.
Procedimentos Aduaneiros
Apesar de o mercado dos Estados Unidos ser um dos mais abertos ao comércio internacional, a falta de
conhecimento a respeito do procedimento aduaneiro nos Estados Unidos, dos diferentes regulamentos que
incidem sobre as importações e das exigências de certificação podem se tornar verdadeiros entraves à entrada
de mercadorias estrangeiras.
O US Customs and Border Protection (CBP), vinculado ao Departamento Norte-Americano de Segurança
Interna, é encarregado de administrar e aplicar a legislação aduaneira.32 O Comitê Consultivo para Operações
Comerciais de Proteção de Fronteiras e Alfândegas, também conhecido como COAC, consiste na via formal para
consultas por parte do setor privado a respeito de assuntos aduaneiros.33 As regulações aduaneiras estão
contidas no artigo 19 do Código de Regulamentações Federais. O CBP publica o Boletim Aduaneiro, uma
coletânea semanal de decisões, atos, regulações e propostas regulatórias em assuntos aduaneiros. Além disso, os
30
Ministério das Relações Exteriores, Atos Bilaterais para o Brasil no campo do comércio. Disponível em:
http://www2.mre.gov.br/dai/comercio.htm Acesso em: 14/11/2010.
31
Ver, por exemplo, Anheuser-Busch Brewing Assn. v. United States, 207 U.S. 506 (1908); e United States v. Gibson-Thomsen Co., 27
CCPA 267 (1940).
32
Disponível em http://www.cbp.gov/
33
Omnibus Budget Reconciliation Act of 1987, Public Law 101-203.
29
importadores podem fazer consultas prévias a respeito das regulações aduaneiras ao CBP, cujas decisões prévias
são compulsórias. 34
Em resposta aos acontecimentos em 11 de setembro de 2001, o sistema de controle das aduanas dos
Estados Unidos foi reformulado e posto sob a direção do novo Departamento de Segurança Interna. Assim, além
das funções comerciais, o controle alfandegário teria também a função de evitar ataques à segurança nacional,
como novos atentados terroristas.35 Nesse sentido, vale mencionar que o SAFE Port Act, de 2006, aumentou as
exigências dos procedimentos de segurança relativo às cargas, além de ampliar os requisitos em relação às
informações que devem ser prestadas pelos importadores.36
Outros regulamentos adotados a fim de aumentar a proteção do território estadunidense afetaram o
fluxo de exportações ao país. Nesse sentido, vale destacar as seguintes medidas:
•
A 24 Hour Advance Notice of Cargo Manifest requer que toda mercadoria a ser transportada por via
marítima para os Estados Unidos tenha suas informações registradas eletronicamente pelo menos 24
horas antes do embarque.
•
A “Iniciativa para a Segurança de Containers dos EUA” estabelece parâmetros reforçados para inspeção
de mercadorias de alto risco, antes do embarque no país de origem, rumo aos EUA. A medida está em
vigência em vários portos do mundo, inclusive no porto de Santos.
•
A Customs-Trade Partnership against Terrorism propõe uma possibilidade de associação entre empresas
estrangeiras exportadoras e a administração alfandegária estadunidense. Com base nessa medida, as
empresas que fornecessem informações e cumprissem com parâmetros de transparência teriam a
inspeção aduaneira facilitada.
•
A partir de 2002, pelo Bioterrorism Act, toda empresa que exporta, armazena, transporta ou embala
produtos alimentícios a serem exportados para os Estados Unidos precisam registrar-se na Food and Drug
Administration – agência vinculada ao Departamento da Agricultura -, e indicar um agente americano
permanentemente responsável pelas operações da empresa estrangeira.37
Em novembro de 2008, uma nova regra fortaleceu as provisões da Proteção Fronteiriça e Alfandegária
dos EUA. Nos termos da seção 203 do Ato Portuário SAFE, o CBP divulgou regulamentos com novas exigências
quanto às informações prévias a serem prestadas por transportadoras operadoras de navios e a serem prestadas
34
19 CFR 177. A CBP mantém um banco de dados com suas decisões em Customs Rulings Online Search System. Visto em:
http://rulings.cbp.gov.
35
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Como Exportar: Estados Unidos. Brasília: MRE, 2009., pg. 26.
36
OMC. Trade Policy Review. Estados Unidos, 2008. Parte IV.
37
Essa medida aplica-se apenas aos produtos fiscalizados pela FDA. Para outras agências, como Animal and Plant Health Inspection Service
e Food Safety and Inspection Service, existem mecanismos diferentes.
30
por importadores de mercadorias que chegassem aos Estados Unidos por navio. O regulamento, comumente
denominado “regra do 10+2”, entrou em vigor em janeiro de 2009.38 Sob a “regra do 10+2”, transportadores
devem fornecer um plano de cargas em até 48 horas depois da saída do navio do último porto estrangeiro antes
da chegada aos Estados Unidos. Se a viagem durar menos de 48 horas, o plano deve ser enviado antes da chegada
ao porto norte-americano. Transportadoras de cargas a granel ou de cargas transportadas fora de contêineres
estão isentas dessas regulações.
Sob a "regra do 10+2", os importadores cujas mercadorias chegarem aos Estados Unidos por navio devem
fornecer ao CBP um "registro de segurança do importador" que consiste em dez elementos informativos. Os
primeiros oito, que devem ser fornecidos no mínimo 24 horas antes de a carga ser posta no navio, são: nome e
endereço do exportador, nome e endereço do importador, número de registro de importador ou número de
identificação do requerente de área comercial estrangeira, número do destinatário, nome e endereço do
fabricante ou fornecedor, nome e endereço do encarregado no destino, país de origem e código SH. Os outros
dois elementos, que devem ser informados em até 24 horas antes da chegada do navio a um porto
estadunidense, são a "localização do conteúdo do container" e o nome e endereço do consolidador. Cargas a
granel não estão sujeitas ao registro de segurança do importador. Todos os registros da "regra do 10+2" devem
ser feitos pelo sistema eletrônico aprovado pela CBP.
O tempo médio de liberação de importados nos Estados Unidos é um dos mais curtos do mundo.39 A
liberação de mercadorias não está subordinada a todas as formalidades de importação, incluindo pagamento de
impostos. Em geral, importadores precisam preencher o formulário CBP 3461 (entrada/entrega imediata) dentro
de 15 dias úteis depois da chegada da carga a um porto dos Estados Unidos. O CBP tem cinco dias úteis, contados
a partir da data de preenchimento do formulário, para liberar ou deter a mercadoria. O formulário CBP 7501
(sumário de entrada), com taxas estimadas em anexo, deve ser preenchido em até 10 dias úteis depois da
entrada da mercadoria nos Estados Unidos. As taxas devem ser pagas eletronicamente se ambos os formulários
forem preenchidos segundo o Automatic Broker Interface (ABI), plataforma eletrônica do Automatic Commercial
System dos EUA. Uma caução pode ser exigida pelas autoridades aduaneiras para cada importação.40
Em 15 dias após a chegada da carga, os seguintes documentos devem ser preenchidos/fornecidos:
38
Federal Register, 73 FR 71729, 25 November 2008. O nome “10 + 2” é uma maneira rápida de referir-se ao número de elementos
informativos adiantados requeridos pela CBP. Geralmente se exige das transportadoras que submetam dois elementos informativos (plano
de cargas e mensagens de status de containers) além dos elementos que já lhes eram requeridos com antecedência (os 2 dos 10 + 2); e os
importadores precisam submeter um recibo de segurança do importador contendo 10 elementos informativos (os 10 dos 10 + 2).
39
World Bank online information, Doing Business: Measuring Business Regulations. Acesso em: http://www.doingbusiness.org.
40
A CBP tem a autoridade para exigir recibos segundo a 19 USC 1623. Ver texto da lei (em inglês) na página
http://www.law.cornell.edu/uscode/19/usc_sec_19_00001623----000-.html.
31
a)
manifesto de entrada (declaração aduaneira) (CBP Form 75333) ou formulário para entrega
imediata (CBP Form 3461);
b)
evidência de direito de introdução da mercadoria no território norte-americano;
c)
fatura comercial ou similar;
d)
guia de remessa; e
e)
outros documentos exigidos.
O preenchimento do CBP Form 3461 deve ser feito antes de a mercadoria chegar. Nos dois casos de
desembaraço (imediato ou em tempo ordinário), os impostos devem ser pagos dentro de 10 dias depois da
liberação da carga. Apenas agentes aduaneiros têm permissão, segundo a lei americana, para desembaraçar
cargas, além dos próprios importadores. No entanto, empresas estrangeiras em solo americano, parcerias e
outros podem delegar “poderes de advocacia” para um cidadão americano, de modo que ele possa realizar o
desembaraço aduaneiro. O CBP Form 5291 realiza essa cessão de direitos.41
A classificação do produto segundo o “Harmonized Tarrif Schedule of the United States” (HTSUS), que
determinará os tributos a serem pagos, é de responsabilidade do importador. 42 O preço levado em conta para o
cálculo tributário (valor aduaneiro) é geralmente o preço pago pela mercadoria no país de origem, mais os preços
de embalagens, royalties e afins. É preferencial que bens diferentes sejam embalados em unidades diferentes; se
bens de tarifas incidentes diferenciadas forem embalados no mesmo pacote e a verificação for difícil, o valor
cobrado para todo o pacote incidirá sobre o bem cujas tarifas sejam mais elevadas.43
Mercadorias destinadas à reexportação estão isentas de pagamento de tributos, desde que seja fornecida
fiança, e a reexportação ocorra em um ano (para partes de automóveis, seis meses). Geralmente o valor da fiança
cobre o dobro do valor dos tributos aduaneiros. O limite pode ser prorrogado duas vezes.
A fatura comercial deve conter informações detalhadas sobre a carga, como: porto de entrada, contato
do importador e do exportador, detalhes sobre a compra, descrição completa da carga, pesos e medidas, a
moeda utilizada na compra, todos os custos da carga, a origem, etc. Cada carregamento deve ser acompanhado
por uma fatura. Toda informação exigida pela alfândega que não estiver na fatura comercial só poderá ser obtida
com o pagamento de taxas às autoridades aduaneiras.
Certificados de inspeção devem acompanhar toda carga de carne, frango, ovos e afins. O certificado deve
conter o nome do produto, a identificação do estabelecimento, o país de origem, a lista de ingredientes, os pesos
41
Customs and Border Protection. “Importing into the United States - a guide for commercial importers”. Washington, 2006.
Pode ser lido (em inglês) na página http://www.usitc.gov/tata/hts/bychapter/index.htm.
43
Customs and Border Protection. “Importing into the United States - a guide for commercial importers”. Washington, 2006.
42
32
e as quantidades, as espécies animais usadas, e as marcas de identificação. Também deve conter o selo da
agência governamental responsável por inspeções dos produtos mencionados no país de origem.
Os Estados Unidos administram um sistema de quotas de importação para vários produtos. Há dois tipos
de quotas. A quota absoluta limita a quantidade da mercadoria que pode entrar no país. A quota tarifária, por sua
vez, limita a quantidade de mercadoria que pode entrar no país a tarifas reduzidas. Produtos relevantes sujeitos a
quota são: leite integral fresco e creme de leite, anchovas, laranjas satsuma e azeitonas, vassouras, açúcar,
xaropes e melados, álcool etílico, atum, algodão, tabaco, chocolate, condimentos e temperos, amendoins e
produtos têxteis.
Certos produtos são de importação proibida nos Estados Unidos. Mercadorias de países sobre os quais
são impostas sanções comerciais, produtos confeccionados por prisioneiros de guerra, arte pré-colombiana,
drogas ilícitas e qualquer mercadoria produzida de forma a violar os direitos de propriedade intelectual figuram
entre esses produtos.44 Além disso, vale ressaltar a proibição de importação de produtos derivados de mamíferos
marinhos, camarões e atuns provenientes de países que não estejam em conformidade com as leis ambientais
norte-americanas. Suspensões temporárias também são freqüentes, para salvaguardar a saúde e a segurança
públicas.45
O licenciamento é exigido para produtos como peixes, plantas, animais, narcóticos, bebidas alcoólicas,
tabaco, armas de fogo, explosivos, entre outros.[9] Um novo procedimento para aprovação das primeiras
importações de frutas e vegetais sujeitas a medidas sanitárias e fitossanitárias entrou em vigor em 2007[10]. Esse
procedimento é aplicável a todas as plantas, animais e produtos de origem animal que estejam sendo importados
pela primeira vez, podendo durar até três anos[11]. Entre as mercadorias sujeitas a licenciamento de importação
compulsório encontram-se armas e munições e produtos provenientes de países como Cuba, Irã, Mianmar, Coréia
do Norte e Sudão[12].
Podem ser realizadas importações por postal, com valores-limite de 250 ou 2 mil dólares (dependendo do
produto). Acima desses valores, o desembaraço aduaneiro deverá ocorrer da forma padrão. O pacote deve estar
44
OMC. Trade Policy Review. Estados Unidos, 2008. Parte IV. Para maiores informações, ver Importing into the United States. Disponível
em http://www.customs.gov/xp/cgov/trade/trade_outreach/diduknow.xml.
45
Ministério das Relações Exteriores. “Coleção Estudos e Documentos de Comércio Exterior – Como Exportar – Estados Unidos”. Brasília,
2001.
[9]
WTO Document G/LIC/N/3/USA/5, 29 Fevereiro 2008.
[10]
OMC. Trade Policy Review. Estados Unidos, 2008. Parte IV.
[11]
OMC. Trade Policy Review. Estados Unidos, 2008. Parte IV.
[12]
The Economist Intelligence Unit.
33
devidamente identificado, com declaração do conteúdo e fatura comercial presos à embalagem ou dentro dela.
Algumas taxas são cobradas pelo carteiro quando da entrega do produto.46
Existem “zonas de comércio exterior” nos Estados Unidos, que funcionam como zonas econômicas
especiais, ou seja, os produtos nelas retidos estão livres de impostos e, por vezes, de quotas.47
Além desses regulamentos a respeito da documentação dos produtos importados, diversos agrupamentos de
produtos possuem regulamentos estabelecidos por agências específicas. Além disso, a importação de muitos
produtos está sujeita a licenciamento a cargo do importador. Uma breve descrição desses regulamentos segue
abaixo.48
a) Queijo e laticínios: são administrados pela Food and Drug Administration e pelo Departamento de
Agricultura (USDA). O queijo necessita de licenças e está sujeito a quotas. A principal legislação são os
Food, Drug and Cosmetic Act e Import Milk Act. São cobradas licenças para empresas específicas.
b) Frutas, legumes e castanhas: precisam de certificado da Food Safety and Inspection Service (ligado ao
USDA). Esses produtos são regulamentados pelo Animal and Plant Health Inspection Service (Ministério
da Agricultura) e Food, Drug and Cosmetic Act.
c) Gado e outros animais (vivos): estão sujeitos às regulações do Animal and Plant Inspection Service e
possivelmente do Food and Drug Administration, caso a finalidade da importação seja a produção de
produtos alimentícios, drogas, etc. Esse tipo de importação exige licença e deve ser acompanhada por um
certificado veterinário.
d) Carnes e seus derivados: são inspecionados pelo USDA, pelo Animal and Plant Inspection Service e pela
Food and Drug Administration.
e) Plantas e produtos derivados: são inspecionados pelo Animal and Plant Inspection Service/USDA e pela
Food and Drug Administration.
f)
Aves e subprodutos: necessitam de licença prévia e rotulagem. Os órgãos competentes são o Animal and
Plant Health Inspection Service, a Food and Drug Administration e o US Fish and Wildlife Service
(principalmente no que diz respeito a espécies em risco de extinção).
g) Utensílios domésticos: os padrões exigidos são lançados pelo Department of Energy/Office of Codes and
Standards e pela Federal Trade Commission/Division of Enforcement.
h) Brinquedos: regulados pelos Federal Hazardous Substances Act e Child Safety Protection Act.
i)
Tecidos inflamáveis: Flammable Fabrics Act (Consumer Protection Safety Commission).
46
Ministério das Relações Exteriores. Coleção Estudos e Documentos de Comércio Exterior – Como Exportar – Estados Unidos. Brasília,
2001.
47
Ver lista de FTZs aqui: http://ia.ita.doc.gov/ftzpage/letters/ftzlist.html
48
Customs and Border Protection. “Importing into the United States - a guide for commercial importers”. Washington, 2006.
34
j)
Drogas biológicas: reguladas pelo Public Health Service Act (FDA). Exige-se licença da fábrica e do produto
a ser importado.
k) Materiais orgânicos e vetores: vírus, soro, toxinas, etc são regulados pelo Department of Health and
Human Services, e a importação exige licença prévia.
l)
Pesticidas, substâncias tóxicas e perigosas: os pesticidas são regulados pelo Federal Insecticide,
Fungicide, and Rodenticide Act (FIFRA). De acordo com ele, o importador deve emitir à CBP uma
notificação de chegada da carga (EPA Form 3540-1), previamente revisada e aprovada pela Agência de
Defesa do Meio Ambiente (EPA). Outros atos relevantes são o Toxic Substances Control Act (TSCA),
Hazardous Substance Act, Caustic Poison Act, Food, Drug and Cosmetic Act, e o Consumer Product Safety
Act. A fiscalização da entrada dessas substâncias em território norte-americano é de responsabilidade da
Agência de Proteção do Meio Ambiente. Resíduos perigosos ao meio ambiente só podem ser exportados
ou importados com autorização dessa agência.
m) Animais selvagens e domésticos: estão sob a responsabilidade do US Fish and Wildlife Service.
n) Álcool e artigos de confeitaria que contêm álcool: encontram-se sob a responsabilidade do Federal
Alcohol Administration Act. Além disso, o produtor deve ser licenciado pelo Bureau of Tobacco, Alcohol
and Firearms. Não é permitida a importação de álcool via postal. É obrigatória a impressão no rótulo de
um aviso governamental sobre beber álcool na gravidez e sobre os efeitos do álcool na direção.
o) Partes de carros e barcos: são de responsabilidade compartilhada entre as seguintes agências – National
Highway Traffic Safety Administration, Director of the Office of Vehicle Safety Compliance, US
Environmental Protection Agency, Commandant of the US Coast Guard.
O caso dos têxteis merece destaque. Tecidos devem ser selados, etiquetados e embalados, contendo as
seguintes informações: nomes e porcentagens das fibras utilizadas, nome do fabricante e país de origem. Essa
legislação foi estabelecida no Committee for the Implementation of Textile Agreements (CITA). Além disso, o
governo norte-americano estabelece quotas de importação para produtos têxteis. Para que esses produtos
possam ficar estacionados em depósitos dos Estados Unidos (caso excedam as quotas), bem como para entrar no
território norte-americano, precisam de um “visto têxtil” do Brasil, com informações adicionais.
A importação de praticamente qualquer carne (bovina, suína, de frango) in natura do Brasil é proibida nos
Estados Unidos. Isso se deve ao fato de terem sido descobertos focos de febre aftosa nos últimos anos.49
O mercado de frutas e legumes dos Estados Unidos é protegido pelas dificuldades de obtenção de permissão
para exportar. No Brasil, por exemplo, apenas o Espírito Santo poderia exportar mamão para os EUA. Ademais, a
necessidade de obter licença de importação e a demora nos processos de inspeção e na mudança de regras
49
Ver produtos animais que podem ser importados do Brasil em http://www.fsis.usda.gov/pdf/Countries_Products_Eligible_for_Export.pdf
35
aumentam as barreiras. Além das quotas, bilhões de dólares são destinados como subsídios diretos à produção de
diversos artigos cujos similares o Brasil exporta. Linhas de crédito facilitado para a agricultura são fortes.
Produtos brasileiros nos EUA como cabos de aço, canos e camarão são por vezes afetados por medidas
antidumping, que se somam ao preço do produto no mercado estadunidense. Em decorrência delas, as
exportações brasileiras para os Estados Unidos podem sofrer retrações significativas.50
Controles de importação por razões de “interesse público” são aplicadas ao gás natural. Importações de
produtos básicos da indústria de aço estão sujeitos ao licenciamento automático, independentemente de sua
origem. Esse requerimento, estabelecido em Dezembro de 2002 como parte de uma salvaguarda, foi estendido
duas vezes, em 2005 e 2009, dentro da nova autoridade estatutária não relacionada à salvaguarda. De acordo
com as autoridades americanas, o requerimento de licenciamento do aço não se restringe a quantidade ou ao
valor das importações de aço e é feito para fornecer informações estatísticas rápidas e confiáveis de importações
de aço para o governo e para o público. Licenças são emitidas sem custos para pessoas já pré-registradas com o
Departamento de Comércio dos EUA (DoC); o processo de registro é gratuito e pode ser concluído online.51
Restrições quantitativas e controles para salvaguardar a saúde do consumidor ou proteger a saúde
pública ou o ambiente são implementadas por meio de requerimentos de licenciamentos não-automáticos. Eles
cobrem peixes, animais selvagens, plantas, animais, produtos de plantas e animais, drogas narcóticas, bebidas
alcoólicas, tabaco, armas de fogo, explosivos e instalações nucleares. O último questionário respondido pelos EUA
sobre procedimentos de licenciamento de importação, enviado em outubro de 2009, contém detalhes desses
esquemas de licenciamento.52
Quadro 1: Documentos básicos para o desembaraço aduaneiro nos Estados Unidos
Documento
Responsável
Produtos
Prazos
Observações
Declaração
Autoridades
Todos os
15 dias
Para operações regulares, o
aduaneira/Manif
aduaneiras/impo
produtos
desde a
formulário a ser preenchido
esto de entrada
rtador
regulares
chegada
é o CBP Form 75333; para a
da carga
liberação imediata da carga,
preenche-se o CBP Form
3461.
50
BRASIL. Embaixada do Brasil em Washington. Barreiras a produtos brasileiros no mercado dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Funcex,
2007.
51
http://www.commerce.gov/
52
WTO document G/LIC/N/3/USA/6, 14 de Outubro de 2009.
36
Fatura comercial
Reconheciment
Nenhum
Todos os
(agentes
produtos
a efetuação da
comerciais)
regulares
compra/venda da carga.
Exportador
Todos os
o de embarque
-
-
Documento que demonstra
Informações sobre a carga
produtos
devem ser registradas
regulares
eletronicamente pelo menos
24 horas antes do
embarque.
Guia de remessa
Exportador
Todos os
-
Documento que detalha a
produtos
carga, com número de
regulares
embalagens, conteúdo, etc.
Certificado de
Órgãos
Todos os
Origem
brasileiros
produtos
de certificado de origem
regulares
estabelecida pelo Sistema
-
Atualmente, a modalidade
competentes (i.e.
Geral de Preferências já não
é exigida.53
FIERGS)
Evidência de
Importador ou
Todos os
direito de
agente aduaneiro
produtos
calção para cobrir eventuais
regulares
dispêndios no desembaraço
introdução da
-
mercadoria
Recibo que sinaliza que um
aduaneiro foi depositado.
Certificado de
Exportador ou
Carne, frango,
(varia de
inspeção
responsável pelo
ovos e afins
acordo
embarque da
com o
carga, junto à
país de
agência
origem)
responsável por
inspeção
sanitária no país
de origem
O certificado deve conter o
nome do produto,
identificação do
estabelecimento, país de
origem, lista de ingredientes,
pesos e quantidades,
espécies animais usadas, e
marcas de identificação.
Também deve conter o selo
53
Ver site do MDIC, http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1197308854.pdf.
37
da agência governamental
responsável por inspeções
dos produtos mencionados
no país de origem.
“Visto têxtil”
Exportador, junto
Cargas de
(varia de
Pode ser um selo ou uma
à agência
tecidos que se
acordo
fatura avulsa, com
encarregada no
enquadram nas
com o
informações sobre a carga e
país de origem
quotas
país de
o reconhecimento do
estabelecidas
origem)
governo.
pelo governo
norteamericano
Fontes: World Bank online information, Doing Business: Measuring Business Regulations. Washington, 2009.; U.S. CUSTOMS AND BORDER
PROTECTION. Relatório Importing into the United States, disponível na página http://www.cbp.gov/xp/cgov/trade/basic_trade/.
Washington, 2004. ; MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES (Brasil). Coleção Estudos e Documentos de Comércio Exterior – Como Exportar
– Estados Unidos. Brasília, 2001. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES (Brasil). Barreiras para produtos brasileiros nos EUA, 2007.
Tributos
Grande parte das importações estadunidenses está sujeita a barreiras tarifárias. No entanto, além das
tarifas de importação, existem diversos outros mecanismos que podem dificultar a entrada de mercadorias, tais
como: procedimentos aduaneiros, cotas tarifárias, licenciamentos, subsídios, regulamentos nacionais e exigências
relacionadas à certificação, proibição de importações, entre outros.
As mercadorias importadas pelos Estados Unidos estão sujeitas a tarifas distintas - incluindo isenção
total de tarifas -, as quais dependem de sua classificação na lista tarifária dos Estados Unidos e do país de origem
do produto. As tarifas distinguem-se em ad valorem, específicas ou compostas.54 Podem ser aplicáveis aos
produtos tanto a tarifa da nação mais favorecida, isto é, aquela estabelecida nas negociações multilaterais da
OMC, quanto uma tarifa preferencial em razão de acordos preferenciais de comércio. O tratamento da nação
mais favorecida (NMF) é concedido a todos seus parceiros comerciais com exceção de Cuba e da Coréia do
Norte55, cujas exportações estão sujeitas à tarifa estabelecida pelo Ato Smoot-Hawley de 1930.56
54
55
Importing into the United States. Disponível em http://www.customs.gov/xp/cgov/trade/trade_outreach/diduknow.xml.
19 USC 2136.
38
De acordo com os dados da OMC, todas as tarifas de importação dos Estados Unidos foram
consolidadas. A média das tarifas de importação ad valorem aplicadas pelos Estados Unidos é de 3,5% - sendo
que a média da tarifa aplicada aos bens é de 3,3%, e a média aplicada aos produtos agrícolas é de 5,3%.57 Algumas
mercadorias estão, no entanto, sujeitas a cotas tarifárias. De acordo com a OMC, existem cotas em 9,5% das
linhas tarifárias norte-americanas.58 As cotas anuais aplicam-se às importações de produtos lácteos, ração animal,
chocolate, têxteis, algodão, amendoim, açúcar, tabaco e trigo. Dentre os produtos sujeitos a cotas tarifárias,
destacam-se: anchovas, vassouras, álcool etílico, leite e creme de leite, azeitonas e alguns tipos de peixe, entre
outros produtos.59
A média simples das tarifas NMF aplicáveis a 10.253 linhas tarifárias - incluindo os equivalentes ad
valorem (AVEs, na sigla em inglês) de taxas específicas e compostas-, foi de 4,8% em 2009, a mesma de 2007,
quando a recessão começou. Apenas 10% das linhas tarifárias da tabela aduaneira não correspondem a tarifas ad
valorem, as quais, em sua maioria, são aplicáveis aos produtos agrícolas, conforme a definição da OMC. Enquanto
a tarifa média é relativamente baixa, há uma variação considerável entre alguns grupos ISIC ou capítulos HS.
Tabela 2 - Estrutura da tabela aduaneira de tarifas, 1998, 2000, 2002, 2004, 2007 e 2009a (%)
1998
2000
2002
2004
2007
2009
9.997
10.001
10.297
10.304
10.253
10.253
196
196
196
196
196
196
14,0
12,4
12,2
10,6
10,7
10,7
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
18,6
31,5
31,2
37,7
36,5
36,3
7,2
8,0
7,4
7,8
7,6
7,6
Número total de linhas tarifárias fora das
quotasa
Número de linhas tarifárias sujeitas a quotas
Tarifas não-ad valorem (% de todas linhas
tarifárias)
Não-ad valorem e sem AVEs (% de todas
linhas tarifárias)
Linhas tarifárias livres de impostos (% de
todas linhas tarifárias)
Taxa média das linhas tarifárias tributáveis
(%)
56
Proibições ou requerimentos de aprovação para objetivos de política externa são aplicados na maioria das importações de dois membros
da OMC: Cuba e Mianmar. Restrições similares são aplicadas a importações da Coréia do Norte, do Irã e de certas áreas do Sudão. A lista de
sanções em vigor aplicada pelos EUA pode ser encontrada no site do Departamento do Tesouro.
57
OMC. Disponível em http://stat.wto.org/TariffProfiles/US_E.htm.
58
OMC. Disponível em http://stat.wto.org/TariffProfiles/US_E.htm.
59
The Economist Intelligence Unit. US Customs and Border Protection (www.customs.gov).
39
“Picos” das tarifas domésticas (% de todas
4,9
linhas tarifárias)b
5,3
5,6
7,1
6,9
6,7
“Picos” das tarifas internacionais (% de todas linhas
5,
7,7
tarifárias)c
7,0
6,6
5,5
5,2
3
Máximo das linhas tarifárias (% de todas
100,0
linhas tarifárias)d
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
FONTE: World Trade Organization, “Trade Policy Review 2010: Report by Secretariat United States”. Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp335_e.htm Acesso em: 10/11/2010.
Os produtos agrícolas tendem a ter as maiores tarifas e a maior variabilidade, medida pelo desvio-padrão. No
setor agrícola, os produtos com as tarifas mais elevadas são o tabaco, o açúcar, as castanhas e os laticínios,
seguidos da carne bovina, do algodão e de certos produtos hortícolas (como cogumelos). Nos demais setores, os
produtos têxteis e os artigos de vestuário têm os maiores níveis tarifários, embora a maior variabilidade esteja
entre o couro, a borracha, os calçados e o setor de bens de viagem.
De acordo com a definição da OMC de produtos agrícolas, o Catálogo/Tabela Aduaneira de Tarifas
Harmonizadas dos EUA (HTSUS, na sigla em inglês) tem 1.791 linhas tarifárias em nível nacional de oito dígitos.60
Tarifas são aplicáveis a 1595 linhas tarifárias, e a média das tarifas aplicadas é de 8,9%, o que é considerado
relativamente baixo quando comparado a outros membros da OMC. Entretanto, as tarifas variam muito de um
grupo de produtos para outro, de 350% para algumas linhas tarifárias do tabaco, até zero para 368 linhas
tarifárias. Dessas 1.595 linhas tarifárias, 696 não têm impostos ad valorem. O álcool etílico usado como
combustível, por exemplo, está sujeito a “outros impostos ou taxas”, os quais foram consolidados no HTSUS a
US$0,1427 por litro.
Tabela 3: Análise resumida da tarifa NMF, 2009
NMF
Descrição
No. de
Médiaa
Alcance
Desvio
linhas
(%)
(%)
Padrão
10,25
Total
3
4.8
0 - 350
11.8
HS 01-24
1.648
8.6
0 - 350
26.3
HS 25-97
8.605
4.1
0 – 60
5.6
1.595
8.9
0-
26.6
Por Categoria da OMC
Produtos Agrícolas - OMC
350.0
- Animais e produtos derivados
60
139
3.4
0-26.4
5.8
Para mais informações ver HTSUS em: http://www.usitc.gov/publications/docs/tata/hts/bychapter/ 1000gntoc.htm [Maio 2010].
40
NMF
Descrição
No. de
Médiaa
Alcance
Desvio
linhas
(%)
(%)
Padrão
166
22.0
0-
20.8
- Laticínios
125.8
- Café e chá, cacau, açúcar etc.
- Flores, plantas
315
9.8
0-97.9
13.8
57
1.7
0-6.8
2.1
439
6.1
0-
12.1
- Frutas e vegetais
131.8
- Grãos
21
1.3
0-11.2
2.4
- Sementes oleaginosas, gorduras e óleos e
95
6.1
0-
21.4
seus produtos
- Bebidas e destilados
163.8
100
4.3
0-40.9
8.0
47
57.0
0-
124.4
- Tabaco
350.0
- Outros produtos Agrícolas n.e.s.
216
2.0
0-69.8
5.5
8.658
4.0
0-60
5.6
8.630
4.1
0-60
5.6
- Peixe e produtos de pesca
201
2.0
0-35.0
4.3
- Produtos minerais, pedras preciosas e
540
3.5
0-38.0
5.3
- Metais
1.012
1.9
0-24.6
2.7
- Produtos químicos e material fotográfico
1.843
3.7
0-6.5
2.6
397
7.3
0-60.0
11.6
528
0.7
0-14.0
2.1
1.659
9.1
0-37.8
6.7
- Equipamento de transporte
242
2.5
0-25.0
4.7
- Maquinário não-elétrico
791
1.4
0-9.9
1.9
- Maquinário elétrico
529
2.2
0-15.0
2.3
- Artigos não agrícolas n.e.s.
888
3.1
0-53.3
5.5
28
2.2
0-7.8
2.9
Produtos não-agrícolas – OMC (incl.
petróleo)
- Produtos não-agrícolas (excl. petróleo)
metais preciosos
- Couro, borracha, calçados e bens de
viagem
- Lã, celulose, papel e móveis
- Têxtil e vestuário
- Petróleo
Por setor ISICb
41
NMF
Descrição
No. de
Médiaa
Alcance
Desvio
linhas
(%)
(%)
Padrão
488
5.7
0-
32.7
Agricultura, caça, silvicultura e pesca
350.0
Mineração
116
0.4
0-10.5
1.3
9.648
4.8
0-
9.7
Manufatura
350.0
Por seção HS
437
9.7
0-
16.6
01 Animais vivos & produtos
125.8
499
3.9
0-
10.7
02 Produtos vegetais
163.8
03 Gorduras & óleos
66
3.6
0-19.1
4.7
646
12.1
0-
38.1
04 Alimentos preparados, etc.
350.0
05 Minerais
201
0.6
0-12.6
1.7
1.710
3.5
0-9.6
2.7
07 Plásticos & borracha
375
3.7
0-14.0
2.4
08 Couros & peles
220
4.3
0-20.0
4.6
09 Lã & artigos
239
2.4
0-18.0
3.4
10 Celulose,papel, etc
279
0.0
0.0
0.0
1.594
9.0
0-32.0
6.8
12 Calçados, chapelaria
174
13.9
0-60.0
15.4
13 Artigos de pedra
298
5.2
0-38.0
6.2
14 Pedras preciosas, etc.
105
3.0
0-13.5
3.4
15 Metais & produtos
992
1.9
0-24.6
2.7
1.341
1.7
0-15.0
2.1
17 Equipamento de transporte
253
2.4
0-25.0
4.6
18 Equipamento de precisão
514
3.0
0-29
6.1
39
1.4
0-5.7
1.9
264
3.4
0-53.3
4.9
7
0.0
0.0
0.0
06 Químicos & produtos
11 Têxteis & artigos
16 Maquinário
19 Armas e munição
20 Fabricação de diversos
21 Obras de arte, etc.
Por estágio de processamento
42
NMF
Descrição
No. de
Médiaa
Alcance
Desvio
linhas
(%)
(%)
Padrão
0Primeira fase do processamento
959
3.7
23.9
350.0
Produtos semi-processados
3.417
4.2
Produtos totalmente processados
5.877
5.3
0-78.7
4.8
011.7
350.0
a
Médias não incluem linhas HS e taxas de impostos para tarifas de quotas.
b
ISIC (Rev.2) classificação, excluindo eletricidade (1 linha).
Fonte: Estimativas do Secretariado da OMC, baseado em dados fornecidos pelas autoridades dos EUA. In: World Trade Organization,
“Trade Policy Review 2010: Report by Secretariat United States. Disponível em: http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp335_e.htm
Acesso em: 10/11/2010.
Os EUA reservam para si o direito de usar a Salvaguarda Especial Agrícola em 189 linhas tarifárias,
principalmente laticínios, produtos do açúcar, produtos contendo ingredientes de açúcar e/ou laticínios e
algodão.
Não existem commodities sujeitas a quotas absolutas no momento. A lista de produtos sujeitas a quotas
pode ser encontrada no site do US Custom and Border Protection (CBP).61 As restrições quantitativas restantes e
controles das importações são mantidos para proteger a saúde, segurança ou o ambiente ou para objetivos de
política externa.
Os produtos importados estão sujeitos a tributos de processamento de mercadorias e de manutenção
portuária (maintenance fee). A taxa de processamento de mercadorias é aplicável a importações cujo valor seja
superior a US$ 2.000.62 A taxa é estipulada a 0,21% do valor de importação; o mínimo e o máximo previstos pela
lei são US$25 e US$485. Importações elegíveis para tratamento preferencial no âmbito de acordos de livre
comércio (exceto Jordânia e Marrocos), ATPDEA63 e provisões de vestuário e produtos têxteis do AGOA64 estão
isentas. Importações de Israel, CBERA65 e países menos desenvolvidos também estão isentas, mesmo que não se
61
Disponível em http://www.cbp.gov/xp/cgov/trade/trade_programs/textiles_and_quotas/guide_import_goods/commodities.xml
19 USC 58c.
63
Andean Trade Promotion and Drug Eradication Act (ATPDEA) é um sistema de comércio preferencial no qual vários produtos do Peru, do
Equador, da Bolívia e da Colômbia entram nos EUA livre de impostos.
64
African Growth and Opportunity Act (AGOA) foi assinado em 18 de maio de 2000. O Ato oferece incentivos a países africanos abrirem
suas economias e construírem mercados liberalizados.
65
Caribbean Basin Economic Recovery Act (CBERA, ou CBI) de 1983 deu acesso livre de impostos para a maioria dos produtos de 24 países
na América Central e no Caribe.
62
43
qualifiquem para preferências. A aplicação da taxa de processamento de mercadorias foi estendida até outubro
de 2014, seguindo a adoção do Ato de Criação de Empregos Americanos de 2004.66
Os Estados Unidos aplicam tributos indiretos (excise tax) sob: combustíveis; produtos de óleo e petróleo
brutos; produtos químicos prejudiciais à camada de ozônio; equipamento esportivo de pesca; equipamentos de
arco e flecha; certos pneus; automóveis menos eficientes do ponto de vista energético; caminhões pesados,
reboques e tratores; vacinas; bebidas alcoólicas destiladas; produtos do tabaco; papéis e tubos para cigarros;
armas e munição.67 Esse tributo é aplicável tanto a bens importados quanto a produtos nacionais. O Ato de
Reautorização do Programa de Seguro de Saúde Infantil de 2009 aumentou o imposto indireto sobre todos os
produtos do tabaco e papéis e tubos para cigarros a partir de abril de 2009.68 A cerveja e os vinhos importados e
domésticos também estão sujeitos ao imposto indireto federal.
Os serviços a seguir também estão sujeitos à tributação indireta: serviços locais de troca de telefonia e
telegráficos; uso de instalações em viagens aéreas internacionais; transporte aéreo de pessoas e propriedades;
viagens navais de passageiros; e certas apólices emitidas por seguradoras estrangeiras.
Os governos dos estados podem estabelecer tributos sob as vendas e tributos adicionais aos produtos
importados e aos produtos domésticos.
Barreiras Não Tarifárias
As barreiras não tarifárias objetivam, muitas vezes, proteger a economia e a segurança nacional, bem
como a saúde dos seus consumidores, o meio ambiente e a moral pública. Essas restrições e essas proibições são
estabelecidas por meio de leis e regulamentos administrados por órgãos governamentais dos Estados Unidos, as
quais podem especificar a proibição da entrada de determinadas mercadorias, limitar a entrada a alguns portos,
requisitar a certificação e estabelecer a necessidade de licenciamentos. Assim, a liberação da importação só será
realizada quando as condições estabelecidas forem atendidas.69
Entre as principais dificuldades encontradas por grande parte dos exportadores brasileiros destacam-se,
como exemplo, a complexidade das exigências estabelecidas pelo Departamento de Agricultura (USDA), como
comprovação da inexistência ou do controle efetivo de pragas em áreas de produção, ou os requisitos
estabelecidos pela Food and Drug Administration a respeito de inspeções para animais vivos, plantas, inseticidas,
66
Disponível em http://frwebgate.access.gpo.gov/cgi-bin/getdoc.cgi?dbname=108_cong_bills&docid=f:h4520enr.txt.pdf
26 USC 4001 et seq.
68
Public Law 111–3. Disponível em http://frwebgate.access.gpo.gov/cgi-bin/getdoc.cgi?dbname=111_cong_bills&docid=f:h2enr.txt.pdf
69
Maiores informações a respeito das exigências relacionadas à importação de mercadorias e os órgão governamentais responsáveis
podem ser encontradas em www.customs.gov.
67
44
alimentos, bebidas, drogas e comésticos.70 Outras barreiras não tarifárias que podem dificultar e retardar a
exportação consistem em padrões e certificações exigidos para produtos específicos, como lã, produtos de pele
de animal, bebidas alcoólicas, entre outros.
Regulamentos
e
procedimentos
de
avaliação
de
conformidade
são
geralmente
adotados
administrativamente pelas agências federais, com base na autoridade regulatória delegada pelo Congresso.
Entretanto, o Congresso pode definir parâmetros específicos para esses regulamentos ou procedimentos de
avaliação de conformidade ou até estabelecê-los legislativamente.
O estabelecimento de medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS), por exemplo, é governado, em nível
federal, por estatutos, como o Ato Federal de Alimentos, Drogas e Cosméticos, o Ato de Proteção da Qualidade
dos Alimentos, o Ato Federal de Inspeção da Carne, o Ato de Proteção de Plantas, o Ato Federal de Inseticidas,
Fungicidas e Raticidas, e o Ato de Controle de Substâncias Tóxicas. Em geral, as medidas SPS estão sujeitas aos
mesmos procedimentos legislativos que as regulamentações técnicas.
O quadro institucional que governa o estabelecimento e a implementação das medidas SPS (sanitárias e fitosanitárias) em nível federal abrange:
•
O Serviço de Inspeção de Saúde de Plantas e Animais (APHIS, na sigla em inglês)71 do Departamento de
Agricultura (USDA)72, responsável pela regulamentação da importação de plantas, animais e seus produtos;
•
O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS, na sigla em inglês)73 do USDA, que regula a maioria das
importações de carne, frango, e alguns produtos de ovos;
•
A Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês)74, competente para regular as importações
de alimentos para consumo humano e animal e a importação de drogas veterinárias; e
•
A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês)75, responsável pela regulação da importação de
pesticidas e pelo estabelecimento de limites às quantidades de pesticidas em alimentos importados.
Órgãos em nível estadual podem desenvolver e aplicar suas próprias medidas SPS, desde que sejam
consistentes com as regras e as regulações federais e com as regras estabelecidas pela OMC. Nesse sentido, vale
ressaltar que os Estados Unidos são membro de organizações internacionais reconhecidas pela OMC, como a
Comissão Codex Alimentarius76, a Organização Mundial para Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês)77, além de
70
Importing into the United States. Disponível em http://www.customs.gov/xp/cgov/trade/trade_outreach/diduknow.xml.
Disponível em http://www.aphis.usda.gov/
72
Disponível em http://www.usda.gov/wps/portal/usda/usdahome
73
Disponível em http://www.fsis.usda.gov/
74
Disponível em http://www.fda.gov/
75
Disponível em http://www.epa.gov/
76
Disponível em http://www.codexalimentarius.net/web/index_en.jsp
71
45
serem signatários da Convenção Internacional de Proteção de Plantas (IPPC, na sigla em inglês)78. Nos Estados
Unidos, os pontos de contato para cada uma dessas organizações são: o FSIS para o Codex, e o APHIS para a OIE e
o IPPC.
Essas organizações internacionais têm papel importante no estabelecimento de padrões internacionais
em suas respectivas áreas de atuação. De acordo com as autoridades estadunidenses, as medidas SPS adotadas
no país são baseadas em padrões internacionais “onde existirem e quando forem apropriados”.79 As medidas SPS
aplicadas à importação de plantas, animais, e seus produtos são estabelecidos com base no risco a saúde
humana, animal, vegetal ou no risco para o ambiente advindo das importações.
Em março de 2009, o presidente anunciou a criação do Grupo de Trabalho sobre Segurança Alimentar
(Food Safety Working Group) para fortalecer o sistema de segurança alimentar. O Grupo de Trabalho é presidido
pelos secretários do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e o Departamento de Agricultura. O objetivo do
Grupo de Trabalho consiste em promover uma nova abordagem de segurança alimentar, baseada em três
princípios fundamentais: (1) priorizar a prevenção; (2) reforçar a vigilância e a execução; (3) melhorar a resposta e
a recuperação. O USTR tem sido um membro ativo do Grupo de Trabalho ao fornecer diversas recomendações e
assegurar o cumprimento das obrigações comerciais internacionais.80
Os EUA emendaram o Ato Lacey em 2008 para prevenir o comércio de plantas e derivados colhidos
ilegalmente. Com a emenda, o Ato Lacey proíbe, inter alia, importações de plantas e seus derivados que não
estejam em conformidade com as leis estrangeiras de proteção de plantas. Essa medida criou uma declaração de
importações a fim de contribuir para a implementação de seus objetivos.81
Produtos de biotecnologia agrícola são regulados de acordo com a finalidade de sua utilização e devem
estar em conformidade com as normas estabelecidas pelos estatutos estaduais e federais, incluindo o Ato de
Alimentos, Medicamentos e Cosméticos, a Lei de Proteção Vegetal; o Ato de Inseticidas, Fungicidas e Raticidas, o
Ato de Controle de Substâncias Tóxicas, e as leis estaduais de certificação de sementes.
A responsabilidade pela regulamentação da biotecnologia agrícola em plantas é dividida entre o APHIS, o
FDA e o EPA. O APHIS é responsável por plantas geneticamente modificadas, o FDA pela a segurança dos
alimentos e rações derivados de tais plantas, e o EPA pela utilização de pesticidas em plantas e seus usos na
alimentação humana e animal. O Quadro Coordenado para Regulamentação da Biotecnologia, de junho de 1986,
estabelece a política e as funções dos diferentes organismos envolvidos em regulação da biotecnologia agrícola
em plantas.
77
Disponível em http://www.oie.int/eng/en_index.htm
Disponível em https://www.ippc.int/
79
Documento da OMC WT/TPR/M/160/Add.1, 27 de setembro de 2006.
80
World Trade Organization, “Trade Policy Review 2010: Report by Secretariat United States”, p. 10. Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp335_e.htm Acesso em: 10/11/2010.
81
Mais informações sobre a legislação podem ser encontradas no site: http://www.aphis.usda.gov/plant_health/lacey_act/index.shtml Ver
também noticia relacionada http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090409/not_imp352282,0.php
78
46
No que diz respeito a regulamentos técnicos, os Estados Unidos promulgaram o Ato de Aprimoramento
da Segurança do Produto ao Consumidor (CPSIA, na sigla em inglês), que estabelece novos requisitos para muitos
dos 15.000 no âmbito da jurisdição da Comissão de Segurança dos Produtos aos Consumidores - incluindo todos
os produtos direcionados para crianças de 12 anos ou menos (conforme box anexo).82 Dentre os requisitos
estabelecidos por esse Ato, destacam-se rotulagem, exigências de testes por terceiros e controles na fronteira.
Subsídios
Além de barreiras tarifárias e não tarifárias, existem outras medidas que podem afetar a competitividade
dos produtos importados, como a assistência do governo dos Estados Unidos aos produtores domésticos. Essa
assistência pode acontecer de diversas formas, e as mais comuns são as isenções tributárias, tanto federais
quanto estatais, além dos programas de crédito.
Entre 2003 e 2004, existiam 430 programas de subsídios. Entre eles, 42 eram gerenciados em nível federal
e o restante em nível subfederal. Os setores de agricultura e energia são os principais beneficiários do apoio do
governo federal. De acordo com uma notificação submetida pelos Estados Unidos à OMC em 2010, os principais
setores subsidiados em 2008 foram outras energias e combustíveis; metais, minerais e extração; e outros. Isso
reflete, em parte, aumentos relativamente grandes no valor de subsídios para a produção de etanol, biodiesel,
petróleo, gás e minerais não combustíveis.83 Esse apoio doméstico pode afetar o mercado mundial na medida em
que os Estados Unidos encontram-se entre os maiores produtores e consumidores mundiais de numerosos
produtos.
O Environmental Working Group, organização ambientalista, mantém um site onde estão dispostas
diversas informações sobre o destino dos subsídios do Governo norteamericano, tanto por empresas beneficiadas
quanto por produto e estado da federação. De acordo com tal organização, os principais produtos subsidiados em
2009 foram: o milho (US$ 9 bilhões); o algodão (US$ 2,2 bilhões); e o trigo (US$ 2,2 bilhões). O total de subsídios
destinados à produção agrícola foi de US$ 15,4 bilhões.84
Tabela 4 - Principais programas de Subsídios dos EUA em 2009 – Farm Subsidy Database
Posição
Programa
N° de recipientes
Subsídio total em 2009
1
Subsídios ao milho
8.631
US$ 3.975.606.299
2
Subsídios ao algodão
118.449
US$ 2.270.123.381
82
Disponível em http://www.cpsc.gov/about/cpsia/cpsia.html
World Trade Organization, “Trade Policy Review 2010: Report by Secretariat United States (pg.63)”. Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp335_e.htm Acesso em: 10/11/2010.
84
Environmental Working Group, Farm subsidy database. Disponível em http://farm.ewg.org Acesso em 15/11/2010.
83
47
3
Subsídios ao trigo
10.763
US$ 2.232.477.345
448.132
US$ 1.866.558.139
Programa de Reserva de
4
conservação
5
Subsídios à soja
5.042
US$ 1.727.643.051
6
Subsídios a lácteos
50.848
US$ 1.148.283.594
7
Subsídios ao arroz
611
US$ 434.103.182
8
Subsídios ao sorgo
2.922
US$ 270.141.110
9
Suporte a desastres
37.997
US$ 243.838.571
10
Subsídios ao tacabo
59.575
US$ 202.918.426
Fonte: Environmental Working Group, Farm subsidy database. Disponível em http://farm.ewg.org Acesso em 15/11/2010.
Recentemente, os principais setores subsidiados foram o automotivo - principalmente em razão à crise de
2008, que estimulou programas de apoio a montadoras, como a GM e a Chrysler – e o energético – impulsionado
pelos subsídios à biomassa de etanol.85 Assistência a serviços financeiros e agricultura são dois dos outros maiores
beneficiários, sendo que o primeiro elevou consideravelmente sua participação com o resgate dos bancos em
2008, e o segundo é o principal objeto de controvérsias e disputas no âmbito da OMC, assim como das
negociações da Rodada Doha.86
O Farm Act de 2008 manteve, com algumas alterações, a maioria das políticas do Ato de 2002, com alguns
novos programas introduzidos e alguns ajustes a taxas de pagamento. Como Atos anteriores, grande parte da
assistência doméstica não é para o cultivo, mas para programas de nutrição para famílias de baixa renda. Além
disso, grande parte dos fundos direcionados aos agricultores é dissociada da produção. Quanto ao restante dos
subsídios, a maioria está ligada a preços e/ou à produção. Produtores de cereais, oleaginosas e algodão estão
efetivamente isolados dos preços de mercado, enquanto açúcar e lácteos têm programas de apoio a preços de
mercado.
Pode-se dizer que o apoio à agricultura nos EUA, como porcentagem do valor da produção, permanece
baixo quando comparado a outros países– até mesmo analistas franceses admitem que, relativamente, os
subsídios fornecidos pela UE, de 43%, a seus agricultores ultrapassam aqueles dos EUA, de 17%.87 Entretanto, em
razão da amplitude do setor agrícola, a assistência doméstica não é desprezível, variando de ano a ano conforme
os preços, e afeta sobremaneira os mercados internacionais.
85
Portal CNN Money. “Auto Bailout Tap Could Top £130 billion”. Disponível em:
http://money.cnn.com/2009/02/18/news/companies/auto_bailout/?postversion=2009021817 Acesso em 15/11/2010.
86
Agência de Notícias Reuters. “Labor unions protest against bailout”. Disponível em:
http://www.reuters.com/article/idUSTRE48O8KJ20080925 Acesso em: 15/11/2010.
87
PICHER, Claude. Le dossier noir des subventions agricoles. La Presse Afaires, 2008. Disponível em :
http://zonecours.hec.ca/documents/H2009-1-1927046.subventions.pdf Acesso em: 15/11/2010.
48
A maioria das políticas agrícolas nos EUA está disposta no Ato de Alimentos, Conservação e Energia de
2008, que autoriza programas agrícolas para o período de 2008 a 2013.88 Existe um amplo escopo de legislação
subjacente ao Farm Act. No entanto, grande parte já foi incorporado a esse Ato.
O Serviço para Agricultura no Exterior (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)
administra a maioria dos programas, com a exceção de alguns programas de auxílio alimentar, que são de
responsabilidade da Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional (USAID). O Farm Act pôs termo ao
Programa de Reforço à Exportação, ao Programa de Garantia da Oferta de Crédito e ao Programa de Garantia de
Crédito ao Intermediário Exportador (GSM-103), programas que, antes da entrada em vigor da Lei de 2008,
auxiliavam os produtores agrícolas americanos a exportar seus produtos. No entanto, novos programas foram
adicionados com a efetivação do Ato.89
88
The Farm Act of 2008. Disponível em://frwebgate.access.gpo.gov/cgi-bin/getdoc. cgi?dbname=
110_cong_bills&docid=f:h2419enr.txt.pdf [Fevereiro de 2010].
89
World Trade Organization, “Trade Policy Review 2010: Report by Secretariat United States (pg.84)”. Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp335_e.htm Acesso em: 10/11/2010.
49
Box1 : O Ato de Melhoria na Segurança do Produto (CPSIA, na sigla em inglês)
O CPSIA, assinado como lei em Agosto de 2008, tem como objetivo aumentar a segurança de
produtos ao consumidor, em particular produtos infantis, através de uma variedade de
instrumentos regulatórios e de implementação, incluindo:
Regulações específicas do produto: o Ato estabelece novos limites para o chumbo contido em
produtos infantis, e para a quantidade de chumbo contido na tinta usada nesses produtos. O
Ato proíbe a venda nos EUA de certos produtos infantis contendo ftalatos específicos, que
são compostos utilizados como amaciadores para plásticos. A Comissão para Segurança de
Produtos ao Consumidor deve estudar e desenvolver regulações técnicas para a segurança
de vários produtos duráveis infantis e para bebês. Em setembro de 2008, o Conselho Geral
da Comissão determinou que o CPSIA proibisse a venda nos EUA depois de fevereiro de 2009
de produtos infantis que excedessem o limite de chumbo independentemente de terem sido
fabricados antes dessa data.
Os requisitos de rotulagem: o Ato exige que os fabricantes tenham uma etiqueta de rastreamento ou
outro sinal distintivo permanente em produtos infantis, " na medida do possível". A etiqueta
de rastreamento deve conter algumas informações básicas, incluindo a origem do produto, a
data de fabricação e obter informações mais detalhadas sobre o processo de fabricação,
como um lote ou número de execução. A Comissão tem a autoridade para emitir uma norma
definindo os detalhes requeridos nas etiquetas de rastreamento. Além disso, a Comissão
pode, no futuro, exigir que as informações adicionais contidas nas etiquetas de rastreamento
para produtos infantis sejam expandidas para abranger todos os produtos de consumo.
Certificação e requerimentos de testes: os produtos de consumo (além dos infantis) sujeitos a um
regulamento de segurança do produto imposta pela Comissão deve atender a uma exigência
de certificação geral através de uma auto-declaração de conformidade dada pelo fornecedor,
independentemente de o produto ter sido produzido nos EUA ou no exterior. A declaração
deve ser baseada em um teste (não necessariamente por um laboratório de terceiros) ou em
um "programa de teste razoável". Os produtos abrangidos por esta exigência incluem: todos
os veículos do terreno; beliches; isqueiros; caixas de fósforos; abridores da porta da
garagem; recipientes de gás portáteis; máquinas de cortar grama; colchões; tobogãs de
piscina; e pintura e mobiliário doméstico sujeito aos regulamentos de chumbo da pintura.
Com respeito aos produtos infantis sujeitos a uma regra de segurança do produto infantil, a
auto-declaração de conformidade deve ser baseada em testes de terceiros por um
50
organismo de avaliação da conformidade que tenha sido credenciado para testar o produto
para a conformidade com a regra dos produtos infantis relevante. Com base em tais testes, o
fabricante ou importador deve fornecer um certificado que o produto está em conformidade
com à regra pertinente à segurança do produto; o certificado deve acompanhar cada
remessa. Até março de 2010, testes de terceiros eram necessários para apoiar um certificado
de conformidade com os regulamentos em capacetes para bicicletas, pintura com chumbo,
artefatos de mergulho, berços, chocalhos, chupetas, bicicletas, camas de beliche, pequenas
peças, e chumbo em componentes metálicos de jóias infantis. Produtos infantis adicionais
serão sujeitos a requisitos de teste de terceiros, assim que a Comissão publicar os requisitos
pertinentes de certificação do laboratório.
Os requisitos de certificação do laboratório: laboratórios nacionais e estrangeiros podem ser
credenciados para testar produtos infantis para o cumprimento das regras de segurança de
produtos infantis. Os laboratórios podem ser credenciados pela Comissão ou por uma
organização independente credenciada pela Comissão. A Comissão poderá credenciar como
organismos terceiros de avaliação da conformidade laboratórios "firewalled" de propriedade
de fabricantes de produtos infantis. Existem requisitos específicos para o credenciamento de
laboratórios estatais. A Comissão publicou procedimentos de credenciamento para sete
categorias de produtos. Ela também mantém uma lista de laboratórios acreditados em seu
site (http://www.cpsc.gov).
Fonte: Secretariado da OMC
Os contatos das entidades citadas nesta seção do estudo podem ser encontrados no Anexo 2.
As referências utilizadas para compor a seção de Política Comercial estão no Anexo 3.
51
CARACTERÍSTICAS DO MERCADO
AMBIENTE DE NEGÓCIOS
De acordo com o Doing Business 2010, publicação anual do Banco Mundial, os Estados Unidos ocupam a
4ª posição no ranking dos países segundo sua facilidade para fazer negócios, em um universo de 183 avaliações
realizadas por esse organismo. Para classificar os países são levadas em conta a facilidade ou a dificuldade
relacionada à abertura de empresas, obtenção de alvarás, contratação de empregados, registro de propriedades,
obtenção de crédito, proteção de investidores, pagamento de impostos, comércio exterior, cumprimento de
contratos e fechamento de empresas.
A avaliação de cada um dos critérios que compõem o índice de “facilidade de fazer negócios” dos
Estados Unidos pode ser obtida no endereço: http://www.doingbusiness.org. Nessa listagem, quanto menor a
posição no ranking, melhor o ambiente de negócios. Cingapura é considerado o melhor lugar do mundo para se
realizar um negócio. Já a China aparece em 89° lugar. Na Europa, estão classificados Reino Unido, ocupando o 5º
lugar no ranking, e Alemanha, a 25ª.
Gráfico 6: Doing Business 2010: Facilidades para fazer negócios - posição no ranking.
89
90
80
70
60
50
40
25
30
20
10
4
5
0
Estados Unidos
Reino Unido
Alemanha
China
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Com auxílio da Tabela 4 verifica-se que, no cômputo geral dos pontos, a posição dos Estados Unidos se
manteve entre 2009 e 2010. Todavia, o país perdeu posições em quatro critérios: “abertura de empresas”,
“registro de propriedades”, “comércio exterior” e “pagamento de impostos”. Este último critério foi aquele em
que perdeu mais posições, caindo sete colocações, de 54° para 61° posição.
52
Tabela 4: Critérios para o índice “Facilidade de fazer negócios” - Mudanças entre 2009 e 2010.
Ranking
de 2010
Item
Facilidade de fazer negócios
Abertura de empresas
Obtenção de alvarás
Contratação de empregados
Registro de propriedades
Obtenção de crédito
Proteção de investidores
Pagamento de impostos
Comércio exterior
Cumprimento de contratos
Fechamento de empresas
4
8
25
1
12
4
5
61
18
8
15
Ranking
de 2009
4
6
26
1
11
4
5
54
16
9
15
Mudanças
no
Ranking
0
-2
1
0
-1
0
0
-7
-2
1
0
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Nos Gráficos 07 e 08 serão analisados os itens “cumprimento de contratos” e “comércio exterior”, os
quais têm maior relevância para o exportador. A análise é feita, a partir de uma perspectiva comparada entre
Alemanha, Estados Unidos, China, Reino Unidos e países da OCDE90 em grupo.
O “cumprimento de contratos” busca medir a eficiência dos tribunais locais na resolução de disputas
relacionadas a operações de venda. São avaliados o tempo, custo e número de processos envolvidos na contenda
desde o momento do registro da ação até a efetivação do pagamento requerido por uma das partes. Nos Estados
Unidos, tanto o número de procedimentos (32), quanto os custos processuais91 (14%) estão dentro da média na
comparação com os demais países selecionados. Em relação à duração dos processos, o tempo gasto nos Estados
Unidos é o menor entre os comparados.
Gráfico 7: Doing Business 2010: Cumprimento de contratos.
462
399 394 406
300
31 32 30 30 34
Número de procedimentos
OCDE
19 14 23 14 11
Duração (dias)
Estados Unidos
Reino Unido
Custo (% da dívida)
Alemanha
China
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Por fim, para a composição do item “comércio exterior”, o Banco Mundial analisa os procedimentos,
custo e tempo implicados na importação e exportação de um contêiner padrão, desde a assinatura do contrato
final entre as partes que comerciam até a efetiva entrega dos bens. Nesse indicador, os Estados Unidos estão
90
91
Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento.
O custo do processo é medido como porcentagem da dívida.
53
equiparados aos demais países no que tange ao número de documentos e melhor classificados em tempo para
exportar e importar. Em relação ao custo de exportação por contêiner, são o segundo país mais caro, enquanto
para importação, apresentam os maiores custos.
Gráfico 8: Doing Business 2010: Comércio exterior.
1315
1.090
1.146
1050
1.160
1.030
937
872
545
500
4 4 4 4 7
Documentos para
exportar (número)
OCDE
11 6 9 7 21
Tempo para
exportar (dias)
5 5 4 5 5
Custo para exportar
(US$ por contêiner)
Estados Unidos
Documentos para
importar (número)
Reino Unido
11 5 8 7 24
Tempo para
importar (dias)
Alemanha
Custo para importar
(US$ por contêiner)
China
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
CAPACIDADE DE PAGAMENTO
A fim de considerar a capacidade e a disposição dos Estados Unidos de honrar suas obrigações
financeiras comerciais feitas em moeda estrangeira, esse estudo utiliza a classificação da agência Standard’s and
Poors, que avalia também a capacidade dos importadores daquele país de adquirir moeda conversível92 para
pagar pelos bens que adquirem. A posição93 dos Estados Unidos é medida em três momentos: longo prazo,
tendência (horizonte de seis meses a dois anos) e curto prazo.
No longo prazo, a qualificação dos Estados Unidos foi AAA94, o que traduz uma forte capacidade do país
de cumprir com seus compromissos. Para o curto prazo, os Estados Unidos receberam a melhor nota possível (A1+), o que caracteriza sua capacidade de pagamento como extremamente forte. A tendência é de estabilidade.
Reino Unido, Alemanha e China alcançaram as mesmas notas que os Estados Unidos95.
Outra forma de medir a capacidade de pagamento de um país é avaliar o montante de suas
importações96 frente às suas reservas cambiais. Pode-se, inclusive, estimar quantos meses de importações o país
tem condições de bancar apenas com seus estoques de moeda estrangeira. No caso estadunidense, entre 2000 e
2007, houve variação da razão entre reservas e importações (média mensal), isto é, as reservas podiam cobrir
92
Moeda de troca internacional (em geral, euro ou dólar).
Avaliação da capacidade de um país para saldar seus compromissos financeiros feitos em moeda estrangeira.
94
Classificação em 10 de junho de 2010.
95
Outros ratings disponíveis em: http://www.standardandpoors.com/ratings/articles/en/us/?assetID=1245213114875.
96
Média mensal.
93
54
menos meses de importações nos anos 2001, 2005 e 2006, com recuperação a partir de 2007. Sendo que a baixa
liquidez do país flutuou de 0,22 a 0,31/mês no referido período. Em 2009 as reservas cambiais já podiam cobrir
0,3 meses de importações. Para se ter alguns parâmetros, em 2009, as reservas cambiais da Alemanha cobriam
0,37/mês de importações, as do Reino Unido cobriam 0,7/mês, enquanto as reservas da China cobriam 20,66
meses e Brasil, 15,3 meses.
Gráfico 9: Capacidade de pagamento.
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Número de meses
Fonte: Euromonitor, a partir de dados do FMI. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
LOGÍSTICA
Devido a sua dimensão continental, a economia dos Estados Unidos depende demasiadamente do frete
para ligar negócios entre fornecedores e o mercado consumidor, tanto interna quanto externamente. No ano de
2008, os prestadores de serviço de frete nos Estados Unidos receberam US$ 22 bilhões para os serviços
comerciais de frete referentes aos negócios feitos com outros países. Os portos e aeroportos receberam US$ 36
bilhões pelos serviços portuários e aeroportuários. As empresas estadunidenses movimentaram US$ 54 bilhões
em frete com empresas de transporte estrangeiras e US$ 27 bilhões em serviços de fretes com portos e
aeroportos estrangeiros97.
Os Estados Unidos têm o maior sistema de transportes do mundo. A infraestrutura da sua rede de
transportes conta com 6 milhões de quilômetros de estradas públicas, 224 mil quilômetros de vias férreas, 40 mil
quilômetros de vias navegáveis e mais de 5 mil aeroportos. A rede de transportes dos Estados Unidos serve mais
de 300 milhões de pessoas e 7,5 milhões de estabelecimentos comerciais98.
Apesar dos efeitos causados pela crise de 2008, o movimento de frete apresentou tendência de
crescimento global. Os valores das exportações de mercadorias triplicaram entre 1998 e 2008, saltando de US$
97
98
Dados do US Department of Transportation. Disponível em http://www.bts.gov/publications/.
Segundo informações do National Transportation Statistics, publicação do Departamento de Transportes dos Estados Unidos.
55
5,4 trilhões para US$ 16 trilhões. Nesse mesmo período, os fretes de exportação dos Estados Unidos passaram de
US$ 682 bilhões para US$ 1,3 trilhão. Esse aumento na movimentação dos fretes indica a intensidade das
atividades econômicas entre os países.
No ano de 2008, os três maiores exportadores mundiais e, consequentemente, os países que mais
movimentaram os fretes de exportação foram Alemanha, China e Estados Unidos. Esses países juntos
responderam por cerca de 26% das movimentações mundiais de frete. Cerca de 13% dos fretes de exportação do
mundo partiram dos Estados Unidos. A tabela abaixo evidencia a divisão da utilização do transporte nos Estados
Unidos no ano de 2007.
Tabela 3: Movimentação de mercadorias por modal nos Estados Unidos em 2007.
Modal de
Transporte
Rodoviário
Ferroviário
Aquaviário
Aéreo
Intermodal
Dutoviário
Outros
Total
Toneladas Porcentagem Valor (US$ Porcentagem
(milhões)
(%)
bilhões)
(%)
8,779
69,99
8,336
71,34
1,861
14,84
436
3,73
404
3,22
115
0,98
4
0,03
252
2,17
574
4,58
1,867
15,97
651
5,19
400
3,42
272
2,15
279
2,39
12,543
100,00
11,685
100,00
Fonte: US Departament of Transportation. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Os principais portos de movimentação de carga marítima nos anos de 2007 e 2008 nos Estados Unidos
foram: Los Angeles, Long Beach, New York/New Jersey, Savannah, Norfolk, Oakland, Houston, Charleston,
Tacoma e Seatlle. Em 2008, os portos dos Estados Unidos movimentaram 77 mil TEU´s99 por dia em média. Em
1995, eram movimentados em média 37 mil TEU´s.
Cerca de um quarto do comércio dos Estados Unidos é movido através de carga aérea. Trata-se da
principal modalidade de transporte para cargas de elevado valor e produtos perecíveis. O tráfego aéreo dos
Estados Unidos corresponde a aproximadamente um terço do mercado de tráfego aéreo mundial. Dos trinta
maiores aeroportos do mundo, 17 estão situados nos Estado Unidos.
INTERCÂMBIO COMERCIAL
EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR DOS ESTADOS UNIDOS
O Gráfico 10 apresenta a evolução do comércio exterior estadunidense entre os anos de 1997 e 2009. A
balança comercial do país mostrou-se deficitária durante todo o período analisado. De fato, a última vez em que
os Estados Unidos apresentaram superávit em seu comércio internacional foi no ano de 1975, quando suas
99
TEU é a medida padrão para movimentação de contêineres e equivale a uma unidade de contêiner de 20´.
56
exportações excederam suas importações em US$ 12,4 bilhões100. Todavia, em 1987, o déficit comercial
estadunidense já havia aumentado para US$ 151,7 bilhões.
Gráfico 10: Evolução do comércio exterior dos Estados Unidos US$ bilhões (2000-2009).
2.500,0
2.000,0
1.500,0
1.557,88
1.000,0
1.056,93
500,0
0,0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
(500,94)
(500,0)
(1.000,0)
Exportações (US$ bilhões)
Importações (US$ bilhões)
Balança comercial (US$ bilhões)
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Ao final de década de 1990 e início da primeira década do novo milênio, o ritmo de expansão do déficit
passou a ser mais acelerado na medida em que a economia estadunidense crescia mais rapidamente que a de
seus principais parceiros comerciais, o que se refletia numa crescente demanda interna por produtos importados.
Além disso, a crise financeira na Ásia em meados de 1997 teve efeitos significativos para o conjunto das
exportações do país, pois a desvalorização das moedas do sudeste asiático tornou os produtos fabricados na
região relativamente mais baratos que aqueles produzidos nos Estados Unidos. No ano de 2006, a balança
comercial estadunidense contabilizou seu pior desempenho histórico, com déficit de US$ 759,2 bilhões. Em 2009,
por sua vez, verifica-se a sensível contração no comércio exterior do país ocasionada pela crise econômica
mundial iniciada em 2008 e a conseqüente redução de seu déficit. Entre os anos de 2000-2009, as exportações
estadunidenses cresceram em média 3,4% ao ano, variando em valor cerca de US$ 276,5 bilhões. Suas
importações, por sua vez, cresceram em menor ritmo, 2,8% ao ano, aumentando aproximadamente US$ 340,9
bilhões.
Especial destaque no conjunto das trocas comerciais estadunidenses cabe à China. Em 2000, o país
representava 8,2% do total das importações dos Estados Unidos. Em 2009, já representava 19% desse total, com
crescimento médio de 12,8% ao ano neste período.
100
U.S. Trade in Goods and Services - Balance of Payments (BOP) Basis (aqui contabilizados bens e serviços). U.S. Census Bureau, Foreign Trade Division.
57
DESTINO DAS EXPORTAÇÕES ESTADUNIDENSES
Canadá e México representaram os principais destinos das exportações estadunidenses em 2008.
Entretanto, desde que os Estados Unidos ingressaram no NAFTA (North American Free Trade Agreement), o
déficit comercial com esses países tem crescido sensivelmente. A transferência de diversas plantas produtivas
estadunidenses para o Canadá e para o México, motivada tanto pelo pagamento de menores salários como pelas
medidas governamentais de incentivo aos investimentos estrangeiros, foi essencial para esse resultado.
Gráfico 11: Principais destinos das exportações dos Estados Unidos.
2009
2004
19,37%
23,30%
33,60%
37,82%
12,20%
13,59%
6,57%
1,70%
4,22%
2,57%
3,21%
3,86% 4,41%
2,48%
2,51%
2,96%
6,58%
3,06% 4,10% 4,33%
4,84%
2,71%
Canadá
México
China
Japão
Reino Unido
Alemanha
Países Baixos
Coreia do Sul
França
Brasil
Outros
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
De maneira geral, após a instituição da área de livre comércio, o comércio exterior entre os países cresceu
233%, com valor movimentado de US$ 990 bilhões em 2008 contra os US$ 297 bilhões registrados em 1993101. As
exportações estadunidenses de bens para o Canadá e México saltaram de US$ 141,8 bilhões em 1993 para US$
412,3 bilhões em 2008, um crescimento médio de 6,6% ao ano no período. Já em 2009, as exportações somaram
Us$ 333,7 bilhões102.
Entre os principais destinos das exportações estadunidenses, além do NAFTA, destacam-se China e
Japão na Ásia, e Reino Unido, Alemanha e Países Baixos na Europa. O Brasil foi o 10° maior destino, nos dois anos
apresentados.
101
Top U.S. Export Markets: Free Trade Agreement and Country Fact Sheets. U.S. Department of Commerce. International Trade Administration. Disponível
em: <http://trade.gov/publications/abstracts/top-export-markets-2009.asp>. Acessado em 15, junho 2010.
102
Dados de 2009 apresentados pelo Global Trade Information System - GTIS.
58
PRINCIPAIS PRODUTOS DA PAUTA DE EXPORTAÇÕES ESTADUNIDENSES
As exportações estadunidenses não são tão diversificadas, tal como pode ser constatado a partir das
Tabelas 4 e 5, nas quais
é possível observar que os 10 grupos de produtos mais exportados em 2009
corresponderam a 45,4% das exportações.
Tabelas 4 e 5: Exportações dos Estados Unidos 2004-2009.
Setor
CNAE
Participação
nas
exportações
totais em
2004
Setor
CNAE
55.859.277.061
7%
245
Fabricação de produtos
farmacêuticos
50.647.364.976
4,8%
42.112.658.889
5,2%
321
Fabricação de material eletrônico
básico
43.041.961.327
4,1%
36.319.453.361
4,5%
232
40.949.793.357
3,9%
37.925.835.234
3,6%
Valor
exportado em
2004 (em US$)
Descrição
Fabricação de material eletrônico
básico
Fabr. de máquinas e equipamentos
302 de sist. eletrônicos
p/processamento de dados
Fabricação de peças e acessórios
344
para veículos automotores
321
Descrição
Fabricação de produtos derivados do
petróleo
Fabr. de máquinas e equipamentos
302 de sist. eletrônicos p/processamento
de dados
Valor
exportado em
2009 (em US$)
Participação
nas
exportações
totais em
2009
341
Fabricação de automóveis,
caminhonetas e utilitários
32.461.333.171
4,0%
245
Fabricação de produtos
farmacêuticos
28.400.204.877
3,5%
274 Metalurgia de metais não-ferrosos
36.828.029.582
3,5%
25.118.500.860
3,1%
Fabr. de apar. e instrumentos p/usos
331 médicos-hospitalares, odont. e de
laboratórios e aparelhos ortopédicos
35.545.400.791
3,4%
22.371.600.342
2,7%
11
Produção de lavouras temporárias
35.293.074.670
3,3%
22.022.460.142
2,7%
Fabricação de motores, bombas,
291 compressores e equipamentos de
transmissão
33.090.404.488
3,1%
21.286.809.894
2,6%
341
32.724.324.073
3,1%
21.032.252.564
2,6%
344
435.825.287.268
742.809.838.429
53,5%
100%
242
Fabricação de produtos químicos
orgânicos
Fabr. de apar. e instrum. de medida,
332 teste e controle - exceto equip.
p/controle de proc. industriais
Fabricação de aparelhos e
instrumentos para usos médicoshospitalares, odontológicos e de
laboratórios e aparelhos ortopédicos
Fabricação de motores, bombas,
291 compressores e equipamentos de
transmissão
331
11
Produção de lavouras temporárias
Outros
Total
Fabricação de automóveis,
caminhonetas e utilitários
Fabricação de peças e acessórios para
29.156.604.509
veículos automotores
Outros
576.605.448.640
Total
951.808.241.647
2,8%
54,6%
100%
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
O principal subgrupo exportado pelos Estados Unidos em 2004, de material eletrônico básico, passou a
ser o 2° mais exportado em 2009, enquanto o subgrupo de Produtos farmacêuticos teve um crescimento de
12,3% no período passando a ser o mais exportado no último ano. O subgrupo de produtos derivados do petróleo
cresceu 27,7% de 2004 a 2009.
ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES ESTADUNIDENSES
China, Canadá e México foram os maiores fornecedores para o mercado estadunidense no ano de 2009.
Esses três países juntos corresponderam a 44,8% (US$697,8 bilhões) de todas as importações do país (US$ 1,5
trilhão). Os dois parceiros do NAFTA foram a origem de 25,77% do total importado pelos Estados Unidos em
59
2009. Nesse ano, o Brasil foi o 16° maior fornecedor, com uma participação de 1,3%, correspondendo a US$20
bilhões. O Brasil mantém essa posição desde 2006. Em 2005, o país chegou a ser o 15° maior fornecedor,
correspondendo a US$ 21,2 bilhões das importações estadunidenses.
No ano de 2004, a Venezuela foi a 13ª maior fornecedora (US$24,9 bilhões) dos EUA; o Brasil ficou em
14° lugar, com 1,42% das importações (US$21,2 bilhões) dos Estados Unidos, e a Malásia, em 10º (US$ 28,2
bilhões).
Gráfico 12: Principais origens das importações dos Estados Unidos.
2004
2009
13,38%
31,99%
19,03%
17,44%
33,10%
10,61%
14,44%
8,83%
11,33%
6,16%
1,70%
2,36%
2,15%
1,80%
1,82%
3,15% 5,26%
4,57%
2,18%
3,14%
2,52%
3,05%
Outros
China
Canadá
México
Japão
Alemanha
Reino Unido
Coreia do Sul
França
Taiwan
Venezuela
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Da mesma forma, as importações estadunidenses de bens oriundos do Canadá e México apresentaram
incremento acumulado médio de 7,74% ao ano, passando de US$ 150,8 bilhões em 1993 para US$ 555,4 bilhões
em 2008. Segundo informações do Office of the United States Trade Representative103, o déficit comercial dos
EUA com os demais países do NAFTA foi de US$ 69,3 bilhões em 2009, um decréscimo de 51,5% em relação ao
valor registrado em 2008 (US$ 143 bilhões). Entre 2008 e 2009, as exportações estadunidenses para os países do
bloco retraíram-se em 19,1%, ou seja, US$ 78,8 bilhões. Já suas importações desses países decresceram em US$
152,5 bilhões, ou seja, 27,5%.
103
North America Free Trade Agreement (NAFTA). Disponível em: <http://www.ustr.gov/trade-agreements/free-trade-agreements/north-american-freetrade-agreement-nafta>. Acessado em 15, junho 2010.
60
PRINCIPAIS PRODUTOS DA PAUTA DE IMPORTAÇÕES ESTADUNIDENSES
A pauta de importações do país é mais diversificada que a de exportações. Os dez setores CNAE mais
importados correspondem a 33% das importações totais. Aproximadamente 19% do total importado no ano de
2009 correspondem a produtos intensivos em pesquisa e desenvolvimento. A importação desses bens apresentou
crescimento de 3,9% no período.
Setor
CNAE
Descrição
111 Extração de petróleo e gás natural
341
Fabricação de automóveis,
caminhonetas e utilitários
Fabr. de máq. e equip. de sist.
eletrônicos p/proces. de dados
Fabricação de produtos
245
farmacêuticos
302
369 Fabricação de produtos diversos
181 Confecção de artigos do vestuário
Fabr. de apar. receptores de rádio e
323 televisão e de reprodução, gravação
ou amplificação de som e vídeo
Fabricação de peças e acessórios
344
para veículos automotores
232
Fabricação de produtos derivados do
petróleo
Fabr. de apar. e equip. de telefonia
322 e radiotelefonia e de transmissores
de televisão e rádio
Outros
Total
Tabelas 5 e 6: Importações dos Estados Unidos 2004-2009.
Participação
Valor
nas
Setor
importado em importações
Descrição
CNAE
totais em
2004 (em US$)
2004
159.944.108.691
7%
111 Extração de petróleo e gás natural
Fabr. de máq. e equip. de sist.
131.186.953.230
5,9%
302 eletrônicos p/processamento de
dados
Fabricação de produtos
86.853.059.571
3,9%
245
farmacêuticos
Fabricação de automóveis,
55.338.825.213
2,5%
341
caminhonetas e utilitários
Fabr. de aparelhos e equip. de
53.625.621.512
2,4%
322 telefonia e radiotelefonia e de
transmissores de televisão e rádio
53.163.051.385
2,4%
369 Fabricação de produtos diversos
Fabricação de produtos derivados do
petróleo
Participação
nas
importações
totais em
2009
210.675.901.525
9,1%
Valor
importado em
2009 (em US$)
92.834.145.439
4,0%
86.217.227.251
3,7%
86.084.142.673
3,7%
66.207.087.977
2,8%
58.267.503.847
2,5%
56.416.655.268
2,4%
47.374.799.400
2,1%
232
45.677.513.886
2,1%
181 Confecção de artigos do vestuário
50.495.855.566
2,2%
42.150.122.460
1,9%
Fabr. de apar. receptores de rádio e
323 televisão e de reprodução, gravação
ou amplificação de som e vídeo
49.537.970.692
2,1%
40.867.112.683
1,8%
274 Metalurgia de metais não-ferrosos
36.083.718.199
1,6%
753.523.230.092
1.469.704.398.123
67,8%
100%
766.804.605.040
1.559.624.813.477
65,9%
100%
Outros
Total
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
As mercadorias manufaturadas produzidas por fornecedores especializados e os produtos intensivos em
recursos naturais tiveram 18% e 17% de participação em 2009. Este último apresentou crescimento médio de
10,3% no período em análise. Os setores de produtos manufaturados intensivos em economias de escala,
manufaturados intensivos em trabalho e produtos primários tiveram participações de 15%, 11% e 10%,
respectivamente. Esses últimos registraram crescimento médio de 11% entre os anos de 2004 e 2009.
O principal setor de CNAE de importações dos Estados Unidos, “extração de petróleo e gás natural”,
apresentou crescimento de 9,9% entre 2004 e 2009. O segundo setor mais importado, “fabricação de máquinas e
equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados”, apresentou crescimento de apenas 1,3%.
O setor CNAE “outras atividades de serviços prestados”, principalmente às empresas, registrou o maior
crescimento no período analisado, de 16,7%, alcançando o valor de US$52 milhões importados no último ano.
61
INTERCÂMBIO COMERCIAL BRASIL - ESTADOS UNIDOS
Os Estados Unidos foram, durante os últimos anos, o principal destino das exportações brasileiras. Em
2008, as exportações do Brasil para esse mercado atingiram US$ 27,4 bilhões, correspondendo a 14% do total
exportado naquele ano. Em 2009, 10% das exportações brasileiras foram para os Estados Unidos, que passou a
ser o segundo principal destino, ficando atrás da China.
CORRENTE DE COMÉRCIO
O Gráfico 13 explicita os valores dos fluxos comerciais entre Brasil e Estados Unidos entre os anos de
2000 e 2009.
Gráfico 13: Corrente de comércio Brasil-Estados Unidos.
53.048,3
43.788,3
39.182,2
35.206,2
31.456,3
26.088,8
27.114,1
25.665,3
35.629,9
26.297,5
25.065,0
22.539,7
27.423,0
24.524,7
20.099,2
25.625,2
16.728,1
14.208,6
13.189,6
12.899,2
2000
20.028,3
18.723,3
15.377,8
15.601,6
14.657,5
12.905,5
2001
11.357,1
10.287,5
9.569,5
2002
2003
Exportações Brasileiras - US$ FOB
2004
12.666,5
2005
Importações Brasileiras - US$ FOB
2006
2007
2008
2009
Corrente Comercial - US$ milhões
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Os dados observados no Gráfico 13 indicam que as trocas entre os dois países se intensificaram entre os
anos de 2004 e 2008. Nesse período, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram em média
8,08%. Singularmente impulsionadas pela estabilidade política e econômica do Brasil, as importações brasileiras
oriundas dos Estados Unidos apresentaram crescimento médio de 22,56% no período. Gravemente afetado pela
crise econômica mundial, o fluxo comercial entre os dois países retraiu-se 32,83% entre os anos de 2008 e 2009,
com decréscimo de 43,11% para as exportações brasileiras, contra os 21,84% de retração das importações
provenientes dos Estados Unidos.
62
SALDO COMERCIAL
Os fluxos comerciais entre os dois países começaram a apresentar desvantagem para o Brasil a partir de
2006, quando o saldo comercial relativo começou a diminuir, chegando a ser negativo em 2009. Neste ano, com a
forte queda das vendas brasileiras aos Estados Unidos, o saldo comercial registrado foi negativo para o Brasil em
US$ 4,4 bilhões, ao passo que em 2005 havia sido positivo em US$ 7,2 bilhões. O Gráfico 14 mostra o movimento
de desequilíbrio das trocas comerciais entre Brasil e Estados Unidos, representado em termos relativos. O
comércio bilateral propiciou saldos comerciais para o Brasil, até 2008, com maior valor em 2005, quando alcançou
US$ 9,9 bilhões. A dinâmica dessas relações tem se apresentado de modo decrescente desde então, com maior
impacto nos anos de 2008 e 2009, como resultado da crise econômica mundial. Já em relação à corrente
comercial, esta continuou crescendo até 2008, quando atingiu US$ 53 bilhões, caindo para US$ 35,6 bilhões em
2009.
Gráfico 14: Saldo comercial relativo Brasil-Estados Unidos.
27%
28%
28%
25%
14%
0,03%
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
-12%
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Um componente que pode ter colaborado para a redução do saldo comercial brasileiro com os Estados
Unidos é a variação do câmbio real desses dois países entre 2004 e 2009. O Gráfico 15 mostra a evolução do
câmbio real das moedas do Brasil, Alemanha, China e Reino Unido frente ao dólar estadunidense. Nota-se que
todas as moedas analisadas tiveram valorização do câmbio real no período frente ao dólar. A moeda que mais se
valorizou no período analisado foi o Real, que apresentou uma evolução positiva de 38,6% até 2009. Se
analisarmos até o ano de 2008, a valorização do Real frente ao dólar foi de 43%. A Libra Esterlina (Reino Unido),
com valorização de 34,9% até 2009 e de 44,3% até 2008, foi a segunda moeda com melhor desempenho no
período. Para a Alemanha e China, o Euro se valorizou em 30,3% ao final do período analisado e 29,3%
considerando até 2008, enquanto o Yuan teve valorização de 17,7% até 2009 e 18,8% até 2008.
63
Gráfico 15: Evolução do câmbio real frente ao dólar estadunidense (Base: média 2003=100).
110
100
100
90
82,26
77,31
80
70
65,04
61,32
60
50
2003
2004
China
2005
Brasil
2006
2007
Alemanha
2008
2009
Reino Unido
Fonte: Euromonitor. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS PELO BRASIL PARA OS ESTADOS UNIDOS
As Tabelas 7 e 8 apresentam os setores econômicos nacionais que mais exportaram para os Estados
Unidos nos anos de 2004 e 2009. Destaque para o aumento da participação do setor CNAE104 “extração de
petróleo e gás natural”, que é composto basicamente de óleos brutos de petróleo, para 15% de participação na
pauta exportadora, o que é congruente com a relevância que esse setor adquiriu ao longo do período para as
exportações brasileiras totais. O setor “fabricação de peças e acessórios para veículos automotores” manteve sua
importância relativa, mantendo-se entre os quatro setores mais exportados para o mercado estadunidense. O
setor “construção, montagem e reparação de aeronaves” apresentou retração de 14,2% no período analisado,
embora tenha sido o segundo setor com maior valor exportado em 2009. O setor “siderurgia” passou para a 12°
posição em 2009, com exportações de US$ 395 milhões e decréscimo de 21% em suas exportações no período
analisado.
Os grupos de produtos que apresentaram maior crescimento em relação às exportações brasileiras, por
CNAE, foram os seguintes: CNAE 223 (reprodução de materiais gravados), com variação média de 323% entre
2004 e 2009; CNAE 281 (fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada), com crescimento
médio de 86% no período; CNAE 343 (fabricação de cabines, carrocerias e reboques), com crescimento médio de
71% e CNAE 111 (extração de petróleo e gás natural), que registrou crescimento médio de 49%, exportando US$
2,4 bilhões para os Estados Unidos em 2009.
104
CNAE: Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
64
Tabelas 7 e 8: Setores Econômicos Brasileiros (classificados segundo o CNAE) de maior valor exportado para os Estados Unidos.
Setor
CNAE
353
Descrição
Construção, montagem e reparação de
aeronaves
Participação
Valor
nas
exportado em exportações
2004 (em US$)
totais em
2004
Setor
CNAE
Descrição
2.491.773.277
12,4%
111 Extração de petróleo e gás natural
1.281.047.440
6,4%
353
Construção, montagem e reparação de
aeronaves
1.203.799.788
6,0%
13
Produção de lavouras permanentes
274 Metalurgia de metais não-ferrosos
1.178.371.566
5,9%
193 Fabricação de calçados
1.028.749.436
5,1%
977.718.858
4,9%
923.846.337
4,6%
242
911.739.003
4,5%
274 Metalurgia de metais não-ferrosos
557.659.966
2,8%
211
487.385.056
2,4%
9.057.144.673
20.099.235.400
45,1%
100%
272 Siderurgia
344
202
Fabricação de peças e acessórios para
veículos automotores
Fabr. de produtos de madeira, cortiça e
material trançado - exceto móveis
271 Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Fabricação de produtos derivados do
petróleo
Fabricação de motores, bombas,
291 compressores e equipamentos de
transmissão
232
201 Desdobramento de madeira
Outros
Total
Participação
Valor
nas
exportado em exportações
2009 (em US$) totais em
2009
2.385.615.951
15,3%
1.158.675.993
7,4%
800.388.442
5,1%
672.170.110
4,3%
601.695.629
3,9%
271 Produção de ferro-gusa e de ferroligas
598.637.297
3,8%
Fabricação de produtos químicos
orgânicos
587.912.268
3,8%
577.937.576
3,7%
525.912.070
3,4%
486.477.431
3,1%
7.206.205.264
15.601.628.031
46,2%
100%
Fabricação de peças e acessórios para
veículos automotores
Fabricação de geradores,
311
transformadores e motores elétricos
344
Fabricação de celulose e outras pastas
para a fabricação de papel
Processamento, preservação e
152 produção de conservas de frutas,
legumes e outros vegetais
Outros
Total
Fonte: Aliceweb. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS PELO BRASIL DOS ESTADOS UNIDOS
As Tabelas 9 e 10 trazem os setores econômicos brasileiros que mais importaram dos Estados Unidos.
Assim como a pauta das exportações brasileiras para os Estados Unidos é concentrada, também as vendas desse
país ao mercado brasileiro são concentradas. Em 2009, 58,9% das importações corresponderam aos dez principais
setores apontados, enquanto em 2004, os primeiros setores correspondiam a 57% das importações.
Observa-se que as mercadorias classificadas no CNAE “construção, montagem, e reparação de
aeronaves” corresponderam ao conjunto de produtos de maior valor importado pelo Brasil no ano de 2009. Além
disso, a importação desses produtos apresentou o maior crescimento médio no período, de 19,3%. Outros
setores com alto crescimento nas importações brasileiras provenientes dos Estados Unidos foram “fabricação de
tanques, caldeiras e reservatórios metálicos” (17,9%), “fabricação de cabines, carrocerias e reboques” (17,6%) e
“fabricação de eletrodomésticos” (15,8%).
A importação dos produtos do CNAE “fabricação de produtos farmacêuticos” cresceu em média 10% no
período analisado, propiciando uma movimentação positiva do setor para o 2º lugar no ranking das importações
brasileiras dos EUA em 2009. Neste mesmo ano, o setor “fabricação de produtos químicos orgânicos” caiu para a
4ª posição, porém com um aumento no valor importado e crescimento médio no período de 4,8%.
65
Tabelas 9 e 10: Setores Econômicos Brasileiros (classificados segundo o CNAE) de maior valor importado dos Estados Unidos.
Setor
CNAE
353
242
245
241
291
Descrição
Construção, montagem e reparação
de aeronaves
Fabricação de produtos químicos
orgânicos
Fabricação de produtos
farmacêuticos
Fabricação de produtos químicos
inorgânicos
Fabricação de motores, bombas,
compressores e equipamentos de
transmissão
243 Fabricação de resinas e elastômeros
Fabricação de material eletrônico
básico
Fabricação de máq. e equip. de sist.
302 eletrônicos p/processamento de
dados
Fabricação de produtos e preparados
249
químicos diversos
321
344
Fabricação de peças e acessórios
para veículos automotores
Outros
Total
Participação
Valor
nas
importado em importações
2004 (em US$)
totais em
2004
Setor
CNAE
Descrição
Construção, montagem e reparação
de aeronaves
Fabricação de produtos
245
farmacêuticos
1.119.965.595
10%
353
900.151.754
7,9%
842.464.440
7,4%
243 Fabricação de resinas e elastômeros
621.494.623
5,5%
242
580.936.913
5,1%
550.022.017
4,8%
522.849.137
4,6%
100 Extração de carvão mineral
472.854.492
4,2%
232
440.320.827
3,9%
413.887.417
3,6%
4.892.114.422
11.357.061.637
43,1%
100%
Fabricação de produtos químicos
orgânicos
Fabricação de motores, bombas,
291 compressores e equipamentos de
transmissão
Fabricação de produtos químicos
241
inorgânicos
Fabricação de produtos derivados do
petróleo
Fabricação de produtos e preparados
químicos diversos
Fab. de apar. e instrumentos p/usos
331 médicos-hospitalares, odontológ. e
de laboratórios e apar. ortopédicos
Outros
Total
249
Participação
Valor
nas
importado em importações
2009 (em US$)
totais em
2009
2.703.392.618
13,5%
1.381.758.425
6,9%
1.153.035.804
5,8%
1.136.254.886
5,7%
1.052.812.753
5,3%
1.040.234.873
5,2%
1.035.852.015
5,2%
962.379.812
4,8%
695.951.311
3,5%
639.579.753
3,2%
8.229.065.704
20.030.317.954
41,1%
100%
Fonte: Aliceweb. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
INDICADORES DE COMÉRCIO BRASIL-ESTADOS UNIDOS
Esta seção apresentará um conjunto de indicadores que estão envolvidos nas trocas comerciais
internacionais e que também afetam o comércio existente entre Brasil e Estados Unidos. A análise deles é
essencial para melhor compreensão da estrutura das relações comerciais entre esses dois países.
Na abordagem dos indicadores, freqüentemente é utilizado o conceito de “Medida de Intensidade
Tecnológica” empregado para classificar os setores econômicos envolvidos nas trocas comerciais entre dois
países. Esse estudo adota a seguinte classificação para mensurar a intensidade tecnológica dos produtos
comercializados entre Brasil e Estados Unidos:
66
Quadro 2: Taxonomia da medida “intensidade tecnológica” e respectivos setores da economia.
MEDIDA DE INTENSIDADE TECNOLÓGICA
Produtos Primários
SETORES DA ECONOMIA
Agrícolas, Minerais e Energéticos
Indústria Agroalimentar, Indústria Intensiva em Outros Recursos
Indústria Intensiva em Recursos Naturais Agrícolas, Indústria Intensiva em Recursos Minerais e Indústria
Intensiva em Recursos Energéticos.
Indústria Intensiva em Trabalho
Bens industriais de consumo não-duráveis mais tradicionais:
Têxteis, Confecções, Couro e Calçado, Cerâmico, Produtos Básicos
de Metais, entre outros.
Indústria Intensiva em Escala
Indústria Automobilística, Indústria Siderúrgica e os Bens
Eletrônicos de Consumo105.
Fornecedores Especializados
Bens de Capital sob Encomenda e Equipamentos de Engenharia.
Indústria Intensiva em P&D
Setores de Química Fina (produtos farmacêuticos, entre outros),
componentes eletrônicos, Telecomunicação e Indústria
Aeroespacial.
Fonte: Holland e Xavier (2004)106 Elaboração: UICC, Apex-Brasil
A análise da intensidade tecnológica das exportações brasileiras para os Estados Unidos em 2009 mostra
uma participação expressiva de produtos primários (26,64%) e produtos intensivos em recursos naturais
(24,18%), conforme indicado no Gráfico 16.
A partir da análise desses dados observa-se que, no ano de 2004, as exportações concentraram-se em
produtos intensivos em recursos naturais e manufaturados intensivos em economias de escala, cuja
representatividade na pauta exportadora brasileira ficou em 27,77% e 22,77%, respectivamente. Dentre os
produtos intensivos em recursos naturais destacaram-se, naquele ano, “fuel-oil” (11,41%), “ouro em barras”
(6,88%), “pasta química de madeira” (6,33%), “outras gasolinas” (4,76%), “outras madeiras compensadas”
(4,50%), “ligas de alumínio em forma bruta” (3,83%) e “alumínio não ligado em forma bruta” (3,69%). Com
relação aos produtos manufaturados intensivos em economias de escala, os mais exportados pelo Brasil para os
Estados Unidos em 2004 foram “ferro fundido bruto não ligado” (18,53%), “outros produtos semimanufaturados
de ferro e aço” (10,69%), “granito talhado ou serrado de superfície plana ou lisa” (6,23%), “outras partes e
acessórios para tratores e veículos automóveis” (4,46%) e “outros freios e suas partes para tratores e veículos
automóveis” (4,40%).
No ano de 2009, destaque para os produtos primários, com “óleos brutos de petróleo” (57,41%), “café
não torrado, não descafeinado, em grão” (17,38%), “fumo não manufaturado” (5,36%), “castanha de caju, fresca
ou seca, sem casca” (3,67%) e também para os produtos manufaturados intensivos em economias de escala,
105
Os bens eletrônicos de consumo são especificados em três linhas básicas: (a) Vídeo: televisores, videocassete e câmera de vídeo; (b) Áudio: rádio, autorádio, cd player, toca disco, sistema de som, etc; (c) Outros Produtos: forno de micro-ondas, calculadoras, aparelhos telefônicos, geladeiras, instrumentos
musicais, entre outros.
106
HOLLAND, Marcio; XAVIER, Clésio L. Dinâmica e Competitividade Setorial das Exportações Brasileiras: uma análise de painel para o período recente.
Revista Economia e Sociedade. Campinas, vol. 24.2005.
67
especialmente “pasta química de madeira” (13,63%), “preparações alimentícias e conservas de bovinos” (5,91%),
“benzeno” (4,04%), “álcool etílico não desnaturado” (3,59%), “outras madeiras” (3,25%) e “sucos de laranjas
congelados não fermentados” (3,04%).
Dessa forma, percebe-se que houve um aumento significativo nas exportações brasileiras do setor
produtos primários, que saltaram de 8,02% do total das exportações em 2004, ou seja, US$ 1.612.367.948,00,
para 26,64% do total das exportações em 2009, ou seja, US$ 4.155.736.602,00. Os quatro produtos citados entre
as exportações de produtos primários responderam por 83,82% do total comercializado no ano de 2009. Nesse
mesmo período, a participação dos produtos manufaturados em economias de escala caiu de 22,77% das
exportações em 2004 para 16,46% das exportações em 2009.
Gráfico 16: Exportações brasileiras para os Estados Unidos por intensidade tecnológica (2004 e 2009).
2009
2004
0,45%
0,14%
8,02%
12,10%
26,64%
27,77%
13,48%
24,18%
13,89%
16,46%
15,72%
22,77%
9,07%
9,30%
Produtos Intensivos em Recursos Naturais
Manufaturados Intensivos em Economias de Escala
Manufaturados Intensivos em P&D
Manufaturados Intensivos em Trabalho
Manufaturados Produzidos por Fornecedores Especializados
Produtos Primários
Não-Classificados
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Os produtos cujas exportações registraram o maior crescimento entre os anos de 2004 a 2009 foram os
produtos primários e os produtos intensivos em recursos naturais, com percentuais de 11,07% e 10,3%,
respectivamente. Os produtos de maior participação neste último ano foram os produtos intensivos em pesquisa
e desenvolvimento que corresponderam a 19,4% das exportações. Os produtos manufaturados produzidos por
fornecedores especializados corresponderam a 17,7% das exportações no último ano, seguido por produtos
intensivos em recursos naturais, com 16,2%, e os produtos manufaturados intensivos em economias de escala,
com 15,4%. O restante das exportações encontra-se registrada como não-classificada.
68
Apresentada a intensidade tecnológica dos setores econômicos envolvidos nas trocas comerciais entre
Brasil e Estados Unidos, seguem abaixo os indicadores de comércio entre os dois países. Para efeitos de
comparação foram incluídos também dados da Alemanha, Reino Unido e China.
ÍNDICE DE COMPLEMENTARIDADE DE COMÉRCIO
O Índice de Complementaridade de Comércio (ICC) fornece informações sobre as perspectivas de
integração comercial entre dois países. Entre Brasil e Estados Unidos, o ICC é obtido comparando-se a pauta de
exportações brasileira com a pauta de importações norte-americana. Por meio dessa comparação, é possível
verificar em que medida os produtos exportados pelo Brasil coincidem com os produtos importados pelos Estados
Unidos107.
Um Índice de Complementaridade de Comércio igual a zero significa que não há complementaridade
entre as importações e as exportações dos países analisados. Em contrapartida, se esse índice for igual a 100,
então as pautas são perfeitamente complementares, ou seja, um país exporta exatamente o que o outro deseja
importar. Isso não significa, entretanto, que essas trocas comerciais irão ocorrer exclusivamente entre ambos. O
índice indica uma possibilidade de integração comercial.
Gráfico 17: Índice de complementaridade de comércio entre Brasil-Estados Unidos e Brasil-países
selecionados.
60
58
56
54
51,70
52
50,55
50,05
50
48
48,34
48,27
46
45,98
44
42
40
2004
2005
Estados Unidos
2006
Reino Unido
2007
2008
Alemanha
2009
China
Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
107
Neste estudo, o índice é calculado em nível setorial, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), versão 1.0, detalhada em
três dígitos.
69
No período de 2004 a 2009, o valor médio do ICC entre Brasil e Estados Unidos foi de 49,15, o que indica
uma complementaridade mediana. Observa-se, ainda, que a complementaridade pouco variou no período,
apresentando uma pequena queda em 2009. Dentre os países analisados do Gráfico 17, a Alemanha apresentou o
melhor índice no período. Em 2009, o país apresentou um índice de complementaridade de comércio de 52,94.
Embora o ICC não tenha variado consideravelmente nos seis anos analisados, vale destacar algumas alterações
significativas que ocorreram nos índices calculados para os setores CNAE isoladamente.
As pautas complementares entre Brasil e Estados Unidos por CNAE, de acordo com os critérios do ICC,
englobam 58 setores dos 118 exportados pelo Brasil para esse mercado. Em 2009, destacaram-se os setores de
“coquerias”, “extração de Petróleo e gás natural”, “fabricação de produtos derivados do petróleo” e “atividades
cinematográficas e de vídeo”, com índices acima de 81 em 2009 e acima de 83 em 2008.
Apresentaram, ainda, crescimento contínuo de complementaridade os setores de “forjaria, estamparia,
metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais”, “fabricação de refino de açúcar”, “fabricação de peças e
acessórios para veículos automóveis”, “fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeira pesada”,
“fabricação de material elétrico para veículos, exceto baterias”, “fabricação de cabines, carrocerias e reboques”,
“fabricação de artefatos têxteis, incluindo tecelagem”, “fabricação de máquinas para escritório”, “fabricação de
tanques, caldeiras e reservatórios metálicos” e “fabricação de papel, papelão liso, cartolina e cartão”.
Apresentaram crescimento descontínuo no Índice de Complementaridade de Comércio os setores
“pecuária”, “fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins”, “fabricação de defensivos agrícolas”
e “atividades cinematográficas e de vídeo”.
Os setores para os quais as pautas são complementares e que apresentaram crescimento da
complementaridade no período analisado podem, em tese, ter sucesso na penetração brasileira no mercado
estadunidense e resultar em aumento da participação do Brasil naquele mercado.
ÍNDICE DE INTENSIDADE DE COMÉRCIO
O Índice de Intensidade de Comércio (IIC) determina em que medida o valor das exportações de um país
para outro é maior ou menor que o esperado. O cálculo do IIC entre Brasil e Estados Unidos é obtido pela razão
entre a participação das exportações brasileiras nas importações estadunidenses e a participação das exportações
brasileiras no resto do mundo. Um valor superior a 1 indica que as exportações do Brasil para o mercado dos
Estados Unidos são maiores do que a média mundial.
Na série do IIC do Brasil com os Estados Unidos entre 2003 e 2008 (Gráfico 18) encontram-se valores
superiores a 1 para todos os anos, o que permite afirmar que a intensidade do comércio Brasil-Estados Unidos
encontra-se acima da média mundial no período. Comparada com a dos outros países selecionados, somente a
70
intensidade de comércio com os Estados Unidos e com a China está acima da média mundial. Todavia, o comércio
com a China apresenta índice superior comparando-se com o comércio com os Estados Unidos. Reino Unido e
Alemanha apresentam índice menor que 1. O gráfico mostra ainda diminuição na intensidade de comércio com os
Estados Unidos e o Reino Unido e aumento nas trocas com a China e a Alemanha ao longo dos seis anos
analisados.
Gráfico 18: Índice de intensidade de comércio entre Brasil-Estados Unidos e Brasil-países selecionados.
1,41
0,71
0,60
2003
1,44
1,41
0,72
2004
0,55
1,36
1,27
2005
0,78
0,52
1,27
1,37
2006
0,81
0,48
1,23
1,58
2007
0,56
0,88
1,11
2008
0,58
1,96
0,85
1,10
0,00
0,50
China
1,00
Alemanha
1,50
Reino Unido
2,00
2,50
Estados Unidos
Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Uma queda no ICC com os Estados Unidos , e também com outros países, não é aparentemente negativa.
Isso pode indicar apenas um movimento de diversificação de mercados, o que por sinal é objetivo das políticas
comerciais dos mais diversos países. Ou seja, o índice de intensidade de comércio com um determinado país pode
cair, ainda que a participação brasileira em suas importações aumente, se o ganho de participação das
exportações brasileiras no resto do mundo for superior àquele verificado no país em questão. De fato, entre 2003
e 2008 houve diversificação dos destinos das exportações brasileiras. A participação de regiões como África108 e
Ásia109 no total das vendas do Brasil aumentou de 3,9% para 5,1%, e de 16,0% para 18,9%, nesta ordem,
enquanto o principal destino das exportações do Brasil tanto em 2003 como em 2008, os Estados Unidos, saiu de
uma representatividade de 22,9% para 13,9% no mesmo período.
108
109
África exclusive Oriente Médio, de acordo com classificação do ALICE-Web.
Ásia exclusive Oriente Médio, de acordo com classificação do ALICE-Web.
71
INDICADOR DE DIVERSIFICAÇÃO/CONCENTRAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES - ÍNDICE DE HERFINDHAL-HIRSCHMANN
(HHI)
O Índice de Herfindahl-Hirschman (HHI) indica se o valor das exportações de um país está concentrado em
poucos produtos. Países com HHI menor do que 1000 são considerados com baixa concentração, ou seja, o valor
de suas exportações não está concentrado em alguns produtos. Países com HHI entre 1000 e 1800 são
considerados de concentração moderada e países com HHI superior a 1800 são considerados concentrados.
Os países em desenvolvimento possuem freqüentemente um índice de concentração de exportações
bastante elevado. Ainda que suas pautas exportadoras possam ter alguma diversificação, o valor de suas
exportações está concentrado em poucos produtos primários - em geral, commodities, cujos preços tendem a
oscilar fortemente em horizontes temporais longos, o que deixa as economias desses países muito expostas às
mudanças que ocorrem no cenário internacional. Quanto maior for o valor do índice de concentração das
exportações de um país, maior também será sua dependência em relação aos diferentes contextos mundiais.
Gráfico 19: Índice de concentração das exportações (Índice Herfindhal-Hirschman) entre Brasil-Estados Unidos e Brasilpaíses selecionados.
2.500
2.300
2.100
1.900
1.700
1.500
1.300
1.100
900
801
780
754
886
771
712
700
2004
2005
EUA
2006
Reino Unido
2007
Alemanha
2008
2009
China
Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
A análise do HHI, ilustrada no Gráfico 19, evidencia um nível baixo de concentração da pauta de
exportações brasileiras para os Estados Unidos, com o valor médio para o indicador situando-se em torno de 784
pontos para os seis anos da série. Dentre as economias selecionadas para análise, somente os Estados Unidos
apresentam baixa concentração. Reino Unido e Alemanha mostram concentração mediana e a China apresenta
concentração em poucos produtos. Quanto à variação do índice no período em análise, percebe-se que não
72
houve variação significativa e que o Brasil apresentou baixa concentração das exportações para os Estados Unidos
entre os anos de 2003 e 2008. Isso evidencia diversificação da pauta exportadora do Brasil para os Estados
Unidos.
ÍNDICE DE COMÉRCIO INTRASSETOR INDUSTRIAL
O Índice de Comércio Intrassetor Industrial mostra a dinâmica do comércio exterior entre países que têm
em comum um mesmo setor produtivo. Esse tipo de comércio é realizado não de forma concorrencial, mas sim a
partir de uma dinâmica de cooperação. Dessa forma, mesmo que as economias de duas regiões não sejam
complementares, podem existir trocas comerciais elevadas, haja vista o comércio intrassetor industrial.
Considera-se que há presença de comércio intra-setor industrial quando o valor do índice é superior a 0,50. A
tabela 11 mostra os produtos que integram a pauta do comércio intra-setor industrial entre Brasil e Estados
Unidos110.
É a ocorrência do comércio intrassetorial que explica, por exemplo, porque o valor das trocas comerciais
entre países desenvolvidos, que possuem estruturas econômicas similares, centradas em produtos com maior
conteúdo tecnológico, seja mais alto que o comércio entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, os
quais em geral exportam produtos primários ou intensivos em trabalho (como têxteis e calçados).
O valor do índice de comércio intrassetorial varia entre 0 e 1, sendo considerado relevante quando
superior a 0,5. Para a construção da Tabela 11, em primeiro lugar foram selecionados os setores, por classificação
CNAE dois dígitos, cujo indicador ficou acima de 0,5 em 2008. Em seguida, buscaram-se os setores, por
classificação CNAE três dígitos, que obedeceram a esse mesmo critério.
110
A classificação setorial empregada no cálculo do índice de comércio intra-setorial é a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), versão 1.0,
detalhada em 3 dígitos.
73
CNAE
14
141
Tabela 11: Comércio intra-setor industrial Brasil-Estados Unidos.
Descrição
2004
2005
2006
0,83
0,81
0,70
Extração de minerais não-metálicos
2007
0,75
2008
0,51
2009
0,93
0,39
0,45
0,28
0,47
0,36
0,46
0,76
0,88
0,74
0,85
0,17
0,69
0,30
0,34
0,37
0,44
0,53
0,60
0,94
0,91
0,86
0,57
0,77
0,88
0,05
0,19
0,06
0,44
0,35
0,42
173
Extração de pedra, areia e argila
Extração de outros minerais não-metálicos
Fabricação de produtos têxteis
Beneficiamento de fibras têxteis naturais
Fiação
Tecelagem - inclusive fiação e tecelagem
0,73
0,97
0,57
0,49
0,74
0,64
174
Fabricação de artefatos têxteis, incluindo tecelagem
0,00
0,00
0,01
0,01
0,01
0,01
0,76
0,84
0,87
0,94
0,86
0,86
0,04
0,12
0,07
0,22
0,20
0,43
0,50
0,52
0,51
0,53
0,49
0,55
0,40
0,41
0,33
0,30
0,28
0,38
0,72
0,78
0,91
0,93
0,96
0,83
0,95
0,91
0,95
0,89
0,96
0,97
0,46
0,53
0,52
0,98
0,54
0,44
0,76
0,94
0,67
0,94
0,69
0,60
0,67
0,99
0,63
0,68
0,90
0,95
0,75
0,86
0,63
0,98
0,56
0,59
0,00
0,00
0,35
0,35
0,21
0,18
0,23
0,64
0,57
0,82
0,93
0,50
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,24
0,69
0,91
0,91
0,54
0,33
0,04
0,03
0,03
0,04
0,02
0,03
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,99
0,96
0,97
0,98
0,91
0,87
0,69
0,63
0,69
0,66
0,80
0,75
0,61
0,64
0,69
0,57
0,49
0,40
142
17
171
172
176
177
21
211
212
213
214
22
221
222
223
23
231
232
233
234
25
251
252
Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos exceto vestuário - e de outros artigos têxteis
Fabricação de tecidos e artigos de malha
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
Fabricação de celulose e outras pastas para a
fabricação de papel
Fabricação de papel, papelão liso, cartolina e cartão
Fabricação de embalagens de papel ou papelão
Fabricação de artefatos diversos de papel, papelão,
cartolina e cartão
Edição, impressão e reprodução de gravações
Edição; edição e impressão
Impressão e serviços conexos para terceiros
Reprodução de materiais gravados
Refino de petróleo, elaboração de combustíveis
nucleares e produção de álcool
Coquerias
Fabricação de produtos derivados do petróleo
Elaboração de combustíveis nucleares
Produção de álcool
Fabricação de artigos de borracha e de material
plástico
Fabricação de artigos de borracha
Fabricação de produtos de plástico
74
Tabela 11 (CONTINUAÇÃO): Comércio intra-setor industrial Brasil-Estados Unidos.
28
281
282
283
284
289
29
291
292
293
294
295
296
297
298
31
311
312
313
314
315
316
319
34
Fabricação de produtos de metal - exclusive
máquinas e equipamentos
Fabricação de estruturas metálicas e obras de
caldeiraria pesada
Fabricação de tanques, caldeiras e reservatórios
metálicos
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de
tratamento de metais
Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e
ferramentas manuais
Fabricação de produtos diversos de metal
Fabricação de máquinas e equipamentos
Fabricação de motores, bombas, compressores e
equipamentos de transmissão
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
Fabricação de tratores e de máquinas e
equipamentos para a agricultura, avicultura e
obtenção de produtos animais
Fabricação de máquinas-ferramenta
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na
extração mineral e construção
Fabricação de outras máquinas e equipamentos de
uso específico
Fabricação de armas, munições e equipamentos
militares
Fabricação de eletrodomésticos
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais
elétricos
Fabricação de geradores, transformadores e motores
elétricos
Fabricação de equipamentos para distribuição e
controle de energia elétrica
Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos
isolados
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores
elétricos
Fabricação de lâmpadas e equipamentos de
iluminação
Fabricação de material elétrico para veículos - exceto
baterias
Fabricação de outros equipamentos e aparelhos
elétricos
Fabricação e montagem de veículos automotores,
reboques e carrocerias
0,93
0,98
0,95
0,82
0,80
0,77
0,75
0,14
0,40
0,93
0,28
0,18
0,48
0,79
0,51
0,61
0,95
0,54
0,44
0,37
0,31
0,46
0,50
0,95
0,95
0,92
0,96
0,99
0,84
0,83
0,78
0,87
0,79
0,68
0,66
0,54
0,97
0,93
1,00
0,84
0,64
0,52
0,98
0,99
0,98
0,81
0,62
0,51
0,59
0,50
0,49
0,44
0,28
0,25
0,55
0,87
0,98
0,55
0,38
0,42
0,94
0,98
0,57
0,43
0,44
0,38
0,53
0,50
0,67
0,76
0,98
0,61
0,62
0,79
0,72
0,47
0,28
0,30
0,04
0,05
0,11
0,03
0,06
0,11
0,35
0,61
0,79
0,87
0,85
0,61
0,88
0,88
0,85
0,81
0,89
0,99
0,73
0,49
0,49
0,47
0,50
0,65
0,40
0,37
0,46
0,30
0,28
0,32
0,67
0,81
0,93
0,96
0,57
0,48
0,89
0,94
0,58
0,18
0,15
0,19
0,71
0,63
0,34
0,24
0,18
0,13
0,78
0,52
0,61
0,77
0,75
0,71
0,41
0,51
0,22
0,25
0,17
0,13
0,44
0,43
0,46
0,56
0,76
0,99
341
Fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários
0,10
0,08
0,11
0,44
0,88
0,17
342
Fabricação de caminhões e ônibus
Fabricação de cabines, carrocerias e reboques
Fabricação de peças e acessórios para veículos
automotores
0,73
0,99
0,81
0,39
0,71
0,06
0,82
0,45
0,75
0,23
0,33
0,36
0,51
0,48
0,45
0,59
0,70
0,80
343
344
75
35
351
352
353
359
36
361
369
Tabela 11 (CONTINUAÇÃO): Comércio intra-setor industrial Brasil-Estados Unidos.
0,64
0,81
0,92
Fabricação de outros equipamentos de transporte
Construção e reparação de embarcações
Construção, montagem e reparação de veículos
ferroviários
Construção, montagem e reparação de aeronaves
Fabricação de outros equipamentos de transporte
Fabricação de móveis e indústrias diversas
Fabricação de artigos do mobiliário
Fabricação de produtos diversos
0,95
0,94
0,62
0,59
1,00
0,96
0,44
0,07
0,17
0,49
0,48
0,73
0,99
0,39
0,94
0,62
0,78
0,92
0,94
0,84
0,60
0,16
0,24
0,52
0,70
0,90
0,93
0,14
0,13
0,21
0,35
0,55
0,65
0,04
0,04
0,13
0,25
0,42
0,55
0,68
0,74
0,40
0,36
0,35
0,48
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Os setores econômicos apresentados na Tabela 11 nos quais predominou o comércio intrassetor
industrial, representados por códigos CNAE 2 dígitos, participaram com 37,83% nas exportações do Brasil para os
Estados Unidos em 2009, o que representou um valor de US$ 5.901.594.073,00. Os grupos que mais se
destacaram foram “fabricação de outros equipamentos de transporte” (8,29%), “fabricação de máquinas e
equipamentos” (6,12%), “fabricação de celulose, papel e produtos de papel” (4,69%) e “fabricação e montagem
de veículos automotores, reboques e carrocerias” (4,56%).
Em “fabricação de outros equipamentos de transporte” destacaram-se, no período analisado, os
subsetores “construção e reparação de embarcações”, “construção, montagem e reparação de veículos
ferroviários”, “construção, montagem e reparação de aeronaves” e “fabricação de outros equipamentos de
transporte”. Em 2009, as exportações do Brasil para os Estados Unidos desse setor foram de US$
1.293.014.822,00.
Os subsetores que apresentaram comércio intrassetor industrial em todos os anos no período analisado
no setor “fabricação de máquinas e equipamentos” foram “fabricação de motores, bombas, compressores e
equipamentos de transmissão”, “fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e
construção” e “fabricação de eletrodomésticos”. Os subsetores “fabricação de máquinas e equipamentos de uso
geral”, “fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para agricultura, avicultura e obtenção de
produtos animais”, “fabricação de máquinas-ferramenta” e “fabricação de outras máquinas e equipamentos de
uso específico” também apresentaram comércio intrassetor industrial, porém com queda nos últimos anos. Em
2009, foram exportados US$ 954.581.424,00 do Brasil para os Estados Unidos deste setor.
No setor “fabricação de celulose, papel e produtos de papel” destacaram-se os subsetores “fabricação de
papel, papelão liso, cartolina e cartão” e “fabricação de embalagens de papel ou papelão”.
O subsetor
“fabricação de artefatos diversos de papel, papelão, cartolina e cartão” apresentou comércio intra-setor, porém
com queda no último ano. Em 2009, as exportações desse setor para os Estados Unidos foram de US$
732.430.711,00.
No setor “fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias” destacaram-se entre
os anos de 2004 e 2009 os subsetores “fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários”, “fabricação de
76
caminhões e ônibus”, “fabricação de cabines, carrocerias e reboques” e “fabricação de peças e acessórios para
veículos automotores”. Em 2009, as exportações desse setor para os Estados Unidos foram de US$
711.726.046,00.
ÍNDICE DE ESPECIALIZAÇÃO EXPORTADORA (IEE)
Na relação comercial entre dois países, esse indicador aponta se o país A é mais especialista na
exportação de determinado produto que o país B. A idéia é que, se um país é mais especialista que o outro, existe
oportunidade de comércio entre eles, com o país A exportando para o país B. No entanto, esse indicador só faz
sentido se analisado junto ao índice de complementaridade entre os dois países. Isso porque a especialização
exportadora aumenta o potencial de venda do país A para o país B, mas é necessário, sobretudo, que o país B
necessite adquirir o produto exportado pelo país A.
Nesse estudo, o Índice de Especialização Exportadora (IEE) compara a participação das exportações de
determinados setores brasileiros para o mundo com a participação das exportações estadunidenses dos mesmos
setores para o mundo. Um valor de IEE superior a 1 sugere que, no setor analisado, o Brasil tem vantagem de
especialização exportadora em relação aos Estados Unidos.
Tabela 12: Índice de especialização exportadora (IEE) - Estados Unidos.
3,32
69,97
0,2%
4,1%
Canadá
Participação
do principal
fornecedor
nas import.
Dos EUA do
setor 2008
65,1%
13,19
93,03
13,5%
2,8%
Canadá
24,1%
2,80
50,32
0,1%
7,1%
Austrália
16,0%
239,75
78,73
0,1%
6,4%
México
31,2%
Beneficiamento de fibras têxteis naturais
1,14
54,61
0,0%
0,6%
Nova Zelândia
14,4%
Fabricação
de
artefatos
incluindo tecelagem
6,48
58,36
0,3%
2,3%
China
37,9%
10,79
69,73
1,1%
2,2%
China
74,1%
Participação Participação
do setor
do Brasil
IEE 2009 ICC 2009 nas import. nas import.
Dos EUA
Dos EUA
2009
2009
Descrição
Pecuária
Extração de petróleo e gás natural
Extração de minerais metálicos nãoferrosos
Fabricação e refino de açúcar
têxteis,
Fabricação de calçados
Fabricação de artigos de borracha
1,37
72,91
0,9%
2,4%
72,84
54,01
0,1%
24,8%
Fabricação de estruturas metálicas e
obras de caldeiraria pesada
1,02
75,52
0,2%
Fabricação de cabines, carrocerias e
reboques
1,26
71,68
Fabricação de artigos do mobiliário
1,05
59,64
Produção de ferro-gusa e de ferroligas
Principal
Fornecedor
2008
China
21,1%
África do Sul*
13,2%
0,0%
Canadá
35,3%
0,1%
0,2%
Canadá
29,8%
1,5%
0,5%
China
47,5%
Fonte: UICC Apex-Brasil, a partir de dados do Comtrade.
*o principal fornecedor é o Brasil.
77
A Tabela 12 mostra os setores em que o Brasil é mais especialista que os Estados Unidos. Em todos eles
existe também complementaridade entre a pauta de exportação brasileira e a de importação estadunidense.
Juntos, esses setores representaram 18,2% das importações dos Estados Unidos, em 2009, e 53,4% de
participação das exportações brasileiras para os Estados Unidos no mesmo ano.
Há diversos setores em que o Brasil parece tirar proveito de sua vantagem competitiva e
complementaridade em relação ao mercado estadunidense. Destacam-se “extração de petróleo e gás natural”,
que representou 13,5% das importações estadunidenses em 2009, e “fabricação e refino de açúcar”, no qual o
Brasil tem alto IEE. Em relação à “produção de ferro gusa e ligas”, o Brasil é o principal fornecedor, para o
mercado estadunidense tendo 28% de participação, enquanto o segundo maior fornecedor, a África do Sul, teve
apenas 13,2% de participação.
Entre os setores que o Brasil tem especialização exportadora e complementaridade de comércio, o setor
que o país mais cresceu suas exportações foi o de “extração de petróleo e gás natural”, com 531,3%, mas com
participação de apenas 0,02% nas importações estadunidenses no ano de 2009. As maiores participações
brasileiras nas importações estadunidenses foram nos setores “produção de ferro-gusa”, “extração de minerais
metálicos não-ferrosos” e “fabricação e refino de açúcar”. Registrou-se maior crescimento médio das exportações
brasileiras para “fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada”, de 86,1%, atingindo valor
exportado de US$ 75,9 milhões em 2009, e “fabricação de cabines, carrocerias e reboques”, com 71,1% de
crescimento médio e US$ 26 milhões exportados em 2009. Os setores com maior valor de exportação brasileira
nesse ano foram “extração de petróleo e gás natural”, US$2,4 bilhões, e “produção de ferro-gusa e de ferroligas”, US$ 598,6 milhões.
Dentre esses setores, os que tiveram maior crescimento médio das importações estadunidenses foram
“fabricação e refino de açúcar”, 14,7%, e “extração de minerais metálicos não-ferrosos”, 12,5%. Além das
compras externas dos produtos inseridos em “extração de petróleo e gás natural”, os maiores valores de
importação estadunidense foram registrados para “fabricação de artigos do mobiliário”, US$ 22,5 bilhões, e
“fabricação de calçados”, US$ 17,5 bilhões.
ÍNDICE DE PREÇOS E ÍNDICE DE QUANTUM
Nesse estudo, o cálculo do Índice de Preços (Fischer) e o do Índice de Quantum (quantidade)111 mede,
respectivamente, quanto o preço e a quantidade dos produtos exportados influenciam no aumento ou
diminuição do valor das exportações brasileiras para o mercado estadunidense.
111
O índice de preços adotado é o Índice de Fischer, que consiste na média geométrica dos índices de Laspeyres e de
Paasche. O Índice de Fischer mede a variação dos preços e, quanto maior seu valor, maior a variação de preços verificada nas
exportações brasileiras para o país em foco. O índice de Quantum, por sua vez, é obtido pela divisão do índice de variação do
valor exportado pelo índice de Fischer (índice de preços) e mede o crescimento do volume exportado. Nesta análise, a
78
Tome-se como exemplo o ano de 2005, ilustrado no Gráfico 20. Dos 12% de crescimento do valor
exportado para os Estados Unidos, 1% decorreu de um aumento da quantidade exportada (quantum) e 11%, da
variação de preços dos produtos. Ainda com base no gráfico, percebe-se que houve diminuição da quantidade
exportada a partir de 2006, ao mesmo tempo em que se verifica aumento no nível de preços e,
consequentemente, no valor comercializado no período. No ano de 2009, porém, os índices caíram,
apresentando valores negativos para as três variáveis.
Esse movimento dos preços parece acompanhar a tendência mundial de valorização das commodities
ligadas à energia, haja vista ser esse o item mais relevante da pauta de exportações brasileiras para os Estados
Unidos. No ano de 2008, quando ocorreu o pico de 22% no índice de Fischer, o preço do petróleo aumentou
48,6%. Vale lembrar que, em 2009, 15,3% do valor exportado relacionavam-se à extração de petróleo e gás
natural. A queda acentuada no mesmo índice em 2009, de 15%, também coincide com a redução do preço do
combustível bem como com a crise da economia mundial.
Gráfico 20: Crescimento de valor, índice de preços e índice de quantum das exportações brasileiras para os Estados Unidos.
22%
12%
9%
11%
12%
2%
1%
2005
9%
8%
2006 -3%
2007
2008
2009
-6%
-10%
-15%
-33%
-43%
Crescimento de valor
Índice de preços (Fischer)
Índice de quantum
Fonte: Comtrade/ONU. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
medida de quantidade utilizada é o peso (em quilogramas) dos produtos, disponível nos dados de exportação divulgados
pelo MDIC/Aliceweb. Salienta-se que para o cálculo do índice de preços foram excluídas, por produto, as taxas de
crescimento do valor exportado consideradas casos extremos da amostra, partindo da observação do gráfico Box-Plot de
cada ano. O índice de Laspeyres pondera preços de insumos em duas épocas, inicial e atual, tomando como pesos as
quantidades definidas para esSes insumos na época inicial. O índice de Paasche, por sua vez, pondera os preços nas épocas
inicial e atual, mas tomando como pesos as quantidades arbitradas para os insumos na época atual.
79
PARTE 5
OPORTUNIDADES COMERCIAIS
PARA O BRASIL NOS ESTADOS UNIDOS
80
OPORTUNIDADES COMERCIAIS PARA O BRASIL NOS ESTADOS UNIDOS
As oportunidades para os exportadores brasileiros no mercado estadunidense foram identificadas por
meio de metodologia desenvolvida pela Apex-Brasil, descrita no Anexo 1. Em termos gerais, esta metodologia
cruza estatísticas de importações estadunidenses com exportações brasileiras para os Estados Unidos, apontando
as melhores chances para os subgrupos de produtos112 brasileiros.
O trabalho se inicia com o levantamento dos 5.470 produtos que os Estados Unidos importaram de todo o
mundo entre 2003 e 2008. Esses produtos foram separados da seguinte maneira113:
1. Produtos classificados como de exportações incipientes: são aqueles cuja participação brasileira nas
importações estadunidenses é muito pequena, ou seja, o Brasil vende pouco para os Estados Unidos. Também
são considerados como de exportações incipientes aqueles produtos cuja exportação brasileira para o
mercado não é contínua114. O desempenho recente da economia brasileira indica que o país é especialista na
exportação desse tipo de produto que, ademais, apresenta elevado dinamismo no mercado estadunidense Tal
contexto sugere uma janela de oportunidades para as exportações brasileiras, que precisam ser trabalhadas
numa estratégia de abertura desse mercado-alvo. Daí porque os subgrupos formados pelos produtos com
exportações incipientes são denominados “a desenvolver”;
2. Produtos classificados como de exportações expressivas: são aqueles cuja participação brasileira nas
importações estadunidenses é maior do que 1%, ou seja, o Brasil tem um volume significativo de vendas para
esse mercado, o que ocorre de modo contínuo. Os subgrupos de produtos com exportações expressivas são
classificados em cinco categorias:
Consolidados115: é o caso dos subgrupos de produtos brasileiros que já estão bem posicionados no
mercado estadunidense (sua participação é igual ou superior a 30%) e gozam de uma situação confortável
em relação a seus principais concorrentes. A estratégia de atuação para esses grupos de produtos é de
manutenção do espaço já conquistado. Aqui estão boas oportunidades para as exportações brasileiras;
112
Os produtos analisados no estudo são reunidos em grupos e subgrupos de acordo com critérios definidos pela Secretaria
de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os grupos, que são amplos, dividem-se em
subgrupos. Normalmente, a denominação dos grupos é abrangente e genérica enquanto a dos subgrupos é mais específica,
permitindo que se identifiquem com maior clareza os produtos neles incluídos.
113
Os critérios utilizados para classificar as exportações como incipientes e expressivas são apresentadas na metodologia, no
Anexo 1.
114
Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum ano
posterior. Em um período de quatro anos, se determinado produto foi vendido apenas nos dois primeiros anos, suas
exportações são consideradas descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se iniciaram no terceiro ano e se
repetiram no quarto, as exportações são consideradas contínuas.
115
O Brasil tem uma participação mínima de 30% nas importações estadunidenses e o crescimento médio das exportações
brasileiras para os Estados Unidos é superior ao do concorrente, ou inferior em até 25% do crescimento das exportações do
concorrente no período analisado.
81
Em risco116: é o caso dos subgrupos de produtos que já estiveram consolidados no mercado estadunidense
e ainda gozam de uma participação significativa, embora venham perdendo, ano após ano, espaço para o
concorrente. Esses grupos de produtos demandam uma estratégia distinta dos grupos consolidados, pois
aqui deve haver um esforço para retomar o espaço perdido ou para, ao menos, reduzir a rapidez com que o
Brasil perde participação naquele mercado para seus concorrentes;
Em declínio117: é o caso dos subgrupos de produtos brasileiros que nunca estiveram consolidados nos
Estados Unidos e que vêm perdendo participação naquele mercado. Aqui as oportunidades para os
exportadores brasileiros são menos interessantes;
A consolidar118: é o caso dos subgrupos de produtos que ainda não são consolidados, mas que estão
crescendo no mercado estadunidense em um ritmo próximo ou superior ao dos concorrentes. Aqui estão
as melhores oportunidades para os exportadores brasileiros.
Nas vendas do Brasil para os Estados Unidos registram-se um grande número de produtos classificados
como de “exportações incipientes” (88,94%), enquanto aqueles classificados como “exportações expressivas”
somam 11,06%. Contudo, o valor das “exportações expressivas” (US$ 19,7 bilhões) é consideravelmente superior
ao das “incipientes” (US$ 10,7 bilhões), como mostra a Tabela 13.
Tabela 13: Classificação de produtos importados pelos Estados Unidos.
Classificação
Expressivo
Incipiente
Total
Nº de
SH6
Nº de
SH6 (%)
Importações totais dos
EUA – 2008 (US$)
605
4865
5470
11,06
88,94
100,00
295.154.177.777
1.808.486.533.167
2.103.640.710.944
Importações totais Importações dos EUA Importações dos EUA
dos EUA em 2008 provenientes do Brasil provenientes do Brasil 2008 (%)
(%)
– 2008 (US$)
14,03
19.746.854.001
64,84
85,97
10.706.090.176
35,16
100,00
30.452.944.177
100,00
Fonte: UICC Apex-Brasil, a partir de dados do Global Trade Information System - GTIS.
Para apresentar as oportunidades de exportação para o mercado estadunidense, os subgrupos de
produtos brasileiros foram organizados em cinco grandes complexos: “Alimentos, Bebidas e Agronegócios”,
“Máquinas e Equipamentos”, “Casa e Construção” e “Moda”. Há produtos que permeiam mais de um complexo
ou não se encaixam em nenhum deles. Por isso, são classificados no complexo “Multissetorial”. Para cada um
desses complexos são apresentados os subgrupos com exportações incipientes e expressivas.
116
A participação brasileira nas importações do país é igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos
concorrentes supera em mais de 25% o do Brasil no período analisado.
117
A participação brasileira nas importações dos EUA é inferior a 30% e o crescimento médio das exportações brasileiras é
negativo, ou inferior a 15%, desde que o crescimento médio das exportações dos concorrentes seja superior a 25% do
crescimento das exportações do Brasil.
118
A participação brasileira nas importações do país é inferior a 30%, mas o crescimento médio das exportações brasileiras é
superior a 15% ao ano e, caso seja inferior a 15%, é superior a três quartos do valor do crescimento dos concorrentes no
período analisado.
82
ALIMENTOS, BEBIDAS E AGRONEGÓCIOS
O comércio internacional de produtos agrícolas, alimentos e bebidas movimentou, entre 2003 e 2008,
uma média de US$ 1,2 trilhão anuais. Os Estados Unidos desempenharam um importante papel nesse fluxo
comercial, com uma participação média nas trocas globais desses produtos de, aproximadamente, 9,1%. Além de
grande importador, os Estados Unidos também são os maiores exportadores mundiais desse segmento. No ano
de 2008, suas vendas externas de produtos agrícolas, alimentos e bebidas somaram US$ 122,7 bilhões e
representaram 10,9% das exportações mundiais. Naquele ano, o Brasil respondeu por 5,2% destas exportações,
com um total comercializado com o exterior de, aproximadamente, US$ 57,7 bilhões. De acordo com o
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês)119, o país tem sido superavitário em suas
trocas comerciais dessa categoria produtos desde 1959. De fato, com a produtividade do setor crescendo em
velocidade superior à demanda doméstica, os produtores estadunidenses dependem fortemente dos mercados
externos para sustentar seus preços e manter suas receitas. Por outro lado, suas importações vêm aumentando
de forma constante, ao mesmo tempo em que cresce a demanda por alimentos diversos daqueles produzidos em
seu próprio território.
Segundo dados fornecidos pelo Global Trade Information System - GTIS120, 4,9% do total importado pela
economia estadunidense no ano de 2008 correspondeu a produtos de origem agrícola. Naquele ano, as
importações de alimentos, bebidas e de produtos agrícolas do país totalizaram US$ 103 bilhões. O Brasil
respondeu por aproximadamente US$ 3,2 bilhões do valor dessas importações, o equivalente a 3,1% do total,
conforme demonstrado na Tabela 14. Entre os anos de 2003 e 2008, as importações estadunidenses desse
complexo registraram crescimento médio de 10,89% ao ano.
119
U.S. Food Import Patterns, 1998-2007 (publicado em Agosto, 2009). O documento examina padrões nas importações
estadunidenses para os anos fiscais de 1998-2007. Disponível em http://www.ers.usda.gov/Briefing/AgTrade/readings.htm.
Acessado em 8 Junho, 2010.
120
O Global Trade Information Services (GTIS) é uma empresa privada de fornecimento de informações quantitativas acerca
do comércio internacional. Para maiores informações, acesse: www.gtis.com.
83
Tabela 14: Principais fornecedores de produtos agrícolas para os Estados Unidos em 2008 (por país e por região).
País
Canadá
México
China
Valor importado pelos
Valor importado pelos
Estados Unidos em
Participação (%)
Região
Estados Unidos em
Participação (%)
2008 (US$ milhões)
2008 (US$ milhões)
24.838,4
36.936,3
24,11 América do Norte
35,86
12.093,5
21.429,4
11,74 Europa
20,80
5.895,8
19.334,3
5,72 Ásia
18,77
Tailândia
3.247,8
Itália
3.488,3
França
3.816,9
Brasil
Outros
3.181,5
46.442,8
TOTAL
103.004,9
3,15 América do Sul
3,39 América Central
3,71 Oceania
3,09 África
45,09 Oriente Médio
100,00 TOTAL
12.557,3
12,19
5.109,3
4,96
4.292,8
4,17
2.037,9
1.307,6
1,27
103.004,9
1,98
100,00
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
No que se refere ao conjunto das importações de produtos de origem agrícola do país, merece destaque
a significativa participação dos países integrantes do NAFTA, que juntos representaram 35,8% do total dessa
categoria de produtos comercializado pelos Estados Unidos em 2008. Entre os anos de 2003 e 2008, as
importações oriundas desses parceiros cresceram, em média, 11,7%, aumentando US$ 15,7 bilhões no período. O
alto nível de integração no comércio de produtos de origem agrícola entre os Estados Unidos e o Canadá se deve
em parte ao Canada-United States Free Trade Agreement (CUSTA), implementado em 1989 e incorporado ao
North American Free Trade Agreement (NAFTA) em 1994. Entre os anos de 1989 e 1998, esses acordos
praticamente eliminaram as barreiras tarifárias do comércio agrícola ente os dois países. Na relação com o
Canadá, ainda persistem tarifações às importações de produtos lácteos, amendoim, manteiga de amendoim,
açúcar, algodão e outros produtos contendo açúcar. Da mesma forma, as exportações estadunidenses para o
Canadá de produtos lácteos, carne de aves, ovos e margarina também sofrem restrições tarifárias121.
O México, por sua vez, é o terceiro maior parceiro comercial agrícola dos Estados Unidos (atrás somente
do Canadá e da União Europeia). As trocas agrícolas entre os dois países caracterizam-se pela
complementaridade. As compras de cerveja, vegetais e frutas representam, aproximadamente, 3/4 das
importações estadunidenses do México e estão intimamente ligadas à experiência histórica desse país na
produção de bebidas alcoólicas e de uma grande variedade de frutas e legumes. Em contrapartida, a participação
de grãos, oleaginosas, carne e produtos relacionados nas exportações totais dos Estados Unidos para o México se
dá em percentuais igualmente elevados.
Para todas as categorias de produtos agrícolas importadas pelos Estados Unidos, verifica-se crescimento
mais acelerado das compras externas de produtos de maior valor agregado em detrimento dos produtos sem
121
USDA. Foreign Agricultural Service's Global Agricultural Trade System. Disponível em http://www.fas.usda.gov/gats/.
Acessado em 20 Agosto, 2010.
84
qualquer beneficiamento. Segundo o USDA122, as importações de mercadorias a granel apresentaram crescimento
de 14% entre os anos de 1998 e 2007 enquanto as de produtos prontos para o consumo registraram crescimento
superior aos 100%, no mesmo período. Enquanto as importações de produtos processados de países em
desenvolvimento aumentaram, os fornecedores de mercadorias primárias não processadas, especialmente
perecíveis, parecem ser selecionados em função da distância e das condições de transporte e armazenagem para
esses produtos. Assim, os países Integrantes do NAFTA respondem pela maior parte das importações
estadunidenses de grãos, carnes não processadas, leite e peixe fresco (juntamente com alguns países
latinoamericanos). Da mesma forma, as importações de vegetais e frutas frescas são provenientes,
principalmente, do Canadá, México e de outros países na América Central e da América do Sul; enquanto os
produtos menos perecíveis, como as frutas e legumes secos e congelados, são cada vez mais importados da Ásia
(especialmente da China, Tailândia, Índia e Vietnã). As importações estadunidenses de frutas e vegetais frescas
oriundas do Chile, por exemplo, aumentaram de US$ 800 milhões em 1998 para algo próximo aos US$ 2,5 bilhões
em 2007. A Malásia, por sua vez, vem se tornando um grande fornecedor de óleos tropicais, distinguindo-se,
também, nas vendas de pasta e manteiga de cacau. Na medida em que crescem as importações estadunidenses
de produtos de origem agrícola, aumentam também seus parceiros comerciais nesse complexo. Em 2007, por
exemplo, 319 variedades de frutas foram importadas de 121 países, incluindo-se, aí, 41 novos produtos de 10
novos fornecedores (na comparação com 1998).
Tabela 15 - Gasto do consumidor estadunidense com alimentos 2004-2009 (US$ milhões).
GASTO DO CONSUMIDOR COM ALIMENTOS
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2004-2009 (%)
Pães e cereais
106.706,4
108.286,3
109.617,8
112.041,1
115.627,8
117.186,1
1,89
Carnes vermelhas e de aves
120.595,2
122.924,2
122.165,7
125.716,1
130.090,0
131.010,8
1,67
Pescados e frutos do mar
11.219,4
11.583,6
11.837,7
12.076,3
12.138,6
12.225,4
1,73
Leite, queijo e ovos
59.001,5
58.640,9
58.825,2
62.547,8
65.303,8
65.841,6
2,22
Óleos e gorduras
12.588,8
12.762,1
13.256,9
13.634,3
14.781,6
14.766,2
3,24
Frutas
29.582,3
31.181,1
32.115,9
33.472,1
34.427,8
34.794,5
3,30
Vegetais
51.372,2
52.828,6
53.548,9
55.533,2
56.629,0
56.623,2
1,97
Açúcar e confeitos
37.764,2
37.701,4
38.242,7
38.770,1
39.236,3
39.860,9
1,09
Outros alimentos
101.549,1
103.400,6
105.793,7
108.853,9
112.429,7
113.899,6
2,32
530.379,1
539.308,7
545.404,5
562.645,0
580.664,7
Fonte: Euromonitor International. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
586.208,5
2,02
TOTAL
A participação de produtos importados no total do consumo estadunidense de alimentos vem
crescendo significativamente nos últimos anos. O consumo de vários produtos, como peixes e mariscos, diversas
variedades de frutas e vegetais frescos, sucos de frutas, castanhas, temperos e óleos culinários é cada vez mais
dependente de importações. Ao mesmo tempo, nos últimos anos, nota-se uma maior preocupação entre os
consumidores estadunidenses com aspectos relacionados à saúde, o que implica uma crescente demanda por
alimentos mais nutritivos. Essa tendência é verificada no aumento das vendas de pescados e frutos do mar, no
122
BROOKS, Nora; REGMI, Anita; & BUZBY, Jean. Statistics: Trade data shows value, variety and sources of U.S. food imports.
Disponível em http://www.ers.usda.gov/AmberWaves/September09/PDF/Datafeature.pdf. Acessado em 20 Julho, 2010.
85
maior interesse por frutas e legumes frescos e por gorduras insaturadas, como o azeite de oliva e o óleo de
canola. Há, ainda, maior demanda por chás verdes e por chocolates com maiores teores de cacau, notabilizados
pelos altos níveis de flavonóides e antioxidantes. A opção por uma alimentação de maior qualidade também se
faz sentir no segmento de bebidas. O consumo de bebidas gaseificadas vem decrescendo, ao passo que as vendas
de sucos e outras bebidas posicionadas como benéficas à saúde têm aumentado.
O consumo per capita de carne vermelha apresenta declínio à medida que aumenta o consumo de carne
de aves123, notadamente a carne de frango. Em 1976, o consumo per capita de carne vermelha registrado era de
60,3 Kg. Já em 2005, este consumo reduziu-se para 49,9 Kg motivado, principalmente, pela retração na demanda
por carne bovina, que diminuiu 22% entre 1970 e 2005. Contudo, a carne vermelha - especialmente a bovina permanece como a principal fonte de proteína na dieta estadunidense. Em contraponto a esse dado, entre 1970 e
2005 o consumo per capita de carne de aves mais que dobrou, de 15,4 Kg para 33,8 kg por pessoa.
No mesmo período, o consumo de queijos124 cresceu de aproximadamente 5 kg por pessoa, em 1970,
para 14 kg, em 2005. O consumo de iogurtes, por sua vez, aumentou quase dez vezes. Entretanto, o consumo de
outros laticínios, como o leite em pó, sorvetes, leite evaporado/condensado e suas versões líquidas apresentaram
queda na demanda. Entre as variedades líquidas, as vendas de leites integrais decresceram 73% entre 1970 e
2005, ao passo que a comercialização de leites com baixo teor de gordura aumentou 143% no período.
Similarmente às tendências observadas em outras economias desenvolvidas, os consumidores
domésticos vêm demandando mais variedade e qualidade nos produtos adquiridos125.
Tabela 16 - Gasto do consumidor estadunidense com bebidas 2004-2009 (US$ milhões).
GASTO DO CONSUMIDOR COM BEBIDAS
2004
2005
2006
8.830,0
9.257,8
9.632,9
10.136,3
10.275,4
10.006,0
2,53
Água mineral, refrigerantes e sucos de frutas ou vegetais
64.646,0
66.102,8
67.443,2
68.996,6
69.019,4
70.322,6
1,70
Café, chá e bebidas a base de cacau
2007
2008
2009
2004-2009 (%)
GASTO TOTAL DO CONSUMIDOR COM BEBIDAS NÃO-ALCÓOLICAS
73.475,9
75.360,6
77.076,1
79.132,9
79.294,8
80.328,6
1,80
Gasto do consumidor com destilados
23.174,1
23.589,9
25.115,2
25.915,2
26.054,6
25.808,0
2,18
Gasto do consumidor com vinhos
21.361,4
22.157,2
23.718,3
24.760,1
25.168,2
24.126,7
2,46
Gasto do consumidor com cervejas
54.670,0
56.889,4
59.362,9
61.202,9
61.655,5
58.733,7
1,44
99.205,5
102.636,5
108.196,5
111.878,1
112.878,3
108.668,4
1,84
172.681,4
177.997,1
185.272,6
191.011,0
192.173,1
188.997,0
1,82
GASTO TOTAL DO CONSUMIDOR COM BEBIDAS ALCÓOLICAS
TOTAL (BEBIDAS NÃO ALCÓOLICAS + ALCÓOLICAS)
Fonte: Euromonitor International. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
A maturidade do mercado de produtos alimentícios no país e o gradual aumento da diversidade étnica
de sua população concorrem para que a pauta de compras externas estadunidenses apresente maior participação
de produtos tropicais, especiarias e outros produtos gourmet. Ademais, fatores climáticos e sazonais obrigam o
país a importar produtos hortícolas, especialmente frutas e vegetais, além de produtos tropicais como o cacau e o
123
WELLS, Hodan Farah; & BUZBY, Jean. Dietary assessment of major trends in U.S. food consumption, 1970-2005. Economic
Information Bulletin 33. USDA, Economic Research Service, Março 2008.
124
Excetuando-se o queijo do tipo cottage.
125
JERARDO, Andy. “What Share of U.S. Consumed Food Is Imported?” Amber Waves 6(1):36-37, U.S. Department of
Agriculture, Economic Research Service, Fevereiro 2008.
86
café. O processo de globalização e as operações transfronteiriças de muitas empresas estadunidenses de
alimentos estão redirecionando as compras externas do país para economias em desenvolvimento, onde os
custos operacionais são consideravelmente mais baixos. Destarte, uma crescente parcela das importações
estadunidenses pode ser atribuída ao comércio intrafirma. As indústrias locais de produtos alimentícios e bebidas
usualmente importam insumos em diferentes estágios de processamento de suas filiais em mercados externos,
numa tentativa de minimizar os custos de produção e distribuição.
No que tange ao consumo de alimentos e à distribuição de renda, cabe destacar que as famílias de
maior renda da população estadunidense gastam 47% do orçamento destinado à alimentação com refeições
realizadas fora de casa. Esse percentual é quase o dobro do efetuado pelas famílias com menores rendimentos126.
Ademais, na medida em que aumenta a renda, crescem também as despesas com refeições congeladas
preparadas, alimentos enlatados ou embalados (incluindo uma variedade de produtos étnicos), lanches e bebidas
não alcoólicas, além de temperos, confeitos, doces, gorduras e óleos. As despesas com esses tipos de alimentos,
seguidas por carnes, leite, queijo e ovos, pães e cereais, frutas e vegetais, representam a maior parcela dos gastos
no varejo dos consumidores de todas as faixas de renda. Curiosamente, estas últimas categorias de produtos são
menos sensíveis a variações de renda e seu consumo tende a se manter estável até que a renda familiar atinja
US$ 50.000 anuais. Tais constatações sugerem que, conforme aumenta a renda, as famílias estadunidenses
buscam maior variedade, conveniência, qualidade e novas experiências gastronômicas nos alimentos que
consomem.
Em 2008, a alta dos preços das commodities e a recessão econômica global mudaram dramaticamente
os padrões de comércio externo estadunidenses, que devem retornar a sua tendência histórica ainda no ano de
2010.
Os principais produtos importados pelos Estados Unidos do mundo desse complexo no ano de 2008,
classificados segundo o Sistema Harmonizado em seis dígitos (SH6), foram: “cloretos de potássio para uso como
fertilizante”; “outros vinhos; mostos de uvas, cuja fermentação tenha sido impedida por adição de álcool, em
recipientes com capacidade =< 2 litros”; “cervejas de malte”; “café não torrado, não descafeinado”; “camarões
congelados”; “uréia, mesmo em solução aquosa”; “filé de merluza congelado”; “outros bovinos vivos”; “carnes de
bovino, desossadas, congeladas”; “vodca”; “tomates, frescos ou refrigerados”; e “bananas frescas ou secas”.
Juntas, essas mercadorias representaram US$ 30,4 bilhões em importações, o equivalente a 29,5% do total desse
complexo comprado naquele ano.
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
126
FRAZÃO, Elizabeth; MEADE, Birgit & REGMI, Anita. “Converging Patterns in Global Food Consumption and Food Delivery
Systems” Amber Waves 6(1):22-29, U.S. Department of Agriculture, Economic Research Service, Fevereiro 2008.
87
Os três subgrupos de produtos com exportações incipientes para os quais há perspectiva de exportação
brasileira para os Estados Unidos estão listados na Tabela 17 Esses subgrupos têm em comum o fato do Brasil ser
especialista na exportação de seus produtos127 e o mercado estadunidense ter bom nível de dinamismo128. A
conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser
trabalhadas, numa estratégia de abertura de mercado. Daí a razão desses subgrupos de produtos serem
denominados “A desenvolver”.
O valor das importações totais estadunidenses desses produtos atingiu US$ 14,7 bilhões no ano de
2008, com indiscutível concentração nas importações de “adubos e fertilizantes”.
Tabela 17: Subgrupos de produtos classificados como “A desenvolver” - Alimentos, Bebidas e Agronegócios.
Grupos
Adubos e fertilizantes
Carne bovina
Cereais em grão e
esmagados
Subgrupos
Adubos e fertilizantes
Carne de boi "in natura"
Cereais em grão e
esmagados
25
6
8.421.740.502
2.652.573.896
Crescimento médio
anual das imp. Dos
EUA 2003 - 2008 (%)
31,33
2,44
40
3.631.739.355
27,44
Nº de Importações dos EUA
SH6
em 2008 (US$)
Dinamismo
VCR do
Brasil
Intermediário
Dinâmico
0,74
9,34
Muito dinâmico
1,28
Fonte: UICC Apex-Brasil, a partir de dados do Global Trade Information System - GTIS.
Os produtos mais importados pela economia estadunidense entre os SH6 selecionados no subgrupo
“adubo e fertilizantes” são ”cloreto de potássio para uso como fertilizante” (SH 310420), “uréia, mesmo em
solução aquosa” (SH 310210) e “misturas de uréia com nitrato de amônio, em solução aquosa ou amoniacal” (SH
310280). Os três representam 87,7% do total das importações do país daqueles SH6. Verifica-se que, juntos, os
cinco maiores exportadores para aquele mercado (Canadá, Rússia, Coveite, China e Arábia Saudita)
representaram 76% do total de suas compras externas no ano de 2008. As exportações brasileiras destes SH6
para aquele país somaram, naquele mesmo ano, US$ 125.038,00, representando algo próximo a 0,001% do total
das importações estadunidenses. Entre 2003-2008, o crescimento médio anual das exportações brasileiras
exportações destes produtos foi de 2,2%. Ainda assim, o Brasil ocupou a 51ª colocação entre os principais
fornecedores do mercado naquele último ano.
Dos 25 SH6 selecionados do subgrupo de produtos de exportações incipientes “adubos e fertilizantes”,
foram identificados seis destaques, os quais apresentaram crescimento médio das importações estadunidenses
127
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais
importante do que na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto
é medida por meio do cálculo da vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre este assunto são
fornecidas na metodologia encontrada no Anexo 1.
128
Constata-se que alguns grupos de produtos estadunidenses são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações
crescem em um ritmo mais acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de
produtos, maior é o crescimento de suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram
então selecionados os subgrupos de produtos estadunidenses considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo
intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na metodologia, no Anexo 1.
88
de até 115% no período 2003-2008. Distinguem-se, nesse grupo, o SH 310310, descrito como “superfosfatos”,
importado de 13 países, totalizando US$ 118,5 milhões em 2008; e o SH 310520, descrito como “adubos ou
fertilizantes contendo nitrogênio, fósforo e potássio”, cujas compras externas somaram US$ 117,2 milhões.
Contudo, não houve exportação brasileira no ano de 2008 para nenhum destes produtos. Cabe destacar que, em
2009, o valor importado do SH 310310 retrocedeu para pouco mais de US$ 8 milhões.
A importação estadunidense do SH 310590, descrito como “outros adubos ou fertilizantes minerais ou
químicos”, atingiu o total de US$ 101,8 milhões em 2008, dos quais o Brasil respondeu por apenas US$ 89,3 mil.
Tal como outras mercadorias, o comércio mundial de fertilizantes foi bastante afetado pela crise
econômica, principalmente em função da retração produtiva verificada nas economias centrais. Como resultado,
que a demanda mundial por essa categoria de produtos deve apresentar decréscimo de 5,1% em 2008/2009
quando comparada com o biênio anterior. De todo modo, a demanda na América do Norte deve se recuperar
rapidamente no biênio 2009/2010 à medida que os setores agropecuários passem a responder positivamente aos
sinais do mercado internacional. O crescimento médio anual para os próximos cinco anos na região é estimado
em 1,3%129.
No grupo de produtos “cereais em grão e esmagados”, dos 51 SH6 que o compõem, quarenta foram
incluídos entre as exportações incipientes classificadas como “a desenvolver”. Desse conjunto, no ano de 2008, a
economia estadunidense importou do mundo US$ 3,6 bilhões de dólares (8º maior comprador mundial). O Brasil
foi o 15º principal fornecedor do mercado naquele ano, com exportações de US$ 2,9 milhões e participação de
0,08% do total. Ademais, o país encontra-se na 13ª posição entre os principais exportadores mundiais dessa
categoria de produtos.
Ainda nesse grupo, entre as principais mercadorias importadas pela economia estadunidense durante o
ano de 2008, o SH 100190 descrito como “trigo (exceto duro) e misturas de trigo com centeio” foi o que
apresentou melhor desempenho, perfazendo US$ 764 milhões ou 21% do total comprado internacionalmente
pelos Estados Unidos. Contudo, cabe destacar que as importações desses produtos apresentam enorme
variabilidade no período, o que pode ser atribuído a efeitos sazonais ou climáticos.
No ano de 2008, no que tange às trocas bilaterais, o Brasil exportou130 somente 14 dos SH6 selecionados,
com destaque para o SH 100630 “arroz semibranqueado ou branqueado, mesmo polido ou brunido (glaceado)”.
De fato, esse foi o terceiro produto mais importado pelos Estados Unidos e principal produto exportado pelo
Brasil, para o qual as exportações brasileiras apresentaram crescimento médio anual de 51,41% entre 2003 e
2008. Ainda merecem destaque os SH 110100, “farinhas de trigo ou de mistura de trigo com centeio”, com
crescimento médio de 138,74% ao ano e o SH 110220, “farinha de milho”, com crescimento de 82,42%. Houve
129
Fertilizer Outlook 2009-2013. Patrick Heffer and Michel Prud’homme. International Fertilizer Industry Association -IFA.
Disponível em: http://www.fertilizer.org. Acessado em 5 de fevereiro, 2010.
130
Dados reportados pelos EUA.
89
aumento de US$ 2,13 milhões no conjunto das nossas exportações brasileiras desse grupo para os Estados Unidos
no período em análise.
Segundo o Census of Agriculture de 2007, os Estados Unidos possuem 922.095.840 acres de fazendas
agrícolas. Deste total, 80,96% destinam-se ao cultivo de milho, soja, trigo ou sorgo, as quatro principais lavouras
do país. O milho é o cereal mais produzido, representando mais de 90% da produção total de cereais dos Estados
Unidos. Em função disso, o país desempenha um importante papel no comércio internacional do produto, com
pouco mais de 20% das exportações mundiais. Ademais, os Estados Unidos são os maiores produtores e
exportadores mundiais de soja.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
As importações estadunidenses dos subgrupos classificados como “a consolidar” alcançaram US$ 9,4
bilhões em 2008, ano em que a participação média das exportações brasileiras para esses subgrupos de produtos
atingiu 9,25%.
Merece destaque na relação apresentada na Tabela 18, o valor importado pelos Estados Unidos do grupo
de produtos “café, que responde por 46,4% do total comprado pelo país dos subgrupos “a desenvolver”. Para
esses SH6 verifica-se que, em 2008, os Estados Unidos importaram aproximadamente US$ 4,4 bilhões
respondendo, assim, por 18% das importações mundiais e mantendo-se como maior comprador global desses
produtos entre 2003 e 2008. As importações do país, ademais, cresceram em média 17,7% ao ano no período,
uma variação de US$ 2,4 bilhões.
De acordo com estatísticas fornecidas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (Food and Agriculture Organization: FAO, em inglês131), a produção mundial de café verde atingiu, no
ano de 2008, 8.235 milhões de toneladas. O Brasil respondeu por 33,8% desse total, o equivalente a 2.790
milhões de toneladas, constituindo-se, portanto, no maior produtor mundial do produto, seguido por Vietnã,
Colômbia, Indonésia e Etiópia.
No que tange às compras externas estadunidenses no ano de 2008, a Colômbia figurou como o maior
fornecedor desses produtos para o país. Essa posição manteve-se inalterada no período 2003-2008, quando as
exportações colombianas cresceram, em média, 17,73%. Muito embora esse crescimento tenha sido
considerável, cabe destacar que as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram em maior ritmo, em
média 21,96% ao ano, com variação de US$ 521,4 milhões entre 2003 e 2008, superior, portanto, aos US$ 472
milhões verificados nas exportações colombianas no mesmo período.
131
FAOSTAT. Country rank in the world, by commodity. Disponível em: http://faostat.fao.org/site/339/default.aspx. Acessado
em 20 Agosto, 2010.
90
No mercado doméstico, segundo informações do Euromonitor International132, a crescente demanda por
cafés especiais, produzidos por meio do comércio justo e pelas variedades “premium”, ajudou a incrementar o
valor das vendas do produto durante o ano de 2008. Questões como o plantio sustentável, preço justo para os
agricultores e erradicação do trabalho infantil estão se tornando populares entre os consumidores
estadunidenses, que se mostram dispostos a pagar preços mais elevados por cafés certificados. Uma vez que os
cafés oriundos do comércio justo são, também, orgânicos, essa categoria tem se beneficiado da crescente
demanda por essa variedade de produtos. Segundo a Associação de Comércio Orgânico (Organic Trade
Association133, em inglês), o total das vendas de cafés orgânicos na América do Norte atingiu US$ 1,3 bilhão em
2008134. Cafés funcionais, como aqueles com adição de cafeína ou guaraná, também estão se tornando bastante
comuns.
Nos Estados Unidos, as vendas de café no varejo totalizaram US$ 7,5 bilhões em 2008. Os cafés frescos135,
moídos ou em grãos, responderam por 91,8% desse total, crescendo em média 4,74% ao ano no período. Não
obstante, as vendas de café instantâneo136, apresentaram queda de 5,63% ao ano entre 2003-2008, uma vez que
essa variedade da bebida tende a ser considerada de qualidade inferior à do café fresco. Essa é uma tendência
que deve se manter nos próximos anos.
Entre os SH6 que se destacaram nas exportações expressivas “a consolidar” de Agronegócios, temos o
210111 - “extratos, essências e concentrados de café”, produto exportado dentro do subgrupo “demais produtos
de café”.
132
Coffee USA. Euromonitor International.
A Associação de Comércio Orgânico representa os produtores e fabricantes de alimentos e produtos orgânicos na América
do Norte. Para mais informações, acessar: www.ota.com.
134
Organic Coffee Collaboration Press. Released July 2009. Disponível em: www.ota.com.
135
This is the aggregation of fresh ground coffee and fresh coffee beans. Please note that on-trade sales of fresh coffee are
volumes sold to the on-trade sector and not those sold to the consumer. However, the ready-to-drink conversions for million
litres are to the consumer.
136
This is the aggregation of instant standard coffee and instant decaffeinated coffee.
133
91
Tabela 18: Subgrupos de produtos classificados como “A consolidar” - Exportações expressivas.
Grupos
Açúcar e álcool
Animais vivos
Bebidas destiladas
Subgrupos
Crescimento
Importações dos
Crescimento
Participação
médio dos
Participação Principal
Estados Unidos
médio do
do principal
concorrentes
brasileira concorrente
provenientes do
concorrente
Brasil entre
entre 2003em 2008 (%) em 2008
Brasil 2008 (US$)
2003-2008 (%)
em 2008 (%)
2008 (%)
57.450.935
86,53
53,97
12,79
México
59,32
2.907.626
4,90
40,96
10,29
Argentina
24,94
2.237.039
7,97
49,71
3,03
Barbados
18,74
724.297.648
18,05
21,94
19,04
Colômbia
21,16
23.940.316
13,78
32,42
8,57
Canadá
39,00
80.376.191
7,28
19,73
28,64
México
32,58
1
2
1
2
1
1
449.021.245
28.264.387
73.792.972
3.804.442.807
279.249.355
280.605.933
Cerais em grão e esmagados Cerais em grão e esmagados
5
290.914.489
12.365.287
16,54
53,39
4,25
Chile
44,78
Farinhas para animais
Frutas
Gorduras e óleos animais e
vegetais
Leite e laticínios
Massas
alimentícias
e
preparações alimentícias
Preparações de carnes,
peixes e crustáceos
Produtos hortícolas e plantas
vivas
Sucos
1
1
18.542.555
974.755.032
357.463
38.663.204
8,35
6,61
14,19
169,69
1,93
3,97
Canadá
Chile
98,07
69,67
Café
Açúcar refinado
Animais vivos
Bebidas destiladas
Café cru
Café torrado
Demais produtos de café
Nº de
SH6
Importações
dos Estados
Unidos em
2008 (US$)
Farinhas para animais
Uvas frescas
Gorduras e óleos animais e
vegetais
Leite e derivados
Massas
alimentícias
e
preparações alimentícias
Demais preparações de
carnes, peixes e crustáceos
Produtos hortícolas e plantas
vivas
Demais sucos
5
156.321.107
26.786.006
7,29
26,78
17,14
Canadá
9,90
3
267.665.330
32.374.367
1,70
9,40
12,10
Canadá
19,66
9
1.268.897.952
64.655.775
16,25
26,36
5,10
Canadá
26,68
1
2.300.784
43.231
-6,39
25,37
1,88
Canadá
81,30
2
159.969.725
6.816.883
8,27
20,48
4,26
Costa Rica
30,39
6
1.346.302.164
76.812.499
24,53
50,54
5,71
China
49,58
Fonte: UICC Apex-Brasil, a partir de dados do Global Trade Information System - GTIS.
Também merece destaque, entre os subgrupos apresentados, o de “demais sucos”, para o qual houve
dois SH6 relevantes. Esses dois SH correspondem a 84% das importações estadunidenses do subgrupo, e a 89%
das exportações brasileiras desse mesmo subgrupo. São eles:
- SH 200979: “outros sucos de maçã, não fermentados”, com US$ 786,5 milhões importados pelos Estados
Unidos em 2008; e
- SH 200980: “sucos de outras frutas ou produtos hortícolas, não fermentados”, com US$ 343,4 milhões
importados pelos Estados Unidos em 2008;
Gráfico 21: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “demais sucos” (%) entre
2003-2008.
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
China
21,35
28,91
28,63
27,95
42,41
49,58
Argentina
20,92
17,59
21,10
19,27
16,28
14,96
Chile
15,08
13,56
11,62
12,83
5,96
7,47
Brasil
2,29
3,07
5,63
5,03
4,85
5,71
México
6,75
8,16
9,74
9,42
5,80
5,39
Outros
33,61
28,71
23,27
25,51
24,70
16,90
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
92
Como apresentado no Gráfico 21, a China foi o principal fornecedor para o mercado estadunidense para o
subgrupo “demais sucos” durante todo o período analisado. O crescimento médio de suas exportações para o
país entre 2003-2008 foi de 48,4%. No ano de 2008, o país atingiu seu ápice em valor exportado para os Estados
Unidos, com US$ 667,5 milhões, muito embora essa expansão tenha diminuído para 47,6% entre 2008-2009,
totalizando US$ 349,6 milhões. Dentre os cinco maiores fornecedores para o mercado estadunidense entre 20032008, aquele que apresentou maior crescimento médio foi o Brasil, com 50,5%. Entre 2008 e 2009, a retração na
demanda estadunidense dos produtos brasileiros foi de apenas 8,2% e o Brasil continuou sendo o quarto maior
fornecedor para aquele mercado, com exportações no valor de US$ 70,5 milhões.
No mercado doméstico, segundo informações fornecidas pelo Euromonitor International, o volume de
vendas de sucos de frutas e outros vegetais diminuiu 2% entre 2008 e 2009. Além disso, mudanças nos padrões
de consumo estadunidenses devem prejudicar as vendas daquelas variedades de suco com maiores teores de
açúcar. Essas versões devem apresentar queda de 8% na demanda entre 2009-2014. Todavia, o consumidor nos
Estados Unidos mostra crescente interesse por produtos funcionais, com baixos teores de açúcar, integrais,
orgânicos e por sucos feitos a partir das chamadas “superfrutas137”. Naturalmente ricas em antioxidantes, as
"superfrutas", como romã e açaí, começaram a ser comercializadas nos Estados Unidos por marcas que atuam em
nichos de mercado, como a independente POM Wonderful138. Entretanto, atualmente são ofertadas em
embalagens de até 1,9 litros por empresas de maior porte, como a Old Orchard, Langers e Hansen. Estes sucos,
posicionados como mais saudáveis, tem atraído cada vez mais consumidores, muito embora a sua participação no
total das vendas desse segmento ainda permaneça pequena. Coca-Cola Company e Tropicana são as empresas
líderes do mercado estadunidense de sucos, respondendo por 1/3 das vendas totais do segmento com as linhas
Minute Maid e Tropicana.
Por fim, no subgrupo “massas alimentícias e preparações alimentícias” houve dois SH6 destaques. Esses
dois SH6 correspondem a 47,6% das importações estadunidenses do subgrupo e a 70,3% das exportações
brasileiras desse mesmo subgrupo. São eles:
- SH6 200899: “outras frutas e partes de plantas, preparadas ou conservadas”, com US$ 532,1 milhões
importados pelos Estados Unidos em 2008; e
- SH6 210220, “leveduras mortas e outros microorganismos monocelulares mortos”, com US$ 71,4
milhões importados pelos Estados Unidos em 2008.
137
Nova abordagem mercadológica para promover frutas comuns ou raras, utilizadas como matérias-primas ou ingredientes
pelos fabricantes de alimentos funcionais, bebidas e nutracêuticos. Inicialmente consumidos na forma de sucos, já aparecem
como ingredientes em inúmeros alimentos. Essas superfrutas possuem alto valor nutricional devido a sua riqueza em
nutrientes, propriedades antioxidantes, comprovados ou supostos benefícios para a saúde e sabor agradável. Não existe
nenhum critério científico que defina as superfrutas e, para algumas delas, o adjetivo super é bem pouco comprovado.
138
http://www.pomwonderful.com/.
93
•
Subgrupos “CONSOLIDADOS”, “EM DECLÍNIO” E “EM RISCO”
Na Tabela 19, indicamos os subgrupos expressivos classificados como “consolidados” (5), “em risco” (1) e
“em declínio” (19).
Os subgrupos “em declínio” somaram US$ 6,3 bilhões em importações estadunidenses, dos quais o Brasil
exportou US$ 550 milhões. Ainda nessa classificação, o subgrupo “demais frutas” apresentou a maior queda nas
exportações brasileiras entre 2003-2008, diminuindo, em média, 30% ao ano no período. O subgrupo “castanhas
de caju”, também inserido entre os subgrupos “em declínio”, foi aquele em que o Brasil apresentou maior valor
exportado em 2008. O subgrupo “produtos de confeitaria sem cacau” foi o mais importado pelos Estados Unidos
entre aqueles classificados como “em declínio” naquele ano e também merece atenção. No caso da “lagosta
congelada”, embora o Brasil seja seu principal fornecedor, esse produto encontra-se “em declínio”.
Entre todos os subgrupos apresentados como “consolidados”, as importações provenientes do Brasil
apresentaram crescimento médio no período superior ao de seus concorrentes. Nota-se, também, que o Brasil é
o principal fornecedor desses subgrupos para os Estados Unidos, com uma participação média de mercado de
59%, ou seja, do total importado pelo país desses subgrupos, o equivalente a US$ 2,4 bilhões, 49,6% foram
providos por exportadores brasileiros no ano de 2008. Por fim, cabe destacar o subgrupo “álcool etílico”
representativo do maior valor importado naquele ano.
O subgrupo “suco de laranja congelado”, único de exportações expressivas, apresentado como “em
risco”, tem o Brasil como principal fornecedor para o mercado estadunidense, muito embora o crescimento de
exportações brasileiras seja consideravelmente inferior ao dos concorrentes, notadamente do México, país cujas
exportações do produto cresceram 85,6% entre 2003-2008, uma variação em valor de aproximadamente US$
114,2 milhões. Embora o Brasil ainda detenha a maior participação nesse mercado, no primeiro ano da série, sua
fatia de mercado era de 73,9% ao passo que, no último, havia decrescido para 49,7%. Essa perda de participação
ocorreu porque as vendas brasileiras não acompanharam o ritmo de expansão das compras estadunidenses.
Enquanto estas cresceram à taxa média anual de 9,7%, aquelas ficaram em 1,4%. Por outro lado, o principal
concorrente do Brasil, o México, fez sua participação de mercado saltar de 2,3% para 31,4%, no período em foco.
94
Tabela 19: Subgrupos de produtos de exportações expressivas classificados como “consolidados”, “em declínio” e “em risco”.
Grupo
Subgrupo
Alcool etilico
Açúcar em bruto
Outros açúcares
Adubos e fertilizantes
Adubos e fertilizantes
Cacau em pó
Cacau e produtos de confeitaria
Manteiga de cacau
(com e sem cacau)
Pasta de cacau
Chá, mate e especiarias
Chá, mate e especiarias
Chocolate e suas preparações
Chocolates, balas e confeitos
Produtos de confeitaria,sem
cacau
Castanhas de cajú
Castanhas do pará (castanhas do
brasil)
Frutas
Demais frutas
Goiabas e mangas
Mamoes (papaias) frescos
Fumo e cigarros
Fumo em folhas
Outros produtos de origem Outros produtos de origem
animal
animal
Demais pescados
Lagosta congelada
Peixes e crustáceos
Peixes congelados,frescos ou
refrigerados
Preparações de carnes, peixes e
Carne de boi industrializada
crustáceos
Açúcar e álcool
Sementes oleaginosas (exceto Sementes oleaginosas (exceto
soja), plantas ind. E med., gomas soja), plantas ind. E med., gomas
e sucos e extratos vegetais; mat. e sucos e extratos vegetais; mat.
Soja (grãos, óleos e farelo)
Sucos
Soja mesmo triturada
Suco de laranja não congelado
Suco de laranja congelado
Crescimento
Importações dos
Crescim.
Importações dos
médio dos
Participação
Principal
Nº de
Estados Unidos
médio do
Estados Unidos
concorrentes
brasileira em concorrente em
SH6
provenientes do
Brasil entre
em 2008 (US$)
entre 20032008 (%)
2008
Brasil 2008 (US$)
2003-2008 (%)
2008 (%)
2
1.274.652.030
488.856.833
34
112,26
38,35
Jamaica
1
614.655.166
37.318.922
3,94
-8,46
6,07
México
3
129.259.542
5.651.692
11,08
-13,75
4,37
Guatemala
1
5.305.494
142.575
-15,14
-4,61
2,69
Chile
1
176.528.912
12.303.629
-8,57
-8,08
6,97
Países Baixos
1
653.150.626
78.725.843
24,31
8,77
12,05
Malásia
2
149.325.451
9.986.150
3,11
-12,96
6,69
Costa do Marfim
8
415.605.780
30.367.254
18,80
2,84
7,31
Indonésia
1
154.565.172
10.438.134
2,81
-10,58
6,75
Canadá
Participação
do principal
concorrente
em 2008 (%)
Classificação
20,06
19,79
29,06
29,44
60,41
36,79
36,79
24,58
24,85
Consolidado
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Em declínio
2
1.234.865.758
39.726.500
2,33
,52
3,22
Canadá
31,44
2
641.134.548
120.326.044
12,47
3,71
18,77
Vietnã
39,96
Em declínio
2
43.393.204
7.885.139
13,99
3,42
18,17
Bolívia
53,07
Em declínio
1
1
1
2
45.644.682
260.017.283
72.330.165
563.449.263
1.213.924
24.382.971
4.992.204
329.180.672
4,22
9,78
4,09
2
-30,54
-2,98
-2,61
8,88
2,66
9,38
6,90
58,42
Austrália
México
México
Malavi
27,07
49,80
69,40
6,16
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Consolidado
4
495.883.496
75.060.212
11,08
1,65
15,14
China
40,35
Em declínio
2
1
2.554.826
319.465.224
1.136.513
63.020.064
-24
-2,24
75,06
-2,14
44,48
19,73
Austrália
Austrália
32,05
18,26
Consolidado
Em declínio
6
694.431.253
19.738.141
2,72
-10,70
2,84
China
13,49
Em declínio
453.316.796
292.048.835
6
14,41
64,42
Argentina
1
60.866.995
8.189.765
4,53
-6,31
13,46
Alemanha
27,99
Em declínio
1
1
1
182.382.655
71.608.094
381.054.405
300.210
63.950.337
189.669.609
30,99
10,03
25,18
12,48
25,26
1,42
0,16
89,31
49,77
Canadá
México
México
60,40
7,03
31,39
Em declínio
Consolidado
Em risco
3
15,50
Consolidado
Fonte: UICC Apex-Brasil, a partir de dados do Global Trade Information System - GTIS.
CASA E CONSTRUÇÃO
A indústria da construção nos Estados Unidos - que abrange tanto a construção de imóveis residenciais
como não residenciais - é uma das principais atividades econômicas do país. Sua contribuição para o Produto
Interno Bruto (PIB) estadunidense em 2008 foi de US$ 639,3 bilhões139, representativos de 4,4% do total da
riqueza gerada na economia. Entre os anos de 2003-2008, o valor adicionado por essa atividade ao PIB cresceu,
em média, 4,38% ao ano. Todavia, a recessão econômica iniciada em meados de 2008 atingiu duramente essa
indústria. Entre 2008-2009, a retração no valor gerado por esta atividade foi de 9,5%. O emprego gerado nessa
indústria, que em 2008 registrava 7,2 milhões de postos de trabalho (5% do total da força de trabalho
estadunidense), retraiu-se em 22% nos anos em foco, somando 5,6 milhões de vagas remanescentes em julho de
2010140. Além disso, os gastos totais na atividade de construção somaram US$ 908 bilhões em 2009141, uma
retração de 14,9% na comparação com o ano anterior. Em 2009, os gastos privados com edificações não
139
BEA: Bureau of Economic Analysis. US Department of Commerce.Industry Economic Accounts. Gross Domestic Product
(GDP) by Industry. Disponível em: www.bea.gov. Acessado em 25 Agosto, 2010.
140
Bureau of Labor Statistics. United States Department of Labor.
141
O valor adicionado pela atividade de construção é o valor do trabalho realizado sobre os projetos concluídos durante o
período de análise, mais o valor do trabalho sobre os projetos ainda sob construção no final do período, deduzido o valor
deste trabalho no início do período. Inclui trabalhos de construção feito como contratantes principal e por conta própria,
além de trabalhos como subcontratantes.
95
residenciais totalizaram US$ 346,7 bilhões e os públicos, US$ 307,5 bilhões. Já os gastos privados com edificações
residenciais somaram US$ 245,6 bilhões em 2009 e os públicos US$ 7,9 bilhões.
De acordo com o Escritório do Censo, os Estados Unidos possuíam 773.600 empresas de construção no
ano de 2008142, das quais 91% eram pequenos negócios empregando menos que 20 funcionários. Apenas 1%
destas firmas possuía mais que 100 empregados. Para o Bureau of Labour Statistics143, as expectativas de geração
de empregos futuros nessa atividade são positivas. Estima-se um incremento de 18,5% no número de postos de
trabalho entre os anos de 2008-2018.
O Architectural Billings Index produzido pelo Instituto dos Arquitetos Americanos (American Institute of
Architects: AIA, em inglês)144, que monitora as requisições mensais de projetos arquitetônicos nos Estados Unidos,
pode ser um indicador de medição também da atividade de construção. Segundo esse estimador, uma pontuação
superior a 50 é um indicativo de crescimento do segmento. No mês de julho de 2010, o índice atingiu 47.9
pontos, um crescimento de 2 pontos em relação ao mês anterior e de 5.6 pontos em relação ao mês de julho de
2009. Além do mais, as perspectivas de negócios futuros estão melhorando para empresas especializadas no
desenvolvimento de projetos comerciais e industriais, apesar da debilidade persistente na economia em geral. As
empresas do nordeste e do sul do país são as que registram o melhor desempenho, haja vista a maior quantidade
de pedidos de novos projetos no período.
O último boletim de desempenho econômico do Federal Reserve Board - Beige Book145 - destaca que o
mercado imobiliário continua fraco em todas as regiões do país. O mercado de construções residenciais, que
frequentemente conduz a recuperação desta atividade, deve crescer 4% em 2010, depois de uma retração de
29% em 2008 e 14% em 2009.
Regionalmente, os estados de Nevada, Arizona, Califórnia e Flórida estão sofrendo os efeitos do ritmo
acelerado de construção de residências no passado. No meio-oeste, a queda na demanda por novas moradias
associa-se a retração nos empregos na indústria automobilística e de componentes. Do mesmo modo, o sucesso
da indústria aeroespacial tem impulsionado a atividade imobiliária em Washington. As Carolinas do Norte e do Sul
beneficiam-se de sua habilidade para atrair empresas de outras regiões do país devido ao seu custo de mão de
obra mais barato. A Louisiana e o Mississipi ainda passam pelo processo de reconstrução após o furacão Katrina.
O Estado de Utah apresenta uma das maiores taxas de natalidade do país, o que gera pressões habitacionais.
Localmente, a atividade de construção residencial permanece decrescendo em Atlanta, Minneapolis, Dallas,
142
US Census Bureau.
Employment by industry, occupation, and percent distribution, 2008 and projected 2018. Bureau of Labor Statistics. United
States Department of Labor.
144
Architecture Billings Index Climbs by Two Points in July. Disponível em: http://www.aia.org/practicing/AIAB085895.
Acessado em 10 Setembro, 2010.
145
Current Economic Conditions. The Beige Book. The Federal Reserve Board. July 28, 2010 Disponível em:
http://www.federalreserve.gov/fomc/beigebook/ 2010/20100728/default.htm. Acessado em 03 Setembro, 2010.
143
96
Boston, Filadélfia, Kansas City e Cleveland; ao passo que obras de infraestrutura pública estão em alta em Chicago
e o mercado financeiro ainda estimula a construção de imóveis comerciais na cidade de Nova Iorque.
A construção de imóveis não residenciais deve apresentar retração de 6% em 2010. Todavia, alguns
segmentos deverão apresentar crescimento mais significativo que outros nos próximos anos. As perspectivas de
lançamentos de novos empreendimentos comerciais, como edifícios de escritórios, são positivas. A construção de
hotéis e estabelecimentos similares, que movimentou US$ 35,7 bilhões em 2007, também deve crescer, embora
em um ritmo muito menor, notadamente os hotéis- cassino, os litorâneos e os resorts. O segmento de construção
de estabelecimentos educacionais deve apresentar crescimento no médio prazo em função do ingresso dos “echo
boomers”, os filhos dos “baby boomers” no ensino médio. Depois do estímulo à construção de escolas
fundamentais, os estabelecimentos de ensino médio devem nortear o crescimento deste segmento. Por fim, a
construção de hospitais, casas de repouso e estabelecimentos similares também apresenta perspectivas positivas,
uma vez que 13% da população estadunidense se encontram na faixa etária acima dos 65 anos. Os investimentos
nesse segmento totalizaram US$ 47 bilhões em 2007146.
Segundo dados fornecidos pelo Global Trade Information System - GTIS, o complexo “Casa e
Construção” respondeu, em 2008, por 6,3% do total das importações dos Estados Unidos, ou seja, US$ 132,5
bilhões. Entre 2003-2008, as compras estadunidenses de produtos nesse complexo cresceram, em média, 6,4%,
com variação de US$ 35,3 bilhões. O Brasil ocupou a décima primeira posição entre os principais parceiros
comerciais do país, com exportações de US$ 2,3 bilhões e participação de mercado de 1,8% no ano de 2008.
Nossas exportações cresceram, entre 2003-2008, a uma taxa média anual de 3,1%, muito aquém das compras
estadunidenses oriundas do Vietnã (49,6%), Índia (23,2%) ou China (11,8%), países que ocuparam a nona, oitava e
primeira posição enquanto fornecedores desses produtos para o mercado estadunidense naquele ano.
No ano de 2008 , os principais produtos importados desse complexo pelos Estados Unidos foram:
“triciclos, patins, carr. de pedal para crianças e bonecos, outros brinquedos com rodas” (SH 950300); “torneiras e
outros dispositivos semelhantes para canalizações, caldeiras, reservatórios e cubas” (SH 848180); “partes de
assentos” (SH 940190); “outros móveis de madeira” (SH 940360); “madeira de coníferas serrada, cortada em
folhas ou desenrolada” (SH 440710); “outros tubos de ferro ou aço, sem costura, para revestimento de poços, de
suprimento ou produção” (SH 730429); “outros móveis de metal” (SH 940320); “partes de válvulas, torneiras e
outros dispositivos semelhantes” (SH 730429); “móveis de madeira para quartos de dormir” (SH 940350);
“assentos estofados, com armação de madeira” (SH 940161); “partes para móveis” (SH 940390); e “lustres e
outros aparelhos de iluminação, elétricos, próprios para serem suspensos ou fixados no teto ou na parede, exceto
os utilizados na iluminação pública” (SH 940510).
146
Faithful+Gould Consulting. World Review: Construction Update. International Construction Intelligence.
97
Tabela 20 - Principais fornecedores do complexo “Casa e Construção” para os Estados Unidos em 2008 (por país e por região).
País
China
Canadá
México
Valor importado pelos
Valor importado pelos
Estados Unidos em
Participação (%)
Região
Estados Unidos em
Participação (%)
2008 (US$ milhões)
2008 (US$ milhões)
51.403,0
71.524,3
37,33 Ásia
54,00
19.379,2
América
do
Norte
32.149,3
16,85
24,27
12.769,3
22.173,2
9,72 Europa
16,74
Alemanha
5.570,6
Japão
4.932,1
Itália
4.285,2
Taiwan
Outros
4,05 América do Sul
3,52 África
3,36 Oriente Médio
2,76 Oceania
22,41 América Central
3.559,1
30.563,0
TOTAL
100,00 TOTAL
132.461,4
4.476,0
3,38
719,3
0,54
641,3
0,48
415,8
362,0
0,31
0,27
132.461,4
100,00
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Destacaram-se no comércio com a China no período, as compras de brinquedos (SH 950300), móveis de
madeira (SH 940360) e ferro (SH 940320) e assentos estofados (SH 940161), representativas de 29,8% do total
importado pelos Estados Unidos daquele país para esse complexo. Do Canadá, destaque para as importações de
madeiras de coníferas (SH 440710) e partes de assentos (SH 940190) que responderam por 20,7% das compras
oriundas desse país para o complexo “Casa e Construção”. E, do México, destaque para as compras de partes de
assentos (SH 940190), torneiras e outros dispositivos semelhantes para canalizações (SH 848180) e lustres e
outros aparelhos de iluminação (SH 940510) que representaram 34,3% do total. Somadas, as importações desses
produtos dos três países listados somaram US$ 22,5 bilhões no ano de 2008.
Do Brasil, as importações estadunidenses concentram-se (28,5%) em “granitos trabalhados de outro
modo e suas obras” (SH 680293), “madeiras de coníferas, perfiladas” (SH 440910) e “outras madeiras perfiladas,
não coníferas” (SH 440929) que, juntas, totalizaram US$ 663,6 milhões no ano de 2008. Contudo, entre 20082009, essas compras retrocederam US$ 181,9 milhões, notadamente as importações do SH 680293 que se
contraíram 31,3%.
Tabela 21 - Vendas de móveis e utensílios domésticos no varejo estadunidense entre 2004-2009 (US$ milhões)147.
CATEGORIA
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2003-2008 (%)
Utilidades domésticas
Mobiliário
11.700,3
87.286,3
12.287,2
93.590,0
12.971,8
96.301,9
13.344,2
100.271,7
13.729,2
102.713,4
12.542,4
94.580,9
1,62
TOTAL
98.986,6
105.877,3
109.273,7
113.615,9
116.442,6
107.123,3
1,59
1,40
Fonte: Euromonitor International. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
147
Utensílios domésticos: utensílios de cozinha, pratos, artigos para mesa, cutelaria, copos e outros pequenos artigos
utilizados num lar. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o consumidor; estão excluídos os artigos para o lar de
segunda mão. Antigüidades também estão excluídas. Decoração de interiores – a mobília e outros artigos móveis de uma
residência que são necessários ou úteis para conforto e conveniência. Os itens devem estar novos ao serem vendidos para o
consumidor; artigos para decoração de interiores que sejam de segunda mão estão excluídos. Antigüidades também estão
excluídas.
98
Nos Estados Unidos, apesar do incentivo governamental, as vendas de casas novas retrocederam em
2009 pelo terceiro ano consecutivo e são a principal razão para o decréscimo nas vendas no varejo de utilidades
domésticas e mobiliário. O consumidor estadunidense mostra-se preocupado com as perspectivas de trabalho e
com a pressão dos preços de setores como o de alimentos e combustíveis e, por isso, encontra-se menos
propenso a adquirir essas categorias de produtos. Estima-se que os ciclos de substituição devam aumentar nos
próximos anos.
Como tendência observada, cabe destacar a crescente diversidade étnica da população estadunidense e
os impactos comerciais que esta variabilidade pode trazer nesse setor. A população hispânica tem sido o grupo
populacional de mais rápido crescimento, assim como os gastos desses consumidores. Em 1990, o gasto total do
consumidor hispânico nos Estados Unidos era de US$ 200 bilhões. Em 2007, este montante atingiu US$ 860
bilhões e projeta-se que some US$ 1,2 trilhão em 2011, segundo informações do Euromonitor International. A
população hispânica está concentrada no Sudoeste dos Estados Unidos, onde totalizam um quarto da população
regional. Esse grupo representava 6% da população total em 1980 e sua participação deve aumentar para 19% em
2020. Em pelo menos quatro estados - Califórnia, Havaí, Texas e Novo México - as minorias constituem a maior
parte da população e, em vários outros, representam entre 25% e 50% do total. Em 1980, a participação de todos
os grupos minoritários totalizava 22% da população total. Estima-se que em 2020, este montante chegue a 40%. A
população de origem asiática é o grupo não-hispânico de maior crescimento, embora esse aumento ocorra sobre
uma base relativamente pequena. De acordo com estatísticas do escritório do Censo dos Estados Unidos, em
1980, esse grupo representava 1,7% da população estadunidense e, em 2020, representarão 5,6%. Essa enorme
mudança já apresenta impacto significativo nos mercados consumidores. No que concerne ao mobiliário, por
exemplo, designers latinos vêm conquistando cada vez mais espaço. Os fabricantes procuram produtos que lhes
forneçam designs regionais ou étnicos. Assim, tapetes turcos, móveis mexicanos e almofadas de seda indiana
estão cada vez mais presentes nas principais cadeias varejistas do país.
É fato que os consumidores estadunidenses têm demandado mais produtos eco-responsáveis. Segundo
pesquisa conduzida pela National Geographic Society148, 83% dos estadunidenses afirmaram que, entre dois
produtos idênticos, escolheriam a opção ecologicamente correta. Desse modo, produtos feitos a partir de
materiais reciclados, madeira certificada, lâmpadas e equipamentos de iluminação econômicos, por exemplo,
devem apresentar incremento de vendas nos próximos anos. Embora haja interesse pelos chamados “produtos
verdes”, os consumidores não estão dispostos a pagar mais por eles. É um desafio para os fabricantes, portanto,
desenvolver produtos que combinem preço e responsabilidade ambiental.
Outra perspectiva para o segmento é que, com a recessão econômica forçando muitos americanos a
alterarem seus hábitos de consumo, há uma tendência de aumento dos gastos com atividades familiares e
domésticas. Essa mudança comportamental pode criar oportunidades para a indústria de mobiliário e decoração,
148
Greendex: Consumer Choice and the environment - A worldwide tracking survey.
99
uma vez que os consumidores passam mais tempo em suas residências e procuram torná-las mais confortáveis e
acolhedoras. Como resultado, várias categorias de utensílios domésticos, tais como aqueles utilizados na
preparação e armazenagem de alimentos, apresentaram aumento de demanda nos últimos anos. Os fabricantes
estão, por exemplo, oferecendo uma maior seleção de talheres, copos e panelas em cores diversificadas para
atrair os consumidores. Segundo análise do Euromonitor International149, essa tendência deve ganhar força após a
recuperação econômica, na medida em que os consumidores terão redescoberto o prazer do entretenimento
doméstico e buscarão produtos mais sofisticados e de maior qualidade e design.
No ano de 2008, as vendas de utensílios para cozinhar e cutelaria150 foram as linhas de produtos entre
os apetrechos domésticos com o melhor desempenho de vendas. Este desempenho deve-se, também, ao maior
interesse dos consumidores pela gastronomia. Por outro lado, as vendas de produtos de vidro para mesa151
registraram a maior retração nas vendas, haja vista os consumidores não terem renovado esta linha de produtos.
Todas as linhas de mobiliário e artigos decorativos registraram contração nas vendas do ano, embora os itens de
cama, mesa e banho152 tenham apresentado melhor desempenho em função do preço relativo dessa linha de
produtos em comparação com outras categorias.
O mercado para produtos de cozinha em cerâmica e vidro aumentou ligeiramente em 2008 em
detrimento dos produtos de metal, uma vez que os consumidores procuram artigos mais versáteis e casuais que
149
Housewares and home furnishings - US. Country Market Insight. November 2009.
Utensílios para cozinhar: utensílios de cozinha feitos de material que não derrete facilmente, destinados, principalmente,
150
para o preparo de alimentos. Incluem panelas, frigideiras, woks , caçarolas, panelas de pressão. Inclui, também, utensílios
de vidro (incluindo caçarolas resistentes ao calor e panelas de vitrocerâmica). Cutelaria: instrumentos e ferramentas de
corte. Utensílios como facas, garfos e colheres utilizados como utensílios de mesa. Qualquer ferramenta ou implemento
utilizado para cortar e comer alimentos (facas, garfos e colheres). Também inclui instrumentos para preparar e servir
alimentos, como facas de cozinha, paleta de facas, colheres para cozinhar e panelas. São incluídos todos os tipos de
materiais, como prata, chapa de prata, aço inoxidável, madeira, porcelana, plástico e acrílico. Palitos também estão incluídos. Talheres
descartáveis, tais como facas/garfos/colheres e palitos de plástico estão excluídos.
151
Utensílios de vidro para a mesa: Artigos domésticos de mesa feitos de vidro. Excluídos itens de armazenamento (ex. jarras
de vidro), pois estão incluídos em utensílios de cozinha. Inclui utensílios para beber feitos de vidro (copos, taças, garrafas e
jarras). Não inclui utensílios para cozinhar feitos de vidro (incluindo caçarolas resistentes ao calor e panelas de vitrocerâmica)
nem louças de mesa (pratos de vidro, tigelas, travessas e centros de mesa); estes produtos devem ser categorizados,
respectivamente, como utensílios para cozinhar e louças de mesa. Utensílios para cozinha: utensílios para uso na cozinha.
Excluídos os utensílios utilizados para cozinhar, principalmente panelas e frigideiras. Inclui cafeteiras e bules, tábuas de
cozinha, suporte para utensílios de cozinha e paneleiro, lixeiras para cozinha, balanças para cozinha, despensa, porta-pão,
organizadores de cozinha, carrinhos de cozinha, jogos de facas com suporte, porta-xícaras, porta-rolo de papel, suporte para
prato, ralo de cozinha, organizador de temperos, adegas, filtros de água, etc.
152
Artigos têxteis para o lar e decoração de interiores: artigos para o lar feitos com qualquer tipo de tecido e não descritos
supra. Podem ser de tecido, material sintético, couro, pele de animais ou suas combinações. Inclui tecidos/estofamentos
para decoração de interiores; cortinados, cortinas, tapeçaria, cortinas de porta e persianas de tecido, artigos para cama (tais
como foutons, colchões, camas e travesseiros), roupa de cama (como lençóis, fronhas, cobertores, mantas, edredons e
colchas), mesa (toalhas de mesa, guardanapos de mesa, jogos americanos de tecido), banho (toalhas e luvas para banho) e
outros artigos para o lar feitos de tecido, como almofadas, sacolas de compras, sacolas de roupa suja, sacolas para sapatos,
capas para roupas e/ou mobília, bandeiras, mosquiteiros, guardanapos e guarda-sóis. Bolsas e bagagens estão excluídas.
Todos os tapetes e carpetes que não sejam fixos estão excluídos e classificados juntamente com carpetes e outras coberturas
para piso.
150
100
possam ser levados tanto ao forno quanto ao micro-ondas. Outrossim, entre os talheres e louças, os produtos de
plástico e vidro aumentaram sua participação no total das vendas em detrimento dos produtos de porcelana e
cerâmica. Contudo, os produtos de metais ainda são os mais comumente utilizados e comercializados nesta
categoria.
Gráfico 22 - Gasto do consumidor estadunidense com mobiliário e objetos de decoração/Produção de mobiliário 2003-2008 (US$ bilhões).
Bilhões
160,0
150,0
144,56
140,0
130,0
120,0
125,80
110,0
100,0
90,0
80,0
84,23
76,81
70,0
60,0
2003
2004
2005
2006
Gasto do consumidor com mobiliário e objetos de decoração
2007
2008
2009
Produção de mobiliário
Fonte: Euromonitor International. Elaboração: UICC - Apex-Brasil.
Nos Estados Unidos, o ambiente competitivo para os estabelecimentos voltados ao comércio de móveis
e objetos decorativos é muito fragmentado, com um grande número de grandes cadeias varejistas nacionais,
cadeias médias de atuação regional e varejistas independentes. Os principais varejistas representaram, em 2009,
apenas 20% do valor das vendas desses produtos. Como observado no Gráfico 22, a produção doméstica de
mobiliário é insuficiente para atender toda a demanda interna. Em 2008, esse déficit representou cerca de US$
57,2 bilhões, o que torna o país extremamente dependente de importações dessas categorias de produtos. De
todo modo, as vendas no varejo devem atingir US$ 100 bilhões em 2009 e a perspectiva é que, entre 2010-2014,
este comércio apresente incremento de 6% e atinja US$ 107 bilhões.
Para o mercado estadunidense não foram identificadas, entre as exportações incipientes, oportunidades
classificadas como “a desenvolver” no complexo Casa e Construção. Portanto, a análise nesse complexo tratará
apenas de oportunidades identificadas entre as exportações expressivas.
101
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
As importações estadunidenses dos subgrupos “a consolidar” alcançaram US$ 20,1 bilhões no ano de
2008. Naquele ano, as importações oriundas do Brasil somaram US$ 1,5 bilhão, ou seja, 7,6% do total comprado
pelos Estados Unidos. A participação média das exportações brasileiras no total importado desse complexo foi de
8,5%, com destaque para a participação de mercado dos 13 SH6 do subgrupo “obra de pedra e semelhantes” e os
dez SH6 de “demais madeiras e manufaturas de madeiras”. China e Canadá são os principais concorrentes para as
empresas brasileiras no mercado e representam os principais fornecedores na maioria dos subgrupos
apresentados como “a consolidar”.
Tabela 22: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” - exportações expressivas.
Grupos
Subgrupos
Ferramentas, talheres e Ferramentas e talheres
outras obras de metais
Obras de metais
Demais
madeiras
e
manufaturas de madeiras
Madeira compensada ou
Madeiras, cortiças e obras contraplacada
de trançaria
Obras de marcenaria ou de
carpintaria
Paineis de fibras ou de
particulas de madeira
Obras
de
pedra
e Obras
de
pedras
e
semelhantes
semelhantes
Obras diversas
Obras diversas
Produtos de limpeza
Produtos de limpeza
Tubos
de
ferro
Produtos metálurgicos
fundido,ferro ou aco
Produtos minerais
Demais produtos minerais
Extratos
tanantes
e
Tintas
tintoriais
Importações Crescimento Crescimento
Participação
dos EUA
médio dos
médio do Participação Principal
do principal
provenientes concorrentes Brasil entre brasileira concorrente
concorrente
do Brasil 2008 entre 2003- 2003-2008 em 2008 (%) em 2008
em 2008 (%)
(US$)
2008 (%)
(%)
66.913.787
7,80
8,59
4,45
China
32,81
14.173.284
10,08
13,67
2,00
China
19,32
Nº
de
SH6
Importações
dos EUA em
2008 (US$)
13
3
1.502.551.408
707.635.521
10
2.171.925.034
335.239.028
3,93
8,58
15,44
China
25,19
5
1.817.049.255
97.431.379
82,65
42,64
5,36
China
44,07
4
1.578.163.355
157.459.772
1,47
3,84
9,98
Canadá
42,48
5
681.173.348
39.384.021
207,76
338,30
5,78
Canadá
39,75
13
2.331.834.358
585.255.609
7,11
18,96
25,10
China
19,68
5
1
246.890.245
2.696.483
31.357.241
202.941
5,61
31,93
6,81
29,93
12,70
7,53
China
Alemanha
30,35
46,45
7
8.199.756.451
130.824.699
72,80
46,53
1,60
China
40,31
10
723.159.160
59.884.583
-3,14
5,53
8,28
Canadá
39,16
5
184.981.760
6.810.000
5,17
8,73
3,68
Canadá
20,75
Fonte: UICC Apex-Brasil, a partir de dados do Global Trade Information System - GTIS.
Com relevante participação nas importações estadunidenses, conforme demonstrado na Tabela 22, o
subgrupo “ferramentas e talheres” representou, em 2008, 7,5% do total comprado dos subgrupos classificados
como “a consolidar” do complexo “Casa e Construção”. Entre os treze SH6 que compõem esse subgrupo, houve
apenas dois SH6 que se sobressaíram, representando 25,2% das importações estadunidenses do subgrupo e 40%
das exportações brasileiras desse mesmo subgrupo. São eles:
- SH 820310: “limas e grosas, de metais comuns”, com US$ 38.064.129 de importações estadunidenses
em 2008; e
102
- SH 820750: “ferramentas intercambiáveis de furar, de metais comuns”, com US$ 399.956.869 de
importações estadunidenses em 2008.
As exportações brasileiras para o primeiro SH representaram 18,5% das importações estadunidenses e
apresentaram crescimento médio de 53% de 2003 a 2008, enquanto que, no mesmo período, as compras dos
Estados Unidos do mundo desse mesmo SH cresceram, em média, 13% ao ano. Dados esses crescimentos e
mantidas essas condições, a perspectiva é que o Brasil apresente incremento em sua participação nessas
importações nos próximos anos. Para o segundo SH6 apresentado, a participação brasileira nas importações do
subgrupo foi de 22,6% em 2008. O crescimento médio das exportações brasileiras foi de 7% no período analisado,
ao passo que as importações estadunidenses do mundo desse SH cresceram em ritmo superior, de 11,5% ao ano.
Gráfico 23: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “ferramentas e talheres” (%) entre os
anos de 2003-2008.
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
China
31,10
28,43
27,68
28,77
31,09
32,81
Alemanha
15,79
16,80
17,89
16,91
16,53
16,32
Japão
8,10
8,82
8,22
7,71
7,67
8,21
México
8,44
8,12
8,55
8,15
7,95
7,63
Brasil
4,30
4,70
5,48
5,29
4,62
4,45
Outros
32,27
33,12
32,19
33,16
32,15
30,59
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Como analisado no Gráfico 23, a China é o fornecedor majoritário do subgrupo “ferramentas e talheres” para
os Estados Unidos desde 2008, com participação superior à dos cinco principais concorrentes somados e vendas
de US$ 493 milhões. Os cinco maiores fornecedores do mercado apresentaram crescimento médio no período de
aproximadamente 8%. O Brasil, como quinto maior fornecedor, apresentou crescimento médio de 8,6% no
período, atingindo pico de exportação em 2006, quando transacionou US$ 74 milhões, ante os US$ 67 milhões de
2008. Nese último ano, 69% das importações foram provenientes dos cinco maiores fornecedores, demonstrando
grande concentração na origem das importações estadunidenses do subgrupo.
Destaca-se, ainda, na Tabela 22, o subgrupo “demais madeiras e manufaturas de madeira” que
representou, em 2008, 10,8% do total comprado pelos Estados Unidos dos subgrupos classificados como “a
103
consolidar”. Para esse subgrupo, apenas um SH6 foi identificado como destaque. Trata-se do SH 441700, descrito
como “ferramentas, armações e cabos de ferramentas, de escovas e de vassouras, de madeira; formas,
alargadeiras e esticadores de madeira, para calçados”. Em 2008, as importações provenientes do Brasil
corresponderam a 25,4% do total comprado pelos Estados Unidos para esse SH6 e somaram US$ 13,9 milhões.
Ademais, o crescimento médio das importações oriundas do Brasil (17,7% ao ano) foi sensivelmente superior ao
crescimento médio das importações estadunidenses do mundo (5,7%) naquele ano.
Outro subgrupo que apresenta SH6 identificado como destaque no Grupo “madeiras, cortiças e obras de
trançaria” é o de “madeira compensada ou contraplacada”. As quatro mercadorias destacadas abaixo
correspondem a 88,7% das importações estadunidenses desse subgrupo, ou seja, US$ 1,6 bilhão. O Brasil
respondeu por 5,9% dessas compras em 2008, o equivalente a US$ 95,8 milhões. Tratam-se dos seguintes SH6:
- SH 441231: “madeira compensada com face de madeira tropical, espessura & lt; 6mm”;
- SH 441232: “madeira compensada face de madeira não conífera, espessura & lt; 6mm”;
- SH 441239: “outras madeiras compensadas folheadas, espessuras não superiores a 6mm”; e
- SH 441294: “outras madeiras c/alma aglomerada alveolada/lamelada”.
O SH 441232 representou 50,7% das importações estadunidense do subgrupo enquanto o SH 441231 teve
outros 20,8% de participação. No que tange às importações provenientes do Brasil, o SH com participação mais
expressiva nas importações estadunidenses desse subgrupo foi o SH 441239. O Brasil respondeu por 18,6% das
compras externas dos Estados Unidos para este SH em 2008. Cabe ressaltar que todos os SH6 listados como
oportunidades nesse subgrupo somente passaram a ser importados pelos Estados Unidos em 2007. Entre 2007 e
2008, ademais, todos apresentaram crescimento negativo, tanto para as exportações brasileiras quanto para as
importações do país.
Entre os treze SH6 que compõem o subgrupo “obras de pedras e semelhantes”, por sua vez, apenas o
SH 680299, descrito como “outras pedras de cantaria trabalhadas de outro modo e suas obras”, aparece como
destaque. O Brasil atende 26,5% da demanda estadunidense por essa mercadoria, com exportações de US$ 73,7
milhões. Ademais, esse SH correspondeu a 11,9% do total das importações dos Estados Unidos do subgrupo. O
crescimento médio das exportações brasileiras desse SH foi de 21% entre 2003 e 2008, ao passo que as
importações estadunidenses cresceram, em média, 7,4% no período.
O Gráfico 24, apresenta os cinco principais fornecedores para os Estados Unidos do subgrupo “obras de
pedras e semelhantes”. A análise da Tabela indica que o Brasil foi a principal origem desses produtos para o
mercado estadunidense durante todo o período analisado, com exportações crescentes de 19% ao ano, no
período entre 2003-2008. As importações provenientes do Brasil atingiram pico, em 2007, de US$ 714,8 milhões e
totalizaram US$ 585,6 milhões no último ano da série. Entre os principais fornecedores, a taxa de crescimento das
104
exportações brasileiras só não é maior que a registrada para a China no período, de 25,7% ao ano. A Itália, que
em 2003 era o principal fornecedor para o mercado, vem perdendo participação durante o período analisado.
Gráfico 24: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “obras de pedra e semelhantes” (%)
entre 2003-2008.
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
16,54
19,02
22,86
26,10
26,68
25,10
China
9,83
11,84
14,89
16,31
18,92
19,68
Índia
11,64
12,99
13,78
13,68
12,53
12,87
Itália
21,34
18,98
16,77
14,92
12,66
11,23
Canadá
15,11
13,52
10,76
9,84
10,08
10,72
Outros
25,53
23,66
20,95
19,15
19,12
20,41
Brasil
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Para o subgrupo “tubos de ferro fundido, ferro ou aço”, representativo de 40,7% do total das
importações estadunidenses classificadas como “a consolidar” nesse complexo, o SH6 de destaque, entre os sete
que compõem o subgrupo, foi o SH 730429, descrito como “outros tubos de ferro ou aço, sem costura, para
revestimento de poços, de suprimento ou produção”. As importações estadunidenses desse SH no ano de 2008
totalizaram US$ 3,8 bilhões, dos quais o Brasil exportou 1,28%, ou seja, pouco mais de US$ 48,9 milhões. Além
disso, o valor importado dessa mercadoria representou 46,7% do total comprado pelos Estados Unidos desse
subgrupo e 37,4% das vendas externas brasileiras do mesmo. Entre 2003-2008, as importações estadunidenses do
SH apresentaram incremento médio de 66%, ao passo que as exportações brasileiras cresceram, em média,
37,3%, o que representa uma variação de US$ 38,9 milhões no período.
No ano de 2008, o Brasil foi o 14° maior fornecedor para o mercado estadunidense dos treze SH6 que
formam esse subgrupo. A China, líder de mercado, apresentou exportações de US$ 3,3 bilhões naquele ano e
crescimento médio de 123% entre 2003 e 2008, ou seja, o país passou a exportar surpreendentes US$ 3,2 bilhões
a mais no período. De forma geral, todos os principais concorrentes tiveram crescimento médio superior aos 50%
nesse recorte temporal, notadamente a Coreia do Sul, com incremento médio de 132,8% de suas exportações do
produto. A Alemanha, outrora o principal fornecedor do mercado, embora tenha registrado crescimento de
105
45,4% ao ano no período, não conseguiu manter sua participação de mercado, passando a ocupar a terceira
posição. Os cinco principais fornecedores foram responsáveis por 67% das importações estadunidenses em 2008.
Gráfico 25: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “tubos de ferro” (%) entre 2003-2008.
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
China
2003
2004
2005
2006
2007
2008
11,03
13,52
23,83
26,21
27,04
40,31
Canadá
4,68
4,28
12,16
12,75
14,92
8,00
Alemanha
15,77
12,88
11,68
10,01
6,27
6,79
Índia
3,78
3,80
2,49
2,40
4,74
6,79
Coreia do Sul
1,16
0,70
0,72
1,17
5,12
5,27
Outros
63,58
64,81
49,12
47,46
41,91
32,85
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Dentre os dez SH6 que formam o subgrupo “demais produtos minerais”, destaca-se o SH 250700, descrito
como “caulim e outras argilas caulínicas, mesmo calcinadas”. Esse produto teve 90% de participação brasileira nos
US$ 55,2 milhões importados pelos Estados Unidos em 2008 e representou 83% das exportações brasileiras do
subgrupo. Ademais, as importações provenientes do Brasil têm crescido, em média, 12,2% entre 2003-2008,
crescimento inferior somente ao registrado pelo SH 250610, também inserido nesse subgrupo e descrito como
“quartzo”, que apresentou incremento médio de 53,8% no período.
•
Subgrupos “CONSOLIDADOS”, “EM DECLÍNIO” E “EM RISCO”
Na Tabela 23, indicamos os subgrupos expressivos classificados como “em declínio” (5) e “consolidado”
(1). Não houve grupos, entre as importações estadunidenses do complexo “Casa e Construção”, classificados
como “em risco”.
Em se tratando dos subgrupos “em declínio”, as importações estadunidenses somaram US$ 13,2 bilhões
em 2008, das quais o Brasil participou com US$ 415,4 milhões. O subgrupo “madeira laminada” foi o que
apresentou a maior retração nas exportações brasileiras entre 2003-2008, com queda de 19% ao ano no valor
comercializado. Destaque para o SH 440810, descrito como “folhas de madeira para folheados e para
106
compensados, de coníferas, de espessura =< 6mm”, que apresentou recuo médio de 41,8% nesse período. Em
valores, as exportações brasileiras dos três SH6 que compõem esse subgrupo caíram US$ 20,7 milhões no
período.
Em contraponto, o subgrupo “madeira serrada” foi o que apresentou o maior valor exportado pelo
Brasil no ano de 2008. Nesse subgrupo, destaque para o SH 440729, descrito como “outras madeiras tropicais,
serradas, cortadas em folhas ou desenroladas, de espessura &gt; 6mm”, que registrou crescimento médio de
25,4% entre 2003 e 2008. Ademais, o SH 440722, “virola, imbuia, balsa, serrada, longas em folhas, de espessura
&gt; 6mm”, passou a ser importado pelos Estados Unidos em 2007 e, já em 2008, atingiu US$ 42,3 milhões em
importações, sendo que US$ 1,7 milhão foram procedentes do Brasil.
Tabela 23: Subgrupos de produtos de exportações expressivas classificados como “consolidados e “em declínio”.
Grupo
Subgrupo
Madeiras, cortiças e Madeira laminada
obras de trançaria
Madeira serrada
Móveis e mobiliário
Móveis
médico-cirúrgico
Produtos cerâmicos Produtos cerâmicos
Sisal em fibras, cordas e
Têxteis
cabos
Vidro e suas obras
Vidro e suas obras
Nº de
SH6
Importações dos
EUA em 2008
(US$)
Importações
Crescim.
Principal Participação
médio dos Crescim. médio Participação
dos EUA
concorren do principal
provenientes concorrentes do Brasil entre brasileira em
Classificação
te em
concorrente
do Brasil 2008 entre 2003- 2003-2008 (%)
2008 (%)
2008
em 2008 (%)
(US$)
2008 (%)
3
376.924.923
10.957.367
-1,93
-19,12
2,91
Canadá
57,61
Em declínio
4
4.237.204.927
176.656.288
-6,48
-2,87
4,17
Canadá
77,17
Em declínio
3
5.441.655.464
102.276.109
4,96
-5,10
1,88
China
50,61
Em declínio
7
2.261.414.714
107.409.684
3,42
-6,42
4,75
México
25,78
Em declínio
2
59.445.460
52.361.769
-1,57
12,16
88,08
México
4,63
Consolidado
895.893.306
18.076.838
4,57
-5,74
2,02
México
33,72
Em declínio
6
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
O subgrupo “móveis e mobiliário médico-cirúrgíco” registrou o maior valor importado pelos Estados
Unidos em 2008, dentre aqueles classificados como “em declínio”, e também merece atenção.
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de bens manufaturados, respondendo por 21%
da produção global dessas mercadorias. Sozinho, o valor adicionado pela produção industrial estadunidense ao
Produto Interno Bruto do país o tornaria a oitava maior economia do mundo, a frente de países como o Brasil,
Espanha e Canadá153. Em 2008, esse valor atingiu US$ 1,7 trilhão154. Ademais, o setor manufatureiro nos Estados
Unidos também é líder em inovação, respondendo por mais de 90% das patentes registradas no país155. Segundo
153
World Development Indicators database, World Bank, 1 July 2010.
BEA: Bureau of Economic Analysis. Gross Domestic Product by Industry Accounts. Value added by industry (released May
25, 2010).
155
Jeff Werling, The Future of Manufacturing in aGlobal Economy, December 2003.
154
107
o Escritório de Análises Econômicas (BEA, em inglês), a indústria de transformação empregue 11,9 milhões de
estadunidenses, ou seja, um em cada seis empregos na iniciativa provada encontra-se nessa indústria156.
Segundo informações do Federal Reserve System157, a produção da indústria de transformação nos
Estados Unidos se expandiu entre 2005 e 2007, antes de se contrair acentuadamente em 2008 e 2009. Embora a
queda na produção de bens duráveis tenha sido aguda em 2009, a retração foi menor do que as estimativas
apontavam para algumas indústrias, como a de máquinas e equipamentos. Em geral, as atividades industriais
para as quais houve revisão positiva nas projeções feitas anteriormente para o período 2005-2009 foram as de
fabricação de produtos de madeira, metalurgia básica, produtos de informática e eletrônicos, fabricação de
máquinas e equipamentos, transporte aeroespacial e outros equipamentos de transporte. Os índices de produção
de bens não duráveis, por outro lado, vêm apresentando quedas sucessivas no período analisado. Em 2009, as
projeções mostraram-se incertas e as retrações mostraram-se mais acentuadas do que as previstas para as
indústrias de alimentos e bebidas, fabricação de produtos de fumo, confecção de artigos de vestuário e
acessórios, couro, impressão e serviços relacionados e fabricação de artigos de borracha e material plástico.
Desempenhos superiores ao esperado foram registrados nas indústrias de fabricação de produtos têxteis, papel e
produtos de papel, produtos derivados do petróleo e do carvão mineral e químicos.
A capacidade de produção da indústria estadunidense cresceu moderadamente entre os anos de 2006 e
2009, mas deve decrescer em 2010. Já a utilização da capacidade instalada na indústria de transformação
manteve-se ligeiramente inferior à média histórica de 79,2% (1972-2009) entre os anos de 2006 e 2007, mas
retraiu-se tanto em 2008 quanto em 2009. No quarto trimestre deste último ano, a utilização era de 68,8%, dez
pontos percentuais inferiores à média histórica.
Em se tratando da indústria de bens duráveis, as quedas nas taxas de utilização da capacidade instalada
entre 2008 e 2009 foram mais fortes nas atividades de fabricação de produtos de madeira, fabricação de
produtos de minerais não metálicos, metalurgia básica e fabricação de veículos automotores e suas partes.
Nestas indústrias, as taxas de utilização caíram 15 ou mais pontos percentuais abaixo de suas médias históricas
durante o ano de 2008. À exceção de veículos automotores e suas partes, essas taxas caíram ainda mais em todos
os principais setores da indústria de bens duráveis durante o ano de 2009. A indústria de bens não duráveis, por
sua vez, já vinha operando abaixo da média histórica de utilização da sua capacidade produtiva em 2006 e 2007 e
retraiu-se ainda mais entre 2008 e 2009. No quarto trimestre de 2009, quatro dessas indústrias (fabricação de
produtos têxteis, papel e produtos de papel, impressão e serviços relacionados e fabricação de artigos de
borracha e material plástico) registravam taxas de utilização 10 pontos percentuais inferiores à média.
156
157
National Association of Manufacturers. Disponível em www.nam.org. Acessado em 1 setembro, 2010.
Industrial Production and Capacity Utilization: The 2010 historical and annual revision. Federal Reserve Statistical Release.
108
Em 2008, o complexo “Máquinas e Equipamentos” representou 36,8% do total das importações dos
Estados Unidos, ou seja, o equivalente a US$ 773,2 bilhões. Entre 2003-2008, as importações desse complexo
registraram crescimento de 6,83%.
De acordo com informações fornecidas pelo Global Trade Information System - GTIS, os dez principais
produtos do complexo “Máquinas e Equipamentos” importados pelos Estados Unidos no ano de 2008 foram:
“automóveis e outros veículos com motor de pistão alternativo, de ignição por centelha, de cilindrada > 1.500cm3
e =< 3.000cm3” (SH 870323), “automóveis e outros veículos com motor de pistão alternativo, de ignição por
centelha, de cilindrada > 3.000cm3” (SH 870324), “aparelhos radiotelefônicos portáteis. Ex: walkie/handle-talkie”
(SH 851712), “máquinas automáticas digitais, para processamento de dados, portáteis, de peso =< 10kg,
contendo pelo menos uma unidade central de processamento, um teclado e uma tela” (SH 847130), “outros
aparelhos de recepção para televisores em cores” (SH 852872), “partes e acessórios para máquinas automáticas
de processamento de dados e outras máquinas” (SH 847330), “multiplexadores por divisão de freqüência” (SH
851762),” “unidades de memória” (SH 847170), ”partes e acessórios para copiadoras, impressoras e máquinas de
fax” (SH 844399) e “outras partes e acessórios, para veículos automóveis das posições 8701 a 8705” (SH 870899).
Estes dez SH6 representaram 12,5% do total importado pelos Estados Unidos desse complexo em 2008.
Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que têm perspectivas de exportação para os
Estados Unidos são listados na Tabela 24. Esses subgrupos têm em comum o fato do Brasil ser especialista na sua
exportação para o mundo158 e do mercado estadunidense apresentar bom nível de dinamismo159. A conjunção
desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas,
numa estratégia de abertura do mercado estadunidense. Daí a razão desses subgrupos de produtos serem
denominados “a desenvolver”.
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
158
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais
importante do que na pauta de exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto
é medida por meio do cálculo da vantagem comparativa revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre este assunto são
fornecidas na metodologia encontrada no Anexo 1.
159
Constata-se que alguns grupos de produtos estadunidenses são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações
crescem em um ritmo mais acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de
produtos, maior é o crescimento de suas importações e mais atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram
então selecionados os subgrupos de produtos estadunidenses considerados muito dinâmicos, dinâmicos e de dinamismo
intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na metodologia, no Anexo 1.
109
•
Subgrupos “A DESENVOLVER”
A Tabela 24 apresenta os três subgrupos de produtos brasileiros que têm oportunidade para abertura
no mercado estadunidense. Em 2008, o valor de importação desses produtos alcançou US$ 9,3 bilhões, a maior
parte representada pelas compras de “refrigeradores e congeladores”. O Brasil respondeu por 0,32% dessas
importações naquele ano, ou seja, US$ 30 milhões. Cabe destacar que, em 2008, não houve importações oriundas
do Brasil para o subgrupo “tratores”.
Tabela 24: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo Máquinas e Equipamentos.
Crescimento médio anual
Nº de Importações dos EUA
Subgrupos
das importações dos EUA
Dinamismo
Grupos
SH6
em 2008 (US$)
entre 2003 - 2008 (%)
Máquinas e aparelhos de uso
23
2.368.899.706
12,36
Intermediário
Máquinas e motores
agrícola, exceto tratores
Refrigeradores e congeladores
8
4.671.383.893
23,75
Intermediário
Veículos automotores e
Tratores
2
2.246.835.205
16,37
Muito dinâmico
suas partes
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
VCR do
Brasil
1,49
1,25
2,41
No subgrupo “máquinas e aparelhos de uso agrícola, exceto tratores” destacaram-se nove SH6 que
representaram 60,5% do valor comprado pelos Estados Unidos em 2008. Dentre eles, o SH 843390, descrito como
“partes de máquinas e aparelhos para colheita, ou debulha de produtos agrícolas, ou para limpar ou selecionar
ovos, frutas ou outros produtos agrícolas”, apresentou o maior valor importado em 2008, de US$ 767 milhões,
correspondendo a 32,4% das importações totais do subgrupo. As exportações brasileiras desse produto (SH
843390) somaram US$ 11,1 milhões em 2008, representativas de 1,4% das compras estadunidenses. Todavia, em
2009, as importações desse SH6 caíram para US$ 686 milhões, ao passo que as compras provenientes do Brasil
somaram US$ 9,2 milhões. Outros produtos que apresentaram valores elevados de importação dos Estados
Unidos em 2008, entre aqueles destacados, foram:
- SH 843359, descrito como “outras máquinas e aparelhos para colheita”, com importações de US$185
milhões, para o qual não houve compras oriundas do Brasil no último ano. Entretanto, o Brasil conta com um VCR
de 14,14160 para este produto; e
- SH 843320, descrito como “ceifeiras, incluídas as barras de corte para montagem em tratores”, com
importações de US$ 160 milhões e para o qual o Brasil exportou apenas US$ 11 mil em 2008.
160
A Vantagem Comparativa Revelada (VCR) indica o potencial exportador de um país qualquer com respeito a outros
parceiros. Ou seja, representa uma medida de especialização no comércio internacional. Regiões com índice de vantagem
comparativa revelada próxima podem registrar um baixo volume de comércio bilateral Um VCR superior à 1 indica que
determinado país é especialista na exportação de dado produto.
110
Para o subgrupo “refrigeradores e congeladores” houve seis SH6 destaques que representaram 92% das
importações estadunidense do subgrupo. Em 2008, o SH6 com maior valor importado pelos Estados Unidos foi o
SH 841810, descrito como “combinações de refrigeradores e congeladores (“freezers”), com portas exteriores
separadas”, que respondeu por 54% das importações do subgrupo naquele ano e apresentou crescimento médio
de 28% entre 2003 e 2008. Para esse SH6, as importações estadunidenses oriundas do Brasil somaram US$ 250,9
mil no último ano e apresentaram crescimento médio de 7,2% no período.
O segundo SH6 mais importado dentro do subgrupo “refrigeradores e congeladores”, que também
representou o maior valor exportado pelo Brasil entre os SH6 destaques, foi o SH 841899, descrito como “outras
partes de refrigeradores, congeladores e bombas de calor”, para o qual o Brasil exportou US$ 9,6 milhões dos US$
683,9 milhões importados pelos Estados Unidos em 2008. Esse SH6 teve um crescimento médio de importações
estadunidenses de 15% entre 2003 e 2009, ao passo que as importações provenientes do Brasil apresentaram
crescimento médio de 18,9% no período.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
Tabela 25: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” de exportações expressivas.
Grupos
Armas e munições
Aviões
Borracha e suas obras
Máquinas e motores
Subgrupos
Armas e munições
Aviões
Pneumáticos e câmaras de ar
Demais máquinas, aparelhos e
instrumentos mecânicos
Laminadores de metais
Máquinas
e
aparelhos
de
terraplanagem, perfuração
Máquinas e aparelhos de uso
agrícola, exceto tratores
Máquinas e aparelhos para a
indústria de alimentos/bebidas
Máquinas e
aparelhos para
trabalhar pedra e minério
Máquinas e aparelhos de elevação
de carga, descarga, etc
Outros motores de pistão
Partes de motores para veículos
automóveis
Turbinas hidráulicas e rodas
hidráulicas
Aparelhos e dispositivos eletr.de
ignição/arranque
Demais materiais elétricos e
Materiais elétricos e eletrônicos
eletro-eletrônicos
Fios,cabos e condutores para uso
elétrico
Geradores e transformadores,
elétricos
Plásticos e suas obras
Plásticos e suas obras
Veículos automotores e Autopeças
suas partes
Veículos de carga
Veículos e materiais para
Trens e materiais para vias férreas
vias férreas
Nº de
SH6
5
2
5
Crescimento
Crescimento
Participação do
Importações dos
médio dos
Participação
Principal
Importações dos
EUA
médio do
principal
concorrentes
brasileira em concorrente
EUA em 2008 (US$) provenientes do
Brasil entre
concorrente
entre 20032008 (%)
em 2008
Brasil 2008 (US$)
2003-2008 (%)
em 2008 (%)
2008 (%)
994.732.410
122.218.936
13,59
25,41
12,29
Itália
17,80
10.990.604.500
2.210.322.883
-2,28
3,79
20,11
França
32,89
8.466.975.053
335.254.393
12,83
16,50
3,96
China
23,72
11
2.329.304.208
449.171.087
19,42
63,25
19,28
Alemanha
12,50
1
137.948.655
21.216.110
9,31
21,92
15,38
China
16,84
6
1.874.951.517
302.637.238
7,13
23,81
16,14
Japão
29,29
7
528.488.573
20.849.737
20,71
22,10
3,95
Canadá
22,58
2
249.071.361
4.272.314
8,03
10,85
1,72
Alemanha
19,04
2
828.564.429
48.649.234
17,34
45,52
5,87
Canadá
15,24
1
2.885.465.313
100.026.880
16,82
13,23
3,47
México
15,59
2
2.689.160.460
29.060.120
10,75
22,62
1,08
Japão
37,37
2
7.544.529.169
552.926.494
7,81
13,58
7,33
México
26,70
2
47.217.652
6.722.702
7,41
13,96
14,24
Canadá
48,32
2
476.558.973
13.923.683
5,17
12,82
2,92
Japão
41,18
4
368.038.993
20.217.159
9,25
20,11
5,49
China
37,36
2
894.962.887
20.840.710
22,66
44,26
2,33
México
31,74
7
4.783.965.623
349.318.751
16,16
13,35
7,30
México
19,36
21
4
1
4.255.034.880
10.459.390.337
683.167.579
163.449.001
359.209.522
72.200.072
7,17
29,65
7,21
24,42
25,90
22,74
3,84
3,43
10,57
Canadá
México
Reino Unido
33,14
21,40
33,61
4
1.029.412.221
97.689.836
12,00
35,64
9,49
Canadá
26,23
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
111
As importações estadunidenses dos subgrupos “a consolidar” do complexo “Máquinas e Equipamentos”
alcançaram US$ 65,2 bilhões em 2008, conforme indicado na Tabela 25. O Brasil respondeu por US$ 5,3 bilhões
dessas importações, com uma participação média de 8,1% para o conjunto dos subgrupos listados.
Entre os SH6 destacados nas exportações expressivas “a consolidar” do complexo “Máquinas e
Equipamentos” há produtos nos seguintes subgrupos: “armas e munições”, “autopeças”, “aviões”, “demais
máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos”, “fios, cabos e condutores para uso elétrico”, “geradores e
transformadores, elétricos”, “máquinas e aparelhos de terraplenagem, perfuração”, “máquinas e aparelhos para
trabalhar pedra e minério”, “partes de motores para veículos automóveis”, “plásticos e suas obras” e “trens e
materiais para vias férreas”. Não será feito detalhamento para todos os subgrupos.
No subgrupo “autopeças” houve apenas um SH6 destaque, o SH 870850, descrito como “eixos de
transmissão com diferencial para veículos automóveis das posições 8701 a 8705”, que representou 20,2% das
importações estadunidenses do subgrupo e 15% das exportações brasileiras desse mesmo subgrupo. As
importações dos Estados Unidos desse SH cresceram, em média, 25,5% no período analisado, enquanto as
exportações brasileiras cresceram, em média, 220,6% no período.
Gráfico 26: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “autopeças” entre os anos de
2003-2008 (%).
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
México
14,44
18,00
20,33
22,22
18,70
21,40
China
10,44
14,23
18,33
21,21
18,16
19,55
Canadá
14,56
14,69
14,83
12,87
19,98
17,35
Japão
26,72
20,92
17,35
17,30
15,02
13,61
Alemanha
5,62
5,13
4,94
4,62
6,81
7,18
Outros
28,22
27,03
24,21
21,78
21,32
20,90
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Os cinco principais fornecedores para os Estados Unidos deste subgrupo, como indicado no Gráfico 26,
responderam por 79,1% das importações do país. Conforme dados apresentados no gráfico, verifica-se sensível
crescimento médio na participação de mercado da China, de 46% entre 2003 e 2008. No período, as importações
estadunidenses provenientes da China desse subgrupo variaram, em valor, US$ 1,7 bilhão. O México, líder de
112
mercado, apresentou crescimento médio em suas exportações para os Estados Unidos inferior ao chinês, de
40,1% ao ano, representando uma variação em valor no período de US$ 1,8 bilhão. O Japão, por sua vez, outrora
líder do mercado estadunidense desse subgrupo e, embora tenha aumentado o valor de suas exportações para o
país, apresentou ritmo de crescimento médio de 13,2% no período, não conseguindo acompanhar a rápida taxa
de expansão dos demais competidores. Em virtude disso, viu sua participação de mercado reduzir-se entre os
anos analisados. O Brasil foi o 7° principal fornecedor desse grupo de produtos em 2008, posição mantida durante
todo o período, quando nossas exportações cresceram, em média, 25,9% ao ano.
O subgrupo “demais máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos” também apresentou somente um
SH6 destaque, o SH 841290, descrito como “partes de outros motores e máquinas motrizes”. Esse SH6
representou 77,6% do valor das importações estadunidenses do subgrupo e 98,1% do valor das exportações
brasileiras. O Brasil teve, em 2008, participação de 24,4% nas importações desse SH, apresentando crescimento
médio de 309,2% em suas exportações entre 2003 e 2008, ao passo que as importações estadunidenses
cresceram 48,5% ao ano em média.
O subgrupo “fios, cabos e condutores para uso elétrico” apresentou como SH6 destaque somente o SH
854411, descrito como ”fios de cobre para bobinar, isolados para usos elétricos”, o qual representou 42,9% das
importações estadunidenses do subgrupo em 2008 e 85,8% das exportações brasileiras. O crescimento médio das
exportações brasileiras desse SH entre 2003 e 2008 foi de 48,6% ao ano, superior ao das importações
estadunidenses no mesmo período, de 23,5%, o que indica que o Brasil vem conquistando mercado. No último
ano da série, o Brasil foi o quarto principal fornecedor para o mercado, atrás somente do México, Canadá e China.
Para o subgrupo de produtos “geradores e transformadores, elétricos” houve três SH6 destaques. Esses
três SH representaram 51,9% das importações estadunidenses do subgrupo e 68,8% das exportações brasileiras
desse mesmo subgrupo. São eles:
- SH 850152, descrito “outros motores elétricos de corrente alternada, polifásicos, de potência > 750W e
=< 75kW”, com importações estadunidenses de US$ 739,9 milhões;
- SH 850153, descrito como “outros motores elétricos de corrente alternada, polifásicos, de potência >
75kW, com importações de US$ 606,7 milhões dos Estados Unidos; e
- SH 850423, descrito como “transformadores de dielétrico líquido, de potência > 10.000kVA”, com US$
1,1 bilhão importados pela economia estadunidense em 2008.
As exportações brasileiras para o primeiro SH representaram 9,2% das importações estadunidenses e
apresentaram crescimento médio de 34,6% entre 2003 e 2008, enquanto que, no mesmo período, as compras
dos Estados Unidos do mundo desse mesmo SH cresceram em ritmo superior, de 16,8% ao ano. Para o segundo
SH6 apresentado, a participação brasileira nas importações do subgrupo foi de 18,9% em 2008. O crescimento
médio das exportações brasileiras foi, em média, de 28,6% no período analisado e representou 32,8% do total
exportado pelo Brasil desse subgrupo (US$ 114,7 milhões), ao passo que as importações estadunidenses do
113
mundo desse SH cresceram, em média, 24,7% ao ano. Por fim, para o terceiro SH6, o crescimento médio das
importações dos Estados Unidos foi de 24,5% no período e o Brasil respondeu por 5,1% das importações do país,
com crescimento médio de 24% ao ano.
Gráfico 27: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “geradores e transformadores, elétricos” entre 2003-2008 (%).
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
China
21,35
28,91
28,63
27,95
42,41
49,58
Argentina
20,92
17,59
21,10
19,27
16,28
14,96
Chile
15,08
13,56
11,62
12,83
5,96
7,47
Brazil
2,29
3,07
5,63
5,03
4,85
5,71
Mexico
6,75
8,16
9,74
9,42
5,80
5,39
Outros
33,61
28,71
23,27
25,51
24,70
16,90
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Para este subgrupo, verifica-se que 83,1% das importações estadunidenses provêm dos cinco principais
fornecedores. Entre 2003-2008, as importações oriundas do Brasil apresentaram crescimento médio de 50,5%,
variando, em valor, US$ 66,9 milhões. A China, líder de mercado, cresceu em média 48,4% no período e é, depois
do Brasil, o país com maior incremento médio em suas exportações entre 2003-2008. Ademais, a variação em
valor apresentada pela China no período foi de US$ 574,9 milhões, o que a distanciou sensivelmente do segundo
colocado, a Argentina.
No subgrupo “máquinas e aparelhos de terraplanagem, perfuração” houve dois SH6 destaques. Esses
dois SH6 representaram, em 2008, 31,6% das importações estadunidenses do subgrupo e 82,7% das exportações
brasileiras. São eles:
- SH 842911, descrito como “bulldozers e angledozers, de lagartas, autopropulsores”, com importações
dos Estados Unidos totalizando US$ 320,4 milhões; e
- SH 842920, descrito como “niveladores”, com importações de US$ 271,6 milhões.
Ambos possuem expressiva participação brasileira no total importado pelos Estados Unidos. O primeiro,
de 22,8%; e o segundo, de 65,2%. Ademais, entre 2003-2008, o crescimento médio das exportações brasileiras foi
de 20,5% para o primeiro SH6 e de 33,3% para o segundo. Tal crescimento foi superior ao registrado pelas
importações estadunidenses do mundo para esses SH6, o qual foi, respectivamente, 19,1% e 25,1%.
114
No subgrupo “máquinas e aparelhos para trabalhar pedra e minério” foi identificado, também, um SH6
destaque, o SH 847490, descrito como “partes de máquinas e aparelhos da posição 8474”. O crescimento médio
das exportações brasileiras para esse SH entre 2003 e 2008 foi de 42,4%. Além disso, naquele último ano, esse
SH6 representou 66,4% das exportações brasileiras do subgrupo e o Brasil foi o quarto principal fornecedor para
os Estados Unidos. Em 2008 , a participação desse produto nas importações estadunidenses do subgrupo foi de
73,8% , com incremento médio de 18,9% entre 2003-2008.
O subgrupo “partes de motores para veículos automóveis” apresentou um SH6 destaque, o SH 840999,
descrito como “outras partes para motores diesel ou semi-diesel”. Esse SH correspondeu a 71,4% das exportações
brasileiras do subgrupo e 36% das importações estadunidenses em 2008. Ademais, entre 2003 e 2008, as
exportações brasileiras desse SH6 cresceram, em média, 17,9% ao ano, ao passo que as importações dos Estados
Unidos do mundo apresentaram crescimento médio de 14,8% ao ano.
Gráfico 28: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “partes de motores para
veículos automóveis” entre 2003-2008 (%).
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
México
21,32
23,71
23,19
24,62
27,35
26,70
Japão
27,36
26,42
24,60
20,88
20,70
18,90
Canadá
21,88
19,20
19,53
18,74
15,93
13,97
Alemanha
8,06
7,62
7,81
8,71
9,79
10,34
Brasil
5,74
6,38
6,44
7,39
6,79
7,33
Outros
15,63
16,67
18,45
19,66
19,45
22,77
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Nesse subgrupo, verifica-se que 77,2% das importações estadunidenses provêm dos cinco principais
fornecedores. Entre 2003-2008, as importações oriundas do Brasil apresentaram crescimento médio de 13,6%,
variando, em valor, US$ 260,3 milhões. O México, líder de mercado em 2008, apresentou crescimento médio em
suas importações de 13,2% no período, o que possibilitou que o país saísse da terceira para a primeira posição
entre os fornecedores do mercado. O pequeno crescimento médio apresentado pelo Japão, de 0,5% ao ano,
provocou perda da participação do país nos Estados Unidos, muito embora não tenha significado um decréscimo
no valor exportado. Destaca-se, ainda, a retração média de 1,1% das compras estadunidenses provenientes do
115
Canadá entre 2003 e 2008. Foi o único país, entre as principais origens de importações estadunidenses, para o
qual houve decréscimo nos valores comprados (US$ 60,4 milhões).
Outro subgrupo, dentre os selecionados com SH6 destacados, foi “plásticos e suas obras”, para o qual
houve cinco SH6 destaques. Esses SH6 corresponderam a 70,6% das importações estadunidenses do subgrupo e a
71,4% das exportações brasileiras desse mesmo subgrupo em 2008. São eles:
- SH 390110, descrito como “polietileno de densidade < 0,94, em forma primária”, com US$ 588,7
milhões importados pelos Estados Unidos;
- SH 390810, descrito como “poliamida -6, -11, -12, -6,6, -6,9, -6,10, ou -6,12, em forma primária”, com
US$ 360,3 milhões de importações estadunidenses;
- SH 392020, descrito como “chapas, folhas, tiras, fitas, películas, de polímeros de propileno, sem
suporte, não reforçadas”, com importações de US$ 713 milhões;
- SH 392062, descrito como “chapas, folhas, tiras, fitas, películas, de tereftalato de polietileno, sem
suporte, não reforçadas”, com US$ 415,4 importados pelos Estados Unidos; e
- SH 392190, descrito como “outras chapas, folhas, películas, tiras, lâminas, de plásticos”, com US$ 926,3
milhões de importação dos Estados Unidos;
Dentre esses SH6, o que apresentou maior crescimento médio nas compras externas estadunidenses,
entre 2003 e 2008, foi o SH 392190, com 10,9%. Para as exportações brasileiras, o SH 390810 foi o que
apresentou o maior crescimento no período (60,6%). Além do mais, a participação brasileira para esse último SH6
foi de 6,1% em 2008, ou seja, US$ 21,9 milhões.
Gráfico 29: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “pneumáticos e câmaras de
ar” entre 2003-2008 (%).
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
China
9,08
11,28
15,62
18,15
22,39
23,72
Canadá
26,23
23,88
22,19
20,83
18,31
17,14
Japão
25,59
22,91
21,79
20,44
16,51
16,25
Coreia do Sul
9,68
10,90
9,76
10,13
9,54
9,39
Tailândia
0,42
0,71
1,89
2,96
3,67
4,34
Outros
28,99
30,32
28,75
27,49
29,57
29,16
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
116
No subgrupo “pneumáticos e câmaras de ar”, o SH destaque foi o SH 401110, descrito como “pneus
novos de borracha dos tipos utilizados em automóveis de passageiros”, responsável por 73,2% das exportações
brasileiras do subgrupo em 2008 e 60% das importações dos Estados Unidos. O crescimento médio das
exportações brasileiras desses produtos entre 2003 e 2008 foi de 27,1% ao ano e a participação brasileira no total
importado pelo país foi de 4,8% naquele último ano.
As importações estadunidenses desse subgrupo cresceram, em média, 13% entre 2003 e 2008. As
principais origens responderam por 70,8% das importações dos Estados Unidos em 2008. A Tailândia foi o
fornecedor que apresentou maior crescimento médio entre 2003-2008, com 80,3%; ao passo em que a China, que
passou a ser o principal fornecedor a partir de 2007, cresceu em média 36,9% no período analisado, com variação
em valor de US$ 1,6 bilhão. O Brasil foi o sexto principal fornecedor para os Estados Unidos para esse subgrupo,
com 3,4% de participação em 2008 e crescimento médio de 16,5% no período analisado.
Por fim, no subgrupo “trens e materiais para vias férreas”, o SH6 destaque foi o SH 860799, “outras
partes de veículos para vias férreas”. Esse SH representou 68,2% das exportações brasileiras do subgrupo e teve
participação de 14,5% nas importações do mercado em 2008. O crescimento médio das exportações brasileiras
desse SH6 entre 2003 e 2008 foi de 40,6%.
•
Subgrupos “EM DECLÍNIO”
Na Tabela 26, indicamos os 14 subgrupos expressivos classificados como “em declínio” que, juntos,
totalizaram importações estadunidenses de US$ 20,9 bilhões em 2008. Desse total, o Brasil respondeu por US$
744,4 milhões, ou seja, 3,6% do valor importado pelos Estados Unidos.
O subgrupo “refrigeradores e congeladores” apresentou a maior retração no valor exportado pelo Brasil
entre 2003 e 2008, com queda de 48,6% ao ano no valor comercializado. Destaque para o SH 841821, descrito
como “refrigeradores de compressão, de uso da espécie doméstica”, que apresentou recuo médio de 68,5% no
período, o que representou uma diminuição de US$ 17,4 milhões no valor exportado pelo Brasil. Por outro lado,
os subgrupos com maiores valores exportados pelo Brasil em 2008 foram “compressores e bombas” e
“rolamentos e engrenagens”. Naquele, destaque para o crescimento das exportações brasileiras do SH 841490,
descrito como “outras partes de compressores de ar ou de outros gases”, o qual registrou crescimento médio de
14% entre 2003 e 2008 e valor exportado de US$ 26,2 milhões em 2008.
Quanto ao subgrupo de maior valor importado pelos Estados Unidos, “cátodos de cobre”, cabe ressaltar
que as exportações brasileiras do único SH6 que o compõe recuaram 26,2% entre 2003 e 2008, ao passo que as
importações estadunidenses cresceram 36,3% no mesmo período. Em valores, as exportações do Brasil retraíramse em US$ 14,2 milhões no período.
117
Tabela 26: Subgrupos de produtos de exportações expressivas classificados como “em declínio” do complexo Máquinas e Equipamentos.
Grupo
Subgrupo
Aquecedor e secador
Compressores e bombas
Máquinas e apars. p/
encher,
fechar,
etc.
recipientes
Máquinas e motores
Maquinas e apars. p/ fabr.
pasta celulósica e papel
Motores para veículos
autómoveis
Refrigeradores
e
congeladores
Rolamentos
e
engrenagens
Aparelhos p/ interrup.,
prot. de energia, suas
partes
Aparelhos transmissores e
Materiais elétricos e receptores
eletro-eletrônicos
Condensadores
eletr.
fixos,
variáveis
ou
ajustáveis
Pilhas,
baterias
e
acumuladores elétricos
Metais não-ferrosos
Catodos de cobre
Veículos automotores Motocicletas
e suas partes
Tratores
Cresc.
Crescimento
Importações dos
médio do
Participação
Nº
médio dos
Participação Principal
Importações dos
EUA
Brasil
do principal
de
concorrentes
brasileira concorrente
Classificação
EUA em 2008 (US$) provenientes do
entre
concorrente
SH6
entre 2003em 2008 (%)
em 2008
Brasil 2008 (US$)
2003em 2008 (%)
2008 (%)
2008 (%)
1
33.114.997
1.183.066
6,81
-4,53
3,57
Alemanha
33,87
Em declínio
4
4.555.347.639
252.463.963
9,80
-4,26
5,54
México
27,32
Em declínio
1
34.178.593
92.807
-3,01
-28,12
,27
Alemanha
21,29
Em declínio
2
326.038.786
10.391.207
3,32
-2,17
3,19
Itália
18,68
Em declínio
1
1.422.924.436
149.824.663
15,81
-11,00
10,53
Alemanha
45,30
Em declínio
3
445.948.419
643.691
-,01
-48,60
,14
China
49,08
Em declínio
7
4.451.862.768
249.923.188
14,61
8,76
5,61
Japão
19,80
Em declínio
1
80.441.049
67.842
60,49
-34,16
,08
México
70,16
Em declínio
1
61.265.738
3.180.465
-15,17
-30,84
5,19
China
38,12
Em declínio
3
208.348.791
4.745.670
3,94
-7,08
2,28
China
19,27
Em declínio
1
602.291.647
1.671.249
11,41
-33,05
,28
México
58,71
Em declínio
1
1
2
5.128.749.779
639.922.775
2.951.022.546
3.990.462
28.501.650
37.754.222
35,68
4,56
6,69
-26,21
-14,20
-2,74
,08
4,45
1,28
Chile
Japão
Japão
45,15
39,17
31,26
Em declínio
Em declínio
Em declínio
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
MODA
Segundo dados fornecidos pelo Global Trade Information System - GTIS, o complexo “Moda” respondeu,
em 2008, por 9,9% do total das importações dos Estados Unidos, ou seja, US$ 209,9 bilhões. Entre 2003-2008, as
compras estadunidenses de produtos nesse complexo cresceram, em média, 6,6%, variando, em valor, US$ 57,3
bilhões. O Brasil ocupou a trigésima quarta posição entre os principais parceiros comerciais do país, com
exportações de US$ 1,2 bilhão e participação de mercado de 0,6% em 2008. Nossas exportações decresceram,
entre 2003-2008, a uma taxa média anual de 8,8%, ou seja, no período analisado, o Brasil deixou de exportar US$
712,3 milhões para os Estados Unidos. Por outro lado, as importações oriundas da Ásia apresentaram sensível
expansão no período, notadamente as provenientes da China, com crescimento médio de 14,4%, e aquelas
provenientes do Vietnam, com incremento médio de 18,9% ao ano no período analisado.
118
Tabela27: Principais fornecedores do complexo “Moda” para os Estados Unidos em 2008 (por país e por região).
País
China
Índia
Israel
Valor importado pelos
Estados Unidos em
Participação (%)
Região
2008 (US$ milhões)
77.782,9
37,06 Ásia
11.735,8
5,59 Europa
10.264,2
México
9.789,4
Canadá
8.553,1
Vietnã
6.802,8
Itália
Outros
5.965,4
78.987,6
TOTAL
209.881,2
Valor importado pelos
Estados Unidos em
Participação (%)
2008 (US$ milhões)
128.813,6
61,37
28.003,3
13,34
4,89 América do Norte
4,66 Oriente Médio
4,08 América Central
3,24 África
2,84 América do Sul
37,63 Oceania
100,00 TOTAL
18.343,5
8,74
11.984,7
5,71
7.906,5
3,77
7.128,4
3,40
6.850,7
850,5
3,26
209.881,2
0,41
100,00
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
Dentre os principais produtos do complexo “Moda”, aqueles importados pelos Estados Unidos no ano
de 2008 foram: “outros diamantes não industriais, não montados, nem engastados” (SH 710239); “suéteres,
pulôveres e coletes de malha” (SH 611020); “outros calçados de couro natural” (SH 640399); “calças, jardineiras,
bermudas e shorts, de algodão, de uso feminino” (SH 620642); “artefatos de joalheria, de outros metais
preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos” (SH 711319); “Ouro em outras
formas brutas, para usos não monetários” (SH 710812); “calças, jardineiras, bermudas e shorts, de algodão, de
uso masculino” (SH 620342); “outros calçados de borracha ou plástico” (SH 640299); “camisetas (t-shirts) e
camisetas interiores de malha ou algodão” (SH 610910); e “suéteres, pulôveres, coletes e artigos semelhantes, de
malha, de fibras sintéticas ou artificiais” (SH 610030). Estes dez SH6 representaram, naquele ano, US$ 67,8
bilhões em importações estadunidenses.
Destacaram-se, no comércio com a China no período, as compras de “outros calçados de couro natural”
(SH 640399) e “outros calçados de borracha ou plástico” (SH 640299), representativas de 10,9% do total
importado pelos Estados Unidos daquele país para esse complexo. Da Índia, destaque para as importações de
“ouro em outras formas brutas, para usos não monetários” (SH 710812) e “artefatos de joalheria, de outros
metais preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos” (SH 711319) que
responderam por 44,4% das compras oriundas desse país para o complexo “Moda”. E, do México, destaque para
as compras de “prata em formas brutas” (SH 710691) e “calças, jardineiras, bermudas e shorts, de algodão, de
uso masculino” (SH 620342), que representam 25,8% do total.
Do Brasil, as importações estadunidenses concentram-se (44,68%) em “outros calçados de couro
natural” (SH 640399), “roupas de toucador ou de cozinha, de tecidos atoalhados, de algodão” (SH 630260),
“outros calçados de couro natural e sola exterior de couro” (SH 640359) e “ouro em outras formas brutas, para
usos não monetários” (SH 710812) que, juntas, totalizaram US$ 541,4 milhões no ano de 2008. Contudo, entre
119
2008-2009, as exportações brasileiras desse complexo retrocederam US$ 304,3 milhões, notadamente as
importações do SH 640399, que se contraíram em US$ 89,6 milhões.
Nos Estados Unidos, durante 2008 e 2009, a recessão econômica teve impacto significativo sobre as
vendas de joalheria, artigos de vestuário e de calçados. Apesar desse desempenho, a maioria dos jovens
consumidores estadunidenses ainda demonstra grande interesse por moda, tendências e estilos nas roupas,
calçados e acessórios que usa. Esses consumidores reduziram ou evitaram as compras dessas categorias de
produtos e estiveram mais atentos às flutuações nos preços, buscando por promoções. O estado atual da
economia deve afetar principalmente o crescimento do segmento de calçados.
Entretanto, nota-se que uma maior consciência ambiental entre os consumidores têm levado muitas
empresas nesse complexo a adotar práticas verdes. As empresas estão cada vez mais utilizando sua
responsabilidade social empresarial (RSE) como ferramenta para promover e melhorar sua imagem pública com o
objetivo de fidelizar e atrair consumidores. Desse modo, produtos associados à conservação de recursos,
minimização de desperdício, redução das emissões de carbono ou oriundos de práticas ambientais sustentáveis
(como os produtos orgânicos ou comércio justo (fair trade, em inglês161) estão conquistando cada vez mais
espaço no mercado estadunidense. Esta tendência é muito clara em relação às marcas consideradas de luxo. Em
uma pesquisa recente, o Luxury Institute162 de Nova Iorque apontou que os consumidores mais jovens e de maior
poder aquisitivo costumam buscar informações sobre a responsabilidade social envolvida nos produtos que
compram e se mostram dispostos a pagar um preço maior por produtos percebidos como ambientalmente
responsáveis. É claro que, dada a situação econômica adversa, as vendas destes produtos considerados premium
devem apresentar retração no curto prazo. As empresas de maior sucesso nesse contexto serão aquelas que
conseguirem oferecer esses atributos de valor sem onerar os preços repassados aos consumidores. Em todo caso,
o mercado para produtos ecológicos apresenta perspectivas positivas de crescimento nos Estados Unidos, na
medida em que crescem as pressões populares por legislações que minimizem o impacto ao meio ambiente das
atividades industriais.
No segmento de vestuário verifica-se, ainda, o aumento nas vendas de vestidos, saias e ternos
masculinos entre 2008 e 2009. Os vestidos são cada vez mais comuns entre as mulheres, ao passo que os homens
substituem o estilo casual por visuais mais sofisticados. Apesar do preço relativamente alto, os ternos estão,
novamente, se tornando uma espécie de necessidade. Com o desemprego em alta, os consumidores mostram-se
preocupados com as perspectivas futuras em seus trabalhos. Como resultado, os homens, notadamente os mais
161
O Comércio Justo (CJ)é um movimento social e econômico que pretende construir uma alternativa ao comércio
convencional. Ao contrário deste, que tem em conta apenas critérios econômicos, o CJ rege-se também por valores éticos
que incluem aspectos sociais e ambientais. Significa colocar o comércio, quer de produtos quer de serviços, efetivamente ao
serviço das pessoas, buscando o desenvolvimento sustentável das comunidades locais e do mundo como um todo. O que
implica um trabalho digno para todas as pessoas envolvidas e a adequação das atividades econômicas às suas necessidades e
aos seus interesses.
162
O Luxury Institute, sediado em Nova Iorque, é uma empresa privada de pesquisas acerca do segmento de produtos e
serviços de alto padrão.
120
jovens, desejam aparentar maior responsabilidade e empregabilidade com o intuito de manter-se no emprego,
elevando assim as vendas do produto163. De maneira geral, observa-se um crescente aumento dos gastos dos
consumidores do sexo masculino com artigos de vestuário, relojoaria e calçados nos últimos anos. Em 2008, 75%
dos homens compraram suas próprias roupas, enquanto em 1995 somente 52% faziam o mesmo. Muitas marcas,
anteriormente focadas em moda feminina, vêm investindo no desenvolvimento de linhas de produtos orientadas
aos homens. Segundo informações do NPD Group164, as vendas de roupas masculinas cresceram 0,9% no ano
fiscal terminado em maio de 2009, ao passo que as vendas de roupas femininas apresentaram decréscimo de
3,5% no período. Todavia, as vendas de roupas para mulheres ainda representa 65% do mercado de vestuário
adulto nos Estados Unidos, estimado em US$ 155 bilhões.
Além disso, o mercado para roupas em tamanhos grandes (plus size) também tem se mostrado
promissor. No passado, as opções para esses consumidores eram limitadas e as roupas frequentemente não
seguiam tendência de moda alguma. A demanda por peças mais sofisticadas, contudo, cresceu com o aumento da
população com sobrepeso no país. Estima-se que essa parcela da população represente 44,9% do total em 2012.
Varejistas e designers perceberam a necessidade crescente dessa linha de roupas no mercado e hoje lojas
tradicionais dedicam seções especiais a esses clientes. Ademais, o número de lojas destinadas somente a esse
público também aumentou nos últimos anos.
Ao longo da primeira metade da última década, os tradicionais varejistas de vestuários e calçados nos
Estados Unidos, como as lojas de departamentos, perderam espaço para hipermercados como Wal-Mart e Target
na venda destas categorias de produtos. Nos últimos anos houve um aumento de popularidade de varejistas
especializados como H&M, Zara ou Forever 21 que oferecem roupas de melhor qualidade a preços mais
acessíveis. O sucesso desses varejistas também deslocou as vendas das marcas tradicionais, como a Gap. Todavia,
enquanto as lojas físicas apresentam contração nas vendas, o comércio eletrônico é uma das únicas áreas de
crescimento positivo para os varejistas que atuam com ambos os formatos. Estima-se que o comércio eletrônico
de artigos de vestuário, joalheria e calçados deva crescer 130% entre 2008 e 2013.
Em 2008, as principais corporações envolvidas no comércio desses produtos nos Estados Unidos, tendo
em conta sua participação de mercado, foram o Wal-Mart Stores Inc, com 3,4% de market-share, Gap Inc com
3,2%, VF Corp., empresa proprietária das marcas Lee, Nautica, Wrangler e The North Face, entre outras, com
1,8%, Limited Brands Inc, proprietária da marca Victoria´s Secret, com 1,6% de mercado, Nike Inc, com 1,4%,
Adidas America Inc, com 1,1%, e Abercrombie & Fitch, com outros 1,1% de participação.
163
Clothing and Footwear - US. Euromonitor International.
O Grupo NPD, fundado em 1967, é uma empresa privada de consultoria especializada na pesquisa do comportamento de
consumo de diversos segmentos varejistas. Para mais informações, acessar: www.npd.com.
164
121
Gráfico 30: Vendas de artigos de vestuário e calçados entre 2003 e 2008 (US$ bilhões).
330,6
338,0
45,9
47,1
46,7
329,3
42,8
318,8
294,7
304,5
43,3
44,7
251,4
259,8
272,9
283,5
291,3
286,5
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Artigos de vestuário
Calçados
Fonte: Euromonitor International. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
•
Subgrupos “A DESENVOLVER”
Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que têm perspectivas de exportação para os
Estados Unidos são listados na Tabela 28. Esses subgrupos têm em comum o fato do Brasil ser especialista na sua
exportação para o mundo165 e o mercado estadunidense apresentar bom nível de dinamismo166. A conjunção
desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas precisam ser trabalhadas,
numa estratégia de abertura do mercado estadunidense. Daí porque esses subgrupos de produtos são
denominados como “A desenvolver”.
Grupos
Calçados e suas partes
Tabela 28: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo Moda.
Crescimento médio
Nº de Importações dos EUA
Subgrupos
anual das imp. dos EUA
Dinamismo
SH6
em 2008 (US$)
entre 2003 - 2008 (%)
Calçados
15
6.564.765.073
11,51
Intermediário
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
VCR do
Brasil
0,87
165
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais importante do que na pauta de
exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida por meio do cálculo da vantagem comparativa
revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre este assunto são fornecidas na metodologia encontrada no Anexo 1.
166
Constata-se que alguns grupos de produtos estadunidenses são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações crescem em um ritmo mais
acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de produtos, maior é o crescimento de suas importações e mais
atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram então selecionados os subgrupos de produtos estadunidenses considerados muito dinâmicos,
dinâmicos e de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na metodologia, no Anexo 1.
122
Em “calçados”, foram identificados três SH6 destaques entre os quinze que compõem o subgrupo, que
representaram 64,8% do total importado pelos Estados Unidos em 2008. São eles:
- SH 640199, descrito como “outros calçados impermeáveis de borracha ou plástico, sem costura”, que
apresentou importações de US$ 21,6 bilhões em 2008;
- SH 640411, descrito como “calçados para esporte, calçados para tênis, basquetebol, ginástica, de
materiais têxteis, com sola de borracha ou plástico”, com valor importado de US$ 387,6 milhões no ano de 2008;
e
- SH 640299, descrito como “outros calçados de borracha ou plástico”, com importações de US$ 3,8
bilhões em 2008.
Este último SH6 respondeu por 58,5% das importações totais do subgrupo no ano de 2008. Trata-se do
produto de maior valor exportado pelo Brasil. Naquele ano, o Brasil exportou US$ 34,1 milhões para os Estados
Unidos. Contudo, entre 2003 e 2008, as exportações brasileiras apresentaram decréscimo médio de 0,8% ao ano,
ao passo que as compras estadunidenses do SH6 expandiram-se 9,2% ao ano.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
Tabela 29: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” de exportações expressivas.
Importações Crescimento
Crescimento
Participação
Nº Importações
dos EUA
médio dos
Participação Principal
médio do
do principal
Grupos
Subgrupos
de
dos EUA em provenientes concorrentes
brasileira concorrent
concorrente
Brasil entre
SH6 2008 (US$)
do Brasil 2008 entre 2003em 2008 (%) e em 2008
2003-2008 (%)
em 2008 (%)
(US$)
2008 (%)
Artigos de joalheria de
1
32.464.345
1.865.034
1,15
9,66
5,74
China
19,27
Metais e pedras metais preciosos
preciosas
Pedras
preciosas
e
2
388.622.802
29.882.822
7,32
11,75
7,69
Índia
23,86
semipreciosas
Peles, peleteria e
couros e seus
artefatos(exceto Produtos do couro
5
79.561.620
7.116.915
-1,50
22,53
8,95
China
30,06
calçados e suas
partes)
Demais produtos têxteis
7
531.835.304
35.777.194
1,35
23,59
6,73
México
13,12
Fios de algodão
3
28.948.894
773.297
1,22
6,30
2,67
Canadá
28,11
Têxteis
Fios
sintéticos
ou
2
26.979.972
1.243.371
20,30
32,97
4,61
Japão
25,32
artificiais
Tecidos de algodão
6
33.893.734
2.184.309
-15,45
28,06
6,44
Itália
28,50
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
As importações dos Estados Unidos dos subgrupos “a consolidar” alcançaram US$ 1,1 bilhão em 2008,
ano em que o Brasil exportou para o país aproximadamente US$ 78,8 milhões em produtos relacionados a esses
subgrupos. As exportações brasileiras para esses subgrupos de produtos cresceram, em média, de 19,27% entre
os anos de 2003 e 2008, notadamente o apresentado pelo SH 540720, descrito como “tecidos de filamentos
123
sintéticos obtidos a partir de lâminas ou de formas semelhantes”, de 188,6% no período, e pelo SH 521059,
descrito como “outros tecidos de algodão estampados, com fibras sintéticas ou artificiais”, de 155,5%. Esses dois
SH6 representaram exportações brasileiras de US4 5,3 milhões em 2008. Cabe ressaltar que, em 2008, a
participação brasileira desse último SH no mercado estadunidense foi de 55,4%.
Não houve SH6 identificados como destaques para este complexo.
•
Subgrupos “EM DECLÍNIO”
Abaixo estão indicados os subgrupos de exportações expressivas classificados como “em declínio”. Esses
produtos somaram importações estadunidenses de US$ 24,6 bilhões em 2008. O Brasil respondeu por US$ 904,5
milhões do total importado pelo no ano.
Dos produtos classificados como “em declínio”, o subgrupo “partes de calçados foi o que apresentou
maior queda das exportações brasileiras, porém tanto as importações estadunidenses quanto as exportações
brasileiras para os Estados Unidos apresentaram valores baixos comparando-se com os demais produtos
classificados como de exportações expressivas. Embora também tenha apresentado queda, o subgrupo
“calçados” foi,, dos produtos classificados como “em declínio”, o mais exportado pelo Brasil para os Estados
Unidos.
Tabela 30: Subgrupos de produtos classificados como “em declínio” de exportações expressivas.
Grupo
Calçados e suas
partes
Higiene pessoal e
cosméticos
Material esportivo
Metais e pedras
preciosas
Peles, peleteria e
couros
e
seus
artefatos(exceto
calçados e suas
partes)
Têxteis
Subgrupo
Calçados
10
Partes de calçados
1
Higiene pessoal e
6
cosméticos
Material esportivo
1
Demais metais e
4
pedras preciosas
Couro
Chapéus
semelhantes
Confecções
Fios de seda
12.601.166.122
245.751
472.719.293
1.566
Cresc. médio
dos
concorrentes
entre 20032008 (%)
2,95
-16,67
426.939.578
53.151.702
Importações dos
Nº
Importações dos EUA
EUA
de
em 2008 (US$)
provenientes do
SH6
Brasil 2008 (US$)
13
e
Cresc. médio
Participação
Participação Principal
do Brasil
do principal
brasileira concorrente
Classificação
entre 2003concorrente
em 2008 (%)
em 2008
2008 (%)
em 2008 (%)
-13,75
-60,54
3,75
0,64
China
Alemanha
68,11
29,79
Em declínio
Em declínio
10,36
2,99
12,45
Argentina
14,22
Em declínio
87.395.112
7.300.489
-7,06
-7,83
8,35
China
69,88
Em declínio
6.753.149.193
111.689.704
18,23
-9,36
1,65
Canadá
42,76
Em declínio
574.364.076
92.582.248
-3,90
-1,20
16,12
Itália
30,58
Em declínio
1
8.066.614
543.359
9,91
-1,88
6,74
Portugal
47,75
Em declínio
17
4.225.233.645
166.526.512
14,76
-1,10
3,94
28,67
Em declínio
1
5.367.016
61.670
17,87
-32,98
1,15
China
Rep.
Dominicana
31,69
Em declínio
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
124
TECNOLOGIA E SAÚDE / ENTRETENIMENTO / MULTISSETORIAL
Nesta seção apresentaremos os produtos relacionados aos complexos de “Entretenimento”,
“Tecnologia e Saúde” e aqueles classificados como “Multissetorial”. Este último englobará os subgrupos de
produtos que podem ser incluídos em mais de um complexo ou em outro complexo não listado anteriormente.
O complexo “Multissetorial” representou, em 2008, 29,59% do total das importações dos Estados
Unidos, ou seja, US$ 622,5 bilhões. Entre 2003 e 2008, o complexo registrou crescimento médio de 23%,
variando, em valor, consideráveis US$ 401,2 bilhões. Os principais produtos importados pelos Estados Unidos
desse complexo, em 2008, foram: “óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos” (SH 270900), “óleos
brutos de petróleo ou de minerais betuminosos e preparações, exceto desperdícios” (SH 271019), “óleos leves de
petróleo ou de minerais betuminosos e preparações, exceto desperdícios” (SH 271011) e “gás natural no estado
gasoso” (SH 271121). Estas quatro mercadorias representaram 75,7% das importações estadunidenses do
complexo “Multissetorial”. O Canadá, principal fornecedor nesse complexo, exportou US$ 155,7 bilhões para os
Estados Unidos naquele ano, notadamente dos SH6 270900 e 271121.
O complexo “Entretenimento”, que reúne principalmente instrumentos musicais e obras de arte (tais
como quadros e antiguidades), representou, em 2008, 0,4% do total comprado pelos Estados Unidos do mundo,
ou seja, US$ 8,9 bilhões. “quadros, pinturas e desenhos, feitos inteiramente à mão” (SH 970110), “antiguidades
com mais de cem anos” (SH 970600), “produções originais de arte estatuária ou de escultura, de quaisquer
matérias” (SH 970300) e “outros instrumentos musicais cujo som é produzido ou amplificado por meios elétricos,
como órgãos, guitarras, acordeões” (SH 920790) responderam por 82,7% desse total. Importante destacar a
relevância do mercado de arte nas importações estadunidenses desse complexo. Entre 2003 e 2008, essas
importações cresceram, em média, 9,2%, variando, em valor, US$ 3,2 bilhões. A França e o Reino Unido
destacam-se entre os principais fornecedores do mercado e, juntos, representaram 42,8% destas importações.
Por fim, as importações dos Estados Unidos do complexo “Tecnologia e Saúde” somaram US$ 189,9
bilhões no ano de 2008, o equivalente a 9% do total que o país importou do mundo. Entre os principais produtos
comprados destacam-se: “outros medicamentos contendo produtos misturados, para fins terapêuticos ou
profiláticos, em doses, para venda a retalho” (SH 300490), “outros compostos heterocíclicos” (SH 293499),
“outros instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia ou veterinária” (SH 901890) e “outros compostos
heterocíclicos exclusivamente de heteroátomo(s) de nitrogênio - azoto” (SH 293399). Juntos, esses produtos
representaram 30,4% das compras estadunidenses nesse complexo. Os principais fornecedores no ano de 2008
foram a Irlanda e a Alemanha que, juntas, respondem por 24,3% do mercado dos Estados Unidos. Entre 2003 e
2008, as importações estadunidenses cresceram a uma taxa média de 10,4% ao ano, variando, em valor, US$ 74,2
bilhões.
125
EXPORTAÇÕES INCIPIENTES
•
Subgrupos “A DESENVOLVER”
Os subgrupos de produtos com exportações incipientes que apresentam perspectivas positivas de
exportação para os Estados Unidos são listados na Tabela 31. Esses subgrupos possuem em comum o fato do
Brasil ser especialista na sua exportação para o mundo167 e do mercado estadunidense apresentar bom nível de
dinamismo168. A conjunção desses dois fatores indica que há chances para as exportações brasileiras, mas elas
precisam ser trabalhadas, numa estratégia de abertura do mercado estadunidense. Daí a razão desses subgrupos
de produtos serem denominados “a desenvolver”.
Na tabela estão indicados indicam-se os três subgrupos de produtos que apresentam essas
características. Estes produtos apresentaram valor importado pelos Estados Unidos de US$ 453,3 bilhões no ano
de 2008, notadamente as compras de “petróleo e derivados de petróleo”. As exportações brasileiras atendem
somente 1,8% do total importado pelo país, embora tenham somado pouco mais US$ 8 bilhões em 2008.
Contudo, as compras oriundas do Brasil crescem em ritmo superior às importações totais dos Estados Unidos
desse subgrupo de produtos, 48,2% ao ano. Para esse subgrupo foram identificados dois SH6 como destaques, o
SH 270900, descrito como “óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos” e o SH 271011, descrito como
“óleos leves de petróleo ou de minerais betuminosos e preparações, exceto desperdícios”. Esses SH6 são
responsáveis por 88,8% das importações do subgrupo e apresentaram crescimento médio das compras
estadunidenses de 28,3% e 25,8%, respectivamente, entre 2003 e 2008.
Tabela 31: Subgrupos de produtos classificados como “a desenvolver” do complexo Multissetorial e Outros.
Crescimento médio
Nº de Importações dos EUA
Subgrupos
anual das importações
Dinamismo
Grupos
SH6
em 2008 (US$)
dos EUA 2003 - 2008 (%)
Petróleo e derivados de Petróleo e derivados de
39
444.385.152.883
26,12
Intermediário
petróleo
petróleo
Ferro-ligas
11
3.234.786.626
34,88
Intermediário
Produtos laminados planos de
Produtos metálurgicos
61
5.703.178.159
26,16
Muito dinâmico
ferro ou aço
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
VCR do
Brasil
0,88
1,20
0,96
No subgrupo “ferro-ligas”, foram identificados três SH6 destaques, a saber: SH 720219, descrito como
“outras ligas de ferromanganês”, que responde pela maior parte das vendas brasileiras para o país nesse
subgrupo (US$ 7,2 milhões); SH 720221, descrito como “ferrossilício, contendo em peso > 55% de silício”; e o SH
167
O Brasil é especialista na exportação de um produto quando, na pauta de exportações brasileira, este produto é mais importante do que na pauta de
exportações do mundo. A especialização de um país na exportação de determinado produto é medida por meio do cálculo da vantagem comparativa
revelada (VCR). Explicações mais detalhadas sobre este assunto são fornecidas na metodologia encontrada no Anexo 1.
168
Constata-se que alguns grupos de produtos estadunidenses são mais dinâmicos que outros, ou seja, suas importações crescem em um ritmo mais
acelerado que as importações mundiais. Efetivamente, quanto mais dinâmico é um grupo de produtos, maior é o crescimento de suas importações e mais
atraente ele se torna para os exportadores brasileiros. Foram então selecionados os subgrupos de produtos estadunidenses considerados muito dinâmicos,
dinâmicos e de dinamismo intermediário. As faixas de dinamismo utilizadas no estudo estão descritas na metodologia, no Anexo 1.
126
720230, descrito como “ferrossilício-manganês”, que representou o SH mais importado pelos Estados Unidos
desse subgrupo em 2008 (US$ 433 milhões). Cabe destacar que não houve exportações brasileiras deste último
SH6 no ano de 2008 e que o valor total das vendas brasileiras para os Estados Unidos naquele ano para esses três
produtos somou US$ 8,6 milhões.
O último subgrupo “a desenvolver”, definido como “produtos laminados planos de ferro ou aço”
apresenta treze SH6 destaques, que correspondem a 48,1% das importações estadunidenses do subgrupo. Dentre
esses produtos, os mais importados pelo país no ano de 2008 foram:
- SH 720839, descrito como “produtos laminados planos, de ferro ou aços não ligados, de largura =>
600mm, em rolos, laminados a quente, de espessura < 3mm, não folheados nem revestidos”, com valor de
importações de US$ 923,3 milhões e 26,6% de crescimento médio para estas compras entre os anos de 2003 e
2008;
- SH 720851, descrito como “produtos laminados planos, de ferro ou aços não ligados, de largura =>
600mm, não enrolados, laminados a quente, de espessura > 10mm, não folheados nem revestidos”, com US$
544,8 milhões importados pelos Estados Unidos, taxa de crescimento médio de 55% entre 2003 e 2008 e
exportações brasileiras de US$ 8,4 milhões no último ano da série; e
- SH 720487, descrito como “produtos laminados planos, de ferro ou aços não ligados, de largura =>
600mm, em rolos, laminados a quente, de espessura => 4,75mm e => 10mm, não folheados nem revestidos”, com
US$ 397,8 milhões importados pelos Estados Unidos e taxa de crescimento médio de 50,4%.
EXPORTAÇÕES EXPRESSIVAS
•
Subgrupos “A CONSOLIDAR”
As importações estadunidenses dos subgrupos “a consolidar” alcançaram, em 2008, US$ 20,7 bilhões
para o complexo “Multissetorial”; US$ 115 milhões para o complexo “Entretenimento e US$ 7 bilhões para
“Tecnologia e Saúde”. A participação brasileira nessas importações foi de 6,8% para o primeiro complexo, 1,8%
para o segundo e 14,4% para o terceiro.
Entre os produtos classificados no complexo “Multissetorial” foram identificados SH6 destaques para os
subgrupos “barras, perfis, fios, chapas, e tiras de alumínio”, “demais produtos de borracha e suas obras”, “ferroligas”, “fio-máquina e barras de ferro ou aço”, “minérios de alumínio”, “papel e suas obras” e “produtos
laminados planos de ferro ou aço”.
127
Tabela 32: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” de exportações expressivas do complexo “Multissetorial”.
Importações Crescimento
Crescimento
Participação
Importações
dos EUA
médio dos
Participação Principal
Nº de
médio do
do principal
Grupos
Subgrupos
dos EUA em
provenientes concorrentes
brasileira concorrente
SH6
Brasil entre
concorrente
2008 (US$)
do Brasil 2008 entre 2003em 2008 (%) em 2008
2003-2008 (%)
em 2008 (%)
(US$)
2008 (%)
Borracha e suas Demais produtos de
20
1.841.974.332
115.516.726
14,42
12,52
6,27
México
20,50
obras
borracha e suas obras
Colas e enzimas Colas e enzimas
2
282.056.455
28.227.710
9,67
10,36
10,01
França
16,78
Instrumentos de
Instrumentos musicais
2
115.021.523
2.059.519
7,80
16,43
1,79
China
26,78
precisão
Barras,perfis,fios,chapas
Metais
não4
2.836.698.404
62.111.025
13,14
18,84
2,19
Canadá
40,71
e tiras,de alumínio
ferrosos
Ligas de alumínio
1
3.774.320.813
212.449.921
12,68
17,10
5,63
Canadá
62,68
Papel e celulose Papel e suas obras
14
2.272.232.252
218.555.668
7,14
8,92
9,62
Canadá
30,75
Pólvora
Pólvora
1
55.814.927
4.433.432
3,77
6,10
7,94
México
25,04
Ferro-ligas
4
1.044.273.364
247.601.512
48,41
30,29
23,71
África do Sul
34,08
Fio-máquinas e barras de
Produtos
8
2.703.388.331
184.947.373
17,89
19,62
6,84
Canadá
21,29
ferro ou aço
metálurgicos
Produtos
laminados
20
5.137.703.465
172.059.247
21,82
20,85
3,35
China
22,80
planos de ferro ou aço
Minérios de aluminio
1
517.808.805
146.320.921
15,79
34,50
28,26
Jamaica
20,85
Produtos minerais
Minérios de manganês
1
154.449.739
19.282.415
37,98
339,72
12,48
Gabão
55,16
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
No subgrupo “barras, perfis, fios, chapas e tiras de alumínio” foi identificado apenas um SH6 destaque.
O SH 760711, descrito como “folhas e tiras, de alumínio, de espessura => 0,2mm, sem suporte, simplesmente
laminadas”, respondeu por 29,5% das exportações brasileiras do subgrupo em 2008, ou seja, US$ 18,3 milhões
em vendas, o equivalente a 4% das importações estadunidenses totais do produto. Ademais, entre 2003 e 2008,
as importações brasileiras registraram crescimento médio de 50,3%.
Em “demais produtos de borracha e suas obras” houve cinco SH6 destaques. Esses SH6 corresponderam
a 58,6% das importações estadunidenses do subgrupo e a 82% das exportações brasileiras desse mesmo
subgrupo em 2008. São eles:
- SH 400219, descrito como “outras borrachas de estireno-butadieno ou de estireno-butadienocarboxiladas, em formas primárias ou em chapas, folhas ou tiras”, que registrou US$ 28,5 milhões em exportações
brasileiras, o correspondente a 5,5% do total importado pelos Estados Unidos desse produto;
- SH 400220, descrito como “borracha de butadieno (br), em formas primárias ou em chapas, folhas ou
tiras”, com exportações brasileiras de US$ 26,9 milhões, ou seja, 11,8% das importações estadunidenses do
produto;
- SH 400270, descrito como “borracha de etileno-propileno-dieno (epdm) não conjugada, em formas
primárias ou em chapas, folhas ou tiras”, que apresentou US$ 25 milhões em exportações brasileiras,
representativas de 17,4% das importações dos Estados Unidos do produto;
- SH 400690, descrito como “outras formas e artigos, de borracha não vulcanizada”, que registrou
exportações brasileiras de US$ 9,2 milhões em 2008, ou seja, 19,4% do total importado pela economia
estadunidense; e
128
- SH 400932, descrito como “tubos de borracha vulcanizada não endurecida, reforçados ou associados
apenas com matérias têxteis, com acessórios”, com exportações brasileiras de US$ 5 milhões, o equivalente 3,4%
das importações dos Estados Unidos do produto.
Dentre esses SH6, o mais importado pelo país em 2008 foi o SH 400219, representativo de 28% das
importações do subgrupo; ao passo que o SH 400220 foi o que apresentou maior crescimento médio das
importações estadunidenses entre 2003 e 2008, 23,5% ao ano. Para as exportações brasileiras, o maior
crescimento médio foi registrado foi para o SH 400932, de 105,5% entre 2003 e 2008. De maneira geral, a
exceção do SH 400270, as exportações brasileiras de todos os demais produtos apresentaram crescimento médio
superior ao registrado para as importações dos Estados Unidos.
O subgrupo “ferro-ligas”, por sua vez, apresentou somente um SH6 destaque, o SH 720293, descrito
como “ferronióbio”, o qual representou 92,7% das exportações brasileiras do subgrupo em 2008. O Brasil é
responsável pelo abastecimento de 91,6% do mercado estadunidense para este SH6.
Para o subgrupo “fio-máquinas e barras de ferro ou aço” houve três SH6 destaques, os quais
corresponderam a 64,7% das importações estadunidenses do subgrupo e 93,2% das exportações brasileiras desse
mesmo subgrupo. São eles:
- SH 721391, descrito como “fio-máquina de ferro ou aços não ligados, de seção circular de diâmetro <
14mm”, que registrou exportações brasileiras de US$ 114,9 milhões, representativas de 12,5% do total importado
pela economia estadunidense no ano de 2008;
- SH 722830, descrito como “barras de outras ligas de aços laminadas, estiradas ou extrudadas a
quente”, com exportações brasileiras de US$ 22,7 milhões, equivalentes a 4,7% do total importado pelos Estados
Unidos em 2008; e
- SH 722850, descrito como “barras de outras ligas de aços, obtidas ou completamente acabadas a frio”,
que apresentou exportações brasileiras de US$ 34,9 milhões, ou seja, 9,9% das importações estadunidenses desse
produto.
O único SH6 que compõe o subgrupo “minérios de alumínio” também foi identificado como destaque.
Trata-se do SH 260600, descrito como “minérios de alumínio e seus concentrados”. O Brasil é o principal
fornecedor para os Estados Unidos do produto.
Em “papel e suas obras” foram identificados dois SH6 em destaque, que somam 66,6% das exportações
brasileiras do subgrupo e 21,2% das importações estadunidenses. São eles:
- SH 480256, descrito como “papéis contendo =< 10% de fibras obtidas por processo mecânico, de peso
=> 40g/m2, mas não > 150g/m2, em folhas nas quais um lado =< 435mm e o outro =< 297mm, quando não
dobradas”, com importações dos Estados Unidos de US$ 447 milhões em 2008. Desse total, US$ 138,7 milhões
foram oriundos do Brasil (31%); e
129
- SH 481320, descrito como “papel para cigarros, em rolos de largura =< 5cm”, que registrou
importações de US$ 34,8 milhões em 2008, das quais US$ 6,8 milhões provenientes do Brasil.
Outro subgrupo com SH6 destaques é o de “produtos laminados planos de ferro ou aço”, de onde se
sobressaem dois SH6, a saber:
- SH 721932, descrito como “produtos laminados planos, de aços inoxidáveis, laminados a frio, de
largura => 600mm, de espessura => 3mm e < 4,75mm”, que apresentou importações estadunidenses de US$ 120
milhões em 2008, das quais US$ 9,1 oriundas do Brasil; e
- SH 721990, descrito como “outros produtos laminados planos, de aços inoxidáveis, de largura =>
600mm”, com importações de US$ 167,1 milhões no ano de 2008, das quais US$ 17 milhões provenientes do
Brasil.
Estes SH6 representam 15,1% do total importado pelos Estados Unidos desse subgrupo e 5,6% do total
exportado pelo Brasil no ano de 2008. Para o SH 721932, verifica-se que o Brasil apresenta ritmo médio de
crescimento do valor exportado superior àquele registrado para as importações dos Estados Unidos no período
entre 2003 e 2008. Enquanto, as importações estadunidenses crescem a 17,8% ao ano, as exportações do Brasil
para o país aumentam em média 23,7%.
Gráfico 31: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “produtos laminados” entre
2003-2008 (%).
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
China
0,60
6,42
7,09
15,75
17,61
22,80
Canadá
29,39
14,46
18,83
12,77
16,63
21,53
México
15,14
10,71
12,04
7,34
9,66
8,20
Coreia do Sul
1,62
3,31
4,38
4,91
3,96
5,97
Taiwan
2,53
8,61
4,87
9,47
4,45
5,51
Outros
50,71
56,49
52,79
49,76
47,69
35,99
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
No ano de 2008, o Brasil foi o 10° maior fornecedor do conjunto de bens do subgrupo “produtos
laminados”. Cabe destacar que, naquele ano, as exportações brasileiras registraram o menor valor desde 2004. O
crescimento da China, no que tange às suas exportações para o mercado, é relevante. Entre 2003 e 2008, o país
cresceu, em média, 152% ao ano; alcançando US$ 1,2 bilhão exportados em 2008 contra os US$ 11,5 milhões
130
exportados em 2003. Os principais fornecedores do subgrupo correspondiam, em 2003, a 49,3% das importações
estadunidenses. Já em 2008, representavam 64% das compras externas dos Estados Unidos do subgrupo.
No complexo “Entretenimento”, o subgrupo de produtos apontado como oportunidade de mercado “a
consolidar” foi o de “instrumentos musicais”, no qual estão classificados dois SH6: o SH 920510, definido como
“instrumentos musicais de sopro denominados metais” e o SH 920992, descrito como “partes e acessórios de
instrumentos musicais de cordas”. O primeiro desses SH6 responde por 66,8% do total das exportações brasileiras
do subgrupo, embora represente apenas 2,2% do total importado pelos Estados Unidos do produto.
Tabela 33: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” de exportações expressivas do complexo “Entretenimento”.
Importações Crescimento
Crescimento
Participação
Importações
dos EUA
médio dos
Participação Principal
Nº de
médio do
do principal
Grupos
Subgrupos
dos EUA em provenientes concorrentes
brasileira concorrente
SH6
Brasil entre
concorrente
2008 (US$)
do Brasil 2008 entre 2003em 2008 (%) em 2008
2003-2008 (%)
em 2008 (%)
(US$)
2008 (%)
Instrumentos de Instrumentos
2
115.021.523
2.059.519
7,80
16,43
1,79
China
26,78
precisão
musicais
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Por fim, para o complexo “Tecnologia e Saúde”, dos quatro subgrupos que o compõem, três possuem SH6
identificados como destaques: “produtos farmacêuticos”, “produtos químicos inorgânicos” e “produtos químicos
orgânicos.
Tabela 34: Subgrupos de produtos classificados como “a consolidar” de exportações expressivas do complexo “Tecnologia e Saúde”.
Importações Crescimento
Participação
Crescimento
Importações
dos EUA
médio dos
Participação Principal
do principal
Nº de
médio do
Grupos
Subgrupos
dos EUA em provenientes concorrentes
brasileira em concorrente
SH6
concorrente
Brasil entre
2008 (%)
em 2008
2008 (US$)
do Brasil 2008 entre 2003em 2008 (%)
2003-2008 (%)
(US$)
2008 (%)
Produtos
Produtos
2
491.687.249
78.399.324
17,85
117,63
15,94
Japão
17,24
farmacêuticos farmacêuticos
Demais produtos
6
257.864.533
14.048.122
32,74
15,34
5,45
China
20,18
quÍmicos
Produtos
Produtos quÍmicos
17
2.226.908.350 459.519.689
13,08
34,04
20,63
China
15,88
químicos
inorgânicos
Produtos quÍmicos
42
4.064.006.508 460.476.902
10,85
11,13
11,33
Coréia do Sul
19,40
orgânicos
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
No subgrupo “produtos farmacêuticos” destaca-se o SH 300510, descrito como “pensos adesivos e
outros artigos com uma camada adesiva, impregnados ou recobertos de substâncias farmacêuticas ou para usos
medicinais, para venda a retalho”. Esse SH correspondeu a 93,3% das exportações brasileiras do subgrupo,
apresentando 133,6% de crescimento médio entre 2003 e 2008, ao passo que as importações estadunidenses
cresceram apenas 25,3% ao ano, no mesmo período.
No subgrupo “produtos químicos inorgânicos” foram identificados dois SH6 destaques: o SH 280469,
descrito como “outros silícios” e o SH 281820, definido como “óxidos de alumínio, exceto corindo artificial”.
Juntos, esses produtos corresponderam a 62,4% das importações estadunidenses do subgrupo em 2008. As
131
exportações brasileiras para o primeiro desses SH6 foi de US$ 171,3 milhões naquele ano, ou seja, 40,6% do total
importado pelos Estados Unidos do produto. Ademais, o crescimento médio dessas exportações foi de 23,6%
entre 2003 e 2008. Para o segundo desses SH6, as exportações brasileiras cresceram a um ritmo médio de 92% no
período analisado e atingiram US$ 207,1 milhões no ano de 2008, representando 21,4% do total comprado pela
economia estadunidense no ano.
No subgrupo “produtos químicos orgânicos” houve sete SH6 identificados como destaques. Esses SH6
correspondem a 21,2% das importações estadunidenses do subgrupo e a 26,5% das exportações brasileiras desse
mesmo subgrupo em 2008. São eles:
- SH 290123, descrito como “buteno (butileno) não saturado e seus isômeros”, que apresentou
exportações brasileiras de US$ 27,7 milhões em 2008, correspondentes a 55,4% do total importado pelos Estados
Unidos do produto;
- SH 290531, descrito como “etilenoglicol (etanodiol)”, com exportações brasileiras somando US$ 10,1
milhões no ano de 2008, ou seja, 2,2% do total comprado pela economia estadunidense no ano;
- SH 291531, descrito como “acetato de etila”, que registrou exportações brasileiras de US$ 4,5 milhões,
representativas de 15,4% das importações estadunidenses do produto no ano de 2008;
- SH 291712, definido como “ácido adípico, seus sais e ésteres”, que apresentou exportações brasileiras
de US$ 22,6 milhões, correspondente a 21,7% das importações dos Estados Unidos;
- SH 292241, descrito como “lisina e seus ésteres e sais”, que registrou vendas externas brasileiras de
US$ 43 milhões para os Estados Unidos, ou seja, 48,4% do total importado pelo país;
- SH 292242, definido como “ácido glutâmico e seus sais”, com exportações brasileiras de US$ 6,6
milhões, representativas de 15,1% das importações estadunidenses do produto; e
- SH 292910, descrito “isocianatos”, que apresentou exportações brasileiras de US$ 7,3 milhões,
correspondente a 8,9% do total comprado pelos Estados Unidos do SH6.
Entre estes produtos, destaque para o crescimento médio das exportações brasileiras do SH 290123,
que atingiram 1380% ao ano. Embora tenham se iniciado a partir de 2006, as exportações brasileiras desse SH6 já
suprem 55,4% do mercado estadunidense. Ademais, o Brasil tem mantido estável sua participação de mercado
nesse subgrupo, ocupando a 3° posição entre os principais fornecedores dos Estados Unidos no período
analisado. No que tange aos seus concorrentes, a Coreia do Sul foi o país que apresentou o maior crescimento
médio anual entre 2003 e 2008, de 52,6%, o que permitiu que o país passasse da oitava para a primeira posição
entre os fornecedores do mercado nos anos da série. Ao mesmo tempo, outros países tiveram sua participação
drasticamente reduzida; como a Arábia Saudita - outrora principal fornecedor - que, em 2003, respondia por 15%
das compras estadunidenses desse subgrupo. Já em 2008, o país representava somente 3,6% dessas importações,
decréscimo de US$ 215,3 milhões no período. Em 2008, os maiores fornecedores representaram, juntos, 63,3%
de participação no país.
132
Gráfico 32: Participação dos principais fornecedores do subgrupo “produtos químicos
orgânicos” entre 2003-2008 (%).
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Coreia do Sul
3,93
7,03
8,71
15,26
15,88
19,40
Canadá
12,06
15,30
12,77
13,12
15,92
16,51
Brasil
11,21
10,58
13,03
11,03
13,03
11,33
Alemanha
8,91
8,27
8,15
9,32
8,54
9,62
China
2,31
2,86
3,04
4,46
5,01
6,44
Outros
61,58
55,96
54,29
46,81
41,62
36,69
Fonte: Global Trade Information System - GTIS. Elaboração: UICC Apex-Brasil.
•
Subgrupos “CONSOLIDADOS”, “EM DECLÍNIO” E “EM RISCO”
Abaixo, apresentam-se os subgrupos para os complexos “Multissetorial” e “Tecnologia e Saúde”, que
foram classificados como “consolidados” ou “em declínio”.
Tabela 35: Subgrupos de produtos classificados como “em declínio” de exportações expressivas do complexo “Tecnologia e Saúde”.
Grupo
Subgrupo
Instrumentos, apars.
Instrumentos de
de ótica, precisão,
precisão
partes, peças
Cresc.
Importações dos
Crescimento
Principal Participação
Importações
médio do Participação
Nº de
EUA provenientes
médio dos
concorren do principal
dos EUA em
Brasil
brasileira
Classificação
SH6
do Brasil 2008 concorrentes entre
te em concorrente
2008 (US$)
2003- em 2008 (%)
(US$)
2003-2008 (%)
2008
em 2008 (%)
2008 (%)
2
446.370.133
16.523.446
22,28
0,89
3,70
Japão
22,37
Em declínio
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Na Tabela 35, as exportações estadunidenses do complexo “Tecnologia e Saúde” registraram, entre
2003 e 2008, crescimento médio singularmente inferior aos dos concorrentes, o que indica que o Brasil vem
perdendo progressivamente sua participação de mercado.
No que concerne à Tabela 36, representativa do complexo “Multissetorial”, nota-se que os subgrupos
classificados como “em declínio” somaram US$ 64,1 bilhões em importações estadunidenses, das quais o Brasil
supriu US$ 1,8 bilhão. Entre esses subgrupos, o de “cigarros” foi o que registrou a menor taxa de crescimento
médio das exportações brasileiras no período analisado (-39,1%), seguido de “produtos para fotografia” (-32,6%).
De modo geral, as importações estadunidenses do subgrupo “cigarros” vêm diminuindo, como atestam as quedas
133
apresentadas nas exportações, tanto dos principais concorrentes quanto do Brasil. Além disso, verifica-se que os
produtos do subgrupo “petróleo e derivados de petróleo”, seguido por “alumínio em bruto” são os mais
importados pelos Estados Unidos entre aqueles classificados como “em declínio”.
Tabela 36: Subgrupos de produtos classificados como “consolidados” e “em declínio” de exportações expressivas do complexo “Multissetorial e Outros”.
Grupo
Fumo e cigarros
Subgrupo
Cigarros
Alumínio em bruto
Demais produtos de
Metais não-ferrosos
metais não-ferrosos
Estanho em bruto
Papel e celulose
Celulose
Petróleo
e
Petróleo e derivados
derivados
de
de petróleo
petróleo
Ferro fundido bruto
e ferro "spiegel"
(ferro gusa)
Produtos
Demais
produtos
metálurgicos
metalúrgicos
Produtos
semimanufaturados
de ferro ou aço
Demais
minérios
Produtos minerais metalúrgicos
Minérios de ferro
Produtos
para Produtos
para
fotografia
fotografia
Crescimento
Importações dos
Cresc.
Participação
médio dos
Participação Principal
Nº de Importações dos EUA EUA provenientes
médio do
do principal
concorrentes
Classificação
brasileira concorrente
SH6
em 2008 (US$)
do Brasil 2008
Brasil 2003concorrente
entre 2003em 2008 (%) em 2008
(US$)
em 2008 (%)
2008 (%)
2008 (%)
1
179.946.413
1.313.392
-8,92
-39,03
0,73
Canadá
30,45
Em declínio
1
4.464.779.827
13.639.214
0,31
Canadá
73,66
Em declínio
17
3.461.090.693
113.141.396
16,65
1
636.423.042
25.093.321
31,64
6,50
3,27
Canadá
28,31
Em declínio
14,38
3,94
Peru
57,04
4
1.544.930.276
857.665.451
16,23
Em declínio
14,42
55,51
Canadá
37,86
Consolidado
4
47.574.930.475
715.920.236
28,68
-2,44
1,50
Rússia
20,50
Em declínio
1
2.820.755.759
1.989.992.366
40,24
36,65
70,55
Rússia
15,45
Consolidado
19
2.383.696.019
130.858.151
17,22
6,19
5,49
China
21,54
Em declínio
5
4.141.333.987
564.730.417
40,33
9,08
13,64
México
26,14
Em declínio
1
95.878.850
4.218.003
28,49
-25,58
4,40
Bolívia
25,88
Em declínio
2
922.780.486
223.408.250
27,05
13,62
24,21
Canadá
69,71
Em declínio
958.471
4,88
-32,57
,56
Alemanha
56,51
Em declínio
1
172.410.359
13,71
-17,74
Fonte: UICC, Apex-Brasil, a partir de dados do GTIS.
Entre os subgrupos apresentados como “consolidados”, as importações provenientes do Brasil têm tido
crescimento médio no período próximo a média dos concorrentes. A partir destes dados, nota-se , também, que o
Brasil é o principal fornecedor para os Estados Unidos desses subgrupos, apresentando uma participação de
mercado média de 63,3%. O subgrupo que merece destaque, tendo em vista o valor importado, é o do “ferro
fundido bruto e ferro ‘spiegel’ (ferro gusa)”.
134
PARTE 6
ANEXOS
135
Anexo 1
Metodologia de identificação de oportunidades para as exportações brasileiras em determinado
mercado-alvo
O trabalho de identificação de oportunidades para as exportações brasileiras se inicia com o levantamento
de todos os produtos (SH6) que o mercado-alvo importou do mundo nos últimos seis anos. Esses produtos são
separados em dois grupos: produtos com exportações expressivas e produtos com exportações incipientes. Para
identificar quais produtos têm exportações expressivas são realizados 3 passos, na ordem estabelecida abaixo :
1º - Identifica-se os produtos cuja participação média das exportações brasileiras em relação à média do
total importado pelo mercado-alvo tenha sido superior a 1%, nos últimos seis anos,
2º - Desconsidera-se o primeiro quartil formado pelos produtos identificados no passo 1. Consideram-se,
assim, apenas os produtos que estão entre os 75% com maior participação nas exportações brasileiras para o
mercado-alvo;
3º - Verifica-se, então, se as exportações dos produtos identificados ao final do passo 2 são contínuas.
Exportações contínuas são aquelas que, a partir da primeira venda efetuada, não são interrompidas em nenhum ano
posterior. Analisando-se, por exemplo, um período de quatro anos, se determinado produto foi vendido apenas nos
dois primeiros anos, suas exportações são descontínuas. Se, no entanto, as vendas do produto se iniciaram no
terceiro ano e se repetiram no quarto, suas exportações são consideradas contínuas.
Os produtos com exportações incipientes são aqueles excluídos de um dos três passos acima descritos. Dessa
maneira, assegura-se que todos os produtos importados pelo mercado-alvo, mesmo os que não são exportados pelo
Brasil, tenham participado da análise de oportunidade.
Uma vez separados os produtos que têm exportações expressivas dos que têm exportações incipientes,
ambos são agregados em grupos. A partir de então, os grupos de produtos com exportações expressivas e
incipientes são analisados separadamente através de diferentes critérios metodológicos.
136
Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações expressivas
Para se identificar, no conjunto de exportações expressivas, os grupos de produtos que têm maior destaque
no mercado-alvo, são analisados, num período de seis anos, dois indicadores:
1 – A contribuição de cada grupo de produtos para o crescimento das importações totais do mercado-alvo ou
das exportações brasileiras para esse mercado;
2 – O crescimento médio das importações totais do mercado ou das exportações brasileiras do grupo de
produtos.
Aplica-se uma média geométrica simples nesses dois valores, chegando a dois índices para cada grupo de
produtos: um considerando as importações totais do mercado e, outro, as exportações brasileiras nesse mercado. Os
grupos que alcançarem um desempenho superior à média geral em, ao menos, um dos índices são avaliados mais
detalhadamente.
A inclusão da contribuição para o crescimento na construção desse índice busca minimizar o chamado
“efeito base” sobre a taxa de crescimento dos grupos de produtos. Esse efeito ocorre porque os grupos de produtos
com menor valor exportado tendem a indicar taxas de crescimentos superiores àquelas atingidas pelos grupos de
produtos com maior valor exportado. A taxa de contribuição para o crescimento aponta para um movimento
contrário, em que os grupos de produtos com maior participação na pauta de exportação ou importação, em
princípio, apresentarão uma taxa mais elevada que os grupos de produtos com menor participação. A média
geométrica dessas duas taxas visa suavizar os grupos com baixo valor exportado e forte taxa de crescimento,
tornando a análise mais eficiente. Já o cruzamento entre as importações totais do mercado e as exportações
brasileiras destinadas ao mercado-alvo busca avaliar os grupos de produtos tendo em conta tanto a demanda do
mercado (importações totais) como a oferta brasileira para o mercado (exportações brasileiras).
Os grupos de produtos com exportações expressivas são classificados em cinco categorias: “consolidados”,
“em risco”, “em declínio”, “desvio de comércio” e “a consolidar”. A classificação é feita, considerando-se:
• O posicionamento do Brasil em relação a seus concorrentes em cada grupo de produtos. Isso é verificado
através da análise da participação brasileira e do principal concorrente nas importações do mercado-alvo no último
ano do período considerado e do crescimento médio das exportações brasileiras em relação ao crescimento médio
das exportações dos concorrentes.
137
• A especialização do Brasil na exportação de produtos daquele grupo em relação à especialização
exportadora do principal concorrente, definida a partir do cálculo da Vantagem Comparativa Revelada (VCR) de cada
país169.
Um grupo de produtos é considerado “consolidado” quando o Brasil já tem, no mínimo, 30% de participação
no mercado-alvo
alvo e o crescimento médio das exportações brasileiras é igual ou superior ao crescimento médio das
exportações dos concorrentes no período considerado. A característica principal desses grupos de produtos é que
eles já gozam de uma situação confortável
tável no mercado-alvo,
mercado alvo, o que demanda apenas esforços para sua manutenção.
Os grupos de produtos considerados “em risco” são aqueles em que o Brasil tem uma participação de
mercado igual ou superior a 30%, mas o crescimento médio das exportações dos concorrentes
concor
supera em mais de
50% o crescimento médio das exportações brasileiras, o que significa que a posição do Brasil encontra-se
encontra ameaçada.
Grupos de produtos com “desvio de comércio” são aqueles cujo crescimento médio das exportações
brasileiras é inferiorr ao das exportações dos concorrentes, apesar do Brasil apresentar vantagens na exportação do
grupo de produtos observado (
>1), ao contrário de seu principal concorrente (
). Isso indica que
há algum elemento não determinado pela simples observação dos fluxos
fluxos comerciais globais favorecendo o principal
concorrente do Brasil no mercado-alvo.
alvo. Pode ser a existência de acordos comerciais, a proximidade geográfica, entre
outros. Para se contornar o desvio de comercio são necessários esforços que normalmente vão além da promoção
comercial.
Um grupo de produto está “em declínio” se não há diferença de especialização na exportação entre o Brasil e
o principal concorrente (VCRBR>1 e VCRConc.>1 ou VCRBR<1 e VCRConc.<1)) e o crescimento médio das exportações
brasileiras é negativo. A situação de declínio também acontece quando, ao mesmo tempo, o crescimento das
exportações do Brasil é positivo, porém inferior a 15%170
15%
e a taxa de crescimento dos concorrentes é o dobro da
taxa de crescimento brasileira.
Nos grupos de produtos
os classificados como “a consolidar” a participação do Brasil no mercado-alvo
mercado
é inferior
a 30%, mas as exportações brasileiras acompanham o ritmo dos concorrentes ou são mais aceleradas. Esses são os
grupos de produtos onde estão as melhores oportunidades para o aumento das exportações brasileiras. Por isso,
eles são investigados mais profundamente. Para tanto, os grupos de produtos “a consolidar” são abertos em
subgrupos. O objetivo é encontrar os segmentos mais significativos para o desempenho do grupo como
co
um todo. Os
169A
A VCR é calculada pela participação do grupo de produtos nas exportações totais brasileiras para o mundo em relação à participação
partici
do
mesmo grupo nas exportações mundiais totais.
170A
A taxa média anual de crescimento abaixo de 15% foi definida como valor máximo
máximo para um grupo caracterizar-se
caracterizar como “em declínio”
porque, acumulada em um período de seis anos, representa um crescimento total de aproximadamente 100% no valor exportado pelo
Brasil. Assim, ainda que a taxa de crescimento das exportações brasileiras seja menos da metade da taxa dos concorrentes, considera-se
considera
que a variação total das vendas do Brasil para o mercado foram significativas, e o grupo de produtos não poderia ser caracterizado
caracter
como
“em declínio”.
138
subgrupos recebem classificação semelhante às dos grupos “consolidado”, “em risco”, “em declínio” e “a
consolidar”. Apenas a categoria de desvio de comércio não é utilizada para subgrupos, porque neste ponto não se
considera o principal concorrente do Brasil. Nos casos em que a participação brasileira no mercado-alvo for inferior a
30% e o crescimento das exportações nacionais for menor que o dos concorrentes, o grupo de produtos poderá estar
“em declínio” ou “a consolidar”.
Da mesma forma que os grupos de produtos, os subgrupos “a consolidar” são considerados como as
principais oportunidades para as exportações brasileiras. Neste caso, são levantados os produtos, representados por
códigos SH6, mais significativos. Para isso, utilizam-se duas variáveis:
1 - Contribuição de cada produto para o crescimento total das exportações brasileiras do subgrupo;
2 - Tendência de crescimento de cada produto. Essa tendência é calculada comparando-se o valor exportado
pelo Brasil no último ano do período analisado com a média do valor exportado nos últimos três anos. Produtos que
contribuíram mais que a média para o crescimento do seu subgrupo e que foram mais exportados no último ano que
na média dos últimos três anos são considerados mais determinantes para o desempenho positivo do subgrupo.
Análise de oportunidades para grupos de produtos com exportações incipientes
No caso das exportações incipientes, as variáveis adotadas para seleção dos principais grupos e subgrupos de
produtos levam em conta apenas a demanda do mercado-alvo (dados de importações), já que o Brasil ainda não se
estabeleceu no país com esse conjunto de produtos.
Em primeiro lugar, determina-se o dinamismo do grupo de produtos. O dinamismo relaciona o desempenho
das importações do mercado-alvo com as importações mundiais. Calcula-se a média entre as taxas de crescimento
do primeiro e do último biênio do período em análise, tanto para as importações do mercado de um determinado
grupo de produtos quanto para as importações mundiais totais. Essa média é calculada para minimizar os efeitos de
grandes variações de valores ao longo do período, que podem ser causadas não por um aumento de quantidades
importadas, mas por um aumento anormal de preços ou pela inflação, por exemplo. O dinamismo do grupo de
produtos no mercado será determinado pela comparação de sua média com a média das importações mundiais
totais.
Em relação ao dinamismo, um grupo de produtos pode estar “em decadência”, apresentar “baixo
dinamismo”, “dinamismo intermediário”, ser “dinâmico” ou “muito dinâmico”. Apenas os grupos dinâmicos e muito
dinâmicos prosseguem na análise. Para eles, é calculada a vantagem comparativa do Brasil, com o objetivo de avaliar
se a economia brasileira tem oferta exportável para entrar no mercado-alvo com aquele grupo de produtos.
139
Os grupos de produtos em que o Brasil tem VCR acima de 0,7 são classificados como “a desenvolver”, ou
seja, aqueles em que o Brasil apresenta maiores chances de abertura de mercado. Esses grupos, assim como os “a
consolidar” do conjunto de exportações expressivas, são abertos em subgrupos. Para os subgrupos “a desenvolver”,
o Brasil também deverá apresentar VCR mínima de 0,7 e os subgrupos deverão ser “intermediários”, “dinâmicos”
“muito dinâmicos”. Mas, nesse caso, o dinamismo será avaliado tendo-se em conta não a média das importações
mundiais totais, mas a média das importações do mercado para o grupo de produtos no qual o subgrupo se insere.
Os subgrupos “a desenvolver” são aqueles que impulsionam o desempenho do grupo e, portanto, representam as
principais oportunidades do conjunto de exportações incipientes, sendo analisados com mais profundidade.
Os principais produtos dentro de cada subgrupo são determinados a partir da VCR do Brasil nas exportações
daquele produto para o mundo e da tendência de crescimento das importações daquele produto. Produtos para os
quais a VCR do Brasil seja maior que 0,7 e que tenham sido mais importados pelo mercado-alvo no último ano de
análise que na média dos últimos três anos são considerados como os mais determinantes para o desempenho
positivo do subgrupo.
140
Anexo 2
Contatos
EMBAIXADA BRASILEIRA
Cidade: Washington
Endereço: Brazilian Embassy in Washington, DC 3006 Massachusetts Avenue, NW Washington, DC 20008-3634
Tel.: (202) 238-2700 / 2769 / 2770 Fax: (202) 238-2827
Contato: Conselheiro Rubens Gama Dias Filho - Chefe do Setor de Promoção Comercial (SECOM)
E-mail: [email protected]; [email protected]
Contato: Eutímia Lima - Chefe de Promoção Comercial
E-mail: [email protected] [email protected]
Contato: Tathiana Mitchell
E-mail: [email protected]
Site: http://www.brasilemb.org/
CONSULADOS BRASILEIROS NOS EUA
ATLANTA
Consulado-Geral em Atlanta
Brazilian Consulate General
Endereço:3500 Lenox Road, Suite 800
Atlanta, GA 30326-4229
Tel. (404) 949-2400
Fax.: (504) 949-2402
E-mail: [email protected]
SECOM (Atlanta)
Tel.: (404) 949-2400
Fax.: (404) 949-2402
E-mail: [email protected]
141
MIAMI
Brazilian Consulate General, Miami
Endereço: 80 SW 8th Street, Suite 2600
Miami, FL 33130
Tel.: (305) 285-6200 / 6225 / 6217
Fax: (305) 285-6229
Contato: Maria Hilda Feitosa
Email: [email protected]
Contato: Ministro Luiz Felipe Mendonça Filho
Email: [email protected]
Site: www.brazilmiami.org
NEW YORK
Brazilian Consulate General, New York
Endereço:1185 Ave of the Americas, 21st floor,
New York, NY 10036
Tel.: (917) 777-7777
Fax: (917) 827-0225
Contato: Stela Dallari
E-mail: [email protected]
Contato: Candida Borges
E-mail: [email protected]
Contato: Marlene Soule
E-mail: [email protected]
Contato: Conselheiro Luiz Eduardo C. Maya Ferreira
E-mail: [email protected]
Site: www.brazilny.org
142
LOS ANGELES
Brazilian Consulate General, Los Angeles
Endereço: 8484 Wilshire Boulevard - Suite 730 / 711
Beverly Hills, CA 90211-3216
Tel.: (323) 651-4916 / 651-2664
Fax: (323) 651-1274
Contato: Secretário João Alberto Dourado Quintaes
E-mail: [email protected]
Contato: Edna Roccatto Shelby – Senior Trade Officer
Contato: Silvia Helena A. Engler – Assistente Técnica
Contato: Raquel Leal Davies – Assistente Técnica
E-mail: [email protected]
[email protected]
Site: www.brazilian-consulate.org
BOSTON
Brazilian Consulate General in Boston
Endereço: The Stattler Building
20 Park Plaza - Suite 810
Boston, MA 02116
Tel.: (617) 542-4000
Fax: (617) 542-4318
E-mail: [email protected]
CHICAGO
Consulate General of Brazil in Chicago
Endereço: 401 North Michigan Ave - Suite 3050 Chicago, IL 60611
Tel.: (312) 464-0244 / 0245 Fax: (312) 464-0299
E-mail: [email protected] / [email protected]
143
HOUSTON
Consulate General of Brazil in Houston
Endereço:1233 West Loop South - Park Tower North - Suite 1150 Houston, Texas 77027
Tel.:(713) 961-3063 / 3064 / 3065 Fax:(713) 961-3070
E-mail: [email protected]
Site: www.brazilhouston.org
SÃO FRANCISCO
Consulate General of Brazil in San Francisco
Endereço: 300 Montgomery Street - Suite 900 San Francisco, CA 94104
Tel.: (415) 981-8170 Fax: (415) 981-3628
E-mail: [email protected]
Site: www.brazilsf.org
CÂMARAS DE COMÉRCIO BRASILEIRAS NOS EUA
CALIFÓRNIA
Brazil-California Chamber of Commerce
Endereço: 8484 Wilshire Blvd. #260
Beverly Hills, CA
Tel.: (323) 658-7402
Fax: (240) 250-0425 e (323) 658-7402
Contato: Glauco Magalhães, Presidente
Email: [email protected] ou [email protected]
Contato: Ida Ferraz, Relações Internacionais
Email: [email protected]
Site: www.brazilcalifornia.com
144
NEW YORK
Brazilian-American Chamber of Commerce, Inc.
Endereço: 509 Madison Avenue, Suite 304
New York, NY 10022
Tel.: (212) 751-4691
Fax: (212) 751-7692
Contato: Sérgio Millerman, Presidente
Email: [email protected]
Contato: Kevin Penzien, Coordenador de Marketing / Membership
Email: [email protected]
Contato: Tatiana Ostrowiecki
E-mail: [email protected]
Site: www.brazilcham.com
GEÓRGIA
Brazilian-American Chamber of Commerce of Georgia, Inc.
Endereço: P.O Box 93411
Atlanta, GA 30377
Tel.: (404) 880-1551
Fax: (404) 880-1555
Contato: Alessandra Coppola, Presidente
E-mail: [email protected]
Contato: Lucia Jennings
E-mail: [email protected]
Site: www.bacc-ga.com
FLÓRIDA
Brazilian-American Chamber of Commerce of Florida
Endereço: PO BOX 310038
Miami, FL 33231
145
Tel.: (305) 579-9030
Fax: (305) 579-9756
Contato: Mary B. Arnaud, Diretora Executiva
Email: [email protected]
Site: www.brazilchamber.org
Central Florida Brazilian-American Chamber of Commerce, Inc.
Endereço:797 North Orange Avenue
Orlando, FL 32801
Tel.: (407) 425-0126
Fax: (407) 843-2632
Contato: Auzelio Santini, Presidente
Email: [email protected]
Site: www.brazilchamber.org
Brazil-Tampa Bay Chamber of Commerce, Inc.
Endereço: P.O. Box 6338 Brandon,
FL 33508-6338
Tel.: (815) 346-3966 / (877) 439-0003 ext 144 / cel. (813) 601-3329
Fax: (815) 346-3966
Contato: Jefferson Michaelis, Presidente
E-mail: [email protected]
Contato: Frank Ofner, International Commercial Officer
E-mail: [email protected]
Site: www.braziltampa.org
TEXAS
Brazil-Texas Chamber of Commerce
Endereço: 1117 Upland Drive,
Houston, TX 77043
Tel.: (713) 827-7226
Fax: (713) 973-0887
146
Contato: Jose Orlando Melo de Azevedo, Presidente
Contato: Ricardo Peduzzi, Diretor Executivo
E-mail: [email protected]
Site: www.braziltexas.org
CONTATO DAS PRINCIPAIS AGÊNCIAS DE REGULAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR NOS ESTADOS UNIDOS
US Food Safety and Inspection Service (Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar)
U.S. Department of Agriculture
1400 Independence Ave., S.W.
Washington, DC 20250-3700
Telefone: +1 402 344 5000
Fax: +1 402 344 5005
http://www.fsis.usda.gov/
Animal and Plant Health Inspection Service (Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal)
http://www.aphis.usda.gov/
O endereço da agência é descentralizado, de acordo com a função de cada repartição. Para informações a
respeito de importação-exportação, a seguinte página (em inglês) pode auxiliar:
http://www.aphis.usda.gov/import_export/index.shtml.
Customs and Border Protection (Proteção de Fronteiras e Aduanas)
1300 Pennsylvania Avenue, N.W.
Washington, D.C. 20229
http://www.cbp.gov/
International Affairs (assuntos internacionais)
Charles E. Stallworth II
+1 202 344-3000
International Trade (comércio internacional)
Daniel Baldwin
+1 202 863-6000
U.S. Food and Drug Administration (Administração de Alimentos e Drogas)
10903 New Hampshire Avenue
147
Silver Spring, MD 20993
Telefones: 1-888-INFO-FDA (1-888-463-6332)
http://www.fda.gov/
U.S. Fish and Wildlife Service (Serviço de Peixes e Vida Selvagem)
1849 C Street, NW
Washington, DC 20240
Telefone para informações sobre licenças de importação/exportação: +1 800 358-2104
http://www.fws.gov/
Bureau of Tobacco, Alcohol, Firearms and Explosives (Escritório de Tabaco, Álcool e Armas de Fogo)
Office of Public and Governmental Affairs
99 New York Avenue, NE, Room 5S 144
Washington, DC 20226 USA
Telefone: +1 800 800 3855
http://www.atf.gov/
National Institute of Standards and Technology (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia)
Public Inquiries Unit
NIST, 100 Bureau Drive, Stop 1070, Gaithersburg, MD 20899-1070, USA
Telefone: +1 301 975-NIST (6478) ou Federal Relay Service +1 800 877-8339 (TTY)
E-mail: [email protected]
http://www.nist.gov/
Federal Trade Commission (Comissão Federal de Comércio)
600 Pennsylvania Avenue, NW
Washington, DC 20580
Telefone: +1 202 326 2222
http://www.ftc.gov/
148
Anexo 3
Referências utilizadas para confecção da seção de Política Comercial
BRASIL. Embaixada do Brasil em Washington. Barreiras a produtos brasileiros no mercado dos Estados Unidos.
Rio de Janeiro: Funcex, 2007. Disponível em: http://www.funcex.com.br/material/estudos/Barreiras2007.pdf
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Como Exportar: Estados Unidos. Brasília: MRE, 2009.
Ministério das Relações Exteriores. “Coleção Estudos e Documentos de Comércio Exterior – Como Exportar –
Estados Unidos”. Brasília, 2001.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Intercâmbio Comercial do Agronegócio, 2010. Disponível em:
http://agricultura.gov.br Acesso em: 14/11/2010.
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores, Atos Bilaterais para o Brasil no campo do comércio. Disponível em:
http://www2.mre.gov.br/dai/comercio.htm Acesso em: 14/11/2010.
Customs and Border Protection. “Importing into the United States - a guide for commercial importers”.
Washington, 2006.
HTSUS, HTS Reference Tool. Disponível em: http://hts.usitc.gov/ Acesso em: 15/11/2010.
OCDE, “The Doha Development Round of Trade: understanding the issues”. Disponível em:
http://www.oecd.org/document/45/0,3343,en_2649_33785_35738477_1_1_1_37431,00.html Acesso em:
14/11/2010.
Organização Mundial de Comércio, Dispute Settlement. Disponível em: www.wto.org Acesso em: 14/11/2010.
PICHER, Claude. Le dossier noir des subventions agricoles. La Presse Afaires, 2008. Disponível em :
http://zonecours.hec.ca/documents/H2009-1-1927046.subventions.pdf Acesso em: 15/11/2010.
US Chamber of Commerce, “Rescue the Doha Development Agenda”. Disponível em:
http://www.uschamber.com/international/agenda/rescue-doha-development-agenda Acesso em 14/11/2010.
U.S. CUSTOMS AND BORDER PROTECTION. Relatório Importing into the United States, disponível na página
http://www.cbp.gov/xp/cgov/trade/basic_trade/. Washington, 2004.
USTR online information, "Mission of the USTR". Disponível em: http://www.ustr.gov/ about-us/mission.
149
World Bank online information, "Doing Business:
Measuring business regulations".
Disponível em:
http://www.doingbusiness.org/ExploreEconomies/?economyid=197.
World Trade Organization. “Trade Policy Review 2010: Report by Secretariat United States. Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp335_e.htm Acesso em: 10/11/2010.
World Trade Organization. Dispute Settlement. Disponível em: www.wto.org Acesso em: 14/11/2010.
World Bank online information, Doing Business: Measuring Business Regulations. Washington, 2009.
Links
http://www.usa.gov/Business/Foreign_Business.shtml
150